eBook: Pedagogia

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Enade 2014

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e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS

Curso: Pedagogia

Organizador(es):

Romilson Martins Siqueira

Eliane Silva

Marcilene Pelegrine Gomes

Maria da Luz Santos Ramos

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SUMÁRIO

QUESTÃO Nº 1

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

QUESTÃO Nº 2

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

QUESTÃO Nº 3

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

QUESTÃO Nº 4

Autor(a): Professor Alexandre Nardini- EDU

QUESTÃO Nº 5

Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS

QUESTÃO Nº 6

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes – EDU

QUESTÃO Nº 7

Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS

QUESTÃO Nº 8

Autor(a): Professor: Nelson Carneiro Júnior - EDU

QUESTÃO Nº 9

Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU

QUESTÃO Nº 10

Autor(a): Professora Eliane Silva - EDU

QUESTÃO Nº 11

Autor(a): Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU

QUESTÃO Nº 12

Autor(a): Professora Rosane Cândida de Almeida - EDU

QUESTÃO Nº 13

Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU

QUESTÃO Nº 14

Autor(a): Professora Ana Beatriz Machado de Freitas - EDU

QUESTÃO Nº 15

Autor(a): Professora Pollyanna Rosa Ribeiro- EDU

QUESTÃO Nº 16

Autor(a): Professora Eliane Silva - EDU

QUESTÃO Nº 17

Page 5: eBook: Pedagogia

Autor(a): Professora Daniela Rodrigues de Sousa – EDU

QUESTÃO Nº 18

Autor(a): Professora Suelena de Moraes Aguiar – EDU

QUESTÃO Nº 19

Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

QUESTÃO Nº 20

Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

QUESTÃO Nº 21

Autor(a): Professora Sylvana de Oliveira Bernardi Noleto- EDU

QUESTÃO Nº 22

Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU

QUESTÃO Nº 23

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

QUESTÃO Nº 24

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

QUESTÃO Nº 25

Autor(a): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU / Professora Suelena de Moraes

Aguiar - EDU

QUESTÃO Nº 26

Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU

QUESTÃO Nº 27

Autor(a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

QUESTÃO Nº 28

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

QUESTÃO Nº 29

Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU

QUESTÃO Nº 30

Autor(a): ): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU

QUESTÃO Nº 31

Autor(a): Professora Adriane Camilo Costa - EDU

QUESTÃO Nº 32

Autor(a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

QUESTÃO Nº 33

Autor(a): ): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU

QUESTÃO Nº 34

Autor(a): Professor Rafael Borges - EDU

Page 6: eBook: Pedagogia

QUESTÃO Nº 35

Autor(a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

QUESTÃO DISCURSIVA 1

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE/MEC

QUESTÃO DISCURSIVA 2

Autor(a): Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU

QUESTÃO DISCURSIVA 3

Autor(a): Professor Alexandre Nardini - EDU / Professor Rafael Borges - EDU

QUESTÃO DISCURSIVA 4

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE/MEC

QUESTÃO DISCURSIVA 4

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE/MEC

Page 7: eBook: Pedagogia

QUESTÃO Nº 1

Retrato de uma princesa desconhecida

Para que ela tivesse um pescoço tão fino

Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule

Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos

Para que a sua espinha fosse tão direita

E ela usasse a cabeça tão erguida

Com uma tão simples claridade sobre a testa

Foram necessárias sucessivas gerações de escravos

De corpo dobrado e grossas mãos pacientes

Servindo sucessivas gerações de príncipes

Ainda um pouco toscos e grosseiros

Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente

Para que ela fosse aquela perfeição

Solitária exilada sem destino

ANDRESEN, S. M. B. Dual. Lisboa: Caminho, 2004. p. 73.

No poema, a autora sugere que

A) os príncipes e as princesas são naturalmente belos.

B) os príncipes generosos cultivavam a beleza da princesa.

C) a beleza da princesa é desperdiçada pela miscigenação racial.

D) o trabalho compulsório de escravos proporcionou privilégios aos príncipes.

E) o exílio e a solidão são os responsáveis pela manutenção do corpo esbelto da princesa.

Gabarito: D

Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Interpretação de texto literário - poesia

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Autor(a): Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário:

A autora sugere que situação de privilégio econômico e social dos princípios e, por conseguinte

da “princesa desconhecida”, estava diretamente vinculada à exploração do trabalho humano por

meio da escravidão. O foco do texto é, portanto, problematizar a dimensão e a contradição

social e econômica do trabalho compulsório (forçado) do escravo, apresentado, apenas, como

pano de fundo a alegoria da beleza solitária da princesa. Dessa forma, está correto apenas o que

se afirma na alternativa D, as demais alternativas apresentam afirmações/interpretações

descontextualizada do foco central apresentado pelo texto poético.

Referências:

CÂNDIDO, Antônio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.

______. Literatura e sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1985.

QUESTÃO Nº 2

Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais que ficaram à

margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão das redes digitais. O problema

da exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios dos dias de hoje, com

implicações diretas e indiretas sobre os mais variados aspectos da sociedade contemporânea.

Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a

competição global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para a geração de riqueza.

As tecnologias de informação e comunicação (TICs) proveem uma fundação para a construção e

aplicação do conhecimento nos setores públicos e privados. É nesse contexto que se aplica o

termo exclusão digital, referente à falta de acesso às vantagens e aos benefícios trazidos por

essas novas tecnologias, por motivos sociais, econômicos, políticos ou culturais.

Considerando as ideias do texto acima, avalie as afirmações a seguir.

I. Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas públicas

escolherem o público alvo de possíveis ações de inclusão digital.

II. O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações àqueles que tiveram

esse direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de mobilidade social e

econômica.

III. O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses estão focados

nas relações entre os indivíduos e, aqueles, na relação entre o indivíduo e o conhecimento.

IV. O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente em

território nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do primeiro mundo.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) II e IV.

C) III e IV.

D) I, II e III.

E) I, III e IV.

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Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Políticas públicas e inclusão digital

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

Comentário:

No Brasil, país em que há grandes desigualdades sócio-cultural-econômicas, torna-se de

fundamental importância identificar as regiões para as quais as políticas públicas devem ser

direcionadas. Desse modo, mapear a exclusão digital e identificar o público alvo das políticas

públicas, proporcionará o acesso as TICs à parcela da população que teve esse direito negado

em decorrência da exclusão social e econômica. O acesso a este conhecimento possibilita

também a inclusão social com a possibilidade de maior mobilidade social e econômica, pois o

sujeito terá maiores oportunidades no mundo social e, consequentemente, no mundo do

trabalho. Assim, as afirmativas corretas são a I e II (com o Gabarito A). A afirmativa III e IV

estão incorretas. A afirmativa III porque a inclusão digital, que tem como objetivo a inclusão

social, constitui-se em um dos direitos sociais do cidadão. E, a afirmativa IV, porque, embora

possa ocorrer uma deficiência entre as tecnologias existentes em países desenvolvidos para com

as estão em uso no Brasil, este aspecto não se configura em um impedimento para o acesso à

esses recursos no país

Referências:

MATTOS, Fernando Augusto Mansor de; CHAGAS, Gleison José do Nascimento. Desafios

para a inclusão digital no Brasil. Perspectivas em Ciência da Informação. Belo Horizonte, v. 13,

n.1, jan./abr. 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?Script=sci_arttext

&pid=S1413-99362008000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 09 de junho de 2014.

QUESTÃO Nº 3

A cibercultura pode ser vista como herdeira legítima (embora distante) do projeto progressista

dos filósofos do século XVII. De fato, ela valoriza a participação das pessoas em comunidades

de debate e argumentação. Na linha reta das morais da igualdade, ela incentiva uma forma de

reciprocidade essencial nas relações humanas. Desenvolveu-se a partir de uma prática assídua

de trocas de informações e conhecimentos, coisa que os filósofos do Iluminismo viam como

principal motor do progresso. (...) A cibercultura não seria pós-moderna, mas estaria inserida

perfeitamente na continuidade dos ideais revolucionários e republicanos de liberdade, igualdade

e fraternidade. A diferença é apenas que, na cibercultura, esses “valores” se encarnam em

dispositivos técnicos concretos. Na era das mídias eletrônicas, a igualdade se concretiza na

possibilidade de cada um transmitir a todos; a liberdade toma forma nos softwares de

codificação e no acesso a múltiplas comunidades virtuais, atravessando fronteiras, enquanto a

fraternidade, finalmente, se traduz em interconexão mundial.

LEVY, P. Revolução virtual. Folha de S. Paulo. Caderno Mais, 16 ago. 1998, p.3 (adaptado).

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O desenvolvimento de redes de relacionamento por meio de computadores e a expansão da

Internet abriram novas perspectivas para a cultura, a comunicação e a educação. De acordo com

as ideias do texto acima, a cibercultura

A) representa uma modalidade de cultura pós-moderna de liberdade de comunicação e ação.

B) constituiu negação dos valores progressistas defendidos pelos filósofos do Iluminismo.

C) banalizou a ciência ao disseminar o conhecimento nas redes sociais.

D) valorizou o isolamento dos indivíduos pela produção de softwares de codificação.

E) incorpora valores do Iluminismo ao favorecer o compartilhamento de informações e

conhecimentos.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: A tecnologia e os valores do Iluminismo

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

Comentário:

A questão afirma que a cibercultura pode ser vista como herdeira legítima (embora

distante) do projeto progressista dos filósofos iluministas (Século XVII) por valorizar a

participação das pessoas em comunidades de debate e argumentação, incentivando a

reciprocidade nas relações pessoais. Relaciona os ideais revolucionários e republicanos de

liberdade e igualdade com algumas características da cibercultura definida por Lèvy como “um

conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de

pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço"

(2009, p. 17). O ideal de liberdade relacionado às possiblidades da prática assídua de trocas de

informações e conhecimento existentes na cibercultura. Já o ideal de igualdade referenciado a

partir das possibilidades de trocas entre diferentes sujeitos, permitindo a transmissão e o

compartilhamento da informação para todos.

A partir dessa perspectiva, a alternativa de resposta correta é a da letra E, porque

menciona que a cibercultura incorpora os valores do iluminismo relativos à liberdade e

igualdade quando possibilita que cada sujeito possa transmitir a todos os outros informações e

conhecimento. As alternativas A, B, C e D estão incorretas, pois, de acordo com o enunciado da

questão a cibercultura não seria pós-moderna, constitui-se de valores progressistas defendidos

pelos filósofos iluministas e permite a transmissão de informações e a comunicação entre os

diferentes sujeitos, oportunizando o debate e a argumentação.

Referências:

LÉVY, Pierre. Cibercultura. (Trad. Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 2009.

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QUESTÃO Nº 4

Com o advento da República, a discussão sobre a questão educacional torna-se pauta

significativa nas esferas dos Poderes Executivo e Legislativo, tanto no âmbito Federal quanto no

Estadual. Já na Primeira República, a expansão da demanda social se propaga com o movimento

da escolanovista; no período getulista, encontram-se as reformas de Francisco Campos e

Gustavo Capanema; no momento de crítica e balanço do pós-1964, ocorre a promulgação da

primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1961. É somente com a

Constituição de 1988, no entanto, que os brasileiros têm assegurada a educação de forma

universal, como um direito de todos, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa no que

se refere a sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O

artigo 208 do texto constitucional prevê como dever do Estado a oferta da educação tanto as

crianças como àqueles que não tiveram acesso ao ensino em idade própria à escolarização

cabida.

Nesse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.

A relação entre educação e cidadania se estabelece na busca da universalização da educação

como uma das condições necessárias para a consolidação da democracia no Brasil.

PORQUE

Por meio da atuação de seus representantes no Poderes Executivos e Legislativo, no decorrer do

século XX, passou a ser garantido no Brasil o direito de acesso à educação, inclusive aos jovens

e adultos que já estavam fora da idade escolar.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A) As duas são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

B) As duas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da

primeira.

C) A primeira é uma proposição verdadeira, e segunda, falsa.

D) A primeira é uma proposição fala, e a segunda, verdadeira.

E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: Fácil

Conteúdo avaliado: Evolução do pensamento pedagógico brasileiro durante o Período

Republicano (século XX) e a construção da concepção da educação como instrumento de

cidadania.

Autor(a): Professor: Alexandre Nardini - EDU

Comentário:

A questão faz referência de forma generalizada sobre a evolução institucional da educação

durante o período republicano brasileiro relativo ao processo legislativo no âmbito educacional

citando o movimento escolanovista da Primeira República, as reformas de Francisco Campos no

período getulista, a LDB de 1961 e a Constituição de 1988. Estabelece uma relação desta

evolução com a construção dos pressupostos conceituais que aproximam a educação e a

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cidadania e sua relação na busca de uma universalização da educação como instrumento

necessário ao exercício da cidadania em uma perspectiva democrática.

As proposições citadas se completam, uma vez que demonstram o processo de evolução do

pensamento pedagógico, do advento da República até a Constituição atual, relacionando-o aos

avanços da educação na perspectiva da inclusão como instrumento de cidadania. Nesse aspecto,

Constituição de 1988, de forma inédita, estabelece o direito do voto aos analfabetos.

Portanto, a alternativa A desta questão, contempla a ideia da segunda proposição justificar a

primeira, pois estabelece um processo continuo de aproximação da educação e a cidadania ao

longo da história. As demais alternativas não relacionam as proposições de forma coerente

colocando uma em oposição a outra podendo identificar. A alternativa A faz uma articulação

entre as proposições citadas no enunciado. O conhecimento básico exigido nesta questão é a

ideia da relação entre a conjuntura histórica e a evolução do pensamento educacional brasileiro

ao longo do tempo.

Referências:

RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira. Campinas- SP: Autores

Associados , 2010.

ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis- RJ: Vozes,

1978.

QUESTÃO Nº 05

Desmatamento na Amazônia Legal. Disponível em: <www.imazon.org.br/mapas/desmatamento-mensal-2011>.

Acesso em: 20 ago. 2011.

O ritmo de desmatamento na Amazônia Legal diminuiu no mês de junho de 2011, segundo

levantamento feito pela organização ambiental brasileira Imazon (Instituto do Homem e Meio

Ambiente da Amazônia). O relatório elaborado pela ONG, a partir de imagens de satélite,

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apontou desmatamento de 99 km² no bioma em junho de 2011, uma redução de 42% no

comparativo com junho de 2010. No acumulado entre agosto de 2010 e junho de 2011, o

desmatamento foi de 1 534 km², aumento de 15% em relação a agosto de 2009 e junho de 2010.

O estado de Mato Grosso foi responsável por derrubar 38% desse total e é líder no ranking do

desmatamento, seguido do Pará (25%) e de Rondônia (21%). Disponível em: <http://www.imazon.org.br/imprensa/imazon-na-midia>. Acesso em: 20 ago. 2011(com adaptações).

De acordo com as informações do mapa e do texto,

A) foram desmatados 1 534 km² na Amazônia Legal nos últimos dois anos.

B) não houve aumento do desmatamento no último ano na Amazônia Legal.

C) três estados brasileiros responderam por 84% do desmatamento na Amazônia Legal entre

agosto de 2010 e junho de 2011.

D) o estado do Amapá apresenta alta taxa de desmatamento em comparação aos demais estados

da Amazônia Legal.

E) o desmatamento na Amazônia Legal, em junho de 2010, foi de 140 km2, comparando-se o

índice de junho de 2011ao índice de junho de 2010.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado:

Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS

Comentário:

Desde a década de 1960, a implantação de grandes projetos minerais e agropecuários e a

ocupação humana desordenada constituem fatores de degradação florestal. Principalmente a

partir da década de 1970, o avanço da fronteira agropecuária se deu em direção às regiões de

Cerrado do Centro-Oeste e áreas do sul do domínio da Amazônia. As principais causas desse

processo exterminador são o agronegócio, a especulação fundiária e a exploração de madeira de

forma irracional.

A pecuária bovina é a atividade mais fortemente correlacionada com desmatamento para os

municípios da Amazônia. O crescimento da pecuária bovina na Amazônia brasileira tem sido,

nos últimos anos analisados, sempre bem maior que no resto do Brasil. Apesar de o efetivo

bovino das outras regiões do Brasil ainda ser maior, a pecuária tem se expandindo mais

fortemente nos Estados da Amazônia Legal brasileira. A pecuária bovina é a forma de uso do

solo mais importante em todos Estados da Amazônia. É uma atividade que, em geral, tem

apresentado crescimento em todos os Estados. E essa expansão da pecuária só tende a

aumentar, já que o Brasil é o maior exportador de carne do mundo.

A agricultura em grande escala é outra atividade econômica fortemente responsável pelo

desmatamento destas áreas. O aumento significativo da expansão do plantio da soja, sobretudo

para exportação tem contribuído muito com processo de desmatamento nestas regiões,

principalmente no Mato Grosso. O Brasil hoje fornece cerca de 34% das exportações mundiais

de soja, das quais boa parte se destina à produção de ração animal. Isso está fortemente

relacionado ao fato de que a disponibilidade de áreas agricultáveis para culturas de larga escala

implica, provavelmente, a realocação de atividades já existentes, como pastagens e outros

Page 14: eBook: Pedagogia

cultivos temporários ou permanentes. A despeito da legislação ambiental, pode-se obter lucros

adicionais também com a extração da madeira, o que impulsiona a expansão agrícola para as

áreas florestadas, em vez de direcioná-la para terras marginais, contribuindo mais ainda com o

desmatamento.

Referências:

Terra, Lygia. Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2011.

Vesentini, José Wililiam. Sociedade e Espaço: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática,

2009.

QUESTÃO Nº 6

A educação é o Xis da questão

Disponível em: <http://ead.uepb.edu.br/noticias,82>. Acesso em: 24 ago. 2011.

A expressão “o Xis da questão” usada no título do infográfico diz respeito

A) à quantidade de anos de estudos necessários para garantir um emprego estável com salário

digno.

B) às oportunidades de melhoria salarial que surgem à medida que aumenta o nível de

escolaridade dos indivíduos.

C) à influência que o ensino de língua estrangeira nas escolas tem exercido na vida profissional

dos indivíduos.

D) aos questionamentos que são feitos acerca da quantidade mínima de anos de estudo que os

indivíduos precisam para ter boa educação.

E) à redução da taxa de desemprego em razão da política

Gabarito: B

Page 15: eBook: Pedagogia

Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Interpretação de informação em diferentes gêneros textuais - infográfico

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário:

O infográfico indica que há uma relação direta entre anos de escolarização, acesso ao emprego e

melhoria do nível salarial. Nessa perspectiva, a expressão “o Xis da questão” diz respeito às

perspectivas e às oportunidades de empregabilidade e melhoria salarial que surgem à medida

que aumenta o nível de escolaridade dos indivíduos, portanto, apenas a alternativa B está

correta, uma vez que as demais alternativas apresentam um interpretação distorcida dos dados

apresentados no gráfico.

Referência:

http://ead.uepb.edu.br/noticias,82>. Acesso em: 24 ago. 2011.

QUESTÃO Nº 07

A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura atender

às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a

um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura

política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça

real ao pleno desenvolvimento das potencialidades dos países. O Brasil está em uma posição

privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga elementos

fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce

existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica

variedade de reservas naturais. O campo do desenvolvimento sustentável pode ser

conceitualmente dividido em três componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade

econômica e sustentabilidade sociopolítica. Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável

pressupõe. A preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que

não justifica a desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade.

Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe

B) a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os

efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação.

C) o reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser traçado

um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade.

D) a redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do

desenvolvimento econômico e tecnológico.

E) a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível global

e regional.

Page 16: eBook: Pedagogia

Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado:

Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS

Comentário:

A degradação ambiental tem se manifestado como um reflexo da crise civilizatória que vivemos

pautados em valores e modelos que não respeitam os limites naturais do Planeta. Desde a

década de 1990, muitas discussões, conferências e fóruns internacionais tem sido propostos

visando o repensar da trajetória do homem na Terra, diante da ameaça criada por ele mesmo: o

risco da sua própria extinção. Somos assim obrigados a rever nossos próprios limites e a nossa

vulnerabilidade diante de uma realidade complexa. Esta situação deve ser vista como uma

grande oportunidade para realizarmos uma revisão profunda de valores e práticas, ainda que nos

sintamos impotentes diante da magnitude dos problemas a enfrentar. Sendo assim, a

sustentabilidade ecológica surge como um critério normativo visando avaliar e rever um modelo

de desenvolvimento que leve em conta não só o potencial econômico e tecnológico da

produção, mas que se reflita, sobretudo, a respeito dos níveis de produção, consumo e

sustentabilidade, levando em conta critérios de preservação, tecnologias limpas, legislação

ambiental etc.

Referências:

LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder.

Tradução de Lúcia Mathilde Orth. Petrópolis, Rio de Janeiro :Vozes, 2001.

TRIGUEIRO, André (Coord.) Meio Ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão

ambiental na sua área de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

QUESTÃO Nº 08

Em reportagem, Owen Jones, autor do livro Chavs: a difamação da classe trabalhadora,

publicado no Reino Unido, comenta as recentes manifestações de rua em Londres e em outras

principais cidades inglesas.

Jones prefere chamar atenção para as camadas sociais mais desfavorecidas do país, que desde o

início dos distúrbios, ficaram conhecidas no mundo todo pelo apelido chavs, usado pelos

britânicos para escarnecer dos hábitos de consumo da classe trabalhadora. Jones denuncia um

sistemático abandono governamental dessa parcela da população: “Os políticos insistem em

culpar os indivíduos pela desigualdade”, diz. (...) “você não vai ver alguém assumir ser um

chav, pois se trata de um insulto criado como forma de generalizar o comportamento das classes

mais baixas”.

Meu medo não é o preconceito e, sim, a cortina de fumaça que ele oferece. Os distúrbios estão

Page 17: eBook: Pedagogia

servindo como o argumento ideal para que se faça valer a ideologia de que os problemas sociais

são resultados de defeitos individuais, não de falhas maiores. Trata-se de uma filosofia que

tomou conta da sociedade britânica com a chegada de Margaret Thatcher ao poder, em 1979, e

que basicamente funciona assim: você é culpado pela falta de oportunidades. “(...) Os políticos

insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade”. Suplemento Prosa & Verso, O Globo, Rio de Janeiro, 20 ago. 2011, p. 6 (adaptado).

Considerando as ideias do texto, avalie as afirmações a seguir.

I. Chavs é um apelido que exalta hábitos de consumo de parcela da população britânica.

II. Os distúrbios ocorridos na Inglaterra serviram para atribuir deslizes de comportamento

individual como causas de problemas sociais.

III. Indivíduos da classe trabalhadora britânica são responsabilizados pela falta de oportunidades

decorrente da ausência de políticas públicas.

IV. As manifestações de rua na Inglaterra reivindicavam formas de inclusão nos padrões de

consumo vigente.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) I e IV.

C) II e III.

D) I, III e IV.

E) II, III e IV.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Movimentos Sociais Contemporâneos; Lutas Sociais; Direitos e

Comunidades

Autor (a): Professor: Nelson Carneiro Júnior - EDU

Comentário:

A questão de formação geral proporciona uma reflexão sobre os discursos políticos construídos

em torno dos movimentos sociais ocorridos, principalmente nos países europeus, em especial,

nesse caso, em Londres nos últimos anos. Os movimentos sociais são uma das principais

características das sociedades contemporâneas. Dentre as várias teorias clássicas que analisam a

importância desses movimentos está a teoria da privação. Formulada por sociólogos da Escola

de Chicago, identifica que os movimentos sociais se organizam a partir da reunião de indivíduos

que se sentem excluídas e privadas, tanto em decorrência das condições econômicas, das

condições de trabalho ou da ausência de direitos humanos básicos.

Apesar de ser um país desenvolvido, o Reino Unido tem uma das maiores divisões de classes do

mundo. E os distúrbios ocorridos nos últimos anos, indicam um abandono de ações por parte do

governo em assegurar os direitos sociais e civis de setores da classe trabalhadora. E, para

agravar a situação, deixa entender a perspectiva de que a pobreza não é resultado dos

problemas da economia, mas a falta de ambição, inteligência e vontade de trabalhar desses

Page 18: eBook: Pedagogia

homens.

Uma leitura atenta do texto e dos discursos produzidos proporciona ao aluno todas essas

reflexões e indicações. É importante salientar que a questão abordava fatos da época que

estavam em ampla divulgação na mídia e nas redes sociais.

Fica evidente que o termo “Chavs” seria uma forma pejorativa de classificar o desejo de setores

da classe trabalhadora da população de garantir determinados direitos. Desta forma, as

alternativas A, B e D são descartadas, pois ao indicar a alternativa I como uma das verdadeiras,

contrapõe com aquilo que é identificado no depoimento de Owen Jones.

Desta forma, as afirmativas II, III e IV (com Gabarito E) estão corretas.

Referências:

HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São

Paulo: Editora 34, 2003.

Suplemento Prosa & Verso, O Globo, Rio de Janeiro, 20 ago. 2011, p. 6 (adaptado).

QUESTÃO Nº 09

Na Sociologia da Educação, o currículo é considerado um mecanismo por meio do qual a escola

define o plano educativo para a consecução do projeto global de educação de uma sociedade,

realizando, assim, sua função social. Considerando o currículo na perspectiva crítica da

Educação, avalie as afirmações a seguir.

I. O currículo é um fenômeno escolar que se desdobra em uma prática pedagógica expressa por

determinações do contexto da escola.

II. O currículo reflete uma proposta educacional que inclui o estabelecimento da relação entre o

ensino e a pesquisa, na perspectiva do desenvolvimento profissional docente.

III. O currículo é uma realidade objetiva que inviabiliza intervenções, uma vez que o conteúdo é

condição lógica do ensino.

IV. O currículo é a expressão da harmonia de valores dominantes inerentes ao processo

educativo.

É correto apenas o que se afirma em

A) I.

B) II.

C) I e III.

D) II e IV.

E) III e IV.

Gabarito: B

Page 19: eBook: Pedagogia

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Teoria crítica do currículo.

Autor: Professor Renato Barros de Almeida- EDU

Comentário:

A temática de que se trata a questão está vinculada a teoria crítica do currículo, uma visão

sociológica do mesmo. Assim, nessa lógica de discussão (teoria crítica do currículo), as

afirmativas são explicitas, tanto o gabarito B (afirmativa II) quanto as incorretas (afirmativas I,

III e IV). De forma muito clara, as incorretas despolitizam e simplificam o currículo em uma

visão a-histórica e sem as relações sociais que compõe esse na perspectiva crítica do currículo.

A afirmativa I se equivoca ao afirmar que “currículo é um fenômeno escolar que se desdobra

em uma prática pedagógica expressa por determinações do contexto da escola”, não

considerando os aspectos políticos, sociais e culturais que também compõe o currículo na

perspectiva crítica.

A afirmativa III se torna incorreta na medida em que afirma que numa perspectiva crítica

“currículo é uma realidade objetiva que inviabiliza intervenções”.

Já a afirmativa IV de forma ainda mais explicita se coloca como incorreta pelo fato afirmar que

na visão crítica o “currículo é a expressão da harmonia de valores dominantes” ou seja não

leva em consideração os aspectos sociais e as lutas de classes.

Referências:

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de currículo. São Paulo: Cortez, 2011.

SILVA. Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo.

Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2003.

QUESTÃO Nº 10

O fazer docente pressupõe a realização de um conjunto de operações didáticas coordenadas

entre si. São o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a avaliação, cada uma

delas desdobradas em tarefas ou funções didáticas, mas que convergem para a realização do

ensino propriamente dito. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004, p. 72.

Considerando que, para desenvolver cada operação didática inerente ao ato de planejar, executar

e avaliar, o professor precisa dominar certos conhecimentos didáticos, avalie quais afirmações

abaixo se referem a conhecimentos e domínios esperados do professor.

I. Conhecimento dos conteúdos da disciplina que leciona, bem como capacidade de abordá-los

Page 20: eBook: Pedagogia

de modo contextualizado.

II. Domínio das técnicas de elaboração de provas objetivas, por se configurarem instrumentos

quantitativos precisos e fidedignos.

III. Domínio de diferentes métodos e procedimentos de ensino e capacidade de escolhê-los

conforme a natureza dos temas a serem tratados e as

características dos estudantes.

IV. Domínio do conteúdo do livro didático adotado, que deve conter todos os conteúdos a serem

trabalhados durante o ano letivo.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) II e IV.

E) III e IV.

Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: O fazer docente: o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a

avaliação.

Autor(a): Professora Eliane Silva - EDU

Comentário:

A prática pedagógica desenvolve ações docentes básicas para o processo de ensino que

visa à aprendizagem, para tanto deve ser permeada por ações intencionais, quais sejam:

o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e o processo de avaliação. Neste

sentido, necessariamente, o professor deve ter domínio dos conteúdos a serem ensinados

na disciplina para a qual ministrará aula, trabalhando-os de forma contextualizada. Em

meio às atitudes intencionais planejadas pelo professor encontram-se os métodos, os

procedimentos de ensino e os recursos didáticos que precisam ser selecionados de

acordo com a realidade da turma e a natureza do conteúdo em estudo. Desta forma, as

afirmativas I e II (com Gabarito B) estão corretas. As afirmativas II e IV não estão

corretas porque o professor não deve se ater ao mero conhecimento de técnicas para

assegurar a qualidade do fazer pedagógico, assim como não deve se limitar apenas ao

livro didático adotado, uma vez que nem sempre ele contempla todo o conteúdo a ser

desenvolvido no ano letivo.

Referências:

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.

MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTD, 2007.

Page 21: eBook: Pedagogia

QUESTÃO Nº 11

Figura. Brasil: Pirâmide Etária Absoluta (2010-2040)Disponível em:

<www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/piramide/piramide.shtm>. Acesso em: 23 ago.

2011.

Com base na projeção da população brasileira para o período 2010-2040 apresentada nos

gráficos, avalie as seguintes asserções.

Constata-se a necessidade de construção, em larga escala, em nível nacional, de escolas

especializadas na Educação de Jovens e Adultos, ao longo dos próximos 30 anos.

PORQUE

Haverá, nos próximos 30 anos, aumento populacional na faixa etária de 20 a 60 anos e

decréscimo da população com idade entre 0 e 20 anos.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da

primeira.

B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da

primeira.

C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.

D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.

E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas

Page 22: eBook: Pedagogia

Gabarito: D

Tipo de questão: asserção razão. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Aspectos do histórico da EJA no Brasil: o permanente embate entre estado e

sociedade civil. Aplicação e relações entre a estatística e a área educacional.

Autor: Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU

Comentário:

Os gráficos apresentam uma projeção do cenário brasileiro até 2040, apontando um

envelhecimento considerável da população brasileira, com um aumento expressivo da

população adulta e da terceira idade. Por se tratar de Pirâmides Etárias, os mesmos subsidiam

uma análise no tocante a faixa etária da população, não dando subsídios suficientes para

mesurarmos as consequências desse envelhecimento no tocante a Educação de Jovens e

Adultos.

Neste sentido a primeira asserção faz uma afirmação que não pode ser sustentada pelas

informações disponíveis nos Gráficos. Precisa ficar claro que envelhecimento da população não

significa aumento da demanda da Educação de Jovens e Adultos. A Educação de Jovens e

Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino

fundamental e médio na idade própria. Os gráficos apontam dados sobre a idade, sem indicarem

a escolaridade de cada faixa etária. Portanto a primeira inserção é falsa.

A segunda inserção interpreta os dados fornecidos nos Gráficos. A leitura dos gráficos mostram

uma redução da base da Pirâmide (população mais jovem 0 a 20 anos) e um alargamento do

meio da Pirâmide (população adulta) e do topo (população da terceira idade) dando um formato

de quase um retângulo ao gráfico que projeta o Brasil em 2040. Desta forma a segunda inserção

é verdadeira.

Portanto os itens A, B, C estão erradas por, de forma imediata, apontarem a primeira asserção

como verdadeira. O item E está errado por indicar a segunda asserção como falsa.

Sendo assim a alternativa D é a correta por indicar adequadamente a classificação de cada

asserção – A primeira é falsa e a segunda é verdadeira.

Referências:

CRESPO, Antônio Arnot. Estatística fácil. São Paulo: Saraiva, 2010.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação (CNE). Câmara de Educação Básica (CEB). Parecer

nº 11, de 7 de junho de2000. Brasília: CNE/CEB. Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação de Jovens e Adultos.

QUESTÃO Nº 12

Na escola em que João é professor, existe um laboratório de informática, que é utilizado para os

estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas. Considere que João quer utilizar o

laboratório para favorecer o processo ensino- aprendizagem, fazendo uso da abordagem da

Pedagogia de Projetos. Nesse caso, seu planejamento deve

A) ter como eixo temático uma problemática significativa para os estudantes, considerando as

possibilidades tecnológicas existentes no laboratório.

Page 23: eBook: Pedagogia

B) relacionar os conteúdos previamente instituídos no início do período letivo e os que estão no

banco de dados disponível nos computadores do laboratório de informática.

C) definir os conteúdos a serem trabalhados, utilizando a relação dos temas instituídos no

Projeto Pedagógico da escola e o banco de dados disponível nos computadores do laboratório.

D) listar os conteúdos que deverão ser ministrados durante o semestre, considerando a sequência

apresentada no livro didático e os programas disponíveis nos computadores do laboratório.

E) propor o estudo dos projetos que foram desenvolvidos pelo governo quanto ao uso de

laboratórios de informática, relacionando o que consta no livro didático com as tecnologias

existentes no laboratório.

Gabarito: A

Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Pedagogia de Projetos: metodologias, seleção e organização de conteúdo e

uso de novas tecnologias de comunicação e informação.

Autor(a): Professora Rosane Cândida de Almeida - EDU

Comentário:

A forma de organizar o ensino na abordagem da Pedagogia de Projetos não é recente e tem o

norte americano John Dewey (1859-1952) como um dos precursores. Depois deste muitos

outros, pesquisadores da área educacional, se ocuparam em discutir a temática, entre eles

destaca-se Fernando Hernádez (1998) da Universidade de Barcelona. Para este autor um dos

aspectos que caracterizam esta abordagem é o lugar que o aluno ocupa na organização do

trabalho pedagógico; sujeito que participa ativamente dos processos de ensino e aprendizagem

conferindo a estes um percurso singular de um determinado grupo de alunos e professores. O

caminho construído em um projeto se faz em processo; não está previamente planejado, o

professor ocupa um lugar muito importante de identificar no grupo de alunos ou propor para

estes uma questão significativa, consistente, valiosa para ser sistematizada e respondida.

Portanto, o problema se configura como fio condutor do trabalho. Neste sentido, a afirmativa A

está correta quando propõe que os recursos tecnológicos serão colocados à disposição para

responder a problemática do projeto. As afirmativas B, C, D e E não estão corretas porque o

professor está selecionando o conteúdo de estudo sem considerar um fio condutor constituído

juntamente com os alunos. Especificamente na afirmativa E o que está sugerido é um estudo

sobre o uso de laboratórios de informática a partir de propostas do governo; a própria afirmativa

já anuncia um estudo e não um projeto acerca de uma temática.

Referências: HERNÁNDEZ, F.; VENTURA M. A. A organização do currículo por projetos de

trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998.

HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre:

Artmed, 1998.

Page 24: eBook: Pedagogia

QUESTÃO Nº 13

QUINO. Toda a Mafalda. Trad. Andréa Stahel M. da Silva et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 71.

Muitas vezes, os próprios educadores, por incrível que pareça, também vítimas de uma

formação alienante, não sabem o porquê daquilo que dão, não sabem o significado daquilo que

ensinam e quando interrogados dão respostas evasivas: “é pré-requisito para as séries

seguintes”, “cai no vestibular”, “hoje você não entende, mas daqui a dez anos vai entender”.

Muitos alunos acabam acreditando que aquilo que se aprende na escola não é para entender

mesmo, que só entenderão quando forem adultos, ou seja, acabam se conformando com o

ensino desprovido de sentido.

VASCONCELLOS, C. S. Construção do conhecimento em sala de aula. 13ª ed. São Paulo: Libertad, 2002, p. 27-8.

Correlacionando a tirinha de Mafalda e o texto de Vasconcellos, avalie as afirmações a seguir.

I. O processo de conhecimento deve ser refletido e encaminhado a partir da perspectiva de uma

prática social.

II. Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas escolas continua sendo uma questão nuclear

para o processo pedagógico.

III. O processo de conhecimento deve possibilitar compreender, usufruir e transformar a

realidade.

IV. A escola deve ensinar os conteúdos previstos na matriz curricular, mesmo que sejam

desprovidos de significado e sentido para professores e alunos.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e III.

B) I e IV.

C) II e IV.

D) I, II e III.

E) II, III e IV.

Gabarito: D

Page 25: eBook: Pedagogia

Tipo de questão: Múltipla escolha. Fácil

Conteúdo avaliado: O conhecimento a partir da realidade do sujeito.

Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU

Comentário:

Tanto a tirinha de Quino, com a personagem Mafalda, quanto o texto de Vasconcelos

(2002) exploram o distanciamento dos conteúdos trabalhados no contexto escolar e a

realidade dos sujeitos em situação de aprendizagem. Em outras palavras, ambos os

textos exploram o ensino esvaziado de significado que os professores de um modo

geral têm difundido na educação básica. Ao ler as alternativas propostas como

respostas para a correlação entre a tirinha de Mafalda e o texto de Vasconcelos (2002),

pode-se concluir que o item de número IV destoa dos demais itens à medida que se

encontra fora do contexto da questão, entendendo que a escola deve ensinar o conteúdo

mesmo, que este seja “desprovido de significado e sentido para professores e alunos”.

Percebe-se assim no contexto da questão que a alternativa IV contempla um equívoco

basilar. Dessa forma, as demais alternativas prevalecem corretas, o que nos leva ao

entendimento de que o gabarito de letra D responde corretamente e de forma mais

adequada ao que está proposto.

Referências:

FREIRE, P. A pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo:

Paz e Terra, 1996.

HERNÁNDEZ, Fernando, VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos

de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998.

QUESTÃO Nº 14

Estar no espaço lúdico com outras crianças é um primeiro passo no movimento de brincar

inclusivo. Alunos com limitações de movimento conseguem observar as ações das pessoas no

seu entorno, mas seu brincar pode se restringir bastante, pelo atraso neuropsicomotor, pela

incoordenação na manipulação dos objetos ou pela falta de um sistema de comunicação e

linguagem. REILY, L. Escola Inclusiva: linguagem e mediação. Campinas: Papirus, 2004, p.54 (com adaptações).

Nesse sentido, a prática pedagógica inclusiva, na perspectiva da mediação cultural de Vygotsky,

deve enfatizar

Page 26: eBook: Pedagogia

I. o uso de situações-problema desafiadoras que coloquem o aluno, de forma contextualizada,

em atividade.

II. a organização do planejamento didático de forma que o aluno possa aprender por meio de

observação e imitação.

III. o ato de pensar sobre o seu próprio processo em atividade, incentivando a conscientização

sobre sua aprendizagem.

IV. a organização do currículo e de recursos que possibilitem o acesso do aluno aos objetos de

conhecimento lúdicos e desafiadores.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) I e III.

C) II e IV.

D) I, III e IV.

E) II, III e IV.STÃO 15

Gabarito: D

Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: Inclusão educacional sob o referencial da psicologia de Vygotsky – o

brincar e a pertinência da comunicação e da mediação no processo.

Autor(a): Professora Ana Beatriz Machado de Freitas - EDU

Comentário:

O livro de Lúcia Reily integra a Série Educação Especial. Nele, a autora defende que as ações e

recursos pedagógicos podem ser inclusivos desde que orientados de modo a contribuir para

transcender limitações, em congruência com o referencial teórico de Vygotsky.

A inclusão educacional não deve ser circunscrita às situações formais da escola. Nos espaços

lúdicos, mais informais, a exclusão pode ocorrer caso se considere o educando com

necessidades educacionais especiais como incapaz de participar de brincadeiras, em razão de

limitações motoras, cognitivas, linguísticas e/ou sensoriais. Essas limitações podem ser em boa

parte superadas à medida que o educador/mediador propicie o convívio e a interação desse

educando com os demais nas situações lúdicas. Nesses contextos serão postas situações-

problema desafiadoras, não só para o educando com limitações físicas (desafiado a agir e a

pensar sobre as próprias potencialidades), mas também para o grupo e para o professor (como

incluir, como favorecer condições de acessibilidade e participação?). Portanto, estão corretas as

afirmativas I, III e IV (Gabarito: letra D). O item II (incorreto) está incongruente o referencial

teórico do enunciado, ou seja, com o que seria o brincar inclusivo, sob a referência da mediação

cultural de Vygotsky. Um planejamento didático organizado de forma que o aluno pudesse

aprender apenas por meio de observação e imitação limitaria este educando à sua zona real de

desenvolvimento, isto é, às competências que ele já é capaz de realizar. Não abriria, no dizer de

Vygotsky, uma zona proximal, ou seja, situações desafiadoras, a serem enfrentadas em

colaboração, mediante às quais o desenvolvimento humano é potencializado.

Responder corretamente a esta questão exige o conhecimento da perspectiva teórica do autor

referenciado.

Page 27: eBook: Pedagogia

Referências:

REILY, L. Escola Inclusiva: linguagem e mediação. Campinas: Papirus, 2004

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

QUESTÃO Nº 15

No que se refere à aprendizagem inicial da língua portuguesa, alfabetização e letramento são

processos independentes.

PORQUE

A alfabetização é o desenvolvimento de competências e habilidades para o uso efetivo da língua

portuguesa em práticas sociais, enquanto o letramento é a aprendizagem do sistema de

utilização das letras, na escrita.

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.

A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da

primeira.

B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta

da primeira.

C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.

D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.

E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: E

Tipo de questão: asserção-razão Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Alfabetização e letramento

Autor(a): Professora Pollyanna Rosa Ribeiro- EDU

Comentário:

A alfabetização é uma temática que vem sendo problematizada no Brasil há décadas, pois os

efeitos do processo inicial da aquisição da linguagem escrita tendem a ressoar na vida dos

sujeitos e na ampliação das aprendizagens em todas as áreas, em especial, no domínio da língua

portuguesa. Na tradição escolar, alfabetização é definida como a ação de alfabetizar, ou seja,

capacitar o sujeito à leitura e à escrita. Essa capacitação ocorria geralmente de uma maneira

mecânica e descontextualizada, o que prejudicava o desempenho dos alunos na compreensão e

Page 28: eBook: Pedagogia

na produção dos textos. Diante disso, o conceito de letramento provocou um

redimensionamento da alfabetização, pois entende que o ensino deve ser, necessariamente,

articulado com a incorporação das práticas sociais de leitura e de escrita no cotidiano. Assim, as

práticas de letramento na escola permitem a interação e o convívio com textos, intensificando a

participação dos sujeitos na sociedade por meio da leitura e da escrita. A partir dessas

considerações, podemos analisar as afirmações que a questão 15 apresenta. Essas formulações

são bem simples, contudo o formato da questão asserção-razão tende a confundir o leitor

desatento. A primeira proposição mostra-se equivocada, pois é inegável que há uma íntima

relação entre a alfabetização e o letramento no processo de aprendizagem da língua portuguesa

no tocante à leitura e à escrita, por isso é uma asserção falsa. A segunda proposição traz os

conceitos de alfabetização e de letramento invertidos, sendo assim, não há veracidade na

totalidade dos enunciados, por isso a resposta correta é a alternativa E.

Referências: BRITTO, Luiz Percival Leme. Letramento no Brasil. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,

2010.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

QUESTÃO Nº 16

Entre os instrumentos utilizados no processo ensino aprendizagem, a professora Cida, ao final

de cada ciclo avaliativo, realiza uma “roda de conversa” com seus alunos para discutir as

aprendizagens construídas, levando em consideração o desempenho individual, a participação e

interesse nas aulas, as relações interpessoais vivenciadas e as atitudes conquistadas. Os alunos

avaliam seu próprio desempenho, avaliam o professor, e esse, por sua vez, avalia a turma.

Essa prática de avaliação está associada a quais concepções?

I. Democrática, embasada na autoavaliação e no saber-fazer dos alunos.

II. Arbitrária, centrada no exercício de poder e na imposição de ideias da professora sobre o

grupo.

III. Mediadora, centrada na troca de ideias, pontos de vista e reflexão sobre o percurso da

aprendizagem.

IV. Conservadora, centrada em momentos pontuais para discussão e classificação

dedesempenho individual e comportamentos.

É correto apenas o que se afirma em

A) II.

B) IV.

C) I e III.

D) I e IV.

E) II e III.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Prática e concepções de avaliação.

Page 29: eBook: Pedagogia

Autor(a): Professora Eliane Silva – EDU

Comentário:

A questão trata das concepções democrática e mediadora do processo de avaliação e expõe que

práticas a professora desenvolve, a fim de exercitá-las. As afirmativas, por sua vez, são muito

explícitas, tanto na alternativa que apresenta o Gabarito – letra C (contendo as afirmativas I e

III), quanto naquelas que contêm os distratores (afirmativas II e IV – alternativas A, B, D e E).

A oposição entre as práticas que contemplam as concepções democrática/mediadora e as que se

referem às concepções arbitrária/ conservadora é muito evidente não oferecendo margem à

reflexão ou ao questionamento.

Referências:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 19 ed.

São Paulo: Cortez, 2008.

QUESTÃO Nº 17

(...) garimpar o que de bom já temos em nossas práticas anteriores, e que ainda são

significativas para as necessidades de hoje. Valorizo esse método porque (...) fazer educação

não é como fazer um prédio.

PIMENTA, S. G. De professores, pesquisa e didática. Campinas: Papirus, 2002, p. 60.

Que concepção corresponde ao que defende Pimenta nesse fragmento de texto?

A) Na inovação da prática pedagógica, não há espaço para o tradicional.

B) Em educação, a transformação tem efetivo resultado, quando se abandona o estabelecido no

cotidiano escolar.

C) Valorizar o cotidiano já vivido pelo aluno é repetir erros de práticas anteriores.

D) A experiência anterior serve de contraexemplo para o estabelecimento da nova experiência.

E) Inovar é avançar, considerando o que deve ser preservado no contexto do processo

educativo.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: formação docente, o saber e o fazer profissional docente

Autor(a): Professora Daniela Rodrigues de Sousa – EDU

Page 30: eBook: Pedagogia

Comentário:

A autora mencionada na questão é uma das maiores estudiosas da formação e desenvolvimento

profissional de professores no país. A complexidade da sociedade brasileira contemporânea

exige que as escolas, os sistemas de ensino, os profissionais da educação se direcionem, se

(re)organizem, se equipem para isso de um modo novo. Esse novo precisa ser construído a partir

do já existente, aproveitando o que as práticas anteriores trazem de positivo. Faz parte da

natureza da atividade docente realizar a mediação reflexiva e crítica entre as transformações

sociais concretas e a formação dos alunos, questionando as formas anteriores e atuais de pensar,

agir, produzir e disseminar conhecimentos. Construir o novo não significa obrigatoriamente

descartar o velho, mas aproveitar o que temos de bom na nova construção. As experiências

anteriores, para a autora, são vitais para a reflexão e para a qualificação das novas experiências.

Há espaço para o tradicional e para a inovação. As letras A, B e D estão incorretas por

afirmarem que novas e velhas experiências não podem coexistir. A letra C também está

incorreta por acreditar que a valorização do cotidiano já vivido e da experiência anterior é feita

sem reflexão, apenas como repetição mecânica, desconsiderando a capacidade de reflexão e de

crítica do profissional docente.

Referências:

PIMENTA, Selma Garrido Pimenta e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São

Paulo: Cortez, 2011.

PIMENTA, Selma Garrido. Questões sobre a organização do trabalho na escola. Disponível

em: <

http://www.varzeagrande.mt.gov.br/sitepmvg/control/Anexos/100e3a62a59b5bad3942a28df315

1327.pdf>. Acesso em: 08/06/2014.

QUESTÃO Nº 18

Um dos objetivos da gestão democrática participativa é a articulação entre as políticas

educacionais atuais e as demandas socioculturais. Considerando essa finalidade, avalie quais das

ações educacionais abaixo se relacionam a essa concepção.

I. Compartilhar valores em prol da própria escola, reconhecendo a impossibilidade de se incluir

ideais de justiça, solidariedade e ética humana, que transcendem os limites do processo

educativo.

II. Utilizar os índices educacionais da escola como subsídios de gestão para aprimorar o

processo ensino-aprendizagem.

III. Elaborar coletivamente o projeto político-pedagógico que reflita a filosofia da escola e

apresente as bases teórico-metodológicas da prática pedagógica.

IV. Planejar ações descentralizando poderes, para realizar uma gestão focada nos diferentes

aspectos

da aprendizagem e nas questões macroestruturais da sociedade.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) I e IV.

C) III e IV.

D) I, II e III.

E) II, III e IV.

QUESTÃO

Page 31: eBook: Pedagogia

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: A Organização do Trabalho Pedagógico - Projeto Político-Pedagógico da

Escola: uma construção coletiva.

Autor(a): Professora Suelena de Moraes Aguiar – EDU

Comentário:

Segundo Libâneo (2003), a gestão participativa requer dos profissionais da educação um pensar

coletivo das propostas político-pedagógicas e da função social e cultural da escola na

sociedade. Contribuir para uma escola democrática em prol da formação de cidadãos críticos e

participativos e da transformação das relações sociais presentes, é romper com concepções de

gestão conservadoras e adotar formas alternativas e críticas, que culminam com uma escola

democrática que desenvolve suas ações com a participação de toda equipe escolar,

descentralizando poderes para que a interação possibilite construir, acompanhar e avaliar as

ações propostas. Nesse sentido, as afirmativas II, III e IV (com Gabarito E) estão corretas. Em

relação a afirmativa I está incorreta porque deve-se compartilhar valores em prol da própria

escola, reconhecendo a possibilidade de se incluir ideais de justiça, solidariedade e ética

humana que transcendem os limites do processo educativo e não impossibilidade.

Referências:

LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar:

políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.

VEIGA,Ilma P. A e RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político

pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2001.

QUESTÃO Nº 19

Não há uma forma única, nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde

ela acontece e talvez nem seja o melhor. O ensino escolar não é sua única prática e o professor

profissional não é seu único praticante. BRANDÃO, C. R. O que é educação. 33. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 9.

A afirmativa de Brandão reproduzida acima propõe uma nova dimensão educativa, pois

A) articula, na figura do professor profissional, o centro de toda a ação pedagógica.

B) tira da escola o peso da responsabilidade da educação, ao dividir esta com outros setores

sociais.

C) propõe uma educação aberta, diversificada, participativa e que acontece em múltiplos

espaços, entre os quais se inclui a escola.

D) busca uma educação escolar de excelência, preocupada em atender a um público-alvo

específico.

E) abre possibilidades para que a educação formal aconteça em ambientes não formais,

aumentando o número de vagas disponíveis na escola.

Page 32: eBook: Pedagogia

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: O conceito de educação e suas modalidades

Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

Comentário:

O fenômeno educativo é o objeto de estudo das ciências pedagógicas. Logo, para aquele que se

dedica a essa área do conhecimento, mostra-se fundamental uma correta acepção de sua

natureza e de suas modalidades. O trecho mencionado pertence a um dos textos mais

conhecidos no que tange à definição da ideia de educação, caracterizando sua relação com a

modalidade formal exercida nas instituições escolares. Percebe-se que, na citação, o autor

procura minimizar a ênfase conferida ao espaço educacional escolar como sendo o local

privilegiado em que se dá a prática educativa, indicando a existência de múltiplos modelos e

espaços para sua efetivação. Desse modo a alternativa A e D estão erradas, uma vez que o

professor profissional não é o centro da ação pedagógica e a citação não enfatiza a “educação

escolar de excelência”. As alternativas B e E aproximam-se mais da ideia central da citação, ao

mencionarem a necessidade de articular a modalidade formal da educação – sobretudo a escola

– a outras modalidades. No entanto, estão incorretas pois a citação não afirma que se tira da

escola sua responsabilidade na ação educativa e nem afirma que as modalidades se confundem.

Desta forma, a alternativa correta é a letra C, pois é aquela que consegue perceber a defesa de

uma ação educativa complexa e diversificada, que se dá em múltiplos espaços em igual

importância ao espaço escolar.

Referências:

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 20ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2007.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998.

QUESTÃO Nº 20

A escola delimita espaços. Servindo-se de símbolos e códigos, ela afirma o que cada um pode

(ou não pode) fazer, ela separa e institui. Informa o “lugar” dos pequenos e dos grandes, dos

meninos e das meninas. Através dos seus quadros, crucifixos, santas ou esculturas, aponta

aqueles/as que deverão ser modelos e permite, também, que os sujeitos se reconheçam (ou não)

nesses modelos [...] Currículos, normas, procedimentos de ensino, teorias, linguagem, materiais

didáticos, processo de avaliação são, seguramente, loci das diferenças de gênero, sexualidade,

etnia, classe — são constituídos por essas distinções e, ao mesmo tempo, seus produtores. Todas

essas dimensões precisam, pois, ser colocadas em questão. É indispensável questionar não

apenas o que ensinamos, mas o modo como ensinamos e que sentidos nossos/as alunos/as dão

ao que aprendem. Atrevidamente é preciso, também, problematizar as teorias que orientam

nosso trabalho (incluindo, aqui, até mesmo aquelas teorias consideradas “críticas”). Temos de

estar atentas/os, sobretudo, para nossa linguagem, procurando perceber o sexismo, o racismo e o

etnocentrismo que ela frequentemente carrega e institui.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 7. ed.

Petrópolis: Vozes, 1997, p. 58 e 64.

Com base no texto acima, avalie as afirmações que se seguem.

Page 33: eBook: Pedagogia

I. A escola define os espaços que cada um deve ocupar socialmente, visto que reproduz modelos

e condiciona os alunos a segui-los.

II. Os espaços delimitados pela escola representam a sala de aula em si, visto que é o ambiente

predominante em que acontece o processo de aprendizagem.

III. A delimitação de espaços pela escola só acontece no espaço escolar, visto que o(a) aluno(a)

o ignora nos momentos em que não está inserido no contexto educacional.

IV. Os espaços delimitados pela escola representam a rotulação e o estabelecimento de papéis e

padrões de comportamento.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) I e IV.

C) II e III.

D) I, III e IV.

E) II, III e IV.

Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: Teorias pós-críticas da educação

Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

Comentário:

A questão lida com os aportes das denominadas teorias pós-críticas da educação, sobretudo em

sua abordagem pós-estruturalista. O aluno deve recordar que essas correntes contemporâneas

procuram ampliar a abordagem crítica do fenômeno educativo para além das categorias usuais

de classe e exploração presentes em abundância nas teorias críticas de cunho marxista. O pós-

estruturalismo pretende incluir e problematizar em sua análise as formas de discriminação e

exploração que se dão a partir de outras categorias como raça, gênero, etnia etc. Para

compreender a questão, basta estar atento à elaboração das proposições e confrontá-las com o

texto base. A afirmativa I é praticamente uma síntese de todo a citação, sendo por isso,

verdadeira. A afirmativa II está incorreta pois quando a autora se refere a “espaços”, fala em

sentido metafórico, um espaço socialmente ocupado, e não um espaço físico delimitado, como a

sala de aula. Ademais, a conformação de espaços sociais se dá através das mais variadas

dimensões da prática educativa – “currículos, normas, procedimentos de ensino, teorias,

linguagem, materiais didáticos, processo de avaliação” – e não apenas no interior da sala de

aula. Esta ideia também permite invalidar a afirmativa III, uma vez que a limitação dos espaços

a serem ocupados socialmente pelos alunos diz respeito a todas as áreas de sua existência, para

além do ambiente escolar. A última afirmativa, por sua vez, identifica essa delimitação de

espaços sociais feita pela escola com o processo de “rotulação” e ao estabelecimento de papéis

sociais e padrões de comportamento, como o sexismo, o racismo e o etnocetrismo mencionados

na citação. Tal ideia está correta.

Referências:

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista.

7. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

SILVA, Tomaz T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo

Page 34: eBook: Pedagogia

Horizonte, Autêntica, 1999.

QUESTÃO Nº 21

Na sociedade atual, o Pedagogo, ao organizar e/ou mediar o planejamento das ações pedagógicas

nas instituições de ensino, seja na gestão administrativa escolar, na coordenação, supervisão,

orientação educacional ou na docência, deve promover ações que contemplem as discussões

propostas pelos Temas Transversais, devido à sua relevância na vida social dos sujeitos.

Esse papel do Pedagogo, no planejamento, justifica-se por

A) contribuir para a manutenção dos objetivos e conteúdos que compõem o currículo.

B) promover a cooperação institucional, por meio de parcerias e programas que apoiam propostas

pedagógicas que atendem à realidade.

C) utilizar estratégias pedagógicas centradas em um currículo disciplinar e homogeneizante, que

desconsidera as relações entre as diversas áreas do conhecimento.

D) priorizar as peculiaridades regionais em detrimento de uma cultura nacional, elaborando e

implementando projetos, cujos temas transversais foram previamente definidos pela Direção da

escola.

E) estabelecer objetivos pedagógicos e orientações didáticas capazes de desenvolver atitudes e

valores que transcendam o âmbito específico das disciplinas, com a finalidade de promover a

formação crítica e reflexiva do cidadão.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: trabalho do pedagogo na instituição educacional no âmbito do planejamento,

articulação e desenvolvimento do currículo; transversalidade no currículo; cultura

Autor(a): Professora Sylvana de Oliveira Bernardi Noleto - EDU

Comentário:

Na instituição de ensino, de modo geral, é possível observar que a organização curricular das

disciplinas coloca-as como realidades estanques, muitas vezes sem inter-relação alguma,

dificultando para os alunos a compreensão do conhecimento a partir de uma totalidade, a

construção de um conhecimento mais “inteiro”, abrangente, e que lhes permita uma percepção

totalizante da realidade. Essa é uma das questões relevantes que se coloca como desafio para o

desenvolvimento curricular na instituição de ensino. Uma outra questão fundamental é

compreender que o currículo escolar não é fechado em si mesmo, ou seja, ele deve acolher a

produção das práticas sociais e culturais dos sujeitos. Sendo assim, currículo é o que se elabora no

ambiente escolar e na sociedade em consonância com os conhecimentos produzidos pela

humanidade ao longo da história. Para que se promova a articulação curricular, sob essas

perspectivas e questões, é necessário que o trabalho pedagógico, mediado pelo pedagogo – na

gestão administrativa, na coordenação, orientação, supervisão ou docência, organize-se pela

transversalidade e interdisciplinaridade. O sufixo trans supõe um ir além, uma ultrapassagem

daquilo que é próprio da disciplina e coaduna-se com a perspectiva de atualidade e pertinência do

Page 35: eBook: Pedagogia

conhecimento, que é vivo e transforma-se pelas ações dos sujeitos individuais e coletivos.

Para tudo isso, o pedagogo, numa posição de mediação, deve, via planejamento:

Ultrapassar a manutenção dos objetivos e conteúdos que compõem o currículo (item A).

Pode, claro, mas não somente, promover a cooperação institucional, por meio de parcerias

e programas que apoiam propostas pedagógicas que atendem à realidade. Isso por si só,

não garante a transversalidade no currículo (item B).

Nunca utilizar estratégias pedagógicas centradas em um currículo disciplinar e

homogeneizante, que desconsidera as relações entre as diversas áreas do conhecimento. A

centralidade disciplinar acentua a fragmentação do conhecimento, considerando-o

estanque. A homogeinização suprime o sujeito em sua subjetividade e diversidade;

acentua a desigualdade. (item C)

Ao se priorizar as peculiaridades regionais em detrimento de uma cultura nacional,

elaborando e implementando projetos, cujos temas transversais foram previamente

definidos pela Direção da escola, percebe-se um desconhecimento sobre o sentido e

significado da cultura na formação humana, da cultura como elemento integrador e

norteador das ações humanas. No sentido antropológico, cultura agrega os saberes,

dizeres, fazeres, pensares de uma dada população ou povo, é a nossa capacidade de

simbolização; é tudo aquilo que remete ao imaginário, que carrega a marca da ação da

sociedade e do homem. Portanto, restringir o currículo às particularidades regionais é

ignorar que essa particularidade faz parte do todo e que as ações culturais daquela parcela

populacional estão intimamente relacionadas à cultura daquela nação. Um outro ponto a

ser considerado nesse item, é ideia de temas transversais para projetos previamente

definidos pela Direção da escola. De novo, ignora-se aqui a contribuição do coletivo de

profissionais da instituição e suas possibilidades de interlocução para avaliação e definição

curricular. A centralização no universo escolar pode gerar relações de imposição e

autoritarismo. (item D)

Dentre os itens apresentados na questão, avalia-se como correto que a mediação do

pedagogo, fundamentado na transversalidade curricular, deva ser aquela de estabelecer

objetivos pedagógicos e orientações didáticas capazes de desenvolver atitudes e valores

que transcendam o âmbito específico das disciplinas, com a finalidade de promover a

formação crítica e reflexiva do cidadão. (item E)

Referências:

MOREIRA, Antonio Flávio e SILVA, Tomaz Tadeu da, (orgs). Currículo, Cultura e Sociedade. 4.

Ed. – São Paulo: Cortez, 2000.

SILVA. Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo.

Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2003.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto

Político-Pedagógico. SP: Editora Libertad, 2010

QUESTÃO Nº 22

Em relação ao ensino de Ciências nos anos iniciais, as Ciências da Natureza precisam ser

entendidas como elemento da cultura e também como construção humana, considerando que os

conhecimentos científicos e tecnológicos desenvolvem-se em grande escala na atual sociedade.

BERTUCCI,M. C. S.; OVIGLI, D. F. O ensino de Ciências nas séries iniciais e a Formação do professor nas

instituições públicas paulistas. Disponível em: <www.pg.utfpr.edu.br/sinect/anais>. Acesso em: 10 set. 2011.

De acordo com essa perspectiva, a prática pedagógica nesses anos de escolaridade deve enfatizar:

Page 36: eBook: Pedagogia

A) a exposição de ideias, reforçando o processo de transferência dos saberes produzidos em

Ciências.

B) a valorização dos conhecimentos tecnológicos, em detrimento dos conhecimentos das

Ciências Naturais.

C) a compreensão dos fenômenos naturais como resultado das reações dos componentes do

ambiente, independentemente da ação dos homens sobre eles.

D) a análise acerca de onde e de como aquele conhecimento discutido em aula está presente na

vida dos sujeitos e as implicações dele para a sociedade.

E) a sistematização dos conteúdos por meio da consulta e realização de exercícios dos livros-

texto adequados aos anos iniciais e à educação infantil.

Gabarito: D

Tipo de questão: múltipla escolha ( Resposta Única) Grau de dificuldade: alto

Conteúdo avaliado: O Ensino de Ciências Naturais nos Anos Iniciais

Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU

Comentário:

Embora a referência fornecida, seja específica, o assunto é trabalhado por vários autores, em

diversas obras. Um dos conteúdos introdutório, do ensino de ciências é a caracterização da área.

Para caracterizá-la, estabelece relações entre Ciências, Tecnologia, Sociedade (CTS).

Compreende-se que as inter-relações entre (CTS) ocorrem em sintonia com elementos históricos,

culturais, políticos, econômicos. Assim, não se pode pensar em ciências desconectada desses

elementos ou de forma neutra. De acordo com Pretto (1995, p. 19),

ao considerar ciência como um elemento do universo cultural, deve-se considerar que ela possui

uma história. A produção do conhecimento científico está relacionada com os diversos momentos

históricos do seu surgimento, recebendo influências das instâncias econômicas, sociais, políticas,

religiosas, entre outras, e também sobre elas exercendo a sua influência.

Portanto, como um elemento da cultura, os conhecimentos científicos e tecnológicos, estão

associados às questões sociais e políticas. São frutos da atividade humana, resultante do esforço e

do trabalho do humano.

Para melhor responder a questão (22), o movimento (CTS) que iniciou na década de 1980, hoje,

se fortaleceu com a introdução do Letramento Científico: ensino de ciência-tecnologia-sociedade

e letramento científico. Compreende-se por letramento científico a relação entre o ensino das

ciências e as práticas sociais, o que amplia as possibilidades de análise acerca de onde e de como

o conhecimento é construído, e quais são as implicações na sociedade. Para a OCDE (2006),

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Letramento Científico significa

“compreender os aspectos característicos da ciência como forma de conhecimento e de

investigação humana; ter consciência da forma pela qual a ciência e tecnologia configuram nosso

ambiente material, intelectual e cultural, assim como ideias científicas, como cidadão reflexivo”.

A questão (22) avalia conhecimentos básicos que um professor em formação, precisa dominar na

área de ciências, para exercer a prática pedagógica, como: saber discutir causas e consequências

da produção da ciência e tecnologia, analisar de onde e de como o conhecimento discutido em

aula está presente na vida dos sujeitos e suas implicações para a sociedade. Esta prática configura

o que definimos de letramento científico.

O enunciado deixa em evidencia relações conceituais com a alternativa (D). Ela torna ainda mais

plausível quando analisada frente às alternativas: (A), (B), (C). Elas se contrapõem a perspectiva

Page 37: eBook: Pedagogia

do letramento científico, pois, se caracterizam como abordagem tradicional, evidenciada nas

expressões: “a exposição de ideias”, “reforçando o processo de transferência”,

“independentemente da ação dos homens sobre eles”, contrapondo ao entendimento e aos

objetivos do letramento científico, que é a formação do sujeito crítico e reflexivo.

Quanto à alternativa (E) se o professor em formação mantiver uma relação crítica-reflexiva do

conhecimento da área de ciências com as disciplinas de formação, já estará apto para descartá-la,

pois a relação entre uma concepção de ensino e a proposta de avaliação é coerente.

Portanto, como sujeito pensante e crítico, o professor não poderá afirmar que a sistematização

dos conteúdos ocorra por meio da consulta e realização de exercícios dos livros-texto. As

sistematizações, coerentes com a perspectiva do letramento científico, devem ocorrer por meio de

registros individuais ou em grupo, textos-síntese, relatórios e outras formas de registro que

permitam que o aluno organizar de forma científica, autônoma e crítica o conhecimento.

Referências:

Básica e complementar da disciplina EDU (1410): Fundamentos Teóricos e Metodológicos do

Ensino de Ciências Naturais.

BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2001.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. V.4 Brasília, 1997.

CASTANHEIRA, Salete Flôres. Estudo Etnográfico das Contribuições da Sociolinguística à

Introdução ao Letramento Científico no Início da Escolarização. (2007, 320 p.). Dissertação

(Mestrado em Educação) – Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: <<

http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2907 >>.

CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Rev.Bras.

Educação, 2003, v. 22, 89-100. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf.

DELIZOICOV, Demétrio & ANGOTTI, José. Metodologia do Ensino de Ciências. 2ªed. São

Paulo: Cortez, 2008.

LORENZETTI L.; DELIZOICOV Demétrio. “Alfabetização científica no contexto das séries

iniciais”. Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências. Volume 03 / Número 1 – Jun. 2001.

LORENZETTI, L. O ensino de ciências naturais nas séries iniciais. (2005). Disponível em:

http://www.faculdadefortium.com.br/ana_karina/material//

PRETTO, Nelson de Luca. A ciência nos livros didáticos. Campinas, SP. Editora da Unicamp,

1995.

SANTOS, Wildson L. P. dos. “Educação científica na perspectiva de letramento como prática

social: funções, princípios e desafios”. Revista Brasileira de Educação. Volume 12/ Número 36

set./dez. 2007. Disponível em>http:// www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n36/a07v1236.pdf.

WEISSMAN, Hilda. (org.) Didática das Ciências Naturais: contribuições e reflexões. Porto

Alegre: Artmed, 2008.

QUESTÃO Nº 23

Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) reconheceu a capoeira

como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, por seu potencial catalisador e agregador de

símbolos nos aspectos fundamentais da vida (canto, luta, dança, jogo) e da cultura brasileira. Em

2010, o Estatuto da Igualdade Racial (EIR) destaca que “a capoeira é reconhecida como desporto

de criação nacional nos termos do art. 217 da Constituição Federal”. Primeiro parágrafo: “A

atividade de capoeira será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta,

seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional”.

E segundo parágrafo: “É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos

mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos”.

Page 38: eBook: Pedagogia

PERKOV, P. L. Capoeira: instrumento de educação emancipatória junto a jovens de classes populares? PPG-

Educação, Unisinos, 2011, p. 47. (com adaptação)

De acordo com as ideias do texto acima, a adoção do ensino e da prática da capoeira no currículo

da escola busca desenvolver

I. práticas educacionais de maneira crítica e consciente, ao mesmo tempo em que aprofunda o

conhecimento de uma produção cultural autêntica, acentuando suas raízes afro-brasileiras como

um dos elementos constitutivos da formação do homem brasileiro.

II. a diminuição dos espaços destinados às modalidades desportivas mais tradicionais na escola,

uma vez que, por meio da capoeira, desenvolvem-se arte, música, movimento e desporto.

III. o confronto da cultura escolar com a cultura popular afro-brasileira, já que, com o passar do

tempo, corporeidade e espiritualidade ganham espaço na questão do trato com o tema capoeira,

tensionando os limites da escola e da cultura escolar.

IV. o caráter interdisciplinar do planejamento e do currículo escolar, já que a capoeira privilegia,

ao mesmo tempo, ludicidade, corporeidade e diferentes linguagens artístico-culturais.

É correto apenas o que se afirma em

A) II.

B) III.

C) I e II.

D) I e IV.

E) III e IV.

Gabarito: D

Tipo de questão: múltipla escolha ( complementação simples) Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: Cultura afro-brasileira e africana na educação básica

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário:

A questão está diretamente relacionada ao ensino da cultura afro-brasileira e africana como

componente curricular da educação básica, conforme aponta as leis federais 10.639/03 e

11.645/08, as quais determinam a obrigatoriedade da inserção dos conteúdos referentes à

história e à cultura de matriz africana e afro-brasileira, preferencialmente, nos componentes

curriculares de História, Literatura Brasileira e Artes. As Diretrizes Curriculares Nacionais para

Educação da Relações Étnico-raciais (2004), reafirmam a capoeira como um conteúdo

importante tanto para o desenvolvimento humano de crianças e adolescentes por meio da

ludicidade, corporeidade e diferentes linguagens artístico-culturais como também para a

construção de uma cultura escolar interdisciplinar que valoriza no processo de constituição da

identidade dos alunos, como brasileiros, os saberes, as práticas e os conhecimentos oriundos da

“raízes afro-brasileiras”. Dessa forma, as afirmativas I e IV estão corretas por expressarem os

argumentos que fundamentam a importância da inserção da capoeira, como manifestação

artística e cultural, nas práticas curriculares da educação básica seja em escolas públicas ou

privadas. Já as afirmativas II. III e V são incorretas, pois, expressam que a oferta da capoeira na

Page 39: eBook: Pedagogia

escola suprimiria as outras atividades desportivas da escola e confrontaria a cultura escolar com

a cultura afro-brasileira. Ao adotar a capoeira como integrante da proposta pedagógica e

curricular da escola o que se espera é a articulação desta manifestação cultural ancestral com as

disciplinas de Educação Física, a Arte, a História, portanto, as diferentes linguagens que

compõem a cultura escolar numa perspectiva interdisciplinar sem, todavia, substituir um saber

por outro.

Referências:

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de

1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial

da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá

outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2003.

______. Diretrizes curriculares nacionais para educação das relações étnico-raciais e para o

ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília, DF: SECAD, 2004.

______. Orientações e ações para educação das relações étnico-raciais. Brasília, DF:

SECAD, 2006.

______. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de

1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a

obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da

União, Brasília, DF, 2008.

QUESTÃO Nº 24

Os professores que lecionam Matemática e Ciências na Escola Brasil resolveram ministrar suas

aulas em um laboratório de informática utilizando atividades preparadas na abordagem

Construcionista, com o auxílio de softwares. O laboratório não tem computadores suficientes

para todos os alunos de uma turma. Os professores desejam também praticar a avaliação

formativa.

Nessa perspectiva, avalie se as situações descritas a seguir atenderiam aos anseios desses

professores.

I. Propor aos estudantes a realização de atividades em duplas nos computadores, construídas a

partir de situações problema; realizar avaliação processual com intencionalidade educativa.

II. Basear o processo ensino-aprendizagem em tutoriais que são comuns em softwares

educacionais; avaliar com o objetivo de classificar e premiar os melhores estudantes.

III. Utilizar o computador como instrumento de transmissão da informação; observar o

comportamento dos estudantes enquanto manipulam o software para privilegiar na avaliação

aqueles que conversarem menos com os colegas

durante as atividades.

IV. Preparar atividades que devam ser realizadas individualmente nos computadores, mesmo

que seja preciso separar a turma em dois grupos para

usarem o laboratório em horários distintos; tomar a autoavaliação como correspondente a 90%

da avaliação final dos estudantes.

É coerente com os propósitos dos professores apenas o que se descreve em

A) I.

Page 40: eBook: Pedagogia

B) IV.

C) I e II.

D) II e III.

E) III e IV.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Construtivismo, avaliação formativa

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

Comentário:

A expressão construcionismo é utilizada por Seymour Parpert para expressar o processo de

construção do conhecimento vivenciado por intermédio de alguma ferramenta, no caso

específico, o computador. Diante desse pensamento, o uso do computador na educação é

identificado como um auxiliar no processo de construção de conhecimento e fundamentado nos

princípios do construtivismo de Piaget. A abordagem construcionista, portanto, se baseia no

pensamento construtivista que entende o conhecimento a partir de um processo permanente de

construção decorrente da interação do sujeito com o meio físico e social, com os símbolos e

com as interações vividas no mundo social.

A avaliação formativa constitui-se em proposta de avaliação baseada nos princípios do

construtivismo, considera, assim, o desenvolvimento do aluno no seu processo de

aprendizagem. Desse modo, a avaliação não é fim em si mesmo, possui uma intencionalidade

educativa, constituindo-se em um processo que possibilita ao professor identificar o percurso do

aluno na construção do conhecimento e reorientá-lo.

Das alternativas sugeridas, a correta é a alternativa I, pois as atividades propostas apresentam

situações-problema que permitem aos alunos pensar sobre uma realidade, interagindo, por meio

do computador, com o objeto de conhecimento. A avaliação está proposta numa perspectiva

processual com intencionalidade educativa, distanciando-se de uma visão de avaliação como

fim. As alternativas II, III e IV estão incorretas. Apresentam uma abordagem pedagógica que

valoriza a instrução e a transmissão da informação; o estudo individualizado do aluno e a

avaliação desenvolvida numa perspectiva de classificação, premiação ou punição, refletindo

uma concepção de avaliação como fim ou ainda permitindo que a autoavalição corresponda

quase que na totalidade da avaliação final, restringindo a participação do professor desse

processo.

Referências:

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática.

Tradução de Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.

Esteban, M. T.(Org.) (2003). Escola, Currículo e avaliação. Série Cultura Memória e currículo,

Page 41: eBook: Pedagogia

vol. 5. São Paulo: Cortez.

QUESTÃO Nº 25

A avaliação da aprendizagem ganhou um espaço tão amplo nos processos de ensino que nossa

prática educativa escolar passou a ser direcionada por uma “pedagogia do exame”.

PORQUE

No processo de avaliação do ensino e da aprendizagem da maioria das escolas brasileiras,

predomina a utilização da avaliação diagnóstica em detrimento da classificatória.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da

primeira.

B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta

da primeira.

C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.

D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.

E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: A organização do Trabalho Pedagógico pós LDB-9394/96 – As Áreas de

atuação da organização e da gestão escolar para melhor aprendizagem dos alunos.

Autor(a): Professora Mª Cristina Dutra Mesquita - EDU / Professora Suelena de Moraes Aguiar

- EDU

Comentário:

Com base em Libâneo (2003), a avaliação de aprendizagem é um processo que possibilita ao

professor identificar as dificuldades e avanços de aprendizagem dos alunos e assim intervir. A

política de avaliação externa realizada pelo Sistema pode contribuir com a organização do

trabalho na escola e na sala de aula de modo que o professor a partir dos resultados das

avaliações de aprendizagem, institucional e externa, deve propor ações para a melhoria do

processo educacional. Sendo assim, a primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a

segunda, uma proposição falsa porque no processo de avaliação do ensino e da aprendizagem da

maioria das escolas brasileiras, predomina a utilização da avaliação quantitativa, classificatória

em que ainda, a cultura da nota prevalece e se fortalece pela avaliação externa por meio do

índice do IDEB.

Sabemos que a avaliação dos alunos realizada pelos professores precisa ter um caráter

diagnóstico com o objetivo de fundamentar as intervenções necessárias. No entanto, a partir das

interferências dos mecanismos internacionais na política educacional brasileira, as quais

Page 42: eBook: Pedagogia

refletem uma tendência da nova ordem econômica mundial, o avanço das tecnologias e da

globalização, percebe-se uma educação que estimula o aumento da competitividade e uma

seleção pautada cada vez mais pelo desempenho. A avaliação do processo de ensino

aprendizagem na maioria das escolas brasileiras perdeu sua função diagnóstica, prevalecendo o

uso de testes para medir o rendimento dos alunos, os quais sofrem controle dos resultados pelo

Estado, pela classificação e comparação entre escolas. Desta forma, o processo de avaliação do

ensino e da aprendizagem a prática educativa esta direcionada para a realização de exames

(tanto internos como externos) “pedagogia dos exames” e a prevalência da classificação e não

do diagnóstico.

Referências:

LIBÂNEO, J. C, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas,

estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003..

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 6.ed. São Paulo:

Heccus Editora, 2013.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas

lógicas. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

QUESTÃO Nº 26

O currículo, há muito tempo, deixou de ser apenas uma área meramente técnica, voltada para

questões relativas a procedimentos, técnicas e métodos. Já se pode falar agora em uma tradição

crítica do currículo, guiada por questões sociológicas, políticas e epistemológicas.

MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. (Org). Currículo, cultura e sociedade. 6. ed. Cortez, 2002, p. 7-8 (com

adaptações).

Na perspectiva do texto acima, avalie as seguintes asserções.

O currículo é considerado um artefato social e cultural.

PORQUE

O currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão desinteressada do

conhecimento social, pois implica relações de poder, transmite visões sociais particulares e

interessadas, não é um elemento transcendente e atemporal.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da

primeira.

B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da

primeira.

C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.

D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.

E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Page 43: eBook: Pedagogia

Gabarito: A

Tipo de questão: Asserção e razão. Grau de dificuldade: difícil

Conteúdo avaliado: conceito de currículo

Autor: Professor Renato Barros de Almeida - EDU

Comentário:

É uma questão que apresenta duas afirmativas ou asserções que sustentam proposições

verdadeiras a partir dos estudos e pesquisas ligadas a teoria crítica do currículo, fundamentada

em questões sociológicas, políticas e epistemológicas. Cabe ressaltar que a segunda afirmativa

justifica a primeira na medida em que diz “currículo não é um elemento inocente e neutro de

transmissão desinteressada” ou seja, o currículo de fato é um artefato social e cultural. Assim, é

possível afirmar que ambas, asserção e razão são proposições verdadeiras e que a razão justifica

a asserção, fato que confirma que o gabarito é o item A

Referências:

MOREIRA, Antonio Flávio e SILVA, Tomaz Tadeu da, (orgs). Currículo, Cultura e Sociedade.

4. Ed. – São Paulo: Cortez, 2000.

SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo. Uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: ArtMed,

2000.

Page 44: eBook: Pedagogia

QUESTÃO Nº 27

O diagrama abaixo sintetiza o pensamento e a prática de organização e gestão de escola.

ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE ESCOLA

Uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura as melhores condições

organizacionais, operacionais e pedagógico-didáticas de desempenho profissional dos

professores, de modo que seus alunos tenham efetivas possibilidades de serem bem-sucedidos

em suas aprendizagens.

LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5. ed. Goiânia: MF Livros, 2008, p. 263.

Na proposta do autor, a organização e gestão da escola compreende áreas e suas inter-relações.

Com relação a essa proposta, avalie as afirmações seguintes.

I. As áreas de atuação são divididas em três blocos inter-relacionados e permeados por

uma área comum, com áreas externas que também influenciam a organização e a

gestão da escola.

II. O bloco que se refere às práticas de gestão e desenvolvimento profissional tem a

responsabilidade de sustentação de todo o processo, portanto, torna-se o mais

importante entre os três blocos.

III. Um campo comum denominado Cultura Organizacional (ou comunidade de

aprendizagem) permeia os três blocos, e é constituído pelos espaços físico, psicológico

e social em que essas áreas se realizam.

IV. O bloco que envolve a avaliação corresponde às práticas de avaliação institucional e de

aprendizagem, de interesse único ao bloco pedagógico (projeto, currículo e ensino), a

Page 45: eBook: Pedagogia

fim de verificar a relação entre os objetivos e resultados de aprendizagem.

V. A inter-relação entre os blocos em que se dividem as áreas de atração depende do

papel articulador e agregador da gestão administrativa e pedagógica da escola.

É correto apenas o que se afirma em

A) I, II e V.

B) I, III e IV.

C) I, III e V.

D) II, III e IV.

E) II, IV e V.

Gabarito: C

Tipo de questão: Complementação múltipla. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Desenvolvimento de competência como a habilidade (saber fazer) a

articulação entre as diferentes áreas de atuação do profissional da educação.

Autor (a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

Comentário:

Para Libâneo (2012) “as áreas de ação ou de atividades são organizadas e geridas para dar apoio

pedagógico ao trabalho escolar, especialmente naquilo que auxilia os professores em seu

exercício profissional na escola e na sala de aula”. Libâneo é um dos maiores estudiosos desta

temática no país no país. Considera-se nesta questão que, essas áreas de atuação estão

articuladas entre si, de modo sistêmico a permitir identificar melhor a ação dos agentes no

contexto escolar. As áreas de atuação da organização e gestão da escola, segundo autor, se

justificam a partir de uma concepção de gestão democrático-participativo. Desta forma, as

afirmativas I, III e V (com Gabarito C) esta correta. As afirmativas II e IV não estão corretas por

que consiste em uma afirmação de que “as práticas de gestão e desenvolvimento profissional

tem a responsabilidade de sustentação de todo o processo”, bem como afirmativa IV que trata da

relação da Avaliação com as outras áreas de atuação da organização e gestão da escola.

Referências

BRZEZINSKI, Iria. (Org.) LDB dez anos depois: reinterpretação sob diversos olhares. São

Paulo: Cortez, 2008.

LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. 10. ed. rev. e ampl.

Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012.

VEIGA, Ilma P. A; RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político

pedagógico. Campinas: Papirus, 2001.

Page 46: eBook: Pedagogia

QUESTÃO Nº 28

Não brota do individual, mas da ideia. Acima do homem como ser gregário ou como suposto

eu autônomo, ergue-se o Homem como ideia. A ela aspiram os educadores gregos, bem como

os poetas, artistas e filósofos. Ora, o Homem, considerando na sua ideia, significa a imagem do

Homem genérico na sua validade universal e normativa. Como vimos, a essência da educação

consiste na modelagem dos indivíduos pela norma da comunidade. Os gregos foram adquirindo

gradualmente consciência clara do significado desse processo mediante aquela imagem do

Homem, e chegaram por fim, através de um esforço continuado, a uma fundamentação, mais

segura e mais profunda que a de nenhum povo da Terra, do problema da educação. JAEGER, W. W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução: Artur M. Pareira. 2. ed. São Paulo: Martins

Fontes, 1989, p. 10-11.

Considerando o tema abordado no texto, avalie as afirmações seguintes.

I. A educação grega se distinguia da educação da maioria dos povos que a antecederam por

considerar a razão como instrumento a serviço do próprio homem.

II. A filosofia era ensinada na Grécia e abrangia os mais diversos tipos de conhecimento, que

se estendia pela matemática, astronomia, física, biologia, ética, entre outros.

III. A Grécia possuía diferentes cidades-estado com processos de ensino semelhantes e

caracterizados pela igualdade de oportunidades aos diferentes segmentos da população.

IV. A educação grega foi caracterizada pela presença de diferentes pensamentos filosóficos

como os de Sócrates, dos Sofistas, Platão e Aristóteles, que compartilhavam dos mesmos ideais

e processo de ensino.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) II e IV.

C) III e IV.

D) I, II e III.

E) I, III e IV.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha (Resposta Única) Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: História da educação na Grécia Antiga

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário:

As afirmativas I e II estão corretas, pois, os gregos, especificamente, os atenienses

diferenciavam-se dos demais povos da antiguidade por desenvolverem um ideal de educação

fundamentada na razão, na filosofia como forma de compreensão e intervenção nas coisas do

mundo (fenômenos naturais) e nas coisas do homem (fenômenos sociais). A filosofia, como o

caminho para alcançar a razão, era ensinada na Grécia e abrangia os mais diversos tipos de

conhecimento: matemática, astronomia, física, biologia, ética, medicina, história entre outros.

As afirmativas III, IV e V estão erradas, uma vez que a educação grega foi caracterizada pela

presença de diferentes pensamentos filosóficos como os de Sócrates, dos Sofistas, Platão e

Aristóteles, mas haviam divergências entre os ideais e os processos de ensino. Como também

Page 47: eBook: Pedagogia

haviam divergências entre os processos e os ideais de educação e de ensino nas diferentes

cidades-Estado. Dessa forma, a alternativa A está CORRETA e as demais (B, C, D, e E) estão

INCORRETAS.

Referências:

JAEGER, W. W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução: Artur M. Pareira. 2. ed.

São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 10-11.

CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999.

QUESTÃO Nº 29

Uma Escola Estadual desenvolveu, no âmbito de seu planejamento curricular, um projeto de

preservação do meio ambiente junto à comunidade, em parceria comum a organização não

governamental (ONG). O projeto se referia à coleta seletiva e tratamento de lixo e teve efeitos

tanto no aspecto geral da escola quanto no bairro. Para se concretizar na prática educativa, o

planejamento no qual se inseriu o projeto deve ter sido construído com base:

A) nos pressupostos que estruturam a criação da ONG.

B) no estudo do contexto cultural, político e econômico da comunidade escolar e do seu

entorno.

C) na análise das técnicas de ensino, haja vista a neutralidade que apresentam, quando

devidamente utilizadas.

D) no estudo da Cultura, visando à manutenção do pensamento hegemônico e, por decorrência,

da estrutura social.

E) na relativização das teorias de ensino-aprendizagem cujo papel na formação acadêmica é

distinto do exigido no contexto escolar.

Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha ( Resposta Única) Grau de dificuldade: alto

Conteúdo avaliado: Trabalho com Projetos

Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU

Comentário:

A educação como prática social, imersa numa relação dialética entre manutenção e

transformação social, tem como desafio transgredir da função da escola de alienação para

emancipação. Para isto, o currículo desempenha papel principal.

Um dos principais estudiosos sobre currículo, Sacristán (2008) compreende que: “o currículo é

expressão da relação teoria-prática em nível social e cultural”, isso significa estabelecer uma

estreita conexão entre conteúdos, cultura escolar e social e a forma.

Currículo é um meio de efetivar o projeto educativo na sala de aula, incorporando uma

dimensão social, prática e integradora entre objetivos, conteúdos e o ensino. Para que o

currículo possa cumprir sua dimensão prática, é necessário definir meios.

Page 48: eBook: Pedagogia

O Trabalho com Projetos é apropriado a essa concepção de currículo, pois emprega uma

metodologia denominada de problematização que é representada pelo gráfico abaixo:

Arco da Problematização. Fonte: Knechtel (2001).

O gráfico foi originalmente proposto por Maguerez (apud BORDENAVE e PEREIRA, 1982)

sob a denominação de Método do Arco. Suas etapas apresentam elementos para desenvolver

uma prática dinâmica, uma metodologia pautada em eixos temáticos e problematizadores, que

é empregada no Trabalho com Projetos. “Os Trabalhos com Projetos contribuem para uma

ressignificação dos espaços de aprendizagem de tal forma que eles se voltem para a formação

de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes" (HERNANDEZ, 1998).

A metodologia oferece flexibilidade, um movimento ao processo de ensino aprendizagem. Nela

é imprescindível a participação ativa dos alunos refletindo sobre a REALIDADE, que parte do

estudo do contexto cultural, social, político e econômico da comunidade. Assim, desenvolve

nos alunos habilidades para observar e definir situações-problemas. A partir desse contexto,

eles passam a investigar, buscar informações, teorias, para construir conceitos, levantar

hipóteses de solução, sistematizar os conhecimentos, a fim de retornar à realidade e transformá-

la.

A questão (22) é de alto grau de dificuldade, para uma resposta consistente, os professores em

formação, devem dominar conhecimentos sobre Trabalho com Projetos, pois a questão tem

como norte as bases sobre as quais o projeto um projeto é construído.

Considerando, que a questão trata de um projeto de preservação do meio ambiente, a ser

desenvolvido, em parceria com uma (ONG) os estudos sobre Trabalhos com Projetos, indica

que inicialmente deve ser proporcionado aos alunos, estudo da realidade, o que requer “estudo

do contexto cultural, político e econômico da comunidade escolar e do seu entorno”.

Portanto, a alternativa (B) é plausível de significados, coerentes com a metodologia e os

objetivos do Trabalho com Projetos. As demais alternativas não apresentam nenhum

fundamento da perspectiva do Trabalho com Projetos. Alternativa (A) os professores em

formação, conhecedores dos propósitos do projeto de Trabalho com Projetos, logo deveriam

evidenciar a incoerência e perceber que os interesses da ONG sobressaem em detrimento à

comunidade. As Alternativas (C) (D) (E) podem ser analisadas a partir dos objetivos do

Trabalho com Projetos e a função social da escola. O professor em formação e conhecedor

desses objetivos, ao analisar as alternativas, logo perceberia que elas trazem uma concepção

ingênua da prática pedagógica. Nenhuma prática pode ser compreendida como neutra ou

destinada à manutenção do pensamento hegemônico. As alternativas (C) (D) (E) vão “de”

encontro aos objetivos dos Projetos de Trabalho e consequentemente, ao papel social da escola.

Esses perseguem o desafio de transgredir uma formação acrítica, ingênua dos alunos,

superando a alienação para torná-los críticos e questionadores.

Page 49: eBook: Pedagogia

Referências:

BRASIL, (MEC). Parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. V.4 Brasília,

1997.

CASTANHEIRA, Salete Flôres. Estudo Etnográfico das Contribuições da Sociolinguística à

Introdução ao Letramento Científico no Início da Escolarização. (2007, 320 p.). Dissertação

(Mestrado em Educação) – Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: <<

http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2907 >>. . COLL,

César; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS & colaboradores. Desenvolvimento psicológico e

educação: Psicologia da educação escolar. São Paulo: Artmed, 2004, 472p.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9a ed. São Paulo. Gaia,

2004.

HERNÁNDEZ. Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho.

Porto Alegre: Artmed, 1998.

HERNANDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos

de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2013.

MEDINA, N.M.; SANTOS, E. da C. Educação ambiental: uma metodologia participativa de

formação. Petrópolis: Vozes, 2000.

SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2002.

WEISSMAN, Hilda. (org.) Didática das Ciências Naturais: contribuições e reflexões. Porto

Alegre: Artmed, 2008.

QUESTÃO 30

Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória em todos os níveis e modalidades de ensino. De acordo com os pressupostos da inclusão escolar expressos na referida Política, avalie as afirmações a seguir.

I. A inclusão educacional expressa um paradigma fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis.

II. A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares.

III. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas.

IV. O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de intenções que prevê, a partir da próxima década, ações políticas de atendimento educacional especializado, que deve ocorrer em salas de aula diferenciadas, na mesma escola.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e III.

B) I e IV.

C) II e IV.

D) I, II, e III.

E) II, III e IV.

Gabarito: D

Page 50: eBook: Pedagogia

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: Média

Conteúdo avaliado: Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva

Autor(a): Professora Mª Cristina Dutra Mesquita - EDU

Comentário:

A partir da LDB nº 9.394/96 diferentes instrumentos legais vêm consolidando a Política

Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva: a Convenção da

Guatenala (1999); a Resolução CNE/CP nº1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica; a Lei nº 10.436/02 que

reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, bem

como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de

formação de professores e de fonoaudiologia; a Portaria nº 2.678/02 que aprova diretriz e

normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades

de ensino. Em 2003 o MEC cria o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade. Em

2004, o Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de Alunos com Deficiência

às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e

diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de

alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular. Em 2005, a implantação

dos Núcleos de Atividade das Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S em todos os estados e

no Distrito Federal.

Em 2006 a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU. Em

2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, reafirmado pela Agenda

Social de Inclusão das Pessoas com Deficiência, tendo como eixos a acessibilidade

arquitetônica dos prédios escolares, a implantação de salas de recursos e a formação docente

para o atendimento educacional especializado, entre outros dispositivos legais. Portanto, as

afirmações I, II e III estão corretas, pois estes documentos reforçam as informações contidas

nestas proposições e a IV é incorreta, uma vez que NÃO se trata de uma carta de intenções e

sim de uma política pública ancorada por uma legislação em vigor. Assim, a alternativa D é a

correta.

Referências:

Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: Documento

elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria

nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf.> Acesso em 09. jun. 2014.

Page 51: eBook: Pedagogia

QUESTÃO Nº 31

QUESTÃO 31 WATERSON, B. Calvin, Haroldo e seus amigos, 1988.

A educação deverá visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do

homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade

entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das

atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.

Declaração Universal dos Direitos do Homem. UNESCO, 2006, art. 26.

Correlacionando as premissas contidas no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos do

Homem (UNESCO, 2006) à tira de Calvin, Haroldo e Seus Amigos, assinale a opção correta.

A) É preciso preparar as crianças para saberem lidar com as frustrações da vida estudantil.

B) É restrita à educação a formação voltada para as artes, culturas, para as diferenças, bem

como a preocupação para com a formação religiosa.

C) Faz-se necessário (re)pensar a formação docente, com maior foco para a diversidade cultural

como forma de construção da identidade de cada povo.

D) Deve haver um movimento entre as nações, a partir das Nações Unidas, que prepare seus

partícipes para conviver com as diferenças de pensamento, em busca da paz.

E) A consciência e o conhecimento das práticas culturais e das formas de arte fortalecem as

identidades e valores pessoais e coletivos, além de contribuírem para salvaguardar e promover a

diversidade cultural.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Correlacionamento entre os conteúdos do artigo 26 da Declaração Universal

dos Direitos do Homem (UNESCO, 2006) e a tira de Calvin, Haroldo e Seus Amigos.

Autor (a): Professora Adriane Camilo - EDU

Comentário:

Entre os gêneros textuais presentes em provas, as tirinhas (sequência de quadrinhos que

comumente faz crítica aos valores sociais, publicada com regularidade em jornais) estão sempre

presentes seja para análises diretas ou em diálogos com outras informações, como é o caso da

Page 52: eBook: Pedagogia

questão 31, ENADE 2011.

Tanto a linguagem utilizada em tirinhas e o conteúdo da Declaração dos Direitos do Homem

devem ser de conhecimento de todos, principalmente, dos profissionais da educação.

Comentário sobre os itens-resposta da questão:

A) Não faz correlação com os textos da questão

B e C) Os textos da questão não fazem menção a restrições na educação e nem à formação

docente

D) O texto do art. 26 diz sobre a responsabilidade da educação em favorecer a

compreensão e a tolerância, mas não fala sobre movimento entre as nações, além de não

fazer articulação entre os dois textos.

E) A resposta exata: “A consciência e o conhecimento das práticas culturais e das formas de arte

fortalecem as identidades e valores pessoais e coletivos, além de contribuírem para salvaguardar

e promover a diversidade cultural”, articula com os dois textos, traz os valores e conhecimentos

cultural, pessoal e coletivo dos personagens e a aponta que a educação deve ‘favorecer a

compreensão, a tolerância entre todas as nações e grupos’.

Referências

Declaração Universal dos Direitos do Homem UNESCO, 2006, art. 26.

WATTERSON, B. Calvin, Haroldo e seus amigos, 1988.

QUESTÃO Nº 32

O projeto pedagógico deve contemplar a realidade que o aluno vive ou vai viver: as mudanças e

exigências tecnológicas, os valores e práticas, a necessidade de construir um mundo solidário e

humano em que todos tenham lugar, sem exclusões e preconceitos. Para projeto de tal

envergadura, é necessária a parceria de universidades, de entidades de classes, empresários,

gestores educacionais e escolares, professores, técnicos e, também, da cúpula dos órgãos

administrativos e técnicos do sistema de ensino. Todos têm saberes, experiências e expectativas

que não aparecem em questionários e enquetes. É necessário, sobretudo, deixar o aluno falar,

manifestar suas angústias, desejos, anseios, o que pode contribuir para a elaboração de um

projeto pedagógico situado e contextualizado.

SANTOS, C. R. A Gestão Educacional e Escolar para a Modernidade. São Paulo: Cengage Learning, 2008, p. 61.

Considerando o texto acima, é correto afirmar que a elaboração de um Projeto Pedagógico (PP)

A) deve partir das angústias, desejos e anseios dos estudantes a serem incluídos no contexto

escolar.

B) deve envolver toda comunidade escolar, tendo como referência a realidade em busca de

aperfeiçoamento e de mudança necessários a uma educação de melhor qualidade.

C) parte da Gestão Escolar que procura envolver professores, estudantes, colaboradores e

demais membros da comunidade escolar para a solução de problemas específicos levantados.

D) tem como objetivo principal reafirmar valores éticos e morais e propor ações em busca da

consolidação desses valores na sociedade.

E) necessita da participação da universidade e de órgãos administrativos e técnicos do sistema

de ensino para mediação dos conflitos existentes entre escola e comunidade escolar.

Gabarito: B

Tipo de questão: Complementação simples. Grau de dificuldade: média

Page 53: eBook: Pedagogia

Conteúdo avaliado: Projeto Pedagógico, pressupostos filosóficos, epistemológico e didático-

pedagógico; a elaboração de um projeto pedagógico situado e contextualizado.

Autor (a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

Comentário:

A LDB, Lei n° 9.394/96, prevê no seu art.12, inciso I, que “os estabelecimentos de ensino,

respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e

executar sua proposta pedagógica”. Esse preceito legal está sustentado na ideia de que a escola

deve assumir, como uma de suas principais tarefas, o trabalho de refletir sobre sua

intencionalidade educativa. Desta forma, a alternativa (B) (Gabarito) está correta. As afirmações

(A), (C), (D) e (E) estão incorretas (Distratores) porque consiste em uma analise incompleta em

relação ao projeto pedagógico, ainda que, reflita a realidade da escola e cuja construção aglutina

crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico,

constituindo-se em compromisso político e pedagógico coletivo.

Referências

BRZEZINSKI, Iria. (Org.) LDB dez anos depois: reinterpretação sob diversos olhares. São

Paulo: Cortez, 2008.

LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. 10. ed. rev. e ampl.

Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012.

SANTOS, C. R. A Gestão Educacional e Escolar para a Modernidade. São Paulo: Cengage

Learning, 2008, p. 61.

VEIGA, Ilma P. A; RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político

pedagógico. Campinas: Papirus, 2001.

QUESTÃO Nº 33

A tabela a seguir mostra dados de matrículas no Brasil, por etapas e modalidades, entre 2008 e

2010.

Matrículas (em mil), por etapas e modalidades de ensino, 2008 a

2010

An

o

Tot

al

Educaç

ão

Infantil

Ensino

Fundament

al

Ensin

o

Médi

o

Educaçã

o

Especial

(1)

Educação

de Jovens

e Adult

os

Educação

Profissional(

2)

200

8

53.23

2

6.71

9

32.08

7

8.36

6

32

0

4.94

5

79

5 200

9

52.58

1

6.76

3

31.70

6

8.33

7

25

3

4.66

1

86

1 201

0

51.55

0

6.75

7

31.00

5

8.35

8

21

8

4.28

7

92

5 (1) Educação Especial: inclui matrículas de escolas exclusivamente especializadas e/ou classes especiais do ensino

regular e/ou educação de jovens e adultos; (2) Educação Profissional: não inclui matrículas de educação profissional

integrada ao ensino médio.

Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/resumos-tecnicos>. Acesso em: 09 out. 2011 (com adaptações).

Page 54: eBook: Pedagogia

A partir das informações da tabela e considerando o disposto na Lei n.o 9.394/1996 (LDB),

avalie as afirmações que se seguem.

I. Em 2010, a Educação Básica totalizou 46.120.000 matrículas.

II. Nos dados da Educação Infantil, estão incluídos estudantes matriculados em creches (ou

entidades equivalentes) e pré-escolas.

III. A diminuição do número de matrículas em escolas e classes exclusivas para

Educação Especial pode ser explicada pela adoção de políticas públicas que

priorizam a educação inclusiva para estudantes que requerem atendimento

educacional especializado.

IV. No triênio 2008-2010, a Educação de Jovens de Adultos apresentou, em termos

percentuais, o maior decréscimo do número de matrículas entre as etapas e

modalidades de ensino mostradas na tabela.

V. No período mostrado na tabela, houve crescimento de mais de 15% nas

matrículas da Educação Profissional.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e IV.

B) I, II e IV.

C) II, III e V.

D) III, IV e V.

E) I, II, III e V.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: dificil

Conteúdo avaliado: Evolução de Matrículas da Educação Básica/ Estatística Educacional

Autor(a): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU

Comentário:

A afirmativa I está errada, pois o número de matrículas na Educação Básica em 2010 é

51.550.000 considerando a soma dos diferentes níveis que a compõe.

A afirmativa II está correta, pois a Educação Infantil compreende a oferta de educação em

creches e pré-escola (Art. 30 da LDB 9.394/96).

A afirmativa III está correta, pois a partir das políticas públicas de inclusão, a diminuição de

matrículas em escolas e classes exclusivas para a Educação Especial é perfeitamente justificada.

A afirmativa IV está errada, pois o nível que apresentou o maior decréscimo considerando o

período 2008-2010 foi a Educação Especial com 31,8%. A Educação de Jovens e Adultos

apresentou um decréscimo de 13,3%, o Ensino Fundamental apresentou um decréscimo de

3,37% e o Ensino Médio 0,09%.

A afirmativa V está correta, pois o crescimento das matrículas na Educação Profissional no

período foi de 16,3%, ou seja, mais de 15%.

Page 55: eBook: Pedagogia

Portanto a opção correta é a alternativa C.

Referências:

BRASIL/MEC. Censo Escolar 2010. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/resumos-

tecnicos>. Acesso em: 09 out. 2011 (com adaptações).

QUESTÃO Nº 34

A produção do conhecimento escolar crítico requer que a teoria anunciada na forma conceitual

se transforme em ações no contexto de vida do aluno para alcançar uma visão crítica que move

o seu agir no mundo para superar a visão fragmentada da realidade. FAVERI, J. E. Filosofia da educação: o ensino da filosofia na perspectiva freireana. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2011,

p. 44.

Na perspectiva das ideias do fragmento de texto acima, analise as seguintes asserções.

A concepção crítica de conteúdo fundamenta-se na relação entre o saber cotidiano do estudante,

suas condições existenciais e o saber metódico já produzido. O produto dessa relação constitui

sínteses qualitativamente melhoradas.

PORQUE

Pela reflexão crítica da realidade presente, o estudante busca organizar um novo saber na forma

de teorias explicativas que identificam contradições e buscam sua superação com posturas

concretas renovadas diante do seu contexto de vida.

A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da

primeira.

B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da

primeira.

C) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.

D) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.

E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: Teorias críticas da educação

Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

Comentário:

A questão exige habilidade de interpretação e contextualização dos alunos. A análise da citação

permite concluir que o tema central é o das teorias críticas da educação e de que forma estas

teorias propõem uma articulação entre o conteúdo escolar e o cotidiano dos alunos, de forma a

conduzir a uma superação de uma visão fragmentada da realidade e a uma utilização do

conhecimento adquirido na escola para a interpretação e atuação transformadora dessa mesma

realidade. Partindo-se dessa constatação, percebe-se que as duas asserções são verdadeiras, pois

manifestam exatamente esta preocupação. Assim, as alternativas C, D e E estão invalidadas.

Page 56: eBook: Pedagogia

Resta, em seguida, analisar de que forma as duas asserções se relacionam. Uma leitura

cuidadosa permite perceber que elas se complementam, uma vez que a primeira asserção define

a preocupação da teoria crítica dos conteúdos, enquanto a segunda explana o impacto que uma

prática subsidiada por tal perspectiva teórica promove na vida do aluno. Assim, a alternativa

correta é a A, pois a segunda asserção justifica a importância para o aluno de o professor

assumir uma prática pedagógica alicerçada em uma teoria crítica dos conteúdos.

Referências:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2006.

FAVERI, J. E. Filosofia da educação: o ensino da filosofia na perspectiva freireana. 2. ed.

Petrópolis: Vozes, 2011.

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de Currículo. São Paulo: Cortez, 2011.

QUESTÃO Nº 35

Em 2007, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)

criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que busca reunir, em um só

indicador, dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e

médias de desempenho nas avaliações.

O IDEB é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e

médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEP. Os índices de aprovação

são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo INEP. As médias de

desempenho utilizadas são as da Prova Brasil (para IDEBs de escolas e municípios) e do SAEB

(no caso dos IDEBs dos estados e nacional).

A fórmula geral do IDEB é dada por: IDEB ji = N ji × P ji; em que i = ano do exame (SAEB e

Prova Brasil) e do Censo Escolar; N ji = média da proficiência em Língua Portuguesa e

Matemática, padronizada para um indicador entre 0 e 10, dos alunos da unidade j, obtida em

determinada edição do exame realizado ao final da etapa de ensino; P ji = indicador de

rendimento baseado na taxa de aprovação da etapa de ensino dos alunos da unidade j;

O IDEB é usado como ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de

Desenvolvimento da Educação (PDE) para a Educação Básica. O PDE estabelece como meta

que, em 2022, o IDEB do Brasil seja 6,0 — média que corresponde a um sistema educacional

de qualidade comparável à dos países desenvolvidos.

Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/portal-ideb>. Acesso em: 30 set. 2011 (com adaptações).

A tabela a seguir apresenta dados hipotéticos das escolas X, Y e Z.

Ano 2007 2008 2009 2007 2008 2009

Escola Nota Média

Padronizada

(N)

Nota Média

Padronizada

(N)

Nota Média

Padronizada

(N)

Indicador de

Rendimento

(P)

Indicador

de

Rendimento

(P)

Indicador

de

Rendimento

(P)

X 4,50 5,50 7,00 0,80 0,80 0,80

Y 3,20 4,00 4,80 0,70 0,75 0,80

Z 5,50 6,50 7,00 0,80 0,85 0,90

A partir das informações do texto e dos dados apresentados na tabela, avalie as informações que

se seguem.

Page 57: eBook: Pedagogia

I. Em 2009, as Escolas X e Z alcançaram IDEB acima da média estabelecida pelo PDE para o

Brasil.

II. No triênio 2007-2009, a Escola Y foi a que apresentou maior crescimento no valor do IDEB.

III. Se for mantida para os próximos anos a taxa de crescimento do IDEB apresentada no triênio

2007-2009, a Escola Y conseguirá atingir, em 2012, a meta estabelecida pelo PDE para o Brasil.

É correto o que se afirma em

A) I, apenas.

B) II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

Gabarito: D

Tipo de questão: Complementação múltipla. Grau de dificuldade: difícil

Conteúdo avaliado: políticas educacionais, avaliação do processo ensino-aprendizagem e

institucional.

Autor (a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

Comentário:

Conforme o enunciado da questão 35, a partir de 2007, o Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) criou o Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica (IDEB), como indicador de qualidade para a Educação Básica. A IDEB insere-

se na lógica gerencial da gestao por resultados, relacionando metas, prazos e indicadores

quantitativos. Portanto, o “IDEB é usado como ferramenta para acompanhamento das metas de

qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a Educação Básica". Desta

forma, as alternativas II e III (com Gabarito D) estão corretas. As afirmativas (A), (B), (C) e (E)

não estão correta porque mesmo apresentando dados hipotéticos das escolas.

Referências

BRZEZINSKI, Iria. (Org.) LDB dez anos depois: reinterpretação sob diversos olhares. São

Paulo: Cortez, 2008.

LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. 10. ed. rev. e ampl.

Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012.

VEIGA, Ilma P. A; RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político

pedagógico. Campinas: Papirus, 2001.

Page 58: eBook: Pedagogia

QUESTÃO DISCURSIVA 01

A Educação a Distância (EaD) é a modalidade de ensino que permite que a comunicação e a

construção do conhecimento entre os usuários envolvidos possam acontecer em locais e tempos

distintos. São necessárias tecnologias cada vez mais sofisticadas para essa modalidade de ensino

não presencial, com vistas à crescente necessidade de uma pedagogia que se desenvolva por

meio de novas relações de ensino-aprendizagem.

O Censo da Educação Superior de 2009, realizado pelo MEC/INEP, aponta para o aumento

expressivo do número de matrículas nessa modalidade. Entre 2004 e 2009, a participação da

EaD na Educação Superior passou de 1,4% para 14,1%, totalizando 838 mil matrículas, das

quais 50% em cursos de licenciatura. Levantamentos apontam ainda que 37% dos estudantes de

EaD estão na pós-graduação e que 42% estão fora do seu estado de origem.

Considerando as informações acima, enumere três vantagens de um curso a distância,

justificando brevemente cada uma delas.

Conteúdo avaliado: Educação a Distância (EaD)

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE

Padrão de resposta:

O estudante deve ser capaz de apontar algumas vantagens dentre as seguintes, quanto à

modalidade EaD:

(i) flexibilidade de horário e de local, pois o aluno estabelece o seu ritmo de estudo;

(ii) valor do curso, em geral, é mais baixo que do ensino presencial;

(iii) capilaridade ou possibilidade de acesso em locais não atendidos pelo ensino presencial;

(iv)

democratização de acesso à educação, pois atende a um público maior e mais variado que os cur

sos presenciais; além de contribuir para o desenvolvimento local e regional;

(v) troca de experiência e conhecimento entre os participantes, sobretudo,

quando dificilmente de forma presencial isso seria possível (exemplo, de pontos

geográficos longínquos);

(vi) incentivo à educação permanente em virtude da significativa diversidade de cursos e de

níveis de ensino;

(vii) inclusão digital,permitindo a familiarização com as mais diversas tecnologias;

(viii) aperfeiçoamento/formação pessoal e profissional de pessoas que, por distintos motivos,

não poderiam frequentar as escolas regulares;

(ix) formação/qualificação/habilitação de professores, suprindo demandas em vastas áreas

do país;

(x) inclusão de pessoas com comprometimento motor reduzindo os deslocamentos diários.

Page 59: eBook: Pedagogia

QUESTÃO DISCURSSIVA 02

A Síntese de Indicadores Sociais

(SIS 2010) utiliza-se da Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD) para apresentar sucinta

análise das condições de vida no

Brasil. Quanto ao analfabetismo, a

SIS 2010 mostra que os maiores

índices se concentram na população

idosa, em camadas de menores

rendimentos e predominantemente na

região Nordeste, conforme dados do

texto a seguir.

A taxa de analfabetismo referente a

pessoas de 15 anos ou mais de idade

baixou de 13,3% em 1999 para 9,7%

em 2009. Em números absolutos, o

contingente era de 14,1 milhões de

pessoas analfabetas. Dessas, 42,6%

tinham mais de 60 anos, 52,2%

residiam no Nordeste e 16,4%

viviam com ½ salário-mínimo de

renda familiar per capita. Os maiores

decréscimos no analfabetismo por

grupos etários entre 1999 a 2009

ocorreram na faixa dos 15 a 24 anos. Nesse grupo, as mulheres eram mais alfabetizadas, mas a

população masculina apresentou queda um pouco mais acentuada dos índices de analfabetismo,

que passou de 13,5% para 6,3%, contra 6,9% para 3,0% para as mulheres. SIS 2010: Mulheres mais escolarizadas são mães mais tarde e têm menos filhos. Disponível em:

<www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias>. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Com base nos dados apresentados, redija um texto dissertativo acerca da importância de

políticas e programas educacionais para a erradicação do analfabetismo e para a

empregabilidade, considerando as disparidades sociais e as dificuldades de obtenção de

emprego provocadas pelo analfabetismo. Em seu texto, apresente uma proposta para a

superação do analfabetismo e para o aumento da empregabilidade.

População analfabeta com idade superior a 15 anos

ano porcentagem

2000 13,6

2001 12,4

2002 11,8

2003 11,6

2004 11,2

2005 10,7

2006 10,2

2007 9,9

2008 10,0

2009 9,7

Padrão de Resposta:

O estudante deve abordar em seu texto:

• identificação e análise das desigualdades sociais acentuadas pelo analfabetismo, demonstrando

capacidade de examinar e interpretar criticamente o quadro atual da educação com ênfase no

analfabetismo;

• abordagem do analfabetismo numa perspectiva crítica, participativa, apontando agentes sociais

e alternativas que viabilizem a realização de esforços para sua superação, estabelecendo relação

entre o analfabetismo e a dificuldade para a obtenção de emprego;

• indicação de avanços e deficiências de políticas e de programas de erradicação do

analfabetismo, assinalando iniciativas realizadas ao longo do período tratado e seus resultados,

expressando que estas ações, embora importantes para a eliminação do analfabetismo, ainda se

mostram insuficientes.

Page 60: eBook: Pedagogia

Conteúdo avaliado: Aspectos de constituição histórica do povo brasileiro e reflexões acerca do

desafio de garantir a escolarização a trabalhadores no país. Políticas públicas e programas de

EJA: alfabetização e continuidade.

Autor: Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU

Comentário:

A questão remete a análise do analfabetismo sobre a ótica das políticas públicas, dentro de uma

perspectiva onde a questão é pautada como um problema de ordem social, e não meramente

educacional. Neste sentido é preciso compreender que o analfabetismo corrobora com o

processo de exclusão social e aumenta a disparidade dos sujeitos frente aos desafios do mundo

do trabalho. Cada vez mais homens e mulheres analfabetos se veem longe do exercício pleno da

sua cidadania, sua condição educacional os impedem de progredir no espaço profissional e de

obterem benefícios simples da atual sociedade moderna, como por exemplo, abrir uma conta no

banco, obter um financiamento bancário ou simplesmente utilizar com eficiência o sistema de

transporte coletivo urbano.

Assim é de suma importância que as políticas públicas e os respectivos programas que visam

erradicar o analfabetismo o façam dentro desta perspectiva, voltando sua atuação para elevar a

escolaridade dos sujeitos e acima de tudo incluí-los socialmente. Para tanto toda e qualquer

proposta nesta dinâmica precisa vincular ações educacionais de alfabetização, vinculados com o

Mundo do Trabalho, entendendo que alfabetizar, é apenas uma pequena parte do processo, mas

amplo de formação e de inserção social.

E por fim, a questão remete a uma crítica aos programas emergenciais e assistencialistas de

alfabetização que fazem parte da história recente da educação brasileira, tais como o MOBRAL

ou o Programa Alfabetização Solidária, que não conseguiram ir além da mera alfabetização,

sem alargar suas ações ao Letramento e principalmente a criar condições para os sujeitos

aumentarem sua escolarização e darem continuidade ao seus estudos.

Referências:

GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e

prática. São Paulo, Cortez, 2001.

FÁVERO, Osmar e FREITAS, Marinaide. A educação de adultos e jovens e adultos: um olhar

sobre o passado e o presente. INTER-AÇÃO. Revista da Faculdade de Educação, UFG:

Goiânia, v. 36, n. 2, jul./dez./2011.

COSTA, Renato Pontes; CALHÁU, Socorro (Orgs.). “... E uma educação pro povo, tem?”. Rio

de Janeiro: Caetés,2010.

DISCURSIVA 3

John Dewey foi um filósofo, psicólogo e pedagogo, nascido nos Estados Unidos da América,

que se posicionou a favor do conceito de Escola Ativa, na qual a educação do estudante deve ser

voltada ao pensar, transformar uma capacidade natural em hábito, por meio de uma atividade,

de forma cooperativa. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que ocorreu em 1932, está

relacionado com as preocupações educacionais da década de 1920 e a Escola Ativa.

Considerando essas ideias, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema:

O Movimento Escolanovista.

Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:

a) relação do Escolanovismo com democracia;

b) características metodológicas;

c) caracterização do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.

Page 61: eBook: Pedagogia

Conteúdo avaliado: Movimento escolanovista, seus pressupostos metodológicos e a influencia

na educação brasileira por meio do Manifesto do Pioneiros da Educação Nova (1932)

Autor(a): Professor: Alexandre Nardini- EDU / Professor Rafael Borges - EDU

Padrão de Resposta

a) O estudante deve mencionar que o escolanovismo foi um movimento educacional que

acredita que a educação é elemento verdadeiramente eficaz para a construção de uma sociedade

democrática, que leva em consideração as diversidades, respeitando a individualidade do

sujeito, apto a refletir sobre o meio social e capaz de inserir‐se nessa sociedade. A educação

escolarizada deveria ser sustentada no indivíduo integrado à democracia, o cidadão atuante e

democrático.

b) O estudante deve mencionar que a escola deve organizar a sala de aula como um espaço

privilegiado que possibilite ao estudante uma ação efetiva sobre a realidade ou a representação,

como também facilitar a articulação entre seu interesse e sua ação. Abordar a centralidade da

criança nas relações de aprendizagem, exaltando o ato de observar e de intuir, na construção do

conhecimento. Explicitar a importância da pesquisa na produção de conhecimento, citando por

exemplo, a pedagogia de projetos.

c) O estudante deve mencionar que o "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" se

caracterizava pela divulgação da visão de um segmento da elite intelectual que, embora com

diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da

sociedade brasileira do ponto de vista da educação. O estudante deve abordar os princípios que

se referem à gratuidade de uma educação pública, laica e obrigatória, além de destacar o dever,

a obrigatorieade e a responsabilidade do Estado para com a educação do povo.

Comentário:

No Brasil essas ideias foram materializadas pelo Manifesto dos Pioneiros da Educação

Nova elaborada em 1932. Representou um importante movimento de renovação da Educação

brasileira através do estudo dos problemas educacionais, além de um momento expressivo na

luta pela implantação da escola publica, leiga, gratuita e obrigatória. Em seu texto percebe-se a

intenção de reconhecer que a educação é um elemento prioritário na vida social e como tal deve

ser jurisdicionada pelo Estado na garantia de oferecê-la aos cidadãos.

A questão versa sobre o Movimento da Escola Nova fora e no interior do Brasil. Embora John

Dewey preferisse o termo “escola progressiva”, ele é tido como importante precursor do

movimento escolanovista, sobretudo por sua influência sobre Anísio Teixeira, o principal nome

do escolanovismo no Brasil. É importante destacar a intenção do movimento escolanovista em

criticar o caráter magistrocêntrico da pedagogia tradicional, propondo em lugar, uma prática

pedagógica centrada nas necessidades e nos interesses do aluno. Assim, a metodologia seria

encaminhada na direção do pragmatismo, em que a aprendizagem se daria através de uma

experiência ativa de problematização a partir de experiências concretas. Importante seria

aprender o que realmente fosse necessário. Contudo, diferentemente de um viés eficientista, a

Escola Nova propõe um aprendizado relevante não somente para a inserção do aluno no

mercado de trabalho, mas principalmente para a construção de uma sociedade democrática

através de uma atuação consciente. Para a consecução desse modelo de sociedade há a defesa de

uma escola laica, pública, obrigatória e gratuita. Assim, importaria não somente universalizar a

educação, mas refletir sobre seu modelo, de forma a conceber um ensino que promovesse a

democracia na sociedade. Por fim, é importante perceber o impacto dessas ideias na

promulgação do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” de 1932, cujos principais

Page 62: eBook: Pedagogia

signatários buscavam aproveitar o contexto de transformações políticas no Brasil para a

reformulação das políticas educacionais com vistas a transformações na sociedade brasileira.

Importante é perceber a “ilusão liberal” que acomete esse movimento, que ao fim e ao cabo,

padece de uma excessiva idealização do papel da educação em relação à sociedade,

encaminhando uma visão assaz redentora da ação educativa como corretora dos problemas da

marginalidade social.

Referências:

DEWEY, John. Vida e educação. 2 ed. São Paulo: Ibrasa 1980

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez. 1994.

RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira 16°ed Campinas- SP: Autores

Associados , 2010.

ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis- RJ: Vozes, 1978.

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.

SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 2ª ed. São Paulo,Campinas:

Autores Associados, 2008.

QUESTÃO DISCURSIVA 04

Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la.

É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais

provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. ARIÈS, P. História Social da Criança e da Família. Tradução: Dora Flaksman. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC,

1981, p. 50.

Considerando as ideias apresentadas no texto acima, redija um texto dissertativo acerca do

seguinte tema:

A infância: sua representação e processo educativo.

Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:

a) transformações do conceito de infância;

b) compreensão da especificidade da infância;

c) representação das crianças nas obras de arte do século XII.

Padrão de Resposta

O estudante deve abordar em seu texto:

• identificação e análise das desigualdades sociais acentuadas pelo

analfabetismo, demonstrando capacidade de examinar e interpretar criticamente o quadro atual d

a educação com ênfase no analfabetismo;

• abordagem do analfabetismo numa perspectiva crítica, participativa, apontando agentes

sociais e alternativas que viabilizem a realização de esforços para sua superação,

estabelecendo relação entre o analfabetismo e a dificuldade para a obtenção de emprego;

•indicação de avanços e deficiências de políticas e de programas de erradicação do analfabetism

o, assinalando iniciativas realizadas ao longo do período tratado e seus resultados, expressando

que estas ações, embora importantes para a eliminação do analfabetismo, ainda se mostram insu

ficientes.

Conteúdo avaliado: Educação e analfabetismo no Brasil

Page 63: eBook: Pedagogia

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE

QUESTÃO DISCURSIVA 5

O desenvolvimento da linguagem na Educação Infantil é tema de ampla pesquisa. A professora

planeja sua ação pedagógica visando acolher as formas individuais de comunicação das

crianças, assim como contemplar atividades de fala, escuta, narrativas e reflexão sobre a Língua.

A literatura infantil cumpre papel fundamental nesse processo.

Nessa perspectiva, redija um texto argumentativo em favor do papel da literatura infantil para o

processo de desenvolvimento da linguagem da criança.

Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:

a) desenvolvimento da oralidade;

b) formação do leitor e do escritor;

c) importância da literatura para a socialização da criança e sua formação integral.

Conteúdo avaliado: O desenvolvimento da linguagem na Educação Infantil

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE

Padrão de resposta:

a) O estudante deve mencionar que o trabalho com literatura infantil e o diálogo propiciado

por ele amplia sua oralidade, salientando os seguintes aspectos: vocabulário, articulação de

ideias, gramática, estrutura da narrativa, criatividade e imaginação.

b) O estudante deve mencionar que a formação do leitor/escritor por meio da literatura

infantil, amplia o acesso da criança à estrutura da linguagem escrita, aos códigos e estilos,

despertando a necessidade de se expressar desta forma, mas também, dando‐lhe

instrumentos para fazê‐lo.

c) O estudante deve mencionar que a literatura infantil exerce não somente o papel de

divertir, mas instruir por meio do lúdico, desenvolvendo nos alunos competências afetivas,

cognitivas, motoras, morais, éticas e estéticas. Além disto, propicia a ampliação do universo

cultural da criança.

Page 64: eBook: Pedagogia