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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA HANNA ISA DE OLIVEIRA BEZERRA FLUDROXICORTIDA CREME COMO UMA TERAPIA ALTERNATIVA PARA QUEILITES ACTÍNICAS Natal/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

HANNA ISA DE OLIVEIRA BEZERRA

FLUDROXICORTIDA CREME COMO UMA TERAPIA ALTERNATIVA PARA

QUEILITES ACTÍNICAS

Natal/RN

2017

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HANNA ISA DE OLIVEIRA BEZERRA

FLUDROXICORTIDA CREME COMO UMA TERAPIA ALTERNATIVA PARA

QUEILITES ACTÍNICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Departamento de Odontologia - UFRN

como parte integrante dos requisitos para

obtenção do título de graduada em Odontologia

/ Cirurgiã-Dentista.

Orientadora: Profª. Drª. Ana Miryam Costa de

Medeiros

Natal/RN

2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - Departamento de Odontologia

Bezerra, Hanna Isa de Oliveira.

Fludroxicortida creme como uma terapia alternativa para

queilites actínicas / Hanna Isa de Oliveira Bezerra. - 2017. 41 f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) -

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências

da Saúde, Graduação em Odontologia, Natal, RN, 2017. Orientador: Profa. Dra. Ana Miryam Costa de Medeiros.

1. Lábio - Trabalho de Conclusão de Curso. 2. Inflamação -

Trabalho de Conclusão de Curso. 3. Queilite - Trabalho de

Conclusão de Curso. 4. Protetores solares - Trabalho de Conclusão

de Curso. 5. Flurandrenolona - Trabalho de Conclusão de Curso.

I. Medeiros, Ana Miryam Costa de. II. Título.

RN/UF/BSO BLACK D62

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HANNA ISA DE OLIVEIRA BEZERRA

FLUDROXICORTIDA CREME COMO UMA TERAPIA ALTERNATIVA PARA

QUEILITES ACTÍNICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Departamento de Odontologia - UFRN

como parte integrante dos requisitos para

obtenção do título de graduada em Odontologia

/ Cirurgiã-Dentista.

Aprovada em: _____/ _____/ _____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof..ª Dr.ª Ana Miryam Costa de Medeiros

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientadora

______________________________________________

Prof.ª Dr.ª Patrícia Teixeira de Oliveira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro interno

______________________________________________

Prof.ª Dr.ª Lélia Maria Guedes Queiroz

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro interno

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DEDICATÓRIA

A Deus, por ter me dado o dom da vida e concedido saúde e proteção durante essa

caminhada.

Aos meus pais, Fábio José Bezerra da Silva e Eliana Souza de Oliveira, por todo amor,

carinho e dedicação com que me educaram e pela confiança em me permitir enfrentar novos

caminhos para que chegasse até aqui.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me protegeu e iluminou em todos os caminhos, me dando a sabedoria,

persistência e determinação necessárias para enfrentar cada etapa dessa jornada.

À minha família, que suportou minhas ausências sempre com paciência, amor e

compreensão. Por terem me apoiado em cada decisão, pelas conversas ao telefone para matar

um pouco da saudade e por sempre me receberem com um abraço apertado e palavras de

carinho. Mainha, obrigada por ser minha melhor amiga, pelos conselhos, puxões de orelha,

pela confiança e por sempre acreditar em mim. Painho, agradeço pelo mesmo e por, desde que

nasci, ter pensado e feito por onde garantir o meu futuro. Vocês são meus exemplos de trabalho

com honestidade e responsabilidade. Iuri e Isaac, por compreenderem minhas faltas e sempre

me oferecerem amor, carinho e tanta alegria. É uma honra para mim ouvir de vocês que

querem seguir meu exemplo. Vocês são fontes de orgulho para nossa família! Muito obrigada

por serem meu lar.

Aos demais familiares, por todas as palavras de incentivo, por confiar e viver comigo

esse sonho e vibrar com cada conquista. Sou muito feliz em saber que tenho vocês.

À minha querida orientadora, Prof.ª Dr.ª Ana Miryam Costa de Medeiros, por toda

disponibilidade, contribuições e confiança depositada durante esses dois anos e meio como sua

orientanda. A senhora é um exemplo de sabedoria, serenidade e dedicação. Obrigada de

coração.

À Prof.ª Dr.ª Éricka Janine Dantas da Silveira, por ter acreditado em minha

capacidade e me dar a oportunidade de conhecer a Iniciação Científica. Pela prontidão sempre

demonstrada e por ter contribuído na construção de todos os meus trabalhos dentro da

Patologia Oral. Sua responsabilidade, empatia e dedicação me servem de exemplo. Esse TCC

é nosso.

À maravilhosa Amanda Katarinny Goes Gonzaga. Todas as palavras são poucas para

te agradecer. Obrigada por toda a disponibilidade, paciência e atenção com que sempre me

orientou. Por me socorrer nos momentos de desespero, pela confiança e por sempre acreditar

em mim. Sem sua ajuda, talvez este trabalho não tivesse saído dessa forma. Tenho orgulho em

ser sua pupila, de nossos trabalhos e conquistas! Que sua luz, sabedoria e competência

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continuem inspirando muitas pessoas e lhe abram todos os caminhos. Você me inspira! O

mundo é teu e seu sucesso já é certo!

Aos meus colegas de turma, pelos momentos de descontração, desespero e alegria que

vivemos juntos. Pude aprender muito com pessoas tão diferentes durante esses quatro anos e

meio. Nossa convivência não será esquecida!

Especialmente, ao meu quarteto (Izabel Cristina, Lana Karen e Úrsula Costa).

Meninas, vocês foram incríveis! Muito obrigada pelas conversas, risadas, brincadeiras e

trabalhos tão bem realizados. Vocês me ensinaram demais e, em muitos momentos, foram

família quando a minha estava ausente. Sou eternamente grata! Agradecimento especial à

minha dupla, pelas experiências que compartilhamos, por toda a paciência, dedicação e

responsabilidade que sempre demonstrou. Nossas diferenças se completaram e fizeram essa

parceria dar tão certo. Que ela se mantenha! Meninas, que nossa amizade persista e que o laço

formado durante esses anos se fortifique. Onde quer que estejamos, estarei torcendo por cada

uma! Sucesso em nossos caminhos. Amo vocês!

Aos meus amigos de moradia em Natal, Wigna Carla, Rodolfo Xavier e Thalyta

Apuhena. Em especial, mamãe, por tudo que fez por mim desde quando eu soube que viria

para cá, por nossas conversas, risadas, saídas, danças e momentos de descontração. Conta

sempre comigo!

Aos demais, amigos e pessoas especiais, que, de perto ou de longe, me acompanharam

todo esse tempo. Por todas as palavras e gestos de carinho, pelos momentos de alegria, por

sempre acreditarem em meu potencial, torcer por mim e vibrarem minhas vitórias. Vocês foram

fonte de incentivo e motivação.

Aos mestres. Cada um, do seu modo, contribuiu muito para minha formação

profissional e crescimento pessoal. Obrigada pelo empenho e dedicação com que exerceram

seu papel de educador e por terem firmado em mim o amor pela Odontologia e a força de

vontade necessária para lutar pela valorização da nossa profissão e melhoria da qualidade de

vida das pessoas. Sou orgulhosa da Universidade onde me formei!

E aos pacientes que atendi ao longo da minha formação acadêmica, que foram

fundamentais para o meu aprendizado e para a construção desse trabalho. Pela confiança em

mim depositada, sou muito grata!

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“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem

metas, os sonhos não têm alicerces. Sem

prioridades, os sonhos não se tornam

reais. Sonhe, trace metas, estabeleça

prioridades e corra riscos para executar

seus sonhos. Melhor é errar por tentar do

que errar por se omitir! ”

(Augusto Cury)

“Ama-se mais o que se conquista com

esforço. ”

(Benjamin Disraeli)

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RESUMO

Objetivo: Avaliar, através de acompanhamento clínico, a eficácia da Fludroxicortida 0,125

mg/g (Drenison®) creme no tratamento da queilite actínica (QA). Materiais e Métodos: Vinte

e três pacientes diagnosticados com QA participaram da pesquisa. Foram colhidos dados

sociodemográficos, clínicos e histopatológicos e registrado o aspecto clínico do lábio por

fotografia digital. Destes, quinze foram submetidos à corticoterapia com Fludroxicortida,

estendida por até seis semanas, aplicada três vezes ao dia, associada ao protetor solar labial

(PSL) sempre antes de exposição solar. No grupo controle de oito pacientes, instituiu-se apenas

uso do PSL. A cada retorno semanal, um novo registro fotográfico era feito. Finalizado o

tratamento, as imagens foram avaliadas e atribuiu-se escores para a evolução clínica. Ainda,

aqueles tratados com a Fludroxicortida responderam a um questionário que avaliou

tolerabilidade ao fármaco e satisfação com o tratamento. Resultados: No grupo tratado com a

Fludroxicortida (n=15), cinco pacientes exibiram melhora total (escore 1), sete apresentaram

melhora parcial (escore 2) e três não apresentaram mudança no aspecto clínico (escore 3). Dos

pacientes tratados com PSL (n=8), um apresentou total remissão das características clínicas da

lesão, quatro tiveram melhora parcial e três não exibiram alteração das características clínicas

do lábio. Nenhum caso apresentou piora. Dos quinze pacientes submetidos à corticoterapia,

doze mostraram-se satisfeitos e relataram que o produto não foi irritante para os lábios e que

contribuiu para melhora das lesões. Conclusão: O tratamento convencional com PSL trouxe

resultados positivos na remissão de algumas lesões de QA, no entanto, em associação com a

Fludroxicortida, obteve-se resultado superior, principalmente nos casos mais severos, com

cinco pacientes apresentando remissão completa da lesão. Por ser uma terapia não invasiva, que

trouxe bons resultados clínicos, segurança e tolerabilidade na maioria dos casos, a

Fludroxicortida pode ser considerada uma alternativa eficaz no tratamento da QA.

Palavras-chave: Lábio. Inflamação. Queilite. Protetores solares. Flurandrenolona.

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ABSTRACT

Objective: Evaluate, through clinical follow-up, the efficacy of Fludroxicortide 0.125 mg/g

(Drenison®) cream in the treatment of actinic cheilitis (AC). Materials and Methods: Twenty-

three patients diagnosed with AC participated in the study. Sociodemographic, clinical and

histopathological data were collected and the clinical aspect of the lip was recorded by digital

photography. Of these, fifteen underwent corticosteroid therapy with Fludroxicortide, extended

for up to six weeks, applied three times a day, associated with the lip sunscreen always before

sun exposure. In the control group of eight patients, only lip sunscreen was used. With each

weekly return, a new photographic record was made. After the treatment, the images were

evaluated and assigned scores for the clinical evolution. Still, those treated with Fludroxicortide

responded to a questionnaire that assessed drug tolerability and treatment satisfaction. Results:

In the group treated with Fludroxicortide (n = 15), five patients showed total improvement

(score 1), seven presented partial improvement (score 2) and three did not present a clinical

change (score 3). Of the patients treated with PSL (n = 8), one presented total remission of the

clinical characteristics of the lesion, four had partial improvement and three showed no

alteration of the clinical characteristics of the lip. No case presented worsening. Of the fifteen

patients who underwent corticosteroid therapy, twelve were satisfied and reported that the

product was not irritating to the lips and contributed to improved lesions. Conclusion:

Conventional treatment with lip sunscreen resulted in positive remission of some AC lesions,

however, in association with Fludroxicortide, a higher result was obtained, especially in the

more severe cases, with five patients presenting complete remission of the lesion. Because it is

a noninvasive therapy that has brought good clinical results, safety and tolerability in most

cases, Fludroxicortide can be considered an effective alternative in the treatment of AC.

Key words: Lip. Inflammation. Cheilitis. Sunscreening Agents. Flurandrenolone.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01. Dados demográficos, características clínicas e resultados obtidos com a aplicação

tópica da Fludroxicortida 0,125 mg/g (Drenison®) creme dermatológico e Protetor Solar

Labial........................................................................................................................................ 25

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01. Aspecto clínico do vermelhão do lábio de três pacientes tratados com Protetor

Solar Labial, evidenciando casos de melhora completa, melhora parcial e nenhuma mudança

do quadro clínico...................................................................................................................... 26

FIGURA 02. Aspecto clínico do vermelhão do lábio de três pacientes tratados com a

Fludroxicortida 0,125 mg/g (Drenison®) creme dermatológico, evidenciando casos de melhora

completa, melhora parcial e nenhuma mudança do quadro

clínico....................................................................................................................................... 27

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CCE: Carcinoma de Células Escamosas

PSL: Protetor solar labial

QA: Queilite actínica

RUV: Radiação ultravioleta

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2 MATERIAIS E MÉTODOS ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3 RESULTADOS .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4 DISCUSSÃO .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

ANEXOS

ANEXO A – Normas da revista .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

ANEXO B – Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa .............. 35

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O PRESENTE MANUSCRITO ESTÁ ADEQUADO ÀS REGRAS DA REVISTA

MEDICINA ORAL PATOLOGÍA ORAL Y CIRUGIA BUCAL, NA CATEGORIA

RESEARCH ARTICLES

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FLUDROXICORTIDA CREME COMO UMA TERAPIA ALTERNATIVA PARA

QUEILITES ACTÍNICAS

Fludroxycortide cream as an alternative therapy for actinic cheilitis

Oliveira Bezerra, Hanna Isa de¹; Goes Gonzaga, Amanda Katarinny²; Dantas da Silveira, Éricka

Janine²; de Medeiros, Ana Miryam Costa².

¹Departamento de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN,

Brasil.

²Programa de Pós-graduação em Patologia Oral, Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Natal, RN, Brasil.

Running title: Tratamento de queilites actínicas

Autor para correspondência:

Hanna Isa de Oliveira Bezerra

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Departamento de Odontologia

Avenida Senador Salgado Filho, 1787, Lagoa Nova, Natal-RN, CEP: 59056-000

E-mail: [email protected]

Fone/Fax: +55 (84) 3215-4138

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1 INTRODUÇÃO

A Queilite Actínica (QA) corresponde ao processo inflamatório crônico que afeta, na

maioria dos casos, o lábio inferior de indivíduos leucodermas do sexo masculino com história

de exposição contínua ou excessiva à radiação ultravioleta (RUV) (1-6). Embora possa ocorrer

em qualquer idade, é comumente diagnosticada por volta da quarta ou quinta década de vida

(6, 7).

Os aspectos clínicos da QA envolvem a presença de áreas atróficas, eritematosas ou

hipopigmentadas, manchas e placas ásperas e secas, apagamento da linha mucocutânea do

lábio, erosão e ulceração (2, 8). Apesar da maioria dos casos ser assintomático, os pacientes

podem relatar irritação local, prurido, ardor ou queimação e sensação de perda da elasticidade

do lábio (9-11).

O espectro histopatológico de alterações epiteliais em lesões de QA inclui desde um

epitélio pavimentoso estratificado do lábio, geralmente atrófico com hiperceratose até graus

variados de displasia epitelial (leve, moderada e severa), podendo culminar em um carcinoma

in situ ou Carcinoma de Células Escamosas (CCE). No tecido conjuntivo, a elastose solar é um

achado típico e corresponde à degeneração basofílica das fibras colágenas e elásticas,

geralmente associada a um infiltrado inflamatório crônico. (2, 5-7, 10, 12, 13).

Atualmente, não há como prever, a partir dos achados clínicos e histopatológicos quais

lesões irão progredir ao CCE. Diante disso, é importante a realização de um exame

histopatológico para determinar as alterações celulares e o grau de displasia epitelial, o que

pode guiar o tratamento adequado para as lesões (2, 5, 6). A biópsia é essencial nos casos mais

graves de QA, com sinais de ulceração persistente, áreas de crostas e presença de nódulo ou

endurecimento focal (10, 14).

Com taxa de malignização de 6 a 30%, a QA é considerada a lesão potencialmente

maligna mais comum em lábio (1, 5, 6). Além da RUV, a associação a outros agentes

cancerígenos, como o tabaco, pode contribuir para sua progressão. Dada a sua gravidade, o

diagnóstico e tratamento da QA deve ser realizado precocemente, o que evita a evolução da

doença e permite um melhor prognóstico (1, 5).

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Muitos tratamentos atualmente utilizados para QA, entre eles a ablação com laser de

CO2, eletrocauterização, criocirurgia, aplicação tópica de 5-fluorouracil ou imiquimod e

quimioexfoliação (ou “peeling químico”) com ácido tricloroacético ou mesmo a excisão da

lesão e vermelhectomia são invasivos e podem causar incômodo e efeitos colaterais durante a

terapia, entre estes edema, eritema, erosão e ulceração superficial, perda do contorno normal do

lábio, dor ou parestesia (4, 9, 14, 15).

Frente a tais efeitos indesejáveis, novas modalidades de tratamento vêm sendo sugeridas

para essas lesões, as quais devem melhorar os sinais e sintomas da QA, tratá-la efetivamente,

evitar a recidiva e prevenir o desenvolvimento do CCE de lábio aliado à viabilidade econômica

para os pacientes (8, 16).

Diante disso, o uso da Fludroxicortida foi considerado. É um corticosteroide tópico

eficaz no tratamento de inflamações e alergias na pele, por seus efeitos vasoconstritores

(reduzindo o extravasamento de líquido no local da inflamação, edema e desconforto), anti-

inflamatórios (reduzindo a formação, liberação e atividade de substâncias pró-inflamatórias) e

antipruriginosos (17, 18).

Assim sendo, esta pesquisa buscou analisar, por meio de um acompanhamento clínico,

a eficácia da Fludroxicortida 0,125 mg/g (Drenison®) creme como terapêutica clínica não

invasiva para remissão dos sinais e sintomas de QA.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, sob protocolo de número 1.846.133.

Através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os objetivos, forma de

realização, riscos e benefícios da pesquisa foram explicados aos envolvidos, sendo solicitadas

suas assinaturas ao concordarem em participar do trabalho. Feito isso, a coleta de dados foi

iniciada.

Vinte e três pacientes diagnosticados clínica e/ou histopatologicamente com QA

participaram da pesquisa. Para cada paciente, foi preenchida uma ficha de exame clínico na

qual as alterações labiais foram classificadas em diferentes graus, adaptado do estudo de Lima

et al. (16): Grau I - presença de áreas ressecadas/descamativas; Grau II - presença de áreas

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discrômicas; Grau III - presença de placas esbranquiçadas e/ou avermelhadas; Grau IV -

presença de áreas erosivas, ulceradas e/ou endurecidas; Grau V - combinação de duas ou mais

dessas alterações. Todos os casos foram registrados através de fotografia com câmera digital

(Canon PowerShot SX500 IS 16.0 MP, 30x WideAngle Optical Image Stabilized Zoom, 3.0-

Inch LCD) e, naqueles de maior severidade clínica, foram realizadas biópsias incisionais. O

resultado histopatológico foi classificado segundo o sistema binário sugerido por Kujan et al.

(17) que considera os espécimes sem displasia e com displasia epitelial leve como QAs de baixo

risco de transformação maligna e aqueles diagnosticados com displasia epitelial moderada e

severa como QAs de alto risco.

Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, conforme o tratamento:

um grupo de quinze pacientes utilizaram a Fludroxicortida 0,125 mg/g (Drenison®) creme

dermatológico três vezes ao dia, evitando exposição solar direta, comer ou beber até uma hora

após a aplicação, além de usar Protetor Solar Labial (PSL) sempre antes de se expor ao sol; e

um grupo controle, composto por oito pacientes, tratados apenas com PSL, devendo aplicá-lo

sempre antes de exposição solar. Os pacientes foram orientados a utilizar PSL com fator de

proteção 60.

Foram excluídos pacientes alérgicos a qualquer componente da formulação do

Drenison® e outros corticosteroides; grávidas e lactantes; pacientes acometidos por alguma

neoplasia maligna (CCE de lábio) ou distúrbio na área alvo que pudesse sugerir a progressão

para um CCE (como ulcerações, nodularidade e sangramento) ou que interferisse na avaliação

dos resultados; pacientes imunocomprometidos ou com doenças descompensadas; pacientes

com doenças virais, fúngicas ou bacterianas que pudessem interferir no tratamento e pacientes

que fizeram uso de qualquer medicamento na área alvo, nos últimos 30 dias, que poderia afetar

a absorção, acumulação e/ou o metabolismo do fármaco.

Os acompanhamentos foram realizados semanalmente e a corticoterapia estendida por,

no máximo, seis semanas. Caso houvesse resolução da lesão antes deste período ou qualquer

efeito adverso, a terapia era interrompida. A cada retorno, era realizado novo registro através

de fotografia digital, utilizando-se a mesma câmera fotográfica, sob as mesmas condições de

luz e distância.

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Ao final do tratamento, as lesões dos lábios foram reclassificadas e dois pesquisadores

calibrados avaliaram as imagens e atribuíram um escore conforme a evolução do tratamento: 1

– Melhora completa; 2 – Melhora parcial; 3 – Nenhuma mudança; 4 – Piora do quadro clínico.

Ainda, para avaliar a tolerabilidade ao fármaco testado e satisfação do paciente frente a

terapia, aqueles tratados com a Fludroxicortida responderam a um questionário, adaptado do

estudo de Nelson, Spencer e Nelson (20), utilizando uma escala de três pontos, sendo: 0 – Não

concordo, nem discordo; 1 – Concordo; 2 – Discordo; que deveriam ser atribuídos às seguintes

declarações: a) As minhas lesões do lábio melhoraram com este produto; b) Este produto não é

irritante para os lábios e c) Estou satisfeito com este produto.

Foi realizada uma análise descritiva após obtenção dos resultados.

3 RESULTADOS

As principais características sociodemográficas coletadas, estágio clínico da lesão pré-

tratamento e o resultado da aplicação tópica da Fludroxicortida encontram-se na Tabela 1.

Dos 23 pacientes diagnosticados com QA, a grande maioria era do sexo masculino (n =

19; 82,6%) e leucoderma (n =18; 78,2%). A idade variou de 34 a 73 anos, com média de 54.52

anos, sendo quase todos os pacientes com idade igual ou superior à quarta década de vida (n =

22; 95,6%). Quanto à atividade profissional, todos (n = 23; 100%) relataram atividades

relacionadas à exposição crônica à RUV, com destaque para a agricultura, exercida por nove

pacientes.

Poucos pacientes (n = 9; 39,1%) relataram utilizar algum tipo de proteção contra a

radiação solar, destacando-se o uso do boné/chapéu/guarda-sol (n = 5). Dois pacientes referiram

o uso do PSL e quatro afirmaram associar os dois métodos. Um paciente relatou hábito de

tabagismo e seis declararam ser ex-tabagistas.

Em todos os casos a lesão foi diagnosticada no lábio inferior e, em apenas um caso, foi

também diagnosticada no lábio superior. Quanto à sintomatologia, dezessete pacientes (73,9%)

eram assintomáticos, três (13%) relataram sintomatologia de ardor, três (13%) afirmaram dor e

um (4,3%) paciente relatou ardor associado a dormência.

Antes do tratamento, o grau V foi o mais observado (n = 18; 78,3%), seguido do grau I

(n = 5; 21,7%). Onze pacientes foram submetidos a biópsia prévia ao tratamento, com os

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resultados histológicos de elastose solar e hiperceratose sem displasia epitelial em dois casos,

cinco casos de elastose solar associada à displasia epitelial leve, dois casos de elastose solar

associada à displasia epitelial moderada, e dois casos de elastose solar associada a displasia

epitelial severa.

Dos oito pacientes do grupo controle, tratados com o PSL, apenas um apresentou

melhora completa, quatro apresentaram melhora parcial e três não exibiram qualquer mudança

do quadro clínico (Figura 1).

Por outro lado, dos pacientes que associaram a corticoterapia com Fludroxicortida (n =

15) ao uso do PSL, cinco apresentaram remissão total das características clínicas da lesão, sete

pacientes apresentaram melhora parcial e apenas três não exibiram alteração perceptível no

aspecto clínico (Figura 2). Foi observado que os casos com presença de áreas erosivas e

eritematosas apresentaram uma melhor resposta quando submetidos à corticoterapia.

Um dos pacientes que exibiu melhora parcial, após quatro semanas de uso do

medicamento, relatou leves efeitos adversos caracterizados por ardor/dor no local de aplicação

do fármaco. Nesse caso, a terapia foi interrompida e instituído o tratamento apenas com PSL.

Não houve piora em nenhum dos grupos de tratamento, tampouco, qualquer relato de efeito

adverso sistêmico.

Feita a análise de satisfação com a terapia e tolerabilidade ao fármaco, obteve-se,

predominantemente, as seguintes respostas: de que o medicamento melhorou as lesões nos

lábios (86,6% concordaram; 13,3% não concordaram, nem discordaram); que o produto não é

irritante (86,6% concordaram; 6,6% não concordaram, nem discordaram; 6,6% discordaram);

e, por fim, que estava satisfeito com a terapia (80% concordaram; 13,3% não concordaram, nem

discordaram; 6,6% discordaram).

4 DISCUSSÃO

É bem estabelecido na literatura o maior acometimento das lesões de QA em homens

de pele clara e idade superior aos quarenta anos, como observado nesse estudo (7, 11, 21, 22).

Acredita-se que a maior prevalência de QA em homens possa ser explicada por sua maior

presença em atividades que envolvem exposição solar crônica, somada à falta de cuidado e

aposentadoria mais tardia quando comparados às mulheres, as quais usam produtos cosméticos,

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como batons, que atuam como bloqueio físico à exposição solar (4, 6, 7, 11, 21). Quanto à raça,

indivíduos leucodermas apresentam redução na atividade de melanócitos e menor quantidade

de melanina, o que resulta em maior absorção da radiação pelos lábios, sendo, portanto, mais

propensos ao desenvolvimento dessas lesões (4, 10, 21). Ainda, a predileção por pessoas de

meia-idade é decorrente dos danos provocados pela exposição solar serem cumulativos ao longo

da vida, sendo mais observadas lesões de QA entre a quarta e quinta décadas de vida (6, 7, 11,

13).

Quanto à etiologia, a literatura é unânime quando traz a radiação ultravioleta como a

causa para o desenvolvimento da QA, sendo a exposição solar ocupacional um importante fator

de risco (2, 6, 8, 9, 11, 15). O hábito de tabagismo, aqui relatado, não é diretamente associado

como um fator etiológico, porém, a exposição contínua aos seus fatores carcinogênicos e ao

calor oriundo de sua queima exacerba as alterações presentes no lábio decorrentes da exposição

solar e pode contribuir para a transformação maligna (6, 13, 21).

A medida de fotoproteção mais empregada corroborou com os estudos de Martins-Filho,

Da Silva e Piva (21), que afirmaram ser o chapéu o tipo de proteção contra a RUV mais utilizado

por trabalhadores rurais. O desenvolvimento das lesões de QA, mesmo com o uso desta medida

de fotoproteção, pode ser explicado pelo fato de que o boné/chapéu utilizado pelos pacientes é

de abas curtas, de modo que protege apenas os terços superior e médio da face, deixando os

lábios vulneráveis à RUV (4). A pequena quantidade de indivíduos que utilizava medidas de

fotoproteção para os lábios, principalmente o PSL, reflete uma negligência e a necessidade de

se conscientizar a população a respeito dos efeitos nocivos da RUV, para que medidas

preventivas sejam tomadas, principalmente por aqueles de maior risco e que já apresentam

lesões. As medidas preventivas incluem reduzir a exposição solar, proteger a pele exposta,

utilizar chapéus de abas largas e a aplicação de protetor solar facial e labial (4, 8, 14, 15).

De forma específica, quanto ao uso do PSL, recomendado nos dois grupos de tratamento

por ser a terapia não-invasiva padrão para lesões de QA, acrescenta-se o fato de que o mesmo

é comercializado na forma de cosmético, o que torna o produto menos oneroso e facilita o

acesso, uma vez que não requer orientação médica e pode ser vendido fora das farmácias. No

entanto, mesmo com a alta disponibilidade e custo reduzido, o seu uso pela população continua

bastante raro.

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Similar aos estudos de Arnaud et al. (5); Lopes et al. (11) e Martins-Filho, Da Silva,

Piva (21), todos os casos foram diagnosticados em lábio inferior, já bem estabelecido na

literatura como principal sítio para lesões de QA, o que pode ser devido à maior exposição à

incidência direta da luz solar sobre o lábio inferior, em vez do superior (4-7, 11, 14, 21, 24).

Wood et al. (10) traz que, quando ambos os lábios são proeminentes, como em casos de bi

protrusão maxilar, o lábio superior encontra-se mais vulnerável à radiação. Em nossa pesquisa,

o paciente diagnosticado com QA em lábio superior não tinha os lábios projetados. Quando

comparado à pele, o epitélio do lábio é mais delgado, tem menos melanina e menor secreção de

glândulas sebáceas e sudoríparas, sendo assim mais propenso ao desenvolvimento de lesões

decorrentes da exposição solar prolongada (4-6, 10).

Lopes et al. (11) e Ribeiro-Vieira et al. (13) atribuíram a ausência de dor na maioria dos

casos de QA como uma das causas para seu diagnóstico tardio, uma vez que favorece a

negligência por parte dos pacientes e, com isso, a demora para procurar um profissional. A

ausência de sintomatologia, associada à evolução lenta da lesão faz com que, nos estágios

iniciais, tenha aspecto inofensivo e os pacientes a atribuam ao próprio processo de

envelhecimento e, com isso, negligenciam a lesão até que atinjam estágios mais avançados (6,

7, 11, 13, 21).

As características clínicas das lesões de QA são bastante variadas e incluem áreas de

ressecamento, descamação, fissuras, atrofia, eritema, ulceração, perda de definição do limite

entre a semimucosa labial e a pele, manchas ou placas brancas ou avermelhadas e crostas (4-7,

13, 14, 22). A grande diversidade de aspectos clínicos que as lesões de QA podem apresentar,

inclusive no mesmo paciente, justifica o fato de que o grau V, que reúne duas ou mais alterações

clínicas e considerado o grau mais avançado, foi o mais observado.

Quanto à variação do aspecto clínico antes e após o tratamento, os quadros

caracterizados como de melhora total apresentaram completa remissão das características

clínicas da lesão, de modo que, ao fim da terapia, o vermelhão de lábio apresentava-se sem

áreas de ressecamento, descamação e fissuras, com textura e coloração uniforme e

desaparecimento das áreas erosivas, conferindo um resultado estético satisfatório. Os casos

considerados de melhora parcial foram assim classificados devido à permanência de manchas,

áreas erosivas, eritematosas e/ou leucoplásicas no vermelhão do lábio. Os casos em que não

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houve qualquer alteração perceptível do quadro clínico podem ser atribuídos a condições

relacionadas ao próprio paciente, uma vez que a resposta ao tratamento depende de sua

motivação e disposição em seguir o protocolo orientado, inclusive em utilizar o PSL com fator

de proteção recomendado, uma vez que isto pode influenciar no resultado dos tratamentos e

evolução clínica de pacientes dos dois grupos de tratamento. Em nenhum caso houve piora do

aspecto clínico frente à corticoterapia.

Comparando-se os resultados clínicos dos pacientes dos dois grupos de tratamento, bem

como os registros das sessões de acompanhamento, verificamos que o PSL foi capaz de trazer

resultados positivos na remissão de algumas lesões de QA, principalmente aquelas com

presença de áreas de ressecamento e descamação. No entanto, nos casos em que a corticoterapia

foi associada, resultados clínicos satisfatórios foram obtidos em menor tempo e houve remissão

de lesões consideradas, clinicamente, mais agressivas, inclusive quando da presença de áreas

erosivas, com placas ou manchas eritro/leucoplásicas e/ou áreas discrômicas. Ainda, notamos

que no grupo tratado com a Fludroxicortida, uma maior proporção de pacientes obteve remissão

completa ou parcial dos aspectos clínicos das lesões, com uma menor parte deles apresentando

nenhuma mudança do quadro clínico. Frente a isso, constata-se que a associação dessas duas

terapias pode trazer resultados clínicos e estéticos mais satisfatórios para a remissão das lesões

de QA.

Os participantes da pesquisa estão em acompanhamento clínico. Devido aos efeitos

adversos que podem existir oriundos do uso prolongado de corticosteroides, principalmente

devido a sua atividade imunossupressora, foi determinado o tempo máximo de seis semanas

para a corticoterapia (23). Diante disso, aqueles com resultado satisfatório frente à terapia com

a Fludroxicortida, e, na ausência de recidiva e/ou progressão da lesão, são orientados ao

controle da condição com uso de PSL, com resultados satisfatórios. Os pacientes do grupo

controle, por sua vez, têm a evolução do quadro clínico avaliada a cada retorno e, frente aos

resultados positivos e alta aceitação da corticoterapia com a Fludroxicortida nos pacientes que

a utilizaram, é considerada a necessidade de se estender esta forma de tratamento a eles. A

maioria dos pacientes continua exercendo atividades profissionais relacionadas à exposição

solar crônica, sendo recomendados o uso das medidas preventivas de fotoproteção necessárias.

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Segundo Savage, McKay, Faulkner (14), a presença de ulceração e/ou crostas

persistentes, áreas de espessamento ou nódulo focal, atrofia generalizada associada a manchas

vermelhas ou brancas, pode indicar transformação maligna. Em lesões com aspecto clínico mais

grave é prudente a realização de uma biópsia incisional (11), a fim de avaliar a extensão da

lesão epitelial e guiar a escolha do protocolo terapêutico (12, 14).

De acordo com Cavalcante, Abinder e Carvalho (7), a realização de biópsias e

determinação do grau de displasia epitelial, são importantes devido ao potencial de

transformação maligna das lesões de QA. Empregando o sistema binário proposto por Kujan et

al. (19), para classificação da displasia epitelial, teríamos a maioria dos pacientes biopsiados (n

= 7) classificados como de baixo risco, similar aos estudos de Santana Sarmento et al. (6).

Avaliando-se os quesitos incluídos na análise de satisfação e tolerabilidade, obteve-se

resposta positiva em, no mínimo, 12 dos 15 pacientes abordados, os quais concordaram que as

lesões haviam melhorado com o fármaco, que o produto não foi irritante para os lábios e que

estavam satisfeitos com a terapia instituída.

Neste estudo, houve apenas um relato de efeitos adversos leves frente ao uso da

Fludroxicortida, caracterizados por eritema, ardor/dor e sensação de prurido no local de

aplicação do fármaco. Neste caso, a corticoterapia foi interrompida e instituída a terapia com

PSL. Não houve qualquer relato de efeito adverso sistêmico.

As modalidades terapêuticas atualmente empregadas para QA são selecionadas,

principalmente, a partir da extensão e gravidade da lesão (15). A vermelhectomia, terapia

padrão para casos graves com presença de displasia epitelial severa, consiste na excisão

completa da lesão com margem de segurança, no entanto, causa grande morbidade e disestesia.

Frente a isso, a literatura cita desde a ablação com laser de CO2, eletrodissecção, dermoabrasão,

crioterapia, terapia fotodinâmica, peeling químico e uso de retinoides tópicos como formas de

tratamento curativos e paliativos para lesões de QA (4, 8, 14, 15, 24, 25).

Várias pesquisas relatam a eficácia de drogas com propriedades anti-inflamatórias no

tratamento da QA. Os estudos de Lima et al. (16), Nelson, Spencer e Nelson (20) e Gonzaga et

al. (26), de metodologias similares a este, avaliaram a eficácia do gel de Diclofenaco de Sódio

3%, que trouxe bons resultados clínicos no tratamento dessas lesões, com baixa incidência de

irritação e efeitos colaterais, aliada a uma alta satisfação do paciente.

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De acordo com Lima et al. (16), a absorção de medicamentos tópicos nas QAs é

facilitada devido à inflamação e fina camada córnea do epitélio. Tais fármacos, uma vez

absorvidos, têm farmacocinética semelhante à dos corticosteroides de administração sistêmica.

Nesse contexto, Nelson, Spencer e Nelson (20) ressaltam que a terapia farmacológica tópica é

a menos invasiva de todas as medidas terapêuticas.

Em suma, concluímos que, por ser uma lesão potencialmente maligna, a QA requer

diagnóstico e tratamento precoce. Na tentativa de minimizar os efeitos deletérios e citotóxicos,

incômodo e desconforto causados pela maioria das opções terapêuticas para esta lesão, a

aplicação tópica da Fludroxicortida 0,125 mg/g (Drenison®) creme dermatológico foi

considerada. Em nosso estudo, tal terapia forneceu melhora clínica das lesões de QA na grande

maioria dos casos e a maior parte dos pacientes mostrou-se satisfeita após concluir o tratamento,

sem relato de efeitos adversos graves ou sistêmicos. Frente a isso, é uma opção terapêutica

simples, não invasiva, de menor custo quando comparada a outras formas de tratamento, segura

e bem tolerada pela maioria dos pacientes, podendo constituir uma alternativa de tratamento

favorável para a QA.

Apesar da limitação do estudo decorrente do número de pacientes tratados, nossos

resultados podem servir como base para futuras investigações a respeito desta e de outras

terapias que garantam uma melhora eficaz no aspecto clínico e evitem a recorrência ou evolução

destas lesões.

Uma vez que a literatura é limitada em estudos que expliquem a farmacologia dessa

droga, bem como sua ação em lesões de QA, sugere-se a realização de novos estudos

longitudinais e com amostras maiores para que a ação da Fludroxicortida possa ser classificada

como opção de tratamento padrão para QA.

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Tabela 1. Dados demográficos, características clínicas e resultados obtidos com a aplicação

tópica da Fludroxicortida 0,125 mg/g (Drenison®) creme dermatológico e Protetor Solar

Labial. Natal/RN, 2017.

Pacientes tratados com Drenison® creme dermatológico

Caso Sexo Idade Cor da pele Exposição solar Gradação

clínica Resultado

1 F 34 Feoderma Sim (doméstica) V Melhora parcial

(efeitos adversos)

2 M 58 Leucoderma Sim (agricultor) V Melhora parcial

3 M 41 Leucoderma Sim (agente de endemias) I Melhora parcial

4 M 44 Leucoderma Sim (porteiro) V Nenhuma mudança

5 F 47 Leucoderma Sim (agricultora) V Melhora total

6 M 60 Leucoderma Sim (motorista) V Melhora parcial

7 M 72 Leucoderma Sim (agricultor) V Melhora total

8 F 66 Leucoderma Sim (agricultora) V Melhora total

9 M 40 Leucoderma Sim (caseiro) V Nenhuma mudança

10 M 56 Leucoderma Sim (vendedor ambulante) V Melhora total

11 M 64 Leucoderma Sim (correio) V Melhora parcial

12 F 50 Leucoderma Sim (administradora) V Melhora parcial

13 M 42 Feoderma Sim (motorista) V Melhora parcial

14 M 40 Leucoderma Sim (atendente de farmácia) V Melhora total

15 M 67 Feoderma Sim (agricultor) V Nenhuma mudança

Pacientes tratados com Protetor Solar Labial

16 M 73 Leucoderma Sim (agricultor) V Melhora parcial

17 M 72 Leucoderma Sim (agricultor) V Melhora parcial

18 M 51 Feoderma Sim (construção civil) I Melhora parcial

19 M 64 Leucoderma Sim (agricultor) I Nenhuma mudança

20 M 41 Leucoderma Sim (agente de endemias) V Nenhuma mudança

21 M 70 Leucoderma Sim (motorista) V Melhora total

22 M 56 Feoderma Sim (vendedor ambulante) V Melhora parcial

23 M 56 Leucoderma Sim (agricultor) I Nenhuma mudança

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Figura 1. Aspecto clínico do vermelhão do lábio de três pacientes tratados com Protetor Solar

Labial, evidenciando casos de melhora completa, melhora parcial e nenhuma mudança do

quadro clínico.

1A e 1B: Caso de melhora total. Em 1A, fotografia inicial de paciente com QA grau I em lábio inferior. Em 1B, o

aspecto clínico final, após duas semanas de uso do PSL, com total remissão das áreas de ressecamento. 1C e 1D:

Caso de melhora parcial. Em 1C, fotografia inicial de paciente com QA grau V em lábio inferior e, em 1D, o

quadro clínico final, após seis semanas de uso do PSL, com melhora do aspecto clínico do lábio, mais hidratado,

apesar da persistência de leve ressecamento e manchas enegrecidas. 1E e 1F: Caso clínico em que, apesar do uso

de PSL durante quatro semanas, não houve mudança clínica aparente do lábio.

1A 1B

1C 1D

1E 1F

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Figura 2. Aspecto clínico do vermelhão do lábio de três pacientes tratados com a

Fludroxicortida 0,125 mg/g (Drenison®) creme dermatológico, evidenciando casos de melhora

completa, melhora parcial e nenhuma mudança do quadro clínico.

2A e 2B: Caso de melhora total. Em 2A, aspecto clínico inicial, em que paciente exibe QA grau V em lábio

inferior. Em 2B, o aspecto clínico final, após seis semanas de tratamento, com completa remissão das lesões e

resultado estético satisfatório. 2C e 2D: Caso de melhora parcial. Em 2C, fotografia de paciente com QA grau V

em vermelhão de lábio inferior. Em 2D, o aspecto clínico final, após quatro semanas de tratamento, com

persistência de área erosiva e aparência discrômica de lábio inferior. 2E e 2F: Caso clínico em que, apesar do

paciente relatar usar o medicamento por seis semanas, não houve alteração perceptível no aspecto clínico do lábio.

2A 2B

2C 2D

2E 2F

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17. CORDRAN® CREAM. San Antonio, TX: Manufactured by DPT Laboratories, 2013. Bula

de remédio.

18. DRENISON®. Farmacêutico responsável: Dr. Dante Alario Junior. São Paulo: Avert

Laboratórios Ltda., 2014. Bula de remédio.

19. Kujan O, Oliver RJ, Khattab A, Roberts SA, Thakker N, Sloan P. Evaluation of a new binary

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fishermen's lower lip: clinical, cytopathological and histopathologic analysis. Clinics (Sao

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23. Cox DP, Ferreira L. The Oral Effects of Inhalation Corticosteroid Therapy: An Update. J

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25. Chaves YN, Torezan LA, Lourenço SV, Neto CF. Evaluation of the efficacy of

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ANEXOS

ANEXO A - NORMAS DA REVISTA

JOURNAL SECTIONS

1. Oral Medicine and Pathology

Clinicopathological as well as medical or surgical management aspects of

diseases affecting oral mucosa, salivary glands, ma xillary bones, and

temporomandibular joints, as well as orofacial neurological disorders,

Craneomandibular disorders and Orofacial pain neck and facial pathology,

and systemic conditions with an impact on the oral cavity. Gerodontology.

2. Oral Surgery

Surgical management aspects of diseases affecting oral mucosa, salivary

glands, maxillary bones, teeth, temporomandibular joints, oral surgical

procedures.

Surgical management of diseases affecting head and neck areas.

Laser in Dentistry. IMPLANTOLOGY.

3. Medically compromised patients in Dentistry

Articles discussing medical problems in Odontology will also be included, with

a special focus on the clinico -odontological management of medically

compromised patients, and considerations regarding high -risk or disabled

patients.

Medicina Oral Patología Oral y Cirugia Bucal no longer ADMITS CASE

REPORTS.

ARTICLE SUBMISSION

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include the answers to ALL the reviewer´s comments.

5. Include a separate word document entit led: "MANUSCRIPT".

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• Title of the article

• Authors (First and last name)

• Contact address for the corresponding author

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• Abstract

• Text of the article

• References

• Table legends

• Figure legends

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comments, all changes MUST be high lighted in RED.

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document. Each table should be in a separate word document.

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with landscape orientation.

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document. Figures must be at least 900 X 600 pixels in size and in JPEG (.jpg)

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and included in the SCIENCE CITATION INDEX EXPANDED ( since 2008),

JOURNAL CITATION REPORTS (since 2008 ), INDEX MEDICUS, MEDLINE,

PUBMED, SCOPUS, EMCARE, EMBASE, INDICE MEDICO ESPAÑOL.

Articles will normally be included in one of the different journal sections.

Authors should indicate the section in which they wish their arti cle to be

included, although the Editor may change this upon advice from reviewers.

Articles received will always undergo revision by a committee of experts (peer

review process). Only original articles will be accepted, authors being

responsible for the meeting of this regulation. Authors are also RESPONSIBLE

for all opinions, results and conclusions contained in artic les, which will not

necessari ly be shared by the journal’s Editor and reviewer s. All accepted

art icles become the property of Medicina Oral S.L., and their date of reception

and acceptance will be reflected; thus, their subsequent publication in other

media is not allowed without writ ten permission by the Editor. Authors will

transfer IN WRITING the copyright of their contributions to Medicina Oral

S.L.

TYPES OF ARTICLES

1. Research articles: Analytical investigations such as cross -sectional surveys,

case-control studies, cohort studies and controlled clinical trials will be

recommended for publication. For clinical trials, authors must specify legal

permissions obtained. Articles should not exceed 12 pages (including

references) in DIN A-4 format, 30 lines per page. Not more than three figures

and four tables should be included; up to 30 references.

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2. Review articles: Articles of special interest and those entailing an update

on any of the topics identified as subjects for this journal will be accepted.

They should not exceed 14 pages (referen ces included) in DIN A-4 format, with

30 lines per page. We recommend system atic reviews and meta-analysis. They

should contain a maximum of three figures and four tables per art icle; up to 40

references.

ARTICLE STRUCTURE

Articles should include the following:

1. First page: This should include the tit le of the article, as well as a running

title, the authors’ full name and academic post, and an address for

correspondence, including telephone and fax numbers, and e -mail address.

2. Following pages: These in turn will include the following headings,

according to the type of contribution (research articles, r eview articles):

Research articles

— Summary, containing 150-300 words ALWAYS structured as: objectives,

study design, results and conclusions. - Key words.- Introduction.- Material and

methods: specifying statist ical procedures used. - Results.- Discussion.-

References.

Review articles

— Summary: containing 150-300 words.- Key words. - Introduction. – Material

and methods: specifying how the search was m ade (date base selected, search

strategy, screening and selection of the papers and statistical analysis). –

Results and Discussion. - References.

REFERENCES

1. We do NOT accept book references.

2. We only admit references of articles INDEXED in PubMed -Medline.

3. The references should be numbered consecutively in order of appearance,

being quoted in parentheses in the text. Unpublished observations and personal

communications should not be included as references. The Uniform

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Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals format is

required throughout.

http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requiremen ts.html

Example: Authors numbering six or less should all be quoted; when more

authors are present, first six names will be quoted, followed by et al.

Halpern SD, Ubel PA, Caplan AL. Solid -organ transplantation in HIV-infected

patients. N Engl J Med. 2002; 347:284-7.

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ANEXO B – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA

EM PESQUISA

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