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Patologia Médica III Cardiologia Ficha #8 ENDOCARDITE INFECCIOSA Bibliogra fia 2009 Guidelines on the Prevention, Diagnosis and Treatment of Infective Endocarditis Febre e um sopro na enfermaria Um homem de 68 anos com antecedentes de doença valvular mitral degenerativa, hipertensão arterial e diabetes, foi internado há cerca de uma semana no serviço de medicina por pneumonia adquirida na comunidade e tratado com levofloxacina. O estudo microbiológico inicial foi negativo. A evolução clínica foi inicialmente favorável, mas pelo 8º dia de internamento foi notado um agravamento marcado do estado do doente, com recidiva de febre e aparecimento de ortopneia e dispneia em repouso. Dois dias antes foi necessário trocar o acesso venoso periférico por flebite exuberante no braço esquerdo. Ao exame objectivo, para além de marcada estase pulmonar, foi notado um ritmo irregular a 140/min, com sopro protossistólico mitral (de novo). A tensão arterial era de 95/50 mmHg e o débito urinário de 30 mL por hora. A saturação de oxigénio periférica era de 88%. Eram visíveis hemorragias ungueais e subconjutivais. 1. A história apresentada poderá estar relacionada com endocardite bacteriana. Como confirmaria o diagnóstico? (Aplique os critérios de Duke com a informação da figura 1 e 2). 2. As imagens que se seguem são da ecocardiografia transtorácica. Em que válvula está o problema? Figura1: Incidência paraesternal eixo longo (2D) em diástole

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Patologia Médica III Cardiologia

Ficha #8 ENDOCARDITE INFECCIOSA

Bibliografia 2009 Guidelines on the Prevention, Diagnosis and Treatment of Infective Endocarditis

Febre e um sopro na enfermaria

Um homem de 68 anos com antecedentes de doença valvular mitral degenerativa, hipertensão arterial e diabetes, foi internado há cerca de uma semana no serviço de medicina por pneumonia adquirida na comunidade e tratado com levofloxacina. O estudo microbiológico inicial foi negativo.

A evolução clínica foi inicialmente favorável, mas pelo 8º dia de internamento foi notado um agravamento marcado do estado do doente, com recidiva de febre e aparecimento de ortopneia e dispneia em repouso. Dois dias antes foi necessário trocar o acesso venoso periférico por flebite exuberante no braço esquerdo.

Ao exame objectivo, para além de marcada estase pulmonar, foi notado um ritmo irregular a 140/min, com sopro protossistólico mitral (de novo). A tensão arterial era de 95/50 mmHg e o débito urinário de 30 mL por hora. A saturação de oxigénio periférica era de 88%. Eram visíveis hemorragias ungueais e subconjutivais.

1. A história apresentada poderá estar relacionada com endocardite bacteriana. Como confirmaria o diagnóstico? (Aplique os critérios de Duke com a informação da figura 1 e 2).

2. As imagens que se seguem são da ecocardiografia transtorácica. Em que válvula está o problema?

Figura1: Incidência paraesternal eixo longo (2D) em diástole

Figura 2: Incidência apical 4 câmaras – (2D e Doppler cor) em protossístole

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3. Quais as consequências desse envolvimento valvular?

4. Se o ecocardiograma transtorácico fosse normal, que atitude deveria ser tomada?

5. Explique o envolvimento cutâneo na endocardite.

6. Pela história apresentada, qual seria o agente etiológico mais provável?

7. Na verdade as hemoculturas do doente foram sempre negativas. Como interpreta este facto?

8. Que tratamento antibiótico sugere?

9. E qual a duração do mesmo?

10. Para além do tratamento antibiótico, o restante tratamento médico seria também essencial. Quais as suas prioridades de tratamento?

11. Considerava neste caso o tratamento cirúrgico? Se sim, em que momento?

12. Quais as complicações mais frequentemente associadas à endocardite?

13. Na presença de uma complicação embólica cerebral, quais são as atitudes a tomar?

14. Como gerir a toxicidade renal dos aminoglicosídeos e da vancomicina?

15. A profilaxia da endocardite bacteriana é um tema controverso em medicina cardiovascular. De acordo com as recomendações mais recentes quais são as situações predisponentes que obrigam a realizar profilaxia de endocardite?

16. Quais são as intervenções estomatológicas, pneumológicas, urológicas e endocópicas que obrigam a realizar profilaxia nos grupos de doentes acima referidos?

17. Que regimes antibióticos são recomendados na profilaxia de endocardite infecciosa?