Tangolomango 2006
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Coordenação geral:
Estagiários/Repórteres:
Fotos
Programação Visual:
Realização: Parceria:
Ilana Strozenberg
Alexandre LourençoAline SalgadoDaniela PessoaFlora FernandesIsabella GuerreiroJaqueline FélixJuliana FernandesRoselaine GomesRosilene MiliottiThatiana Amaral
Andréa Cals; Didado Azambuja; Márcia Brito; Sandra Delgado; Vanor Correia; Valter de Gaudio; acervo Tangolomango; acervo dos grupos participantes; Photos.com
Maria Clara Moraes
PACC e TangolomangoObservatório das Favelas
Foi com palavras como essas que, há dois anos, Marina Vieira conquistou a parceria do PACC. Parceria que se amplia à medida em que o tempo passa, work in progress que se repensa e se refaz a cada momento, numa inquietação de "querer mais": mais abertura, mais abrangência, mais ousadia, mais resultados.
Em 2006, foi a vez do fanzine. Ao invés de apenas falar sobre a
diversidade, porque não incorporá-la ao próprio processo de
produção da informação, colocando, assim, em prática os
princípios da generosidade intelectual, tema do
Tangolomango em sua quinta edição?
A inspiração, luminosa, veio de Marina Vieira. Caberia a nós,
do PACC, fazer acontecer.
Dito e feito: esse número do fanzine do Tangolomango, o Festival da Diversidade Cultural é resultado do trabalho
Trocar, compartilhar, interagir, reunir, articular, dialogar.
conjunto de alunos da Escola Popular de Comunicação Crítica do Observatório de Favelas e de estudantes da Escola de Comunicação da UFRJ.
Da definição da pauta até a redação final dos textos, fomos todos aprendendo a difícil tarefa de trocar sem prejuízo das individualidades e das diferenças. Muitas foram as descobertas
e aflições que compartilhamos nas nossas reuniões. Rimos
juntos da alegria com que alguém contou ter andado pela
primeira vez de moto-táxi, e dividimos a ansiedade face ao
desafio de fazer caber um mundo de informação em poucas
linhas. Palavras e imagens iam e vinham na internet,
garantindo, no espaço virtual, a intensidade das trocas que
seriam impossíveis em presença.
Trocar, compartilhar, interagir, reunir, articular, dialogar.
Foram essas as palavras que orientaram a produção desse fanzine.
Promover a diversidade cultural brasileira é promover sua faceta mais notável - é, em última instância, promover a cultura de todos nós. Foi dessa
ambição que se lançou o projeto Tangolomango, tomando como ponto de partida a inexistência de qualquer outro limite além da expressão
popular, numa espécie de território livre onde o único passaporte exigido para ingresso é a criatividade, a capacidade de invenção, de comprovar
que da linguagem de cada criador nasce a linguagem múltipla - a democratização da cultura em cada rincão de cada região do país.
Nesse espaço aberto há lugar para cantores, grafiteiros, atores, poetas, músicos, artistas que trabalham com metal reciclado, novas e velhas
tecnologias - enfim, há espaço para qualquer sonhador, sempre que seu vôo seja autêntico e ousado.
Desde sua primeira edição, o Tangolomango recebe o apoio da Unesco e, a partir de 2004, participa como convidado do Programa Petrobras
Cultural.
A cada edição, o projeto se dedica a um aspecto específico. Este ano, o tema é Generosidade Intelectual. Ou seja: possibilidades de cooperação
recíproca, ajuda mútua, liberdade criativa, solidariedade, noções que se traduzem na produção partilhada de curta-metragens em vídeo, em grupos
musicais que atuam de forma conjunta, em ações de difusão de atividades.
A Petrobras, maior empresa brasileira e maior patrocinadora das artes e da cultura em nosso país, apóia esse projeto. E faz isso porque iniciativas
como essa refletem a linha de coerência que norteia cada passo da nossa empresa desde sua fundação, há mais de meio século: acreditar no futuro.
Na multiplicidade cultural, na imensa capacidade criativa do brasileiro está o caminho para o desenvolvimento de nosso país.
Essa aposta, a Petrobras vem fazendo sem cessar desde que surgiu no cenário nacional - estimulando o crescimento da indústria pesada brasileira,
desenvolvendo tecnologia de ponta, expandindo suas atividades, melhorando sensivelmente a qualidade de seus produtos, enfim, assumindo sua
responsabilidade como empresa cidadã.
É a partir dessa afirmação, dessa inquietação, desses pedaços que o Tangolomango se propõe a recriar espaços para o diálogo entre grupos que tanto têm em comum, tanto a trocar e a mostrar. Muito mais do que um agrupamento de iguais, queremos expor, valorizar e integrar as diferenças, proporcionar de fato voz e vez para quem tem muito o que dizer.
Pelo quinto ano seguido, espalharemos nosso bloco pela cidade, formado por jongueiros, boitatás, palhaços, atores, músicos, dançarinos, artistas populares, poetas e grafiteiros, pela cidade, para que eles reflitam a multiplicidade presente em nossas cidades.
Vamos amplificar a declaração da Márcia, presente em tantas outras vozes, para que sua inquietação contagie o maior número de pessoas e crie novos movimentos. Aceitamos o seu desafio e convidamos a todos para desconhecer a descultura e agitar o mundo com suas inquietações.
Marina VieiraDiretora do Tangolomango
Sim. Declaro sem medo de errar e, inquieta que sou, faço outras perguntas: cultura para que e para quem?Dentro dessa minha inquietação não cabem repostas. Apenas a própria busca.Minha cultura é ferramenta que corta a carne dura e mórbida, dos que ferem a mim e aos meus. Essa ferramenta eu quebro e espatifo em pedaços e daí sai música, poesia, dança, luta e arte.Distribuo os pedaços a todos e, a todos me uno e me disponho a sorrir, chorar, desconstruir, remontar e seguir.Minha cultura me movimenta.E que se agite o mundo com a minha inquietação.
Desconheço a descultura.
Márcia Bezerra Texto da aluna da Escola Popular de Comunicação Crítica do Observatório das Favelas enviado para a seleção de participantes do fanzine Tangolomango - Generosidade Intelectual
Trazer a cultura para o plano de ação implica tornar visível ao olhar da sociedade, “
auma parte significativa desse p ís, que está totalmente oculta ao olhar do poder público.”Ricardo Henriques - Tangolomango 2002
Inicia-se no mês de novembro em sete estações do Metrô Rio, a Exposição Integração Urbana, produzida pelas ONG's apoiadas pelo Tangolomango, tornando-se assim um dos mais importantes eventos do ano.
Há cinco anos, o Metrô Rio vem gradativamente, desenvolvendo seu caráter de responsabilidade social gerado através de inúmeras ações que incluem: postos para recolhimento de alimentos, livros, agasalhos e brinquedos. Demonstrando a sociedade um maior comprometimento com as situações vivenciadas no cotidiano urbano.
No que tange a arte, no início deste ano, o Tangolomango, nos apresentou esta proposta de integração artística produzida por diversas ONGs com o intuito de mostrá-las nas estações.
A cada dia, o desenvolvimento do projeto, tem se tornado um excelente desafio de exercício da criatividade, pois as obras devem respeitar questões referentes à segurança dentro das estações. O Metrô Rio está bastante entusiasmado com o Projeto Tangolomango e está certo de que o público será impactado positivamente enquanto circular em nossas estações e levará consigo as lembranças interativas da Exposição.
É com muito orgulho que o Metrô Rio abre suas portas e vem apoiar um projeto tão primoroso, que em sua essência tem estimulado tantas instituições sérias e competentes a desenvolver através do reconhecimento, ainda mais os diversos talentos disponíveis nas comunidades.
A exposição permanecerá durante um mês. Início: 11/11Último Dia: 09/12
A tecnologia é um instrumento de aceleração do conhecimento.“ ”Delânia Cavalcante - Tangolomango 2005
O tangolomango de 2006 é o borogodó, o bafafá, o maracatu
imaterial dos sonhos da juventude brasileira fora dos eixos
dominantes da sociedade de todas as desigualdades. A
pequena rapaziada tangolomanguense vai escapulindo dos
trabalhos forçados e forjando o caleidoscópio da cidadania cultural
dos mais novos, dos mais verdes, dos mais aguerridos, dos mais
doces e coloridos cidadãos da terra das saúvas. Eles querem mais
saúde e mais espaço para a expressão. Eles são assanhados e
dançam uma dança dengosa, veloz e cambiante de impressões e
sensações, construindo uma sucessão infinita de combinações e
imagens. Eu estou falando do Tangolomango. Gingas de moleque,
projetos de bambas, crias dos deuses, trocas adolescentes,
oferendas, patuás, potlatch, o dom e a dádiva.
Eles são o que são e são eles, os novos - novos dos novos, a prova
SIDNEI CRUZDramaturgo, diretor teatral, gestor cultural. Membro do ExCUdo negô (coletivo produtor de textos sobre políticas culturais),integrante da CASA - Cooperativa de Artistas Autônomos e sócio fundador da Leões de Circo Pequenos Empreendimentos.
dos nove da primeira década do século 21, os novos e
novas portas-bandeira, mestres-sala, reis e rainhas do
maracatu, chorões, brincantes, artesãos, cenógrafos,
maquiadores, cantores e almas encantadas dessa terra
criativamente plural.
Eles vêm de todos os cantos do rio de São Sebastião, de todas as
aldeias, são nômades de Niterói, de Olinda, de Recife, de
Madureira, de São João de Meriti e da Paraíba. Com seus cabelos
Trançados, seus vestidos coloridos, seus rostos radiantes, seus
chapéus com fitas, tocando suas flautas, seus cavaquinhos, seus
bumbos, surdos, caixas, suas sapatilhas, seus figurinos, seus
cenários, suas máscaras, seus carnavais, seus maracatus, suas
fantasias, seus merengues e brejeirices de meninos e meninas.
Salve,salve,salve São Cosme, São Damião e São Tangolomango!
A diversidade cultural ocupa o palco do Circo VoadorPor Isabella Guerreiro
A Lapa será só cultura no domingo de 5 de novembro. Nessa data, em que
se comemora o dia nacional da cultura, vai acontecer, à noite, no Circo
Voador, o show de abertura do Tangolomango 2006, o Festival da
Diversidade Cultural. Para festejar o seu quinto ano de existência, o
Tangolomango escolheu o tema Generosidade Intelectual, expressão que
designa uma atitude de valorização da diversidade cultural e defende a
produção centrada no diálogo e na troca.
No palco do Circo Voador, sete grupos, de diferentes estados do país
mostrarão a força e a beleza da cultura popular em diálogo com
linguagens contemporâneas e utilizações da mais moderna tecnologia. A
alegria dos mestre-salas e porta-bandeiras do grupo Madureira Toca,
Canta e Dança, inicia o espetáculo. A seguir, o público poderá ver a dança
do Grupo Inclusão e Arte - Cia. Ilimitada, da UFF, que reúne jovens
portadores e não portadores de deficiência física; assistir ao desempenho
dos bailarinos da Cia Aplauso, do Rio de Janeiro; se contagiar com o ritmo
do Candomblé do Maracatu Leão Coroado, de Olinda; e ouvir um grupo
da Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense
tocar um chorinho brasileiríssimo. Compartilharão, ainda, o mesmo
palco, os meninos que vieram de Alcantil, na Paraíba, apresentando sua
versão da tradição popular nordestina, e os músicos do Media Sana,
munidos de seus computadores. João Artigos, do Teatro de Anônimo, que
dirige e apresenta o espetáculo, dividindo a coordenação com Sidnei
Cruz, foi mestre em articular as diferentes apresentações.
A noite termina com um grande cortejo, que reúne, num grande ritual
festivo, todos os grupos que participaram do espetáculo. O cortejo, que
já é uma tradição no Tangolomango, traduz em corpo e movimento o
espírito do evento: cultura para todos, ao alcance de todos e construída
por todos.
Criada em 2005, a Cia Aplauso é composta por 50 jovens, moradores de 33 comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro. Nela são oferecidas oficinas de teatro, circo, dança, música e artes plásticas, proporcionadas pelo projeto Talentos da Vez, da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro. Reconhecido como uma iniciativa protagonizada por jovens, o grupo pretende montar espetáculos de autores brasileiros e fazer apresentações para toda a cidade. "Estes jovens são artistas completos", afirma Dani Albuquerque, coordenadora da Cia. É o que o público poderá conferir, na noite do dia 5, no palco do Circo Voador.
O Núcleo de Inclusão e Arte - Cia. Ilimitada, da Universidade Federal Fluminense, traz para o Tangolomango a dança sobre rodas. O espetáculo, intitulado "Methamorfose", vai contar a história dos seis anos de existência do grupo, cujo objetivo é promover a inclusão social, através da dança, de portadores e não portadores de deficiência física. Crianças e adolescentes, entre 7 e 17 anos, aprendem ballet clássico, dança contemporânea, hip hop e sapateado. "Os alunos adquirem maior consciência e conhecimento do próprio corpo, melhoram a auto-estima e se tornam pessoas mais independentes", destaca a idealizadora e coordenadora do Núcleo, Anna Cavaliere.
Cia Aplauso: protagonismo jovem em arte e cultura
Por Rosilene Miliotti
Núcleo de Inclusão da Arte: dança sem limites
Por Isabella Guerreiro
"Começamos a pensar neste projeto após o pedido de uma criança que queria aprender a dança da porta-bandeira durante um dos ensaios na Portela", conta Waldir da Silva, coordenador-geral do projeto. Hoje, já são cerca de 20 alunos de dança e o projeto oferece várias oficinas. Para esses jovens, o carnaval se tornou uma nova opção de renda. Os alunos são encaminhados para Escolas de Samba, onde praticam o que aprenderam. No espetáculo do Circo Voador, participarão sete casais de dançarinos, além do coordenador. "Podem esperar originalidade e criatividade dos nossos mestres-sala e porta-bandeiras", promete Waldir.
Com sede na comunidade de Águas Compridas, na periferia de Olinda, e reunindo cerca de 100 participantes, o grupo Maracatu Leão Coroado tem 142 anos de tradição. Fundado por escravos africanos com o objetivo de amenizar a saudade de sua terra natal, o grupo hoje é um símbolo da resistência negra. "Estamos reconstruindo a história dos maracatus a partir da memória dos mais antigos", diz Daniela Bastos, que acumula as funções de vice-presidente, produtora e back vocal do grupo. E afirma: "Levaremos para o Circo Voador a musicalidade do candomblé nagô, na voz guia do Mestre Afonso acompanhado das Catirinas. Contaremos nossa história".
Madureria toca, canta e dança: a inclusão pelo carnaval
Por Rosilene Miliotti
Maracatu Leão Coroado:o ritmo da tradiçãoPor Rosilene Miliotti
A descoberta de softwares específicos para VJ, que permitem a manipulação de vídeos em tempo real, forneceu a ferramenta que fez surgir o Media Sana. A idéia partiu de Gabriel Furtado e Igor Medeiros, ambos da área musical que, ao tomarem conhecimento desses softwares, utilizaram as técnicas de criação musical para os seus objetivos de transformação social. "Remixar a TV pode ser entendido como uma iniciativa de democratização do imaginário", diz Gabriel Furtado. Sobre o show no Circo Voador, ele afirma: "O diálogo proposto no espetáculo será o diferencial desta edição do Tangolomango. Estaremos ao lado de representantes da cultura popular", completa.
Media Sana: tecnologia que promove o diálogo
Por Rosilene Miliotti
O Centro Cultural Meninos de Alcantil foi fundada em 1997, na Paraíba, com o objetivo de integrar as comunidades carentes daquele estado através da arte e da cultura. Erasmo Rafael da Costa, diretor do projeto, de que participam 180 pessoas entre 5 e 25 anos de idade, diz que o maior espetáculo do grupo não são as coreografias e sim o exercício diário da cidadania, que capacita os alunos a construírem uma nova história. No palco do Circo Voador, o Balé Popular de Alcantil apresentará "O Auto de Nossa Senhora da Luz", baseado em contos populares nordestinos, e que conjuga a simplicidade do folclore popular às técnicas de dança contemporânea, teatro e circo.
Centro Cultural Meninos de Alcantil: o espetáculo da cidadania
Por Isabella Guerreiro
O grupo de choro da Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense busca, desde 1988, o resgate da cidadania a partir da cultura. Segundo Rosilene Eliza Santos, diretora da Escola de Música da AMC, o grupo é um grande exemplo de que o aprendizado da música está ao alcance de todos. Cinco jovens, de 18 a 21 anos, se apresentarão no Tangolomango tocando violão, cavaquinho, bandolim, violão de 7 cordas e percussão, acompanhados de quatro professores e outros dez alunos. O grupo pretende mostrar que a música é uma profissão em que o trabalho em conjunto estimula a amizade, o respeito e a solidariedade
Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense: solidariedade através da música
Por Isabella Guerreiro
A troca entre projetos como o Nós do Morro, Nós do Cinema e CUFA demorou. Demorou no sentido da gíria, de algo que festejamos estar acontecendo, que por ser positivo já poderia estar ocorrendo há algum tempo. Na verdade até já está, numa mostra aqui, numa exibição ali, num debate acolá. A diferença é que agora os grupos estão realmente realizando um projeto juntos, colocando a mão na massa, melhor, na câmera. Uma oportunidade como essa é sempre preciosa. E mais, cria expectativas não só em relação ao resultado do projeto, mas mais importante do que isso, em relação ao processo em si. As escolhas, as vontades, opiniões e até divergências, tudo isso enriquece a tendência de aproximação e troca perene entre estas experiências e esses indivíduos. Demorou.
Rosane SvartmanCineasta e diretora do Núcleo de Cinema do Nós do Morro
No dia 15 de Novembro de 2006 estreará Eleições 2000 e sempre!, filme
resultante da produção compartilhada entre o Nós do morro, o Nós de
cinema e a Central Única das Favelas - CUFA. O curta-metragem tem
como tema principal o impacto das eleições em três comunidades de
favela do Rio de Janeiro. O lançamento será feito em 3 praças - Alemão,
Vidigal e Cidade de Deus - e na Lapa. Posteriormente, será incorporado a
um circuito alternativo que engloba salas de comunidades de baixa renda
e lonas culturais da cidade.
Por Flora Fernandes e Thatiana Amaral
TRÊS OLHARES O Tangolomango propôs aos três produtores de audiovisual o
desafio de realizarem um filme a partir da integração de três
trabalhos - cada um deles concebido e produzido por um grupo.
Assim, o produto final deste processo não é apenas a reunião de
três olhares diferentes sobre um mesmo tema. Ele é o resultado de
uma tentativa de fazer acontecer, na prática criativa, o ideal de
diálogo entre as diversas organizações de produção cultural.
Luciana Bezerra, atriz e cineasta do Nós do morro, foi a
responsável pela tarefa de costurar as três histórias em um único
filme, sem deixar que a identidade dos diferentes trabalhos se
perdesse: "Unir os três curtas é um desafio. Mas aconteceu uma
coisa boa: os filmes realmente se completavam em suas histórias. A
idéia é que sejam três histórias e que a marca das equipes seja
preservada. Não queremos mexer no miolo de cada filme ", diz.
"Sebastião", a ficção do Nós do morro, conta a história de um
desempregado que vive o dilema de fazer ou não fazer boca de
urna para um candidato em quem não acredita. O roteiro, de
Luciana Bezerra, surgiu a partir de reuniões entre os três
produtores de "Eleições de 200 e sempre!”, fazendo eco ao roteiro
da CUFA. "O Felha contou a história de um cabo eleitoral da Cidade
de Deus", informa Luciana.
A idéia de produção compartilhada esteve presente em
todo o processo de elaboração do filme, desde a discussão do
roteiro até a troca de experiências e empréstimos de
equipamentos durante a produção.
O Nós do Cinema também produziu uma ficção. "Silêncio"
narra a história de uma família que vive um momento conturbado,
entre a Copa e as eleições, e na qual um segredo está na eminência
de ser revelado. O roteiro foi selecionado por Júlio César Siqueira,
coordenador do núcleo de audiovisual, entre os trabalhos dos
alunos do curso de cinema. Júlio pretende surpreender o
espectador através do personagem principal: um menino pobre, negro e
gordo, que se sente diferente em relação aos seus colegas.
Já Rodrigo Felha, coordenador do núcleo de audiovisual da Central
Única de Favelas, apostou no gênero documental: "A minha linguagem
individual, presente também em Falcão, é o documentário", comenta. "Sou o
que sou" também surgiu de discussões com seus alunos da oficina de
audiovisual. O filme abordará as visões, sobre o processo eleitoral, de três
importantes lideranças comunitárias da Cidade de Deus: MV Bill, Doró e Piri.
Além disso, o curta conterá imagens do comício do atual Presidente e
candidato à presidência, Lula, na Cidade de Deus.
Além das reuniões convencionais entre os representantes do Nós do
Morro, do Nós do Cinema e da Cufa, a produção organizou o Cine-pelada:
um jogo de futebol realizado no campo do Vidigal, seguido pela exibição de
CURTA E UMfilmes. A idéia era que ocorressem outros encontros nas comunidades
em que estão sediados os projetos participantes, com o objetivo de
promover uma efetiva integração entre eles e de ajudar a divulgação de
seus trabalhos entre os moradores.
O Tangolomango de 2006 elegeu, para tema dessa edição, a
generosidade intelectual. De acordo com os princípios dessa atitude, o
resultado do entrelaçamento das histórias será licenciado em Creative
Commons, sistema que permite com que o filme seja disponibilizado na
internet segundo normas de exibição e edição que eliminam a figura do
distribuidor como intermediário. Com isso, se viabiliza um maior diálogo
entre o público, a obra e seus autores.
O audiovisual está presente no Tangolomango desde as sua
primeiras edições, através de mostras de programas de TV comunitária,
vídeos e filmes produzidos pelas comunidades. Marina Vieira,
idealizadora e coordenadora do projeto, incorporou também a exibição
de produções de outros estados do Brasil, promovendo sua divulgação
no Rio de Janeiro. Estas mostras fizeram tanto sucesso que, em 2005,
alguns filmes foram exibidos no ano do Brasil na França.
As exibições de cinema, entretanto, não foram suficientes para
estabelecer uma rede de integração mais sólida entre os participantes,
que é o principal objetivo do Tangolomango. "Muitos só viam os filmes
produzidos pela própria comunidade", comenta Marina. Foi dessa
constatação que nasceu a idéia de realizar um curta que integrasse
efetivamente três olhares e três equipes, de projetos e comunidades
distintas, desde o processo de criação até o momento da exibição. "O
projeto Tangolomango é inovador. Nós realmente precisávamos desta
experiência de integração entre três Ongs que, embora já sejam fortes
individualmente, quando unidas, poderão fazer muito mais barulho do
que já fazem", confirma Rodrigo Felha.
Luciana Bezerra Por Flora Fernandes e Thatiana Amaral
Luciana Bezerra foi integrante das primeiros grupos de atores que
fundaram o Nós do morro em um teatro "clandestino" nas fundações de
uma escola municipal do Vidigal. Ela se considera como um das poucas de
sua geração que "atravessou", ou seja, continuou trabalhando com arte
mesmo tendo que enfrentar as dificuldades de fazer cinema na
comunidade e as pressões da família para entrar no mercado de trabalho.
Luciana participou, de alguma forma, da produção dos principais filmes
do Nós do morro, entre os quais o premiado "Mina de Fé", dirigido por
ela mesma, que narra a história de uma jovem namorada de traficante.
Considera importante este aprendizado informal e abrangente, que
permite ter um conhecimento de todas as etapas de elaboração do filme:
"Eu sou totalmente Bombril e acredito que isto foi muito importante para
mim porque eu já passei por todas as etapas. Isso não foi só comigo, nós
procuramos dar oportunidade para todo mundo que quer, ser um
realizador", comenta.
Rodrigo FelhaPor Flora Fernande
A trajetória de Rodrigo Felha se confunde com a história de criação
núcleo de audiovisual da Cufa. Em 2000 foi convidado por Celso Ataíde e
MV Bill para ser assistente de câmera do documentário Falcão. Sua
dedicação e interesse em fazer cinema fizeram com que de "carregador
de bolsas", Felha assumisse a câmera do filme. Hoje, se tornou um
multiplicador, transmitindo para as turmas de cinema da Cufa as
experiências que adquiriu na produção. "Os nossos trabalhos são feitos
total e cem por cento por nós mesmos. Por ética, ideologia, política
atitude quem tem que fazer a minha câmera é o meu aluno que quer
fazer câmera", afirma.
s e Thatiana Amaral
Julio César SiqueiraPor Flora Fernandes
Coordenador da produção audiovisual do grupo Nós do Cinema, Julio
César Siqueira, que foi um dos fundadores dessa ONG, conta que a
história do projeto começou a partir da produção do filme "Cidade de
Deus", no qual trabalhou como ator. Terminada a produção do filme, foi
convidado para participar de uma série de oficinas de cinema e, após
algumas produções, ele e outras pessoas - algumas das quais também
haviam trabalhado em "Cidade de Deus" -, decidiram dar continuidade
ao projeto. Seu objetivo central foi, desde sempre, multiplicar os
resultados da sua própria experiência, ensinando a outros jovens tudo o
que já haviam aprendido.
Tudo começou pelas mãos da carioca Marina Vieira, produtora cultural há 20 anos, ela sempre trabalhou com artes
plásticas, teatro, cinema, televisão, tudo que produzia era voltado sempre para um mesmo público. Depois de
trabalhar no projeto "Cinema em Movimento", teve acesso a projetos de organizações não governamentais
(ONG's). "Vi que a cultura não estava sendo renovada nas exposições das classes A e B, e sim nas comunidades. Havia
uma nova linguagem sendo produzida e era hora de ouvir essas comunidades pela arte que produziam", diz Marina.
O Tangolomango surgiu para articular esses projetos e divulgar o que estava acontecendo. O objetivo é mostrar a
gente que pensa e a gente que faz juntas. "Tive a idéia inicial e chamei outros produtores culturais. O Tangolomango
virou uma grande rede de produtores culturais. É uma grande associação de amigos", conclui Marina, que teve a idéia
durante o curso "Juventude, Cultura e Cidadania", em 2002, com a professora Regina Novaes, primeira
incentivadora do Tangolomango. No segundo semestre de 2002 o projeto começou a ser pensado, e em 5 de
novembro do mesmo ano aconteceu a 1ª edição. 'Tangolomango': ao ouvir esse nome diferente, muita
gente faz cara de interrogação. É uma palavra do folclore nordestino, uma brincadeira de roda.
"Tangolomango é um nome exótico", brinca Marina. Sua logomarca é uma cobrinha, que a
primeira vista também não entendemos seu significado, mas Marina explica que a
cobrinha tem a ver com o popular, das cobras de corda que são vendidas em feiras.
"Ela é feita de vários pedaços, tem haver com a orgânica. É um símbolo que
representa um grande movimento onde os pedaços precisam estar juntos
para dar certo". A logomarca foi criada pelo designer Flavio Soares, primeiro
produtor cultural associado à rede.
A história do Tangolomango foi um processo em que cada evento fazia surgir as idéias que
inspiravam o evento seguinte, como um pensamento seqüencial. A primeira edição abordou o tema
da sustentabilidade. O segundo levou a arte de rua para dentro do Museu da República, com a realização de
um encontro de grafiteiros e uma apresentação de hip hop. Nessa mesma edição, um seminário discutiu a
comunicação comunitária, questionando os modos como o conhecimento transita para dentro e para fora das
comunidades. Já no quarto ano, o tema foi o software livre e o debate sobre propriedade intelectual,
abordando a proposta do Creative Commons. A partir desse confronto de idéias se chegou ao tema deste
ano: generosidade intelectual. Marina explica: "A generosidade intelectual permitirá a troca de
conhecimento e a produção compartilhada, resultando em novos produtos e novos grupos. É
gratificante ver a troca entre eles: param, pensam e produzem juntos. A divulgação respeita a
individualidade e a qualidade de cada trabalho e isso faz com que eles queiram expor na mostra do
Tangolomango. A segunda coisa prazerosa no trabalho é o diálogo. Os grupos falam direto para
o público sem a intervenção da mídia, que os pasteuriza".
Não há dúvida: generosidade intelectual é o tema perfeito para comemorar os cinco
anos de um evento que valoriza a diversidade de expressões e, sobretudo, aposta na
troca solidária como estratégia privilegiada para a construção de uma ponte entre
cultura e cidadania.
Tangolomango comemora 5 anos promovendo a troca e a diversidade culturalTangolomango comemora 5 anos promovendo a troca e a diversidade cultural
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Alexis AnastasiousPor Thatiana Amaral
Reconhecido como o primeiro Vj brasileiro, Alexis Anastasious inaugurou, no país, uma nova era da cena eletrônica em que, unindo som e imagem, se começou a fazer "música para os olhos". Na edição de 2004 do Tangolomango, Alexis Anastasious coordenou um workshop de uma semana com jovens de oito projetos de comunidades cariocas - Afro Reggae, Casa das Artes da Mangueira, CUFA, CEASM, Kabum!, Morrinho e Nós do Morro -, que, juntos criaram e manipularam imagens, experimentando novas linguagens. Essa foi uma oportunidade que empolgou o VJ, que declara: "Foi
uma experiência fantástica, tanto em termos dos resultados do ensino, como
no sentido de conhecer mais sobre a vida e o projeto dessas pessoas".
Gringo CardiaPor Flora Fernandes
Essa é a quarta vez que o designer e cenógrafo Gringo Cardia, fundador da Spetaculu e da Kabum!, dois projetos jovens para trabalhar com arte e cultura, participa do Tangolomango. No Tangolomango de 2002, Gringo participou do ciclo de palestras, debatendo o tema da Economia da Cultura. Em 2004 e 2005, a Spetaculu e a Kabum! apresentaram uma participação conjunta, através da montagem de uma exposição que incluía vídeos, fotografias e instalações. Na comemoração dos 5 anos do Tangolomango, em 2006, os dois projetos estarão presentes novamente, mostrando seu trabalho na estação de metrô Carioca, no contexto da exposição Integração Urbana.
Miguel ChikaokaPor Isabella Guerreiro
Miguel Chikaoka realizou uma oficina de pinhole, com os jovens do Sobrado Cultural e do projeto Mãos na Lata, no Tangolomango 2005. As fotos produzidas foram reunidas num grande painel formando a imagem do Pão de Açúcar, exposto no Centro de Arquitetura e Urbanismo. "Foi um belo e gratificante desafio", conta. "Fiquei sensibilizado pelo envolvimento, organização e empenho dos jovens". O fotógrafo considera valioso o conhecimento gerado pelas trocas promovidas pelo Tangolomango. "Acho extremamente necessária a ampliação da rede de cooperação. Somos muitos e imagino outros 'Tangolomangos' pipocando em vários lugares do planeta", diz Chikaoka.
Regina NovaesPor Isabella Guerreiro
Inspiradora das idéias que deram origem ao Tangolomango, a antropóloga Regina Novaes participou da sua primeira edição, em 2002, debatendo as relações entre cultura e cidadania com Carmem Luz, Marta Porto e Ricardo Henriques. "Foi uma ótima experiência porque cada um de nós trouxe um ângulo diferente da questão", afirma. Regina acredita que a arte permite que os jovens expressem sua insatisfação, contribuindo para a construção de cidadãos. Ela considera que hoje, ao completar cinco anos, o Tangolomango: "já é uma referência no Rio de Janeiro para todos que apostam no ponto de encontro entre cultura e cidadania".
SmaelPor Thatiana Amaral
Smael, grafiteiro do Nação Crew, esteve presente no Tangolomango 2003, participando do Encontro da arte da rua com a cidadania, evento que coloriu o pátio do Museu da República com painéis produzidos por artistas do grafite de diversos pontos do Rio de Janeiro, todos atuantes em projetos de inclusão social através da arte. Formado por jovens da Zona Norte, o Nação Crew, na ocasião, desenvolvia trabalhos com moradores da Vila da Penha. Hoje, a arte de Smael já é conhecida na Holanda e da França, onde expôs trabalhos em que explorando novas linguagens do grafiti, utilizando os mais diferentes suportes, desde objetos e telas a peças de vestuário.
Nós somos diferentes, “mas temos o mesmo sonho e a gente precisa entender isso
e fazer de nossas diferenças a nossa maior virtude.”
Ulisses Leitão - Tangolomango 2005
Na comemoração dos seus cinco anos, o Tangolomango dedica um espaço especial à memória de Lorenzo Zanetti, falecido em 2004. Educador de origem italiana, mas brasileiro de coração, Lorenzo Zanetti sempre esteve intimamente ligado à organização de movimentos populares no país e foi, sem dúvida, uma figura fundamental na criação e no desenvolvimento de muitos dos grupos que participam e já participaram do Tangolomango, desde a seu início.
Pioneiro na defesa do protagonismo juvenil, Zanetti não apenas apoiou como atuou ativamente no processo de emergência de novos atores sociais e de iniciativas de transformação social no campo da cultura. Sua atuação na FASE - Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional - onde, ao lado de Cléia Silveira, trabalhou desde 1976 e ocupou o cargo de coordenador regional Sudeste e Sul -, foi marcada pelo desenvolvimento de projetos que envolviam a mobilização social
e a luta contra a desigualdade em qualquer de suas manifestações, seja de raça, de gênero, ou de classe.
Zanetti estava presente já na primeira edição do Tangolomango, em 2002, quando, segundo Marina Vieira, "levantou indagações fundamentais como: quando se fala em empresa, se fala em responsabilidade social? E quando se fala em comunidade se fala em cidadania”, além de uma série de outras questões que, segundo ela, deveriam ser melhor lembradas e conhecidas.
Foram questões como essas que orientaram o trabalho do educador ao longo de toda a sua vida. E é a partir da inspiração deixada por esse trabalho que, como afirma Marina Vieira, o Tangolomango pretende dar continuidade aos seus ideais de construir uma sociedade em que a democracia se realiza no diálogo e na cooperação entre as diferenças.
Por Flora Fernandes
Show Circo VoadorEndereço: Rua dos Arcos, s/n.o - Lapa
5 de novembro de 2006
Dia da Cultura
a partir das 17h
Abertura: O grupo do Madureira Toca, Canta e Dança,
com a participação especial do Jongo da Serrinha,
recepciona o público.
Choro da AMC – Apresentação do grupo de choro da
AMC - Associação do Movimento de Compositores da
Baixada Fluminense.
Cia Ilimitada da UFF – apresentação do grupo de dança.
Balé Popular de Alcantil – apresentação do grupo de
dança
Media Sana – apresentação audiovisual
Cia Aplauso – apresentação de dança e circo
Choro da AMC – Apresentação do grupo de choro da
AMC
Madureira Toca e Dança – AMC toca sambas enredos
Maracatu Leão Coroado
Rio Maracatu se junta aos batuqueiros do Maracatu
Leão Coroado
Cortejo de todos os participantes em direção ao
palco/arena localizado nos Arcos da Lapa
Programação Tangolomango 2006
Estação Siqueira Campos
Nós do Morro – Pintura
Viva Favela - Fotos
Estação Botafogo
Nós do Cinema - Fotos
Necc/Facha - Fotos
Estação CariocaCasa das Artes (Mangueira/ Vila Isabel) – Fotos
CEASM - Instalação
Instituto Pólen - Fotos
Projeto Morrinho – Fotos
Kabum! / Spectaculu - Instalação
Estação Central
- Painéis com as informações das exposições nas estações
Estação Estácio
CUFA – Grafite
Bem TV – Fotos
NECC – Facha – Estação Comunitária (fotos digitais, web tv, chat)
Estação Irajá
Jongo da Serrinha- Fotos
Estação Pavuna
Casa de Cultura São João de Meriti – Instalação
O Tangolomango vai reservar o dia no inema Odeon, em 18 de novembro, para mostrar a diversidade da produção audiovisual que vem sendo realizada pelos mais variados grupos e projetos culturais do Rio de Janeiro.
A primeira grande atração será a estréia do filme Eleições de 2000 e sempre! A seguir, serão exibidos três curta metragens recentes, realizados separadamente por cada um desses três projetos: As cotias do campo de Santana, filme de animação realizado pelo Nós do Morro; O Campim, documentário sobre o morro do Alemão, de autoria do Nós do Cinema; e Deny - tu não tá sozinho não, documentário do núcleo da CUFA sobre um músico popular da década de 80.
E a exibição continuará noite adentro, apresentando cerca de 23 filmes, entre animações, clips, ficções e documentários, produzidos por vários projetos, sobre os mais diferentes temas.
A exibição do filme Eleições 2000 e sempre! acontecerá também, durante o mês de novembro, em espaços públicos, com endereço e data a serem confirmados.
A partir de dezembro, o filme será exibido em um circuito comunitário formado pelas lonas culturais, salas e cineclubes localizados dentro das comunidades.
Ponto Cine Guadalupe, em 15 de novembro, e a noite inteira no C
Fique atento!
Ponto Cine: Estrada do Camboatá, 2.300 (primeiro piso do Guadalupe Shopping) - Tel: 3106-9995Odeon BR: Praça Mahatma Gandhi, 2 - Centro - Tel: 2240-1093
Um projeto que liga a cidade na cidade
Heloisa Buarque de HollandaProfessora titular de Teoria Crítica da Escola de Comunicação e Coordenadora do Programa Avançado de Cultura contemporânea da UFRJ
Olhar o mapa de um metrô é, na realidade, olhar o design de uma rede. Uma rede com vários pontos nodais que se articulam, em linha direta ou em conexões à vezes complexas e múltiplas. Os pontos desta rede são chamados de estações. Entretanto, estação é apenas a designação que identifica um ponto no mapa, ponto esse que sinaliza a saída ou a entrada dos usuários do metrô num lugar específico. Podem ser esquinas, ruas, avenidas ou praças. Enfim as estações são pontos que marcam a passagem do trem e suas conexões.
Pois foi o metrô e suas articulações tão reais quanto simbólicas que Marina Vieira e seu Tangolomango escolheram para cenário de uma exposição tão interessante quanto urgente. Assim como o metrô e seu mapa, essa exposição é um ensaio ou melhor, uma possibilidade de rede. É um eterno articular entre culturas, expressões, indignações, encantamentos. Tendo a estação como suporte, os artistas e suas obras circulam como circulam os trens e seus passageiros, unem espaços, texturas da cidade, movimentam olhares e a experiências, criam circuitos de entendimento, de tradução cultural. Passagens e trocas contínuas entre pontos que talvez se desconheçam ou mesmo se auto-desconheçam como Pavuna, Irajá, Estácio, Central, Carioca, Botafogo e Siqueira Campos. Ali vemos dispostos estrategicamente dizeres, quase poemas, intervenções, fotos, fotomontagens, cenários que não deixam o espaço do trânsito passar em branco.
É um projeto que reconhece e põe em evidência, através de imagens de alto impacto, que a cultura de uma cidade explode e se abre para conexões em múltiplos espaços e diapasões. Um projeto que liga a cidade na cidade.
E s t a ç ã o
Pavuna
E s t a ç ã o
Central
E s t a ç ã o
Siqueira Campos
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Botafogo
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Carioca
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Estácio
E s t a ç ã o
Irajá
Pegue o metrô na Pavuna e se aproxime da vida da comunidade de São João do Meriti. Depois, siga até a
estação Irajá e conheça as histórias do Jongo e dos jongueiros da Serrinha e, se calhar o horário, poderá
até assistir às suas danças. Chegando no Estácio, imagens do cotidiano de favelas de Niterói e painéis
pintados por grafiteiros de Cidade de Deus o farão entrar na realidade dessas comunidades, que, ali,
compartilham um mesmo espaço. Na estação Carioca, as distâncias geográficas novamente se dissolvem
e dão lugar ao convívio: ao redor de uma mesma "praça" você vai se encontrar com grupos de diversas
regiões da cidade - do Pereirão, em Laranjeiras, até a Maré, passando por Santa Teresa, Vila Isabel e Acari.
Em Botafogo, painéis fotográficos o levarão até Chapéu Mangueira, Babilônia e Morro Azul, e as
produções audiovisuais do Nós do Cinema o farão passear por diferentes aspectos da realidade das
populações cariocas de baixa renda. E sua viagem se completa quando, chegando à Siqueira Campos, as foto-ficções do Nós do Morro se juntam ao acervo fotográfico do Viva Favela para mostrar que a cultura carioca é feita de diversas belezas e muita criatividade.
Ao fim da experiência você vai ter certeza de que diversidade cultural, ou social, não precisa ser sinônimo de distância. Pelo contrário, pode e deve ser sinônimo de troca e colaboração para que se possa ter, de fato, uma Integração Urbana.
Confira o roteiro na Central e veja, em grandes painéis ilustrados, as surpresas e atrações que o aguardam em cada estação, produzidas pelos projetos: Casa de Cultura São João de Meriti, Jongo da Serrinha, Bem
TV, Central Única das Favelas - CUFA; Núcleo de Educação e Comunicação Comunitária da FACHA,
Cooperativa de Artistas Autônomos, Projeto Morrinho, Instituto Pólen, Centro de Estudos e Ações
Solidárias da Maré - CEASM, Casa das Artes de Vila Isabel, Mangueira e Acari, Kabum!, Spectaculu,
Centro Comunitário de Capacitação Profissional Paulo da Portela, Nós do Cinema, Viva Favela e Nós do
Morro. Tudo orquestrado pelo cenógrafo Marcelo Vieira, pelo montador Ribamar SS e pelo produtor
Valter de Gaudio, com a curadoria de Marina Vieira.
E VIAJE NAS ARTES DAS COMUNIDADES CARIOCAS
E s t a ç ã o
Siqueira Campos
Nessa estação, a "Exposição Integração Urbana" mostrará o trabalho dos grupos Nós do Morro e Viva Favela que, de forma integrada, levarão para os corredores do metrô um olhar sobre a favela produzido pelo olhar de seus moradores. Coordenado pelo o artista plástico Pedro Sanchez, a exposição do Nós do Morro une as linguagens do teatro e das artes plásticas, além de encenar um esquete teatral. "As pessoas se identificarão com figuras em tamanho real, vivendo cenas cotidianas", explica o coordenador. Já o "Viva Favela" reproduzirá fotos do seu acervo, que retratam o cotidiano de favelas cariocas como Cidade de Deus, Canta Galo, Maré, Rocinha, Queimados e Morro do Alemão. Walter Mesquita, fotógrafo do projeto, acredita que o público se surpreenderá ao "descobrir que, na favela, existe gente como todos eles que, apesar das dificuldades, encontra alegria".
A favela vista de dentro
Por Rosilene Miliotti
Viva favelaPor Aline Salgado
Na contramão do discurso da grande mídia, que só fala das comunidades de baixa renda como um problema social, o "Viva Favela" há cinco anos faz novo tipo de jornalismo. "Mostrar uma favela que trabalha, que se diverte e que se indigna com o preconceito", explica Walter Mesquita, um dos fotógrafos do projeto. A equipe, formada pela parceria entre jornalistas e correspondentes comunitários, conta também com Deise Lane, Kita Pedroza, Rodrigues Moura, Nando dias, Tony Barros e Sandra Delgado. Rua do Russel, 76-Glória, Rio de Janeiro /RJwww.vivafavela.com.br
Nós do MorroPor Rosilene Miliotti
Há 20 anos o ator e diretor de teatro Guti Fraga, junto com seus amigos Fernando Mello da Costa, Fred Pinheiro e Luís Paulo Corrêa e Castro, criaram o grupo Nós do Morro, com sede no Vidigal, zona sul do Rio de Janeiro. Hoje, mais de 50 pessoas, entre diretores, atores, técnicos, autores e colaboradores em diversas áreas integram o projeto. Além de um grupo profissional e uma escola de teatro, pela qual já passaram centenas de crianças, jovens e adultos, o Nós do Morro oferece diversas oficinas abertas à comunidade, como as de artes plásticas, câmera e fotografia, capoeira, expressão corporal, cinema, percussão, produção de filmes, roteiro e canto. Nós do MorroRua Dr. Olinto Magalhães 54 - VidigalTel: 3874-9412www.nosdomorro.com.br
E s t a ç ã o
BotafogoNós do CinemaPor Aline Salgado
O Nós do Cinema nasceu no processo de produção do filme "Cidade de Deus", por iniciativa dos cineastas Kátia Lund e Fernando Meirelles. O que era para ser apenas uma oficina de interpretação, tomou a forma de cursos técnicos profissionalizantes para cinema e, alguns anos depois, se transformou na Escola de Educação Audiovisual. Hoje, com quase dois anos de existência, o Nós do Cinema promove a inclusão digital e social de jovens de diversas comunidades de baixa renda do Rio. Lá, os alunos aprendem a fazer uma leitura crítica da mídia e a reconstruir sua própria imagem, tão estereotipada pelos meios de comunicação. Nós do CinemaRua Voluntários da Pátria, 53/ 2°andar, Botafogo - Rio de Janeiro/RJwww.nosdocinema.org.br
Núcleo de Educação e Comunicação Comunitária da FACHA Por Aline Salgado
Criado em 1989, o Núcleo de Educação e Comunicação Comunitária (NECC) funciona como extensão universitária da FACHA. A aproximação entre universidade e comunidade se dá através da produção de vídeos, fotografias e publicações feitos por profissionais do Núcleo, pelos alunos da faculdade e das oficinas abertas à comunidades carentes do Rio. Seguindo sua meta de democratizar e desmistificar a comunicação e suas ferramentas, o NECC estará em Botafogo mostrando, através de fotos, uma síntese de seus projetos, e na Central, através de um espaço multimídia promoverá um amplo intercâmbio via internet.FACHA/NECC (Faculdades Integradas Hélio Alonso).Rua Muniz Barreto, 51- Botafogo.Rio de Janeiro/ RJ.
O Tangolomango traz uma novidade para os que percorrem os corredores cinzentos da Estação Botafogo do metrô: em novembro, o grupo Nós do Cinema e o Núcleo de Educação e Comunicação Comunitária da FACHA prometem encher esses espaços de imagens e sons. Junto a um cenário feito de fotografias dos projetos desenvolvidos pelo NECC - acompanhadas de textos explicativos - e frases sobre o ideal de integração da cidade, o público poderá se divertir tentando descobrir a trilha sonora correta das cenas dos curta metragens realizados pelos alunos do Nós do Cinema, que estarão todas trocadas na projeção.
Integrando a cidade:brincadeira levada a sérioPor Aline Salgado
E s t a ç ã o
CariocaA diversidade se encontra na praçaPor Thatiana Amaral
Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré-CEASMPor Thatiana Amaral
O Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré - CEASM foi fundado em 1997 por um grupo de moradores das comunidades da Maré. A ONG possui inúmeros projetos que visam superar a exclusão social através da atuação nos campos de educação, cultura e geração de renda e trabalho, alguns deles em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além de um pré-vestibular comunitário, de um programa de alfabetização de adultos, e de diversos cursos e oficinas como as de música, de dança e de fotografia, o CEASM possui ainda um projeto de memória em um centro de pesquisa social que visam registrar, preservar e divulgar informações relevantes para a reafirmação da identidade local. Há cerca de dois anos, o CEASM abriu a Casa de Cultura da Maré, onde, em outubro de 2006, foi inaugurado o Museu da Maré, primeiro museu em comunidade de favela do Brasil.
Projeto MorrinhoPor Juliana Fernandes
No ano de 1998, Nelcirlan Souza de Oliveira, de apenas 14 anos, iniciou, no Pereirão, a construção do Morrinho: uma maquete de 300m² feita com tijolos, azulejos e outros materiais reciclados, habitada por homens e mulheres, policiais e traficantes, todos em peças de Lego. No começo, a maquete não passava de um cenário para as brincadeiras do garoto com alguns amigos. Hoje, o Morrinho virou coisa de gente grande: além de trabalho, ele representa, para seus meninos, a possibilidade de alcançar visibilidade e reconhecimento público para a sua arte. Comunidade Vila Pereira da SilvaTels: Francisco Franca: 8145 2605 / 2224 [email protected]
Quem passar pela carioca a partir do dia 5 de Novembro se sentirá entrando
na vida de várias comunidades de favela do Rio de Janeiro. É lá que a exposição "Integração Urbana" reúne os trabalhos do maior número de projetos e grupos. Estarão presentes a CASA - ONG que congrega diferentes grupos e atividades culturais; o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré; o Instituto Cultural Pólen - sediado em Santa Teresa; a Casa de Artes da Mangueira; o Projeto Morrinho - com sede no Pereirão, em Laranjeiras; a Casa das Artes de Vila Isabel; e os projetos Kabum! e Spectaculu, de que participam jovens de diversas comunidades de baixa renda. Os trabalhos são os mais diversos: maquetes feitas de tijolos; móbiles cujos elementos contém frases e imagens sobre o tema da favela; objetos
produzidos com material reciclado; além de instalações cenográficas e
audiovisuais. Toda esta diversidade estará disposta em torno de uma praça
comum, fazendo com que o público se sinta transportado para um espaço
de convívio semelhante ao que existe nas favelas cariocas.
A liberdade e a diversidade cultural surgem como “contraponto democrático a qualquer tentativa de
uniformização e ganância.”
César Piva - Tangolomango 2005
CASA Cooperativa de Artistas AutônomosPor Thatiana Amaral
Situada na Rua do Mercado nº 5, no centro do Rio de Janeiro, a Cooperativa de artistas autônomos - CASA - tem como objetivo legitimar um modelo de desenvolvimento sustentável através da democratizando dos bens culturais. A associação é composta por cerca de 10 ONGs, entre as quais o Teatro do Anônimo, o Cordão do Boitatá, As Três Marias e a Cia. do Público. Entre suas principais iniciativas destacam-se o Mercado do Riso, que visa revitalizar o centro da cidade através da realização de eventos em datas festivas, e o Território Cultural, projeto itinerante criado em 2002 para levar oficinas e espetáculos a diversas comunidades.www.cooperativacasa.com.br
Casa das Artes da Mangueira
Há cinco anos, a Casa das Artes da Mangueira foi inaugurada com o objetivo de oferecer a crianças e jovens, entre 6 e 17 anos, alternativas culturais para um contexto de risco social, desenvolvendo ações educacionais apoiadas no tripé arte-cultura-cidadania. Um novo núcleo, em Vila Isabel, inaugurado em 2003, hoje já pode atender a até 300 jovens. O projeto oferece diversas oficinas artísticas como as de fotografia, vídeo e produção de texto, das 9h às 17h.Rua Visconde de Niterói 1364Tel: 3234 9013
E s t a ç ã o
Carioca
Kabum! e SpetaculuPor Roselaine Gomes
A Escola Telemar de Arte e Tecnologia - KABUM! foi inaugurada em maio de 2003, no Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Telemar e a Spetaculu - Escola Fábrica de Espetáculos. Seus cursos oferecem especialização nos campos de fotografia, vídeo, computação gráfica e design. Fundada em 2000, a Spetaculu é uma organização não-governamental que proporciona formação em atividades artísticas e culturais, oferecendo oficinas de artes cênicas, imagem e design gráfico para a juventude popular urbana do Rio de Janeiro.Instituto TelemarRua 2 de Dezembro 63Tel: 3131 3070
Spetaculu - Escola Fábrica de EspetáculosAv. Rodrígues Alves 847Tel: 2283 [email protected]
Instituto Cultural Pólen
Criado em 2002, o Instituto Cultural Pólen, atende às comunidades do morro dos prazeres e de Julio Otoni, ambas em Santa Teresa. Suas ações são voltadas para as áreas da educação, arte e cultura, tecnologia e educação ambiental. Seu principal objetivo é promover o desenvolvimento local de comunidades que não são atendidas pelos investimentos públicos e privados, propondo a participação individual na solução de problemas coletivos.Rua Almirante Alexandrino 3286Santa TeresaTel: 2205 7747
Centro Comunitário de Capacitação Profissional Paulo da Portela
Com sede em Oswaldo Cruz, berço do samba carioca, o Centro Comunitário de Capacitação Profissional Paulo da Portela (CCCP) foi inaugurado em 1998. Em parceria com diversas instituições como a Associação dos Moradores de Oswaldo Cruz, a Primeira Igreja Batista de Oswaldo Cruz, as Paróquias de São João Evangelista e São Mateus, o Pré-Vestibular Comunitário, e uma instituição alemã, a SIS - Stiftung Für Internationale Solidarität und Partnerschaft , o CCCPP oferece diversos cursos profissionalizantes e atua na área de educação. Alguns resultados de seu curso de fotografia podem ser vistos na exposição do Tangolomango 2006, no metrô carioca.Rua Cananeia, Complemento 143 - Bairro: Oswaldo CruzRio de Janeiro - RJ Cep: 21550-150
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Estácio
Em novembro, o Tangolomango 2006 promove uma
verdadeira ebulição cultural na no metrô do Estácio. A
Central Única das Favelas -CUFA- e a Bem TV
integram as artes dos jovens das periferias do Rio e de
Niterói para mostrar sua originalidade e beleza,
quebrando a monotonia cinza dos corredores da
estação.
A CUFA vai levar a arte do graffiti através do trabalho
de alunos do núcleo da Cidade de Deus, que
dialogarão com três painéis fotográficos da exposição
Olho Vivo, realizados sob a coordenação da Bem TV..
Mais de 20 jovens, de 14 a 25 anos participaram da
produção das fotos, que mostram a vida de três
comunidades de Niterói: Morro do Preventório,
Grota do Surucucu e colônia de pesca de Jurujuba.
A estação do intercâmbio virtual
A estação Estácio será transformada, também, em
espaço de intercâmbio virtual. Sob a coordenação do
Núcleo de Educação e Comunicação Comunitária, lá
serão produzidos programas sobre o evento, que
serão transmitidos, em tempo real, na Internet e, ao
vivo, no canal da TV Comunitária da FACHA. Além
disso, o público do metrô poderá fotografar o que
estiver acontecendo na Estação e enviar suas imagens
para casa. Até mesmo aqueles que não puderem
passar pela Central poderão participar das atividades,
através de um chat, que integrará a todos os
interessados em participar, nas estações, na cidade e
no país.
Fazendo arte: reflexão, diálogo e cidadania no EstácioP
or
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Generosidade intelectual é uma prática humana
muito antiga. O homem não inventou a roda sozinho, “não aprendeu a caçar sozinho, não produz conteúdo
intelectual, de forma acabada, sozinho.
”
Caio Mariano - Tangolomango 2005
Núcleo de Educação e Comunicação Comunitária da FACHA Por Aline Salgado
Criado em 1989, o Núcleo de Educação e Comunicação Comunitária (NECC) funciona como extensão universitária da FACHA. A aproximação entre universidade e comunidade se dá através da produção de vídeos, fotografias e publicações feitos por profissionais do Núcleo, pelos alunos da faculdade e das oficinas abertas à comunidades carentes do Rio. Seguindo sua meta de democratizar e desmistificar a comunicação e suas ferramentas, o NECC estará em Botafogo mostrando, através de fotos, uma síntese de seus projetos, e na Central, através de um espaço multimídia promoverá um amplo intercâmbio via internet.FACHA/NECC (Faculdades Integradas Hélio Alonso).Rua Muniz Barreto, 51- Botafogo.Rio de Janeiro/ RJ.
E s t a ç ã o
Estácio
Bem TVPor Daniela Pessoa
Inspirados no projeto TV Viva de São Luís do Maranhão, que produzia e projetava vídeos educativos na periferia de Recife, dois estudantes da Universidade Federal Fluminense implantaram, em 1992, em Niterói, a Bem TV, que aposta na comunicação como metodologia educacional. Hoje seu trabalho é voltado para a formação de jovens nas áreas do audiovisual, do webdesign, da fotografia e da mídia impressa, com o objetivo de valorizar suas comunidades. Bem TVRua General Osório 49São Domingo / NiteróiTel: [email protected]
Central Única das FavelasPor Daniela Pessoa
A Central Única das Favelas -CUFA- é uma organização nacional que surgiu no Rio de Janeiro a partir da união de jovens de diversas comunidades. Lutando contra a exclusão social e pelo desenvolvimento humano, o grupo pretende mostrar que nas favelas há talento e potencial cultural. Através de uma linguagem própria - o hip hop - que retrata a luta em prol dos excluídos - a CUFA desenvolve atividades como graffiti, break, teatro, computação, audiovisual, basquete e futebol, com jovens a partir de 7 anos. As CUFA, em suas 5 bases na cidade, atende, em média, 250 jovens por mês.Cufa - Central Única das Favelas Rua Carvalho de Souza 137, B1 sala 111 - MadureiraTels.: (21) 3015-5927(21) 3015-7113www.cufa.com.br
E s t a ç ã o
Irajá
Na sua segunda participação no Tangolomango, o Jongo da Serrinha, em
2006, irá mostrar, na estação de metrô de Irajá,.um amplo retrato da cultura
da sua comunidade -uma das favelas mais antigas do Rio -, através das fotos de
seu Centro de Memória. Junto às imagens, algumas frases falarão do cotidiano
de seus moradores, evidenciando como as vivências locais se entrelaçam com
a cidade, produzindo história e saber. A trajetória da Serrinha e de Madureira
poderá ser conhecida através de uma linha do tempo que será montada no
chão da estação. E o público poderá também assistir, ao vivo, ao espetáculo
de algumas rodas de jongo.
Dança, fotografia e tradiçªo: favela tambØm Ø culturaPor Daniela Pessoa
Jongo da SerrinhaPor Daniela Pessoa
ONG criada no ano de 2000, em Madureira, com o intuito de educar jovens e crianças e manter a preservação do patrimônio histórico do Jongo, a associação Grupo Cultural Jongo da Serrinha juntamente com o núcleo Centro Cultural Jongo da Serrinha, fundado em 2001 oferece, entre suas atividades, destacam-se aulas gratuitas de canto, percussão, jongo, dança afro-primitiva, capoeira, cultura popular, teatro, artes plásticas e circo. Tendo como objetivos o a democratização da cultura e a prática da cidadania, a ONG conta com Tia Maria do Jongo - fundadora do Império Serrano e jongueira mais antiga - e tem apoio de personalidades como Sandra de Sá e Beth Carvalho. Centro Cultural Jongo da Serrinha Escola de Jongo / SerrinhaRua Balaiada s/n, Serrinha, Madureira Tel: (21) 3457-4176
E s t a ç ã o
Pavuna
Quem passar pela estação de metrô da Pavuna em novembro vai se sentir um
pouco mais perto do cotidiano das comunidades da baixada. Através de
intervenções cenográficas que simulam bares de favela, bancas de venda de
CDs e colunas cobertas de grafiti, os integrantes da Casa da Cultura - Centro
de Formação Artística e Cultural da Baixada Fluminense irão expor imagens
que retratam aspectos da vida e da cultura dos moradores daquela região. As
fotos abordam temas como lazer e cultura de massa e problemas como
desrespeito aos direitos da criança e falta de acesso aos bens culturais,
pretendem provocar a reflexão dos passantes.
Imagens que fazem pensarPor Roselaine GomesCasa de Cultura de São João do Meriti
Por Roselaine Gomes
A Casa da Cultura - Centro de Formação Artística e Cultural da Baixada Fluminense é uma organização não governamental fundada em 1991 na cidade do Rio de Janeiro. Suas ações são voltadas para a luta pelos direitos humanos e focam principalmente os problemas da infância, da juventude e da família, abordando as relações de gênero, o combate contra desigualdade racial e a violência, e o acesso à cultura e à cidadania.Rua Machado de Assis, lote 12, quadra 84Tels: 2751 3538; 2751 8112Coordenador -geral: [email protected]
CRÉDITOSDireção geral: Marina VieiraCoordenação de produção: Valter de GaudioCoordenação de base: Tatiana PenteadoProgramação visual: Maria Clara Moraes Site: Teresa Guilhon e Benito RodriguesConsultoria: Raquel Diniz Assessoria de imprensa: Pagu ComunicaçãoPlanejamento de comunicação: Gabriela Camargo; Marezza Bessa; Vinicius Nascimento Vinheta: Cooperativa de Trabalho Estruturar: Wallace Cardia, Lizandro Miranda Lourenço e João Caldas Fotografia: Vanor Correia
Documentação em Vídeo: NADA - Nucleo de Animação / PUC- RioCoordenação - Maria Claudia BolshawEquipe: Paulo Dupke, Cristine de Noronha e Fernando Cardoso. Coordenação administrativa: Maggie Amaral Assessoria jurídica: Petrus BarrettoSecretária de produção: Cecília CabralAssistente de produção: Igor de Castro
EXPOSIÇÃO INTEGRAÇÃO URBANA:Curadoria: Marina VieiraCoordenação: Valter GaudioDireção de Arte: Marcelo VieiraMontagem: Ribamar SSAssistência: Arnô Petzold, João Pedro Rocha Pereira e Gilmar Moreira da SilvaGrupos participantes:Bem TV;CASA - Cooperativa de Artistas Autônomos;Casa da Cultura de São de Meriti;Casa das Artes de Vila Isabel, Mangueira e Acari;Casarão dos Prazeres / Instituto Cultural Pólen;CUFA - Central Única das Favelas;Jongo da Serrinha;Kabum!;Morrinho; Museu da Maré - CEASM;NECC - Núcleo de Educação de Comunicação Comunitária;Nós do Cinema;Nós do Morro;Spectaculu;Viva Favela;
APRESENTAÇÕES:Apresentação e direção: João ArtigosCo-direção: Sidnei CruzGrupos:Balé Popular de Alcantil;Cia Aplauso;Cia. Ilimitada da UFF ;Grupo de Choro da AMC;Madureira Toca, Canta e Dança; Maracatu Leão Coroado;Media Sana;Participação Especial: Jongo da Serrinha
FILME: ELEIÇÕES 2000 E SEMPRE!Coordenação Luciana BezerraGrupos:CUFA;NÓS DO CINEMA;NÓS DO MORROParticipantes do processo de produção colaborativa: Alessio Slossel (Nós do Morrro)Danielle Falcão (Nós do Cinema)Don (Nós do Cinema)Gustavo Mello (Nós do Morro)Julio Siqueira (Nós do Cinema)Luciana Bezerra (Nós do Morro)Marina Vieira (Tangolomango)Mercia Brito (Nós do Cinema)Pedro Rossi (Nós do Morro)Petrus Barretto (Tangolomango)Rafaela Baia (CUFA)Rodrigo Felha (CUFA)Sheyla Brito (Nós do Cinema)
AGRADECIMENTOS: Adonay Mandarini de AlbuquerqueAna Amélia VellosoAna ToniAntonio CabralAntonio GrassiAntônio UranoCarlos Afonso Pereira de SouzaChico VasconcelosClara NunesCristina BelezaDora CortezEdmilson Alves de SouzaElaine CarrilhoEliane CostaFausto RegoGermana Lúcia de AraújoGringo CárdiaGuilherme FernandezHeloisa Buarque de HollandaHilton KauffamannIlana StrozembergIvonette Albuquerque Josealdo DinizJoziane VieiraLeandro Campos F. de MenezesLouis Marcelo Luisa NunesMarcia Bezerra (observatório das favelas)Maria Eduarda Mattar Maria Inês Bastos Mariana Araújo (Observatório das Favelas)Miguel ChikaokaMonica SilveiraPedro NunesRegina Novaes Rodrigo Belchior Ronaldo Lemos Rosane Svartman Rosângela Maria Martins GomesSmaelTânia Regina BôitaThaissa Helena de Barros AraújoFernanda Martinelli
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