Pedagogia Vivencionista E-Book

8/14/2019 Pedagogia Vivencionista E-Book

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Vivencionista

Pedagogia

Marcelo Rodrigues


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pedagogiavivencionista

estaumaversogratutaparaavaliaopessoal. sevocgostoudo

livro, compre-oatravsdositewww.vivencionismo.com.brouatravsde uma livraria de sua prefrencia. todos os direitos pertencem aoautor. reproduoautorizadadesdequemencionadaafonte. expres-samenteproibidaacomercializaodessaversoemqualquermeio.


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Capa,

EditoraoEprojEtogrfiCo

imagEnsdaCapa

manuEla nEvEs

drEamstimE

Copyright 2010 - Todos os direios de publicao reservados

Rodrigues, MarceloPedagogia vivencionista / Marcelo Rodrigues. --

So Paulo : Ed. do Autor, 2010.

Bibliografia.

ISBN 978-85-910318-0-1

1. Aprendizagem 2. Crianas - Desenvolvimento3. Crianas - Motivao 4. Habilidades bsicas -Desenvolvimento 5. Inteligncia emocional6. Pedagogia vivencionista 7. Prtica de ensinoI. Ttulo.

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

10-00669 CDD-370.153

ndices para catlogo sistemtico:

1. Pedagogia vivencionista : Educao370.153


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pedagogia

vivencionistaMarcelo Rodrigues




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Para o Sol e uma estrela no cu




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prefcioO presente livro resultado de muitos anos de reflexo so-

bre a vida e a busca da felicidade, e alguns ainda poucos, mas muitointensos, anos como diretor pedaggico e mantenedor da Escola doMax.

Para quem nunca ouviu falar dela, a Escola do Max umainstituio de educao infantil e ensino fundamental localizada emSo Paulo, capital, no bairro da Vila Mariana.

Desde a fundao, meu ideal com a escola o de educarcrianas felizes. No porque selecionaria as crianas mais risonhas,mas porque utilizaria a educao como forma de torn-las mais feli-zes, atravs da busca pelo equilbrio fsico, emocional e intelectual,abundantemente regado com liberdade.

De outubro de 2004, ano de fundao, at hoje, a escola mu-dou muito. Tentamos diversos caminhos para atingir esse objetivo, eposso dizer que finalmente o atingimos ou, pelo menos, sinto que

entramos em um novo patamar de educao, em que a to sonhadafelicidade em educao parece residir. Esse novo patamar me fezperceber coisas interessantes. A mais bvia de todas que crianaslivres e felizes aprendem mais e melhor. Outra observao, essa noto bvia, que o novo patamar atingido favorece o desenvolvimen-to de habilidades especficas, que so muito importantes no novoe mutvel mundo em que vivemos, tais como: empreendedorismo,criatividade, comunicao, entre outras.

Mas o pulo do gato, a observao maior, que se transfor-mou no alicerce de todo o meu pensamento, foi que a educaodeve ser feita no apenas para a vida, mas atravs dela! O que,inclusive, permitiu nomear essa ideologia/metodologia, ou qui mo-vimento, de vivencionismo.


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10pEdagogiavivEnCionista



Os excelentes resultados que temos tido com nossos alu-nos, tanto no que se refere ao aprendizado de contedos quanto

em sua evoluo pessoal, me leva a crer que chegou a hora decompartilhar com outros educadores, pais e demais interessadosem uma educao de melhor qualidade, tudo o que aprendi.

argumentaovivencial

Muito do que o leitor encontrar nas pginas deste livro noser novidade. Diversos pensadores j apontaram a maioria dos

argumentos que coloco aqui. No entanto, at onde alcana meulimitado conhecimento, no tive a oportunidade de ver os mesmospensamentos, ideias e reflexes reunidos e aplicados no mesmoobjetivo: o de oferecer s crianas uma maneira melhor de viver eaprender, aprender e viver, sem que essas duas coisas se separemdurante todo o processo de ensino-aprendizagem.

Mas a maior referncia, de onde extrai a quase totalidade de

minhas concluses, foi a vida em si. Muito tempo investi em reflexessobre a vida, desde a busca humana pelo seu sentido, at aspectosmais prticos do dia a dia de nossas vidas. Uma bibliografia variada,multidisciplinar e atualizada me serviu de ponto de partida. Desde aleitura de revistas de moda e comportamento, visitao de sites detecnologia, observao do movimento dos executivos no mercadoatravs de revistas e livros de negcios, participao em calorososdebates sobre qualidade de vida e desempenho no trabalho, leitura

de artigos e colunas apontando tendncias em comportamento emeio ambiente, acompanhamento de colunistas em importantes r-dios que, com bom humor, apontam os absurdos da vida contem-pornea, conversas informais com todo o tipo de pessoas, entre ou-tras fontes no convencionais.


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11prEfCio



Assim constru as bases da argumentao que sustentaminhas ideias do que seria uma educao baseada na vida, ou

como gosto de chamar: uma educao vivencionista. A argumenta-o em si se vale da prpria ideia que defendo, que a vida deve sera referencia para tudo o que se faz em educao.

Confesso que deixei a literatura especializada em educa-o em segundo plano. No por que tenha a arrogncia de des-prez-la, mas porque acredito que a educao deva caminhar como mundo, e este tem mudado a passos to largos, e em direes tosurpreendentes, que os velhos conceitos j no so inteiramenteaplicveis, sendo, sim, importantssimos como base tcnica, masno mais filosfica para uma educao contempornea. Passamospara a era da informao, e j se pensa em era da biologia. Os mo-delos antigos devem ser substitudos por algo que permita que nos-sos alunos tenham a habilidade de acompanhar o mundo para atin-gir seus objetivos pessoais, sejam quais forem seus anseios e qualfor a nova configurao que o mundo apresentar a eles. De uma

coisa tenho certeza, se essa configurao no ser nem mesmo ade hoje, quanto mais a de 20, 30 ou 100 anos atrs.

Assim, desculpe-me o leitor mais rigoroso que busque ar-gumentao tcnica, ou meticulosamente estruturada, mas vivemosem uma era em que a informao est disponvel a todos em temporeal, e lidamos com ela de uma forma inteiramente nova. A nossarealidade mutvel e as verdades temporrias e relativas. Hoje, o serhumano deve ser dotado da habilidade de reger uma orquestra deinformaes e formar novas conexes entre coisas aparentementesem relao. Em um dia devemos falar ingls, no outro chins. Nostempos atuais, milhes de dlares so investidos a partir de umaideia e nada mais. At o momento desse livro ser publicado, issopode ser notcia velha, mas seu celular ir se comunicar via Internet


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com sua geladeira para verificar se preciso comprar mais do seuiogurte preferido. Considerando, claro, seus ndices atuais de gli-

cemia e as recomendaes de seu mdico. Como sero a economiae a vida como um todo nesse novo mundo? Como nossos filhos/alunos sero inseridos nelas?

Para um novo mundo, um novo pensamento. E foi assimque argumentei, ou pelo menos tentei argumentar, os pensamentosque apresento nesse livro, conectando coisas diversas a um centrocomum: a nossa vida e a busca pela felicidade.


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Captulo 1

a vidaEaEduCao




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Durante meus tempos de escola, presenciei uma cena muitointeressante que marcou a minha vida. Por mais constrangido que

fique com isso, confesso que no me recordo o nome dela, masera uma de minhas professoras. Especificamente, lecionava ingls.Certo dia, em um bate-papo informal durante uma de suas aulas, atal professora muito alegremente apresentou uma importante con-cluso que tirara da vida. Algum havia a questionado sobre o sen-tido da vida e ela, inteligentemente, estudou a questo seguindoas razes de tudo o que fazia. Por exemplo: Por que vou trabalhar?Para ganhar dinheiro. E por que ganhar dinheiro? Para comprar umacasa. E por que? Para mudar do apartamento alugado e pequeno. Epor que? Porque no gosto de viver l... E, assim, observou que to-dos os caminhos terminavam em para ser feliz. Assim ela concluiue fazia questo de dividir isso conosco: o sentido da vida era, pura esimplesmente, ser feliz.

No sei se o que mais me marcou naquele momento, se foia brilhante concluso que ela tirou da questo, a simplicidade do

processo de anlise que utilizou ou a importncia que a vi atribuir questo que, sem dvida, me surpreendeu, dado o enorme con-traste entre a profundidade e humanidade de seu discurso perantea frieza e distanciamento dos discursos dos demais professores quetive o (nem sempre) prazer de conhecer.

Durante a minha vida, me peguei diversas vezes fazendoum paralelo entre minhas decises pessoais e o que nos disse aprofessora de ingls naquele dia especial.

Mas o que consumiu meus pensamentos posteriormente foiuma questo anterior: A vida tem um sentido? Eu precisava desco-brir (ou decidir) isso antes de tentar atribuir, pelo menos em meuntimo, um sentido para a minha prpria vida. E muito pensei e li respeito. Conclui por fim (ou princpio) que a vida uma sequn-


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cia de fatos fortemente influenciados, mas no definidos, por de-cises que tomamos. Se voc decide morar em um bairro perigoso,

ter maiores chances de ter sua casa invadida ou sofrer um assaltoquando sair com o carro da garagem. Ao mesmo tempo, mesmo mo-rando em um bairro seguro poder ser assaltado. Nossa decisesmoldam nossa vida, mas no a definem inteiramente. Existe um fatordo acaso que foge inteiramente ao nosso controle.

Conclui que a vida no vem com manual de instrues. Sen-do assim, me senti livre para acreditar que a vida no tem sentidopor definio, ela apenas existe para fazermos o que quisermos com

ela. Ou seja, a liberdade que todo ser humano tem (ou deveria ter)de agir sob seus prprios julgamentos que fornece a base paradarmos o sentido que desejarmos para a nossa vida.

O leitor poderia questionar: Mas se iremos dar o sentidoque desejarmos a nossas vidas, no estaremos atribuindo o sentidoque mais nos agrada, e portanto o que nos torna mais felizes? A suaprofessora no estava certa?

Sim e no. Realmente, o que iremos buscar no fim a fe-licidade, porm o caminho que ela tomou para chegar a essa con-cluso no passa pelo aspecto fundamental da liberdade, que definese conseguiremos atingir com xito a atribuio de um sentido snossas vidas. Explicarei melhor.

Para que um ser humano seja livre, no basta viver em umademocracia, alcanar a sua autossuficincia financeira e gozar desade suficiente para ir e vir. preciso que ele se liberte de suas

angstias e temores, de suas falsas certezas, de seus valores preju-diciais e preconceitos, das imposies de seus amigos e familiares,de seu implacvel autojulgamento, dos modelos impostos pela so-ciedade, e de tudo aquilo que no condisser com sua personalidadee sonhos mais ntimos. Assim, estar de fato livre para atribuir o


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sentido que desejar a sua vida e alcanar sua felicidade. Do con-trrio, correr o risco de atribuir um sentido a sua vida que no cor-

responde ao seu ntimo, estar sujeito a perseguir durante sua vidaum sonho que no seu e, portanto, afastando-se da felicidade.Essa pessoa estar constantemente em dvida e no se sentir sat-isfeita jamais, com a sensao de estar faltando algo. Mas o que falta si mesmo.

A vida est cercada de armadilhas que nos impedem deencontrar a ns mesmos e nos libertar. Vivemos em uma meritocra-cia capitalista que nos empurra constantemente para o trabalho, noqual somos avaliados pela nossa capacidade de gerar capital. Emparalelo, ou como consequncia do sistema, estamos nos afastandocada vez mais de nossos ideais, valores e sonhos. Somos cada vezmais forados a acreditar que seremos felizes quando comprarmoso carro do ano ou aquele novo sapato da vitrine. O problema quea felicidade no chega com a nova aquisio e transferimos toda anossa expectativa para a prxima compra, numa espiral financeira-

mente ascendente que de nada vale para alcanarmos a plenitudeda satisfao pessoal.

Estamos cada vez mais distantes de ns mesmos, estamosficando todos muito parecidos e julgamos sem piedade aqueles quetentam parecer diferentes, talvez pelo risco que eles representemde percebermos que no sabemos quem somos. Isso pode ser as-sustador!

Se no conhecemos a ns mesmos, como ento atribuir umsentido a nossas vidas? Qual o critrio que devemos utilizar? Pormais doloroso que o processo possa ser para alguns de ns (meincluo nesse grupo), devemos tomar contato com todas as nossasemoes se quisermos ser felizes, j que o carro do ano no vircom uma garrafinha de felicidade dentro do porta-luvas.


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o verdadeirovalordaspessoas

Mas o que isso tudo tem a ver com educao?O leitor mais preocupado responder a essa pergunta com

a reflexo que certamente fez enquanto lia as ideias acima: Comofao para que meus alunos no caiam nessa armadilha social egozem de plena liberdade de pensamento e sentimento?.

Temos que repensar a escola em sua totalidade. A escolacontempornea no apenas participa desse processo degenerativocomo colabora muito com ele, formando cidados cada vez maisfocados em desempenho financeiro e cada vez mais afastados de simesmos.

Alguns meritocratas capitalistas poderiam colocar os pre-juzos sociais que viriam de uma sociedade mais livre, em constantecontato com suas emoes, perseguindo seus sonhos, totalmentedesprendida da avaliao de desempenho. A eles respondo comuma nica palavra: inspirao. Imaginemos uma sociedade for-

mada por pessoas confiantes em seus ideais, inspiradas por suasemoes e livres do consumismo exacerbado ou pela competiofrentica e desleal. Do que so capazes as pessoas livres de pre-conceito, inveja, medo, arrogncia, modelos pr-formatados, entreoutros males?

Minha viso que, na verdade, no teramos prejuzo so-cial, mas um estrondoso ganho que mudaria a ordem das coisas. Edigo ainda que se tal conquista pertencesse a apenas um indivduo,envolto em nosso atual modelo de vida, mesmo assim suas conquis-tas seriam gigantescas e, por consequncia, tambm os ganhos,no apenas para a sociedade, mas principalmente para ele mesmo,que estaria sim, muito mais perto da felicidade do que jamais so-nhamos.


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A escola atual no favorece o surgimento de personagenscomo Martin Luther King, Baro de Mau, John Lennon, Marie

Curie, Albert Einstein, Shakespeare, Ayrton Senna, Thomas Edison,dentre tantos outros. Imaginemos quantos outros teriam se desta-cado da mesma forma, ou mais, caso tivessem frequentado umaescola que os ouvisse, que desse vazo a suas mentes imaginati-vas, que ampliasse o espao para seu crescimento, que os provo-casse, estimulasse, que os desse autoconfiana e tudo o que fossenecessrio para alcanar seus sonhos, ainda que esse sonho fosseuma disputa de futebol no ptio do colgio. Mas que desse a essaspessoas a liberdade de sentir e conhecer a si mesmos, para que selibertassem dos modelos e julgamentos, sendo capazes de seguir eempreender seus maravilhosos sonhos.

Leitor, o que essas pessoas teriam sido capazes de fazerpor elas mesmas e pelo mundo?

o gostopelodesconhecidoQuanto mais evolumos em nossa proposta vivencionista,

melhor eu percebo que todas as respostas esto no aluno. O pro-fessor por muitas vezes luta arduamente para descobrir como fazerseus alunos aprenderem os contedos exigidos pelo Ministrio daEducao, quando a resposta esta bem na sua frente, no aluno. preciso que o professor se envolva mais consigo mesmo e com seus

alunos. Apenas uma vivncia comum poder abrir as portas parauma comunicao plena e eficiente.

O professor deve entender, antes de mais nada, que ele noensina, ele aprende junto com seus alunos. O professor e a escolacomo um todo no devem ser uma fonte de conhecimento, mas uma


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fonte de inspirao. A escola deve ajudar o aluno a buscar as ferra-mentas para construir o que desejar, sem ter medo do desconhecido,

afinal disso que se trata a vida, de descobrir, explorar, entender,sentir, experimentar. A to sonhada felicidade passa pela liberdade, ea escola precisa se libertar de seus medos, preconceitos e arrogn-cia. E, o quanto antes, de um planejamento pedaggico engessado,antiquado, descontextualizado e desconectado da vida que vivemoshoje e principalmente, que nossos alunos vivero amanh.

No se prepara algum para a vida excluindo-o dela, sim-plesmente fingindo que no existe um mundo inteiro e incrvel lfora, em constante movimento e com infinitas oportunidades deaprendizado e explorao. A escola, mesmo com seu conhecimentobaseado nas conquistas cientficas, esqueceu-se do porqu o serhumano aprende, porqu a cincia e o homem evoluem. A curiosi-dade humana, a vontade de entender o universo, de dominar o seumeio, a necessidade de sobreviver atravs de sua capacidade em-preendedora so os motores que nos movem em direo ao conhe-

cimento. A escola deve seguir esse mesmo mecanismo. O alunodeve aprender para viver e aprender a viver. A vida deve entrar naescola por todas as portas e janelas, inspirando alunos e profes-sores a se superarem no para obterem os mritos, mas para al-canarem seus sonhos, sejam eles quais forem.

A escola atual muito chata! Ela desmotiva a todos, sejamos alunos, professores ou diretores. Ela consegue desmotivar atmesmo os pais, que no se sentem motivados a participar das ativi-dades de seus filhos, contribuindo com seu importantssimo aspectoafetivo, que muito ajudaria os alunos a crescerem como estudantese pessoas.

O atual modelo de ensino utilizado nas escolas ineficientee falso. A maioria dos alunos no lembra do que se trata a prova que


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realizaram no dia anterior, mesmo tendo obtido nota satisfatria. Oassunto no os interessa e eles sentem apenas a presso de toda

a sociedade para que atinjam as notas e avaliaes esperadas. Oque esperar de um profissional que estudou por obrigao? Queevoluo esperar de uma pessoa que acredita que aprender chatoe penoso?

Por isso vemos tantos adultos, infelizmente em nmerocrescente, ocupados apenas com revistas de fofoca, envoltos emassuntos e problemticas fteis. Quando no esto inteiramente, ecegamente, focados na busca incessante por mais e mais dinhei-ro, como que na tentativa de atribuir sentido a suas vidas vazias,esquecendo-se de si mesmos, de suas famlias, de seus amigos,sempre reclamando de falta de tempo e qualidade de vida sem, noentanto, investir qualquer esforo na mudana de sua condio devida.

Sejamos melhores do que isso! Vamos ensinar a nossosalunos que existe um mundo inteiro l fora, trazendo esse mundo

para dentro da sala de aula e, ao mesmo tempo, levando a sala deaula para esse mundo l fora. Vamos trazer o mundo para suasvidas.

o papeldoprofessor

Na prtica, o que entendo por conectar a escola ao mundo

ensinar os alunos atravs da vivncia real de problemas e empreen-dimentos reais. Estamos falando em dar liberdade para o aluno criar,e deixar que ele descubra o que deve aprender para atingir suasmetas. Mais frente, apresentarei uma metodologia que permite aaplicao de todos esses conceitos de maneira prtica e eficiente.


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professorexpectador

O papel do professor deve mudar radicalmente. Ao invsde despejar conhecimento na esperana de que os alunos captemalguma coisa, o professor deve, antes de mais nada, se divertir. Sim,diverso. O profissional precisa gostar, ter amor ao que faz e, pelaminha experincia, o que motiva qualquer um a tornar-se professor o envolvimento afetivo que surge do relacionamento com o outroe do orgulho que se sente na sua evoluo e conquistas pessoais.Mas como possvel alcanar essas duas fontes de satisfao se osalunos forem passivos em todo o processo? Como possvel desen-volver um vnculo afetivo em uma relao baseada unicamente naautoridade? Como sentir orgulho por conquistas quando o aluno nodemonstra nem mesmo a vontade de lutar? Ou poderamos con-siderar uma nota alta em uma prova como uma conquista pessoal?Pessoalmente, acredito que isso muito pouco. Abaixo a mediocri-dade!

Estamos falando de aluno e professor, unidos, tendo porbase uma liberdade pedaggica garantida pela escola e pelos pais,que permita que eles imaginem empreendimentos reais e lutemjuntos para alcan-los, buscando o conhecimento necessrio parasuperar cada obstculo, trabalhando aspectos psicolgicos comofrustrao, superao de medos, socializao, entre outros, aprimo-rando a cada passo suas habilidades de criatividade, liderana, co-municao, raciocnio lgico-matemtico e inteligncia emocional.

Em um processo assim, no h como um professor no semotivar e passar toda a sua garra para o aluno. Da mesma forma,os alunos demonstram muito mais interesse e motivam o professora participar, com o corao, do processo.

O professor passa ento de centralizador a expectador,


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admirando-se com cada iniciativa, cada conquista, cada passo queseus alunos do em direo a sua meta.

professorincentivador

Como um treinador, que grita para o seu time todo o tempo,procurando incentiv-lo a dar o melhor de si, a acreditar na vitria, oprofessor deve mostrar a seus alunos que acredita neles, que apos-ta neles. Que ir assumir os riscos junto com eles para atingir seus

objetivos e sonhos.

professororientador

Como um sbio, o professor deve oferecer conselhos,deve destacar as possveis ameaas e oportunidades que os cami-nhos possam oferecer, mas jamais decidir por seus alunos. No se

aprende na vida seguindo roteiros. preciso se arriscar e o profes-sor deve orientar seus alunos durante sua jornada, auxiliando-os aenfrentar os obstculos, no sentido de conhecerem a si mesmos eenfrentarem as situaes com coragem e fora.

professorprovocador

Uma infinidade de sentimentos podem surgir da provocaode um professor. Do despertar da curiosidade a vontade de agir. Oprofessor deve cutucar seus alunos para que se movimentem, refli-tam, questionem, duvidem, argumentem. Todas aes vlidas para


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a descoberta da vida e do mundo.

professordesafiador

Nunca no sentido de opor-se aos seus alunos, o professordeve sugerir desafios para serem conquistados junto com eles. Oprofessor deve mostrar que eles podem mais, podem ir alm doque pensam e o que seu professor acredita a ponto de sugerir queavancem.

professorcolaborador

Parceiro. Esse deve ser o professor que colabora, que faz asua parte, que trabalha em conjunto com seus alunos, que coloca amo na massa. Nunca fazendo pelos alunos, mas fazendo com osalunos, como parte do grupo.

professorfacilitador

Nem sempre os alunos esto preparados para um desafioque surge em seu caminho. O professor deve ser o regulador dodesafio de forma que ele no se torne um fator que desmotive osalunos, por ser fcil demais ou intransponvel. Em certas situaes,por no ser interessante que os alunos sejam impedidos de avanar,o professor pode facilitar algumas passagens.


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o papeldoaluno

Ao aluno educado em uma proposta vivencionista cabe opapel de sonhar e sugerir desafios, manter-se em busca de umameta que pretenda atingir. Ele dever aprender a trabalhar em grupo,respeitando a opinio e as vontades de colegas de trabalho. A de-mocracia e o companheirismo passam a ser as formas de se tomardecises e uma postura colaborativa se faz essencial.

A frustrao, como parte da vida, deve ser tolerada e su-perada, a fim de aceitar as derrotas e lutar pelas prximas vitriasque podero vir. O aluno deve se tornar mais maduro para lidar comdesafios imprevistos.

Um aluno formado por uma filosofia de ensino baseada navivncia dever despertar para a vida, perceber que quando eledeseja alguma coisa pode alcan-la, desde que empenhe esforopara conseguir. Ele dever acreditar em si mesmo por superar di-versos obstculos que seus empreendimentos apresentaro a ele.

No ter medo de conversar com as pessoas, seja por telefone oupessoalmente, afinal precisar faz-lo por diversas vezes para obteroramentos, autorizaes, colaboraes, etc.

Essa pessoa ver a si mesmo e ao mundo com grande oti-mismo, como algo acessvel. Seja qual for a via, ele saber que podealcanar tudo, estar acostumado a buscar recursos e obter infor-maes.

Ser uma pessoa que acredita em pessoas, afinal, tra-balhar muito em equipe, colaborando e recebendo a colaboraode gente de todo o tipo, que muito lhe ensinaro a respeito de cole-guismo e amizade. Mas no ser bobo, a vivncia lhe mostrar queno possvel acreditar cegamente em tudo que v ou ouve, nomundo existem pessoas bem e mal intencionadas.


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a vivnciacomocaminho

paraaevoluopessoalEm minha proposta chamada de vivencionista, destaco a

importncia de exaltarmos a vida e a nossa relao com ela para abusca da felicidade.

Os contedos exigidos pelo Ministrio da Educao sefazem necessrios e acertadamente devem ser exigidos. Na ver-dade, acredito que exigido pouco diante da oportunidade que se

abre perante qualquer escola. Na abordagem vivencionista, oscontedos obrigatrios devem ser naturalmente trabalhados dentrodos desafios trazidos pelos alunos, afinal, trata-se do conhecimentobsico necessrio para a construo de toda a sociedade contem-pornea e os alunos iro inevitavelmente esbarrar nele.

No entanto, muito mais do que contedo obrigatrio, a abor-dagem vivencionista visa a formao de pessoas que acreditam

em si mesmas, na vida e no mundo. Elas sentem-se donas do mun-do e aptas a superar qualquer desafio que a busca por seus sonhoscoloque em seu caminho.

A escola deve estar conectada com o planeta para que osalunos aprendam para, e atravs, da vida.


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Captulo 1I

umsErhumanomuitoEspECial




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Nesse captulo, talvez eu esteja me arriscando mais. Peoantecipadas desculpas a todos os psiclogos, psiquiatras, psicope-

dagogos e demais profissionais nobremente envolvidos com oentendimento do labirinto que a mente humana. Meu pedido dedesculpas vem da grande simplificao que farei de importantesprocessos emocionais que ocorrem em nossas mentes, que tenhoconscincia de serem infinitamente mais complexos do que colo-carei aqui. Peo que entendam que minha histria de vida, tudo oque observei no relacionamento entre professor e aluno, as vidasde amigos e colegas que vi sendo desperdiadas, as incrveis idei-as perdidas por falta de apoio, o monumental esforo despendidopor muitas pessoas para se livrarem de sua total falta de f em simesmas, entre outros absurdos, dizem-me que no h tempo paragrandes anlises ou argumentaes. Acredito que o assunto que ireiabordar no presente captulo, para muitos de forma irresponsvel,ser, para todos os outros, o ponto de partida para, de uma formapragmtica, oferecerem aos seus alunos o mnimo de equilbrio psi-

colgico para que tudo o que sonham seja ao menos tentado poreles.

No h mais tempo! preciso agir j, com firmeza e rapidez.A escola de hoje, seus professores, diretores, pais e demais envolvi-dos, precisam entender, ainda que superficialmente, do que feitoum ser humano de sucesso. Para que seu aprendizado possa sercanalizado para dentro dos coraes e mentes de seus alunos.

Tendo feito o devido pedido de desculpas, e o importantealerta, vamos em frente.


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umserhumanodesucesso

Em minhas palestras e treinamentos para a equipe da Es-cola do Max, gosto de apresentar o que imagino ser o graduandoque tenha sido educado atravs de uma proposta vivencionista ou,melhor, o que desejo para meus alunos e filhos.

Um(a) jovem de vinte e poucos anos, feliz, inteligente, dinmico(a),

criavo(a), idealista, cidado() responsvel, capaz de frequentar

qualquer ambiente e falar com qualquer pessoa. Possui sonhos e est ar-

culando e lutando muito para alcan-los. No tem medo, est aberto(a)

e antenado(a) com o mundo. Uma pessoa descolada e focada em seus

objevos.

Do que um ou uma jovem assim capaz? Que tipo de con-quistas essa pessoa poder ter em sua vida? Como seria a socie-dade formada por pessoas assim?

O leitor deve ter especial ateno ao fato de que uma pes-

soa com o perfil acima no pr-formatada. No se trata de criaruma forma e colocar todas as crianas e jovens para que saiamiguais. Em educao, defendo o processo de lapidao, no de usi-nagem. muito importante perceber que as caractersticas coloca-das acima so, na verdade, habilidades imensamente teis para queessa pessoa possa se expressar da maneira que desejar, exibir asua prpria personalidade, decidir para onde direcionar a sua car-reira, onde viver, o que comer, com quem se relacionar, e assim pordiante. As habilidades descritas acima so um conjunto de atributosque garantem que essa pessoa possa escalar qualquer montanha,no importando seu tamanho, localizao ou grau de dificuldade.Um ser humano com as habilidades acima pode realizar qualquer


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coisa que desejar, ir a qualquer direo que seu corao apontar,superando qualquer obstculo.

Importante dizer que a descrio de um jovem formadoem uma filosofia vivencionista no inclui atributos como: slidosconhecimentos em trigonometria, pleno domnio do processo re-produtivo de aneldeos ou, quem sabe, viso crtica do processode industrializao sueco. O aluno nessa abordagem vivencia oaprendizado, ele aprende coisas e desenvolve habilidades que sopertinentes ao mundo em que vive, no apenas em escala local,mas global. Com certeza, esse jovem no ser capaz de descrever oprocesso de industrializao sueco, mas ter imenso prazer em dis-cutir a sua viso sobre as oportunidades e ameaas que surgem deuma queda expressiva nas taxas de juros nos Estados Unidos ou naChina. A menos que ele tenha escolhido alguma profisso na reade exatas, como engenharia, a trigonometria no ser o seu forte.Entretanto, ter enorme facilidade de analisar cuidadosamente osplanos de financiamento oferecidos pelo seu banco para compra dos

equipamentos necessrios para iniciar seu prprio consultrio, inclu-sive avaliando os impactos que cada um teria no plano de negciosde seu novo empreendimento. Caso no tenha escolhido trabalharna rea de sade pblica ou controle ambiental, provavelmente noter domnio sobre o processo reprodutivo dos aneldeos, mas, semsombra de dvidas, conhecer muito bem o quanto o aquecimen-to global pode afetar o clima do seu pas e os provveis impactosna agricultura, ou no gerenciamento de emergncias nas grandesmetrpoles.

Em resumo, uma pessoa que domina o mundo que a cerca,que conhece tudo o que preciso para extrair da vida at o bagao.Mas que, ao mesmo tempo, est preparada para avanar em estu-


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dos mais especficos se necessrio, para o caso de, por exemplo,ser contratada para gerenciar o impacto ambiental de uma impor-

tante planta industrial de uma multinacional sueca, em que talvezos conhecimentos sobre o processo de industrializao sueco, a re-produo dos aneldeos e, de alguma forma que no pude imaginar,a trigonometria avanada lhe seriam teis.

O necessrio aprender a sentir, aprender a questionar,aprender a aprender, aprender a fazer acontecer, aprender a viver!Na proposta vivencionista, isso o que se busca. Em uma aborda-gem focada em lapidar seres humanos aptos a conquistar seus son-hos, a vida , ao mesmo tempo, contedo, sala de aula e professor.

Alguns poderiam questionar (especialmente os pais maisconservadores e preocupados): Mas e o vestibular?.

Primeiramente, importante destacar que o vestibular, talcomo realizado hoje, est condenado, e muito j se estuda sobrepossveis caminhos para substitu-lo. No entanto, devemos ser cau-telosos e preparar nossos alunos para o caso das coisas ficarem

como esto. Assim mesmo, tenho bastante confiana em afirmarque para alunos educados em uma proposta vivencionista o ves-tibular o de menos. Apesar de sua dificuldade e impacto sobre avida dos jovens, para o aluno vivencionista, o vestibular no as-susta. Estamos falando de jovens acostumados a enfrentar desafiosdirios e reais, a superar seus prprios medos e presses sociais, aentender o mundo que os cerca e, principalmente, a acreditar em simesmos. Para eles, o vestibular apenas uma prova (de fato). Es-ses alunos tero maior habilidade em associar conhecimento a fatose problemas reais, sero mais perspicazes para perceber pegadi-nhas, utilizaro melhor a sua memria, associando fatos a pocas,informaes especficas a contextos maiores, tero maior desenvol-tura na redao, habilidades que fazem muita diferena nas provas


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do vestibular, especialmente as dissertativas. Mas, acima de tudo,estaro mais confiantes em si mesmos para fazer suas provas com

maior tranquilidade, ateno e desempenho.Apesar de achar a questo relevante, devo confessar que

analisar a proposta vivencionista tendo por referncia o vestibular ignorar os gigantescos ganhos pessoais dos alunos, impossveisde se avaliar em meras provas escritas.

Assim, com intuito de clarear um pouco mais a questo,gostaria de detalhar a viso desse ou dessa jovem que apresenteianteriormente, discutindo cada trecho colocado em sua descrio.

habilidadesdevencedor

Um(a) jovem de vinte e poucos anos...

Nessa idade, considero que esse jovem esteja concluindoa graduao, ou seja, est adentrando no mercado de trabalho e a

vida adulta plena. Nesse momento, ele est pronto para mostrar aque veio e o que far com tudo o que aprendeu at aqui. Hora decolocar seu plano de vida em ao.

...feliz...

Como possvel afirmar que esse jovem feliz?Descartando-se problemas pontuais, inerentes a famlia,

condies de sade, relacionamentos afetivos, etc., afirmo que ele feliz porque gozou de liberdade at esse momento. Esse jovemfoi educado para perceber que a vida e o mundo lhe pertencem,cabendo a ele olhar para dentro de si mesmo para decidir seus pas-sos. Dessa forma, enfrentou situaes adversas, inimigos, ameaas


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e seus prprios demnios, porque, se esteve exposto a vida, esteveexposto a si mesmo. E, caro leitor, posso afirmar, embora atravs

de bases meramente pessoais e emocionais, que quando se estperto de si mesmo, quando se conhece a si mesmo profundamente,quando no se foge de suas prprias emoes, a felicidade surgeinevitavelmente ao nosso alcance.

Alm disso, a felicidade no como um dom, algo que secarrega no DNA. Ser feliz um ato de observao, reflexo e res-peito. Um estado que se atinge pensando e tomando as decisescertas, utilizando-se suas prprias referncias. A felicidade cons-truda por cada um de ns a cada passo que damos na direo dens mesmos, analisando os riscos, as oportunidades, nossas forase fraquezas.

Alunos educados para viver fazem tudo isso com desenvol-tura e alegria. Eles so a personificao da diferena entre aprendera fazer e fazer por instinto.

...inteligente...

Os testes de QI no avaliam a capacidade intelectual deuma pessoa nem mesmo superficialmente. Tendo por base impor-tantes trabalhos de especialistas na inteligncia humana, podemosconstatar que o ser humano apresenta, de fato, mltiplas intelign-cias. Dentre elas, a linguagem, o raciocnio lgico-matemtico, ainteligncia emocional, etc. Embora a classificao proposta at hojeainda precise ser melhor analisada, percebemos que outras formasde pensamento influenciam em muito nossas decises e busca porrespostas, alm de apenas as envolvidas com a lgica, matemticae percepo espacial, comumente avaliadas nos testes de QI.

Dessa forma, o que necessrio para que se tenha desem-


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penho cerebral buscar o melhor equilbrio possvel entre as in-teligncias, abusar daquelas em que se destaca e aprender a aplicar

o prprio padro de inteligncia em situaes reais, especialmentenaquelas em que se lida com prazos apertados, recursos escas-sos, falta de informao, de suporte, etc. Portanto, a maioria dassituaes em que vivemos diariamente. Ou superamos nossos obs-tculos dirios procurando a prxima figura geomtrica de uma se-quncia fornecida em um questionrio? A vida infinitamente maiscomplexa do que isso! E ter um conjunto de inteligncias faz todaa diferena.

Por isso, crianas educadas para a vida e atravs dela somais inteligentes do que a mdia, no sentido mais amplo possvelque o termo inteligncia possa ter.

...dinmico(a)...

Buscando o significado do termo dinmico no Dicionrio

Houaiss, encontrei algumas coisas interessantes. Entre elas:

Embora as palavras acima falem por si, interessantedestacar os significados encontrados dentro do contexto que esta-mos analisando.

No mundo e na vida, nada para sempre. Inclusive o uni-


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verso encontra-se em um contnuo movimento e mutao, em umciclo, tambm finito, de nascimento, desenvolvimento e morte, afinal

sabemos que o universo teve um comeo e caminha para um fim.Dessa maneira so todas as coisas, estamos envoltos em um meiocompletamente dinmico. As verdades de ontem no valem parahoje, e assim a vida e o mundo mudam e somos forados (ou aben-oados) a acompanhar.

E, no que se refere ao contexto scio-cultural e scio-econmico, as mudanas parecem estar se acelerando. Hoje, emgrande parte por causa da tecnologia, vivemos em um mundo fren-tico que nos bombardeia com quantidade quase infinita de informa-es e transformaes. O profissional e cidado precisa lidar comtudo de forma natural e gil, interiorizando as mudanas com granderapidez.

Os alunos que se acostumam ao ritmo real da vida, e noao ritmo do professor ou da escola, interiorizam um processo deevoluo pessoal constante que lhes favorece em muito, no ape-

nas na competio do mercado de trabalho, mas na busca e ma-nuteno da felicidade.

...idealista...

Pobre a vida daquele que no tem um ideal. Seja ele qualfor. Qualquer que seja a meta de vida de uma pessoa, importanteque se d um sentido ao fato de estar vivo.

O aluno adequadamente inserido na realidade, que percebeo mundo ao seu alcance, que acredita em suas capacidades, queama a vida e feliz, jamais entregar tudo que construiu dentro de simesmo para ver a banda passar. Ele quer reger a orquestra ou pelomenos fazer parte dela. Deixar a sua contribuio, a sua marca.


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O aluno vivencionista no defende os ideais da escola, nocompra valores dos professores, no se deixa manipular pela fam-

lia. Ele acredita, sim, em suas prprias opinies, resultado de muitareflexo e observao e, a partir delas, mudar o mundo se assim odesejar.

...cidado() responsvel...

Por que ele iria prejudicar o seu ambiente e sociedade? Olugar onde ir criar seus filhos, onde brincar com seus netos.

Tendo sido educado para trabalhar tanto individualmentequanto em grupo, afinal certas metas so impossveis de se alcan-ar sozinho, o aluno percebe a importncia da coletividade e da con-tribuio responsvel de cada indivduo. Entende porque as regrasexistem e a sua fundamental importncia para a ordem. Alm disso,o aluno que percebe os processos naturais, sejam eles biolgicos,fsicos, qumicos, sociais ou econmicos, mas de forma real e viven-

cial, alm do livro ou da apostila, desenvolve uma viso de longoprazo. Esse aluno percebe que se conquista coisas no futuro to-mando as decises certas no presente.

Em educao, no que se refere a tica e cidadania, deve-mos ir muito alm do que fazemos hoje. Precisamos interiorizar nascrianas as razes que tornam esses aspectos to importantes.Os alunos precisam perceber a magnitude do impacto que a suasposturas tero em si mesmos. Afinal, a atitude de cada um de nsreflete-se em nosso meio e, consequentemente, nos afeta. Mais doque aprender cidadania, os alunos devem sentir a cidadania naprpria pele.


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...capaz de frequentar qualquer ambiente e falar com qualquer pessoa...

Para que se tenha livre acesso ao mundo, preciso, an-tes de mais nada, autoestima. No se pode deixar-se intimidar comsituaes adversas e se acovardar diante de desafios. A autoestimanos mostra que somos todos iguais, que no h pessoas inferioresno mundo, mas vises e atitudes inferiores. Assim, a pessoa deveconhecer e valorizar a si mesmo, antes de frequentar qualquer am-biente ou se colocar na companhia de qualquer pessoa.

No entanto, algumas coisas facilitam o processo e nosabrem oportunidades de convivncia com diversos tipos de pessoas.A vivncia ou, como muitos chamam, a bagagem de vida, aqueleconjunto enorme de informaes que coletamos e carregamos aolongo da vida, nos permite ter um melhor julgamento sobre comonos comportar, o que e quando dizer, como se vestir para cada oca-sio, etc.

Uma cultura mnima e variada abre qualquer roda de con-

versa para que possamos nos expor e participar, dividindo opiniese criticando fatos ou comentrios.

Poderamos adicionar ainda os bons modos, educao mesa, gentilezas e pequenas regras de convivncia em diversos ti-pos de ambientes e culturas.

Todos sabemos quantas portas se abrem para aqueles bemrelacionados, que sabem transmitir a imagem desejada e adequadapor onde passam. Sabemos tambm as vantagens de se comunicare vender o seu prprio conjunto de competncias. Assim, devemostrazer a vida para dentro da escola, para que os alunos aprendamcom ela e adquiram pelo menos parte dessa bagagem de vida ouvivncia que tantas portas podero abrir para eles.


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...Possui sonhos e est arculando e lutando muito para alcan-los...

Sinceramente, tive grande dificuldade em escrever sobreessa parte da descrio. A razo disso foi a minha viso sobre otema sonhos. Para mim, as pessoas, de maneira geral, pensampequeno. Assim, cheguei at a escrever alguns trechos recheadosde frases de efeito e muita argumentao para sustentar a minhaopinio. No entanto, percebi que no estava sendo claro em minhaspalavras, levando o leitor a um simples e justssimo questionamento:Quem voc para julgar se o sonho de uma pessoa pequeno ougrande?.

Foi quando apaguei tudo o que havia escrito e percebi quedeveria seguir outro caminho para mostrar o meu ponto de vista.Ento comecei a buscar na internet alguma referncia ou inspiraoque me ajudassem a clarear o pensamento. Iniciei minha pesquisatentando relacionar quais so os sonhos das pessoas. Achei coisasbem interessantes em sites diversos de debates, nos quais as pes-

soas se expressam livremente. Inicialmente no estava preocupadoem obter informaes cientficas ou referncias tcnicas sobre otema, buscava apenas ouvir o que o povo diz, e achei coisas in-teressantes, como:

Ir a ParisConhecer os integrantes do KissViver da minha profissoIr a VenezaDanar FlamencoEscrever um livroEstudar cantoViajar pelo mundo


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Ir a LondresSer veterinrio

Construir um abrigo para crianas de ruaIr ao EgitoConseguir um estgio em arqueologiaSer atrizSer meTer dinheiroFazer faculdade

Alm de sonhos mais genricos relacionados a:

Paz (pessoal, local ou mundial)Dinheiro (independncia financeira, riqueza, etc.)SadeAmorFelicidadeTempo (qualidade de vida, longevidade, eternidade, etc.)

Antes que eu apresente meu ponto de vista, peo que oleitor releia os sonhos acima e reflita:

Quantas pessoas terminam a vida sem realizar seu sonho,como ir a Paris ou escrever um livro?

Esses so sonhos pequenos ou grandes?Sinceramente, no consigo aceitar o fato de uma pessoa

considerar uma viagem a Paris como algo inatingvel ou, ao menos,difcil o suficiente para coloc-la na categoria de sonhos de umavida. O que dizer ento de escrever um livro!

Caro leitor, vivemos no pas em que um metalrgico daGrande So Paulo se tornou presidente da repblica e foi reeleito!(Peo desculpas pela quantidade de exclamaes, mas para mim,


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s exclamando mesmo).Evitemos aqui debates polticos, no se trata de uma admi-

rao pelo Partido dos Trabalhadores ou pela sua causa. Trata-sede olharmos para um ser humano simples, de origem humilde, compouco estudo, mas dotado de vontade e autoestima suficientes paracoloc-lo no mais alto cargo do pas. Nada segurou esse homem,nem mesmo as seguidas derrotas por que passou em diversaseleies.

Algum poderia dizer: Mas para escrever um livro nobasta apenas garra, preciso educao, conhecimento, recursos fi-nanceiros, entre outras coisas. Concordaria plenamente se estivs-semos falando em se preparar e escrever o livro em apenas umasemana, mas estamos falando aqui do maior sonho de uma pessoa.A coisa que ela mais deseja no mundo em toda a sua vida.

No tenho qualquer receio em afirmar que, ainda se essefor o sonho da vida de um analfabeto do serto nordestino, no serimpossvel e, com empenho, deixa de ser sonho para virar realidade

em pouco mais de uma dcada.O problema que as pessoas no acreditam em si mesmas,

no acham que podem alcanar o seu sonho. Por no acreditaremque podem, colocam o que deveria ser um desejo na categoria desonho e o lanam ao infinito, com poucas esperanas de um diaalcan-lo. E por fazerem isso, no lutam para conquist-lo, j queno se sentem capazes o bastante. Da vem a frustrao e depois oconformismo.

Para compartilhar a minha viso de como as coisas podemser diferentes, gostaria de apresentar a seguinte crnica:


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o analfabetoescritor

Joo Guerreiro um pobre coitado analfabeto do serto nor-destino. De personalidade forte, Joo Guerreiro um privilegiado.

Hoje com 31 anos, Guerreiro nasceu com a incrvel capaci-dade de jamais ter sua autoestima abalada por qualquer situaoque acontea em sua vida, seja a misria do serto nordestino emtemporada de prolongada seca, a humilhao social por que passadiariamente, a fome, a violncia, ou qualquer outra fonte de des-graa dessa vida. Nada que acontea ao Joo Guerreiro pode lhetirar a f em si mesmo. Sonhador (e guerreiro), decide que vai serescritor, que vai escrever um livro que ser lido por muitas pessoas.Joo j sabe at o assunto, vai falar da fome que todos passamnaquela regio esquecida pelo Governo e pela sociedade.

Ao comunicar sua deciso para a famlia e amigos, JooGuerreiro senta-se para relaxar e se concentrar melhor. Seu obje-tivo memorizar muito bem cada detalhe da cena que presencia.

Seus amigos e parentes rolam no cho de tanto rir e caoar daqueleanalfabeto miservel que quer ser escritor. Seu sobrinho Pedrinho,de 3 anos, imita-o perfeitamente, Eu vou ser esclitor, o que torna oseu comunicado absurdo ainda mais cmico. Joo Guerreiro decidiumemorizar a cena para inverter os papis, e rir com a mesma inten-sidade quando chegar o dia em que entrar por aquela porta comuma caixa de exemplares do seu livro.

Luntico, sonhador ou realizador? Fato que Joo Guer-reiro se despediu de todos do jeito que deu e, com a trouxa pen-durada nas costas, foi de carona at a capital, apesar da fome.

Aps 2 anos, mandou uma carta para sua famlia escritapor um amigo, verdade contando que fora promovido a mestre deobras na mesma empresa que comeara quando chegou na capital.


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Trabalhou apenas por comida e um canto para dormir, mas mostroutanta vontade que o empreiteiro, por pena ou reconhecimento, deu-

lhe a oportunidade de ser mestre, afinal o Guerreiro, como eles lhechamavam, era guerreiro mesmo, aprendia tudo muito rpido e nun-ca se cansava. Gostavam muito dele na obra, principalmente poraquela maluquice de ser escritor e ficar inventando histrias na horado almoo.

Certo dia, o Guerreiro foi chamado para trabalhar no Riode Janeiro. O empreiteiro para quem ele trabalhava fora convidadopara montar uma equipe e construir alguns galpes. Joo Guerreiropegou suas coisas e foi com ele. Uma tima oportunidade para es-crever, quer dizer, ditar uma nova carta para a famlia e amigos,contando a novidade.

Joo Guerreiro no teve tempo nem mesmo de conheceras belezas naturais da cidade quando ela o presenteou com umaparte do seu maior sonho. Um dos trabalhadores da obra era mora-dor da cidade e disse que estava participando de um programa de

alfabetizao de adultos em uma escola pblica no bairro onde mo-rava. O colega precisou repetir mais vezes do que gostaria todos osdetalhes do caminho para chegar na ONG, entidade que cadastravaos interessados. O Guerreiro no iria perder essa oportunidade pornada nessa vida, afinal estavam ensinando gente como ele a ler eescrever e, o melhor, de graa! E foi assim que Joo Guerreiro virouo Joo das Letras, quase despedido inmeras vezes por gastar tem-po demais com seus escritos e pouco com a alvenaria, sua espe-cialidade. Nesse momento, Joo das Letras escreveu a sua primeiracarta para a famlia de prprio punho. Dessa vez com o desaforo dedizer que agora s faltava escrever o livro.

Mais dois anos e Joo das Letras j havia lido de tudo nessavida, de romances a cdigos de obra. Joo havia aprendido muita


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coisa mesmo. No entanto, a coisa mais importante que ele haviaaprendido que para se publicar um livro preciso cair nas graas

de um editor. E Joo passou os prximos 3 anos de sua vida entreo casamento, a filha que nascera, o trabalho na obra e o correio,em que diariamente postava currculos e cartas escritas de prpriopunho contendo detalhes sobre seu grande empenho e responsa-bilidade no trabalho. Cartas bastante apelativas, verdade, masJoo estava obstinado a arrumar emprego em uma editora de livros,nem que fosse apenas para lavar os banheiros.

Um dia, ligaram para o Joo, que agora tinha at celularcomprado com dinheiro que ganhava nas obras. Era uma pessoa deuma editora de porte mdio oferecendo emprego de jardineiro parameio perodo apenas. A pessoa disse que um dos gerentes se como-vera ao receber a 9a carta que Joo escrevera para eles e entendiaseu sonho porque passara na vida por situao parecida e tambmvinha do serto. Mesmo preocupado com o salrio, muito mais baixodo que conseguia com suas obras, Joo das Letras aceitou o convite

e festejou com sua mulher e filha o fato de trabalhar em uma editora.O sonho de seu livro estava muito mais perto agora, e mandou outracarta para seus amigos e familiares, agora digitada no computadorpelo filho do seu vizinho, que trabalhava em uma lan house.

No surpresa o fato de Joo das Letras, ou o Das Letrascomo o pessoal o chamava agora, ter virado gerente de manutenodo prdio novo da editora. Trs anos depois de ter comeado comojardineiro, Joo, alm de um excelente funcionrio, era muito amigode todos, especialmente do pessoal do escritrio, onde caprichavamais, afinal queria um bom relacionamento com os editores.

Mas foi ao ser abenoado com a oportunidade de fazer umservio de hidrulica na casa do Carlos Cunha, editor-chefe, queJoo viu seu sonho comear a tornar-se realidade. Enquanto orien-


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tava Carlos sobre a melhor maneira de se realizar o servio, incluin-do excelentes dicas sobre a manuteno da piscina, Joo aproveitou

para comentar seu sonho e o dia em que sua famlia caoou dele.Mas voc era analfabeto aos 31 anos?Essa foi a deixa para Joo contar resumidamente toda sua

vida, narrando com bom portugus e entonao potica as partesmais marcantes. Joo, naquele momento, colocou seus lbios, ln-gua, cordas vocais, crebro, corao e alma para trabalharem jun-tos, como que em uma sinfonia para tocar o corao do editor-chefeda empresa e, quem sabe, conseguir a oportunidade de sua vida. Efoi o que ele conseguiu:

Das Letras, a gente tem que publicar essa histria.O tempo passou e o Guerreiro perdoou, decidindo no ca-

oar dos amigos e familiares, mas entrou orgulhoso e comovido pelaporta da antiga casa da sua famlia, com a caixa de exemplares doseu livro que, embora no tenha sido um best seller, deu lucro sufi-ciente para editora rodar a segunda edio algum tempo depois.

Ele ajudou muitos amigos e parentes a melhorar de vidacom o dinheiro que ganhou com outros livros que escreveu, essesdirigidos para o seguimento de autoajuda, nos quais tentava ensi-nar as pessoas a acreditarem nos seus sonhos, no importando asdificuldades que encontrassem pelo caminho. Deliciava-se com ascartas de leitores incendiados com a chama da garra de Joo Guer-reio, o das Letras.

A histria acima foi criada para representar a minha viso decomo as coisas so possveis e os sonhos atingveis. Na narrativa,foi tomado especial cuidado em excluir o fator sorte durante asconquistas do Joo Guerreiro. Cada etapa que ele conquista fruto


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de muitas coisas em especial, determinao, garra e coragem,mas pouca sorte. Ou possvel pensar que as oportunidades que

surgiram no poderiam surgir em outro momento ou contexto? Anossa vida cercada de oportunidades e seramos muito mais bemsucedidos, em todos os sentidos, se as percebssemos com maiorfrequncia. Quantas no vm e vo sem que sequer nos demosconta delas?

Joo Guerreiro conseguiu porque foi guerreiro.

Somos do tamanho dos nossos sonhos

Fernando Pessoa

Se podemos sonhar, tambm podemos tornar nossos sonhos realidade

Walt Disney

Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamen-

tos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo

Buda

Acredito com todas as minhas foras que qualquer ser hu-mano pode realizar praticamente qualquer coisa.Essa a nossa es-sncia, o que nos torna especiais, o que realmente d sentido anossa existncia.

Assim, voltando ao nosso jovem que possui sonhos e estarticulando e lutando muito para alcan-los. Se ele conhecer oscaminhos da vida, acreditar em si mesmo e batalhar, vai conseguirconquistar seus sonhos.

Uma educao baseada na vivncia, que cuide do aspec-to psicolgico do aluno para que ele acredite em si mesmo e que


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fornea ferramentas realmente teis para o mundo em que ele vivee viver, ir lapidar muitos Guerreiros.

Onde ser que o Joo Guerreiro chegaria se tivesse sidoamado, alimentado e educado apropriadamente?

...No tem medo, est aberto(a) e antenado(a) com o mundo...

De certa forma, o fato de estar aberto para o mundo e noter medo dele est ligado anlise que fizemos anteriormente sobreconfiar em si mesmo. A alta autoestima liberta a pessoa para desafi-os, favorecendo uma postura mais aberta frente vida e ao mundo.O leitor ir perceber a importncia que dou para a autoestima e oquanto isso deve ser sentido e trabalhado pelo professor durantesuas atividades com os alunos.

Tememos o que no conhecemos. O aluno educado atravsda vivncia conhece o mundo, sabe como as coisas funcionam eno se intimida. Por ter vivenciado situaes diversas sob a super-

viso do professor e da escola vivencionistas, o aluno percebeusituaes e comportamentos de risco, aprendendo a evit-los.

Alem disso, muito importante destacar o fato do aluno serantenado com o mundo. Ou seja, estar atento ao que acontece asua volta, reconhecendo tendncias, estilos, mudanas e tudo aqui-lo que puder representar uma oportunidade ou ameaa em sua vida.O aluno vivencionista entende que o mundo muito dinmico eque deve estar ligado a ele em tempo integral.

Mas como o jovem vivencionista pode se manter ligado aomundo?

De todas as maneiras possveis. Citarei algumas:


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contatocomaspessoas

O aluno deve aprender sobre diversas culturas e socie-dades, deve entender um pouco da psicologia humana, adotando apostura adequada com cada tipo de pessoa que interage, utilizandoa abordagem correta, o linguajar mais adequado, alm de desen-volver uma boa sensibilidade para captar as reaes das pessoas, oque facilitar muito o entrosamento.

No basta falar apenas com jovens de sua idade, precisoque ele se sinta confortvel e aproveite o contato com os pais deseus amigos, com os vizinhos dos pais dos seus amigos, com ojornaleiro, com seus professores, com a secretaria da escola, com obalconista da padaria, com o caixa do banco, a gerncia, o garom,seus amigos em sites de relacionamento dentro e fora de seu pas.Em resumo, o mximo de pessoas que puder. Nunca se sabe deonde sair a prxima ideia criativa, a prxima informao relevante,a prxima amizade, o prximo relacionamento amoroso. preciso

estar aberto ao mundo, e as pessoas so de longe a melhor maneirade se fazer isso.

Devemos estimular nossos alunos a terem contato comgente de diferentes credos, etnias, idade, classes sociais, opinies,etc.

falaringls

Hoje j sabemos a importncia de se falar o idioma ingls,no por qualquer americanismo ou importao de cultura estrangei-ra, mas por uma questo de fazer parte do planeta! Em qualquerlugar para onde se v, talvez com exceo da Frana, as pessoas


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falam ingls.Desconsiderando qualquer questo geopoltica, o mundo

est se unindo, as fronteiras culturais j quase no existem, as em-presas de grande porte so globais.

Acho que no precisamos gastar papel aqui falando entoda internet.

Assim, o jovem vivencionista, para poder explorar o mundoem toda a sua amplitude, deve falar ingls. Com isso, coloco aquique uma escola vivencionista deve tambm ser bilngue.

dominaralinguagemescrita

Seja em portugus, seja em ingls ou outra lngua. O alunodeve ser excepcional em sua redao e sua leitura.

Na leitura, deve ter a habilidade de ler as entrelinhas, de en-tender o pensamento do autor, captar seus sentimentos, sua opinio.

Deve ser capaz de perceber detalhes que nem mesmo o autor sedeu conta de ter fornecido. Deve ainda associar o perfil do autor aoque est sendo lido, percebendo possveis interesses e limitaesem sua argumentao. Dessa maneira, com postura atenta e critica,no se deixar levar pela retrica e ir separar os fatos das opinies,comprando apenas aquilo que seja de seu interesse.

Na escrita, deve ser capaz de fazer o caminho inverso, ar-ticulando muito bem suas ideias, utilizando as palavras de forma

coerente, inteligente e afetiva. Deve explorar suas emoes e dosseus leitores, conduzindo-os como um admirvel lder.


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novastecnologias

Os mais jovens so naturalmente abertos para novas tecno-logias. Acredito que o maior desafio aqui a escola e o professortambm o serem, a fim de trazerem todas as mais modernas fer-ramentas para dentro da sala de aula ou para dentro das mochilasde seus alunos durantes suas exploraes vida afora.

A escola precisa se modernizar para incorporar as novastecnologias aos seus objetivos pedaggicos, para que possam ensi-nar os alunos a melhor forma de explor-las, estimulando sua cria-

tividade para buscar novas formas de us-las em seu benefcio.No h porque temer o Messenger, Skype, Orkut, Second

Life ou qualquer outra nova tecnologia que surja at o momento dapublicao deste livro. H professores que temem o e-mail!!!

Para preparar alunos antenados com o mundo, os profes-sores e a escola devem ser tambm. Devem ter a coragem de ex-plorar novas tecnologias e se arriscar nas incrveis mudanas de

paradigmas que elas trazem para o ensino e para a vida cotidianade maneira geral.Mas, professor, muito cuidado! No se trata de ensinar os

alunos, mas aprender com eles. Explore as tecnologias com seusalunos e reflita com eles: Se essa tecnologia faz isso, que tipo deuso positivo podemos fazer dela?.

imprensa

O aluno que separa os interesses polticos no que l, ouveou assiste, que entende o que fato e o que opinio, o que tendncia e o que modismo, aproveita com sabedoria a imprensa.


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Os grandes grupos jornalsticos mundiais ainda so a me-lhor fonte para atualizao sobre o que acontece no mundo, mas

preciso cuidado para no virar gado na boiada. A imprensa conduza massa e o aluno precisa entender esses mecanismos e formar oseu prprio julgamento e opinio.

Comparar diferentes vises sobre o mesmo fato pode clarearmelhor as coisas, e o jovem antenado no deixar de faz-lo paraencontrar a verdade das coisas.

Essa no ser tarefa fcil, principalmente porque o prprioprofessor dever rever sua postura frente imprensa antes de auxi-liar seus alunos a interpretar fatos, mais do que textos.

olharparasimesmo

Confiar em si mesmo a ponto de se permitir mudar de opinio fundamental. Ser o dono da verdade, estar cego pela arrogncia, a mais rpida forma de fracassar.

Estar aberto e antenado com o mundo se permitir adquirirnovas vises que venham a contribuir com a construo de umaimagem real das coisas. O aluno deve aprender a combinar diferen-tes pontos de vista para elaborar melhor a sua viso das coisas.

Jamais deve se permitir ter preconceito, a fim de respeitartodas as opinies, afinal nunca saber de onde sair o comentrioque o ajudar a encontrar a resposta para o seu problema.

Essas so algumas formas de se manter aberto para o mun-do que devem se combinar para que o aluno aprenda a interagir coma vida e o planeta, a fim de extrair tudo o que precisa para conquistarseus sonhos, sejam eles quais forem.


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...Uma pessoa descolada e focada em seus objevos.

Finalizando a descrio do nosso jovem vivencionistagraduando, que est pronto para a plena vida adulta, gostaria defalar um pouco sobre como ele se coloca diante do mundo.

O termo descolada apliquei aqui na inteno de classificaruma pessoa que no segue padres pr-estabelecidos ou que, pelomenos, no o faz de maneira inconsciente. O jovem vivencionista descolado por possuir a sua prpria concepo de padro de beleza,estilo, opinio e comportamento. No se trata de uma postura hippie,que tambm seria pr-formatada por algum, mas se trata de seguirseus prprios padres e estilo.

O professor deve tomar cuidado para no julgar os alunosperante suas prprias preferncias, mas estimular os alunos a en-contrarem as suas. O aluno no deve seguir as opinies do profes-sor, da escola ou da famlia, mas as suas prprias.

Ele sabe o que gosta e o que quer, e sabe o que em seu com-portamento pode favorecer ou no a conquista de seus objetivos.

Alm disso, uma pessoa focada em seus objetivos no sig-nifica uma pessoa com postura egosta. At porque o jovem viven-cionista entende a importncia da coletividade, da afetividade e,principalmente, o valor da famlia e amigos. Mas ele no se perdeem suas ideias e pensamentos, no se influencia facilmente, possuideterminao e persistncia em sua busca.

Em resumo, esse jovem especial que descrevi no presentecaptulo no produto de uma forma em que a massa colocadae todos os indivduos saem iguais e sem brilho. Estamos falandode um conjunto de habilidades que permitiro que esse jovem con-


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quiste qualquer coisa que desejar na vida, seja no campo pessoal ouprofissional.

Acredito que o papel da escola e da famlia no seja en-caminhar ou direcionar a criana ou o jovem, mas fornecer a ele umconjunto de valores, conhecimentos, habilidades e sentimentos queo permitam vencer os obstculos da vida que deixam muitas pes-soas pelo caminho, lidando com a frustrao e o conformismo. Nodeixemos que o mesmo acontea com eles!

matemticapsicolgica

Aqui fao valer meu pedido de desculpas aos psiclogos,psiquiatras, psicopedagogos e demais estudiosos da mente huma-na, pela aproximao rasa que farei de importantes processos emo-cionais que ocorrem na mente humana. Mas, como falei anterior-mente, estamos em regime de urgncia para mudar como a escola

atual lida (ou no lida) com os sentimentos dos alunos. Devemosagir rpido e uma viso simplificada pode em muito acelerar e facili-tar as coisas em benefcio dos alunos.

autoestima

Ningum entra em uma luta sabendo que vai perder!

Uma pessoa com baixa autoestima no acha que vai perder.Ela tem certeza! E por isso desiste de suas lutas antes mesmo decomearem. No se arrisca e, por no se arriscar, no vence. E porno vencer, no acredita em si mesmo e o crculo vicioso recomea,afundando-a cada vez mais.


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Esse ciclo torna a pessoa um alvo fcil para os oportunistas,pessoas que adoram tomar conta daqueles que no acreditam em

si mesmos, manipulando-os ao seu prazer, deixando-os cada vezmais infelizes por no permitirem que realizem suas vontades ouexpressem suas opinies e sentimentos atravs de escolhas e com-portamentos.

A pessoa com baixa autoestima fraca, o que acaba porlev-la a ser consumida pela inveja, porque encontra esperanas econsolo apenas quando os que esto ao seu redor afundam, colo-cando-os no seu nvel ou at abaixo. O que confirma que a vida assim mesmo, no h esperana, melhor se conformar.

O sucesso dos outros extremamente doloroso para umapessoa com baixa autoestima porque mostra para ela a totalidadede sua fraqueza e, o que pode ser pior, que existe uma sada. Mas asada passa pela f em si mesmo, coisa que ela jamais ter, porquea dor da desiluso poder ser ainda mais terrvel. Melhor manter ascoisas como esto.

No outro extremo, embora muito menos comum, temos apessoa com altssima autoestima ou aquele que se julga imbatvel,capaz de tudo, sem limites.

Obviamente nesse caso existe um alto risco no apenasno que se refere a perdas materiais e pessoais, mas tambm umamaior exposio frustrao. Sabemos o quanto a arrogncia cegaas pessoas.

No entanto, caro leitor, devo confessar que, na minha viso,o nmero de pessoas com autoestima excessivamente elevada esmagadoramente menor do que o de pessoas com baixa autoes-tima. preciso tomar cuidado com a baixa autoestima encobertapela arrogncia. Ou seja, aqueles que esnobam para no mostrarquem realmente so.


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Alm disso, acredito que os prejuzos da baixa autoestimaso muito maiores porque paralisam a pessoa, impedindo-a de re-

agir. Do lado do excesso, a prpria vida providencia as correesnecessrias. Do lado da falta, no.

Assim, devemos nos achar poderosos. Apostar em ns mes-mos, nos permitir errar, mas, principalmente, tentar.

Aprendemos muito pouco com os erros, eles nos ensinamapenas mais uma forma de no conseguir. J os acertos nos for-necem uma receita de sucesso. Mas os erros so importantes, es-pecialmente quando lidamos bem com eles, porque eles so umademonstrao de boa autoestima. S erra quem tenta, s tentaquem acredita em si mesmo.

Por isso, importante ensinar os alunos a lidarem com asfrustraes da vida sem perderem a f em si mesmos. Eles precisamter uma viso ampla do mundo para perceberem suas qualidadese as dificuldades que todos passamos para conseguir as coisas.Dessa forma, no se sentiro incapazes, percebero que nenhuma

grande jornada se faz sem tropeos e que isso no ser suficientepara impedi-los de chegar onde desejam.

liberdade

O conceito de liberdade muito amplo. Diversas so asabordagens desse conceito, e podemos analis-lo do ponto de vista

poltico, social, religioso, pessoal, familiar, entre tantos outros. Noentanto, concentrarei a anlise do conceito de liberdade utilizandouma abordagem mais pessoal. Nesse caso, tomaremos o sentido daliberdade como um sentimento, o sentir-se livre.

A autoestima no suficiente sem que haja uma libertao


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do indivduo de uma srie de males, como a presso de familiares,da sociedade e de modelos externos importados pelo indivduo. Ex-

plico melhor.Imagine um jovem que sonha em ser artista plstico. No

entanto, infelizmente, a famlia j traou seu destino como mdico,seguindo os passos do pai, que, alm de orientar o filho em umacarreira de sucesso, poder abrir as portas de dezenas de hospitaise clnicas para que o jovem possa mostrar todo o seu potencial. Masestamos falando de uma famlia moderna e consciente. Jamais for-aro o jovem a seguir um caminho determinado por eles. Ao invsdisso, sero mais democrticos e permitiro que o jovem decida,mas no sem encher a sua cabea com todos os argumentos pos-sveis e imaginveis que provam, sem a menor sombra de dvida,o quanto ele seria miservel como artista plstico e extremamentebem-sucedido como otorrinolaringologista.

Foi dada a ele a liberdade de escolher? Existir opo paraesse jovem? Bem, se ele for forte o suficiente para manter-se firme

em seus propsitos, poder vencer toda a presso da famlia eseguir seu sonho, mas ser que durante a sua infncia seus paislhe ensinaram a resistir a presses externas em benefcio de suasconvices? Uma famlia que decide at a carreira de um jovem teriafortificado seu ntimo durante a infncia? Ser que ele escolhia asroupas que iria vestir nas festinhas de amigos da escola?

A liberdade comea dentro da pessoa, mas determinadapor agentes externos, provenientes do convvio com familiares, ami-gos e professores. No basta acreditar em si mesmo e ter a possibili-dade de escolha se a pessoa no aprender a se libertar das diversasfontes de presso a que estamos sujeitos. E podemos relacionardesde a opinio dos familiares e amigos at o modelo social em quea pessoa est inserida. Muitas vezes pensamos radicalmente contra


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os que esto a nossa volta, mas preciso ponderar que as pessoasao nosso redor no sentem o mesmo que ns e, portanto, podem

ajudar, mas nunca decidir por ns.O aluno deve aprender desde muito cedo, no apenas com

a famlia, mas com seus professores tambm, a seguir seus sonhose acreditar em suas convices. Ser livre para fazer esco

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