Tema:Currículos como práticas de justiça cognitiva?

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Currículos como práticas de justiça cognitiva? Maria Luiza Süssekind Pós-Doutora em Currículo UBC/The University of British Columbia Professora PPGEdu-UniRio/Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

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Currículos como práticas de justiça cognitiva?

Maria Luiza Süssekind

Pós-Doutora em Currículo UBC/The University of British Columbia

Professora PPGEdu-UniRio/Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Primeira conversa: políticas curriculares

• O que é um currículo nacional? O que é um “documento curricular”?

• Para que serve?

• A quem serve? (material didático)

• Os ciclos de influência de Ball e Bowe

• Autores propõem uma análise da trajetória de políticas ou programas educacionais com base nos cinco contextos do ciclo de

políticas.

Currículo

Contexto da

produção de

texto

Contexto da

prática

Contexto dos resultados/

efeitos

Contexto de

estratégia

política

Contexto deinfluência

Teoria denuncia o protagonismo de professores e pedagogosnaS escolaS.

Quem pratica o currículo é a âncora dos debates curriculares.

• MAINARDES, Jefferson. Abordagem do ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de olíticas educacionais, Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 94, p. 47-69, jan./abr. 2006 47 - Disponível em http://www.cedes.unicamp.br ou http://www.scielo.br/pdf/es/v27n94/a03v27n94.pdf

Segunda conversa: As (im)possibilidades de praticar uma Base Comum

• Conversas complicadas (PINAR, 2012)

• A construção dos currículos nos cotidianos

• Abissalidade e justiça cognitiva (SANTOS, 2004-2010)

• Ouvir os professores (AOKI, 2005)

Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos

inferioriza. Temos o direito a sermos diferentes quando a

igualdade nos descaracteriza. As pessoas querem ser iguais,

mas querem respeitadas suas diferenças. Ou seja, querem

participar, mas querem também que suas diferenças sejam

reconhecidas e respeitadas.

Boaventura Souza Santos ajuda a defender que equidade é diversidade.

Apagando as linhas abissais: as práticas de justiça cognitiva

Justiça cognitiva é uma noção que aparece em Santos (2010) e sugere que a pluralidade e a co-existência de diferentes conhecimentos é emancipatória e cria justiça no campo dos saberes. Essa pluralidade parte do reconhecimento da existência de conhecimentos vítimas do epistemicídioscometidos pela Ciência e pela Técnica na Modernidade.

Em 1997, o pensador indiano Shiv Visvanathan usou a expressão “cognitivejustice” no livro “A Carnival for Science: Essays on science, technology and development” pela primeira vez no mesmo contexto.

Solidariedade é, nessa perspectiva, uma relação de troca

igualitária entre diferentes, na qual ambos se enriquecem,

por meio de reconhecimento mútuo e aprendizagens

comuns a partir do acesso a conhecimentos diferentes.

Justiça cognitiva

Negociados, os currículos têm que apre(e)nder os conhecimentos

novos sem des-apre(e)nder os antigos. Este movimento não pode ser de

aculturação. Ao contrário, ecologia e justiça nas práticas curriculares

implicam considerar que sempre que for para seu enriquecimento, na

igualdade e na diferença, o aluno tem direito a aprender aquilo que

desconhece e, sempre que for para lhe assegurar a identidade e a

autoestima que a ela se associa, ele deve ter seu próprio conhecimento

valorizado, num re-conhecimento.

Ouvir os professores

• O que já existe

• Mais educação

• PIBID

• Compartilhar narrativas, práticas e experiencias valorizando e

apoiando as redes de saberes/fazeres emancipatórios

Uma consequência a ser pensada: “a demonização dos professores”

• O que dizem avaliações nacionais?

• Teremos currículos nacionais, ou, reduzidos?

• Os exemplos da Finlândia, Irlanda, EUA.

• Qualidade é homogeneização ou diversidade?

Referências

• AOKI, T. Teaching as In-dwelling: Between Two Curriculum Worlds (1986/1991), In: PINAR, W. e IRWIN, R. (ed) Curriculum in a New Key: The collected works of Ted Aoki. NJ: Lawrence Erlbaum, 2004a.

• AOKI, T. Layered Voices of Teaching: The Uncannily Correct and Elusively True (1992), In: PINAR, W. e IRWIN, R. (ed) Curriculum in a New Key: The collected works of Ted Aoki. NJ: Lawrence Erlbaum, 2004b.

• BALL, S. J., & BOWE, R. (1992). Subject departments and the implementation of National Curriculum policy: An overview of the issues. Journal of Curriculum Studies, 24, 97-115.

• OLIVEIRA, I. B. e ALVES, N. Pesquisas no/do cotidiano das escolas – sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

• PINAR, W. What is curriculum theory? New Jersey, Lawrence Erlbaum, 2012.

• SANTOS, B. S. e MENESES, M. P. (orgs) Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

• SANTOS, B. S. (Org.) Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004.

• SÜSSEKIND e GARCIA Diálogos e Formação de Professores. RJ: Faperj/ DP et Alli, 2011.

Obrigada

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