APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS DE ANÁLISE: ESTUDO DE CASO … · 2 1. Introdução A competitividade...
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APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS DE ANÁLISE:
ESTUDO DE CASO NA REDUÇÃO DO
CONSUMO DE INSUMO EM UMA EMPRESA
DE PELOTIZAÇÃO
Jamile Cardoso Zampirole (MULTIVIX)
Ludimila Oliveira Moreira de Almeida (MULTIVIX)
Thalita Souza da Silva (MULTIVIX)
Valeria Santos Duberstein Rezende (MULTIVIX)
Denise Simoes Dupont Bernini (MULTIVIX)
Este estudo teve como proposito mostrar as aplicações do conceito Lean
Manufacturing (Produção enxuta) e do método de melhorias Plan-Do-Check-
Act (PDCA) para resolução de um problema e redução de custos de produção
em uma indústria mineradora. Foram utilizadas as ferramentas Lean
Manufacturing, onde seu objetivo principal é a eliminação de desperdícios
através de métodos, estruturada dentro do PDCA. Através dos conceitos e
ferramentas utilizadas, foram observados ganhos intangíveis, como a
qualidade do produto fabricado. Os procedimentos implantados tiveram
grande efetividade, acarretando uma redução na aplicação do coating
bauxita no processo, diminuindo os custos de produção.
Palavras-chave: PDCA, Lean Manufacturing, Custos
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
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1. Introdução
A competitividade entre as organizações tem aumentado no mercado nacional e internacional
havendo necessidade de mudanças. Com esta disputa da competição, surge o termo “pressão
competitiva”, que buscam nas empresas mais eficiência nas suas operações e no processo de
gestão (ANTUNES, 2008). Neste mesmo contexto Fernandes e Santana (2013) afirmam que a
disputa entre o mercado está cada dia mais acirrado, por estas questões as organizações estão
buscando maneiras de se destacarem perante os seus concorrentes. Uma estratégia de
diferenciação seria ter um maior conhecimento de seus custos. As empresas estão se
adequando a esta necessidade, que surge do princípio de estudos de seus processos internos e
a busca constante da melhoria contínua.
O objetivo do estudo é relatar a aplicação dos conceitos inerentes à filosofia Lean
Manufacturing (Produção Enxuta) para resolução de um problema, reunindo conceitos
básicos como a ideia de sequenciamento pelo método de melhorias PDCA, em que é
apresentada uma estrutura simples de ser compreendida por qualquer organização podendo ser
utilizado na busca da melhoria contínua nos processos e/ou para atingir resultados no
gerenciamento da rotina. O estudo seria útil para tornar evidente como ferramentas simples
podem trazer ganhos enormes, através da redução de custos, desperdícios ou perdas.
A metodologia utilizada neste trabalho é baseada na filosofia Lean, onde se busca a
eliminação de desperdícios através de métodos. Todas as ferramentas utilizadas serão
estruturadas dentro do PDCA – Plan (Planejar); Do (Executar); Check (Checar); Action (Agir
Corretivamente).
2. Lean manufacturing aliado ao custo
Lean Manufacturing é um sistema de produção empregado em várias empresas que visam
melhorar a produtividade global e banir os desperdícios, viabilizando o valor e satisfação aos
clientes bem como benefícios para os sócios da organização. Ele proporciona uma produção
eficiente em termos de custo, entregando a quantidade exata, no tempo estipulado e locais
corretos, assim tendo o aproveitamento mínimo de instalações, materiais e recursos
humanos.(SOUZA, 2016)
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Segundo Shah& Ward (2003), o pensamento enxuto abrange diversas práticas gerenciais,
contendo manufatura celular, sistema de qualidade, dentre outros. Ainda conforme os autores,
o ponto crucial do Lean é que essas condutas gerenciais devem ser executadas de forma
sinérgica para formar um sistema de alto valor, que produz produtos na velocidade que o
cliente necessita, sem desperdícios.
A produção Lean propõe “fazer mais com menos”, isto é, em um padrão que busca produzir
grande volume de produtos utilizando poucos recursos, sem renunciar a qualidade destes,
através de uma boa gestão e coordenação da cadeia de valor.(WOMACK et al., 1990).
Antunes Júnior (2013) sugere que as empresas, se alinhem com seu sistema de produção, de
modo que, estes correspondam adequadamente a estímulos, otimizando a aplicação dos
recursos a fim de maximizar os resultados para a empresa.
Dessa maneira, a organização conseguirá analisar por completo o seu processo de produção,
conquistando o reconhecimento dos ganhos de produção, diminuição dos custos e melhoria
contínua no processamento fabril, fazendo-a mais complacente a prováveis variações do
mercado globalizado.(FERREIRA; BUOSI; GASPARINI, 2016).
3. O processo de pelotização
A pelotização é um processo industrial de aglomeração de minério de ferro que tem como
objetivo o aproveitamento da fração ultrafina deste, de concentrados ou de minérios naturais,
transformando-os em pelotas, que após um tratamento térmico apropriado adquirem
características químicas, físicas e metalúrgicas desejáveis aos processos de redução, seja o
alto-forno ou redução direta (ALVARENGA, et.al, 2012). Conforme Zocatelli (2012) a
pelotização consiste em três etapas muito importantes, sendo estas contínuas: preparação das
matérias primas, formação de pelotas cruas (pelotamento) e queima (endurecimento de
pelotas).
Na figura 1 pode-se ter uma visão geral de todo um processo de pelotização.
Figura 1 - Processo de pelotização
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Fonte: Site - Vale S/A (2014)
4. PDCA (Plan, do, check e action)
O Ciclo PDCA é um método que tem como atividade básica a assistência no resultado,
observação e previsão de problemas organizacionais, sendo de modo útil para a resolução de
problemas. Algumas ferramentas não demonstram tal efetividade para a procura do
aprimoramento quanto esta metodologia de melhoria contínua, visando que, ele dirige as
ações sistemáticas que acelera a conquista de melhores resultados com o objetivo de assegurar
a continuidade e avanço das empresas.(QUINQUIOLO, 2002). Campos (1999) define o Ciclo
PDCA como um método de gerenciamento de processos ou de sistemas.
Considerando que para Kardec e Nascif (2009), o PDCA possui quatro fases:
Plan (Planejar) – Consiste no planejamento do projeto de melhoria, isto é, quais são os
objetivos, o que se quer aprender e como será realizado (quem, o quê, quando, onde, como).
Do (Executar)– Gerir o plano, quer dizer, efetivar conforme com o que foi planejado no ciclo
anterior.
Check (Verificar)– A partir dos dados coletados, realizarem a análise dos dados e com base
nessa, verificar quais são os resultados que podem ser retirados.
Act (Agir Corretivamente) – Baseia-se em definir quais mudanças podem ser executadas e
quais outros ciclos podem ser efetivos para a melhoria do processo em vigor.
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5. Ferramentas lean utilizadas
5.1. Método para solução de problema - A3
Conforme Ribeiro (2012) o A3 é usado na Toyota como identificação e solução de problemas.
O método auxilia as pessoas compreenderem o problema para desenvolver seus programas de
melhoria Kaizen.
A técnica para solução de problema o A3, assim nomeado em virtude do seu tamanho
reconhecido internacionalmente, nas proporções 297 x 420 mm, é um apoio do sistema
gerencial Toyota, sempre procurando melhoria dos seus colaboradores, através do diálogo e
da verificação. O relatório A3 procura identificar a situação atual, a razão do problema, a série
de contramedida viável, a melhor contramedida, como colocar-las em prática e o indício de
que o problema foi realmente resolvido.(RIBEIRO, 2012)
Conforme Shook (2009) o A3 é constituído por uma sucessão de fases: (1) Determinar o
contexto do trabalho e a relevância de um problema ou assunto específico; (2) Relatar as
condições recentes do problema; (3) Indicar o resultado desejado (metas); (4) Averiguar a
situação para marcar suas causas; (5) Sugerir contramedidas; (6) Formular um plano de ação
para obter o feito; (7) Estruturar o processo de acompanhamento. O autor ainda conclui que
não é o molde do A3 que interessa, e sim o entendimento profundo que leva especialmente o
ciclo PDCA. Como o modelo da figura 2 abaixo:
Figura 2 – Modelo A3
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Fonte: Shook (2009)
5.2. Floor management development system - FMDS
O FMDS é um Sistema de Desenvolvimento de Gerenciamento de Chão de Fábrica (FMDS
na sigla inglês), que se tem por objetivo básico consolidar o gerenciamento diário das
indústrias. A ferramenta aplica o conceito dos 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. Tendo que a
redução do consumo da fonte é sua atividade prioritária.(FIESP, 2015)
Segundo Vale S/A (2016), o FMDS funciona conectando as diretrizes com as atividades
rotineiras, classificando os problemas que estão impedindo o alcance das metas.
Posteriormente, envolvendo a equipe na solução dos problemas prioritários, acompanhando
frequentemente as atividades e resultados dessas soluções e definir o próximo desafio.
5.3. Método de análise e soluções de problemas – MASP
O Método de Análise e Soluções de Problemas - MASP refere-se a um esquema elaborado
para a solução de problemas graves em uma organização, pautado a processos, produtos ou
serviços. O MASP apresenta oito estágios: (1) Identificação do problema; (2) Observação; (3)
Análise; (4) Plano de Ação; (5) Ação; (6) Verificação; (7)Validação e (8)
Conclusão.(JÚNIOR; GIACAGLIA, 2015)
Ainda conforme os autores é uma técnica que advém do Ciclo Plan-Do-Check-Act (PDCA) e
que compreende diversas interferências da metodologia científica, onde lida os pesquisadores
para encontrar respostas para todas as áreas do saber humano. O MASP evidencia-se por seu
senso, clareza e melhoria, quer dizer, é uma tática com direção coerente e estabelecido, que
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opta privilegiar fatos e dados em detrimento de ideia e que busca maior proveito a menor
força.
5.4. Kaizen
Segundo Fonseca et al. (1997) o Kaizen é o melhoramento contínuo em todos os setores
empresariais por meio de pequenas alterações nos processos de produção implementados. E
de acordo com o autor, estas melhorias são de simples execução, mas garantem grandes
modificações. Para Slack et al (2009) o Kaizen proporciona uma transformação
satisfatoriamente melhor. E especifica a palavra que é de origem japonesa, como,
melhoramento contínuo, isto é, a intenção de forma regular e ininterrupta empregar melhorias
de modo gradativo na organização.
Também segundo Santos Neto e Barros (2008), geralmente o formato que é utilizado no
processo Kaizen é a composição de grupos com várias funcionalidades, que se dispõe a buscar
respostas para um determinado problemas no processo que está sendo realizada a análise
naquela hora.
5.5. Trabalho padronizado
No pensamento Lean, a melhoria contínua do procedimento é importante para se atingir
categorias elevadas de produtividade. Apenas é possível aperfeiçoar alguma coisa que
conhece detalhadamente. Com esse objetivo foi originado o Trabalho Padronizado.
(ZAGONEL, 2006)
Conforme Monden (1984) existem três desígnios básicos para satisfazer o subsistema da
operação padrão:
Conquista da alta produtividade por meio do trabalho eficiente, sem perda de
movimentos;
Equilíbrio da linha em todos os processos em medida do tempo de fabricação;
Conservação de uma quantia mínima de material em processo.
6. Material e métodos
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Para este trabalho foi utilizado o método de estudo de caso. Segundo Yin (2005), estudo de
caso combina as diferentes formas de recolher os dados que se baseia em múltiplas
evidências, como: documentação, registro de arquivos, entrevistas e observação direta. O
trabalho proposto apresentou os dados buscados de forma quantitativa, coletados no banco de
dados da empresa, para que os resultados alcançados pudessem ser avaliados, para assim
compará-los com o antes e o depois da aplicação. Bourdon (1989) constata como
característica dos métodos quantitativos a observação de uma população comparáveis entre si.
Através do ciclo PDCA, identificou o problema de alto consumo de insumo no processo do
peneiramento.
Para a efetivação do estudo, estruturou um roteiro de pesquisa. Primeiro ocorreu à revisão de
literatura, que inicialmente foram estudados quais livros e referências usadas para
fundamentar todo o referencial teórico do estudo necessário para o entendimento dos
conceitos e técnicas aplicadas. Logo após o levantamento do problema, que através do FMDS
observou o processo, onde buscou conhecer os principais problemas. Por consequência, a
observação e análise, por meio de um fluxograma do processo atual foram elaboradas com a
finalidade de facilitar o entendimento do processo produtivo e a verificação do local onde
ocorria o problema e as características do mesmo. Por fim, um plano de ação que após a
identificação do problema, foram utilizadas ferramentas de qualidade para solução do mesmo.
Após esta fase validou os valores envolvidos no trabalho referente ao volume de produção e a
projeção do volume total produzido de outubro a dezembro pelas usinas e verificado que os
cálculos foram feitos corretamente.
Posteriormente elaborou uma revisão periódica da instrução de trabalho e os métodos, visando
à valorização da importância do apoio dos mesmos na aplicação correta do método e em
inspeções posteriores. Serão realizados treinamentos com os executantes sobre o novo método
e características importantes a serem garantidas.
7. Resultados
7.1. A empresa
A empresa pesquisada é uma mineradora, líder em produção de minério de ferro, pelotas e
níquel. Também tem importantes operações nas áreas de Logística, Energia e Siderurgia.
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Atua no mercado siderúrgico global através de joint ventures (União de duas ou mais
empresas). No Brasil, país sede das operações, o investimento em siderurgia faz parte do
planejamento estratégico.
A área estudada refere-se a uma indústria de pelotização que tem como função agregar valor
ao minério transformando-o em pelota. Em uma das etapas deste processo encontra-se o
peneiramento, conforme o Manual de Operação das Usinas 3 e 4,a adição de bauxita é
inserida no processo de produção da empresa que fica localizada no Complexo de Tubarão em
Vitória/ES.(VALE S/A, 2011)
7.2. O processo e a importância da bauxita
Existem vários tipos de materiais de cobertura, dependendo da prática operacional utilizada
pelo cliente de pelotas. De acordo com o Manual de Operação das Usinas 3 e 4, o processo
consiste basicamente na aplicação de uma cobertura sobre as pelotas, que neste caso é
utilizada a bauxita.(VALE S/A, 2011)
A cobertura é aplicada por aspersão de uma solução aquosa de bauxita sobre as pelotas,
reduzindo o teor de ferro superficial, consequentemente ocorre a redução da tendência à
colagem. A aplicação da bauxita é de suma importância, onde a colagem excessiva implica na
formação de aglomerados compactos que comprometem a operação dos reatores de redução
direta. Estes aglomerados prejudicam os fluxos ascendentes de gases redutores e descendentes
de sólidos, além de impedir a operação em temperaturas mais elevadas, limitando a
produtividade dos reatores.(VALE S/A, 2011)
7.3. Planejamento de implementação do PDCA / MASP
O estudo de caso foi desenvolvido através do ciclo PDCA, onde se estruturou as ferramentas
aplicadas (MASP, A3, FMDS), ilustrado pela tabela 1 abaixo:
Tabela 1 – Etapas do PDCA no processo
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PDCA FASE MASP FASE A3 OBJETIVO FASE FMDS
1 - Identificação do Problema 1 - Clarificando o Problema Descrever o problema e sua importância Desdobramento dos Indicadores
2 - Observação/ Análise 2 - Desdobrar o ProblemaApurar as características do problema
sobre diversos pontos de vista-
3 - Definição da Meta 3 - Definição da MetaDescrever o problema para definição da
meta -
4 - Análise da Causa Raiz
5 - Identificação de Contramedidas
6 - Avaliação das Contramedidas
D 5 - Plano de Ação - Impedir a causa raíz -
C 6 - Verificação - Analisar se o impedimento foi positivo -
7 - Validação - Prevenção na aparição do problema -
8 - Padronização -Recordar todo o processo de solução do
problema-
Criar um plano para impedir a causa raíz
A
4 - Comprovação das Causas -
P
Fonte: Produzido pelos autores.
7.3.1. Plan (Planejar)
Foram desenvolvidas em quatro fases, essas fases fazem parte da ferramenta MASP.
1º Fase MASP - Identificação do Problema
Com a aplicação da ferramenta do FMDS foi feito o desdobramento de indicadores por um
especialista responsável, buscando um indicador que pudesse ser resolvido pelo chão de
fábrica (operador). Foi constatado um consumo elevado do coating (cobertura) bauxita. Após
a identificação do problema, começou a ser executada a ferramenta A3 (solução de
problemas).
Na figura 3 a seguir, se pode analisar em qual situação se encontrava a bauxita, para poder ter
uma maior clarificação do problema, seguindo o primeiro passo da ferramenta A3
(Clarificando o Problema).
Figura 3 - Clarificando o problema por meio do A3 – 1º passo
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Fonte: VALE S/A (2016)
2º Fase MASP – Observação/ Análise
O 2º passo da ferramenta A3 (desdobrar o problema) se inicia com a identificação do ponto de
ocorrência e a sua localização dentro do processo, que no caso foi na aplicação da dosagem da
bauxita como mostra na figura 4 abaixo:
Figura 4 - Análise causa raiz
Fonte: VALE S/A (2016)
3º Fase MASP - Definição da Meta
Depois da identificação da localidade do problema, será definida a meta no 3º passo da
ferramenta A3 (Definição da Meta), onde se retratou o problema real para a criação de uma
meta.
Definição do problema: Consumo elevado de bauxita na transferência da solução para
Situação Atual: Consumo específico
de 3,53kg/t (kg de bauxita / tonelada
pelota
Situação Ideal: Consumo específico
de 3kg/t (kg de bauxita / tonelada
pelota
GAP: Consumo específico de 0,53kg/t
(kg de bauxita / tonelada pelota
Objetivo Final: Reduzir o consumo específico da bauxita
Consumo específico de 0,52kg/t (kg de bauxita / tonelada)
Consumo específico da Usina 3:
0,53kg/t acima da meta
Consumo específico da Usina 4:
0,53kg/t acima da meta
Recebimento Transporte Dosagem Transferência Aplicação Mistura
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os percoladores da usina 3.
Definição da meta: Reduzir 0,53 kg/t do consumo específico de bauxita da usina 3 até
30/08/2015.
4º Fase MASP - Comprovação das Causas
Foram analisadas as principais causas do problema no 4º passo da folha A3 (Análise da Causa
Raiz). Onde demonstra a posição e a análise das principais causas para posteriormente
implementar o plano de ação. Algumas das causas apresentadas foram lançadas no plano de
ação, dando destaque aquelas que poderiam ser executadas pelo chão de fábrica (operador),
sem grandes investimentos. De acordo com a figura 5 abaixo:
Figura 5 - Análise causa raiz
Fonte: VALE S/A (2016)
7.3.2. Do (Executar)
Desenvolvido em uma fase do MASP.
5º Fase MASP – Plano de Ação
A partir da descrição das causas prováveis para o problema, iniciou-se à elaboração do Plano
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de Ação. A seguir foram mapeadas as ações, com os seus respectivos prazos e a designação
de um responsável. Dentro dessas ações foram utilizadas algumas ferramentas como o Kaizen
e o trabalho padronizado.
Ações mapeadas:
Elaborar instrução de trabalho para aplicação do coating;
Prazo: 30/07/2015; Responsável: X
Estabelecer condição normal x anormal na área operacional;
Prazo: 31/07/2015; Responsável: X
Treinar um multiplicador por equipe dos turnos na instrução de trabalho;
Prazo: 04/08/2015; Responsável: X
Replicar treinamento de instrução para as equipes de trabalho.
Prazo: 04/08/2015; Responsável: X
7.3.3. Check (Checar)
Desenvolvido em uma fase do MASP.
6º Fase MASP – Verificação
Efetuou a avaliação dos resultados obtidos em relação ao alcance da meta.
Através do histórico do consumo (tabela 2), verificou que no mês de setembro a meta padrão
estabelecida de 3kg/tonelada foi atingida, no qual mostrou a efetividade dos procedimentos
implementados.
Com o alcance da meta, foi possível reduzir o custo na aplicação do coating bauxita.
Utilizando a produção do mês de setembro com 232.288 toneladas e a média mensal de
dosagem com 0,53kg/tonelada, resultou numa base de cálculo de redução do consumo de
123.112,64 tonelada de bauxita.
Tabela 2 – Levantamento de dados
Histórico de Consumo
Base de memória - Histórico do problema
Período Base - Janeiro a dezembro/2015
Mês e Ano Meta
(3Kg/Ton.)
Consumo de
Bauxita
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Janeiro/15 3,0 3,2
Fevereiro/15 3,0 3
Março/15 3,0 2,49
Abril/15 3,0 2,41
Maio/15 3,0 3,62
Junho/15 3,0 3,77
Julho/15 3,0 4,13
Agosto/15 3,0 3,53
Setembro/15 3,0 3
Outubro/15 3,0 -
Novembro/15 3,0 -
Dezembro/15 3,0 -
Fonte: Produzido pelos autores
7.3.4. Action (Agir Corretivamente)
Desenvolvido nas últimas duas etapas do MASP.
7º Fase MASP – Validação
Os valores foram validados para corrigir eventuais erros de cálculos. Os mesmos foram
validados pela gestão econômica onde verificaram se obteve uma real diminuição nos custos.
8º Fase MASP – Conclusão
Divulgação dos padrões criados para os colaboradores da usina 3 e 4 a revisão periódica dos
controles desenvolvidos.
8. Conclusão
Concluiu que se faz importante as empresas terem um diferencial para se manterem no
mercado, por isso a utilização de ferramentas é necessário para aperfeiçoar seus processos
organizacionais. Assim, através da adesão da filosofia Manufatura enxuta, a empresa em
estudo alcançou os resultados previamente definido.
Também evidenciou o valor das ferramentas abordadas no Lean Manufacturing,
demonstrando seu uso eficiente no combate aos desperdícios, neste caso a aplicação do
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coating bauxita na linha de produção. E fez-se necessário guiar de modo organizado,
combatendo as reais causas do problema e mantendo a mudança.
9. Agradecimentos
“Agradecer é admitir que houve um momento em que se precisou de alguém; é reconhecer
que o homem jamais poderá lograr para si o dom de ser auto-suficiente. Ninguém se faz
sozinho: sempre é preciso um olhar de apoio, uma palavra de incentivo, um gesto de
compreensão, uma atitude de amor”. Assim agradecemos à Deus e as nossas famílias por todo
amor, paciencia e compreesão. Aos mestres e amigos que acreditaram na nossa conquista,
nosso muito obrigada.
10. Referencias
ALVARENGA. et al. Teste de calibração do PSI e determinação de curvas de correlação. Artigo técnico,
Vitória, 2012.
ANTUNES, J.; et al. Uma revolução na produtividade: A gestão lucrativa dos postos de trabalho. Alegre:
Bookman, 2013.
ANTUNES, J.; et al. Sistema de produção: Conceitos e práticas para projeto e gestão da produção enxuta. Porto
Alegre: Bookman, 2008.
BOURDON, R. Os métodos em sociologia. São Paulo: Ática, 1989.
CAMPOS, V. F. TQC Controle da Qualidade Total no estilo japonês. 9.ed.- Nova Lima: editora FALCONI,
2014.
CAMPOS, V. F. TQC - Controle da qualidade total (no estilo japonês). 8. ed. Belo Horizonte: EDG- Editora
de Desenvolvimento Gerencial. 1999. Vol. Único
FERNANDES, J.F.S.; SANTANA; R.S. A análise do custo gerencial como ferramenta estratégica nas
indústrias. In: Revista Eletrônica da Faculdade José Augusto Vieira, Ano VI – Março, 2013. Disponível
em:<http://fjav.com.br/revista/Downloads/EdicaoEspecial
PosControladoria/Artigo165_176.pdf>. Acesso em: 11 out. 2016.
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FERREIRA, J.D.; BUOSI, V.V.A.; GASPARINI, V.A. A Importância da Qualidade nas Organizações. In:
UNOPAR CIENT., CIÊNC. JURÍD. EMPRES, 2016, Londrina. Anais... Londrina, Mar. 2016. v.17, n.1, p.50-
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Assunção, Alice. Montadora diminui o uso do recurso em até 40,9 mil metros cúbicos. FIESP – Federação da
Indústrias do Estado de São Paulo. Abr. 2015. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/noticia/entrevista-
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FONSECA, C. J. C.; LOURENÇO, J. T. V.; ALLEN, J. D. T. Tao -Terminologia do Aprimoramento
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