Espiritismo no Lar

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Centro Espírita Léon Denis 17 o ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE JOANNA DE ÂNGELIS Tema: Espiritismo no Lar 13 de novembro de 2016 Joanna de Ângelis

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Centro Espírita Léon Denis

17o ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE JOANNA DE ÂNGELIS

Tema:

Espiritismo no Lar

13 de novembro de 2016

Joanna d

e Ângelis

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Informações Gerais

8h às 8h30min Chegada / Recepção 8h30min às 9h Abertura e Sensibilização 9h às 9h10min Deslocamento 9h10min às 10h30min Estudo 10h30min às 10h45min Intervalo 10h45min às 12h50min Estudo 12h50min às 12h55min Deslocamento para o salão 12h55min às 13h Encerramento

CENTROS PARTICIPANTES LOCAL DATA DA REALIZAÇÃO

Centro Espírita Léon Denis Bento Ribeiro 13 de novembro

Núcleo Espírita Léon Denis Campo Grande 20 de novembro

Centro Espírita Antonio de Aquino Magalhães Bastos 27 de novembro

Centro Espírita Irmão Clarêncio Vila da Penha 27 de novembro

Centro Espírita Bezerra de Menezes Duque de Caxias 27 de novembro

Núcleo Espírita Antonio de Aquino Bangu 4 de dezembro

Coordenação Geral: Carla Toledo, Lair Ferreira e Ma rcos Jerônimo Organização de Conteúdo: Equipe de Estudo do Encont ro Diagramação e Finalização: Setor Editorial do CELD

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Histórico do Encontro Espírita sobre Joanna de Ânge lis

1o Seminário Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2000 Tema Central: A Conquista de Si Mesmo 2o Seminário Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2001 Tema Central: Referenciais para Identificação do Si 3o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2002 Tema Central: Os Níveis de Consciência e suas Consequências na Sociedade 4o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2003 Tema Central: A Conquista do Si 5o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2004 Tema Central: O Ser Emocional 6o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2005 Tema Central: A Reencarnação 7o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2006 Tema Central: A Lei de Amor na Reprogramação Mental 8o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2007 Tema Central: O Amor e a Consciência da Imortalidade 9o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2008 Tema Central: A Consciência de Deus em nós 10o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2009 Tema Central: A Consciência de Deus em nós 11o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2010 Tema: A Consciência de Deus na Reconstrução do Lar 12o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2011 Tema: A Consciência de Deus em nós 13o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2012 Tema: Jesus e a Família no Pensamento de Joanna de Ângelis 14o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2013 Tema: A Reencarnação e a Família no Pensamento de Joanna de Ângelis 15o Encontro sobre Joanna de Ângelis – 2014 Tema: Vida em Família 16o Encontro sobre Joanna de Ângelis – 2015 Tema: O Matrimônio

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SUMÁRIO Objetivos ..................................................................................... 5 Joanna de Ângelis (Vida e Obra) ................................................ 6 Meditemos ................................................................................... 7 Seriedade no Compromisso ........................................................ 8 1o Blocode Ideias: No Lar .......................................................... 13 Lar .............................................................................................. 15 2o Bloco de Ideias: Cristo em Casa ............................................ 22 3o Bloco de Ideias: Culto Evangélico no Lar .............................. 27 Refletindo com Joanna de Ângelis ............................................. 39 Referências Bibliográficas .......................................................... 40

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OBJETIVOS GERAL:

• Reconhecer que Jesus no Lar é vida para o Lar. ESPECÍFICOS:

• Identificar que as tarefas se iniciam no lar e todas são ministérios divinos.

• Especificar o que é Lar. • Compreender os benefícios do convívio familiar. • Reconhecer o Evangelho, através da Doutrina Espírita, como roteiro

infalível para a felicidade vindoura. • Mostrar o Espiritismo como riqueza terrestre, que deve ser

compartilhada no Lar. • Constatar como o conhecimento do Espiritismo auxilia para a

harmonia no Lar. • Identificar a origem do Culto Evangélico no Lar. • Demonstrar na prática como fazer o Culto Evangélico no Lar. • Identificar como agir para manter o Culto Evangélico no Lar. • Reconhecer os benefícios do Culto Evangélico no Lar. • Concluir que os benefícios do Culto Evangélico no Lar não ficam

somente no Lar.

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Joanna de Ângelis (Vida e Obra)

Anjo da caridade e misericórdia. Assim é definida Joanna de Ângelis, mentora espiritual do médium Divaldo Franco. Ela iniciou sua atuação em benefício da humanidade desde antes da morte de Cristo, tornando-se missionária dele por várias encarnações posteriores. Em sua obra mediúnica Joanna de Ângelis trata de temas filosóficos, psicológicos e existenciais, fruto de suas passagens pela Terra e do trabalho desenvolvido por ela no mundo espiritual.

Exemplos de humanidade, humildade e heroísmo, as vidas de Joanna de Ângelis nos trazem a mais pura expressão do amor, visando à educação moral e o consolo de inúmeras pessoas.

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MEDITEMOS

[...] Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra

de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Essa parte é a que será objeto exclusivo desta obra. [...]

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução – Objetivo desta Obra.)

Eu gostaria que a leitura do Evangelho fosse feita com mais interesse

pessoal. Mas abandonam esse livro; transformam-no em expressão vazia e letra morta; deixam ao esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm do abandono voluntário em que deixais esse resumo das leis divinas. Lede, pois, essas páginas de fogo do devotamento de Jesus e meditai-as. Eu mesmo me sinto envergonhado de ousar prometer-vos um trabalho sobre a caridade, quando penso que nesse livro encontrais todos os ensinamentos que vos devem levar às regiões celestes.

(Sociedade de Estudos Espíritas, sessão de 8 de junho de 1858 – Revista Espírita 1858, Agosto, “A caridade” – por S. Vicente de Paulo.)

A ideia clara e precisa que se faça da vida futura proporciona

inabalável fé no porvir, fé que acarreta enormes consequências sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista sob o qual encaram.

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. I, item 5.)

Não fosse Jesus reencarnacionista, toda a Sua mensagem seria fragmentária, sem suporte de segurança, por faltar-lhe a justiça na sua mais alta expressão, propiciando ao infrator a oportunidade reeducativa com o consequente crescimento para a liberdade a que aspira.

O amor por Ele ensinado, se não tivesse como apoio a bênção do renascimento corporal ensejando recomeço e reparação, teria um caráter de transitória preferência emocional, com a seleção dos eleitos e felizes em detrimento dos antipáticos e desditosos.

(Joanna de Ângelis. Jesus e Atualidade – Cap. II.)

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Seriedade no Compromisso

Os compromissos de natureza espiritual devem ser aceitos com alta responsabilidade, pelo significado de que se constituem.

Enquanto as atividades materiais são transitórias , muitas das quais, mesmo assim, exigem seriedade e esforço moral de abnegação, aquelas que dizem respeito ao espírito imortal, muito mais graves apresentam-se, tendo em vista o seu caráter de eternidade.

Não se podem assumir obrigações espirituais com lev iandade ou interesses subalternos.

O comportamento maneiro deve ser substituído pela s eriedade , a fim de apresentar o significado de alto respeito de que as mesmas se cons-tituem.

O ser humano, de forma alguma, é a aparência com qu e se apresenta.

A sua realidade é o somatório das incontáveis exper iências de aprendizagem em reencarnações transatas , abrindo-lhe espaços emocio-nais e morais para mais elevadas conquistas no rumo da sua plenitude.

Enquanto se adotam condutas materialistas, destituí das de sig-nificado profundo, a busca do prazer e o culto da i lusão permitem as atitudes insensatas e levianas como decorrência da destruição da vida após o fenômeno da morte biológica.

Nada esperando do porvir, que esfuma com certa brev idade na escala do tempo linear, o indivíduo permite-se usuf ruir de todos os valores que caracterizam o egoísmo, evitando o esfo rço da solidarie-dade e da beneficência, por ausência de consolidaçã o moral em torno da imortalidade, na qual não acredita.

É certo que existem homens e mulheres que adotam a negação da vida do além-túmulo, como reação natural às imposições das doutrinas dogmáticas do passado e do presente, inimigas da ciência e da razão que se notabilizam pelos sentimentos de grandeza moral e de responsabilidade perante a vida, si mesmos e a sociedade.

Não tiveram oportunidade de conhecer o Espiritismo, portanto, igno-rando os seus postulados filosóficos e as suas informações científicas, ambos estruturados na ética-moral do Evangelho de Jesus, destituído dos símbolos e das interpretações acomodatícias e de interesse de diversos grupos religiosos, resolvendo-se por libertar-se da crença espiritualista.

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Nada obstante, comportam-se como verdadeiros cristãos, nobres e dedicados ao Bem, sem a mesquinha ambição de qualquer recompensa.

Referimo-nos, porém, aos materialistas por sistema, que tudo negam aprioristicamente, intolerantes e egoístas, como os há em todos os grupa-mentos humanos, que se supõem conhecedores de tudo, evitando-se novos comprometimentos...

Esses são os fomentadores das paixões perturbadoras, que divulgam e estimulam na sociedade, usufruindo os benefícios perversos da sua ativi-dade.

Podem permitir-se o desrespeito e a insaciável entrega à futilidade, porque nada esperam nem desejam da vida, no que diz respeito aos valores de dignificação humana, que detestam, tornando-se, às vezes, líderes aluci-nados de novos programas e condutas estranhas, esdrúxulas.

Nos círculos da fé espiritual, de maneira alguma há lugar para os insensatos e gozadores, aqueles que se comprazem em divertir com propos-tas fesceninas, quando deveriam educar, propondo a alegria de viver, porém disciplinada e decorrente do dever das ações edificantes.

* Convidado ao banquete da Boa Nova que o Espiritismo ora te

propicia , prepara a túnica nupcial, a que se refere a palavra do Senhor, a fim de poderes sentar-se à mesa da cerimônia.

Cuida da indumentária dos sentimentos que te revest em o espí-rito que és, conscientizando-te das graves responsa bilidades que te dizem respeito na desincumbência das atividades a q ue te propões executar.

Sê sério sem manter carantonha, jovial sem permissividade, cauto sem excesso, sincero sem agressividade, gentil sem subserviência, respon-sável sem presunção...

Recordando-te de que a bandeira que o Espiritismo ergue é a Caridade, busca insculpi-la no pensamento, nas palavras e nos atos, de forma que ela desperte a curiosidade dos demais e sensibilize-os com os seus conteúdos.

Sejam quais forem as circunstâncias que te induzam aos pensa-mentos perversos, mórbidos, substitui-os por outros de natureza diversa, superiores, preenchendo os espaços mentais com ideias dignificadoras.

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Evita os comentários perniciosos, malévolos, acusadores, que so-mente complicam os relacionamentos, mantendo a caridade no silêncio quando surjam essas ocasiões, e quando não puderes esclarecer alguma situação nebulosa, alguma informação infeliz, cala e tem misericórdia do agressor verbal.

Importunado, desculpa; incompreendido, tem paciência; desconside-rado, mantém-te em paz.

Não são os conceitos que fazem de ti, que merecem a tua acei-tação, mas o que tu és.

De pouca valia é que te exaltem, sem recursos que correspondam à glorificação. Da mesma forma, sem valor algum, quando te procurem dimi-nuir, desconsiderando-te em qualquer faceta existencial negativa.

O mal somente produz resultados quando aceito por aquele contra o qual é dirigido.

Se recusado, perde o impacto e dilui-se, muitas vezes, mais irritando aquele que o projetou.

Não o comentes, perdendo tempo e energia na sua significação mór-bida.

A caridade, por isso mesmo, é rica de amor e de tolerância. *

Jesus compreendia a caridade como o mais elevado es tado moral do sentimento de amor.

Por isso, em todas as oportunidades de convivência com os indi-víduos, a sós ou nas multidões, preservava o sentid o da caridade, a todos atendendo com a mesma ternura e misericórdia, e quando se fazia severo, usava a forma educativa da terapia ci rúrgica da extirpação da maldade do coração dos Seus antagonistas.

Sê, portanto, austero contigo mesmo, compassivo par a com os demais.

Em todas as situações vive a caridade e usa de resp onsabilidade nos teus compromissos espirituais.

(Joanna de Ângelis, O Amor como Solução, “Seriedade no Compromisso”.)

No livro O Amor como Solução Joanna de Ângelis nos conclama à “Seriedade no Compromisso ”, trazendo-nos reflexões profundas que nos auxiliaram no entendimento do tema “Espiritismo no Lar”, por isso compar-tilhamos os trechos em destaque, que servirão de alicerce para a construção do pensamento dessa amada benfeitora!

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Que compromissos são esses que necessitam de seried ade?

Os compromissos de natureza espiritual devem ser aceitos com alta responsabilidade, pelo significado de que se constituem.

Enquanto as atividades materiais são transitórias , muitas das quais, mesmo assim, exigem seriedade e esforço moral de abnegação, aquelas que dizem respeito ao espírito imortal, muito mais graves apresentam-se, tendo em vista o seu caráter de eternidade. Qual postura perante esses compromissos?

Não se podem assumir obrigações espirituais com lev iandade ou interesses subalternos.

O comportamento maneiro deve ser substituído pela s eriedade , a fim de apresentar o significado de alto respeito de que as mesmas se cons-tituem. Por que esses compromissos dizem respeito ao espíri to imortal?

O ser humano, de forma alguma, é a aparência com qu e se apre-senta.

A sua realidade é o somatório das incontáveis exper iências de aprendizagem em reencarnações transatas , abrindo-lhe espaços emocio-nais e morais para as mais elevadas conquistas no rumo da sua plenitude. Quando os compromissos deixam de ter o caráter de s eriedade?

Enquanto se adotam condutas materialistas, destituí das de signi-ficado profundo, a busca do prazer e o culto da ilu são permitem as ati-tudes insensatas e levianas , como decorrência da destruição da vida após o fenômeno da morte biológica.

Nada esperando do porvir, que esfuma com certa brev idade na escala do tempo linear, o indivíduo permite-se usuf ruir de todos os va-lores que caracterizam o egoísmo, evitando o esforç o da solidariedade e da beneficência, por ausência de consolidação mor al em torno da imortalidade, na qual não acredita.

Não são os conceitos que fazem de ti, que merecem a tua acei-tação, mas o que tu és.

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Como executar os compromissos com seriedade?

Convidado ao banquete da Boa Nova que o Espiritismo ora te propicia , prepara a túnica nupcial, a que se refere a palavra do Senhor, a fim de poderes sentar-se à mesa da cerimônia. Cuida da indumentária dos sentimentos que te reves tem o espí-rito que és, conscientizando-te das graves responsa bilidades que te dizem respeito na desincumbência das atividades a q ue te propões executar. Como agir com responsabilidade nas atividades que p ropomo-nos a executar?

Convidado ao banquete da Boa Nova que o Espiritismo ora te propicia , prepara a túnica nupcial, a que se refere a palavra do Senhor, a fim de poderes sentar-se à mesa da cerimônia.

Cuida da indumentária dos sentimentos que te revest em o espírito que és, conscientizando-te das graves resp onsabilidades que te dizem respeito na desincumbência das atividades a q ue te propões executar.

Em que situações podemos viver com Caridade?

[...] em todas as oportunidades de convivência com os indiví-

duos, a sós ou nas multidões, preservava o sentido da caridade, a todos atendendo com a mesma ternura e misericórdia, e quando se fazia severo, usava a forma educativa da terapia ci rúrgica da extirpação da maldade do coração dos Seus antagonistas.

Em todas as situações vive a caridade e usa de resp onsabilidade nos teus compromissos espirituais. Joanna nos faz refletir, que enquanto as atividades materiais são tran-sitórias, todos os compromissos que dizem respeito ao espírito imortal têm caráter de eternidade. Compreendendo que o ser humano, de forma alguma, é a aparência com que se apresenta, e que sua realidade é o somat ório das incon-táveis experiências de aprendizagem em reencarnaçõe s transatas, con-voca-nos desta maneira, à Seriedade no Compromisso.

Diante desses compromissos, teriam todos a mesma im portância?

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1o Bloco de Ideias: No Lar

Objetivos Específicos:

• Identificar que as tarefas se iniciam no lar e que todas são ministérios divinos.

• Especificar o que é lar. • Compreender os benefícios do convívio familiar.

Diante desses compromissos que dizem respeito ao es pírito imortal, como gostaríamos de servir?

Gostarias de servir, guindado, porém, aos altos postos, e dirimirias muitas dificuldades, solvendo os aflitivos problemas que esmagam o povo.

Preferirias atuar em relevantes compromissos, onde a própria ativi-dade se convertesse em repressão ao crime de todos os matizes.

Desejarias abraçar missões especiais, no mundo das pesquisas cien-tíficas ou no campo das ciências sociais, abrindo horizontes claros para a Coletividade.

Pretenderias o trabalho nas altas esferas religiosas, comentando as necessidades das massas junto aos administradores do mundo e sugerindo roteiros iluminativos quanto libertadores.

Estimarias a liderança na Coletividade favorecido pelos recursos que enxergas nos outros, e lamentas serem inúteis onde se encontram...

No entanto, não sabes as lutas das posições frontais. Desconheces, talvez, que todos eles, convidados pelas leis a

atenderem às dificuldades dos outros homens, são, igualmente, homens em dificuldade.

[...] Muitas vezes são vencidos. Alçaram-se às culminâncias do poder sem base para os pés. São iguais a ti mesmo. A posição de relevo não faz o caráter reto.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 8, “Tarefas”.)

O orgulho foi a minha perdição na Terra; quem, pois, poderia compreender o nada que os reinos terrestres representam, se eu não o compreendia? O que levei comigo da minha realeza terrestre? Nada, absolutamente nada. [...] Que desilusão! Que humilhação quando, em lugar de ser recebida como soberana, eu vi, acima de mim, mas bem acima, homens que eu considerava insignificantes e que desprezava, porque não tinham sangue nobre! Oh! Nesse momento compreendi a inutilidade das honras e das grandezas que se buscam com tanta avidez sobre a Terra!

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo II – Item 8.)

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Joanna de Ângelis nos alerta que muitas vezes desej amos servir em

missões especiais, desvalorizando a posição onde no s encontramos.Como valorizar a posição atual?

Como servir?

Podes, todavia, muito fazer. Não de cima, mas de onde te encontras. O suntuoso palácio subalterniza-se ao alicerce que serve de apoio à

construção. Se o sacerdócio que anelas não te alcança o ideal, recorda que o lar é a

escola da iniciação primeira para qualquer investidura. Todos aqueles que se notabilizaram, no mundo, passaram pelas mãos anônimas do domicílio familiar, onde se apagaram os pais e os mestres na extensão de sacrifícios grandiosos e desconhecidos.

[...] Todas as tarefas do bem são ministérios divinos em que devemos empe-

nhar a vitalidade, sem esmorecimento nem reclamação. [...] Cumpre, pois, o dever que te cabe, com a alma em prece, e embora não

sejas notado na Terra, demorando-te desconhecido, recorda que Jesus, até agora, é o Grande Servidor Anônimo, a ensinar-nos que a maior honra da vida é o privilégio de ajudar e passar adiante, servindo sempre e sem can-saço.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 8, “Tarefas”.)

“Vós sabeis que os príncipes das nações as dominam, e que os grandes as tratam com autoridade. Não deve ser assim entre vós: aquele que quiser ser o primeiro dentre vós que seja vosso escravo; assim como o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir, e dar sua vida pela redenção de muitos.”

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VII, item 4.)

Só se deve entender por trabalho as ocupações mater iais? “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é um trabalho.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 675.)

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Joanna de Ângelis nos convoca ao dever que nos cabe , recordando do papel do lar como berço para qualquer tarefa a ser desempenhada. Mas

o que é Lar?

Lar

O lar, no entanto, não pode ser configurado como a edificação material, capaz de oferecer segurança e paz aos que aí se resguardam. A casa é a argamassa, os tijolos, a cobertura, os alicerces e os móveis, en-quanto o lar é a renúncia e a dedicação, o silêncio e o zelo que se permitem aqueles que se vinculam pela eleição afetiva ou através do impositivo consanguíneo, decorrente da união.

O dever é a obrigação moral, diante de si mesmo em primeiro lugar, e, depois, dos outros. O dever é a lei da vida; ele se encontra nos mínimos detalhes e também nos atos mais elevados. Quero falar aqui apenas do dever moral, e não do que as profissões impõem.

O dever é muito difícil de ser cumprido na ordem dos sentimentos, porque se encontra em antagonismo com as seduções do interesse e do coração. Suas vitórias não têm testemunhas e suas derrotas não têm repressão. O dever íntimo do homem depende do seu livre-arbítrio; o aguilhão da consciência, esta guardiã da integridade de caráter, o adverte e o sustenta, mas frequentemente se mostra impotente diante dos falsos argumentos gerados pela paixão.

O dever do coração, quando fielmente observado, eleva o homem; mas como determinar esse dever? Onde começa? Onde termina? O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver transposto por ninguém em relação a vós mesmos. [...]

O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que às criaturas, e ama às criaturas mais do que a si mesmo. Ele é, ao mesmo tempo, juiz e escravo na sua própria causa.

O dever é o mais belo adorno da razão; ele nasce dela, como o filho nasce da sua mãe. O homem deve amar o dever, não porque ele o preserve dos males da vida, aos quais a humanidade não pode subtrair-se, mas porque ele dá à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.

O dever cresce e irradia, sob uma forma mais elevada, em cada uma das etapas superiores da humanidade. A obrigação moral da criatura para com Deus jamais cessa; ela deve refletir as virtudes do Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, porque deseja que a beleza de sua obra resplandeça diante dele.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XVII – Item 7.)

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A família, em razão disso, é o grupo de espíritos normalmente neces-

sitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças à contingência reencarnatória. [...]

A Doutrina Espírita, atualizando a lição evangélica, descortina na família esclarecida espiritualmente a Humanidade ditosa do futuro promissor.

Sustentá-la nos ensinamentos do Cristo e nas lições da reta conduta, apesar da loucura generalizada que irrompe em toda parte, é o mínimo dever de que ninguém se pode eximir.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 1, “Família”.)

A fornalha mais preciosa para o amoldamento do caráter e da personalidade é o lar...

O lar, desse modo, é oficina de crescimento moral e intelectual, mas sobretudo espiritual, que deve ser aprimorado sempre, abrindo espaço para tornar-se célula eficiente da sociedade.

(O Despertar do Espírito, págs. 140 e 141.)

O lar nem sempre se apresenta como um reino de júbilos, mas quase sempre como um campo de batalha no qual espíritos litigantes, adversários de ontem ou amantes frustrados do passado, reencontram-se para as trans-formações emocionais que se fazem necessárias sob a inspiração do amor. [...]

É por isso que a lei da caridade deve viger em todas as situações difíceis.

Quando não se sabe como agir em relação aos graves desafios do ódio e da agressão, que se pergunte à caridade qual o melhor procedimento a aplicar.

Com essa disposição, a família consegue desempenhar o papel de lar, de escola, de oficina, de hospital, de santuário, onde os espíritos se recupe-ram, aprimorando o caráter e fortalecendo as energias para cometimentos ainda mais severos no futuro.

(Joanna de Ângelis, Constelação Familiar, “Provas e Expiações no Lar”.)

Joanna nos esclarece o que é Casa, Família e LAR: CASA: a argamassa, os tijolos, a cobertura, os alicerces e os móveis, ou seja, a construção onde se mora. FAMÍLIA: aqueles que se vinculam pela eleição afetiva ou através do impositivo consanguíneo, decorrente da união, ou seja, grupo de espíritos normalmente necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças à contingência reencarnatória.

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LAR: renúncia e dedicação, silêncio e zelo, ou seja, o relacionamento entre os familiares, a convivência que é uma oficina de crescimento moral e intelectual, mas sobretudo espiritual. Não se apresentando sempre como reino de júbilos, mas quase sempre como um campo de batalha no qual espíritos litigantes, adversários de ontem ou amantes frustrados do passado, reencontram-se para o reajustamento.

Ao afirmar que sustentar a família nos ensinamentos do Cristo e nas Lições de reta conduta é o mínimo dever que não pod emos nos eximir,

a benfeitora amiga nos relembra a importância da fa mília. Como é a família?

Famílias-problema!... Irmãos que se antagonizam... Cônjuges em lamentáveis litígios... Animosidades entre filho e pai, farpas de ódio entre filha e mãe... Afetos conjugais que se desmantelam, torvas acrimônias... Sorrisos filiais que se transfiguram, idiossincrasias e vinditas... Tempestades verbais em discussões extemporâneas... Agressões infelizes de consequências fatais... Tragédias nas paredes estreitas das famílias... Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade... Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios ino-mináveis. Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de ira... Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães,

fabricados com vinagre e fel de queixa e recriminações... Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problema!

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 9, “Dentro do Lar”.)

[...] No entanto, em virtude do axioma todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa deve ser justa.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo V – Item 6.)

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Por que enfrentamos esses problemas em família? Som os vítimas?

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o carac-

teriza. A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontâ-

neo, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade. O esposo negligente de ontem, hoje recebe no lar a antiga compa-

nheira nas vestes de filha ingrata e maldizente. A nubente atormentada, que no passado desrespeitou o lar, acolhe

nos braços, no presente, o esposo traído vestindo as roupas de filho insi-dioso e cruel.

O companheiro do pretérito culposo se reivincula pela consangui-nidade à vítima, desesperada, reencontrando-a em casa como irmão impe-nitente e odioso.

O braço açoitador se imobiliza sob vergastadas da loucura encar-

cerada nos trajos da família. Desconsideração doutrora, desrespeito da atualidade. Insânia gerando sandice e criminalidade alimentando aversões. Chacais produzindo chacais. Lobos tombando em armadilhas para

lobos. Cobradores reencarnados junto às dívidas, na província do instituto da

família, dentro do lar. (Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 9, “Dentro do Lar”.)

Há mais enfermos no mundo do que se supõe que existam. Isto porque, no reduto familiar raramente fecundam a conversação edificante, o entendimento fraterno, a tolerância geral, o amor desinteressado... Vincu-lados por compromissos vigorosos para a própria evolução, os Espíritos reencarnam no mesmo grupo cromossomático, endividados entre si, para o necessário reajustamento, trazendo nos refolhos da memória espiritual as recordações traumáticas e as lembranças nefastas, deixando-se arrastar, invariavelmente, a complexos processos de obsessão recíproca, graças ao ódio mantido, às animosidades conservadas e nutridas com as altas contri-buições da rebeldia e da violência.

Em razão disso, o desrespeito grassa, a revolta se instala, a indife-rença insiste e a aversão assoma...

A família, em tais circunstâncias, se transforma em palco de tragédias sucessivas, quando não se faz aduana de traições e insídias...

Estimulando os desajustes que se encontram inatos nos grupos da consanguinidade, a hodierna técnica da comunicação malsã tem conspirado poderosamente contra a paz do lar e a felicidade dos homens.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 11, “Cristo em Casa”.)

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Substitui, no teu vocabulário, as más pelas boas palavras. [...] A palavra é instrumento da vida para a comunicação, o enten-

dimento, e não arma de agressão, violência e vulgaridade.

O uso irregular das palavras corrompe a mente e rebaixa o homem. O verbo expressa a qualidade moral do indivíduo.

(Joanna de Ângelis. Vida Feliz, págs. 26 e 27.)

Lares, pois, desagregados e famílias turbulentas, são as consequên-cias da conduta de cada um dos seus membros, ora unidos para refazimen-

to das emoções, conquista da harmonia, respeito pelo equilíbrio, superação do egoísmo...

Por isso, não se tem a família na qual se gostaria de estar, mas aquela que se torna necessária para a mais valiosa conquista de espiritualidade.

(Joanna de Ângelis. Iluminação Interior, pág. 121.)

[...] A caridade moral consiste em se suportar uns aos outros, e é o que menos fazeis nesse mundo inferior em que estais encarnados neste momento. Existe um grande mérito, acreditai no que digo, em alguém saber calar para deixar que fale outro mais tolo, pois essa atitude também é uma forma de caridade. Saber ser surdo quando uma palavra de ironia vos é dirigida por quem está habituado a ridicularizar; não ver o sorriso de menosprezo que vos acolhe quando entrais na casa de pessoas que, frequentemente sem razão, julgam-se acima de vós, enquanto que, na vida espiritual, a única real, algumas vezes estão bem abaixo, eis aí um mérito, não de humildade, mas de caridade, porque não considerar os erros dos outros é caridade moral.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XIII – Item 9.)

Se dividirmos os males da vida em duas partes, uma com os males que o homem não pode evitar, e a outra com as atribulações das quais ele mesmo é a primeira causa, pela sua falta de cuidado e seus excessos veremos que a segunda parte é muito mais numerosa que a primeira. É bem evidente, portanto, que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, e que muito se pouparia, se agisse sempre com prudência e sabedoria.

Não é menos certo que essas misérias são o resultado do nosso desrespeito às Leis de Deus, e que, se as observássemos rigorosamente, seríamos inteiramente felizes. [...]

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XXVII – Item 12.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Há benefícios no convívio familiar?

Acende a claridade do Evangelho no lar e ama a tua família-problema,

exercitando humildade e resignação. Preserva a paciência, elaborando o curso de amor nos exercícios

diários do silêncio entre os panos da piedade para os que te compartem o ninho doméstico, revivendo os dias idos com execrandas carantonhas, sorvendo azedume e miasmas.

Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual. Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por

engano dos Espíritos Egrégios. Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam

contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos. Solicitaste a bênção da presença dos que te cercam em casa, para

librares com segurança nos cimos para onde rumas. Sem eles faltariam bases para os teus pés jornadeiros. Sem a exigência deles, não serias digno de compartilhar a vilegiatura

espiritual com os Amorosos Guias que te esperam. São eles, os parentes severos nos trajos de verdugos inclementes, a

lição de paciência que necessitas viver, aprendendo a amar os difíceis de amor para te candidatares ao Amor que a todos ama.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 9, “Dentro do Lar”.)

Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxa mento dos laços de família? “Uma recrudescência do egoísmo.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 775.)

Como a alma, que não atingiu a perfeição durante a vida corporal, pode terminar de depurar-se? “Experimentando a prova de uma nova existência.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 166.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Através de suas palavras, Joanna de Ângelis nos tra z um novo olhar para os parentes severos, para os desafios em família como bênçãos que nos possibilitam corrigir as desconside rações de outrora, harmonizando-nos com as Leis de Deus.

Assim, podemos concluir com a amada benfeitora, que nossas tarefas se iniciam no Lar, onde se reúnem os eleito s pela afeição ou os impostos pelos laços sanguíneos, porém, devido à ne cessidade de reajustamento, nem sempre essa convivência é harmon iosa, pelo con-trário, apresenta muitos desafios.

[...] De todas as provas, as mais penosas são as que afetam o coração; muitos suportam com coragem a miséria e as privações materiais, mas sucumbem sob o peso dos sofrimentos domésticos, magoados pela ingratidão dos seus. Como é terrível essa angústia! Mas, o que pode, nessas circunstâncias, reerguer a coragem moral senão o conhecimento das causas do mal, e a certeza de que, se há longas aflições, não há desesperos eternos, porque Deus não pode querer que a sua criatura sofra sempre? O que há de mais consolador, de mais encorajador, do que o pensamento de que depende de si, dos seus próprios esforços, abreviar seu sofrimento destruindo em si as causas do mal?

Para isso, no entanto, é preciso que o homem afaste seu olhar da Terra e não veja só uma existência; que se eleve, pairando no infinito do passado e do futuro. Então, a grande Justiça de Deus se revela aos seus olhos, e ele espera com paciência, porque é explicável agora o que antes, na Terra, lhe parecia monstruosidade. As feridas que recebeu não lhe parecem mais que arranhões. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família aparecem como verdadeiramente são, não mais os frágeis laços da matéria ligando os seus membros, mas os laços duráveis do espírito, que se perpetuam, e se consolidam, ao se depurarem, em lugar de se esfacelarem com a reencarnação.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XIV – Item 9.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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2o Bloco de Ideias: Cristo em Casa

Objetivos Específicos:

• Reconhecer o Evangelho, através da Doutrina Espírita, como roteiro infalível para a felicidade vindoura.

• Mostrar o Espiritismo como riqueza terrestre que deve ser compar-tilhada no Lar.

• Constatar como o conhecimento do Espiritismo auxilia para a harmo-nia no Lar.

Como o Espiritismo pode nos auxiliar na harmonia do Lar?

A Doutrina Espírita, atualizando a lição evangélica descortina na família esclarecida espiritualmente a Humanidade ditosa do futuro pro-missor.

Sustentá-la nos ensinamentos do Cristo e nas Lições da reta conduta, apesar da loucura generalizada que irrompe em toda parte, é o mínimo dever de que ninguém se pode eximir.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 1, “Família”.) O Evangelho Segundo o Espiritismo – Objetivo da Obr a

Qual o valor do Espiritismo em nossas vidas?

Todos sabemos valorizar o benefício de um copo d’água fria ou de uma ampola de injetável tranquilizante, ofertados num momento de grande aflição.

Reconhecemos a bênção do alfabeto que nos descortina as belezas do conhecimento universal e bendizemos quem no-lo imprimiu nos recessos da mente.

Mantemos no carinho do espírito aqueles que nos ajudaram nos primeiros dias da reencarnação, oferecendo-nos amparo e amamentação.

[...] Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Essa parte é a que será objeto exclusivo desta obra. (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução – Objetivo desta Obra.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Somos reconhecidos àqueles que nos nortearam em cada hora de

dúvida e não esquecemos o coração que nos agasalhou nos instantes difíceis do caminho renovador...

Muitos há, no entanto, que desdenham e esquecem todos os bene-fícios que recebem durante a vida...

Há um inestimável benefício que te enriquece a existência na Terra: o conhecimento espírita.

Esse é guia dos teus passos, luz nas tuas sombras e pão na mesa das tuas necessidades.

Poucas vezes, porém, pensaste nisso. Recebeste com o Espiritismo a clara manhã da alegria, quando carre-

gavas noite nos painéis mentais e segues confiante, de passo firme, com ele a conduzir-te qual mãe desvelada e fiel.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 9, “Dentro do Lar”.)

O Espiritismo, porém, por lidar com os fatores causais, analisa o

problema e o elucida, propondo corretos métodos para atender os que se encontram envolvidos, ao tempo que fornece terapias preventivas, que impedem a instalação da mazela.

(Joanna de Ângelis, Plenitude, pág. 102.)

O Espiritismo é a nova ciência que veio revelar aos homens, com provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corporal. O Espiritismo nos mostra esse mundo, não como algo sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente atuantes da Natureza; como a fonte de uma infinidade de fenômenos, até então incompreendidos e, por essa razão, rejeitados como pertencentes ao domínio do fantástico e do mara-vilhoso. É a essas relações que o Cristo faz alusão em muitas circuns-tâncias,e é por isso que muitas coisas que Jesus disse ficaram incom-preendidas ou foram erradamente interpretadas. O Espiritismo é a chave com a ajuda da qual tudo se explica com facilidade.

Assim como o Cristo disse: “Eu não vim destruir a lei, mas cumpri-la”, o Espiritismo igualmente diz: “Eu não vim destruir a lei cristã, mas cumpri-la”. O Espiritismo nada ensina que seja contrário ao que o Cristo ensinou, mas desenvolve, completa e explica, em termos claros para todas as pessoas, o que só foi dito sob a forma alegórica. O Espiritismo veio cumprir, no tempo predito, o que Cristo anunciou, e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como igualmente o anunciou, à regeneração que se realiza e que prepara o reino de Deus sobre a Terra.

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo I, item 5 e 7.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Reconhecendo o Espiritismo como riqueza terrestre, tens comparti-lhado o “remédio-consolo” para tuas dores no lar, c om os verdugos da tua harmonia?

A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compreendendo, descul-pando, confiando em horas e dias melhores para o futuro...

Apoia-te ao bastão da certeza reencarnacionista, aproveita o pade-cimento ultriz, ajuda os verdugos da tua harmonia, mas dá-lhes a luz do conhecimento espírita para que, também eles, os problemas em si mesmos, elucidem os próprios enigmas e dramas, rumando para experiências novas com o coração afervorado e o espírito tranquilo.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 9, “Dentro do Lar”.)

Se o amas, não o detenhas apenas em ti. Faze mais. Não somente em propaganda “por fora” mas principalmen-

te dentro do teu lar. No lar se caldeiam os espíritos em luta diária nas tarefas de reajusta-

mento e sublimação. Na família os choques da renovação espiritual criam lampejos de

ódios e dissenção, que podes converter em clarões-convites à paz. Não percas a oportunidade de semear dentro de casa.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 10, “Espiritismo no Lar”.)

Visto que Jesus ensinou as verdadeiras Leis de Deus, qual é a utilidade do ensino dado pelos Espíritos? Têm eles alguma coisa a mais a nos ensinar? “A linguagem de Jesus era, frequentemente, alegórica e em parábolas, porque falava de acordo com os tempos e os lugares. Agora, é preciso que a verdade seja inteligível para todo mundo. É preciso explicar bem e desenvolver estas leis, porque há muito poucos que as compreendem e menos ainda que as praticam. Nossa missão é impactar os olhos e os ouvidos, para confundir os orgulhosos e desmascarar os hipócritas: aqueles que simulam a virtude e a religião só nas aparências, para-esconder suas torpezas. O ensino dos Espíritos deve ser claro e sem-equívocos, a fim de que ninguém possa pretextar ignorância e cada um possa julgá-lo e apreciá-lo com a sua razão. Estamos encarregados de preparar o reino do bem anunciado por Jesus; por isso é necessário evitar que cada qual possa interpretar a Lei de Deus ao sabor de suas paixões e falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 775.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Como compartilhar no Lar o conhecimento espírita? Apresenta a tua fé aos teus familiares, mesmo que eles não queiram

escutar. Utiliza o tempo, a Psicologia da bondade e do otimismo e esparze as

luminescências da palavra espírita no reduto doméstico. Se te recusarem ensejo, apresenta-o, agindo. Se te repudiarem conduze-o, desculpando. Se te ferirem espalha-o amando.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 10, “Espiritismo no Lar”.)

[...] Homens fortes, armai-vos! Homens fracos, fazei da vossa bran-dura e da vossa fé, as vossas armas. Tende mais persuasão e mais cons-tância na propagação da vossa nova doutrina.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XIII, item 12.)

Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos? “Deus impõe-lhes a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à per-feição: para uns, é uma expiação; para outros, é uma missão. Porém, para chegar a essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal: nisto é que está a expiação. A encarnação tem também um outro objetivo, que é o de colocar o espírito em condições de suportar sua parte na obra da criação; é para executá-la que, em cada mundo, ele toma um instrumento em harmonia com a matéria essencial desse mundo para aí executar, daquele ponto de vista, as ordens de Deus; de tal forma que, con-correndo para a obra geral, ele próprio se adianta.” A ação dos seres corporais é necessária à marcha do Universo; Deus, porém, na sua sabedoria, quis que, nessa mesma ação, eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar dele. É assim que, por uma admi-rável lei de sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 132.)

Qual é o objetivo da reencarnação? “Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade; sem isto, onde estaria a justiça?”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 167.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Como Cristo modifica a paisagem espiritual no Lar?

Cristo, porém, quando se adentra pelo portal do lar, modifica a paisa-

gem espiritual do recinto. As cargas de vibrações deletérias, os miasmas da intolerância, os

tóxicos nauseantes da ira, as palavras azedas vão rareando, ao suave-doce contágio do Seu amor e se modificam as expressões da desarmonia e do desconforto, produzindo natural condição de entendimento, de alegria, de refazimento.

Cristo no lar significa comunhão da esperança com o amor. A Sua presença produz sinais evidentes de paz, e aqueles que antes

experimentavam repulsa pelo ajuntamento doméstico descobrem sintomas de identificação, necessidade de auxílio mútuo.

Com Jesus em casa acendem-se as claridades para o futuro, a iluminar as sombras que campeiam desde agora.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 11, “Cristo em Casa”.)

“Jesus no Lar é vida para o Lar!”

Como ter Jesus no Lar?

Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de entes queridos, encontram sua consolação na fé no futuro, na confiança na Justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Entretanto, sobre aquele que nada espera após esta vida, ou simplesmente duvida, as aflições tornam-se muito mais penosas e nenhuma esperança vem diminuir o seu amargor. Eis o que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim, todos vós que estais fatigados, e eu vos aliviarei”.

Jesus, no entanto, colocou uma condição para a assistência e a felicidade que promete aos aflitos; essa condição está na lei que ele ensina; seu jugo é a obediência a essa lei, mas esse jugo é leve e essa lei é suave, já que impõem como dever o amor e a caridade.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VI, item 2.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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3o Bloco de Ideias: Culto Evangélico no Lar

Objetivos Específicos:

• Mostrar o que é preciso para ter Jesus Conosco. • Identificar a origem do Culto Evangélico no Lar. • Demonstrar na prática como fazer o Culto Evangélico no Lar. • Identificar como agir para manter o Culto Evangélico no Lar. • Reconhecer os benefícios do Culto Evangélico no Lar. • Perceber que os benefícios do Culto Evangélico no Lar não ficam

somente no Lar. Como ter Jesus Conosco?

“Em qualquer lugar em que se encontrem duas ou três pessoas, reunidas em meu nome, eu ali estou, no meio delas.”

Jesus Mateus, XVIII: 20.

Para estarmos reunidos em nome de Jesus não basta nos reunir-mos fisicamente; é preciso que o façamos espiritualmente, pela comunhão de intenções e de pensamentos para o bem. Só então Jesus, ou os espíritos puros que o representam, estarão presentes à reunião. [...]

Com a afirmativa que fez, Jesus quis demonstrar o efeito da união e da fraternidade. O que pode atraí-lo não é o maior ou o menor número de pessoas reunidas, porquanto em lugar de duas ou três Ele poderia ter dito dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que as anima reciprocamente, e para isso duas pessoas é o suficiente. [...]

Isso, porém, não significa que Jesus fique surdo à voz de uma só pessoa. Se ele não disse eu atenderei a todo aquele que me chamar é porque, antes de tudo, Jesus exige o amor ao próximo, do qual se pode dar mais provas quando se está em grupo do que quando se está em isola-mento, e porque todo sentimento pessoal o afasta.

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XXVIII, item 4.)

A prece t orna o homem melhor? “Sim, pois aquele que ora com fervor e confiança torna-se mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons espíritos para assisti-lo. É um socorro que jamais é recusado, quando é pedido com sinceridade.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 660.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Jesus instaurou o primeiro Culto Evangélico no Lar

Sob o dossel das estrelas, no passado, o Senhor, enquanto conosco,

instaurou nos lares humildes dos discípulos o convívio da prece, da palestra edificante, inaugurando a era da convivência pacífica, da discussão produ-tiva, do intercâmbio com o Mundo Excelso...

Abrindo-lhe o lar uma vez que seja, em cada sete dias, experimen-tarás com Ele a inexcedível ventura de aprender a amar para bem servir e crescer para a liberdade que nos alçará além e acima das próprias limita-ções, integrando-nos na família universal em nome do Amor de Nosso Pai.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 11, “Cristo em Casa”.)

O Culto Cristão no Lar

Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar,

quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:

– Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia?

O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante: – Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém

compra os resíduos da pesca. Jesus sorriu e perguntou, de novo: – E o oleiro? Que faz para atender à tarefa a que se propõe? – Certamente, Senhor – redarguiu o pescador, intrigado –, modela

o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja. O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu: – E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pre-

tende? O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar: – Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão.

De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta. Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu: – Assim também é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a

primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habitua-

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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mos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?

Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:

– Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas sim no singelo domicílio dos pastores e dos animais.

Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:

– Mestre, seja feito como desejas. Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra

edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão no lar.

(Neio Lucio, psicografia de Francisco Cândido Xavier. Jesus no Lar – Cap. 1.)

Como fazer o Culto Evangélico no Lar

Pelo menos, uma vez por semana, reúne a tua família e felicita-a com o Espiritismo, criando assim, e mantendo, o culto evangélico, para que a diretriz do Mestre seja eficiente rota de amor à sabedoria em tua casa...

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 10, “Espiritismo no Lar”.)

Abre o “livro da vida” e medita nos “ditos do Senhor” pelo menos uma vez na semana, entre aqueles que vivem contigo em conúbio familiar. Mer-gulha a mente nas suas lições, embriaga o espírito na esperança, sobre a água lustral da “fonte viva” generosa e abundante, esquece os painéis tumul-tuados que são habituais e marcha na direção da alegria.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 11, “Cristo em Casa”.)

Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.

Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça a família e ora. Jesus virá em visita.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 12, “Jesus Contigo”.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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E quando surgem as dificuldades para manter o Culto Evangélico no Lar?

Se não consegues a companhia dos que te repartem a consangui-nidade para tal ministério, não desfaleças. Faze-o, assim mesmo.

Se assomam óbices inesperados não descoroçoes, insistindo, ainda assim.

Se surpresas infelizes conspiram à hora do teu encontro semanal com Ele, não desesperes e retoma as tentativas, perseverando...

Quando Cristo penetra a alma do discípulo, refá-la, quando visita a família em prece, sustenta-a.

Faze do teu lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 11, “Cristo em Casa”.)

O convite do Evangelho, portanto –, lâmpada sublime e lei dignifi-cante – tem caráter primeiro.

Da mesma forma que a enxada operosa requisita braços diligentes e a terra abençoada espera serviço de proteção e cultivo, a lavoura do bem entre os homens exige trabalho contínuo e operários especializados.

Começa, desse modo, na família, a tua obra de extensão à fraterni-dade geral.

Inconsequente arregimentar esforços de salvação externa e falires na intimidade doméstica, adiando compromissos.

Faze o indispensável, da tua parte, todavia, se os teus se negarem compartir o ministério a que te propões, a sós, reservadamente na limitação da tua peça de dormir, instala a primeira lâmpada de estudo evangélico e porfia...

Se, todavia, os teus filhos estiverem, ainda, sob a tua tutela, não creias na validade do conceito de deixá-los ir, sem religião, sem Deus... Como lhes dás agasalho e pão, medicamento e instrução vestuário e moe-das, oferta-lhes igualmente o alimento espiritual, semeando no solo dos Seus espíritos as estrelas da fé, que hoje ou mais tarde se transformarão na única fortuna de que disporão, ante o inevitável trânsito para o país do além-túmulo..

Todo aquele que conhece as condições em que os bons espíritos se comunicam, a sua repulsa por tudo o que seja de interesse egoísta, e que saiba como é preciso bem pouca coisa para afastá-los, não poderá admitir jamais que espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que queira chamá-los a tanto por sessão; [...]

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XXVIII, item 4.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Não te descures. A noite da oração em família, do estudo cristão no lar, é a festiva

oportunidade de conviver algumas horas com os Espíritos da Luz que virão ajudar-te nas provações purificadoras, em nome daquele que é o Benfeitor vigilante e Amigo de todos nós.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 13, “Estudo Evangélico no Lar”.)

Não te afastes da linha direcional do Evangelho entre os teus fami-liares. Continua orando fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a quem amas, as diretrizes do Mestre e, quanto possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora do Cristo. Não demandes a rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possas adiar. Demora-te no Lar para que o divino Hóspede aí também se possa demorar.

E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa, uma vez por semana em sete noites, ter Jesus contigo.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 12, “Jesus Contigo”.)

A parábola do semeador representa perfeitamente as diversas formas que existem de se poder aproveitar os ensinamentos do Evangelho. Quantas pessoas há, efetivamente, para as quais esses ensinos são apenas letra morta e que, semelhante à semente que caiu sob as pedras, não produz nenhum fruto! [...]

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XVII, item 6.)

Pode-se considerar a paternidade como uma missão? “É, sem contestação, uma missão; é, ao mesmo tempo, um dever muito grande e que compromete o homem, mais do que ele pensa, com relação à sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou a criança sob a tutela de seus pais, para que estes o dirijam no caminho do bem, e facilitou-lhes a tarefa, dando-lhe uma organização débil e delicada que o torna acessível a todas as impressões; entretanto, há os que se preocupam mais em aprumar as árvores de seu jardim e de fazê-las dar muitos bons frutos, do que em endireitar o caráter de seu filho. Se este sucumbir, por culpa deles, suportarão a dor, e os sofrimentos do filho na vida futura recairão sobre eles, pois não terão feito o que deles dependia para o seu adiantamento no caminho do bem.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 582.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Que benefícios o Culto Evangélico no Lar nos traz?

[...]Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os cora-ções se unem nos liames da Fé, o equilíbrio oferta bênçãos de consolo e a saúde derrama vinho de paz para todos.

Jesus no Lar é vida para o Lar. [...] (Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 12, “Jesus Contigo”.)

Na expressiva república do lar, onde se produzem as experiências de

sublimação, estabelece o estatuto do Evangelho de Jesus como diretriz de segurança e legislação de sabedoria, a fim de equilibrares e conduzires com retidão os que aí habitam em clima familial.

[...] Haurirás inusitado vigor que te fortalecerá do íntimo para o exterior,

concitando-te à alegria. Compartirás, no exame das questões sempre novas na pauta dos

estudos, dos problemas que inquietam os filhos e demais membros do clã, encontrando, pela inspiração que fluirá abundante, soluções oportunas e simples para as complexas dificuldades, debatendo com franqueza e hones-tidade as limitações e os impedimentos, que não raro geram atrito, estimu-lando animosidade no conserto de reparação na intimidade doméstica.

Penetrarás elucidações dantes não alcançadas, robustecendo o espírito para as conjunturas difíceis em que transitarás inevitavelmente.

Ensejar-te-ás diálogos agradáveis sob a diamantina claridade da fé e a balsâmica medicação da paz, estabelecendo vigorosos liames de entrosa-mento anímico e fraternal entre os participantes do ágape espiritual.

[...] Onde se acende uma lâmpada, coloca-se um impedimento à sombra e

à desfaçatez... No lugar em que a ordem elabora esquema de produtividade,

escasseia a incúria e se debilita a estroinice. (Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 13, “Estudo Evangélico no Lar”.)

17o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis

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Os benefícios ficam somente no nosso Lar?

Contrapondo-se à onda crescente da loucura que irrompe avassa-ladora de toda parte e domina penetrando os lares e os destroçando, o Evangelho de Jesus, hoje como no passado, abre larga faixa para a espe-rança, facultando a visão de um futuro promissor onde os desassossegos do coração não terão ensejo de medrar.

A par da lascívia e do moderno comércio do erotismo, que consomem as mais elevadas aspirações humanas na indústria da devassidão, as sementes luminosas da Boa Nova, plantadas na intimidade do conjunto familiar, desdobram-se em embriões de amor que enriquecem os espíritos de paz, recuperando os homens portadores das enfermidades espirituais de longo curso e medicando-os com as dádivas da saúde.

Enquanto campeia a caça desassisada aos estupefacientes e barbitú-ricos, aos narcóticos e aos excessos do sexo em desalinho, a mensagem do Reino de Deus cada semana, na família, representa remédio valioso que consegue recompor das distonias psíquicas aqueles que jazem anestesiados sob o jugo de forças ultrizes e vingadoras de existências pretéritas.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 11, “Cristo em Casa”.)

“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porque todo aquele que pede, recebe, e o que procura, encontra, e se abrirá àquele que bate à porta.”

“Qual é o homem dentre vós que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? Ou se ele lhe pedir um peixe dar-lhe-á uma serpente? Ora, se vós, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dará os verdadeiros bens àqueles que os pedirem.” (Mateus, VII: 7 a 11.)[...]

Sob o ponto de vista moral, estas palavras de Jesus significam: Pedi a luz que deve iluminar o vosso caminho, e ela vos será dada; pedi forças para resistir ao mal, e a recebereis; pedi a assistência dos bons espíritos, e eles virão vos acompanhar, e, como o anjo de Tobias, eles vos servirão de guias; pedi bons conselhos, e eles jamais vos serão recu-sados; batei à nossa porta, e ela vos será aberta; mas pedi sinceramente, com fé, fervor e confiança; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem isso sereis abandonados às vossas próprias forças, e mesmo as quedas que sofrerdes serão a punição do vosso orgulho.

Esse é o sentido destas palavras do Cristo: Buscai e achareis, batei e se vos abrirá.

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XXV, item 1 e 5.)

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Ali, na oportunidade, ouvidos desencarnados se imantarão aos ouvi-

dos dos teus e escutarão; olhos atentos verão pelos olhos da tua família e se nublarão de pranto; mentes se ligarão às outras mentes e entenderão. Sim, ouvidos, olhos e mentes dos desencarnados que habitam a tua residência se acercarão da mesa de comunhão com o Senhor, recebendo o pão nutriente para os espíritos perturbados através do combustível espírita que não é so-mente manancial para os homens da Terra, mas igualmente para os que atravessaram os portais do além-túmulo em doloroso estado de sofrimento e ignorância.

Agradece ao Espiritismo a felicidade que possuís, acendendo-o como chama inapagável no teu lar, para clarear os teus familiares por todos os dias.

O pão mantém o corpo. O agasalho guarda o corpo. O medicamento recupera o corpo. O dinheiro acompanha o corpo. Seja o Espiritismo em ti o corpo do teu espírito emboscado no teu

corpo, a caminhar pelo tempo sem fim para a imortalidade gloriosa. E se desejares felicidade na Terra, incorpora-O ao teu lar, criando um

clima de felicidade geral. (Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 10, “Espiritismo no Lar”.)

Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável.

Distende, da tua casa cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado. Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evange-

lho, toda a rua recebe o benefício da comunhão com o Alto. Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a prece da

comunhão em família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na ventania.

(Joanna de Ângelis. SOS Família – Cap. 12, “Jesus Contigo”.)

Há pessoas que contestam a eficácia da prece, baseando-se no princípio de que, sendo Deus conhecedor de todas as nossas neces-sidades, é inútil expô-las a Ele. Acrescentam ainda que nossas súplicas não podem mudar os desígnios de Deus, porquanto tudo no Universo se encadeia por leis eternas. Há leis naturais e imutáveis que, sem dúvida alguma, Deus não pode anular segundo o capricho de cada um, mas daí a crer que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, a distância é muito grande. [...]

Deus não lhe deu a razão e a inteligência para que não se servisse delas, a vontade para não querer, a atividade para ficar inativo. Sendo o homem livre para agir em todos os sentidos, seus atos têm, para si e para os outros, consequências subordinadas ao que ele fez ou deixou de fazer.

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XXV, item 1 e 5.)

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Como o exemplo de Joanna de Cusa pode nos inspirar acerca do

Espiritismo no Lar?

Joanna de Cusa

“Entre a multidão que invariavelmente acompanhava a Jesus nas pregações do lago, achava-se sempre uma mulher de rara dedicação e nobre caráter , das mais altamente colocadas na sociedade de Cafarnaum. Tratava-se de Joana, consorte de Cusa, intendente de Ântipas, na cidade onde se conjugavam interesses vitais de comerciantes e de pescadores.

Joana possuía verdadeira fé; contudo, não conseguiu forrar-se às amarguras domésticas, porque seu companheiro de lut as não aceitava as claridades do Evangelho. Considerando seus dissa bores íntimos, a nobre dama procurou o Messias, numa ocasião em que ele descansava em casa de Simão, e lhe expôs a longa série de suas contrariedades e padecimentos. O esposo não tolerava a doutrina do M estre. Alto funcio-nário de Herodes, em perene contato com os representantes do Império, repartia as suas preferências religiosas, ora com os interesses da comuni-dade judaica, ora com os deuses romanos, o que lhe permitia viver em tranquilidade fácil e rendosa.Joana confessou ao Mestre os seus temores, suas lutas e desgostos no ambiente doméstico, expon do suas amar-guras em face das divergências religiosas existente s entre ela e o companheiro. ”

“Após ouvir-lhe a longa exposição, Jesus lhe ponderou: – Joana, só há um Deus, que é o Nosso

Pai, e só existe uma fé para as nossas relações com o seu amor. Certas manifestações religiosas, no mundo, muitas vezes não passam de vícios populares nos hábitos exteriores. Todos os templos da Terra são de pedra; eu venho, em nome de Deus, abrir o templo da fé viva no coração dos homens. Entre o sincero discípulo do Evangelho e os erros milenários do mundo, começa a travar-se o combate sem sangue da redenção espiritual. Agradece ao Pai o haver-te julgado digna do bom trabalho, desde agora. Teu esposo não te compreende a alma sensível? Compreender-te-á um dia. Leviano e indiferen-

te? Ama-o, mesmo assim. Não te acharias ligada a el e se não houvesse para isso razão justa. Servindo-o com amorosa dedic ação, estarás cum-prindo a vontade de Deus. Falas-me de teus receios e de tuas dúvidas. Deves, pelo Evangelho, amá-lo ainda mais. Os sãos n ão precisam de médico. Além disso, não poderemos colher uvas nos a brolhos, mas médico. Além disso, não poderemos colher uvas nos a brolhos, mas

– Vai, filha!... Sê fiel!

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podemos amanhar o solo que produziu cardos envenena dos, a fim de cultivarmos nele mesmo a videira maravilhosa do amo r e da vida.

Joana deixava entrever no brilho suave dos olhos a íntima satis-fação que aqueles esclarecimentos lhe causavam; mas , patenteando todo o seu estado d’alma, interrogou:

– Mestre, vossa palavra me alivia o espírito atorme ntado; entre-tanto, sinto dificuldade extrema para um entendimen to recíproco no ambiente do meu lar. Não julgais acertado que lute por impor os vossos princípios? Agindo assim, não estarei reformando o meu esposo para o céu e para o vosso reino?

O Cristo sorriu serenamente e retrucou: – Quem sentirá mais dificuldade em estender as mãos fraternas,

será o que atingiu as margens seguras do conhecimen to com o Pai, ou aquele que ainda se debate entre as ondas da ignorâ ncia ou da deso-lação, da inconstância ou da indolência do espírito ? Quanto à imposição das ideias – continuou Jesus, acentuando a importância de suas palavras –, por que motivo Deus não impõe a su a verdade e o seu amor aos tiranos da Terra? Por que não fulmina com um raio o conquistador desalmado que espalha a miséria e a de struição, com as forças sinistras da guerra? A sabedoria celeste não extermina as paixões: transforma-as. Aquele que semeou o mundo d e cadáveres desperta, às vezes, para Deus, apenas com uma lágri ma. O Pai não impõe a reforma a seus filhos: esclarece-os no mome nto oportuno. Joana, o apostolado do Evangelho é o de colaboração com o céu, nos grandes princípios da redenção. Sê fiel a Deus, ama ndo o teu companheiro do mundo, como se fora teu filho. Não p ercas tempo em discutir o que não seja razoável. Deus não trava co ntendas com as suas criaturas e trabalha em silêncio, por toda a Criaçã o. Vai!... Esforça-te também no silêncio e, quando convocada ao esclareci mento, fala o verbo doce ou enérgico da salvação, segundo as circ unstâncias! Volta ao lar e ama o teu companheiro como o material divi no que o céu co-locou em tuas mãos para que talhes uma obra de vida , sabedoria e amor!... Joana de Cusa experimentava um brando alív io no coração. Enviando a Jesus um olhar de carinhoso agradeciment o, ainda lhe ouviu as últimas palavras:

– Vai, filha!... Sê fiel! *

Desde esse dia, memorável para a sua existência, a mulher de Cusa experimentou na alma a claridade constante de uma resignação sempre pronta ao bom trabalho e sempre ativa para a compreensão de Deus. Como se o ensinamento do Mestre estivesse ago ra gravado, indelevelmente, em sua alma, considerou que, antes de ser esposa na Terra, já era filha daquele Pai que, do Céu, lhe co nhecia a generosidade e os sacrifícios. Seu espírito divisou em todos os labores uma luz

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e os sacrifícios. Seu espírito divisou em todos os labores uma luz sa-grada e oculta. Procurou esquecer todas as caracter ísticas inferiores do companheiro, para observar somente o que possuía el e de bom, de-senvolvendo, nas menores oportunidades, o embrião v acilante de suas virtudes eternas . Mais tarde, o céu lhe enviou um filhinho, que veio duplicar os seus trabalhos; ela, porém, sem olvidar as recomendações de fidelidade que Jesus lhe havia feito, transformava suas dores num hino de triunfo silencioso em cada dia.

Os anos passaram e o esforço perseverante lhe multi plicou os bens da fé, na marcha laboriosa do conhecimento e d a vida. As perse-guições políticas desabaram sobre a existência do seu companheiro. Joana, contudo, se mantinha firme. Torturado pelas ideias odiosas de vingança, pelas dívidas insolváveis, pelas vaidades feridas, pelas moléstias que lhe verminaram o corpo, o ex-intendente de Ântipas voltou ao plano espiritual, numa noite de sombras tempestuosas. Sua esposa, todavia, suportou os dissabores mais amargos, fiel aos seus ideais divinos edificados na confian-ça sincera. Premida pelas necessidades mais duras, a nobre dama de Cafarnaum procurou trabalho para se manter com o filhinho que Deus lhe confiara. Algumas amigas lhe chamaram a atenção, tomadas de respeito humano. Joana, no entanto, buscou esclarecê-las, alegando que Jesus igualmente havia trabalhado, calejando as mãos nos serrotes de modesta carpintaria e que, submetendo-se ela a uma situação de subalternidade no mundo, se dedicara primeiramente ao Cristo, de quem se havia feito escrava devotada. Cheia de alegria sincera, a viúva de Cusa esqueceu o conforto da nobreza material, dedicou-se aos filhos de outras mães, ocupou-se com os mais subalternos afazeres domésticos, para que seu filhinho tivesse pão. Mais tarde, quando a neve das experiências do mundo lhe alvejou os pri-meiros anéis da fronte, uma galera romana a conduzia em seu bojo, na qualidade de serva humilde.

* No ano 68, quando as perseguições ao Cristianismo i am intensas,

vamos encontrar, num dos espetáculos sucessivos do circo, uma velha discípula do Senhor amarrada ao poste do martírio, ao lado de um homem novo, que era seu filho.

Ante o vozerio do povo, foram ordenadas as primeira s flage-lações.

– Abjura!... – exclama um executor das ordens imper iais, de olhar cruel e sombrio.

A antiga discípula do Senhor contempla o céu, sem u ma palavra de negação ou de queixa. Então o açoite vibra sobre o rapaz seminu, que exclama, entre lágrimas:

– Repudia a Jesus, minha mãe!... Não vês que nos pe rdemos?! Abjura!... por mim, que sou teu filho!.

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Pela primeira vez, dos olhos da mártir corre a font e abundante

das lágrimas. As rogativas do filho são espadas de angústia que lhe retalham o coração.

– Abjura!... Abjura! Joana ouve aqueles gritos, recordando a existência inteira. O lar

risonho e festivo, as horas de ventura, os desgosto s domésticos, as emoções maternais, os fracassos do esposo, sua dese speração e sua morte, a viuvez, a desolação e as necessidades mais duras... Em seguida, ante os apelos desesperados do filhinho, recordou que Maria também fora mãe e, vendo o seu Jesus crucificado no madeiro da infâmia, soubera conformar-se com os desígnios divinos. Acima de todas as recor-dações, como alegria suprema de sua vida, pareceu-l he ouvir ainda o Mestre, em casa de Pedro, a lhe dizer: – Vai filha! Sê fiel! Então, possuída de força sobre-humana, a viúva de Cusa con templou a pri-meira vítima ensanguentada e, fixando no jovem um o lhar profundo e inexprimível, na sua dor e na sua ternura, exclamou firmemente:

– Cala-te, meu filho! Jesus era puro e não desdenho u o sacrifício. Saibamos sofrer na hora dolorosa, porque, acima de todas as felicida-des transitórias do mundo, é preciso ser fiel a Deu s!

A esse tempo, com os aplausos delirantes do povo, os verdugos lhe incendiavam, em derredor, achas de lenha embebidas em resina inflamável. Em poucos instantes, as labaredas lamberam-lhe o corpo envelhecido. Joana de Cusa contemplou com serenidade a massa de povo que lhe não entendia o sacrifício. Os gemidos de dor lhe morriam abafados no peito opresso. Os algozes da mártir cercaram-lhe de impropérios a fogueira:

– O teu Cristo soube apenas ensinar-te a morrer? – perguntou um dos verdugos. A velha discípula, concentrando a sua capacidade de resistência,

teve ainda forças para murmurar: – Não apenas a morrer, mas também a vos amar!... Nesse instante, sentiu que a mão consoladora do Mes tre lhe

tocava suavemente os ombros, e lhe escutou a voz ca rinhosa e inesquecível: tem bom ânimo!... Joana Eu aqui estou !...

(Humberto de Campos, Boa Nova – Cap. 15. “Joana de Cusa”.)

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Refletindo com Joanna de Ângelis:

Ao tomar conhecimento dessa narrativa de Humberto de Campos a

respeito da mulher de Cusa, natural sermos tomados de imensa emoção pelo sacrifício e coragem frente aos verdugos que lhe tomaram a vida física. Todavia, destacamos que seu maior sacrifício, foi seu compromisso e fidelidade com o Cristo não somente neste momento extremo, mas durante cada momento de sua vida pública e privada ao seguir assertivamente as elucidações do Mestre a respeito da proposta de se viver o Evangelho no Lar – na atualidade, o Espiritismo no Lar.

É com essa vivência, com a fé, a resignação e a vontade talhadas na alma que nossa benfeitora traz valiosos ensinamentos e nos convoca a vivenciar o Espiritismo no Lar, demonstrando assim a possibilidade de uma renovada convivência familiar sob a luz do Espiritismo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Neio Lucio. Jesus no Lar. Psicografado por Francisco Cândido Xavier, 36. ed. FEB, Rio de Janeiro, RJ. 2008.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, 1.ed. CELD. Rio de Janeiro: 2001.

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