Sessão Clínica do Internato - medicina.ufba.br€¦ · Herpangina Ocorre em menores ...

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Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Faculdade de Medicina Departamento de Pediatria Departamento de Pediatria Sessão Clínica do Internato Data Data : 20 / : 20 / 12 12 / 2002 / 2002 Caso Caso :Faringite Estreptocócica :Faringite Estreptocócica Apresentadores Apresentadores : João Gustavo Mota, Lucas : João Gustavo Mota, Lucas da Gama Lobo da Gama Lobo Orientador Orientador : : Profa Profa . . Cristiana Cristiana Nascimento Nascimento de de Carvalho Carvalho Convidado Convidado : : Profa Profa . . Nanci Nanci Silva Silva

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Universidade Federal da BahiaUniversidade Federal da BahiaFaculdade de MedicinaFaculdade de Medicina

Departamento de PediatriaDepartamento de Pediatria

Sessão Clínica do Internato

DataData: 20 / : 20 / 1212 / 2002 / 2002 CasoCaso:Faringite Estreptocócica:Faringite Estreptocócica

ApresentadoresApresentadores: João Gustavo Mota, Lucas : João Gustavo Mota, Lucas da Gama Loboda Gama Lobo

OrientadorOrientador: : ProfaProfa. . CristianaCristiana NascimentoNascimento de de CarvalhoCarvalho

ConvidadoConvidado: : ProfaProfa. . NanciNanci SilvaSilva

Caso ClínicoCaso Clínico

Identificação:Identificação:NMS, 6 anos, masculino, negro, natural e procedente SalvadorNMS, 6 anos, masculino, negro, natural e procedente Salvador

Queixa Principal:Queixa Principal:Febre há 5 diasFebre há 5 dias

HMA:HMA:Genitora refere que o paciente vinha bem quando há 5 dias Genitora refere que o paciente vinha bem quando há 5 dias começou a cursar com febre (38ºC), a qual cedia com o uso começou a cursar com febre (38ºC), a qual cedia com o uso de de DipironaDipirona, associada a mal, associada a mal--estar, inapetência, cefaléia e estar, inapetência, cefaléia e dor à deglutição. Há 2 dias notou o aparecimento de dor à deglutição. Há 2 dias notou o aparecimento de tumoraçãotumoração bilateral em região cervical, com referência a bilateral em região cervical, com referência a dor a palpação. Nega coriza, obstrução nasal, tosse, dor a palpação. Nega coriza, obstrução nasal, tosse, dispnéia, dispnéia, naúseasnaúseas e vômitos neste período.e vômitos neste período.

Caso ClínicoCaso Clínico

IS:IS:Não Não contribuitóriocontribuitório..

AON:AON:G1P1A0. Genitora refere que realizou préG1P1A0. Genitora refere que realizou pré--natal; parto normal, natal; parto normal,

hospitalar, sem hospitalar, sem intercorrênciasintercorrências durante a gravidez ou o durante a gravidez ou o parto.parto.

Nasceu com 3.175g, estatura de 52 cm, a termo sem Nasceu com 3.175g, estatura de 52 cm, a termo sem intercorrênciasintercorrências no período neonatal.no período neonatal.Antecedentes Alimentares:Antecedentes Alimentares:Aleitamento materno exclusivo até os 5m.Aleitamento materno exclusivo até os 5m.DNPM satisfatório para idade.DNPM satisfatório para idade.Antecedentes Vacinais:Antecedentes Vacinais:

Não estava em posse do cartão vacinal, mas refere estar em Não estava em posse do cartão vacinal, mas refere estar em dia com o mesmo.dia com o mesmo.

Caso ClínicoCaso Clínico

Antecedentes Médicos:Antecedentes Médicos:Nega enfermidades prévias. Refere alergia a AAS.Nega enfermidades prévias. Refere alergia a AAS.

História social:História social:Pais casados, moram numa casa com 4 cômodos, com Pais casados, moram numa casa com 4 cômodos, com

banheiro dentro de casa, saneamento básico adequado.banheiro dentro de casa, saneamento básico adequado.

Caso ClínicoCaso Clínico

Exame Físico:Exame Físico:Peso: 22 KgPeso: 22 Kg Altura: 115 cmAltura: 115 cmDados Vitais: FR: 24 Dados Vitais: FR: 24 ipmipm FC: 98 FC: 98 bpmbpm T: 38,2ºCT: 38,2ºCPaciente em BEG, LOTE, Paciente em BEG, LOTE, eupnéicoeupnéico, febril, , febril, acianóticoacianótico, ,

anictéricoanictérico, corado e hidratado., corado e hidratado.Cabeça e pescoço: Cabeça e pescoço: LinfonodosLinfonodos submandibulares palpáveis, submandibulares palpáveis,

dolorosos a palpação, móveis, não fusionados, medindo dolorosos a palpação, móveis, não fusionados, medindo entre 1 e 1,5 cm de diâmetro. Dentes em regular estado de entre 1 e 1,5 cm de diâmetro. Dentes em regular estado de conservação.conservação.

Orofaringe: Intensa Orofaringe: Intensa hiperemiahiperemia, com hipertrofia de amígdalas e , com hipertrofia de amígdalas e presença de pontos purulentos.presença de pontos purulentos.

Pele e fâneros: sem alterações.Pele e fâneros: sem alterações.

Caso ClínicoCaso Clínico

Exame Físico:Exame Físico:

Ap. Respiratório: Tórax simétrico, sem abaulamentos ou Ap. Respiratório: Tórax simétrico, sem abaulamentos ou retrações, expansibilidade simétrica, som claro pulmonar a retrações, expansibilidade simétrica, som claro pulmonar a percussão. Murmúrio vesicular bem distribuído sem ruídos percussão. Murmúrio vesicular bem distribuído sem ruídos adventícios.adventícios.

Ap. Ap. CardioCardio--VascularVascular: : PrecordioPrecordio calmo, calmo, ictusictus não visível, não visível, palpável em 5º EIE, LMC. Bulhas rítmicas, palpável em 5º EIE, LMC. Bulhas rítmicas, normofonéticasnormofonéticasem 2T sem sopros, desdobramentos e bulhas extras.em 2T sem sopros, desdobramentos e bulhas extras.

AbdomenAbdomen: Globoso, flácido, indolor a palpação superficial e : Globoso, flácido, indolor a palpação superficial e profunda. Ruídos profunda. Ruídos hidroaéreoshidroaéreos presentes sem VMG.presentes sem VMG.

Extremidades: Tempo de enchimento capilar menor que 3 Extremidades: Tempo de enchimento capilar menor que 3 segundos, sem edema.segundos, sem edema.

SN: Ausência de sinais de irritação SN: Ausência de sinais de irritação meníngeameníngea..

Formulação diagnósticaFormulação diagnósticaTrataTrata--se de um escolar num curso de uma se de um escolar num curso de uma

doença aguda febril associada a dor de doença aguda febril associada a dor de garganta, garganta, hiperemiahiperemia e pontos purulentos e pontos purulentos em amígdalas e em amígdalas e linfadenomegalialinfadenomegalia cervical cervical bilateral, quadro este sugestivo de bilateral, quadro este sugestivo de FaringoamigdaliteFaringoamigdalite por estreptococo por estreptococo devendodevendo--se realizar o diagnóstico se realizar o diagnóstico diferencial com outros agentes causadores diferencial com outros agentes causadores de doença localizada em orofaringe ou de doença localizada em orofaringe ou doença sistêmica com comprometimento doença sistêmica com comprometimento faríngeo. faríngeo.

Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial

Infecções virais Infecções virais inespecíficasinespecíficasEstreptococciaEstreptococciaHerpanginaHerpanginaFebre Febre faringoconjutivalfaringoconjutivalDifteria e Mononucleose infecciosaDifteria e Mononucleose infecciosa

Infecções virais Infecções virais inespecíficasinespecíficas

Maior prevalência em menores de 5 Maior prevalência em menores de 5 anos de idade.anos de idade.Clínica: quadro febril agudo com Clínica: quadro febril agudo com manifestações gerais manifestações gerais inespecíficasinespecíficasExame físico: Exame físico: HiperemiaHiperemia de de orofaringe podendo ser notado orofaringe podendo ser notado exsudato ou não.exsudato ou não.

EstreptococciaEstreptococciaMaior prevalência em maiores de 5 anos Maior prevalência em maiores de 5 anos de idade.de idade.Clínica: Quadro febril com manifestações Clínica: Quadro febril com manifestações predominantes de acometimento da predominantes de acometimento da faringe (dor, salivação e dificuldade de faringe (dor, salivação e dificuldade de deglutir)deglutir)Exame físico: Intensa faringite.Exame físico: Intensa faringite.Amígdalas edemaciadas ,Amígdalas edemaciadas ,hiperemiadashiperemiadas e e cobertas por exsudato cobertas por exsudato serofibrinososerofibrinoso ou ou purulento.purulento.

HerpanginaHerpangina

Ocorre em menores de 03 anos.Ocorre em menores de 03 anos.Agente etiológico: Vírus Agente etiológico: Vírus CoxsackieCoxsackie BBClínica: Febre elevada com intensa Clínica: Febre elevada com intensa odinofagiaodinofagia..Exame físico:Vesículas ou úlceras Exame físico:Vesículas ou úlceras que se localizam nos pilares que se localizam nos pilares anteriores, anteriores, polpandopolpando o segmento o segmento anterior da cavidade bucal.anterior da cavidade bucal.

DifteriaDifteria

Agente etiológico: Agente etiológico: C. C. diphteriaediphteriaeClínica: Quadro insidioso, com febre baixa Clínica: Quadro insidioso, com febre baixa e dor de garganta.e dor de garganta.Exame físico: Inicialmente notaExame físico: Inicialmente nota--se se hiperemiahiperemia que em algumas horas evolui que em algumas horas evolui para pontos brancopara pontos branco--amarelados que amarelados que coalescemcoalescem formando uma pseudoformando uma pseudo--membrana fina, tênue e branca que se membrana fina, tênue e branca que se torna espessa e escurecida.torna espessa e escurecida.

Síndrome Síndrome MonoMono--likelike

Agentes etiológicos: EBV, CMV, etc.Agentes etiológicos: EBV, CMV, etc.Clínica: febre, angina, Clínica: febre, angina, linfonodomegalialinfonodomegalia..Exame físico: faringite difusa com Exame físico: faringite difusa com amígdalas hipertróficas, amígdalas hipertróficas, hiperemiadashiperemiadas, coberta com exsudato , coberta com exsudato cinzacinza--claro. Pode apresentar claro. Pode apresentar petéquiaspetéquias em palato.em palato.

SixSix--dayday amoxicillinamoxicillin vsvs. . tenten--dayday penicillinpenicillin V V therapytherapy for for groupgroup A A streptococcalstreptococcaltonsillopharyngitistonsillopharyngitis

[Original [Original StudiesStudies] ]

COHEN, ROBERT MD; LEVY, CORINNE MD; DOIT, CATHERINE COHEN, ROBERT MD; LEVY, CORINNE MD; DOIT, CATHERINE PHD; ROCQUE, FRANCE DE LA MD; BOUCHERAT, MICHEL MD; PHD; ROCQUE, FRANCE DE LA MD; BOUCHERAT, MICHEL MD; FITOUSSI, FREDERIC MD; LANGUE, JACQUES MD; BINGEN, FITOUSSI, FREDERIC MD; LANGUE, JACQUES MD; BINGEN, EDOUARD PHDEDOUARD PHD

FromFrom thethe AssociationAssociation Clinique et Clinique et TherapeutiqueTherapeutique InfantileInfantile duduValVal de de MarneMarne (CL, FLR, MB), (CL, FLR, MB), AssociationAssociation FrancaiseFrancaise de de PediatriePediatrie AmbulatoireAmbulatoire (JL), and (JL), and MicrobiologyMicrobiology LaboratoryLaboratory of of Robert Robert DebreDebre Hospital, Paris, Hospital, Paris, FranceFrance (CD, FF, EB) and CHI, (CD, FF, EB) and CHI, CreteilCreteil, , FranceFrance (RC).(RC).

TheThe PediatricPediatric InfectiousInfectious DiseaseDisease JournalJournal, Vol 15(8), August , Vol 15(8), August 1996, pp. 6781996, pp. 678--682682

IntroduçãoIntrodução

1. Papel estabelecido da penicilina 1. Papel estabelecido da penicilina cristalina(10 dias) na erradicação do cristalina(10 dias) na erradicação do estreptococo betaestreptococo beta--hemolítico do hemolítico do grupo A (GABS).grupo A (GABS).

2. 2. WannakerWannaker e e BreeseBreese demonstraram demonstraram a eficácia da penicilina V oral( 10 a eficácia da penicilina V oral( 10 dias) na erradicação GABS.dias) na erradicação GABS.

IntroduçãoIntrodução

3. Problemas relacionados à aderência 3. Problemas relacionados à aderência ao tratamento.ao tratamento.

4.Falta de comprovação científica da 4.Falta de comprovação científica da eficácia da eficácia da amoxicilinaamoxicilina em regime de em regime de curto prazo para erradicação do curto prazo para erradicação do GABS.GABS.

ObjetivoObjetivo

1.Comparar a eficácia e segurança da 1.Comparar a eficácia e segurança da amoxicilinaamoxicilina( 50mg/kg/dia 12/12hs) ( 50mg/kg/dia 12/12hs) por 06 dias com a penicilina V( 45 por 06 dias com a penicilina V( 45 mg/kg/dia 08/08hs) por 10 dias em mg/kg/dia 08/08hs) por 10 dias em crianças com crianças com faringoamigdailtefaringoamigdailte por por GABS.GABS.

Materiais e MétodosMateriais e Métodos

1.Estudo prospectivo, comparativo, 1.Estudo prospectivo, comparativo, aberto, aberto, randomizadorandomizado e multicêntrico e multicêntrico realizado entre o período de realizado entre o período de 30/09/93 a 02/02/95.30/09/93 a 02/02/95.

2.321 pacientes entre 3 e 15 anos de 2.321 pacientes entre 3 e 15 anos de idade com sinais de idade com sinais de faringoamigdalitefaringoamigdalite, teste rápido , teste rápido positivo e cultura positiva.positivo e cultura positiva.

MateriaMateriaiis e Métodoss e Métodos

3. Critérios de exclusão: Uso prévio de 3. Critérios de exclusão: Uso prévio de antibiótico dentro de 07 dias, história antibiótico dentro de 07 dias, história de hipersensibilidade aos antibióticos de hipersensibilidade aos antibióticos ßß--lactâmicoslactâmicos e doença grave e doença grave subjacente.subjacente.

Análise EstatísticaAnálise Estatística

1.Os dados foram 1.Os dados foram analizadosanalizados usando usando o o StatStat ViewView II(R) software.II(R) software.

2. As variáveis quantitativas foram 2. As variáveis quantitativas foram analisadas pelo método t de analisadas pelo método t de StudentStudente as qualitativas pelo teste e as qualitativas pelo teste QuiQui--quadradoquadrado..

3.Todos os testes foram bi3.Todos os testes foram bi--caudais caudais com um nível de significância P< com um nível de significância P< 0.05.0.05.

ResultadosResultados

ResultadosResultados

ResultadosResultados

ResultadosResultados

ConclusãoConclusão

A eficácia e segurança do regime de A eficácia e segurança do regime de amoxicilinaamoxicilina (50mg/kg/dia) por 06 (50mg/kg/dia) por 06 dias não foi estatisticamente dias não foi estatisticamente diferente do regime de penicilina diferente do regime de penicilina (45/mg/kg/dia) por 10 dias no (45/mg/kg/dia) por 10 dias no tratamento da tratamento da faringoamigdalitefaringoamigdalite por por GABS.GABS.

Clinical Infectious Diseases, July 15, 2002 v35 i2 Clinical Infectious Diseases, July 15, 2002 v35 i2 p113(13) p113(13)

Practice guidelines for the diagnosis Practice guidelines for the diagnosis and management of group A and management of group A streptococcal pharyngitis.streptococcal pharyngitis. (IDSA (IDSA Guidelines).Guidelines).

Alan L. Alan L. BisnoBisno; Michael A. Gerber; Jack M. ; Michael A. Gerber; Jack M. GwaltneyGwaltneyJr.; Edward L. Kaplan; Richard H. Schwartz. Jr.; Edward L. Kaplan; Richard H. Schwartz.

Full Text: COPYRIGHT 2002 Published by Full Text: COPYRIGHT 2002 Published by University of Chicago Press. University of Chicago Press.

IntroduçãoIntroduçãoDefinição:Definição: Faringite por estreptococo do Grupo A é uma infecção Faringite por estreptococo do Grupo A é uma infecção

aguda da orofaringe e/ou nasofaringe causada por aguda da orofaringe e/ou nasofaringe causada por StreptococcusStreptococcuspyogenespyogenes (GABS).(GABS).

Objetivo:Objetivo: O objetivo deste O objetivo deste guidelineguideline é prover recomendações para o é prover recomendações para o diagnóstico e tratamento da faringite por GABS em crianças e diagnóstico e tratamento da faringite por GABS em crianças e adultos.adultos.

Opções:Opções: O médico que atende um paciente com faringite aguda deve O médico que atende um paciente com faringite aguda deve formular um diagnóstico diferencial e determinar se há a formular um diagnóstico diferencial e determinar se há a necessidade de ser feito um teste confirmatório.necessidade de ser feito um teste confirmatório.

Resultados:Resultados: Os resultados desejáveis foram:Os resultados desejáveis foram:•• Prevenção de febre reumática e complicações supurativasPrevenção de febre reumática e complicações supurativas•• Melhora dos sinais e sintomasMelhora dos sinais e sintomas•• Rápida diminuição da Rápida diminuição da infectividadeinfectividade e redução da transmissão de e redução da transmissão de

GABSGABS•• Diminuição dos efeitos adversos da terapia antimicrobiana Diminuição dos efeitos adversos da terapia antimicrobiana

inapropriadainapropriada

IntroduçãoIntroduçãoEvidência:Evidência: Um grande número de ensaios clínicos de estratégias Um grande número de ensaios clínicos de estratégias

diagnósticas e de tratamento de faringite por GABS foram diagnósticas e de tratamento de faringite por GABS foram revisados e examinados conforme indicadores de qualidade.revisados e examinados conforme indicadores de qualidade.

IntroduçãoIntrodução

Custos e benefícios:Custos e benefícios:

EEstreptococo streptococo ββ--hemolhemolíítico do grupo A tico do grupo A éé das bactdas bactéérias a que mais rias a que mais comumente causa faringite aguda.comumente causa faringite aguda.

Somente uma pequena percentagem de pacientes com esta condiSomente uma pequena percentagem de pacientes com esta condiçção ão são infectados pelo são infectados pelo estreptococo estreptococo do grupo A.do grupo A.

Os sinais e sintomas ocasionados pelas diversas etiologias de Os sinais e sintomas ocasionados pelas diversas etiologias de faringite se sobrepõem.faringite se sobrepõem.

ÉÉ extremamente importante a exclusão de diagnextremamente importante a exclusão de diagnóóstico de GABS para stico de GABS para prevenir a ATB inapropriada prevenir a ATB inapropriada ⇒⇒ Custo e resistência.Custo e resistência.

Diagnóstico da Faringite por Diagnóstico da Faringite por estreptococo do Grupo A estreptococo do Grupo A

Diagnóstico da Faringite por Diagnóstico da Faringite por estreptococo do Grupo A estreptococo do Grupo A

Diagnóstico da Faringite por Diagnóstico da Faringite por estreptococo do Grupo A estreptococo do Grupo A

Exame MicrobiológicoExame Microbiológico

Qual exame deve ser realizado para que seja estabelecido o diagnQual exame deve ser realizado para que seja estabelecido o diagnóstico de óstico de Faringite por estreptococo Faringite por estreptococo ββ--hemolhemolíítico tico do Grupo A ?do Grupo A ?

Primeiramente devem ser selecionados aqueles pacientes com fortePrimeiramente devem ser selecionados aqueles pacientes com fortesuspeita de infecção por GABS.suspeita de infecção por GABS.

Há sistemas de Há sistemas de scoringscoring que incorporam que incorporam cacterísticascacterísticas clínicas e clínicas e epidemiológicas na tentativa de predizer a probabilidade de ser epidemiológicas na tentativa de predizer a probabilidade de ser uma uma infecção por GABS (Ainfecção por GABS (A--II).II).

Diagnóstico da Faringite por Diagnóstico da Faringite por estreptococodoestreptococodo Grupo A Grupo A

Considerações no diagnóstico de Faringite por GABS:Considerações no diagnóstico de Faringite por GABS:

EEstreptococo do Grupo A streptococo do Grupo A ⇒⇒ 1515--30 % (Pedi30 % (Pediáátricos)tricos)

⇒⇒ 55--10 % (Adultos)10 % (Adultos)

Cultura de garganta: Cultura de Cultura de garganta: Cultura de swabswab de garganta no de garganta no áágargar--sanguesanguepermanece o mpermanece o méétodo todo standardstandard para evidenciar a presenpara evidenciar a presençça de a de estreptococo do Grupo A no trato respiratório superior (estreptococo do Grupo A no trato respiratório superior (SensSens.90.90--95%) (A95%) (A--II).II).

RADT: Identifica o estreptococo RADT: Identifica o estreptococo ββ--hemolhemolíítico tico do Grupo A diretamente do Grupo A diretamente do do swabswab da garganta. Apesar de ser mais caro, o resultado é mais da garganta. Apesar de ser mais caro, o resultado é mais rápido (rápido (EspEsp.>95% e .>95% e SensSens. 80. 80--90%) (A90%) (A--II).II).

Diagnóstico da Faringite por Diagnóstico da Faringite por estreptococo do Grupo A estreptococo do Grupo A

Recomendações:Recomendações:

Deve ser feita a suspeita com base no quadro clDeve ser feita a suspeita com base no quadro clíínico e epidemiolnico e epidemiolóógico gico e feito algum exame laboratorial. Resultado + e feito algum exame laboratorial. Resultado + ⇒⇒ RADT ou Cultura de RADT ou Cultura de orofaringe evidencia a presenorofaringe evidencia a presençça de a de estreptococo estreptococo ββ--hemolhemolíítico tico do do Grupo A.Grupo A.

Crianças e Adolescentes X AdultosCrianças e Adolescentes X Adultos

Resultado Resultado -- →→ confirmar com cultura. (Aconfirmar com cultura. (A--II)II)

Cultura de orofaringe não deve ser indicada na rotina para pacieCultura de orofaringe não deve ser indicada na rotina para pacientes ntes assintomáticos que fizeram uso de ATB para tratamento de faringiassintomáticos que fizeram uso de ATB para tratamento de faringite te por GABS (Apor GABS (A--II).II).

Febre reumática (FR), desenvolvimento faringite aguda no surto dFebre reumática (FR), desenvolvimento faringite aguda no surto de e FR ou GNDA pósFR ou GNDA pós--estreptocócica ou surtos de faringite por GABS em estreptocócica ou surtos de faringite por GABS em comunidades fechadas. (Bcomunidades fechadas. (B--III)III)

Manuseio da Faringite por estreptococo Manuseio da Faringite por estreptococo do Grupo A do Grupo A

Terapia ATB é indicada para pessoas com faringite sintomática caTerapia ATB é indicada para pessoas com faringite sintomática caso haja a so haja a presença do organismo na orofaringe sendo confirmada pela culturpresença do organismo na orofaringe sendo confirmada pela cultura de a de orofaringe ou RADT.orofaringe ou RADT.

Com evidência clínica ou epidemiológica, podeCom evidência clínica ou epidemiológica, pode--se iniciar a ATB enquanto se se iniciar a ATB enquanto se espera o resultado da confirmação laboratorial (Aespera o resultado da confirmação laboratorial (A--I).I).

Penicilina Penicilina BenzantinaBenzantina tem sido efetiva na prevenção primária e secundária de tem sido efetiva na prevenção primária e secundária de febre reumática (Afebre reumática (A--I).I).

Não há um caso clínico isolado que documente a resistência do Não há um caso clínico isolado que documente a resistência do StreptococcusStreptococcus do grupo A a Penicilina, enquanto há em relação aos do grupo A a Penicilina, enquanto há em relação aos MacrolídeosMacrolídeos ((R<5R<5%)%)

SulfonamidasSulfonamidas e e TetraciclinasTetraciclinas não são recomendadas por causa dos altos não são recomendadas por causa dos altos índices de resistência e índices de resistência e frequentefrequente falha na erradicação de cepas sensíveis.falha na erradicação de cepas sensíveis.

Manuseio da Faringite por estreptococo Manuseio da Faringite por estreptococo do Grupo A do Grupo A

Terapia Antimicrobiana:Terapia Antimicrobiana:

Penicilina permanece o antibiótico de escolha devido a eficácia,Penicilina permanece o antibiótico de escolha devido a eficácia, segurança, segurança, espectro de ação e baixo custo.espectro de ação e baixo custo.

AmoxicilinaAmoxicilina é utilizada com é utilizada com frequênciafrequência no lugar da Penicilina V como ATB oral no lugar da Penicilina V como ATB oral para crianças.para crianças.

EritromicinaEritromicina é uma alternativa a pacientes alérgicos a Penicilina.é uma alternativa a pacientes alérgicos a Penicilina.

CefalosporinasCefalosporinas de primeira geração são também aceitas para pacientes de primeira geração são também aceitas para pacientes alérgicos a Penicilina que não manifestam a hipersensibilidade ialérgicos a Penicilina que não manifestam a hipersensibilidade imediata a mediata a antibióticos antibióticos ββ--lactâmicoslactâmicos..

Para os pacientes infectados pelo GABS resistente a Para os pacientes infectados pelo GABS resistente a EritromicinaEritromicina e que não e que não toleram antibitoleram antibióóticos ticos ββ--lactâmicoslactâmicos, , clindamicinaclindamicina éé uma alternativa.uma alternativa.

Manuseio da Faringite por estreptococo Manuseio da Faringite por estreptococo do Grupo A do Grupo A

Terapia Antimicrobiana:Terapia Antimicrobiana:

Os antibióticos orais devem ser administrados por 10 dias para eOs antibióticos orais devem ser administrados por 10 dias para erradicação rradicação do estreptococo do grupo A da orofaringe.do estreptococo do grupo A da orofaringe.

A tentativa de tratar a faringite devido a A tentativa de tratar a faringite devido a estreptococo estreptococo ββ--hemolhemolíítico tico do do Grupo A com uma dose diária de penicilina não teve sucesso. Grupo A com uma dose diária de penicilina não teve sucesso. Somente Somente AzitromicinaAzitromicina, , CefadroxilCefadroxil, , CefiximeCefixime e e CefdinirCefdinir são aprovados são aprovados pelo FDA como terapia para faringite por GABS em crianças, com opelo FDA como terapia para faringite por GABS em crianças, com ouso de dose única diária.uso de dose única diária.

Penicilina Penicilina BenzantinaBenzantina G Intramuscular é preferível para aqueles G Intramuscular é preferível para aqueles pacientes que provavelmente não completarão os 10 dias de ATB pacientes que provavelmente não completarão os 10 dias de ATB oral.oral.

Manuseio dos Manuseio dos ContactantesContactantes e Portadores e Portadores FaríngeosFaríngeos

Em média ~25% de pessoas Em média ~25% de pessoas assintomáticasassintomáticas possuem possuem estreptococo do estreptococo do Grupo A colonizando o trato respiratório superior.Grupo A colonizando o trato respiratório superior.

Exceto em situações específicas em que há um aumento do risco daExceto em situações específicas em que há um aumento do risco dafrequênciafrequência de infecções por estreptococo ou das de infecções por estreptococo ou das sequelassequelas nãonão--supurativas, a cultura de orofaringe não deve ser feita supurativas, a cultura de orofaringe não deve ser feita rotineiramente(Brotineiramente(B--III).III).

Manuseio de Pacientes com Episódios Recorrentes Manuseio de Pacientes com Episódios Recorrentes de Faringite Aguda e Resultados Positivos de de Faringite Aguda e Resultados Positivos de

Cultura ou RADT para Estreptococo Cultura ou RADT para Estreptococo ββ--HemolHemolíítico tico do do Grupo AGrupo A

Portadores de estreptococo não requerem ATB, pois eles não apresPortadores de estreptococo não requerem ATB, pois eles não apresentam entam resposta imunológica. (Inverno 20%resposta imunológica. (Inverno 20%--crianças em idade escolar).crianças em idade escolar).

As pessoas colonizadas pelo estreptococo na orofaringe por várioAs pessoas colonizadas pelo estreptococo na orofaringe por vários meses s meses podem experimentar episódios de faringite viral intercorrente.podem experimentar episódios de faringite viral intercorrente.

É mais difícil erradicar o estreptococo do trato respiratório deÉ mais difícil erradicar o estreptococo do trato respiratório de portadores do portadores do que de pacientes que desenvolveram um infecção aguda.que de pacientes que desenvolveram um infecção aguda.

Na prática é difícil diferenciar um portador no curso de uma infNa prática é difícil diferenciar um portador no curso de uma infecção viral ecção viral intercorrente de um paciente com faringite aguda.intercorrente de um paciente com faringite aguda.

Manuseio de Pacientes com Episódios Recorrentes Manuseio de Pacientes com Episódios Recorrentes de Faringite Aguda e Resultados Positivos de de Faringite Aguda e Resultados Positivos de

Cultura ou RADT para Estreptococo Cultura ou RADT para Estreptococo ββ--HemolHemolíítico tico do do Grupo AGrupo A

Na suspeita de episódios múltiplos de infecção por Na suspeita de episódios múltiplos de infecção por estreptococo do Grupo estreptococo do Grupo AA na família, deve ser feita cultura de orofaringe de todos na família, deve ser feita cultura de orofaringe de todos contactantescontactantes e e caso + tratácaso + tratá--los (Blos (B--III).III).

Profilaxia contínua com ATB não é recomendado, exceto para preveProfilaxia contínua com ATB não é recomendado, exceto para prevenir a nir a recorrência de febre reumática em pacientes que já a tiveram.recorrência de febre reumática em pacientes que já a tiveram.