CRVIS3R Skateboarding #03

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| ANO 1 | EDIÇÃO 03 | EXCLUSIVO: ROGER “O MITO” HICKEY * MAD RATS CHALLENGE EAL * IGSA * BOM DROP * SK * THE HUT * DJ ZEGON ESPECIAL: GIRLS ON FIRE! PERFIL: ISA RIBEIRO REINE OLIVEIRA GAROTAS DO SLIDE: CONEXÃO AMÉRICA LATINA LONGBOARD GIRLS CREW: DA ESPANHA PARA O MUNDO!

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CRVIS3R Skateboarding #03

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| ano 1 | edição 03 |

Exclusivo: RogER “o mito” HickEy * mad Rats cHallEngEEal * igsa * Bom dRop * sk * tHE Hut * dj ZEgon

EspEcial:

giRls on fiRE!pERfil:

isa RiBEiRo

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Capa: A missão dos fotógrafos em conseguir uma foto para ilustrar a capa da revista sempre é árdua, pois como dizemos no meio editorial, “a capa é a vitrine” da publicação. Com isso, a busca de uma melhor composição da imagem exige a parceria entre a dupla fotógrafo e skatista. Aqui, o trabalho em dupla funcionou: Isabela “Isa” Ribeiro, no moment de um fs bert slide,

na ladeira do Parque dos Príncipes/SP. Foto: Rafael Fazano

Seções:

10. EditorialElas vieram pra ficar... alguém tem dúvida nisso?

12. StartA foto de abertura

16. PerfilReine Oliveira: É nas ladeiras que me sinto bem!

22. Lado ANovidades, lançamentos, curiosidades...

60. Business PlanOs melhores produtos do mercado

62. HeadphoneA música através das pick-ups do DJ Zegon

64. Cuide-se!Larrisa Sampaio é prova que nunca é tardepra começar

66. Onde EncontrarNovas lojas a cada edição. Valorize sua skate/boarshop e adquira sua CRVIS3R!

42. Longboard Girls Crew (LGC)As garotas da maior comunidade feminina do longboard mundial estiveram no Brasil para uma série de filmagens, que se tornou um ótimo filme gravado na Cidade Maravilhosa. Entrevistamos com exclusividade a mentora da LGC, Valeria Kechichian, pra falar a respeito desse amor ao longboard.

46. Mad Rats Downhill ChallengePra fechar com chave de ouro o título mundial conquistado pelo Douglas Dalua, o próprio organizou um evento regado a muita velocidade e diversão na sua terra natal. A revista foi convidada especialmente para cobrir esse importante evento com a ida do Guto Jimenez, que ainda fez uma palhinha na locução na entrega dos prêmios.

50. Garotas Do SlideA profissional e guerreira do longboard, Laura Alli, fez um pequeno apanhado das garotas que são destaque em diversas regiões do pais e também de outros países.

54. Entrevista - Roger HickeyÍcone máximo no speed mundial, com centenas de vitórias nas ladeiras do mundo todo, Roger Hickey foi o inventor da posição aerodinâmica utilizada até hoje para se conseguir maior velocidade na ladeira, apelidada de “Hickey Tuck”, e também inventou o street luge (descer deitado num skate especial). Bem, leia e entenda por que o cara é “O” mito do skate de velocidade no mundo.

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| índice

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Não tem foto que seja feita com uma alucinante com-posição como essa, que não faça passar pela cabeça

aquela vontade de largar tudo e descer a milhão uma ladeira com esse visual, com o asfalto rasgando a

vegetação a perder de vista. A skatista Mari Duvekot largou tudo e aproveitou o dia irado em Alphavile,

pra curtir e mandar um fs full slide, ouvindo só o barulho da roda no asfalto. Foto: Adriano Aziz

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De tempos em tempos, o skate passa por momentos de explosão e formas diferenciadas de participação na sociedade urbana, e de uma maneira ou de outra influencia diretamente no comportamen-to jovem. Não tem como andar de skate e passar despercebido por

todo o “lifestyle” que esse esporte-estilo-de-vida-ditador-de-tendências-que-amamos deixa marcado na pele e na alma.

Passamos novamente por esse momento explosivo, especificamente no longboard e nos skates de ladeira. E no meio desse cenário, que está sendo incorporado cada vez mais às cidades e centros urbanos, surge a presença surpreendente, maciça e nunca vista antes: a participação da mulher no skate!

Posso dizer com convicção que nesses meus 30 e poucos (não mui-tos..rsrs) anos de skate, nunca se viu tantas garotas andando de ska-te de forma prazerosa e com ênfase muito forte de diversão. Somado a esse aspecto, temos o lado profissional e competitivo o qual diversas ga-rotas vêm batalhando há muito tempo para a evolução das modadalides. Por outro lado, não é um caso isolado e nem tampouco é uma novidade a participação da mulher no skate. Se voltarmos no tempo, o skate come-çou nas ruas e ladeiras e elas já estavam lá, praticando e dando o ar da graça, contribuindo no aspecto feminino e embelezando com a sua par-ticipação. E isso foi visto em diversas décadas e em diversos momentos até os dias de hoje.

Com tudo isso acontecendo, recebi um e-mail da longrider e autora da colu-na Bom Drop, Christie Aleixo, que caiu como uma luva. Dizia curto e grosso: “a revista será lançada no mes comemorativo da mulher, em março, e aí?”. Pron-to! Foi o suficiente para direcionar a edição para algo que já estava martelando há algum. Mesmo com alguma pautas que já estavam em andamento, como a entrevista inédita e exclusiva do mito da velocidade do skate, Roger Hickey, o maior campeão do downhill speed que influenciou diretamente o atual estágio da modalidade, ou com a cobertura do Mad Rats Downhiill Challenge, corremos atrás do desafio de colocar a edição na linha de frente das garotas do skate.

Essa edição conta com uma das mais influentes e experientes skatis-tas de todos os tempos, a Reine Oliveira, que não mede esfoços quando o assunto é ladeira e sua participação em competições internacionais. En-trevistamos Valéria Kechichian durante sua passagem pelo Brasil, respon-sável pela criação do famoso Longboard Girl Crew. Batalhadora pelo cres-cimento do longboard feminino, Laura Alli trouxe para nós um apanhado dos novos valores do skate feminino no Brasil e na América Latina. E não para por aí, pois direcionamos nossos colunistas também para falar desse cenário rico e particular do universo das garotas no carrinho.

Essa é nossa modesta e singela homenagem à participação marcante e atual da mulher no skate brasileiro e mundial. Divirtam-se, acompanhem, participem, informem-se... sem moderação! Skate sempre!

Girls on fire!

Típico final de tarde na orla da praia do Arpoador, ideal pra andar de skate na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro. Aproveitando a boa luz, Ana Luisa Mansour num estilo clássico com seu skate cruiser. Foto: Gabriel Klein

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| editorial

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“As garotas do Longboard Girls Crew da Espanha, vieram especialmente para o Brasil para uma série de captações

de imagens que deu origem a um filme que foi lançado no mês de fevereiro. O espiríto de diversão, amizade e

acima de tudo, o amor que as garotas tem pelo skate, está evidente nas filmagens e nessa foto realizada na chegada à Marambaia, uma praia militar de acesso

restrito cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.”

Veja mais sobre a LGC, nessa edição.Foto: Raphael Lucena

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Pra começar, ela é nascida na Zona norte de São Paulo, berço do downhill paulistano e regada de vários talen-tos de onde surgiram nomes muito

conhecidos no mundo como Juliano Casse-miro, Sergio Yuppie, Jose Carlos “Birinha e Ricardo Senna “Mikima”, além dos lendários Willians “Indião” e Marcos Ubaldo “Marqui-nhos” (R.I.P). Com essa escola de grandes nomes, ela tornou-se um dos maiores no-mes do skate feminino de ladeira, andando em todas as vertentes e trazendo títulos im-portantes para a história do skate feminino.

Reine sempre acompanhou o downhill: no ano de 2000, esteve presente no Speed Monster em Alphaville (São Paulo), a pri-meira seletiva pra eventos internacionais de speed realizada em nosso país. Nos anos seguinte, marcou presença no Rio Downhill, um supercampeonato que rolou no Corco-vado (Rio de Janeiro). Em 2003, marcou presença no champ do Funil em Belo Ho-

rizonte (MG) onde começou a realizar os seus primeiros drops.

Sempre respeitando as ladeiras e os seus limites, com muita segurança e focada em se tornar uma skatista overall, deu uma pausa em 2004 para a chegada do seu filho Lucca Cassemiro, fruto do seu casamen-to com o skatista overall Juliano Cassemi-ro. Nos dias de hoje, eles são os seus maio-res parceiros de sessão, e essa verdadeira “Familia Skate” deixa admiradores e muitos amigos por onde passa. Como se não bas-tasse, o Lucca prova aos 8 anos aquele di-tado que fala sobre “filhos de peixe”: o garo-to já ganhou campeonatos importantes na categoria mirim e até já começou a parti-cipar de eventos internacionais de slide, se-guindo os passos vitoriosos de seus pais.

Em 2005, Reine retornou participando dos eventos de longboard downhill; correu o “Circuito Skate na Ladeira” na tradicio-nal Barriga da Velha e começou a correr to-

Reine Oliveira

PoR Juliano Cassemiro e ela mesma

Definitivamente, os papéis de “esposa e

mãe” tomam um aspecto completamente diferente do tradicional quando se fala na Reine Oliveira.

Paul

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géRi

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Botando pra baixo numa das etapas do Circuito Sulamericano da IGSA.

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dos os eventos no Brasil. É bom frisar que ela sempre se destacava com o seu estilo único e sem nunca perder a sua feminilidade, mesmo com o seu macacão de manu-tenção e suas meias listradas que usava para organizar uma das etapas do Circuito Brasileiro... Ela já pensava um dia na profissionalização das meninas do downhill como meta para valorizar a modalidade, colocando as pioneiras Christie Aleixo e Laura Alli no quadro de juizes e dividindo as categorias feminino 1 e feminino 2. Ah, sim: além de tudo isso, ela ainda arrumava tempo e disposição pra cor-rer vários eventos de slalom antes de migrar pro speed.

Falando em competições, Reine sempre focada nas dis-putas: foi campeã brasileira em 2007, 2008 e 2009, e vice em 2009, 2010 e 2011 de longboard feminino. Com seu estilo “slideiro” e bem agressivo de ser, logo em seguida partiu para os eventos internacionais, sagrando-se campeã mundial em 2008 no Danger Bay (Canadá) e campeã mundial de slide em 2009 no Slide Fest da Cali-fórnia (USA). Com esses feitos, ela teve o seu profile publi-cado em algumas revistas conceituadas como Tribo Skate e Concrete Wave, entre outras.

Com muita fé, coragem, garra e muita positividade, Rei-ne acaba de conquistar o seu bicampeonato Sulamerica-no de Speed Downhill pela IGSA, terminando em 6ª no ranking Mundial. 2012 foi um ano muito especial já que as competições foram muito difíceis, o circuito feminino pegou fogo na América do Sul com etapas na Argentina, Colômbia, Peru e no Brasil. Estiveram presentes nomes de peso como Marisa Nunes, Jane Padino, Cami Pucheta e Giorgina, além das brasileiras Christie Aleixo e Georgia Bontorin. Ganhou a etapa Copa de los Reyes em Chorrilos (Peru) obteve o segundo lugar no Festival de la Bajada de Bogotá (Colombia) em uma competição muito técnica com muita chuva, além de conquistar o título de campeã na categoria slide. Reine fechou o ano passado com chave de ouro: seu novo feito foi dropar Teutônia, a ladeira mais rápida do mundo onde skatistas podem chegar até mais de 110 km por hora. Muitos homens chegaram e não des-ceram mas ali estava ela, quebrando barreiras e superan-do seus limites.

> reine oliveiraPatrocinios: Mission Skate Shop, Boardrider, Sector 9, Academia Salut, Bomdrop, Primitivo, Casarin Production, Curva de Hill e Bolsa-Atleta.

Fora a ação em ladeiras, participa do programa “Curvas e Ladeiras” que estreou no canal Off, onde você poderá conhecer um pouco dessa skatista de alma, mãe e mulher guerreira, que vive na busca de seus sonhos sempre em cima do carrinho entre o as-falto e a floresta. Mesmo com todos esses corres, Rei-ne atualmente trabalha na Mission Skate Shop (SP) e esse ano promoverá clinicas de slide. Pra ficar ligado em seus drops, trips e nos campeonatos que irá parti-cipar, é só acompanhar a sua fan page no Facebook .

Paul

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Acima: Reine e seu quiver - é skate pra toda obra!.Ao lado: Layback no gás fritando a mítica Ladeira da Morte.

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_ igsa

* Alexandre Maia, 40 anos, 26 de skate - Diretor Sul Americano da IGSA Patrocínios: Downhill Machine, Academia Power Club. Apoio: Evoke, CS Team

Caro

lina

Dot

tori

Apoio cultural:

A presença das mulheres no mundo do longboard e do dow-nhill vem aumentando a cada dia. Contamos com equipa-mentos direcionados para o público feminino e até um ca-nal de TV está transmitindo um programa sobre as garotas

no longboard, contando com a presença da bicampeã sul-america-na Reine Oliveira.

Nas competições e principalmente no Circuito Mundial da IGSA, esta presença é marcante e esta mudando o cenário do esporte, mas se engana quem pensa que ver uma mulher dropar uma ladeira é novidade, principalmente nas competições.

Nos anos 80 contávamos com a categoria feminina nos campe-onatos de Downhill Slide e tínhamos a incomparável Miriam Bello-ni como a maior campeã da categoria. No final dos anos 90 e inicio dos anos 2000 tivemos uma nova alta do longboard e naturalmente novas garotas surgiram no cenário competitivo.

Nos campeonatos da IGSA nomes como o da suíça Bettina Lu-ginbuhl e da francesa Angelina Nobre eram presenças marcantes e se algum homem vacilasse podia perder uma bateria para qualquer uma das duas.

Em 2005 realizamos o primeiro Circuito Mundial da IGSA com a categoria feminina. Tivemos a participação de 11 garotas tendo Bettina como campeã. No Brasil ainda era raro ver uma mulher no speed e a grande Christie Aleixo quebrou essa barreira, deixando um pouco de lado os roles de slide e entrando em um macacão para fazer história no nosso país e servir de referência para muitas ou-tras garotas que estariam por vir.

Em 2012, contamos com um numero histórico de participantes femininas no Circuito Mundial, nada mais nada menos do que 95 ga-rotas participaram das 24 etapas válidas para o ranking. No Circui-to Sul-Americano, a presença feminina também foi marcante, passa-mos de 18 meninas no Circuito de 2011 para 32 meninas em 2012. As meninas invadiram as pistas, as calçadas, as ladeiras e também as competições. Garotas do Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela e Chile mostraram que vieram para ficar e é uma questão de tempo para que garotas de outros países também entrarem no circuito.

O Brasil sem sombra de dúvidas é destaque na história competi-tiva do downhill sul-americano, e skatistas como Reine de Oliveira e Christie Aleixo estão sempre entre as três primeiras do ranking, mas devo destacar uma garota de Curitiba que com apenas 16 anos vem deixando todos de boca aberta com a sua atitude nas competições. Geórgia Bontorin compete como gente grande e já ganhou duas etapas do Circuito Mundial, uma na Argentina duran-te o SnakeSkeleton em San Luis e outra em Teutônia, durante a pri-meira competição feminina da história da ladeira mais rápida do mundo. É uma questão de tempo e de investimento para que tenha-mos uma campeã mundial e, com isso, possamos quebrar a hege-monia das europeias e das canadenses a exemplo do que aconte-ceu na categoria masculina.

Tenho certeza que a presença feminina nas competições da IGSA só vai aumentar e não ficaremos mais surpresos ao vermos uma ga-rota liderando uma bateria entre os homens. Vida longa as garotas no Longboard!

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Georgia Bontorin em Teutonia 2012.

POR AlexAndre MAiA*

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euamolongboard.com é feito por Alexandre Guerra, Klaus Duus, Vinícius Binotte e André Nunes, que são longboarders e atualizam o site todos os dias para melhor servir a comunidade longboard.

Apoio:

_ euamolongboard

não é de hoje que o skate e as mulheres andam juntos. Em 1965, Patti McGee foi a primeira mulher campeã de skate profissional nos Estados Unidos. Obviamente, não era a única a andar naquela época, já que competia ferozmente com Don-

na Cash, Laurie Turner e outras que se tornaram espelhos para muitas garotas que ainda tinham dúvidas se o skate tinha ou não restrições.

As décadas de 70 e 80 foram marcadas pela continuidade das competições, mas com a diferença que os prêmios das categorias femininas foram consideravelmente diminuídos em relação aos das categorias masculinas. A TV começou a demonstrar mais interesse pela agressividade das manobras que surgiam nos bowls e piscinas, direcionando cada vez mais as competições para os homens.

Em 1996 foi criada a ALL GIRL SKATE JAM (liga de skate exclu-sivamente feminina e que foi o estopim de várias outras ligas com a mesma configuração), clínicas de skate unissex foram criadas, até que em 2003 as mulheres foram finalmente incluídas nas competi-ções do X-Games.

Hoje é impossível não ver a horda de meninas e mulheres rolando por nossas ruas, calçadões e ladeiras, o que ainda causa estranhe-za aos desavisados que não acompanharam a evolução do skate.

Nós aqui amamos quem usa o skate. Daremos apoio incondicio-nal a quem segue essa paixão e as meninas estão de parabéns. Em Vitória (nossa terra amada), a Praia de Camburi é um dos picos pre-feridos dos longboarders que gostam de dar um rolé em um piso perfeito com um visual inspirador. Quando as primeiras meninas co-meçaram a aparecer com um skate, andavam sozinhas ou com, no máximo, uma amiga. Hoje, vemos que as turmas estão mistas, in-dicando que elas foram capazes de furar o bloqueio, se é que real-mente houve um.

Grande parte das meninas começou no skate “ontem”, são ini-ciantes. Triste ver alguns veteranos e veteranas assumindo uma postura retrógrada contra estas novas praticantes. Vamos com cal-ma, pessoal! Ninguém é obrigado a saber manobras, conhecer seus nomes ou estar inserido na comunidade do skate com profundida-de. Alguns apenas querem sentir a sensação de estar felizes com seu carrinho e estão ali pelo lado lúdico do brinquedo, pela diversão e também pela moda. O skate parece estar se transformando em um instrumento de inclusão social cada vez mais agregador.

Nossas rodinhas estão se tornando o que muitos nem sonharam no passado: um meio de locomoção, usado para ir à praia, para ir à padaria ou para casa de um amigo, enfim, para se deslocar. E con-venhamos, que outra forma de locomoção tão divertida vocês co-nhecem? Desmistificando o olhar cético de muitos, podemos dizer que da mesma forma que uma pessoa pega uma bike para ir para a livraria e não é um ciclista, esta mesma pode pegar seu skate e não ser uma skatista.

nada de novo no front...

Um dos papéis mais importantes das meninas, na nossa opinião, é acabar com o estereótipo assumido pelo próprio skater - o lado negro, arruaceiro e do causador de problemas está ficando para trás. Os benefícios são muitos e um deles é a reconstrução de uma cena eclética cercada por mais harmonia e respeito pelas diferenças.

Achamos incríveis os cabelos ao vento! Nem venha querer com-parar o requebro dos homens com o jogo de cintura delas... Sobre o estilo, às vezes as achamos meio tímidas como se estivessem com vergonha, mas quando se soltam são pura plástica. Se alguém nos lendo ainda não viu os vídeos das garotas do Longboard Girls Crew, de fato não sabem do que as meninas são capazes de fazer aliando manobras com estilo e graça. Em termos de visualizações os posts relacionados ao skate feminino também são os mais acessados no euamolongboard.com.

Elas estão aqui para ficar, acostumem-se!

Essa coluna foi escrita ao som de Zémaria (Instant Lover), The Cars (Just What I Needed), Hellacopters (Blinded by the Light), Suicidal Ten-dencies (Possessed to Skate).

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_ bomdrop!

* Christie Aleixo, skatista profissional, 35 anos, 15 de skate Patrocínios: Mad Rats, Legends Skateboards, Bomdrop!, New Skate Apoio: DEUSAcesse: www.bomdrop.blogspot.com

POR Christie Aleixo*

eita, quanta emoção! A nova ediçãoda Crvis3r saindo no mês das mulheres. Nunca vi o mercado de skate, e as mídias especiali-zadas ou não, tão interessados quando o assunto é mulher e skate. Tratando-se desse público, digo com propriedade, esta-

mos nos referindo a pessoas exigentes, dedicadas e hipercompetitivas.Se para uns é a fase moda, minha opinião é que a moda pega! Ou

seja, estamos na melhor das oportunidades para espalhar o lifesty-le, fazer com que o skate entranhe nas veias dessas girls. Como cos-tumo dizer, skate liberta. Se essa leva de meninas/mulheres, que estão sendo contaminadas pela tábua com 4 rodas, seja pela inspi-ração de dar impulso na orla, de tê-lo para carregar nos braços, ou curtir a sensação de ser puxada pelo cachorrinho; ou para acompa-nhar o namorado, filho, ou simplesmente passear no parque; ou até se dedicar ao máximo das técnicas das possíveis modalidades em competições, concluo que para mim a forma e o motivo pouco im-portam, tudo isto já me faz feliz.

Dai você me pergunta: feliz? E eu, respondo: claro! Feliz por que somos seres humanos livres em primeiro lugar, segundo por que o skate nos permite vivenciá-lo de maneiras diferentes, e terceiro, se não pensarmos amplamente o que seremos? Eu que me dediquei ao mundo das competições por anos te digo, nos taxaremos como, me-ramente “vencedoras ou perdedoras”, é muito pouco! Mesmo tendo a péssima mania de transformar em trabalho tudo que parta do ska-te, até algumas amizades, te garanto; a renovação é a necessidade máxima de movimentação da vida.

Renovar estilos, pessoas, equipamentos, lugares, projetos, ideias... o reaquecimento do mercado possibilita ampliar, atualizar, reestruturar. Afinal, skate é mais que a prática, envolve arte, cultura,

tem muito negócio envolvido, desenvolvimentos, profissionais de vários ramos, não só a skatista profissional de competição. Skate está na essência, está na rotina do dia a dia, sozinho ou em grupo. Skate é algo que não se taxa, mas sinceramente se percebe na sim-plicidade e principalmente nas dificuldades.

Você já se perguntou, por onde anda aquela menina que foi desta-que em tal época que você andava de skate? Alguns vão dizer: “fula-na se perdeu nas drogas, a outra abandonou, a ciclana virou mãe...” entre outras coisas. Pois eu vou dar meus exemplos: se formou em odonto e está á frente de uma ONG feminina de skate; a outra é de-signer, trabalha no mercado há anos e tem uma marca ativa própria. Tem também a que se formou em educação física e dá aulas de ska-te em clubes privados. Tem ainda a que estudou jornalismo e escre-ve para algumas mídias sobre skate e a que virou mãe. Na real, vá-rias viraram mães e além de ativas no skate, são grandes profissio-nais em outros ramos. Tem a fotógrafa, a vídeomaker, a estilista, a artista, a tatuadora... e todas na cena ativas no mínimo há 10 anos.

O skateboarding feminino brasileiro amadureceu, e ver tantas mulheres que tiveram sua história com ele na prática super envol-vidas com o mercado e ainda ativas nele, é reflexo de maturida-de, de independência, de crescimento, ou seja, uma GRANDE CON-QUISTA. Parabéns a todas as mulheres que um dia, incentivadas por seja lá qual inspiração, se permitiram viver o skateboarding! E por estas e por outras, não dá mais para responder perguntas do tipo: “Você ainda sofre preconceito?” Afff...Vamos andar de skate! Mulherada, continuem metendo brasa, o estilo é livre, sempre em busca do que liberta, o que importa é a ATITUDE, o RESPEITO. No mais, BOMDROP!

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_ sk - skate kingdom

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O bom filhoà casa volta!

Depois de se desligar da marca após anos de serviços prestados, o multi-cam-peão de ladeira sérgio Yuppie está de vol-ta a marca de skate shoes, Qix. Ele e seu parceiro, também amante de ladeiras e ska-tista overall Marcos et, foram recrutados para o ano de comemoração de 20 anos da marca. Boa sorte a todos! E aproveitando que o papo é sobre Sérgio Yuppie, ele tam-bém acaba de lançar o novo site da marca de sua proprietada, a Curva de hill. Veja mais em: www.curvadehill.com

A s-one helmet apresenta sua equipe de longboarders

A marca de produtos de proteção, s-one, anunciou em janeiro os novos integrantes da equipe de Longboarders. Entre eles, estão Peter eubank, nic escamilla e Ari Chamasmany. Eles tem usado os capacetes Lifer da S-One durante os ultimos anos e, com isso, a marca resolveu colocá-los na equipe.

Christie Aleixo na Seismic Wheels e tektron rolamentos

A skatista carioca enraizada em São Pau-lo Christie Aleixo é a mais nova profissio-nal brasileira a vestir a camisa da seismic Wheels e tekton rolamentos. A Seismic tem distribuição exclusiva no país pela le-gends sk8 e é a marca recordista de veloci-dade no skate, com o canadense Mischo Er-ban e no streetluge, com o brasileiro Walter Baresi, outro rider da equipe. Christie nos conta que está muito feliz em fazer parte do time mundial de uma marca tão conceitua-da e não vê a hora de popularizar a marca no mercado brasileiro. Para conhecer mais a Seismic, acessem: www.legendssk8.com .

Uncommon boards... Brasileiro no comando

Estamos acostumados a ver marcas gringas virem para o Brasil e, algumas poucas vezes, marcas brasileiras sendo co-mercializados no mercado externo. Agora imagine um brasi-leiro produzindo e iniciando os negócios na América... Pois é, essa é a marca de shapes de longboard, Uncommon Board, do brasileiro Marcelo Perroco. A marca está com a sede no

estado americano de Massachussets, mais precisamente na cidade de Ashland. Com óti-mo acabamento e já com produto disponível da linha artesanal (feitos à mão), os primeiros lançamento em série industrial estão pra a primavera americana de 2013. Fiquem liga-dos! www.uncommonboards.com

nova marca na área de longboarders para longboarders

Priority Long é a nova marca que chega ao mercado sob o comando dos skatistas e longriders diego Polito e Adriano Aziz. Direcionando a marca inicialmente para confecções e camisetas com estampas ori-ginais e criativas, atitude é a palavra de or-dem da Priority. A marca já conta com uma equipe de longboard de respeito, com os próprios Diego e Adriano, mais Thiago Ba-rata, Vitor Gardellim, Marianne duvekot, Michel Frederico, entre outros. Boa sorte e longa vida à marca!

distribuidora legends de casa nova!

Buscando uma melhor maneira de aten-dimento e facilidade de acesso, a distribui-dora legends, que distribui no Brasil as marcas Koston, seismic, tracker tru-cks, sims, G&s, entre outras, está agora localizada no bairro do Bom Retiro, centro comercial de São Paulo. A mudança da an-tiga sede no Morumbi pra uma região cen-tral deve-se, além de visar um espaço maior, proporcionar um maior conforto aos clientes, acostumados a se locomover pela localidade. Boa sorte na nova casa... e bons negócios!

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signal hill speed run 1975 - 1978 - documentário

Uma das maiores qualidades do skate americano é a valorização da história e o resgate da cultura do skate, tão importanteS para o amadurecimento e desenvolvi-mento do esporte/estilo de vida/comportamento. Assim, foi lançado no começo do ano um filme/documentário chamado “signal hill speed run 1975 - 1978”. A famosa ladeira chamada Signal Hill, em Long Beach na Califórnia, foi berço do início das praticas e competições de speed (velocidade), que veio a se tornar uma compe-tição anual a partir de 1975. Ficou tão importante e tomou proporções tão grandio-sas que os eventos eram documentados pelo programa “The Guiness Book of World Records”, e também pela revistas de skate da época (Skateboarder), assim como pela Sports Illustrated, Sunset Magazine e diversas outras. Skatistas como com ro-berto Chuy Madrigal, Henry Hester, Dale “Sausage Man” Smith, Guy ‘Grundy’ spagnoli, herb spitzer, Jim O’Mahoney, Tom Ryan, Cliff Coleman, Jamie hart, Bob skoldberg e John Hughes, foram os responsáveis pelo desenvolvimento de diversas maneiras de conseguir melhor performance e equipamentos de proteção. Pra saber mais onde tudo começou, acesse: www.facebook.com/pages/The-Signal--Hill-Speed-Run-1975-1978. Novamente, obrigado ao fotógrafo Jim Goodrich que sempre nos cede seu impressionante arquivo.

sK8-1 inaugura loja física

A loja sK8-1, que antes estava apenas dis-ponível e atuando as vendas on-line, estreou seus negócios também além das fronteiras vir-tuais. Agora a loja está de portas abertas, con-tanto com a melhores marcas do mercado na-cional e internacional. O coquetel de inaugura-ção no dia 21 de fevereiro contou com a pre-sença de vários skatistas de ladeira entre lon-griders, downhill e speed. A loja fica na rua Dr. Jesuíno Maciel, 605 - São Paulo - Campo Belo.

ranking sulamericano 2012Final Downhill Speed (etapas na Colombia, Argentina, Perú e Brasil) Downhill Skateboard: 1º Dillon Stephens; 2º Felipe Malaga; 3º Max Gradlmiller; 4º Die-go Alemparte; 5º Lucas Dragone; 6º Juliano Cassemiro; 7º Douglas DaluaWomens Downhill Skateboard: 1ª Reine Oliveira; 2ª Chistie Aleixo; 3ª Georgia BontorinJunior 2 Downhill Skateboard (Age 14-17): 1º Gustavo ParedesJunior 1 Downhill Skateboard (Age 8-13): 1º Rodrigo Fontana

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MovimentaçãoA longrider Georgia Bontorin, após uma ano de conquistas e provando que com seus

16 anos está botando pra baixo na ladeira de maneira agressiva, agora anda para a marca Sector 9 • Outras contratações realizada no Brasil pela marca holandesa Concrete Surfer, é o carioca Bruno Bou Haya e Fabian Fernandez. • Entrando 2013 como profissional, Il-ton Jr. “Tatá” faz parte da equipe de longriders da Mission Store. Boa sorte a todos!

Vencedores do Prêmio Topblog: EuAmoLongboard

Estamos muito orgulhosos e gostaría-mos de parabenizar o pessoal do Blog Eu-AmoLongboard, que entre diversos parti-cipantes, terminaram em segundo lugar no evento “Premio Topblog 2012”, na ca-tegoria esportes. Pra quem acompanha a revista CRVIS3R Skateboarding, sabe que o pessoal do EAL são colunistas na revista e estão desde a edição 1 trazendo a visão particular deles sobre o longboard. Para-béns aos capixabas Alexandre Guerra e ao Klaus Duss, mentores e cabeças-pensantes do desenvolvimento do conteúdo eletroni-co. Visite a página da coluna do EAL aqui ou na internet: www.euamolongboard.com

Novos profissionais em 2013 pela CBSKOs Comitês dos profissionais da CBSk finalizaram os trabalhos de análise dos pedidos de

amadores 1 interessados em se profissionalizar a partir de 2013. São eles: Downhill Sli-de: Ilton Tatá (São Paulo/SP); Kauê Mesaque (São Paulo/SP); Thiago Bomba (São Paulo/SP). Downhill Speed: Guto Negão (Maringá/PR); Georgia Botorin (Curitiba/PR); Leandro Chapu (Osasco/SP); Rodrigo Steinbach (Porto Alegre/RS); Sérgio Leonardo (São Paulo/SP); Vinícius Santana ESO (Osasco/SP).

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Agenda Trade Show 2013FOTOS Antonio dos PAssos thronn

A Agenda Trade Show tornou-se há algum tempo uma das feiras mais importantes do segmento dos esportes radicais (le-se skate, surf, snow) realizada nos Estados Uni-dos. Aproximadamente 450 marcas que se instalaram no Long Beach Convention Cen-ter no começo de janeiro, mostraram as novidades de seus produtos no skateboard, surf, snowboard, arte, música e lifestyle. Mais de 10.000 pessoas circulam nesses dois dias nessa feira que foi criada de maneira desprentenciosa em 2005, com intenção de dar oportunidade às pequenas marcas. Com o encerramento das atividades da ASR Trade Show, que tinha uma tradicional e importante influência nos lançamentos das novidades, a Agenda ficou em uma posição de destaque no mercado dos boardsports. Longboards, freeriders, cruisers, speed e mais diversas novidades dessas modalidades do skate, es-tavam sendo apresentadas através de suas marcas. Como não poderia deixar de aconte-cer, a noite teve uma extensão para uma festa/show, com o rapper The Game e sua crew... Party times! A próxima agora, será em julho, novamente em Long Beach... Stay tuned!

la Muerte for GirlsFOTOS roBerto tAtto

Rolou no dia 24 de fevereiro o La Muerte for Girls, um evento realizado para a confraterniza-ção das garotas do downhill slide e longboard nas categorias amadora. Com organização e iniciati-va do possuído Luciano PT, as juizas foram as profissionais Christie Aleixo, Reine Oliveira e Lau-ra Alli. Parabéns pela iniciativa e para todas parti-cipantes... que venham mais eventos como esse!

Resultados:Longboard: 1ª) Ariane Rosas, 2ª) Thiz Bertoni, 3ª) Cris punk, 4ª) Fernanda Michelini, 5ª) Kethy Soares, 6ª) Marianne Duvekot, 7ª) Thayna, 8ª) Gabriela, 9ª) Dafne, 10ª) PaulaDHS Feminino: 1ª) Daniela Ribeiro, 2ª) Jéssica Amorim, 3ª) Camila D’Alessanda, 4ª) Fernanda, 5ª) Giovanna, 6ª) RaquelPatrocínio: Koston e La MuerteApoio: Dylan Skate Bags , Six Trucks, Ska-te Mundo, Classic Skate, Power Balance Brasil, 4i20, Vila Skate, Sk8-1, Base, Dólar Gang, Craz-zynboard, Red bull, Street Ligth, Centro de Cultu-ra do Itaim Paulista , Essência Skate

Juízas de responsa: Reine Oliveira, Laura Alli e Christie Aleixo.

DH Slide Feminino.

Longboard feminino.

Girls on fire!

Chris Chaput e a equipe da ABEC 11.

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Ultramaratona de skatePOR JonAthAn strAUss |FOTO JiM Winters | TRADUçãO GUto JiMenez

O tradicional autódromo de Homestead-Miami Speedway – local de provas da Fórmula Indy e Nascar – foi palco do evento mais ins-tigante de esportes de ação no dia 7 de janeiro último. A homes-tead-Miami Speedway 24 Hour Ultra Skate reuniu skatistas ou-sados pra estabelecerem marcas pessoais e o evento foi organiza-do pra quebrar o recorde mundial de distância percorrida sobre um skate em 24 horas. O bombeiro do Condado de Miami-Dade, Andrew Andras estabeleceu o novo recorde mundial masculino com impres-sionantes 421,2 kms (ou 261.8 milhas), enquanto que Coleen Pe-lech de New Jersey quebrou o recorde feminino com 268,7 kms (ou 167 milhas). As marcas foram conquistadas no circuito interno de 3.540 metros. O esforço de Andrew foi uma das performances mais inspiradoras da história dos esportes, com seus tempos de volta me-lhorando gradativamente durante o período de 24 horas. “Hoje foi um momento histórico pra história do skate de longa distância, ou “push racing” como alguns fissurados chamam a arte de dar impulso aos seus skates além dos limites normais dos seres humanos”, dis-se Joner strauss, organizador do evento e fundador da IDSA (In-ternational Distance Skateboard Association). E aí, vai encarar?!

Push Race Recife IIIPOR BrUno GAllindo

O PUsh rACe recife mudou e muito. O evento cresceu, mudou de dia e horário, ganhou mais competidores e patroci-nadores. A 1º etapa, aconteceu na tarde de Sábado, 26 de Ja-neiro de 2013 na Rua da Aurora. Ao todo foram mais de 70 participantes e apenas 53 “inscritos” completaram o percur-so! Famílias inteiras eram vistas competindo nas categorias Master, Feminino, Mirim e Amador. Equipes também deram as caras no Push, exemplo dos Afrika, Hill Boys e Longboard Per-nambuco, que foram bem representados na corrida e no pódio. Jaime Ribeiro, foi o grande campeão da etapa. No Feminino Julia Santiago sagrou-se Bi-Campeã. No Mirim, venceu Lucas Henrique e na Master, Nivaldo “Karate” Firmino. Foi criada para essa edição a categoria de “Melhor Fantasia”, venceu a irreve-rência e criatividade de Rafael Natrielli, com a fantasia “O Pa-pa-asfalto!” O III PUSH RACE Recife, teve o Patrocinio da FISH, REDBULL, KENNER, KOSTON, SECTOR 9, MILLY’S, MÍSTICA, MAKKINA, SKATELONG e AFRIKA.Resultados: Masculino: 1° Jaime Ribeiro; 2° Mysael Siqueira; 3° Felipe Barroco; 4° Da-niel Samico - Feminino: 1° Julia Santiago; 2° Carla Mesqui-ta; 3° Paloma Azevedo; 4° Karla Coimbra - Mirim: 1° Lucas Henrique; 2° Dennis Guilherme; 3° Lucas Freire; 4° Alexandre Carcará - Master: 1° Nivaldo Firmino; 2° Hugo Freitas; 3° Aldo Junior; 4° Vinicius Duarte. Melhor fantasia: Rafael Natriell. A próxima etapa está prevista para a segunda metade do mês de Abril. Mais informações pelo Facebook/ PUSH RACE Recife.

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erratas • (1) Na edição número 2, divulgamos as conquistas de Caco Rato, mas o nome saiu escrito como “Caro Rato”... Desculpem nossa fa-lha. O nome certo é CACo rAto! (foto)• (2) Por algum motivo desconhecido, a divulgação do ranking da CBSK amador do longboard na última edição, estava errada em relação ao terceiro. O certo é que o skatista Thiago “Bomba” Lamego ter-

minou em 3º lugar no circuito CBSK amador long... Falha nossa! (foto)• (3) O site da marca Pool Shark, é: www.poolshark.com.br (foto)• O nome certo do evento de speed em Teutonia, foi: topskate teutonia Pro.• A imagem da matéria “Push, que impulso é esse?” da primeira edição, onde a galera de POA está começando a dar impulso é do fotógrafo Josué Menezes. Sorry!

(1) (2) (3)

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Longriders Girls:Jéssica Batista souza e tamis Guerra

Nessa edição, que estamos abordando a presença de garotas no skate de uma forma participativa e de destaque, selecionamos duas skatistas, de dois estados diferentes, com duas particularidades em comum: o longboard e os patrocínios internacionais. Garotas pro-missoras... Vida longa sobre o skate!

Jéssica Batista souza é da cidade de Juiz de Fora, interior do es-tado de Minas Gerais. Conhecida pelas altas montanhas e vales que existem ao redor da cidade, propícia inumeras. Com seus 21 anos, sendo que 4 são sobre o longboard, conquistou rescentemente o pa-trocínio da marca holandesa Concrete surfer, do brasileiro Flávio Badenes, sendo que seu model pela marca estará sendo lançado em

breve. Em uma reportagem da mídia local, Jéssica foi destaque de capa do jornal Tribuna de Minas e conta também com o patrocínio da loja HardBack Skateshop.

tamis Guerra é da cidade de Curitiba, principal cidade e capital do estado do Paraná, local que sempre foi um dos principais celeiros de skatistas do Brasil em todos as modalidades. Tamis está colocando a cidade também na cena mundial do longboard; com patrocínio da mar-ca suéca AirFlow, é amante da velocidade e gosta de descer ladeira no gás. Com 23 anos, há 1 ano e seis meses montou seu primeiro skate e há um ano começou a praticar downhill speed. Faz parte da equipe CWBOMBS e também é embaixatriz do Longboard Girls Crew no Brasil.

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Quando e onde começou o Longboad Girls Crew (LGC)?O Longboard Girls Crew (LGC) é uma comunidade internacional criada no ve-rão de 2010 por um grupo de meninas skatistas de Madri.O que motivou a criação do grupo e quem são as fundadoras?

Nós estávamos cansadas de sermos as únicas garotas no meio de uma galera com-posta só por homens, então decidimos nos juntar e criar um grupo no Facebook pra nos encontrarmos, curtirmos e andarmos de skate juntas. Nós nos tocamos que a energia era diferente quando a sessão era só com meninas. Nossa missão foi de nos agrupar e colocar o longboard feminino no mapa. Nós sabíamos que tinham mais me-ninas por aí, e só precisávamos encontrá-las ou fazê-las querer a começar também. Foi daí que veio a ideia de um vídeo exclusivamente feminino (o “Girls Can Ride”, de Juan Rayos). Depois disso, tudo começou a crescer muito, mas nossa missão ainda é a mesma. Nós conquistamos um bocado de coisas até agora, mas nós ainda estamos trabalhando pela igualdade entre os sexos. Somos cinco por trás do LGC: Jacky Man-denfrost, Carlota Marti, Monica Mandenfrost, Jesus Asensio e eu.

pOR FábiO bOLOta | TRADuçãO GutO Jimenez | FOTOS RaphaeL LuCena

As garotas do Longboard Girls Crew da Espanha, criaram essa comunidade

voltada para as praticantes do longboard, com o intuito de se

comunicarem e conhecer mais e mais skategirls pelo país e pelo mundo. Em poucos anos se tornaram um dos

grupos femininos mais reconhecidos do longboard mundial. Com isso, estão em 180 países e com mais de 160 mil seguidores na página do Facebook. Em setembro do ano passado, vieram ao Brasil a convite da marca carioca

Farm, para participarem de uma série de filmagens na Cidade Maravilhosa.

Entrevistamos a responsável e criadora da LGC, Valeria Kechichian,

para falar sobre esse amor pelo longboard.

Da Espanhapara o mundo!

Entrevista: Valeria Kechichian

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lgc - longboard girls crew

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Você e algumas meninas estiveram no Rio e participaram de um vídeo que está sendo lançado agora. por favor, explique mais sobre esse projeto e nos diga o que você viu no cenário de skate feminino brasileiro.

A Farm escolheu quatro skatistas euro-peias pro projeto, eles tinham visto o “En-dless Roads” (nosso projeto audiovisual an-terior) e queriam fazer algo conosco. Nós falamos sobre a ideia por alguns meses e finalmente Kari Havnevik (de Oslo), Cristina Sánchez (Barcelona), paulina Nowik (da po-lônia) e eu (que sou argentina mas vivo em Madri) voamos pro Rio pra termos a melhor experiência profissional de nossas vidas. Nos juntamos à carioca Danielle piccolo e à paulisa Layla Motta por alguns dias e nos divertimos muito juntas. A Farm é uma mar-ca carioca e eles queriam mostrar o estilo de vida da cidade junto com alguns dos me-lhores picos de skate possíveis. Nós fizemos um pouco de tudo relacionado às modalida-des de longboard e fizemos imagens em al-guns dos cenários mais lindos de todos os tempos. Nós todas nos apaixonamos pelo Rio! A cena brasileira de skate feminino é demais! Algumas das melhores e mais rápi-das skatistas de ladeira do mundo são bra-sileiras. A gente não sabia que o skate é um dos esportes mais populares do país, per-dendo apenas pro futebol... isso é demais! Nós tivemos sorte de fotografar com a Bia Sodré e a Jéssica Arias de Sousa, duas óti-mas streeteiras, e foi ótimo.

Como você analisa a participação crescente de meninas andando de ska-tes e longs ao redor do mundo?

É algo inacreditável, nunca antes na his-tória do esporte tantas mulheres estão competindo ou simplesmente andando de longs e skate. Nós gostamos de pensar que a LGC teve algo a ver com isso, já que a ideia por trás de nossos primeiros vídeos foi a de encorajar mais meninas a pegar um skate e andarem. Não posso falar do skate como um todo, mas em relação ao longbo-ard posso dizer definitivamente que funcio-nou. Recebemos centenas de mails por dia de meninas de todo o mundo nos agrade-cendo por inspirá-las a andar de long, essa é a melhor recompensa do mundo e a coisa mais importante que nós já fizemos. A gen-te ainda precisa continuar a trabalhar pra alcançarmos a igualdade real, mas estamos num bom caminho pra isso.

Como são os contatos com outras ga-leras de meninas skatistas ao redor do

Acima: A mentora de toda essa expansão pelo mundo com seu skate, Valeria Kechichian, aproveitando as ladeiras e visual da Prainha, Rio de Janeiro. Abaixo: Entre filmagens e algumas sessions, Cristina Sánchez mandando alguns manuals/G-turn, na Cidade Maravilhosa.

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mundo? elas fazem muito contato com vo-cês? Quais países que vocês acham terem o maior número de meninas?

Nós supervisionamos todas as outras páginas oficiais da Longboard Girls Crew. Temos embai-xatrizes que administram as páginas e organi-zam eventos, videos e promovem o esporte em seus países, mas tem sempre algumas regras a serem seguidas. Nesse momento, a LGC repre-senta um bocado de coisas que as meninas mais jovens se inspiram, e nós não queremos dar ne-nhum mau exemplo. Todas nós, e eu quero dizer todas as meninas que andam de skate, estamos trabalhando duro pra que a comunidade cresça, então nós temos de continuar a fazer isso da me-lhor maneira que pudermos.

pra concluir, boa sorte! Deixe a sua men-sagem pras garotas skatistas brasileiras.

Divirta-se e ande de skate de maneira segu-ra! A melhor skatista é aquela que se diverte mais, então aproveite o skate. Trate bem as me-

ninas que estão começando, deixe-as ver que existe uma comunidade feminina que as apóia pois somos uma comunidade acima de tudo. Qualquer menina que ande de long ou dê apoio ao longboard feminino é parte da Longboard Girls Crew. Já mencionei que es-tou apaixonada pelo Rio? (risos)

Ao lado: Equipamento se faz necessário

quando o assunto é velocidade. Cristina

Sánchez botando pra baixo! Abaixo: As

garotas do LGC, Valeria Kechichian, Danielle

Piccolo e Kari Havnevik sendo filmadas pelo

diretor, Guilherme Guimarães.

> VaLeRia KeChiChianIdade: 32Nacionalidade: Buenos Aires, ArgentinaResidente: Madrid, EspanhaCargo na LGC: Fundadora e Imprensa/Relações públicaswww.facebook.com/longboardgc

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lgc - longboard girls crew

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Muito tem se falado sobre o futuro do downhill speed, desde que um racha entre alguns competidores tops e organizadores de eventos trouxe a criação de duas entidades mundiais diferentes. O futuro, como sempre, é uma surpresa; a gente pode no máximo pegar alguns fatos do tempo atual e projetar adiante, buscando sempre melhorar aquilo que ainda precisa de ajustes. Nesse sentido, o Mad Rats Downhill Challenge serve como referência de muito daquilo que é necessário pra se realizar um excelente evento da modalidade.

por Guto Jimenez

Pra começar, vamos à ladeira em si, a legendária Estrada da Lomba Grande em São João do De-serto na área rural de Novo Hamburgo. 1.500 metros divididos em uma seção reta, curva em

cotovelo pra esquerda emendando num “S” que deriva pra direita, uma looonga reta insana que termina numa curva média pra direita e culminando num mini-tobo-gã até a linha de chegada. Um circuito veloz, com tre-chos técnicos misturados com outros onde os dentes quase trincam de tanta velô, numa estrada de duas fai-

xas de rolamento onde os fenos puderam ser colocados nos acostamentos - ou seja, nada pra “travar” a descida além das próprias disputas em si. Esse verdadeiro solo sagrado dos speedeiros gaúchos vem hospedando ses-sões e eventos desde o final do século passado, além de ser o pico favorito do campeão mundial Douglas Dalua. No futuro, se todos os eventos forem realizados em pi-cos como esse, é certo que ninguém iria reclamar nem ver o menor problema...

A velocidade e a técnica demonstrada pelos compe-tidores praticamente exige que a organização no futuro seja dedicada ao extremo e trate-os com o devido res-

Acima: Amadores disputando palmo a palmo no cotovelo do alto da legendária Estrada São João do Deserto.

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Christie Aleixo botando pela esquerda na última curva.

Douglas Dalua liderando a bateria pro antes do “S”.

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peito, respeitando os horários estabelecidos (deixando uma boa brecha pra eventuais imprevistos) e oferecen-do uma premiação digna e atraente. pois bem, nesse sentido o evento foi praticamente impecável, sendo ne-cessários apenas pequenos acertos aqui e ali, como uma maior área de sombra dedicada aos competidores na largada ou uma locução na chegada. Nada disso, porém, foi determinante pro resultado final das competições e do evento, que ofereceu a maior premiação em campe-onatos da modalidade no país que incluía dinheiro, pro-dutos a rodo e até duas motos zero, sem falar no fato de ter encerrado duas horas antes do cronograma. Não houve quem tivesse na área de premiação que não tives-se com um largo sorriso estampado no rosto, e esse é o maior sinal de satisfação generalizada que se pode ter. Todos os méritos pros incansáveis Douglas Dalua, Ale-xandre Maia e Kaká Verardi e pro imponente Mano, que

se cercaram de uma equipe tão disposta quanto eles e realizaram um evento próximo da perfeição.

outro fator que precisa continuar no futuro é a reno-vação de talentos no speed, de preferência vindos dos mais variados lugares do país. Nomes como o carioca rodrigo Belli, o gaúcho Yan Bertinati, os paranaenses Bruno Spengler e Geórgia Bontorin e o paulista Leonar-do de Barros – todos adolescentes com menos de 17 anos – botam pra baixo com técnica apurada e o deste-mor típico da idade, com total apoio de suas famílias e de seus amigos e montados nos melhores equipamen-tos que se pode adquirir. Que diferença pra minha épo-ca, quando a gente tinha que dropar escondido das fa-mílias e até das namoradas sobre skates cujas únicas diferenças eram as rodas mais moles, os amortecedores mais duros e as inevitáveis luvas de lixeiro...

Seria o máximo se todas as competições de agora

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Abaixo: A melhor ultrapassagem do curvão foi essa de Juliano Lilica sobre Caco Ratos.

Competidor negociando a curva. Hospitalidade gaúcha. Geórgia Bontorin recebendo o troféu.

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mad rats downhill challenge

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mAD RAtS DoWnHiLL CHALLenGe 15 e 16 de dezembro de 2012, Estrada São João do Deserto, distrito de Lomba Grande, Novo Hamburgo (rS). patrocínio: odor Free, Koston, Surf No Asfalto, Sk8 1.Apoio: rayne, Face, Landyachtz, orangatang, Tacna, Duelo Skateboard.oferecimento: North Sul, Sector 9, New olders, Skate Até Morrer, 4:20, Be Safe, Invasor 13, Zumbi Longboards, A.l.c. (Assoc. Longboard De Canoas), Toldos Tecnolona, Yamavale.

ReSuLtADoSPRo1º Silon Garcia rS – BrA / 2º Douglas Silva “Dalua” rS – BrA / 3º Alysson Garcia pr – BrA / 4º ricardo “Caco” reis Sp - BrAFeminino1º Georgia Bontorin pr – BrA / 2º Christie Aleixo rJ-Sp – BrA / 3º Bianca Fior pr – BrA / 4º reine oliveira Sp - BrAAmADoR1º João ogava pr – BrA / 2º Thiago Gomes Costa Sp – BrA / 3º Vinicius Castagna rS – BrA / 4º Carlos Augusto Correia paixão pr - BrAmASteR1º Juliano Cassemiro “Lilica” Sp – BrA / 2º Fábio Lamb “Lampião” rS – BrA / 3º Alexandre Maia SC – BrA / 4º ricardo “Kako” Max Tonniges rS - BrAJunioR1º rodrigo Belli rJ – BrA / 2º Lucas Grazziani Fernandes rS – BrA / 3º Leonardo Vasconcelos Martinho De Barros Sp – BrA / 4º Marlon Burgatti pr - BrALuGe1º Jonathan rodrigues pr – BrA / 2º Cristian Daniel – ArG / 3º Fernando rocha rS – BrA / 4º paulo B. Barbosa Da Silva rS – BrA

Parabéns à Duane Espíndola Corrêa, que ganhou uma moto zero no sorteio final entre os competidores!

*Guto Jimenez viajou a convite da Mad Rats.

em diante tivessem um público como o que esteve presente na Estrada, animado e par-ticipante. os gaúchos são mundialmente fa-mosos pelos seus churrascos, pelo chimar-rão e por serem hospitaleiros e ruidosos, e não podia ser diferente num evento de ska-te. os moradores locais foram tudo isso e receberam os “haoles” da melhor maneira possível, especialmente no pico classe A da última curva com visão privilegiada da linha de chegada, com todas as carnes, os fran-gos, as lingüiças e a cerva gelada que uma pessoa pudesse consumir. Some a isso a animação de crews como as de Canoas e Guaíba, Sp Downhill e CWBombs – esses úl-timos dividindo as cervas, os acepipes e o exclusivo “banheiro ecológico” com o tiozi-nho aqui – e pronto, é animação garantida o tempo todo!

Não podia ser diferente, aliás. De nos-so pico, assistimos a disputas inesquecí-veis como as chegadas emocionantes dos pros, com a vitória de Silon Garcia à fren-te da pressão exercida pelo Dalua, de João ogava nos amadores e Juliano “Lilica” en-tre os masters, todas decididas nos últimos

metros. Vimos também aos novos talentos do pedaço deixarem seu recado, com rodri-go Belli vencendo a categoria Junior e o ta-lento ascendente de Geórgia Bontorin entre as mulheres. Gravem o nome dessa meni-na de apenas 16 anos; se ela tiver o apoio e as condições necessárias, tem tudo pra ser não só campeã brasileira mas também mundial nos próximos anos.

Junte ultrapassagens ousadas nos picos críticos de todas as maneiras que você pu-der imaginar com algumas quedas inevi-táveis sem conseqüências sérias; misture com uma galera ruidosa, positiva e hospita-leira; complete com uma organização com-prometida até o osso e adicione uma exce-lente premiação. Essa é a receita dos even-tos de speed que deu muito certo no Mad rats Downhill Challenge e espera-se ser se-guida à risca de agora em diante; sem ne-nhum favor a ninguém, esse foi o melhor evento de speed ao qual eu estive presente no país. por tudo isso, dá pra garantir sem medo de errar: o futuro é pra já.

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Yan Bertinati perseguindo na entrada do “S”.

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As manobras antigamente eram completamente diferentes. Não tínhamos internet nem muito menos Facebook e as re-ferências hoje são muitas, e com isso vejo as meninas se desenvolvendo num ritmo absurdo. O nível de quem pratica

há anos é quase igual de quem pratica há pouco tempo, pois a nova geração de meninas está demais! Vejo o skate longboard e skate de ladeira cada dia com mais praticantes, e muitas marcas que antiga-mente eram apenas de surf (como um de meus patrocinadores, a Onbongo), estão apoiando eventos e atletas de skate.

Com essa diversidade, as referências e o desenvolvimento frené-tico dessas garotas pelo mundo, resolvi selecionar algumas meni-nas de diversas regiões do Brasil e da Venezuela com pouco tempo de skate e muita história pra contar. Na América Central e do Sul (Costa Rica, Panamá, Venezuela, Argentina), há muitos campeona-tos de slide, e a cena que era exclusivamente brasileira vem se for-talecendo em diversos lugares do planeta a cada dia.

Por que garotas da Venezuela? Em diversas cidades venezuela-nas, existem grupos organizados de atletas e uma galera quebran-do, como em Barquisimeto no estado de Lara, Valencia em Cara-

do slideGarotas POR Laura aLLi*

bobo, San Antonio de Los Altos em Miranda, Trujillo em Bocono e principalmente, na capital Caracas, onde são organizados diversos campeonatos ao longo do ano. O governo local incentiva muito o esporte com competições em diversos estados, pagando as passa-gens e fretando ônibus para os atletas competirem. Por isso, essas garotas vêm quebrando nos slides nas ladeiras. Em Caracas, há uma espécie de estrada dentro da cidade, na encosta de uma montanha, que é fechada aos domingos como via de lazer e, com essa facilida-de e incentivo do governo, o numero de garotas vem aumentando a cada dia – e, por conta disso, o nível técnico das manobras.

A seguir, selecionei algumas meninas de diversas regiões do Bra-sil com histórias diferentes em cima do carrinho e algumas repre-sentantes da Venezuela. Para exemplificar a diversidade, a beleza e o alto nível técnico das manobras, as meninas me mandaram algu-mas fotos e contaram um pouco de suas histórias.

Quase completando a maioridade em cima dos carrinhos e praticando até hoje o skate de ladeira no Brasil, resolvi escrever esta matéria, pois nunca vi um desenvolvimento tão grande da cena feminina como hoje nos meus quase 18 andando de skate. Muitas estão praticando o speed e no slide, modalidade que pratico, o nivel técnico está aumentando a cada dia. Garotas de diversos estados do Brasil e o do mundo fazendo manobras que, quando iniciei, eram impossíveis de serem mandadas.

Lívia Sodré, bs full slide. Taubaté/SP.

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Laura Alli - São Paulo/SPComecei na adolescência com skates importados em-

prestados de um antigo namorado. Como moro em São Paulo e também surfo, aproveitava os finais de semana flats pra descer ladeiras como as de Alphaville, P2 no Morumbi e outras na Grande SP. Com o skate, conheci Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Niterói, Brasília, Itaca-ré, Salvador e muitas outras cidades, juntamente com os meus sempre patrocinadores e amigos, Leone e Claudi-nho da Tracker/Six Trucks. No exterior, conheci locais como Califórnia, Peru, Chile, Venezuela e Costa Rica. No meu início tinham duas ou três meninas praticando e correndo campeonatos. No primeiro campeonato que corri, quem ganhasse teria um patrocínio de uma mar-ca famosa de skate; eu ganhei e fiquei com o patrocí-nio. Nisso, foram surgindo matérias em revistas e outros patrocinadores. Tive sorte, pois desde o início foi muito gostoso andar de skate e ganhar roupinhas, tênis e ska-tes, o que muito me incentivou. Eu nunca deixei de estu-dar e me formei em turismo, pois via que seria muito dis-tante realmente me manter somente do skate. Criei uma família no skate e muitos amigos e presenciei o novo boom do skate de ladeira. Há um tempo, nós brasileiros éramos os reis do downhill slide, sendo que nosso mes-tre Sérgio Yuppie abriu as portas divulgando o nosso es-tilo único no exterior.

Christie Aleixo - Rio de Janeiro/RJRepresentante da cidade do Rio de Janeiro, é umas das

principais skatistas e, na minha opinião, a principal e a melhor de todos os tempos. Realizou todas as suas idéias, organizou campeonatos no Brasil, foi pra fora do país pra andar e competir e conquistou incentivo do governo, trei-nando com o objetivo de melhores resultados nos even-tos. Christie Aleixo anda muito na ladeira com seus slides de alto nível, no speed está sempre ficando nos podiuns e nas pistas manda altas manobras na borda. É minha ami-ga, e minha “ídola”! Nós nos conhecemos há muitos anos, e ela foi uma das pioneiras no skate de ladeira no Rio de Janeiro. É uma profissional em todos os sentidos, parti-cipando de competições internacionais, trabalhando em uma grande distribuidora de skates no Brasil e vivendo re-almente no que acredita. Trabalha para o desenvolvimen-to do skate no Brasil, além de ser dona de uma marca cha-mada Crew Bom Drop. Sem dúvida, ela é um exemplo para quem realmente acredita em viver do skate.

“Sempre tive o skate como brinquedo... descia para a rua com meu irmão e os amigos. Os anos passaram e a relação de brinquedo ficou no armário com tantos ou-tros. O filho nasceu ainda na adolescência, uma benção, o skate saiu do armário, na real, conheci o skate longbo-ard, final dos anos 90... Ótimas referências na cena ati-va das ladeiras, Laura Alli, Alexandre Maia, Juliano Cas-semiro, João Billy, Sergio Yuppie, Mikima, Indião... era a fase de ouro dos anos 90/2000. Os campeonatos vie-ram como forma de intercâmbio, mas o negócio ficou sé-rio porque tive a oportunidade de trabalhar com o ska-te, rolando muitos eventos, viagens, pessoas, ladeiras, equipamentos, modalidades... Hoje, com 36 anos e anos sobre o carrinho, sou tão feliz por estas tantas experiên-cias! As mudanças, as articulações, os rolés, os objeti-vos continuam aqui, sofrendo alterações constatemen-te para sempre poder manter a relação de amor, melhor paixão por este carrinho.”

Acima: Laura Alli, fakie bs air 180. São Paulo/SP. À esquerda: Christie Aleixo, bs layback. Rio de Janeiro/RJ. À direita: Teca Lobato, classic style. Belo Horizonte/MG.

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Teca Lobato - Belo Horizonte/MGConheci a Teca numa dessas idas a campeonatos

em Belo Horizonte. Ela, muito querida, acolheu por diversas vezes minha equipe de skate em diversas épocas. Participamos de diversos campeonatos jun-tas e hoje é seu hobby. Ela vem se destacando em outro esporte de prancha, pois é profissional e multi campeã brasileira de wakeboard.

“O skate foi o primeiro esporte de prancha que tive contato. Não tenho certeza com quantos anos, mas começei brincando de tentar manobras no solo no skatinho. Minha falta de talento no street me de-sanimou um pouco, e há exatamente 12 anos des-cobri o longboard e a possibilidade de fazer downhill slide, ou simplesmente descer uma ladeira. Assumi o lifestyle desse esporte, que foi minha porta de en-trada no universo dos esportes de prancha e que de-terminaria meu futuro e minha profissão (competi algumas vezes no downhill slide e tomei gosto pe-las “funções” e correria do esporte). Pouco tempo depois, eu me interessei por outras pranchas e co-nheci o wakeboard, que hoje além de um hobbie, é minha profissão direta e indireta. Sou muito grata pela base e experiências que vivi graças ao longbo-ard, uma delas conhecer mulheres realmente incrí-veis como a Laura Alli. Há dez anos, o número de mulheres na ladeira era muito menor e hoje, ainda bem, estamos na moda (risos).”

Anto VLM - Caracas, VenezuelaUm dos principais nomes no skate feminino da

Venezuela e uma excelente skatista de ponta é a Anto, da crew VLM. Anto tem muito nível técnico e velocidade aliada à plasticidade e beleza de suas manobras, não perdendo sua feminilidade e tendo o

skate de ladeira como estilo de vida. Praticando há quatro anos, quando quase não tinham garotas praticantes, Anto foi recomendada por amigos a comprar um skate de uma marca famosa em seu país e se identificou rapidamente. Seu noivo e amigos ajudaram bastante no desenvolvimento e aprimoramento dela. Elas integram um grupo enorme de meninas, a VLM Girls Crew, e junto com outras praticantes do país, vem competindo em diversos campeonatos locais e pelo mundo.

Gabriela Ojeda “Gaby VLM” - Valencia, VenezuelaGabriela Ojeda, a Gaby da crew VLM, anda de longboard há 2 anos. Para ela, é um

estilo de vida e também um transporte ecológico. “Siento la necesidad de ir a la uni-versidad en patineta”. Com o esporte vem conhecendo muitos amigos tanto da Vene-zuela como do Brasil, Chile, Panamá, etc... “Si quieren un deporte de adrenalina les re-comiendo el LONGBOARD SKATE! Buena Vibra para todos! Saludos desde Venezuela”.

Lívia Sodré - Taubaté/SPEssa garota de 20 anos começou a praticar o skate de ladeira por causa de seu

namorado, um dos principais atletas de downhill amador no Brasil. Com seu pouco tempo de skate, pouco mais de um ano, já manda altas manobras com plasticida-de e precisão.

Luiza Sampaio- Brasilia/DFEssa linda menina de 17 anos começou a praticar o esporte por causa da sua

mãe, a atual campeã brasileira Larissa Sampaio (e colunista na revista, com a colu-na “Cuide-se”). Hoje, ela é uma das promessas da nova geração do skate feminino.

*Laura Alli - Longboard rider profissional, tem

patrocínio das marcas Onbongo, Six Trucks,

Bom Drop e é membro do conselho de slide da

CBSK (Confederação Brasileira de Skate).

Na esquerda: Anto VLM, Caracas/Venezuela.

Na direita: Gaby VLM, Caracas/Venezuela.

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Luiza Sampaio, classic. Brasília/DF.

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Após uma série de contatos, conseguimos que o ícone máxi-mo do speed abrisse o jogo nessa entrevista exclusiva pra CRVIS3R. Ele conta um bocado de sua extensa e impressio-nante história, detona os equipamentos dos dias de hoje (ao

mesmo tempo em que exalta os pilotos atuais) e promete: voltará ao mercado em breve com uma série de produtos que, segundo ele, irão sacudir o cenário. Leia com atenção, pois ele é nada menos que o maior mito do skate de velocidade no planeta, e nos revela o gran-de segredo por trás de sua História única.

Como é que você se interessou pelo skate em 1º lugar? Em quais picos que você andava naquela época?

Meu primeiro skate foi dado pela minha avó. Era um Black Knight

feito de carvalho com rodas “clay”(N.R : uma espécie de argamassa, utilizada pra fazer rodas antes do advento do uretano). Eu me en-volvi com o downhill com um amigo de escola; eu já corria de mo-tos, karts e esquis aquáticos então, isso em 1975 quando eu tinha 17 anos. Ele me contou sobre um campeonato mundial de downhill num pico chamado Signal Hill, e daí ele montou um skate de DH pra eu experimentar. Então, num dia qualquer do verão de 1976, nós fomos em busca de umas ladeiras pra ver como eu me sairia. Na mi-nha primeira descida ladeira abaixo, eu dei umas “chimbadas” vio-lentas e caí do skate, e acabei quebrando o meu pulso e braço di-reitos. Não sei se por ego ou orgulho, mas eu decidi que a culpa era do skate e não da minha falta de experiência, e então eu resolvi fa-

Roger Hickey

poR Guto JimEnEz | fotoS arquivo pEssoal

Não é nenhum exagero dizer que ROGER HICKEY é o skatista que mais influenciou o downhill speed na história da modalidade; seus mais de 300 triunfos seguidos (!) em corridas ladeira abaixo já o credenciariam como o competidor mais vencedor em todas as modalidades de skate de todos os tempos. Além disso, inscreveu seu nome no Livro Guinness dos Recordes ao quebrar recordes de velocidade tanto no speed quanto no street luge – modalidade inventada por ele, aliás. Como se isso já não fosse o bastante, também criou a postura utilizada pelos pilotos até os dias de hoje (a chamada “Hickey Tuck”), e também deixou a sua marca no design de eixos, rodas e até em obstáculos de skate. Ah, sim: ele também foi o único skatista a conquistar uma medalha de ouro olímpica outorgada pelo COI. Já está bom pra você?!

Entrevista:

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roger hickey

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bricar o meu skate. Eu decidi construir um skate pra dropar deitado no evento de 77, pelo menos até que eu fosse bom o suficiente pra me tornar um pro na outra categoria. No final das contas, eu corri o evento e fiquei e 4º lugar, e em 78 inventei o Skate Car e fiquei em 4º de novo. Isso me estimulou a levar o esporte a sério e eu quis ser campeão mundial nas duas modalidades, então eu comecei a estu-dar aerodinâmica e a treinar muito pesado, cerca de 7 a 8 horas por dia em todas as ladeiras que eu pudesse dropar.

você é considerado um dos skatistas que mais marcaram o speed até os dias de hoje. quem foram os caras que te influenciaram?

Bem, eu decidi aperfeiçoar minha técnica e passei a estudar e focar no que podia fazer pra ser o melhor. Daí, fiquei encanado em derrotar John Hutson, que não era derrotado há 6 ou 7 anos, então eu decidi que era ele mesmo quem eu tinha de vencer. Se eu pudes-se superá-lo, então qualquer outro poderia ser derrotado da mes-ma forma. Eu tinha uma galera com quem treinava e descobri um pico chamado Glendora Mountain Road, um lugar que eu já conhe-cia quando morava em Glendora. Um amigo me falou que tinha um grupo de motoqueiros que usavam o local pra disputarem rachas, então eu fui conferir o lugar. Enquanto eu subia e descia o pico, que tinha 10 milhas de comprimento e muitas curvas, eu ficava pensan-do numa maneira de dropar aquilo deitado num skate. foi daí que nasceu o street luge.

suas disputas contra John Hutson foram lendárias, inclusi-ve uma delas foi parar na capa da thrasher no início da revis-ta. Como você se relacionava com ele?

Eu posso dizer que eu gostava do John Hutson muito mais do que ele gostava de mim. Eu não sei se um rei gostaria de ser amigo de alguém que quer derrubá-lo do seu trono, mas eu tinha muito res-peito por seu status legendário e não podia esperar ter a habilidade suficiente pra derrotá-lo. Na real, eu sempre o coloquei num pedes-tal durante toda a minha vida, já que ele era “o Rei”.

Afinal de contas, de quem foi a ideia da postura “tuck” no speed, sua ou de Hutson?

totalmente do John Hutson, tanto que era chamada no início de “Hut tuck”. Eu costumava copiar tudo na postura dele, junto com to-dos os outros. Então um dia, o Dan Baumea e eu estávamos brincan-

Abaixo: Roger Hickey liderando - nenhuma novidade. À direita: Em ação numa das “speed machines”; alguns skates do acervo pessoal.

do com um túnel de vento e fizemos algumas teorias sobre a postu-ra. Então, eu me posicionava no tuck com uma luz acesa na minha frente fazendo uma sombra atrás de mim. Daí, a gente ia colando pedaços de papel bem grandes e ia medindo pra ver como eu po-deria reduzir o arrasto na área frontal, as partes do meu corpo que eram atingidas pelo vento. Então, eu inventei um tuck novo que as pessoas chamaram de “Hickey tuck”, no qual eu fazia a minha perna traseira “sumir” do arrasto do vento, acabei tendo de aprender um estilo completamente diferente de andar, mas valeu a pena. Então o “Hut tuck” era ficar o mais abaixado possível como se você tivesse uma bola entre suas pernas abertas, e o “Hickey tuck” era um pou-co mais alto num formato de “t”, como um poste com asas na parte superior, “escondendo” a perna traseira atrás da dianteira e encos-tando o peito na perna da frente. Bem, posso dizer que funcionou (risos): eu nunca perdi uma corrida depois dessa descoberta e ga-nhei 18 campeonatos mundiais de speed. Veja bem, eu pesava 100 kgs e tenho 1,92, e o vento pensava que eu era um cara de 1,70 pesando menos de 70 kgs...

Eu sei que tanto os equipamentos quanto os circuitos evo-luíram bastante, mas tem como você fazer alguma compara-ção entre o speed boarding de hoje e do início dos anos 80?

pessoalmente, eu sinto que ninguém daquela época (antes de 2000) poderia derrotar um campeão mundial nos dias de hoje, mas eu também sinto que ninguém da época atual poderia derrotar um campeão daquela época, sendo John Hutson ou eu mesmo. os ca-ras de hoje são especialistas em reduzir a velocidade, enquanto que nós só nos preocupávamos em ir o mais rápido possível sem reduzir a velô. Nós dropávamos praticamente pelados, usando aquelas rou-pas de látex, capacetes normais e luvas de golfe. Quanto ao equi-pamento atual, eles devem tudo a nós, os velhotes. fomos nós que sentimos, desenvolvemos e continuamos a desenvolver rodas, eixos e tábuas melhores. Nós praticamente inventamos os longboards, já que skates maiores só eram usados pra quem queria andar rápido ladeira abaixo. Antes de 2000, qualquer skate entre 33 e 38 pole-gadas era um long; os de hoje em dia parecem uns tanques pesados que não flexionam. Eu acho que o nosso equipamento era mais rápi-do, mas o de hoje em dia é muito mais previsível e mais fácil de ser usado pelas massas.

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roger, eu acho que você é o skatista que mais ganhou even-tos pros em toda a história do speed, senão do próprio skate. quantos campeonatos você ganhou no total?

Eu ganhei 18 campeonatos mundiais de speed, sou o único skatis-ta no mundo que tem uma medalha de ouro olímpica ganha sobre um skate e ganhei 314 corridas seguidas em 10 países diferentes. Eu também tive o recorde do Guinness por 15 anos, o qual eu quebrei por 3 vezes. Já no street luge, eu ganhei 20 campeonatos mundiais e venci 287 disputas seguidas. Também fui um recordista da Guin-ness por 20 anos, e aumentei o meu próprio recorde por 5 vezes.

qual era o seu skate na época em que você competia? E o de hoje em dia?

Essa é uma pergunta engraçada: na verdade, eu ganhei as minhas 314 corridas com uma única tábua. Eu a chamo de Lucille, como a guitarra do B. B. King, e ela está pendurada num museu em San Die-go. Ela tem 34”por 9.5” e tem um concave de 7 graus, e é de 7 cama-das. Eu usava eixos tracker, os quais eram lixados pra melhorar a ae-rodinâmica, e depois eu inventei o Hickey truck, que tinha dois eixos independentes. foi por causa desse eixo que o Byker Sherlock con-seguiu me afastar das competições, já que ele não conseguia nem me enxergar à sua frente nas corridas, e ele era dono da organização das corridas naquela época. Ele inventou toda uma “legislação Hi-ckey” pra tentar me fazer mais lento, mas nunca me derrotou (risos).

Como foi a experiência de ter sido o primeiro e único ska-tista a ganhar uma medalha olímpica?

puxa, obrigado por seu conhecimento e honestidade... pra te falar a real, essa entrevista ta sendo o máximo! (risos) Sim, eu sou o úni-co skatista a ter uma medalha de ouro olímpica do CoI, ganha nos

À esquerda: A legendária roupa de lycra bicolor que Hickey usava nos anos 80; Hickey X Hutson, a maior disputa da época na capa da Thrasher.À direita: O macacão de couro com os títulos mundiais nas costas.

“Corra contra a ladeira, não contra

as pessoas.”

pireneus (frança). Eu estou olhando pra ela agora, aqui no escritório da freshpark. olha, a experiência foi tamanha que poderia fazer um filme dela, é muita coisa pra contar de uma vez, mas te digo que eu me sinto abençoado disso ser parte da minha vida.

Você também revolucionou o luge com as suas “Speed Ma-chines”. Qual delas era a sua favorita e qual foi a maior velo-cidade que você atingiu nos seus bólidos?

Eu acho que inventei uns 30 tipos diferentes de luges, nenhum dos quais se parece com nada que se usa nos dias de hoje. parece que o esporte andou pra trás depois que eu parei de competir... os caras se tornaram uns copiadores da versão do Byker pra luges, com as quais nunca me derrotou, e todo mundo passou a copiar aquilo. É muito estranho ver como o esporte ficou devagar depois disso! Eu tenho certeza de que poderia sair de minha aposentadoria de com-petições aos 54 anos, ajeitar um de meus mísseis antigos e detonar qualquer um nos dias de hoje que se julgue “o cara” no luge. Quanto às favoritas, eram duas: uma era pra corridas de estrada e se chama-va “Eagle”, que era uma coisa linda e mais rápida que um raio! (risos) A minha favorita era a “Genesis”, que tem segredos na sua cons-trução os quais não são conhecidos até os dias de hoje. Ninguém sequer chegava perto dessa beleza, era ótima pra curvas suaves e também imbatível nas retas. Em se tratando de recordes mundiais, os outros ficavam no mínimo com 10 mph mais lentos... A maior ve-locidade que já registrei nela foi de 91 mph (ou 145.6 km/h) e o re-corde oficial do Guinness ficou em 81 mph (ou 130,3 km/h).

aliás, parece que velocidade é contigo mesmo já que você já correu de carros, motos e até barcos. seria esse um vício em adrenalina?

Eu não sei se é um vício em adrenalina ou uma onda de querer de-safiar a morte e controlar algo que é meio incontrolável, só sei que eu adoro andar rápido, adoro o que faz com o meu cérebro. É o lugar mais calmo que eu consigo estar, talvez a hora que eu pratique a mi-nha meditação: é o único momento no qual o cérebro se concentra em apenas uma coisa. Quanto mais rápido eu for, maior é o risco, e mais profundo se torna o lugar onde a minha mente fica. Já cochilei várias vezes esperando a minha vez numa final de evento, ou então esperando a minha vez de descer uma ladeira enorme. Eu relaxo, o que nunca é bom pro meu competidor nervosinho.

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roger hickey

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Fora a sua imensa contribuição ao skate, você também é um inventor, designer e fotógrafo bastante talentoso. por favor, cite algumas de suas patentes registradas e designs campeões.

Eu acho que fui abençoado no sentido de manter meu foco, de es-tabelecer metas ridiculamente altas e de trabalhar muito duro pra alcançá-las, e acho que a minha maior bênção é o meu talento criati-vo. Nasci pra ser um designer, pra pintar, esculpir e fotografar, e me tornei bem sucedido com isso, já que ganhei 48 prêmios fotográ-ficos. Nos últimos anos, a patente mais recente é a Freshpark, que são obstáculos dobráveis e indestrutíveis pra esportes de ação. Nós já vendemos mais de 170.000 obstáculos diferentes pra quase 80 países diferentes. Só que a gente está precisando de uma forcinha aí no Brasil, será que você poderia me recomendar?

na hora! Como você vê o fato do speed ser uma atividade quase amadora nos dias de hoje?

Engraçado isso, porque eu não me lembro de ter mencionado que todos nós éramos amadores naquele tempo... De qualquer forma, eu acho que está ainda mais amador do que antes, mas não de uma maneira ruim. É uma tolice achar que mais de 1000 pessoas cor-rendo um circuito são todas profissionais, nós tínhamos talvez uns 200 caras por temporada naquela época, e talvez uns 50 tivessem nível de pro. Eu acho que o downhill drifting está num bom lugar e com certeza está prestes a se tornar um esporte reconhecido, ao contrário de minha época quando era uma espécie de esporte ou hobby pra uns caras desafiadores.

você ainda dá uns dropes de vez em quando?Umas duas vezes por semana, ou mais quando dá. A gente aqui

tem um lance chamado de “board meeting” (um trocadilho com “reunião de diretoria”) onde todos nós dropamos pra ver quem vai pagar a conta do almoço da galera depois. (risos)

não faz muito tempo, eu vi uma tábua com seu nome. quais produtos você endossa hoje em dia?

talvez tenha sido o model que a Madrid lançou há algum tem-po, mas eu não endosso mais aquele produto porque era maior do que qualquer model que eu fosse usar. Estou no processo de criar uma linha completa de produtos Hickey Racing que vai botar fogo no mundo do speed, pois fiquei de saco cheio desses produtos que só copiam uns aos outros e isso não faz nenhum sentido. Eu aplau-do os caras por conseguirem andar nesse lixo atual mas, na boa, vamos fazer do jeito certo e vamos fazer rápido. tenho algumas tá-buas, alguns eixos supersônicos e algumas rodas saindo do forno, e

Da direita para esquerda: “Mãos na cabeça!” - dropar rápido não é um crime; aperfeiçoando o “Hickey tuck”, usado por pilotos do mundo inteiro; pose de galã do maior ícone do speed.

até mesmo macacões e rolamentos melhores. Vou te dar algum ma-terial pra você doar ou fazer um leilão e arrecadar dinheiro pra enti-dade beneficente que você escolher, pois sou um cara que gosta de doar e isso vai me ajudar ainda mais.

nem precisa falar duas vezes! (risos) agora, como você vê o crescente interesse por longboards no geral e no speed em particular?

Uma loucura, mas acho que os longboards, que são glamouriza-dos pelos speedeiros, atualmente estão levantando o mercado do skate. Sei de alguns caras que se dizem “core” que não gostam, mas as coisas são do jeito que são e os longs tornaram o skate mais pa-latável e acessível pra qualquer pessoa. Mães, pais, minas, qualquer um pode andar num long. Eu gosto de ver gente que você jamais as-sociaria ao skate sentir a liberdade e o espírito da coisa.

não te dá uma coceira nos pés vendo os circuitos nos quais os caras competem atualmente?

oH, YEAH! (risos) Na real, a coceira nunca passa, mas eu também tenho de ser realista. tenho que me tocar de que qualquer coisa que eu fosse ganhar agora daqui em diante teria de ser algo diferente do que eu já fiz, e não melhor. Talvez com a motivação correta, eu pudesse voltar a competir no street luge, até porque não dá pra se machucar muito fazendo aquilo, e eu acho que poderia competir desde que não fossem aquelas corridas estúpidas de dar braçadas. o street luge nunca deveria permitir braçadas ilimitadas, porque se você pensar bem, o que os braços têm a ver com o luge?! Devia ter uma área de uns 8 metros pra dar impulso, e quem passasse disso seria desclassificado.

roger, eu não tenho como te agradecer o bastante por essa entrevista, foi fantástica pra mim! por favor, mande um reca-do pra galera que vai ver essa entrevista no site e na revista.

Vou fazer melhor do que isso: quando sair, vou enviar pros meus 5000 amigos no facebook e pro mais de 1 milhão de seguidores do freshpark, e vou também botar um link no meu twitter e no nos-so site... Agora, uma última coisa pra quem se ligar, essa foi a minha grande manobra, ou filosofia se você assim desejar: corra contra a ladeira, não contra as pessoas. Isso quer dizer que, enquanto você correr contra a ladeira, você jamais ficará envolvido emocionalmen-te por qualquer coisa que as pessoas estejam fazendo ao seu redor Assim, você ficará totalmente concentrado em simplesmente seguir em frente, e não nos que te perseguem.

uau! obrigado por tudo mesmo, roger!

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ano 1 | edição 3 fevereiro/março 2013

Editores:Fabio “Bolota” Britto Araujo e Guto Jimenez

Arte:Edilson Kato

Redação:Guto Jimenez

Colaboradores:Texto: Alexandre Maia, Bruno Gallindo, Christie Aleixo, EuAmoLongboard.com.br, Jonathan Strauss, Larissa Sampaio, Laura Alli, SK, The Hut

Fotografia: Antonio do Passos Thronn, Ana Paula Leeuwenberg, Arakin Monteiro, Bruna Marra, Bruno Gallindo, Bruno Guerra, Carlos “Charly” Gomez , Carlos Mildemberger, Carolina “Corolaa” Dottori, Carolina Muniz, Phill Thorn, Tatiane Fagundes, Fabio “Bitão” Amad, Gabriel Klein, Jim Goodrich, Jim Winters, Larissa Sampaio, Laura Alli, Leandro Almeida, Manuela Perez, Rafael Fazano, Roberto Donask, Roberto Tatto, Vitor “vidabossa.com”

Comercial:Fabio [email protected](11) 9-6357-3492

Editora Circuito das Águas LtdaRua Paraná, 525 – Jd. Bela VistaJaguariúna - SP - Fone: 55 (19) 3867.0795Diretor - Presidente: Ricardo AzevedoCoordenação: Sérgio MariniAdministrativo/Financeiro: Amanda BrisolaCirculação/Comercial: Priscila SardinhaLogística e Distribuição: André Luis S. Campos

Distruição gratuita em lojas e boardshops(Acompanhe os pontos de distruição na página “Onde Encontrar” da sua CRVIS3R e no site: www.crvis3rskateboarding.com.br)

Deus é grande!

A Revista CRVIS3R SKATEBOARDING é uma publicação bimestral. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam a opinião da revista e sim a de seus autores.

Dúvidas ou sugestões:[email protected]

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Essa edição é didicada a memória de:Maria José Britto Araujo;Willians Indião; Marquinho Ubaldo.[ RIP ]

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por Guto Jimenez | fotos fábio bitão

O então jovem José Henrique Castanho de Godoy pinheiro era mais um típicoadolescente de são paulo em meados dos anos 80, quando resolveu montar uma banda punk com alguns ami-gos do prédio. pouco tempo depois, ele começou a dar seus ro-

lés de skate pela cidade e teve o primeiro contato com o hiphop, conhe-cendo o mítico thaíde nesses rolés. Um dia, acompanhou o rapper ao estúdio onde o mítico DJ Hum estava trabalhando em cima do primeiro primeiro disco da dupla, o seminal “Cultura de Rua”, e ficou boquiaberto com a técnica de scratches e transformers do mestre dos toca-discos.

A partir daquele dia, as ruas paulistanas perderam um talentoso streeteiro, mas o mundo passou a conhecer aquele que seria conheci-do inicialmente por DJ Zé Gonzales – uma homenagem ao genial Mark Gonzales, considerado o skatista mais influente nos últimos 30 anos. pouco tempo depois, dividia a residência da casa noturna Cais com o mestre Arthur Veríssimo e, junto ao coletivo conhecido como DJ Chi-ta, passou a fazer as trilhas sonoras dos campeonatos de skate ao re-dor do país. Nesses eventos, conheceu o Marcelo D2 e foi convidado a participar das gravações do primeiro cd do planet Hemp, “Usuário”.

sete anos se passaram juntos com a banda, e o já DJ Zegon pas-sou a fazer residências não só no Brasil, mas também na Califórnia. o próximo passo natural foi o de produzir artistas de hip hop nacional, como racionais MCs, sabotage, MV Bill, Xis e Nega Gizza, entre inúme-ros outros, mostrando o seu talento também em mesas de mixagens.A partir daí, sua carreira explodiu e tomou proporções planetárias, sendo comuns os meses em que ele tocava em até três continentes diferen-tes o que ajudou a formar uma verdadeira legião de fãs pelos quatro cantos do globo.

Inquieto como sempre, Zegon deu um salto adiante em sua carrei-ra em 2003 com a formação do N.A.S.A. (junto com o DJ e produtor musical squeak E. Clean, irmão do cineasta spike Jonze), e a dupla se

consagrou com o lançamento de “the spirit of Apollo” em 2009. o tra-balho pode ser resumido como a congregação universal entre alguns dos nomes mais influentes da música nos últimos anos, indo do “talking head” David Byrne a Chuck D (do Public Enemy), de George Clinton (in-ventor do p-funk) ao “chili pepper” John frusciante, do essencial Krs--One às piradinhas Santigold e Lykke Li... Enfim, uma verdadeira cons-telação de estrelas do mundo musical fez fila pra poder gravar junto com ele. pense noutro DJ brasileiro que tenha essa moral pelo mundo afora, e talvez você consiga contar alguns dedos de uma de suas mãos.

o tempo presente continua agitado pro muititalentoso camarada da CRVIS3R – sim, eu e o Bolota conhecemos e admiramos o Zé há “milia-nos”, como se diz por aí. Na última vez que nos encontramos, pelas ban-das do rtMf de floripa, ele me contou que estava preparando material pra um disco solo, algo que deve acontecer ainda esse ano. Mas não pen-se você que os projetos parelelos foram deixados de lado, nada disso! o segundo álbum do N.A.s.A. deve sair do forno a qualquer momento, unin-do outra galáxia de estrelas de altos calibres do meio musical atual, como o volumoso Cee Lo Green, os fundamentais De La soul, sean Lennon e Money Mark, só pra citar alguns e deixar um pouco de água na sua boca...

pensa que é “só” isso?! Ledo engano; o artista está envolvido no projeto tropkillaz, azucrinando com versões originais e remixes de inú-meros sons nacionais. o naipe do cara é tão alto que ele se envolveu recentemente num projeto ultra-secreto até pouco tempo: nada menos que um remix pra “Jesus Cristo”, de roberto Carlos! Quando até o rei se rende ao talento incomparável do Mago das pickups, só nos resta aplaudir e reverenciar.

Como você já percebeu, o céu já deixou de ser limite pro Zegon há muito tempo... Ao infinito e além! Som na caixa e aumenta o bass, DJ!

Ouça e baixe alguns sets e remixes do Dj Zegon:www.soundcloud.com/djzegon

Junte músicas com batidas e estilos variados, incluindo hits, underground, clássicos e remixes. Adicione mixagens rápidas e rasteiras, com precisão cirúrgica e que surpreendem a qualquer pessoa. Acrescente um beat P-E-S-A-D-O, do tipo que te sacode por dentro e com o qual é impossível ficar parado, e pronto: eis um set típico do DJ Zegon.

O mago das pickupsDj Zegon

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| headphone

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Cory lopez

KIller TIDe

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por Larissa sampaio*

* Larissa de Sousa Sampaio, 39, nasceu em Goiânia, mas vive desde os 5 anos em Brasília. Empresaria, professora de ginástica e personal trainer, é formada em educação física e anda de skate há 10 anos. É a atual campeã do Circuíto Brasileiro de Downhill Slide 2012 - Longboard Feminino. Patrocínio: Grife Larissa Sampaio Sportwear.www.larissasampaio.com.br

“Eu tenho 30 anos... posso começar a andar de skate?”Queridos leitores, essa foi a pergunta que fiz

pra mim mesma há 10 anos, quando comecei a andar de longboard com 29 anos de idade. Queria poder sentir a sensação do vento no meu rosto e, claro, fazer exercícios pois a remada é ótima pra trabalhar as pernas e glúte-os.o destino era sempre o parque da Cidade, onde mui-tas vezes encontrava minha querida amiga Juliana Por-to e juntas descobrimos as ladeiras. Claro que ralamos muito pra aprendermos a andar, sendo que hoje é muito mais tranquilo, pois tudo está na internet, até mesmo au-las de como fazer as manobras estão disponíveis na net.

Um dia, pedalando pelo Lago Sul, parei para ver o por do sol na Ermida Dom Bosco (parque ecológico de Bra-sília), onde tudo era terra e fizeram uma ladeira perfei-ta, quando de repente... chegaram os surfistas do asfalto! Eram poucas pessoas e, no meio delas, uma mulher que-brando tudo! Era minha querida amiga Christie Aleixo. Naquele momento, percebi que esse era meu esporte e que o skate entraria definitivamente na minha vida! Co-mecei a competir, mas na verdade a competição pra mim

sempre foi muito difícil, pois fico nervosa, meu coração dispara... Era a hora de trabalhar a concentração e a tran-quilidade pra administrar essa adrenalina! Nos campeo-natos tive a oportunidade de conhecer lugares lindos e pessoas maravilhosas e, claro,aprender novas manobras.

O Skate hoje pra mim é “filosofia de vida”, andando de uma maneira mais “for fun”, por puro prazer e tera-pia. Se pudesse andava todos os dias, pois se tornou o meu maior prazer, podendo compartilhar esses mo-mentos com minha filha Luiza Sampaio (17 anos), que antes só queria ir ao shopping e, hoje, somos parceiras e já até dividimos lugar no pódio... Isso é bom demais! Skate em família!

Por isso posso afirmar: a idade chega pra todos! En-quanto a saúde deixar e o corpo aguentar, nunca é tar-de pra começar. Uma frase que me deixa incomodada é: “estou velha pra isso, ou pra aquilo“... Fala sério! Estamos vivos, e é isso que importa. Assim, procure já uma ladei-ra, use proteção e vai com calma,no final tudo dá certo!

Eu estou muito feliz em poder estar acompanhan-do o crescimento do skate no mundo! Skate na veia, sempre! Beijos!

Nunca é tarde para começar

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paul

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Mãe e filha liga-das pelo mesmo esporte: Larissa e sua filha, Luiza

Sampaio (17).

<64> crvis3r skatEboarding

| cuide-se

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BELÉMMenem Skate R. Aristides Lobo, 134 - Campina - Belém

DiStrito FEDEraLFun House - SDS, Bloco E, loja 11 - Brasília

Mormaii Shop - SCn Quadra 5 bloco A - loja 84 - Asa norte - Brasíliaoverstreet Skateboards - SDS, Bloco E - loja 24 - Asa Sul - Brasília

ESpÍrito SantoHeijhow Boardshop - Av. Beira Mar, 1772 - loja 06 - Praia do Morro - GuarapariMavericks Surf Store - Rua João da Cruz, 330, Praia do Canto - Vitória Loja players - Av. Rio Branco, 1645 - lojas 13 e 14, Praia do Canto - Vitória Hama Hama Skate Shop - Av. Hugo Musso, 610 - loja12 - Praia da Costa - Vila Velha

GoiáSambiente Skateshop - Rua T-30/Q 107, 16 - Setor Bueno - GoiâniarolaBosta Longboard - Rua Martinho Fontes, 428 - Bairro Sta Maria de nazareth - Anápolisroots Skateshop - Rua Leopoldo de Bulhões, 166 - Centro - Anápolis

MaranHão Dahora Underground - Rua do

Sol, 472-B - Centro - São Luís

MinaS GEraiSpegasos - Av. Rio Branco, 1844 loja 33 - Centro - Juiz de ForaBlunt - R. Montes Claros,189 - Carmo - Belo HorizonteDe rua Skateshop - Rua Paraiba, 1061 - Savassi - Belo Horizonte

paranáMormaii - Rua 7 de Setembro, 2775 - loja 1099 - Centro - CuritibaSecttor aWa - Rua Vicente Machado, 285 - loja Vm 18 - Curitiba

pErnaMBUco Fish SurfSkate - Rua Sebastião

Alves, 178/301 - Parnamirim - RecifeMyllys Skateboard Wear - Av. Conde da Boa Vista, esquina c/ Rua da Aurora - Boa Vista - Recife

rio GranDE Do SUL Duelo Skateboard - Rua

Primeiro de Março, 991 - sala 01 - Centro - São Leopoldopanda & Monio - Rua 24 de Outubro, 111 - loja 42 - Centro - Porto Alegrecomplex Skatepark - Av. Protásio Alves, 3839 (esquina com R. Gutemberg) - Porto Alegretrópico Surf Shop - Av. Francisco Trein, 173 - loja 362 - Porto AlegreMormaii - R. Túlio de Rose, 80 - Shopping Bourbon Country - Porto AlegreFenix Street Wear - Rua Julio de Castilhos, 71 - Centro - Bento Gonçalveztop Skate - Av Doutor nilo Peçanha, 2181 - loja 3 - Boa Vista - Porto Alegretop Skate - Av. Independência, 1093 - Independência - Porto Alegre

rio DE JanEiroBergwind - West Shopping - Est.

Mendanha, 555 - Segundo Piso - loja 259 – Campo GrandeBibi Sucos - Av. Ataulfo de Paiva, 591-A - Rio de JaneiroBibi Sucos - Shopping Leblon, 4º Piso, 405-E - Rio de JaneiroBoards co. - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja A, B, 30 - Galeria River - Arpoador - Rio de JaneiroHomey - Rua Fracisco Otaviano, 67 - loja 17 - Galeria River - Arpoador - Rio de Janeirorollin’ time arpex - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 15 - Galeria River - Arpoador - Rio de JaneiroStreet Force - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 35 - Galeria River - Arpoador - Rio de JaneiroSK8 rock - Rua Campos Sales, 188 - Maracanã - Rio de Janeiro

Skate rock - R. José de Alvarenga, 65 Lj 16 - Duque de Caxias

Skate rock - Av. Pres Vargas, 187 qd 03 - loja 03 - Duque de Caxias

Skatebrothers rio - Rua Constanca Barbosa, 96 - loja E - Meier - Rio de JaneiroSkate & arte - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 40 - Galeria River - Arpoador - Rio de JaneiroSea cult - Av. Cesário de Melo , 3006 - loja 118 - Campo GrandeLoja UnderHouse - Galeria Oliveira - Av. Roberto Silveira, 110 - loja 03 - Centro - Paraty

Santa catarinacurva de Hill Skate Boards - Rua Laurindo Januario da Silveira, 5555 - Florianópolis

ilha Bela Surf Shop - Rua Irineu Bornhaussem, 510 - Centro - Praia GrandeJBay - Rua Felipe Schmidt, 249, Centro Comercial ARS - loja 209, 1º Piso - Centro - Florianópolispousada Hi adventure - Rua Sotero Farias, 610 - Rio Tavares - Florianópolis

São paULo/capitaL/aBcBanca ibirapuera - Pq. do Ibirapuera (dentro do parque)Balboa Boards - Rua Cunha Gago 284 - Pinheiros - São PauloBless Skateshop - Rua Turiassu, 603 - Perdizes - São Paulocentral Surf - Shopping Aricanduva - Av. Aricanduva, 5555 âncora 9 - Vila Matilde - São PauloGaleria alma do Mar - Rua Harmonia, 150 - loja 05 - Vila Madalena - São Paulo Flow Skate Shop1 - Av. São João, 439 - 1º andar - loja 233 - Centro - São PauloFlow Skate Shop2 - Av. São João, 439 - 2º andar - loja 323 - Centro - São PauloForever Skate Shop - Av. São João, 439 - 3º andar - loja 448 - Centro - São Paulo

Led rockskate - Estrada do Campo Limpo, 354 - loja 402 - Vila Prel - São PauloMys pot - Rua Alfonso Bovero, 1410 - Pompéia - São PauloMission - Rua São João, 439 - loja 125 - Centro - São Paulooverboard (aricanduva) -

Shopping Leste Aricanduva - loja 121/125 - Aricanduva - São Paulooverboard (Santana) - Rua Dr. Olavo Egídio, 51 - Santana - São Paulo red Beach - Av. Júlio Buono, 2070 - Vila Gustavo - São PauloSativa - Rua 24 de Maio, 116 - loja 19 - Centro - São PauloSaM (Skate até Morrer) - Av. São João, 439 - loja 109 - Centro - São PauloSaM - Av. São João , 439 loja 124 - Centro - São PauloStar point (ibirapuera) - Av. Iraí, 224 - Moema - São PauloStar point - Shopping Eldorado - Piso 2 - loja 329E - Pinheiros - São PauloSecretspot/curva de Hill - Rua dos Patriotas, 548 - São PauloSick Mind - Alameda Jaú, 1529 - Jardins - São Paulo Sick Mind - Loja Ouro Fino - Rua Augusta, 2690 - loja 216 - São PauloSurf trip (centro) - Rua 24 de Maio, 199 - Centro - São PauloSurfavel Surfboards - Rua Conselheiro Saraiva, 912 - São PauloStyllus - Rua Visconde de Inhaúna, 980 - São Caetano do Sul terceiro Mundo - R. 24 de maio 62 loja 468, Centro - São Paulotent Beach - Av. Ramiro Colleone, 255 - Santo Andrétoobsland - Rua Cerro Corá, 635 - Lapa - São PauloUltra Skate - Rua Engenheiro Adelmar Mello Franco, 111 - Brooklin Paulista - São Paulo

São Paulo/InterIor - lItoralaction now - R. Dr. Thomas Alvez, 216 - Campinas

action now - Av. Vereador narciso Yague Guimarães, 1001, arco 5/6 - Socorro - Mogiambient SkateSurf Shop - Rua Santa Cruz, 923 - Piracicabaambient SkateSurf Shop - Rua Manoel Conceição, 317 - Vila Rezende - Piracicabaindustria Skateshop - Av. Andromeda, 227 - lojA 127 - Jd. Satelite - São José dos CamposDirty Joy - Rua Almeida de Morais, 30 - SantosDylan Skate Bags - Rua Princesa Isabel, 73 - 45 - Itarare - São VicenteEvolution - Av. Mal. Floriano Peixoto, 44 - lj. 96 - SantosGás Inflamável Skate Shop - Rua Quinze de novembro, 1817 - Centro - São Carlosa toca Skateria - R. Frei Gaspar, 952 - São Vicentetrash Skateboards - Av. Prof. Thomaz Galhardo, 454 - loja 04 - Centro - UbatubaVahlent Boardshop - Av. Siqueira Campos, 51 - Centro - Jacareí

Via 83 - Av. Ana Costa, 549 - loja 83A - Gonzaga - SantosXtreme center Av. Águas de São Pedro. 331 - Paulicéia

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