Estimativa 24042014 Cancer
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MINISTRIO DA SADE
Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva (INCA)
Estimativa | 2014
Incidncia de Cncer noBrasil
Rio de Janeiro, RJ
INCA2014
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Elaborao, distribuio e informaes
MINISTRIO DA SADEINSTITUTO NACIONAL DE CNCER JOS ALENCARGOMES DA SILVA (INCA)Coordenao-Geral de Preveno e VigilnciaRua Marqus de Pombal, 125Centro Rio de Janeiro RJCep 20230-240Tel.: (21) 3207-5510Fax: (21) 3207-5809E-mail: [email protected]
Equipe de ElaboraoBruna Melo GuimaresCamila da SilvaCludio Pompeiano NoronhaGuilherme de Souza SilvaJulio Fernando Pinto OliveiraKeilane Alves PereiraMarceli de Oliveira SantosMarise Souto RebeloMax Vitor Kazutoshi AraboriRejane de Souza ReisRenato Tavares NetoVictor Eduardo Leite de Almeida Duca
ApoioDiviso de Comunicao SocialTecnologia da Informao
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Flama
Ficha catalogrfica
Edio
COORDENAO-GERAL DE PREVENO EVIGILNCIAServio de Edio e Informao Tcnico-CientficaRua Marqus de Pombal, 125Centro Rio de Janeiro RJCep 20230-240Tel.: (21) 3207-5500
Superviso EditorialLetcia CasadoEdio e Produo Editorial
Tas FacinaCopidesque e Reviso
Rita Rangel de S. MachadoCapa, Projeto Grfico e Diagramao
Ceclia PachProjeto Grfico Original
g-dsNormalizao Bibliogrfica e Ficha
CatalogrficaMnica de Jesus Carvalho/ CRB:7/6421
Edio Eletrnica
Diviso de Tecnologia da Informao
2014 Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva/ Ministrio da Sade.Todos os direitos reservados. A reproduo, adaptao, modificao ou utilizao deste contedo, parcialou integralmente, so expressamente proibidas sem a permisso prvia, por escrito, do INCA e desde queno seja para qualquer fim comercial. Venda proibida. Distribuio gratuita.Esta obra pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade Preveno e Controle de Cncer(http://controlecancer.bvs.br/) e no Portal do INCA (http://www.inca.gov.br).
Tiragem: 5.000 exemplares
I59e Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva. Coordenaode Preveno e Vigilncia
Estimativa 2014: Incidncia de Cncer no Brasil / Instituto Nacional
de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva, Coordenao de Preveno e Vigilncia.Rio de Janeiro: INCA, 2014.
124p. : il. col., mapas.
Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7318-236-1 (verso impressa) ISBN 978-85-7318-237-8 (verso eletrnica)
1. Neoplasias- epidemiologia. 2. Neoplasias-mortalidade.3. Neoplasias-etiologia . 4. Incidncia. 5. Estatstica. 6. Brasil. I. Ttulo
CDD 614.5999481
Catalogao na fonte Servio de Edio e Informao Tcnico-Cientfica
Ttulos para indexaoEm ingls: Estimate/2014 Cancer Incidence in Brazil
Em espanhol: Estimacin/2014 Incidencia de Cncer en Brasil
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Ao Carlos Anselmo Lima e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de Aracaju,Sergipe.
Lucrcia Aline Cabral Formigosa e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacionalde Belm, Par.
Berenice Navarro Antoniazzi e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional deBelo Horizonte, Minas Gerais.
Glucia da Silva Nunes de Freitas e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacionalde Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Ao Paulo Cesar Fernandes de Souza e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacionalde Cuiab, Mato Grosso.
Cyntia Asturian Laporte e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de Curitiba,Paran.
Marlia Rezende e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional do Distrito Federal. Ediania de Castro Albuquerque e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional deFortaleza, Cear.
Cludia Valria Corraide e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional deFlorianpolis, Santa Catarina.
Ao Jos Carlos de Oliveira e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de Goinia,Gois.
Ao Donaldo Botelho Veneziano e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional deJahu, So Paulo.
Josefa ngela Pontes de Aquino e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional
de Joo Pessoa, Paraba. Nayara Cabral Machado e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de Manaus,Amazonas.
Stella Rosa de Sousa Leal e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de Natal,Rio Grande do Norte.
Patrcia Ferreira Nomellini e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional dePalmas, Tocantins.
Yula de Lima Merola e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de Poos deCaldas, Minas Gerais.
Barbara Rejane Machado da Cruz e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional
de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Claudia Cristina Lima de Castro e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional deRecife, Pernambuco.
Renata de Paula Garcia e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional do Estadode Roraima.
Ao Elmando Sampaio Silva e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional deSalvador, Bahia.
Fernanda Alessandra Silva e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de SoPaulo, So Paulo.
Maria Amlia de Oliveira Costa e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional de
Teresina, Piau.o Cssio Monteiro de Castro e a toda equipe do Registro de Cncer de Base Populacional doEstado do Esprito Santo.
Agradecimentos
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ESTIMATIVA | 2014
O problema do cncer no Brasil ganha relevncia pelo perfil epidemiolgico que
essa doena vem apresentando, e, com isso, o tema conquista espao nas agendas polticas
e tcnicas de todas as esferas de governo. O conhecimento sobre a situao dessa doenapermite estabelecer prioridades e alocar recursos de forma direcionada para a modificao
positiva desse cenrio na populao brasileira.
O Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva (INCA) destaca-se pelo
seu papel nacional no desenvolvimento de aes estratgicas de estruturao e implementao
da poltica de preveno e controle do cncer, incluindo, de forma especial, seu compromisso
na disseminao de informaes que contribuam para o estabelecimento de prioridades em
termos de sade pblica.
A incluso das aes de controle de cncer entre os 16 Objetivos Estratgicos do
Ministrio da Sade para o perodo 2011 2015, com destaque para as aes de reduo
da prevalncia do tabagismo e de ampliao de acesso, diagnstico e tratamento em tempo
oportuno dos cnceres de mama e do colo do tero, assim como a publicao da nova Poltica
Nacional de Preveno e Controle de Cncer na Rede de Ateno s Pessoas com Doenas
Crnicas (PNPCC-RAS), por meio da Portaria no874, de 16 de maio de 2013, so exemplos
destacados dessa premissa.
Como vem fazendo ao longo dos ltimos 18 anos, em cumprimento ao
compartilhamento de informaes e experincias desenvolvidas, o INCA oferece sociedade
brasileira mais um volume sobre a estimativa de casos novos de cncer, para prover gestores,servios de sade, universidades, centros de pesquisa e sociedades cientficas com informaes
atualizadas que possam subsidiar um maior conhecimento sobre a ocorrncia da doena na
populao brasileira e nas suas regies.
Atualmente, esta publicao realizada a cada dois anos, sempre com base nos dados
gerados pelos Registros de Cncer de Base Populacional (RCBP). Neste volume, foram
considerados 19 tipos especficos de cncer, com base na magnitude e no impacto. As
informaes so apresentadas de forma consolidada para o pas como um todo e de forma
desagregada para Estados e capitais.
Essas informaes so cada vez mais utilizadas, em reas j estabelecidas, como a
do planejamento das aes para a preveno e controle do cncer, bem como em artigos
cientficos, dissertaes e teses relacionadas ao cncer, alm de se configurarem como
importante instrumento dos meios de comunicao de massa e da imprensa em geral.
Nesse sentido, a regularidade da oferta de informaes atualizadas uma estratgia, sob a
tica da vigilncia, para que se possa descrever e explorar analiticamente o cenrio da incidncia
do cncer no pas, apoiando-se nas premissas da melhoria e da atualidade das informaes dos
RCBP e do Sistema de Informaes sobre Mortalidade (SIM) do Ministrio da Sade.
As estimativas apresentadas nesta edio so mais uma ferramenta importante para o
desenvolvimento do sistema de vigilncia do cncer, que tem como grande desafio colocar
Apresentao
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em prtica o uso dessas informaes e o conhecimento da realidade do pas, para que as
necessidades da populao sejam priorizadas e atendidas pela poltica pblica de sade,
conforme preconizado no Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento das Doenas
Crnicas no Transmissveis (DCNT) no Brasil, 2011 2022, do Ministrio da Sade.
Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva
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ESTIMATIVA | 2014
A g r a d e c i m e n t o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Apresentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Lista de tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Lista de figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Lista de siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Sntese de resultados e comentrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Tabelas e figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Mapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Referncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Anexo A Projeo populacional para o ano de 2014 por Unidade daFederao, capital e Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Anexo B Estimativas por Unidade da Federao, capital e Brasil (colodo tero e tero poro no especificada) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Sumrio
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ESTIMATIVA | 2014
Tabela 1Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 mil
habitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Brasil) ................................................................... 55
Tabela 2Estimativas para o ano de 2014 do nmero de casos novos de cncer, porEstado (Brasil) ........................................................................................... 56
Tabela 3Estimativas para o ano de 2014 do nmero de casos novos de cncer, porcapital (Brasil) ........................................................................................... 59
Tabela 4Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Norte) ................................................................... 62
Tabela 5Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Acre e Rio Branco) .............................................. 63
Tabela 6Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Amap e Macap) ................................................ 64
Tabela 7Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo e localizaoprimria (Amazonas e Manaus) ................................................................... 65
Tabela 8Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Par e Belm) ....................................................... 66
Tabela 9Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Rondnia e Porto Velho) .................................... 67
Lista de Tabelas
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Tabela 10Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Roraima e Boa Vista) ............................................ 68
Tabela 11
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Tocantins e Palmas) ............................................. 69
Tabela 12Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Nordeste) ............................................................. 70
Tabela 13
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Alagoas e Macei) ................................................ 71
Tabela 14Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Bahia e Salvador) ................................................. 72
Tabela 15
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Cear e Fortaleza) ................................................. 73
Tabela 16Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Maranho e So Lus) .......................................... 74
Tabela 17
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Paraba e Joo Pessoa) ......................................... 75
Tabela 18Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Pernambuco e Recife) ......................................... 76
Tabela 19Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Piau e Teresina) .................................................. 77
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ESTIMATIVA | 2014
Tabela 20Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Rio Grande do Norte e Natal) ............................ 78
Tabela 21
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Sergipe e Aracaju) ............................................... 79
Tabela 22Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Centro-Oeste) ...................................................... 80
Tabela 23
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Distrito Federal) .................................................. 81
Tabela 24Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Gois e Goinia) .................................................. 82
Tabela 25
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Mato Grosso e Cuiab) ........................................ 83
Tabela 26Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Mato Grosso do Sul e Campo Grande) .............. 84
Tabela 27
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Sudeste) ................................................................ 85
Tabela 28Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Esprito Santo e Vitria) ..................................... 86
Tabela 29Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Minas Gerais e Belo Horizonte) ......................... 87
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Tabela 30Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Rio de Janeiro e Rio de Janeiro) ......................... 88
Tabela 31
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (So Paulo e So Paulo) ........................................ 89
Tabela 32Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Sul) ....................................................................... 90
Tabela 33
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Paran e Curitiba) ............................................... 91
Tabela 34Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Rio Grande do Sul e Porto Alegre) ..................... 92
Tabela 35
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milhabitantes e do nmero de casos novos de cncer, segundo sexo elocalizao primria (Santa Catarina e Florianpolis) ........................... 93
Tabela 36Distribuio das populaes masculina e feminina por Unidade daFederao e Brasil .................................................................................. 119
Tabela 37Distribuio das populaes masculina e feminina por capital ......... 120
Tabela 38Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milmulheres e do nmero de casos novos de neoplasia maligna do colo dotero e do tero (poro no especificada), por Unidade da Federao eBrasil ...................................................................................................... 121
Tabela 39Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidncia por 100 milmulheres e do nmero de casos novos de neoplasia maligna do colo do
tero e do tero (poro no especificada), por capital .......................... 122
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ESTIMATIVA | 2014
Lista de Figuras
Figura 1Distribuio proporcional dos dez tipos de cncer mais incidentes
estimados para 2014 por sexo, exceto pele no melanoma (Brasil) ...... 55
Figura 2Distribuio proporcional dos dez tipos de cncer mais incidentes
estimados para 2014 por sexo, exceto pele no melanoma (Norte) ...... 62
Figura 3Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Acre e Rio Branco) ...................................................................... 63
Figura 4Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Amap e Macap) ....................................................................... 64
Figura 5Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Amazonas e Manaus) .................................................................. 65
Figura 6Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Par e Belm) .............................................................................. 66
Figura 7Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Rondnia e Porto Velho) ............................................................ 67
Figura 8Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Roraima e Boa Vista) ................................................................... 68
Figura 9Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Tocantins e Palmas) .................................................................... 69
Figura 10Distribuio proporcional dos dez tipos de cncer mais incidentesestimados para 2014 por sexo, exceto pele no melanoma (Nordeste) .... 70
Figura 11
Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Alagoas e Macei) ....................................................................... 71
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Figura 12Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Bahia e Salvador) ........................................................................ 72
Figura 13Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Cear e Fortaleza) ....................................................................... 73
Figura 14Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Maranho e So Lus) ................................................................. 74
Figura 15Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Paraba e Joo Pessoa) ................................................................. 75
Figura 16Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Pernambuco e Recife) ................................................................. 76
Figura 17Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Piau e Teresina) .......................................................................... 77
Figura 18Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Rio Grande do Norte e Natal) .................................................... 78
Figura 19Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Sergipe e Aracaju) ....................................................................... 79
Figura 20Distribuio proporcional dos dez tipos de cncer mais incidentesestimados para 2014 por sexo, exceto pele no melanoma (Centro-
Oeste) ............................................................................................... 80
Figura 21Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo (DistritoFederal) ..................................................................................................... 81
Figura 22Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Gois e Goinia) .......................................................................... 82
Figura 23 Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Mato Grosso e Cuiab) ............................................................... 83
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ESTIMATIVA | 2014
Figura 24Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Mato Grosso do Sul e Campo Grande) ...................................... 84
Figura 25Distribuio proporcional dos dez tipos de cncer mais incidentesestimados para 2014 por sexo, exceto pele no melanoma (Sudeste) .... 85
Figura 26Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Esprito Santo e Vitria) ............................................................. 86
Figura 27Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Minas Gerais e Belo Horizonte) ................................................. 87
Figura 28Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado e
capital (Rio de Janeiro e Rio de Janeiro) ................................................ 88
Figura 29Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (So Paulo e So Paulo) ................................................................ 89
Figura 30
Distribuio proporcional dos dez tipos de cncer mais incidentesestimados para 2014 por sexo, exceto pele no melanoma (Sul) ........... 90
Figura 31Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Paran e Curitiba) ....................................................................... 91
Figura 32Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Rio Grande do Sul e Porto Alegre) ............................................. 92
Figura 33Taxas brutas de incidncia estimadas para 2014 por sexo, segundo Estado ecapital (Santa Catarina e Florianpolis) ................................................. 93
Figura 34Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (todas as
neoplasias malignas) ................................................................................ 94
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Figura 35Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(todas as neoplasias malignas) ................................................................. 94
Figura 36Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (todas as
neoplasias malignas, exceto as de pele no melanoma) ......................... 95
Figura 37Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(todas as neoplasias malignas, exceto as de pele no melanoma) .......... 95
Figura 38Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna da prstata) ................................................................................ 96
Figura 39Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna da mama feminina) .................................................. 96
Figura 40Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna do colo do tero) ..................................................... 97
Figura 41Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil mulheres,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna do colo do tero e do tero, poro no especificada) ............... 97
Figura 42Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna da traqueia, dos brnquios e dos pulmes) .............................. 98
Figura 43
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna da traqueia, dos brnquios e dos pulmes) ............ 98
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ESTIMATIVA | 2014
Figura 44
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna de clon e reto) .......................................................................... 99
Figura 45Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna de clon e reto) ........................................................ 99
Figura 46
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna do estmago) ............................................................................ 100
Figura 47
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna do estmago) .......................................................... 100
Figura 48
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna da cavidade oral) ...................................................................... 101
Figura 49
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna da cavidade oral) .................................................... 101
Figura 50
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna da laringe) ................................................................................. 102
Figura 51
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna da laringe) .............................................................. 102
Figura 52
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasiamaligna da bexiga) ................................................................................. 103
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Figura 53
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna da bexiga) ............................................................... 103
Figura 54Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna do esfago) ............................................................................... 104
Figura 55
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna do esfago) ............................................................. 104
Figura 56
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna do ovrio) ............................................................... 105
Figura 57
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna do corpo do tero) ................................................. 105
Figura 58
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (linfoma de
Hodgkin) ................................................................................................. 106
Figura 59
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(linfoma de Hodgkin) ............................................................................ 106
Figura 60
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (linfoma
no Hodgkin) ......................................................................................... 107
Figura 61
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao(linfoma no Hodgkin) .......................................................................... 107
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ESTIMATIVA | 2014
Figura 62
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna da glndula tireoide) ................................................................ 108
Figura 63Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna da glndula tireoide) .............................................. 108
Figura 64
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (neoplasia
maligna do Sistema Nervoso Central) ................................................... 109
Figura 65
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(neoplasia maligna do Sistema Nervoso Central) ................................ 109
Figura 66
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
homens, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(leucemias) .............................................................................................. 110
Figura 67
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(leucemias) .............................................................................................. 110
Figura 68
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
homens, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(melanoma maligno da pele) ................................................................. 111
Figura 69
Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(melanoma maligno da pele) ................................................................. 111
Figura 70Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil homens,
estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao (outrasneoplasias malignas da pele) .................................................................. 112
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Figura 71Representao espacial das taxas brutas de incidncia por 100 mil
mulheres, estimadas para o ano de 2014, segundo Unidade da Federao
(outras neoplasias malignas da pele) ...................................................... 112
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ESTIMATIVA | 2014
Lista de Siglas
Aids Sndrome da imunodeficincia adquirida
CDH1 Protena E-caderina
CID 10 Classificao Estatstica Internacional de Doenas e Problemas Relacionados
Sade, Dcima Reviso
CID-O 2 Classificao Internacional de Doenas para Oncologia, Segunda Edio
CID-O 3 Classificao Internacional de Doenas para Oncologia, Terceira Edio
DCNT Doenas Crnicas no Transmissveis
EBV Vrus Epstein-Barr
H pylori Helicobacter pylori
HIV Vrus da imunodeficincia humana
HPV Papilomavrus humano
Iarc International Agency for Research on Cancer (Agncia Internacional para Pesquisa
em Cncer)
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
INCA Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva
LH Linfoma de Hodgkin
LNH Linfoma no Hodgkin
MPOG Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto
OMS Organizao Mundial da Sade
PET Scan Tomografia por emisso de psitrons
PNPCC-RAS Poltica Nacional de Preveno e Controle de Cncer na Rede de Ateno s
Pessoas com Doenas Crnicas
PSA Antgeno Prosttico Especfico
RCBP Registros de Cncer de Base Populacional
RHC Registros Hospitalares de Cncer
SIM Sistema de Informaes sobre Mortalidade
SNC Sistema Nervoso Central
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SUS Sistema nico de Sade
TRH Terapia de reposio hormonal
TSH Thyroid-stimulating hormone(hormnio de estimulao da tireoide)
UF Unidades da federao
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ESTIMATIVA | 2014
O Brasil vem sofrendo mudanas em seu perfil demogrfico, consequncia, entre
outros fatores, do processo de urbanizao populacional, da industrializao e dos avanos
da cincia e da tecnologia. A essas novas caratersticas da sociedade brasileira, unem-se osnovos estilos de vida e a exposio, ainda mais intensa, a fatores de risco prprios do mundo
contemporneo.
Esse processo de mudana demogrfica, denominado de envelhecimento da
populao, associado transformao nas relaes entre as pessoas e seu ambiente, trouxe
uma alterao importante no perfil de morbimortalidade, diminuindo a ocorrncia das
doenas infectocontagiosas e colocando as doenas crnico-degenerativas como novo centro
de ateno dos problemas de doena e morte da populao brasileira.
Assim como a transio epidemiolgica, tambm a vigilncia foi reformulada,
para ampliar o seu objeto, incluindo hoje o grupo de doenas crnico-degenerativas, que,
pela importncia crescente na morbimortalidade do pas, vem, progressivamente, sendo
acrescentado ao repertrio tradicional da vigilncia epidemiolgica.
A vigilncia de cncer destina-se, como em qualquer sistema de vigilncia, a produzir
informaes para a tomada de decises. Essas informaes provm dos registros de cncer, dos
grandes sistemas de informao em sade, de anlises e estimativas, bem como de pesquisas
e estudos epidemiolgicos.
importante relembrar que cncer o nome dado a um conjunto de mais de 100 tipos
diferentes de doenas que tm em comum o crescimento desordenado de clulas anormais
com potencial invasivo. Alm disso, sua origem se d por condies multifatoriais. Esses
fatores causais podem agir em conjunto ou em sequncia para iniciar ou promover o cncer
(carcinognese).
O desenvolvimento da maioria dos cnceres requer mltiplas etapas que ocorrem ao
longo de muitos anos. Assim, alguns tipos de cncer podem ser evitados pela eliminao da
exposio aos fatores determinantes. Se o potencial de malignidade for detectado antes de
as clulas tornarem-se malignas, ou numa fase inicial da doena, tem-se uma condio mais
favorvel para seu tratamento e, consequentemente, para sua cura.
A preveno e o controle do cncer precisam adquirir o mesmo foco e a mesma ateno
que a rea de servios assistenciais, pois o crescente aumento do nmero de casos novos
far com que no haja recursos suficientes para dar conta das necessidades de diagnstico,
tratamento e acompanhamento. A consequncia sero mortes prematuras e desnecessrias.
Assim, medidas preventivas devem ser implementadas agora para reduzir a carga do cncer,
como as estratgias para o controle do tabagismo, relacionado ao cncer de pulmo, entre
outros; a promoo da alimentao saudvel, para a preveno dos cnceres de estmago eintestino, entre outros; a vacinao para Papilomavrus humano (HPV) e hepatite, contra
Introduo
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o cncer do colo do tero e de fgado. De igual modo, a adoo de estilos de vida mais
saudveis, como uma alimentao adequada e a prtica de atividade fsica, permitir um
melhor controle dos cnceres de mama, prstata e intestino. Essas medidas crescem em
importncia, principalmente em pases como o Brasil, que se encontra em um processo de
transio econmica, o que o faz ganhar, progressivamente, o nus global do cncer observado
em pases economicamente desenvolvidos.
De acordo com estimativas mundiais do projeto Globocan 2012, da Agncia
Internacional para Pesquisa em Cncer (Iarc, do ingls International Agency for Research on
Cancer), da Organizao Mundial da Sade (OMS), houve 14,1 milhes de casos novos de
cncer e um total de 8,2 milhes de mortes por cncer, em todo o mundo, em 2012. A carga
do cncer continuar aumentando nos pases em desenvolvimento e crescer ainda mais em
pases desenvolvidos se medidas preventivas no forem amplamente aplicadas. Nesses, os
tipos de cncer mais frequentes na populao masculina foram prstata, pulmo e clon e
reto; e mama, clon e reto e pulmo entre as mulheres. Nos pases em desenvolvimento, ostrs cnceres mais frequentes em homens foram pulmo, estmago e fgado; e mama, colo
do tero e pulmo nas mulheres.
Em 2030, a carga global ser de 21,4 milhes de casos novos de cncer e 13,2 milhes
de mortes por cncer, em consequncia do crescimento e do envelhecimento da populao,
bem como da reduo na mortalidade infantil e nas mortes por doenas infecciosas em
pases em desenvolvimento.
com base nas informaes de 23 Registros de Cncer de Base Populacional (RCBP),
alimentados por uma rede de 282 Registros Hospitalares de Cncer (RHC), que se consolida osistema de morbidade por cncer com informaes oportunas e de qualidade (padronizadas,
atualizadas e representativas da populao brasileira). A esse sistema, agrega-se o Sistema de
Informaes sobre Mortalidade (SIM) para a elaborao da estimativa de 19 tipos de cncer,
apresentada para o territrio nacional, estados e capitais, por gnero.
No Brasil, a estimativa para o ano de 2014, que ser vlida tambm para o ano de 2015,
aponta para a ocorrncia de aproximadamente 576 mil casos novos de cncer, incluindo os
casos de pele no melanoma, reforando a magnitude do problema do cncer no pas. O cncer
de pele do tipo no melanoma (182 mil casos novos) ser o mais incidente na populaobrasileira, seguido pelos tumores de prstata (69 mil), mama feminina (57 mil), clon e reto
(33 mil), pulmo (27 mil), estmago (20 mil) e colo do tero (15 mil).
Sem considerar os casos de cncer de pele no melanoma, estimam-se 395 mil casos
novos de cncer, 204 mil para o sexo masculino e 190 mil para sexo feminino. Em homens,
os tipos mais incidentes sero os cnceres de prstata, pulmo, clon e reto, estmago e
cavidade oral; e, nas mulheres, os de mama, clon e reto, colo do tero, pulmo e glndula
tireoide. incontestvel que o cncer hoje, no Brasil, um problema de sade pblica, cujos
controle e preveno devero ser priorizados em todas as regies, desde as mais desenvolvidas
cultural, social e economicamente at s mais desiguais. As abordagens orientadas para
enfrentar esse problema de sade so, necessariamente, mltiplas, incluindo: aes de
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ESTIMATIVA | 2014
educao para sade em todos os nveis da sociedade; preveno orientada para indivduos
e grupos; gerao de opinio pblica; apoio e estmulo formulao de legislao especfica
para o enfrentamento de fatores de risco relacionados doena; e fortalecimento de aes
em escolas e ambientes de trabalho.
De outro lado, atividade fundamental o monitoramento continuado dos programas
de preveno e controle implementados para combater o cncer e seus fatores de risco.
Esse monitoramento incorpora a superviso e a avaliao dos programas como atividades
necessrias para o conhecimento do andamento e do impacto no perfil de morbimortalidade
da populao, bem como a manuteno de um sistema de informaes oportuno e de
qualidade, que subsidie anlises epidemiolgicas como produto dos sistemas de vigilncia.
O INCA permanece mobilizado em prover gestores, profissionais da sade e da
comunicao e a sociedade em geral de informaes sobre cncer, contribuindo a cada
binio com as estimativas, que sero a base para a tomada de decises, em todas as esferas
de atuao, para o enfrentamento dessa doena.
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ESTIMATIVA | 2014
Estimou-se o nmero de casos novos de cncer para todas as unidades da federao
(UF) e respectivas capitais para o binio 2014/2015 pelo mtodo proposto por Black et al.
(1997). Esse mtodo permite obter a taxa de incidncia de cncer para uma determinadaregio, multiplicando-se a taxa observada de mortalidade da regio pela razo entre os
valores de incidncia e mortalidade da localidade onde exista RCBP. Para a presente anlise,
optou-se pela utilizao da razo entre as taxas de incidncia e mortalidade (I/M), obtida
pelo quociente entre a taxa bruta da incidncia e a taxa bruta da mortalidade. O perodo
de referncia utilizado foi aquele compreendido entre 2002 e 2011 (perodo de maior
concentrao de informaes sobre a incidncia). A fonte de informao, para os bitos, foi
o SIM, enquanto, para a incidncia, foram os RCBP.
Para cada regio geogrfica, utilizou-se a mediana da razo I/M dos registros
correspondentes quela regio, exceto para a regio Norte, para a qual se considerou amediana da razo I/M obtida para o Brasil. As respectivas razes foram aplicadas s taxas de
mortalidade estimadas por regresso linear para o ano de 2014 por UF e respectivas capitais.
Quando o modelo linear no se mostrou aplicvel, utilizou-se como alternativa a taxa mdia
dos ltimos cinco anos. Obtiveram-se, assim, as estimativas das taxas de incidncia e o nmero
de casos novos para o binio 2014/2015. Ou seja:
Em que: TIL= Taxa de incidncia estimada para a UF ou capital.
TML= Taxa de mortalidade estimada pela srie histrica de mortalidade
para UF ou capital.
IR = Taxa de incidncia das localidades dos RCBP (perodo entre 2002 e 2011).
MO= Taxa de mortalidade das localidades onde existem RCBP (perodo
entre 2002 e 2011).
A estimativa de casos novos para as cinco regies geogrficas e para o Brasil foi obtida
pela soma dos valores absolutos por UF. As taxas correspondentes foram obtidas dividindo-seos valores de casos novos das regies geogrficas ou do Brasil pelas suas respectivas populaes.
Todos os valores absolutos estimados foram arredondados para dez ou mltiplos de dez.
As taxas de incidncia apresentadas referem-se aos valores obtidos antes do arredondamento.
A fim de descrever o padro geogrfico da ocorrncia de cncer, as taxas de incidncia
obtidas para as UF e Distrito Federal foram representadas espacialmente baseadas nas
distribuies das taxas por quartil.
As populaes utilizadas como denominador para o clculo das taxas apresentadas
na presente publicao, censitrias (1980, 1991, 1996, 2000 e 2010) e intercensitrias,foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), do Ministrio do
Metodologia
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Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG). Para o ano 2014, a populao utilizada foi a
da projeo populacional para 2014 obtida do IBGE. Como a informao populacional no
estava desagregada por sexo, ela foi obtida tomando-se como base a distribuio proporcional
por sexo da populao do censo 2010 (Anexo A).
Os critrios gerais para a seleo das localizaes de cncer que constam na presente
publicao incluram a magnitude da mortalidade ou da incidncia (por exemplo: cncerde mama, prstata, pulmo e pele no melanoma), assim como aspectos ligados ao custo
e a efetividade de programas de preveno (por exemplo: cncer de mama, colo do tero e
cavidade oral).
Neste trabalho, apresenta-se a estimativa para o binio 2014/2015 do nmero de casos
novos e respectivas taxas brutas para cncer em geral e 19 localizaes selecionadas. A seleo
dos tumores baseou-se na Classificao Internacional de Doenas para Oncologia, Segunda
Edio (CID-O 2), para o perodo entre 2002 e 2004, e a Terceira Edio (CID-O 3), para o
perodo entre 2005 e 2011, sendo convertida para a Classificao Estatstica Internacional
de Doenas e Problemas Relacionados Sade, Dcima Reviso (CID 10). Foram includos
os cnceres cuja localizao primria encontra-se abaixo descrita:
Todas as neoplasias (C00 a C97; D46, exceto C77-C79).
Cavidade oral (C00-C10).
Esfago (C15).
Estmago (C16).
Clon e reto (C18-C21).
Laringe (C32).
Traqueia, brnquio e pulmo (C33-C34).
Melanoma maligno da pele (C43).
Outras neoplasias malignas da pele (C44).
Mama feminina (C50).
Colo do tero (C53).
Corpo do tero (C54).
Ovrio (C56).
Prstata (C61).
Bexiga (C67).
Sistema Nervoso Central (C70-C72).
Glndula tireoide (C73).
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ESTIMATIVA | 2014
Linfoma de Hodgkin (C81).
Linfoma no Hodgkin (C82-C85; C96).
Leucemias (C91-C95).
Sero apresentadas, em separado, as estimativas dos casos novos de cncer do tero
sem outra especificao (C55) somada aos casos de cncer de colo do tero (C53) para o
binio 2014/2015 (Figuras 40 e 41 e Anexo B).
Uma vez que o clculo da estimativa guarda estreita dependncia com as informaes
de mortalidade, quanto melhor a qualidade dessa informao, melhor a informao estimada
para a incidncia. A partir do ano de 2005, observou-se uma melhoria na informao sobre
mortalidade no Brasil, refletida pela qualidade da informao obtida na causa bsica da
morte na declarao de bito. O quadro atual, entretanto, ainda apresenta certo grau de
subnotificao e percentual elevado de classificao por causas mal definidas em algumas
UF. As estimativas aqui apresentadas, portanto, so reflexos desse cenrio. Outro fator a
ser considerado a progressiva expanso da populao coberta pelos RCBP, bem como a
constante busca pela melhoria da qualidade das informaes, fazendo com que, a cada ano,
a validade e a preciso das estimativas anuais aumente.
Cabe enfatizar que recomendada cautela na interpretao e na utilizao das
estimativas para analisar tendncias temporais. Tal cuidado justifica-se em virtude de
mudanas ocorridas na metodologia e, principalmente, em razo da melhoria da qualidade
das informaes ao longo do tempo.
A base de dados utilizada para mortalidade, embora de qualidade, possui uma
defasagem de, aproximadamente, dois anos, portanto, o efeito de uma mudana aguda no
quadro da mortalidade no perodo entre 2012 e 2014 no ser captado pelas projees atuais.
A base de dados de incidncia obedece estrutura e dinmica de cada um dos RCBP.
Atualmente, o perodo de informaes disponvel varia desde 1987 at 2011. A qualidade das
informaes difere de registro para registro e tambm varia de ano para ano, uma vez que os
RCBP modificam sua srie de casos, melhorando a qualidade e a atualidade das informaes.
Embora haja limitaes, acredita-se que as estimativas sejam capazes de descreverpadres atuais de incidncia de cncer, possibilitando o dimensionamento da magnitude e
do impacto dessa doena no Brasil.
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ESTIMATIVA | 2014
Apresenta-se uma sntese das estimativas de incidncia para o ano de 2014 no Brasil,
assim como breves comentrios sobre os tipos de cncer de maior magnitude que so passveis
de preveno primria (preveno da ocorrncia) ou secundria (deteco precoce).
Cncer de prstataEstimam-se 68.800 casos novos de cncer de prstata para o Brasil, no ano de 2014.
Esses valores correspondem a um risco estimado de 70,42 casos novos a cada 100 mil homens
(Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o cncer de prstata o mais
incidente entre os homens em todas as regies do pas, com 91,24/ 100 mil no Sul, 88,06/
100 mil no Sudeste, 62,55/ 100 mil no Centro-Oeste, 47,46/ 100 mil no Nordeste e 30,16/
100 mil no Norte (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
A ltima estimativa mundial apontou o cncer de prstata como sendo o segundo
tipo mais frequente em homens, cerca de 1,1 milho de casos novos no ano de 2012.
Aproximadamente 70% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em pases
desenvolvidos. As mais altas taxas de incidncia foram observadas na Austrlia/ Nova
Zelndia, Europa Ocidental e Amrica do Norte. Esse aumento pode ser reflexo, em
grande parte, das prticas de rastreamento pelo teste do Antgeno Prosttico Especfico
(PSA).
No Brasil, o aumento da expectativa de vida, a melhoria e a evoluo dos mtodos
diagnsticos e da qualidade dos sistemas de informao do pas, bem como a ocorrncia
de sobrediagnstico, em funo da disseminao do rastreamento do cncer de prstata
com PSA e toque retal, podem explicar o aumento das taxas de incidncia (observadas
pela anlise da srie histrica de incidncia dos RCBP) ao longo dos anos.
O nico fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do cncer de
prstata a idade. Aproximadamente 62% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem
em homens com 65 anos ou mais. Com o aumento da expectativa de vida mundial,
esperado que o nmero de casos novos de cncer de prstata aumente cerca de 60%
at o ano de 2015. Alm disso, a etnia e a histria familiar da doena tambm so
consideradas fatores de risco. O cncer de prstata aproximadamente duas vezes mais
comum em homens negros se comparados aos brancos. Os estadunidenses, jamaicanos
e caribenhos com ascendncia africana apresentam as mais altas taxas de incidncia do
cncer de prstata do mundo, o que pode ser atribudo, em parte, hereditariedade
(cerca de 5% a 10%). Apesar disso, possvel que essa diferena entre negros e brancos
se d em razo do estilo de vida ou de fatores associados deteco da doena.
Outro fator importante na etiologia desse tipo de cncer a dieta. Dietas com
base em gordura animal, carne vermelha, embutidos e clcio tm sido associadas ao
Sntese de resultados e comentrios
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aumento no risco de desenvolver cncer de prstata. Alm disso, a obesidade tambm
apontada no aumento do risco de desenvolver essa neoplasia, em especial para aquelas
de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, possvel que dietas ricas em
vegetais, vitaminas D e E, licopeno e mega-3 sejam capazes de conferir algum efeito
protetor contra o cncer de prstata.
A mortalidade por esse cncer apresenta um perfil ascendente semelhante ao da
incidncia no Brasil, embora sua magnitude seja mais baixa. Pode ser considerado
de bom prognstico se diagnosticado e tratado oportunamente. Como parte do 3
Informativo da Vigilncia do Cncer do INCA, foi realizado um estudo para estimar
a sobrevida do cncer, por meio da razo da Mortalidade e Incidncia. Essa razo foi
obtida pela da distribuio mediana das taxas de incidncia e mortalidade dos RCBP
brasileiros, com diferentes sries temporais, e do SIM. Assim, para o cncer de prstata,
o estudo apontou uma sobrevida aproximada de 80%.
A organizao de programas de rastreamento do cncer de prstata no est indicada,
pois ainda existe considervel incerteza sobre a existncia de benefcios associados a
essa prtica e, por outro lado, evidncias cientficas de boa qualidade demonstram que
essa interveno produz danos importantes para a sade dos homens. Portanto, aes
de controle da doena devem focar em outras estratgias, como a preveno primria
e o diagnstico precoce.
Cncer da mama feminina Para o Brasil, em 2014, so esperados 57.120 casos novos de cncer de mama, com
um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, esse tipo de cncer o mais
frequente nas mulheres das regies Sudeste (71,18/ 100 mil), Sul (70,98/ 100 mil), Centro-
-Oeste (51,30/ 100 mil) e Nordeste (36,74/ 100 mil). Na regio Norte, o segundo tumor
mais incidente (21,29/ 100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
O cncer de mama o tipo de cncer que mais acomete as mulheres em todo o
mundo, tanto em pases em desenvolvimento quanto em pases desenvolvidos. Cerca
de 1,67 milhes de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2012,
em todo o mundo, o que representa 25% de todos os tipos de cncer diagnosticados
nas mulheres. Suas taxas de incidncia variam entre as diferentes regies do mundo,
com as maiores taxas em 2012 na Europa Ocidental (96/ 100 mil) e as menores taxas
na frica Central e na sia Oriental (27/ 100 mil).
Mais de 80% dos cnceres de mama tm origem no epitlio ductal, enquanto a
minoria se origina do epitlio lobular. Nos ltimos 40 anos, a sobrevida vem aumentando
nos pases desenvolvidos e, atualmente, de 85% em cinco anos, enquanto, nos pases
em desenvolvimento, permanece com valores entre 50% e 60%. O cncer de mama
a maior causa de morte por cncer nas mulheres em todo o mundo, com cerca de 520
mil mortes estimadas para o ano de 2012. a segunda causa de morte por cncer nos
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pases desenvolvidos, atrs somente do cncer de pulmo, e a maior causa de morte por
cncer nos pases em desenvolvimento.
Alguns fatores de risco para o desenvolvimento do cncer de mama so bem
conhecidos, como: envelhecimento, fatores relacionados vida reprodutiva da mulher,
histria familiar de cncer de mama, consumo de lcool, excesso de peso, sedentarismo,
exposio radiao ionizante e alta densidade do tecido mamrio (razo entre o tecidoglandular e o tecido adiposo da mama).
A idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco. As taxas de
incidncia aumentam rapidamente at os 50 anos. Aps essa idade, o aumento ocorre
de forma mais lenta, o que refora a participao dos hormnios femininos na etiologia
da doena. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorre aps os 50 anos.
A histria familiar de cncer de mama est associada a um aumento no risco de
cerca de duas a trs vezes para o desenvolvimento desse tipo de neoplasia. Alteraes em
alguns genes, por exemplo BRCA1 e BRCA2, aumentam o risco de desenvolver cncer
de mama, embora essas mutaes sejam raras e contribuam para uma parcela mnima
de casos de cncer de mama. Cerca de nove em cada 10 casos ocorrem em mulheres
sem histria familiar.
Amamentao, prtica de atividade fsica e alimentao saudvel com a manuteno
do peso corporal esto associadas a um menor risco de desenvolver esse tipo de cncer.
A preveno primria dessa neoplasia um campo de pesquisa e de intervenes
bastante promissor. Cerca de 30% dos casos de cncer de mama podem ser evitados
por medidas como uma alimentao saudvel, prtica de atividade fsica regular e
manuteno do peso ideal.
No Brasil, a mamografia bienal para mulheres entre 50 a 69 anos e o exame clnicodas mamas anualmente a partir dos 40 anos a estratgia recomendada para a deteco
precoce do cncer de mama em mulheres com risco padro. Para as mulheres de grupos
populacionais considerados de risco elevado para cncer de mama (com histria familiar
de cncer de mama em parentes de primeiro grau), recomenda-se o exame clnico da
mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos.
Nos ltimos trs anos, o INCA e o Ministrio da Sade vm ampliando a estratgia
de estar alerta (awareness) populao feminina e aos profissionais de sade. Essa
estratgia de comunicao preconiza que todas as mulheres devem conhecer os principais
fatores de risco para o cncer de mama, a idade de maior risco de ocorrncia da doena
e seus mais frequentes sinais e sintomas. Tambm recomenda que as mulheres, ao
identificarem tais sinais e sintomas, procurem imediatamente um servio de sade
para esclarecimento diagnstico.
Apesar de ser considerado um cncer de relativamente bom prognstico, se
diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por cncer de
mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doena ainda
diagnosticada em estgios avanados. A sobrevida em um, cinco, dez e 20 anos, em pases
desenvolvidos, como a Inglaterra, de 95,8%, 85,1%, 77% e 64% respectivamente. O
estudo do INCA, j citado acima, apresentou, para o cncer de mama, uma sobrevida
aproximada de 80%.
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Cncer de clon e retoEstimam-se, para 2014, no Brasil, 15.070 casos novos de cncer de clon e reto em
homens e 17.530 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 15,44
casos novos a cada 100 mil homens e 17,24 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o cncer de clon e reto em homens
o segundo mais frequente na regio Sudeste (22,67/ 100 mil) e terceiro nas regies Sul (20,43/
100 mil) e Centro-Oeste (12,22/ 100 mil). Na regio Norte (4,48/ 100 mil), ocupa a quarta
posio e, na regio Nordeste, (6,19/ 100 mil) a quinta. Para as mulheres, o segundo mais
frequente nas regies Sudeste (24,56/ 100 mil) e Sul (21,85/ 100 mil). O terceiro nas regies
Centro-Oeste (14,82/100 mil) e Nordeste (7,81/ 100 mil), enquanto, na regio Norte (5,30/
100 mil), o quarto mais frequente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
Segundo a ltima estimativa mundial, o cncer de clon e reto configura-se como
o terceiro tipo de cncer mais comum entre os homens, com 746 mil casos novos, e o
segundo nas mulheres, com 614 mil casos novos para o ano de 2012. Mais da metade
dos casos so provenientes de regies mais desenvolvidas. Os padres geogrficos so
bem semelhantes em relao ao sexo, sendo que o sexo masculino apresenta uma maior
incidncia na maioria das populaes.
Tem-se observado uma mudana no padro da incidncia do cncer de clon e reto.
Em pases onde o risco era considerado baixo, como o Japo e outras naes asiticas,
existe uma tendncia de aumento para a incidncia dessa neoplasia. Por outro lado,
em pases sabidamente com alto risco, a incidncia apresenta uma estabilidade ou atmesmo um declnio em suas taxas, como o caso de pases da Europa Ocidental, do
Norte Europeu e da Amrica do Norte, alm da Austrlia.
Essa neoplasia considerada de bom prognstico se a doena for diagnosticada em
estgios iniciais. A sobrevida mdia global em cinco anos encontra-se em torno de 55%
nos pases desenvolvidos e 40% nos pases em desenvolvimento. Assemelhando-se
incidncia, as taxas de mortalidade so mais baixas em mulheres do que nos homens,
exceto para a regio do Caribe. O j citado estudo do INCA apontou, para o cncer de
clon e reto, uma sobrevida aproximada de 55%.
O desenvolvimento de vrias formas comuns de cncer resultado da interaoentre fatores endgenos e ambientais, sendo um dos mais notveis a dieta. Para o
cncer de clon e reto, os fatores protetores mais importantes so a atividade fsica e o
consumo de alimentos que contm fibra diettica, ou seja, aqueles de origem vegetal,
tais como: frutas, hortalias (legumes e verduras) e cereais integrais. Por outro lado,
so fatores de risco para esse tipo de cncer: carne vermelha, carnes processadas (como
mortadelas, presuntos, salsichas, linguias), bebidas alcolicas, tabagismo, gordura
corporal e abdominal. Outros fatores de risco so a histria familiar de cncer colorretal,
a predisposio gentica ao desenvolvimento de doenas crnicas do intestino e a idade,
uma vez que tanto a incidncia quanto a mortalidade aumentam com a idade. Apesar
disso, a maioria dos cnceres de clon e reto (cerca de 75%) se d de forma espordica,surgindo de mutaes somticas e evoluo do clone celular tumoral.
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A histria natural dessa neoplasia propicia condies ideais sua deteco precoce.
A pesquisa de sangue oculto nas fezes e mtodos endoscpicos so considerados meios
de deteco precoce, pois so capazes de diagnosticar e remover plipos adenomatosos
colorretais (precursores do cncer de clon e reto), bem como tumores em estgios
bem iniciais. Mesmo em pases com maiores recursos, a relao custo-benefcio em
investimentos para estratgias apropriadas de preveno e deteco precoce do cncer
de clon e reto tem impossibilitado a implantao de rastreamento populacional. Essas
estratgias no tm o objetivo de diagnosticar mais plipos ou leses planas, mas sim
de diminuir a incidncia e a mortalidade por essa neoplasia na populao.
Cncer do pulmoNo Brasil, para 2014, estimam-se 16.400 casos novos de cncer de pulmo entre homens
e 10.930 entre mulheres. Tais valores correspondem a um risco estimado de 16,79 casos novos
a cada 100 mil homens e 10,75 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o cncer de pulmo em homens o
segundo mais frequente nas regies Sul (33,62/ 100 mil) e Centro-Oeste (14,03/ 100 mil). Nas
regies Sudeste (18,51/ 100 mil), Nordeste (9,01/ 100 mil) e Norte (7,69/ 100 mil), o terceiro.
Para as mulheres, o terceiro mais frequente nas regies Sul (21,35/ 100 mil) e Sudeste (11,48/
100 mil). Nas regies Centro-Oeste (8,49/ 100 mil) e Nordeste (6,40/100 mil), o quarto. J na
regio Norte (5,11/ 100 mil), o quinto mais frequente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
ComentrioO cncer de pulmo era considerado uma doena rara at o incio do sculo XX.
Desde ento, sua ocorrncia aumentou rapidamente, e essa neoplasia tornou-se a mais
frequente na populao mundial e a causa mais importante de morte por cncer no
mundo. A ltima estimativa mundial apontou uma incidncia de 1,82 milho de casos
novos de cncer de pulmo para o ano de 2012, sendo 1,24 milho em homens e 583
mil em mulheres.
A ocorrncia dessa neoplasia expressa a exposio passada ao tabagismo. Esse
consumo representa, na maioria das populaes, mais de 80% dos casos de cncer de
pulmo. Em geral, as taxas de incidncia, em um determinado pas, refletem seu consumo
de cigarros. Os usurios de tabaco tm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver
cncer de pulmo quando comparados aos no fumantes. Com relao ao gnero, os
homens apresentam maiores taxas de incidncia do que mulheres.
Outros fatores de risco conhecidos incluem exposio a carcingenos ocupacionais e
ambientais, como amianto, arsnico, radnio e hidrocarbonetos aromticos policclicos.
Em pases industrializados, estima-se que de 5% a 10% dos casos de cncer de pulmo
sejam atribudos a esse tipo de exposio. Alm disso, repetidas infeces pulmonares,
histria de tuberculose e deficincia ou excesso de vitamina A tambm so considerados
fatores de risco para o desenvolvimento dessa neoplasia.
Os principais tipos histolgicos do cncer de pulmo so os carcinomas declulas escamosas, de pequenas clulas (carcinomas oat-cell), de grandes clulas e os
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adenocarcinomas. Durante as ltimas dcadas, houve uma diminuio dos carcinomas
de clulas escamosas e um aumento dos adenocarcinomas. Isso, provavelmente, deve-
-se a mudanas na composio dos produtos do tabaco, bem como mudana no
comportamento populacional relacionado ao tabagismo.
Esse tipo de cncer geralmente detectado em estgios avanados, uma vez que a
sintomatologia nos estgios iniciais da doena no comum. Com isso, o cncer depulmo permanece como uma doena altamente letal, sua razo mortalidade/ incidncia
(M/I) de, aproximadamente, 0,86. Estudo recente realizado pelo INCA apontou uma
razo M/I de 0,95 em homens e 0,86 em mulheres.
Ao final do sculo XX, o cncer de pulmo tornou-se uma das principais causas
de morte evitvel. O consumo de vegetais e frutas tem mostrado um efeito protetor,
principalmente porque esses alimentos contm carotenoides (pigmentos vermelhos e
amarelos) que possuem propriedades antioxidantes. Entretanto, o controle do tabaco
permanece como a principal forma de reduo da ocorrncia dessa neoplasia.
Cncer do estmagoEsperam-se 12.870 casos novos de cncer de estmago em homens e 7.520 em
mulheres para o Brasil, no ano de 2014. Esses valores correspondem a um risco estimado
de 13,19 casos novos a cada 100 mil homens e 7,41 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o cncer de estmago em
homens o segundo mais frequente nas regies Norte (11,10/ 100 mil) e Nordeste
(10,25/ 100 mil). Nas regies Sul (16,07/1 00 mil) e Centro-Oeste (10,88/ 100 mil), o
quarto. J na regio Sudeste (14,99/ 100 mil), ocupa a quinta posio. Para as mulheres,
o terceiro mais frequente na regio Norte (5,91/ 100 mil). Nas regies Sudeste (8,20/
100 mil) e Nordeste (6,39/ 100 mil), ocupa a quinta posio. Nas regies Sul (8,43/ 100
mil) e Centro-Oeste (6,32/ 100 mil), ocupa a sexta (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
A ltima estimativa mundial apontou a ocorrncia de aproximadamente 1 milho de
casos novos de cncer de estmago para o ano de 2012, configurando-se como a quarta
causa mais comum de cncer em homens (631 mil casos novos) e quinta em mulheres
(320 mil casos novos). Mais de 70% dos casos ocorrem em pases em desenvolvimento,
alm disso, a taxa de incidncia cerca de duas vezes mais alta no sexo masculino do
que no feminino.
Apesar de ser a segunda causa de morte por cncer no mundo em ambos os sexos, a
tendncia temporal mostra um declnio em vrios pases. As taxas de incidncia tambm
mostram uma diminuio substancial na maioria dos pases. Parte da explicao para
esse declnio deve-se a fatores relacionados ao aumento do uso de refrigeradores para
uma melhor conservao alimentar, o que permitiu maior disponibilidade e consumo de
alimentos frescos, como frutas e hortalias (legumes e verduras), e reduziu a necessidade
do uso de sal, particularmente de alimentos conservados no sal. Evidncias reportam
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que frutas, legumes e verduras so fatores de proteo contra o cncer gstrico. Por
outro lado, a alta ingesto de sal, por meio de adio ou de alimentos nele conservados,
provvel fator de risco desse tipo de cncer. Outro determinante para essa diminuio nas
taxas a reduo na prevalncia de infeco pela bactria Helicobacter pylori (H pylori).
Estratgias para preveno do cncer de estmago incluem melhorias no saneamento
bsico e mudanas no estilo de vida da populao.
Estudos epidemiolgicos sugerem que o aumento na ingesto de frutas, legumes e
verduras frescas est associado a um baixo risco para o desenvolvimento dessa neoplasia.
J foi reportado que a ingesto diria de 50 gramas de hortalias (verduras e legumes) e
de frutas reduz em 25% e 17%, respectivamente, o risco de desenvolvimento de cncer
gstrico. A alimentao saudvel pode atuar como um fator protetor, porque frutas,
legumes e verduras possuem vitaminas e fitoqumicos com propriedades antioxidantes,
como as vitaminas C e E, os carotenoides e os flavonoides.
O maior fator de risco para o desenvolvimento do cncer de estmago a infeco
a longo prazo pela bactria H pylori. uma das infeces mais comuns e pode ser
responsvel por cerca de 60% dos casos de cncer gstrico no mundo. Nos pases em
desenvolvimento, a prevalncia dessa infeco chega a 90%, sendo, em geral, adquirida
na infncia, persistindo ao longo da vida.
Apesar do fator ambiental/ comportamental ser considerado o principal para o seu
desenvolvimento, alguns estudos apontam que fatores genticos poderiam influenciar
no cncer gstrico. Um exemplo a frequncia de mutaes em um gene que codifica
a protena E-caderina (CDH1) em cncer gstrico familial.
O cncer de estmago um tipo de tumor que no possui um bom prognstico,
sendo a razo M/I considerada alta em todas as partes do mundo. Sua sobrevida relativaem cinco anos considerada baixa tanto em pases em desenvolvimento como em pases
desenvolvidos. Estudo recente realizado pelo INCA tambm apontou uma alta razo
M/I de cerca de 0,70.
Cncer do colo do teroPara o ano de 2014, no Brasil, so esperados 15.590 casos novos de cncer do colo do
tero, com um risco estimado de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o cncer do colo do tero o mais
incidente na regio Norte (23,57/ 100 mil). Nas regies Centro-Oeste (22,19/ 100 mil) e
Nordeste (18,79/ 100 mil), o segundo mais frequente. Na regio Sudeste (10,15/100 mil), o
quarto e, na regio Sul (15,87 /100 mil), o quinto mais frequente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
Configurando-se como um importante problema de sade pblica, segundo
as ltimas estimativas mundiais para o ano de 2012, o cncer do colo do tero o
quarto tipo de cncer mais comum entre as mulheres, com 527 mil casos novos. Sua
incidncia maior em pases menos desenvolvidos quando comparada aos pases
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mais desenvolvidos. Em geral, ela comea a partir de 30 anos, aumentando seu risco
rapidamente at atingir o pico etrio entre 50 e 60 anos. Esse cncer foi responsvel
pelo bito de 265 mil mulheres em 2012, sendo que 87% desses bitos ocorreram em
pases em desenvolvimento. Assim, para o cncer de colo do tero, o j citado estudo
do INCA apresentou uma sobrevida aproximada de 70%.
O tipo histolgico mais comum do cncer do colo do tero o carcinomade clulas escamosas, representando cerca de 85% a 90% dos casos, seguido pelo
tipo adenocarcinoma. O principal fator de risco para o desenvolvimento de leses
intraepiteliais de alto grau (leses precursoras do cncer do colo do tero) e do cncer do
colo do tero a infeco pelo papilomavrus humano (HPV). Contudo, essa infeco,
por si s, no representa uma causa suficiente para o surgimento da neoplasia, faz-se
necessria sua persistncia.
Alm de aspectos relacionados ao HPV (tipo e carga viral, infeco nica ou
mltipla), outros fatores ligados imunidade, gentica e ao comportamento sexual
parecem influenciar os mecanismos, ainda incertos, que determinam a regresso ou a
persistncia da infeco e tambm sua progresso para leses precursoras ou cncer. A
idade tambm interfere nesse processo: a maioria das infeces por HPV em mulheres
com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que, acima dessa idade, a
persistncia mais frequente. O tabagismo eleva o risco de desenvolvimento do cncer
do colo do tero. Esse risco proporcional ao nmero de cigarros fumados por dia e
aumenta, sobretudo, quando o ato de fumar iniciado em idade precoce. Existem hoje
13 tipos de HPV reconhecidos como oncognicos pela Iarc. Desses, os mais comuns so
o HPV 16 e o 18, responsveis por cerca de 70% dos casos desse cncer.
A vacina contra o HPV uma promissora ferramenta para o combate ao cncer
do colo do tero. Em 2014, o Ministrio da Sade implementar no Sistema nico deSade (SUS) a vacinao gratuita de meninas de 9 a 13 anos, com a vacina tetravalente,
que protege contra dois principais tipos oncognicos de HPV (16 e 18). A vacinao,
contudo, no exclui as aes de preveno e de deteco precoce pelo rastreamento,
que busca leses precursoras e cncer em mulheres sem sintomas.
Com exceo do cncer de pele, esse tumor o que apresenta maior potencial
de preveno e cura, quando diagnosticado precocemente. O teste citopatolgico
convencional (Papanicolaou) a principal estratgia de programas de rastreamento
do cncer do colo do tero no mundo.
No Brasil, a estratgia recomendada pelo Ministrio da Sade o exame
citopatolgico em mulheres de 25 a 64 anos. Para a efetividade do programa de controle
do cncer do colo do tero, faz-se necessrio garantir a organizao, a integralidade
e a qualidade dos servios e aes da linha de cuidado, bem como o tratamento e o
seguimento das pacientes.
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Cncer da cavidade oralEstimam-se, para o Brasil, no ano de 2014, 11.280 casos novos de cncer da cavidade
oral em homens e 4.010 em mulheres. Tais valores correspondem a um risco estimado de
11,54 casos novos a cada 100 mil homens e 3,92 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o cncer da cavidade oral em
homens o quarto mais frequente nas regies Sudeste (15,48/ 100 mil) e Nordeste (7,16/
100 mil). Na regio Centro-Oeste, o quinto (8,18/ 100 mil). Nas regies Sul (15,21/ 100
mil) e Norte (3,21/ 100 mil), o sexto. Para as mulheres, o nono mais frequente nas regies
Sudeste (4,88/ 100 mil) e Nordeste (3,72/ 100 mil). Na regio Norte (1,60/ 100 mil), ocupa a
11aposio. Na regio Centro-Oeste (3,30/ 100 mil), o 12omais frequente e, na regio Sul
(3,09/ 100 mil), o 15o(Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
O cncer de cavidade oral considerado um problema de sade pblica em todo
o mundo. A ltima estimativa mundial apontou que ocorreriam cerca de 300 mil
casos novos e 145 mil bitos, para o ano de 2012, por cncer de boca e lbio (C00-08).
Desses, cerca de 80% ocorreram em pases em desenvolvimento. As mais altas taxas de
incidncia foram observadas em populaes da Melansia, do Centro-Sul Asitico, da
Europa Oriental, Central e Ocidental, da frica e da Amrica Central.
Os principais fatores de risco para o cncer da cavidade oral so: tabagismo, etilismo,
infeces por HPV, principalmente pelo tipo 16, e exposio radiao UVA solar (cncer
de lbio). Contudo, entre tais fatores, destacam-se o tabagismo e o etilismo. Estudos
mostram um risco muito maior de desenvolver cncer na cavidade oral em indivduos
tabagistas e etilistas do que na populao em geral, evidenciando a existncia de uma
sinergia entre o tabagismo e o etilismo. Ressaltam ainda um aumento no risco de acordo
com o tempo que a pessoa fuma, com o nmero de cigarros fumados por dia e com a
frequncia de ingesto de bebidas alcolicas.
A dieta tambm parece exercer um papel importante na preveno desse tipo de
cncer. Alguns estudos de base hospitalar reportam que o aumento da ingesto de frutas
e vegetais contribui para a diminuio do risco de desenvolver essa neoplasia.
As taxas de incidncia para cncer de cavidade oral relacionado infeco pelo HPV,como amgdala, base da lngua e orofaringe, vm aumentando entre a populao de
adultos jovens em ambos os sexos. Parte desse aumento pode ser em razo de mudanas
no comportamento sexual.
Apesar disso, as taxas de mortalidade por cncer da cavidade oral apresentam
um declnio na maioria das populaes masculinas. Contudo, em mulheres, esse
comportamento ainda no pode ser observado, porque o incio do uso do tabaco por
elas foi posterior ao dos homens.
A melhor forma de diminuir a incidncia dessa doena controlar os fatores de
risco que conhecidamente favorecem seu desenvolvimento. Para reduzir a mortalidade, necessrio que haja diagnstico precoce feito por meio do exame clnico dos tecidos
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da boca, realizado obrigatoriamente por um profissional de sade capacitado, com o
qual ser possvel identificar tanto leses potencialmente malignas quanto o cncer
em estgios iniciais, possibilitando um tratamento menos agressivo e o aumento da
sobrevida. O autoexame no deve ser preconizado como mtodo preventivo com o
risco de mascarar leses e retardar o diagnstico do tumor.
Cncer do esfagoPara o Brasil, no ano de 2014, esperam-se 8.010 casos novos de cncer de esfago em
homens e 2.770 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 8,18 casos
novos a cada 100 mil homens e 2,70 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o cncer de esfago em homens
o quinto mais frequente na regio Sul (15,97/100 mil). Na regio Centro-Oeste (6,88/ 100
mil), o sexto. Nas regies Sudeste (9,45/ 100 mil) e Nordeste (4,50/100 mil), o stimo, e, naregio Norte (1,88/100 mil), o 11omais frequente. Para as mulheres, o 13omais frequente
nas regies Sul (5,27/100 mil), Sudeste (2,86/100 mil) e Nordeste (1,80/100 mil). J nas regies
Centro-Oeste (2,39/100 mil) e Norte (0,67/100 mil), o 14o(Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
O cncer de esfago afeta mais de 450 mil pessoas no mundo a cada ano. Para 2012,
foram estimados 323 mil casos novos em homens e 132 mil em mulheres. Em termos
de incidncia, o cncer de esfago de trs a quatro vezes mais comum em homens do
que em mulheres. A sobrevida em cinco anos baixa, geralmente inferior a 10%. Porse tratar de um cncer de prognstico ruim, as taxas de mortalidade aproximam-se das
de incidncia, em razo de sua alta letalidade.
O cncer de esfago divide-se em dois principais subtipos histolgicos: carcinomas de
clulas escamosas e adenocarcinomas. O primeiro o mais comum, aproximadamente
90% dos casos, e ocorre mais frequentemente em homens a partir dos 50 anos,
acometendo mais o tero mdio e inferior do esfago. J o adenocarcinoma surge na
parte distal do esfago, na presena de refluxo gstrico e metaplasia gstrica do epitlio
(esfago de Barret).
Os fatores de risco relacionados ao carcinoma de clulas escamosas so idade, histriafamiliar e fatores extrnsecos, como lcool, fumo (fumado, mascado ou aspirado),
infeces orais por fungos, agentes infecciosos (por exemplo, HPV), deficincia de
riboflavina, excesso do uso de vitamina A, contaminao de produtos alimentcios por
micotoxinas fumonisinas e ingesto excessiva, em temperaturas elevadas, de erva-mate
muito comum no Sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai.
Diferentemente do carcinoma de clulas escamosas, o consumo de lcool no
demonstrou relao com o aumento do risco de desenvolvimento do adenocarcinoma,
e o fumo no exerce um risco potencial para seu aumento. Contudo, a doena do
refluxo gastroesofgico predispe ao esfago de Barret, um importante precursor do
adenocarcinoma.
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ESTIMATIVA | 2014
Alguns fatores de proteo, como o uso de aspirina e de outros anti-inflamatrios
no esteroidais, bem como a alta ingesto de frutas frescas e vegetais, especialmente se
consumidos crus, e de antioxidantes, esto associados diminuio do risco de ambos
os tipos de cncer de esfago.
Linfoma no HodgkinEstimam-se 4.940 casos novos de linfoma no Hodgkin (LNH) em homens e 4.850
em mulheres para o Brasil, no ano de 2014. Tais valores correspondem a um risco estimado
de 5,04 casos novos a cada 100 mil homens e 4,77 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele no melanoma, o LNH em homens o nono
mais frequente nas regies Norte (2,23/100 mil) e Sudeste (6,21/ 100 mil). Nas regies Sul
(6,90/100 mil) e Nordeste (3,43/100 mil), o 11oe, na regio Centro-Oeste (4,08/100 mil),
o 12. Para as mulheres, o oitavo mais frequente na regio Sudeste (6,47/100 mil) e odcimo na regio Centro-Oeste (4,14/100 mil). Na regio Nordeste (2,84/100 mil), ocupa
a 11aposio, enquanto nas regies Sul (5,61/100 mil) e Norte (1,52 /100 mil), o 12omais
frequente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentrio
O LNH compreende uma variedade de doenas com os padres de incidncia que
variam entre as populaes. Foram estimados cerca de 390 mil casos novos e 199 mil
bitos por LNH no mundo, para o ano de 2012. Amrica do Norte, Austrlia/ Nova
Zelndia e algumas partes da Europa possuem as mais altas taxas de incidncia desse
tipo de cncer. Em geral, essas taxas so baixas na frica, com exceo do linfoma de
Burkitt (um subtipo de LNH) que causado pela infeco do vrus Epstein-Barr(EBV)
em crianas. Alm do EBV, outras infeces, como pelo vrus da imunodeficincia
humana (HIV), esto associadas a um maior risco no desenvolvimento dos LNH.
As taxas de incidncia do LNH aumentaram na maioria dos pases desenvolvidos
durante a dcada de 1990. Em geral, as taxas aumentaram cerca de 4% ao ano. Isso se
deu, em parte, pela melhoria nos procedimentos diagnsticos e pelas mudanas na
classificao. Alm disso, nessa dcada, ocorreu o incio da epidemia pela sndrome da
imunodeficincia adquirida (Aids), principalmente em homens brancos.
Como a maioria dos cnceres, o risco para o desenvolvimento do LNH aumentacom a idade. Os homens tm um risco aumentado em duas vezes em relao s
mulheres. Na maioria dos casos, a etiologia para LNH desconhecida, embora exista
uma associao entre o desenvolvimento desse cncer e a funo imune alterada. Com
isso, pessoas transplantadas que receberam tratamento com imunossupressores para
preveno de rejeio do transplante, indivduos com condies autoimunes severas e
pessoas infectadas pelo HIV possuem um maior risco para o desenvolvimento de LNH.
O histrico familiar tambm est presente como fator de risco para o LNH. O risco
de desenvolvimento da doena entre parentes de primeiro grau cerca de um e meio