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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia Departamento de Fisioterapia VANESSA DA NÓBREGA DIAS AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 Natal - RN 2016

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia

Departamento de Fisioterapia

VANESSA DA NÓBREGA DIAS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS COM DIABETES

MELLITUS TIPO 2

Natal - RN

2016

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VANESSA DA NÓBREGA DIAS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS COM DIABETES

MELLITUS TIPO 2

Natal – RN

2016

Dissertação à Universidade Federal do Rio Grande do

Norte – Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia,

para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

Orientador (a): Prof.ª Drª. Juliana Maria Gazzola

Co-Orientador: Dr. André Gustavo P. Souza

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Dias, Vanessa da Nóbrega.

Avaliação do desempenho funcional de idosos com diabetes

mellitus tipo 2 / Vanessa da Nóbrega Dias. - 2017. 64 f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós Graduação em Fisioterapia. Natal, RN, 2016.

Orientador: Profª. Drª. Juliana Maria Gazzola.

Coorientador: Prof. Dr. André Gustavo Pires de Souza.

1. Idoso - Dissertação. 2. Incapacidade - Dissertação. 3.

Funcionalidade - Dissertação. 4. Diabetes mellitus - Dissertação.

5. WHODAS - Dissertação. I. Gazzola, Juliana Maria. II. Souza,

André Gustavo Pires de. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 615.8-053.3

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Dedicatória

Dedico esta dissertação ao meu avô Arlindo Álvares da Nóbrega, sinônimo de bondade, caráter

e amor.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por ter guiado meu caminho e me dado forças suficientes

para seguir conforme a Sua vontade.

À minha mãe Arselúcia da Nóbrega Dias, por ter lutado bravamente para que eu pudesse

ter uma educação de qualidade e a formação profissional que almejei.

À minha família, em especial às minhas tias Ana Lúcia e Assíria, minha irmã Joselúcia e

minha prima Maria Alice, pelo incentivo e apoio constantes.

Aos professores de toda a minha vida acadêmica, pela dedicação em ensinar e repassar

experiências que ultrapasam o âmbito profissional.

À minha orientadora Juliana Maria Gazzola, pela paciência, incentivo e orientação, que

foram além deste trabalho.

A meu companheiro de vida Dayvid Farias, por se fazer ouvinte e amigo nos momentos

difíceis que acompanharam este sonho.

Aos membros da banca, pelas contribuições que auxiliaram a melhorar este trabalho.

À minha dupla de conquistas e amiga Adriana, por tantos momentos compartilhados e

vencidos, bem como a todos do LAIS, especialmente as alunas dedicadas Alice, Lizânia, Maria

e Gil e aos mestrandos Bartolomeu e Fabieli, que tanto auxiliaram na realização desta pesquisa.

De forma geral, agradeço a todos os amigos, especialmente Yanna Ferreira, Herta Janine

e Rafaela Faustino, pela torcida e por terem deixado meus dias mais leves, ajudando a concretizar

os desafios diários.

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SUMÁRIO

Listas

Resumo

1INTRODUÇÃO ...................................................................................................................

1.1 Justificativa........................................................................................................................

2 REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................................

2.1 Fisiopatologia da Diabetes Mellitus tipo 2........................................................................

2.2 Funcionalidade e incapacidade no idoso............................................................................

2.3 Incapacidade funcional em idosos com Diabetes Mellitus.................................................

3 OBJETIVOS.....................................................................................................................

3.3 Objetivo Geral....................................................................................................................

3.2 Objetivos Específicos.........................................................................................................

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4 METODOLOGIA ...........................................................................................................

4.1 Desenho do estudo.............................................................................................................

4.2 População e amostra...........................................................................................................

4.3 Critérios de elegibilidade...................................................................................................

4.4 Instrumentos de medida.....................................................................................................

4.5 Procedimentos de avaliação...............................................................................................

4.6 Aspectos éticos...................................................................................................................

4.7 Análise estatística e cálculo amostral.................................................................................

5 RESULTADOS....................................................................................................................

6 DISCUSSÃO.........................................................................................................................

7 CONCLUSÃO......................................................................................................................

REFERÊNCIAS......................................................................................................................

APÊNDICES............................................................................................................................

ANEXOS..................................................................................................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -

Tabela 2 -

Tabela 3 -

Tabela 4 -

Tabela 5 -

Tabela 6 -

Distribuição de ocorrências e percentuais que caracterizam os resultados das

variáveis sociodemográficas de uma amostra de 81 idosos com Diabetes Mellitus

tipo 2 atendidos em um hospital universitário do nordeste brasileiro....................22

Distribuição de ocorrências e percentuais que caracterizam os resultados das

variáveis clínicas (presença de doenças) de uma amostra de 81 idosos com Diabetes

Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital universitário do nordeste

brasileiro................................................................................................................23

Distribuição de ocorrências e percentuais que caracterizam os resultados das

variáveis clínicas (número de medicamentos) de uma amostra de 81 idosos com

Diabetes Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital universitário do nordeste

brasileiro................................................................................................................24

. Análise descritiva das variáveis psicocognitivas e funcionais de uma amostra de 81

idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital universitário do

nordeste brasileiro..................................................................................................25

Análise inferencial entre o desempenho funcional avaliado pelos WHODAS 2.0 e

as variáveis clínicas, funcionais e cognitivas de uma amostra de 81 idosos com

Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados num hospital universitário do nordeste

brasileiro................................................................................................................26

Análise inferencial entre o desempenho funcional (WHODAS 2.0) e as variáveis

anos de escolaridade, Índice de Massa Corporal, Escala Visual Analógica, Mini-

Exame do Estado Mental, Escala de Depressão Geriátrica e Time Up And Go de

uma amostra de 81 idosos atendidos em um hospital universitário do nordeste

brasileiro............................................................................................................29

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -

Fluxograma referente ao método de agendamento para as avaliações. Fonte: Arquivo

pessoal. 2016 ..........................................................................................................20

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LISTA DE ABREVIATURAS

AVD

ADA

CIF

Atividades de Vida Diária

American Diabetes Association

Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

DCNT

DM

Doenças Cônicas Não Transmissíveis

Diabetes Mellitus

DM 2 Diabetes Mellitus tipo 2

EVA Escala Visual Analógica

FPP Força de Preensão Palmar

GDS

HUOL

Escala de Depressão Geriátrica

Hospital Universitário Onofre Lopes

IDF Internacional Diabetes Federacion

IMC Índice de Massa Corporal

Kg

LAIS

Quilogramas

Laboratório de Inovações Tecnológicas

MMII

MMSE

NAPS

Membros Inferiores

Mini-Mental State Exam

Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TUG Time Up and Go Test

OMS Organização Mundial de Saúde

RN

SISVAN

Rio Grande do Norte

Sistema de Vigilância Nutricional

SPSS Software e Soluções de Analítica Preditiva

UFRN

WHODAS

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

WHO Disability Assessment Scredule

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RESUMO

OBJETIVO: Avaliar os fatores associados ao desempenho funcional de idosos

portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM 2). MÉTODO: Trata-se de um estudo

observacional analítico, de caráter transversal. Foram avaliados 81 indivíduos dos sexos

feminino e masculino, com idade igual ou superior a 60 anos. Os idosos foram avaliados

em relação aos dados sociodemográficos, clínicos-funcionais, psico-cognitivos,

equilíbrio postural e desempenho funcional, por meio do WHODAS 2.0. Foi realizada

análise descritiva simples. O escore total do WHODAS 2.0 foi analisado em relação às

demais variáveis do estudo, por meio da aplicação dos testes estatísticos: Mann-Whitney,

Kruskall-Wallis, com o pos hoc de Dunn e Correlação de Spearman. O nível de

significância adotado foi de 5% (p<0,05). RESULTADOS: A amostra apresentou média

etária de 69,4 ± 6,4 anos, maioria feminina (66,7%), cor branca (44,4%), analfabetos

(29,6%), saúde geral boa (50,6%), visão boa (43,2%) e boa audição (53,1%), não

praticante de atividade física (66,7%), possuir três ou quatro doenças conhecidas (40,7%),

com utilização de cinco ou mais medicamentos (65,4%), diagnóstico de DM 2 há mais de

dez anos (54,3%), presença de dor em membros inferiores (MMII) (59,3%), sem histórico

de queda no último ano (48,1%), com tendência a quedas (65,4%), medo de cair (69,1%),

presença de tontura (54,3%), sem déficit cognitivo (53,1%) e ausência de sintomas

depressivos (56,8%). A média do Índice de Massa Corporal (IMC) foi 28,1 ± 4,4 kg/m²,

no Time Up and Go (TUG) foi de 14,1 ± 11,4 segundos e para Força de Prensão Palmar

(FPP) foi de 20,8 ± 8,1 kg. Em relação ao desempenho funcional, os entrevistados

apresentaram uma mediana de 9,0 pontos. Houve significância entre o WHODAS e as

variáveis: sexo (p = 0,003), escolaridade (p = 0,005), pior percepção da saúde (p<0,001)

e da visão (p<0,001), dor em MMII (p=0,002), quedas no último ano (p = 0,006), medo

de cair (p=0,01), tendência a quedas (p<0,001), tontura (p = 0,003), prática de atividade

física (p=0,03), utilização de dispositivo de auxílio à marcha (p=0,03), maior número de

doenças (p<0,001) e sintomas depressivos (p<0,001). CONCLUSÃO: Idosos com DM

2 apresentam restrição ao desempenho funcional quando associado com sexo feminino,

menor escolaridade, pior percepção da saúde e da visão, inatividade física, utilização de

dispositivo de auxílio à marcha, dor em MMII, maior número de doenças, histórico de

quedas, medo de quedas, tontura e presença de sintomas depressivos.

Descritores: idoso, incapacidade, funcionalidade, diabetes mellitus, WHODAS

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ABSTRACT

OBJECTIVE: Assess factors associated with functional performance in elderly people

with type-2 diabetes mellitus (DM2). METHODS: It comes to an analytical

observational study in a transversal nature. 81 female and male individuals, aged over 60

years were evaluated. The elderly were assessed in relation to psycho-cognitive, postural

balance and functional performance, clinical-functional and sociodemographic data,

through the WHODAS 2.0. It was performed simple descriptive analysis. The total score

by WHODAS 2.0 was analyzed in relation to other study variables, through the

application of statistical tests: Mann-Whitney, Kruskal-Wallis test with post hoc Dunn and

Spearman correlation. The level of significance was 5% (p <0.05). RESULTS: The

sample had a mean age of 69.4 ± 6.4 years, female majority (66.7%), white (44.4%),

illiterare (29.6%), good general health (50.6%), good vision (43.2%) and good hearing

(53.1%), without physical activity (66.7%), having three or four diseases (40.7%), using

five or more medications (65.4%), diagnosis of DM 2 for more than ten years (54.3%),

pain in the lower limbs (LL) (59.3%) without loss history in the last year (48.1 %), prone

to falls (65.4%), fear of falling (69.1%), presence of dizziness (54.3%); without cognitive

impairment (53.1%) or without depressive symptoms (56.8%). The average Body Mass

Index (BMI) was 28.1± 4.4 kg/m² in Time Up and Go (TUG) was 14.1 ± 11.4 seconds to

Hand Grip Strength (HGS) was 20.8 ± 8.1 kg. Regarding functional performance,

respondents showed a median of 9.0 points. There was significance between WHODAS

and the variables: gender (p = 0.003), educational level (p = 0.005), worse health

perception (p<0.001) and vision (p <0.001), pain in lower limbs (p = 0.0002), fell in the

last year (p = 0.006), fear of falling (p = 0.01), tendency to fall (p<0.001), dizziness (p =

0.003), physical activity (p = 0.03), use of walking assistive devices (p = 0.03), more

diseases (p<0.001) and depressive symptoms (p<0.001). CONCLUSION: Elderly

patients with DM 2 present functional restriction when associated with female sex, less

education, worse health and vision perception and physical inactivity, use of the walking

aid device, pain in lower limbs, more diseases, history of falls, fear of falling, dizziness

and depressive symptoms.

Descriptors: aged, disability, function, diabetes mellitus, WHODAS.

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento da população idosa contribuiu para uma mudança no perfil de

saúde e de morbi-mortalidade, caracterizado pelo aumento das doenças crônicas não

transmissíveis (DCNT). Dentre estas, o Diabetes Mellitus (DM) representa um grave

problema de saúde pública, devido à sua elevada prevalência na população idosa e

mundial (MENEZES et al., 2014).

Diferentes fatores de risco têm sido apontados para esta doença, como história

familiar, etnia, aumento da idade, urbanização crescente, além de adoção de estilos de

vida pouco saudáveis, incluindo sedentarismo, dieta inadequada e obesidade, sendo estes

os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do DM em todo o

mundo (VITOI et al., 2015).

O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM 2) é o tipo mais comum. Neste caso, o pâncreas

é capaz de produzir insulina, mas não de forma suficiente ou a ação da insulina é

prejudicada (também conhecido como resistência à insulina), levando ao acúmulo de

glicose no sangue (INTERNACIONAL DIABETES FEDERATION, 2013).

Essa condição pode levar ao desenvolvimento de diversas complicações, como

doenças cardiovasculares, déficits visuais, insuficiência renal e amputação de membros

inferiores (CENCI et al., 2013), causando importantes prejuízos na qualidade de vida da

população, principalmente nos idosos. Estas são, na maioria das vezes, geradoras de um

processo incapacitante, ou seja, um processo pelo qual uma determinada condição (aguda

ou crônica) afeta a funcionalidade dos indvíduos e, consequentemente, o desempenho das

atividades cotidianas (DUARTE; ANDRADE; LEBRAO, 2007).

Considerando isso, a avaliação do estado de saúde dos indivíduos idosos com DM

2 utilizando apenas dados clínicos e de mortalidade não fornece informações detalhadas

das reais condições de vida e de saúde dessa população. Indicadores que abordem também

os prejuízos funcionais vêm demonstrando ser os mais adequados, pois refletem as

diferentes dimensões de vida do idoso afetadas pelo impacto da doença/incapacidade

(FERNANDES et al., 2011).

Através da avaliação funcional se busca verificar em que nível as doenças ou

agravos impedem o desempenho das atividades cotidianas das pessoas idosas de forma

autônoma e independente, permitindo o desenvolvimento de um planejamento

assistencial mais adequado. Essa avaliação se torna, portanto, essencial para estabelecer

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um diagnóstico, um prognóstico e um julgamento clínico adequados, que servirão de base

para as decisões sobre os tratamentos e cuidados necessários. No intuito de promover um

envelhecimento ativo e manter a pessoa idosa com independência pelo maior tempo

possível, torna-se preemente a avaliação da funcionalidade (SANTOS et al., 2013).

A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

fornece uma estrutura útil para a avaliação da saúde em pessoas idosas (BARTOSZEK et

al., 2016). Esta é feita através da Escala de Avaliação de Incapacidade (WHODAS), um

instrumento criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de avaliar

a capacidade de realizar as atividades de vida diária (AVD) básicas e instrumentais

através de seis domínios: cognição, mobilidade, auto-cuidado, conviver, atividades de

vida e participação na sociedade (OMS, 2015).

1.1 JUSTIFICATIVA

Poucos pesquisadores têm se preocupado em investigar o efeito de uma doença

crônica específica na restrição do desempenho funcional dos idosos. Compreender os

fatores que contribuem para a incapacidade funcional dos idosos com DM 2 pode auxiliar

os planejadores de políticas públicas na (re) organização de estratégias preventivas e

reabilitativas mais eficazes que irão, conseqüentemente, prevenir complicações

secundárias (BRUCE; DAVIS; DAVIS, 2007).

Assim, torna-se relevante investigar os fatores que restringem o desempenho

funcional dessa população, pois esses compreendem todas as capacidades necessárias

para que o indivíduo consiga realizar suas vontades, no que diz respeito aos domínios da

cognição, mobilidade, auto-cuidado, convivência com as pessoas, atividades de vida

diária e participação na sociedade. Desta forma, podemos visar um envelhecimento com

menor nível de incapacidade e melhorar a participação social dos idosos com DM 2.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Fisiopatologia do Diabetes Mellitus tipo 2

O DM 2 é um crescente problema mundial de saúde. Estima-se que haverá 552

milhões de pacientes com diabetes e 300 milhões de pessoas com intolerância à glicose

em 2030 (YUAN, 2014).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2015) o número de pessoas com

esta doença está aumentando devido ao crescimento e envelhecimento populacional,

maior urbanização, crescente prevalência da obesidade e do sedentarismo, bem como da

maior sobrevida de pacientes com esta doença.

A história natural do DM 2 em adultos é caracterizada por ser multifatorial, com

uma diminuição progressiva da secreção de insulina associada com perda do controle

glicêmico gradual (THORNE; QUINTANILLA, 2010).

Inicialmente, esta doença está associada ao aumento da concentração plasmática

de insulina a uma elevada quantidade de glicose no sangue (AMERICAN DIABETIC

ASSOCIATION, 2013). Esse aumento ocorre como resposta compensatória das células

beta (β) do pâncreas, devido à redução da utilização e armazenamento dos carboidratos,

e à consequente elevação do nível da glicemia (GUYTON, 2006).

A fisiopatologia da intolerância à glicose e do DM 2 é complexa e envolve tanto

fatores genéticos como adquiridos. Entre os adquiridos, o ganho de peso e a inatividade

física são os principais fatores de risco e estão associados a dietas ricas em carboidratos

rapidamente absorvíveis resultando em níveis elevados de insulina e glicose no sangue e

a deposição de gordura no fígado e no músculo aumentando a resistência à insulina nestes

tecidos. Esses fatores aumentam a demanda por insulina e, a longo prazo, podem levar a

insuficiência progressiva de células beta (CORNELL, 2015).

A resistência à insulina no músculo/fígado e a insuficiência de células β

representam os principais defeitos. Indivíduos com tolerância diminuída à glicose são

resistentes a insulina e provavelmente já perderam até 80% da função das células β. Além

disso, há alteração também nos adipócitos (lipólise acelerada), trato gastrintestinal

(deficiência incretina/ resistência), células alfa (α) (hiperglucagonemia), renal (aumento

da reabsorção de glicose) e cérebro (neurotransmissor e desregulação de resistência à

insulina). Estes desempenham importantes papéis no desenvolvimento de intolerância à

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glicose em indivíduos com esta doença. Coletivamente, esses oito fatores compreendem

o "Octeto sinistro" da DM 2 (DeFRONZO et al., 2013).

Nos últimos anos vários estudos têm identificado uma multiplicidade de loci na

suscetibilidade do genoma associados com DM 2, embora haja claramente forte

incidência geneticamente, a via exata de hereditariedade ainda não foi identificada (VON;

MÜLLER; KULMBACH, 2014).

Pessoas portadoras de DM 2 têm um maior risco de múltiplas complicações

relacionadas com doenças macrovasculares (doença cardíaca coronária, infarto e doença

arterial periférica), microvasculares (nefropatia, retinopatia e neuropatia) e sensoriais. As

complicações começam no início da doença e bem antes de um diagnóstico clínico. Os

pacientes que desenvolveram esta patologia tem de duas a quatro vezes maior risco de

doenças cardiovasculares, insuficiência cardíaca e morte do que aqueles que não

possuem. Um dos maiores desafios é para prevenir a doença ou fazer um diagnóstico

precoce, uma vez que quando há sintomas aparentes, os pacientes já têm algum tipo de

disfunção (BOADA; MORENO, 2013).

Todas essas alterações e complicações causadas pelo DM 2 podem estar ligadas a

limitações físicas. Estudos sugerem que essa doença é importante causa de mortalidade e

incapacidade precoce, podendo interferir na participação social desses pacientes

(FENLEY et al., 2009).

2.2 Funcionalidade e incapacidade no idoso

A abordagem da funcionalidade tem se mostrado como novo paradigma para

tornar mais apropriada a avaliação da saúde do idoso. Um indivíduo idoso que apresenta

uma doença crônica pode ser considerado saudável quando comparado a um idoso com a

mesma doença, porém sem controle destas, com sequelas e incapacidades associadas

(ALVES; LEITE; MACHADO, 2010).

Existem vários modelos teóricos que tentam conceituar o processo de

incapacidade humana. Com o objetivo de padronizar essa abordagem, a OMS aprovou,

em 2001, o sistema de classificação definitivo para o entendimento da funcionalidade e

da incapacidade humanas: a CIF, com uma abordagem que prioriza a funcionalidade

como um componente da saúde e considera o contexto ambiental como facilitador ou

como barreira para o desempenho de ações e tarefas (SAMPAIO et al., 2005).

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O objetivo geral da classificação é proporcionar uma linguagem unificada e

padronizada assim como uma estrutura de trabalho para a descrição da saúde e de estados

relacionados com a saúde. Ela agrupa diferentes domínios de uma pessoa com uma

determinada condição de saúde, estes são considerados como domínios da saúde e

domínios relacionados com a saúde

(OMS, 2004).

A funcionalidade é classificada a partir da relação entre estado de saúde, funções

e estruturas corporais (presença ou não de deficiências), atividade (execução de uma

tarefa ou ação por um indivíduo), participação (envolvimento de um indivíduo em uma

situação da vida real) e fatores contextuais (referentes a fatores do ambiente e pessoais)

(SANTOS et al., 2013).

A abordagem biopsicossocial desta classificação fornece uma base conceitual para

a definição e medição de funcionalidade, incapacidade e saúde. Com seu esquema de

codificação sistemática, as funções como uma linguagem comum para descrever a saúde

e relacionadas com os estados de saúde (ECKERT; LANGE, 2015).

A CIF parte do pressuposto que condições de saúde pré-existentes em um

indivíduo podem gerar deficiências funcionais, que por sua vez causam limitações de

atividades e restrições na participação social (LOKE et al., 2015), como pode ser o caso

do diabetes.

Nessa perspectiva, o WHODAS foi desenvolvido para avaliar as deficiências

baseadas no modelo da CIF (GARIN et al., 2010). Ele é um instrumento traduzido e

adaptado para mais de 10 idiomas e culturas, com propriedades psicométricas

comprovadas para uma variedade de patologias (GALINDO-GARRE et al., 2015).

Este instrumento foi projetado para avaliar as limitações de atividades e restrições

de participação experimentadas por um indivíduo, independente do diagnóstico médico

(OMS, 2015). É aplicável a diversas condições de saúde, incluindo doenças, lesões,

problemas mentais ou emocionais e problemas com álcool ou drogas, independente da

etiologia ou deficiência de qualquer distúrbio particular (GOLD, 2014).

A versão mais atual é conhecida como WHODAS 2.0 e propõe-se avaliar a

incapacidade de um ponto de vista diferente dos instrumentos mais utilizados

(FEDERICI; MELONI; PRESTI, 2009), tendo em vista que avalia experiências globais

de deficiência e constitui indicadores confiáveis e observáveis de deficiência e

incapacidade funcional (KIMBER; REHM; FERRO, 2015).

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Ele avalia o nível de funcionalidade em seis domínios de vida (especificados

abaixo), fornecendo um perfil e uma medida de funcionalidade e incapacidade

(SILVEIRA et al., 2013).

Domínio 1: Cognição – Avalia comunicação e atividades de raciocínio; áreas

específicas avaliadas incluem concentração, memória, resolução de problemas,

aprendizado e comunicação.

Domínio 2: Mobilidade – Avalia atividades como ficar em pé, movimentar-se

pela casa, sair de casa e caminhar longas distâncias.

Domínio 3: Auto-cuidado – Avalia higiene, vestir-se, alimentar-se e ficar

sozinho.

Domínio 4: Relações Interpessoais – Avalia interações com outras pessoas e

dificuldades que podem ser encontradas com este domínio de vida decorrentes de

condições de saúde; nesse contexto, “outras pessoas” incluem pessoas próximas

(exemplo: esposo (a) ou parceiro (a), familiares ou amigos próximos) e aquelas

não próximas (exemplo: estranhos).

Domínio 5: Atividades de vida – Avalia dificuldades com atividades diárias

(exemplo: aquelas realizadas na maioria dos dias pelas pessoas, incluindo aquelas

associadas às responsabilidades domésticas, lazer, trabalho e escola).

Domínio 6: Participação – Avalia dimensões sociais como atividades

comunitárias; barreiras e obstáculos no ambiente à volta do respondente; e

problemas com outros assuntos como manutenção da dignidade pessoal. As

perguntas não se referem necessariamente e somente ao componente de

participação da CIF em si, mas também incluem vários fatores contextuais

(pessoais e ambientais) afetadas pela condição de saúde do respondente.

Funcionalidade e incapacidade são conceitos complexos que só podem ser

medidos usando algumas variáveis. As restrições à participação experimentadas por uma

pessoa podem ser avaliadas utilizando o WHODAS 2.0. A versão de 12 itens tem-se

mostrado popular para fins de triagem clínica e pesquisa, devido à sua universalidade,

padronização e facilidade na utilização (SALTYCHEV et al., 2016).

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14

2.3 Incapacidade funcional em idosos com Diabetes Mellitus

Apesar do processo de envelhecimento não estar, necessariamente, relacionado a

doenças e incapacidades, as doenças crônico-degenerativas são freqüentemente

encontradas entre os idosos. Assim, a tendência atual é ter um número crescente de

indivíduos idosos que apesar de viverem mais, apresentam maiores condições crônicas.

E o aumento no número de doenças crônicas está diretamente relacionado com maior

incapacidade funcional (FRANCHI et al., 2008).

Diversos estudos demonstram associações importantes entre doenças crônicas e

incapacidade funcional na população mais velha. O DM 2, por ser uma doença crônica e

com elevado impacto sobre a qualidade de vida do indivíduo, torna-se onerosa para a

família e para o sistema público de saúde além de estar associada a complicações que

comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, e

também por acarretar altos custos no controle metabólico e tratamento de suas

complicações (FERREIRA; TORRE, 2013).

Entre as doenças crônicas não transmissíveis, o DM 2 se destaca como importante

causa de morbidade e mortalidade, especialmente entre os idosos. Embora com menor

prevalência se comparado a outras morbidades, é uma doença altamente limitante

(FRANCISCO et al., 2010), capaz de causar grandes danos à capacidade de realizar

atividades diárias, podendo causar cegueira, amputações, nefropatias, complicações

cardiovasculares e encefálicas, entre outras, que acarretam prejuízos à capacidade

funcional, autonomia e qualidade de vida do indivíduo (MENEZES et al., 2014).

Rosa et al. (2003) analisaram os fatores determinantes da capacidade funcional

entre idosos e concluíram que existe associação entre dependência funcional e DM 2.

Bayliss et al. (2004) mostraram que a chance de o idoso apresentar um declínio da

capacidade funcional é duas vezes maior entre os diabéticos quando comparados com os

indivíduos hipertensos, porém, existem alguns estudos que não encontraram associação

estatisticamente significante, como o de Alves et al. (2007).

Algumas pesquisas transversais e longitudinais tem demonstrado que o DM 2 está

associado à déficits, tanto para atividades básicas de vida diária como para atividades

instrumentais e incapacidade funcional, porém poucos estudos tem explorado os fatores

de riscos (REKENEIRE, VOLPATO, 2015). O estudo EPESE (2000), desenvolvido com

mais de 6000 participantes avaliados durante um ano, concluiu que os indivíduos com

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15

diagnóstico de DM 2 tem o dobro de chance de ter dificuldades nas atividades de vida

diária.

Deve se considerar que a associação entre DM 2 e incapacidade funcional é devida

a múltiplos fatores porque esta doença está relacionada, sobretudo, a complicações

vasculares e neuropáticas que, conseqüentemente, afetam a capacidade funcional.

Vale ressaltar que os estudos que mostram o perfil da capacidade funcional desta

população e seus fatores associados são escassos e, ao mesmo tempo, existe

recomendação para que estudos com boa qualidade metodológica sejam realizados.

Dessa forma, a utilização do WHODAS com este objetivo se faz necessária e trás a luz

um nova forma de avaliar a funcionalidade da população, com foco em vários aspectos

da vida dos indivíduos, que abrangem não apenas a capacidade de realizar as atividades

de vida diária, mas aspectos emocionais, ambientais, de participação social, entre outros.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Avaliar os fatores associados ao desempenho funcional de idosos portadores de

Diabetes Mellitus tipo 2.

3.2 Objetivos específicos

Verificar a associação entre o desempenho funcional de idosos com diagnóstico de

DM 2 e número de doenças associadas, número de medicamentos em uso, alterações

nos sistemas visuais e auditivos, IMC, uso de dispositivo de auxílio à marcha, queixa

de dor em membros inferiores e presença de quedas e tontura;

Analisar a relação entre o desempenho funcional do idoso com DM 2 e tempo de

diagnóstico da doença, exames laboratoriais (controle glicêmico), uso de medicação

para DM 2 e insulinoterapia;

Relacionar a funcionalidade do idoso com DM 2 com a presença de sintomas

depressivos e declínio cognitivo;

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16

Analisar a relação entre os distúrbios da mobilidade e da força de preensão palmar

com o desempenho funcional do idoso com DM 2.

4 METODOLOGIA

4.1 Desenho do Estudo

Trata-se de um estudo observacional, analítico, de caráter transversal.

4.2 População e Amostra

A amostra do presente estudo é constituída por 81 idosos (n=81) com diagnóstico

de Diabetes Mellitus tipo 2, atendidos nos ambulatórios de Geriatria e de Endocrinologia

do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte. A amostra caracteriza-se por conveniência.

4.3 Critérios de Elegibilidade

Foram selecionados pacientes com idade de 60 anos ou mais, diagnosticados com

Diabetes Mellitus tipo 2, segundo os critérios da American Diabetes Association (ADA),

dos sexos masculino e feminino e que aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice I).

Foram excluídos do estudo aqueles que apresentaram limitações físicas e

cognitivas que impedissem a realização dos testes, como incapacidade de compreender e

atender a comandos verbais simples e/ou imitar movimentos; aqueles que apresentaram

déficit cognitivo grave (MMSE < 13 pontos) (BERTOLUCCI, 1994) e acuidades visual

e auditiva gravemente diminuídas, não compensáveis com lentes corretivas e/ou aparelho

de amplificação sonora, respectivamente, e aqueles que se recusaram a realizar todos os

testes propostos.

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17

4.4 Instrumentos de Medida

As variáveis analisadas foram classificadas em dados sociodemográficos, clínico-

funcionais, psico-cognitivos e do desempenho funcional, todas elas estão disponíveis no

quadro 1 (Apêndice II).

4.4.1 Dados Sociodemográficos

Os dados sociodemográficos avaliados foram: gênero, idade, cor, estado civil,

grau de escolaridade e vida conjugal (Apêndice III).

4.4.2 Dados Clínico-funcionais

Os dados clínicos avaliados foram: Percepção subjetiva da saúde, visão e audição,

altura, peso e Índice de Massa Corporal (IMC), realização de atividade física regular,

número de doenças, número de medicamentos utilizados, tempo de diagnóstico do DM

2, exames laboratoriais dos últimos seis meses para o controle do DM 2 (glicemia de

jejum e hemoglobina glicada), utilização de medicamentos antidiabéticos,

insulinoterapia, presença de amputação, uso de dispositivo de auxílio à marcha, presença

de dor em membros inferiores (MMII) e sua intensidade, Força de Preensão Palmar (FPP),

ocorrência, medo e tendência à queda e presença de tontura.

Foi questionado ao paciente sobre a percepção geral da sua saúde, da sua visão e

audição e suas respostas foram classificadas em “excelente”, “muito boa”, “boa”, “ruim”

e “muito ruim”. A altura foi mensurada por fita métrica fixada à parede, em metros (m) e

o peso por balança do tipo plataforma, em quilogramas (kg). O IMC, também conhecido

como índice de Quételet, é amplamente utilizado na avaliação do estado nutricional de

populações. Este foi obtido por intermédio da divisão da massa corporal em quilogramas,

pela estatura em metro, elevada ao quadrado (IMC=Kg/m²) (CERVI; FRANCESCHINI;

PRIORE, 2005). A nota de corte utilizada para os idosos foi: menor ou igual a 22 - “Baixo

Peso”, maior a 22 - “Eutrófico” e maior ou igual a 27 - “Sobrepeso” (LIPSCHITZ, 1994),

valores esses utilizados pelo Sistema de Vigilância Nutricional - SISVAN do Ministério

da Saúde.

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18

Foi considerado como atividade física, a realização de exercício físico três vezes

por semana, com um mínimo de 30 minutos, segundo Yusuft et al. (1996).

Quanto ao DM 2 pretendeu-se conhecer o tempo de diagnóstico da doença, os

valores dos exames laboratoriais (hemoglobina glicada e glicemia de jejum) dos últimos

seis meses, se fazia uso de medicação oral e/ou insulina.

O paciente foi questionado quanto ao uso de dispositivos de auxílio à marcha, se

o fizer, qual o tipo de dispositivo usado e se há presença de amputação, bem como sua

localização. A presença de dor em MMII e intensidade, foram medidos por meio da

Escala Visual Analógica (EVA).

A mensuração de força muscular foi feita por intermédio do teste de FPP. Este foi

realizado com dinamômetro de preensão palmar da marca Jamar® e executado conforme

a orientação do fabricante. O paciente deveria estar na posição sentada, pés apoiados no

chão, o dinamômetro deveria ser segurado na mão dominante, o braço ficaria levemente

abduzido, antebraço fletido a 90° e punho em posição neutra. Após um comando de voz,

dado pelo avaliador, o idoso realizou o máximo de força para aproximar as duas hastes

do aparelho. Foram coletadas três medidas, com um intervalo de descanso de um minuto

entre elas. O resultado é dado em quilogramas (kg) e obtido a partir da média resultante

de três medidas. Após o ajuste para gênero, realizou-se a média dos valores encontrados

e considerou-se 37 kg como ponto de corte para os idosos do sexo masculino e 21 Kg

para o feminino (SALLINEN et al., 2010).

Para a avaliação da mobilidade, o teste utilizado foi o Timed Up And Go (TUG),

desenvolvido por Podsiadlo, Richardson (1991). Ele consiste em cronometrar o tempo

gasto na tarefa de levantar-se de uma cadeira (a partir da posição sentada, com a coluna

apoiada), andar 3 metros até um demarcador no solo, girar e voltar andando no mesmo

percurso, sentando-se novamente com as costas apoiadas no encosto da cadeira (AVEIRO

et al, 2012).

O paciente deveria informar também sobre a ocorrência de quedas nos últimos

seis meses e sobre o relato de medo de sofrer quedas, bem como se há tendência à quedas

(PERRACINI, 2005).

Todos os participantes foram questionados sobre a presença de tontura crônica.

Foi considerada como tontura a percepção confusa, uma ilusão ou alucinação de

movimento, uma sensação de desorientação espacial do tipo rotatório (vertigem) ou não

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19

rotatório (instabilidade, desequilíbrio corporal, flutuação, oscilação, oscilopsia)

(GANANÇA; CAOVILLA, 1998).

4.4.3 Dados Psico-cognitivos

Os dados psicocognitivos foram avaliados pelo teste cognitivo Mini-Mental State

Exam (MMSE) e Escala de Depressão Geriátrica Abreviada (GDS – 15).

O MMSE foi validado transculturalmente para o idioma Português (Anexo I),

amplamente utilizado para rastrear casos com suspeita de déficit cognitivo (FOLSTEIN

et al, 1975; BERTOLUCCI et al, 1994). Foram adotadas para a pesquisa as notas corte,

de acordo com a escolaridade: para analfabetos 20; para pacientes com escolaridade de 1

a 4 anos, 25; para pacientes com 5 a 8 anos, 26; com 9 a 11 anos, 28; para indivíduos com

escolaridade superior a 11 anos, 29 (BRUCKI et al, 2003). Os autores sugerem que

indivíduos com escores inferiores aos das medianas descritas sejam submetidos à

avaliação neuropsicológica mais detalhada.

Em relação aos sintomas depressivos, foi aplicada a GDS (Anexo II). Trata-se de

um instrumento de fácil e rápida aplicação, capaz de identificar sinais de depressão em

paciente idosos. Esta versão é composta por 15 questões, em que os valores de 0 a 4

pontos indicam pacientes não deprimidos; de 5 a 10 pontos indícios de depressão leve ou

moderada; e de 11 a 15 pontos, indícios de depressão grave ou intensa (YESAVAGE et

al, 1983; SHEIK; YESAVAGE, 1986).

4.4.4 Avaliação do Desempenho Funcional

O desempenho funcional foi avaliado por meio da Escala de Avaliação do

Desempenho (WHODAS 2.0), versão curta de 12 itens (Anexo III). Este instrumento foi

desenvolvido recentemente com o objetivo de medir a restrição de desempenho em

atividades de forma a contemplar os domínios propostos pela CIF.

As questões dizem respeito a capacidade para executar tarefas da vida diária nos

últimos 30 dias. Os itens são respondidos em uma escala do tipo Likert de 5 pontos,

composto por 12 itens de auto-relato que são classificados em uma escala de 0-4, que

varia de nenhuma dificuldade (0 pontos) a extrema dificuldade de auto-relatados (4

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20

pontos) na realização de uma dada atividade. O escore global dos 12 itens variam de 0 a

48, com escores mais altos indicando maior restrição (ALMAZAN-ISLA et al., 2014;

CARLOZZI et al., 2015).

O método de pontuação utilizado neste trabalho foi uma soma simples, com

perguntas classificados entre 0 (sem problemas) a 4 (problemas muito graves), com um

intervalo de pontuação geral entre 0-48 pontos para as doze perguntas e em seguida foi

convertido em um pontuação percentil (LOKE, 2011). Neste estudo, os valores do quartil

mais alto (Q75) foram considerados restrição ao desempenho funcional. Portanto, a

restrição ao desempenho funcional refere-se aos idosos com escores acima do quartil

superior e desempenho funcional normal àqueles abaixo do quartil superior.

4.5 Procedimentos de Avaliação

As avaliações foram realizadas no Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação

Tecnológica em Saúde (NAPS), Laboratório de Inovações Tecnológicas (LAIS) do

HUOL, durante uma avaliação previamente agendada, realizada por avaliadores

treinados.

O idoso encaminhado pelo médico responsável teria a opção de marcar a avaliação

diretamente no SAME, ou seja, pelo sistema de marcação de consulta do referido hospital,

ou poderia ir diretamente ao laboratório agendar pessoalmente. Havia também a

possibilidade de um examinador agendar por meio de ligações telefônicas para aqueles

idosos cujos médicos anotassem o contato telefônico, como mostra a figura 1. Cada idoso

recebeu informações sobre os objetivos e os procedimentos básicos da pesquisa.

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4.6 Aspectos éticos

Os dados foram mantidos em sigilo e gravados em banco de dados do laboratório,

podendo apenas ser manuseados pelo pesquisador responsável. O início da coleta de

dados ocorreu após a emissão do parecer aprovando o referido projeto. Todos os

participantes do estudo foram informados e instruídos quanto aos procedimentos

Figura 1: Fluxograma referente ao método de agendamento para as avaliações. Fonte: Arquivo

pessoal. 2016.

Idosos diagnosticados com DM 2

encaminhados dos ambulatórios

de Geriatria e Endocrinologia do

HUOL

Critérios de elegibilidade

Agendamento para avaliação

Aceitação em participar da

pesquisa

Marcação pelo SAME

Marcação diretamente no LAIS

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programados, que somente foram executados após a leitura, aceitação e assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O projeto foi aprovado pelo CEP

Central da UFRN – Campus Central, com número 45185915.9.0000.5537 (Anexo IV).

4.7 Análise estatística e cálculo amostral

Todos os procedimentos estatísticos foram realizados por meio do software SPSS

versão 17.0 para Windows. A normalidade de distribuição dos dados foi verificada por

meio do teste Kolmogorov-Smirnov, sendo observada uma distribuição não-normal para

a variável dependente (WHODAS 2.0). Para a análise descritiva, foi utilizada a mediana

como medida de tendência central. Para análise inferencial, foram verificadas associações

entre o escore total do WHODAS 2.0 (variável dependente) e as variáveis independentes

qualitativas por meio dos testes Mann-Whitney (2 categorias) e Kruskall-Wallis (3 ou

mais categorias). Quando houve diferença significativa, o pos teste de Dunn foi aplicado

a fim de se localizar as diferenças entre as categorias.

Foram verificadas correlações entre o escore total da variável dependente e as

variáveis independentes quantitativas, por meio da Correlação de Spearman (). Os

coeficientes de correlação linear expressam tanto a força quanto o sentido da

correlação e oscilam entre -1,00 e +1,00, sendo que o valor zero indica que não existe

correlação entre as duas variáveis (a correlação é nula), de acordo com Levin (1987).

O quadro 2 apresenta os valores dos coeficientes de correlação (Anexo V).

Para todas as análises estatísticas foi adotado um nível de significância de 5%

(p<0,05).

Para a realização do cálculo amostral, levou-se em cosideração o fato de que o

estudo visa a análise da variável dependente WHODAS 2.0, com o objetivo de estudar as

correlações envolvidas a esta variável. Dessa forma, supondo encontrar correlações

significantes com valores acima de 0,35, necessita-se de no mínimo 63 casos no estudo

para se obter testes com 5% de significância e poder de 80%.

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5 RESULTADOS

A amostra apresentou uma média etária de 69,4 ± 6,4 anos, com prevalência para

a faixa etária entre 60-64 anos (30,9%), de maioria feminina (66,7%), na cor branca

(44,4%), com primário incompleto (29,6%), apresentando uma média de 7,3 ± 6,4 anos

de estudo e com vida conjugal (63,0%). A média do IMC foi 28,1 ± 4,4 kg/m², com 56,8%

apresentando um valor maior que 27 kg/m², classificando a maioria dos participantes

como sobrepeso.

Tabela 1. Distribuição de frequências e percentuais que caracterizam os resultados das

variáveis sócio-demográficas de uma amostra de 81 idosos com Diabetes Mellitus tipo 2

atendidos em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2016.

Variáveis Sócio-

demográficas

Categorias F %

Sexo

Feminino 54 66,7

Masculino 27 33,3

Faixa etária (em anos)

60 a 64 anos 25 30,9

65 a 69 anos 18 22,2

70 a 74 anos 19 23,5

75 a 79 anos 11 13,6

80 anos e mais 8 9,9

Cor

Branca 36 44,4

Amarela 5 6,2

Negra 8 9,9

Miscigenado 32 39,5

Estado civil

Sem vida conjugal 30 37,0

Com vida conjugal 51 63,0

Grau de escolaridade

Analfabeto 13 16,0

Primário incompleto 24 29,6

Primário completo 22 27,2

Pós-elementar 22 27,2

F: frequência

A maioria dos idosos relatou ter saúde geral boa (50,6%), visão boa (43,2%) e boa

audição (53,1%), não praticar atividade física (66,7%), possuir três ou quatro doenças

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conhecidas (40,7%), com média de 3,1 ± 0,7 patologias, apresentando prevalência para

as doenças do aparelho circulatório (Tabela 2) e utilizar cinco ou mais medicamentos

(65,4%), com uma média de 6,0 ± 2,6 fármacos ingeridos por pessoa, sendo os mais

utilizados aqueles para os sistemas cardiovascular (Tabela 3).

Tabela 2. Distribuição de frequências e percentuais que caracterizam os resultados das

variáveis clínicas (presença de doenças) de uma amostra de 81 idosos com Diabetes

Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2016.

Variáveis Clínicas (Presença de doenças)

F %

Infecciosas ou Parasitárias 1 1,2

Neoplásicas (Tumores) 5 6,2

Do sangue, órgãos, hemopoiéticos e/ou

transtornos imunitários 21 25,9

Transtornos mentais e/ou

comportamentais 5 6,2

Dos olhos e anexo 16 16,0

Do sistema nervoso 11 13,6

Do aparelho circulatório 59 72,8

Do aparelho respiratório 3 3,7

Do aparelho digestivo 13 16,0

Pele e/ou tecido subcutâneo 1 1,2

Sistema osteomuscular e/ou tecido

conjuntivo 36 44,4

Geniturinário 12 14,8

Outras doenças 5 6,2

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Tabela 3. Distribuição de frequências e percentuais que caracterizam os resultados das

variáveis clínicas (medicamentos em uso) de uma amostra de 81 idosos com Diabetes

Mellitus tipo 2 atendidos em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2016.

Variáveis Clínicas (Medicamentos em uso)

F %

Otoneurológicos 5 6,2

Sistema cardiovascular 65 80,2

Sistema nervoso 17 21,0

Sistema sanguíneo 51 63,0

Sistema músculo-esquelético 19 23,5

Sistema respiratório 1 1,2

Hormonais sistêmicos 38 46,9

Oftalmológicos 5 6,2

Outros medicamentos* 19 23,5

*Outros medicamentos: Antiinfecciosos, dermatológicos, geniturinário, hormônios sexuais,

antineoplásicos e imunomodularores.

A grande maioria dos idosos relatou ter o diagnóstico de DM 2 há mais de 10 anos

(54,3%), apresentando uma média de 16,1 ± 12,1 anos, com superioridade para a

utilização apenas da medicação oral para o controle da doença (49,4%). Dos 81

indivíduos, 53,1% não faziam uso de insulinoterapia.

A maioria dos indivíduos relatou sentir dor em MMII (59,3%), com uma média

de 4,1 ± 3,9 de intensidade na EVA, nenhuma queda no último ano (48,1%), tendência a

quedas (65,4%), medo de cair (69,1%) e tontura (54,3%).

Quanto aos aspectos psicognitivos, a amostra teve uma média de 23,9 ± 4,1 pontos

no MMSE, com maioria não apresentando déficit cognitivo (53,1%) e 4,6 ± 2,9 pontos

na GDS e prevalência para ausência de sintomas depressivos (56,8%).

Em relação à mobilidade, a média no instrumento TUG foi de 14,1 ± 11,4

segundos. Oitenta e sete, sete por cento (87,7%) dos entrevistados não faziam uso de

dispositivo de auxílio à marcha e 91,4% não apresentavam amputação. Já em relação à

força muscular, a média da FPP para o sexo masculino foi de 20,6 ± 7,4 kg e para o sexo

feminino foi de 16,8 ± 5,0.

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Em relação ao desempenho funcional avaliado pelo WHODAS 2.0, os

entrevistados apresentaram uma mediana de 9,0 pontos (Tabela 4). Ao verificar a

distribuição dos escores da população estudada foi realizada uma classificação mediante

intervalo quartil. A maioria dos idosos participantes deste estudo apresentou pontuação

abaixo do quartil superior (70,4%), ou seja, não experimentaram restrição ao desempenho

funcional, enquanto que 29,5% apresentaram valores acima do quartil superior, com

indivíduos experimentando restrição ao desempenho.

Tabela 4. Distribuição de ocorrências e percentuais que caracterizam os resultados das

variáveis psicognitivas e funcionais de uma amostra de 81 idosos com Diabetes Mellitus

tipo 2 atendidos em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Natal, 2016.

Variáveis Média (DP) Mediana Variação

(mínimo - máximo)

MMSE 23,9 (4,3) 25,0 15,0 - 30,0

GDS 4,6 (3,2) 3,0 0,0 – 14,0

TUG 14,1 (5,4) 11,4 7,0 – 99,0

WHODAS 11,5 (9,1) 9,0 0,0 – 28,0

MMSE – Mini Exame do Estado Mental

GDS – Escala de Depressão Geriátrica

TUG – Time Up And Go

WHODAS – Escala de Avaliação de Incapacidade

Nível de significância = 0,05

Análises Inferencionais

A tabela 5 mostra que o desempenho funcional dos idosos portadores de DM 2

apresentou relação significante com sexo (p = 0,003), sendo o sexo feminino o que teve

pior desempenho e com escolaridade (p = 0,005), para os indivíduos analfabetos.

Observou-se que indivíduos que relataram pior percepção da saúde e da visão,

apresentaram maior restrição ao desempenho funcional, com as categorias “muito ruim”

e “ruim” diferenciando-se significativamente das demais, conforme mostra a tabela 5.

Não houve significância quando associado com a percepção subjetiva da audição

(p=0,31).

Indivíduos que utilizavam dispositivo de auxílio à marcha (p=0,03) e

apresentavam queixa de dor em MMII (p=0,002) obtiveram maiores pontuações no

WHODAS 2.0, apresentando restrição ao desempenho funcional (Tabela 5), bem como

aqueles que relataram não praticar atividade física (p=0,03).

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Também tiveram maior prejuízo no desempenho funcional aqueles idosos que

caíram no último ano (p=0,006), com a categoria “2 quedas ou mais” divergindo

notadamente das demais, bem como os indivíduos que relataram medo de cair (p=0,01) e

que apresentaram tendência a quedas (p < 0,001) e tontura (p = 0,003).

Verificou-se que o grupo de idosos com sintomas depressivos apresentou

desempenho funcional significativamente menor (p<0,001) comparados com os que não

tinham sintomas depressivos. Houve correlação significante positiva moderada com a

GDS, denotando pior desempenho funcional naqueles idosos com maior pontuação na

escala de depressão (Tabela 6), ou seja, com maior número de sintomas depressivos.

Não foram encontradas relações significantes entre o desempenho funcional e as

variáveis: tempo de diagnóstico do DM 2 (p=0,61), medicação para DM 2 (p=0,08), uso

de insulinoterapia (p=0,08), amputação (p=0,19), MMSE (p=0,19), estado civil (p=0,16)

e faixa etária (p=0,14).

Tabela 5. Análise inferencial entre o desempenho funcional avaliado pelos WHODAS

2.0 e as variáveis clínicas, funcionais e cognitivas de uma amostra de 81 idosos com

Diabetes Mellitus tipo 2 avaliados num hospital universitário do nordeste brasileiro.

Natal, 2016.

Desempenho

funcional

(WHODAS)

Grupos Médias (DP) Mediana Variação

IC (95%) pa,b/pc

Sexo Feminino 13,5 (1,1) 8,5 0,0-28,0 11,1-15,8

0,003a Masculino 7,7 (7,4) 5,0 0,0-33,0 4,8-10,7

Escolaridade

Analfabeto (1) 15,3 (9,8) 18,0 1,0-28,0 9,3-21,2

0,005b

1-4 (p=0,008)

2-4 (p=0,003)

Primário incompleto (2) 14,7 (8,7) 14,0 0,0-28,00 11,0-18,4

Primário

completo (3) 10,8 (7,6) 9,0 0,0-26,0

7,4-14,2

Pós elementar (4) 6,6 (5,9) 5,0 0,0-20,0 4,0-9,3

Saúde geral

Muito boa 10,0 (8,1) 9,0 1,0-23,0 - 0,1-20,0

<0,001b Boa 6,9 (6,4) 5,0 0,0-27,0 4,9-9,0

Ruim 16,6 (7,1) 15,0 2,0-28,0 13,8-19,5

Muito ruim 23,0 (3,4) 23,00 18,0-28,0 19,8-26,1

Visão

Excelente (1) 5,8 (2,9) 4,0 4,0-11,0 2,6-8,9 <0,001b

1-5 (p=0,01)

2-5 (p=0,03)

3-5 (p=0,005)

Muito boa (2) 6,8 (9,3) 4,0 0,0-23,0 - 4,8-18,4

Boa (3) 8,5 (7,4) 8,0 0,0-28,0 6,0-11,1

Ruim (4) 15,6 (7,8) 18,0 2,0-28,0 12,5-18,7

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28

Muito ruim (5) 18,3 (8,7) 18,5 5,0-28,0 11,0-25,7

Prática de

atividade física

Sim 8,6 (7,3) 7,0 0,0-28,0 5,7-11,5 0,03a

Não 13,0 (8,8) 13,0 0,0-28,0 10,6-15,4

Dispositivo de

auxílio à

marcha

Utiliza 17,0 (8,3) 16,0 5,0-26,0 11,0-22,9

0,03a Não utiliza 10,8 (8,3) 9,0 0,0-28,0

Dor em MMII Sim 14,0 (8,6) 12,5 0,0-28,0 11,4-16,5

0,002a Não 8,0 (7,2) 6,0 0,0-26,0 5,4-10,5

Quedas no

último ano

Nenhuma (1) 8,7 (7,6) 8,0 0,0-28,0 6,2-11,2 0,006b

1-3 (p=0,002) 1 queda (2) 12,2 (8,0) 11,0 2,0-28,0 8,4-15,9

2 ou mais (3) 16,1 (8,7) 18,0 0,0-28,0 12,2-20,0

Medo de

quedas

Sim 12,9 (8,3) 11,0 0,0-28,0 10,7-15,2 0,01a

Não 8,4 (8,4) 5,0 0,0-28,0 5,0-11,9

Tendência a

quedas

Sim 14,0 (8,3) 14,0 0,0-28,0 11,7-16,3 <0,001a

Não 6,9 (6,9) 5,5 0,0-26,0 4,2-9,6

Tontura Sim 14,1 (8,4) 14,0 0,0-28,0 11,5-16,6

0,003a Não 8,5 (7,8) 6,0 0,0-28,0 5,9-11,2

Número de

doenças

1 ou duas 6,2 (5,1) 5,0 0,0-17,0 3,5-8,8

<0,001b 3 ou quatro 9,6 (7,8) 8,0 0,0-28,0 6,9-12,4

5 ou mais 16,5 (8,3) 18,0 1,0-28,0 13,4-19,6

Sintomas

depressivos

Sim 17,8 (7,2) 18,0 5,0-28,0 15,2-20,3 < 0,001a

Não 6,8 (6,0) 5,0 0,0-22,0

MMII – Membros Inferiores

a. Mann-Whitney

b. Kruskall-Wallis

c. pos teste de Dunn

Nível de significância = 0,05

Foi encontrada significância entre “número de doenças” e desempenho funcional

(Tabela 5), demonstrando que indivíduos que apresentam um maior número de patologias

diagnosticadas, experimentam maior restrição ao desempenho funcional.

Em relação as variáveis qualitativas relacionadas com as doenças apresentadas

pelos pacientes, não houve relação significante entre desempenho funcional e as doenças:

do sistema nervoso (p=0,08), infecciosas ou parasitárias (p=0,24); neoplasias (tumores)

(p=0,15); do sangue, órgãos, hemopoiéticos e/ou transtornos imunitários (p=0,84),

transtornos mentais e/ou comportamentais (p=0,12), dos olhos e anexo (p=0,55), do

8,8-12,8

5,0-8,6

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29

aparelho circulatório (p=0,88), do aparelho respiratório (p=0,25), do aparelho digestivo

(p=0,86), pele e/ou tecido subcutâneo (p=0,78), sistema osteomuscular e/ou tecido

conjuntivo (p=0,16), geniturinário (p=0,39) e outras doenças (p=0,16).

Não foram encontradas relações significantes entre desempenho funcional e os

medicamentos: Otoneurológicos (p=0,54), do sistema cardiovascular (p=0,85), trato

alimentar e/ou metabolismo (p=0,53), sistema nervoso (p=0,08), sistema sanguíneo

(p=0,16), sistema musculoesquelético (p=0,44), sistema respiratório (p=0,66), hormonais

sistêmicos (p=0,14), oftalmológicos (p=0,35) e outros medicamentos (p=0,55).

A variável “anos de escolaridade” apresentou correlação negativa significante

com o desempenho funcional, como apresenta a tabela 6, ou seja, quanto menos anos

estudados, maior a restrição ao desempenho funcional.

Na tabela 6, observa-se que houve correlação significante positiva entre

desempenho funcional e as variáveis “EVA” e “TUG”, ou seja, os idosos que

apresentaram maior pontuação na escala EVA e maior tempo de velocidade da marcha,

respectivamente, obtiveram maior restrição ao desempenho funcional.

A variável “IMC” apresentou correlação positiva fraca estatisticamente

significante com o desempenho funcional, como demonstra a tabela 6, demonstrando

que quanto maior o IMC, maior a restrição ao desempenho funcional.

Não houve correlação significante entre desempenho funcional e: tempo de

diagnóstico da DM 2 (p=0,64), hemoglobina glicada (p=0,36) e glicemia de jejum

(p=0,45), FPP para o sexo masculino (p=0,11) e FPP para o sexo feminino (p=0,11).

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Tabela 6. Análise inferencial entre o desempenho funcional (WHODAS 2.0) e as

variáveis anos de escolaridade, Índice de Massa Corporal, Escala Visual Analógica,

Mini-Exame do Estado Mental, Escala de Depressão Geriátrica e Time Up And Go de

uma amostra de 81 idosos atendidos em um hospital universitário do nordeste brasileiro.

*Correlação de Spearman ()

6 DISCUSSÃO

Nosso estudo teve como objetivo avaliar os fatores associados ao desempenho

funcional de idosos com DM 2, no qual encontramos associação entre restrição com

desempenho funcional e sexo feminino, menor escolaridade, pior percepção da saúde e

da visão, inatividade física, utilização de dispositivo de auxílio à marcha, dor em MMII,

maior número de doenças, histórico de quedas, medo de quedas, tontura e presença de

sintomas depressivos.

Neste estudo, realizado com 81 idosos diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo

2, verificou-se uma maior prevalência de idosos jovens, com a faixa “60-64” anos se

destacando. Estudos afirmam haver uma tendência à diminuição da prevalência do

diabetes nos idosos mais velhos, após os 80 anos (SABE 16 e no ISA-SP 9), em razão de

haver uma maior mortalidade desses indivíduos com o avançar da idade, devido a

ocorrência de complicações decorrentes da doença (MENDES et al., 2011; MENEZES et

al., 2014).

A maioria feminina encontrada na amostra pode ser justificada pelo fato de que as

mulheres se preocupam mais com a sua saúde e procuram os serviços com maior

frequência, corroborando com a literatura (YANG et al., 2010). Vitoi et al. (2015) ainda

acrescentam que este dado pode estar ligado as alterações hormonais associadas ao

climatério, presentes nas mulheres, principalmente a partir dos 50 anos de idade.

Variáveis * p-valor

WHODAS

Anos de escolaridade - 0,39 0,001

Índice de Massa Corporal 0,28 0,01

Escala Visual Analógica 0,49 < 0,001

Mini-Exame do Estado Mental - 0,38 < 0,001

Escala de Depressão Geriátrica 0,67 < 0,001

Time Up And Go 0,49 < 0,001

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31

A relação significante encontrada entre desempenho funcional e sexo (p = 0,003),

sendo o sexo feminino o que teve pior desempenho, pode ser justificada pela próprio

processo de feminização da velhice, onde há um maior número de mulheres na população

idosa, o que as torna mais susceptíveis às limitações advindas de comorbidades do que os

indivíduos do sexo masculino, constituindo assim uma ameaça à dependência funcional

(SANTOS; PAVARINI, 2011), além de terem a facilidade de referir maior número de

problemas de saúde em relação aos homens da mesma idade (ALVES; LEITE;

MACHADO, 2010).

O estudo de Barbosa et al. (2014), realizado em um serviço público de Minas

Gerais – BR, encontrou resultado semelhante, com maior chance de incapacidade para os

indivíduos do sexo feminino e idosos mais velhos.

Esta pesquisa encontrou significância entre desempenho funcional e escolaridade

(p=0,01), demonstrando que indivíduos analfabetos apresentam pior desempenho na

funcionalidade. Hipotetiza-se que este dado pode ser justificado pelo fato de que

indivíduos com maior nível de escolaridade apresentam maior compreensão das

orientações sobre prevenção e/ou tratamento para a DM 2, considerados fatores de

proteção para incapacidades funcionais. Alves et al. (2014) demonstraram que o nível

educacional dos idosos portadores de DM 2 é relativamente menor. Este fato merece ser

destacado, porque indivíduos com menor nível de escolaridade são mais propensos a

inatividade física, e, consequentemente, a dependência funcional.

Este estudo encontrou relação significante entre restrição ao desempenho

funcional e inatividade física (p=0,03). Awotidebe (2014) afirma, em seu estudo, que os

pacientes com DM 2 apresentam menor tolerância ao exercício em comparação com

controles saudáveis, devido ao metabolismo deficiente de glicose e a redução da

capacidade do corpo em utilizar o oxigênio, decorrentes da má perfusão sanguínea dos

músculos a nível celular, ou seja, complicações decorrentes do DM 2 parecem estar ligada

a baixa adesão dos indivíduos ao exercício físico o que leva, consequentemente, a

diminuição da funcionalidade.

Este dado explica a elevada média do IMC encontrada nesta amostra e a correlação

significante encontrada entre restrição ao desempenho funcional e maior IMC. Diversos

estudos registraram uma relação estatisticamente significante entre obesidade e

incidência/ prevalência de DM 2 entre idosos, demonstrando que a obesidade é um fator

de risco para o aumento desta doença (MENEZES et al., 2014). As Diretrizes da

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32

Sociedade Brasileira de Diabetes recomendam a redução de peso como uma das

principais medidas de tratamento não farmacológico da doença.

A obesidade aumenta o risco global de desenvolvimento da DM 2 em até quatro

vezes e é, de fato, o fator de risco mais importante para esta doença em idosos (VIA,

2012), além de proporcionar efeitos adversos, incluindo déficits funcionais, invalidez,

hospitalização e mortalidade (ANTON et al., 2013).

A amostra apresentou relação significante entre restrição ao desempenho

funcional e maior número de doenças. Este dado pode ser justificado pelo fato do diabetes

ser uma doença que pode causar o acometimento simultâneo de diversos órgãos e

sistemas, consequentemente, ocasionando inúmeras complicações e limitações, que

podem levar os indivíduos a terem maiores chances de desenvolver diversas patologias,

afetando as atividades de vida e participação desta população.

Este achado também pode justificar a polifarmácia encontrada nos idosos da

presente amostra, tendo em vista que pessoas que usam muitos medicamentos geralmente

possuem mais comorbidades. Dardano et al. (2014) concluíram que os pacientes que

utilizam cinco ou mais medicamentos, especialmente se eles incluem inibidores da ECA

e betaadrenoceptor não seletivo antagonistas, são mais propensas a complicações que

podem acarretar em dependência funcional, tendo em vista que podem causar tonturas,

quedas, levando ao medo e/ou receio de se locomover sem ajuda ou sair de casa, isso

tudo, pode justificar uma diminuição do desempenho funcional destes indivíduos.

Observou-se que indivíduos que relataram pior percepção da saúde (p<0,001) e

da visão (p<0,001) apresentaram uma maior restrição ao desempenho funcional, com as

categorias “muito ruim” e “ruim” se difereciando, signicativamente, das demais. Este

dado pode decorrer do fato de que o DM 2, em alguns casos, impõe limitações ao

indivíduo e, muitas vezes, pode gerar seqüelas que impossibilitam condição favoráveis

de saúde e levam a diminuição da funcionalidade e participação social (FRANCISCO et

al., 2010).

Diversos estudos que avaliaram a mobilidade de idosos diabéticos, através do

TUG, verificaram que estes indivíduos apresentam pior desempenho no teste

(ALVARENGA; PEREIRA; ANJOS, 2010; FERREIRA; FERREIRA, 2014). Este foi

um achado desta pesquisa, em que a média encontrada foi de 14,1 ± 5,4 segundos,

valores ainda maiores que os encontrados nos estudos citados anteriormente.

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33

Esse maior tempo despendido pode ser justificado pelas próprias características

apresentadas pela amostra, sendo ela classificada como sobrepeso, não praticante de

exercício físico e relatando dor em MMII, tendo em vista que o desempenho neste teste

é influenciado por diversos fatores, como força muscular dos membros inferiores,

equilíbrio, tempo de reação, visão, estado de saúde e função cognitiva. Dessa forma, todas

as complicações encontradas em indivíduos com DM 2 podem justificar o desempenho

inferior no teste (MOREIRA et al., 2016) e proporcionar um risco aumentado de

incapacidade nessa população (BRUCE, 2005).

Também foram observadas relações significantes entre pior desempenho

funcional e dor em MMII (p=0,006) e utilização de dispositivo de auxílio à marcha

(p=0,02). Esses dados reafirmam o prejuízo da mobilidade encontrado nesses indivíduos,

tendo em vista que podem ser decorrentes de complicações próprias do DM 2, como

neuropatia periférica e amputação. Dessa forma, indivíduos que apresentam essas

características experimentam restrição da funcionalidade por motivos óbvios de

dificuldade de locomoção.

Gregg et al. (2014) afirmam que depressão comórbida tem sido associada com

resistência a insulina e risco de desenvolver diabetes. Da mesma forma, um revisão

sistemática realizada por KAN et al. (2013) sugeriu que há uma associação bidirecional

entre depressão e DM 2, podendo iniciar até mesmo antes do diagnóstico de DM 2.

É amplamente aceito na literatura que a depressão é mais comum entre os adultos

mais velhos com diabetes do que na população mais jovem e sua prevalência parece

aumentar com a duração e complicações desta doença (OZTURK et al., 2014).

Neste estudo, foi encontrado um desempenho funcional significativamente menor

entre o grupo de idosos com sintomas depressivos (p<0,001). Sabendo que a depressão

pode levar à não adesão à tratamentos, má qualidade do sono, diminuição no metabolismo

de medicamentos, perda da auto-confiança e da independência nas atividades de vida

diária e social, causando isolamento em pacientes geriátricos. Além disso, aumenta as

complicações do DM 2, podendo ocasionar déficits funcionais e até mesmo levar à morte

(TANJANI et al., 2015), hipotetiza-se que todos estes fatores justificam uma diminuição

no desempenho funcional dos indivíduos.

Moreira (2016) mostrou, em seu estudo, que o medo de cair está associado a

sintomas depressivos e a um pior desempenho nos testes funcionais, justificando pelo fato

de que o medo pode levar à uma diminuição da mobilidade em tarefas como caminhar,

resultando em deterioração das capacidades físicas. Esse dado reforça o achado

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34

encontrado nesta pesquisa, que revela maior prejuízo no desempenho funcional para

aqueles idosos que caíram no último ano (p=0,006), que relataram medo de quedas

(p=0,01) e que apresentaram tendência a quedas (p<0,001) e tontura (p=0,003).

Um estudo de coorte realizado nos EUA durante um período de três anos, registrou

uma freqüência de quedas em 30,6% para os idosos diabéticos e 19,4% para os não

diabéticos (PIJPERS et al., 2012). Estes autores defendem que pacientes com DM 2 são

considerados de risco para quedas e seus agravos, principalmente por apresentarem

desenvolvimento de neuropatia periférica, visão reduzida, uso de polifarmácia, tonturas,

distúrbio auditivo, hipoglicemia decorrente do mau uso de medicação, entre outros. Todos

esses fatores estão fortemente relacionados a uma diminuição da funcionalidade do

indíviduo e, consequentemente, restrição do desempenho funcional.

Não foram encontradas relações significantes entre desempenho funcional e os

exames laboratorias: hemoglobina glicada e glicemia de jejum. Contudo, esta pesquisa

avaliou apenas indivíduos com DM 2 e os valores dos exames laboratoriais dos últimos

seis meses.

A FPP constitui um parâmetro de avaliação da força muscular global e indicador

de mortalidade entre idosos (LOPEZ-JARAMILLO et al., 2014; TIMPKA et al., 2014;

VAN DER KOOI, 2015). Na presente amostra o valores médios da FPP foi de 28,6 ± 7,4

kg para o sexo masculino e de 16,8 ± 5,0 para o sexo feminino. Esses dados são

preocupantes, visto que estudos prévios sugerem que valores iguais ou inferiores 37 kg

para homens e 21 Kg para mulheres, representam risco para dependência futura e baixos

níveis de saúde (SALLINEN et al., 2010).

A relação entre DM 2 e FPP foi avaliada em diversos estudos, estes encontraram

declínio na força para os portadores dessa doença (WANDER, 2011; LEENDERS et al.,

2013). O estudo de Van Sloten et al. (2011), realizado na Holanda com 100 participantes,

concluiu que a diminuição da força muscular e a obesidade estão associados a uma

diminuição na capacidade funcional, independente da presença de neuropatia periférica,

sugerindo que pode haver incapacidade funcional devido à presença de complicações ou

fatores de risco relacionados com o diabetes.

Pessoas com DM 2 têm tanto menor força muscular como menos qualidade

muscular em comparação com pessoas sem diabetes. A fisiopatologia exata das desordens

musculoesqueléticas em diabéticos continua obscura, mas a presença de desordens do

tecido conjuntivo, neuropatias, vasculopatias ou suas combinações, podem aumentar a

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incidência das complicações nos indivíduos e levar à redução da força muscular

(OLIVEIRA; MOREIRA, 2009).

Estudos anteriores demonstraram que idosos com diabetes têm de duas a três vezes

maior risco de se apresentarem incapacidades funcionais do que os não diabéticos, devido

a ocorrência de uma perda acelerada de massa muscular (KIM et al., 2015). Os dados de

um estudo epidemiológico realizado por Park et al. (2007) indicam que idosos com DM

2 perdem 33% mais massa muscular por ano do que seus pares não portadores da doença.

WANDER et al. (2011) realizou um estudo prospectivo com 394 japoneses-

americanos por um período de 10 anos e utilizou a FPP como fator preditor para o

desenvolvimento de diabetes tipo 2. Eles concluíram que há menor risco de desenvolver

o DM 2 entre os indivíduos mais magros e com maior força de preensão palmar. Os

autores ainda defendem um consenso na literatura de que a força muscular é afetada pela

doença e afirmam que os indivíduos sem diagnóstico estabelecido possuem maior

declínio na massa magra do que aqueles diagnosticados a muitos anos, sugerindo que os

efeitos do diabetes na massa esquelética parece ser manifestada nas fases iniciais da

doença ou até procedê-la.

Estes dados podem explicar outro achado deste estudo, onde não houve associação

significativa entre tempo de diagnóstico do DM 2 e restrição ao desempenho funcional,

levando a hipótese de que as restrições ao desempenho funcional são experimentadas

pelos indivíduos parecem estar ligadas as próprias complicações da doença, que depende

muito mais do tratamento despendido pelo indívduo portador, com um controle glicêmico

adequado e hábitos de vida saudáveis, do que ao tempo de diagnóstico e que, indivíduos

que possuem um controle da doença podem não desenvolver um processo de

incapacidade funcional.

O estudo de Cederlund et al. (2009) concluiu que indivíduos com um tempo maior

da doença, tem mais chances de desenvolver neuropatia grave e mais dificuldades nas

AVD, possivelmente devido a uma má influência do descontrole metabólico sobre o

sistema músculo-esquelético.

Mendes et al. (2011) defendem que o diagnóstico precoce e as intervenções

preventivas devem ser priorizados e direcionados aos indivíduos de maior risco, tendo

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em vista que permitem a redução das complicações, já que o DM 2 permanece

assintomático por um longo tempo antes de seu diagnóstico.

O presente estudo oferece dados para a avaliação do desempenho funcional de

idosos com DM 2, entretanto, outros estudos do tipo transversal são necessários com

tamanhos amostrais maiores, que permitam análises de regressão logística, para conhecer a

influência que as variáveis avaliadas pelo WHODAS exercem sobre o desempenho

funcional. E ainda, nota-se a necessidade de realizar estudos específicos incluindo idosos

com neuropatia periférica diagnosticada e outras complicações específicas.

Esta pesquisa apresentou algumas limitações, dentre elas, estão a subjetividade do

instrumento WHODAS, tendo em vista que as respostas são auto-relatadas; a dificuldade

de compreensão dos itens, principalmente, para os indivíduos analfabetos; outra limitação

foi não ter avaliado alguns componentes específicos do desempenho funcional, como

força muscular; flexibilidade muscular e do tecido conjuntivo e amplitude de movimento;

capacidade cardiorrespiratória, coordenação e agilidade; todos estes são responsáveis por

predizer a aptidão física/capacidade funcional dos indivíduos. Pesquisas envolvendo tais

informações em idosos com DM 2 também são encorajadas com o intuito de ampliar o

conhecimento sobre o desempenho funcional nestes indivíduos.

Ressalta-se, finalmente, a importância da realização de estudos longitudinais que

avaliem com mais precisão o impacto da fisiopatologia do DM 2 sobre os órgãos e

sistemas do corpo e suas consequências sobre as limitações funcionais dos indivíduos,

principalmente idosos, tendo em vista, que a possibilidade de intervir no retardo do

aparecimento das incapacidades pode reduzir a quantidade de idosos dependentes e,

assim, melhorar sua qualidade de vida.

7 CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo sugerem que idosos com Diabetes Mellitus tipo

2 apresentam restrição ao desempenho funcional quando associado à sexo feminino,

menor escolaridade, pior percepção da saúde e da visão, inatividade física, utilização de

dispositivo de auxílio à marcha, dor em membros inferiores, maior número de doenças,

histórico, medo e tendência a quedas, tontura, e que apresentam sintomas depressivos.

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37

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44

APÊNDICES

Apêndice I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: Fatores Associados à Restrição do

Desempenho Funcional em Idosos com Diabetes Mellitus que tem como pesquisador

responsável Prof. Dra. Juliana Maria Gazzola (Fisioterapeuta - CREFITO 1/37080-F).

Esta pesquisa pretende avaliar a restrição do desempenho funcional de idosos

diabéticos e verificar associação com dados sócio-demográficos, clínicos, equilíbrio

corporal, psico-cognitivos e quedas.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a necessidade do conhecimento das

alterações do desempenho funcional de idosos diabéticos para que possamos aplicar

medidas educativas e reabilitativas em relação ao prejuízo funcional.

Caso você decida participar, você deverá responder a questionários simples sobre

sua vida pessoal como idade, escolaridade, estado civil; questionários sobre dificuldades

nas suas tarefas do dia a dia; avaliação da memória, da sua saúde mental e do equilíbrio

corporal. A avaliação terá a duração de aproximadamente 2 horas. O(a) senhor(a)

poderá determinar quantos intervalos serão necessários para descanso entre cada teste.

Durante a realização dos testes a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que

você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina. No

entanto, pode acontecer de haver algum desconforto ao responder o questionário com

relação aos seus resultados ou a questões gerais sobre sua saúde mental e memória. Além

do mais, durante os testes físicos pode ocorrer cansaço, tontura desequilíbrio ou eventual

queda. Contudo, todos os cuidados serão tomados pela equipe para minimizar os possíveis

danos.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você

terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo examinador presente e o

responsável por isso será a pesquisadora responsável.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para

Dra. Juliana Maria Gazzola (9147-0202), enviando e-mail para

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[email protected] ou entrando em contato através do endereço Av. Nilo

Peçanha, 620, Petrópolis, CEP 59012-300, Natal/RN, Núcleo Avançado de Pesquisa e

Inovação Tecnológica em Saúde (NAPS), no 3 subsolo, sala 6 – Tecnologias Assistivas,

do Hospital Universitário Onofre Lopes na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas

em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que

possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em

local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido

pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de

Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, telefone 3342-5003, enviar e-

mail para [email protected] ou entrar em contato no endereço Av. Nilo Peçanha,

620, Petrópolis, CEP 59012-300, Natal-RN.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável Dra. Juliana Maria Gazzola.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados

serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que

ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar

da pesquisa “Avaliação do Desempenho Funcional em Idosos com Diabetes Mellitus tipo

2”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou

publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal ____de____________de______.

Impressãodatilo

scópica do

participante

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__________________________________

Assinatura do participante da pesquisa ou do responsável

__________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

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47

Apêndice II - Quadro de Variáveis

QUADRO 1 - VARIÁVEIS SEGUNDO SUBGRUPO, TIPO, CÓDIGOS DAS CATEGORIAS E UNIDADES DE

MEDIDA EMPREGADAS

Variável Subgrupo Tipo Códigos e Categorias

Sexo Sociodemográfica Qualitativa

Nominal

1. Masculino

2. Feminino

Faixa etária

Sociodemográfica

Qualitativa

Nominal

1. 60-64 anos

2. 65-69 anos

3. 70-74 anos

4. 75-79 anos

5. 80 anos ou mais

Idade (anos completos) Sociodemográfica Quantitativa

Discreta

Cor

Sociodemográfica

Qualitativa

nominal

1. Branca

2. Amarela

3. Negra

4. Miscigenado

Escolaridade

Sociodemográfica

Qualitativa

Ordinal

1. Analfabeto

2. Primário incompleto

3. Primário completo

4. Pós - elementar

Anos de escolaridade Sociodemográfica Quantitativa

Discreta

Número de doenças

Clínico-

Funcional

Quantitativa

Discreta

Número de doenças

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Ordinal

1. Sem doenças

2. 1 ou 2 doenças

3. 3 ou 4 doenças

4. 5 ou mais doenças

Doenças infecciosas e/ou

parasitárias

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Neoplasias (tumores) Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças do sangue, órgãos

hematopoiéticos e/ou

transtornos imunitários

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças endócrinas,

nutricionais e/ou metabólicas

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Transtornos mentais e/ou

comportamentais

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças do sistema nervoso Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças do olho e anexos Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças do aparelho

circulatório

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças do aparelho

respiratório

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Continua ...

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Doenças do aparelho digestivo Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças da pele e/ou do tecido

subcutâneo

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças do sistema

osteomuscular e/ou tecido

conjuntivo

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Doenças do aparelho

geniturinário

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Número de medicamentos Clínico-

Funcional

Quantitativa

Discreta

Número de medicamentos

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Ordinal

1. Nenhum

2. 1 ou 2 medicamentos

3. 3 ou 4 medicamentos

4. 5 ou mais

medicamentos

Uso de medicamento(s)

otoneurológico(s)

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s) o

sistema cardiovascular

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s) para o

trato alimentar e/ou

metabolismo

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s) para o

sistema nervoso

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s)

para o sistema sangüíneo

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s)

para o sistema músculo-

esquelético

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s) para o

sistema respiratório

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s)

hormonais sistêmicos

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de medicamento(s)

oftalmológicos

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Uso de outro(s)

medicamento(s): antifecciosos,

dermatológicos, geniturinário,

hormônios sexuais,

antineoplásicos e

imunomoduladores

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Percepção subjetiva da visão

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Ordinal

1. Excente

2. Boa

3. Ruim

4. Muito ruim

Percepção subjetiva da saúde Clínico-

Funcional

Qualitativa

Ordinal

1. Excelente

2. Boa

Continua ...

... continuação

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49

3. Ruim

4. Muito ruim

Uso de dispositivo de auxílio à

marcha

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Não utiliza

2. Utiliza

Queda(s) no último ano Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Nenhuma

2. 1 queda e/ou mais

Medo de Quedas Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Tontura Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Prática de atividade física Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Índice de Massa Corporal Clínico-

Funcional

Quantitativa

Índice de Massa Corporal

Categórica

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Ordinal

1. Baizo peso

2. Eutrófico

3. Sobrepeso

Tempo de diagnóstico do DM 2 Clínico-

Funcional

Quantitativa

Exames laboratoriais

(hemoglobina glicada e

glicemia de jejum)

Clínico-

Funcional

Quantitativa

Medicação para Diabetes

Mellitus tipo 2

Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Medicação oral

2. Insulina

3. Medicação oral +

Insulina

4. Nenhum

Uso de insulinoterapia Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Amputação Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal a

1. Sim

2. Nao

Local da amputação Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal a

Escala Visual Analógica Clínico-

Funcional

Quantitativa

Dor em membros inferiores Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sim

2. Não

Força de Preensão palmar Clínico-

Funcional

Quantitativa

Time Up And Go Clínico-

Funcional

Quantitativa

Mini-exame do estado mental Psico-cognitiva Quantitativa

Mini-exame do estado mental

Psico-cognitiva

Qualitativa

Nominal

1. Apresenta déficits

Cognitivos

2. Não apresenta

Escala de Depressão Geriátrica Clínico-

Funcional

Quantitativa

Escala de Depressão Geriátrica Clínico-

Funcional

Qualitativa

Nominal

1. Sintomas depressivos

2. Normal

... continuação

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50

WHODAS Desempenho

funcional

Quantitativa

WHODAS

Desempenho

funcional

Qualitativa

Ordinal

1. Pontuação igual ou

abaixo de 4 pontos

2. Pontuação igual ou maior

que 20 pontos

... continuação

... continuação

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Apêndice III - Dados Sociodemográficos

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS

TIPO 2

Nome______________________________________________

RGHUOL ______________

: ___________________Data: _____/_____/_____

Data de Nascimento: _____/_____/_____

1) DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

1. Sexo:

1. Masculino

2. Feminino

2. Idade (anos completos): _______

3. Idade (faixa etária):

1. 60 - 65 anos

2. 65 – 69 anos

3. 70 - 74 anos

4. 75 - 79 anos

5. 80 anos ou mais

4. Escolaridade:

1. Analfabeto

2. Primário incompleto

3. Primário completo

4. Pós-elementar

2) DADOS CLÍNICO-FUNCIONAIS

5. Avaliação subjetiva:

Saúde geral ( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim

Visão ( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim

Audição ( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim

Altura (m): ___________

Peso (kg):____________

IMC (kg/m²):__________

6. Prática regular de atividade física:

Participação do idoso em atividades físicas no tempo livre por três ou mais vezes na

semana por mais de trinta minutos nas últimas duas semanas (Yusuft et al., 1996).

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52

1.Sim

2.Não

Hipóteses Diagnósticas:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7. Número de doenças: ______________

1. Sem doenças

2. 1 ou 2 doenças

3. 3 ou 4 doenças

4. 5 ou mais doenças

Medicamentos em uso:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

8. Número de medicamentos: ____________

1. Não faz uso

2. 1 ou 2 medicamentos

3. 3 ou 4 medicamentos

4. 5 ou mais medicamentos

9. Tempo de diagnóstico da DM: ____________

10. Exames Laboratoriais dos últimos 6 meses:

1. Hemoglobina Glicada______________________

2. Glicemia de Jejum________________________

11. Medicação para DM:

1. Não utiliza

2. Medicamento Oral

3. Insulinoterapia

4. Medicamento oral + Insulinoterapia

12. Uso de Insulinoterapia:

1.Sim

2. Não

13. Faz uso de Dispositivo de auxílio à marcha:

1. Não utiliza

2. Utiliza.

Tipo: _________________

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53

14. Apresenta queixa de dor em membros inferiores:

1. sim

2. não

14. ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR EM MMII

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 = nenhuma dor 10 = pior dor possível

15. Dinamômetro

Mão Dominante ( )D ( )E

______Kg ________Kg ______Kg Média:________Kg.

16. Quedas no último ano:

1. Nenhuma

2. 1 queda

3. 2 ou mais quedas

17. Medo de quedas:

1. Sim

2. Não

18. Tontura

1. sim

2. não

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ANEXOS

Anexo I

Mini-Mental State Exam – MMSE (FOLSTEIN et al., 1975; BERTOLUCCI et al.,

1994)

“Agora faremos algumas perguntas para saber como está sua memória.

Sabemos que, com o tempo, as pessoas vão tendo mais dificuldade para se lembrar

das coisas. Não se preocupe com os resultados das questões”

1) Em qual dia estamos?

ano ( ) semestre ( ) mês ( ) Dia ( ) dia da semana ( )

2) Onde nós estamos?

estado ( ) cidade ( ) bairro ( ) hospital ( ) andar ( )

3) Repita as palavras: (1 segundo para dizer cada uma, depois pergunte ao idoso

todas as três)

caneca ( ) tijolo ( ) tapete ( )

Se ele não consegue repetir as três, repita até que ele aprenda todas as três. Conte as

tentativas e registre.

4) O sr (a) faz cálculos? (1) Sim (2) Não

Se a resposta for positiva pergunte: Se de 100 reais forem tirados 7, quanto resta? E

se tirarmos mais 7 reais, quanto resta? (total de 5 subtrações)

(93) ( ) (86) ( ) (79) ( ) (72) ( ) (65) ( )

Se a resposta for não, peça-lhe para soletrar a palavra “mundo” de trás para diante

O( ) D ( ) N ( ) U ( ) M ( )

5) Repita as palavras que disse há pouco

___________ ( ) ______________ ( ) ____________ ( )

6) Mostre um relógio de pulso e pergunte-lhe: O que é isto? Repita com o lápis.

Relógio ( ) Lápis ( )

7) Repita o seguinte: “ NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ” ( )

8) Siga uma ordem de três estágios:

“Tome um papel com sua mão direita( )

“Dobre-o ao meio” ( )

“Ponha-o no chão” ( )

9) Leia e execute o seguinte: (cartão)

“FECHE OS OLHOS” ( )

10) Escreva uma frase ( )

54

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55

11)Copie este desenho (cartão): ( )

TOTAL_____ pontos

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Anexo II

Escala de Depressão Geriátrica (YESAVAGE et al., 1983; SHEIK & YESAVAGE,

1986)

Score: ____________(respostas em negrito)

1 (s) (N) Satisfeito com a vida?

2 (S) (n) Interrompeu muito suas atividades?

3 (S) (n) Acha sua vida vazia?

4 (S) (n) Aborrece-se com frequência?

5 (s) (N) Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo?

6 (S) (n) Teme que algo ruim lhe aconteça?

7 (s) (N) Sente-se alegre a maior parte do tempo?

8 (S) (n) Sente-se desamparado com frequência?

9 (S) (n) Prefere ficar em a casa a sair e fazer coisas novas?

10 (S) (n) Acha que tem mais problemas de memória do que as outras

pessoas?

11 (s) (N) Acha que é maravilhoso estar vivo?

12 (s) (N) Vale a pena viver como vive agora?

13 (s) (N) Sente-se cheio de energia?

14 (s) (N) Acha que sua situação tem solução?

15 (S) (n) Acha que tem muita gente em situação melhor?

Maior que 5 = suspeita de depressão

ESCORE: __________ PONTOS

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Anexo III - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE II -

WHODAS II

Versão Administrada por Entrevistador – 12 itens

DIGA AO RESPONDENTE: A entrevista é sobre as dificuldades que as pessoas têm por causa de sua condição de

saúde. (ALCANCE O CARTÃO No. 1 PARA O RESPONDENTE). Por condição de

saúde, eu quero dizer doenças diagnosticadas pelo médico ou percebidas pelo paciente,

outros problemas de saúde que podem ser de curta ou de longa duração, lesões,

problemas mentais ou emocionais e problemas com álcool ou drogas.

Relembro que você deve ter em mente todos seus problemas de saúde enquanto

responde às perguntas. Quando eu perguntar sobre suas dificuldades para fazer uma

atividade pense em (APONTE PARA O CARTÃO No. 1).

Esforço aumentado

Desconforto ou dor

Lentidão

Mudanças na forma de você fazer a atividade

(APONTE PARA O CARTÃO No. 1). Quando estiver respondendo, eu gostaria que

você pensasse sobre os últimos 30 dias. Eu também gostaria que você respondesse a

estas perguntas pensando no grau de dificuldade que você teve, na média dos últimos 30

dias, enquanto fazia a atividade tal como geralmente a faz.

(ALCANCE O CARTÃO No. 2 PARA O RESPONDENTE). Utilize esta escala

enquanto estiver respondendo. (LEIA A ESCALA EM VOZ ALTA): Nenhum, leve,

médio, grave, extremo / não consigo fazer.

(OS CARTÕES No. 1 & 2 DEVEM PERMANECER VISÍVEIS PARA O

RESPONDENTE DURANTE A ENTREVISTA. )

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58

H1 Como você avaliaria sua saúde geral nos últimos 30 dias?

Muito boa Boa Média Ruim Muito ruim

MOSTRE O CARTÃO No. 2 para o participante.

Nos últimos 30 dias, que grau de dificuldade você teve em (ou para):

Nenhum Leve Médio Grave Extremo / Não consigo

fazer

S1

Ficar de pé por períodos

tão longos quanto 30

minutos?

1 2 3 4 5

S2

Cuidar de suas

responsabilidades com seu

lar?

1 2 3 4 5

S3

Aprender uma nova tarefa,

como, por exemplo,

aprender a chegar a um

lugar novo?

1 2 3 4 5

S4

Você teve problema para

se engajar (participar) em

atividades da comunidade

(por exemplo,

festividades, atividades

religiosas, etc.) da mesma

forma que qualquer pessoa

consegue?

1 2 3 4 5

S5

Você foi emocionalmente

afetado por seus

problemas de saúde?

1 2 3 4 5

S6

Concentrar-se por 10

minutos para fazer alguma

coisa?

1 2 3 4

5

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59

S7 Caminhar uma grande

distância, tal como um

quilômetro [ou dez

quadras]?

1 2 3 4 5

Por favor, continue na próxima página

Nos últimos 30 dias, que grau de dificuldade você teve em (ou para):

Nenhum Leve Médio Grave

Extremo /

Não

consigo

fazer

S8

Lavar seu corpo todo?

1 2 3 4 5

S9

Vestir-se?

1 2 3 4 5

S10

Lidar com pessoas que você

não conhece?

1 2 3 4 5

S11

Manter uma amizade?

1 2 3 4 5

S12

Seu trabalho no dia a dia?

1 2 3 4 5

...

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60

Isso conclui nosso questionário. Obrigado por participar.

Nenhum Leve Médio Grave

Extremo /

Não

consigo

fazer

H2

Em geral, em que grau essas

dificuldades interferem na sua

vida?

(Leia as opções para o

respondente)

1 2 3 4 5

H3

Em geral, nos últimos 30 dias, em

quantos dias essa dificuldade esteve

presente?

REGISTRE O NÚMERO DE DIAS

___ ___

H4

Nos últimos 30 dias, por quantos

dias você esteve totalmente

incapacitado de desempenhar suas

atividades usuais ou seu trabalho

em função de qualquer condição de

saúde?

REGISTRE O NÚMERO DE DIAS

___ ___

H5

Nos últimos 30 dias, sem contar os

dias em que você esteve totalmente

incapacitado, por quantos dias você

teve que cortar ou reduzir suas

atividades habituais ou seu trabalho

devido a alguma condição de

saúde?

REGISTRE O NÚMERO DE DIAS

___ ___

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CARTÃO No. 1 PARA O RESPONDENTE

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE II - WHODAS II

Versão Administrada por Entrevistador – 12 itens

Condições de Saúde:

Doenças diagnosticadas pelo médico ou percebidas pelo paciente ou outros

problemas de saúde

Lesões

Problemas mentais ou emocionais

Problemas com álcool

Problemas com drogas

Ter dificuldade com uma atividade significa:

Esforço aumentado

Desconforto ou dor

Lentidão

Mudanças na forma como você faz a atividade

Pense apenas sobre os últimos 30 dias

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CARTÃO No. 2 PARA O RESPONDENTE

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE II - WHODAS II

Versão Administrada por Entrevistador – 12 itens

0 1 2 3 4

Nenhuma Leve Moderada Grave

Extremo/Não

consigo fazer

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Anexo IV – Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da UFRN

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Anexo V - Valores dos Coeficientes de Correlação (Levin, 1987)

QUADRO 2 - VALORES DOS COEFICIENTES DE CORRELAÇÃO, DE ACORDO

COM LEVIN (1987)

- 1,00 correlação negativa perfeita

:

- 0,95 correlação negativa forte

:

- 0,50 correlação negativa moderada

:

- 0,10 correlação negativa fraca

:

- 0,00 ausência de correlação

:

+ 0,10 correlação positiva fraca

:

+ 0,50 correlação positiva moderada

:

+ 0,95 correlação positiva forte

:

+ 1,00 correlação positiva perfeita