LOGÍSTICA REVERSA E O MARKETING VERDE: uma … · associated Green Marketing Reverse Logistics has...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Antonio Travassos Augusto Junior Fernanda Rodrigues de Souza Laís Aline Esteves Pereira Priscila Rattigueri Batista LOGÍSTICA REVERSA E O MARKETING VERDE: uma ferramenta para Gestão Ambiental COOPERSOL Lins/SP LINS SP 2010

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Antonio Travassos Augusto Junior

Fernanda Rodrigues de Souza

Laís Aline Esteves Pereira

Priscila Rattigueri Batista

LOGÍSTICA REVERSA E O MARKETING VERDE:

uma ferramenta para Gestão Ambiental

COOPERSOL – Lins/SP

LINS – SP

2010

1

ANTONIO TRAVASSOS AUGUSTO JUNIOR

FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA

LAÍS ALINE ESTEVES PEREIRA

PRISCILA RATTIGUERI BATISTA

LOGÍSTICA REVERSA E O MARKETING VERDE: uma ferramenta para

Gestão Ambiental

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação do Prof. M. Sc Francisco César Vendrame e orientação técnica da Prof.ª Esp. Ana Beatriz Lima.

LINS-SP

2010

2

Augusto Junior, Antonio Travassos; Batista, Priscila Rattigueri; Pereira, Laís Aline Esteves; Souza, Fernanda Rodrigues de

Logística Reversa e o Marketing Verde: uma ferramenta para Gestão Ambiental; COOPERSOL /Antonio Travassos Augusto Junior; Fernanda Rodrigues de Souza; Laís Aline Esteves Pereira; Priscila Rattigueri Batista. – – Lins, 2010.

79p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2010

Orientadores: Francisco Cesar Vendrame; Ana Beatriz Lima

1. Logística Reversa. 2. Marketing Verde. 3. Gestão Ambiental. Título.

CDU 658

A936l

ANTONIO TRAVASSOS AUGUSTO JUNIOR

FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA

LAÍS ALINE ESTEVES PEREIRA

PRISCILA RATTIGUERI BATISTA

LOGÍSTICA REVERSA E O MARKETING VERDE: uma ferramenta para

Gestão Ambiental

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/_____/______

Banca Examinadora:

Professor Orientador: Prof. M. Sc. Francisco César Vendrame

Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba

- UNIMEP

Assinatura: ____________________________

1º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ____________________________

2º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ____________________________

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Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais, Antonio Travassos

Augusto e Rosa Maria Defendi Augusto que sempre me incentivaram os

estudos, proporcionando-me o melhor deles em minha educação e mostrando

os valores que devemos priorizar em nossa vida. Também aos meus irmãos

Adriano Marcel Defendi Augusto e Maria Claudia Defendi Augusto, pela

paciência e conselhos ao decorrer do estudo e aos meuá amigos pela

paciência e companheirismo. Aos meus amigos de monografia e a todos que

direta ou indiretamente participaram desta etapa da minha vida.

Antonio Travassos Augusto Junior

Dedico esta monografia aos meus pais, a minha irmã, Paula, aos meus

familiares e aos meus amigos. Aos meus pais pela brilhante educação que

souberam me proporcionar, a minha irmã pelos dias de apoio, aos meus

familiares pelo encorajamento de um dia tornar-me uma pessoa melhor e aos

meus amigos pelos conhecimentos divididos.

Fernanda R. de Souza

Aos meus queridos pais, Luis Carlos Pereira e Rosa Rodrigues Esteves

Pereira, pelo esforço, dedicação e compreensão em todos os momentos desta

e de outras caminhadas, obrigada pelo carinho e amor a mim dedicados. Aos

meus colegas de monografia, Antônio, Fernanda e Priscila, pelos momentos de

trabalhos, de aprendizagem e de alegrias, agradeço a confiança e

credibilidade, desejando-lhes sucessos na vida profissional e pessoal. Meus

agradecimentos seguem ao Unisalesiano, instituição acadêmica, por toda

instrução recebida, pelas palestras, pelos ensinamentos de auto nível. Aos

professores, pelo amor e dedicação em ensinar e a todos os mestres que

passaram pela minha existência, eles, profissionais que realmente fazem a

diferença. Aos amigos, por todos os momentos, pela atenção compartilhada,

5

pelos grupos de estudos antecedentes a provas, pela motivação, pelos

conselhos e conversas animadoras sobre a nossa carreira profissional e na

vida pessoal. Ao professor orientador, Francisco Vendrame, pela dedicação e

orientações no decorrer deste trabalho. A Coordenadora do Curso Máris de

Cássia Ribeiro Vendrame, pela confiança depositada, agradeço o carinho, a

atenção e dedicação durante esta conquista.

Laís Aline Esteves Pereira

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força, sabedoria e dedicação

que Ele tem me dado a cada dia, por permitir que eu possa sempre aproveitar

as boas oportunidades que acontecem em minha vida, principalmente a de

concluir a faculdade. Dedico este trabalho em especial aos meus pais: Gentil

José Batista e Solange Rattigueri Batista, agradeçendo muito pelo incentivo,

apoio, compreensão e pela educação que me proporcionaram sempre dando o

melhor de cada um, indicando-me os verdadeiros valores que são essenciais

para minha formação pessoal e profissional e por serem o alicerce firme em

minha vida. A minha irmã Graziela pelos momentos de ajuda, entendimento e

paciência comigo. Agradeço com muito carinho a minha avó Alice, por ter se

dedicado em minha educação e ter acompanhado meu crescimento desde meu

primeiro dia de vida até agora, com o seu jeito simples de ser tem me ensinado

muitas coisas importantes, sempre com muito amor, cuidado, empenho e

alegria. Agradeço de coração à minha família que é um presente de Deus para

mim e que me traz muitas felicidades. Aos meus amigos de monografia pela

amizade que cultivamos e pelo aprendizado compartilhado nessa caminhada.

Deixo aqui a todos, o meu muito obrigada!

Priscila Rattigueri Batista

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter fortalecido nesses anos

de estudo. Agradecemos também por mais essa vitória alcançada, a conclusão

do curso superior, pois sem suas mãos sobre nós não conseguiríamos chegar

até aqui.

À COOPERSOL que nos propiciou o tempo e atenção para realizarmos

esse trabalho, enfatizando a dedicação de Ana Cristina e dos cooperados, ao

corpo docente do Unisalesiano de Lins, a todos os professores pelo carinho ao

nos transmitir o conhecimento necessário ao longo dos anos deste curso.

Agradecemos em especial ao Prof. Francisco César Vendrame, nosso

orientador, por todo apoio, atenção e orientações que nos proporcionou em

todas as etapas do trabalho, indicando sempre o melhor caminho a seguir.

À Prof.ª Ana Beatriz Lima pela afeição com que nos recebeu durante

todo ano em suas aulas, por toda dedicação e paciência em todas as

orientações e instruções que nos foram dadas, sempre tão importantes para a

estruturação do trabalho.

À Prof.ª e Coordenadora do nosso curso, Máris de Cássia Ribeiro

Vendrame pela dedicação, paciência e preocupação que tem com os alunos,

sempre amável nos acompanhando em nossa trajetória acadêmica, nos

motivando e incentivando para alcançarmos nossos objetivos com sucesso

continuamente.

Não podemos deixar de agradecer também as bibliotecárias pela

atenção, ajuda e ótimo atendimento ao nosso grupo, sempre com sorriso no

rosto, muito educadas e prestativas, ajudando-nos com bastante dedicação na

nossa busca constante por conhecimentos.

Às nossas famílias por toda ajuda, apoio e compreensão que nos deram

para a conclusão do curso e por acreditarem em nossa capacidade.

Antonio Travassos Augusto Junior

Fernanda Rodrigues de Souza

Laís Aline Esteves Pereira

Priscila Rattigueri Batista

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RESUMO

O presente trabalho tem o intuito de demonstrar os benefícios da utilização da Logística Reversa e o Marketing Verde como ferramentas para a Gestão Ambiental de uma forma sucinta para as organizações. Isso se deve devido ao grande número de produtos lançados no mercado que se utilizam em sua maioria de matéria-prima que podem ser recicladas e retornarem à sociedade de forma rentável e benéfica para a mesma. O Marketing Verde associado à Logística Reversa adquiriu o status de uma das principais fontes potenciais de melhoria na eficiência geral da empresa, tanto na imagem da organização como também na redução de custos. A Logística Reversa associada ao Marketing Verde tem importância nas organizações em relação à preservação do Meio Ambiente. Em uma sociedade cada vez mais globalizada, em que a demanda de produtos e mercadorias são constantemente renovadas, percebe-se que o ciclo de vida útil de um produto está sendo diminuído pelo sistema de consumismo das organizações. O foco no Meio Ambiente vem se destacando nas grandes empresas e na sociedade, tanto por parte dos empresários como dos consumidores, no que diz respeito ao retorno de materiais descartados e, possivelmente, reutilizáveis, de forma consciente. Essas ferramentas vêm concatenar a importância da Gestão Ambiental nas organizações e da conscientização, de forma atraente, dos colaboradores para a propagação de ideias e ações voltadas à área ambiental aos consumidores que estão mais interessados em conhecer os produtos e as empresas, às quais estão adquirindo esses produtos. A vida de um produto não acaba com o seu uso, ela inicia um novo ciclo, chamado de reciclagem. Através da pesquisa de campo na COOPERSOL foi possível observar as ferramentas da Gestão Ambiental como eficácia no processo produtivo. Presenciou-se o processo da Logística Reversa e Marketing Verde através da reciclagem e da coleta seletiva.

Palavras-chave: Logística Reversa. Marketing Verde. Gestão Ambiental.

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ABSTRACT

The work that follows is intended to demonstrate the benefits of the use of Reverse Logistics and Green Marketing as Tools for Environmental Management in a succinct way for organizations. This is due to the large number of products on the market that use mostly raw material that can be recycled and they return to society so profitable and beneficial to it. The associated Green Marketing Reverse Logistics has acquired the status of a major source of potential improvement in efficiency of the company, both in the organization's image but also reduce costs. The Reverse Logistics associated with the Green Marketing in organizations is as important to the preservation of the environment. In an increasingly globalized society, where the demand for goods and products are constantly renewed and the life cycle of a product is being diminished by the system of consumerism organizations. Focus on the Environment has stood out against the large organizations and in society, from the entrepreneurs and consumers in relation to the return of discarded materials and possibly reusable consciously. These tools come concatenate the importance of environmental management for organizations and awareness of employees to the spread of ideas and actions in the environmental area in an attractive way for consumers who are more interested in knowing about the products and the company they are acquiring these products. The life of a product does not end with its use, but starts a new cycle, which simply called recycling. Through field research COOPERSOL was possible to see the tools of environmental management and efficiency in the production process. Witnessed the process of Reverse Logistics and Green Marketing through recycling and selective collection Keywords: Reverse Logistics. Green Marketing. Environmental Management.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Escritório, Cozinha, Refeitório e Sanitários ....................................... 16

Figura 2: Pátio de Triagem .............................................................................. 17

Figura 3: Caminhão de Coleta Seletiva ........................................................... 20

Figura 4: Selo do Município Verde Azul ........................................................... 23

Figura 5: Parceria do Projeto Eco Ponto .......................................................... 25

Figura 6: Tipos de empresa com baixo impacto ambiental .............................. 30

Figura 7: Sistema de Qualidade Integrado ...................................................... 32

Figura 8: Conceito de Administração de Marketing e Logística ....................... 36

Figura 9: Processo Logístico: Direto e Reverso ............................................... 38

Figura 10: Modais de Transporte ..................................................................... 41

Figura 11: Crescimento do volume ferroviário em bilhões de toneladas úteis . 42

Figura 12: Composição percentual das cargas ................................................ 43

Figura 13: Logística Integrada ......................................................................... 45

Figura 14: SOS Mata Atlântica......................................................................... 50

LISTA DE ABREVISTURAS E SIGLAS

ABN: Algemene Bank Nederland

ANTT: Agência Nacional de Trânsito e Transportes

COAHB: Conjunto Habitacional

COMDAPS: Coordenadoria da Promoção Social

COMDEMA: Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente

COOPERSOL: Cooperativa dos Recicladores de Resíduos Sólidos de Lins

DNA: Ácido DesoxirriboNucleico

E.E.: Escola Estadual

EMEI: Escola Municipal de Ensino Infantil

EPI: Equipamentos de Proteção Individual

ETEC: Escola Técnica Estadual de São Paulo

FATEC: Faculdade de Tecnologia

FSC: Forest Stewardship Council

GE: General Electric

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ISO: International Organization for Standardization

LED: Ligh Emitting Diode

LEED: Leadership in Energy and Environmental Design

RG: Registro Geral

S.O.S: Save our Ship

SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SEMAS: Secretaria Municipal de Assistência Social

SGA: Sistema de Gestão Ambiental

SPFW: São Paulo Fashion Week

SUSOP: Secretaria Urbana de Serviços e Obras Públicas

TKU: Tonelada quilômetro útil

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13

CAPÍTULO I – COOPERATIVA COOPERSOL ............................................... 15

1 Evolução Histórica .......................................................................... 15

1.1 Fundação ........................................................................................ 16

1.2 Estrutura .......................................................................................... 17

1.3 Missão ............................................................................................. 18

1.4 Visão ............................................................................................... 18

1.5 Valores ............................................................................................ 18

1.6 Projetos de Melhoria ....................................................................... 19

1.6.1 Coleta Seletiva ................................................................................ 19

1.6.2 Selo Verde ...................................................................................... 21

1.6.3 Programa Municipal de Incentivo ao Transporte Alternativo ........... 21

1.6.4 Semente sua e Árvore Nossa ......................................................... 22

1.6.5 Município Verde Azul ...................................................................... 22

1.6.6 Contribua com o Mundo que seu filho irá viver ............................... 23

1.6.7 Programa Esgoto Limpo.................................................................. 24

1.6.8 Projeto Eco Ponto ........................................................................... 24

1.7 Clientes ........................................................................................... 26

1.8 Concorrentes ................................................................................... 26

1.9 Marketing Verde .............................................................................. 27

1.10 Parceiros ......................................................................................... 27

1.11 Responsabilidade Social ................................................................. 28

CAPÍTULO II - GESTÃO AMBIENTAL ........................................................... 29

2 GESTÃO AMBIENTAL .................................................................... 29

2.1 Evolução Histórica da Gestão Ambiental ........................................ 29

2.2 Logistica .......................................................................................... 33

2.3 Tipos de Logísticas ......................................................................... 35

2.3.1 Logística Empresarial ...................................................................... 35

2.3.2 Logistica Reversa ............................................................................ 36

2.3.2.1 Processo de Logística Reversa ...................................................... 37

2.3.2.2 A diferença da Logística Tradicional e da Logística Reversa .......... 39

2.3.3 Logística de Transportes ................................................................. 41

2.3.3.1 Modais de Transporte ..................................................................... 41

2.3.3.1.1 Modal Ferroviário ............................................................................ 42

2.3.3.1.2 Modal Rodoviário ............................................................................ 43

2.3.3.1.3 Modal Aéreo .................................................................................... 44

2.3.3.1.4 Modal Hidroviário ............................................................................ 44

2.3.3.1.5 Modal Dutoviário ............................................................................. 44

2.4 Logística Integrada .......................................................................... 45

2.5 Marketing Verde .............................................................................. 46

2.6 Responsabilidade Ambiental ........................................................... 53

CAPÍTULO III - LOGÍSTICA REVERSA E MARKETING VERDE .................. 56

3 Introdução ....................................................................................... 56

3.1 Relato e discussão sobre a Logística Reversa e Marketing Verde na

COOPERSOL .................................................................................................. 58

3.2 Parecer Final sobre o estudo de caso de Logística Reversa e

Marketing Verde na COOPERSOL .................................................................. 60

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .................................................................... 62

CONCLUSÃO .................................................................................................. 63

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 64

APÊNDICES .................................................................................................... 67

ANEXOS .......................................................................................................... 75

13

INTRODUÇÃO

A Logística é fundamental à vida humana, pois sua missão está em

disponibilizar bens e serviços a uma sociedade, no tempo adequado, na hora

certa, na quantidade correta e com qualidade, de modo a facilitar o receptor

desse serviço.

Com base nessas considerações, a Logística Reversa vem ao encontro

às necessidade da empresa e da comunidade, atuando sobre os vários

interesses industriais e beneficiando a sociedade através de um clima mais

puro. A grandiosidade de lixos eletrônicos e outros, se dá às renovações de

produtos gerados a partir da necessidade de tecnologia empresarial.

Após a Segunda Guerra Mundial, o acelerado desenvolvimento tecnológico experimentado pela humanidade permitiu a introdução constante, e com a velocidade crescente, de novas tecnologias e de novos materiais que contribuem para a melhoria de desempenho. (LEITE, 2009, p.39).

A influência da Logística Reversa hoje no país é extremamente

relevante, pois a humanidade está cada dia mais necessitada de produtos

ecologicamente corretos e recicláveis. Já que com a imponência de novos

produtos substituindo os ultrapassados faz com que uma grande quantidade de

lixo seja jogada no meio ambiente desordenadamente, sem que haja um local

específico para o descarte ou para a troca do produto. Isso gerará benefício

para a própria empresa, tanto nos lucros, quanto no Marketing Verde. Sabe-se

que hoje grandes atacadistas do ramo alimentício estão dando preferência para

empresas ecológica e socialmente responsáveis.

O objetivo econômico da implantação da logística reversa de pós-consumo pode ser entendido como a motivação para a obtenção de resultados financeiros por meio de economias obtidas nas operações industriais, principalmente pelo aproveitamento de componentes ou matérias primas secundário provenientes dos canais reversos de remanufatura ou de reciclagem, ou de revalorizações mercadológicas nos canais reversos de reuso. (LEITE, 2009 p. 102).

14

Leva-se em conta para a escolha desse tema as consequências dos

lixos jogados em lugares incorretos, originando uma ótima oportunidade das

empresas se destacarem através de produtos ecologicamente corretos e

reciclados. Vislumbra-se, com essas ações, a possibilidade de atuar junto à

Cooperativa de Recicladores de Resíduos Sólidos de Lins (COOPERSOL) nos

pontos críticos de reciclagem, para realizar uma pesquisa de campo no período

de fevereiro a outubro de 2010.

A COOPERSOL tem como objetivo o melhoramento da qualidade de

vida da sociedade e, como consequência, propiciar emprego e qualidade de

vida aos cooperados e coletores de recicláveis de Lins. A cooperativa está

localizada na Estrada Lins – CEP 16400-787, Zona Rural.

Diante do exposto, questiona-se: Até que ponto a Logística Reversa e o

Marketing Verde praticados pela COOPERSOL garantem uma eficiente Gestão

Ambiental?

Para tal questionamento, levanta-se a seguinte hipótese: A Gestão

Ambiental da COOPERSOL, através da coleta seletiva, está possibilitando a

conscientização da comunidade e garantindo a qualidade de vida aos

cooperados.

O trabalho está assim estruturado:

O Capítulo I apresenta a evolução histórica, estrutura e área de atuação

da COOPERSOL.

O Capítulo II descreve a Gestão Ambiental e as ferramentas Logística

Reversa e Marketing Verde para sua realização, bem como os caminhos para a

efetivação do processo.

O Capítulo III analisa a cooperativa em relação à Gestão Ambiental

aplicada. O trabalho encerra com a proposta de intervenção e considerações

finais.

15

CAPÍTULO I

COOPERATIVA COOPERSOL

1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

O Cooperativismo é um sistema econômico que faz das cooperativas de

reciclagem a base de todas as atividades de produção e distribuição de

riquezas. Com o processo de industrialização, a mão-de-obra humana foi

parcialmente substituída por máquinários, de modo que muitas famílias não

conseguiram permanecer nesse mercado e tiveram que buscar meio de

sobrevivência de modo informal. Em Lins isso foi presenciado por algumas

famílias que viram no lixo um oportunidade de viver.

A partir desse fato, a Coordenadoria da Promoção Social (COMDAPS)

atendeu essas famílias, providenciando documentos como certidões de

nascimento e Registro Geral (RG), a fim de oficializar a Cooperativa dos

Recicladores de Resíduos Sólidos de Lins. Até no ano de 2004 houve um

grande desgaste para legalizar a COOPERSOL, pois se fazia necessário o

registro na Junta Comercial.

Com o objetivo de difundir os ideais e a educação ambiental em que se

baseia e com o objetivo de atingir o pleno desenvolvimento econômico e social,

a COOPERSOL iniciou suas atividades.

Através da união de pessoas voltadas para um objetivo comum, visando

alcançar aos princípios básicos: fisiológicos, de segurança, sociais, de auto-

estima, auto-realização e sem fins lucrativos, entende-se a origem da

Cooperativa. O foco nos três R’s: reduzir, reutilizar e reciclar, uniu os

interesses: municipal, social e dos cooperados. A princípio eram cinco

cooperados para auxiliar nos vários processos de triagem dos resíduos sólidos.

Com foco em organizar a ação solidária de seus cooperados,

proporcionar qualidade de vida e aprendizado, reestruturar as tarefas de coleta

de materiais reaproveitáveis, armazenamento, processamento, beneficiamento,

16

comercialização e prestação de serviços na área de triagem e coleta de

resíduos sólidos recicláveis, originou-se a COOPERSOL.

Os coletores de resíduos sólidos de Lins não possuíam uma base para a

estrutura de trabalho que praticavam. Buscando organização e praticidade,

com benefícios para a sociedade e cooperados, a Prefeitura de Lins pôde

proporcionar honestidade humana aos que participam desse projeto e é com

esses princípios que trabalha até hoje.

1.1 Fundação

Foi constituída em 04 de junho de 2008 por apenas cinco cooperados.

Conta com o apoio da Prefeitura para auxiliar nas funções administrativas e

estrutural, já que o prédio onde a COOPERSOL está instalada atualmente

pertence à Prefeitura de Lins.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

Figura 1: Escritório, Cozinha, Refeitório e sanitários.

17

A cooperativa COOPERSOL opera na separação, classificação e

comercialização do lixo, funcionando atualmente com 20 cooperados. Está

localizada na Estrada Vicinal Lins-80, na cidade de Lins.

De acordo com Ana Cristina, Presidente da COOPERSOL, esta

comercializa cerca de 40 toneladas por mês, em fardos de papel, papelão,

saco plástico, lata de alumínio, caixa tetra pack, garrafa pet, entre outros. Nos

meses de outubro a fevereiro há um aumento no volume do material recolhido,

mas em compensação o preço dos materiais diminui.

O papelão é o material mais é recolhido na cooperativa. No entanto, o

material mais rentável é a garrafa pet. No aterro são depositadas 40 toneladas

de lixo diário, onde 1,2 toneladas são de lixos recicláveis.

1.2 Estrutura Funcional

Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

Figura 2: Pátio de Triagem

A Cooperativa COOPERSOL possui para seu desenvolvimento uma

estrutura física de:

18

- (01) caminhão para coleta seletiva;

- (02) tratores destinados a trabalho interno;

- (01) prensa média:

- (01) prensa grande;

- (02) banheiros;

- (01) escritório;

- (01) cozinha;

- (01) refeitório;

- Horta para o complemento alimentar dos cooperados e familiares.

1.3 Missão

Tem o compromisso de desenvolver uma Gestão Ambiental, visando à

destinação responsável dos resíduos sólidos recicláveis, sempre preocupando

em encaminhá-los para a reutilização ou reciclagem, beneficiando os

cooperados e a sociedade local.

1.4 Visão

Ser uma organização autogerida, referência na região, além de tornar-se

uma fonte de sustentabilidade econômica para seus membros.

1.5 Valores

A COOPERSOL atua com a liberdade da informação, considerando que

todo conhecimento deve estar disponível livremente aos seus cooperados,

pessoas físicas e jurídicas que estejam interessados em trocar conhecimento,

beneficiando também a sociedade local, de forma que aponte os meios para

19

atuar com a liberdade de informação:

a) autogestão: princípio democrático de construção coletiva;

b) colaboração: prática de cooperação e ajuda mútua;

c) meritocracia: valorização da experiência prática nas atividades

realizadas de acordo com os princípios da organização;

d) respeito: enquanto colaborador no processo de gestão;

e)tolerância: com todos os envolvidos na organização, sendo atores

internos ou externos, pois são pessoas com necessidades, sentimentos

e diferenças, e assim devem ser vistos.

1.6 Projetos de Melhoria

Buscando qualidade de vida à sociedade e aos seus cooperados, a

Prefeitura Municipal de Lins proporciona vários programas de incentivo à

conscientização do Meio Ambiente. Através desse projeto, a Prefeitura de Lins

pode aprimorar o entendimento das crianças quanto ao Meio Ambiente e a

importância para o desenvolvimento físico, através de várias atividades que o

Horto Municipal em parceria com a comunidade desenvolveu na cidade.

1.6.1 Coleta Seletiva

Os materiais recicláveis são recolhidos e enviados para a COOPERSOL,

onde são triados, beneficiados e depois vendidos para as indústrias recicláveis.

Dessa forma, estão protegendo a natureza e gerando emprego às famílias dos

cooperados, proporcionando crescimento social e econômico de forma

sustentável.

Separando o lixo reciclável do orgânico é possível reciclar vidas;

melhorar a qualidade de vida das presentes e futuras gerações; reduzir a

quantidade de lixo depositada no lixão; evitar a poluição dos rios; estimular as

20

indústrias à reciclagem do lixo; reduzir a extração de matérias-primas extraídas

da natureza, como a celulose; evitar a destruição das florestas e colaborar com

a COOPERSOL.

Sendo essas consideradas ações cada vez mais importantes devido aos

problemas ambientais, a reciclagem de materiais deveria tornar-se uma rotina

na vida da sociedade.

A coleta seletiva é realizada porta-a-porta e diariamente, nos bairros

abaixo listados:

Fonte: Óleo & Óleo, 2010.

Figura 3: Caminhão de Coleta Seletiva

- Segunda-feira: Jardim Campestre, Residencial Fortaleza, Xingu, Garcia

e Jardim Arapuá.

Terça-feira: Jardim Marabá, Cinquentenário, Pasetto, Junqueira,

Residencial Henrique Bertin, Residencial Manabu Mabe e Jardim Bom

Viver I, II, III, IV e V.

- Quarta-feira: Jardim Morumbi, Vila Mafalda, Vila Alta, Labate, Jardim

Pinheiro e Jardim Americano.

- Quinta-feira: Jardim Bandeirantes, São Benedito, Jardim São Luís,

Jardim Linense, Ribeiro, São João, Parque. dos Ferroviários, Parque.

21

dos Trabalhadores, Jardim Primavera, Jardim Tropical, Jardim

Aeroporto, Lins V e VI.

- Sexta-feira: Vila Anchieta, Santa Terezinha, Jardim Primavera, Jardim

das Paineiras, Parque das Américas, Rebouças, Irmãos Andrade,

Jardim União e Centro.

- Sábado: Jardim Santa Clara, Jardim São Francisco, Alto da Boa Vista,

Ulisses Guimarães, Conjunto. Habitacional, José Dias dos Santos,

Teisuke Kumasaka, Jardim do Sol, Jardim Santa Maria, Chácara Flora,

Tangará, Florestan Fernandes, Paulo Freire, Jardim São Roque, Bairro

dos Comerciários, Vila Ester, Parque das Oficinas, Residencial Santa

Lúcia, Jardim São Vicente e Chácara Iracema.

1.6.2 Selo Verde

Representa o comprometimento do governo local com o meio ambiente

e com a qualidade de vida dos cidadãos. Para adquirir o Selo, cumpriram-se as

nove diretivas ambientais, sendo: arborização urbana; lixo mínimo, esgoto;

poluição do ar; uso racional da água; Conselho Municipal de Defesa do Meio

Ambiente (COMDEMA); estrutura ambiental; habitação sustentável e educação

ambiental.

Dentre os vários benefícios que esse programa pode trazer destacam-

se: a integração da população, em especial das crianças na questão ambiental,

comprometendo-as com o futuro, com as condições de vida e o respeito ao

meio ambiente.

1.6.3 Programa Municipal de Incentivo ao Transporte Alternativo

O programa tem como objetivo incentivar a população a colaborar para a

diminuição da emissão de gases poluentes. O transporte alternativo é uma

opção ao transporte usual. Por exemplo, ao invés de se usar o carro, pode-se

22

usar a bicicleta, ônibus, ou caminhar. A busca por transporte alternativo faz

parte da corrida por melhorias ao meio ambiente, otimizando os fluxos e

poupando as emissões de gases. Grande parte da poluição atmosférica é

resultado das emissões de gases dos veículos. Economizar o combustível e

ajudar o meio ambiente é o foco principal desse projeto, adotando um meio de

transporte alternativo no dia-a-dia.

1.6.4 Semente sua e Árvore Nossa

O Viveiro de Mudas do Horto Municipal de Lins fomenta a produção de

mudas de árvore. Para isso é necessária a colaboração da sociedade em levar

as sementes coletadas ao Horto Municipal. Gerando como benefício desse

projeto, há economia na manutenção viária de aproximadamente R$ 15,00 / m²

de asfalto em 30 anos.

Uma única árvore frondosa possui o efeito refrescante equivalente a

quatro aparelhos de ares condicionados ligados durante 20 horas.

1.6.5 Município Verde Azul

A participação, democratização e descentralização são as principais

estratégias do projeto Município Verde Azul. Nesse projeto, o Governo do

Estado de São Paulo e os municípios trabalham juntos na efetivação da

agenda ambiental paulista. Dessa maneira, com a gestão ambiental

compartilhada, o Governo passou a ter os municípios como fortes parceiros,

tomando decisões conjuntas e estimulando ações municipais em prol do meio

ambiente e da sociedade.

Com a política ambiental descentralizada tende-se promover a

participação da sociedade na gestão ambiental e, dessa forma, conscientizar a

população, transformando-a em atores sociais comprometidos com as

questões ambientais de suas cidades.

23

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2010.

Figura 4: Selo do Município Verde Azul

A adesão de todos os seiscentos quarenta e cinco municípios do Estado

de São Paulo ao Projeto Município Verde Azul ocorreu a partir da assinatura de

um Protocolo de Intenções que propõe 10 Diretivas Ambientais onde abordam

questões ambientais prioritárias a serem desenvolvidas. Assim é estabelecida

a parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente que orienta, segundo

critérios específicos a serem avaliados ano a ano, quais as ações necessárias

para que o município seja autenticado como Município Verde Azul.

As 10 Diretivas são: Esgoto Tratado, Lixo Mínimo, Recuperação da Mata

Ciliar, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Habitação Sustentável, Uso

da Água, Poluição do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho de Meio Ambiente,

onde os municípios aplicam os seus esforços na construção de uma agenda

ambiental efetiva.

1.6.6 Contribua com o Mundo que seu filho irá viver

A Lei Municipal 5.020/07 garante o direito de propiciar um ambiente mais

puro para a criança que acabou de nascer. Assim que o recém-nascido for

24

registrado no Cartório de Registro é indicado que se dirija ao Horto de Lins

juntamente com o registro da criança para fazer a retirada de um muda.

Os benefícios desse projeto são inúmeros, pois é possível criar desde o

primeiro dia de vida da criança um elo entre o Meio Ambiente, conscientização

e história da criança.

1.6.7 Programa Esgoto Limpo

O esgoto na cidade de Lins é 100% tratado, porém ainda enfrenta um

problema muito grande, pois parte da população descarta seus resíduos nas

pias e vasos sanitários. Utilizar a rede coletora de esgotos como lixeira,

provoca entupimentos na rede, causando transtornos à população, como o

refluxo de esgoto em vasos sanitários, ralos e poços, além de prejudicar o

processo de tratamento. Através da internet é possível encontrar vários dados

alarmantes a respeito de saneamento básico no Brasil e no mundo. A situação

do saneamento, em geral, é alarmante. Ressaltando que em Lins tem a

totalidade de esgoto tratado, a população Linense pode considerar-se

privilegiada.

A coleta, o tratamento e a disposição ambientalmente adequada do

esgoto sanitário são fundamentais para a melhoria do quadro de saúde da

população do município.

1.6.8 Projeto Eco Ponto

Segundo a Prefeitura municipal, o projeto chega a Lins com uma

característica inovadora no sentido de dar a destinação correta ao lixo

reciclado, de ter um significado além de ambiental, social e comprometer a

sociedade nesse trabalho, utilizando-se da educação ambiental para viabilizá-

lo.

25

O Projeto ECO PONTO contará com locais já priorizados, como escolas

e outras instituições que separarão o lixo reciclado produzido e recolhido por tal

entidade e destinado a um recipiente, o qual será coletado de acordo com um

cronograma.

Fonte: lins.sp.gov.br, 2010.

Figura 5: Parceria do Projeto Eco Ponto

O projeto tem inúmeras vantagens, dentre elas pode-se ressaltar a

oportunidade da educação ambiental que será realizada nas escolas junto aos

alunos e, destes, com suas famílias, gerando um efeito que num futuro

próximo, mobilizará toda a população no intuito de, primeiro, separar o lixo

produzido por cada casa e, segundo, de dar a destinação correta a ele. Outro

aspecto importante é minimizar o efeito destrutivo que o lixo tem para com o

meio ambiente, já que o impacto gerado leva anos para ser amenizado.

Os locais para o recolhimento dos materiais são:

1-Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

(SABESP) - Superintendência;

2-Paço Municipal de Lins - Prefeitura;

3-Universidade de Lins (UNILINS);

26

4-Centro de Educação Ambiental de Lins;

5-Câmara Municipal de Lins;

6-Faculdade de Tecnologia (FATEC);

7-Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETEC);

8-Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) "Gessy Martins Beozzo";

9-EMEI "João Alves da Costa";

10-EMEI "Dom Walter Bini" 11- E. E. Prof. Walter Cardoso Galati;

12-Escola Estadual (E. E.) Padre Octacílio de Oliveira;

13-E. E. Prof. Décia Lourdes M. dos Santos;

14-E. E. Prof. Jorge Americano;

15-E. E. José Ariano Rodrigues;

16-E. E. Prof. Miécio Cavalheiro Bonilha;

17-E. E. Dona Genoveva Junqueira;

18-E. E. Minervina Sant´Anna Carneiro;

19-COOPERSOL.

1.7 Clientes

A COOPERSOL possui como clientes terceiros que compram seus

recicláveis e revendem ao comprador final, ou seja, aos intermediários. Esses

terceiros são pessoas físicas que possuem contato com empresas de grande

porte e assim revendem os recicláveis.

Esse processo de venda a terceiros diminui a lucratividade para os

cooperados.

1.8 Concorrentes

A cooperativa possui como concorrentes na cidade de Lins os catadores

de resíduos sólidos irregulares, e/ou pequenos estabelecimentos abertos

estrategicamente em lugares de fácil acesso a esses catadores irregulares.

27

Atualmente a COOPERSOL está situada em local além do acesso

rápido e prático aos catadores irregulares.

Os cooperados e a Gestão Administrativa acreditam que um galpão

melhor localizado iria sanar essa dificuldade de acesso. Destaca-se que esse

galpão seria apenas para uma centralização estratégica do lixo reciclável e, ao

término do expediente, todo o lixo seria levado ao local correto evitando, assim,

o aparecimento de animais no ambiente.

1.9 Marketing Verde

A COOPERSOL não possui um programa de Marketing Verde

desenvolvido, mas é algo a ser buscado pela administração da COOPERSOL,

como uma forma de promover ecologicamente e socialmente a cooperativa,

podendo assim obter maiores oportunidades, recursos e o conhecimento da

população Linense. Tal conhecimento é de muita importância para o

crescimento da demanda para que mais cooperados sejam inseridos no quadro

de beneficiados com a cooperativa.

1.10 Parceiros

Um dos maiores parceiros da COOPERSOL é a Prefeitura Municipal de

Lins, onde auxilia na Gestão Administrativa e nos maquinários por eles

utilizados.

Conta também com o apoio da Secretária Municipal de Assistência

Social (SEMAS) e pela Secretaria Urbana de Serviços e Obras Públicas

(SUSOP), auxiliando no aprimoramento ambiental, beneficiando a sociedade

com os projetos de melhoria conseguidos através da união dos cooperados e

da sociedade.

Outras parcerias são com os bancos: Santander, Real, Nossa Caixa,

Caixa Econômica Federal, Unimed, Postos de Saúde e todas as Secretarias da

28

Prefeitura. Todos esses parceiros contatam a COOPERSOL para que a mesma

retire todos os materiais recicláveis obtidos semanalmente, quinzenalmente ou

mensalmente, conforme a quantidade de material.

1.11 Responsabilidade Social

Em busca da autonomia social, econômica e política, a COOPERSOL

atua desde sua formação procurando o beneficio em conjunto da sociedade e,

consequentemente, dos cooperados.

Baseando-se nos princípios de Maslow, a COOPERSOL propicia à

sociedade: organização, praticidade, higiene e reconhecimento, a fim de que o

município receba diversos prestígios, como exemplo, o Selo Verde.

29

CAPÍTULO II

2 GESTÃO AMBIENTAL

2.1 Evolução Histórica da Gestão Ambiental

O Gestor Ambiental possui caráter multidisciplinar, profissional dos mais

diversos campos podendo atuar na área, desde que devidamente habilitado.

Antigamente existia uma divisão nítida entre os defensores da natureza,

os ecologistas e os que pregavam a exploração total dos recursos naturais.

Com a chegada do termo desenvolvimento sustentável, tornou-se necessária a

formação de pessoas com um diferente perfil, profissionais que agregassem a

visão ambientalista à exploração racional dos recursos naturais.

Segundo Donaire (1992), o foco da Gestão Ambiental é de ordenar as

atividades humanas de forma que o impacto seja o menor possível sobre o

meio ambiente. A organização dessas ideias vai da escolha das melhores

técnicas e ferramentas da qualidade até o cumprimento da legislação e a

alocação correta de recursos humanos e financeiros. Nas últimas décadas, as

empresas têm-se voltado para problemas que vão além das considerações

meramente econômicas, como o caráter político-social, proteção ao

consumidor, segurança e qualidade dos produtos. A influência do meio

ambiente afeta de forma diferente as pequenas, médias e grandes empresas e

isso acarreta alterações e diferenças de efeitos por parte das organizações.

Quanto mais as pessoas vão observando o quanto é importante cuidar

do planeta, grandes são os investimentos e reconhecimento para eles.

Na atualidade a questão ambiental está se tornando matéria obrigatória

das agendas dos executivos das empresas.

Para a realização de uma boa gestão, seja ela em qualquer segmento,é

necessário de um grande planejamento. A necessidade de sobrevivência é um

fator que influencia no desenvolvimento ambiental do mundo. É através dessas

considerações que o gestor ambiental necessita de conhecimento amplo do

30

assunto, assim propiciará qualidade de vida à humanidade. A preservação do

meio ambiente é considerada uma das prioridades de qualquer organização.

Os setores que mais “sofrem” com os impactos ambientais são as

indústrias e as empresas de ramo comercial, pois estas necessitam de matéria-

prima. Já nas empresas de prestações de serviço, o impacto não acontece com

tanta intensidade, uma vez que elas não dependem de material e sim

disponibilizam pessoas e conhecimento.

Fonte: Tachizawa (2002, p. 45).

Figura 6: Tipos de empresa com baixo impacto ambiental

A incrível capacidade de adaptação ao meio ambiente pode ser notada

apenas ao ser humano. Já que a incessante busca de desafios entre povos,

animais e o poder podem ser notados desde 200 anos atrás. Essa capacidade

só foi possível, porque o homem criou ao seu redor um meio ambiente próprio.

Assim, o ser humano, para sua sobrevivência, sempre alterou o ambiente

natural. Essa busca pelo conhecimento e modificação do meio ambiente não

mudou de imediato.

O processo de transformação do ambiente começou a ser notado

quando os homens mais antigos puderam descobrir o fogo. A partir de expor

suas criatividades, foi possível notar a concorrência que um tinha com o outro.

Atualmente é possível presenciar essa concorrência em busca do

31

conhecimento e qualidade.

As descobertas naquela época tornavam-se, a cada dia, mais

instigantes, fazendo com que povoados iam se abrindo diante de grandes

florestas, ou seja, desmatavam para plantar seus alimentos.

Conforme Dias (2006), Com a concentração humana em locais

específicos – aldeias, vilas, cidades, cresceu a necessidade de atendimento

dessa população, e principalmente aumentou o espaço de ocupação dos

espaços naturais.

A Gestão Ambiental ganhou espaço nas empresas públicas e privadas.

Através dessa mobilização é possível que as organizações se adequem à

promoção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. O objetivo é a

busca de melhoria constante de produtos, serviços e ambiente de trabalho,

levando-se em conta o fator ambiental. A Gestão Ambiental começa a ser

encarada como um assunto estratégico, porque além de motivar a qualidade

ambiental também possibilita a redução de custos, matérias-primas, energia, e

outros.

Segundo Donaire (1999), no início as organizações precisavam

preocupar-se apenas com a eficiência dos sistemas produtivos, gerar um lucro

cada vez maior e padronizar cada dia mais o desempenho dos funcionários.

Essa visão industrial que as organizações idealizavam foi tornando-se, ao

longo dos anos, cada vez mais enfraquecida.

Durante os últimos anos foi agravado o problema ambiental na Terra,

baseando-se na intensificação da industrialização. A problemática ambiental

faz parte da pauta obrigatória da maior parte dos encontros mundiais. Ao

buscarem maior qualidade ambiental, as empresas podem gerar inovações que

resultem no aumento da eficiência produtiva, em novas oportunidades de

negócios ou em produtos menos agressivos ao meio ambiente, ao mesmo

tempo em que contribuem para a competitividade da empresa.

Até o início da década de 90, observa-se a centralização e reduzida

disponibilidade de informações como características marcantes da Gestão

Ambiental. As grandes empresas começaram a exigir a cadeia de fornecedores

de forma mais classificatória, ou seja, o cumprimento da International

Organization for Standardization (ISO) 14001.

Baseando-se nos sistemas de qualidade, pode proporcionar o alívio ao

32

meio ambiente, um desenvolvimento das empresas de modo qualitativo e não

quantitativo. Para o cumprimento da melhoria da qualidade e gestão ambiental

é possível tornar o entendimento claro e objetivo ao observar o sistema

integrado, operando sobre o meio ambiente, segurança e qualidade para

satisfazer o bem comum, entre sociedade e empresas.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

Figura 7: Sistema Qualidade Integrado

O uso da ISO 14001 faz com que as organizações apresentem

reconhecimento e credibilidade, facilitando as inovações, pois mostra o que

deve ser feito pelas organizações e são baseadas em um sistema que se

encaixa na tendência mundial da motivação positiva, administrando uma forma

eficiente de uso dos recursos pelas indústrias do mundo todo.

Oliveira (2007) cita os principais objetivos para que as empresas

estejam implantando sistemas de gerenciamento ambiental, sendo:

a) redução de riscos com multas, indenizações, e outros;

b) melhoria da imagem da empresa em relação a performance

ambiental;

c) prevenção da poluição;

d) redução dos custos com a disposição de efluentes através do seu

tratamento;

e) redução dos custos com seguro;

33

f) melhoria do sistema de gerenciamento e planejamento da empresa.

Além disso, o entendimento da qualidade de vida fez com que as

empresas se preocupassem com o desenvolvimento benéfico e criassem

vários programas de qualidade que beneficiam tanto a empresa quanto o

empregado, já que o maior favorecido é a própria empresa.

Quando a empresa passa a valorizar sua relação com o meio ambiente e a tomar medidas preventivas, sua imagem perante a opinião pública tende a apresentar conotação diferenciada. Valorizar sua preocupação com o meio ambiente tem um forte papel, entre outros, na manutenção dos clientes atuais e atração de novos consumidores. (PAIVA, 2003, p.48).

O Brasil é o único país no mundo a possuir em abundância as sete

matrizes ambientais, os insumos vitais para a sobrevivência da agricultura e da

indústria: a água, o minério, a energia, a biodiversidade, a madeira, a

reciclagem e o controle de emissão de poluentes, por isso, é essencial que as

questões ambientais sejam incorporadas de forma abrangente em todas as

atividades da sociedade.

Conforme apresentado no Domingão do Faustão em 03 de outubro de

2010, no quadro Sustentabilidade, cada morador de uma metrópole produz 1

Kg de lixo por dia, sendo que 500 gramas são de lixo reciclável.

2.2 Logística

A Logística é fundamental para a vida humana, pois sua missão está em

disponibilizar bens e serviços a uma sociedade, no tempo adequado, na hora

certa, na quantidade correta e com qualidade, de modo a facilitar o receptor

desse serviço.

Com base nessas considerações, a Logistica Reversa vem ao encontro

das necessidades da empresa e da comunidade, atuando sobre os vários

interesses industriais e beneficiando a sociedade através de um clima mais

34

puro.

A palavra logística vem da palavra grega Logos, que significa cálculo e

raciocínio com sentido matemático e suas atividades foram empregadas

inicialmente pelos militares. Essas atividades vieram da primeira e segunda

guerra mundial, onde os militares, sob as ordens do alto escalão de guerra,

cuidavam do desenvolvimento, armazenamento, manutenção, reparação,

evacuação dos materiais, locomoção das tropas, suprimentos e armamentos

na hora e local certos e, assim, obtinham sucesso nas guerras, pois eram

longas e desgastantes. Essa estratégia foi responsável pelo sucesso militar nas

guerras.

De acordo com Hara (2005), “logística” é oriunda do radical logos, que

significa razão. Pode-se depreender disso que a logística implica “a arte de

calcular” ou “a manipulação dos detalhes de uma operação.”

Até a década de 50, as empresas não se preocupavam com a

satisfação dos clientes, com os custos nas operações e estocagem, além da

pouca competitividade existente no mercado. Com o advento dos

computadores, o crescimento da competitividade mercadológica e os exemplos

de sucesso angariados das 1ª e 2ª guerras mundiais nos processos fez com

que as empresas passassem a aperfeiçoar seus processos de controle de

estoque, pedidos e transporte.

Com as crises mundiais e uma preocupação no ambiente econômico

instáveis até a década de 90, a logística foi e ainda é uma maneira de conter

despesas e aperfeiçoar tempo e dinheiro para as empresas.

A logística no Brasil teve seu surgimento a partir da década de 80

apenas com enfoque nas áreas de estocagem e distribuição juntamente com o

“boom” da informática. Ela entrou nos departamentos das empresas brasileiras

na década de 90 com a queda nas alíquotas de importação, onde as

organizações tiveram que tornarem-se competitivas com o mercado externo.

Hoje, a logística está em tudo que é realizado dentro das empresas e

fora dela, fazendo com que as organizações procurem parcerias,

desenvolvimento de novas tecnologias, planejamento estratégico com visão de

curto, médio e longo prazo. Essa visão faz a busca por melhor preço,

35

qualidade, agilidade nos negócios, processos de entrega, estocagem e

faturamento integrando os setores da empresa.

Segundo Bowersox e Closs (2001), o objetivo da logística é tornar

disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários e no momento

em que são desejados.

Pode-se observar a necessidade da logística em todos os segmentos de

uma empresa, ou até mesmo para a própria sobrevivência.

Com a globalização e o nascimento da Internet, a logística mostrou-se

muito mais que necessária.

As pessoas passaram a adquirir produtos no conforto de suas próprias

casas, aparecendo cada vez mais campo para a logística crescer. As empresas

devem estar preparadas para a competição logística mundial, prontas para

fazerem entregas ao outro lado do mundo em menos de 24 horas, mesmo

dentro de seu território local, mudando, assim, o foco de empresas

multinacionais.

2.3 Tipos de Logísticas

2.3.1 Logística Empresarial

A Logística empresarial é de extrema importância, pois com os produtos

tornando-se iguais, os clientes estão dando importância ao atendimento.

A Logística Empresarial estuda a satisfação total dos clientes e, ao

mesmo tempo, seus processos de transporte, armazenagem, produção,

distribuição e competitividade.

Segundo Bowersox e Closs (2001), a logística empresarial baseia-se no

processamento de pedidos, manutenção de estoques e transporte.

Com o aprimoramento dessas atividades, as empresas podem ser mais

eficazes e enfrentar, assim, o mundo globalizado e sem fronteiras que a todo

momento as desafia.

36

Fonte: apet.org.br, 2010.

Figura 8: Conceito de Administração de Marketing e Logística

2.3.2 Logística Reversa

A Logística Reversa é a área da logística que trata dos aspectos de

retorno de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo.

O processo logístico nas indústrias de gás de cozinha, garrafas de vidro,

galões de água e outros são exemplos clássicos de reutilização de material.

Esses produtos chegam ao consumir final e a embalagem retorna à indústria

para que seja reutilizada.

Observa-se esse fluxo mais claramente em alguns segmentos do

mercado, pois o retorno de embalagens descartáveis, como: latas de alumínio,

garrafas plásticas, caixas de papelão, entre outras, por diversos motivos, é

constante. A origem de parte do fluxo dessas matérias é advinda de retrabalho

de material acabado, falha no pichiking, área para separação de matérias,

gerando pedidos errados, problemas com matérias-prima e embalagens.

O conceito de Logística Reversa nem sempre é parte integrante e

necessária das indústrias brasileiras, para o bom andamento e redução de

custos.

Uma empresa que recebe um produto oriundo de devolução por

qualquer motivo já está aplicando conceitos de Logística Reversa, assim como

37

aqueles que compram materiais recicláveis para transformá-los em matérias-

prima. Esse procedimento reverte também a empresa em forma de economia

nos custos de produção.

2.3.2.1 Processo de Logística Reversa

Esse processo movimenta materiais reaproveitados que retornam ao

processo tradicional da produção. A Logística Reversa é composta por uma

série de atividades que a empresa tem que realizar para atendê-la, como por

exemplo: coletas, embalagens, separações e expedições até os locais de

reprocessamento das matérias, quando necessários.

De acordo com Gonçalves e Marins (2006), antes de se conceituar

Logística Reversa deve-se atentar para três aspectos relevantes com respeito

a produtos e suas respectivas embalagens:

a) do ponto de vista logístico: o ciclo de vida de um produto não se

encerra com a sua entrega ao cliente. Produtos que se tornam

obsoletos, danificados ou não funcionam devem retornar ao seu ponto

de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou

reaproveitados;

b) do ponto de vista financeiro: existe o custo relacionado ao

gerenciamento do fluxo reverso, que se soma aos custos de compra de

matéria-prima, de armazenagem, de transporte, de estocagem e de

produção, já tradicionalmente considerados na Logística; e

c) do ponto de vista ambiental: devem ser considerados e avaliados os

impactos do produto sobre o meio ambiente durante toda sua vida. Esse

tipo de visão sistêmica é importante para que o planejamento da rede

logística envolva todas as etapas do ciclo do produto. Então, é

interessante analisar uma situação do ponto de vista holístico (como

uma combinação dos três pontos de vista acima descritos) para permitir

o planejamento da rede logística de forma a englobar todas as fases do

ciclo de vida dos produtos, dos custos associados e dos impactos

ambientais decorrentes.

38

O processo de Logística Reversa tem que ser sustentável, pois trata de

questões muito mais amplas do que simples devoluções. Os materiais

envolvidos nesse processo geralmente retornam ao fornecedor, são

revendidos, recondicionados, reciclados, ou simplesmente, são descartados e

substituídos.

Segundo Lacerda (2000), os clientes valorizam empresas que possuem

políticas de retorno de produtos, pois lhes garantem o direito de devolução ou

troca de produtos.

Fonte: clrb.com.br, 2010.

Figura 9: Processo Logístico Direto e Reverso

Segundo Barbieri e Dias (2002), a Logística Reversa deve ser concebida

como um dos instrumentos de uma proposta de produção e consumo

sustentável, por exemplo, se o setor responsável desenvolver critérios de

avaliação ficará mais fácil recuperar peças, componentes e embalagens

reutilizáveis e reciclá-los.

A importância da Logística Reversa está relacionada, além da

contribuição para a preservação do meio ambiente, também à redução de

custos e matérias na produção, acionando assim, a satisfação do seu

consumidor a preços competitivos e respeitando as legislações ambientais

cada vez mais rígidas.

39

Logo, a responsabilidade do fabricante sobre o seu produto está se

ampliando, além do refugo gerado em seu próprio processo produtivo, o

fabricante está sendo responsável pelo produto até o fim da vida útil, pois as

legislações mais rígidas é a maior consciência do consumidor/ empresário.

A preocupação com a Logística Reversa tem aumentado dentro do

gerenciamento da logística. As corporações estão se especializando nos

processos reversos e transformando isso num diferencial competitivo no que

tange a produtos retornáveis, reciclagem e destinação final de material. A

Logística Reversa tem uma interface com áreas ligadas até mesmo fora das

corporações, por exemplo, na manufatura, no marketing, nas compras e na

engenharia de embalagens, conseguindo, através dessa integração,

transformar metas em geração de recursos. (SINNECKER, 2007)

Conforme Campos (2006), um processo de retorno altamente custoso e

complexo pode ser revertido em vantagem competitiva através da aplicação de

um sistema eficiente de Logística Reversa.

2.3.2.2 A diferença da Logística Tradicional e da Logística Reversa

Um planejamento de Logística Reversa envolve praticamente os

mesmos elementos de um plano logístico convencional: nível de serviço,

armazenagem, transporte, nível de estoques, fluxo de materiais e sistema de

informações.

De acordo com Krikke (1998), as diferenças entre os sistemas de

logística com fluxo normal e a Logística Reversa são quatro:

a) a primeira diferença é que a logística tradicional à frente é um sistema

onde os produtos são puxados (pull system), enquanto na Logística

Reversa existe uma combinação entre puxar e empurrar os produtos

pela cadeia de suprimentos. Como resultado de uma legislação mais

restritiva e a maior responsabilidade do produtor, na Logística Reversa,

a quantidade de lixo produzido e a distinção entre o que é reciclável do

que é lixo indesejado não pode ser influenciada pelo produtor e deverá

40

ser igualada à demanda de produtos, já que a quantidade de descarte é

limitada em muitos países;

b) em segundo lugar: os fluxos tradicionais de logística são basicamente

divergentes, enquanto os fluxos reversos podem ser fortemente

convergentes e divergentes ao mesmo tempo;

c) terceiro: os fluxos de retorno seguem um diagrama de processamento

pré-definido, no qual produtos descartados são transformados em

produtos secundários, componentes e materiais. No fluxo normal, esta

transformação acontece em uma unidade de produção, que serve como

fornecedora da rede;

d) por último: na Logística Reversa, os processos de transformação

tendem a ser incorporados na rede de distribuição, cobrindo todo o

processo de produção, da oferta (descarte) à demanda (reutilização).

(KRIKKE, 1998)

Outro ponto importante é que fluxos reversos estão envoltos em um nível

de incerteza considerável. Ao se definir um sistema de Logística Reversa, a

incerteza sobre quantidade e qualidade torna-se bastante relevante. O

conhecimento profundo de toda a cadeia de suprimentos da empresa, onde se

insere a participação ativa e consciente de todos os integrantes transformam-se

em pontos críticos para o total desenvolvimento da Logística Reversa, sendo que

sem isso tudo pode se perder.

A influência da Logística Reversa no país é extremamente relevante,

pois a humanidade está cada dia mais necessitada de produtos

ecologicamente corretos e recicláveis. Já que com a imponência de novos

produtos substituindo os ultrapassados faz com que uma grande quantidade de

lixo seja jogada no meio ambiente desordenadamente sem um local específico

para o descarte ou para a troca do produto. Isso gerará benefício à própria

empresa, tanto nos lucros, quanto no Marketing Verde. Sabe-se que hoje

grandes atacadistas do ramo alimentício estão dando preferência às empresas

ecologicamente e socialmente responsáveis.

O objetivo econômico da implantação da logística reversa de pós-consumo pode ser entendido como a motivação para a obtenção de resultados financeiros por meio de economias obtidas nas operações industriais,

41

principalmente pelo aproveitamento de componentes ou matérias primas secundário provenientes dos canais reversos de remanufatura ou de reciclagem, ou de revalorizações mercadológicas nos canais reversos de reuso. (LEITE, 2009 p. 102).

2.3.3 Logística de Transportes

A Logística de Transporte, como o próprio nome já cita, é o

deslocamento de produtos e matérias-primas entre dois pontos na rede

logística, respeitando os prazos e integridade da carga. Essa área da logística

não agrega valor direto ao produto, mas é parte importante nos custos da

organização. Quando bem aplicada garante o melhor uso do investimento na

área logística e a redução dos custos.

Mas a Logística de transporte não está somente relacionada com o

transporte de mercadorias ao cliente final ou de mercadorias semiacabadas,

ela está relacionada com o transporte dentro da empresa, desde o processo de

recebimento de matérias-primas até o envio das mercadorias acabadas.

2.3.3.1 Modais de Transporte

Fonte: dnit.gov.br (2006).

Figura 10: Modais de Transporte

42

Dentro da logística de transporte há alguns modais, sendo os mais

importantes o: rodoviário, ferroviário, dutoviário, aéreo e aquático.

Segundo Bowersox e Closs (2001), cada um desses modais tem sua

importância na hora de decidir qual utilizar, pois cada um possui um tipo de

tráfego, cobertura de distâncias, receita e natureza da composição de tráfegos.

2.3.3.1.1 Modal Ferroviário

Fonte: ilos.com.br (2007).

Figura 11: Crescimento do volume ferroviário em milhões de

toneladas úteis

O modal de Transporte Ferroviário caracteriza-se principalmente pela

capacidade de transportar grandes quantidades de cargas como grãos,

minérios, produtos siderúrgicos e outros. O modal ferroviário tem a capacidade

de transportar essas cargas por pequenas e médias distâncias com maior

segurança que o modal rodoviário, já que não tem tantos casos de furtos e

acidentes como no rodoviário.

Segundo Ferreira e Ribeiro (2002), no Brasil, o transporte ferroviário é

utilizado principalmente no deslocamento de grandes toneladas de produtos

homogêneos, ao longo de grandes distâncias relativamente longas. De acordo

com a Agência Nacional de Trânsito e Transportes (ANTT), o Brasil é o maior

43

transportador de cargas em toneladas da América Latina, chegando a uma

marca de 16,6 Toneladas Quilômetro Útil (TKU), dado referente ao ano de

2001.

2.3.3.1.2 Modal Rodoviário

Conforme Rocha (2003), modal Rodoviário é o mais utilizado no Brasil,

pois liga todos os pontos do território brasileiro e possui o frete e mão-de-obra

com valores bem elevados. Esse modal apresenta agilidade em relação às

curtas e médias distâncias, mas é o mais apropriado para grandes distâncias

dentre os modais.

No Brasil, mais da metade do transporte de carga se faz pelas rodovias. O transporte rodoviário é o mais produtivo dos modais em termos de carga por hora de operador, e seu custo de mão-de-obra é elevado. (ALT; MARTINS, 2006, p.406).

Fonte: antt.gov.br (2010).

Figura 12: Composição percentual das cargas

No Brasil, o modal rodoviário é o mais importante porque para se chegar aos

outros modais é necessária sua utilização e, devido a sua fácil utilização, é

recomendado para transporte de cargas de alto valor agregado e perecível.

44

2.3.3.1.3 Modal Aéreo

De acordo com Vieira e Weber (2001, p. 109), o modal aéreo é o mais

rápido e seguro meio de transporte de cargas e isso determina algumas

vantagens em relação aos demais modelos. Considerado transporte misto

devido sua capacidade de transportar cargas e pessoas, ele pode ser dividido

em transporte nacional e internacional. O modelo adequado para transporte de

urgência, produtos com alto valor agregado e pequenos volumes, destaca - se

o transporte de eletroeletrônicos, medicamentos e mercadorias perecíveis. O

frete nesse modal é calculado pelo peso, portanto, um modal para transportar

pequenos volumes.

2.3.3.1.4 Modal Hidroviário

Conforme Keedi (2004), caracteriza-se por transporte de cargas e

pessoas em rios e mares. Seus custos são baixos quando comparado com os

modais ferroviários e rodoviários, considerando um ganho de até 3 vezes em

relação ao ferroviário e até 20 vezes em relação ao rodoviário. A capacidade

de transporte desse modal é de milhares de toneladas e proporciona preços

competitivos para os produtos no mercado interno e externo, já que também se

caracteriza por um modal misto.

Segundo Rocha (2003), as principais dificuldades na sua utilização estão

relacionadas à lentidão de transporte, portos com pouca infraestrutura e às

condições metrológicas para sua utilização.

2.3.3.1.5 Modal Dutoviário

Segundo Coeli (2004), o modal dutoviário consiste no transporte de

cargas via dutos e sua flexibilidade é muito limitada, pois está dividida em três

45

áreas de utilização, sendo: os gasodutos, oleodutos e transporte de minérios e

grãos.

O transporte dutoviário é lento e ao mesmo tempo contrabalanceado

pelo fato de transportar cargas 24 horas durante os sete dias da semana. Esse

modelo mostra-se muito econômico no transporte de grandes quantidades de

carga na relação custo variável já que não tem custos com mão-de-obra. Já o

seu custo fixo é elevado, mas ainda assim, é o segundo modal com mais baixo

custo, atrás somente do hidroviário.

Apresenta vantagens por serem o mais confiável de todos os modelos,

há poucas interrupções e os fatores metereológicos não afetam seu

funcionamento.

2.4 Logística Integrada

De acordo com Bowersox e Closs (2001) pode-se observar a logística

integrada no quadro abaixo.

Fonte: Bowersox e Closs, 2001, p.44.

Figura 13: Logística Integrada

Segundo Bowersox e Closs (2001), a Logística Integrada é vista como a

competência que vincula a empresa e seus clientes e fornecedores. As

46

informações recebidas de clientes e sobre eles fluem pela empresa na forma

de atividades de vendas, revisões e pedidos. Embora essa integração seja pré-

requisito para o sucesso, não é suficiente para garantir que a empresa alcance

suas metas de desempenho.

A Logística Integrada é baseada em visão estratégica, visão gerencial e

visão operacional e a integração faz com que todo o processo caminhe de

forma segura com planejamento, suprimento e vendas.

2.5 Marketing Verde

Segundo Carrijo (2010), Marketing Verde significa apenas vestir

produtos e serviços com uma roupagem ambiental, através da adoção de

normas respeitáveis como a ISO 14001 Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

se a empresa ou partes interessadas ligadas a ela mantiverem algumas velhas

práticas viciosas em suas cadeias de valor: arcaicas, míopes, corruptoras,

injustas, exploratórias além do limite de reposição dos recursos naturais e

gananciosas.

O termo Marketing Verde surgiu em meados dos anos 70 para buscar

soluções aos problemas de impacto ambiental ocasionados pelo crescimento

das necessidades de consumo, crescimento do comércio e da produção

industrial, mas não deve ser somente uma nomenclatura ou imagem vinculada

e aplicada ao slogan ou layout da empresa, é preciso ser visto praticado e

aplicado como uma filosofia de trabalho, um conjunto de ações que se

resumem em um posicionamento ao qual estão inclusas questões que

promovam e discutam o impacto destas empresas e de suas ações sobre o

meio ambiente e o meio que está inserida. (TACCHIZAWA, 2006)

O trabalho inicia- se quando a American Marketing Association (AMA)

promove um workshop com o intuito de discutir as questões ligadas à

sustentabilidade, preservação dos recursos e do meio ambiente, propondo um

novo modelo de negócio, onde administradores e profissionais de comunicação

e marketing buscaram entender, analisar e desenvolver ferramentas e

processos de gestão que fossem possíveis de serem aplicados a todo o

47

planejamento de Marketing, sem ampliar e aumentar as ações de desgaste,

degradação e agressão ao meio ambiente.

Essas responsabilidades sociais e ambientais dos atos realizados

deveriam englobar todas as atividades do marketing, já que estão voltadas a

integrar o produto, a marca e a empresa ao mercado consumidor e,

consequentemente, ao planeta, gerando impactos econômicos, financeiros,

ambientais e sociais que precisavam e precisam ser controlados,

acompanhados e minimizados. (DIAS, 2009)

Conforme Carrijo (2010), o conceito de Marketing Verde passa a fazer

parte indiretamente dos quatro Ps e das ferramentas de marketing. As

atividades aplicadas buscam desenvolver, fomentar e facilitar quaisquer trocas

de vendas e consumo com a intenção de satisfazer os desejos e suprir as

necessidades dos consumidores, desde que a satisfação de tais desejos e

necessidades ocorra com o mínimo de impacto negativo sobre o meio

ambiente e suas fontes, buscando sempre um ciclo de reutilização e

preservação.

Marketing Verde é o processo de vendas de produtos ou serviços com

apelo ambiental verdadeiro, que busca impactar positivamente clientes e

públicos de interesse para que aqueles que, ainda não são, também se tornem

verde. Trata-se, portanto, de uma ferramenta poderosa de aculturamento,

capaz de diferenciar a empresa da concorrência de forma competitiva. E, ao

mesmo, tempo apresentar uma contrapartida corrente à sociedade. No entanto,

precisa ser muito bem conduzida para não acabar gerando percepções

equivocadas. (OTTMAN, 2006)

O Marketing Ecológico nomeado por Marketing Verde vem agregar na

prática todas as atividades inerentes ao marketing habitual já praticado,

incorporando-o à preocupação ambiental e contribuindo para a conscientização

tanto por parte da empresa, da indústria, do produtor propriamente dito, de

produtos tangíveis ou intangíveis, quanto por parte do mercado consumidor e

de suas preferências.

Conforme Carrijo (2010), os quatro princípios considerados básicos no

Marketing Verde são:

a) ser genuíno: garantir uma ação de comunicação integrada com o

48

marketing e vendas que não seja enganosa com os seus clientes,

anunciar aquilo que se vende e entregar aquilo que se promete;

b) educar consumidores: através de um processo de aculturamento

mercadológico que oriente suas escolhas conscientemente no momento

de decisão de compra de qualquer bem, mostrando que há novos

caminhos a favor da construção de um desenvolvimento econômico

efetivamente sustentável;

c) engajar: envolver não só os clientes fiéis à marca, mas também a

sociedade em seus diversos setores, somando pessoas e juntando

forças para a viabilização colaborativa de um mundo mais habitável;

d) promover os três R’s: reduzir, reciclar e reutilizar.

Segundo Teixeira (2008), o controle do processo produtivo no Marketing

Verde abrange a análise de todo o ciclo de vida dos produtos, desde sua

produção, embalagem, transporte e consumo até sua utilização e posterior

descarte. Isso significa que durante todas as etapas do ciclo de vida de um

produto, seus impactos ambientalmente negativos são avaliados e corrigidos

para que ele se torne não apenas mais saudável para o consumo, como

também menos agressivo ao meio ambiente.

Quando se pratica o Marketing Verde, a organização deve divulgar e

informar aos seus consumidores quais são as vantagens de se consumir e ou

adquirir produtos e serviços ambientalmente responsáveis, socialmente

corretos, renováveis, reutilizáveis, elaborados de forma criteriosa onde não

exista nenhuma obscuridade quanto ao seu processo de desenvolvimento ou

produção comparado aos conceitos já descritos.

O ciclo de vida e utilização deve ser informado. Tanto o consumidor

quanto os fabricantes deverão saber para onde e como vão esses produtos

depois de sua utilização e, quanto maior for o índice de reutilização, menos irá

requerer nova matéria-prima, consequentemente menos degradação para a

produção de novos produtos, reduzindo o acúmulo de descartáveis no meio

ambiente.

Essa filosofia e posicionamento se abordado e exposto de forma correta

e eficiente irá estimular e despertar o desejo do público-alvo a vivenciar a

49

atitude de contribuir quando se consome produtos e serviços categorizados

como socialmente e ambientalmente corretos, proporcionando uma excelente

experiência de consumo e diferenciando tais produtos dos demais existentes

em seu segmento, agregando maior valor perante o mercado ao qual está

inserido. (DIAS, 2009)

Em meio a diversas atividades do marketing atribui-se a ação de criar e

ofertar produtos e serviços capazes de satisfazer os desejos e necessidades

dos consumidores, apontar e desenvolver tendências buscando o melhor e

mais rentável posicionamento no mercado. Já no Marketing Verde, os

consumidores conscientes desse posicionamento desejam encontrar a

qualidade ambiental e a certeza de que todas as matérias-primas e mão-de-

obra aplicada nos produtos e serviços que estão adquirindo foram

desenvolvidas sem agredir qualquer valor ambiental e humano.

Segundo Jacobi (2003), o Marketing Verde vem como nova

oportunidade e proposta de se atender as novas gerações, multiplicando o

conceito de desenvolvimento sustentável, de consumo responsável e

longevidade das fontes naturais, da matéria-prima e do baixo impacto sócio-

ambiental.

Se o consumo é responsável, a agressão e o impacto serão menores,

consequentemente os gastos com reparos ao meio ambiente e aplicação às

ações remediativas que oneram as empresas prejudicam o fluxo financeiro e

principalmente sua imagem. (DIAS, 2009)

Um dos maiores desafios do mundo capitalista e industrial é tornar os

modos e meios de produção sustentáveis, desenvolver e gerar lucro contínuo

preservando as fontes que geram tal lucro.

A adequação das empresas a este meio é de vital importância para sua

competitividade, sua eficiência e, principalmente, sua reputação. A cada dia

mais o glamour das roupas de pele retiradas de animais em extinção também

está se extinguindo, as empresas que ocasionam desastres ambientais têm

seus produtos boicotados no mercado, indústrias que depositam toneladas de

lixo em rios, mares ou aterros não certificados e autorizados comprometem

desde a atração e retenção de bons profissionais até o seu faturamento, já que

são gradativamente excluídas da lista de opções dos consumidores.

Segundo Dias (2009), uma estratégia de legitimação do produto verde é

50

vinculá-lo a uma entidade ambientalista de idoneidade reconhecida e

contribuir de alguma forma, sendo a financeira a mais comum, para a sua

atividade. Um exemplo é o da empresa que fabricava os produtos Danone. Em

1995 ela lançou um novo produto com forte apelo ecológico. Na campanha

publicitária, evidenciava o slogan: “Danimals, o Iogurte fera da Danone”. Foi

estabelecido, com a Fundação Save our Ship (SOS) Mata Atlântica , um acordo

de parceria em que a indústria comprometia-se a destinar, durante dois anos,

1,3% do faturamento obtido com as vendas do novo produto para a fundação.

A parceria reforçou apelo ecológico da nova linha e representou um

fortalecimento de caixa para o SOS Mata Atlântica.

Ainda segundo Dias (2009), os consumidores de produtos verdes

apresentam duas reações possíveis em relação aos produtos considerados

ecologicamente corretos. Podem assumir uma postura emocional, diretamente

relacionada com a postura que têm em relação ao mundo natural e podem

assumir uma postura ligada ao lado mais racional, levando em consideração as

características técnicas, processos e atributos do produto.

Fonte: blogs.abril.com.br ,2010.

Figura 14: SOS Mata Atlântica

Segundo Carrijo (2010), o mais importante em adotar o conceito de

empresa. Alguns exemplos confirmam a citação acima: O novo tênis da Adidas

51

de solado de borracha biodegradável, patenteado e produzido no Rio Grande

do Sul para todo Brasil e América Latina; outro exemplo produtivo foi quando

Jeff Immelt, presidente da General Electric (GE), lançou o programa de

produtos com o selo verde recebeu muitas críticas pela sua iniciativa. Porém,

atualmente a receita desses produtos representa mais que o faturamento do

Google e da Avon juntas, só nos Estados Unidos. Essa é a chamada Economia

Verde. Uma empresa precisa ter atitude para poder traduzir em suas práticas

de negócios os conceitos do Marketing Verde.

Conforme Carrijo (2010), alguns exemplos de grandes marcas e

empresas já adotaram a prática do conceito Marketing Verde em suas

atividades. São elas:

a) a gigante nordestina petroquímica Braskem investe em redes

colaborativas com universidades, com o objetivo de acelerar pesquisas,

como a materialização do primeiro ecoplástico do mundo, feito do etanol

da cana-de-açúcar e que, inclusive na corrida da Fórmula 1 no ano de

2009 em Interlagos, fez os troféus reciclados, com resíduos que foram

gerados durante o próprio evento;

b) o banco Real foi não só o primeiro a dizer ser o banco da

sustentabilidade como também o primeiro a construir uma agenda 100%

ambiental na Granja Viana em São Paulo com o selo máximo

Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), captando água

de chuva com armazenagem em cisternas para uso dos lavatórios e

jardinagem e geração de eletricidade via painéis solares instalados no

teto, que armazenam energia de dia para abastecer os caixas

eletrônicos à noite;

c) o Santander teve o mérito de importar o executivo responsável pela

estratégia ambiental do banco Algemene Bank Nederland (ABN)

comprado e em sua mais recente campanha, assina: “Os melhores

negócios do mundo são os melhores negócios pro mundo”;

d) o badalado evento de moda São Paulo Fashion Week (SPFW) que

além de adotar um gerador para o seu consumo de energia também

neutraliza as emissões de CO2 durante o evento, plantando árvores em

uma área previamente destinada e com números auditados;

52

e) a Apple adota um posicionamento verde ao lançar notebooks com luz

Ligh Emitting Diode (LED), zero de componentes tóxicos e redução de

partes na sua linha de montagem, como o gabinete monobloco em

alumínio do novo MacBook;

f) as Americanas disponibilizaram na porta de entrada das suas lojas um

display que é uma simpática lixeira com um cartaz onde se lê: “Nós

cuidamos do meio ambiente com ações sustentáveis. Junte-se a nós e

faça também a sua parte”, incentivando atos de cidadania como o

descarte de baterias, dentre outros;

g) a Natura em 1983 foi pioneira no uso de refis para produtos de maior

consumo, para substituir as embalagens principais por refis, essa

medida refletiu expressivamente no comprometimento com a questão

ambiental. As revistas ou catálogos da Natura são fabricados com o

papel que possui um selo de certificação do Forest Stewardship Council

(FSC) que atesta o manejo sustentável da matéria-prima florestal

utilizada. Além de ser um papel que causa menor impacto ambiental, o

número de páginas na revista também foi reduzido. Essa melhora é

muito significativa quando se pensa que 1,5 milhões delas são

impressas a cada vinte e um dias.

Conforme Carrijo (2010), somente uma empresa verde será capaz de

sustentar um marketing em cima da questão ambiental, não basta apenas

oferecer produtos que tenham alguns atributos verdes, tais como recicláveis e

produtos que não destruam a camada de ozônio, porque para posicionar-se

como ambientalmente responsável, a empresa deve, antes, organizar-se para

ser uma empresa ambientalmente responsável em todas as suas atividades. É

muito mais do quer ser. Esta é uma unanimidade entre os especialistas.

Segundo Carrijo (2010), a vida é um eco, ou você torna sua empresa

verde ou é você quem acabará no vermelho.

O consumo cresce a cada dia e as necessidades se dimensionam. É

preciso que haja cuidados especiais para que as futuras gerações possam ter

condições de usufruir de recursos que hoje estão se tornando escassos, e não

só isso, mas ter a oportunidade também de conservar nascentes de

rios,espécies diversas de peixes, aves e animais de todos os tipos e habitat, ter

53

condições de integração com a natureza.

Para que todo o ecossistema não se deteriore, não se desequilibre e

perca seu curso natural, o planeta precisa de cuidados urgentes, ações

emergenciais, e se isso não acontecer talvez até continue existindo esse

planeta, mas não seres humanos, e por menor que seja o resultado dessa

catástrofe, com certeza a vida será muito mais difícil. (LAVORATO, 2003)

Segundo Drucker (2002), o marketing é tão importante que não deveria

ser conduzido por uma área apenas na empresa e sim ser visualizado sob o

ponto de vista do todo, a partir da alta gerência.

Praticar o conceito de Marketing Verde e se posicionar dessa maneira

faz com que tudo que seja criado, desenvolvido e consumido seja benéfico a

todos: empresas, indústriais, comércio e consumidores, principalmente.

2.6 Responsabilidade Ambiental

Responsabilidade Ambiental é um conjunto de atitudes individuais ou

empresariais voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. Essas

atitudes devem levar em conta o crescimento econômico combinado à proteção

do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a

sustentabilidade. (DIAS, 2009)

A Responsabilidade Ambiental que já foi difundida e misturada ao

Marketing Verde e que é utilizada como bandeira de progresso, rótulo de

consciência social e evolução para empresas que, na maioria das vezes, as

práticas são ineficientes e efetivamente irresponsáveis. Muitas organizações

privadas se camuflam a essa tendência, a esse movimento, buscam tirar

proveito da imagem positiva gerada perante o mercado, perde seu real sentido

e sua força de ação se não for aplicada com base nas necessidades e

expectativas da sociedade para com o meio ambiente e com a própria

sociedade. A Responsabilidade Socioambiental tornou – se um termo

constante nas estratégias empresariais e está, a cada dia, mais presente nos

discursos dos gestores das empresas, mas que na prática ainda tem muito a

evoluir. (SALANEK, 2010)

54

Ainda segundo Salanek (2010), a Responsabilidade Ambiental não deve

e não pode ser somente uma prática de incentivo e ações isoladas sem

fundamento e acompanhamento específico. Para que seja executada de modo

eficaz, é necessário que a empresa se organize, faça uma pré-análise da

situação a ser apoiada e execute um planejamento fundamentado nas

necessidades identificadas e, assim, dissemine o conceito e execute as ações

de incentivo e apoio corretamente.

Realizar qualquer ação ou projeto sem mensurar os resultados e

compará-lo de forma qualitativa e não somente quantitativa exibindo à

sociedade o quanto e como foi gasto durante o projeto ou apoio realizado não

traz nenhum benefício, pois sem registro e acompanhamento das atividades,

sem parâmetros das condições anteriores para mensurar os resultados do

projeto, o modo de sua execução e as melhorais alcançadas com as ações

elaboradas e executadas vem a ser proveito de um conceito e posicionamento

de mercado que cresce e se multiplica a cada dia, que favorece a imagem dos

produtos ou serviços dessa empresa, diferenciando-os de forma positiva

perante seus concorrentes, agregando maior valor e prestígio, já que carrega o

valor de uma empresa dita como socialmente responsável.

As empresas devem se preocupar com os efeitos causados na

sociedade em que estão inseridas, entender que mesmo disputando seu

espaço em um mercado capitalista e extremamente competitivo, suas ações,

produtos e serviços devem ser elaborados, planejados, executados e

produzidos visando ao lucro sim, mas sempre pensando em quais efeitos essa

busca frenética pelo resultado positivo e acúmulo de capital que está no Ácido

DesoxirriboNucleico (DNA) de cada empresa, seja ela fabricante de produtos

ou prestadora de serviços, causa no meio ambiente e na sociedade.

A Constituição Federal Brasileira separou um capítulo inteiro para tratar

dos assuntos relacionados ao meio ambiente, que determina um dever jurídico

a todos, incluídos o poder público e a coletividade, onde também estão

inseridas as empresas públicas e privadas.

Sendo assim, é incontestável a preocupação dos empresários referente

aos assuntos ambientais, o que se aconselha a exigência do cumprimento das

regras de princípios de responsabilidades éticas, não se esquecendo das leis,

em que sua não implementação poderá acarretar para a empresa o

55

pagamento de multas, indenizações e é independentemente obrigação do

infrator reparar os danos causados ao meio ambiente, além da

responsabilidade legal no âmbito administrativo e penal por ter cometido um

crime contra o meio ambiente.

Segundo Dias (2009), um dos principais exemplos do maior papel

assumido pelas empresas em termos de responsabilidade socioambiental foi o

esforço reunido empreendido por 1.250 indústrias localizadas ao longo do rio

Tietê em São Paulo, com o objetivo de desenvolver um trabalho de despoluição

de suas águas. Hoje o resultado é que a poluição desse rio está mais ligada a

esgotos domésticos, mudando - se uma situação em que as empresas eram as

principais responsáveis por esse fator.

As empresas socialmente responsáveis, preocupadas com a preservação e interessadas em competir no mercado externo, trabalham cada vez mais para se adaptar à produção limpa. Este movimento provoca um efeito cascata, pois elas passam a exigir cada vez mais o certificado de gestão ambiental de seus fornecedores. (DIAS, 2009, p.163).

Conforme Loureiro e Castro (2006), os projetos bem sucedidos de

responsabilidade ambiental são fundamentados em pesquisas, em

necessidades identificadas e questionadas perante a sociedade, executados e

acompanhados de modo consciente, com análise qualitativa dos resultados

atingidos, sem o interesse contínuo em se apoderar da imagem de “empresa

verde”.

Têm-se como resultados: correção de processos degradantes;

reflorestamentos; despoluição de rios e nascentes; diminuição de emissão de

gases nocivos à saúde e à atmosfera; projetos sociais que viabilizam e

ensinam um consumo consciente de serviços e produtos; desenvolvimento de

cidadãos conscientes e pró-ativos, que previnem, reutilizam ao invés de

recuperar, sempre com o intuito de tornar tudo mais limpo, mais saudável, mais

puro e menos ofensivo ao meio ambiente.

56

CAPÍTULO III

LOGÍSTICA REVERSA E MARKETING VERDE

3 INTRODUÇÃO

As novas exigências de mercado e crescimento da sociedade moderna

fazem com que o planeta venha sofrer impactos ambientais agravantes. O

crescimento industrial tornou o Brasil um país competitivo gerando como

consequência a degradação na natureza e má qualidade do ar em metrópoles,

onde fica afrontoso aos olhos da sociedade.

A Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo declara que o

processo de planejamento deve ser acompanhado por ações de educação

ambiental que promovam mudanças de valores, práticas e atitudes individuais

e coletivas para difundir e consolidar as ideias de qualidade ambiental,

participação pública e cidadania.

Segundo Donaire (1999), Gestão Ambiental sistemática não é algo que

possa ser introduzido de imediato, exige planificação, estabelecimento de

etapas sequenciais e vigor na sua implantação.

Agregado à Gestão Ambiental destaca-se a Logística Reversa e

Marketing Verde, onde a Logística Reversa reaproveita os materiais já usados

e passíveis de reciclagem. Já o Marketing Verde promove a empresa através

dos benefícios que ela traz ao meio ambiente. Todas as ferramentas

apresentadas têm o intuito de aprimorar o conhecimento da sociedade e

minimizar os impactos ambientais, sempre destacando que essas são algumas

das inúmeras ferramentas que ajudam no processo de implantação de Gestão

Ambiental nas empresas.

Com o objetivo de descrever o processo de coleta seletiva, bem como

verificar a importância da Logística Reversa e do Marketing Verde, foi realizada

pesquisa de campo no período de fevereiro a outubro de 2010, na empresa

COOPERSOL.

57

A COOPERSOL é uma cooperativa de reciclagem de lixo, visando à

distribuição de seus lucros em partes iguais a seus cooperados. Tem como

apoio a Prefeitura Municipal de Lins, auxiliando na administração financeira, de

materiais e maquinários. Necessitam do apoio dos empresários, principalmente

do setor bancário e de uma pequena parcela da comunidade que realiza a

separação do lixo já nos próprios estabelecimentos, facilitando, assim, o

manuseio do mesmo quando de sua chegada na cooperativa. Algumas ações

junto aos catadores de recicláveis podem trazer benefícios à COOPERSOL.

Para a realização da pesquisa foram utilizados os métodos de

observação sistemática, estudo de caso e histórico.

a) método de estudo de caso: foi realizado um estudo de caso na

Cooperativa dos Recicladores de Resíduos Sólidos de Lins, analisando

aspectos voltados à preocupação com o meio ambiente e a prática da

Logística Reversa, bem como o Marketing Verde como ferramenta para

Gestão Ambiental;

b) método de observação sistemática: foram analisados e observados os

procedimentos aplicados na classificação do lixo reciclável, preparação

dos cooperados e destinação de produtos, a fim de avaliar se as

ferramentas Logística Reversa e Marketing Verde eram implantados;

c) método histórico: foram observados e acompanhados os

procedimentos aplicados na seleção dos produtos, abordagem da

sociedade quanto ao assunto e a preocupação dos envolvidos com o

meio ambiente.

Utilizou-se também das seguintes técnicas:

a) roteiro de Estudo de caso (Apêndice A);

b) roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);

c) roteiro do Histórico da COOPERSOL (Apêndice C);

d) roteiro de Entrevista para o Administrador da Unidade de Lins

(Apêndice D);

e) roteiro de Entrevistas para os Cooperados da Unidade de Lins

(Apêndice E).

58

3.1 Relato e discussão sobre a Logística Reversa e Marketing Verde na

COOPERSOL

O processo de angariar materiais recicláveis é um pouco lento, pois a

COOPERSOL precisa da colaboração da sociedade, o que ainda não é

completamente realizado. Muitas vezes a informação de que o caminhão

reciclável passa em determinado dia e horário nos bairros não chega ao

conhecimento dos moradores e traz como consequência, um impacto

financeiro na COOPERSOL.

Separando o lixo reciclável do orgânico é possível reciclar vidas;

melhorar a qualidade de vida das presentes e futuras gerações; reduzir a

quantidade de lixo depositado no lixão; evitar a poluição dos rios; estimular as

indústrias a reciclar o lixo; reduzir a extração de matérias-primas extraídas da

natureza, como por exemplo a celulose; evitar a destruição das florestas e

colaborar com a COOPERSOL.

Diariamente o caminhão da coleta seletiva passa nos bairros da cidade

de Lins para arrecadar os recicláveis. Essa coleta é feita por profissionais

preparados. Após a coleta, o material é levado até o galpão da COOPERSOL,

onde é despejado em cone que cai direto em uma esteira. Nessa esteira é

selecionado o produto e separado em tambores. Posteriormente, os materiais

são prensados em forma de um quadrado e ficam alojados em baias à espera

do comprador.

A todo o momento é possível ver os compradores chegando com os

caminhões. A COOPERSOL apenas disponibiliza o material, o transporte e os

custos da mercadoria são de responsabilidade do cliente.

Por serem de interesse público, as questões ambientais tendem a ser regulamentadas pelo governo a fim de motivar as pessoas, tanto físicas quanto jurídicas, a mudarem seus hábitos de consumo e assumirem maior responsabilidade. (GONZAGA, 2005. p. 365).

Observa-se que a Gestão Ambiental em sua atividade é importante para

a lucratividade da empresa, é com base nos Meios Ambientais que a

COOPERSOL proporciona qualidade de vida, proteção ao meio ambiente e

principalmente sobrevivência de muitas famílias que ali trabalham.

59

Segue programação da Coleta Seletiva:

a) setor 1 - segunda-feira: Ribeiro, Jardim Leoni, Jardim Linense,

Comerciário, Jardim Santa Clara, Real Parque, Fortaleza, Garcia, Vila

São José, Vila São Benedito, Bairro São João, Jardim do Sol, Alto

da Boa Vista, Florestan Fernandes, Campestre, Jardim Aeroporto,

Jardim São Luís, José Dias dos Santos, Ulisses, Guimarães, Parque

das Oficinas, Xingu e Jardim Arapuã;

b) Setor 2 - terça-feira: Bandeirantes, Pinheiro, Jardim Americano,

Jardim Arapuã, Junqueira, Cinquentenário, Bom Viver I ao IV, Ana

Carolina, Labate, Vila Mafalda, Restaurantes e Hotéis, Vila Ester,

Jardim Guanabara, Manabú Mabe, Francisco Rato, Vila Alta,

Morumbi, Oficinas Mecânicas, Jardim Marabá e Pasetto;

c) setor 3 - quarta-feira: Jardim Linense, Comerciário, Jardim Santa

Clara, Pinheiro, Real Parque, Jardim Americano, Ribeiro, Jardim Leoni,

Bairro São João, Jardim do Sol, Alto da Boa Vista, Labate, Florestan

Fernandes, Jardim Aeroporto, Vila São José, Vila São Benedito, José

Dias dos Santos, Ulisses Guimarães, Parque das Oficinas, Morumbi,

Vila Alta e Jardim São Luiz;

d) setor 4 - quinta-feira: Jardim Santa Lucia, Vila Militar, Santa Maria,

Bandeirantes, Pinheiro, Jardim Americano, Jardim Arapuã, São Vicente,

Chácara Flora, COHAB Cris, Ana Carolina, Labate, Vila Mafalda,

Restaurante e Hotéis, Jardim Tangará, Teissuke Kumassaka,

Franscisco, Rato, Vila Alta, Morumbi e Oficinas;

e) setor 5 - sexta-feira: Ribeiro, Jardim Leoni, Jardim Linense,

Comerciários, Jardim Santa Clara, Real Parque, Parque das Américas,

Santa Terezinha, Vila São José, Vila São Benedito, São João, Jardim do

Sol, Alto da Boa Vista, Florestan Fernandes, Jardim Primavera, Jardim

União, Jardim Aeroporto, Jardim São Luís, José Dias dos Santos,

Ulisses Guimarães, Parque das Oficinas, Rebouças e Jardim das

Paineiras;

f) setor 6 – Sábado: Centro, Avenida Duque de Caxias, Rua Dom

Bosco, Nove de Julho, Floriano Peixoto, e Marginal Campestre.

A prática da Logística Reversa na COOPERSOL é tratada como ponto

primordial para a realização de toda a atividade dos cooperados e é através

60

dessa ferramenta que eles conseguem planejar o dia-a-dia. Toda e qualquer

logística deve ter um acompanhamento do processo, assim, evitando falhas no

percurso. A busca pelo melhor é tratada como principal função dos

cooperados.

As empresas socialmente responsáveis, preocupadas com a preservação e interessadas em competir no mercado externo, trabalham cada vez mais para se adaptar à produção limpa. Este movimento provoca um efeito cascata, pois elas passam a exigir cada vez mais o certificado de gestão ambiental de seus fornecedores. (DIAS, 2009, p.163.

A cooperativa pratica a Logística Reversa através das ações que

realizam ao mobilizar a sociedade para um bem comum, ou seja, para adquirir

os materiais recicláveis. Entende-se também que o Marketing Verde provém

dessas ações que os cooperados praticam para a sociedade juntamente com o

apoio da prefeitura. Ainda é necessário ser tratado de forma elucida, pois essa

ferramenta proporcionará grande competitividade para a cooperativa.

3.2 Parecer Final sobre o estudo de caso de Logística Reversa e Marketing

Verde na COOPERSOL

Baseando-se nos princípios de Maslow, a COOPERSOL propicia à

sociedade: organização, praticidade, higiene e reconhecimento, a fim de que o

município receba diversos prestígios e seja considerado um município

comprometido com as questões ambientais e com o meio ambiente

Analisando as estratégias adotadas pela COOPERSOL, pode-se

observar que o processo logístico atende as necessidades ambientais, mesmo

que ainda de forma precária, pois os cooperados precisam do apoio financeiro

para melhorar o meio em que trabalham.

Observa-se também a necessidade de maquinários e melhor

adequação do material. No Marketing Verde, o tema ainda os espanta

A pergunta problema foi respondida e a hipótese corroborada, já que a

realização desse trabalho pode afirmar que a COOPERSOL pratica a Gestão

61

Ambiental com base na Logística Reversa realizada em parceria com a

Prefeitura, empresas e pessoas físicas da cidade de Lins; e que também faz

seu papel na questão socioeconômica com os cooperados, trazendo emprego

e renda para a comunidade.

62

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Através dos estudos praticados na cooperativa percebe-se que medidas

de conscientização da comunidade e maiores esclarecimentos por parte dos

cooperados são importantes. Verificou-se que a COOPERSOL possuía

conscientização sobre o Meio Ambiente.

Com análises de todos os processos, propõem-se;

a) melhor acompanhamento do processo por parte dos envolvidos para

evitar o desperdício de materiais;

b) uma força tarefa da Prefeitura junto aos empresários da cidade para

que seja disponibilizado mais um caminhão e um galpão próximo à

cidade evitando, assim, que coletores irregulares de recicláveis façam

pontos de coletas, o que gera um menor volume de coleta por parte da

COOPERSOL;

c) incentivo da Gestão para que os cooperados adquiram capacitação

profissional na área de reciclagem e até mesmo cursos técnicos;

d) maior divulgação da Prefeitura de Lins quanto às programações da

coleta seletiva;

e) uma parceria com os supermercados e lojas do comércio de Lins a

fim de resgatarem todos os materiais recicláveis com uma programação

semanal e não apenas a dependência de telefonemas por parte destes;

f) cursos periódicos com aprendizado voltado para a segurança no

trabalho e o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

A proposta é paralela ao que a gestão necessita, portanto, foi aceita pela

COOPERSOL como melhoria na Gestão Ambiental.

63

CONCLUSÃO

Com as atuais e constantes mudanças no cenário mundial em relação à

produção, aos meios de diminuir custos e de realizações socioeconômicas,

torna-se indispensável um olhar minucioso quanto ao uso de técnicas e

métodos de Marketing Verde e Logística Reversa para uma Gestão Ambiental.

O Meio Ambiente está cada vez mais ligado aos assuntos abordados

nas empresas, pois não basta baixar os custos para aumentar os lucros, a

sociedade pede e verifica o que as organizações estão realizando na área de

Gestão Ambiental.

A COOPERSOL desde sua fundação trabalha com os princípios de

Gestão Ambiental e nos últimos anos vem exercendo um papel fundamental

nas parcerias realizadas pela prefeitura de Lins com os empresários.

A coleta seletiva pode ter objetivos tão variados quanto os próprios

problemas observados na comunidade e isto se notam no acondicionamento,

coleta e conscientização da população quanto à importância da coleta seletiva.

No decorrer do trabalho contou-se com a colaboração dos cooperados

da COOPERSOL e da Prefeitura de Lins, que disponibilizaram as informações

necessárias e o livre acesso às dependências para a realização do mesmo

para os estudos devidos.

A Logística Reversa, o Marketing Verde e a Gestão Ambiental são

assuntos que estão sendo abordados por profissionais da área, alunos de

Administração, Cursos Técnicos, pessoas físicas interessadas nessa crescente

e importante questão da sociedade.

O trabalho é direcionado a todas essas pessoas e que o assunto não

fique estagnado, que seja uma ferramenta para o aprofundamento do assunto

no decorrer do tempo.

64

REFERÊNCIAS

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66

Vieira, P. F.; Weber, J. Gestão de recursos naturais renováveis e desenvolvimento: Novos desafios para a pesquisa ambiental. São Paulo: Ed. Cortez, 2001.

67

APÊNDICES

68

APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

O objetivo principal do estudo de caso será a análise da Logística

Reversa e Marketing Verde utilizados pela COOPERSOL de Lins na forma de

Gestão Ambiental.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) descrição das etapas e estrutura da reciclagem;

b) descrição do processo da Logística Reversa e do Marketing Verde na

COOPERSOL;

c) depoimento do responsável pela COOPERSOL.

1.2 Discussão

Confronto entre a teoria estudada através da revisão bibliográfica e a

prática obtida através dos dados coletados em pesquisa na COOPERSOL.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou

modificações de procedimentos.

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APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Cidade: Estado:

Atividade Econômica:

Porte:

1 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1.1 O processo de reciclagem

1.2 O método de organização das várias etapas em todo o processo

1.3 Quais processos podem ser melhorados

1.4 Parecer sobre o processo

1.5 Descrição do Marketing Verde

1.6 Descrição da Logística Reversa

70

APÊNDICE C - Roteiro do Histórico da Empresa

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Endereço :

Ramo de Atividade:

Porte:

Data da Fundação:

2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA COOPERATIVA COOPERSOL

2.1 Evolução das atividades

2.2 Atividade econômica

2.3 Práticas de Gestão Ambiental

2.4 Práticas de Marketing Verde

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APÊNDICE D - Roteiro de Entrevistas para o Administrador da

COOPERSOL

1 DADOS DA IDENTIFICAÇÃO

Tempo de empresa:

Cargo / Função:

Escolaridade:

Experiências profissionais anteriores:

Cidade: Estado:

2 PERGUNTAS ESPECÍFICAS

2.1 Qual o principal lixo reciclável que dá maior rentabilidade à cooperativa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.1 Qual o retorno financeiro desse produto?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.2 Quais perdas existem na separação do lixo?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.2.1 Qual o motivo?

_______________________________________________________________

72

_______________________________________________________________

2.4 Como deve ser o recolhimento ideal do lixo para facilitar o trabalho dos

cooperados?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.5 Possui controle financeiro dos gastos e ganhos com a venda dos

recicláveis?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.6 Qual o benéfico que o Selo Verde traz à sociedade Linense?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.7 Quais os malefícios que o lixo reciclável pode causar para o meio

ambiente se descartado em lugar incorreto?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.8 Qual o tempo que o plástico demora a se decompor no meio ambiente?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

73

APÊNDICE E – Roteiro de Entrevistas para os cooperados da Unidade

Lins

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo de empresa:

Cargo/Função:

Escolaridade:

Experiência Profissional anteriores:

Cidade: Estado:

2 PERGUNTAS ESPECÍFICAS

2.1 Qual a importância do seu trabalho para o meio ambiente?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.2 A política do bom cidadão separando o lixo em casa é praticada na

maioria das vezes em grandes empresas, qual a dificuldade que a sociedade

encontra para fazer o mesmo em residências?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.2.1 Há falta de informação e/ou cobrança?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.3 Qual a contribuição de vocês para a conscientização da população?

74

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.4 Qual a importância do seu trabalho para a preservação do meio

ambiente?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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ANEXOS

76

Foto 1: Panfleto Novo Horto Municipal – Municipio Verde Azul.

77

Foto 2: Panfleto da campanha Semente Sua e Árvore Nossa.

78

Foto 3: Panfleto de informações de coleta seletiva.

79

Foto 4: Panfleto da campanha Esgoto Limpo.