HISTÓRIA DO BRASIL...A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-1822)....

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2019 1 Prof. Davidson Nichio (Abdulah) EXERCÍCIOS DE REVISÃO HISTÓRIA DO BRASIL GOVERNO DE D. PEDRO I (1822 – 1831) QUESTÃO 1 Johann Moritz Rugendas esteve no Brasil entre 1821 e 1825, inicialmente como membro da Expedição Langsdorff. Desenhistae documentarista, produziu obras sobre paisagens, cenas cotidianas e tipos humanos, como a representada a seguir, denominada Família de fazendeiros(1825). Nessa obra, observam-se a) a)a influência da arquitetura colonial portuguesa e a simplicidade dos trajes usados em público. b) b)a presença de símbolo religioso e a convivência de senhores e escravos em um mesmo espaço. c) c)as relações escravistas de produção e a riqueza e diversidade do mobiliário das casas de fazendeiros. d) d)o patriarcalismo na organização familiar e a importância da educação para a ascensão social. e) e)o vestuário como forma de eliminação das distinções sociais e a incorporação de costumes alimentares indígenas. QUESTÃO 2 “A cena de uma rua é, a um só tempo, a mesma de todo o quarteirão. Os pés de chumbo (portugueses) deixam que a cabralhada (brasileiros) se aproxime o mais possível. E inesperadamente, de todas as portas, chovem garrafas inteiras e aos pedaços sobre os invasores. O sangue espirra, testas, cabeças, canelas... Gritos, gemidos, uivos, guinchos. É inverossímil. E a raça toda, de cacete em punho, vai malhando... E os corpos a cair ensanguentados sobre os cacos navalhantes das garrafas. ” (Correia, V.,1933, p.42) O episódio, descrito acima, relata o enfrentamento entre portugueses e brasileiros, em 13/03/1831, no Rio de Janeiro, conhecido como Noite das Garrafadas. Essa manifestação assemelhava-se às lutas liberais travadas na Europa, após as decisões tomadas pelo Congresso de Viena. A respeito dessa insatisfação popular, presente tanto na Europa, após 1815, quanto nos conflitos nacionais, durante o I Reinado, é correto afirmar que a) D. Pedro II adota a mesma política praticada por monarcas europeus; quando, ao outorgar uma carta constitucional, contrariou os interesses, tanto da classe oligárquica, fiel ao trono, quanto das classes populares, as quais permaneceram sem direito ao voto. b) o governo brasileiro também se utilizou de empréstimos junto à Inglaterra, aumentando a dívida externa e fortalecendo a economia inglesa, a fim de sanar o déficit orçamentário e suprir os gastos militares em campanhas contra os levantes populares. c) D. Pedro I, buscando recuperar sua popularidade, iniciou uma série de visitas às províncias revoltosas do país, adotando a mesma estratégia diplomática que alguns regentes europeus, nessa época, praticaram, sem contudo, lograrem nenhum sucesso político. d) as guerras travadas contra o exército napoleônico, na Europa, e o envolvimento do Brasil, na Guerra da Cisplatina, provocaram, em ambos os casos, a enorme insatisfação popular e revolta, diante do elevado número de combatentes mortos. e) a retomada de políticas absolutistas, como o estabelecimento do Poder Moderador, no Brasil, dando plenos poderes a D. Pedro I e, na Europa, a dura repressão contra as ideias liberais, deflagradas pela Revolução Francesa, ocasionaram uma enorme insatisfação popular. HISTÓRIA DO BRASIL

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Prof. Davidson Nichio (Abdulah)

EXERCÍCIOS DE REVISÃO HISTÓRIA DO BRASIL

GOVERNO DE D. PEDRO I (1822 – 1831) QUESTÃO 1 Johann Moritz Rugendas esteve no Brasil entre 1821 e 1825, inicialmente como membro da Expedição Langsdorff. Desenhistae documentarista, produziu obras sobre paisagens, cenas cotidianas e tipos humanos, como a representada a seguir, denominada Família de fazendeiros(1825).

Nessa obra, observam-se a) a)a influência da arquitetura colonial portuguesa e a

simplicidade dos trajes usados em público. b) b)a presença de símbolo religioso e a convivência de

senhores e escravos em um mesmo espaço. c) c)as relações escravistas de produção e a riqueza e

diversidade do mobiliário das casas de fazendeiros. d) d)o patriarcalismo na organização familiar e a importância da

educação para a ascensão social. e) e)o vestuário como forma de eliminação das distinções

sociais e a incorporação de costumes alimentares indígenas.

QUESTÃO 2

“A cena de uma rua é, a um só tempo, a mesma de todo o quarteirão. Os pés de chumbo (portugueses) deixam que a cabralhada (brasileiros) se aproxime o mais possível. E inesperadamente, de todas as portas, chovem garrafas inteiras e aos pedaços sobre os invasores. O sangue espirra, testas, cabeças, canelas... Gritos, gemidos, uivos, guinchos.

É inverossímil. E a raça toda, de cacete em punho, vai malhando... E os corpos a cair ensanguentados sobre os cacos

navalhantes das garrafas. ” (Correia, V.,1933, p.42)

O episódio, descrito acima, relata o enfrentamento entre portugueses e brasileiros, em 13/03/1831, no Rio de Janeiro, conhecido como Noite das Garrafadas. Essa manifestação assemelhava-se às lutas liberais travadas na Europa, após as decisões tomadas pelo Congresso de Viena. A respeito dessa insatisfação popular, presente tanto na Europa, após 1815, quanto nos conflitos nacionais, durante o I Reinado, é correto afirmar que a) D. Pedro II adota a mesma política praticada por monarcas europeus; quando, ao outorgar uma carta

constitucional, contrariou os interesses, tanto da classe oligárquica, fiel ao trono, quanto das classes populares, as quais permaneceram sem direito ao voto.

b) o governo brasileiro também se utilizou de empréstimos junto à Inglaterra, aumentando a dívida externa e fortalecendo a economia inglesa, a fim de sanar o déficit orçamentário e suprir os gastos militares em campanhas contra os levantes populares.

c) D. Pedro I, buscando recuperar sua popularidade, iniciou uma série de visitas às províncias revoltosas do país, adotando a mesma estratégia diplomática que alguns regentes europeus, nessa época, praticaram, sem contudo, lograrem nenhum sucesso político.

d) as guerras travadas contra o exército napoleônico, na Europa, e o envolvimento do Brasil, na Guerra da Cisplatina, provocaram, em ambos os casos, a enorme insatisfação popular e revolta, diante do elevado número de combatentes mortos.

e) a retomada de políticas absolutistas, como o estabelecimento do Poder Moderador, no Brasil, dando plenos poderes a D. Pedro I e, na Europa, a dura repressão contra as ideias liberais, deflagradas pela Revolução Francesa, ocasionaram uma enorme insatisfação popular.

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QUESTÃO 3 Observe o seguinte enunciado:

“Com a dissolução da Assembleia Constituinte, em 12 de novembro de 1823, aumentou a insatisfação com o governo de D. Pedro I, sobretudo no Nordeste. Em 2 de julho de 1824, em Pernambuco, Manuel Carvalho Paes de Andrade lança o manifesto que dá origem ao movimento. Contudo, antes da manifestação ocorrida no Recife, apoiada por Cipriano Barata e por Joaquim da Silva Rabelo (o Frei Caneca), ambos experientes revoltosos, a província do Ceará já tinha sua manifestação contrária ao Imperador, ocorrida no município de Nova Vila do Campo Maior (hoje Quixeramobim), em 9 de janeiro de 1824 e liderada por Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Melo (o Padre Mororó)”. O movimento ocorrido no Brasil durante o Império a que o enunciado acima se refere é denominado a) Revolução Pernambucana. b) Revolução Praieira.

c) Contestado. d) Confederação do Equador.

QUESTÃO 4 Examine o gráfico.

O gráfico fornece elementos para afirmar: a) A despeito de uma ligeira elevação, o tráfico

negreiro em direção ao Brasil era pouco significativo nas primeiras décadas do século XIX, pois a mão de obra livre já estava em franca expansão no país.

b) As grandes turbulências mundiais de finais do século XVIII e de começos do XIX prejudicaram a economia do Brasil, fortemente dependente do trabalho escravo, mas incapaz de obter fornecimento regular e estável dessa mão de obra.

c) Não obstante pressões britânicas contra o tráfico negreiro em direção ao Brasil, ele se manteve alto,contribuindo para que a ordem nacional surgida com a Independência fosse escravista.

d) Desde o final do século XVIII, criaram-se as condições para que a economia e a sociedade do Império do Brasil deixassem de ser escravistas, pois o tráfico negreiro estava estagnado.

e) Rapidamente, o Brasil aderiu à agenda antiescravista britânica formulada no final do século XVIII, firmando tratados de diminuição e extinção do tráfico negreiro e acatando as imposições favoráveis ao trabalho livre.

QUESTÃO 5

“Na sua condição de propriedade, o escravo é uma coisa, um bem objetivo. (...) Daí ter sido usual a prática de marcar o escravo com ferro em brasa como se ferra o gado. Os negros eram marcados já na África, antes do embarque, e o mesmo se fazia no Brasil, até no final da escravidão. (...) Seu comportamento e sua consciência teriam de transcender a condição de coisa possuída no relacionamento com o senhor e com os homens livres em geral. E transcendiam, antes de tudo, pelo ato criminoso. O primeiro ato humano do escravo é o crime, desde o atentado contra o senhor à fuga do cativeiro. Em contrapartida, ao reconhecer a responsabilidade penal dos escravos, a sociedade escravista os reconhecia como homens: além de incluí-los no direito das coisas, submetia-os à legislação penal.”

Jacob Gorender. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1992, p. 62-63. O texto indica a) a ambiguidade no reconhecimento, pela sociedade colonial e imperial brasileira, da condição dos africanos

escravizados, que se manifestava sobretudo diante de algumas formas de resistência à exploração. b) a precocidade da legislação brasileira contra crimes hediondos e contra o desrespeito, pelos africanos

escravizados, às obrigações e deveres de todo trabalhador rural. c) o reconhecimento, pelos governantes brasileiros na colônia e no império, da necessidade de mediar e

controlar as relações dos proprietários rurais com o amplo contingente de africanos escravizados. d) o descumprimento, pelos senhores de escravos no Brasil colonial e imperial, das leis que regulavam o

trabalho compulsório e que impediam a aplicação da pena de morte aos africanos escravizados.

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QUESTÃO 6

Neste país, que se presume constitucional e onde só deverão ter ação poderes delegados, responsáveis, acontece, por defeito do sistema, que só há um poder ativo onímodo, onipotente, perpétuo, superior à lei, e à opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável e irresponsável. (Trecho do Manifesto Republicano, publicado no Jornal A República, do Rio de Janeiro, em dezembro de 1870.)

Disponível em: <http:/www.historiamais.com/manifesto.htm>. Acesso em 20.09.2015. A crítica apresentada pelo Manifesto Republicano de 1870 pode ser associada: a) ao despototismo de D. Pedro II, no desrespeito à Constituição Imperial. b) aos amplos e ilimitados poderes garantidos ao Imperador pelo Poder Moderador. c) à irresponsabilidade de D. Pedro II no trato com o dinheiro e com as finanças públicas. d) ao estado de corrupção e fraudes que envolvia D. Pedro II e grande parte de seus assessores. e) aos prejuízos econômicos do país nas negociatas que D. Pedro II realizou com a Inglaterra. QUESTÃO 7

Os negros livres e libertos preocuparam os observadores do acaso do Império português no Brasil, mas foi, sobretudo, pensando nos escravos que eles distinguiram a atuação de um “partido negro”. Um anônimo informante da Coroa portuguesa escreveria numa data entre 1822 e 1823: (...) embora havendo no Brasil aparentemente só dois partidos [portugueses e brasileiros], existe também um terceiro: o partido dos negros e das pessoas de cor, que é o mais perigoso, pois se trata do mais forte numericamente falando. Tal partido vê com prazer e com esperanças criminosas as dissensões existentes entre os brancos, os quais dia a dia têm seus números reduzidos”. Fonte: REIS, João José. O Jogo Duro do Dois de Julho: o “Partido Negro” da Independência da Bahia. In: REIS, João José & SILVA, Eduardo.

Negociação e Conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 79-98. A denúncia da existência de um perigoso “partido negro”, no contexto da luta pela independência na Bahia, pode ser explicada pela: a) ameaça dos negros, escravizados e libertos, de se revoltarem contra os brancos e lutarem pela continuidade

do domínio lusitano sobre a colônia. b) existência de uma organização partidária de negros livres e escravizados, que regulava ações conjugadas em

toda a colônia pela extinção do trabalho escravo. c) participação de grande número de escravizados e negros livres na guerra de independência do Brasil, que

poderia evoluir para uma luta contra o regime de escravidão. d) ameaça de união entre as organizações antiescravistas brasileiras e os grupos revolucionários que

estabeleceram uma República de negros no Haiti, no final do século XVIII. e) aliança firmada entre os negros libertos e os portugueses contra os proprietários de terras brasileiros, que

poderia resultar num decreto do governo lusitano extinguindo o trabalho escravo na colônia. QUESTÃO 8

Mesmo antes da ruptura da colônia brasileira com a metrópole portuguesa em 1822, José Bonifácio de Andrada e Silva já admitia que seria muito difícil: [...] a liga de tanto metal heterogêneo, como brancos, mulatos, pretos livres e escravos, índios, etc., em um corpo sólido e político.

SILVA, Ana Rosa Cloclet da. Construção da nação e escravidão no pensamento de José Bonifácio: 1783-1823. Campinas, SP: Ed. da Unicamp,1999. p. 178.

Na presente fala do “Patriarca da Independência” em relação à sociedade brasileira, é importante observar que existe uma preocupação de ordem social na construção da Nação brasileira. Bonifácio considerava que a a) heterogeneidade dos habitantes do Brasil, marcada pela presença de negros e índios, revelava-se um

problema para a construção de um projeto nacional com a edificação de um Império do Brasil mais civilizado. b) presença de gente de tantas cores e condições poderia atrapalhar a convivência harmoniosa entre os

habitantes da futura Nação, sobretudo porque os índios eram muito belicosos e os negros não se adaptariam à liberdade.

c) presença de negros na sociedade brasileira decorrente do escravismo colonial atrapalhava a construção da Nação por não servir à sustentabilidade da economia agroexportadora e monocultora do café.

d) mistura de raças não era recomendável para uma colônia que queria se tornar uma monarquia constitucional reconhecida por todos os países europeus, principalmente pelos anglo-saxões, que eram abolicionistas.

e) grande dificuldade seria colocar em prática o processo de catequização dos índios e de civilização aos negros africanos, sobretudo porque esses grupos eram considerados pelos homens brancos como incapazes de sair da barbárie.

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QUESTÃO 9

“Em 1822, a América espanhola, de independência conquistada em oposição a uma metrópole e suas Cortes em muitos aspectos tidas por opressoras, agora plenamente reconhecida por uma potência de primeira grandeza como eram os Estados Unidos, ofereceria um modelo para a independência do Brasil.”

João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-1822). São Paulo: Hucitec, 2015, p.448. O caráter exemplar que a independência da América espanhola representou, segundo o texto, para aqueles que lutavam pela independência do Brasil pode ser identificado, por exemplo, na a) capacidade de manter a coesão territorial da antiga colônia, que acabou por gerar uma única e

poderosa nação. b) subserviência imediata aos interesses comerciais e políticos norte-americanos, que rapidamente se

impuseram sobre toda a América. c) disposição de defender princípios emancipacionistas e enfrentar militar e politicamente as forças da metrópole. d) possibilidade de estabelecer laços comerciais imediatos e lucrativos com as antigas colônias portuguesas do

litoral africano. QUESTÃO 10

É hoje a nossa festa nacional. O Brasil inteiro, da capital do Império a mais remota e insignificante de suas aldeolas, congrega-se unânime para comemorar o dia que o tirou dentre as nações dependentes para colocá-lo entre as nações soberanas, e entregou-lhe os seus destinos, que até então haviam ficado a cargo de um povo estranho.

Gazeta de Notícias, 7 set. 1883. As festividades em torno da Independência do Brasil marcam o nosso calendário desde os anos imediatamente posteriores ao 7 de setembro de 1822. Essa comemoração está diretamente relacionada com a) a construção e manutenção de símbolos para a formação de uma identidade nacional. b) o domínio da elite brasileira sobre os principais cargos políticos, que se efetivou logo após 1882. c) os interesses de senhores de terras que, após a Independência, exigiram a abolição da escravidão. d) o apoio popular às medidas tomadas pelo governo imperial para a expulsão de estrangeiros do país. e) a consciência da população sobre os seus direitos adquiridos posteriormente à transferência da Corte para o

Rio de Janeiro.

PERÍODO REGENCIAL (1831 – 1840)

QUESTÃO 1

O pastor norte-americano Pat Robertson, dono do canal de comunicação Christian Broadcasting Network, afirmou que a tragédia provocada pelo terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, foi decorrente do “pacto com o diabo” que setores da população haitiana teriam feito para que o país se tornasse independente. Nas palavras do Pastor, "Os haitianos estavam sob o jugo da França. Eles se uniram e fizeram um pacto com o diabo. Disseram: 'Serviremos a ti caso nos liberte da França'".

(Adaptado de Haroldo Ceravolo Sereza, “Pastor americano atribui terremoto a 'pacto com o Diabo' e provoca protestos; país se libertou da França em 1804”. Uol notícias. 14/01/2010. Disponível em https://noticias.uol.com.br/especiais/terremoto-haiti/ultnot/2010/01/14/ult9967u9.jhtm.

Acessado em30/08/2017.) A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. a) A independência do Haiti foi decisiva para que o Império Brasileiro, que projetava a construção de um Estado

Nação reconhecido internacionalmente, reprimisse movimentos como a Revolta Malês, em Salvador (1835). b) A declaração do Pastor é pautada em preconceitos em relação às práticas religiosas dos afrodescendentes no

Haiti. A conquista espiritual, parte dos projetos imperialistas, garantiu a eliminação de religiões consideradas pagãs nas Américas.

c) Colônia francesa nas Antilhas, Saint Domingue tornou-se responsável por 40% da produção mundial de cacau no século XVIII. A mão de obra empregada era majoritariamente escrava, com a exploração de africanos ou de seus descendentes.

d) O processo de independência do Haiti foi apoiado por outras colônias, interrompendo o projeto imperialista europeu no Novo Mundo. Após 1804, os EUA conduzem as ações imperialistas na América, tornando-se a principal referência cultural no continente.

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QUESTÃO 2 Considere os fragmentos abaixo.

“Lei de 18 de Agosto de 1831” "Cria as Guardas Nacionais e extingue os corpos de milícias, guardas municipais e ordenanças. [...]”

Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/ lei-37497-18-agosto-1831-56430 publicacaooriginal-88297-pl.html (texto adaptado)

“De tão conservadora, e atuante, ela criou uma tradição, estendendo a sua atuação até a Primeira República, sobretudo nas áreas rurais do país.”

SCHWARCZ, Lilia e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia Das Letras, 2015, p. 24 8 .

Assinale a alternativa que situa CORRETAMENTE a criação da Guarda Nacional e as razões de sua permanência até a Primeira República. a) Em meio às disputas entre Moderados, Exaltados e Restauradores no Rio de Janeiro pelo governo central da

Regência, e da ocorrência de revoltas nas províncias, a Guarda Nacional foi constituída pelas elites locais como força repressiva confiável, tornando-se uma das bases do poder local até a chamada República Oligárquica.

b) Para garantir a ordem e conter as revoltas dos Restauradores partidários do retorno de D. Pedro I, a Guarda Nacional foi constituída para enfrentar as Guardas Municipais formadas por portugueses aliados aos proprietários rurais, o que garantiu um instrumento de repressão eficiente até a Primeira República.

c) Com o objetivo de substituir as Ordenanças de origem portuguesa, responsáveis pela guarda pessoal do imperador, a Guarda Nacional foi criada de acordo com o modelo francês das milícias de cidadãos, e eram forças responsáveis por proteger pessoalmente os regentes e, posteriormente, os presidentes da República.

d) De acordo com os interesses dos Moderados, Exaltados e Restauradores, aliados durante todo o Período Regencial para garantir a unidade territorial do país, a Guarda Nacional foi criada para apoiar o Exército na tarefa de garantir a segurança das fronteiras, o que explica a sua atuação durante a República da Espada.

QUESTÃO 3 Entre 7 de abril de 1831 e 24 de julho de 1840, o Brasil foi governado por regentes. Isso deveu-se à abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de seu filho que tinha então cinco anos e quatro meses de idade. Esse Período regencial, de pouco mais de 9 anos, teve inicialmente duas regências trinas, e após um ato adicional, em 1834, que alterou o modelo de regência previsto na Constituição Imperial de 1824, teve, também, duas regências unas. Essa época da história brasileira foi marcada por a) várias rebeliões em províncias do norte, nordeste e sul do país, algumas delas com objetivos separatistas e

outras com caráter de defesa da monarquia. b) grandes avanços nos direitos sociais e uma maior unificação e pacificação interna, se comparada aos

períodos de governo dos dois imperadores. c) acentuar o espírito republicano do povo brasileiro, o que levou à crise e queda imediata da monarquia e à

adoção da república como forma de governo. d) efetivar o consenso entre restauradores e trabalhistas que se mantiveram no poder alternadamente, mas não

realizaram nenhuma inovação federalista no modelo monárquico brasileiro. QUESTÃO 4

O escritor José de Alencar relata como ocorriam as reuniões do Clube da Maioridade, realizadas na casa de seu pai em 1840. Discutia-se nessas ocasiões a antecipação da maioridade do imperador D. Pedro II, então com apenas 14 anos, para que ele pudesse assumir o trono antes do tempo determinado pela Constituição. No fim da vida, José de Alencar rememora os episódios de sua infância e chega a uma surpreendente conclusão: os políticos que frequentavam sua casa na ocasião iam lá não porque estavam pensando no futuro do país, mas apenas para devorar tabletes e bombons de chocolate. Conforme o relato do escritor, os membros do Clube da Maioridade, discutindo altos assuntos na sala de sua casa, pareciam realmente gente séria e preocupada com os destinos do Brasil, até que chegava a hora do chocolate.

Para Alencar, a discussão política no Brasil se resumia a um “devorar de chocolate”, isto é, cada um defendia apenas seus interesses particulares e nada mais.

Adaptado de Daniel Pinha Silva, “O império do chocolate”, em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/leituras/o-imperio-do-chocolate. Acessado em: 01/08/2016.

Sobre o Golpe da Maioridade e a visão de José de Alencar a esse respeito, é correto afirmar que: a) O golpe foi uma manobra das elites políticas, que criaram uma forma de alterar a Constituição e contemplar os

seus interesses durante o período regencial, fato criticado por Alencar ao fazer uma anedota com o chocolate. b) Ao entregar o poder a um jovem de 14 anos, alegando ser maior de 18, os políticos do Império manifestavam

uma ousada visão política para evitar a influência da Inglaterra nos assuntos brasileiros, preservando seus interesses como donos de escravos.

c) O golpe foi uma resposta dos conservadores às propostas liberais que pretendiam estabelecer a República no país, e Alencar apontou uma prática política dos parlamentares que é recorrente na história do país.

d) José de Alencar expressou sua decepção com os políticos e, ao registrar sua visão sobre o Clube da Maioridade, o escritor contribuiu para inibir procedimentos semelhantes durante o Império, assegurando uma transição pacífica e legal para a República, em 1889.

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QUESTÃO 5 Leia atentamente o texto abaixo e em seguida responda:

O Ato Adicional de 1834 reformou a constituição em sentido descentralizante. Criou as assembleias provinciais, concedendo mais poder às províncias, e aboliu o Conselho de Estado. À maior descentralização seguiu-se um recrudescimento dos conflitos e revoltas provinciais. Nunca houve período mais conturbado na história do Brasil.

CARVALHO, J. M.. D. Pedro II: ser ou não ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 36. As revoltas ocorridas durante o período regencial expressavam um grande descontentamento com o projeto centralizado de Estado, liderado pelas elites enraizadas na Corte. Sobre as revoltas regenciais é CORRETO afirmar que: a) os revoltosos eram formados, exclusivamente, por grandes proprietários de terra que disputavam entre si o

direito de maior representatividade e projeção no cenário nacional. b) em sua maioria, as revoltas regenciais ameaçavam a unidade do Império por meio de reivindicações que

poderiam levar à fragmentação do território em pequenas repúblicas. c) índios e africanos foram os grupos sociais que representaram maior resistência aos movimentos revoltosos,

lutando ao lado do governo imperial. d) a luta contra a escravidão era uma reivindicação comum a todas as revoltas que ocorreram no período,

representando o início das manifestações abolicionistas no país. e) o sucesso dos conflitos armados contribuiu para que as províncias alcançassem maior autonomia

administrativa e suas elites pudessem implementar projetos políticos baseados no federalismo. QUESTÃO 6 Leia o texto.

Em abril de 1831, Dom Pedro I abdicou ao trono do Brasil em favor de seu filho, Dom Pedro de Alcântara que tinha, então, cinco anos de idade. Uma Regência foi criada para governar até que Dom Pedro II, como ficaria conhecido, atingisse a maioridade e pudesse ser coroado. Durante o Período Regencial, a política brasileira foi marcada a) a)pela intensificação da política expansionista do regente Feijó, que acentuou os conflitos internacionais no

Cone Sul (Guerras da Cisplatina e do Paraguai), e pelo aumento progressivo da dívida externa brasileira. b) b)pela fragmentação do Império, marcada pela perda de territórios fronteiriços (Província Cisplatina, Amazônia

Colombiana) nos combates com as tropas de Simón Bolívar e José de San Martín. c) c)pelo pacto federativo, conduzido pelo jovem imperador, que favoreceu as demandas dos regionalistas,

concedendo autonomia administrativa às províncias. d) d)pela promulgação da primeira Constituição do Império, que sofreu forte resistência das elites regionais por

seu caráter centralizador, pela criação do poder Moderador e pela extensão do direito de voto aos analfabetos. e) e)pela criação das Assembleias Legislativas Provinciais e pela eclosão de rebeliões em diversas províncias,

sendo algumas de caráter popular (como a Cabanagem) e outras comandadas pelas elites regionais (caso da Guerra dos Farrapos).

GOVERNO DE D. PEDRO II (1840 – 1889)

QUESTÃO 1

É correto interpretar a charge, que representa D. Pedro II e foi publicada em 1887, como uma a) demonstração da exaustão provocada pela diversidade de

atividades exercidas pelo imperador. b) valorização do esforço do imperador em manter-se atualizado

em relação ao que acontecia no país. c) crítica à passividade e à inoperância do imperador em meio a

um período de dificuldades no país. d) denúncia da baixa qualidade da imprensa monárquica e de

suas insistentes críticas ao imperador. e) celebração da serenidade e harmonia das relações sociais no

país durante o Império.

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QUESTÃO 2

Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil viveu um período extremamente turbulento em sua História. Novos ideais emergiam diante de uma estrutura política, que não atendia aos interesses de um grupo, a nova burguesia urbana, que ascendia no cenário político da época, buscando representação e participação na vida política brasileira. Contudo, não encontravam espaço no sistema, que vigorava até então. A base de sustentação do Império – a monarquia monocultora e escravista – via-se, então, em processo de desestruturação, sendo alvo de pesadas críticas.

CARVALHO, Mariana Nunes de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao regime monárquico.Fonte:http://www.encontro2008.rj.anpuh.org/resources/content/anais/1212976674_ARQUIVO_MARIANA-ANPUH-2008.pdf

Esse momento relatado propiciou várias contestações do sistema político brasileiro, as quais tinham entre suas bandeiras a) o fim da monarquia e a abolição da escravidão. b) a instituição do trabalho compulsório e da República. c) o início da industrialização e a ampliação da escravidão. d) o apoio à política migratória e a defesa do sistema parlamentar. e) a reforma no modelo político e a demarcação das terras indígenas. QUESTÃO 3

O processo que conduziu à abolição da escravidão no Brasil e que contou com a atuação de nomes como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Luís Gama, Castro Alves, Rui Barbosa e muitos outros intelectuais teve seu desenlace com a assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888; contudo, conforme o excerto a seguir, muitos veem esse processo como inacabado.

“Conservadora e curta, com pouco mais de duas linhas, a Lei nº 3.353, a chamada Lei Áurea, decretou, no dia 13 de maio de 1888, o fim legal da escravidão no Brasil. Mas se a escravidão teve seu fim do ponto de vista formal e legal há 130 anos, a dimensão social e política está inacabada até os dias atuais. Essa é a principal crítica de estudiosos e militantes dos movimentos negros à celebração do 13 de maio como o dia do fim da escravatura”. GONÇALVES, Juliana. 130 anos de abolição inacabada. Brasil de fato. Acessível em: https://www.brasildefato.com.br/2018/05/13/130-anosde-

uma-abolicao-inacabada/acesso em 05/07/2018. Em relação ao fim da escravidão no Brasil, na perspectiva do trecho acima, pode-se afirmar corretamente que a) apressou a queda do já combalido sistema monárquico e sua substituição por uma república em 15 de

novembro de 1889, mas não criou condições necessárias para a plena integração dos libertos na sociedade brasileira.

b) atrasou o estabelecimento de um governo republicano que inserisse a população afrodescendente na sociedade brasileira com igualdades de condições aos demais grupos, o que só correu no Estado Novo em 1937.

c) por ter sido muito tardio, proporcionou condições para uma adequada inserção da população de ex-escravos na sociedade brasileira na condição de proprietária das terras a ela destinadas pelo governo.

d) ocorreu exclusivamente pelo interesse da monarquia em angariar o apoio do movimento abolicionista, que era muito popular junto à população, e em se opor aos seus rivais tradicionais, os latifundiários e os militares.

QUESTÃO 4

Terra do sonho é distante/e seu nome é Brasil/ plantarei a minha vida/ debaixo de céu anil/ Minha Itália, Alemanha/ Minha Espanha, Portugal/talvez nunca mais eu veja/ minha terra natal.

Milton Nascimento. Sonho imigrante. Acerca do processo de imigração para o Brasil, registrado no século XIX, é correto afirmar: a) O Brasil tornou-se o destino preferencial dos imigrantes europeus graças à possibilidade de se constituírem

pequenos proprietários rurais devido à promulgação da Lei de Terras em 1850. b) Desde a proclamação da independência do Brasil, a imigração europeia foi estimulada pelo governo central

como uma maneira de atender às pressões inglesas pelo fim da escravidão no país. c) O fluxo imigratório só deslanchou no Brasil após as alterações nas leis trabalhistas que garantiram condições

de trabalho análogas àquelas oferecidas no continente europeu. d) A partir da década de 1870, com as iniciativas do governo de São Paulo, intensificou-se o fluxo imigratório de

europeus para a província paulista destinados, sobretudo, à produção cafeeira. e) A modernização das atividades agrícolas brasileiras iniciaram-se a partir do declínio da produção canavieira e

com o desenvolvimento do complexo cafeeiro na região do Recôncavo Baiano e do Sul da Bahia.

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QUESTÃO 5 Leia o trecho abaixo escrito pelo médico legista e psiquiatra Nina Rodrigues.

A concepção espiritualista de uma alma da mesma natureza em todos os povos, tendo como consequência uma inteligência da mesma capacidade em todas as raças, apenas variável no grau de cultura e passível, portanto, de atingir, mesmo em um representante das raças inferiores, o elevado grau a que chegaram as raças superiores, é uma concepção irremessivelmente condenada em face dos conhecimentos científicos modernos.

RODRIGUES, Raimundo Nina. As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil.Salvador: Livraria Progresso, 1957. p. 28. Analisando o pensamento exposto de Nina Rodrigues, inserido no fim do século XIX, podemos compreender que a) o dito de Nina Rodrigues se encaixa no pensamento imperialista em que grandes potências europeias

tentaram legitimar sua dominação aos continentes africano e asiático, demonstrando como as qualidades e os defeitos dos diferentes povos eram exclusivamente fonte de seu meio social.

b) a teoria demonstrada no texto foi inspirada nas ideias de Thomas Malthus, economista britânico que desenvolveu a hipótese de que o aumento populacional traria maiores possibilidades genéticas e, por consequência, um aprimoramento evolucionista.

c) o autor foi influenciado pelo darwinismo social, desenvolvido pelo naturalista britânico Charles Darwin como forma de explicar a seleção natural, que privilegiava os mais fortes e adaptados diante dos demais, reforçando a dominação europeia sobre outros continentes.

d) fica clara a insatisfação contra o neocolonialismo europeu e contra sua dominação recorrente, visto que as raças eram tidas como de iguais condições quanto à possibilidade de evolução.

e) diversos intelectuais adotaram a existência de uma raça superior às demais, defendendo inclusive o incentivo à imigração de trabalhadores europeus como forma de branqueamento da população brasileira ao longo do tempo.

QUESTÃO 6

A partir da década de 1970, ganhou espaço a interpretação de que o imperialismo inglês foi a causa da Guerra do Paraguai, deflagrada em dezembro de 1864. Segundo essa vertente, o trono britânico teria utilizado o Império do Brasil, a Argentina e o Uruguai para destruir um suposto modelo de desenvolvimento paraguaio, industrializante, autônomo, que não se submetia aos mandos e desmandos da potência de então. Estudos desenvolvidos a partir da década de 1980, porém, revelam um panorama bastante distinto.

(Francisco Doratioto. Paraguai: guerra maldita. Em: Luciano Figueiredo,História do Brasil para ocupados, 2013. Adaptado)

Os novos estudos sobre a Guerra do Paraguai a) questionam a superioridade militar da aliança entre Argentina, Brasil e Uruguai e consideram que a vitória

dessas nações derivou mais de algumas circunstâncias favoráveis do que da competência bélica. b) apontam para o expansionismo territorial do Império do Brasil como o principal causador dessa guerra, como

pode ser verificado por meio das pretensões brasileiras por territórios divisos com o Paraguai e a Argentina. c) atribuem a responsabilidade do conflito aos quatro países envolvidos, que estavam em um momento particular

de suas histórias, porque se encontravam em meio aos processos de construção e consolidação dos Estados Nacionais.

d) demonstram como a inabilidade diplomática das nações envolvidas provocou uma guerra prolongada e muito cara, que, em última instância, gerou forte dependência econômica da região durante o resto do século XIX.

e) realçam a importância do Uruguai e da Argentina como provocadores desse conflito regional porque defendiam que a navegação do estuário do Prata fosse exclusividade dessas nações, trazendo imediato prejuízo à Inglaterra.

QUESTÃO 7 Observe os documentos abaixo:

Documento 1 O fotografo português Cristiano Junior retratou os tipos de trabalhadores característicos das ruas da Corte

do Rio de Janeiro, ao longo do século XIX.

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Documento 2

Em 18 de janeiro de 1858, a Câmara Municipal de Três Pontas enviava o seguinte ofício ao Presidente da Província de Minas Gerais:

"A falta de braços ocasionada pela morte dos escravos tem também influído consideravelmente para a diminuição da produção porque o agricultor não acha meios de os substituir em razão de o pequeno número de trabalhadores livres que existe neste município achar um salário maior do que aquele que razoavelmente se pode pagar para cultivar a terra, na condução de gado, porcos e tropas para o mercado da Corte (...)"

Adaptado de: Martins, Marcos Lobato. O debate sobre trabalho escravo, abolicionismo e trabalho livre no Sul de Minas (décadas de 18701880), Revista Esboços, Florianópolis, v. 19, n. 28, p. 208-235, dez. 2012, p. 215.

Utilizando as informações presentes nos documentos acima, e seus conhecimentos sobre a sociedade e o mundo do trabalho no Brasil do Segundo Reinado, assinale a alternativa CORRETA: a) Os melhores salários eram pagos para os que atuavam no trabalho agrícola, sendo grande a migração das

cidades para as áreas rurais. b) Na maioria das cidades brasileiras do século XIX conviviam trabalhadores livres e escravos, que podiam

exercer atividades distintas. c) As mulheres negras, escravas ou não, eram proibidas de exercer ofícios fora das casas. d) A mão de obra assalariada só pode ser adotada no Brasil após a abolição da escravidão. e) O trabalho de crianças, fossem elas livres ou escravas, era proibido por lei e regulamentado pelo Estado. QUESTÃO 8

“No início do século XVII, temos as primeiras referências, nos documentos, a escravos fugidos que formam uma comunidade na área dos Palmares, na região serrana a cerca de 60 quilômetros da costa do atual estado de Alagoas, por volta de 1605. (...) Em 1667, os quilombolas começaram a atacar fazendas para conseguir armas, libertar escravos e vingar-se de senhores e feitores. (...)Os ataques portugueses intensificaram-se nos anos seguintes, sem sucesso, até que o paulista Domingos Jorge Velho ofereceu-se para conquistar os índios de Pernambuco, em 1685, o que abria as portas para sua atuação, também, no combate aos escravos fugidos e agrupados em Palmares.”

FUNARI, Pedro Paulo e CARVALHO, Aline Vieira de. Palmares, ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2005, pp. 11-13. “Em meados de 1887, escravos fugidos de várias partes da província, estimulados pelos caifazes, organizaram no Mont Serrat, em Santos, no litoral paulista, o Quilombo do Jabaquara – uma verdadeira cidade, de onde seus ocupantes saíam para trabalhar nas minas de carvão ou como carregadores de café no porto. Foi a maior colônia de escravos fugidos no período. O Quilombo do Jabaquara fazia parte de uma rede de quilombos muito mais ampla, ligada à Confederação Abolicionista – criada em 1883 na sede do jornal Gazeta da Tarde, na cidade do Rio de Janeiro por José do Patrocínio, João Clapp, André Rebouças, Aristides Lobo e muitos outros intelectuais, jornalistas, empresários etc.”

VAINFAS, Ronaldo e outros. História. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. p. 485. Os textos permitem afirmar que os quilombos no Brasil a) eram comunidades constituídas por negros fugidos da escravidão e brancos abolicionistas, estabelecidas em

todas as regiões, duramente combatidas pelos colonizadores portugueses e pelos industriais do império. b) foram numerosos nas regiões economicamente mais importantes do país, como Alagoas e São Paulo, onde a

massa de escravos concentrava-se para abastecer, respectivamente, várias atividades urbanas e as lavouras de cana-de-açúcar.

c) romperam a unidade do movimento de resistência dos negros à escravidão, acolhendo indígenas e outros trabalhadores dispostos a participar de uma alternativa à sociedade baseada no latifúndio, na monocultura e na escravidão.

d) tiveram papel significativo na resistência à escravidão desde o período colonial, e no império receberam o apoio de setores progressistas da sociedade favoráveis à abolição da escravidão sem indenização aos proprietários.

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QUESTÃO 9 Leia o texto a seguir.

As guerras estrangeiras, como métodos políticos, sempre foram encaradas pelo país como importunas e até criminosas, e nesse sentido especialmente a Guerra do Paraguai não deixou de sê-lo; os voluntários que a ela acudiram eram, de fato, muito pouco por vontade própria.

LIMA, Oliveira. In. HOLANDA, Sérgio B. de. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. p. 177. O texto citado, do embaixador Oliveira Lima, tematiza a política belicista brasileira e corrobora a ideia de que a) o Brasil, secularmente, procura passar uma imagem externa de país pacífico e respeitoso da autonomia

política dos países vizinhos. b) as guerras externas foram uma estratégia dos governantes a fim de consolidar a hegemonia imperialista do

Brasil na América do Sul. c) o governo Imperial relutou decisivamente em envolver-se no conflito com o Paraguai, só o fazendo por causa

da pressão popular. d) a participação do país em guerras estrangeiras, como na I e II Guerras Mundiais, faz parte do esforço de

transformar o Brasil em uma potência militar. e) as guerras são utilizadas pelos governantes como estratégia política de desviar a opinião pública interna dos

graves problemas sociais do país. QUESTÃO 10 Leia o excerto a respeito da política brasileira durante o Segundo Reinado.

Conservadores e liberais, apesar de lutarem intensamente pelo poder, representavam basicamente os mesmos interesses, ou seja, os interesses dos grandes proprietários rurais. A afirmação da época “nada mais parecido com um conservador do que um liberal no governo” tanto era verdadeira que, no início da segunda metade do século XIX, liberais e conservadores chegaram a participar do mesmo ministério. Durante quase todo o Segundo Reinado, predominou o regime parlamentarista. Sobre a política do Segundo Reinado, assinale a alternativa correta. a) O Brasil adotou o regime parlamentarista sob os moldes britânicos, extinguindo o Poder Moderador,

valorizando assim, as atividades do Poder Legislativo. b) O Ministério da Conciliação foi formado por representantes dos partidos Restaurador e Farroupilha,

constituindo uma ala progressista de apoio ao governo imperial. c) O Exército brasileiro participou ativamente da política brasileira nesse período, defendendo desde o início do

Império ideias positivistas. d) A Revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco, apresentava caráter republicano liberal, tendo influência das

revoluções europeias de 1848. e) Ao final do Império, os partidos Republicano Paulista e o Republicano Mineiro, promoveram um golpe de

Estado que resultou no novo regime a partir de 1889. QUESTÃO 11

No final do século XIX e início do século XX, a prostituição ganhou espaço na sociedade brasileira. Grandes bordéis e zonas de meretrício foram construídos e frequentados por homens de várias classes sociais. Os lugares de prostituição, tais como cabarés, cafés-encontros, pensões chiques, teatros e restaurantes, estabeleceram uma grande rede de sociabilidade, mantida por uma série de personagens: artistas, músicos, coristas, dançarinas, boêmios, gigolôs, prostitutas de diversas nacionalidades, clientes, choferes, garçons, arrumadeiras, cozinheiras, manicures, costureiras, porteiros e meninos de recados.

Fonte: Breve histórico da Prostituição no Brasil. In: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0912457_2011_cap_2.pdf. O texto apresenta o bordel como meio de entretenimento para a população brasileira do século XIX, que possuía como uma de suas principais características sociais a) a vasta limitação à liberdade sexual imposta pelo padrão conservador. b) a ampla diversidade de gênero e liberdade sexual. c) a legalização da diversidade de gênero por intermédio da constituição. d) o aumento da repressão policial às prostitutas consideradas subversivas. e) o desenvolvimento da prostituição masculina, mais aceita pela sociedade.

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QUESTÃO 12

No Brasil, do mesmo modo que em muitos outros países latino-americanos, as décadas de 1870 e 1880 foram um período de reforma e de compromisso com as mudanças. De maneira geral, podemos dizer que tal movimento foi uma reação às novas realidades econômicas e sociais resultantes do desenvolvimento capitalista não só como fenômeno mundial, mas também em suas manifestações especificamente brasileiras.

Emília Viotti da Costa, “Brasil: a era da reforma, 1870-1889”. In: Leslie Bethell, História da América Latina, v.5. São Paulo: Edusp, 2002. Adaptado.

A respeito das mudanças ocorridas na última década do Império do Brasil, cabe destacar a reforma a) eleitoral, que, ao instituir o voto direto para os cargos eletivos do Império, ao mesmo tempo em que proibiu o

voto dos analfabetos, reduziu notavelmente a participação eleitoral dos setores populares. b) religiosa, com a adoção do ultramontanismo como política oficial para as relações entre o Estado brasileiro e o

poder papal, o que permitiu ao Império ganhar suporte internacional. c) fiscal, com a incorporação integral das demandas federativas do movimento republicano por meio da revisão

dos critérios de tributação provincial e municipal. d) burocrática, que rompeu as relações de patronato empregadas para a composição da administração imperial,

com a adoção de um sistema unificado de concursos para preenchimento de cargos públicos. e) militar, que abriu espaço para que o alto-comando do Exército, vitorioso na Guerra do Paraguai, assumisse

um maior protagonismo na gestão dos negócios internos do Império. QUESTÃO 13

“As consequências da escravidão não atingiram apenas os negros. Do ponto de vista da formação do cidadão, a escravidão afetou tanto o escravo quanto o senhor. Se um estava abaixo da lei, o outro se considerava acima. A libertação dos escravos não trouxe consigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era afirmada nas leis, mas negada na prática. Ainda hoje, apesar das leis, aos privilégios e à arrogância de poucos correspondem o desfavorecimento e a humilhação de muitos.”

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 14ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, p. 53. No século XIX, o combate à escravidão no Brasil relacionou-se à a) adesão dos proprietários rurais à plena concretização dos direitos humanos. b) elaboração da Constituição por pessoas comprometidas com a justiça social. c) criação de leis emancipacionistas para a manutenção da Guerra do Paraguai. d) mobilização de diferentes grupos sociais em torno da campanha abolicionista. QUESTÃO 14 Compare as duas ilustrações de Angelo Agostini (1843-1910) sobre o reconhecimento da República brasileira pela Argentina (fig.1) e pela França (fig.2).

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Assinale a alternativa correta. a) As alegorias expressam visões diferentes sobre o imaginário da República brasileira: na primeira ela é

representada com um olhar de proximidade, e, na segunda o olhar expressa admiração, remetendo à visãocorrente do gravurista sobre as relações entre Brasil, França e Argentina.

b) O reconhecimento da França traz a confraternização entre dois países com tradições políticas muitodiferentes, porém unidos pelo constitucionalismo monárquico e posteriormente pelo ideário republicano.

c) No reconhecimento da Argentina ao regime republicano brasileiro, as duas repúblicas ocupam a mesmaposição, indicando ter a mesma idade de fundação do regime e a similaridade de suas histórias de passadocolonial ibérico.

d) As duas imagens usam a figura feminina para representar as três repúblicas, característica não usual para arepresentação artística do ideário republicano, protagonizado por lideranças masculinas.

QUESTÃO 15

A Lei nº 601 do Império do Brasil, conhecida como Lei de Terras, foi sancionada em 18 de setembro de 1850, 14 dias após a aprovação da Lei de Abolição do Tráfico Atlântico de Escravos. Como corolário da Lei de Terras e da Abolição do Tráfico entrava em cena uma política de atração de imigrantes europeus.

Lilia Schwarcz e Heloísa Starling. Brasil uma Biografia.

O objetivo da Lei de Terras era: a) desestimular os pequenos agricultores ligados à subsistência e impedir a aquisição de terras pelos imigrantes;b) desestimular o latifúndio e liberar a aquisição de terras pelos imigrantes;c) autorizar a aquisição de terras devolutas e proibir a propriedade de terras dos possuidores de Sesmarias com

empreendimentos agrícolas até aquela data;d) evitar a concentração fundiária e facilitar o acesso à terra;e) acabar com a distinção entre terras públicas e particulares e preservar a aquisição por posse ou doação da

coroa, sob pretexto de facilitar o acesso à terra por parte dos imigrantes.

GABARITOS E RESOLUÇÕES

GOVERNO DE D. PEDRO I (1822 – 1831) 1. Gabarito: B Comentários: Johann Rugendas deixou um grande legado de imagens referentes ao Brasil. Sua obra, de grande valor documental, contribuiu para que chegassem até nós imagens da paisagem natural, humana e social do Brasil do início do Século XIX. A obra “Família de fazendeiros” mostra a presença de diversos elementos dentro de um mesmo espaço como escravos, senhores e símbolos religiosos.

2. Gabarito: E Comentários: Em 1815 ocorreu na Europa o Congresso de Viena com o objetivo de retornar a velha ordem. Isso contribuiu para a ascensão do rei da França Carlos X, 1824-1830, implantar um regime similar ao velho absolutismo. No Brasil, no contexto do Primeiro Reinado, 1822-1831, D. Pedro I contribuiu para a solidificação de um regime monárquico caracterizado pela centralização do poder nas mãos do imperador através do Poder Moderador estabelecido na constituição de 1824. Em 1830, ocorreu um movimento na França que culminou com a derrubada do rei Carlos X e no Brasil intensificaram as críticas ao governo de Pedro I que, após a Noite das Garrafadas, abdicou ao trono em 1831.

3. Gabarito: D Comentários O enunciado aponta para a Confederação do Equador ocorrida em Pernambuco em 1824. Através de uma aliança entre a elite agrária e D. Pedro I, em 1822, o Brasil conseguiu sua independência diante de Portugal. No ano seguinte, foi criada uma Assembleia Nacional Constituinte com intuito de elaborar uma constituição para o país. D. Pedro I fechou a Assembleia Constituinte descontente com o denominado projeto da “Mandioca” e, no ano de 1824, foi outorgada a primeira constituição do Brasil. Esta foi centralizadora e autoritária concentrando poderes no imperador através do poder moderador. Desta forma, algumas regiões do Brasil se rebelam contra a monarquia centralizadora como ocorreu em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

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4. Gabarito: C Comentários: A despeito da pressão inglesa para que ocorresse o fim do tráfico negreiro para o Brasil, o mesmo manteve-se em alta entre 1810 e 1830, o que contribuiu para a formação escravista da nossa sociedade. 5. Gabarito: A Comentários: O texto analisa uma contradição escravista brasileira: o escravo, tratado como propriedade material, ou seja, como objeto, quando se rebelava através de formas de resistência, como o ataque a um senhor ou a fuga, era julgado e punido de acordo com a legislação penal, como se humano fosse. 6. Gabarito: B Comentários: A questão faz uma crítica ao poder moderador instituído na constituição brasileira de 1824. De acordo com este poder, o imperador poderia interferir nas demais esferas de poder, ou seja, o regime era uma monarquia constitucional, mas com uma fachada absolutista. Esta constituição foi muito centralizadora desagradando às elites locais. No mesmo ano em que a carta foi outorgada, ocorreu a Confederação do Equador em Pernambuco com caráter separatista e republicano. Muitas críticas foram feitas a este documento como sugere o Manifesto Republicano de 1870. 7. Gabarito: C Comentários: A questão aponta para a participação dos negros no processo de independência do Brasil, em especial na formação do “Partido Negro” na Bahia em 1822 e 1823. A elite branca brasileira tinha medo do “haitianismo”, ou seja, na luta pela independência do Haiti o negros aderiram ao movimento, porém imprimiram um caráter social muito forte tomando o poder e exterminando muitos brancos que eram associados à exploração. Desta forma, na guerra de independência do Brasil a participação dos negros representava um risco aos interesses da elite. 8. Gabarito: A Comentários: José Bonifácio, conhecido como o Patriarca da independência e tutor de D. Pedro II, morou boa parte de sua vida na Europa e exerceu cargos importantes. Já bem mais maduro voltou para o Brasil ganhando um papel de destaque no processo de independência do Brasil. Diante da heterogeneidade cultural brasileira – com negro, índio, mestiço e branco –, Bonifácio entendia que era difícil edificar um projeto de nação que contemplasse toda esta diversidade.

9. Gabarito: C Comentários: O texto do pesquisador João Paulo Pimenta mostra a luta da América Espanhola para realizar sua emancipação política frente a uma coroa espanhola sempre gananciosa e disposta a manter seus privilégios. Salienta também o apoio dos Estados Unidos à independência das jovens nações latino-americanas. Certamente isso serviu como modelo e referência para a emancipação política do Brasil em 1822 diante da metrópole portuguesa.

10. Gabarito: A Comentários: A exaltação da Independência está atrelada à formação de um ideal de nacionalidade e patriotismo que precisou ser construído ao longo de todo o período imperial brasileiro, uma vez que nossa Independência não foi fruto de uma mobilização conjunta da população brasileira.

PERÍODO REGENCIAL (1831 – 1840)

1. Gabarito: A Comentários: A independência do Haiti impactou não apenas o Brasil, mas todo o Continente Americano: promovida pela população negra, a independência culminou na abolição da escravatura no novo país. Por isso, os demais países americanos passaram a reprimir violentamente movimentos de caráter negro libertador, como a Revolta dos Malês, na Bahia.

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2. A Gabarito: Comentários: As Guardas Nacionais foram criadas num contexto de bastante turbulência durante o Período Regencial. Agitações políticas, marcadas pelas disputas dos diferentes partidos políticos que atuavam no país, e Revoltas regionais, como a Balaiada, a Sabinada e a Farroupilha, transformaram o ambiente político da Regência num grande barril de pólvora, o que fez com que os grandes proprietários de terra agissem para criar um regimento de defesa controlado por eles mesmos: a Guarda Nacional. Ao longo do tempo, da Regência até a Primeira República, esses grandes proprietários de terra, oportunamente chamados de Coronéis, acumularam poder político, econômico e de força, o que ajudou esse grupo social a controlar a política até a chamada República Oligárquica. 3. A Gabarito: Comentários: No período regencial, 1831-1840, completou o processo de independência do Brasil, a elite nacional começou a governar o país, surgiram os primeiros partidos políticos, iniciou a formação do Estado nacional brasileiro e o povo mais humilde pedia uma maior participação na coisa pública. Neste contexto, surgiram diversas revoltas, algumas de caráter separatista como a Farroupilha no Rio Grande do Sul, outras defenderam a monarquia como a Sabinada que defendeu a separação da Bahia até a maioridade do imperador D. Pedro II. 4. A Gabarito: Comentários: O Golpe da Maioridade foi dado em meio à crise regencial, marcada por conflitos políticos constantes e revoltas regenciais que ameaçavam a soberania nacional. Amparados em interesses particulares e elitistas, os políticos articularam a alteração da Carta Constitucional para que Pedro de Alcântara pudesse assumir o trono com 14 anos. O escritor José de Alencar, que presenciou tais articulações na infância, critica a manobra política, classificando-a como sendo de interesse particular, e não nacionalista.

5. Gabarito: B Comentários: A questão faz alusão às revoltas que ocorreram no Brasil durante o Período Regencial, 1831-1840. No Primeiro Reinado, 1822-1831, governo de D. Pedro I, começou a surgir um projeto de Estado com poder político centralizado como observamos na constituição de 1824. Com a abdicação de D. Pedro I em Sete de Abril de 1831 começou o Período Regencial. As elites agrárias começaram a entrar em conflito sobre a questão do poder político. Surgiram dois partidos políticos: o Liberal, denominado Luzia, defensor da descentralização do poder e o Conservador, chamado de Saquarema, defensor da centralização do poder. Surgiram inúmeras revoltas ameaçando a unidade territorial do Brasil. Farroupilha e a Sabinada possuíam uma proposta separatista embora a segunda defendesse um separatismo provisório, até a maioridade de D. Pedro II.

6. Gabarito: E Comentários: O Período Regencial foi muito conturbado, política e socialmente. Podemos destacar como marca disso o Ato Adicional de 1834, que criou as Assembleias Provinciais e uma gama de revoltas elitistas e populares, como a Farroupilha e a Cabanagem. GOVERNO DE D. PEDRO II (1840 – 1889)

1. Gabarito: C Comentários: D. Pedro II sofria de narcolepsia, a chamada doença do sono. Seus críticos se aproveitavam disso para pintá-lo como um soberano passivo e inoperante frente aos problemas do Segundo Reinado, em especial a questão militar e a questão escravocrata.

2. Gabarito: A Comentários: A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil passou por transformações econômicas importantes associadas à Revolução Industrial e ao café. Surgiram ferrovias e indústrias acompanhadas da transição do trabalho escravo para o trabalho livre através da chegada dos imigrantes europeus. Surgiu no Sudeste uma elite forte ligada ao café defendendo mudanças no país, por exemplo, abrir espaço na política. Desenvolveu no Brasil uma forte campanha abolicionista e republicana que culminaram no fim da escravidão em 1888 e da monarquia no ano seguinte.

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3. Gabarito: A Comentários: Em 2018 completaram 130 anos da Lei Áurea, 1888, que aboliu a escravidão no Brasil. No entanto, a elite branca racista e preconceituosa, não criou condições para a inserção dos negros na sociedade brasileira, permaneceram vivendo a margem o que explica a difícil condição que ainda vivem, vítimas de violência e racismo e preconceito mesmo representando praticamente a metade da população brasileira. 4. Gabarito: D Comentários: Ao longo do Segundo Reinado, 1840-1889, o Brasil tornou-se um grande produtor e exportador de café, isso contribuiu para a transição do trabalho escravo para o trabalho livre com a chegada dos imigrantes europeus. Na província de São Paulo surgiu uma importante elite cafeeira com viés modernizador, essa “burguesia cafeeira paulista” foi fundamental no processo da proclamação da República bem como durante a República Velha. 5. Gabarito: E Comentários: Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906) foi um grande estudioso brasileiro na segunda metade do século XIX. Herdeiro de um racismo europeu Nina construiu uma narrativa racista, cientificista e nacionalista colocando o negro como um problema social. Seu pensamento contribuiu para estimular a imigração com a chegada dos imigrantes brancos europeus para o Brasil como forma de gerar um “Branqueamento”. Somente a proposição [E] está correta. 6. Gabarito: C Comentários: Os estudos feitos entre 1970 e 1980 mostraram que, além dos países envolvidos no conflito (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), a Inglaterra teve papel decisivo na ocorrência da Guerra do Paraguai, incentivando e financiando a Tríplice Aliança no conflito.

7. Gabarito: B Comentários: A sociedade e a economia brasileira passaram por transformações ao longo do Segundo Reinado, 1840-1889. No campo da economia, o café gerou a modernização através, principalmente, das ferrovias e indústrias. No âmbito social, ocorreu a transição do trabalho escravo para o trabalho livre assalariado com a chegada dos imigrantes europeus. Somente a alternativa [B] está correta.

8. Gabarito: D Comentários: A questão trata da existência de dois importantes quilombos em épocas diferentes da História brasileira: Palmares, erguido no Período Colonial e Jabaquara, erguido no Segundo Reinado. Como os textos afirmam, ambos os quilombos resistiram às investidas do poder estatal, ainda que não eternamente. Fica claro, também, que no Segundo Reinado existia uma rede de quilombos ajudados por defensores da causa abolicionista, como André Rebouças.

9. Gabarito: A Comentários: A política oficial na História do Brasil procurou destacar para o mundo a imagem de um país tranquilo e pacífico contrário às guerras e ao espírito belicoso e que respeita a autonomia política dos nossos vizinhos da América do Sul. O texto do pensador Sérgio Buarque de Holanda aponta para esta ideia quando diz: “As guerras estrangeiras, como métodos políticos, sempre foram encaradas pelo país como importunas e até criminosas, e nesse sentido especialmente a Guerra do Paraguai não deixou de sê-lo; os voluntários que a ela acudiram eram, de fato, muito pouco por vontade própria”.

10. Gabarito: D Comentários: A Revolução Praieira, ocorrida entre 1848 e 1850, teve amplo caráter liberal, republicano e federalista, tendo sofrido influência de movimentos liberais ocorridos na Europa em 1848, conhecidos como Primavera dos Povos, em especial na França.

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11. Gabarito: A Comentários: Considerando um padrão conservador dos costumes no Brasil do século XIX devido à força da moral cristã, diversos grupos sociais, homens e mulheres, frequentavam os bordéis como forma de fugir daquela limitação sexual imposta pela sociedade. Assim, a prostituição ganhou força no Brasil do século XX conforme aponta o texto. 12. Gabarito: A Comentários: A Reforma Eleitoral que a questão retrata é a ocorrida em 1881. Ela estabeleceu a eleição direta para cargos legislativos e a exclusão dos analfabetos do pleito. No modelo anterior, o voto era censitário e incluía os analfabetos. Nesse sistema, por critério de renda, os eleitores paroquiais elegiam os eleitores de província e estes elegiam os deputados. No sistema estabelecido a partir de 1881, os eleitores paroquiais e os analfabetos foram excluídos, o que levou a uma diminuição drástica do número de eleitores no Império. 13. Gabarito: D Comentários: A campanha abolicionista ganhou força no Brasil durante o Segundo Reinado, amparada, principalmente, na pressão da Inglaterra e na ascensão de partidos liberais e republicanos no país. 14. Gabarito: A Comentários: Agostini era um cartunista declaradamente republicano (tanto que boa parte dos seus cartuns criticava d. Pedro II e a decadência do Segundo Reinado). Nas imagens em questão, ele retratou a República de maneira convencional: feminina, com vestes longas e fazendo uso do barrete. No caso do encontro entre as repúblicas argentina e brasileira, o sentimento é de fraternidade. No caso do encontro entre as repúblicas francesa e brasileira, o sentimento é de maternidade, admiração e apoio. 15. Gabarito: A Comentários: A economia cafeeira necessitava de muita mão de obra e a elite brasileira tinha interesse na vinda dos imigrantes para substituir os escravos. A Lei de Terras de 1850 visava dificultar a aquisição de terras considerando que a posse se daria apenas através da compra, ou seja, caberia aos pobres se submeter aos interesses da elite agrária brasileira.

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