Portugal Post Dezembro 2010

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Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVI • Nº 197 • Dezembro 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Entrevista Com Frank Zehle, Delegado da TAP na Alemanha “Transportamos cerca de 250.000 passageiros anualmente entre a Alemanha e Portugal” Pág.12 CCP Conselheiros do queixam-se da falta de verbas para as suas actividades Pág. 7 Desejamos a todos, especialmente aos leitores, assinantes , clientes do nosso jornal, um feliz e solidário Natal O rescaldo do Simpósio Cultural de Munique Cônsul-Geral reivindica organização do evento Pág. 8 Padre da Missão Católica portuguesa em Hamburgo está arrependido de ter vindo para a paróquia Pág. 11 Austeridade Só para os suspeitos do costume No passado dia 26 de Novembro, o Parlamento português aprovou o Orçamento de Estado (OE) 2011, que inclui um pacote de medidas de austeridade destinado a reduzir a dívida sobe- rana e salvar o país da bancarrota. Página 3

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVI • Nº 197 • Dezembro 2010 • Publicação mensal • 2.00 €

Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POSTEntrevistaCom Frank Zehle, Delegado da TAP na Alemanha

“Transportamos cerca de 250.000 passageiros anualmente entre a Alemanha e Portugal” Pág.12

CCPConselheiros do queixam-se da falta de verbas para as suasactividades Pág. 7

Desejamos a todos, especialmente aos leitores,

assinantes , clientes do nossojornal, um feliz

e solidário NatalO rescaldo do Simpósio Cultural de Munique

Cônsul-Geral reivindica organização do evento Pág. 8

Padre da Missão Católica portuguesa em Hamburgo está arrependido de ter vindo para a paróquia Pág. 11

Austeridade Só para os suspeitos do costume

No passado dia 26 de Novembro, o Parlamento português aprovou o Orçamento de Estado(OE) 2011, que inclui um pacote de medidas de austeridade destinado a reduzir a dívida sobe-rana e salvar o país da bancarrota. Página 3

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 20102

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGOMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÓNIO JUSTO: KASSELCARLOS GONÇALVES: LISBOADORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOHELENA GOUVEIA: BONAJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICU-LAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

EditorialMário dos Santos

Os candidatos que concor-rem às eleições presiden-ciais a realizar a 23 dopróximo mês já estão afazer campanha, ainda que

não se dê muito por isso devido àsituação de crise e de forte austeri-dade que está e vai dificultar a vidados portugueses. Lendo a imprensa de Portugal, háno país um manifesto e preocu-pante desinteresse por estas elei-ções que em situação normalmobilizaria o país para um debatenecessário e interessante. Mas o país não está para aí virado.A crise, a iminência do FMI entrarpelo país, as apertadíssimas medi-das de austeridade, o défice orça-mental, os juros da dívida pública,os chamados mercados que pare-cem ditar os destinos de Portugal,o desemprego, a execução orça-mental, etc, vão fazer com que nin-guém se interesse pelas eleições epelos candidatos. Vendo bem, esta situação está a fa-vorecer o candidato Cavaco Silvaque gosta de aparecer como quemnão tem responsabilidades peloque está a suceder no país e comoaquele que, depois das coisas esta-rem a correr mal, diz “eu bem avi-sei!”, até porque é economista e jásabia, segundo ele diz, que Portu-gal ia bater no fundo, condição pri-meira para que o FMI aterre naPortela e governe o país com medi-das a doer. Com este pano de fundo, é perti-nente colocar algumas interroga-ções sobre a actuação do candidatoCavaco Silva enquanto presidentee pergunta-se: se então ele sabia,

como diz, e sendo Presidente daRepública, como é que permiteque a situação chegue ao pontoque chegou, consentindo que osgovernantes estivessem a levar opaís para a grave situação que elediz que previu, preveniu e alertou? Como é que depois de tudo isso elevenha sacudir a água do capote di-zendo que nada tem a ver com a si-tuação a que chegou o país atéporque alertou para „a situação in-sustentável”? Bem vistas as coisas, como é quese pode dar o voto a um candidatoque, como ele gosta de dizer, aler-tou apara a “situação explosiva”que o país estaria para viver e nãotenha tomado as medidas que ospoderes presidenciais lhe confe-rem como seja, por exemplo, aconvocação de eleições antecipa-das em tempo útil para que se ti-vesse evitado a situação? Fica a interrogação.

Por mor da crise fala-se naeventualidade do Governovir a ser remodelado paralhe dar um ar mais frescoe lhe consentir novas for-

ças para enfrentar a crise e ganhara confiança dos eleitores. Nós aqui, como somos eleitores eestamos atentos poderíamos desdejá sugerir uma remodelação neces-sária: a do Secretário de Estadodas Comunidades, António Braga.E espera-se que a acontecer a ditaremodelação governamental o ac-tual SECP dê lugar a outro, umoutro que tenha mais sensibilidade

para as questões das Comunida-des. Não apenas por ter sido (e é) oSECP mais contestado desde queao PP existe – e já vão 18 anos –, aAntónio Braga falta-lhe a sensibili-dade que todos os outros seus an-tecessores tiveram, como tambémlhe falta a capacidade para o diá-logo. As comunidades têm de terum responsável pela pasta das co-munidades um político que venhaao encontro das pessoas que asouça e lhes transmita o devido res-peito e valor; que as defenda comconvicção e que, também cumpracom aquilo que diz, porque, a listadaquilo que anunciou e não cum-priu ser-lhe-á entregue nas próxi-mas eleições, como, diga-se, já ofoi nas anteriores. Quando se fala do actual Secretá-rio de Estado das Comunidades as-salta-nos as saudades que se temde anteriores secretários de Estadocomo Manuela Aguiar, José Lello,entre outros, que independente-mente de se estar ou não de acordosouberam compreender e ir ao en-contro das comunidades falando-lhes e cumprindo o que lhesanunciava. A finalidade da secretaria de Es-tado das Comunidades não se re-sume apenas à sua funçãoexecutiva, ela deve ter como res-ponsável alguém que dê valor aodiálogo com as comunidades, umdiálogo franco, de olhos nos olhose não se proteja atrás de uma arro-gância politica a que as comunida-des não estavam habituadasquando contactavam com os seusantecessores.

Eleições e remodelações

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010 3CRÓNICA

Entre as medidas que vão doer asério destaca-se o corte substan-cial dos salários na administra-ção e nas empresas públicas.Tendo em conta que os saláriosno sector público representam14,5% do Produto Interno Bruto(PIB) nacional, bastante supe-rior à media de 11% na ZonaEuro, a medida faz sentido eimpõe-se. Tanto mais que só osfuncionários e empregados comremuneração mensal acima de1500 euros terão um corte entre3,5 e os 10 por cento. Recorde-seque o salário médio em Portugalronda os 1000 euros por mês.

Conheço funcionários portu-gueses atingidos pelo corte sala-rial, que me garantiramconcordar com a medida. Prefe-rem renunciar a uma pequenaparte do salário a ver aumentadoo Imposto de Valor Acrescen-tado ou reduzidos os investi-mentos públicos emsectores-chave como a saúde.Consideram que estas sim, sãomedidas socialmente injustas,por atingirem sobretudo os que

pouco ou nada têm. E explicamque o simples facto de teremempregos seguros já lhes dá umavantagem muito grande sobre osassalariados no sector privado,acometido por uma crise de de-semprego de grandes dimen-sões.

A boa vontade destes profes-sores e outros sofreu um abalosério na semana passada,quando o Governo socialista deJosé Sócrates decidiu, e o Parla-mento aprovou, famigeradas«excepções» para os assalaria-dos nas empresas de capital pú-blico, encomendadas pela CaixaGeral de Depósitos. Um voto quecontou com a notória abstençãodo partido da oposição, PSD,que se prepara para regressar aopoder e sabe que futuramentevai precisar de «jobs for theboys» que mereçam o nome. Oque só é possível se os postos emquestão continuarem a ser cho-rudamente remunerados.

Os juízes portugueses apro-veitaram a deixa e exigem igual-mente que se abra uma excepçãono seu caso. Os magistradosdeste país, famosos por arrasta-rem processos anos a fio numsistema judicial cuja assustadora

falta de eficácia já entrou noanedotário europeu, ameaçamretaliar, tornando a justiça maislenta. É difícil perceber como éque a justiça em Portugal poderápossivelmente ser ainda maislenta, de modo que a ameaça pa-rece um pouco gratuita. Mas omais provável é que o Governo,à beira de ser derrubado, nãotenha a coragem de apontar oargumento da «independênciada justiça» como a desculpa demau pagador que obviamente é.Segundo o 4ª relatório da Co-missão Europeia para a Eficáciada Justiça, em Portugal, os juí-zes do Supremo Tribunal emfinal de carreira ganham emmédia 4,2 vezes mais do que osalário médio bruto nacional. Orácio equivalente na Alemanha éde 2,1. E também não se com-preende muito bem porque éque um juiz, até agora perfeita-mente isento e independente,passa a ser servo dos poderespolíticos por ter que prescindirde uma ínfima parte do seu salá-rio, como contribuição modestapara salvar um país que lhe pagatão bem. Ou será que o juiz de-sembargador que ganha umamédia de 7.022,13 euros por

Só para os suspeitos do costumeNo passado dia 26 de Novembro, o Parlamento português aprovou o Orçamento de Estado (OE) 2011, que inclui um pacote de me-didas de austeridade destinado a reduzir a dívida soberana e salvar o país da bancarrota.

Cristina Krippahl mês, e o seu estagiário, que dis-põe de módicos 3.341,05, vão terque procurar um biscate nashoras vagas para não morreremde fome?

Mas ainda não é tudo: tam-bém o Banco de Portugal já le-vantou objecções. Estainstituição acha ser necessário,adivinharam, abrir uma excep-ção, para garantir - lá vamos nós– a sua independência, e dar-lhea possibilidade de manter osseus colaboradores mais qualifi-cados. Uma vez que essescolaboradores qualificados, in-cluindo o ex-governador dobanco, Victor Constâncio, falha-ram redondamente a obrigaçãomais elementar de detectar a di-mensão do buraco orçamentalportuguês, contribuindo directa-mente para a desgraça actual, eusugeria que seria uma grandesorte para todos nós se estesprofissionais fossem para outrolado. Mas também aqui suponhoque o Governo acabará por man-ter a tradição portuguesa deceder à pressão de corporações einteresses organizados à custada população indefesa, pro-vando, mais uma vez, que nadamuda no nosso país: para não

variar, a austeridade será aca-tada pelos suspeitos do costume.E a seriedade das intenções daselites no que toca o futuro donosso país não carece de maiscomentário.

P.S. De qualquer modo, pa-rece que o problema da criseestá prestes a desaparecer. Se-gundo o inefável Alberto JoãoJardim, há uma explicação óbviapara os euromilhões ganhos porum grupo de apostadores ma-deirenses: «Os socialistas rouba-ram-nos na Zona Franca e Deusrepôs parte daquilo que eles nosroubaram». E como o deus doAlberto já foi acusado de muitacoisa, mas nunca de bairrismo,penso que resolvido o problemada ilha das bananas, aquele sersupremo voltará a sua atençãopara o continente - onde há mui-tos erros deste e de outros gover-nos a emendar - para colmatarnem que seja uma parte dasenormes lacunas financeiras na-cionais. É que, vendo bem, essetal Deus não faz nada pela nossaeconomia desde 1498, quediabo, perdão, digo: que diacho.

A U S T E R I D A D E

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NACIONAL & COMUNIDADES

Portugal „pode contar semprecom a nossa solidariedade. Estive-mos sempre próximos nas váriascrises da história do país, o pro-blema é que muitas vezes somosafastados e seria bom reiterar quenão nos esqueçam em alturas debonança“, disse Fernando Gomes.

„Segundo as informações quetive, as remessas dos emigrantesaumentaram. Se isso não é contri-buição, não sei o que o país pedemais“, reforçou.

Segundo o boletim estatísticodo Banco de Portugal, publicadoem Agosto, relativo ao primeirosemestre deste ano, cresceram 5,2por cento face a igual período doano passado. Até Junho entraram1.080 milhões de euros de remes-sas de emigrantes, contra 1.025 noperíodo homólogo. O presidentedo Conselho Permanente das Co-munidades Portuguesas (CPCP)falava aos jornalistas no final deuma audiência com o Presidenteda República, Cavaco Silva.

Fernando Gomes, que repre-senta os portugueses de Macau,disse que durante o encontro comCavaco Silva, os conselheirostransmitiram ao Chefe de Estadopreocupação relativamente ao fu-

turo deste órgão de consulta doGoverno sobre emigração.

„Não há nenhum órgão quefuncione em verbas. Começamoscom pouco estamos a terminarcom nada. Se calhar a próximaatribuição orçamental seria sópara o enterro. Estamos a camin-har para isso“, disse.

O presidente do CPCP denun-ciou os „cortes continuados“ nasverbas para o funcionamento doconselho nos últimos dois anos,admitindo o fim do funciona-mento do CPCP nos moldesatuais.

„Chegou a um ponto a partir

do qual não é possível. Estamos namedula, depois de tirar a medula,fractura! O que está previsto paraeste ano - 200 mil euros - é ínfimo,é quase vergonhoso“, sublinhou.

Fernando Gomes acusa a tu-tela de „não acompanhar o espí-rito da lei“ que rege o conselho,lembrando que em Novembropassado deveria decorrer a reu-nião plenária de todos os mem-bros do Conselho dasComunidades, mas que esta teveque ser adiada para o próximoano. O presidente do CPCP criti-cou ainda as recentes alteraçõesintroduzidas à lei eleitoral para o

Emigrantes assumem solidariedade com paísem crise, após encontro com Cavaco Silva

Presidente da República, que agu-arda promulgação, considerandoque mais uma vez prevaleceu„uma política economicista“.

Adiantando que o assunto nãofoi abordado no encontro com Ca-vaco Silva, Fernando Gomesapontou a passagem de 1.000 para5.000 do número de eleitores ne-cessário para que haja desdobra-mento de mesas eleitorais noestrangeiro como um exemplodessa política economicista.

No encontro com o Presidenteda República também este pre-sente Alfredo Stoffel, conselheiroeleito pela Alemanha.

O presidente do Conselhodas Comunidades, FernandoGomes, disse, Lisboa, quePortugal pode contar com osemigrantes para ultrapassara crise, recordando que os úl-timos dados registam um au-mento das remessas doestrangeiro.

Aspecto da reunião entre o Conselho Permanente e o Presidente da República.

A reunião plenária do Conselhodas Comunidades Portuguesas(CCP) realiza-se no final de Marçoe os conselheiros já sabem que vãoter algumas actividades reduzidaspor causa dos cortes orçamentais,anunciou o presidente do CCP.

“A reunião plenária está agen-dada para os últimos três dias domês de Março: 29, 30 e 31. Evamos ter uma reunião do Con-selho Permanente a 26, 27 e 28 deJaneiro”, disse Fernando Gomes.

O presidente do CCP falavaaos jornalistas no final de umareunião que teve hoje com o secre-tário de Estado das Comunidades.

Fernando Gomes disse aindaser “uma certeza” a redução dasactividades do CCP por causa doscortes orçamentais, afirmandoque, no “próximo ano haverá umaúnica reunião das comissões espe-cializadas, que será durante o ple-nário”.

“Temos de encontrar formasalternativas de sobrevivência.Uma única reunião é pouco”, afir-mou o responsável, sugerindo orecurso à Internet para os consel-heiros se manterem em contacto.

Em relação à reunião com An-tónio Braga, o presidente do CCPdisse ter sido positiva e que encon-trou “abertura de parte a partepara debater problemas e encon-trar saída” para os obstáculos comque se deparam.

Por seu lado, o secretário deEstado das Comunidades, AntónioBraga, disse ter “ouvido algumaspreocupações” e abordado “temasimportantes e que são prioridadedo Governo”.

A resposta da rede consular àsnecessidades dos portugueses noestrangeiro, a língua portuguesa ea modalidade de funcionamentodo CCP foram alguns dos temasem debate.

Conselho das Comunidades terá actividades reduzidas por causa de cortes orçamentais

O secretário de Estado das Co-munidades, António Braga, con-gratulou-se com a aprovação daalteração à Lei Eleitoral do Presi-dente da República e defendeuque se devia também “harmoni-zar” o método de voto dos emig-rantes.

Referindo-se à Lei Eleitoral doPresidente da República, o gover-nante afirmou que “havia umanorma que nos parecia pouco con-sentânea não só com o apelo cívicoconstante à participação eleitoralcomo também com os direitos ele-mentares na participação eleito-ral”. “É uma eleição que exige votopresencial, é diferenciada do votopor correspondência das eleiçõeslegislativas. Há ainda aqui umacontradição que era importanteesclarecer”, defendeu.

Para António Braga, “não sejustifica haver dois métodos dife-rentes para duas eleições igual-

mente importantes e harmonizaressa metodologia”.

Sublinhando que “cabe à As-sembleia da República” promoveressa harmonização, o secretário deEstado sublinhou que os portu-gueses no estrangeiro acompan-ham sempre “com muita atenção”as iniciativas legislativas.

O Parlamento aprovou a alte-ração à Lei Eleitoral do Presidenteda República com 198 votos afavor, 16 abstenções, do Bloco deEsquerda (BE), e um contra, tam-bém do BE. Esta alteração alargao universo eleitoral dos eleitoresemigrantes que podem votar noPresidente da República.

Foram ainda eliminados os ar-tigos que impediam de votar osportugueses residentes na Europahá mais de 15 anos e há mais dedez anos nos países extra-euro-peus, bem como os que tinhamdupla cidadania.

António Braga diz que voto dos emigrantes devia ser harmonizado

O Instituto Camões (IC) deve-ria reforçar a sua atividade emalguns pólos estratégicos,como Paris, Luanda ou SãoPaulo, para chegar melhor aoseu público-alvo, defendeu odeputado do PS pela Emigra-ção, Paulo Pisco.

“Creio que há uma necessi-dade de o IC apostar em algunspólos que são estratégicos,como Paris, Luanda ou SãoPaulo, reforçando a sua activi-dade e a sua forma de chegaraos públicos alvo que são osportugueses e os cidadãos dosseus países”, disse o deputado.

Para o deputado, essa “re-definição” é importante, paraque “possa haver concertaçãode meios em algumas cidadesque são estratégicas para aafirmação cultural de Portu-gal”.Quanto ao facto de o IC irter uma redução de oito porcento no próximo Orçamentodo Estado, o deputado socia-lista defendeu que o institutodeve apostar em parcerias.

“É importante que, mesmocom os meios reduzidos, sejapossível haver uma apostaclara numa filosofia que as-suma de maneira determi-nada, quer as parcerias quer arealização de iniciativas quepossam ser geradoras de recei-tas que possam vir a ser inves-tidas noutros projectos denatureza cultural”, afirmou.

Paulo Pisco dizque Instituto Camões deve reforçar atividade

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NOTÍCIAS

„Vai ser difícil, nos tempos maispróximos, pensar que o desem-prego se resolve com base naemigração“, diz Rui Pena Pires,em entrevista à Agência Lusa.

O investigador adiantou queos dados mais recentes confir-mam a tendência de desacelera-ção dos fluxos migratórios, umarealidade que, acredita, nem asmedidas de austeridade anun-ciadas irão alterar.

Até porque os dois principaisdestinos da emigração portu-guesa nos últimos anos -Espanha e Reino Unido - regis-tam também elevadas taxas dedesemprego.

„A maioria dos países daEuropa e América do Norte temproblemas de desemprego sériose não é provável que possam ab-sorver muita emigração provo-cada pela crise“, diz.

Rui Pena Pires rejeita a ideiade que a crise está a gerar umaonda de emigração semelhante àdos anos 1960, considerando

que há um „desfasamento“ entreos números e a percepção pú-blica.

„O grande crescimento daemigração para números próxi-mos dos anos 1960 é anterior àcrise e não consequência dacrise. A crise veio travar este mo-vimento“, adianta.

„Na primeira metade destadécada, saíam em média 70 milpessoas por ano (80 mil na dé-cada de 1960). Quando isso co-meçou a ser visível fora doscírculos académicos foi quandoacabou“, explica.

Para o investigador, os nú-meros actuais confirmam umadesaceleração das saídas paratodos os destinos, existindo ape-nas dúvidas sobre Angola.

„Não temos dados segurospara dizer que a emigração paraAngola cresceu. Aparentementecresceu. (…) O dinheiro que osportugueses mandam de Angolapara Portugal (…) tem vindosempre a crescer. Esse cresci-mento pode indicar que a emi-gração continua a crescer“,sustenta.

O coordenador do Observa-tório não prevê que possam sur-gir novos destinos para aemigração, adiantando que assaídas para os países árabes porvia das empresas de construçãoportuguesas não têm expressãoestatística.

„Vai demorar algum tempo

até a emigração poder crescercomo cresceu no passado. Pode-mos ser surpreendidos, pode serque de repente recomece a emi-gração para o Brasil, mas nestemomento não há nenhum dadoque aponte nesse sentido“, diz.

Por seu lado, Jorge Arroteia,investigador da Universidade deAveiro e coordenador da Acade-mia Virtual da Emigração - Emi-grateca, acredita que a situaçãoactual do país gerará „um acrés-cimo dos fluxos emigratórios, amenos que a situação na Europae noutros destinos de emigração,o não venha a permitir”.

No mesmo sentido, EngráciaLeandro, da Universidade doMinho, considera que no con-texto actual „a emigração podeafigurar-se como um recursomuito plausível“.

A catedrática de Sociologiaalerta, todavia, para o facto de anível internacional estarmoslonge do período dourado daemigração portuguesa.

„Não vivemos hoje em „anosgloriosos“ como acontecia nosanos 1960 e 1970 em que se faziainsistentemente apelo à emigra-ção (…), o que não é o caso actu-almente, em que se procura portodos os meios fechar as portas“.

Ainda assim, acredita quenão será por isso que os desemp-regados portugueses „deixarãode estar à espreita (…) das mel-hores oportunidades“.

Segundo Observatório da Emigração

Emigração não é resposta para o desemprego O coordenador do Observa-tório da Emigração consi-dera que a saída para oestrangeiro não é, no con-texto actual, resposta para oproblema do desempregoem Portugal, lembrando quea generalidade dos países nãoconsegue absorver emigran-tes.

O secretário de Estado das Comu-nidades, António Braga, disse quea proposta de reforma da rede di-plomática, anunciada pelo minis-tro dos Negócios Estrangeiros,ainda não está concluída.

“Quanto a um novo redimen-sionamento da rede de embaixa-das, o projecto ainda não estáconcluído, por isso, não podemosfalar nele, nem como propostaainda”, disse António Braga aosjornalistas. O governante falava àmargem de uma reunião que tevehoje com o Conselho Permanentedas Comunidades Portuguesas.

A 14 de Outubro, o ministrodos Negócios Estrangeiros, LuísAmado, afirmou em Bruxelas queo Governo vai apresentar, até aofim do ano, uma proposta de re-forma da rede diplomática que vaiimplicar uma diminuição naEuropa e aumento no resto doMundo

“O país não pode continuarcom uma matriz de representa-ções dos nossos interesses que jánão corresponde aos nossos inte-resses reais”, disse o chefe da di-plomacia.

O secretário de Estado das Co-munidades lembrou que o Go-

verno levou a cabo uma reformaconsular em 2007, na qual toda arede foi “racionalizada e reorde-nada”.

“Racionalizámos e reordená-mos toda a rede à luz de critériosmuito claros: serviço a prestar àcomunidade portuguesa, asmissões diplomáticas associadas àactividade consular”, disse Antó-nio Braga, acrescentando que essareforma “está estabilizada”.

Questionado sobre o Orça-mento do Estado (OE), o gover-nante disse não saber ainda quaisos valores para as comunidadesportuguesas, mas afirmou que omomento é de contenção.

“Todos ministérios foram cha-mados a fazer um esforço no sen-tido de racionalizar as suasdespesas, comprimi-las, de modoa garantir as metas traçadas noOE, designadamente no cumpri-mento do défice público”, disse.

“É esse o esforço que o Minis-tério dos Negócios Estrangeirosfará, como já fez este ano, acomo-dando as actividades previstasnesse enquadramento e no orça-mento que está para aprovação naAssembleia da República”, acres-centou.

Reforma da rede diplomática anunciada pelo MNE ainda não estáconcluída

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A Alemanha recusou o pedido deextradição para Portugal do pre-sumível duplo homicida GunnarDorries, de nacionalidade alemã,suspeito de ter assassinado umamulher angolana e a própria filhade ambos, em Julho, no Algarve.

“Decidimos que o julgamentodeve ser feito na Alemanha, por-que os meios de prova existemtanto aqui como em Portugal, e omesmo se passa com as testemun-has e o pano de fundo do caso”,disse o procurador geral de Muni-que, Joachim Ettenhofer.

A decisão sobre o requeri-mento apresentado pela justiçaportuguesa, há cerca de quatromeses, foi tomada na semana pas-sada pela Procuradoria Geral deMunique, e o julgamento aindanão está marcado, porque as in-vestigações continuam a decorrer,adiantou também Ettenhofer.

O suspeito tinha apresentadorecurso contra a extradição, atra-vés do seu advogado alemão, Sa-scha Petzold, por causa da línguae também para que a família pu-desse continuar a visitá-lo na pri-são, como foi anteriormente

noticiado.Na Alemanha, o suspeito ar-

risca uma pena máxima de prisãoperpétua, que corresponde a 15anos de cadeia, mas pode ser pror-rogada indefinidamente, se conti-nuar a ser considerado um perigopara a sociedade. Em Portugal, apena máxima é de 25 anos.

Dorries, um engenheiro ale-mão de 43 anos, terá matado a an-golana Georgina Zito - com quemtinha mantido uma relação amo-rosa, que não assumiu, por vivercom outra mulher - e a filha de

ambos, Alexandra, de 21 meses,durante as férias que estava a pas-sar com ambas, em Lagos.

Segundo as polícias portu-guesa e alemã já tinham apurado,o suspeito viajou para Portugal a06 de Julho, na companhia deGeorgina Zito, de nacionalidadeangolana, que era residente emEstugarda, e da filha Alexandra,alojando-se com elas num hotel deLagos.

A 10 de Julho, o suspeito teráarrastado Georgina para a água napraia do Canavial, onde a afogou,

simulando um acidente, desapare-cendo em seguida com a pequenaAlexandra nos braços.

Horas depois, chegou ao hoteljá sem a filha, e a 13 de Julho via-jou para Lisboa num carro de alu-guer, apanhando depois um aviãopara Munique.

A 15 de Julho, um comandoespecial da polícia alemã deteveGunnar Dorries no seu aparta-mento na capital bávara, com basenum mandado de captura europeuemitido pelas autoridades portu-guesas.

Desde então, o suspeito estádetido em regime de prisão pre-ventiva na capital da Baviera, já foiinterrogado várias vezes pela polí-cia, mas recusa-se a revelar o pa-radeiro de Alexandra.

Chegou mesmo a afirmar quea criança estava viva, a última vezque a viu e que a entregou a umcasal de turistas no Algarve, mas apolícia alemã, tal como a políciaportuguesa, que efetuou váriasbuscas no local, sem encontrarqualquer pista, julgam que a cri-ança deve estar morta.

FA

O presumível do duplo homicídio e a sua filha

Alemanha recusa extradição para Portugal de suspeito de duplo homicídio no Algarve

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6 PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010

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OpiniãoPaulo Pisco*

o próximo dia 23de Janeiro de2011 os portugue-ses residentes noestrangeiro vãoser chamados,

pela terceira vez, a partici-par na eleição do Presi-dente da República. O quetalvez ainda não saibam, éque desta vez não haveráquaisquer limitações oudiscriminação à sua partici-pação.

Com efeito, a Assem-bleia da República aprovouno passado dia 29 de Outu-bro as alterações à Lei Elei-toral do Presidente daRepública, com base numconjunto de propostas que,em nome do PS, apresenteie defendi na Comissão dosAssuntos Constitucionais,

Liberdades e Garantias.O objectivo principal

destas propostas de altera-ção, que foram aprovadaspor todos os partidos, ape-nas com a abstenção na vo-tação final do BE, foi o deacabar com uma lei tor-tuosa e discriminatória queimpunha limitações e obs-táculos à participação elei-toral dos portuguesesresidentes no estrangeiro.

Além dos aspectos demera organização logísticaque também foram aprova-dos, como os que se refe-rem ao desdobramento dasmesas e aos dias em queelas estarão abertas ao es-crutínio, o que interessa re-almente é salientar que sepôs fim a uma discrimina-ção inaceitável para os por-

tugueses residentes noestrangeiro, na medida emque a lei anterior criavauma situação em que unspodiam votar e outros não,se não estivessem inscritosnos cadernos do recensea-mento eleitoral.

Agora, com as propostasapresentadas pelo PS, a leifica clara, simples e igualpara todos os portugueses,estejam no país ou fora,uma vez que, entre outrascoisas, foram eliminados osartigos que impediam osque estivessem há mais de16 anos na Europa e hámais de 10 fora da Europade votar para o Presidenteda República. Tal como foieliminada a impossibili-dade de votar para os bina-cionais.

Numa mensagem queenviou às ComunidadesPortuguesas, o candidato àPresidência da Repúblicaapoiado pelo PS, ManuelAlegre, considerou as alte-rações aprovadas na As-sembleia da República “umimportante avanço de cida-dania que dignifica a nossademocracia e a eleição doPresidente da República”.

E é mesmo disso que setrata: um aprofundamentoda democracia e um pro-gresso na cidadania. Espe-remos agora que estereconhecimento se traduzanuma maior participaçãonas comunidades, para quea abstenção que nos dife-rentes actos eleitorais temvindo a aumentar de formapreocupante possa ser est-

Eleições presidenciais e as Comunidades Portuguesas

Nancada.

E esperemos tambémque os jovens se envolvamneste acto de cidadania eque todas as nossas comu-nidades sintam estas elei-ções como suas.

Está também nas suasmãos escolher quem vai as-sumir a função do mais altomagistrado da nação que,obrigatoriamente, terá deter uma consideraçãomuito particular pelas nos-sas comunidades espalha-das pelo mundo. Só assimse cumprirá verdadeira-mente o seu desígnio dePresidente de todos os Por-tugueses.

*Deputado do PS eleito pela Europa

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010 7COMUNDADES-ALEMANHA

Eleito há cerca de dois anos, osseus membros, a saber: Al-fredo Stoffel, Alfredo Cardoso,Fernando Genro (que substituiRui Paz), José Eduardo e Pie-dade Frias, nunca se reunirampara falar e coordenar a sua ac-tividade nem organizar umplano concertado com vista àdefesa dos interesses da comu-nidade devido à falta de meios.

“A única coisa que se faz éum encontro num café emfrente à Embaixada de Portu-gal sempre que há reunião como embaixador, encontro esseque não se pode chamar se-quer de reunião preparatória”,disse-nos Alfredo Cardoso.

Seja pela alegada falta deverbas, seja pelo facto de a dis-tância impedirem os conse-lheiros de se encontrarem,facto é que os encontros dosnossos representantes eleitospara o CCP remetem-se únicae exclusivamente a reuniõescom o embaixador cujos resul-tados não têm sido muito visí-veis.

Sem meios para tornar asua presença junto da comuni-dade mais visível, o CCP aindanão actualizou a sua página nainternet, estando toda ela de-sactualizada, com nomes e co-municados que já nada têm aver nada com o actual CCP, oque já motivou uma chamadade atenção de um ex-conse-lheiro junto do nosso jornal ,dizendo-nos que o sítio da em-baixada divulga a Homepagedo CCP onde ainda consta oseu nome e o nome de outrosconselheiros, um dos quais jáfalecido.

Colocada perante a questãoda falta de meios e, por conse-quência, falta de actividade doCCP, a conselheira de Estu-garda Piedade Frias disse aonosso jornal que “os conselhei-ros reúnem-se em média duasvezes por ano”, isto é, sempreque há reuniões em Berlim.

“Uma das coisas que im-

pede os conselheiros de se en-contrarem tem a ver com ques-tões de dinheiro. Toda a gentesabe que o país está a passarpor um mau bocado, daí quetambém se tenha anulado oplenário de todos os conselhei-ros que estava marcado para o(passado) mês de Novembro”,disse Piedade Frias.

Confrontada com a per-gunta se as viagens dos conse-lheiros eram ou não pagas,Piedade Frias foi dizendo quesim, que o Governo paga“desde que mandemos paraLisboa as contas das viagens.Depois é só esperar que nosreembolsem”, o que tem acon-tecido, conforme Piedade Friasnos informou.

Sobre a actividade do CCPnos últimos dois anos, PiedadeFrias diz que “apesar de nãoser visível, a actividade do CCPfoi útil para a comunidade”,dando como exemplo o seuempenhamento na questãoque diz respeito ao ensino,“em que o CCP tem chamado aatenção para a desresponsabi-lização do Governo para estaimportante área”. PiedadeFrias dá ainda o exemplo daacção do CCP no que se refereà permanência de um ”Do-cente de Apoio Pedagógico noconsulado em Estugarda,ainda que seja por algumashoras por semana”.

Piedade Frias refere que otrabalho do CCP deve ser vistonuma perspectiva mundial,“porque o Conselho trata dasquestões das comunidades nomundo, ainda que os conse-lheiros de cada país chamem aatenção para os problemas erealidades dos países ondevivem”.

“ A existência do CCP temvalido a pena porque o CCP éum órgão para ser ouvido peloGoverno quando há questões aresolver. Pena é que não seja-mos ouvidos como desejaría-mos”, lamenta Piedade Frias.

Também o ConselheiroJosé Eduardo diz que “as úni-cas despesas que são reembol-sáveis, são as deslocações àEmbaixada para os encontroscom o Embaixador e a Lisboapara as reuniões das comissões(ver caixa com declaração deJosé Eduardo).

Assim vai o Conselho das Comunidades Portuguesas na Alemanha (CCP)

Por seu turno, o conse-lheiro Alfredo Cardoso põe atónica na necessidade de maisreuniões com todos os mem-bros fo CCP para para sedebruçarem sobre as preocu-pações e as necessidades da co-munidade. MS

O Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP)eleito para supostamente ser um instrumento deaconselhamento das comunidades junto dos órgãosdo poder está, como o ex-conselheiro Rui Paz refe-riu, “com as pernas cortadas” porque não tem di-nheiro para poder funcionar.

Alfredo Cardoso

Alfredo Stoffel

Fernando Genro

José Eduardo

Piedade Frias

s únicas despesas que são reembolsáveis, de acordocom a SECP são as deslocações à Embaixada paraos encontros com o Embaixador e a Lisboa para asreuniões das comissões.

A última reunião da minha comissão (Comissãopermanente de Assuntos sociais e Fluxos Migrató-

rios teve lugar em Dezembro passado. Estava agendada umanova reunião pare este mês de Novembro, para a qual tínha-mos pedido encontros com responsáveis da segurança socialpara esclarecer uma série de assuntos relacionados com re-formas e dupla tributação, no entanto a reunião foi adiadapara a Primavera do próximo ano por falta de verbas. Tam-bém o Plenário que se deveria realizar na mesma altura foiadiado para o próximo ano.

Entretanto os assuntos que nas reuniões anteriores danossa comissão foram debatidos e que precisavam de escla-recimentos, ficaram sem respostas concretas. Volta-se sem-pre à estaca zero.

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas,que foi convidado para as reuniões da comissão, até agora fei-tas primou pela ausência. Na primeira, devido à discussão doorçamento na AR para 2010. Na segunda, a de Abril passado,estava ausente em Paris...

É minha opinião de que o CCP não funciona porque porqualquer motivo não querem que ele funcione.

Pelas informações que me chegam da Comissão perma-nente parece que também ali nada funciona. Eu por exemploque me disponibilizei para assistir às reuniões do ConselhoPermanente, apenas como observador, não fui autorizado,argumentando-se com o regulamento.

Nas últimas reuniões em Lisboa, e sabendo do problemadas faltas de verbas, ou melhor do magro orçamento do CCP,comuniquei que não ia ficar no Hotel uma vez que tenho casaem Lisboa. Ora qual não foi o meu espanto quando soube quemesmo assim havia um quarto reservado para mim. Comogato escaldado..., na reunião de Abril tive o cuidado de ir maisde uma vez à recepção do hotel perguntar se estava reservadoalgum quarto em meu nome. Como me disseram que sim,pedi à SECP para esclarecerem o assunto uma vez que eutinha sido bem claro quando comuniquei que não queriaquarto para evitar despesas... José Eduardo

Depoimento de José Eduardo

O CCP não funciona porque por qualquermotivo não querem que ele funcione

Os rostos dos conselheiros

A

Conselheiros queixam-se da falta de verbas para as suas actividades

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 20108 COMUNIDADE - ALEMANHA

„ São as equipes que conseguembons resultados. Não as pessoasisoladas „, aponta o Cônsul-Geralde Portugal em Stuttgart, ManuelGomes Samuel, no decorrer deuma entrevista-balanço sobre oSimpósio de Munique de Come-moração dos 200 anos da nomea-ção de Manuel José de Herigoyenpara Alto Comissário das ObrasPúblicas do Reino da Baviera. OPORTUGAL POST- que se asso-ciou à iniciativa- reclamou dadosem 18 e 22 de Setembro- mais decinco semanas antes da realizaçãodo evento cultural, junto dos doismais altos representantes da „Liga dos Amigos „ e comunicaçõessubstanciais que permitissemacautelar a melhor das reporta-gens possíveis. Não obteve res-posta, se bem que para lá dose-mails tivesse repetidamente portelefone clamado pela urgência desatisfação do pedido.

Igualmente, tentámos ouvirdurante o evento em Munique oCônsul-Geral que se furtou a co-mentar in loco o teor da diver-gência protocolar surgida e muitocomentada. Apurámos , a nossocusto e encargo, que a presença daRTP era um dado certo e que, por-tanto, o que interessavam eram asimagens e os tons de espectáculocomo primazia do agir comunica-cional. No final, o PP foi o únicomeio da Comunicação Social queesteve presente!.

Os erros e o branqueamentoda comunicação não ficaram poraqui. Com o estilo espectacular e aousadia envolvente que lhe são ca-racterísticas maiores, o auto-inti-

tulado presidente da Liga dosAmigos de Herigoyen, José Rodri-gues dos Reis, fez das fraquezas-força e, dez dias antes do dia dacerimónia, deslocou-se a Lisboapara tentar contactar as autorida-des culturais portuguesas, que játinham confirmado ao Cônsul-Geral de Estugarda a sua pre-sença.. Para sustentar a suamanobra, fez-se acompanhar pelaPrincessa Sissi zu Bentheim undSteinfurt e o especialista em Heri-goyen, prof. Riedle. A princesaSissi-com ou sem a futura „ Liga „-pretende levar a efeito na capitalda Baviera e em Lisboa uma sériede eventos culturais que celebrema cooperação cultural luso-alemãatravés dos séculos...

O Cônsul-Geral de Portugalem Estugarda, Manuel SamuelGomes, recusou-se decididamentea comentar as iniciativas do pre-sidente da Liga. Mas monitoriza-nos todo o envolvimento doConsulado, atribuindo à represen-tação máxima consular o essenciale fundamental das operações paraa concretização do Simpósio. „ OConsulado foi realmente o promo-tor, o coordenador .Parece quepropositadamente se esqueceu dereferir a acção decisiva do Consu-lado na abertura da cerimónia deMunique „, frisa.

„ Tenho o dever e a obrigaçãode fazer ver à Comunidade, à Im-prensa e à Opinião Pública alemã,tudo aquilo que o Consuladorealiza e a forma como intervémno processo de criação e resoluçãodas propostas culturais que deli-bera implementar „, sustenta, Daí

a públicação de um comunicadopúblico enviado à comunidade, a4 de Novembro. E o Simpósio nas-ceu de contactos reiterados entreo Cônsul-Geral e um administra-dor português da Siemens, AG,Pires de Miranda, no seguimentode uma iniciativa agenciadaaquando da visita presidencial deCavaco Silva a Munique, emMarço de 2009. O „ caso „ da exo-neração do antigo cônsul-honorá-rio de Portugal em Munique,Jürgem Adolff, meses depois, ace-lerou todo o processo, por motivosóbvios.

O filme da gestação do eventofoi este: o Cônsul-Geral apre-senta em finais de 2009 o gestorportuguês da Siemens a doismembros da „ Liga „, é ventilado otema e sugerida a comemoraçãodos dois séculos da nomeação doarquitecto português na Baviera.Como é da praxe negocial maisapurada, uma grande multinacio-nal como a Siemens procurou sal-vaguardar a sua imagem eprestígio apresentando como con-dição de base o Alto-Patrocíniodos governos de Portugal e do es-tado da Baviera. O dr. Samuel en-carregou-se disso e obteve osapoios dos dois governos. No casoportuguês, ficou garantida a pre-sença da ministra da Cultura, queviria a delegar no seu secretário deEstado, Elísio Summavielle, porcausa das peripécias da discussãodo Orçamento-Geral do Estadopara 2011.

Há décadas que não se realiza-vam quaisquer iniciativas cul-turais portuguesas no Sul daAlemanha, sobretudo em Muni-que. O Cônsul-Geral de Portugalgarantiu-nos que as autoridadesalemãs tudo facilitaram para arealização do evento, a nível buro-crático. A Siemens AG apoiou deforma maioritária o financia-mento e escritório de representa-ção do banco Santander-Tottatambém apoiou a realização dosimpósio. F.A.Ribeiro

O rescaldo do Simpósio Cultural de Munique

Cônsul-Geral reivindica organização do evento

CONSULADO GERAL DE PORTUGAL EM ESTUGARDA

Nota Informativa para a Imprensa e Movimento Associativo

Realização do Simpósio sobre os Duzentos Anos da Nomeação Régiado Arquitecto Português Manuel José de Herigoyen como Alto-Co-missário das Obras Públicas do Reino da Baviera – Munique, 29 deOutubro de 2010

O Consulado-Geral de Portugal em Estugarda tem o prazer de in-formar de que se realizou, no passado dia 29 de Outubro, em Munique,nas instalações do Hotel Bayerischer Hof e do Fórum Siemens, as Co-memorações dos Duzentos Anos da Nomeação Régia do ArquitectoPortuguês Manuel José de Herigoyen (natural de Queluz/Belas) comoAlto-Comissário das Obras Públicas do Reino da Baviera.

O evento contou com a participação de Suas Excelências o Secre-tário de Estado da Cultura português, Dr. Elísio Summavielle e o Mi-nistro da Cultura, Ciência e Tecnologia da Baviera, Dr. WolfgangHeubisch, além de mais de duas centenas de convidados provenientesdos mais diversos sectores da sociedade civil bávara e da administra-ção pública portuguesa.

Estas comemorações foram promovidas e coordenadas pelo Con-sulado-Geral em Estugarda, tendo sido angariado o patrocínio da Sie-mens AG, que foi essencial, bem como o envolvimento dos governosportuguês e bávaro, que concederam os respectivos Altos Patrocíniose se fizeram representar ao mais alto nível pelas individualidadesacima indicadas. De registar, também, o distinguido contributo doRestaurante Lisboa – Bar, de Munique, como patrocinador do jantarrealizado no Fórum Siemens e ainda do Banco Santander Totta. Derealçar, outrossim, o grupo de portugueses de Munique reunidos emtorno do Grupo dos Amigos de Herigoyen, que se encarregou empen-hadamente e com muito sucesso da organização logística do evento ede todo o apoio, nomeadamente financeiro, que possibilitou a suarealização. De sublinhar, por último, mas não de somenos importân-cia, o papel dos oradores convidados, cuja eloquência das exposiçõesorais sobre a pessoa e a obra daquele eminente arquitecto portuguêsdespertou muito interesse junto dos convidados.

Concluído com muito êxito este evento, que constituiu uma ocor-rência importante para o reforço dos laços entre Portugal e a Baviera,este Consulado-Geral aproveita a ocasião para endereçar a todos osque participaram na sua organização as melhores felicitações e apelaà Comunidade Portuguesa residente no Bade-Vurtemberga e na Ba-viera que aproveite esta iniciativa como um precedente para, em par-ceria com este Consulado-Geral, se encontrarem todas as possíveisvias (nomeadamente sugestões de eventos culturais, sociais, etc., emconjunto com as autoridades alemãs) para a promoção do relaciona-mento entre Portugal e a Alemanha.

Estugarda, 4 de Novembro de 2010

Um evento cultural- sob fundo de uma severa crise social – eque levou 19 meses a ser realizado em Munique, sob a evoca-ção dos 200 anos da nomeação de um arquitecto de origemportuguesa para Alto-Comissário das Obras Públicas do Es-tado da Baviera, provocou  uma troca de galhardetes entre osprincipais responsáveis sobre a qualidade do empenho e o vir-tuosismo com que se bateram pela aposta. A Liga dos Amigosde Herigoyen- que tarda a ser oficializada-cometeu deslizes eerros de comunicação (quase) imperdoáveis.

Cônsul-Geral em Estugarda (à esq.) e José Rodrigues dos Reis, o presidente da Liga, com opiniões divergentes. Fotos: PP

O PSD da Alemanha fez chegar ànossa redacção um comunicadosobre os resultados de uma reu-nião no passado 19 de Outubro,em Estrasburgo, entre as estrutu-ras do PSD de Paris, de Estras-burgo e da Alemanha.

O tema central da reunião foi aanálise do momento porque passao Ensino do Português no Estran-geiro, tendo sido realçado que naAlemanha existem vários cursosque ainda não começaram estandoo Natal aí à porta.

É uma situação muito grave eque afecta, tal como em França,cerca de 1000 alunos.

Esta é, segundo Artur AmorimPresidente do PSD Alemanha,uma situação recorrente e que jáse arrasta há vários anos lesandoa formação de um conjuntogrande de alunos.

A delegação alemã levantou

também a questão de uma even-tual nova reestruturação com oencerramento de outras estrutu-ras consulares neste país, o queseria algo preocupante, tendo re-alçado que tal reforma pode vir aacontecer num momento em quejá existem preocupantes situaçõesde ruptura no atendimento em al-guns postos.

As três secções do PSD anun-ciaram também nesta reunião oseu apoio à candidatura presiden-cial de Aníbal Cavaco Silva elamentaram a ausência, no Orça-mento de Estado para 2011, deverbas para algumas iniciativasbastante importantes no âmbitodas Comunidades Portuguesascomo é o caso dos novos fluxosmigratórios, do recenseamentoeleitoral ou o apoio ao movimentoassociativo português no estran-geiro.

PSD da Alemanha esteve reunido em Estrasburgo para discutirensino do português

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010 9

GENTE

COMUNIDADE - ALEMANHA

A comunidade de Hagen vai dis-por de megas instalações onde fi-cará instalada a União PortuguesaCultural e Desportiva de Hagen e.V., a nova agremiação criada paracongregar as associações e ran-chos folclóricos em Hagen e queiniciará a sua actividade logo apartir do início do próximo ano.

A congregação das colectivida-des em Hagen não deixa de ser jápor si uma notícia que merece umsublinhado especial e que dará,deste modo, um exemplo a todose muito mais àqueles que andam adiscutir alternativas para se ultra-passar a crise do associativismo.

Com corpos gerentes já eleitos,a União Cultural e Desportiva tem

neste momento uma prioridade:adaptar as instalações àquilo queserá a sua nova sede que terá umsalão com mais de 1000m2; aindaum outro com cerca de 800m2,para além de escritórios, salas pe-quenas, cozinha, etc.

Luís Martins, o presidenteeleito da nova agremiação, disse-nos que “há salas para alugar epara dar”.

A União Portuguesa Cultural eDesportiva de Hagen e. V serámaior associação da Alemanha,em instalações, claro. Será difícilencontrar uma colectividade lusana Europa possuidora de umespaço tão grande como a deHagen: 2300 m2 na sua totali-

dade. Como acrescentou Luís Mar-

tins, “agora não vai haver necessi-dade de alugar ou pedir salas parafestas. Temos espaço suficientepara realizar qualquer tipo de fes-tas”.

Segundo Luís Martins, o valorda renda mensal do espaço não ul-trapassa € 1196, “o que não é caro,considerando que a extinta asso-ciação pagava cerca de € 900mensais”, informou o presidenteda nova colectividade.

Para já, sócios e directoresestão entregues a obras de adapta-ção para tentarem inaugurarem oespaço e a colectividade passagemde ano de 2010 para 2011

União Portuguesa Cultural e Desportiva de Hagen e. V.

Nova colectividade arranca em mega sede com2300 metros quadrados

Uma das grandes referencias da arte contemporânea portuguesa, o pintor António Costa Pi-nheiro, nascido em 1932, em Moura, Alentejo, escolheu a cidade de Munique, onde se ins-talou definitivamente em 1963, como a sua segunda casa.Este artista, que teve uma primeira estadia em Munique no ano de 1957, realizou a sua pri-meira exposição na Alemanha, na Universidade do Sarre em 1960.Assim temos que Costa Pinheiro é, a par de alguns outros compatriotas, uma das persona-lidades da vida portuguesa de mais prestígio na Alemanha e de quem toda a comunidade sedeve orgulhar.

Realizou-se em Leverkusen a IXAssembleia da Organização dosComunistas Portugueses na Ale-manha, anunciou o PCP num co-municado enviado à redacção doPP.

A Assembleia, realizada nopassado dia 31 de Outubro, apontao ensino como uma das mais im-portantes preocupações da comu-nidade. Assim, os comunistasdenunciam “a orientação viradapara a desresponsabilização doEstado pelo ensino do portuguêsaos nossos filhos, através doestrangulamento da rede de cur-sos, da redução do orçamentopara o ensino; da diminuição donúmero de horas semanais; dafragilização e precaridade da si-tuação profissional dos professo-res, da obrigação pelos mesmos dopagamento de viagens e de cursosde formação; do aumento do nú-mero mínimo de alunos exigidopara o funcionamento dos cursos;do início sistemático do anolectivo com atrasos; da passagem,em Março de 2010, da responsabi-lidade do ensino no estrangeiro doMinistério da Educação para o In-stituto Camões ao qual o Governose prepara para cortar 8% do orça-mento”.

Ainda no comunicado, o PCPchama a atenção para o “enfraque-cimento do apoio do Estado aosportugueses residentes no estran-geiro, através da revisão para piordo Regulamento Consular; do re-stabelecimento de horários deatendimento não flexíveis, da con-

cretização da despromoção dospostos consulares de Osnabrück eFrankfurt” . O anúncio recentefeito pelo Ministro dos NegóciosEstrangeiros, Luís Amado, de quena União Europeia é necessárioencerrar mais consulados é tam-bém tido pelos comunistas comouma preocupação.

Outra das preocupações doscomunistas têm a ver com aquiloque o PC chama de “desincentivoà participação cívica, com a manu-tenção escandalosa da desactuali-zação dos cadernos eleitorais; comas alterações à Lei do Recensea-mento e a eliminação do apresen-tante, obrigando assim àdeslocação ao consulado; a recusado Presidente da República empromulgar a Lei da votação pre-sencial nos consulados para a As-sembleia da República”

O associativismo também me-receu tratamento na Assembleiados comunistas, com o PCP a in-surgir-se contra as “medidas quevisam o enfraquecimento do mo-vimento associativo com o agrava-mento da falta de apoio técnico,administrativo e de formação dedirigentes às associações, com oaumento dos obstáculos para aconcessão de subsídios e a suafalta de transparência, o que vemagravar ainda mais a difícil situa-ção financeira já existente, resul-tante de exigências cada vez maisrigorosas das repartições de finan-ças às contas das colectividades edos cortes dos subsídios das autar-quias e de outras instituições”.

Comunistas portugueses na Alemanhadebatem questões que mais afectam a comunidade

O Secretariado da Secção do Par-tido Socialista em Estugardaanunciou em comunicado à nossaredacção o apoio sem restrições àcandidatura presidencial de Ma-nuel Alegre.

Os socialistas portugueses deEstugarda afirmam ainda no co-municado colaborar com NelsonRodrigues, o mandatário para aAlemanha de Manuel Alegre, dis-ponibilizando ainda a estrutura doPS naquela região para coordenaras acções de campanha que sepossam via a fazer.

O comunicado também mani-

festa preocupação pela situaçãoem que se encontra o ensino,“sendo a falta de professores emalgumas zonas uma situação preo-cupante”.

Os socialistas dizem ainda terdelegado o seu Coordenador,Francisco Costa, “para se inteirarda situação concreta de modo apoder alertar as entidades respon-sáveis para o problema”.

Por último, o PS em Estugardaanuncia o seu habitual convívio deNatal a realizar no dia 04 destemês, pelas 20h00, no Centro Por-tuguês de Felbach.

Socialistas portugueses apoiam Manuel Alegre

RectificaçãoContrariamente ao que o PORTUGAL POST anunciou na sua última edi-ção, afinal Manuel Ferreira, director bancário, não será o mandatáriopara a Alemanha do candidato Cavaco Silva , mas sim para a área de ju-risdição do vice consulado em Frankfurt /M.O PORTUGAL POST errou na medida em que pensou que Manuel Fer-reira seria o mandatário para a Alemanha quando o visado nos informouque apenas iria representar o candidato.Fica aqui a rectificação e o pedido de desculpas ao visado e aos nossosleitores

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 201010 COMUNIDADE - ALEMANHA

Começando pela Sec-ção Consular em Ber-lim, que serve cercade 5.021 portugue-ses residentes na suaárea de jurisdição

que abrange os estados Berlim, Brandem-burgo, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental,Saxónia, Saxónia-Anhalt e Turíngia, o ho-rário de funcionamento é das Segundas aSextas-feiras: das 9h às 12h30 e das 14h às16h. O contacto: (030) 2291388Falta dizer que a responável deste postochama-se Lúcia Portugal Núncio (na foto) esitua-se na Zimmerstr. 56, 1º andar, 10117Berlim.

Em Düsseldorf, o postoconsular que serveuma comunidade es-timada em cerca de29.305, nacionaisabrange todo o Estado

de Renânia do Norte-Vestefália (excepto dis-

tritos de Detmold e Münster), tem o se-guinte horário de funcionamento: Segundas, Terças e Quintas-feiras: das 8hàs 12h30 e das 14h00 às 15h30?Quartas-feiras: das 8h00 às 12h30 e das14h00 às 17h00Sextas-feiras: das 8h00 às 12h30O contacto: (0211) 138780A responsável pelo posto é a Cônsul-GeralMaria Manuel Durão (na foto).Friedrichstr. 20-22 - 40217 Düsseldorf

Na região de Baden-Würtemberg e Bavieraé o Consulado Geral emEstugarda que repre-senta os interesses dePortugal e dos portu-gueses e que serve

cerca de 33.184 compatriotas. O consuladofunciona de Segundas a Quintas-feiras: das9h00 às 17h00?Sextas-feiras: das 9h00 às 12h30. O contacto: (0711) 227396 O Responsável do posto é o Cônsul-Geral

Manuel Gomes Samuel (na foto).De recordar que o consulado faz deslocarde dois em dois meses um funcionário aMunique e a Singen para prestar informa-ções a utentes daquelas regiões. (ver o PPde Outubro)Königstr. 20 - 70173 Estugarda

Em Hamburgo, o con-sulado tem uma popu-lação em cerca de10.152 para servir osportugueses espalha-dos pelos distritos deCuxhaven, Stade, Ro-

tenburg (Wümme), Osterholz, Verden, Sol-tau-Fallingbostel, Harburg, Lüneburg,Lüchow-Dannenberg, Uelzen e Celle no Es-tado da Baixa Saxónia, Estados de Ham-burgo e Schleswig-Holstein. O horário defuncionamento é de Segundas a Quartas-feiras: das 9h00 às 14h00Quintas-feiras: das 9h00 às 17h00?Sextas-feiras: das 9h00 às 13h00O contacto: (040) 3553484 O responsável deste posto é o Cônsul-GeralAntónio José Alves de Carvalho (na foto).Büschstrasse 7 – I 20354 Hamburgo

Em Frankfurt, a capi-tal monetária da Eu-ropa, Portugal temum vice-consulado,este dirigido pelo Vice-

Cônsul Abilio Ferreira (na foto). A área dejurisdição do vice-consulado abrange os Es-tados de Hessen, Renânia-Palatinado eSarre, que representa uma população esti-mada em 20.931 compatriotas. O horáriode funcionamento é: Segundas, Terças, Quintas e Sextas-feiras:das 8h00 às 13h00.Quartas-feiras: das 8h00 às 16:30h. O con-tacto: (069) 9798800 Zeppelinallee 15 - 60325 Frankfurt amMain

O posto consular em Os-nabrück, agora denomi-nado vice-consuladodepois de ter sido consu-lado-geral e escritórioconsular tem a seucargo 15.881 portugue-

ses, é dirigido por Manuel Correia da Silva(na foto) e a sua área de jurisdição abrangeos Estados de Baixa Saxónia (excepto dis-tritos de Cuxhaven, Stade, Rotenburg(Wümme), Osterholz, Verden, Soltau-Fal-lingbostel, Harburg, Lüneburg, Lüchow-Dan-nenberg, Uelzen e Celle), Bremen, edistritos de Detmold e Münster no Estadoda Renânia do Norte-Vestfália.O contacto: (0541) 408080 O horário de funcionamento é: Segundas,Terças, Quintas e Sextas-feiras: das 8h00 às 13h00Quartas-feiras: das 8h00 às 17h00.Schlosswall 2 - 49080 Osnabrück

Serviço

Assim funcionam os serviços consulares O Site da Embaixada de Portugal avisa o visitante que a rede consu-lar na Alemanha “está ao dispor” dos utentes para lhes prestar“todo o apoio possível”, seja através de contacto pessoal, telefónicoou por correio electrónico.Avisados por muitos leitores que desconhecem os horários de fun-cionamento da rede consular, o nosso jornal divulga aqui o horáriode funcionamento de todos os postos.Convém recordar que as informações que dizem respeito aos nú-mero de portugueses aqui mencionados são uma informação do con-sulado em Düsseldor. As informações respeitantes horário defuncionamento têm como fonte a Embaixada em Berlim.

O colaborador ecorrespondentena área de Düs-seldorf do POR-TUGAL POSTJosé Pinto Nas-cimento despede-se dos lei-tores do jornal por regressardefinitivamente a Portugalapós ter vivido quase 50 anosna Alemanha. Este nosso colaborador, aquem a direcção do PORTU-GAL POST agradece a suainestimável colaboração,muito reforçou o papel doPORTUGAL POST enquantoporta voz da comunidade. São de sua autoria muitostrabalhos, alguns que fizerammanchete e que alertarampara as preocupações e difi-culdades da comunidade dasua área. Também lembra-mos muitos trabalhos de di-vulgação de aspectos epersonalidades que contri-buíram e contribuem para oprestígio e a projecção dosportugueses na área Dussel-dorf e Colónia . Ao cessar a sua colaboraçãono PORTUGAL POST, JoséPinto deixa um vazio que ojornal sente, porque a sua co-laboração era também umaintervenção jornalística, istoé, da palavra escrita em prolda informação e do esclareci-mento. Foram incontáveis as partici-pações deste nosso amigo ecolaborador. Fez entrevistas,alertou para casos de denún-cia, escreveu artigos sobre omovimento associativo, avida da comunidade, fez re-portagens de rua, opinouquando em situações perti-nentes e alguns dos seus tra-balhos serviram para queoutros OCS também se de-bruçassem sobre os temas di-vulgados pela caneta de JoséPinto.Por tudo isto, o PORTUGALPOST também foi construídocom a valiosa ajuda destenosso colaborador que deixaa Alemanha para voltar à suasaudosa terra, a Cova daBeira.Desejamos, pois, tudo debom e descanso merecido aquem andou e labutou porterras da emigração onde nósaqui ficamos para continuaro seu trabalho.MS

Obrigado José Pinto

O mandatário para a Alemanha docandidato presidencial ManuelAlegre anunciou em comunicadoenviado à nossa redacção a cons-tituição de uma Comissão deHonra de apoio ao candidato“composta por personalidades quese destacam na Comunidade Por-tuguesa.

Da lista que foi enviada ao Por-tugal Post constam nomes comoAdelina Almeida Sedas, ex-assis-tente social da Cáritas de Ham-burgo, Carlos Adalberto AlmeidaRio Maior Pereira, bancário, LuísaCosta Hölzl, tradutora e poetisa eprofessora de Português na Uni-versidade Ludwig Maximilian, emMunique, Manuel Moreira, em-presário de Rheine, Licinia dosSantos Salamanca, advogada em

Münster e membro do ConselhoConsultivo do Vice-Consulado deOsnabrück, Fernando da SilvaFerreira, Presidente da Assem-bleia da Secção do PS em Estugu-

arda, José Eduardo, membro doConselho das Comunidades Por-tuguesas (CCP), Maria Margaridade Lima Mendes da Fonseca Pro-fessora no Max PlanckGymnsaium, em Dortmund, DoraMourinho, socióloga, a viver na ci-dade de Essen, a pintora e docenteMaria de Lurdes Apel, de Braun-schweig, Manuel Lisboa, professorreformado e membro da Direcçãonacional da FAPA (Federação dasAssociações Portuguesas na Ale-manha) e, finalmente, o jovem es-tudante, Daniel Alves deOsnabrück.

Nelson Rodrigues informaainda que as biografiais destaspersonalidades podem ser consul-tadas no sítio mandatário de Ma-nuel Alegre inaugurou para

concentrar o apoio da Alemanha(www.portal-comunidade.com).

No comunicado, Nelson Rodri-gues diz “que é uma obrigação detodos os portugueses participaremna vida do seu país e mobilizarem-se para votar. O destino de Portu-gal não nos deve ser indiferente!Temos uma responsabilidade pe-rante o futuro deste País. Nós quevivemos na Alemanha, numa si-tuação de recuperação económicadevemos ser solidários com todosos portugueses a viverem em Por-tugal e devemos dar o nosso con-tributo para que Portugal consigacombater a actual crise. Os nossoslaços com Portugal são fortes; eneste momento difícil Portugalprecisa de nós!”, exclama o man-datário de Manuela Alegre.

Eleições presidenciais

Mandatário de Manuel Alegre constitui comissão de apoio ao candidato

Manuel Alegre

Page 11: Portugal Post Dezembro 2010

PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010 11

Foi uma noite simples e agradávelaquela que decorreu em Dort-mund no passado dia 5 de Novem-bro durante a qual algumasfamílias conviveram apreciandouma bela sessão de fados.

Mas o motivo desta nota não ébem a notícia de que houve fados,mas sim o que motivou a organi-zação do serão: a angariação defundos para uma instituição de so-lidariedade social.

Diamantino Gomes, o organi-zador do serão de solidariedade,reuniu os grupos de fados “Gera-ções” e “Antologia do Fado” para

encantar o público com as saudo-sas canções urbanas de Lisboa.

Ciro da Silva, Nicole DuarteCravide, Anabela Ribeiro, JorgeRodrigues foram os fadistas quepreencherem o serão e foramacompanhados pelos instrumen-tistas Ivo Guedes; Miguel Ruas,Augusto Santos e João Silva, todospresentes na foto que acompanhaesta nota.

No final, o organizador recol-heu € 505 revertidos a favor a Co-operativa de Solidariedade Social“Pelo Sonho é que Vamos” deapoio às crianças e famílias.

Serão de Solidariedade em Dortmund

Teresa Duarte Soares frisouem declarações ao nosso jornalque , o previsto corte salarial daordem de 8,5 por cento, projecta osalário dos professores para onível de 2006, ano em que tinhamsido contemplados com um decerca de 32 por cento. A líder doSindicato dos Professores na Ale-manha frisa que tal salário é „ ina-dequado para o nível de vida dospaíses de acolhimento „, num ba-lanço que realizou depois de umaaudiência com o Cônsul-Geral deEstugarda no dia da Greve Geralno passado dia 24 de Novembro.

Acentuando que, „ também naAlemanha e nos outros países daEuropa em que existe ensino de

Língua e Cultura Portuguesa osprofessores mostraram o seu de-sacordo relativamente às medidaseconomicistas e injustas do go-verno „, Teresa Soares releva queos professores do „ Ensino de Por-tuguês no Estrangeiro estão entreos mais sacrificados „.

A líder sindical alerta tambémpara o facto do plano de poupan-ças que o Instituto Camões ten-

ciona realizar para o próximo anoescolar, 2011/2012, que, no seuentender, projecta „ graves inquie-tações „sobre o futuro profissionaldos seus filiados no estrangeiro eo „ futuro do Ensino Português emgeral „.

Teresa Soares adiantou aindaao nosso jornal que, acompanhadapor um grupo de professores daárea de Estugarda , entregou aoCônsul-Geral um conjunto de „documentação sobre os motivosda greve e as principais reivindica-ções dos docentes do E.P.E „.

„ Os professores mostraramque estão dispostos a lutar e a de-fender o Ensino do Português e odireito dos alunos ao mesmo,assim como a sua dignidade pes-soal e profissional. Esperemosagora que todos estes protestosnão caiam em saco-roto e que ten-ham eco suficiente junto dos re-sponsáveis, garantindo o futuro doE..E. e dos seus professores „, rei-terou, a finalizar. F.A.R.

Líder do Sindicato de Professores ao PP

“Ordenado cortado desce a níveis de 2006 ”Instituto Camões pre-tende elaborar projectode mais economiaspara o início do novoano escolar de2011/2012

Teresa Duarte Soares

„Vim para cá e conheci a Missãoem Outubro/Novembro do anopassado e pensava que era umapossibilidade de permanecer aqui,uma vez que o anterior Padre Ma-nuel tinha deixado a Missão.Senti-me solicitado e sensível àsnecessidades que tinham, princi-palmente, em ter um padre. O queentretanto aconteceu de negativo,e tendo em conta que vim para cánuma situação de crise da Missão,pensei que iria encontrar muitacolaboração e disponibilidadejunto da comunidade, mas issonão aconteceu“, desabafou ao PPo pároco António Moreno Pinto

O descontentamento do padretem a ver com com a fraca colabo-ração e não integração dos portu-gueses católicos em Hamburgo navida paroquial.Também saliantouque a comunidade está muitoagarrada ao passado, sendo estauma das dificuldades para umavida paroquial à medida dos novostempos.

O actual padre sentiu-se no

início motivado e disponível emficar em Hamburgo devido àgrande afluência de fiéis portu-gueses e de outros países de ex-pressão portuguesa à eucaristiadominical. Contudo, salienta, con-trariamente ao que pensava, en-controu entraves, o que o leva acolocar a questão da sua perma-nência à frente da paróquia.

„Eu acho que a Missão aquitem uma tarefa muito grande à

sua frente. Acho que os portugue-ses que há muito cá residem, bemcomo os que cá nasceram, devemcontinuar a integrar e a fazer algopela comunidade. Por issomesmo, vai surgir um novo Con-selho Paroquial e, independente-mente de eu ficar ou não, há queseguir em frente. A vinda, no fu-turo, de um padre para cá, sendoele português, brasileiro ou deoutra nacionalidade, necessitarásempre da contribuição, colabora-ção e maior coesão desta comuni-dade”, avisou.

Foi no 4° trimestre de 1965que apareceu, pela primeira vez,em Hamburgo um sacerdote paracolaborar com a Igreja local, naPastoral dos fiéis de expressãoportuguesa. Era o Padre VicenteMiranda, natural de Goa. A elecoube os primeiros contactos comos portugueses espalhados pelaAlemanha do Norte, desde a Ho-landa a Berlin, desde a Dinamarcaa Göttingen. Chamava-se então„Missão Católica Portuguesa daAlemanha do Norte“, com sede emHamburgo. Estruturas paroquiaisnão havia e a colaboração com as-sistência social das Caritas tinhasido tentada, mas não resultara.

No dia 8 de Fevereiro de 1971,

a Conferência Episcopal Portu-guesa mandou para a Alemanha omissionário, Padre Eurico José deAzevedo, que chegou a 16 domesmo mês e foi aceite pelo Bispode Osnabrück, a 16 de Março, epelo bispo de Hildesheim, a 1 deAbril. Mas a missão, para os cató-licos de expressão portuguesa deHamburgo e de Schleswig-Hol-stein, só a 8 de Março de 1974 foioficialmente criada pelo bispo deOsnabrück e, um pouco maistarde, o bispo de Hildesheim es-tendeu a sua jurisdição ao norteda sua diocese.

A criação de um núcleo comtodas as estruturas paroquiaispossíveis, em Sta. Maria de Ham-burgo aconteceu no primeiro do-mingo de Março de 1971, onde atéhoje, passou a haver missa todosos domingos. Aos poucos, foi-seorganizando a catequese e a assis-tência social, na mais íntima e efi-caz colaboração com as caritas. Asua acção estendeu-se depois aocampo cultural, dando-se cursos

de iniciação á lingua alemã e de al-fabetização. A fundação da escolaportuguesa, foi a maior proeza damissão católica de Hamburgo, quepor despacho da secretaria do En-sino Básico e Secundário, foi emSetembro de 1978, reconhecidaoficialmente o curso do ensino bá-sico de língua e cultura portugue-sas, da Missão Católica deHamburgo.

Mas recuando um pouco notempo, já em 1971, foi escolhido,entre os leigos mais dedicados áPastoral, o seu Conselho, quehavia de tornar-se o embrião dofuturo Conselho Paroquial, eleitopor toda a Comunidade, pela pri-meia vez em 1975.

Aos poucos, esta estrutura pa-roquial estendeu-se a Harburg e aGlinde, onde passaram a existirtambém todas as estruturas paro-quiais, a começar pela SantaMissa, todos os domingos, e pelaeleição de um Conselho ParoquialAutónomo. Maria dos Anjos, correspondente

Padre da Missão Católica portuguesa em Hamburgo está arrependidode ter vindo para a paróquia O padre António MorenoPinto da Missão Católica por-tuguesa em Hamburgo disseao PP que se soubesse dosproblemas que a comunidadecria, bem como da falta decolaboração entre a paroquiae a comonidades que hoje senota, não teria vindo paraHamburgo.

Padre António Moreno Pinto

A história da Missão Católica Portuguesa emHamburgo

Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudou ouvai mudar de residência

COMUNIDADE - ALEMANHA

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 201012 ENTREVISTA

PORTUGAL POST - Com aAlemanha a recuperar bemsegundo os indicadoresmais recentes, será que aTAP na Alemanha estátambém a acompanharessa recuperação?Frank Zehle - Sim, a TAP na

Alemanha está vivendo bonsmomentos, tendo acompa-nhado o crescimento da econo-mia alemã e do transporteaéreo acima da média. Até Se-tembro de 2010 as vendas daTAP na Alemanha crescerammais de 21%, enquanto a médiado crescimento da indústria deaviação foi de 15% na Alema-

nha. Em termos de receitas devoo, a TAP na Alemanha cres-ceu cerca de 9% este ano, sendono entanto de considerar que oprimeiro semestre foi bastantefraco, com a crise do vulcão daIslândia a contribuir forte-mente para essa situação. Masdesde Junho estamos batendorecordes, com taxas de cresci-mento entre 10% e 30% men-sais.

PP– Com quantos voos e deonde é que a TAP está aoperar neste preciso mo-mento F.Z.- Em geral estamos a ope-

rar para Lisboa 3 voos diáriosde Frankfurt, 2 voos diários deHamburgo e 2 voos de Muni-que. Mas estamos a adequar aoferta durante os períodos demenor procura, e assim du-rante alguns períodos de In-verno iremos reduzir os voos deMunique e de Hamburgo para13 e 11 voos semanais respecti-vamente.

PP – Desde o início da ope-ração da TAP a partir deHamburgo, qual tem sido a

evolução dos voos a partirdaquela cidade?F.Z. - Esta operação viveu mo-

mentos bons e momentos difí-ceis. De modo geral a procurade Hamburgo para Lisboa estábastante interessante, mas coma redução da procura e daoferta durante a crise econó-mica, verificámos uma perda de“market share”, mesmo sendo aúnica empresa a operar nestarota. Mas a competitividade eraextremamente grande e vimospassageiros a viajar através deoutros `hubs´. Tenho quedizer que a nossa consideraçãode viabilidade duma rota tam-bém não depende somente daprocura na rota em si, mas tam-bém se conseguimos alimentaro nosso ´hub´ em Lisboa, queoferece ligações interessantesdentro de Portugal, para Áfricae América Latina, principal-mente para o Brasil. A rota deHamburgo está contribuindobem para este tipo de tráfego,mas acho que ainda temos po-tencial para crescimento.

PP-Berlim, a cidade quecomanda os destinos daEuropa, está fora da rotada TAP. Como explicar?F.Z. - Berlim é uma capital po-

lítica, mas ainda não econó-mica. A procura do mercado deBerlim para Portugal, África eAmérica Latina ainda estábaixo. Além disso, o aeroportoTegel de Berlim ainda não é um“hub”, e portanto não gera mui-tas possibilidades de ligaçõesaéreas. Isso não significa que aTAP Portugal não esteja a ana-lisar a situação, e com a mu-dança para o novo aeroportoem Berlim em 2011 talvez sur-jam condições mais interessan-tes. Além disso, Berlim está acrescer muito no seu potencialeconómico e turístico, e por-tanto acho que no futuro a TAPirá operar a rota.

PP -Desde há tempos paracá a comunidade lusa na

Alemanha estimada em130.000 pessoas (sem con-tar com os lusodescenden-tes que partilham anacionalidade alemã) pa-rece não merecer qualqueratenção da TAP. A que sedeve esta atitude quando oPresidente da TAP diz, e ci-tamos, „o português resi-dente no estrangeiro é umcomponente fundamentalna operação da TAP, e, sin-ceramente é-o bastante

mais do que eu próprioimaginava ”?F.Z. - Eu não considero certa a

afirmação que a TAP não valo-riza a comunidade lusa. Acho,isso sim, que a TAP se adaptouàs realidades desta comuni-dade. Os portugueses que hojeprocuram a TAP já nasceramna segunda ou terceira geraçãona Alemanha e integraram-sebastante bem. Temos apoiadoacções culturais do Turismo dePortugal e dos consulados. Mastambém temos que ver que hojetransportamos cerca de250.000 passageiros anual-mente entre a Alemanha e Por-tugal. Com esta dimensão, acomunidade lusa por si só nãotem capacidade para encher osnossos aviões; por este motivoprecisamos também de cativaroutros segmentos de mercado.Certamente valorizamos a co-munidade lusa, mas também acomunidade brasileira, a comu-nidade africana e todos os ale-mães que querem viajarconnosco. Tal como os portu-gueses usam também os nossosconcorrentes, a TAP tem tam-bém de equilibrar os seus esfor-ços de vendas e marketing.

PP -A TAP está a pensar al-terar as carreiras para Por-tugal?F.Z. - Sim, estamos com planos

de crescimento para a Alema-nha, mas não posso ainda reve-lar detalhes neste momento.

PP -Qual a importância eque tipo de oferta é que acompanhia tem para os na-cionais dos países de ex-pressão portuguesaF.Z.- Tradicionalmente a

nossa rede de voos está muitoforte nesses países, mas esta-mos crescendo também emmercados “não tradicionais” naÁfrica, no Leste Europeu etc.Não oferecemos tarifas espe-ciais para nacionais desses paí-ses, mas temos ofertaspromocionais que considera-mos bem interessantes.Como a companhia é portu-guesa, os nossos serviços e oscanais de comunicação estãoneste idioma, assim oferecendouma vantagem para o públicode expressão portuguesa.

PP- Desde que está ao ser-viço da TAP, como é queavalia a prestação da com-panhia no panorama daaviação comercial da Eu-ropa.F.Z. - Acho que a TAP presta

um serviço bastante adequadoa um preço acessível. Penso quea qualidade da TAP melhoroubastante nos últimos anos, comos níveis de serviço dentro damédia da Star Alliance, aliançaglobal de que a TAP faz partedesde 2005. Temos uma frotajovem, o conforto - especial-mente nos voos de longo curso- superior ao de muitos concor-rentes, e temos implementadomuitas melhorias para o pú-blico executivo, especialmenteno “hub” de Lisboa. Infeliz-mente o nosso principal hub deLisboa tem limitações, masdentro deste contexto acho queestamos muito bem posiciona-dos. Claro que ainda estamoslonge da perfeição, mas esta-mos a continuar o processo demelhoria, acompanhado porpesquisas e “benchmarking”dentro da Star Alliance, evemos claramente um movi-mento na direcção certa. Temosconquistado diversos reconhe-cimentos e prémios, por exem-plo acabamos de receber esteano pela segunda vez consecu-tiva o prémio de “CompanhiaLider Mundial para a Américado Sul” no World Travel Award2010.MS

Frank Zehle, Delegado da TAP na Alemanha ao PP:

“Transportamos cerca de 250.000 passageirosanualmente entre a Alemanha e Portugal”Após um ano à frente dos destinos da TAP na Alemanha (eÁustria), Frank Zehle concedeu uma entrevista ao PORTU-GAL POST para, em linha gerais, retratar a situação dacompanhia num momento de recuperação económica daAlemanha e depois de um conturbado período que a avia-ção comercial viveu. Também por ser uma empresa pública,ao leitor vale a pena ficar informado sobre a companhia na-cional num momento em que se pede às empresas do Es-tado esforços para aumentar as receitas porque com issoganha o país e os seus trabalhadores.

“Acho que no futuro aTAP irá operar a par-tir de Berlim”

Frank Zehle. Foto: TAP

“A comunidade lusapor si só não tem ca-pacidade para encheros nossos aviões; poreste motivo precisa-mos também de cati-var outros segmentosde mercado. Certa-mente valorizamos acomunidade lusa,mas também a comu-nidade brasileira, acomunidade africanae todos os alemãesque querem viajarconnosco.

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 20101616 NATALPu

blic

idad

e

Neste tempo pré-natalício o jornal chega-nos a casaa abarrotar de publicidade. Estamos na época altadas compras, do consumo, dos presentes para este epara aquele. Contra isto, nada podemos fazer, ape-nas a nível privado estabelecer que não entramos naroda, que nos iremos restringir a umas pequenaslembranças, que evitaremos se possível lojas, arma-zéns e centros comerciais.

Uma olhadela fugidia a prospectos coloridíssi-mos e brilhantes confronta-me com a linguagem aliusada: Weihnachtsträume, himmlische Qualitäten,feine Wäsche für das Fest - sonhos de Natal, quali-dades celestiais, roupa fina para a festa - e mais:Weihnachtsfreude, Weihnachtszeit - die Zeit vollerLichterglanz und Kerzenschein - alegria de Natal,época do Natal - época cheia de brilho luminoso ede luz de velas.

Reparem: sonho de Natal é a esperança dos cris-tãos na vinda de Deus ao mundo, qualidades celes-tiais serão aquelas que os crentes deviam ter paraque o mundo fosse já um bocadinho do reino deDeus na terra, a festa seria a festa interior, aquelaque diz que aquele menino nasceu em Belém, há2000 anos, para salvar o mundo e que, com reno-vada alegria, quem quer e quem acredita nessa men-sagem pode festejar esse nascimento todos os anos -e essa seria também a alegria natalícia, uma alegriainterior feita de confiança e de esperança, de que asvelas são apenas um símbolo: na noite escura, emtudo aquilo que escraviza e consome os seres huma-nos, aparece uma luzinha a dizer que nem tudo estáperdido, que há sempre uma esperança de paz naterra, anunciada aos „de boa vontade“ por alturas donascimento que queremos lembrar.

A publicidade e a sua linguagem vêm usurpandocada vez mais o significado profundo da fé cristã.

Num processo abusivo pega em expressões de índolecristã (às vezes mesmo em citações do Evangelho) eaplica-as ao seu mundo de compra e venda, de lucroe cifrões. É como se a cultura cristã se tivesse redu-zido a um papaguear de frases, postas fora do seu

contexto original, prostituídas ao serviço da maisvalia, vazias de sentido e ocas. Falta de valores,ouve-se por aí... As igrejas oficiais bem se esforçam (ou esforçam-se pouco...), os símbolos cristãos, asvelas, as estrelas, os anjos, o Menino Jesus, andampor aí ao deus-dará, em montras manhosas e ilumi-nações pomposas, em papel dourado nas vidraçasdas janelas, atrás das quais os habitantes não encon-

tram sossego para se sentarem e descansarem dacorrida constante.

O Natal está cada vez mais desligado da sua ori-gem. Por outro lado, as igrejas enchem-se, as tradi-ções cumprem-se e, todos nós, mais ou menoscrentes, festejamos em família. A festa do Natal os-cila então, de há muitos anos para cá, entre um fes-tejar de rituais que englobam consumo e gastos, mastambém alegres encontros e reencontros de familia-res e a crítica desses mesmos rituais! Crítica essaque contem também a má consciência daqueles aosquais nada falta: como festejar o Natal com mesas aabarrotar de bacalhaus, perus e pudins, quando sa-bemos que de 15 em 15 segundos morre no mundouma criança de fome?

Deixo aqui uma frase da filósofa política alemãde origem judaica Hannah Arendt (Hannover, 1906- Nova Iorque, 1975):

„Dass man in der Welt Vertrauen haben und dassman für die Welt hoffen darf, ist vielleicht nirgendsknapper und schöner ausgedrückt als in den Wor-ten, mit denen die Weihnachtsoratorien ‘die froheBotschaft’ verkündigen: ‘Uns ist ein Kind geboren.’“(do seu livro „Vita Activa“, no original inglês „Thehuman condition“) O que significa: „Que possamosconfiar no mundo e nele ter esperança, nunca foi ex-presso de modo tão claro e límpido como nas palav-ras da „boa nova“ anunciadas nos oratórios deNatal: Hoje nasceu-nos uma criança.“ Sim, esse mi-lagre dum novo ser, de um qualquer nascimentosempre sentido como milagre, de um qualquer sur-gimento de vida em que se coloca esperança, tudoisso merece que o quotidiano seja interrompido, quenos juntemos, que festejemos e que olhemos omundo como um lugar que merece salvação.Luísa Costa Hölzl

Como festejar o Natal com mesas a abarrotar de baca-lhaus, perus e pudins, quando sabemos que de 15 em15 segundos morre no mundo uma criança de fome?

Desejamos a todos, especialmente aos leitores,

assinantes , clientes donosso jornal, um

feliz e solidário Natal

Page 17: Portugal Post Dezembro 2010

PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010 17ALEMANHA

Uma pesquisa online reali-zada pelo portal de cidades Mei-nestadt.de, com a participação detrês mil usuários, revelou que Nu-remberga e Dresden têm os mer-cados natalícios preferidas dosalemães.

NurembergaO Christkindlesmarkt (feira

do Menino Jesus) de Nurem-berga é o mercado matalíciomaisconhecida do mundo. Mencio-nada pela primeira vez em 1628,ela é aberta todos os anos nasexta-feira antes do Advento eprossegue até ao dia 23 de De-zembro.

Desde 1948, realiza-se umacerimónia especial de abertura,com o „Menino Jesus“ (um papelsempre cobiçado, representadopor uma adolescente da cidade)declamando um prólogo. A arqui-tectura medieval da cidade dá umtoque ainda mais especial à at-mosfera de Natal.

Cerca de 180 barraquinhas demadeira, decoradas com tecidobranco e vermelho, oferecem nãosó o que a cidade tem de tradicio-nal ? Lebkuchen (pão de mel),Früchtebrot (pão de frutas secase especiarias) e a salsicha típicada cidade ? como também artesa-nato da região.

Striezelmarkt em Dresden

Fundado em 1434, o DresdnerStriezelmarkt é o mercado natalí-cio mais antiga da Alemanha. Seunome vem de Hefestriezel (boloem forma de trança), que com opassar dos séculos passou a ser ofamoso Dresdner Christstollen, obolo de Natal alemão. Típicos dacidade são ainda o Pflaumentof-fel, um boneco da sorte feito comameixas secas, e a maior pirâ-mide de Natal do mundo (se-gundo o Guinness), com 14,6metros de altura e 42 figuras.

Uma pirâmide de Natal é umaestrutura giratória de madeira em

forma de cone, que pode ter vá-rios andares, decorados com figu-ras alusivas ao Natal. Omovimento giratório é obtidocom o ar quente das velas acesasna sua base, que impulsiona ashélices no seu topo.

Por estar próxima à serra Erz-gebirge, a cidade de Dresden éconsiderada „cidade do Natal“por excelência, pois nesta regiãosão fabricados muitos adornos tí-picos desta época, principalmenteem madeira. Não faltam tam-bém os tradicionais quebra-nozes, os Räuchermänner(bonecos de madeira em que secoloca incenso), a típica cerâmicaazul do Lausitz, as rendas de bilro

de Plauen e as bolas de Natal fei-tas à mão.

ColóniaO enorme sucesso turístico do

mercado de Natal de Colónialevou à criação de várias feiras na

cidade, todas já consagradas. Hámomentos nos finais de semanado Advento em que o centro da ci-dade chega a ser interditado pelapolícia, por causa da enormequantidade de público. A cidaderecebe excursões dos países vizin-hos ? principalmente ReinoUnido e Holanda ?, mas tambémdo Leste Europeu.

Além dos tradicionais merca-dos junto à famosa catedral gó-tica, há ainda outras no centrohistórico, na praça central Neu-markt e na praça Rudolfplatz.Atracções especiais são o mer-cado de Natal da Idade Média,junto ao Museu do Chocolate, e omercado flutuante, num

barco sobre o Rio Reno.

LeipzigO mercado de Natal de Leip-

zig remonta a 1767 e conquistouenorme popularidade nos últimos

anos. Os visitantes elogiam espe-cialmente as atracções oferecidasàs crianças, como a presença deum pai Natal.

Adicionalmente às barracas,Leipzig tem o maior calendário deAdvento do mundo, dispostonuma superfície de 857 m?. De 1ºa 24 de dezembro, todos os diasàs 16h30, é aberta uma das enor-mes janelas, de 2 x 3 metros.

RostockO maior mercado de Natal do

norte alemão tem duas peculiari-dades: em primeiro lugar, a che

gada pai Natal é num navio. Emsegundo, a evidente integraçãocom os países vizinhos. As cente-nas de barraquinhas, espalhadasao longo de vários quilómetros,oferecem não só produtos típicosda região, como também especia-lidades da Finlândia, da Suécia edos países bálticos.

AachenMais de 1,5 milhão de pessoas

visitam todos os anos o mercadode Natal de Aachen ao pé da cate-dral da cidade de Carlos Magno,no oeste alemão. Vale a pena ex-perimentar o Reibekuchen (bo-linho de batata ralada), astradicionais bolachas Spekulatiuse Aachener Printen, além das de-lícias de marzipã, produzidas nacidade e exportadas para todo omundo.

EstugardaO mercado de Natal na cidade

suábia tem longa tradição que re

monta ao ao ano de 1692. Os pro-dutos típicos, o clima festivo dosconcertos de Advento no jardimdo castelo Altes Schloss, as barra-quinhas de madeira luxuosa-mente decoradas com figuras deanjos, ramos de pinheiros e bolasde Natal, e o „Mundo Infantil“atraem todos os anos milhões devisitantes.

Cortesia DW

Nuremberga e Dresden têm os mercados deNatal preferidos dos alemãesOs tradicionais mercadosalemães de Natal remontamao século 15. Nos seus pri-mórdios, duravam no má-ximo dois dias e tinhampoucas barracas montadasde preferência próximas daigreja principal. Hoje, a tradi-ção espalhou-se por todo opaís. Com a duração de quaseum mês, os mercados são si-nónimo de festividade, com-pras e diversão no inverno donorte da Europa.

Mercado de Natal em Dresden

Mercado de Natal em Nuremberga

Mercado de Natal em Leipzig

Mercado de Natal em Colónia

Page 18: Portugal Post Dezembro 2010

PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 201018 GESCHICHTEN AUS DER GESCHICHTE

Außergewöhnlich stark, schnell,geschickt. Der Asterix Lusitaniens.Ein Mann, der sehr wenig aß undschlief. Er kämpfte am Tag und inder Nacht und verachtete mate-rielle Reichtümer. Meister derGuerilla-Taktik, gerecht. Gerühmtfür die Gerechtigkeit bei der Auf-teilung der geplünderten Beuteund dafür, dass er häufig Sinnbil-der und Gleichnisse verwendete.Man verglich ihn sowohl mit Sala-zar, „dem großen Führer“, der zujener Zeit Portugal regierte, alsauch mit den Werten der Beschei-denheit, Heldenhaftigkeit sowieder Liebe zum Vaterland, Werten,die dem Estado Novo so lieb undteuer waren. Man bezeichnete ihnals den Großvater der Portugie-sen. Wer war Viriato, jener Unbe-kannte (ca. 190-139 v. Chr.)?Woher stammt Viriato? Aus denBeiras, nicht wahr? Könnten seineHerkunft und sein Territoriumzwischen Évora und Andalusiengelegen haben?

Viriato ist Lusitanier? Ja, ohneZweifel, sämtliche alte Quellen be-stätigen es. Portugiese für dieeinen, Spanier für die anderen.

Viriato ist Portugiese? Viel-leicht nicht. Die „Portugiesierung“des Helden Lusitaniens besitztkein historisches Fundament. Vonvornherein erscheint es uns tat-sächlich missbräuchlich, Verbin-dungen zwischen zwei Momentenzu finden, die durch ca. 1000Jahre voneinander getrennt sind:Der Kampf gegen die römischeBesatzung, der letztendlich voneinem Volk oder einem Zusam-menschluss von Völkern, die dieRömer als Lusitanier bezeichne-ten, geführt wurde und die Grün-dung des Condado Portucalense,unzweifelhaft in der Entstehungder aktuellen portugiesischen Na-tion.

Gegenwärtig verwerfen na-hezu alle Historiker die Theseüber die erste für unsere gemein-same Identität relevante Figur,unseres Hirten Viriato, geborenund aufgewachsen in den Bergen.Nirgendwo existiert in Bezug aufViriato irgendein Hinweis auf dieSerra da Estrela, den damals sogenannten „mons Herminius“,oder Viseu oder andere Orte. Mansagt, dass er ein Mann der Bergewar, der in den Bergen Zufluchtsuchte, doch man geht nicht ge-nauer darauf ein, welche. InWahrheit war es schon viele Jahr-hunderte nach Viriato und denSchriftstücken, dass man uns

seine Geschichte übermittelte, dieseine „Portugiesierung” in Gangsetzte sowie den beiranischen Ur-sprung, der ihm angeheftet wurde.

Ein Mann der Widersprüche

Die Spuren seiner Persönlich-keit, die man seit den Werken deraltertümlichen Schreiber gesam-melt hat, stellen ihn als einen ge-walttätigen und blutrünstigenMann dar, einen brillanten Strate-gen und charismatischen Führer,genügsam, energisch, gerecht undLiebling seinesgleichen, der keineGreueltaten nach den Siegen er-laubte. Ein General, der Insignienund Prahlerei, Gold und denMachtrausch verachtete. EinMann der treu zu seinem Wortstand, Luxus und Komfort absolutverabscheute, und vor Allem lässtman uns schlussfolgern, dass essich ebenso wie um einen exzel-lenten militärischen Strategen umeinen wahrhaften Politiker han-delte. Er war der unangefochteneMilitärführer der Lusitanier undVerteidiger ihrer Freiheit und keinplumper Hirte aus den Bergen.Diese Charakterisierung basiertauf den Quellen jener Epoche, dengriechischen und römischen.

Viriato darzustellen als Vertei-diger einer gewissen militärischenund politischen Vereinigunggegen die Macht der Römer undals möglichen Gründer einer Mo-narchie in Lusitanien - dessenTerritorium keine soziale undoder politische Einheit darstellte -ist vielleicht übertrieben. Aber dieWahrheit ist, dass die Leistung Vi-riatos, sowohl militärisch als auchdiplomatisch, dazu führte, dassdie benachbarten Völker unter sei-nem Kommando und seiner Füh-rung gegen Rom mobil machten.

„Wir Lusitanier mögen ärmer,schlechter organisiert und weni-ger kultiviert sein. Aber haben wirnicht das Recht, zu existieren? Wirkönnen dahin kommen, FreundeRoms zu sein, aber wir haben dasRecht, keine Römer sein zu wol-len!“ So sprach Viriato, der Wider-ständler.

Vom Hirten zum Krieger bishin zum Cintux (Anführer) derLusitanier, so wurde Viriato zumersten Lusitanier mit Kommandoüber einen Truppenverband vonKriegern, die sich aus Leuten ver-schiedener Stämme zusammen-setzten, und während der achtJahre, die seine Feldzüge dauer-ten, gab es nicht einen Fall vonDisziplinlosigkeit unter den Trup-pen. Eine überraschende Tatsachedafür, dass es sich um ein „barba-risches Heer”handelte, wie die

Römer sagten.

Held

Auf beiden Seiten der Grenzewird Viriato als Paradigma gese-hen: Für die Spanier als Anführer,der es verstand, die iberischenVölker unter seinem Kommandoim Kampf gegen das römischeReich und die Besatzung zu verei-nen; für die Portugiesen als Natio-nalheld, Symbol einer nationalen,offensichtlich portugiesischen Be-

sonderheit und Identität. Ver-schiedene Visionen,unterschiedliche Ziele. Auf dereinen Seite der Wunsch nach eineriberischen Vereinigung, einerWiederherstellung des Konzepteseines unter derselben Krone poli-tisch geeinten Hispaniens. Auf deranderen die Bestätigung Portugalsund der Portugiesen in Bezug aufKastilien als historische Erben derlusitanischen Nation, unabhängigund souverän.

Ironischerweise wurde Viriato,der für die Freiheit seines Volkeskämpfte, mit den beiden letztenDiktatoren der iberischen Historiein Verbindung gebracht. Auf derspanischen Seite mit dem CaudilloFrancisco Franco. In Portugal mitder Figur des Oliveira Salazar.„Wenn die Zukunft des Vaterlan-des vage zu erscheinen beginnt,taucht sofort unter den Portugie-sen jemand auf, der es versteht,sie mit mutiger und harter Handerneut auf den Weg der Ehre unddes Ruhmes zu führen.“ „(...)beide Männer einsam, genügsam,gleichgültig gegenüber materiel-len Reichtümern.“

Es ist gut, daran zu erinnern,dass auch Salazar ein sparsamerSohn der Beiras war. Die Collagewar simpel und wirksam.

In Spanien brachte es Viriatosoweit, ab 1939 „Caudillo von Spa-nien“ und mit General Franco ver-glichen zu werden. Franco stelltesich als authentischer NachfolgerViriatos heraus, der ebenfalls denNamen des Caudillo erhielt. Sämt-liche historischen HandbücherSpaniens aus jener Epoche beste-hen auf jenem Bild von Viriato als

„Caudillo von Spanien“.Als mystifizierte aber nicht

doch mystische Figur, Flagge vonKämpfen und Zwecken, die heutean Sinn zu verlieren scheinen istder Mythos des Viriato verwickeltin einen unlösbaren Widerspruch.Es ist klar, dass Portugal und Spa-nien dasselbe Recht haben. Viriatoist ein spanischer Held, ein Held,der auf derart beherzte Weise dasrömische Reich bekämpfte.

Seine Leistung entwickeltesich sowohl auf heutigem portu-giesischen Territorium als auchauf heutigem spanischen Territo-rium, aber er ist eine Figur auseiner Zeit vor der Definition derverschiedenen Nationen auf derHalbinsel. In Viriatos Epoche gabes keine zwei Länder. Die Tren-nung Portugals von den Königrei-chen Spaniens erfolgte im 12.Jahrhundert, und er gehört ins 1.Jahrhunderte

Verraten für Geld wurde ergetötet während er schlief

Luís de Camões sprach von Vi-riato, ebenso wie Lope de Veja und

Miguel de Cervantes. Viriato warder Anführer der Lusitanier, diesich der Invasion der iberischenHalbinsel widersetzten, ein großerHeld der Freiheit genau wie Ver-cingetorix in Galien im Kampfgegen die Römer. Die Römer be-nötigten 200 Jahre, um Hispanienzu erobern. César erledigte die An-gelegenheit in Galien in sechs Jah-ren. Das ist ein schwerwiegenderUnterschied. Die sogenannten„Lusitanischen Kriege“ nährtenviele beschriebene Seiten Roms:Als Straßenräuber plünderten dieLusitanier die reichhaltigen Bödendes Guadalquivirs und drangendanach, bereits mit Viriato, in rö-mische Territorien ein. Es wareine der größten Veränderungen,die der wahrscheinliche „Hirte“,der zum Straßenräuber wurde unddanach für die Dauer von achtJahren zum Anführer der Lusita-nier, einführte: Er verwandelteden Guerilla-Krieg, bis dahin de-fensiv, in eine Angriffsstrategie.Für acht Jahre war er an derSpitze eines multiethnischen Hee-res. Wir können bestätigen undschlussfolgern, dass Viriato ohneZweifel ein „Gesandter der zweiLänder” und „ein geteiltes Erbe”ist.

Ich glaube nicht, dass wirsagen können, wir seien Nachfah-ren der Lusitanier. Es befinden1000 Jahre zwischen zwischen Vi-riato und dem Gründer Portugals,D. Afonso Henriques.

Auf gewisse Weise wurde Vi-riato für die Historie bereits unterder Drapierung des Mythos gebo-ren. Was ihm danach hinzugefügtwurde, führte dazu, diese Facettezu akzentuieren. Ein „Haufen Kli-schees“. wiederauferstandenerHeld, der immer dann wiederge-boren wird, wenn das Vaterlandsich einer Bedrohung ausgesetztsieht.

Viriato ist ein Held, über denman wenig weiß und dessen Lei-denschaft für die Freiheit schließ-lich verraten wurde. Verraten imNamen der Gier nach Macht undReichtum wurde er getötet, wäh-rend er schlief.

Eine mythische Figur verbun-den mit Widerstand, Zähigkeit,Charisma und Verrat. Mit demKampf für eine Utopie, die fastverwirklicht wurde - und die nurdie menschliche Natur in einerihrer schlimmsten Formen zer-störte. Und mehr, viel mehr nochmit Parallelen, die sich bis zumheutigen Tag ausdehnen.

(übersetzt aus dem Portugiesischen von Aiko Thedinga)

Joaquim Peito

Viriato, der lusitanische Held. Ein unbesiegbarer Anführer.

Ich glaube nicht, dass wir sagen können, wir seien Nachfahren der Lusitanier. Es befinden 1000Jahre zwischen zwischen Viriato und dem Gründer Portugals, D. Afonso Henriques.

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PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010 19HISTÓRIAS DA HISTÓRIA

Extraordinariamente forte, rá-pido, ágil. O Astérix da Lusitânia.Um homem que comia e dormiamuito pouco. Lutava durante o diae durante a noite e desprezava asriquezas materiais. Mestre dasguerrilhas, justo. Louvado pelajustiça na repartição dos saques eque empregava com frequência asalegorias ou parábolas. Compara-ram-no a Salazar “ao grandelíder”, que ao tempo reinava emPortugal, bem como os valores dehumildade, heroismo e amor à Pá-tria, valores tão caros ao EstadoNovo. Dizem-no avô dos portu-gueses. Quem foi Viriato, esse des-conhecido (c.190 a.C.–139 a.C.)?De onde é Viriato? Das Beiras,não? A sua origem e o seu territó-rio poderão estar entre Évora e aAndaluzia?

Viriato é lusitano? Sim, semdúvida, todas as fontes antigas o

confirmam. Português para uns,espanhol para outros.

Viriato é português? Talveznão. O “aportuguesamento” doherói da Lusitânia não tem funda-mento histórico.Efetivamente, àpartida, parece-nos abusivo en-contrar ligações entre dois mo-mentos separados entre si porcerca de mil anos: a luta contra aocupação romana, levada a cabo

por um povo ou conjunto depovos, que os Romanos designa-vam por Lusitanos, e a fundaçãodo Condado Portucalense, estesim indubitavelmente na géneseda atual Nação portuguesa.

Atualmente, quase todos oshistoriadores rejeitam a tese sobrea primeira figura relevante para anossa identidade coletiva, de um“nosso” pastor Viriato nascido ecriado nas montanhas. Em ladonenhum, relacionada com Viriato,existe qualquer referência à serrada Estrela, o então chamado“mons Herminius”, ou Viseu ououtras. Diz-se que era um homemdas montanhas, que se refugiavanas montanhas, mas não se espe-cifica quais. Na verdade, foi jámuitos séculos depois de Viriato edos escritos que nos transmitirama sua história que começou o seu“aportuguesamento” e a origembeirã que lhe acabou colada.

Um homem de contradições

Os traços da sua personali-dade, recolhidos a partir das obrasdos autores antigos, apresentam-no como um homem feroz e san-guinário, brilhante estratego elíder carismático, sóbrio, enérgico,justo e bem-amado pelos seuspares, que não permitia violaçõesdepois das vitórias. Um generalque desprezava as insignias eostentações, o ouro e a embria-guez do poder. Homem fiel à pa-lavra dada, desprezando emabsoluto o luxo e o conforto e, so-bretudo, como um excelente estra-tega militar, levam-nos a concluirque se tratava de um verdadeiropolítico, o indiscutível chefe mili-tar dos lusitanos e defensor da sualiberdade, e não de um rude pas-tor das montanhas. Esta caracteri-zação é baseada em fontes daépoca, gregas e romanas.

Apresentar Viriato como o de-fensor de uma certa unificação mi-litar e política contra o poder deRoma e como possível criador deuma monarquia na Lusitânia –cujo território não formava umaunidade social ou política – é tal-vez exagerado. Mas, a verdade éque a ação de Viriato, tanto militarcomo diplomática, fez com quetodos os povos vizinhos se mobili-zassem contra Roma sob o seu co-mando e direção.

“Nós, Lusitanos, podemos sermais pobres, mais desorganiza-dos, menos cultos. Mas não temoso direito de existir? Podemos vir aser amigos de Roma, mas temos odireito de não querer ser Roma-nos!” Assim falou Viriato, o resis-tente.

De pastor a guerreiro, até che-gar a Cintux (chefe) dos Lusitanos,Viriato foi o primeiro lusitano nocomando de um corpo de guerrei-ros composto por pessoas de di-versas tribos e durante os oitoanos que duraram as suas cam-panhas não houve nenhum casode indisciplina entre as tropas.Facto surpreendente por se tratarde um «exército bárbaro», comodiriam os romanos.”

HeróiEm ambos os lados da fron-

teira, Viriato era visto como para-digma: para os espanhós, comolíder que soube reunir sob o seucomando os povos ibéricos na lutacontra o domínio e a ocupação ro-mana; para os portugueses, comoherói nacional, símbolo de umaespecificidade e identidade nacio-nal, obviamente portuguesa.Visões distintas, diferentes objeti-vas. De um lado, o desejo de umaunificação ibérica, a recuperaçãodo conceito de uma Hispânia po-liticamente unida sob a mesmacoroa. De outro, a afirmação, emrelação a Castela, de Portugal edos Portugueses como herdeiroshistóricos da nação lusitana, inde-pendente e soberana.

Irónicamente, Viriato, que lu-tava pela liberdade do seu povo,foi associado aos dois mais recen-tes ditadores da história ibérica.No lado espanhol, ao caudilho

Francisco Franco. Em Portugal, àfigura de Oliveira Salazar.“Quando o futuro da Pátria setorna brumoso, logo aparece al-guém de entre os portugueses que,com mão firme e corajosa, os sabeconduzir novamente ao caminhoda honra e glória”. “(…) amboshomens sós, sóbrios, desprendi-dos das riquezas materiais.”

É bom recordar, que Salazar,também ele era um austero filho

das Beiras. A colagem foi simplese eficaz.

Em Espanha, Viriato passoua ser chamado, a partir de 1939,“caudilho de Espanha”, e compa-rado com o general Franco.Franco vira a ser um autêntico su-cessor de Viriato, que também re-cebeu o nome de caudilho. Todosos manuais de história de Espanhadessa época insistem nessaimagem de Viriato como “caudilhode Espanha”.

Figura mitificada, que não mí-tica, bandeira de lutas e causas,que hoje parecem perder sentido,o mito de Viriato enreda-se numacontradição insolúvel. É evidenteque Portugal e Espanha têm omesmo direito. Viriato é um heróihispânico, um herói que combateude forma tão denodada o impérioromano.

A sua ação desenvolveu-setanto em território atualmenteportuguês como em território atu-

almente espanhol, mas ele é umafigura anterior à definição das vá-rias nações penínsulares. Naépoca de Viriato não havia doispaíses. A separação de Portugal eos reinos de Espanha deu-se noséculo XII e ele pertenceu ao sé-culo I.

Traído por dinheiro, foimorto enquanto dormia

Luís de Camões falou de Vi-riato, assim como Lope de Veja eMiguel de Cervantes. Viriato foi ochefe dos lusitanos que resistiramà invasão da Peninsula Ibérica,um grande herói da liberdadeassim como Vercingetorix naGália, na luta contra os romanos.Os romanos demoraram 200 anosa conquistar a Hispânia. César ar-rumou o assunto na Gália em seisanos. É uma diferença de peso. Aschamadas “Guerras Lusitanas” ali-mentaram muitas páginas deRoma: salteadores os lusitanos,pilhando terras ricas do Guadal-quivir e entrando depois, já comViriato, pelos territórios romanos.Foi uma das grandes diferençasintroduzidas pelo provável “pas-tor” que se tornou salteador e de-pois chefe dos lusitanos duranteoito anos: transformou a guerra deguerrilha, até então defensiva,numa estratégia de ataque. Du-rante oito anos esteve à frente deum exército multiétnico. Podemosafirmar e concluir que Viriato ésem dúvida um “legado dos doispaíses” e “uma herança partil-hada”.

Não acredito que possamosdizer que somos descendentes doslusitanos. Existem mil anos depermeio entre Viriato e o funda-dor de Portugal, D. Afonso Henri-ques.

De certo modo, Viriato nasceupara a História já sob a roupagemdo mito. O que lhe foi acrescen-tando depois apenas veio acentuaresta faceta. Um “feixe de clichés”.Um herói redivivo que renascesempre que a pátria se encontraameaçada.

Viriato é um herói pouco con-hecido, cuja paixão pela liberdadeacabou por ser traída. Traído emnome da ganância do poder, da ri-queza, foi morto enquanto dor-mia.

Uma figura mítica sobre resis-tência, tenacidade, carisma e trai-ção. Sobre a luta por uma utopiaque esteve quase a ser conseguida– e que só a natureza humana, napior das suas formas, derrotou. Emais, muito mais, com paralelis-mos que se estendem até aos nos-sos dias.

Viriato, o herói lusitano. Um chefe invencível.

Joaquim Peito

Não acredito que possamos dizer que somos descendentes dos lusitanos. Existem mil anos de permeio entre Viriato e o fundador de Portugal, D. Afonso Henriques.

Viriato é português?Talvez não. O “aportu-guesamento” do heróida Lusitânia não temfundamento histó-rico.Efetivamente, àpartida, parece-nosabusivo encontrar li-gações entre dois mo-mentos separadosentre si por cerca demil anos: a luta contraa ocupação romana,levada a cabo por umpovo ou conjunto depovos, que os Roma-nos designavam porLusitanos, e a funda-ção do Condado Portu-calense, este simindubitavelmente nagénese da atual Naçãoportuguesa.

Page 20: Portugal Post Dezembro 2010

PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 201020Catarina Tavares

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CONSULTÓRIO

No dia 8 de Janeiro de 2010 foiapresentada pelo Primeiro Minis-tro José Sócrates, a proposta de leido Casamento Civil entre Pessoasdo Mesmo sexo (adiante Casa-mento entre PMS), uma das medi-das integradas no Programa deGoverno nesta legislatura. Seguiu-se a votação e consequente apro-vação em sede de Assembleia daRepública no dia 11 de Fevereirode 2010. Todavia, a aprovação docasamento entre PMS dependeuainda de um aval positivo do Tri-bunal Constitucional a requeri-mento do Presidente daRepública, porquanto, finalizou-setodo o procedimento com a publi-cação da Lei n.º9/2010 de 31 deMaio de 2010.

Não obstante, a entrada da leiobjecto do presente, entrou emvigor apenas no dia 7 de Junho de2010, só assim a partir desta data,começou a ser permitido o Casa-mento entre PMS a ser celebrado

nas Conservatórias de RegistoCivil sitas em território Português,excluindo-se assim, o casamentocatólico entre indivíduos domesmo sexo.

Não nos cabendo qualquer po-sição relativamente ao que anter-iormente foi e continua a serdiscutido em sede desta questão,será de referir, de todo o modo,que a publicação desta lei fez comque o regime jurídico portuguêsdo casamento se aproximasse enão contendesse com o artigo 13ºda Constituição da República Por-tuguesa, onde se ressalva o Prin-cípio da Igualdade quanto àascendência, sexo, raça, língua,território de origem, religião, con-vicções políticas ou ideológicas,instrução, situação económica,condição social ou orientação se-xual.

Por conseguinte, a lei n.º9/2010 de 31 de Maio, veio consig-nar alterações ao regime do casa-mento previsto no Código Civil,nomeadamente, no artigo 1577.ºonde se passa a ler “Casamento é

o contrato celebrado entre duaspessoas que pretendem constituirfamília mediante uma plena co-munhão de vida (...)”, abando-nando-se assim qualquer preceitoque propugnasse qualquer desigu-aldade, designadamente, “pessoasde sexo diferente”, como decorriada anterior redacção.

Por este caminho, seguiram-setambém as alterações ao conteúdodos artigos 1591.º e 1690.º, revo-gando-se ainda, o casamentoentre PMS das causas de inexis-tência do casamento, conforme es-tipulado na anterior e agoraexcluída alínea e) do art. 1628 doCódigo Civil.

Uma das ressalvas instruídas eesclarecidas relativamente à apro-vação de uma lei que permitisse ocasamento civil entre pessoas domesmo sexo, foi a desvinculaçãoou sequer ligação entre esta formade casamento com a permissão ealteração do regime da adopção,apesar do artigo 1979.º não dis-tinguir entre pessoas do mesmoou sexo diferente, reclamando

apenas que estejam “casadas hámais de quatro anos”. Não obs-tante e de forma a restringir a in-terpretação daquele preceito legal,o artigo 3.º da Lei n.º9/2010 de 31de Maio, veio proclamar que “asalterações introduzidas pela pre-sente lei não implicam a admissi-bilidade legal da adopção, emqualquer das suas modalidades,por pessoas casadas com cônjugedo mesmo sexo.”Por esta via, con-tinua a ser vedada a adopção porduas pessoas do mesmo sexo casa-das entre si, já não o sendo, toda-via, por pessoa solteiraindependentemente da sua orien-tação sexual.

Ora, embora a Lei n.º 9/2010de 31 de Maio, venha permitiruma maior igualdade entre pes-soas independente da sua orienta-ção sexual, a verdade é que nãoveio dar cobro a situações queagora ainda mais se irão notar, no-meadamente, a questão da(in)constitucionalidade do pre-sente instituto da adopção, res-tringido a casais de sexo diferente

unidos pelo casamento, da co-adopção (adopção de filho de umdos cônjuges pelo outro, garan-tindo assim os mesmosdireitos/deveres doprogenitor/adoptante), ou aindadas questões derivadas de paren-talidade que por ventura e quaseque previsivelmente ocorrerão noseio de duas pessoas unidas defacto ou casadas entre si, quandoentendam constituir família comodireito que lhes é (ou devia ser)concedido, nomeadamente, atra-vés da Procriação MedicamenteAssistida (outro dos institutos queestão vedados às mulheres ho-mossexuais, casadas ou solteiras),inseminação caseira ou através declínicas noutro país onde tal sejalegal e permitido. Veja-se quemais do que os próprios direitosde dois indivíduos que firmaramuma relação entre si, de umaforma contratual ou não, há queatender aos direitos das criançasque nascem dessa união e que sóestão plenamente assegurados re-lativamente a um dos pais.

Casamento civil entre pessoas do mesmo sexoCatarina Tavares, Advogada, Lisboa

Page 21: Portugal Post Dezembro 2010

PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 2010 21

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Poupança Reforma Particular: Para que nada lhe falte depois da sua vida

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É ou não um direito de cadacidadão receber esta ajuda? Não é em princípio um direito,mas melhor a responsabilidadedo Estado de procurar que osseus cidadãos tenham o sufi-ciente para a sua sobrevivência,desde que estes cumpram tam-bém com os deveres. Só há direi-tos se há deveres. As condiçõespara receber esta ajuda social,que existe desde Janeiro de 2005e que veio substituir a ajuda nor-mal aos desempregados, são,entre outras, as seguintes: • Não possuir rendimentos sufi-cientes para a sua sobrevivência ea da sua família, estar à disposi-ção do mercado de trabalho, e seractivo e flexível na busca de umanova actividade. Esta atitudepressupõe que o compatriota seprepare devidamente para opti-mizar as suas competências pro-fissionais através de cursos deformação e de reciclagem profis-sional, da participação de cursosde aprendizagem ou aperfeiçoa-mento da língua alemã ou, ainda,na participação activa de seminá-rios e ofertas da repartição detrabalho. Aceitar ofertas de tra-balho que a repartição de traba-lho lhe propor desde que estasnão estejam contra a ética labo-ral. Recorde-se que estará a ser re-munerado por uma caixa de soli-dariedade e que esta éalimentada pelos descontos dequem ainda se encontra no ac-tivo, por isso deve usar de todosos meios que a lei e o bom sensolhe ditam para sair dessa situaçãopassiva.

Havendo algum incumpri-mento da nossa parte, a Re-partição de Trabalho poderáditar sanções ou castigos, ?São várias as sanções a que pode-rão estar sujeitos os desemprega-dos nesta circunstancia. Eisalgumas: Ao faltar, sem uma jus-tificação viável e fiável a um con-vite de apresentação doDepartamento; se não cumprircom as determinações ou os acor-dos feitos com o responsável doseu processo; a ausência do lugar

de residência, sem comumacordo; ao negar-se à apresenta-ção duma oferta de trabalho oumedida de aperfeiçoamento pro-fissional ou outra congénere. Aajuda social poderá ser encurtadade 10 a 30%, durante três meses,podendo prolongar-se até à su-pressão. A ajuda monetária po-derá ser substituída por títulos decompras essenciais para a ali-mentação ou para os cuidadosessenciais.

Ofereceram-me um trabalhopara cuidar dum jardim,mas só ganharei 400 € men-sais, poderei aceitar essetrabalho? É óbvio que sim, pois é obrigadoa recorrer a todas as possibilida-des para terminar ou reduzir adependência financeira da caixapública. A legislação está de talforma concebida que terá benefí-cios financeiros por reduzir essadependência. Mais adiante volta-remos ao assunto.

Tenho uma casa em Portugalque construí com as minhaspoupanças e muitos sacrifí-cios. É a regress intenção re-gressar e habitar essa casaapós a reforma. Serei obri-gado a vendê-la?Deve pelo menos declará-la aorequerer esta ajuda social. Se esteimóvel é considerada como patri-mónio, será decidido caso porcaso e tendo em consideração di-versos factores. Em último casopoderá não receber esta ajuda so-cial por um determinado períodode tempo.

Posso conservar o meu auto-móvel ao receber essa ajudasocial? Hoje em dia o automóvel é consi-derado como um instrumento ne-cessário para o trabalho. Sem eleas deslocações são morosas e atémais caras. A flexibilidade é umdos elementos essenciais na vidade trabalho. Por essa razão, con-forme os casos, e o valor do auto-móvel, este não entra no cálculocomo um objecto de luxo. Um au-tomóvel cujo valor comercial não

ultrapasse os 7.500 € é conside-rado normal para o efeito.

Devo desfazer - me dumaconta de poupança do meufilho?Não deve necessitar de o fazer, jáque cada elemento do agregadofamiliar, incluindo os filhos,podem possuir o equivalente aum capital no valor de 3.100 €,sem que lhe seja abolida ou redu-zida este apoio. É uma quantiasujeita a protecção. Além dessaquantia é reconhecida outra par-cela adicional de 750€. Se o valorda poupança ultrapassar essaquantia, então não receberá aajuda até que gaste a quantia queexceda esse montante.

Sou divorciada e o meu ex-marido foi obrigado a pagaruma certa quantia para osustento do filho. Tenho dedeclarar esta quantia comoentrada financeira? Esta quantia é considerada comoentradas regulares e ira reduzir aajuda na quantia que aufere dopai ou seu ex-marido. Se ele nãotiver condições financeiras de as-sumir essa ajuda obrigatória, seráa Câmara Municipal a antecipar-lhe esse dinheiro. Não esqueça deo requerer, pois mesmo que onão receba, permanece um di-reito e será considerado como serecebesse.

De que modo é feito o cál-culo desta ajuda social? Esta ajuda compreende a ajuda àrenda de casa com os gastos su-plementares. Todos os gastos re-lacionados com a habitação sãosuportados pela câmara ou peloconcelho da cidade. Além destesuporte financeiro, receberá umasoma de dinheiro de sobrevivên-cia para cada membro da família.Esta difere conforme a idade. Atéaos 6 anos recebe 215 €, a partirdos 7 aos 14 anos receberá 251 €e dos 15 aos 25 anos 287 €. Para

maiores dessa idade incluindo ados conjugues a quantia social éde 322 €. Sendo um só o respon-sável pela educação, é o caso decasais separados ou divorciados,essa quantia sofre um aumentode 359 €, além da inclusão dumpequeno subsídio de educação. A sua esposa, e todos os mem-bros da família, são, a partir dorequerimento, considerados tam-bém como desempregados eterão de obedecer às condiçõesque acima referimos. É obrigató-rio declarar todos os recursos fi-nanceiros que se possuem.Mesmo o ordenado da sua es-posa, mesmo que seja sem pa-péis, como o senhor afirma. Hojecom a comunicação informati-zada e com o cruzamento de in-formações entre as diversasinstituições estatais torna-se fáciluma averiguação. Se não declararos rendimentos e for descoberto,deverá não só devolver parte dodinheiro pago, como terá depagar uma multa por, segundo otribunal público, ter procuradoburlar o Estado.

Que poderia acontecer se,após ter entregue o requeri-mento e sem o esperar, re-cebo uma herança?Mesmo que tenha entregue o seurequerimento ou que este játenha sido aceite e tenha sido di-manada já uma decisão positiva,é obrigado a declarar esta he-rança, assim como todas as alte-rações que entretanto, e nofuturo, tenham ou venham aacontecer. Se o não fizer e semais tarde for detectado, alémde ter de repor a ajuda recebida,é-lhe interposta uma acção juntodo ministério público. É um pro-cesso que lhe pode sair muitocaro.

Existe alguma isenção nocálculo das fontes de rendi-mento? Para os rendimentos que nãoprovenham duma actividade de-pendente são-lhe tidos em contacomo rendimentos normais nasua totalidade. É o caso dos jurose prémios bancários que possausufruir, assim como do arrenda-mento de apartamentos ou con-géneres.

E como é com o Abono deFamília? É considerado tam-bém? Sim, é considerado como entra-das financeiras, e reduz nessevalor a ajuda. Contudo a ajudaque recebe do instituto de traba-lho é bastante superior ao abonode família sendo escalada con-forme as idades, como comentá-mos já. O abono de família dos filhosmaiores de idade e que nãovivam no agregado familiar, nãosão considerados como recursosfinanceiros para os pais, se estescomprovem que os devolvem nasua totalidade aos filhos. É o casodos pais que têm os filhos que es-tudam em Portugal.

Posso trabalhar e recebercumulativamente esta ajudasocial, o Hartz IV?Infelizmente sim. Digo infeliz-mente, pois não deveria ser ne-cessário recorrer a esta ajuda queadvém dos impostos de quem dequem trabalha todo o tempo.Mas há, infelizmente, empresasque não remuneram suficiente-mente os seus trabalhadores oupor falta de produção ou queexercem uma ocupação reduzida.Problemático são os patrões que,à custa desta possível ajuda, ausem para engrossar os seus ren-dimentos...e à custa de quem tra-balha.

Hartz IV - Os direitos e os deveresMuitos leitores têm-se dirigido ao jornal colocando algumasperguntas sobre o Hartz IV (ajuda social para quem está de-sempregado ou em condições sociais muito precárias). Detodas as perguntas, fizemos um resumo daquelas que mais in-teressam aos leitores. Chamamos a atenção que na edição online do nosso jornal(www.portugalpost) o leitor pode encontrar uma versnao emPDF de um caderno que editamos sobre o tema.

Page 22: Portugal Post Dezembro 2010

PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 201022

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Citações do mêsA mulher que amamos só poucas vezes satisfaz as nossas necessidades, pelo que lhesomos infiéis com a mulher que não amamosProust , Marcel

A beleza ideal está na simplicidade calma e serenaGoethe , Johann

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

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18.12.2010 – DÜSSELDORF - Festa de natal daAssociação Portuguesa S.Jorgense. Baile abril-hantado pelo grupo musical “FM RADIO”. Local: Am Heerdter Hof 18, 40549 Düsseldorf.Início: 20h30 horas. Informações : Sr. Tó Ma-nuel: 0211-5047230- www.fmradio.de.com

25.12.2010 – DORTMUND - Festa de Natal noTas Bar . Local: Local: Tapas Bar Dortmund. Tel.:0231- 799 80 69 Jägerstr. 2 - 44145 Dortmund

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Page 23: Portugal Post Dezembro 2010

Economia & Negócios23PORTUGAL POST17 anos ao Serviço da Comunidade Luso­Alemã

“Seit 17 Jahren ist die Portugal Post für die über 100 000 in Deutschland lebenden Portugiesen ein unver-zichtbares Medium, das aktiv das Gemeinschaftsgefühl fördert und als einzige Zeitschrift einen Überblickgibt über ihre Aktivitäten in den deutschen Städten. Dass die Portugal Post dabei der Hansestadt Hamburgmit ihren speziellen jahrhundertelang gewachsenen Beziehungen zu Portugal besonderes Augenmerk wid-met, freut mich natürlich besonders. Die Portugal Post ist aber auch für all jene, die sich, wie zum Beispieldie Portugiesisch-Hanseatische Gesellschaft, für die Vertiefung der Beziehungen beider Länder einsetzen,eine gute Informationsquelle.

Uly Foerster, Chefredakteur Lufthansa Magazin, Hamburg”

Ein unverzichtbares Medium

Na qualidade de Presidente da Federação de Empresários Portugueses na Alemanha (VPU)venho por este meio agradecer ao PP pelo valioso trabalho prestado ao longo destes anos.Tanto para a VPU como para os inúmeros empresários portugueses na Alemanha o Jornalé um parceiro de enorme valor, mostrando e reforçando a presença empresarial nestepaís."Dr. Simeon Ries. Presidente da VPU -Federação de Empresários Portugueses na Alemanha

Devemos estar informados

Portugal hat unzähligeFreunde in Deutschland:Viele haben schon Urlaubgemacht zwischen Minhound Algarve, dort gearbei-tet oder studiert. Andereschätzen Pessoa oder Sara-mago, sind Fans von Ma-riza oder Madredeus, Figooder Cristiano Ronaldo, lie-ben Pastéis de Nata oderBacalhau. Noch wichtiger:

viele Deutsche mögen Portugal, weil sie portugiesische Kol-legen, Nachbarn oder Freunde haben, weil die Kinder mitPortugiesen zur Schule gehen oder weil der Espresso imnettesten Café oder Restaurant in der Nähe Bica heißt. Alldiese Menschen sollten eigentlich die "Portugal Post"lesen, um auf dem Laufenden zu bleiben und um die Por-tugiesen in Deutschland noch besser zu verstehen. Amschönsten wäre es aber, wenn die deutschen Freunde Por-tugals sich mehr mit eigenen Texten und Ideen an der Zei-tung beteiligen würden. Dann könnten die nächstensiebzehn Jahre "Portugal Post" noch stärker im Zeichenvon Dialog und Miteinander stehen.Marco Bertoloso Leiter der Abteilung Zentrale Nachrichten beim Deuts-chlandfunk

O Portugal Post, para quem que como eu se quer manter ao corrente de tudo o que àemigração portuguesa na Alemanha diz respeito, tornou-se leitura obrigatória. Tive oprazer de acompanhar a evolução do jornal desde que há 17 anos apareceu e com eleaprendi muitos dos conhecimentos que hoje tenho sobre a emigração portuguesa nestePaís. A isenção com que o jornal tem vindo a tratar de todos os assuntos da actualidade,sem nunca perder de vista a defesa dos interesses dos seus leitores bem como de todosos emigrantes em geral, merecem o nosso apreço e respeito. É por isso que não tenhodúvidas em recomendar a leitura do Portugal Post a todos aqueles que querem estarbem informados quer sobre os nossos problemas quer ainda sobre o que se passa no

nosso País. Está de parabéns o Portugal Post pelo bom serviço prestado à comunidade. De parabéns estão tambémos leitores em geral e os assinantes em particular, por terem escolhido e assinado este jornal. José EduardoMembro do Conselho das Comunidades Portuguesas

Parabéns ao Portugal Post pelo bom serviçoprestado à comunidade

O Portugal Post cumpre 17 anos de publicação. Foi um tempo de sucesso, construído na base dum trabalhosério e rigoroso que lhe foi granjeando credibilidade e prestígio. A isenção e pluralismo na abordagemdos temas políticos, como instrumento de intervenção democrática, a apologia dos valores cívicos e a mo-tivação e empenho em prol das aspirações e anseios das comunidades portuguesas, fizeram do PortugalPost um título de referência para a generalidade dos seus leitores, os portugueses residentes na Alemanha.Aí, sempre eles encontraram um amparo, uma palavra, o respaldo amigo e o conselho avisado para queultrapassassem as dificuldades e constrangimentos que sempre afectam quem vive longe da sua terra. Aojornal, aos seus leitores e, em especial, ao seu director, Mário dos Santos, os meus melhores votos desucesso e longa vida.

José Lello, deputado do PS e ex-Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Trabalho sério e rigoroso

Desde há anos que acompanho a publicação do Portugal Post, que tem sido para mimuma importante fonte de informação. Considero muito importante haver um jornalcomo o Portugal Post na Alemanha principalmente por duas razoes: 1. Como somosuma comunidade bastante pequena e dispersa por várias partes da país em que vivemoso Portugal Post é um elo de comunicação e de troca de informação entre as várias co-munidades; 2. uma vez que os hábitos de leitura dentro da comunidade variam muito,também entre as gerações, o Portugal Post é um contributo importante para manter ocontacto com a língua portuguesa escrita, particularmente para os lusos-descendentes.Para concluir, o Portugal Post constitui uma plataforma e é o porta-voz da comunidade

portuguesa na Alemanha.Dora Mourinho, Socióloga

A universalidade dessa relevante contribuição é reflectida em cada edição, que tem artigos es-critos por autores representativos vindos de todas as partes da Alemanha. As opiniões diver-gentes sobre temas actuais e do interesse da comunidade, com certeza contribuem para odebate de ideias, divulgando e despertando ao mesmo tempo o espírito crítico dos leitores. Parabéns.Michaela Azevedo Ferreira

Advogada, Bonn

O Portugal Post presta um inestimável serviçoà comunidade portuguesa na Alemanha

Glückwunsch

O porta-voz da comunidade portuguesa naAlemanha

Ao passar mais um ano, o 17º, de existência e publicação ininterrupta, o jornalPORTUGAL POST consolida ainda mais a sua missão de porta-voz da Comu-nidade portuguesa na Alemanha. Como um órgão de informação, que já conquis-tou um lugar no panorama da imprensa portuguesa da emigração, o PP é hojeum jornal que constitui um verdadeiro património da Comunidade lusa residenteneste país. Plural, sério, crítico e atento, o PP já há muito que ganhou a confiançade todos, querendo estar cada vez mais ao serviço de toda a comunidade.

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Absendung.Das Abo verlängert sich um den angegebenen Zahlungzeitraumzum gultigen Bezugspreis, wenn es nicht drei Wochen vor Ablaufschriftlich gekundigt wird.

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de endereçoFax: 0231 - 83 90 351Tel.: 0231 - 83 90 289

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Se preferir, pode pagar a sua assinatura através de débito na sua conta. Meio de pagamento não obrigatório

Page 24: Portugal Post Dezembro 2010

PORTUGAL POST Nº 197 • Dezembro 201024

Memória futura

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Esta fotografia retrata uma emissão do pro-grama radiofónico “Clube de Amizade” quevai para o ar todos os domingos na RDP inter-nacional.Os responsáveis da emissão reuniram algunsportugueses no Centro Português de Singenpara serem entrevistados. Na altura, o PORTUGAL POST esteve presentecom uma delegação de peso: o director doJornal, e ainda o colaborador Renato Calvário(entretanto falecido) e o correspondente localdo PP, João Ferreira. Tudo aconteceu decorria o ano de 1995. Umdia antes da realização do programa, o POR-TUGAL POST tinha estado numa grande festade aniversário do Centro Português de Singen Foto: PP

1995

VIDAS

Jägerstr. 2 - 44145 DortmundTel.: 0231 – 799 80 69

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos.Obrigado.

Tenho lido todas as históriasde vida que o jornal publica todosos meses. Muitas delas deixam-meperplexa e tem havido algumascom as quais me revejo. O que euquero contar não é nenhum casode relação trágica com homem,marido ou amante, isto apesar deeu ter 49 anos e viver sozinha já háquase cinco anos.

Depois de me divorciar fiqueisem ninguém aqui na Alemanha.A minha única filha também casoue foi viver com o seu marido paraEspanha O que me valia e aindavale é o trabalho que para além domeu ganha pão me ocupava osdias.

Assim eu vivo, ainda hoje só.Com o meu ex-marido não

havia contactos nem bons nemmaus, não havia nada. Ele casoupela segunda vez e acho que fezbem. Às vezes lá falamos sobre anossa filha e quando falamos écomo se fossemos duas pessoasestranhas.

Desde que me separei e divor-ciei pensei que um dia poderia umdia recomeçar a minha vida comalguém que viesse a conhecer. Pusaté um anúncio aí no Jornal. Tivealguns contactos mas não corres-pondiam aos meus interesses enunca mais me interessei nempensei nisso.

Vivia o meu dia a dia comotodas as pessoas. Casa, trabalho,casa, compras e passeios pelo par-que. Telefonava às vezes à minhafilha e até a visitei por duas vezesem Sevilha onde ela morava como seu marido espanhol. Gosteimuito de Sevilha que é um sitioonde não me importava de viver.

Há cerca de mais ou menosdois anos tive uma indisposiçãopor ter comido qualquer coisa quenão me caiu bem. Fui ao médico

para me passar a baixa porque nodia a seguir à indisposição nãotinha ido ao trabalho. O médico láme consultou e mandou-me fazerexames: tirar sangue, analise àurina e fazer uma Magenspiege-lung (penso que em português sediz uma gastroscopia).

Passaram os dias. Uma se-mana depois deveria ir ao médicopara saber os resultados das aná-lises. Mas o que se passou é quenão fui. Dito melhor: esqueci .

Os dias passaram-se e eu reto-mei o trabalho normalmente enunca mais pensei no médico.Mas às vezes tinha uma disposiçãoque me incomodava muito. Aquilopassava e eu esquecia.

Cerca de quinze dias depois deter ido a primeira vez ao médico,um dia, quando tinha chegado acasa mais cedo do que o habitual,recebi uma chamada do consultó-rio médico para me dizer quetinha de ir logo no dia seguinte aoconsultório. Perguntei claro porque razão, mas a assistente apenasme disse que o médico queria falarcomigo.

Fiquei muito pensativa e nessanoite não dormi só a pensar nessetelefonema.

Que seria? Que não seria?Foi uma noite desgraçada.Logo pela manhã, com uma

ansiedade e um aperto muitogrande no peito, apresentei-me noconsultório muito tempo antes deele abrir. Fui a primeira a ser aten-dida e a assistente colocou-menum quarto de espera e disse-meque me podia deitar na marquesae esperar que o médico me cha-masse.

Esperei cerca de uma hora emeia. Quando o médico me aten-deu ele já tinha tudo pronto parame hospitalizar dizendo-me que o

diagnóstico das análises que eutinha feito havias indícios de algomaligno e que a minha ida para ohospital era para apenas ter a cer-teza desses indícios.

Internaram-me e três dias de-pois fui operada.

Conclusão: diagnosticaram-me um cancro mas ainda “muitofresco”.

Foi um choque tremendo paramim. E os dias que tive no hospitalforam os mais tenebrosos daminha vida, isto apesar dos médi-cos me dizerem que havia muitaspossibilidade de eu recuperar beme não correr o risco de uma propa-gação da doença.

Comecei a fazer os tratamen-tos indicados que demoraramcerca de três meses. Durante essestrês meses recolhi-me em casa equando saia era para ir ao hospitalou ao médico.

A minha vida mudou muito.Comecei a dar mais valor a todosos minutos e a todas as coisas queeu fazia. Tinha chegado a umaconclusão simples mas que nuncatinha dado valor: a saúde é o maisprecioso bem que temos e todos os

nossos objectivos de ganhar din-heiro, ser às vezes comezinhos, asnossas irritações não valem denada quando não temos saúde. Omundo parece ser outro e aceita-mos tudo com mais generosidadee comçamos a dar mais valor àvida, às pessoas, às amizades...

Às vezes tinha fases muito ne-gativistas e chorava pelos cantosda casa, não acreditava muito nostratamentos e quando ouvia nohospital pessoas a quem as coisascorriam mal ficava pensativa ecom muito medo. Mas no fundopensava de mim para mim quenão deveria desistir, acreditar quepodia ultrapassas esta fase.

Enfim, foi um período que nãomais quero viver.

Os médicos no entanto entusi-asmavam-me sempre que os con-sultavam e diziam que as coisasestavam a decorrer muito favor-avelmente.

Depois de um logo períodocom quimo terapia, comecei a vol-tar ao normal e a ter o mesmoaspecto e o cabelo começou denovo a crescer. Os médicos tinhamdito que estava tudo bem e quenão me escusava de me preocupar.Deveria era ter consultas esporá-dicas para simples controlo.

Os dias correram, finalmente,estava bem. Sentia-me bem e vol-tei de novo ao trabalho. Mas aminha vida mudou muito. Come-cei a dar mais importância às coi-sas que fazia e a ter umasensibilidade mais apurada.Nunca mais me irritei com nin-guém. Na rua ou no eléctrico sor-ria por tudo e por nada às pessoas.Conclusão, a vida para mim erademasiadamente importante paraque eu me irritasse comigo ou comalguém. Também deixei de darimportância a pequenas e grandes

vaidades. Vestia-me por necessi-dade e não por vaidade. O que meimportava é que eu vivia e respi-rava, e isso era importante paramim.

Até que um dia....Até que um dia encontrei al-

guém superior e nesse alguém afelicidade.

Foi quando, nesta nova sensi-bilidade para as coisas da vida epara a fé na vida que eu entreinuma igreja e dei comigo a rezarcom todo o fervor, agradecendo aDeus por me ter dado a oportuni-dade de viver. Foi a partir daí quecomecei a ir rezar à igreja da ruaonde eu moro para estar comigo ecom Deus e nessa contemplação,quero dizer, nesse dar de mim ereceber a sua graça naquela at-mosfera serena e pacífica que eucomecei também a receber a feli-cidade. Foi também a partir daíque eu me entreguei a causas e meinscrevi numa associação de apoioa pessoas doentes com cancropara transmitir a minha experiên-cia e dar aos infelizes apanhadospelo mal alguma esperança, di-zendo-lhes que vale a pena viver elutar nem que seja minutos quetemos à nossa disposição.

É esta a história que eu queriacontar e transmitir na esperançade dizer àqueles que estão na si-tuação que eu estive para não maisdesistirem.Maria PintoKarlsruhe

O dia em que encontrei a fé

”A minha vida mudou muito. Come-cei a dar mais valor a todos os mi-nutos e a todas as coisas que eufazia. Tinha chegado a uma conclu-são simples mas que nunca tinhadado valor: a saúde é o mais pre-cioso bem que temos e todos os nos-sos objectivos de ganhar dinheiro,ser às vezes comezinhos, as nossasirritações não valem de nadaquando não temos saúde”.

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Page 25: Portugal Post Dezembro 2010

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Orações aos Anjos da GuardaFormato: 14 X 21 cm.Páginas: 144Preço: 25,00 €Na primeira parte desta obra encontrará um vasto número de oraçõesaos anjos da guarda, que certamente serão do seu inteiro agrado.Na segunda parte deliciar-se-á com a listagem completa dos 72 anjosprotectores. Cada um destes anjos confere características particularesmao modo de ser e de amar dos seus protegidos.

Orações para Todos os MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ou espi-rituais, todos mpassamos em algum momento por situaçõesdifíceis. Nesta obra encontrará uma centena de orações ade-quadas a cada caso. Orações para encontrar mcompan-heiro/a, para conseguir casar-se com o seu namorado, pela

Desde 1973 que a D. Olívia Mendonça Martins vive aqui em Ber-lim. Durante estes anos conseguiu granjear muitos amigos quemuito a estimam graças à sua maneira de se dar e de estar, ami-gos que lhe irão no próximo dia 9 de Dezembro cantar os para-béns a você pelas suas 80 lindas primaveras. Queremos desde já desejar-lhe muita saúde e muitos anos de.vida. Parabéns!Amigas e Amigos em Berlim

Aniversário

CARNEIROAmor: Estará muito carente, pro-cure ser mais optimista quanto aoseu futuro sentimental.Saúde: Tendência para dores decabeça.Dinheiro: Período favorável,aproveite bem este momento paradinamizar a sua vida financeira.

TOUROAmor: O seu coração está umpouco dividido, pense bem qual ocaminho que deve seguir, procurenão ferir os sentimentos dos ou-tros.Saúde: Faça uma limpeza geralaos seus dentes para poder ter umsorriso radiante.Dinheiro: A vitalidade e esforçoque tem demonstrado no trabalhoserão muito favoráveis para si.

GÉMEOSAmor: O amor e o carinho reina-rão na sua relação afectiva, apro-veite para avançar para umcompromisso mais sério.Saúde: Tente controlar as suasemoções para que o seu sistemanervoso não se ressinta de formanegativa.Dinheiro: Não haverá nenhumaalteração significativa na sua vidaprofissional, e as finanças estão es-tabilizadas.

CARANGUEJOAmor: Prepare um jantar espe-cial romântico para a sua cara-me-tade. Saúde: Procure relaxar mais paranão andar muito tenso. Aprenda adescontrair.Dinheiro: Poderá ser surpreen-dido negativamente ao verificar oseu saldo bancário, por isso pre-vina-se contra surpresas menosagradáveis e aprenda a poupar!

LEÃOAmor: Dê mais atenção aos seusfamiliares, eles também precisamde si e sentem a sua falta.Saúde: Previna-se contra o coles-terol evitando alimentos que lhesão prejudiciais.Dinheiro: Período bastante favo-

rável. Pode ter uma promoção ouassumir novas responsabilidadesno local onde trabalha.

VIRGEMAmor: Deixe o ciúme de uma vezpor todas e aproveite bem os mo-mentos de que dispõe a sós com oseu companheiro.Saúde: Cuidado com os excessosalimentares, anda a comer demais.Dinheiro: Não peça um emprés-timo neste mês, os tempos nãoestão favoráveis para contrair dí-vidas de qualquer género.

BALANÇAAmor: A sua sensualidade e be-leza vão partir muitos corações,não se surpreenda com uma decla-ração de amor. Saúde: Vigie a sua alimentação,consuma alimentos menos calóri-cos e evite abusar do sal.Dinheiro: Esta é uma óptima al-tura para tentar reduzir os seusgastos pois conseguirá fazer pou-panças neste período.

ESCORPIÃOAmor: Se ainda não encontrou oamor da sua vida prepare-se, poisestá mais perto do que imagina!Saúde: Faça exercício físico ao arlivre, o contacto com a Naturezafar-lhe-á muito bem.Dinheiro: Provável aumento dassuas finanças, pode aproveitarpara pôr algum dinheiro de parte.

SAGITÁRIOAmor: Cuide da sua aparência fí-sica para conquistar quem maisdeseja ter a seu lado.Saúde: Poderá surgir uma infec-ção urinária, procure o seu médicode imediato se notar algum sin-toma menos comum.Dinheiro: Irá conseguir atingiros seus objectivos, graças a ajudasinesperadas que irão surgir.

CAPRICÓRNIOAmor: O amor poderá bater-lhe àporta, por isso fique atento e mos-tre-se disponível para a mudança.Saúde: Procure fazer uma vida

mais saudável e corte de vez comqualquer vício. Dinheiro: Esta não é uma boa al-tura para investir em negócios devulto ou compras que envolvammuito dinheiro.

AQUÁRIOAmor: Neste período a tendênciaé para andar hipersensível. Pro-cure controlar as suas variações dehumor para evitar discussões des-necessárias.Saúde: Procure fazer uma ali-mentação mais equilibrada diver-sificando os alimentos eapostando mais nos legumes everduras.Dinheiro: Não corra riscos des-necessários no que toca a gastos ea investimentos, seja prudente.

PEIXESAmor: Dê mais atenção ao seucompanheiro, ele pode estar maiscarente do que é habitual e precisade maior atenção da sua parte.Saúde: Vá ao médico e aproveiteeste mês para fazer exames de ro-tina.Dinheiro: Seja mais exigenteconsigo, só assim conseguirá atin-gir o sucesso tão desejado e cum-prir com os objectivos a que sepropôs.

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Page 26: Portugal Post Dezembro 2010

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Um novo produtor de vinho doconcelho de Estremoz, Artur Ferro,lançou no mercado o seu primeiroVinho Regional Alentejano, preten-dendo no futuro avançar para a ex-portação, revelou um responsávelda empresa.

Em declarações à Agência Lusa,Luiza Ferro, responsável da em-presa, explicou que o vinho, com adesignação „Cultural“, apresenta-secomo „inovador e de qualidade“ e

é da responsabilidade de JoachimRoque, „um enólogo experiente ede referência“.

Luiza Ferro explicou que a novaempresa de produção de vinho vemdar continuidade a uma tradição defamília.

Artur Joaquim Parreiras Ferrolançou no mercado, nesta primeirafase, 13500 garrafas de vinho tinto,sobretudo para o Alentejo e Al-garve, com a intenção de alargar as

vendas a outras regiões do país.„Já fomos contactados também

para começar a exportar, o que énossa intenção, mas ainda é cedo,visto que lançámos recentemente onosso vinho“, salientou Luiza Ferro.

O vinho de Artur e Luiza Ferroresulta da vinificação de uvas pró-prias nos 6,5 hectares de castas tin-tas (Aragonez e CabernetSauvignon), na Quinta de Dom Joa-quim.

A empresa tem mais seis hecta-res de vinha, o que vai permitir au-mentar a produção e produzirtambém vinho branco.

Novo produtor do Alentejo lança vinho no mercado

Vinhos de produtores das principais regiões vitícolas portuguesas fazemparte do „portfolio“ da nova distribuidora Lusovini, que está apostada emalterar imagens negativas de algumas delas.

Na Bairrada, por exemplo, está por enquanto apenas a trabalhar como espumante „Aplauso“, uma vez que „em termos de vinhos de mesa ouvinhos tranquilos tem um reconhecimento negativo no mercado“, comoexplicou à imprensa Carlos Moura, administrador comercial da Lusovini.

„Queremos ser uma alavanca para contornar essas vicissitudes que,in-felizmente, hoje acontecem e estamos a começar pelo espumante, que éonde o mercado reconhece maior prestígio e maior qualidade à região daBairrada“, justificou.

Principais regiões constam no portfolio da Lusovini

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