Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

65

Transcript of Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

Page 1: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 1/67

Page 2: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 2/67

Surnario

~'1'llODU(;,AO ....".............................................................. 11

. pftulo 1 - NATUREZATEORICO-pRATlCA

DAPESQUISACIENTIFlCA "........ 15

1 ,,,ftulo 2 - TIPOS DE PESQUISA 21

2.1.A pesquisa acadernica ,.. 23

2.2, A pesquisa "de ponta" 24

2.3. Canactecizacao das pesquisas ,...................... 25

.2.3.1. Caraoterizacdo das pesquisas

segundo os objetioos

[Exploratorias; descririvas, cxplicativas] 26

2.3.2. Caracterizacdo das pesquisas segundo '

asprocedimentos de coleta

[Pesquisa experimental; pesquisa ex-post-facto;

levantamento; estudo de caso; pesquisa-acao: pesquisa

bibliografica: pesquisa documental] 27

2.3.3. Caracterizacao das pesquisas segundo

as fontes de informacao[Campo;. laboratorio; bibliografia] 30

apitulo 3 - .FORMASBAslCAS .

DE APRESENTA<;Ao DE TEXTOS 33

'3.1. Resenha

[Idenuficacao da obra; credenciais do autor;

conte'udo; concLus6es; crftica] 34

3.2. Relat6rio

[Tntroducao; referencial teorico; metodologia;

apresentacao dos resultados; analise dos resultados;

sugestocs/recornendacoes: conclusao] 36

Page 3: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 3/67

3.3. Monografia

[lutrodu~ao; corpo: conclusao] .

,3.4.l>isserta~ao , .

3.5. 'Tese ' ' ,..'" '.

S.6. Sinopse e resumo .

3,.7•Ar,tigocientifico ..

3.,8.Artigo-relatorio (ou re1atode experfencia) .

3.9. Paper ou cODlunica~aocientifica ..

3.10. lnforDle cientifico .

3.11. Ensaio ciendfico .

'a:p(tuLo4 ~ FASES DA PESQUISA CIENTIFICA .

4.1.,PEe-.projeto .4.1.1. Escotha do tema

[(}8sm pessoal, prepare tecriico e tempo disponfvel;

i:mpoli~ncia ou utilidade do terna: existencia de fontes] .

4.1 ..2. Revisao de lsteratura .' .

4.1.3. Problematizafao .

4.1.4. Selefiioldelimitafiio do assunto .4.1.5. Gerafiio de hip6tese(s) ..

4.2. Projeto .

4.2.1. Tema especifico .4.2.2. Objetivo geral

[Estagio de conhecimento; esffigiode cornpreensao;

estagio de aplica~ao~estagro de analise; estagio de sfntese;

estiigio de avalia~ao] ..

4.2.3. Objetivos especificos , , , .

4.2.4. Procedimentos " .

4.2.5. Recursos .

4.2.6. Area de pesquisa .

4.2.7. Temageral ..4.2.8. Justificativa ..

4.2.9. Fontes ..

4.2.10. Cronograma " " " ..

4.3,.Coleta de dados " " "" .

4.3 .1. Coleta de dados empesquisas de campo e laboratOrio

4.3.2. Coleta dedados em pesquisas bibliogrdficas .4.3.2.1. Texto tecnico

[Fato; dado; signo] ".............................. 77

63

66

67

69

70

70

71

72

74

74

76

37

39

40

41

4142

43

44

45

47

48

49

51

53

5556

59

59

60

4.3.2.2. Leitura do texto tecnico

[Divisao; analise textual; analise ternatica] .

4-3.3. Anotaqoes .

4.4.R:eda~ao do texto dentffico ..

4.4. .1 . Selecdoe orgamizacdodas inforrtUlfOeS ..

4.4.2. Redaciio inicial do texto cientifico ..

, 4.4.2.1. Utilizacao de citacties e notas explicativas[Citacao literal; citacao literal indireta; .

citacao de texto oral; citacao emlingua esrrangeira:

parafrase; notas explicativas] ..

4.4.3. Correcao do texta e redacao definitiva .

4.4.4. Estilo e propriedades da redacdo tecnica .

4.4.4.1. Estilo[B'revidacle; concrctude; consistericia; decoro: franqi.t~~a;

Huerrcia ; frescor ; impessoalidade; linguagem po~lt~va;

Iogica; moder acao ; modest ia; naturalidade. preClsao;

simp licidade ] .

4.4.4.2. Propriedades do texto[Acabarnerito; autoridade; clareza: c~erenci~; c~ntrole;

dignidade; direcao: cticalidade; fidelidade: mrcrrcza:

. objetividade: seletividade: taro; veracid~de] ,.:.:. ..

- L ' " • . . . . . . . ' p~"c.le·~... '~~C,4.5. Apresenta~ao gra:.ucanos rraoaanos ~~.._~~ .

4.5.1. Aspectos grdficos em geral[Formato do papel; tipos graficos/fontes;

ma:rgens e espacamento, paginacao: encadernacao] .

4.5.2. Corpo dos trabalhos

[TIrulos e subutulos: posicao dos titulos: citacoes] ..

4.5.3" Conclusdo ..

4.5.4. Introducdo ..

4.5.5. Bibliografia .

4.5.5.1. Aspectos graficos especificos

[Ponto; virgula; dois pontos: barra; hffen: colchete] ..

4.5.5.2. Apresentaciio de autor(es) .[Nome; auroria em revista, periodicos e boletms;

autoria em congressos, simposios e reuriioes;

autoria de enridades.p ublicas: autorra de artigos em

revistas e jonnais: autor iade ensaios ou trechos

de obras] ..

4.5.5.3. Apresentaciio de titulo(s)/edifiio ..

82

87

89

90

91

92

96

98

99

101

102

104

106

117

119

121

121

123

127

Page 4: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 4/67

4.5.5.4. Apreseruaeaoda imprenta

[Local de edicao; editora; data; descricao flsica] .

4.5.5.5. Casos especiais .

4.5.6. Capa , , .4.5.7. Folha de rosto4.5.8. Sumdriol indi~·~···'·····'··········'················'······'··.'.,.

4.5.9. Outroselementos·~~~I;~d~~~·~~~.~~~·~;·;~~~~ .. ·.. ·[~istico; dedicatoria; agradecjmentos; lista de tabelas e iJustrac;6es;

Iista de abreviaruras, siglas esfmbolos; resume au abstract;

BIBLI~;;;;;::; apendicesl .

_ IA .

I'

128

130

130

132

134

136

141

Introducao

todologia cientifica, rnetodologia da

p .squisa cientifica, metodologia do trabalho

ientifico, E agora Metodologia cientifica - a

a do conhecimento. E tudo a mesma coisa? -

, 'l, parte nao.

ntinuamos, sim, interessados na forma correta

mtar urn texto tecnico-cientifico, nasmedidas

ns na encaderna~ao bern feita, na paginacao

. Mas"nao e mais 0foco principal. Estarriosssados hoje na ger acao de autoriornia

a "capacidade de pensar com a propria

ser possibilitada aos estudantes e

, specialmente aqueles em formacao, ou

m nivel superior. Nivel superior e

o mais alto grau de formacao em certa. E, pelo nurnero ainda rcduzido desse

n tn.}<;aornnosso meio, constitui-se ernuma

t ,[ tual, convjd.ad a a ser urn grupo de

1111 t u r s-profissionais". Afinal, se 0medico nao

I t H ' It " 'P n ar Medicina, quem 0fara? Se0pedagogo

n : 1 1 ' " P dagogia, quem pensara? Se0engenheiro

,1pl' para.do para pensar Engenharia, quem 0

Page 5: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 5/67

12Metodologia cientifica - a constru,ftio do conhecimento

A.hist6ria recente da nossa producao permitiu

que 0sIstema.educacional sedescuidasse da gera~ao e

do desenvolvlm~~to de capacidades, e sepreocupasse

apenas co~ habIl~ta~6es,com diploma~oes. Chegarnos

a d~senvolver a tnstefigura do "analfabeto funcional",

~ drplornado que desconhece sua arte. Afinal, nossosistema produtivo era protegido por lei, contra as

"amea~as" e "agressoes" daconcorrencia internacional.

Forarn quase vinte ecincoanos deproducao protegida,

qua~do apre~de~os aproduzir pouco, comqualidade

sofrfvel, e, pnnclpalmente, a vender caro. Economia

trans'r.0r~ou-se em finan~as. A produ~ao estagnou,quantItatIva e qualitativamente.

. AA.escola transformou-se em agente dessas

e:ogenClas. ~ perfil esperado de nos, profissionais de

nfvel superror, se compunhamais ou menos assim:capac.idade para assumir rotinas profissionais,

capa~ldade de subordina~ao a urn organograma

funciorral, conhecimentos instrumentais bons 0

b~s:ante para darem conta dos dois pt"imeiros.

Vivtarnos na empresa e na escola, em grande parte

por causa da ernpresa, a era da razao instrumental.

Repentinamente, fornos confrontados com a

abertu:a com~rcial, com 0produto estrangeiro, com

necessldades Impostas pela economia globalizada.Passado 0susto inicial, hora de reacao. Qualidade

transformou-se em palavra de ordern. Concorrencia

moStrou-se obrigatoria. Valores individuais sao

~olicitados, cacados, bern pagos. A era do capitalIntelectual.

? perfil profissional atual pede iniciativa,capacidarle.de decisao,possibilidade de fazerdiferen~a.

I

J II

tntroducao 13

Emoutros termos, nao apenas "capacidade de assumir

rotinas funcionais", mas t.arnbem capacidade de

contribuicao autonoma.; n.ao apenas "capacidade de

s1llbordina~aofuriciorial' ,mas tambern dominie cultural

(geral e tecriico), logico (saber pens~r e resolver ), e

tlsicoZ6gico (profissional de nfvel su~enor tern q~e fazerjus a esse nivel). Nao basta mars _0 conheclmen~o

instrumental. E urgente a gera~ao da sabedona

cierrtffica, ou seja, nao basta ter dados, e necessariosaber 0que fazer com eles.

.. Aprender a aprender, a construir inforrnacao

senlpre nova. Na fase pedag6gica _das pr~!iss?es de

nlve1 superior, pede-se a construcao de crericra: urn

conteudo bdsico, instrumental, cuja validade pode ser

facilrnente superada pela velocidade da geracao denovas iriforrnacoes; eumhdbito: 0habito de pensar com

as propr ias pernas, de buscar corrteuclos novo~, ~e

investigar, de pesquisar, Afinal, 0que sustenta a ideia

deuniversidade, desde 0seculo XIII, na Europa

M~aieval, quando 0modele surgiu, e que ela sejaumaorpo'racao autorioma de professores e a~~nos~ue se

ericar-reg'uern de recolher; orgnnizar; transmutr e crtar; se}a

descobrindo, seja inoentamdo, aciericia. Talvezmrnca antes

em nossa hist6ria tenha sido tao urgente pessoas que

PO~SaUlassimilar, criucar'e apriIllorar/c~encia,para Slueesta sejaefetivamente abase docxer'crcrode profissoes.

Este NOSSO trabalho tern urn objeto simples, mas

urnobjetivo pretensioso: contribuir, d~alguma .forma,

para a forma~ao do Irabitode cons~rulr corrhecirnerrto

pessoal, e quica, conhecimento urriversal.

Iniciamos com algumas reflexoes sobre a teoria

e a pratica, com 0intuito de resgatar a grandeza da

Page 6: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 6/67

14M.erodologia Cientffka - a construcao do conhecimento

teoria. Na sequ,encia, terita-se esclarecer terminologias

a respeito de pesquisa cientffica e Sua forma de

apresentac;ao escrita. Deterno-nos mais longamente rias

fases do trabalho de investiga<;ao,com uma proposta de

metoda para a construftio do conhecimento cientifico, que

ousamos propor em cinco fases simpIificadas. E rrossacontribuic;ao. Terminamos repetindo as regras cormrns

da boa apresenta&ao g'rafica, previstas pe1aAssociac;ao

Brasileira deNorrnas Tecnicas (ABNY); corno ultimaetapa.

. ~ unca foi nossa inten<;;ao nos contrapormos a

nmguem. Ao conrrarto.v, objetivo e expor, e aornesmotempo, expor-nos. Este, alias, salvo me1hor jUlzo, e urnitem essencial do trabalho atuaI do professor. Toda

crftica e Sugestao serao rnotivos de alegria e, aomesmo

tempo, oportunidade de reflex6es" correc;6es eaprimoramentos. E a primeira r'egra e condi~ao de

possibilidade para a construc;ao do conhecimento,

minhaambi~a.Q e, espero, a sua.

Urn abra<_;oe boa leitura.

oAutor

Capitulo1

N.atureza teorico-pratica

dapesquisa cientifica

Ape: squisa C,ie.nti1iC,a,'Od.e~e,r,car.a,'ct,c,Ti,l,zadacom,'0atividade inte.lect ual intencion.al que VIsa

responder as nec.essidades humanas. Ha aquidois conceitos a elucidar: 0que se entende por

neeessidades humanas e 0quese entende por atividade

irrteleetual.

As necessidades humanas basieas, percebidas no

injltvfd.uo corno sensacao permanente d.ernsatisfacao

c~m 0e~tado atuaI ern que se encontra, sao a rnola

proorpulsora d.a atividade humana. Pb: perccbe r-se

iricomp'leto, 0 horpem serite que pre~lsa,razer algo

conaigo rncsmo ..E 0enearregado pruneJro de se_u

apnrirnorarnento e r'ealizacao. Te:a, P/ort.ant~ ~ue agll-

para complementar-se e~ tres ruveis basico s deca~encias: 0bio16gico, 0social e 0transcendental.

Caracterizado como animal racional e

Ifl!aturahnente dorado de voruade erazao, ao ser lrumano

sa:opo;siveis duas esferas de ativi~ade: pra~ic~, oriunda

de suas habilidades como animal; teo rrca, a ser

desenvolvida a partir de suacorrstit.uicao raeional.

Animais sao capaze:s de dois rnecanismos basicos,

pr-odutor es de respostas as suas nece ssi dad es: 0

Page 7: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 7/67

16 Metodologia cientffica - a construcdo do conhecimento

mecanismo instintivo e 0rnecanismo autornatico au

reflexo. 0rnecanisrno instintivo funciona at.raves do

conjunto de impulsos naturais de que os animais sao

dotados. Animais comem, bebern, dormem, percebem

o cio,0mais apto, etc., independente de aprendizadoindividual. "Aprendem" como especie urn conjunto de

rotirras delimitadas e adaptadas segundo as

possibilidades sugeridas pelo meio ambiente.

oanimal humarioe tarnbern capaz de atividades

instintivas e rotineiras. E o. que constitui 0nivel

existencial, pratico da vida hurnana. De faro, para 0

homem, a rotina e urn conjunto bem-vindo de

atividades, escolhidas no meio cultural. Sao mantidas

ou rejeitadas conforme °grau de eficiericia/eficacia que

derno'nstrern ern.rclacao as respostas que se tern quedar asnecessidades concretas da vida. Imagine-se, por

exemplo, se 0 conjunto de atividades que sao

desenvoividas pela manna, ntre0acordar e0sair de

casa, tivesse que ser diariamente pensado.

Seres racionais, por-ern, sao capazes de pensar.

Isto e, sao capazes de transformar necessidades

sentidas em problemas. A capacidade de questionarintencionalmente e a rnarca maior de racionalidade.

E 0que permite ao ser racional ir alern das respostas

naturais, uriicas, para suasnecessidades, irnpostas peloinstinto/arnbiente/rotina, e diversificar. A razao

rnanifesta-s.ena diversidade das respostas.

Questionamentos pedem sof ucoes. Levantar

problemas e para eles gerar solucoes e0que se charrraatividade intelectual ou "teorica" .treorizar e levantar urnproblema e gerar solucoes possiveis

jDesriecessar-io

dizer que cada problema riao tern uma solucao, mas

infinitas possibilidades de solucao...

Natureza teorrco-pratica da pesqutsa cientffica17

o proximo passo e escolher, entre. as var ias

sohacoe.s posslveis, amais adequada ao supnme~to da

necessidade geradora inicial.De forma esquematIzada,

a atividade humana e assim:

animal

!sente

!

ra.cional

{pensa

~!2. problemas

)1.necessidades

(4. respostas 3. solU(;toes

!~ !w;;iiointelectualf{ao instintiva/

rotmeira

~nfvel pratico

I. .nivel teorico

Como sepercebe, a<;aote6rica e acao pratica sao

indissociaveis no homem da mesma forma que s,:a

anrmalidade e racionalidade. Na verdade. a ~un~~o

ssencialda razao hurnana eme1horar avida; da teorra,

aprimorar a pr'at.ica; da racionalidade, melhorar 0

animal·humano.

Pesquisar e 0exerdcio intencional cla_~~ra

atividade intelectual, visando melhorar as condl<;oes

praticas de existericia. Pinto! expljca que:

IA. V. PINTO. Ciencia e existencia: probiemasJilos6ficos da pesquisa cientlfua. P: 425.

Page 8: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 8/67

18 Metodologia cientlfica - a construaio do conhecimento

A pratica, que e cr'irerio para a proposicao de finalidades e

para a verificacao de verdades, nao e cega, mecanica ou

ocasional. Ao contrario, guia-se pela soma de toda a

exper ierrcia anterior do individuo e da humanidade, esta

u,ltima absor vida na forma de heranc;a cultural. A pcsquisa

cientffica rrao constitui uma atividade acidental dopr-ocedirnenro humano, rrias urna forma de acao que the enatural, porque realiza uma exigencia de sua essericia, a

de se apel~feic;oaT,a de progredir no desenvolvimento de

'--suahumanizac;ao,jungindo as forcas cegas da natureza aos

seus designios conscierites.

Daf parque nada e mais util e pratico para a

animal racianal do que uma boa tearia. Resultada do

esforco individual e coletivo para dar significacao arealidade, a tearia e a geradora e arganizadara das

cierrcias e da cultura. Qualquer de rrossas ciencias

cornpoe-se deurn conjunta tnetodicamente organizado

de problemas e solucoesja Ievanrados, au atualmente

erndesenvolvimento, relativos auma dada necessidade

humana. Isto e: a tearia cientffica e urn instrurnentaavaricado da prarica existencial. Corn efeito,

o Irorrrern riao se disp6e a conhecer 0mundo poJque 0

percebe COInO urn enigma que the daria "gosto" resolver.

Exp licacoes que apelam para a "vontade de d.ecifr-acao de

urn rrrister'io", de espanto em face das maravilhas da

realidade (Plarao), de vontade de poder (Nietzsche) sao

irueir-amenre ingenuas, siruarn-se fora de qual.quer baseobjetiva. A sirnp les e prosaica afir macao de Arist6teles, no

prearnbulo da Metafisica, ao dizer que 0homem eurn animalnaturalmente desejoso de conhecer, tern a superioridade

de concardar cam a situacao de fato, embora faIte explicar-

nos par que isto acantece. A explicacao ar istotelica riao

funda a epistemologia da pesquisa cientffica porque serve

apertas para reconhecer urn fato inicial, riao oferecerido a

explicacao dele, que deveria ser 0ponto de partida de todas

as cagitac;oes subsequentes. Tal ponto de partida nos 0

encantramos, se riao estamos equivocados, na teoria

Natureza teortco-pratica da pesquisa cientifica19

draletica da existerrcia, ao considerar a homem nao urn ser

(rio sentido aristotelico), urn animal dorado de atributa~

irrvar iaveis, mas urn e-xisterire em processo de fazer-se a Sl

mesmo, 0que corisegue pelo enfrentamento das Qbstruc;6es

que 0meio naturallhe opoe e pe1a vit6r~a.sobre eles, gra<;as

ao descabrimento das forcas que 0hosrifiza rn e dos modos

de ernpregar umas para anular a efeito de out~as, que 0

molestam, 0 destroem, 0 i.rnpede.rn de reahzar seus

prop6sitos. 0 hornern na? c.onh~ce, nao investiga a natu~ez~{-para-misfazer urn desejo irnotivado , mas para se realizar,

na corrd.icao de ente humana.2

'.ibidem, P: 426-427.

Page 9: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 9/67

------ . . ,

Capitulo 2

Tipos de•pe sqursa

Anecessidadehumana deconhecer fazahistoria,

gravada nos resultados, avances e terrtativasfracassadas,oselementos formadores dacultura

(I n qM,a!gcracoes seberieficiarn. Cada avarrco cientificoeI Im pequeno podaco da hist6ria de uma necessidade

hurnarra, divididae reconhecida por meiodosdiferentes

t iornes com que seidentificamas diversas ciencias.

Este conjunto eaprimeira referericia organizada

sobr-e aquilo que a humanidade ja conseguiu. POT

c·xempl()., a agronomia r-eririe, como seu coriteuclo, os

.',van~o~&. respeito da necessidade humana de cultivar

a I. r'ra para produzir alirneritos vegetais; a zootecnia

upresenra como coriteudo 0que ja se sabe a resp eitocia utilidade dos outros animais para 0Iromern; a

meclicina apresenta como corueudo as possibilidades

i~'ionseguidas demarrutcncao, qiralificacao e extcrrsaoe t a vida biol6gica do ser hurnarro; 0direito apresenta-Hecomo 0 corrjurito de acordos mfnirnos de corivi-v 'ncia,gaI'antia de justic:,;;amjnirna para urna dada

xocie-dade: a filosofia, comp6e-se do conjuntoorganizado de sugest6es a r'espeito de COJTIO "errxergar

urn palrno diante do proprio nari:z,0q~ riao e tao

Hicl]nCIn tao irirrtil como muitos pensarn","

~R. COMES, Critica lrazdo tupiniquim, p. 18.

Page 10: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 10/67

22 Metodologia Cieritfflca- a construcao do conhecimento

A cultura anterior, por em, aoapresentar as

diversas ciericias,esta aoferecer resultados daatividade

intelectual e existencial ja previamente desenvolvidas

e, ao ruesrno tempo, 0exemplo e incentivo para novas

tentativas de amplia~ao. Naturalmente "cavaclor de

respostas", 0 ho-mernnega-se, quarido se acornoda arotina de uma_ci~ciaja__gesenvolvida. Ir a escola, lerurn livro, estudar uma cierrcia,e receber urn presente

~ ~ ao mesmo tempo aceitar urn compromisso corno

, esafio. De presente recebem-se os resultados ja

conseguidos; 0compromisso e continuar a perseguiras necessidades, questionar os rnoclelos, aprender a

aprender para stiper-art-se). Nenhuma geracao pode

dar-se por satisfeitacomurnmundo de segunda mao...Por isso,

nao i.m agin.e 0 universitario que ele seja urn simples

estudante e nao urn eientista; que, em deeorrencia disso,

nao preeisa eonheeer ametodologia dapesquisa cientifiea;

que ern seus trabalhos rifio tera, portanto, pretensao de

r'ealizarpesquisa cientifiea. Nao saopoueos osuniversitanios

que seacomodam a sornbra desse sofisrna. E bern verdadeque '0 estudante universitario nao e aquele cienrista, ja

for'rrrarfo,ja amadureeido, ja experimentado e integrado

rrurna e.qurpc de pesquisadores, que trabalham nos grandes

templos da eieneia, movidos pelo objetivo da descoberta

eapaz de aurnerrtar 0€onhec:imentoe0domfnio douniverso

por parte da Humanidade.Os reeursos desses cieritistas,suas condicoes de trabalho, 0porte e a relevancia de suas

pesquisas, que visam ao avarrco da ciencia e ao progresso

daHumanidade tornam, de fato, a sociedade dos cierrtistas

distinta da classe des estudan t.es, Os estudantes

universirarios treiriarn passosnocaminho da ciericia. Isto e

verdade. Mas, para treinar passos no caminho da ciericia,

devem irnbuir-se nao so de esptr iro cienttfico e de

mentalidade cientifica, mas tambern .iristrumerrtar-xe e

habilita.r-se a trabalhar em criterios de cierrcia. Devern,

Tipos de pesquisa 23

ainda, estar em corrdicoes de realizar os trabalhos de

pesqu.isa que Ihes forem seridogradativamente solicitados,

de acordo com as normas da metodologia cieritjfica."

Pode-se, portanto, localizar a atividade de

pesquisa em duas frentes fundamentais, que

('aracterizam dois rriveis: a pesquisa acadernica e apesquisa "de ponta".

2 .1. A pesquisa acaclerrrica

Aed ucacao escolar, a fase pedag6gica da vida

mo.de rraa, corisiste no coritato sistematico, organizado

C' ativo com os resultados julgados rnelhor-es entre

nqueles ja conseguidos ate hoje pelos seres humanos.

( :onsiderando os limites da capacidade de assirnilacao(las varias faixas etarias, p'rirneiro, segundo e terceiro

Jo(raus sao passeios pelo que de melhor ja se

r loserrvolveu em relacao as necessidades humanas

« I , . marrurericao, preservacao e r-eproclucao da vida

hio16gica,forrnacao das individualidades, convivericia

(,Dn os outros, com a r-ealiz.acaodo ser humano e

c'onvivencia com os miste'rios que "sobrarn" ao redor.

I':mbol-a obviarnente Iimiados, os con t.eudos

.1IHeseneados pelos programas escolares sao 0 rrrurrdo

('onhecido/desconhecido pelos seres humanos,,11)1' sentado a apreciacao de cada iridivfd uo, para q~ed · 1 ' seapr opr-ie, e tarribern0torne seu. E urn convue

.1 sUf>erac;;aoe alargamento da rrrurrd ivisao pessoal.

I~ 'presenta 0resultado doesfor'code todos oshomens

'Ill 'aquij;:i lidararn para fornecer acada unico homem

!J. 1\. RlLHZ, Metodologia cienzifica: guia jJam eficiencia nosestudos, P: 49.

Page 11: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 11/67

24 Metodologia Cicntffica - a construcao do conhecimento

que chegou agor:a, urn pedac;o daquilo que, ern seu

tempo, conseguiram perceber da realidade.

Para 0 racional, porem, a assirnilacao de

conhecimentos, assimcomoavisaodomundo aoredor ,

e pura provocacao. Coriteridos assimilados precisam

de critica e aprimoramento. Mais ue 0coruerido

assimilado__"0s,uecont';l e0efelto desse cont~o sobre

?_onteD' 0cr~.!icoe criativo do sujeito~.:q~a fo~

Junto corn a rnfor macao transmitida e assimilada,

geraaora-<fe uma rotina cientifico-p;ofi~sionaf, v~m~~ ~ ~ .

corrvrte a negaC;ao-superac;ao da mesma rotina. Daf airnpor tancia do desenvolvirnento do esprrito de busca,

da irrdagacao intencional, da pesquisa.

A pesquisa acaclemica e , pois, uma atividade

pedag6gica que visa despertar 0espirito de buscaintelectual arrtoriorna. E uecessario ql!e se a rendam

as forrnas deEro_l>!.~1aliza.rnecessida.!!es, solucionar

problemas, indicar respostas adequadas ... A p~squisa

acadernica e , antes de tudo, exerdcio, pr-ep.aracao.

o resultado mais impor tarrte nao e a oferta de uma

resposta salvadorapara ahumanidade, mas a aquisicao

d.oespfrito e rrreroclopara a irrdagacao mtcriciorial.

2.2.Apesquisa "deponta"

A fase acadernica da formacao profissiorial, ern

nosso sistema de ensino, culmina ,com0terceiro grau,

ja que 0pais carece da t.radicao de forrna<;aotecnica

de segundo grau. Ou seja, e ao final do terceiro grau

que se{ernurn profissiorial de nivel superior. Alguern

que, pelo menos em tese, tenha aprendido a assimilar,

Tipos de pesquisa25

riticar e aprimorar infor'rnacoes em grau maximo, ja

que superior e urn superlativo ...

Esseriivelde forrnacao profissional, pela aquisic;ao

dos resultados ofertados pelas ciencias estudadas epelo

('oncornitante preparQ construido para critica-Ias e

rpr'irnor'a-Ias de rnaneira rnet6dica e intencional~ e

oonsiderado 0mais apto a desenvolver novas solucoes

para velhas necessidades. Ou seja, ? profis~ional denfvel superior e naturalrnente corrviclado a mtegrar-

N • na pesquisa "de ponta" , a lidar com a. ro lema-

I'iza~ao, a solu_ao e espasta~ pc;cessldad~,t:;9..ue

ill' ~r_duram: seja porque sirn~lesrne.nt.e nao

(!spondidas, seja porgue 'nao satlsfatonaITlente

,rabalhadas.· Desta forma, a pesquisa de ponta

(aracteriza-se comoaatividade tipicado indrviduo que,

rcndo dominado asrespostas corrrurrsvja incorporadas, totina de uma ciericia ou profissao, parte em busca

do novo, do ignorado, COITlintcrrcao e met od.o.

t\ pesquisa "de ponta" e tentativa de negacao/

,upera-<;ao-cierrrifica e existencial.

2.3. Caracteriza~aodas pesquisas

Os pesquisadores sao freqiie~temente solicita~?s

, e-aracterizar seus trabalhos, espeClalmente por ocasiaocla leitura por ter.ceiros de qualquer etapa dos

I .sul1;:ados.Tres crtter ios podern ser utilizados para

idcntificar a naturezametodol6gica dos trabalhos de

1 ) ·squisa. Podem-se caracterizar as.pesquisas seg~ndo

(,bjetivos, segundo procedimentos de coleta, ou alnda,

S 'gundo as fontes utilizadas na coleta de dados.

Page 12: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 12/67

M,erotLolctgia Cientif ica - aconstrU§iio do conhecimenm 'rlP0s ,d·e pesqulsa

2.3.1. Caracterieocdo dasp. esqu..sas d~ segum ,'D osobfetiuos

. '. 0 objetivo _maior de qualq,uer rnovimen.to

l:nt?le.ctual ~ s~p!pre alngir a :Ronta, IStot : ~~stagl(:'_ d~ ofe~ de rt;:sp~stas a u.r'ia ne ......;;;;.;;....:d;;;;;e~.·

ill,umana.,. ES.te estagio por'ern dep ende d - -. , '.~. '" -, .' '" ' ., -e passosInteFme iarros em rela~ao aos fatas e fenornenos

estlJLd~dos: Por iss~,. dependendo do grail -d e

_ap)!OK~rma~aoperrn!ltldo pelo nfvel conceitual do

pesqulsad'or em rela~ao 210 fenomeno est d. d -,." -- u .a 0 asp~e~qui)_sas~~errl. ser caracterizadas como explora-to rras, descntIVas au explicativas.

__ _E?,plor~t6rias- Ex_plo.rare tipicamcnn- aprimeira

a'Pr.~.xl,~a~ao de urn tema e visa cria-r rn.aioi-

famihandade em,relacao aurn.fatoou fenorneno. Quasesernp~e.busca-seessafamiliaridade pela prospeq;ao de

~atena~s qt_lepossa~1..nformar ao pesquisador a real

~por.tapcla do problema, °estagio em que se

e~~?mtrarn as Inforiiia~oesJadis .ornveisa resp~ito do

:~~, ~ a . 'lTreSD10;"'''-I eve ar ao pesquisaaoT" @~as

forrtes de lnfor.tn~c;ao.Pot" isso, apesquisa explorat6ria e

quase ~ernpre feita Cb~O levantamento bibliografico,

~ntrev~s~ascom profisslonaisque estudalll/atuam naarea, vrsrtas a web sites etc.

. . ~escritivas ~-,Ap6~ a pr inaeira aproxima~a()(pesquisa exploratona), 0 l.tJ.teresseedescrevertim fato

oufenorneno. Por isso apesquisa descritivae urn Ievanta-~ent@~as caracter'~sticas9Qnhecidas, COITlponentesdo

fato/fenorneno/problema. Enormalmente feitanaforma

de ~evantamentos au obse:rva~oessisrematicas do -faro/fenomeno/problerna escolhido.

.27

Explicativas - Cria.r Ulna teor'a a.cei.ta.ve.la

r speito de urn fato au feriorneno ccmstiru.i a pesquisa

t·xplitcativa. Esta se ocnpa com os porques de fatos/

Icnolftilenosque preenchem a realidade, isto e, co:maiderrtificacao dos fatores que contribuem ou deter-

minarn.a ocorrencia, ou amarieira de ocorrer dos fatos

(.teocaOmenos. Nao e .demaisafirrnar que as inforrnacoesmais importantes., corrrporierrtesdas var'ias ciericias, saoorieginarias deste tip a de pesqui.sa, ja que visa

IFH'ofrundar0conhecimento da r-ealiclad e para alern

c las aparencias dos seus fen6rnenos. E, por natureza,

~uvdlve -0 pesquisador rrurn .nfvel tarrrbcrn unais elevado

.h. t€sponsabilidade para com resultados obuidos ...

.3..2. Caracterizacdo das pesquisas segundo os

In"ocedimentos de coletaProcedirnentos de coleta sao osmetodos pr aticos

IlIiJllzadospaFa jantar as iriforrnacoes, riecessar-ias ac'ollstrus;ao dos raciodnios ern tor-no de um fato/1,'u8meflo/problerna, Na ver-dade, - a €oIeta de dados

cl,t' 'ada pesquisa tera peculiaridades ade-quadas aquilo

till" se quer descobr ir, Mas, e possivel aporrtar algunsPI'O :edimentos-padrao, comumente utilizados, aos

IPiais sefazern asadaptacoes de espaco/ternpo/matdria,

uecessarias as exigencias de cada caso.

As forrrra.s rna.is comuns de se coletarem'U'fbrma<;oessao:

!Experim¢nto - E quando urn fato ou, fen6meno

Iia realidade e re,produzido de forma corrtrolada, corn

« , obj,etivode descabrir os fatores que 0procluzern ou

c 1:lle pone le sao produzidos. Norrrralrnerrte. procede-

~ 'lJ),ssim: clecicle-sesabre urn "fato/ferrornerio' (0objeto

Page 13: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 13/67

28Metodologia Cientffica - a construcao do conhecimento Ttpos de pesquisa 29

de estudo); selecionarn-se "variaveis" (fatores naturais

ou artificiais que possam provocar variacoes no paclrao

observado do fato/fenomerio), escolhem-se os "irrstr'u-

mentes' (maneiras de ·cont~olar e de observar os efeitos

do processo a ser provoca.do).

" Experi~.ent?s sao geralmente feitos por

arnostragem .astoe, escolhe-se dentro de urn "universo"

~atotali_?adedo fato/fenorneno/problema), quasesempre

I~P?sslv~1 de ser totalmente conternplado, urn conjunto

slgnificaovo de individuos, que cornpor'ao a amostra. Os

res~ltados que se rnostrarem validos para uma ou urn

C<?ToIjuntoe amostras, consideram-se, por indu<;;ao,

vahdos rarnbem para 0universo.

. Levantamento - I t a pesquisa que busca

lnformac;ao diretarnente com urn grupo de interesse arespeito dos dados que se deseja obter. Trata-se de

urn procedirnento uril, especialrnente ern pesquisas

explorat6rias e descritivas. E geralrnente desenvolvido

eITl,~resetapas: seleciona-se trrna arnostra significativa,

a.pIic arn -se questionarios, ou fo r rnu la rios, ou

entrevistam-se diretarnente os individuos; os dados sao

eritao tabulados e analisados quantitativamente, corn

o auxHio de calcu los estatfsticos; os resultados

conseguidos com essa(s) amostra(s) sao, en tao ,

ap lica dos, com margem de erro estatisticarnenteprevista, ao universo gerador da amostra.

Estudo de caso - Selecionar urn objeto de

pesquisa restrito, com0objetivo de aprofundar-Ihe os

aspectos caractedsticos e 0estudo de caso, cujo objeto

pode ser qualquer fato/fen6meno iridividual ou urn, ,de seus aspectos. E tambem comum a utilizac;ao do

estudo de caso quando se trata de reconhecer rrurn

.aso, urn padr ao cientifico ja delineado, no qual possa

".or enquadrado. Por Iidar com fatos/,fen6~enos

normalrnente isolados, 0estudo de caso eXlge do

p squisador grande equililirio intelectual e cap~cida~e

de observac;ao ("olho clirrico"), alern de parClmonla

cluant:o a generalizac;ao de resultados.

Pesquisabibliografica - 0 conjunto de materiais

ts ritosfgravados, mecanica ou eletronicarneute, que

l'onterninformac;6es ja elaboradas e publicadas por

outr o.s a.uto re s e uma bibliografia. Sao Fontes

hihJiQgra.ficas os livros (de leitura corrente ou de

l't'feTen'{;~a, tais como d.icionar.ios , encicl.op ed.ias,

m.uanios etc.), as pubhcacoes peri6dicas (jor'rra is,

rcvistas, panfletos etc.), fitas gravadas de audio e video,

p{tgimasde web sites, relat6rios de simp6sios/seminarios,

unais de congressos etc. A iatilrzacao total ou parcial de

qu aisqu er destas Fontes e 0que caracteriza uma

pcsquisa como brbfiog'rafica.

. PesquisadocuD1ental-Docurnerrtos sao as forites

(le irrferrnacao que ainda nap receberam orgarrizacao,

t ra tarne.rrt.o analftico e p ublica.cao. Sao fontes

documentais as tahelas estatisticas, relat6rios de

r-nrpresas, documentos informativos arquivados em

•('partic;oes publicas, associac;;6es, igrejas, .h?sP.itais,

indicatos; fotografias, ep itafios, obras or rgrnars dequa1lq-tler natureza, correspondencia pessoal ou

('ornercia! etc. A pesquisa documental e a que se serve

d zssas fontes.

Peaqudsa-aeao, pesquisa participante, pesquisa

~-post-facto, pesquisa quantitativa, pesquisa

qual,it·ativa - Sao as vezes apr~esentada~ ~_orno

proceclirnerrto de coleta de dados. E nossa oplnlao de

Page 14: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 14/67

oMetodologia Cien.tffica - a construcao db conhecimento

que realmente .naose trata deprocedimentos riovos, mas

sim de modalidades de ap licacao dos rnesmos

procedirnentos ja vistos, Com efeito, se utilizariam de

algum(ns) procedimento(s) padrao(6es), por'ern, dentro

de alguma condi<;aoespecifica.Apesquisa-acao aconteoo

quando qualquer -dos processos e desenvolvido

envolvendo pesquisador es e pesquisados no mesmo

~rab~o,ja que aambos.interessaria acriacaoderespostas

irnediaras para uma certa necessidade. A pesquisa

participante e aquela emque0pesquisador e, elemesmo,urn dos dados pesquisados. Pesquisaex-post-faetoe aquela

que examina em fato/fen6meno que ja esta pronto,

anterior aocontrole dopesquisador. Quantitativa eaquelapesquisa onde e importante a coleta e a analise

quantificada dos dados, e, de cuja quantifica~ao,

resultados automaticamente aparecam. Qualiuativa eaquela pesquisa cujos dados s6fazem sentido atr'aves de

urn tratamento 16gicosecurirlario, feitopelo pesquisador.Emoutros terrnos, apesquisa quantitativa tern resultados

que se imp6em como evidcncia empirica imediata. Os

resultados dapesquisaqualitativanecessitado tratamento

logico, resultante do "olho clinico" do pesquisador.

2.3.3. Caracterizacao das pesquisas segundo asfontes de informaaio

. Chamam-se Fontes de informa~ao os lugares Isrruacoes de onde se extraem os dados de que se

precisa, As Fontes de dados sao tr-es: 0campo, 0

Iaborat6rio, a bibliografia.

Carrrpo - Lugar natural onde acontecem os fatos

e fenomenos. A pesquisa de campo e a que recolhe os

" , , 0 de pcsquisa 31

clado in natura, como percebidos pelo pesquisador.

Normafmente a pesquisa de campo .se faz por

I,1.1'01rvacao direta, Ievarrtarrrerrto ou estudo de caso.

Laborat6rio - Espacoe rnorrierito deuma pesquisa

" IIa'terizada por duas siruacoes: a interfe~-en.ci":r~ficial

IIII p'roclucao do fato/ferrorrrerio ou a artlfiClahza~aodeuu leicur'a, geralmente melhorando as capacid.adcs

1 uuHanas naturais de per'cepcao. Corn efeito, os fatos/h'uOmenas que acontecern na realidade, no campo,

inuiuas vezes escapam ao padrao desejave.I ~e

« 1 1 , 1 ' 1 ·r\1a~ao.Por issosaoreprod uzidos de forma artificial

f' C '(mtrolada, e permitem assimcaptacao adequad": para

dc·:;cri§ao e analise. Ourras vezes, as mecanlsm~sWit urais de observacao se mostram insuficientes, seJa

.'111 alcance, seja em acuidade. Daf a necessidade de

,nIlicializar 0ambiente ouosrnecanismos de percepcao,

",Ira que 0fato/ferrornerio seja produzido/percebido

Ie Icquadarnente.

Bibliografia - Os da.dosque sec;aptam.no cam~~

c·:110 lalaoratorjo, por quaisquer dos procedlm~n:o~ Ja

~lr-scrjtos, sao sempre materia-prima para raCIOCIHIOS

t" conctusoes a respeito dos fatos/feriornerios. pados,

I.,clodnios e conclus6es sao geralrnente escrrtos na

lonna de livros, peri6dicos, e outros, para que deles

c' I me conhecimento.

A bibliografia constitui-se numa precios~ fontelie inforrnacoes, com dados ja organizados e anab~ados.

Na atualidade, praticamenl!.e qualquer riecesaid ade

I.,nwana, conhecida ou pressentida, possui alga escrito

.1 S u respeito. Por ISS0a pesquisa com base em uma

hibliografia deve encabecar qualquer processo de busca

(ientffica que se inicie.

Page 15: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 15/67

33

Capitulo 3

Forrrras bastcas de

apr'cserrtacao de t.ext.os

necessidade de comunicacao de diferentes

coriteudos culturais leva a fonrnas diversas de

expr-essao escrita. Podem-se distinguir tres

randes grupos de textos escritos, produzidos por

dilcren~es tecrricas de r-ed'acao: Iiterar ios: oficiais e

I(.merciais; cientificos.

As' formas Iiterarias tern objetivo artfstico. Nao

• 4 > ape.nas t.ran.smissao de pensarnentos, mas 0

.' ~rcicio da arte da palavra. Mais do que expressar aI('aJidade, 0objetivo db texto literario e a rccriacao, a

un .rp retacao da realidade pelo artista. Sao formas

111t'n:iriasquelas simples como a anedota, a fabula, a

').fa ou Ierrda, ou, aquelas mais cornplexas como 0

onto, a cr6nica, a novela, 0romance, 0poema.

As formas oficiais e comerciais sao textos

I roduzielos com0objetivo de estabelecer corrruriicacao,.u'rnal edocurnentada em ambientes de trabalho. Sao

t i, ios comuns de texto oficiale comercial0memorando,

• I C ,Ucio,o aviso,0requericrnento,0parecer, 0memorial,

•orclemde service, a carta cornercial."

I'ma mais detalhes (inclusive modelos) a respeito destas formas de texto,

1I~1'I'imos corrsutrar AVERBUCK, L. M. "Tecnicas redacionais". In: Dici01UiT1.0

, , t ,;U) ,'BO (S. Paulo: Ed. Clobo S/A, ,j99,1,19.ed.).

Page 16: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 16/67

34 Mctodologta Cientifica -(1. construaio do conhecimento t'UIIIlIIS b.hic:as de apresentacao de textos 35

As for mas de textos cierrtificos tern preocu pacao

central corn a cor rccao, a exaticlao e a autenticidade

dos dados e dos raciocinios d.es'errvol'viclos. Escrever

textos cientfficos e, antes de tudo, "co.munica r

cor retarnenre dad os corretos". Daf a irnportancia do

rigor ria ur.ilizacao de tecrricas e rneroclos de pesquisae produc,;;ao de textos cierrtfficos,

A natureza do fa to/fc no mcn.o estudado, os

procedimentos utilizados, as fontes, a irrterrcao do

pesquisador ou a exig encia de uma irrstit.uicao ou

discip lin a, determinam formas diferentes de

aprese nta.cao escr ita dos resultados oriundos da

irrvestig'acao cientffica. Os formatos e clerrorniriacoes

variam de a.cordo com as inte n.coe s mesmas ou

exigericias acadernicas. Sao rnais ou menos complexas

e expressam a aurorrorni a intelectual de quem. os

escreve.

- 3.1. Resenha

De modo geral, reserrhar consi~examiB.nr

e ~r~entar 0 con reudo de o.br a pr_ontas,

acompaf.i~_?do ou riao de avaliacao critica. E talvez_o

nivel mais eLe rne nta r de p e squisa cie.ntffica,_e

caracter iza-se apenas como pesquisa .explorat6.ria; pois,ernbora possa conter uma critica, 0te xto base ja esta

pronto. Como trabalho de po nta, e norrnalmente feita

par pessoas corn s61idos conhecimentos na area,ja que

C ? trabalho de critica demanda "olho clinico" apurado.

E, tarnbern, excelente exercfcio inicial de autonornia

intelectual, uma vez que 0exame de obras ja prontas

oportuniza treinamento de compr eensao e crftica, alem

do coritato rnais aproximado com bons autores e com

u pt'nsarnento ja elaborado, 0que, para 0iniciante,

('.'vir'a, de Jfil?odelointeressante de p roclucao cierrtffica.

As partes esserrciais de uma resenha sao:

Identificac;ao da obra _ Fichamento, que inclui:,,,101', titulo, irnprenta, total de paginas resenhadas.

Crede.nciais do autor _ Os creclitos: Forrnacao,

puhli '<lgoes,ativid acles desenvolvidas na area .

Gonteudo - As icleias principais, porrnenores

uuportantes, pressupostos para 0entendimento do

.IUlltO.

Cottc~usoes _Localizacao (onde se encontram na

. 1 . . a) e breve expficacao das coriclusoes do autor.

Critica - Derer.miriacao hist6rica e metodo16gica

( C'IHltLca,jornalistica, didatica) da obra, coritr ibu.icoes

UilIH)l~tantes, estilo, forma, rrre.rit.os, considerac,;;6es

I (lifo;.

Resenh_a..s_podem ser feitas com ob iet.ivos

II It,. .nres. ~m sendo, urn levantamentQ bibliograficG

fill It·visao_d.e_liteLaDlra, em que. pelo .e.xarue.cr.itico, e

I t l'( spectivode varia~sobras, Qroc:_ura-se demonstrarC " In stagio de de_senvolvimento em torno de urn fato/

h-II rrreeio (tema, problema) deriormna-se "resenha

h blcic)gnHica". ~ urn trabalho comparativo, exselente

J . , ! o j , ' para 0desenvolvimento aurorrorno de urn terna,

j 1'1 1'1"3.'0 to ver ifica 0tratarnento ja dado ao assun to por

unll'OS autores. Caracteriza-se pela quantidade e

a t vc-rsiclacle das obras cbnsultadas. Critica e a "resenhaII., texto", geralmenlle feita por especialistas com enfase

Page 17: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 17/67

36 Metodolcgia Cientiftca - a construaio do conhecimento I't 1'111s basicas de apresenracao de textos 37

na critica. Pressup6e conhedmentos .ap rofurrd ados na

area. Leva em consideracao, aleru das ideias levantadas,

a drvisao, a disposicao da obra, a estrutura, forma e

estilo do autor, rnerodo de abordagem, linguagem

empre,gada etc.

3.2. Relat6rio

Relatar e basicarnerite "contar 0que seobservou".E.tipicamente 0prirneir'o texto produzido ap6s uma

pe squisa de campo ora de laborat6rio. Ernbo.ra seja

mais cornplexo do que uma resenha, 0rdat6rio epornatureza descritivo. E daro que a confiabilidade e

validade dos relat6rios de pesquisa dependem em

grande parte do not6rio saber, da capacitacao e do

"olho clmico" do pesquisador,

As partes essenciais de urn relat6rio de pesquisa

sao:

Lrrtr-o du.cao - Descreve-se a importancia ou

relevancia (social,cientifica ou acadernica) do assunto,

como foi problem.atizado e quais sao os objetivos do

autor.

Referencial te6rico - E a texto resultante de

levantamento bibliografico, de qualquer exterisao, queindica ao Ieitor 0tratamento cientifico atual do terna/

problema. Inclui definicao de conceitos, a rriencao de

trabalhos ja realizados a respeato do assunto, a teoria

que da susterrtacao ao trabalho realizado.

Metodologia - Faz-se a descri.;ao detalhada e

rigorosa dos procedimentos de campo ou de

I h( raco r io utilizados, bern como dos recursos

huma.uos e materiais envolvidos, 0universo da

It sq.uis.a, criterios p~ra a seIecao da amostra,

III lrumentos de coleta, metoclos de tratamento dos

.1 ulos etc.

ApFesentac;ao dos resultados - Sao expostos os, Itltados obtidos e ordenados pelos objetivos da

p I quisa. Visto ressaltar rrorrnalrrrerrte os aspectos

I"irrtitat.ivos, e comum a utifizacao abundante de

I Ii os, tabelas e "pizzas" que ilustrem esses aspectos.

Analise dos resultados - E feita uma interpre-

, I ' 0 analjrica dos dados obtidos, considerando Q

, 1ft rencial te6rico, que posicionou 0problema

It · quisado, e os resultados a que se chegou.

Sugestoes/recoIllendac;oes - Sao n.eccssar iasquando a pesquisa realizada visa a solucao de urn

I"'tIbfelna concreto ou a resposta a urna necessidade

uu-rliata.

Comclusao - Devem constar, de forma ain.tetica,

tI ('1 merrtos desenvolvidos no dccor rer do corpo do

I'ihalho (itleias essenciais do referencial te6rico, da

uu-todotogia, dos resultados, da analise etc.). Condui-

t cornpa rarrdo esses dados ao objetivo geral que

1101'1. ou tocla a pesquisa, estabelecendo-se 0 quanto

lui conseguido em rclacao ao .objetivo proposto.

.,_ . Monografia

Monografia e 'u.rn texto de primeira mao

•('sllitante de pesquisa cientifica e que cont.ern a

Page 18: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 18/67

38 Metodologia Cterrtffica -.a construcdo do conhecimento

I

I I

ide ntificacao , 0p csrcroriarne nto , 0 tratamento e 0

fechamento competentes de urn. tema/problema.

Essencialmente analitica, ern que 0objeto (0tema, 0

problema) e ger-allllente bern delimitado em.extensao,

a monografia permite 0aprofundamento do estudo.

Fundamenta-se na or'garrizacao e na irrte.r pr-etacao

analftica e avaliativa de dados, conforme objetivos (linhasde raciodnio) preestabelecidos. A materia-prima do

radodnio sao os dados, que basicamente se constituem

de axiomas cientificos (verdades aceitas por drversas

cicricias), da autoridade de autores consagrados,

ilustracoes, testemunhos e, ate rnesrno, da experiencia

pessoal coerente do pesquisador. 0raciocinio edese nvolvido de forma indutiva (parte-se de

e.xper'iericias e observacoes particulares para se chegar

a urn principio geral), ou de forma dedutiva (parte-se

de urn principio geral para verifioa-Io ern casosparticularea)."

A estrutura geral das monografias ecomo segue:

Introduc;ao - Consta de exposicao da irrrpor'tancia

ou r-elevaricia dQassurrto, rnencao de outros trabalhos

desenvolvidos a respeito do tema , exp osicao dos

objetivos do trabalho.

Corpo - Conj u.nro de partes, geralmente

nominadas como capftulos, ja planejados e pre-

ordenados na fase de projeto, como objetivos especfficos.

6 Deve-se t.er especial cuidado para riao incor-r-er em falaci.as ou sofisrnas.

A inexatidao pode ser causada pelo erro de raciocinio, por observacoes enganosas,

ignoraricia decausas, falsas comparacoesetc. Cf. a prop6sito SANTOS, A. R.

"Conhecer ou nao conhecer: eis a diferenca". In: CORDI, C. Pamfilosofar; e

BASTOS,. C. L. e KELLER, V. Aprendendo Logica, Petr6poJis: Vozes, 1991..

39

Olilc!usao - C o nt.em a s i te s e d a s i e i a . s

uriais rleserrvolvida.s ern cada urn dos capftulos.

" rliza-se corn 0par'agrafo conclusivo, onde junta-se

• lorrua avaliativa os raciodnios desenvolvidos dos

pUul.os,com 0objetivo geral que norteou a pesquisa.

• Di.ssertac,;ao

l'ara a obtericao do grau acad.emico de Mestre

H('-s lima d isse r tacao . Dependendo da area

'ul fica onde re desenvolvida e da natureza da

It t c sliga~ao, apresenta-se ou na forma de nelator io

Il ta l nco ou de rnonog:rafia.

1\ disser tacao tern como caracterfstica principal'

'pl'ofundamento. 0exto deve identificar, situ.ar,

'I ,I '" e feclaar uma q'uest.ao cientffica de manelra

I IlIlp.terite e profunda.

Sao carateristicas de uma dissertacao:

• Ser elaborada por p6s-graduando, vinculado a

u.m programa stricto sensu, de uma escola

superior cleviclarnen.te credenciada;

• Situar-se dentro de uma area espedfi.ca de

conhecimento, indicada pela in stitui.cao

tuteladora;

• Desenvolver-se sob a or ieritacao de urn doutor

acaclernico, aceito pela irist.ituicao tuteladora;

• Revelar domfnio e capacidade de sintese de

conhecimentos e.specificos e aprofundados,

dentro da area de conhecimento/atua<;ao;

• Ser apresentada e defendida pubhcamente,

ante uma banca acadorrrica de pelo menos tres

doutores.

Page 19: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 19/67

40 Mcrcdologia Cientifica - aconstruciio do conhecimento .' rmns basicas de aprescntacao de textos

3.5. Tese

Como corrd'icao para obter 0grau acaclernico de

Doutor, bern COIIlO os tft.u los 'urriversita.rios de

catedr'arico e de livre-docente exige-se a defesa de uma

tese.Assimcomo adrssertacao, a tese assume0formataou de uma monografia o'ude urn relat6rio cieritffico,

conforme a area de ci.encia ou a natureza da

investiga<_;aodesenvolvida.

Cabe a trrua boa tese identificar, situar, tratar e

fechar uma q'uestao cientifica de maneira cOlllpetente,

profunda e irredita. A caractedstica essencial de uma

tese e 0que ela coritem de irieclitoem certa area de

ciericia, eaquilo cornque pode contribuir de forma nova

para 0corihecirnenro humano. 0 inecliro apresentado

em uma tese tanto pode ser algo completamente novo,

como aspectos riovos de algoja velho.

Sao ainda caracterfsticas da tese:

• Serelaborada por p6s-graduandos, regularmente

vinculados a urnprograma de doutoramento de

uma iristituicaode erisino superior;

• Restringir-se, nesta elabora<_;ao,a urna area

especifica de concentr acao , definida pela

Inst.itu icao:

• SeI' produzida sob a tutela de urn doutor

orientador;

• Revelar dornrnio e sintese de conhecirnentos

especificos e originais dentro da ar ea de

conhecime nto/aruacao em que e desenvolvida;

• Ter 0texto apresentado e defendido publica-

mente, enquanto avaliado por uma banca

acarlernica, constituida dedoutores (geralment

seis), corroborados pela instituicao tuteladora.

6.Sinopseeresumo

Sao textos reduzidos. A sinopse e urn pequenoj. to (25 a 50 Iiribas), geralmente redigido peIo ~utor

I"()editor de uma obra. A caracteristica e.sserrcial da

hlOpseea apr-eserrtacao concisa dos tracos ge:ais, ?as

r urdes linhas da obra. Normalmente vern iriaer iclo

' ' 0 inido dos textos publicados e e muito util para a

t ,Iizi:u_;aoe levantamentos bibliognlficos.

oresume, normalmente urn texto maislongo (10%

t I r , r Y t ; do texto original), levanta as ideias essenciais do

, ro-base e deve manter 0espirito do autor. Procuram-

P" .servar as inrencoes e erifases, ~ratando com mais

d,'l .the aquilo que 0autor trata mats longamente.

Enquanto na sinopse se permite alguma

, , 1 « l'()l'eta~ao,no resumo procura-se guardar absoluta

I clt-lidade ao texto original.

7.Artigo cientifico

Visa publicar resultados de urn estud~. ~mbor~., IIha formato reduzido (entre 5 e 10 paglnas), e

,'u'pre urn trabalho completo, urn texto integral.

'5: geralmente utiliz~dos com<:>ublica<_;6ese~

,c .ixt s especializadas, seJa para divulgar co~heCl-

uu "lOS, seja para comunicar resultados ou rroviclacles

Page 20: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 20/67

42Metodologta Cientifica - (I, construcao do conhecimento

a respeito de urn assunto, como ainda, para contestar,

refutar ou apresentar outras solucoes de trrna, situacaocontrovertida. A semelhanc;:a das rnonografias, deve

conter urna introduc;:ao, urn corpo (Com subtitulos,porcrn nao corn capitulos) e uma conclusao.

DoFormato aconselhado de apresentacao devem.constar:

• Titulo (subtitulo);

•Autol'(es);

• Creditos do(s) autor(es) (forrnac;:ao, outras

publicac;:6es,atividades importantes desenvoI-

vidas ou ern desenvolvimento relativas aoassunto apresentado);

• Sinopseou resumo do texro;

• Introdu~ao;

.0 corpo do artigo (com subtftulos, por ern rraoCOm capitulos);

• Conclusao;

•Referencias bibliograficas (0 elenco dos

rnateriais escritos utilizados como fontes de

informac;;aona confecc;:aodo te-xto,apresentadosconforme nor-masda ABNT).

3.8.Artigo-relatorio

(ourelato deexperiencia)

Tern a rnesm.afinalidade e caracterfsticas gerais

do artigo cientifico. Como os relat6rios em geral, 0

artigo-relat6rio resulta da intencao de publicar

resultados de pesquisas de campo ou de laborat6rio.

43

() formate sugerido para 0artigo-reIat6rio deve

I tu lu ir :

•Titulo (subtitulo):

•Autor(es);

•Greditos do(s)autor(es);

•Sillopseou resumo;

• Tntr-oduoao;

•Corpo do relat6rio (referencial te_6rico,

metodologia e materiais, .ap rese ntacao dos

resultados, analise e inte rp reta.cao dos

resultados, recomendac;:6es e sugest6es, se for

o caso);

• Ooricfusao;

• Refer-enc ias bjbfiogj-aficas .

.. ().Paper ou corrrurrioacao cientifica

Destina-se a urna comuriicacao oral em curses,

IIngressos, simp6sios, reuni6es cientfficasetc. Corrtern

I'll)media entre duas e dez paginas, estruturadas no

1U'(~deloe artigo cientifico ou artigo-relat6rio, para

Iioxte'r ior publicacao ern atas e anais dos event~s

Ikntfficos ern que for arn apresentados. Podem'parecer publicados na integra ou na forma de

rr-s umos e sinopses. Ernbora contenha a mesma

('strutura rntelectual dos artigos (iritr-oducao, corpo e

(0ncl'usao), nao apresenta subdivis6es: e Ull texto

IInitar io.

Page 21: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 21/67

44 Metodol.ogia Cientifica - a construciio do conhecimento

ofor mato recomendado de ap reseritacao e:

• Titulo (subtitulo);

• Autor(es);

• Credenciais does) autor(es);

• Sinopse;

• Texto (sem subdivis6es, embora tenha como

coriteudo uma iritr.oducao, urn corpo e Ulna

coriclusao);

• Refer-enc'ias brbfiog'raficas.

3.10. Lnforme cientifico

Utilizado para. comunicar resultados parciais depesquisas em andamento, ou os resultados finais de

'urn est.ag io de irive st igacao cientffica, 0informe

cientifico e sirrtetico , Divulga as primeiras descobertas

realizadas, as dificuldades encontradas ou previstas,

descreve proceclirne ntos utilizados, seja de campo, de

laborat6rio ou b'ibfiograficos. Deve tarribern incluir a

data de realizacao dos estudos e os resultados. Maritern

a estrutura intelectual e grafica dos artigos cieritfficos

e artigos de relat6rio, em relacao aos elementos

necessaries a inforrnacao que se quer transmitir.

Aconselha-se 0seguinte formato grafico:

• Tfrufo (subtftulo);

• Periodo de r-eal'izacao da Irrvcsfigacao;

• Autor(es);

• Credenciais does) autor(es);

II ~I~')S tc apresentacao de'textos45

• Sinopse;

.Introdu~ao;

• Cocpo (no formato relat6rio ou monografico,

nforme 0caso);

• Conclusao (mesmo parcial, se houver).

.1 1 '.Ensaio cientifico

Ensaio e0texto cientifico que desenvolve uma

,u,.~osta pessoal do autor a re speit o de um

h1c r-rruirraclo assunto. Embora emcerre 0pressuposto

, ('onhecimentos adquiridos no meio cientifico

OlllnID, 0 ensaio pretende expressar a visao do autor,

r • mesmo de forma independente com relacao ao

pcnsamerito cientfflCo·e comum a respeito do assunto.

I 'ncl. -se pensar 0ensaio cientffico ~()rno "urn conjunto

.le. imprcssoes do especialista". E claro que 0valor

•1('lltifico do ensaio depende do respeito da comuni-

.Iudecientffica pela autoridade e pelo notorio saber

d C ) risaista.

A estrutura intelectual e grafica do ensai o zi

idt?:nt!icaa estrutura intelectual e grafica da rnonografia

nil do artigo cientifico.

Page 22: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 22/67

Capitulo 4

Fases da

pesquisa cientifica

atividade intelectual caracteristica da pesquisa

visa a con.st.ruca.o do conhecimento. Esta

constr ucao pode significar descoberta ou' I u;o para a cierrcia ou a descoberta e avarico doH , 1 i . irnerrto do aprendiz, na rned ida ern que se

pi ()IU't2l, individualiza, torna seu, 0conhecimento ja

I e ' cuvokvido e tornado disponfvel pe las diversas• ucias,Nos doiscasos, apostura e0metodo cientifico

c. iudispensaveis. Ruiz? aponta muito bern para essas

tit" 'to isiclacles comuns entre os doisnfveis da pesquisa,

lO dizer que

Adiferenca entre ostrabalhos doscientistase0dosestudantes

urriver'si.tarios nao deveria residir no rrreroclo, mas nos

prop6sitos. Oscientistas ja estao trabalhando com 0intuito

de prOlTIOVer0avarico ciaciencia para a Humanidacle; os

estudantes ainda estao trabalhando para 0crescimerrto de

sua ciencia, Ambos, porern, devem trabalhar cientificamente.

Os estudantes trabalham cierrtificarnerrte quando r-ea.lizarn

pesquisas dentro dos prindpios estabelecidos pela

:metodologia cientffica, quando adqtrirern a capacidade nao

so de conhecer as conclusoes que lhes foram transmitidas,

mas se habilitam a recoristituir, a refazer as diversas etapas

do carnirrho percorrido pelos cierrtistas.

" RU'tZ,J. A., op , cit., 1986, pA9.

Page 23: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 23/67

48 Metodologia cient ff lca - a corl.5t'l1/{r70 do amhsc imeruo

o trabalho de pesquisa visando a construcao do

conhecimento desenvolve-se por eta] tLS que se

constituem num metodo, Hum camirrhofa ilitadordo

processo. As' cin co fases d'a con str-ucao do

conhecimento estao diluidas em tres mom nt s.Opri-projeto e0 rojeto (planejamento da p squisa primeiro

mornento); coleta de dados e r dad 10 texto

(execucao, segundo momento); apr nta<,, ;ao grafica

(a datilografia/digitaoao, terceiro mom '111 ).

4.1. Pre-prejeto

A pesquisa cientffica bj tiva, em (iii ima analise,

responder as necessida I s humanas, I~'"] orern, uma

atividade te6rica, racional. Dove port.uu o, d de 0

infcio, assumir a format de ativicladc int 1 ctual

planejada.

o p re-pr ojeto e a pr-ime! I'~I a tivi lade de

planejamenro, 0qv.e se pretend ',.' Iartit de urn

tema, gerar uma ou.mais hipotes s. All' . .ssidade de

pesquisar, de investigar, s6 toma f rma, ,011"1"- tiza-se,

diante de urna hip6tese, pois temas ap nailanunciam

a presenc,;a de uma necessidade humana qualquer,

Aatividade intelecrual propriamente ditain i.ia-s pela

pcrcepcao e problematizacao da n c ssidad . Dai

pode-se dizer que sern hipotesefs) nfio i h it p e squisa.

Ahipotese pede ser caraeterizada €Ol1ilO as0111lc,;ao

possivel para urn problema. C001. I as e em

conhecimentos previamente adquiridos tid S omo

seguros, 0pesquisador prev-e verdades P ssfveis a

respeito de urn tema qualquer, E , dessa forma, uma

Fases da pesquisa cientffica 49

tentativa a pr io r i de explicacao. Seu enunciado e uma

afirrnacao provisoria de verdade, a opiniao inicial do

pesquisador,

E funcao ciahipotese ser a.genese do processc>

posterior de invesrigacao, ou seja, o trabalho de

pesquisar consiste em procurar evidericias que

comprovem (sustentem ou refutem) a verdade

anunciada na hipotese. Alem disso, e a hip6tese que

impora diretriz e finalidade a todo 0processo posterior

de investigacao e busea, pois 0pesquisador nao deve

buscar informacoes ao sabor do acaso, mas com

definicao de onde quer chegar, Afinal, s6encontra algo

aquele que sabe 0que esta procurando ...

E claro que hip6teses nao surgem do vazio.

Surgirao a 'partir da observacao das necessidades

hurnanas, confrontadas com a experiencia teorica ja

desenvolvida e apreendida p.el o pesquisaclor.

o surgimento de hipoteses e dependente do "olho

clfnico" com que seobserva a realidade.

Pode-se dividir a atividade de pre-projeto em

cinco passos basicos: escolha do tema, revisao de

11er atura, problernatizacao, selecao/ delimi tacao,

geracao da(s) hipotesets).

4.1.1. Escolha do lema

Inicia-se aquia uma oaminhada cientimca, cujo

con teudo e su'cessc dependem basrante dest emomento. Alern disso , diante da vasr idao das

possibilidades de ternas sugeridos pela atividade

humana, sabe-se, por experiencia, da dificuldade eate

Page 24: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 24/67

50

mesmo da angustia diante da escolha d- urn tema, €)

que implica sempre no abandono de Ol1lX ,tambern

,iateressantes.

. Sugerem-se alguns criterios qu ajudarao na

escolha adequada de urn terna de pesquisa:

Gosto pes,soal, preparo teC111C() e tempo

disponivel- Urn tema da prefcren .i: do I .squisador

gera ernpatia, entusiasmo e favor € a pcrs vera:ID{,;a.

A formacao culrur al e a vivericia ] 5so'IJga'I"tntirao 0

infcio bern sucedidodo pnocesso le bu s .a; o ~ell!lpOpara dedicacao garantira a contin ui lad . d processo

ate Q ponto necessario/desejado,

Importancia ou utilidad do t rna,- Q desen-

volvirnento do conh cirnento ' r 'nl[ r . ben 'f.fLco.Deve

estar daro para 0pesquisador a r ··1V :1 J I .iad urn tema,que possa diwigir-segenericam 'nt';.1. tr"·s I ; l ) neficiarios:

a sociedade, a ciencia, a eseola. Urn rema 1 . m r levancia

social quan do 0 desenvolvim -nto ,,11), enclusoes

acenam com uma contribuicao dir ~t,'ll ara a sociedade.

:J!stoque); dizeF que pode c .e m tr ib ui1 " I at" r 'spo:nder a

lima necessidade social concreta. Relev: n .i: ienrffica

.~ caractertstica daqirele ILema qu (]I1·senvclvido,

contrib ui para m.elhor e.sclar ec 1'/1' s lver urn

problema deteceado em pr'eviste no curso I. " UlTI estu€lQ

QU pesquisa cientffica. Relevanci a aca lernica ecaracrenistica do terna qu@, deserivolvid.o, com:tJTihmi

para o. ensino/aprendizado a resp it de urna

necesaid ade/p'rob.leraa hurna no. E claro que a

impor tanci a em uma d.essas areas era motivo

suficiente para caracterizar como relevantecert0 tema.

Fases da pesquisa cienr iflca 51

Existencia de fontes - E coridicao essencial,

E ate possivel pesquisar alga desgostoso ,eirrelevante;

e impossfvel pesquisar sern fontes de dados. Relern-

brando, as fontes possfveis de pesquisa sao tres: uma

bibliografia a respeito do terna; urn campo onde se

possa observar ; urn laboratorio onde sepossa recriar,

Em resumo, 0tema ideal para pesquisa . e aqueleque preenche as tres caracterfsticas: atende ao gosto,

aptidao e tempo do pesquisador ; e relevante ou paraurna sociedade, ou para lima ciencia ou para a : escola:

e sobre ele e possfvel obterern-se dados.

Suponha-se que 0terna que se escolha seja: "As

gr<;lndes viagens de descoberta do seculo XV". As

questoes iniciais a serem respondidas sao: (a) '''Go_sto

deste assunto? Tenho conhecimento e aptidao para apesquisa historica? Tenho tempo para desenvolvc-la?"

(b) "Qual e a importancia do desenvolvimento deste

tema? 0 deserrvo l.virnermo dele' contribu i' para a

sociedade, ou para a ciencia ou para 0 ensirio da

his~6ria?'" em ainda: "Vouaprender .mais a respeito dos

descobrirncntos?" (c) "Existem fontes?" (obviamente

serao fontes &,ibliGgra:ficasjdocumentais). A resposta a

este conjunto de questoes e que torriara 0tema born

ouyuim paFao pesquisador, . .

4.1.2. Revisa.o de literatura

Urna vez escolhido 0 terna, 0 prnxim» passo eprOCl'.lTar materiais escritos q,ue tratern do assunto.

Embora sejaverdade que aoescolhermos determinado

Page 25: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 25/67

52 Mctodologia cientfflca - a , c o n :sM1 J ,£ r ,i ( )do (JonhJ;c i? l ,enti i J'

t e r n . a , a l g a dele ja. nose c o n hecido., a r e le it u aa

exploratoria tern0mer-itode aurnentar a xtensao ea

profm.ndidade dos conteudos conhecidos. A : lemrra

inici al a respeito do assunto em d'icionar icrs.,

ericiclo ped ias , intr oduco.es e rnanua is lidatico.s

perrnitira, ao merios, ,que se apurem 0 s ntido depalavr as-chave, defirricoes , sit.uacao historica do

problema, classificacoes genericas etc. Al In disso, 0

conhecimento generico obtido par ill ids econrato

inicial, ajudara a distingnir 0secund I fr to do essencial

e facilicara a -delirnitacao docoat ud d s ternas a

investigar,

Aop.Focurar materiais escritos a rc 1 ito do terna

proposto, (descobrern-se mat rials m fi lUlrios de

bibliotecas, nas indicacoes bibli g ',;Hi.as ql!leconstam

ao final de artigos e livros, pergunLan 10aprof ssores e

colegas da.area etc.), encontram-s aigun , que claamam

a atencao: a revista S up er In teressarue (~ Paulo: Abril)

1'1. '2, ,fe-v.~99:$.p.36-45) trazia urn arturo com 0 t~tult)

"A Cruzada do Descobrimento". Ao fin .J do artigo,

indicava dois livros que tratarn do rn sma assunto:

A missao templaria 'nOS descobrimentos (Raini 'tr Daehnhardt;

Lisboa: Nova Acr6pole, 1993), e Colombo a cabala e 0

deliria (Liriz de Lancastre e Tavera: L1boa: Quetzal,

1991). AEnciclopedia Barsa {edic;;aode 1997, novolume

I da Micropodia) indica que trata de "descobrimenios"

(\II01s:5 p.119; ?p ..351; 9 p. 25~; lOp. 4:01; ~2 $ 1 > . 2'9~b),

alem de outras indicacoes. Ao que par· C , material

inicial de pesquisa para Q tenia existe. E [ni iar a leituraexploratoria, levantando curiesidades, coa eitos .novas"

mar-cando defiriicoes , nornes, datas que pare<_;am

importances para ~plcDftJndarm.entGposterior, tra<_;at:ldo"

Fases dapesquisa cientifica 53

. e n f i m , a s I i n h a s gerais d o assu n t o a partir d a s

inforrnacees contidas naqueles textos,

4.1.3. Problematizacdo

Os assuntos ou temas que se escolhem sao

necessidades htrmarias recorihecidas e arrunciad as.

Existiu (a necessidade Imrnana) do "Descobrirnento

de novas terras" ..Existe (a necessidade hurnana de

conbecer como foi feito) 0"Deseobrirnento- do Brasi]".

Para responder a essa segunda necessidade, serao

n.ecessar ios clados, irifor'macoes, com os quais se

desenvo lver.ao os r-ac.iocfn.ios formadores do

conhecimento. Isto e " a necessidade exige urn trata-

mente teorioo, cientffico, racional.

A problernatizacao e a transforrnacao de uma

necessidade humana em problema, que por sua vez

define-se corno "necessid ade b.lJlooana, quando,

pensada". 0 que se faz, na realidade, e dividir a

necessidade em seus aspectos componentes julg-ado$

importantes. Segue-se aquilo que fai aconselhado por

Rene Descartes: divide-se urn problema em tantas

partes quantas necessarias para bem resolve-lo."

Sugere-seo "qncsticnario" como instrumento

de problernatizacao. Com base na curiosidade pessoal,

l(Ll~spertadapelos ·clados que se tern, au que se .reforcon

a partir das leituras explorat6rias, criarn-se perguntas

e r-espostas a respeito do assunto. 0 numer o e a

8 Cf DESCARTES, IR.DiSCll.r1;O do metoda. Colecao Pensadnres (Descartes I). Sao

Paulo: N.(!JV3 Cm,lrural, 1987. p.37-38.

Page 26: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 26/67

54 Metodologia cientffica - a constru.r;iilJdo conhecimento

qualidade das questoes e respostas varia emfuncao da

extensao e profundidade do dominio ja existente a

respeito do assunto.

Asrespostas devernser colocadas em uma frase

unica, que indique aquilo que 0pesquisador sabecomo

resposta naquele momento a respeito do assunto. Cabecomo resposra ate mesrno urn "nao sei". Evitam-'se,tambern, perguntas de respostas patentes eja fechadas,e privilegiam-se perguntas e respostas que revel em

possibilidades de mais exploracao e pesquisa,

A resp cito das "Grandes viage n s de

descobrimento do seculo XV", pode riam surgir

quest6es como:

P: 0 que saoasgrandes viagens de descoberta do

seculo XV?

R: Saoviagensmaritimas realizadas comaintencao

de descobrir novas rotas cornerciais.

P: Por que foram realizadas essas viagens?

R: Para descobrir novas rotas corne rcrais e

eventualmente novas terras,

P: Que paises se iriteressaram mars por essas

viagens?

R: Portugal e Espanha,

P: POI' que as viagens em oceano aberto nao se

r'eahzararn antes?

R: Pelo ternor despertado por estorias aterrori-

zantes a respeito dos oceanos abertos.

Fases dapesquisa cientifica 55

P: 0 Brasil foi realmente descoberto por Cabral?

R: Ha evidencias de que nao.

E claro que muitas outras questoes, ligadas aessasou nao, poderiam ainda ser levantadas, 0 assume eimensamente amplo, 0que leva para apr6xima etapa.

4.1.4. Selecdo/delimitacao do assunto

As pesquisas podem considerar a extensao e a

profundidade do assurrto, isto e, podem ser feitas

privilegiando amultiplicidade de aspectos conhecidos

que compoem urn tema, seusaspectos "hor izoritais", a

extensao doassunto. Podern tambem conceritrar-se em

aspectos "verticais". Terideria, neste caso, a dirninui r

a extensao do assunto, sua multiplicidade horizontal,para possibilitar 0aprofundarnento.

o progresso cientffico quase sempre surge do

aprofundamento de aspectos de uma necessidade, isto

e, estuda-se mais detidamcnte "pedacos" dela por vez.

Dai a importancia da delimitacao. Deve-se escolher 0

"pedaco" do problema que se quer ou se pr ecisa

estudar, para estuda-lo em profundidade.

Na. pratica, selecao/delimitacao de urn assurrto

corisistem em escolher, entre os var ios aspectosanteriormente levantados, aquele que rnerecera estudo

e investigacao neste momento. De qualquer maneira,

mesmo que todos os aspectos fossem considerados

irnportantes,: seriam tratados urn por vez. Aoescolher

urn deles, mesmo que provisoriarnente, abandonam-se

os outros. E , porern, urna imposicao de mecodo. POI'exernplo, dosvariosaspectosque foram levantados para

Page 27: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 27/67

56

o terna "As g:r.andes viageris de descehremento do

seculo XV" ,poder-sc-ia escolher: 0 Brasil lei TfH;timeIf lte

d es co b er to p ar Cabral em 1500? us eoidencias.de que nQ,e' .

Ou seja, 0 pesquisador vai abandnnar seu assunto

irricial para co.n.cent.rar -se , ruesmo "1ue tere.po-rariarnente, apenas neste aspecto, qmejulga importante

para 0conhecimento do tema.

4.1.5. Geracao de hip6tese(s)

Hipotese e caracterizada como uma "verclade,provis6ria". E fuadamental para qualquer processode

investigacao cientifica, pois consiste no lancamento de

uma afirmacao a.respeito de algo ainda desconhecido,

ou pelo menos, nao satisfatoriamente conhecido. Em

pesquisas de ponta, lanca-se uma afilFtnac,;ao a re.speitQdo desconhecido, COm base no conheciraentoque a

humarridade construiu e pnblicou a r speito do tema.

Em pesquisas academicas, faz-se amesma coisa, poremcom base n~ co nheeirn errto ja consta-ufd o pele

pesquisador. E a partir de urna "base conhecida" <que

se lancara um. novo desafio de conquista il'lteJ:eGtu,al.

A hipotese com que se vai trabalhar SU'l'iedas

questoes ja levantadas a Yespcito do temav rnais

especificarnente, da questao escolhida no peocesso de

selecao/delimitacao. Aquestao lecantada.juntocom a

resposta que se deu, e 0indicative do estagio de

conhecimento do pesquisador a .respeito do. assunto

do qual, irievitavelmertte, pavtjra Sua investigacao.

Em fu.ncao disto, hipareses 8.3.0 in.divieluai.s ,

partioulare:s, pais representaen pontos de partida cam

base na extensao e profundidadedo conhecimento-ja

Pases ciapesquisa cicntffica 57

adquir ido pOl' indivtduos/pesquisadores, corihcci-

mentocsse indicado nas perguntas e respostas que

forrnulou.

Na pratica , gera-se a hipotese juntando 0

conteudo da pergunta com 0 conteudo dar esposta,

em "urna frase afirrnativa unica". Esta afirmacao telaum co nteudo posi tivo , negativo 0\1 duvidoso,

dependendo do con.te udo de conhecimento do

pesquisador, ao responder a pergunta. Sera, porem,

sempre" urna afirmacao.

Alem disso, aship6teses devemser razoaveis, isto

e, nao podern implicar em contradicao aberta. Deverntambernser verificaveis, i8110 e, podern-se deserivolvertestese verificacoes empiricas ouintelectuaisa respeito

delas.

Aquestaot'O Brasil foirealmente descoberto porCabral em 150Q?" recebeu a Tesposta "Ha evidcncias

de que nao", suger e ao pesqu lsad or a seguint€

hip6tese: "Ha evidencias de que 0Brasil nao 'lle:nha

sido realmerite descoberto por Cabral em 1500". Ou. . ,.,fi _" I" "d" id "seJa., urna anrrnacao que evanra uma .UVI. a a

respeito de rlados Jaistor icos. a ser ern novamerite

investigados.

Resumindo: 0 pre-projeto para 0 terna que f0 1

inicialrnente escolhido, poderia torrrar 0seguinte.formate:

1. Tema: As gra~des viagens de descoberta do seculo

xv:

2. Problematizacdo:

P: 0 que sao as grandes \aagens de descoberta do

seculo XV?

Page 28: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 28/67

58 Merodologla cientfflca - a censtruciio do conhecimento

R: SaOasgrandes viagens maritimas que descobrjramnovas terras ..

P:Que paises envolveram-se de modo especial fiestasviagens?

R: Portugal e Espanha.

P:Por que tais viagens foram organizadas?

R:Para facilitar o cornercio da Europa com 0Orientee para descobrir novas terras.

P: As datas hist6ricas relativas aos descobrimentos saodef1nitivas e verdadeiras? ... .

R: Aoque parece, sao contestaeeie.

P:0Brasil foireahnente descobertopOT Cabral em 1500?

R: Ha evidencias de que nao.

• Outras.

3. Delimitacdo:

•0Brasil foi descoberto realmente por Cabral em1500? Ha evidencias de que nao,

4. Hip6tese:

• Ha evidencias de que 0Brasil nao foi realmentedescoberto por Cabral em 1500,.

Observe-se que 0 camiriho tracado e urn roteiro

tematico tracado. pelo pesquisador. Os problemas

levant ados sobre 0terna, bern como as respostas aeles,poderiam ter outra extensao e outra profundidade,

isto e, poderiam se.rcompletamente diferentes. Para

esta pcsq'uisa, porern , a partir deste ponto, vai

inter essar apenas ahip6tese levantada. 0rabalho de

investiga<;aotera como norte averificacao da validade

da afirrnacao: "Ha evidencias de que 0Brasil nao foi

descoberto realmente pOl'Cabral em 1500".

Eases da pesquisa cientifica 59

4.2. Projeto

Para 0 e xi to d.a atividade intelectual, a

importancia do planejamento e indiscutivel. A etapa

de planejamento se completacom a montagem do

projeto de pesquisa, que traca 0c am in ho i ru el ec tu al

inicial de todo 0processo posterior. A coleta de~dadose a redacao final do trabalho e planejada aqui. E claro

que, como em qualquer planejamento, 0projeto que

se monta pode ser mudado, ajustado conforme

necessidades e disponibilidades constatadas

poster iormerite, no decorrer do processo.

Sugerern-se como indispcnsaveis (e que devem

estar absolutamente claros para 0pesquisador), 0

planejamento de cinco itens: tema espec i fi c o , ob j e ti v o geral,

ob j e ti v os e spec i fi c os (ou variaveis, quando se trata deprojeto

de relatorro), procedimentos e recursos, Como, porern,projetos sao tambem submetidos a leitura e apreciacaode terceiros, devern-se agregar algumas inforrnacoes

adicionais, especialmente mais estes cinco itens: a re a d e

p e sq ui sa , t em a g er al , j us ti fi ca ti va , [ an te s e cronograma.?

Na pratica, a montagem do projeto parte da

hip6tese levantada no pre-projeto e se inicia pela

montagem dos cinco itens essenciais,

4.2.1. Tema especifico

E criado a partir da hipotcse. 0 terna especfficosera 0 titulo do futuro texto escrito. Em trabalhos -

9 itclaro queo projeto podera ter outros itens, Sf! forern do interesse dainstituicao

ou pessoa que solicita urn projeto de pesquisa. Nocaso, S a o agregadas aoprcjetotodasas outras informacoes necessarias ou solicitadas.

Page 29: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 29/67

60 Metodologia cientIfica - a conslruciio do conhecimento

cientfficos, os titulos devem obrigatoriamente indicar

oconteudo desenvolvido. Como0cont~udo estasendo

planejado no curso de uma hip6tese, nada melhor do

que ela para fornecer tarnbem0titulo.

Na pratica, criar 0tema especffico consiste em

transformar a "hip6tese", que e uma "afirrnacao" arespeito do assunto, em urn tema, que e apenas urnanuncio doassunto, mantendo fidelidade aocontetrdo

expresso na hip6tese ..

Exemplo: Uma pesquisa a respeito do assunto

"A cura pelas plantas", gerou a seguinte hip6tese:

"0 limao e eficaz no combate aos resfriados" ..Tal

hip6tese poderia gerar temas como: "A cura do

resfriado pelo limao" ou "A eficacia do Iirnao no

combate aos resfriados" etc.

4.2.2. Objetivo geral

. 0 objetivo geral de urn projeto de pesquisa

cientffica e sua "espin ha dorsal". Deve expressar

claramente aquilo que 0pesquisador pretende

conseguir com sua investigac;ao. Nao e 0que de "vaifazer" (isto se preve nos procedimentos), mas 0que

pretende conseguir como resuItado intelectual final

de sua investigacao. Saoos objetivos de uma pesquisaque delimitam e dirigem os raciocfnios a serem

desenvolvidos. Fornecem, atemesmo, 0 "calibre" dos

dados que serao necessarios para 0 desenvolvimento

dos argumentos.

oenunciado de objetivos inicia-sepor urn verbo

no infinitivo. No caso da pesquisa cientffica, que se

Fases da pesquisa cientifica 61

caracteriza como "atividade intelectual", 0 verbo que

abre os objetivos deve ser verbo que indique "acao

intelectual", mensuravel, isto e, cujo "prod uto final"possa ser verificado.

Sabe-seque0cerebro humano ecapaz de estagios

ou estados cognitivos diversos, com graus tamberndiversos de corriplexidade. Sao eles: conhec imento ,

c o mp r ee ns ii o , a p li ca r; ao , a na li se , s in te se e a o al ia cd o . 0 grau

de complexidade (e nao necessariamente de

dificuldade) da atividade intelectual aumenta do

anterior para 0posterior. Com efeito, a atividade de

avaliacaopressupoe sinteses, que pressupoern analises,

que pressup6em compreens6es (havendo ou naoentre

elas a atividade de ap licacao), que pressup6em

conhecimentos, istoe, aposseinicialdedados. Por outro

angulo, 0conhecimento, aposseindividual de dados, ebasepara acompreensao (0"encaixe" deurn novodado

no esquema cerebral ja existente). S6 quem

compreendeu algopode aplica-lobern navida pratica.

Aplicada ou nao , a infor maca« compreendida e

analisada (0julgamento do cerebro a respeito de sua

nova coridicao, agora com 0 dado recentemente

compreendido). Dai surge uma novasintese: 0cerebro

decide 0 que fica como resultado, se mantem a nova

inforrnacao compreendida, ou se a descarta. Com as

sintesescerebrais finaise que seavalia, sejulga, sevive.Cada urn. desses estagios cognitivos possibilita

atividades ou acoes intelectuais, expressas por verbos

espedficos.

Estagio de conhecimento - Se expressa em

verbos como a po n ta r; c ita r; c la ss ific ar , c on he ce r, d efi nir ,

d es c re ve r, i de n ti fi ca r, r ec o n he ce r; relator.

Page 30: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 30/67

62

MetOdo]bgia cientffica - a cons17-Ufiio do conhecimento

Estagio de compreensao - Em verbos comocompreender; concluir; deduzir. demonstrar. d t ..dit. . di ., ) e ermznar.

1 :1 erenczar, zscutzr, interpretar, localizar, reafirmas. '

Estagio de aplica~ao - Em verbos como aplicar.

delsen:volver,empregar, estruturar, operar, organizar. pratica:'se ecwnar, trocar. ' ,

. Estagio de analise.- Em verbos como analisar,

~ompa.rar,criucan debater,diferenciar, discriminar, examinar.znvestzgar, provar. '

E~tagio de sintese - Em verbos como compor.

Pcondstru.zr,ocumentar: especif icar; esquematizar, formula;'ro uzzr,propor, reurur; szntetizar.

Estagio de avalia~ao - Em verb os como

~rlgumenta~ aval~ar, contrastar, decidir, escolher, estimar.

J U gar, medzr, seleczonar. . ,

Na ~rat!c~, montar 0 objetivo geral consiste em

~ntepor a hlpotese urn verbo que ex resse a ao

m~.le~tual, da escolha dopesquisador. It ~ma escoihasu ~etIva, e~ que se procura 0 verbo que melbor

intelccm aquilo que de fato se quer como resultado

~tehectual, e 9ue, evid~nte~ente, possa ser realizado.

ben a-se 0c~ld.a~odemsenr asparticulas que ajustem

em 0verbo ahipotese, tornando 0enunciado correto.

Exemplo·Ah' ,t "I'.. IpOese 0rrnao e eficazno combateaos resfriados" pode ser transformada em objetivos

de dlvet'sos graus de complexidade "R l tlim- , fi . e a ar que 0ao e e icaz no combate aos resfriados" e

complexo do que "analisar se 0lirrrao e efi~:~~combate aos resfriados" que e p

, ,or sua vez, menos

PIS 's da pesquisa cientifica 63

complexo do que "avaliar se 0 limao e eficaz nocornbate aos resfriados". Com efeito, 0 volume de

inforrnacoes eo grau de elaboracao intelectual exigido

para urn relato, e menor do que aquele exigido para

uma analise, que, por seu turno, e menor do que para

lima aval iacao. Ou seja, e 0verbo escolhido que"calibra'' a atividade a ser desenvolvida. Qualquer dos

tres, por ern, seria urn born objetivo de pesquisa

.ientifica. Se for tornado como objetivo geral, a titulo

de exemplo, "analisar se 0 limao e eficazno combateaos resfriados", este sera 0micleo do coriteudo a ser

desenvolvido. A analise do conteudo sera 0 resultado

rnensuravel, palpavel, para essapesquisa.

4.2.3. Objetivos especificos"Analisar se 0 lirnao e eficaz no combate aos

resfr iados" acaba de se tornar, por escolha do

pesquisador, urn problema intelectual a ser tesolvido.

Como se sabe, os problemas intelectuais podem (e

devem) ser divididos emtantas partes quantas possiveis

ou necessarias para bern resolve-los. Por esta razao, 0

problema expresso como objetivo geral sera

subdividido em tantos objetivos espedficos quantos

necessaries para 0estudo e solucao satisfat6ria do

problema contido no objetivo geral. E claro que serade grande utilidade a revisao de literatura ja feita, pois

e 0que ajudara avislumbrar osaspectos cornponentesdo problema a ser resolvido. Cada urn dos objetivos

espedficos sera uma parte distinta da futura redacao

(urn capitulo, urn segmento). Ou seja, os objetivos

Page 31: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 31/67

64 Mctodologia cientiflca - a constnuiio do conhecimento

es ecificos indicam as Eartes do conteudo do futuro

texto, a serproduzid2._na fas~da r~da~ao.

Na pratica, sugere-se a montagem de objetivos

espedficos em quatro mementos.

. 1. Levantamento dos aspectos componenteslDlpo.rt~ntes do problema - Examina-se 0 problema

(0 ob~etIvogeral), procurando nele divisoes possiveis,

ou seJa,os aspectos que 0pesquisador considera como

componentes relevantes do objetivo geral.

. Exemplo: Para 0 objetivo geral"analisar se 0

Iirnao e eficaz no combate aos resfriados" 0

con.h~cimen~oantenor.ja ~dquirido emelhorado ~ela

~evlsao de literatura, indica aspectos componentes

irnp ortan tes, tais como: "0virus do resfriado"·

"compo~entes quimicos do limao"; "reacoes do viru~

do resfnado aos componentes quimicos do limao" etc.

2'. Transformacao de cada urn dos aspectos

escol~ldos em urn objetivo - Antep6e-se a cada

eriunciado urn verbo que indique acao intelectuaI.

A escolha e feita com base na natureza do assunto, na

extensao eprofundidade com que0pesquisador julga

querer/precisar trata-lo.

Exernplo: Pode-se decidir que os aspectos

levan~ados ,~rans.formem-se nos seguintes objetivos

especfficos: analisar 0virus doresfriado": "identificar

os componentes quimicos do limao"; "analisar as

re~c;~es do ~irus do resfriado aos componentes

qUlmlcosdo limao",

65

" /I CS do pesquisa cientifica

3. Verifica~ao da suficiencia dos objetivos

.8pecificos propostos - 0conjunto d0s. ~bjetivos

('1'11' dficos deve ser suficie~tepara que 0ob~et1vogeral

N :jn preenchido. 0pesqulsador deve venficar se QS

J.otnponentes (objetivosespedQco~)propostos, quando

c l 'senvolvidos, cumprem a tarefa mtelectual apontada

p .10 objetivogeral.0onjunto dosobjetivoses~e~ificos

n r , o deve , por outro lado, extrapolar a auvldade

proposta pelo objetivo geral.

4. Decisae quanto a melhor seqiienc~a l?gica -, nsiclerando que os objetivos espedfi~os mdlca,~ ~s

partes do futuro texto, deve-~e ter.0c~.lldadodeJa te-

los na melhor sequencia logica. Slgnlfica estabelecer

desdeja quais assuntos deve~ pre~ede: aoutros, tanto

para 0desenvolvimento da lnvesuga<;ao,quanta para

a futura leitura do texto.

Exemplo: Parece que a melhor sequencia no

.xemplo proposto e:

a)identificar oscomponentes quimicos dolimao;

b) analisar 0virus do resfriado;

c) analisar as rea<;6esdo virus aos componentes

quimicos do limao.

otrabalho de investigac;aopassara a ser feito emtorno dos objetivos espedficos propostos, qu~ na

verdade, saoproblemas espedficos aserem reso~vl~OS,

Busca-se realizar diretamente cada urn dos obJeuvos

espedficos, para que, indiretamente, resolva-se a

proposta do objetivo geral.

Page 32: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 32/67

66 Merodologia cientifica - a COl1Stl1t.1,aO do conhecimento

4.2.4. Procedimentos

Deriominam-se procedimentos (ou metodologia)

as atividades praticas necessarias para a aquisicao dos

dados com os quais se desenvolverao os raciocinios

(previstos nos objetivos especificos), que resultarao emcada parte do trabalho final, ou seja, planeja-se aqui,

de forma concreta, a coleta de dados, que se iniciara ao

final do projeto. A pergunta .que norteia a montagem

de procedimentos e: "Que atividades concretas devo

desenvolver para obter as inforrnacoes necessarias para

o desenvolvimento de cada objetivo especifico?"

Cada procedimento (ou grupo de proccd i-

mentos) e planejado em furicao de cada urn dos

objetivos espedficos estruturados. Isto

e ,pensa-se a

coleta de dados para cada problema levantado na

forma de objetivo especffico.

Na pratica, a ideritificacao dos procedimentos e

feita indicando-se as atividades de coleta que serao

desenvolvidas (pesquisa bibliografica, experimento,

levantamento, estudo de caso, pesquisa documental-

cf. capitulo 2), tendo 0cuidado de manter a

identificacao alfa-nurnerica com 0 objetivo especffico

a que se vinculam. Tomern-se como exemplo os

objetivos especfficos apresentados logo acima:

a) identificar os componentes qufmicos do limao;

b) analisar 0VIrusdo resfriado;

c) analisar as reacoes do virus do resfriado aos

componentes quimicos do limao.

67

~ _ ( I. ) J) squisa cientifica

'P r decisao do pesquisador, poderiam

piupo'tos os seguintes procedimentos:

a) pesquisa bibliografica:

b) pesquisa bibliognifica e experimento;

c) estudos de caso.

C-0 do procedimento bibliogniflco,

om excec;aid . d esmo padrao todos

('IHIredesenvqlvl 0segun 00 m . 'utros procedimentos devem ser segUldos de uma

CI d . - (5 a 10 [inhas). Embora osI.. "ve escricao " . - os'1'0 'edimentos tenham um padrao co~u~ ~ue.

~.:tracteriza, cada coleta de dados tera eXlgenClaS

pr6prias, que deverao ser especificadas.

Adescric;aodos procedimentos pode tamber~ ser

(.nriquecida pOl' detalhes praticos. Alias, em projetos

I" relat6rios, costuma-se solicitar detalhamento

t, 1idadoso de todos os proced~~entos a serem

d senvolvidos em campo/laboratono. Detalha-se 0

ti 0de tratamento que as\miverso, a amostra, 0 'P .

- , berao: d crevem-se osmstrumentosinformac;oes rece erao, es- .

de coleta, a margelTIde acuidade prevlsta etc.

se r

4.2.5. RecursosRecursos (oumateriais) e a listagem q~~ntitativa

de tudo aquilo que se pretende utI.hzar no

desenvolvimento dos procediment~s ..Por lSSO~ca~a

d recursos cleve ser identdicado por alfa-grupo ~ .' dente aquela dosprocedimentos.numerac;aocon espon

Page 33: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 33/67

68 Merodologia cientifica -a construcdo do conhecimeruo

Exceto por solicita<;a.oespecffica nao ha 'd dd d" , . , necesSI a ee IS.tI?gUl-Ios,dividindo-os em recursos humanos

materrais e financeiros. '

d~a verdade, quando 0pesquisador delineia os

proce ,lmentos de uma pesquisa.ja 0fazcontando com~erto npo e volume de recursos. Planejar os recurs os

: ~s~egurar, ~om0maior detalhe possfvel, a suficiencia

~nIClal dos Hens necessar ios para a aquisicao d

informacoes desejadas (ver quadro abaixo). as

P

No exemplo apresentado, temos tres obietivos

ara cada urn dele d idir J. s se ecr IU pOl' certos procedi-

~~ntos e, para_Ieva-Iosa efeito, buscaram-se recursos

eJacomo se vmculam: '

Objetivos Procedimentos Recursos

(a) identificar os pesquisa bibliogra- 3 livros, 2 artigos.

componentes fica,

quimicos do li-

mao,

(b) analisar 0virus pesquisa bibliogra- 2 livros, 2 re1at6rios.

do resfriado. ficaeexperimento. 5 individuos com

. resfriado, 100ml de

reagente X, urnmi-

crosc6pio, etc.

(c) analisar as rea- estudo de caso. I microsc6pio, 25<_;6esde virus

do resfriado

placas de cultura

aoscomponen-

200 ml de corant~

tesqufmicos do

Y,etc,

,limao,

69

~l' rI.1pesquisa clent if'ica

om estes cinco primeiros itens devidamente

tabdecidos, 0pesquisador tern urn plano possivel

cit. trabalho Porem projetos sao normalmente lidos

, or teTceiros. Acrescente-se, por isso, a este plano

h lsi 0, area de pesquisa, tema geral, justificativa, fontes e

trmwgrama.

-/.2.6. Area de pesquisa

E muito imp6rtante que sedefina aarea do saber,

I ' c:iencia, de cujo conteudo se extrairao os dados

.'ss nciais e sob cujo ponto de vista se desenvolverao

e}li raciodnios e conclus6es da investiga<;ao que se

pI' .tende. Com efeito, as ciencias se distinguem pelo

('onjunto de dados que privilegiam, pelos raciocinios

corn eles construidos e pelas conclus6es queI l . I resentam. Arigor, qualquer assunto pode ser tratadop r qualquer ciencia. Por exemplo, "joelho humano" ,

u-atado pe1a ortopedia, tera urn tipo X de dados e

raciocinios, certamente diferentes daqueles que seriam

utilizados pela antropologia da religiao ou da estetica

'orporal.

A decisao a respeito da area de pesquisa e feita

c nsiderando qual e0objetivo geral do projeto.

Nao se deve confundir area de pesquisa (urnaciencia) com linha de pesquisa, que se entende como

certa area de uma ciencia a respeito da qual urn

pesquisador, ou uma institui<;ao,manifestam interesse

especial de investigac;;ao.

Page 34: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 34/67

70 Metodologia cientffica - a construciio do conhecimento

4.2.7. Tema geral

Escolhido no InlClO do pre-pr ojeto, chama-se

tema geral por ser assunto amplo, abrangente econter,

como urn dos aspectos, 0 tema espedfico. Contrasta,

pois com 0 tema especifico, cujo nascedouro foi uma

hip6tese, levantada apartir de uma pergunta-resposta,nascida do tema geraL

4.2.8. ] ustificativa.

Justificar e oferecer razao suficiente para que algotenha acontecido ou aconteca. Ajustificativa de urn

projeto consisteem apresentar motivos bons0bastante

para 0desenvolvimento de pesquisa arespeito do tema

.espedfico (ou do objetivo geral) escolhidos.

oconteudo de umajustificativa deve contemplar

dois aspectos: importancia ou relevancia do tema;

abrangencia do assunto, isto e, 0relato do interesseda comunida e umana, especialmente no resente,

em relacao ao tema que se quer pesquisar.. -

Urn tema pode ter importancia social, cientffica

ou academica. 0 desenvolvimento dele pode trazer

beneficio direto para a sociedade em geral, ou para

urn grupo social espedfico, ao resolver ou encaminhara solucao para uma necessidade ali instalada. Pode

tambem beneficial' de imediato uma ciencia,

contribuindo com inforrnacoes para 0avarice de

determinado estudo cientifico. Pode, ainda, beneficial'

o processo acadernico, facilitando ou inovando 0

ensino-aprendizado de urn assunto.

71Fases da pesquisa clenufica

Aabrangencia do tema e mostrada aome~ci?nareventos sociais, ou cientificos, ou acad emicos ,

comprovadores da importancia que se_anunciou ~ara

o tema. Tais eventos podem ser amencao referenciada

de publicacoes (livros, revistas, jornais que trataram

ou tratam do assunto e de que forma tratam),

programas sociais desenvolvidos ou em desenvol-vimento; outras pesquisas da area, congressos,

simp6sios, semiriarios etc., emque de algUlna forma 0

assunto foi abordado.

oque ~ retende, e.Jlfim,na 'ustifi~ativa, ~ qu~

o Teitor ad uira conviccao semelhante a do

.:pes uisador: 0 tema e r~a~-e- ~br~n_g?nte 0

bastante ara merecer uma mvestlg~\?-oClen~~flca.

4.2.9. Fontes

Um provavel leitor/avaliador estara interessado

em saber a origem das irrfor-macoesque se p:"etende

obter. Edisto que trata este item do proJeto ...~s

provaveis fontes aserem identificadas sa~ osmateriars

escritos, ou os peritos que poderao fornecer

informa\oes prontas a respeito do assunto.

As fontes escritas sao identificadas pelos padr6es

estabelecidos pela Associacao Brasileira de Normas

Tecnicas (ABNT), comoqualquer listagembibliografica

(confira item4.5.5. BibliografUl). Constam normalmente

de tres corpos, nesta ordem: autor, titulo da obra e

imprenta (osdados relativos a edicao da obra).

As fontes "humanas" devem ser identificadas pelo

nome, formacao, atividade. 0 nome entra sempre pelo

Page 35: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 35/67

72 Merodologia cieruffica - a construaio do conhecimento

sobrenome, em caixa alta, podendo 0prenome ser

abreviado au nao. "Formacao" enteride-se 0 grau

acade mico m.ais elevado do perito. "Atividade"

entende-se a atividade mais importante ja exercida.

Estes dois ultimos sempre relativos :i t area de interesse

clapesquisa. Constarao emordem alfabetica, namesma

sequencia das obras escritas.

Exemplos:

BASTOS,. C. L. Doutor em semi6tica - PUC-SP.

Professor de L6gica da PUC-PRo

RUlZ,]. A.Metodologia cientifica:guia para eficiencia nos

estudos. Sao Paulo: Editora Atlas, 1986.

SANTOS, A. R. Etica: caminhos da realizacdo humana.

Sao Paulo: Editora AveMaria, 1997.

SANTOS, M. C. Mestra em educacao - PUC-PRo

Professora de PsicologiaOrganizacional- PUC-PRo

4.2.10., Cronograma

Em urn projeto de pesquisa, fazer urn crono-

grama e relacionar as atividades ao tempo disponivel,

isto e, planejar 0 tempo em funcao das atividades

previstas para a conclusao do trabalho proposto.

o referencial de atividacle sao as fases sugeridaspara apesquisa. E claro que 0cronograma de pesquisa

dispensa atividades ja realizadas. A esta altura 0 pre-

projeto ja foi feito e0projeto esta no final. Planeja-se,

entao, as atividades a serem desenvolvidas a partir do

projeto (acoleta de dados, a redacao e a apresentacao

Pases da pesquisa cienufica73

grMica ou a digitacao) em funcao do tempo prev~sto

ou disponivel. A referencia de prazo e a data prevrsta

para a "entrega", seja hi 0que tal signifique.

Exemplo: No mes de janeiro, ao fazer seu

cronograma, 0pesquisador sabe que seu prazo final

de entrega e 15de dezembro.

Embora amontagem do projeto sefacana ordern

apresentada, sugere-se que a prepar.a<_;aog~afica .do

.projeto, aapreserrtacfio para que tercerros 0eiam, slga

a seguinte ordern:

1. Area de pesquisa

2. Tema Geral

3. Tema espedfico

4. Justificativa

5. Objetivo geral

6. Objetivos especificos7. Procedimentos

8. Recursos

9. Fontes

10. Cronograma

• Coleta de dados

• Redacao

• Apresentacao gr.ffica

• Entrega

au~julho.

ate outubro.

ate lOde dezembro.

15 de dezembro.

onivel de detalhe dos cronogra:mas pode variar,Pode-se, por exemplo, planejar ~ tempo em ~~ta~

exatas para cada etapa. Pode-se airida (0 que alias e

sugerido) planejar as atividades de coleta de dados,

redacao e aprese ntacao grMica para cada u~ .dos

objetivos espedficos previstos, 0que prorluzir ia 0

seguin te cronograma:

Page 36: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 36/67

74 Metodologia cientifica - a construaio do couheciniento

Objetivo 1

Objetivo 2

Conclusaolhuroduoio

Entrega

4.3. Coletade dados

Goleta _1_1-

_1_1-edacao

Apresenta~ao_I_I_

Coleta_1_1-

_1_1-edacao

Apresentacao _1_1_

_1·- 1_

_1_1-

d Coletar ~ados ejuntar as inforrnacoes necessariasao. ~senvolvlmento dos raciocinios previstos nos

objetivos. ~o casod.euma monografia, areferencia ara

~ col:t~ sao os o?je~ivos especificos. No caso depurn

Ielatorio, as referencias de coleta sao oobieti . 1., . J vogera e

as v~navels que sedesejem testar para a hip6tese n~le

contl~a. De resto, como se fara a coleta de dad " f .planejado no item de projeto " di os,ja OI

,. . J proce irricntos". Naprauca, a coleta de dados consisrira em Ad .' por eman. ~mento os proce dirnentos planejados para os

objeu,:,os,obedecendo aocronograma estabelecido pelopesquisador, .

4.3.1. ,C?leta de dados em pesquisas de campo elaboratono

C ? S procedimen,to.s para a pesquisa de campo e

pesquisa de laboratono sao tipicamente empfricos.I I

I tl1 '~I 'N da pesquisa cientffica75

( s dados sao coletados atraves da montagem elOll

c ) 1)serva~aode situacoes fisicas,materiais. Por isso, e x i g "In

HUla carga extra de trabalho, que e amontagem/escolha

casituac;aoprodutora dos fatosque interessam. Exigem,

u l "ITI disso, a montagem/escolha dos instrumentos d '

capta.:_;ao afericao dos dados que serao obtidos.

E possivel, pOl'urnlado, 0delineamento depadroescomuns aos procedimentos tipicamente utilizados em

campo ouemlaborat6rio. AUseja, urnexperimento, urn

\cvantamento, urn estudo de caso etc., serao desen-

volvidos seguindo urn caminho tipico, possivel de ser

r .corihecido , e que sempre caracterizara aquele

Inocedimento. Por outro lado, cada experimento,

, 'vantamento, estudo de caso, eoutros, serao efetuados

em funcao de objetivos pr6prios, originais de cada

pesquisador. Isto significaque cadaprocedimento tera

letalhes empiricos diferenciados, em fu ncao da

inevitavel diferenca causada pela originalidade de cada

nbjetivo criado pelo pesquisador.

Em razao disto, 0pesquisador deve, e claro,

apreender itens basicos, componentes dopadrfio decada

procedimento. Deve, porern, detalhar procedimentos

segundo exigencias pr6prias de seus objetivos.

De modo geral, a coleta de dados realizada em

campo ou em laborat6rio, tera como padrao comum:

• Objetivos e variaveis delimitados e daros.

• Escolha/montagelu dos instrumentos de coleta.

• Pre-teste e aferic;aodos instrumentos de coleta.

• Selec;ao/escolha do fato gerador (sujeitos.

amostra etc.).

• Desenvolvimento das atividades.

Page 37: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 37/67

76 Metodologia cientifica - a constructio do conhecimento

• Tratamento quantitativo e/on qualitativo dos

dados, na forma de resultados.

• Analise dos resultados, em funcao dos objetivos.

• Montagem do relat6rio, como sugerido,

Quanto as formas-padrao de montagem dosvar ios procedimentos, sugere-se a consulta abibliografia especializada em tecnicas de coleta. 10

4.3 .2. Coleta de dados em pesquisas bibliograficas

Entende-se que a pesquisa bibliografica merece

tratamento destacado ..Primeiro, porque estara

presente em qualquer processo de pesquisa. Com

efeito, arespeito de quase tudo que sedeseje pesquisar,

algoja foi pesquisado de forma maisbasica, ou identica

ou cor relata. Ha, portanto, outras percep«;oes e

posicoes que podem servir, seja para embasamento,

sejapara comparacoes ou mesmo para 0conhecimento

daquilo que sepretendia pesquisar sozinho. Segundo,

porque a pesquisa bibliografica e mais simples e

confortavel, ja que disp-ensa todo 0 trabalho de

montagem/escolha/testagem/relato de dados. Osdados

ja estao prontos, organizados, publicados.

Percebe-se, porern, em certos meios acadernicos,uma tendencia a tratar 0dado bibliografico como

secundario, como inforrnacao de segunda categoria.E urn equfvoco.

10 Sugel-e-se, por exernplo, GIL, A.C. Como elaborarprojetos depesquisa, que utiliza

os capltulos V-XII pal-a exp licar em detalhes a rnontagern de cada urn dosprocedimentos mencionados.

Fases dapesquisa cientffica 77

E verdade que a pesquisa bibliog rafica nao

costuma oferecer dados ineditos, como a pesquisa de

campo ou de laborat6rio. Ressalte-se, porem, que em

nada compromete apossibilidade de originalidade dos

raciocinios que, a partir deles, possam ser desenvol-

vidos. A bern da verdade, dados ja publicados podem,

mesmo, possihilitar raciodnios ineditos, ja que 0

conceito de "inedito" nao se restringe a "realidade

nova." Pode tambern significar "pensamento novo" a

respeito de "realidade velha".

A pesquisa bibliografica tern como instrumento

essencial a habilidade de leitura, isto e, a capacidadede extrair inforrnacoes a partir de textos escritos.

Entretanto, nao e segredo que a leitura e urn dos

habitos acadernicos pouco desenvolvidos em nosso

meio. Geralmente, le-se pouco. Motivo: nao ha gosto

pela leitura, provavelmente porque nao se sabe ler.

4.3.2.1. Texto tecnico

Para aprender a ler, e necessario, primeiro, queseentenda 0que e que sedenomina urn texto tecnico.

Fato: Denomina-se "realidade" 0conjunto de

todos os "fatos" (do latimfactum: aquilo que esta feito,

posto, pronto). A arvore e urn fato,0

ceue urn fato,uma cor e urn fato. Fatos sao de acesso publico, isto e,qualquer urn que tenha os sentidos fisicos em born

funcionamento, tern livre ace sso aos fatos que

cornpoem a realidade.

Dado: Sempre que urnser humano capta urnfato,

sua condicao racional mais desenvolvida transforma tal

fato em urn. "dado", isto e, 0 fato passa a "habitar"

79

Page 38: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 38/67

78 Metodologia cienttfrca - a constn«(;/io do conhecimento

intelectualmente esse individuo. 0 conjunto dos dados

queaLguerh.po$sui eo sen "conhecimento". Se,por urn

lado, a.reabdade e seus fatossao meacesso publico, 0

conhecimento e seas dados sao de ambito ptivado: QS

dados que alguem possui sao apenas dele.

Este carater privative do conhecimento aponta

para urn entrave, Com efeito, se todos construassern 0

conhecimento apenas pelo contato com a realidade, Q

d e.se.nvo l v i r n e n t o h u m a n o estaria seriarne n e

comprometido. Cad a individuo ter ia que in iciar

pessoalmerrte, sozinho, ahistoria ciaciericia, oumelhor,

~.h/isl?ria de sua ciencia, oontatamdo reaJidades sernpre

ined.itas e rran.sfor-man.do-as nos dados de seu

corihecirneritc. Teria, alern disso, que consrr.uir sua

ciencia limitado se.mpre a reahdade circunvizinha, 0

q u e i e v i t .a v e l m . e n ae r esur i gir-ia ru io s u a . s

possibilidades de pr<D'gresso.

. Sig;no: Dai a im.po ruancra fundame ntal do

"s~gno", alga fisico e presente, que pode representaTfisicarnente urna realidade ausente, sejauma realidade

nao I:r6xima, seja urn conhecimento (abstr ato) a

r~spe1tDdessa realidade. Urn conjunto-organizado de

slgnos charna-se. "linguagern". .

. .Pod em-se distinguir tres grandes grupos de

sIgnos: Icones, indices e sinais corrvencionais. Sao leones

os s ignos que guardam semelltancas fisicas com a

realidade: Sag indices aqueles signos que apresentam

uma qualidade marcante ciarealidade representada.

Os sinais crrnvencionais sao combinadas, "convencio-

nados", e nao guardam necessariamente semelhancas

fisicas ou qualitativas com a realidade que representam.

Ent.re os sinais convejrcionais, destacam-se as

linguas moder nas. Orais oui escritas, as linguas se

Fases da pesquisa cientffica

compoem de sinais sonoros (lingua falada) ou graficos(lingua escrita), cuja represemtatividadeeconvenci:onada,

forrnartdo-se assirn osvar ios c6cHigos de cornunicacao,

as diversas Hnguas,0 mesmo faro, Po'r e.xernplovo

ruesrno "bicho que mu ge , pasta e cia leire" serachamado de "vaca" ou"cow'l" -demaneira puramente

convencional.

Estabclccido, PQi$,o que e urn fato, urn dado e

UIn signo, entende-se 0 que e e como interagern a

realrdade, o conhecimento e a linguagem, .

Na realidade existern "fates" que sa o "comuns".Isto e, objetes e fenomenosque se :apresentam corn

g:r;:andefrequencia ao cotidiamo das pescSoas. "Cabelo","-,,h "", /" - -,; "'h - :,;, " lh "_,., :"!" fc .uva ,arvore) omelll, 'mu ex, saoatos

cor riqueires, estao presentes qU2lsetodo 0tempo para

quase rodas as pessoas. 0corttato racional com, esses

natos comuns gerara "dados" C!J,uesao tambem"comuns"'. Ou seja, fatos corriqueiros, cotidiartos, seraoapreendidos como dados cerrjqueiros. N a G e por acasoque os fatos cornuris se torriararn familiarcs. Gonvivem

externaeinternamente conosoo qruase0tempo, todo ...

Quando representados por signos, os fatos e os

dados comunsse mostrarao pot signes comuns. E, . se

tal repr-esentacao se fizer pm- meio de urna Iingua, seja

oi-a'l, .seja escrita, os sons ou sinais graficos serao

C01'l1UnS,corriqueiros. A decodifica&ao dessessigrios,

istoe, 8 .. transformacaodos sinais novamerite em dados/fr'arcos, 0 entell,c1imeflto d a lingua, s-er a quase;,)l.:tltom<itiuo.final, Q ouvinte/leitor esta familiarizado

Corn 0 conjunto fato/dado/signo ali utilizado.

Por outr o Ia.do, existem "fat os" que sao

"incomuns". Existem coisas e fenomenos que nao se

apresentam corr-iqueir'amerrte aocotidia.no,damaioria

Page 39: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 39/67

80 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento

das pessoas. "Sinapses neuronais", "movimentos

diast6licos", "fissao atomica", "fenornenos/nournerios",

nao SaO fatoscorriqueiros, nao estaoquase todo 0 tempo

presentes para quase todasaspessoas.0 contato racional

com os fatos incomuns, gerarao dados tarnbern

"incomuns". Isto e, dados que nao saocorriqueiros, por

issomesmo, POllCO familiares, pois pouco seconvivecomeIes.Tambem ossignosque eventualmente representem

taisdados, serao incomuns ..Nocasode utilizacaode uma

lingua, oral ou escrita, aspalavras representantes de tais

fatos/dados serao incomuns. E claroque adecodificacaodessa Iinguagem torna-se mais diflcil, uma vez que 0

conjunto fato/dado/signo e pouco familiar.

o conjunto dos dados comuns formam 0

conhecimento em nivel vulgar, 0 chamado "senso

cornum". 0 senso comum e formado peIo conjunto

familiar dos dados, por aquilo que todos conhecem.Naverdade, e 0conjunto maior dos dados individuais.

Esses dados sao adquiridos nos contatos informais,

empfricos, com arealidade. Aprende-se senso comum

pela observacao dos resultados surgidos da interacao

homem/realidade, peIa atividade pratica da vida. Por

isso, para ser apreendido, senso comum nao requer

qualquer sisternatizacao ou metodologia.

o conjunto dos dados incomuns forma 0

conhecimento cientifico, que secaracteriza justamente

por nao ser familiar, por nao ser conhecido de todos.

(Semduvida0conhecimento cientificoternvocacaoinata

para tornar-se senso comum, uma vez que a ciencia

desenvolve-se como auxiliar da vida; a teoria como

tentativa de meIhorar a pratica). Isto faz com que a

construcao doconhecimento cientificosejamais exigente.

Primeiro, os dados devem estar sistematizados, isto e,

Fases da pesquisa cientifica 81

organizados segundo criterios cu1turais e 16gicos,que

facilitem sua captacao e entendimento. Segundo, 0

aprendizado doconhecimento cientificoemet6dico, isto

e, exige caminhos apropriados de captacao, indicados

peIapr6pria formadesistematizacao. Construir/aprender

cienciaemaistrabalhosodoqueaprender sensocomum...

o conjunto de materiais escritos que lida com 0

senso comum, pode ser genericamente chamado de

"literatura geral". E literatura geral 0 jornal, 0

romance, a novela, a revista de atualidades etc.

Literatura cientifica ou tecnica e 0conjunto de

materiais escritos que lida com 0 conhecimento

cientifico. E literatura tecnica 0 texto de anatomia, 0

artigo de arquitetura, 0livro de filosofia.

Por transmitirem conhecimentos de naturezas

diferentes, textos tecnicos sao diferentes de textos de

literatura geral. Para a leitura e entendimento desses

textos, algumas diferencas sao importantes:

Literatura geral Literatura cientifica

Sao escritos/lidos com vistasa Sao escri tos/lidos com 0

proporcionar lazer e infor- objetivo de ensinar/aprender.

macae geral.

Os textos lidam com conhe- Os textos lidam com conheci-

cime nt.os assis.tematicos e mentos sistematizados emet6-

a-met6dicos. dicos. Por isso, a divisao e a

distribuicao das inforrnacoes

saodistintas.

Por ser tratar de textos com- Sendo textos tecnicos, que se

I postos com base emfatos cor- compoern de dados nao coti-

riqueiros, conrern palavras/ dianos, tendem acenter pala-

ideias/raciodnios tambe m vras/ideias/raciocinios menos

familiares. familiares,

}

Page 40: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 40/67

82 Metodologia cientffica - a c o n st ruc ii o do c o n hec im ent o

Ou seja, a "divisao logica", 0 "vocabulario'' e as

"ideias" desenvolvidas emurn texto de Iiteratura geral

sao normalmente de facil apreensao. Nao e 0 caso da

literarura cientffica.

4.3 ..2.2. Leitura do texto tecnicoA leitura do texto tecnico e, pois, diferente da

leitura do texto de literatura geral. Primeiramente, nos

textos tecnicos, nurica sedevem dispensar inforrnacoes

gerais a respeito daquilo que se vai ler. Examirie-se

sempre parte do material pre-textual (capa, folha de

rosto) e p6s-textual (orelhas, contracapa), para uma

nocao a respeito de autoria e data da publicacao das

inforrnacoes. Aquilo que esta escr'ito, afinal, nao vale

por si s6. Ha que sever, aomenos, por quem equando.

Divisao: 0 proximo passo e tomar conhecimentoda divisao 16gicado texto, resultante da sistematizacao

dos dados. A divisao 16gica e normalmente pre-

organizada, e aparece na divisao grafica. As partes do

assunto tratado saoindicadas graficamente por titulos e

subtitulos. Se 0material ja possui urn sumario (que e 0esquema 16gicodo texto), este e 0 primeiro item a ser

estudado. 11 Se,porem, 0material nao apresentar sumario

pronto (urn artigo, urn capitulo isolado de livro etc.), 0

leitor deve faze-laoFolheia-se 0 texto, reconhecendo as

diversas partes indicadas pelos titulos e subtitulos,

criando/complementando, ao mesmo tempo, a

identificacao alfa-numerica." Cria-se, entao, 0sumario,

utilizando-se das porcoes alfa-nurneradas do texto,

IIRessalte-se a necessidade de seprestar atencao a tltulos de trabalhos cieutificos.

Nestes materials, titulos deuem obrigatoriamente indicar a corueiulo do segmento

abaixo deles.

12 Utilizam-se nurneros (arabicos e/ou rornanos) e letras doalfabeto (minusculas/

maiusculas) para indicacao de sequencia, justamente POI- serern sequericias

universalmente conhecidas,

I.ISCSda pesquisa cientifica83

o que se pretende descobril' neste exarne _e aestrutura 16gicado texto, istoe, aspartes que compoem

o texto; quais sao as partes que se complementam;

quais partes se seqiienciam. N~rm~lm.ent~, e nao

necessariamente, os textos contem indicacoes alfa-

numericas que indicam a sequencia e a .perten~a (guais

.onjuntos menores "pertencem" a conJu?to~ maioresde ideias) dos segmentos de texto. Na ausencia de alfa-

I)umer acao, atente-se para os tipos graficos dos titulos

. subtitulos. 'Titulos "irmaos'Tsequencia) tern 0mesmo

t ipo gra:f1co. Cuide-se tarrrbern da utilizacao ~as

se.qiiencias de numeros e de letras em srsterna UnICO.

Por exemplo, se urn subtitulo for marcado como I, 0

subtitulo sequente devera ser II (nunca B, b etc.).

o estudo atento dos indices produz dois efeitos

benefices. Primeiro, a sensacao de familiaridade com 0

assurrto, mesmo sem te-lo, de fato, lido. Segundo, afacilitacao daescolhadaunidade deleitura13 que interessa

trabalhar, ja que todos os segmentos estarao diante do

leiter, designados por urn titulo indicative de conteudo.

Analise textual: Escolhida uma unidade de

leitura, a pr6xima etapa e a superacao de barreiras

lingiiistico-culturais que0texto possa apresentar. ~omo

se sabe, os fatos/dados sao representados por signos.

No texto tecnico escrito ha fatos nao corriqueiros,

representados por paIavras cujas significac,;;6esnem

sempre sao familiares.

Esta e a fimcao da analise textual: a descoberta e

o aprendizado dos ter~os que ~ponta~ ? S fatos ~aciencia com que seesta hdando, aliascondicao essencial

1$ Nocao importantissima. Em tese, cada segmento do texto e urna "unidarlcautonoma de pensamento", e pode ser lida/entendida Isoladamente. A mcnor

unidade de leitura de um texto e 0paragrafo.

Page 41: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 41/67

84 Metodologia cientffica - a construaio do conhecimentn

para aconstrucao/entendirnento deargumentos/ideias.

Quando se faz necessaria, e uma atividade essencial.

Na pratica, e a primeira leitura que se faz da

uriidade escolhida. E uma leitura rapida, na qual 0

unico objetivo e anotar as palavras desconhecidas que 0

texto apresentar. Nao se deve grifar ou destacar nada,ainda. Sugere-se a anotacao no pr6prio texto (se tal

for permitido, e claro), no inicio ou no final da linhaonde seencontre 0 termo desconhecido. Aofinal desta

coleta, procure-se resolver os termos desconhecidos,

utilizando-se dedicionarios, enciclopedias, professores,

colegas ou qualquer outro meio disponfvel.

A analise textual pretende ser uma etapa

provis6ria da leitura, Considere-se que os termos que

indicam os fatos particulares contemplados por certaciencia sao de nume ro bastante limitado, isto e,constituern urn percentual bastante reduzido do

conjunto de palavras em uso em uma Hngua. Se

gradualmente resolvida, a leitura de textos relativos a

certa ciencia apresentara urn volume cada vez menor

de barreiras lingufstico-culturais. Alerndisso, aumenta

consideravelmente 0dominio do leitor em relacao a

essa ciencia...

Analise tematica: Quando nao ha mais barreiras

lingufstico-culrurais no texto, procura-se entender asideias apresentadas pelo autor, expressas nasfrases que

comp6em 0texto: e a analise ternatica. Pode-se dizerque cada frase!" encerra uma ideia completa.

14 "Grupe de palavras oudeoracoes ligadas grarnati.calmente e[ormando U7I! sentido

complete." (Cr. "Frase". In: Diciondrio Caldas Aulete) - grifo n05SO. .

I' '$ da . pesquisa cientifica85

As ideias que comp6em urntexto agrupam-se em

panigrafos.15 0 paragrafo e amenor porcao aut6noma, . urn texto e, portanto, a menor unidade de leitura.

Nos paragrafos de urn texto encontram-se ~ois tipos

d ideias: ideia principal e ideiats) secundana(s). Ler

. mtender urn texto consiste, aprincipio, em entender

()conjunto de suas ideias principais.

Ideias principais sao encontradas uma em cada

paragrafo. Sao as "ideias importantes" que 0autor

r -solveu transmitir. 16As ideias principais visam alargar

o conhecimento do assunto anunciado pelo titulo.

Forarn previamente escolhidas e sequenciadas pelo

autor, emfuncao de urn objetivo(expresso pelos tltulos/

subtitulos), de forma que 0 conjunto de paragrafos,

derivados dessas ideias, formem uma sequencia 16gica,

uma unidade. 0 entendimento do texto resolve-se,portanto, no estudo de cada urn de seus paragrafos.

Reconhecer a ideia principal de urn paragrafo et.arefarelativamente facil.

No paragrafo, a ideia principal e expressa pela

frase em funcao da qual estao escritas as outras frases

que 0comp6em. Ou seja, as ideias secundarias sao

escritas "ao redor" de uma ideia principal. A funcao

das ideias secundarias e melhorar 0entendimento da

ideia principal. Elas explicam, exempli~icam,sclarecern, a ideia principal. Pense-se num sistema

IS "Pequena parte ou seccaode urn discurso, capitulo, etc..fonnando sentido complete

omdependetue". (cr. ibidem) - grifo n0550 .

•6: Observe-se que nao n a uma ideia que seja principal ousecundaria pOl"si.mesma.

E escolha de quem escreve,

Page 42: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 42/67

86 Metodoiogia cientifica - a C011 .St ,"u( :aodo conheciuunuo

planetario, com urn sol no centro e planetas "em

funcao" do soL. Sugere-se, alem disso, na procura pela

ideia principal, especial atencao a primeira frase dos

paragrafos: quase sempre ja expressa a ideia principal.

Se nao est.iver ali, observe-se a ultima frase do

paragr afo. Em outros termos, pr este-se especial

atencao asextremidades dos paragrafos.

De inicio, e a ideia principal de cada paragrafo,

a frase inteira, que se deve destacar, grifar. Com certa

pratica, e possivel destacar tambern inforrnacoes-chave

deideias secundarias, Ainformacao-chave e0conjunto

siritatico demaiOl- peso em uma frase, isto e, airifor macao mais importante de certa frase. POl'

exemplo, ao dizer "Pedro foi a Curitiba de carro

ontem", nota-se que 0conjunto de sete palavras

(morfologia) transmite cinco inforrnacoes (sintaxe):Pedro/ foil a Curitiba/ de carro/ ontem. 0 mesmo

conjunto de palavras pode ter comoinforrnacao-chave

qualquer dos cinco conjuntos sintaticos. No texto

falado, alteracoes na velocidade e/ou intensidade da

voz indicarao para 0ouvinte a inforrnacao-chave. No

texto escrito, depende-se do contexto. Ou seja, ideias

secundar ias recebem contexto da ideia principal.

Ideias principals, por seu turno, recebem contexto dos

tftulos identificadores do conteudo dos paragrafos.

A leitura do texto tecnico se faz, portanto:

• Considerando a sequencia logica do texto

(divistio);

• Resolvendo os elementos desconhecidos, as

barreiras lingufstico-culturais (analise textual);

I liNes da pesquisa cient ifica87

• Entendendo as ideias pr incipais do autor

(analise temdtica).

·~.3.3.Anotacoes

Anotar

erecolher pOl' escrito os elementos de

interesse resultantes do desenvolvimento de urn dos

IH·ocedimentos.

No casu do procedimento bibliografico, anotar

pede ser apenas recolher as ideias importa~tes do

uutor. 0 resumo e uma boa forma de anota<;ao_p.ara

'irnazenagem. Resumir e redigir, como texto uruco,

as ideias principais de um autor,. g.uardando a

!'Ieqiiencia original das i~eias .. R~dqpr ape~as,.as

informa<;6es-chave das ideias prmcrpais e das .ldelas

secundarias, dando-lhes for-mato grafico hie rar-quizado, em~ntar urn esquema.

Alem destes formatos simples, resumos e

squemas podem ser interpretativos ou crft~cos.

Interpretativos sao os esqtrernas e resumos que Iece-

hem aadicao deelementos complementares, correlatos

aotexto.ja conhecidos do leitor. Crtticos saoosresumos

esquemas que, alern da a~ic;aode oU,trose1~mentos,

recebem avaliacoes do leitor. Isto e, 0le~tor tece

comentarios a respeito da clareza, propnedade e

validade das ideias apresentadas pelo aut or,conn-ontando 0 autor com ideias prop rias.

A anotacao com finalidade de reda<;aoposterior

de um texto proprio, como e0casu da anotacao que

se faz em pesquisas, deve ser feita em funcao dos

objetivos espedficos da irivestigacao.

Page 43: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 43/67

88 Metodologia cientifica - a c o n sn u ai o d o c o n he ci m et uo

Nocasodacoletabibliografica, apreocupacao nao

e mais entender 0 texto (ideiasprincipais). Sup6e-se 0

textoja entendido. Anotam-se todasasideiasprincipaisl

secundarias que, dequalquer forma, poderao ajudar 0

desenvolvimento (e posterior redacao) dos raciocinios

previstos nos objetivos cspecificos.Apresen<:;;alara do

objetivo cspecifico para 0 qual se estao anotando

inforrnacoes e 0que dirige e limitaa coleta, mantendo-aapenas emtorno de inforrnacoes necessarias, Embora

muitoselementos deurn texto possamser interessantes,

registra-se apenas 0necessario, segundo 0objetivo.

Para anotar com vistas a posterior redacao,

sugerem-se alguns cuidados basicos:

• Ter sempre 0 objetivo espedfico em questao

escrito no alto da folha de anotacoes:

• Identificar a fonte de forma a facilitar0retorno

a ela, senecessario:

• Identificar a(s) paginais) de onde se extraiu 0

texto;

• Anotar como resumo, esquema, parafrase ou

c6pia;

• Marcar com aspas os trechos copiados, para

futura referenciacao, casosejamposteriormenteutilizados na redacao do texto.

Em coletas de campo e laborat6rio, ao final das

quais norrnalmente se produzem relat6rios, deve-se

ter 0cuidado de anotar tambern os detalhes do

processo de coleta, para posterior descr icao da

metodologia de trabalho utilizada.

( In s e s da pesquisa cientifica

Aofinal da atividade de coleta de dados, espera-

s que ° pesquisador tenha anotado urn conjunto

diversificado de observacoes e ideias, em torno dos

objetivos espedficos, ou do objetivo espedfico, com0

qual trabalha no momento. E com esses ~a~os 9 -ue

construira osargumentos previstos pelos objetivos, isto

e , 0conteudo do seu texto.!"

4.4. Redacao do texto cieritifico

Esta e uma fase de extrema importancia. E 0

memento da montagem do textoescrito a partir das

inforrnacoes obtidas, organizadas segundo osobjetivos

do projeto. Redigir consiste essenci31lmente em

"alinhar" dados conforrne os objetivos. E aqui que os

objetivos dopesquisador transformam-se emcapltulos

para urn leitor...

Considerada por muitos uma etapa

extremamente diflcil, vale lembrar que, para escrever

textos tccn icos , segue-se basicamente 0 mesmo

raciodnio utilizado para sua leitura. Se quem le

procura ideias, quem escreve deve apreserita-Ias. Para

a montagem do texto cieritffico, sugerem-se alguns

cuidados facilitadores.

1'1 Aos interessados emaprerider mais a respeiro decomo fazer anotacoes, sugere-

seo estudo apresentado por Gerard HOFFBECK eJacques WALTER, c : on w tomar

n ot as r ap id am eru e e b er n, com traducao de Oswaldo Louzada Filho, publicado pela

Editora Nobel, s. Paulo.

Page 44: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 44/67

90 Metodologia cientiflca - a constaucao do conhecimento

4.4.1. Seleaio e orgamizaaio das informacoes

A coleta de dados realizada em torno de urn

objetivo especifico, a partir do desenvolvimento de

qualquer dos procedimentos ja mencionados,normalmente resulta em uma "rnassa" de dados.

? que se tern ao final da coleta e urn conjunto de

~nforma<_;5esanotadas, que apresentam/descrevem

info rm aco es/i deias , julgadas pertinentes ao

desenvolvimento do raciocinio previsto no objetivo.

, A primeira providericia e realizar urna selecao

de dados. No decorrer dos procedimentos de coleta

m~itos elementos sao anotados. Deve-se agora estuda;

as inforrnacoes, considerando sernpre 0objetivo para

? qual foram coletadas. 0 estudo visa separar asmform~<_;~es julgadas realmente riecessarias para a

CO~posl<_;aodo texto previsto pelo objetivo, separando

as infor macoes semelhantes, repetidas ou, numa

segunda olhada, irrelevantes.

Com 0conjunto de dados anotados efetivamente

"limpo", deve-se agora organiza-lo. Primeiramente

cabe verificar sea rnassa de dados pode ser visualizada

em "blocos de assunto", isto e, se ha possibilidade de

agr~pamentos maiores de ideias, e que possam caber

~ba~xo de urn titulo cornum (titulos devem semprein.dicar 0coriteuclo). Se tal divisao iriicial nao for

pos~ivel, organiza-se subtitulos na melhor sequencia,

,mdlcada pelo objetivo do capftulo.

o proximo passo e a tentativa inicial de

"hierarq,:izar" ideias. Se a rnassa de dados permite 0

estabelecimerito de blocos, a hierarquizacao das ideias

e feita em cada urn dos blocos, utilizando-se 0titulo

I\I~,C$da pesqu isa ciemifica9]

do bloco para nortear a melhor sequencia. Seja para

hlocos, seja para 0objetivo principal, as ideias a serem

sscolbidas serao aquelas que 0pesquisador classifique

como as mais importantes, entre todas as que tern

ariotaclas. Sugere-se que tenha a sequencia em que

devam aparecer identificadas por rrurrier os ou letras,

no todo ou nos blocos menores.

Resumindo: A reda<_;aoinicia-se pela "limpeza"

(selecao) dos dados; segue-se a organiza<_;aode blocos

de ideias ; faz-se a hierarquiza~ao das ide iasimportantes. Agora as inforrnacoes estao prontas para

serem redigidas.

4.4.2. Redaaio inicial do texto cientificoAs ideias consideradas importantes serao asideias

pr incipais dos paragrafos. Como ja se encontram

escolhidas e hierarquizadas pelo pesquisador, agora eescreve-Ias, considerando-as nucleos de paragrafos.

lnicie-se, eritao, a reda<_;aodo primeiro paragrafo

do capitulo (ou divisao/bloco do capitulo). Nao se deve

perder de vista que urn paragrafo comp6e-se de uma

ideia principal, cujo sentido pode ser melhorado por

ide ias secundarias. Escr eve-s e ra primeira id.eia

importante, procurando dar a fr ase a melho rexpressao, segundo 0objetivo que setern. Em seguida,

completa-se 0 paragrafo com todas as ideias

secundarias que sejulgue necessarias e suficientes para

to r nar a ide ia principal clara" patente. Ldeias

secundarias explicam, exemphficam, esclarecem a

id.eia principal. Passa-se ent.ao a segunda ideia

Page 45: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 45/67

92 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento

importante, compoe-se 0segundo paragrafo. E assim

sucessivamente com todas as ideias importantes

previamente escolhidas e hierarquizadas.

Importante lembrar que todos os dados

c1assificados na seleca o previa como menos

importantes, podem eventualmente vir a ser utilizados

na cornposicao de ideias secundarias,

4.4.2.1. Utilizacao de citacoes e notas explicativas

Citacao e a transcricao literal de ideias alheias,

reconhecidas e identificadas (referenciadas) como tal.

Textos tecnicos devem lancar mao de citacoes

referenciadas, por dois boris motivos. 0 primeiro e

que, normalmente, citam-se autores de outros textosja publicados, isto e , autores cujas ideias foram

publicamente expostas, submetidas ao juizo e

reconhecimento da comunidade de leitores e da

comunidade cientifica. Se as ideias permanecem (e da

forma como permanecem), seu autor merece merrcao,

como conhecedor do assunto exposto, como

"autoridade cientffica". Segundo, ao referenciar certo

autor, faz-se, a urn s6 tempo, urn ate de just ica

intelectual (atribui-se a ideia a seu "dono"), e urn ato

de honestidade cientffica/acadernica (0 autor que cita

e referencia reconhece que a ideia nao e sua).

Citacoes sao normalmente utilizadas como ideias

secundarias nos paragrafos, ou seja, ideias de outros

autores sao utilizadas como reforco, esclarecimento,

explrcacao, para ideias pr6prias ..Por isso, citacoes

raramente encabccam parag rafo s como ideias

Pnses da pesquisa clent ifica 93

principais. "As citacoes frmciorrarao como suporte a.onstrucao dos argumentos no corpo do trabalho" .18

Na.o ha regras que determinem qual e a

qu.antidade adequada de citacoes a serem usadas em

urn texto original. Devem-se evitar extremos. Urn texto

construido apenas com ideias pessoais de urn autorcorre 0risco de ser meramente opinativo, urn ensaio

cientifico, cuja validade se respaldaria apenas no

not6rio saber do autor. Careceria de apoio explicito e

ideritificado de outras autoridades. Por outro lado, 0

excesso de ci tacoes, com pouca ou nenhuma

contribuicao pessoal, causa a imp ressao de colcha de

retalhos. E, alias, apropriada a indicacao de Nunes, ao

dizer que

Epreciso usa-las com born senso. Tambern se deve mistura-

las com argumentos pr6prios. Nao e de boa tecnica fazervar ias cit.acoes seguidas sem uma amar racao pessoal

intermediar.ia. Nem e adequado apresentar um trabalho

com uma quantidade muito grande de citacoes e uma

pequena contribuicao pessoal. A excecao fica (...) para os

textos analiticos/crtticos de obras especificasou de producao

cientffica de determinado autor. Neste caso sao admitidas

em maior numero. As poucas citacoes ou a ausencia delas

nao e caracterfstica dos trabalhos cientfficos. Nestes, espera-

se que a pesquisa bibliografica feita aparec_;:ano trabalho.

Admite-se [entretanto), texto com poucas ou nenhuma

citacao em trabalhos tecnicos, cuja funcao eorientar a acao

do leitor ou textos didaticos que buscam transmitir

conhecimentos diretos com simplicidade., e que

demonstrem a experiencia e/ou conhecimento pessoal do

autor. 19

1.8 NUNES, T.A.R.Manual da monografia juridica. Sao Paulo: Saraiva, 1997. p. 89.

19 Ibidem, mesma pagina. Omitimos duas noms explicativas relativas ao trecho,

constantes do texto original.

Page 46: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 46/67

94 Merodologia cientifica - a construaio do conhecimento

. Os tipos comuns de citacao sao a citacao literal,

a citacao literal indireta, a citacao de texto oral, acitacao

em lingua estrangeira e a parafrase.

Citacao literal - Copia integral, da ideia e dos

termos que a expressam .. Deve ser transcritaliteralmente, sem acrescimos ou ornissoes, exatamente

como no original, e devidarnente referenciada.s''

. ~Cita~ao literal indireta - Citacao de uma citacao,

isto e, no texto que esta sendo utilizado existe uma

citacao que se quer aproveitar. Ernbora 0ideal seja

buscar a fonte original citada, pode-se utilizar 0 trecho

ja citado, que sera referenciado em forma propria.

Citacao de texto oral - Referericia a trechos de

p~lestras, aulas, conferencias. It a transcricao, de formadireta ou indireta, de urn texto nao escrito. Afidelidade

ao que foi dito e essencial, bern como a correta

refere nciacao.

. .. Cttacao em lingua estrangeira - Seja direta,

inclireta, de texto escr ito ou oral, deve sempre receber

tradu\a_o. Pode-se citar na lIngua original e apresentar

traducao no. rodape. Ou, ao contr ar io, pode-se

apresentar a citacao ja traduzida, fazendo cons tar como

nota de rodape 0texto original.

Parafrase - Apresentacao do conteudo de ideiasde outrem, porern, com palavras pr6prias. Mantern-

se0conreudo, -mas rnodifica-se a forma de trarismiti-

10. I?ois elementos sao essenciais em parafrases:

fidehdade a ideia original; ~, que a parafrase nao se

20Aforma de referenciacao para asvaries tipos decitacoesesta explicada no item

4.5.2., infra.

l'lls(,'s da pesquisa cientifica 95

c:aracterize como plagio. Para 0primeiro caso, deve-

setel' certeza de que a ideia original foi cornpletamente

'ntendida, antes de montar 0refraseamento. Para 0

segundo, deve-se buscar born dorrunio de linguagem,

de forma a expressar a .mesma ideia em hnguagem

. arranjo originais. Nao havendo tais condi\oes, emelhor citar literalrnente.

Evite-se, pOl' fim, apresentar como citacao aquilo

que e cientifica ou academicamente "obvio". 0 obvio

aqui mencionado podem ser verdades consagradas,

patentes, que todos no meio acadernico ou cientifico

.onhecem. Ou, ao men os, deveriam conhecer. Ao

mencionar, pOl'exemplo, a maxima cartesiana Cogito,

( ! '1 'gosum (Penso, logo existo) em urn texto de filosofia,

presume-se que 0Ieiror/filosofo saiba do que/de quem

se trata. Nao ha pOl'que citar e referir Rene Descartes

.orno dono da ideia. Ou, para afirmar que "excesso

de chuvas em epoca .de colheita de trigo cornpromete

lit qualidade dos graos", nao se precisa da autoridade

de urn agronomo que tenha escrito e publicado a frase,

para apoia-la, It algo obvio.

Notas explicativas - Sao ampliacoes, comple-

meritacoes, explicacoes, consideradas importantes

porque ajudariam a clarear 0sentido de ideias do texto

para 0leitor. Porern, se constassem no corpo do texto,

prejudicariam a leitura e 0entendimento do texto,

quebrariam a sequencia dos argtrmerrtos constantes no

texto principal, porque distrairiam a atencao do leitor.

Por esta razao sao feitas geralmente no rodape, como

opcao de leitura complementar.

Devem ser utilizadas mais ou menos com 0

mesmo criterio indicado para as citacoes, Alern elisso,

Page 47: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 47/67

96 Metodoiogia cientifica - a construciio do conhecimento

evita-se notas explicativas muito longas. A funcao das

notas e "limpar" 0texto, isto e, retirar do texto

conteridos interessantes, mas secundar ios..Se passam

a concorrer com 0texto em extensao, provavelmente

nao sao tao secundarias. Talvez merec;;am, no

planejamento do texto, urn lugar como urn subtftulo,

ou, eventualmente, como aperidice do texto principal.

4.4.3. Correaio do texto e redaaio definitiva

otexto que resulta da atividade anterior deve serconsiderado provis6rio. Na verdade, 0que se fez foi

organizar dados de forma original, sem muia

preocupacao com 0leitor, 0 texto deve ser corrigido,

para que receba uma redacao que efetivamente garanta

a expr essao das ideias do autor, e que possam ser

captadas pelo leitor com relativa facilidade. A primeira

correcao e a correcao vertical. Aqui seexamina 0 texto

produzido para verificar se a sequencia 16gica

originalmente dada as ideias principais e, de fato, a

melhor possfvel. Pois, embora 0conjunto das ideias

importantes tivesse sido previamente hierarquizado,

pode acontecer que, ap6s amontagem dos paragrafos,

isto e, ap6s aquelas ideias terem sido compostas com

ideias securidarias, a sequencia melhor sejaoutra. Altera-

se, entao, a sequencia original de paragrafos,

omesmo cuidado se deve manter no interior de

cada paragrafo. Pode-se rnudar a vontade a posicao

das ideias secundarias. Sugere-se, entretanto, que a

ideia principal seja mantida nas extremidades dos

paragrafos, iniciando (quase sempre) ou finalizando

paragrafos,

J<nsesda pesquisa cientifica 97

A segunda correcao e a correcao horiz~n~al do

texto, que considerara os aspectos morfologicos e

sinraticos da rcdacao.

A cor recao morfol6gica visa a adcquacao dos

terrnos utilizados aos dados que se quer comunicar.Ou seja, deve-se verificar se 0que se quis transmit~r

esta realmente expresso com as palavras mars

adequadas. Importante ressaltar que, dif~rent:ment~

do texto falado, 0autor do texto escnto nao esta

dispon.ivel diante do lei tor para eventuais

esclarecimentos. Logo, a comunicac;;ao deve ser clara

o bastante, permitindo entendimento ao pr imeiro

contato. Por exemplo, "junta" e "arricu.lacao" sao

termos que designam 0mesmo fato. Para 0texto "x",

qual e 0melhor?

A correcao sirrtatica visa a correta articulacao

das inforrnacoes, dos elementos sintaticos das frases.

Cuida, tarnbern, da correta articulacao gramatical entre

as varias frases que eventualmente componham urn

paragrafo. Atente-se, a principio, par~ o.acerto de

elementos si.ntaricos como concordanCla verbal,

concordancia nominal, utilizacao correta de pronomes,

urilizacao adequada de tempos verbais entre frases do

mesmo periodo, uso de voz passiva e ativa dos verbos,

extensao das frases (frases curtas sao melhores) etc.

E comum, especialmente no meio academico,

"pagar" a alguem para "corrigi.r 0 por tugues".

E not6rio que a rnaioria de nos tern dificuldades quanto

a urilizacao correta da lingua portuguesa, 0que

frequenternente nos obriga a solici~ar ajuda. Sugere-

se, entretanto, que esta situacao seJa encarada como

urn desafio. Corrigir 0pr6prio texto (mesmo qu ,

Page 48: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 48/67

98 Metodologia cientffica - a construcdo do conhecimento

poste~i~rmente, se necessario, seja solicitada ajuda

especializada) e uma oportunidade para descobrir, e

e:e~tualmente superar, essa deficiericia, Na pior das

hipoteses, 0trabalho de cor recao horizontal deveria

ser feito em conjunto, para que 0autor tenha

oportunidade de melhorar0

que conhece ...

Por ultimo, mas nao menos importante, a

cor recao ortografica do texto (grafia e acerituacao de

palavras, porrruacao) e, ja, presumida.

4.4.4. Estilo epropriedades da redacdo tecnica

Escrever bern e uma arte, que se aprimora com

o habito. 0 habito de escrever bern eo que possibilitara

a producao de textos bons. Alem dos aspectos de

cor recao 16gicae lingiifstica, urn texto deve considerar

aspect~s de estilo e algumas propriedades, 0que 0

tornara urn born texto ou urn texto ruim.

o que se apresenta a seguir e urn quadro ideal.

~ que seespe~ae, peIomenos, que0estudo deste quadro

ajude 0pesqmsador-autor adescobrir eprocurar resolver

aqueles "tres defeitos" grandes, que, afinal, todos temos

em nos~os tex~os. Espera-se, tambern, que ajude a

descobnr e apnmorar as "tres virtudes" maiores, que,

certarnente, todos tarnbem temos ao escrever,

Os itens de estilo e propriedades dos textos, aqui

apresentados, sao uma sumula adaptada do trabalho

de TT?RNE,~, Rufus P . Technical report writing. San

FrancIsc~o:Rinehart Press, 1971, p. 8-14. Encontra-se

e~ E~~IRITO SANTO, A.Delineamentos de metodologiaCientifica. Sao Paulo: Loyola, 1992.

I'~ da pesquisa cieruffica I I,

4.4.4.1. Estilo

Brevidade - Afir mat.ivas compactas, clar as.

()htem-se com palavras, frases e paragr afos curtos.

Lcrubre-se, entre tanto, que e melhor uma frase longa

(. clara, do que Ulna curta e confusa.

Concretude - Dizer claramente, minimizando

uuerp retacoes. Ob tern-s e evitando substantivos

ubstratos, sentericas vagas e eufemismos.

Consistencia - Termos correntes e aceitos.

Obtem-se pela utilizacao uniforme da terrrrinologia.

Decoro- Nao vulgarizar nem inovar termino-

logia irresponsavelmente. Obtem-se evitando portu-

gues coloquial, girias, profanidades (palavr6es).

Franqueza- Chegar ao ponto objetivamente, sem

dcsvios ou contornos politicos. Obtern-se evitando

circu.nloqu ios e digress6es.

Ffuencia - Utilizar com desenvoltura vocabu-

I{trio, gramatica, pontuacao e cornposicao. Obtern-se

pela leitura de bons textos, usa do drcio nar io e de

jarg6es aceitos. Procure sempre pela melhor palavra.

Frescor - Evitar estilo gasto e esteril, abusar da

individualidade, com sabor de novidade. Obrern-se

fugindo de cliches e de estilos de terceiros.

.Impessoaljdade - Apresentar visao objetiva dos

fen6menos, sem envolvimento pessoal. Ob.tern-se

vitando prenomes, primeira pessoa. Abuse da voz

passiva, do pronome "se".

Page 49: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 49/67

100 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento

Linguagem positiva- Procurar sempre a forma

positiva do verbo. Obtern-se evitando sempre que

possivel, 0que ruio e pelo que e . Compare: "0reu deu

urn fraco sinal de arrependimento" com "0reu ruio

deu urn forte sinal de arrependimento".

Logica - Ter born senso, conclus6es que surjam

das evidencias apresentadas. Obtern-se pela adequacao

da exp ressao grafica ao raciocinio. Evite frases

dependentes para expressar situ aco es que sao

independentes.

Modera~ao- Restringir-se de tendencias pessoais,

segurar emocoes, evitar exageros. Obtern-se evitando

palavras de coriotacao emocional ou que emitam juizos

de valor (born, mau, indigno, superior, inferior).

Modestia - Construir urn meio termo entre a

arrogancia/vaidade e subserviencia/autodeprecia~ao.

Ob tem-se evitando express6es audaciosas ou

infundadas, utilizando a voz passiva verbal. S6 utjlize

primeira pessoa. quando inevitavel para aceitacao de

responsabilidade au culpa.

Naturalidade - Libertar-se de artiffcios de

linguagem, de sofismas. Obtern-se evitando a retorica

vazia, a falsa elegancia da linguagem, alusoes classicas,

palavras desnecessaria~ em lingua estrangeira. -

Preoisao - Usar linguagem precisa. Obtern-se com

atencao a mecanica da lingua portuguesa e a estreitacorrespondencia entre a linguagem e0fato comunicado.

Simplicidade - Livrar 0exto de complicacoes e

longas explicacoes. Obtern-se fugindo de palavras

) '. ),,' N ";'- pouco usadas e sentencas complicadas.,

.,

I'''M.·~da pesquisa cientiflca.10[

4.4.4.2. Propriedades do texto

Acabamento - Trabalho bern acabado, com born

polimento final. Obtem-se com repetidas revis6es e

(,:orre~6es

Autoridade - 0 autor sabe do que esta falando,

inspira confianca. Obtem-se apo~ando dev~damente as

afirmacoes, sendo concreto, 16glCOe preClso.

Clareza - Ap resentacao clara, reclacao com

sentido normalmente captado na primeira leitura.

Obtern-se sendo breve, concreto, direto e simples.

Coenerrcra - As partes do texto sao claramente

interligadas. Obtern-se pelo uso corret~ de exp ressoes

de transicao (porern, por isso, com efeito etc.).

Controle - 0texto comunica dados, nao expressa

ernocoes de urn autor nem quer despeTt~-I~s no. leitor.

Obtern-se com atencao ao decoro e rriodestia, evitarido

exageros e subentendidos.

Dignidade - Mostra compostura e auto-respeito,

refletindo a dignidade da profissao de quem escreve

sem desrespeitar 0leitor. Obtern-se com aten~~o aos

elementos autoridade, fluencia, frescor, naturahdade

e precisao, componentes do born estilo.

Drrecao - 0 texto deve indicar 0 caminho que

vai seguir. Obtern-se buscando organiza~ao, inteireza,

unidade de pensamento. 0 leitor deve ser 0tempo

todo informado "para onde vamos agora".

Eticalidade - Demonstrar responsabilid ad .

moral. Obtern-se escrevendo em confor macao com 1i

costumes e normas da boa redacao tecnica,

Page 50: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 50/67

102Metodulogia cientffica - a construqao do conhecimenia

Fidelidade - 0 texto deve preencher 0contrato

implicito com 0leitor, cumprir 0que prometeu.

Obtem-se com at.encao a inteireza, unidade,

organizac;ao, consistencia e 16gica.

Inteireza - Apresenta urn produto acabado, semqualquer parte abreviada, velada ou subentendida.

Obtern-se com 0acabarnento de cada parte, evitando

ornissoes e fragrnentaeo-s.

Objetividade - Apresenta ponto de vista

imparcial. Obt.em-s e por meio de redacao semteridencias pessoais.

Seletividade - Re tem apenas mater raj s

importantes. Obt ern-se com enfase no material

principal, e menos enfase em materiais securidarios.

Tato- 0 texto nao ofende. Obtem-se pelo exerdcio

da arte de nao .reprimir, nao acusar, nao depreciar.

Veracidade - 0 texto nao engana nem falseia,

pois a verdade e a alma de qualquer ciencia, Obtern-

se evitando evasivas e equfvocos, atendo-se aos fatos.

4.5. Apresenta~aografica

dos trabalhos cientificos

No capitulo 3 foram apresentados, como formas

principais de textos cientificos, a resenha, 0relat6rio

e amonografia. A corrstr'ucao de qualquer destes textos

e resultante de investigacao cientifica.

Para 0desenvolvimento da pesquisa/invesrigac;ao

cientffica, sugeriram-se cinco fasesdistintas: pre-projeto/

Ilases da pesquisa cientifica II,

projeto (ver 4.1/4..2).,que respondem.pdo plaruj.uru-unda atividade intelectual, esp ecia lme nt POJ"(I'IC'

preenchem as necessidades de deli~i~a<;ao d~ It:II.1!1

geracao de hip6tese(s) e criacao d~ objetivos (racio IllU)S

a serem desenvolvidos). A parur do planejam ru.o,

i.nicia-se a execucao da atividade intelectual. A col ta

de dados (ver 4.3) oferece a oportunidade dejuntar as

infor macoes necessarias ao desenvolvimento dos

raciocinios previstos nos objetivos. Estes racio~fnios sao

entao, sistematizados, organizados metodicamente,

redigidos (ver 4.4), para produzir urn texto tecnico,

E 0momenta de apresentar, de "public~r", de

oferecer os resultados a urn eventual leitor. Edisto

que trata a apresentacao grafica (ver 4.5), a organizacao

e digitacao/datilografia do texto '.,

A ap reseritacao grafica de textos cientfficos e

regulamentada pela Associacao Brasileira de Norm~s

Tecnicas (ABNT) que, por sua vez, segue 0padrao

basico internacional, 0qual padroniza e permite a

identificacao de formas e origens de textos cientificos

em todo 0mundo.

A ap rese ntacao dos trabalhos cientificos, no

modele relat6rio (ver 3.2) ou no modele monografia

(ver 3.3), consta de sete partes essenciais e indispen-

saveis, que aparecem para 0eitor na seguinte ordern:

capa, folha de rosto, surnario/Indice, inrroducao, corpo,

conclusao, bibliografia.

Porern, podem-se tambern incluir os seguintes

complementos: folha de avaliacao, dedi~at6ria/dl~ticos,

agradecimentos, lista de tabelas, Iista d~ s1g1asl

abreviaturas, abstracts/resumo, anexos/apendice, folha

final em branco,. Indice remissivo.

Page 51: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 51/67

104 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento

4.5.1. Aspectos graficos em geral

'. ~o~ato de_>apel - 0 papel a ser utilizado para

a ~hgltac;ao/datllografia e 0A4 (210 X 297mm).

A impressao e feita em laudas, isto e, utiliza-se apenas

urn dos lados da folha. Cada folha sera uma pagina.

Tipos graficos/fontes - No caso de digitacao,

onde_ha abundancia de fontes a escolher, sugere-se a

a~oc;ao de fontes com formato de facil leitura (Arial,

Times New R O ' 1 1 U J , n etc.), que seaproximern dos forrnatos

mais comuns de impressao. 0amanho recomendado

eo doze (12). Se, porern, seutilizam tipos/fontes menos

encorpadas ou mais encorpadas, fontes 10 a 14 sao

aceitaveis.

. . M~rg~ns e, eap aca me nro - A datilografia/

digit aca o e sempre feita em esp a co duplo (2).Eventualmente, para evitar 0desdobramento de obra

longa ~~ mais de urn volume, 0espac;amento 1,5pode

ser utihzado. Nao, por ern, em espac;o urn (1), exceto

para Ace~taspartes especificas como a nota de grau

acadernico (folha de rosto), notas de roclape e abstracts/

resumos. 0texto em geral guarda as seguintes

margens, a partir das bordas da folha:

Margem Tamanho

Superior 3cm

Esquerda 3cm

Inferior 2cm

Dir'eita 2cm

,"Slin pesquisa cientifica105

Pagina~ao - SaO admitidos dois sistemas de

paginaC;ao.

No primeiro, as paginas sao contadas a partir da

[olha de rosto (inclusive), mas s6 comec;am a ser

graficamente numeradas a partir da primeira pagina

ciaintroducao- 0 riurnero vai grafado em algarismosarabicos, no canto superior direito da pagina, a altura

do limite da margem direita, a 2 ern da borda superior

cia folha e a Lcrnda primeira linha do texto.

No segundo sistema, utilizado especialmente nos

casos que apresentem urn conjunto longo de paginas

pre-textuais (folha de rosto, dedicatorias, dtsticos,

agradecimentos, sumario, listas de tabelas, abreviaturas

e siglas etc.), pode-se comecar a contar e numerar a

partir das paginas textuais (introduC;ao em diante),

utilizando-se do primeiro sistema.As

paginas pre-

textuais teriam, enta o contagem propria e a

nurneracao seria grafada em algarismos romanos

minusculos, no centro da margem inferior, a I em da

borda do papd e I ern da ultima linha do texto.

Encaderna~ao - A principio, encadernar nao e

uma obrigaC;ao.Obrigatorio e, sim, que todo texto com

mais de uma folha, apresente-se com todas as folhas

juntas. Bastaria, portanto, urn grampo em diagonal,

no canto superior esquerdo, para manter as folhas

juntas e em sequencia.Por outro lado, urn texto encadernado no modelo

broehura (capa em cartolina plastifieada ou capa dura,

rniolo eosturado e colado, lombada quadrada, com capa

e lombada gravadas em dourado ou prata) g r a

exeelente impacto inicial. Pode-se tambern encadernur

Page 52: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 52/67

106 Metodologia cientifica - a construaio do conhecimento

por urn dos sistemas oferecidos, como espiral, garras,

canaletes, grampos, etc. Nestes casos, a capa deve ser

transparente (os elementos de capa sempre devem

aparecer) e a contracapa na cor que se quiser. Sugere-

se adequar a encader nacao a ut.ilizacao futur a. Por

exemplo, encaderriacao com canaletes e de manuseio

mais diflcil, alern de soltar mais facilmente as paginas.

Em trabalhos acadernicos comuns, a encaderriacao com

espiral parece a mais adequada.

4.5 ..2. Corpo dos trabalhos

Urn texto tecnico e urn conjunto de paragrafos,

cad a urn deles composto a partir de uma ideia

importante, cujo conteudo e quase sempre melhorado

por urn grupo de idcias secundarias,

o paragrafo deve ser indentado, .istoe,aprimeiralinha deve estar recuada da margem esquerda

aproximadamente 1,5 cm. 0 esp acarrie nto entre

paragrafos e 0mesmo que se utiliza entre as dernais

linhas do texto (espaco 2 ou, eventualmente, espaco

1,5).

Titulos e subtitulos - Urn grupo de paragr afos

e identificado por titulos e subtitulos que anunciam 0

conterido daqueIe bloco de ideias, alern de organizare delimitar a extensao do bloco de ideias. Para 0eitor,

e uma aritecipacao do corrtetrdo e uma oportunidade

de facilmente perceber 0esquema 16gico do texto,

Titulos e subtitulos devem estar alfa-numerados,

marcados por letras e rrurner os, como indicativos de

i111SCS dapesquisa cientifica 107

s qi.iencia e perten~a de idcias. Ha pel~ men~s duas

Iorrnas usuais de se numerarem cap ittrlos , itens e

subitens.?'

a) a que mistura algarismos romanos com

arabicos.

b) a que utiliza somente arabicos.

Na primeira utiliza-se 0algar~smo roma?o para

designar capitulo e0arabico para itens e subite ns.

Exemplo:

IV. As fases da pesquisa cientifica.

IV.I. 0 pre-projeto.

Na segunda, utilizam-se apenas algarismos

arabicos.

4. As fases da pesquisa cientifica.

4.1. 0 pr'e-p rojeto.

Preferimos 0 segundo modelo, que tern

apresentacao rnais unifor~~. Alern disso, nao e~iste

qualquer motivo para se utilizar 0romano p~ra titulo

e subtirulo do capitulo e0arabico nos dernais casos.

E permitida a abertura de subitens (por exemplo,

4.1.1.; 4.1.1.1.) Contudo, nao se deve passar de quatroalgarismos.

11 It tarnbem nosso entendimento que a forma proposta par NUNES (o / J " . Cit . p,

153-155), seja a mais adequada, ernbora haja outras posstvers. POI' ISSO II

transcrevemos aqui, praticamente ua integra.

Page 53: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 53/67

108Metodologia cienunca - a COnst11u ; aO do conhecimenm

Exemplo incorreto:

4.

4.1.

4.1.1.

4.1.1.1.

4.1.1.1. 1. (cinco algarismos)

.S~,porem, 0rabalho comportar varias subdivis6es

e extst.rr necessidade da quinta subclivisao, deve-se

recorr~r a letras: a), b), c) etc., ou entao, coloca-se0titulo

do capitulo em romano e, assim, seganha maisuma casa.

Exemplos corretos:

4. As fases da pesquisa cientffica.

4.2. Projeto.

4.2.8. Recursos.

4.2.8.1. Recursos Materiais ..

4.2.8.2. Recursos Finaneeiros.

a) de bancos

b) de vendas

c) de particulares

IV. As fases da pesquisa cientffica.

2 . Projeto.

2.8. Recursos.

2.8.1. Reeursos Materiais

2.8.2. Recursos Financeiros.2.8.2.1. de bancos

2.8.2.2. de vendas

2.8.2.3. de particulares

I!(tscs da pesquisa cientffica '109

De qualquer maneira, deve-se evitar uma

subdivisao maior do que as tratadas. E necessario urn

.sforco de imagrnacao neste sentido.

As entradas da rrurrier acao e dos titulos dos

capitulos, dos itens edos subitens saoiguais asdo sumario.

Alem disso, no titulo dos capitulos usam-se maiusculas.Notitulo dos itenscomeca-seapenas com.aprime ira letra

em rnaiuscula easdemais em rninusculas (exceto, eclaro,

das palavras que devem iniciar em maiusculas).

Se houver uma segunda e terceira subdivisao, os

tftu los pod erao ter tipos e tamanhos diferentes.

Manteriha-se porern uniformidade na escolha. Se a

escolha foi de utilizar italico-negrito em divisoes de

dois algarisrnos (1..2), mantenha-se 0mesmo para 1.3,

bern como para 2.3; para 3.2 etc., dos outros capitulos.

A postcao dos titulos - T'itulos de capitulos ou

das partes de urn relat6rio sernpre se iniciam em nova

folha, Sao posicionados na margem esquerda (3 cm

da borda esquerda da folha), iniciando-se pela

ideritificacao numerica, Pode-se tambern fazer constar,

no caso da monografia, a palavra "capitulo", seguida

do algarismo arabico ou romano correspondente.

Neste caso, sera ela a primeira linha, na posicao

indicada. Logo abaixo (urn espac;o duplo), na rnesrna

margem, cons tara 0titulo, que em qualquer dos casos

dcvera ser grafado em maiusculas, preferencialmentedestacado por negrito, caso haja 0recurso.

Titulos de partes de capitulo (subitens) seguem

a mesma margem esquerda (3em da borda da folha).

Entre 0texto (ou titulo) anterior e os sub trtu los

I',\~ '5da pesquisa cientifica1I1

Page 54: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 54/67

110 Merodologta cienrffica - a construcao do conhecimento

seg~intes. deixam-se dois espa~os duplos. Entre

subtitulos e texto (primeira linha do paragrafo), deixa-

se apenas urn espa~o duplo.

.Cita~6es - Citacoes curtas (ate 5 linhas) entram

no :hnhamento normal do texto, como parte de urn

paragrafo, entre aspas. Citacoes longas (mais de 5 linhas) ,devem s/erdestacada~ do paragrafo (3 espa~os simples

dos paragrafos antenor e posterior), adentradas (mais

ou men~s 2,5 em da margem esquerda), digitada em

espa~o. /srmples e, se possivel, com tipo menor. Se 0

texto Ja apresentar aspas, ao ser citado, elas transfor-

mam-se em aspas simples.

Exemplo de citacao curta:

(...)0/D~reito apresenta-se como 0conjunto de

ac?~dos rmmrnos de convivencia, garantia de justi<;a

rruruma p~ra uma dada sociedade; a Filosofia, cornpoe-

se do ~~IlJunto organizado de sugest6es a respeito de

como _en:er?"ar ~~ palmo diante do proprio nariz, 0

que nao e tao facil nem tao inu til como muitos

pensam".

Exemplo de citacao longa:

.. (...) ~esquisar e 0exerdcio intencional da pura

atl;I?adeInte~ec:ua~, visando melhorar as condicoes

praticas de exrstericra. Pinto explica que

a pratica, que e criterio para a proposicao de finalidades

e pa~a a verificacao de verda des, nao e cega, mecanica ou

ocasI(~~al.. Ao contrario, guia-se pela soma de toda a

~xl?enencIa a~tenor do individuo e da humanidade, esta

u.ltlm~ absor~lda na fo:m~ de heranca cultural. A pesquisa

CIentlfi.ca nao corrstrtur uma atividade acidental de

procedirnento humano, mas uma forma de ac;aoque lhe

e natural, porque realiza uma exigencia de sua essericia,

a de se aperfeicoar, a de progredir no desenvol-virnento

de sua humanizac;ao,jungindo as forcas cegas da natureza

aos seus desfgnios conscientes .

Pela sua natureza, a par'afr ase se incor pora

scmpre ao conjunto do texto original do autor.

As citacoes devem ser referenciadas. Ha tress,istemas aceitos para a referencia~ao hibliografica:

referencias de rodape, referencias pelo sistema autor-

data e notas de r'eferericia em pagina separada. Apenas

urn deles deve ser utilizado no mesmo texto.

A referencia de rodape deve conter apenas os dados

minimos necessarios a identificacao da fonte, isto e, 0

nome do autor (em ordem direta), 0titulo da obra, a

pagina ou paginas utilizada(s), separados par virgulas.

Os dados completos da obra, constarao na bibliografia

final. Se, por algum motivo., a obra nao aparecer nabibliografia (obra correlata, de referencia secundaria

etc.) faz-se entao a referencia completa. Se a referencia

for a respeito de mais de uma pagina, pode-se indica-

las de forma espedfica (p. 5-8), ou de forma sequencial

(p. 5s, istoe, pagina 5 e seguintes).

Par exemplo, observe-se a nota de rodape desta

citacao:

Pesquisar e 0exer cicio intencional da pura atividade

intelectual, visando melhorar as corrd.icfies praticas de

existencia. A prarica, que e criterio para a proposic;ao de

finalidades e para a verificacao de verdades, nao e cega,mecanica ou ocasional. Ao contra.rio, guia-se pela soma de

toda a exper iencia anterior do individuo e da humanidade,

esta ultima absorvida na forma de he rauca cultu ral.

A pesquisa cientifica nao constitui uma atividade acrde nta l

de procedimento humano, mas uma forma de acao q'u .

lhe e natural, pOl'que realiza uma exigencia de sua essen ia,

112 Metodologia cientifica - a construaio do conhecimento Fllisesda pesquisa cientifica I I

Page 55: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 55/67

a de se aperfeicoar, a de progredir no desenvolvimento de

sua humanizacao.jungindo as forcas cegas da natureza aos

seus designios conscientes."

Citacoes indiretas (citacao de citacao) tern outro

formato de refe reric ia, pois as obras citadas

indiretamente nao aparecerao na bibliografia. Deve-

se primeiro referenciar a obra indiretamente citada,

de forma completa; depois os dad os basicos para

reconhecimento da obra diretamente citada, ligados

por apud.

Exernplo:

HEGENBERG, Leonidas. Explicacoes cientificas:

Introduaio a filosofia da ciencia. 2. ed. Sao Paulo:

EPU/EDUSP, 1974. 374 p., apud BASTOS &

KELLER, Aprendendo a aprender: introducdo ametodologia cientifica, p. 82.

Parafrases, embora nao estejam entre aspas, por

nao serem Iiterais, devem ser referenciadas normal-

mente. E, por clareza, ate mesmo explicadas.

Exemplo:

No livro Etica: caminhos da realizacao humana, na

pagina 38 encontra-se a nota 16, que diz:"Utilizamos

aqui 0texto de HILDEBRAND, Dietrich von, Atitudes

eticas fundamentais. Colecao Circulo de Leitura, n. 30.

Sao Paulo: Quadrante, 1988." 0 autor esta a indicar

22 PI NTO, Ciencia e existencia, p.426-427. Esta e a referencia mfnima necessaria.

Os dados cornpletos paJ'a esta obra estarao na b:ibliografia final, pois e obraimportante para este texto, U\ consta:

PINTO, Alvaro Vieira. Ciencia eExistencia: problem.asfilos6ficos da pesquisa cieniifica.2. ed. SaoPaulo: Editora Paz e Terra, ]979.537 p.

que 0exto foi parafraseado, isto e, as ideias ss 'lIdais

que 0 livro traz, neste p-ed aco, nao sao pr6pl-iasmHs

ideias refraseadas de von Hildebrand, consignadas ua

obra indicada.

Citacoes de textos orais devem ser referenciadas corn

os elementos que permitam identificar claramente a

forate.

Citacoes repetidas, se do mesmo autor, mas de outra

obra, usa-se 0ermo "idem", seguido do nome da obra

e da(s) paginats).

Exemplo:

BASTOS, KELLER. Aprendendo a aprender: introduf;ao

a metodologia cientifica, p. 82.

Idem. Aprendendo l6gica, p. 38.

Se da mesma obra do mesmo autor, usa-se 0

termo"ibidem" (ouibid.), seguido da(s) pagina(s)

citada(s).

Exemplo:

SANTOS, A. R. Etica: caminhos da realizacdo humama.

p.98.

Ibidem, p. 38-42.

Se do mesmo autor, mesma obra emesma pagina,

usa-se "Ibidem, mesma pagina". Pode-se ainda, no cas

da mesma obra do mesmo autor, fazer constar 0nom

do autor (ordem direta) com a exp ressao op. ci t. (opu»

citatum) e a(s) pagina(s) citada(s).

Exernplo:

RUIZ, Metodologia Cientifica: guia para eficiencia 1'/,OS

estudos, p. 24-39.

114 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento F,ases da pesquisa cierrtff'ica 115

Page 56: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 56/67

RUIZ, op. cit., p. 48.

Se 0autor ou a obra ja estiverem mencionados

no corpo do texto, para a entrada da citacao, nao

devem ser repetidos na referericia.

Exemplo:

Se0exto a seguir tivesse sido apresentado assim:

Pesquisar e 0exercicio intencional da pura

atividade intelectual, visando melhorar as condicoes

pr aticas de existencia. Pinto, na sua obra Ciencia e

Existencia: problemas filosoficos da pesquisa cieniifica,

explica que:

a pratica, que e criterio para a proposicao de finalidades e

para a verificacao de verdades, nao e cega, mecanica ou

ocasional. Ao coritr-ario, guia-se pela soma de toda a

cxperiencia anterior do individuo e da humanidade, estaultima absorvida na forma de heranca cultural. A pesquisa

cierittfica nao constitui urna atividade acidental de

procedimento humano, mas uma forma de acao que Ihe e

natural, porque realiza uma exigencia de sua essencia, a

de se aperfeicoar, a de progredir no desenvolvimento de

suahurnanizacao.ju ngindo as forcas cegas da natureza aos

seus desfgnios conscientes ..3

Sua refererrcia correta seria como mostra a nota

22, no rodape.

As referencias podem ser ainda internas. Isto e,o autor deseja comparar ou cotejar esta parte do texto

com outra qualquer domesmo texto. A nota e feita

•23 Ver p. 426-427.

entao com expressoes como "Ver a respeito 0item 'x',

supra." (se 0trecho indicado estiver arras), "Ver a

respeito 0item 'y', infra." (se0trecho estiver adiante).

Se a comparacao ou cotejamento e com outra obra,

lJIS4-Se a expressao "Confira", ou "Cf.", seguidos da

referencia necessaria.

o sistema autor/data e uma tecnica de referericia

bastante comum. Ap6s 0trecho citado, nos forrnatos ja

mencionados, escreve-se: 0nome do autor em

maiusculas (normalmente, s60sobrenome, exceto nos

casos de hom.onirnia}, 0 ana da pub licacao ,

preferencialmente do original, e a(s) pagina(s)

referenciada(s). 0 ana e separado do autor por virgula.

A(s)pagina(s) e(sao) separada(s) do ana por dois pontos.

Exemplo:

"Aeducacao auteritica, repitamos, nao se faz de'Npara 'B' ou de 'Nsobre 'B', mas de 'Ncom 'B',

mediatizados pelo mundo" (FREIRE, 1970: 98).

Se 0autor ja tiver sido mencionado no corpo do

trabalho, suprime-se.

Exemplo:

Segundo Paulo FREIRE, "a educacao autentica,

repitamos, nao se faz de ' P i . para 'B' ou de ' P i . sobre 'B',

mas de ' P i . com 'B', mediatizados pelo mundo" (1970: 98).

Para descobrir a obra referenciada, 0leitor ira abibliografia final. Aconselha-se, neste caso, que a

bibliografia seja montada com enfase autor/data. .

Page 57: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 57/67

116 Metodologia cientiflca - a construaio do conhecimento

Exemplo:

SANTOS, Antonio Raimundo dos. 1997. Repensando a

Filosofia: Pr6logo do comenuirio de Guilherme de

Ockham as Sentencas, Questao 1 ( 1 . Colecao Filosofia

59. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997.

Se houver mais de uma obra do mesmo autor,

no mesmo ano, citadas no mesmo trabalho, elas serao

identificadas, tanto na citacao quanto na refer'encia,

por letras ap6s 0 ano.

Exemplo:

SANTOS, Antonio Raimundo dos.1997a. Repensando

a Filosofia: Pr6logo do comentdrio de Guilherme de

Ockham as Sentencas, Questao 1G . Colecao Filosofia

59. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997.

SANTOS, Antonio Raimundo dos.1997b. Etica:

caminhos da realizaaio humana. Sao Paulo: Editora

Ave Maria, 1997.

Aoutilizar0sistema autor/data, asnotas explicativas

coritinuarao a aparecer norrnalmente no rodape.

Especialmente nos casos de trabalhos

datilografados, por facilitacao, pode-se ainda utilizar

o sistema de notas de referencia empagina separada.

No corpo do capitulo constarao apenas nurneros dechamada, sobrescritos (por exemplo, (12»), para as

citacoes. Aofinal do capitulo, numa pagina com0titulo

de "Netas de Referencia", escrevem-se todas as notas,

antepondo a cada uma delas, entre pare ntes es. 0

numero de chamada que esta no texto.

Fases da pesqutsa ctenufica 117

4.5.3. Conclusiio

Conclusao e fechamento, encerramento do texto.

E normalmente produzida logo ap6s a redacao do corpo

do trabalho. Dois elementos sao essenciais para a

moritagem da conclusao: sintese das priI_Icipaisid~ias;

paragrafo conclusivo (ou conclusao propnamente dita).

As principais ideias deverao ser sin~e:i.zadas .a

partir dos capftulos. Isto e, recolhem-se as ideias mars

importantes desenvolvidas em cada capitulo e, com elas,

montam-se paragrafos, Normalmente, cada capitulo gera

urn paragrafo de conclusao, Se0t~xtoyver 0fo~m~to

de relatorio, 0principio e0mesmo. Sintetizam-se asIde~as

essenciais de cada parte (referencial teorico, metodologia,

resultados, analise de resultados) em urn paragrafo.

oparagrafo conc]usivo

e0fecham~n~o.do texto,

propriamente dito. E naturalmente iniciad o por

express6es do tipo:

"Diante disto, condui-se que ..."

"Tendo emvista0acima exposto, conclui-se que "

"Considerando as ideias acima, condui-se que "

Faz-se eritao 0 fechamento, a conclusao, em

furrcao do objetivo geral da invest.igacao qu~ se

desenvolveu e que foi proposto la arras, no proJeto.

Afinal, foi 0 objetivo geral que norteou todo 0

raciodnio do trabalho. Note-se que a coriclusao ebaseada nos dados levantados no decorrer da

irrvestigacao enos raciodnios com eles desenvolvido .

Jamais se forca uma conclusao e nem sempre se pod"

conduir na direcao prevista anteriormente.

Page 58: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 58/67

118 Metodologia cienrifica - a construaio do conhecimento

Por exemplo, suponha 0seguinte objetivo geral

e espedficos de certo trabalho:

• Objetivo geral: provar que Iimao cura resfriado.

• Objetivos espedficos:1. identificar os componentes quimicos

do Iimao.

2. analisar 0virus do resfriado.

3. analisar as r eaco es do virus do

resfriado ao limao.

Os capitulos desse texto foram escritos em torno

dos objetivos especfficos, que saoaspectos componentes

do objetivo geral. as dados que foram coletados, os

raciocinios que puderam ser feitos e que determinaram

se0objetivo geral foi atingido, ou quanto dele se pedeatingir. Neste caso, aconclusao poderia ser: "Examinados

estes dados, conclui-se que 0Iimao, de fato, cura

resfriado"; ou, "Tendo emvista0acirna exposto, conclui-

se que 0Iirnao nao cura resfriado"; ou, ainda,

"Considerados os dados acima, conclui-se que 0limao

cura resfriado, em casos como X,Y,e Z. Em casos como

A,Be C, porern, apresenta eficacia reduzida" etc.

Se 0pesquisador quiser, pode adicionar urn

paragrafo de abertura do tema. Com efeito, esta

pesquisa iniciou-se apartir de urn tema geral (0assuntodo pre-projeto, 0 tema geral do projeto), do qual se

extraiu urn aspecto para estudo (a hipotese, 0tema

especffico, 0objetivo geral). Podern-se mencionar os

outros aspectos relativos ao assunto desenvolvido, que

foram deixados para tras, na delirnitacao do assunto,

ou, mesmo, outras tentativas depesquisa.ja conhecidas,

que indiquem novas possibilidades de investigacao.

Fases da pesquisa cientifica 119

4.5.4. Iruroduaio

as textos sao escritos para que outros os leiarn ..

Introduzir urn texto e oferecer ao leitor urn panoramageral a respeito daquilo que encoritrara durante a

leitura.?" Embora a introducao seja a primeira parte

importante do texto que 0leitor ericontrara ao ler (as

outras serao 0 corpo e a conclusao do trabalho), e a

ultima das tres a ser redigida. Isto porque, para que

se escreva a respeito do texto, e necessario que esteja

pronto, concluido.

Uma boa introd.ucao deve conter alguns

elementos basicos, que porcrn, nao se coristiruirao em

subntulos.

Inicia-se com urn relato a respeito da importdncia eabrangencia do tema. Ressalte-se primeiro para 0leitor a

area de interesse humano para a qual 0 trabalho

contribui. Urn texto final de pesquisa pode ter relevancia

social, cientifica o~ academica, como ja visto no item

"[ustificativa", atras, em "Projeto". Pode ainda ser

importante para urn grupo humano especifico, ou como

auxiliar no desenvolvimento de certa ciencia, ou, ainda,

pode contribuir para0ensino/ aprendizado deurn tema.

Na sequencia, deve-se mencionar eventos (sociais,

cientificos, acadernicos) desenvolvidos, em desenvolvi-

mento ou, mesmo, a serem desenvolvidos, que guardem

qualquer relacao com 0tema investigado, e que, afinal,

24 Nao se deve confunclir introduciio com prefacio (au prdlogo'; ou apreseruoaio,geralmente encontrados em livros. Iruroducoes sao, normalmente, escritas pclo

mesmo autor do texro que se lera, e tern finalidade intelectual. Prefacios .

apresentacoes sao, normal mente, escritos por urn terceiro, quase sernprc mni,

conhecido/respeitado 11 a comunidade a que se destina a obi-a, e cumprc rlln<;:Ii)

basicamente "comercial".

Page 59: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 59/67

120 Metodologia cientffica- a construaio do conhecimento

demonstrern a importancia que se disse ter 0assunto.

E fundamental a mericao de puhlicacoes (livros,

peri6dicos etc.) que, de alguma forma, demonstraram

interesse pela mesma ternatica, e que tipo de interesse

foi demonstrado. Isto situa 0leitor quanto ao status

cientifico do tema, 0estado da arte.

Apresentam-se, agora, ao leitor, os objetivos

iniciais da pesquisa. Prirneiro, 0objetivo geral, que

quase sernpre e apresentado abrindo urn paragrafo,

assim: "0 presente trabalho pretende ... + objetivogeral" .

Por exernplo: "0 presente trabalho pretende

provar que limao e eficaz no combate a resfriados".

Embora nao seja uma exigencia, podem-se aqui

tecer cornentarios a respeito de como se chegou a esse

objetivo, isto e, qual foi 0 tema geral e sua

problernatizacao, que originou qual hip6tese, da qual

se extraiu 0objetivo geral.

Apresentam-se em seguida os objetivos

espedficos, porern, ja com 0nome de capftulos, nos

quais foram transform ados.

Exemplo:

"No primeiro capitulo se ident ificar a a

composicao qufrnica do Iimao. 0 segundo capitulo ira

analisar 0virus do resfriado. 0 terceiro capitulo tratara

de analisar as reacoe s do virus do resfriado em

presen<,;ado limao".

Pode-se tambem fazer uma descricao sucinta da

rnetodologia utilizada na coleta das informacoes, Alias,

, II I,

Fases da pesquisa cientifica 12]

teriha-se especial cuidado quando seestiver introduzindo

urn relat6rio, pois, em relatorios esta parte e muitoimportante. Finalrnente, evitam-se quaisquer

come ntar ios pessoais a respeito das "agruras"

encontradas no decorrer dotrabalho. E,principalmente,

jamais seadiantam quaisquer conclus6es.

4.5.5. Bibliografia

E a relacao das Fontes escritas efetivamente

consultadas durante amontagern da investigacao. Deve

obrigatoriamente constar ao final dos textos cientificos.

A forma de apresentacao da bibliografia e norrnatizada

pela Assocracao Brasileira de Normas T'ecn icas

(ABNT) , mais especificamente pela NBR 6023, de

agosto de 1989, a qual se incorporou a errata n. 1,.de

outubro de 1989.

Alern de alguns aspectos graficos espedficos, a

apresenracao de obras escritas considera tres aspectos

importantes: autor, titulo, imprenta.

4.5.5.1. Aspectos griificos especificos

Deve-se utilizar na bibliografia os mesmos tipos

e corpos utilizados no restante do texto. E importante

que semantenha auniformidade, de modo que oleitorentenda 0padrao utilizado. Duas situacoes especiais:

deve-se utilizar caixa-alta (MAIlJSCULAS) na palaura .

de entrada da obra (nome do autor, ou outro term

que ira iniciar a identificacao da obra). 0 italico d .v '

ser utilizado no titulo da obra. Se for parte de 11 rn a

122 Metodologia cienrifica - a construfllo do conhecimento Pases da pesquisa cientifica J I

Page 60: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 60/67

obra, reserva-se 0italico para 0titulo da obra maior,

cuja parte se esta referenciando. Por exemplo, vai em

italico 0titulo do livro, e nao 0do capitulo utilizado

(que ira entre aspas); ou 0nome do jorrial, da revista,

e nao 0titulo do artigo (que ira entre aspas).

Exemplos:

SANTOS, Antonio Raimundo dos. "Conhecer ou nao

conhecer: eis a diferenca". In: CORDI, Cassiano

etal. Para Filosofar. 4. ed. Sao Paulo: Scipione, 1994.

SILVA, Jose da. "Receita Federal aperta 0

contribuinte". Gazeta da Manhii. Rio Branco, 30

abr. 1998.

As obras sao apresentadas por ordem alfabetica

das palavras de entrada, normalmente os nomes de

autores, pessoas fisicas oujuridicas.

Quantoa pontuacao, observe-se 0seguinte:

Ponto=-Alern das exigencias de pontuacao tipicas

da lingua portuguesa (abreviatur as, finais de texto

etc.), e utilizado ap6s 0nome completo do autor e ap6s

o titulo completo da obra.

Virgula - Usa-se antes do prenome do autor, ap6s

a editora, ap6s 0nurnero da edicao; entre volume/

caderrio, nurnero e paginas utilizadas, e os titu.los, no

caso de revistas ejornais.

Dois pontos - Para separar titulo e subtitulo da

mesma obra, antes da editora, e depois de "In",quando

se referencia parte de obra.

Barra - Para indicar os periodos de publicacao

de fasciculos (por exemplo, abr./jul.; 1996/98; n. 9/12)

Hifen - Usa-se para separar micio . ('inal do

conjunto de paginas (por exernplo, p. 158-16H).

Colchete - Utilizado para indicar ornisso ·S. S·

nao consta 0dado, mas dele se tern certeza, pod -s \

inseri-Io entre colchetes. Serve tamb em panl

referenciar obras em que nao constem data [s.d.],

editor [s.n.], local [s.1.].

Varios elementos podem aparecer abreviados.

Nao devem, porern, ser abreviaturas aleat6rias, ao

gosto do autor. As abreviaturas mais comumente

utilizadas sao as seguintes:

amp. (ampliada)

ed. (edicao)

rev. (revista)

v. (volume)

s.l. (sem local

=sine loco)

aum, (aumentada)

org. (organizador)

resp. (responsavel)

s.d. (sem data)

s. (seguintes)

coord. (coordenador)

P: (paginars)

t. (tomo)

s.n. (sem editor-

sine nomine)

4.5.5.2. Apreseruaaio de autor(es)

Nome - Em maiusculas, seguido do prenome,

em minusculas, ap6s virgula. Deve-se escrever 0nome

integral.

Exemplo:

JULlATTO, Clemente Ivo.

A melhor forma e apresentar 0autor como econhecido ou como ele se apresenta. Os nomes clevem

ser escritos tais quais estao na obra. Nomes de autor s

estrangeiros devem ser escritos na grafia de orig I'll,

exceto aqueles classicos que 0uso ja transform u.

124 Metodologia cientffica- a construcdo do conhecimento Fases da pesqu:isacientffica 125

Page 61: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 61/67

Se ha duas ou mais obras do mesmo autor, nao e

necessar'io repetir 0nome. Na posicao, ao inves, faz-se

apenas urn traco horizontal:

SANTOS, A. R. Etica: caminhos da realizaaio human a(etc.)

______ .Repensando a filosofia. Pr6logo aocomentdrio de Ockham a s Sentences ... (etc.)

Ate tres autores, indicam-se todos na entrada, na

ordem em que aparecem na obra:

BASTOS, Cleverson Leite; KELLER, Vicente.

Aprendendo L6gica (etc.)

TAFNER, Jose; BRANCHER, Almerindo; TAFNER,

Malcon A. Metodologia (etc.)

Se hamais de trts autores,

indicam-se ate os tres

primeiros, seguido(s) de "et al.":

CORDI, Cassiano; SANTOS, Antonio Raimundo dos

et al. Parafilosofar. (etc.)

Se ha udrios auto res e trabalhos diversos na mesma

obra, entra como autor 0organizador ou coordenador,

ou qualquer outro titulo que indique sua

responsabilidade pela obra, desde que tal venha

indicado na publicacao. Ap6s 0nome, coloca-se entre

parcnteses a sigla correspondente (org., coord., dir.

etc.):

HUBBARD, Dean L. (org.) Continuous quality

improvement. (etc.) (indica que Dean L. Hubbard

organizou e editou esta coletanea, que envolve

textos independentes de 44 auto res diferentes).

Se 0 autor e antmimo , entra-se c m"ANONIMO" .24

ANONIMO. A sociedade brasileira. Sao Paulo: Tirnetis,

1997.

Autoria em revistas, periodicos e boletins

Mesmo que haja urn coordenador, editor ou

autor, estes materiais terao entrada na bibliografia pelo

nome da pub licacao. Pode-se ainda indicar entre

colchetes a editora ou entidade que produz 0material,

para acentuar sua origem:

JORNAL da APPUC [Associacao dos Professores

da Pontiflcia Universidade Cat6lica do Parana].

Curitiba, n. 03,jun./juL 1997.

Autoria em congressos, simposios e reunioes

A entrada e feita peIo titulo do evento, numero,

data, local, titulo do texto (anais, conclus6es etc.),

seguido de reticerrcias, a imprenta e demais dados:

SIMP6sIO Brasileiro de Terapias Alternativas, 2Q ,

1997, Porto Alegre. Conclusoes ... Associacao

Brasileira de Terapeutas Alternativos, 1997.

24 Estamos aqui com aindicacao deNunes. op. cit., p. 114, que diz: "Anorma NBR6023diz que quando 0autor e anonirno, deve-se dar entrada nabibl.iogra:fiapelotitulo. Contudo, esta ruio parece ser a melhor orientaaio". (grifo nosso). Em prirneiro

lugar, diga-se que a praxe e entrar com "anonirno" ria bibliografia, Depois, •

evidente que :a anotacao d.e "an-animo" facilita a busca do leitor, que pelo 11'1 I:! 11os

logo identifica de que se trata. 0itulo nao e 0 rnelhor designativo pa ra o t.cXLO

que nao tern autoria.

126 Metodologia c.ientifica - a construaio do conhecimento Fases da pcsquisa cientifica I 7

Page 62: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 62/67

Autoria de enridades ptiblicas

Entidades publicas de ambito nacional, com

personalidade jurfdica, tern entrada pelo seu nome:

MINISTERIO da Educacao e Cultur a. + (titulo/

imprenta)

Se e um 6rgao desprovido de personalidade juridicapropria, precede-Ihe 0orgao superior a que pertence,

precedido do estado, ou da uriiao:

BRASIL. Ministerio do Trabalho. Delegacia Regional

do Trabalho. + (titulo/irnprenra)

Se se tratar de organismo estrangeiro, estadual oumunicipal, coloca-se 0pais/estado/municipio apos 0

nome, entre pareriteses ..

Exemplo:

FEDERAL Bureau of Investigation (USA).+ (titulo/

imprenta).

SECRETARIAMunicipal de Obras Publicas (Curitiba).

+ (titulo/imprenta)

Autoria de artigos em revistas ejornais

Se sao artigos ruio assinados, entra-se pelo titulo

do artigo, com indicacao do titulo da obra, revista,

jornal (em. italico), local, rnirnero, data:

JOGADAS Politicas. Hebdomadario, Cur itiba, ano 1,n.3,

1998, p. 5.

Se sao artigos assinados, entra-se pelo autor, titulo

do artigo, titulo do peri6dico (em italico), local, volume/

nurnero/fascfculo, paginas utilizadas, data:

MONDIN, Batista. A etica num sim pos io

interdisciplinar. Presenca Filos6fica.[Socieda c

Brasileira de Filosofos Cat6licos]. Rio de Janeiro:

SBFC, v.VI, n.04: 3-5, out./dez. 1980.

Autoria de ensaios ou trechos de obras

A entrada e feita pelo nome do autor, seguido do

titulo do artigo, ensaio ou trecho. Apos "In" , iridica-se

o autor ou resporisavel pela obra maior, 0titulo da

obra maior em italico e os demais elementos:

SANTOS, Antonio Raimundo dos."Conhecer ou nao

conhecer: eis a diferenca''. In: CORDI, Cassiano et

al, Para Filosofar. 4. ed. Sao Paulo: Scipione, 1994.

Se se tratar de enciclop edias au dicioruirios

especializados, entra-se peIo nome ~o aU,to:,0 titl~l? .do

verbete. Ap6s "In", 0nome da enciclopedia em italicoe os demais dados:

PRETI, Giulio. "Logica", In: ABBAGNANO, Nicola.

Dicionario de Filosofia. Sao Paulo: Mestre Jou, 1970.

4.5.5.3. Apresentacda de titulo(s)/edifiio

Os titulos devern ser escritos de forma integral,

em italico, com letras minusculas, exceto nos casos de

exigencia propria da lingua, tais como0

riicio do tituloe nomes proprios.

Os subtitulos podem ser suprimidos, exceto se

forem essenciais como fonte de inforrnacao. Aoescr v"-

10, vai ap6s 0 titulo, apos os dois pontos:

Page 63: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 63/67

Page 64: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 64/67

134 Metodologta cientifica - a construcdo do conhecimento Fases da pesquisa cientifica II

Page 65: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 65/67

o indice transforma a obra num manual de

consuitas imediatas a inforrnacoes que passam pelo

conjunto do trabalho assim como indicacao deobjetividade com que ideias e conceitos sao tratados.

4.5.8. Sumario / indice

Sumacio (Tabuada materia) - E uma organizacaosistematica (enumerada) dos coriteudos/rnater ias da

estrutura de urn trabalho.Possui funcao top 016gica,

quer dizer, transcricao nao alfabetica de tftu los e

subtitulos na ordem da apresentacao e, se possivel, naforma hierarquizada que 0autor tenha proposto.

Afuncao do sumario e fornecer ao leitor/cliente numa

surnula do conjunto geral da obra com os principais

conreudos e seu objetivo e a obra em sicomo urn todo.

Indice - Consiste numa listagem alfabetica dos

assuntos que se queiram destacar: nomes, lugares,

conceitos, datas, fatos e outros.

Sumario

Introducao ..............................................................•................... ,. 6

I.. Natureza teOricaepratica dapesquisa cient1fica 10

2. Tipos de pesquisa 14

2. j.A pesquisa acadernica 17

2.2..A pesquisa de ponta 19

2.3. Caracterizacao das pesquisas 21

2.3.I.CaTacterizac;ao das pesquisas por

objetivos 22

2.3.2.Cal'acteriza~ao das pesquisas

pelas forues 25

2.3.3.CaracteTizac;aodas pesquisas

pelos procedimentos 29

3. Forrnas basicas de apreseutacao de

textos resultantes da pesquisa cientifica 32

3.1. Resenhas 33

3.2. Relatorios 35

3.3. Monografias 41

4. etc ...Coriclu sao l02

Bibliografia I 08

l36 Metodologia cientffica - a construcdo do conhecimento Fases da pesquisa cientifica

Page 66: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 66/67

4.5.9. Outros elementos que podem constar no texto

Veja, primeiro, por esta sequencia de encader-

nacao, 0que mais, alern dos elementos essenciais, pode

constar no texto:

• Capa

• Folha de rosto

• Folha de avaliacao

• Distico ou dedicat6ria

• Agradecimentos

• Sumario

• Lista de tabelas ou ilustracoes

• Lista de siglas, abreviaturas e sfmbolos

• Resumo/sinopse/abstract

.IntrodU(;ao

• Corpo

• Conclusao

• Anexos/apendice

• Bibliografia

• fndice

• Folha. em branco/contracapa.

E claroque todos oselementos que forem inclufdos,

e que estejam ap6s 0 sumdrio, deverao ser mencionados

como partes do trabalho, como todas as outras.

Na folha de avaliacao coristara 0termo deaprovacao e a assinatura da banca examinadora. Edis-perisavel na maioria dos trabalhos de graduacao.

E exigida em todos os trabalhos de pos-graduacao. Consta

o autor, 0titulo, 0terrno de aprovacao, a identificacao

dos membros da banca examinadora, 0 local e a data.

Modelo da folha de avaliacao:

Miriam Carnasciali dos Santos

A mudanqa organi%acionala servifo da

qualidade nas instituifoes de ensino superior.

Dissertacao aprovada como requisite parcial para a obtencao do

grau deMestre noCurso de Pos-graduacao emEducacao da Pontificia

Universidade Cat6Jica do Parana. pela banca examinadora formadapelos professores:

Orientador: Prof. Dr. €lemenre IvoJuliano.

Prof. Dr.Eder Paschoal Pinto.

Prof. Dr. Victor Meyer Jr .

Curitiba, 28 demaio de 1998.

Page 67: Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or

http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 67/67