Portugal Post Abril 2011

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Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVI • Nº 201 • Abril 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST “Portugal precisa agora muito mais do apoio dos seus emigrantes” Entrevista com o Deputado Carlos Gonçalves (PSD) “Todos os projectos para construir Portugal têm que integrar os portugueses resi- dentes no estrangeiro. E tem que os integrar: não para que tenham pena de nós. Neste momento, quem é que pre- cisa de quem? Acho que Por- tugal é que precisa de nós. Portanto, não parece que possa haver no momento que vivemos um projecto que não conte connosco. Independen- temente das atitudes que sen- tem em Portugal em relação a eles, os emigrantes nunca deixaram de sentir Portugal, de apoiar Portugal e de aju- dar Portugal.” Página 3 Ensino português no estrangeiro com sobrevivência ameaçada Pág. 5 GRANDE SORTEIO Assine o PORTUGAL POST e ganhe uma viagem à Ilha da Madeira com tudo incluído - voo, estadia e carro de alu- guer. Ver suplemento que acompanha esta edição Partido Os Verdes alcança vitória histórica em eleições regionais alemãs Pág.6

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVI • Nº 201 • Abril 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST“Portugal precisa agora muito maisdo apoio dos seus emigrantes”

Entrevista com o Deputado Carlos Gonçalves (PSD)

“Todos os projectos paraconstruir Portugal têm queintegrar os portugueses resi-dentes no estrangeiro. E temque os integrar: não para quetenham pena de nós. Nestemomento, quem é que pre-cisa de quem? Acho que Por-tugal é que precisa de nós.Portanto, não parece quepossa haver no momento quevivemos um projecto que nãoconte connosco. Independen-temente das atitudes que sen-tem em Portugal em relaçãoa eles, os emigrantes nuncadeixaram de sentir Portugal,de apoiar Portugal e de aju-dar Portugal.”Página 3

Ensino portuguêsno estrangeiro comsobrevivênciaameaçada Pág. 5

GRANDE SORTEIO

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Partido Os Verdesalcança vitória histórica emeleições regionais alemãsPág.6

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 20112

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

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PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

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tejo) e Ilha da Madeira. Osprémios para duas pessoasincluem voo, estadia emquarto duplo e, no caso daMadeira, carro de aluguerpara melhor conhecer a ilha.

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tora muito agradece a co-operação.

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Para mais informaçõesleia o regulamento no suple-mento especial que integraesta edição.

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 Entrevista 3

PORTUGAL POST: Para arr-ancarmos, pode-nos fazer um ba-lanço da sua visita de trabalho àAlemanha, nomeadamente, aos nú-cleos do PSD e autoridades Consu-lares de Düsseldorf e Estugarda,além de uma escala em Colónia?

Carlos Gonçalves: O balanço épositivo. Mas foi uma deslocação en-curtada pelo momento político emPortugal. Tenho que estar em Lisboa,na quarta-feira, para ir ao plenário daAssembleia da República por causade uma votação muito importante. Eportanto tive que encurtar. Mesmoassim estive em Colónia, Dusseldorfe estive em Estugarda neste fim-de-semana de 19 e 20 Março. Tive opor-tunidade de fazer um grande númerode contactos importantes, de modo aque possa cumprir o meu trabalhocomo deputado da Emigração na As-sembleia da República.

PP: Que áreas debateu com osseus interlocutores oficiais e parti-dários?

C.G.: Em Colónia tive a oportu-nidade de me encontrar com umrecém-eleito vice-presidente da Fede-ração dos Empresários Portuguesesda Alemanha, Rogério Pires. Pois, pa-rece-me também importante que onosso tecido empresarial das Comu-nidades esteja organizado. E digo isto,pois, parece-me que neste momento,mais que os Emigrantes precisam doPaís, é o País que precisa dos Emi-grantes. Parecendo-me essencial paraa Economia Portuguesa - e para Por-tugal - contar com as ComunidadesPortuguesas na área económica. Nãosó na atracção das suas poupanças -como é evidente fundamentais - comojá foram nas últimas décadas. Mas,muito particularmente, aproveitartambém este tecido empresarial dasComunidades Portuguesas numa per-spectiva de investimento em Portugal.E numa perspectiva de ajudar à inter-nacionalização, sobretudo das PME(Pequenas e Médias Empresas) portu-guesas no estrangeiro. Quem melhorque um empresário português na Ale-manha para ajudar uma empresa por-

tuguesa aqui residente!?!

PP: Já tinha contactos aprofun-dados com a FEPA (VPU), não éverdade?

C.G.:Este encontro foi fundamen-tal com a FEPA. Há uma nova direc-ção, que já tinha tido a oportunidadede saudar. A conversa foi muito inte-ressante ,disponibilizando-me como éevidente para ajudar a organização,em todos os níveis que possa livre eresponsavelmente actuar.

PP: E em Dusseldorf, como de-correram as visitas às Associações avisita de trabalho ao Consulado?

C.G.: Em Dusseldorf, dediqueiparte da minha visita em contactoscom o Movimento Associativo. Tivea oportunidade de visitar a Associa-ção Sanjorgense. Tentei contactar oConselheiro das Comunidades Portu-guesas, mas estava ausente do País. Etive a oportunidade de visitar o Con-sulado de Portugal em Dusseldorf,onde tive uma reunião com a sra.Cônsul. O Consulado -que tem novasinstalações- por mim negociadasquando estive como Secretário de Es-tado das Comunidades Portuguesas-ainda me eram desconhecidas. Nuncatinha tido a oportunidade de ver a„obra“,apesar de ter estado várias

vezes antes na cidade.Realizei uma troca de informa-

ções com a sra.Cônsul de Dusseldorf.Reputo-a de muito importante parame aperceber quais são as preocupa-ções da Comunidade, que já irei men-cionar. As informações prestadas pelasra.Cônsul foram muitas e importan-tes. Em Estugarda, tive a oportuni-dade de participar numa reunião doConsellho Consultivo do Consulado.Foi uma conversa muito interessantecom um conjunto de pessoas da Co-munidade portuguesa local. O orgãoconsultivo- diz-me muito- pois estiveligado em 2003 a um Projecto para aCriação destes Conselhos, que infeliz-mente só mais tarde viria a ser apro-vado no Parlamento.

PP: E qual é o balanço que apu-rou nessas reuniões consulares tãosensivéis e importantes, que reali-zou em Dusseldorf e em Estugarda,precisamente?

C.G.:Há, infelizmente, duas outrês questões recorrentes nesta maté-ria. A primeira, é o ensino. Umagrande preocupação, seja em Dussel-dorf e Colónia, seja em Estugarda.Uma abertura do ano lectivo, que põeem causa a dignidade da ComunidadePortuguesa residente neste país- como

tive a oportunidade de escrever numacrónica publicada no Portugal Post-que tinha um título parecido com este:Custa-me ver as gentes das Co-missões de Pais e do Movimento As-sociativo Português - que tanto lutampela Língua Portuguesa- tomaremconhecimento que o Estado portuguêsabre Cursos, alguns que irão só fun-cionar em Abril- o que é perfeita-mente inaceitável pela imagem quedamos junto das autoridades locais,aos quais solicitamos o maior inte-resse para a Língua Portuguesa; e de-pois, nós, não fazemos o trabalho decasa..Os pais de alguns alunos têmcada vez mais dificuldades em con-vencer os seus filhos para aprenderemo nosso idioma pátrio...E a imagem daLíngua Portuguesa é essencial, comosabe, essencial para o País. Valemosmais pela Língua do que a nossa di-mensão geográfica no Mundo, em ter-mos externos, por causa da Língua. Senós conseguirmos ter a relação quetemos com África e a América Latinae do Sul, é pela expansão da LínguaPortuguesa. E estas situações - emque tratamos mal o Ensino da LínguaPortuguesa - porque nem sequer cum-primos o que está na Lei - indepen-dentemente das contençõesorçamentais que possam existir.

PP: E o momento tambémmenos bom – negativo, sejamos cla-ros- do Movimento Associativoprendeu muito a sua atenção.Como encara esse problema estru-tural e bastante dificil?

C.G.: O Movimento Associativotem dificuldades na renovação dosseus quadros e processos. Sabemos osesforços que a Federação - F.A.P.A.-tem feito pela mão do sr. Vitor Estra-das. É uma tarefa muito dificil. Mas éuma matéria onde se deve, realmente,impulsionar a renovação do Movi-mento Associativo. Realmente, temosAssociações com muitas dificuldadespor essa Alemanha fora. Tive oportu-nidade de me inteirar sobre isso emDusseldorf. E em Estugarda tambémsei as dificuldades com que se deba-tem. E isto é uma matéria- como sabe-que me levou e alguns colegas meusparlamentares a apresentar um Pro-jecto-Lei na Assembleia da Repú-blica- há já um ano e meio - no quediz respeito ao enquadramento porparte do Estado português, que já foivotado na generalidade. Mas está emdiscussão na especialidade, nuncamais se resolve o problema; mas, oPSD, por si próprio, não consegue re-solver. E esta é outra questão que nospreocupa.

“Portugal precisa agora muito mais doapoio dos seus emigrantes”

Deputado Carlos Gonçalves (PSD) ao PP:

É o mais “puro” dos depu-tados do PSD pela Emi-gração, e defende as coresdo seu partido com visão econvicção. Criado e for-mado em Paris, CarlosGonçalves está entusias-mado com a hipótese deajudar o partido a con-quistar o Poder, após seisanos do consulado de JoséSócrates

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(Continua na página 8 )

Carlos Gonçalves acompanhado pelo presidente do PSD Alemanha, Artur Amorim, à direita

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011Nacional & Comunidades4

O presidente da Comissão Eu-ropeia, José Manuel Durão Bar-roso, foi agraciado, na Alemanha,com o Prémio Steiger, criado paradistinguir personalidades que secaracterizaram pela frontalidade eabertura nas áreas da vida polí-tica, social, cultural e desportiva.

Steiger era a designação que sedava na região da Bacia do Ruhraos mineiros, para designar a sualealdade e a sua união nos bons emaus momentos, e é também umsímbolo de frontalidade, abertura,humanismo e tolerância.

A sétima gala de atribuição dosPrémios Steiger decorreu na Jahr-hunderthalle, em Bochum.

O ex-primeiro ministro portu-guês recebeu o prémio, criado porempresários de Bochum, na Baciado Ruhr, coração da indústria mi-neira alemã, na categoria Integra-ção Europeia.

“O empenho de Durão Barrosona causa europeia é exemplar,com [a atribuição do prémio] que-remos dar um sinal, para que osonho europeu não fique definiti-vamente enterrado”, disse o or-ganizador do evento, SaschaHellen.

O elogio de Durão Barroso es-teve a cargo do presidente do Par-lamento Alemão, NorbertLammert.

Durão Barroso distinguido em Bochumcom Prémio Steiger 2011

O presidente da AICEP, Basí-lio Horta, apelou aos emigrantesportugueses e empresários luso-americanos nos Estados Unidos,para que invistam em Portugal,para ajudar a ultrapassar o actual“momento difícil”.

Falando em Newark para maisde uma centena de convidados,grande parte empresários de ori-gem portuguesa num evento or-ganizado pelas Câmaras deComércio Luso-Americanas deNova Iorque e Nova Jérsia in-cluído no lançamento oficial danova campanha da AICEP para osEstados Unidos, Horta disse “estáa altura dos portugueses não-resi-dentes que gostam da sua pátriaajudarem Portugal”.

“Se gostam de Portugal, e sequerem ajudar Portugal, compremprodutos portugueses”, pediu Ba-

sílio Horta no encontro, em queestiveram presentes o novo em-baixador de Portugal em Wa-shington, Nuno Brito, a cônsul dePortugal em Newark, AméliaPaiva, e D. Duarte Nuno, o her-deiro da coroa portuguesa.

“Esta campanha é fundamen-talmente dirigida para dar a con-hecer o que é hoje a economiaportuguesa”, explicou BasílioHorta à no final do encontro.

O presidente da AIECP fezquestão de notar que a campanha“Portugal Innovate With Us” sedestina também aos empresáriosde origem portuguesa residentesnos Estados Unidos, referindo que“são eles os embaixadores” portu-gueses no país.

“Portugal precisou sempredeles, mas agora mais que nunca”,disse à Lusa.

Basílio Horta pede a emigrantes que invistampara apoiar país em “momento difícil“

O fotógrafo português JoãoPina foi selecionado para a lista denomeados do Prémio Henri Nan-nen 2011 na categoria de foto-re-portagem, indica o sítio online dogalardão atribuído pelo grupo ale-mão de publicações Gruner-Jahr.

Em sétima edição, o prémio éatribuído aos trabalhos jornalísti-cos publicados online e em papelna Alemanha ao longo de 2010, eo vencedor será conhecido numa

cerimónia na Deutsches Schau-spielhaus, em Hamburgo, a 6 demaio.

João Pina encontra-se na listaque reúne cerca de vinte finalistasnomeados, selecionados entrecentenas de candidatos, pelo tra-balho publicado na edição númeronove de 2010 da revista Stern „Derendlose Krieg“ („Guerra semfim“), sobre a violência no Rio deJaneiro.

Fotografia: João Pina entre os nomea-dos para o Prémio Henri Nannen 2011

Quase 60 operadores turísti-cos portugueses e as sete regiõesde turismo do país participaramna Bolsa Internacional de Turismode Berlim (ITB), o maior certamemundial do género realizado nopassado mês.

O “stand” português, com umaárea aproximada de mil metrosquadrados, foi visitado pelo secre-tário de Estado do Turismo, Ber-nardo Trindade, que no mesmodia se reúniu com representantesdos principais operadores turísti-cos locais.

Em termos globais, a ITB 2011,ocupou uma área bruta de 160 milmetros quadrados, o equivalente a

25 campos de futebol, conttoucom mais de 11 mil expositores de187 países, e deverá atrair cerca de180 mil visitantes.

Portugal é actualmente o 17.ºdestino dos turistas alemães, comuma quota de mercado de 1,4 porcento.

Em 2010, entraram em Portu-gal 731 mil turistas alemães, mais1,4 por cento do que no ano ante-rior, gerando uma receita de 788,7milhões de euros, mais 4,7 porcento do que em 2009.

O turismo alemão ocupa assimo quarto lugar a nível das receitase o terceiro no que se refere a en-tradas e a dormidas em Portugal.

Em declarações anteriores,Bernardo Trindade apontou comoobjectivo para 2011 a recuperaçãodeste importante mercadoemissor, que nos últimos três anosregistou um crescimento negativode receitas de menos 2,4 porcento, devido à crise económica efinanceira internacional.

O secretário de Estado do Tu-rismo admitiu também que a agi-tação social no norte de África,sobretudo em países como o Egitoe a Tunísia, importantes destinosde férias dos alemães, poderá en-caminhar mais turistas germâni-cos para Portugal, ao longo desteano.

Quase 60 operadores portugueses na Bolsa Internacionalde Turismo de Berlim

Turismo:

A cidade de Dusseldorf irá re-ceber o Festival Eurovisão da Can-ção, o maior concurso de músicado mundo. Segundo as regras doevento, o país que vence a compe-tição pode organizar, no ano se-guinte, o festival.

Graças ao desempenho da can-tora Lena Meyer-Landrut, a Ale-manha ganhou o troféu em 2010 e

com isso a oportunidade de indi-car uma cidade como sede para2011. Após muitos debates, o localescolhido para o festival, cuja finalserá a 14 de Maio de 2011, acaboupor ser o estádio de futebol deDüsseldorf.

Dagmar Reim, directora-geralda rede de TV estatal Berlin-Bran-demburg, havia encabeçado a

campanha a favor de Berlim e es-clarece que a escolha se deu porrazões financeiras. Também Ham-burgo e Hannover eram candida-tas.

Düsseldorf é a capital do es-tado da Renânia do Norte-Vestfá-lia e o seu estádio pode comportar24 mil espectadores, enquantoBerlim, descontados os lugares

para as delegações europeias, sóofereceria 8 mil. Ou seja, escol-heu-se a cidade cuja receita davenda de ingressos será mais alta.

Recorde-se que Portugal traráa Düsseldorf a canção ‘A luta éalegria’ do grupo „Homens daLuta” que venceu a 47.ª edição doFestival RTP da Canção, que serealizou no Teatro Camões, em

Lisboa, com a votação do públicoa mostrar-se decisivo no resultadofinal.

A canção vencedora tem letrade Jel e música de Vasco Duarte efoi interpretada pelos Homens daLuta que vão representar a RTP noFestival da Eurovisão 2011 na ci-dade de Dusseldorf, na Alemanha,em Maio.

Festival Eurovisão da Canção em 2011 Portugal será representado pelos “Homens da Luta”

Os emigrantes estãopreocupados com a situaçãopolítica e económica de Por-tugal, cujos efeitos dizemestar a alastrar à diáspora, elamentam que o país conti-nue a desprezar o seu po-tencial como promotoresdas exportações portugue-sas.

"Os governos não se in-teressaram em dinamizar orelacionamento entre o paíse as comunidades. Só agoraé que se fala seriamente emdesenvolver as export-ações", disse Manuel Beja.

O conselheiro na Suíçafalava à Lusa à margem dasessão de abertura do ple-nário do Conselho das Co-munidades Portuguesas(CCP).

Para João Pacheco, dosEstados Unidos, Portugal"deve prestar mais atençãoaos cinco milhões que vivem nadiáspora" e que continuam a en-viar divisas para Portugal.

José Miranda de Melo, do Bra-sil, diz que Portugal "vive um mo-mento grave" e que emigrantes eluso-descendentes devem ser mo-bilizados para servir de elo entrePortugal e os países de acolhi-mento, apontando como exemploo Brasil.

"Se o país encarar o Brasil

como um mercado importante [oaumento das exportações] poderáser feito mais rapidamente, mas sehouver o mesmo marasmo as coi-sas poderão continuar muito len-tamente e o tempo é pouco paraque possamos não perder essemomento bom que o Brasil atra-vessa", sustentou.

No mesmo sentido, JoaquimRodrigues, de Angola, vê com"muita apreensão" a situação por-

tuguesa e acredita que osemigrantes podem dar umgrande contributo para a so-lução dos problemas.

O conselheiro lamentaem particular que asmissões empresariais aoestrangeiro "ignorem os em-presários portugueses noterreno" que poderiamatuar como facilitadores decontactos.

A situação política tam-bém preocupa os emigran-tes, que apelam aoentendimento entre as vá-rias forças políticas comvista à estabilidade.

"O que é preciso é umGoverno que traga estabili-dade e garanta confiança",referiu.

Para Manuel Beja, osacontecimentos mais recen-tes estão a passar umaimagem negativa de Portu-

gal na Suíça, onde a comunidadeestá "muito pessimista e cética"quando ao futuro.

Para o conselheiro, a soluçãopassa por "um governo de salva-ção nacional".

Por seu lado, José Miranda deMelo disse que os governos de sal-vação nacional são para os temposde guerra e defende que o que épreciso é um "governo de salvaçãoeconómica".

Crise: Emigrantes preocupados, lamentam que Portugaldesperdice potencial das comunidades

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 Nacional & Comunidades 5

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Maria Teresa Duarte Soares*

ormalmente, quando umaespécie animal se encontraem vias de extinção, sur-gem sempre campanhasdefensoras da mesma, com

o objetivo de preservar a espécieameaçada.

Infelizmente, tal procedi-mento não tem sido, até agora,adotado no respeitante ao ensinoportuguês no estrangeiro,espécietambém ameaçada, visto que, de-pois de ter sido alvo de várias ten-tativas do Ministério da Educaçãopara o extinguir ou pelo menos re-duzir, se encontra agora,depois demais de trinta de anos de exis-tência, a atravessar um dos perí-odos mais críticos da sua história,sob a tutela do Instituto Camões.

Desde o início de funções emFevereiro de 2010, o IC tem se-guido um regime economicistaque nada augura de bom para ofuturo do ensino da língua e cul-tura portuguesas nas comunida-des.

Logo no início do presente anoletivo assistiu-se à tentativa de ter-minar as funções dos professoresde apoio, só tendo permitido o re-gresso dos mesmos às suas activi-dades, e mesmo assim com forteredução horária, depois de vee-mentes protestos de sindicatos,pais e professores.

Para o próximo ano letivo,2011/2012, o IC tem como obje-tivo a redução do número de horasletivas semanais para cada grupode alunos, atitude essa que signi-ficará menos horas de aula para amaioria dos alunos e professorescondenados ao desemprego ou aterem de desistir das suas funções,dado não poderem sobreviver comos salários correspondentes a ho-rários reduzidos.

Invocando a desfavorável con-juntura económica atual e a neces-sidade de medidas de austeridade,ignorando porém deliberada-mente os milhões de euros envia-dos para Portugal pelos

trabalhadores portugueses noestrangeiro,o IC prepara, para osistema de EPE, um golpe que po-derá ser fatal, visto que depois doscursos encerrados será muito difí-cil voltar a abri-los.

Incompreensivelmente, e demodo que só pode ser designadode discriminatório,os alunos quefrequentam o ensino integrado,como é o caso da Espanha e departe do Luxemburgo,continuarãoa ter exatamente o mesmo nú-mero de horas, independente-mente da quantidade de alunospor grupo, o que equivale a dizerque tanto alunos como professo-res têm os seus horários garanti-dos, pois segundo o IC não épossível fazer aí modificações,dado a elaboração de horários serda responsabilidade das entidadesescolares locais, embora os profes-sores sejam pagos pela entidadeportuguesa.

Ora este procedimento é, nomínimo, injusto. Nem os alunosnem os professores escolhem osistema a que pertencem, portantoqual é a legitimidade para alegarque haverá reduções apenas nosistema paralelo, aquele que é fre-quentado pelos alunos que têmuma sobrecarga maior, pois quasesempre têm de se deslocar a outraescola para as aulas de Portuguêsdepois do seu dia escolar normal?

Não seria esta agora a melhoraltura para melhorar as condiçõesde trabalho destes alunos e dosseus professores, permitindo, porexemplo, a constituição de gruposmais reduzidos de alunos, desdeque fosse possível terem Portu-guês na escolas que já frequentam,mesmo extra- horário , o que evi-taria deslocações desgastantestanto às crianças como aos pais?

Tudo se torna ainda mais in-compreensível se se levar emconta que o IC está disposto a dis-ponibilizar verbas para aberturade cursos de Português paraestrangeiros nas escolas dos paí-

ses de acolhimento, cursos estesdestinados a alunos alemães, suí-ços, franceses, etc.

Esta iniciativa seria muito lou-vável se não fosse o seu carátercontraditório, pois reduzir asaulas para os alunos portuguesese luso-descendentes invocando anecessidade de poupança, de-monstrando por outro lado dispo-nibilidade económica para criarcursos de português para alunosde outras nacionalidades, leva aperguntar quais serão as intençõese objetivos por trás de tal proce-dimento e até que ponto existe re-almente vontade política de serviros interesses das comunidadesportuguesas.

Seria certamente muito maislógico e correto que aos filhos dostrabalhadores portugueses fossedada prioridade em todos os as-suntos respeitantes à aprendiza-gem da língua e cultura deorigem,porém não é esta a reali-dade do momento, visto que aomesmo tempo que é reduzido oensino aos portugueses, este é-ouvai ser- oferecido a título gratuitoàs outras nacionalidades.

Divulgar e promover a línguae cultura portuguesas, sim. Masnunca à custa da redução do di-reito dos jovens e crianças , filhosde pais portugueses, a um ensinoda sua língua e cultura em condi-ções aceitáveis.

Mais do que nunca, a sobrevi-vência do EPE encontra-se amea-çada. Uma extinção a curto prazosó poderá ser evitada por um es-forço conjunto das associações,pais, alunos e professores, fazendovaler os seus interesses e demons-trando claramente a sua oposiçãoa medidas economicistas e discri-minatórias.

* Maria Teresa Duarte SoaresProfessora de LCP e Secretária-Geral do SPCL – Sindicato dosProfessores nas Comunidades Lu-síadas

Ensino português no estrangeiro

Sobrevivência ameaçada

N

PCP fez 90 anos no dia 6 deMarço. No Sábado, dia 16 deAbril, vai ser festejado esteaniversário com um jantarna Associação Portuguesa

de Neuss. Toda a comunidadeportuguesa progressista da Ale-manha deveria participar nesteacto comemorativo. Fundado em1921, cinco anos antes do golpemilitar que instaurou em Portugala mais longa ditadura fascista daEuropa, o PCP sempre lutou pelaliberdade, pelos direitosdos trabalhadores epela independência esoberania nacionais.Não é possível fazer ahistória de Portugal dosúltimos 100 anos semter em conta a existên-cia e a acção do PCP. Aolongo de todos estesanos milhares de comunistas so-freram torturas, a prisão e a mortepara que Portugal pudesse tornar-se num país mais livre e maisjusto. É esta a razão porque os co-munistas portugueses gozam degrande prestigio não só entre ostrabalhadores e o povo do seupaís, mas também entre as forçasdemocráticas, progressistas e re-volucionárias do mundo inteiro.

O PCP foi o grande Partido daRevolução de Abril. O Partido dastransformações profundas queabriram caminho à liberdade, àmelhoria das condições de vida, aofim da guerra colonial, à reformaagrária, às nacionalizações e ao re-gime democrático consagrado naConstituição da Republica Portu-guesa. Nas últimas três décadas oPCP também tem sido o Partidoda resistência à política de direita,à ofensiva dos sucessivos governoscontra as conquistas do 25 deAbril. Uma ofensiva marcada pelaentrega do sector empresarial doEstado ao capital privado e aosespeculadores e que tem provo-cado o rápido alastrar do desemp-rego, da miséria e a acumulaçãoobscena de riqueza por uma mino-ria parasitária. Só as três famíliasmais ricas de Portugal possuemhoje fortunas no valor de seis miltrezentos e oitenta milhões deeuros. O equivalente ao rendi-mento anual de três milhões deportugueses.

Quando o PCP avisou queMaastricht, a União Monetária e oTratado de Lisboa teriam gravesconsequências para a soberania eeconomia nacionais e para o nívelde vida dos portugueses, ninguémquis acreditar. Acusaram o PCP de“utópico”, “nacionalista”, de nãocompreender as necessidades dos“tempos modernos”. Diziam que oimportante era estar-se no “pelo-

tão da frente” da UE. Mas hoje queo desastre está à vista, mais umavez se confirma que nenhum outropartido defende Portugal, os tra-balhadores e o povo portuguêscomo o PCP. Hoje que as grandespotências da União Europeia pre-tendem liquidar uma parte impor-tante da nossa Constituiçãoretirando à Assembleia da Repú-blica Portuguesa o direito legítimode decidir a política orçamentalque o povo português decidir, é o

PCP que mais uma vezdirige a luta de resistên-cia contra o roubo dossalários, o aumento daidade da reforma, o en-cerramento das escolas edo serviço nacional desaúde e o abandono dascomunidades portugue-sas espalhadas pelo

mundo. É o PCP que recusando adestruição da nossa economia e acapitulação dos nossos governan-tes ergue a bandeira da soberanianacional e aponta o caminho daverdadeira alternativa lançando acampanha “Portugal a Produzir –Emprego, Soberania, Desenvolvi-mento”.

Todos os portugueses verda-deiramente democratas e patrio-tas deveriam estar orgulhosos portermos um Partido assim!

Opinião

Rui Paz

90 anos de luta

O

PCP:

PCP festeja oaniversário na

Associação Portuguesa em

Neuss

Page 6: Portugal Post Abril 2011

6 PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011

O estado alemão de Baden-Württemberg, um reduto que aUnião Democrata Cristã (CDU)governa de forma ininterruptadesde 1953, passará para as mãosda oposição social-democratae verde, de acordo com resultadosdas eleições realizadas naquele Es-tado. Também o estado vizinho daRenânia-Palatinado, que até agoraé governado pelo Partido SocialDemocrata (SPD), passará a sergovernado por uma coligação desociais-democratas e verdes.

A CDU, partido da chanceler-federal Angela Merkel, obteve emBaden-Württemberg 39% dosvotos e perdeu 5,2 pontos percen-tuais em relação às eleições de2006. O partido Os Verdes deuum salto, alcançando cerca de

24% (contra 11,7% em 2006). OSPD perdeu 2,1 pontos percen-tuais para fechar em em cerca23,1%.

Dessa forma, verdes e social-democratas contam com a maiorianecessária para retirar os conser-vadores do poder de Baden-Würt-temberg depois de quase 60 anos,e um político de Os verdes, ocandidato Winfried Kretsch-mann, pode encabeçar pela pri-meira vez um governo regional naAlemanha.

Os liberais, tradicionalmentefortes neste estado próspero econservador do sudoeste alemão,perderam quase a metade de seuapoio eleitoral e conseguiram ape-nas 5,2% dos votos.

O debate em torno do uso de

energia nuclear, desencadeadoapós o acidente na central japo-nesa de Fukushima, dominou acampanha. A viragem do governoMerkel, que anunciou uma mora-tória no plano de prolongar a vidados reactores no país foi conside-rada por muitos eleitores comouma manobra eleitoral.

As eleições em Baden-Würt-temberg eram consideradas aprova de fogo para Merkel e seusparceiros liberais na série de seteeleições regionais que encerramem Setembro com as eleições nacidade-estado de Berlim. A der-rota em Baden-Württemberg foium duro golpe para a centro-di-reita de Merkel, que também per-deu em outros estados, a Renâniado Norte-Vestfália e Hamburgo.

Partido Os Verdes alcança vitória históricaem eleições regionais alemãs

Winfried Kretschmann, de Os Verdes, em pose de vitória

Foto

: DPA

Na Constituição da RepúblicaFederal da Alemanha foi inscritoum parágrafo que proíbe o Estadode fazer novas dívidas a partir de2020. A responsabilidade paracom as gerações futuras exige umalimitação consequente das dívidaspúblicas. Estas impedem as gera-ções futuras de fazerem os inves-timentos então necessários.

No Domingo, 27.03.2011, oEstado confederado do Hesselevou a efeito um referendo para opovo se pronunciar se deveria serincluído, na Constituição deste Es-tado, um parágrafo travão da dí-vida pública.

70% dos votantes votaram“sim” e 30% “não”. CDU, SPD,FDP e Verdes tinham feito propa-ganda a favor da cláusula na Con-stituição; só o partido “DieLinke”(A Esquerda) fazia propa-ganda contra prevendo que talmedida disciplinar legislativa viráa ter más consequências para oEstado social.

Hesse foi o primeiro Estadoda RFA a realizar um plebiscitosobre a proibição de endivida-mento. O presidente do Estado doHesse, Volker Bouffier (CDU),considera esta decisão como umadas mais importantes do ano.

Este referendo obriga o Es-tado do Hesse ao cumprimento dotravão das dívidas mesmo que, hi-poteticamente, o Tribunal Consti-tucional da RFA anulasse oparágrafo introduzido na Consti-tuição da RFA, refere o jornalHNA de 28.03.2011.

A partir de 2020, o Orça-mento de Estado não pode assu-mir novos créditos. Excepções só

serão possíveis em caso de catás-trofes da natureza ou duma crisefinanceira grave.

Segundo a União dos Contri-buintes, Hesse, com uma popula-ção pouco superior a seis milhõesde habitantes, atingirá os 40 milmilhões de Euros de dívidas, noVerão. Devido aos juros, a dívidaaumenta 71 euros por cada se-gundo que passa.

Com a proibição por lei defazer dívidas, os partidos reconhe-cem a sua incapacidade política defazerem o que deveriam fazer, istoé, governar com um orçamentoequilibrado como faz a boa donade casa. Com esta limitação con-stitucional, os partidos passam ater um argumento válido parapouparem e não se preocuparemapenas com medidas tendentes afacilitarem a sua reeleição depoisde cada legislatura! Esta é umamedida tendente a disciplinar apolítica partidária!

A situação financeira degrande parte dos países, a níveleuropeu e mundial, é tão graveque gerações futuras teriam detrabalhar quase só para pagaremos juros e as dívidas públicas dosseus Estados.

Esta situação terá, como con-sequência certa, a falência de Es-tados e uma reforma da moeda.Num tempo em que parte da cons-ciência humana já não vê naguerra a solução para os proble-mas, terá que surgir, em vez delauma desvalorização total damoeda para que os Estados pos-sam começar de novo.

A Alemanha dá assim o exem-plo ao mundo no sentido de se au-todisciplinar e de assumirresponsabilidade concreta.

Plebiscito limita a dívida públicaEleições

Constituição alemã proíbe o Estadode fazer Dívidas a partir de 2020

António Justo

O número de desempregadosna Alemanha desceu ligeiramenteem Fevereiro, situando-se nos3,317 milhões, menos 33 mil pes-soas do que no mês anterior, ape-sar do rigoroso inverno, queafectou a actividade de algunssectores industriais.

Quanto à taxa de desempregopassou de oito por cento para 7,9por cento, anunciou a Agência Fe-deral do Trabalho, em Nurem-berga.

Em termos homólogos (com-paração com igual mês do ano an-terior) há agora menos 326 mildesempregados, e a taxa de de-semprego desceu dos 8,7 porcento registados em Fevereiro de2010 para 7,9 por cento.

O presidente da BA, Frank-Ju-ergen Weise, manifestou-se satis-feito com os resultados queanunciou, sublinhando que o nú-mero de trabalhadores inscritos

na previdência social e as vagaspara novos empregos continuam acrescer.

O número de trabalhadores,porém, diminuiu 591 mil em Fe-vereiro, na comparação em cadeia(com o mês anterior), e situa-seagora nos 40,2 milhões, comuni-cou o Instituto Federal de Estatís-tica (Destatis).

Os especialistas alemães sub-linharam que este recuo se deve arazões sazonais, e está dentro dospadrões normais para o períodocorrespondente.

Já a comparação homóloga,com Fevereiro de 2010, revela quehá agora mais 466 mil trabalhado-res no activo, segundo o Destatis.

Devido à boa conjuntura, osanalistas consideram possível queao longo deste ano seja ultrapas-sada a barreira dos 41 milhões detrabalhadores no activo.FA

Desemprego desceu em Fevereiro,apesar de rigoroso inverno

Detlef Spies, de 48 anos, “tra-tava a família como se fosse pro-priedade sua a quem podia fazer oque quisesse”, afirmou o presi-dente do tribunal, Winfried Het-ger, no final do julgamento emCoblenz

“Tinha uma ascendência tãogrande sobre a família que nãoprecisava de fechar fosse quemfosse… Dizia às suas vítimas que oque lhes fazia era permitido”,acrescentou o magistrado.

O caso de Spies chocou a opi-nião pública na Alemanha, ondefoi comparado com o do austríacoJosef Fritzl, condenado em 2009a prisão perpétua por ter seque-strado e violado a filha durante 24anos e ter tido sete filhos dela.

Spies declarou-se culpado de

ter violado repetidamente entre1987 e 2010 a filha, Jasmin, e osdois filhos da mulher, um rapaz euma rapariga, Natacha, a quemfez oito filhos. Uma das criançasnascidas morreu pouco tempo de-pois de nascer.

O alemão, um antigo moto-rista de camião no desemprego,confessou todos os crimes.

Spies violou as duas raparigasa partir dos 12 anos e prostituiu-as, por algumas dezenas de mar-cos, numa casa que tinha na aldeiade Fluterschen, perto de Coblenz.

O homem também batia fre-quentemente nas três crianças,com um cinto ou com um chicotefeito por si próprio, segundo oprocurador Thorsten Kahl.

“Juntando todos estes crimes,perfazemos uma pena de 500 anose dez meses de prisão, mas a leialemã não permite essa acumula-ção”, explicou o juiz ao pronunciaruma condenação a 14 anos e seismeses de prisão.

O Ministério Público pediuque fossem retirados seis meses àpena máxima de 15 anos devido àconfissão dos crimes.

A sentença foi recebida comexclamações de alegria na sala deaudiências. Detlef Spies assistiu àleitura impassível.

O processo pôs em evidência ofracasso dos serviços sociais e dosvizinhos em pôr termo aos abusos.

O enteado de Detlef Spies,Bjorn, disse à imprensa no iníciodo julgamento ter alertado os ser-viços sociais há vários anos e acu-sou-os de nunca teremdenunciado o sofrimento das cri-anças.

A investigação revelou que apolícia abriu um inquérito em2002, mas arquivou-o depois de afilha de Spies ter negado o factos ea enteada ter recusado falar.

O antigo motorista de camiãoacabou por ser detido a 10 deAgosto de 2010, na sequência deuma denúncia feita pela enteada.

A mulher, de cerca de 50 anos,foi ouvida como testemunha noprocesso mas não foi processada.

“Este veredicto é também umamensagem para outras vítimas emsilêncio, para que tenham cora-gem de falar. Só então o seu sofri-mento terá fim”, disse o juiz.

Catorze anos de prisão para homem que violou filha e enteados durante duas décadas

Um alemão foi condenadoa 14 anos e meio de prisãopor ter violado, durantemais de 20 anos, a filha, oenteado e a enteada, dequem teve oito filhos.

Alemanha

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 7

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OpiniãoCarlos Gonçalves*

ortugal vive hoje umagrave crise econó-mica e financeiracom impacto directona degradação da

qualidade de vida dos seuscidadãos e no agravamentoperfeitamente visível daimagem do país a nível ex-terno traduzido nas dificul-dades crescentes emconseguir financiamentofora do país.

Neste momento tão com-plicado torna-se ainda maisimportante que Portugalconte com todos os portu-gueses para um esforço derecuperação e que contefundamentalmente comaqueles que residem noestrangeiro e sempre semostraram disponíveis paraajudar o país nos momentosmais difíceis porque tem

passado a Democracia Por-tuguesa.

Os portugueses da nossaDiáspora e nomeadamenteaqueles radicados na Ale-manha alcançaram já, emmuitos casos, importantesposições económicas quelhes permitem realmenteser fundamentais para onosso país, caso as autorida-des portuguesas saibamcomo tirar proveito dessamais valia.

Os empresários portu-gueses da Alemanha, forta-lecidos já por umaFederação empresarial, demérito reconhecido egrande dinamismo, são umtrunfo que Portugal podeutilizar neste momento maiscomplicado que vivemos emtermos económicos, atravésdo potenciamento da rela-

ção com os empresários ra-dicados aqui em Portugal,promovendo a troca de in-vestimentos e de produtos.

Para isso é necessárioque as instituições portu-guesas que trabalham nestaárea do investimento econó-mico e da internacionaliza-ção da economia tenham acapacidade de saber atrairestes empresários com ver-

dadeiros programas de in-centivos ao investimento emPortugal, conseguindo ul-trapassar as numerosas bar-reiras burocráticas que namaior parte dos casos secriam aos processos desen-cadeados por esses empre-sários.

Ao mesmo tempo era ne-cessário que o Governo ti-vesse tido ao longo destes jáseis anos uma política eco-nómica direccionada para asnossas Comunidades, masna verdade o que se verifi-cou ao longo deste tempo foia ausência de iniciativas le-gislativas destinadas às em-presas e aos jovensempresários portugueses re-sidentes no estrangeiro.

O que se verificou foi até,pelo contrário, a adopção deum conjunto de medidas

que acabaram por ter umefeito exactamente contrá-rio e que levaram a uma di-minuição até das remessasdas famílias portuguesas daDiáspora.

Mais uma vez pego nestetema da capacidade detodos os nossos compatrio-tas residentes no estran-geiro para ajudarem aodesenvolvimento de Portu-gal. Mais uma vez deixo aquium apelo às autoridadesportuguesas para criaremuma verdadeira políticapara as Comunidades que aspromova dentro do nossopaís e lhes dê as capacidadespara se afirmarem comomerecem.

* Carlos Gonçalves é de-putado do PSD eleito peloCírculo eleitoral da Europa

O empreendedorismo nas Comunidades Portuguesas

P

“Os empresários portu-gueses da Alemanha,fortalecidos já por umaFederação empresarial,de mérito reconhecido egrande dinamismo, sãoum trunfo que Portugalpode utilizar neste mo-mento mais complicadoque vivemos em termoseconómicos”

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011Comunidade8

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REPORTAGEM

Um grupo de alunos do 11º ano dependente do Instituto Camões, curso a funcionar na escolabilingue em Hamburgo, visitou a Assembleia da República no passado dia 11 de Março de 2011,acompanhado pela Professora Maria Rosa Barros, onde foi recebido pelos deputados CarlosGonçalves e José Cesário.Na foto: o Deputado Carlos Gonçalves, ao centro, acompanhado pelos jovens alunos.

(continuação da página 2)

A grave crise dos RecursosHumanos dos Consulados

PP: E outras matérias que otenham sensibilizado através doscontactos empreendidos?

C.G.:Outra matéria que foi ven-tilada, tanto em Dusseldorf como emEstugarda, é a questão dos RecursosHumanos dos Consulados, com umaparticularidade que me diz muito -como sabe - porque fui dirigente sin-dical dos Trabalhadores Consulares.Não só como Secretário de Estadocomo também nas funções de depu-tado, já várias vezes apontei os camin-hos para a resolução deste problema,que é a questão das chefias intermé-dias. Temos um grande problema deRecursos Humanos nos serviços con-sulares e diplomáticos, mas temos so-bretudo um problema gravíssimo pelafalta de quadros para representaremfunções de Vice-Cônsul e de Chance-ler. Neste momento, Düsseldorf nãotem nenhum vice-cônsul nem nenhumchanceler; portanto a Cônsul não temninguém para a substituir - nem se-quer na assinatura de documentação.E neste momento, em Estugarda, ca-minhamos para a mesma situaçãoporque a única funcionária desseposto vai-se aposentar. Portanto, éuma situação muito complicada: oConsulado pode ser obrigado a parar,de um momento para o outro, poralgum imponderável.

PP: Como vê o desempenho do

António Braga, o actual Secretáriode Estado das Comunidades Portu-guesas? Acha que ele participa da-quela nuvem de „ obstinadainacção „ com que, Passos Coelho,o líder do seu partido, adjectiva agestão do actual Governo de JoséSócrates?

C.G.: O problema não é propria-mente o Secretário de Estado, Antó-nio Braga. Que, evidentemente,poderá ter algumas responsabilidades.Tem a ver com a postura que este Go-verno tem no seu todo. E muito parti-cularmente, o sr. Primeiro Ministro, apostura que assumiu em relação aosportugueses residentes no estrangeiro.O eng° Sócrates convive mal com asComunidades. Não sei porquê, e gos-taria de saber. Não teve em seis anosde governação o mínimo incentivo -que se aponte - para as ComunidadesPortuguesas. O próprio Ministro dosNegócios Estrangeiros- que calcorreiao Mundo - e a que reconheço muitomérito nalgumas iniciativas da nossapolitica externa - não tem qualquerpreocupação por esta área. Não temum momento para que atenda estaquestão. Portanto, falar do Secretáriode Estado é uma forma de falar do quese não realiza, apesar de ser o nossomais directo interlocutor. Mas é umproblema bem mais grave é um País– que através do Governo e do seuPrimeiro Ministro- não percebe asComunidades Portuguesas. No meupartido, e regozijo-me, todos os líde-res nacionais visitam as ComunidadesPortuguesas; e aqui expresso o recon-hecimento aos militantes do meu par-

tido que obrigam os lideres a visita-rem os núcleos espalhados peloMundo. Os militantes do PSD noestrangeiro não aceitam que o seulíder não venha ter com eles.

PP.: Mas no documento que cir-cula no interior do PSD do eng°.Carrapatoso - Mais Sociedade - nãose vislumbra também nenhuma re-ferência às Comunidades?

C.G.:Há muitos anos que lutopara que as Comunidades Portugue-sas façam parte integrante do todo na-cional. Ou seja, quando discutimos osproblemas do País, deviamos estar adiscutir os problemas do País no seutodo. Que incluiria, imediatamente, asComunidades Portuguesas. Nós, eu,você, o PORTUGAL POST, comete-mos este erro- que é um erro da expe-riência- que quando não somos nós afalar, ninguém se lembra de nós. E,portanto, quando se imagina, a solu-ção dos problemas de Portugal, nós, àpartida, sentimos que não estamos lá.Todos os projectos para construir Por-tugal têm que integrar os portuguesesresidentes no estrangeiro. E tem queos integrar: não para que tenham penade nós. Neste momento, quem é queprecisa de quem? Acho que Portugalé que precisa de nós. Portanto, não pa-rece que possa haver no momento quevivemos um projecto que não conteconnosco. Independentemente das ati-tudes que sentem em Portugal em re-lação a eles, os emigrantes nuncadeixaram de sentir Portugal, de apoiarPortugal e de ajudar Portugal. F. Almeida Ribeiro

Entrevista com o deputado Carlos Gonçalves

“O eng° José Sócrates convive mal com as Comunidades”

Pelas 19 horas na Festhalle-Schmiden, Hofäckerstr.2- 70736 Fellbach-Schmiden.Participação do Rancho Folclórico Estrelas deFellbach, grupos de dança moderna, MiniSplash e The Funnkys Baile com o conjunto músical DANCE 2Preço dos bilhetes:Pré-venda 14 € no dia da festa 17 €, sócios com cotas actualizadas 10 €Informacões: João Almeida: 01733203814 José Loureiro: 01723463611

Dia 9 de AbrilGrande Festa em Fellbach

O célebre grupo minhoto-concertina, desgarradas e outrosefeitos...- vão ser o extra momentofenomenal da grande festa do XIVAniversário do prestigiado CentroPortuguês de Fellbach,que irá de-correr no FestHalle-Schmiden da-quela cidade dos arredores deEstugarda. O evento terá início às19 horas do dia 9 do corrente mêsde Abril, de acordo com o que oP.Post apurou junto de fonte daorganização. Buffet volante comespecialidades assegurará o re-temperar de forças para a dança eo convívio fraternal.

Por certo que o gigantesco pa-vilhão municipal irá encher paraver, ouvir e dançar ao som domagnifico grupo Augusto Canário& Amigos, e do conjunto Dance2,que interpretará até de madru-gada os hits mais entusiásticos domomento. A exibição do Rancho

Folclórico Estrelas de Fellbach, doCentro, e dos Grupos „ caseiros „de Dança Moderna, MiniSplash eThe Funmkys marcaram tambémo ritmo do grande acontecimento.O grande show de Augusto Caná-rio& Amigos está, por certo inte-grado, no Tour 2011, intitulado „Biba a Rambóia !“.

O Centro Português de Fell-bach, fundado em 28 de Fevereirode 1997, pertence à „ jóia da coroa„ dos Centros e Associações de Es-tugarda. Sempre apostou na viademocrática plena e transparentepara erguer o seu meritório histo-rial. Nunca tomou caminhos espú-rios e fez frente com pondunor egalhardia à adversidade, mercê dagarra e bairrismo do núcleo defundadores. O P.Post associa-secom muito orgulho à passagem doXIV Aniversário do C.P. de Fell-bach.

Festa do XIV Aniversário do Centro Português deFellbach

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Page 9: Portugal Post Abril 2011

PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 Comunidade 9

GENTEMARCO MATIASDepois de ter sido descoberto num Casting-Show realizado pelo canal televisivo ZDF em2003, o cantor Marco Matias é uma destacávelfigura da Comunidade lusa na Alemanha.Nascido em 1975 em Solingen, Marco Matiaspisou os mais famosos palcos da música na Ale-manha, tendo conseguido o segundo lugar numafinal do Festival da Eurovisão da Alemanha como conhecido título A Miracle of Love. Destaqueainda para a sua participação no concursoDeutschland sucht den Superstar (DSDS).Refira-se ainda e edição do Single com o títuloRhythm of Love em que canta em duo umaoutra cantora (Nicole Süßmilch).Neste momento, Marco Matias faz, juntamentecom o músico Restrepo, uma digressão pelaAlemanha para apresentar o novo album “Diada Esperança”Foto: Cortesia Marco Matias

Foi no passado dia 12 deMarço que se Realizaram as cele-brações do 35° aniversário doRancho Folclórico Infantil deMainz num salão de festas em Na-ckenheim e em que estiveram pre-sentes vários ranchos das cidadesvizinhas.

Para animar o serão, o grupomusical Ciclete de Wiesbaden ab-rilhantou o baile.

Este rancho fundado em 1976em Kostheim-Mainz, por dois ir-mãos, o Rev.Padre António Ca-bral (entretanto falecido) e suairmã Olívia Cabral,

Muitas têm sido as crianças

que vão passado por este grupoao longo dos seus longos 35 anos.Miúdos entre os 4 e 13 anos deidade vão aprendendo e divul-gando a música e danças tradicio-nais do Norte a Sul de Portugal.

Deixa-se aqui uma palavra dereconhecimento à senhora FátimaTorres e aos ensaiadores NorbertoGuerreiro e Isabel Nunes pelo seuesforço e trabalho. Eles têm levadoestas crianças a participar em fes-tivais com grande sucesso e parti-ciparam já com uma actuação noprograma das manhãs da RTPPraça da Alegria. Maria do Céu, corresponte

Rancho Folclórico Infantil de Mainz festejou o seu 35º aniversário

Foi no dia 19 de Março que serealizou um jantar-convivio da co-munidade lusa de Rhein-Mainpara escolher a Miss e Mister dos4 aos 22 anos.

Foram inscritos cerca de 40 jo-vens de ambos os sexos. Na aber-tura do evento assistimos àactuação do Rancho Infantil deMainz, sendo que logo aseguir começaram a desfilar ospríncipes e princesas mais peque-nos. Este foi um grande momentoda noite com os miúdos vestidos arigor com um ou outro que se dis-tinguia. Terminado o desfile, o júriclassificou primeiro as meninas:1º lugar ficou Maria João, 2º. Na-dine Falcão Teixeira, 3º.NatalieMartins.

Os meninos foram classifica-dos da seguinte forma: 1º MarkusSing, 2º Florian Saraiva, 3º Tiago.

Com um momento de músicapelo meio, começou depois o des-file das candidatas e dos candida-tos a Miss e a Mister. O públicoassistiu e muito se especulava

sobre quem sairia dali escolhidacomo a rainha da noite.

O jurí atento à beleza das con-correntes decidiu a votação. EleitaMiss Comunidades Rhein- Mainfoi Jessica Gomes e as suas damasde honor Andrea Oliveira e JessicaFigueiredo. Já na eleição paraMister, Ricardo Mendes e seusacompanhantes Domingos Simõese Joel Teixeira foram os escolhi-dos.

Eram já 02h00 quando a festaterminava também com muitamúsica .

No final, a organização ficoufeliz com o resultado do evento,tendo agradecido a presença dedois jornalistas da RTP interna-cional e de todos quantos ajuda-ram ao êxito do espectáculo.

A organização pensa dar con-tinuidade a esta iniciativa, tendojá assegurado o patrocínio de al-gumas empresas que cooperaramcom a organização e a quem muitose agradece.Maria do Céu, correspondente

Comunidade lusa elege os mais boni-tos e as mais bonitas de Rhein-Main

Por questões de impossibili-dade, não nos foi possível publicarna passada edição as conclusõesdo encontro que se realizou emHamburgo no passado dia 5 deFevereiro entre a responsável pelacoordenação do ensino, SílviaPfeifer, professores e encarrega-dos de educação e a presença doCônsul-Geral e de Alfredo Stoffel,membro do Conselho das Comu-nidades (CCP).

O encontro, que decorreu noConsulado-Geral de Portugal emHamburgo, serviu fundamental-mente para informar a comuni-dade sobre a situação do ensino naárea de jurisdição do consulado.

Sílvia Pfeifer fez questão dedestacar que privilegia o contactodirecto com as pessoas, de modo aauscultar as preocupações e, poroutro lado, dar resposta às ques-tões com que as pessoas de deba-tem.

Neste contexto, no que dizrespeito à contratação de profes-sores a responsável teve de in-formar os presentes dosobstáculos burocráticos que temenfrentado, nomeadamente noprocesso de recrutamento e con-tratação local de professores.

A este propósito, Sílvia Pfeiferdisse-nos, à margem do encontro,que sentiu um “grande descon-tentamento provocado pela faltade um professor que serve três co-munidades distintas “ e que as“justificações que me têm sidodadas até ao momento para a nãoabertura dos cursos são insufi-cientes para responder às necessi-dades e ansiedades dacomunidade”.

“Por isso, eu penso que a únicacoisa que posso dizer neste mo-

mento e que me proponho agir erecolher mais informação juntodas entidades responsáveis peloscursos e continuar, como tenhofeito até agora, a tentar junto dosórgãos competentes a pressionarpara que o professor seja colocadonesta região que tem o curso emaberto mas também nas outrasáreas consulares da Alemanha -no total são seis vagas ainda porpreencher”, acrescentou.

Por seu turno, Alfredo Stoffel,membro do Conselho das Comu-nidades Portugueses, tambémpresente no encontro, disse ao PPque „existe pouca vontade políticae falta de clareza na resolução dosproblemas que atingem o ensinodo português na Alemanha“.Sobre as informações que a Coor-denadora prestou à comunidade,Alfredo Stoffel referiu que „as jus-tificações apresentadas pela coor-denadora, a meu ver, não acalmouos ânimos da comunidade”.

„Este problema do ensino jávem de longa data, não é de agorae é altura de perguntar às entida-des oficiais portuguesas o que es-

peram fazer no ensino da línguaportuguesa no estrangeiro. Redu-zir tudo a questões económicas ejustificar as falhas por falta de din-heiro é muito pouco“, disse o con-selheiro.

Questionando os resultados dareunião Alfredo Stoffel foi bemclaro: „o que eu e a comunidadegostávamos é que alguém falasse eesclarecesse claramente as coisas,sem muitos rodeios e desculpaspor falta de verbas. A comunidadeportuguesa está aberta a um diá-logo claro e directo. Quando mem-bros do governo dizem que se devedar mais valia àlusofonia e sobre-tudo valorizar as comunidades nadiáspora, a meu ver, deixar as coi-sas em aberto como estão, leva-mea duvidar que não seja só a falta dedinheiro o grande obstáculo. Creioque estamos perante uma estraté-gia para desmotivar os alunos e acomunidade na luta pela a conti-nuidade do ensino do portuguêsno estrangeiro“

Maria dos Anjos Santos, correspondente

Comunidade em Hamburgo manifesta preocupaçãocom o ensino do português aos jovens alunos

Aspecto da mesa da reunião. Da esq., Alfredo Stoffel, Cônsul-Geral, AntónioJosé Alves de Carvalho, e Silvia Pfeifer, Coordenadora-Geral do Ensino

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011Entrevista10

Portugal Post: O que olevou a rumar para a Ale-manha, salvo erro, no iníciodos anos 60?

José Eduardo: Estávamos em1963. No ano seguinte eu ia com-pletar os 20 anos e por isso comoqualquer outro jovem daquelaidade eu tinha apenas uma saída,ia para a guerra. Este era um temamuito discutido em nossa casa,uma vez que o meu irmão maisvelho já tinha feito a guerra naÍndia, um outro irmão nosso es-tava na altura em Angola, e umterceiro já estava na tropa. Nessaaltura que morreu em Angola umgrande amigo da nossa família.Foi então que decidi que não iriapara a guerra. Restava-me paraisso uma única possibilidade, queera sair de Portugal. O meu irmãomais velho estava na altura estu-dar na Alemanha. Pedi-lhe parame levar também para lá. Caso talnão fosse possível, eu estava deci-dido a tentar a fuga para a França.

Como disse o tema guerra co-lonial era muito discutido emnossa casa e eu tinha consciência

de que se tratava de uma guerrainjusta. Por isso em vez de ir lutare talvez morrer por uma causa quenão era minha e que consideravainjusta, acabei por emigrar para aAlemanha. Pensava ficar apenasaté à altura em que passaria à re-serva, o que acontecia aos 27 anos.Porém a lei foi alterada e acabeipor ficar toda uma vida neste Paísque me acolheu. Aqui vivo por-tanto há quase cinquenta anos enão obstante nunca ter queridonacionalizar-me alemão, confessoque me sinto aqui como estandoem casa. Considero este País deacolhimento como a minha se-gunda Pátria.

PP: Quais as linhas deforça maiores do seu ideáriohumano, da sua vontade demudança ininterrupta alicer-çada numa ética superior emprol do bem estar dos outrosmembros da Comunidade?

J.E:Eu costumo dizer que hácoisas que nascem connosco. Oumelhor, aprendem-se quandoainda estamos na barriga das nos-

sas mães. Eu tive a sorte de nascernuma família em que se davamuito valor aos outros. Quandovim para a Alemanha, o meu paifez questão em me levar à estaçãodo Comboio, a conhecida “Estaçãoda minha Vida”, que dista cincoquilómetros da nossa terra. Du-rante o percurso, deu-me umalinda lição, que nunca esquecinem esquecerei. Falou-me doamor ao próximo, da grande ri-queza que são os nossos amigos, eda importância de nos preocupar-mos não apenas com nós próprios,mas também com os outros. De-pois, já na Alemanha, compreendimuitas das coisas de que o meupai me falou naquele dia. Na al-tura a única estrutura portuguesana Alemanha era o ConsuladoGeral de Portugal em Hamburgo.Infelizmente eu entrei com o péesquerdo neste País e, poucotempo depois de cá ter chegadotive um acidente de trabalhograve, no qual perdi um rim. Nohospital manipularam as coisas e“diagnosticarem-me” uma doençade nascença como causa para aperda daquele órgão. Pedi a ajudaaquele Consulado Geral, quenunca se dignou responder-me.Senti-me lançado aos bichos enem sei se, não fosse o apoio domeu irmão teria conseguido so-breviver. Por isso, quando no anoseguinte começaram a chegar mil-hares de portugueses, sentique poderia ser útil, aju-dando no que me fosse possí-vel.

PP: Integrando a TAP,a nível laboral e comomembro do Conselho deEmpresa, durante déca-das, nunca se furtou aparticipar na vida cívicae cultural da Comuni-dade. Como equilibrouessas múltiplas activida-des? De que é que mais seorgulha nessa longa ma-ratona de mais de quatro dé-cadas?

J.E.:Em Janeiro de 1971 inte-grei os quadros da TAP Portugalna Alemanha. Vivíamos ainda operíodo fascista em Portugal.Nessa altura eu já tinha adquiridoconsciência de classe. Já era sindi-calizado e já participava nas re-uniões dos trabalhadores. Por issoestranhei muito que numa em-presa com cerca de 60 trabalhado-res não houvesse quase ninguémsindicalizado, não houvesse umConselho de Empresa (BR), nemmuito menos um Contrato de Tra-

balho. Aos poucos fui ganhandocolegas para o sindicato, pensá-mos em constituir um BR equando a maioria estava sindicali-zada, o nosso Sindicato propôs ne-gociações para um contratocolectivo de trabalho. Assim, equase de repente vi-me metidonuma comissão sindical e numConselho de Empresa. Pertenci aestes dois órgãos até ao dia e queme reformei.

Depois e como sabemos todasas outras actividades vêm poracréscimo. Um sindicalista senteque a sua actividade não morre nosindicato ou na empresa. Por isso,quando começaram a surgir asprimeiras tentativas no sentido dese criarem associações portugue-sas, aderi a essas iniciativas comtodo o coração. Antes mesmo devir para a TAP já ajudara a criaruma das mais antigas associaçõesportuguesas na Alemanha, CentroPortuguês de Mannheim.

Gostava no entanto de aqui re-ferir que, não obstante todas asmuitas outras actividades quesempre desenvolvi, nunca deixeide cumprir com todas as minhasobrigações profissionais.

Quanto ao que mais me or-gulha, devo dizer que sempre fuimuito orgulhoso na profissão queescolhi e na Empresa para ondetrabalhei quase quarenta anos.Orgulho-me ainda, e muito, de

todos os muitos amigos que con-segui fazer em toda a Alemanha ede todo o trabalho desenvolvidoem todas as actividades em queme meti, conselho de empresa, co-missão tarifária, associações por-tuguesas, associações de amizadealemães estrangeiros, conselhosde estrangeiros, autarquia, etc. Foium trabalho duro mas sinto-memuito honrado por ele.

PP: Viveu „ por dentro „ o25 de Abril 1974 em Frank-furt, em especial, e na res-tante Alemanha, em geral.

Pode-nos revelar os factosmais salientes impostos pelaRevolução na vida e culturada Comunidade? Qual a suaparticipação no MovimentoAssociativo lusitano ao longodestas décadas?

J.E.: Quando se deu o 25 deAbril, esta revolução não foi nen-huma surpresa para mim. Nessaaltura já militava no Partido So-cialista e também no SPD. Tinhaestado em Portugal pela Páscoa e,nos contactos que tive com algunsamigos, nomeadamente no JornalRepública fiquei com a sensaçãode que havia qualquer coisa no ar.Devo no entanto confessar queaquele foi para mim um dos diasmais felizes da minha vida.Quando nos apercebemos de queera um Movimento irreversível,festejámos. Estávamos na alturaem preparação para o 1º de Maio,onde pela primeira vez em Frank-furt, os portugueses iam participarde uma forma organizada, e de-monstrar a nossa solidariedadepara com os trabalhadores emPortugal. O 1º de Maio era proi-bido no nosso País. Entretanto dá-se o 25 de Abril e então tivemosque alterar tudo o que estava feito,no que respeita aos cartazes quepassaram ser de apoio à revoluçãodos cravos. Recordo com muitoorgulho a forma como, integradosna manifestação do DGB, fomos

aplaudidos ao longo de todo opercurso. À tarde, e duranteos festejos no DGB, fomosforçados a intervir para falar-mos da Revolução dos Cra-vos. O mundo estava rendidoà forma como o MFA tinhaconseguido derrubar o fas-cismo, usando cravos em vezde balas.

Durante vários mesesquase não tive fins-de-semana, uma vez que demosapoio aos militares do MFAque vieram à Alemanha ten-tar explicar a Revolução aos

nossos compatriotas. É que nessaaltura, usando a arma do boato, ossaudosistas do velho regime, ten-tavam a todo o custo convencer osemigrantes a não enviarem din-heiro para Portugal, asfixiandodessa forma a economia do País.

PP: Ajudou a construirdois Jornais, o Diálogo doEmigrante e esteve muito li-gado ao Correio de Portugal,hoje Portugal Post. O que olevou a colaborar e a lutarsem falhas pela sua implanta-ção?

José Eduardo: Quase 50 longos anos a viver e a trabalhar na Alemanha

“Considero este País aminha segunda Pátria”

Impunha-se ouvir José Eduardo, funcio-nário da Tap durante quatro décadas,sindicalista aguerrido e membro do Con-selho das Comunidades. Trata-se, semsombra de dúvidas, de uma das mais ca-tivantes e exemplares das personalida-des da Comunidade lusa. Que não temmuitas, infelizmente. E onde os vícios epruridos crescem como cogumelos... Atodos os níveis.

Na altura a única estrutura por-tuguesa na Alemanha era oConsulado Geral de Portugalem Hamburgo. Infelizmente euentrei com o pé esquerdo nestePaís e, pouco tempo depois decá ter chegado tive um acidentede trabalho grave, no qual perdium rim.

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 Entrevista 11

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J.E.:Uma das coisas que maisme custou a habituar nesta vida deemigrante foi a falta de notícias donosso País. Com a minha entradapara a TAP as coisas mudaram, jáque recebíamos diariamente al-guns jornais portugueses. No en-tanto a grande maioria dos nossoscompatriotas vivia aqui num iso-lamento total. O aparecimento doDiálogo do Emigrante, proprie-dade das Missões Católicas veiocolmatar essa lacuna. Tínhamosna altura em Frankfurt um missi-onário português bastante pro-gressista. A direcção do jornalfoi-lhe entregue e, como primeiramedida decidiu convidar umgrupo de leigos, no qual eu estavaincluído, para o corpo redactorialdo jornal. Verificámos depois queno que respeitava à parte adminis-trativa aquilo era um caos abso-luto. Não havia contabilidade e,como documentos entregaram-nos uma caixa de sapatos cheia detalões do correio para pagar assi-naturas e nem sequer havia listade assinantes. Começaram a cho-ver as reclamações dos assinantesque tinham pago mas que não re-cebiam o jornal. Decidiu-se entãoque eu assumiria a administraçãodo jornal, naturalmente que comovoluntário. Durante um ano passeios fins-de-semana na missão a or-ganizar os ficheiros de assinantese actualizar os pagamentos.Quando tudo estava a funcionar osmissionários decidiram, sem me

perguntar, mudar a direcção dojornal mas mantinham-me comoadministrador. Recusei e, commuita pena vimos partir o jornal etodo um ano de trabalho. Achoque acabou por desaparecer.

Depois ajudei a criar o JornalBatalha que se manteve em activi-dade graças à carolice de meiadúzia de pessoas, mas que acaboutambém por desaparecer.

Apareceu depois o Correio dePortugal, mais tarde PortugalPost, que veio tapar uma lacuna. Éque do meu ponto de vista, umjornal é importantíssimo para acomunidade. As notícias que nochegam pela RTPi, bem comopelos jornais nacionais, acabampor não focar os temas da emigra-ção e muito menos informar sobreaqueles que são os nossos direitos.Por isso abracei com muito entu-siasmo este projecto do PortugalPost e, sempre que foi possível deia minha colaboração.

Para quem quer conhecer bema problemática da Emigração naAlemanha, Portugal Post é umaferramenta indispensável. É penaque por os responsáveis em Portu-gal não dêem aos Jornais da Emi-gração a devida atenção. A meuver este tipo de jornais deveria sersubvencionados.

PP: Foi autarca num Mu-nicípio alemão. E há trêsmandatos foi eleito para oConselho das Comunidades.Como encarou essasmissões? E quais os aspectosmais importantes da suamissão como conselheiro co-munitário?

J.E.:Considero que uma dasmaiores conquistas dos trabalha-dores emigrantes residentes nosPaíses da União Europeia foi o di-reito ao voto nas eleições comu-nais. É pena que muitos dosnossos compatriotas ainda não ti-vessem compreendido isso. Consi-dero também muito importante apossibilidade de podermos sereleitos.

Quando há cerca de 12 anosme convidaram para integrar uma

lista de candidatos, aceitei o desa-fio e hoje devo dizer que foram 12anos muito enriquecedores. Écerto que isto obriga a um grandeespírito de sacrifício, sabendo-sedesde logo que não traz qualquerrecompensa monetária. No en-tanto haverá maior recompensado que a de termos a noção de est-armos a fazer algo para o bem-estar de todos?

A participação em eleições émuito importante. Sobretudo nosmunicípios, em que tudo se sabe,é importante constatar-se se de-terminada comunidade participaou não. Uma comunidade pode in-fluenciar resultados eleitorais,

pelo que os autarcas são obrigadosa terem essa comunidade em con-sideração. Por isso tenho apeladoaos nossos compatriotas para queparticipem nas eleições comunais.Quem não participa não conta.

Quanto ao Conselho das Co-munidades, devo dizer que é o or-ganismo onde mais frustrado metenho sentido. Tenho a sensaçãode que aquele organismo existeapenas porque consta da Lei, noentanto não vejo qualquer von-tade do poder político em o tornarviável.

Antes tínhamos os conselhosregionais que, pelo menos nosaproximavam dos eleitores e nospermitia ouvi-los. Agora aquelesconselhos foram extintos e os con-selheiros estão agrupados por co-missões temáticas, o que aprincípio até acreditei que torna-ria o Conselho mais útil. Pensavaque as comissões teriam possibili-dades de discutir os diversostemas com técnicos competentesde forma a tentarmos remediar al-gumas coisas que nos parecemestarem erradas e serem lesivasdos interesses dos emigrantes. A

comissão onde estou integradotem levantado alguns problemasem que os emigrantes estão a serpenalizados, nalguns caso por de-ficientes interpretações da Lei, noentanto até agora as nossas dúvi-das nunca foram esclarecidas. Hácasos graves, relacionados com aSegurança Social que continuampor resolver e, não vejo qualquervontade de que sejam alguma vezresolvidas. E, uma das razões por-que dificilmente se resolverão estárelacionada com a forma arro-gante e por vezes pouco profissio-nal com que os técnicos dasmatérias em dúvida encaram asnossas questões. E, desta forma,os emigrantes continuam sujeitosa duplas tributações, a descontesduvidosos nos cálculos das suasreformas de Portugal, a descontosem sede de IRS sobre reformas re-cebidas no estrangeiro, a serviçosde saúde que os discriminam di-zendo terem apenas direito a ur-gências, etc. etc. Mas devo dizerque a culpa da deficiente eficáciado CCP não se pode apenas atri-buir ao poder político, mas tam-bém ao próprio Conselho,nomeadamente ao Conselho Per-manente. Quem tiver oportuni-dade de ver a ordem de trabalhospara o próximo Plenário, com-preenderá certamente o que querodizer.

Quando me candidatei ao CCPfi-lo acima de tudo a pensar na de-fesa dos interesses de mais decinco milhões de portuguesesespalhados pelo Mundo. Hoje,quando olho para trás e vejo quenada foi feito, e confesso que mesinto extremamente frustrado.Acho que este meu sentimento ésentido por uma grande parte dosconselheiros eleitos, sobretudoaqueles que o fizeram a pensar nascomunidades que representamos.Devo no entanto dizer que, en-quanto o meu mandato durar, nãodesistirei de lutar para que todosos portugueses, independente-mente do lugar onde vivam, sejamtratados como portugueses de ple-nos direitos.F. Almeida Ribeiro

“Vim para a Alemanha em 1963 para não ir para a guerra” Senhor Empresário:Sabia que pode fazer pu-

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José Eduardo quando tinha 30 anos

“A grande maioriados nossos compa-triotas vivia aquinum isolamentototal”

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011Viagens12

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Os campos verdejam em hinoprimaveril. Sigo pela paisagemalentejana, sem obrigações, unsdias caídos do céu, dum céu muitoazul que espanta a minha almacinzenta e invernosa, um sol es-plendoroso e, ao serão, será umalua cheia a nascer vermelha eenorme. Abro as janelas da casa deprovíncia para que o calor entre àsbraçadas como quem colhe flores.Sentada na varanda olho um limo-eiro carregado de frutos e oiço umadejar e pipilar de aves felizes eainda as vozes de velhos à esquina,eles de boné bem enterrado, elasde xailinho ao ombro não vá ovento começar a soprar. São iguaisaos velhos dos meus tempos demenina, como se os de outroranão tivessem morrido nem outrostivessem vindo substituí-los. En-contro um que na altura era rapaznovo, levava-me pela mão ao jar-dim público porque eu comia mal,juntava uma bola de comida naboca e, quando chegávamos bemlá ao fundo do jardim, ele dizia-me: vá, cospe. E, aos pulinhos,pela mão, voltava junto aos avóspara anunciar alegre e conscienteda mentira: comi tudo...Recordocom ele essa cena, gabo-lhe a ben-gala com cabo encastoado emprata e, ao despedir-me, desejo aooctogenário muita saúde.

Ah, se eu pudesse agarrar noslimões gigantes do outro lado darua e os levasse na bolsa ou na

alma ou em qualquer outro cantodum recordar vindouro. À hora doalmoço, no jardim, um grupo detrês mulheres e um homem cuida-vam de canteiros à torreira do solque ainda não aquece demasiado.Conversavam, depois baixavam-se, apanhavam umas ervinhas, denovo trocavam impressões, agar-rados a ancinhos e vassouras, tudoisto em câmara lenta, com uma

demora invejável, todo o tempo domundo à disposição. Outro ritmo,outro tempo mesmo – talvez comeste vagar a morte também custea chegar.

Como é que esta gente olharáo primeiro-ministro, de cuja bocajorram palavras, frases sem pontonem vírgula a alegar razões paraos seus procedimentos? Fala comose estivesse à mesa do café a deba-

ter com amigos em lengalenga queos telejornais não cortam. Quemsabe, uma das razões para o es-tado do país, a verborreia, um pa-leio sem fim. Talvez a classepolítica tivesse de aprender comos velhos da província. E poderiaadquirir uma certa calma, e sim-plesmente ficar calada e ir trabal-har.

Neste princípio de primavera

perpassa pelas conversas um mal-estar geral, todo virado para den-tro, mesmo que lá fora o mundoesteja a desabar. É um desatino dequeixas, uma amálgama que metea canção dos Deolinda mais o au-mento dos impostos mais o pânicodo desemprego e a greve dostransportes e a educação (a máeducação) e a falta de profissiona-lismo e de futuro – um ror de des-graças, lembradas a eito por quemainda tem algo de seu. Há pro-jectos, há clareza de objectivos, hásugestões, há alternativas?

Não, não há, é sempre omesmo fadinho...isto está mal en-quanto o governo afirma nãohaver crise, mas afinal que sim –para a compensar vende ao desba-rato, escandalosamente, patrimó-nio, prisões, hospitais, pelos quaispaga depois rendas altíssimas aosnovos proprietários, realmente eliteralmente um mau governo. E acrise cá está, ou dela a percepção,contamina os pensares e os dize-res, paralisa actividades e ideias...

...mas o peixe estava uma delí-cia, o cineteatro renovado vai acol-her sessões culturais, o pequenomuseu mostra uma exposição in-teligente e a este sol que meaquece as costas, vou levá-lo namala junto aos boiões de doce ca-seiro e aos limões e a esta aragemcheirosa vinda da serra.

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Uma equipa de investigadoresdo Observatório da Imigraçãoanalisou o racismo em Portugalestudando os discursos de quatrogrupos de diferentes estratos so-ciais e escalões etários. No final,concluiu que “entre os participan-tes grassa a convicção de que o ra-cismo tem vindo a aumentar deforma legítima”, devido à ideiasubjacente de que os imigrantessão responsáveis pelo aumento dacriminalidade, do desemprego eda descida dos salários.

Havia ainda a “perceção deque os imigrantes recebem maisapoios sociais do que os portugue-

ses”, revela o relatório “Discursosdo racismo em Portugal: Essencia-lismo e inferiorização nas trocascoloquiais sobre categorias mino-ritárias” divulgado em Lisboa.

Os discursos eram diferentesconsoante os grupos sociais emque decorriam as conversas: os jo-vens e a classe média-alta recusa-ram fazer generalizações e criticarcomportamentos grupais, ao con-trário do que aconteceu com osgrupos médio-médio e médio-baixo.

Para os mais novos e classe so-cial mais alta é através da educa-ção e do estatuto social que se

consegue definir as pessoas. Noentanto, há uma minoria quereúne o consenso dos quatro gru-pos: os ciganos.

A equipa de investigadoresficou preocupada com o “despu-dor de todos osparticipantes emarticular um dis-curso racista emrelação aos ciga-nos”, lembrouEdite Rosário,uma das autorasdo estudo. Emtodos os gruposde discussão, ajustificação repe-tiu-se: as pessoassão hostis em re-lação aos ciganosporque eles seisolam.

À exceção do grupo de estatutomédio-alto, todos os outros consi-deraram que a integração se fazem termos económicos e, por isso,

apontaram a comunidade chinesacomo a mais bem sucedida. Já ogrupo de estatuto médio-alto con-sidera que os mais bem integradossão os europeus de leste, por esta-rem mais dispostos a trabalhar e

terem a preo-cupação deaprender por-tuguês.

Aos dife-rentes gruposde imigrantesforam atribuí-das diferentesqualidades edefeitos: oschineses fica-ram como osmais bem in-t e g r a d o s .Edite Rosário

lembrou que os elementos dogrupo de classe média-média dis-seram que „não se conhecem chi-neses desempregados: elestrabalham aos sábados, domingos

e feriados“. O grupo de classemédia-baixa também escolheu oschineses apesar de „não saberemfalar português, nunca os verem apassear na rua nem a conversarcom outras pessoas“, recordou ainvestigadora.

Ao contrário dos chineses e in-dianos, que são vistos como“ameaças económicas”, existemainda “algumas minorias que sãoiguais e não gostam de trabalhar”(os ciganos e os romenos). Os ci-ganos e os “pretos” são tambémvistos como ameaças físicas e háaté quem tenha dito que os brasi-leiros “matam como quem bebeum copo de água”. Houve aindaquem defendesse que „todos vi-veriam muito melhor se as pes-soas ficassem no seu país deorigem“.

A apresentação do relatório,que decorreu em Lisboa, foi presi-dida pela alta comissária para aImigração e Diálogo Intercultural,Rosário Farmhouse.

Chineses não falam a língua nem convivem com os portugueses mas são os mais bem integrados A maioria dos portugueses considera que os chine-ses são os imigrantes mais bem integrados apesarde não dominarem a língua nem conviverem comos cidadãos nacionais, revela um estudo, que alertapara a perceção de um “legítimo” crescimento deracismo.

Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudou ouvai mudar de residência

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Page 14: Portugal Post Abril 2011

PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 201114

Numa minúscula capela de um palá-cio de Lisboa, um jovem sacerdotecomeçou, pelo vigor das suas pala-vras, a evidenciar-se. Corria o ano de1641. Capelão da Casa dos Duques deCadaval, Padre António Vieira (1608-1697), de seu nome, depressa perce-beu que a oratória poderia ser umaarma de afirmação pessoal. Dotado denotável talento para a escrita e para acomunicação, projetou, a partir daí,uma das mais prodigiosas carreiras dahistória europeia.

É impossível “meter” o padre An-tónio Vieira em poucas linhas, de talforma a sua figura é complexa e a suavida rica em aventuras. Aqui tento,fazer um pequeno esboço da sua per-sonalidade.

Pregador, missionário, político,visionário, reformador. Acima detudo, criador de uma escrita inigualá-vel, a não perder, hoje como no séculoXVIII. Este incomparável artista daprosa em português, este “imperadorda língua portuguesa”, como lhe cha-mou Fernando Pessoa, era mestiço.Sim. Ele era verdadeiramente mes-tiço.

Vieira é um produto desseestranho império que foi o império

colonial português, nada imaculadonem santo, tal como os outros impé-rios coloniais, mas portador de cara-terísticas muito próprias.

Só assim se poderá entender umcaso como o do padre António Vieira.O homem que marcou culturalmenteo século VIII português, o confidentee conselheiro de um rei e de umarainha regente, o maior orador em lín-gua portuguesa, o primeiro inimigojurado da Inquisição, o padre que arainha Cristina da Suécia quis (emvão) para seu pregador e confessor, opatriota que punha Portugal acima detudo, veio de uma família modesta etinha sangue negro. O avô paterno,criado dos condes de Unhão, meteu-se de amores com uma mulata (ounegra), serviçal da casa. Foram osdois despedidos em nome da moral,mas depois disso casaram-se. Estão aver a história....

Foi em Lisboa, perto da Sé, queAntónio Vieira nasceu no dia 6 de Fe-vereiro de 1608. Naturalmente, foi ba-tizado na Sé e diz a tradição, namesma pia em que fora batizadoSanto António de Lisboa. Coincidên-cias da história. Não é!

Em 1615, com sete anos de idade,partiu com a sua família para a Baía,talvez por o seu pai ter sido nomeadosecretário do governo da Baía. Iniciouos seus estudos no colégio da Com-panhia de Jesus, revelando, inicial-mente, algumas dificuldades deaprendizagem. Em Março de 1623,sentiu a sua vocação para a vida reli-

giosa, mas perante a oposição dosseus pais, fugiu da casa paterna e re-fugiou-se no colégio dos Jesuítas,onde após dois anos de noviciado fezos primeiros votos e tomou a seucargo o ensino.

Como noviço, foi brilhante nosestudos, apesar de, logo no ano se-guinte, se iniciar um período contur-bado, com o ataque holandês aSalvador da Bahia, comandado porJacob Willekens. Os jesuítas retira-ram-se da cidade e foram para os ar-redores, enquanto o bispo, D. MarcosTeixeira, arregaçava as mangas epis-copais para organizar a defesa e infer-nizar a vida ao invasor. E terá sidodurante essa primeira permanência nosertão brasileiro que António Vieiradescobriu a sua segunda vocação, demissionário.

Vieira já é conhecido e respeitadoem terras brasileiras. E quando, emFevereiro de 1641, chega ao Brasil anotícia da Restauração da Indepen-dência, o governador, marquês deMoltavão, envia a Lisboa uma dele-gação para proclamar a lealdade ànova dinastia; dela fazem parte umfilho seu, D. Fernando Mascarenhase dois jesuítas – um deles é o padreAntónio Vieira. O desembarque fez-se em Peniche dada a violenta tem-pestade que sofreram. Foram malrecebidos, porquanto o povo não gos-tava da Marquesa de Montalvão, se-guidora de Castela, e amotinou-se,tendo agredido os recém-chegados.Mais tarde, já em Lisboa, o padre An-

tónio Vieira foi bem rece-bido por D. João IV queconfiava nele e o tinha porconfessor e conselheiro.

Muio rapidamente,torna-se a grande “estrela”da sociedade lisboeta. E de-pressa a corte se rende aofascínio, à força, à intencio-nalidade dos sermões deVieira. Para conseguir ouviros seus sermões, era precisomarcar lugar com antece-dência na igreja de SãoRoque. Mas alguns comoBons Anos, São Roque,Nossa Senhora da Graça,Quarta-feira de Cinzas pro-vocaram grandes e sériaspolémicas.

O Imperador do QuintoImpério

Os portugueses de hojeapenas têm uma pálidaideia dos perigos que en-frentava o Portugal restau-rado. Poucos reinados terãosido tão atormentados comoo de D. João IV. A indepen-dência fora reconquistada,sim, mas a economia estavaarruinada, as finanças embaixo, o exército e a ma-rinha depauperados. Romarecusava-se a reconhecer adinastia de Bragança, os ho-landeses atacavam o impé-rio em todas as frentes,

Brasil, África e Oriente. Os espanhóispreparavam-se para invadir o reino eimpor novamente o seu rei, Filipe IV.Ora, é em todos estes setores críticosque o novo rei de Portugal consulta opadre António Vieira.

Para o visionário do Quinto Impé-rio, muito dos seus conselhos são bemsensatos e realistas. Quanto à estraté-gia militar, advoga a guerra pura-mente defensiva: é a única guerrajusta e legítima e é também aquelaque, no momento, Portugal tem con-dições materiais para a travar. Quantoà economia, Vieira dá um passoespantoso: defende a proteção doscristãos-novos e dos judeus, o re-gressso destes ao reino com os seuscapitais, o que o leva, automatic-amente, a atacar a Inquisição. Reco-menda também a criação decompanhias de comércio para o Brasile para a Índia. E, enfim, no campo di-plomático, aceita de D. João IV a in-cumbência de várias missões, umasdiscretas outras secretas, que o levama França, a Inglaterra, à Holanda(onde se encontra com judeus portu-gueses emigrados) e a Roma.Viajaassim pela Europa, em busca de ali-anças para Portugal e tentando criaranimosidades contra a Espanha. O reigostava tanto do Padre António Vieiraque chegou a afirmar que o Padre An-tónio Vieira que era „O maior homemdo mundo“.

Admirado nas principais corteseuropeias verá, mais tarde, os salõesdo Vaticano recebê-lo com honrasraras.

Mas, em contrapartida, acumula-ram-se os ódios e as invejas contraAntónio Vieira, mesmo por parte dosjesuítas, porque ele punha os interes-ses da coroa acima dos da Compan-hia. Quanto à Inquisição e seusaliados, começaram a construir meto-dicamente a sua contra-ofensiva.

Cada estadia sua em Lisboa torna-seuma aragem de perturbação.

Quando Portugal perde a inde-pendência, pega em D. Sebastião e fazdele um mito para a resistência; abreas Trovas de Bandarra e faz delas umabíblia para a esperança. Lança a uto-pia do Quinto Império lusíada. Fer-nando Pessoa, que lhe retoma o tema,chama-lhe o Imperador da LínguaPortuguesa.

A Palavra e a Utopia

Incomodado com o ambiente hi-pócrita da capital, o padre AntónioVieira em 1652 embarcou para o Bra-sil, para onde fora em criança e ondese ordenara na Companhia de Jesus.Ia digirir os missionários jesuítas emSão Luís do Maranhão. No Novo-Mundo, que o apaixona, a causa dosíndios, cuja liberdade encontra neleum defensor único, galvaniza-o parasempre.

Envolveu-se na defesa da liber-dade e emancipação dos índios, ques-tionava a escravidão e a desigualdade.Pregou a tolerância racial. Em Portu-gal, conseguiu que fosse criada umalei de proteção dos indígenas. Comeles aprendeu uma série de dialetosamazónicos e com os escravos apren-deu kimbundu. Como missionário epadre, pregou a fé junto dos índios edos escravos negros.

Entre 1655 e 1661, AntónioVieira desenvolveu uma atividade im-presionnte: percorreu, em missão, abacia hidrográfica do Amazonas, re-digiu um catecismo em língua indí-gena, e, em 1659, escreveu o seutratado Quinto Império do Mundo,Esperanças de Portugal. É a suagrande obra profética e visionária –muito visionária.

Os sermões e cartas que deixousão considerados verdadeiros monu-mentos da literatura barroca e da ciên-cia política. Também deixoufragmentos de um livro de profecias,que tinha o nome de Clavis Propheta-num, publicado em 1718 sob o títulode “História do Futuro” (que nãocompleta).

Retirado na Baía, já com a idadede 73 anos, não pára de escrever, pre-gar e trabalhar. Com 80 anos é no-meado Visitador Geral dos Jesuítas enão deixa de fazer projetos, de entrarem negociações, de combater pelassuas ideias, de se ocupar com a publi-cação dos seus sermões. É espantosaa energia deste homem que, ao longoda sua vida, sofreu naufrágios, dester-ros e a prisão, várias quedas em des-graça e muitas desilusões. Morreu a18 de Julho de 1697, com 89 anos.Uma das suas últimas cartas foi paraum colega, a pedir-lhe que comple-tasse os escritos inacabados.

Foi, sem dúvida, um dos homensmais notáveis do seu tempo e de Por-tugal. Um dos maiores mestres danossa língua, um homem cuja inteli-gência vastíssima abrangia todos osassuntos e resplandecia em todos oscampos. Um verdadeiro super heróiportuguês.

Joaquim Peito

Padre António Vieira. O imperador da palavra.

Histórias da História

Publidade

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 15

In einer kleinen Kapelle eines Palas-tes in Lissabon, begann sich ein ju-gendlicher Priester durch die Kraftseiner Worte hervorzutun. Wir befin-den uns im Jahr 1641. Der Kaplan desHauses der Herzöge von Cadaval,Pater António Vieira (1608-1697),begriff schnell, dass die Redenskraftdieses Priesters eine persönliche Bes-tätigung sein könnte. Ausgestattet miteinem bemerkenswerten Talent fürdas Schriftliche und die Kommunika-tion plante der Kaplan von da an eineder wundersamsten Karrieren der eu-ropäischen Geschichte.

Es ist unmöglich das Leben desPaters António Vieira in wenigen Zei-len zu behandeln aufgrund seinerkomplexen Persönlichkeit und seinesabenteurreichen Lebens. In dieser Ab-handlung versuche ich eine Skizzeseiner Persönlichkeit zu zeichnen,

Prediger, Missionar, Politiker, Vi-sionär, Reformer. Über allem steht al-lerdings eine unvergleichlichesliterarisches Werk, nicht zu vergessen,heutzutage wie im 18. Jahrhundert.Dieser unvergleichliche Künstler derportugiesischen Prosa , dieser „Impe-rator der portugiesischen Sprache“,als den Fernando Pessoa ihn bezeich-nete, war Mestize. Ja, kaum zu glau-ben, aber er war wirklich Mestize.

Veira ist ein Produkt dieses selt-samen Imperiums, das auf den Namenportugiesisches Kolonialreich hörte,welches weder makellos noch heiligwar. Dies galt ebenso wenig für dieanderen Kolonialreiche, jedoch wiesdas portugiesische deutlich eigeneZüge auf.

Nur unter dieser Bedingung wirdes möglich sein, einen Fall, wie dendes António Vieira, zu verstehen. DerMann der das portugiesische 18. Jahr-hundert kulturell geprägt hat, der Ver-traute und Ratgeber des regierendenKönigshauses war, der beste Rednerin portugiesischer Sprache, erster ge-schworener Feind der Inquisition, derMann der erfolglos vom schwedi-schen Königspaar versucht wurde ab-geworben zu werden, um als Predigerund Beichtvater zu dienen, ein Patriot,der Portugal über alles stellte,stammte aus einem bescheidenen El-ternhaus und hatte schwarzes Blut.Sein Opa väterlicherseits, welcherDiener der Grafen von Unhão war,ging eine Beziehung mit einer Mula-tin oder Schwarzen ein, welche Be-dienstete im Hause der Grafen war.Beide wurden daraufhin aus morali-schen Beweggründen von ihremDienst entbunden. Jedoch heiratetenbeide nach diesem Zwischenfall unddie Geschichte nahm ihren Lauf….

António Vieira wurde am 6. Feb-ruar des Jahres 1608 in Lissabon inder Nähe des Doms geboren. Natür-lich wurde er im Dom getauft, undzwar der Tradition nach im gleichenTaufbecken wie Santo António vonLissabon. Welch Überschneidung derGeschichte, nicht wahr!

Im Jahre 1615, im Alter von sie-

ben Jahren, machte sich Vieira mitseiner Familie nach Bahía in Brasilienauf, vielleicht weil sein Vater zum Se-kretär des dort ansässigen Gouver-neurs ernannt wurde. Vieira begannseine Schulzeit an der Privatschule„Companhia de Jesus“, in welcheranfangs Lernschwierigkeiten auftra-ten. Im März des Jahres 1623, spürteer jedoch seine Berufung für das reli-giöse Leben aber angesichts des Wi-derstands seiner Eltern lief er von zuHause fort und flüchtete in die Privat-schule der Jesuiten, wo er nach zweiJahren als Noviziat seine ersten Wün-sche äußerte und sich von da an umdas Erziehungswesen kümmerte.

Als Noviziat war er brillant in derLehre, obgleich im folgenden Jahreine aufregende Periode mit dem hol-ländischen Invasionsversuch auf Sal-vador de Bahía, angeführt von JacobWilekens, folgen sollte. Die Jesuitenzogen sich aus der Stadt zurück undverlagerten ihre Arbeit ins städtischeUmfeld, während der Bischof D.Marcos Teixeira die kirchlichenÄrmel hochkrempelte und damit be-gann, die Verteidigung der Stadt zuorganisieren und den Invasoren dasLeben zur Hölle zu machen. Es wirdwohl in dieser ersten AufenthaltszeitVieras im brasilianischen Buschlandgewesen sein, als er seine zweite Be-rufung, als Missionar, zu erkennenglaubte,

Vieira ist bereits bekannt und res-pektiert auf brasilianischem Boden.Und als im Februar des Jahres 1641die Nachricht der Restauration derUnabhängigkeit in Brasilien eintrifft,schickt der Markgraf von Moltavão

eine Delegation in die portugiesischeHauptstadt um die Loyalität gegen-über der neuen Dynastie zu prokla-mieren. Diese besteht aus einemseiner Söhne, D. Fernando Mascaren-has und zwei Jesuiten- eine von ihnenwar der Pater António Vieira. Die Ab-fahrt wurde aufgrund eines starkenUnwetters in Peniche durchgeführt.Sie wurden schlecht empfangen, dadas Volk den Markgraf nicht beson-ders mochte, da er als Anhänger Kas-tiliens galt. Von daher war das Volkaufgehetzt und griff die gerade ange-kommenen an. Etwas später, bereitsin Lissabon, wurde António Vieiravon D. João IV. empfangen, welcherihm vertraute und zudem dienteVieira ihm als Beichtvater und Ratge-ber.

Zügig verwandelte sich Vieira indas „Sternchen“ der Gesellschaft Lis-sabons. Alsbald erlag auch der Kö-nigshof der Faszination aufgrund derKraft seiner Predigten. Um seine Pre-digten anhören zu können, musste imVoraus ein platz in der Kirche SãoRoque reserviert werden. Trotzdemprovozierten einige Tage wie BonsAnos, São Roque, Nossa Senhora daGraça oder Quarta-feira de Cinzasgroße Tumulte.

Der Imperator des fünften Imperiums

Die Portugiesen von Heute habenin der Regel kaum eine Vorstellungdavon, mit welchen Problemen sichdas restaurierte Portugal konfrontiertsah. Nur wenige Herrschaften werdenwohl so qualvoll wie die des D. João

IV gewesen sein. Die Unabhängigkeitwar wiedererlangt, aber die Wirt-schaft war ruiniert, die Finanzen amBoden, das Heer und die Marinewaren demoralisiert. Darüber hinausweigerte sich Rom die Dynastie Brag-anças anzuerkennen, die Holländer at-tackierten das Imperium von allenSeiten, nämlich in Brasilien, Afrikaund im Orient. Zu allem Überfluss be-reiteten sich die Spanien ebenso aufeine Invasion vor, um erneut ihrenKönig, Philipp IV, als Monarcheneinzusetzen. In dieser allgemein kriti-schen Situation konsultiert der portu-giesische König António Vieira.

Für den Visionär des fünften Im-periums sind viele dessen Vorschlägebesonnen und realistisch. Im Bezugauf die militärische Ausrichtung, ver-teidigt Vieira den puren, defensivenKrieg; gerecht und legitim als einzi-ger und auch der, den Portugal imMoment aus materiellen Konditionenbremsen kann. Im Bezug auf die Wirt-schaft macht Vieira einen erschre-ckenden Schritt: er verteidigt denSchutz der Neu-Christen und derJuden, die Rückkehr dieser ins König-reich mit ihrem gesamten Vermögen,was automatisch dazu führt, dass erdie Inquisition attackiert. Ebenso räter zur Bildung von Handelsgesell-schaften für Brasilien und Indien.Und schließlich, im diplomatischenBereich, nimmt er von D. João IVviele Missionsaufträge an, von deneneinige geheim und anderen öffentlichsind. Diese führen ihn nach Frank-reich, England, Holland (dort trifft ereingewanderte portugiesische Juden)und nach Rom. So reist er durchEuropa auf der Suche nach portugie-sischen Bündnispartnern und ebensoum Animositäten gegen Spanien zuschüren. Der König schätze Vieira sosehr, dass er zur Aussage bereit ist,dass Vieira „der beste Mann der Welt“sei. Geschätzt an den wichtigsten eu-ropäischen Königshöfen, sollte manspäter die Empfänge des Vatikanssehen, die ihn mit merkwürdigenEhren ausstatteten.

Im Gegenzug aber häuften sichder Hass und der Neid gegen AntónioVieira, sogar in Reihen der Jesuiten,weil er die Interessen der Krone überdie der jesuitischen Gemeinschaftstellte. Im Bezug auf die Inquisitionund ihre Verbündete, begannen dieseebenso mit einer Gegenoffensive.Jeder Aufenthalt Vieiras in Lissabonwandelte sich zu einen Hauch vonStörung.

Als Portugal die Unabhängigkeiteinbüßt, greift man auf D. Sebastiãozurück und macht aus ihm einen My-thos des Widerstandes; er öffnet die„Trovas de Bandarra“ und macht ausihnen eine Bibel der Hoffnung. Erführte die Utopie des fünften lusita-nischen Imperiums ein. FernandoPessoa, der das Thema erneut auf-nimmt, nennt ihn den Imperator derportugiesischen Sprache.

Das Wort und die Utopie

Beunruhigt durch das hypokriti-

sche Umfeld der Hauptstadt, machtsich der Pater António Vieira im Jahr1652 per Schiff nach Brasilien auf,wo er als Kind hingefahren war undwo er die Gesellschaft der Jesuitengeordnet hatte. Dort koordinierte ernun die Mission der Jesuiten in SãoLuís de Maranhão. In der „NeuenWelt“, welche ihn wegen der Indianerbegeistert, die in ihm einen einzigenVerteidiger für dessen Freiheit haben,hat sich Vieira für alle Zeiten ver-ewigt.

Er involvierte sich in der Vertei-digung der Freiheitsrechte und in dieEmanzipation der Indianer, hinter-fragte die Ungleichheit und die Ver-sklavung. Außerdem stand er für dieToleranz der indigenen Völker ein. InPortugal schaffte er es, dass ein Ge-setz eingeführt wurde, welches die in-digene Bevölkerung schützte. Mitihnen erlernte er eine Vielzahl vonamazonischen Dialekten und dankder Sklaven lernte er kimbundu. AlsMissionar und Vater, predigte er denGlauben der indigenen Bevölkerungund der schwarzen Sklaven.

Zwischen 1655 und 1661 entwi-ckelte Vieira eine beeindruckende Ak-tivität: er durchfuhr im Zuge einerMission das Becken des Amazonasverfasste einen Katechismus in indi-gener Sprache und im Jahr 1659schreib er seine Abhandlung mit demTitel Quinto império do mundo. Es-peranças de Portugal. Es handelt sichhierbei um sein großes prophetischesund visionäres Werk-sehr visionär.

Die Predigten und Briefe, die erhinterließ, sind wirkliche Monumenteder baroken Literatur und politischerWissenschaft, Er hinterließ auchFragmente eines Buchs mit Prophe-zeiungen, welches den Namen Clavisprophetanum trug und im Jahr 1718unter dem Titel História do futuro.(je-doch nicht vollständig erschien).

Zurückgezogen in Bahía, bereitsim Alter von 73 Jahren, hört er nichtauf zu schreiben, zu predigen oder zuarbeiten. Mit 80 Jahren wird er zumVisitador Geral der Jesuiten ernanntund lässt in seiner Projektarbeit nichtnach, also in Verhandlungen einzutre-ten oder für seine Ideen zu kämpfenoder die Veröffentlichungen seinerPredigten voranzutreiben. Die Ener-gie dieses Mannes ist erstaunlich, derim Laufe seines Lebens, Schiffsbrü-che Verbannung und Gefängnisdurchmachen musste, sowie zahlrei-che Unglücke und Desillusionierun-gen. Er verstarb am 18 Juli 1697, imAlter von 89 Jahren. Einer seiner letz-ten Briefe war an einen Kollegen ge-reichtet, den er darum bat, dieunvollendeten Schriften zu vollenden.

Er war zweifelsohne einer der be-merkenswertesten Personen seinerZeit und Portugals. Einer der Meisterunserer Sprache, ein Mann dessen un-erschöpfliche Intelligenz alle Berei-che umfasst und dessen Glanz immerstrahlt. Ein wahrer portugiesischerSuperheld.

(Übersetzt aus dem Portugiesi-schen von Robert Santana do Cabo(Universität Göttingen)

Geschichten aus der Geschichte

Pater António Vieira. Der Imperator des Wortes.Joaquim Peito

Prediger, Missionar, Politiker, Visionär, Reformer. Über allem steht allerdingseine unvergleichliches literarisches Werk, nicht zu vergessen, heutzutage wieim 18. Jahrhundert. Dieser unvergleichliche Künstler der portugiesischen Prosa, dieser „Imperator der portugiesischen Sprache“, als den Fernando Pessoaihn bezeichnete, war Mestize

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Hoje em dia, quase cada 12ºcontrato de trabalho é efectuadoa termo, ou seja, é concluído porum determinado período detempo, como 6 meses ou 1 ano. Atendência dos empregadores emcelebrar apenas este tipo de con-tratos tem continuado a aumen-tar pois, desta forma e pelomenos durante um certo períodode tempo, não terão de se sub-meter à legislação que rege osdespedimentos ilícitos, desdeque cumpram determinadospressupostos. Contudo, como setem comprovado na prática dosgabinetes de advogados, os emp-regadores cometem muitas vezeserros que levam a que a estipula-ção de um determinado prazonão tenha validade. Assim, aocontrário do que consta do con-trato, este não será a termo, massim a termo indeterminado. Por

tal, no caso de persistirem de-mais pressupostos (em especial,6 meses de actividade e uma em-presa com mais de 10 trabalha-dores), o empregador só poderáproceder a um despedimento sehouver motivo para tal, o que, nocaso de uma correspondenteacção judicial, levará muitasvezes ao pagamento de uma in-demnização ao trabalhador.

Existem duas espécies decontratos a termo: os que têmum motivo concreto (por exem-plo, substituição de trabalhado-res que não podem trabalhardurante um certo período detempo) e os que não têm qual-quer motivo concreto. É destesque trataremos hoje. A primeiracondição para que tal contratotenha validade, é a de a pessoacontratada não ter trabalhadoanteriormente para o emprega-dor. Se o tiver feito, mesmo quetenha sido há muitos anos, o

contrato a termo não será válidoe passará a ser considerado con-trato a termo indeterminado.Além disso, o prazo da vigênciado contrato terá de ser fixado porescrito. Se o empregador e o tra-balhador combinarem oralmenteque este exercerá a sua activi-dade durante um determinadoperíodo de tempo, começando omesmo desde logo a trabalhar esó depois o contrato ser assi-nado, então já será tarde. A com-binação efectuada oralmentesobre o contrato a termo não teráqualquer validade e o contratopassará a ser a termo indetermi-nado.

Os contratos a termo semmotivo concreto só são permiti-dos por um período máximo de2 anos (existem excepções paraempresas fundadas de novo epara trabalhadores com mais de52 anos). Durante este períodode tempo, o prazo do contrato

poderá ser prolongado 3 vezes,no máximo. Também aqui osempregadores cometem muitasvezes erros. Por exemplo, se umtrabalhador for contratado de01-01-2010 a 31-12-2010 e ocontrato não for prolongado du-rante esta vigência, mas depois,digamos a 02-01-2011, a limita-ção temporária do contrato nãoterá validade perante a lei. Omesmo poderá acontecer se nãose tratar de um simples prolon-gamento, mas se forem efectua-das alterações decisivas nocontrato. Também sucede fre-quentemente que os empregado-res excedem o limite de doisanos, o que também torna o con-trato a termo em contrato atermo indeterminado.

Resumindo, poderá dizer-seque um contrato a termo semmotivo concreto é, para os emp-regadores, um bom meio paraajustarem um “período experi-

mental” que poderá ir até doisanos e que lhes permite nãoterem de se sujeitar à legislaçãoque rege os despedimentos ilíci-tos. Mas correm o risco de come-ter diversos erros, o que, naprática, sucede frequentemente.No caso de o empregador nãocumprir os pressupostos prescri-tos para um contrato a termo, avigência deste passará a ser inde-terminada. Por sua vez, as acçõescontra despedimentos injustifi-cados que serão então possíveis,levam frequentemente os empre-gadores a estarem de acordo como pagamento de indemnizações.Assim, não haverá dúvidas que,em tais casos, fará todo o sentidoque o trabalhador encarregueum advogado com experiêncianeste campo de verificar se, ape-sar de estar escrito no contratoque o mesmo é “a termo”, não setratará afinal de um vínculo la-boral a termo indeterminado.

Direito do Trabalho- Contratos a TermoMiguel Krag, Advogado

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PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 17

3José Gomes Rodrigues

Assistente Social DiplomadoEspecialista para as questões sociais do

PORTUGAL POST

PEDIMOSAOS NOSSOS LEITORES para nos coloca-

rem as suas perguntas e sugestões por escrito usando

o correio ou, melhor ainda, o correio electrónico. Pe-

dimos também para mencionarem o vosso número de

telefone fixo para, sendo necessário, entrarmos em contacto con-

vosco. As questões e sugestões dos leitores podem ser enviadas

para as seguintes direcções:

[email protected] ou [email protected]

Fax 0231 8390351

Ou ainda para a morada do nosso jornal

Obrigado.

i

CaríssimosEstou preste a entrar na re-

forma. Decidi reformar-me aos63 anos. Sei que serei penalizado,mas decidi assim, pois a minhasaúde não é das melhores. Os fil-hos estão crescidos e cada um játem a sua vidinha em ordem e umtrabalho regular. Ainda não que-remos regressar por agora, poistemos intenção de permaneceraqui algum tempo ainda parausufruir da alegria de ver cresceros nossos netinhos e darmos umamão onde formos solicitados. Du-rante o tempo que ficarmos aqui,posso fazer algum trabalho semque a minha reforma me seja di-minuída? Como vós sabeis a re-forma não será muito alta e,qualquer migalha que entre, ésempre bem vinda. Desde jáagradeço a publicação da res-posta, mas sem identificação.

Leitor devidamente identifi-cado

Parabéns pelo passo que ireisdar. É uma nova fase nas vossasvidas, que convém programar de-vidamente, não só materialmente.Não se deve, de forma alguma,menosprezar a visão qualitativadesta fase tão importante. Otempo até vos irá sobrar e, seránecessário usá-lo o melhor possí-vel, dedicando-se a actividadesque nos enriqueçam. É a verda-deira oportunidade de realizar eviver os sonhos que deixaram deser vividos pela falta de tempo nopassado. Este tempo é propício adarmos asas à nossa criatividade,participando em grupos de tra-balho, em excursões, passeios, emuito mais.

O serviço altruísta, através dovoluntariado é outro aspecto a nãodescorar. É no sentir-se útil aooutro que nos realizamos comopessoas. Bom, mas não foi estediscurso que o leitor nos pediu.São estas, simplesmente, algumasachegas que irei também eu, carosamigos, tentar pôr em pratica.Numa outra edição do nosso jor-nal vamos dedicar algumas linhasa esta fase que não deixa de ser acoroação duma vida marcada portantos esforços e sacrifícios. Ale-gramo-nos convosco, mas de todoo coração.

Vamos, então, passar a res-ponder à questão que nos pôs. Aquestão posta é muito comum emuito actual. Cada vez são emmaior número as pessoas que es-colhem entrar na reforma com an-tecedência. Somam já naAlemanha nove milhões as pes-soas que, entre os 60 e os 65 anos,escolheram a reforma como formade vida ou foram empurrados, pordiversos motivos, para esta fase.Claro que, tanto o compatriotacomo cada reformado, tem a pos-

sibilidade de ganhar mais algumpara suprir, em parte, a diferençafinanceira de que estão sujeitos.Como é sabido, por cada mês quese antecipa a idade da reforma, háuma penalização no valor de 0,3%mensal, da reforma a que teria di-reito, até à idade regulamentar dereforma. Esta penalização perma-nece durante toda a vida, sem pos-sibilidade de retrocesso.

Trabalho suplementar e re-forma por idade

Desde que a pessoa em ques-tão tenha ultrapassado os 65 anos,poderá trabalhar o tempo queachar conveniente, podendo des-frutar dum ordenado normal econveniente. Só que terão depagar impostos sobre esse orde-nado e também a devida quotiza-ção parcial para o seguro social.Convém realçar também, que,desde 2005, uma parte da re-forma, atualmente 62 % junta-mente com outras possíveisreceitas têm de ser declaradas àsfinanças, podendo, sendo o caso,ter de devolver alguns impostos aofisco. Convém realçar também queestas pessoas, na altura em quedeixam de trabalhar, receberãotambém um prémio financeiromensal pelos descontos suple-mentares executados durante estetempo.

Trabalho suplementar e reforma antecipada

Antes de completar os 65 anosde idade, o ordenado mensal nãopode ultrapassar os 400 eurosmensais. Ao ultrapassar estasoma, poderá ser nocivo para asua reforma. Esta poderá ser-lheretida ou encurtada até um terço,mesmo que o ordenado do “mini-job” superar nem que seja sim-plesmente um euro.

Um reformado que aufira umareforma de 1. 200 € mensais e ul-trapassar os 400 € mensais numaocupação mínima será penalizadocom uma redução de um terço.Desta forma, recebera somente800 € em vez dos 1.200 € de jubi-lação. Á sua reforma, no valor ini-cial de 1200 €, foi-lhe cortado 400€ que corresponde ao tal um terçode 1. 200 €. O corte seráefectuado nos meses em que ultra-passe esses ganhos. Conforme oordenado a auferir, também podeser encurtada a sua reforma dedois terços, de metade, podendomesmo ver suprimida da sua to-talidade o valor da reforma.

Antes de aceitar uma oferta detrabalho, é conveniente informar-se, junto dos seguros, sobre quaisas consequências financeiras paraa pessoa em questão e para o pa-gamento da pensão.

Perspectivas para o futuro

O ministério competente paraestes assuntos está a pensar alte-rar esta lei. O objetivo desta alte-ração é proporcionar aosreformados que possam, com umtrabalho remunerado paralelo àreforma, viverem uma vida nor-mal financeiramente. Não pode-rão, isso sim, com as duas fontesultrapassarem o ordenado queantes da reforma auferiam. Ao ul-trapassarem esse ordenado, a re-forma poderá ser encurtadapercentualmente. Se a soma comas duas fontes de rendimentos, ul-trapassar em 100 € o ordenadoanterior receberá 100 € menos dereforma.

A ver vamos!

II

Ex.mos senhoresSou viúva há três anos. O meu

marido faleceu, após uma longa

doença. Ele trabalhou na Ale-manha com descontos obrigató-rios durante 15 anos. A caixa dedoenças, logo após seis meses debaixa e após ter sido detectada adoença, mandaram-no paraumas termas. Depois deste tempoaconselharam-no a requerer a re-forma. Tentámos atrasar o re-querimento, mas nada feito. Opróprio Assistente Social portu-guês, então em serviço, em vez denos ajudar a atrasar esse pedidoaconselhou-nos também a meteros papéis. Hoje tenho uma pensãode viuvez mínima, insuficientepara sobreviver. Acham ter sidojusto? Não poderíamos ter atra-sado o requerimento, de forma aganhar mais temo, aumentandoassim a o valor da reforma?

Leitora devidamente identifi-cado

Cada coisa no seu lugar

Tentamos compreender o seuestado de animo, cara compa-triota. Lamentamos a morte pre-matura do seu querido esposo e asua dor. Cada coisa deve colocar-se no seu lugar. O pagamento dabaixa é feito com a condição dumamelhoria de saúde tal, que se pre-veja num futuro próximo, que odoente possa ser integrado nova-mente no mercado de trabalho.Tudo leva a crer, pela descrição dacompatriota, e infelizmente, queas esperanças de sobrevivência se-riam ínfimas, senão nulas. O perí-odo de baixa durante três anosnão pode ultrapassar o ano e meio,sempre pela mesma doença. É esteo período considerado suficientepara uma melhoria e uma integra-ção no trabalho. Findo estetempo, a lei prevê outras fontes desobrevivência para casos em que adoença possa durar mais tempo. Éo caso de requerer o seguro de de-semprego, sem que seja necessá-

rio rescindir o contrato de tra-balho. Findo o período mais longode convalescença, poderá ser inte-grado na mesma empresa.

Caixa de doenças em Portu-gal e na Alemanha: a dife-rença

Convém recordar que a caixade doença na Alemanha é umacaixa de solidariedade, paga pelosseus sócios e utentes e não obe-dece ao sistema a que a caixa por-tuguesa nos habituou. Esta aocontrário da alemã, é totalmenteestatal e é alimentado pela tribu-tação de todos os portugueses emPortugal.

O Assistente Social não lhepodia ter dado outro conselho quenão fosse o da Caixa de doenças.Seguindo o teor do seu atuar, a se-nhora estaria e cometer uma certainjustiça para com os outros asso-ciados da caixa e hoje estaria a re-ceber uma pensão maior, aexpensas da caixa de doenças, oque ultrapassa a lógica e o teor darealidade. A reforma é paga pelacaixa de pensões e não pela caixade doenças que tem cada uma asua função.

Ajuda social especial é possível. o “Grundsicherung”

Se a pensão é ínfima, como asenhora afirma, então tem a pos-sibilidade de requerer uma ajudasocial junto da sua câmara. Estaajuda chama-se “Grundsicherung”e nasceu para os casos semelhan-tes ao da senhora e mesmo dosque recebem uma pensão normal,mas que não abrange os parâme-tros para uma vida financeira nor-mal. É claro que, para esta ajuda,existem condições que é necessá-rio ter em conta. Sobre estas con-dições já nesta página e nopassado as descrevemos Não hácomo manter uma consciência so-lidária para viver tranquilo e emharmonia. A felicidade esta tam-bém relacionada com uma cons-ciência pacificada consigo mesmoe com a sociedade.

Que viva muitos anos e queseja sempre feliz, mesmo com ascarências que cada pessoa hu-mana possui.

* Pensão por idade e trabalho remunerado* Trabalho suplementar e reforma antecipada* Caixa de doenças em Portugal e na Alemanha* Ajuda social especial é possível o “Grundsicherung”

Page 18: Portugal Post Abril 2011

PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 201118Agenda

Tome Nota

Citações do mêsDeus criou o homem e, não o achando bastante solitário, deu-lhe uma companheirapara o fazer sentir melhor a sua solidãoValéry , Paul

A honra é como a neve, que, perdida a sua brancura, nunca mais se recuperaDuclos , Charles

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc..

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Vice-Consulado de Portugal em Osnabruck

Schloßwall 2 49080 Osnabruck

Tel:0541/40 80 80

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

Vice-Consuladode Portugal em Frankfurt

Zeppelinalle 15 60325- Frankfurt

Tel: 069/979880-44;45

Consulado-Geralde Portugal em Stuttgart

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)

Hanauer Landstraße 114-11660314 Frankfurt

Tel.: +49 (0)69 90 501 933Fax: +49 (0)69 597 99 529

Federação das Associações Portuguesas na Alemanha

(FAPA)Postfach 10 01 05

D-42801 Remscheid

Endereços ÚteisAbril 2011

Grupo de FadosGerações

Actuações em qualquer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

1.04.2011 – OLDENBURG –Concerto com Telmo Pires. Local:Cadillac. Início: 20h30

2.04.2011 – BREMERHAVEN.Concerto com Telmo Pires. Local:Theater im Fischereihafen. Iní-cio:20h.00

2.04.2011 – HAMBURGO - Con-certo com a artista cabo-verdianaMARYSA, radicada em França.Apresentação do álbum " SEN-SUAL". Início: 22:30h com os DJJ-Cash & DJ N'Djoco c/ Kisomba,Zouk, Kuduro, Funaná, Decalé,etc... Local: Restaurante SPORTING -Wandalenweg 4 20097 Ham-burg

7-10.04.2011 – RHEINE - se-mana de cultura“Leiria-Rheine” , com um grandeprograma de intercâmbio cultural:gastronomia, musica, economia,meio ambiente

9.04.2011 – FELBACH – Grandefesta de Aniversário do CentroPortuguês em Felbach. Actuaçãodo popular cantor Augusto Caná-rio & Amigos. Participação do Rancho FolclóricoEstrelas de Fellbach, grupos dedança moderna, Mini Splash e TheFunnkys Baile com o conjuntomúsical DANCE 2 .Local: Festhalle-Schmiden, Ho-fäckerstr.2- 70736 Fellbach-

16.04.2011 – NEUSS – Festejosdos 90 anos do Partido ComunistaPortuguês. Inscrições na Associa-ção Portuguesa de Neuss ou juntode membros do PCP. Breitegasse3A Tel. 02131 296847

15-17. 04.2011 – HAMBURGO -Basar da Páscoa. Local:- MuseuEtnológico de Hamburg. Rothen-baumchaussee 64, 20148 Ham-burgo

24.04.2011- MAINZ - Baile daPáscoa. Local: U.D.P. Mainz.

24.04.2011 – MINDEN- CentroPortugues de MindenBaile da Pascoa, Local: Kultur-halle, Mittelfeldstr, 32457 Neesencom BANDA LUSITANA. Info:0571/9725680 ou www.bandalu-sitana.de

PORTUGAL POSTBurgholzstr.43 - 44145 Dortmund

Tel.: 0231 - 83 90 289

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Page 19: Portugal Post Abril 2011

PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 19Ronda pelas comunidades

Situação geográfica

Situada no vale do Rio Nahe,rio que verte as suas águas a 12 kmno gigante Reno, na linda cidadede Bingen, maior centro ferroviá-rio da zona centro sul da Ale-manha. A meio caminho daromântica cidade de Trier pode-mos contemplar Idar Oberstein,uma cidade muito especial quecresceu com a industria da extrac-ção e tratamento de pedras precio-sos. Ainda existem, em plenalaboração, oficinas que se dedicamà lapidagem e preparação dessaspreciosidades. A verdejante flo-resta do Hunsrück, e, mais aNorte, a colcha verde da região doEifel, dão-lhe um clima tão amenoa agradável que, além desta ci-dade, outras duas bem perto setransformaram em deliciosaszonas balneárias e termais: BadMunster e Bad Sobernheim. Estascidades não perdoam aos seus fo-rasteiros uma estadia agradável dealguns dias. São muitos os compa-triotas que tiveram a ocasião deaproveitar os benesses deste climapara dar um salto qualitativo à suasaúde corporal e psíquica.

O visitante, ao entrar em BadKreuznach, fica atónito e, por unsmomentos, tem a impressão deestar numa vila das nossas varan-das do Douro. A cidade pareceuma flor envolta no verde dos vin-hedos que a rodeiam. As vinhassão as suas pétalas. Nas aldeiasque a rodeiam abundam, e não sãopoucas, as adegas do bom néctarque se distingue dos habituais vin-hos. A mão lusa não é estranha aesta labuta. É o Nahewein, ven-dido nas melhores casas comer-ciais da especialidade. Setembro eOutubro são os melhores mesespara visitar e deambular pela ci-dade. Deleita-se com a azáfamadas vindimas, das festas e das pro-vas do vinho.

Vale a pena dar qualidade aoseu tempo visitando esta cidade earredores.

A sua história

Na divisão da cidade antiga eda cidade moderna, o rio alarga-see, na sua ponte antiga, as casas an-tigas parecem suspensas na antigaponte. São comércios diversos erestaurantes em pleno funciona-mento. Desde a ponte sobre o rioNahe e erguendo os olhos paraNorte, denota-se com uma fortifi-cação romana em ruínas. A sua re-

construção deu origem a um hotelde luxo. Já no século V antes deCristo ai se estabeleceu o povocelta, também presente na nossahistória. Os vestígios da presençaromana são inúmeros. Em 1235Bad Kreuznach foi reconhecidacomo cidade com uma certa inde-pendência financeira e política doresto do país. Nesse tempo estavetusta cidade foi palco de muitasintrigas e guerras. Mudou de do-mínio diversas vezes, tendo sidodividida em vários ducados. Opróprio bispado de Mainz, tentouconquistá-la para assegurar mel-hor o caminho para a o romana ci-dade de Trier, cidades com umanotória influência religiosa.

A guerra dos trinta anos dei-xou também aqui a sua marca.Soldados suecos, franceses e atéespanhóis deixaram máculas desangue. Na Igreja evangélica de S.Paulo Karl Marx, ideólogo do Co-munismo, casou com Jenny vonWestfalen.

Muitos políticos de renome,como Ataturk, Charles de Gaule,Adenauer, entre outros, encontra-ram nos seus muitos hotéis e palá-cios, palco de encontros de altonível político. As forças aliadasamericanas mantiveram, até hábem pouco tempo, milhares demilitares em diversas bases. Até2002 parecia viver-se aqui comoque entrincheirados num outroestado, a América.

A comunidade lusa

O que atraiu a vinda dos com-patriotas portugueses nos finaisdos anos sessenta para esta ci-dade, foi a necessidade de mão deobra para a firma de pneus Miche-lin, que tinha iniciado a sua pro-dução. Após o cumprimento docontrato de trabalho obrigatório,muitos, não resistindo à saudadeda família e à aridez humana, re-gressaram a Portugal ou espalha-ram-se por outras cidades demaiores aglomerados humanos.Outros enveredaram para outrasempresas da região. A Bretz, in-dústria mobiliária de notóriopoder financeiro, empregou na dé-cada seguinte algumas dezenas detrabalhadoras e trabalhadoresportugueses. Depois do seu encer-ramento, em meados da década deoitenta, foram espalhando-se umpouco por outras pequenas em-presas da região. A industria deplásticos e a industria de sistemaselectrónicos para a industria auto-móvel, foram outras possibilidadede trabalho. A restauração, o tra-balho de vinicultura e os serviçosconstituíram e constituem ainda oganha pão de muita gente.

Quem viveu alguns anos nessasimpática cidade, como eu vivi,poderia desdobrar um rosário dehistórias sobre as aventuras des-ses tempos. Vieram no inicio sóhomens das diversas zonas do

pais. Gentes, aventureira, vindarecentemente das aventuras dascampanhas em Africa. A cidadepossuía e possui muitos baresonde estes se juntavam. Era o“Campainhas” o “Copa cabana”, a“Cave” de Bad Münster, entre ou-tros. Muitos conheceram aí assuas futuras mulheres alemãs,mesmo arranhando mal o idioma.A linguagem do amor batia maisforte. O espírito de camaradagemera reinante, eu que o diga! As noi-tadas multiplicavam-se. Não voumencionar nomes, pois, numa ci-dade como esta, todos se conhe-ciam pelo nome próprio. Pouco apouco, as mulheres e os filhosforam engrossando a comunidade.Em 1975 foi fundada a Missão Ca-tólica que compreendia toda a dio-cese de Trier, englobando cidadescomo Saarbrücken, Sinzig, Mer-zig, Mendig e outras. Eram quatroexímios quartos, mas que agluti-nava a comunidade e onde todosse sentiam acolhidos, não fosse oseu responsável, o P. Antonio Bar-bosa, homem de bem, semprebem disposto e acolhedor. Temposhouve em que as pessoas tenta-vam dividir-se em diversos grupose interesses, era o centro Cultural,o Clube Português e a Missão.Festas, passeios, fins de semana,eram organizados com o apoio demuita gente de bem, Costa, Jaria,Ventura, Cruz, Germanos, Simões,Gonçalves, Ferreira, Cabral, Alves,

Lameiras, Lapa, Mendes foram osobreiros da comunidade. Isto sópara nomear alguns, pois o rosáriode nomes poderia continuar semfim, que me perdoem os que nãomencionei. O Padre sempre pro-vocou a união entre todos, respei-tando a diversidade de cadagrupo, honras lhe sejam dadas.Em 1978, numa manhã de muitaneve, nasceram os serviços sociaisda Caritas. Tentaram ser uma pre-sença solidária procurando darrespostas às diversas perguntassociais da comunidade. O seu pri-meiro assistente, e autor destaslinhas, depois de 25 anos de aus-ência, ainda hoje, com alegria lá sedesloca em visita e é ainda rece-bido como um filho pródigo queregressa ao regaço do pai. É noClube Português e na Eucaristiaque abraça os amigos de longedata.

Integração a diversos níveis

Integração é outra palavra quea comunidade soube bem admi-nistrar. Hoje existem portuguesesem lugares de destaque, seja napolítica local, na função publica,no desporto a até à frente de algu-mas empresas até constituindopequenas empresas. A juventudeprocurou também singrar noplano profissional, procurando ul-trapassar as fronteiras geográficasdesta cidade. Hoje existem regres-sados que conseguiram, e bem,romper com a passividade her-dada dos progenitores. É o caso doVitor Dias que em Famalicão di-rige uma clínica e laboratório den-tário, empregando uma dezena deespecialistas. O conselho deestrangeiros teve por muito tempoa assinatura do Sr. Bicho. A histó-ria desta comunidade não pode,de forma alguma, passar à mar-gem dele. É uma comunidade bemvista e respeitada a todos os níveis,seja eclesiástico, social e político.Os seus membros mantêm laçosemocionais que o tempo e oespaço não romperam.

Vale a pena dar qualidade aoseu tempo, visitando esta cidade earredores. A comunidade portu-guesa irá recebê-lo de braços aber-tos. Disto eu tenho a firme certezae nunca se arrependerá!

A cidade de Bad Kreuznache os PortuguesesJose Gomes Rodrigues, Neuss

Foto

: J.G

.R.

Aspecto de Bad Kreuznach

Page 20: Portugal Post Abril 2011

PORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011Vidas2020

Memória futura

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Ainda a sede da associação F.C. Magriços, em Sin-gen, estava em construção quando recebe a visitado então Secretario de Estado das Comunidades,José Lello.Este era um tempo de grande pujança do associa-tivismo português na Alemanha, o que fazia comque os políticos se interessassem pelas associaçõesvisitando-as de modo a receberem dividendos po-líticos traduzidos em votos.Na foto, José Lello foi recebido pelos dois primeirosresponsáveis que na altura comandavam os desti-nos da associação que é uma das raras colectivida-des com sede própria. Foto: PP / arquivo

1998

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos que nos enviam.Obrigado.

Olá Portugal Post. Espero que esta minha pe-

quena história sirva de exemplopara mim e de experiência queeu quero transmitir para queoutras mulheres tenham cui-dado com os contactos na net enão caiam no que eu caí.

Tenho 45 anos e encontro-me divorciada já há 8 anos. Omeu divórcio foi uma coisa com-plicada porque forcei a separa-ção depois de anos de sermaltratada pela parte de meu exmarido, um dia não aguentei edeixei a casa e fui morar paracasa de uma amiga .

Também aí começou um pe-ríodo de vergonha, colocando aminha amiga numa situaçãonada agradável quando ele iafazer barulho à sua porta gri-tando para que eu fosse paracasa e que se não fosse a bem iaa mal.

Um dia ameacei-o com a po-licia tendo a minha amiga comotestemunha e foi desta formaque ele deixou de fazer aquelascenas à porta da casa da minhaamiga.

Após dois anos de separaçãocomecei o processo de divórcio.Felizmente que não tinha filhose isso tornou as coisas maissimples.

Divorciada daquela besta(desculpem-me o termo), bebiuma taça de espumante sozinhanum café depois de receber aconfirmação do divórcio.

E assim me mantive. Nosprimeiros tempos sentia-mebem; tinha o meu mundo e aminha casa onde eu me recolhia

com gosto depois do trabalho.Comecei às vezes a sentir um

pouco de solidão. Era piorquando os fins de semana eramlongos ou no inverno quando osdias parecem noite. Enfim,tinha também a necessidade deter ali alguém para falar e sentiamuita falta de carinhos, ternurae de palavras amigas.

Por essa altura, ia já no se-gundo ano de divórcio e noquarto de separação, compreium computador pensado quepodia ajudar a passar o tempo.

A ideia de comprar o compu-tador foi boa. Depois instalei ainternet e foi como se um novomundo se abrisse.

Mas isso não alterou emnada a situação da minha soli-dão. Quando desligava o com-putador, tudo voltava à mesma.Então inscrevi-me num salão deginástica para ocupar o tempoque eu passava em casa sozinhae porque não podia estar perma-nentemente agarrada ao com-putador. A ginástica fazia-mebem. Saía de lá mais leve elimpa da ferrugem. Para falar,ainda tinha a minha amiga coma qual às vezes me encontrava.Mas como tinha dois filhos, oseu tempo não era assim muitonem eu a queria estar sempre aaborrecer com as minhas cha-madas telefónicas ou encontros.

Assim a minha vida conti-nuava. Não que estivesse tristede todo. Mas que a solidão dói,ai isso é que dói!

Nesse entrementes aindaconheci alguém no ginásio. Eraum homem que até nem era an-

tipático e tinha, segundo medisse, 51 anos. Saímos do giná-sio junto e íamos beber um cafée falávamos de coisas assimmuito banais. Faltava, no en-tanto, aquela atracção quelevam duas pessoas a ter umaamizade mais forte. Depois docafé, cada um ia para o seu carroe voltávamo-nos a encontrar napróxima ida ao ginásio. Àsvezes, em casa, ainda pensavatelefonar-lhe, mas não, não ofazia porque sinceramente nãosabia que lhe dizer.

Um dia descobri na net umfórum onde as pessoas se con-heciam e se contactavam. Osque lá apareciam era gente dospaíses latinos: de Portugal, doBrasil, Espanha e até de paísesda América do Sul. As coisasfuncionavam de maneira a quetambém recebêssemos no emailinformação sobre homens comum perfil que nós déssemoscomo o desejado para conhecer-mos.

Também se podia contactardirectamente online e haviasalas chat para conversas parti-culares onde eu às vezes falava epartilhava coisas com parceirosque segundo o que diziam e afoto que mostravam eramhomens bastantes interessantes.

Foi num desses momentosque conheci um homem que medizia morar numa cidade da Ba-viera. Dizia-me que era deBraga, que tinha 49 anos queera separado havia 3 anos.Assim nos conhecemos e faláva-mos, ou melhor, escrevíamostodos dias à noite. Falávamos de

tudo e já nos tratávamos por tue falávamos com muito à von-tade. Uma dia ele começou afazer-me perguntas assim inti-mas e eu deixava-me ir só por-que já dizíamos um ao outrocoisas assim carinhosas. Queriamuito conhecê-lo, mas ele nãodava o passo para que nós pu-déssemos falar ao telefone ouaté marcarmos um encontronum dia de fim de semana, atéporque eu morava e moro acerca de 270 quilómetros da ci-dade onde ele dizia que vivia. Afotografia que ele pôs no seuperfil era a de um homem bemparecido que até aparentava sermais novo.

Falávamos, como eu disse,todos os dias sempre à mesmahora. Aos fins de semana du-rante o dia nunca estava emlinha, só à noite.

O que ele me contava sobre asua vida é que era casado masvivia separado e muito tristeporque a mulher dele nunca otinha compreendo. Trabalhavanos correios e tinha três filhosque viviam com a mulher. Tinhauma vida material muito boa,com casa aqui só para ele e ou-tras duas em Portugal e que oseu sonho, dizia ele, era encon-trar e uma mulher como eu,livre ,bonita (eu enviava-lhemuitos fotos que tirava com aminha máquina e as punha nocomputador) e que o aceitassetal como era. Como eu lhe en-viava fotos minhas, ele come-çou a pedir-me que mefotografasse de todas as manei-ras e feitios e depois dizia “não,não faças, estava a brincar”, masa brincar é que ele mas levava.

Até que um dia disse que nãoaguentava mais estar assim aocomputador a escrever (escreviaum português muito mau por-que dizia que estava aqui na Ale-manha há muito tempo, mas ofacto é que também não sabiaescrever alemão) pediu-me onúmero de telefone e eu dei-lheo número de telemóvel.

Passaram-se os dias e, curio-samente, pensei eu na altura, eledeixou de aparecer no fórum dainternet. Esperei cerca dequinze dias até que ele apareceue disse que tinha estado fora, emPortugal. Continuamos as con-versas normais até que ele se de-clarou e disse que durante essesquinze dias tinha sentido muitoa minha falta; que tinha sauda-des minhas e que olhava semprepara as minha fotos e que cadavez que olha sentia desejos distoe daquilo. Enfim, pediu-mefotos assim mais intimas e res-pondi-lhe que não, que queria

antes que nos conhecêssemospessoalmente.

Em resposta a este pedido,disse-me que tinha muito quefazer mas que ia ver, talvez quedaí a dias. E assim foi. Marcouum encontro numa cidade ameio de caminho entre a sua e aminha. O local era um pequenohotel e avisei-o que o primeiroencontro era mesmo para o café.Disse-me para não me preocu-par.

No dia do encontro, vesti-mebem e comecei a viagem con-tente por ir ao seu encontro. Aminha intenção era mesmo con-hece-lo e falar a ver se a químicaentre nós resultava. Cheguei aolocal, uma espécie de pensãomuito manhosa que tinha tam-bém um café. Pensei não entrar.O aspecto da pensão era muitoruim, mas já que ali estava en-trei. No interior do café estavaapenas uma velhota sentada nointerior do balcão com um gatopreguiçoso ao colo. Sentei-me epedi um café. Eu mesmo tinhachegado meia hora atrasada eestranhei o facto de ele aindanão estar.

Oiço uns passos que desciamdo andar de cima e surge umhomem, pequenino, com umafarta barriga, quase obsceno eassim muito mal encarado, coma camisa aberta até ao meio dabarriga e um fio muito grossoque parecia de ouro em volta dopescoço. Dirigiu-se-me e disse-me Olá, és a Ester? Fiquei parvae sem palavras. O homem, quejá tinha alugado um quarto, nãoera nada, mas nada da fotogra-fia. Sentou-se e pediu tambémuma café. Eu não sabia sincera-mente o que dizer tal era a de-cepção. O palerma já tinhaalugado quarto e estava conven-cido que me podia deitar levarassim sem mais nem menos.

Fiquei tão irritada e revol-tada que me levantei, paguei ocafé, e dirigi-me para o meucarro e voltei para casa triste,chorando de raiva e de tristezapor tão tamanha decepção e porlhe ter tido enviado algumasfotos que vim a envergonhar-mequando vi o fulano pela pri-meira vez.Maria Ester

Pensava encontrar o homem dos sonhos e...

Page 21: Portugal Post Abril 2011

Passar o TempoPORTUGAL POST Nº 201 • Abril 2011 21

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICOE-mail: [email protected]: 00 351 21 318 25 91

Por Maria Helena Martins Previsões para Abril de 2011CARnEIROAmor: Há uma tendência geral para amelhoria da sua vida afectiva nesteperíodo, pode encontrar o amor ouestabilizar num relacionamento jáexistente.Saúde: Não surgirão nenhumas sur-presas nesta fase, no entanto é conve-niente manter a vigilância e evitarexcessos.Dinheiro: Trabalhe com mais afincopara atingir os seus fins.

TOUROAmor: É provável que atravesse umperíodo um pouco conturbado. Pro-cure ouvir a sua voz interior, no silên-cio do seu coração encontrará asrespostas que tanto procura.Saúde: A sua saúde manter-se-á está-vel.Dinheiro: Pessoas de grande influên-cia poderão surgir no seu meio labo-ral. Agarre as oportunidades!

GÉMEOSAmor: Sentir-se-á liberto para ex-pressar os seus sentimentos e amarlivremente. Viva o amor sem receiose seja feliz!Saúde: Em vez de ter pensamentosnegativos, consulte o seu médico senota que alguma coisa não está bemna sua saúde. Dinheiro: Momento muito favorávelsob o aspecto financeiro, saiba apro-veitá-lo o melhor possível.

CARAnGUEJOAmor: Esteja atento pois o amor podesurgir na sua vida quando e de ondemenos você esperar.Saúde: Neste campo nada o preocu-pará. Dinheiro: fase pouco favorável, evitedespesas que não tem a certeza deconseguir suportar.

LEÃOAmor: evite que a teimosia possacriar mal-entendidos entre os seus fa-miliares.Saúde: Estará em plena forma física,aproveite para se dedicar a um novopassatempo!Dinheiro: Tudo decorrerá dentro danormalidade na sua vida profissional.

VIRGEMAmor: Não deixe que os seus amigosque vivem mais afastados se sintamdistantes de si, organize um jantar ouuma festa que permita a todos umreencontro.Saúde: tenha alguns cuidados com oseu sistema digestivo.Dinheiro: Tenha atenção no seu localde trabalho com os falsos amigos,pois nem sempre as pessoas que nossorriem são as mais verdadeiras.

BALAnÇAAmor: A sua capacidade de entrega esensualidade estarão em destaque epodem trazer muita animação à suavida amorosa.Saúde: Sentir-se-á muito dinâmico edeterminado, cheio de força de von-tade para enfrentar os desafios.Dinheiro: poderá receber uma ajudada parte de um colega de trabalho.

ESCORPIÃOAmor: As discussões poderão clarifi-car algumas dúvidas que estavampendentes na sua relação de casal.Tenha cuidado com o que diz para nãoferir os sentimentos da pessoa amada.Saúde: Deverá cuidar melhor da suapele. Beba mais água e ponha um hi-dratante.Dinheiro: Reinará a estabilidadeneste campo.

SAGITÁRIO

Amor: Apague de uma vez por todasas recordações do passado que ofazem sofrer. Você merece ser feliz!Saúde: evite tomar medicamentossem pedir conselho ao seu médico oufarmacêutico.Dinheiro: Esta é uma boa altura nasua vida para fazer uma doação de ca-ridade. Se tem o que lhe basta, ajudequem mais precisa.

CAPRICÓRnIOAmor: evite que outras pessoas se in-trometam na sua relação afectivadando primazia ao diálogo frontal esincero com o seu par.Saúde: procure dar mais atenção àsua saúde, pois na verdade quandojulgamos estar bem podemos estar anegligenciar o nosso corpo.Dinheiro: Período pouco favorável agrandes investimentos.

AQUÁRIOAmor: Organize uma festa com osseus amigos mais íntimos. O convívioserá bastante apreciado por todos.Saúde: Adopte uma postura maistranquila.Dinheiro: Procure ser mais tolerantecom os pontos de vista das pessoascom quem trabalha. Juntos poderãoatingir os objectivos traçados mais fa-cilmente.

PEIXESAmor: Não entre em depressão poistudo na vida tem uma solução e maiscedo ou mais tarde verá resolvidas asquestões que o afligem.Saúde: Estará com o sistema nervosoum tanto instável, procure encontrarformas de descontrair e serenar a suamente.Dinheiro: a sua vida profissionalestará dentro da normalidade, não ha-verá surpresas a este nível.

Mulher PrevidenteUma mulher levou à igreja duas velas acesas: pôs uma na imagem de S. Mi-guel e a outra na imagem do Diabo. Vendo aquilo, o padre repreendeu-a: — Que está fazendo, mulher? Não vê que é ao Diabo que está alumiando? — Pois que importa, senhor padre? É bom ter amigos em cima e em baixo,porque não sabemos aonde iremos parar!

Rapaz PoupadoA filha ao contar ao pai que tinha um namorado, ele começa logo a perguntar: - Ao menos é um rapaz poupado? - É papá, olha ainda na semana passada quando lá fui a casa e os pais dele não estavam, a primeira coisaque ele fez foi apagar a luz!

Os Queixos AmarradosO homem apresenta-se com um lenço atado, dando a volta por cima da cabeça e por baixo do queixo,apertado. — O que foi isso? — Pergunta-lhe um amigo — Dói-te a cabeça? Os dentes? Ou foi algum desastre? — Nada disso. Morreu a minha sogra. — Então?... morreu-te a sogra... e porquê é que trazes os queixos amarrados? — É para não me rir!

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Page 22: Portugal Post Abril 2011

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