03 Fundamentos da Administração
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Fundamentos da AdministraoAdriano Stadler
Cludia Patrcia Garcia Pampolini
2013Curitiba-PR
PARAN
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Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paran
INSTITUTO FEDERAL DO PARAN EDUCAO A DISTNCIAEste Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para a rede e-Tec Brasil.
Presidncia da Repblica Federativa do Brasil
Ministrio da Educao
Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica
Prof. Irineu Mario ColomboReitor
Prof. Joelson JukChefe de Gabinete
Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitor de Ensino PROENS
Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitor de Administrao PROAD
Prof. Silvestre LabiakPr-Reitor de Extenso, Pesquisa e Inovao PROEPI
Neide AlvesPr-Reitor de Gesto de Pessoas PROGEPE
Bruno Pereira FaracoPr-Reitor de Planejamento e DesenvolvimentoInstitucional PROPLAN
Prof. Marcelo Camilo PedraDiretor Geral do Cmpus EaD
Prof. Clio Alves Tibes JuniorDiretor de Ensino, Pesquisa e Extenso DEPE/EaDCoordenador Geral da Rede e-Tec Brasil IFPR
Thiago da Costa FlorencioDiretor Substituto de Planejamento e Administrao do Cmpus EaD
Prof. Patrcia de Souza MachadoCoordenadora de Ensino Mdio e Tcnico do Cmpus EaD
Prof. Thiago de Lima BreusCoordenador do Curso
Jssica Brisola StoriRafaela Aline VarellaAssistentes Pedaggicos
Prof. Ester dos Santos OliveiraCoordenadora Design Instrucional
Prof. Sheila CaronVanessa dos Santos StanqueviskiDesigner Instrucional
Silvia KasprzakIara PenkalRevisores editoriais
Viviane MotimDiagramao
Ricardo MeiraIlustraes
Vanessa dos Santos Stanqueviski Revisor
e-Tec/MECProjeto Grfico
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e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo Rede e-Tec Brasil!
Voc faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das aes do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego. O Pronatec, institudo pela Lei n 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educao Profissional e Tecnolgica (EPT) para a populao brasileira propiciando caminho de o acesso mais rpido ao emprego.
neste mbito que as aes da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC) e as instncias promotoras de ensino tcnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educao dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colgios Tecnolgicos e o Sistema S.
A Educao a Distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos tcnicos a todas as regies do pas, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Mdio e realizar uma formao e atualizao contnuas. Os cursos so ofertados pelas instituies de educao profissional e o atendimento ao estudante realizado tanto nas sedes das instituies quanto em suas unidades remotas, os polos.
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educao profissional qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, poltica e tica.
Ns acreditamos em voc!
Desejamos sucesso na sua formao profissional!
Ministrio da Educao
Novembro de 2011
Nosso contato
Apresentao e-Tec Brasil
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e-Tec Brasil
Indicao de cones
Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.
Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,
filmes, jornais, ambiente AVA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa
realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.
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e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra do professor-autor 9
Aula 1 Introduo administrao 111.1 Conceitos de administrao 11
Aula 2 Histrico da administrao 172.2 O perodo ps-revoluo industrial 18
Aula 3 A Evoluo da administrao 213.1 As fases das empresas 21
Aula 4 Teorias da administrao 254.1 Criao das teorias da administrao 25
4.2 Escola clssica 26
4.3 Escola burocrtica 26
4.4 Escolas comportamentais 27
4.5 Escolas contemporneas 27
Aula 5 A constituio das empresas 295.1 Organograma 30
5.2 Departamentalizao 31
Aula 6 Funes empresariais 336.1 Produo 33
6.2 Finanas 34
6.3 Marketing 35
6.4 Recursos humanos 36
6.5 Logstica 37
6.6 Tecnologia da informao 38
6.7 Funo administrativa 38
Aula 7 O processo administrativo 417.1 Planejamento 41
7.2 Organizao 42
7.3 Direo 42
7.4 Controle 43
7.5 Feedback 43
Aula 8 O Planejamento organizacional 478.1 Planejamento estratgico 48
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8.2 Planejamento ttico 49
8.3 Planejamento operacional 49
Aula 9 Administrao por objetivos 539.1 Caractersticas da administrao por objetivos 53
Aula 10 Anlise do ambiente externo das organizaes 57
Aula 11 Misso, viso e valores 6111.1 Misso 61
Aula 12 Anlise SWOT 6712.1 O que SWOT? 67
Aula 13 Centralizao e descentralizao 7313.1 A centralizao 73
13.2 Ainda na viso de Stadler 73
13.3 Caso prtico de centralizao e descentralizao 75
Aula 14 Mudanas organizacionais 7714.1 Mudana organizacional 77
14.2 Resistncias s mudanas 78
Aula 15 Motivao e relaes humanas no trabalho 8115.1 Voc j tentou definir o que motivao? 81
15.2 Motivao, qualidade e produtividade 82
15.3 Recompensas materiais e simblicas 82
Aula 16 Habilidades dos administradores 8516.1 Habilidades tcnicas 87
16.2 Habilidades humanas 87
16.3 Habilidades conceituais 87
Aula 17 Poder, autoridade e liderana 8917.1 Liderana 90
Aula 18 Equipes de alta performance (desempenho) 9318.1 Grupos e equipes 93
18.2 Processo de desenvolvimento de equipes 93
18.3 Caractersticas das equipes de alta performance 94
Aula 19 Modelos japoneses de melhoria contnua qualidade total 97
19.1 Qualidade total e os prncpios de Deming 97
Aula 20 Modelos contemporneos de gesto 10120.1 Histrico de gesto 101
Referncias 107
Currculo dos professores-autores 111
e-Tec Brasil
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e-Tec Brasil9
Palavra dos professores-autores
Prezado Aluno,
uma grande honra dar as boas vindas a voc e convid-lo a iniciar uma
grande viagem pela histria, evoluo, desenvolvimento e atualidades da
administrao de empresas.
Por meio deste livro, voc conhecer os principais assuntos pertinentes
formao dos tcnicos em transaes imobilirias; saber aplicar de forma
correta os conhecimentos adquiridos, distinguir as ferramentas necessrias
para o gerenciamento das atividades imobilirias dentro das organizaes,
aprender a estabelecer correlao dos contedos com o seu dia a dia pro-
fissional, e poder ainda implantar ou melhorar a gesto administrativa da
sua organizao. Outro grande desafio ser adaptar os conhecimentos e as
tcnicas para a sua realidade, no importa se ela de empresa de grande
ou pequeno porte, seja do setor industrial, comercial ou de servios para as
pequenas cidades ou grandes centros.
Assim, a partir de agora, aproveite bem este livro, as aulas, as tutorias, os co-
nhecimentos e as experincias que sero compartilhadas por todos os seus
professores e utilize da melhor forma buscando continuamente o seu cresci-
mento pessoal e profissional.
Um abrao dos autores,
Adriano Stadler e Cludia Patrcia Garcia Pampolini
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e-Tec Brasil11
Aula 1 Introduo administrao
Em nossa primeira aula vamos conhecer os princpios bsicos
da administrao, seus fundamentos e conceitos, e desta forma
ser possvel realizar um comparativo com o dia a dia das em-
presas modernas, e de modo especial com aquelas que traba-
lham no setor imobilirio.
Cada um de ns poderia elaborar uma definio do que entende
por administrao. Afinal, estamos constantemente administrando
vrias atividades e recursos, planejando, dirigindo e controlando
objetivos e resultados esperados. Nas empresas, a ideia a mesma!
Tudo o que se espera atingir deve ser planejado e administrado
para que desta forma a organizao consiga prosperar no mercado
em que atua.
1.1 Conceitos de administraoSegundo Chiavenato (2000, p.5), administrao o ato de trabalhar com
e atravs de pessoas para realizar, tanto os objetivos da organizao, quan-
to de seus membros. Por meio desta definio, podemos perceber que
administrar sincronizar as atividades da empresa, realizadas por pesso-
as, e estas precisam ter seus objetivos pessoais alinhados aos objetivos da
empresa. Ou seja, se a empresa inovadora, ousada e busca resultados
agressivos, os funcionrios tambm precisam ser pessoas com estas ca-
ractersticas, pois assim o sucesso da empresa, tambm ser o sucesso do
profissional que nela trabalha.
Administrar nada mais do que buscar objetivos comuns para a organiza-
o. E estes objetivos comuns devem ser positivos para todos os envolvi-
dos, sejam eles acionistas, gerentes, funcionrios, e demais envolvidos no
negcio. Para as empresas, o principal objetivo o lucro, mas este no
o nico. Podemos dizer que as empresas alm do lucro, tambm buscam
alcanar altos ndices de eficincia nas operaes, bons nveis de satisfao
de clientes, buscam ser a lder no mercado em que atuam, ser a marca mais
lembrada entre os consumidores, ser a pioneira no setor, ser socialmente
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responsvel e ambientalmente correta. Tudo isso que acabamos de elencar/
comentar formam os objetivos que devem nortear o trabalho dos gestores
das organizaes.
Mas, afinal, qual a diferena entre empresa e organizao?
Toda organizao uma empresa?
Toda empresa uma organizao?
Organizao um grupo de pessoas que trabalham em busca de objetivos
comuns, e no necessariamente so empresas. Pode ser um time de futebol,
um coral, uma equipe de voluntrios, um grupo de jovens da igreja ou de
uma empresa, enfim so pessoas que trabalham em conjunto focados num
mesmo resultado. Ento, quer dizer que toda empresa uma organizao,
mas nem toda organizao uma empresa.
Para melhor compreendermos o que so as organizaes, e em qual setor
as empresas esto inseridas, precisamos entender que a sociedade civil
dividida em setores, os quais so:
1 Setor: o que chamamos de iniciativa pblica, caracterizada pelos governos municipais, estaduais e federais. Este setor responsvel por
proporcionar s pessoas os servios bsicos e elementares para a vida em
sociedade, como a sade, educao, transporte, segurana, habitao,
dentre outros. A funo primordial do estado promover o welfare state, ou o Estado do Bem Estar Social, suprindo a populao de todas as suas
necessidades bsicas.
Divu
lga
o
Figura 1.1 Governo Federal
2 Setor: Tambm chamada de iniciativa privada, que so representadas pelas empresas que possuem fins lucrativos, podendo ser do setor agropecurio,
industrial, comercial ou de servios, do qual as imobilirias fazem parte.
Devemos compreender que as empresas podem ser:
e-Tec Brasil 12 Fundamentos da Administrao
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Empresa Individual aquela constituda por apenas um empreendedor, esta uma forma de organizao utilizada em pequenos negcios, por
exemplo, se um corretor de imveis desejar pode abrir uma empresa
individual.
Sociedades Annimas a tipificao da forma de constituio de uma empresa que pode ser de capital fechado, ou seja, no possuem
aes negociadas em bolsas de valores, ou de capital aberto, ou seja, com
a possibilidade de negociao de suas aes em bolsas de valores, como
exemplo uma imobiliria familiar de grande porte que resolve por motivo de
crescimento abrir seu capital na bolsa de valores.
Sociedade Limitada tambm chamada de sociedade por quotas de res-ponsabilidade limitada, sendo utilizada quando a empresa constituda por
um nmero reduzido de scios, como exemplo: uma imobiliria da sua cida-
de que possui trs scios. Conhece alguma?
Figura 1.2 Exemplo de servio pres-tado por imobiliriasFonte: http://www.saecularis.com.br
3 Setor Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIPs), conhe-
cidas popularmente como ONGs (Organi-
zaes No Governamentais), so entida-
des que defendem os interesses comuns,
da sociedade ou de grupos sociais. As
OSCIPs no so parte do governo, e no
possuem fins lucrativos. Por isso, chama-
mos de terceiro setor da sociedade civil.
Alguns exemplos so as fundaes, asso-
ciaes, cooperativas, igrejas, sindicatos, e
demais entidades filantrpicas. A Pastoral
da Criana uma das mais respeitadas or-
ganizaes do terceiro setor do Brasil.
Figura 1.3 Pastoral da CrianaFonte: www.pastoraldacriana.com.br
e-Tec BrasilAula 1 Introduo Administrao 13
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1.2 Os recursos organizacionaisPara Stadler (2004), todas as organizaes possuem quatro recursos bsicos
que so comuns e existem em quaisquer tipos de empresa, que so: os re-
cursos humanos, materiais, financeiros e tecnolgicos.
Recursos Humanos: formado pelo principal elemento de uma empresa: as pessoas. So elas que operam as mquinas, planejam a produo, contro-
lam os resultados e organizam todos os demais recursos de uma empresa.
Atualmente as pessoas so consideradas como o maior diferencial, sendo
chamado tambm de capital intelectual. Os recursos humanos de uma imo-
biliria so os corretores, as telefonistas, as recepcionistas, porteiros, geren-
tes, diretores, secretrias, supervisores, enfim todas as pessoas que traba-
lham na ou para e empresa.
Recursos Materiais: so as matrias-primas, edificaes, maquinrios e de-mais recursos que permitem as empresas produzir os bens e servios que
elas se propem. Os recursos materiais precisam ser gerenciados por profis-
sionais com conhecimentos tcnicos, humanos e gerenciais, que permitam
melhorar a eficcia dos resultados de toda a organizao. Como exemplo,
em uma imobiliria temos: os computadores, os equipamentos, os veculos,
a estrutura fsica, enfim todos os recursos materiais necessrios para realizar
as transaes imobilirias.
Recursos Financeiros: compreende toda a entrada e sada de capitais da empresa, representada pelo fluxo de caixa. Envolve contas a pagar, contas a
receber, emprstimos, financiamentos e demais transaes financeiras que
so necessrias para manter a imobiliria funcionando com as contas em dia.
Recursos Tecnolgicos: so todos os processos que permitem fabricar ou vender um produto ou prestar um servio. A tecnologia no somente a
utilizao de informtica ou maquinrios modernos. Recursos tecnolgicos
so aqueles equipamentos que permitem a empresa transformar a matria-
-prima num produto acabado ou num servio prestado. Temos que entender
que um computador ou um pincel so recursos tecnolgicos, pois o compu-
tador consegue armazenar informaes, e um pincel consegue pintar a pa-
rede. Assim estes dois elementos so meios de atingir um resultado final.
ConclusoPortanto, percebemos como se constitui os conceitos iniciais de administrao.
Para saber mais leia Teoria Geral da Administrao, de Idalberto
Chiavenato. Este um dos livros mais importantes na literatura
nacional sobre as teorias da administrao, bem como a sua aplicabilidade nas organizaes.
e-Tec Brasil 14 Fundamentos da Administrao
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ResumoA primeira aula abordou os conceitos iniciais sobre o que administrar, quais
so os tipos de organizao e os recursos organizacionais. Pudemos perce-
ber que a administrao aplicada em todo e qualquer tipo de grupo de
pessoas que trabalham em busca de objetivos comuns. Tambm foi possvel
entender que h diversos tipos de organizao, como pblicas, privadas e
de terceiro setor, e que a administrao serve para todas elas, respeitando o
tipo de setor em que se atua e o negcio da organizao.
Atividades de aprendizagem Agora que voc aprendeu o que administrar defina o conceito sobre o
aspecto pessoal da sua vida, e sobre o aspecto profissional.
e-Tec BrasilAula 1 Introduo Administrao 15
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e-Tec Brasil17
Aula 2 Histrico da administrao
A partir de agora, vamos conhecer como a Administrao se tor-
nou uma cincia to importante para nossa vida em sociedade.
Vamos entender de que forma a Revoluo Industrial foi capaz de
transformar as oficinas que produziam (de forma artesanal) em
grandes e prsperas indstrias que temos ao redor do mundo.
A administrao uma forma de ao que sempre houve ao longo da his-
tria. H relatos do uso da administrao aplicada nas mais diversas reas,
como nas antigas guerras, na civilizao egpcia, na igreja catlica, e pelos
filsofos clssicos.
Assim, ela sempre foi utilizada sem que houvesse tcnicas ou teorias que pu-
dessem demonstrar quais seriam os mtodos mais prticos ou eficazes para
a realizao das atividades. As antigas oficinas que fabricavam os utenslios
de forma artesanal, ou seja, um por vez, possua mtodos de organizao,
mas estes no permitiam o crescimento e a expanso dos negcios, pois o
modo de fabricao artesanal era demorado, e pouco eficaz.
Porm, apenas com a Revoluo Industrial, no ano de 1776, quando James
Watt criou a mquina a vapor, foi que estas oficinas puderam implantar a
mquina a vapor como o motor dos seus maquinrios, e assim a produo
que antes era feita manualmente, passou agora a ser industrialmente.
Figura 2.1 James WattFonte: http://viktor-aeradasmaquinas.blogspot.com
Este mtodo permitiu o desenvolvimento de mquinas que conseguiam
produzir quantidades muito maiores. Assim, o desenvolvimento industrial foi
possvel graas existncia de uma tecnologia capaz de alimentar as linhas
de produo, e potencializar a produtividade destas indstrias.
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2.1 A Revoluo industrialTeve seu incio na Inglaterra, quando em 1776, James Watt criou um me-
canismo que permitiria a mquinas, trens e navios potencializarem seus re-
cursos, por meio do vapor produzido o qual movimentava as engrenagens e
ento poderia ser aplicada nas mais diversas finalidades.
Esta criao foi mais que uma evoluo. Causou uma ruptura no modelo de
produo da poca, sendo este invento o marco inicial da Revoluo Indus-
trial. Em consequncia desta revoluo, os problemas administrativos tam-
bm cresceram na mesma proporo em que as indstrias se agigantavam.
Para Chiavenato (2004), a Revoluo Industrial teve duas fases:
1780 a 1860 Primeira Revoluo Industrial A matria-prima bsica da
indstria era o ferro, e a fonte de energia o carvo.
1860 a 1914 Segunda Revoluo Industrial A matria-prima bsica
era o ao, e a fonte de energia passou a ser a eletricidade e os derivados
do petrleo.
Nas duas fases da Revoluo Industrial, a tecnologia era a mquina a vapor,
o que nos mostra que toda que a indstria s pode crescer medida que
se dominava a tecnologia. Isto pode ser comparado aos nossos dias, pois
quando surgem novos softwares, modelos de gesto ou ferramentas admi-
nistrativas, as empresas precisam rapidamente absorver estas novidades e
assim sair na frente dos concorrentes e ganhar em produtividade.
2.2 O perodo ps-revoluo industrialEste foi marcado por profundas mudanas positivas e negativas na socie-
dade. As positivas so bastante evidentes, pois o crescimento industrial, o
desenvolvimento da tecnologia, o incentivo a pesquisa e o lanamento de
novos produtos fizeram com que toda a sociedade fosse beneficiada por
meio do seu crescimento e desenvolvimento.
Entretanto, os pontos negativos desta revoluo foram os problemas sociais
que iniciaram naquela poca, e que persistem at hoje como por exemplo,
o xodo rural, pois medida que as indstrias ofereciam empregos formais e
e-Tec Brasil 18 Fundamentos da Administrao
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salrios fixos, a produo rural e a agricultura familiar deixaram de ser inte-
ressantes para os jovens, que saam de suas casas em busca de prosperidade
por melhores condies de vida.
Para trabalhar nas grandes indstrias, estas pessoas se instalavam nas pro-
ximidades dos empregadores e passavam a desenvolver vilas de operrios,
que nem sempre tinham a estrutura urbana necessria para alojar os empre-
gados e suas famlias.
Em contrapartida, os empregadores ofereciam condies desumanas de tra-
balho: jornadas de trabalho superiores s ideais para um ser humano, que
eram em mdia 12 horas dirias; as condies de trabalho no eram pro-
pcias para a produtividade, pois em muitos casos havia pouca iluminao,
alta umidade, pouca ventilao, e vergonhosas condies de higiene no
ambiente de trabalho.
medida que a legislao trabalhista foi sendo aprimorada, as empresas
precisaram se adaptar a estas novas normas, e assim os direitos dos traba-
lhadores foram sendo preservados e as empresas passaram a utilizar outras
formas de motivar seus funcionrios a produzir mais e melhor.
No podemos deixar de mencionar que a Revoluo Industrial foi respon-
svel pelo crescimento e desenvolvimento das cidades, pois as pessoas
deixam o campo e se mudam para as cidades em busca de oportunida-
des e consequentemente necessitam de casas para morar. Surge ento a
necessidade de uma pessoa que faa a intermediao entre aquele que
quer vender uma casa e aquele que quer comprar. Criando assim a figura
do corretor de imveis, pois antes as negociaes eram em menor quanti-
dade, realizadas entre comprador e vendedor, sem a necessidade de uma
intermediao profissional.
Com a revoluo industrial aconteceram grandes mudanas no modo de
vida das pessoas. Os privilgios educacionais e polticos, que antes perten-
ciam em grande parte classe alta, estenderam-se classe mdia que se ex-
pandia. Alguns trabalhadores foram substitudos por mquinas, mas outros
encontraram novas oportunidades de emprego trabalhando com a maqui-
naria e outros ainda perceberam na prestao de servios oportunidades de
trabalho e de crescimento, o que acontece at hoje, no mesmo?
e-Tec BrasilAula 2 Histrico da Administrao 19
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ConclusoConhecendo o passado, podemos refletir em que contexto muitas das aes
praticadas hoje na sociedade foram inspiradas por eventos histricos que
provocaram profundas mudanas no mundo.
ResumoNesta aula foi possvel conhecermos a evoluo da sociedade empresarial,
desde a era agrcola, onde os produtos eram fabricados de forma artesanal,
at o surgimento da Revoluo Industrial, ocasionado pela criao da
mquina a vapor, que transformou o cenrio industrial e fez com que
tivssemos, hoje em dia, um mercado profissionalizado e agressivo em todas
as reas, atingindo desde sempre os que trabalham no ramo imobilirio.
Atividades de aprendizagem Agora que voc aprendeu sobre este importante momento da humani-
dade que foi a Revoluo Industrial, descreva com suas palavras, quais
so as principais influncias desta revoluo at hoje no nosso dia a dia.
e-Tec Brasil 20 Fundamentos da Administrao
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e-Tec Brasil21
Aula 3 A evoluo da administrao
Nesta aula vamos conhecer de que forma as empresas evoluram
a partir da Revoluo Industrial e como ocorreram os principais
fatos histricos das empresas que causam transformaes at
os nossos dias.
J conhecemos quais foram s principais mudanas que ocorreram em nossa
sociedade a partir do surgimento da Revoluo Industrial, mas de que forma
as empresas evoluram neste perodo? Como foi a adaptao destas antigas
oficinas artesanais para as novas tecnologias? Que impactos estas mudanas
trouxeram para os empresrios da poca? Por que surgiu a Administrao
como uma cincia?
3.1 As fases das empresas A partir destes questionamentos vamos conhecer quais foram s fases das
empresas. Andrade (2009) nos apresenta este perodo como sendo a 1 e a
2 Revoluo Industrial:
1 Revoluo Industrial 1780 a 1860
Mecanizao da agricultura e da indstria
Aplicao da fora motriz indstria
Desenvolvimento do sistema de fabricao
Melhoria nos transportes e na comunicao.
2 Revoluo Industrial 1860 a 1914
O ferro substitudo pelo ao como matria-prima base da indstria
O vapor substitudo pela eletricidade como fonte de energia para a indstria.
Observando historicamente a diviso da Revoluo Industrial, podemos en-
tender que as matrias-primas foram importantes para o crescimento das
empresas, pois a substituio do ferro e carvo por ao e eletricidade possi-
bilitaram grandes avanos na agilidade e produtividade.
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Estes avanos so demonstrados por Chiavenato (2004) que divide as fases
das empresas da seguinte forma:
1 Fase artesanalDa antiguidade at a criao da mquina a vapor, por James Watt em meados de 1776.
At 1780
2Fase de transio do artesanato para a industrializao
o perodo em que as pequenas oficinas se preparam para a introduo da tecnologia a vapor.
1780-1860
3Fase do desenvolvimento industrial
o perodo em que as indstrias crescem e se desenvol-vem, ganhando poder frente ao governo.
1860-1914
4 Fase do gigantismo industrialMaturidade das indstrias que se firmaram como a grande fora motriz da sociedade da poca.
1914-1945
5 Fase modernaPerodo em que as naes se destacam por deter o co-nhecimento industrial e de surgimento de novos materiais bsicos.
1945-1980
6 Fase da globalizaoSurge uma nova revoluo, agora a da informao como diferencial competitivo das organizaes.
Aps 1980
Figura 3.1: As fases da histria das empresasFonte: Adaptado de Chiavenato (2004)
1 Fase - Artesanal: o perodo que compreende desde a antiguidade at a criao da mquina a vapor, por James Watt em 1776. Neste perodo a
sociedade era baseada na agricultura e na fabricao de produtos de forma
artesanal, em pequenas oficinas e em pequena escala. Nestes sculos, a evo-
luo da humanidade se deu de forma muito lenta, sendo que as grandes
inovaes aconteceriam apenas anos mais tarde.
2 Fase - Transio do artesanato industrializao: este perodo cor-responde implantao da tecnologia da mquina a vapor no meio indus-
trial, e a partir da utilizao deste processo, as pequenas oficinas comearam
a crescer incrementalmente. neste perodo, de 1780 a 1860 que a matria-
-prima bsica para a indstria foi o ferro, e a fonte de energia que alimenta-
va a indstria era o carvo.
Assim com o aumento da produo das indstrias e pela necessidade de
buscar novos mercados, os transportes ganham grande importncia. Com a
tecnologia criada por James Watt, as locomotivas e os navios a vapor trans-
portavam o resultado da produtividade destas novas grandes indstrias.
3 Fase - Desenvolvimento Industrial: nesta fase, considerada como a 2 Revoluo Industrial, iniciou em 1860 e teve seu trmino em 1914,
data da primeira grande guerra mundial. O ferro que era a matria-prima
bsica das indstrias foi substitudo pelo ao, e as principais fontes de
energia deixam de ser apenas o carvo, e passam a ser a eletricidade e os
derivados do petrleo.
e-Tec Brasil 22 Fundamentos da Administrao
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Nesta fase ocorrem as grandes invenes da poca,
como os motores eltricos e os motores a exploso,
fato que determinou o surgimento das primeiras
fbricas de automveis. nesta fase que os
problemas administrativos se agigantam e surge a
primeira teoria da Administrao: a Teoria Cientfica
da Administrao, criada por Frederick Taylor.
4 Fase - Gigantismo industrial: este perodo est situado entre as grandes guerras mundiais, fase de
grandes revolues econmicas e onde ficou evi-
dente o poder das grandes indstrias por meio da
capacidade de gerar riquezas, criar empregos e de-
terminar o que se deve consumir.
Figura 3: Frederick TaylorFonte: http://www.infoescola.com
Voc sabia que Frederick Winslow Taylor publicou em 1903, o livro Administrao de Oficinas, onde apresentava uma tcnica que permitia que as organizaes obtivessem maior produtividade, sendo este o primeiro passo para tornar a administrao uma atividade cientfica? Fonte: Stadler (2011)
5 Fase - Moderna: Considera-se fase moderna a partir do fim da segun-da grande guerra mundial (1945) at o incio da globalizao dcada de
80 do sculo XX). Nesta fase os pases mais desenvolvidos se destacam
no cenrio econmico mundial, criando grande distino entre os pa-
ses chamados de primeiro mundo e os pases considerados de terceiro
mundo. Nesta fase se destaca a pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos e matrias-primas, como o plstico e seus derivados aplicados
no meio industrial.
6 Fase - Globalizao: Esta fase a atual, perodo a partir do incio da d-cada de 80, onde os conceitos de globalizao da economia passaram a ser
mais presentes na vida cotidiana da sociedade. Nesta fase, as comunicaes
tiveram grande incremento, proporcionando o acesso s informaes cada
vez mais rpido, fazendo com que as culturas, os costumes e os hbitos de
consumo tivessem mudanas significativas por meio do multiculturalismo e
das trocas cada vez mais intensas entre os povos.
Conhecer a evoluo das empresas faz com que cada um de ns possa
perceber para onde vo as empresas de hoje, pois as organizaes que
so lucrativas e competitivas atualmente, se no continuarem investindo
em inovao, pesquisa de mercado, desenvolvimento de novos produtos
e aderindo s novas tecnologias que continuam surgindo a todo o mo-
mento, podem ficar rapidamente obsoletas e perder posio de destaque
no mercado.
e-Tec Brasil23Aula 3 A Evoluo da Administrao
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Os profissionais globalizados so aqueles que investem seu tempo na pes-
quisa e na busca de informaes que trazem contribuies para a organi-
zao e consequentemente para a sua carreira, pois como vimos anterior-
mente, a informao a melhor ferramenta para diferenciar os profissionais
e as empresas do sculo XXI. Preparado para ser um tcnico de transaes
imobilirias atuante neste contexto?
ConclusoVivemos neste momento uma nova revoluo, que diferente daquela do
sculo XVIII, agora a Revoluo da Informao, pois o principal compo-
nente da tomada de decises de uma empresa hoje a informao precisa,
clara e acessvel no tempo ideal, esta pode ser o grande diferencial na era
da Globalizao.
ResumoNa aula de hoje pudemos compreender a evoluo das empresas, as fases
que elas passaram desde a criao da mquina a vapor por James Watt e seu
crescimento e gigantismo no incio do sculo XX. Tambm pudemos enten-
der que esta evoluo trouxe problemas que levaram a criao de teorias da
administrao, que serviram para trazer maior competitividade e produtivi-
dade para as empresas da poca. Finalizamos nossa aula percebendo que na
era da globalizao, a informao um grande diferencial competitivo e que
cabe a cada um de ns a busca por este item.
Atividades de aprendizagem A globalizao trouxe benefcios e malefcios as sociedades. Pesquise so-
bre este tema e aponte os aspectos positivos e negativos deste importan-
te tema que circunda nossas vidas.
Para saber mais, assista Tempos Modernos, de Charles Chaplin
e veja como a evoluo das empresas trouxe problemas
sociais para a poca.
Divu
lga
o.
e-Tec Brasil 24 Fundamentos da Administrao
-
e-Tec Brasil25
Aula 4 Teorias da administrao
O crescimento e o gigantismo das empresas a partir da Revolu-
o Industrial trouxeram no apenas grandes benefcios para a
sociedade, como problemas ligados produtividade provocan-
do o surgimento das Teorias da Administrao.
A grande capacidade de produo das empresas do sculo XIX fez com que
surgissem problemas ligados gesto dos negcios. Afinal, o intuito de qual-
quer empresa a mxima produtividade com custos reduzidos. Entretanto,
no existiam ferramentas, tcnicas ou teorias que pudessem contribuir para
que se buscasse o crescimento contnuo das organizaes.
4.1 Criao das teorias da administraoOs principais problemas que levaram criao das teorias da administrao
para Chiavenato (2000) foram os seguintes:
Vadiagem dos operrios: eles produziam pouco em seu turno de tra-balho, pois no havia uma tcnica de medir a produtividade mdia que
era esperada de cada um. Por no haver pagamento diferenciado para
quem produzisse mais, os funcionrios reduziam de propsito seu ritmo
de trabalho. Os empregadores chamavam os empregados de vadios, pois
no havia um tratamento humano e tico naquela poca.
Desconhecimento da direo em relao ao trabalho que os ope-rrios executavam: Havia um distanciamento entre direo e operrios, sendo que as rotinas de trabalho ficavam a cargo dos coordenadores no
mdio escalo, assim dificultava o gerenciamento tcnico.
Falta de padronizao nos procedimentos da produo: A no existncia da uniformidade nas tarefas que os empregados executavam
causava problemas para toda a empresa. Pois, cada grupo de funcion-
rios executava as mesmas tarefas de formas diferenciadas, com tempos,
formas, ferramentas e padres de produo diferentes. Isto dificultava o
controle sobre a capacidade produtiva.
-
Estes problemas fizeram com que surgissem estudos para corrigir estas
falhas. E em 1903 surge o primeiro estudo considerado uma verdadeira
Teoria, passando a fazer parte da Escola Clssica.
4.2 Escola clssicaA escola clssica composta pelas teorias cientfica e clssica. A primeira
teoria criada foi a Teoria Cientfica de Frederick Taylor em 1903, onde
se colocava a nfase no estudo das pequenas tarefas que compunham
um cargo, e assim estudando os Tempos e Movimentos buscava-se o
aumento da produtividade. Aliado a isto o pagamento diferenciado para
quem produzia mais, fazia com que invariavelmente as indstrias aumen-
tassem sua produtividade.
As principais contribuies da Teoria Clssica, criada por Henri Fayol, na
Frana em 1916, foram os 14 princpios de Administrao, os quais sintetiza-
vam as formas de alcanar a verdadeira eficcia administrativa e o processo
administrativo, que veremos mais detalhadamente nas prximas aulas.
Estas duas teorias tinham um mesmo foco: o de que as pessoas trabalhavam
s pela necessidade do salrio para satisfazer as necessidades financeiras,
chamado de Homo Economicus. Ento, Homo Economicus era a viso que o empresrio tinha sobre os funcionrios, acreditava-se que a nica motivao
para o trabalho eram os salrios, no havendo as motivaes ligadas ao fator
psicolgico, fatores estes que hoje sabemos serem essencialmente respeita-
dos pelas empresas, pois traz aumento de produtividade entre outras coisas .
4.3 Escola burocrticaFormada pelas teorias Burocrtica e Estruturalista. Surgiu por meio dos estu-
dos do socilogo alemo Max Weber.
Quando se fala em burocracia, muitas pessoas logo pensam ser uma coisa
ruim, e associam morosidade, dificuldade de resolver as questes, aos
entraves para o desenvolvimento, mas na realidade no bem assim.
Burocracias so normas, regras, procedimentos, rotinas de trabalho, ou seja,
significam criar procedimentos claros e rgidos que devem ser seguidos para
que se alcance eficcia na realizao das atividades. Desta forma, a buro-
cracia boa. O ruim so as suas disfunes, que podem ser percebidas de
forma negativa pelos clientes e usurios.
e-Tec Brasil 26 Fundamentos da Administrao
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4.4 Escolas comportamentais So as teorias da administrao que enfatizam as pessoas como forma de
aumentar a produtividade e a eficcia dos negcios. Assim, enfatizando a
motivao e o fator psicolgico, as empresas conseguiam, e conseguem at
hoje, alcanar seus objetivos.
A Teoria das Relaes Humanas e a Pirmide de Maslow se destacam por se-rem as mais conhecidas e mais utilizadas. Por meio destas duas teorias a palavra
Motivao um processo de induo de pessoas ou grupo de pessoas a realizar
atividades que so de interesse da organizao. Isto mesmo, sob o ponto de vista da empresa, motivar induzir! Vale esclarecer que a cada ano surgem novos ttulos e novos modelos para estas teorias que j so bastante antigas.
4.5 Escolas contemporneasAs escolas contemporneas so as mais modernas, aquelas que valorizam
e reconhecem a influncia do Ambiente Externo nas decises internas das
empresas. So consideradas como ambiente aberto, pois influenciam e so-
frem influncia de rgos externos como fornecedores, clientes, governo,
economia, tecnologia etc.
Estas escolas comearam a surgir a partir do momento em que se percebeu
que as empresas dependem destes elementos externos, e assim o foco da
administrao mudou consideravelmente, pois agora necessrio monitorar
o ambiente externo para tomar decises internas.
Destacamos nesta teoria o autor Peter Drucker, que foi o pai da administrao
moderna e teve uma grande contribuio para o desenvolvimento das teorias
da administrao e contribuiu para a sociedade como um todo.
Abordagem Teorias nfase poca
Escola Clssica Teoria Cientfica e Clssicanfase nas tarefas/estrutura da organizao
19031916
Escola BurocrticaTeoria da BurocraciaTeoria Estruturalista
nfase na estrutura (processos), pessoas e ambiente
Dcada de 1940
Escolas Comporta-mentais
Teoria das Relaes HumanasPirmide de MaslowTeoria dos 2 fatores de HerzbergTeoria X e YDesenvolvimento Organizacional
nfase nas pessoas e relacionamento em grupo
1927 a 19321954Dcada de 1960
Escolas contempo-rneas
Teoria NeoclssicaTeoria dos SistemasTeoria da Contingncia
nfase na prtica da administrao, nfase no ambiente
Dcada de 1950 at a atualidade
Figura 4.1: Evoluo das teorias da administraoFonte: Adaptado de Chiavenato (2004) e Maximiano (2000)
A pirmide da hierarquia de necessidades de Maslow, tambm conhecida como pirmide de Maslow, uma diviso hierrquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nvel mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nvel mais alto. Cada um tem de escalar uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realizao. Ele define as necessidades como: necessidades fisiolgicas (bsicas), tais como a sono, sede, fome, o sexo, a excreo, o abrigo; necessidades de segurana que vo da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurana como um trabalho estvel, um plano de sade ou um seguro de vida; necessidades sociais ou de amor, afeto, afeio e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube; necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face nossa capacidade de adequao s funes que desempenhamos; necessidades de auto- realizao, em que o indivduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser e sendo verdadeiros com a sua prpria natureza. neste ltimo patamar da pirmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que na realidade ... temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolvendo os nossos potenciais.Para saber mais acesse http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow e veja a representao grfica da pirmide.
e-Tec BrasilAula 4 Teorias da Administrao 27
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Analisando a figura 4.1 podemos perceber que houve uma grande evoluo
a partir de 1903, quando surgiu a primeira teoria da administrao, e graas
a estes estudiosos e pesquisadores, atualmente as empresas podem utilizar
todos estes conhecimentos no dia a dia do trabalho.
Uma empresa no usa esta ou aquela teoria. Elas vo se acumulando e
passam a fazer parte do planejamento e da gesto dos administradores.
Assim, o profissional em administrao precisa estar sempre se atualizando
e buscando novidades para utilizar em favor da empresa.
ConclusoAssim, foi possvel compreender a evoluo do pensamento administrativo,
e aprender a planejar o futuro das empresas.
ResumoAprendemos, nesta aula, um pouco mais sobre o histrico da administrao,
por meio de suas teorias.
Atividades de aprendizagem Como voc percebe as teorias demonstradas na aula na prtica das em-
presas? Cite alguns pontos.
Pesquise a biografia de Peter Drucker (1909-2005) e
compreenda melhor quais foram suas principais contribuies para
a moderna gesto empresarial.
sem link
e-Tec Brasil 28 Fundamentos da Administrao
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e-Tec Brasil29
Aula 5 A constituio das empresas
Agora que j conhecemos o histrico das empresas, vamos
aprender um pouco mais sobre sua constituio e compreender
quais so os elementos que compem uma organizao, seus
cargos, tarefas, departamentos e organogramas.
Em nosso dia a dia podemos perceber que dependemos de empresas em todos
os momentos. Estas organizaes com fins lucrativos so cenrios para a circu-
lao de dinheiro na sociedade. Todas as organizaes que no pertencem ao
governo, ou ONGs, so empresas privadas, e a partir deste raciocnio, a maior
parte dos empregadores no pas pertence a estes tipos de organizao.
J estudamos as diferenas entre as organizaes do primeiro, segundo e
terceiro setor da sociedade civil. Vimos tambm que as empresas se enqua-
dram como segundo setor. Assim, empresa uma organizao destinada
produo e/ou comercializao de bens e servios, tendo como objetivo o
lucro. (SANDRONI, 2001 p. 204)
Podemos categorizar as empresas em trs setores da economia:
Setor Primrio: Agropecuria. Envolve a explorao do solo para o culti-vo de plantas e criao de animais representa 27% do Produto Interno
Bruto do Brasil (PIB)
Setor Secundrio: Indstria. Transformao de matrias-primas em produtos acabados por meio do emprego de tecnologias representa
27,9% do PIB
Setor Tercirio: Comrcio e Servios. representado pela venda de pro-dutos e pela prestao de servios como educao, sade, transporte,
turismo, hospedagem, logstica etc. representa 55% do PIB e emprega
75% da populao economicamente ativa do pas.
Assim podemos entender a importncia deste tipo de organizao para so-
ciedade e valorizar a Administrao como forma de melhorar o gerencia-
mento do negcio buscando sempre aumentar a produtividade e lucrativi-
dade para o empregador.
Produto Interno Bruto (PIB) um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza gerada no pas. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u96765.shtml
Para saber mais sobre a economia brasileira, acesse o site do Governo Federal.http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/setores-da-economia
-
5.1 OrganogramaPrecisamos, agora, conhecer de que forma a empresa constituda. Primei-
ramente, gostaria de dizer que a empresa no so as pessoas que traba-
lham nela. Mesmo que todos os funcionrios e acionistas deixem de fazer
parte da empresa, ela poder continuar existindo. Assim, as empresas so
constituies jurdicas que possuem finalidades de lucro, e sua constituio
so os cargos ligados por linhas formais de comunicao, dentro de uma
escala de hierarquia.
Pode parecer um pouco difcil de compreender, mas vejamos:
a) Cargo: a diviso do trabalho dentro da empresa. Cada cargo contm uma srie de tarefas que so desempenhadas pelos ocupantes do car-
go. Por exemplo:
Cargo Recepcionista de uma imobiliria.
Tarefas: Atendimento aos clientes, encaminhamento dos atendimen-tos aos departamentos, distribuio de correspondncias.
b) Linhas Formais de Comunicao: so as linhas que demonstram quem possui poder de tomada de deciso e quem possui a responsabilidade
pela execuo das tarefas. Nestas linhas podemos perceber quantos fun-
cionrios so subordinados a um gestor e quantos empregados devem
obedincia a este superior imediato.
c) Escala de Hierarquia: demonstra dentro do organograma qual a im-portncia de cada cargo; informa quem possui mais poder e autoridade
dentro de uma empresa. Afinal quem est no elevado do organograma
tem mais importncia hierrquica do que aqueles que esto nos nveis
mais baixos.
Nvel Estratgico Gerncia e Superviso
Nvel Ttico Gerncia e Superviso
Nvel Operacional Funcionrios em geral
Figura 5.1 - Nveis HierrquicosFonte: Elaborado pelo Autor
Na figura 5.1, podemos observar que o nvel mais elevado da organizao
o nvel estratgico, ou de direo. Neste patamar o seu ocupante deve tomar
as decises que so importantes para a organizao como um todo, ou seja,
e-Tec Brasil 30 Fundamentos da Administrao
-
que podem afetar os rumos e o futuro (a longo prazo) de todos que fazem
parte dela. Por isso dizemos que estratgico, pois traa e define os planos
mais relevantes.
O nvel intermedirio, tambm chamado de ttico, responsvel por tra-
duzir os planos estratgicos em planos de mdio prazo, que so em geral
uma frao do que se planejou em longo prazo. Assim, os gerentes atuam
nos departamentos ou setores que so responsveis. Por exemplo, um ge-
rente comercial dever conhecer os planos estratgicos da empresa e atuar
em mdio prazo focando o seu setor, ou seja, o departamento comercial. E
a partir da criar uma comunicao clara com os seus funcionrios operacio-
nais. J o nvel operacional so os colaboradores que efetivamente colocam
a mo na massa, ou seja, que operacionalizam tudo aquilo que foi plane-
jado em longo prazo pelos diretores, que foi traduzido em termos prticos
pelos gerentes e agora finalmente executado.
5.2 DepartamentalizaoDepartamentalizao o agrupamento de funes relacionadas em unida-
des gerenciveis para atingir objetivos organizacionais de maneira eficiente e
eficaz. As principais formas de departamentalizao so funcional, por proces-
so, mercado, cliente, rea geogrfica e matricial. (MONTANA 1998, p. 159)
Para gerar maior facilidade no gerenciamento e controle, so criados, nas
empresas, os departamentos que devem seguir o raciocnio da eficincia, ou
seja, deve ser criado para dar maior agilidade e funcionalidade para a em-
presa. Muitos tipos de departamentos existem, porm os mais comuns so:
Por funes: Departamento de Produo, Departamento Comercial, De-partamento Financeiro, Departamento de Logstica, etc.
Por produtos e servios: Departamento de Fabricao de Chocolates, Departamento de Fabricao de Sucos, Departamento de Fabricao de
Biscoitos de Maisena, etc.
Por processos: Departamento de montagem de chassis, Departamento de montagem de motores, Departamento de montagem de componen-
tes eltricos, Departamento de pintura, etc.
Por tipo de clientes: Seo masculina, Seo feminina, Seo infantil, Seo esporte, Seo moda jovem, etc.
e-Tec BrasilAula 5 A Constituio das empresas 31
-
Observe no organograma de uma imobiliria uma diviso de cargos e a
importncia hierrquica de cada um deste:
Direo geral
Gerncia de compra e venda
Gerncia de angartao
Gerncia de negcios
corporativos
Incorporaes, Loteamentos, residenciais e
comerciaisLanamentos
Usados
Gerncia de locao
Residenciais
Comerciais
Compra e venda
Locao
Industriais e galpes
Comerciais, hotis,
shoppings
Figura 5.2 - Organograma de uma imobiliriaFonte: Elaborado pelo autor
Neste organograma, voc percebe que h muitos cargos operacionais, me-
nos cargos gerenciais e apenas um cargo de diretoria, o que revela a existn-
cia de um poder centralizado no topo da figura, ou seja, quanto mais alto
o cargo est no organograma, maior a sua importncia para a empresa.
As linhas que ligam os cargos demonstram quem dirige e quem dirigido.
ConclusoDevemos entender que uma empresa formada por vrios cargos que
devem trabalhar em sincronia, e o sucesso de qualquer empresa resultado
do somatrio de todos os seus participantes.
ResumoNesta aula foi possvel compreender melhor a estruturao das empresas,
a constituio dos organogramas, a departamentalizao e a definio dos
nveis hierrquicos.
Atividades de aprendizagem Com base nos conhecimentos da aula de hoje, procure desenhar o orga-
nograma de uma empresa que voc conhece, e tente compreender qual
a lgica que define a criao dos cargos e departamentos.
e-Tec Brasil 32 Fundamentos da Administrao
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e-Tec Brasil33
Aula 6 Funes empresariais
O foco da aula de hoje que voc compreenda quais so as fun-
es da administrao, ou seja, os pilares de uma empresa, as ativi-
dades fundamentais para o alcance dos resultados organizacionais.
As empresas possuem algumas funes que so fundamentais e necessrias
para que se atinjam os resultados que elas se propem. Assim vamos conhe-
cer a partir de agora as funes adotadas:
6.1 ProduoA funo de produo a prpria funo tcnica de uma empresa, o que
tambm chamamos de rgos de linha. Este termo associado linha de
produo de uma indstria, pois esta rea fundamental, a principal ativi-
dade de negcios. Todas as demais funes so decorrentes desta.
Figura 6.1: Produo em uma indstriaFonte: @Schaack, Lothar / Wikimedia Commons.
6.1.1. Podemos exemplificar utilizando um restaurante Produzir e servir refeies, vender bebidas so atividades de produo de
um restaurante, junto com outras funes, como a financeira, estoques,
contbil, marketing, departamento de pessoal. At a funo administrativa
s existe por que existe a funo de produo.
-
6.1.2 Vamos exemplificar agora a funo produo em uma imobiliria Intermediao de compra e venda de imveis; intermediao de locao;
angariao de imveis; incorporaes; negcios corporativos, tais como a
construo de um shopping; a construo de galpes para a locao de
unidades industriais; permuta de grandes empreendimentos.
Figura 6.2: a funo produo em uma imobiliriaFonte: http://vocedeolhoemtudo.com.br
6.2 FinanasA funo financeira decorrente da funo de produo, ou seja, a partir do
momento em que fabrica ou vende um produto ou servio h a gerao de
renda, e assim existe a funo financeira na empresa. Ela est relacionada com
a entrada e sada de capitais, o fluxo de caixa, contas a pagar e a receber, in-
vestimentos, emprstimos e demais formas de gerao de rendimentos.
Figura 6.3 FinanasFonte: http://www.escolafreelancer.com
e-Tec Brasil 34 Fundamentos da Administrao
-
por meio dos resultados financeiros que uma empresa tem seu
maior indicador de prosperidade. medida que h margens de lucro
compatveis com o ramo onde se atua, existe uma gesto financeira clara
e transparente, e as possibilidades da empresa de prosperar e de se
manter lucrativa so maiores.
6.3 MarketingO marketing uma das funes mais relevantes de uma empresa, pois
ela responsvel por pesquisar mercados, conhecer a concorrncia, mo-
nitorar as influncias externas, planejar e desenvolver novos produtos,
conhecer o comportamento do consumidor, definir preos, planejar a dis-
tribuio e executar a promoo, por meio de publicidade, propaganda
e outras diversas ferramentas de comunicao que esto disponveis aos
profissionais de marketing.
Figura 6.3: MarketingFonte: http://bazeggio.com.br
Marketing :
Processo social por meio do qual pessoa e grupos de pessoas obtm
aquilo que necessitam e desejam com a criao, a oferta e a livre ne-
gociao de produtos e servios de valor com outros. (KOTLER citado
por COBRA, 2003, p. 7)
O Marketing muito conhecido por meio do mix de marketing, popular-
mente chamado de 4Ps do Marketing:
Produto (produo de bens e servios) Preo (valor de comercializao de produtos e servios) Praa (local de comercializao e/ou meio de distribuio dos produtos
e servios)
e-Tec BrasilAula 6 Funes Empresariais 35
-
Promoo (formas de divulgao e oferecimento destes produtos ou ser-vios aos consumidores).
fascinante trabalhar com o marketing, mas marketing no apenas propa-
ganda como a maior parte das pessoas pensa. Ela envolve desde a pesquisa
e desenvolvimento de produtos, at a pesquisa de satisfao dos clientes e a
realizao de um ps venda.
A American Marketing Association define marketing como:
O processo de planejamento e execuo desde a concepo, a defi-
nio de preos, promoo e distribuio de idias, bens e servios
para criar e manter trocas que satisfaam indivduos, organizaes e
as metas sociais em um contexto sistmico de um ambiente global.
(COBRA, 2003, p. 45).
H uma relao bastante ntima entre o papel do marketing e os negcios
realizados em uma imobiliria, pois as estratgias mercadolgicas envolvem
diretamente os profissionais das imobilirias e o sucesso das negociaes.
6.4 Recursos humanos
Figura 6.4: Recursos humanosFonte: http://www.fotosgratis.fot.br
Esta a funo empresarial, sendo responsvel pelo gerenciamento de
pessoas, desde quando h a necessidade de criar novas vagas de emprego,
o processo de recrutamento e seleo, a ambientao, treinamento e
desenvolvimento de competncias e habilidades, administrao de cargos
e salrios, higiene, sade e qualidade de vida no trabalho e finalmente o
desligamento do funcionrio.
e-Tec Brasil 36 Fundamentos da Administrao
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Em todo o ciclo que envolve a relao empresa e empregado, a funo de re-
cursos humanos est presente. Deve-se gerenciar uma empresa reconhecendo,
valorizando, motivando e recompensando os funcionrios, pois assim eles iro
produzir mais e melhor. Desta forma a funo de recursos humanos teve sua
viso ampliada, chegando atualmente a ser chamado de Gesto de Pessoas.
A funo de recursos humanos, ou modernamente falando, os processos de
gesto de pessoas compreendem:
(...) vrias atividades como descrio e anlise de cargos, planejamento
de RH, recrutamento, seleo, orientao e movimentao das pesso-
as, avaliao do desempenho, remunerao, treinamento e desenvol-
vimento, relaes sindicais, segurana, sade e bem estar, etc. (CHIA-
VENATO, 1999 p. 11)
A imobiliria que deseja obter aumento na sua produtividade, deve levar em
conta que deve utilizar as modernas ferramentas de gesto de pessoas a seu
favor, pois quando uma organizao oferece condies para o desenvolvi-
mento dos funcionrios, quando h possibilidade de crescimento por meio
de um plano de carreiras bem consolidado, e h um clima de trabalho tico,
com respeito e clima organizacional positivo, podemos entender de que este
um dos pontos fundamentais para a empresa ser altamente lucrativa.
6.5 LogsticaA funo logstica na empresa pode ser a atividade principal (linha) ou de
apoio (staff). Para indstrias, comrcios, prestadoras de servios a funo
logstica um rgo de apoio, seja para os setores de compras, estoques,
transportes, movimentao e armazenagem, distribuio e toda e qualquer
atividade que seja suporte para a empresa. No entanto, existem empresas
onde a logstica a atividade fim, ou seja, rgo de linha, por exemplo, o
caso da empresa de transporte, a Amrica Latina Logstica (ALL), ou a DHL
considerada uma das maiores empresas de logstica do mundo. Neste caso,
a funo principal da empresa a prpria logstica.
Desta forma a logstica em uma imobiliria deve ser responsvel por ga-
rantir o fluxo de materiais e informaes dentro da empresa em tempo real,
com as informaes corretas, e que permita aos gestores tomar as decises
no momento oportuno. Assim, a logstica ser considerada um diferencial
competitivo para o negcio.
e-Tec BrasilAula 6 Funes Empresariais 37
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6.6 Tecnologia da informaoA tecnologia da informao, de acordo com Cruz (1998), corresponde aos
seguintes componentes:
Hardware (mquina) e seus dispositivos e perifricos incluem dispositivos que executam as funes de entrada, processamento, armazenamento
de dados e sada
Software (programas) e seus recursos so os instrumentos onde as infor-maes sero armazenadas
Sistemas de telecomunicaes (redes, Internet) Gesto de dados e informaes.
Todos esses componentes interagem e necessitam do componente fundamen-
tal: o recurso humano. E se este no possuir as habilidades para a utilizao da
tecnologia de informao, todos os componentes tornam-se inviveis.
6.7 Funo administrativa Esta responsvel por sincronizar todas as demais funes da empresa, a
ponto de torn-las rpidas, geis e competitivas, permitindo a produo de
produtos e servios com o mnimo de dispndio de recursos.
A funo administrativa planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos
humanos, materiais, financeiros e tecnolgicos da empresa, visando o
alcance dos objetivos de longo prazo, que sejam positivos tanto para a
empresa, quanto para os seus funcionrios e demais envolvidos.
Planejamento
Direo
OrganizaoControle
Figura 6.5: A funo administrativa e suas inter-relaes Fonte: autor
e-Tec Brasil 38 Fundamentos da Administrao
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Vamos conhecer melhor a funo administrativa ao longo das nossas
prximas aulas.
ConclusoVimos que a principal funo a produo e que a administrativa
responsvel por sincronizar todas elas.
ResumoNesta aula aprendemos sobre as principais funes de uma empresa, tambm
conhecidos como departamentos ou setores de negcios.
Atividades de aprendizagem Pesquise numa imobiliria a funo Tecnologia da Informao e descreva
como so os hardwares, softwares, os sistemas de telecomunicaes e
como feita a gesto de dados e informaes da imobiliria.
e-Tec BrasilAula 6 Funes Empresariais 39
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e-Tec Brasil41
Aula 7 O processo administrativo
O objetivo consiste no conhecimento do processo administrati-
vo e como ele ocorre dentro das empresas nos mais diferentes
nveis organizacionais.
O cotidiano de um profissional da administrao compreende uma srie de
atividades que so de difcil compreenso, pois em diferentes tipos de em-
presas h diversas tarefas que so desempenhadas por estes profissionais.
Mas, ento, como podemos classificar as suas atividades?
O criador da Teoria Clssica da Administrao Henri Fayol foi o primeiro que
categorizou o Processo Administrativo como sendo Planejamento, Organiza-
o, Coordenao, Comando e Controle, segundo ele, estas atividades seriam
comuns a todos os tipos de organizaes, sejam elas empresas privadas, p-
blicas ou de terceiro setor.
Anos mais tarde, Peter Drucker atualizou o processo administrativo, sendo
aceito at nossos dias como: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. Obser-
ve na figura 7.1, uma descrio resumida do que vem a ser um processo
administrativo.
PROCESSO DESCRIOPLANEJAMENTO o processo de definir objetivos, atividades e recursos.
ORGANIZAO o processo de definir o trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realizao; tambm o processo de distribuir os recursos disponveis segundo algum critrio.
DIREO o processo de realizar atividades e utilizar recursos para atingir os objetivos. O processo de execuo envolve outros processos, especialmente o processo de direo, para acionar os recursos que realizam as atividades e os objetivos.
CONTROLE o processo de assegurar a realizao dos objetivos e de identificar a necessidade de modific-los.
Figura 7.1: Descrio do Processo AdministrativoFonte: Maximiano (2000)
7.1 PlanejamentoO processo de planejar a principal funo de um administrador, pois envolve
a criao de um cenrio futuro, sendo a base para tomada de decises. Quan-
do se aborda a questo da tomada de decises, devemos lembrar que no
h deciso com base no improviso. O planejamento serve justamente para
coletar informaes do presente e definir os objetivos a longo e mdio prazo.
-
No planejamento, so definidas as estratgias que a empresa dever ado-
tar para alcanar o resultado desejado. Portanto, a escolha da estratgia
que garante o sucesso ou o insucesso da empresa, por isso planejar ante-
ver o futuro e garantir a tomada de deciso no presente momento.
Planejar o contrrio de tomar decises baseadas no improviso. A possi-
bilidade de que os objetivos traados sejam alcanados bem maior, pois
quando o planejamento no faz parte do dia a dia da empresa, o sucesso de
todos fica mais distante. O planejamento se diferencia conforme o tempo de
execuo, que pode ser estratgico (longo prazo), ttico (mdio prazo) ou
operacional (curto prazo). Vamos conhecer cada um deles somente na nossa
prxima aula.
7.2 OrganizaoOrganizar significa reunir todos os recursos organizacionais (humanos, ma-
teriais, financeiros e tecnolgicos) em funo dos objetivos que foram de-
terminados na etapa do planejamento. Portanto, organizao consiste em
sincronizar todos os elementos envolvidos buscando minimizar os esforos e
aumentar a eficcia do processo. Esta etapa ocorre logo aps o planejamen-
to, cuja principal funo mobilizar pessoas, matrias-primas, tecnologias,
em busca dos resultados que foram determinados. Deve-se prezar pelo cum-
primento dos prazos dos programas que foram definidos, de forma que isto
no atrapalhe os resultados finais.
Devemos perceber que a organizao uma habilidade muito importante
para os gerentes e coordenadores do mdio escalo hierrquico, pois esta
uma etapa intermediria entre o planejamento e execuo.
7.3 DireoO processo de direo quando tudo aquilo que foi planejado e organizado
anteriormente entra em AO. Vale ressaltar que os administradores devem
estar frente das etapas para garantir o sucesso do processo administrativo.
Dirigir significa coordenar e comandar todas as pessoas dos demais recursos,
e que agora esto sendo efetivamente executados. Esta execuo a etapa
operacional do processo administrativo, pois envolve todos os funcionrios,
e a a Liderana um fator chave para o alcance dos resultados propostos. O
lder deve ser um conciliador dos interesses entre empregados e empregado-
e-Tec Brasil 42 Fundamentos da Administrao
-
res; deve ter conhecimento amplo das normas da empresa, da relao com
os demais envolvidos, ter dilogo eficiente e, principalmente, motivar todos
os funcionrios na execuo do trabalho.
Tambm se destaca a coordenao como parte do processo administrativo.
Aquele que coordena busca o equilbrio entre o custo e o benefcio das
aes, ficando atento a todas as decises tomadas, pois elas que acarreta-
ro em consequncias positivas ou negativas. Desta forma, o administrador
o responsvel final pelo trabalho de sua equipe.
7.4 ControleDepois que a etapa da Direo est acontecendo, o administrador passa a
controlar os resultados alcanados comparando com o que foi planejado no
incio do processo administrativo. Este controle a verificao de que tudo
ocorreu de acordo com as ordens e as regras estabelecidas pela empresa na
etapa do Planejamento.
Devemos perceber que muitas vezes h excesso de planejamento e falta de con-
trole. Por isso, quando o profissional estiver planejando, organizando e dirigin-
do qualquer tipo de atividade em seu trabalho, lembre-se de criar mecanismos
claros, rpidos e eficazes para a elaborao do controle. a partir do controle
que o profissional consegue enxergar a eficcia do processo administrativo, seja
uma pequena atividade do dia a dia de trabalho, ou um grande projeto a ser
implantado e operacionalizado por meio do Processo Administrativo.
7.5 Feedback uma ferramenta de verificao do sucesso ou do fracasso de um processo
administrativo. O feedback se aplica ao final do processo administrativo, uti-lizando as informaes do controle, ou seja, do final do ciclo e comparando
com aquilo que foi planejado. Assim, o feedback funciona como uma flecha
que liga o fim do processo ao incio dele. E isto quer dizer que um processo
deve ser cclico, pois quando o feedback utilizado constantemente a ponto de torn-lo um hbito, possvel buscar a melhoria contnua nos proces-
sos. O feedback permite ainda avaliar todas as etapas do processo, desde o planejamento, a organizao e a direo, e assim detectar onde residem as
falhas. Tal anlise no permitir mais que os erros faam parte do processo.
E agindo desta forma, est se implantando um programa de melhoria con-
tnua, por meio da utilizao do feedback.
e-Tec BrasilAula 7 O processo administrativo 43
-
Tambm utilizamos o feedback para dar um retorno sobre a produtividade, as atitudes e o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho. Isto
serve para que as pessoas saibam quo bem esto realizando seu trabalho,
e de que forma poderia ser melhor. Muitas vezes no somos humildes o su-
ficiente para ouvir e compreender um feedback construtivo. Sua eficcia to positiva, como se fosse um elogio, pois uma crtica nos permite melhorar,
crescer e mudar comportamentos e atitudes; ao passo que um elogio apenas
nos deixa envaidecidos.
Figura 7.1 o feedback entre as pessoasFonte: http://www.shutterstock.com
Lembre-se que o feedback deve ser realizado sempre de forma respeitosa,
tica, profissional e buscando o entendimento das situaes que necessitam
ser aperfeioadas ou melhoradas.
ConclusoPortanto, percebemos que sempre estamos em pleno planejamento para
conseguirmos atingir os objetivos positivos.
ResumoO processo administrativo nos mostra quais so as principais atividades dos
administradores, tambm revela que estamos constantemente planejando,
organizando, dirigindo e controlando diversas atividades ao mesmo tempo,
e que quando conseguimos ter conscincia da melhoria contnua, podemos
alcanar resultados muito mais positivos, tanto para a empresa, quanto para
os prprios funcionrios.
e-Tec Brasil 44 Fundamentos da Administrao
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Atividades de aprendizagem Faa um processo administrativo para a sua vida pessoal, planeje algo a
mdio e longo prazo. Faa um esquema , e perceba que os resultados
que voc alcanar, podem ser muito mais positivo do que voc imagina.
e-Tec BrasilAula 7 O processo administrativo 45
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e-Tec Brasil47
Aula 8 O Planejamento organizacional
Vimos na aula anterior que o processo administrativo tem o pla-
nejamento como a sua primeira etapa. Vamos nesta aula enten-
der melhor o que consiste o planejamento e de que forma ele
melhorado no dia a dia das empresas.
Nas empresas modernas o objetivo permanente maximizar produtividade e
minimizar custos. Os gestores se utilizam de todas as ferramentas e tcnicas
de administrao que esto disponveis, pois, com certeza, o planejamento
uma das mais importantes.
Voc sabe verdadeiramente o que planejar?
Planejar ter uma viso de futuro, mostrando aos gestores onde a empresa
deve chegar e com quais recursos; auxiliando na tomada de deciso, pro-
porcionando a garantia do alcance dos objetivos planejados e, consequente-
mente, o sucesso nos negcios.
Para Montana (1998), o planejamento proporciona aos gestores uma re-
flexo sobre onde se pretende chegar e quais podem ser os possveis pro-
blemas, levando-os a uma soluo e prevendo solues para direcionar as
decises, e superar os problemas do dia a dia das empresas.
Mas no so s empresas que realizam o planejamento. Todas as or-
ganizaes precisam dele para sua gesto, sejam empresas privadas,
organizaes pblicas ou as do terceiro setor. Porm, devemos lembrar
que existem trs tipos de planejamento, os quais so determinados pelo
tempo de execuo: o estratgico, o ttico e o operacional. Vejamos, na
sequncia, cada um deles.
-
8.1 Planejamento estratgico
Voc j pensou no sentido da palavra Estratgia?
Estratgia um meio, um caminho, algo que leva at um objetivo desejado.
A estratgia a determinao do que ser realizado para que se alcancem
os objetivos determinados pela direo da empresa.
O planejamento estratgico consiste em definir objetivos desejados pela
empresa; que possam lev-la a uma situao confortvel, prspera e lu-
crativa, deve-se levar em conta tambm os desafios e as oportunidades
presentes no ambiente externo da empresa. neste ambiente que esto
s influncias que podem afetar positiva ou negativamente o andamento
do negcio. Os planejadores precisam monitorar as mudanas que ocor-
rem externamente e saber como incorporar estas informaes no dia a
dia da empresa.
O prazo de um planejamento estratgico varia de acordo com as caractersticas
da empresa. Caso ela seja de pequeno porte, ou esteja iniciando suas ativida-
des, este planejamento pode ter de 2 a 3 anos. Se a empresa for de mdio a
grande porte e se encontra estabelecida h mais tempo, o prazo mdio pode
ser de 5 a 10 anos. Podem existir casos de planejamentos estratgicos muito
mais longos, como o caso da Gesto Pblica. Como exemplo tem-se o Gover-
no do Estado de Minas Gerais elaborou um planejamento estratgico que ter
a durao de 25 anos, pois a complexidade do Estado grande, e o volume de
decises que esto envolvidas neste processo demanda um prazo muito maior.
Os objetivos definidos no planejamento estratgico podem ser: ampliao
dos negcios; aumento de faturamento; busca de novos mercados consu-
midores; corte de custos; reposicionamento da marca; colocao de novos
produtos ou servios; alterao no processo de produo, tecnologias ou
processos logsticos.
Os objetivos estratgicos devem ser desafiadores, audaciosos e envolverem
todos os funcionrios da organizao na busca de um objetivo comum, pois
assim o planejamento estratgico vai agregar valores positivos na empresa.
e-Tec Brasil 48 Fundamentos da Administrao
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8.2 Planejamento tticoOs planos tticos de uma organizao so as etapas ou passos que sero seguidos para colocar em prtica o que foi definido no planejamento estra-
tgico. Estes planos so de mdio prazo, ou seja, perodos de tempo infe-
riores ao do estratgico, e que podem se adaptar realidade do momento e
podem ser facilmente ajustados. No planejamento ttico, o profissional deve
utilizar planos prticos, viveis e de fcil compreenso para os funcionrios,
pois necessrio que eles entendam o que se pretende com o plano para
que ento se envolvam na busca dos objetivos.
Se uma empresa realizou um plano estratgico para 5 anos, natural
que o plano ttico dure 1 ano. Desta forma, as empresas em geral se
renem no final do ano para determinar quais sero os objetivos para o
ano seguinte. Estes objetivos de mdio prazo iro determinar quais sero
as TTICAS a serem utilizadas neste perodo. Os planos tticos so de
responsabilidade dos gerentes e coordenadores departamentais, ou seja,
do mdio escalo hierrquico, pois eles esto mais prximos dos funcio-
nrios que iro colocar a mo na massa e efetivamente produzir o que
se determinou.
8.3 Planejamento operacionalOs planos operacionais so de responsabilidade dos funcionrios do cho
de fbrica, ou seja, daqueles que iro executar tudo o que foi planejado
estrategicamente e definido taticamente pelos nveis mais altos da empresa.
Devem envolver o maior nmero de funcionrios. Estes planos so as ativi-
dades do dia a dia da empresa, isto , os planos de ao, os cronogramas,
as ordens de servio, a relao das atividades do dia, da semana ou da quin-
zena. Enfim, referem-se a toda e qualquer comunicao interna formal ou
informal que determine a produtividade esperada. Toda e qualquer empresa
parece uma pirmide: h mais funcionrios na base, menos no meio e pou-
cos no topo.
Os cargos que executam os planos operacionais so os operrios, tcnicos,
auxiliares, vendedores, atendentes, serventes, montadores, soldadores, pa-
deiros, garons e demais cargos que estejam ligados diretamente produo
de bens e servios em uma empresa.
e-Tec BrasilAula 8 Planejamento Organizacional 49
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Veja na figura 8.1, a explicao detalhada de como se d o processo de pla-
nejamento estratgico, ttico e operacional.
Plano de investimentos
Plano de aplicaes
Plano de vendas
Plano de propaganda
Plano de produo
Plano de abastecimento
Plano de manuteno
Planejamento financeiro
Planejamento da produo
Planejamento de marketing
ResultadosPlanejamento Estratgico
Figura 8.1: Processo de planejamento estratgico, ttico e operacionalFonte: Stadler (2010)
O planejamento ocorre em trs nveis: estratgico, ttico e operacional. O es-
tratgico de longo prazo, que dura em mdia 5 anos, o qual determina os
objetivos de longo prazo da a empresa. Posteriormente, dividido em planos
tticos, que so de mdio prazo, sendo estes as metas departamentais, que
so uma parte do que foi determinado como objetivo estratgico. Finalmen-
te, os planos operacionais referem-se ao dia a dia do ambiente de trabalho,
so metas determinadas a mdio prazo, os cronogramas de trabalho e a
determinao do quanto deve ser produzido so a curto prazo.
ConclusoVoc aprendeu nesta aula os trs tipos de planejamento: estratgico (longo
prazo), ttico (mdio prazo) e operacional (curto prazo).
ResumoPercebemos que todos eles so decorrentes do estratgico e que quanto
mais prximo da execuo, mais facilmente se pode alterar os objetivos
estratgicos e adaptar conforme as condies do ambiente onde a empresa
est inserida.
e-Tec Brasil 50 Fundamentos da Administrao
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Atividades de aprendizagem De que forma as imobilirias realizam o planejamento? Voc conhece
alguma imobiliria que no realiza o planejamento? De que forma esta
imobiliria toma decises? Anote suas consideraes.
Estudo de caso 2Voc j estudou diversos conceitos, dentre eles o conceito de planejamento
e neste captulo voc estudou o conceito da estratgia e do planejamento
combinado com a estratgia que resulta na teoria do planejamento
estratgico que muito utilizado pelas empresas imobilirias para realizar a
intermediao de suas oportunidades de negcios.
Em funo disto, propomos-lhe um desafio: suponha que voc foi promovido
a ser o gerente geral da empresa e precisa apresentar um planejamento
estratgico para realizar os negcios de sua empresa.
Assim, pedimos que voc descreva alguns exemplos de como voc ir definir
as seguintes etapas da sua proposta de planejamento estratgico:
1. qual(is) (so) seu(s) objetivo(s) ?2. qual(is) (so) a(s) etapa(s) ou passo(s) ser(o) seguida(s) para colocar
em prtica o que voc definiu como objetivo(s)
3. qual seu plano operacional?
e-Tec BrasilAula 8 Planejamento Organizacional 51
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e-Tec Brasil53
Aula 9 Administrao por objetivos
Dentre as vrias formas de planejamento, destacaremos a Ad-
ministrao por Objetivos (APO) que um planejamento ttico
muito til s empresas.
A administrao por objetivos (APO) surgiu na dcada de 1950, a partir dos
estudos de Peter Drucker (1909-2005) dentro da Teoria Neoclssica da Ad-
ministrao. Este autor enfatizava a prtica da administrao como forma de
dar maior eficincia para as organizaes, e assim desenvolveu uma forma
de planejamento que pudesse ser aplicado em qualquer tipo de empresa,
independente do setor, porte ou local onde a organizao est inserida.
9.1 Caractersticas da administrao por objetivos um tipo de administrao democrtica, pois envolve os gestores de mdio
escalo no estabelecimento dos planos departamentais, e atribuindo respon-
sabilidades a eles na mensurao dos resultados pretendidos. Por se tratar de
um plano ttico, pois geralmente dura um ano, Chiavenato (2004) apresenta
as seguintes caractersticas para APO:
a) Estabelecimento de objetivos entre a direo e gerentes: H o en-volvimento da direo com a equipe de trabalho na determinao dos
objetivos para o departamento.
b) Estabelecimento de objetivos para cada departamento: Cada depar-tamento da empresa estabelece seus objetivos, que devem ser uma par-
te do objetivo estratgico da empresa, e devem ser expressos em termos
quantitativos.
c) Interligao dos objetivos departamentais: Os objetivos devem ser in-terligados, pois a empresa a mesma, e o somatrio do trabalho de todos
os setores vai representar o alcance do objetivo global da organizao.
d) Planos tticos e operacionais focados na mensurao e controle: O sucesso da APO depende da constante mensurao e controle dos
resultados que esto sendo alcanados ao longo de todo o perodo, pois
verificar constantemente os resultados pode lhe oferecer condies de
corrigir as falhas e chegar ao final do processo com sucesso.
-
Voc sabe o que mensurao? Este termo vem do verbo mensurar, significa determinar a medida.
e) Avaliao contnua, reviso e reciclagem dos planos: Um plano no deve ser esttico, deve constantemente procurar formas de melhorar,
corrigir e at alterar os objetivos que foram planejados no incio do ciclo,
preciso ter tempo para detectar as falhas e corrig-las.
f) Importante participao dos lderes: O lder tem papel fundamental no sucesso da APO, pois ele deve incentivar os funcionrios no alcance dos ob-
jetivos, deve dar o exemplo e sempre estar frente do processo. A comuni-
cao precisa ser clara e a motivao deve mesclar recompensas simblicas
(elogios, reconhecimento) e recompensas materiais (prmios, bnus).
g) Apoio constante para a equipe: necessrio que os empregados te-nham apoio em todo o desenvolvimento da APO, pois como se trata da
busca de objetivos audaciosos, deve-se dar todo o suporte que a equipe
necessita, de modo especial no incio do ciclo da APO.
Fixao dos objetivos globais da empresa
- Misso Miss
Elaborao do planejamento estratgico
- Viso
1- Fixao dos objetivos
departamentais para o ano
2- Elaborao do plano ttico do departamento
3- Desdobramento de plano ttico
em planos operacionais
5- Reviso nos Planos
ou alterao nos objetivos
departamentais
6- Avaliao dos resultados alcanados em
comparao com os objetivos departamentais
4- Avaliao dos resultados alcanados em
comparao com os objetivos de-
partamentais
Figura 9.1 - Ciclo da APOFonte: Chiavenato (2004)
O ciclo da APO (figura 9.1) tem incio no mbito departamental, ou seja,
focado nas necessidades de cada departamento ou setor da empresa e com
um prazo mdio que, em geral, de um ano.
e-Tec Brasil 54 Fundamentos da Administrao
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1. Inicia-se determinando o objetivo do departamento, que deve ser ousado e desafiador, porm possvel de ser atingido, pois ser funo dos ges-
tores proporcionarem as devidas ferramentas para que os funcionrios
alcancem o objetivo proposto.
2. A segunda etapa do ciclo consiste em definir os planos tticos, que so os meios para alcanar os resultados determinados; hora de listar as possveis tticas e escolher dentre elas as que so mais viveis.
3. Depois de escolhido o plano ttico, hora de executar os planos opera-cionais, ou seja, determinar qual ser a atribuio de cada um no dia a
dia do trabalho.
4. Depois de um determinado tempo, que pode ser 1/3 do perodo total da APO, aproximadamente 4 meses, realizada a primeira avaliao
parcial, que ir demonstrar se os resultados podero ou no ser alcan-
ados at o final da APO.
5. Se esta prvia demonstrar que est tudo ocorrendo normalmente, a tti-ca mantida. Porm se no estiver dentro do previsto, necessrio mu-
dar a APO. O profissional dever determinar se muda os planos tticos e
operacionais, ou se altera os objetivos traados para a APO. Neste mo-
mento possvel perceber a flexibilidade que este tipo de planejamento
(lhe) permite, pois o objetivo fazer com que cada departamento consi-
ga atingir os seus resultados.
6. Depois disso, o profissional implementa as modificaes, e aguarda o final do prazo da APO, para ento realizar o comparativo entre o que foi
alcanado com o que foi planejado no incio da APO. Assim, encerra-se o
ciclo, que dever ser reiniciado no prximo ano.
BENEFCIOS PROBLEMAS
Aclaramento dos objetivosMelhoria do planejamentoPadres claros para controleAumento da motivaoAvaliao mais objetiva
Coero sobre subordinadosAprovao de objetivos incompatveisPapelrio em excessoFocalizao sobre resultados mais facilmente mensurveis do que sobre resultados mais importantesPerseguio rgida de objetivos que poderiam ser abandonados
Figura: Benefcios e problemas com a implementao da APOFonte: Chiavenato (2004, p. 200)
Existem benefcios claros com a utilizao da APO, mas tambm existem al-
guns problemas que devem ser evitados, os quais podem atrapalhar a busca
pelos objetivos traados no incio deste tipo de planejamento ttico. Tais pro-
blemas devem ser percebidos e corrigidos ao longo de todo o processo, para
que os funcionrios no trabalhem apenas para cumprir as normas, pois as-
sim estaremos fugindo do propsito desta ferramenta que ser democrtico
e envolver todos na busca pelo crescimento e sucesso dos negcios.
e-Tec BrasilAula 9 Administrao por objetivos 55
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ConclusoPortanto, vimos que a APO uma forma de planejamento ttico muito pr-
tico e de fcil aplicao em todo e qualquer tipo de organizao.
ResumoComo qualquer outra ferramenta administrativa, ela deve ser elaborada con-
siderando todas as caractersticas e particularidades das empresas. O ciclo da
APO um mtodo fcil de criar metas departamentais, atribuir responsabili-
dades aos gestores e seus funcionrios e com mecanismos claros de contro-
lar os resultados alcanados. A soma da APO de todos os departamentos ir
contribuir para a empresa alcanar os objetivos estratgicos.
Atividades de aprendizagem Seria possvel estabelecer uma APO para nossa vida pessoal, envolven-
do os objetivos pessoais, finanas, patrimnio? Podemos estabelecer
planos tticos para nossa carreira profissional? Escreva o que voc
pensa a respeito.
Para saber mais sobre a Administrao por Objetivos,
sugiro que leia o livro Introduo Teoria Geral
da Administrao, de Idalberto Chiavenato. uma obra bastante tcnica que descreve as
principais teorias e tcnicas de administrao de empresas
e-Tec Brasil 56 Fundamentos da Administrao
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e-Tec Brasil57
Aula 10 Anlise do ambiente externo das organizaes
Quando se administra um negcio devemos reconhecer a exis-
tncia de influncias externas que podem afetar positiva ou ne-
gativamente a empresa. Tudo depende de como voc absorve
as mudanas que ocorrem no ambiente externo e toma decises
estratgicas para a sua empresa.
Como j mencionado anteriormente, as empresas so sistemas abertos, isto
, possuem interao com fatores externos. Tal constatao derivada da
Teoria dos Sistemas, que nos ensina que as empresas dependem das condi-
es ambientais para se iniciar, desenvolver, prosperar no mercado.
Estas condies so a existncia de bons produtos ou servios, tecnologia
apropriada, profissionais qualificados, boa qualidade da administrao, co-
nhecimento do mercado e do comportamento dos consumidores. Mas estas
condies tambm podem ser ameaadoras para as empresas, por exemplo,
a concorrncia, o surgimento de novos produtos substitutos, a mudana de
tecnologia, a criao de novas leis e normas, etc.
Se a regio onde a empresa est instalada no oferece boas condies eco-
nmicas, se h pouca mo de obra qualificada, se a empresa tem produ-
tos ultrapassados, os quais no atendem s exigncias dos consumidores,
podemos perceber claramente que o ambiente no favorvel para a em-
presa prosperar. E assim temos que conhecer muito bem estas condies e
aprender a avaliar as condies internas e externas das empresas.
ORGANIZAO
Competitividade
Tarefas
PessoasTecnologia
AmbienteEstrutura
Figura 10.1: A organizao e as influncias externasFonte: Chiavenato (2000)
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Observando a figura 10.1, podemos perceber que a empresa rodeada de
influncias que podem ser positivas ou no, mas que de qualquer forma
devem ser reconhecidas e monitoradas pelos seus gestores.
Neste ambiente podemos perceber a existncia de um ambiente geral, que
so os fatores externos comuns a todas as empresas e um ambiente de tare-
fa que so os fatores mais prximos das empresas.
Macroambiente: efeito genrico e abrangente para todas as organizaes. Escapam do controle, da previso e da compreenso das organizaes.
Microambiente: mais prximo e imediato da organizao, do qual ob-tm suas entradas e no qual coloca suas sadas ou resultados.
MICROAMBIENTE
MACROAMBIENTE
ORGANIZAO
pessoas e comunidade
fatores econmicos
fatores legais
fatores sociais
fatores polticos
fatores demogrficos fatores tecnolgicos
fatores culturaise ecolgicos
clientes
fornecedoresagncias
reguladoras
concorrentes
Figura10.2: Os ambientes organizacionaisFonte: Stadler (2010)
De acordo com Stadler (2010), o ambiente geral formado pelos seguintes
fatores:
Fatores polticos: