Professores e aprendizes na Web: A educação na era da...

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Como citar esse livro: LUCENA, C.J.P.; FUKS, H.; Professores e aprendizes na Web: a educação na era da Internet. Org. Nilton Santos. Rio de Janeiro: Clube do Futuro: 2000 , ISBN 85-88011-01-8 http://groupware.les.inf.puc-rio.br/work.jsf?p1=2094
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Dedicamos este livro a todos os

alunos de graduação, mestrado e

doutorado que participam ou

participaram do Projeto AulaNet.

Dedicamos também a todos que,

implantando o ambiente AulaNet em

suas organ izações ou atuando como

professores ou aprendizes, produzem

experiências e contribuem para o

desenvolvimento de uma cultura de

educação apoiada na Web e, em

particular, de uma comunidade

associada a este Projeto.

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Apresentação

Já se foi a época em que se via um intelectual comen-tando com ar intel igente: "Não gosto de computador. Pre-firo a minha velha e boa máquina de escrever".

De alguns anos para cá, a informática saiu das revistasespecializadas para freqüentar as páginas dos jornais diários,das revistasem geral e para a televisão. Com o crescimento dacapacidade dos computadores de estocar, transmitir e proces-sar informações (o que permitiu a utilização de imagens, ani-mações e sons) e com a redução dos preços dos equipamen-tos e serviços, a informática e a Internet se tornaram maisacessíveis, saindo da academia e das BBS (Bulletim BoardSystem - um espécie de provedor popular anterior à dissemi-nação da Internet) começando a chegar a uma significativaparcela da população. Com o crescimento do número de usuá-rios, os interesses se deslocaram do campo das questões detecnologia, informática, equipamentos, programas, etc., paraos serviços que a Internet poderia vir a oferecer. -

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A Educação na Era da Internet

A primeira grande discussãoque ganhou a mídia acon-teceu quando as empresas começaram a entrar na Internet.Durante 1997, 1998 e 1999, por toda a parte só se ouviufalar de e-bank, de e-business, de e-commerce, enfim, denegócios e coisas que diziam respeito aos interesses e dinâ-mica das empresas na Internet. Como desdobramento, des-cobriu-se a possibilidade de emprego que essa indústria cria-va, num momento em que eles minguavam por toda parte.

Foi nesse quadro que, nesses dois últimos anos, co-meçou-se a falar, primeiro esporadicamente, depois inces-santemente, de Educação à Distância usando a Internet.No início, esta discussão apareceu ainda impulsionadapelas empresas: afinal, essa dinâmica poderia viabilizar aformação e treinamento dos seus trabalhadores, de ma-neira mais veloz e mais barata. Isso seria bom para as em- ....•presas, que poderiam garantir e baratear a preparação deseu pessoal. Mas, ao mesmo tempo, interessava aos pro-fissionais, que viam aí uma nova fonte de trabalho e pres-tação de serviços.

Mais recentemente, a discussão sobre educação àdistância invadiu os espaços da educação formal, dos or-ganismos de financiamento, das secretarias de educação,das reitorias, diretorias, coordenações e mesmo de umagrande parcela de professores que começaram a perceberas potencial idades dessas novas tecnologias, ou, simples-mente, acordaram para o fato de que era necessário des-cobrir do que se tratava ... para não ficar para trás.

Desde então, um grande número de pessoas, orga-nizações e empresas tem se dedicado à atividade de cons-truir recursos, instrumentos e experiências práticas de edu-cação à distância. Por um lado, temos o esforço deprofissionais de informática que procuram ampliar os re-cursos e tornar as máquinas mais acessíveis aos profissio-nais de educação. Por outro, temos professores e organiza-••

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Apresentação

ções educacionais que começam a desbravar esta fronteiradesconhecida da educação, que deixava de estar sob o con-fortável controle de antes, no interior das salas de aulas edos departamentos.

A utilização da informática no Brasil já vinha se ge-neralizando na universidade e em centros de pesquisa, edepois de muitas tentativas fracassadas, começou a pene-trar no ensino primário e secundário (inicialmente nas es-colas privadas, mas agora tendendo a general izar-se paratodo o ensino).

No ensino superior, sua utilização já é massiva comomeio de comunicação (mensagense circulação de documen-tos e textos), como instrumento de informação e pesquisa(Web) e, num grau menor, como elemento de debate nosgrupos de discussão. Em alguns casos, ainda raros, são utili-zados programas de chat (conversas à distância pelo tecla-do), de vídeo e videoconferência, de simulações, de susten-tação e de secretaria de grupos de trabalho (operando àdistância). Em casos mais raros ainda, existem experiênciasmais sofisticadas como asde operação à distância (por exem-plo, telemedicina) e de utilização de realidade virtual.

Ainda que não tenha se implantado na estrutura for-mal de educação, os recursos da Internet para uma ativi-dade educativa setornam cada vez mais acessíveis ao gran-de público, impulsionados por provedores e empresas quebuscam ampliar sua gama de serviços para atrair o públi-co, criando áreas de entretenimento, de educação e deedição (de todo o tipo de "publicação" - texto, sons, ima-gens e animações). O grande problema é que o "ambien-te" para utilização destes instrumentos de úma maneirasistemática ainda não está disponível. Os seus instrumen-tos e ferramentas não são ainda suficientemente fáceis demanipular; os preços ainda não os tornaram suficiente-mente acessíveis para parcelas amplas da população. Mas-

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A Educação na Era da Internet

existe um problema maior, em particular, que é uma certaincompatibilidade entre as culturas, as práticas educativas,as formas de organização e a própria concepção de edu-cação tradicionais em nossa estrutura educacional e a cha-mada Instrução Baseada na Web.

Informática Educativa:uma História de Tropeços

Parte das dificuldades para a utilização de recursosde informática na educação e de uma certa resistência dosseus profissionais em incorporar as novas tecnologias estáligada à própria história da tentativa de implantação deinformática nas atividades das escolas em nosso país.

Em primeiro lugar, porque para o educador, qual-quer atividade que envolva computadores aparece comoherdeira e continuadora da política de "Tecnologia Edu-cacional" impulsionada a partir do final da década de 1960,quando se procurou levar a escola a um "funcionamentoracional de formação de mão de obra". À época, era fla-grante a crise que se manifestava na estrutura, no conteú-do e nos métodos arcaicos de uma prática educativa quenão respondia às necessidades de desenvolvimento do país.O que marca as iniciativas nesta área, que se articulamcom outras como os Acordos MEC-Usaid e com a políticade privatização da educação (que estão na origem das gran-des mobilizações estudantis de 1968), é a supervalorizaçãoda Tecnologia Educacional - o tecnicismo educacional -como solução apresentada para os problemas da educa-ção brasileira.

As Tecnologias Educativas (TVs, videocassete,retroprojetor, etc.) eram vistas como tendo um caráter•••

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Apresentação

racionalizador e propulsor de u-m aumento de produtivi-dade, em uma concepção da escola como tendo o funcio-namento similar à organização fabril, onde os instrumen-tos se destacam em detrimento dos sujeitos do processode ensino-aprendizagem. A supervalorização instrumen-tal, reflexo de políticas que não alcançavam a raiz dos pro-blemas que a educação vivia, terminou, apenas, por tor-nar mais operativo o mesmo modelo tradicional vigente ecriar entre muitos educadores um sentimento de descrédi-to em relação à introdução de tecnologias no processoeducativo.

Na década de 1980, o uso das Tecnologias Educa-cionais voltou a ser re-valorizado, agora tendo o compu-tador como um dos seus instrumentos centrais. Como nofinal da década de 60, essa nova experiência não partiuda decisão dos educadores, mas da iniciativa de altos es-calões do governo brasileiro.

Em 1980, a Secretaria Especial de Informática (órgãoligado à presidência da República) criou a Comissão Espe-cial de Educação com o objetivo de criar normas e diretrizespara a área da informação.

Nos anos 1981 e 1982, foram realizados o I e II Se-minário Nacional de Informática na Educação envolvendo,pela primeira vez, pessoas ligadas diretamente ao processoeducacional. Estesseminários mostraram uma comunidadeeducativa ressabiada com as experiências anteriores deTecnologia Educacional. Entre as recomendações do semi-nário, conforme Ramon de Oliveira, se destacam:(a) A preocupação em afirmar que investir em Tecnologia

Educacional não era resposta aos problemas que viviaa educação: "não (se deve) considerar o uso de com-putadores e recursos computacionais como a novapanacéia para enfrentar problemas de educação bási-ca ou como substituto eficaz das carências em larga-

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escala de docentes e recursos instrucionais elementa-res ou de outra natureza";

(b) a preocupação quanto ao uso indiscriminado de pro-gramas estrangeiros que pudessem influenciar os con-ceitos e padrões culturais nacionais: "que as ativida-des de informática na educação sejam balizadas porvalores culturais, sociopolíticos e pedagógicos da rea-lidade brasileira";

(c) a preocupação quanto ao investimento em máquinas, ape-nas para "satisfazer os interesses do mercado, principal-mente ao considerarmos que, no Brasil, o início do usodos computadores nas escolas públicas ocorreu no mo-mento em que se investia no crescimento e nofavorecimento das indústrias brasileiras de informática".

Apesar destas preocupações, os participantes de am-bos seminários se declararam favoráveis a que o governoviabilizasse "recursos como forma de desenvolver ativida-des de pesquisa e experimento sobre o uso dos computa-dores na educação", em particular, criando projetos pilotosde caráter experimental. Esta proposta veio se materializarem 1983 no Projeto Educom (Educação com Computado-res), quando foram criados cinco projetos pilotos com oobjetivo de desenvolvimento de pesquisas e disseminaçãodo uso de computadores no processo de ensino.

Mesmo passando grandes dificuldades, inerentes aopróprio ineditismo da atividade e devido à falta de conti-nuidade dos recursos, eles serviram para acumular umacerta experiência e criar condições para duas iniciativasimportantes. O Projeto Formar, visando a preparação deprofessores e técnicos das redes municipais e estaduais deensino, e o projeto da criação dos Centros de Informáticae Educação (Projeto Cied),

O Projeto dos Cieds, em 1987, representou umanova etapa da Informática Educativa onde se dá uma-

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descentralização, do MEC para as Secretarias Municipaise Estaduais que passam a participar da construção dosLaboratórios, elemento chave nesta nova etapa. EssesLa-boratórios, instalados no interior da Escola, seriam umaespécie de frente avançada do processo de informatizaçãoda educação, se constituindo em equipes e espaços deexperimentação, que posteriormente serviriam de difu-são para outros professores e alunos.

As experiências dos anos seguintes foram frustran-tes. A descontinuidade dos recursos, a ausência de supor-te, a falta de preparação das equipes constituídas, a au-sência de discussão e de participação mais ampla deprofessores e estudantes, excetuando-se casos isoladosonde a dedicação e a criatividade permitiram algumas ex-periências interessantes, terminaram por paralisar e isolaros Laboratórios no interior da Escola. A falta de infra-estru-tura, ainda que não exclusiva deste projeto, visto o quadrodeficitário das escolas públicas, teve nesta atividade con-seqüências mais graves, pois além das dificuldades pró-prias de uma prática sem tradição, a obsolescência extre-mamente rápida da informática e a falta de manutençãopodem paralisar as atividades.

Acrescente-se às dificuldades o fato de professores,alunos e funcionários que até aqui haviam sido marginali-zados do processo de elaboração e decisão sobre estas po-líticas verem, agora, seu papel reduzido a mero aplicadoresde decisões preestabelecidas, cobrados por uma política einiciativas das quais não tinham sido constituintes.

Os computadores que chegavam às escolas provo-cavam reações contraditórias: por um lado, eram vistoscomo algo que poderia melhorar e facilitar o trabalho (tantoadministrativo quanto educativo). por outro, vistos comoimprodutivos, como um desperdício do dinheiro que fal-tava em tantas coisas "mais importantes". -

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A falta de participação de educadores e edu-candos no processo de elaboração de uma política paraintrodução do computador na escola, assim como adescontinuidade dos investimentos e suporte, cobravamseu preço paralisando as iniciativas. Mas, na realidade,existia um problema mais geral que era uma confusãoentre uti lizar a informática na prática educativa e ensi-nar informática.

A informática, nessa época, e de uma certa manei-ra até nossos dias, ainda era uma atividade de informáticos.Para a comunicação com a máquina ainda eram utiliza-dos sistemas baseados em comandos, e a util ização derecursos gráficos, baseados no uso do mouse e na repre-sentação de uma mesa de trabalho, ainda davam seus pri-meiros passos. Os poucos aplicativos que o leigo eminformática conseguia usar (como editor de textos eplanilhas), exigia ainda o conhecimento de sistemasoperacionais, de comandos e codificações. A interatividadeera ainda praticamente nula. Nestas condições, os com-putadores não podiam ser acessíveis à grande massa deprofessores e só atraiam aqueles que percebiam aspotencial idades ainda não realizadas pela informática. Atônica dos poucos programas educativos existentes apoia-va-se no computador apenas como algo capaz de substi-tuir atividades repetitivas desempenhadas pelo homem, deajudá-Ios na memorização ou para a transferência de in-formações para o aluno.

Neste quadro, a "educação utilizando informática"praticamente inexistia e o que se fazia era "ensino deinformática". O programa do curso de formação dos pro-fessores (um pouco o que era feito em todo o Brasil), reali-zado pelo Educom!UFPE em 1988, nos mostra o quanto aatividade de informática educativa estava longe do cotidi-ano dos professores:-

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1) Introdução à microinformática; 2) Introdução àlinguagem algorítmica; 3) Introdução à programação Logo;4) Ensino de informática na escola; 5) Desenvolvimentocognitivo, cultura e ensino; 6) Informática, educação e so-ciedade; 7) Utilitários I; 8) Prática do ensino de Informática;9) Prática de Laboratório de Informática; 10) Estudo indi-vidual assessorado e 11) Estágio nas escolas do NAE (Pro-jeto Educom, 1988).

Um curso deste tipo era algo muito distante da vidadas escolas e necessitava um esforço dos educadores quenão se justificava, já que os resultados eram muito limita-dos e que eles tinham mais com que se preocupar, envol-vidos nas dificu Idades próprias do precário sistemaeducativo e de sua atividade do dia-a-dia. Refletia umainiciativa que não partia das pessoas envolvidas no cotidi-ano da atividade educativa, mas de pessoas ligadas aoaparato burocrático do Estado, preocupadas em levar esterecurso para o interior das escolas, de formar mão-de-obracapacitada e mercado para a indústria de informática queestava em expansão, bem como pela necessidade de for-mação de um novo tipo de trabalhador e de prestador deserviços adequados às necessidades de uma economia quecada vez mais incorporava as mudanças promovidas pelainformática.

Existe uma associação do conceito de tecnologiaao moderno, ao novo e, em particular, às máquinaseletromecânicas e agora às máquinas de informática. Mas,tecnologia existe em qualquer atividade humana. A es-cola sempre utilizou uma tecnologia que aparece na or-ganização do espaço escolar, na sala de aula, nos instru-mentos de trabalho (quadro-negro, giz, livros, apostilas,cadernos, borrões, mimeógrafos, retroprojetores, etc.) eno privilégio da palavra e da escrita como elemento cons-tituinte de significados. -

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A Educação na Era da Internet

Nem por isto precisamos de seminários e cursos deformação de professores do seguinte tipo:

1) Introdução às técnicas de impressão (a utiliza-ção do mimeógrafo, impressão a off-set, técnica da canetatinteiro, etc.): 2) Introdução à linguagem gráfica; 3) Intro-dução à técnica de reunião de professores e de pais e mes-tres); 4) Ensino de giz e quadro-negro na escola; 5) Desen-volvimento cognitivo, cultura e ensino; 6) ProcessosGráficos, educação e sociedade; 7) Utilitários I; 8) Práticade ensino de mimeógrafo; 9) Prática de Laboratório deQuadro-negro; 10) Estudo individual assessorado e 11)Estágio nas escolas do NAE (Projeto Edugiz, 1998).

Ainda que estes assuntos envolvam a tecnologiaeducativa, usada ainda hoje na escola e que faz parte daformação dos professores aprender a utilizá-Ias da melhormaneira possível, pensar um curso deste tipo como for-mação para professores seria uma evidente aberração, maisou menos a mesma coisa do que se fazia com a tecnologiade informática, dando-lhe uma importância maior do quea prática pedagógica.

A tecnologia educativa não pode estar desligada dateoria da educação que envolve várias ciências. Atecnologia, como a prática usada no ensino, é fruto deuma proposta político-pedagógica respaldada por concei-tos que são o lastro dessa proposta. Ou seja, tanto faz oquadro de giz ou a Web, a tecnologia usada há de serreferendada para poder fazer sentido. A técnica, por si só,não forma nem o professor nem o aluno.

Esta tecnologia é uma cristalização de práticas de-senvolvidas nas atividades educativas. Ela é ao mesmo tem-po a expressão de uma prática e um elemento que a modi-fica.

Normalmente, uma tecnologia surge como uma pro-jeção de uma prática anterior. Antes do giz e do quadro--

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negro, as pessoas escreviam ou desenhavam em algumsuporte ou no chão, por exemplo, para ajudar a tornarmais visível ou fixar algo que estavam explicando. Estaprática evoluiu criando instrumentos particulares paramelhorar esta forma de expressão; primeiro o quadro ne-gro, depois os diapositivos, o retroprojetor, etc. Para fazercontas utilizavam os dedos, o ábaco e mais tarde a réguade cálculo. Eao se criarem estes instrumentos, estas práti-cas se generalizavam e ao mesmo tempo se modificavamem função das particularidades dos instrumentos criados.

Quando uma tecnologia surge, ela parece substi-tuir a prática anterior, ela tende a ganhar mais importânciado que o que se faz com ela. Utilizá-Ia nesse momentoexige o esforço de intervir e conhecer todos os seus meca-nismos, para poder corrigir suas falhas, suprir suas lacu-nas, fazer as opções de desdobramento que ainda não seinscreveram em seus instrumentos. Se no primeiro momen-to se cria a tecnologia com o intuito de fazer melhor, maisrápido e com maior efetividade o que se fazia antes, noprocesso de consolidação de uma tecnologia, se começaa produzir novas práticas e novas maneiras de se fazer asmesmas coisas e outras. Quando a tecnologia estáamadurecida e consolidada, ela parece desaparecer e setornar invisível, jáque se incorpora à dinâmica do cotidia-no (o qual ela também modificou), e a maneira de utilizá-Ia e o resultado da sua ação tendem a ganhar destaquesobre a tecnologia propriamente dita, que passa a ser par-te do ambiente.

Estas observações permitem entender um pouco omisto de dificuldades e potencial idades que cercam o está-gio da Informática Educativa, em que falamos anteriormen-te (que de uma certa maneira ainda se manifesta até hoje).Vivíamos um momento em que a tecnologia informáticaprocurava ainda se constituir. Ela se propunha facilitar a-

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A Educação na Era da Internet

(mesma) prática que se tinha até aquele momento. Mas nãorealizava esta promessa, ao contrário ela somava novas di-ficuldades às dificuldades existentes, tanto maiores porqueexigiam uma nova linguagem e novos conhecimentos, muitodistantes da prática do educador. Nestas condições, a rejei-ção era um fato quase inevitável, em particular ao inexistirum trabalho de informação e de discussão entre educado-res, funcionários e estudantes, e ao fato de se decidir semeles os passos que deveriam ser seguidos.

Os problemas que vivemos nesse período, pode-sedizer, são universais.

Em um artigo publicado no "The American ProspectOn Line", Paul Star cita as três fases por que passou a rela-ção entre informática e educação nos Estados Unidos:(a) Na primeira metade dos anos 1950 até avançados anos

1980, os interesses maiores eram com o desenvolvi-mento da "Instrução Assistida por Computador" e como ensino de programação do computador (em grandeparte este esforço se deu através da organização decursos de linguagens de programação).

(b) Entre 1981 e 1989, com a propagação de computado-res pessoais, os software aplicativos em geral e o iníciodas interfaces gráficas (que começam a reduzir a neces-sidade de conhecimentos de linguagem de programa-ção e comandos), os computadores ficam situados tipi-camente em Laboratórios especiais.

(c) A terceira fase começa na década passada, anos 1990,com o advento da multimídia, com o crescimento ex-plosivo da Internet, da Web e com a integração dainformática e do computador no trabalho e na vidacotidiana.

A história da educação no Século XX foi marcadapor previsões e expectativas fracassadas de revoluções daeducação a partir da incorporação de tecnologias. Em-

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1913, Thomas Edison previu que os livros nas escolas logoestariam obsoletos por causa do cinema. O mesmo acon-teceu quando o rádio foi inventado nos anos 1920 e 30 ecom a televisão a partir dos anos 1950.

Em seu livro "Os professores e as Máquinas", LarryCuban aponta que estas expectativas foram decepciona-das repetidamente, apesar do esforço e do investimento"não pelas razões que geralmente se afirma - execuçãodeficiente, dinheiro insuficiente, resistência dos professo-res - mas por causa de um obstáculo mais fundamental: alógica da sala de aula" (d. Star,1996).

Segundo ele, "as ferramentas que os professoresacrescentaram a seu repertório no correr do tempo (porexemplo o quadro-negro e o livro de textos) foram sim-ples, duráveis, flexíveis e respondiam aos problemas en-contrados pelo professor em suas demandas de instru-ção diária". Os filmes, o rádio e a televisão requeriammuito trabalho e esforço técnico específicos que difi-cultaram a sua relação com a sala de aula. Esta razãopossibilitou que simplificações destas tecnologias, comoo retroprojetor, os slides e o videocassete, passíveis emcerto nível de se integrarem à lógica da sala de aula,fossem incorporados ao ensino, mesmo que de maneiralimitada).

O fracasso das primeiras fases da integração docomputador à prática educativa parece seguir, apa-rentemente, o mesmo ciclo de entusiasmo e desapon-tamento e fracasso das previsões relativas à introdu-ção na educação destas outras tecnologias. No entanto,já no percorrer da segunda fase, aparecem questõesque se desviam do padrão das tentativas de introdu-ção de outras tecnologias avançadas. A mais impor-tante delas é que os computadores começam a atrai ro interesse não apenas dos administradores mas, cada-

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vez em maior número, dos estudantes e professores.Ao contrário do cinema, do rádio e da TV, os compu-tadores se mostraram mais suscetíveis e úteis às ativi-dades centradas no estudante e definidas pelo pro-fessor. E quando a Internet explode à luz do dia, elascomeçaram a se transformar cada vez mais naquelasferramentas, definidas por Cuban, como "simples,duráveis, flexíveis e capazes de responder a necessi-dades definidas pelo professor em função das deman-das de instrução diária".

O período que passamos hoje no Brasil poderia serrelacionado com a transição da segunda para a terceirafase que ocorreu com a integração do computador à edu-cação nos Estados Unidos. Ocorre, a nosso ver, uma si-multaneidade entre ambas, como resultado de uma dinâ-mica que corresponde a uma trajetória nacionalsobredeterminada pela sua integração em um processomais geral de globalização.

Se, por um lado, ainda não encontramos profissio-nais, estruturas e recursos aplicados dentro das escolas edo aparato educativo, capazes de introduzir o computa-dor na dinâmica da escola, este equipamento e, em parti-cular, a Internet, entraram a tal ponto no trabalho e na vidacotidiana de uma grande parcela da população, e ganha-ram a tal ponto repercussão na mídia que se incorporaramà prática educativa dos estudantes e professores por forada escola.

Hoje, o computador é usado como editor de tex-to, como planilha eletrônica, como instrumento de edi-ção e publicação de pequenos trabalhos, como agen-da, como meio de comunicação e pesquisa, comoentretenimento, por uma grande parte do que se pode-ria chamar a comunidade educativa, mesmo que nãode maneira intensiva.-

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Apresentação

Neste sentido, criaram-se as bases para uma realincorporação da informática à prática educativa em nos-so país.

Por Que este livro?

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Temos hoje um "parque informático" significativono nosso país (equipamentos e programas em instituições,empresas e residências); temos já uma significativa parce-la da população alfabetizada em informática (alguns mi-lhões de usuários da Internet, de computadores pessoais,de celulares e outros serviços informáticos e telernáticos).Se observarmos esta real idade, não podemos deixar deestranhar a precariedade da utilização da informática naprática educativa.

Estadebilidade não é fruto da falta de esforços. Doiscaminhos, não excludentes, têm sido empreendidos.

Por um lado, um esforço de equipar as escolas(criação de laboratórios, salas, classes e cursos pilotosou mesmo escolas especiais) e informatizar serviços (ban-cos de dados administrativos, biblioteca, serviços de edi-ção, etc.). Por outro lado, existem iniciativas de criaçãode ambientes informáticos que aproximam a máquina dosusuários.

Instituições de ensino e empresas têm produzidoprogramas e sistemas voltados para a criação deste tipo deambiente. Em alguns casos são ambientes particulares,como os laboratórios de que já falamos, cursos usandoCD-ROM e a Internet, bibliotecas digitais, quadros de avi-sos, serviços de mensagens da instituição e dos cursos,assim como comunicação entre alunos e professores,home-pages e bancos de dados. ••

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A Educação na Era da Internet

Mas cada passo dado parece provocar um sem nú-mero de reações e dificuldades já que entram em contra-dição com culturas, hábitos e instrumentos arraigados eincrustados em nossas práticas educativas, comunicativase culturais, criadas por tecnologias e relações sociais ante-rrores.

Muitas das experiências que vivemos fracassam aotentar reproduzir a mesma prática anterior utilizando asnovas tecnologias.

A grande questão, que não está resolvida, é a cria-ção de uma nova prática comunicativa e de proces-samento de informações condizentes com estas novastecnologias. Numa sociedade de abastança de informa-ções, onde o problema não é possuí-Ia, mas achá-Ia edescobrir sua relevância, onde os homens compartem seupoder com as máquinas ao compartir com elas seuprocessamento, e onde o controle da informação se tor-na inviável, não é mais possível manter a mesma práticaeducativa que antes.

Por sua vez, a criação de uma nova cultura, denovos paradigmas, novos valores, hábitos e práticas nãopode ser feita em laboratórios. Esta nova cultura se criaem práticas contraditórias, em idas e vindas, onde sealternam grandes experiências com fracassos (que àsvezes ocorrem mesmo simultaneamente). Elas surgemde projetos, de práticas e de experiências onde se pro-cura equipar o professor e dar sustentação a sua ativi-dade.

Uma experiência particularmente importanteneste caminho é a de criação de ambientes telemáticospara o desenvolvimento de uma prática educativa, querompendo a barreira do espaço físico da escola ensaiapassos no terreno da comunicação digital. Uma práti-ca educativa que não se baseia na continuidade do tem--

--l

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Apresentação

po, que é independente de distâncias e que não sereferencia no espaço físico, e que, ao "abol i-lo" (ou aotorná-Io único) subverte toda prática educativa pré-exis-

I tente.'-Este livro procura refletir sobre este tipo de prática

e contribuir para a criação desta cultura. Ele procura apre-sentar, para os que desbravam este caminho, um conjuntode idéias, técnicas, metodologias e experiências construídaspor uma equipe de professores e estudantes, coordenadospelos professores Carlos Lucena e Hugo Fuks, autores des-te livro.

Esta experiência se articula em torno da criação doambiente AulaNet, a partir de uma estrutura conceitual paraa implementação de inovações tecnológicas em educa-ção baseada em três argumentos:A adoção precede a mudança - Para que qualquer mu-dança pretendida ocorra, a inovação tem que ser adotadaem primeiro lugar pelos alunos e professores;Realização é re-criação - O processo de implementaçãode uma inovação é, em essência, um processo de re-cria-ção no qual professores e alunos reinterpretam a inovaçãoem seus próprios termos. Desta forma a real ização de umainovação freqüentemente reflete um conjunto de soluçõesde compromisso entre a forma nova e a antiga de fazer ascoisas.Aprendizado é a evolução do conhecimento - Seres huma-nos são ativos criadores de conhecimento, mas falíveis. Oconhecimento criado deve ser refinado pela crítica dos seuspares.

Os objetivos da equipe do Projeto Aulanet são:(a) Promover a adoção da Web como um ambiente edu-

cacional;(b) contribuir, sem impor, mudanças pedagógicas dando

suporte à re-criação;.r. -

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A Educação na Era da Internet

(c) encorajar a evolução do conhecimento (tanto para alu-nos quanto para professores).

Por esta própria concepção de estrutura conceitual,fica evidente que este Iivro não proporá uma receita de -i

prática educativa, uma concepção fechada e definitivado que será a educação na era da Internet, quanto maisnão seja por entender que por um bom tempo trabalha-remos com uma transição da prática educativa. O queele faz é apresentar idéias, reflexões, teorias e experiên-cias, muitas das quais servem também à educaçãopresencia!.

Um pouco também por isto, a edição do livroacompanhou esta idéia. Ele foi redigido e editado a par-tir de documentos, papers, aulas, em particular dos con-teúdos do curso "Tecnologias de Informática Aplicadasà Educação" coordenado pelos autores deste livro, de-senvolvido no próprio ambiente AulaNet. Na suaestruturação, permitindo redundâncias e desmembrandoo material em cinco partes relativamente independen-tes, o editor procurou, deliberadamente, evitar a tenta-ção da busca da coerência. Seria empobrecedor redu-zir um material tão rico e multiforme, cujas diferentespartes podem interessar a públicos tão diferentes, a algocontínuo com início, meio e fim.

Tivemos a preocupação de criar uma metainforma-ção (uma informação da informação) através de notas paratornar o livro acessível a uma grande parcela de professores,aprendizes e agentes de cultura não habituados a linguagensda informática. Mas permitimos a sobrevivência das mesmasredundâncias, contradições, pontos de vista e linguagensdiversificadas que encontramos na Internet e nessaexperiên-cia, onde o leitor se ai imenta dos conteúdos apresentadospara os destruir, criando e construindo os seus próprios signi-ficados.-

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Apresentação

o que se discute neste livro é uma subversão daprática educativa que aponta o caminho da comunicação,coordenação e cooperação como seus elementosconstitutivos.

O que pretendemos com ele é oferecer um elementoa mais para a criação do ambiente necessário para o de-senvolvimento da educação baseada na Web.

Não um instrumento para técnicos, ou para enten-der o que os técnicos fizeram, discutindo tecnologias deinformática aplicadas à educação. Esta discussão foi im-portante para criar uma massa crítica que viabilizasse aconstrução dos instrumentos que temos hoje para umaprática de educação à distância. Mas hoje, para o própriodesenvolvimento destes instrumentos, é necessário expe-rimentar, socializar e massificar a sua utilização.-•..

Nilton Santos

.' -

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Comunicação Digitale Trabalho de Grupos

A proliferação de computadores pe oai e apopularização da Internet ampliaram as possibilidades decomu icação entre as pessoas, criando uma ariedade deserviço oierecidos através de uma rede heterogênea dea bien es, i emas e plataformas. Como a utilização de -a ecnologia é mui o recente, vários projetos de pe qui abusca enco ar o aspectos relevantes para o trabalhoem grupo au iliado por computador. Estes aspecto po-dem ser i tos n turas de comunicação, coordena-ção e cooperação co as quai o grupos trabalham.

pessoas comunicam para rabalhar em con-junto. E e coordena para trabalhar melhor. tecnologiaba eada e mídia digi ai que dá uporte à ati idades depe oas o anizad e grupo - que podem ariar emtamanho, localização -í ica e compo ição - é chamada de-

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A Educação na Era da Internet

Groupware. Os conceitos básicos que norteiam os siste-Programa de compu- mas baseados nessetipo de tecnologia são, exa-tador que oferece supor- . _ _te para o trabalho de tamente: COmUnlCaçaO, coordenaçao e coo-grupos.

peração.Originalmente, a computação só trabalhava com

termos como "arquivos", "programas" e "aplicações". Apartir do desenvolvimento das interfaces gráficas come-

Recursos gráficos ou de çou a ser importante trabalhar com a dinâmicautilização de textos, ima-gens, ícones e multimídia dos sentidos humanos.que tornaram relativa-mente mais fácil a comu- Ao lidar com Groupware, deixamos denicação com a máquina e, d " I' -"" . "dessa maneira, a torna- tratar e ap icaçoes e arqu IVOS,e passamosramacessívelaumnúme- a trabalhar com outros conceitos tais comoro maior de pessoas pordispensarem códigos e co-nhecimentos de progra-mação.

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Trabalhar é Conversar

Quando se conversa com alguém, se está assumin-do compromissos. E o trabalho, no fundo, se traduz pelarealização dos compromissos assumidos. Por isso, é ne-cessário facilitar essetipo de diálogo e oferecer meios paraque essa conversa aconteça da melhor maneira possível.Torna-se necessário dar instrumentos para que essa con-

versação se realize nos mais diversos locais e nos mais .,1diferentes momentos.

Atualmente, ninguém pode se limitar a um só tipode comunicação. Estamos na era do telefone celular que-

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Comunícaçâo Digital e Trabalho de Grupos

está se tornando uma das formas mais importantes de co-municação, com o qual, em breve, nós poderemos noscomunicar entre quaisquer lugares e em qualquer momen-to. No entanto, continua a ser muito importante a comuni-cação assíncrona como a que se dá através de cartas, demensagens eletrônicas, de publicações impressas e de ou-tros meios na qual os diferentes sujeitos da comunicaçãose manifestam em momentos diferentes.

As necessidades de comunicação no mundo do tra-balho geraram uma série de tecnologias que foram se trans-formando em diversos produtos que respondem a váriasnecessidades específicas.

Podemos pensar, por exemplo: "Eu que-ro ter uma sala digital de reuniões, o que ca-racteriza tipicamente a comunicação das dife-rentes pessoas de um grupo, ao mesmo tempo,mas em locais diferentes". O que as pessoasfazem quando se reúnem? - Elas conversam,criam e tomam decisões. Então, quando se querpromover uma sala de reuniões, é preciso darsuporte a essetipo de atividade. Ambientes des-te tipo constituem os espaços de trabalho deuma organização digital.

A princípio, o que caracteriza uma orga-

nização digital é o uso intensivo de correio eletrônico tantona comunicação interna das organizações, quanto na ex-terna. A utilização deve ser intensiva. Não devemos pouparesforços para que todos usem o correio eletrônico. Esseé oprimeiro passo para se ter uma organização digital, para seimplantar uma cultura de comunicação digital.

Esses produtos não res-pondem, cada um deles,a uma determinada ne-cessidade específica, masa um conjunto, a uma mis-tura delas. Veja o Word daMicrosoft, por exemplo, ousuário comum deste pro-grama não utiliza nemdez por cento de seus re-cursos. Os programas ser-vem a muitas coisas mais,em termos de tecnologia,do que bastariam servir,mas, de qualquer manei-ra, eles servem paramapear essas tecnologiase, são esses produtos quedeveremos levar em con-sideração.

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A Educação na Era da Internet

Uma vez que se tenha uma infra-estrutura para isto,o segundo passo é procurar dentro da organização - daempresa, universidade ou de qualquer ambiente de traba-lho - um grupo muito bem estruturado. É dentro desse gru-po bem estruturado e, principalmente, motivado - pois semmotivação nada poderá ser feito, já que tecnologia nãotransforma a água em vinho - que começamos a implantaros produtos Croupware.

Setrabalhar é comunicar-se, conversar, então o que

podemos fazer para estimular esse processo? - De início,implantamos um groupware para facilitar a comunicaçãoentre os integrantes deste grupo pequeno, bem estruturadoe bem motivado ao qual nos referimos inicialmente. Cadatipo de trabalho gera um tipo de comunicação específica,que não caberia detalhar aqui. Em seguida, a expansão douso dessas tecnologias deve avançar na direção de outrosgrupos, setores ou indivíduos que se comunicam com ogrupo inicialmente envolvido no processo.

Paralelamente, devemos explorar a lateralidade dasrelações de trabalho. Porque dentro da perspectiva do in-

r--------, divíduo que está trabalhando, as pessoas e osComunicação do tipobroadcastéadorádiodi- grupos com os quais ele trabalha dentro e forafusão (também utilizadopela televisão transmitida da empresa são a organização. Esse é o seuatravés de antenas), queespalha,dissemina,difun- grupo de trabalho. Do seu ponto de vista, or-de a informação. A infor-mação segue apenas um ganização e empresa são as pessoas com quemsentido, do emissor para I' b Iho ouvinte. Neste tipo de e e se comunica e com quem tra a a.informação, a intera- Essas relações se diferenciam pelo for-tividade é quase nula. Oretorno da informação é mato da comunicação. Em uma organizaçãolimitado e se dá por ou-tros canais (pesquisas, você tem muita comunicação do tipocartas, telefonemas dosouvintes, etc.). broadcast de disseminação - a comunicação-

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Comunicação Dígítal e Trabalho de Grupos

de um para muitos (comunicados, documentos oficiais,regulamentos, orientações, etc.). Mas também há bastanteconversação e reuniões onde a interatividade está coloca-da nas relações entre pessoas, nos grupos, no trabalho deequipe, na negociação com fornecedores, com os clien-tes, etc.

As comunicações se diferenciam muito, também,em relação à duração e ao tempo no qual se estabelecem.As pessoas se comunicam e se coordenam, através de umleque diversificado de mecanismos que estão presentes nasferramentas disponíveis no ambiente de trabalho. Essamesma cooperação no trabalho deve existir, seja quandoo indivíduo desenvolve uma atividade sozinho, seja quan-do ele trabalha em grupo. Por isso, é preciso ferramentaspara esses diversos grupos, desde o eu-sozinho até o ex-tremo oposto, quando se tem toda a lateral idade possível,em todo o ambiente da Internet. E é importante enfatizarque as ferramentas não podem ser muito diferentes, não

pode haver uma ruptura entre os momentos em queestamos sozinhos, quando nos relacionamos com nossaequipe ou com toda a Internet.

Quando estabelecemos contato com vários setorese grupos, tanto verticalmente como horizontalmente - de-pendendo das necessidades do trabalho - essa comunica-

ção se modifica. Equipes se formam, reestruturam-se e serenovam, continuamente, de acordo com o grau de coope-ração entre seus integrantes e em função de seus objetivos.

Essarenovação se dá a partir da resposta da equipecom a qual trabalhamos. Estamos falando daquele grupoinicial, pequeno e motivado, e também dos outros grupos-

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A Educação na Era da Internet

e pessoas que interagem com ele. Então, nós temos umprocesso contínuo de comunicação, que percorre domí-nios de conhecimentos diferentes, com diferentes técni-cas, linguagens e jargões, o que torna necessário um apren-dizado constante. Por isso, o trabalho e o aprendizadocomeçam a ficar muito perto um do outro. Tão perto aponto de se confundirem.

O produto dessas relações e interações é a organi-zação, por exemplo, a empresa ou a escola. E o produtodessas relações e interações, incluindo a lateral idade exis-tente nelas, é a sua "fatia de mercado" - o universo ondeessa empresa ou escola está inserida.

Os Clientes como Parte da Empresa

Podemos afirmar que, ~~da dia mais, a relação dosclientes com as empresas - ainda mais se pensamos emInternet - é também uma relação de trabalho. Afinal, é eleque preenche o formulário quando faz um pedido de com-

pra, que digita a ficha de pagamentos e pratica outras ações.O cliente, hoje, está dentro do fluxo de trabalho da em-presa, ele é parte da empresa.

Estatendência do mercado, onde cada vez mais asfronteiras das empresas se diluem (o self-service, o caixaeletrônico, etc.) e onde o cliente passa a ser parte dela, seacelera e se aprofunda com o surgimento das redesinformáticas e, em particular, da Internet.

É interessante observar, quando pensamos em todo

esse processo de comunicação entre organizações, equipes-

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e pessoas, que tudo isso necessita de uma rede de computa-dores que lhe dê sustentação. Eum aspecto básico na noçãode comunicação entre computadores é a cooperação. Oscomputadores têm que cooperar entre eles. Quando ouvi-mos o barulhinho do modem do nosso computador, perce-bemos que uma conexão está sendo feita, que o Equipamento de interface

que permite a conexão denosso modem está estabelecendo contato com um computador através

da rede telefônica comoutro computador e negociando a forma de co- outro computador, em ou-

tro local. Ele transformamun icação e cooperação entre eles. Estáqueren- os sinais usados pelo com-

do saber do modem do outro lado, qual é a sua putador em sinais utiliza-dos pela linha telefônica

capacidade de enviar e receber informações, en- e vice- versa.

fim, de conversar. Isso é muito natural no mundo dainformática, uma vez que os protocolos da Internet são, emoutras palavras, as regras de comunicação e cooperação en-tre os computadores e as máquinas que se integram.

Portanto, há uma série de serviços fundamentaispara que uma aplicação de Groupware possa se realizar. Épreciso suporte de agenda, co-autoria, suporte à decisão,suporte técnico. É necessário, ainda, ter um acúmulo dasmais variadas formas de tomada de decisão para concreti-zar a comunicação, o que se traduz no poder de controlarversões. E isso tudo só para seter uma aplicação, por exem-plo, do tipo distribuição de software dentro da Internet.Ou seja, para o ser humano assumir o controle, ele preci-sa entrar em contato com os sistemas e produtos que dão

suportes a esses serviços.Infelizmente, toda e qualquer interface é um entra-

ve ao trabalho. Não existe escapatória para isto. Para iden-tificarmos como isto ocorre, basta refletirmos sobre os sis-temas operacionais com todas as suas idiossincrasias.

Comumcação Digital e Trabalho de Grupos

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A Educação na Era da Internet

Estamos bastante acostumados ao Windows daMicrosoft e sabemos que, quando vamos real izar umatarefa neste programa de computador, precisamos pen-sar em uma série de coisas que não tem nada a ver com a

Para escrever um texto, tarefa em si, mas, sim, com o Windows - e jápor exemplo, precisamosabrir um processador de estamos raciocinando de forma indireta. Nãotexto, abrir e nomear umarquivo, gravá-Io em um podemos mais pensar só nos problemas liga-diretório, produzir uma d bcópia de segurança, nos os a nosso tra alho, mas em outras coisaspreocuparmos com a pos- alhei I S f d .. dsibilidade de confusão de Ias a e e. omos orça os a raCIOCinar eversões. uma maneira indireta, que é extremamente cus-

tosa, desagradável e cansativa.Para melhor entender a que nos referimos, podería-

mos fazer uma comparação entre os computadores e oseletrodomésticos. O computador se aproxima muito dovideocassete e, infelizmente, não do liquidificador, que éextremamente fácil de usar. O sonho é que o computadorfique muito mais parecido com o liquidificador, onde vocêcoloca o gelo e aperta o botão - "gelo picado" e pronto!

Passeio pela Memória

Quando toda essa comunicação entre as pessoase equipes é armazenada, de forma a permitir a recupera-ção da informação, começamos a ter uma representaçãoda memória organizacional. Essamemória servirá futura-

mente para, se for o caso, rever decisões que foram to-madas com relação a determinados comportamentos ouprodutos. Se pensarmos em engenharia de produção, por

exemplo, a empresa terá a memória dos motivos que de--~-.

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Comunicação Digital e Trabalho de Grupos

terminaram uma opção, em determinado caso em quefoi usada cerâmica ao invés de alumínio em um produto.Talvez a opção tenha sido motivada pelo fato de que, emdeterminada época ou circunstância, as tecnologias e osmateriais não estavam suficientemente desenvolvidos paraa produção de uma turbina, por exemplo. Essaseria, cer-tamente, uma informação muito útil em outro momento,quando se revisaria a decisão anterior com o objetivo demodificar alguma coisa (quem sabe, nesse momento, já

existiriam materiais e tecnologias melhores, queviabi Iizassem idéias e alternativas que antes não pude-ram ser implantadas).

A decisão em si deixa de ser tão fundamental. Muito

mais importante é conhecer o processo que levou à tomadada decisão. No trabalho intelectualizado, o processo vai se

confundir com o próprio produto. O fluxo de entrada de in-formações sobre o processo passaa serconstante, assim comopassa a ser constante a necessidade de treinamento.

Esta memória é muito útil também para acapacitação de pessoas que ingressam na empresa, emum determinado projeto. Se temos uma memória, te-mos a possibilidade de passear nesta memória, depercorrê-Ia, de incorporá-Ia e, obviamente, isso gera apossibilidade de treinamento e aprendizado de novos

funcionários.Com isso, grande parte do trabalho que as equi-

pes realizam começa a ocorrer de forma assíncrona, oque gera a necessidade de novas formas degerenciamento: torna-se necessário um gerente que en-tenda do assunto e agregue valor. Grande parte do tra--

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A Educação na Era da Internet

balho começa a acontecer longe dos olhos do gerente.E, portanto, aquela gerência tradicional do olho em cima,do homem-hora, do estou-vendo-o-que-você-está-fazen-do passa a ser completamente desnecessária. E, se issonão é mais necessário, o que passa a interessar agora ése o trabalho de uma pessoa agrega valor ao que o gru-po, o conjunto de pessoas da organização ou a equipeestá fazendo.

O simples papel de intermediário não tem sentidonuma organização digital. A característica da organiza-ção digital é a de ser holística - trabalhar com o todo, enão mais taylorista onde se divide e fragmenta todo otrabalho.

Se esse tipo de gerente tradicional - homem-hora,olho-vivo - persistir, a organização terá muita dificuldadede lidar com o trabalho realizado fisicamente longe de seusolhos. Principalmente porque grande parte do trabalho vaiser feita em casa, a qual também será o lugar onde vamosaprender. Novamente, trabalho e aprendizado vão andarjuntos.

Nossa Casa como Parte da Empresa

Cada vez mais, a casa, através de um micro co-nectado à Internet, vai ser parte da organização, parte daempresa ou da escola. Ela tende a ser a própria escola e aprópria empresa, isto é, a microempresa. Cada microem-presa vai se constituir em uma empresa, e o círculo se

completa. Deixamos de ser simplesmente consumidores-

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Comumcação Dígítal e Trabalho de Grupos

e passamos a ser também provedores. O Napster já anun-

cia essa era. o programaNapstercriaum ambiente onde um

Quem tem alguma atividade na Internet, usuárioassociadopode., . fi' d I acessaro computadordeJaOUVIU a ar murto nestas uas pa avras: protoco- qualqueroutro usuário10 e padronização. A Internet é baseada em dois para procurar músicasguardadasem diretóriosfatores: de um lado, a ligação física (seja por tele- preestabelecidos pelo

proprietário.fone, cabo ótico, satélites, ondas de rádio, etc.) e L-. -----'

de outro, um protocolo, uma padronização, ou seja, uma série

de normas, uma mesma "linguagem" que permite pessoas e

máquinas se comunicarem entre si.

É muito importante entender que o protocolo de

serviços da Internet está baseado na relação cliente-servi-

dor. Então, você tem um "servidor" - chamado de prove-

dor - que atende aos requisitos e às demandas de vários

computadores e usuários - que são chamados "clientes".

Só para exemplificar: quando você usa seu "clien-

te" de correio eletrônico, você se conecta com a máquina

de seu provedor (o servidor) - local onde está Clientedecorreioeletrô-nico é um aplicativono

instalada a sua caixa de correio - e busca as seucomputador,capazdedi . .d A E' I ' b ' enviare recebermensa-

mensagens IrIgl as a voce. para a, tam em, gens.L--;-- --l

que se dirigem as mensagens que você deseja enviar para

outras pessoas. O provedor se encarrega de e-nviar e rece-

ber as mensagens (e-maíls) de outros provedores, que por

sua vez enviam e recebem as de seus cI ientes.

Essa é a relação e a estrutura básica de serviços da

Internet, porque hoje ainda existe uma distinção muito forte

entre o papel do cliente e do servidor. Essadistinção, no entan-

to, tende a cair mais à frente. Num futuro próximo, você tam-

bém vai virar um provedor de informações, assim como o

processamento que vai ser realizado no seu micro será parte-

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A Educação na Era da Internet

integrante do processamento da empresa para a qual trabalhae do processamento que está ocorrendo em toda a Internet.Por exemplo, mantendo o seu computador conectado à rede,você poderá alugá-Io para que outros o utilizem para proces-sar dados, aproveitando as horas ociosas.

Para alcançarmos essa nova realidade, devemos pri-meiro investigar porque tantas tentativas de implantaçãode Groupware falharam. Acontece que ele gera mudançasna maneira de trabalhar, e uma dessas mudanças consiste

no fato de que o esforço do aprendizado passa a ser cons-tante. Temos que aprender constantemente para poder con-versar com outras pessoas (utilizando outros jargões) e para

acompanhar a reestruturação de equipes durante o tempotodo.

A maior dificuldade é que não há uma percepçãomuito clara dos benefícios obtidos. Assim, ao mesmo tem-po em que perturbamos uma dinâmica pré-existente, nãopodemos ver claramente os benefícios da nova dinâmica.

Do lado da computação, não há um acúmulo su-ficiente de conhecimento de sistemas multiusuários. Tra-dicionalmente, quando existe muita gente na rede, a sen-sação que temos é a da lentidão do processo. Essa é aúnica percepção que temos da existência de outras pes-soas na rede. Então, ainda não existe uma cultura de sis-temas multiusuários. O que estamos tentando fazer como AulaNet é exatamente aumentar essa cultura.

Do ponto de vista dos resultados, ainda não exis-tem métricas que perm itam med i r os gan hos comimplementação de Groupware. Por exemplo, o famoso ín-dice ROI (Retorno de Investimentos), já foi aplicado por-

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Comunicação Digital e Trabalho de Grupos

várias empresas que implantaram esse tipo de tecnologiae não foi constatado um aumento de produtividade. Porquê? - Novamente, parece que esses indicadores não le-vam em conta as métricas que espelham a valorização doindivíduo dentro da empresa e da organização. Torna-senecessário uma metodologia que comprove que oGroupwere valoriza o indivíduo e, em conse- Os efeitos da implantação do

Groupware não se tradu-qüência, O seu trabalho. zem de imediato, já que eles

d d d se dão por processos cumu-Então, usan o in ica ores que não lativosconformeconstroem

Ih I uma cultura e um acúmuloO am para essesaspectos, rea mente não con- de memória de experiênci-

seguimos perceber os seus resultados. asedepráticas.

Após a implantação do sistema Gtoupwere, o traba-

lho passa a se basear no aprendizado, pelo simples fato deque, ao lidar com grupos diferentes, é preciso aprender aidentificar o que essas pessoas querem, além de identificaruma nova forma de conversar com elas. isso será em grandeparte possível quando os conteúdos da empresa estiveremdigitalizados. Ou seja, quando forem criadas uma memóriaorganizacional e equipes de trabalho que conheçam de talforma o assunto que se reúnam apenas para tomar decisões.

O hábito de fazer reunião para conversar a respeitode trabalho vai acabar. As pessoas vão se reunir para traba-lhar e tomar decisões. isto também leva à necessidade de umtipo de gerência completamente diferente da tradicional.

Comunicação Digital e Trabalho de Grupos

Na televisão, nós vemos e ouvimos o que todos vêeme ouvem. No telefone convencional, falamos com pessoas-

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A Educação na Era da Internet

com as quais desejamos interagir, ou quase isso, e ligamospara os lugares onde supomos encontrar essas pessoas. Jáquando usamos o telefone celular (ou pessoal) na verdadenão ligamos mais para lugares e, sim, para pessoas - aindaque essas pessoas estejam sempre em lugares.

No fundo, não desejamos ver e ouvir o que todosvêem e ouvem e, sim, o que cada um de nós quer ver eouvir. "Gosto disso", "aquilo me entedia", etc. .. O formatogenérico da televisão aberta não leva esta opinião em con-sideração e nos invade com isso e aquilo. Mas, e se só quere-mos "isso" ("já disse que aquilo não me interessa")? - Com aTV por assinatura podemos procurar um canal especializado"nisso" e zapear sempre que aparecer "aquilo" de que nãogostamos. Às vezes, gostaríamos de perguntar algo a maissobre "isso", mas a televisão não nos ouve; só fala!

Também não nos interessamos por tudo que ojornal impresso nos oferece. Se gostamos de futebol,queremos notícias do nosso time e da Seleção Brasi-leira. De determinado ponto de vista individual, bas-quete pode nos entediar, mas eles insistem em falarsobre o Michael Jordan. Quanto ao horóscopo, cadaum tem o seu, embora milhares compartilhem o mes-mo signo!

Queremos nos comunicar com determinadas pes-soas, saber delas, trabalhar com elas. Dependendo do con-texto e da circunstância, pode ser necessário deixar umrecado para entrar em contato com elas e, quem sabe,aproveitar a oportunidade para anexar uma carta-convitepara o lançamento de um livro, por exemplo. Pode atéhaver um site dedicado ao livro, seu autor e seus leitores.-

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Comunícaçáo Digital e Trabalho de Grupos

Talvez agora não queiramos mais ser nós mesmos,mas sim um dos nossos muitos "avatares" para passear-mos num ambiente virtual ou participar de um Bonecos e imagens que. . nos representam em am-Jogo na rede. Podemos, momentos depois, sem bientes virtuais.

mesmo mudar de posição, fechar a janela do jogo e voltarcorrendo ao "mundo do trabalho" para falar, urgentemen-te, com alguém através da rede. Se o descobrirmosconectado à Internet, podemos chamá-Io, visitarmos jun-tos sua página, trocarmos mensagens - poderemos até vê-10 e ouvi-Io. Interagir!

Nunca escrever esteve tão valorizado, tanto nalíngua portuguesa quanto em inglês - língua franca naInternet. Usando o correio eletrônico, fica mais fácil noscomunicarmos e trabalhar. Nem é preciso estarconectado para que alguém envie uma mensagem e paraa pegarmos na hora em que qu isermos em nosso prove-dor. Além do mais, você pode estar em qualquer lugar,tanto faz estar no Rio ou em Londres, que a mensagemeletrônica irá até você. Podemos enviar em anexo umartigo, pedindo avaliação e garantindo a rapidez: "Porfavor, preencha o formulário para avaliadores no site daconferência, pois esse processo não pode parar".

A qualquer hora respondemos a mensagens que,em qualquer hora, alguém nos escreveu (talvez o "corre-

to" fosse enviá-Ias ao nosso advogado, que decidiria peloseu envio ou não, já que elas acabam criando compro-missos). Tempos modernos! Podemos, às vezes, mandardeterminada mensagem primeiro para nós mesmos (parasentir o impacto como leitor), corrigi-Ia e só depois enviá-Ia ao destinatário. -

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Serviços dos mais Variados Tipos

A Educação na Era da Internet

Podemos também fazer um diagrama e enviá-locomo em um envelope, em anexo. Ou enviar uma outramensagem para todos os membros do comitê do progra-ma de uma determinada conferência que nos interessa.

Guardamos as diversas mensagens em diferentespastas de correio. Precisamos guardar, pois ninguém o farápor nós. Devemos sempre prestar atenção aos cabeça Ihosdas mensagens, pois eles são ricos em metainformação,por conter informação sobre a informação contida na

mensagem do tipo quem, onde e quando.Com isso, filtramos mensagens de pessoas e assun-

tos indesejados. Mensagens que não contêm o Assunto(subject) resumido no seu cabeçalho, jogamos no lixo!

Encontramos em sítes informações e serviços dosmais variados tipos, por exemplo, sobre uma determinadaconferência da qual vamos participar: formulários de ins-crição e aceitação das regras, informações para autores emuito mais. Até a camiseta comemorativa do evento podeser comprada, usando cartão de crédito. Há conferênciasque só aceitam artigos enviados por correio eletrônico.

A conferência pode ser a oportunidade de visitar olugar para onde viajaremos. Quanto à hospedagem, como cartão de crédito já reservamos o quarto do hotel dese-jado. Pode ser aquele que, na foto, parecia ser estilo ert-decô, caso seja esse o de nossa preferência. Ao consultaro mapa da cidade, no síte da prefeitura local, podemos-

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Comumcação Dígítal e Trabalho de Grupos

. obter mais informações sobre a região da cidade em que oevento será real izado e se será possível chegar ao hotel demetrô, direto do aeroporto.

Os sites de conferências são sofisticados e, constan-temente, atualizados. Preenchendo o formulário, podemospedir para que nos mantenham informados sobre os even-tos do congresso ou de possíveis cancelamentos. No site daprefeitura pode-se, ainda, ver e ouvir alguns clips com in-formações sobre a história e a cultura da cidade.

Muito investimento e talentos diversos são neces-sários para fazer e manter estes sites multimídias:conteudistas, programadores visuais e de computadores,além de outros tipos de profissionais. Para Pessoasquesãoresponsá-

. .. veis pela produção devisrtar esses sttes, tendo os endereços, bas- conteúdos para o site.

ta clicar. Uma ressalva: às vezes, em sites de conferên-cias existe uma área com acesso reservado para osmembros do comitê organizador. Ali, só se entra coma senha!

A novidade que a Internet está trazendo é a possibi-lidade de nos comunicarmos de diversas maneiras, viacomputador, devido à convergência das várias mídias parao formato digital. Uma destas novidades é a telepresença,onde se pode ver o interlocutor, ao contrário do telefonenos moldes atuais.

Telepresença e Videoconferência

Em algumas situações de trabalho, certamente nosprimeiros contatos quando tentamos estabelecer confian--

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A Educação na Era da Internet

ça mútua, "olhos nos olhos" pode ser fundamental. Nasinterações pessoais, como na apresentação da nova neti-nha para a vovó que nunca saiu de Portugal, isso é umsucesso total.

A telepresença não é a (re-linterpretação de ne-nhuma forma de comunicação já conhecida e experimen-tada. Ela é algo novo. O tempo é real. Podemos nos co-municar agora com alguém apenas ou com um grupo depessoas. Infelizmente, precisamos saber o endereço ele-trônico da pessoa ou desse grupo como no telefone tra-dicional.

Em 1994, um grupo de cientistas da Universidadede Cornel! começou a desenvolver um groupware chama-do CU-SeeMe de suporte para videoconferência em gru-

c U são as iniciais de poso O desafio era prover alta tecnologia paraCornell University. onome é também um troca- o usuário de um simples Pc. A idéia era muito·dilho. ler-se-ia Si-iú-si-mi,onomatopéia de See you arrojada, pois este tipo de uso não estava pre-see me, o que quer dizer . h d di'Vejo você, você me vê. ViStOpara nen um computa or e prate el ra,

com exceção das placas de captura de vídeo.Tampouco a Internet estava preparada, pois sua comuni-cação é baseada na segmentação de dados, ao contrário

do vídeo que é de natureza contínua.A solução foi investir em um formato que se apóia

Banda Passante é chama- na similaridade entre o quadro anterior e o se-do o canal de comunica- guinte, O que propiciou o recurso de enviarção, Umvídeo digitalizadoocupa um grande volume somente a diferença entre os quadros, permi-de informação o que criaproblemas com as veloci- tindo dessa forma uma grande economia dedades atuais. Economia,assim, é fundamental. banda passante. Nascia ali o Groupware de

videoconferência ponto-a-ponto, isto é, entre dois compu-tadores pessoais na Internet.-

-I

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Comumcação DIgItal e Trabalho de Grupos

Em 1996, surge a QuickCam, ancestral da WebCam, uma pequena câmera de menos de 10 centímetros,que dispensa o uso de placa de captura de vídeo no PC eque com um imã pode ser fixada sobre o monitor. Tudodesenvolvido e adaptado para uma base instalada de re-des e computadores que não foram projetados para seremveículos deste tipo de comunicação.

O passo seguinte foi mais ousado e deu origem aoRefletor - o servidor CU-SeeMe, um groupware que cria apossibilidade de várias pessoas se comunica- Uma experiência de apli-

cação dessas novas tecno-rem po r v ideoco nferê n c ia - co nexão logiaspodeserencontrada

no núcleo de pesquisas de-multiponto. Até O momento em que produzi- nominado Projeto Rio

I d Internet TV, do Departa-mos este ivro, no entanto, a gravação e uma mento de Informática da

sessão de videoconferência nesta tecnologia, PUC-Rio,cujoobjetivoéode estudar e fomentar o uso

mesmo no formato broadcast- um falando para davideoconferênciacomoferramenta de comunica-

muitos - é um desafio ainda não resolvido. ção no ambiente de traba-lho.o refletor RioInternet

Vários software de videoconferência fo- TVrecebe atualmente nassuas salas de reunião digi-

ram criados para o formato específico de tal, tanto públicas quanto

b d . . - d privadas, centenas de visi-roa cast, que permitiam a gravaçao e uma tantespordia.

sessão e seu posterior consumo sob demanda.Todos essessoftwares esbarravam no seguinte problema: parase exibir um vídeo de um minuto era necessário esperar até ofim da transferência do arquivo que, por vezes, demoravamais de uma hora. A solução encontrada foi a de começar aexibir o vídeo assim que uma quantidade suficiente de qua-dros chegasse ao destino. Não era mais necessário esperarpor toda a transferência para que o vídeo começasse a apare-cer na telinha do Pc. Esterecurso introduz um atraso entre ocomeço da ação na sua origem e sua exibição no destino.Mais um contratempo ao mítico conceito de "tempo real".-

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A Educação na Era da Internet ,

j..•

Ambientes Digitais de Trabalho

Correio eletrônico, Web - sites WWW - e video-,----------,Web vem de World Wide conferênci a são óti mos exemp Ios dasWeb (WWW) - teia deamplitude mundial-que tecnologias disponíveis para o Design de Co-começou a se popularizarem 1990 através do Na- municação Digital. Todo design objetiva algo!vegador Mosaic. d d b dVisan o a criação e am ientes igitais

de trabalho, a comunicação do grupo deve ser facilitadaao máximo. Como já mencionamos em outro momento,trabalhar é conversar, assumir compromissos e realizá-Ios.O formato da comunicação pode variar, mas é preciso co-municar-se! Às vezes, precisamos nos ver, outras vezesbasta enviarmos uma mensagem.

O uso intensivo de correio eletrônico é fundamentalna organização digital, mas a comunicação não pára por aí. Otrabalho digital é fortemente baseado na absorção de dados,sua conversão em informação e na disseminação de conheci-mento. Nunca se conversou tanto com tanta gente. É naturalque uma nova ética, uma "netiqueta" esteja surgindo.

A ética da Rede. Existem Todas as pessoas estão tendo os seusmesmo muitas regras for-malizadas e aceitas por viveres redefinidos pela constituição daum grande número deseus usuários. Internet. Em breve, bem antes de termos nos-

sosclones genéticos, teremos nossos clones virtuais var-rendo a rede em busca de informação personalizada paraos nossos gostos - adeus Michael Jordan!

Atualmente, a Internet ainda vive o delírio infantilda gratuidade causado pela falta de tarifação. Com o ama-durecimento da rede, a impessoal idade das trocas serápotencializada pelo fim do dinheiro como conhecemosatualmente. Será o plasma da rede servido num conta--

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Comunicação Digital e Trabalho de Grupos

.:

gotas de valores infinitesimais, como o preço do combus-tível cobrado pelos carros-tanque que abastecem os pos-tos de gasolina. Se por uma matéria sobre o time doFlamengo se cobrasse um décimo de centavo e esta fosseconsumida pelos seus 35.000.000 torcedores, ofaturamento seria de 350.000 reais. Um prato cheio paraqualquer comunidade formada por pessoas com o mesmointeresse e um sério obstáculo para os ladrões da era digi-tal - os ladrões de bits!

A digitalização da comunicação forja hoje uma novacultura de comunicação onde "quem não se comunica setrumbica", como dizia Chacrinha - o Velho Guerreiro. Umacultura que transforma o mundo em uma "aldeia global",como imaginou outro gênio da comunicação, o teóricocanadense Marshall Macluhan, que cunhou a expressãosem nunca ter conhecido a Internet, onde o meio é queestá revolucionando a mensagem!

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Educação à Distância na InternetA Instrução Baseada na Web

c

1-

Educação à distância consiste no ensino por meio demídia impressa ou eletrônica para pessoas engajadas emum processo de aprendizado em tempo e local diferentesdoís) instrutor(es) e dos outros aprendizes. Desde os seus

primórdios, quando se usava papel e tinta para estudospor correspondência na Rússia e na Inglaterra, a educa-ção à distância incorporou diversas tecnologias para aten-der requisitos de diferentes mídias tais como rádio, televi-são e computadores. Os computadores foram ,----------,

Usamos esse nome, IBW,usados de diferentes maneiras: grupos de dis- em homenagem ao pri-

meiro livro publicado so-cussão. correio eletrônico, etc., e mais recen- bre o assunto: Web-

Based Instruction de B.H.temente a Web. Khan. Editor: Educational

Technology Publications,A Instrução Baseada na Web (lBW) pode 1997.'---:-_-------'

ser definida como o uso da Web como um meio para apubl icação do material de um curso, apresentação de-

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A Educação na Era da Internet

tutoriais, aplicação de testes e comunicação com os estu-dantes. A ênfase em comunicação será muito grande, eela também compreende o uso da Web para a apresenta-ção de conferências multimídia de forma síncrona ouassíncrona.

A educação baseada na Web é algo recente e, no iní-cio deste novo milênio, ninguém pode ainda se intitular umprofundo conhecedor ou grande especialista no assunto. Osautores deste livro fazem parte de um grupo que acredita queo futuro da educação passa pela IBW e que as transforma-ções que ela provocará estão apenas começando.

Quando pensamos nos recursos que caracterizama Instrução Baseada na Web, vemos três tipos de ele-mentos: conteúdo multimídia, assincronismo eobrigatoriedade de leitura, a qual se torna mais comple-xa pelo fato de se tratar de multimídia.

Essas três características estão sempre presentesquando um curso da Web está sendo conduzido. Oacesso a conteúdo multimídia expande substancialmen-te a variedade de recursos que o aprendiz pode usarpara participar do processo de aprendizado. A nature-za assíncrona dá suporte ao aprendizado autoplanejadoatravés de agendas flexíveis; e, tanto o aluno quanto oinstrutor decidem quando e onde buscar materiais docurso ou outros recursos. Embora algumas atividadespossam ocorrer de forma síncrona, o acesso, em geral,segue o modelo de estudar "quando for convenientepara você".

A "obrigatoriedade de leitura" se dá pela informa-ção escrita apresentada na tela, seja ela criada pelo aluno-

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Educação à Distância na Internet - A Instrução Baseada na Web

ou pelo instrutor. As mensagens que vão sendo dinamica-mente criadas podem tomar várias formas: do texto aoáudio ou arquivos de vídeo para animação. A"obrigatoriedade de leitura" junto com a interpretação dasdiferentes mídias pode ser um desafio substancial.

A Tecnologia da Web

o uso apropriado da Web em educação deve ob-servar aspectos pedagógicos, tecnológicos, organizacionaise institucionais, entre outros.Aspectos Pedagógicos - Os aspectos pedagógicos se refe-rem ao ensino e ao aprendizado. Um aspecto fundamen-tal está relacionado à importância que o meio tem emambientes para educação à distância. O meiofreqüentemente impõe a metodologia e cria restrições paraa instrução. A incorporação de metodologias e estratégiaspedagógicas no ambiente de educação à distância, permi-te reduzir essas restrições.

Deve ser observado o impacto da educação à dis-tância sobre o estudante. Uma queixa freqüente sobre am-bientes de educação à distância é que os aprendizes se sen-tem isolados. A distância e a falta de contato pode gerar asensação de isolamento e de perdido no mundo, caso oinstrutor, o facilitador do ensino e, às vezes, o provocador,não o envolverem no curso. O desenvolvimento de estraté-gias para dar "poder" ao aprendiz, encorajando tanto o tra-balho em grupo como o trabalho independente e também ainteração, é um caminho para superar esta limitação.

•c -

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:A Educação na Era da Internet

Um aspecto típico da utilização da Web é a sobre-carga de informação. O site do curso começa leve, maslogo é preenchido com grande quantidade de informação

o que pode provocar, ainda mais, no aluno, a sensação deperdido no hiperespaço.

Vários aspectos peculiares surgem relacionados à

pedagogia e à Web. A sobrecarga de informação é apenasum deles. Trabalhar em um ambiente povoado por múlti-plas mídias pode levar à sensação de saturação e fadiga

causadas pelo fluxo contínuo de informação. Soluções paradar apoio ao aprendiz contra o fenômeno de "perdido nohiperespaço" devem ser incorporadas ao curso.

"Timing" é outro aspecto importante. Ambientes naWeb, além de envolverem múltiplos níveis, envolvem tam-bém "múltiplas velocidades". Os aprendizes podem ter

acesso a conteúdos e se engajar em atividades ao longodo tempo. Os alunos com velocidades diferentes - às ve-zes atrasados e em outras adiantados com relação a outros

alunos - podem ter a sensação de certa falta de coerênciageral que requer muita habilidade na formulação de te-mas para interação e discussão.Aspectos Tecnológicos - Os aspectos tecnológicos ligadosaos computadores e a seus programas são extremamenteimportantes. Esses aspectos devem levar em conta o fenô-

meno exponencial crescente da velocidade dos computa-dores e da redução de seu custo. Questões como largura debanda, velocidades das linhas de comunicação, aplicaçõesmais fáceis de usar e custo caem nesta categoria.

Segundo a lei de Moore, os processadores (chips)dobram de capacidade a cada dezoito meses, em rné--

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~-

e:

Educação à Dtstâncía na Internet - A Instrução Baseada na Web

dia, enquanto o custo cai pela metade. Se esta veloci-dade se mantiver, podemos imaginar o mundo daqui adez anos: o computador que estará na sua mesa seráuma máquina com velocidade de transmissão de umaEnciclopédia Britânica por segundo e cujo valor atualseria de milhões de dólares. É razoável pensar que esseprocesso provocará um impacto muito grande na edu-cação.

A velocidade da rede ainda será por mais alguns anos

um obstáculo, por exemplo, para transmissão de imagensou simulações pesadas. Há ainda o problema dos alunostecnófobos - que reagem mal a qualquer tipo de tecnologianova - e da potencial frustração que acompanha suas difi-culdades. O medo e a intimidação diante dos equipamen-tos são pontos a serem considerados. O choque inicial pode

ser fatal e ele vai demorar muito a voltar a usar computado-res se não tiver controle sobre a sua tecnologia.

O maior desafio associado com o lado tecnológico

da Web talvez sejam as frustrações que acompanham asdificuldades com novas tecnologias.Aspectos Organizacionais - Os aspectos organizacionaistambém devem ser parte das preocupações para o usoapropriado desse tipo de educação. A preparação e o pla-nejamento de um curso para ser ministrado na Web re-querem um período de tempo muito maior do que a pre-paração de um curso convencional. Os desafios típicosdos ambientes de aprendizado convencionais são ampli-ficados quando o facilitador precisa pensar com várias se-manas ou meses de antecedência para produzir o ambienteWeb e o material associado. -

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A Educação na Era da Internet

Outra questão associada ao aspecto organizacionalé o suporte permanente ao curso. Uma coisa a ser lembra-da é a natureza da Internet: é pouco atrativo e interessanteo site de um curso que não é animado e atualizado cons-tantemente e o suporte no momento do curso, tantotecnológico quanto humano, é um desafio permanente evital para garantir seu conseqüente sucesso.Aspectos Institucionais - Algumas práticas institucionaissão entraves para o desenvolvi mento da IBW. É necessá-

rio que o corpo docente dedique tempo para prepararseus cursos e muito esforço para se manter atualizadocom as novas tecnologias. Por isso, do ponto de vista dasinstituições de ensino, em algum momento será necessá-rio o reconhecimento desse trabalho realizado pelos pro-fessores, caso contrário nenhum deles vai querer fazê-Io.

Só quando o professor tiver a segurança de que será pro-movido na carreira docente pela produção de seu cursona Web, é que ele vai dispor-se a elaborar esse tipo decurso. Se isso não ocorrer, ele vai preferir continuar es-crevendo os artigos científicos que o promovem no meioacadêmico.

Professores na Web

Segundo nossa experiência, são os seguintes os re-quisitos que devem ser preenchidos pelo professor de cur-sos na Web:

É preciso ver o curso de uma maneira nova. A ten-tativa de usar o curso de sempre, apenas reformando-o-

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Educação à Dístâneía na Internet - A Instrução Baseada na Web

para sua utilização na Web, pode ser um esforço simples-mente jogado fora. O professor deve mudar o seu papelatual de provedor de conteúdo para o de facilitador - desolista para maestro. É necessária alguma familiaridade como uso de tecnologia como forma de ligação primária entreprofessor e aluno, porque a principal comunicação seráatravés do uso de tecnologia da informação.

É necessário ensinar efetivamente sem levar em con-sideração hábitos que desenvolvemos no ensino tradicio-

nal, por exemplo, sem o controle visual típico do contatoolho a olho - quando, ao ver um aluno quase dormindo,dirigimos-lhe uma pergunta para acordá-Io.

Ao mesmo tempo, precisamos desenvolver umacompreensão pelo estilo de vida dos alunos distantes.Quando recebemos uma mensagem de um aluno de umoutro estado ou país, é preciso perceber que tipo de con-texto está levando-o a fazer aquela reflexão ou pergunta. Eisso não é fácil.

Na realidade, surgem novas formas de interativi-dade entre professores e alunos e alunos entre si, propor-cionadas pela Web: horário de atendimento virtual (ho-rário pré-determinado de atendimento pela Internet),horário de atendimento arbitrário (qualquer horário),interação aluno-aluno, teste e avaliação de desempenhobaseados na Web, possibilidade de retorno constante doaluno, assim como do aperfeiçoamento do relacionamen-to interinstitucional entre professores e alunos e da admi-nistração e marketing do programa (divulgação de am-plo material sobre o curso, para ajudar na tomada dedecisão do aluno de fazê-lo). -

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A Educação na Era da Internet

o fato de um curso estar publicado na Web permi-te ao aluno percorrê-Io e saber se é o que está querendorealmente fazer. Na educação formal, ele espera algumassemanas para descobrir se determinado curso é aquele quequer fazer ou se deve cancelar a matrícula.

Os cursos existentes hoje na Web são essencialmen-te de três tipos:• Os cursos basicamente centrados na sala de aula, que

usam a Web como quadro de avisos e meio de infor-mação complementar. No caso, a Web funciona comoa copiadora do professor, que substitui a antiga máqui-na de cópias por uma documentação mais estruturada,mais bem apresentada. O controle continua na sala de laula;

• cursos onde o aprendizado é dirigido pela sala de aulae suplementado por atividades na Web;

• cursos que usam os recursos da Web como um siste-ma completo de apresentação e discussão do conteú-do.

Quanto aos critérios gerais de construção de cur-sos na Web, pode-se separar os conceitos de objetivismoe de construtivismo de uma maneira bem mais clara. Essesconceitos diferem na forma como o conhecimento é re-presentado e como o significado é criado e, portanto, comose dá o aprendizado. Há uma diferença fundamental entreos dois enfoques.

A filosofia do objetivismo é a de que a informaçãono mundo exterior é independente da mente e pode sercaracterizada em termos objetivos, para ser transmitida ecomunicada do professor para o aluno. No construtivismo,-

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Educação à Distância na Internet - A Instrução Baseada na Web

cada aluno constrói individualmente uma representaçãode conhecimento própria, interna e pessoal, que é indexadapor sua experiência particular.

Essesdois conceitos levam à organização de cur-sos com estilos bem diferentes:• no curso objetivista, o conteúdo é eminentemente or-

ganizado pelo professor para ser apresentado ao alu-no;

• na versão construtivista é necessário projetar-se váriasmaneiras de o aluno sintetizar, organizar e reestruturara informação.

O controle das atividades de aprendizagem pode sercentrado no estudante ou centrado no conteúdo. Quandoele é centrado no estudante, os próprios aprendizes selecio-nam e dão seqüência àsatividades educacionais, criando suaspróprias oportunidades de educação. Veremos como sepodefazer isso um pouco mais adiante. Na aprendizagem centradano conteúdo, os cursos são estruturados e organizados peloschamados designers instrucionais e, supostamente, são se-guidos pelos alunos.

Métodos de Ensino

Existem diversos métodos aplicáveis ao ensino ba-seado na Web.

O primeiro método é o de disseminação com o pro-pósito de distribuir a informação. Temos a apresentaçãoda informação sobre o curso, organização de home pagescom endereços (/inks) de outras home pages recomenda--

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A Educação na Era da Internet

das, transcrição de comunicação entre alunos, etc. Estemétodo repete o ensino tradicional.

O segundo método é o de facilitação com propósi-to de dar apoio e assistência ao estudante. Nesse caso, osambientes MUD, os grupos e listas de discussão, os chats(salas de bate-papos pela Internet) desempenham um pa-pel fundamental, e recaem sobre o professor as funções,entre outras, de fornecimento de diretrizes, de conduçãode discussões, de sugestão de recursos e de formulação de

perguntas estimulantes.O terceiro método é o de colaboração interna no

grupo, que é basicamente o trabalho cooperativo entre alu-nos através dos mecanismos de comunicação disponíveis.

O quarto método é o da colaboração externa, dainteração com agentes e com comunidades do conheci-mento, externos ao curso, como um todo. Nesse caso,podemos ter, por exemplo, um professor "visitante" deum outro país. Podemos usar professores visitantes aolongo do curso inteiro com uma facilidade que não seriapossível de implementar da maneira tradicional. Uma

extensão deste conceito é o de estágio, onde um profes-sor externo orienta um aluno que está trabalhando numtema determinado. Neste caso, ele faz um estágio fora doambiente do curso.

Um outro método é o desenvolvimento gerativo -elaboração de conteúdo. Este método envolve assimila-ção e síntese das informações adquiridas e organizaçãode conteúdo; é o desenvolvimento, pelos alunos, de homepages originais sobre determinados pontos que passam aser incorporadas ao conteúdo do curso.-

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Educação à Dístâncía na Internet - A Instrução Baseada na Web

..

Um método importante, em particular nas ciênciassociais, é o desempenho de papéis: são atribuídas respon-sabilidades simuladas a um grupo de pessoas - um é mo-derador, o outro, advogado do diabo, e um terceiro é, en-fim, o relator, e assim por diante. A partir desses papéis,simula-se uma situação, onde eles são desempenhados.

Até aqui, apresentamos métodos gerais Atualmente isso já podeser implementado através

utilizados em cursos na Web e sua forma de de ambientes MUD e éperfeitamente compatível

implementação. A seguir, apresentaremos ati- com instrução baseada na

vidades bem específicas e que são possibilita- ,-W_e_b_.-------'

das pela IBW.Uma delas é a publicação de informações com o

objetivo de fornecer informação sobre o curso: programa,textos associados às aulas, como matricular-se no site, in-formações gerenciais, entre outras.

Outra atividade específica é o fornecimento de re-ferências sob forma de endereços de home pages. São in-formações sobre leituras suplementares às quais os alunospodem ter acesso. Esta atividade pode ser implementadana forma de um pequeno banco de dados de endereçosde determinadas home pages, que serão submetidas à ava-liação pelo conjunto de alunos, durante o curso, e criticadaspor eles.

Os endereços da Web, apresentados pelos alunose submetidos e aprovados pelos seus colegas, poderão serincorporados às referências do curso.

Outros recursos preciosos para a comunicação dogrupo são o servidor de listas, a conferência e a ,-----------,

Os Newsgroups organi-discussão entre alunos a qual se torna mais di- zam a discussão visual-

mente por meio de tópi-nâmica quando implementada como News. Se '-c_o_s. -'

••" -

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A Educação na Era da Internet

abrirmos uma sala de news para cada uma das aulas, umassunto antigo pode ser discutido, ao longo do curso, seminterferência com outros que dinamicamente vão surgindono servidor de listas e nas salas de bate-papo também.

Podemos fazer atividades específicas como captu-rar diálogos, por exemplo, gravando um chat para repro-dução e discussão posteriores. Podemos fornecer textodigital, artigos em HTML ou para down/oad como partedos recursos disponibilizados no curso, ou promover odesenvolvimento de páginas na Web, por parte dos alu-nos, como forma de complementação de conteúdo.

E, finalmente, temos a publicação de projetos queé outra manei ra de comparti Ihar experiências, viabi Iizandoa modelagem, discussão e revisão dos projetos que sãopublicados.

A IBW e a Sala de Aula Tradicional

Larry Cuban, em seu Iivro "Como os professores ensi-

navam", apresenta as categorias principais da sala de aulaconvencional em um extenso trabalho que cobre um séculointeiro de práticas em salas de aula. Ele compila e categorizaessaspráticas e as apresenta confrontando-as com um cursoorganizado em conteúdos, centrado no estudante.

Quais são as práticas da sala de aula convencional?A primeira é que a fala do professor sempre excede a

do aluno. Numa sala de aula comum, o professor fala muitomais do que o aluno. A instrução ocorre com toda a classe

coletivamente e é rara a formação de pequenos grupos na-

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mesma sala ou a instrução indivi al. O uso do tempo daaula é determinado pelo professor, co exceções de pau-saspara perguntas ou rápidos apartes. O professor se baseiano livro texto para guiar o processo de decisão sobre currí-culo e instrução. O livro texto é um elemen o utilizado paramodulação do conteúdo das aulas e, indu i e, para con-duzir o processo de avaliação do aluno. A hierarquia nestetipo de educação é caracterizada pelo mobiliário: a sala deaula é organizada em filas de cadeiras voltadas para o qua-dro negro e para a mesa do professor.

O mesmo Larry Cuban propõe o modelo de currí-culo centrado no estudante que, do seu ponto de vista,seria a superação do modelo de aula convencional. Nele, .o estudante tem um grau substancial de responsabilidadepelo que é ensinado, pelo processo de aprendizagem epelos movimentos dentro da sala de aula. O tempo da falado estudante é igualou maior do que o do professor. Amaior parte da instrução ocorre em pequenos grupos dis-

tribuídos pela sala de aula. Os estudantes ajudam a esco-lher o conteúdo a ser organizado e estudado. Os professo-res permitem, ainda, que os estudantes definam as regrasde comportamento na sala de aula e até mesmo o sistemade recompensas e punições. Usa-se uma enorme varieda-de de material instrucional, individualmente ou em pe-

quenos grupos, por escolha do grupo ou dos indivíduos.O mobiliário é organizado de forma que os alunos pos-sam trabalhar em grupo ou individualmente.

Para tornar um pouco menos abstrato esse conjuntode categorias, vamos dar um exemplo de curso centrado noaluno, a partir de um problema apresentado pelo professor.-

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A Educação na Era da Internet

o professor deseja ter a prova e a verificação for-mal, por parte dos alunos, de que um determinado pro-grama de computador, muito grande e com muitas linhasde códigos, está correto. Estaé uma tarefa suficientemente )grande para se ter trabalho para as aulas durante váriassemanas até o final do semestre.

O problema é apresentado no primeiro dia, quandoos estudantes ainda não sabem nada sobre técnicas de cor-reção de programas. A partir daí ele pode fazer a divisão dogrupo de alunos em unidades para que sejam feitas provasseparadas do mesmo problema. Reuniões constantes sãonecessárias, uma vez que tanto os alunos quanto o profes-sor que está conduzindo o processo inteiro cometem errose torna-se necessário voltar atrás e refazer a avaliação.

Isso dá uma idéia de um curso centrado no estu-dante, o que apresenta um sensível progresso em relaçãoà sala de aula convencional. Ainda assim, no nosso pontode vista, há certas características que, para serem supera-das, vão exigir a instrução baseada na Web.

Aprendizado sem Compartimentos

Devemos ter sempre em mente que existe um re-quisito ainda não superado na educação: a aprendizagemainda é colocada em compartimentos, geograficamente.Ainda estamos limitados pelo espaço físico. A sala de aulae certos laboratórios são designados para o curso e mes-mo que queiramos extrapolar os muros da instituição, ain-da estamos limitados por distâncias .••

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Educação à Distãncia na Internet - A Instrução Baseada na Web

Alguns autores consideram que mesmo nas propos-tas de Cuban, para caracterizar a educação centrada noestudante, sobrevivem, ainda, características essenciais da"instrução tradicional". Relan e Gillani acrescentam as se-guintes, à guisa de síntese:• As estruturas espaciais e temporais às quais os apren-

dizes precisam aderir estão firmemente presentes nainstrução tradicional. Em geral, a aprendizagem é geo-graficamente compartimentada - espaços físicos sãodesignados para efeitos de aprendizagem: sala de aula,laboratório, visitas a locais, etc. Estacompartimentaçãodo espaço de trabalho estende-se por uma estruturatemporal e seqüencial determinando uma ordem emque as aulas são dadas e em que o assunto é organiza-do: as disciplinas são ministradas em determinadoshorários segundo uma seqüência fixa;

• a presença física do estudante e do professor na salade aula é um requisito para que a aprendizagem acon-teça, apesar da relativamente pequena interação queocorre entre alunos e professores num dia típico naescola.

Para romper com a sala de aula tradicional e ob-jetivar o ensino centrado no estudante é preciso superaressas restrições de tempo, espaço e seqüência. Encontra-mos um grande potencial para isso na Instrução Baseadana Web. Novas formas, diferentes da instrução tradicio-nal, podem ser obtidas através de sua uti I ização, o quepode ser visto como um repertório de estratégiasinstrucionais implementadas em um ambiente cons-trutivista e orientadas para a cognição e para o aprendiza--

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A Educação na Era da Internet

do cooperativo. Esses são os conceitos-chave: orientação

para a cognição, ambiente construtivista e aprendizado

cooperativo .

. Podemos, por exemplo, usar a Web das seguintes

maneiras:

• Como um recurso para a identificação, avaliação e

integração de uma grande variedade de informação;

• como um meio para colaboração, conversação, dis-

cussão, troca e comunicação de idéias;

• como uma plataforma internacional para a expressão

e contribu ição de conceitos e sign ificados artísticos e

cognitivos; e

• como um meio para a participação em experiências

simuladas, aprendizagem e parcerias cognitivas.

Dados os pressupostos anteriores, é possível apre-

sentar alguns exemplos de projetos baseados em IBW que

podem ser contrastados com a instrução tradicional.

1) A sala de aula convencional está limitada no espaço; o

aprendizado ocorre nos limites físicos impostos pela es-

cola, pela sala de aula, pela visita a locais próximos, ete.

Com a IBW estendemos as fronteiras do conhecimento,--------------,o ProjetoKidlink.por exem- que podem ocorrer na sala de aula, em casa e nopio, trabalhaemprojetoseducacionaise culturais local de trabalho. Com a possibilidade de acessocommaisdecemmilcrian-çasdecercade130 países,permanente a uma grande quantidade de mate-inclusiveBrasil.Naverda-de,osprojetossãomulti- rial, independentemente da localização geo-culturais,sendoastraduções ' f f d fi - "entreidiomasrealizadaspor gra ICa, rca assegura a a re exao imnterruptaumalegiãodetradutoresvo- sobre um tópico e a revisão de teses individuais.luntários,todostrabalhandona Internet,cooperativa- 2) A IBW pode ser empregada para promovermente.

O aprendizado baseado em experimentos

vivenciados ou "no local". Várias expedições con--

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Educação à Distância na Internet - A Instrução Baseada na Web

duzidas por cientistas e outros profissionais podem seracompanhadas por estudantes nas escolas. Os estudan-tes vivenciam a expedição através de fotografias, ce-

nas colhidas por câmaras de vídeo e WebCam,interação com seus participantes e atividades em salade aula baseadas no assunto. Um exemplo notávelbastante recente foi a exploração da superfície do pla-neta Marte, na Web, acompanhada por centenas demilhares de pessoas.

3) Com a IBW, o aprendizado cooperativo se estendealém da sala de aula, para, potencialmente, todas assalas de aulas conectadas à Internet. O estudante tem

a possibilidade de discutir, resolver problemas coo-perativamente, questionar seus pares e especialistasexperientes, ete.

4) A fonte predominante de conteúdo se desloca do livrotexto e do professor para uma fonte variadíssima deinformação. Além disso, a natureza do conteúdo tor-

na-se dinâmica comparada aos textos estáticos publi-

cados até uma certa data. Estudantes que desenvolve-ram extensa pesquisa sobre um determinado tópicopodem também contribuir para o conteúdo do tópico.

S) Um atributo inerente à IBW é a apresentação de con-

teúdo na forma de hipertexto. Isto dá ao estudante o

poder de controlar o aprendizado, o que, caracteristi-camente, está ausente na sala de aula tradicional. Asvantagens cognitivas do hipertexto têm sido discutidasamplamente na literatura.

6) A Web está contribuindo para promover a educação àdistância utilizando projetos que, até o presente mo--

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A Educação na Era da Internet

mento, ainda estão sendo difíceis e caros. Muitos cur-sos passaram a ser oferecidos remotamente e o apren-diz pode aproveitar-se da flexibilidade de tempo e deconteúdo.

7) Individualização e escolha pelo estudante também ad-quirem um diferente conjunto de dimensões na Web.Os estudantes têm a escolha de conteúdo, tempo, re-cursos, feedback (retorno) e uma variedade de mídiaspara expressar suas compreensões. Conteúdo pode serinformação e também a interpretação de informaçõespor especialistas, aprendizes novatos e estudantes.

Na aprendizagem baseada na Web, a fonte predo-minante de conteúdo se desloca do livro texto do profes-sor para uma fonte variadíssima de informação. O conteú-do é dinâmico e o aluno é também provedor desseconteúdo.

Finalmente, a Web está promovendo conceitos deeducação à distância para superar as barreiras que outrastecnologias impuseram a esse novo método de ensino. Porexemplo, a possibilidade de escolha e a personalizaçãodo curso pelo próprio aluno, já que o mesmo conteúdopode ser elaborado com base em focos bastante diferencia-dos por outros alunos.

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Apoio de Computadoresà Atividade Educativa

A tecnologia de suporte à educação denominadaLearningware é um tipo particular de Groupware. É umatecnologia que visa dar sustentação a uma determinadaatividade educacional. Para desenvolvê-Ia, é necessário

um ambiente equipado com um computador, commodem, algum programa do tipo de Groupware com cor-reio e possibilidade de acessar home pages, e, necessaria-mente, de uma rede para dar suporte a isso, que pode sera Internet ou uma Intranet.

O que esse ambiente novo pode trazer? Uma rede interna decomputadores de uma

- Idéias. Ele possui ferramentas, um universo empresa ou organizaçãoque funciona como a

de dados que se espera transformar em infor- Internet.'-----------'

mações pertinentes, além de toda uma audiência compostade participantes dispostos a contribuir para essa redetelemática de educação. -

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A Educação na Era da Internet

Em um ambiente desse tipo o aluno pode ser muitomais ativo e independente. A idéia, comparando com omundo empresarial, é a de que o aluno seja um trabalha-dor da sociedade do conhecimento, alguém com capaci-dade de pegar, filtrar e transformar a informação.

Quanto aos professores, eles devem ser prepa-rados para trabalhar como facilitadores, tutores e atémesmo provocadores de participação. O professor nãotem mais a missão de transmitir conhecimento e, sim,

de orientar o aluno e ajudá-Io na busca do conheci-mento. Essas são as novas tarefas do professor: estipu-lar metas, planejar e estar atento para que os recursosestejam disponíveis. Comparando com o mundo em-presarial, o professor é o líder e não mais o antigo ge-rente.

Com essetipo de tecnologia podemos ter muito maisinteração e com maior qualidade. Podemos propiciar maisfontes de ajuda para os alunos e um ambiente de discus-são mais participativo. Esta participação está embutida nanatureza das ferramentas de comunicação disponíveis, eem uma postura de motivar o aluno, uma vez que nesseambiente ele precisa buscar a informação e tratar do co-

nhecimento.Quanto às abordagens de ensino, podemos olhá-

Ias pelo aspecto cooperativo ou pelo aspecto tradicional.O aluno, no mundo tradicional, vive o paradigma

do confinamento. Ele é fechado em uma sala de aula ondeo professor chega e responde a uma série de perguntasque sequer Ihes foram feitas. Por uma boa parte do seutempo ele permanece passivo, preso em um ambiente que-

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APOIO de Computadores à Ativídade Educativa

funciona como uma fábrica - com horários pré-determi-_nados e funções que devem ser exercidas rotineiramente.

Educação como Entretenimento

Transformar este paradigma tradicional da educa-ção como fábrica para a educação como entretenimento,no sentido de escolha individual da busca da informaçãonecessária ao aprendizado de um determinado assunto, éa questão chave da implantação de novas tecnologias desuporte à educação. Isto porque é preciso que haja inte-resse e motivação para buscar a informação desejada.

Neste caso, o professor passa a ser um animador deconteúdos. A idéia da classe tradicional se transforma emidéia de projeto e há uma mudança fundamental em rela-ção ao conceito de competência. A competência agora étoda baseada no mérito e não mais naquele tipo de com-petência tradicionalmente associada ao tempo exercidode atividade - como se quanto mais tempo alguém esti-vesse associado a uma tarefa mais aprendesse sobre ela.Hoje em dia, este conceito está ultrapassado. O que im-porta é o que a pessoa sabe fazer.

A estrutura da classe precisa ser reorganizada a par-tir desta nova dinâmica. No lugar da aula tradicional, ondeos alunos se sentam alinhados, teremos alunos trabalhan-do ativamente uns com os outros. Os estudantes, agora,terão a preocupação de conversar entre si e com o profes-sor, e não mais a atitude tradicional de só olhar para oprofessor. A comunicação não passará mais exclusivamente _.

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A Educação na Era da Internet

pelo professor, mas se desenvolverá lateralmente entre osalunos.

Os conteúdos didáticos, como o livro-texto e ou-tros materiais acadêmicos, serão ainda utilizados, masacrescidos de todas as contribuições produzidas pelos alu-nos. Toda a informação gerada a partir da troca, tudo queaparecer na comunicação e os resultados dos projetospoderão ser incorporados ao conjunto do conhecimentodaquele curso.

Tradicionalmente, o professor sabe antecipada-mente qual o material que vai usar em uma aula e o pre-para antes do curso começar. Com a abordagem coope-rativa, o material educativo passa a ser centrado nosassuntos e nas questões levantadas pelos alunos. O con-

teúdo do curso é dinâmico, assim como o processo derevisão que passa a ser ininterrupto, baseado no retornooferecido pelo grupo.

Os trabalhos que, tradicionalmente, os estudantesfaziam sozinhos ou, quando em grupo, dividiam entre si,passam agora a serem orientados pelo professor.

Quanto ao processo de avaliação, tradicionalmen-te os alunos são avaliados só pelo professor. Agora elessão avaliados pelos outros integrantes do grupo. O profes-sor pode dar uma nota para o grupo inteiro. Por exemplo,

um grupo de quatro alunos pode receber uma nota comotrinta e seis, e eles dentro do grupo devem dividir a notaentre si.

As atividades do grupo passam a se desenvolveratravés de seminários, projetos cooperativos, enfim tudoque favoreça o aluno a aprender a observar, analisar e-

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ApOlOde Computadores à Atividade Educatrva

sintetizar. Quer dizer, como já afirmamos, estes devem setornar trabalhadores do conhecimento - pessoas com ca-pacidade de buscar informação, de filtrar essa informaçãoe transformá-Ia agregando valor. Este é o trabalhador quenós acreditamos que será necessário para a organizaçãodigital.

Pensamento Criativo

o pensamento criativo, o pensamento crítico e oaprendizado cooperativo podem ser estimulados atravésda instrução baseada na Web. Ela pode ajudar o estudantea desafiar regras, exercitar o risco, descobrir novos padrões

de relações, improvisar e adicionar detalhes a outros tra-

balhos.Esse conjunto de fatores que estimulam a

f

Tradução literal: Tempes-tade Cerebral. Técnicaque consiste no estímuloaos membros do grupo aexporem aceleradamenteas idéias que Ihes venham

apresentar e percorrer, a seguir, uma certa à cabeça, procurandofa-vorecer o surgimento de

quantidade de técnicas e de expedientes que idéias que seriam blo-

d . I . d . I queadas por não repre-p O e m s e r u t I I Z a os p a ra e s ti m u a r sentarem ainda uma idéia

criatividade através da IBW. completamente clara,mas que poderiam ofere-

Começaremos pela técn ica do cer caminhos completa-mente novos para a refi e-

brainstorm. Com o uso dessa técnica, se pode xão.'------------'produzir um conjunto de idéias interessantes ou diferen-tes e construir, a partir delas, alguma coisa nova, combi-nando, aperfeiçoando, especulando ... Esta é a técnica delançar uma idéia e seguir elaborando sobre ela. Um exem-

criatividade não é fácil de implementar emambientes convencionais, mesmo com umaestrutura de curso centrado no aluno. Vamos

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A Educação na Era da Internet

pio é lançar para os alunos o tema: "De que maneira e emque situações a IBW pode ser mais eficaz"?

Uma outra estratégia é o chamado brainstorm re-verso. Neste caso, a idéia pode ser formulada a partir, porexemplo, de uma pergunta do tipo: "O que pode levar aofracasso da Instrução Baseada na Web?".

A terceira técnica é a atribuição de tarefas que ex-plorem o potencial de raciocínio no que se costuma cha-mar de "Role Playing Games" (RPG).. Promovemos uma

RPG não é, na realidade, discussão a respeito de um determinado assun-uma atividade específicada Internet. Existem, por to e ao acaso distribuem-se tarefas ou papéisexemplo, movimentos Ii- I dgados às histórias em qua- aos seus participantes. A guém po e ser esco-drinhos(quetiverammui- Ihido para o papel de sintetizador, um outrota importância em seuseventos realizados na dê- para o de juiz, um terceiro como mentor e ou-cada de 90), e outros li-gados às atividades cultu- tros poderão ser o med iador, o inventor, o pro-rais, como, por exemplo,no teatro. tetor, e assim por diante. Evidentemente, o pro-

blema específico que se tem em mãos vai determinar aquantidade e as características dos papéis que podem serdistribuídos aos participantes. A idéia é a de que eles, aoassumirem esses papéis, vivenciem situações difíceis deserem entendidas de outras formas.

Uma quarta técnica de estimulação de criatividadeatravés da IBW é a redação criativa. Isso pode ser feito,por exemplo, contando e completando histórias ou resu-mindo debates, entre outras técnicas.

A quinta técnica-é a de simulação e, novamente, oRPG. Podemos, por exemplo, simular uma reunião dereestruturação de uma escola. No caso, temos uma situa-ção determinada, um problema da vida real e não um tema.Podemos, nesse caso, atribuir papéis do seguinte gênero:

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ApOIOde Computadores à Atívídade Educatrva

alguém é o pai; outro é o professor; outro o administrador;um outro é o político; um outro é o aluno; um outro é olíder comunitário. Esses atores vão discutir um tema ouvivenciar uma história que não é tipicamente um proble-ma - como na situação anterior do RPG.

Podemos ainda estimular a criatividade, via IBW, pro-pondo exercícios do tipo "e se?", ou "suponha que", experi-mentando rearranjos de fatos. Exemplos de questionamentos:"E sevocê fosseencarregado de implementar instrução base-ada na Web em uma escola?" ou "suponha que asvelocida-des da Internet sejam multiplicadas por cem no próximo ano,como é que isso vai impactar a IBW?".

Outras formas de estimular a criatividade são o pen-samento metafórico, o uso de analogia e de associaçõesforçadas. Coisas desse tipo: "Um bom professor é como ...",associando a outras profissões como as de guia turístico,maestro, mecânico, padeiro ou artista. A idéia é que o alu-no busque justificar a analogia que foi estabelecida.

Escrita livre, diários e jornais pessoais também ser-vem como estímulo da criatividade possíveis de seremimplementados num ambiente de IBW, da mesma manei-ra que colocar questões para despertar idéias. Por exem-plo, "como melhorar o AulaNet?", o que é um bom estí-mulo para que o aluno reflita sobre o conceito de CursosCentrados no Aluno.

Finalmente, no âmbito de criatividade, um bomexercício é o de usar a construção de redes semânticas,mapeamento, conexões e exercícios de associação livre.Por exemplo: colocar o conceito de Curso Centrado noAluno e começar a produzir atributos e características re--

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A Educação na Era da Internet

lacionadas, até que uma rede semântica seja produzidaem torno deste conceito central.

Pensamento Crítico

Aqui saímos do pensamento criativo e nos move-mos para o pensamento crítico, outro elemento de apren-dizagem que se pretende desenvolver e estimular atravésde técnicas especiais em IBW.

Caracterizamos pensamento crítico como todas asatividades nas quais os estudantes são chamados a identi-ficar os pontos principais de determinados temas, a bus-car causa e efeito, identificar padrões e relações, ordenaridéias, desenvolver linhas de tempo, construir taxionomiasou categorizações, fazer comparações e estabelecer con-trastes, examinar relações de custos versus benefícios e ainterligar idéias. Todas estas atividades são úteis para o de-senvolvimento do pensamento crítico. Estasidéias são ain-da melhores, mais úteis e intelectualmente mais valiosasse os estudantes trabalharem cooperativamente.

Esta é a noção de pensamento crítico. Há motiva-ção quando há pensamento crítico. Abaixo, apresentamostécnicas específicas para sua estimulação no ambiente deIBW.

Uma primeira técnica pode ser a utilização deorganizadores gráficos. Há vários modelos gráficos possí-veis, fluxogramas, mapas conceituais, "árvore de decisão",etc. Então, por exemplo, podemos pedir que o aluno façaum diagrama representando o ensino de aula convencio--

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Apoio de Computadores à Atívídade Educativa

nal e o ensino centrado no estudante - talvez identifican-do as interseções entre eles e representando-as.

Outras formas de estimular o pensamento críticosão a votação e os métodos de classificação e estabeleci-mento de ordenamentos. Por exemplo, "caracterize e clas-sifique as idéias na lista que geramos durante o brainstormsobre um determinado assunto".

Uma terceira técnica para estimular pensamento crí-tico é solicitar manifestação do aluno sobre o que é maisou menos interessante, prós e contras, ete. Exemplo: "Re-gistrem os aspectos positivos e negativos dos diversos me-canismos de busca na Internet".

Outra forma é a elaboração de minutas, com refle-xões, listas de idéias e questionamento guiado. "Quais osartigos mais interessantes do livro?", por exemplo.

Temos também a técnica chamada de K-W-L (Know,Want, Learn - Saber, Querer, Aprender). Os exemplos deperguntas são os seguintes: "0 que você já sabia?", "0 quevocê ainda quer saber?", e "0 que você já aprendeu atéeste ponto?" A construção de situações deste tipo leva aodesenvolvimento do pensamento crítico.

Outra técnica é a de elaboração de resumos, sumá-rios e revisões. A produção de resumos é uma forma muitoeficiente de desenvolver o pensamento crítico, pois a pes-soa que o está exercitando é obrigada a encontrar os pon-to essenciais de um determinado tema tratado ao longo deum certo número de páginas.

Outras maneiras de desenvolvimento do pensamen-to crítico são as críticas e réplicas. Por exemplo, criticardeterminado artigo sobre IBW. -

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Aprendizagem Cooperativa

A Educação na Era da Internet

Temos ainda a possibilidade de julgamentos simu-lados, debates e exames de situações em que seja neces-sário ouvir todos os lados do argumento. Exemplo: trêsargumentos a favor e três argumentos contra a Educação àDistância.

Há, ainda, o raciocínio por casos, casos cumulati-vos e exemplos críticos. Situações como "examine o casoA, o caso B e o caso C e responda às seguintes perguntas".

Esquemas de categorização, taxionomias, compa-

rações e matrizes de contrastes também são boas fontes."Após examinar os sites da Web relacionados à InstruçãoBaseada na Web, categorize estes sites de forma útil para

uma determinada finalidade".Este é o conjunto de técnicas que um professor, que

é animador de um curso na Web, deve levar em conside-

ração no momento de selecionar atividades com o propó-sito de desenvolver pensamento crítico.

Nós discutimos criatividade e pensamento crítico.Trataremos por último do problema da aprendizagem coo-

perativa.A capacidade da Web para a publicação de textos,

gráficos, animação e som gerados por estudantes a tornaideal para aprendizagem baseada em projetos. Atividadesinterativas como discussões em painéis, simpósios, redesde idéias produzidas por grupos, competição entre equi-pes de estudantes, podem se tornar as principais histórias-

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, ApOlOde Computadores à Atívídade Educatíva

de sucesso da IBW. Enumeramos a seguir técnicas de estí-mulo ao desenvolvimento da aprendizagem cooperativa:• A primeira, e a mais óbvia, é a Atividade entre Parcei-..

ros: Compartilhar informações, rever trabalhos e dis-cuti-Ios juntos. Estatécnica, em geral, é implementadasimplesmente por uma lista através de correio eletrô-nico.

• Uma segunda forma é a promoção de Mesas Redon-das. Por exemplo, nós podemos propor, em um deter-minado curso, que cada pessoa de um grupo adicioneuma idéia sobre aperfeiçoamentos para este curso epasse a lista adiante até que esgotemos todas as idéiasindividuais. Esta é uma forma de simular na Web oconceito de mesa redonda.

• Uma terceira técnica é a Conferência Assíncrona: Ca-fés Eletrônicos, Conferências Satélite e Grupos de Dis-cussão.

• A Conferência Síncrona é outra forma. Exemplo: entre-vistar um determinado professor utilizando a tecnologiade Chat.

• A Controvérsia Estruturada também é uma técnica paradesenvolvimento da aprendizagem cooperativa. Paresde estudantes têm a incumbência de se comportar afavor ou contra uma determinada idéia em um debate,

por exemplo, sobre aviabilidade da Instrução Baseadana Web nos dias de hoje e na situação atual da Educa-ção no Brasil.

• Uma sexta técnica é a Investigação em Grupo. Consis-te, essencialmente, em pegar um grande tema, subdivi-di-Io em unidades menores, entregá-Ias a pequenos gru--

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A Educação na Era da Internet

pos para os problemas serem tratados, e depois proce-der a um processo de síntese em que as soluções daspartes são usadas para produzir uma solução do todo.

• Outras técnicas são Linhas de Valor e Gráficos. Equi-pes de estudantes podem ser solicitados a atribuir va-lores - por exemplo, de um a dez - a um determinadoconjunto de princípios educacionais aplicados a Web,dando um peso para aqueles que são considerados maisrelevantes.

• Aprendizagem Baseada em Projetos. Exemplo: alocarquatro ou cinco estudantes projetando um site idealpara acomodar o campus que reúne cursos baseados

na Web de uma determinada universidade.

• Ainda em Aprendizagem Cooperativa, o conceito deVisitas a Galerias: cada grupo de estudantes visitará um

certo número de sites e fará uma avaliação do conjun-to estudado.

• A Competição entre Equipes, Painéis, Simpósios e De-

bates para formação de redes de idéias. Uma maratonade programação promovida entre os alunos de um cur-

so de introdução à computação é um exemplo de ati-

vidade deste gênero.

Motivação

Concluída esta revisão de técnicas para promoverAprendizagem Cooperativa, caberia ainda tratar da moti-vação para Instrução Baseada na Web. Apresentamos dois

modelos:-

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Apoio de Computadores à Atividade Educativa

1-

Os trabalhos de Keller e Susuki, com o modelo ARCS(Atenção, Relevância, Confiança e Satisfação) e o modeloCFC (Desafio, Fantasia e Curiosidade) de Malone forne-cem dimensões interessantes para determinar porque IBWpode ser intrinsecamente motivante, sugerindo como sedeve agir para gerar interesse em IBW.

O modelo ARCS considera quatro fatores de moti-vação para o aprendizado: Atenção, Relevância, Confian-ça e Satisfação. Segundo Dushastel, a IBW satisfaz plena-mente aos dois primeiros fatores e tem problemas comrelação aos dois últimos (Confiança e a Satisfação).Atenção - é tarefa relativamente fácil na Web, obter a aten-

ção, em virtude da riqueza de informação disponível e davariedade de estratégias de design de recursos demultimídia que podem ser utilizados para atrair a atenção.Manter a Atenção já é mais difícil, devido à grande con-corrência.Relevância - é muito mais uma questão de alinhamento

com o interesse em determinado tópico e a percepção desua utilidade para os objetivos de longo prazo. Ela pode,portanto, estar relacionada a motivadores intrínsecos ouextrínsecos, dependendo do conteúdo da tarefainstrucional. Podemos ter um motivador extrínseco (como,por exemplo, conseguir um trabalho) ou intrínseco (von-

tade pessoal de aprender sobre artes porque somos fãs dedeterminada atividade artística). Uma vantagem da Instru-ção Baseada na Web é o seu potencial para mudar a Rele-vância de extrínseca para intrínseca. Alguma coisa que sevai fazer porque se precisa fazer, mas com motivação.Exemplo: arrumar um emprego. É possível fazer isto de tal-

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A Educaçào na Era da Internet

forma que o site da Web dê uma motivação intrínseca aoproblema.Confiança e Satisfação - são outros dois fatores. Eles serelacionam à percepção do estudante quanto a ser capazde ter sucesso a partir dos resultados obtidos, e, em geral,atuam mais sobre a persistência na realização das tarefasao longo do tempo do que na interação com tarefas mo-mento a momento. Por esta razão, essesfatores são menoscontroláveis em IBW. Do lado positivo, o sentimento de

controle da aprendizagem pode ser um fator positivo parao estudante curioso, mas o perigo da sensação de estarperdido pode ser real e exigir suporte adequado para evitá-10. Ou seja, em relação a Confiança e Satisfação não estáainda muito claro que técnicas da Web ajudariam a suprirestes dois fatores motivacionais.

Há um segundo modelo sobre motivação para apren-dizagem a que nos referimos anteriormente, o de Malone,que analisou os jogos de computadores que são sabidamentecativantes, e extrapolou para ver como os mesmos fatoresque criam o interesse por jogos podem ser usados para mo-tivar o aprendizado. O modelo de Malone inclui os seguin-tes fatores: Desafio, Fantasia e Curiosidade.Desafio - é proporcionado por objetivos explícitos e porresultados difíceis deprever.Fantasia - envolve a imersão do aprendiz num ambienteinteressante que o convida ao envolvimento (tanto em umambiente de aventura quanto em um ambiente próximo àrealidade). Desafio e Fantasia, até o presente, estão maisassociados a jogos instrucionais e simulações e, por en-quanto, não relacionados ainda diretamente com a IBW.

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ApOlOde Computadores à Atividade Educatíva

Curiosidade - está mais relacionada à motivação intrínse-ca e é diretamente relevante para a instrução baseada naWeb, em função da riqueza de recursos que ela concentrae possui.

A Web ainda é vista hoje como um recurso muitorico em informação, sobre o qual o processo de aprendi-zagem ainda está sendo descoberto. Como usar este re-curso rico em informação para estimular o processo deaprendizagem é um tema em investigação em toda parte,neste exato momento.

Ensino e Aprendizagem

Como ensinar e aprender usando Learningware?

Qual é, basicamente, o papel do professor e do aluno nouso dessa nova tecnologia?

O papel do professor é planejar o curso, sempre teriniciativa e encorajar uma participação ativa dos alunos.Ele deve ajudar na formação do grupo, na designação deresponsabilidades e saber avaliá-Io.

Como é que ele modera esse grupo? - Coordenan-do e tentando dar ritmo e organização à interação existen-te dentro dele. Compondo as mensagens e garantindo anetiqueta.

No momento da avaliação, o grupo deve ser trata-

do como grupo, com a convicção de que ninguém vencesozinho e de que só pessoas unidas trabalham juntas. Oprofessor deve faci Iitar a auto-aval iação e os programasde computador utilizados devem ter uma série de índices-

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A Educação na Era da Internet-l

que o ajudem a fazer o trabalho de avaliação conformeTarouco e outros.

Quanto ao atendimento ao aluno, ele pode serpresencial, pela Internet ou por telefone. Dentro dosoftware utilizado para esse tipo de ensino deve haversistemas de ajuda, tipo coletânea de perguntas e res-postas mais freqüentes (FAQ). Outras formas de atendi-

As FAQs (Frequently mento podem ser criadas, a exemplo deAsked Questions) sãouma formar de resumir fóruns de debates com assistência de softwareas experiências de um dgrupo através da compi- e apoio.lação das principais per- O professor, basicamente, precisa evi-guntas e respostas dadasa elas, feitas pelos parti- tar dar aulas e ser muito claro quanto às suascipantes de um coletivode discussão ou em qual- expectativas, principalmente no que se referequer outra atividade naInternet. Seu objetivo é à avaliação. Guiar a conversação, mas jamaispermitir uma incorpora-ção mais fácil de novos dom iná-Ia; responder a mensagens, mon itorarparticipantes à atividade. a participação e sempre dividir a turma em gru-

pos pequenos.É fundamental encorajar a comunicação e a metaco-

municação, quer dizer, a comunicação a respeito do cur-so, assim como o respeito entre os aprendizes. O profes-sor deve trocar de papel periodicamente com os alunos eser muito sensível às avaliações na ementa, de acordo como desenrolar do curso.

Quanto ao aluno, que nós chamamos de aprendizpor sua participação ativa, ele deve acessar e usar o pro-grama de computador regularmente. Ele deve participarativamente, como se estivesse testando este programa, einteragir muito com os seus colegas.

Os caminhos dessa interação passam pela partici-pação no grupo de discussão, pela inversão de papéis e-

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ApOlOde Computadores à Atívídade Educatíva

avaliação da contribuição dos colegas de curso, além depesquisas de novos conteúdos. O aluno tem que se es-forçar para conhecer muito bem a tecnologia, saberconectar-se e usar os programas de computador, assimcomo explorar todos os recursos que a Internet oferece,independente da orientação sobre o que ele deve ou nãoexplorar. O aprendiz deve ter iniciativa nessa explora-ção, auxiliar os colegas e dominar o processado r de tex-to, o correio eletrônico, colaborar ao máximo possível

com o instrutor, saber organizar os assuntos do curso,entender muito bem o processo de auto-avaliação e o deavaliação do grupo e comportar-se com educação - issoé muito importante.

Um meio de comunicação novo sugere novas for-mas de uso e é importante que a polidez permeie essasformas de uso. O aluno deve ser cortês e evitar o uso depseudônimos. Ao site do curso, só deve ter acesso quemparticipa dele. Devem ser evitadas citações impróprias, e

o site também tem que oferecer alguma segurança.No caso de troca de mensagens, é fundamental o

bom uso do campo Assunto (Subject): o campo que dátítulo e resume o assunto da mensagem. As mensagensdevem ser de um tamanho razoável. Se essas mensagensforem curtas, não será necessária uma grande preocupa-

ção com o português correto ou com a ortografia correta.No entanto, quando a mensagem for longa, aí, sim, tudo

"" tem que ser levado em conta: o português e a maneira deescrever deverão estar corretos. As mensagens devem terfoco sempre, jamais ser genéricas. O entendimento do as-sunto deve ser facilitado, nunca complicado.

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A Educação na Era da Internet

o Papel do Facilitador

Há muita discussão sobre o papel a ser desempe-nhado pelos instrutores e aprendizes na Instrução Base-ada na Web. Vamos apresentar, neste texto, algumas re-flexões sobre o assunto. Nossa intenção não é apresentarnada conclusivo, mas relacionar algumas dessas discus-

sões.Uma delas está embutida em um questionamento:

existe sentido na personalização do uso de ferramentas emétodos, para assegurar o envolvimento do aprendiz emIBW? - O dilema que temos é mais ou menos o seguinte:queremos que o aprendiz seja livre, que construa conheci-mento livremente - então, até que ponto devemos contro-

lar esse processo?Qual é a mistura adequada de contato síncrono a

assíncrono? Qual é papel do instrutor na promoção de um

sentido de comunidade no grupo?Essas perguntas não estão ainda totalmente respon-

didas, mas podemos apontar algumas indicações para avan-çar em sua resposta.

Antes de tudo, precisamos lembrar, como conside-

ração preliminar, que o sucesso de uma instrução baseada

na Web depende muito da iniciativa do aprendiz. Ou seja,depende do grau de iniciativa e de algum nível de auto-

aprendizado. Isso pode ser considerado tanto como um com-ponente, quanto como um resultado da instrução baseadana Web.,

O aprendiz tem que ter oportunidade de interagir,refletir e aplicar o que está aprendendo. Até agora, não pa-_...

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ApOIOde Computadores à Atívídade Bduoatíva

rece razoável esperar que essetipo de resultado seja obtidosem orientação sobre o uso de métodos interativos.

Portanto, pelo menos para geração de uma experi-ência inicial de instrutores e aprendizes, é necessário umcerto nível de indução, pois caso isto não ocorra, a educa-ção não acontece. Essaé, pelo menos, a experiência quevivenciamos nos cursos que temos feito com o AulaNetdesde 1998.

No que consiste essa adequação? - Na publicaçãopreliminar de um conteúdo que enfatize o envolvimentodo aprendiz, com o objetivo de promover a interatividade.Isto pode ser feito através da publ icação de mensagensassíncronas elaboradas e idealizadas para promover con-

versação.Outra forma de induzir a participação é atribuir de-

terminados papéis aos aprendizes, tais como o de semina-rista, apresentador, debatedor e moderador. É necessário usaresse tipo de role playing como meio de animação.

O uso de pequenos grupos para realizar tarefas éoutro recurso. É importante evitar que todo trabalho se façacom grupos muito grandes, porque há óbvias dificuldadesem gerenciar um grupo desses.A subdivisão em grupos me-nores é, inclusive, uma outra técnica para promover e ade-quar os cursos, no sentido de torná-Ios bem-sucedidos.

Equilíbrio na Comunicação

A mistura adequada de contatos síncrono eassíncrono é outro desafio no estabelecimento do pa--

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A Educação na Era da Internet

pel do instrutor e do aprendiz. Quando o relacionamentose dá de forma unidirecional, ou seja, quando a comu-nicação é unidirecional, se cria o que na teoria se cha-ma distância transacional. Ela se traduz no sentimentopor parte do aprendiz de estar perdido por falta de con-tato. Então, é preciso encontrar uma forma de equilibrara comunicação assíncrona com a comunicaçãosíncrona.

Como fazer: escolhendo assuntos para serem

discutidos de maneira assíncrona em grupos de dis-cussão e de maneira síncrona em bate-papos. A for-ma de fazer isso de maneira adequada ainda está emelaboração. As ferramentas para promover estes dife-rentes tipos de interações devem estar contidas nomesmo ambiente. Diante disso, a pergunta que se fazé a seguinte: quais são os requisitos necessários aotreinamento face a face (pelo menos para nossa gera-ção) para incentivar os usuários a usarem bem umambiente complexo multiferramenta? - Sabe-se queesse aprendizado não é uma coisa que acontece es-pontaneamente.

Na comunicação assíncrona o fluxo de informa-ção deve permitir - na discussão dos temas - o trabalhoprogressivo em um determinado problema, com as idéiassendo mantidas ativas por períodos e revisadas de for-mas novas mais adiante.

Os princípios básicos, ou as regras de ouro, parase criar uma comunidade dinâmica de aprendizagem,são: responder sempre às perguntas apresentadas; sercompetente on-line; e organizar a interação.-

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ApOlOde Computadores à Atívídade Educatíva

Implantação da IBW

A implantação de Learningware pode ser iniciativade um professor ou de um grupo de professores ouorganizacional, da instituição.

Quando a iniciativa não é da instituição deve se termuito cuidado com os conteúdos educacionais e com osrecursos, além do ambiente, e prover um treinamento parao grupo que vai trabalhar com Learningware.

Quando é institucional há uma maior facilidade,porque se pode fazer planejamento. Deve-se selecionarum nicho para treinamento. Aliás, todo Groupwarequando vai ser implantado em algum ambiente devecomeçar em um nicho pequeno. Além de um acessomuito bom, deve-se ter um suporte de 24 horas por dianesse ambiente.

É interessante observar que a equipe para implan-tação de Learningware deve ser multidisciplinar. Essa im-plantação exige trabalho conjunto de um elenco de pro-fissionais de vários ramos de atividade, passando portalentos ligados à televisão e ao cinema, por professores,até pelos efetivamente envolvidos com computação.

Para obter apoio institucional, deve haver um bomplanejamento e, é óbvio, vontade política. Deve-se identi-ficar e apoiar as pessoas que querem ser treinadas, repen-sar como vão ser os cursos e preparar dicas e orientaçõespara uso. A escolha do software é fundamental. O softwaretem que ser abrangente e permitir o uso de um grandenúmero de ferramentas de comunicação. Deve-se expe-rimentar a opção por cursos puramente on-line e pre--

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parar os alunos para fazer esse tipo de curso. É muito im-portante saber avaliá-Ios também.

Como problemas operacionais temos a limitaçãode acesso, a falta de participantes e a famosa lei de Murphy

A "lei de Murphy", sem- que sempre nos acompanha. Problemas de co-pre comentada na área deinformática, entre outros municação são normalmente agravados pelamandamentos diz que: "Sealgo pode acontecer erra- ansiedade do professor em garanti r que os par-do, acontecerá!". d . I d f'-- -' ticipantes O curso estejam rea mente es ru-

tando dele. Devemos garantir que haja um fluxo de comu-nicação, que não haja um excesso de informação - umexcesso de dados que atrapalhe o desenvolvimento do cur-so - e, principalmente, devemos dar ao professor as con-dições para encaminhar a comunicação para o rumo cer-to quando ela destrarnbelhar ou caminhar na direçãoerrada.

Quanto à dinâmica, o professor tem uma funçãomuito importante de facilitar a cooperação do grupo e evi-tar a competição. Quando o trabalho é em grupo, a parti-cipação é normalmente desigual. Então o professor deveser o maestro para que esse grupo trabalhe unido, além demotivá-Io a trabalhar.

Como problemas institucionais típicos temos a fal-ta de tempo e de treinamento, o apoio intermitente (às ve-zes há apoio, às vezes não há) e uma falta de planejamen-

to estratégico da própria instituição. O professor devecontornar estes problemas com muita arte.

Quanto ao novo ambiente, ele é o resultado daintegração do conteúdo com a Comunicação Mediadapor Computadores (CMC) conforme Romiszowski eRavitz.-

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ApOlOde Computadores à Atívídade EducatívaI

A idéia para a reformulação dos conteúdos é a dereaproveitá-Ios e elaborar novos, com o tempo, para cur-sos do tipo on-line e para outros que vão ser consumidosna Web.

Devemos entender que o professor passa a ter opapel de facilitador e o aluno de aprendiz. O professornão deve ofuscar o aluno nesse caminho. Pelo contrário,em algum momento, o aluno deve virar professor. Porquenesse tipo de ensino, o paradigma da sala de aula tradicio-nal, onde só o professor fala para a turma de alunos, nãotem mais lugar. O que se quer com o Learningware éinteração, é todo mundo falando com todo mundo.

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wallace.ugulino
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As páginas do intervalo 94 até 152 estão sendo digitalizadas. contato: [email protected]
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Carlos José Pereira de Lucena

Graduado na PU C-Rio, entre 1962 e 1965, nasáreas de Economia e Matemática, obteve o mestrado naUniversidade de Waterloo, Canadá (1969), na qual é,desde 1975, professor adjunto e pesquisador sênior asso-ciado do Computer Systems Croup, e o doutorado pelaUniversidade da Califórnia em Los Angeles (1974).

Em 1968, com um pequeno grupo de colegas, fun-dou o primeiro Departamento de Informática do país, naPUC-Rio, sendo duas vezes seu diretor. Desde 1982, é pro-fessor titular deste departamento. Foi ainda Decano do Cen-tro Técnico e Científico e Vice-Reitor desta Universidade.Coordena o Laboratório de Engenharia de Software (LES)-,e também o Projeto AulaNet.

Foi membro do Comitê Assessor da área de Compu-tação e do Conselho Deliberativo do CNPq (dois manda-tos), presidente da área de Computação na CAPES(dois man-datos) e coordenador brasileiro da cooperação científica emInformática com a Alemanha desde 1972 (convênio CNPq/GMD). De ·1995 até dezembro de 1996, representou a co-munidade acadêmica no Comitê Gestor do Projeto Internetno Brasil e, desde 1996, no Conselho Nacional de Ciênciae Tecnologia (CCT) da Presidência da República.

Sua atividade de pesquisa na área de métodos for-mais da Engenharia de Software está documentada emmais de 200 publicações e quatro livros. Atuou nos co-mitês de programa de dezenas de conferências nacionaise internacionais e nas comissões editoriais de várias re-vistas, no país e no exterior. Recebeu, dentre outros, o

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Prêmio Álvaro Alberto em Informática, em 1987, duasvezes o prêmio Nacional de Informática (1988 e 1991) ea Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico eTecnológico, em 1996. É membro titular da AcademiaBrasileira de Ciências.

Hugo Fuks

Hugo Fuks graduou-se na UFRJ como Engenheirode Produção, em 1981 e, no mesmo ano, como Analistade Sistemas no CCE/PUC-Rio. Obteve o grau de Mestreem Informática na PUC-Rio, em 1984, e o grau de Doutorem Ciência da Computação pelo Imperial College ofScience Technology and Medicine da Universidade deLondres, em 1991.

Atualmente é Professor Assistente do Departa-mento de Informática da Pontifícia Universidade Cató-lica do Rio de Janeiro.

Sua atividade de pesquisa está relacionada aGroupware, uma subárea de Engenharia de Software vol-tada para o Trabalho Cooperativo Auxiliado por Com-putador que está documentada em mais de 40 publ ica-ções.

É membro do Laboratório de Engenharia de Softwareonde coordena os projetos AulaNet (educação baseadana Web) e Rio Internet TV (videoconferência).

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