Relatorio Planejamento Ambiental I

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Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Geografia Disciplina: Planejamento Ambiental Relatório de Campo: Planejamento Ambiental Professora: Vládia Pinto

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Universidade Federal do CearáCentro de Ciências

Departamento de GeografiaDisciplina: Planejamento Ambiental

Relatório de Campo:

Planejamento Ambiental

Professora: Vládia Pinto

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Equipe: Aline Gomes do NascimentoJocicléa de Sousa Mendes

Lyvia Cleide ChavesLuciana de Sousa Ribeiro

Fortaleza2009

SUMÁRIO

Introdução

Referencial Teórico-metodológico

Caracterização Geoambiental do Município de Aracati

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Percurso da Viagem

Síntese das Unidades Geoambientais

Conclusão

Bibliografia

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INTRODUÇÃO

O presente relatório resulta da atividade de campo da disciplina de

Geomorfologia Climática, ministrada pela Professora Doutora Vládia Pinto, que ocorreu

nos dias 04 à 06 de Novembro de 2009.

A aula de campo é de extrema importância, pois saímos da teoria vista em sala

de aula para verificarmos na prática, em campo, como se dão processos e quais os

resultados dos mesmos na paisagem, as construções e seus impactos, as cidades e seus

planejamentos e se tem planejamento e como influencia na sociedade.

A partir dessa prática, podemos obter uma maior apreensão dos conteúdos vistos

em sala de aula, fixando, assim, o conhecimento sobre os componentes das paisagens

cearenses, além de considerações sobre a degradação instalada pelo homem. E a

amostragem desses dados e dessa apreensão dos conteúdos é o principal objetivo do

presente relatório.

Para o desenvolvimento do relatório usaram-se alguns conceitos e teorias que

foram de suma importância para o entendimento da prática. Conceitos como o de

Degradação Ambiental, Desertificação, Desenvolvimento Sustentável, Planejamento

Ambiental, dentre outros. Analisamos aspectos físicos e sociais. Com os aspectos físicos

discutimos o solo, clima, relevo, geomorfologia. Já nos aspectos sociais aplicamos

questionários que media o nível de conhecimento das pessoas em relação a degradação

ambiental. E também discutimos uso e ocupação dos solos e como as pessoas reagiram

a mudança para uma nova cidade no caso de Nova Jaguaribara.

O percurso seguido na viagem foi Fortaleza/ Quixadá/ Jaguaribara/ Limoeiro do

Norte/ Aracati (Ver imagem), ao longo do percurso realizamos paradas na qual a

Professora deu explicações a cerca da formação dos relevos, dos solos e a falta de

planejamento e gestão nessas áreas.

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REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

Para fazer uma análise e um diagnóstico de campo nos sistemas ambientais é

necessário ter um embasamento teórico-metodológico para saber distinguir e diferenciar

os mais variados aspectos seja físico e humano e compreender como um fenômeno pode

influenciar sobre determinada área e qual a relação entre eles. Tricart aborda em uma de

suas obras (ecodinâmica) como se dão essas relações. Trabalha com o conceito de

ecodinâmica, ou seja, a ação integrada dos sistemas.

“Sistema é um conjunto de fenômenos que se processam mediante fluxos de matéria e energia. (...) O conceito de sistemas é atualmente o melhor instrumento lógico de que dispomos para estudar os problemas do meio ambiente”. (TRICART, 1977, p.19)

Para ele a ação morfogenética está intrinsecamente relacionada com a

morfodinâmica, tendo uma variação de estabilidade, com isso, classificou o ambiente

em três tipos: meios instáveis, meios integrades e os fortemente instáveis, para que haja

uma melhor compreensão do grau de interferência dessas ações em áreas distintas.

O diagnóstico mais verificado nesse percurso de campo foram os impactos

ambientais. Impacto ambiental, de acordo com Moreira (1992, p. 113 apud SANCHÉZ,

2006, p. 28) é: “Qualquer alteração no meio ambiente em um ou mais de seus

componentes - provocada por ação humana”. Já para Wathern (1998ª, p. 7 apud

SANCHÉZ, 2006, p. 28) é: “A mudança em um parâmetro ambiental, num determinado

período e numa determinada área, que resulta de uma dada atividade, comparada com a

situação que ocorreria se essa atividade não tivesse sido iniciada”. Ou seja, como o

homem e os próprios fatores naturais interferem para alterar de forma negativa ou

positiva o ambiente. Porém, na resolução legal do Conama nº 1/86, art. 1º: Qualquer

alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada

por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta

ou indiretamente afetem:

I-a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

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II-as atividades sociais econômicas;

III-as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

IV-a qualidade dos recursos ambientais.

Deve-se salientar que os impactos ambientais não são referentes somente a

intervenções negativas, mas também no âmbito benéfico.

Para determinar os impactos que podem ocorrer em uma área, foi criada a AIA

(Avaliação de Impactos Ambientais). As definições sobre o termo são as mais diversas,

porém, a que resume melhor e que é adotada pela International Association for Impact

Assessent-IAIA: “avaliação de impacto, é o processo de identificar as conseqüências

futuras de uma ação presente ou proposta”. A AIA surgiu inicialmente nos EUA a partir

dos anos de 1969 e hoje tem alcance mundial. No Brasil, de acordo com sua

regulamentação se deu através da Resolução do Conama nº 001/86 que formalizou

também o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o respectivo Relatório de Impacto

Ambiental.

“A AIA é um instrumento de política e gestão ambiental, que se caracteriza pela exigência de elaboração de EIA e do RIMA na fase prévia à implantação de empreendimentos, ou seja, na etapa de estudos e projetos, quando se realizam os estudos de viabilidade técnica e econômica, inserindo-se nestes uma nova variável, o estudo das questões ambientais envolvidas, com o objetivo de analisar a viabilidade ambiental”.(JÚNIOR; MAGLIO, 2005, p. 219)

Para que se tenha um diagnóstico preciso a AIA atém-se a uma série de

processos, são eles: apresentação da proposta, triagem, determinação do escopo do

estudo de impacto ambiental, elaboração de estudo de impacto ambiental, consulta

pública, decisão, monitoramento e gestão ambiental, acompanhamento e documentação.

Um bom geógrafo deve estar sempre atualizado com as leis e políticas

ambientais, entender como elas são aplicadas, assim se tornará um profissional

qualificado e preparado para intervir em qualquer situação que envolva os sistemas

ambientais.

No trabalho de campo buscamos associar todos os conceitos trabalhados em

sala, para assim entendermos melhor a realidade e a dinâmica dos sistemas.

CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE

ARACATI

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As unidades Geoambientais compreendem uma unidade de paisagem que tem

feições mais ou menos homogêneas, ocupando uma determinada porção da superfície

terrestre, e revelando um conjunto de características físicas e bióticas próprias.

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No Ceará existem várias unidades geoambientais, porém nem todas estão em

equilíbrio pelo fato das ações antrópicas estarem cada vez mais intensas.

Abaixo será descrito as unidades geoambientais do município de Aracati, onde

ocorreu parte da aula de campo da disciplina de Planejamento Ambiental.

Fonte: Google Earth

1. Planície Costeira:

Superfície composta por terrenos de neoformação, submetidos às influências

marinha, eólica, fluvial e pluvial, contendo campos de dunas, mangues, largas faixas de

praias, linhas de falésias e áreas tabuliformes; condições climáticas variando de semi-

áridas a subúmidas com precipitações médias anuais entre 700-1200mm de janeiro a

junho; ocorrência freqüente de estuários e bom potencial de recursos hídricos sub-

superficiais; areias eólicas com vegetação de restingas, solos indiscriminados de

mangues, areias quartzozas e podzólicos revestidos por vegetação de tabuleiros e com

intenso uso agropecuário.

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Estreita faixa de terras com largura média aproximada de 1-5km e extensão

linear em torno de 573 km; apresenta elevado estoque de depósitos sedimentares

arenosos modelados por processos eólicos que geram feições de campos de dunas

móveis e fixas, faixas de praia e eventuais planícies lacustres bordejando lagos e

lagunas; elevado potencial para a prática de atividades ligadas ao turismo, ao lazer;

necessidade de uso controlado dos corpos d’água, das faixas de praia, dos recursos

minerais das falésias e paleodunas fixadas por vegetação.

2. Planícies Flúvio-marinhas:

Faixas de terra perpendiculares à linha de costa, em estuários, com sedimentos

de fino calibre, de origem fluvial e marinha, com solos lodosos, negros, profundos,

parcial ou permanentemente submersos; o húmus alcalino que se desenvolve é objeto de

intensas fermentações, permitindo a fixação dos mangues até onde os efeitos de

salinidade se façam sentir; a vegetação halófila desse ambiente complexo serve de

criadouro de inumeráveis espécies de peixes e crustáceos; apesar do poder de

regeneração, o sistema ecológico do mangue é frágil e muito vulnerável à degradação,

constituindo-se no ecossistema mais produtivo da faixa litorânea. São áreas de uso

restrito por imposições legais; ecossistemas sujeitos à preservação compulsória e

permanente de sua biodiversidade; sustentabilidade de moderada a alta, desde que

mantidas e observadas às atuais restrições legais e a um rigoroso monitoramento

ambiental.

3. Planícies Fluviais:

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Áreas planas resultantes da acumulação fluvial sujeitas a inundações periódicas

que bordejam as calhas dos rios, atingindo alargamento considerável nos baixos vales;

assumem dimensões muito expressivas quando os sedimentos aluviais têm menor

calibre e os rios de maior caudal como Jaguaribe, Banabuiú, Acaraú, Curú, Choró,

dentre outros, formam planícies onde se praticam atividades agroextrativistas; além dos

solos aluvias profundos, imperfeitamente drenados e com eventuais problemas de

salinização, as planícies exibem a presença associada de planossolos e vertissolos,

ambos medianamente profundos, textura predominantemente argilosa e problemas de

salinização; os solos são indistintamente revestidos por matas ciliares, onde há

preponderância da carnaúba na comunidade florística; são áreas preferenciais para

projetos de irrigação e as principais limitações estão afetas aos problemas de

salinização, inundações periódicas e más a moderadas condições de drenagem;

representam também setores preferenciais para instalação de olarias; grande pare das

cidades sertanejas ou litorâneas de pequeno a médio porte tem seus sítios urbanos

situados nos baixos terraços fluviais, constituindo problemas durante períodos chuvosos

excepcionais; áreas com intenso uso agroextrativista.

4. Tabuleiros Pré-Litorâneos:

Topografia em forma de rampas suaves que inclinam para o litoral com declives

inferiores a 5º, cobertas por sedimentos areno-argilosos fracamente dissecada em

interflúvios tabulares; clima semi-árido a leste com precipitações inferiores a 300mm e

subumidos nas porções centrais e ocidentais com precipitações superiores a 900mm

entre fevereiro e junho, com deficiências hídricas de 5 a 7 meses; drenagem intermitente

com padrões variando do modelo paralelo nas superfícies arenosas ao modelo

subdentrítico nas áreas areno-argilosas; topos dos tabuleiros com areias quartzozas e

podzólico vermelho-amarelo espesso e com fertilidade natural baixa a média, revestido

por vegetação de tabuleiros, caatinga litorânea e eventuais manchas encravadas de

cerrados; vegetação original fortemente descaracterizada pelo intenso uso, cujo espaço

agrário é dominado pelo sistema gado-policultura do litoral; solos fortemente

vulneráveis aos efeitos de lixiviação e às condições de acidez; nas porções centrais do

geossistema, entre o vale do Curu e a RMF, as potencialidades edafo-climáticas são

mais favoráveis ao desempenho de atividades agropastoris.

O PERCURSO DA VIAGEM

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Ao longo da aula de campo realizamos diversas paradas para que pudéssemos

identificar potencialidades, limitações e problemas em diferentes sistemas ambientais.

Saímos do tabuleiro pré-litorâneo e seguimos pela BR-116 em seguida pela BR-

122 em direção a depressão sertaneja, especificamente de Quixadá, onde fizemos uma

parada. De Quixadá seguimos ainda pela unidade geoambiental denominada depressão

sertaneja até a cidade de Nova Jaguaribara, ao longo do caminho paramos em um local

que apresentava características de degradação ambiental e suscetibilidade a

desertificação. No dia seguinte passamos por Limoeiro e fomos até a praia de Canoa

Quebrada no município de Aracati.

O roteiro da aula de campo de campo foi de extrema importância devido a

passagem por diferentes sistemas ambientais e ter observados os usos distintos de cada

área e o estado de conservação local. Abaixo seguem características de cada sistema

observado.

1° dia

1ª parada

A primeira parada se deu na BR 116, no Município de Itaitinga. Estávamos

situados de acordo com macrocompartimentação de Ross a área é classificada como

planície e tabuleiros costeiros e segundo Souza (2005) a unidade geoambiental é

Tabuleiro Pré-litorâneo. Os tabuleiros pré-litorâneos são constituídos por sedimentos

argilo-arenosos do Grupo Barreiras assentado diretamente sobre o embasamento

cristalino e diminui de espessura à medida que penetra o continente.

Segundo Souza, a vegetação predominante no local é a vegetação de tabuleiro,

caatinga litorânea e encraves de cerrado. Os solos predominantes são argissolos

vermelho-amarelo espessos e os neossolos quartzarenos. O relevo apresentava

declividade suave ondulado (Figura 01).

O uso e ocupação são feito pela agricultura permanente através do cultivo do

cajueiro, esse cultivo é feito em médias propriedades e seu fator limitante seria a baixa

fertilidade dos solos e deficiência hídrica no período de estiagem.

2ª parada

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Realizamos a segunda parada no Município de Quixadá. O município se

enquadra segundo Ross, no macrocompartimento da Depressão Sertaneja. A unidade

geoambiental também é Depressão Sertaneja, nela predomina o embasamento cristalino.

A Depressão se caracteriza por apresentar um relevo aplainado, em Quixadá

contrastando essa superfície plana encontramos um complexo de inselbergs. Os

inselbergs são relevos resistentes ao processo de pediplanação, são de origem

predominantemente granítica com a presença de quartzo e outros minerais. No local foi

visto um relevo em forma de galinha, a famosa pedra da galinha choca (Figura 02).

Devido ao clima semi-árido da região, o intemperismo físico que tem

predomínio. O processo intempérico mais nítido é a esfoliação esferoidal devido à

dilatação ocorrida com baixas temperaturas à noite a as altas de dia.

Figura 01 Figura 02

3ª parada

A terceira parada se deu na estrada a caminho de Jaguaribara, paramos pois

percebeu-se um nível de degradação alto na localidade. No local a professora apontou

problemas que evidenciam a suscetibilidade da área a desertificação, isso por não ter

mais solo, a rocha mãe já está a amostra, assim não tem possibilidade de desenvolver

vegetação.

A possibilidade de recuperação do local é quase nula (Figura 03). A atividade

que predominava e que deixou marcas é a pecuária. Hoje já fica difícil a prática dessa

atividade, entretanto ainda é praticada.

O terreno é basicamente cristalino e ainda se encontra segundo Ross no

macrocompartimento da Depressão Sertaneja, tem condições climáticas semi-árida.

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2º dia

1ª parada

Passamos a manhã na Cidade de Nova Jaguaribara, onde aplicamos um

questionário sócio ambiental, no qual tinha perguntas referentes a mudança de local da

cidade, os problemas as vantagens da mudança de localidade, etc.

A cidade está situada na bacia do rio Jaguaribe. O diferencial dessa cidade em

relação as outras é o fato de ser planejada, o que é notado pela organização, pela

estrutura das casas, largura das ruas e localização estratégica de instituições como

escola, posto de saúde, hospital, bancos, mercado, etc. A igreja é replica da que tinha na

antiga cidade (Figura 04).

O que se pode observar foi que com o processo de mudança da cidade, por conta

da construção do Açude Castanhão, houve perda de valores econômicos, sociais,

culturais, mas principalmente sentimentais, muitos idosos morreram, houve um

aumento de suicídios ainda hoje existem pessoas que não se adaptou a nova cidade.

Na aplicação dos questionários pediu-se que apontassem um ponto positivo e um

negativo. O ponto positivo apontado por unanimidade foi a questão da falta de emprego,

o que proporciona o aumento da marginalidade e a violência na cidade. Na construção

da cidade foi prometido a implementação de uma indústria para empregar os moradores

da cidade e movimentar a economia. Os moradores antes viviam predominantemente da

pesca e da agricultura, práticas que na cidade antiga poderia ser realizada facilmente por

estarem próximo ao rio e em terras propicias a agricultura.

O ponto positivo apontado foi a questão da estrutura da cidade que agora tem

escola e hospital próximos de casa.

Figura 03 Figura 04

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2ª parada

Fizemos uma visita na barragem do Açude Castanhão (Figura 05). O Acudo

Castanhão foi construído pelo o Governo do Estado e teve como finalidades principais o

desenvolvimento hidroagricola, com irrigação para terras férteis da Chapada do Apodi;

reforço no abastecimento de água da grande Fortaleza através do eixo de integração;

controle de enchentes do baixo vale do Rio Jaguaribe.

A obra trouxe vantagens, entretanto muito impacto também, além de impactos

ambientais trouxe sociais, como já foi relatado.

A ação rompe com a seqüência natural do rio. Na parte a montante o nível de

base local é levantado, alterando a forma do canal e a capacidade de transporte de

soídos, assim ocorre o assoreamento do vale do rio. Os impactos registrados não se

limitam à área próxima ao reservatório e a faixa de inundação, estende-se gradualmente

a montante, ao longo dos perfis do rio, Geram um a transformação no reservatório,

muitas vezes seu tempo útil é modificado e sua biota alterada.

3ª parada

A Chapada do Apodi (Figura 06) faz parte do domínio das bacias sedimentares

paleo-mesozóicas. Um dos relevos mais antigos do Nordeste – data da Era Cenozóica.

“Apresenta superfície bem conservada até um nível de aproximadamente 250m.”

(Meireles, 2005).

É capeada por calcários pertencentes à Formação Jandaira que forma pequena cornija responsável pelo desnível com o arenito da Formação Açu. O topo é levemente rampeado para norte, conferindo ao relevo um aspecto cuestiforme. As áreas que o circundam, constituem patamares dissecados de modo incipiente, posicionados pouco acima da planície fluvial do baixo Jaguaribe. (Souza, 1978 apud Meireles, 2005).

Seu maior destaque tem sido na produção agropecuária, sendo considerada a

região mais fruticultora do Ceará. O agronegócio desponta com a instalação de

empresas multinacionais, produtoras de abacaxi, melão, banana, melancia, mamão etc.,

colocando o Ceará entre os maiores exportadores brasileiros de algumas culturas

agrícolas.

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Os problemas encontrados na Chapada, segundo Silva e Pereira (2005), são os

desmatamentos, queimadas, lixiviação do solo, erosão das bordas da chapada,

contaminação por agrotóxicos, assoreamento do leito do rio Jaguaribe.

Figura 05 Figura 06

3ª dia

Analisou-se o tabuleiro pré-litorâneo de Canoa Quebrada no qual tem perfil

direcionado do sertão para o litoral, apresenta um relevo suave ondulado, fazendo parte

da Bacia do Jaguaribe.

O tabuleiro é formado por sedimentos argilo-arenosos da Formação Barreira,

com feições parcialmente dissecadas. O processo intempérico que prevalece no local é a

dissolução, as ações pluviais podem causar o processo de ravinamento e de voçorocas.

A vegetação encontrada é a de tabuleiro. Os solos predominantes são argissolos

vermelho-amarelo espessos e os neossolos quartzarenos.

No caso do tabuleiro pré-litorâneo de Canoa Quebrada o uso se dá pela ocupação

de casas de veraneio, pousadas, hotéis. A atividade exercida no local é quase que

exclusivamente turística, de lazer. Percebeu-se um forte adensamento o que provoca

uma enorme poluição do lençol freático, uma artificialização da paisagem, entre outros

impactos.

CONCLUSÃO

Sem dúvidas a disciplina de Planejamento Ambiental é de fundamental

importância para a formação de um geógrafo. Por ser uma disciplina teórico-prática, os

alunos tem a oportunidade de vivenciar tudo o que foi discutido em sala de aula e

perceber a realidade dos sistemas ambientais cearenses.

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Pudemos constatar como é a relação homem x natureza no ambiente e os

impactos ambientais que são causados a partir principalmente do uso do solo que na

maioria das vezes é de maneira irresponsável e inconsciente, seja com a agropecuária no

semi-árido, seja pela grande especulação imobiliária na zona costeira que acabam

tornando as vezes a situação irreversível.

Com a aula de campo acabamos tendo um despertar para a atual situação dos

sistemas ambientais e uma reflexão de como fazer para que possamos na nossa

profissão atuar para pelo menos amenizar o “caos ambiental” que existe.

Concluímos que primeiramente o ponto de partida tem que ser de todos nós,

independente de geógrafos ou não, devemos ter consciência de que seremos nós

mesmos prejudicados com as nossas intervenções. O uso sustentável, por exemplo, é

uma alternativa bastante favorável para não agredir o meio ambiente. Dessa maneira,

todos sairão ganhando, o homem e a natureza.

REFERÊNCIA

SÁCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de Impacto Ambiental: conceito e método. São Paulo: Oficina de textos, 2006.

TRICART. Jean. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, 1977, 97p.

BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global. Caderno de Ciências da terra, São Paulo, 1972. N.13, p.1-27.

SILVA, José borzacchiello da (org.); CAVALCANTE, T. C. (Org.); DANTAS, E. W. C. (Org.). Ceará um novo olhar geográfico. 2. ed. Fortaleza: Editora Demócrito Rocha, 2007. v. 1.

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