New Cirrose Hepática - Amazon Web Services · 2020. 5. 1. · O álcool pode provocar diferentes...
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CirroseHepática
Introdução
ManifestaçõesClínicasdaInsuficiênciaHepática
Anorexia,dorabdominal,náuseasevômitos;
Hipoandrogenismo - perda da libido, impotência, atrofia testicular, redução damassamuscular,rarefaçãodepelos;
Hiperestrogenismo-eritemapalmar,telangiectasias,ginecomastia;
Etiologiaalcoólica-entumescimentodeparótidasecontraturapalmardeDupuytren;
Flapping;
Equimoses;
Unhasbrancas(unhasdeTerry);
Icteríciaeprurido.
ClassificaçãodeCHILDPUGH–estadiamentodafunçãohepática
5-6pontos=CHILDA
7-9pontos=CHILDB
10-15pontos=CHILDC
HipertensãoPortal
Gradientedepressãovenosohepático>5mmHg
Veiaporta=veiamesentéricasuperior+veiaesplênica
Exameparaavaliaçãoinicial=USGcomdopplerdosistemaporta
Manifestações: esplenomegalia; ascite; circulação colateral: abdominal e varizes deesôfago,gástricaseanoretais;encefalopatiahepática.
CausasPrimáriasdaCirroseHepática
Alcoólica
O álcool pode provocar diferentes estágios de lesão hepática. A imensa maioriadesenvolveráesteatosehepática;10-20%hepatitealcoólicae8-20%cirrosehepática.
Éumagentehepatotóxicodiretoeoriscoaumentadovariade40-80gparahomense20-40gparamulheres.Outrosfatoresderiscoestãoassociados:portadoresdehepatiteC crônica, polimorfismos genéticos e obesos, principalmente aqueles com esteato-hepatitenãoalcoólica.
Ahepatitealcoólicaéumaformadelesãohepáticaqueacometeetilistascrônicos,namaioriadasvezesemconsequênciaaumaingestamaiordeálcool.Cursacomanorexia,hepatomegaliadolorosa, icterícia, febrebaixa, elevaçãode transaminases, bilirrubinas(predomíniodeBD)eleucocitose.
Tratamento:
Abstinênciatotalaoálcool(tratarasíndromedeabstinênciacombenzodiazepínicos);
Reposiçãohídrica;
Suportenutricionalcomaminoácidosdecadeiaramificada,vitaminas(tiaminaemcasodeencefalopatiadeWernickeVitaminaKemcasodecoagulopatia);
Considerarcorticóidedependendodagravidade.
DoençaHepáticaGordurosa
Variadesdeumquadroclínicodeesteatosebenignoatécirrose;
Estáfortementeassociadaàobesidade,resistênciainsulínicaedislipidemia;
Aimensamaioriaéassintomáticaeencaminhadadevidoelevaçãodeenzimashepáticasoualteraçãoaoultrassom(hepatomegaliae/oufígadohiperecogênico).
Histopatologia: 1- Esteatose isolada 2- Esteato-hepatite não alcoólica (esteatose
macrovacuolar+balonizaçãodehepatócitos+fibroseemdiferentesestágios)
Tratamento:Educaçãoalimentar,exercíciofísico,glitazonaseantioxidantes(vitaminaE,ômega3).
HepatiteAutoimune Agressãoautoimunedotecidohepático;
Pacientes típicos são mulheres com distribuição etária bimodal: 10-25 anos e 45-60anos;
Podeseinstalardeformaheterogênea,sendoosprincipaispadrões:1)hepatiteaguda,2)hepatitecrônica,3)hepatitefulminante;
Quaissãoosprincipaisachados?
Artralgias de pequenas articulações e estigmas de outras doenças autoimunes comovitiligo,tireoidites,DMtipoI,doençacelíaca,anemiaperniciosa,etc...
Achados laboratoriais: lesão hepática predominantemente hepatocelular +hipergamaglobulinemiapoliclonal(>2,5g/dL)compredomíniodeIgG.
Autoanticorpos :FAN,antimúsculo liso,antiLKM,anticitosolhepáticotipo1,antiSLA(antígenohepáticosolúvel)
Histopatologia – achados comuns– infiltradomononuclear às custasdeplasmócitos ,hepatitedeinterfaceeformaçãoderosetas
Tratamento=imunossupressão!
Corticóides e azatioprina são as primeiras opções. Em casos refratários - outrosimunossupressores:ciclosporina,tacrolimus,micofenolatomofetil.
Transplante hepático é opção para pacientes não respondedores com hepatopatiadescompensada.
CirroseBiliarPrimáriaReação inflamatória linfocítica (linfócitosT)ougranulomatosadosespaçosporta,comlesão e destruição progressiva das pequenas vias biliares gerando colestase intrahepáticaecirroseemsuaevolução;
Mulher(95%)entre30-65anos;
PRURIDO!!!,fadigacrônica,desconfortoemhipocôndriodireito;
Icterícia, hiperpigmentação cutânea, xantomas e xantelasmas, doença óssea (osteoporose,osteomalácia);
Laboratório:predomíniocolestático(aumentodeFAeGGT),hiperbilirrubinemiadireta(maistardio),hipercolesterolemia,aumentodeIgMsérico
AUTOANTICORPO:ANTICORPOANTIMITOCÔNDRIA.Altamenteespecifico!Presenteem95%doscasos.
Tratamento:
1. Ácido ursodesoxicolico (Ursacol®) - reduz sintomas, estabiliza doença, aumenta
sobrevidamasnãoimpedeevoluçãoparacirrosehepática.2. Prurido: antihistaminicos, naltrexone (antagonista do receptor de opioide),
colestiramina,rifampicina.3. Transplantehepático: tratamentodefinitivo, indicadona falênciahepática,prurido
incontrolável,osteoporoserefratária.
CausasSecundáriasdaCirroseHepática
DoençadeWilson
Distúrbioautossômicorecessivocausadopeloacúmulotóxicodecobrenoorganismo.
Fisiopatologia:
Mutação do gene ATP7B no cromossomo 13 que codifica a enzima responsável pelasecreçãodecobrenabile;
Excessodecatabolizaçãodacerulosplasmina(proteínatransportadoradocobre).
Doençahepática:hepatitecrônica,cirrosehepática,hepatitefulminante;
Doença psiquiátrica: alteração de personalidade, psicose com função intelectualpreservada;
Doença neurológica: Distúrbios do movimento: distonia, incoordenação, tremor(lembramparkinsonismo);
Anéis de kayser fleischer: depósitos de cobre namembrana de Descemet da córnea.Visualizada através da lâmpada de fenda. Sempre presentes na doençaneurológicaepsiquiátrica;
Achados laboratoriais:Ceruloplasminadiminuída (<20mg/dL);Cobrehepáticoelevado(>200-250mcg/dL);Fraçãolivredocobreaumentada(>25mcg/dL);
Cobretotalreduzido;
Excreçãourináriadecobreelevada
Tratamento:
Hepatopatiacompensada:SaisdeZinco(diminuiabsorçãogastrointestinaldecobreeinduzproduçãodeproteínasequestradoradecobre);
Hepatopatia descompensada: Trientina é tratamento de escolha (quelante de cobre)associado a sais de zinco.A Penicilamina (outroquelante) fica como segundaescolhaporsermaistóxica.
Hemocromatose
As síndromes de sobrecarga de ferro podem ser divididas nas formas hereditária eadquirida.Atualmentereserva-seotermohemocromatoseparaaformagenética.
Dentreasformasadquiridasdestacam-seasanemiashemolíticascrônicaseasdoençashepáticascrônicas.
Asprincipaismutaçõesassociadasaodesenvolvimentodehemocromatosesão:C282YeH63D.
Quandopensar?
Hepatopatia
Cardiopatia
DiabetesMellitus
Hipogonadismo:perdadelibidoeatrofiatesticular
Hiperpigmentacaocutânea
Artropatia
Diagnóstico:
Checaralteraçõesnometabolismodoferro(IST,ferritina,ferrosérico);
TestegenéticoparaasmutaçõesC282YeH63D;
Biópsiahepáticareservadaparacasosduvidosos.
Tratamento:
Flebotomiasderepetição;
Quelantesdeferro(desferoxamina)nãoestãohabitualmenteindicados.
CirroseBiliarSecundária
Complicação possível de qualquer doença que provoque obstrução crônica das viasbiliares,
Cursandocomsíndromecolestáticacrônica.
Adultos: coledocolitíase, estenose cicatricial iatrogênica, colangite esclerosante,tumores
Crianças:atresiadeviasbiliares,cistodecolédoco,doençadeCaroli.
ColangiteEsclerosante
Doençaautoimuneinflamatóriacrônicacomdestruiçãodosductosbiliaresintraeextrahepáticosgerandofocosdeestenosedasviasbiliares.Cursacomsíndromecolestáticaprogressivaresultandofinalmenteemcirrosebiliarsecundária.
Maiscomumemhomens35-50anos.P-ancapositivoem30-80%doscasos.
Examepadrãoouro:CPREcompadrãode“contasderosário”(estenoses+dilataçõesdaárvorebiliar).
Ascite
Acúmulodelíquidolivrenacavidadeperitoneal;
Definirselíquidoascíticoétransudatoouexsudatoatravésdocálculodogradientedealbumina soro/ascite (GASA) , subtraindo o valor da albumina no soro do valor daalbuminanolíquidoascítico.
GASA<1,1>>exsudato=doençaperitoneal
GASA≥1,1>>transudato=hipertensãoportal
Classificaçãodasascites:
Considerações:
Ascite cardiogênica: Proteína do líquido ascítico > 2,5 g/dL ; presença de turgênciajugular;
Ascitepancreática:amilasedolíquido>1000;
Ascite quilosa: aspecto leitoso, triglicerídeos elevados, associada à malignidades,principalmente linfoma. Ascite gelatinosa: causada por tumores mucinosos e pelopseudomixomaperitoneal.
Tratamento:
Restriçãodesódio:2g/diaou88mEq/dia.
Comosaberseopacienteestáseguindoadieta?
Dosagemdesódiourinárionaurinade24hs, semaiorque78mEq/diaaexcreçãoéboa,porémoconsumodesalestáemexcesso.
Diuréticos:indicadosquandoarestriçãodesódionãoforsuficiente.EspironolactonaeFurosemida.Objetivo:perdade0,5Kg/diaseasciteisoladaeperdade1Kg/diaseascite+edemamembrosinferiores.
Asciterefrataria:
1. Paracentesesseriadas2. TIPS(derivaçãoporto-cavaintra-hepaticatransjugular)3. TransplanteHepático.
Deve-serestringirágua?
Não. Sóestá indicada restriçãohídricaemcasodehiponatremia importante (Na120-125mg/dL).
OBS:Emparacentesesdegrandevolume(>5L)deve-serealizarareposiçãodealbumina(8-10gparacadalitrodelíquidoretirado).Ex:Paracentesede8L>REPOSICAODE80G
. Cada frasco de albumina possui 20 G, logo deverão ser infundidos 4 frascos dealbumina.
PeritoniteBacterianaEspontânea
Fisiopatologia:translocaçãobacterianaapartirdotubodigestivoassociadoàdeficiênciadeopsoninas(proteínasdocomplemento)noliquidoascítico,comumemcirróticos.
Quandosuspeitar?
Semprequehouverdeterioraçãodoquadro clínicoempaciente comascite. Sinaisdeperitonitesãopraticamenteinexistentes,devidoàpresençadaascite.Febre(70%);dorabdominal (60%);alteraçãodoestadomentalporencefalopatiahepática (55%),doràpalpaçãoabdominal(50%)eoutros(diarreia,íleoparalitico,hipotensãoarterial).
Diagnóstico:Presençade>250polimorfonuclearesnolíquidoascítico.
Agenteetiológico:Monobacteriana,sendoamaioria(70%)causadaporgramnegativosentéricos,comdestaqueparaEscherichiacoli.
Tratamento:
1. Cefalosporinade3a.geração(CeftriaxoneouCefotaxime)por5dias2. Infusão de albumina no 1o (1,5 g) e 3o (1 g) dias previne o desenvolvimento da
síndromehepatorenal.
Profilaxia–Indicações:
Profilaxia Primária: liquido ascítico com PTN < 1g; após episódio de hemorragiadigestiva(realizarprofilaxiapor7dias);
Profilaxiasecundária:emtodosospacientesapósprimeiroepisódiodePBE;
Drogautilizada:Norfloxacino400mg/dia
OUTRASDEFINIÇÕES
BACTERIOASCITE = cultura positiva do líquido ascítico, porém com menos de 250polimorfonucleares.
ASCITE NEUTROFILICA: presença de mais de 250 polimorfonucleares com culturanegativadolíquido.
Quandosuspeitardeperitonitebacterianasecundária?
Líquidoascíticocom:proteína>1g/dL;glicose<50mg/dL;LDHmaiorquevalorsérico.
Infecçãopolimicrobianacomrespostainadequadaàantibioticoterapiapadrão.
VarizesEsofagogástricas
Abordadanapartedehemorragiadigestiva
EncefalopatiaHepática
Alteraçõesneurológicasreversíveisdegrausvariadosdecorrentesdafalênciahepática.O mecanismo está relacionado à presença de toxinas intestinais que chegam àcirculaçãosemserdepuradastantopordisfunçãoprimáriadoshepatócitosquantoporshuntportosistêmico(hipertensãoporta).
A substância mais importante é a amônia, derivada do catabolismo proteico pelasbactériascolônicas.
FatoresPrecipitantes:
Hemorragiagastrointestinal,hipocalemiaealcalosemetabólica,constipação;diuréticos,
hipovolemia e desidratação, excesso de proteínas na dieta, infecções, medicações(narcóticos,sedativos),TIPSeprocedimentoscirúrgicos.
Classificação:
EHesporádica:espontânea,associadaàfatoresprecipitantes,recorrente
EHpersistente
EHmínima:ausênciadeclínicamascomtestesneurofisiológicosalterados
Tratamento
Identificaçãoeremoçãodosfatoresderisco
Dieta:nãoexistebenefíciocomprovadoemdietacomrestriçãoproteica
Lactulona:30-120ml/diadivididosem4tomadasatéatingir3-4evacuaçõesdiárias
Drogasadjuvantes:
1. Antibióticos:NeomicinaouMetronidazolouRifaximina,comintuitodereduçãodaflorabacterianacolônicaprodutoradeamônia;
2. Complexoornitina aspartato (LOLA) que aumenta a transformaçãode amônia emuréianoshepatócitos;
3. Benzoatodesódioqueaumentaaexcreçãorenaldenitrogênio.
TransplanteHepático.
SíndromeHepatorenal
Características:
Insuficiência renal aguda funcional observada em 10% dos pacientes com cirrosehepática avançada. Decorrente de uma intensa vasoconstricção renal que ocorre emrespostaàvasodilataçãoesplâncnica
Parênquimarenalestáintacto
Classificação
TIPO 1: rápida progressão da insuficiência renal (<2 semanas), havendo aumento dacreatinina sérica para o dobro da inicial (geralmente >2,5 mg/dL). GeralmenteprecipitadaporPBE.Prognósticomuitoruimcomsobrevidamédiade2semanas;
TIPO 2: evolução insidiosa, espontânea, associada à ascite refratária, e a creatininasitua-seentre1,5-2,0mg/dL.Prognósticomelhor.
Critériosdiagnósticos:
Doençahepática agudaou crônica com insuficiênciahepática avançadaehipertensãoportal;
Creatinina>1,5mg/dL;
Ausênciademelhoradacreatininaapós2diasdesuspensãodosdiuréticoseexpansãovolêmicacomalbumina(1g/Kg/dia);
Ausênciadecausaaparentecomochoque,drogasnefrotóxicas,doençaparenquimatosarenal,doençaobstrutivaaoUSG;
Proteinúria<500mg/dia;hematúria<50célulasp/c.
Tratamento:
Melhorterapiaéotransplantehepático
Tratamento clínico é menos efetivo: albumina + vasoconstrictores sistêmicos(terlipressina(escolha),noradrenalina,octreotide,midodrina)
Outrasopções:TIPSediáliseextracorpóreacomalbumina,servindocomo“ponte”paraotransplantehepático.
SíndromeHepatopulmonar
Caracteriza-sepor:
Doençahepáticaestabelecida;
Evidência de alterações vasculares intrapulmonares, referidas como dilataçõesvascularesintrapulmonares;
Hipoxemia.
O paciente apresenta tipicamente dispnéia aos esforços, cianose de lábios eextremidades,baqueteamentodigitalearanhasvasculares.
Achadosclássicos:
PLATIPNÉIA (dispnéia que surge ou se agrava com a posição sentada ou em pé) eORTODEOXIA(quedaacentuadadasaturaçãoarterialcomaposiçãoortostática).Umadasexplicaçõeséopredomíniodasdilataçõesvascularesnasbasespulmonares.
Diagnóstico: critérios clínicos + hipoxemia arterial + evidência de shunt vascularpulmonarvisualizadoporECOcommicrobolhasoucintilografiacommacroagregadodealbumina.
CarcinomaHepatocelular
Neoplasiahepáticamalignamaiscomum,sendoquaseexclusivadecirróticos.
Diagnóstico:
Alfafetoproteína+imagem(TC/RM)commétodosdecontrastedinâmicoevidenciandopadrãode captaçãoarterial do contrastee lavagem rápida (washout)na fase venosa.Biópsianoscasosduvidosos
Rastreio:
USG + alfa feto protéina 6/6meses. Indicado em cirróticos e pacientes de alto risco(carreadoresdovírusBouhistoriafamiliardehepatocarcinoma)
Tratamento:
Curativo:ressecçãooutransplantehepático
Paliativo:métodoslocais(alcoolização,ablação,quimioembolização)ousorafenib.
CarcinomaFibrolamelar:variantedoCHCemfígadonãocirrótico,jovens,AFPnormal.PrognósticomelhorqueCHC,porémcomaltarecidivaapósressecção.