e-Strategica ISSN 2530-9951

316
E-STRATEGICA Número 3, 2019 ISSN 2530-9951 REVISTA DE LA ASOCIACIÓN IBÉRICA DE HISTORIA MILITAR (SIGLOS IV-XVI) REVISTA DA ASSOCIAÇÃO IBÉRICA DE HISTÓRIA MILITAR (SÉCULOS IV-XVI) JOURNAL OF THE IBERIAN ASSOCIATION OF MILITARY HISTORY (4TH-16TH CENTURIES)

Transcript of e-Strategica ISSN 2530-9951

Page 1: e-Strategica ISSN 2530-9951

e-StrategicaNuacutemero 3 2019ISSN 2530-9951

bull reviSta de la aSociacioacuten ibeacuterica de HiStoria Militar (SigloS iv-Xvi) bullbull reviSta da aSSociaccedilatildeo ibeacuterica de HiStoacuteria Militar (SeacuteculoS iv-Xvi) bull

bull Journal of tHe iberian aSSociation of Military HiStory (4tH-16tH centurieS) bull

e-StrategicaRevista da Associaccedilatildeo Ibeacuterica de Histoacuteria militar (seacuteculos IV-XVI)Revista de la Asociacioacuten Ibeacuterica de Historia Militar (siglos IV-XVI)

Journal of the Iberian Association of Military History (4th-16th centuries)

e-Strategica es una revista especializada en temas relacionados con la historia militar de la Peniacutensula Ibeacuterica entre los siglos IV y XVI Publicada por la Asociacioacuten Ibeacuterica de

Historia Militar (siglos IV-XVI) con una periodicidad anual

DIRECTORFrancisco Garciacutea Fitz (Universidad de Extremadura)

SECRETARIOSMario Lafuente Goacutemez (Universidad de Zaragoza)

Miguel Gomes Martins (Instituto de Estudios Medievales Universidade Nova de Lisboa)

CONSEJO DE REDACCIOacuteNMartiacuten Alvira Cabrer (Universidad Complutense Madrid)

Nicolaacutes Agrait (Long Island University)Carlos de Ayala Martiacutenez (Universidad Autoacutenoma Madrid)

Maacuterio Jorge Barroca (Universidad de Oporto)Joatildeo Gouveia Monteiro (Universidad de Coimbra)

Philippe Josserand (Universidad de Nantes)Carla Margarida Rosa (Universidad de Coimbra)

Alexandre Sousa Pinto (Comissatildeo Portuguesa de Histoacuteria Militar)Joseacute Varandas (Universidad de Lisboa)

Kurt Villads Jensen (Universidad de Estocolmo)

COMITEacute CIENTIacuteFICOLuiacutes de Albuquerque (Museu Militar de Lisboa)Pedro Gomes Barbosa (Universidad de Lisboa)

Isabel Cristina Fernandes (Museu Municipal de Palmela)Manuel Garciacutea Fernaacutendez (Universidad de Sevilla)

Luiacutes Filipe Oliveira (Universidade do Algarve)Rafael Peinado Santaella (Universidad de Granada)

Matthew Strickland (Universidad de Glasgow)Viacutetor Gaspar Rodrigues (Universidade de Lisboa)

Luiacutes Sousa (Centro de Histoacuteria da Universidade de Lisboa)

Asociacioacuten Ibeacuterica de Historia Militar (siglos IV-XVI)Rua do Tirado nordm 125 3040-806 Cernache Portugal

C San Pertersburgo nordm 9 4ordm D Caacuteceres 10005 Espantildeahttpaihmilitarwixsitecomsite

httpwwwjournal-estrategicacom

ISSN 2530-9951Composicioacuten Compobell SL Murcia

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 3-4 3

IacuteNDICE

A hoste de D Afonso Henriques 7-28

Carlos Filipe Afonso

El reacutegimen feudal en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X 29-96

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara Valle

LrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem et la guerre Structures et mutations (c 1136-1309) 97-124

Damien Carraz

Guerra urbana en el siglo XV castellano 125-143

Ekaitz Etxeberria Gallastegi

La Banda Gallega y el castillo de Las Cumbres Control estrateacutegico del territorio histoacuterico espacio y frontera en el limes septentrional del alfoz sevillano en la Baja Edad Media 145-192

Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

La orden de Santiago en la conquista de Sevilla Aproximacioacuten y cerco (1246-1248) 193-226

Manuel Loacutepez Fernaacutendez

El papel de las oacuterdenes militares en la Batalla de Guadix (Granada) de 1362 227-246

Antonio Reyes Martiacutenez

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 3-44

Nuevas aportaciones sobre la campantildea de Juan II contra los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque (1429-32) 247-267

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez Casillas

Los caballeros de cuantiacutea en la Orden de Santiago a finales de la Edad Media (1494-1498) 269-309

Casto Manuel Solera Campos

Resentildea

Tesis Doctoral de Ekaitz Etxeberria Gallastegi ldquoEstrategia y Taacutectica militar en la Castilla del siglo XV (1407-1492)rdquo Universidad del Paiacutes Vasco 2019 311-315

Joatildeo Gouveia Monteiro

5e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 5-6

INDEX

King Afonso Henriquesrsquo Host 7-28

Carlos Filipe Afonso

The feudal regime on the border of Granada during the reign of Alfonso X 29-96

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara Valle

The Hospital of St John of Jerusalem and Warfare Structures and Changes (c 1136-1309) 97-124

Damien Carraz

Urban warfare in 15th-century Castile 125-143

Ekaitz Etxeberria Gallastegi

The Galician Band and the Castle of Las Cumbres Strategic Control of the Historical Territory Space and Frontier in the Northern limes of the Sevillian alfoz in the Late Middle Ages 145-192

Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

The Order of Santiago in the Conquest of Sevilla Approach and Siege (1246-1248) 193-226

Manuel Loacutepez Fernaacutendez

The Role of the Military Orders in the Battle of Guadix (Granada) 1362 227-246

Antonio Reyes Martiacutenez

New contributions on the campaign of Juan II against the Infantes de Aragoacuten in Alburquerque (1429-32) 247-267

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez Casillas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 5-66

Knights of ldquocuantiacuteardquo in the Order of Santiago in the late Middle Ages (1494-1498) 269-309

Casto Manuel Solera Campos

Review

Ekaitz Etxeberria Gallastegirsquos Doctoral Thesis ldquoStrategy and Military Tactic in Castile of the XV century (1407-1492)rdquo University of the Basque Country 2019 311-315

Joatildeo Gouveia Monteiro

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 7

A hoste de D Afonso Henriques

King Afonso Henriquesrsquo Host

Carlos Filipe AfonsoUniversidade Nova de Lisboa (IEMFCSH UNL) - Exeacutercito Portuguecircs

Resumo

Considerando a longevidade do reinado do primeiro rei de Portugal e as dinacirc-micas de alargamento e consolidaccedilatildeo territorial do jovem reino a ldquohoste de D Afonso Henriquesrdquo natildeo eacute uma estrutura estaacutevel e bem estabelecida Parece-nos pelo contraacuterio que apesar de haver processos consolidados de mobilizaccedilatildeo de contingentes estes dependiam de fatores como as dinacircmicas conjunturais de relacionamento das elites guerreiras a regiatildeo de mobilizaccedilatildeo e as formas locais de organizaccedilatildeo social o maior ou menor grau de controlo reacutegio sobre o espaccedilo em causa ou a eacutepoca do ano O presente artigo analisa a hoste de D Afonso Hen-riques entre 1128 e 1185 tendo em consideraccedilatildeo os principais fatores que mais influenciaram a sua composiccedilatildeo

Palavras-Chave

Afonso Henriques Hoste estrutura do exeacutercito mobilizaccedilatildeo de contingentes elites guerreiras miliacutecias concelhias

Abstract

Taking into consideration the Portuguese first reign longevity and the rising kingdom dynamics of territorial enlargement and consolidation the host of the king Afonso Henriques was barely instituted and consolidated It seems that despite the existence of a well-established process for troop mobilization the

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico cfafonso75gmailcom Instituto de Estudos Medievais Faculdade de Ciecircncias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IEMFCSH UNL) e Exeacutercito Portuguecircs

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-288

Carlos Filipe aFonso

armyrsquos structure was highly dependable of various factors among whose we can identify the variable relationships between the warriorrsquos elites the regional forms of social organization the degree of royal control of each specific region and the time of the year This article analyses the kingrsquos host between 1128 and 1185 considering the main influencing factors on its composition

Keywords

King Afonso Henriques Host armyrsquos structure troop mobilization warrior elites urban militias

Ao longo das quase seis deacutecadas do reinado de D Afonso Henriques os limites e extensatildeo do reino alargaram Do Condado Portucalense da deacutecada de 1120 com centro de gravidade no Entre-Douro-e-Minho a accedilatildeo do poder reacutegio desenvolveu uma relaccedilatildeo estaacutevel entre a aristo-cracia senhorial e os municiacutepios promoveu a colonizaccedilatildeo de novos es-paccedilos utilizou a ascensatildeo social dos cavaleiros-vilatildeos reclamou direitos e implementou defesas contra o vizinho reino de Leatildeo ampliou os seus domiacutenios agrave custa dos poderes muccedilulmanos em torno do Tejo favoreceu a implantaccedilatildeo de ordens militares e criou condiccedilotildees para uma defesa eficaz contra o avanccedilo almoacuteada das deacutecadas de 1180 e 1190 Em grande medida estas concretizaccedilotildees foram possiacuteveis pela via militar onde a hoste reacutegia desempenhou um papel preponderante

Iniciamos esta viagem diacroacutenica por uma parte da hoste que foi mais ou menos permanente Sabemos que D Afonso Henriques mesmo antes de Satildeo Mamede jaacute possuiacutea uma guarda pessoal Na qualidade de infante com a dignidade de rex (afinal era filho de uma regina e neto de um imperador) era acompanhado assim como o seu pai o tinha sido por uma ldquoscola comitisrdquo1

1 A Scola eacute explicitamente identificada no foral de Coimbra de 1111 distinguindo-se das forccedilas do concelho ldquoqui presentes fuerunt omnem scolam comitis et omenm concilium Colimbrierdquo (LP 17 pp 32-33 de 1111 maio 26) Eacute-o tambeacutem no foral de Soure do mes-mo ano (Leges p357) De um modo direto ou indireto encontramos sempre ecos desta mesnada reacutegia ao longo de todos os reinados da Primeira Dinastia nos confirmantes e testemunhas de documentos da chancelaria ou nos privileacutegios atribuiacutedos a certas personalidades pelos serviccedilos prestados No reinado de D Afonso III o Regimento da Casa Real de 1258 faz menccedilatildeo expressa aos ldquomoradores drsquoEl Reyrdquo ou ldquoaquelles que ou-verem raccedilom delReyrdquo (Leges p 198) Mais tarde temos tambeacutem notiacutecia dos moradores da casa do Infante D Dinis em 1278 (ML 5ordf Parte fl 304 v) Nesta altura mencionam-se 16 cavaleiros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 9

A hoste de d Afonso henriques

Esta instituiccedilatildeo era composta fundamentalmente por nobres e respe-tivas mesnadas Incluiacutea ricos-homens (o estrato mais elevado da nobre-za) e infanccedilotildees Um dos companheiros iniciais de D Afonso Henriques ainda enquanto infante foi Paio Pais da Silva O Caminhatildeo nos livros de linhagens2 Sabemo-lo porque em junho de 1129 pouco mais de um ano depois de Satildeo Mamede foi compensado por ter servido com a sua mes-nada durante trecircs anos3 A estes acrescentar-se-iam alguns especialistas de apoio como besteiros que deviam deslocar-se igualmente a cavalo para manterem a mesma mobilidade dos restantes combatentes

Em princiacutepio o rei deslocava-se para o ponto de junccedilatildeo de uma ope-raccedilatildeo acompanhado apenas pela sua scola Este grupo natildeo devia exce-der duas a trecircs dezenas de cavaleiros e auxiliares Natildeo temos dados para o reinado de D Afonso Henriques mas sabemos que em 1199 em des-locamento raacutepido para o ponto de junccedilatildeo da hoste de Pinhel a paroacutequia de Satildeo Salvador (Santa Cruz de Sousa) forneceu uma vaca o suficiente para alimentar a guarda do rei Sancho I4

Natildeo eacute faacutecil fazer uma distinccedilatildeo clara entre esta guarda do rei e os nobres que fora dela o serviam com as suas mesnadas No entanto a questatildeo da soldada abre caminho para percebermos como funcionava este tipo de serviccedilo Estes ldquocompanheirosrdquo do rei intercalavam o tempo de presenccedila junto do soberano com estacircncias mais ou menos prolonga-das nos seus senhorios O modelo contribuiacutea para aliviar a despesa do monarca porque quando presentes era o rei que tinha de garantir o seu sustento e o das mesnadas com que se faziam apresentar5 Aleacutem de mesa o serviccedilo era tambeacutem pago sob a forma de soldada6

2 MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes vol I p 1163 DR 99 de 1129 junho 254 Inq p599b5 Pelo menos no que expressa o Regimento da Casa Real de 1258 que estamos em crer

veio regulamentar algumas praacuteticas anteriores (Leges pp 198-200) Estes degredos e constituiccedilotildeens promulgados pelo Bolonhecircs podem muito bem incluir elementos ldquoim-portadosrdquo do espaccedilo francecircs mas conceitos como o de ldquoraccedilatildeo dElReyrdquo e de ldquosoldadardquo parecem jaacute vigorar do reinado antecedente

6 Desde o seacuteculo IX que o serviccedilo militar da cavalaria nobre dependia de soldadas pagas pelo monarca VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa pp VIII-IX Na carta de couto em favor do mosteiro de S Salvador da Torre em 1129 refere-se explicitamente a situaccedilatildeo excecional de Paio Pais ter servido o rei com os seus cavaleiros sem ter recebido soldada (DR 99 de 1129 junho 25) Este pagamento era igualmente a nor-ma nas relaccedilotildees entre senhores nobres e cavaleiros seus dependentes Em 1109 por ocasiatildeo da morte do imperador Afonso VI a Historia Compostelana refere as soldadas pagas pelo bispo Diego Gelmirez a um conjunto de cavaleiros a ele unidos pelo viacutenculo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2810

Carlos Filipe aFonso

Estes cavaleiros nobres distinguiam-se natildeo soacute pela linhagem mas

no que nos interessa para a guerra pelo seu grau de treino7 e pelas suas

montadas excecionais Eacute que os cavalos de elevado valor juntamente

com armamento e equipamento militar satildeo elemento de transaccedilatildeo co-

mum entre a fidalguia os cenoacutebios mais abastados e o proacuteprio rei8 Um

observador atento deveria conseguir distinguir o estatuto de um cava-

leiro com base na sua montada e equipamento e devia ser enorme o

contraste entre estes homens e quaisquer outros cavaleiros (como os

seus vassalos e dependentes e tambeacutem os cavaleiros-vilatildeos)

Mas natildeo eram soacute os nobres que podiam mobilizar tropas Haacute que

considerar igualmente os eclesiaacutesticos Os bispos de Braga ou do Porto

senhores daquelas cidades podiam fazer apresentar na hoste as mes-

nadas respetivas recrutadas nos seus coutos9 Muitos cenoacutebios tambeacutem

mobilizavam as suas gentes para ir combater como era o caso do Mos-

teiro de S Fins de Friestas cujo abade tinha de ir com os seus homens

da homenagem (HC pp 154-155) Diogo Aires foi um cavaleiro que serviu D Teresa em troco de soldada (DR 61 de 1122 marccedilo 8)

7 TORRES Las Batallas Legendarias pp 198-199 Gente que desde a sua juventude pro-cedia agrave aprendizagem e treino nas armas salientando-se todo o tipo de exerciacutecio a cavalo destacando-se a caccedila CONTAMINE La Guerre au Moyen Age pp 199 e 361 A montaria associada agrave nobreza de que as Inquiriccedilotildees daratildeo inuacutemeros testemunhos era um dos principais meacutetodos de preparaccedilatildeo para a guerra VEIGA Estudos de Histoacute-ria Militar Portuguesa p XV GONCcedilALVES 1998 p 75

8 O preccedilo normal dos cavalos nos seacuteculos XI e XII era da ordem dos 75 moios para um ca-valo vulgar e 207 moios para um cavalo ldquomelhorrdquo O moio parece ter sido equivalente ao soldo em toda a cronologia estudada Como termo de comparaccedilatildeo uma vaca com a sua cria valia em 1044 20 moios LOPES ldquoO moio-medidardquo pp 34-41 Em 1129 D Afonso Henriques recebeu dois cavalos avaliados juntos em 580 moios (DR 99 de 1129 junho 25) Um cavalo preto de 800 moios deveria ser extraordinaacuterio porque foi o que Paio Soares recebeu como paga de vaacuterias propriedades em 1117 (DP doc 46 p 42)

9 Temos vaacuterios ecos da mobilizaccedilatildeo nos domiacutenios dos prelados O foral de Centocelas outorgado pelo bispo de Coimbra em 1194 refere a quinta parte de despojos de guerra devida ao bispo na qualidade de senhor (Leges p 487) O aforamento de Teixeiras e Souto-Rorigo de 1206 eacute ainda mais expliacutecito ao estipular o efetivo de cavaleiros que autorizado a ir anualmente no ldquofossado do Senhor Bispordquo (de Coimbra) (Leges p 533) Mas natildeo eram soacute os bispos os poderes eclesiaacutesticos que mobilizavam tropas Por princiacutepio um couto era terra imune mas esta imunidade referia-se ao senhor do couto em relaccedilatildeo ao rei Quem tivesse terras dentro do couto estava isento de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao monarca mas natildeo em relaccedilatildeo ao senhor HESPANHA Histoacuteria das Institui-ccedilotildees pp 157-158 Haacute terra coutada que manteacutem obrigaccedilotildees militares para com o rei como no caso do Couto de Coja (c Arganil) que recebeu carta de couto de D Afonso Henriques em 1128 mas soacute foi isentado de ir em hoste e anuacuteduva por D Afonso III antes de 1258 (Inq p 782a e b) Temos ainda notiacutecia de combatentes mobilizados para a hoste pelos coutos como no caso dos moradores do Couto de Satildeo Joatildeo de Pendorada que em 1199 acompanharam o rei D Sancho I na hoste de Pinhel (Inq p 1381a)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 11

A hoste de d Afonso henriques

guardar o vau de Carexe no rio Minho10 Aliaacutes para a defesa do En-tre-Douro-e-Minho D Afonso Henriques completou o enquadramento administrativo e militar iniciado pelos seus pais o que incluiu uma so-luccedilatildeo importada do espaccedilo francecircs de conceder cartas de couto a insti-tuiccedilotildees monaacutesticas

Ateacute agrave conquista de Lisboa o rei passou 65 das cartas de couto de todo o seu reinado e dessas quase metade foram a norte do Douro11 Concedia-as a mosteiros ligados a famiacutelias nobres e recebia em troca efetivos e fidelidades por parte da nobreza Por vezes era apoiado com recursos pelos proacuteprios mosteiros como quando a abadessa de Paderne em 1141 doou 10 eacuteguas e os seus potros mais um cavalo de 500 soldos ao rei para o apoiar na reconquista do castelo de Castro Laboreiro que tinha sido ocupado por Afonso VII de Leatildeo12

Mas a mobilizaccedilatildeo da nobreza e do clero natildeo se esgotava nas mesna-das que recrutavam nas suas honras e nos seus coutos respetivamente No caso da nobreza no iniacutecio do seacuteculo XII quando D Afonso Henriques comeccedilou a governar o espaccedilo portucalense estava jaacute em processo final de consolidaccedilatildeo o modelo de administraccedilatildeo territorial das terras Era o modelo senhorial em oposiccedilatildeo ao modelo condal anterior em que cada circunscriccedilatildeo administrativa e militar possuiacutea um soacute castelo cabeccedila-de--terra13 Normalmente o castelo tinha o seu alcaide mas o governador (o tenente) da circunscriccedilatildeo era um rico-homem que respondia direta-mente ao rei14 Em caso de convocaccedilatildeo do apelido ndash uma accedilatildeo armada de natureza defensiva ndash o tenente mobilizava os combatentes da sua terra e apresentava-se junto do rei com essas forccedilas que assim engrossavam a sua mesnada

Os efetivos que as terras conseguiam mobilizar eram muito variaacuteveis e dependiam da sua dimensatildeo e densidade populacional Temos muitos

10 Inq p 36811 ANDRADE A Construccedilatildeo Medieval do Territoacuterio p 151 n4912 DR186 1141 abril13 Para uma siacutentese do regime administrativo das terras ver BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo

Territorial e Recrutamento Militarrdquo pp 74-77 Ver tambeacutem TORRES ldquoTenecircnciardquo pp 146-147 e BARROS Histoacuteria da Administraccedilatildeo pp 120-121

14 Nas zonas mais estabilizadas a norte as terras tinham limites geograacuteficos bem defi-nidos o povoamento estava consolidado e o tenente tinha rendimentos bem circuns-critos Nas zonas de fronteira com o Islatildeo os castelos tendiam a ser administrados somente pelo alcaide Eram zonas escassamente povoadas de fraco rendimento em que os limites geograacuteficos natildeo estavam bem estabelecidos TORRES ldquoTenecircnciardquo pp 146-147

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2812

Carlos Filipe aFonso

dados sobre os efetivos possiacuteveis no Entre-Douro-e-Minho mas a maioria deles reflete a realidade dos reinados de D Afonso II a D Afonso III Fe-lizmente temos uma inquiriccedilatildeo agrave Terra de Viseu ordenada por D Teresa e Fernatildeo Peres de Trava de 1127 que nos mostra numa estimativa gros-seira mas ainda assim expressiva que o tenente de Viseu se quisesse eou conseguisse mobilizar todos os moradores com obrigaccedilotildees militares far-se-ia acompanhar por cerca de 30 cavaleiros e de mais de 200 peotildees15

Para o Entre-Douro-e-Minho mas como jaacute dissemos com dados poste-riores a D Afonso Henriques temos por exemplo o caso de Aguiar da Pena (c Vila Pouca de Aguiar) que em 1220 podia mobilizar 120 a 150 peotildees e algumas dezenas de cavaleiros16 Terras mais populosas como Panoacuteias (c Vila Real) e Celorico de Basto deviam permitir ainda mais efetivos

O que haacute a reter quer na mobilizaccedilatildeo dos senhorios (honras e coutos) quer na das terras (pelos tenentes) eacute que estamos a falar de modelos teoacutericos de mobilizaccedilatildeo ou seja falamos de efetivos mobilizaacuteveis e natildeo mobilizados Havia sempre quem natildeo estivesse em casa quem preferis-se remir a falta ao serviccedilo com o pagamento de um imposto ou simples-mente quem natildeo estivesse obrigado a ir na hoste

A mudanccedila em 1131-1132 de Afonso Henriques de Guimaratildees para Coimbra proporcionou-lhe o contacto com outro grupo que ti-nha adquirido riquezas consideraacuteveis atraveacutes da guerra de fronteira os cavaleiros de Coimbra17 Eram guerreiros que no tempo do Conde

15 DR74 p 95 Considerando o coeficiente consagrado de cinco habitantes por casal es-tabelecido por Avelino Jesus da COSTA (O Bispo D Pedro e a Organizaccedilatildeo da Dioce-se de Braga p231) e seguido por Joseacute MATTOSO (Identificaccedilatildeo de um paiacutes vol II p 15) e Maria Helena da Cruz COELHO (ldquoA Estruturaccedilatildeo Socialrdquo p 170) entre outros eacute adequado aceitar somente um elemento disponiacutevel para a guerra provavelmente o chefe de famiacutelia

16 Botelho da Costa Veiga calculou para Aguiar da Pena a existecircncia de 126 casais reguen-gos e 85 de herdadores aos quais se podiam adicionar 142 pertencentes a cenoacutebios vaacuterios VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa p 191 Mesmo considerando isentos de serviccedilo militar os moradores de casais dependentes de poderes eclesiaacutesti-cos podemos com base numa estimativa que considere que cada casal fornece um guerreiro e que a maioria dos herdadores tem posses que os obriguem a apresentar-se com cavalo considerar entre 120 e 150 peotildees e 50 a 80 cavaleiros

17 A hoste continuou a contar com a participaccedilatildeo de infanccedilotildees e ricos-homens depois desta transferecircncia como satildeo os casos de Aacutelvaro Peres ateacute 1145 (DR 211 de outubro 01) Egas Moniz ateacute 1146 (DR213 de fevereiro) Fernatildeo Peres ldquoCativordquo ateacute 1155 (DR 254 de junho) No final do seu reinado detetamos em vaacuteria documentaccedilatildeo nomes como Mendo Gonccedilalves de Sousa entre 1156-57 e marccedilo de 1185 (DR 257 e DR 357) Vasco Fernandes de Soverosa entre fevereiro de 1159 e marccedilo de 1185 (DR 271 e DR 357) ou Pedro Fernandes de Braganccedila entre novembro de 1147 e marccedilo de 1185 (DR 224 e DR 357) que representam uma segunda ou mesmo terceira geraccedilatildeo da nobreza nortenha

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 13

A hoste de d Afonso henriques

D Henrique se comeccedilaram a fixar na zona da Lousatilde e nas encostas ocidentais da Estrela na maioria de origem estrangeira ou moccedilaacuterabe e que asseguravam o controlo militar de uma regiatildeo que nessa altura ainda era fronteira Entre esses cavaleiros tanto encontramos nomes francos como Uzberto quanto asturianos como Anaia Vestrariz ou moccedilaacuterabes como Randulfo Soleimaacutes18

Eram um grupo bem diferenciado com uma grande simpatia pelos moccedilaacuterabes e que natildeo tinha no seu esquema mental a ideia de cruzada (que entrou tarde no espaccedilo portuguecircs) nem a de guerra santa Para eles a guerra era uma forma de vida de divisatildeo de saque alternada com periacuteodos de convivecircncia com o Islatildeo Sabiam distinguir muito bem os ismaelitas (ou andaluzes) dos moabitas (ou aacuterabes) e se foi relativa-mente faacutecil galvanizaacute-los para o avanccedilo para sul nisso estiveram ingre-dientes como a agressividade e irredutibilidade dos almoraacutevidas e as possibilidades de acumulaccedilatildeo de terra e riquezas que um programa de conquista podia trazer

O Mosteiro de Santa Cruz uma casa protegida pelo rei era o centro da vida espiritual destes cavaleiros tal como os mosteiros de usos clu-niacenses tinham sido para os infanccedilotildees do Entre-Douro-e-Minho qua-renta anos antes Os cavaleiros frequentavam os ofiacutecios de Santa Cruz seguiam as suas instruccedilotildees e faziam-se enterrar nos seus claustros Ti-nham prosperidade e apesar da sua ascendecircncia raramente ligada agrave nobreza de linhagem do Norte natildeo se sentiam nem eram considerados como inferiores Eram um grupo social com identidade proacutepria19

Foram os cavaleiros de Coimbra os protagonistas da tomada de Santa-reacutem um assalto de surpresa noturno levado a cabo em marccedilo de 1147 O coacutenego de Santa Cruz que escreveu o texto conhecido como De Expugna-tione Scallabis ndash A conquista de Santareacutem ndash fez eco de uma memoacuteria que referia a relaccedilatildeo estreita entre o rei e os seus companheiros de armas Eacute ela que inspira o discurso atribuiacutedo ao rei na veacutespera do assalto Cha-ma-lhes ldquocomilitones meirdquo ndash camaradas ou cavaleiros comigo ou meus companheiros soldados e tambeacutem ldquomilites meirdquo meus cavaleiros20 De-pois da conquista de Lisboa em outubro de 1147 o grupo foi perdendo a funccedilatildeo militar e assumindo a representaccedilatildeo reacutegia na administraccedilatildeo local

18 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 18319 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 201 20 Scriptores p94b NASCIMENTO ldquoO Juacuteblio da Vitoacuteriardquo p 1226

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2814

Carlos Filipe aFonso

coimbratilde No entanto tambeacutem deu lugar agrave formaccedilatildeo de confrarias de ca-valeiros que participavam em expediccedilotildees para sul do Tejo21

A mudanccedila do rei para Coimbra tambeacutem reforccedilou em muito outra fonte de mobilizaccedilatildeo as miliacutecias concelhias O foral de Numatildeo de 1130 eacute o primeiro de D Afonso Henriques que natildeo eacute uma confirmaccedilatildeo dos forais do tempo dos condes e insere-se na estrateacutegia de reforccedilo militar daquela regiatildeo22 Mas mais evidentes neste sentido e ainda antes da conquista de Lisboa satildeo os forais do anel defensivo a sul de Coimbra Miranda do Corvo (1136)23 Penela (1137)24 Germanelo (1142)25 e Leiria (1142)26 Ateacute agrave morte do rei em 1185 seratildeo mais de trecircs dezenas os forais atribuiacutedos um pouco por todo o territoacuterio

Por princiacutepio um cavaleiro-vilatildeo tinha riqueza suficiente para se apresentar na hoste com cavalo e armas proacuteprios sendo mesmo obri-gatoacuterio ascender agrave categoria em face da riqueza possuiacuteda em boa parte dos municiacutepios Como afirma Maacuterio Barroca numa primeira fase ser-se cavaleiro-vilatildeo constituiacutea um privileacutegio tendo passado mais tarde a um dever por via das posses27 tendo esta transiccedilatildeo ocorrido no reinado de D Afonso Henriques

21 A forccedila comandada por Fernatildeo Gonccedilalves que em 1162 assaltou e ocupou Beja era composta por miliacutecias de Coimbra Beiras e Santareacutem (ADA p158 Scriptores-I p 14 e seguintes) Eacute possiacutevel que os Militibus Sancti Lazari beneficiaacuterios no testamento de Domingos Lourenccedilo de 1180 (LP 10) sejam uma confraria militar local coimbratilde (MAT-TOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes Vol I p 115) Mas tambeacutem natildeo eacute despicienda a hipoacutetese de se tratar de uma referecircncia agrave ordem militar do mesmo nome surgida na Terra Santa em finais do seacuteculo XI Pelo nuacutemero de habitantes que certamente seria bastante supe-rior a qualquer municiacutepio da regiatildeo a miliacutecia de Coimbra era tambeacutem a que conseguia mobilizar contingentes mais volumosos Um indiacutecio deste efetivo eacute-nos dado pelos forais do grupo de Santareacutem-Lisboa-Coimbra de 1179 que utilizam o nuacutemero de 60 cavaleiros como referecircncia para as regras de divisatildeo do espoacutelio obtido em campanha sendo dife-rentes nos casos das expediccedilotildees aqueacutem e aleacutem desse nuacutemero de guerreiros (Leges p 417) A questatildeo dos efetivos mobilizaacuteveis foi estudada para o iniacutecio do seacuteculo XIII por Botelho da Costa Veiga (Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa p 147) Infelizmente natildeo dispomos de estudos de pormenor para o reinado de D Afonso Henriques

22 Leges p 368 de 1130 junho 2523 Leges p 373 de 1136 novembro 624 Leges p 375 de 1137 julho25 Leges p 433 de 1142-4426 Leges p 376 de 114227 BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Militarrdquo p 91 A ascensatildeo obri-

gatoacuteria passou a ser o caso mais frequente a partir do foral de Penela 1137 (Leges p 375) seguindo-se Sintra 1154 (Leges p 384) e Eacutevora 1166 (Leges p 393) A partir desta data parece constituir a regra em quase todos os forais da Beira Interior a sul da Serra da Estrela e a sul do Tejo especialmente os do Grupo de Eacutevora como foi o caso de Coruche 1182 jaacute perto do final do primeiro reinado (Leges p 426)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 15

A hoste de d Afonso henriques

Mas em locais onde a fixaccedilatildeo de cavaleiros era escassa ou mais di-fiacutecil o monarca concedia preacutestamos em troca de serviccedilo militar pes-soal28 Eram herdades que tomavam a designaccedilatildeo de ldquocavalariasrdquo e que frequentemente continuavam a ser designadas pelos nomes dos seus primeiros proprietaacuterios duas ou trecircs geraccedilotildees apoacutes a sua mor-te29 O rei podia tambeacutem podia recorrer ao fornecimento de armas e outro equipamento militar como se depreende do foral de Santareacutem de 1095 outorgado por Afonso VI de Leatildeo Ali depois da morte de um cavaleiro nestas condiccedilotildees o monarca recuperava o cavalo e loriga cedidos (certamente por intermeacutedio do alcaide)30 Estes deveriam ser reatribuiacutedos a outro homem que pudesse desempenhar o serviccedilo O mesmo se passava em Numatildeo cujas armas de alguns moradores eram atribuiacutedas pelo senhor Fernatildeo Mendes de Braganccedila o outorgante do foral de 113031 Em Moacutes (c Freixo de Espada-agrave-Cinta) em 1162 D Afon-so Henriques mandou dar armas a todos ndash cavaleiros e peotildees ndash para que defendessem o castelo32

Na generalidade dos concelhos uma boa parte dos vizinhos era cons-tituiacuteda pelos pedites pequenos proprietaacuterios alodiais (herdadores) al-guns comerciantes homens de mesteres normalmente com obrigaccedilotildees militares defensivas mas mais frequentemente dispensados das caval-gadas empreendidas por iniciativa local33 No entanto o chamamento

28 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 178 A regiatildeo de Penalva do Castelo na encosta Norte da Serra da Estrela eacute um exemplo de concentraccedilatildeo de cavalarias O lugar de Carroga em Sezures (c Penalva do Castelo) constituiacutea uma cavalaria reacutegia cujos moradores deviam ir em hoste e prestar anuacuteduva aleacutem de pagarem os seus im-postos ao mordomo de Penalva (Inq p 802b de 1252) O mesmo se passava com a paroacutequia de Pepim (atual Moinhos de Pepim) trecircs cavalarias em Pindo e Ulvaria (Oli-veira) todos os trecircs fogos de Lamosa e todo o lugar de Moita (c Penalva do Castelo Inq p 803a de 1252)

29 VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa pp 158-159 BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Militarrdquo p 92 MARTINS Para Bellum p 135 n 581

30 Leges p 349 de 1095 Trata-se da lutuosa um imposto que perduraraacute no caso dos vassalos reacutegios ateacute bastante tarde As armas dos vassalos ficavam como lutuosa para o rei que delas fazia mercecirc ao que substituiacutesse o defunto (COSTA ldquoLutuosardquo p 86)

31 Leges p 370 de 113032 Leges p 391 de 116233 Das cerca de duas dezenas de cartas de foral ou aforamentos do periacuteodo condal e do

iniacutecio do reinado de D Afonso Henriques anteriores a 1147 natildeo haacute referecircncias ex-pliacutecitas agrave obrigaccedilatildeo de ir em fossado por parte dos peotildees Aliaacutes o foral de Numatildeo de 1130 isenta explicitamente os peotildees desse tipo de operaccedilatildeo ldquoEt pedones non faciant fossatum nec clericirdquo (Leges p 368) Jaacute a carta de Penela de 1137 que menciona es-pecificamente o ldquofossado Regisrdquo natildeo especifica quem o deve cumprir (Leges p 375a) Verificam-se com mais frequecircncia limitaccedilotildees temporais agrave ida ao apelido que natildeo satildeo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2816

Carlos Filipe aFonso

para a hoste reacutegia mudaria o panorama Quer a leitura dos forais quer as Inquiriccedilotildees de 1220 mostram que a norma era o serviccedilo ao rei ser extensivo a todos os moradores34

No caso da integraccedilatildeo na hoste reacutegia durante o reinado de D Afon-so Henriques natildeo parece ter havido disposiccedilotildees limitassem isentas-sem ou beneficiassem de alguma forma os vizinhos dos concelhos35 Mas se os peotildees podiam ser levados a tomar parte nas campanhas sem daiacute advir grande resistecircncia jaacute no caso dos cavaleiros satildeo evidentes nalguns casos medidas adicionais de motivaccedilatildeo como ocorria em re-

dirigidas especificamente aos ldquomilitesrdquo preferindo-se o termo ldquohominesrdquo em Guima-ratildees 1095-96 (Leges p350-351) Constantim 1096 (Leges p 352-353) e Arganil 1114 (DP p 419-420) Nestes concelhos os moradores soacute serviam por um dia Satildeo trecircs cartas do periacuteodo condal a uacuteltima outorgada pelo bispo de Coimbra

34 O primeiro foral que refere o serviccedilo no ldquoexeacutercitordquo como obrigatoacuterio com essa designaccedilatildeo eacute o de Sintra de 1254 (Leges p 384) Mas no reinado de D Afonso Hen-riques continuou a prevalecer o termo ldquofossadordquo O foral de Moacutes de 1162 utiliza-o ldquoEt non faciatis fossado nisi cum uestro seniore una uice in annordquo (Leges p 390) O mesmo se passa com o de Eacutevora de 1166 Leges p 392) que tem a particularidade de inaugurar as cartas carateriacutesticas de uma segunda geraccedilatildeo de guerra de frontei-ra agora na vasta faixa que compreendia o atual Alentejo e Beira Baixa POWERS A Society Organized for War p 43 Nos reinados seguintes a expressatildeo ldquoir em hosterdquo surge ocasionalmente nos mesmos locais das foacutermulas em que antes se utilizava ldquofossadordquo como nos casos do aforamento de Roalde (c Sabrosa) de 1208 (Leges p 537) ou da carta de Cidadelhe (c Mesatildeo Frio) de 1224 (Leges p 600) De qualquer modo o texto dos forais remete para se tratar de uma obrigaccedilatildeo dos cavaleiros e temos de recorrer agraves Inquiriccedilotildees e agraves Posturas Municipais conhecidas para a regiatildeo do Ribacoa que embora posteriores ao reinado de D Afonso Henriques deixam entrever que os peotildees tambeacutem participavam nas expediccedilotildees No caso das Inquiri-ccedilotildees as testemunhas referem-se frequentemente a foros e costumes vigentes ou seja que se praticavam havia anos ou deacutecadas Nas atas dos inqueacuteritos a ida em hoste natildeo diz respeito aos milites mas sim aos homines o que sugere uma obrigaccedilatildeo extensiva aos peotildees Esta ideia subjaz por exemplo na paroacutequia de Santa Eulaacutelia de Pensalvos (c Vila Pouca de Aguiar) em 1220 As populaccedilotildees estatildeo isentas de apelido e fossado porque tecircm obrigaccedilatildeo de estabelecer atalaias e de garantir infor-maccedilatildeo ao castelo de Aguiar da Pena em caso de guerra (Inq p 126b) Eacute tambeacutem frequente todos pagarem fossadeira como se observa por exemplo em Satildeo Silves-tre de Freitas (c Terras de Bouro) onde se especifica que competia aos herdadores o pagamento desse imposto que permitia remir a ida em fossado (Inq p 98b) Jaacute os foros e costumes de Castelo Bom especificam que um cavaleiro que se apresentasse na cavalgada com uma tenda redonda de 20 cordas ou mais poderia dispensar da operaccedilatildeo dois cavaleiros ou quatro peotildees (Leges p759) Estes foros tecircm a dataccedilatildeo criacutetica de 1188-1230 SANTOS Costumes e Foros p 13

35 Soacute a partir do seacuteculo XIII comeccedilam a surgir nos forais a norte do Douro algumas determinaccedilotildees mais expliacutecitas como por exemplo que a ida em hoste soacute era obriga-toacuteria quando a acompanhar o rei em pessoa como no aforamento reacutegio aos 30 mora-dores de Rualde em 1208 (Leges p537) ou como a que estipulava que para aleacutem de acompanhar o rei a obrigaccedilatildeo soacute se mantinha a norte do Douro e apenas uma vez por ano como no caso de Cidadelhe em 1224 (Leges p 600)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 17

A hoste de d Afonso henriques

laccedilatildeo aos de Sintra Uma vez por ano podiam tomar parte na hoste conservando todo o espoacutelio obtido na guerra para si sem ter de dar a habitual quinta parte ao rei36

A convocaccedilatildeo dos combatentes nos municiacutepios devia no tempo de D Afonso Henriques seguir as linhas gerais do que conhecemos para o fi-nal do seacuteculo XII Depois de decidida a mobilizaccedilatildeo e estabelecido o local e altura de reuniatildeo da hoste os municiacutepios a convocar eram percorridos pelos porteiros37 Estes em conjunto com os alcaides (mais tarde seratildeo os juiacutezes nos concelhos maiores) e os adaiacutes reuniam os combatentes num local especiacutefico da vila38 No caso da hoste reacutegia que exigia um tem-po de serviccedilo mais prolongado do que os fossados concelhios tambeacutem deviam ser incluiacutedos besteiros peotildees artesatildeos cleacuterigos e condutores de bestas de carga O adail (ou adaiacutes nos concelhos que tinham mais que um destes oficiais) tinha a responsabilidade de conduzir a miliacutecia ateacute ao ponto de encontro com a hoste39

36 ldquoMilites semel in anno in regio exercitu militent pro sua ganancia et non accipiat Rege de illos nichilrdquo (Legesp 384)

37 As funccedilotildees de convocaccedilatildeo direta para a hoste parecem ter cabido aos porteiros (porta-rios) Conf BLUTEAU Vocabulario Portuguez amp Latino p 633b No seacuteculo XIII estaratildeo jaacute consolidados como ldquosacadores dos direitos e vendas da Coroardquo (VITERBO Elucidaacuterio p 164b) sendo o porteiro-mor o superintendente da cobranccedila dos direitos fiscais (R d Torres Porteiro-mor 123) Mas nas Inquiriccedilotildees de 1220 ainda nos surgem com eviden-tes funccedilotildees militares como vemos na paroacutequia de Satildeo Paio de Midotildees Terra de Faria (c Barcelos) a cujo porteiro cabia fazer-se acompanhar dos herdadores para ldquoexpelle-re homines de domibus suis ut eant in fossado per totum terminum de ipso castellordquo ou seja conduzir homens de suas casas para irem em fossado dentro do termo do castelo o que pressupotildee uma accedilatildeo defensiva mais compatiacutevel com o apelido (Inq I p 111b) Tambeacutem o aforamento aos moradores de Rualde em 1208 determina que a ida em hoste ou apelido soacute era devida mediante a apresentaccedilatildeo do selo reacutegio ou por ordem do porteiro (Leges p 537)

38 As terras e mesmo honras e coutos deveriam ter um local habitual de reuniatildeo dos que iam para a guerra Seria um lugar com centralidade geograacutefica mas fora da vila ou castelo como nos mostram os costumes e foros de Castelo Bom (Leges p 782) Nas Terras e Julgados deviam ser nas imediaccedilotildees de locais previstos para a pousada do rico-homem ou do juiacutez Assim parece ocorrer com o lugar de Capeludos na paroacutequia de Santa Eulaacutelia de Pensalvos (c Vila Pouca de Aguiar) em relaccedilatildeo agrave Terra de Aguiar em 1220 (Inq p 126b) deduzindo-se pela centralidade geograacutefica pela pousada do ri-co-homem e pelo facto dos seus moradores para aleacutem de pousada terem de guarnecer as atalaias natildeo acompanhando a mesnada mobilizada (Inq pp 44-45 e 126-128)

39 Nas Siete Partidas os legisladores de Afonso X resumem as obrigaccedilotildees dos adaiacutes (Parti-das XXII Lei 1) Por serem condutores de guerreiros estavam pelo menos a partir dos forais de 1179 de Santareacutem Lisboa e Coimbra isentos de dar a quinta parte do saque ao rei (Leges pp 408-409 414 e 417)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2818

Carlos Filipe aFonso

Depois da junccedilatildeo com as restantes forccedilas os contingentes concelhios mais numerosos deveriam manter a sua integridade e combater sob o mesmo estandarte ao passo que os de menor dimensatildeo deveriam agru-par-se entre si para formar subunidades consistentes de combatentes da mesma tipologia (cavaleiros com cavaleiros e peotildees com peotildees por exemplo)40

A hoste reacutegia tambeacutem era complementada por outras instituiccedilotildees de verdadeiros especialistas na guerra as ordens militares41 A primeira com expressatildeo militar definida a entrar em Portugal foi a Ordem do Tem-plo ainda pela matildeo de D Teresa em 1128 que lhes doou Fonte Arcada e o castelo de Soure Esta doaccedilatildeo foi confirmada pouco menos de um ano depois por D Afonso Henriques ao assumir o governo do condado42 Por esses anos o castelo de Soure natildeo eacute um castelo qualquer eacute o mais exposto e vulneraacutevel a sul do Mondego porque estaacute numa regiatildeo mais plana que pode ser atacada por todas as direccedilotildees inclusive pelo mar subindo a foz do Mondego e depois o Arunca Talvez por isso os templaacuterios natildeo tenham conseguido repelir o ataque que sofreram em 1144 que deixou a fortale-za parcialmente destruiacuteda e rendeu aos muccedilulmanos um bom saque com refeacutens e gado que levaram para Santareacutem43

Apesar de se tratar de uma Ordem transnacional a esmagadora maioria dos freires templaacuterios em Portugal era a partir de meados do seacuteculo XII de origem portuguesa e em 1169 D Afonso Henriques convalescente em Lafotildees depois do desastre de Badajoz concedia-lhes

40 Os forais do grupo de Santareacutem Lisboa e Coimbra de 1179 explicitam que as respe-tivas miliacutecias concelhias natildeo ocupam a retaguarda da hoste reacutegia (Leges pp 408-409 414 e 417) A determinaccedilatildeo repete-se depois com o foral de Povos de 1195 (Leges p 492) e de Leiria no mesmo ano (Leges p 496) Tornar-se-aacute mais frequente no seacuteculo XIII No plano oposto algumas comunidades com poucos moradores como era o caso de Ermelo e Bilhoacute (c Vila Real) soacute iam no fossado reacutegio se os moradores dos coutos vizinhos tambeacutem fossem (DS 90 de 1196 abril) Mais tarde temos mesmo referecircncia aos concelhos de Proenccedila-a-Velha e de Egitacircnia que tinham como condiccedilatildeo para a ida em fossado apelido ou hoste fazerem-no em conjunto (Leges p616)

41 Sobre a presenccedila e atuaccedilatildeo das ordens militares na guerra no contexto da Reconquis-ta Peninsular em geral vejam-se AYALA Las oacuterdenes militares hispaacutenicas pp 405-441 e RODRIacuteGUEZ-PICAVEA Los Monges Guerreros pp 167-192 Para uma siacutentese do per-curso das ordens em Portugal consulte-se FERNANDES e OLIVEIRA ldquoAs Ordens Mili-tares no Reino de Portugalrdquo pp 137-165 Especificamente para o reinado de D Afonso Henriques vejam-se os capiacutetulos dedicados aos Templaacuterios Santiago e Ordem de Eacutevora em MATTOSO D Afonso Henriques pp 260-264 341-344 e 344-346 respetivamente

42 DR 77 de 1128 e DR 96 de 1129 marccedilo 19 43 Scriptores-I p 62

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 19

A hoste de d Afonso henriques

um terccedilo de tudo o que conquistasse a sul do Tejo44 procurando talvez compensar a sua incapacidade para continuar a conduzir pessoalmente a guerra ou preparar-se para fazer face agrave crescente ameaccedila almoacuteada Ou ambas

Em boa verdade os registos que temos da participaccedilatildeo de templaacuterios em combate ao lado de D Afonso Henriques satildeo todos de fontes bem tardias jaacute do seacuteculo XIV e posteriores A ldquoCroacutenica de Portugal de 1419rdquo coloca D Gualdim Pais ao lado de D Afonso Henriques na conquista de Santareacutem45 Pode tratar-se natildeo de uma realidade mas de uma redaccedilatildeo apologeacutetica em relaccedilatildeo a uma das mais emblemaacuteticas figuras do reinado do primeiro rei numa altura em que a Ordem tinha jaacute sido extinta havia mais de um seacuteculo e Portugal avanccedilava para a expansatildeo mariacutetima pela matildeo da Ordem de Cristo sua sucessora

Em todo o caso se poucas ou nenhumas vezes temos registo da inte-graccedilatildeo de templaacuterios na hoste reacutegia temos pelo menos a certeza de que desempenharam um papel fundamental na consolidaccedilatildeo e defesa dos locais estrategicamente mais sensiacuteveis e na organizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos receacutem-conquistados Esse papel eacute evidente aquando da doaccedilatildeo do eclesiaacutestico de Santareacutem agrave Ordem na sequecircncia da conquista da ci-dade46 ou na doaccedilatildeo do castelo de Ceras e territoacuterio de Tomar em 1159 materializando a defesa da linha do Tejo47

Mais tarde jaacute no final da deacutecada de 1150 desenvolvem-se as ordens militares ibeacutericas Calatrava surge em 115848 seguida pela Ordem de Santiago fundada em Caacuteceres 117049 Neste mesmo ano detetamos em Eacutevora uma outra confraria da qual resultaraacute a Ordem de Avis50 Em se-tembro de 1172 o rei doa o castelo de Monsanto (c Idanha-a-Nova) agrave Ordem de Santiago51 Um ano depois seraacute a vez do castelo de Abrantes com o seu termo agrave mesma Ordem52

44 DR 295 de 1169 setembro 45 CP 1419 p 4446 DR 221 de 1147 abril47 DR 271 de 1159 fevereiro48 BC Scriptura I de 1158 A primeira regra da Ordem foi promulgada em 1164 (BC Scrip-

tura IV de 1164 setembro 14)49 AYALA 2007 p 12050 A miliacutecia de Eacutevora era jaacute uma realidade consolidada em 1176 data em que D Afonso

Henriques lhes faz a doaccedilatildeo do castelo de Coruche (DR 327 de 1176 abril) 51 DR 315 de 1172 setembro52 DR 317 de 1173 setembro

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2820

Carlos Filipe aFonso

Temos de admitir a presenccedila de elementos das ordens militares pelo menos de forma pontual na hoste reacutegia como alguns autores apontam para o caso da conquista de Lisboa e com maior probabilidade em ope-raccedilotildees mais tardias a sul do Tejo Mas no tempo de D Afonso Henri-ques natildeo eram certamente presenccedila frequente apesar de a sua atuaccedilatildeo se encontrar sempre em sintonia e complementaridade com a Coroa

Finalmente a hoste de D Afonso Henriques foi em algumas ocasiotildees complementada por outros grupos de combatentes Eacute o caso do bando de Geraldo Geraldes o ldquoSem Pavorrdquo de quem comeccedilamos a ter notiacutecia a partir de 1165 quando conquistou Trujillo Eacutevora e Caacuteceres53 Caudilho de fronteira de origem incerta eacute possiacutevel que tenha sido ele proacuteprio um escravo cristatildeo nas matildeos de muccedilulmanos ateacute porque as fontes aacuterabes o chamam de galego54 embora talvez o faccedilam porque no imaginaacuterio muccedilulmano os guerreiros cristatildeos mais ferozes provinham dessa re-giatildeo remota da Peniacutensula ou simplesmente porque designavam por ldquogalegosrdquo todos os homens do Norte cristatildeo

Atuava normalmente em autonomia e tinha por costume efetuar ataques de surpresa durante a noite e com condiccedilotildees atmosfeacutericas ad-versas quando as guarniccedilotildees dos castelos estavam mais abrigadas e menos atentas Em 1166 apoderou-se de Caacuteceres Montaacutenchez e Serpa seguindo-se Juromenha que se converteu em base de ataque sobre Ba-dajoz55 Em maio de 1169 efetuou uma incursatildeo sobre esta cidade ten-do-se apoderado da sua muralha exterior Esta accedilatildeo militar concertada previamente ou natildeo com D Afonso Henriques deu oportunidade ao rei portuguecircs para se aproximar da praccedila-forte e exigir a rendiccedilatildeo da guarniccedilatildeo almoacuteada concedendo-lhe um prazo No entanto eacute conhecida a intervenccedilatildeo do rei de Leatildeo Fernando II honrando o pacto celebra-do com os muccedilulmanos que aprisionou D Afonso Henriques durante vaacuterios meses56

53 IBN lsquoIDARI Al-Bayan Al-Mugrib Nuevos fragmentos p 402 Sobre este caudilho cen-tral na atuaccedilatildeo militar do final da deacutecada de 1160 e iniacutecio da de 1170 veja-se PEREIRA Geraldo Sem Pavor passim

54 Idem Ver tambeacutem IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 13755 IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 13856 Apesar de algumas fontes cristatildes situarem o episoacutedio em 1168 (ADA p 158 Scriptores

I p15) as fontes muccedilulmanas fornecem-nos um encaixe cronoloacutegico mais ajustado (IBN lsquoIDARI 1963 pp 405-406 IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 144) Ver toda a sequecircncia cronoloacutegica organizada em MATTOSO D Afonso Henriques pp 303-304

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 21

A hoste de d Afonso henriques

Depois do infortuacutenio de Badajoz onde partiu uma perna o rei natildeo voltaria mais a montar a cavalo nem a combater Mas em 1169 tinha jaacute 41 anos de governo de Portugal Quatro deacutecadas em que soube capita-lizar os recursos materiais e humanos do territoacuterio que lhe coube para gerar e reinventar uma estrutura militar que contribuiu sobremaneira para garantir a viabilidade de Portugal enquanto reino independente57

Ateacute aqui abordaacutemos os contingentes de combatentes Mas as hostes eram tambeacutem compostas por um trem de apoio de natildeo combatentes Nos deslocamentos do monarca com a sua scola bem como nos dos nobres com as suas mesnadas em campanha o trem natildeo deveria ser muito ro-busto especialmente se a aacuterea de operaccedilotildees fosse em territoacuterio cristatildeo Todos estes dignitaacuterios gozavam de direito de aposentadoria que era ex-tensivo agraves tropas que os acompanhavam durante as campanhas Os ha-bitantes de um local por onde passassem estas mesnadas viam-se na obri-gaccedilatildeo de alojar e alimentar os combatentes por norma por um periacuteodo curto de tempo que natildeo deveria ultrapassar os trecircs dias jaacute que de outro modo uma hoste esgotaria rapidamente os recursos da regiatildeo58

Quando a hoste estava constituiacuteda e se esperava que passasse algum tempo em operaccedilotildees era necessaacuterio transportar viacuteveres forragem para os cavalos (dependendo da altura do ano) vitualhas armamento de re-serva ou mesmo montadas suplementares Natildeo temos registo de serem utilizados carros para esse efeito no tempo de D Afonso Henriques mas sim transporte efetuado no dorso de equiacutedeos (cavalos mulas zebros) Nos forais dos francos e gaacutelicos de Atouguia posteriores a 1186 a uacutenica obrigaccedilatildeo militar a que estes estrangeiros se mantecircm vinculados eacute o for-necimento de bestas de carga para transportar as vitualhas do exeacutercito reacutegio na guerra contra os pagatildeos59

Em operaccedilotildees mais prolongadas como as de cerco (o caso de Lisboa em 1147 ou de Alcaacutecer em 1158) a hoste reacutegia natildeo teraacute deixado de in-

57 A viabilidade do reino de Portugal esteve natildeo raras vezes em causa durante o reinado de D Afonso Henriques tornando-se mais soacutelida depois da conquista da linha do Tejo Apesar de vaacuterios fatores concorrerem para a manutenccedilatildeo de um estado independente a accedilatildeo militar do primeiro monarca desempenhou um papel central (MATTOSO D Afonso Henriques p 251)

58 O direito de aposentadoria de tropas em campanha deveria ser anaacutelogo ao direito que a nobreza detinha As Partidas mencionam a existecircncia de siacutembolos designados por ldquopendotildees pousadeirosrdquo que as hostes transportavam e com as quais marcavam os lugares de pousada (Partidas XXII Lei 14) Mesmo a peonagem quando enquadrada por um almocadeacutem gozava de direito de aposentadoria (Partidas XXII Lei 5)

59 Leges p 451 de 1186 ()

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2822

Carlos Filipe aFonso

corporar artesatildeos como ferreiros e carpinteiros e ateacute de se fazer acom-

panhar por mulheres Os cleacuterigos como capelatildees eram tambeacutem uma

presenccedila habitual na hoste Natildeo soacute curavam as feridas da alma dos com-

batentes como seriam os mais qualificados para tratar os ferimentos do

corpo proceder aos ofiacutecios diaacuterios ouvir em confissatildeo e frequentemen-

te enterrar os mortos60

Havia uma preocupaccedilatildeo com a manutenccedilatildeo do efetivo e da sua

prontidatildeo para a guerra No caso dos cavaleiros-vilatildeos uma praacutetica

que percebemos regular no reinado de D Afonso Henriques foi a en-

trega a tiacutetulo de compensaccedilatildeo de cavalos a quem os tivesse perdido

em combate utilizando para o efeito montadas capturadas ao inimi-

go Soacute depois de consolidada esta distribuiccedilatildeo se procedia agrave contabi-

lizaccedilatildeo do remanescente do saque entregando-se por norma uma

quinta parte ao rei e distribuindo-se as restantes quatro partes entre o

alcaide e os cavaleiros do concelho61

Uma hoste com as carateriacutesticas e componentes que descrevemos ateacute

aqui tinha as suas possibilidades e limitaccedilotildees Antes de mais o efetivo

total possiacutevel de mobilizar para uma campanha Ao que tudo indica o

maacuteximo efetivo que D Afonso Henriques reuniu em operaccedilotildees foi no

cerco de Lisboa em 1147 estimando-se a presenccedila de 3000 portugue-

60 Logo em 1130 no iniacutecio do governo de D Afonso Henriques o foral de Numatildeo explicita que os cleacuterigos tal como os peotildees estatildeo isentos de fossado o que nos revela que natildeo estatildeo libertos de participar em accedilotildees defensivas como o apelido (Leges p 368) Esta eacute a norma que encontramos noutros forais do reinado de D Afonso Henriques como o de Trancoso 1157-69 (Leges p 434) e o de Moreira 1157-59 (Leges p 437) No outro extremo da cronologia que analisamos pouco tempo depois da morte do rei o filho D Sancho concedeu vaacuterios privileacutegios ao clero de todo o reino entre eles a isenccedilatildeo de ida na hoste a natildeo ser que houvesse necessidade de combater muccedilulmanos que en-trassem em ldquoterram mostramrdquo o que pressupotildee que em tempo anterior a presenccedila de cleacuterigos era habitual (DS 39 de 1186-89) D Sancho I repete disposiccedilotildees semelhantes em documentos posteriores como no caso de uma carta-patente ao bispo de Coimbra (DS 202 de 1210 dezembro 28)

61 Nos forais de Leiria 1142 (Leges p 376) e Germanelo 1142-44 (Leges p 433) determi-na-se que todos os cavalos obtidos em fossado devem ser distribuiacutedos aos combatentes pelo alcaide natildeo se devendo nenhum ao rei A disposiccedilatildeo para a restituiccedilatildeo dos cava-los perdidos antes da reparticcedilatildeo do saque comeccedila a encontrar-se a partir do foral de Eacutevora de 1166 (Leges p 343) A foacutermula expressa ldquo(hellip) primis erectis eos sine quinta et postea detis nobis quintam directamrdquo) surge no reinado de D Afonso Henriques igualmente nos forais de Abrantes 1179 (Leges p 419) Coruche 1182 (Leges p 427) e Palmela 1185 (Leges p 430) Posteriormente parece ter passado a ser a norma se natildeo em todos pelo menos na maioria dos concelhos como o atestam 34 outras cartas de foral e aforamentos outorgados entre 1186 e 1271

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 23

A hoste de d Afonso henriques

ses62 Entre eles as mesnadas senhoriais e miliacutecias concelhias Mas este

nuacutemero deve ser visto como uma exceccedilatildeo de tal modo que durante o

cerco o rei teve de dispensar parte dos efetivos63

Outra limitaccedilatildeo residia na incapacidade de assediar grandes fortale-

zas Durante o reinado de D Afonso Henriques os castelos conquistados

pela hoste reacutegia em autonomia e atraveacutes de uma operaccedilatildeo de cerco con-

vencional ou eram fortalezas de reduzida dimensatildeo ou foram cercados

com o auxiacutelio de cruzados como em Lisboa em 1142 e depois em 1147

em Alcaacutecer em 1159-60

Uma das potencialidades que o modelo de exeacutercito de D Afonso Hen-

riques detinha era a de realizar incursotildees raacutepidas na profundidade do

territoacuterio muccedilulmano O fossado de Ourique de 113964 ou o fossado de

Triana de 117865 satildeo demonstrativos da rapidez de mobilizaccedilatildeo e de

deslocamento

A hoste de D Afonso Henriques natildeo foi sempre a mesma por vaacuterias

razotildees Em primeiro lugar porque uma hoste na Idade Meacutedia eacute sempre

uma organizaccedilatildeo temporaacuteria e conjuntural eacute levantada para uma fina-

lidade ou campanha especiacutefica e depois desmobilizada As primeiras

referecircncias claras a um prazo de serviccedilo na hoste reacutegia satildeo do seacuteculo

XIII (Inquiriccedilotildees de 1258 e de 1284) mas eacute bem provaacutevel que o tempo de

serviccedilo fosse igualmente limitado no reinado do primeiro monarca jaacute

que estava relacionado com a disponibilidade de homens face aos tra-

balhos agriacutecolas Os peotildees dos municiacutepios serviam por um maacuteximo de

seis semanas o que deveria implicar grandes desafios de planeamento

quando se pretendiam campanhas mais prolongadas66

62 PHILLIPS The Second Crusade p 143 MARTINS De Ourique a Aljubarrota p 83 e 2017 p 179

63 NASCIMENTO A Conquista de Lisboa p 11164 Sobre o fossado de Ourique vejam-se VELHO Estudos criacuteticos sobre a Batalha de Ouri-

que MATTOSO D Afonso Henriques pp 157-166 e ALARCAtildeO Ourique65 Sobre o fossado de Triana veja-se MARTINS De Ourique a Aljubarrota pp 104-12466 O prazo eacute registado para a regiatildeo de Lamego onde um morador de Fafel tinha obriga-

ccedilatildeo de velar os muros do castelo durante a noite juntamente com todos os moradores sujeitos ao mesmo foro caso os habitantes do castelo fossem em hoste com o rei esten-dendo-se a obrigaccedilatildeo por seis semanas (Inq p 1035) A dez quiloacutemetros de distacircncia os moradores das cavalarias reacutegias de Tarouca tinham de acompanhar o rei com cava-lo e armas e permanecer em hoste ou anuacuteduva igualmente por seis semanas (Inq p 1071a) O mesmo se passava com uma cavalaria de Vouzela (Inq p 907a) E em 1284 quando das Inquiriccedilotildees de D Dinis agrave regiatildeo do Vouga na aldeia de Nogueira julgado de Sever ainda vigorava este prazo (Inq p 59)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2824

Carlos Filipe aFonso

Em segundo lugar embora natildeo conheccedilamos para o reinado do primei-ro rei nem a obrigatoriedade de soacute ir para a guerra com o rei em pessoa67 nem nenhuma restriccedilatildeo geograacutefica ao serviccedilo na hoste68 a mobilizaccedilatildeo deveria depender em boa medida da localizaccedilatildeo do monarca aquando da convocaccedilatildeo e do local do objetivo da campanha devendo procurar-se mobilizar combatentes das proximidades destas aacutereas Esta eacute tambeacutem uma das explicaccedilotildees para o recurso a combatentes conjunturais especia-listas na guerra de fronteira como Geraldo era gente que vivia no amplo e difuso territoacuterio que em cada momento constituiu a fronteira

Por uacuteltimo a proacutepria evoluccedilatildeo de Portugal de condado a reino o alargamento do seu territoacuterio e os recorrentes movimentos de coloni-zaccedilatildeo fizeram surgir especificidades sociais locais enquanto outras co-nheceram o seu ocaso Foi desta forma que ateacute ao iniacutecio da deacutecada de 1130 o grupo dominante na hoste reacutegia foram os infanccedilotildees Seguiram-se os cavaleiros de Coimbra que tiveram a sua deacutecada de ouro ateacute atingida a linha do Tejo em 1147 Nas deacutecadas seguintes assistimos agrave crescente presenccedila das ordens militares E eacute tambeacutem nesta linha que verificamos durante o reinado de D Afonso Henriques a um constante aumento de importacircncia da cavalaria-vilatilde e das miliacutecias concelhias

Siglas e abreviaturas

ADA Annales Domni Alfonsi

BC Bullarium Ordinis Militiae de Calatrava

CP 1419 Croacutenica de Portugal de 1419

DA Coleccioacuten Diplomaacutetica Medieval de la Oacuterden de Alcaacutentarahellip

DP Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Particulares

DR Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Reacutegios

DS Documentos de D Sancho I

HC Historia Compostelana

Inq Portugaliae Monumenta Historica Inquisitiones

Leges Portugaliae Monumenta Historica Leges et Consuetudines

67 A partir do aforamento de Rualde outorgado por D Sancho I a 30 povoadores (Leges p 537)

68 Soacute a partir do foral de Cidadelhe de 1224 outorgado por D Sancho II alguns concelhos a norte do Douro estatildeo isentos de acompanhar o monarca em operaccedilotildees a sul daquele rio (Leges p 600)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 25

A hoste de d Afonso henriques

LP Livro Preto da Seacute de Coimbra

ML Monarquia Lusitana Parte Quintahellip

Partidas Las Siete Partidas

Scriptores Portugaliae Monumenta Historica Scriptores

Fontes e Bibliografia

1 Fontes

Annales Domni Alfonsi Portugallensium Regis ed Monika Bloumlcker-Wal-ter Zurique 1966 pp 151-161

Bullarium Ordinis Militiae de Calatrava per annorum seriem nonnullis org Inacio Jose de Ortega y Cotes Juan Francisco Alvarez de Baque-dano y Pedro de Ortega Zuntildeiga y Aranda Madrid 1761

Croacutenica de Portugal de 1419 ed criacutetica introd e notas de Adelino de Almeida Calado Aveiro Universidade de Aveiro 1998

Coleccioacuten Diplomaacutetica Medieval de la Oacuterden de Alcaacutentara ed Bonifaacutecio Palacios Martiacuten Fundacioacuten San Benito de Alcaacutentara Madrid Edito-rial Complutense 2003

Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Particulares vol IV Tomo I AD 1116-1123 org Rui de Azevedo e Avelino Jesus da Costa Academia Portuguesa da Histoacuteria Lisboa 1980

Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Reacutegios Vol I Tomos 1 e 2 AD 1095-1185 org Rui de Azevedo e Luiacutes Ferrand de Almeida Academia Portuguesa da Histoacuteria Lisboa 1941

Documentos de D Sancho I ed Rui de Azevedo Avelino Jesus da Costa e Marcelino Pereira Centro de Histoacuteria da Universidade de Coimbra Coimbra 1979

Historia Compostelana introd trad notas e iacutendices Emma Falque Akal Madrid 1994

IBN lsquoIDARI Al-Bayan al-Mugrib fi Ijitisar Ajbar Muluk al-Andalus Wa al-Magrib - Los Almohades Tomo I Ambrosio Huici Miranda (ed) Tetuan Editora Marroqui 1955

IBN lsquoIDARI Al-Bayan Al-Mugrib Nuevos fragmentos almoraacutevides y almo-hades traducidos y anotados por Ambrosio Huici Miranda Valencia Anubar 1963

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2826

Carlos Filipe aFonso

IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama Ambrosio Huici Miranda (estu-do preliminar traduccedilatildeo e iacutendices) Valencia 1969

Livro Preto da Seacute de Coimbra Cartulaacuterio da Seacute de Coimbra dir e coord Manuel Augusto Rodrigues Coimbra Arquivo da Universidade de Coimbra 1999

Monarquia Lusitana Parte Quinta org Francisco Brandatildeo Paulo Craes-beeck Lisboa 1650

Portugaliae Monumenta Historica Scriptores vol I Fasc I a III Acade-mia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1856-1861

Portugaliae Monumenta Historica Inquisitiones vol I Fasc I a IX Aca-demia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1888-1977

Portugaliae Monumenta Historica Leges et Consuetudines vol I Fasc I a VI Academia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1856-1868

Las Siete Partidas Alfonso X el Sabio Barcelona Linkgua 2010

2 Bibliografia

Jorge de ALARCAtildeO Ourique o lugar controverso Porto Figueirinhas 2015

Ameacutelia Aguiar ANDRADE A Construccedilatildeo Medieval do Territoacuterio Lisboa Livros Horizonte 2001

Carlos de AYALA Martiacutenez Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Madrid Marcial Pons 2007

Maacuterio Jorge BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Mili-tarrdquo Nova Histoacuteria Militar de Portugal Vol 1 69-94 Lisboa Ciacuterculo de Leitores 2003

Henrique da Gama BARROS Histoacuteria da Administraccedilatildeo Puacuteblica em Por-tugal nos seacuteculos XII a XV Tomo I Lisboa Imprensa Nacional 1885

Raphael BLUTEAU Vocabulario Portuguez amp Latino (O-PUR) Lisboa Officina de Pascoal da Sylva 1720

Maria Joatildeo Violante BRANCO ldquoIntroduccedilatildeordquo A conquista de Lisboa aos Mouros relato de um cruzado Aires A Nascimento (ed trad e no-tas) pp 9-53 Lisboa Vega 2007

Maria Helena da Cruz COELHO ldquoA Estruturaccedilatildeo Socialrdquo Nova Histoacuteria de Portugal Joel Serratildeo e AH de Oliveira Marques (dirs) 165-383 Lisboa Editorial Presenccedila 1996

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 27

A hoste de d Afonso henriques

Philippe CONTAMINE La Guerre au Moyen Age Paris Nouvelle Clio 1980

Avelino Jesus da COSTA O Bispo D Pedro e a Organizaccedilatildeo da Diocese de Braga vol I Coimbra Universidade de Coimbra 1959

Avelino Jesus da COSTA ldquoLutuosardquo Dicionaacuterio da Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol IV 86 Porto Livraria Figueirinhas 1984

Isabel Cristina Ferreira FERNANDES e Luiacutes Filipe OLIVEIRA ldquoAs Ordens Militares no Reino de Portugalrdquo As Ordens Militares na Europa Me-dieval Feliciano Novoa Portela e Carlos de Ayala Martiacutenez (coords) 137-165 Lisboa Chaves Ferreira 2005

Iria GONCcedilALVES ldquoEntre a Peneda e o Barroso uma fronteira galaico-mi-nhota em meados de Duzentosrdquo Revista da Faculdade de Letras ndash Histoacute-ria 2ordf seacuterie Tomo XV ndash IV Jornadas Luso-espanholas de Histoacuteria Medie-val As relaccedilotildees de fronteira no seacuteculo de Alcantildeices ndash Comunicaccedilotildees vol I 63-76 Porto Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1998

Antoacutenio Manuel HESPANHA Histoacuteria das Instituiccedilotildees Eacutepocas medieval e moderna Coimbra Livraria Almedina 1982

Luiacutes Seabra LOPES ldquoO moio-medida e o moio dos preccedilos em Portugal nos seacuteculos XI a XIIIrdquo Anuario de Estudios Medievales 351 25-46 Barcelona Consejo Superior de Investigaciones Cientiacuteficas 2005

Miguel Gomes MARTINS Para Bellum ndash Organizaccedilatildeo e Praacutetica da Guerra em Portugal durante a Idade Meacutedia (1245-1367) Dissertaccedilatildeo de Dou-toramento Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra 2007

Miguel Gomes MARTINS De Ourique a Aljubarrota A Guerra na Idade Meacutedia Lisboa Esfera dos Livros 2011

Miguel Gomes MARTINS 1147 A Conquista de Lisboa na rota da Segunda Cruzada Lisboa Esfera dos Livros 2017

Joseacute MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros A nobreza medie-val portuguesa nos seacuteculos XI e XII Lisboa Guimaratildees Editores 1985

Joseacute MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes ensaio sobre as origens de Por-tugal 1096-1325 vol I Oposiccedilatildeo Lisboa Estampa 1995a

Joseacute MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes ensaio sobre as origens de Por-tugal 1096-1325 vol II Composiccedilatildeo Lisboa Estampa 1995b

Joseacute MATTOSO D Afonso Henriques Lisboa Temas e Debates 2007

Aires A do NASCIMENTO A Conquista de Lisboa aos Mouros Relato de um Cruzado ed de Aires Augusto do Nascimento Lisboa Vega 2001

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2828

Carlos Filipe aFonso

Aires A do NASCIMENTO ldquoO Juacuteblio da Vitoacuteria celebraccedilatildeo da tomada de Santareacutem aos mouros (AD 1147)rdquo Actes del X Congreacutes Internacional de lrsquoAssociacioacute Hispagravenica de Literatura Medieval Vol III 1217-1232 Alicante Institut Interuniversitari de Filologia Valenciana 2005

Armando de Sousa PEREIRA Geraldo Sem Pavor Porto Fronteira do Caos 2008

Jonathan PHILLIPS The Second Crusade Extending the Frontiers of Christendom New Haven London Yale University Press 2010

James F POWERS A Society Organized for War The Iberian Municipal Militiasin the Central Middle Ages 1000-1284 Berkeley and Los Ange-les University of California Press 1988

Enrique RODRIacuteGUEZ-PICAVEA Los Monges Guerreros en los reinos his-paacutenicos - las oacuterdenes militares en la Peniacutensula Ibeacuterica durante la Edad Media Madrid La Esfera de los Libros 2008

Joatildeo Marinho dos SANTOS Costumes e Foros de Castelo Bom Lisboa Co-libri 2018

Margarita TORRES Las Batallas Legendarias y el Oficio de la Guerra Bar-celona Areteacute 2002

Rui de Abreu TORRES ldquoPorteiro-morrdquo Dicionaacuterio de Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol V Porto Livraria Figueirinhas 1984a p 123

Rui de Abreu TORRES ldquoTenecircnciardquo Dicionaacuterio de Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol VI Porto Livraria Figueirinhas 1984b pp 146-147

Augusto Botelho da Costa VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa Volume 1 Parte Primeira Corografia Militar do Noroeste de Portugal em 1220-1258 anaacutelise da tradiccedilatildeo e da poleacutemica de Ourique Lisboa 1936

Martim VELHO Estudos criacuteticos sobre a Batalha de Ourique Lisboa So-ciedade Histoacuterica da Independecircncia de Portugal 1989

Frei Joaquim de Santa Rosa VITERBO Elucidaacuterio das palavras termos e frases que em Portugal antigamente se usaram e que hoje regularmen-te se ignoram obra indispensaacutevel para entender sem erro os documen-tos mais raros e preciosos que entre noacutes se conservam Tomo Segundo Segunda Ediccedilatildeo Lisboa AJ Fernandes Lopes 1865

Fecha de recepcioacuten 5-12-2019

Fecha de aceptacioacuten 08-03-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 29

El reacutegimen feudal en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X

The feudal regime on the border of Granada during the reign of Alfonso X

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara ValleIES Martiacutenez Montantildeeacutes

Resumen

La invasioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica cortoacute de raiacutez el pleno desarrollo de las praacutecticas pre-feudales que se estaban dando en la Hispania visigoda Se-guidamente el proceso de Reconquista y la aparicioacuten de una banda fronteriza con el Islam andalusiacute dieron lugar al nacimiento y evolucioacuten de un feudalismo hispaacutenico muy peculiar Algunas de sus singularidades se observan muy bien en el valle del Guadalquivir durante el siglo XIII debido naturalmente a la cercaniacutea del reino nazariacute de Granada y en consecuencia a la existencia de un ampliacutesimo espacio bifronte cristiano-musulmaacuten El anaacutelisis de las particularidades de lo que hemos denominado ldquofeudalismo fronterizordquo constituye el eje vertebrador del trabajo que el lector tiene en sus manos

Palabras clave

Reconquista Alfonso X el Sabio siglo XIII reacutegimen feudal reacutegimen sentildeorial frontera de Granada

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico jalcantara7uses Profesor de Historia en el IES Martiacutenez Monta-ntildeeacutes (Sevilla) y Doctorando en Historia Medieval de la Universidad de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9630

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Abstract

The full development of the pre-feudal practices that were taking place in Visi-goth Hispania was cut off by the Islamic invasion of the Iberian Peninsula Next the Reconquest process and the appearance of a border zone with Islam in Al-An-dalus resulted in the start and evolution of a very peculiar Hispanic feudalism Its uniqueness which is obviously due to the proximity of the Nasrid kingdom of Granada can be clearly seen in the Guadalquivir valley during the 13th century This unavoidably created a vast Christian-Muslim two-faced space The analysis of the particularities of what we have called ldquoborder feudalismrdquo constitutes the backbone of this work

Keywords

Reconquest Alfonso X ldquothe Wiserdquo 13th century feudal regime noble system border of Granada

1 Introduccioacuten

El objetivo de la presente introduccioacuten no es otro que el de recordar sucintamente viejos conceptos del feudalismo europeo y del feudalismo hispaacutenico ndashde todos conocidosndash partiendo de las grandes obras claacutesi-cas ya todas de los maacutes ceacutelebres medievalistas que se han ocupado del tema1 Comenzaremos definiendo reacutegimen feudal para abordar despueacutes de manera muy concisa el origen remoto del feudalismo ibeacuterico su in-terrupcioacuten a partir de la conquista musulmana de la Espantildea visigoda y la consecuente aparicioacuten de unas estructuras feudales realmente singu-lares en los reinos y condados peninsulares prestando especial atencioacuten al caso castellano-leoneacutes

1 No es nuestra intencioacuten en modo alguno reabrir el debate historiograacutefico sobre el prolijo concepto de feudalismo Se trata como es bien sabido de un tema extraordi-nariamente complejo del que existe una abundantiacutesima produccioacuten bibliograacutefica Se-riacutea impropio de un trabajo de esta naturaleza abordar la problemaacutetica que el estudio del reacutegimen feudal ha generado desde perspectivas tan dispares como la metodologiacutea empleada el enfoque de partida o la propia naturaleza del sistema Tampoco preten-demos relacionar aquiacute todas las obras que sobre el feudalismo europeo e hispaacutenico se han editado cuyo nuacutemero ndashcontando monografiacuteas capiacutetulos de libros y artiacuteculos de revistandash rebasa sobradamente el millar Una magniacutefica visioacuten de conjunto sobre las distintas tendencias historiograacuteficas desde las que se ha planteado el estudio del feudalismo y particularmente del feudalismo hispaacutenico puede encontrarse en VAL-DEOacuteN ldquoSobre el feudalismordquo Asiacute pues sirvan soacutelo como referencia general para esta introduccioacuten los siguientes trabajos GANSHOF El feudalismo SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo Tomo I y del mismo autor En torno a los oriacute-genes del feudalismo Tomo III GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 31

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

En 1944 hace ya tres cuartos de siglo el Prof Franccedilois-Louis Gan-shof explicoacute los mecanismos del sistema feudal desde el punto de vista institucional y definioacute feudalismo como ldquoun conjunto de instituciones que crean y rigen obligaciones de obediencia y servicio (principalmente militar) por parte de un hombre libre llamado vasallo hacia un hombre libre llamado sentildeor y obligaciones de proteccioacuten y sostenimiento por parte del sentildeor respecto del vasallo daacutendose el caso de que la obligacioacuten de sostenimiento tuviera la mayoriacutea de las veces como efecto la conce-sioacuten por parte del sentildeor al vasallo de un bien llamado feudordquo2

Asiacute pues y simplificaacutendolo mucho el feudalismo claacutesico3 consistioacute en la entrega por parte del sentildeor de tierras con sus correspondientes rentas y jurisdicciones (ldquofeudumrdquo) a sus nobles vasallos a cambio de que eacutestos le ofrecieran ayuda militar (ldquoauxiliumrdquo) y consejo (ldquoconsiliumrdquo) lle-gado el momento En la Espantildea medieval en cambio las circunstancias poliacuteticas impusieron la inversioacuten del orden de actuacioacuten primero se participaba en la guerra de conquista4 y se asesoraba al monarca5 y des-pueacutes en contraprestacioacuten por los servicios ya prestados se recibiacutean los sentildeoriacuteos Pero no fue eacutesta la uacutenica peculiaridad del feudalismo hispaacute-nico Como adelantamos en el resumen la presencia desde el siglo VIII de una delicada frontera separadora de dos grandes tipos de Estados unos cristianos y otros islaacutemicos completamente distintos y enfrenta-dos entre siacute explica el origen y desarrollo de unas praacutecticas feudales ciertamente originales

Seguacuten Saacutenchez-Albornoz el pre-feudalismo visigodo y el franco de eacutepoca merovingia presentan grandes analogiacuteas pese a no haber existi-do contacto alguno entre ellos Sin embargo se detectan importantes di-

2 Franccedilois-Louis GANSHOF El feudalismo pp 13 y 173 El historiador belga Franccedilois-Louis Ganshof establecioacute para el feudalismo ndashentendido

como un sistema de instituciones feudovasallaacuteticasndash tres etapas bien diferenciadas la de sus oriacutegenes (siglos VI-VII) la del feudalismo carolingio (siglos VIII-IX) y la del feuda-lismo claacutesico (siglos X-XIII)

4 La nobleza laica y eclesiaacutestica participoacute en las grandes empresas militares de la Recon-quista Para el siglo XIII podemos destacar su actuacioacuten en las tomas de las ciudades maacutes importantes de Andaluciacutea (Coacuterdoba y Sevilla)

5 En la corte y en las cortes los nobles maacutes allegados al monarca le asesoraban en mate-rias de naturaleza muy variada Algunos de estos consejeros eran expertos en taacutecticas militares como aquellos ldquocaualleros buenos que auie con el rey sabidores de gerrardquo (entre los que se encontraba el maestre santiaguista don Pelay Peacuterez Correa) que acu-dieron a la curia regia convocada por Fernando III en Jaeacuten en el verano de 1246 con el fin de trazar un plan para conquistar la ciudad de Sevilla por citar soacutelo un ejemplo Veacutease AYALA ldquoLas Oacuterdenes Militares en la conquista de Sevillardquo p 168

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9632

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ferencias entre la posterior evolucioacuten del feudalismo franceacutes (carolingio y claacutesico) y la del feudalismo hispaacutenico consecuencia loacutegica de la inva-sioacuten musulmana de la peniacutensula y del inmediato proceso reconquista-dor En palabras del medievalista ldquola diversificacioacuten de las dos ramas hispano-visigoda y galo-franca del mismo tronco romano-germano fue pues fruto del clima peculiar que la Reconquista y la Repoblacioacuten brindaron a las instituciones hispanasrdquo6 Y no le faltaba razoacuten Las par-ticularidades del Medievo hispaacutenico desde el punto de vista poliacutetico y territorial marcado desde su comienzo hasta el final por la conquista islaacutemica y la Reconquista cristiana constituyen la causa principal de que el pre-feudalismo hispanogodo viese truncada su evolucioacuten que de haberse producido habriacutea acabado dando lugar al nacimiento de un feudalismo claacutesico en toda regla No fue asiacute Ambos procesos ocasiona-ron el surgimiento de unas praacutecticas feudales verdaderamente sui gene-ris excepto en Cataluntildea territorio que dependiente en sus oriacutegenes del reino de los francos se constituyoacute plenamente como un Estado feudal7

A tenor de lo expuesto iquestcuaacutendo y en queacute grado el reacutegimen feudal lle-goacute o no a desarrollarse en la Peniacutensula Ibeacuterica durante la Edad Media Luis Garciacutea de Valdeavellano sostiene que con la excepcioacuten en efecto de los condados catalanes Espantildea no se feudalizoacute plenamente La lle-gada del Islam a Iberia provocoacute la destruccioacuten de los grandes dominios territoriales hispanogodos en la praacutectica totalidad del Estado asiacute como la ruina de la nobleza visigoda originando en los reinos Astur y Astur-leoneacutes unas circunstancias poliacuteticas econoacutemicas y sociales muy espe-ciales En la Espantildea cristiana medieval hubo siacute elementos aislados de feudalismo europeo como el vasallaje el beneficio e incluso las inmuni-dades y se desarrolloacute por supuesto el reacutegimen sentildeorial pero nunca se constituyoacute un modelo acabado de sociedad feudal8

Para empezar no se dio en el reino castellano-leoneacutes una fragmen-tacioacuten y debilitacioacuten del Estado tan acusada como en el caso franceacutes ni siquiera en las eacutepocas de mayor ldquofeudalizacioacutenrdquo De igual forma los reyes de Leoacuten y Castilla tuvieron siempre entre otros derechos el de

6 SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo Tomo III p 2487 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 78 Ibid p 31 Analizaremos en este artiacuteculo el feudalismo hispano desde las perspectivas

poliacutetica institucional y juriacutedica es decir atendiendo preferentemente a las relaciones entre sentildeor y vasallos o reacutegimen feudal dejando asiacute a un lado su estudio desde los puntos de vista econoacutemico y social que implicariacutea abordar las relaciones entre sentildeor y campesinos o reacutegimen sentildeorial ampliamente tratado por la historiografiacutea marxista

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 33

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

convocar a las armas y percibir la fonsadera o redencioacuten en metaacutelico del servicio militar y soacutelo en rariacutesimas ocasiones concedieron a los sentildeores el derecho de acuntildear moneda propia en sus dominios Incluso ni siquie-ra cuando las inmunidades concedidas a los sentildeoriacuteos por los monarcas otorgaban a los sentildeores la jurisdiccioacuten en los mismos tal otorgamien-to significoacute una cesioacuten completa de las facultades jurisdiccionales del poder regio Y es que los sentildeores aunque cada vez maacutes poderosos en la Castilla de la Baja Edad Media permanecieron siempre sometidos al monarca por viacutenculos muy soacutelidos y esto lo mismo en Castilla que en Aragoacuten y Navarra No en vano en estos tres reinos los monarcas tuvie-ron la posibilidad de desterrar a los sentildeores que habiacutean incurrido en la ira regis o enojo real Es lo que Saacutenchez-Albornoz ha denominado la ldquoinmadurez del feudalismo espantildeolrdquo

En la misma liacutenea Garciacutea de Valdeavellano sentildeala que no se puede hablar realmente de una ldquosociedad feudalrdquo aplicada a la sociedad hispaacute-nica de la Edad Media Para eacutel la expresioacuten ldquosociedad feudalrdquo es vale-dera para Francia y otros paiacuteses europeos pero no para el caso ibeacuterico debido principalmente a tres factores a cual maacutes importante

1) La formacioacuten en Castilla y Leoacuten de una caballeriacutea no noble o caba-lleriacutea villana que desempentildeoacute un importante papel militar durante toda la Edad Media (reacutegimen feudal muy singular)

2) La frecuencia con la que los fueros o estatutos locales de las pobla-ciones no soacutelo de realengo sino tambieacuten de sentildeoriacuteo eximieron a sus campesinos de algunas cargas y servicios sentildeoriales (reacutegimen sentildeorial muy peculiar tambieacuten)

3) La proliferacioacuten de concejos o municipios a partir del Renacimien-to Urbano iniciado en el siglo XI en los que la burguesiacutea se opuso frontalmente al poder de los sentildeores era la ldquoCastilla concejilrdquo9

Por tanto si por feudalismo entendemos un sistema poliacutetico-institu-cional parece claro que en la mayor parte de la Espantildea medieval no se produjo la instauracioacuten de un verdadero reacutegimen feudal Otra cosa es considerar al feudalismo como un tipo concreto de sociedad derivado de la supremaciacutea social de unos grupos privilegiados (nobleza y clero)

9 Ibid pp 56-57 y 70

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9634

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

dedicados preferentemente a las armas y vinculados entre siacute y con el rey por relaciones especiales de fidelidad y servicios y detentores de territorios o sentildeoriacuteos sobre cuyos campesinos sometidos al titular del dominio por viacutenculos de dependencia ejerciacutean los sentildeores potestades diversas Atendiendo a este segundo aspecto siacute podemos admitir con algunas reservas que existioacute en los reinos y condados hispanocristia-nos una verdadera ldquosociedad feudalrdquo Pero entonces no estariacuteamos hablando de reacutegimen feudal sino de reacutegimen sentildeorial y en todo caso de modo de produccioacuten feudal expresioacuten acuntildeada por la historiografiacutea marxista y referida a un sistema econoacutemico y social de base agraria caracterizado por la sumisioacuten de los campesinos (siervos) de un gran dominio territorial al sentildeor del mismo a quien debiacutean prestaciones y servicios de variada iacutendole10 Asiacute entendido siacute hubo claramente en la Espantildea medieval un reacutegimen sentildeorial de corte feudal ndashcon distincio-nes propias desde luegondash que se mantendriacutea hasta las Cortes de Caacutediz a principios ya del siglo XIX

Aquel reacutegimen pre-feudal de la Espantildea cristiana alterado sustancial-mente en el siglo VIII y con una evolucioacuten propia experimentada a lo largo del resto la Alta Edad Media especialmente en el reino Asturleo-neacutes mostraraacute hacia finales del siglo XI y en el transcurso de los siglos XII y XIII unos rasgos mucho maacutes acentuados esto es una tendencia maacutes acusada hacia el feudalismo claacutesico que si no pudo hacer de Espantildea un paiacutes de constitucioacuten poliacutetico-feudal se manifestoacute durante la Plena Edad Media en la vigencia de algunas costumbres e instituciones propiamen-te feudales Esta acentuacioacuten de las manifestaciones del feudalismo eu-ropeo fue probablemente el resultado de los contactos maacutes estrechos y frecuentes de los Estados peninsulares con Francia los cuales se inicia-ron a raiacutez de las peregrinaciones de francos a Santiago de Compostela de los matrimonios de las hijas de Alfonso VI con priacutencipes borgontildeones y sobre todo de la penetracioacuten en Espantildea de los monjes de Cluny Seraacute ahora por tanto cuando se empiecen a emplear en la peniacutensula voca-blos como vasallo homenaje e incluso feudo Asimismo se advierte la praacutectica ocasional de costumbres feudales francesas como la ldquoimmixtio manuumrdquo y la generalizacioacuten de las inmunidades que desde las postri-meriacuteas del siglo XI se hicieron mucho maacutes habituales debilitando asiacute los viacutenculos que subordinaban los sentildeoriacuteos al poder real11

10 Ibid pp 59-6011 Ibid pp 85-87

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 35

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Ahora bien no debemos perder de vista que pese a estas incuestio-nables aproximaciones el feudalismo hispaacutenico plenomedieval estuvo impregnado de unos rasgos verdaderamente singulares En relacioacuten a las caracteriacutesticas propias de nuestro reacutegimen feudal el Prof Garciacutea de Valdeavellano analizoacute cuatro aspectos de especial intereacutes el vasallaje el feudo la inmunidad y la terminologiacutea empleada en la eacutepoca para refe-rirse a los distintos elementos de dicho reacutegimen

Con respecto a los tipos de vasallos que hubo en Castilla y Leoacuten du-rante la Plena Edad Media el historiador diferencia entre los vasallos de criazoacuten (caballeros que habiacutean sido criados y educados por el sentildeor) los vasallos de soldata (que percibiacutean una soldada pero que no estaban vin-culados a su sentildeor por relaciones estrechas) los vasallos caballeros de la alta nobleza (ricos hombres) los vasallos caballeros de la baja nobleza (infanzones y fijosdalgos) y los vasallos caballeros villanos que no eran nobles (algo inexistente en el resto de Europa) pero recibiacutean privilegios por el hecho de poseer un caballo adquirido y mantenido a sus expen-sas y armas con lo cual quedaban en ciertos aspectos asimilados a los nobles El viacutenculo del vasallaje podiacutea ser roto en la Espantildea medieval a voluntad del vasallo incluso de los vasallos del rey El monarca por su parte tambieacuten podiacutea romper la relacioacuten de vasallaje cuando sus vasa-llos caiacutean en su desagrado e incurriacutean en su enojo (mi yra) normalmen-te por cometer delitos en perjuicio del paiacutes (malfetriacuteas) o por traicionar-le deliberadamente (feloniacutea) En estos casos el vasallo estaba obligado a expatriarse (desnaturarse)12

Otra particularidad del feudalismo hispaacutenico radica en el feudo o be-neficio Alfonso X definioacute feudo en las Partidas como ldquovna manera de bien fecho que dan los Sentildeores a los vassallos por razoacuten de vassallajerdquo y como ldquobien fecho que da el Sentildeor a algund ome porque se torne su vassallo e eacutel faze omenaje de le ser lealrdquo13

Se trata de una definicioacuten muy claacutesica pero hay que considerar que la regulacioacuten de los feudos en las Partidas no refleja la realidad juriacutedica castellana pues como es sabido la obra del Rey Sabio no se inspiroacute en el derecho tradicional de Castilla sino en las reglas feudales de los Libri Feudorum lombardos14

12 Ibid pp 89-90 y 94-9613 ALFONSO X Las Siete Partidas Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley I p 65r14 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 128

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9636

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Seguacuten el propio monarca existiacutean dos tipos de feudo

ldquoSon dos maneras de feudo La vna es quando es otorgado sobre villa o

castillo o otra cosa que sea rayz E este feudo atal non puede ser toma-

do al vassallo fueras ende si fallesciere al Sentildeor las posturas que con

eacutel puso o sil fiziesse algund yerro tal porque lo deuiesse perder (hellip) La

otra manera es a que dizen feudo de caacutemara E este se faze quando el

Rey pone marauedis a algund su vassallo cada antildeo en su camara E este

feudo atal puede el Rey tollerle cada [vez] que quesiererdquo15

En los reinos de Castilla y Leoacuten Aragoacuten y Navarra como antes en el reino Asturleoneacutes fueron frecuentes las concesiones de tierras que otor-gaban al concesionario la tenencia o disfrute de forma temporal o vita-licia del dominio cedido Las concesiones fueron efectuadas por reyes magnates infanzones iglesias y monasterios y podiacutean deberse a cuatro motivos fundamentalmente como una merced que se haciacutea al donatario para quien suponiacutea un favor o ldquobeneficiumrdquo como un mecanismo para ganarse amigos o partidarios como una forma de mejorar y fomentar el cultivo de la tierra y obtener asiacute un mayor rendimiento econoacutemico y como instrumento para recompensar determinados servicios o a cambio de prestaciones de caraacutecter militar en el futuro es decir lo que habiacutea sido el beneficio pre-feudal16 Siguiendo de nuevo a Garciacutea de Valdeavellano cinco fueron las clases de sentildeoriacuteos que hubo en la Espantildea cristiana me-dieval realengos (del rey) abadengos (de abadiacuteas monasterios y sedes episcopales) solariegos (de la nobleza seglar) maestrazgos (de las oacuterde-nes militares) e infantazgos (de un infante o hijo del monarca)17

En Leoacuten y Castilla las voces prestimonio y tierra fueron las que desde el siglo XII designaron a las concesiones beneficiarias hechas a los vasa-llos (beneficio) En Aragoacuten y Navarra en cambio se empleoacute el teacutermino honor que en el siglo XII fue introducido tambieacuten en Castilla El rico-hombre a quien el rey atribuiacutea el gobierno de un territorio poblacioacuten o plaza fuerte del reino que dependiacutea directamente de la autoridad o sentildeoriacuteo real (realengo) recibiacutea la administracioacuten del mismo en honor o tenencia o sea como beneficio que le otorgaba el monarca y de ahiacute que en el siglo XII se diesen los nombres de honor y tenencia a las propias

15 Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley I p 65r16 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 10617 Ibid p 137

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 37

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

concesiones beneficiarias El nombre de tenencia se aplicoacute sobre todo a los castillos que el rey entregaba en prestimonio a un magnate o caba-llero para que los tuviese abastecidos de hombres y armas cuidase del buen estado de sus defensas y percibiese una parte de sus rentas A la muerte del soberano los concesionarios debiacutean devolver los honores y tenencias percibidos al nuevo monarca

Por otro lado desde el siglo XII los beneficios (prestimonios tierras honores o tenencias) conferidos en los reinos hispanocristianos fueron a veces llamados feudos por influencia de la terminologiacutea francesa pero en ninguacuten caso existioacute aquiacute ndashy esto es lo verdaderamente importantendash el feudo en su ldquoriguroso sentido teacutecnicordquo salvo en una eacutepoca muy tardiacutea y como algo excepcional18

Mencioacuten aparte merece la soldada Aunque el reacutegimen de la cesioacuten de tierras en beneficio o prestimonio alcanzoacute sin duda en Leoacuten y Castilla un desarrollo considerable tales concesiones no fueron sin embargo los uacutenicos medios empleados por los reyes y magnates para remunerar servicios o retribuir a sus vasallos Desde el siglo XIII la retribucioacuten a los vasallos reales por sus servicios militares fue sobre todo la soldada que aqueacutellos percibiacutean de los ingresos del fisco regio en determinada tierra De hecho las Partidas afirman que

ldquoTierra llaman en Espantildea a los marauedis que el Rey pone a los ricos

omes e a los caualleros en logares ciertos E honor dizen aquellos ma-

rauedis que les pone en cosas sentildealadas que pertenescen tan solamente

al Sentildeoriacuteo del Rey e dagelos eacutel por les fazer honrra asiacute como todas las

rentas de alguna villa o castillordquo19

Asiacute pues las soldadas correspondiacutean a los llamados feudos de bolsa que las Partidas denominan feudo de caacutemara y cuya concesioacuten era en Castilla revocable a voluntad del monarca Por tanto las concesiones de tierras en prestimonio honor o tenencia fueron siendo poco a poco desplazadas a partir del siglo XIII por otras formas de retribucioacuten a los servicios de los vasallos como las ya mencionadas soldadas y tambieacuten las donaciones territoriales que los monarcas hicieron en plena propie-dad (ldquopor juro de heredad para sienpre jamaacutesrdquo o heredamientos)20

18 Ibid pp 122 y 7119 Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley II p 65v20 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 126

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9638

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Efectivamente despueacutes de las grandes conquistas de Fernando III los reyes de Castilla y Leoacuten dispusieron de extensos dominios que en muchos casos cedieron en plena propiedad Estas donaciones se efec-tuaban para recompensar los servicios (militares o no) prestados por los donatarios los cuales eran muchas veces vasallos del monarca En algunas ocasiones como maacutes adelante veremos la concesioacuten implicaba deberes militares para el agraciado como la obligacioacuten de mantener un cierto nuacutemero de hombres de armas en el dominio transferido e hiciese ldquoguerra y pazrdquo por mandato del rey foacutermula eacutesta que se aplicoacute tambieacuten a las cesiones vitalicias Por otra parte las donaciones por juro de here-dad restringiacutean a veces la libertad de disposicioacuten del beneficiario sobre los bienes recibidos en tanto que le prohibiacutean su enajenacioacuten sin con-sentimiento del soberano a la vez que eacuteste se reservaba un derecho de retracto sobre las fortalezas que habiacutea cedido en heredamiento

En lo que a la inmunidad respecta los reyes astur-leoneses asignaron a algunos dominios territoriales inmunidades o exenciones que inves-tiacutean a sus duentildeos con determinadas facultades y derechos de la potestad regia Tales concesiones implicaban en Castilla y Leoacuten la prohibicioacuten de que los oficiales y agentes del rey entrasen en el dominio al que se otorgaba la inmunidad La concesioacuten de eacutesta por la Corona haciacutea del pro-pietario del dominio un sentildeor y de sus tierras un sentildeoriacuteo que en Leoacuten y Castilla fue llamado coto21 Desde el siglo XII la cesioacuten por parte del rey de la jurisdiccioacuten y de otros derechos a los titulares de los grandes dominios dio lugar a que eacutestos se convirtieran en auteacutenticos sentildeoriacuteos jurisdiccionales y la amplitud de las inmunidades otorgadas permitioacute a los sentildeores detentar los poderes que hasta entonces habiacutean sido por lo general prerrogativas exclusivas del monarca con lo cual dichos sentildeo-res quedaron investidos con algunas funciones puacuteblicas De este modo aunque los sentildeores inmunes estaban vinculados al rey por el vasallaje el sentildeoriacuteo llegoacute a ser un territorio maacutes o menos autoacutenomo seguacuten la am-plitud de las inmunidades de que gozaba

Ahora bien en Castilla y Leoacuten cuando el sentildeor no cuidaba de la admi-nistracioacuten de la justicia como era su deber el rey se reservaba el derecho de administrarla por medio de los oficiales de la justicia real Es maacutes en la mayor parte de los sentildeoriacuteos el monarca retuvo el derecho de juzgar en apelacioacuten los casos fallados por el sentildeor Los reyes mantuvieron asimis-

21 Ibid p 131

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 39

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

mo su derecho a fundar mercados y ferias en los dominios sentildeoriales y soacutelo en contados contextos cedieron esta prerrogativa a los titulares de los mismos Igualmente los sentildeores no adquirieron en Leoacuten y Castilla salvo en rariacutesimos casos el derecho a acuntildear moneda propia estando obliga-dos a dar libre curso a la moneda real en sus respectivas demarcaciones

Por uacuteltimo los monarcas castellano-leoneses tuvieron siempre el pri-vilegio de convocar a las armas y por consiguiente de percibir la fon-sadera o tributo que se pagaba para atender a los gastos de la guerra De la misma manera en Castilla y Leoacuten los soberanos nunca cedieron a los sentildeores la contribucioacuten del yantar o redencioacuten en dinero del deber de los suacutebditos de albergar y sustentar en sus casas al rey y su seacutequito cuando la corte pasaba por la ciudad o villa donde moraban

En definitiva en los reinos hispanocristianos las inmunidades no lle-garon a ser tan amplias como lo fueron en Francia y las prerrogativas de la Corona soacutelo en muy extrantildeas ocasiones fueron cedidas por los reyes a los sentildeores22 He aquiacute otra singularidad del feudalismo hispaacutenico

Por uacuteltimo nos referiremos muy brevemente a la terminologiacutea feu-dal que tambieacuten presenta particularidades propias en la Espantildea medie-val Ademaacutes de algunos casos ya vistos como el empleo de ldquoprestimo-niordquo ldquotierrardquo y ldquohonorrdquo para designar al feudo el homenaje y juramento de fidelidad se llamoacute en la Castilla de la Plena Edad Media ldquopleyto e ho-menajerdquo y la ldquoimmixtio manuumrdquo de tipo franco importada sin duda del mundo carolingio fue aquiacute el ldquobesamanosrdquo

A diferencia de lo que opinan Saacutenchez-Albornoz y Garciacutea de Valdea-vellano defensores de que la invasioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica y los ulteriores procesos de Reconquista y repoblacioacuten cristianas interrum-pieron las praacutecticas pre-feudales que se estaban desarrollando en la His-pania visigoda dando asiacute lugar a la aparicioacuten en los reinos y condados cristianos de un feudalismo muy original salvo en Cataluntildea existen otros consagrados medievalistas que abogan por la plena feudalizacioacuten de Es-pantildea Es el caso del Prof Salvador de Moxoacute para quien ldquoresulta excesivo sostener como principio baacutesico la no feudalizacioacuten de Espantildea por el he-cho de no coincidir siempre en ella los beneficios o prestimonios con los viacutenculos vasallaacuteticos o por no existir el feudo en su riguroso sentido teacutec-nico sino en eacutepoca tardiacuteardquo23 El historiador aduce que en lo poliacutetico hubo

22 Ibid p 7123 MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza p 65

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9640

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

en Espantildea como en el resto de Europa un debilitamiento del poder regio una atomizacioacuten de poderes a nivel local y una riacutegida jerarquiacutea feudal y en lo econoacutemico la expansioacuten de una sociedad eminentemente agraria representada por el reacutegimen sentildeorial24 Se trata de unas caracteriacutesticas muy generales y baacutesicas las liacuteneas maestras del sistema feudal podriacutea-mos decir y todas ellas se dieron tanto en el feudalismo franceacutes como en el hispano Estas analogiacuteas son las que llevaron a Moxoacute a defender la existencia en la peniacutensula de un feudalismo claacutesico en toda regla

Particularmente creemos que siacute existioacute en la Espantildea cristiana medie-val un sistema feudal diferenciado propio personal y ello se observa perfectamente entre otros muchos contextos ndashcomo ampliamente ha demostrado Garciacutea de Valdeavellano- en la frontera de Granada duran-te el reinado de Alfonso X Con todo son asombrosamente escasos los estudios que hasta la fecha se han realizado sobre el tema

A diacutea de hoy nadie cuestiona que en las contraprestaciones que asu-miacutean los vasallos por el disfrute de los feudos recibidos (ayuda militar y consejo) en la jurisdiccioacuten e inmunidades de que gozaron los sentildeores en sus respectivos sentildeoriacuteos e incluso en las formas protocolarias en que se materializaba el vasallaje (homenaje fidelidad e investidura) existen no pocas semejanzas entre las praacutecticas feudales experimentadas en la frontera de Granada durante el siglo XIII y el feudalismo claacutesico franceacutes Sin embargo son tambieacuten notables y variadas las diferencias tanto en las formas como en el fondo y derivado de ello las originalidades de lo que hemos llamado el ldquofeudalismo fronterizordquo

Nos centraremos de aquiacute en adelante en describir las peculiarida-des del reacutegimen feudal implantado en aquella larga y compleja franja fronteriza que como se deciacutea en los tratados de treguas con Granada iba ldquodesde Lorca a Tarifardquo Y lo haremos en la medida de lo posible atendiendo al vasallaje tanto de la alta nobleza como de la baja nobleza la caballeriacutea villana y los simples peones Para ello nos hemos basado preferentemente en fuentes directas es decir croacutenicas libros de repar-timiento y colecciones documentales empezando como es natural por el imprescindible Diplomatario Andaluz de Alfonso X25 obra editada por el Prof Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez y piedra angular del presente estudio como el lector advertiraacute enseguida

24 Ibid pp 31-32 y 34-3525 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Diplomatario Andaluz de Alfonso X En adelante Diplomatario

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 41

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

2 El reacutegimen feudal en la frontera de Granada el ldquofeu-dalismo fronterizordquo

El siglo XIII fue como es bien sabido el siglo de la conquista de An-daluciacutea o para ser maacutes precisos del territorio que hasta el siglo XIX se conocioacute como Andaluciacutea y que comprendiacutea los reinos de Jaeacuten Coacuterdoba y Sevilla Iniciada por Fernando III continuada por Alfonso X y concluida por Sancho IV la conquista de la Andaluciacutea beacutetica significoacute la incorpo-racioacuten con todas las consecuencias y de forma definitiva de las tierras del valle del Guadalquivir y de la Baja Andaluciacutea a la Corona de Castilla Asiacute pues durante el reinado del Rey Sabio (1252-1284) Andaluciacutea fue simultaacuteneamente tierra de conquista tierra de repoblacioacuten y tierra de frontera Y como tierra de conquista y de frontera su repoblacioacuten es-tuvo marcada por un acusado caraacutecter militar que hizo de la sociedad andaluza del siglo XIII una sociedad organizada para la guerra En este contexto la necesidad de saldar las campantildeas militares y recompensar a los caballeros por los servicios prestados a la Corona el intereacutes del monarca por repoblar de manera raacutepida y eficaz un ampliacutesimo espacio recieacuten anexionado al reino y sobre todo el peligro que entrantildeaba la proximidad de los nazariacutees condujeron a Alfonso X a conceder a la no-bleza seglar y eclesiaacutestica feudos o sentildeoriacuteos26 en la misma raya limiacutetrofe

21 Las praacutecticas feudales en la frontera de Granada en tiempos del Rey Sabio los sentildeoriacuteos de la alta nobleza

iquestPor queacute las praacutecticas feudales desarrolladas en la frontera granadina fueron tan singulares De entrada y en relacioacuten a la alta nobleza po-driacuteamos sentildealar cuatro distintivos propios a cual maacutes significativo el respeto a la posesioacuten de un sentildeoriacuteo en lugar de la concesioacuten de un nue-

26 Feudo y sentildeoriacuteo son dos teacuterminos que aluden a una misma realidad el dominio terri-torial que pertenece a un sentildeor No obstante en un sentido estricto solemos hablar de ldquofeudordquo para referimos a la tierra que el sentildeor da al vasallo a cambio de lealtad y servicios militares y consultivos (reacutegimen feudal) y de ldquosentildeoriacuteordquo cuando lo que se ana-liza son las relaciones (sobre todo jurisdiccionales) del sentildeor del mismo con respecto a los siervos o campesinos que viven y trabajan en eacutel (reacutegimen sentildeorial) Asiacute entendido hubo en la Espantildea medieval ldquofeudosrdquo hasta la Baja Edad Media y ldquosentildeoriacuteosrdquo hasta co-mienzos del siglo XIX En cualquier caso y puesto que a fin de cuentas ambas palabras comparten la acepcioacuten ldquodominio territorial correspondiente a un sentildeorrdquo empleare-mos indistintamente estos vocablos como sinoacutenimos de ldquobeneficiordquo Veacutease en todo caso COLLANTES DE TERAacuteN ldquoLos sentildeoriacuteos andalucesrdquo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlgunas cuestiones en torno a los sentildeoriacuteos andaluces del siglo XIIIrdquo IRADIEL ldquoEconomiacutea y so-ciedad feudo-sentildeorialrdquo VALDEOacuteN ldquoSentildeoriacuteos y nobleza en la Baja Edad Mediardquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9642

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

vo feudo como beneficio la prestacioacuten de la ayuda militar en primer teacutermino y la concesioacuten del feudo en segundo alterando asiacute el orden natural del feudalismo claacutesico la donacioacuten por parte del rey de sentildeoriacuteos que en el momento de la concesioacuten no estaban en manos de la Corona y la violacioacuten sistemaacutetica por parte del monarca de la inmunidad y del derecho jurisdiccional de los sentildeores en sus respectivos feudos Analice-mos cada uno de estos casos

211 El respeto a la posesioacuten de un sentildeoriacuteo como ldquobeneficiordquo

En algunas ocasiones los monarcas cristianos se convirtieron en se-ntildeores de reyes musulmanes daacutendose la circunstancia de que a cambio del auxilio militar y del consejo debido por el vasallo a su sentildeor eacuteste no otorgoacute un feudo de su reino al vasallo sino que el beneficio consistioacute sim-plemente en el respeto a su tierra es decir en no ocuparla por la fuerza de las armas Esta praacutectica se dio en tiempos de Fernando III y Alfonso X

En efecto despueacutes de que en Al-Aacutendalus el emir almohade Al-Adil relegara del poder a Abu Muhammad Abu Abdala al-Bayyasiacute (ldquoEl Bae-zanordquo) el sentildeor de Baeza se retiroacute a su sentildeoriacuteo donde se proclamoacute ca-lifa con el tiacutetulo de al-Afir (ldquoEl Triunfadorrdquo) y desde donde preparoacute la sublevacioacuten contra el emir andalusiacute Dispuesto a cualquier cosa con tal de derrotar a su enemigo el reyezuelo baezano solicitoacute ayuda militar a Fernando III quien no dudoacute en ofreceacutersela a cambio de su apoyo para conquistar las tierras del Alto Guadalquivir Fue asiacute coacutemo en octubre de 1224 las fuerzas coaligadas del monarca castellano y del sentildeor de Baeza invadieron Quesada e hicieron cautivos a todos sus pobladores Era la primera conquista de Fernando III en Andaluciacutea

El eacutexito de esta expedicioacuten conjunta debioacute estrechar auacuten maacutes los la-zos de unioacuten entre el rey de Castilla y el sultaacuten baezano lo que explica que este uacuteltimo en prueba de su fidelidad y buena fe entregara a su hijo menor a don Fernando para que se formase con eacutel en la corte aceptaacuten-dolo el monarca cristiano como hijo adoptivo Asiacute al menos lo refiere la Croacutenica Latina

ldquoEl citado rey de Baeza hizo un pacto con nuestro rey Fernando y le

entregoacute a su hijo menor para que viniera con eacutel al reino de Castilla y

confiara maacutes plenamente en el rey de Baezardquo27

27 Croacutenica Latina de los Reyes de Castilla p 77

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 43

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

El joven se quedoacute definitivamente en el reino castellano donde fue bautizado con el nombre de Fernando en honor de su protector Fer-nando Abdelmoacuten o de Baeza formariacutea parte desde ese momento de la mesnada real castellana Al antildeo siguiente Fernando III volvioacute a entre-vistarse con el baezano en Las Navas de Tolosa y de resultas de las con-versaciones el propio al-Bayyasiacute prestoacute vasallaje al rey de Castilla en el Puerto del Muradal

ldquo(hellip) le salioacute alliacute al encuentro el rey de Baeza y se hizo vasallo suyo

eacutel en persona y sus hijos y se le unioacute de forma inseparable y hasta la

muerterdquo28

La entrada en el vasallaje cristiano permitiriacutea al baezano conservar su sentildeoriacuteo hasta la fecha de su muerte ya que Fernando III su sentildeor natural no le concedioacute feudo alguno en la ceremonia celebrada despueacutes del encuentro que ambos mandatarios mantuvieron en Despentildeaperros pero siacute se comprometioacute a respetar la tierra de su fiel vasallo almohade La Croacutenica Latina tan bien informada siempre deja entrever este com-promiso contraiacutedo por el rey de Castilla despueacutes de que al-Bayyasiacute se convirtiera en vasallo suyo

ldquo(hellip) levantan los campamentos y avanzan raacutepidamente dirigiendo sus

ejeacutercitos hacia Jaeacuten y devastan el territorio circundante excepto el que

estaba bajo el dominio del rey de Baezardquo29

En virtud del pacto acordado en Las Navas en 1225 el baezano se aveniacutea a entregar a Fernando III una serie de plazas que reconociacutean su autoridad (Martos Anduacutejar y Jaeacuten30) a cambio de la ayuda militar caste-llana Con el decisivo auxilium cristiano al-Bayyasiacute pudo conquistar Al-caudete Priego y Loja y saquear la villa de Alhama Concluida la campa-ntildea Fernando III recibioacute los castillos de Martos y Anduacutejar cuya defensa encomendoacute al noble castellano Alvar Peacuterez de Castro31 Tras la muerte del sultaacuten baezano asesinado en Almodoacutevar por sus propios suacutebditos

28 Ibid29 Ibid30 Como ya advirtiera don Julio Gonzaacutelez la inclusioacuten de Jaeacuten por el autor de la Croacutenica

Latina es un error o bien se refiere a un castillo no identificado Veacutease GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 229

31 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea p 18

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9644

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Fernando III quedoacute libre de compromisos y a finales de 1226 procedioacute a ocupar Capilla y la propia Baeza32

Casi veinte antildeos maacutes tarde en 1243 el priacutencipe don Alfonso y Abeacuten Hudiel el rey moro de Murcia firmaron el Pacto de Alcaraz Por este acuerdo Muhammad Ibn Yusuf Ibn Hud se convertiacutea en vasallo de la Corona y como tal confirmoacute los privilegios rodados de la cancilleriacutea cas-tellana ldquoDon Mahomat Abeacuten Mahomat Abenhut rey de Murccedilia vasallo del rey la confrdquo33

Poco despueacutes en 1246 Fernando III e Ibn al-Ahmar primer emir de Granada suscribieron el llamado Pacto de Jaeacuten En virtud de este tratado el sultaacuten nazariacute se declaraba vasallo del rey de Castilla cum-pliendo formalmente con todos los protocolos de la ceremonia del ho-menaje Ibn al-Ahmar besoacute la mano de don Fernando hizo en puacuteblico un juramento de fidelidad a su nuevo sentildeor y le entregoacute simboacutelicamente toda su tierra (el reino de Granada) que acto seguido le fue devuelta en concepto de feudo otorgado34 Este pacto de vasallaje aseguraba a Muhammad I la posesioacuten de sus dominios A cambio debiacutea entregar al monarca cristiano la ciudad de Jaeacuten prestarle ayuda militar y conse-jo cuando le fuesen requeridos y comprometerse al pago de parias por valor de 150000 maravediacutes anuales Se trataba de un contrato feudal en toda regla por el que tras los correspondientes gestos de sumisioacuten (homenaje fidelidad e investidura) Ibn al-Ahmar quedaba sometido a las consabidas prestaciones de auxilium que le llevariacutea a conquistar la plaza de Alcalaacute de Guadaiacutera en 1246 para el rey cristiano35 y consilium disposicioacuten que le obligoacute a asistir a las cortes castellanas cada vez que fueron convocadas36 El Pacto de Jaeacuten de 1246 se prolongariacutea hasta 1264 periodo maacutes que suficiente para que Muhammad I sentara las bases po-

32 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III pp 73-8833 La primera vez que Abenhut aparece confirmando diplomas de Alfonso X como vasallo

del rey es en un documento fechado el 28 de febrero de 1253 (Diplomatario doc nuacutem 12 (pp 11-12)) El Rey Sabio ejercioacute como sentildeor del rey de Murcia hasta la primavera de 1264 cuando comenzoacute la sublevacioacuten de los mudeacutejares andaluces y murcianos

34 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo p 19735 ldquoEt estando alli el rey don Fernando en Carmona veno yacute a eacutel el rey de Granada su va-

sallo con quinientos caualleros quel venia a seruir Et desque el rey don Fernando ouo talado et astragado a Carmona mouio ende con su hueste et fuese para Alcala de Gua-dera et los moros de Alcala quando lo sopieron que el rey de Granada yua yacute salieron et dieronse a eacutel et eacutel dio luego el castiello a su sennor el rey don Fernando Et el rey don Fernando finco en Alcalardquo Veacutease ALFONSO X Estoria de Espantildea cap 1072 p 748 Veacutea-se tambieacuten GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlcalaacute de Guadaiacutera en el siglo XIIIrdquo p 136

36 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoConsideraciones sobre el pacto de Jaeacuten de 1246rdquo p 716

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 45

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

liacuteticas y administrativas del nuevo reino Durante esos antildeos el vasallaje del emir granadino hacia su sentildeor don Fernando y despueacutes hacia su hijo y sucesor Alfonso X no ofrece dudas Es por esta razoacuten que muchos especialistas fechan en 1246 en lugar de 1237 el ldquoacta de nacimientordquo del sultanato nazariacute37 Y es loacutegico asiacute pensarlo pues seraacute ahora en 1246 cuando Fernando III reconozca el reino de Granada como tal y cuando queden perfiladas definitivamente todas sus fronteras las que duran-te doscientos cincuenta antildeos seraacuten designadas en la Corona de Castilla como la Frontera por antonomasia38

Alfonso X ratificoacute en dos ocasiones el Pacto de Jaeacuten que rubricaran su padre y el primer emir independiente de Granada una nada maacutes subir al trono a mediados de 1252 y la otra en 125439 La Croacutenica del Rey Sa-bio recoge tales ratificaciones en los siguientes teacuterminos

ldquoEt este rey don Alonso en el comienccedilo de su reynado firmoacute por tienpo

ccedilierto las posturas e avenenccedilias que el rey don Fernando su padre aviacutea

puesto con el rey de Granada e que le diesen las pariasrdquo40

Desde entonces Muhammad I figuroacute como vasallo de Alfonso X en los diplomas maacutes solemnes de Corona castellana ldquoDon Aboabdille Abeacuten Na-zar rey de Granada vassallo del rey confrdquo41 La uacuteltima vez que el emir granadino aparece entre la larga lista de confirmantes en un privilegio alfonsiacute sentildeal de haber acudido a la corte en calidad de vasallo del rey es en un diploma expedido en Sevilla el 28 de junio de 126142

Ya en el lejano antildeo de 1235 Fernando III auxilioacute a Ibn Mahfuz rey moro de Niebla ante la amenaza que para su reino constituiacutea Ibn Hud No sabemos con seguridad si el sultaacuten iliplense llegoacute a convertirse en alguacuten momento en vasallo del Rey Santo pero de lo que no cabe duda alguna es que al menos desde febrero de 1253 actuoacute como vasallo de

37 LADERO QUESADA Granada Historia de un paiacutes islaacutemico38 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III p 19739 PEacuteREZ CASTANtildeERA Enemigos seculares p 14140 Croacutenica de Alfonso X p 5 En adelante Croacutenica41 La primera vez que Muhammad I figura confirmando privilegios rodados de Alfonso X

como vasallo del rey es en un documento fechado el 5 de agosto de 1252 (Diplomatario doc nuacutem 4 (pp 6-8))

42 Este privilegio seriacutea tambieacuten el uacuteltimo que confirmaran como vasallos del monarca castellano tanto el rey de Murcia don Abinassar como el rey de Niebla don Abeacuten Mafoth (Diplomatario doc nuacutem 246 (pp 273-275))

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9646

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Alfonso X seguacuten reza la documentacioacutenldquoDon Abeacuten Mahfot rey de Nie-bla vasallo del rey la confrdquo43

Por tanto el Rey Sabio actuoacute como sentildeor de Muhammad I rey de Granada entre 1252 y 1264 y al menos desde 1253 y hasta 1261 lo fue de Abeacuten Mahfot rey de Niebla Tambieacuten ejercioacute como sentildeor del rey de Murcia desde 1253 hasta el fatiacutedico antildeo de 1264 cuando estalloacute la re-vuelta mudeacutejar en tierras andaluzas y murcianas

Como vasallos suyos estos mandatarios andalusiacutees conservaron to-dos sus dominios (los reinos de Granada Niebla y Murcia respectiva-mente) confirmaron los privilegios rodados de la cancilleriacutea alfonsiacute y acudieron perioacutedicamente a la corte y a las cortes castellanas Asiacute cuan-do en 1254 fueron convocadas Cortes en Toledo por citar soacutelo uno de los muchos ejemplos posibles

ldquo(hellip) el rey de Granada por aver la voluntad e amistat del rey don Al-

fonso maacutes de quanto la auiacutea veno a eacutel a Toledo et al rey ploacutegole mucho

con su venida e fiacutezol mucha onrardquo44

En todos estos casos los priacutencipes y reyes musulmanes que en alguacuten momento se convirtieron en vasallos del rey de Castilla no recibieron por parte de eacuteste ninguacuten tipo de feudo ni dominio que se le pareciese Aquiacute el beneficio consistioacute sencillamente en la conservacioacuten de su se-ntildeoriacuteo es decir en lo que Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez ha denominado el feudo otorgado45 Por otra parte a situaciones como las anteriores se re-fiere Claudio Saacutenchez-Albornoz cuando afirma que la figura juriacutedica del feudo soacutelo se aplicoacute en Leoacuten y Castilla ndashentre algunos otros contextosndash ldquopara anudar viacutenculos entre la cadena vasallaacutetica castellana y algunos sentildeoriacuteos situados maacutes allaacute de las fronteras del reinordquo46

43 La primera vez que aparece Ibn Mahfuz confirmando un privilegio rodado de Alfonso X en calidad de vasallo suyo es en un documento fechado el 28 de febrero de 1253 (Di-plomatario doc nuacutem 12 (pp 11-12))

44 Croacutenica p 1045 El Prof Gonzaacutelez Jimeacutenez toma esta expresioacuten de feudo otorgado de Ganshof para

quien un feudum oblatum era aquel en virtud del cual ldquoel propietario de un alodio lo abandonaba por donacioacuten es decir seguacuten las formas solemnes de abandono de un derecho a un segundo despueacutes una vez hecho vasallo de eacuteste por la fe y el homenajerdquo si no lo era ya anteriormente ldquorecibiacutea la concesioacuten de dicho bien en feudordquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo p 337 (nota 71)

46 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico pp 128-129

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 47

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Por uacuteltimo ademaacutes del vasallaje propiamente dicho sabemos que Alfonso X ejercioacute hasta la deacutecada de 1260 alguacuten tipo de control sobre los arraacuteeces de algunas villas murcianas y andaluzas como la propia Murcia Lorca o Jerez de la Frontera Se trataba de un sistema de protec-torado mediante el cual el rey de Castilla mantuvo a los caudillos anda-lusiacutees en sus respectivas fortalezas a cambio de sumisioacuten respeto y una cuantiacutea dineraria de la que apenas tenemos informacioacuten47

212 Relacioacuten entre la concesioacuten de sentildeoriacuteos y los servicios militares ofrecidos a la Corona

Las primeras concesiones reales de dominios fronterizos a miembros de la nobleza datan de comienzos de la deacutecada de los antildeos treinta cuando se estaba iniciando la conquista de la depresioacuten beacutetica48 Entre los miembros de la nobleza que recibieron sentildeoriacuteos en la Frontera se pueden establecer claramente cuatro categoriacuteas familiares del monarca ricoshombres cas-tellanos leoneses y aragoneses sedes episcopales y oacuterdenes militares Fer-nando III dispuso que las donaciones de villas castillos y tierras a los no-bles tuvieran la condicioacuten de feudos lo que llevaba impliacutecito la obligacioacuten por parte de sus beneficiarios de prestar vasallaje al monarca y en este sentido como dejoacute escrito en 1249 su primogeacutenito el infante don Alfonso

47 Para el caso de la Cuenca del Guadalete y de la Bahiacutea de Caacutediz por ejemplo dispone-mos de un testimonio croniacutestico contemporaacuteneo la Croacutenica Anoacutenima de Sahaguacuten que se refiere en un capiacutetulo a ciertos embajadores de Jerez que acudiacutean a Sevilla para pagar al rey don Fernando el ldquotributo acostumbradordquo El texto completo de este pasaje dice asiacute ldquolos moros que estauan alliacute de Xerez e de los otros castillos que auiacutean traiacutedo al rey muchos dones por el tributo acostumbrado como le biesen ansi llebar en las andas mucho se a el condoliendo alccedilauan las manos al ccedilielordquo Cuando el cronista hace alusioacuten a los moros ldquode los otros castillosrdquo se estaacute refiriendo seguramente a los de aquellos en-claves que por esa fecha (1248-1253) pagaban el mismo tributo al rey de Castilla es de-cir Lebrija Arcos Caacutediz Medina Sidonia Alcalaacute de los Gazules y Vejer de la Frontera y por extensioacuten a los de todas las alqueriacuteas pertenecientes a estos municipios como Alcanate Sanluacutecar de Barrameda Trebujena o Rota Veacutease ldquoCroacutenicas Anoacutenimas de Sahaguacutenrdquo Boletiacuten de la Real Academia de la Historia LXXVII (1920) p 174 La misma noticia aparece en IBN IDARI AL-MARRAKUSI Al-Bayan Al-Mugrib pp 29-30 Veacutease tambieacuten GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoUna noble ccedilibdat e bonardquo pp 20-21

48 En 1231 tuvo lugar la campantildea dirigida por el arzobispo de Toledo don Rodrigo Jimeacutenez de Rada en el Alto Guadalquivir que se saldoacute con la ocupacioacuten de Cazorla y Quesada villa conquistada como vimos en 1224 pero abandonada poco despueacutes debido a que su cas-tillo ldquoera derribado por las muchas conbateduras que los cristianos fezieranrdquo Eacutestas y otras fortalezas de los alrededores fueron donadas por Fernando III a la sede toledana y todas juntas acabariacutean constituyendo la base del llamado Adelantamiento de Cazorla Sobre el Adelantamiento de Cazorla veacutease GARCIacuteA GUZMAacuteN El Adelantamiento de Cazorla y de la misma autora Coleccioacuten Diplomaacutetica del Adelantamiento de Cazorla (1231-1495)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9648

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) eacutel acordoacute con todos los ricos omnes et con los omnes de las Orde-

nes que hyacute eran que fiziessen guerra et paz daquellos heredamientos por

miacute o por aqueacutel que fuesse rey de Castella et de Leoacuten despueacutes de diacuteas del

rey miacuteo padrerdquo49

Se trataba a las claras del auxilium milites del viejo derecho feudal Sin embargo esta pretensioacuten chocaba frontalmente con los intereses de algunos magnates que consideraban la recepcioacuten de sentildeoriacuteos como una forma de remunerar los servicios de armas ofrecidos en la ocupacioacuten de Andaluciacutea y por lo tanto no debiacutea implicar ninguacuten tipo de obligacioacuten Uno de los nobles que se opuso a la concepcioacuten del sentildeoriacuteo como feudo fue el propio infante don Enrique seguacuten dejoacute escrito tambieacuten el priacutenci-pe don Alfonso su hermano

Cuando el rey ldquo(hellip) mandoacute a don Enrique que fizies omenaje pora com-

plir estordquo el infante ldquonon quiso fazer nada de quanto el rey mandoacute et

besoacutel la mano et espidioacutesse deacutelrdquo50

Fernando III confirioacute algunos sentildeoriacuteos fronterizos a miembros de la familia real a la nobleza seglar castellano-leonesa a obispos y arzobis-pos del reino y por supuesto a las oacuterdenes militares No obstante el gran artiacutefice de la donacioacuten de dominios a la nobleza en la banda fron-teriza fue su hijo y sucesor Alfonso X

Efectivamente don Alfonso confirmoacute muchas de las donaciones se-ntildeoriales que habiacutea hecho su padre en la Frontera antildeos atraacutes como la comarca de Segura a la Orden de Santiago (1243) siendo todaviacutea priacutenci-pe51 los castillos de Alcaudete Martos Porcuna Viacuteboras Priego Zambra y Locubiacuten a la Orden de Calatrava (1254)52 o las fortalezas de Chinco-ya y Ablir al magnate castellano don Sancho Martiacutenez de Joacutedar (1254 y 1260)53 Sin embargo no respetoacute la voluntad de su progenitor en otros

49 Diplomatario doc nuacutem 3 (pp 5-6)50 Ibid No obstante como veremos maacutes adelante Alfonso X una vez hubo accedido al

trono lograriacutea imponer la voluntad de su padre al exigir a los beneficiarios de los sentildeoriacuteos dispensados por la Corona ldquoque fiziessen guerra et paz daquellos heredamien-tosrdquo

51 Diplomatario doc nuacutem 1 (pp 3-4)52 Diplomatario doc nuacutem 128 (pp 129-131) doc nuacutem 130 (pp 133-135) doc nuacutem 132

(pp 136-139) doc nuacutem 133 (pp 139-142) y doc nuacutem 136 (pp 145-148)53 Ambas plazas pasariacutean a depender del concejo de Baeza una vez muerto don Sancho

Martiacutenez seguacuten recoge un privilegio de Fernando III confirmado por Alfonso X en

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 49

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

casos muy significativos a comienzos de 1253 cuando todaviacutea no habiacutea

transcurrido un antildeo desde la muerte de don Fernando el nuevo rey de

Castilla desposeyoacute a su hermano el infante don Enrique del sentildeoriacuteo de

Moroacuten y Cote54 y permutoacute con su madrastra la reina dontildea Juana de

Ponthieu su sentildeoriacuteo de Carmona por un donadiacuteo en Alcaudete55 Pero

Alfonso X no se limitoacute a mantener y transformar las concesiones terri-

toriales que Fernando III habiacutea efectuado en la Frontera La situacioacuten

poliacutetica exigiacutea la entrega de nuevos sentildeoriacuteos a la nobleza laica y ecle-

siaacutestica para que fuera eacutesta la que con sus propias milicias y a su costa

poblase y defendiese un territorio permanentemente amenazado sobre

todo desde la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 y maacutes auacuten desde la invasioacuten

benimeriacuten de 1275

Es de suponer que toda concesioacuten sentildeorial en la Andaluciacutea beacutetica

perseguiacutea tres objetivos fundamentales distribuir entre los vencedores

las recompensas de que se habiacutean hecho acreedores por su esfuerzo y

tenacidad en la conquista del valle del Guadalquivir repoblar y explotar

un vastiacutesimo espacio recieacuten invadido y sobre todo defender eficazmen-

te el nuevo territorio muy proacuteximo al enemigo musulmaacuten y por ello al-

tamente susceptible de ser atacado e incluso perdido La documentacioacuten

de la eacutepoca especifica a veces el motivo uacuteltimo de la donacioacuten lo que de

alguna manera enfatiza la razoacuten principal por la cual se efectuaba la

concesioacuten del feudo Asiacute pues hemos de establecer dos modalidades dis-

tintas de donaciones en virtud del momento en que se produjo la ayuda

militar que habiacutean de prestar los concesionarios

1254 ldquoDono etiam uobis [concilio de Baetia] castellum de Chincoya et castellum de Ablir cum omnibus terminis suis et pertinentiis suis que castella tenet Sancius Martini et debet tenere diebus omnibus uite suerdquo No obstante en 1260 el rey optoacute por conceder estos castillos a la catedral de Jaeacuten que los tendriacutea ldquodespueacutes de diacuteas de Sancho Martiacutenezrdquo La donacioacuten a la Iglesia giennense se haciacutea con la condicioacuten de que sus titulares (presen-tes y futuros) ldquofagan destos castiellos sobredichos guerra e paz a nos e a nuestros succe-ssores de nos en Castiella e en Leoacuten pora siemprerdquo asiacute como ldquoque non ande yacute otra mone-da si non la nuestrardquo Ademaacutes de controlar los castillos de Chincoya y Ablir don Sancho Martiacutenez llegoacute a poseer tambieacuten las villas fronterizas de Joacutedar Bedmar y El Carpio asiacute como la fortaleza de Garciacuteez Veacutease Diplomatario doc nuacutem 113 (pp 111-113) y doc nuacutem 229 (pp 251-252) y VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores pp 88-89

54 Diplomatario doc nuacutem 15 (p 14)55 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 70

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9650

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

2121 La concesioacuten de sentildeoriacuteos por el ldquoauxiliumrdquo ya prestado

Seguacuten vimos al comienzo el feudalismo claacutesico consistioacute en la trans-ferencia por parte de un sentildeor de tierras con sus correspondientes rentas jurisdicciones e inmunidades (ldquofeudordquo) a los vasallos Como con-traprestacioacuten de ese traspaso dichos vasallos quedaban emplazados a proporcionar ayuda militar (ldquoauxiliumrdquo) y consejo (ldquoconsiliumrdquo) a su se-ntildeor cuando eacuteste lo demandase En la ocupacioacuten del valle del Guadalqui-vir sin embargo las circunstancias poliacuteticas y militares invirtieron en algunas ocasiones los tradicionales pasos a seguir Aquiacute primeramente la nobleza intervino en la guerra de conquista y asesoroacute al monarca sobre todo en lo que a aspectos beacutelicos y estrateacutegicos se refiere y en un segundo momento y en pago por las prestaciones militares aportadas percibioacute los sentildeoriacuteos Se trata como hemos indicado de una peculiari-dad del feudalismo hispaacutenico motivada en uacuteltima instancia por la inva-sioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica y la posterior Reconquista cristia-na Examinemos algunos casos

El motivo que adujo Alfonso X para justificar la entrega de los castillos de Benamejiacute y Vierbeacuten a la Orden de Santiago en 1254 fue el siguiente

ldquo(hellip) por muchos seruicios que me fizo don Pelay Peacuterez maestre de la

Caualleriacutea de Santiago e su Orden e sennalamientre por el seruiccedilio que

me fizieron en la conquista del regno de Murccediliardquo56

En 1258 el monarca conferiacutea la aldea fronteriza de Bornos al caballe-ro don Per del Castel alegando el ldquoseruiccedilio que nos fiziestesrdquo El diploma alude a un servicio especial realizado haciacutea poco tiempo Gonzaacutelez Jimeacute-nez sospecha que probablemente tal servicio tuviera algo que ver con alguna accioacuten militar relacionada con la cruzada ad partes Africanas de las varias que el rey estaba llevando a cabo desde 125557

Finalmente Alfonso X recurrioacute a ese mismo motivo para razonar las concesiones tanto de la villa y castillo de Osuna a la Orden de Calatrava en 1264

56 Diplomatario doc nuacutem 122 (pp 121-123)57 Seguacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez Per del Castel fue probablemente un guerrero profesio-

nal de origen catalaacuten o franceacutes que pudo haber servido a Alfonso X en la cruzada ad partes Africanas o fecho de allende como eacutel mismo soliacutea llamarla Veacutease Diplomatario doc nuacutem 207 (pp 228-230) GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de Arcos de la Fronterardquo y del mismo autor La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 179-180

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 51

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

ldquo(hellip) por muchos servicios que hizieron a nuestro linaje e maacutes sennala-

damente por el seruicio que nos fizieron en la guerra quando el rey de

Granada se nos alzoacute en la tierrardquo58

como del castillo fronterizo de Estepa a la Orden de Santiago en 1267 Esta uacuteltima donacioacuten no soacutelo se haciacutea para recompensar a la institucioacuten por los servicios militares prestados en el pasado como en el caso an-terior sino tambieacuten para asegurar la defensa de la plaza en el futuro tal y como recoge el documento de la concesioacuten ldquopor seruicios que nos ficieron e faraacutenrdquo59

2122 La concesioacuten de sentildeoriacuteos por el ldquoauxiliumrdquo que se habriacutea de pres-tar en el futuro

No son pocos los documentos de transmisioacuten de sentildeoriacuteos en los que existe una claacuteusula que obligaba a los donatarios a prestar asistencia militar a la Corona despueacutes de su entrega En estos casos siacute podemos hablar realmente de mecanismos puramente feudales

La primera concesioacuten de estas caracteriacutesticas realizada en la frontera corresponde a una fecha muy temprana del reinado de don Alfonso En 1253 el monarca conferiacutea el castillo de Carchel a don Pascual obispo de Jaeacuten con la condicioacuten de que

ldquo(hellip) fagades deste castiello a miacute e a los que regnaren despueacutes de miacute en

Castiella e en Leoacuten guerra e paz e uassallage commo a rey e a sennor

por razoacuten deste castiellordquo60

En 1256 Alfonso X otorgaba la villa y castillo de Matrera a la Orden de Calatrava61 y en 1258 haciacutea lo propio con la villa y castillo de Alcalaacute de Guadaiacutera a la Iglesia de Sevilla disponiendo en ambos casos ldquoque fagan por nos guerra y pazrdquo62

58 Diplomatario doc nuacutem 297 (pp 323-324)59 Diplomatario doc nuacutem 332 (p 362)60 Diplomatario doc nuacutem 45 (pp 43-44)61 Diplomatario doc nuacutem 179 (pp 198-200)62 Diplomatario doc nuacutem 212 (pp 234-237)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9652

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Exactamente igual ocurre con la donacioacuten de los castillos de Chinco-ya Cuadros y Nebliacuten63 al obispo y cabildo de la catedral de Jaeacuten en 1260 puesto que la dispensa se hizo bajo la condicioacuten de que los titulares del sentildeoriacuteo (presentes y futuros)

ldquo(hellip) fagan destos castiellos sobredichos guerra e paz a nos e a nuestros

successores de nos en Castiella e en Leoacuten pora siemprerdquo64

En 1266 el Rey Sabio agracioacute al caballero don Gonzalo Ibaacutentildeez65 con un donadiacuteo situado en el teacutermino de la villa fronteriza de Baena A cambio el magnate tendriacutea que mantener en dicho donadiacuteo ldquocauallo e armas de fust e de fierrordquo En caso de que eacutel en persona no pudiera defender la plaza quedaba obligado a emplazar alliacute a un ldquoescudero fidalgo por eacutel que ponga en su logar mientre durare esta guerra que auemos con los morosrdquo iquestA queacute guerra se referiacutea el monarca Naturalmente a la que estalloacute a raiacutez de la revuelta mudeacutejar de 1264 De la misma manera en el documento de la concesioacuten Alfonso X instaba a don Gonzalo a repoblar y labrar el donadiacuteo concedido66

Al antildeo siguiente en 1267 el monarca entregaba el castillo de Estepa a la Orden de Santiago aduciendo como motivo de la cesioacuten seguacuten ya vi-mos los ldquoseruicios que nos ficieron e faraacutenrdquo y ordenando asimismo ldquoque fagan dello guerra e paz en todo tiempo por nuestro mandadordquo67

63 Nebliacuten Ablir y Neblir son tres topoacutenimos que designan la misma fortaleza Veacutease MONTOYA ldquoTres topoacutenimos en las Cantigas de Santa Mariacuteardquo pp 20-22

64 Diplomatario doc nuacutem 229 (pp 251-252)65 Gonzalo Ibaacutentildeez era hijo de don Gonzalo Yaacutentildeez Dovinal ndasho do Vinhal- sentildeor de la villa

de Aguilar desde 1257 y sobrino de don Alfonso Yaacutentildeez Dovinal uno de los 200 caballe-ros hidalgos asentados por el rey en Sevilla en 1253 Su padre fue un noble portugueacutes que emigroacute a Castilla con Sancho II Capelo Aficionado a la poesiacutea y amigo personal de Alfonso X en 1257 recibioacute del rey la villa y el castillo de Poley ldquoa quien su magestad po-niacutea nombre de Aguilarrdquo en recuerdo de su pertenencia al linaje de los Aguiar oriundo de la zona de Riba Cocirca (Diplomatario doc nuacutem 191 (p 212))

66 ldquoQue lo tenga poblado e labrado e mantenga yacute uezindatrdquo Este donadiacuteo que don Gonzalo Ibaacutentildeez obtuvo del monarca en 1266 en el teacutermino de Baena estaba compuesto por unas casas en la villa en la collacioacuten de San Salvador otras casas para establo seis aranzadas de vintildea y sesenta pies de olivar en Villanueva seis yugadas de tierra de labor entre Cabra y Zuheros y una aranzada y media de huerta Veacutease Diplomatario doc nuacutem 309 (pp 331-332) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio p 193 (nota 9)

67 Diplomatario doc nuacutem 332 (p 362)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 53

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Casi una deacutecada despueacutes en 1276 se beneficiaba al caballero don Bretoacuten con la entrega de los castillos de Chincoya y Nebliacuten que habiacutean sido de don Sancho Martiacutenez de Joacutedar bajo el requerimiento indis-pensable nuevamente de que ldquofagan dellos guerra e paz por nuestro mandadordquo68

Por uacuteltimo en 1279 fueron conferidos los castillos y villas de Moroacuten y Cote a la Orden de Alcaacutentara y las villas y castillos de Medina Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a la Orden de Santa Mariacutea de Espantildea introducieacuten-dose en ambas donaciones la claacuteusula de que sus respectivos maestres comendadores y freires

ldquo(hellip) fagan dellos pora siempre guerra e paz por nuestro mandado e de

los otros reyes que regnaren despueacutes de nos en Castiella e en Leoacutenrdquo69

Ese mismo antildeo Alfonso X concediacutea el castillo de Cabra a su hijo el infante don Pedro con la consabida condicioacuten de que

ldquo(hellip) fagan eacutel e sus herederos deste castiello sobredicho guerra e paz por

nuestro mandado e de los que Castiella e Leoacuten heredaren despueacutes de nosrdquo70

Relacionadas con el auxilio beacutelico que debiacutean prestar los nobles como contraprestacioacuten por la recepcioacuten de sentildeoriacuteos en la Frontera estaacuten algunas disposiciones implementadas en ciertas donaciones efectuadas durante el repartimiento de Sevilla Asiacute por ejemplo en junio de 1253 el monarca asignoacute a don Remondo obispo de Segovia la Torre de Borga-benzoar prescribiendo en el privilegio de la donacioacuten que

ldquo(hellip) por este heredamiento que uos yo do que me tengades un omne

guisado de cauallo e de armas de fust e de fierro mientra fuere uestrordquo71

Con ideacutenticas condiciones fue concedida a la Orden de Alcaacutentara en agosto de ese mismo antildeo la aljarafentildea aldea de Dunchuelas Raxit

68 Diplomatario doc nuacutem 429 (pp 452-453)69 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480) y doc nuacutem 451 (pp 475-476)70 Diplomatario doc nuacutem 452 (pp 477-478)71 Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9654

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) mando que por este heredamiento que vos yo do que me tengades

iacute un hombre guisado de cavallo e de armas de fust e de fierro mientras

fuere vuestrordquo72

Estas claacuteusulas juriacutedicas resultan muy parecidas a las contempladas en el feudalismo claacutesico es decir la obligacioacuten de prestar auxilium tras la percepcioacuten de un dominio El propio rey don Alfonso asiacute lo reguloacute en las Partidas

ldquoVassallos son aquellos que reciben honrra o bien fecho de los sentildeores

assi como caualleria o tierra o dineros por seruicio sentildealado que les

ayan de fazerrdquo73

213 Concesioacuten de sentildeoriacuteos que no se encontraban en posesioacuten de la Corona en el momento de la donacioacuten

Estas concesiones son muy singulares toda vez que la entrega y dis-frute de los sentildeoriacuteos estaban supeditados a su propia conquista al encon-trarse en el momento de la donacioacuten en manos musulmanas Fueron los casos de las villas de Antequera y Archidona conferidas a la Orden de Santiago en 1266 cuando ldquonos ganemos por guerra o por pazrdquo El mo-narca prometioacute la futura transmisioacuten de las plazas como recompensa

ldquo(hellip) por muchos seruicios que la Orden de la Caualleriacutea de Santiago

fizieron a nuestro linage e sannaladamientre al muy noble rey don Fe-

rrando nuestro padre e a nos e por sabor que auemos de fazer bien

e merccedilet a don Pelay Peacuterez maestre dessa misma Orden e a todos los

freyres que agora yacute son e seraacuten daquiacute adelante pora siempre iamaacutesrdquo 74

72 Diplomatario doc nuacutem 50 (pp 47-48) Se trataba de un donadiacuteo mayor Los donadiacuteos mayores eran como maacutes tarde veremos grandes extensiones de tierra (la alqueriacutea (alcaria) o cortijo (machar) con sus vastas propiedades) concedidas por el monarca a miembros de la alta nobleza Sus beneficiarios no estaban obligados a residir en ellos y soacutelo en contadas ocasiones se vieron compelidos por mandato expreso del rey a defenderlos con sus propios medios como es el caso que nos ocupa

73 Partida IV Tiacutetulo XXV Ley I p 61v74 Diplomatario doc nuacutem 314 (pp 341-343)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 55

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

La concesioacuten se efectuaba no obstante con la condicioacuten de que una vez ambas plazas estuvieran en posesioacuten del convento sus freires ldquo(hellip) nos fagan guerra e paz estos castiellos sobredichos para siempre iamaacutesrdquo75

Otro caso muy similar es el de la villa de Alcalaacute de Abenzaide (hoy Alcalaacute la Real) prometida a la Orden de Calatrava en 1272 cuando fue-se conquistada La donacioacuten se debe a los ldquo(hellip) muchos seruicios que la Orden de la Caualleriacutea de Calatraua fizo a nuestro linage e a nos bien e lealmenterdquo aunque tambieacuten estableciacutea el compromiso de que sus titu-lares llegado el momento de la entrega efectiva ldquofagan en este logar sobredicho en todo tiempo guerra e paz por nuestro mandadordquo76

El hecho de que el traspaso de esos enclaves estuviera condicionado a su conquista resulta verdaderamente revelador Existiacutea desde luego un precedente pues ya en los antildeos finales de su reinado Fernando III pro-metioacute donar a su hijo el infante don Enrique las villas de Jerez Lebrija Arcos y Medina Sidonia cuando fuesen ganadas a los almohades otor-gaacutendole mientras tanto como garantiacutea los castillos de Moroacuten y Cote77

Dadas estas circunstancias los caballeros santiaguistas y calatravos soacutelo podriacutean disfrutar de las citadas tenencias una vez fueran arrebata-das a las autoridades nazariacutees Asiacute la promesa de la donacioacuten debioacute mo-tivar a los freires para emprender con firmeza su conquista Pensamos por ello que con esta medida lo que realmente pretendiacutea el monarca era apresurar la toma de las tres plazas llaves del sector central de la frontera con Granada

Un uacuteltimo ejemplo de estas extrantildeiacutesimas concesiones sentildeoriales es el del castillo y villa de Marbella ldquola que es teacutermino de Maacutelagardquo conferida a la Iglesia de Caacutediz en mayo de 1266 A cambio de Marbella el donante exigioacute a su beneficiario ldquoque nos fagan ende guerra e paz para syenpre ja-maacutesrdquo78 Como en los casos anteriores sorprende que en el documento de la concesioacuten no se diga nada acerca de la condicioacuten de villa musulmana que en ese momento teniacutea la plaza aunque pudiera ser como sugiere Gonzaacutelez Jimeacutenez que la fortaleza de Marbella hubiera sido conquis-tada con la ayuda de los Ashqilula de Comares y de Maacutelaga aliados de Alfonso X79

75 Ibid76 Diplomatario doc nuacutem 391 (pp 411-412)77 Diplomatario doc nuacutem 15 (p 14)78 Diplomatario doc nuacutem 315 (pp 343-344)79 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio p 186

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9656

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

214 La violacioacuten de la inmunidad y del derecho jurisdiccional en los sentildeoriacuteos conferidos

Es cierto que Alfonso X concedioacute feudos en la Frontera con todas las garantiacuteas jurisdicciones e inmunidades Esta realidad se observa en do-naciones como las de los enclaves de Chist (1253) Silibar (1255) o Sa-biote (1257) a la Orden de Calatrava En estos casos los diplomas reales estableciacutean que

ldquo(hellip) todo este heredamiento uos do e uos otorgo que lo ayades libre e

quito por juro de heredat pora siempre iamaacutes pora dar pora uender

pora empennar pora camiar e pora enagenar e pora fazer dello todo

lo que uos quisieacuteredes cuemo de lo uestro mesmo uos e todos uestros

successoresrdquo80

Ahora bien hubo en Andaluciacutea muchas donaciones en las que el mo-narca se reservoacute para siacute ciertos derechos en los sentildeoriacuteos conferidos Asiacute cuando en 1256 transfirioacute a la Orden de Calatrava la villa de Matrera dispuso

ldquo(hellip) que entre hi el mio Adelantado asy cuemo entra en todas sus villas

que ha en la Frontera pora faser justiccediliardquo81

La misma disposicioacuten recoge el diploma de la concesioacuten de la villa y castillo de Constantina al arzobispo de Sevilla en 1258

ldquo(hellip) que entre hy nuestro Adelantado asiacute como entra en todas las otras

uillas de la Frontera que son de las Oacuterdenes e de las eglesias cathedra-

lesrdquo82

Ese mismo antildeo el monarca donoacute la villa y el castillo de Alcalaacute de Gua-daiacutera a la Iglesia de Sevilla En esta ocasioacuten el privilegio introduciacutea un nuevo precepto legal Ademaacutes de permitir la libre entrada del adelanta-do mayor de la Frontera en el sentildeoriacuteo alcalarentildeo el rey ordenaba que fuera el concejo hispalense el organismo que nombrara a los alcaldes y

80 Diplomatario doc nuacutem 25 (pp 21-23) doc nuacutem 150 (pp 161-162) y doc nuacutem 193 (pp 214-216)

81 Diplomatario doc nuacutem 179 (pp 198-200)82 Diplomatario doc nuacutem 214 (pp 239-241)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 57

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

alguaciles de la villa asiacute como que en Alcalaacute la justicia se administrara seguacuten el fuero de Sevilla83

En 1260 Alfonso X entregaba tambieacuten al arzobispado sevillano la villa de Cazalla de la Frontera (hoy La Puebla de Cazalla) con la ya cono-cida condicioacuten de ldquo(hellip) que entre hy nuestro Adelantado assiacute como entra en las otras uillas del Andaluziacuteardquo Y de nuevo el privilegio de la concesioacuten recoge la disposicioacuten anterior

ldquoQueremos que los cristianos que hy poblaren que se iudguen por el Fue-

ro de Seuilla e quando se agrauiaren del juyzio que les dieren los alcal-

des que yacute pusieren el arccedilobispo que se alccedilen a los alcaldes de Seuilla e

dend a nosrdquo84

Es decir como ya sucediera en la donacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacutera el monarca volviacutea a inmiscuirse en la jurisdiccioacuten de un sentildeoriacuteo de aba-dengo al mantener en Cazalla la vigencia del fuero hispalense y conse-cuentemente al garantizar a sus pobladores el derecho de alzada ante la administracioacuten de la justicia real Esta concesioacuten incluiacutea ademaacutes de la villa de Cazalla la villa de Brenes la aldea de Tercia y la alqueriacutea de Umbrete Se trataba de un vastiacutesimo sentildeoriacuteo del que la Iglesia de Sevilla podriacutea sacar buen provecho

ldquoEstos logares sobredichos uos damos e uos otorgamos que los ayades

libres e quitos por juro de heredat pora siempre iamaacutes pora fazer de-

llos e en ellos todo lo que uos quisieacuteredes como de lo uestro mismo et

damos uos los con los uassallos e con todos sus teacuterminos poblados e

por poblar assiacute como los an e los deuen auer e como nunqua meior

los ouierom en tiempo de moros con montes e con fuentes con riacuteos

con accediludas con molinos con pesqueras con cannales con sotos con

defesas con pastos con prados con casas con uinnas con huertas con

oliuares con figuerales con todos los otros aacuterboles que yacute son e con

heredat de pan e con entradas e con salidas e con todas las rentas e

con todas las pertenencias e con todos los derechos que nos yacute auemos

e deuemos auerrdquo85

83 Diplomatario doc nuacutem 212 (pp 234-237)84 Diplomatario doc nuacutem 233 (pp 255-257)85 Ibid

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9658

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

No obstante como soliacutea ocurrir en este tipo de concesiones la Corona retuvo ciertos derechos considerados fundamentales

ldquo(hellip) sacado ende lo que tenemos pora nos e pora los que regnaren des-

pueacutes de nos guerra e paz e moneda e iusticia en estos logares sobre-

dichosrdquo86

El castillo de Cazalla pasoacute a manos de la Orden de Calatrava en di-ciembre de 1279 aunque la catedral hispalense seguiriacutea conservando sus derechos sobre las iglesias de la villa por voluntad del rey

ldquoOtorgaacutemosles que los ayan todo libre e quito por juro de heredad para

siempre para fazer dello e en ello assiacute como maestre e convento deuen

fazer de las cosas de su Orden saluo ende los derechos que la eglesia de

la noble ccedilibdad de Seuilla ha en las eglesias deste logar sobredichordquo87

En 1264 Alfonso X donoacute la villa de Osuna a la Orden de Calatrava Sin embargo nuevamente asistimos a una intromisioacuten del poder regio en el sentildeoriacuteo conferido dado que la donacioacuten se realizaba con la condicioacuten de que se estableciera alliacute el convento mayor de la Orden

ldquoPor esta merced que les fazemos el maestre e todos los freyles de la

Orden sobredicha an de mudar e de tener su conuento en Osuna de aquiacute

adelante para siempre jamaacutes asiacute como lo tuuieron fasta aqui en Ca-

latraua la Nueua e que alliacute sea su conuento e non en otro lugar e el

comendador mayor de toda la Orden que se llame de aquiacute adelante co-

mendador de Osunardquo88

En similar situacioacuten quedoacute la Orden de Alcaacutentara cuando recibioacute de la Corona la villa de Moroacuten en 127989

86 Ibid87 Diplomatario doc nuacutem 454 (pp 480-482)88 Diplomatario doc nuacutem 297 (pp 323-324)89 Hay quien ha querido ver en esta medida de trasladar los conventos mayores a la

Frontera un recelo de la Corona hacia las amplias plataformas de dominio jurisdiccio-nal de que disfrutaba la Orden de Calatrava en tierras manchegas y la de Alcaacutentara en Extremadura De todas maneras lo cierto es que en ninguno de los dos casos la voluntad regia fue respetada

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 59

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

ldquoPor grant sabor que auemos de fazer bien e merccedilet a la Orden de Alcaacuten-

tara damos e otorgamos por nos e por nuestros herederos pora siempre

a don Garccediliacute Ferraacutendez maestre della e a los otros maestres que seraacuten

despueacutes deacutel e al conuento dessa misma Orden la uilla e el castiello de

Moroacuten a que ponemos nombre Buenauentura en que tengan el conuen-

to mayorrdquo90

De la misma manera el rey obligoacute a los freires alcantarinos de Moroacuten y Cote

ldquo(hellip) que estos dichos castiellos sobredichos que los non puedan uen-

der ni dar ni enagenar a otra Orden ni a eglesia ni a omne de fuera de

nuestro sennoriacuteo ni que contra nos sea sin nuestro plazer e de nuestros

herederosrdquo91

Finalmente en 1279 el monarca asignoacute las villas y castillos de Medi-na Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a la Orden de Santa Mariacutea de Espantildea con el ya sabido requisito de que la institucioacuten estableciera en Medina Sidonia su convento mayor

ldquoPor grand sabor que auemos de fazer bien e merccediled a la Orden de Sanc-

ta Mariacutea dacuteEspanna (hellip) damos e otorgamos por nos e por nuestros

herederos pora siempre a don Pedro Nuacutennez maestre della e a los

otros maestres que seraacuten despueacutes deacutel e al conuento dessa misma Or-

den la villa e el castiello de Medina Sidonia a que nos ponemos nombre

Estrella en que tengan el conuento mayor que esta Orden ha de tener en

esta frontera del regno de Seuillardquo92

El uacuteltimo caso de intrusioacuten regia en la inmunidad de un sentildeoriacuteo no-biliario es el del castillo de Tintildeosa ldquoque es entre Priego e Rutrdquo otorgado a la Orden de Calatrava en 1281 bajo la condicioacuten imprescindible de que el maestre y su convento

ldquo(hellip) lo non puedan enajenar a eglesia ni a Orden ni a otro home de reli-

gioacuten ni de fuera de nuestros sennoriacuteos ni que contra nos sea sin nuestro

90 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480)91 Ibid92 Diplomatario doc nuacutem 451 (pp 475-476)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9660

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

mandadordquo Asimismo ldquo(hellip) retenemos para nos e para nuestros here-

deros los que regnaren despueacutes de nos en Castiella e en Leoacuten moneda

e yantar e justicia quando el maestre o la Orden non la hyacute ficiessen e

mineras si las hyacute ha o las obiere de aquiacute adelanterdquo93

Son todos ellos ejemplos de la debilidad del poder sentildeorial en los feu-dos de frontera durante el reinado de don Alfonso el Sabio

Por la temaacutetica de nuestro estudio nos hemos referido soacutelo a aque-llas concesiones territoriales cuyos textos hablan expresamente del au-xilium o asistencia militar (ldquoque fagan por nos guerra e pazrdquo)94 aprueban la donacioacuten de ciertos sentildeoriacuteos una vez fueran conquistados a los musul-manes o aluden a los derechos que se reservaba el monarca en algunos de los feudos conferidos Pero hubo muchos maacutes dominios transferidos a la nobleza en la frontera granadina durante el reinado de Alfonso X concesiones en las que la documentacioacuten es mucho menos precisa

En teacuterminos generales entre los familiares del rey que recibieron tenencias fronterizas (la reina dontildea Juana de Ponthieu95 la reina dontildea

93 Diplomatario doc nuacutem 481 (pp 509-511)94 En el feudalismo claacutesico el auxilium feudovasallaacutetico comportaba ademaacutes de obliga-

ciones estrictamente militares otras de iacutendole econoacutemica como por ejemplo ayudar a rescatar al sentildeor del cautiverio o financiar la entrada en la caballeriacutea del hijo del sentildeor Es maacutes hasta las propias obligaciones militares eran variadas auxiliar al sentildeor en la guerra (este servicio estaba limitado en el tiempo pues el vasallo debiacutea asistir a su sentildeor un determinado nuacutemero de diacuteas al antildeo) actuar de escolta del sentildeor o servir de correo militar por sentildealar soacutelo algunos tipos de compromisos En la frontera de Granada en cambio los deberes militares del vasallo con respecto al sentildeor (el rey en todos los casos que hemos visto) son muy especiacuteficos seguacuten manifiestan las fuentes luchar en la guerra y defender el territorio en tiempos de paz

95 La reina dontildea Juana de Ponthieu o de Pontis segunda esposa de Fernando III recibioacute de su marido las villas y rentas de Marchena y Carmona en el reino de Sevilla las villas mudeacutejares cordobesas de Luque Zuheros y Zuherete las villas murcianas de Helliacuten y Medinatea y muacuteltiples propiedades en Jaeacuten Arjona y Coacuterdoba La entrega de sentildeoriacuteos a miembros de la familia real era una praacutectica habitual en la eacutepoca que permitiacutea al beneficiario ndashnormalmente la reina y los infantesndash disponer de rentas y recursos suficientes para mantener de forma autoacutenoma su propia casa y servidumbre Pero se trataba tambieacuten de una medida poliacutetica ya que asiacute se impediacutea que estos se-ntildeoriacuteos cayesen en manos de la nobleza toda vez que el monarca seguiacutea manteniendo el control sobre el territorio cedido aunque fuese de manera indirecta Ademaacutes los sentildeoriacuteos de los miembros de la realeza eran por lo general de caraacutecter vitalicio y estaban llamados a integrarse tras la muerte de su tenente en el patrimonio de la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 61

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Violante de Aragoacuten96 y el infante don Pedro tercer hijo de Alfonso X) se registran un total de ocho sentildeoriacuteos Los ricoshombres castellanos leone-ses y aragoneses (don Sancho Martiacutenez de Joacutedar don Diego Saacutenchez de Funes97 don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara98 don Alonso Peacuterez de Guzmaacuten99 don Gonzalo Yaacutentildeez Dovinal don Gonzalo Ibaacutentildeez don Per del Castel don Bretoacuten y don Pay Arias de Castro100) recibieron en conjunto diecisie-

Corona del que habiacutean sido temporalmente segregados La tenencia de este tipo de sentildeoriacuteos suponiacutea naturalmente el control y disfrute de las propiedades y rentas de las villas que los integraban asiacute como de la jurisdiccioacuten sobre toda su poblacioacuten Veacutease sobre ello GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoEl repartimiento de Carmonardquo Veacutease igualmente del mismo autor Alfonso X el Sabio pp 58-59 y La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 134

96 En alguacuten momento de la segunda mitad del siglo XIII la villa de Eacutecija la primera po-sesioacuten que tuvo don Alfonso en Andaluciacutea siendo auacuten infante (1240) pertenecioacute a la reina dontildea Violante de Aragoacuten Tenemos conocimiento de esta posesioacuten por un docu-mento de 1271 en el que Alfonso X confirma la donacioacuten que en 1268 habiacutea hecho la reina a la Orden de Calatrava en Eacutecija Se trataba concretamente de una azuda ldquode las dos que yacute aacuterdquo El Prof Gonzaacutelez Jimeacutenez cree que don Alfonso pudo haber concedido la villa astigitana como sentildeoriacuteo personal a su esposa dontildea Violante ldquoposiblemente hacia 1262 si no antesrdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 386 (pp 406-407) y GONZAacuteLEZ JIMEacute-NEZ ldquoRepoblacioacuten y repartimiento de Eacutecijardquo

97 Don Diego Saacutenchez de Funes poseyoacute un sentildeoriacuteo en el giennense valle del Guadalbulloacuten Alliacute el magnate controloacute las fortalezas fronterizas de Carchel y Cazalla Carchel habiacutea sido donada por el rey a don Pascual obispo de Jaeacuten en julio de 1253 pero en abril de 1271 Diego Saacutenchez y la Iglesia de Jaeacuten llegaban a un acuerdo sobre el reparto de los diezmos de Carchel y Cazalla indicio incuestionable de la tenencia de estas fortalezas por el noble cas-tellano Ignoramos desde cuaacutendo se veniacutea produciendo esta situacioacuten aunque siacute sabemos que en mayo de 1271 ya habriacutea acabado porque a mediados de ese mes el rey concediacutea a la catedral giennense 50 maravediacutes alfonsiacutees sobre las rentas del almojarifazgo de la ciudad a cambio del recinto de Carchel Sobre la evolucioacuten posterior de Cazalla no existen noticias Veacutease Diplomatario doc nuacutem 45 (pp 43-44) y doc nuacutem 380 (p 401) Veacutease asimismo RODRIacuteGUEZ MOLINA El Reino de Jaeacuten en la Baja Edad Media p 72

98 Alfonso X confioacute a don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara adelantado mayor de la Frontera y principal ricohombre del reino la tenencia del alcaacutezar de Eacutecija y del alcaacutezar de Jerez que don Nuntildeo delegoacute (como era usual en la eacutepoca) en un vasallo suyo llamado Garci Goacutemez Carrillo El poderoso sentildeor de Lara mantuvo la tenencia de la fortaleza astigi-tana desde la deacutecada de 1240 hasta su muerte ante las murallas de la propia Eacutecija en 1275 y la del alcaacutezar jerezano desde 1261 hasta la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 Veacutease Croacutenica pp 99 y 179

99 En julio de 1282 el rey confirioacute a don Alonso Peacuterez de Guzmaacuten mediador en los tratos amistosos de Alfonso X con el emir benimeriacuten Abu Yusuf Yacub la villa fronteriza de Alcalaacute Sidonia o de los Gazules que desde 1279 habiacutea pertenecido a la Orden marinera de Santa Mariacutea de Espantildea No obstante en octubre de 1283 antes de haberse cumplido un antildeo y medio desde que le fuera concedida el monarca la recuperoacute para el realengo compensando a don Alonso Peacuterez con la entrega del lugar de Monteagudo ldquoserca de Xerez de Sidoniardquo Veacutease GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 79 y Diploma-tario doc nuacutem 517 (pp 547-548)

100 Sabemos que al menos desde 1260 la familia Arias poseyoacute una enorme hacienda en la villa de Espejo sobre la que el caballero frontero don Pay Arias de Castro cuyo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9662

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

te tenencias Las sedes episcopales (Iglesia de Toledo101 Iglesia de Jaeacuten Iglesia de Sevilla Iglesia de Caacutediz e Iglesia de Coacuterdoba102) se beneficia-ron tambieacuten en su conjunto de una decena de sentildeoriacuteos Finalmente a las oacuterdenes militares (Santiago Calatrava Alcaacutentara y Santa Mariacutea de Espantildea) se les otorgoacute maacutes de treinta encomiendas en la frontera de Gra-nada103 Salta a la vista que el brazo nobiliario que salioacute mejor parado de la entrega de sentildeoriacuteos fronteros fue el de las oacuterdenes militares No es de extrantildear por otro lado si tenemos en cuenta que estas instituciones nacieron para combatir al Islam y que la finalidad uacuteltima de dichas con-cesiones era precisamente la defensa del territorio Exacto Con estas donaciones territoriales Alfonso X persiguioacute satisfacer tres necesidades urgentes a cual maacutes importante liquidar las campantildeas de conquista y premiar a los caballeros por la ayuda militar proporcionada a la Corona repoblar y explotar un espacio amplio y peligroso carente a todas luces de efectivos humanos y por uacuteltimo y preferentemente garantizar la defensa de una marca expuesta a sufrir a diario los efectos de las algara-das granadinas y norteafricanas como de hecho ocurrioacute En este senti-do la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264-1266 la invasioacuten benimeriacuten de 1275 y el fracaso castellano en el cerco de Algeciras durante el verano de 1279

nombre aparece por primera vez en un documento fechado el 16 de abril de ese antildeo fundariacutea su propio sentildeoriacuteo algunos antildeos maacutes tarde Veacutease sobre este asunto PADILLA ldquoRepoblacioacuten y creacioacuten del sentildeoriacuteo de Espejordquo pp 310-311 Veacutease tambieacuten del mismo autor El fundador y la fundacioacuten del sentildeoriacuteo de Espejo pp 42-43 Y veacutease por uacuteltimo CABRERA MUNtildeOZ ldquoOriacutegenes del sentildeoriacuteo de Espejordquo pp 211-232

101 En 1231 Fernando III otorgoacute a don Rodrigo Jimeacutenez de Rada arzobispo primado de Toledo un extenso sentildeoriacuteo en la cabecera del Guadalquivir articulado en torno a las villas fronterizas de Cazorla y Quesada Esta posesioacuten fue conocida durante toda la Edad Media como Adelantamiento de Cazorla Vid supra nota 48

102 Junto a las de Jaeacuten y Sevilla la Iglesia de Coacuterdoba era la tercera gran sede episcopal de Andaluciacutea ademaacutes de la maacutes antigua (habiacutea sido restaurada por Fernando III en mayo de 1237) y sin embargo no existe constancia documental de que la Corona cediese sentildeoriacuteo fronterizo alguno al obispado cordobeacutes que en cambio siacute recibioacute donadiacuteos mayores y menores en el repartimiento sevillano No obstante en alguacuten momento el monarca debioacute conceder a su catedral el castillo de Tintildeosa porque en marzo de 1278 Alfonso X aceptoacute de los canoacutenigos la devolucioacuten de la fortaleza a la que habiacutean re-nunciado defender porque ldquocostaua cada anno quatro mill marauediacutes la tenenciardquo Fue entonces cuando el rey ideoacute confiar su defensa a la Orden de Calatrava Asiacute en junio de 1280 la Corona autorizaba a la catedral cordobesa para abandonar la defensa de Tintildeosa debieacutendola desmantelar previamente y en noviembre de ese antildeo ordenoacute a su deaacuten la entrega de la plaza al maestre calatravo Finalmente la concesioacuten formal del castillo de Tintildeosa a la Orden se produjo en mayo de 1281 Veacutease Diplomatario doc nuacutem 437 (pp 459-460) doc nuacutem 466 (pp 493-494) doc nuacutem 475 (p 500) y doc nuacutem 481 (pp 509-511)

103 ALCAacuteNTARA ldquoNobleza y sentildeoriacuteos en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso Xrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 63

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

otorgaron a las oacuterdenes militares un nuevo protagonismo en la defen-sa de la frontera tanto en Murcia como en Andaluciacutea Resulta asiacute pues indicativo que algunas de las plazas maacutes importantes y a la vez vulne-rables de la primera y segunda liacuteneas de frontera104 fueran conferidas a

104 A nivel general desde la conquista de Sevilla se detecta en Andaluciacutea una compleja articulacioacuten de dos liacuteneas de construcciones fortificadas y otra tercera de ciudades y grandes villas que actuaron como bases de aprovisionamiento a las anteriores Esta tercera y uacuteltima liacutenea defensiva de la frontera corriacutea paralela al Guadalquivir y estaba jalonada por las tres grandes ciudades del valle Sevilla Coacuterdoba y Jaeacuten Nuacutecleos me-nores de la misma franja eran enclaves importantes como Jerez Carmona Eacutecija Ar-jona Anduacutejar Baeza o Uacutebeda que como sus capitales sirvieron de base a los castillos de la segunda liacutenea fronteriza Se trataba en todos los casos de ciudades y villas de retaguardia perfectamente amuralladas y dotadas de potentiacutesimas guarniciones cas-trenses Coacuterdoba Jaeacuten y Sevilla constituyeron auteacutenticos centros logiacutesticos de apoyo taacutectico-militar en la defensa de sus respectivos reinos mientras que sus villas sateacutelites actuaron de intermediarias entre las grandes urbes y las fortificaciones de la segunda raya sobre todo en el Bajo Guadalquivir donde la extensa campintildea exigiacutea la existencia de nuacutecleos menores de poblamiento De este modo durante la segunda mitad del siglo XIII el nuacutecleo urbanizado de Jerez se consolidoacute en el Guadalete y el Estrecho como la cabeza operativa y defensiva maacutes importante de estas tierras Maacutes al norte en la cam-pintildea sevillana destacaron por los mismos antildeos las villas-bases de Carmona y sobre todo Eacutecija bien comunicada con Sevilla y Coacuterdoba en un aacuterea de especial dificultad La segunda liacutenea de frontera estaba constituida por un complejo entramado de edi-ficios castrales que seguacuten los especialistas se pueden clasificar en dos modalidades castillos urbanizados o asociados a un haacutebitat rural permanente es decir fortalezas considerables con fuerte amurallamiento foso portillos aljibes patio de armas y torre del homenaje y castillos cotas o ciudadelas consistentes en pequentildeos fortines urbanos (alcazabas) ubicados en sitios altos y preferentes de la villa para facilitar su aislamien-to en caso de peligro Estas plazas fuertes teniacutean autonomiacutea suficiente para resistir durante alguacuten tiempo en caso de ataque y auacuten asiacute se hallaban rodeadas de baluartes defensivos auxiliares como atalayas y castillos aislados proacuteximos Ubicadas general-mente en las inmediaciones de los antiguos pasos y caminos dominando y controlan-do las muacuteltiples viacuteas de acceso y penetracioacuten de Granada a Castilla su importancia fue considerable no soacutelo porque protegiacutean dichos pasos sino porque aseguraban el pleno desarrollo de las actividades agriacutecolas y ganaderas en sus respectivas comarcas y so-bre todo porque constituiacutean la primera resistencia seria en caso de agresioacuten Desde la Bahiacutea de Caacutediz hasta la Sierra de Segura la segunda liacutenea de defensa fronteriza pasaba por Medina Sidonia Arcos Lebrija Alcalaacute de Guadaiacutera Moroacuten Cazalla Osuna Estepa Aguilar (antigua Poley) Espejo Lucena Cabra Baena Priego Martos Torredonjime-no Bedmar Joacutedar Quesada y Cazorla En el reino de Murcia las principales fortalezas de esta segunda raya eran las de Segura Yeste Socovos Moratalla Calasparra Cieza y Lorca Finalmente la primera liacutenea de fortificaciones defensivas estaba compuesta por un sinfiacuten de pequentildeas construcciones fortificadas distribuidas por toda la frontera de Granada Para el siglo XIII los anaacutelisis tipoloacutegicos permiten diferenciar entre cas-tillos refugios ubicados en zonas rurales de itinerario y torres defensivas Los llamados castillos refugios eran edificaciones fortificadas aisladas es decir completamente di-sociadas de los sectores habitados maacutes proacuteximos en las que la existencia de un aljibe o cisterna haciacutea posible la autodefensa de una guarnicioacuten militar permanente de sol-dados fronteros que alternaban las funciones estrictamente militares con otras activi-dades de supervivencia Las torres defensivas por su parte constituyen los baluartes maacutes significativos de la primera liacutenea de frontera Se trataba de construcciones muy

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9664

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

las oacuterdenes militares justo despueacutes de esas fechas Osuna a Calatrava en diciembre de 1264 Estepa a Santiago en septiembre de 1267 y Cazalla a Calatrava Moroacuten y Cote a Alcaacutentara y Medina Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a Santa Mariacutea de Espantildea todas ellas en diciembre de 1279

Seguacuten venimos defendiendo las praacutecticas feudales desarrolladas en la frontera de Granada durante el siglo XIII fueron realmente especia-les En algunas transmisiones de feudos observamos unas situaciones muy parecidas a las que se dieron en la Europa del feudalismo claacutesico En otras en cambio quizaacutes la mayoriacutea detectamos unos comportamien-tos feudales verdaderamente singulares algo que por otra parte veniacutea sucediendo en el reino castellano-leoneacutes y en otros reinos cristianos peninsulares desde fines de la Alta Edad Media La razoacuten de estas parti-cularidades hay que buscarlas como ya se ha apuntado en maacutes de una ocasioacuten en la invasioacuten musulmana de la Hispania visigoda la existencia de un paiacutes islaacutemico al otro lado de una frontera fraacutegil y permeable impu-so en buena medida el desarrollo de dichos comportamientos

Por un lado todos los sentildeoriacuteos que fueron respetados por los reyes cristianos (como beneficio del sentildeor a su vasallo) tuvieron titulares mu-sulmanes bien almohades bien nazariacutees Por otro se concedieron feu-dos como recompensa a un auxilium milites ya ofrecido en el pasado auxilium proporcionado ciertamente en la gran mayoriacutea de los casos durante las conquistas de Murcia y del valle del Guadalquivir Muchos sentildeoriacuteos fueron conferidos por la ayuda militar que se habriacutea de prestar en el futuro ndashcomo asiacute era en el feudalismo franco- pero se dio la cir-cunstancia de que dicha ayuda acabariacutea materializaacutendose preferente-mente en la lucha contra el Islam tanto granadino como benimeriacuten De esta forma el pretexto que alegoacute Alfonso X para argumentar la entrega del castillo de Estepa a los caballeros de Ucleacutes en 1267 (ldquopor seruicios que

sencillas simples torreones de superficie circular o rectangular de dos o tres plantas abovedadas y con una terraza almenada Dentro de este tipo de arquitectura militar cabe resaltar las atalayas almenaras esto es torres oacutepticas distribuidas estrateacutegica-mente en el espacio desde las cuales la guarnicioacuten destacada alertaba a las poblaciones del interior de la presencia de ejeacutercitos enemigos por medio de ahumadas durante el diacutea y fuego por la noche La avanzada posicioacuten de estos baluartes defensivos haciacutea de los mismos auteacutenticos presidios militares Desde el Estrecho de Gibraltar hasta la Sierra de La Sagra las fortificaciones que maacutes descollaron en esta liacutenea adelantada de la frontera del siglo XIII fueron las de Santa Mariacutea del Puerto (hoy El Puerto de Santa Mariacutea) Alcalaacute de los Gazules Bornos Chist Matrera Cote Benamejiacute Rute Zambra Tintildeosa Zuheros Alcaudete Viacuteboras Locubiacuten Carchel Ablir Chincoya Tiacutescar Castril y Hueacutescar Sobre sistemas de fortificaciones fronterizas y su organizacioacuten veacutease GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ Andaluciacutea Guerra y Frontera pp 96-103

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 65

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

nos ficieron e faraacutenrdquo) simplifica y auacutena de alguna manera los dos contex-tos anteriores que constituyen al mismo tiempo dos de las tres razones que dimos para explicar las causas de las concesiones sentildeoriales en la frontera de Granada la recompensa a los que participaron en la ocupa-cioacuten de la Andaluciacutea beacutetica y la garantiacutea de contar con fuerzas para la defensa del espacio fronterizo Queda una tercera razoacuten la necesidad de repoblar el territorio A este fin responden principalmente las donacio-nes efectuadas sobre la base de casas urbanas (repartimiento urbano) alqueriacuteas y tierras de cultivo (repartimiento rural) y recogidas en los llamados libros de repartimiento105 y otros diplomas reales Por medio de estos textos la Corona otorgoacute donadiacuteos mayores donadiacuteos menores y heredamientos siendo su fin uacuteltimo el de fomentar la repoblacioacuten Pero incluso cuando el objeto de la donacioacuten territorial fue la repoblacioacuten y explotacioacuten de una demarcacioacuten se dieron algunos episodios de impo-sicioacuten de servicios militares vinculados a su defensa

ldquo(hellip) mando que por este heredamiento que uos yo do que me tengades

hyacute un omne guisado de cauallo e de armas de fust e de fierro mientra

fuere uestro e que me faga seruiciordquo106

105 De los libros de repartimiento redactados en el siglo XIII soacutelo seis han llegado a nues-tros diacuteas todos ellos editados y todos correspondientes al reino de Sevilla Se trata por estricto orden de antiguumledad de los de Sevilla Carmona Eacutecija Jerez Caacutediz-El Puerto de Santa Mariacutea y Vejer de la Frontera Sabemos que existieron otros como el de Nie-bla realizado entre 1262 y 1264 pero que debioacute desaparecer de la villa en los difiacuteciles antildeos de la minoriacutea de Alfonso XI Tambieacuten se ha conservado el texto del repartimiento de Medina Sidonia aunque corresponde ya al siglo XIV Veacutease sobre ello GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 262-263

106 Con esta condicioacuten concedioacute Alfonso X como ya hemos visto la Torre de Borgabenzoar con sus veinte yugadas de heredad al obispo segoviano don Remondo en 1253 la aldea de Dunchuelas Raxit a la Orden de Alcaacutentara tambieacuten en 1253 y un donadiacuteo situado en el teacutermino de Baena a don Gonzalo Ibaacutentildeez en 1266 Pero no fueron eacutestos los uacutenicos casos en los que el monarca obligoacute a los donatarios defender con sus propios medios las heredades agriacutecolas recibidas En abril de 1253 Alfonso X confirioacute a don Ramil Rodriacuteguez cien aranzadas de olivar e higueral en la aldea de Bicena y diez yugadas de bueyes en Coraniacuten con el requisito de que el agraciado mantuviera en la aldea a un hombre equipado de caballo y armas Y en mayo de ese mismo antildeo mientras el monarca se hallaba en Sevilla junto a sus partidores ultimando el reparto y repobla-cioacuten de la ciudad y sus teacuterminos otorgoacute a Martiacuten Meleacutendez de Fornillo bajo la misma disposicioacuten casas en Sevilla en la collacioacuten de Santiago veinte aranzadas de olivar en Bormujos seis aranzadas de vintildea en La Rinconada seis aranzadas de huerta en la Puerta del Sol y seis yugadas de heredad en Alcalaacute de Guadaiacutera Veacutease Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42) doc nuacutem 50 (pp 47-48) doc nuacutem 309 (pp 331-332) doc nuacutem 18 (p 17) y doc nuacutem 21 (pp 18-20)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9666

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Por uacuteltimo la promesa de entregar sentildeoriacuteos que estaban auacuten en po-sesioacuten de los musulmanes cuando se produjo la donacioacuten habriacutea que relacionarla con el deseo de incentivar su conquista por lo que tambieacuten aquiacute la cercaniacutea del Islam fue decisiva

En cuanto al quebrantamiento de la inmunidad y del derecho juris-diccional pleno en los feudos transferidos siacute pueden existir diferencias con respecto a los escenarios anteriores en la medida en que no necesa-riamente la existencia de Al-Aacutendalus pudiera haber tenido algo que ver en esta peculiaridad del feudalismo hispano Es posible que el rey qui-siera controlar la justicia en muchos de los distritos fronterizos que ad-judicoacute precisamente para ejercer su autoridad de forma directa en un espacio muy sensible dada su contiguumlidad a un Estado sarraceno Sin embargo todo apunta a que aquellas injerencias regias se debieron maacutes bien al proyecto poliacutetico alfonsiacute de fortalecer la Corona lo que le costoacute al monarca maacutes de un enfrentamiento con la alta nobleza del reino107

22 Las praacutecticas feudales en la frontera de Granada en tiempos del Rey Sabio la baja nobleza la caballeriacutea villana y los peones

De los cinco tipos de vasallos que distinguioacute Garciacutea de Valdeavellano en la Espantildea medieval comprobamos que en la frontera de Granada quienes tuvieron un mayor protagonismo fueron los ricoshombres es decir los caballeros de la alta nobleza incluyendo en esta tipologiacutea a los magnates procedentes del mundo eclesiaacutestico obispos de las catedrales

107 La concepcioacuten de una monarquiacutea soacutelida por parte del Rey Sabio chocaba frontalmente con la idea de ver al monarca como un primus inter pares a lo que estaban acostum-brados los nobles castellanos Para ellos el rey era el caudillo en la guerra y el admi-nistrador del reino en tiempos de paz y sobre todo el gran dispensador de rentas y beneficios Esta confrontacioacuten provocoacute dos graves conflictos entre el rey defensor del paulatino fortalecimiento del poder regio y los ricoshombres del reino El primero tuvo lugar en 1255 cuando don Diego Loacutepez de Haro sentildeor de Vizcaya y el infante don Enrique hermano del monarca se sublevaron contra la Corona en los territorios extremos del reino es decir Vizcaya y Andaluciacutea El segundo transcurrioacute entre 1272 y 1273 cuando Alfonso X tuvo que enfrentarse a don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara primer magnate del reino y al infante don Felipe hermano tambieacuten del rey Tanto don Nuntildeo como Don Felipe se desnaturaron de don Alfonso y se convirtieron en vasallos de los emires granadinos Muhammad I y Muhammad II a quienes rindieron ldquopleito e omena-jerdquo Con estas dos sonadas insurrecciones los magnates pretendieron defender a toda costa ldquosus fueros usos y costumbresrdquo antiguos gravemente perjudicados por las re-formas administrativas legislativas y fiscales introducidas por el Rey Sabio reformas en las que por otra parte se encuentran las bases de lo que algunos siglos despueacutes seraacute el Estado Moderno Veacutease sobre este asunto GONZAacuteLEZ MIacuteNGUEZ Poder real y poder nobiliar en la Corona de Castilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 67

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

y maestres de las oacuterdenes militares Sin embargo es conveniente sentildea-lar que hubo tambieacuten en la Frontera vasallos del rey pertenecientes a la baja nobleza (hidalgos) y a la caballeriacutea villana

Seguacuten la extensioacuten de las tierras entregadas por la Corona en An-daluciacutea y las condiciones de asentamiento para sus pobladores se di-ferencian generalmente hasta tres tipos de lotes en los repartimientos del siglo XIII donadiacuteos mayores donadiacuteos menores y heredamientos108 Los donadiacuteos mayores eran extensas propiedades (la alqueriacutea o corti-jo con sus vastas tierras) concedidas por el monarca a infantes y otros miembros de la familia real priacutencipes y nobles extranjeros oacuterdenes militares arzobispados y obispados ricoshombres castellanos y altos funcionarios de la corte como el notario del rey el escribano del rey o el almojarife real Sus beneficiarios no estaban obligados a residir en ellos y soacutelo excepcionalmente asumieron por orden expresa del monar-ca alguacuten tipo de responsabilidad militar109 Los donadiacuteos menores eran alqueriacuteas y aldeas maacutes modestas repartidas entre iglesias monasterios mediana nobleza y personas de menor rango muchos de ellos simples servidores y mesnaderos del monarca110 e incluso soldados profesiona-

108 Empleamos los teacuterminos donadiacuteo y heredamiento en el sentido que le otorgan actual-mente los historiadores donaciones territoriales a personajes o instituciones sin la obligacioacuten de poblar (donadiacuteo) y lote de bienes inmuebles correspondiente a un repo-blador propiamente dicho (heredamiento)

109 En todas las donaciones sentildeoriales hay que entrever el sentido del premio por la ayu-da previamente recibida en la conquista del territorio Pero maacutes allaacute de este gesto de gratitud y generosidad que muestra el monarca con la entrega de propiedades existe otra razoacuten de fondo que justificariacutea dichas donaciones Nos referimos al intereacutes de la Corona por repoblar y explotar cuanto antes un territorio yermo La dificultad de encontrar colonos para ello condujo al rey a conceder donadiacuteos mayores a la nobleza para que fuera eacutesta la que con sus medios y a su costa poblase la tierra y aprovechara sus ricos recursos Parece claro pues que con esta maniobra basada en la asignacioacuten de extensiacutesimos latifundios a la aristocracia del reino Alfonso X buscaba ayuda ajena a fin de agilizar la ocupacioacuten del espacio y su explotacioacuten econoacutemica Ahora bien en algunos casos y a pesar de que los donadiacuteos conferidos no se encontraran en la prime-ra liacutenea de frontera el monarca exigioacute a sus beneficiarios defenderlos con sus propias fuerzas Como ya fue tratado en la concesioacuten hecha al arzobispo don Remondo de la Torre de Borgabenzoar se le obligoacute a mantener ldquoun omne guisado de cauallo e de armas de fust e de fierrordquo Igualmente la entrega de la aldea de Dunchuelas Raxit a la Orden de Alcaacutentara se efectuoacute con la condicioacuten de que ldquotengades iacute un hombre guisado de ca-vallo e de armas de fust e de fierro mientras fuere vuestrordquo Un uacuteltimo ejemplo tambieacuten visto cuando el rey concedioacute a don Gonzalo Ibaacutentildeez hijo de don Gonzalo Yaacutentildeez Do-vinal un donadiacuteo en Baena dispuso que el magnate estuviera provisto de ldquocauallo e armas de fust e de fierrordquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42) doc nuacutem 50 (pp 47-48) y doc nuacutem 309 (pp 331-332)

110 Entre la larga lista de sirvientes del monarca y de la familia real en general se encuen-tran los siguientes escuderos del seacutequito regio fiacutesicos o meacutedicos alfayates o sastres

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9668

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

les que habiacutean participado en las campantildeas de conquista como ada-lides almocadenes y almogaacutevares y con la condicioacuten soacutelo en algunos casos de que sus receptores se estableciesen como pobladores en esos lugares Por fin los heredamientos eran parcelas de tierra reservadas a los pobladores propiamente dicho lo que significa que los bienes re-cibidos (se trataba de bloques cerrados de propiedades integrados por casas o solares tierras de pan olivares vintildeedos y huertas) lo fueron por su condicioacuten de repobladores Por esa misma razoacuten el disfrute de los heredamientos llevaba impliacutecito una serie de compromisos entre los que destacaba la obligatoriedad de residir en la heredad recibida a fin de asegurar la adecuada defensa del territorio cada uno seguacuten su con-dicioacuten socio-militar111

Ahora bien iquestcuaacutentas categoriacuteas socio-militares se diferencian entre esos pobladores y cuaacuteles eran exactamente En una sociedad de frontera como la andaluza la obligacioacuten de defender la tierra fue maacutes real que en ninguna otra parte del reino de ahiacute que la gran mayoriacutea de los primeros repobladores de las campintildeas beacuteticas se caracterizaran principalmente por mostrar buenas dotes para la guerra De un modo general los gru-pos sociales que registran las fuentes del siglo XIII son los de caballeros de linaje ndashtambieacuten llamados caballeros del feudo e hidalgos- caballeros ciudadanos y peones

Los hidalgos perteneciacutean a linajes de la pequentildea nobleza castella-no-leonesa y eran como los define un texto portugueacutes del siglo XII mi-lites per naturam112 Recibieron propiedades que oscilaban entre seis y ocho yugadas de pan ademaacutes de casas y algunas aranzadas de olivar vintildeedo si lo habiacutea y huerta

Los caballeros ciudadanos eran personas que sin formar parte de la nobleza combatiacutean a caballo dado que poseiacutean medios de fortuna sufi-cientes para disponer de corcel propio y del equipo militar necesario Se trataba de un grupo de larga tradicioacuten en Castilla donde eran conocidos con el nombre de caballeros villanos En los repartimientos andaluces recibieron heredamientos de menor entidad que los anteriores cuatro o seis yugadas de pan y algunas aranzadas de olivar

alfagemes o barberos sangradores palafreneros alfaqueques escribanos notarios ju-rados pregoneros medidores testigos de la particioacuten porteros amas y ayas

111 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo pp 114-118112 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Andaluciacutea a debate p 183

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 69

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Por uacuteltimo los peones a quienes Alfonso X llama ldquotodo el otro pue-blordquo113 eran simples pobladores es decir soldados de a pie labradores en su mayoriacutea aunque tambieacuten pastores artesanos comerciantes y cleacute-rigos que acudiacutean atraiacutedos por el reparto de bienes Los miembros de este grupo soacutelo recibieron casas y tierra de labor (entre una y dos yu-gadas) y excepcionalmente algunas aranzadas de olivar vintildea y huerta

221 Los caballeros hidalgos

De las tres categoriacuteas de pobladores que acabamos de relacionar soacutelo la primera es decir la de los caballeros hidalgos perteneciacutea a la escala menor del estado nobiliario La propia palabra asiacute lo indica hidalgo ndashexpresioacuten que a lo largo del siglo XIII fue sustituyendo en los reinos de Leoacuten Castilla y Portugal a la antigua denominacioacuten de infanzoacutenndash deriva de la voz latina filius de aliquodacute es decir ldquohombre de sangre noblerdquo114 Los hidalgos estaban adscritos a las ciudades y villas de realengo de ahiacute que posteriormente fueran conocidos como caballeros del rey115 Fueron ellos realmente los grandes protagonistas en la repoblacioacuten de muchas villas de frontera y por consiguiente quienes se encargaron de dirigir sus respectivos concejos Lamentablemente no estamos en condiciones dadas las deficiencias documentales de ofrecer una visioacuten general del fenoacutemeno a nivel regional Pero siacute podemos aportar datos concretos y esclarecedores Veamos algunos casos

Para el reino de Jaeacuten se conocen dos amplias noacuteminas de pobladores establecidos en Baeza y Arjona La primera comprende unos 300 nom-bres de ldquocaballerosrdquo cifra muy elevada si tenemos en cuenta que en Se-villa soacutelo se instalaron 200 La noacutemina de Arjona registra 273 nombres

113 En enero de 1268 el rey concediacutea a los ldquocaualleros de linagerdquo de Arcos de la Fronte-ra los privilegios de los ldquocaualleros fijosdalgosrdquo de Toledo a ldquolos otros cauallerosrdquo es decir a los caballeros ciudadanos las mismas franquezas que teniacutean los ldquocaualleros ccedilibdadanosrdquo de Sevilla ldquoet a todo el otro pueblordquo o lo que es lo mismo al grupo mayo-ritario de los peones las franquicias ldquoque han el pueblo de la cibdat de Seuillardquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 189

114 LADERO QUESADA Los sentildeores de Andaluciacutea p 17 Angus MacKay en cambio sostie-ne que el teacutermino hidalgo deriva de la voz fijodalgo es decir ldquohijordquo (fijo) de ldquofortunardquo o ldquoriquezardquo (algo) aunque coincide con Ladero Quesada en que era una palabra em-pleada para referirse a los estratos maacutes bajos de la nobleza Veacutease MACKAY La Espantildea de la Edad Media p 59

115 GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 407

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9670

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

y en ella se repiten algunos de los relacionados en la lista de Baeza116 Ambos registros han llegado a nosotros en copias tardiacuteas y es probable que hayan sido objeto de interpolaciones con objeto de vincular intere-sadamente determinados apellidos a los primeros repobladores de la zona Existen en cambio otros documentos mucho maacutes fiables que in-forman sobre caballeros de linaje asentados en villas giennenses Este es el caso de la relacioacuten de los 33 hidalgos heredados en 1263 en el alcaacute-zar de Baeza117 a los que Alfonso X concedioacute la Torre de Gil de Olid en 1269118 y la lista de los 30 hidalgos y adalides que fueron instalados en el alcaacutezar de la villa de Uacutebeda119

Para el reino de Sevilla las fuentes conservadas son algo maacutes gene-rosas En la capital Alfonso X asentoacute en 1253 a 200 caballeros hidalgos Al igual que ocurrioacute con algunos feudos los heredamientos conferidos a estos caballeros respondiacutean a los servicios militares prestados en el pasado

ldquo(hellip) por seruicio que fizieron a mi linage e al rey mio padre en ganar el

Andalazia e sennaladamientre la ccedilibdat de Seuillardquo120

Las casas que los hidalgos recibieron en Sevilla iban acompantildeadas de otros lotes de propiedades en su teacutermino veinte aranzadas de olivar en el Aljarafe seis aranzadas de vintildea en los alrededores de Sevilla dos aranzadas de huerta en el espacio inmediato a las puertas de la ciudad y seis yugadas de heredad121 Llama la atencioacuten el escaso vintildeedo que habiacutea en las proximidades de la metroacutepoli lo cual se debiacutea naturalmen-te a lo excepcional de un cultivo sobre el que habiacutean pesado durante la eacutepoca islaacutemica y especialmente durante el periacuteodo almohade duras

116 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo pp 118-119 117 Ibid p 119118 Conocemos los nombres de esos 33 caballeros de los cuales 30 debiacutean ser hidalgos y

los 3 restantes simples adalides ldquoDon Gil el adalidrdquo ldquoAlvar Yaacutentildeez el adalidrdquo e ldquoIuan Fernaacutendez el adalidrdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 373 (pp 394-396)

119 Seguacuten don Manuel Gonzaacutelez se trata concretamente de 23 hidalgos y 7 adalides Don Julio Gonzaacutelez sin embargo cuenta 32 caballeros en lugar de 30 Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea p 55 y GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 407

120 Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)121 ldquo(hellip) pueblo en la ccedilibdat de Seuilla CC caualleros fijosdalgo e hereacutedolos yacute desta guisa do

al cauallero casas buenas para su morada en Seuilla XX aranccediladas de oliuar e de figue-ral VI aranccediladas de uinnas II aranccediladas de huerta VI judgadas de heredat para pan a anno e uez (hellip)rdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 71

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

restricciones de caraacutecter religioso122 La falta de vintildeedos en la zona para cumplir con la promesa del rey de entregar a cada hidalgo una suerte de seis aranzadas de vintildea explica que ldquolo que mengua de las vinnas en oliuar en el Axaraferdquo es decir se suplieron las aranzadas de vintildea no en-tregadas con aranzadas de olivar aljarafentildeo123

En Eacutecija el nuacutemero de hidalgos asentados fue ndashque sepamosndash de 2 solamente aunque es cierto que su libro del repartimiento ha llegado incompleto a nuestros diacuteas124 Mucho mejor conocido es el caso de Car-mona donde el Rey Sabio asentoacute a 31 caballeros hidalgos125 que fueron recompensados con dos casas en la villa ocho yugadas de labor seis aranzadas de vintildea y tres aranzadas de huerta cada uno La excepcioacuten la presenta don Guilleacuten el ldquoalcalde de Carmonardquo quien recibioacute un here-damiento de mayores proporciones las casas ldquoque fueron de Abdulgelyrdquo ocho yugadas de tierra de labor seis aranzadas de vintildea dos aranzadas de huerta y dos aranzadas para alcacel que era una tierra destinada a ser sembrada de cebada verde para alimento de la caballeriacutea126

Lebrija acogioacute a 17 caballeros hidalgos127 de los que conocemos sus nombres y apellidos pero no las casas y heredades que recibieron128 y en Arcos de la Frontera se asentaron 34 caballeros de linaje aunque ignoramos tambieacuten en este caso la naturaleza de los heredamientos percibidos129

122 La razoacuten de ser del escaso vintildeedo cultivado por los almohades en Sevilla fue la de producir uvas que despueacutes seriacutean convertidas en pasas un tipo de fruta seca impres-cindible en la gastronomiacutea andalusiacute

123 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ BORRERO FERNAacuteNDEZ y MONTES ROMERO-CAMACHO Sevilla en tiempos de Alfonso X el Sabio pp 37-40

124 SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 15 28 y 33-50

125 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 65126 Un documento fechado el 27 de noviembre de 1253 designa a don Guilleacuten ldquoel alcaide de

Carmonardquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72 Diplo-matario doc nuacutem 76 (pp 74-75) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 145-146

127 Para el Prof Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez estos diecisiete caballeros de Lebrija no debiacutean ser hidalgos sino ciudadanos Asiacute aunque en los documentos aparecen como tales el calificativo de caballeros hidalgos les habriacutea sido dado ldquotardiacutea e interesadamenterdquo Veacutease a este respecto GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 213-214

128 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLebrija en el siglo XIIIrdquo129 Don Julio Gonzaacutelez siguiendo a Miguel Manchentildeo ndashquien a su vez toma el dato de

Pedro de Gamaza (historiador del Seiscientos)- cifra en 50 los caballeros hidalgos es-tablecidos en Arcos de la Frontera Para Gamaza los 50 hidalgos que poblaron Arcos forman parte del grupo de los 200 establecidos por Alfonso X en Sevilla Sin embargo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9672

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

En Jerez de la Frontera el monarca emplazoacute a 40 caballeros hidalgos aquiacute llamados caballeros del feudo130 que recibieron ademaacutes de casas en la villa quince aranzadas de olivar doce aranzadas de vintildea131 dos aranzadas de huerta y seis yugadas de tierra de labor praacutecticamente lo mismo que obtuvieron los caballeros de linaje de Sevilla132

No conocemos el nuacutemero exacto de los hidalgos establecidos en Medi-na Sidonia despueacutes de la conquista pero siacute tenemos noticias de su exis-tencia pues por un privilegio rodado fechado en enero de 1268 Alfonso X otorgaba a los caballeros de linaje de la villa ldquoaquellas franquezas que han los caualleros fijosdalgo que moran en la noble ccedilibdat de Toledordquo con la condicioacuten de que fuesen ldquonuestros uassallos quitamientrerdquo133 El documento deja entrever la presencia al menos desde 1268 de las tres claacutesicas categoriacuteas socio-militares en Medina Sidonia (caballeros hidal-gos caballeros ciudadanos y peones) lo que apunta a la existencia de un repartimiento anterior a esa fecha del que no hay noticias que debioacute producirse entre 1264 antildeo de la segunda conquista de la plaza y 1268 fecha del citado documento134

los datos no casan seguacuten el primer historiador de Arcos uno de los caballeros llegados a la villa fue Pedro Fernaacutendez Aznar pero su nombre no figura en la noacutemina de los 200 caballeros hidalgos instalados en la capital hispalense Es probable por tanto que el nuacutemero de hidalgos establecidos en la localidad arcense despueacutes de la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 fuera de 34 de manera que los 16 restantes que faltan para llegar a los 50 que propone Gamaza pudieron ser inventados por los propios genealogistas del Seiscientos al objeto de justificar la antiguumledad en Arcos de los linajes maacutes importantes de la villa a fines de la Edad Media Sobre este asunto veacutease GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 291 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 185-187 y principalmente SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos linajes medievales de Arcos de la Fronterardquo

130 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ y GONZAacuteLEZ GOacuteMEZ El libro del repartimiento de Jerez de la Frontera

131 Realmente el documento de la concesioacuten fechado en Jerez el 9 de octubre de 1268 no dice que las aranzadas de vintildea otorgadas a cada caballero del feudo fueran doce sino que establece formalmente como bienes a entregar ldquosex aranccediladas de uinnasrdquo por un lado y ldquoseys aranccediladas de tierra para majuelosrdquo por otro que en total sumariacutean doce La expresioacuten ldquode tierra para majuelosrdquo hace pensar en una especie de ldquoobligacioacuten agriacutecolardquo impuesta por la Corona a los nuevos propietarios de esas tierras De alguna manera Alfonso X estaba potenciando el cultivo de la vid en Jerez que desde entonces tanta tradicioacuten e importancia ha tenido y sigue teniendo en toda su comarca

132 Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381)133 Diplomatario doc nuacutem 343 (pp 370-372)134 El documento en cuestioacuten datado en Jerez el 27 de enero de 1268 establece efectiva-

mente tres categoriacuteas entre los pobladores de Medina Sidonia la de los ldquocaualleros de linagerdquo que recibieron los privilegios de los hidalgos de Toledo la de ldquolos otros mora-dores de la uilla de Medinardquo a quienes se les concedioacute las mismas franquezas de que disfrutaban los ldquocaualleros cibdadanosrdquo de Sevilla y la de ldquocomunalmientre (hellip) todos

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 73

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Finalmente en Vejer de la Frontera se instalaron un total de 25 gue-rreros entre caballeros hidalgos escuderos y adalides recibiendo cada uno de ellos tres yugadas de pan El repartimiento de la villa se acometioacute en 1288 siendo obra ya por tanto de Sancho IV hijo y sucesor de Alfon-so X135 Sabemos muy poco de la historia de Vejer antes de 1288 Seguacuten la Croacutenica de Alfonso X tras el sometimiento de Jerez en 1264 el rey ldquofue a Vejer e a Medyna Sydonia e a Rota et a Santluacutecal e los moros que las teniacutean entregaacuteronlasrdquo136 Lo maacutes seguro es que fuera entonces cuando se instalara en la fortaleza de la villa una guarnicioacuten que lograriacutea superar andando el tiempo tanto la sublevacioacuten mudeacutejar de los antildeos 1264-1266 como las numerosas razias de los benimerines norteafricanos que pasa-ron una y otra vez por sus alrededores en su camino hacia el valle del Guadalquivir especialmente entre 1275 y 1285137

Del resto de villas fronterizas es muy poco lo que conocemos en re-lacioacuten a este asunto debido a la escasez de fuentes o simplemente a su inconcrecioacuten138

los pobladores de Medinardquo es decir el ampliacutesimo grupo de los peones Por otra parte el libro del repartimiento de Medina Sidonia tal y como nos ha llegado contiene tres repartimientos correspondientes a los antildeos 1346 1379 y 1459 fechas que coinciden con tres momentos en los que Medina fue villa de sentildeoriacuteo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 343 (pp 370-372) y RODRIacuteGUEZ LIAacuteNtildeEZ y ANASAGASTI VALDERRAMA Libro del Repartimiento de Medina Sidonia pp 17-18

135 LADERO QUESADA y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa poblacioacuten en la frontera de Gibraltarrdquo136 Croacutenica p 39137 GARCIacuteA FITZ ldquoLos acontecimientos poliacutetico-militares de la Fronterardquo pp 10-40 y 47-

49138 Pondremos algunos ejemplos al respecto El ilustrado Joseacute Anselmo Ruiz de Cortaacutezar

autor de una Historia de El Puerto escrita hacia 1764 asevera que ldquodespueacutes que este Sabio Rey lo pobloacute con caballeros hidalgos y otros buenos vecinos desde el antildeo de 1264 y siguientes (cuyos nombres de pobladores omitimos referir porque no hay familia alguna existente de las que tuvieron entonces repartimiento)helliprdquo La alusioacuten que hace el historiador local a la existencia de caballeros hidalgos en la villa portuense en torno a 1264 demuestra por un lado que Alfonso X asentoacute tambieacuten alliacute a individuos de esta categoriacutea socio-militar y por otro que todaviacutea a mediados del siglo XVIII se conserva-ban en la localidad algunas listas con los nombres de los primeros repobladores listas que desgraciadamente se han perdido del todo Y lo mismo puede decirse para el resto de villas andaluzas Al referirse a la ciudad de Caacutediz por citar otro caso el Prof Gon-zaacutelez Jimeacutenez afirma ldquoAunque no se exprese [en el libro del repartimiento gaditano] la condicioacuten social de hidalguiacutea de algunos de los repobladores todo hace pensar que en Caacutediz se establecieron tambieacuten hidalgosrdquo Un uacuteltimo dato Cuando en 1253 el monarca concedioacute al concejo de Sevilla las villas de Moroacuten Cote Cazalla Osuna Lebrija y las dos islas del Bajo Guadalquivir lo hizo con el requisito de que la Corona conservariacutea la titularidad de los castillos existentes en la zona y en compensacioacuten se comprometiacutea a nombrar como alcaides para esas fortalezas a algunos de los 200 caballeros hidalgos establecidos en la capital Ello nos conduce a pensar que tambieacuten en nuacutecleos como

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9674

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Los caballeros de linaje asentados en la Frontera tuvieron preferen-temente tres cometidos en las tierras que recibieron habitarlas defen-derlas y gobernarlas Como caballeros del rey que fueron y por lo tanto sus vasallos nos interesa ocuparnos de las responsabilidades militares que asumieron Volviendo de nuevo a la ciudad de Sevilla los hidalgos alliacute asentados debiacutean ldquodestar guisados de cauallos e darmas de fuste e de fierrordquo disponiendo el soberano ldquoque me fagan seruicio (hellip) tres meses cada annordquo139 En alguna ocasioacuten llegaron a recibir encargos muy con-cretos como la guarda del castillo de Triana la Torre del Oro y el puente de barcas en 1253 Esta labor fue encomendada a cien caballeros de li-naje que habriacutean de tener

ldquo(hellip) todos los guisamientos de armas convenibles como lanzas espa-

das e scudos pavese lorigas brafonas perpuntes capacetes bacinetes

vallestas de todas suertes assiacute de estribera como de hombro y almena

e las demaacutes conbeniblesrdquo140

Dichos caballeros recibiriacutean ademaacutes el apoyo de trescientos peones que estariacutean ldquoal su mandadordquo

En Carmona el rey ordenoacute a su alcalde don Guilleacuten que estuviera ldquoguisado de cauallo e de loriga e de brafonera e de perpuntes e de armas de fust e de fierrordquo advirtieacutendole que ldquosi non tovierdes loriga de cavallo que la tengadesrdquo141 Esta obligacioacuten le fue impuesta tambieacuten al hidalgo don Garciacutea Ibaacutentildeez de Cea cuando recibioacute casas y tierras en ese mismo municipio142

Moroacuten Cazalla u Osuna pudo haber ocasionalmente al menos hidalgos pobladores Veacutease RUIZ DE CORTAacuteZAR Puerto de Santa Mariacutea Ilustrado p 183 GONZAacuteLEZ JIMEacute-NEZ (ed) Repartimiento de El Puerto de Santa Mariacutea p lxxxix y Diplomatario doc nuacutem 81 (pp 85-87)

139 Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)140 Diplomatario doc nuacutem 102 (p 104)141 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72 y Diplomatario doc

nuacutem 76 (pp 74-75)142 El documento de la concesioacuten dispone textualmente que don Garciacutea Ibaacutentildeez de Cea te-

niacutea que estar ldquoguisado de cauallo et de armas de loriga et de brafoneras e de perpuntes e de armas de fuste et de fierrordquo instaacutendole a que ldquosi pudieacutesedes tener loriga de cauallo que la tenga e que fagades a miacute aquel seruiciordquo (Diplomatario doc nuacutem 87 (pp 91-92))

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 75

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Finalmente en Jerez de la Frontera Alfonso X dispuso que los 40 caballeros alliacute afincados mantuvieran en todo momento ldquoguisados los cuerpos e los cauallos armadosrdquo143 a fin de guardar convenientemente las puertas de sus murallas144

Estas disposiciones hablan por siacute solas de la voluntad del rey de con-fiar la proteccioacuten de las principales ciudades de realengo al grupo so-cio-militar de los caballeros hidalgos el maacutes preparado sin duda para ese fin de entre todos los pobladores de la Frontera

Los caballeros de linaje asumieron tambieacuten responsabilidades de tipo poliacutetico A ellos y soacutelo a ellos estaban reservados los principales oficios municipales en especial las alcaldiacuteas el alguacilazgo y segura-mente tambieacuten las alcaidiacuteas de las fortalezas145 Pero sus privilegios no se agotan en el control de los cargos municipales de las ciudades y villas realengas Su condicioacuten social les permitioacute disfrutar tambieacuten de otras muchas prerrogativas y exenciones En Sevilla el monarca pagoacute ldquoqui-nientos sueldos de emendardquo146 a cada uno de los 200 caballeros hidalgos establecidos en la ciudad al tiempo que quedaron exentos del pago de la moneda forera147 Y lo mismo sucedioacute en otros municipios de la regioacuten

En Carmona por ejemplo el rey dio a los caballeros hidalgos un pla-zo de siete meses largos para que se convirtieran en vasallos de un noble o del propio monarca de quien en su caso recibiriacutean la correspondien-te soldada vasallaacutetica o beneficio El caraacutecter perentorio de este plazo apremiaba a dichos hidalgos a encontrar sentildeor resultando ser de ese modo una eficaz estrategia para ganar suacutebditos Por si ello fuera poco aqueacutellos que decidieran convertirse en vasallos del rey recibiriacutean de la Corona un heredamiento muy atractivo (240 hectaacutereas de buena tierra de labor casas en la villa y otros bienes agriacutecolas) y posteriormente la consabida soldada anual Asiacute fue coacutemo Alfonso X pudo contar en Carmo-na con un valioso grupo de caballeros hidalgos vasallos directos suyos

En Jerez de la Frontera el monarca dotoacute en 1268 de una soldada vasa-llaacutetica anual de doscientos maravediacutes a cada uno de los 40 caballeros del feudo instalados en la villa148 y ese mismo antildeo concedioacute a los hidalgos de

143 Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381)144 GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 291145 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 190-191146 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzasrdquo p 112147 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlfonso X y las oligarquiacuteas urbanas de caballerosrdquo p 211148 ldquoE por fazerles maacutes de bien e de merccediled e porque todauiacutea puedan estar meior guisados

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9676

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Arcos y de Medina Sidonia los privilegios de que gozaban los caballeros hidalgos de Toledo aunque con una condicioacuten que se convirtieran en vasallos suyos ldquoquitamienterdquo149 Esta exigencia es decir que los hidalgos de esas villas fuesen vasallos del rey ldquoquitamienterdquo o lo que es lo mismo en exclusiva es de una trascendencia enorme porque constituye una prueba incontestable de la poliacutetica reformista de Alfonso X encaminada a reforzar el poder regio en las ciudades y villas de realengo controlan-do asiacute a sus oligarquiacuteas dirigentes y bloqueando de paso la influencia que en ellas pudiera ejercer la alta nobleza del reino150

En definitiva Alfonso X se atrajo a las oligarquiacuteas urbanas de caballe-ros de linaje mediante la concesioacuten de privilegios y exenciones fiscales de todo tipo Y a partir de 1264 coincidiendo con el comienzo de la revuelta mudeacutejar les forzoacute a convertirse en vasallos directos suyos y tambieacuten del infante heredero Se trataba de un vasallaje con todas las consecuencias formalizado en un documento redactado ad hoc que haciacutea de los caballe-ros hidalgos residentes en las principales localidades realengas vasallos ligios del rey y del priacutencipe a cambio naturalmente de un feudo de bolsa y de la reserva de todos los portillos o cargos municipales Como se puede faacutecilmente inferir esta poliacutetica buscaba a traveacutes del reforzamiento del poder monaacuterquico en el seno de los concejos el debilitamiento de las ba-ses sociales de la aristocracia castellano-leonesa151

222 Los caballeros ciudadanos

La segunda categoriacutea socio-militar de los repobladores de Andaluciacutea es la de los caballeros ciudadanos Las fuentes los definen como ldquochris-tianos pobladores que tienen cauallos e armasrdquo152 y como ldquocibdadanos guisados de cauallos e de armasrdquo153 de donde el nombre con el que geneacute-ricamente son conocidos en la Frontera no era maacutes que la adaptacioacuten a un mundo de ciudades de la tradicional caballeriacutea villana de Castilla

La caballeriacutea popular villana o ciudadana como se le quiera llamar llegoacute a Andaluciacutea de la mano de los conquistadores en una fase relati-

para fazernos seruicio tenemos por bien que cada vno dellos tenga de nos (hellip) cada anno dozientos morauediacutesrdquo (Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381))

149 Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370) y doc nuacutem 343 (pp 370-372)150 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 190151 Ibid p 147 (nota 24)152 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72153 Diplomatario doc nuacutem 404 (pp 429-430)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 77

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

vamente madura de su evolucioacuten154 Se trataba loacutegicamente de gentes que ya gozaban de la condicioacuten de caballeros en sus lugares de origen y que en muchos casos como tales participaron en las operaciones de conquista de la regioacuten donde recibieron casas y tierras

Es bien conocido que en Castilla la posesioacuten de bienes por una de-terminada cuantiacutea obligaba al villano a mantener caballo y armas y en consecuencia a pertenecer al grupo de la caballeriacutea villana Pero iquestpo-driacutea decirse lo mismo para el caso andaluz Este asunto no estaacute claro del todo Tradicionalmente la historiografiacutea ha defendido el caraacutecter voluntario de la caballeriacutea popular andaluza en el periodo anterior a las medidas de Alfonso XI por las que se instauroacute la caballeriacutea de cuantiacutea tambieacuten llamada de alarde y de premia Abundan por ende las monogra-fiacuteas que describen la caballeriacutea ciudadana del territorio fronterizo como un grupo abierto al que se accediacutea libremente de manera que cualquier ciudadano cuya posicioacuten econoacutemica le permitiacutea poseer caballo y armas podiacutea acceder si asiacute lo queriacutea al grupo de los caballeros ciudadanos y con ello a la honra y privilegios que tal condicioacuten comportaba155 Hay incluso fueros que expresan esta posibilidad de una manera muy expliacute-cita como el de Carmona que afirma textualmente

154 El origen de la caballeriacutea villana se remonta al siglo X Una breve siacutentesis de sus comien-zos es la que sigue En el siglo X la pequentildea nobleza y los villanos de la sociedad rural de Castilla y Leoacuten permanecieron libres durante mucho tiempo del control sentildeorial Una vez que los cristianos bajaron de las montantildeas para poblar el valle del Duero y surgioacute la necesidad imperativa de disponer de caballeriacutea los nobles concedieron algunos pri-vilegios a aquellos villani u hombres libres que podiacutean servir como caballeros La con-secuencia fue que muchos de estos hombres fronterizos ascendieron socialmente y se convirtieron en caballeros villanos Para conseguir el estatus de caballero esos villanos teniacutean que poseer riqueza suficiente para mantener el caballo y las armas correspon-dientes y disfrutaban de sus privilegios no en virtud del linaje sino por su valor militar Ahora bien la capacidad de una misma familia de prestar el servicio militar como ca-balleros durante dos o tres generaciones aseguraba a los caballeros villanos alcanzar el rango de hidalgos que siacute eran valorados por su sangre o linaje Se trata evidentemente de un fenoacutemeno exclusivo del feudalismo hispano como exclusiva fue tambieacuten de la Espantildea cristiana medieval la forma sentildeorial de las behetriacuteas en la que nuevamente observamos amplias libertades en el seno de familias plebeyas Los sentildeoriacuteos de behetriacuteas aparecieron en la primera mitad del siglo XII y aluden a la tierra en la que su cultivador (un campesino o laborator) gozaba de libertad para elegir a su sentildeor El labriego que se encontraba en esa situacioacuten es denominado ldquohombre de behetriacuteardquo Veacutease MACKAY La Espantildea de la Edad Media p 59 y ESTEPA DIacuteEZ Las Behetriacuteas Castellanas

155 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacutea (siglos XIII al XV)rdquo p 317

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9678

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) si alguno de los peones pudiere et quisiere ser cauallero en algunt

tienpo seacutealo et entre en costunbre de los caualleros ellos et sus fijos et

sus herederosrdquo156

Y en buena loacutegica si la entrada en la caballeriacutea ciudadana era dis-crecional tambieacuten debiacutea serlo la renuncia al estatus de caballero Sin embargo estudios maacutes recientes han venido a demostrar justamente lo contrario La publicacioacuten a finales de los antildeos ochenta y durante la deacute-cada de los noventa de ciertos documentos alfonsiacutees permite concluir sin el menor geacutenero de dudas que al menos para el caso de Sevilla to-dos aquellos repobladores que poseiacutean una determinada cantidad de riquezas estaban obligados a tener y mantener caballo y armas El dato lo conocemos gracias a la disposicioacuten nuacutemero XV de las ldquoOrdenanzas de Alfonso X concedidas a Sevillardquo que estableciacutea lo siguiente

ldquo(hellip) todos aquellos que son ricos e an la quantia puesta e ordenada por

el conccedileio de Seuilla son apremiados de tener cauallos e armas so pena

que les es puesta por conccedileio o por cabillordquo157

Es maacutes dependiendo de la riqueza atesorada por los pobladores el grado de compromiso con la caballeriacutea popular reflejado principalmen-te en las obligaciones militares contraiacutedas era maacutes o menos acusado En este sentido aqueacutellos que disponiacutean de cuatro mil maravediacutes de renta debiacutean tener ldquoel cuerpo e el cauallo armadordquo aqueacutellos otros cuya riqueza rondaba los dos mil maravediacutes estaban obligados a mantener ldquotodo gui-samento de cauallero saluo loriga de cauallordquo finalmente los poblado-res que disfrutaban de mil maravediacutes habiacutean de estar provistos de ldquovn roccedilin e vn prepunt o un camisote e vn capiello de fierro e vna lanccedila o vna azcona monterardquo158 De la terminologiacutea empleada en estas ordenanzas podemos colegir que la consistencia del animal tambieacuten dependiacutea del caudal acumulado por el caballero Asiacute quienes poseiacutean entre dos mil y cuatro mil maravediacutes tendriacutean que contender con un ldquocauallordquo enten-diendo el vocablo como sinoacutenimo de corcel o palafreacuten Sin embargo los villanos cuya renta soacutelo alcanzaba los mil maravediacutes quedaron cons-

156 HERNAacuteNDEZ DIacuteAZ SANCHO CORBACHO y COLLANTES DE TERAacuteN Coleccioacuten Diplomaacute-tica de Carmona p 4 (ley XI)

157 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzasrdquo p 111158 Ibid pp 111-112 y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en la Fronterardquo p 336

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 79

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

trentildeidos a presentar un simple ldquoroccedilinrdquo es decir un penco o jamelgo de menor enjundia y valor En todos los casos la cuantiacutea exigida no incluiacutea el valor de la casa en la que moraba el ciudadano Por tanto a todos aquellos vecinos de la ciudad de Sevilla que amasaron un miacutenimo de mil maravediacutes ndashla menor de las cantidades establecidas por su concejondash se les exigioacute disponer de cabalgadura y armas

Lo ocurrido en Sevilla no fue en modo alguno un caso particular ni extraordinario Todo indica que lo mismo sucedioacute en Coacuterdoba donde la costumbre debioacute ser tambieacuten que aqueacutellos que alcanzasen un deter-minado nivel de riqueza o ldquoualiacuteardquo fueran compelidos a tener caballo y armadura Seguacuten unas costumbres cordobesas recogidas en un docu-mento de Lorca villa que se regiacutea por el fuero de Coacuterdoba

ldquo(hellip) es ordenado assi entre nos todos los que an contia de tres mill

maravediacutes sin su morada mantienen cauallosrdquo159

Con todo y dado que existen pruebas documentales que asiacute lo ava-lan lanzamos desde aquiacute una tercera posibilidad y es que las dos situa-ciones descritas fueran vaacutelidas en la Frontera y se practicasen de facto de manera simultaacutenea De esta forma todos los villanos que superaran la cuantiacutea-base impuesta por el concejo municipal estariacutean obligados por ley a combatir a caballo pero igualmente aquellos otros que no disponiendo de la cantidad miacutenima exigida se encontraban en condi-ciones de adquirir montura y panoplia y era su voluntad ingresar en la caballeriacutea villana podriacutean haberlo hecho sin el menor inconveniente alcanzando ellos tambieacuten la ldquoonrra de cauallerordquo En resumidas cuentas bien por voluntad propia bien obligados por las normativas concejiles la cuestioacuten es que en el siglo XIII encontramos una larga noacutemina de ca-balleros ciudadanos poblando y defendiendo las villas maacutes importantes de Andaluciacutea Otro asunto bien distinto es determinar en queacute porcentaje lo hicieron en relacioacuten a la poblacioacuten total lo que tambieacuten tiene su com-plicacioacuten

Para el caso de Sevilla estamos muy bien informados sobre el grupo de los 200 caballeros hidalgos asentados en la ciudad pero nada sabe-mos del resto de pobladores (los varios miles de caballeros ciudadanos

159 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoOrdenanzas y fuero concedidos a la ciudad de Coacuterdoba por Fernan-do IIIrdquo p 407

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9680

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

y de peones) que a partir de 1253 se desplazaron desde sus lugares de origen para poblar la urbe hispalense

Mejor conocido es el caso de Eacutecija donde sabemos que se asentaron 21 caballeros ciudadanos quienes recibieron entre tres y cuatro yuga-das de tierra160 Por lo que a Carmona respecta 15 fueron los caballe-ros de esta categoriacutea que tomaron parte en el repartimiento de la villa lo que constituye un porcentaje muy bajo de su poblacioacuten inicial Aquiacute cada caballero recibioacute ldquoquatro yugos de bueyes anno e vesrdquo161

A diferencia de las localidades anteriores donde el nuacutemero de caba-lleros ciudadanos fue sorprendentemente bajo en Jerez de la Frontera se llegaron a asentar hasta 212 pobladores de esta condicioacuten162 Desgra-ciadamente el libro del repartimiento ruacutestico ha desparecido asiacute que desconocemos coacutemo fueron distribuidas las tierras del campo jerezano y cuaacutentas yugadas de pan percibioacute cada uno de ellos

Por uacuteltimo en Vejer de la Frontera se identifican un total de 39 ldquociu-dadanos de a caballordquo asentados en 1288 cada cual con un lote de dos yugadas de tierra de labor163 Del resto de villas andaluzas no sabemos praacutecticamente nada

No obstante en opinioacuten de quienes han estudiado el tema en profun-didad los datos que aportan las fuentes acerca de los primeros repobla-dores de los municipios fronterizos son erroacuteneos en muchos contextos Las manipulaciones intencionadas de algunos documentos del siglo XIII realizadas ya a fines de la Edad Media y los comienzos de la Moderni-dad han obrado en detrimento del grupo de los caballeros ciudadanos y en beneficio siempre del de los hidalgos Asiacute por ejemplo no consta que en los lugares dependientes de Sevilla como era el caso de Lebrija se estableciesen caballeros hidalgos Lo habitual fue que los caballeros asentados en las villas del alfoz de la ciudad perteneciesen al grupo de los ciudadanos En esta direccioacuten los diecisiete caballeros de Lebrija ca-lificados en las fuentes como hidalgos debieron ser en realidad simples caballeros ciudadanos ennoblecidos tardiacutea e interesadamente El argu-mento maacutes poderoso para rechazar que se tratara de hidalgos lo consti-tuye la famosa ldquonoacuteminardquo o lista de la Frontera elaborada hacia 1290 en

160 SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo pp 535-551 y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 28

161 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo pp 72-73162 GONZAacuteLEZ y GONZAacuteLEZ El libro del repartimiento de Jerez p LIV163 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 272-273

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 81

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

tiempos de Sancho IV en la que se relacionan todos aquellos caballeros de linaje que percibiacutean del rey soldadas vasallaacuteticas En esta noacutemina no figuran como era de esperar los hidalgos de Lebrija al igual que tam-poco aparecen los de Tejada o Sanluacutecar la Mayor villas pertenecientes tambieacuten a la jurisdiccioacuten sevillana164

Nuacutemeros aparte los caballeros ciudadanos de Andaluciacutea llamados en un documento dado a los pobladores de Arcos en 1268 ldquotodos los otros cauallerosrdquo165 tuvieron esencialmente los mismos deberes que se les exigioacute a los hidalgos de la Frontera es decir habitar las tierras que les fueron confiadas defenderlas con sus propios medios y en algunos casos tambieacuten gobernarlas

Residir en el heredamiento recibido y defenderlo del peligro musul-maacuten eran dos obligaciones iacutentimamente ligadas Hubo incluso una su-peditacioacuten de la primera respecto a la segunda en el sentido de que maacutes se repoblaba el territorio cuanta maacutes necesidad de defenderlo habiacutea Quiere ello decir que la mayor o menor abundancia de pobladores estu-vo en relacioacuten directa con la proximidad o lejaniacutea de la frontera fiacutesica de forma que en las plazas cercanas a la misma el monarca procuroacute instalar siempre el mayor nuacutemero posible de pobladores sobre todo de aquellos pobladores especializados en la defensa del territorio como eran los hidalgos los caballeros ciudadanos y otros grupos de militares profesionales (adalides almocadenes ballesteros y almogaacutevares) Esta circunstancia explicariacutea el asentamiento de los escasos 15 caballeros ciudadanos en Carmona o los 21 de Eacutecija frente a los 212 de Jerez Sien-do todas villas de frontera la defensa de Jerez se antojaba maacutes peligrosa y difiacutecil debido irremediablemente a su mayor proximidad con respec-to a la primera raya limiacutetrofe y debido tambieacuten a su inmediacioacuten al Estrecho de Gibraltar y por tanto al reino de Marruecos

Por otra parte los caballeros ciudadanos tuvieron igualmente opor-tunidades para participar en el gobierno municipal de los enclaves que repoblaron Pero al igual que ocurriacutea con los hidalgos los privilegios de la caballeriacutea ciudadana no se limitaron al acceso a los poderes locales

164 En la Noacutemina de la Frontera aparecen en cambio un total de 242 caballeros distribui-dos entre las ciudades siguientes Sevilla (85) Carmona (7) Jerez (50) Arcos (8) Niebla (13) Eacutecija (5) Coacuterdoba (43) Jaeacuten (16) Uacutebeda (3) Anduacutejar (1) Arjona (3) y Baeza (8) Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos laquohombres del reyraquo en la Andaluciacutea del siglo XIIIrdquo y SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos Caballeros Jerezanos en la laquoNoacutemina de la Fronteraraquo de 1290rdquo

165 Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9682

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Sus miembros disfrutaron asimismo de otras muchas franquezas y mer-cedes de manera que pese a no ser de condicioacuten noble estos caballeros actuaron de hecho como si lo fueran al combatir a caballo y especial-mente al beneficiarse de algunas ventajosas prerrogativas como la de estar exentos del pago de la moneda forera en ciudades como Sevilla166 o Arjona167 lo que a efectos reales significaba la equiparacioacuten fiscal entre caballeros hidalgos y ciudadanos

223 Los peones

A diferencia de los caballeros que fueron vasallos del monarca en un sentido estricto razoacuten por la cual hay que considerarlos como parte integrante del reacutegimen feudal los peones no eran de condicioacuten noble y aunque las fuentes se refieren a ellos como ldquovasallosrdquo del rey hay que interpretar aquiacute el teacutermino como sinoacutenimo de ldquosuacutebditosrdquo de la Corona esto es como un elemento propio del reacutegimen sentildeorial En el momento de la conquista los primeros vasallos del monarca fueron los propios musulmanes ya que Fernando III alcanzoacute con la mayoriacutea de ellos una serie de pactos llamados en los textos ldquoposturasrdquo ldquopleytosrdquo y ldquocapitula-cionesrdquo en virtud de los cuales los mudeacutejares andaluces a cambio de entregar las alcazabas y convertirse en suacutebditos personales suyos pu-dieron seguir habitando sus casas y tierras tras la ocupacioacuten cristiana Refirieacutendose a Andaluciacutea la Primera Croacutenica General relata que

ldquo(hellip) los moros (hellip) dieacuteronse al rey don Fernando por beuir en paz et

seer anparados et fezieron sus posturas con eacutel de los tributos e de los

pechos quel diesen cada anno et recibieacuteronle por rey et por sennor et eacutel

a ellos por uasallosrdquo168

Con el tiempo y a medida que las autoridades castellanas fueron re-poblando el territorio conquistado aumentoacute el nuacutemero de pobladores castellano-leoneses sobre todo a partir de la expulsioacuten forzosa de los

166 En 1273 Alfonso X eximioacute de moneda forera a todos los ldquocibdadanosrdquo de Sevilla ldquoque es-tudieren guisados de cauallos e de armasrdquo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacuteardquo p 318 (nota 9) y Diplomatario doc nuacutem 404 (pp 429-430)

167 En 1288 Sancho IV exoneroacute a todos los caballeros ciudadanos de Arjona que ldquoestuvie-sen aprestados de cavallos e armasrdquo del pago ldquode la moneda forera que nos dan de siet en siet annos ansiacute como lo son los caualleros fijosdalgordquo Veacutease de nuevo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacuteardquo p 318 (nota 9)

168 ALFONSO X Estoria de Espantildea (Primera Croacutenica General) cap 1048 p 736

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 83

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

mudeacutejares andaluces acometida por Alfonso X antes y despueacutes de la re-belioacuten mudeacutejar de 1264169 La presencia del Islam granadino al otro lado de la frontera determinoacute la forma de vida de los repobladores cristianos recieacuten llegados lo que indudablemente constituye otra diferencia maacutes entre los vasallos del feudalismo claacutesico y los del feudalismo hispaacutenico entendidos en este contexto como suacutebditos libres de un reacutegimen sentildeorial muy caracteriacutestico En esta liacutenea todos los repobladores efectivos de las tierras de realengo eran juriacutedicamente libres pues apenas hubo en la Frontera del siglo XIII grupos de esclavos o cautivos y por otra parte los campesinos casi nunca estuvieron sometidos a servidumbres persona-les ni a situaciones de semilibertad o adscripcioacuten a la tierra170

Los peones llegados a Andaluciacutea tambieacuten quedaron obligados a cum-plir una serie de tareas en contraprestacioacuten por las tierras recibidas Sus competencias como repobladores no distaron mucho ndashal contrario de lo que a priori pudiera pensarsendash de las de los grupos anteriores En efecto los compromisos que adquirioacute esta categoriacutea socio-militar fue-ron en esencia los mismos que los de la hidalguiacutea y la caballeriacutea villana es decir habitar las heredades adquiridas y protegerlas de los posibles ataques enemigos Asiacute pues soacutelo un cometido diferencioacute a los caballeros de los peones mientras que los primeros gobernaron las villas y ciuda-des andaluzas los segundos se dedicaron a cultivar sus campos Estas obligaciones a las que quedaron vinculados los peones fueron tambieacuten decretadas por la Corona

De todas ellas la maacutes importante fue siempre la de poblar el territo-rio No cabe discusioacuten al respecto si tenemos en cuenta que se trataba de pobladores per se En este sentido en el fuero de Coacuterdoba se afirma taxativamente que

ldquo(hellip) persona ninguna non aya heredat en Coacuterdoba si non fuere hiacute mo-

rador en la villa con su muger e con sus fijosrdquo

Y es natural que asiacute fuese puesto que la obligatoriedad de residencia pretendiacutea garantizar la adecuada defensa de la tierra La obligacioacuten de ldquopoblarrdquo o lo que es lo mismo morar en las heredades recibidas estaacute presente en todos los documentos de naturaleza repobladora Hemos

169 GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ La campintildea sevillana y la frontera de Granada p 52170 LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteos en Andaluciacuteardquo p 439

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9684

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

traiacutedo a colacioacuten algunos ejemplos referidos a la Banda Morisca171 Cuando en 1253 Alfonso X concedioacute al concejo de Sevilla las villas de Moroacuten Cote Cazalla Osuna y Lebrija lo hizo con la contrapartida ndashy asiacute lo expresa literalmente el documentondash de que

ldquo(hellip) me tengan estos logares sobredichos bien poblados de ommes bo-

nos en lo que ellos ouieren de poblarrdquo172

Otro ejemplo cuando en 1279 la Corona adjudicoacute Moroacuten y Cote a la Orden de Alcaacutentara una claacuteusula del privilegio especificaba que el con-vento conservariacutea ambos enclaves siempre que sus maestres ldquolos touie-ren poblados assiacute como deuenrdquo173

Son tambieacuten muchos los diplomas que justifican la concesioacuten de mer-cedes reales con aducciones de caraacutecter repoblador Al otorgar en 1271 el fuero de Sevilla y un mercado semanal al concejo de Moroacuten ldquoque es en la fronterardquo el rey reconocioacute hacerlo ldquoporque la uilla se pueble meiorrdquo174 y cuando por las mismas fechas repartioacute heredades entre los repoblado-res moronenses alegoacute que la medida perseguiacutea ldquopoblar mejor el logarrdquo175

La segunda tarea de los peones de Andaluciacutea fue la defensa de la tie-rra recibida algo exclusivo del feudalismo hispaacutenico176 Debioacute tratarse con mucho de la carga maacutes odiada por los repobladores de a pie ya que la gran mayoriacutea de ellos no eran profesionales de la guerra Para un

171 No sabemos exactamente cuaacutendo se acuntildeoacute la expresioacuten Banda Morisca con la que durante los siglos XIV y XV se designoacute el sector fronterizo del reino de Sevilla con el emirato de Granada Siacute sabemos en cambio que debioacute ser en Sevilla lo mismo que en ella se creoacute la expresioacuten Banda Gallega para referirse a los territorios sometidos a la jurisdiccioacuten del concejo hispalense que haciacutean frontera con el reino de Portugal Es probable que esta locucioacuten comenzara a emplearse bien entrado el siglo XIV pero se aplicaba a un territorio configurado militar poliacutetica juriacutedica y administrativamente en la centuria anterior Asiacute seguacuten Gonzaacutelez Jimeacutenez la Banda Morisca fue en un sen-tido restringido y exacto ldquoel conjunto de territorios fronterizos que dependieron de la jurisdiccioacuten de Sevilla Moroacuten Osuna y Cote en alguacuten momento del siglo XIII y duran-te buena parte de los siglos XIV y XV Matrera y Arcosrdquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa Banda Morisca en el siglo XIII el nacimiento de una fronterardquo p 13

172 Diplomatario doc nuacutem 81 (pp 85-87)173 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480)174 Diplomatario doc nuacutem 389 (pp 409-410)175 Diplomatario doc nuacutem 388 (pp 408-409)176 Como ya hemos indicado a cambio de recibir en heredamiento vecindades suficientes

para asegurar la vida de sus familias los peones fueron compelidos a prestar deberes militares como infanteriacutea Veacutease LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteosrdquo p 438

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 85

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

simple labriego o para un escribano empuntildear un arma y saberla utili-zar llegado el momento debiacutea ser algo realmente inquietante maacutexime cuando se era plenamente consciente de que la falta de destreza para ello podiacutea costarle la vida

No obstante en una de las primeras localidades repobladas despueacutes de la revuelta mudeacutejar de 1264 Jerez de la Frontera las categoriacuteas so-cio-militares habituales en los libros de repartimiento de caballeros hi-dalgos caballeros ciudadanos y peones se amplioacute para dar entrada a nuevos grupos especiales de repobladores como eran los ballesteros del rey los adalides los almocadenes los almogaacutevares los ballesteros los arqueros los lanceros y los escuderos177 iquestQueacute estaba sucediendo Senci-llamente que con el tiempo el grupo de los peones fue hacieacutendose maacutes diverso y confuso hasta el punto de que en su seno llegariacutea a haber des-de experimentados militares profesionales a simples campesinos Este grupo se acaboacute convirtiendo por lo tanto en una categoriacutea socio-militar heterogeacutenea en la que adalides almocadenes y peones debiacutean unirse y organizarse para defender eficazmente el territorio como ya regularon las Partidas

ldquo(hellip) los adalides e los almocadenes deuen mucho catar que lieuen con-

sigo peones en las caualgadas e en los otros fechos de guerrardquo178

177 Pondremos soacutelo dos ejemplos de los muchos posibles para ilustrar esta realidad lo ocurrido en Alcalaacute de Guadaiacutera y en Coria del Riacuteo Hasta 1253 soacutelo debioacute haber en Al-calaacute un reducido contingente de soldados acantonados en la fortaleza Despueacutes de esa fecha y una vez concluido el repartimiento de Sevilla llegariacutea a la plaza una oleada de repobladores propiamente dicho que recibiriacutean casas en la villa y tierras en la hacien-da de Borgalhamar propiedades todas que el rey habiacutea reservado inicialmente para sus galeras Los beneficiarios de las heredades alcalaiacutenas fueron los integrantes de cinco cuadrillas de almogaacutevares dirigidas por sus respectivos almocadenes o jefes de grupo En total se instalaron en la villa 56 guerreros profesionales (51 almogaacutevares y 5 almocadenes) cuyos nombres conocemos y a los que se les entregoacute tierras de labor vintildeas olivares y huertas ademaacutes de las casas correspondientes (60 en total) Es posible que ya por estas fechas rompiendo de alguna manera lo pactado en 1246 los pobla-dores mudeacutejares de Alcalaacute hubiesen sido desplazados de la villa al arrabal Este reveacutes pudo provocar la emigracioacuten de muchos de ellos a Granada como fue el caso seguacuten consta de su alcalde Abeacuten Paxat Por otro lado Alfonso X adjudicoacute en marzo de 1265 la alqueriacutea de Coria a 150 pobladores catalanes probablemente ballesteros adscritos a las galeras del rey Veacutease sobre este particular GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo II pp 107-109 y 164 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 107-108 y Diplomatario doc nuacutem 303 (pp 326-327)

178 Partida II Tiacutetulo XXII Ley VII p 78v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9686

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

De la diversidad existente dentro del conjunto de los peones tambieacuten se hace eco la gran obra legislativa del Rey Sabio seguacuten la cual dichos peones debiacutean estar por ley

ldquo(hellip) bien guisados de buenas lanccedilas e buenos dardos e cuchillos e pu-

ntildeales e otrosiacute deuen traer consigo omes que sepan tirar de ballesta e

que trayan los guisamientos que pertenescen a fecho de ballesteriacutea ca

estos omes cumplen mucho a fecho de guerrardquo179

Se pretendiacutea con ello asegurar que en todo ejeacutercito y con maacutes motivo en la Frontera hubiera especialistas en toda suerte de armas A pesar de que la mayoriacutea de los peones no eran como hemos comentado soldados profesionales a la hora de luchar se les exigiacutea el mismo valor y decisioacuten que a los militares de oficio Asiacute cuando habiacutea que ldquoentrar en tierra de los enemigosrdquo era preferible hacerlo ldquocon pocos peones e buenos que con muchos e malosrdquo Ademaacutes los componentes de este amplio grupo debiacutean ser en liacuteneas generales ldquoligeros e ardides e bien facionados de sus miembros para bien sofrir el afaacuten de la guerrardquo180

Conocemos casos concretos en los que se encargoacute a grupos de peo-nes el cumplimiento de determinados objetivos militares En 1253 por ejemplo Alfonso X encomendoacute a una tropa de ldquotrecientos peonesrdquo (que quedaron bajo las oacuterdenes de cien caballeros de linaje) la defensa del castillo de Triana la Torre del Oro y ldquola puente quacuteestaacute en medio para que la villa non sea entrada por ninguacuten enemigordquo La carta especifica que se trataba de ldquopeones de menestralesrdquo es decir de simples vecinos per-trechados181 Maacutes tarde en 1264 el monarca expidioacute una carta-puebla para repoblar la villa de Osuna en la que haciacutea mencioacuten expresa a la ldquoobligacioacuten de la castilleriacuteardquo lo que significaba que los nuevos poblado-res quedaban emplazados a defender el castillo las torres y las murallas de la plaza182 En ese documento se instaba tambieacuten a los repobladores a mantener armas en buen estado En el mismo sentido la carta-pue-bla otorgada a Alcalaacute de Guadaiacutera en 1280 estableciacutea obligaciones muy parecidas a los ciento cincuenta pobladores que habriacutean de llegar a la villa En este caso los cometidos militares eran concretamente ldquovelar

179 Ibid180 Ibid181 Diplomatario doc nuacutem 102 (p 104)182 Esta carta-puebla fue editada en GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoOsuna en el siglo XIIIrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 87

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

cada noche el castillordquo ldquovelar el arraual seguacuten entendierenrdquo y sobre todo a fin de guardar convenientemente la fortaleza de la plaza morar en ella ldquocon vuestros cuerposrdquo183

La tercera y uacuteltima gran funcioacuten exigida a los peones que repoblaron las villas andaluzas fue la de cultivar la tierra El deber de sembrar los campos tambieacuten estaacute regulado en las Partidas

ldquoLos peones que andan con los adalides e con los almocadenes en fecho

de guerra ha menester que sean fechos e acostumbrados e guisados al

ayre e a los trabajos de la tierrardquo184

La tierra andaluza era feacutertil y generosa y Alfonso X lo sabiacutea perfec-tamente ldquoLa Frontera de Espantildea es de natura caliente e las cosas que nascen en ella son maacutes gruessas e de maacutes fuerte complisioacuten que las de la tierra viejardquo185 Esta circunstancia explica el intereacutes del rey porque los re-pobladores al tiempo que defendiacutean el territorio labraran sus campos La obligacioacuten de trabajar la tierra se detecta en algunos documentos de caraacutecter repoblador como la ya citada carta-puebla de Osuna que con-cediacutea heredades a los pobladores ldquocon tal que fuesen obligados a plantar de vintildeardquo las propiedades percibidas186 Algo parecido ocurrioacute en Moroacuten villa de la fueron expulsados los mudeacutejares en 1254 quedando toda la tierra calva ldquopara labranza de los del pueblordquo187

3 Conclusiones

Hemos diferenciado en el presente trabajo dos tipos distintos de va-sallos directos del monarca para el siglo XIII andaluz los pertenecientes a la alta nobleza del reino y los hidalgos y caballeros villanos

En relacioacuten a los primeros verificamos coacutemo en las tierras andalu-zas se dieron al menos cuatro episodios en los que el beneficio se basoacute en el feudo otorgado el sentildeoriacuteo de Baeza respetado a Abu Muhammad Abu Abdala al-Bayyasiacute el reino de Granada a Muhammad I el reino de Niebla a Abeacuten Mahfot y el reino de Murcia a Abenhut De las seten-

183 FERNAacuteNDEZ GOacuteMEZ ldquoNuevos datos y documentos sobre la repoblacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacuterardquo p 177

184 Partida II Tiacutetulo XXII Ley VII pp 78r y v185 Ibid p 78r186 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 85187 Diplomatario doc nuacutem 147 (pp 158-160)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9688

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ta concesiones sentildeoriales efectuadas en la frontera de Granada duran-te los reinados de Fernando III y Alfonso X hasta en cinco ocasiones (Benamejiacute Vierbeacuten Bornos Osuna y Estepa) el motivo de la donacioacuten fue el de galardonar los meacuteritos de guerra prestados en el pasado y en otras quince (Carchel Matrera Alcalaacute de Guadaiacutera Cuadros Chincoya y Nebliacuten (por dos veces) Baena Estepa Moroacuten Cote Medina Sidonia Alcalaacute de los Gazules y Cabra) la concesioacuten tuvo como contrapartida el compromiso de ofrecer auxilio militar en el futuro En cuatro casos (An-tequera Archidona Alcalaacute de Abenzaide y Marbella) se autorizoacute la en-trega de sentildeoriacuteos pertenecientes todaviacutea a las autoridades granadinas y en once (Matrera Constantina Alcalaacute de Guadaiacutera Cazalla Brenes Tercia Umbrete Osuna Moroacuten Medina Sidonia y Tintildeosa) el monarca segoacute la inmunidad y la jurisdiccioacuten imponiendo su voluntad en los feu-dos transferidos ldquoque entre hy nuestro Adelantadordquo ldquoque los cristianos que hy poblaren que se iudguen por el Fuero de Seuillardquo o ldquoque alliacute sea su conuento e non en otro lugarrdquo

Siendo precisos es cierto que las concesiones que se realizaron bajo estas premisas no constituyen un porcentaje alto con respecto al total de donaciones fronterizas Ahora bien como ya indicamos cierto es tambieacuten que los textos de dichas concesiones son la mayoriacutea de las ve-ces muy geneacutericos y no detallan las condiciones especiacuteficas de las en-tregas regias En cualquier caso creemos que los contextos analizados demuestran a las claras la existencia de originalidades en el feudalismo practicado en la frontera de Granada derivadas sin lugar a dudas de la proximidad del Islam En definitiva el proceso de sentildeorializacioacuten baacutesi-camente jurisdiccional llegoacute a Andaluciacutea en una fase avanzada y auacuten asiacute se detectan notables particularidades con respecto a otros territo-rios de Castilla debido primordialmente al contexto de guerra vivido en el valle del Guadalquivir durante la segunda mitad del siglo XIII

Con respecto al vasallaje de hidalgos y caballeros villanos tambieacuten aquiacute fue decisiva la cercaniacutea de Al-Aacutendalus en la medida en que la ayuda mili-tar debida al monarca por la concesioacuten de un heredamiento o de un feudo de bolsa consistioacute principalmente en defender el territorio de los posibles ataques musulmanes Este cometido fue impuesto tambieacuten a los peones es decir a los simples repobladores o ldquocampesinos vasallosrdquo cuya actividad militar no es apreciable en ninguacuten otro lugar de la Europa del siglo XIII

Concluimos Los cuatro motivos que explicoacute Garciacutea de Valdeavellano para justificar las concesiones reales de tierras en la Espantildea medieval

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 89

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

(merced que se haciacutea al donatario mecanismo para ganarse partidarios fomento del cultivo de la tierra y distincioacuten por los servicios militares prestados o por prestar) se dieron efectivamente en la frontera de Gra-nada durante el reinado de Alfonso X aunque predominan claramente los dos uacuteltimos el primero de ellos correspondiente en un sentido es-tricto al reacutegimen sentildeorial y el segundo al feudal

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

ALFONSO X EL SABIO Las Siete Partidas (glosadas por el Licenciado Gregorio Loacutepez) tomos I y II Salamanca 1555 (ed facs Boletiacuten Ofi-cial del Estado Madrid 1985)

ALFONSO X EL SABIO Estoria de Espantildea ed Ramoacuten Meneacutendez Pidal (Primera Croacutenica General) Bailly-Baillieacutere e hijos Madrid 1906

Croacutenica de Alfonso X Seguacuten el Ms II2777 de la Biblioteca del Palacio Real (Madrid) ed Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (edicioacuten transcripcioacuten y no-tas) Real Academia Alfonso X el Sabio Murcia 1999

Croacutenicas Anoacutenimas de Sahaguacuten ed Julio Puyol Boletiacuten de la Real Acade-mia de la Historia LXXVI (1920) pp 7-26 111-122 242-257 339-356 395-419 512-519 y LXXVII (1920) pp 51-59 151-192

Croacutenica Latina de los Reyes de Castilla ed Luis Charlo Brea Akal Ma-drid 1999

Mariacutea del Mar GARCIacuteA GUZMAacuteN Coleccioacuten Diplomaacutetica del Adelanta-miento de Cazorla (1231-1495) Universidad de Caacutediz Caacutediz 1991

Julio GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Ayuntamiento de Sevilla Se-villa 1998

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Diplomatario Andaluz de Alfonso X El Monte Sevilla 1991

Joseacute HERNAacuteNDEZ DIacuteAZ Antonio SANCHO CORBACHO y Francisco CO-LLANTES DE TERAacuteN Coleccioacuten Diplomaacutetica de Carmona Imprenta Editorial de la Gavidia Sevilla 1941

IBN IDARI AL-MARRAKUSI Al-Bayan Al-Mugrib ed Ambrosio HUICI MIRANDA (edicioacuten y traduccioacuten) Coleccioacuten de Croacutenicas Aacuterabes de la Reconquista Tetuaacuten Editora Marroquiacute Tetuaacuten 1954 vol III

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9690

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

2 Bibliografiacutea

Joseacute Mariacutea ALCAacuteNTARA VALLE ldquoNobleza y sentildeoriacuteos en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X Aproximacioacuten a su estu-diordquo Viacutenculos de Historia Revista del Departamento de Historia de la Universidad de Castilla-La Mancha 2 2013 pp 207-232

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLas Oacuterdenes Militares en la conquista de Sevillardquo Sevilla 1248 Congreso Internacional Conmemorativo del 750 Aniversario de la Conquista de la Ciudad de Sevilla por Fernando III Rey de Castilla y Leoacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (coord) Centro de Estudios Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 167-189

Emilio CABRERA MUNtildeOZ ldquoOriacutegenes del sentildeoriacuteo de Espejo y formacioacuten de su patrimonio territorial (1297-1319)rdquo En la Espantildea medieval II vol 1 1982 pp 211-232

Antonio COLLANTES DE TERAacuteN SAacuteNCHEZ ldquoLos sentildeoriacuteos andaluces Anaacutelisis de su evolucioacuten territorial en la Edad Mediardquo Historia Insti-tuciones Documentos 6 1979 pp 89-112

Carlos ESTEPA DIacuteEZ Las Behetriacuteas Castellanas vols I y II Junta de Cas-tilla y Leoacuten Valladolid 2003

Marcos FERNAacuteNDEZ GOacuteMEZ ldquoNuevos datos y documentos sobre la re-poblacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacutera (1280-1335)rdquo Historia Instituciones Documentos 31 2004 pp 167-191

Franccedilois-Louis GANSHOF El feudalismo Ariel Barcelona 1978

Manuel GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ Andaluciacutea Guerra y Frontera 1312-1350 Fondo de Cultura Andaluza Sevilla 1990

Manuel GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ La campintildea sevillana y la frontera de Gra-nada (siglos XIII-XV) Estudios sobre poblaciones de la Banda Morisca Universidad de Sevilla y Fundacioacuten Contsa Sevilla 2005

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoLos acontecimientos poliacutetico-militares de la Frontera en el uacuteltimo cuarto del siglo XIIIrdquo Revista de Historia Mili-tar 64 1988 pp 9-71

Mariacutea del Mar GARCIacuteA GUZMAacuteN El Adelantamiento de Cazorla en la Baja Edad Media Un sentildeoriacuteo eclesiaacutestico en la frontera castellana Universidad de Caacutediz Caacutediz 1985

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoConsideraciones sobre el pacto de Jaeacuten de 1246rdquo Sevilla 1248 Congreso Internacional Conmemorativo del 750 Aniversario de la Conquista de la Ciudad de Sevilla por Fernando III

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 91

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Rey de Castilla y Leoacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (coord) Centro de Estudios Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 715-722

Luis GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico y otros estu-dios de historia medieval Ariel Barcelona 1981

Julio GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Coacuterdoba Coacuterdoba 1980

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzas y otros docu-mentos sevillanos del reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos 16 1989 pp 103-132

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoOrdenanzas y fuero concedidos a la ciu-dad de Coacuterdoba por Fernando IIIrdquo Cuadernos de Estudios Medievales y Ciencias y Teacutecnicas Historiograacuteficas 17 1992 pp 399-412

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmona Estudio y edicioacutenrdquo Historia Instituciones Documentos 8 1981 pp 59-84

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacutea (si-glos XIII al XV)rdquo Anuario de Estudios Medievales 15 1985 pp 315-330

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlcalaacute de Guadaiacutera en el siglo XIII Con-quista y repoblacioacutenrdquo Anales de la Universidad de Alicante 6 1987 pp 135-158

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea La repoblacioacuten del siglo XIII Universidad de Sevilla Sevilla 1988

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoRepoblacioacuten y repartimiento de Eacutecijardquo Actas del I Congreso sobre Historia de Eacutecija Genaro Chic Garciacutea (dir) Ayuntamiento de Eacutecija Eacutecija 1988 vol I pp 337-365

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo Historia de Andaluciacutea Antonio Domiacutenguez Ortiz et al (dirs) Planeta Barcelona 1992

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlgunas cuestiones en torno a los sentildeo-riacuteos andaluces del siglo XIIIrdquo Sentildeoriacuteo y feudalismo en la Peniacutensula Ibeacuterica (ss XII-XIX) Eliseo Serrano Martiacuten y Esteban Sarasa Saacutenchez (coords) Institucioacuten ldquoFernando el Catoacutelicordquo Zaragoza 1993 vol 1 pp 535-552

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlfonso X y las oligarquiacuteas urbanas de ca-ballerosrdquo Glossae Revista de Historia del Derecho Europeo 5-6 1993-1994 pp 195-214

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9692

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoOsuna en el siglo XIIIrdquo Osuna entre los tiempos medievales y modernos (siglos XIII-XVIII) Juan Joseacute Iglesias Rodriacuteguez y Manuel Garciacutea Fernaacutendez (coords) Ayuntamiento de Osuna y Universidad de Sevilla Sevilla 1995 pp 39-51

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa Banda Morisca en el siglo XIII el na-cimiento de una fronterardquo La Banda Morisca durante los siglos XIII XIV y XV Actas de las II Jornadas de Temas Moronenses Manuel Gar-ciacutea Fernaacutendez (dir) Fundacioacuten Fernando Villaloacuten Moroacuten de la Fron-tera 1996 pp 13-23

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoEl repartimiento de Carmonardquo Actas del I Congreso de Historia de Carmona La Edad Media Congreso conme-morativo del 750 aniversario de la conquista de Carmona por Fernan-do III 1247-1997 Diputacioacuten de Sevilla Sevilla 1998 pp 199-223

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en la Fronterardquo II Estudios de Frontera Actividad y vida en la frontera Francisco Toro Ceballos y Joseacute Rodriacuteguez Molina (dirs) Diputacioacuten Provincial de Jaeacuten Jaeacuten 1998 pp 333-348

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Andaluciacutea a debate y otros estudios Uni-versidad de Sevilla Sevilla 1998

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoUna noble ccedilibdat e bona fundacioacuten y po-blamiento de El Gran Puerto de Santa Mariacutea por Alfonso X El Sabiordquo Alcanate Revista de Estudios Alfonsiacutees I 1998-1999 pp 20-21

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Repartimiento de El Puerto de Santa Ma-riacutea Universidad de Sevilla Caacutetedra Alfonso X el Sabio y Ayuntamiento de El Puerto de Santa Mariacutea Sevilla-El Puerto de Santa Mariacutea 2002

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de Arcos de la Fronterardquo Actas del I Congreso de Historia de Arcos de la Frontera Congreso conmemorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciu-dad por Alfonso X el Sabio 1253-2003 Ayuntamiento de Arcos de la Frontera Caacutediz 2003 pp 11-29

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos laquohombres del reyraquo en la Andaluciacutea del siglo XIIIrdquo Actas del III Congreso de Historia de Andaluciacutea vol 5 Coacuterdoba 2003 pp 363-396

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio Ariel Barcelona 2004

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLebrija en el siglo XIIIrdquo I Jornadas de His-toria de Lebrija Edad Media Ayuntamiento de Lebrija y Universidad de Sevilla Lebrija 2005 pp 15-30

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 93

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo El rey que marcoacute el destino de Espantildea Fundacioacuten Joseacute Manuel Lara Sevilla 2006

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII Universidad de Granada y Universidad de Sevilla Granada 2008

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Mercedes BORRERO FERNAacuteNDEZ e Isabel MONTES ROMERO-CAMACHO Sevilla en tiempos de Alfonso X el Sa-bio Ayuntamiento de Sevilla Sevilla 2000

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ y Antonio GONZAacuteLEZ GOacuteMEZ El libro del repartimiento de Jerez de la Frontera Estudio y edicioacuten Instituto de Estudios Gaditanos Caacutediz 1980

Ceacutesar GONZAacuteLEZ MIacuteNGUEZ Poder real y poder nobiliar en la Corona de Castilla (1252-1369) Universidad del Paiacutes Vasco Bilbao 2012

Paulino IRADIEL MURUGARREN ldquoEconomiacutea y sociedad feudo-sentildeorial cuestiones de meacutetodo y de historiografiacuteardquo Sentildeoriacuteo y feudalismo en la Peniacutensula Ibeacuterica (ss XII-XIX) Eliseo Serrano Martiacuten y Esteban Sa-rasa Saacutenchez (coords) Institucioacuten ldquoFernando el Catoacutelicordquo Zaragoza 1993 vol 1 pp 17-50

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA Granada Historia de un paiacutes islaacutemico (1232-1571) Gredos Madrid 1989

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteos en Anda-luciacuteardquo En torno al feudalismo hispaacutenico I Congreso de Estudios Medie-vales Fundacioacuten Saacutenchez-Albornoz Madrid 1989 pp 435-474

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA Los sentildeores de Andaluciacutea Investiga-ciones sobre nobles y sentildeoriacuteos en los siglos XIII a XV Universidad de Caacutediz Caacutediz 1998

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA y Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa po-blacioacuten en la frontera de Gibraltar y el repartimiento de Vejer (siglos XIII-XIV)rdquo Historia Instituciones Documentos 4 1977 pp 262-305

Angus MACKAY La Espantildea de la Edad Media desde la frontera hasta el Imperio (1000-1500) Caacutetedra Madrid 1980

Gonzalo MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III 1217-1252 La Olmeda S L Pa-lencia 1993

Jesuacutes MONTOYA MARTIacuteNEZ ldquoTres topoacutenimos en las Cantigas de Santa Mariacuteardquo VERBA Anuario Galego de Filoloxiacutea 6 1979 pp 17-24

Salvador de MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza en la Castilla medieval Real Academia de la Historia Madrid 2000

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9694

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Jesuacutes PADILLA GONZAacuteLEZ ldquoRepoblacioacuten y creacioacuten del sentildeoriacuteo de Es-pejordquo Actas del I Congreso de Historia de Andaluciacutea tomo I Publica-ciones del Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Coacuterdoba Coacuterdoba 1978 pp 309-323

Jesuacutes PADILLA GONZAacuteLEZ El fundador y la fundacioacuten del sentildeoriacuteo de Es-pejo (1260-1330) Pay Arias de Castro biografiacutea y estudio criacutetico Artes Graacuteficas Rodriacuteguez Coacuterdoba 1981

Dolores Mariacutea PEacuteREZ CASTANtildeERA Enemigos seculares guerra y treguas entre Castilla y Granada (1246-1481) Siacutelex Madrid 2013

Laureano RODRIacuteGUEZ LIAacuteNtildeEZ y Ana Mariacutea ANASAGASTI VALDERRA-MA Libro del Repartimiento de Medina Sidonia Estudio y edicioacuten Caja de Ahorros de Caacutediz Caacutediz 1987

Joseacute RODRIacuteGUEZ MOLINA El Reino de Jaeacuten en la Baja Edad Media As-pectos demograacuteficos y econoacutemicos Universidad de Granada Granada 1978

Joseacute Anselmo RUIZ DE CORTAacuteZAR Puerto de Santa Mariacutea Ilustrado y Compendio Historial de sus Antiguumledades (1764) ed Manuel Pache-co Albalate y Enrique Peacuterez Fernaacutendez Excmo Ayuntamiento de El Puerto de Santa Mariacutea El Puerto de Santa Mariacutea 1987

Claudio SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo tomo I Editorial Universitaria de Buenos Aires Buenos Aires 1974

Claudio SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo tomo III Editorial Universitaria de Buenos Aires Buenos Aires 1979

Rafael SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos linajes medievales de Arcos de la Fronterardquo Actas del I Congreso de Historia de Arcos de la Frontera Congreso conmemorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciudad por Alfonso X el Sabio 1253-2003 Ayuntamiento de Arcos de la Frontera Caacutediz 2003 pp 195-220

Rafael SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos Caballeros Jerezanos en la laquoNoacutemina de la Fronteraraquo de 1290rdquo En la Espantildea Medieval 29 2006 pp 31-51

Mariacutea Josefa SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo Historia Instituciones Documentos 3 1976 pp 535-551

Julio VALDEOacuteN BARUQUE ldquoSentildeoriacuteos y nobleza en la Baja Edad Media (el ejemplo de la Corona de Castilla)rdquo Revista dacutehistoria medieval 8 1997 pp 15-24

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 95

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Julio VALDEOacuteN BARUQUE ldquoSobre el feudalismo Treinta antildeos despueacutesrdquo Estudios sobre sentildeoriacuteo y feudalismo Homenaje a Julio Valdeoacuten Este-ban Sarasa Saacutenchez y Eliseo Serrano Martiacuten (eds) Institucioacuten ldquoFer-nando el Catoacutelicordquo Zaragoza 2010 pp 9-25

Braulio VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores de la Frontera o Andaluciacutea (siglos XIII-XIV) Diputacioacuten de Sevilla Servicio de Archivo y Publicaciones Sevilla 2006

Fecha de recepcioacuten 05-08-2019

Fecha de aceptacioacuten 30-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 97

LrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem et la guerre Structures et mutations

(c 1136-1309)

The Hospital of St John of Jerusalem and warfare Structures and changes (c 1136-1309)

Damien Carraz(Universiteacute Clermont-Auvergne)

Reacutesumeacute

Agrave la diffeacuterence des Templiers les Hospitaliers ont susciteacute peu de travaux speacute-cifiques sur la dimension militaire de leur vocation Sans perdre de vue lrsquoap-proche comparative qui est la mieux agrave mecircme de deacutevoiler lrsquooriginaliteacute de lrsquoHocircpi-tal lrsquoarticle revient sur les principaux apports de la recherche reacutecente Mecircme si le contexte de la Reconquista ne fut pas neacutegligeable la deacutefense des Eacutetats latins drsquoOrient puis le combat meneacute en Meacutediterraneacutee agrave partir de Rhodes informent le mieux sur les apports de cet ordre militaire agrave la conduite de la guerre

La chronologie et les modaliteacutes du processus de militarisation sont rappeleacutees dans un premier temps La transformation de la congreacutegation charitable en ordre militaire puissant et structureacute fut certes progressive mais le gouverne-ment du maicirctre Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) fut deacutecisif

Mecircme si lrsquoorganisation militaire fait intervenir de nombreux acteurs (merce-naires pieacutetons fregraveres sergentshellip) les sources valorisent surtout lrsquoeacutelite combat-tante des chevaliers Les meacutemoires du chevalier anglais Roger de Stanegrave veacute-hiculent des repreacutesentations inteacuteressantes sur la conduite de la guerre et lrsquoimage de lrsquoennemi Reacutedigeacute vers 1332 ce teacutemoignage encore peu exploiteacute renvoie agrave une expeacuterience remontant au dernier tiers du XIIIe siegravecle

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico damiencarrazwanadoofr Maicirctre de confeacuterences HDR en histoire meacutedieacutevale Centre drsquoHistoire laquoEspaces et Culturesraquo Universiteacute Clermont-Auvergne

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-12498

Damien Carraz

Cette derniegravere eacutepoque annonccedilait deacutejagrave bien des mutations Agrave titre individuel des fregraveres furent sommeacutes de mettre leur expertise diplomatique et guerriegravere au service des Eacutetats princiers Lrsquointeacuterecirct supeacuterieur des monarchies preacutevalait certes dans les deacutecennies 1270-1330 mais la floraison des traiteacutes de Recuperatio Terrae sanctae montre que la croisade occupait toujours les esprits Dans ce contexte loin drsquoecirctre purement theacuteoriques les propositions reacutedigeacutees par les fregraveres Roger de Stanegrave et Foulques de Villaret teacutemoignent drsquoune excellente connaissance du terrain oriental Degraves les anneacutees 1290 toutefois lrsquoHocircpital orientait ses activi-teacutes vers la surveillance des mers ce qui permit de prendre le controcircle de Rhodes en 1309 De fait le service militaire au couvent central et lrsquoactiviteacute de course devinrent le nouvel horizon des chevaliers de lrsquoHocircpital

Mots-cleacutes

Hocircpital de Saint-Jean ndash guerre ndash repreacutesentations ndash traiteacutes de croisade ndash police des mers

Abstract

Unlike the Templars the military dimension of the Hospitallersrsquo vocation has prompted very few specific studies Keeping a comparative approach in mind the most effective way of showcasing the Hospitalrsquos originality the article re-views the main contributions of recent research Though the context of the Re-conquista should not be underestimated the defence of the Latin East and the struggle in the Mediterranean based in Rhodes provide the best information on the contributions of this Military Order to the conduct of war

The article begins by looking back at the chronology and modalities of the mili-tarization process The evolution of the charitable congregation into a powerful and structured Military Order was gradual of course but the government of Master Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) was the most decisive

Though the military organisation involves many agents (mercenaries foot soldiers sergeant brothers) the sources place a particular emphasis on the knightly fighting elite The memoirs of the English knight Roger of Stanegrave provide interesting images on warfare and the perception of the enemy His rel-atively unexplored account written around 1332 refers to an experience dating back to the last third of the thirteenth century

This last period already announced many changes At an individual level brothers were summoned to offer their diplomatic and warlike expertise to the princely states The superior interest of the monarchies certainly prevailed in the 1270-1330s but the numerous treaties of Recuperatio Terrae sanctae show that the Crusade was still in everyonersquos mind In this context far from being purely theoretical the proposals written by the brothers Roger of Stanegrave and Foulques de Villaret reflect an excellent knowledge of the Eastern field By the 1290s however the Hospitalrsquos activities were gearing towards maritime sur-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 99

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

veillance which made seizing Rhodes in 1309 possible In fact military service at the Central Convent and the lsquocorsorsquo became the new horizon for the Knights Hospitaller

Keywords

Hospital of Saint John ndash warfare ndash images ndash crusade treaties ndash maritime policing

La petite ville de Pernes-les-Fontaines dans le Comtat-Venaissin conserve encore drsquoeacutetonnantes fresques dans une tour du XIIIe siegravecle Au sein drsquoune narration deacutedieacutee agrave la conquecircte du royaume de Sicile par Charles drsquoAnjou et glorifiant la participation du lignage provenccedilal des Baux lrsquoune des images illustre un eacutepisode du cycle de Guillaume drsquoOrange ougrave lrsquoon voit le heacuteros eacutepique vaincre en duel le geacuteant sarrasin Ysoreacute La question du commanditaire de ces peintures bien connues des speacutecialistes a susciteacute de nombreuses hypothegraveses Or si un rapport avec lrsquoordre de lrsquoHocircpital fut tocirct envisageacute Teacuterence Le Deschault a reacutecemment proposeacute drsquoattribuer la commande de ces deacutecors agrave Barral II de Baux cet eacuteminent dignitaire de lrsquoHocircpital actif dans les anneacutees 1310 eacutetait issu drsquoun lignage les Baux drsquoOrange qui preacutetendait justement descendre de Guil-laume drsquoOrange1

Si jrsquoai choisi cette image pour introduire mon propos crsquoest qursquoelle ren-voie agrave la fois agrave une forme de lutte sacraliseacutee contre les infidegraveles et aux prouesses chevaleresques Ces deux dimensions sont ici au moins de fa-ccedilon allusive associeacutees agrave lrsquoHocircpital Pourtant lorsqursquoil srsquoagit drsquoexploits de guerriers chreacutetiens face aux musulmans crsquoest drsquoabord aux templiers que lrsquoon pense De fait le rocircle militaire des templiers a eacuteteacute beaucoup mieux valoriseacute par les historiens2 Premier ordre militaire fondeacute agrave Jeacuterusalem au-tour de 1120 plongeacute dans une fin tragique moins de deux siegravecles plus tard le Temple a toujours fascineacute Les chroniques arabes qui reconnaissaient les exploits des ordres militaires en geacuteneacuteral faisaient deacutejagrave la part belle aux templiers parfois deacutesigneacutes comme les ennemis les plus redoutables de lrsquoIslam3 En Occident la litteacuterature eacutepique et romanesque leur assigna encore le meilleur rocircle comme deacutefenseurs de la Terre sainte gardiens du

1 LE DESCHAULT DE MONREDON ldquoLa tour Ferrande agrave Pernes-les-Fontaines (Vaucluse)rdquo2 Le lecteur trouvera la bibliographie essentielle dans CARRAZ Les Templiers et la

guerre3 CARRAZ ldquoTempliers et hospitaliers de Terre sainte au temps de Saladinrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124100

Damien Carraz

Graal ou modegraveles de chevaliers courtois4 Surtout la dimension guerriegravere des templiers semble mieux documenteacutee par les sources Certes la pro-duction normative de lrsquoordre ndash les retraits en particulier ndash ne forme pas un veacuteritable manuel militaire Mais elle codifie une expeacuterience de la guerre que la chevalerie franccedilaise avait deacutejagrave commenceacute agrave formaliser avant la naissance du Temple5 On y trouve des directives sur lrsquoordre de bataille en eacutechelles la faccedilon de charger de deacuteplacer une armeacutee en campagne de dresser un camphellip tout cela et plus encore est deacutetailleacute6 Agrave contrario le corpus leacutegislatif de lrsquoHocircpital pourtant plus deacuteveloppeacute et reacuteguliegraverement augmenteacute nrsquooffre rien de tregraves concret sur la conduite de la guerre

Crsquoest que contrairement au Temple lrsquoHocircpital ne fut pas conccedilu agrave lrsquoori-gine comme une laquo militia raquo une laquo chevalerie raquo On connaicirct en effet la vocation drsquoassistance de la fraterniteacute eacutetablie agrave Jeacuterusalem par le fregravere Geacuterard dans lrsquoorbite du monastegravere de Sainte-Marie Latine et drsquoun hocircpi-tal des pauvres7 En 1113 la bulle Piae postulatio voluntatis donnait son autonomie agrave lrsquohocircpital de Jeacuterusalem et ouvrait la voie agrave la constitution drsquoune veacuteritable congreacutegation hospitaliegravere lieacutee agrave la Terre sainte et agrave son pegravelerinage8 Par la suite ce sont les origines bibliques de la fondation et lrsquooeuvre bienfaitrice du bienheureux Geacuterard qui formegraverent le socle du leacutegendaire de lrsquoHocircpital9 Certes dans la laquo Chronique des maicirctres deacutefunts raquo associeacutee aux statuts et dont la reacutedaction srsquoest eacutetaleacutee sur le XIVe siegravecle les exploits guerriers des maicirctres du XIIe et du deacutebut du siegravecle suivant sont bien valoriseacutes10 Toutefois la circulation de ce texte nrsquoest probablement pas sortie de lrsquoordre et celui-ci nrsquoa pas susciteacute de chroniques attitreacutees exal-tant les exploits guerriers des fregraveres chevaliers comme ce fut le cas pour les teutoniques11 Ce nrsquoest qursquoassez tard pas avant le XVIe siegravecle sans doute

4 NICHOLSON Love War and the Grail5 Sur la theacuteorie de la guerre dans le contexte qui nous occupe ZOUACHE ldquoTheacuteorie mi-

litaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orient (Ve-VIIeXIe-XIIIe siegravecle) Bilan et perspectivesrdquo

6 DEMURGER ldquoLa mission des templiers la regravegle et le terrainrdquo7 DEMURGER Les Hospitaliers De Jeacuterusalem agrave Rhodes 1050-1317 p 43-728 HIESTAND Papsturkunden fuumlr Templer und Johanniter Neue Folge 110-1159 CALVET Les leacutegendes de lrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem10 Ainsi que lrsquoa releveacute Maria Bonet qui remarque aussi que les allusions aux activiteacutes

militaires se rareacutefient pour les maicirctres de la seconde moitieacute du XIIIe et du XIVe siegravecles (BONET DONATO ldquoLos Hospitalarios hispanosrdquo p 383-384)

11 Notamment avec la Chronique de la terre de Prusse de Pierre de Dusburg (dagger c 1331) cf GOUGUENHEIM ldquoLes guerres des ordres militaires furent-elles des guerres cheva-leresques Lrsquoexemple de la conquecircte de la Prusse (1230-1283)rdquo Chevalerie et christia-nisme aux XIIe et XIIIe siegravecles eacuted M AURELL et C GIRBEA Rennes 2011 p 291-313

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 101

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

que les chevaliers de Malte exaltegraverent la dimension guerriegravere de leur ordre et se preacutesentegraverent comme drsquoauthentiques chevaliers du Christ12

Le sujet pourra donc ecirctre abordeacute par une premiegravere mutation celle qui a transformeacute une congreacutegation hospitaliegravere en institution eacutegalement agrave vo-cation militaire Certes on ne saurait distinguer trop clairement lrsquoactiviteacute charitable de lrsquoengagement armeacute au service du pegravelerinage et de la Terre sainte dans lrsquoesprit de lrsquohomme meacutedieacuteval les deux actions participaient drsquoun mecircme acte de caritas ducirc agrave Dieu et au prochain Il nrsquoempecircche que la transformation de lrsquoHocircpital en institution religieuse militariseacutee eut des conseacutequences sur ses structures elles-mecircmes Ce que les historiens ont appeleacute laquo militarisation raquo de lrsquoHocircpital srsquoest inscrit dans un processus tout au long du XIIe siegravecle13 Mais srsquoil faut donner un repegravere chronologique on peut choisir 1136 agrave cette date la garde de la forteresse de Bethgibelin agrave la frontiegravere meacuteridionale du royaume de Jeacuterusalem symbolise le deacutebut drsquoun veacuteritable engagement militaire En 1309 lrsquoachegravevement de la conquecircte de Rhodes marque un tournant dans lrsquohistoire de lrsquoordre Lrsquoeacuteveacutenement en-teacuterine une autre mutation qui avait commenceacute agrave se dessiner degraves la perte drsquoAcre en 1291 la transformation en force navale de lrsquoHocircpital devenu lrsquounique ordre militaire en Meacutediterraneacutee orientale

Il ne srsquoagit pas ici de faire une chronique de lrsquoengagement de lrsquoHocircpital dans les combats des croisades ou de la Reconquista ni mecircme drsquoeacutevoquer les imposantes forteresses bacircties sur ces frontiegraveres de la chreacutetienteacute ou bien encore la guerre de siegravege Tout cela a eacuteteacute abondamment traiteacute dans drsquoexcellentes synthegraveses14 En outre les aspects particuliers de la partici-pation des hospitaliers aux combats notamment en peacuteninsule Ibeacuterique ont deacutejagrave eacuteteacute abordeacutes par des chercheurs mieux informeacutes que moi15 Plus modestement je mrsquointeacuteresserai plutocirct aux laquo structures raquo agrave la fois insti-tutionnelles et ideacuteologiques qui ont rendu possible la mutation de lrsquoHocirc-pital en ordre militaire

Sur les techniques de combat et la strateacutegie les hospitaliers ne se dis-tinguent guegravere de ce qui a pu ecirctre dit pour les autres combattants de lrsquoeacutepoque

12 BROGINI Une noblesse en Meacutediterraneacutee Le couvent des Hospitaliers dans la premiegravere moderniteacute p 118-124

13 GARCIA-GUIJARRO RAMOS ldquoLa militarizacioacuten de la Orden del Hospitalrdquo14 DEMURGER Les Hospitaliers RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant

BOAS Archaeology of the Military Orders15 BARQUERO GONI ldquoEl caraacutecter militar de la Orden de San Juan en Castilla y Leoacuten (siglos

XII-XIV)rdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124102

Damien Carraz

des croisades et notamment pour les templiers16 En revanche lagrave ougrave la do-cumentation lieacutee agrave lrsquoHocircpital peut apporter un eacuteclairage diffeacuterent crsquoest sur la contribution des fregraveres aux projets de croisade qui fleurirent agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle Lagrave apparaissent une reacuteflexion strateacutegique une connaissance du terrain une image de lrsquoennemi des valeurs lieacutees aux com-battants chreacutetiens en bref crsquoest lagrave que se reacutevegravele une culture de guerre En deacutefinitive crsquoest en tant que pheacutenomegravene culturel que lrsquoon pourra envisager le rapport des hospitaliers agrave la guerre selon lrsquoapproche plus structuraliste du fait guerrier proposeacutee par la laquo Nouvelle histoire-bataille raquo

1 Structures De la confreacuterie charitable agrave lrsquoordre militaire

11 Le processus de militarisation

Beaucoup a eacuteteacute eacutecrit sur le processus dit de laquo militarisation raquo de lrsquoHocircpital17 Pour simplifier les deacutebats il me semble qursquoil faut distinguer drsquoune part la reacutealiteacute des pratiques drsquoautre part lrsquointeacutegration toujours plus lente de ces pratiques par la norme ou par lrsquoideacuteologie

La bulle Quam amabilis Deo octroyeacutee en 1139 par le pape Innocent II offre un point de deacutepart18 Celle-ci livre une premiegravere allusion claire agrave lrsquoem-ploi de laquo sergents raquo (servientes) soldeacutes par lrsquohocircpital de Jeacuterusalem afin de deacutefendre les pegravelerins se rendant aux lieux saints Or laquo servientes raquo deacutesigne ici des combattants non-nobles autrement dit des mercenaires On ignore depuis quand lrsquohocircpital fondeacute par Geacuterard prenait en charge cette mission de protection des pegravelerins en embauchant des mercenaires Nul doute en tout cas que le problegraveme fut crucial puisque crsquoest preacuteciseacutement cette action qui incita agrave la creacuteation drsquoune milice du Temple autour de 112019 Une milice dont rappelons-le les chevaliers eacutetaient heacutebergeacutes agrave lrsquohocircpital Saint-Jean-Baptiste de Jeacuterusalem La tradition historiographique attacheacutee agrave lrsquoHocircpital illustreacutee notamment par la Cronica magistrorum defunctorum ne se prive pas de rappeler que pour venir en aide aux pegravelerins lrsquoordre employait une trentaine de donneacutes drsquoascendance chevaleresque20 Or crsquoest preacuteciseacutement

16 ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie (4911098-5891174) 17 On trouvera la bibliographie essentielle dans FOREY ldquoMilitarisationrdquo18 Cartulaire geacuteneacuteral de lrsquoordre des Hospitaliers de Saint-Jean-de-Jeacuterusalem [deacutesormais

CGH] ndeg 130 (7 mai [1139-1143])19 DEMURGER Les Templiers Une chevalerie chreacutetienne au Moyen Acircge p 22-3120 Je cite drsquoapregraves sa version occitane cette Vie des grands maicirctres qui confond dans cet

eacutepisode les maicirctres Guillaume de Chacircteauneuf et Garin de Montaigu Les statuts de lrsquoordre de Saint-Jean de Jeacuterusalem p 303-304

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 103

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

de cette communauteacute de pieux chevaliers laiumlques que sortiraient ceux que lrsquoon a pris lrsquohabitude drsquoappeler laquo proto-templiers raquo Je ne ferais donc pas re-monter lrsquoemploi de mercenaires par les hospitaliers au deacutebut du XIIe siegravecle contrairement agrave certains auteurs21 Je pense au contraire que crsquoest agrave lrsquoimi-tation de lrsquoexpeacuterience templiegravere et mecircme peut-ecirctre pour appuyer les pre-miers templiers qui peinaient agrave recruter que les hospitaliers assumegraverent aussi la protection des pegravelerins par lrsquointermeacutediaire de mercenaires22 Ceci nrsquoa donc pas pu intervenir avant les anneacutees 1120-1130

La protection des pegravelerins est une chose la deacutefense du territoire face agrave lrsquoennemi musulman en est une autre En 1136 le roi Foulques de Jeacuterusalem ceacutedait aux hospitaliers la forteresse de Bethgibelin Celle-ci commandait une importante seigneurie et se trouvait surtout face agrave Ascalon la place fatimide verrouillant lrsquoentreacutee dans le territoire eacutegyptien Moins drsquoune di-zaine drsquoanneacutees plus tard le comte Raimond II de Tripoli confiait agrave son tour cinq points fortifieacutes dont le Crac octroyeacute avec un vaste territoire Ces sites deacutefensifs se trouvaient agrave la frontiegravere du comteacute de Tripoli au contact de la principauteacute Zankide Lagrave les hospitaliers reccedilurent en garde une veacuteritable marche assortie de droits juridictionnels comprenant notamment une part du butin pris agrave lrsquoennemi et la participation aux deacutecisions relevant de la paix et de la guerre23 Les princes des Eacutetats latins ont donc clairement impliqueacute lrsquoHocircpital dans la deacutefense de leurs territoires Comme tout seigneur lrsquoordre pouvait alors faire garder ces chacircteaux par des vassaux et des mercenaires Mais de telles responsabiliteacutes suggegraverent que des fregraveres devaient bien ecirctre instruits dans lrsquoart de la guerre pour assumer au moins lrsquoencadrement de ces troupes Certes jusqursquoau milieu du XIIe siegravecle tous les teacutemoignages va-lorisent la vocation charitable sans jamais faire allusion agrave une mission ar-meacutee Mais crsquoest sans doute comme on lrsquoa supposeacute plus haut parce que la protection armeacutee des pegravelerins nrsquoeacutetait pas dissocieacutee de lrsquooeuvre drsquoassistance De fait la regravegle reacutedigeacutee par Raymond du Puy avant 1153 ne fait toujours aucune allusion agrave une activiteacute militaire Pourtant des fregraveres avaient peut-ecirctre deacutejagrave participeacute aux combats engageacutes par les croiseacutes comme les siegraveges de Damas (1148) et drsquoAscalon (1153)

21 BELTJENS ldquoLa papauteacute et les querelles reacutecurrentes qui opposaient les hospitaliers aux templiersrdquo Lrsquoauteur fait notamment une mauvaise interpreacutetation drsquoune charte albigeoise de 1108 ougrave les ldquotres militibus et sirventordquo ne se reacutefegraverent pas agrave des fregraveres de lrsquoHocircpital mais agrave un droit drsquoalbergue (p 6)

22 Du reste Jacques de Vitry ne dit pas autre chose (Jacques de Vitry Histoire orientale sect 65 p 189)

23 DEMURGER Les Hospitaliers p 87-92

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124104

Damien Carraz

Crsquoest sous la maicirctrise de Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) que se produisit le basculement deacutecisif de lrsquoinstitution charitable agrave lrsquoordre agrave la fois militaire et hospitalier On sait que ce maicirctre engagea totalement son institution dans la strateacutegie de conquecircte de lrsquoEacutegypte souhaiteacutee par le roi Amaury de Jeacuterusalem En 1168 Gilbert drsquoAssailly promettait notamment de fournir les effectifs significatifs de 500 chevaliers et 500 turcoples Drsquoautre part alors qursquoavant 1160 lrsquoordre deacutetenait moins drsquoune dizaine de points fortifieacutes agrave lrsquoeacutechelle des Eacutetats latins le gouvernement de ce maicirctre vicirct lrsquoacquisition drsquoune douzaine de fortifications suppleacutementaires et de droits seigneuriaux sur une demi-dizaine drsquoautres sites fortifieacutes24 Tous ces investissements en moyens mateacuteriels et humains neacutecessitaient des capaciteacutes financiegraveres qui montrent combien lrsquoHocircpital eacutetait deacutejagrave une institution solide

Quant agrave lrsquoautre frontiegravere majeure en Occident face agrave al-Andalus lrsquoim-plication de lrsquoHocircpital dans la reconquecircte nrsquoest pas agrave remettre en cause Certains auteurs supposent que le processus de militarisation deacutebuta mecircme en peacuteninsule Ibeacuterique plus tocirct qursquoen Terre sainte Mais la partici-pation des hospitaliers aux combats nrsquoest pas clairement documenteacutee et les indices sont plutocirct indirects les nombreux chacircteaux confieacutes agrave leur garde sur la frontiegravere les concessions royales de terres agrave conqueacuterir la colonisation des territoires conquishellip tout cela laisse bien deviner leur action dans la Reconquista25

Il nrsquoest donc guegravere douteux que dans les anneacutees 1160 lrsquoordre dispo-sait dans ses rangs de fregraveres combattants en Terre sainte Comme tou-jours la norme fut lente agrave rendre compte de cette reacutealiteacute Ce nrsquoest qursquoen mai 1179 par une reacuteactualisation de la bulle Quam amabilis Deo que fut clairement mentionneacute lrsquoengagement des fregraveres eux-mecircmes dans la protection des pegravelerins Pourtant lrsquoordre avait deacutejagrave adapteacute son organi-sation agrave ses missions armeacutees comme on le voit en pistant les mentions de fregraveres et de dignitaires destineacutes agrave la fonction militaire

12 Une organisation militaire

On peut srsquoappuyer ici sur les travaux fondamentaux de Jochen Burg-torf sur le couvent central Les premiers officiers apparus eacutetaient logique-ment relieacutes agrave lrsquoadministration ou agrave lrsquoencadrement spirituel et charitable

24 DEMURGER Les Hospitaliers p 369-376 25 BARQUERO GONI ldquoLa Orden Militar de San Juan y la Reconquistardquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 105

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

treacutesorier hospitalier prieur commandeurhellip26 Toutefois la responsabiliteacute de la garde de chacircteaux neacutecessita assez tocirct lrsquoapparition drsquoun officier speacute-cialiseacute Degraves 1155 eacutetait signaleacute un chacirctelain (castellanus) attacheacute agrave Bethgi-belin27 Les apparitions de ces officiers se multipliegraverent par la suite agrave la tecircte des principales places de lrsquoordre Margat le Crac Belvoirhellip Degraves 1169-1170 les chacirctelains de Bethgibelin et de Belmont jouegraverent un rocircle impor-tant dans la crise institutionnelle provoqueacutee par la reacutesignation de Gilbert drsquoAssailly Et les statuts dits de Margat en 1204-1206 confirment deacutejagrave dans la hieacuterarchie du couvent central lrsquoimportance de ces officiers qui disposaient drsquoun veacuteritable commandement reacutegional28 Toutefois lrsquoofficier supeacuterieur chargeacute du commandement militaire eacutetait surtout le mareacutechal Un marescalcus qui eacutetait aussi laquo maicirctre de la maison de Tibeacuteriade raquo ap-paraicirct pour la premiegravere fois en 1165 Cette mention est fournie par une donation de Gautier prince de Galileacutee crsquoest-agrave-dire dans un espace fron-talier ougrave il est peu eacutetonnant de voir apparaicirctre un office militaire29 Le dernier office militaire agrave apparaicirctre est celui de turcoplier Mentionneacute en 1248 celui-ci accegravedera au rang de bailli capitulaire en 1303 tout en res-tant subordonneacute au mareacutechal Il commandait cette cavalerie leacutegegravere drsquoori-gine orientale composeacutee de turcoples qui eacutetaient apparus au service de lrsquoHocircpital agrave partir des anneacutees 116030

Lrsquoexistence de chacirctelains et drsquoun mareacutechal dans les anneacutees 1150-1160 sous-entend que ceux-ci avaient bien des fregraveres agrave commander Il faut pourtant attendre les statuts de Roger des Moulins en 1182 pour voir citer des laquo fregraveres drsquoarmes raquo pour la premiegravere fois31 Une vingtaine drsquoan-neacutees plus tard les statuts de Margat consacrent la premiegravere apparition officielle des deux cateacutegories de fregraveres combattants laquo freres chevaliers et les freres sergens qui servent drsquoarmes raquo soumis au mareacutechal32 Tout indique pourtant que degraves les anneacutees 1160 au plus tard lrsquoordre disposait de chevaliers profegraves33 Agrave ce titre rappelons qursquoil faut bien distinguer les

26 BURGTORF The Central Convent p 39-4327 BURGTORF The Central Convent p 52-5328 PRINGLE ldquoThe role of castellans in the Latin Eastrdquo p 193-194 Sur le contexte du cha-

pitre de Margat ldquoa milestone in the history of the Hospitallersrsquo leadership structuresrdquo BURGTORF The Central Convent p 115-120

29 BURGTORF The Central Convent p 43-44 30 CGH ndeg 402 (11 octobre 1168)31 CGH ndeg 627 sect 10 (14 mars 1182)32 CGH ndeg 1193 sect 11 33 DEMURGER Les Hospitaliers p 102-104

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124106

Damien Carraz

fregraveres chevaliers qui avaient ce statut et cette fonction au sein de lrsquoordre des fregraveres socialement issus de la chevalerie mais qui jusque-lagrave nrsquoassu-maient pas cette fonction au sein de lrsquoordre

Les statuts ulteacuterieurs et les usances preacutecisent notamment le rocircle du mareacutechal En lrsquoabsence du maicirctre ce dignitaire exerccedilait le comman-dement suprecircme en temps de guerre tous les officiers du couvent lui obeacuteissaient donc Le mareacutechal eacutetait responsable de lrsquoarmement de lrsquoeacutequipement et des chevaux qursquoil distribuait aux fregraveres Il conduisait les opeacuterations en campagne comme la marche dans le cadre de la cara-vane34 Le prestige croissant de cet office militaire est illustreacute par le rocircle-cleacute qursquoil joua pendant la cinquiegraveme croisade et par le fait qursquoau cours du XIIIe siegravecle trois anciens mareacutechaux acceacutedegraverent agrave la maicirctrise35 Agrave partir des anneacutees 1270 le mareacutechal se vit encore investi de missions diploma-tiques Aussi la diversiteacute des charges assumeacutees par cet officier rendit neacutecessaire une deacuteleacutegation drsquoautoriteacute agrave la fin du XIIIe siegravecle on vit appa-raicirctre un lieutenant du mareacutechal chargeacute drsquoinventorier de recevoir et de redistribuer armes et eacutequipements

2 Le combat et ses repreacutesentations

21 Les hospitaliers en ordre de bataille

En Terre sainte comme en peacuteninsule Ibeacuterique lrsquoHocircpital participa agrave tous les combats majeurs Comme le note Alain Demurger la preacutesence des hospitaliers dans les armeacutees royales fut constante normale mais au total limiteacutee36 Qursquoil srsquoagisse des croisades drsquoOrient ou de la Reconquista les fregraveres des ordres militaires ne furent jamais tregraves nombreux dans les armeacutees royales37

Lrsquoeacutevaluation des effectifs a beaucoup occupeacute les historiens Je ne fais donc que reprendre quelques estimations pour lesquelles il faut bien distinguer entre les fregraveres eux-mecircmes et les auxiliaires du reste souvent confondus avec les hospitaliers dans les sources38 En croisant sources latines et arabes Abbegraves Zouache propose une disponibiliteacute de 500 che-

34 CGH ndeg 2213 sect 93 (Usances)35 BURGTORF The Central Convent p 102-103 122 et 30836 DEMURGER Les Hospitaliers p 378-37937 Eacutetat de la question pour la peacuteninsule Ibeacuterique JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecia-

liseacute au service de la Reconquecircterdquo pp 194-19838 DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 107

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

valiers pour le seul Hocircpital degraves les anneacutees 116039 En 1168 on lrsquoa vu lrsquoordre se serait preacutepareacute agrave aligner dans lrsquoarmeacutee du roi de Jeacuterusalem 500 chevaliers et autant de turcoples Cette importante capaciteacute de mobi-lisation permet drsquoestimer que lrsquoHocircpital et le Temple confondus repreacute-sentaient agrave eux seuls au moins le tiers des effectifs de chevaliers des Eacutetats latins Le nombre des sergents est encore plus difficile agrave estimer Comme leur entretien eacutetait moins oneacutereux que celui des chevaliers A Zouache suggegravere un ratio de trois sergents pour un chevalier Formu-leacutee pour les templiers cette proposition peut probablement ecirctre eacutelargie aux hospitaliers La deacutefense des grosses forteresses neacutecessitait encore drsquoimportants moyens humains on a avanceacute les chiffres de 2 000 com-battants stationneacutes au Crac et drsquoun millier agrave Margat en 1212 ou encore de 600 chevaliers toujours agrave Margat dans les anneacutees 1280

Il srsquoagit de chiffres globaux qui posent la question de la part des seuls fregraveres profegraves Jonathan Riley-Smith pense qursquoils ne furent jamais plus de 300 dans tout lrsquoOrient latin Mecircme srsquoil srsquoagit peut-ecirctre drsquoune estimation basse il faut bien admettre que lrsquoessentiel du potentiel militaire de lrsquoHocirc-pital reposait sur des forces exteacuterieures vassaux milites ad terminum et surtout mercenaires comprenant les fameux turcopleshellip Les mentions ne manquent pas en effet de lrsquoemploi drsquohommes soldeacutes par les hospi-taliers comme par toutes les armeacutees de la croisade40 Toutefois on es-time difficilement leur part dans les effectifs geacuteneacuteraux tout comme leur speacutecialisation On peut penser que comme en Castille ces mercenaires engageacutes par les ordres militaires eacutetaient essentiellement des arbaleacute-triers et des pieacutetons41 On sait que ces professionnels disposaient de leur propre encadrement le maicirctre des archers et le maicirctre des sergents bien distingueacutes des fregraveres de lrsquoordre42

Le noyau deacutejagrave limiteacute de fregraveres combattants fut voueacute agrave se reacuteduire encore apregraves la perte de la Terre sainte alors que le repli sur Chypre et les soucis financiers engageaient vers drsquoautres strateacutegies de recon-quecircte Ainsi en 1301 le chapitre geacuteneacuteral portait lrsquoeffectif stationnant agrave Chypre agrave 70 chevaliers et 10 sergents43 En 1310 80 fregraveres chevaliers

39 ZOUACHE Armeacutees et combats p 611-61240 FOREY ldquoPaid troops in the service of Military Orders during the twelfth and thirteenth

centuriesrdquo41 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo p 200-20142 CGH ndeg 3317 sect 1 (statuts de 1268) 43 CGH ndeg 4549 sect 5 (22 octobre 1301) RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Le-

vant p 82-83

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124108

Damien Carraz

eacutetaient effectivement en garnison sur cette derniegravere icircle mais lrsquoessentiel de lrsquoarmeacutee hospitaliegravere eacutetait alors passeacutee agrave Rhodes Lrsquoinversion du ra-tio entre chevaliers et sergents du passage de la Terre sainte agrave Chypre peut srsquoexpliquer par une eacutevolution sociale le statut de chevalier avait acquis un tel prestige au sein de lrsquoHocircpital que la carriegravere des armes finit par ecirctre essentiellement reacuteserveacutee aux fregraveres drsquoorigine nobiliaire44 Plus qursquoune mission sacreacutee le service militaire en Orient eacutetait devenu source de prestige et la condition pour lrsquoaccomplissement drsquoune belle carriegravere

Les hospitaliers ont tregraves rarement combattu seuls ce qui explique que la speacutecificiteacute de leur action soit si difficile agrave identifier dans les sources narratives Les chroniqueurs arabes furent les premiers agrave per-cevoir les ordres militaires comme groupes distincts au sein des armeacutees latines Les auteurs chreacutetiens ne les identifiegraverent pas clairement avant la troisiegraveme croisade tandis que leur leadership apparut veacuteritablement agrave partir de la cinquiegraveme croisade45 Les ressorts de lrsquoefficaciteacute des ordres militaires sont bien connus ferme discipline coheacutesion solidariteacute bra-voure autant de qualiteacutes reconnues par les chroniqueurs arabes eux-mecircmes46 Une force confeacutereacutee par le disciplinamento monastique comme lrsquoa releveacute entre autres Jacques de Vitry Lors drsquoun eacutepisode de lrsquoeacuteprou-vant siegravege de Damiette agrave lrsquoeacuteteacute 1219 une partie des croiseacutes se deacutemobilisa laquo agrave lrsquoexception de ceux que leur obeacuteissance gardait dans la discipline militaire raquo et de citer quelques lignes plus loin le bloc constitueacute par les templiers les hospitaliers et les teutoniques autour des barons les plus valeureux47 Le combat chevaleresque notamment la fameuse charge agrave la lance coucheacutee exigeait une discipline et un entraicircnement dont rend bien compte la regravegle du Temple Pour lrsquoHocircpital des statuts tardifs nous apprennent simplement que les fregraveres combattants consacraient trois apregraves-midis par semaine agrave des exercices physiques et agrave lrsquoentrainement aux armes y compris agrave lrsquoarc48 En cela lrsquoordre illustrait bien les observa-tions des experts de la chose militaire du XIIIe siegravecle selon lesquels un

44 Sur lrsquoaristocratisation qui touche lrsquoensemble des ordres militaires agrave partir de la fin du XIIIe siegravecle Carraz ldquoLe monachisme militaire laboratoire de la sociogenegravese des eacutelites laiumlquesrdquo pp 47-48

45 A DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo pp 84-8746 A ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie p 346-34747 JACQUES DE VITRY Histoire orientale livre III sect 29 p 396-397 La force de la disci-

pline est une caracteacuteristique des ordres militaires bien remarqueacutee par les historiens par exemple pour la peacuteninsule Ibeacuterique GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa p 193

48 KING The Rule Statutes and Customs of the Hospitallers pp 145-146

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 109

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

petit groupe de guerriers bien entraineacutes pouvait lrsquoemporter sur un ad-versaire supeacuterieur en nombre49 Comme pour la chevalerie laiumlque une part de lrsquoexpeacuterience srsquoacqueacuterait agrave lrsquooccasion de tournois et autres joutes Mais nous ne savons pas grand-chose lagrave-dessus srsquoagissant des fregraveres des ordres agrave lrsquoexception drsquoun teacutemoignage ceacutelegravebre du pegravelerin Thietmar Ce-lui-ci raconte comment agrave chaque printemps les chevaliers chreacutetiens et notamment ceux des trois grands ordres militaires se reacuteunissaient au pied du Mont Carmel afin de mesurer leurs prouesses En peacuteriode de trecircve les cavaliers laquo sarrasins et beacutedouins raquo participaient volontiers agrave ces jeux preuve drsquoune veacuteritable communauteacute de valeurs entre chevale-ries chreacutetienne et musulmane50

La coheacutesion precircteacutee aux eacutechelles formeacutees par les ordres militaires ex-plique le rocircle qui leur fut assigneacute dans lrsquoencadrement des troupes de chevaliers laiumlques Lrsquohistoriographie a encore bien observeacute la capaciteacute des templiers et des hospitaliers agrave conduire des actions concerteacutees51 En Castille cette habitude a mecircme eacuteteacute formaliseacutee par des hermandades pas-seacutees entre les ordres militaires pour intervenir de concert Par exemple une clause de la constitutio intervenue en septembre 1178 agrave Salamanque stipula que le Temple lrsquoHocircpital et Santiago assumeraient lrsquoavant-garde et lrsquoarriegravere de lrsquoarmeacutee royale52 Classique en Terre sainte cette situation pouvait mettre les fregraveres agrave rude eacutepreuve Lors de la marche qui preacuteceacuteda lrsquoengagement agrave Arsucircr en septembre 1191 lrsquoarriegravere-garde de lrsquoost de Ri-chard Coeur de Lion avait eacuteteacute confieacutee aux hospitaliers Face aux harcegravele-ments des cavaliers leacutegers de Saladin et aux lourdes pertes en hommes et en chevaux le mareacutechal de lrsquoHocircpital Garnier de Naplouse perdit ses nerfs et lanccedila lrsquoassaut malgreacute les ordres du roi Cet engagement im-promptu aurait pu ecirctre catastrophique il se solda finalement par une victoire car lrsquoost royal fut contraint de suivre la charge hospitaliegravere met-tant ainsi les Turcs en fuite53 La position des deux ordres militaires en avant ou arriegravere-garde finit par ecirctre bien identifieacutee par lrsquoennemi Selon

49 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo pp 201-20250 CARRAZ Les Templiers et la guerre pp 18-19 Thietmar preacutecise qursquoagrave cette occasion les

cavaliers ldquobeacutedouinsrdquo (crsquoest-agrave-dire arabes) srsquoadonnaient agrave des exercices qui paraissent tregraves proches de lrsquoesprit de la furucircsiyya On peut imaginer les emprunts reacuteciproques qui intervenaient lors de ces rencontres entre les deux chevaleries Sur cette communion de valeurs on lira les pages suggestives de BARTHELEMY La chevalerie pp 278-287

51 CLAVERIE ldquoLes opeacuterations combineacutees des ordres militaires dans le Levant meacutedieacutevalrdquo52 CONEDERA Ecclesiastical Knights pp 116-117

53 FLORI Richard Coeur de Lion pp 160-162

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124110

Damien Carraz

le Templier de Tyr en 1267 afin de surprendre les deacutefenseurs drsquoAcre le sultan Baybars fit ainsi porter les banniegraveres du Temple et de lrsquoHocircpital par lrsquoavant-garde de son armeacutee54

La capaciteacute drsquoadaptation aux tactiques de lrsquoennemi et mecircme les em-prunts reacuteciproques meacuteriteraient du reste une enquecircte particuliegravere55 Plusieurs reacutecits tant pour lrsquoOrient que pour la peacuteninsule Ibeacuterique at-testent que les fregraveres eacutetaient accoutumeacutes agrave la tactique du al-karr wa-l-farr (ou torna fuye) pratiqueacutee par les cavaliers musulmans56 Dans lrsquoor-donnance des eacutechelles pour une bataille rangeacutee lrsquousage commun eacutetait de disposer une avant-garde un corps central et une arriegravere-garde Or lrsquohospitalier Roger de Stanegrave sur lequel je reviendrai bientocirct suggeacuterait plutocirct de placer lrsquoarmeacutee en largeur avec des ailes gauche et droite qui permettaient drsquoencercler lrsquoarmeacutee ennemie En fait il srsquoagissait lagrave drsquoune tactique deacuteployeacutee par les Mongols et les sarrasins lorsqursquoils srsquoaf-frontaient en plaine et que le fregravere avait pu observer directement Dans le mecircme esprit Roger de Stanegrave conseillait de srsquoadapter toujours agrave lrsquoennemi agrave lrsquoimage des sarrasins qui privileacutegiaient la lance quand ils se battaient contre les Mongols et lrsquoarc contre les chreacutetiens ces derniers devraient utiliser les arbaleacutetriers agrave cheval contre les archers agrave cheval musulmans57 De fait les emprunts agrave lrsquoeacutequipement laquo turc raquo ndash les statuts mentionnent des selles tapis et autres armes ndash et lrsquoadoption de palefrois laquo turqueman raquo eurent probablement des implications sur la maniegravere mecircme de se battre58

Le dernier atout des ordres militaires releveacute notamment par Judith Bronstein eacutetait leur capaciteacute agrave remplacer assez rapidement les effectifs deacutecimeacutes par les batailles ou les guerres de siegravege59 Agrave Hattin en 1187 tom-

54 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 8555 CLAVERIE ldquoLrsquoinfluence des ordres militaires sur les techniques de combat des Fati-

mides et des Mamelouksrdquo Agrave deacutefaut de traiter reacuteellement de lrsquoinfluence eacuteventuelle des ordres militaires sur les techniques de combat des armeacutees islamiques cet article ras-semble un certain nombre de donneacutees tant sur les interactions sociales entre les uns et les autres que sur les repreacutesentations des milices chreacutetiennes dans les sources ara-bes

56 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo p 204-20557 ldquoCar encountre li Tatar qe sont meillour archiers qe li Sarazins lessent les arcz et

prenent les launces en encountre les Cristiens qe sont meilleur launciers qe li Sara-zins lessent les launces et prenent les arczrdquo (ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo Projets de croisade p 364)

58 CGH ndeg 2213 (usances) sect 113 et ndeg 4672 sect 1 (1304) ldquoturquemanrdquo ndeg 1193 sect 10 et ndeg 3317 sect 4

59 BRONSTEIN The Hospitallers and the Holy Land pp 137-139

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 111

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

begraverent peut-ecirctre 500 ou 600 chevaliers pour les deux ordres militaires Agrave La Forbie en 1244 autour de 200 hospitaliers auraient eacuteteacute deacutecimeacutes sur plus de 300 chevaliers et 200 turcoples engageacutes Ces quelques chiffres nous rappellent la hauteur du sacrifice consenti par les ordres militaires pour la deacutefense de la Terre sainte Toutefois agrave la suite des saigneacutees re-preacutesenteacutees par Hattin ou La Forbie lrsquoapparition de nouveaux noms dans les chartes et la promotion de certains fregraveres laissent bien deviner un renouvellement des effectifs

22 Ethos chevaleresque et image de lrsquoennemi

On sait comment les discours qui accompagnegraverent la naissance du Temple visegraverent agrave laquo spiritualiser raquo la militia du siegravecle nous avons tous en tecircte le laquo nouveau genre de chevalerie raquo deacutecrit par Bernard de Clairvaux de mecircme que le caractegravere laquo anti-heacuteroiumlque raquo de la regravegle60 Des modegraveles de guerriers sanctifieacutes pouvaient ecirctre proposeacutes aux fregraveres des ordres militaires En preacuteambule drsquoune bulle de 1259 adresseacutee aux chevaliers de lrsquoHocircpital le pape Alexandre IV exaltait ainsi laquo les athlegravetes illustres et les combattants eacutelus [de la Terre sainte] les soldats du Christ chez qui le Sei-gneur a susciteacute lrsquoesprit puissant des Maccabeacutees raquo61 Mais agrave la diffeacuterence des templiers et des teutoniques ce type de reacutefeacuterence eacutetait plutocirct rare srsquoagissant des hospitaliers62 Crsquoest on lrsquoa rappeleacute la vocation charitable qui fut toujours mise en avant plutocirct que les reacutefeacuterences agrave la conversion de la chevalerie Lrsquoadheacutesion agrave lrsquoHocircpital nrsquoen impliquait pas moins un cer-tain disciplinamento de la chevalerie La discipline reacuteguliegravere reacutefreacutenait le goucirct chevaleresque de lrsquoexploit individuel63 On sait que les chevaliers croiseacutes venus en Terre sainte pour en deacutecoudre supportegraverent mal la prudence des ordres militaires qui les avaient dissuadeacutes en certaines si-tuations drsquoattaquer les sarrasins De mecircme les regraveglements somptuaires reacuteiteacutereacutes tout au long du XIIIe siegravecle srsquoopposegraverent aux goucircts du luxe et de lrsquoostentation des chevaliers qui avaient inteacutegreacute lrsquoHocircpital64

60 CERRINI ldquoI templarirdquo61 CGH ndeg 292862 GOUGUENHEIM ldquoLes Maccabeacutees modegraveles des guerriers chreacutetiens des origines au XIIe

siegraveclerdquo pp 13-1763 DEMURGER ldquoGli ordini religioso-militari e la Guerra tra il XII e il XIII secolordquo pp 66-

6764 CGH ndeg 1193 sect 12 (statuts de 1203-06) ndeg 3180 sect 9 (statuts de 1265) ndeg 3396 sect 23

(statuts de 1270) ndeg 4022 sect 15 (statuts de 1288) ndeg 4194 sect 1 (statuts de 1292) ndeg 4549 sect 32 (statuts de 1301)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124112

Damien Carraz

De fait si lrsquoon considegravere que la mentaliteacute drsquoun fregravere comme Roger de Stanegrave est repreacutesentative des chevaliers entreacutes en religion on mesure la vivaciteacute de la culture chevaleresque au sein de lrsquoHocircpital Cet hospitalier anglais fut fait prisonnier lors drsquoune bataille contre les Ma-melouks probablement agrave Homs en octobre 1281 Retenu en captiviteacute en Eacutegypte il ne fut libeacutereacute qursquoen 1315 ou 131665 Au creacutepuscule de sa vie soit autour de 1332 Roger de Stanegrave reacutedigea LrsquoEscarboucle drsquoarmes de la conquecircte preacutecieuse de la Terre sainte de promission un texte qui tient agrave la fois des meacutemoires de guerre et du projet de croisade Bien que le manuscrit unique soit passablement mutileacute il srsquoagit drsquoun teacutemoi-gnage exceptionnel qui permet drsquoapprocher agrave la fois lrsquoexpeacuterience veacutecue de la guerre et la mentaliteacute du chevalier hospitalier Au cours de 34 ans de captiviteacute ce fregravere a notamment acquis une parfaite connaissance de lrsquoennemi au point de livrer un teacutemoignage rare sur le systegraveme militaire et politique mamelouk66

Ce chevalier de lrsquoHocircpital est empreint drsquoune conception encore feacuteo-dale de la guerre qui valorise lrsquoimportance du commandement pour in-citer les troupes agrave se battre avec prouesse Par exemple si le chef craint des deacutefections au cours drsquoune bataille il doit rassembler sa chevalerie au son de la trompe et lui demander un serment de fideacuteliteacute Celle-ci re-partira alors combattre lrsquoennemi avec courage De fait ces meacutemoires sont eacutemailleacutees de consideacuterations deacutesabuseacutees sur le deacuteclin de la chevale-rie Raison pour laquelle Roger de Stanegrave encourage les chevaliers agrave renouer avec les prouesses de Lancelot et de Tristan67 Noblesse et vail-lance toutefois ne se gagnent que dans la tempeacuterance et la discipline au combat laquo eacutepeacutee contre eacutepeacutee et heaume contre heaume raquo68 Agrave ce titre les hospitaliers constituent bien le parangon de cette prouesse chevale-resque comme lrsquoillustre leur victoire agrave Margat en 1281 ougrave laquo 200 fregraveres avec 100 Turcoples deacuteconfirent 15 000 chevaliers les meilleurs et plus nobles du sultan de Babylone raquo69

Si lrsquoon tire gloire agrave avoir vaincu un ennemi supeacuterieur en nombre et valeureux la disqualification de lrsquoadversaire est en sens inverse un

65 PAVIOT Projets de croisade pp 35-43 66 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo in Projets de croisade p 323-32667 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 373-37768 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 315 69 ldquoque IIc freres ovesques c Turcoples (hellip) discomfirent xv mille chivalers des tourches

de Babiloine les meillours et plus nobles de lrsquohost de soudan de Babiloynerdquo (ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 342)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 113

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

lieu commun tout aussi freacutequent Ainsi Roger de Stanegrave note que lrsquoarmeacutee mamelouke est peu redoutable car beaucoup drsquohommes ne sont pas des combattants mais simplement des porteurs de banniegraveres et de tambours70 Ce manque drsquoappeacutetence des Eacutegyptiens pour la guerre que lrsquoon retrouvait deacutejagrave chez des auteurs arabes sunnites prompts agrave deacutenon-cer les insuffisances de lrsquoarmeacutee fatimide est encore releveacute par le maicirctre de lrsquoHocircpital Foulques de Villaret dans son propre meacutemoire sur la croi-sade71 Roger de Stanegrave lrsquoexplique en recourant agrave la theacuteorie clas-sique selon laquelle le climat deacuteterminerait les qualiteacutes des hommes agrave la ruse et agrave lrsquointelligence des hommes du sud srsquoopposent la vigueur et donc les qualiteacutes martiales des hommes du nord72 Comme lrsquoa rappe-leacute A Zouache la tactique nrsquoest que le reflet de la mentaliteacute guerriegravere Or la deacutevalorisation de lrsquoennemi renvoie sans doute agrave la preacutedominance drsquoune strateacutegie deacutefensive alors que dans lrsquoOrient des croisades srsquoest installeacutee une forme de guerre drsquousure les belligeacuterants multiplient les preacutecautions pour lrsquoemporter en toute seacutecuriteacute73 Cette interpreacutetation ne contredit qursquoen apparence lrsquoexaltation de la prouesse chevaleresque La deacutevalorisation de lrsquoennemi est une faccedilon de jauger les risques ce qui paradoxalement est une condition du courage et donc de la prouesse En effet Georges Duby nrsquoavait-il pas deacutejagrave suggeacutereacute que pour les cheva-liers le courage eacutetait lieacute agrave la certitude que les risques encourus seraient reacuteduits74

Les consideacuterations de Roger de Stanegrave mecirclent donc des obser-vations concregravetes et des conceptions enracineacutees dans un ethos cheva-leresque deacutesormais deacutepasseacute Alors qursquoil eacutetait retenu dans les geocircles mameloukes son ordre lui-mecircme avait connu des mutations deacutecisives sous lrsquoeffet de lrsquoaffermissement des monarchies et de lrsquoeacutevolution de la croisade

70 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 36671 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les cres-

tiensrdquo in Projets de croisade p 230 (ldquoEt les paiumlsans ne valent riens en fais drsquoarmesrdquo) Cf encore ZOUACHE ldquoCroisade meacutemoire guerre perspectives de rechercherdquo pp 534-535

72 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 32173 KEDAR y SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo proposeacute par lrsquoordre de lrsquoHocircpitalrdquo

p 212 ZOUACHE ldquoTheacuteorie militaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orientrdquo p 70

74 DUBY Le Dimanche de Bouvines pp 26-27 cf aussi Philippe CONTAMINE ldquoCouragerdquo Prier et combattre p 264-265

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124114

Damien Carraz

3 Le temps des mutations

31 Au service des Eacutetats princiers

Lrsquoaffermissement des monarchies eut des conseacutequences sur lrsquoadmi-nistration et la logistique des ordres militaires75 Leurs activiteacutes furent en effet soumises agrave un controcircle plus eacutetroit de la part des autoriteacutes prin-ciegraveres hospitaliers comme templiers durent requeacuterir lrsquoautorisation pour exporter vivres et mateacuteriel vers lrsquooutre-mer et lrsquoon imposa aux fregraveres eux-mecircmes de se munir de sauf-conduits dans leurs deacuteplacements En-fin on sait que lrsquointerventionnisme des monarchies alla jusqursquoagrave in-fluencer la nomination des officiers agrave la tecircte des diffeacuterentes provinces des ordres Cette tendance agrave la mise sous tutelle des ordres militaires se traduisit surtout par une exigence de service les Eacutetats sollicitaient les fregraveres en fonction de leurs compeacutetences financiegravere diplomatiques ou encore militaires Agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle plusieurs monarchies srsquoappuyegraverent notamment sur les reacuteseaux logistiques offerts par lrsquoHocircpital Je laisse ici de cocircteacute les principauteacutes ibeacuteriques qui sollici-tegraverent toujours la force militaire permanente constitueacutee par les milices notamment pour la garde des chacircteaux proteacutegeant la frontiegravere76 Jrsquoenvi-sage plutocirct la mobilisation drsquoune institution universelle comme lrsquoHocircpital au service drsquointeacuterecircts plus laquo politiques raquo et heacutegeacutemoniques encore

Ce fut notamment le cas des Angevins dont lrsquoimpeacuterialisme meacutediter-raneacuteen rechercha lrsquoappui des deux ordres militaires dans les derniegraveres anneacutees du royaume de Jeacuterusalem puis en Moreacutee et dans les Balkans dans les anneacutees 1270-132077 En Provence et dans le Regno Charles Ier et Charles II drsquoAnjou confiegraverent souvent agrave des hospitaliers lrsquoarmement de navires destineacutes agrave la Terre sainte Plusieurs fregraveres remplirent encore des offices au sein de lrsquoadministration angevine comme Matteo Rugge-rio de Salerne qui entre autres fonctions fut vice-amiral dans le Regno entre 1277 et 1283 puis en tant que maicirctre rational fut chargeacute de lrsquoar-mement de plusieurs navires autour de 1292 Pour ce qui est des inter-ventions militaires directes les ordres militaires furent plus reacuteticents agrave engager leurs hommes malgreacute les pressions des souverains Crsquoest en-core par le biais de leurs dignitaires deacutetacheacutes pour lrsquooccasion au service

75 Pour aborder cette vaste question TOOMASPOEG ldquoLes ordres militaires au service des pouvoirs monarchiques occidentauxrdquo

76 GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa p 194-197 77 CARRAZ ldquoChristi fideliter militantium in subsidio Terre Sancterdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 115

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

drsquoune cause princiegravere que les hospitaliers participegraverent directement agrave des combats Dans les guerres que les Angevins menegraverent en Sicile Phi-lippe drsquoEgly prieur dans le Regno dirigea un deacutetachement de merce-naires autour de 1268-1271 tandis que Rainaud du Pont srsquoillustra en Ca-labre agrave la tecircte des Almogavares ces mercenaires drsquoorigine musulmane La monarchie anglaise recourut tout autant agrave lrsquoexpertise militaire des hospitaliers Plusieurs commandeurs intervinrent ainsi dans le cadre des guerres conduites contre les Eacutecossais et les Gallois sous Eacutedouard Ier78 Parfois ce service srsquoinscrivait dans une tradition familiale de loyauteacute envers la royauteacute anglaise comme dans le cas de fregravere Edenevet issu drsquoune noble famille galloise ce commandeur dirigea notamment des troupes de pieacutetons au nord du pays de Galles au deacutebut du XIVe siegravecle Il en alla de mecircme en Irlande ougrave les hospitaliers srsquoimpliquegraverent dans la laquo pacification raquo de la contreacutee agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle

La contribution des hospitaliers ou des templiers aux guerres entre princes chreacutetiens nrsquoengagea pas lrsquoensemble des institutions mais cer-tains fregraveres en particulier requis de mettre leurs compeacutetences au ser-vice drsquoune cause devenue nationale Comme le note Helen Nicholson agrave propos de lrsquoengagement des hospitaliers au service de la monarchie anglaise la collaboration militaire srsquoinscrit dans la logique de leur par-ticipation aux affaires de lrsquoEacutetat Tout cela nrsquoen consacre pas moins la tendance des monarchies agrave reacutecupeacuterer agrave leur profit le savoir-faire des ordres militaires signe que la prioriteacute de la croisade drsquoOrient srsquoeffaccedilait devant lrsquointeacuterecirct national

Pourtant ainsi que lrsquoont souligneacute plusieurs auteurs on nrsquoa jamais au-tant parleacute de la croisade que dans les deacutecennies 1270-1330 notamment dans les traiteacutes de laquo reacutecupeacuteration de la Terre sainte raquo qui accordegraverent une place preacuteeacuteminente agrave lrsquoHocircpital79

32 Les projets de croisade

Les hospitaliers furent particuliegraverement impliqueacutes dans les projets de passage outre-mer qui fleurirent agrave la suite de la perte drsquoAcre non seulement parce que la conquecircte de Rhodes releva en partie de la stra-teacutegie alors procircneacutee par ces traiteacutes mais aussi parce qursquoau moins trois

78 NICHOLSON ldquoThe Hospitallersrsquo and TemplarsrsquoInvolvement in Warfare on the Fron-tiers of the British Islesrdquo

79 LEOPOLD How to Recover the Holy Land

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124116

Damien Carraz

de ces textes eacutemanent de lrsquoordre outre Roger de Stanegrave le maicirctre Foulques de Villaret fut lrsquoauteur de deux projets80 Ces textes deacutenotent une bonne connaissance agrave la fois de la geacuteopolitique orientale et de lrsquoad-versaire qui transparaissait deacutejagrave dans les missives envoyeacutees par les responsables hospitaliers pour informer lrsquoOccident de la situation de la Terre sainte au cours du XIIIe siegravecle81

Dans lrsquoesprit des strategraveges de lrsquoHocircpital la reconquecircte de la Terre sainte srsquoinscrivait dans un projet global drsquounion des forces chreacutetiennes neacuteces-sitant un important investissement financier ainsi qursquoune interruption reacuteelle de tout commerce avec lrsquoEacutetat mamelouk Les projets hospitaliers tout comme drsquoautres textes contemporains insistent sur la neacutecessaire maicirctrise de lrsquoespace et du temps Alors que les avis sont unanimes pour viser le coeur de la puissance mamelouke en dirigeant le passage vers lrsquoEacutegypte Roger de Stanegrave invite agrave consideacuterer les particulariteacutes geacuteo-graphiques du terrain il faudra attaquer agrave la saison de la crue du Nil et se preacuteparer aux combats navals sur le fleuve82 Le passage est eacutegalement penseacute dans le temps il pourra ecirctre preacuteceacutedeacute de raids destineacutes agrave semer la terreur sur les cocirctes ennemies pour Villaret sa reacuteussite deacutepend surtout pour tous les auteurs du blocus naval de lrsquoEacutegypte et de la Syrie appuyeacute sur Chypre On pourra mecircme user de ruse en laissant croire agrave un deacutebar-quement en Syrie afin que le sultan y deacuteplace ses troupes laissant ainsi deacutegarnie la deacutefense de lrsquoEacutegypte83

La direction des opeacuterations doit incomber agrave un chef forceacutement ex-peacuterimenteacute en matiegravere de laquo guerre sarrasine raquo qui pour Stanegrave ne peut ecirctre que le laquo mestre de la religion raquo crsquoest-agrave-dire de lrsquoHocircpital devenu de facto le seul ordre militaire qui compte encore en Meacutediterraneacutee84 Pour Villaret il revient agrave ce chef de recruter lui-mecircme les soldats pour le passage et de congeacutedier ceux qui ne se reacuteveacuteleraient pas agrave la hauteur Le maicirctre de lrsquoHocircpital se montre plutocirct reacutealiste en preacuteconisant de sol-

80 Foulques de Villaret preacutesenta un premier projet sur le passage geacuteneacuteral en 1306 agrave la demande de Cleacutement V puis un second meacutemoire apregraves lrsquoarrestation des templiers au-tour de 1307-1308 (PAVIOT Projets de croisade pp 24-28)

81 DEMURGER Les Hospitaliers pp 389-39282 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 31583 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 353-35484 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 346-347 cf encore Foulques de

Villaret ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les crestiensrdquo FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 223 (ldquoet que ceste gent soit au commandement du chevetain qui a useacute le paiumls de la en la maniere de la guerre des Sarrazinsrdquo)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 117

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

der 1 000 cavaliers et 3 000 arbaleacutetriers pendant cinq ans85 Stanegrave conseille quant agrave lui de rassembler 30 000 cavaliers pour moitieacute ar-baleacutetriers et lanciers face agrave une armeacutee sultanienne eacutevalueacutee agrave 150 000 cavaliers ndash un chiffre tregraves exageacutereacute86

Lrsquoimportance de la logistique la professionnalisation du recrute-ment la neacutecessaire maicirctrise du terrain la dimension eacuteconomique du conflit (financement et blocus) jusqursquoagrave la deacutesinformation pour tromper lrsquoennemi tout cela renvoie agrave une conception laquo totale raquo de la guerre par-faitement maicirctriseacutee par les dignitaires de lrsquoHocircpital

On voit en outre que lrsquoordre militaire se borne agrave fournir les cadres de lrsquoexpeacutedition soutien logistique commandement initiative strateacute-gique Mais si les chevaliers de la Religion sont bien lagrave pour proposer un modegravele de prouesse et de discipline le projet repose clairement sur une armeacutee professionnelle Comme on lrsquoa vu sans doute lrsquoinstitution a-t-elle reacuteduit les effectifs des fregraveres combattants reacuteellement mobilisables agrave Chypre ou en Armeacutenie Mais les conditions nouvelles de la lutte contre les infidegraveles ont surtout encourageacute la transformation deacutecisive de lrsquoHocircpi-tal en force navale

33 Vers une police des mers

Au cours du XIIIe siegravecle la marine propre de lrsquoHocircpital eacutetait reacuteduite agrave partir de Marseille par exemple lrsquoordre entretenait peut-ecirctre deux ou trois naves mais lrsquoessentiel des liaisons avec lrsquooutre-mer reposait sur des navires noliseacutes agrave des armateurs87 Or plusieurs indices montrent que le repli sur lrsquoicircle de Chypre agrave la suite de la perte drsquoAcre en mai 1291 srsquoac-compagna de la constitution progressive drsquoune veacuteritable flotte Un statut de 1293 donne ainsi des recommandations sur lrsquolaquo armement de galee ou drsquoautre vassaus raquo88 Dans les anneacutees suivantes apparut la charge drsquoami-ral mentionneacutee pour la premiegravere fois en 1299 aux mains de Foulques de Villaret89 Lrsquoanneacutee drsquoapregraves le chapitre geacuteneacuteral statuait sur les attribu-tions de cet office lrsquoamiral eacutetait responsable de lrsquoarmement de tous les navires comme du paiement des personnels et dans ces affaires il ne

85 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 223-224 et 22886 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 32387 CARRAZ ldquoCausa defendende et extollende christianitatisrdquo pp 32-3488 LUTTRELL ldquoGli Ospitalieri di San Giovanni di Gerusalemme dal continente alle isolerdquo

p 81 (drsquoapregraves Archives deacutepartementales des Bouches-du-Rhocircne 56 H 4055)89 BURGTORF The Central Convent p 144 et 296-297

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124118

Damien Carraz

srsquoeffaccedilait que devant le mareacutechal90 Agrave cette date-lagrave lrsquoordre entretenait deacutejagrave une flottille drsquoune dizaine de galeacutees agrave Chypre91

Ces mutations furent largement encourageacutees par la papauteacute Degraves deacutecembre 1291 Nicolas IV demandait aux hospitaliers de consacrer la moitieacute de leurs revenus agrave la constitution drsquoune flotte92 Dans les mecircmes anneacutees toujours agrave la demande du pape le grand commandeur Bonifa-cio de Calamandrana srsquoactivait agrave partir de Marseille et de Gecircnes pour rassembler des navires affecteacutes agrave lrsquooutre-mer93 Ces activiteacutes entraient alors dans un plan drsquointervention en Armeacutenie qui ne fut pas reacuteellement concreacutetiseacute94 Mais lrsquoenjeu pouvait ecirctre deacutejagrave drsquooccuper lrsquoespace maritime agrave partir de Chypre notamment pour faire respecter lrsquoembargo commer-cial contre les Mamelouks La strateacutegie drsquoeacutetouffement du sultanat eacutegyp-tien en le coupant agrave la fois de ses approvisionnements et de lrsquoimpor-tante fiscaliteacute geacuteneacutereacutee par le commerce devait ecirctre au coeur du second traiteacute de reacutecupeacuteration de la Terre sainte de Foulques de Villaret reacutedigeacute autour de 1307-130895 De fait lrsquoimplication de lrsquoHocircpital dans des opeacutera-tions de garde des mers a bien correspondu agrave une strateacutegie concerteacutee avec la papauteacute96 En 1306 Cleacutement V soutenait reacutesolument la conquecircte de Rhodes en intervenant aupregraves drsquoHenri II de Chypre et de Charles II de Naples pour que ces souverains laissent les hospitaliers armer libre-ment leurs navires

Entameacutee en 1306 la conquecircte de Rhodes reposa sur une monteacutee en puissance de la flotte97 Dans le courant de lrsquoanneacutee 1309 Foulques de Villaret faisait ainsi armer plus drsquoune soixantaine de galeacutees agrave Marseille sans compter les navires noliseacutes par ailleurs agrave divers armateurs Lrsquoexpeacute-dition qui acheva la conquecircte au printemps 1309 ne comprenait pour-tant qursquoune petite trentaine de galegraveres embarquant peut-ecirctre 200 agrave 300

90 CGH ndeg 4515 sect 13 (5 deacutecembre 1300)91 Drsquoapregraves les mandements de Charles II drsquoAnjou agrave ses officiers CGH ndeg 4495 (4 avril

1300) et 4512 (16 aoucirct 1300)92 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 92-9393 CARRAZ ldquoEchoes of the Latin East among the Hospitallers of the Westrdquo agrave paraicirctre94 DEMURGER Jacques de Molay pp 113-117 CHEVALIER Les ordres-religieux militaires

en Armeacutenie cilicienne p 468 et 55895 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 228-23196 CARRAZ ldquoLes Lengres agrave Marseille au XIVe siegravecle rdquo p 764 En juillet 1311 par exemple

les galegraveres de lrsquoHocircpital arrecirctegraverent au nord de Crotone en Calabre un navire geacutenois en route vers lrsquoEacutegypte

97 Sur le deacuteroulement de la conquecircte DELAVILLE LE ROULX Les Hospitaliers en Terre Sainte et agrave Chypre pp 276-281 FAILLER ldquoLrsquooccupation de Rhodes par les Hospitaliersrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 119

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

chevaliers et 3 000 pieacutetons98 La fondation drsquoune principauteacute eccleacutesias-tique agrave Rhodes consacra la constitution drsquoune veacuteritable force navale in-deacutependante Degraves lors pour lrsquoHocircpital la guerre reacutepondit agrave une tout autre logique tandis que la course enrichissait les chevaliers Rhodes pouvait devenir un autre but de pegravelerinage en attendant une hypotheacutetique re-conquecircte de la Terre sainte99

Au terme de ce bref tour drsquohorizon sur la vocation et lrsquoaction mili-taires de lrsquoHocircpital de Saint-Jean on peut renvoyer au glissement seacuteman-tique du mot laquo caravane raquo tel qursquoil fut plus speacutecifiquement utiliseacute par les hospitaliers tout au long de leur histoire100 Les diffeacuterentes accep-tions de ce terme reacutesument en effet parfaitement lrsquoeacutevolution que je me suis efforceacute de retracer Chez les hospitaliers le mot fut associeacute au fonctionnement de lrsquoinfirmerie probablement degraves lrsquoorigine et comme crsquoeacutetait encore le cas dans les statuts drsquoHugues Revel en 1262 Toutefois la caravane deacutesigna bientocirct lrsquoorganisation de lrsquoarmeacutee en campagne Puis agrave partir du transfert en Chypre lrsquoideacutee renvoya de fait agrave une expeacutedition na-vale puisque telle eacutetait la nouvelle forme de guerre deacutesormais essentiel-lement pratiqueacutee par les hospitaliers Enfin dans sa derniegravere acception le sens srsquoeacutetendit au service outre-mer que les fregraveres devaient accomplir pour progresser dans leur carriegravere et notamment pour obtenir une com-manderie en Occident101 Au XIVe siegravecle la guerre restait donc un mode de vie mais de plus en plus reacuteserveacute agrave un groupe de soldats profession-nels Aussi peut-on penser que lrsquoHocircpital contribua en un certain sens agrave la fabrique de lrsquoarmeacutee comme institution lieacutee agrave lrsquoavegravenement de lrsquoEacutetat moderne De la premiegravere croisade agrave la course maltaise la Religion ne fut-elle pas au bout du compte le seul ordre militaire agrave incarner lrsquoexpeacute-rience guerriegravere dans la longue dureacutee

98 KEDAR y SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo p 21999 BROGINI Les Hospitaliers et la mer XIVe-XVIIIe siegravecles100 Sur les diffeacuterentes acceptions recenseacutees par le CRNTL httpmicmaporgdicfro

searchtlficaravane 101 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 81-82 voir les statuts drsquoHugues

Revel en 1262 (CGH ndeg 3075 sect 33) et de Guillaume de Villaret en 1301 (CGH ndeg 4549 sect 8)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124120

Damien Carraz

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Cartulaire geacuteneacuteral de lrsquoordre des Hospitaliers de Saint-Jean-de-Jeacuterusalem (1100-1310) eacuted J Delaville Le Roulx Paris 4 vol1894-1906

FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les crestiensrdquo Projets de croisade v 1290-v 1330 preacutesenteacutes et publieacutes par Jacques Paviot Paris Acadeacutemie des inscriptions et belles-lettres (Do-cuments relatifs agrave lrsquohistoire des croisades 20) 2008 pp 221-233

Rudolf HIESTAND Papsturkunden fuumlr Templer und Johanniter Neue Folge Goumlttingen 1984

Edwin J KING The Rule Statutes and Customs of the Hospitallers 1099-1310 Londres 1934

Jacques PAVIOT Projets de croisade v 1290-v 1330 Paris Acadeacutemie des inscriptions et belles-lettres (Documents relatifs agrave lrsquohistoire des croi-sades 20) 2008

ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi charboclois drsquoarmes du conquest precious de la Terre saint de promissionrdquo Projets de croisade v 1290-v 1330 preacutesenteacutes et publieacutes par Jacques Paviot Paris Acadeacutemie des inscrip-tions et belles-lettres (Documents relatifs agrave lrsquohistoire des croisades 20) 2008 pp 293-387

Les statuts de lrsquoordre de Saint-Jean de Jeacuterusalem Eacutedition critique des manus-crits en occitan (XIVe siegravecle) eacuted M-R Bonnet et R Cierbide Bilbao 2006

JACQUES DE VITRY Histoire orientale trad M-G Grossel Paris 2005

2 Bibliografiacutea

Carlos BARQUERO GONI ldquoEl caraacutecter militar de la Orden de San Juan en Castilla y Leoacuten (siglos XII-XIV)rdquo Revista de Historia Militar 73 1992 p 65-72

Carlos BARQUERO GONI ldquoLa Orden Militar de San Juan y la Reconquista desde el siglo XII hasta el siglo XVrdquo Medievalismo 23 2013 p 43-60

Dominique BARTHELEMY La chevalerie De la Germanie antique agrave la France du XIIe siegravecle Paris 2007

Alain BELTJENS ldquoLa papauteacute et les querelles reacutecurrentes qui opposaient les hospitaliers aux templiersrdquo Bulletin de la Socieacuteteacute de lrsquohistoire et du patrimoine de lrsquoOrdre de Malte 24 2011 p 4-25

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 121

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

Adrian J BOAS Archaeology of the Military Orders A survey of the Urban Centres Rural Settlements and Castles of the Military Orders in the Latin East (c 1120-1291) Londres-New York 2006

Mariacutea BONET DONATO laquo Los Hospitalarios hispanos Entre la identidad transmediterraacutenea y la pertenencia territorial raquo Tra il Tirreno e Gi-bilterra Un Mediterraneo iberico eacuted L GALLINARI et F SABATEacute I CURULL Cagliari-Milan-Rome 2015 p 365-437

Anne BROGINI Les Hospitaliers et la mer XIVe-XVIIIe siegravecles Cler-mont-Ferrand 2015

Anne BROGINI Une noblesse en Meacutediterraneacutee Le couvent des Hospita-liers dans la premiegravere moderniteacute Aix-en-Provence 2017

Judith BRONSTEIN The Hospitallers and the Holy Land Financing the Latin East 1187-1274 Londres 2005

Jochen BURGTORF The Central Convent of Hospitallers and Templars History Organization and Personnel (10991120-1310) Leiden 2008

Antoine CALVET Les leacutegendes de lrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem Pa-ris 2000

Damien CARRAZ ldquoChristi fideliter militantium in subsidio Terre Sancte Les ordres militaires et la premiegravere maison drsquoAnjou (1246-1342)rdquo As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria entre o Ocidente e o Oriente (Actas do V Encontro sobre Ordens Militares Palmela 15 a 18 de feve-reiro de 2006) eacuted I C Ferreira Fernandes Palmela 2009 pp 549-582

Damien CARRAZ ldquoCausa defendende et extollende christianitatis La vo-cation maritime des ordres militaires en Provence (XIIe-XIIIe siegravecle)rdquo Les ordres militaires et la mer 130e Congregraves national des socieacuteteacutes his-toriques et scientifiques (La Rochelle 2005) eacuted M BALARD Paris 2009 pp 21-46

Damien CARRAZ ldquoLes Lengres agrave Marseille au XIVe siegravecle Les activiteacutes militaires drsquoune famille drsquoarmateurs dans un port de croisaderdquo Revue historique t 3094 2009 pp 755-777

Damien CARRAZ ldquoTempliers et hospitaliers de Terre sainte au temps de Saladinrdquo Saladin et son temps eacuted A Zouache Histoire Antique et Meacutedieacutevale HS ndeg 25 deacutecembre 2010 p 68-73

Damien CARRAZ Les Templiers et la guerre Clermont-Ferrand 2012

Damien CARRAZ ldquoLe monachisme militaire laboratoire de la socioge-negravese des eacutelites laiumlques dans lrsquoOccident meacutedieacuteval rdquo Eacutelites et ordres

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124122

Damien Carraz

militaires au Moyen Acircge Rencontre autour drsquoAlain Demurger eacuted Ph Josserand L F Oliveira et D Carraz Madrid 2015 pp 39-64

Damien CARRAZ ldquoEchoes of the Latin East among the Hospitallers of the West The Priory of St Gilles c1260ndashc1300rdquo Settlement and Cru-sade in the 13th Century Multidisciplinary Studies of the Latin East eacuted J Bronstein G Fishhof et V Shotten-Hallel Londres-New York (agrave pa-raicirctre)

Simonetta CERRINI ldquoI templari une vita de fratres ma una regola an-ti-ascetica una vita da cavalieri ma una regola anti-eroicardquo I Tem-plari La Guerra egrave la Santitagrave eacuted S CERRINI Rimini 2000 pp 19-48

Maria-Anna CHEVALIER Les ordres-religieux militaires en Armeacutenie cili-cienne Paris 2009

Pierre-Vincent CLAVERIE ldquoLes opeacuterations combineacutees des ordres mi-litaires dans le Levant meacutedieacuteval (XIIe-XIIIe siegravecles)rdquo Cahiers de Re-cherches meacutedieacutevales 15 2008 p 203-216

Pierre-Vincent CLAVERIE ldquoLrsquoinfluence des ordres militaires sur les tech-niques de combat des Fatimides et des Mamelouksrdquo Entre Deus e o Rei O mundo das Ordens Militares (VII Encontro Internacional sobre Ordens Militares Palmela 14 a 18 outubro de 2015) eacuted I C F Fer-nandes Palmela 2018 vol 1 p 283-295

Sam Zeno CONEDERA Ecclesiastical Knights The Military Orders in Cas-tile 1150-1330 New York 2015

Philippe CONTAMINE ldquoCouragerdquo Prier et combattre Dictionnaire euro-peacuteen des ordres militaires au Moyen Acircge eacuted Ph Josserand et N Be-riou Paris 2009 pp 264-265

Joseph DELAVILLE LE ROULX Les Hospitaliers en Terre Sainte et agrave Chypre (1100-1310) Paris 1904

Alain DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo Le combattant au Moyen Acircge (XVIIIe Congregraves de la SHMESP Montpellier 1987) eacuted M Balard Nantes 1991 p 79-84

Alain DEMURGER ldquoGli ordini religioso-militari e la Guerra tra il XII e il XIII secolordquo I Templari La Guerra egrave la Santitagrave eacuted S Cerrini Rimini 2000 pp 49-68

Alain DEMURGER ldquoLa mission des templiers la regravegle et le terrainrdquo Sa-cra Militia t 3 2002 p 5-19

Alain DEMURGER Jacques de Molay Le creacutepuscule des Templiers Paris 2002

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 123

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

Alain DEMURGER Les Templiers Une chevalerie chreacutetienne au Moyen Acircge Paris 2005

Alain DEMURGER Les Hospitaliers De Jeacuterusalem agrave Rhodes 1050-1317 Pariacutes ed Tallandier 2013

Georges DUBY Le Dimanche de Bouvines Paris 1973

Albert FAILLER ldquoLrsquooccupation de Rhodes par les Hospitaliersrdquo Revue des Eacutetudes byzantines t 50 1992 p 113-135

Jean FLORI Richard Coeur de Lion Le roi-chevalier Paris 1999

Alain FOREY ldquoMilitarisationrdquo Prier et combattre Dictionnaire europeacuteen des ordres militaires au Moyen Acircge eacuted Ph Josserand et N Beriou Paris 2009 p 612-613

Alain FOREY ldquoPaid troops in the service of Military Orders during the twelfth and thirteenth centuriesrdquo The Crusader World eacuted A J Boas Abingdon-New York 2016 p 84-97

Francisco GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa Barcelone 2008

Luis GARCIA-GUIJARRO RAMOS ldquoLa militarizacioacuten de la Orden del Hospital liacuteneas para un debaterdquo Ordens Militares Guerra Religiatildeo Poder e Cultu-ra (actas do III Encontro sobre ordens militares Palmela 22-25 janeiro 1998) eacuted I C Ferreira Fernandes Lisbonne 1999 vol 2 p 293-302

Sylvain GOUGUENHEIM ldquoLes guerres des ordres militaires furent-elles des guerres chevaleresques Lrsquoexemple de la conquecircte de la Prusse (1230-1283)rdquo Chevalerie et christianisme aux XIIe et XIIIe siegravecles eacuted M Aurell et C Girbea Rennes 2011 p 291-313

Sylvain GOUGUENHEIM ldquoLes Maccabeacutees modegraveles des guerriers chreacute-tiens des origines au XIIe siegraveclerdquo Cahiers de Civilisation meacutedieacutevale 54 2011 pp 3-20

Philippe JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacute au service de la Re-conquecircte les ordres militaires dans le royaume de Castille (1252-1369)rdquo Bulletin de la Socieacuteteacute archeacuteologique et historique de Nantes et de Loire-Atlantique 137 2002 pp 193-214

Benjamin KEDAR et Sylvia SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo proposeacute par lrsquoordre de lrsquoHocircpital 1306-1307rdquo Bibliothegraveque de lrsquoEacutecole des chartes 137 1979 pp 211-226

Teacuterence LE DESCHAULT DE MONREDON ldquoLa tour Ferrande agrave Pernes les Fontaines (Vaucluse) nouvelle lecture du programme iconogra-phiquerdquo Bulletin monumental ndeg 1734 2015 p 333-347

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124124

Damien Carraz

Antony LEOPOLD How to Recover the Holy Land Crusade Proposals in the Late Thirteenth and Early Fourteenth Centuries Aldershot 2000

Anthony LUTTRELL ldquoGli Ospitalieri di San Giovanni di Gerusalemme dal continente alle isolerdquo Acri 1291 La fine della presenza degli ordi-ni militari in Terra Santa e i nuovi orientamenti nel XIV secolo eacuted F Tommasi Peacuterouse 1996 pp 75-91

Helen J NICHOLSON Love War and the Grail Templars Hospitallers and Teutonic Knights in Medieval Epic and Romance 1150-1500 Lei-den 2001

Helen J NICHOLSON ldquoThe Hospitallersrsquo and TemplarsrsquoInvolvement in Warfare on the Frontiers of the British Isles in the Late thirteenth and early fourteenth centuriesrdquo Ordines Militares Yearbook for the Study of the Military Orders 17 2012 p 105-119

Denys PRINGLE ldquoThe role of castellans in the Latin Eastrdquo Castelos das Ordens Militares (Encontro internacional Tomar 10-13 Outubro 2012) eacuted I C Ferreira Fernandes Lisbonne 2013 vol 2 p 183-195

Jonathan RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant c1070-1309 Houndmills-New York 2012

Kristjan TOOMASPOEG ldquoLes ordres militaires au service des pouvoirs monarchiques occidentauxrdquo Eacutelites et ordres militaires au Moyen Acircge Rencontre autour drsquoAlain Demurger eacuted Ph Josserand L F Oliveira et D Carraz Madrid 2015 p 321-332

Abbegraves ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie (4911098-5891174) Ana-lyse compareacutee des chroniques meacutedieacutevales latines et arabes Damas 2008

Abbegraves ZOUACHE ldquoCroisade meacutemoire guerre perspectives de re-chercherdquo Bibliothegraveque de lrsquoEacutecole des chartes t 168 2010 pp 517-537

Abbegraves ZOUACHE ldquoTheacuteorie militaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orient (Ve-VIIeXIe-XIIIe siegravecle) Bilan et perspectivesrdquo La guerre dans le Proche-Orient meacutedieacuteval Eacutetat de la question lieux com-muns nouvelles approches eacuted M Eychenne et A Zouache Le Caire 2015 p 59-88

Fecha de recepcioacuten 28-05-2019

Fecha de aceptacioacuten 11-09-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 125

Urban warfare in 15th-century Castile

Guerra urbana en el siglo XV castellano

Ekaitz Etxeberria GallastegiUniversidad del Paiacutes Vasco

Abstract

Urban warfare evokes unequivocally contemporary images However the Mid-dle Ages frequently witnessed combats inside cities These confrontations usu-ally arose in two contexts factional struggles to achieve local power and street fighting derived from an enemy army entering the city after a successful as-sault The aim of this paper is to analyse urban warfare in 15th-century Castile examining its tactics and common characteristics

Keywords

Urban Warfare Castile 15th century Tactics

Resumen

El combate urbano remite a unos referentes inequiacutevocamente contemporaacuteneos Sin embargo la Edad Media tambieacuten fue escenario de frecuentes combates en el interior de las ciudades Estos enfrentamientos soliacutean responder a dos realida-des la lucha entre bandos locales enfrentados por el poder y el combate calle-jero que podiacutea suceder a la expugnacioacuten de la muralla por un ejeacutercito atacante

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico ekaitzetxeberriaehueus Departamento de Historia Medieval Moderna y Ameacuterica Facultad de Letras de la Universidad del Paiacutes Vasco This paper was written within the framework of the Ministry of Science amp Innovation funded Research Project De la Lucha de Bandos a la hidalguiacutea universal transformaciones so-ciales poliacuteticas e ideoloacutegicas en el Paiacutes Vasco (siglos XIV y XV) (HAR2017-83980-P) and of the Basque Governmentrsquos Consolidated Reseach Group Sociedad poder y cultura (siglos XIV-XVIII) (IT-896-16)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143126

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

El presente artiacuteculo pretende definir las formas que adoptoacute el combate urbano en los enfrentamientos que tuvieron este escenario en la Castilla del siglo XV estableciendo sus pautas e intentando discernir las caracteriacutesticas comunes de esta forma de enfrentamiento

Palabras clave

Guerra urbana Castilla siglo XV Taacutectica

The idea of lsquourban warfarersquo evokes the Battle of Stalingrad the Fall of Berlin Huecircacuteor more recent examples such as Fallujah However Medieval war also took place in urban settings This kind of fighting was not very far from the modern definition although it was adapted to the military tactics and weaponry of the time Medievalists have traditionally neglected such engagements maybe due to its patently modern connotations or because they have considered them as a part of siege warfare without discussing their own specificities1 However once the walls had been stormed the fight inside the city had its own patterns and dynamics In that regard it is quite well known how medieval cities were sieged but what happened once the attacking army crossed the walls of the besieged city is usually omitted Frequently chroniclers were merely interested in indicating that a city had been entered disregarding any further street fighting perhaps because the outcome had already been decided Nevertheless Castilian chronicles do make exceptions on occasion providing interesting details on the practice of street fighting and shedding some light on what urban warfare was like Therefore the aim of this paper is to analyse the tactics employed in these particular operations using for that purpose chronicle evidence The study will focus on two distinct conflict scenarios factional struggles and when a city had been entered by an enemy army2

1 This was not the case in the Classical World See LEE ldquoGuerra urbana en el mundo griego claacutesicordquo Only very recently have medievalists started working on this particu-lar issue See RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre pp 171-8 RODRIacuteGUEZ CASI-LLAS ldquoCorrioacute la sangre por las callesrdquo MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Mediardquo ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medieval como campo de batallardquo Additionally some historians had dealt with the practice of violence during factional struggles insi-de Castilian cities although not systematically Nevertheless recent studies published on political violence in Late Medieval Castilian cities have started to include technical practical and tactical aspects among the subjects of analysis See JARA ldquoEl conflicto en la ciudadrdquo particularly pages 97-103

2 A PhD thesis recently presented by Carlos Rodriacuteguez Casillas has proposed a catego-rization for Late Medieval urban warfare in Extremadura when an occupation army

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 127

Urban warfare in 15th-centUry castile

1 Fighting between two local factions

Street fighting was often caused by social disturbance that led to sud-den riots In these cases there was no tactical dimension as fighting was usually disorganised thereby hardly more than a fierce brawl that could barely be called warfare3 However when tumults could not be halted promptly they tended to escalate and developed into a protracted con-flict between local factions4 That was the case of Toledo in 1467 What started as a somehow planned fight between conversos and cristianos viejos ndashnew and old Christiansndash continued into the following day after both factions had made further preparations and planned their tactics5

The affirmations above can be extended to the factional struggles within Castilian cities One of the most significant and well documented examples is to be found in Bilbao In 1446 a fight between two local lineages ndashthe families of Zurbaraacuten and Leguizamoacutenndash in the main square of Bilbao began attracting more and more participants and ended up turning into a full-size skirmish However in Bilbao the tumults never made the qualitative leap to proper urban combat since there was a tac-it agreement between the factions according to which when hostilities escalated each side summoned their allies and met outside the town walls where real pitched engagements took place6 It is evident that this was not the common practice throughout the Crown of Castile In Val-ladolid for example the Croacutenica de Juan II states that in 1426 the local factions constantly fought in the streets being helped by men-at-arms from outside the town The continuous low intensity violence escalated

tries to control the city when two armies seek an armed clash inside the town without necessarily aspiring to control the position when local factions fight each other and popular uprisings RODRIacuteGUEZ CASILLAS La guerra en el marco de la Extremadura del periacuteodo Trastaacutemara (1369-1504) p 335

3 One example slightly outside the chronological limits proposed by this paper occu-rred in 1374 when a brawl began among the troops that Count Sancho was mustering in Burgos The conflict did not spread albeit the count himself was killed when trying to stop the fighting LOacutePEZ DE AYALA Croacutenicas p 475

4 I have eliminated the distinction between orchestrated riots and faction-fighting in the same city because their tactical performance is virtually the same

5 MARTIacuteN Historia de la ciudad de Toledo pp 1040-56 In the private war that confronted the lineages of Zurbaran and Leguizamoacuten between

late 1445 and probably early 1447 there were three intra-urban skirmishes while eight minor pitched engagements took place just outside the city walls ETXEBERRIA ldquoGuerras privadas y linajes urbanosrdquo AGUIRRE Las dos primeras croacutenicas de Vizcaya pp 157-60 164-6 GARCIacuteA DE SALAZAR Libro de las buenas andanccedilas e fortunas pp 209-13

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143128

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

due to the arrival of those external reinforcements which led to the conflict taking a qualitative leap into actual urban warfare7 In the same way in Seville in 1471 a street brawl between the men of the marquis of Caacutediz and the duke of Medina Sidonia escalated into a three-day battle where each side controlled a certain streets and neighbourhoods8 This sort of conflict however was not necessarily triggered by either escalat-ing violence or spontaneous fights In Cuenca in 1447 the combat was clearly premeditated as both sides ndashLope de Barrientos bishop of Cuen-ca and Diego Hurtado de Mendozandash prepared for the fight and adopted well-defined tactics9

Whatever the cause it is possible to appreciate some tactical fore-thought during these clashes for instance with the occupation of the main access points to the city In Toledo as the fight spread the conver-sos took over the gates and bridges leading into the city difficulting the arrival of any enemy reinforcements10 Nevertheless the most common tactic was the occupation of churches which conferred considerable tactical advantages because they were sturdy buildings easily turned into defendable positions Church towers often became points of ob-servation as well as a substantial vantage point for crossbowmen and espingarderos ndashhandgunners- In Seville the men of the marquis were being harassed by the dukersquos men shooting from church of San Marcos Their solution was to set fire to the temple doors causing a conflagra-tion that upset the local population putting them against the marquis who had to leave the city11

Together with the occupation of strongpoints street fighting had a very important role to play Barricades and rooftop shooters were de-ployed across the place which made moving through narrow streets a dangerous business To counter this holes were drilled through house walls in an attempt to advance under cover and flank the enemyrsquos de-

7 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo pp 425-308 VALERA Memorial de Diversas Hazantildeas pp 192-5 Croacutenica Anoacutenima de Enrique IV de

Castilla 1454-1474 pp 347-9 Historia de los hechos del Marqueacutes de Caacutediz pp 175-7 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 36-8 For the urban combat developed in Seville I refer to Manuel Martiacuten Verarsquos work MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Mediardquo pp 53-77

9 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II pp 482-710 Antonio MARTIacuteN Historia de la ciudadhellip pp 1040-511 Historia de los hechos pp 175-7 Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II

p 38 MARTIacuteN ldquoEl combate urbanordquo pp 71-2

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 129

Urban warfare in 15th-centUry castile

fensive positions even attacking them from the rear just like in modern urban engagements12 This happened in Seville where the chronicler Alonso de Palencia points out that lsquobombards espingardas and other war machines shoot their projectiles from above onto the streets while some people drill the walls and suddenly attack from behindrsquo13

On other occasions simpler ndashand often less efficientndash tactics were used In Cuenca in 1447 the followers of the bishop fortified the streets leading up to the castle ndashwhere most of the men of Hurtado de Mendoza were holding up- establishing barricades guarded by ment-at-ams and crossbowmen The bishoprsquos aim was to prevent the enemy deployed both in the castle and some houses of the town square from joining forces14 When the actual fight broke out the men from the castle tried to set fire to two houses where the bishoprsquos street barricades rested This attempt to overcome enemy resistance with fire was unsuccessful as the bishop managed to get there with fresh troops repelling the assault The initial combat was followed by a six-day truce which both sides used to shore up their defences The second attack would expectedly be more intense This time the men at the castle used gunpowder artillery which affected defenses and barricades set up by the bishop as well as hous-es Lope de Barrientos in turn decided to further reinforce the barri-cades presumably re-building them with stone rather than wood so as to make them lsquoas sturdy as the city wallsrsquo Once completed the castle ceased their futile bombardment15

12 In modern military terminology the tactic is called lsquomouse-holingrsquo used for advancing under cover through streets and therefore avoid enemy fire

13 ldquoAbroquelaacutendose en los escudos unos y otros combaten por conservar o por libertar los respectivos barrios bombardas espingardas y otras maacutequinas de guerra lanzan sus proyectiles desde lo alto sobre las bocacalles horadan unos las paredes y se acome-ten repentinamente por la espaldardquo Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 37-8

14 The Croacutenica del Halconero mentions that the castle defenders gathered flammable ma-terials to set fire to the city from the castle In the chroniclerrsquos own words they had lsquocincuenta fachones de teda confacionados con algunas resinas para poner fuego a la ciudad por parte del castillorsquo and lsquoun cesto lleno de gatos para los echar con fuego por la ciudadrsquo CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero p 483

15 During the construction of this fortified barricades Lope de Barrientos protected the workers with stockades which absorbed the impacts delivered by enemy projectiles CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 482-7

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143130

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

2 Fighting following an assault

A second type of urban combat observed in fifteenth-century Castile is the one that follows an assault In those cases it is necessary to distin-guish between surprise assaults and expected assaults When the assault did not come as a surprise the defenders could prepare for this eventual-ity for instance by laying out different defensive lines where they could retreat their forces if the first line was overcome establishing a sort of tactical defence in depth Generally the second line of defence was the cityrsquos castle itself That happened during the Castilian successful assault on the walls of Antequera in 1410 as the Muslim defenders ran to the al-caacutezar as soon as the Christians had overcome the enemy resistance at the walls16 Another example is to be found during the Castilian assault on the Navarrese town of San Vicente de la Sonsierra in 1429 When the walls had been taken and the Castilian forces had entered the town the defend-ers positioned themselves in the castle on a hill overlooking the town17 When the city had two walled areas the inner circuit could work as a sec-ond defensive line That was the case of Atienza in 1446 The royal army led by the king Juan II and his constable Aacutelvaro de Luna laid siege to the town After they had successfully taken the walled arrabal (suburb) the defenders were ready again to defend the inner wall18

In surprise assaults the assailing party usually set up a vanguard that climbed the walls with stealth killing the sentries and opening the gates for the main attacking force The defenders could be therefore disorgan-ised and eventually surrender almost without a fight That was the case in Medina del Campo in 1441 where the king Juan II of Castile and the consta-ble Aacutelvaro de Luna were positioned with their army Whether because of treachery or negligence the defendersrsquo sentries did not see the attack of the troops of Juan II of Navarre that overcame the walls and entered the town Surprised both Juan II of Castile and Aacutelvaro de Luna attempted to organ-ize a last-minute defense For that purpose the Castilian king deployed his troops at the main square of San Antoliacuten with the constable fighting along the streets In the end after being overwhelmed by the Navarrese king the Castilian monarch surrendered and the constable was forced into flight19

16 Croacutenica del rey Juan II de Castilla Minoriacutea y primeros antildeos de reinado p 47217 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo vol C p 165-618 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna p 191-719 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 417-9 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo vol II p

586 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna p 153

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 131

Urban warfare in 15th-centUry castile

Nonetheless on most occasions some degree of organised resistance could be met throughout the stormed townrsquos streets The defenders would try to launch counter-attacks aimed at recovering lost strategic points in order to regain the control of the town while stopping the en-emy from receiving reinforcements These points could be either the city gates or wall towers In 1430 the Castilians entered the Navarrese town of Laguardia by surprise climbing the walls at night opening the gates and taking control of a strongly fortified church close to one of the townrsquos gates When the alarm sounded the defenders tried in vain to take control of the city gate in order to stop more Castilians from entering20 The defenders could also lay out barricades ndashas it also hap-pened during factional struggles between local lineagesndash to use them as tactical strongpoints from where attacks could be launched and street fight could be organised and performed An example of this practice is attested in a letter written by Rodrigo Manrique to Juan II describing the conquest of the Granadan town of Hueacutescar in 1434 The surprised Muslim defenders managed to set up a line of barricades forcing the Christians to house-by-house combat drilling holes through house walls to advance under cover and thereby avoiding the streets In addition the Muslims used the height of the alcaacutezar (castle) and the wall towers to harass the attackers Controlling those towers proved to be vital es-pecially when the Muslim reinforcements coming from Baza appeared As the town gates were under Christian control the newly arrived Mus-lims put ladders to climb the wall sections still under Granadan control and therefore entered the town In the end the position was kept in Christian hands thanks to the various Castilian counterattacks and the eventual arrival of the relief army led by the future count of Alba which came in support of Manrique21

The improvised defence based on the setting up of barricades and street fighting could be very effective at least until the assailants could come up with the right countermeasure In 1482 during the operation that started the War of Granada (1482-1492) the Castilians took the al-caacutezar of the Granadan town of Alhama by night escalade The surprise attack prompted the Muslim defenders to set up barricades defended by crossbowmen and espingarderos in the streets around the castle blocking the manoeuvres of the Christians and cornering them inside

20 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 182-521 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 164-6 Letter 166-74

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143132

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

the fortification The fortress could only be left using the castle gate that led to the streets which were continuously harassed by Muslim shoot-ers deployed both at the barricades and on the rooftops Some Castilian knights and squires tried to overcome this formidable encirclement by launching an assault from the gates of the alcaacutezar but they soon found their death in those narrow streets at the hands of Muslims bolts and bullets In that desperate situation the Castilian tactical choice was to perform simultaneous attacks charging at the same time from the castle gate the rooftops the castle wall which led from the fortress to the city and from a hole that Castilians bored at the fortress wall that led to the streets The Muslims were thus forced into flight seeking refuge in the mosque When the Christians set fire to the doors of the mosque the defenders finally surrendered the town passed to Castilian hands and the War of Granada started22

Occasionally defenders were able to recover the initiative thereby turning from static defenders into attackers This happened at Atienza Aacutelvaro de Lunarsquos troops were repeatedly attacked in order to thwart their attempt to take control of strategic positions of the arrabal which would have enabled an easier assault to the town walls Most of the fighting in fact took place around the church which the constable intended to turn into a strong place with stockades and barricades23 A more innova-tive counterattack took place in Laguardia where the besieged Navar-rese defenders cornered at the townrsquos castle took advantage of a truce to excavate a mine from the fortress itself onto the main square where the Castilian besiegers where deployed The Navarrese established a predetermined time for a simultaneous sally from both the castle and the mine in order to take back the gates and the towers Nevertheless the manoeuvre was a failure as Castilians manage to repel the attacks and even organise a counter-attack In the end the Navarrese had to abandon the position and left the town for the Castilians24 Despite the recent example of Laguardia having the initiative in street fighting had some advantages more so if the defenders had a fortified position that dominated the town This disposition enabled the defenders to control enemy movement and reveal vulnerabilities that could be attacked At San Vicente de la Sonsierra the victorious Castilians once they had tak-

22 PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos pp 5-1323 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna pp 190-724 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 211-3

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 133

Urban warfare in 15th-centUry castile

en the walls focused on the pillaging of the town in complete disorder The Navarrese garrison that was cooped up in the castle saw a window of opportunity and attacked one of the Castilians parties led by Goacutemez Gonzaacutelez de Butroacuten Butroacutenrsquos father Gonzalo Goacutemez de Butroacuten ndasha prom-inent Basque hidalgo- tried to rescue his son but the attempt ended with the father dead and the son being captured by the men from the garrison When additional Castilian reinforcements arrived to the place the Navarrese ran back to the safety of the keep That precise exploit led the Navarrese to victory as the assailant party had to leave the siege25

Whatever the case after the assault and the street fight if the attack-ers emerged victorious they still could be confronted with a final ob-stacle in the cityrsquos castle Laying siege to urban fortifications was the natural evolution of street fights derived from assaults regardless of whether they were by surprise or not For example the urban combats of Antequera in 1410 and Laguardia in 1430 had the siege of their castles as a culmination26 Chronicles unfortunately provide sparse details re-garding how these intra-urban sieges were carried out This prompts me to extrapolate some examples from the War of the Castilian Succession (1475-1479) a civil strife for the throne that confronted the supporters of Isabel the Catholic ndashand his husband Fernandondash and those of Juana ldquola Beltranejardquo the latter receiving Portuguese military support27 This conflict is garnished with far greater detail regarding this issue due to the importance that urban combat in the form of siege of intra-urban fortifications had in the outcome of the conflict28

In this final phase of medieval urban combat fighting was guided by patterns that respond to the dynamics of what we would call position-al warfare Both sides focused on securing key strategic buildings which ensured control of the town These essential constructions were normal-ly easily defendable solid stone structures of which the alcaacutezar was the most important29 The castle was not only the best fortified place within the city walls but also the logical last place of defence the ultimate bas-

25 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 165-626 Croacutenica del rey Juan II p 472 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 211-327 See SUAacuteREZ Los Reyes Catoacutelicos La conquista del Trono28 A more extensive analysis of urban warfare during the War of the Castilian Succession

can be found in ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medievalrdquo pp 277-8829 Rodriacuteguez Casillas has usefully pointed out the importance of these buildings with

abundant examples from wars and violence in which they had become key stron-gholds RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre pp 171-8

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143134

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

tion where the defenders would retire after the rest of the positions had fallen For that reason during the War of the Castilian Succession urban combat at Burgos Zamora Madrid Ucleacutes Toro or Castronuntildeo among many other cities and towns involved the siege of their respective castles

For the defenders relying only on the castlersquos resistance capabili-ties was nothing but a vain hope There was an evident necessity to hold additional positions surrounding the fortress in order to pre-vent the attackers to effectively lay siege to the alcaacutezar For that rea-son once the enemy host had entered the city resistance gravitated around strong points within the walls ndashusually churches or less often housesndash Churches were in fact excellent defensive positions because of their sheer masonry Those that were near the fortresses were pre-ferred options for they could hinder the siege of the castle as both buildings could support each other In 1475 during the Isabellan at-tempt to recover the cityrsquos castle of Burgos from Juanarsquos supporters the chapel of Santa Mariacutea la Blanca proved to be vital to both sides The Croacutenica Incompleta de los Reyes Catoacutelicos describes how the chap-el was very strong and lsquofully supplied had good men and a large moat aroundrsquo and lsquoprevented the siege positions to come closer to the for-tressrsquo In other words the temple and the castle were supporting each other so taking Santa Mariacutea la Blanca was necessary in order to reach the castle as Fernando the Catholic failed attempt to take both posi-tions at the same time proved30

The aforementioned example illustrates the effectiveness of a de-fense based on the combination and mutual support between the main fortress and lesser nearby defendable positions There were occasions however when this support could be a double-edged sword If one of these positions fell it would promptly become a platform from where the assailants would launch new attacks to the main fortress with far greater danger which is what ultimately happened in Burgos Once the supporting chapel had been taken the siege on the fortress became much easier allowing the besiegers to perform mines and bombard the castle walls from closer range which maximized the impact31 A similar situation happened in Zamora also in 1475 where the city was under

30 PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos tomo I pp 150-1 PALENCIA Croacutenica de Enri-que IV tomo II pp 229-30 Croacutenica incompleta de los Reyes Catoacutelicos pp 256-7

31 VALERA Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos p 39 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II p 230

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 135

Urban warfare in 15th-centUry castile

Juanarsquos supporters control and had a Portuguese garrison Fernando the Catholic knew that the keeper of the fortified bridge leading to the main gate of the city would let him in so he hurried to exploit the situation Once the Isabellan assailants took over the gates the defending Portu-guese sought shelter in the fortress the Cathedral and a house nearby It seems that the choice was not arbitrary as the house served to protect the temple which in turn protected the castle The attackers were sys-tematic they went first for the house until it was knocked down which made the attack on the cathedral easier Its last defenders held the tow-er until they fled to the castle ndashthe last surviving Portuguese positionndash through a wicket32 Immediately the temple was used by the Isabellan party to harass the fortress deploying crossbowmen and espingarderos at the cathedralrsquos tower33

Generally defenders tended to systematically retreat to the next defensive position This as Rodriacuteguez Casillas has pointed out was an application of the lsquoobsidional reflexrsquo to urban combat34 However this strategy was far from static Just like when a stronghold was be-ing besieged defending implied carrying out sallies aimed at improving their defensive position and wearing down the morale and resources of the besieger army This is well exemplified at Burgos or at the siege of Laguardiarsquos castle in 1430 mentioned above35

So far I have been focusing on defensive strategies with little at-tention to the offensive ones the tactics used by attackers to offset the lsquoobsidional reflexrsquo of their opponents The truth is that when defenders closed themselves into formidable defensive positions attackers could do little else but to patiently lay them siege using conventional mech-anisms If possible or necessary advanced enemy positions could be assaulted thereby attempting to reduce the strength of the defensive network and facilitate the siege of further positions

32 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 168-9 VALERA Croacutenica de los Reyes pp 49-50 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 248-9 267-8 According to Fernando del Pulgar the defenders sued for mercy giving up the fight PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 169-72

33 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 267-834 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangrerdquo p 4735 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 150-1 165-6

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143136

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

At Burgos as mentioned before there was an initial attempt to lay siege both to the church and the castle at the same time but this proved inefficient Hence all efforts were placed on taking the chapel until it fell In general laying siege to an intra-urban castle could last an inde-terminate amount of time and besiegers often focused on the progres-sive erosion of enemy defences and isolating the defenders from food and water provisions Often this required extra-mural encirclements of fortresses and the establishment of siege positions within the city to ensure that defenders could not communicate with the outside andor receive reinforcements In the Isabellan sieges of Ucleacutes (1476) and Cas-tronuntildeorsquos (1477) city castles ndashheld by Portuguese and Juanarsquos support-ers- barricades were set up between the fortress and the city itself36 Sometimes however more durable constructions were employed as oc-curred at Zamora and at Madrid ndashthe latter was under the control of the Juanist marquis of Villena and in 1476 was attacked by the duke of the Infantado In both occasions actual walls were erected in the streets that led to the castles as a sort of contravallation Regarding the fortification work made in Madrid the chronicler Fernando del Pulgar states that the wall lsquowas so large and wide that the people in the fortress if assisted by outside armies could still not enter the town or vice-versa unless they went through the gates which the duke had garrisonedrsquo37

3 Common characteristics of urban warfare in 15th-cen-tury Castile

The two categories described above contain some common features which help to present a more precise picture of the nature of urban war-fare in 15th century Castile The most evident characteristic is the limita-tions that a built and inhabited environment imposed on tactics For one houses constituted important barriers which often protected the flanks and thus reduced combat space On the other hand unlike pitched en-gagements urban warfare was potentially three-dimensional as dan-gers could come not only from the front but also from above and even from below as the mentioned example of the mine in Laguardia exem-plifies Windows and rooftops provided excellent platforms for shooting and throwing objects to the enemy In 1485 during the War of Granada

36 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 255-6 29837 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 172-3 229

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 137

Urban warfare in 15th-centUry castile

the Castilians performed a failed assault attempt to the town of Coiacuten and the Muslim defenders withdrew until they had reached a square Mean-while the Castilian attackers advanced under a rain of stones and tiles from the windows and rooftops38

These dangers made advancing under cover an indispensable pre-req-uisite for moving through streets something which was illustrated in the combats at Seville and Hueacutescar Commanders had another tactical toolkit at their disposal fire Flames burned everything in their path in cities where most buildings were made of wood They could be used to open routes through the city or to destroy enemy defensive positions as shown by Hurtado de Mendozas mens the failed attemp to burn down the houses in Cuenca located adjacent to Lope de Barrientos barricades Fire was unavoidable when sieging urban fortifications once the de-fenders had retreated to the castle The first tactic used by the defending garrison was the burning of the houses adjacent to the fortress This was done by the local Muslims during their retreat into the alcaacutezar at Antequera in 141039 Another example can be found in Madrid in 1476 The duke of the Infantado after fighting at the gate of Guadalajara and entering the city managed to force the marquis of Villenarsquos men back to the alcaacutezar but lsquothe castellan [alcaide] set fire to all the houses near the fortressrsquo40 In the aforementioned 1475 attack on Burgos a similar action took place The defenders who held the castle made sallies to burn down several houses ndashthe chronicler Fernando del Pulgar counted 300 burned housesndash in the calle de las Armas a street close to the access path of the strategic church of Santa Mariacutea la Blanca41

Indeed burning the houses and buildings located near fortresses was commonplace primarily for three reasons to destroy indefensible po-sitions to deny the assailant the possibility of cover and because of the tactical need to create a clear shooting range for the defenders If this destruction was not fulfilled in advance the enemy could make use of the buildings to facilitate the approach which happened in Atienza in 1446 There the defenders only set fire to houses adjacent to the walls but the rest of the suburb was left standing Nevertheless in this particu-

38 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo II p 15839 Croacutenica del rey Juan II pp 467-7240 VALERA Croacutenica de los Reyes p 8041 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 229-31 PULGAR Croacutenica de los Reyes

tomo I p 150

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143138

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

lar occasion according to the chronicle of Aacutelvaro de Luna the defenders followed a plan When the army of Juan II of Castile and Aacutelvaro de Luna arrived they would comfortably settle in the emptied neighbourhood The defensive plan was then to proceed to bombard the unsuspecting royal army with trebuchets set up at the hilltop the highest part of the town In a flagrant display of optimistic miscalculation the master en-gineer had guaranteed that eight days of bombardment would level the suburb The houses however stubbornly maintained their verticality enabling the forces of Luna to approach the wall using the residences to maintain cover while shooting to the defenders with darts shot from makeshift arrowslits drilled into the housesrsquo walls42

Large-scale combats such as those in the War of the Castilian Suc-cession often led to intra-urban sieges Fighting did not resemble street-combat and mainly revolved around the control of key strong points Yet actual manoeuvres and tactics employed when laying siege to urban fortifications were similar to those employed in almost every other intra-urban assault of the period as the average objective was to control and secure a densely inhabited and constructed area In that regard churches were by definition architectural strongholds Their stout masonry and tall towers provided vertical control and a vantage point over surrounding streets Examples of this were the church of San Marcos in Seville and also the church of San Pedro at Cuenca which Hurtado de Mendozarsquos castle garrison had attempted in vain to take us-ing ladders43 Even when genuine street-fighting happened combat re-volved around barricades which operated as a sort of temporary strong points Therefore it can be said that positional warfare was a common feature of urban combat in both of the categories presented

The outcome of urban warfare was commonly affected by factors such as the size of opposing forces and the arrival of reinforcements This latter factor was closely conditioned by the control of the access to the city Whoever held the gates could effectively prevent the ene-my from receiving reinforcements while facilitating the arrival of allies Such a constrained battlefield the medieval city was that this could be the difference between victory and defeat44

42 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna pp 186-9043 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 513-6 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 662-344 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangrerdquo pp 40-1 ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medie-

valrdquo p 280

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 139

Urban warfare in 15th-centUry castile

Naturally the presence of buildings entailed enormous coordination challenges far beyond what could be found within an open battlefield Narrow and sometimes labyrinthine medieval streets forced the consta-ble Miguel Lucas de Iranzo Iranzo to divide his forces ndashwhich his own chronicle number at 3300 menndash between six streets during an urban combat at Jaeacuten in 146745 The downside is that this partition made it diffi-cult to assist the forces in other streets I have already mentioned that at San Vicente de Sonsierra once the defenders had retreated to the castle they sallied upon one of the groups returning behind the safety of the keep before the attackers could pounce on them in greater numbers46

This made the use of reserve forces vital as the bishop Lope de Barri-entos understood and applied in Cuencarsquos second urban combat in 1449 He located thirty men in the main square for rapid deployment against wherever this was needed47 In addition to reserve units given the pro-pensity of urban warfare to splinter into small fronts it was the subordi-nate command structure which carried most of the tactical brunt Dur-ing the second day of riots at Toledo in 1467 a dyer led a group to drill a hole in a house wall from which a bombard could be fired against the conversos that were attacking the cathedral48 This artisan did not hold a particularly respectable social position but he did have initiative in a situation of chaos and movement His idea was heard and then carried out dispersing the attacking conversos

The characteristics of urban warfare described rendered it extraor-dinarily dangerous According to the chroniclers Alonso de Palencia and Diego de Valera the veteran knight Luis de Perniacutea always tried to avoid fighting inside cities where lsquoeven the most miserable cow-ard could with a crossbow or an espingarda easily slay the greatest warriorrsquo Ironically Perniacutea died during an urban combat at Carmona in 1472 at the hands of a mere barber armed with an espingarda49

45 Hechos del Condestable Don Miguel Lucas de Iranzo pp 330-346 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 165-647 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 513-6 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 662-348 MARTIacuteN Historia de la ciudad pp 1040-549 ldquoE luego Luys de Perniacutea como fuse cavallero muy esforccedilado e quisiese a gran priesa

socorrer a su valiacutea e como eacutel fuese el primero que yba hordenando su gente fue herido de vn espingarda de tal manera que de suacutepito murioacute El qual en muchas ba-tallas contra los moros con poca gente muchas vezes de gran muchedumbre se halloacute venccediledor con cuyo nonbre los enemigos algunas vezes se espantavan El qual sienpre aborresccedilioacute las batallas dentro de lugares e mucho contra su voluntad fue esta venida suya en Carmona Asiacute fueacute muerto este virtuoso y esforccedilado caballero por la mano de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143140

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

Although it is quite probable that the chroniclers endowed the death of the knight with a providentialist dimension the example described proves how in urban combat even the most experienced warrior could die at the hands of a fresh recruit50 In this role shooters were especially empowered as urban morphology favoured greatly projec-tile weapons The espingardas even the artillery saw their general lack of precision greatly compensated in urban warfare where men-at-arms fought packed in a cramped space Perniacutea was not the only vic-tim to their fire during the assault to Santa Mariacutea la Blanca in Burgos in 1475 two of Fernando the Catholicsrsquo most loyal knights were shot down by espingarda bullets which pierced their armour51 The morta-lity of this weapons used in those narrow quarters was also proved in the aforementioned example of Alhama in 1482 where gunfire caused significant casualties among the Castilian ranks It was after all John France who claimed that lsquostreet-fighting was just as costly in the Mid-dle Ages as at Stalingradrsquo52

In conclusion urban warfare was not altogether that different from standard medieval military praxis because the key objective was spa-tial or territorial control In the case of cities this meant holding strong points like gates churches or castles Nonetheless in 15th-century Cas-tile urban warfare did have its own peculiarities as tactics had to adapt to the narrow and deadly battlefields Coordination was difficult and advancing under cover imperative Likewise barricades were laid out in the streets and advanced outposts were established while house-to-house combat was usual These specific features of modern urban war-fare were there already in pre-industrial conflicts As happens in the contemporary world blood also ran through medieval streets turning cities into battlefields

un barbero manccedilebo en el mes de abril del antildeo del nasccedilimiento de Nuestro Redentor de mil e quatroccedilientos e setenta y dos antildeosrdquo PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 57-8 VALERA Memorial p 211

50 Malcolm Vale wrote that in the 15th-century ldquothe risk of death at the hands of a lsquocowardlyrsquo plebeian crossbowman was merely augmented by that of death by gunfi-rerdquo VALE ldquoNew Techniques and Old Ideasrdquo p 64

51 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 229-3052 FRANCE Western warfare in the age of crusaders p 109

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 141

Urban warfare in 15th-centUry castile

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Pedro CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II ed Juan de Mata Carriazo Universidad de Granada Granada 2006

Croacutenica Anoacutenima de Enrique IV de Castilla 1454-1474 ed Mariacutea Pilar Saacutenchez-Parra Ediciones de la Torre Madrid 1991

Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna condestable de Castilla maestre de Santi-ago ed Juan de Mata Espasa-Calpe Madrid 1940

ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo Croacutenicas de los Reyes de Castilla Cayetano Rosell (ed) Atlas Madrid 1953

Croacutenica del rey Juan II de Castilla Minoriacutea y primeros antildeos de reinado (1406-1420) ed Michel Garciacutea Universidad de Salamanca Salamanca 2017

Croacutenica incompleta de los Reyes Catoacutelicos ed Julio Puyol Academia de la Historia Madrid 1934

Lope GARCIacuteA DE SALAZAR Libro de las buenas andanccedilas e fortunas que fizo Lope Garciacutea de Salazar Mariacutea Consuelo Villacorta (ed) UPVEHU Bilbao 2015

Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo Colec-cioacuten de documentos ineacuteditos para la historia de Espantildea vols XICX y C ed Antonio Paz y Meliaacute Madrid 1891

Hechos del Condestable Don Miguel Lucas de Iranzo ed Juan de Mata Universidad de Granada Granada 2009

Historia de los hechos del Marqueacutes de Caacutediz ed Juan Luis Carriazo Uni-versidad de Granada Granada 2003

Pedro LOPEZ DE AYALA Croacutenicas ed Joseacute Luis Martiacuten Planeta Barce-lona 1991

Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV ed Antonio Paz y Meliaacute Atlas Madrid 1973

Fernando del PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos ed Juan de Mata Carriazo Universidad de Granada Granada 2008

Diego de VALERA Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos ed Juan de Mata Carri-azo Revista de Filologiacutea Espantildeola Madrid 1927

Diego de VALERA Memorial de Diversas Hazantildeas ed Juan de Mata Car-riazo Espasa-Calpe Madrid 1941

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143142

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

2 Bibliografiacutea

Sabino AGUIRRE Las dos primeras croacutenicas de Vizcaya Caja de Ahorros de Vizcaya Bilbao 1986

Ekaitz ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medieval como campo de batalla el combate urbano en la guerra de Sucesioacuten Castellana (1475-1479)rdquo Clio amp Crimen Revista del Centro de Historia del Crimen de Durango 12 (2015) pp 277-88

Ekaitz ETXEBERRIA ldquoGuerras privadas y linajes urbanos violencia ban-deriza en el Bilbao bajomedievalrdquo Roda da Fortuna Revista Eletrocircni-ca sobre Antiguidade e Medievo 21-1(2015) pp 78-97

John FRANCE Western warfare in the age of crusaders 1000-1300 Cor-nell University Press New York 1999

Joseacute Antonio JARA ldquoEl conflicto en la ciudad Violencia poliacutetica en la Castilla urbana del siglo XVrdquo La violencia en la sociedad medieval Esther Loacutepez Ojeda (coord) Instituto de Estudios Riojanos Logrontildeo 2019 pp 85-115

John LEE ldquoGuerra urbana en el mundo griego claacutesicordquo El arte de la guer-ra en el mundo antiguo de las guerras persas a la caiacuteda de Roma Vic-tor Davis Hanson (coord) Criacutetica Barcelona 2012 pp 139-63

Antonio MARTIacuteN Historia de la ciudad de Toledo sus claros varones y monumentos Imprenta de Severiano Loacutepez Fando Toledo 1862

Manuel Aacutengel MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Media el duque de Medina Sidonia contra el marqueacutes de Caacutediz por el dominio de Sevillardquo Roda da Fortuna 1 (2015) pp 53-77

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre La Guerra de Sucesioacuten entre Isabel la Catoacutelica y Dontildea Juana en Extremadura (1475-1479) Ed-itora Regional de Extremadura Meacuterida 2013

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangre por las calles Ciudad y guerra urbana a finales del siglo XV el caso de Extremadurardquo Re-vista Roda da Fortuna 1 (2015) pp 33-52

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS La guerra en el marco de la Extremadu-ra del periacuteodo Trastaacutemara (1369-1504) PhD dissertation Universidad de Extremadura 2019

Luis SUAacuteREZ Los Reyes Catoacutelicos La conquista del Trono Rialp Madrid 1989

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 143

Urban warfare in 15th-centUry castile

Malcom VALE ldquoNew Techniques and Old Ideas The Impact of Artillery on War and Chivalry at the End of the Hundred Years Warrdquo War Literature and Politics in the Late Middle Ages Essays in Honor of G W Coopland Liverpool University Press Liverpool 1975 pp 57-72

Fecha de recepcioacuten 11-11-2019

Fecha de aceptacioacuten 13-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 145

La Banda Gallega y el castillo de Las Cumbres Control estrateacutegico del

territorio histoacuterico espacio y frontera en el limes septentrional del alfoz

sevillano en la Baja Edad Media

The Galician Band and the Castle of Las Cumbres Strategic Control of the Historical Territory Space and Frontier in the Northern limes of the Sevillian

alfoz in the Late Middle Ages

Juan Joseacute Fondevilla AparicioConsejeriacutea de Cultura y Patrimonio Histoacuterico Junta de Andaluciacutea

Resumen

El liacutemite noroccidental del alfoz de Sevilla conformaba en la Baja Edad Me-dia un espacio de frontera una encrucijada de demarcaciones que deslindaba aacutembitos exteriores e interiores al reino de Castilla y Leoacuten en cuya conquista y

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico jjfondgmailcom Jefe del Departamento de Conservacioacuten del Pa-trimonio Histoacuterico Delegacioacuten Territorial en Huelva de la Consejeriacutea de Cultura y Pa-trimonio Histoacuterico Avda de Alemania 1 bis 21001ndash Huelva El presente artiacuteculo sus-crito como investigador adscrito al Grupo de Investigacioacuten HUM-799 ldquoEstrategias de Conocimiento Patrimonialrdquo se enmarca dentro del Proyecto I+D+i (HAR2016-78113-R) financiado por el Ministerio de Economiacutea y Competitividad para el periacuteodo 2017-2019 ldquoTutela Sostenible del Patrimonio Cultural a traveacutes de modelos digitales BIM y SIG Contribucioacuten al conocimiento e innovacioacuten socialrdquo cuyo investigador principal es D Francisco Pinto Puerto El trabajo se ha realizado dentro de las investigaciones lleva-das a cabo en el contexto de la Tesis Doctoral dirigida por D Antonio Luis Ampliato Briones Catedraacutetico del Departamento de Expresioacuten Graacutefica Arquitectoacutenica de la Es-cuela Teacutecnica Superior de Arquitectura de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192146

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

repoblacioacuten participaron muy activamente las oacuterdenes militares en su apoyo en lanzas a los reinos cristianos peninsulares La ereccioacuten de la fortaleza de Las Cumbres resultoacute determinante en la estrategia de reforzamiento de la red de defensas pasivas que dispuso el concejo hispalense resultando esencial para la vertebracioacuten territorial de este limes demarcatorio Los estudios de interconec-tividad visual y de transitabilidad del territorio histoacuterico derivados del anaacutelisis geoespacial multivariante implementados a traveacutes de SIG permitieron antildeadir un nuevo enfoque a las teoriacuteas historiograacuteficas que habiacutean abordado la loacutegica de su implantacioacuten territorial en el contexto del resto de fortalezas de la Banda Gallega avalando algunos de sus predicados

Palabras clave

Fortificacioacuten del territorio Alfoz de Sevilla en la Baja Edad Media Anaacutelisis geoespacial Cuenca visual e Interconectividad visual SIG

Abstract

The north-western limit of the kingdom of Seville in the Low Middle Ages con-stituted a frontier space a crossroads of demarcations that delimited external and internal areas of the Kingdom of Castile The military orders actively par-ticipated in the conquest and repopulation of these areas with their support to the peninsular Christian Kingdoms The construction of Las Cumbres castle was crucial in the reinforcement strategy of the network of passive defenses devel-oped by the council of Seville being essential for the territorial vertebration of this demarcatory limit Studies of visual imterconnectivity and trafficability of the historical territory implemented through GIS systems allowed to add a new approach to the historiographical theories that have conducted the foundation of their territorial implantation in the context of de Galician Band fortifications endorsing some of its predicates

Key-words

Fortification of the territory Kingdom of Seville in the Low Middle Age Geospa-tial analysis Viewshed and Intervisivility GIS

1 La conquista del territorio y la definicioacuten de las fron-teras septentrionales del alfoz sevillano

ldquoFerrando de Medina veinte e quatro desta dicha ccedilibdad e alcayde del

castillo e fortaleza desta dicha villa nos dixo que por la dicha ccedilibdad le

fue dado poder y mandado que para la guarda e defensa de la dicha for-

taleza por cabsa de los movimientos e guerra que habiacutea la dicha ccedilibdad

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 147

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

eacutel tomase la gente que entendiese menester de los veccedilinos desa dicha

villahellippues que ellos quedaban al serviccedilio de la dicha ccedilibdad en la dicha

fortalezahellipguardaacutendola e velaacutendola de noche e de diacuteardquo(Archivo Muni-

cipal de Sevilla [AMS] sec 15 Papeles del Mayordomazgo carp58)

El siglo XIII supone la consecucioacuten por los reinos cristianos peninsu-lares de su principal objetivo poliacutetico la expansioacuten territorial frente al islam andalusiacute a traveacutes de la conquista militar de sus dominios1 fijando definitivamente la frontera con el reino nazariacute La guerra sostenida des-de el s XI supuso la superacioacuten de las sucesivas marcas defensivas hasta el definitivo avance sobre al-Andalus que se ultimoacute taacutecitamente con el reinado de Fernando III de Castilla a cuya muerte todo eacutel apareciacutea bajo su dominio directo o vasallaacutetico Surge entonces la necesidad de des-lindar el aacutembito jurisdiccional de las respectivas coronas peninsulares iniciaacutendose la definicioacuten de limes demarcatorios o rayas que persiguen la acotacioacuten del poder regio en su proceso de diferenciacioacuten poliacutetica y administrativa que avanza hacia el asentamiento progresivo de un es-tatus regni frente al poder sentildeorial [Figura 1]2

Figura 1 Mapa descriptivo en el que se grafiacutean las distintas fronteras y aacutembitos

territoriales representando la permeabilidad desde la Raya lusa a traveacutes de los

llanos del Chanza y de la ribera del Muacutertiga con ubicacioacuten de los principales

castillos y fortalezas

1 LADERO ldquoSobre la evolucioacuten de las fronterasrdquo p 52 Todas las fotografiacuteas e ilustraciones corresponden en lo referente a su autoriacutea al in-

vestigador Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192148

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

La demarcacioacuten occidental de Sierra Morena seraacute el aacutembito de con-fluencia de las vanguardias lusas y castellanas3 que contaraacuten con el apoyo en armas de diversas oacuterdenes militares en esta empresa cruzada La unificacioacuten de las coronas castellana y leonesa en 1230 bajo el reina-do de Fernando III detuvo la expansioacuten de Leoacuten hacia el sur a la altura de las demarcaciones de Fregenal Jerez de los Caballeros y Calera de Leoacuten ndash Tentudiacutea4 Esta expansioacuten siguioacute la direccioacuten de avance esbo-zada en el tratado de Sahaguacuten suscrito por Fernando II de Leoacuten y su hermano Sancho III de Castilla en 1158 que asignaba a Leoacuten los territo-rios de conquista ubicados al Oeste del Guadalquivir

La caiacuteda temprana e inesperada de Coacuterdoba en 1236 supone una conmocioacuten en al-Andalus evidenciando la descohesioacuten interna del im-perio almohade que perdiacutea asiacute la antigua capital del califato Omeya Esta caiacuteda abriacutea a Fernando III la senda del Guadalquivir para la con-quista de la capital hispalense y de toda la Andaluciacutea beacutetica Portugal siguiendo esa misma loacutegica geograacutefica pareciacutea llamada a llenar el vaciacuteo entre el Guadiana y el Guadalquivir tras desplazar Castilla sus tropas hacia la cabecera de este uacuteltimo valle5 cediendo a Portugal la iniciativa de conquista de la demarcacioacuten suroccidental del Gharb al-Andalus

11 La penetracioacuten lusa hasta Aracena y Torres

La conquista del Algarve Occidental por el reino de Portugal entre 1240 y 1250 se vio precedida de la toma entre 1238 y 1239 por caballeros de la Orden de Santiago de los relevantes enclaves andalusiacutees de Meacuterto-la Afayar de la Penna (identificada con el enclave del actual santuario de la Virgen de la Pentildea de Puebla de Guzmaacuten) y maacutes al sur de la plaza de Ayamonte estas uacuteltimas ubicadas maacutes allaacute del Guadiana Tales incursio-nes lusas hacia tierras andevalentildeas asiacute como el avance hacia el Odiel en sus demarcaciones meridionales terminoacute por fracturar en dos mitades la integridad territorial del reino musulmaacuten de Niebla6 que de esa manera veiacutea dificultada su defensa frente al ya incontenible impulso expansivo cristiano al que sucumbiriacutea en vasallaje tras la toma de Isbīliya en 12487

3 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 214 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos inicios de la repoblacioacuten de la Sierra de Huelvardquo p 365 5 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 366 CARRIAZO ldquoFronteras y fortificacionesrdquo p 74 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de

Nieblardquo p 1007 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Sevillardquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 149

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

antes de su definitiva conquista por Alfonso X en 1262 Tal vez esa ma-yor progresioacuten del avance portugueacutes en las demarcaciones del Sudoeste peninsular punzonando activamente los liacutemites de Gharb al-Andalus de-cantasen finalmente el posicionamiento de aproximacioacuten de Ibn Mahmiddot fumiddotz hacia la influencia castellana sustanciado en una doble viacutea el vasallaje del reacutegulo iliplense8 y la presunta cesioacuten de derechos referidos a la so-beraniacutea del Algarbe en favor del entonces infante Alfonso de Castilla9 asunto trascendente en el contexto de la ldquoCuestioacuten del Algarberdquo En tal contexto las uacuteltimas investigaciones referentes al anaacutelisis de las fuentes aacuterabes han permitido constatar la conquista de Tejada (Tmiddotalyatmiddot a) de ma-nos de Ibn Kumasa en 124610 seguacuten refiere de forma indirecta Ibn Jaldun tras mencionar la caiacuteda de Coacuterdoba pasando a acrecentar los dominios de Fernando III en esa fecha cierta

Esta operacioacuten de cerco de los territorios andalusiacutees habiacutea de iniciar-se en estas demarcaciones con la toma de Serpa y Moura en 1230-33 a manos de Alfonso Peres Farinha maestre mayor de la Orden del Hospi-tal11 tras la cual los freires surcaron los llanos del Chanza para avanzar hacia Aroche y Aracena enclaves ambos que se suceden en continui-dad a lo largo la antigua calzada romana que uniacutea Beja con Sevilla y su prolongacioacuten islaacutemica hasta Aracena Esta viacutea representaba un acceso franco propiciado por la topografiacutea facilitando la conquista de este te-rritorio histoacuterico y su posterior cesioacuten a la corona de Portugal [Figura 2]

La fecha de 1250-51 para la conquista de Aroche y Aracena fue sos-tenida como cierta por algunos autores12 mientras que otros abogaban por una conquista temprana de Aracena a manos de la orden militar hospitalaria bajo el reinado de Sancho II y su posterior cesioacuten a Alfonso III tras su acceso a la corona lusa en 1248 Javier Peacuterez-Embid Wamba sentildeala como fecha maacutes probable de la toma de esta villa y castra la de 1230-123313 en la misma liacutenea que historiadores como Alexandre Her-culano o el propio Rodrigo Amador de los Riacuteos que ya apuntaban en esa direccioacuten

8 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAndaluciacutea en tiempos de Alfonso Xrdquo pp LVI-LVII9 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 9610 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Sevillardquo p 1911 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 38 AYALA ldquoAlfonso X el Algarve y Andaluciacuteardquo p 29812 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 42 Gonzaacutelez Jimeacutenez ldquoHuelva tierra de fronterardquo pp

22-23 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLas relaciones entre Portugal y Castillardquo p 8 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 96

13 PEacuteREZ-EMBID WAMBA Aracena y su sierra p 23

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192150

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Los uacuteltimos trabajos arqueoloacutegicos llevados a cabo en la villa incas-tillada de Aracena han permitido arrojar luz sobre este debate histo-riograacutefico14 El estudio del registro material y las dataciones radiocar-boacutenicas efectuadas establecen una fecha central en torno a 1240 (1240 plusmn 35 d C) evidenciada en el anaacutelisis de la unidad estratigraacutefica UE 116 compuesta por cenizas con carbones y maderas correspondiente a un estrato de amortizacioacuten de una edificacioacuten residencial andalusiacute asocia-da muy probablemente al arrasamiento del enclave almohade durante la conquista militar cristiana previo a la ereccioacuten de la edificacioacuten cas-tramental que realizariacutea posteriormente la orden hospitalaria15

La hipoacutetesis de una conquista que habriacutea de materializarse antes de 1248 se encuentra igualmente reforzada por la aparicioacuten en esa misma campantildea de excavaciones arqueoloacutegicas de una moneda de ideacutentica da-tacioacuten cronoloacutegica exhumada en el aacutembito de acceso a la fortificacioacuten un dinero de velloacuten de Sancho II de Portugal (1223-1248) acuntildeado en Lisboa A pesar de resultar cierto el hecho de la perduracioacuten de material numismaacutetico la ausencia de monedas del reinado de Alfonso III en el re-gistro arqueoloacutegico mueble16 refuerza su importancia como indicio para esa datacioacuten cronoloacutegica

14 CANTO et al ldquoEl hallazgo numismaacuteticordquo p 16415 ROMERO RIVERA y JIMEacuteNEZ ldquoCastillo de Aracenardquo p 10316 Ibidem

Figura 2 Mapa de avances de conquista de la Orden Militar Hospitalaria en su

apoyo en lanzas a la Corona de Portugal

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 151

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Otro indicio maacutes apunta en la misma direccioacuten que este estudio del registro material De eacutel existiacutean ya referencias bibliograacuteficas anteriores a las excavaciones referidas en el recinto fortificado de Aracena Se tra-ta de una inscripcioacuten existente en el monasterio de Marmelar en Vera Cruz aldea situada a unos diez kiloacutemetros al sureste de Portel conme-morativa de la finalizacioacuten de su construccioacuten en la que se refiere la toma de Aroche y Aracena por Peacuterez Farinha asiacute como su donacioacuten a Alfonso III de Portugal17 Esta informacioacuten refuerza la interpretacioacuten de una conquista anterior a la cesioacuten a Alfonso III y por lo tanto adscribible al reinado de Sancho II Capelo

Lo cierto es que tras la toma de Serpa y Moura villas ubicadas en la margen izquierda del Guadiana ldquolos portugueses no tuvieron obstaacutecu-los topograacuteficos para ocupar los llanos que llegan hasta Aroche puer-ta occidental de la Sierrardquo18 integrada en la antigua kurah de Beja19 y a continuacioacuten avanzar hacia Aracena muy probablemente la Qatmiddotrasana referida como cabecera de Iqlīm de la kurah de Isbīliya20

La conquista de este territorio histoacuterico a mediados del siglo XIII por la orden militar del Hospital de San Juan de Jerusaleacuten en su apoyo en

17 HERCULANO Histoacuteria de Portugal 1849 p 350 y ss FRUCTOS 2010 p 341 18 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 10519 HERNAacuteNDEZ ldquoLa Kura de Meacuterida en el siglo Xrdquo p 37020 PEacuteREZ MACIacuteAS ldquoLos distritos islaacutemicosrdquo p 58-59

Figura 3 Cuencas hidrograacuteficas en el aacutembito geograacutefico de las fortalezas de la

Banda Gallega

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192152

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

lanzas al reino de Portugal se materializoacute avanzando a lo largo de los pasos naturales definidos por el medio fiacutesico en las aacutereas septentrio-nales del liacutemite noroccidental de Sierra Morena Se trata de un aacutembito geograacutefico fuertemente marcado por el caraacutecter abrupto de su orogra-fiacutea con plegamientos de origen herciniano que dibujan una alineacioacuten de cordilleras en direccioacuten NO-SE Este dibujo facilita la accesibilidad territorial desde tierras alentejanas definiendo en esa direccioacuten valles profundos a lo largo de los cuales discurren sendos cauces fluviales tri-butarios del Guadiana hacia el oeste y del Guadalquivir hacia el este de estos dominios Estos mismos plegamientos constituyen una auteacutentica barrera fiacutesica que articula la transicioacuten entre la altiplanicie mesetentildea y el valle del Guadalquivir salvando una relevante diferencia de cota

La penetracioacuten territorial maacutes extrema de la corona lusa al este del Guadiana se encuentra jalonada en los extremos de sus dos frentes de incursioacuten por las fortificaciones fronteras de Aracena y Torres auteacuten-ticas puntas de lanza que evidenciaban la voluntad cierta de avance transversal hacia el interior de los dominios de Dar al-Islam que dibuja-ba una estrategia convergente con los intereses de Castilla y enfrentada a ellos destinada en uacuteltima instancia a la toma de la capital almohade

Las conquistas territoriales a lo largo de los llanos del Chanza y la ri-bera del Muacutertiga comportaron la necesidad de definir un programa cons-tructivo auspiciado por la corona portuguesa y materializado por la Or-den Hospitalaria cuyo destino fue el de afianzar y demarcar las tierras ganadas al islam andalusiacute garantizando la guarda de este territorio En la construccioacuten de sus fortalezas (Torres Aracena y muy probablemente una primera cerca y fortificacioacuten en Cortegana) se aparejan funciones de defensa pasiva de los enclaves y viacuteas de comunicacioacuten asiacute como ofensi-vas referentes a la capacidad de hostigamiento de las demarcaciones que en este encuadre geograacutefico se encontraban en proceso de fragua y conso-lidacioacuten21 estando las rayas y limes exteriores e interiores a los reinos ibeacute-ricos dotadas de amplia indefinicioacuten en este momento histoacuterico en el que primoacute maacutes la expansioacuten territorial que la delimitacioacuten de sus dominios

El caraacutecter de fortificacioacuten frontera de Torres es doble dado que lo fue tambieacuten frente al Gharb al-Andalus para tras la conquista cris-tiana del reino de Niebla pasar a amojonar la Raya lusa asegurando el control de la ribera del Muacutertiga siendo referido significativamente

21 FONDEVILLA ldquoLa villa encastillada de Aracenardquo p 137

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 153

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

en un documento de 1407 como ldquolinde y mojoacuten del teacutermino de Portu-galrdquo22 El de Torres es un recinto fortificado de reducidas dimensiones que debe su relevancia no a la escala de sus faacutebricas edilicias ni a la centralidad del poblamiento que acogiera al abrigo de sus murallas sino a su ubicacioacuten estrateacutegica erigieacutendose sobre una cresta rocosa que se eleva sobre un yermo a 4245 metros de altitud controlando visualmente la referida ribera del Muacutertiga de forma que ldquono se puede pasar ni venir de Portugal en muy gran trecho sin pasar entre dos sie-rras en medio de las quales estaacute este castillo que podraacute faacutecilmente con poca gente defender el pasordquo23

Una referencia indirecta obrante en un documento de 1311 permite situar la tenencia del castillo de Torres a comienzos del s XIV bajo los dominios de la Orden del Hospital de San Juan de Jerusaleacuten al referir coacutemo ldquoSabia Torres por termo de Moura e que sabia hi estar huum freire de Moura po lo Espitalrdquo24 avalando la amenaza cierta que tal posesioacuten suponiacutea sobre un posible avance portugueacutes siguiendo la ribera del Muacuter-tiga desde donde resultaba posible emprender una ruta de conquista hacia el conocido histoacutericamente como camino del arroyo del Finojal que partiacutea del actual municipio de Hinojales La construccioacuten de esta fortificacioacuten en el siglo XIII por caballeros portugueses de la orden mi-litar hospitalaria afianzoacute el territorio conquistado por Portugal en su expansioacuten territorial hacia el Este ldquofrenada en primera instancia por la topografiacutea y la resistencia armada de los musulmanes que habitaban el Norte de la actual provincia de Huelva y posteriormente por la reac-cioacuten diplomaacutetica de Castillardquo25

12 El avance de Castilla y Leoacuten y la definicioacuten de las fronteras

La conquista de este territorio histoacuterico se caracterizoacute por la apropia-cioacuten muacuteltiple del espacio en la que hubieron de participar muy activa-mente las oacuterdenes militares26 circunstancia que estaacute en el origen mismo del conflicto de intereses entre las coronas de Portugal y de Castilla que la historiografiacutea vino a denominar como ldquocuestioacuten del Algarberdquo Ambas

22 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 10023 AMS sec 13 s XVI tomo 10 nordm 22 1579 agosto10 en CASQUETE DE PRADO Los cas-

tillos de la Sierra Norte p 11424 GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionalesrdquo p 4525 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 9726 MACIacuteAS ldquoEl problema historiograacuteficordquo p 989

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192154

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

coronas llegaron a invocar ese territorio de confluencia en virtud de sendos derechos de conquista sobre un espacio difuso falto de deslinde preciso de sus respectivos aacutembitos jurisdiccionales de poder poliacutetico y de administracioacuten efectiva de los mismos

Fernando III primoacute la poliacutetica de expansioacuten territorial de Reconquis-ta centrando los esfuerzos en las estrategias de avance y consolidacioacuten de las conquistas militares frente al infiel impregnando el proceso de una loacutegica cruzada maacutes ligada a la fijacioacuten y combate de la Frontera exterior frente al islam andalusiacute que en la definicioacuten de demarcacio-nes interiores como la raya lusa que constituiacutea una frontera horizontal entre ambos reinos cristianos peninsulares que compartiacutean un mismo acervo cultural y contra el que no protagonizoacute hostilidades Solo tras la toma de la capital hispalense dirigiriacutea Fernando III su mirada hacia es-tas demarcaciones serranas en donde la iniciativa de conquista corrioacute a cargo de las oacuterdenes militares de Santiago y del Temple que contra-poniacutean su poder desde las estribaciones septentrionales al ya materiali-zado punzonamiento de la frontera occidental del Gharb al-Andalus que habiacutea protagonizado antildeos atraacutes la corona lusa de la mano de los freires hospitalarios

Pelay Peacuterez Correa maestre de la orden de Santiago ocupoacute en 1245 los uacuteltimos reductos almohades de Tudiacutea y Calera Montemoliacuten distan-te unos veinte kiloacutemetros de Reina que ya obraba en posesioacuten de la Orden por la donacioacuten de 1246 fue tomado por la fuerza hacia 1247 por los santiaguistas como refiere el propio Pelay Peacuterez Correa en un documento de 127427 plaza que seriacutea donada a la orden por Fernando III ampliando asiacute los dominios santiaguistas hasta la rivera de Buerva

Por su contribucioacuten a las conquistas castellanas en su avance hacia el bastioacuten de Sevilla la orden militar de Santiago obtendriacutea una amplia en-comienda en el liacutemite septentrional de las tierras de realengo integradas en el concejo sevillano conformaacutendose un vasto sentildeoriacuteo jurisdiccional que se extendiacutea a ambos lados de la Viacutea de la Plata hasta las posesiones de la orden de Alcaacutentara limitando a poniente en su extremo opuesto con la encomienda templaria y conformando la conocida como Provin-cia de Leoacuten En 1274 Segura de Leoacuten obtendriacutea el fuero de Sepuacutelveda deslindaacutendose de su cabecera de Montemoliacuten y erigieacutendose a mediados del s XIV en sede de la encomienda de Santiago perteneciendo eclesiaacutes-

27 AHN OOMM Ucleacutes 26311

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 155

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

ticamente estas tierras de la vicariacutea de Tentudiacutea bajo la jurisdiccioacuten del prior del Convento de San Marcos de Leoacuten28

Tras la conquista de Meacuterida y Badajoz el avance de las huestes co-mandadas por Alfonso IX hacia el estrateacutegico curso del Guadiana su-puso la incorporacioacuten de facto al reino de Leoacuten con el apoyo militar de freires templarios de relevantes plazas de la Baja Extremadura expan-dieacutendose a partir del enclave de Alconchel hacia las plazas de Xerez de Badaioz (hoy Jerez de los Caballeros) Frexenal (Fregenal de la Sierra) y Burgos (Burguillos del Cerro) que conformariacutean a la postre la maacutes am-plia encomienda templaria peninsular29

Hasta su extincioacuten por bula papal de Clemente V en 1312 que su-puso de facto la confiscacioacuten de sus bienes (intervenidos por la Corona antildeos antes de su disolucioacuten efectiva) la orden del Temple contribuyoacute de forma determinante a la organizacioacuten de los procesos repobladores y productivos en el aacutembito de su bailiacutea por encomienda de la Corona que les confiaba con ello la guarda y defensa de estas demarcaciones fronterizas [Figura 4]

Figura 4 Contexto jurisdiccional e impedancia a la transitabilidad entre las

fortalezas de la banda Gallega

28 DIacuteAZ ldquoEl legado arquitectoacutenicordquo p 6529 DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Extremadurardquo p 101

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192156

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Esta orden militar internacional surgida en Tierra Santa supo entre-tejer alianzas con las oligarquiacuteas nobiliarias afines a la autoridad regia e influir en la estructuracioacuten poliacutetica de las tierras ganadas al infiel ocu-pando un lugar central en los equilibrios inestables fraguados en el liacutemi-te noroccidental del concejo de Sevilla ejerciendo un continuo hostiga-miento pasivo sobre tal demarcacioacuten territorial traducida maacutes al norte con la incorporacioacuten a sus dominios de tierras de realengo adscritas en origen al concejo de Badajoz Asiacute un documento fechado el 10 de junio de 1284 refiere la contienda entre las oacuterdenes de Santiago y del Temple con el concejo de Badajoz que se saldoacute con la incorporacioacuten a eacutesta de Olivenza Taacutelifa y Villanueva (de Barcarrota)30

El reino de Sevilla en la Baja Edad Media conforma en su liacutemite noroc-cidental una auteacutentica encrucijada de fronteras interiores y exteriores al reino de Castilla resultantes del complejo entramado de conflictos po-liacuteticos y estrateacutegicos de cuyos equilibrios inestables surgiriacutean las trazas de tales demarcaciones de los aacutembitos jurisdiccionales de poder [Figura 4] Una vez estabilizada la Frontera por antonomasia la frontera frente al islam andalusiacute defendida por la Banda Morisca frente al reino nazariacute en el aacutembito noroccidental la Banda Gallega procuroacute la defensa pasiva frente a las incursiones provenientes del vecino reino de Portugal con el que permaneceriacutea latente una rivalidad permanente por el dominio de esos espacios rayanos Pero tambieacuten en el liacutemite septentrional de este alfoz surgiraacute un limes demarcatorio de elevada tensioacuten potencial entre las tierras de realengo afectas al concejo de Sevilla y las encomiendas templaria y santiaguista liacutemite ulterior en el que las pretensiones niacuteti-damente expansionistas de los freires supusieron una amenaza cierta para la integridad territorial del alfoz sevillano

Este escenario fractal que dibujaba varios frentes de conflicto astilla-dos por intereses contrapuestos contribuyoacute a la prevalencia geoestrateacute-gica de estos espacios de frontera sobre los que el concejo de Sevilla teniacutea encomendada por la Corona la defensa de su Tierra contexto en el que la ereccioacuten de sendas fortificaciones vino a apuntalar la estrategia de repo-blacioacuten de estos territorios y a mitigar cierta precariedad predicable en la guarda y control estrateacutegico de su demarcacioacuten septentrional

30 Archivo de la SI Catedral Metropolitana de Badajoz (BAC) secc Pergaminos Carp I nordm 10 en DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Extremadurardquo p 103

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 157

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

La rivalidad por el control de estos espacios de frontera en disputa se traslada a los propios documentos medievales en los que se materiali-zan los repartimientos las concesiones de fueros o las adscripciones de-marcatorias que pretenden establecer un statu quo afiacuten a los intereses de cada Corona formando parte de la propia estrategia litigiosa asen-tada en una poliacutetica de hechos consumados que sirviesen de reivindi-cacioacuten posible de los intereses respectivos en el deslinde de los aacutembitos jurisdiccionales en disputa

Asiacute en el repartimiento de la Tierra de Sevilla abordado en virtud del privilegio suscrito por Alfonso X el 6 de diciembre de 1253 no solo se in-corporaron territorios afectos al reino de Castilla que se encontraban de facto bajo el control jurisdiccional de la Orden del Temple o la de Santiago citaacutendose expresamente Xerez Badaioz31 quedando Frexenal al que no se cita igualmente dentro de la demarcacioacuten territorial de su vasto alfoz sino que se adscribieron tambieacuten enclaves ubicados al Este del Guadiana conquistados por la orden Hospitalaria y por tanto afectos a la corona lusa por derechos de conquista como era el caso de Serpa y Moura Muy probablemente estas plazas fuertes de Serpa y Moura nunca estuviesen de facto bajo la oacuterbita jurisdiccional del concejo de Sevilla y su donacioacuten a la orden materializada en 1259 referida por Ortiz de Zuacutentildeiga no fuese sino el reconocimiento expliacutecito de tal situacioacuten de hecho32

Esta delimitacioacuten jurisdiccional teoacuterica del alfoz o Tierra de Sevilla no se tradujo pues en un control efectivo sobre estas referidas villas castillos y lugares por parte del concejo hispalense no detentando en su totalidad estos enclaves la condicioacuten de tierras de realengo dado que tanto Portugal como la orden del Temple haciendo suyos los derechos de conquista mantuvieron el control jurisdiccional sobre sus plazas fuertes Asiacute Jerez de los Caballeros era un concejo independiente cuan-do fueron establecidos los liacutemites con Hornachos y Montemoliacuten en 1249 mientras que esta uacuteltima y Ayamonte perteneciacutea a la orden de Santiago que tambieacuten mantuvo la misma bajo su jurisdiccioacuten33

Cuando Alfonso X conquista la taifa de Niebla en 1262 que repre-sentaba el uacuteltimo reducto islaacutemico del occidente de al-Andalus signi-ficativamente se proclama rey del Algarbe refirieacutendolo asiacute el capiacutetulo

31 AMS sec 1 carp 1 n 532 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo p 25833 GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionalesrdquo pp 255-256 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repar-

timiento de Sevilla pp 371 y ss

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192158

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

VI de la Croacutenica de Alfonso X Tal proclamado dominio sobre el Algarbe se fundaba en una supuesta cesioacuten de derechos de Ibn Mahmiddot fῡz_ en fecha incierta anterior a 125234 en favor del entonces infante Alfonso de los territorios al Este del Guadiana (referido al hidroacutenomo Wadīh Anah) justificando Gonzaacutelez Jimeacutenez la propia conquista de este reino musul-maacuten vasallo del de Castilla en base a la propia estrategia alfonsiacute no solo referida al control sobre la poblacioacuten mudeacutejar sino vinculadas en mayor medida con la ldquocuestioacuten del Algarberdquo para frenar los intereses portugueses sobre este territorio

Atendiendo a una primera aproximacioacuten a la resolucioacuten de tales ri-validades fronterizas los acuerdos de Badajoz de 1267 adscriben ini-cialmente a la corona de Castilla todas las tierras al Este del Guadiana hasta el extremo oriental definido por el Guadalquivir Sin embargo ello no se tradujo en un cese de la ocupacioacuten hospitalaria de los enclaves adscritos a la orden militar Alfonso X en 1271 permutoacute los castillos de Serpa Moura y Mourao a cambio de una serie de propiedades del reino de Leoacuten que no se materializoacute hasta 10 antildeos despueacutes sin que quede tam-poco contrastada documentalmente la gestioacuten por el concejo de Sevilla de las mismas En 1283 Alfonso X concede a dontildea Beatriz de Portugal madre de don Dioniacutes un sentildeoriacuteo vitalicio sobre las villas de Moura Ser-pa Noudar y Mourao que habriacutea de revertir a Castilla tras su muerte Sancho IV no respetoacute finalmente estos fraacutegiles acuerdos una vez accede al trono en 128435

La minoridad de Fernando IV propicioacute un fortalecimiento de la posi-cioacuten portuguesa traducida en los teacuterminos del tratado de Alcantildeices sus-crito en 1297 en el que don Dioniacutes recupera bajo el dominio de la corona lusa las plazas rayanas de Serpa y Moura que nunca vieron asentado su dominio del lado castellano A ellas se contraponiacutean al otro lado de la frontera Aroche y Fregenal retenidas para siacute por Castilla a las que se sumaban las plazas de Encinasola y Torres asiacute como maacutes al Este las fortalezas de Cumbres de San Bartolomeacute y Cumbres Mayores que jalo-naban las viacuteas de penetracioacuten de este territorio histoacuterico y que nunca estuvieron en discordia por maacutes que apuntalasen las referidas penetra-ciones potenciales desde Portugal

34 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 9735 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo p 259

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 159

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

La referida ldquocuestioacuten del Algarberdquo ilustra la tenacidad de las belige-rancias entre ambos reinos peninsulares hasta el punto de que en aacutereas de la Contienda los litigios por el reparto de aprovechamientos comuna-les de las tierras ubicadas entre las villas de Aroche Encinasola Moura y Noudar ejemplarizados por el conflicto de Barrancos estudiado por Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez se prolongaron hasta bien entrado el s XV36

2 Encastellamiento y repoblacioacuten activa el lugar del castillo de Las Cumbres en la articulacioacuten defensiva del limes demarcatorio

Concomitante al progreso de la conquista se dispuso una repoblacioacuten activa del territorio no falta en su concepcioacuten misma de dimensioacuten mili-tar auspiciada por la Corona tendente a consolidar las conquistas terri-toriales asiacute como a la articulacioacuten de esos espacios fuertemente despo-blados y ruralizados desestructurados poliacutetica y administrativamente que habiacutean de ponerse en explotacioacuten agropecuaria para dar sustento a las huestes de defensa y guarda de las fortalezas y a los colonos repo-bladores tampoco ajenos a la tarea de la defensa activa del territorio

Se asignan a la vezindat de estas villas fronteras obligaciones milita-res relativas a la praacutectica de velas nocturnas atalayas diurnas de vigi-lancia de estas fortalezas y arrabales que aparecen explicitadas en car-tas pueblas como la otorgada por Alfonso X a la estrateacutegica plaza fuerte de Alcalaacute distante solo veinte kiloacutemetros de Sevilla37

En este aacutembito geograacutefico la repoblacioacuten provendraacute de tierras afectas al antiguo reino de Leoacuten38 razoacuten de la pervivencia de multitud de vocablos y referencias toponiacutemicas de origen leoneacutes y gallego39 lengua tambieacuten ha-blada en ciertos dominios de ese reino del que se importaron como poso y huella de su presencia remota circunstancia de la que es posible que deri-ve el propio teacutermino de la Banda Gallega El breve periodo de colonizacioacuten lusa dejoacute tambieacuten huella fosilizada auacuten hoy en la toponimia de este territo-rio debieacutendose a ese origen etimoloacutegico entre otros el topoacutenimo ldquoEl Hos-pitalrdquo asociado a la presencia de esa orden militar en ese aacutembito geograacutefico ubicado en tierras de La Contienda o el teacutermino ldquoMuacutertigardquo que viene a sig-

36 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConflictos fronterizosrdquo passim37 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoPoblamiento y fronterardquo p 21138 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de la Banda Gallegardquo p 6839 RECIO ldquoEl dialecto de la Sierrardquo p 92

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192160

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

nificar en portugueacutes campo de arrayanes o mirtos que da nombre al cauce fluvial y su ribera tan determinante en el entendimiento de la estructura y accesibilidad del medio fiacutesico en ese momento histoacuterico40

La Banda Gallega conforma una realidad material heterogeacutenea re-sultante de un planteamiento por contra coherente y homogeacuteneo de la defensa de la Tierra de Sevilla que supo reutilizar las fortalezas ya erigi-das tanto en eacutepoca andalusiacute como provenientes de la breve dominacioacuten lusa a quien se debe como se indicoacute la conquista de esta demarcacioacuten territorial y alzar ex-novo nuevos castillos posibilitando el control de un territorio dotado de alta preeminencia geoestrateacutegica aun siendo perifeacute-rico respecto de la centralidad que ostentaba la capital hispalense desde donde se ejerciacutea por concesioacuten regia el control de su extenso alfoz

La construccioacuten de la red castramental de la Banda Gallega no res-ponde pues a una concepcioacuten unitaria de las defensas materializada en un mismo momento histoacuterico bajo un mismo patroacuten formal ni tan siquiera por una misma corona peninsular tras la conquista de un te-rritorio homogeacuteneo sino a una loacutegica funcional adaptativa que supo modular la labra y dimensionar las trazas de sus fortalezas de forma condicionada a la escala de sus solicitaciones de guarda y defensa de sus fronteras procurando el resguardo de sus poblaciones a traveacutes de un proceso de encastellamiento41 que permitioacute la articulacioacuten espacial de este espacio geograacutefico en territorios castrales jerarquizados en torno a la magnitud relativa de sus fortificaciones

21 Origen de los principales castillos de la red

Significamos a continuacioacuten algunos hitos de este proceso partiendo de los elementos heredados e identificando la adecuacioacuten estrateacutegica de las nuevas incorporaciones

211 La huella portuguesa Torres Aracena y Cortegana

A la referida conquista lusa inicial del territorio a mediados del s XIII se debe la ereccioacuten como se indicoacute de las fortalezas fronteras de Torres y Aracena con analogiacuteas formales evidentes por parte de esta uacuteltima respecto de otras fortificaciones erigidas por los freires hospitalarios en

40 RECIO Miscelaacutenea histoacuterica p 1041 TOUBERT Castillos sentildeores y campesinos passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 161

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

dominios lusos como el de Moura asiacute como otros castillos portugueses como Serpa o Noudar42 que la alejan de las trazas del conjunto de forti-ficaciones labradas por Sancho IV de Castilla

La conquista portuguesa supuso tambieacuten una primera reutilizacioacuten en el contexto de las nuevas condiciones geopoliacuteticas surgidas de forta-lezas andalusiacutees como la de Aroche (Awrus) arrasaacutendose en el cauce de su conquista la villa musulmana de Aracena (Qatmiddot rasana) de la que las excavaciones arqueoloacutegicas referidas no han evidenciado la existencia de restos materiales correspondientes a las faacutebricas de su cerca defen-siva dado el caraacutecter deleznable del tapial constituyente muy posible-mente de ese hmiddot ismiddot n-complejo documentaacutendose eso siacute estancias domeacutesti-cas islaacutemicas vinculadas a la villa bajo el alcaacutezar cristiano

Otros autores identifican Qatmiddot rasana por contra con Cortegana43 ex-tremo eacuteste no contrastado sin embargo a traveacutes del registro arqueoloacute-gico44 donde tampoco han sido identificadas faacutebricas de tapia o mam-posteriacutea asimilables a periodos almohade o califal Por el contrario la construccioacuten del alcaacutezar corresponde a cronologiacuteas netamente cristianas en las que se encuentran documentadas la construccioacuten de la torre del homenaje datada en el uacuteltimo tercio del s XV asiacute como ciertas reformas operadas por los Reyes Catoacutelicos sobre una fortificacioacuten anterior de difiacutecil datacioacuten Esta primitiva fortificacioacuten representa un unicum en la zona adscribible a principios del s XIV con conexiones con tipologiacuteas lusas en el uso de las torres pentagonales en proa y el borje de flanqueo hacia el camino de acceso introducidas por eacutestos desde la raya hacia mediados del s XIII pudiendo la cerca de la fortaleza haber sido dispuesta en fechas anteriores vinculada a la primera fortificacioacuten corteganesa45

Asiacute la cerca exterior del recinto fortificado de Cortegana presenta paralelos con otras dispuestas en ciertos enclaves lusos en los que pre-viamente se asentoacute una poblacioacuten musulmana respondiendo la cons-truccioacuten de las mismas a una concepcioacuten distinta por parte de la orden hospitalaria en lo referente a la repoblacioacuten de estos territorios a la dispuesta por Sancho IV de Castilla caracterizada por la escasa exten-sioacuten del terreno circunvallado

42 PEacuteREZ CAMPOS y GOacuteMEZ ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracenardquo p 296 ROMERO RIVERA y JIMEacuteNEZ ldquoCastillo de Aracenardquo p 105)

43 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoPoblamiento y organizacioacutenrdquo p 10044 SAacuteNCHEZ y VALOR El castillo de Cortegana p 1945 SAacuteNCHEZ y VALOR El castillo de Cortegana pp 107-110

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192162

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Las estructuras castrales promovidas por Castilla en esta demarcacioacuten territorial se dispusieron para acoger a una limitada guarnicioacuten militar46 a cuyo resguardo encontraban la debida proteccioacuten las poblaciones cam-pesinas aledantildeas respondiendo las cercas urbanas por el contrario a la finalidad de dar cobijo a poblaciones y ganado a modo de albacar Estos paralelos trazados permiten postular la hipoacutetesis de adscripcioacuten de esa primera fase a una posible construccioacuten hospitalaria asociada a una con-quista del territorio comuacuten a los espacios geograacuteficos comprendidos entre las referidas plazas de Aroche y Aracena que dibujariacutea un avance sobre este aacutembito espacial coherente permeable desde la frontera portugue-sa extremo que habriacutea de contrastarse arqueoloacutegicamente dado que las fuentes nada aportan sobre esta cuestioacuten tan sombriacutea

La primera referencia al castillo de Cortegana no se produciraacute hasta 1344 antildeo en el que es citado en el ordenamiento para el buen gobierno otorgado por Alfonso XI al concejo de Sevilla La anterior referencia al topoacutenimo Cortegana obrante en el deslinde del alfoz de Sevilla de 1253 solo permite concluir la existencia de la villa o lugar en eacutepoca islaacutemica pero no la existencia de una fortificacioacuten aunque su cita expresa como elemento demarcador del alfoz viene a asociarse a su condicioacuten de hito territorial significable

212 Las nuevas construcciones en virtud del privilegio de Sancho IV Santaolalla y Las Cumbres

Datacioacuten precisa es la otorgable al inicio de la construccioacuten de las for-talezas de Santa Olalla del Cala y Cumbres Mayores El cuatro de noviem-bre de 1293 la cancilleriacutea real de Sancho IV en virtud del privilegio sus-crito en la villa de Toro autorizaba al concejo de Sevilla a la construccioacuten de dos castillos para la proteccioacuten de sus fronteras ldquouno en las Cumbres e otro en Santaolallardquo47 decretando el cobro durante seis antildeos de quinien-tos maravediacutes de las tercias reales en los lugares de Almadeacuten de la Plata Cala Real de la Jara Santa Olalla del Cala y Cumbres Mayores

La voluntad estructurante del territorio fronterizo en torno a las de-fensas respondiendo a una concepcioacuten unitaria y vertebradora de esta demarcacioacuten septentrional del alfoz va impliacutecita al referido privilegio

46 PEacuteREZ CAMPOS y GOacuteMEZ ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracenardquo pp 288-297)

47 AMS Secc 1ordm cap 4ordm fol 30

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 163

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

de Sancho IV que no solo argumenta la necesidad de refuerzo de las villas castillos y lugares sino que incide activamente en la conforma-cioacuten del entramado defensivo disponiendo la construccioacuten de dos nue-vas fortalezas la de Santaolalla al objeto de reforzar la guarda de esta viacutea de acceso hacia Sevilla en la frontera con las tierras adscritas a la encomienda de las oacuterdenes militares de Santiago y Calatrava asiacute como la de Las Cumbres para asegurar la guarda de la marca templaria y san-tiaguista ademaacutes del refuerzo de la proteccioacuten de las incursiones desde el vecino reino de Portugal48

Esta defensa global de todo el reino queda puesta de manifiesto en la carta de Sancho IV a Sevilla de 1293 en la que aprobaba la peticioacuten de la ciudad de construir los castillos de Santaolalla y Las Cumbres ya que ldquoeran mucho a serviccedilio de Dios e nuestro e a grand pro e guarda de toda essa tierra porque con los otros castiellos e las otras fortalezas que son en esa syerra podriacutea ser guardada toda esa tierra muy bienrdquo49

La empresa constructiva abordada por el concejo de Sevilla de re-fuerzo de su red castramental en el liacutemite noroccidental de su alfoz da buena cuenta de la tensioacuten precursora de la futura conflictividad beacutelica en la raya con el vecino reino de Portugal y en primera instancia del continuo hostigamiento pasivo en los liacutemites de las encomiendas con las oacuterdenes militares templaria y santiaguista La construccioacuten de las fortalezas de Las Cumbres y de Santaolalla responde a la constatacioacuten material de tales tensiones a lo largo de lo que desde la historiografiacutea portuguesa se definioacute como bandas de friccioacuten50 no solo en el liacutemite sep-tentrional a cuya loacutegica responden ambas fortalezas sino tambieacuten en relacioacuten a las aacutereas de penetracioacuten franca del territorio desde el lado portugueacutes a lo largo de los llanos del Chanza protegida en vanguardia por Aroche referida como ldquola llave de dicha sierra e de toda la comarcardquo51 y de valles ubicados maacutes al norte como el conformado en torno a la ribera del Muacutertiga protegido por el referido castillo de Torres en conjun-cioacuten con fortalezas como la de Encinasola ubicada maacutes al Norte a pocas leguas de la frontera con Portugal

48 VALOR ldquoAlgunas reflexionesrdquo p 9049 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte p 13150 GARCIacuteA O espaccedilo medieval p 2651 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte p 129

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192164

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

213 Las defensas perifeacutericas de la Raya Lusa Encinasola y Aroche

Las fortificaciones rayanas de Encinasola y Aroche articulaban la defensa perifeacuterica del alfoz de Sevilla hacia la Raya Lusa La construc-cioacuten del castillo de Encinasola se cifra a finales del s XIII o principios del s XIV con similitudes formales y constructivas con los castillos de Cala y Cumbres de San Bartolomeacute tambieacuten conocido como Cumbres Ba-jas52 Las primeras referencias documentales se encuentran en el Or-denamiento de Alfonso XI de 1344 documentaacutendose diversas obras de consolidacioacuten durante los siglos XIV y XV correspondientes a frecuentes obras de reparacioacuten de los destrozos ocasionados por las sucesivas in-cursiones portuguesas dada su condicioacuten fronteriza limiacutetrofe con tie-rras alentejanas ademaacutes de los dantildeos ocasionados por malhechores a mediados del s XV desde el abandonado castillo de Torres desde el que se pivotaron tales asaltos y pillajes

Aroche (Awrus) poseyoacute relevante centralidad poliacutetica en eacutepoca islaacutemica siendo cabecera de Iqlīm de la kurah de Beja trataacutendose del enclave mejor documentado por las fuentes croniacutesticas aacuterabes en este espacio geograacutefico Su recinto murado se erige sobre un empla-zamiento elevado desde el que es posible un amplio control visual de los llanos del Chanza que se adentraban desde la frontera lusa en tie-rras castellanas apoyaacutendose en la antigua viacutea romana XXI que uniacutea Pax Julia (Beja) en tierras alentejanas con Hispalis (Sevilla) cons-tituyendo uno de los escasos hmiddot ismiddot n andalusiacutees preservados desde su ereccioacuten a mediados del s XII53 en eacutepoca almohade Su significacioacuten geoestrateacutegica dotoacute a esta fortificacioacuten de un papel relevante desde eacutepoca andalusiacute tanto en cronologiacuteas taifa como almohade siendo adaptada a la poliorceacutetica de la Banda Gallega en el contexto de la defensa pasiva de la Raya Lusa Al igual que en el caso de Encinasola se documentan a lo largo del s XIV y XV frecuentes obras de consoli-dacioacuten y reparacioacuten de esta fortaleza frontera integrada en la defensa perifeacuterica del alfoz hispalense

52 LOacutePEZ PEacuteREZ y BENABAT ldquoAlgunas consideraciones sobre el castillo de Encinasolardquo p 440

53 RIVERA y ROMERO ldquoAnaacutelisis arqueoloacutegico del castillo de Arocherdquo p 231

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 165

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

214 Fortificaciones que completan el dibujo defensivo Cumbres de San Bartolomeacute Cala y El Real de la Jara

A fechas inmediatamente posteriores al privilegio de Sancho IV que se adentran en el s XIV corresponden en atencioacuten a los resultados de las investigaciones arqueoloacutegicas acometidas sobre esos castillos la erec-cioacuten de las fortalezas de trazas y faacutebricas netamente cristianas corres-pondientes a Cumbres de San Bartolomeacute54 Cala55 y El Real de la Jara56 que presentan ciertas similitudes formales y constructivas caracteriza-das por el uso de mamposteriacutea sobre las que auacuten subsisten vestigios de su revestimiento original correspondiente a un enfoscado de mortero de cal en ocasiones con esgrafiados que imitan sillares cicloacutepeos En todas ellas se documentan reformas en los siglos XIV y XV derivadas de los nuevos enfrentamientos con Portugal que dan cuenta de cierta pre-valencia de este frente de conflicto hasta 1479 fecha de suscripcioacuten del Tratado de Alcaccedilobas a partir de la cual todos los esfuerzos de la Castilla bajomedieval se dirigiraacuten al frente nazariacute

Figura 5 Imagen aeacuterea del castillo de Cumbres de San Bartolomeacute apostado sobre

la vereda de Portugal

54 RIVERA y ROMERO ldquoEstudios arqueoloacutegicos del castillo de Cumbres de San Bartolo-meacuterdquo passim

55 Ibidem56 VARGAS ldquoIntervencioacuten en el castillo de El Real de la Jarardquo passim TAYLOR Interven-

cioacuten arqueoloacutegicardquo passim AacuteLVAREZ et al Cataacutelogo general pp 66-67

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192166

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

El castillo de Cumbres de San Bartolomeacute reforzariacutea la defensa de la demarcacioacuten septentrional coadyuvando con las fortalezas de Cumbres Mayores y Encinasola en la guarda de ese espacio geograacutefico surgiendo a los pies del camino que vertebra en horizontal esa demarcacioacuten ulte-rior del alfoz uniendo en sus extremos la raya lusa con la fortaleza de Santa Olalla del Cala [Figura 5] El de Cala asiacute como el de El Real de la Jara construidos poco despueacutes de la ereccioacuten del recinto fortificado de Santaolalla habilitariacutean el refuerzo de la guarda de esa viacutea franca de penetracioacuten axial vertical disponiendo sus ubicaciones para la triangu-lacioacuten defensiva de esta demarcacioacuten geograacutefica

Al antildeo 1386 reinando Juan I de Castilla corresponden las primeras referencias documentales a los castillos de Cumbres de San Bartolomeacute Cala y del Real de la Jara provenientes de los Papeles del Mayordomaz-go obrantes en el Archivo Municipal de Sevilla57 Se referencian en ellos mandamientos de pago para la realizacioacuten de obras en estos castillos para su mantenimiento y refuerzo en un contexto de conflictividad beacutelica con el vecino reino de Portugal no aportando detalles sobre las mismas

215 La reutilizacioacuten de dos villas encastilladas andalusiacutees Almonaster y Zufre

Los recintos fortificados andalusiacutees de Almonaster la Real (al-Munas-tyr) y Zufre (Sufre) se incorporaron tras su conquista a la defensa del reino de Sevilla operaacutendose diversos refuerzos en sus cercas urbanas elevando sus torres murallas y adarves respecto de sus anteriores ra-santes Ubicados en emplazamientos de elevada preeminencia hipso-graacutefica se encontraban dotados de amplio control visual del territorio circundante ofreciendo resguardo necesario a las poblaciones musul-manas que acogiacutean en el interior de sus cercas

La villa incastillada de Almonaster la Real se corresponde con una fortificacioacuten islaacutemica de eacutepoca califal (s X-XI) labrada con mamposteriacutea a la que se superponen refuerzos de faacutebrica de tapial (tabiya) corres-pondientes a cronologiacuteas almohades y taifa (s XII y primera mitad del s XIII) Correspondiente a las reformas cristianas son las actuaciones de mamposteriacutea enfoscada a raspaterroacuten adscribibles al s XIII asiacute como los refuerzos posteriores del s XIV igualmente operados en faacutebrica de

57 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte pp 79 221 216 y 225

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 167

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

mamposteriacutea sin enfoscar58 Almonaster y Zalamea se integrariacutean en los dominios del sentildeoriacuteo eclesiaacutestico adscrito al arzobispado de Sevilla por donacioacuten real

Apenas fosilizada en su trama urbana de innegable traza islaacutemica y presente en su toponimia59 la villa fortificada de Zufre conserva la torre de las Harinas posible torre albarrana de la cerca urbana en la que se alojaba el alcaacutezar referido como castillo de la Quebrada en fuentes docu-mentales del s XVI Aun cuando la historiografiacutea ha venido asignando en base a sus faacutebricas de tapial una cronologiacutea almohade a la referida torre de las Harinas los estudios radiocarboacutenicos llevados a cabo sobre ciertas agujas de tapial trasladan su origen entre mediados del s XIII e inicios del s XIV60 pudiendo corresponderse con reformas posteriores de la cerca almohade abordadas por el concejo de Sevilla Se conserva de igual for-ma una torre de mamposteriacutea conocida como torre de la Almena perte-neciente a la traza del recinto murado restaurada en su conformacioacuten

22 La Banda Gallega como red castramental y el castillo de Las Cumbres

Desde que Francisco Collantes de Teraacuten Delorme (1953) publicara el que viene a considerarse el primer estudio de conjunto de estas forta-lezas aportando consideraciones sobre su estructuracioacuten y jerarquiacutea territorial fundado en la concepcioacuten de liacuteneas defensivas conceacutentricas respecto de la ciudad hispalense mucho se ha avanzado en los uacuteltimos antildeos en el conocimiento historiograacutefico y arqueoloacutegico de las fortifica-ciones y su loacutegica territorial Asiacute autores como Joatildeo Carlos Garciacutea61 Nu-ria Casquete de Prado62 Magdalena Valor63 o Francisco Garciacutea Fitz64 han argumentado la estructuracioacuten de estas defensas pasivas jalonando las viacuteas de penetracioacuten territorial y guardando los liacutemites del alfoz tanto interiores como exteriores a Castilla Alfonso Jimeacutenez65 las considera

58 RIVERA y ROMERO ldquoLas faacutebricas del castillo de Almonaster la Realrdquo p 15059 JIMEacuteNEZ ldquoMezquitas castillo e iglesiasrdquo pp 121-20160 ROMERO et al ldquoTorre de las Harinas (Zufre Huelva) estudio arqueoloacutegico de una

fortificacioacuten medievalrdquo pp 1463-1470 ROMERO y RIVERA ldquoLos castillos de la Banda Gallega Aportaciones a su conocimiento desde la Arqueologiacuteardquo 2012 pp 112-113

61 GARCIacuteA O espaccedilo medieval passim62 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte passim63 VALOR ldquoDos castillos de tiempos de Sancho IVrdquo passim64 GARCIacuteA FITZ ldquoEl sistema castral sevillano en la Baja Edad Mediardquo passim65 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 102

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192168

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

puramente ilusorias considerando la topografiacutea de las liacuteneas de pene-tracioacuten y la intervisivilidad entre las mismas No por ello resulta menos relevante su aportacioacuten auteacutentica precursora de los posteriores estu-dios que han realizado nuevas valoraciones histoacutericas referentes a su estrategia de implantacioacuten territorial su caracterizacioacuten arquitectoacutenica estiliacutestica y su edilicia

Estos castillos trascienden la defensa de la villa del territorio histoacute-rico inmediato para entrar a formar parte de entramados defensivos a escala territorial que responden a la defensa ulterior del alfoz de Sevilla en su conjunto a traveacutes de sus caminos y viacuteas de penetracioacuten territorial y en uacuteltima instancia a los intereses de la corona castellana y sus litigios con el vecino reino de Portugal

La dimensioacuten militar de estas arquitecturas defensivas creadas ex-novo en virtud del referido privilegio de Sancho IV de 1293 erigidas en su demarcacioacuten septentrional por el concejo hispalense e integradas en la Banda Gallega responden a realidades geopoliacuteticas y funcionali-dades ofensivo-defensivas que resultan netamente diferenciables en el caso de estas dos fortalezas coetaacuteneas de Santa Olalla del Cala y Cum-bres Mayores adaptando sus geometriacuteas a la especificidad de sus con-textos inmediatos

Figura 6 Cuenca visual acumulada de los castillos de Cala Santa Olalla del Cala

El Real de la Jara y Almadeacuten de la Plata sobre la viacutea de la Plata

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 169

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

En el caso de la fortaleza de Santaolalla su labra responde de forma precisa a la funcionalidad espacial de control estrateacutegico de las penetra-ciones provenientes del Norte a traveacutes de la antigua Viacutea de la Plata66 que uniacutea la Meseta con el Valle del Guadalquivir trazando una ruta de acceso directo a la capital hispalense Se completoacute la triangulacioacuten defensiva con la construccioacuten concatenada en el tiempo a lo largo del s XIV de las for-tificaciones de El Real de la Jara y Cala que ultiman el dibujo defensivo interconectadas visualmente entre siacute67 para la guarda de esta fundamen-tal viacutea de penetracioacuten territorial que suponiacutea una vulnerabilidad cierta para los intereses de Sevilla operando la torre atalaya del Alto del Viso el enlace oacuteptico entre los castillos de Cala y Santa Olalla del Cala para salvar el apantallamiento que suponiacutea la presencia de la prominencia orograacutefi-ca conformada por la cordillera del Viso y del Cerrado68

Los estudios geoespaciales abordados en el contexto de esta inves-tigacioacuten han permitido avalar esta hipoacutetesis reforzando la idea de la existencia de un fuerte control operado por la accioacuten conjunta de esa triacuteada de fortalezas como se deriva del caacutelculo a traveacutes de sistemas de informacioacuten geograacutefica de su cuenca visual acumulada69 La fortaleza de Santa Olalla del Cala se encuentra dotada de una amplia cuenca vi-sual que se extiende hasta las 1920192 hectaacutereas cifra que representa el 6145 del aacuterea de la cuenca visual acumulada dato que ilustra la centralidad de esta fortaleza en el dibujo defensivo trazado y la elevada prevalencia hipsograacutefica y prominencia visual del enclave elegido para la defensa estrateacutegica del reino de Sevilla respecto de la referida vulne-rabilidad que representaba la Viacutea de la Plata70 [Figura 6]

Este castillo de Santaolalla se erigioacute en un nodo espacial en el que confluiacutea la referida Viacutea de la Plata principal eje de articulacioacuten verti-cal de este territorio histoacuterico y el eje horizontal proveniente de la raya lusa desde la Vereda de Portugal hacia el camino de la ribera de Finojal en su avance a lo largo de las cordilleras significativamente acogidas al topoacutenimo de Sierra del Rey hacia la ribera de Montemayor que con-

66 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 47867 ROMERO y RIVERA ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica en el Castillo de Calardquo p 280 FONDE-

VILLA et al Fortificaciones Bajo Medievales de la Banda Gallega p 72 FONDEVILLA ldquoAproximacioacuten al anaacutelisis geoespacial de la fortificacioacuten de un territorio de fronterardquo p 195

68 FONDEVILLA ldquoStrategic control of castramental spacerdquo passim69 WHEATLEY y GILLINGS ldquoVision Perception and GISrdquo passim70 FONDEVILLA ldquoStrategic control of castramental spacerdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192170

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

duciacutea flanqueado por sendas alineaciones montantildeosas en direccioacuten a las minas de Cala El castillo de Cala se aposta sobre ella al Nordeste de esa viacutea transversal que busca desde alliacute la confluencia hacia la Viacutea de la Plata encontrando en la fortaleza de Santaolalla la interseccioacuten entre ambos ejes de articulacioacuten territorial Los estudios de transitabilidad es-pacial abordados por geoprocesamiento del gradiente orograacutefico deno-tan la existencia de pendientes atenuadas en el romboide que conforma la triacuteada de fortalezas junto con el castillo de Almadeacuten que facilitaba la conexioacuten entre las mismas y entre estas y su territorio anexo a tra-veacutes de los distintos caminos histoacutericos que las poniacutean en correlacioacuten espacial entre ellos el camino del Realejo referido en textos medievales sevillanos facilitando su accioacuten conjunta su interaccioacuten espacial que se extendiacutea a ambos lados de la Viacutea de la Plata

Figura 7 Imagen aeacuterea de la fortaleza de Cumbres Mayores con el Castillo de

Segura de Leoacuten en el fondo de perspectiva

Cumbres Mayores por el contrario parece responder como se de-tallaraacute maacutes adelante a una reaccioacuten del concejo de Sevilla a la poliacutetica expansionista de la orden del Temple que junto con la de Santiago ha-biacutea promovido la fundacioacuten de sendas fortalezas en Fregenal y Segura de Leoacuten respectivamente Tales decisiones locacionales respondiacutean a la vulnerabilidad que presentaba el amplio alfoz de Sevilla en su demarca-cioacuten noroccidental tan alejada de la centralidad de la capital concejil y a

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 171

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

la vez tan expuesta a la fragilidad que le conferiacutean las fronteras interio-res y exteriores a Castilla que en ella confluiacutean La labra de esas fortale-zas por el maestre de Santiago y la bailiacutea templaria trasladaba con ni-tidez a Sevilla la voluntad cierta de punzonamiento de su demarcacioacuten septentrional con el aacutenimo de poner en crisis su integridad territorial en favor de los intereses de los freires espatarios dotados de mayor pre-sencia en este territorio en conflicto falto de asiento definitivo de sus demarcaciones jurisdiccionales [Figura 7]

3 Valores estrateacutegicos del castillo de Las Cumbres

31 Territorio y espacio castramental en el contexto geograacutefico de Cum-bres Mayores

En el contexto de la referida red castramental la fortaleza de Las Cumbres se significa por la singularidad de su emplazamiento dotado de alto valor geoestrateacutegico ubicado en un espacio geograacutefico que cons-tituye una auteacutentica encrucijada en la que confluiriacutean hacia finales del s XIII las demarcaciones de la bailiacutea Templaria de Xerez de Badaioz ndash El Ventoso y del maestrazgo santiaguista de San Marcos de Leoacuten con los dominios maacutes septentrionales de las tierras de realengo afectas al con-cejo de Sevilla

Figura 8 Contexto geograacutefico Fortalezas de la Banda Gallega sobre Mapa Digital

de Elevaciones

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192172

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

La integridad territorial de la Tierra de Sevilla se veiacutea amenazada en ese momento histoacuterico por la ereccioacuten de las fortalezas de Fregenal hacia 128371 fecha en la que Alfonso X realiza la concesioacuten de estos do-minios a los freires y en ese mismo marco cronoloacutegico la ereccioacuten del castillo de Segura de Leoacuten que terminariacutea conformando la cabecera de la relevante encomienda Mayor de Santiago en antildeos inmediatamen-te precedentes a la decisioacuten real de autorizar la labra de esta fortaleza de Cumbres Mayores en este especiacutefico lugar a propuesta del concejo de Sevilla

La fortaleza de Cumbres Mayores se encuentra en el centro gravita-cional de un espacio castral coherente que responde a una doble funcio-nalidad La primera de ellas refiere a la guarda del liacutemite noroccidental del alfoz frente a posibles incursiones provenientes de las encomiendas templaria y santiaguista que se encuentra en el origen mismo de la fun-damentacioacuten de su construccioacuten en esa fecha y ese lugar preciso La se-gunda responde a un escenario inmediatamente posterior tras el inicio de una nueva etapa de conflictividad con el vecino reino de Portugal teniendo por objeto el bloqueo uacuteltimo de la Vereda de Portugal camino histoacuterico que proveniente de la raya lusa desde la frontera exterior de Castilla y Leoacuten con Portugal confluiacutea en esta fortaleza discurriendo pa-ralela al limes demarcatorio definido con la bailiacutea templaria y el maes-trazgo de Santiago La relevancia de la guarda de la Vereda de Portugal estriba en que la misma vertebra los traacutensitos horizontales a lo largo de las tierras de realengo que habilitaban la conexioacuten entre poblados y fortalezas del concejo representando a la vez una viacutea franca de penetra-cioacuten territorial desde ese flanco occidental que resultaba por las condi-ciones orograacuteficas maacutes accesible desde las posesiones lusas fortificadas de Noudar y Moura que desde Castilla

En relacioacuten a la Frontera con Portugal el castillo de Cumbres Mayo-res jerarquiza en torno a siacute como retaguardia de los mismos respecto a esa frontera las funcionalidades defensivas de los castillos de Cumbres de San Bartolomeacute (o Cumbres Bajas llamado tambieacuten de San Bartolomeacute por la advocacioacuten de su patrono) y Torres los cuales interaccionan entre siacute para el control desde el concejo de Sevilla de las posibles incursiones provenientes de la raya lusa

71 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 478

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 173

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Figura 9 Vista desde la puerta de acceso al castillo de Torres con el castillo de

Cumbres de San Bartolomeacute al fondo

El primero de ellos apostaacutendose sobre la referida Vereda de Portugal defendida en vanguardia por la fortaleza frontera de Encinasola que dista de eacutel algo maacutes de 13 kiloacutemetros (1305372 m) Torres por su parte garantizaba el control de la Ribera del Muacutertiga poseyendo un enlace oacutep-tico con el castillo de Cumbres de San Bartolomeacute [Figura 5] que permitiacutea su interaccioacuten defensiva en base a esa intervisibilidad manifiesta desde las propias cotas de rasante de las torres que flanqueaban el acceso a la fortaleza de Torres sin necesidad de subir a sus adarves [Figura 9] Esta intervisibilidad deriva de la posicioacuten prominente del emplazamiento en altura del castillo de Torres sobre una colina en torno a la que el Muacuterti-ga describe un pronunciado meandro asiacute como de la cota elevada de la fortaleza de Cumbres de San Bartolomeacute que dispone de una elevacioacuten orograacutefica de 57732 metros lo que representa un diferencial de 15732 metros sobre la cota relativa de Torres Ambas fortalezas distan entre siacute en liacutenea recta algo maacutes de 7 Kiloacutemetros (729318 m)

Pero no fue la guarda de esta frontera con Portugal la primera funcio-nalidad requerida de esta fortaleza por las autoridades concejiles sino su contraposicioacuten como defensa pasiva al riesgo cierto que suponiacutea la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192174

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

labra de las referidas fortalezas de Fregenal y Segura de Leoacuten [Figu-ras 10 y 1] dando resguardo a la poblacioacuten Garciacutea Fitz72 apunta en esa direccioacuten al referir a la informacioacuten obrante en la copia de las actas capitulares del concejo de Sevilla conservadas en el archivo municipal de Murcia en la que se cita coacutemo en octubre de 1273 veinte antildeos antes por tanto de la suscripcioacuten del privilegio de Sancho IV el cabildo y los oficiales de Sevilla ldquomandaron dar carta a Las Cumbres para desafiar a Martiacuten Martiacutenez comendador de Xerez de Badalloz porque en el teacutermino de Sevilla su Freyre e sus omes cortaron a los omnes de Las Cumbres las conjuntas e los arados e les derramaron las simientesrdquo73

Figura 10 Imagen del castillo de Segura de Leoacuten desde los adarves del castillo de

Cumbres Mayores

Su origen fundacional sin embargo siacute refiere a una incursioacuten devas-tadora que arrasa el primitivo poblamiento de origen romano denomi-nado Ausera si atendemos a las fuentes del s XVII citadas por A Do-miacutenguez Ortiz y por Alfonso Jimeacutenez Martiacuten refiriendo a Santans con el siguiente tenor literal

72 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacional conflictos jurisdiccionales y construcciones mili-taresrdquo 1998 p 263

73 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de Ordenanzasrdquo p 121

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 175

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

ldquoDicen que fue lugar en tiempo de Romanos llamado Ausera i que es-

tuvo desviado del lugar que oi tiene distante dos tiros de mosquete ha-

cia poniente Fue mui grande i tuvo cuatro parroquias Quemaacuteronle los

Portugueses en tiempo de las guerras deste reino con Castilla y vieacutendo-

se destituidos de fortaleza se subieron a lo alto de un cerro i hicieron

la fortaleza que es mui hermosa toda de piedra mui espaciosa y bien

tratada con ocho torres donde habitaron por alguacuten espacio de tiempo

i no cabiendo en la fortaleza poblaron hacia la parte de oriente en una

ombriacutea donde no se podiacutean conservar i asi mudaron la poblacioacuten al me-

dio dia donde hoy se conserva y por ser parte alta la llamaron Cumbres

Altas o Cumbres Maioresrdquo74

Figura 11 Imagen aeacuterea de la fortaleza de Segura de Leoacuten con el castillo de

Cumbres Mayores en el fondo de perspectiva

Auacuten hoy en diacutea resulta niacutetidamente perceptible la trama radial de su traza urbaniacutestica que denota coacutemo la fortaleza constituye el origen mismo de este poblamiento [Figura12] La primera referencia a Las Cum-

74 DOMIacuteNGUEZ ORTIZ ldquoLas noticias de algunos lugares de Andaluciacutea de Gabriel Satansrdquo pp 39-40 El texto es tambieacuten citado por JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoMezquitas Castillos e Iglesias Notas sobre la Arquitectura del s XIII en la sierra de Huelvardquo p 142

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192176

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

bres se remonta a 1274 fecha en la que es recogida al definirse los liacutemites geograacuteficos del deslinde a los que se aplica del fuero de Segura de Leoacuten75

Figura 12 Ortofotomapa y cartografiacutea catastral del castillo de Cumbres Mayores

en su contexto urbano actual

32 El control visual del espacio fortificado y la intervisibilidad entre las fortalezas de Cumbres Mayores Fregenal y Segura de Leoacuten

Asentada sobre un altozano a 69945 metros de elevacioacuten la fortaleza de Cumbres Mayores dispone de una amplia cuenca visual que asciende a 2022875 hectaacutereas englobada toda ella dentro de un buffer de distan-cia radial de 25 kiloacutemetros Pero ya a la distancia radial de 15 kiloacutemetros por tanto dentro de un rango de nitidez adecuada resultan perceptibles las fortalezas de Segura de Leoacuten y Fregenal asiacute como la Torre de Higuera de Fregenal como era conocida antantildeo atalaya que protegiacutea el camino de ac-ceso a Fregenal desde tierras de realengo hoy ubicada en Higuera La Real

Este conjunto de castillos dispuestos a pocas leguas cercanos a los liacute-mites de sus demarcaciones conforman una triangulacioacuten defensiva que

75 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 474

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 177

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

define casi con exactitud meridiana un triaacutengulo cuasi equilaacutetero super-puesto a la demarcacioacuten de los liacutemites demaniales de las tierras de rea-lengo y las encomiendas a las referidas oacuterdenes militares Asiacute la fortaleza de Cumbres Mayores dista cerca de 12 Kiloacutemetros (1191097 m) de la de Segura de Leoacuten y una distancia cercana es la que lo separa de la forta-leza templaria de Fregenal (1180319 m) distando a su vez eacutesta de la de Segura ese mismo rango de kiloacutemetros exactamente 1191951 metros en liacutenea recta Simetriacuteas que sugieren que su localizacioacuten espacial lejos de ser azarosa dispone la ubicacioacuten certera de estos castillos separados pocas leguas de los liacutemites jurisdiccionales de sus dominios cuya guarda y defensa procuraban existiendo entre ellos y el territorio al que aporta-ban control estrateacutegico una clara interaccioacuten visual [Figuras 10 y 11]

La elocuencia de los desarrollos graacuteficos abordados referidos a la cuen-ca visual76 asiacute como a la cuenca visual acumulada77 permiten simplificar en estos apartados su dimensioacuten textual remitiendo para su discusioacuten a la interpretacioacuten directa de esas interacciones espaciales que resultan evidenciadas en los anaacutelisis graacuteficos que ilustran la amplia intervisivili-dad existente entre estos castillos erigidos en un mismo momento histoacute-rico para su interaccioacuten ofensivo-defensiva asiacute como el control sobre los caminos que vertebraban su territorio anexo referencial [Figuras 13-17]

Figura 13 Cuenca visual de Cumbres Mayores estratificada en buffers

equidistantes 5 km

76 WHEATLEY y GILLINGS ldquoVision Perception and GISrdquo passim77 WHEATLEY ldquoCumulative viewshed analysisrdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192178

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Sobre las cuencas visuales se grafioacute en las figuras 13 y 14 el triaacutengulo cuasi equilaacutetero que conforman la triacuteada de fortalezas que dibuja un aacuterea matriz de interconexioacuten visual delimitadas por sus transeptas de intervi-sibilidad extendida al aacutembito de sus respectivas cuencas visuales que ha-bilitaban un fuerte control visual de este territorio de frontera aportando el debido resguardo a las poblaciones ganaderas y campesinas

Figura 14 Cuenca visual acumulada de las fortalezas de Cumbres Mayores

Fregenal de la Sierra y Segura de Leoacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 179

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Figuras 15 16 y 17 Cuenca visual de los castillos de Cumbres Mayores Segura de

leoacuten y Fregenal

33 La Transitabilidad del Territorio Histoacuterico afecto al espacio castral de la fortaleza de Las Cumbres

La accesibilidad como paraacutemetro de anaacutelisis territorial deviene de la conjuncioacuten de las dimensiones de espacio y tiempo vinculando relacio-nalmente localizaciones en funcioacuten de sus topologiacuteas espaciales y sus ni-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192180

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

veles de centralidad territorial78 conformando la accesibilidad espacial un indicador vinculado a la propia cohesioacuten interna del territorio for-tificado vectorizado a traveacutes de direcciones de flujo o traacutensito ademaacutes de ser descriptiva de las aacutereas de vulnerabilidad espacial a traveacutes de las viacuteas de penetracioacuten

Para la determinacioacuten de los flujos de transitabilidad de este terri-torio fortificado se calcularon por geoprocesamiento de las variables orograacuteficas derivadas del MDE indicadores sinteacuteticos de friccioacuten asig-nando a cada celda del raacutester resultante una impedancia al desplaza-miento que permitioacute el coacutemputo de costes acumulativos de movimiento en funcioacuten de los paraacutemetros referidos a la pendiente y la curvatura orograacutefica que reclasificadas y combinadas geoestadiacutesticamente defi-niacutean la rugosidad de ese medio fiacutesico La capa de friccioacuten debidamente ponderada expresa operativamente la transitabilidad teoacuterica (trafficabi-lity) de ese aacutembito espacial computando pixel a pixel los rangos de coste o dificultad de desplazamiento sobre un territorio anisoacutetropo grafiado en forma de mapas de distancia-coste (cost weighted distance) A traveacutes del caacutelculo de los viacutenculos de menor coste (cost back link) se definieron flujos de traacutensito sobre un territorio anisoacutetropo [Figura 18]

Figuras 18 Impedancias a la transitabilidad entre fortalezas de la Banda Gallega

en torno al castillo de Cumbres Mayores

78 GUTIEacuteRREZ ldquoRedes espacio y tiempordquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 181

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

El mapa de gradientes de transitabilidad dibuja una clara interco-nexioacuten entre las fortalezas que dispuso el concejo de Sevilla a lo largo del limes demarcatorio con las encomiendas templaria y santiaguista vertebrada en horizontal por la vereda de Portugal y la ribera del Muacuter-tiga en torno a cuyos ejes como se analizoacute en apartados preceden-tes se estructura el sistema defensivo en este espacio geograacutefico es-peciacutefico Resulta evidente la fuerte vinculacioacuten entre las fortalezas de Cumbres Altas (Cumbres Mayores) y Cumbres Bajas (Cumbres de San Bartolomeacute) con el posible castillo de Cumbres de Enmedio gravitando entre ambos en el punto en el que confluye la cantildeada real Soriana con la referida vereda de Portugal Tambieacuten Torres se conecta adecuada-mente hacia el norte con Encinasola y Cumbres de San Bartolomeacute con quien interacciona visualmente en la guarda de la ribera del Muacutertiga

Desde la posible fortaleza de Hinojales cuyos anaacutelisis al igual que en el caso de Cumbres de Enmedio estaacuten siendo objeto de estudios mono-graacuteficos abordados en una publicacioacuten especiacutefica el camino bajaba ha-cia el Sur como se observa en el mapa marcando una direccionalidad que conduce hacia la ribera de Hinojales [Figura 19]

El territorio condicionoacute asiacute la capacidad de conexioacuten espacial a tra-veacutes de la disposicioacuten de caminos o viacuteas de traacutensito asiacute como la propia interconexioacuten visual entre las fortalezas que requeriacutean de atalayas de apoyo para ultimar el control visual del espacio geograacutefico En uacuteltima instancia no fue sino la geomorfologiacutea el origen de tales limitaciones a la interconexioacuten espacial y visual entre los castillos medievales a la cual se debe el caraacutecter abrupto de este medio fiacutesico derivado del referi-do plegamiento herciniano que dibujoacute la orientacioacuten dominante de sus formaciones orograacuteficas siguiendo la direccioacuten (NO-SE)

Asimilado al propio concepto de medida itineraria en la Baja Edad Media la legua el viacutenculo entre la distancia y el tiempo permite una mayor discernibilidad del concepto de friccioacuten espacial asociando tiempos de desplazamientos a esos niveles de impedancia para de-finir isoacutecronas que grafiacutean espacios ubicados a un mismo tiempo de traacutensito La funcioacuten Hinking desarrollada por el geoacutegrafo estadouni-dense Waldo Tobler79 es una funcioacuten exponencial obtenida a partir de datos empiacutericos que permite medir las distancias ponderadas como isoacutecronas a partir de la determinacioacuten de la velocidad pedestre (w)

79 TOBLER ldquoNon-isotropic geographic modelingrdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192182

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

en base a la siguiente formulacioacuten en la que la asimetriacutea de la di-reccioacuten de la pendiente se parametriza con un valor exponencial de correccioacuten de 005

Para el caacutelculo de la velocidad a caballo wh = 125 w

Figuras 19 Isoacutecronas entre fortalezas de la banda Gallega en torno al castillo de

Cumbres Mayores

Del mapa de isoacutecronas es posible inferir conclusiones que ponen en relacioacuten los niveles de interaccioacuten espacial entre las fortalezas Los castillos de Cumbres Mayores Cumbres de Enmedio y Cumbres de San Bartolomeacute distaban entre siacute una legua definida en el aacutembito de esta investigacioacuten como medida de itinerancia que representa el espacio recorrido a caballo en una hora Como se observa no se definen cir-cunferencias conceacutentricas sino poliacutegonos irregulares que ajustan su geometriacutea en funcioacuten de las aacutereas de menor impedancia a la transita-bilidad esto es expandieacutendose su radio hacia las direcciones de flujo de traacutensito preferente Torres y Cumbres de San Bartolomeacute se ubica-ban en un rango de dos leguas ubicaacutendose Encinasola apostada a algo menos de dos leguas de la frontera a una distancia ponderada de dos horas y media a caballo equivalente a dos leguas y media en este estu-dio de Cumbres de San Bartolomeacute

Paacutegina 27 de 34

Resulta evidente la fuerte vinculacioacuten entre las fortalezas de Cumbres Altas (Cumbres Mayores) y Cumbres Bajas (Cumbres de San Bartolomeacute) con el posible castillo de Cumbres de Enmedio gravitando entre ambos en el punto en el que confluye la cantildeada real Soriana con la referida vereda de Portugal Tambieacuten Torres se conecta adecuadamente hacia el norte con Encinasola y Cumbres de San Bartolomeacute con quien interacciona visualmente en la guarda de la ribera del Muacutertiga Desde la posible fortaleza de Hinojales cuyos anaacutelisis al igual que en el caso de Cumbres de Enmedio estaacuten siendo objeto de estudios monograacuteficos abordados en una publicacioacuten especiacutefica el camino bajaba hacia el Sur como se observa en el mapa marcando una direccionalidad que conduce hacia la ribera de Hinojales [Figura 19] El territorio condicionoacute asiacute la capacidad de conexioacuten espacial a traveacutes de la disposicioacuten de caminos o viacuteas de traacutensito asiacute como la propia interconexioacuten visual entre las fortalezas que requeriacutean de atalayas de apoyo para ultimar el control visual del espacio geograacutefico En uacuteltima instancia no fue sino la geomorfologiacutea el origen de tales limitaciones a la interconexioacuten espacial y visual entre los castillos medievales a la cual se debe el caraacutecter abrupto de este medio fiacutesico derivado del referido plegamiento herciano que dibujoacute la orientacioacuten dominante de sus formaciones orograacuteficas siguiendo la direccioacuten (NO-SE) Asimilado al propio concepto de medida itineraria en la Baja Edad Media la legua el viacutenculo entre la distancia y el tiempo permite una mayor discernibilidad del concepto de friccioacuten espacial asociando tiempos de desplazamientos a esos niveles de impedancia para definir isoacutecronas que grafiacutean espacios ubicados a un mismo tiempo de traacutensito La funcioacuten Hinking desarrollada por el geoacutegrafo estadounidense Waldo Tobler (1993) es una funcioacuten exponencial obtenida a partir de datos empiacutericos que permite medir las distancias ponderadas como isoacutecronas a partir de la determinacioacuten de la velocidad pedestre (w) en base a la siguiente formulacioacuten en la que la asimetriacutea de la direccioacuten de la pendiente se parametriza con un valor exponencial de correccioacuten de 005 W= 6119890119890 Para el caacutelculo de la velocidad a caballo wh = 125 w

[Figuras 19 Isoacutecronas entre fortalezas de la banda Gallega en torno al castillo de Cumbres Mayores]

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 183

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

4 Conclusiones analiacuteticas y prospectiva

Los anaacutelisis geoespaciales abordados a traveacutes de Sistemas de Informa-cioacuten Geograacutefica (SIG) han permitido sumar argumentos en la direccioacuten de ciertas teoriacuteas historiograacuteficas que apuntaban hacia el origen uacuteltimo y fundamentacioacuten de la construccioacuten de la fortaleza de Cumbres Mayo-res80 incidiendo en la existencia de una fuerte interaccioacuten visual entre esta fortaleza y la templaria de Fregenal asiacute como con la santiaguista de Segura de Leoacuten ultimando la triangulacioacuten defensiva que operaba sobre la interseccioacuten misma de sus liacutemites dominicales distantes entre siacute 12 kiloacutemetros definiendo asiacute un triaacutengulo equilaacutetero cuasi exacto Cumbres Mayores fosilizariacutea en sus faacutebricas si admitimos esta hipoacutetesis como cierta la reaccioacuten del concejo de Sevilla a los hostigamientos que poniacutean en riesgo su integridad territorial derivados de la previa labra de ambas fortalezas contrapuestas por los freires espatarios que atenta-ban contra los intereses de Sevilla

Esta funcionalidad militar vinculada en origen a la guarda y defensa del limes demarcatorio noroccidental operada por la fortaleza de Las Cumbres se veriacutea complementada con su labor de retaguardia y control uacuteltimo de las penetraciones provenientes de la Vereda de Portugal desde la raya lusa completando el dibujo defensivo operado por la interaccioacuten de las fortalezas de Cumbres de San Bartolomeacute y de Torres asiacute como de la posible fortaleza de Cumbres de Enmedio cuyos estudios se estaacuten abordando en otras publicaciones monograacuteficas igualmente dispuesta sobre la Vereda de Portugal en el punto exacto en la que eacutesta intersecta con la Cantildeada Real Soriana disponieacutendose Encinasola en vanguardia como fortaleza frontera asentada a pocas leguas de la frontera exterior a Castilla y Leoacuten [Figura 20]

Las funcionalidades de la defensa de este territorio histoacuterico se adap-taron a la evolucioacuten de la coyuntura geopoliacutetica respondiendo las geo-metriacuteas y las escalas de estas defensas pasivas a la entidad y naturaleza de los contextos locales desde una loacutegica adaptativa pero insertos en una red castramental ndashla Banda Gallegandash asociada a la definicioacuten de una defensa perifeacuterica coherente del liacutemite noroccidental del alfoz de Sevi-lla en la Baja Edad Media que operaba conformando espacios castrales diferenciados jerarquizados en torno a sus fortalezas nucleares gravi-

80 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 478 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo pp 235 263-264

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192184

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

tando el poblamiento igualmente en torno a ellas en base a una loacutegica de repoblacioacuten activa del espacio conquistado en el que las oacuterdenes mi-litares ejercieron amplia influencia

Los anaacutelisis de transitabilidad del territorio histoacuterico a traveacutes de geo-procesamiento de los niveles de impedancia que ponen en relacioacuten la pendiente y la curvatura orograacutefica permitieron analizar los nexos de unioacuten territorial entre estos castillos y torres atalaya representando isoacute-cronas que los relacionan con la dimensioacuten temporal incidiendo en un concepto al fin y al cabo no alejado de la propia unidad de medida de itinerancia que constituiacutea la legua en estas cronologiacuteas bajomedievales que definiacutea el espacio recorrido en una hora a caballo

Los resultados analiacuteticos obtenidos permiten avalar las funcionali-dades de las metodologiacuteas de anaacutelisis geoespacial de evaluacioacuten multi-criterio implementados a traveacutes de metodologiacuteas SIG para la contrasta-cioacuten o refutacioacuten de determinados aspectos espaciales contenidos en las teoriacuteas historiograacuteficas coadyuvando a su discernimiento y aportando nuevos elementos de anaacutelisis Las mismas permiten tambieacuten abrir nue-vas aacutereas de estudio de la mano de la produccioacuten de cartografiacutea predic-tiva generada por aacutelgebra de mapas en las que se ponen en correlacioacuten espacial determinados factores que inciden en la guarda y defensa del territorio histoacuterico como la elevacioacuten orograacutefica la pendiente curvatura

Figura 20 Cuenca visual del castillo de Cumbres Mayores sobre el territorio

representado con sombreado orograacutefico

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 185

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

y orientacioacuten orograacutefica la proximidad a redes hidrograacuteficas y caminos histoacutericos asiacute como su vinculacioacuten a fronteras o limes demarcatorios aportando asiacute nueva informacioacuten derivada de su anaacutelisis y geoprocesa-miento espacial de la informacioacuten histoacuterica

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

AMS sec1 carp1 n5

AMS Secc 1ordm cap 4ordm fol 30 El documento fue publicado por Tenorio y Cerero Nicolaacutes El concejo de Sevilla Sevilla 1901 pp234-235

AMS Secc 13ordm s XV tomo10 nordm22 1579 agosto10 en Casquete del Pra-do N 1993 Los castillos de la Sierra Norte de Sevilla en la Baja Edad Media Diputacioacuten de Sevilla Seccioacuten Histoacuterica Serie 1ordm nuacutemero 42

AMS sec 15 Papeles del Mayordomazgo carp58 Sevilla 1474 junio 7 Carta a los contadores de Sevilla al concejo de Cumbres Mayores sobre las pagas a ciertos hombres que sirvieron en el castillo

AHNOOMM Ucleacutes 263111

2 Bibliografiacutea

Fernando AacuteLVAREZ BURGOS Vicente RAMOacuteN BENEDITO y Vicente RA-MOacuteN PEacuteREZ Cataacutelogo general de la moneda medieval hispanocristia-na desde el siglo IX al XVI Editorial Jesuacutes Vico Madrid 1980

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoAlfonso X el Algarve y Andaluciacutea el des-tino de Serpa Moura e Mouratildeordquo en Historia Medieval I Actas del II Congreso de Historia de Andaluciacutea Coacuterdoba 1994 pp 289-304

Alberto CANTO GARCIacuteA Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Omar ROMERO DE LA OSA FERNAacuteNDEZ ldquoEl hallazgo nu-mismaacutetico de la taifa de Sevilla en Aracena (Huelva)rdquo Huelva Revista Onoba nordm3 (2015) pp163-170

Juan Luis CARRIAZO RUBIO ldquoFronteras y fortificaciones en Andaluciacutea Occidental durante la Edad Mediardquo El Territorio Medieval Juan Aure-lio Peacuterez Maciacuteas (ed) Universidad de Huelva 2002 pp 57-97

Nuria CASQUETE DEL PRADO Los castillos de la Sierra Norte de Sevilla en la Baja Edad Media Servicio de Publicaciones de la Excma Dipu-tacioacuten de Sevilla Seccioacuten Histoacuterica Serie 1ordm nuacutemero 42 Sevilla 1993

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192186

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Francisco COLLANTES DE TERAacuteN ldquoLos castillos del reino de Sevillardquo Archivo Hispalense 58-59 (1953)

Asuncioacuten DIacuteAZ ZAMORANO ldquoEl legado arquitectoacutenico de las oacuterdenes militares en la provincia de Huelvardquo La arquitectura de las oacuterdenes militares en Andaluciacutea Conservacioacuten y restauracioacuten Mariacutea del Valle Goacutemez de Terreros Guardiola (ed) Universidad de Huelva Huelva 2011 pp61-87

Antonio DOMIacuteNGUEZ ORTIZ ldquoLas noticias de algunos lugares de Anda-luciacutea de Gabriel Satansrdquo Archivo Hispalense II 3 1944 pp 39-40

Francisco Javier DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Ex-tremadurardquo Revista de Estudios Extrementildeos Tomo LVI I Badajoz (2000) pp 99-145

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoLa villa encastillada de Aracena en el contexto de la Banda Gallega Castrum et villam La construccioacuten de la frontera y la articulacioacuten espacial de la red de fortificaciones y del poblamiento en el liacutemite noroccidental del alfoz sevillano en la baja edad mediardquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura Huelva2016 pp 133-154

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoAproximacioacuten al anaacutelisis geoespa-cial de la fortificacioacuten de un territorio de frontera en los confines del reino de Sevillardquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Co-marca de la Sierra Aracena Huelva Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2016 pp 170-184

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoStrategic control of castramental space and geostatical analysis of visual prevalence Implementation of SIG methodologiesrdquo Actas del Congreso Internacional Technoheri-tage Sevilla 2019 (En prensa)

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ Fortificaciones Bajo Medievales de la Banda Galle-ga Caracterizacioacuten del itinerario cultural transfronterizo Consejeriacutea de Cultura Junta de Andaluciacutea Huelva 2012

Manuel FRUCTOS ROMERO ldquoAroche tierra de contienda (s XIII)rdquo Actas de las XXI Jornadas de Patrimonio de la Comarca de la Sierra Higuera de la Sierra (Huelva) 2010 pp 339-368

Joatildeo Carlos GARCIacuteA O espaccedilo medieval da reconquista no sudoeste da Peniacutensula Ibeacuterica Lisboa 1986

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 187

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionales articulacioacuten terri-torial y construcciones militares a finales del siglo XIII en el alfoz de Sevilla la Sierra de Arocherdquo Archivo Hispalense (Sevilla) tomo LXXV nordm 230 (1992) pp 25-51

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacional conflictos jurisdicciona-les y construcciones militares a finales del siglo XIII en la Sierra de Arocherdquo Huelva en la Edad Media Reflexiones aportaciones y nue-vas perspectivas veinte antildeos despueacutes Juan Luis Carriazo y Joseacute Mariacutea Miura Andrades (eds) Universidad de Huelva 1998 pp 229-280

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoEl sistema castral sevillano en la Baja Edad Mediardquo Fortificaccediloes e Territoacuterio na Peniacutensula Ibeacuterica e no Magreb (Seacuteculos VI a XVI) Lisboa Ediccediloes Colibri amp Campo Arqueoloacutegico de Meacutertola 2013 pp 569-588

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoPoblamiento y organizacioacuten del territorio onubense durante el periodo andalusiacute (siglos VIII-XIII)rdquo Actas del III Congreso de Historia de Andaluciacutea Coacuterdoba 2001 pp89-105

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Niebla por Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos 27 2002 pp89-111

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN Evolucioacuten histoacuterica del poblamiento del te-rritorio onubense durante la eacutepoca andalusiacute (Siglos VIII-XIII) Univer-sidad de Huelva 2003

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN La conquista de Sevilla por Fernando III (646 h1248) Nuevas propuestas a traveacutes de la relectura de las fuen-tes aacuterabes Hispania 2017 vol LXXVII 255 pp11-41

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de Ordenanzas y otros docu-mentos sevillanos del reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos nuacutem16 (1989)

Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I CSIC Es-cuela de Estudios Medievales Madrid 1951

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConflictos fronterizos en la Sierra de Aro-che El pleito de Barrancos (1493)rdquo Actas das I Jornadas de Historia Medieval do Algarve e Andaluzia Louleacute 1986 pp 193-200

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoPoblamiento y frontera en Andaluciacutea (SS XIII-XV)rdquo Revista de la Facultad de Geografiacutea e Historia nordm4 Universidad de Sevilla (1989) pp 207-224

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAndaluciacutea en tiempos de Alfonso Xrdquo Di-plomatario andaluz de Alfonso X Sevilla 1991 pp XXIX-CXVIII

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192188

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoHuelva tierra de fronterardquo Huelva en la Edad Media Reflexiones aportaciones y nuevas perspectivas veinte antildeos despueacutes Juan Luis Carriazo y Joseacute Mariacutea Miura Andrades (eds) Universidad de Huelva Huelva 1998 pp 15-35

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLas relaciones entre Portugal y Castilla durante el siglo XIIIrdquo en As relaccedilotildees de frontera no seacuteculo de Alcani-ces Actas IV Jornadas Luso-Espanholas de Histoacuteria Medieval Oporto Universidades do Porto 1998 vol1 pp 1-24 (Separata de la Revista da Facultade de Letras-Historia II vol XV tomo I)

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de la Banda Ga-llegardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII) Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 67-78

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos inicios de la repoblacioacuten de la Sierra de Huelva en el sXIIIrdquo Minervae Baeticae Boletiacuten de la Real Acade-mia Sevillana de Buenas Letras 2ordf Eacutepoca 41 2013 pp 365-374

Javier GUTIEacuteRREZ PUEBLA ldquoRedes espacio y tiempordquo Anales de Geogra-fiacutea de la Universidad Complutense 18 1998 pp65-86

Alexandre HERCULANO Histoacuteria de Portugal desde o comeccedilo da monar-chia ateacute ao fim do reinado de Affonso IIIrdquo Biblioteca Nacional de Por-tugal 1849

Feacutelix HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ ldquoLa Kura de Meacuterida en el siglo Xrdquo Al-Anda-lus XXV 2 1960 pp 313-371

Alfonso JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoTorres un castillo onubenserdquo Huelva en su Historia 2ordf eacutepoca Vol 9 2002 pp 97-118

Alfonso JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoMezquitas castillo e iglesias Notas sobre la arquitectura del sXIII en la Sierra de Huelvardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII) Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 121-202

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA ldquoSobre la evolucioacuten de las fronteras medievales hispaacutenicasrdquo En Identidad y representacioacuten de la frontera en la Espantildea medieval (siglos XI-XIV) Casa de Velaacutezquez y Universi-dad Autoacutenoma de Madrid 2001 pp 5-50

Antonio LOacutePEZ GARCIacuteA Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS y Yolanda BENA-BAT HIERRO ldquoAlgunas consideraciones sobre el castillo de Encina-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 189

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

solardquo Actas de las XIII Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Cortelazor (Huelva) Diputacioacuten Provincial de Huelva 1999 pp 439-459

Pablo MACIacuteAS GONZAacuteLEZ ldquoEl problema historiograacutefico de los Algarves luso-castellanos La organizacioacuten social de un espacio y de una fron-tera 1245-1281rdquo Revista da facultade de letras II Seacuterie Vol VIII Uni-versidade do Porto Porto 1991 pp 987-1016

Florentino PEacuteREZ-EMBID La frontera entre los reinos de Sevilla y Portu-gal Excmo Ayuntamiento de Sevilla Delegacioacuten de Cultura Seccioacuten de Publicaciones 1975

Javier PEacuteREZ-EMBID WAMBA Aracena y su sierra la formacioacuten histoacuterica de una comunidad andaluza (siglos XIII-XVIII) Diputacioacuten de Huelva 1995

Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS ldquoLos distritos islaacutemicos de la Sierra de Huelvardquo I Jornadas de Cultura Islaacutemica Almonaster (2000) Ayunta-miento de Almonaster la Real 2001 pp 49-63

Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS Juan CAMPOS CARRASCO y Francisco GOacute-MEZ TOSCANO ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracena y a las fortificaciones de la Banda Gallegardquo Huelva en la Edad Media 20 antildeos despueacutes Universidad de Huelva 1998 pp 281-303

Rodolfo RECIO MOYA ldquoEl dialecto de la Sierrardquo Actas de las Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra La Nava Diputacioacuten Provin-cial de Huelva 2002 pp 91-150

Rodolfo RECIO MOYA Miscelaacutenea histoacuterica de Fuenteheridos (Estudio histoacuterico antropoloacutegico y linguumliacutestico) Excmo Ayuntamiento de Fuen-teheridos 2016

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoAnaacutelisis ar-queoloacutegico del castillo de Aroche (Huelva)rdquo Anuario arqueoloacutegico de Andaluciacutea 2003 Vol 2 Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2006 pp225-235

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoEstudios ar-queoloacutegicos del castillo de Cumbres de San Bartolomeacute (Huelva)rdquo Vi-pasca Arqueologiacutea e Historia Nordm2 2ordf serie (2007) pp610-619

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoLas faacutebricas del castillo de Almonaster la Realrdquo Revista Onoba Nordm04 (2016) pp135-154

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192190

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoAnaacutelisis ar-queoloacutegico del Castillo de Cala (Huelva)rdquo Anuario arqueoloacutegico de An-daluciacutea 2001 Vol 2 Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2004 pp 1709-1715

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica en el Castillo de Cala (Huelva)rdquo Actas de las XXIV Jorna-das del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Cala Diputacioacuten Pro-vincial de Huelva 2007 pp 279-292

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoSecuencia de poblamiento en el castillo de Santa Olalla del Cala (Huelva)rdquo IV En-cuentro de Arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Recurso Electroacutenico en CD-ROM Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Eduardo Romero Bomba (eds) Universidad de Huelva 2010 pp814-828

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoLos castillos de la Banda Gallega Aportaciones a su conocimiento desde la arqueolo-giacuteardquo Paisajes tiempo y memoria acercamientos a la Historia de Anda-luciacutea Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas Juan Luis Carriazo Rubio y Beatriz Gabilaacuten (eds) 2012 pp 399-128

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ e Inmaculada JI-MEacuteNEZ AGUILAR ldquoAnaacutelisis de una fortificacioacuten de la Banda Gallega El castillo de Santa Olalla del Cala (Huelva)rdquo Actas del V encuentro de arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Almodocircvar (Portugal) 18-20 de noviembre de 2010 2012 pp 465-475

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ e Inmaculada JI-MEacuteNEZ AGUILAR ldquoCastillo de Aracena pasado presente y futurordquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena Huelva Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2016 pp 102-132

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ Antonio M MON-GE SOARES y Paula Fernanda QUEIROZ ldquoTorre de las Harinas (Zufre Huelva) estudio arqueoloacutegico de una fortificacioacuten medievalrdquo IV en-cuentro de Arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Recurso electroacutenico en CD-ROM Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Eduardo Romero Bomba (eds) Universidad de Huelva 2010 pp 1463-1470

Rosa Mariacutea SAacuteNCHEZ GARCIacuteA Luis Alfonso LIMPO PIacuteRIZA El encla-ve de Olivenza y sus murallas (1230-1640) Caacuteceres Universidad de Extremadura-Ayuntamiento de Olivenza 1994

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 191

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Joseacute Mariacutea SAacuteNCHEZ SAacuteNCHEZ y Magdalena VALOR PIECHOTTA El cas-tillo de Cortegana Asociacioacuten de Amigos del Castillo de Cortegana Leader Sierra de Aracena y Picos de Aroche Cortegana 2004

Ruth TAYLOR ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica puntual de apoyo a la restau-racioacuten en el castillo de El Real de la Jara (Sevilla) el sector Oeste del recintordquo Anuario Arqueoloacutegico de Andaluciacutea (2005) Junta de Andalu-ciacutea Consejeriacutea de Cultura 2010 pp 2920-2929

Pierre TOUBERT Castillos sentildeores y campesinos en la Italia medieval Ed Criacutetica Barcelona 1990

Waldo TOBLER ldquoNon-isotropic geographic modelingrdquo Technical Re-port nordm93-1 Santa Baacuterbara CA National Center for Geographic Information and Analysis 1993

Magdalena VALOR PIECHOTTA ldquoDos castillos de tiempos de Sancho IV Cumbres Mayores y Santa Olalla (Huelva)rdquo Notas sobre su origen y funcioacutenrdquo Estudios de Historia y de Arqueologiacutea Medievales X (1994) pp 173-188

Magdalena VALOR PIECHOTTA ldquoAlgunas reflexiones sobre los castillos de la Banda Gallegardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII)rdquo Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 79-92

Magdalena VALOR PIECHOTTA y Nuria CASQUETE DE PRADO SAacuteGRERA ldquoEl castillo de Cumbres Mayores (Huelva) Una aproximacioacuten a la ar-quitectura militar de la segunda mitad del siglo XIIIrdquo Sevilla Historia Instituciones Documentos 21 (1994) pp 473-499

Miguel Aacutengel VARGAS DURAacuteN ldquoIntervencioacuten en el castillo de El Real de la Jara (Sevilla)rdquo Anuario Arqueoloacutegico de Andaluciacutea 1989 III Activi-dades de Urgencia Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 1989 pp 417-424

Miguel Aacutengel VARGAS DURAacuteN ldquoEl castillo de Santa Olalla del Cala Es-tratigrafiacutea de un haacutebitat estrateacutegicordquo Actas de las XII Jornadas de Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena (Huelva) Diputacioacuten Provincial de Huelva 1999 pp111-127

David WHEATLEY ldquoCumulative viewshed analysis a GIS based method for intervisibility and its archaelogical applicationrdquo GIS and Archaeo-logy a European Perspective G Lock y Z Stancic (eds) TaylorampFran-cis Londres 1995 pp170-185

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192192

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

David WHEATLEY y Mark GILLINGS Spatial Tecnology and Archaelogy TaylorampFrancis Viena 2002

David WHEATLEY y Mark GILLINGS ldquoVision Perception and GIS deve-loping enriched approaches to the study of archeological visibilityrdquo Beyond the Map IG Lock (eds) Amsterdam 2000 pp 1-28

Fecha de recepcioacuten 20-05-2019

Fecha de aceptacioacuten 26-12-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 193

La orden de Santiago en la conquista de Sevilla Aproximacioacuten y cerco

(1246-1248)

The Order of Santiago in the Conquest of Sevilla Approach and Siege (1246-1248)

Manuel Loacutepez FernaacutendezUNED Centro Asociado de Algeciras

Resumen

La Orden de Santiago intervino en la conquista de Sevilla con un elevado nuacuteme-ro de efectivos aunque no todos ellos eran miembros de la propia institucioacuten Este numeroso contingente bajo el mando del maestre Pelay Peacuterez Correa ac-tuoacute como unidad independiente en Sierra Morena y maacutes tarde en la margen derecha del Guadalquivir protegiendo el flanco de la flota castellana Ya en el verano de 1248 al maestre se le encomendoacute una nueva misioacuten relacionada con cuestiones logiacutesticas por lo que hubo de intervenir nuevamente en Sierra Mo-rena con la mayor parte de su hueste sin desatender por ello el cerco sevillano

Palabras Clave

Sevilla Orden de Santiago Pelay Peacuterez Correa Sierra Morena

Abstract

The Order of Santiago intervened in the conquest of Seville with a large number of troops although not all of them were members of the institution itself This numerous contingent under the command of Pelay Perez Correa acted as an

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico lopezfernandezm75gmailcom UNED Centro Asociado de Algeciras

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226194

Manuel loacutepez Fernaacutendez

independent unit in Sierra Morena and later on the right bank of the Guadalqui-vir protecting the flank of the Castilian fleet Already in the summer of 1248 the master was entrusted with a new mission related to logistical issues so he had to intervene again to Sierra Morena with most of his host without neglecting the sevillian siege

Keywords

Seville Order of Santiago Pelay Peacuterez Correa Sierra Morena

Introduccioacuten

Cuando se contabilizan y contrastan las donaciones que la Corona de Castilla hizo a las oacuterdenes militares por su participacioacuten en la conquista de Sevilla1 se llega a la raacutepida conclusioacuten de que la Orden de Santiago fue la maacutes favorecida de todas2 Lo anterior se puede sentildealar con rotun-didad incluso sin incluir la donacioacuten hecha en tierras de Mures ndashhoy Villamanrique de la Condesandash en 1253 porque la cesioacuten de estas pro-piedades fue consecuencia de un acuerdo entre Alfonso X y el maestre Pelay Peacuterez Correa para que la Orden pudiera mantener una galera al servicio de la Corona3

Considerando que Fernando III hubo de ser ecuaacutenime en la cues-tioacuten de las donaciones a sus vasallos en correspondencia a los servicios prestados y no entregar territorios de manera graciosa entre los mis-mos ndashpor los muchos problemas que podiacutea acarrearle si no seguiacutea tal directrizndash hemos de suponer que la Orden de Santiago fue la institucioacuten religioso-militar que maacutes medios puso a disposicioacuten del monarca caste-llano-leoneacutes en la empresa de conquistar Sevilla Demostrar hoy que eso fue realmente asiacute resulta imposible pero si tenemos en cuenta los datos

1 Para esta argumentacioacuten nos apoyamos en dos de los trabajos de GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla tomo I y II Tambieacuten en Reinado y diplomas de Fernando III Coacuterdoba 1980 tomo I y III En el primero de los trabajos mencionados se publicaron los repartimientos tipo Espinosa y Palacio en los que se pueden conocer los detalles del repartimiento sevillano En el segundo de estos trabajos especialmente en el tomo III podemos leer los documentos de donacioacuten de Fernando III a todas las oacuterdenes militares Apoyados en esta base documental podemos apreciar que la Orden de Santiago fue la maacutes beneficiada de todas por la conquista de Sevilla

2 AYALA ldquoLas oacuterdenes militares en la conquista de Sevillardquo 3 Sobre este asunto elaboramos un trabajo al que titulamos ldquoLa Orden de Santiago en

los oriacutegenes de la Marina Real castellanardquo En el mismo podemos ver con mucho maacutes detalle que la donacioacuten real de 1253 en Mures teniacutea como finalidad mantener una galera real Esta embarcacioacuten era si nos atenemos al nuacutemero de remeros la mayor de toda la flota

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 195

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

que las fuentes nos proporcionan sobre todo la Primera Croacutenica Gene-ral las dudas seraacuten menores Es cierto que en la expedicioacuten de castigo que se realizoacute en el otontildeo de 1246 los efectivos santiaguistas no debiacutean ser muy elevados debido a la premura con la que se hizo pero en el ve-rano del antildeo siguiente cuando el rey de Castilla quiso proteger el flanco de su flota por el lado del Aljarafe y los santiaguistas se prestaron a ello parece que los efectivos bajo el mando del maestre Pelay Peacuterez Correa4 ndashentre ldquofreyres et seglaresrdquondash alcanzaban un tercio del total de las fuerzas que alliacute teniacutea Fernando III

Este porcentaje resulta llamativo a todas luces pero creemos que puede explicarse desde el fallido compromiso adquirido por la Orden para colaborar con el emperador Balduino II de Constantinopla en agosto de 1246 Porque fue en esa fecha en Valladolid cuando el maes-tre Peacuterez Correa llegoacute a un acuerdo con Balduino II para intervenir con efectivos de la Orden en tierras del Imperio Latino de Oriente con el beneplaacutecito y colaboracioacuten de la Santa Sede5 Se dieron tales circuns-tancias porque en la ejecucioacuten de aquella empresa estaba sumamente interesado el papa Inocencio IV de modo que los primeros pasos para llevarla a buen puerto se dieron en Lyon en la segunda mitad de 1245 aunque no fue hasta el mes de febrero del antildeo siguiente cuando el Papa se dirigioacute al maestre exhortaacutendole para que la llevara a la praacutectica ate-nieacutendose a lo tratado anteriormente entre los representes del maestre y del emperador

La bula papal llegoacute a Jaeacuten cuando la ciudad acababa de caer en ma-nos cristianas contrariando los planes de la Corona por privarle del apoyo del maestre y de sus fuerzas en aquellos momentos El rey de Cas-tilla delegoacute la solucioacuten del problema en el infante don Alfonso de Casti-lla ndashbajo cuya autoridad directa operaban las fuerzas santiaguistas por entoncesndash disponiendo eacuteste que el maestre se limitara a ayudar al em-perador Balduino con 50 freires de la Orden 100 escuderos y 100 caba-llos aunque era libre para llevarse fuera del reino a cuantos caballeros y escuderos se ofrecieran a ayudarle siempre que estos fuesen ajenos

4 Sobre el citado maestre defendimos nuestra tesis doctoral en 2002 siendo publicada en 2007 con el tiacutetulo La Orden de Santiago y el maestre Pelay Peacuterez Correa En 2010 hicimos una reelaboracioacuten de la misma ampliada y actualizada trabajo que titulamos Pelay Peacuterez Correa Historia y leyenda de un maestre santiaguista Diputacioacuten de Badajoz

5 El asunto lo trata BENITO RUANO ldquoBalduino II de Constantinopla y la Orden de Santi-agordquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226196

Manuel loacutepez Fernaacutendez

a la institucioacuten santiaguista6 Con estas limitaciones por parte de la co-rona de Castilla se presentoacute el maestre Pelay Peacuterez Correa en Valladolid a negociar con el emperador Balduino7 ndashen agosto de 1246ndash llegando al compromiso de intervenir en Oriente con 300 caballeros 300 escuderos 200 ballesteros ndash100 a pie y otros 100 a caballondash ademaacutes de 1000 peones y 700 caballos ndashdos por caballero8 maacutes los 100 correspondientes a los ballesteros a caballondash

El citado acuerdo nos resulta muy interesante por dos razones La primera de ellas ndashmuy acorde con lo que luego trataremosndash nos viene a demostrar la capacidad militar de la Orden para captar seglares ajenos a la misma en momentos cruciales la segunda ndashno menos importante y en coherencia con lo que veremos maacutes tardendash nos aproxima a la compo-sicioacuten y estructura interna de los ejeacutercitos de la eacutepoca Si la primera de las razones aludidas nos ayuda a entender mejor la raacutepida numerosa y efectiva disposicioacuten de la Orden de Santiago en el caso de la conquista de Sevilla la segunda de ellas nos permite descifrar con cierta claridad el concepto militar de ldquolanzardquo o caballero ndashmuy utilizado en la eacutepocandash cuando las fuentes escritas tratan de informar sobre la magnitud o enti-dad de un ejeacutercito medieval

Asiacute que atenieacutendonos a las cifras que figuran en el acuerdo del maes-tre Pelay Peacuterez Correa con el emperador Balduino II deducimos que cada hombre a caballo era acompantildeado por un escudero y dos caballos ademaacutes de un promedio de tres hombre a pie lo que viene a decir que cuando se nos da el nuacutemero de caballeros o ldquolanzasrdquo resulta praacutectico en la mayoriacutea de los casos multiplicar este nuacutemero por cinco9 si queremos aproximarnos a la cuantiacutea real de los efectivos humanos que podiacutean componer un ejeacutercito que operara con ciertas garantiacuteas de eacutexito Es cier-to que estas ldquolanzasrdquo podiacutean estar peor o mejor ldquoservidasrdquo o ldquocumpli-dasrdquo como ocurre en el contrato en cuestioacuten ya que en el mismo llegan

6 Este documento esta datado en Jaeacuten el diacutea 11 de marzo Lo publica Eloy Benito Ruano en la paacutegina 30 del trabajo citado en la nota anterior

7 Ibidem pp 30-348 Entendemos que uno para combatir ndashel caballo de guerra o destrerondash y el otro para los

desplazamientos ordinarios conocido con el nombre de palafreacuten Curiosamente no se habla en el documento de aceacutemilas para el transporte del armamento e impedimenta por lo que se pudiera pensarse que el segundo caballo era destinado a esta uacuteltima funcioacuten realizada generalmente por mulas

9 Por generalizar este seraacute el coeficiente que utilicemos en adelante con la intencioacuten de no llevar al liacutemite superior dicho coeficiente Lo anterior no significa que ese factor se redujera a cuatro o a tres en otras ocasiones

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 197

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

a seis los componentes que constituiacutean cada ldquolanzardquo o caballero10 Y si lo anterior se refiere exclusivamente a los seres humanos entendemos tambieacuten que si se quiere conocer el nuacutemero aproximado de caballos que integraban un ejeacutercito seraacute de gran utilidad multiplicar por dos el nuacutemero de caballeros que las fuentes nos proporcionen

De acuerdo con lo anteriormente expuesto en este trabajo nos apo-yaremos en el documento de agosto de 1246 para aproximarnos con maacutes o menos exactitud al nuacutemero de efectivos que pudieron intervenir con la Orden en la conquista de Sevilla

1 Expedicioacuten preparatoria

El maestre Pelay Peacuterez Correa hubo de salir de Valladolid ndashdespueacutes de entrevistarse con Balduino IIndash en los diacuteas finales de agosto para estar en Ocantildea los diacuteas 5 y 6 de septiembre como documentalmente puede demostrarse11 luego se dirigioacute a Jaeacuten para informar al rey de Castilla de su acuerdo con el emperador encontraacutendose con las alar-mantes noticias llegadas de Sevilla respecto al cambio de gobierno habido aquiacute situacioacuten que afectaba directamente a las relaciones de los sevillanos con Castilla al suponer la ruptura de la tregua acordada con el anterior gobierno de la ciudad del Guadalquivir Debido a tales circunstancias el rey don Fernando demandoacute consejo de los ricos hom-bres y de los maestres de las oacuterdenes aconsejaacutendole eacutestos ldquoque fuese ccedilercar Sevillardquo seguacuten dice la Primera Croacutenica General12 Por lo que podemos leer en esta fuente el maestre de la Orden de Santiago era un abierto partidario de tal modo de proceder pero no todos estuvieron de acuerdo al considerar que antes se debiacutea raziar algunas veces la tie-rra con el fin de que la ciudad cayera con menos esfuerzo Finalmente parece que se impuso la opinioacuten de Pelay Peacuterez Correa abierto parti-

10 Al multiplicar 300 caballeros por seis obtenemos el nuacutemero de mil ochocientos hom-bres que componiacutean el contingente militar acordado

11 Archivo Histoacuterico Nacional Oacuterdenes Militares Ucleacutes carpeta 152 documentos 17 y 18 (en adelante AHN OO MM Ucleacutes 15217 y 18) Los documentos estaacuten publicados en los apeacutendice documentales de los trabajos mencionados en la nota 3 En el documento del diacutea 5 de septiembre el maestre recibe el castillo de Albarraciacuten de Aacutelvaro Pedro Fernaacutendez de Azagra y en el documento del diacutea 6 se lo entrega Andreacutes Lintildeaacuten hasta que la Orden pueda recuperar los maravediacutees que le habiacutea adelantado a Pedro Fernaacutendez de Azagra

12 Primera Croacutenica General de Espantildea Editada por Ramoacuten Meneacutendez Pidal con estudio actualizador de Diego Catalaacuten Editorial Gredos Madrid 1977 capiacutetulo 1071

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226198

Manuel loacutepez Fernaacutendez

dario de realizar el esfuerzo directo sobre Sevilla antes que emplear el tiempo en cercos de menor importancia13

No obstante lo anterior al tener en cuenta la eacutepoca del antildeo en la que se encontraban y la necesidad de utilizar una flota que operara por el Guadalquivir el rey decidioacute organizar alliacute mismo una expedicioacuten de cas-tigo para sorprender a los sevillanos con las fuerzas que pudiera reunir pues la organizacioacuten de la armada era un tema que requeriacutea maacutes tiem-po Asiacute que sin demora alguna Fernando III emprendioacute el camino de Coacuterdoba llevando consigo no maacutes de trescientos caballeros entre los que la fuente que seguimos cita al hermano del rey don Alfonso al infante don Enrique y a ldquolos maestres dichos de Vcles et de Calatrava et Diego Sanchez et don Gutier Suarezrdquo14

A finales ya del mes de septiembre y desde Coacuterdoba ndashel contingente se habiacutea incrementado al unirse las fuerzas del concejo cordobeacutes a las que salieron de Jaeacutenndash se desplazaron las huestes castellanas siguiendo la calzada de Eacutecija hasta llegar a Carmona momento en el que se unieron a los cristianos quinientos caballeros granadinos con su rey al frente como vasallo que era del rey de Castilla15 Este uacuteltimo dato no suficiente-mente resaltado hasta ahora pone de manifiesto que si a los granadinos les dio tiempo a concentrarse y llegar a Carmona desde su reino otro tanto pasariacutea con buena parte de los vasallos castellano-leoneses que acudieron a la llamada de su rey hecha desde Jaeacuten cuando se decidioacute abiertamente operar sobre Sevilla

A pesar del incremento del contingente no eran aquellas fuerzas suficientes para iniciar el cerco a Carmona pero siacute bastantes para talar y estragar todo lo posible de murallas afuera Hecho lo anterior se dirigieron hacia Alcalaacute de Guadaira con la misma intencioacuten pero visto por los gobernantes de esta plaza lo ocurrido en Carmona se entregaron sin resistencia al rey de Granada quien a continuacioacuten puso Alcalaacute a disposicioacuten del rey de Castilla16 Don Fernando quedoacute aquiacute reparando sus defensas y mientras tanto organizoacute dos incursio-nes por territorio sevillano La que aquiacute nos interesa se encaminoacute a

13 Ibidem Este capiacutetulo finaliza diciendo ldquoEt a este conseio se acordo el rey don Fernan-do et todos los otros que con el eran en aquel conseiordquo

14 Ibidem capiacutetulo 107215 Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento vol I p 18216 Ibidem Indica Julio Gonzaacutelez en nota a pie de paacutegina que el rey de Granada Alhamar

soacutelo colaboroacute con don Fernando en esta ocasioacuten y no en el posterior cerco a Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 199

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

correr el Aljarafe correspondiendo su direccioacuten a ldquodon Alfonso su hermano et al maestre don Pelay Correardquo 17

Para llevarla a cabo los expedicionarios debieron cruzar el Gua-dalquivir situarse en su orilla derecha y penetrar luego en el Aljarafe sevillano el riacuteo Guadalquivir no es vadeable a la altura de Alcalaacute de Guadaira por lo que los expedicionarios tuvieron que llegar hasta las proximidades de Alcalaacute del Riacuteo y cruzar el Guadalquivir por el Vado de las Estacas18 aunque tambieacuten pudieron hacerlo por otros vados situa-dos aguas arriba considerando que en septiembre el riacuteo no debiacutea bajar con mucho caudal Una vez en la margen derecha del rio se encontra-ron con una zona bien fortificada pero la expedicioacuten no encontroacute mu-chas dificultades y los cristianos llegaron a asentar su campamento en un cabezo alto donde hoy se encuentra enclavada Albaida del Aljarafe Aquiacute se hicieron fuertes los expedicionarios en el interior de una tierra rodeada de fortalezas musulmanas19 perjudicando con sus incursiones los recursos que podiacutean llegar a Sevilla procedentes del propio Aljarafe y del reino de Niebla20

Desconocemos cuaacutendo regresaron el infante don Alfonso y el maes-tre Pelay Peacuterez Correa al lado del rey de Castilla pero seguacuten una croacutenica tardiacutea21 los santiaguistas se mantuvieron en aquella ldquocabeccedila muy alta que es entre Sevilla y Tejadardquo ndashse refiere a donde se ubica hoy Albaida del

17 Primera Croacutenica General capiacutetulo 107218 Veacutease BLAacuteQUEZ y BLAacuteZQUEZ ldquoViacuteas romanas de Albacete a Zorejas de Queros a Aran-

juez de Meaques a Titulcia de Aranjuez a Toledo y de Ayamonte a Meacuteridardquo pp 18-19 Estos autores sentildealan que ldquoLa navegacioacuten del Betis se haciacutea por barcos de gran calado hasta Ilipa (Alcalaacute del Riacuteo)hellip Las mareas llegan hasta Alcalaacute o mejor auacuten hasta la denominada Tabla de las Playasrdquo Tambieacuten se nos dice lo mismo en HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ ldquoRagwal y el itinerario de Musa de Algeciras a Meacuteridardquo p 150 Seguacuten este autor ldquoQalacuteat Ragwal (Alcalaacute del Riacuteo) plaza fuerte situada en el primer tramo en que el Guadalquivir es vadeable a contar desde su desembocadurardquo En la actualidad tal vado no es perceptible a causa de una represa pero a unos cuatro kiloacutemetros al norte de Alcalaacute existe un cortijo llamado todaviacutea ldquodel Vadordquo Veacutease en Cartografiacutea Militar de Espantildea Escala 1100000 Hoja 6-20

19 Asiacute podemos verlo en ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Anales eclesiaacutesticos y seculares de la muy noble y muy leal ciudad de Sevilla vol I p 23

20 Veacuteanse maacutes reflexiones sobre el asunto en GARCIacuteA FITZ ldquoEl cerco de Sevilla Reflex-iones sobre la guerra de asedio en la Edad Mediardquo El autor se apoya para sus reflex-iones en la Continuacioacuten de la Croacutenica de Espantildea de don Rodrigo Jimeacutenez de Rada capiacutetulo CCXXXV pp 3-4

21 Nos referimos a la croacutenica citada en la nota anterior En nuestro caso la hemos consul-tado en el ejemplar que se guarda en la Biblioteca de la Universidad de Sevilla capiacutetulo CCXXXVII folio 172v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226200

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Aljarafe22ndash corriendo las tierras sevillanas a su alcance De todas formas el rey Fernando III enterado de la muerte de su madre ndashocurrida el 8 de noviembre23ndash dio por terminada la campantildea poco maacutes tarde y se retiroacute a Coacuterdoba Estando alliacute concedioacute al maestre santiaguista ndashel 24 de diciem-brendash una renta anual de 2000 maravediacutees para el convento de Segura de la Sierra24 Por ahora es este documento el primero que conocemos entre los que pudo dar Fernando III en Coacuterdoba despueacutes de finalizada la campantildea de 1246 por territorios sevillanos

2 Aproximacioacuten a Sevilla

La campantildea de 1247 contra Sevilla se fue planeando a lo largo del in-vierno mientras don Fernando permanecioacute en Jaeacuten Estando aquiacute con-cedioacute a la Orden de Santiago ndashel diacutea 20 de febrerondash unas propiedades en Alcalaacute de Guadaira y en Corral de Alviros25 Todaviacutea a mediados del mes de marzo estaba la cancilleriacutea real en Jaeacuten26 mientras en Coacuterdoba se reu-nieron los ricos-hombres y los maestres de las oacuterdenes militares con sus respectivas mesnadas por entonces emprendieron el camino de Carmo-na junto a las fuerzas del concejo de Coacuterdoba para raziar y estragar los campos carmonenses Llevaban alliacute cinco diacuteas cuando se presentoacute el rey y tan dura fue la demostracioacuten de fuerza que los de Carmona propusie-ron una tregua que aceptoacute don Fernando27 Por lo que se infiere de la lectura de las fuentes el acuerdo se firmoacute el diacutea 21 de marzo de 124728

En Carmona se sumaron a las fuerzas cristianas ya existentes otras llegadas de los concejos del reino de Leoacuten Resulta llamativo que entre los cinco que aquiacute cita la Primera Croacutenica dos de ellos sean precisamen-

22 Efectivamente Albaida de Aljarafe se asienta sobre una elevacioacuten desde la que se tiene un amplio dominio visual sobre el valle del riacuteo Guadiamar y sobre las llanuras de Gerena En su espoloacuten maacutes occidental se asienta hoy la base de una torre que levantoacute alliacute el infante don Fadrique el segundo hijo varoacuten del rey don Fernando a quieacuten cor-respondioacute esta poblacioacuten en el repartimiento de Sevilla

23 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinadohellip volumen I p 369 24 AHN OO MM Ucleacutes 703 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen

III documento nordm 74525 AHN OO MM Ucleacutes 2I10 En el documento fechado en Toledo el 7 de abril de 1254

Alfonso X confirma a la Orden una serie de donaciones de monarcas anteriores26 Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen I p 37027 Ibidem 28 Por lo que sabemos se acordoacute una tregua de seis meses Pasado este tiempo Carmona

se entregariacutea Asiacute en Primera Croacutenica General capiacutetulo 1075 El rey al dar fuero a Carmona dice que la ciudad se le entregoacute el 21 de septiembre de 1247 Veacutease GONZAacute-LEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III documento nordm 847

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 201

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

te santiaguistas la actual Granadilla y Montaacutenchez29 Esta circunstancia nos da pie para preguntarnos por las obligaciones que teniacutean los vasa-llos de la Orden de Santiago cuando acudiacutean a la llamada de su rey en un caso concreto como era el cerco a Sevilla iquestA queacute fuerzas se sumaban las de los concejos cuando acudiacutean al fonsado o a un cerco atendiendo la llamada del monarca Queda suficientemente claro que los concejos de realengo se quedan con el rey o ayudan a quien eacuteste determine30 pero los concejos pertenecientes a las oacuterdenes militares se uniacutean a las fuerzas de sus respectivos comendadores tal y como apuntan algunos autores apoyaacutendose en que era costumbre general en Castilla31 Esta circuns-tancia ndashla presencia en Sevilla de caballeriacutea villana junto a los freires santiaguistasndash ademaacutes de otros caballeros vinculados a la Orden por ra-zones de familiaridad o acuerdo32 pero no propiamente miembros de la institucioacuten es la que justifica algunas expresiones de la Primera Croacutenica General cuando se refiere ndashcomo luego veremosndash a ldquofreyres y seglaresrdquo

29 Granadilla es citada como Granada Esta villa fue donada a la Orden de Santiago en 1191 por el rey Alfonso IX de Leoacuten quien le cedioacute alliacute todo lo que perteneciacutea a la Co-rona Por su parte Montaacutenchez pertenecioacute a la Orden desde 1230 Asiacute en GUTIEacuteRREZ DEL ARROYO Privilegios reales de la Orden de Santiago en la Edad Media documento nuacutemero 146 Tambieacuten en Bernabeacute de CHAVES Apuntamiento legal sobre el dominio solar de la Orden de Santiago La donacioacuten de Granadilla se recoge en folio 3v la de Montaacutenchez en folio 6v Granada pasoacute a depender despueacutes de 1259 del Monasterio de Sancti Spiacuteritu de Salamanca

30 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinadohellip volumen I p 228 Seguacuten se dice aquiacute el tiempo de servicio de los caballeros villanos era de tres meses al antildeo Este tiempo de servicio suponiacutea que la llegada de los concejos se hiciera escalonada como se hizo en Sevilla tambieacuten que algunos concejos como el de Coacuterdoba interviniera en otontildeo de 1247 y luego dejara el cerco para reincorporarse a finales de la primavera de 1248

31 En este sentido nos dice GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO Curso de Historia de las Insti-tuciones espantildeolas p 614 que las tropas movilizadas estaban compuestas por ldquolos caballeros nobles y por los peones de los territorios y poblaciones del Reino por los caballeros villanos o ciudadanos y por las tropas de a pie que desde el siglo XII consti-tuiacutean las milicias de los Concejos y por las huestes de los sentildeoriacuteos que se incorporan al ejeacutercito real al mando de sus sentildeoreshelliprdquo En tal sentido apostillaba LOMAX La Orden de Santiago (1170-1275) p 181 ldquoCuando los vecinos de las villas santiaguistas iban a la guerra es probable que los acaudillaran sus comendadores porque no soacutelo era costumbre general en las villas castellanas que el gobernador acaudillase el concejo en la guerra sino que tambieacuten el fuero de Ucleacutes declara que cuando el concejo va con su sentildeor al fonsado se repartiraacute el botiacuten en campordquo Finalmente AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media p 544 tambieacuten nos dice que ldquoun sector de las tropas movilizadas por las oacuterdenes militares estaba integrado por vasallos de su jurisdiccioacutenrdquo

32 Los casos de caballeros seglares que colaboraron con la Orden de Santiago a lo largo de su existencia son muy numerosos En lo relativo a los tiempos del maestre Pelay Peacuterez Correa pueden verse algunos nombres de estas personas en el apartado 52 de los trabajos citados en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226202

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Expuesto lo anterior diremos que los santiaguistas habiacutean alcanzado la villa de Guadalcanal con sus conquistas en el antildeo 124133 pero no ha-biacutean podido hacerse con la fortaleza de Reina34 plaza cuya donacioacuten les fue prometida en 1246 por Fernando III35 A la altura de la primavera de 1247 los musulmanes de la sierra norte de Sevilla estaban praacutecticamente aislados asiacute que al temer los alcaides moros de Reina y Constantina lo que habiacutea ocurrido con Carmona vinieron a negociar aquiacute con don Fernando

ldquoet los alcalles venieron al rey et entregaronle los alcaccedilares Et el rey

dio luego Costantina a Cordova y Reyna a la orden dUcles et que se fin-

casen los moros y segunt fue el pleteamientordquo36

Por los datos que manejamos consideramos que esta avenencia pudo producirse en los uacuteltimos diacuteas de marzo o primeros de abril fechas en las que ejeacutercito castellano cruzoacute el Guadalquivir y se dirigioacute contra Can-tillana a pesar de la resistencia de sus habitantes para dificultar el paso de las fuerzas de Fernando III por los vados del riacuteo37 Superada la difi-cultad los castellanos pusieron cerco a Cantillana38 y ante la resistencia de sus defensores fue tomada a la fuerza por lo que los atacantes ldquoma-taron et prendieron quantos fallaron dentrordquo39 Despueacutes le tocoacute el turno a Guillena poblacioacuten que entregoacute su alcaacutezar temiendo lo acontecido en Cantillana sin embargo los de Gerena ndashque fue la siguiente villa en ser atacadandash resistieron el asalto inicial aunque no tardaron en acordar

33 RADES Y ANDRADA Croacutenica de las tres oacuterdenes de Santiago Calatrava y Alcaacutentara Santiago fol 31v

34 El sultaacuten Abu Yusuf al-Mansur reforzoacute las fronteras con los cristianos en el Garb de al-Andalus Ademaacutes de Caacuteceres y Badajoz se potenciaron los castillos de Montemoliacuten y Reina Maacutes datos en AZUAR y FERREIRA ldquoLa fortificacioacuten del califato almohaderdquo Las Navas de Tolosa En esta ocasioacuten la fortaleza de Reina fue ampliada y reforzada con lo que se convirtioacute en un bastioacuten difiacutecil de conquistar al contrario de lo que habiacutea ocur-rido en 1189 en tiempos de Alfonso VIII cuando el rey pudo hacerse con la fortaleza

35 El asunto lo tratamos con maacutes amplitud en ldquoLas tierras de Reina entre el islam y la cristiandadrdquo

36 Primera Croacutenica General capiacutetulo 107537 FERNAacuteNDEZ Y LOacutePEZ Historia de la ciudad de Carmona p 12938 La poblacioacuten medieval de Cantillana estaba situada en la misma confluencia de los

riacuteos Viar y Guadalquivir Hasta comienzos del siglo XX este uacuteltimo riacuteo fluiacutea a los pies de Cantillana En la eacutepoca aacuterabe el ldquohisnrdquo de Cantillana controlaba uno de los vados del riacuteo Asiacute en ORDOacuteNtildeEZ AGULLA ldquoCantillana antigua Navae Aproximacioacuten a su historia en la Antiguumledad romanardquo p 46

39 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1076

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 203

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

una rendicioacuten y desalojar la plaza40 Por lo que se refiere a Alcalaacute del Riacuteo plaza que contaba con buena fortificacioacuten y abundante guarnicioacuten diremos que prefirioacute resistir y don Fernando se vio obligado a enviar contra ella a toda la hueste para desalojar al caid de Sevilla Axacaf que la defendiacutea con trescientos caballeros cuando Axacaf y los suyos aban-donaron la plaza eacutesta no tardoacute en entregarse41

Pero antes de continuar con los acontecimientos que se vivieron en el cerco a Sevilla debemos dedicar unas liacuteneas a un hecho concreto que se produjo antes de que el maestre de Santiago se incorporara a dicho cerco Se trata de la conquista de la hoy villa extrementildea de Montemoliacuten situada en el extremo norte del curso del riacuteo Viar riacuteo eacuteste que se une al Guadalqui-vir en Cantillana villa que fue sitiada por los cristianos en el mes de abril de 1247 Ya sabemos que estando don Fernando en Carmona llegaron los alcaides moros de las fortalezas de Reina y Constantina para negociar la en-trega de sus fortalezas al rey de Castilla y que eacuteste habiacutea donado la primera de ellas a la Orden de Santiago seguacuten se habiacutea acordado un antildeo antes al conquistarse Jaeacuten En el momento que se hizo el acuerdo entre el alcaide de Reina y don Fernando podiacutean transcurrir los uacuteltimos diacuteas de marzo o los primeros de abril pero la entrega de una fortaleza cuando eacutesta se pro-duciacutea por capitulacioacuten no se haciacutea de un diacutea para otro42 Era costumbre antigua dar un tiempo al que entregaba la fortaleza para que eacuteste comuni-cara las condiciones del acuerdo a sus vasallos y que eacutestos decidieran irse o quedarse por otro lado tambieacuten necesitaba un tiempo el que habiacutea de hacerse cargo de la fortaleza para preparar los efectivos y pertrechos que pudiera necesitar en su posterior defensa43 El plazo de tiempo para ejecu-tar ese cambio de manos variaba dependiendo de las circunstancias del momento pero en teacuterminos generales se aproximaba a un mes

Asiacute pues la Orden bien pudo hacerse cargo de la fortaleza de Reina a finales de abril o tal vez en mayo por lo que deducimos que ldquolos de Uclesrdquo se vieron involucrados directamente en el sitio de Cantillana44

40 Ibidem41 Ibidem capiacutetulo 107742 Por esta eacutepoca podemos citar los casos de Murcia Jaeacuten Carmona y luego se repetiraacute

en Sevilla43 Alfonso X Siete Partidas Para tales disposiciones el Rey se apoya en ldquofuero antiguo de

Espantildeardquo Veacutease asiacute en el tiacutetulo XVIII de la Segunda Partida donde se trata ampliamente el tema especialmente en las leyes II y IV

44 El sitio de Cantillana no debioacute resolverse raacutepidamente Al parecer durante el cerco el campamento real se asentoacute junto al arroyo Garci-Peacuterez Esto uacuteltimo en ARIAS SOLIacuteS

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226204

Manuel loacutepez Fernaacutendez

aunque una vez tomada la plaza las fuerzas de la Orden se desplaza-ron hasta Reina para hacerse cargo de su nueva fortaleza No obstante consideramos que la expedicioacuten dirigida hacia Sierra Morena no teniacutea como uacutenico objetivo hacerse con uacuteltima plaza citada sino que su misioacuten principal consistiacutea en despejar el traacutensito de las huestes cristianas a lo largo del llamado Camino de la Plata ndashentre Sevilla y Meacuteridandash al tiem-po de impedir cualquier penetracioacuten musulmana a traveacutes del valle del Viar riacuteo que maacutes cerca de su nacimiento discurriacutea entre los teacuterminos de Reina y Montemoliacuten45

Por tanto creemos firmemente que una vez asegurada la posesioacuten de la alcazaba de Reina con la consiguiente guarnicioacuten el maestre Pelay Peacuterez Correa decidioacute hacerse con el castillo de Montemoliacuten46 Sabemos que lo hizo ndashy tambieacuten que los moros de Montemoliacuten ofrecieron una dura resistencia a las huestes de la Orden47ndash por las palabras del propio maestre cuando en 1269 concedioacute unos heredamientos a Martiacuten Anes do Vinhal48 Se deduce por lo que dice el maestre en el documento que los santiaguistas tuvieron que recurrir a la ayuda del citado caballero portugueacutes para tomar Montemoliacuten pues de lo contrario ldquonos non as poderamos fillar sen uossa aiudardquo49

Cantillana p 16 Si tenemos en cuenta que dicho arroyo es afluente por la izquier-da del Guadalquivir y desemboca en eacuteste a la altura de Cantillana resulta que don Fernando pudo tener a la vista el sitio a Cantillana sin necesidad de asentar su cam-pamento en la margen derecha del Gualdalquivir lugar maacutes peligroso a todas luces

45 Cuando don Fernando donoacute a la Orden el castillo y villa de Reina lo hizo ldquosegunt los ouo en tiempos de morosrdquo Lo mismo hariacutea con Montemoliacuten y al delimitar esta uacuteltima se dice que el riacuteo Viar haciacutea las veces de lindero entre ambos teacuterminos

46 Hay que subir al castillo de Reina para imaginar la sensacioacuten que pudieron sentir los santiaguistas al verse duentildeos del mismo El valle del Viar se extiende a los pies de la co-lina donde se asienta lo que fue la fortaleza de Reina Este castillo estaacute unos 200 metros maacutes alto que el de Montemoliacuten y dista de eacutel unos 20 kiloacutemetros Sobre estos castillos puede verse el estudio de GARRIDO SANTIAGO Arquitectura militar de la Orden de Santiago en Extremadura

47 No debe sorprender tal situacioacuten si tenemos en cuenta que la fortaleza de Montemoliacuten fue ampliada y reforzada por los almohades Veacutease asiacute en GIBELLO El poblamiento islaacutemico en Extremadura p 289

48 Este hombre era primo hermano del maestre Pelay Peacuterez Correa Por su colaboracioacuten con la Orden en varias ocasiones recibioacute donaciones en los reinos de Portugal y Leoacuten La recibida en este uacuteltimo corresponde a la actual poblacioacuten de Medina de las Torres Maacutes datos en nuestro trabajo ldquoMartiacuten Anes do Vinhal Un repoblador portugueacutes en tierras de Extremadurardquo

49 AHN OO MM Ucleacutes 26311 Este documento tambieacuten se incluye en los apeacutendices do-cumentales de las obras citadas en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 205

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

La taacutectica empleada para la toma de Montemoliacuten debioacute ser la que venimos viendo incursiones de castigo para evaluar las fuerzas con-trarias previas al posterior cerco de la fortaleza en cuestioacuten Asiacute que Montemoliacuten bien pudo resistir a los santiaguistas hasta los prime-ros diacuteas del mes de agosto de 1247 No existiendo un documento que haga mencioacuten a la fecha concreta en que se tomoacute Montemoliacuten nos inclinamos a creer que la entrega del castillo se produjo el diacutea ocho de agosto de 1247 Lo entendemos asiacute por dos razones que pasamos a desarrollar La primera de ellas es que en el interior del castillo de Montemoliacuten existiacutea una capilla cuyo altar mayor estaba bajo la advo-cacioacuten de Santo Domingo en tanto que el apoacutestol Santiago ndashpatroacuten de la Ordenndash ocupaba otro altar secundario50 Siendo eacutesta una refe-rencia de 1495 cabe preguntarse iquestdesde cuaacutendo arrancaba esta pre-eminencia por Santo Domingo en el interior de la capilla del castillo de Montemoliacuten y no asiacute en la misma villa51 iquestQueacute razones hubo para que esta capilla de la fortaleza estuviese bajo la advocacioacuten del santo de Caleruega Como respuesta a las dos cuestiones anteriores nues-tra hipoacutetesis apunta a que el castillo de Montemoliacuten cayoacute en manos de los cristianos el diacutea que la Iglesia celebraba la festividad de Santo Domingo de Guzmaacuten canonizado en 1234 por el papa Gregorio IX52 Dada las costumbres y mentalidad de la eacutepoca53 nada de extrantildeo ten-driacutea el hecho de colocar bajo su advocacioacuten como accioacuten de gracias la iglesia del castillo que ahora nos incumbe54

50 RUIZ MATEOS Arquitectura civil de la Orden de Santiago en Extremadura p 7851 Santo Domingo fue poco venerado en la Extremadura santiaguista donde soacutelo teniacutea

dos capillas a eacutel dedicadas Para maacutes detalles veacutease RUIZ MATEOS y otros Arte y religi-osidad popular pp 227-233

52 Enzo LODI Los santos del calendario romano Ediciones Paulinas Madrid 1992 pp 280-281

53 Un buen nuacutemero de villas y lugares se colocaron por aquellos antildeos y a lo largo de la Edad Media bajo el patronazgo del santo cuya festividad celebraba la Iglesia el diacutea de su conquista a los musulmanes Por no hacer la lista maacutes extensa sirvan como muestra los casos de Anduacutejar y Santa Justa y Rufina Martos y Santa Marta Caacuteceres y San Jorge Sevilla y San Clemente Caacutediz y la Santa Cruz Tarifa y San Mateo Jerez y San Dionisio Algeciras y Nuestra Sentildeora de la Palma Gibraltar y San Bernardo

54 La infrecuente tipologiacutea de la planta de esta capilla ndashrectangular con dos naves sepa-radas por una danza de arcosndash representada por Aurora Ruiz Mateos en Arquitectura civil nos hace preguntarnos si no estaremos ante la reutilizacioacuten de una antigua mezquita almohade en el interior del castillo de Montemoliacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226206

Manuel loacutepez Fernaacutendez

La segunda razoacuten en la que nos apoyamos para datar la caiacuteda de Montemoliacuten el diacutea ocho de agosto de 1247 es que a mediados de di-cho mes y seguacuten la Primera Croacutenica Pelay Peacuterez Correa se situaba en la margen derecha del Guadalquivir aguas abajo de Sevilla para proteger la flota por aquel flanco con casi trescientos caballeros ldquoen-tre freyres et seglaresrdquo 55 Esta referencia croniacutestica nos resulta muy interesante desde varios punto de vista pues si por un lado nos habla de que habiacutea seglares en las filas de la Orden ndashen sintoniacutea con lo que ya vimos respecto al tratado de 1246 con el emperador Balduinondash por otro lado entendemos tambieacuten que los santiaguistas habiacutean conse-guido reunir muchos efectivos para conquistar Montemoliacuten y ya con este castillo en su poder pero sin tiempo a maacutes se presentaron en Sevilla lo maacutes raacutepido que pudieron despueacutes de realizar el camino de vuelta a lo largo del llamado Camino de la Plata56 dejando expedita de este modo la conexioacuten entre las tierras surentildeas del reino de Leoacuten y la ciudad del Guadalquivir57 Aparte de esta apresurada vuelta si algo maacutes cabe destacar en el contingente santiaguista que se puso a disposicioacuten de Fernando III a mediados del mes de agosto era su ele-vado nuacutemero con respecto a otros participantes en la aproximacioacuten a Sevilla Tan elevado era que seguacuten la fuente croniacutestica antes citada las huestes de la Orden superaban el 20 del total de fuerzas que en aquello momentos disponiacutea el rey de Castilla58

55 Primera Croacutenica General capiacutetulos 1080 y 108156 Suponemos que en el camino de vuelta a Sevilla los santiaguistas se hicieron con las

alcarias musulmanas situadas a lo largo del mismo es decir con las actuales pobla-ciones de El Real de la Jara Almadeacuten de la Plata y Castilblanco de los Arroyos

57 No olvidemos que Guillena por donde pasaba el camino habiacutea sido conquistada en la primavera de aquel mismo antildeo Veacutease en Primera Croacutenica General capiacutetulo 1076

58 Ibidem capiacutetulo 1082 Se dice aquiacute por boca del rey al evaluar la situacioacuten a un lado y otro del riacuteo ldquoca ellos eran mil caualleros [en la margen donde estaba don Fernando] et de la otra parte no eran trecientosrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 207

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

3 Preparacioacuten y cerco a Sevilla

A mediados de agosto ya se habiacutea recuperado don Fernando de una

enfermedad mientras sus hombres se haciacutean con el control de los cas-

tillos que rodeaban Sevilla en las proximidades de la calzada que con-

duciacutea a Meacuterida Por aquellos diacuteas trajeron noticias al rey que la flota al

mando de Ramoacuten Bonifaz estaba bastante cerca de Sevilla y por ello cru-

zoacute el Guadalquivir por el Vado de las Estacas el diacutea de ldquoSancta Maria de

agostordquo59 decidido a contactar con las naves de la armada que estaban

siendo atacadas por los moros seguacuten le habiacutean informado El contacto

59 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1080 Por otro lado el profesor Gonzaacutelez considera que el cerco pudo empezar un mes antes Se apoya este autor en fuentes musulmanas y en un documento otorgado a la Orden de Santiago datado el 27 de julio de 1247 ldquoin exercitu prope Sibilliamrdquo forma que repiten los documentos despachados durante el cerco Asiacute en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento vol I pp 190-191 El documen-to en cuestioacuten AHN OO MM Ucleacutes 8825

Itinerario probable de las fuerzas de la Orden de Santiago en la primavera-

verano de 1247 Primero toman posesioacuten del castillo de Reina despueacutes ganan

el de Montemoliacuten y finalmente llegan a Sevilla a mediados del mes de agosto

haciendo el camino de regreso a lo largo del Camino de la Plata

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226208

Manuel loacutepez Fernaacutendez

de las fuerzas de apoyo enviadas por el monarca con antelacioacuten evitoacute que la flota fuese agredida desde la margen izquierda del riacuteo asiacute que al llegar don Fernando ordenoacute una aproximacioacuten conjunta hacia Sevilla dejando Alcalaacute de Guadaira en la retaguardia60 Pero como a pesar de lo anterior se sucedieron los ataques a las embarcaciones desde la margen derecha del Guadalquivir se creyoacute necesario cubrir aquel flanco con una fuerza que frenara a los musulmanes en sus ataques a naves y ga-leras misioacuten de la que se hizo cargo el maestre Pelay Peacuterez Correa La Primera Croacutenica lo describe asiacute

ldquoDon Pelay Correa maestre de la orden Ucles con su cavalleria que

eran entre freyres et seglares dozientos et ochenta cavalleros fue pasar

el rio et paso allende de la otra parte so Eznalfarax a gran peligro de

si e de los que con el eran ca mayor era el peligro desa parte que de la

otrardquo61

La cita anterior resulta tan interesante que su anaacutelisis bien mere-ce unas liacuteneas En primer lugar nos aproxima a los efectivos con los que contaba entonces la Orden pues si habla de 280 caballeros entre freires y seglares ndashatendiendo las cifras dadas cuando tratamos de la composicioacuten de los ejeacutercitos medievalesndash entendemos que el maestre podiacutea disponer por entonces de maacutes de un millar hombres A pesar de este elevado contingente tal cuantiacutea fue insuficiente para asegurar con garantiacuteas la margen derecha del Guadalquivir como luego vere-mos con maacutes detalles debido al empuje de las fuerzas musulmanas provenientes del Aljarafe de Triana y del reino de Niebla Y con res-pecto a la misioacuten encomendada a los santiaguistas en aquella ocasioacuten como ya apuntara Francisco Garciacutea Fitz62 no soacutelo teniacutea como objetivo proteger los ataques a la flota sino cortar las viacuteas de comunicacioacuten con el Aljarafe y Niebla para conseguir el bloqueo de la ciudad todo ello

60 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento tomo I pp 190-191 El autor que seguimos se apoya en las palabras del Rey cuando en 1250 donoacute unos molinos a la Orden de Al-caacutentara ldquoson en Guadayra en la madre del rio los que son mas cerca de la puente por o passe yo con mi hueste quando vine de Alcala sobre Sevilla de parte de yusordquo Publicado por el mismo autor en Reinado volumen III doc nordm 807

61 Primera Croacutenica General capiacutetulo 108162 GARCIacuteA FITZ ldquoLas huestes de Fernando IIIrdquo Hasta entonces Sevilla recibiacutea aprovi-

sionamientos a traveacutes del puente de barcas de Triana procedente del Aljarafe y del reino de Niebla pues los cristianos habiacutean bloqueado el riacuteo y la acosaban por todos los costados excepto por el oeste

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 209

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

contando con la colaboracioacuten de los que estaban asentados en las al-turas de Albaida quienes ya podiacutean haber enlazado con los cristianos que habiacutean quedado en Gerena

Teniendo en cuenta lo anterior no debe sorprendernos que los musul-manes estuviesen dispuestos a eliminar a toda costa el incordio que para ellos significaba las huestes santiaguistas situadas en las cercaniacuteas del Gua-dalquivir El peligro de situarse en territorio hostil para ejecutar esta doble misioacuten ya nos lo adelanta la Primera Croacutenica que en esta ocasioacuten reza asiacute

ldquohellipca Abenmafot que a esa ssazon era rey de Niebla les estaua desa

parte que punaua de los embargar cuanto mas podia et toda la otra

tierra desa parte era entonccediles de morosrdquo63

Con puntos negros y numerados sentildealamos los distintos campamentos de la

Orden de Santiago a lo largo del cerco a Sevilla Para la ubicacioacuten de los mismos

nos apoyamos en el dibujo de Julio Gonzaacutelez Repartimiento de Sevilla I

Dada la peligrosidad de pasar al otro lado del Guadalquivir por las circunstancias que se daban creemos que las fuerzas de la Orden se asentaron alliacute en dos fases la primera estableciendo una cabeza de

63 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1081

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226210

Manuel loacutepez Fernaacutendez

puente en la otra orilla la segunda consolidando y fortificando una po-sicioacuten en la que debiacutean aposentarse un millar largo de hombres y cerca de seiscientos caballos La primera fase no creemos que se hiciera va-deando el Guadalquivir por las proximidades de Alcalaacute del Riacuteo ndashcomo en el otontildeo anteriorndash sino cruzando el Guadalquivir con el apoyo de la flota En esta situacioacuten un cruce en fuerza ndashteniendo las naves pro-tegiendo los flancos de la penetracioacuten al tiempo que galeras y bateles procediacutean a efectuar el transporte de los efectivos que pusiera el rey de Castilla en apoyo al crucendash lo encontramos factible a pesar de la inicial oposicioacuten musulmana

La segunda fase de la operacioacuten esto es la consolidacioacuten y fortifi-cacioacuten de lugar elegido para acampar no debioacute ser menos arriesgada porque los musulmanes debieron intensificar sus ataques para recha-zar aquellas fuerzas que pretendiacutean abrir un nuevo frente por aquella zona bajo su dominio y posesioacuten Si en un principio la situacioacuten para los santiaguistas pudo resultar maacutes o menos incoacutemoda pronto se volvioacute in-sostenible al ser hostigados por fuerzas provenientes de los castillos de Aznalfarache y Triana asiacute como por otras procedentes del mismo reino de Niebla La comprometida situacioacuten debioacute ser conocida por el mismo rey quien al sopesar que contaba en su lado con ldquomill caualleros et de la otra parte non eran trezientosrdquo64 decidioacute enviar algunos a la otra orilla del riacuteo Por todo ello don Fernando

ldquomando a Rodrigo Florez et Alfonso Tellez et Fernant Yvanes que pasa-

ran alla Estos tres pasaron con ccedilien cavalleros et fueron buenos ayuda-

dores a estos freyres asi commo adelante contara la estoriardquo65

El refuerzo consistente en unos 500 hombres y en unos 200 caballos maacutes resultoacute efectivo porque no soacutelo se consolidoacute la disputada posicioacuten sino que se pasoacute a la ofensiva La poblacioacuten de Gelves fue la primera viacutectima de las cabalgadas cristianas en la margen derecha del Guadal-quivir

64 Esta cita donde se comparan los efectivos del monarca y los de la Orden de Santiago nos da pie para referirnos una vez maacutes a la capacidad de convocatoria de los santiagu-istas por aquellas fechas A nosotros nos parece que sin ese poder de convocatoria el maestre santiaguista no hubiera reunido tantos efectivos en los primeros compases de la campantildea

65 Ibidem capiacutetulo 1082

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 211

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

ldquocavalgaron contra Gelves et conbatieronla con fuerccedila e entraronla et

mataron quantos moros fallaron dentro et prendieron muchos dellos

que levaron cativos e levaron ende muy gran algo que y fallaron66

Esta operacioacuten parece que levantoacute el aacutenimo de los cristianos y se-guidamente se plantaron delante de las puertas del mismo castillo de Triana De la fortaleza salieron suficientes efectivos con el fin de casti-gar la osadiacutea de los castellanos situacioacuten que terminoacute en una refriega en la que estos uacuteltimos obtuvieron la mejor parte67 Con el paso de los diacuteas los combatientes parecen alcanzar un plano de igualdad en el que los enfrentamientos y celadas se prodigan por parte de ambos bandos con suerte diversa Asiacute en la celada que preparoacute el maestre santiaguista contra un arraacuteez sevillano la operacioacuten termina con la agoacutenica retirada de este uacuteltimo al castillo de Triana pero no siempre terminaron las co-sas con ventaja para los cristianos pues en una ocasioacuten hubo de pasar a la otra orilla hasta el mismo rey con parte de su mesnada dada la comprometida situacioacuten que atravesaban los santiaguistas y sus colabo-radores A juzgar por el relato de la Primera Croacutenica esto uacuteltimo ocurrioacute despueacutes de entregada Carmona por lo que creemos que pudo suceder a finales de septiembre o primeros de octubre de 124768

Por entonces los cristianos se adjudicaban victorias parciales en to-dos los terrenos y lo que ocurriacutea en el riacuteo no era una excepcioacuten de modo que a finales del antildeo la armada de los sevillanos estaba casi anulada Se produce entonces un receso en las actividades beacutelicas cuando se podiacutea decir que los castellanos estaban alcanzando los objetivos fijados en el invierno anterior En tal situacioacuten comenzaron a planearse las operacio-nes para el siguiente antildeo momentos en los que el maestre Pelay Peacuterez Correa debioacute visitar varias veces a Fernando III lo anterior lo inferimos de las concesiones y donaciones que el monarca le hizo a primeros de diciembre de 1247 y a lo largo del mes de enero 1248 Si las fechadas en 1247 no resultan muy interesantes para lo que tratamos ndashpor estar relacionadas con otras tierrasndash las del antildeo 1248 merecen todas ellas un comentario al estar vinculadas directamente con la conquista de Sevilla Asiacute el diacutea 11 de enero el rey don Fernando promete al maestre una renta de seis mil maravediacutees ldquosennaladamente por el seruicio que me fizies-

66 Ibidem capiacutetulo 108667 Ibidem 68 Ibidem capiacutetulos 1090 y 1092

tes en la hueste de Seuillardquo 69 Esta renta podiacutea ser permutada por here-dades y podriacutea significar una cuantiacutea de bienes raiacuteces de hasta 200000 maravediacutees70 Con ello quedaba compensado soacutelo en parte el esfuerzo que la Orden haciacutea en el cerco sevillano en beneficio de la Corona71 En las donaciones de los diacuteas 20 y 27 de enero don Fernando concede a la Orden propiedades en Carmona y confirma unos privilegios que los santiaguistas teniacutean del rey Sancho II de Portugal documento eacuteste en el que Fernando III incrementaraacute las rentas de la Orden en Sevilla en otros 2300 maravediacutees72 cuando la ciudad sea tomada

Aquel invierno se movilizoacute a los ricos-hombres y concejos73 del reino que hasta entonces no habiacutea participado en la empresa sevillana la lle-gada de unos y otros comenzoacute a principios del mes de marzo de 1248 fecha en la que tambieacuten lo hizo el infante heredero don Alfonso con sus mesnadas propias junto a la que llevaban otros caballeros catalanes y aragoneses Con todas estas fuerzas el rey inicioacute el cerco propiamente di-cho74 y maacutes tarde aprovechando la llegada de maacutes refuerzos cristianos a Sevilla Fernando III decidioacute que su hijo Alfonso cruzara el riacuteo y pasara al sector de Triana para presionar su castillo desde el flanco norte Asiacute debioacute hacerlo cuando ndashya a finales de abrilndash el Infante cruzoacute de nuevo el riacuteo para frenar una salida musulmana sobre el sector Macarena75

A todo esto parece que los santiaguistas y sus aliados se habiacutean des-plazado ya de su asentamiento inicial hasta situarse en las proximida-des del castillo de Triana fortaleza a la que atacaron desde su flanco sur Esto debioacute ocurrir a comienzos de mayo si hemos de creer el relato

69 AHN Sellos 93 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 753

70 HERRERA GARCIacuteA ldquoUn sentildeoriacuteo santiaguista en la Edad Media Villanueva del Ariscalrdquo p 96

71 Por estas fechas el maestre Correa no podiacutea atender al pago de las deudas contraiacutedas en antildeos anteriores con los Bonsignori banqueros del papa Inocencio IV Entendemos que don Pelay prefirioacute involucrar a la Orden en todos los sentidos en la conquista de Sevilla antes de atender a otros compromisos econoacutemicos Situacioacuten por la que habiacutea de exhortarle y reprenderle el mismo pontiacutefice en febrero de 1248

72 AHN OO MM Ucleacutes 2637 Publicado al completo en MADRID Y MEDINA ldquoLa enco-mienda de Portugal en tiempos de Pay Perez Correardquo documento nordm I En lo referente a Castilla en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 756

73 La Primera Croacutenica menciona que los concejos estaban obligados a permanecer tres meses junto al rey la llegada de los mismos habiacutea que hacerla escalonada y una vez maacutes se comienza por los del Norte

74 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento tomo I p 201 75 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1104

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 213

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

de la Primera Croacutenica eacutesta nos dice que despueacutes de roto el puente de barcas de Triana ndashel hecho ocurrioacute el diacutea 3 de mayondash don Fernando de-cidioacute combatir el castillo de Triana por el Norte y el Sur ldquoet so Triana poso el maestre drsquoUcles et don Rodrigo Gomez e don Rodrigo Florez et Alfonso Tellez et Pero Poncerdquo 76

Ya dentro del mes de mayo y antes de continuar con el desarrollo de la actuacioacuten santiaguista en el cerco de Sevilla se hace necesario comen-tar otro aspecto maacutes vinculado a cuestiones econoacutemicas que a las pro-piamente beacutelicas Se trata de una permuta de posesiones que realizaron el rey de Castilla y la Orden de Santiago el diacutea 20 de mayo de 1248 fecha en la que oficialmente se produjo el cambio de la villa de Cantillana por la de Montemoliacuten Por el documento de permuta nos enteramos que Fernando III habiacutea concedido Cantillana a la Orden con anterioridad aunque no sabemos cuaacutendo Lo anterior nos hace suponer que esta do-nacioacuten debioacute ser consecuencia directa de la conquista de Montemoliacuten por los santiaguistas ndashen agosto del antildeo anterior como ya vimosndash pero que la Corona no le cedioacute en un primer momento tal vez por pensar que la Orden estaba reuniendo un extenso sentildeoriacuteo al norte de Sierra More-na en las actuales tierras extrementildeas En correspondencia al esfuerzo realizado sobre Montemoliacuten don Fernando hubo de prometerles Can-tillana poco despueacutes aunque sinceramente creemos que tal donacioacuten no se hizo hasta finales de 1247 o a principios de 1248 en esa horquilla cronoloacutegica en la que tantas veces visitoacute el maestre santiaguista al rey de Castilla Pero a la altura del mes de mayo de este uacuteltimo antildeo cuando don Fernando vio que la ciudad de Sevilla podiacutea caer en sus manos re-currioacute a su poliacutetica de alejar las oacuterdenes militares de las ciudades y se la canjeoacute por Montemoliacuten Dice el documento de canje con respecto a Montemoliacuten77

76 Ibidem capiacutetulo 1110 Esta cita resulta aclaratoria para entender que los santiaguistas habiacutean adelantado posiciones con respecto al primer campamento Queremos preci-sar al respecto que en la cita se intuye el establecimiento de otro asentamiento situado maacutes cerca de Sevilla pero cercano al riacuteo para apoyarse en los de la otra orilla si fuese necesario Por lo anterior nos inclinamos a pensar que los de la Orden pudieron asen-tar en las llanuras opuestas a Tablada

77 AHN OO MM Ucleacutes 2131 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 763 En este documento se delimita perfectamente las tierras de Monte-moliacuten y se dice que ademaacutes de estas tierras le daba la alcaria de Besnagueht Por tal razoacuten rechazamos una corriente historicista bastante actual empentildeada en defender que esta uacuteltima alcaria se corresponde con la actual Fuentes de Leoacuten Si se sigue de cer-ca la delimitacioacuten de Montemoliacuten indicada en el documento sentildealado se observa que los liacutemites meridionales de esta encomienda englobaban completamente las tierras de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226214

Manuel loacutepez Fernaacutendez

ldquoEsto uos do por cambio de Cantinana de que teniedes carta et recabdo

et diestemes las cartas e quitasteuos de todos los derechos que auiedes

en Cantinanardquo

4 La nueva intervencioacuten en Sierra Morena

Volviendo ya a las actuaciones concretas de los santiaguistas en el cer-co sevillano cabe destacar que hicieron otro cambio de posicioacuten a prin-cipios del mes de agosto una vez que cesoacute la presioacuten sobre el castillo de Triana al fracasar la ldquocauardquo que contra esta fortaleza se realizaba78 La argumentacioacuten anterior viene apoyada por una donacioacuten que el infan-te don Alfonso desde Sevilla hizo a la Orden de Santiago el diacutea tres de agosto de 124879 este hecho viene a significar que el maestre Pelay Peacute-rez Correa habiacutea estado cerca del Infante por aquellas fechas y por otro lado sabemos que el verano debiacutea estar avanzado cuando se ejecutoacute este uacuteltimo traslado porque la Primera Croacutenica nos dice que el arzobispo de Santiago don Juan Arias habiacutea llegado a la ciudad del Guadalquivir cuan-do se asediaba el castillo de Triana ordenaacutendole el rey que asentara cerca del arroyo Tagarete Como el arzobispo y gran parte de su hueste cayeron enfermos dispuso el rey que abandonaran el cerco80 y

ldquo desque el arccedilobispo fue ydo de la hueste vino el maestre don Pelay

Correa a posar a aquel logar do el posaba et estido y con veynte et ccedilinco

freyres solos que y entonccediles consigo tenie et no mas et de otra cava-

lleria poca 81

La cita anterior viene a confirmar ese tercer traslado de asentamien-to de las huestes santiaguistas pero maacutes llamativo que el traslado en siacute mismo resulta la exigua cuantiacutea de efectivos que en aquellos momentos teniacutea la Orden frente a Sevilla iquestQueacute ha ocurrido iquestCoacutemo es posible que a principios del mes de agosto en plena efervescencia del cerco soacutelo quedaran alliacute 25 miembros de la Orden y poca caballeriacutea seglar

la actual Fuentes de Leoacuten Por lo que carece de sentido donar una alcaria ndashBesnague-htndash situada dentro de la donacioacuten mayor ndashMontemoliacutenndash

78 Primera Croacutenica General capiacutetulo 111079 AHN OO MM Ucleacutes 3655 Don Alfonso donoacute Villanueva de la Fuente a la Orden de

Santiago en esta ocasioacuten 80 Primera Croacutenica General capiacutetulo 111381 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1117

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 215

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Dado que la cita precedente es la uacuteltima donde en la Primera Croacute-nica se habla de la actuacioacuten del maestre santiaguista en el cerco se-villano podiacutea pensarse que la Orden habiacutea sufrido muchas bajas o que sus efectivos estaban realizando otro tipo de funciones lejos de los muros sevillanos De las anteriores opciones parece maacutes razonable la segunda porque de haberse dado la primera algo respecto a tal asunto se diriacutea en los textos82 pero como no ocurre asiacute debemos inclinarnos por la segunda y entender que a la Orden se le habiacutea encomendado otras funciones razoacuten maacutes que suficiente para preguntarnos cuaacuteles y doacutende Nada se menciona al respecto en la Primera Croacutenica pero he aquiacute que la maacutes antigua historia que hoy tenemos sobre la Orden de Santiago83 viene en nuestra ayuda para clarificar el asunto Seguacuten se dice en esta fuente santiaguista el maestre Pelay Peacuterez Correa tuvo un encuentro armado con los moros en la Sierra de Tudiacutea ndashen Sierra Morena al sur de la hoy provincia de Badajozndash del que salioacute triunfante gracias al auxilio de la Virgen

Pero maacutes allaacute del milagroso hecho lo que aquiacute nos interesa es saber en queacute fecha concreta se produjo ese enfrentamiento habido en la Sierra de Tudiacutea para ponerlo en relacioacuten con cuanto conocemos a traveacutes de la Primera Croacutenica siempre respecto al cerco de Sevilla Pues bien seguacuten la documentacioacuten santiaguista y la tradicioacuten mantenida en el santuario mariano ndashque se levantoacute en lo alto de la citada sierra con ocasioacuten de la victoria cristianandash el combate en cuestioacuten se dio el diacutea de la natividad de Mariacutea o sea el ocho de septiembre Siendo en este mes no pudo ser en el antildeo 1247 porque en septiembre el maestre ya estaba sobre Sevilla como hemos visto maacutes arriba Por tanto nos inclinamos a creer que el encuentro armado que buscamos hubo de tener lugar en septiembre de 1248 y no antes ni despueacutes tal y como demostramos maacutes ampliamente en nuestra tesis doctoral84

82 En las Kalendas del convento de Ucleacutes soacutelo hemos encontrado 5 bajas de freires mien-tras la Orden estaba sobre Sevilla AHN Coacutedice 236 folio 127v

83 OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Orden de la caualleriacutea del sentildeor Santiago del Espadardquo p 368 Seguacuten el marqueacutes de Siete Iglesias la obra fue escrita en 1488

84 Para aquello lectores que no tengan ocasioacuten de ver el trabajo referido diremos que el maestre fue elegido para el cargo en noviembre de 1242 En septiembre de 1243 estaba en Burgos en septiembre de 1244 en Murcia en septiembre 1245 en Lyon en septiembre de 1246 camino de Jaeacuten en septiembre de 1247 sobre Sevilla en septiem-bre de 1249 y 1250 en Portugal Expuesto lo anterior carece de sentido continuar la localizacioacuten del maestre en antildeos posteriores al uacuteltimo citado

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226216

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Si todos los indicios apuntan a que a principios de septiembre de 1248 el grueso de los efectivos los santiaguistas operaban en Sierra Morena debemos preguntarnos queacute haciacutean tan lejos de Sevilla Pues bien en este sentido cabe responder que las fuerzas situadas en el cerco sevilla-no necesitaban aprovisionamientos de cara al otontildeo y que estos debiacutean ser transportados desde otros lugares ya fuese por mar o por tierra des-de la retaguardia Cabe suponer tambieacuten que si algunos de estos apro-visionamientos fueron transportados por mar desde Galicia y Vizcaya85 muchos maacutes debieron llegar a Sevilla desde Coacuterdoba86 durante la prime-ra fase del cerco Ahora bien una vez que el control de los caminos que conduciacutean a tierras del reino de Leoacuten quedaron en poder de los cristia-nos parece razonable pensar que eacutestos debieron utilizarlos para traer provisiones desde tierras nortentildeas a traveacutes de Badajoz y Meacuterida Ya en el verano de 1248 hubo de acentuarse la hipoacutetesis que defendemos mu-cho maacutes cuando sabemos que Fernando III habiacutea solicitado un preacutestamo dinerario a los concejos de Galicia el diacutea 28 de junio87

Considerando lo anterior nada tiene de extrantildeo que desde el prin-cipio del verano comenzara a llegar a Sevilla grano fresco procedente de las tierras del reino leoneacutes a traveacutes de lo que hoy conocemos como Viacutea de la Plata o Camino de la Plata Este camino teniacutea un doble enlace con el que veniacutea de Badajoz asiacute el maacutes nortentildeo enlazaba a la altura de Zafra y el maacutes meridional lo haciacutea en las proximidades de Almadeacuten de la Plata todaviacutea en Sierra Morena Lo curioso del caso es que am-bos caminos cruzaban por tierras de los santiaguistas concretamente por terrenos de la encomienda de Montemoliacuten Como la zona surentildea de esta encomienda estaba todaviacutea en manos de musulmanes ndashdebido a la premura existente en el verano de 1247 para acudir a Sevilla como ya vimos paacuteginas atraacutesndash aquellos caminos estaban amenazados por la pre-sencia de musulmanes procedentes de los reinos de Sevilla Niebla y del Algarve portugueacutes por lo que era arriesgado el traacutensito de las recuas por los mismos Esta especial circunstancia que se acentuaba precisamente al cruzar tierras santiaguistas fue la que impuso el desplazamiento del grueso de las fuerzas de la Orden ndashy quizaacute el de otros muchos seglares

85 Cuando Alfonso XI sitioacute Algeciras entre 1342 y 1344 los puertos gallegos y vascos se utilizaron para llevar provisiones al ejeacutercito sitiador de la plaza del Estrecho

86 Para nosotros no hay dudas de que en este caso fue Coacuterdoba la principal base de apro-visionamiento del ejeacutercito castellano sobre todo en la primera fase del sitio

87 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 765 Este preacutestamo podiacutea utili-zarse para pagar sueldos pero tambieacuten para comprar armamento y vituallas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 217

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

que la acompantildeabanndash de Sevilla a Montemoliacuten en agosto de 1248 aun-que algunas pudieron hacerlo en el mes anterior

Como antes dijimos en agosto de 1247 en el viaje de ida de la hueste santiaguista de Montemoliacuten a Sevilla pudieron hacerse eacutestas con el con-trol de las actuales poblaciones de Almadeacuten de la Plata88 y Castilblanco de los Arroyos para enlazar con Guillena conquistada en la primavera del mismo antildeo como ya vimos Ahora ndashen el verano de 1248 en su viaje de Sevilla a Montemoliacutenndash las fuerzas de la Orden debieron hacerse con las poblaciones que se encontraban maacutes o menos proacuteximos a la margen occidental del camino con el fin de proporcionar mayor tranquilidad a las recuas que en lo sucesivo circularan por el Camino de la Plata Por lo anterior creemos que las alcarias musulmanas que luego se transfor-maron en Zufre Santa Olalla y Cala ndashhoy en la provincia de Huelvandash ca-yeran en manos cristianas por entonces89

Pero volviendo a las tierras pertenecientes a la encomienda santia-guista de Montemoliacuten ndashdelimitadas en un documento de Fernando III en mayo de 124890ndash precisaremos que habiacutea entonces cuatro castillos Del mayor de ellos el inmediato a la villa cabecera de la citada encomienda hemos dicho que fue ganado por la Orden en agosto de 1247 unos pocos antildeos antes ndashcreemos que en 124191ndash ya podiacutean haberse hecho los santia-guistas con el maacutes nortentildeo de los cuatro el de Largia92 hoy en teacuterminos

88 A lo largo de los tiempos en que los musulmanes dominaban estas tierras el luego lla-mado ldquoCamino de la Platardquo saliacutea de Sevilla y se dirigiacutea al Norte pasando por las actuales poblaciones de Guillena y Castilblanco de los Arroyos cruzando Sierra Morena por Almadeacuten de la Plata y Montemoliacuten para llegar a la penillanura extrementildea por Fuente Cantos Despueacutes de la reconquista castellana tomoacute fuerza otra variante del camino que desde esta uacuteltima poblacioacuten ndashahora lo hacemos en direccioacuten contrariandash se dirigiacutea a Monesterio y continuaba por El Real de la Jara hasta alcanzar Almadeacuten de la Plata Castilblanco Guillena y Sevilla El motivo de que esto ocurriera asiacute fue que en el siglo IV se derruyoacute el puente que en tiempos romanos cruzaba la Rivera de Huelva en las proximidades de El Roquillo (Sevilla) Veacutease esto uacuteltimo en CORZO y TOSCANO Las viacuteas romanas de Andaluciacutea p 54 Conviene precisar que todaviacutea en 1729 el rey Felipe V llegoacute a Sevilla pasando antes por Monesterio Santa Olalla y Castilblanco

89 Parece que estos lugares fueron repoblados por leoneses si nos atenemos a la to-ponimia propia y del entorno Desde luego esta es la postura que defiende RECIO MOYA ldquoToponimia gallega y leonesa de la Sierrardquo

90 Creemos conveniente reiterar que el documento en cuestioacuten es AHN OO MM Ucleacutes 2131 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado vol III doc nordm 763

91 Seguacuten Francisco de Rades la incursioacuten santiaguista en la que eacutestos ganaron Guadal-canal partioacute de Meacuterida y pasoacute por el actual Almendralejo Fuente del Maestre Llerena y Usagre asiacute como otros muchos castillos y aldeas ldquoavn que la mayor parte de ellas no tienen el antiguo nombrerdquo Veacutease esto en RADES Croacutenicahellip Santiago folio 30 r

92 A este castillo se le denomina asiacute en un documento santiaguista extendido en Meacuterida

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226218

Manuel loacutepez Fernaacutendez

de Calzadilla de los Barros93 Por el contrario creemos que el castillo situado en la Sierra de Gigonza94 ndashactualmente en teacuterminos de Segura de Leoacutenndash y tambieacuten el de El Cuerno95 ndashen los de Fuentes de Leoacutenndash estaban en manos de musulmanes debido a la premura que hubieron de darse las huestes santiaguistas para desplazarse a Sevilla despueacutes de conquis-tar el castillo de Montemoliacuten Asiacute que en el verano de 1248 quedaban por conquistar todaviacutea los castillos de Gigonza ndashrelativamente cercano al camino que uniacutea Meacuterida con Sevillandash y castillo de El Cuerno ndashmuy proacuteximo al camino que uniacutea Sevilla con Badajoz pasando por el actual Jerez de los Caballerosndash

De estos dos uacuteltimos castillos el de Gigonza distaba unos doce kiloacute-metros del Camino de la Plata por su proximidad a la viacutea que tratamos resultaba extremadamente peligroso Por esto creemos que fue el pri-mero en ser tomado por la fuerza de las armas96 y tambieacuten que en sus proximidades se dio un enfrentamiento armado si hemos de atenernos a cuanto nos dice la toponimia97 Aparte de esto uacuteltimo en orden al efi-caz control de estas viacuteas de comunicacioacuten entendemos que el castillo de

el diacutea 15 de marzo de 1274 Puede verse en toda su amplitud en el apeacutendice documen-tal de las obras citadas en la nota 4 La fortaleza actualmente en ruinas estaba en lo alto de una cota de 635 metros de altura a cuyos pies discurre la Rivera de Atarja Des-de la misma se divisa un amplio panorama hacia el Sur el Oeste y el Norte dominando especialmente el Camino de la Plata en su cruce con la rivera antes citada

93 En el documento de la nota anterior se hacen pasar los teacuterminos de Medina muy cer-ca del castillo que tratamos quedando eacuteste dentro de los concedidos a la citada po-blacioacuten No obstante hoy diacutea se incluye dentro de los que pertenecen a Calzadilla de los Barros

94 Este castillo es mencionado como Sigunsa por el geoacutegrafo al-Idrisi en uno de los itine-rarios entre Sevilla y Badajoz Veacutease al respecto ABIZ MIZAL Los caminos de al-Anda-lus en el siglo XII p 83 Conviene precisar que el cronista oficial de Segura de Leoacuten Andreacutes Oyola Fabiaacuten ndashconociendo de primera mano la existencia de las ruinas de este castillondash informoacute a Manuel Terroacuten Albarraacuten quien encontroacute aceptable el paso foneacuteti-co de Sigunsa a Gigonza ademaacutes de reconocer que la distancia de este castillo a Jerez coincidiacutea con la aportada por al-Idrisi Asiacute lo explica TERROacuteN ALBARRAacuteN en Extrema-dura musulmana pp 337-338 El castillo en cuestioacuten estaba situado en la actual Sierra de Gigonza a una cota de 715 metros dominando el valle del riacuteo Ardila Curiosamente entre sus ruinas podemos encontrar todaviacutea la presencia de un aljibe aeacutereo al que le falta la boacuteveda

95 Creemos que este castillo es el citado por al-Idrisi en el itinerario que une Sevilla con Badajoz Veacutease asiacute en ABIZ MIZAL Los caminoshellip Aquiacute se le da el nombre Q R I H y es el que precede al de Sigunsa caminando de Sevilla hacia el actual Jerez de los Caballeros

96 El castillo de Gigonza pasoacute a manos de la Orden de Santiago en 1248 y se cita como Segonccedila en un documento expedido en diciembre de 1253 en el que Alfonso X concede teacuterminos a Sevilla Veacutease Diplomatario andaluz de Alfonso X documento nordm 80

97 En las proximidades de las ruinas del castillo de Gigonza existe actualmente una dehe-sa que se denomina Matamoros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 219

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

El Cuerno debioacute ser el proacuteximo punto fuerte en caer en esta operacioacuten de limpieza efectuada en las tierras de Montemoliacuten Y finalmente hubo de darse la batalla que tuvo el maestre Pelay Peacuterez Correa con los mu-sulmanes aquella a la que se refiere la historia maacutes antigua que hoy te-nemos de la Orden de Santiago como la habida ldquoen la Sierra de Tudiacuteardquo98

A todas luces resulta esta montantildea un observatorio privilegiado so-bre la comarca circundante por donde discurriacutean los caminos de los que venimos hablando en este apartado Desde lo alto de la Sierra de Tudiacutea se visualiza el Camino de la Plata en el tramo que discurre entre las proximidades de Zafra y Almadeacuten de la Plata en liacutenea recta unos 40 kiloacutemetros hacia el Norte y 30 hacia el Sur Al mismo tiempo tambieacuten estaacute enlazado visualmente con el castillo de El Cuerno99 y con el de Ara-cena La importancia estrateacutegica de la Sierra de Tudiacutea debemos cerrarla aquiacute con su vinculacioacuten militar a la fortaleza de Montemoliacuten en tiempos musulmanes y cristianos100 debido a la proximidad de ambos elementos y a la situacioacuten topograacutefica relativa de este castillo respecto a las tierras situadas al mediodiacutea de la encomienda101 Por esto uacuteltimo pensamos que en tiempos musulmanes en lo alto de la sierra que tratamos habiacutea al-guacuten tipo de fortificacioacuten ndashtal vez una gran torrendash y que en torno a la conquista de la misma se diera una cruenta batalla cuando los santia-guistas se vieron sorprendidos por la llegada de fuerzas musulmanas provenientes del castillo de Aracena102

98 De entre todos los enfrentamientos que el maestre tuvo con los moros se viene a resal-tar precisamente el habido en la Sierra de Tudiacutea tal vez por su trascendencia histoacuteri-co-religiosa Asiacute en OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

99 El castillo del que se ha recuperado parcialmente la torre del homenaje estaacute sobre una elevacioacuten de 730 metros de altitud desde la que se domina el valle de la Rivera de Montemayor afluente de la Rivera de Huelva En una reciente visita hemos podido comprobar que estaacute comunicado visualmente con los castillos de Aracena ligeramen-te maacutes alto a una cota de 749 mts

100 Respecto a la funcioacuten militar que se ejerciacutea desde la iglesia de Tudiacutea como observato-rio queda perfectamente definida por la existencia de una torre situada en lo alto de la cabecera de la iglesia cuando el campanario estaba a los pies de la misma De esa torre quedaba constancia todaviacutea en 1604 seguacuten podemos ver en el Libro de visitas de dicho antildeo cuando se dice que por entonces necesitaba reparacioacuten Asiacute en AHN Libro 1014-C folio 467v

101 Desde el castillo de Montemoliacuten se tiene visioacuten directa con la cima de Tudiacutea y vice-versa La dependencia militar del observatorio de Tudiacutea con respecto al castillo citado podemos verla en la nota anterior

102 El puerto de los Ciegos se situacutea a una altitud de 952 mts y forma parte de la divisoria de aguas entre el Guadiana y el Guadalquivir Por este puerto pasaba ndashy pasa todaviacutea aunque poco frecuentadondash el camino de herradura que uniacutea a los pueblos de la ver-tiente meridional de la sierra con los ubicados en la cara septentrional de la misma

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226220

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Lo anterior no deja de ser una hipoacutetesis pues la realidad es que no existen noticias documentadas sobre los detalles del enfrentamiento ha-bido en la cumbre de la sierra103 pero quedan reminiscencias tradicio-nales y toponiacutemicas Comenzando por estas uacuteltimas debemos citar aquiacute al Puerto de los Ciegos curiosamente este significativo topoacutenimo situa-do al suroeste de la cima que tratamos es el lugar por donde accediacutean a dicha cumbre el camino que veniacutea de las tierras situadas en la vertiente del mediodiacutea de la sierra Su nombre ldquode los Ciegosrdquo parece estar rela-cionado directamente con el descuido en vigilar y taponar la llegada de refuerzos musulmanes por ese camino Y en este orden de cosas aporta-remos otro curioso dato dicho puerto estaacute en la misma direccioacuten que la ermita Humilladero de Tudiacutea lugar donde recuerda la tradicioacuten local104 que el maestre imploroacute la ayuda de la Virgen en aquella situacioacuten com-prometida que al final terminoacute en victoria

La ubicacioacuten de la Sierra de Tudiacutea queda sentildealada con un punto azul y en torno a ella

trazamos los caminos e indicamos los castillos de los que venimos hablando en este apartado

103 No pensemos que la sierra estaba cubierta de arbolado y vegetacioacuten como lo estaacute hoy La reforestacioacuten de la misma se hizo a finales del siglo XIX creemos que la vegetacioacuten de la misma sirvioacute para alimentar las chimeneas de las instalaciones situadas en lo alto de la sierra a lo largo de los siglos

104 Los visitadores de 1574 hablan largamente de la piedra que se guardaba en el Hu-milladero de Tudiacutea De la misma dicen entre otras cosas que se le atribuiacutean poderes curativos y la gente de los alrededores la partiacutean en trozos para llevaacutersela a su casa Asiacute en AHN Libro 1012-C tomo IV folio 1307v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 221

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Con respecto a las tradicionales cabe decir que en agradecimiento a la ayuda recibida y a mayor gloria de Santa Mariacutea el maestre santiaguis-ta puso aquella montantildea bajo la advocacioacuten de la Virgen y en lo alto de su cima edificoacute una iglesia en la que se veneroacute la imagen de Santa Mariacutea de Tudiacutea cuya devocioacuten se propagoacute por la comarca tal y como recogioacute unos antildeos maacutes tarde el rey Alfonso el Sabio105 al igual que lo hacen las fuentes narrativas santiaguistas maacutes tempranas106 Pero volviendo a la documentacioacuten conviene sentildealar que el maestre Peacuterez Correa estaba el diacutea 19 de septiembre de 1248 en Sevilla aquiacute ndashacompantildeado de otros miembros de la Ordenndash concediacutea Cabezoacuten Cubierta a don Fernaacuten Yaacute-ntildeez107 Unos meses maacutes tarde despueacutes de interceptar la escuadra cristia-na el paso entre Sevilla y Triana comenzaron las capitulaciones para la entrega de la ciudad por parte de los sevillanos aunque no seriacutea hasta la festividad de San Clemente108 23 de noviembre de 1248 cuando los moros entregaron el alcaacutezar en las negociaciones demandaron un mes de plazo para vender sus cosas y como el rey de Castilla accedioacute a ello109 la entrada oficial de los cristianos en la ciudad fue pospuesta hasta el 22 de diciembre El acontecimiento dio ocasioacuten a una solemne y devota procesioacuten precedida del ejeacutercito en orden militar y encabezado por sus principales caudillos entre los que destaca Ortiz de Zuacutentildeiga110 a los maes-tres de las oacuterdenes militares Seguacuten los comendadores que escribieron la historia de la Orden que aquiacute seguimos111 en aquel magno aconteci-miento el pendoacuten de la Orden de Santiago fue de los primeros

105 Las cantigas que Alfonso X el Sabio dedicoacute a la Virgen de Tudiacutea podemos encontrarlas entre sus Cantigas de Santa Mariacutea Nos referimos concretamente a la 325 326 329 344 y 347 de la Edicioacuten de Walter Mettmann Claacutesicos Castalia Madrid 1986 tomo III Un reciente estudio sobre las mismas en LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ ldquoSanta Mariacutea de Tudiacutea en las Cantigas de Alfonso X el Sabiordquo

106 Nos referimos concretamente a OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

107 SALAZAR DE CASTRO Libro de pruebas de la Casa de Lara p 679 108 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1123109 Ibidem capiacutetulo 1124 110 ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Anales eclesiaacutesticos vol I p 48111 Asiacute podemos encontrarlo en OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

Aquiacute podemos leer cuando se habla de la entrada en la ciudad de Sevilla ldquohellipen la entrada de la qual [Sevilla] se falla que el dicho maestres y sus cavalleros con el pendon del Santo Apostol fueron de los primeroshelliprdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226222

Manuel loacutepez Fernaacutendez

5 Conclusiones

Como ya apreciara Julio Gonzaacutelez ldquolos santiaguistas por aquella eacutepo-ca no sabiacutean estar quietosrdquo112 lo que veniacutea a ser una consecuencia direc-ta del temperamento inquieto de Pelay Peacuterez Correa113 y de la confianza que depositaban en la Orden de Ucleacutes el rey Fernando III y el papa Ino-cencio IV Tanto era asiacute que eacuteste uacuteltimo le propone intervenir en Cons-tantinopla con un numeroso contingente pero la operacioacuten no se llevoacute a efecto por falta de medios econoacutemicos del emperador Balduino II y porque el rey castellano inicioacute por entonces la conquista de Sevilla

Considerando las circunstancias anteriores resulta loacutegico que la Or-den de Santiago participara en la conquista de Sevilla con unos efecti-vos superiores en nuacutemeros a las de las otras instituciones religioso-mi-litares Gracias a esta capacidad operativa conquista Montemoliacuten en el verano de 1247 y se le asigna la proteccioacuten de la flota castellana por la margen derecha del Guadalquivir A finales del antildeo antes citado el rey de Castilla le recompensa con la donacioacuten de Cantillana villa que fue canjeada finalmente por la de Montemoliacuten en la primavera de 1248

Ya en el verano de este antildeo y para garantizar la llegada de provisio-nes a Sevilla a traveacutes del Camino de la Plata el rey de Castilla ordena al maestre santiaguista que se desplace a su encomienda de Montemoliacuten con el fin de eliminar el peligro que para las recuas cargadas de grano suponiacutea la presencia de musulmanes en determinados castillos situados dentro de la citada encomienda todaviacutea sin conquistar completamente

En este contexto la Primera Croacutenica General se hace eco de las po-cas fuerzas santiaguista que sobre Sevilla quedan mientras la [Primera] Historia de la Orden de Santiago recoge en sus paacuteginas un choque arma-do que el maestre Peacuterez Correa tuvo con los musulmanes en la Sierra de Tudiacutea a primeros de septiembre enfrentamiento que dio origen al santuario mariano que se levantoacute en lo alto de la mencionada sierra y que maacutes tarde fue cabecera de la Vicariacutea de Tudiacutea

Acabada la misioacuten encomendada en Sierra Morena el maestre retor-noacute a Sevilla y participoacute en el cerco hasta que la ciudad se entregoacute en el mes de noviembre de 1248

112 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimientohellip tomo I p 178 en nota a pie113 Respecto a la personalidad del maestre veacutease el apartado que dedicamos en las obras

citadas en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 223

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Fuentes y bibliografiacutea

1 Fuentes

AHN Coacutedice 236-B

AHN Libro 1012-C tomo IV

AHN Libro 1014-C

AHN OO MM Ucleacutes 2I10

AHN OO MM Ucleacutes 703

AHN OO MM Ucleacutes 8825

AHN OO MM Ucleacutes 15217 y 18

AHN OO MM Ucleacutes 2131

AHN OO MM Ucleacutes 26311

AHN OO MM Ucleacutes 3655

ALFONSO X EL SABIO Siete Partidas Glosadas por el licenciado Grego-rio Loacutepez Madrid 1560 Facsiacutemil de la Editorial BOE Madrid 1974

ALFONSO X EL SABIO Cantigas de Santa Mariacutea Edicioacuten de Walter Mett-mann Claacutesicos Castalia Madrid 1986 tomo III

Diplomatario andaluz de Alfonso X Edicioacuten de Manuel Gonzaacutelez Jimeacute-nez El Monte Caja de Huelva y Sevilla Sevilla 1991

Continuacioacuten de la Croacutenica de Espantildea de don Rodrigo Jimeacutenez de Rada Biblioteca de la Universidad de Sevilla

Primera Croacutenica General de Espantildea Editada por Ramoacuten Meneacutendez Pi-dal con estudio actualizador de Diego Catalaacuten Editorial Gredos Ma-drid 1977

Luis SALAZAR DE CASTRO Libro de pruebas de la Casa de Lara Madrid 1694-1699

2 Bibliografiacutea

ABIZ MIZAL Jassim Los caminos de al-Andalus en el siglo XII CSIC Ma-drid 1989

ARIAS SOLIacuteS Florencio Cantillana Edita Ayuntamiento de Cantillana Cantillana (Sevilla) 1999

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de ldquoLas oacuterdenes militares en la conquista de Sevillardquo En Sevilla 1248 Congreso internacional conmemorativo del

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226224

Manuel loacutepez Fernaacutendez

750 aniversario de la conquista de la ciudad de Sevilla por Fernando III rey de Castilla y Leoacuten Editorial Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 167-190

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Marcial Pons y Latorre Literaria Madrid 2003

AZUAR Rafael e Isabel Cristina FERREIRA FERNAacuteNDEZ ldquoLa fortificacioacuten del califato almohaderdquo Las Navas de Tolosa (1212-2012) Miradas cru-zadas ed Patrice Cressier y Vicente Salvatierra Universidad de Jaeacuten Jaeacuten 2014 pp 395-420

BLAacuteQUEZ Y DELGADO A y A BLAacuteZQUEZ Y JIMEacuteNEZ ldquoViacuteas romanas de Albacete a Zorejas de Queros a Aranjuez de Meaques a Titulcia de Aranjuez a Toledo y de Ayamonte a Meacuteridardquo Memorias de la Junta Superior de Excavaciones y Antiguumledades 40 Madrid 1921

BENITO RUANO Eloy ldquoBalduino II de Constantinopla y la Orden de San-tiagordquo Hispania XII 46 1952 pp 3-36

CHAVES Bernabeacute de Apuntamiento legal sobre el dominio solar de la Orden de Santiago en todos sus pueblos Ediciones El Albir Barcelona 1975

CORZO SAacuteNCHEZ Ramoacuten y TOSCANO SAN GIL Margarita Las viacuteas ro-manas de Andaluciacutea Sevilla 1992

FERNAacuteNDEZ Y LOacutePEZ Manuel Historia de la ciudad de Carmona Sevi-lla 1886

GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO Luis Curso de Historia de las Institucio-nes espantildeolas Alianza Universidad Madrid 1992

GARCIacuteA FITZ Francisco ldquoEl cerco de Sevilla Reflexiones sobre la guerra de asedio en la Edad Mediardquo Sevilla 1248 Congreso internacional con-memorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciudad de Sevilla por Fernando III rey de Castilla y Leoacutenrdquo Editorial Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 115-154

GARCIacuteA FITZ Francisco ldquoLas huestes de Fernando IIIrdquo Actas de las IV Jornadas Nacionales de Historia Militar Fernando III y su eacutepoca Sevi-lla 1995 pp 157-190

GARRIDO SANTIAGO Manuel Arquitectura militar de la Orden de San-tiago en Extremadura Meacuterida 1989

GIBELLO BRAVO Viacutector El poblamiento islaacutemico en Extremadura Terri-torio asentamientos e itinerarios Meacuterida 2006

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 225

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Julio Repartimiento de Sevilla tomos I y II CSIC Madrid 1953

GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Julio Reinado y diplomas de Fernando III tomo I y III Coacuterdoba 1980

GUTIEacuteRREZ DEL ARROYO Consuelo Privilegios reales de la Orden de Santiago en la Edad Media Junta Teacutecnica de Archivos Bibliotecas y Museos Madrid 1946

HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ Feacutelix ldquoRagwal y el itinerario de Musa de Alge-ciras a Meacuteridardquo Al-Andalus XXVI 1 1961 pp 43-154

HERRERA GARCIacuteA Antonio ldquoUn sentildeoriacuteo santiaguista en la Edad Media Villanueva del Ariscalrdquo Estudio de Historia y de Arqueologiacutea Medieva-les 5-6 1985-1986 pp 95-126

LODI Enzo Los santos del calendario romano Ediciones Paulinas Ma-drid 1992

LOMAX W Derek La Orden de Santiago (1170-1275) CSIC Madrid 1965

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoMartiacuten Anes do Vinhal Un repoblador portugueacutes en tierras de Extremadurardquo Revista de Estudios Extreme-ntildeos 58 2 2002 pp 517-538

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoLas tierras de Reina entre el islam y la cris-tiandadrdquo Revista de Estudios Extrementildeos Vol 63 1 2007 pp 187-211

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel La Orden de Santiago y el maestre Pelay Peacuterez Correa Instituto de Estudios Manchegos Ciudad Real 2007

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel Pelay Peacuterez Correa Historia y leyenda de un maestre santiaguista Diputacioacuten de Badajoz Badajoz 2010

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoLa Orden de Santiago en los oriacutegenes de la Marina Real castellanardquo Revista de las Oacuterdenes Militares 8 2015 pp 43-78

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoSanta Mariacutea de Tudiacutea en las Cantigas de Alfonso X el Sabiordquo Revista de Estudios Extrementildeos Vol 74 1 2018 pp 105-136

MADRID Y MEDINA Aacutengela ldquoLa encomienda de Portugal en tiempos de Pay Perez Correardquo Actas das II Jornadas Luso-Espanholas de His-toria Medieval Universidad de Oporto Oporto 1989 pp 1179-1195

ORDOacuteNtildeEZ AGULLA Salvador ldquoCantillana antigua Navae Aproximacioacuten a su historia en la Antiguumledad romanardquo Cantillana Cuadernos de His-toria Local 1 1993 pp 44-61

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226226

Manuel loacutepez Fernaacutendez

OROZCO Pedro y Juan DE LA PARRA ldquoEstoria de la Orden de la caualle-riacutea del sentildeor Santiago del Espadardquo En [Primera] Historia de la Orden de Santiago Manuscrito del siglo XV de la Real Academia de la Histo-ria Introduccioacuten transcripcioacuten y notas del marqueacutes de Siete Iglesias Diputacioacuten Provincial de Badajoz Badajoz 1978

ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Diego Anales eclesiaacutesticos y seculares de la muy noble y muy leal ciudad de Sevilla Madrid 1677 Facsiacutemil publicado por la Caja de Ahorros Provincial de San Fernando de Sevilla Sevilla 1985

RADES Y ANDRADA Francisco Croacutenica de las tres oacuterdenes de Santiago Calatrava y Alcaacutentara Ediciones El Albir Barcelona 1980

RECIO MOYA Rodolfo ldquoToponimia gallega y leonesa de la Sierrardquo Actas de las IX Jornadas del Patrimonio de la Sierra de Huelva Diputacioacuten de Huelva Huelva 1994 pp 117-144

RUIZ MATEOS Aurora Arquitectura civil de la Orden de Santiago en Ex-tremadura La casa de la encomienda Madrid 1985

RUIZ MATEOS Aurora y otros Arte y religiosidad popular Las ermitas en la Baja Extremadura (siglos XV-XVI) Diputacioacuten de Badajoz Badajoz 1995

TERROacuteN ALBARRAacuteN Manuel Extremadura musulmana Badajoz 1991

Fecha de recepcioacuten 10-01-2019

Fecha de aceptacioacuten 17-03-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 227

El papel de las oacuterdenes militares en la Batalla de Guadix (Granada) de 1362

The Role of the Military Orders in the Battle of Guadix (Granada) 1362

Antonio Reyes MartiacutenezLaboratorio de arqueologiacutea y arquitectura de Granada (LAAC)

Resumen

El 15 de enero de 1362 tuvo lugar la Batalla de Guadix en la que salieron de-rrotadas las tropas del reino castellano leoneacutes enfrentadas al ejeacutercito del reino nazariacute de Granada Las tropas castellanas iban comandadas por Diego Garciacutea de Padilla Maestre de la Orden de Calatrava Enrique Enriacutequez ldquoel Mozordquo Adelan-tado mayor de la frontera de Andaluciacutea y Men Rodriacuteguez de Biedma Caudillo mayor del obispado de Jaeacuten

Palabras Clave

Guadix Granada Pedro I Muhammad V Muhammad VI oacuterdenes militares Ba-talla de Guadix reino castellano leoneacutes Diego Garciacutea de Padilla Enrique Enriacute-quez el mozo Men Rodriacuteguez de Biedma 1362

Abstract

The Battle of Guadix was on 15 of January of 1362 In that confrontation the troops of the kingdom of Castile were defeated faced with the army of the Nas-rid kingdom of Granada The Castilian troops were commanded by Diego Garciacutea

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico antoniodelosreyeshotmailcom Laboratorio de arqueologiacutea y ar-quitectura de la ciudad Granada (LAAC)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246228

Antonio Reyes MARtiacutenez

de Padilla Master of the Order of Calatrava Enrique Enriacutequez ldquoel Mozordquo Ad-elantado Mayor of the Andalusian frontier and Men Rodriacuteguez de Biedma Cau-dillo Mayor of the bishopric of Jaeacuten

Keywords

Guadix Granada Pedro I Muhammad V Muhammad VI military orders Bat-tle of Guadix Spanish Castilian Kingdom Diego Garciacutea de Padilla Enrique En-riacutequez el mozo Men Rodriacuteguez de Biedma 1362

1 Fuentes para el estudio de la Batalla de Guadix

La principal fuente documental para el estudio de la batalla de Guadix es la llamada ldquoCroacutenica del Rey don Pedrordquo obra de Pedro Loacutepez de Ayala Este cronista nacioacute en Quejana (Aacutelava) en 1332 Su infancia y adolescencia transcurrieron en Toledo donde su tiacuteo fue arzobispo Aunque consiguioacute una canonjiacutea abandonoacute la carrera ecle-siaacutestica quizaacutes porque era el primogeacutenito de la casa de Ayala1 Por el antildeo 1353 sirvioacute como paje en la corte del rey Pedro I Luchoacute en el bando rebelde de los Trastaacutemaras En la batalla de Naacutejera fue hecho prisionero por los ingleses y posteriormente liberado a cambio de un rescate2 Durante el reinado de Enrique II fue alcalde mayor de Toledo miembro del Consejo de Juan I y de la regencia durante la mi-noriacutea de Enrique III Fue Canciller Mayor de Castilla en 1399 Murioacute en Calahorra el antildeo 14073

Fue autor de cuatro croacutenicas imprescindibles para el estudio de la historia de Espantildea en la Edad Media En ellas recogioacute los episodios maacutes notables de cada uno de los cuatro reyes a los que sirvioacute Pedro I Enri-que II Juan I y Enrique III Al parecer escribioacute estas historias al final de su vida e hizo dos versiones de cada una de ellas4

La informacioacuten recogida por Loacutepez de Ayala fue reproducida en pu-blicaciones posteriores con mayor o menor extensioacuten especialmente en la obra de Gonzalo Argote de Molina titulada ldquoNobleza de Andalu-ciacuteardquo (1588)5 en la ldquoHistoria General de Espantildeardquo de Juan de Mariana de

1 DEVIA ldquoPedro I y Enrique II de Castillardquo p 642 TOVAR JUacuteLVEZ ldquoAspectos caballerescos de las Croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo3 GIMENO CASALDUERO ldquoLa personalidad del canciller Pero Loacutepez de Ayalardquo p 44 VALDALISO CASANOVA ldquoLa obra croniacutestica de Pedro Loacutepez de Ayalardquo5 ARGOTE DE MOLINA Nobleza de Andaluciacutea pp 232-233

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 229

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

1601 en la ldquoHistoria del Obispado de Guadixrdquo de Pedro Suarez (1696)6 o la ldquoHistoria de Granadardquo de Miguel Lafuente Alcaacutentara7

Las fuentes musulmanas sobre este pasaje beacutelico son escasas y se li-mitan a la referencia que sobre ella hace Ibn Jaldun8 y la que realiza Ibn As-Sabbah

ldquoEl paiacutes de los Banuuml l-Ahmar tiene ciudades en nuacutemero comparable con

Siria como Maacutelaga Guadix Baza [hellip] iexclPor Dios su heredad es bendita

es el resto de la bendicioacuten que existioacute en la peniacutensula de Espantildea la prueba

de esta bendicioacuten se encuentra en el texto coraacutenico y en la victoria sobre

el enemigo en todos los antildeos pasados y venideros Observa si no las

numerosas batallas de nuestra eacutepoca y de eacutepoca de nuestros abuelos

iexclen cuaacutentas batallas vencimos a los enemigos Basta con mencionar la

batalla del desfiladero lo mejor de este tiempo nuestro Esta es la mejor

prueba y el meacuterito que la destaca sobre los demaacutes paiacuteses Asiacute ocurrioacute

en ella con una numerosa partida de cristianos y un pequentildeo grupo de

musulmanes como en la batalla de Guadix ndashque es una capital del reino

con fertilidad prosperidad y riquezas en su tierra cuenta con abundan-

cia de aguas huertas y jardinesrdquo9

Ambos autores tan solo se limitan a destacar la victoria de las tropas musulmanas sin ofrecer mayores datos Llama poderosamente la aten-cioacuten el caso de Ibn Jalduacuten (1332ndash 1406) que a pesar de ser contemporaacute-neo del momento de la batalla se muestra bastante parco a la hora de relatar este acontecimiento beacutelico

2 Contexto histoacuterico peninsular

La batalla de Guadix (1362) se encuadra dentro de una etapa marca-da por una profunda crisis econoacutemica y demograacutefica provocada por una sucesioacuten de malas cosechas que generaron fuertes hambrunas y por la peste negra o peste buboacutenica que diezmoacute la poblacioacuten de toda Europa10

6 SUAREZ Historia del obispado de Guadix y Baza pp 141-1427 LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada Tomo I pp 401-4068 ARIEacute LacuteEspagne musulmane au temps des nasrides p1119 FRANCO SANCHEZ ldquoEl reino nazariacute de Granada seguacuten un viajero mudeacutejar almerien-

serdquo p 20810 BOIS La gran depresioacuten medieval siglos XIVndash XV pp 90-96

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246230

Antonio Reyes MARtiacutenez

Desde el punto de vista poliacutetico fue un periodo conflictivo de baja intensidad en lo que a la ldquotarea reconquistadorardquo se refiere de hecho la segunda mitad del siglo XIV se caracterizoacute por ser un ciclo de paz ratificado por sucesivas treguas11 forzadas por las especiales circunstan-cias poliacuteticas acaecidas en territorio cristiano Por un lado los enfrenta-mientos entre castellanos y aragoneses en la llamada ldquoGuerra de los dos Pedrosrdquo en la que Pedro I de Castilla se disputa con Pedro IV de Aragoacuten el dominio del Mediterraacuteneo asiacute como diferentes territorios conquista-dos a los musulmanes especialmente en Alicante y Murcia Unos en-frentamientos que hay que entenderlos en un contexto maacutes amplio en el de la Guerra de los Cien antildeos donde ambos tomaron partido por los dos reinos europeos en liza Inglaterra y Francia12 Por otro la situacioacuten interna por la que atraviesa Castilla enfrascada en una cruenta guerra civil en la que su rey Pedro I apoyado por el pueblo llano se enfrenta con su hermanastro Enrique I de Trastaacutemara hijo bastardo de Alfonso IX que apoyado por la nobleza y por Pedro IV de Aragoacuten le disputa el poder dinaacutestico13

En el reino de Granada Muhammad V desarrolloacute una poliacutetica de equi-librio intentando mantener la paz tanto con Castilla como con Aragoacuten Cuando se inicioacute la guerra entre los dos reinos cristianos Muhammad V apoyoacute sin reservas a Pedro I de Castilla En 1359 el rey nazariacute fue derro-cado por Ismail II (1359-1360) en un complot orquestado por una de las esposas de Yusuf I Muhammad V huyoacute acompantildeado de los miembros de su corte que pudieron escapar refugiaacutendose en Guadix

ldquoCuando le llegoacute la grave noticia de la sublevacioacuten en contra suya el

levantamiento contra su autoridad el aislamiento durante la noche de

su casa y la irrupcioacuten en sus residencias [Muhammad V] escapoacute del

enorme peligro con corazoacuten sereno y marchoacute bajo la negrura de la no-

che con la sola compantildeiacutea de unos joacutevenes esclavos de su servicio y llegoacute

a Guadixrdquo14

11 TORRES FONTES ldquoDualidad fronteriza guerra y pazrdquo p 6712 Sobre esta guerra leacutease LAFUENTE GOacuteMEZ La Guerra de los Dos Pedros en Aragoacuten

(1356-1366)13 Sobre esta cuestioacuten leacutease VALDEON BARUQUE Pedro I el Cruel y Enrique de Trastaacutemara 14 SARR MARROCO ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemicordquo

pp 45-46

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 231

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

Su aliado el rey Pedro I inmerso en la guerra con Aragoacuten no pudo prestarle la ayuda necesaria y finalmente tuvo que reconocer a Ismail II como rey de Granada El reinado de Ismail II duroacute poco pues fue asesi-nado por Abu Said personaje que verdaderamente llevaba las riendas del poder en la corte Said se proclamoacute rey con el nombre de Muham-mad VI (1360-1362) Muhammad V permanecioacute en Guadix unos meses hasta que pudo partir hacia Fez capital del imperio de los Benimerines siendo acogido por el emir Abu Salim Ibrahim15

3 Guadix frontera oriental del reino nazariacute de Granada

La ciudad de Guadix histoacutericamente ha jugado un importante papel dentro del sureste peninsular por su privilegiada posicioacuten geograacutefica al ser paso obligado entre el Levante y el valle del Guadalquivir16

Durante la eacutepoca medieval se configuroacute tempranamente como una importante medina rodeada de fuertes murallas y coronada por una al-cazaba localizada en la parte maacutes alta y entre cuyos muros se refugia-ron algunos de los reyes destronados de Granada17

Fue una plaza codiciada durante toda la Edad Media tanto por los re-yes como por las oacuterdenes militares siendo constantes sus ataques para hacerse con un territorio estrateacutegicamente situado y con abundantes riquezas mineras ganaderas y agriacutecolas

El primer intento de conquista del que se tiene noticia es el que per-petroacute el rey Alfonso VI de castilla en el antildeo 109418 En el siglo XII sufrioacute ataques tanto por parte de aragoneses como de castellanos En 1125 se-riacutea el rey Alfonso el Batallador el que cercariacutea la ciudad por espacio de un mes sin conseguir su rendicioacuten19 Unos cincuenta antildeos despueacutes en 1152 la ciudad sufrioacute otro intento de conquista por parte de Alfonso VII de Castilla20

La fundacioacuten del reino de Granada supuso para Guadix un periodo de esplendor especialmente durante el siglo XIII periodo en el que la

15 MANZANO RODRIacuteGUEZ La intervencioacuten de los Benimerines en la Peniacutensula Ibeacuterica p 362

16 REYES MARTIacuteNEZ ldquoEstructuras econoacutemicas y actividad comercial en Guadixrdquo p 25517 SARR MARROCO ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemicordquo18 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Alfonso VI Sentildeor del Cid conquistador de Toledo p 8719 LACARRA Alfonso El Batallador pp 89-9120 MONSALVO ANTOacuteN (Coord) Historia de la Espantildea Medieval p157

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246232

Antonio Reyes MARtiacutenez

ldquoreconquistardquo estuvo centrada en el Valle del Guadalquivir y la provin-cia de Caacutediz y frenada en parte por la intervencioacuten en suelo peninsular de los Benimerines e igualmente gracias a las alianzas del rey Alfonso X con el arraacuteez de Guadix del clan de los ashquilulas21 consiguiendo gobernar la ciudad de manera casi autoacutenoma

A principios del siglo XIV accedioacute al trono Ismail I (1314 ndash 1325) tras haberse enfrentado con el anterior sultaacuten su tiacuteo Nasr derrocaacutendolo y enviaacutendolo como gobernador a Guadix Tan solo dos antildeos despueacutes de que Ismail llegara al trono se produjo la Batalla de Guadahortuna proacutexi-ma a Guadix en la que Nasr con la ayuda de los castellanos derrotara a los granadinos Tras la muerte de Nars acaecida en 1322 el rey de Granada pudo recuperar Guadix Baza y Hueacutescar22

La paulatina peacuterdida de territorios en la zona oriental del reino con-virtioacute al altiplano granadino en una diana contra la que lanzar ataques e incursiones con las que debilitar la integridad del reino nazariacute

4 Antecedentes

En agosto del antildeo 1361 unos meses antes de que se produjese la bata-lla de Guadix el rey Muhammad V habiacutea decidioacute regresar a la Peniacutensula con objeto de recuperar su trono instalaacutendose en Ronda ciudad que eligioacute como centro de operaciones a la espera de que Pedro I solucionara sus problemas con el monarca aragoneacutes al que previamente habiacutea de-rrotado en la primera batalla de Naacutejera de 1360 La ocasioacuten no tardoacute en llegar y asiacute ese mismo antildeo ambos monarcas emprendieron una campa-ntildea conjunta contra Muhammad VI donde consiguieron hacerse algunas plazas e intentaacutendolo con Antequera23

El 21 de diciembre de 1361 Diego Garciacutea de Padilla maestre de la Orden de Calatrava Enrique Enriacutequez el Mozo adelantado mayor de la frontera de Andaluciacutea y Men Rodriacuteguez de Biedma caudillo mayor del obispado de Jaeacuten se enfrentaron al ejeacutercito nazariacute en la batalla de Linue-sa (Huesa Jaeacuten) cuando estos uacuteltimos regresaban a Granada tras reali-zar una incursioacuten al Adelantamiento de Cazorla incendiando el pueblo de Peal de Becerro Los cristianos contraatacaron apoderaacutendose de un

21 ALCAacuteNTARA VALLE ldquoLa guerra y la paz en la frontera de Granadardquo p 2222 Sobre esta cuestioacuten veacutease VIGUERA MOLINS El reino nazariacute de Granada (1232-1492) 23 AHMAD MUKHTAR ʻAL-ABBADI El Reino de Granada en la eacutepoca de Muhmiddot ammad V p 50

y ss

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 233

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

paso del rio Guadiana Menor lugar por donde forzosamente debiacutean re-tornar los nazariacutees que llegados a este punto fueron derrotados por las tropas castellanas24

Tras la batalla el rey Pedro I se habiacutea apoderado de los musulmanes que ellos habiacutean capturado en esta contienda y a pesar de que les habiacutea prometido entregarles por cada uno de los cautivos la suma de trescien-tos maravediacutes el rey no cumplioacute su promesa Esta cuestioacuten provocoacute bas-tante enfado y recelo entre los comandantes aun asiacute alentados por esta victoria decidieron programar una incursioacuten a las tierras de Guadix

5 Las huestes castellanas

Las tropas castellanas iban al mando de tres nobles con una larga trayectoria en el campo militar y una brillante hoja de servicios en el campo de batalla y cuyos apellidos aluden a prestigiosos linajes castella-nos ldquoLos Padillasrdquo ldquoLos Enriacutequezrdquo y ldquolos Biedmasrdquo Acompantildeando a es-tos iban numerosos caballeros cuya participacioacuten conocemos por haber sido hechos prisioneros o muertos en batalla

Diego Garciacutea de Padilla hijo de Juan Garciacutea de Padilla sentildeor de Vi-llagera y Mariacutea Goacutemez de Finestrosa Caballero calatravo cuyo ascen-so vino dado gracias a su hermana Mariacutea de Padilla favorita del rey don Pedro25 convirtieacutendose a partir de 1353 en un estrecho colaborador real el mismo rey lo nombrariacutea dos antildeos maacutes tarde maestre de la orden de Calatrava (1355ndash1365) Esta designacioacuten que generalmente se haciacutea mediante eleccioacuten provocoacute un cisma dentro de la orden rebelaacutendose una parte de los freires aunque el mismo rey dio solucioacuten al problema asesinando a los rebeldes26 Se mantuvo fiel al rey durante la rebelioacuten de la nobleza Fue mayordomo mayor entre 1357 y 1360 Estuvo presente en las vistas de Tejadillo en el enfrentamiento de Toledo en el cerco de Tarazona y en la muerte de don Fadrique

En 1358 algunos caballeros aprovecharon la ausencia de don Pe-dro para arrestar a Juan Fernaacutendez de Henestrosa ante lo que Diego de Padilla huyoacute siendo apresado y retenido en Utrera Meses maacutes tarde fue enviado como frontero a Seroacuten (Almeriacutea) y luego se puso al frente de una de las galeras de la armada contra el Reino de Aragoacuten

24 DIacuteAZ MARTIacuteN Pedro I 1350ndash 1369 p 24125 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoCaballeriacutea y nobleza en la orden de Calatravardquo p 71626 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoLos cismas en las oacuterdenes militares ibeacutericasrdquo pp 290-291

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246234

Antonio Reyes MARtiacutenez

quedando delegado tambieacuten de regresar con las tropas a Sevilla En 1360 se encontraba en Almazaacuten como frontero y fue llamado por el rey y en su presencia en Villanubla don Pedro hizo ejecutar a Pedro Aacutelvarez Osorio lo que indica que por entonces ya no gozaba de la confianza del Rey Al antildeo siguiente muere su hermana Mariacutea de Pa-dilla y ello le aleja auacuten maacutes de la privanza En 1366 se pasoacute al bando Trastaacutemara y tras ser detenido en la batalla de Naacutejera fue hecho pre-so en el aljibe de la fortaleza de Alcalaacute de Guadaiacutera (Sevilla) donde murioacute en 136927

Enrique Enriacutequez apodado ldquoEl Mozordquo nacioacute en fecha desconocida del matrimonio entre Enrique Enriacutequez ldquoEl Viejordquo Sentildeor de la Puebla de los Infantes y Estefaniacutea Rodriacuteguez de Ceballos Sentildeora de Villalba de los Barros Contrajo matrimonio en tres ocasiones con su primera esposa Juana de Guzmaacuten tuvo tres hijos De su segundo matrimonio con Urraca Peacuterez Ponce tuvo una hija y del tercer enlace con Teresa de Haro tuvo otra nintildea Tambieacuten tuvo otros dos vaacutestagos fuera del matrimonio

Ostentoacute los tiacutetulos de Sentildeor de Villalba de los Barros Nogales Almendral La Parra y Begiacutejar y Caballero de la Orden de la Banda (1331)28 Desempentildeoacute los cargos de Alguacil Mayor de Sevilla Justicia Mayor de la casa del rey (1345-1348) Adelantado mayor de la fron-tera de Andaluciacutea (1358-1366)29 y Caudillo Mayor del Obispado del reino de Jaeacuten Su hoja militar es muy extensa en 1326 participoacute en la batalla de Guadalhorce junto al escritor Don Juan Manuel contien-da en la que fueron derrotados los musulmanes30 En 1336 comandoacute junto a otros nobles las tropas castellanas en la batalla de Barcarro-ta en la que salioacute derrotado el rey de Alfonso IV Portugal obligaacutendole a levantar el sitio de Badajoz31 Luchoacute en la batalla del Salado (1340) contienda en la que fueron derrotadas las tropas musulmanas y en la batalla de Linuesa librada en 1361 y en la que tambieacuten fueron de-

27 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoNobleza y sociedad en la castilla bajomedievalrdquo p 14328 Orden de Caballeriacutea fundada en 1332 por el rey Alfonso XI GARCIacuteA DIacuteAZ ldquoLa orden de

la Bandardquo29 El adelantado mayor de Andaluciacutea o adelantado mayor de la frontera de Andaluciacutea era

un oficial al servicio de la Corona castellana que teniacutea encomendadas diversas compe-tencias judiciales y militares en dicho territorio El cargo fue creado en 1253 por el rey Alfonso X bajo el nombre de adelantado de la Frontera

30 VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores de la frontera o Andaluciacutea pp 358-35931 RODRIacuteGUEZ HERMOSELL ldquoNoticias bajomedievales de Villanueva de Barcarrotardquo p

1502

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 235

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

rrotados los nazariacutees En sus uacuteltimos antildeos de vida comandoacute distintas acciones contra el reino de Aragoacuten en el marco de la Guerra de los dos Pedros falleciendo entre los antildeos 1365-1366

Men Rodriacuteguez de Biedma-Benavides hijo de Men Rodriacuteguez de Bied-ma y Mariacutea Alfonso de Benavides32 Durante el reinado del Alfonso IX participoacute en la batalla del Salado y con su sucesor Pedro I participoacute en el sitio de Aguilar (1352) En 1361 intervino como negociador por parte de Castilla en la Paz de Terrer Durante la Primera Guerra Civil Caste-llana se pasoacute al bando del usurpador Enrique de Trastaacutemara Fue apre-sado por las tropas del don Pedro en la batalla de Naacutejera (1367) aunque consigue escapar de la prisioacuten Con el futuro rey Enrique II participoacute en la defensa de los alcaacutezares de Jaeacuten y Coacuterdoba y en la batalla de Montiel En pago a sus servicios se le concedioacute el Sentildeoriacuteo de Santisteban del Puer-to En 1376 fue investido Caudillo mayor del obispado de Jaeacuten Se casoacute cuatro veces primero con Mariacutea Alfoacuten de Toledo con la que tuvo varias hijas Su segundo matrimonio fue con Constanza Martiacutenez y el tercero con una tal Teresa probablemente la viuda del Comendador Mayor de Santiago y finalmente con Teresa Manrique hija de Goacutemez Manrique arzobispo de Toledo Fallecioacute en Linares (Jaeacuten) en 138133

Tambieacuten participoacute Garciacute Alvaacuterez de Toledo que fue maestre de la Or-den de Santiago en 1359 aunque solo fue reconocido por los partidarios del rey Pedro I Participoacute en la mayoriacutea de los acontecimientos beacutelicos del momento en el enfrentamiento con el rey de Aragoacuten en el ataque a Venecia en la defensa de las ciudades de Tarazona y Calatayud conquis-tadas al rey aragoneacutes Contra los musulmanes participoacute en las campantildeas contra Antequera o en Linuesa34

32 QUINTANILLA RASO ldquoAportacioacuten al estudio de la nobleza en la Edad Mediardquo pp175-176

33 El caudillo mayor de los concejos y pendones del obispado de Jaeacuten ldquofue un oficio de mucha honra y autoridad pues bajo su orden se habiacutean de juntar las ciudades de la Dioacutecesis en tiempo de guerras o rebatos de moros A eacutel le encomendaban las huestes y habiacutea de acaudillar las gentes de guerra debiendo entender en alardes y hacer ca-balleros nuevos de premia asiacute como sacar por ancianiacutea algunos caballeros de premia y conceder otras prerrogativas Por estas razones fueron siempre Caudillos de este Obispado los caballeros maacutes preclaros de Castillardquo MERCADO EGEA La muy ilustre villa de Santisteban del Puerto p 131

34 MOROLLOacuteN HERNAacuteNDEZ ldquoCaballeros toledanos al servicio de los reyesrdquo pp 40-41

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246236

Antonio Reyes MARtiacutenez

6 Desarrollo de la batalla

Transcurrida la Batalla de Linuesa las tropas castellanas tuvieron poco menos de un mes para rearmarse y desplazase hasta las proximi-dades de Guadix que aunque puede parecer demasiado tiempo pues ambas poblaciones las separan menos de cien kiloacutemetros hay que tener en cuenta dos posibles factores que pudieron retrasar o ralentizar el viaje en primer lugar el factor meteoroloacutegico dado que ambos enfren-tamientos se produjeron en plena estacioacuten invernal y en segundo lugar la celebracioacuten de la Navidad periodo de tiempo incluido en la llamada Tregua de Dios que prohibiacutea el combate35

La croacutenica omite los datos de esta travesiacutea que suponemos debioacute rea-lizarse siguiendo la antigua viacutea romana que conectaba Caacutestulo (Linares) con Acci (Guadix) entrando en el Reino de Granada por las poblaciones de Acatucci (Alicuacuten de Ortega) Fonelas Luchena hasta llegar a la altura del rio Fardes36

La defensa de Guadix ante la sospecha de una potencial ofensiva cristiana habiacutea sido reforzada con cuatro mil peones y seiscientos caba-lleros para evitar por todos los medios la toma de una ciudad tan impor-tante dentro del reino nazariacute que desencadenara a su vez la conquista de Granada objetivo que ambicionaba el rey Pedro con la idea de de-volver el reino a Muhammad V destronado de manera ilegiacutetima

En la mantildeana del 15 de enero de 1362 las tropas cristianas compues-tas por unos dos mil peones y mil caballeros37 llegaron hasta las inme-diaciones de la ciudad de Guadix y dividieron sus tropas en dos grandes grupos uno de ellos se dirigioacute a atacar las tierras de Valle de Alhama38 y el otro permanecioacute detenido ante Guadix Pero cuando los musulmanes se percataron de que el ejeacutercito cristiano se habiacutea dividido en dos salieron de Guadix y los atacaron La red de atalayas o torres vigiacutea que jalonan todo el territorio especialmente las de Almagruz Paulenca y la llamada Torrecilla de Baza debieron jugar un papel fundamental a la hora de ad-vertir la presencia castellana en las proximidades de Guadix incluso es posible que las tropas nazariacutees saliesen al encuentro de los castellanos

35 CRISTINA FLOacuteREZ ldquoDerechos humanos y Medioevordquo pp 80-8136 FORNELL MUNtildeOZ ldquoViacuteas romanas entre Caacutestulo y Accirdquo37 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla Croacutenica del rey Don Pedro pp 336-

33938 La croacutenica silencia el destino de este destacamento es de suponer que pudieron regre-

sar sin mayores problemas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 237

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

para evitar un enfrentamiento a las puertas de la ciudad accitana para evitar la toma de esta o su saqueo en caso de sufrir una posible derrota

El ejeacutercito musulmaacuten cruzoacute un pequentildeo rio a traveacutes de un puente y atacoacute a los cristianos los cuales enviaron a doscientos de sus caballe-ros para repeler el ataque39 Los doscientos jinetes cristianos vencie-ron a los musulmanes les obligaron a retroceder y cruzar nuevamente el puente causaacutendoles unas cincuenta bajas40 Este retroceso sobre el puente hace pensar que aunque fuese un riacuteo de pequentildeas dimensiones su caudal en invierno debiacutea ser lo suficientemente grande para ser atravesado con dificultad

Entre tanto las huestes de Garciacutea de Padilla las de Enrique Enriacutequez el Mozo y las de Rodriacuteguez de Biedma eludieron el auxilio de los caballeros cristianos que habiacutean cruzado el puente y que estaban atacando a los mu-sulmanes Y cuando estos uacuteltimos observaron que los comandantes cristia-nos no saliacutean a ayudar a sus hombres atacaron de nuevo a los cristianos A estas alturas del combate habiacutean perdido la vida Simoacuten Gonzaacutelez de Olite Juan de Mendoza Diacutea Saacutenchez de Rojas y Juan Saacutenchez de Sandoval41

Los caballeros cristianos que continuaban peleando junto al puente y que ya empezaban a entrar en serios apuros reclamaron la llegada de refuerzos a Diego Garciacutea de Padilla y a Enrique Enriacutequez el Mozo aunque estos uacuteltimos les ordenaron su retirada para que de ese modo todo el ejeacuter-cito castellano unido atacase al ejeacutercito granadino Los caballeros cristia-nos obedecieron las oacuterdenes y abandonaron el puente aunque el ejeacutercito musulmaacuten corrioacute tras ellos para atacarles iniciaacutendose una batalla que se prolongoacute hasta el mediodiacutea Las tropas cristianas intentaron aguantar la ofensiva algunos de sus hombres empezaron a desertar y las tropas de

39 Seguacuten Lafuente Alcaacutentara se trata del riacuteo Fardes LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada tomo I p 402 Asenjo Sedano sentildeala que el puente sobre el rio Fardes del que hablan las croacutenicas del siglo XV se situaba a la altura del cortijo de Luchena ASENJO SEDANO De Acci a Guadix pp113-114 La historiografiacutea erudita de los siglos XVIII-XIX en su afaacuten de situar espacialmente el milagro que narra la muerte de nume-rosos romanos paganos que perecen ahogados al derrumbase un puente una vez que es cruzado por San Torcuato y sus compantildeeros en su huida de Guadix perseguidos por predicar el cristianismo identificaron las ruinas de un antiguo puente a la altura del rio Fardes que puede corresponder con el de esta batalla LOacutePEZ y REYES ldquoApuntes para una historiografiacutea de la Arqueologiacutea en la ciudad de Guadix (Granada) Entre los mitos y la realidadrdquo p 62

40 El agua y los puentes estaacuten muy presentes en las croacutenicas de Loacutepez de Ayala como ele-mento obstaculizador adquiriendo un gran valor militar en momentos de conflicto VALDALISO ldquoAgua y espacio en el discurso historiograacutefico medieval castellanordquo p 47

41 HIGUERAS MALDONADO ldquoLa dioacutecesis de Jaeacuten a finales del siglo XIVrdquo p 12

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246238

Antonio Reyes MARtiacutenez

Diego Garciacutea de Padilla y las de Enrique Enriacutequez el Mozo a pesar de que lucharon con valentiacutea fueron derrotadas por los musulmanes

La mayoriacutea de los cristianos fueron capturados o asesinados a ex-cepcioacuten de unos pocos que consiguieron escapar entre ellos Enrique Enriacutequez Diego Garciacutea de Padilla fue uno de los muchos que fueron capturados y junto con otros prisioneros fue llevado hasta Granada42 Pedro Goacutemez de Porres ldquoEl Viejordquo Rui Gonzaacutelez de Torquemada Lope Fernaacutendez de Valbuena y Sancho Peacuterez de Ayala conformaban la noacutemi-na de los numerosos caballeros cristianos hechos prisioneros43

En esta batalla murieron entre otros los caballeros Juan Fernaacutendez Cabeza de Vaca Juan Rodriacuteguez de Villegas el Calvo Diego Loacutepez de Po-rres Juan Fernaacutendez de Herrera y Diego Fernaacutendez de Jaeacuten comenda-dor de Biedma en la Orden de Santiago44 No sabemos el nuacutemero exacto de prisioneros y fallecidos en el campo de batalla pues las croacutenicas de la eacutepoca solo haciacutean recuento de los caballeros45

7 Causas de la derrota

Una de las principales causas que se achacan en esta derrota es el descontento de los comandantes por lo sucedido en la batalla de Linuesa donde se capturoacute un gran nuacutemero de soldados musulmanes y el rey se apropioacute de ellos prometiendo a las oacuterdenes militares una suma de dine-ro a cambio aunque no cumplioacute su promesa46

Tambieacuten pueden achacarse errores de taacutectica como la decisioacuten de dividir las tropas osadiacutea que motivoacute que el ejeacutercito enemigo decidiera iniciar el ataque con el agravante que podiacutea suponer el desconocimiento del territorio por parte del ejeacutercito castellano Las zonas angostas de los valles de los riacuteos Alhama ndash Fardes situados entre montantildeas con abun-dante vegetacioacuten pudieron facilitar posibles emboscadas al ejeacutercito enemigo ademaacutes los nazariacutees debieron disfrutar de un raacutepido apoyo militar y logiacutestico procedente de otras fortalezas cercanas como la de La Peza Alicuacuten o Baacutecor

42 AYALA MARTIacuteNEZ ldquoOacuterdenes militares y frontera en la Castilla del siglo XIVrdquo 43 Sancho Peacuterez de Ayala era tiacuteo del cronista Pedro Loacutepez de Ayala hermano de su padre

Fernaacuten Peacuterez de Ayala44 TORAL ldquoEl alcaide Diego de Biedma y los Biedmas del siglo XV en Baeza Uacutebeda y

Jaeacutenrdquo p 6445 DEVIA ldquoLa guerra en la Croacutenica del rey don Pedro del canciller Loacutepez de Ayalardquo p 32946 LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada tomo I p 402

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 239

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

La negativa de las tropas castellanas a entrar en batalla temerosas a causa de los presagios funestos que los adalides47 habiacutean tenido sobre la inminente batalla que se librariacutea con los musulmanes seguacuten cita en su croacutenica Pedro Loacutepez de Ayala

ldquoOtrosi por quanto algunos adalides les dixeron un diacutea antes que non

aviacutean buenas sentildeales para entrar en aquella cavalgada do iban ca en

aquella tierra las gentes de guerra guianse mucho por tales sentildeales ma-

guer es grand pecado pero asi lo han siempre acostumbrado e tienen

que si van contra aquello que les viene desmano e han lo puesto asiacute en

su voluntad que si les facen partir destas sentildeales non lieban el corazoacuten

seguro lo qual dantildea mucho en tales fechos desque los omes toman res-

celo e miedo en las voluntadesrdquo48

8 Consecuencias de la batalla

Pocos diacuteas despueacutes de haber sido capturados el maestre de la Orden de Calatrava y sus compantildeeros de cautiverio fueron puestos en liber-tad por el rey de Granada y cargados de presentes fueron devueltos al reino de Castilla ya que el monarca granadino deseaba granjearse la amistad del monarca castellano49

ldquoEl Rey Bermejo que entonces regnaba en Granada temiendo que el

Maestre de Calatrava fuera hermano de Dontildea Mariacutea de Padilla eacute era tiacuteo

de los fijos del Rey Don Pedro eacute cuidando que faciendole grandes honras

que le aprovechariacutean para amansar el corazoacuten eacute la voluntad del Rey que

le quisiese aacute eacutel antes ayudar que non al Rey Mahomad acordoacute de soltar

al Maestre eacute aacute algunos de los Caballeros que con eacutel estaban captivos eacute

fizolo asiacute eacute envioacute al Maestre eacute aacute algunos Caballeros al Rey en presente

eacute dioacuteles de sus joyasrdquo50

47 La palabra adalid deriva de la aacuterabe delid que significa guiacutea conductor porque con-duciacutea las huestes por tierras del enemigo Es un teacutermino que se empieza a utilizar por parte de los cristianos con ideacutentica funcioacuten aunque en ocasiones podiacutean desempentildear tareas insoacutelitas como la de presagiar o pronosticar sucesos favorables o adversos me-diante la interpretacioacuten de sentildeales MAILLO SALGADO ldquoFuncioacuten y cometido de los adalides a la luz de textos aacuterabes y romancesrdquo

48 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 33749 DIacuteAZ MARTIacuteN Pedro I el Cruel (1350-1369) p 19350 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 339

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246240

Antonio Reyes MARtiacutenez

Tras el fracaso de las oacuterdenes militares en la batalla de Guadix el rey prescindioacute de ellas en los siguientes ataques a Granada apoyaacutendose in-cluso en vasallos extranjeros51

En febrero de ese mismo antildeo el rey Pedro se reunioacute con Muhammad V en Casares para atacar Iznaacutejar aunque la codicia del monarca caste-llano de quedarse con todas las plazas conquistadas provocoacute el enfado de Muhammad V continuando su lucha en solitario para recuperar el trono nazariacute Mientras tanto el rey castellano consiguioacute un gran nuacutemero de ciudades alqueriacuteas y fortalezas entre ellas Cesna Sagra Benamejiacute El Burgo Ardales Cantildeete Turoacuten e Iznaacutejar52

Aunque Muhammad VI obtuvo algunas victorias insignificantes su despoacutetico gobierno provocoacute la sublevacioacuten de numerosas entre ellas Maacutelaga la maacutes importante del reino despueacutes de Granada y reconocien-do como sultaacuten legiacutetimo a Muhammad V Muhammad VI huyoacute con in-tencioacuten de salvar su vida acogieacutendose a la proteccioacuten del rey don Pedro pero el monarca castellano manteniendo su alianza con Muhammad V lo ejecutoacute y envioacute su cabeza a su aliado en sentildeal de paz y amistad entre ambos reinos53

9 Conclusiones

Desde el punto de vista estrictamente castrense las oacuterdenes militares a pesar de su reconocida preparacioacuten y tener la consideracioacuten de instru-mento eficaz en el campo de batalla cometiacutean errores como cualquier contingente beacutelico de la eacutepoca

Es evidente la conveniencia de los reyes en apoyarse en las oacuterdenes militares para acometer nuevas conquistas teniendo en cuenta que el ejeacutercito real estaba enfrascado en otros frentes (Guerra civil castellana guerra de los dos Pedros etc) A pesar de que las oacuterdenes viviacutean bajo la proteccioacuten real en algunos casos se sucediacutean enfrentamientos entre el monarca y estas por el reparto del botiacuten reparto de cautivos o mercedes prometidas que luego no se cumpliacutean Dichos enfrentamientos podiacutean influir y de hecho influiacutean en el aacutenimo de los comandantes de las hues-tes a pesar de sus firmes convicciones en la lucha contra el infiel

51 AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) p 463

52 IRADIEL y LADERO QUESADA Historia de Espantildea (siglos XIV-XV) p 30853 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 347

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 241

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

La contienda de Guadix hay que entenderla ademaacutes en el contexto de una guerra civil en la que los miembros de las oacuterdenes militares especialmente los maestres no quedaran al margen sino que tomaran posiciones junto a Pedro I o Enrique de Trastaacutemara en funcioacuten de los intereses personales de cada uno

El peso de las creencias medievales podiacutea determinar el resultado de una batalla como asiacute lo fue en esta a pesar de que los comportamientos supersticiosos eran impropios de caballeros54 cuya obligacioacuten era luchar y morir por la fe tal y como recoge el ldquoMemorial de Caballerosrdquo de Alon-so de Cartagena55

La imagen de fragilidad que exportaba al exterior el Reino de Gra-nada debido a sus incesantes luchas internas estimulaba estas cabal-gadas en la frontera aunque el enfrentamiento de Guadix supuso un serio reveacutes a los castellanos Con posterioridad y aun saltaacutendose las treguas establecidas se sucedieron diferentes actos de asedio razias y cabalgadas acciones que realmente son las que causan un verdadero desgaste produciendo un fuerte impacto en las estructuras econoacutemi-cas y productivas56

Llama la atencioacuten el hecho de que Pedro Loacutepez de Ayala no utilice el teacutermino ldquobatallardquo al relatar este suceso pese a las consecuencias que tuvo este enfrentamiento militar sino que utiliza el teacutermino ldquopeleardquo y que entrariacutea seguacuten las croacutenicas de la eacutepoca dentro de la categoriacutea de algarada correduriacutea celada o cabalgada57 por tanto fue percibida en su momento como una batalla de entidad menor quizaacutes para minimizar la perdida sufrida por parte de los castellanos

Entre los antildeos 1433 y 1435 durante el reinado de Juan II se produciacutea la toma por parte de los castellanos de la fortaleza de Alicuacuten58 asiacute como la tala sistemaacutetica de la vega accitana llevada a cabo por el Comenda-dor Mayor de Calatrava junto con otros nobles59 En 1458 Enrique IV de Castilla con las tropas de Lucas de Iranzo consiguioacute gran cantidad de

54 TOVAR JUacuteLVEZ ldquoAspectos caballerescos de las croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo55 MARTIacuteN y SERRANO ldquoTratados de Caballeriacutea desafiacuteos justas y torneosrdquo56 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLa guerra medieval en su contexto entre el mito y la reali-

dadrdquo p 16657 NOVOA PORTELA ldquoOacuterdenes militares y batallas perdidasrdquo pp 131-13258 VIGUERA MOLINS ldquoGuerra y paz en la frontera nazariacute desde las fuentes aacuterabesrdquo p 89 59 AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) p

477

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246242

Antonio Reyes MARtiacutenez

cabezas de ganado60 Aunque la ciudad resistioacute casi el mismo tiempo que la capital del reino su destino estaba escrito capitulando ante los Reyes Catoacutelicos el 29 de diciembre de 1489 130 antildeos despueacutes

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

ARGOTE DE MOLINA Gonzalo Nobleza de Andaluciacutea Sevilla 1588

LOacutePEZ DE AYALA Pedro Croacutenica de los reyes de Castilla Croacutenica del rey Don Pedro Madrid 1779

SUAREZ Pedro Historia del obispado de Guadix y Baza Madrid 1696

2 Bibliografiacutea

AHMAD MUKHTAR ʻAL-ABBADI El Reino de Granada en la eacutepoca de Muhmiddot ammad V Instituto de Estudios Islaacutemicos Madrid 1973

ALCAacuteNTARA VALLE Joseacute Mariacutea ldquoLa guerra y la paz en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Do-cumentos 42 2015 pp 11-58

ARIEacute Rachel LacuteEspagne musulmane au temps des nasrides (1232-1492) eacuteditions E de Boccard Paris 1973

ASENJO SEDANO Carlos De Acci a Guadix Granada 2002

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de ldquoOacuterdenes militares y frontera en la Castilla del siglo XIVrdquo En la Espantildea Medieval 23 2000 pp 265-291

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Marcial Pons ediciones de historia Madrid 2003

BOIS Guy La gran depresioacuten medieval siglos XIVndash XV el precedente de una crisis sisteacutemica Biblioteca Nueva Universidad de Valencia Va-lencia 2001

CRISTINA FLOacuteREZ Gloria ldquoDerechos humanos y Medioevordquo Anuario Ju-riacutedico y Econoacutemico Escurialense XLIV 2011 pp 73-94

DEVIA Celia ldquoLa guerra en la Croacutenica del rey don Pedro del canciller Loacutepez de Ayalardquo Mirabilia revista electroacutenica de Histoacuteria antiga e me-dieval 8 2008 pp 321-331

60 LOPEZ DAPENA ldquoCautiverio y rescate de don Juan Manriquerdquo p 246

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 243

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

DEVIA Cecilia ldquoPedro I y Enrique II de Castilla la construccioacuten de un rey monstruoso y la legitimacioacuten de un usurpador en la Croacutenica del canciller Ayalardquo Mirabilia revista electroacutenica de Histoacuteria antiga e me-dieval 13 2011 pp 58-78

DIacuteAZ MARTIacuteN Luis Vicente Pedro I 1350ndash 1369 Diputacioacuten Provincial de Palencia Palencia 1995

DIacuteAZ MARTIacuteN Luis Vicente Pedro I el Cruel (1350-1369) Ediciones Trea Gijoacuten 2007

FORNELL MUNtildeOZ Alejandro ldquoViacuteas romanas entre Caacutestulo y Accirdquo Flo-rentia Iliberritana 7 1996 pp 125-140

FRANCO SAacuteNCHEZ Francisco ldquoEl reino nazariacute de Granada seguacuten un viajero mudeacutejar almeriense Ibn As Sabbah (m despueacutes 8951490)rdquo Sharq al-Andalus 13 1996 pp 203-224

GARCIacuteA DIacuteAZ Isabel ldquoLa orden de la Bandardquo Archivum Historicum So-cietatis Iesu 60 1991 pp 29-89

GIMENO CASALDUERO Joaquiacuten ldquoLa personalidad del canciller Pero Loacutepez de Ayalardquo Monteagudo Revista de literatura espantildeola hispa-noamericana y teoriacutea de la literatura 36 1961 pp 4-10

GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Manuel ldquoRelaciones de las ordenes militares cas-tellanas con la coronardquo Historia Instituciones Documentos 18 1991 pp 209-222

HIGUERAS MALDONADO Juan ldquoLa dioacutecesis de Jaeacuten a finales del siglo XIV (notas y documentos latinos)rdquo Boletiacuten del Instituto de Estudios Giennenses 103 1980 pp 9-80

IRADIEL Paulino y LADERO QUESADA Miguel Aacutengel Historia de Espa-ntildea (siglos XIV-XV) De la crisis medieval al Renacimiento GeoPlaneta Editorial 1989

LACARRA Joseacute Mariacutea Alfonso El Batallador Guara editorial Zaragoza 1978

LAFUENTE ALCAacuteNTARA Miguel Historia de Granada Tomo I Granada 1843

LAFUENTE GOacuteMEZ Mario La Guerra de los Dos Pedros en Aragoacuten (1356-1366) Impacto y trascendencia de un conflicto bajomedieval Universi-dad de Zaragoza Zaragoza 2009

LOacutePEZ DAPENA Asuncioacuten ldquoCautiverio y rescate de don Juan Man-rique capitaacuten de la frontera castellanaraquo (1456-1457)rdquo Cuadernos

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246244

Antonio Reyes MARtiacutenez

de estudios medievales y ciencias y teacutecnicas historiograacuteficas 12-13 1984 pp 243-253

LOacutePEZ GARCIacuteA Antonio y REYES MARTINEZ Antonio ldquoApuntes para una historiografiacutea de la Arqueologiacutea en la ciudad de Guadix (Grana-da) Entre los mitos y la realidadrdquo en Colecciones arqueoacutelogos ins-tituciones y yacimientos en la Espantildea de los siglos XVIII al XX Sergio Espantildea Rebeca Arranz y Alberto Romero (Eds) Archaeopress 2018 p 61-74

MAILLO SALGADO Felipe ldquoFuncioacuten y cometido de los adalides a la luz de textos aacuterabes y romances Contribucioacuten al estudio del Medievo espantildeol y al de su leacutexicordquo Congreso internacional Encuentro tres Cul-turas III Toledo 1988 pp 109-130

MANZANO RODRIacuteGUEZ Miguel Aacutengel La intervencioacuten de los Benimeri-nes en la Peniacutensula Ibeacuterica CSIC Madrid 1992

MARTIacuteN RODRIGUEZ Joseacute Luis y SERRANO PIEDECASAS Luis ldquoTrata-dos de Caballeriacutea desafiacuteos justas y torneosrdquo Espacio Tiempo y For-ma Serie Historia Medieval 4 1991 pp 161-242

MARTIacuteN RODRIGUEZ Joseacute Luis ldquoReconquista y cruzadardquo Studia Zamo-rensia 3 1996 pp 2165-241

MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Gonzalo Alfonso VI Sentildeor del Cid conquistador de To-ledo Temas de hoy coleccioacuten historia Madrid 2003

MERCADO EGEA Joaquiacuten La muy ilustre villa de Santisteban del Puerto Madrid 1973

MONSALVO ANTOacuteN Joseacute Mariacutea (Coord) Historia de la Espantildea Medieval Ediciones Universidad de Salamanca Salamanca 2018

MOROLLOacuteN HERNAacuteNDEZ Pilar ldquoCaballeros toledanos al servicio de los reyes en el siglo XIVrdquo Anales toledanos 42 2006 pp 7-43

NOVOA PORTELA Feliciano ldquoOacuterdenes militares y batallas perdidasrdquo Norba Revista de Historia 20 2007 pp 129-141

QUINTANILLA RASO Mariacutea Concepcioacuten ldquoAportacioacuten al estudio de la no-bleza en la Edad Media La casa sentildeorial de los Benavidesrdquo Historia Instituciones y Documentos 1 1974 pp 165-222

REYES MARTIacuteNEZ Antonio ldquoEstructuras econoacutemicas y actividad comer-cial en Guadix en eacutepoca nazariacuterdquo Alndash Andalus y el mundo cristiano Ho-menaje a Francisco Javier Aguirre Saacutedaba Francisco TORO CEBALLOS y Francisco VIDAL CASTRO (Coord) Alcalaacute la Real 2018 pp 255-268

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 245

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

RODRIacuteGUEZ CASILLAS Carlos J ldquoLa guerra medieval en su contexto en-tre el mito y la realidadrdquo Roda da fortuna Revista Electroacutenica sobre Antiguidade e Medievo Volume 1 Nuacutemero 2 pp 158-169

RODRIacuteGUEZ HERMOSELL Joseacute Ignacio ldquoNoticias bajomedievales de Vi-llanueva de Barcarrotardquo Revista de Estudios Extrementildeos Tomo LXX Nuacutemero III 2014 pp 1497-1524

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoCaballeriacutea y nobleza en la or-den de Calatrava Castilla 1350-1450rdquo Anuario de Estudios Medieva-les 372 2007 pp 711-739

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoLos cismas en las oacuterdenes militares ibeacutericas durante la Edad Mediardquo En la Espantildea Medieval 34 2011 pp 277-306

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoNobleza y sociedad en la Cas-tilla bajomedieval El linaje Padilla en los siglos XIV-XVrdquo Studia His-toacuterica Historia Medieval 33 2015 pp 121-153

SARR MARROCO Bilal ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemico a la luz de las fuentes aacuterabes y del registro ar-queoloacutegicordquo Boletiacuten del Centro de Estudios Pedro Suaacuterez 24 2011 pp 39-54

TORAL Y FERNAacuteNDEZ DE PENtildeARANDA Enrique ldquoEl alcaide Diego de Biedma y los Biedmas del siglo XV en Baeza Uacutebeda y Jaeacutenrdquo Boletiacuten del Instituto de Estudios Jienenses 99 1979 pp 55-80

TORRES FONTES Juan ldquoDualidad fronteriza guerra y pazrdquo Actas del congreso La frontera oriental nazariacute como sujeto histoacuterico (siglos XI-II-XVI) Pedro SEGURA ARTERO (Coord) Instituto de Estudios Alme-rienses Almeriacutea 1997 pp 63-78

TOVAR JUacuteLVEZ Tomaacutes Rafael ldquoAspectos caballerescos de las croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo Clio History and History teaching 32 2016

VALDALISO CASANOVA Covadonga ldquoAgua y espacio en el discurso his-toriograacutefico medieval castellano las croacutenicas de Pedro Loacutepez de Aya-lardquo La percepcioacuten del agua en la Edad Media Mariacutea Isabel DEL VAL VALDIVIESO (ed) Alicante 2005 pp131-145

VALDALISO CASANOVA Covadonga ldquoLa obra croniacutestica de Pedro Loacutepez de Ayalardquo Edad Media Revista Historia 12 2011 pp 193-211

VALDEOacuteN BARUQUE Julio Pedro I el Cruel y Enrique de Trastaacutemara iquestLa primera guerra civil espantildeola Ediciones Santillana Madrid 2002

VAacuteZQUEZ CAMPOS Braulio ldquoSobre los oriacutegenes del Adelantamiento de Andaluciacuteardquo Historia Instituciones Documentos 27 2000 pp 333-373

VAacuteZQUEZ CAMPOS Braulio Los adelantados mayores de la frontera o Andaluciacutea (Siglos XIII-XIV) (1ordf edicioacuten) Camas Diputacioacuten de Sevilla 2006

VIGUERA MOLINS Mariacutea Jesuacutes ldquoGuerra y paz en la frontera nazariacute des-de las fuentes aacuterabesrdquo Actas del congreso La frontera oriental na-zariacute como sujeto histoacuterico (siglos XIII-XVI) Pedro SEGURA ARTERO (Coord) Instituto de Estudios Almerienses Almeriacutea 1997 pp 79-90

Fecha de recepcioacuten 30-06-2019

Fecha de aceptacioacuten 13-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 247

Nuevas aportaciones sobre la campantildea de Juan II contra los Infantes de Aragoacuten

en Alburquerque (1429-32)

New contributions on the campaign of Juan II against the Infantes de Aragoacuten in Alburquerque

(1429-32)

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez CasillasUniversidad de Extremadura

Resumen

A pesar de que se ha estudiado ampliamente la campantildea que Juan II desplegoacute en Alburquerque contra los Infantes de Aragoacuten todaviacutea se desconocen numerosos aspectos vinculados con la organizacioacuten de los recursos el despliegue de tropas o su propio comportamiento operativo Toda una serie de lagunas que tratare-mos de subsanar con esta investigacioacuten

Palabras clave

Juan II de Castilla Infantes de Aragoacuten Alburquerque guerra Edad Media

Abstract

Although the campaign that Juan II led in Albuquerque against the Infantes of Aragon has been extensively studied various aspects related to the organisation of resources the deployment of troops or their own operational behaviour are still unknown There is a whole series of gaps that we will set out to bridge with this research project

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico crguezcasillasgmailcom Doctor en Historia por la Universidad de Extremadura

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267248

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Keywords

Juan II of Castile Infantes of Aragoacuten Alburquerque warfare Middle Ages

Introduccioacuten

Es mucho lo que se ha escrito sobre los Infantes de Aragoacuten No en vano nos situamos ante una serie de personajes poliacuteticos que gozaron de un gran poder de actuacioacuten en el conjunto de los reinos hispaacutenicos del siglo XV1 Para el caso concreto que nos ocupa la campantildea de Juan II en la comarca de Alburquerque durante la rebeldiacutea de Pedro y En-rique de Aragoacuten (1429-32) hemos de decir que su estudio cuenta con una larga tradicioacuten2 No obstante a pesar de la produccioacuten acadeacutemica generada en las uacuteltimas deacutecadas todaviacutea existen serias lagunas sobre la organizacioacuten de los recursos el desarrollo de las operaciones militares y los ejeacutercitos que las llevaron a cabo Razoacuten por la cual el objetivo de este trabajo es analizar la praacutectica beacutelica y la intrahistoria de este con-flicto sobre todo los antildeos que van de 1430 a 1431 a la postre los maacutes desconocidos

Para ello tomaremos como referente una fuente tan privilegia-da como ineacutedita la correspondencia personal que mantuvo Lorenzo Suaacuterez de Figueroa con los distintos capitanes y gentes de guerra que estuvieron al servicio de sus altezas en Extremadura durante esta con-frontacioacuten Este fondo compuesto por unas 115 unidades documentales

1 De entre los hijos de Fernando de Antequera y Leonor de Alburquerque Alfonso el primogeacutenito fue rey de Aragoacuten entre 1416 y 1458 Mariacutea fue reina consorte de Castilla hasta su muerte en 1445 Juan fue rey consorte de Navarra desde 1425 y posteriormen-te ocupoacute el trono de Aragoacuten tras el fallecimiento de su hermano en 1458 Enrique fue conde de Alburquerque duque de Villena y maestre de Santiago Sancho fue designa-do maestre de Alcaacutentara en 1408 pero murioacute de forma prematura a los quince antildeos de edad Leonor fue reina consorte de Portugal y finalmente Pedro el menor de todos poseyoacute importantes enclaves como el castillo de Alba de Liste BENITO RUANO Los Infantes de Aragoacuten pp 9-13

2 A finales de 1930 Duarte Insuacutea publicoacute una serie de monografiacuteas sobre los Infantes de Aragoacuten en Extremadura que tuvieron un gran eco en la historiografiacutea regional (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura dinastiacutea Trastaacutemarardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el secuestro de Tordesillasrdquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura la Corte del rey poetardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura guerra de familiardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerque por d Aacutelvaro de Lunardquo y ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el repartordquo) A estos trabajos le seguiriacutean en el tiempo las investigaciones de Pino Garciacutea (Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 169-185) y maacutes recientemente las de Maciacuteas Martiacuten (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadurardquo pp 178-199)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 249

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

estaacute custodiado en el Archivo Ducal de Medinaceli en su sede de Toledo3 En su favor hemos de decir que la documentacioacuten alude a aspectos tan significativos como desconocidos por la historiografiacutea tradicional tales como el nuacutemero de efectivos y la ubicacioacuten de las fuerzas realistas o el diacutea a diacutea que se vivioacute en el interior de Alburquerque mientras duroacute la rebeldiacutea de los Infantes Por contra cuenta con la desventaja de que mu-chas de las misivas estaacuten sin fechar lo que dificulta la reconstruccioacuten cronoloacutegica de los acontecimientos

Conviene aclarar que aunque Mazo Romero ya consultoacute este fondo en su conjunto para su ceacutelebre investigacioacuten sobre el condado de Feria4 parte de la documentacioacuten todaviacutea estaacute ineacutedita o no ha sido estudiada en profundidad

Finalmente quisiera sentildealar que seriacutea un error entender esta inves-tigacioacuten como un trabajo en clave regional limitado geograacuteficamente por cuanto su intencioacuten es tambieacuten poner de relieve diversas realidades vinculadas con el estudio de la guerra medieval a nivel general como la importancia que tuvieron las redes de espionaje y los sistemas de comu-nicacioacuten a la hora de encarar un conflicto

1 Anaacutelisis de la campantildea

11 Precedentes

Los Infantes de Aragoacuten intervinieron muy activamente en la gestioacuten del poder Esto hizo que Juan II junto a algunos de sus maacutes firmes par-tidarios caso de don Aacutelvaro de Luna intentasen acotar el intrusismo de los vaacutestagos de Fernando de Antequera dentro de la esfera poliacutetica del reino Como resultado de este choque de intereses ambas facciones recurrieron en muacuteltiples ocasiones al uso de la fuerza para alcanzar sus propios horizontes poliacuteticos Precisamente en esta violenta dicotomiacutea por ejercicio del poder o mejor dicho por el disfrute de la influencia sobre el soberano se encuentra el origen del enfrentamiento que aquiacute se va analizar

3 Archivo Ducal de Medinaceli sede Toledo (en adelante ADM) Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 En nuestro caso hemos utilizado las cartas que Figueroa recibioacute del maes-tre Sotomayor (exp 4 docs 38-49) del Comendador Mayor de Leoacuten de la orden de Santiago (exp 8 docs 118-119) del Almirante de Castilla y el Adelantado Mayor de Leoacuten (exp 5 docs 55-57) y de los alcaides de Barcarrota (exp 5 doc 89) y Jerez de los Caballeros (exp 5 doc 85)

4 MAZO ROMERO El condado de Feria ndash1394-1505-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267250

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

A mediados de 1428 tras reintegrar en la Corte a don Aacutelvaro de Luna Juan II expulsoacute de la misma al Infante don Enrique maestre de Santiago y a su hermano don Juan rey consorte de Navarra Temiendo que sus inte-reses pudiesen verse afectados por la accioacuten represiva del soberano los In-fantes anteriormente divididos hicieron ahora causa comuacuten y recurrieron al uso de la fuerza para alcanzar sus objetivos y defender su patrimonio5

En junio de 1429 los Infantes Alfonso y Juan reyes de Aragoacuten y Navarra respectivamente invadieron Castilla por la zona de Ariza Al poco tiempo se les uniriacutea su hermano Enrique con un escaso contingente Don Aacutelvaro de Luna al frente de los ejeacutercitos castellanos persiguioacute a los aragoneses hasta darles alcance6 Cuando todo haciacutea presagiar el enfrentamiento Ma-riacutea reina de Aragoacuten y hermana de Juan II aparecioacute en escena de manera inesperada y evitoacute el derramamiento de sangre7 Tras la intermediacioacuten de la reina los Infantes levantaron su campamento y se retiraron del lugar Alfonso y Juan cruzaron de nuevo la frontera mientras que Enrique enca-minoacute sus pasos hacia sus dominios en el interior de Castilla8

Se habiacutea evitado la batalla pero esto no significaba que se hubie-sen suspendido las hostilidades Al contrario el monarca castellano al conocer la retirada de los Infantes aumentoacute la presioacuten militar en las fronteras de Aragoacuten y Navarra y ordenoacute confiscar todos los bienes de Enrique (tanto patrimoniales como maestrales)9 El encargado de llevar a cabo este cometido seriacutea el conde de Benavente Rodrigo Alonso Pi-mentel cuya presioacuten militar obligoacute a Enrique a refugiarse en sus pose-siones de Extremadura10

5 AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLa Castilla de Juan II y de Enrique IVrdquo pp 155-156 AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEl precio de la guerrardquo pp 63-64

6 SUAacuteREZ FERNAacuteNDEZ Nobleza y Monarquiacutea p 2077 Seguacuten las fuentes la reina situoacute su tienda entre ambos ejeacutercitos obligaacutendoles a negociar

BAZAacuteN DIacuteAZ ldquoLas mujeres medievales como agentes de paz y reconciliacioacutenrdquo p 48 PORRAS ARBOLEDAS Juan II rey de Castilla y Leoacuten p 1369 Seguacuten la croacutenica de Juan II de Galiacutendez de Carvajal ldquoEl Rey iba continuando su camino

por dar la batalla a los Reyes de Aragoacuten e Navarra e fue certificado que eran vueltos en Aragoacuten de lo qual hubo enojo y embioacute luego sus cartas por todas las cibdades e villas de sus Reynos hacieacutendoles saber todo lo pasado e mandaacutendoles que hiciesen guerra cruel a los Reyes de Aragoacuten y de Navarra e a sus Reynos Y embioacute secrestar todas las villas e lugares del Infante Don Enrique asiacute del Maestrazgo de Santiago como de su patrimonio porque se habiacutea juntado con los Reyes sus hermanos despueacutes de tantos ofrescimientos quantos al Rey habiacutea hechordquo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II antildeo 1429 cap XV Un claro ejemplo de esta actividad militar fueron las incursiones de devasta-cioacuten realizadas entonces por el Condestable castellano en tierra de Aragoacuten Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna tiacutets XXIII-XIV

10 AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEnrique Infante de Aragoacutenrdquo pp 67-68

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 251

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

En un primer momento Enrique se hizo fuerte en Trujillo donde se le unioacute su hermano el Infante don Pedro Cuando ambos tuvieron noticia de que don Aacutelvaro de Luna marchaba en su contra al frente de un des-tacado ejeacutercito arrasaron el arrabal de la villa dejaron a un hombre de confianza al frente del castillo y se dirigieron a Alburquerque poderoso enclave fortificado en la frontera con Portugal11

Tras someter Trujillo e intentar vanamente conquistar Montaacuten-chez don Aacutelvaro de Luna se dirigioacute a Meacuterida donde junto al conde de Benavente y los adelantados Diego Ribera y Alonso Tenorio convinie-ron que lo maacutes importante era reducir a Enrique y que para ello de-biacutean marchar sobre Alburquerque12 Comenzaba asiacute una campantildea que aunque principio pareciacutea breve terminoacute dilataacutendose en el tiempo de manera excesiva hasta 1432

12 La campantildea de Alburquerque 1429-32

La rebeldiacutea de los Infantes en Alburquerque llevaba impliacutecito a nues-tro juicio un gran riesgo para los intereses de Juan II inmerso como es-taba en plena campantildea con Aragoacuten Por un lado este nuevo frente podiacutea afectar al desarrollo de las operaciones militares en la frontera arago-nesa al tener que dividir tanto esfuerzos como recursos Ademaacutes se corriacutea el riesgo de que el heredero de la corona portuguesa don Duarte pudiese brindar cierta cobertura militar a Pedro y Enrique al estar ca-sado con una de sus hermanas Leonor lo que terminariacutea involucrando a Portugal en la contienda aunque fuese indirectamente13

Quizaacute fue por este conjunto de razones por el que Luna tratoacute de erradicar el conflicto de forma inmediata primero desafiando a los In-fantes a un combate y posteriormente requiriendo al rey su venida para negociar con ellos una posible rendicioacuten14 La primera viacutea resultoacute un fracaso y en lo que atantildee a la segunda si bien es verdad que Mon-taacutenchez claudicoacute ante la mera presencia del monarca en Alburquerque la guarnicioacuten arremetioacute contra el pendoacuten real y los delegados regios15

11 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1429 cap XLII 12 DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerquerdquo p

18613 PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 174-17714 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna tiacutet XXXIII15 En funcioacuten de la carta que el monarca castellano envioacute a los grandes del reino hacieacuten-

doles saber los hechos ocurridos en Alburquerque ldquomandeacute a ellos y a todos los otros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267252

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Ante dicha tesitura Alburquerque fue combatido durante varios diacuteas No obstante la prolongacioacuten del asedio obligoacute a Juan II y al Condestable a regresar al corazoacuten de Castilla dejando al cargo de las operaciones militares a Juan de Sotomayor maestre de Alcaacutentara16

121 La actividad militar durante la capitaniacutea general de Sotomayor

Desde el momento en el que Juan II y el Condestable abandonaron el teatro de operaciones y dejaron al frente del asedio al maestre Soto-mayor las referencias croniacutesticas sobre la actividad militar en Albur-querque son muy escasas casi inexistentes lo que ha impedido hasta ahora conocer los entresijos de la campantildea De ahiacute la importancia de la documentacioacuten del Archivo de Medinaceli

A este respecto seguacuten los fondos consultados el monarca castellano ordenoacute que en el frente de Alburquerque debiacutea estar operativo un ejeacuter-cito de 300 hombres de armas 90 jinetes y 200 peones En palabras de Sotomayor este contingente quedoacute distribuido de la siguiente manera

El comendador mayor de la tierra de Leoacuten de la orden de Santiago estaacute

en Meacuterida con veynte roccedilines el comendador mayor de Alcaacutentara con

veynte roccedilines e en Piedrabuena estaacuten quarenta roccedilines e en Mayorga

veynte roccedilines e los peones estaacuten repartidos eso mesmo por los casti-

llos e puertos e la otra gente de armas que sobra estaacute en Valenccedilia [de

Alcaacutentara]17

que con ellos estaban que llanamente recibiesen en la dicha villa y en el castillo y for-taleza della a miacute e a los que comigo iban e que me acogiesen en lo alto e baxo como a su Rey e Sentildeor (hellip) E los dichos Infantes por sus propias personas lanzaron contra miacute e contra el miacute verdadero pendoacuten e contra el dicho don Aacutelvaro de Luna miacute Condestable e los otros que comigo veniacutean (hellip) muchas saetas Y eso mesmo hicieron lanzar e lan-zaron diez o doce truenos a do yo estabardquo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II antildeo XXX cap II Este texto ya fue citado con anterioridad por DUARTE INSUacuteA (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerquerdquo p 176) y posteriormen-te por PINO GARCIacuteA (Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 196-198)

16 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos infantes de Aragoacutenrdquo pp 179-18017 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 La Croacutenica del Halconero reco-

ge a este respecto una cifra de hombres similar (400 hombres de armas y jinetes maacutes 200 ballesteros) y alude tambieacuten al reparto de las fuerzas reales CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II antildeo 1429 cap XXIX No obstante la informacioacuten que aporta el documento que presentamos es mucho maacutes rica y valiosa por cuanto especi-fica por ejemplo el nuacutemero concreto de tropas su distribucioacuten exacta sobre el terreno o algunos de los mandos que estuvieron al frente de ellas Ademaacutes maacutes adelante el documento de Sotomayor alude a que estos efectivos podiacutean servirse del auxilio mi-litar de las poblaciones de Trujillo Caacuteceres y Arroyo del Puerco dejando entrever la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 253

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Seguacuten lo expuesto se advierte la existencia de una estructura de mando articulada de la siguiente manera Sotomayor como liacuteder de los ejeacutercitos y en un escaloacuten inferior el Comendador Mayor de Alcaacutentara el Comendador Mayor de la provincia de la Leoacuten de Santiago y final-mente don Lorenzo Suaacuterez de Figueroa Eacuteste uacuteltimo aunque no aparece citado en la anterior relacioacuten de tropas hemos de situarlo en la ciudad de Badajoz con una hueste de 70 lanzas18

Ademaacutes de esta fuerza se hizo un llamamiento para que todas las poblaciones de la comarca velasen por la defensa del territorio Un as-pecto a tener en consideracioacuten es que estos efectivos no debiacutean percibir salario alguno por cuanto en realidad lo que estaban haciendo era pro-teger sus propios hogares Seguacuten las instrucciones de Sotomayor

El Rey nuestro sentildeor nos escrivioacute por quanto en esta tierra es necesario

de aver buena quadrilla de gente que los cavalleros e escuderos desta

comarca que estoviesen en sus casas en los lugares desta frontera que

non oviesen sueldo por quanto sy sueldo oviesen non avriacutean tanta gen-

te que maacutes servicio suyo es [que] el sueldo que a los tales se oviese a dar

que se pagase a otros estrangeros ca de los veccedilinos ccedilierto seriacuteamos que

estaacuten en defensioacuten de sus fasiendas e casas (hellip) a ningund vuestro vesi-

no non curedes de mandar pagar sueldo aunque sean vasallos del Rey

que los constringades e apremiedes que esteacuten en sus casas para cada e

quando cumpliere19

Por otra parte en lo que atantildee al plan de operaciones el hecho de que las tropas estuviesen dispersas en diferentes puntos estrateacutegicos nos hace pensar que el cerco disentildeado por Sotomayor no consistioacute en un bloqueo inmediato sobre Alburquerque sino en un cierre del espacio a media y larga distancia20 De tal manera las fuerzas realistas ocuparon tanto los castillos de Piedrabuena y Mayorga (situados a 15 kiloacutemetros de Alburquerque) como los de Valencia de Alcaacutentara y Badajoz (a 35

implicacioacuten de sus milicias en el desarrollo de este conflicto ldquolos de Trujillo e Caacuteccedileres e los del Arroyo del Puerco se yuntaraacuten con nosrdquo

18 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 La orden de Juan II fue emitida el 28 de abril de 1430 PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval dehellip Alcaacutentara vol II doc 859

19 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4320 Esta modalidad de asedio en la distancia ha sido estudiada por Palacios Ontalva en

su artiacuteculo ldquoCastillos contra castillos Padrastros y fortalezas de asedio en la Espantildea Medievalrdquo p 35

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267254

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

kiloacutemetros de distancia) e incluso los santiaguistas de Meacuterida y Mon-taacutenchez (a unos 80 kiloacutemetros) Ademaacutes hemos de recordar que para completar este dispositivo se diseminaron numerosos peones por los puertos cercanos y se enviaron tambieacuten diversos destacamentos a otros castillos menores cuyos nombres son omitidos21

Reparto de las tropas sobre el territorio

Al estar separados entre siacute por grandes distancias los capitanes al frente de cada una de estas posiciones se vieron obligados a establecer y consolidar diversos sistemas de comunicacioacuten si lo que queriacutean era actuar de manera coordinada El mecanismo maacutes usual a la vez que tradicional fue el enviacuteo de mensajeros y el intercambio de notas No obstante en ocasiones debido a la urgencia por hacer llegar una deter-minada indicacioacuten Sotomayor especificoacute que las noticias especialmen-te los llamamientos de socorro debiacutean realizarse mediante sentildeales de humo si era de diacutea y con fuego por la noche

E por cada [vez] que necesario fuere vos podedes concertar con el Co-

mendador Mayor de Leoacuten que estaacute en Meacuterida Que vos entendades por

sentildeales de almenaras22 de noche e afumadas de diacutea E por estas mismas

21 ADM Archivo Histoacuterico ramo 3 leg 52 doc 42 22 Seguacuten el diccionario de la RAE por almenara se entiende todo aquel fuego que se haciacutea

en atalayas y torres para dar aviso de algo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 255

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

sentildeales que se conccedilierte el Comendador Mayor con los de Montaacutenchez e

por esta viacutea podedes prestamente ser dellos socorrido e vosotros soco-

rrer a ellos E por las sentildeales de almenaras e afumadas que se fisieren

en Meacuterida e Montaacutenchez los de Trujillo e Caacuteccedileres e los del Arroyo del

Puerco se yuntaraacuten con nos en guisa que los unos e los otros nos poda-

mos bien socorrer23

Otro aspecto fundamental para los capitanes que actuaron al servi-cio de sus altezas en Extremadura fue conocer los planes de operaciones de los Infantes para asiacute poder anticiparse a sus movimientos y actuar en consecuencia Con este objetivo en mente se desplegoacute entonces una intrincada red de espionaje cuyos tentaacuteculos se extendieron incluso por Portugal Para ello se repartieron numerosos efectivos por los montes situados en las cercaniacuteas de Alburquerque con el fin de recabar toda la informacioacuten posible sobre la actividad militar de Pedro y Enrique Las instrucciones de Sotomayor asiacute lo ponen de manifiesto

Segund ya vos escrivimos que esta mesma regla tenemos nos acaacute en esta

tierra de tener las guardas e escuchas en los puertos e pasos e enviar

por toda la gente de la comarca con ombres de cavallo e sy para acaacute

salieren a maacutes andar vos lo escreviremos24

Ademaacutes tambieacuten dispusieron de personas infiltradas en el campa-mento rival verdaderos espiacuteas como reconociese el Comendador Ma-yor de Santiago desde el lunes tenemos un ome en Alburquerque por es-piacutea e de cada un diacutea lo atendemos25

Asiacute pues gracias a la implantacioacuten de este sistema se obtuvieron in-formes privilegiados sobre la actividad de los Infantes en Alburquer-que Por ejemplo tenemos constancia de que Pedro y Enrique teniacutean instalado un tablado en la plaza de la villa para realizar reclutamientos y efectuar el pago de las soldadas Tambieacuten sabemos que los Infantes teniacutean alzado un pendoacuten del rey entre sus escudos de armas y que in-cluso haciacutean pregonar diversas proclamas como la siguiente ldquobiva el

23 ADM Archivo Histoacuterico ramo 3 leg 52 doc 42 En palabras de Joatildeo Gouveia Montei-ro esta forma de comunicacioacuten en la distancia constituiacutea una verdadera ldquotelegrafiacutea oacutepticardquo con raiacuteces ancestrales MONTEIRO A guerra em Portugal nos finaacuteis da Idade Meacutedia p 244

24 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4325 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 119

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267256

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Rey e mueran los traidores malos consejerosrdquo26 Finalmente no parece que contaran con demasiados apoyos entre la poblacioacuten aunque siacute que esperaban la ayuda de Portugal27

Ademaacutes en un intento por paliar los dantildeos que pudieran ocasionar los Infantes Sotomayor ordenoacute que se segaran los campos y que el gana-do se guardase en un lugar seguro

E por quanto en toda esta vera de Portugal alccedilan los ganados e dan

prisa por segar los panes faredes esto mesmo arredrar los ganados e

[que] sieguen los panes e los pongan en lugares ccedilercados pues por esta

viacutea ellos lo fasen28

No obstante a pesar de estos esfuerzos las evidencias demuestran que los Infantes terminaron ocasionando numerosos robos A este res-pecto lo habitual la forma maacutes comuacuten de llevar a cabo este tipo de correriacuteas fueron las cabalgadas protagonizadas por pequentildeos destaca-mentos de 20 o 30 lanzas Su modo de actuacioacuten era tan raacutepido como expeditivo Para ello para poder actuar de forma rauda y evitar el en-frentamiento con los distintos escuadrones que defendiacutean el territorio los Infantes soliacutean desplegar una curiosa estratagema En un primer momento un numeroso destacamento abandonaba Alburquerque y arrastraba tras de siacute a los retenes castellanos Acto seguido con el cam-po ya despejado de enemigos un reducido nuacutemero de jinetes dejaba Alburquerque y se adentraba en Portugal ya que una vez alliacute podiacutean actuar con total libertad

Los Ynfantes fueron Asagala con toda la maacutes de su gente (hellip) e por otra

parte salioacute de Alburquerque don Fernando fijo del Ynfante don Juan

con treinta rocines e entroacute por Campo Mayor lugar de Portugal e ende

ovo otros veynte e ccedilinco o treinta roccedilines e fue alliacute a tierra de Meacuterida e

trajo el dicho ganado E por eacutel yr asy encubierto por Portugal nunca de

ello fuimos sabidores29

26 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 119 27 Ibid28 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4429 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 Casi coincidente en el tiempo

el Infante don Pedro tomaba el castillo de Alba de Liste Resulta curioso que el modus operandi del Infante es muy similar a la accioacuten descrita De tal manera la Croacutenica del Halconero narraba a este respecto que ldquoel ynfante don Pedro era partido de Alburquer-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 257

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

No hemos de identificar la actividad militar de los Infantes solamen-te con el robo y la destruccioacuten del territorio ya que eacutestos intentaron po-ner en marcha una interesante poliacutetica de conquista de no muy buenos resultados basada en el ldquofurtordquo de fortalezas y el asalto por sorpresa30 Nuestra hipoacutetesis no es infundada al contrario se basa en los sucesos ocurridos y en la propia documentacioacuten consultada Asiacute ademaacutes del in-tento de asalto que padecioacute el castillo de Alconchel en torno 1430 en fecha imprecisa el alcaide de Barcarrota alertaba de que Figueroa debiacutea reforzar las defensas de algunas de sus posesiones por cuanto eacutestas es-taban en el punto de mira de los Infantes como era el caso del castillo de Feria ldquo[preguntando] quienes eran aquellos que aviacutean de furtar el cas-tillo de Feria diacutexome que eran de los del Ynfante (hellip) e que aviacutean de venir ccedilinquenta ombres para lo furtarrdquo31

Una forma de actuar que no nos debe resultar extrantildea por cuanto investigaciones recientes han puesto de manifiesto que el asalto por sor-presa fue la maniobra de conquista que mejor se adecuaba a todos aque-llos conflictos protagonizados por ejeacutercitos reducidos o carentes de los medios necesarios para llevar a cabo un prolongado y costoso asedio32

En funcioacuten de la evolucioacuten de los acontecimientos todo parece indi-car que durante la segunda mitad de 1430 el clima de beligerancia des-cendioacute Este hecho se debioacute en gran parte a la firma de las Treguas de Majano ya que ademaacutes de caer el frente aragoneacutes Alfonso V y el Infante don Juan se comprometieron a no auxiliar a los rebeldes extrementildeos33 Incluso pareciacutea que Pedro y Enrique abandonariacutean Alburquerque en

que e se yva para Alba de Liste por Portugal (hellip) e tornoacutese por Portugal para Alburquer-que por donde aviacutea venidordquo CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1430 cap XXXI

30 Generalmente estas acciones estuvieron protagonizadas por pequentildeos grupos de ex-pertos escaladores que soliacutean portar un material tan econoacutemico como rudimentario sogas y escalas de madera Normalmente estas partidas se aproximaban a la fortaleza de manera sigilosa y asaltaban la posicioacuten por su zona maacutes vulnerable Las primeras unidades en ascender neutralizaban a los centinelas y acto seguido subiacutea el grueso de la tropa MARTINS A arte da guerra em Portugal p 399 GARCIacuteA FITZ Castilla y Leoacuten frente al Islam p 217 Un aspecto fundamental en el desarrollo de estas acciones era el factor sorpresa como estipulasen Las Siete Partidas ldquoesto no se puede hacer sino de noche o mucho encubiertamente E las maacutes vegadas con muy fuertes tiempos e peligro-sos lugares (hellip) tal fecho como este se debe fazer muy encubiertamente e syn ruydo yendo los que alla fueren muy passo que los non oiganrdquo Partida II tiacutet XXVII ley 8

31 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 8932 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLegacy and change medieval warfare in Castile through the

chronicle of Grand Master Alonso de Monroy (fifteenth century)rdquo33 MAZO ROMERO El condado de Feria p 168

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267258

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

cualquier momento A este respecto el Comendador Mayor de Leoacuten le comunicaba a Figueroa que los Infantes pretendiacutean abandonar Albur-querque en direccioacuten a la encomienda santiaguista de Segura de Leoacuten y de alliacute finalmente a Aragoacuten

Disese entrellos que esperan gente non tan solamente de Portogal e que

su partida seraacute en breve El camino que maacutes se determina es a Segura

et dende a Aragoacuten Non vos ccedilertificamos cosa pero de aquiacute al viernes

en la noche o el saacutebado por la mantildeana esperamos nuevas (hellip) de aquiacute

podredes ser bien avisados como vengan los mensajeros34

Seguacuten los informes de Sotomayor los Infantes disponiacutean en esos mo-mentos de una poderosa fuerza militar de unos 1500 rocines y 2000 peones La noticia de semejante movimiento de tropas hizo que el maes-tre de Alcaacutentara movilizase de inmediato toda la comarca y ordenase que los efectivos se juntasen ldquoen unordquo Para Sotomayor el principal ob-jetivo era detener la expedicioacuten mediante el uso de la fuerza buscando el enfrentamiento directo o al menos procurar que no se robase el terri-torio en el supuesto de que los ejeacutercitos pro-aragoneses fuesen superio-res35 No obstante Juan II le ordenoacute a Sotomayor que permitiese el paso de este contingente y que no opusiese resistencia

Fagovos saber que a miacute es dicho que los Infantes don Enrique e don Pedro

quieren salir de Alburquerque con gente de armas e llevar la viacutea de Se-

gura por lo qual yo escrivo al maestre de Alcaacutentara la manera que debe

tener por razoacuten de ccedilierto salvoconducto que yo diacute a los dichos infantes

para que seguramente pudiesen salir de mis regnos por ccedilierto tiempo36

Finalmente a pesar de todas estas disposiciones los Infantes no abandonaron el lugar Como sostiene Mazo Romero los Infantes pare-ciacutean aguardar en Alburquerque el resultado de alguna negociacioacuten que tuviese lugar tras las treguas de Majano con el objeto de actuar en con-secuencia cuando se conociese el destino final de todas aquellas propie-dades y cargos poliacutetico-institucionales que les fueron arrebatados du-

34 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 11935 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 49 36 Bonifacio PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval dehellipAlcaacutentara

doc 864

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 259

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

rante la contienda De hecho tras tener noticia de que habiacutean fracasado las negociaciones que a este respecto se estaban celebrando en Aacutegreda y Tarazona los Infantes intensificaron de nuevo su actividad militar37

122 La caiacuteda en desgracia de Sotomayor y el precipitado final de la campantildea

Esta nueva actividad ofensiva de los Infantes se vio favorecida por una creciente permisividad de Juan de Sotomayor quien habiendo ya mostra-do evidentes signos de malestar con Juan II disminuyoacute la presioacuten militar sobre Alburquerque y comenzoacute a avenirse al partido de Enrique38 Cons-ciente el monarca castellano del riesgo que este hecho entrantildeaba envioacute numerosas delegaciones al maestre de Alcaacutentara para que eacuteste ratificase su lealtad No obstante a pesar de sus buenas palabras Sotomayor conti-nuoacute favoreciendo los intereses de Pedro y Enrique en Extremadura39

Cansando del comportamiento ambiguo de Sotomayor el rey optoacute por castigarle y apartarle del teatro de operaciones por lo que en 1432 envioacute a Juan Carrillo abad mayor de Toledo para que secuestrase las ren-tas de la orden y todas aquellas fortalezas que estuviesen en poder del maestre40 Gracias a las cartas conservadas tenemos conocimiento de que el contexto era mucho maacutes delicado de lo que se presuponiacutea A este respecto Carrillo no fue bien recibido por los miembros de la orden quienes reunidos en torno al Clavero Gutierre de Sotomayor se dedicaron a entorpecer su actividad A decir verdad la guerra se habiacutea extendido por gran parte de Extremadura

Sabed que Juan Carrillo de Toledo estaacute en la Puebla de Alcoccediler con alguna

poca gente pero de la tierra tiene pieccedila della e dis que tiene cartas del Rey

en que mandan que recudan con las rentas del maestradgo de Alcaacutentara

(hellip) el comendador mayor de Alcaacutentara [don Gutierre] que era clavero

37 MAZO ROMERO El condado de Feria pp 169-170 Dentro de las medidas represivas adoptadas contra los Infantes Enrique fue privado del maestrazgo de Santiago en ene-ro de 1431 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1431 cap LXX

38 De forma tradicional este desafecto se ha achacado al enfado que tuvo Sotomayor por no recibir ninguacuten bien patrimonial de los Infantes cuando Juan II se los expropioacute PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 180-181 El reparto del patrimonio de los Infantes estaacute recogido en GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1430 cap III

39 PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 18140 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos Infantes de Aragoacutenrdquo p 192

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267260

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

estaacute en Magaccedilela con pieccedila de gente e desde que supo que era venido Juan

Carrillo a la Puebla e se le llegava gente mandoacute quebrar las barcas del

riacuteo de Ccedilujar que estaacute entre la Puebla y la Serena E disen que el dicho Juan

Carillo ha escrito al Rey no sabemos que provisioacuten mandaraacute enviar41

Lo sucedido posteriormente es de sobra conocido Juan II envioacute a Extremadura un nutrido ejeacutercito de 1200 hombres que actuoacute bajo las oacuterdenes del Adelantado Pedro Manrique y del Almirante don Fradri-que42 De forma paralela Suaacuterez de Figueroa se acantonoacute en Jerez de los Caballeros43 desde donde realizoacute una defensa ejemplar del sur de la regioacuten actuoacute contra los rebeldes combatioacute las fortalezas de Alconchel y Barcarrota (en poder del maestre) y ademaacutes evitoacute que la ciudad de Badajoz cayese en manos de los Saacutenchez de Badajoz deudos y familia-res de la familia Sotomayor44 En todo caso la actuacioacuten de los ejeacutercitos reales contra las posiciones rebeldes tuvo que ser tan constante como destructiva como lo pone de manifiesto la correspondencia que mantu-vo entonces Figueroa con el Almirante y el Adelantado

el adelantado y yo reccedilebimos vuestra carta asy entendida en quanto

tantildee a la tala quema e dantildeo que vosotros e don Aacutelvaro Peacuteres mi pri-

mo en Alconchel fisistes (hellip) Et de lo que nosotros por acaacute fesimos en

Alburquerque non vos lo escrivo largamente porque creo que lo sabeys

ya dello salvo que ovimos una buena escarmuccedila e fueron muertos al-

gunos de allaacute e presos Gomes de Guiar e Gomes Mexia e otros muchos

que se fueron por no ser conosccedilidos entre los nuestros et graccedilias a Dios

ninguno de los nuestros no finoacute ni peligroacute salvo que algunos omes e ca-

valleros fueron feridos pero no peligrosamente Et despueacutes de taladas

las vintildeas vinimos aquiacute a Valenccedilia este viernes que pasoacute45

41 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 7 doc 11242 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1432 cap CXXV Seguacuten las croacutenicas

este contingente fue enviado para evitar los desmanes que se cometiacutean desde las po-siciones rebeldes de Alburquerque y Azagala (situada a 10 km de la anterior) La do-cumentacioacuten consultada alude que desde Azagala se cometiacutean diversas acciones que entorpeciacutean la actuacioacuten de los ejeacutercitos como por ejemplo el robo de la correspon-dencia que manteniacutean entre siacute los capitanes favorables a Juan II cuando no las propias instrucciones del monarca ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 87

43 Seguacuten la correspondencia de Figueroa Jerez de los Caballeros estaba en la oacuterbita de los Infantes que teniacutean tratos con algunos vecinos de esta poblacioacuten ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 85

44 MAZO ROMERO El condado de Feria p 17145 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 56

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 261

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Es entonces cuando los acontecimientos se precipitan Gutierre de Sotomayor Clavero de la orden y sobrino del maestre pensoacute que su tiacuteo habiacutea sido apresado por Enrique46 En consecuencia arrestoacute al Infante don Pedro que a la sazoacuten se encontraba en Alcaacutentara Tanto la faccioacuten de Enrique como las tropas reales del Adelantado reclamaron para siacute la entrega y la custodia de don Pedro Finalmente obrando de manera interesada (tras recibir del monarca la promesa de ser designado nuevo maestre de la orden) Gutierre de Sotomayor favorecioacute la causa real47 En noviembre de 1432 el Condestable pactoacute con Enrique la libertad de su hermano aunque como contrapartida perdioacute los estados que teniacutea en Extremadura48

Con este acto se puso fin a la rebeldiacutea de los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque el punto y final a una larga y dilatada campantildea militar

2 Conclusioacuten

La documentacioacuten conservada en el Archivo Ducal de Medinaceli pone de manifiesto la intrahistoria y algunos rasgos todaviacutea descono-cidos de la campantildea contra los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque Por otra parte al margen de este enfrentamiento tambieacuten permite co-nocer diversos aspectos generales vinculados con la guerra medieval tales como la importancia de las redes de espionaje los sistemas de co-

46 La croacutenica de Santa Mariacutea describe el suceso al detalle El Maestre partioacute so intencioacuten de ir aacute la fortaleza de Valencia de Alcaacutentara levaba su tesoro de arrancada de todo punto de Alcaacutentara eacute el Infante don Enrique tornaacutebase aacute Alburquerque (hellip) El camino que va aacute Valencia es todo uno cuanto dos oacute tres leguas eacute por ende como quier que el camino del Infante era para Alburquerque y el del Maestre para Valencia por ser amos un camino hobieron de salir de la villa eacute andar en uno aquellas tres leguas en las cuales el Maestre usoacute de lo que soliacutea usar es a saber mudarse de lijero de un consejo aacute otro eacute con gran temor que teniacutea del atrevimiento que faciacutean non se hobo por seguro de ir aacute Valencia soacutelo con los suyos eacute hoacutebose por maacutes seguro de ir con el Infante aacute Alburquerque eacute levar consigo allaacute toda su hacienda eacute dejoacute el camino de Valencia eacute fuese con el Infante con todo lo que levaba eacute aacute la gente de caballo que iba con eacutel mandoacute que fuesen con el Infante con todo lo que levaba (hellip) eacute como fray Gutierre de Sotomayor Comendador mayor de Alcaacutentara su sobrino del Maestre que estaba en Alcaacutentara habiacutea seido en el consejo que el Maestre su tiacuteo fuese aacute Valencia eacute con esa intencioacuten partiera de Alcaacutentara cuando sopo que el Maestre fuera aacute Alburquerque con el Infante don Enrique eacute fuera allaacute su recuaje con su tesoro bien pensoacute que lo levara el Infante contra su voluntad eacute asiacute lo pensaron otros muchos de los del Maestre que con el Comendador mayor quedaran Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1432 cap XI

47 ORTEGA AacuteLVAREZ ldquoEl acceso de D Gutierre de Sotomayor al Maestrazgo de la Orden de Alcaacutentarardquo

48 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos infantes de Aragoacutenrdquo p 194

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267262

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

municacioacuten o el despliegue de poliacuteticas defensivas destinadas a prote-ger el territorio En definitiva un fondo de obligada consulta para todos aquellos investigadores interesados en el conocimiento de la poliacutetica y la conduccioacuten de la guerra en el marco de la Castilla del siglo XV

Apeacutendice documental

Doc 1 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Figueroa notificaacutendole el estado de la campantildea y el reparto de las fuerzas reales

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42

Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel sentildeores e amigos Nos el Maestre de Alcaacutentara nos vos encomendamos como aquellos por quien avemos de fa-ser todas las cosas que vos plugieren Vimos vuestra carta por la qual nos escrivisteis en como vinieacuterades a esa ccedilibdad de Badajoz por Mandado de Nuestro sentildeor el Rey con setenta lanccedilas e por ende que en todas las cosas que entendieacuteremos que cumplen a su serviccedilio vos lo fagamos saber e avi-semos dello Sentildeores e amigos a nos plogoacute mucho en sabiendo de vuestra venida para esa ccedilibdad ca bien necesario e complidero es al serviccedilio del dicho sentildeor Rey vuestra estada ende e de aquiacute adelante continuamente vos entendemos escrevir e faser saber todas las cosas que supieacutesemos

A lo que nos escrivistes que vos enviemos cincuenta roccedilines e cin-cuenta peones sabed que los tresientos ombres de armas e noventa gi-netes e dosientos peones quel dicho sentildeor Rey mandoacute estar en esta fron-tera que estaacuten repartidos por muchos lugares e puertos en esta guisa el comendador mayor de la tierra de Leoacuten de la orden de Santiago estaacute en Meacuterida con veynte roccedilines el comendador mayor de Alcaacutentara con veynte roccedilines e en Piedrabuena estaacuten quarenta roccedilines e en Mayorga veynte roccedilines e los peones estaacuten repartidos eso mesmo por los castillos e puertos e la otra gente de armas que sobra estaacute en Valenccedilia [de Alcaacuten-tara] e della aquiacute con nos para quando cumple que sallymos sin dubdar que es bien menester e auacuten sy maacutes fuese

E por cada [vez] que necesario fuere vos podedes conccedilertar con el co-mendador mayor de Leoacuten que estaacute en Meacuterida que vos entendades por sentildeales de almenaras de noche e afumadas de diacutea E por estas mismas sentildeales que se conccedilierte el comendador mayor con los de Montaacutenchez e por esta viacutea podedes prestamente ser de ellos socorrido e vosotros so-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 263

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

correr a ellos E por las sentildeales de almenaras e afumadas que se fisieren en Meacuterida e Montaacutenchez los de Trugillo e Caacuteccedileres e el Arroyo del Puerco se yuntaraacuten con nos en guisa que los unos a los otros nos podamos bien socorrer Como quier que las atalayas e espiacuteas que en Valenccedilia e Piedra-buena estaacuten puestas en saliendo gente de Alburquerque son sabidores e luego van en pos dellos quier contra allaacute o a qualquier parte que van

Otrosy creemos que sabredes que las vacas que agora traxieron a Alburquerque de Aljuceacuten e Carrascalejo a dos leguas de Meacuterida lo qual fue desta guisa que los Ynfantes fueron Asagala con toda la maacutes de su gente e como lo sopimos luego partimos e yuntamos la gente de esta tierra E con ellos teniacuteamos espiacuteas pensando que querriacutean entrar E por otra parte salioacute de Alburquerque don Fernando fijo del Ynfante don Juan con treinta roccedilines e entroacute por Campo Mayor lugar de Portugal e ende ovo otros veynte e ccedilinco o treinta roccedilines e fue alliacute a tierra de Meacuteri-da e trajo el dicho ganado E por eacutel yr asy encubierto por Portugal nunca de ello fuimos sabidores e creemos que araacute poco vosotros lo sopisteis E ciertamente estas vacas cada diacutea salen una legua de Alburquerque a bever agua E por quanto desde Piedrabuena e Mayorga fasen cuanto posible fuere por se aver las vacas rogamos vos que por esa parte de Badajoz eso mismo vos trabajedes por ello enviando cada diacutea vuestros corredores en lo qual vos plega de poner diligenccedilia porque de allaacute e por acaacute se fisiese algund serviccedilio al dicho sentildeor Rey

Nuestro sentildeor Dios vos aya en su guarda A X de junio Nos el Maestre

Doc 2 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Figueroa daacutendole instrucciones sobre la manera de operar contra los Infantes y la defensa del territorio

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 44

Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel [de Lando] sentildeores e amigos Nos el Maestre nos vos enviamos encomendar como aquellos por quien ave-mos de faser todas las cosas que vos plugieren

Vymos vuestra carta por la qual nos escrivistes que vos es dicho por un ombre que salioacute de Alburquerque en como los Ynfantes teniacutean ordenado de venir a esa ccedilibdad en esta semana pasada o al maacutes tardar en esta otra que agora entrara et por ende que vos enviemos los ccedilinquenta ombres de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267264

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

armas e ccedilinquenta ombres de pie Sentildeores e amigos ya vos escrevimos que la gente de armas e de pie que acaacute tenemos de como es bien necesa-ria e auacuten si maacutes fuese segund los lugares e puertos por donde estaacute derra-mada e repartida e que en cada uno de los dichos lugares es complidero que esteacute Pero ccediliertos podedes ser que sy cosa fuere que los Ynfantes sa-lieren que luego en punto toda la dicha gente de Valenccedilia e Piedrabuena e de los otros lugares son en pos de ellos e nos eso mesmo a maacutes andar con toda la gente de esta comarca e tierra les tomaremos las espaldas E por tanto en guisa del mundo no reccedileledes de los seguir ca creo que nos te-nemos tal recabdo de atalayas e espiacuteas que sy salieren luego lo sabremos e los seguiremos a maacutes andar Por ende como dicho es non aredes ende al salvo de los seguir Et en saliendo luego vos enviaremos ombres de cavallo a vos desir el lugar onde nos conccedilentraremos lo qual eso mesmo fased e nos enviar alguno de cavallo por maacutes ccedilertidumbre

Otrosy en de la fecha de esta carta ovimos nuevas en como men Ro-driacutegues de Castilblanco partioacute con sesenta roccedilines de alliacute de Castilblan-co Otrosy que el alcayde de Sabugal aviacutea de partir con veinte roccedilines Ccediliertamente non avemos sabido por donde es esta partida e coacutemo lo supieacuteremos luego vos lo escribiremos

E por quanto en toda esta vera de Portogal alccedilan los ganados e dan prisa por segar los panes faredes eso mesmo arredrar los ganados e [que] sieguen los panes e los pongan en lugares ccedilercados pues por esta viacutea ellos lo fasen

Et de todas las cosas de allaacute nos avisad que asy mesmo vos faremos nos a vos de acaacute

Nuestro sentildeor vos aya en su guarda Escrita XI de junio Nos el Maestre

Doc 3 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Fi-gueroa notificaacutendole la intencioacuten de los Infantes de marchar hacia Segura

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 49

Sentildeores obispo [Juan Morales] e Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel de Lando Nos el Maestre de Alcaacutentara nos vos enviamos encomendar como aquellos por quien con presta e buena voluntad avemos de faser todas las cosas que a onrra e estado de vosotros cumplan

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 265

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Reccedilibimos una carta que nos escrevistes por la qual nos enbiastes desir que aviades sabido que el saacutebado que agora pasoacute que aviacutea puesto un pendoacuten en Alburquerque de nuestro sentildeor el Rey e otros de los Ynfan-tes e que aviacutea una tabla puesta para dar sueldo de dos meses e que se desiacutea que el Rey de Portogal que los aviacutea de ayudar en breve Sabed que el martes primero diacutea de este mes agosto en como ellos pusieron tabla para pagar sueldo e como se desiacutea que aviacutea algund favor de Portogal E luego escrevimos a nuestro sentildeor el Rey e eso mesmo escrevimos a vosotros las quales cartas creemos que vos seraacuten ya dadas E que como se diccedile que su entinccedilioacuten de estos ombres es de tirar camino de Segura e que entiende llevar mill e quinientos roccedilines e dos mill peones Ya vos escrevimos la entinccedilioacuten e manera que nos pareccedile que se deve tener que nos juntemos todos en uno e que seamos en pos de ellos en tal manera que si pudieacutere-mos pelear con ellos e tovieacuteremos gente para ello sy non que a lo menos que los resistamos que non se aparten a robar las tierras Ca sabed que te-nemos puestas escuchas e atalayas en Mayorga e Piedrabuena porque en saliendo luego lo sopieacuteremos lo faremos saber a vosotros Otrosy ya te-nemos aperccedilebida toda esta comarca Ansi aperccedilibiredes vos eso mesmo a esos de esa ccedilibdad e de esas comarcas porque esteacuten prestos para que se ayunten con vos para que nos ayuntemos e sirvamos a nuestro sentildeor el Rey Sentildeores las cosas que en plaser vos vengan que nos faser podamos escrevidenoslas que con buena voluntad las compliremos

Escrita a ccedilinco de agosto Nos el maestre

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Archivo Ducal de Medinaceli (Sede Toledo) Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3

Pedro CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II Edicioacuten de Mata Carriazo Universidad de Granda Granada 2006

Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna Condestable de los reinos de Castilla y de Leoacuten Maestre y administrador de la orden de caballeriacutea de Santiago edicioacuten a cargo de Miguel de Flores Madrid 1784

Lorenzo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II Valencia 1779

Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II de Castilla (1420-1434) Madrid 1821

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267266

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Bonifacio PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval de la Orden de Alcaacutentara vol II Editorial Complutense Madrid 2000

Las Siete Partidas Edicioacuten de Reguera Valdelomar Barcelona 1847

2 Bibliografiacutea

Vicente Aacute AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEnrique Infante de Aragoacuten Maes-tre de Santiagordquo Medievalismo 12 (2002) pp 37-89

Vicente Aacute AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEl precio de la guerra algunos da-tos sobre el enfrentamiento entre Castilla y Aragoacuten y Navarra 1429-1430rdquo Estudios sobre patrimonio cultura y ciencias medievales 19-1 2017 pp 61-92

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLa Castilla de Juan II y de Enrique IVrdquo en Los Reinos Hispaacutenicos ante la Edad Moderna vol I Servicio de pu-blicaciones del Estado Mayor del Ejeacutercito Madrid 1992 pp 105-246

Intildeaki BAZAacuteN DIacuteAZ ldquoLas mujeres medievales como agentes de paz y re-conciliacioacuten Elementos de anaacutelisis y discusioacutenrdquo e-Spania Revue in-terdisciplinaire drsquoeacutetudes hispaniquesmeacutedieacutevales et modernes 33 2019

Eloy BENITO RUANO Los Infantes de Aragoacuten 34 CSIC Pamplona 1952

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura dinastiacutea Trastaacutemarardquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-1 1937 pp 49-74

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el se-cuestro de Tordesillasrdquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-2 1937 pp 145-166

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura la Corte del rey poetardquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-3 1937 pp 273-314

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura guerra de familiardquo Revista de Estudios Extrementildeos XII-1 1938 pp 91-104

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerque por d Aacutelvaro de Lunardquo Revista de Estudios Extreme-ntildeos XII-2 1938 pp 163-186

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el repar-tordquo Revista de Estudios Extrementildeos XII-3 1938 pp 325-343

Francisco GARCIacuteA FITZ Castilla y Leoacuten frente al Islam Estrategias de ex-pansioacuten y taacutecticas militares (siglos XI-XIII) ed Universidad de Sevilla Sevilla 2005

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 267

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Joatildeo Gouveia MONTEIRO A guerra em Portugal nos finaacuteis da Idade Meacute-dia Noticias Lisboa 1998

Joseacute Mariacutea MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadurardquo Extremadura Revista de historia 1 2014 pp 178-199

Fernando MAZO ROMERO El condado de Feria ndash1394-1505- contribucioacuten al estudio del proceso sentildeorializador en Extremadura Institucioacuten cul-tural Pedro de Valencia Badajoz 1980

Miguel MARTINS A arte da guerra em Portugal 1245 a 1367 ed Univer-sidade de Coimbra Coimbra 2014

Javier ORTEGA AacuteLVAREZ ldquoEl acceso de D Gutierre de Sotomayor al Maestrazgo de la Orden de Alcaacutentara oriacutegenes y consecuenciasrdquo Es-pacio Tiempo y Forma Serie III Historia Medieval 24 (2011) pp 237-278

Santiago PALACIOS ONTALVA ldquoCastillos contra castillos Padrastros y fortalezas de asedio en la Espantildea Medievalrdquo Arqueologiacutea y territorio medieval 13-2 (2006) pp 33-55

Joseacute Luis DEL PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV Diputacioacuten Provincial de Badajoz Badajoz 1991

Pedro A PORRAS ARBOLEDAS Juan II rey de Castilla y Leoacuten (1406-1454) Ediciones Trea Gijoacuten 2009

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLegacy and change medieval warfare in Castile through the chronicle of Grand Master Alonso de Monroy (fifteenth century)rdquo Journal of Medieval Iberian Studies 11-1 (2019) pp 98-113

Luis SUAacuteREZ FERNAacuteNDEZ Nobleza y Monarquiacutea Entendimiento y rivali-dad El proceso de la construccioacuten de la Corona espantildeola La Esfera de los libros Madrid 2005

Fecha de recepcioacuten 21-08-2019Fecha de aceptacioacuten 26-11-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 269

Los caballeros de cuantiacutea en la Orden de Santiago a finales de la Edad Media

(1494-1498)

Knights of ldquocuantiacuteardquo in the Order of Santiago in the late Middle Ages (1494-1498)

Casto Manuel Solera CamposUniversidad de Sevilla

Resumen

En este trabajo vamos a estudiar la evolucioacuten que se produce a finales de la Edad Media entre los caballeros de cuantiacutea de la Orden de Santiago y su correspondiente cuota asiacute como la relacioacuten de los mismos con el gobierno de los pueblos Nos apoyare-mos en datos extraiacutedos de los libros de visitas de las Provincias de Castilla y de Leoacuten que contienen informacioacuten sobre las visitas correspondientes a los antildeos 1494 y 1498

Palabras clave

Orden de Santiago caballeriacutea caballero cuantiacutea visita

Abstract

In this article we are going to study the evolution that takes place at the end of the Middle Ages between the knights of the Order of Santiago and its correspond-ing quota as well as the relationship between the knights and the government of the towns We will rely on data extracted from the visit books of the Provinces of Castilla and Leoacuten which contain information on the visits corresponding to the years 1494 and 1498

Keywords

Order of Santiago Chivalry Knight Quantity Visit

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico csolerauses Universidad de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309270

Casto Manuel solera CaMpos

Los caballeros de cuantiacutea cuyo germen en Castilla y Leoacuten se re-monta a mediados del siglo XIII bajo el reinado de Alfonso X1 no eran sino un grupo de pecheros obligados a mantener caballo y armas ademaacutes de a participar en los alardes que anualmente se celebraban para la supervisioacuten de sus equipos de guerra exhibiciones supervi-sadas por los alcaldes mayores2 La caballeriacutea de cuantiacutea fue esta-blecida en 1348 en las Cortes de Alcalaacute de Henares Aunque existen discrepancias entre los autores sobre la relacioacuten del nacimiento de la caballeriacutea de cuantiacutea y la creacioacuten de los regimientos establecida en estas mismas cortes por el rey Alfonso XI siacute parece oportuno sentildealar una posible correlacioacuten entre ambos hechos3 Este grupo se situoacute en la cuacutespide de la sociedad y en muchas ocasiones llegoacute a controlar los concejos de las villas Sin embargo aquella situacioacuten de preponde-rancia social comuacutenmente aceptada por la sociedad que en cierto modo igualaba la posicioacuten de los caballeros de cuantiacutea a la situacioacuten de hidalgos se fue erosionando con el tiempo En su desaparicioacuten pudieron influir varios factores como los cambios militares el fin de la frontera con el reino de Granada y la extensioacuten de las liacuteneas de piqueros como foacutermula de defensa que con la aparicioacuten de las armas de fuego dejaron atraacutes a la caballeriacutea como arma ofensiva lo que

1 LADERO QUESADA ldquoLa organizacioacuten de la Corona de Castilla durante los siglos XIV y XVrdquo p 213

2 PALACIOS ONTALVA ldquoUna aproximacioacuten al concepto de ldquolanzardquo en relacioacuten a las Oacuter-denes Militaresrdquo Expone claramente la composicioacuten de las huestes en las Oacuterdenes Militares En el caso de la Orden de Santiago los alcaldes mayores eran nombrados por el Capiacutetulo General en principio maacutes tarde lo seraacuten por el gobernador cuando este cargo fue introducido los alcaldes ordinarios por su parte tienen caraacutecter itinerante conocen de los pleitos en primera instancia cf RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de San-tiago en Extremadura p 142

3 COLMEIRO Cortes de los antiguos reinos de Leoacuten y Castilla tomo II pp 548-552 ldquoCapiacutetulo LXXII Del ordenamiento que el Rey fizo commo le an a seruir los sus uasallos por las sol-dadas queles mandare librarrdquo En nota a pie de paacutegina nota 3 cita ldquoEsta ley estaacute tomada del cuaderno de las Coacutertes de Buacutergos de 1338 nuacutemeros 14 al 32 inclusiverdquo en ibid pp 450-453 DIAGO HERNANDO ldquoCaballeros e hidalgos en la Extremadura castellana medieval (siglos XII-XV)rdquo en concreto p 50 nota 53 ldquoRelacionar todas estas obras que han dado cuenta de las reformas introducidas por Alfonso XI con la creacioacuten de los regimientos es tarea que requeririacutea interminable espacio La mayor parte de los estudios monograacuteficos sobre concejos castellanos han revelado que en la praacutectica totalidad de ellos se crearon regimientos durante su reinado aunque en muchos casos no ha resultado posible fechar el momento de su creacioacuten Por lo demaacutes estos mismos estudios monograacuteficos han demos-trado que los regimientos difirieron bastante de unos concejos a otros en funcioacuten tanto de su composicioacuten como del reacutegimen de designacioacuten de sus miembrosrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 271

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

contribuyoacute a su desaparicioacuten Y por el otro a cambios sociales la liberalidad que desde las leyes de Toro (1505) se concedioacute a las fun-daciones de mayorazgos4

En este trabajo vamos a estudiar la evolucioacuten que se produce a fi-nales de la Edad Media entre los caballeros de cuantiacutea de la Orden de Santiago y su correspondiente cuota asiacute como la relacioacuten de los mismos con el gobierno de los pueblos es decir las cuestiones en las que los as-pectos militares estaacuten presentes en la organizacioacuten concejil con vistas a una posible necesidad de defensa del territorio5 aun terminada ya la guerra de Granada cuyo fantasma no obstante y por razones obvias seguiacutea presente Para ello nos apoyaremos en datos extraiacutedos de los li-bros de visitas (documentos imprescindibles para conocer de primera mano la vida de una orden militar y religiosa como esta) concretamente estudiamos los manuscritos 1066 1067 1068 y 1069 para la Provincia de Castilla y 1101-C 1102-C y 1103-C para la de Leoacuten que contienen infor-macioacuten sobre las visitas correspondientes a los antildeos 1494 y 1498 Para la primera de ellas se han analizado un total de 82 pueblos6 mientras que para la Provincia de Leoacuten el nuacutemero de pueblos estudiados es de 857

4 CENTENERO y DIacuteAZ ldquoLa reconstruccioacuten de una identidad hidalgardquo 5 RUIZ DE LA VEGA Andreacutes Regla y establecimientos de la orden de la caualleriacutea del

sentildeor Sanctiago del Espada ldquoCapitulo decimo Del amonestamiento para animar a los freyles para pelear contra los infielesrdquo fol 6r

6 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 303-307 ofrece una detalla-da relacioacuten entre otras de los pueblos de la Orden desde el antildeo 1468 al 1525 si bien no recoge la encomienda de Montealegre (AHN OOMM 1067 fol 169r-170v pp 337-340) Debemos aclarar que no se han contabilizado aquellos pueblos que ademaacutes de no citar caballeros de cuantiacutea no recogen el nuacutemero de vecinos en ninguna de las dos visitas por no presentar intereacutes a efectos de estudio poblacional ni por lo tanto en lo referente al aporte que pudieran hacer de cuantiosos caso de Alamesoacuten (AHN OOMM 1067 fol 141r p 281 AHN OOMM 1068 fol 15v p 30) La Presa (AHN OOMM 1067 fol 142v p 284 AHN OOMM 1068 fol 14v p 27) Pozo de los Freires (AHN OOMM 1068 fol 11r p 21) Pliego (AHN OOMM 1066 fol 145r p 288 AHN OOMM 1069 fol 211r p 423) Ricote (AHN OOMM 1066 fol 149r p 296 AHN OOMM 1069 fol 201v p 404) Yeacutechar (AHN OOMM 1066 fol 148v p 294 AHN OOMM 1069 fol 203v p 408) Lorca (AHN OOMM 1066 fol 133 p 264) Murcia (AHN OOMM 1066 fol 171v p 341) Ocantildea (AHN OOMM 1067 fol 46v p 92) Santa Cruz de la Zarza (AHN OOMM 1067 fol 102r p 203) Mon-tealegre (cf supra) Ruidera (AHN OOMM 1067 fol 199r p 397 AHN OOMM 1068 fol 79r p 167) Montizo (AHN OOMM 1067 fol 285r-288r pp 569-575 AHN OOMM 1068 fol 157v-160v pp 324-330) Venta de Cezilla (AHN OOMM 1067 fol 288r p 575) Dehesa de Zahora (AHN OOMM 1067 fol 292v p 584) Yeacutechar (AHN OOMM 1069 fol 203v p 408) Talavera (AHN OOMM 1067 fol 5r-12r pp 9-23) Toledo (AHN OOMM 1067 fol 12v-23v pp 24-46) ameacuten de los despoblados de Yegros (AHN OOMM 1067 fol 32r p 63) Biedma (AHN OOMM 1067 fol 45r p 89) y Villoria (AHN OOMM 1067 fol45v p 90)

7 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 aporta una re-lacioacuten de los pueblos de la Orden si bien debemos matizar que falta alguno de ellos a

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309272

Casto Manuel solera CaMpos

1 Los datos

11 Provincia de Castilla

Tomando los citados manuscritos 1066 1067 1068 y 1069 correspon-dientes a los libros de visitas de los antildeos 1494 (1066 y 1067) en el que se visitan la totalidad de los pueblos analizados y 1498 (1068 y 1069) 668 nos encontramos que para el primer antildeo en 73 ocasiones se cita a los caballeros de cuantiacutea (89) contando con esta fuerza militar popular 59 de ellas (80) para el segundo de los antildeos analizados se cita a eacutestos en 59 de los pueblos vistos (72) reducieacutendose el nuacutemero de lugares que cuentan con este tipo de pecheros a 44 (745)

En cuanto a las villas exentas libres de pecho para ambos antildeos seraacute de 5 (6 para 1494 7 para 1498) por privilegio dado por el Infante don Enrique9

12 Provincia de Leoacuten

Por su parte en la Provincia de Leoacuten el total de los pueblos registra-dos como vimos maacutes arriba es de 85 apoyaacutendonos para su anaacutelisis en

saber Castilleja de la Cuesta (AHN OOMM 1102-C fol 139r p 285) Villanueva del Aris-cal (AHN OOMM 1102-C fol 139r-141r pp 285-289) Benazusa y Mures (AHN OOMM 1102-C fol 142v p 292 estos dos uacuteltimos se visitan de manera conjunta) Al igual que para las tierras castellanas de la Orden aquellos lugares que no interesan desde el punto de vista del aporte de caballeros de cuantiacutea y de los que tampoco conocemos su pobla-cioacuten no se incluyen en este trabajo El Alameda (pertenecioacute al Hospital de Toledo Alonso de Caacuterdenas lo fizo encomienda de nuevo es vna dehesa por lo que no recoge datos por-que no hay pueblo maacutes que los referentes a la renta que se apuntan en el apartado de los Comendadores AHN OOMM 1101-C fol 125v p 271 AHN OOMM 1103-C fol 34r p 61) y Aguilarejo (despoblado AHN OOMM 1101-C fol 305r p 609) tampoco incluimos Cordobilla la cual no se pudo visitar en ninguno de los dos antildeos por la crecida del riacuteo Guadiana (No se visitoacute por el impedimento del Guadiana que creccedilioacute tanto que los visita-dores no pudieron pasar de Loboacuten allaacute AHN OOMM 1101-C fol 112v p 244) situacioacuten que tambieacuten afectoacute a La Puebla de la Calzada (AHN OOMM fol 112r p 243) si bien eacuteste siacute lo hemos tenido en cuenta por ofrecer aunque de manera muy escueta informa-cioacuten tanto de vecinos como de cuantiosos (soliacutea haber hasta ocho pero no se pudo haber otra informacioacuten AHN OOMM 1101-C fol 299r p 597)

8 No se visitan en este segundo antildeo Yegros Dosbarrios Villatobas Villarrubia Taran-coacuten Ucleacutes Villarrubio Sahelices Tribaldos Fuente de Pero Naharro Almendros El Acebroacuten Torrubia Moraleja Rozaleacuten y Hueacutelamo

9 La Ossa de Montiel (1067 fol 197r p 393 1068 fol 77r p 163) Montiel (1067 fol 213v p 426 1068 fol 105r p 219) Hornos (1067 fol 260v p 520 1069 fol 46r p 93) Segura de la Sierra (1067 fol 256r p 511 1069 fol 54r p 109) y Orcera (1067 fol 253v p 506 1069 fol 72r p 145) Para la primera leemos a modo de ejemplo no son obligados a seruir con caualleros de quantiacutea por virtud de vn preuillegio que mostraron del sentildeor Yn-fante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la Orden

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 273

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

los libros de visitas de esos mismos antildeos 1494 (1101-C) con un total de 84 pueblos (98) y 1498 (1102-C y 1103-C) con 77 (90) De las 73 villas en las que se cita a los caballeros de cuantiacutea en 1494 (85) cuentan con ellos praacutecticamente la mitad 36 (49) para el segundo de los antildeos ana-lizados se cita a los cuantiosos en 46 de los pueblos vistos (59) siendo el nuacutemero de lugares que cuentan con este tipo de pecheros de 45 (97)

Las villas exentas en 1494 seraacuten 2 (19) a saber Reina y Montaacuten-chez En cuanto a la primera en 1494 leemos

Caualleros de premia no los ay en Reyna porque el maestre don Alonso

de Caacuterdenas les dio preuillejo que no fuesen obligados a tener los tales

caualleros el cual preuillegio dis que les dio cuando tomoacute la dicha villa

al comendador Juan Fernaacutendez Galindo porque a su costa fizieron el

reparo que agora estaacute fecho de fortaleza junto con la entrada de la dicha

villa [hellip] El dicho preuillegio estaacute confirmado por sus altezas10

En el segundo de los antildeos ni siquiera cita cuantiosos Por su parte el caso de Montaacutenchez es llamativo ya que si en 1494 dice ser exenta (no hay ende caualleros de quantiacutea porque en los tiempos pasados nunca fue-ron apremiados por los maestres pasados a quantiar a los dichos vecinos de Montaacutenchez para tener armas y cauallos por premia Maacutes antes dis que sienpre fueron esentos e libres de pagar nin contribuyr salvo en aque-llas cosas que los fijosdalgo pagan e contribuyen)11 en 1498 recoge hasta 4312 siendo el segundo que maacutes caballeros de cuantiacutea presenta en este antildeo tras Ribera que aporta 6513 y uno de los que maacutes cuantiosos ofrece en la Provincia de Leoacuten en ambos antildeos precedido en el global de las visi-tas de Guadalcanal con 46 en 149414 por contra en 1498 no encontramos villa alguna que goce de esta condicioacuten15

10 AHN OOMM 1101-C fol 284v p 56811 AHN OOMM 1101-C fol 292v p 584 disposicioacuten dada por el Infante don Enrique cf

FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 89v ldquoTiacutetulo LI De los hidalgos e esentos Ley I En queacute cosas han de contribuyr los hidalgos e cleacuterigos e esentosrdquo

12 Aunque soacutelo se presentan catorce de ellos AHN OOMM 1103-C fol 100v p 185 13 AHN OOMM 1103-C fol 18v p 3314 AHN OOMM 1101-C fol 282r p 56315 Sobre el estudio de las actuales provincias de Cuenca y Toledo cf JIMEacuteNEZ RAYADO et

alii Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Cuenca Ibid Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Toledo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309274

Casto Manuel solera CaMpos

Debemos sentildealar que en la mayor parte de las villas con caballeriacutea concejil los visitadores deben ordenar a los alcaldes que requieran a los cuantiosos para que se aperciban de los pertrechos pertinentes de ma-nera que a pesar del elevado nuacutemero de pueblos que cuentan con este grupo privilegiado ante el impuesto especialmente en la Provincia de Castilla donde supone un porcentaje aproximadamente del 80 en maacutes de la mitad de ellos 39 (66) para 1494 y 39 (88) para 1498 los vecinos cuantiosos no poseen caballo ni armas como corresponde debiendo dar los visitadores mandamiento general para que se aperciban de los per-tinentes pertrechos16 A pesar del silencio de las fuentes resulta extrantildeo pensar que en todos y cada uno de los pueblos con caballeros de cuantiacutea ninguno de ellos contara con el obligado equipo militar si no todo al menos en parte Este mismo comportamiento lo vemos en las tierras leo-nesas de la Orden en las que para la primera de las visitas estudiadas en 3 pueblos (83) los vecinos cuantiosos son amonestados para que se aperciban de caballo y armas17 mientras que en 6 de ellas (166) los visitadores deben reclamar que se aporte la lista con los caballeros de cuantiacutea ya que en esos momentos no se hace relacioacuten por los motivos que exponemos maacutes abajo y en otros 3 encontramos situaciones dispa-res18 En la visita de 1498 en cambio las villas en las que se produce esta

16 Anexo En el caso de Socueacutellamos algunos cuantiosos siacute contaban con caballo AHN OOMM 1068 fol 76v p 162 hellipe algunos dellos teniacutean cauallos

17 La Granja de Azuaga (1101-C fol 284r p 567) Usagre (1101-C fol 289v p 578) Fuente del Maestre (1101-C fol 302r p 603)

18 Villanueva de Ariscal cita dos cuantiosos aunque muy mayores En este dicho lugar no ay caualleros de quantiacutea salvo dos los quales son Juan Goacutemez Tenorio de hedad de sesenta antildeos y Diego Martiacutenez de Cabrera de hedad de setenta antildeos (1101-C fol 309v p 618) en La Puebla de la Calzada no pudieron entrar los visitadores a causa de la cre-cida del riacuteo Guadiana por lo que es el cura del lugar quien les da por escrito la infor-macioacuten hellipel cura dende escriuioacute que aviacutea en el dicho lugar treynta e siete vecinos e que soliacutea aver caualleros quantiosos hasta ocho no se pudo aver otra informaccedilioacuten (1101-C fol 299r p 597) el caso de Estepa es llamativo ya que a la habitual praacutectica de esta-blecer cuantiacuteas se opone el hecho de que es el maestre quien cuando lo cree necesario solicita ayuda a los vecinos maacutes preparados del pueblo para asistirle praacutectica que al parecer veniacutea de antiguo Yten dixeron que de caualleros de quantiacutea no ay memoria que los oviese en la dicha villa porque dizen que en las guerras pasadas non se curaua sino cumplir la gente que el maestre demandaua de la maacutes atauiada e que lo que montaba su servicio se echaua por derrama en la villa e se pagaua entre los vecinos por sus quantiacuteas (1101-C fol 310r-310v pp 619-620) Cabriacutea citar tambieacuten el caso de La Puebla del Prior donde no habiacutea uso e costumbre de hacer repartimiento de rentas por lo que no aporta cuantiosos (1103-C fol 178v p 340)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 275

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

situacioacuten aunque no de forma generalizada19 se eleva a 31 (688) en-tre todas las cuales aportan un total de 562 caballeros de cuantiacutea de los que 240 (427 sin contar los casos de Ribera El Aceuchal Villafranca Fuente del Maestre y Meacuterida en los que uacutenicamente se indica que algu-nos no teniacutean caballo) no poseen el equipo necesario En lo que se refie-re a esta uacuteltima provincia los datos recogidos por la documentacioacuten son innegables pero iquestcoacutemo se explica este maacutes que notable aumento de los vecinos que no cuentan con los pertrechos necesarios en cuatro antildeos Acudimos al ya citado trabajo de Rodriacuteguez Blanco quien nos da pista cierta sobre las causas que pueden explicar esta situacioacuten El motivo lo hallamos en el aumento tanto de la poblacioacuten especialmente en el Partido de Meacuterida entre los antildeos 1498 y 150020 asiacute como de los caballe-

19 En la mayor parte de los pueblos no son todos los vecinos los requeridos para reparar esta falta Requerimientos 1102-C Guadalcanal (fol 18r-20r pp 37-39) de los 33 caba-lleros de cuantiacutea son 10 los amonestados para reponer alguna falta en el armamento Azuaga (fol 28r-29v pp 55-58) 18 de 25 La Granja de Azuaga (fol 32r-32v pp 63-64) 5 de 6 Berlanga (fol 35v-36v pp 70-76) 9 de 17 Valverde de Reina (fol 38v-39r pp 80-81) 10 de 10 Fuente del Arco (fol 42v-43v pp 88-90) 10 de 10 Trasierra de Reina (fol 52r-52v pp 107-108) 3 de 4 Los Ahillones de Reina (fol 54r-54v pp 111-112) 6 de 6 Valencia de la Torre (fol 65v-66r pp 134-135) 5 de 13 El Era de Hornachos (fol 69v-70r pp 142-143) 2 de 4 Hornachos (fol 74r p 151) 1 de 5 Usagre (fol 79r-80v pp 161-164) 22 de 27 Bienvenida (fol 84r-84v pp 171-172) 9 de 10 Calzadilla (fol 87v-88v pp 178-180) 17 de 23 Fuente de Cantos (fol 92r-93v pp 187-190) 18 de 37 Segura (fol 99v-100r pp 206-207) 8 de 14 Fuentes de la Encomienda Mayor (fol 102v-103r pp 212-213) 6 de 8 Cabeza la Vaca (fol 106r-106v pp 219-220) 3 de 4 Monesterio (fol 113r-113v pp 233-234) 4 de 11 Montemoliacuten (fol 116v-117r pp 240-241) 1 de 12 Llerena (fol 124r-126r pp 255-259) 19 de 39 Villanueva del Ariscal (fol 140r-140v pp 287-288) 1 de 3 Estepa (fol 149v-151r pp 304-307) 32 de 37 1103-C La Hinojosa (fol 11v-12r 19-20) 2 de 5 Ribera (fol 18v p 33) no cita los nombres de los caballeros pero indica que de 65 que se hallaron algunos no teniacutean cauallos asy por los aver vendido como de otra ocasyoacuten El Aceuchal (fol 21v p 39) 9 algunos no teniacutean caballo Villafranca (fol 26r p 47) 33 algunos no teniacutean caballo Fuente del Maestre (fol 32v p 59) 24 algunos no teniacutean caballo Los Santos de Maimona (fol 39r-39v pp 71-72) 3 de 6 Almendralejo (fol 77r p 140) 16 de 26 Meacuterida (fol 138r p 259) 36 algunos no teniacutean caballo El hecho de no disponer del animal podiacutea deberse bien a la muerte de este en cuyo caso se le daban al caballero cuatro meses para reponerlo o bien por venta de la cabalgadura otorgaacutendose en este caso un plazo de dos meses para disponer de otro lo que se penaba con 200 maravediacutees si no se reponiacutea en el plazo fijado cf RODRIGUEZ BLANCO Daniel La Orden de Santiago en Extremadura p 360

20 RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 p 362 Quere-mos matizar algunos errores de cuantificacioacuten del autor caso de las villas de Guadal-canal op cit p 99 1370 vecinos 1101-C fol 27r p 73 320 vecinos (Ytem dixo el dicho cura que en su perrochia puede aver trezientos e veynte perrochianos poco maacutes o me-nos) La Higuera op cit p 99 30 vecinos (no interpolado) 1101-C fol 59v p 135 y fol 288v p 576 no recoge el nuacutemero de vecinos para esta villa Hornachos op cit p 99 600 vecinos (la cifra estaacute interpolada por el autor) 1101-C fol 291v p 582 458 (Dieron por copia los alcaldes e oficcediliales moros de Hornachos que biuen en ella quatroccedilientos e ccedilinquenta e ocho moros pecheros e que de pobres e biudas e venedizos ay otros ccedilient

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309276

Casto Manuel solera CaMpos

ros laquoencontradosraquo es decir que no se presentaron en visitas anteriores en ocasiones con la complicidad de los alcaldes situacioacuten ante la cual los visitadores se ven obligados a sancionar con multas laquoa los vecinos y alcaldes para que no escondan ni amantildeen los padronesraquo con la idea de servir de coartada a los vecinos cuantiosos21 Este comportamiento

veccedilinos) Puebla de la Calzada op cit p 98 36 vecinos a la vista de la documentacioacuten el dato es claramente erroacuteneo 1101-C fol 9v p 34 Actos Primeros fol 112r-112v pp 244-245 Iglesias e hermitas fol 187v p 366 Mesa Maestral fol 299r p 597 Pueblos en cada uno de los cuales se cita expliacutecitamente que este pueblo junto con Cordobilla no se pudieron visitar por la crecida del riacuteo Guadiana (cf nota 7) Arroyomolinos de Leoacuten (Caacuteceres) op cit p 99 1101-C fol 140v p 301 150 oacute 160 vecinos Considerando lo que recoge el literal del documento la cifra total de vecinos seriacutea de entre 160 y 170 vecinos si tenemos en cuenta que el nuacutemero de hombres casados puede oscilar entre los 120 y los 130 como indica el propio texto (Dixeron que de honbres casados puede aver fasta ccediliento veynte veccedilinos e otros treynta e quarenta de biudas e hueacuterfanos e pobres) Cabeza la Vaca op cit p 99 200 vecinos 1102-C fol 106v p 220 300 vecinos Cantalgallo op cit p 99 600 vecinos 1102-C fol 129v-130r pp 265-266 no recoge el nuacutemero de vecinos de esta villa la aportada por el autor no corresponde por tanto con el literal del manuscrito pensamos ha interpretado que al no citar vecinos el nuacutemero de eacutestos se mantuvo igual que en 1494 por lo que la cifra no es del todo fiable si bien se puede aproximar bastante por la escasa importancia del lugar a efectos de renta etc Castilleja de la Cuesta este pueblo no lo recoge (cf nota 7) RODRIacuteGUEZ BLANCO en su relacioacuten La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 lo que se entiende para el antildeo 1494 ya que esta villa junto con Montemoliacuten Villanueva del Ariscal Benazusa Mures (el texto cita Veccedilinos que dixeron que aviacutea en el dicho lugar porque dizen que se despuebla Fasta noventa veccedilinos con bivdas e viejos 1101-C fol 142v p 292) Bena-mejiacute Palma y Carmona no disponemos del apartado referido a iglesias y ermitas por peacuterdida de los folios en los que eacutestos se contienen a saber 142v al 162v pp 306-336 donde en bastantes de los casos estudiados se detalla el nuacutemero de vecinos del lugar pero no para la visita de 1498 donde se citan eacutestos expliacutecitamente 1102-C fol 139r p 285 120 vecinos Los Santos de Maimona op cit p 98 600 vecinos 1103-C fol 39r p 71 650 vecinos Montaacutenchez op cit p 98 165 vecinos 1103-C fol 100r p 184 1650 vecinos Meacuterida op cit p 98 882 vecinos 1103-C fol 137v p 258 2200 vecinos

21 Azuaga Fue demandado al dicho concejo de Azuaga que es en relaccedilioacuten de los que tie-nen quantiacutea para tener armas y cavallos seguacuten la ley capitular E por quanto los del dicho conccedilejo non teniacutean hechos sus abonos ciertos los dichos visitadores les dieron teacutermino de diez diacuteas para que fisiesen los dichos abonos e los enbiasen a poder de los dichos visitadores dentro de los dichos diez diacuteas jurados en forma adonde estuuieren a la sazoacuten en esta prouinccedilia so pena de ccedilinquenta mill maravediacutees para la caacutemara de sus altezas (1101-C fol 284r p 567) Trasierra de Reina los dichos visitadores mandaron al conccedilejo so pena de veynte mill maravediacutees para la caacutemara de sus altezas que fasta seys diacuteas fagan los abonos de las personas del dicho lugar que seguacuten la ley capitular son obligados a tener armas y cauallos e les enbiacuteen la copia dellos dentro del dicho teacutermino a do quier que estuuieren en esta prouinccedilia (1101-C fol 285r p 569) Berlanga Dixeron los del conccedilejo que hasta aquiacute soliacutean tener cinco o seys contiosos que deuiacutean mantener cauallos e armas seguacuten la ley capitular Los dichos visitadores les mandaron que dentro de ccedilinco diacuteas abonen los del pueblo e los que fallaren quantiosos ge los enbiacuteen por es-cripto nombrados para los asentar en el libro de la visitaccedilioacuten (1101-C fol 285v p 570) El Oliva Mandose al conccedilejo de la dicha villa dell Oliua que declarase quaacutentos vecinos ay en la dicha villa quantiosos para que deuan mantener armas e cauallos segund la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 277

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

iliacutecito se entiende si tenemos en cuenta que una vez terminada la con-quista de Granada los vecinos obligados a mantener caballo y armas lo que era bastante caro22 debiacutean hacerlo con la uacutenica finalidad de hacer alarde dos veces al antildeo lo que provocoacute que muchos de ellos prefirieran participar de los repartimientos del concejo que mantener un equipo militar para nada lo primero era maacutes barato simplemente el prestigio social por pertenecer a la caballeriacutea concejil iraacute pasando a un segundo plano si bien encontramos alguacuten caso contradictorio aunque para nada significativo por lo reducido del nuacutemero como el de Hernaacuten Gonzaacutelez en Montemoliacuten el cual muestra su malestar ante el concejo por el hecho de no poder optar a formar parte del grupo de los cuantiosos por falta de renta para ello23 Estaacute claro que el objetivo era mantener un cuerpo militar a toda costa24 movido por el laquocelo conservadorraquo de los Reyes Ca-toacutelicos empentildeados en mantener las laquoesencias de la Ordenraquo25 Un ejemplo

ley capitular pidieron teacutermino para hacer la dicha declaraccedilioacuten y los dichos visitadores les asignaron teacutermino de diez diacuteas e sobrello les posieron pena de diez mill marave-diacutees para la caacutemara de sus altezas (1101-C fol 292v p 584) Arroyomolinos (Caacuteceres) En este dicho lugar mandaron a los regidores so pena de veynte mil maravediacutees para la caacutemara de sus altezas que dentro de seys diacuteas primeros siguientes saquen todos los quantiosos del dicho lugar segund lo dispone la ley capitular para que ayan de mantener armas e cauallos e que dentro de los dichos seys diacuteas los enviacutee escriptos e jurados por los dichos regidores a los dichos visitadores para que los asienten en este libro de visitaccedilioacuten (1101-C fol 294r-294v pp 587-588) Meacuterida Fueacuteles demandado que fisiesen abonos de los vesinos de la dicha ccedilibdad que podiacutean e deuiacutean mantener armas e cauallos segund la disposiccedilioacuten de la ley capitular E respondieron que en el tiempo de la guerra del Reyno de granada seruiacutean al maestre don Alonso de Caacuterdenas quarenta e ccedilinco caualleros de quantiacutea de la dicha ciudad de los quales disen que estaban en noacutemina asentada en sus libros en que despueacutes acaacute son falleccedilidos algunos de aquellos E que el dotor Martiacuten de Aacuteuila leuoacute memorial e copia de hidalgos e cavalleros de quantiacutea e escuderos e de toda la gente que podriacutea mantener armas e cavallos en Meacuterida e en su tierra para lo presentar a sus altezas Los dichos visitadores les mandaron de parte de sus altezas que sin em-bargo de aquello les diesen noacutemina de los dichos caualleros de quantiacutea para lo qual les dieron teacutermino de treynta diacuteas en que les diesen la dicha noacutemina (1101-C fol 295v-296r pp 590-591) En el siglo XIV encontramos comportamientos anaacutelogos en territorios de la Orden en la Corona de Aragoacuten donde se llegoacute incluso a la desercioacuten de los contin-gentes concejiles cf LAFUENTE y MARTIacuteNEZ ldquoEjeacutercito y fiscalidad en la encomienda santiaguista de Montalbaacutenrdquo p 120

22 Soacutelo el caballo debiacutea ser de contiacutea de tres mill maravediacutes cf FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 6v

23 AHN OOMM 1102-C fol 117r p 241 Pareccedilioacute Hernaacuten Gonzaacutelez mostroacute una comisyoacuten de Puertocarrero en que pidioacute estar agrauiado por no tener la contiacutea por lo qual manda-ba a los alcaldes de la Villa que acontiasen su hazienda quando sea en el estado en que estaban

24 RODRIGUEZ BLANCO ldquoSantiago y Calatrava en transicioacuten (inicios del s XVI) Renta y miliciardquo concretamente p 527

25 RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 364

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309278

Casto Manuel solera CaMpos

de caballeros laquoencontradosraquo son los ya vistos anteriormente casos de Montaacutenchez y Ribera donde el incremento de caballeros de cuantiacutea en soacutelo los cuatro antildeos que van de 1494 a 1498 es realmente espectacular26

Hemos de sentildealar que hasta finales del siglo XV la caballeriacutea de cuantiacutea concluida ya la guerra de Granada manteniacutea auacuten su caraacutecter militar ndashel fantasma de la guerra estaba latente27ndash si bien al poco se con-figuraraacute como un cuerpo de caraacutecter maacutes bien administrativo sirven para articular las relaciones socio-econoacutemicas en los territorios de la Orden la pregunta seriacutea iquestpara queacute sirve este cuerpo tras el fin de la Re-conquista sino para un mantenimiento conservadurista de unas estruc-turas ya obsoletas que auacuten pueden ser consideradas por el poco tiempo

26 En el caso del primero habriacutea que matizar que en 1494 donde aparece como exento el nuacutemero de vecinos es de 120 mientras que en 1498 aumenta hasta los 1650 ya que como indica RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 362-363 los pueblos que raramente escapan al aporte de cuantiosos suelen ser los de poblacioacuten entre 150 y 300 vecinos en adelante con las loacutegicas excepciones de aquellos con cifras de vecinos muy por debajo de eacutestas que tambieacuten aportan cuantiosos caso de La Tra-sierra de Reina (1494 60 vecinos 1101-C fol 40r p 99 1498 80 vecinos 1102-C fol 52v p 108) Los Ahillones de Reina (1494 101 vecinos 1101-C fol 44v p 105 1498 100 vecinos 1102-C fol 56v p 116) Disantos (1494 6 vecinos 1101-C fol 44v p 108) El Era de Hornachos (1498 100 vecinos 1102-C fol 70r p 143) Alange (1498 75 veci-nos 1103-C fol 163r p 309) La Zarza de Alange (1494 90 vecinos 1101-C fol 74v p 168) Villagonzalo de Alange (1494 70 vecinos 1101-C fol 75v p 170 1498 70 vecinos 1103-C fol 165v p 314) El Iglejuela (1494 8652 vecinos [interpolado por RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 98] el documento no ofrece datos de vecinos 1101-C fol 297v p 594) No obstante en esta villa soacutelo dos antildeos maacutes tarde en 1500 la mayor parte de los caballeros aparecen citados como de ldquoasuetordquo situacioacuten que se equipara totalmente a la de los hidalgos como ya sucediacutea en 1494 (cf supra) siendo eacutestos 21 de los 35 caballeros de cuantiacutea recogidos en este antildeo en Reina para ese mismo antildeo se da una situacioacuten llamativa ya que los caballeros de cuantiacutea que ha-bitaban intramuros de la encomienda no estaacuten obligados a mantener caballo aunque siacute armas (cf supra) mientras que los miembros de este grupo que viviacutean en el arrabal deben antildeadir el caballo ya que a ellos no les alcanza el privilegio dado por Alonso de Caacuterdenas y confirmado por los Reyes Catoacutelicos cf RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 364

27 En la visita de 1494 de Meacuterida leemos Fueacuteles demandado que fisiesen abonos de los vesinos de la dicha ccedilibdad que podiacutean e deuiacutean mantener armas e cauallos segund la disposicioacuten de la ley capitular Y respondieron que en el tiempo de la guerra del Reyno de Granada seruiacutean al maestre don Alonso de Caacuterdenas quarenta e cinco caualleros de cuantiacutea de la dicha ciudad de los quales disen que estaban en noacutemina asentada en sus libros en que despueacutes acaacute son falleccedilidos algunos de aqueacutellos E que el dotor Martiacuten de Aacuteuila leuoacute memoria y copia de hidalgos e caualleros de cuantiacutea y escuderos y de toda la gente que podriacutea mantener armas y caballos en Meacuterida y en su tierra para lo presentar a sus altezas Los dichos visitadores les mandaron de parte de sus altezas que sin embargo de aquello les diesen noacutemina de los dichos caualleros de quantiacutea para lo qual les dieron teacutermino de treynta diacuteas en que deccedilidiesen la dicha noacutemina AHN OOMM 1101-C fol 295v-296r pp 500-501

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 279

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

transcurrido A principios del siglo XVI en 1502 en diecinueve de las plazas donde se realiza el preceptivo alarde que los cuantiosos debiacutean realizar dos veces al antildeo en Navidad y en San Juan de junio28 son laquola-bradores a caballoraquo que iraacuten de los 10 de localidades como Segura El Oliva y Jerez (a la postre bien llamada laquode los Caballerosraquo) a los 61 de Llerena labradores que integraraacuten asimismo la mayor parte del grupo de los escuderos29

2 Los cuantiosos y sus cuotas

21 Provincia de Castilla

De los 103 pueblos en los que encontramos caballeros cuantiosos soacutelo en 7 se menciona la cuantiacutea a partir de la cual todo vecino del mismo debe formar parte de esta fuerza militar concejil de los que 6 de ellos se citan en el primer antildeo estudiado y 1 en el segundo a saber Caravaca30 (30000 mrs) Aledo31 Mora32 Dosbarrios33 Villatobas34 y Villarrubia35 (50000 mrs) en 1494 Villaescusa de Haro (35000 mrs) en 149836 Ob-servamos una rebaja significativa de la renta miacutenima para formar parte de la milicia popular de los 50000 maravediacutees de 1494 a los 35000 de 1498 exceptuando del patrimonio disponible los recursos baacutesicos para la subsistencia fijados por Alonso de Caacuterdenas en el capiacutetulo general de

28 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf parte fol 75v

29 Las cifras de manera maacutes precisa nos las aporta LADERO QUESADA ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extremadura seguacuten los alardes de 1502rdquo en concreto cf pp 173-176 Cita el autor ldquohellipel acceso a la caballeriacutea de cuantiacutea estaba limitado a muy poca gente 61 oficios puacuteblicos hacendiacutesticos o domeacutesticos 24 relativos a la sanidad o a la praacutectica letrada 44 de diversas especialidades artesanas y 18 relacionados con el comerciordquo p 175 Es llamativo el caso de Hornachos en la que los cuantiosos son caballeros ldquomorosrdquo (auacuten no se ha producido la conversioacuten obligada) con el objetivo de luchar contra los moros algo ciertamente paradoacutejico que soacutelo se explica por el hecho ya visto del escaso caraacutecter militar que en estas fechas teniacutea ya la caballeriacutea popular y que vuelven a aparecer en el alarde de 1502 ya como ldquocristianos nuevosrdquo AHN OOMM 1102-C fol 74r p 151 Cita a los caballeros ldquoAbrahen Morinordquo ldquoAvdalla Durrahaminrdquo ldquoHamete Hacherdquo ldquoHayque morordquo y ldquoMongi Ruy Diacuteazrdquo LADERO QUESADA ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extremadura seguacuten los alardes de 1502rdquo p 173

30 AHN OOMM 1066 fol 102r p 20231 AHN OOMM 1066 fol 128v-129r pp 255-25632 AHN OOMM 1067 fol 23v p 4633 AHN OOMM 1067 fol 33r p 6534 AHN OOMM 1067 fol 41r p 8135 AHN OOMM 1067 fol 41v p 8236 AHN OOMM 1068 fol 19r p 37

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309280

Casto Manuel solera CaMpos

Ucleacutes Ocantildea y el Corral de Almaguer de 1477 a 148137 cantidades que salvo el caso de Caravaca donde la cuota miacutenima es de 30000 mara-vediacutees lo que se ajusta a lo recogido en la normativa capitular como a continuacioacuten veremos no corresponden con las establecidas en las leyes capitulares del Infante don Enrique de 1440 en Ucleacutes donde se fija en 20000 maravediacutees la renta a partir de la cual cualquier vecino en los pueblos de la Orden debe inscribirse como caballero cuantioso ofre-ciendo una descripcioacuten del armamento con que debe contar cauallo de valor de mil e quinientos maravediacutees e armas de la gineta hojas e adaraga e barreta lanccedila e espada los de cuantiacutea de 10000 maravediacutees en adelan-te tengan ballestas de polea razonables e cintos o una ballesta de pie de 5000 maravediacutees en adelante los que no pudiesen tenerla de polea de esta cantidad abajo se manda tener escudo por valor miacutenimo de 3000 maravediacutees por uacuteltimo recoge la obligacioacuten de tener lanzas y dardos para los ombres menccedilebos que no han otra contiacutea38 El patrimonio miacuteni-mo para formar parte de este grupo de pecheros seraacute modificado por don Juan Pacheco en el capiacutetulo general de los Santos de Maimona de 1469 por las diferencias de la moneda de entonces a la de agora donde se establece eacuteste en 30000 maravediacutees debiendo ser los caballos de valor de 3000 maravediacutees disposicioacuten que seraacute confirmada por don Alonso de Caacuterdenas en el capiacutetulo general ya citado39 Como vemos en ninguno que los capiacutetulos celebrados desde 1440 se habla de una cuantiacutea como

37 Lo que se sentildeala con la sentencia sacadas las casas en que moraren e las ropas de se vestir e la cama en que duermen e vn par de azeacutemilas o bueyes con que labrare cf AHN OOMM 1068 fol 19r p 37 entre otros ejemplos AHN COacuteDICES L 900 fol 353r-353v ldquoTiacutetulo XLVIII Que fabla sobre los caualleros de quantiacuteardquo

38 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 75v-76v OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 330-331 Sentildeala que cada grupo de caballeros tenga un cuadrillero que los dirija al cual se le otorga la potestad de sancionar a quienes no respondan a los ensayos que debiacutean realizar para su entrenamiento con 6 maravediacutees 200 para la caacutemara del rey y 50 para el cuadri-llero a quien no repusiere su caballo por venta o muerte 20 a quien ldquose le quebrare la ballestardquo y no informe de ello al cuadrillero La pena general por no contar con los pertrechos necesarios para la guerra (el control sobre este punto se realiza bien el diacutea de San Juan el de San Miguel o en Navidad) es de 2000 maravediacutees si bien son varios y llamativos los casos en los que esta pena es mayor o menor asiacute en Beas de Segura 1498 la pena asciende a 5000 maravediacutees (1068 fol 142v p 294) mientras que en Torrenueva y Alcubillas en 1494 (1067 fol 320r p 639 y 1067 fol 322r p 643 respectivamente) y Canena en 1498 (1068 152v p 314) la pena se duplicaraacute a 10000 maravediacutees En Torres de Albanchez por su lado en 1498 la pena se reduce a 1000 maravediacutees (1069 fol 89r p 179)

39 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf parte fol 76v el segundo de ellos en AHN COacuteDICES L 900 fol 353r-353v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 281

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

la recogida en los libros de visitas lo que resulta bastante contradicto-rio maacutexime teniendo en cuenta que eacutestos sentildealan literalmente que la cuantiacutea se establece segund la ley capitular lo dispone ninguno non tiene la contiacutea que la ley capitular manda40 Se refiere al capiacutetulo general de Tordesillas de 1494 celebrado por los Reyes Catoacutelicos ya como adminis-tradores perpetuos de la Orden que se mantendraacute en el de Alcalaacute de Henares de 1497 como recoge la propia documentacioacuten41 Problema no disponemos de los establecimientos de los mismos la uacutenica referencia nos la aporta Fernaacutendez de la Gama en el proacutelogo de su obra donde se citan los cuatro capiacutetulos generales celebrados antes de la muerte de dontildea Isabel en 150442 En el transcurso de su compilacioacuten Fernaacutendez de la Gama no recoge disposicioacuten alguna sobre la cuantiacutea que deben tener los vecinos de los pueblos de la Orden para ser inscritos como miembros de este grupo desde la muerte de Alonso de Caacuterdenas en 1493 lo que nos lleva a pensar que don Fernando y dontildea Isabel no dieron ninguna norma que modificara este punto antes de 1503 antildeo en que se produce un aumento en la cuantiacutea de 50000 a 80000 maravediacutees si bien este cambio no saldraacute de capiacutetulo alguno sino de una carta otorgada por los monarcas a peticioacuten de la ciudad de Meacuterida43 no obstante en base a los datos expuestos parece obvio que debieron dar alguna disposicioacuten al respecto44 En cuanto a la diferencia de cuota entre unos pueblos y

40 AHN OOMM 1068 fol 19r p 37 Ibid fol 130v p 27041 AHN OOMM 1067 fol 4r hellipdada en el capiacutetulo general que se ccedilelebra en esta villa de

Tordesillas a nueue diacuteas del mes de junio antildeo del nasccedilimiento de nuestro Saluador Ihesu Christo de mil e quatroccedilientos e noventa e quatro antildeos 1068 fol 1r p 1 1069 fol 1v p 2 cf PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 22

42 Tordesillas 1494 Alcalaacute de Henares 1497 Granada 1499 Eacutecija-Sevilla 1501-1502 cf FER-NAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 1ordf Parte fol 3v

43 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 361 ldquoEl cambio pos-terior viene dado por los Reyes Catoacute1icos en carta dada a peticioacuten de la ciudad de Meacuterida ldquobien sabedes que nos ovimos mandado dar una nuestra provisioacuten para apreccediliasedes e hiccediliesedes caualleros de contia en toda la dicha Prouinccedilia a los que ovieren ccedilinquenta mill maravedies arriba de fazienda con ciertas limitaciones (sic) Despueacutes acordamos que fueran de ochenta mill maravedies arribardquo

44 En el caso de La Ossa de Montiel exenta de pecho ya en 1494 leemos en este antildeo hellipnon son obligados a seruir con caualleros de quantiacutea por virtud de vn preuillegio que mostraron del sentildeor Ynfante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la Orden 1067 fol 297r p 593 hecho que se repetiraacute en la posterior visita de 1498 Luego los dichos alcaldes e regidores dixeron que en la dicha villa ay nouenta vecinos pero que non son obligados a seruir como caualleros de contiacutea por virtud de vn priuillejo que mostraron del sentildeor Infante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la horden 1068 fol 77r p 163

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309282

Casto Manuel solera CaMpos

otros maacutes allaacute de lo dispuesto en los capiacutetulos que de la misma manera no se refieren a ello iquesttendriacutea relacioacuten con el nuacutemero de habitantes La respuesta es no A simple vista se observa coacutemo en contra de lo que resultariacutea loacutegico pensar de los escasiacutesimos ejemplos con los que conta-mos son los pueblos con menor poblacioacuten en los que la cuota es mayor de manera que esta hipoacutetesis resulta del todo inviable Vemos como en Mora Dosbarrios y Villarrubia con 373 190 y 141 vecinos respectiva-mente la cuota miacutenima es de 50000 maravediacutees en 149445 (de Caravaca Aledo y Villatobas para el mismo antildeo no conocemos el nuacutemero de veci-nos si bien para las dos primeras el nuacutemero de eacutestos en 1498 era de 400 y 80 respectivamente46 lo que sigue contradiciendo la posible hipoacutetesis expuesta especialmente claro estaacute en la primera de ellas) mientras que Villaescusa de Haro en 1498 cuenta con 420 vecinos47 estando entre las maacutes populosas de la provincia junto a Beas de Segura (1494 586 ve-cinos 1498 629)48 Villanueva de los Infantes (1498 500 vecinos)49 y La Membrilla del Tocoacuten (1494 620 vecinos 1498 591)50 y su cuota miacutenima es de 35000 maravediacutees

22 Provincia de Leoacuten

Por su parte en la Provincia de Leoacuten el uacutenico caso que encontramos en los que se cita la cuantiacutea miacutenima para ser inscrito como cuantioso la vemos en la visitacioacuten de El Aceuchal anexo a Ribera51 donde sentildealan los visitadores No les dieron en este lugar copia de caualleros de quantiacutea como quiera que les fue demandada por rasoacuten que la quantiacutea de los 30000 maravediacutees de la ley capitular se les hace pequentildea52 lo que nos traslada

45 AHN OOMM 1067 fol 32r p 63 1067 fol 37v p 74 1067 fol 44r p 8746 AHN OOMM 1069 fol 164v p 330 1069 fol 193r p 38747 AHN OOMM 1068 fol 24v p 4848 AHN OOMM 1067 fol 271r p 541 1068 fol 142r p 29349 AHN OOMM 1068 fol 181r p 37150 AHN OOMM 1067 fol 30v p 660 1068 fol 202v p 41451 AHN OOMM 1101-C fol 10v p 36 Hay que apuntar casos como los pueblos de la tie-

rra de Hornachos a saber el propio Hornachos El Campillo de Hornachos El Retamal de Hornachos y El Era de Hornachos la cual preguntados por los cuantiosos cita que nunca los ovo en el dicho lugar nin al presente ay en eacutel personas de quantiacutea para ello AHN OOMM 1101-C fol 291r p 581 situacioacuten aplicable a toda esta tierra que sin embargo no se corresponde con la visita de 1498 en la que Hornachos aporta cinco cuantiosos y El Era de Hornachos cuatro AHN OOMM 1102-C fol 74v p 151 AHN OOMM 1102-C fol 69v p 142

52 AHN OOMM 1101-C fol 301r p 601

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 283

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

en un primer momento de manera directa e inmediata al capiacutetulo ge-neral de don Alonso de Caacuterdenas aunque parece obvio que los hechos debieron ser los mismos que para la Provincia de Castilla vistos maacutes arriba en referencia al capiacutetulo general de Tordesillas celebrado por los Reyes Catoacutelicos En los 84 pueblos restantes la documentacioacuten guarda silencio al respecto por lo que no podemos saber la renta a partir de la cual los vecinos de este territorio debiacutean considerarse como cuan-tiosos Por extensioacuten iquestseriacutean los mismos 50000 maravediacutees de 1494 y los 35000 de 1498 vistos para la Provincia de Castilla Lo reducido del nuacutemero de casos en los que los libros exponen tal extremo (soacutelo 7 pue-blos como ya vimos) sumado a la falta de acuerdo con el uacutenico expuesto para la Provincia de Leoacuten ameacuten de la notable diferencia de cuantiacutea que se observa en un mismo antildeo en territorios distintos y la contradiccioacuten expuesta entre cuota y vecinos estando en todos los casos sujetos a la misma ley capitular hace difiacutecil aproximarse a cuaacutel seriacutea el motivo de esta realidad podriacuteamos pensar que el comportamiento debioacute ser el mismo pero iquesten base a queacute sostendriacuteamos esta hipoacutetesis La respuesta nos la dan un par de documentos conservados en el Archivo General de Simancas y en el Archivo Histoacuterico Nacional El primero contiene la queja de los vecinos de la villa de Letur dependiente de la encomienda de Socobos en la Provincia de Castilla por los agravios sufridos por par-te del comendador53 referidos a la administracioacuten de justicia los por-tazgos y los caballeros de cuantiacutea No es sino un mandato del maestre don Alonso de Caacuterdenas dado en Llerena el 11 de julio de 1481 en el que establece lo que cuatro diacuteas despueacutes el 15 de ese mismo mes y antildeo saldraacute del capiacutetulo general celebrado en esta misma villa que la renta miacutenima para ser cuantioso sea de 30000 maravediacutees si bien en la citada reunioacuten capitular esta medida se da para las tierras de la Provincia de Leoacuten no para las de Castilla La villa de Letur era de poca extensioacuten lo que provocaba que a los vecinos les resultase praacutecticamente imposible mantener caballo y armas salvo que se redujera la cuantiacutea establecida para ello de la que desconocemos la cifra pero claro estaacute debiacutea ser

53 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 341 cita como comen-dador de Socobos entre los antildeos 1468-1480 a Alonso de Lisoacuten el siguiente que recoge es Enrique Enriacutequez pero ya a partir de 1498 entre esas dos fechas no da nombre de comendador alguno por lo que no podemos asegurar que fuera aqueacutel igualmente sucede con Segura de la Sierra op cit p 339

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309284

Casto Manuel solera CaMpos

mayor54 En el segundo de los documentos citados se recoge una dispo-sicioacuten del capiacutetulo general de Eacutecija de 1485 en el que don Pedro Puerto-carrero trece propone que se menguumle la cuantiacutea para tener caballo y armas a los vecinos de Segura de la Sierra tambieacuten en la Provincia de Castilla la cual se habiacutea aumentado a causa de lo cual los cuantiosos estaban desencaualgados e desechos situacioacuten ante la cual se dispone igualmente que eacutesta seraacute de 30000 maravediacutees A la vista de los datos todo parece indicar que eran los propios comendadores los que dispo-niacutean las cantidades para ser vecino cuantioso pasando por alto las le-yes capitulares de los maestres lo que no resulta extrantildeo si tenemos en cuenta que en contra de lo establecido en el propio seno de la orden las visitas no se haciacutean de forma anual55 sino que entre unas y otras podiacutean pasar varios antildeos lo que era campo abonado para que se cometieran desobediencias y abusos por parte de los comendadores que gozaban de una mayor autonomiacutea para sin buscarlo ejercer prerrogativas que no les competiacutean Segura de la Sierra pasaraacute tiempo despueacutes a una situa-cioacuten totalmente distinta apareciendo en 1494 como exenta56 De lo que no cabe duda es que la ley capitular a la que se refiere no es otra que la salida del citado capiacutetulo general de Tordesillas de 1494 del que por desgracia a diacutea de hoy no se conocen los establecimientos

3 Caballeros de cuantiacutea y gobierno local

Como indicaacutebamos al inicio queremos aproximarnos en este trabajo a la realidad socio-econoacutemica de la caballeriacutea de cuantiacutea en los territorios de la Orden de Santiago a finales de la Edad Media por lo que hemos

54 El capiacutetulo general celebrado en Llerena el 15 de julio de 1481 cita fol 276vndash 278v (hellipnuestro capiacutetulo general que al presente celebramos en esta nuestra villa de Llerena [hellip] domingo quinze diacuteas del mes de jullio anno del nasccedilimiento del nuestro Saluador Ihesu Christo de mill e quatroccedilientos e ochenta e vn annoshellip) y fol 353r-353v (hellipla qual dicha quantiacutea nos alargamos en la nuestra prouinccedilia de Leoacuten fasta en treynta mil marave-diacuteeshellip) cf AHN COacuteDICES L 900 el mandamiento del maestre don Alonso de Caacuterdenas en RODRIacuteGUEZ LLOPIS Coleccioacuten de documentos para la historia del Reino de Murcia Documentos de los siglos XIV y XV Sentildeoriacuteos de la Orden de Santiago doc nordm 112 pp 174-175 y doc nordm 229 p 190 el acuerdo de Eacutecija es de 21 de marzo de 1485

55 OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 286-287 ldquoLXIX Coacutemmo se deuen elegir visitadores e quaacuteles deuen serrdquo

56 En 1485 era de loacutegica que contara con caballeriacutea popular pues se estaba en plena cam-pantildea granadina Coleccioacuten de documentoshellip doc nordm 229 p 190 claro estaacute que esa preheminenccedilia e vso e costumbre de non se echar en ella caualleros de quantiacutea (AHN OOMM 1067 fol 266v p 512) debioacute concedeacutersele una vez terminada la guerra con lo que no hariacutea maacutes de dos antildeos que gozaba de la condicioacuten de exenta

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 285

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

considerado la presencia de los vecinos cuantiosos de cada uno de los pueblos de la Orden que forman parte a su vez del gobierno local que desempentildeaban alguacuten cargo dentro del mismo como alcalde regidor al-guacil escribano etc Para ello debemos necesariamente aproximarnos a los iacutendices de poblacioacuten de los distintos territorios analizados lo que nos enfrenta de entrada y de lleno al problema de la cuantificacioacuten ya que a la falta de datos demograacuteficos se une la lejaniacutea en el tratamiento que se da a los mismos con respecto a lo que hoy entendemos por estudio poblacional por el simple hecho de que los fines que se perseguiacutean en-tonces distan mucho de lo que nosotros buscamos como son las bulas de indulgencias los padrones de confesados y los libros de visitas los cuales tampoco nos aportan una informacioacuten totalmente fiable desde el punto de vista del nuacutemero de vecinos que por lo general no recogen los exentos esto es los hidalgos beatas cleacuterigos viudas y menores laquoy cuando lo ha-cen se les cita expresamenteraquo57 El mayor problema radica por una parte en que en esta eacutepoca no existen padrones de vecinos en los territorios de la Orden lo cual nos hace perder laquola historia del 95 por 100 de la po-blacioacuten del Sentildeoriacuteoraquo58 hecho que tampoco suplen los libros de bautismo que si en muchos lugares existiacutean desde 1511 para los territorios que nos ocupan soacutelo se conoce el de Alcueacutescar de 149959 y por otro el hecho de que la poblacioacuten se cuenta por vecinos y no por habitantes de manera que cuando hablamos de laquovecinoraquo no debemos entenderlo como expresioacuten individual sino como unidad familiar compuesta por varias personas de la que tambieacuten formariacutean parte los padres suegros cuntildeados hermanos sobrinos yernos o nietos asiacute como los llamados mozos de crianza por lo que tampoco podemos asimilar el concepto de familia en la Baja Edad Media al nuestro actual lo que dificulta auacuten maacutes esta labor60 Esta bre-ve exposicioacuten sobre el problema de la cuantificacioacuten la hacemos con la idea de enmarcar la proporcioacuten de caballeros de cuantiacutea con respecto al grueso de la poblacioacuten de cada villa es de suponer que si por un lado lo expuesto debe hacernos tomar con precaucioacuten las cifras de vecinos que a continuacioacuten citamos por otro aquello no va a afectar de ninguna mane-ra al estudio del nuacutemero de caballeros de cuantiacutea de cada pueblo ni a la relacioacuten de eacutestos con el gobierno de los municipios

57 Lo expone de manera detallada y brillante PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 41-42

58 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 36559 Ibid p 7560 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 42

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309286

Casto Manuel solera CaMpos

Hay que destacar el hecho de que en el intervalo de tiempo que va

justamente de 1494 a 1498 las tierras castellanas de la Orden viven un

periacuteodo de malas cosechas que daraacute como resultado un balance demo-

graacutefico negativo se dieron casos como el de Santa Mariacutea de los Llanos o

Villaescusa de Haro donde los vecinos cuantiosos no pudieron reponer

las armas y caballo a causa de la carestiacutea de esos antildeos61 Justo lo contra-

rio sucederaacute en las tierras leonesas donde desde mediados del siglo XV

se experimenta un progresivo aumento de poblacioacuten debido en gran

medida a los movimientos migratorios que se producen hasta comien-

zos del siglo XVI (1508) cuando tendraacute lugar la famosa crisis de estas

tierras a causa de la peste62 Seguacuten los datos demograacuteficos extraiacutedos de

los libros de visita el nuacutemero de vecinos en los territorios de ambas pro-

vincias tanto en aquellos territorios en los que hallamos milicia popular

como en los que no teniendo en cuenta que aquiacute los que nos interesan

son los primeros se mantiene praacutecticamente inalterable con algunos

ejemplos en los que el alza de la poblacioacuten es llamativo aun en la Pro-

vincia de Castilla a pesar de las circunstancias expuestas lo que va de la

mano en lo que toca al aporte de cuantiosos que de la misma manera se

mantiene observaacutendose casos muy pocos en los que el evidente incre-

mento de caballeros de cuantiacutea es correlativo al aumento de vecinos del

lugar hecho que maacutes que responder a cuestiones de tipo cuantitativo ndasha

maacutes vecinos maacutes cuantiososndash nos inclinamos a pensar que se debe a un

hecho de caraacutecter cualitativo esto es a la aparicioacuten de esos caballeros

laquoencontradosraquo que ya vimos en liacuteneas anteriores63 Como ejemplos sig-

nificativos citamos a Beas de Segura que vive un incremento de vecinos

de 586 a 629 aunque esta uacuteltima cifra incluye a viudas y hueacuterfanos que

pasa de 16 a 24 cuantiosos64 o Villanueva de los Infantes65 No obstan-

61 AHN OOMM 1068 fol 71v p 152 E al presente no se les hallaron las armas porque dixeron que a cabsa de ccediliertos antildeos esteacuteriles que les han venido que no han cogido pan no las han podido comprar

62 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 76-84 Ya en 1420 el Infante Don Enrique adoptoacute medidas para paliar el problema del despoblamiento de la zona con la concesioacuten de solares ejidos y molinos cf Ibid p 80

63 En Villaescusa de Haro hallamos 7 vecinos que disponen de renta para ser caballeros de cuantiacutea E los vecinos que nuevamente se sentildealaron que teniacutean contiacutea para ser caua-lleros fueron estos Antonio de Alarcoacuten e Diego Loacutepez del Corral e Alfonso del Ccedilerezo e Alonso del Robredillo e Esteuan Loacutepez de Ivaacuten Ximeacutenez e Bartolomeacute de Santa Cruz e Juan de Alcaraz AHN OOMM 1068 fol 24v p 48

64 AHN OOMM 1067 fol 271r p 541 1068 fol 142r p 29365 AHN OOMM 1067 fol 313v p 625 1068 fol 181r p 371

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 287

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

te hemos de indicar que en algunos pueblos castellanos como Yeste66 Lieacutetor67 Letur68 Moratalla69 Caravaca70 Cehegiacuten71 y Aledo72 se observa un claro descenso de cuantiosos de 1494 a 1498 lo que no podemos con-trastar con el comportamiento de estos lugares a nivel demograacutefico ya que no conocemos las cifras de poblacioacuten para el primero de los antildeos aunque en base al descenso del nuacutemero de vecinos de cuantiacutea cuando lo normal en lo que se refiere al ocultamiento de eacutestos era que en poste-riores visitas aparecieran podemos aventurarnos a pensar que cierta-mente en estos lugares se produjera un descenso poblacional que afectoacute de lleno al grupo de las milicias concejiles En la Provincia de Leoacuten la evolucioacuten en este sentido es muy distinta ajustaacutendose a ese aumento de poblacioacuten que va de mediados del siglo XV a principios del XVI lo que se conoce por datos indirectos referidos a la presioacuten de los campe-sinos para que se aumentasen las dehesas boyales al tiempo que para impedir que los vecinos de los municipios ocuparan las mismas73 En el Partido de Meacuterida en particular los visitadores Gonzalo de la Puente y Gonzalo de Alcaraz parece ser que redactaron un memorial de caballe-ros que se aprovecha en las visitas siguientes donde citan las variantes74

66 AHN OOMM 1066 fol 17r-18r pp 32-34 1069 fol 110r-111r pp 221-223 67 AHN OOMM 1066 sin cifras de vecinos ni de cuantiosos 1069 fol 235r-235v pp 471-

47268 AHN OOMM 1066 fol 41r p 80 1069 fol 120v-121r pp 242-24369 AHN OOMM 1066 fol 81v-82v pp 161-163 1069 fol 131r-131v pp 263-26470 AHN OOMM 1066 fol 100v-102r pp 199-202 1069 fol 164v-165v pp 330-33271 AHN OOMM 1066 fol 114r-115r pp 226-228 1069 fol 166v-167r pp 334-33572 AHN OOMM 1066 fol 128v-129r pp 254-256 1069 fol 193r-193v pp 387-388 73 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 80-81 Esos datos son

extraiacutedos por el autor ibid nota 7 (p 103) de las cartas y pleitos del Archivo Municipal de Montemoliacuten

74 Almendralejo Reccedilebiose alarde de los caualleros de contiacutea y hallose en el libro de visi-taccedilioacuten pasada aver veynte e seys caualleros de contiacutea en la dicha villa Y fueron informa-dos que quando Gonzalo de la Puente y Gonzalo de Alcaraz vinieron a facer las contiacuteas no hallaron tantos a cabsa de casamientos que aviacutean partido con sus fijos y de otras neccedilesidades (1103-C fol 77r p 140) Montaacutenchez Hallose en Montaacutenchez y su tierra aver quarenta e tres caualleros de contiacutea por relaccedilioacuten que los alcaldes de la dicha villa dieronhellip y agora no se hallaron maacutes de los siguientes y los que faltan para el dicho nuacute-mero dixeron que no teniacutean la contiacutea (Ibid fol 100v p 185) El Oliva Ya se ha dicho en este libro que estos dos acontiadores Gonzalo de Alcaraz y Gonzalo de la Puente lleuaron por manera de cohecho en toda esta provincia gran contiacutea de maravediacutees de los caua-lleros que acontiaron Sus Altezas deuen proueer en ello porque los pueblos se quexan Algund descargo dio el dicho Gonzalo de la Puente a los dichos visitadores que dijo que eacutel non hera en ello ni ningund dinero ovo (Ibid fol 169v p 322) Llama la atencioacuten y es claramente indicativo de los fenoacutemenos de la ocultacioacuten que se haciacutea de vecinos cuantiosos y de la inmigracioacuten a tierras leonesas aunque insistimos en este segundo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309288

Casto Manuel solera CaMpos

Los datos aportados por los visitadores de la Provincia de Leoacuten son a todas luces maacutes detallados que para la de Castilla de la que podemos ex-ceptuar el libro 1069 segundo correspondiente a 1498 que da algo maacutes de informacioacuten y de una forma maacutes clara La diferencia de cifras tanto de vecinos como de cuantiosos entre las dos provincias es manifiesta como veremos maacutes adelante

Por asimilacioacuten con periacuteodos histoacutericos maacutes recientes podemos pensar que el ejercicio de los cargos puacuteblicos en la Baja Edad Media fuera exclusiva de personas con mayor poder adquisitivo o social hecho que no responde a la realidad de esta eacutepoca al menos en lo que a cargos concejiles se refiere Si bien se dio una reserva de eacutestos para ciertas personas como los caballeros de fuero aquellos que manteniacutean caba-llo y armas por propia voluntad auacuten sin alcanzar la cuantiacutea miacutenima exigida para ello (no se deben confundir con los de gracia los cuales manteniacutean caballo y armas por servicios prestados al Rey quien en re-compensa los armaba caballeros) que disfrutaban de ciertas ventajas entre las que destacan ademaacutes de la exencioacuten de impuestos la reserva de los oficios de alcaldes y alguaciles entre otros75 claro estaacute que no se encontraban entre las personas maacutes ricas del lugar Como expondremos al final de este trabajo en ambas provincias el nuacutemero de los miembros del concejo que forman parte de la caballeriacutea de cuantiacutea es muy escaso Las disposiciones salidas de los capiacutetulos generales no dejan lugar a du-das sobre este aspecto del que o bien se guarda silencio o se manifiesta expresamente en favor de que los cargos concejiles al menos parte de ellos los maacutes sean ejercidos por vecinos del pueblo en detrimento del grupo privilegiado de los caballeros e hidalgos Don Alonso de Caacuterdenas dispone para la villa de Montaacutenchez que de los alcaldes ordinarios uno sea nombrado por el concejo entre los hidalgos y el otro entre los peche-ros laquosegund la dicha su costumbreraquo El mismo introduce una novedad que los caballeros e hidalgos puedan ser regidores Como recogen los textos de la eacutepoca los miembros de los grupos privilegiados se quejan ante el maestre por la poca o nula presencia que tienen en el gobierno de los lugares de la Orden debiendo disponer que de los cargos muni-cipales una parte se les reserve no obstante lo cual poco despueacutes seraacute modificado por los Reyes Catoacutelicos quienes en un ejercicio de valora-

aspecto como secundario que el nuacutemero de caballeros de cuantiacutea en 1498 duplica al de 1494 pasando de 353 en el primer antildeo a 704 en el segundo

75 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 66

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 289

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

cioacuten de la igualdad el meacuterito y la capacidad que hoy pensamos original del pensamiento poliacutetico salido de las Revoluciones Liberales disponen que sean elegidos para ejercer tales cargos laquolos maacutes aacutebiles del pueblo sin fazer diferencia del estado de los hidalgos o esentos a los otrosraquo76 Es evidente que en lo que a gobierno municipal se refiere los pecheros se imponen a los exentos al tiempo que fortuna y estatus social no estaacuten ligados al ejercicio de cargos puacuteblicos Hablando en teacuterminos globales para ambos antildeos en la Provincia de Castilla se reduce a 5077 de un total de 1177 cuantiosos un 42 y 43 de un total de 1045 para la de Leoacuten 41 lo que nos lleva a afirmar que en la Orden de Santiago el poten-cial econoacutemico de una persona no estaba ni mucho menos relacionado con el hecho de ostentar puestos en el gobierno local ya que seguacuten se desprende del anaacutelisis anterior la inmensa mayoriacutea de los vecinos que formaban parte de la caballeriacutea concejil es decir de los maacutes ricos del pueblo no desempentildeaban cargo alguno en sus respectivos municipios mientras que la praacutectica totalidad de los que siacute lo haciacutean ndash93 94 en Castilla y 97 en Leoacutenndash eran personas maacutes humildes78

76 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientoshellip de Santiago 2ordf Parte fol 32v-33r ldquohellipnombraraacuten e elegiraacuten las personas maacutes aacutebiles ydoacuteneas e pertenecien-tes que ouiere en la tal cibdad villa o lugar y que tenga maacutes suficiencia para exercer e vsar los dichos oficios segund conuiene al seruicio de Dios e nuestro e al bien de nuestra justicia e al pro e buen regimiento del pueblo de todos los estados de personas que ouiere en la tal cibdad villa o lugar sin auer apartamiento de vnos a otros en la tal elecioacutenrdquo Ibid fol 40v-43r

77 Hay que sentildealar el caso de Villaverde que para el antildeo 1498 cita textualmente el do-cumento que no ay otro que sea cauallero de contiacutea ni tenga la cantidad saluo Diego Rodriacuteguez alcalde que era a la sazoacuten el qual teniacute (sic) sus armas e cauallo AHN OOMM 1068 fol 27v p 54

78 Un claro ejemplo de ello lo tenemos en la villa de Hornachos habitada y regida por mudeacutejares que como bien es sabido ejerciacutean oficios muy humildes como zapatero herrero y sastre lo que no era oacutebice para su desempentildeo en puestos de gobierno local cf AHN OOMM 1101-C fol 6v p 28 cita la aljama de Hornachos en 1102-C fol 70r p 143 leemos hellipparesccedilieron ante ellos Mahomad Corredor e Hamete Chanchan alcal-des e Hamete Algaz e Mahomad Chicato regidores e otros muchos moros que presentes estavan RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 372-373 PO-RRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 72-74 los moros gozaron de cierta proteccioacuten por parte de los maestres desde la conquista cristiana de Badajoz hecho que se mantendraacute hasta el edicto de conversioacuten de 1502 cf REBOLLO BOTE Juan ldquoDe andalusiacutees a mudeacutejares la continuidad musulmana en la Extremadura de las Oacuterdenes Militaresrdquo Las Oacuterdenes Militares en Extremadura I Congreso de la Federa-cioacuten Extremadura Histoacuterica Garrovillas de Alconeacutetar 13 y 14 de marzo de 2015 pp 153-175 OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 271-272 ldquoXLVII Commo los freyres non puedan vender nin afforar los moros e moras que tienen por yntituyr de las encomiendas e casas que tienen de la Ordenrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309290

Casto Manuel solera CaMpos

ANEXO

Pueblos visitados en 1494 y 1498

Provincia de Castilla Provincia de LeoacutenVillaescusa de Haro GuadalcanalHinojoso AzuagaVillaverde La Granja de AzuagaVillamayor ReinaHorcajo Casas de ReinaCabeza Mesada Trasierra de ReinaCorral de Almaguer Fuente del ArcoPuebla de Don Fadrique BerlangaPuebla de Almuradiel Los Ahillones de ReinaVillanueva del Alcardete DisantosQuintanar de la Orden Valverde de ReinaMiguel Esteban LlerenaCampo de Criptana La HigueraEl Toboso UsagreLa Mota BienvenidaSanta Mariacutea de los Llanos Valencia de la TorreManjavacas El Era de HornachosSocueacutellamos El Campillo de HornachosLa Ossa de Montiel El Retamal de HornachosAlhambra HornachosCarrizosa La HinojosaVillahermosa La Puebla de la ReinaMontiel PalomasCantildeamares AlangeVillanueva de la Fuente La Zarza de AlangeBeas de Segura Villagonzalo de AlangeBedmar El OlivaAlbanchez MontaacutenchezCanena La Torre de Santa MariacuteaChiclana de Segura AlcueacutescarTorre de Juan Abad AlbalaacuteVillamanrique ArroyomolinosLa Puebla de Montiel BienquerenciaTerrinches TorremochaSanta Cruz BotijaAlmedina Valdefuentes

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 291

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Torres de Montiel MeacuteridaFuenllana AljuceacutenVillanueva de los Infantes CarrascalejoCoacutezar Don AacutelvaroTorrenueva EsparragalejoAlcubillas CalamonteLa Solana ValverdeLa Membrilla del Tocoacuten San PedroAlbadalejo de los Freires TrujillanosVillarrodrigo MirandillaLas Vayonas El ArroyoGeacutenave LoboacutenHornos MontijoSegura de la Sierra AlmendralejoOrcera RiberaTorres de Albanchez El AceuchalSiles VillafrancaBenatae La Puebla del PriorYeste Los Santos de MaimonaLieacutetor Fuente del MaestreLetur La Puebla de Sancho PeacuterezSocobos Medina de las TorresFeacuterez CalzadillaMoratalla Fuente de CantosCaravaca Valencia del VentosoCehegiacuten Jerez de los CaballerosAledo SeguraCanara FuentesCieza El CantildeaveralLa Puerta de Segura Arroyomolinos de LeoacutenMora Cabeza la VacaDosbarrios La Calera y su vicariacuteaVillatobas MonesterioVillarrubia MontemoliacutenTarancoacuten Castilleja de la CuestaUcleacutes Villanueva del AriscalVillarrubio BenazusaSahelices MuresTribaldos EstepaFuente de Pero Naharro CantalgalloAlmendros Casas de Don AntoacutenEl Acebroacuten Almohariacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309292

Casto Manuel solera CaMpos

Torrubia ValdemoralesMoraleja La Zarza de MontaacutenchezRozaleacuten SalvatierraHueacutelamo La Garrovilla El Iglejuela La Puebla de la Calzada Carmonita

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Villaescusa de Haro 411 23 559

Hinojoso 66 0 0

Villaverde 9 1 11

Villamayor 175 9 514

Horcajo 17 0 0

Cabeza Mesada 43 1 232

Corral de Almaguer 339 14 412

Puebla de Don Fadrique 97 1 103

Puebla de Almuradiel 61 2 327

Villanueva del Alcardete 178 9 505

Quintanar de la Orden 115 1 086

Miguel Esteban 28 Oslash -

Campo de Criptana 230 7 304

El Toboso 160 9 560

La Mota 190 5 260

Santa Mariacutea de los Llanos 40 4 10

Manjavacas 5 oacute 6 Oslash -

Socueacutellamos 146 6 410

La Ossa de Montiel 80 ex -

Alhambra 53 Oslash -

Carrizosa 35 0 0

Villahermosa 267 18 670

Montiel Oslash ex -

Cantildeamares 10 Oslash -

Villanueva de la Fuente 300 Oslash -

Beas de Segura 586 16 270

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 293

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Bedmar 190 4 210

Albanchez 85 3 350

Canena 47 0 0

Chiclana de Segura 243 18 740

Torre de Juan Abad 52 4 760

Villamanrique 135 4 290

La Puebla de Montiel 85 1 117

Terrinches 96 3 312

Santa Cruz 40 1 250

Almedina 273 8 290

Torres de Montiel 25 0 0

Fuenllana 150 8 530

Villanueva de los Infantes 383 39 10

Coacutezar 46 3 652

Torrenueva 220 11 5

Alcubillas 101 3 290

La Solana 338 16 470

La Membrilla del Tocoacuten 620 27 435

Albadalejo de los Freires 75 Oslash -

Villarrodrigo 310 14 450

Las Vayonas 25 0 0

Geacutenave 95 7 730

Hornos 60 ex -

Segura de la Sierra 150 ex -

Orcera Oslash ex -

Torres de Albanchez 84 3 350

Siles 262 14 534

Benatae 92 2 217

Yeste Oslash 56 -

Lieacutetor Oslash Oslash -

Letur Oslash 15 -

Socobos Oslash 0 -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309294

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Feacuterez Oslash Oslash -

Moratalla Oslash 40 -

Caravaca Oslash 62 -

Cehegiacuten Oslash 33 -

Aledo Oslash 8 -

Canara Oslash Oslash -

Cieza Oslash 23 -

La Puerta de Segura 25 1 4

Mora 373 17 450

Dosbarrios 190 8 420

Villatobas Oslash 1 -

Villarrubia 141 4 280

Tarancoacuten 226 10 440

Ucleacutes 107 2 180

Villarrubio 32 1 312

Sahelices 59 1 160

Tribaldos 40 4 10

Fuente de Pero Naharro 63 6 950

Almendros 44 4 909

El Acebroacuten 42 2 470

Torrubia 56 4 714

Moraleja 9 0 0

Rozaleacuten 38 0 0

Hueacutelamo 115 13 1130

Total 9484 634 668

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Villaescusa de Haro 420 21 5

Hinojoso 80 0 0

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 295

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Villaverde 10 0 0

Villamayor 196 11 56

Horcajo 20 0 0

Cabeza Mesada 43 1 23

Corral de Almaguer 384 18 46

Puebla de Don Fadrique 96 2 2

Puebla de Almuradiel 61 6 98

Villanueva del Alcardete 238 6 25

Quintanar de la Orden 157 3 19

Miguel Esteban 35 0 0

Campo de Criptana 267 5 25

El Toboso 210 11 52

La Mota 196 5 25

Santa Mariacutea de los Llanos 39 4 10

Manjavacas Oslash Oslash -

Socueacutellamos 131 4 305

La Ossa de Montiel 90 ex -

Alhambra 45 0 0

Carrizosa 31 0 0

Villahermosa 281 18 82

Montiel 150 ex -

Cantildeamares 3 Oslash -

Villanueva de la Fuente Oslash Oslash -

Beas de Segura 629 24 38

Bedmar 200 6 3

Albanchez 80 2 25

Canena 48 1 208

Chiclana de Segura 190 15 78

Torre de Juan Abad 68 6 88

Villamanrique 120 3 25

La Puebla de Montiel 60 0 0

Terrinches 102 5 49

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309296

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Santa Cruz 12 0 0

Almedina 260 17 65

Torres de Montiel 20 0 0

Fuenllana 154 14 9

Villanueva de los Infantes 500 61 122

Coacutezar 30 1 33

Torrenueva 200 9 45

Alcubillas 90 3 33

La Solana 340 20 58

La Membrilla del Tocoacuten 591 15 25

Albadalejo de los Freires Oslash Oslash -

Villarrodrigo 172 14 8

Las Vayonas Oslash 0 -

Geacutenave 95 7 73

Hornos 72 ex -

Segura de la Sierra 140 ex -

Orcera 114 ex -

Torres de Albanchez 110 1 09

Siles 195 19 97

Benatae 100 1 1

Yeste 363 44 12

Lieacutetor 160 11 68

Letur 72 7 97

Socobos 27 Oslash -

Feacuterez 23 Oslash -

Moratalla 250 20 8

Caravaca 400 48 12

Cehegiacuten 370 17 45

Aledo 80 11 137

Canara 4 Oslash -

Cieza 142 25 176

La Puerta de Segura 30 1 33

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 297

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Mora79

Dosbarrios

Villatobas

Villarrubia

Tarancoacuten

Ucleacutes

Villarrubio

Sahelices

Tribaldos

Fuente de Pero Naharro

Almendros

El Acebroacuten

Torrubia

Moraleja

Rozaleacuten

Hueacutelamo

Total 9796 543 554

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Guadalcanal 320 47 14

Azuaga 620 Oslash -

La Granja de Azuaga 200 5 25

Reina 240 ex -

Casas de Reina 120 0 0

Trasierra de Reina 60 Oslash -

Fuente del Arco 210 8 38

Berlanga 200 5 25

Los Ahillones de Reina 101 5 49

Disantos 6 2 33

79 De aquiacute al final no se visitan en este antildeo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309298

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Valverde de Reina 120 4 33

Llerena 101080 32 31

La Higuera 30 Oslash -

Usagre 600 31 51

Bienvenida 170 7 41

Valencia de la Torre 400 8 2

El Era de Hornachos 100 Oslash -

El Campillo de Hornachos 100 Oslash -

El Retamal de Hornachos 100 Oslash -

Hornachos 60081 Oslash -

La Hinojosa 110 8 72

La Puebla de la Reina 85 0 0

Palomas 140 0 0

Alange 70 0 0

La Zarza de Alange 90 3 33

Villagonzalo de Alange 70 2 28

El Oliva 225 Oslash -

Montaacutenchez 120 ex 0

La Torre de Santa Mariacutea 60 0 0

Alcueacutescar 270 0 0

Albalaacute 85 0 0

Arroyomolinos 170 Oslash -

Bienquerencia 23 0 0

Torremocha 170 0 0

Botija 3782 0 0

Valdefuentes 70 0 0

Meacuterida 76383 Oslash -

80 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 99 da esa cifra inter-polada nosotros la ofrecemos en nuacutemeros redondos para cuadrar los porcentajes de manera maacutes real

81 Idem 82 Idem 83 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 299

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Aljuceacuten Oslash 0 0

Carrascalejo 50 0 0

Don Aacutelvaro 56 0 0

Esparragalejo 3484 0 0

Calamonte 4385 0 0

Valverde 230 0 0

San Pedro 100 0 0

Trujillanos 50 0 0

Mirandilla 150 0 0

El Arroyo 200 0 0

Loboacuten 251 0 0

Montijo 254 0 0

Almendralejo 420 29 69

Ribera 533 33 61

El Aceuchal 190 0 0

Villafranca 400 23 57

La Puebla del Prior 7686 0 0

Los Santos de Maimona 600 4 06

Fuente del Maestre 730 21 28

La Puebla de Sancho Peacuterez 450 3 06

Medina de las Torres 43387 4 09

Calzadilla 366 30 81

Fuente de Cantos 842 28 33

Valencia del Ventoso 275 3 109

Jerez de los Caballeros 215088 0 0

Segura 400 0 0

Fuentes 300 0 0

El Cantildeaveral 45 0 0

84 Idem 85 Idem 86 Idem 87 Idem 88 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309300

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Arroyomolinos de Leoacuten 160 0 0

Cabeza la Vaca 170 0 0

La Calera y su vicariacutea 12389 0 0

Monesterio 24190 4 165

Montemoliacuten 36491 9 247

Castilleja de la Cuesta Oslash Oslash -

Villanueva del Ariscal Oslash 2 -

Benazusa Oslash Oslash -

Mures Oslash Oslash -

Estepa 420 0 0

Cantalgallo 20 0 0

Casas de Don Antoacuten 76 0 0

Almohariacuten 140 0 0

Valdemorales 25 0 0

La Zarza de Montaacutenchez 118 3 25

Salvatierra 140 0 0

La Garrovilla 88 0 0

El Iglejuela 8692 2 23

La Puebla de la Calzada 37 8 21

Carmonita 8 Oslash -

Total 19709 344 174

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Guadalcanal 1000 33 33

Azuaga 800 25 31

La Granja de Azuaga 270 6 22

89 Idem 90 Idem 91 Idem 92 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 301

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Reina 200 Oslash -

Casas de Reina 150 4 26

Trasierra de Reina 80 4 5

Fuente del Arco 250 10 4

Berlanga 250 17 68

Los Ahillones de Reina 100 6 6

Disantos Oslash Oslash -

Valverde de Reina 150 10 66

Llerena 1100 39 35

La Higuera 30 Oslash -

Usagre 600 27 45

Bienvenida 150 9 6

Valencia de la Torre 550 13 23

El Era de Hornachos 100 4 4

El Campillo de Hornachos 100 Oslash -

El Retamal de Hornachos 100 Oslash -

Hornachos 600 5 08

La Hinojosa 120 5 41

La Puebla de la Reina 100 5 5

Palomas 150 6 4

Alange 75 13 17

La Zarza de Alange 180 Oslash -

Villagonzalo de Alange 70 Oslash -

El Oliva 290 15 51

Montaacutenchez 1650 43 26

La Torre de Santa Mariacutea 60 Oslash -

Alcueacutescar 280 Oslash -

Albalaacute 80 Oslash -

Arroyomolinos 230 Oslash -

Bienquerencia 25 Oslash -

Torremocha 180 Oslash -

Botija 40 Oslash -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309302

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Valdefuentes 70 Oslash -

Meacuterida 2200 36 16

Aljuceacuten 60 Oslash -

Carrascalejo 20 Oslash -

Don Aacutelvaro 60 Oslash -

Esparragalejo 40 Oslash -

Calamonte 50 Oslash -

Valverde 250 Oslash -

San Pedro 130 Oslash -

Trujillanos 50 Oslash -

Mirandilla 150 Oslash -

El Arroyo 230 Oslash -

Loboacuten 280 4 142

Montijo 270 4 148

Almendralejo 450 24 53

Ribera 600 65 108

El Aceuchal 190 9 47

Villafranca 400 33 825

La Puebla del Prior 80 0 0

Los Santos de Maimona 650 6 09

Fuente del Maestre 800 24 3

La Puebla de Sancho Peacuterez 450 13 28

Medina de las Torres 450 7 15

Calzadilla 400 23 575

Fuente de Cantos 1000 37 37

Valencia del Ventoso 300 17 56

Jerez de los Caballeros 2150 14 065

Segura 700 14 2

Fuentes 400 8 2

El Cantildeaveral 60 Oslash -

Arroyomolinos de Leoacuten 170 Oslash -

Cabeza la Vaca 300 4 13

La Calera y su vicariacutea 150 Oslash -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 303

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Monesterio 280 10 35

Montemoliacuten 400 13 325

Castilleja de la Cuesta 120 Oslash -

Villanueva del Ariscal Oslash 3 -

Benazusa Oslash Oslash -

Mures Oslash Oslash -

Estepa Oslash 37 -

La Garrovilla 100 Oslash -

Cantalgallo93

Casas de Don Antoacuten

Almohariacuten

Valdemorales

La Zarza de Montaacutenchez

Salvatierra

El Iglejuela

La Puebla de la Calzada

Carmonita

Total 24570 701 285

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Villaescusa de Haro Pero de Valladolid94 Francisco de Villaescusa alcalde

Pedro Martiacuten de Valladolid alcalde95 Francisco de Villaescusa alcalde

Villaverde Diego Rodriacuteguez alcalde Diego Rodriacuteguez alcalde

Villamayor Gabriel Zamorano mayordomo de la iglesia

-

93 De aquiacute al final no se visitan en este antildeo 94 Aparece como alcalde en 1498 como Pedro Martiacuten de Valladolid AHN OOMM 1067

fol 150v p 300 ibid 1068 fol 24v p 4895 Lo vemos como Pedro de Valladolid entre los caballeros de cuantiacutea AHN OOMM

1068 fol 19v p 38 y fol 24v p 48

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309304

Casto Manuel solera CaMpos

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Corral de Almaguer Antoacuten de Aylloacuten96 -

Torre de Juan Abad Juan Loacutepez del Comendador97

Juan Comendador alcalde

Villarrodrigo Gonzalo de Avileacutes98 Gonzalo Martiacutenez de los Aacutelvarez99

Gonzalo Martiacutenez de los Aacutelvarez alcalde Alonso Loacutepez regidor

Siles Pero Vaacutezquez el mozo100 Diego Fernaacutendez alguacil Pero Vaacutezquez el mozo101

Benatae Juan Alonso102 Juan Alonso alcalde

Dosbarrios Juan Carrero alcalde -

Villarrubia Fernaacuten Peacuterez alcalde -

Fuente de Pero Naharro

Pero Perdido regidor -

Yeste - Martiacuten Garciacutea Nieto alcalde

Letur - Pero Valero el Viejo alcalde

Moratalla - Diego de Goacutengora alcalde Pero Garciacutea de la Fuenllana103

Caravaca

-

Juan Galindo regidor Alonso Torrecilla alcalde Alonso Corbalaacuten regidor Juan de Robles alguacil Juan Calvete regidor Fernando de Jerez alcalde Diego de Robles merino

96 Antoacuten Garciacutea de Aylloacuten mayordomo y procurador del comendador Iacutentildeigo Manrique quien se encontraba ausente de la villa en 1498 AHN OOMM 1068 fol 40r p 79 ibid fol 169r p 337

97 Juan Comendador alcalde en 149898 Regidor en 1498 AHN OOMM 1068 fol 22v p 4499 Alcalde en 1498 AHN OOMM 1068 fol 22v p 44100 Puede ser Pero Vaacutezquez de Pardinas alcaide de la fortaleza AHN OOMM 1069 fol

89v p 180101 Iacutedem 102 Alcalde en 1498 AHN OOMM 1069 fol 79v p 160 ibid fol 80r p 161103 Puede ser Pero Garciacutea alcalde AHN OOMM 1069 fol 131r p 263

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 305

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Aledo - Andreacutes de Mora alcalde Alonso de Caacutenovas regidor

Cieza - Antoacuten Mariacuten regidor Gonzalo de Aroca regidor

Lieacutetor - Gonzalo Saacutenchez alcalde

TOTAL 13 25

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

Guadalcanal Juan Martiacuten Peccedilero regidor -

La Granja de Azuaga Pero Miguel alcalde -

Casas de Reina - Juan Gonccedilales de Ccedilerro104

Fuente del Arco Garccediliacute Martiacuten Pablos alcalde -

Ahillones de Reina - Juan Saacutenchez alcalde

Disantos Diego Alonso mayordomo de la Iglesia

-

Valverde de Reina Alonso Martiacuten alcalde Gonzalo Saacutenchez el viejo alcalde

-

Llerena - Pero Martiacuten Angostilla alcalde

Usagre Garccedili Saacutenchez alcalde Juan Rodriacuteguez alcalde Pedro Martiacuten Garrido mayordomo del concejo

-

Valencia de la Torre - Pero Rodriacuteguez alcalde

104 Habla de los alcaldes Juan Gonccedilales e Pero Mateos y en ibid fol 52v p 108 al hacer la relacioacuten de caballeros se habla de laquoJuan Gonccedilales de Ccedilerroraquo que puede ser el citado alcalde AHN OOMM 1102-C fol 48v p 100

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309306

Casto Manuel solera CaMpos

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

La Hinojosa - Alonso de Toro Gonzalo Saacutenchez alcalde Juan Martiacuten Luengo mayordomo de la Iglesia105

La Puebla de Reina - Pero Benito106

Palomas - Pascual Saacutenchez107

El Oliva - Fernando Lorenzo108

Montaacutenchez - Gonzalo Ferrandes el mozo alcalde

Meacuterida - Lorenzo Saacutenchez109

Almendralejo Fernando Garciacutea alcalde Alonso Fernaacutendez Alonso Fernaacutendez de la Fuente alcalde Diego Fernaacutendez Gonzalo Fernaacutendez Juan Franco Pero Saacutenchez de Alvar Garciacutea110

Ribera Pero Serrano alcalde -

Fuente del Maestre Cristoacutebal Fernaacutendez alcalde -

105 Alonso de Toro es una de las personas anccedilianas e de buena fama proporcionadas por el concejo AHN OOMM 1103-C fol 9r y 11v pp 14 y 19 en 1494 ya aparecen sin cargo alguno en el concejo AHN OOMM 1101-C fol 301v p 602

106 Estaacute entre las personas de buena fama e conccediliencia AHN OOMM 1103-C fol 174r y 176v pp 331 y 336

107 buena fama e conciencia AHN OOMM 1103-C fol 170v y 173v pp 324 y 330108 hombres bueno AHN OOMM 1103-C pp 315 y 322109 buena fama AHN OOMM 1103-C fol 116r p 216110 Salvo Alonso Fernaacutendez de la Fuente alcalde todos de buena vida AHN OOMM 1103-

C fol 72r y 77r pp 130 y 140

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 307

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

La Puebla de Sancho Peacuterez

- Alonso Saacutenchez Cordero111

Medina de las Torres - Diego Saacutenchez Portero112

Calzadilla Cristoacutebal Martiacuten alcalde Pero Saacutenchez alcalde

-

Fuente de Cantos Martiacuten el viejo regidor -

Valencia del Ventoso - Fernaacuten Gonzaacutelez Gonzalo Alonso113

Segura - Juan Peacuterez Bejarano alcalde

Fuentes - Martiacuten Caacuterdeno Alonso Martiacuten Brioso114

Cabeza la Vaca - Diego Real alcalde

Villanueva del Ariscal - Ferrand Goacutemez alcalde

TOTAL 15 28

111 hombre bueno AHN OOMM 1103-C fol 45r y 49v pp 81 y 90112 hombre bueno AHN OOMM 1103-C fol 50v y 54v pp 91 y 99 Aparece en la visita

anterior sin cargo AHN OOMM 1101-C fol 302v p 604113 hombres buenos AHN OOMM 1103-C fol 55v y 57v pp101 y 104114 Aparece Diego Martiacuten Brioso alcalde y Alonso Martiacuten Caacuterdeno regidor AHN OOMM

1102-C fol 100v p 208 que pueden corresponder con los caballeros cuantiosos Mar-tiacuten Caacuterdeno y Alonso Martiacuten Brioso ibid fol 102v-103r pp 212-213 eacuteste uacuteltimo puede ser confusioacuten en el nombre algo que sucede bastantes veces o que sea un pariente del regidor

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309308

Casto Manuel solera CaMpos

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

AHN OOMM Mss 1066 1067 1068 1069 1101-C 1102-C y 1103-C

AHN COacuteDICES L 900

Manuel COLMEIRO Cortes de los antiguos reinos de Leoacuten y Castilla Tomo II Madrid 1883-1884

FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Juan Compilacion de los establecimientos de la orden de la caualleria de Santiago del espada Sevilla 1503

JIMEacuteNEZ RAYADO E et alii (2010) Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Cuenca Siglos XV-XVI (Coleccioacuten varia 1 y 2) Madrid Al-Mudayna 2010

JIMEacuteNEZ RAYADO E et alii Libros de visita de la Orden Militar de San-tiago Provincia de Toledo siglos XV-XVI Madrid Almudayna 2011

RODRIacuteGUEZ LLOPIS Miguel (ed) Coleccioacuten de documentos para la histo-ria del Reino de Murcia Documentos de los siglos XIV y XV Sentildeoriacuteos de la Orden de Santiago XVII Murcia Real Academia Alfonso X El Sabio y CSIC 1991

RUIZ DE LA VEGA Andreacutes Regla y establecimientos de la orden de la caualleriacutea del sentildeor Sanctiago del Espada Edicioacuten facsiacutemil de Jesuacutes Paniagua Peacuterez Leoacuten Universidad de Leoacuten 2004

2 Bibliografiacutea

CENTENERO DE ARCE Domingo y DIacuteAZ SERRANO Ana ldquoLa reconstruc-cioacuten de una identidad hidalga los caballeros de cuantiacutea de la ciu-dad de Murcia durante los siglos XVI-XVIIrdquo en Soria Mesa Enrique y Bravo Caro Juan Jesuacutes Congreso Internacional Las eacutelites en la eacutepoca moderna la monarquiacutea espantildeola Coacuterdoba 2009 pp 95-107

DIAGO HERNANDO Maacuteximo ldquoCaballeros e hidalgos en la Extremadura castellana medieval (siglos XII-XV)rdquo En la Espantildea Medieval 15 1992 pp 31-62

LADERO QUESADA Miguel Aacutengel ldquoLa organizacioacuten de la Corona de Cas-tilla durante los siglos XIV y XVrdquo en Ladero Quesada Miguel Aacutengel (ed) La Incorporacioacuten de Granada a la Corona de Castilla Actas del symposium conmemorativo del quinto centenario (Granada 2 al 5 de diciembre de 1991) Diputacioacuten de Granada 1993 pp 195-227

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 309

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

LADERO QUESADA Miguel Aacutengel ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extre-madura seguacuten los alardes de 1502rdquo Norba Revista de Historia vol 17 2004 pp 157-186

LAFUENTE GOacuteMEZ Mario y MARTIacuteNEZ GARCIacuteA Sergio ldquoEjeacutercito y fis-calidad en la encomienda santiaguista de Montalbaacuten (Aragoacuten) duran-te la guerra de los Dos Pedros (1356-1366)rdquo Espacio Tiempo y Forma Serie III Ha Medieval t 24 2011 paacutegs 109-142

OSTOS SALCEDO Pilar La Orden de Santiago y la escritura el valor de la comunicacioacuten escrita en una orden militar los establecimientos de 1440 Universidad de Leoacuten 2008

PALACIOS ONTALVA Joseacute Santiago ldquoUna aproximacioacuten al concepto de ldquolanzardquo en relacioacuten a las Oacuterdenes Militaresrdquo Entre Deus e o Rei o mundo das Ordens Militares Coordenaccedilao Isabel Cristina Ferreira Fernandes vol I Coleccedilao Ordens Militares 8 municipio de Palme-la-GEsOS Palmela 2018 pp 297-320

PORRAS ARBOLEDAS Pedro Andreacutes La Orden de Santiago en el siglo XV La provincia de Castilla Dykinson Madrid 1997

REBOLLO BOTE Juan ldquoDe andalusiacutees a mudeacutejares la continuidad mu-sulmana en la Extremadura de las Oacuterdenes Militaresrdquo Las Oacuterdenes Militares en Extremadura I Congreso de la Federacioacuten Extremadura Histoacuterica Garrovillas de Alconeacutetar 2015 pp 153-175

RODRIacuteGUEZ BLANCO Daniel La Orden de Santiago en Extremadura en la Baja Edad Media (siglos XIV y XV) Excma Diputacioacuten Provincial de Badajoz 1985

RODRIGUEZ BLANCO Daniel ldquoSantiago y Calatrava en transicioacuten (ini-cios del s XVI) Renta y miliciardquo Historia Instituciones Documentos 31 (2004) pp 511-542

Fecha de recepcioacuten 01-06-2019

Fecha de aceptacioacuten 30-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 311

Ekaitz Etxeberria GallastegilaquoEstrategia y Taacutectica militar en la Castilla del siglo XV (1407-1492)raquo

(2019)

Ekaitz Etxeberria GallastegildquoStrategy and Military Tactic in Castile of the

XV century (1407-1492)rdquo (2019)

Joatildeo Gouveia MonteiroUniversidade de Coimbra

Tese de doutoramento dirigida pelos Professores Joseacute Ramoacuten Diacuteaz de Durana Ortiz de Urbina e Jon Andoni Fernaacutendez de Larrea Rojas (Uni-versidad del Paiacutes Vasco) e aprovada em provas puacuteblicas realizadas em Vitoria no dia 18 de outubro de 2019

Esta investigaccedilatildeo aborda um tema muito interessante mas exigen-te tendo em conta um certo lsquovaziorsquo historiograacutefico acerca da praacutetica da guerra em Castela ao longo da centuacuteria de Quatrocentos mau grado a amplitude de ocorrecircncias militares relevantes Por outro lado a escas-sez de documentaccedilatildeo de natureza administrativa obrigou o autor a tra-balhar com um significativo e variado nuacutemero de fontes narrativas o que exigiu cautelas especiais do ponto de vista hermenecircutico agravadas pelo grande sortido de cenaacuterios beacutelicos considerados e pela diversidade das putativas influecircncias militares recebidas quer internas quer exter-nas (do Norte da Europa ao mundo muccedilulmano)

httpwwwjournal-estrategicacom

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315312

Resentildea

Trata-se de um trabalho que compreende cerca de 300 paacuteginas de texto (incluindo vaacuterias centenas de notas de peacute de paacutegina) a que acresce uma extensa Bibliografia (com cerca de 45 paacuteginas de Fontes e Estudos) e numerosos Anexos Tabelas e Mapas Do ponto de vista formal a dis-sertaccedilatildeo elaborada no quadro do Programa de Doutoramento laquoEuro-pa y el Mundo Atlacircntico Poder Cultura y Sociedadraquo estaacute bem escrita (usando a liacutengua castelhana e tambeacutem um resumo em liacutengua inglesa) e organizada de forma coerente com uma distribuiccedilatildeo harmoniosa por capiacutetulos e uma sequecircncia loacutegica e de faacutecil apreensatildeo As ideias satildeo cla-ras e pude constatar um excelente equiliacutebrio entre a anaacutelise teoacuterica e a ilustraccedilatildeo praacutetica graccedilas ao recurso a um grande nuacutemero de exemplos concretos o que faz com que este trabalho esteja muito documentado e abonado sem prejuiacutezo do seu estilo didaacutetico

Assim no capiacutetulo inicial (cerca de 45 paacuteginas) o autor depois de justificar de forma pertinente a cronologia utilizada (desde o iniacutecio do reinado de Juan II ateacute ao termo da conquista de Granada 1407-1492) analisa o laquoestado da questatildeoraquo a niacutevel europeu revelando grande eru-diccedilatildeo e conhecimento de causa em mateacuteria da evoluccedilatildeo dos estudos de histoacuteria militar medieval ao longo dos seacuteculos XIX XX e iniacutecios de XXI Fica tambeacutem muito claro o enfoque prioritaacuterio desta tese (laquoWar and So-cietyraquo ou seja a guerra vista na sua relaccedilatildeo profunda com a mateacuteria so-cial circundante) assim como o objetivo principal (o estudo das formas de fazer a guerra em especial a cavalo na Castela de Quatrocentos) e o acervo documental de base Realccedilo neste particular a boa identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo tipoloacutegica das fontes utilizadas

No segundo capiacutetulo (cerca de 30 paacuteginas) o autor estuda a organiza-ccedilatildeo das hostes medievais (sobretudo do ponto de vista da realeza embo-ra natildeo soacute) incluindo os meacutetodos de recrutamento a estrutura interna e a lideranccedila Este uacuteltimo aspeto merece um destaque especial sendo dis-cutida de forma muito pertinente a relaccedilatildeo da nobreza com o comando dos exeacutercitos nos seus aspetos positivos e negativos

O terceiro capiacutetulo (cerca de 50 paacuteginas) dedica-se ao estudo da es-trateacutegia militar utilizada e foi construiacutedo um pouco agrave luz do debate teoacute-rico desenvolvido no seio da comunidade cientiacutefica internacional (em especial a de liacutengua inglesa castelhana ou portuguesa) ao longo dos uacuteltimos vinte anos em torno do chamado laquoparadigma Gillingham (ou Smail-Gillingham) modificadoraquo guerra de desgaste ou batalha campal Proacutes e contras Exemplos e resultados concretos Conclusotildees a retirar

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 313

Resentildea

Especificidades castelhanas face ao contexto europeu e agraves aspiraccedilotildeesnecessidades expansionistas do reino de Castela na centuacuteria de Quatro-centos O autor natildeo se furta ao debate e fundamenta com solidez as suas ideias em relaccedilatildeo a todos estes temas

No seu quarto capiacutetulo (cerca de 45 paacuteginas) esta dissertaccedilatildeo aplica um laquozoomraquo sobre a chamada laquoguerra de usuraraquo sendo consideradas as vaacuterias faces deste poliedro colunas de marcha acampamento abasteci-mento efetivos modelos taacuteticos entre outros aspetos relevantes

O capiacutetulo cinco (com perto de 50 paacuteginas) prolonga o anterior mas neste caso o laquozoomraquo eacute aplicado agrave guerra de cerco sendo estudados os diversos tipos de assalto ou bloqueio os recursos e meios envolvidos as mutaccedilotildees registadas apoacutes a generalizaccedilatildeo das armas de fogo entre outros Neste ponto destaco tambeacutem a relevacircncia concedida ao estudo da guerrilha urbana o que pela sua originalidade e pertinecircncia cons-titui um trunfo significativo deste trabalho bem ancorado na excelente tradiccedilatildeo da escola da Universidad del Paiacutes Vasco (refiro-me em especial aos trabalhos pioneiros do Professor Jon Andoni Fernaacutendez de Larrea)

Ainda assim neste quinto capiacutetulo tatildeo orientado para a poliorceacuteti-ca julgo que teria sido interessante explicar um pouco melhor o papel dos lsquoexeacutercitos de guarniccedilatildeorsquo nomeadamente a forma como estes eram constituiacutedos comandados e organizados em tempo de guerra e tambeacutem em tempo de paz (escolha dos alcaides vigilacircncia das muralhas rondas noturnas sistemas de comunicaccedilatildeo e de alarme etc)

Por fim o capiacutetulo sexto (com quase 40 paacuteginas) completa o laquozoomraquo do autor sobre as diversas formas de guerra analisando as batalhas campais o conceito as nuances as tipologias os efetivos os modelos taacute-ticos as lsquoarmasrsquo ao dispor dos comandantes (cavalaria pesada cavalaria ligeira infantaria) com as respetivas articulaccedilotildees e especialidades

A conclusatildeo (perto de uma duacutezia de paacuteginas) eacute um dos pontos fortes desta dissertaccedilatildeo Destaco dez dos aspetos mais relevantes e que deve-ratildeo merecer a especial atenccedilatildeo do leitor

i) a inexistecircncia de um exeacutercito profissional e permanente em Cas-tela ateacute ao termo da guerra de conquista de Granada (1492) e agraves cam-panhas itaacutelicas do Gran Capitaacuten (1494-1504) Trata-se de um toacutepico im-portante pois eacute muito vulgar confundir-se um corpo armado pago com um verdadeiro exeacutercito profissional Ora todo o soldado inscrito num exeacutercito profissional eacute remunerado mas nem todo o soldado que eacute re-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315314

Resentildea

munerado (ainda que permanentemente por exemplo nos cenaacuterios de guerra africanos indianos ou latino-americanos) faz parte de um exeacuter-cito profissional que eacute uma realidade muito mais exigente e multiface-tada (aquartelamentos uniformes treino regular etc)

ii) a ausecircncia de escolas de formaccedilatildeo de comandantes militares e respetivos reflexos em termos de eficiecircncia dos exeacutercitos castelhanos do seacuteculo XV (com especial atenccedilatildeo ao caso dos capitatildees de fronteira) Aqui como exerciacutecio comparativo teria sido interessante evocar o momento fundacional das academias militares em Espanha algo que creio natildeo ter surgido antes de bem consolidada a Eacutepoca Moderna

iii) a combinatoacuteria entre vaacuterias estrateacutegias e modelos taacuteticos na hora de planificar as accedilotildees beacutelicas as guerras de desgaste por aproxi-maccedilatildeo indireta e as accedilotildees de ataque direcionado e fulminante natildeo satildeo necessariamente exclusivas no quadro de uma mesma campanha

iv) a importacircncia da lsquopropaganda de guerrarsquo como fator de elevaccedilatildeo dos niacuteveis aniacutemicos e de construccedilatildeo de uma lsquocultura de vitoacuteriarsquo (poliacutetica e militar) Neste toacutepico crucial talvez houvesse ainda um pouco mais a dizer explicitando os meios utilizados para essa lsquopropagandarsquo no sen-tido de clarificar ateacute que ponto poderemos admitir a existecircncia de uma lsquoopiniatildeo puacuteblicarsquo na Castela da segunda metade de Quatrocentos pelo menos ao niacutevel dos ciacuterculos letrados eou mais proacuteximos da corte reacutegia ou das grandes casas senhoriais

v) case sudies com destaque para o condestaacutevel D Aacutelvaro de Luna (meados de Quatrocentos) e tambeacutem para a Guerra de Sucessatildeo Caste-lhana (Toro 1476) curiosamente dois casos com uma relaccedilatildeo tatildeo estrei-ta com Portugal

vi) a diversidade de objetivos das operaccedilotildees de razia (incursotildees ca-valgadas) incluindo a destruiccedilatildeo da base agriacutecola (e fiscal acrescento eu) das povoaccedilotildees e dos territoacuterios abrangidos

vii) o predomiacutenio em Castela ateacute 1492 da cavalaria (montada e des-montada) ainda que apoiada por uma infantaria que com raras exceccedilotildees (vide Mungia 1471) natildeo era soacute por si decisiva para conseguir a vitoacuteria

viii) a inexistecircncia de uma laquomudanccedila revolucionaacuteriaraquo na arte militar castelhana de Quatrocentos mas antes de uma acumulaccedilatildeo de cacircmbios pontuais capazes de gerar novos equiliacutebrios sem pocircr verdadeiramente em causa a base militar herdada do passado (com uma matriz ainda claramente feudal)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 315

Resentildea

ix) a relaccedilatildeo entre as guerras privadas a conflitualidade urbana e o crescimento da importacircncia de miliacutecias da infantaria nortenha no uacutel-timo quartel de Quatrocentos Aqui o futuro permitiraacute decerto ao autor aprofundar o seu estudo sobre as formas concretas de organizaccedilatildeo das miliacutecias de infantaria tando numa escala local (ou seja ao niacutevel das principais cidades) como numa escala mais ampla com dimensatildeo re-gional (Galiza Astuacuterias Paiacutes Bascohellip)

x) a diferenciaccedilatildeo do exeacutercito castelhano relativamente ao modelo taacutetico inglecircs (infantaria defensiva arco-longo) o que torna o caso caste-lhano mais proacuteximo do francecircs ou do italiano na mesma eacutepoca

Em geral e ressalvando as observaccedilotildees que fui fazendo estes dez aspetos satildeo argumentados de forma convincente e revelam bem que Ekaitz Etxeberriacutea Gallestegiacute natildeo se limitou a acumular informaccedilatildeo das fontes e a distribuiacute-la pelos vaacuterios capiacutetulos da tese deixando ao leitor a obrigaccedilatildeo de a interpretar Pelo contraacuterio o autor tem pensamento proacuteprio e original e percebeu que eacute preciso que exista lsquouma tese dentro da tesersquo para que o seu trabalho tenha realmente niacutevel universitaacuterio e possa constituir um contributo decisivo para o futuro da investigaccedilatildeo nesta aacuterea especiacutefica hoje em dia com um iacutendice de crescimento tatildeo visiacutevel na Europa e na Ameacuteria do Norte

Para concluir os resultados obtidos pelo jovem doutorando (tem ape-nas 29 anos) e a maneira clara e madura como satildeo apresentados fazem desta tese um significativo contributo para o preenchimento de uma la-cuna evidente da historiografia medieval natildeo apenas no contexto ibeacuteri-co mas tambeacutem europeu

Espero que a vida proporcione a este jovem (como a outros que per-correm caminhos semelhantes) as oportunidades profissionais que ele indiscutivelmente merece E que daiacute resulte o aprofundamento deste es-tudo natildeo apenas nos sentidos que atraacutes fui indicando mas tambeacutem e a tiacutetulo de exemplo no de uma maior explicitaccedilatildeo da forma como evoluiu a relaccedilatildeo de forccedilas entre por um lado os exeacutercito reais castelhanos e por outro as hostes aristocraacuteticas e senhoriais que em Castela ndash contra-riamente ao que sucedeu e Portugal ndash tatildeo poderosas eram e tatildeo influen-tes foram na histoacuteria poliacutetica do nosso reino vizinho

Fica tambeacutem o desejo de que o magniacutefico estudo que aqui comen-tamos possa inspirar este (ou outro) autor para uma tarefa inadiaacutevel uma pesquisa e reinterpretaccedilatildeo de fundo acerca da atividade militar na Castela do seacuteculo XIV

Page 2: e-Strategica ISSN 2530-9951

e-StrategicaRevista da Associaccedilatildeo Ibeacuterica de Histoacuteria militar (seacuteculos IV-XVI)Revista de la Asociacioacuten Ibeacuterica de Historia Militar (siglos IV-XVI)

Journal of the Iberian Association of Military History (4th-16th centuries)

e-Strategica es una revista especializada en temas relacionados con la historia militar de la Peniacutensula Ibeacuterica entre los siglos IV y XVI Publicada por la Asociacioacuten Ibeacuterica de

Historia Militar (siglos IV-XVI) con una periodicidad anual

DIRECTORFrancisco Garciacutea Fitz (Universidad de Extremadura)

SECRETARIOSMario Lafuente Goacutemez (Universidad de Zaragoza)

Miguel Gomes Martins (Instituto de Estudios Medievales Universidade Nova de Lisboa)

CONSEJO DE REDACCIOacuteNMartiacuten Alvira Cabrer (Universidad Complutense Madrid)

Nicolaacutes Agrait (Long Island University)Carlos de Ayala Martiacutenez (Universidad Autoacutenoma Madrid)

Maacuterio Jorge Barroca (Universidad de Oporto)Joatildeo Gouveia Monteiro (Universidad de Coimbra)

Philippe Josserand (Universidad de Nantes)Carla Margarida Rosa (Universidad de Coimbra)

Alexandre Sousa Pinto (Comissatildeo Portuguesa de Histoacuteria Militar)Joseacute Varandas (Universidad de Lisboa)

Kurt Villads Jensen (Universidad de Estocolmo)

COMITEacute CIENTIacuteFICOLuiacutes de Albuquerque (Museu Militar de Lisboa)Pedro Gomes Barbosa (Universidad de Lisboa)

Isabel Cristina Fernandes (Museu Municipal de Palmela)Manuel Garciacutea Fernaacutendez (Universidad de Sevilla)

Luiacutes Filipe Oliveira (Universidade do Algarve)Rafael Peinado Santaella (Universidad de Granada)

Matthew Strickland (Universidad de Glasgow)Viacutetor Gaspar Rodrigues (Universidade de Lisboa)

Luiacutes Sousa (Centro de Histoacuteria da Universidade de Lisboa)

Asociacioacuten Ibeacuterica de Historia Militar (siglos IV-XVI)Rua do Tirado nordm 125 3040-806 Cernache Portugal

C San Pertersburgo nordm 9 4ordm D Caacuteceres 10005 Espantildeahttpaihmilitarwixsitecomsite

httpwwwjournal-estrategicacom

ISSN 2530-9951Composicioacuten Compobell SL Murcia

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 3-4 3

IacuteNDICE

A hoste de D Afonso Henriques 7-28

Carlos Filipe Afonso

El reacutegimen feudal en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X 29-96

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara Valle

LrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem et la guerre Structures et mutations (c 1136-1309) 97-124

Damien Carraz

Guerra urbana en el siglo XV castellano 125-143

Ekaitz Etxeberria Gallastegi

La Banda Gallega y el castillo de Las Cumbres Control estrateacutegico del territorio histoacuterico espacio y frontera en el limes septentrional del alfoz sevillano en la Baja Edad Media 145-192

Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

La orden de Santiago en la conquista de Sevilla Aproximacioacuten y cerco (1246-1248) 193-226

Manuel Loacutepez Fernaacutendez

El papel de las oacuterdenes militares en la Batalla de Guadix (Granada) de 1362 227-246

Antonio Reyes Martiacutenez

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 3-44

Nuevas aportaciones sobre la campantildea de Juan II contra los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque (1429-32) 247-267

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez Casillas

Los caballeros de cuantiacutea en la Orden de Santiago a finales de la Edad Media (1494-1498) 269-309

Casto Manuel Solera Campos

Resentildea

Tesis Doctoral de Ekaitz Etxeberria Gallastegi ldquoEstrategia y Taacutectica militar en la Castilla del siglo XV (1407-1492)rdquo Universidad del Paiacutes Vasco 2019 311-315

Joatildeo Gouveia Monteiro

5e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 5-6

INDEX

King Afonso Henriquesrsquo Host 7-28

Carlos Filipe Afonso

The feudal regime on the border of Granada during the reign of Alfonso X 29-96

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara Valle

The Hospital of St John of Jerusalem and Warfare Structures and Changes (c 1136-1309) 97-124

Damien Carraz

Urban warfare in 15th-century Castile 125-143

Ekaitz Etxeberria Gallastegi

The Galician Band and the Castle of Las Cumbres Strategic Control of the Historical Territory Space and Frontier in the Northern limes of the Sevillian alfoz in the Late Middle Ages 145-192

Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

The Order of Santiago in the Conquest of Sevilla Approach and Siege (1246-1248) 193-226

Manuel Loacutepez Fernaacutendez

The Role of the Military Orders in the Battle of Guadix (Granada) 1362 227-246

Antonio Reyes Martiacutenez

New contributions on the campaign of Juan II against the Infantes de Aragoacuten in Alburquerque (1429-32) 247-267

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez Casillas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 5-66

Knights of ldquocuantiacuteardquo in the Order of Santiago in the late Middle Ages (1494-1498) 269-309

Casto Manuel Solera Campos

Review

Ekaitz Etxeberria Gallastegirsquos Doctoral Thesis ldquoStrategy and Military Tactic in Castile of the XV century (1407-1492)rdquo University of the Basque Country 2019 311-315

Joatildeo Gouveia Monteiro

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 7

A hoste de D Afonso Henriques

King Afonso Henriquesrsquo Host

Carlos Filipe AfonsoUniversidade Nova de Lisboa (IEMFCSH UNL) - Exeacutercito Portuguecircs

Resumo

Considerando a longevidade do reinado do primeiro rei de Portugal e as dinacirc-micas de alargamento e consolidaccedilatildeo territorial do jovem reino a ldquohoste de D Afonso Henriquesrdquo natildeo eacute uma estrutura estaacutevel e bem estabelecida Parece-nos pelo contraacuterio que apesar de haver processos consolidados de mobilizaccedilatildeo de contingentes estes dependiam de fatores como as dinacircmicas conjunturais de relacionamento das elites guerreiras a regiatildeo de mobilizaccedilatildeo e as formas locais de organizaccedilatildeo social o maior ou menor grau de controlo reacutegio sobre o espaccedilo em causa ou a eacutepoca do ano O presente artigo analisa a hoste de D Afonso Hen-riques entre 1128 e 1185 tendo em consideraccedilatildeo os principais fatores que mais influenciaram a sua composiccedilatildeo

Palavras-Chave

Afonso Henriques Hoste estrutura do exeacutercito mobilizaccedilatildeo de contingentes elites guerreiras miliacutecias concelhias

Abstract

Taking into consideration the Portuguese first reign longevity and the rising kingdom dynamics of territorial enlargement and consolidation the host of the king Afonso Henriques was barely instituted and consolidated It seems that despite the existence of a well-established process for troop mobilization the

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico cfafonso75gmailcom Instituto de Estudos Medievais Faculdade de Ciecircncias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IEMFCSH UNL) e Exeacutercito Portuguecircs

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-288

Carlos Filipe aFonso

armyrsquos structure was highly dependable of various factors among whose we can identify the variable relationships between the warriorrsquos elites the regional forms of social organization the degree of royal control of each specific region and the time of the year This article analyses the kingrsquos host between 1128 and 1185 considering the main influencing factors on its composition

Keywords

King Afonso Henriques Host armyrsquos structure troop mobilization warrior elites urban militias

Ao longo das quase seis deacutecadas do reinado de D Afonso Henriques os limites e extensatildeo do reino alargaram Do Condado Portucalense da deacutecada de 1120 com centro de gravidade no Entre-Douro-e-Minho a accedilatildeo do poder reacutegio desenvolveu uma relaccedilatildeo estaacutevel entre a aristo-cracia senhorial e os municiacutepios promoveu a colonizaccedilatildeo de novos es-paccedilos utilizou a ascensatildeo social dos cavaleiros-vilatildeos reclamou direitos e implementou defesas contra o vizinho reino de Leatildeo ampliou os seus domiacutenios agrave custa dos poderes muccedilulmanos em torno do Tejo favoreceu a implantaccedilatildeo de ordens militares e criou condiccedilotildees para uma defesa eficaz contra o avanccedilo almoacuteada das deacutecadas de 1180 e 1190 Em grande medida estas concretizaccedilotildees foram possiacuteveis pela via militar onde a hoste reacutegia desempenhou um papel preponderante

Iniciamos esta viagem diacroacutenica por uma parte da hoste que foi mais ou menos permanente Sabemos que D Afonso Henriques mesmo antes de Satildeo Mamede jaacute possuiacutea uma guarda pessoal Na qualidade de infante com a dignidade de rex (afinal era filho de uma regina e neto de um imperador) era acompanhado assim como o seu pai o tinha sido por uma ldquoscola comitisrdquo1

1 A Scola eacute explicitamente identificada no foral de Coimbra de 1111 distinguindo-se das forccedilas do concelho ldquoqui presentes fuerunt omnem scolam comitis et omenm concilium Colimbrierdquo (LP 17 pp 32-33 de 1111 maio 26) Eacute-o tambeacutem no foral de Soure do mes-mo ano (Leges p357) De um modo direto ou indireto encontramos sempre ecos desta mesnada reacutegia ao longo de todos os reinados da Primeira Dinastia nos confirmantes e testemunhas de documentos da chancelaria ou nos privileacutegios atribuiacutedos a certas personalidades pelos serviccedilos prestados No reinado de D Afonso III o Regimento da Casa Real de 1258 faz menccedilatildeo expressa aos ldquomoradores drsquoEl Reyrdquo ou ldquoaquelles que ou-verem raccedilom delReyrdquo (Leges p 198) Mais tarde temos tambeacutem notiacutecia dos moradores da casa do Infante D Dinis em 1278 (ML 5ordf Parte fl 304 v) Nesta altura mencionam-se 16 cavaleiros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 9

A hoste de d Afonso henriques

Esta instituiccedilatildeo era composta fundamentalmente por nobres e respe-tivas mesnadas Incluiacutea ricos-homens (o estrato mais elevado da nobre-za) e infanccedilotildees Um dos companheiros iniciais de D Afonso Henriques ainda enquanto infante foi Paio Pais da Silva O Caminhatildeo nos livros de linhagens2 Sabemo-lo porque em junho de 1129 pouco mais de um ano depois de Satildeo Mamede foi compensado por ter servido com a sua mes-nada durante trecircs anos3 A estes acrescentar-se-iam alguns especialistas de apoio como besteiros que deviam deslocar-se igualmente a cavalo para manterem a mesma mobilidade dos restantes combatentes

Em princiacutepio o rei deslocava-se para o ponto de junccedilatildeo de uma ope-raccedilatildeo acompanhado apenas pela sua scola Este grupo natildeo devia exce-der duas a trecircs dezenas de cavaleiros e auxiliares Natildeo temos dados para o reinado de D Afonso Henriques mas sabemos que em 1199 em des-locamento raacutepido para o ponto de junccedilatildeo da hoste de Pinhel a paroacutequia de Satildeo Salvador (Santa Cruz de Sousa) forneceu uma vaca o suficiente para alimentar a guarda do rei Sancho I4

Natildeo eacute faacutecil fazer uma distinccedilatildeo clara entre esta guarda do rei e os nobres que fora dela o serviam com as suas mesnadas No entanto a questatildeo da soldada abre caminho para percebermos como funcionava este tipo de serviccedilo Estes ldquocompanheirosrdquo do rei intercalavam o tempo de presenccedila junto do soberano com estacircncias mais ou menos prolonga-das nos seus senhorios O modelo contribuiacutea para aliviar a despesa do monarca porque quando presentes era o rei que tinha de garantir o seu sustento e o das mesnadas com que se faziam apresentar5 Aleacutem de mesa o serviccedilo era tambeacutem pago sob a forma de soldada6

2 MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes vol I p 1163 DR 99 de 1129 junho 254 Inq p599b5 Pelo menos no que expressa o Regimento da Casa Real de 1258 que estamos em crer

veio regulamentar algumas praacuteticas anteriores (Leges pp 198-200) Estes degredos e constituiccedilotildeens promulgados pelo Bolonhecircs podem muito bem incluir elementos ldquoim-portadosrdquo do espaccedilo francecircs mas conceitos como o de ldquoraccedilatildeo dElReyrdquo e de ldquosoldadardquo parecem jaacute vigorar do reinado antecedente

6 Desde o seacuteculo IX que o serviccedilo militar da cavalaria nobre dependia de soldadas pagas pelo monarca VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa pp VIII-IX Na carta de couto em favor do mosteiro de S Salvador da Torre em 1129 refere-se explicitamente a situaccedilatildeo excecional de Paio Pais ter servido o rei com os seus cavaleiros sem ter recebido soldada (DR 99 de 1129 junho 25) Este pagamento era igualmente a nor-ma nas relaccedilotildees entre senhores nobres e cavaleiros seus dependentes Em 1109 por ocasiatildeo da morte do imperador Afonso VI a Historia Compostelana refere as soldadas pagas pelo bispo Diego Gelmirez a um conjunto de cavaleiros a ele unidos pelo viacutenculo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2810

Carlos Filipe aFonso

Estes cavaleiros nobres distinguiam-se natildeo soacute pela linhagem mas

no que nos interessa para a guerra pelo seu grau de treino7 e pelas suas

montadas excecionais Eacute que os cavalos de elevado valor juntamente

com armamento e equipamento militar satildeo elemento de transaccedilatildeo co-

mum entre a fidalguia os cenoacutebios mais abastados e o proacuteprio rei8 Um

observador atento deveria conseguir distinguir o estatuto de um cava-

leiro com base na sua montada e equipamento e devia ser enorme o

contraste entre estes homens e quaisquer outros cavaleiros (como os

seus vassalos e dependentes e tambeacutem os cavaleiros-vilatildeos)

Mas natildeo eram soacute os nobres que podiam mobilizar tropas Haacute que

considerar igualmente os eclesiaacutesticos Os bispos de Braga ou do Porto

senhores daquelas cidades podiam fazer apresentar na hoste as mes-

nadas respetivas recrutadas nos seus coutos9 Muitos cenoacutebios tambeacutem

mobilizavam as suas gentes para ir combater como era o caso do Mos-

teiro de S Fins de Friestas cujo abade tinha de ir com os seus homens

da homenagem (HC pp 154-155) Diogo Aires foi um cavaleiro que serviu D Teresa em troco de soldada (DR 61 de 1122 marccedilo 8)

7 TORRES Las Batallas Legendarias pp 198-199 Gente que desde a sua juventude pro-cedia agrave aprendizagem e treino nas armas salientando-se todo o tipo de exerciacutecio a cavalo destacando-se a caccedila CONTAMINE La Guerre au Moyen Age pp 199 e 361 A montaria associada agrave nobreza de que as Inquiriccedilotildees daratildeo inuacutemeros testemunhos era um dos principais meacutetodos de preparaccedilatildeo para a guerra VEIGA Estudos de Histoacute-ria Militar Portuguesa p XV GONCcedilALVES 1998 p 75

8 O preccedilo normal dos cavalos nos seacuteculos XI e XII era da ordem dos 75 moios para um ca-valo vulgar e 207 moios para um cavalo ldquomelhorrdquo O moio parece ter sido equivalente ao soldo em toda a cronologia estudada Como termo de comparaccedilatildeo uma vaca com a sua cria valia em 1044 20 moios LOPES ldquoO moio-medidardquo pp 34-41 Em 1129 D Afonso Henriques recebeu dois cavalos avaliados juntos em 580 moios (DR 99 de 1129 junho 25) Um cavalo preto de 800 moios deveria ser extraordinaacuterio porque foi o que Paio Soares recebeu como paga de vaacuterias propriedades em 1117 (DP doc 46 p 42)

9 Temos vaacuterios ecos da mobilizaccedilatildeo nos domiacutenios dos prelados O foral de Centocelas outorgado pelo bispo de Coimbra em 1194 refere a quinta parte de despojos de guerra devida ao bispo na qualidade de senhor (Leges p 487) O aforamento de Teixeiras e Souto-Rorigo de 1206 eacute ainda mais expliacutecito ao estipular o efetivo de cavaleiros que autorizado a ir anualmente no ldquofossado do Senhor Bispordquo (de Coimbra) (Leges p 533) Mas natildeo eram soacute os bispos os poderes eclesiaacutesticos que mobilizavam tropas Por princiacutepio um couto era terra imune mas esta imunidade referia-se ao senhor do couto em relaccedilatildeo ao rei Quem tivesse terras dentro do couto estava isento de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao monarca mas natildeo em relaccedilatildeo ao senhor HESPANHA Histoacuteria das Institui-ccedilotildees pp 157-158 Haacute terra coutada que manteacutem obrigaccedilotildees militares para com o rei como no caso do Couto de Coja (c Arganil) que recebeu carta de couto de D Afonso Henriques em 1128 mas soacute foi isentado de ir em hoste e anuacuteduva por D Afonso III antes de 1258 (Inq p 782a e b) Temos ainda notiacutecia de combatentes mobilizados para a hoste pelos coutos como no caso dos moradores do Couto de Satildeo Joatildeo de Pendorada que em 1199 acompanharam o rei D Sancho I na hoste de Pinhel (Inq p 1381a)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 11

A hoste de d Afonso henriques

guardar o vau de Carexe no rio Minho10 Aliaacutes para a defesa do En-tre-Douro-e-Minho D Afonso Henriques completou o enquadramento administrativo e militar iniciado pelos seus pais o que incluiu uma so-luccedilatildeo importada do espaccedilo francecircs de conceder cartas de couto a insti-tuiccedilotildees monaacutesticas

Ateacute agrave conquista de Lisboa o rei passou 65 das cartas de couto de todo o seu reinado e dessas quase metade foram a norte do Douro11 Concedia-as a mosteiros ligados a famiacutelias nobres e recebia em troca efetivos e fidelidades por parte da nobreza Por vezes era apoiado com recursos pelos proacuteprios mosteiros como quando a abadessa de Paderne em 1141 doou 10 eacuteguas e os seus potros mais um cavalo de 500 soldos ao rei para o apoiar na reconquista do castelo de Castro Laboreiro que tinha sido ocupado por Afonso VII de Leatildeo12

Mas a mobilizaccedilatildeo da nobreza e do clero natildeo se esgotava nas mesna-das que recrutavam nas suas honras e nos seus coutos respetivamente No caso da nobreza no iniacutecio do seacuteculo XII quando D Afonso Henriques comeccedilou a governar o espaccedilo portucalense estava jaacute em processo final de consolidaccedilatildeo o modelo de administraccedilatildeo territorial das terras Era o modelo senhorial em oposiccedilatildeo ao modelo condal anterior em que cada circunscriccedilatildeo administrativa e militar possuiacutea um soacute castelo cabeccedila-de--terra13 Normalmente o castelo tinha o seu alcaide mas o governador (o tenente) da circunscriccedilatildeo era um rico-homem que respondia direta-mente ao rei14 Em caso de convocaccedilatildeo do apelido ndash uma accedilatildeo armada de natureza defensiva ndash o tenente mobilizava os combatentes da sua terra e apresentava-se junto do rei com essas forccedilas que assim engrossavam a sua mesnada

Os efetivos que as terras conseguiam mobilizar eram muito variaacuteveis e dependiam da sua dimensatildeo e densidade populacional Temos muitos

10 Inq p 36811 ANDRADE A Construccedilatildeo Medieval do Territoacuterio p 151 n4912 DR186 1141 abril13 Para uma siacutentese do regime administrativo das terras ver BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo

Territorial e Recrutamento Militarrdquo pp 74-77 Ver tambeacutem TORRES ldquoTenecircnciardquo pp 146-147 e BARROS Histoacuteria da Administraccedilatildeo pp 120-121

14 Nas zonas mais estabilizadas a norte as terras tinham limites geograacuteficos bem defi-nidos o povoamento estava consolidado e o tenente tinha rendimentos bem circuns-critos Nas zonas de fronteira com o Islatildeo os castelos tendiam a ser administrados somente pelo alcaide Eram zonas escassamente povoadas de fraco rendimento em que os limites geograacuteficos natildeo estavam bem estabelecidos TORRES ldquoTenecircnciardquo pp 146-147

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2812

Carlos Filipe aFonso

dados sobre os efetivos possiacuteveis no Entre-Douro-e-Minho mas a maioria deles reflete a realidade dos reinados de D Afonso II a D Afonso III Fe-lizmente temos uma inquiriccedilatildeo agrave Terra de Viseu ordenada por D Teresa e Fernatildeo Peres de Trava de 1127 que nos mostra numa estimativa gros-seira mas ainda assim expressiva que o tenente de Viseu se quisesse eou conseguisse mobilizar todos os moradores com obrigaccedilotildees militares far-se-ia acompanhar por cerca de 30 cavaleiros e de mais de 200 peotildees15

Para o Entre-Douro-e-Minho mas como jaacute dissemos com dados poste-riores a D Afonso Henriques temos por exemplo o caso de Aguiar da Pena (c Vila Pouca de Aguiar) que em 1220 podia mobilizar 120 a 150 peotildees e algumas dezenas de cavaleiros16 Terras mais populosas como Panoacuteias (c Vila Real) e Celorico de Basto deviam permitir ainda mais efetivos

O que haacute a reter quer na mobilizaccedilatildeo dos senhorios (honras e coutos) quer na das terras (pelos tenentes) eacute que estamos a falar de modelos teoacutericos de mobilizaccedilatildeo ou seja falamos de efetivos mobilizaacuteveis e natildeo mobilizados Havia sempre quem natildeo estivesse em casa quem preferis-se remir a falta ao serviccedilo com o pagamento de um imposto ou simples-mente quem natildeo estivesse obrigado a ir na hoste

A mudanccedila em 1131-1132 de Afonso Henriques de Guimaratildees para Coimbra proporcionou-lhe o contacto com outro grupo que ti-nha adquirido riquezas consideraacuteveis atraveacutes da guerra de fronteira os cavaleiros de Coimbra17 Eram guerreiros que no tempo do Conde

15 DR74 p 95 Considerando o coeficiente consagrado de cinco habitantes por casal es-tabelecido por Avelino Jesus da COSTA (O Bispo D Pedro e a Organizaccedilatildeo da Dioce-se de Braga p231) e seguido por Joseacute MATTOSO (Identificaccedilatildeo de um paiacutes vol II p 15) e Maria Helena da Cruz COELHO (ldquoA Estruturaccedilatildeo Socialrdquo p 170) entre outros eacute adequado aceitar somente um elemento disponiacutevel para a guerra provavelmente o chefe de famiacutelia

16 Botelho da Costa Veiga calculou para Aguiar da Pena a existecircncia de 126 casais reguen-gos e 85 de herdadores aos quais se podiam adicionar 142 pertencentes a cenoacutebios vaacuterios VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa p 191 Mesmo considerando isentos de serviccedilo militar os moradores de casais dependentes de poderes eclesiaacutesti-cos podemos com base numa estimativa que considere que cada casal fornece um guerreiro e que a maioria dos herdadores tem posses que os obriguem a apresentar-se com cavalo considerar entre 120 e 150 peotildees e 50 a 80 cavaleiros

17 A hoste continuou a contar com a participaccedilatildeo de infanccedilotildees e ricos-homens depois desta transferecircncia como satildeo os casos de Aacutelvaro Peres ateacute 1145 (DR 211 de outubro 01) Egas Moniz ateacute 1146 (DR213 de fevereiro) Fernatildeo Peres ldquoCativordquo ateacute 1155 (DR 254 de junho) No final do seu reinado detetamos em vaacuteria documentaccedilatildeo nomes como Mendo Gonccedilalves de Sousa entre 1156-57 e marccedilo de 1185 (DR 257 e DR 357) Vasco Fernandes de Soverosa entre fevereiro de 1159 e marccedilo de 1185 (DR 271 e DR 357) ou Pedro Fernandes de Braganccedila entre novembro de 1147 e marccedilo de 1185 (DR 224 e DR 357) que representam uma segunda ou mesmo terceira geraccedilatildeo da nobreza nortenha

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 13

A hoste de d Afonso henriques

D Henrique se comeccedilaram a fixar na zona da Lousatilde e nas encostas ocidentais da Estrela na maioria de origem estrangeira ou moccedilaacuterabe e que asseguravam o controlo militar de uma regiatildeo que nessa altura ainda era fronteira Entre esses cavaleiros tanto encontramos nomes francos como Uzberto quanto asturianos como Anaia Vestrariz ou moccedilaacuterabes como Randulfo Soleimaacutes18

Eram um grupo bem diferenciado com uma grande simpatia pelos moccedilaacuterabes e que natildeo tinha no seu esquema mental a ideia de cruzada (que entrou tarde no espaccedilo portuguecircs) nem a de guerra santa Para eles a guerra era uma forma de vida de divisatildeo de saque alternada com periacuteodos de convivecircncia com o Islatildeo Sabiam distinguir muito bem os ismaelitas (ou andaluzes) dos moabitas (ou aacuterabes) e se foi relativa-mente faacutecil galvanizaacute-los para o avanccedilo para sul nisso estiveram ingre-dientes como a agressividade e irredutibilidade dos almoraacutevidas e as possibilidades de acumulaccedilatildeo de terra e riquezas que um programa de conquista podia trazer

O Mosteiro de Santa Cruz uma casa protegida pelo rei era o centro da vida espiritual destes cavaleiros tal como os mosteiros de usos clu-niacenses tinham sido para os infanccedilotildees do Entre-Douro-e-Minho qua-renta anos antes Os cavaleiros frequentavam os ofiacutecios de Santa Cruz seguiam as suas instruccedilotildees e faziam-se enterrar nos seus claustros Ti-nham prosperidade e apesar da sua ascendecircncia raramente ligada agrave nobreza de linhagem do Norte natildeo se sentiam nem eram considerados como inferiores Eram um grupo social com identidade proacutepria19

Foram os cavaleiros de Coimbra os protagonistas da tomada de Santa-reacutem um assalto de surpresa noturno levado a cabo em marccedilo de 1147 O coacutenego de Santa Cruz que escreveu o texto conhecido como De Expugna-tione Scallabis ndash A conquista de Santareacutem ndash fez eco de uma memoacuteria que referia a relaccedilatildeo estreita entre o rei e os seus companheiros de armas Eacute ela que inspira o discurso atribuiacutedo ao rei na veacutespera do assalto Cha-ma-lhes ldquocomilitones meirdquo ndash camaradas ou cavaleiros comigo ou meus companheiros soldados e tambeacutem ldquomilites meirdquo meus cavaleiros20 De-pois da conquista de Lisboa em outubro de 1147 o grupo foi perdendo a funccedilatildeo militar e assumindo a representaccedilatildeo reacutegia na administraccedilatildeo local

18 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 18319 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 201 20 Scriptores p94b NASCIMENTO ldquoO Juacuteblio da Vitoacuteriardquo p 1226

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2814

Carlos Filipe aFonso

coimbratilde No entanto tambeacutem deu lugar agrave formaccedilatildeo de confrarias de ca-valeiros que participavam em expediccedilotildees para sul do Tejo21

A mudanccedila do rei para Coimbra tambeacutem reforccedilou em muito outra fonte de mobilizaccedilatildeo as miliacutecias concelhias O foral de Numatildeo de 1130 eacute o primeiro de D Afonso Henriques que natildeo eacute uma confirmaccedilatildeo dos forais do tempo dos condes e insere-se na estrateacutegia de reforccedilo militar daquela regiatildeo22 Mas mais evidentes neste sentido e ainda antes da conquista de Lisboa satildeo os forais do anel defensivo a sul de Coimbra Miranda do Corvo (1136)23 Penela (1137)24 Germanelo (1142)25 e Leiria (1142)26 Ateacute agrave morte do rei em 1185 seratildeo mais de trecircs dezenas os forais atribuiacutedos um pouco por todo o territoacuterio

Por princiacutepio um cavaleiro-vilatildeo tinha riqueza suficiente para se apresentar na hoste com cavalo e armas proacuteprios sendo mesmo obri-gatoacuterio ascender agrave categoria em face da riqueza possuiacuteda em boa parte dos municiacutepios Como afirma Maacuterio Barroca numa primeira fase ser-se cavaleiro-vilatildeo constituiacutea um privileacutegio tendo passado mais tarde a um dever por via das posses27 tendo esta transiccedilatildeo ocorrido no reinado de D Afonso Henriques

21 A forccedila comandada por Fernatildeo Gonccedilalves que em 1162 assaltou e ocupou Beja era composta por miliacutecias de Coimbra Beiras e Santareacutem (ADA p158 Scriptores-I p 14 e seguintes) Eacute possiacutevel que os Militibus Sancti Lazari beneficiaacuterios no testamento de Domingos Lourenccedilo de 1180 (LP 10) sejam uma confraria militar local coimbratilde (MAT-TOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes Vol I p 115) Mas tambeacutem natildeo eacute despicienda a hipoacutetese de se tratar de uma referecircncia agrave ordem militar do mesmo nome surgida na Terra Santa em finais do seacuteculo XI Pelo nuacutemero de habitantes que certamente seria bastante supe-rior a qualquer municiacutepio da regiatildeo a miliacutecia de Coimbra era tambeacutem a que conseguia mobilizar contingentes mais volumosos Um indiacutecio deste efetivo eacute-nos dado pelos forais do grupo de Santareacutem-Lisboa-Coimbra de 1179 que utilizam o nuacutemero de 60 cavaleiros como referecircncia para as regras de divisatildeo do espoacutelio obtido em campanha sendo dife-rentes nos casos das expediccedilotildees aqueacutem e aleacutem desse nuacutemero de guerreiros (Leges p 417) A questatildeo dos efetivos mobilizaacuteveis foi estudada para o iniacutecio do seacuteculo XIII por Botelho da Costa Veiga (Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa p 147) Infelizmente natildeo dispomos de estudos de pormenor para o reinado de D Afonso Henriques

22 Leges p 368 de 1130 junho 2523 Leges p 373 de 1136 novembro 624 Leges p 375 de 1137 julho25 Leges p 433 de 1142-4426 Leges p 376 de 114227 BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Militarrdquo p 91 A ascensatildeo obri-

gatoacuteria passou a ser o caso mais frequente a partir do foral de Penela 1137 (Leges p 375) seguindo-se Sintra 1154 (Leges p 384) e Eacutevora 1166 (Leges p 393) A partir desta data parece constituir a regra em quase todos os forais da Beira Interior a sul da Serra da Estrela e a sul do Tejo especialmente os do Grupo de Eacutevora como foi o caso de Coruche 1182 jaacute perto do final do primeiro reinado (Leges p 426)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 15

A hoste de d Afonso henriques

Mas em locais onde a fixaccedilatildeo de cavaleiros era escassa ou mais di-fiacutecil o monarca concedia preacutestamos em troca de serviccedilo militar pes-soal28 Eram herdades que tomavam a designaccedilatildeo de ldquocavalariasrdquo e que frequentemente continuavam a ser designadas pelos nomes dos seus primeiros proprietaacuterios duas ou trecircs geraccedilotildees apoacutes a sua mor-te29 O rei podia tambeacutem podia recorrer ao fornecimento de armas e outro equipamento militar como se depreende do foral de Santareacutem de 1095 outorgado por Afonso VI de Leatildeo Ali depois da morte de um cavaleiro nestas condiccedilotildees o monarca recuperava o cavalo e loriga cedidos (certamente por intermeacutedio do alcaide)30 Estes deveriam ser reatribuiacutedos a outro homem que pudesse desempenhar o serviccedilo O mesmo se passava em Numatildeo cujas armas de alguns moradores eram atribuiacutedas pelo senhor Fernatildeo Mendes de Braganccedila o outorgante do foral de 113031 Em Moacutes (c Freixo de Espada-agrave-Cinta) em 1162 D Afon-so Henriques mandou dar armas a todos ndash cavaleiros e peotildees ndash para que defendessem o castelo32

Na generalidade dos concelhos uma boa parte dos vizinhos era cons-tituiacuteda pelos pedites pequenos proprietaacuterios alodiais (herdadores) al-guns comerciantes homens de mesteres normalmente com obrigaccedilotildees militares defensivas mas mais frequentemente dispensados das caval-gadas empreendidas por iniciativa local33 No entanto o chamamento

28 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 178 A regiatildeo de Penalva do Castelo na encosta Norte da Serra da Estrela eacute um exemplo de concentraccedilatildeo de cavalarias O lugar de Carroga em Sezures (c Penalva do Castelo) constituiacutea uma cavalaria reacutegia cujos moradores deviam ir em hoste e prestar anuacuteduva aleacutem de pagarem os seus im-postos ao mordomo de Penalva (Inq p 802b de 1252) O mesmo se passava com a paroacutequia de Pepim (atual Moinhos de Pepim) trecircs cavalarias em Pindo e Ulvaria (Oli-veira) todos os trecircs fogos de Lamosa e todo o lugar de Moita (c Penalva do Castelo Inq p 803a de 1252)

29 VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa pp 158-159 BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Militarrdquo p 92 MARTINS Para Bellum p 135 n 581

30 Leges p 349 de 1095 Trata-se da lutuosa um imposto que perduraraacute no caso dos vassalos reacutegios ateacute bastante tarde As armas dos vassalos ficavam como lutuosa para o rei que delas fazia mercecirc ao que substituiacutesse o defunto (COSTA ldquoLutuosardquo p 86)

31 Leges p 370 de 113032 Leges p 391 de 116233 Das cerca de duas dezenas de cartas de foral ou aforamentos do periacuteodo condal e do

iniacutecio do reinado de D Afonso Henriques anteriores a 1147 natildeo haacute referecircncias ex-pliacutecitas agrave obrigaccedilatildeo de ir em fossado por parte dos peotildees Aliaacutes o foral de Numatildeo de 1130 isenta explicitamente os peotildees desse tipo de operaccedilatildeo ldquoEt pedones non faciant fossatum nec clericirdquo (Leges p 368) Jaacute a carta de Penela de 1137 que menciona es-pecificamente o ldquofossado Regisrdquo natildeo especifica quem o deve cumprir (Leges p 375a) Verificam-se com mais frequecircncia limitaccedilotildees temporais agrave ida ao apelido que natildeo satildeo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2816

Carlos Filipe aFonso

para a hoste reacutegia mudaria o panorama Quer a leitura dos forais quer as Inquiriccedilotildees de 1220 mostram que a norma era o serviccedilo ao rei ser extensivo a todos os moradores34

No caso da integraccedilatildeo na hoste reacutegia durante o reinado de D Afon-so Henriques natildeo parece ter havido disposiccedilotildees limitassem isentas-sem ou beneficiassem de alguma forma os vizinhos dos concelhos35 Mas se os peotildees podiam ser levados a tomar parte nas campanhas sem daiacute advir grande resistecircncia jaacute no caso dos cavaleiros satildeo evidentes nalguns casos medidas adicionais de motivaccedilatildeo como ocorria em re-

dirigidas especificamente aos ldquomilitesrdquo preferindo-se o termo ldquohominesrdquo em Guima-ratildees 1095-96 (Leges p350-351) Constantim 1096 (Leges p 352-353) e Arganil 1114 (DP p 419-420) Nestes concelhos os moradores soacute serviam por um dia Satildeo trecircs cartas do periacuteodo condal a uacuteltima outorgada pelo bispo de Coimbra

34 O primeiro foral que refere o serviccedilo no ldquoexeacutercitordquo como obrigatoacuterio com essa designaccedilatildeo eacute o de Sintra de 1254 (Leges p 384) Mas no reinado de D Afonso Hen-riques continuou a prevalecer o termo ldquofossadordquo O foral de Moacutes de 1162 utiliza-o ldquoEt non faciatis fossado nisi cum uestro seniore una uice in annordquo (Leges p 390) O mesmo se passa com o de Eacutevora de 1166 Leges p 392) que tem a particularidade de inaugurar as cartas carateriacutesticas de uma segunda geraccedilatildeo de guerra de frontei-ra agora na vasta faixa que compreendia o atual Alentejo e Beira Baixa POWERS A Society Organized for War p 43 Nos reinados seguintes a expressatildeo ldquoir em hosterdquo surge ocasionalmente nos mesmos locais das foacutermulas em que antes se utilizava ldquofossadordquo como nos casos do aforamento de Roalde (c Sabrosa) de 1208 (Leges p 537) ou da carta de Cidadelhe (c Mesatildeo Frio) de 1224 (Leges p 600) De qualquer modo o texto dos forais remete para se tratar de uma obrigaccedilatildeo dos cavaleiros e temos de recorrer agraves Inquiriccedilotildees e agraves Posturas Municipais conhecidas para a regiatildeo do Ribacoa que embora posteriores ao reinado de D Afonso Henriques deixam entrever que os peotildees tambeacutem participavam nas expediccedilotildees No caso das Inquiri-ccedilotildees as testemunhas referem-se frequentemente a foros e costumes vigentes ou seja que se praticavam havia anos ou deacutecadas Nas atas dos inqueacuteritos a ida em hoste natildeo diz respeito aos milites mas sim aos homines o que sugere uma obrigaccedilatildeo extensiva aos peotildees Esta ideia subjaz por exemplo na paroacutequia de Santa Eulaacutelia de Pensalvos (c Vila Pouca de Aguiar) em 1220 As populaccedilotildees estatildeo isentas de apelido e fossado porque tecircm obrigaccedilatildeo de estabelecer atalaias e de garantir infor-maccedilatildeo ao castelo de Aguiar da Pena em caso de guerra (Inq p 126b) Eacute tambeacutem frequente todos pagarem fossadeira como se observa por exemplo em Satildeo Silves-tre de Freitas (c Terras de Bouro) onde se especifica que competia aos herdadores o pagamento desse imposto que permitia remir a ida em fossado (Inq p 98b) Jaacute os foros e costumes de Castelo Bom especificam que um cavaleiro que se apresentasse na cavalgada com uma tenda redonda de 20 cordas ou mais poderia dispensar da operaccedilatildeo dois cavaleiros ou quatro peotildees (Leges p759) Estes foros tecircm a dataccedilatildeo criacutetica de 1188-1230 SANTOS Costumes e Foros p 13

35 Soacute a partir do seacuteculo XIII comeccedilam a surgir nos forais a norte do Douro algumas determinaccedilotildees mais expliacutecitas como por exemplo que a ida em hoste soacute era obriga-toacuteria quando a acompanhar o rei em pessoa como no aforamento reacutegio aos 30 mora-dores de Rualde em 1208 (Leges p537) ou como a que estipulava que para aleacutem de acompanhar o rei a obrigaccedilatildeo soacute se mantinha a norte do Douro e apenas uma vez por ano como no caso de Cidadelhe em 1224 (Leges p 600)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 17

A hoste de d Afonso henriques

laccedilatildeo aos de Sintra Uma vez por ano podiam tomar parte na hoste conservando todo o espoacutelio obtido na guerra para si sem ter de dar a habitual quinta parte ao rei36

A convocaccedilatildeo dos combatentes nos municiacutepios devia no tempo de D Afonso Henriques seguir as linhas gerais do que conhecemos para o fi-nal do seacuteculo XII Depois de decidida a mobilizaccedilatildeo e estabelecido o local e altura de reuniatildeo da hoste os municiacutepios a convocar eram percorridos pelos porteiros37 Estes em conjunto com os alcaides (mais tarde seratildeo os juiacutezes nos concelhos maiores) e os adaiacutes reuniam os combatentes num local especiacutefico da vila38 No caso da hoste reacutegia que exigia um tem-po de serviccedilo mais prolongado do que os fossados concelhios tambeacutem deviam ser incluiacutedos besteiros peotildees artesatildeos cleacuterigos e condutores de bestas de carga O adail (ou adaiacutes nos concelhos que tinham mais que um destes oficiais) tinha a responsabilidade de conduzir a miliacutecia ateacute ao ponto de encontro com a hoste39

36 ldquoMilites semel in anno in regio exercitu militent pro sua ganancia et non accipiat Rege de illos nichilrdquo (Legesp 384)

37 As funccedilotildees de convocaccedilatildeo direta para a hoste parecem ter cabido aos porteiros (porta-rios) Conf BLUTEAU Vocabulario Portuguez amp Latino p 633b No seacuteculo XIII estaratildeo jaacute consolidados como ldquosacadores dos direitos e vendas da Coroardquo (VITERBO Elucidaacuterio p 164b) sendo o porteiro-mor o superintendente da cobranccedila dos direitos fiscais (R d Torres Porteiro-mor 123) Mas nas Inquiriccedilotildees de 1220 ainda nos surgem com eviden-tes funccedilotildees militares como vemos na paroacutequia de Satildeo Paio de Midotildees Terra de Faria (c Barcelos) a cujo porteiro cabia fazer-se acompanhar dos herdadores para ldquoexpelle-re homines de domibus suis ut eant in fossado per totum terminum de ipso castellordquo ou seja conduzir homens de suas casas para irem em fossado dentro do termo do castelo o que pressupotildee uma accedilatildeo defensiva mais compatiacutevel com o apelido (Inq I p 111b) Tambeacutem o aforamento aos moradores de Rualde em 1208 determina que a ida em hoste ou apelido soacute era devida mediante a apresentaccedilatildeo do selo reacutegio ou por ordem do porteiro (Leges p 537)

38 As terras e mesmo honras e coutos deveriam ter um local habitual de reuniatildeo dos que iam para a guerra Seria um lugar com centralidade geograacutefica mas fora da vila ou castelo como nos mostram os costumes e foros de Castelo Bom (Leges p 782) Nas Terras e Julgados deviam ser nas imediaccedilotildees de locais previstos para a pousada do rico-homem ou do juiacutez Assim parece ocorrer com o lugar de Capeludos na paroacutequia de Santa Eulaacutelia de Pensalvos (c Vila Pouca de Aguiar) em relaccedilatildeo agrave Terra de Aguiar em 1220 (Inq p 126b) deduzindo-se pela centralidade geograacutefica pela pousada do ri-co-homem e pelo facto dos seus moradores para aleacutem de pousada terem de guarnecer as atalaias natildeo acompanhando a mesnada mobilizada (Inq pp 44-45 e 126-128)

39 Nas Siete Partidas os legisladores de Afonso X resumem as obrigaccedilotildees dos adaiacutes (Parti-das XXII Lei 1) Por serem condutores de guerreiros estavam pelo menos a partir dos forais de 1179 de Santareacutem Lisboa e Coimbra isentos de dar a quinta parte do saque ao rei (Leges pp 408-409 414 e 417)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2818

Carlos Filipe aFonso

Depois da junccedilatildeo com as restantes forccedilas os contingentes concelhios mais numerosos deveriam manter a sua integridade e combater sob o mesmo estandarte ao passo que os de menor dimensatildeo deveriam agru-par-se entre si para formar subunidades consistentes de combatentes da mesma tipologia (cavaleiros com cavaleiros e peotildees com peotildees por exemplo)40

A hoste reacutegia tambeacutem era complementada por outras instituiccedilotildees de verdadeiros especialistas na guerra as ordens militares41 A primeira com expressatildeo militar definida a entrar em Portugal foi a Ordem do Tem-plo ainda pela matildeo de D Teresa em 1128 que lhes doou Fonte Arcada e o castelo de Soure Esta doaccedilatildeo foi confirmada pouco menos de um ano depois por D Afonso Henriques ao assumir o governo do condado42 Por esses anos o castelo de Soure natildeo eacute um castelo qualquer eacute o mais exposto e vulneraacutevel a sul do Mondego porque estaacute numa regiatildeo mais plana que pode ser atacada por todas as direccedilotildees inclusive pelo mar subindo a foz do Mondego e depois o Arunca Talvez por isso os templaacuterios natildeo tenham conseguido repelir o ataque que sofreram em 1144 que deixou a fortale-za parcialmente destruiacuteda e rendeu aos muccedilulmanos um bom saque com refeacutens e gado que levaram para Santareacutem43

Apesar de se tratar de uma Ordem transnacional a esmagadora maioria dos freires templaacuterios em Portugal era a partir de meados do seacuteculo XII de origem portuguesa e em 1169 D Afonso Henriques convalescente em Lafotildees depois do desastre de Badajoz concedia-lhes

40 Os forais do grupo de Santareacutem Lisboa e Coimbra de 1179 explicitam que as respe-tivas miliacutecias concelhias natildeo ocupam a retaguarda da hoste reacutegia (Leges pp 408-409 414 e 417) A determinaccedilatildeo repete-se depois com o foral de Povos de 1195 (Leges p 492) e de Leiria no mesmo ano (Leges p 496) Tornar-se-aacute mais frequente no seacuteculo XIII No plano oposto algumas comunidades com poucos moradores como era o caso de Ermelo e Bilhoacute (c Vila Real) soacute iam no fossado reacutegio se os moradores dos coutos vizinhos tambeacutem fossem (DS 90 de 1196 abril) Mais tarde temos mesmo referecircncia aos concelhos de Proenccedila-a-Velha e de Egitacircnia que tinham como condiccedilatildeo para a ida em fossado apelido ou hoste fazerem-no em conjunto (Leges p616)

41 Sobre a presenccedila e atuaccedilatildeo das ordens militares na guerra no contexto da Reconquis-ta Peninsular em geral vejam-se AYALA Las oacuterdenes militares hispaacutenicas pp 405-441 e RODRIacuteGUEZ-PICAVEA Los Monges Guerreros pp 167-192 Para uma siacutentese do per-curso das ordens em Portugal consulte-se FERNANDES e OLIVEIRA ldquoAs Ordens Mili-tares no Reino de Portugalrdquo pp 137-165 Especificamente para o reinado de D Afonso Henriques vejam-se os capiacutetulos dedicados aos Templaacuterios Santiago e Ordem de Eacutevora em MATTOSO D Afonso Henriques pp 260-264 341-344 e 344-346 respetivamente

42 DR 77 de 1128 e DR 96 de 1129 marccedilo 19 43 Scriptores-I p 62

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 19

A hoste de d Afonso henriques

um terccedilo de tudo o que conquistasse a sul do Tejo44 procurando talvez compensar a sua incapacidade para continuar a conduzir pessoalmente a guerra ou preparar-se para fazer face agrave crescente ameaccedila almoacuteada Ou ambas

Em boa verdade os registos que temos da participaccedilatildeo de templaacuterios em combate ao lado de D Afonso Henriques satildeo todos de fontes bem tardias jaacute do seacuteculo XIV e posteriores A ldquoCroacutenica de Portugal de 1419rdquo coloca D Gualdim Pais ao lado de D Afonso Henriques na conquista de Santareacutem45 Pode tratar-se natildeo de uma realidade mas de uma redaccedilatildeo apologeacutetica em relaccedilatildeo a uma das mais emblemaacuteticas figuras do reinado do primeiro rei numa altura em que a Ordem tinha jaacute sido extinta havia mais de um seacuteculo e Portugal avanccedilava para a expansatildeo mariacutetima pela matildeo da Ordem de Cristo sua sucessora

Em todo o caso se poucas ou nenhumas vezes temos registo da inte-graccedilatildeo de templaacuterios na hoste reacutegia temos pelo menos a certeza de que desempenharam um papel fundamental na consolidaccedilatildeo e defesa dos locais estrategicamente mais sensiacuteveis e na organizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos receacutem-conquistados Esse papel eacute evidente aquando da doaccedilatildeo do eclesiaacutestico de Santareacutem agrave Ordem na sequecircncia da conquista da ci-dade46 ou na doaccedilatildeo do castelo de Ceras e territoacuterio de Tomar em 1159 materializando a defesa da linha do Tejo47

Mais tarde jaacute no final da deacutecada de 1150 desenvolvem-se as ordens militares ibeacutericas Calatrava surge em 115848 seguida pela Ordem de Santiago fundada em Caacuteceres 117049 Neste mesmo ano detetamos em Eacutevora uma outra confraria da qual resultaraacute a Ordem de Avis50 Em se-tembro de 1172 o rei doa o castelo de Monsanto (c Idanha-a-Nova) agrave Ordem de Santiago51 Um ano depois seraacute a vez do castelo de Abrantes com o seu termo agrave mesma Ordem52

44 DR 295 de 1169 setembro 45 CP 1419 p 4446 DR 221 de 1147 abril47 DR 271 de 1159 fevereiro48 BC Scriptura I de 1158 A primeira regra da Ordem foi promulgada em 1164 (BC Scrip-

tura IV de 1164 setembro 14)49 AYALA 2007 p 12050 A miliacutecia de Eacutevora era jaacute uma realidade consolidada em 1176 data em que D Afonso

Henriques lhes faz a doaccedilatildeo do castelo de Coruche (DR 327 de 1176 abril) 51 DR 315 de 1172 setembro52 DR 317 de 1173 setembro

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2820

Carlos Filipe aFonso

Temos de admitir a presenccedila de elementos das ordens militares pelo menos de forma pontual na hoste reacutegia como alguns autores apontam para o caso da conquista de Lisboa e com maior probabilidade em ope-raccedilotildees mais tardias a sul do Tejo Mas no tempo de D Afonso Henri-ques natildeo eram certamente presenccedila frequente apesar de a sua atuaccedilatildeo se encontrar sempre em sintonia e complementaridade com a Coroa

Finalmente a hoste de D Afonso Henriques foi em algumas ocasiotildees complementada por outros grupos de combatentes Eacute o caso do bando de Geraldo Geraldes o ldquoSem Pavorrdquo de quem comeccedilamos a ter notiacutecia a partir de 1165 quando conquistou Trujillo Eacutevora e Caacuteceres53 Caudilho de fronteira de origem incerta eacute possiacutevel que tenha sido ele proacuteprio um escravo cristatildeo nas matildeos de muccedilulmanos ateacute porque as fontes aacuterabes o chamam de galego54 embora talvez o faccedilam porque no imaginaacuterio muccedilulmano os guerreiros cristatildeos mais ferozes provinham dessa re-giatildeo remota da Peniacutensula ou simplesmente porque designavam por ldquogalegosrdquo todos os homens do Norte cristatildeo

Atuava normalmente em autonomia e tinha por costume efetuar ataques de surpresa durante a noite e com condiccedilotildees atmosfeacutericas ad-versas quando as guarniccedilotildees dos castelos estavam mais abrigadas e menos atentas Em 1166 apoderou-se de Caacuteceres Montaacutenchez e Serpa seguindo-se Juromenha que se converteu em base de ataque sobre Ba-dajoz55 Em maio de 1169 efetuou uma incursatildeo sobre esta cidade ten-do-se apoderado da sua muralha exterior Esta accedilatildeo militar concertada previamente ou natildeo com D Afonso Henriques deu oportunidade ao rei portuguecircs para se aproximar da praccedila-forte e exigir a rendiccedilatildeo da guarniccedilatildeo almoacuteada concedendo-lhe um prazo No entanto eacute conhecida a intervenccedilatildeo do rei de Leatildeo Fernando II honrando o pacto celebra-do com os muccedilulmanos que aprisionou D Afonso Henriques durante vaacuterios meses56

53 IBN lsquoIDARI Al-Bayan Al-Mugrib Nuevos fragmentos p 402 Sobre este caudilho cen-tral na atuaccedilatildeo militar do final da deacutecada de 1160 e iniacutecio da de 1170 veja-se PEREIRA Geraldo Sem Pavor passim

54 Idem Ver tambeacutem IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 13755 IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 13856 Apesar de algumas fontes cristatildes situarem o episoacutedio em 1168 (ADA p 158 Scriptores

I p15) as fontes muccedilulmanas fornecem-nos um encaixe cronoloacutegico mais ajustado (IBN lsquoIDARI 1963 pp 405-406 IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 144) Ver toda a sequecircncia cronoloacutegica organizada em MATTOSO D Afonso Henriques pp 303-304

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 21

A hoste de d Afonso henriques

Depois do infortuacutenio de Badajoz onde partiu uma perna o rei natildeo voltaria mais a montar a cavalo nem a combater Mas em 1169 tinha jaacute 41 anos de governo de Portugal Quatro deacutecadas em que soube capita-lizar os recursos materiais e humanos do territoacuterio que lhe coube para gerar e reinventar uma estrutura militar que contribuiu sobremaneira para garantir a viabilidade de Portugal enquanto reino independente57

Ateacute aqui abordaacutemos os contingentes de combatentes Mas as hostes eram tambeacutem compostas por um trem de apoio de natildeo combatentes Nos deslocamentos do monarca com a sua scola bem como nos dos nobres com as suas mesnadas em campanha o trem natildeo deveria ser muito ro-busto especialmente se a aacuterea de operaccedilotildees fosse em territoacuterio cristatildeo Todos estes dignitaacuterios gozavam de direito de aposentadoria que era ex-tensivo agraves tropas que os acompanhavam durante as campanhas Os ha-bitantes de um local por onde passassem estas mesnadas viam-se na obri-gaccedilatildeo de alojar e alimentar os combatentes por norma por um periacuteodo curto de tempo que natildeo deveria ultrapassar os trecircs dias jaacute que de outro modo uma hoste esgotaria rapidamente os recursos da regiatildeo58

Quando a hoste estava constituiacuteda e se esperava que passasse algum tempo em operaccedilotildees era necessaacuterio transportar viacuteveres forragem para os cavalos (dependendo da altura do ano) vitualhas armamento de re-serva ou mesmo montadas suplementares Natildeo temos registo de serem utilizados carros para esse efeito no tempo de D Afonso Henriques mas sim transporte efetuado no dorso de equiacutedeos (cavalos mulas zebros) Nos forais dos francos e gaacutelicos de Atouguia posteriores a 1186 a uacutenica obrigaccedilatildeo militar a que estes estrangeiros se mantecircm vinculados eacute o for-necimento de bestas de carga para transportar as vitualhas do exeacutercito reacutegio na guerra contra os pagatildeos59

Em operaccedilotildees mais prolongadas como as de cerco (o caso de Lisboa em 1147 ou de Alcaacutecer em 1158) a hoste reacutegia natildeo teraacute deixado de in-

57 A viabilidade do reino de Portugal esteve natildeo raras vezes em causa durante o reinado de D Afonso Henriques tornando-se mais soacutelida depois da conquista da linha do Tejo Apesar de vaacuterios fatores concorrerem para a manutenccedilatildeo de um estado independente a accedilatildeo militar do primeiro monarca desempenhou um papel central (MATTOSO D Afonso Henriques p 251)

58 O direito de aposentadoria de tropas em campanha deveria ser anaacutelogo ao direito que a nobreza detinha As Partidas mencionam a existecircncia de siacutembolos designados por ldquopendotildees pousadeirosrdquo que as hostes transportavam e com as quais marcavam os lugares de pousada (Partidas XXII Lei 14) Mesmo a peonagem quando enquadrada por um almocadeacutem gozava de direito de aposentadoria (Partidas XXII Lei 5)

59 Leges p 451 de 1186 ()

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2822

Carlos Filipe aFonso

corporar artesatildeos como ferreiros e carpinteiros e ateacute de se fazer acom-

panhar por mulheres Os cleacuterigos como capelatildees eram tambeacutem uma

presenccedila habitual na hoste Natildeo soacute curavam as feridas da alma dos com-

batentes como seriam os mais qualificados para tratar os ferimentos do

corpo proceder aos ofiacutecios diaacuterios ouvir em confissatildeo e frequentemen-

te enterrar os mortos60

Havia uma preocupaccedilatildeo com a manutenccedilatildeo do efetivo e da sua

prontidatildeo para a guerra No caso dos cavaleiros-vilatildeos uma praacutetica

que percebemos regular no reinado de D Afonso Henriques foi a en-

trega a tiacutetulo de compensaccedilatildeo de cavalos a quem os tivesse perdido

em combate utilizando para o efeito montadas capturadas ao inimi-

go Soacute depois de consolidada esta distribuiccedilatildeo se procedia agrave contabi-

lizaccedilatildeo do remanescente do saque entregando-se por norma uma

quinta parte ao rei e distribuindo-se as restantes quatro partes entre o

alcaide e os cavaleiros do concelho61

Uma hoste com as carateriacutesticas e componentes que descrevemos ateacute

aqui tinha as suas possibilidades e limitaccedilotildees Antes de mais o efetivo

total possiacutevel de mobilizar para uma campanha Ao que tudo indica o

maacuteximo efetivo que D Afonso Henriques reuniu em operaccedilotildees foi no

cerco de Lisboa em 1147 estimando-se a presenccedila de 3000 portugue-

60 Logo em 1130 no iniacutecio do governo de D Afonso Henriques o foral de Numatildeo explicita que os cleacuterigos tal como os peotildees estatildeo isentos de fossado o que nos revela que natildeo estatildeo libertos de participar em accedilotildees defensivas como o apelido (Leges p 368) Esta eacute a norma que encontramos noutros forais do reinado de D Afonso Henriques como o de Trancoso 1157-69 (Leges p 434) e o de Moreira 1157-59 (Leges p 437) No outro extremo da cronologia que analisamos pouco tempo depois da morte do rei o filho D Sancho concedeu vaacuterios privileacutegios ao clero de todo o reino entre eles a isenccedilatildeo de ida na hoste a natildeo ser que houvesse necessidade de combater muccedilulmanos que en-trassem em ldquoterram mostramrdquo o que pressupotildee que em tempo anterior a presenccedila de cleacuterigos era habitual (DS 39 de 1186-89) D Sancho I repete disposiccedilotildees semelhantes em documentos posteriores como no caso de uma carta-patente ao bispo de Coimbra (DS 202 de 1210 dezembro 28)

61 Nos forais de Leiria 1142 (Leges p 376) e Germanelo 1142-44 (Leges p 433) determi-na-se que todos os cavalos obtidos em fossado devem ser distribuiacutedos aos combatentes pelo alcaide natildeo se devendo nenhum ao rei A disposiccedilatildeo para a restituiccedilatildeo dos cava-los perdidos antes da reparticcedilatildeo do saque comeccedila a encontrar-se a partir do foral de Eacutevora de 1166 (Leges p 343) A foacutermula expressa ldquo(hellip) primis erectis eos sine quinta et postea detis nobis quintam directamrdquo) surge no reinado de D Afonso Henriques igualmente nos forais de Abrantes 1179 (Leges p 419) Coruche 1182 (Leges p 427) e Palmela 1185 (Leges p 430) Posteriormente parece ter passado a ser a norma se natildeo em todos pelo menos na maioria dos concelhos como o atestam 34 outras cartas de foral e aforamentos outorgados entre 1186 e 1271

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 23

A hoste de d Afonso henriques

ses62 Entre eles as mesnadas senhoriais e miliacutecias concelhias Mas este

nuacutemero deve ser visto como uma exceccedilatildeo de tal modo que durante o

cerco o rei teve de dispensar parte dos efetivos63

Outra limitaccedilatildeo residia na incapacidade de assediar grandes fortale-

zas Durante o reinado de D Afonso Henriques os castelos conquistados

pela hoste reacutegia em autonomia e atraveacutes de uma operaccedilatildeo de cerco con-

vencional ou eram fortalezas de reduzida dimensatildeo ou foram cercados

com o auxiacutelio de cruzados como em Lisboa em 1142 e depois em 1147

em Alcaacutecer em 1159-60

Uma das potencialidades que o modelo de exeacutercito de D Afonso Hen-

riques detinha era a de realizar incursotildees raacutepidas na profundidade do

territoacuterio muccedilulmano O fossado de Ourique de 113964 ou o fossado de

Triana de 117865 satildeo demonstrativos da rapidez de mobilizaccedilatildeo e de

deslocamento

A hoste de D Afonso Henriques natildeo foi sempre a mesma por vaacuterias

razotildees Em primeiro lugar porque uma hoste na Idade Meacutedia eacute sempre

uma organizaccedilatildeo temporaacuteria e conjuntural eacute levantada para uma fina-

lidade ou campanha especiacutefica e depois desmobilizada As primeiras

referecircncias claras a um prazo de serviccedilo na hoste reacutegia satildeo do seacuteculo

XIII (Inquiriccedilotildees de 1258 e de 1284) mas eacute bem provaacutevel que o tempo de

serviccedilo fosse igualmente limitado no reinado do primeiro monarca jaacute

que estava relacionado com a disponibilidade de homens face aos tra-

balhos agriacutecolas Os peotildees dos municiacutepios serviam por um maacuteximo de

seis semanas o que deveria implicar grandes desafios de planeamento

quando se pretendiam campanhas mais prolongadas66

62 PHILLIPS The Second Crusade p 143 MARTINS De Ourique a Aljubarrota p 83 e 2017 p 179

63 NASCIMENTO A Conquista de Lisboa p 11164 Sobre o fossado de Ourique vejam-se VELHO Estudos criacuteticos sobre a Batalha de Ouri-

que MATTOSO D Afonso Henriques pp 157-166 e ALARCAtildeO Ourique65 Sobre o fossado de Triana veja-se MARTINS De Ourique a Aljubarrota pp 104-12466 O prazo eacute registado para a regiatildeo de Lamego onde um morador de Fafel tinha obriga-

ccedilatildeo de velar os muros do castelo durante a noite juntamente com todos os moradores sujeitos ao mesmo foro caso os habitantes do castelo fossem em hoste com o rei esten-dendo-se a obrigaccedilatildeo por seis semanas (Inq p 1035) A dez quiloacutemetros de distacircncia os moradores das cavalarias reacutegias de Tarouca tinham de acompanhar o rei com cava-lo e armas e permanecer em hoste ou anuacuteduva igualmente por seis semanas (Inq p 1071a) O mesmo se passava com uma cavalaria de Vouzela (Inq p 907a) E em 1284 quando das Inquiriccedilotildees de D Dinis agrave regiatildeo do Vouga na aldeia de Nogueira julgado de Sever ainda vigorava este prazo (Inq p 59)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2824

Carlos Filipe aFonso

Em segundo lugar embora natildeo conheccedilamos para o reinado do primei-ro rei nem a obrigatoriedade de soacute ir para a guerra com o rei em pessoa67 nem nenhuma restriccedilatildeo geograacutefica ao serviccedilo na hoste68 a mobilizaccedilatildeo deveria depender em boa medida da localizaccedilatildeo do monarca aquando da convocaccedilatildeo e do local do objetivo da campanha devendo procurar-se mobilizar combatentes das proximidades destas aacutereas Esta eacute tambeacutem uma das explicaccedilotildees para o recurso a combatentes conjunturais especia-listas na guerra de fronteira como Geraldo era gente que vivia no amplo e difuso territoacuterio que em cada momento constituiu a fronteira

Por uacuteltimo a proacutepria evoluccedilatildeo de Portugal de condado a reino o alargamento do seu territoacuterio e os recorrentes movimentos de coloni-zaccedilatildeo fizeram surgir especificidades sociais locais enquanto outras co-nheceram o seu ocaso Foi desta forma que ateacute ao iniacutecio da deacutecada de 1130 o grupo dominante na hoste reacutegia foram os infanccedilotildees Seguiram-se os cavaleiros de Coimbra que tiveram a sua deacutecada de ouro ateacute atingida a linha do Tejo em 1147 Nas deacutecadas seguintes assistimos agrave crescente presenccedila das ordens militares E eacute tambeacutem nesta linha que verificamos durante o reinado de D Afonso Henriques a um constante aumento de importacircncia da cavalaria-vilatilde e das miliacutecias concelhias

Siglas e abreviaturas

ADA Annales Domni Alfonsi

BC Bullarium Ordinis Militiae de Calatrava

CP 1419 Croacutenica de Portugal de 1419

DA Coleccioacuten Diplomaacutetica Medieval de la Oacuterden de Alcaacutentarahellip

DP Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Particulares

DR Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Reacutegios

DS Documentos de D Sancho I

HC Historia Compostelana

Inq Portugaliae Monumenta Historica Inquisitiones

Leges Portugaliae Monumenta Historica Leges et Consuetudines

67 A partir do aforamento de Rualde outorgado por D Sancho I a 30 povoadores (Leges p 537)

68 Soacute a partir do foral de Cidadelhe de 1224 outorgado por D Sancho II alguns concelhos a norte do Douro estatildeo isentos de acompanhar o monarca em operaccedilotildees a sul daquele rio (Leges p 600)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 25

A hoste de d Afonso henriques

LP Livro Preto da Seacute de Coimbra

ML Monarquia Lusitana Parte Quintahellip

Partidas Las Siete Partidas

Scriptores Portugaliae Monumenta Historica Scriptores

Fontes e Bibliografia

1 Fontes

Annales Domni Alfonsi Portugallensium Regis ed Monika Bloumlcker-Wal-ter Zurique 1966 pp 151-161

Bullarium Ordinis Militiae de Calatrava per annorum seriem nonnullis org Inacio Jose de Ortega y Cotes Juan Francisco Alvarez de Baque-dano y Pedro de Ortega Zuntildeiga y Aranda Madrid 1761

Croacutenica de Portugal de 1419 ed criacutetica introd e notas de Adelino de Almeida Calado Aveiro Universidade de Aveiro 1998

Coleccioacuten Diplomaacutetica Medieval de la Oacuterden de Alcaacutentara ed Bonifaacutecio Palacios Martiacuten Fundacioacuten San Benito de Alcaacutentara Madrid Edito-rial Complutense 2003

Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Particulares vol IV Tomo I AD 1116-1123 org Rui de Azevedo e Avelino Jesus da Costa Academia Portuguesa da Histoacuteria Lisboa 1980

Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Reacutegios Vol I Tomos 1 e 2 AD 1095-1185 org Rui de Azevedo e Luiacutes Ferrand de Almeida Academia Portuguesa da Histoacuteria Lisboa 1941

Documentos de D Sancho I ed Rui de Azevedo Avelino Jesus da Costa e Marcelino Pereira Centro de Histoacuteria da Universidade de Coimbra Coimbra 1979

Historia Compostelana introd trad notas e iacutendices Emma Falque Akal Madrid 1994

IBN lsquoIDARI Al-Bayan al-Mugrib fi Ijitisar Ajbar Muluk al-Andalus Wa al-Magrib - Los Almohades Tomo I Ambrosio Huici Miranda (ed) Tetuan Editora Marroqui 1955

IBN lsquoIDARI Al-Bayan Al-Mugrib Nuevos fragmentos almoraacutevides y almo-hades traducidos y anotados por Ambrosio Huici Miranda Valencia Anubar 1963

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2826

Carlos Filipe aFonso

IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama Ambrosio Huici Miranda (estu-do preliminar traduccedilatildeo e iacutendices) Valencia 1969

Livro Preto da Seacute de Coimbra Cartulaacuterio da Seacute de Coimbra dir e coord Manuel Augusto Rodrigues Coimbra Arquivo da Universidade de Coimbra 1999

Monarquia Lusitana Parte Quinta org Francisco Brandatildeo Paulo Craes-beeck Lisboa 1650

Portugaliae Monumenta Historica Scriptores vol I Fasc I a III Acade-mia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1856-1861

Portugaliae Monumenta Historica Inquisitiones vol I Fasc I a IX Aca-demia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1888-1977

Portugaliae Monumenta Historica Leges et Consuetudines vol I Fasc I a VI Academia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1856-1868

Las Siete Partidas Alfonso X el Sabio Barcelona Linkgua 2010

2 Bibliografia

Jorge de ALARCAtildeO Ourique o lugar controverso Porto Figueirinhas 2015

Ameacutelia Aguiar ANDRADE A Construccedilatildeo Medieval do Territoacuterio Lisboa Livros Horizonte 2001

Carlos de AYALA Martiacutenez Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Madrid Marcial Pons 2007

Maacuterio Jorge BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Mili-tarrdquo Nova Histoacuteria Militar de Portugal Vol 1 69-94 Lisboa Ciacuterculo de Leitores 2003

Henrique da Gama BARROS Histoacuteria da Administraccedilatildeo Puacuteblica em Por-tugal nos seacuteculos XII a XV Tomo I Lisboa Imprensa Nacional 1885

Raphael BLUTEAU Vocabulario Portuguez amp Latino (O-PUR) Lisboa Officina de Pascoal da Sylva 1720

Maria Joatildeo Violante BRANCO ldquoIntroduccedilatildeordquo A conquista de Lisboa aos Mouros relato de um cruzado Aires A Nascimento (ed trad e no-tas) pp 9-53 Lisboa Vega 2007

Maria Helena da Cruz COELHO ldquoA Estruturaccedilatildeo Socialrdquo Nova Histoacuteria de Portugal Joel Serratildeo e AH de Oliveira Marques (dirs) 165-383 Lisboa Editorial Presenccedila 1996

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 27

A hoste de d Afonso henriques

Philippe CONTAMINE La Guerre au Moyen Age Paris Nouvelle Clio 1980

Avelino Jesus da COSTA O Bispo D Pedro e a Organizaccedilatildeo da Diocese de Braga vol I Coimbra Universidade de Coimbra 1959

Avelino Jesus da COSTA ldquoLutuosardquo Dicionaacuterio da Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol IV 86 Porto Livraria Figueirinhas 1984

Isabel Cristina Ferreira FERNANDES e Luiacutes Filipe OLIVEIRA ldquoAs Ordens Militares no Reino de Portugalrdquo As Ordens Militares na Europa Me-dieval Feliciano Novoa Portela e Carlos de Ayala Martiacutenez (coords) 137-165 Lisboa Chaves Ferreira 2005

Iria GONCcedilALVES ldquoEntre a Peneda e o Barroso uma fronteira galaico-mi-nhota em meados de Duzentosrdquo Revista da Faculdade de Letras ndash Histoacute-ria 2ordf seacuterie Tomo XV ndash IV Jornadas Luso-espanholas de Histoacuteria Medie-val As relaccedilotildees de fronteira no seacuteculo de Alcantildeices ndash Comunicaccedilotildees vol I 63-76 Porto Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1998

Antoacutenio Manuel HESPANHA Histoacuteria das Instituiccedilotildees Eacutepocas medieval e moderna Coimbra Livraria Almedina 1982

Luiacutes Seabra LOPES ldquoO moio-medida e o moio dos preccedilos em Portugal nos seacuteculos XI a XIIIrdquo Anuario de Estudios Medievales 351 25-46 Barcelona Consejo Superior de Investigaciones Cientiacuteficas 2005

Miguel Gomes MARTINS Para Bellum ndash Organizaccedilatildeo e Praacutetica da Guerra em Portugal durante a Idade Meacutedia (1245-1367) Dissertaccedilatildeo de Dou-toramento Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra 2007

Miguel Gomes MARTINS De Ourique a Aljubarrota A Guerra na Idade Meacutedia Lisboa Esfera dos Livros 2011

Miguel Gomes MARTINS 1147 A Conquista de Lisboa na rota da Segunda Cruzada Lisboa Esfera dos Livros 2017

Joseacute MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros A nobreza medie-val portuguesa nos seacuteculos XI e XII Lisboa Guimaratildees Editores 1985

Joseacute MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes ensaio sobre as origens de Por-tugal 1096-1325 vol I Oposiccedilatildeo Lisboa Estampa 1995a

Joseacute MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes ensaio sobre as origens de Por-tugal 1096-1325 vol II Composiccedilatildeo Lisboa Estampa 1995b

Joseacute MATTOSO D Afonso Henriques Lisboa Temas e Debates 2007

Aires A do NASCIMENTO A Conquista de Lisboa aos Mouros Relato de um Cruzado ed de Aires Augusto do Nascimento Lisboa Vega 2001

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2828

Carlos Filipe aFonso

Aires A do NASCIMENTO ldquoO Juacuteblio da Vitoacuteria celebraccedilatildeo da tomada de Santareacutem aos mouros (AD 1147)rdquo Actes del X Congreacutes Internacional de lrsquoAssociacioacute Hispagravenica de Literatura Medieval Vol III 1217-1232 Alicante Institut Interuniversitari de Filologia Valenciana 2005

Armando de Sousa PEREIRA Geraldo Sem Pavor Porto Fronteira do Caos 2008

Jonathan PHILLIPS The Second Crusade Extending the Frontiers of Christendom New Haven London Yale University Press 2010

James F POWERS A Society Organized for War The Iberian Municipal Militiasin the Central Middle Ages 1000-1284 Berkeley and Los Ange-les University of California Press 1988

Enrique RODRIacuteGUEZ-PICAVEA Los Monges Guerreros en los reinos his-paacutenicos - las oacuterdenes militares en la Peniacutensula Ibeacuterica durante la Edad Media Madrid La Esfera de los Libros 2008

Joatildeo Marinho dos SANTOS Costumes e Foros de Castelo Bom Lisboa Co-libri 2018

Margarita TORRES Las Batallas Legendarias y el Oficio de la Guerra Bar-celona Areteacute 2002

Rui de Abreu TORRES ldquoPorteiro-morrdquo Dicionaacuterio de Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol V Porto Livraria Figueirinhas 1984a p 123

Rui de Abreu TORRES ldquoTenecircnciardquo Dicionaacuterio de Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol VI Porto Livraria Figueirinhas 1984b pp 146-147

Augusto Botelho da Costa VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa Volume 1 Parte Primeira Corografia Militar do Noroeste de Portugal em 1220-1258 anaacutelise da tradiccedilatildeo e da poleacutemica de Ourique Lisboa 1936

Martim VELHO Estudos criacuteticos sobre a Batalha de Ourique Lisboa So-ciedade Histoacuterica da Independecircncia de Portugal 1989

Frei Joaquim de Santa Rosa VITERBO Elucidaacuterio das palavras termos e frases que em Portugal antigamente se usaram e que hoje regularmen-te se ignoram obra indispensaacutevel para entender sem erro os documen-tos mais raros e preciosos que entre noacutes se conservam Tomo Segundo Segunda Ediccedilatildeo Lisboa AJ Fernandes Lopes 1865

Fecha de recepcioacuten 5-12-2019

Fecha de aceptacioacuten 08-03-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 29

El reacutegimen feudal en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X

The feudal regime on the border of Granada during the reign of Alfonso X

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara ValleIES Martiacutenez Montantildeeacutes

Resumen

La invasioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica cortoacute de raiacutez el pleno desarrollo de las praacutecticas pre-feudales que se estaban dando en la Hispania visigoda Se-guidamente el proceso de Reconquista y la aparicioacuten de una banda fronteriza con el Islam andalusiacute dieron lugar al nacimiento y evolucioacuten de un feudalismo hispaacutenico muy peculiar Algunas de sus singularidades se observan muy bien en el valle del Guadalquivir durante el siglo XIII debido naturalmente a la cercaniacutea del reino nazariacute de Granada y en consecuencia a la existencia de un ampliacutesimo espacio bifronte cristiano-musulmaacuten El anaacutelisis de las particularidades de lo que hemos denominado ldquofeudalismo fronterizordquo constituye el eje vertebrador del trabajo que el lector tiene en sus manos

Palabras clave

Reconquista Alfonso X el Sabio siglo XIII reacutegimen feudal reacutegimen sentildeorial frontera de Granada

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico jalcantara7uses Profesor de Historia en el IES Martiacutenez Monta-ntildeeacutes (Sevilla) y Doctorando en Historia Medieval de la Universidad de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9630

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Abstract

The full development of the pre-feudal practices that were taking place in Visi-goth Hispania was cut off by the Islamic invasion of the Iberian Peninsula Next the Reconquest process and the appearance of a border zone with Islam in Al-An-dalus resulted in the start and evolution of a very peculiar Hispanic feudalism Its uniqueness which is obviously due to the proximity of the Nasrid kingdom of Granada can be clearly seen in the Guadalquivir valley during the 13th century This unavoidably created a vast Christian-Muslim two-faced space The analysis of the particularities of what we have called ldquoborder feudalismrdquo constitutes the backbone of this work

Keywords

Reconquest Alfonso X ldquothe Wiserdquo 13th century feudal regime noble system border of Granada

1 Introduccioacuten

El objetivo de la presente introduccioacuten no es otro que el de recordar sucintamente viejos conceptos del feudalismo europeo y del feudalismo hispaacutenico ndashde todos conocidosndash partiendo de las grandes obras claacutesi-cas ya todas de los maacutes ceacutelebres medievalistas que se han ocupado del tema1 Comenzaremos definiendo reacutegimen feudal para abordar despueacutes de manera muy concisa el origen remoto del feudalismo ibeacuterico su in-terrupcioacuten a partir de la conquista musulmana de la Espantildea visigoda y la consecuente aparicioacuten de unas estructuras feudales realmente singu-lares en los reinos y condados peninsulares prestando especial atencioacuten al caso castellano-leoneacutes

1 No es nuestra intencioacuten en modo alguno reabrir el debate historiograacutefico sobre el prolijo concepto de feudalismo Se trata como es bien sabido de un tema extraordi-nariamente complejo del que existe una abundantiacutesima produccioacuten bibliograacutefica Se-riacutea impropio de un trabajo de esta naturaleza abordar la problemaacutetica que el estudio del reacutegimen feudal ha generado desde perspectivas tan dispares como la metodologiacutea empleada el enfoque de partida o la propia naturaleza del sistema Tampoco preten-demos relacionar aquiacute todas las obras que sobre el feudalismo europeo e hispaacutenico se han editado cuyo nuacutemero ndashcontando monografiacuteas capiacutetulos de libros y artiacuteculos de revistandash rebasa sobradamente el millar Una magniacutefica visioacuten de conjunto sobre las distintas tendencias historiograacuteficas desde las que se ha planteado el estudio del feudalismo y particularmente del feudalismo hispaacutenico puede encontrarse en VAL-DEOacuteN ldquoSobre el feudalismordquo Asiacute pues sirvan soacutelo como referencia general para esta introduccioacuten los siguientes trabajos GANSHOF El feudalismo SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo Tomo I y del mismo autor En torno a los oriacute-genes del feudalismo Tomo III GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 31

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

En 1944 hace ya tres cuartos de siglo el Prof Franccedilois-Louis Gan-shof explicoacute los mecanismos del sistema feudal desde el punto de vista institucional y definioacute feudalismo como ldquoun conjunto de instituciones que crean y rigen obligaciones de obediencia y servicio (principalmente militar) por parte de un hombre libre llamado vasallo hacia un hombre libre llamado sentildeor y obligaciones de proteccioacuten y sostenimiento por parte del sentildeor respecto del vasallo daacutendose el caso de que la obligacioacuten de sostenimiento tuviera la mayoriacutea de las veces como efecto la conce-sioacuten por parte del sentildeor al vasallo de un bien llamado feudordquo2

Asiacute pues y simplificaacutendolo mucho el feudalismo claacutesico3 consistioacute en la entrega por parte del sentildeor de tierras con sus correspondientes rentas y jurisdicciones (ldquofeudumrdquo) a sus nobles vasallos a cambio de que eacutestos le ofrecieran ayuda militar (ldquoauxiliumrdquo) y consejo (ldquoconsiliumrdquo) lle-gado el momento En la Espantildea medieval en cambio las circunstancias poliacuteticas impusieron la inversioacuten del orden de actuacioacuten primero se participaba en la guerra de conquista4 y se asesoraba al monarca5 y des-pueacutes en contraprestacioacuten por los servicios ya prestados se recibiacutean los sentildeoriacuteos Pero no fue eacutesta la uacutenica peculiaridad del feudalismo hispaacute-nico Como adelantamos en el resumen la presencia desde el siglo VIII de una delicada frontera separadora de dos grandes tipos de Estados unos cristianos y otros islaacutemicos completamente distintos y enfrenta-dos entre siacute explica el origen y desarrollo de unas praacutecticas feudales ciertamente originales

Seguacuten Saacutenchez-Albornoz el pre-feudalismo visigodo y el franco de eacutepoca merovingia presentan grandes analogiacuteas pese a no haber existi-do contacto alguno entre ellos Sin embargo se detectan importantes di-

2 Franccedilois-Louis GANSHOF El feudalismo pp 13 y 173 El historiador belga Franccedilois-Louis Ganshof establecioacute para el feudalismo ndashentendido

como un sistema de instituciones feudovasallaacuteticasndash tres etapas bien diferenciadas la de sus oriacutegenes (siglos VI-VII) la del feudalismo carolingio (siglos VIII-IX) y la del feuda-lismo claacutesico (siglos X-XIII)

4 La nobleza laica y eclesiaacutestica participoacute en las grandes empresas militares de la Recon-quista Para el siglo XIII podemos destacar su actuacioacuten en las tomas de las ciudades maacutes importantes de Andaluciacutea (Coacuterdoba y Sevilla)

5 En la corte y en las cortes los nobles maacutes allegados al monarca le asesoraban en mate-rias de naturaleza muy variada Algunos de estos consejeros eran expertos en taacutecticas militares como aquellos ldquocaualleros buenos que auie con el rey sabidores de gerrardquo (entre los que se encontraba el maestre santiaguista don Pelay Peacuterez Correa) que acu-dieron a la curia regia convocada por Fernando III en Jaeacuten en el verano de 1246 con el fin de trazar un plan para conquistar la ciudad de Sevilla por citar soacutelo un ejemplo Veacutease AYALA ldquoLas Oacuterdenes Militares en la conquista de Sevillardquo p 168

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9632

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ferencias entre la posterior evolucioacuten del feudalismo franceacutes (carolingio y claacutesico) y la del feudalismo hispaacutenico consecuencia loacutegica de la inva-sioacuten musulmana de la peniacutensula y del inmediato proceso reconquista-dor En palabras del medievalista ldquola diversificacioacuten de las dos ramas hispano-visigoda y galo-franca del mismo tronco romano-germano fue pues fruto del clima peculiar que la Reconquista y la Repoblacioacuten brindaron a las instituciones hispanasrdquo6 Y no le faltaba razoacuten Las par-ticularidades del Medievo hispaacutenico desde el punto de vista poliacutetico y territorial marcado desde su comienzo hasta el final por la conquista islaacutemica y la Reconquista cristiana constituyen la causa principal de que el pre-feudalismo hispanogodo viese truncada su evolucioacuten que de haberse producido habriacutea acabado dando lugar al nacimiento de un feudalismo claacutesico en toda regla No fue asiacute Ambos procesos ocasiona-ron el surgimiento de unas praacutecticas feudales verdaderamente sui gene-ris excepto en Cataluntildea territorio que dependiente en sus oriacutegenes del reino de los francos se constituyoacute plenamente como un Estado feudal7

A tenor de lo expuesto iquestcuaacutendo y en queacute grado el reacutegimen feudal lle-goacute o no a desarrollarse en la Peniacutensula Ibeacuterica durante la Edad Media Luis Garciacutea de Valdeavellano sostiene que con la excepcioacuten en efecto de los condados catalanes Espantildea no se feudalizoacute plenamente La lle-gada del Islam a Iberia provocoacute la destruccioacuten de los grandes dominios territoriales hispanogodos en la praacutectica totalidad del Estado asiacute como la ruina de la nobleza visigoda originando en los reinos Astur y Astur-leoneacutes unas circunstancias poliacuteticas econoacutemicas y sociales muy espe-ciales En la Espantildea cristiana medieval hubo siacute elementos aislados de feudalismo europeo como el vasallaje el beneficio e incluso las inmuni-dades y se desarrolloacute por supuesto el reacutegimen sentildeorial pero nunca se constituyoacute un modelo acabado de sociedad feudal8

Para empezar no se dio en el reino castellano-leoneacutes una fragmen-tacioacuten y debilitacioacuten del Estado tan acusada como en el caso franceacutes ni siquiera en las eacutepocas de mayor ldquofeudalizacioacutenrdquo De igual forma los reyes de Leoacuten y Castilla tuvieron siempre entre otros derechos el de

6 SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo Tomo III p 2487 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 78 Ibid p 31 Analizaremos en este artiacuteculo el feudalismo hispano desde las perspectivas

poliacutetica institucional y juriacutedica es decir atendiendo preferentemente a las relaciones entre sentildeor y vasallos o reacutegimen feudal dejando asiacute a un lado su estudio desde los puntos de vista econoacutemico y social que implicariacutea abordar las relaciones entre sentildeor y campesinos o reacutegimen sentildeorial ampliamente tratado por la historiografiacutea marxista

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 33

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

convocar a las armas y percibir la fonsadera o redencioacuten en metaacutelico del servicio militar y soacutelo en rariacutesimas ocasiones concedieron a los sentildeores el derecho de acuntildear moneda propia en sus dominios Incluso ni siquie-ra cuando las inmunidades concedidas a los sentildeoriacuteos por los monarcas otorgaban a los sentildeores la jurisdiccioacuten en los mismos tal otorgamien-to significoacute una cesioacuten completa de las facultades jurisdiccionales del poder regio Y es que los sentildeores aunque cada vez maacutes poderosos en la Castilla de la Baja Edad Media permanecieron siempre sometidos al monarca por viacutenculos muy soacutelidos y esto lo mismo en Castilla que en Aragoacuten y Navarra No en vano en estos tres reinos los monarcas tuvie-ron la posibilidad de desterrar a los sentildeores que habiacutean incurrido en la ira regis o enojo real Es lo que Saacutenchez-Albornoz ha denominado la ldquoinmadurez del feudalismo espantildeolrdquo

En la misma liacutenea Garciacutea de Valdeavellano sentildeala que no se puede hablar realmente de una ldquosociedad feudalrdquo aplicada a la sociedad hispaacute-nica de la Edad Media Para eacutel la expresioacuten ldquosociedad feudalrdquo es vale-dera para Francia y otros paiacuteses europeos pero no para el caso ibeacuterico debido principalmente a tres factores a cual maacutes importante

1) La formacioacuten en Castilla y Leoacuten de una caballeriacutea no noble o caba-lleriacutea villana que desempentildeoacute un importante papel militar durante toda la Edad Media (reacutegimen feudal muy singular)

2) La frecuencia con la que los fueros o estatutos locales de las pobla-ciones no soacutelo de realengo sino tambieacuten de sentildeoriacuteo eximieron a sus campesinos de algunas cargas y servicios sentildeoriales (reacutegimen sentildeorial muy peculiar tambieacuten)

3) La proliferacioacuten de concejos o municipios a partir del Renacimien-to Urbano iniciado en el siglo XI en los que la burguesiacutea se opuso frontalmente al poder de los sentildeores era la ldquoCastilla concejilrdquo9

Por tanto si por feudalismo entendemos un sistema poliacutetico-institu-cional parece claro que en la mayor parte de la Espantildea medieval no se produjo la instauracioacuten de un verdadero reacutegimen feudal Otra cosa es considerar al feudalismo como un tipo concreto de sociedad derivado de la supremaciacutea social de unos grupos privilegiados (nobleza y clero)

9 Ibid pp 56-57 y 70

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9634

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

dedicados preferentemente a las armas y vinculados entre siacute y con el rey por relaciones especiales de fidelidad y servicios y detentores de territorios o sentildeoriacuteos sobre cuyos campesinos sometidos al titular del dominio por viacutenculos de dependencia ejerciacutean los sentildeores potestades diversas Atendiendo a este segundo aspecto siacute podemos admitir con algunas reservas que existioacute en los reinos y condados hispanocristia-nos una verdadera ldquosociedad feudalrdquo Pero entonces no estariacuteamos hablando de reacutegimen feudal sino de reacutegimen sentildeorial y en todo caso de modo de produccioacuten feudal expresioacuten acuntildeada por la historiografiacutea marxista y referida a un sistema econoacutemico y social de base agraria caracterizado por la sumisioacuten de los campesinos (siervos) de un gran dominio territorial al sentildeor del mismo a quien debiacutean prestaciones y servicios de variada iacutendole10 Asiacute entendido siacute hubo claramente en la Espantildea medieval un reacutegimen sentildeorial de corte feudal ndashcon distincio-nes propias desde luegondash que se mantendriacutea hasta las Cortes de Caacutediz a principios ya del siglo XIX

Aquel reacutegimen pre-feudal de la Espantildea cristiana alterado sustancial-mente en el siglo VIII y con una evolucioacuten propia experimentada a lo largo del resto la Alta Edad Media especialmente en el reino Asturleo-neacutes mostraraacute hacia finales del siglo XI y en el transcurso de los siglos XII y XIII unos rasgos mucho maacutes acentuados esto es una tendencia maacutes acusada hacia el feudalismo claacutesico que si no pudo hacer de Espantildea un paiacutes de constitucioacuten poliacutetico-feudal se manifestoacute durante la Plena Edad Media en la vigencia de algunas costumbres e instituciones propiamen-te feudales Esta acentuacioacuten de las manifestaciones del feudalismo eu-ropeo fue probablemente el resultado de los contactos maacutes estrechos y frecuentes de los Estados peninsulares con Francia los cuales se inicia-ron a raiacutez de las peregrinaciones de francos a Santiago de Compostela de los matrimonios de las hijas de Alfonso VI con priacutencipes borgontildeones y sobre todo de la penetracioacuten en Espantildea de los monjes de Cluny Seraacute ahora por tanto cuando se empiecen a emplear en la peniacutensula voca-blos como vasallo homenaje e incluso feudo Asimismo se advierte la praacutectica ocasional de costumbres feudales francesas como la ldquoimmixtio manuumrdquo y la generalizacioacuten de las inmunidades que desde las postri-meriacuteas del siglo XI se hicieron mucho maacutes habituales debilitando asiacute los viacutenculos que subordinaban los sentildeoriacuteos al poder real11

10 Ibid pp 59-6011 Ibid pp 85-87

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 35

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Ahora bien no debemos perder de vista que pese a estas incuestio-nables aproximaciones el feudalismo hispaacutenico plenomedieval estuvo impregnado de unos rasgos verdaderamente singulares En relacioacuten a las caracteriacutesticas propias de nuestro reacutegimen feudal el Prof Garciacutea de Valdeavellano analizoacute cuatro aspectos de especial intereacutes el vasallaje el feudo la inmunidad y la terminologiacutea empleada en la eacutepoca para refe-rirse a los distintos elementos de dicho reacutegimen

Con respecto a los tipos de vasallos que hubo en Castilla y Leoacuten du-rante la Plena Edad Media el historiador diferencia entre los vasallos de criazoacuten (caballeros que habiacutean sido criados y educados por el sentildeor) los vasallos de soldata (que percibiacutean una soldada pero que no estaban vin-culados a su sentildeor por relaciones estrechas) los vasallos caballeros de la alta nobleza (ricos hombres) los vasallos caballeros de la baja nobleza (infanzones y fijosdalgos) y los vasallos caballeros villanos que no eran nobles (algo inexistente en el resto de Europa) pero recibiacutean privilegios por el hecho de poseer un caballo adquirido y mantenido a sus expen-sas y armas con lo cual quedaban en ciertos aspectos asimilados a los nobles El viacutenculo del vasallaje podiacutea ser roto en la Espantildea medieval a voluntad del vasallo incluso de los vasallos del rey El monarca por su parte tambieacuten podiacutea romper la relacioacuten de vasallaje cuando sus vasa-llos caiacutean en su desagrado e incurriacutean en su enojo (mi yra) normalmen-te por cometer delitos en perjuicio del paiacutes (malfetriacuteas) o por traicionar-le deliberadamente (feloniacutea) En estos casos el vasallo estaba obligado a expatriarse (desnaturarse)12

Otra particularidad del feudalismo hispaacutenico radica en el feudo o be-neficio Alfonso X definioacute feudo en las Partidas como ldquovna manera de bien fecho que dan los Sentildeores a los vassallos por razoacuten de vassallajerdquo y como ldquobien fecho que da el Sentildeor a algund ome porque se torne su vassallo e eacutel faze omenaje de le ser lealrdquo13

Se trata de una definicioacuten muy claacutesica pero hay que considerar que la regulacioacuten de los feudos en las Partidas no refleja la realidad juriacutedica castellana pues como es sabido la obra del Rey Sabio no se inspiroacute en el derecho tradicional de Castilla sino en las reglas feudales de los Libri Feudorum lombardos14

12 Ibid pp 89-90 y 94-9613 ALFONSO X Las Siete Partidas Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley I p 65r14 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 128

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9636

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Seguacuten el propio monarca existiacutean dos tipos de feudo

ldquoSon dos maneras de feudo La vna es quando es otorgado sobre villa o

castillo o otra cosa que sea rayz E este feudo atal non puede ser toma-

do al vassallo fueras ende si fallesciere al Sentildeor las posturas que con

eacutel puso o sil fiziesse algund yerro tal porque lo deuiesse perder (hellip) La

otra manera es a que dizen feudo de caacutemara E este se faze quando el

Rey pone marauedis a algund su vassallo cada antildeo en su camara E este

feudo atal puede el Rey tollerle cada [vez] que quesiererdquo15

En los reinos de Castilla y Leoacuten Aragoacuten y Navarra como antes en el reino Asturleoneacutes fueron frecuentes las concesiones de tierras que otor-gaban al concesionario la tenencia o disfrute de forma temporal o vita-licia del dominio cedido Las concesiones fueron efectuadas por reyes magnates infanzones iglesias y monasterios y podiacutean deberse a cuatro motivos fundamentalmente como una merced que se haciacutea al donatario para quien suponiacutea un favor o ldquobeneficiumrdquo como un mecanismo para ganarse amigos o partidarios como una forma de mejorar y fomentar el cultivo de la tierra y obtener asiacute un mayor rendimiento econoacutemico y como instrumento para recompensar determinados servicios o a cambio de prestaciones de caraacutecter militar en el futuro es decir lo que habiacutea sido el beneficio pre-feudal16 Siguiendo de nuevo a Garciacutea de Valdeavellano cinco fueron las clases de sentildeoriacuteos que hubo en la Espantildea cristiana me-dieval realengos (del rey) abadengos (de abadiacuteas monasterios y sedes episcopales) solariegos (de la nobleza seglar) maestrazgos (de las oacuterde-nes militares) e infantazgos (de un infante o hijo del monarca)17

En Leoacuten y Castilla las voces prestimonio y tierra fueron las que desde el siglo XII designaron a las concesiones beneficiarias hechas a los vasa-llos (beneficio) En Aragoacuten y Navarra en cambio se empleoacute el teacutermino honor que en el siglo XII fue introducido tambieacuten en Castilla El rico-hombre a quien el rey atribuiacutea el gobierno de un territorio poblacioacuten o plaza fuerte del reino que dependiacutea directamente de la autoridad o sentildeoriacuteo real (realengo) recibiacutea la administracioacuten del mismo en honor o tenencia o sea como beneficio que le otorgaba el monarca y de ahiacute que en el siglo XII se diesen los nombres de honor y tenencia a las propias

15 Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley I p 65r16 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 10617 Ibid p 137

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 37

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

concesiones beneficiarias El nombre de tenencia se aplicoacute sobre todo a los castillos que el rey entregaba en prestimonio a un magnate o caba-llero para que los tuviese abastecidos de hombres y armas cuidase del buen estado de sus defensas y percibiese una parte de sus rentas A la muerte del soberano los concesionarios debiacutean devolver los honores y tenencias percibidos al nuevo monarca

Por otro lado desde el siglo XII los beneficios (prestimonios tierras honores o tenencias) conferidos en los reinos hispanocristianos fueron a veces llamados feudos por influencia de la terminologiacutea francesa pero en ninguacuten caso existioacute aquiacute ndashy esto es lo verdaderamente importantendash el feudo en su ldquoriguroso sentido teacutecnicordquo salvo en una eacutepoca muy tardiacutea y como algo excepcional18

Mencioacuten aparte merece la soldada Aunque el reacutegimen de la cesioacuten de tierras en beneficio o prestimonio alcanzoacute sin duda en Leoacuten y Castilla un desarrollo considerable tales concesiones no fueron sin embargo los uacutenicos medios empleados por los reyes y magnates para remunerar servicios o retribuir a sus vasallos Desde el siglo XIII la retribucioacuten a los vasallos reales por sus servicios militares fue sobre todo la soldada que aqueacutellos percibiacutean de los ingresos del fisco regio en determinada tierra De hecho las Partidas afirman que

ldquoTierra llaman en Espantildea a los marauedis que el Rey pone a los ricos

omes e a los caualleros en logares ciertos E honor dizen aquellos ma-

rauedis que les pone en cosas sentildealadas que pertenescen tan solamente

al Sentildeoriacuteo del Rey e dagelos eacutel por les fazer honrra asiacute como todas las

rentas de alguna villa o castillordquo19

Asiacute pues las soldadas correspondiacutean a los llamados feudos de bolsa que las Partidas denominan feudo de caacutemara y cuya concesioacuten era en Castilla revocable a voluntad del monarca Por tanto las concesiones de tierras en prestimonio honor o tenencia fueron siendo poco a poco desplazadas a partir del siglo XIII por otras formas de retribucioacuten a los servicios de los vasallos como las ya mencionadas soldadas y tambieacuten las donaciones territoriales que los monarcas hicieron en plena propie-dad (ldquopor juro de heredad para sienpre jamaacutesrdquo o heredamientos)20

18 Ibid pp 122 y 7119 Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley II p 65v20 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 126

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9638

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Efectivamente despueacutes de las grandes conquistas de Fernando III los reyes de Castilla y Leoacuten dispusieron de extensos dominios que en muchos casos cedieron en plena propiedad Estas donaciones se efec-tuaban para recompensar los servicios (militares o no) prestados por los donatarios los cuales eran muchas veces vasallos del monarca En algunas ocasiones como maacutes adelante veremos la concesioacuten implicaba deberes militares para el agraciado como la obligacioacuten de mantener un cierto nuacutemero de hombres de armas en el dominio transferido e hiciese ldquoguerra y pazrdquo por mandato del rey foacutermula eacutesta que se aplicoacute tambieacuten a las cesiones vitalicias Por otra parte las donaciones por juro de here-dad restringiacutean a veces la libertad de disposicioacuten del beneficiario sobre los bienes recibidos en tanto que le prohibiacutean su enajenacioacuten sin con-sentimiento del soberano a la vez que eacuteste se reservaba un derecho de retracto sobre las fortalezas que habiacutea cedido en heredamiento

En lo que a la inmunidad respecta los reyes astur-leoneses asignaron a algunos dominios territoriales inmunidades o exenciones que inves-tiacutean a sus duentildeos con determinadas facultades y derechos de la potestad regia Tales concesiones implicaban en Castilla y Leoacuten la prohibicioacuten de que los oficiales y agentes del rey entrasen en el dominio al que se otorgaba la inmunidad La concesioacuten de eacutesta por la Corona haciacutea del pro-pietario del dominio un sentildeor y de sus tierras un sentildeoriacuteo que en Leoacuten y Castilla fue llamado coto21 Desde el siglo XII la cesioacuten por parte del rey de la jurisdiccioacuten y de otros derechos a los titulares de los grandes dominios dio lugar a que eacutestos se convirtieran en auteacutenticos sentildeoriacuteos jurisdiccionales y la amplitud de las inmunidades otorgadas permitioacute a los sentildeores detentar los poderes que hasta entonces habiacutean sido por lo general prerrogativas exclusivas del monarca con lo cual dichos sentildeo-res quedaron investidos con algunas funciones puacuteblicas De este modo aunque los sentildeores inmunes estaban vinculados al rey por el vasallaje el sentildeoriacuteo llegoacute a ser un territorio maacutes o menos autoacutenomo seguacuten la am-plitud de las inmunidades de que gozaba

Ahora bien en Castilla y Leoacuten cuando el sentildeor no cuidaba de la admi-nistracioacuten de la justicia como era su deber el rey se reservaba el derecho de administrarla por medio de los oficiales de la justicia real Es maacutes en la mayor parte de los sentildeoriacuteos el monarca retuvo el derecho de juzgar en apelacioacuten los casos fallados por el sentildeor Los reyes mantuvieron asimis-

21 Ibid p 131

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 39

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

mo su derecho a fundar mercados y ferias en los dominios sentildeoriales y soacutelo en contados contextos cedieron esta prerrogativa a los titulares de los mismos Igualmente los sentildeores no adquirieron en Leoacuten y Castilla salvo en rariacutesimos casos el derecho a acuntildear moneda propia estando obliga-dos a dar libre curso a la moneda real en sus respectivas demarcaciones

Por uacuteltimo los monarcas castellano-leoneses tuvieron siempre el pri-vilegio de convocar a las armas y por consiguiente de percibir la fon-sadera o tributo que se pagaba para atender a los gastos de la guerra De la misma manera en Castilla y Leoacuten los soberanos nunca cedieron a los sentildeores la contribucioacuten del yantar o redencioacuten en dinero del deber de los suacutebditos de albergar y sustentar en sus casas al rey y su seacutequito cuando la corte pasaba por la ciudad o villa donde moraban

En definitiva en los reinos hispanocristianos las inmunidades no lle-garon a ser tan amplias como lo fueron en Francia y las prerrogativas de la Corona soacutelo en muy extrantildeas ocasiones fueron cedidas por los reyes a los sentildeores22 He aquiacute otra singularidad del feudalismo hispaacutenico

Por uacuteltimo nos referiremos muy brevemente a la terminologiacutea feu-dal que tambieacuten presenta particularidades propias en la Espantildea medie-val Ademaacutes de algunos casos ya vistos como el empleo de ldquoprestimo-niordquo ldquotierrardquo y ldquohonorrdquo para designar al feudo el homenaje y juramento de fidelidad se llamoacute en la Castilla de la Plena Edad Media ldquopleyto e ho-menajerdquo y la ldquoimmixtio manuumrdquo de tipo franco importada sin duda del mundo carolingio fue aquiacute el ldquobesamanosrdquo

A diferencia de lo que opinan Saacutenchez-Albornoz y Garciacutea de Valdea-vellano defensores de que la invasioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica y los ulteriores procesos de Reconquista y repoblacioacuten cristianas interrum-pieron las praacutecticas pre-feudales que se estaban desarrollando en la His-pania visigoda dando asiacute lugar a la aparicioacuten en los reinos y condados cristianos de un feudalismo muy original salvo en Cataluntildea existen otros consagrados medievalistas que abogan por la plena feudalizacioacuten de Es-pantildea Es el caso del Prof Salvador de Moxoacute para quien ldquoresulta excesivo sostener como principio baacutesico la no feudalizacioacuten de Espantildea por el he-cho de no coincidir siempre en ella los beneficios o prestimonios con los viacutenculos vasallaacuteticos o por no existir el feudo en su riguroso sentido teacutec-nico sino en eacutepoca tardiacuteardquo23 El historiador aduce que en lo poliacutetico hubo

22 Ibid p 7123 MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza p 65

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9640

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

en Espantildea como en el resto de Europa un debilitamiento del poder regio una atomizacioacuten de poderes a nivel local y una riacutegida jerarquiacutea feudal y en lo econoacutemico la expansioacuten de una sociedad eminentemente agraria representada por el reacutegimen sentildeorial24 Se trata de unas caracteriacutesticas muy generales y baacutesicas las liacuteneas maestras del sistema feudal podriacutea-mos decir y todas ellas se dieron tanto en el feudalismo franceacutes como en el hispano Estas analogiacuteas son las que llevaron a Moxoacute a defender la existencia en la peniacutensula de un feudalismo claacutesico en toda regla

Particularmente creemos que siacute existioacute en la Espantildea cristiana medie-val un sistema feudal diferenciado propio personal y ello se observa perfectamente entre otros muchos contextos ndashcomo ampliamente ha demostrado Garciacutea de Valdeavellano- en la frontera de Granada duran-te el reinado de Alfonso X Con todo son asombrosamente escasos los estudios que hasta la fecha se han realizado sobre el tema

A diacutea de hoy nadie cuestiona que en las contraprestaciones que asu-miacutean los vasallos por el disfrute de los feudos recibidos (ayuda militar y consejo) en la jurisdiccioacuten e inmunidades de que gozaron los sentildeores en sus respectivos sentildeoriacuteos e incluso en las formas protocolarias en que se materializaba el vasallaje (homenaje fidelidad e investidura) existen no pocas semejanzas entre las praacutecticas feudales experimentadas en la frontera de Granada durante el siglo XIII y el feudalismo claacutesico franceacutes Sin embargo son tambieacuten notables y variadas las diferencias tanto en las formas como en el fondo y derivado de ello las originalidades de lo que hemos llamado el ldquofeudalismo fronterizordquo

Nos centraremos de aquiacute en adelante en describir las peculiarida-des del reacutegimen feudal implantado en aquella larga y compleja franja fronteriza que como se deciacutea en los tratados de treguas con Granada iba ldquodesde Lorca a Tarifardquo Y lo haremos en la medida de lo posible atendiendo al vasallaje tanto de la alta nobleza como de la baja nobleza la caballeriacutea villana y los simples peones Para ello nos hemos basado preferentemente en fuentes directas es decir croacutenicas libros de repar-timiento y colecciones documentales empezando como es natural por el imprescindible Diplomatario Andaluz de Alfonso X25 obra editada por el Prof Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez y piedra angular del presente estudio como el lector advertiraacute enseguida

24 Ibid pp 31-32 y 34-3525 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Diplomatario Andaluz de Alfonso X En adelante Diplomatario

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 41

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

2 El reacutegimen feudal en la frontera de Granada el ldquofeu-dalismo fronterizordquo

El siglo XIII fue como es bien sabido el siglo de la conquista de An-daluciacutea o para ser maacutes precisos del territorio que hasta el siglo XIX se conocioacute como Andaluciacutea y que comprendiacutea los reinos de Jaeacuten Coacuterdoba y Sevilla Iniciada por Fernando III continuada por Alfonso X y concluida por Sancho IV la conquista de la Andaluciacutea beacutetica significoacute la incorpo-racioacuten con todas las consecuencias y de forma definitiva de las tierras del valle del Guadalquivir y de la Baja Andaluciacutea a la Corona de Castilla Asiacute pues durante el reinado del Rey Sabio (1252-1284) Andaluciacutea fue simultaacuteneamente tierra de conquista tierra de repoblacioacuten y tierra de frontera Y como tierra de conquista y de frontera su repoblacioacuten es-tuvo marcada por un acusado caraacutecter militar que hizo de la sociedad andaluza del siglo XIII una sociedad organizada para la guerra En este contexto la necesidad de saldar las campantildeas militares y recompensar a los caballeros por los servicios prestados a la Corona el intereacutes del monarca por repoblar de manera raacutepida y eficaz un ampliacutesimo espacio recieacuten anexionado al reino y sobre todo el peligro que entrantildeaba la proximidad de los nazariacutees condujeron a Alfonso X a conceder a la no-bleza seglar y eclesiaacutestica feudos o sentildeoriacuteos26 en la misma raya limiacutetrofe

21 Las praacutecticas feudales en la frontera de Granada en tiempos del Rey Sabio los sentildeoriacuteos de la alta nobleza

iquestPor queacute las praacutecticas feudales desarrolladas en la frontera granadina fueron tan singulares De entrada y en relacioacuten a la alta nobleza po-driacuteamos sentildealar cuatro distintivos propios a cual maacutes significativo el respeto a la posesioacuten de un sentildeoriacuteo en lugar de la concesioacuten de un nue-

26 Feudo y sentildeoriacuteo son dos teacuterminos que aluden a una misma realidad el dominio terri-torial que pertenece a un sentildeor No obstante en un sentido estricto solemos hablar de ldquofeudordquo para referimos a la tierra que el sentildeor da al vasallo a cambio de lealtad y servicios militares y consultivos (reacutegimen feudal) y de ldquosentildeoriacuteordquo cuando lo que se ana-liza son las relaciones (sobre todo jurisdiccionales) del sentildeor del mismo con respecto a los siervos o campesinos que viven y trabajan en eacutel (reacutegimen sentildeorial) Asiacute entendido hubo en la Espantildea medieval ldquofeudosrdquo hasta la Baja Edad Media y ldquosentildeoriacuteosrdquo hasta co-mienzos del siglo XIX En cualquier caso y puesto que a fin de cuentas ambas palabras comparten la acepcioacuten ldquodominio territorial correspondiente a un sentildeorrdquo empleare-mos indistintamente estos vocablos como sinoacutenimos de ldquobeneficiordquo Veacutease en todo caso COLLANTES DE TERAacuteN ldquoLos sentildeoriacuteos andalucesrdquo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlgunas cuestiones en torno a los sentildeoriacuteos andaluces del siglo XIIIrdquo IRADIEL ldquoEconomiacutea y so-ciedad feudo-sentildeorialrdquo VALDEOacuteN ldquoSentildeoriacuteos y nobleza en la Baja Edad Mediardquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9642

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

vo feudo como beneficio la prestacioacuten de la ayuda militar en primer teacutermino y la concesioacuten del feudo en segundo alterando asiacute el orden natural del feudalismo claacutesico la donacioacuten por parte del rey de sentildeoriacuteos que en el momento de la concesioacuten no estaban en manos de la Corona y la violacioacuten sistemaacutetica por parte del monarca de la inmunidad y del derecho jurisdiccional de los sentildeores en sus respectivos feudos Analice-mos cada uno de estos casos

211 El respeto a la posesioacuten de un sentildeoriacuteo como ldquobeneficiordquo

En algunas ocasiones los monarcas cristianos se convirtieron en se-ntildeores de reyes musulmanes daacutendose la circunstancia de que a cambio del auxilio militar y del consejo debido por el vasallo a su sentildeor eacuteste no otorgoacute un feudo de su reino al vasallo sino que el beneficio consistioacute sim-plemente en el respeto a su tierra es decir en no ocuparla por la fuerza de las armas Esta praacutectica se dio en tiempos de Fernando III y Alfonso X

En efecto despueacutes de que en Al-Aacutendalus el emir almohade Al-Adil relegara del poder a Abu Muhammad Abu Abdala al-Bayyasiacute (ldquoEl Bae-zanordquo) el sentildeor de Baeza se retiroacute a su sentildeoriacuteo donde se proclamoacute ca-lifa con el tiacutetulo de al-Afir (ldquoEl Triunfadorrdquo) y desde donde preparoacute la sublevacioacuten contra el emir andalusiacute Dispuesto a cualquier cosa con tal de derrotar a su enemigo el reyezuelo baezano solicitoacute ayuda militar a Fernando III quien no dudoacute en ofreceacutersela a cambio de su apoyo para conquistar las tierras del Alto Guadalquivir Fue asiacute coacutemo en octubre de 1224 las fuerzas coaligadas del monarca castellano y del sentildeor de Baeza invadieron Quesada e hicieron cautivos a todos sus pobladores Era la primera conquista de Fernando III en Andaluciacutea

El eacutexito de esta expedicioacuten conjunta debioacute estrechar auacuten maacutes los la-zos de unioacuten entre el rey de Castilla y el sultaacuten baezano lo que explica que este uacuteltimo en prueba de su fidelidad y buena fe entregara a su hijo menor a don Fernando para que se formase con eacutel en la corte aceptaacuten-dolo el monarca cristiano como hijo adoptivo Asiacute al menos lo refiere la Croacutenica Latina

ldquoEl citado rey de Baeza hizo un pacto con nuestro rey Fernando y le

entregoacute a su hijo menor para que viniera con eacutel al reino de Castilla y

confiara maacutes plenamente en el rey de Baezardquo27

27 Croacutenica Latina de los Reyes de Castilla p 77

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 43

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

El joven se quedoacute definitivamente en el reino castellano donde fue bautizado con el nombre de Fernando en honor de su protector Fer-nando Abdelmoacuten o de Baeza formariacutea parte desde ese momento de la mesnada real castellana Al antildeo siguiente Fernando III volvioacute a entre-vistarse con el baezano en Las Navas de Tolosa y de resultas de las con-versaciones el propio al-Bayyasiacute prestoacute vasallaje al rey de Castilla en el Puerto del Muradal

ldquo(hellip) le salioacute alliacute al encuentro el rey de Baeza y se hizo vasallo suyo

eacutel en persona y sus hijos y se le unioacute de forma inseparable y hasta la

muerterdquo28

La entrada en el vasallaje cristiano permitiriacutea al baezano conservar su sentildeoriacuteo hasta la fecha de su muerte ya que Fernando III su sentildeor natural no le concedioacute feudo alguno en la ceremonia celebrada despueacutes del encuentro que ambos mandatarios mantuvieron en Despentildeaperros pero siacute se comprometioacute a respetar la tierra de su fiel vasallo almohade La Croacutenica Latina tan bien informada siempre deja entrever este com-promiso contraiacutedo por el rey de Castilla despueacutes de que al-Bayyasiacute se convirtiera en vasallo suyo

ldquo(hellip) levantan los campamentos y avanzan raacutepidamente dirigiendo sus

ejeacutercitos hacia Jaeacuten y devastan el territorio circundante excepto el que

estaba bajo el dominio del rey de Baezardquo29

En virtud del pacto acordado en Las Navas en 1225 el baezano se aveniacutea a entregar a Fernando III una serie de plazas que reconociacutean su autoridad (Martos Anduacutejar y Jaeacuten30) a cambio de la ayuda militar caste-llana Con el decisivo auxilium cristiano al-Bayyasiacute pudo conquistar Al-caudete Priego y Loja y saquear la villa de Alhama Concluida la campa-ntildea Fernando III recibioacute los castillos de Martos y Anduacutejar cuya defensa encomendoacute al noble castellano Alvar Peacuterez de Castro31 Tras la muerte del sultaacuten baezano asesinado en Almodoacutevar por sus propios suacutebditos

28 Ibid29 Ibid30 Como ya advirtiera don Julio Gonzaacutelez la inclusioacuten de Jaeacuten por el autor de la Croacutenica

Latina es un error o bien se refiere a un castillo no identificado Veacutease GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 229

31 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea p 18

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9644

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Fernando III quedoacute libre de compromisos y a finales de 1226 procedioacute a ocupar Capilla y la propia Baeza32

Casi veinte antildeos maacutes tarde en 1243 el priacutencipe don Alfonso y Abeacuten Hudiel el rey moro de Murcia firmaron el Pacto de Alcaraz Por este acuerdo Muhammad Ibn Yusuf Ibn Hud se convertiacutea en vasallo de la Corona y como tal confirmoacute los privilegios rodados de la cancilleriacutea cas-tellana ldquoDon Mahomat Abeacuten Mahomat Abenhut rey de Murccedilia vasallo del rey la confrdquo33

Poco despueacutes en 1246 Fernando III e Ibn al-Ahmar primer emir de Granada suscribieron el llamado Pacto de Jaeacuten En virtud de este tratado el sultaacuten nazariacute se declaraba vasallo del rey de Castilla cum-pliendo formalmente con todos los protocolos de la ceremonia del ho-menaje Ibn al-Ahmar besoacute la mano de don Fernando hizo en puacuteblico un juramento de fidelidad a su nuevo sentildeor y le entregoacute simboacutelicamente toda su tierra (el reino de Granada) que acto seguido le fue devuelta en concepto de feudo otorgado34 Este pacto de vasallaje aseguraba a Muhammad I la posesioacuten de sus dominios A cambio debiacutea entregar al monarca cristiano la ciudad de Jaeacuten prestarle ayuda militar y conse-jo cuando le fuesen requeridos y comprometerse al pago de parias por valor de 150000 maravediacutes anuales Se trataba de un contrato feudal en toda regla por el que tras los correspondientes gestos de sumisioacuten (homenaje fidelidad e investidura) Ibn al-Ahmar quedaba sometido a las consabidas prestaciones de auxilium que le llevariacutea a conquistar la plaza de Alcalaacute de Guadaiacutera en 1246 para el rey cristiano35 y consilium disposicioacuten que le obligoacute a asistir a las cortes castellanas cada vez que fueron convocadas36 El Pacto de Jaeacuten de 1246 se prolongariacutea hasta 1264 periodo maacutes que suficiente para que Muhammad I sentara las bases po-

32 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III pp 73-8833 La primera vez que Abenhut aparece confirmando diplomas de Alfonso X como vasallo

del rey es en un documento fechado el 28 de febrero de 1253 (Diplomatario doc nuacutem 12 (pp 11-12)) El Rey Sabio ejercioacute como sentildeor del rey de Murcia hasta la primavera de 1264 cuando comenzoacute la sublevacioacuten de los mudeacutejares andaluces y murcianos

34 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo p 19735 ldquoEt estando alli el rey don Fernando en Carmona veno yacute a eacutel el rey de Granada su va-

sallo con quinientos caualleros quel venia a seruir Et desque el rey don Fernando ouo talado et astragado a Carmona mouio ende con su hueste et fuese para Alcala de Gua-dera et los moros de Alcala quando lo sopieron que el rey de Granada yua yacute salieron et dieronse a eacutel et eacutel dio luego el castiello a su sennor el rey don Fernando Et el rey don Fernando finco en Alcalardquo Veacutease ALFONSO X Estoria de Espantildea cap 1072 p 748 Veacutea-se tambieacuten GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlcalaacute de Guadaiacutera en el siglo XIIIrdquo p 136

36 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoConsideraciones sobre el pacto de Jaeacuten de 1246rdquo p 716

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 45

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

liacuteticas y administrativas del nuevo reino Durante esos antildeos el vasallaje del emir granadino hacia su sentildeor don Fernando y despueacutes hacia su hijo y sucesor Alfonso X no ofrece dudas Es por esta razoacuten que muchos especialistas fechan en 1246 en lugar de 1237 el ldquoacta de nacimientordquo del sultanato nazariacute37 Y es loacutegico asiacute pensarlo pues seraacute ahora en 1246 cuando Fernando III reconozca el reino de Granada como tal y cuando queden perfiladas definitivamente todas sus fronteras las que duran-te doscientos cincuenta antildeos seraacuten designadas en la Corona de Castilla como la Frontera por antonomasia38

Alfonso X ratificoacute en dos ocasiones el Pacto de Jaeacuten que rubricaran su padre y el primer emir independiente de Granada una nada maacutes subir al trono a mediados de 1252 y la otra en 125439 La Croacutenica del Rey Sa-bio recoge tales ratificaciones en los siguientes teacuterminos

ldquoEt este rey don Alonso en el comienccedilo de su reynado firmoacute por tienpo

ccedilierto las posturas e avenenccedilias que el rey don Fernando su padre aviacutea

puesto con el rey de Granada e que le diesen las pariasrdquo40

Desde entonces Muhammad I figuroacute como vasallo de Alfonso X en los diplomas maacutes solemnes de Corona castellana ldquoDon Aboabdille Abeacuten Na-zar rey de Granada vassallo del rey confrdquo41 La uacuteltima vez que el emir granadino aparece entre la larga lista de confirmantes en un privilegio alfonsiacute sentildeal de haber acudido a la corte en calidad de vasallo del rey es en un diploma expedido en Sevilla el 28 de junio de 126142

Ya en el lejano antildeo de 1235 Fernando III auxilioacute a Ibn Mahfuz rey moro de Niebla ante la amenaza que para su reino constituiacutea Ibn Hud No sabemos con seguridad si el sultaacuten iliplense llegoacute a convertirse en alguacuten momento en vasallo del Rey Santo pero de lo que no cabe duda alguna es que al menos desde febrero de 1253 actuoacute como vasallo de

37 LADERO QUESADA Granada Historia de un paiacutes islaacutemico38 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III p 19739 PEacuteREZ CASTANtildeERA Enemigos seculares p 14140 Croacutenica de Alfonso X p 5 En adelante Croacutenica41 La primera vez que Muhammad I figura confirmando privilegios rodados de Alfonso X

como vasallo del rey es en un documento fechado el 5 de agosto de 1252 (Diplomatario doc nuacutem 4 (pp 6-8))

42 Este privilegio seriacutea tambieacuten el uacuteltimo que confirmaran como vasallos del monarca castellano tanto el rey de Murcia don Abinassar como el rey de Niebla don Abeacuten Mafoth (Diplomatario doc nuacutem 246 (pp 273-275))

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9646

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Alfonso X seguacuten reza la documentacioacutenldquoDon Abeacuten Mahfot rey de Nie-bla vasallo del rey la confrdquo43

Por tanto el Rey Sabio actuoacute como sentildeor de Muhammad I rey de Granada entre 1252 y 1264 y al menos desde 1253 y hasta 1261 lo fue de Abeacuten Mahfot rey de Niebla Tambieacuten ejercioacute como sentildeor del rey de Murcia desde 1253 hasta el fatiacutedico antildeo de 1264 cuando estalloacute la re-vuelta mudeacutejar en tierras andaluzas y murcianas

Como vasallos suyos estos mandatarios andalusiacutees conservaron to-dos sus dominios (los reinos de Granada Niebla y Murcia respectiva-mente) confirmaron los privilegios rodados de la cancilleriacutea alfonsiacute y acudieron perioacutedicamente a la corte y a las cortes castellanas Asiacute cuan-do en 1254 fueron convocadas Cortes en Toledo por citar soacutelo uno de los muchos ejemplos posibles

ldquo(hellip) el rey de Granada por aver la voluntad e amistat del rey don Al-

fonso maacutes de quanto la auiacutea veno a eacutel a Toledo et al rey ploacutegole mucho

con su venida e fiacutezol mucha onrardquo44

En todos estos casos los priacutencipes y reyes musulmanes que en alguacuten momento se convirtieron en vasallos del rey de Castilla no recibieron por parte de eacuteste ninguacuten tipo de feudo ni dominio que se le pareciese Aquiacute el beneficio consistioacute sencillamente en la conservacioacuten de su se-ntildeoriacuteo es decir en lo que Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez ha denominado el feudo otorgado45 Por otra parte a situaciones como las anteriores se re-fiere Claudio Saacutenchez-Albornoz cuando afirma que la figura juriacutedica del feudo soacutelo se aplicoacute en Leoacuten y Castilla ndashentre algunos otros contextosndash ldquopara anudar viacutenculos entre la cadena vasallaacutetica castellana y algunos sentildeoriacuteos situados maacutes allaacute de las fronteras del reinordquo46

43 La primera vez que aparece Ibn Mahfuz confirmando un privilegio rodado de Alfonso X en calidad de vasallo suyo es en un documento fechado el 28 de febrero de 1253 (Di-plomatario doc nuacutem 12 (pp 11-12))

44 Croacutenica p 1045 El Prof Gonzaacutelez Jimeacutenez toma esta expresioacuten de feudo otorgado de Ganshof para

quien un feudum oblatum era aquel en virtud del cual ldquoel propietario de un alodio lo abandonaba por donacioacuten es decir seguacuten las formas solemnes de abandono de un derecho a un segundo despueacutes una vez hecho vasallo de eacuteste por la fe y el homenajerdquo si no lo era ya anteriormente ldquorecibiacutea la concesioacuten de dicho bien en feudordquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo p 337 (nota 71)

46 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico pp 128-129

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 47

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Por uacuteltimo ademaacutes del vasallaje propiamente dicho sabemos que Alfonso X ejercioacute hasta la deacutecada de 1260 alguacuten tipo de control sobre los arraacuteeces de algunas villas murcianas y andaluzas como la propia Murcia Lorca o Jerez de la Frontera Se trataba de un sistema de protec-torado mediante el cual el rey de Castilla mantuvo a los caudillos anda-lusiacutees en sus respectivas fortalezas a cambio de sumisioacuten respeto y una cuantiacutea dineraria de la que apenas tenemos informacioacuten47

212 Relacioacuten entre la concesioacuten de sentildeoriacuteos y los servicios militares ofrecidos a la Corona

Las primeras concesiones reales de dominios fronterizos a miembros de la nobleza datan de comienzos de la deacutecada de los antildeos treinta cuando se estaba iniciando la conquista de la depresioacuten beacutetica48 Entre los miembros de la nobleza que recibieron sentildeoriacuteos en la Frontera se pueden establecer claramente cuatro categoriacuteas familiares del monarca ricoshombres cas-tellanos leoneses y aragoneses sedes episcopales y oacuterdenes militares Fer-nando III dispuso que las donaciones de villas castillos y tierras a los no-bles tuvieran la condicioacuten de feudos lo que llevaba impliacutecito la obligacioacuten por parte de sus beneficiarios de prestar vasallaje al monarca y en este sentido como dejoacute escrito en 1249 su primogeacutenito el infante don Alfonso

47 Para el caso de la Cuenca del Guadalete y de la Bahiacutea de Caacutediz por ejemplo dispone-mos de un testimonio croniacutestico contemporaacuteneo la Croacutenica Anoacutenima de Sahaguacuten que se refiere en un capiacutetulo a ciertos embajadores de Jerez que acudiacutean a Sevilla para pagar al rey don Fernando el ldquotributo acostumbradordquo El texto completo de este pasaje dice asiacute ldquolos moros que estauan alliacute de Xerez e de los otros castillos que auiacutean traiacutedo al rey muchos dones por el tributo acostumbrado como le biesen ansi llebar en las andas mucho se a el condoliendo alccedilauan las manos al ccedilielordquo Cuando el cronista hace alusioacuten a los moros ldquode los otros castillosrdquo se estaacute refiriendo seguramente a los de aquellos en-claves que por esa fecha (1248-1253) pagaban el mismo tributo al rey de Castilla es de-cir Lebrija Arcos Caacutediz Medina Sidonia Alcalaacute de los Gazules y Vejer de la Frontera y por extensioacuten a los de todas las alqueriacuteas pertenecientes a estos municipios como Alcanate Sanluacutecar de Barrameda Trebujena o Rota Veacutease ldquoCroacutenicas Anoacutenimas de Sahaguacutenrdquo Boletiacuten de la Real Academia de la Historia LXXVII (1920) p 174 La misma noticia aparece en IBN IDARI AL-MARRAKUSI Al-Bayan Al-Mugrib pp 29-30 Veacutease tambieacuten GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoUna noble ccedilibdat e bonardquo pp 20-21

48 En 1231 tuvo lugar la campantildea dirigida por el arzobispo de Toledo don Rodrigo Jimeacutenez de Rada en el Alto Guadalquivir que se saldoacute con la ocupacioacuten de Cazorla y Quesada villa conquistada como vimos en 1224 pero abandonada poco despueacutes debido a que su cas-tillo ldquoera derribado por las muchas conbateduras que los cristianos fezieranrdquo Eacutestas y otras fortalezas de los alrededores fueron donadas por Fernando III a la sede toledana y todas juntas acabariacutean constituyendo la base del llamado Adelantamiento de Cazorla Sobre el Adelantamiento de Cazorla veacutease GARCIacuteA GUZMAacuteN El Adelantamiento de Cazorla y de la misma autora Coleccioacuten Diplomaacutetica del Adelantamiento de Cazorla (1231-1495)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9648

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) eacutel acordoacute con todos los ricos omnes et con los omnes de las Orde-

nes que hyacute eran que fiziessen guerra et paz daquellos heredamientos por

miacute o por aqueacutel que fuesse rey de Castella et de Leoacuten despueacutes de diacuteas del

rey miacuteo padrerdquo49

Se trataba a las claras del auxilium milites del viejo derecho feudal Sin embargo esta pretensioacuten chocaba frontalmente con los intereses de algunos magnates que consideraban la recepcioacuten de sentildeoriacuteos como una forma de remunerar los servicios de armas ofrecidos en la ocupacioacuten de Andaluciacutea y por lo tanto no debiacutea implicar ninguacuten tipo de obligacioacuten Uno de los nobles que se opuso a la concepcioacuten del sentildeoriacuteo como feudo fue el propio infante don Enrique seguacuten dejoacute escrito tambieacuten el priacutenci-pe don Alfonso su hermano

Cuando el rey ldquo(hellip) mandoacute a don Enrique que fizies omenaje pora com-

plir estordquo el infante ldquonon quiso fazer nada de quanto el rey mandoacute et

besoacutel la mano et espidioacutesse deacutelrdquo50

Fernando III confirioacute algunos sentildeoriacuteos fronterizos a miembros de la familia real a la nobleza seglar castellano-leonesa a obispos y arzobis-pos del reino y por supuesto a las oacuterdenes militares No obstante el gran artiacutefice de la donacioacuten de dominios a la nobleza en la banda fron-teriza fue su hijo y sucesor Alfonso X

Efectivamente don Alfonso confirmoacute muchas de las donaciones se-ntildeoriales que habiacutea hecho su padre en la Frontera antildeos atraacutes como la comarca de Segura a la Orden de Santiago (1243) siendo todaviacutea priacutenci-pe51 los castillos de Alcaudete Martos Porcuna Viacuteboras Priego Zambra y Locubiacuten a la Orden de Calatrava (1254)52 o las fortalezas de Chinco-ya y Ablir al magnate castellano don Sancho Martiacutenez de Joacutedar (1254 y 1260)53 Sin embargo no respetoacute la voluntad de su progenitor en otros

49 Diplomatario doc nuacutem 3 (pp 5-6)50 Ibid No obstante como veremos maacutes adelante Alfonso X una vez hubo accedido al

trono lograriacutea imponer la voluntad de su padre al exigir a los beneficiarios de los sentildeoriacuteos dispensados por la Corona ldquoque fiziessen guerra et paz daquellos heredamien-tosrdquo

51 Diplomatario doc nuacutem 1 (pp 3-4)52 Diplomatario doc nuacutem 128 (pp 129-131) doc nuacutem 130 (pp 133-135) doc nuacutem 132

(pp 136-139) doc nuacutem 133 (pp 139-142) y doc nuacutem 136 (pp 145-148)53 Ambas plazas pasariacutean a depender del concejo de Baeza una vez muerto don Sancho

Martiacutenez seguacuten recoge un privilegio de Fernando III confirmado por Alfonso X en

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 49

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

casos muy significativos a comienzos de 1253 cuando todaviacutea no habiacutea

transcurrido un antildeo desde la muerte de don Fernando el nuevo rey de

Castilla desposeyoacute a su hermano el infante don Enrique del sentildeoriacuteo de

Moroacuten y Cote54 y permutoacute con su madrastra la reina dontildea Juana de

Ponthieu su sentildeoriacuteo de Carmona por un donadiacuteo en Alcaudete55 Pero

Alfonso X no se limitoacute a mantener y transformar las concesiones terri-

toriales que Fernando III habiacutea efectuado en la Frontera La situacioacuten

poliacutetica exigiacutea la entrega de nuevos sentildeoriacuteos a la nobleza laica y ecle-

siaacutestica para que fuera eacutesta la que con sus propias milicias y a su costa

poblase y defendiese un territorio permanentemente amenazado sobre

todo desde la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 y maacutes auacuten desde la invasioacuten

benimeriacuten de 1275

Es de suponer que toda concesioacuten sentildeorial en la Andaluciacutea beacutetica

perseguiacutea tres objetivos fundamentales distribuir entre los vencedores

las recompensas de que se habiacutean hecho acreedores por su esfuerzo y

tenacidad en la conquista del valle del Guadalquivir repoblar y explotar

un vastiacutesimo espacio recieacuten invadido y sobre todo defender eficazmen-

te el nuevo territorio muy proacuteximo al enemigo musulmaacuten y por ello al-

tamente susceptible de ser atacado e incluso perdido La documentacioacuten

de la eacutepoca especifica a veces el motivo uacuteltimo de la donacioacuten lo que de

alguna manera enfatiza la razoacuten principal por la cual se efectuaba la

concesioacuten del feudo Asiacute pues hemos de establecer dos modalidades dis-

tintas de donaciones en virtud del momento en que se produjo la ayuda

militar que habiacutean de prestar los concesionarios

1254 ldquoDono etiam uobis [concilio de Baetia] castellum de Chincoya et castellum de Ablir cum omnibus terminis suis et pertinentiis suis que castella tenet Sancius Martini et debet tenere diebus omnibus uite suerdquo No obstante en 1260 el rey optoacute por conceder estos castillos a la catedral de Jaeacuten que los tendriacutea ldquodespueacutes de diacuteas de Sancho Martiacutenezrdquo La donacioacuten a la Iglesia giennense se haciacutea con la condicioacuten de que sus titulares (presen-tes y futuros) ldquofagan destos castiellos sobredichos guerra e paz a nos e a nuestros succe-ssores de nos en Castiella e en Leoacuten pora siemprerdquo asiacute como ldquoque non ande yacute otra mone-da si non la nuestrardquo Ademaacutes de controlar los castillos de Chincoya y Ablir don Sancho Martiacutenez llegoacute a poseer tambieacuten las villas fronterizas de Joacutedar Bedmar y El Carpio asiacute como la fortaleza de Garciacuteez Veacutease Diplomatario doc nuacutem 113 (pp 111-113) y doc nuacutem 229 (pp 251-252) y VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores pp 88-89

54 Diplomatario doc nuacutem 15 (p 14)55 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 70

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9650

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

2121 La concesioacuten de sentildeoriacuteos por el ldquoauxiliumrdquo ya prestado

Seguacuten vimos al comienzo el feudalismo claacutesico consistioacute en la trans-ferencia por parte de un sentildeor de tierras con sus correspondientes rentas jurisdicciones e inmunidades (ldquofeudordquo) a los vasallos Como con-traprestacioacuten de ese traspaso dichos vasallos quedaban emplazados a proporcionar ayuda militar (ldquoauxiliumrdquo) y consejo (ldquoconsiliumrdquo) a su se-ntildeor cuando eacuteste lo demandase En la ocupacioacuten del valle del Guadalqui-vir sin embargo las circunstancias poliacuteticas y militares invirtieron en algunas ocasiones los tradicionales pasos a seguir Aquiacute primeramente la nobleza intervino en la guerra de conquista y asesoroacute al monarca sobre todo en lo que a aspectos beacutelicos y estrateacutegicos se refiere y en un segundo momento y en pago por las prestaciones militares aportadas percibioacute los sentildeoriacuteos Se trata como hemos indicado de una peculiari-dad del feudalismo hispaacutenico motivada en uacuteltima instancia por la inva-sioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica y la posterior Reconquista cristia-na Examinemos algunos casos

El motivo que adujo Alfonso X para justificar la entrega de los castillos de Benamejiacute y Vierbeacuten a la Orden de Santiago en 1254 fue el siguiente

ldquo(hellip) por muchos seruicios que me fizo don Pelay Peacuterez maestre de la

Caualleriacutea de Santiago e su Orden e sennalamientre por el seruiccedilio que

me fizieron en la conquista del regno de Murccediliardquo56

En 1258 el monarca conferiacutea la aldea fronteriza de Bornos al caballe-ro don Per del Castel alegando el ldquoseruiccedilio que nos fiziestesrdquo El diploma alude a un servicio especial realizado haciacutea poco tiempo Gonzaacutelez Jimeacute-nez sospecha que probablemente tal servicio tuviera algo que ver con alguna accioacuten militar relacionada con la cruzada ad partes Africanas de las varias que el rey estaba llevando a cabo desde 125557

Finalmente Alfonso X recurrioacute a ese mismo motivo para razonar las concesiones tanto de la villa y castillo de Osuna a la Orden de Calatrava en 1264

56 Diplomatario doc nuacutem 122 (pp 121-123)57 Seguacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez Per del Castel fue probablemente un guerrero profesio-

nal de origen catalaacuten o franceacutes que pudo haber servido a Alfonso X en la cruzada ad partes Africanas o fecho de allende como eacutel mismo soliacutea llamarla Veacutease Diplomatario doc nuacutem 207 (pp 228-230) GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de Arcos de la Fronterardquo y del mismo autor La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 179-180

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 51

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

ldquo(hellip) por muchos servicios que hizieron a nuestro linaje e maacutes sennala-

damente por el seruicio que nos fizieron en la guerra quando el rey de

Granada se nos alzoacute en la tierrardquo58

como del castillo fronterizo de Estepa a la Orden de Santiago en 1267 Esta uacuteltima donacioacuten no soacutelo se haciacutea para recompensar a la institucioacuten por los servicios militares prestados en el pasado como en el caso an-terior sino tambieacuten para asegurar la defensa de la plaza en el futuro tal y como recoge el documento de la concesioacuten ldquopor seruicios que nos ficieron e faraacutenrdquo59

2122 La concesioacuten de sentildeoriacuteos por el ldquoauxiliumrdquo que se habriacutea de pres-tar en el futuro

No son pocos los documentos de transmisioacuten de sentildeoriacuteos en los que existe una claacuteusula que obligaba a los donatarios a prestar asistencia militar a la Corona despueacutes de su entrega En estos casos siacute podemos hablar realmente de mecanismos puramente feudales

La primera concesioacuten de estas caracteriacutesticas realizada en la frontera corresponde a una fecha muy temprana del reinado de don Alfonso En 1253 el monarca conferiacutea el castillo de Carchel a don Pascual obispo de Jaeacuten con la condicioacuten de que

ldquo(hellip) fagades deste castiello a miacute e a los que regnaren despueacutes de miacute en

Castiella e en Leoacuten guerra e paz e uassallage commo a rey e a sennor

por razoacuten deste castiellordquo60

En 1256 Alfonso X otorgaba la villa y castillo de Matrera a la Orden de Calatrava61 y en 1258 haciacutea lo propio con la villa y castillo de Alcalaacute de Guadaiacutera a la Iglesia de Sevilla disponiendo en ambos casos ldquoque fagan por nos guerra y pazrdquo62

58 Diplomatario doc nuacutem 297 (pp 323-324)59 Diplomatario doc nuacutem 332 (p 362)60 Diplomatario doc nuacutem 45 (pp 43-44)61 Diplomatario doc nuacutem 179 (pp 198-200)62 Diplomatario doc nuacutem 212 (pp 234-237)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9652

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Exactamente igual ocurre con la donacioacuten de los castillos de Chinco-ya Cuadros y Nebliacuten63 al obispo y cabildo de la catedral de Jaeacuten en 1260 puesto que la dispensa se hizo bajo la condicioacuten de que los titulares del sentildeoriacuteo (presentes y futuros)

ldquo(hellip) fagan destos castiellos sobredichos guerra e paz a nos e a nuestros

successores de nos en Castiella e en Leoacuten pora siemprerdquo64

En 1266 el Rey Sabio agracioacute al caballero don Gonzalo Ibaacutentildeez65 con un donadiacuteo situado en el teacutermino de la villa fronteriza de Baena A cambio el magnate tendriacutea que mantener en dicho donadiacuteo ldquocauallo e armas de fust e de fierrordquo En caso de que eacutel en persona no pudiera defender la plaza quedaba obligado a emplazar alliacute a un ldquoescudero fidalgo por eacutel que ponga en su logar mientre durare esta guerra que auemos con los morosrdquo iquestA queacute guerra se referiacutea el monarca Naturalmente a la que estalloacute a raiacutez de la revuelta mudeacutejar de 1264 De la misma manera en el documento de la concesioacuten Alfonso X instaba a don Gonzalo a repoblar y labrar el donadiacuteo concedido66

Al antildeo siguiente en 1267 el monarca entregaba el castillo de Estepa a la Orden de Santiago aduciendo como motivo de la cesioacuten seguacuten ya vi-mos los ldquoseruicios que nos ficieron e faraacutenrdquo y ordenando asimismo ldquoque fagan dello guerra e paz en todo tiempo por nuestro mandadordquo67

63 Nebliacuten Ablir y Neblir son tres topoacutenimos que designan la misma fortaleza Veacutease MONTOYA ldquoTres topoacutenimos en las Cantigas de Santa Mariacuteardquo pp 20-22

64 Diplomatario doc nuacutem 229 (pp 251-252)65 Gonzalo Ibaacutentildeez era hijo de don Gonzalo Yaacutentildeez Dovinal ndasho do Vinhal- sentildeor de la villa

de Aguilar desde 1257 y sobrino de don Alfonso Yaacutentildeez Dovinal uno de los 200 caballe-ros hidalgos asentados por el rey en Sevilla en 1253 Su padre fue un noble portugueacutes que emigroacute a Castilla con Sancho II Capelo Aficionado a la poesiacutea y amigo personal de Alfonso X en 1257 recibioacute del rey la villa y el castillo de Poley ldquoa quien su magestad po-niacutea nombre de Aguilarrdquo en recuerdo de su pertenencia al linaje de los Aguiar oriundo de la zona de Riba Cocirca (Diplomatario doc nuacutem 191 (p 212))

66 ldquoQue lo tenga poblado e labrado e mantenga yacute uezindatrdquo Este donadiacuteo que don Gonzalo Ibaacutentildeez obtuvo del monarca en 1266 en el teacutermino de Baena estaba compuesto por unas casas en la villa en la collacioacuten de San Salvador otras casas para establo seis aranzadas de vintildea y sesenta pies de olivar en Villanueva seis yugadas de tierra de labor entre Cabra y Zuheros y una aranzada y media de huerta Veacutease Diplomatario doc nuacutem 309 (pp 331-332) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio p 193 (nota 9)

67 Diplomatario doc nuacutem 332 (p 362)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 53

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Casi una deacutecada despueacutes en 1276 se beneficiaba al caballero don Bretoacuten con la entrega de los castillos de Chincoya y Nebliacuten que habiacutean sido de don Sancho Martiacutenez de Joacutedar bajo el requerimiento indis-pensable nuevamente de que ldquofagan dellos guerra e paz por nuestro mandadordquo68

Por uacuteltimo en 1279 fueron conferidos los castillos y villas de Moroacuten y Cote a la Orden de Alcaacutentara y las villas y castillos de Medina Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a la Orden de Santa Mariacutea de Espantildea introducieacuten-dose en ambas donaciones la claacuteusula de que sus respectivos maestres comendadores y freires

ldquo(hellip) fagan dellos pora siempre guerra e paz por nuestro mandado e de

los otros reyes que regnaren despueacutes de nos en Castiella e en Leoacutenrdquo69

Ese mismo antildeo Alfonso X concediacutea el castillo de Cabra a su hijo el infante don Pedro con la consabida condicioacuten de que

ldquo(hellip) fagan eacutel e sus herederos deste castiello sobredicho guerra e paz por

nuestro mandado e de los que Castiella e Leoacuten heredaren despueacutes de nosrdquo70

Relacionadas con el auxilio beacutelico que debiacutean prestar los nobles como contraprestacioacuten por la recepcioacuten de sentildeoriacuteos en la Frontera estaacuten algunas disposiciones implementadas en ciertas donaciones efectuadas durante el repartimiento de Sevilla Asiacute por ejemplo en junio de 1253 el monarca asignoacute a don Remondo obispo de Segovia la Torre de Borga-benzoar prescribiendo en el privilegio de la donacioacuten que

ldquo(hellip) por este heredamiento que uos yo do que me tengades un omne

guisado de cauallo e de armas de fust e de fierro mientra fuere uestrordquo71

Con ideacutenticas condiciones fue concedida a la Orden de Alcaacutentara en agosto de ese mismo antildeo la aljarafentildea aldea de Dunchuelas Raxit

68 Diplomatario doc nuacutem 429 (pp 452-453)69 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480) y doc nuacutem 451 (pp 475-476)70 Diplomatario doc nuacutem 452 (pp 477-478)71 Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9654

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) mando que por este heredamiento que vos yo do que me tengades

iacute un hombre guisado de cavallo e de armas de fust e de fierro mientras

fuere vuestrordquo72

Estas claacuteusulas juriacutedicas resultan muy parecidas a las contempladas en el feudalismo claacutesico es decir la obligacioacuten de prestar auxilium tras la percepcioacuten de un dominio El propio rey don Alfonso asiacute lo reguloacute en las Partidas

ldquoVassallos son aquellos que reciben honrra o bien fecho de los sentildeores

assi como caualleria o tierra o dineros por seruicio sentildealado que les

ayan de fazerrdquo73

213 Concesioacuten de sentildeoriacuteos que no se encontraban en posesioacuten de la Corona en el momento de la donacioacuten

Estas concesiones son muy singulares toda vez que la entrega y dis-frute de los sentildeoriacuteos estaban supeditados a su propia conquista al encon-trarse en el momento de la donacioacuten en manos musulmanas Fueron los casos de las villas de Antequera y Archidona conferidas a la Orden de Santiago en 1266 cuando ldquonos ganemos por guerra o por pazrdquo El mo-narca prometioacute la futura transmisioacuten de las plazas como recompensa

ldquo(hellip) por muchos seruicios que la Orden de la Caualleriacutea de Santiago

fizieron a nuestro linage e sannaladamientre al muy noble rey don Fe-

rrando nuestro padre e a nos e por sabor que auemos de fazer bien

e merccedilet a don Pelay Peacuterez maestre dessa misma Orden e a todos los

freyres que agora yacute son e seraacuten daquiacute adelante pora siempre iamaacutesrdquo 74

72 Diplomatario doc nuacutem 50 (pp 47-48) Se trataba de un donadiacuteo mayor Los donadiacuteos mayores eran como maacutes tarde veremos grandes extensiones de tierra (la alqueriacutea (alcaria) o cortijo (machar) con sus vastas propiedades) concedidas por el monarca a miembros de la alta nobleza Sus beneficiarios no estaban obligados a residir en ellos y soacutelo en contadas ocasiones se vieron compelidos por mandato expreso del rey a defenderlos con sus propios medios como es el caso que nos ocupa

73 Partida IV Tiacutetulo XXV Ley I p 61v74 Diplomatario doc nuacutem 314 (pp 341-343)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 55

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

La concesioacuten se efectuaba no obstante con la condicioacuten de que una vez ambas plazas estuvieran en posesioacuten del convento sus freires ldquo(hellip) nos fagan guerra e paz estos castiellos sobredichos para siempre iamaacutesrdquo75

Otro caso muy similar es el de la villa de Alcalaacute de Abenzaide (hoy Alcalaacute la Real) prometida a la Orden de Calatrava en 1272 cuando fue-se conquistada La donacioacuten se debe a los ldquo(hellip) muchos seruicios que la Orden de la Caualleriacutea de Calatraua fizo a nuestro linage e a nos bien e lealmenterdquo aunque tambieacuten estableciacutea el compromiso de que sus titu-lares llegado el momento de la entrega efectiva ldquofagan en este logar sobredicho en todo tiempo guerra e paz por nuestro mandadordquo76

El hecho de que el traspaso de esos enclaves estuviera condicionado a su conquista resulta verdaderamente revelador Existiacutea desde luego un precedente pues ya en los antildeos finales de su reinado Fernando III pro-metioacute donar a su hijo el infante don Enrique las villas de Jerez Lebrija Arcos y Medina Sidonia cuando fuesen ganadas a los almohades otor-gaacutendole mientras tanto como garantiacutea los castillos de Moroacuten y Cote77

Dadas estas circunstancias los caballeros santiaguistas y calatravos soacutelo podriacutean disfrutar de las citadas tenencias una vez fueran arrebata-das a las autoridades nazariacutees Asiacute la promesa de la donacioacuten debioacute mo-tivar a los freires para emprender con firmeza su conquista Pensamos por ello que con esta medida lo que realmente pretendiacutea el monarca era apresurar la toma de las tres plazas llaves del sector central de la frontera con Granada

Un uacuteltimo ejemplo de estas extrantildeiacutesimas concesiones sentildeoriales es el del castillo y villa de Marbella ldquola que es teacutermino de Maacutelagardquo conferida a la Iglesia de Caacutediz en mayo de 1266 A cambio de Marbella el donante exigioacute a su beneficiario ldquoque nos fagan ende guerra e paz para syenpre ja-maacutesrdquo78 Como en los casos anteriores sorprende que en el documento de la concesioacuten no se diga nada acerca de la condicioacuten de villa musulmana que en ese momento teniacutea la plaza aunque pudiera ser como sugiere Gonzaacutelez Jimeacutenez que la fortaleza de Marbella hubiera sido conquis-tada con la ayuda de los Ashqilula de Comares y de Maacutelaga aliados de Alfonso X79

75 Ibid76 Diplomatario doc nuacutem 391 (pp 411-412)77 Diplomatario doc nuacutem 15 (p 14)78 Diplomatario doc nuacutem 315 (pp 343-344)79 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio p 186

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9656

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

214 La violacioacuten de la inmunidad y del derecho jurisdiccional en los sentildeoriacuteos conferidos

Es cierto que Alfonso X concedioacute feudos en la Frontera con todas las garantiacuteas jurisdicciones e inmunidades Esta realidad se observa en do-naciones como las de los enclaves de Chist (1253) Silibar (1255) o Sa-biote (1257) a la Orden de Calatrava En estos casos los diplomas reales estableciacutean que

ldquo(hellip) todo este heredamiento uos do e uos otorgo que lo ayades libre e

quito por juro de heredat pora siempre iamaacutes pora dar pora uender

pora empennar pora camiar e pora enagenar e pora fazer dello todo

lo que uos quisieacuteredes cuemo de lo uestro mesmo uos e todos uestros

successoresrdquo80

Ahora bien hubo en Andaluciacutea muchas donaciones en las que el mo-narca se reservoacute para siacute ciertos derechos en los sentildeoriacuteos conferidos Asiacute cuando en 1256 transfirioacute a la Orden de Calatrava la villa de Matrera dispuso

ldquo(hellip) que entre hi el mio Adelantado asy cuemo entra en todas sus villas

que ha en la Frontera pora faser justiccediliardquo81

La misma disposicioacuten recoge el diploma de la concesioacuten de la villa y castillo de Constantina al arzobispo de Sevilla en 1258

ldquo(hellip) que entre hy nuestro Adelantado asiacute como entra en todas las otras

uillas de la Frontera que son de las Oacuterdenes e de las eglesias cathedra-

lesrdquo82

Ese mismo antildeo el monarca donoacute la villa y el castillo de Alcalaacute de Gua-daiacutera a la Iglesia de Sevilla En esta ocasioacuten el privilegio introduciacutea un nuevo precepto legal Ademaacutes de permitir la libre entrada del adelanta-do mayor de la Frontera en el sentildeoriacuteo alcalarentildeo el rey ordenaba que fuera el concejo hispalense el organismo que nombrara a los alcaldes y

80 Diplomatario doc nuacutem 25 (pp 21-23) doc nuacutem 150 (pp 161-162) y doc nuacutem 193 (pp 214-216)

81 Diplomatario doc nuacutem 179 (pp 198-200)82 Diplomatario doc nuacutem 214 (pp 239-241)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 57

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

alguaciles de la villa asiacute como que en Alcalaacute la justicia se administrara seguacuten el fuero de Sevilla83

En 1260 Alfonso X entregaba tambieacuten al arzobispado sevillano la villa de Cazalla de la Frontera (hoy La Puebla de Cazalla) con la ya cono-cida condicioacuten de ldquo(hellip) que entre hy nuestro Adelantado assiacute como entra en las otras uillas del Andaluziacuteardquo Y de nuevo el privilegio de la concesioacuten recoge la disposicioacuten anterior

ldquoQueremos que los cristianos que hy poblaren que se iudguen por el Fue-

ro de Seuilla e quando se agrauiaren del juyzio que les dieren los alcal-

des que yacute pusieren el arccedilobispo que se alccedilen a los alcaldes de Seuilla e

dend a nosrdquo84

Es decir como ya sucediera en la donacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacutera el monarca volviacutea a inmiscuirse en la jurisdiccioacuten de un sentildeoriacuteo de aba-dengo al mantener en Cazalla la vigencia del fuero hispalense y conse-cuentemente al garantizar a sus pobladores el derecho de alzada ante la administracioacuten de la justicia real Esta concesioacuten incluiacutea ademaacutes de la villa de Cazalla la villa de Brenes la aldea de Tercia y la alqueriacutea de Umbrete Se trataba de un vastiacutesimo sentildeoriacuteo del que la Iglesia de Sevilla podriacutea sacar buen provecho

ldquoEstos logares sobredichos uos damos e uos otorgamos que los ayades

libres e quitos por juro de heredat pora siempre iamaacutes pora fazer de-

llos e en ellos todo lo que uos quisieacuteredes como de lo uestro mismo et

damos uos los con los uassallos e con todos sus teacuterminos poblados e

por poblar assiacute como los an e los deuen auer e como nunqua meior

los ouierom en tiempo de moros con montes e con fuentes con riacuteos

con accediludas con molinos con pesqueras con cannales con sotos con

defesas con pastos con prados con casas con uinnas con huertas con

oliuares con figuerales con todos los otros aacuterboles que yacute son e con

heredat de pan e con entradas e con salidas e con todas las rentas e

con todas las pertenencias e con todos los derechos que nos yacute auemos

e deuemos auerrdquo85

83 Diplomatario doc nuacutem 212 (pp 234-237)84 Diplomatario doc nuacutem 233 (pp 255-257)85 Ibid

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9658

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

No obstante como soliacutea ocurrir en este tipo de concesiones la Corona retuvo ciertos derechos considerados fundamentales

ldquo(hellip) sacado ende lo que tenemos pora nos e pora los que regnaren des-

pueacutes de nos guerra e paz e moneda e iusticia en estos logares sobre-

dichosrdquo86

El castillo de Cazalla pasoacute a manos de la Orden de Calatrava en di-ciembre de 1279 aunque la catedral hispalense seguiriacutea conservando sus derechos sobre las iglesias de la villa por voluntad del rey

ldquoOtorgaacutemosles que los ayan todo libre e quito por juro de heredad para

siempre para fazer dello e en ello assiacute como maestre e convento deuen

fazer de las cosas de su Orden saluo ende los derechos que la eglesia de

la noble ccedilibdad de Seuilla ha en las eglesias deste logar sobredichordquo87

En 1264 Alfonso X donoacute la villa de Osuna a la Orden de Calatrava Sin embargo nuevamente asistimos a una intromisioacuten del poder regio en el sentildeoriacuteo conferido dado que la donacioacuten se realizaba con la condicioacuten de que se estableciera alliacute el convento mayor de la Orden

ldquoPor esta merced que les fazemos el maestre e todos los freyles de la

Orden sobredicha an de mudar e de tener su conuento en Osuna de aquiacute

adelante para siempre jamaacutes asiacute como lo tuuieron fasta aqui en Ca-

latraua la Nueua e que alliacute sea su conuento e non en otro lugar e el

comendador mayor de toda la Orden que se llame de aquiacute adelante co-

mendador de Osunardquo88

En similar situacioacuten quedoacute la Orden de Alcaacutentara cuando recibioacute de la Corona la villa de Moroacuten en 127989

86 Ibid87 Diplomatario doc nuacutem 454 (pp 480-482)88 Diplomatario doc nuacutem 297 (pp 323-324)89 Hay quien ha querido ver en esta medida de trasladar los conventos mayores a la

Frontera un recelo de la Corona hacia las amplias plataformas de dominio jurisdiccio-nal de que disfrutaba la Orden de Calatrava en tierras manchegas y la de Alcaacutentara en Extremadura De todas maneras lo cierto es que en ninguno de los dos casos la voluntad regia fue respetada

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 59

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

ldquoPor grant sabor que auemos de fazer bien e merccedilet a la Orden de Alcaacuten-

tara damos e otorgamos por nos e por nuestros herederos pora siempre

a don Garccediliacute Ferraacutendez maestre della e a los otros maestres que seraacuten

despueacutes deacutel e al conuento dessa misma Orden la uilla e el castiello de

Moroacuten a que ponemos nombre Buenauentura en que tengan el conuen-

to mayorrdquo90

De la misma manera el rey obligoacute a los freires alcantarinos de Moroacuten y Cote

ldquo(hellip) que estos dichos castiellos sobredichos que los non puedan uen-

der ni dar ni enagenar a otra Orden ni a eglesia ni a omne de fuera de

nuestro sennoriacuteo ni que contra nos sea sin nuestro plazer e de nuestros

herederosrdquo91

Finalmente en 1279 el monarca asignoacute las villas y castillos de Medi-na Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a la Orden de Santa Mariacutea de Espantildea con el ya sabido requisito de que la institucioacuten estableciera en Medina Sidonia su convento mayor

ldquoPor grand sabor que auemos de fazer bien e merccediled a la Orden de Sanc-

ta Mariacutea dacuteEspanna (hellip) damos e otorgamos por nos e por nuestros

herederos pora siempre a don Pedro Nuacutennez maestre della e a los

otros maestres que seraacuten despueacutes deacutel e al conuento dessa misma Or-

den la villa e el castiello de Medina Sidonia a que nos ponemos nombre

Estrella en que tengan el conuento mayor que esta Orden ha de tener en

esta frontera del regno de Seuillardquo92

El uacuteltimo caso de intrusioacuten regia en la inmunidad de un sentildeoriacuteo no-biliario es el del castillo de Tintildeosa ldquoque es entre Priego e Rutrdquo otorgado a la Orden de Calatrava en 1281 bajo la condicioacuten imprescindible de que el maestre y su convento

ldquo(hellip) lo non puedan enajenar a eglesia ni a Orden ni a otro home de reli-

gioacuten ni de fuera de nuestros sennoriacuteos ni que contra nos sea sin nuestro

90 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480)91 Ibid92 Diplomatario doc nuacutem 451 (pp 475-476)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9660

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

mandadordquo Asimismo ldquo(hellip) retenemos para nos e para nuestros here-

deros los que regnaren despueacutes de nos en Castiella e en Leoacuten moneda

e yantar e justicia quando el maestre o la Orden non la hyacute ficiessen e

mineras si las hyacute ha o las obiere de aquiacute adelanterdquo93

Son todos ellos ejemplos de la debilidad del poder sentildeorial en los feu-dos de frontera durante el reinado de don Alfonso el Sabio

Por la temaacutetica de nuestro estudio nos hemos referido soacutelo a aque-llas concesiones territoriales cuyos textos hablan expresamente del au-xilium o asistencia militar (ldquoque fagan por nos guerra e pazrdquo)94 aprueban la donacioacuten de ciertos sentildeoriacuteos una vez fueran conquistados a los musul-manes o aluden a los derechos que se reservaba el monarca en algunos de los feudos conferidos Pero hubo muchos maacutes dominios transferidos a la nobleza en la frontera granadina durante el reinado de Alfonso X concesiones en las que la documentacioacuten es mucho menos precisa

En teacuterminos generales entre los familiares del rey que recibieron tenencias fronterizas (la reina dontildea Juana de Ponthieu95 la reina dontildea

93 Diplomatario doc nuacutem 481 (pp 509-511)94 En el feudalismo claacutesico el auxilium feudovasallaacutetico comportaba ademaacutes de obliga-

ciones estrictamente militares otras de iacutendole econoacutemica como por ejemplo ayudar a rescatar al sentildeor del cautiverio o financiar la entrada en la caballeriacutea del hijo del sentildeor Es maacutes hasta las propias obligaciones militares eran variadas auxiliar al sentildeor en la guerra (este servicio estaba limitado en el tiempo pues el vasallo debiacutea asistir a su sentildeor un determinado nuacutemero de diacuteas al antildeo) actuar de escolta del sentildeor o servir de correo militar por sentildealar soacutelo algunos tipos de compromisos En la frontera de Granada en cambio los deberes militares del vasallo con respecto al sentildeor (el rey en todos los casos que hemos visto) son muy especiacuteficos seguacuten manifiestan las fuentes luchar en la guerra y defender el territorio en tiempos de paz

95 La reina dontildea Juana de Ponthieu o de Pontis segunda esposa de Fernando III recibioacute de su marido las villas y rentas de Marchena y Carmona en el reino de Sevilla las villas mudeacutejares cordobesas de Luque Zuheros y Zuherete las villas murcianas de Helliacuten y Medinatea y muacuteltiples propiedades en Jaeacuten Arjona y Coacuterdoba La entrega de sentildeoriacuteos a miembros de la familia real era una praacutectica habitual en la eacutepoca que permitiacutea al beneficiario ndashnormalmente la reina y los infantesndash disponer de rentas y recursos suficientes para mantener de forma autoacutenoma su propia casa y servidumbre Pero se trataba tambieacuten de una medida poliacutetica ya que asiacute se impediacutea que estos se-ntildeoriacuteos cayesen en manos de la nobleza toda vez que el monarca seguiacutea manteniendo el control sobre el territorio cedido aunque fuese de manera indirecta Ademaacutes los sentildeoriacuteos de los miembros de la realeza eran por lo general de caraacutecter vitalicio y estaban llamados a integrarse tras la muerte de su tenente en el patrimonio de la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 61

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Violante de Aragoacuten96 y el infante don Pedro tercer hijo de Alfonso X) se registran un total de ocho sentildeoriacuteos Los ricoshombres castellanos leone-ses y aragoneses (don Sancho Martiacutenez de Joacutedar don Diego Saacutenchez de Funes97 don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara98 don Alonso Peacuterez de Guzmaacuten99 don Gonzalo Yaacutentildeez Dovinal don Gonzalo Ibaacutentildeez don Per del Castel don Bretoacuten y don Pay Arias de Castro100) recibieron en conjunto diecisie-

Corona del que habiacutean sido temporalmente segregados La tenencia de este tipo de sentildeoriacuteos suponiacutea naturalmente el control y disfrute de las propiedades y rentas de las villas que los integraban asiacute como de la jurisdiccioacuten sobre toda su poblacioacuten Veacutease sobre ello GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoEl repartimiento de Carmonardquo Veacutease igualmente del mismo autor Alfonso X el Sabio pp 58-59 y La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 134

96 En alguacuten momento de la segunda mitad del siglo XIII la villa de Eacutecija la primera po-sesioacuten que tuvo don Alfonso en Andaluciacutea siendo auacuten infante (1240) pertenecioacute a la reina dontildea Violante de Aragoacuten Tenemos conocimiento de esta posesioacuten por un docu-mento de 1271 en el que Alfonso X confirma la donacioacuten que en 1268 habiacutea hecho la reina a la Orden de Calatrava en Eacutecija Se trataba concretamente de una azuda ldquode las dos que yacute aacuterdquo El Prof Gonzaacutelez Jimeacutenez cree que don Alfonso pudo haber concedido la villa astigitana como sentildeoriacuteo personal a su esposa dontildea Violante ldquoposiblemente hacia 1262 si no antesrdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 386 (pp 406-407) y GONZAacuteLEZ JIMEacute-NEZ ldquoRepoblacioacuten y repartimiento de Eacutecijardquo

97 Don Diego Saacutenchez de Funes poseyoacute un sentildeoriacuteo en el giennense valle del Guadalbulloacuten Alliacute el magnate controloacute las fortalezas fronterizas de Carchel y Cazalla Carchel habiacutea sido donada por el rey a don Pascual obispo de Jaeacuten en julio de 1253 pero en abril de 1271 Diego Saacutenchez y la Iglesia de Jaeacuten llegaban a un acuerdo sobre el reparto de los diezmos de Carchel y Cazalla indicio incuestionable de la tenencia de estas fortalezas por el noble cas-tellano Ignoramos desde cuaacutendo se veniacutea produciendo esta situacioacuten aunque siacute sabemos que en mayo de 1271 ya habriacutea acabado porque a mediados de ese mes el rey concediacutea a la catedral giennense 50 maravediacutes alfonsiacutees sobre las rentas del almojarifazgo de la ciudad a cambio del recinto de Carchel Sobre la evolucioacuten posterior de Cazalla no existen noticias Veacutease Diplomatario doc nuacutem 45 (pp 43-44) y doc nuacutem 380 (p 401) Veacutease asimismo RODRIacuteGUEZ MOLINA El Reino de Jaeacuten en la Baja Edad Media p 72

98 Alfonso X confioacute a don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara adelantado mayor de la Frontera y principal ricohombre del reino la tenencia del alcaacutezar de Eacutecija y del alcaacutezar de Jerez que don Nuntildeo delegoacute (como era usual en la eacutepoca) en un vasallo suyo llamado Garci Goacutemez Carrillo El poderoso sentildeor de Lara mantuvo la tenencia de la fortaleza astigi-tana desde la deacutecada de 1240 hasta su muerte ante las murallas de la propia Eacutecija en 1275 y la del alcaacutezar jerezano desde 1261 hasta la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 Veacutease Croacutenica pp 99 y 179

99 En julio de 1282 el rey confirioacute a don Alonso Peacuterez de Guzmaacuten mediador en los tratos amistosos de Alfonso X con el emir benimeriacuten Abu Yusuf Yacub la villa fronteriza de Alcalaacute Sidonia o de los Gazules que desde 1279 habiacutea pertenecido a la Orden marinera de Santa Mariacutea de Espantildea No obstante en octubre de 1283 antes de haberse cumplido un antildeo y medio desde que le fuera concedida el monarca la recuperoacute para el realengo compensando a don Alonso Peacuterez con la entrega del lugar de Monteagudo ldquoserca de Xerez de Sidoniardquo Veacutease GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 79 y Diploma-tario doc nuacutem 517 (pp 547-548)

100 Sabemos que al menos desde 1260 la familia Arias poseyoacute una enorme hacienda en la villa de Espejo sobre la que el caballero frontero don Pay Arias de Castro cuyo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9662

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

te tenencias Las sedes episcopales (Iglesia de Toledo101 Iglesia de Jaeacuten Iglesia de Sevilla Iglesia de Caacutediz e Iglesia de Coacuterdoba102) se beneficia-ron tambieacuten en su conjunto de una decena de sentildeoriacuteos Finalmente a las oacuterdenes militares (Santiago Calatrava Alcaacutentara y Santa Mariacutea de Espantildea) se les otorgoacute maacutes de treinta encomiendas en la frontera de Gra-nada103 Salta a la vista que el brazo nobiliario que salioacute mejor parado de la entrega de sentildeoriacuteos fronteros fue el de las oacuterdenes militares No es de extrantildear por otro lado si tenemos en cuenta que estas instituciones nacieron para combatir al Islam y que la finalidad uacuteltima de dichas con-cesiones era precisamente la defensa del territorio Exacto Con estas donaciones territoriales Alfonso X persiguioacute satisfacer tres necesidades urgentes a cual maacutes importante liquidar las campantildeas de conquista y premiar a los caballeros por la ayuda militar proporcionada a la Corona repoblar y explotar un espacio amplio y peligroso carente a todas luces de efectivos humanos y por uacuteltimo y preferentemente garantizar la defensa de una marca expuesta a sufrir a diario los efectos de las algara-das granadinas y norteafricanas como de hecho ocurrioacute En este senti-do la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264-1266 la invasioacuten benimeriacuten de 1275 y el fracaso castellano en el cerco de Algeciras durante el verano de 1279

nombre aparece por primera vez en un documento fechado el 16 de abril de ese antildeo fundariacutea su propio sentildeoriacuteo algunos antildeos maacutes tarde Veacutease sobre este asunto PADILLA ldquoRepoblacioacuten y creacioacuten del sentildeoriacuteo de Espejordquo pp 310-311 Veacutease tambieacuten del mismo autor El fundador y la fundacioacuten del sentildeoriacuteo de Espejo pp 42-43 Y veacutease por uacuteltimo CABRERA MUNtildeOZ ldquoOriacutegenes del sentildeoriacuteo de Espejordquo pp 211-232

101 En 1231 Fernando III otorgoacute a don Rodrigo Jimeacutenez de Rada arzobispo primado de Toledo un extenso sentildeoriacuteo en la cabecera del Guadalquivir articulado en torno a las villas fronterizas de Cazorla y Quesada Esta posesioacuten fue conocida durante toda la Edad Media como Adelantamiento de Cazorla Vid supra nota 48

102 Junto a las de Jaeacuten y Sevilla la Iglesia de Coacuterdoba era la tercera gran sede episcopal de Andaluciacutea ademaacutes de la maacutes antigua (habiacutea sido restaurada por Fernando III en mayo de 1237) y sin embargo no existe constancia documental de que la Corona cediese sentildeoriacuteo fronterizo alguno al obispado cordobeacutes que en cambio siacute recibioacute donadiacuteos mayores y menores en el repartimiento sevillano No obstante en alguacuten momento el monarca debioacute conceder a su catedral el castillo de Tintildeosa porque en marzo de 1278 Alfonso X aceptoacute de los canoacutenigos la devolucioacuten de la fortaleza a la que habiacutean re-nunciado defender porque ldquocostaua cada anno quatro mill marauediacutes la tenenciardquo Fue entonces cuando el rey ideoacute confiar su defensa a la Orden de Calatrava Asiacute en junio de 1280 la Corona autorizaba a la catedral cordobesa para abandonar la defensa de Tintildeosa debieacutendola desmantelar previamente y en noviembre de ese antildeo ordenoacute a su deaacuten la entrega de la plaza al maestre calatravo Finalmente la concesioacuten formal del castillo de Tintildeosa a la Orden se produjo en mayo de 1281 Veacutease Diplomatario doc nuacutem 437 (pp 459-460) doc nuacutem 466 (pp 493-494) doc nuacutem 475 (p 500) y doc nuacutem 481 (pp 509-511)

103 ALCAacuteNTARA ldquoNobleza y sentildeoriacuteos en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso Xrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 63

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

otorgaron a las oacuterdenes militares un nuevo protagonismo en la defen-sa de la frontera tanto en Murcia como en Andaluciacutea Resulta asiacute pues indicativo que algunas de las plazas maacutes importantes y a la vez vulne-rables de la primera y segunda liacuteneas de frontera104 fueran conferidas a

104 A nivel general desde la conquista de Sevilla se detecta en Andaluciacutea una compleja articulacioacuten de dos liacuteneas de construcciones fortificadas y otra tercera de ciudades y grandes villas que actuaron como bases de aprovisionamiento a las anteriores Esta tercera y uacuteltima liacutenea defensiva de la frontera corriacutea paralela al Guadalquivir y estaba jalonada por las tres grandes ciudades del valle Sevilla Coacuterdoba y Jaeacuten Nuacutecleos me-nores de la misma franja eran enclaves importantes como Jerez Carmona Eacutecija Ar-jona Anduacutejar Baeza o Uacutebeda que como sus capitales sirvieron de base a los castillos de la segunda liacutenea fronteriza Se trataba en todos los casos de ciudades y villas de retaguardia perfectamente amuralladas y dotadas de potentiacutesimas guarniciones cas-trenses Coacuterdoba Jaeacuten y Sevilla constituyeron auteacutenticos centros logiacutesticos de apoyo taacutectico-militar en la defensa de sus respectivos reinos mientras que sus villas sateacutelites actuaron de intermediarias entre las grandes urbes y las fortificaciones de la segunda raya sobre todo en el Bajo Guadalquivir donde la extensa campintildea exigiacutea la existencia de nuacutecleos menores de poblamiento De este modo durante la segunda mitad del siglo XIII el nuacutecleo urbanizado de Jerez se consolidoacute en el Guadalete y el Estrecho como la cabeza operativa y defensiva maacutes importante de estas tierras Maacutes al norte en la cam-pintildea sevillana destacaron por los mismos antildeos las villas-bases de Carmona y sobre todo Eacutecija bien comunicada con Sevilla y Coacuterdoba en un aacuterea de especial dificultad La segunda liacutenea de frontera estaba constituida por un complejo entramado de edi-ficios castrales que seguacuten los especialistas se pueden clasificar en dos modalidades castillos urbanizados o asociados a un haacutebitat rural permanente es decir fortalezas considerables con fuerte amurallamiento foso portillos aljibes patio de armas y torre del homenaje y castillos cotas o ciudadelas consistentes en pequentildeos fortines urbanos (alcazabas) ubicados en sitios altos y preferentes de la villa para facilitar su aislamien-to en caso de peligro Estas plazas fuertes teniacutean autonomiacutea suficiente para resistir durante alguacuten tiempo en caso de ataque y auacuten asiacute se hallaban rodeadas de baluartes defensivos auxiliares como atalayas y castillos aislados proacuteximos Ubicadas general-mente en las inmediaciones de los antiguos pasos y caminos dominando y controlan-do las muacuteltiples viacuteas de acceso y penetracioacuten de Granada a Castilla su importancia fue considerable no soacutelo porque protegiacutean dichos pasos sino porque aseguraban el pleno desarrollo de las actividades agriacutecolas y ganaderas en sus respectivas comarcas y so-bre todo porque constituiacutean la primera resistencia seria en caso de agresioacuten Desde la Bahiacutea de Caacutediz hasta la Sierra de Segura la segunda liacutenea de defensa fronteriza pasaba por Medina Sidonia Arcos Lebrija Alcalaacute de Guadaiacutera Moroacuten Cazalla Osuna Estepa Aguilar (antigua Poley) Espejo Lucena Cabra Baena Priego Martos Torredonjime-no Bedmar Joacutedar Quesada y Cazorla En el reino de Murcia las principales fortalezas de esta segunda raya eran las de Segura Yeste Socovos Moratalla Calasparra Cieza y Lorca Finalmente la primera liacutenea de fortificaciones defensivas estaba compuesta por un sinfiacuten de pequentildeas construcciones fortificadas distribuidas por toda la frontera de Granada Para el siglo XIII los anaacutelisis tipoloacutegicos permiten diferenciar entre cas-tillos refugios ubicados en zonas rurales de itinerario y torres defensivas Los llamados castillos refugios eran edificaciones fortificadas aisladas es decir completamente di-sociadas de los sectores habitados maacutes proacuteximos en las que la existencia de un aljibe o cisterna haciacutea posible la autodefensa de una guarnicioacuten militar permanente de sol-dados fronteros que alternaban las funciones estrictamente militares con otras activi-dades de supervivencia Las torres defensivas por su parte constituyen los baluartes maacutes significativos de la primera liacutenea de frontera Se trataba de construcciones muy

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9664

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

las oacuterdenes militares justo despueacutes de esas fechas Osuna a Calatrava en diciembre de 1264 Estepa a Santiago en septiembre de 1267 y Cazalla a Calatrava Moroacuten y Cote a Alcaacutentara y Medina Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a Santa Mariacutea de Espantildea todas ellas en diciembre de 1279

Seguacuten venimos defendiendo las praacutecticas feudales desarrolladas en la frontera de Granada durante el siglo XIII fueron realmente especia-les En algunas transmisiones de feudos observamos unas situaciones muy parecidas a las que se dieron en la Europa del feudalismo claacutesico En otras en cambio quizaacutes la mayoriacutea detectamos unos comportamien-tos feudales verdaderamente singulares algo que por otra parte veniacutea sucediendo en el reino castellano-leoneacutes y en otros reinos cristianos peninsulares desde fines de la Alta Edad Media La razoacuten de estas parti-cularidades hay que buscarlas como ya se ha apuntado en maacutes de una ocasioacuten en la invasioacuten musulmana de la Hispania visigoda la existencia de un paiacutes islaacutemico al otro lado de una frontera fraacutegil y permeable impu-so en buena medida el desarrollo de dichos comportamientos

Por un lado todos los sentildeoriacuteos que fueron respetados por los reyes cristianos (como beneficio del sentildeor a su vasallo) tuvieron titulares mu-sulmanes bien almohades bien nazariacutees Por otro se concedieron feu-dos como recompensa a un auxilium milites ya ofrecido en el pasado auxilium proporcionado ciertamente en la gran mayoriacutea de los casos durante las conquistas de Murcia y del valle del Guadalquivir Muchos sentildeoriacuteos fueron conferidos por la ayuda militar que se habriacutea de prestar en el futuro ndashcomo asiacute era en el feudalismo franco- pero se dio la cir-cunstancia de que dicha ayuda acabariacutea materializaacutendose preferente-mente en la lucha contra el Islam tanto granadino como benimeriacuten De esta forma el pretexto que alegoacute Alfonso X para argumentar la entrega del castillo de Estepa a los caballeros de Ucleacutes en 1267 (ldquopor seruicios que

sencillas simples torreones de superficie circular o rectangular de dos o tres plantas abovedadas y con una terraza almenada Dentro de este tipo de arquitectura militar cabe resaltar las atalayas almenaras esto es torres oacutepticas distribuidas estrateacutegica-mente en el espacio desde las cuales la guarnicioacuten destacada alertaba a las poblaciones del interior de la presencia de ejeacutercitos enemigos por medio de ahumadas durante el diacutea y fuego por la noche La avanzada posicioacuten de estos baluartes defensivos haciacutea de los mismos auteacutenticos presidios militares Desde el Estrecho de Gibraltar hasta la Sierra de La Sagra las fortificaciones que maacutes descollaron en esta liacutenea adelantada de la frontera del siglo XIII fueron las de Santa Mariacutea del Puerto (hoy El Puerto de Santa Mariacutea) Alcalaacute de los Gazules Bornos Chist Matrera Cote Benamejiacute Rute Zambra Tintildeosa Zuheros Alcaudete Viacuteboras Locubiacuten Carchel Ablir Chincoya Tiacutescar Castril y Hueacutescar Sobre sistemas de fortificaciones fronterizas y su organizacioacuten veacutease GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ Andaluciacutea Guerra y Frontera pp 96-103

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 65

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

nos ficieron e faraacutenrdquo) simplifica y auacutena de alguna manera los dos contex-tos anteriores que constituyen al mismo tiempo dos de las tres razones que dimos para explicar las causas de las concesiones sentildeoriales en la frontera de Granada la recompensa a los que participaron en la ocupa-cioacuten de la Andaluciacutea beacutetica y la garantiacutea de contar con fuerzas para la defensa del espacio fronterizo Queda una tercera razoacuten la necesidad de repoblar el territorio A este fin responden principalmente las donacio-nes efectuadas sobre la base de casas urbanas (repartimiento urbano) alqueriacuteas y tierras de cultivo (repartimiento rural) y recogidas en los llamados libros de repartimiento105 y otros diplomas reales Por medio de estos textos la Corona otorgoacute donadiacuteos mayores donadiacuteos menores y heredamientos siendo su fin uacuteltimo el de fomentar la repoblacioacuten Pero incluso cuando el objeto de la donacioacuten territorial fue la repoblacioacuten y explotacioacuten de una demarcacioacuten se dieron algunos episodios de impo-sicioacuten de servicios militares vinculados a su defensa

ldquo(hellip) mando que por este heredamiento que uos yo do que me tengades

hyacute un omne guisado de cauallo e de armas de fust e de fierro mientra

fuere uestro e que me faga seruiciordquo106

105 De los libros de repartimiento redactados en el siglo XIII soacutelo seis han llegado a nues-tros diacuteas todos ellos editados y todos correspondientes al reino de Sevilla Se trata por estricto orden de antiguumledad de los de Sevilla Carmona Eacutecija Jerez Caacutediz-El Puerto de Santa Mariacutea y Vejer de la Frontera Sabemos que existieron otros como el de Nie-bla realizado entre 1262 y 1264 pero que debioacute desaparecer de la villa en los difiacuteciles antildeos de la minoriacutea de Alfonso XI Tambieacuten se ha conservado el texto del repartimiento de Medina Sidonia aunque corresponde ya al siglo XIV Veacutease sobre ello GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 262-263

106 Con esta condicioacuten concedioacute Alfonso X como ya hemos visto la Torre de Borgabenzoar con sus veinte yugadas de heredad al obispo segoviano don Remondo en 1253 la aldea de Dunchuelas Raxit a la Orden de Alcaacutentara tambieacuten en 1253 y un donadiacuteo situado en el teacutermino de Baena a don Gonzalo Ibaacutentildeez en 1266 Pero no fueron eacutestos los uacutenicos casos en los que el monarca obligoacute a los donatarios defender con sus propios medios las heredades agriacutecolas recibidas En abril de 1253 Alfonso X confirioacute a don Ramil Rodriacuteguez cien aranzadas de olivar e higueral en la aldea de Bicena y diez yugadas de bueyes en Coraniacuten con el requisito de que el agraciado mantuviera en la aldea a un hombre equipado de caballo y armas Y en mayo de ese mismo antildeo mientras el monarca se hallaba en Sevilla junto a sus partidores ultimando el reparto y repobla-cioacuten de la ciudad y sus teacuterminos otorgoacute a Martiacuten Meleacutendez de Fornillo bajo la misma disposicioacuten casas en Sevilla en la collacioacuten de Santiago veinte aranzadas de olivar en Bormujos seis aranzadas de vintildea en La Rinconada seis aranzadas de huerta en la Puerta del Sol y seis yugadas de heredad en Alcalaacute de Guadaiacutera Veacutease Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42) doc nuacutem 50 (pp 47-48) doc nuacutem 309 (pp 331-332) doc nuacutem 18 (p 17) y doc nuacutem 21 (pp 18-20)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9666

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Por uacuteltimo la promesa de entregar sentildeoriacuteos que estaban auacuten en po-sesioacuten de los musulmanes cuando se produjo la donacioacuten habriacutea que relacionarla con el deseo de incentivar su conquista por lo que tambieacuten aquiacute la cercaniacutea del Islam fue decisiva

En cuanto al quebrantamiento de la inmunidad y del derecho juris-diccional pleno en los feudos transferidos siacute pueden existir diferencias con respecto a los escenarios anteriores en la medida en que no necesa-riamente la existencia de Al-Aacutendalus pudiera haber tenido algo que ver en esta peculiaridad del feudalismo hispano Es posible que el rey qui-siera controlar la justicia en muchos de los distritos fronterizos que ad-judicoacute precisamente para ejercer su autoridad de forma directa en un espacio muy sensible dada su contiguumlidad a un Estado sarraceno Sin embargo todo apunta a que aquellas injerencias regias se debieron maacutes bien al proyecto poliacutetico alfonsiacute de fortalecer la Corona lo que le costoacute al monarca maacutes de un enfrentamiento con la alta nobleza del reino107

22 Las praacutecticas feudales en la frontera de Granada en tiempos del Rey Sabio la baja nobleza la caballeriacutea villana y los peones

De los cinco tipos de vasallos que distinguioacute Garciacutea de Valdeavellano en la Espantildea medieval comprobamos que en la frontera de Granada quienes tuvieron un mayor protagonismo fueron los ricoshombres es decir los caballeros de la alta nobleza incluyendo en esta tipologiacutea a los magnates procedentes del mundo eclesiaacutestico obispos de las catedrales

107 La concepcioacuten de una monarquiacutea soacutelida por parte del Rey Sabio chocaba frontalmente con la idea de ver al monarca como un primus inter pares a lo que estaban acostum-brados los nobles castellanos Para ellos el rey era el caudillo en la guerra y el admi-nistrador del reino en tiempos de paz y sobre todo el gran dispensador de rentas y beneficios Esta confrontacioacuten provocoacute dos graves conflictos entre el rey defensor del paulatino fortalecimiento del poder regio y los ricoshombres del reino El primero tuvo lugar en 1255 cuando don Diego Loacutepez de Haro sentildeor de Vizcaya y el infante don Enrique hermano del monarca se sublevaron contra la Corona en los territorios extremos del reino es decir Vizcaya y Andaluciacutea El segundo transcurrioacute entre 1272 y 1273 cuando Alfonso X tuvo que enfrentarse a don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara primer magnate del reino y al infante don Felipe hermano tambieacuten del rey Tanto don Nuntildeo como Don Felipe se desnaturaron de don Alfonso y se convirtieron en vasallos de los emires granadinos Muhammad I y Muhammad II a quienes rindieron ldquopleito e omena-jerdquo Con estas dos sonadas insurrecciones los magnates pretendieron defender a toda costa ldquosus fueros usos y costumbresrdquo antiguos gravemente perjudicados por las re-formas administrativas legislativas y fiscales introducidas por el Rey Sabio reformas en las que por otra parte se encuentran las bases de lo que algunos siglos despueacutes seraacute el Estado Moderno Veacutease sobre este asunto GONZAacuteLEZ MIacuteNGUEZ Poder real y poder nobiliar en la Corona de Castilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 67

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

y maestres de las oacuterdenes militares Sin embargo es conveniente sentildea-lar que hubo tambieacuten en la Frontera vasallos del rey pertenecientes a la baja nobleza (hidalgos) y a la caballeriacutea villana

Seguacuten la extensioacuten de las tierras entregadas por la Corona en An-daluciacutea y las condiciones de asentamiento para sus pobladores se di-ferencian generalmente hasta tres tipos de lotes en los repartimientos del siglo XIII donadiacuteos mayores donadiacuteos menores y heredamientos108 Los donadiacuteos mayores eran extensas propiedades (la alqueriacutea o corti-jo con sus vastas tierras) concedidas por el monarca a infantes y otros miembros de la familia real priacutencipes y nobles extranjeros oacuterdenes militares arzobispados y obispados ricoshombres castellanos y altos funcionarios de la corte como el notario del rey el escribano del rey o el almojarife real Sus beneficiarios no estaban obligados a residir en ellos y soacutelo excepcionalmente asumieron por orden expresa del monar-ca alguacuten tipo de responsabilidad militar109 Los donadiacuteos menores eran alqueriacuteas y aldeas maacutes modestas repartidas entre iglesias monasterios mediana nobleza y personas de menor rango muchos de ellos simples servidores y mesnaderos del monarca110 e incluso soldados profesiona-

108 Empleamos los teacuterminos donadiacuteo y heredamiento en el sentido que le otorgan actual-mente los historiadores donaciones territoriales a personajes o instituciones sin la obligacioacuten de poblar (donadiacuteo) y lote de bienes inmuebles correspondiente a un repo-blador propiamente dicho (heredamiento)

109 En todas las donaciones sentildeoriales hay que entrever el sentido del premio por la ayu-da previamente recibida en la conquista del territorio Pero maacutes allaacute de este gesto de gratitud y generosidad que muestra el monarca con la entrega de propiedades existe otra razoacuten de fondo que justificariacutea dichas donaciones Nos referimos al intereacutes de la Corona por repoblar y explotar cuanto antes un territorio yermo La dificultad de encontrar colonos para ello condujo al rey a conceder donadiacuteos mayores a la nobleza para que fuera eacutesta la que con sus medios y a su costa poblase la tierra y aprovechara sus ricos recursos Parece claro pues que con esta maniobra basada en la asignacioacuten de extensiacutesimos latifundios a la aristocracia del reino Alfonso X buscaba ayuda ajena a fin de agilizar la ocupacioacuten del espacio y su explotacioacuten econoacutemica Ahora bien en algunos casos y a pesar de que los donadiacuteos conferidos no se encontraran en la prime-ra liacutenea de frontera el monarca exigioacute a sus beneficiarios defenderlos con sus propias fuerzas Como ya fue tratado en la concesioacuten hecha al arzobispo don Remondo de la Torre de Borgabenzoar se le obligoacute a mantener ldquoun omne guisado de cauallo e de armas de fust e de fierrordquo Igualmente la entrega de la aldea de Dunchuelas Raxit a la Orden de Alcaacutentara se efectuoacute con la condicioacuten de que ldquotengades iacute un hombre guisado de ca-vallo e de armas de fust e de fierro mientras fuere vuestrordquo Un uacuteltimo ejemplo tambieacuten visto cuando el rey concedioacute a don Gonzalo Ibaacutentildeez hijo de don Gonzalo Yaacutentildeez Do-vinal un donadiacuteo en Baena dispuso que el magnate estuviera provisto de ldquocauallo e armas de fust e de fierrordquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42) doc nuacutem 50 (pp 47-48) y doc nuacutem 309 (pp 331-332)

110 Entre la larga lista de sirvientes del monarca y de la familia real en general se encuen-tran los siguientes escuderos del seacutequito regio fiacutesicos o meacutedicos alfayates o sastres

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9668

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

les que habiacutean participado en las campantildeas de conquista como ada-lides almocadenes y almogaacutevares y con la condicioacuten soacutelo en algunos casos de que sus receptores se estableciesen como pobladores en esos lugares Por fin los heredamientos eran parcelas de tierra reservadas a los pobladores propiamente dicho lo que significa que los bienes re-cibidos (se trataba de bloques cerrados de propiedades integrados por casas o solares tierras de pan olivares vintildeedos y huertas) lo fueron por su condicioacuten de repobladores Por esa misma razoacuten el disfrute de los heredamientos llevaba impliacutecito una serie de compromisos entre los que destacaba la obligatoriedad de residir en la heredad recibida a fin de asegurar la adecuada defensa del territorio cada uno seguacuten su con-dicioacuten socio-militar111

Ahora bien iquestcuaacutentas categoriacuteas socio-militares se diferencian entre esos pobladores y cuaacuteles eran exactamente En una sociedad de frontera como la andaluza la obligacioacuten de defender la tierra fue maacutes real que en ninguna otra parte del reino de ahiacute que la gran mayoriacutea de los primeros repobladores de las campintildeas beacuteticas se caracterizaran principalmente por mostrar buenas dotes para la guerra De un modo general los gru-pos sociales que registran las fuentes del siglo XIII son los de caballeros de linaje ndashtambieacuten llamados caballeros del feudo e hidalgos- caballeros ciudadanos y peones

Los hidalgos perteneciacutean a linajes de la pequentildea nobleza castella-no-leonesa y eran como los define un texto portugueacutes del siglo XII mi-lites per naturam112 Recibieron propiedades que oscilaban entre seis y ocho yugadas de pan ademaacutes de casas y algunas aranzadas de olivar vintildeedo si lo habiacutea y huerta

Los caballeros ciudadanos eran personas que sin formar parte de la nobleza combatiacutean a caballo dado que poseiacutean medios de fortuna sufi-cientes para disponer de corcel propio y del equipo militar necesario Se trataba de un grupo de larga tradicioacuten en Castilla donde eran conocidos con el nombre de caballeros villanos En los repartimientos andaluces recibieron heredamientos de menor entidad que los anteriores cuatro o seis yugadas de pan y algunas aranzadas de olivar

alfagemes o barberos sangradores palafreneros alfaqueques escribanos notarios ju-rados pregoneros medidores testigos de la particioacuten porteros amas y ayas

111 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo pp 114-118112 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Andaluciacutea a debate p 183

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 69

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Por uacuteltimo los peones a quienes Alfonso X llama ldquotodo el otro pue-blordquo113 eran simples pobladores es decir soldados de a pie labradores en su mayoriacutea aunque tambieacuten pastores artesanos comerciantes y cleacute-rigos que acudiacutean atraiacutedos por el reparto de bienes Los miembros de este grupo soacutelo recibieron casas y tierra de labor (entre una y dos yu-gadas) y excepcionalmente algunas aranzadas de olivar vintildea y huerta

221 Los caballeros hidalgos

De las tres categoriacuteas de pobladores que acabamos de relacionar soacutelo la primera es decir la de los caballeros hidalgos perteneciacutea a la escala menor del estado nobiliario La propia palabra asiacute lo indica hidalgo ndashexpresioacuten que a lo largo del siglo XIII fue sustituyendo en los reinos de Leoacuten Castilla y Portugal a la antigua denominacioacuten de infanzoacutenndash deriva de la voz latina filius de aliquodacute es decir ldquohombre de sangre noblerdquo114 Los hidalgos estaban adscritos a las ciudades y villas de realengo de ahiacute que posteriormente fueran conocidos como caballeros del rey115 Fueron ellos realmente los grandes protagonistas en la repoblacioacuten de muchas villas de frontera y por consiguiente quienes se encargaron de dirigir sus respectivos concejos Lamentablemente no estamos en condiciones dadas las deficiencias documentales de ofrecer una visioacuten general del fenoacutemeno a nivel regional Pero siacute podemos aportar datos concretos y esclarecedores Veamos algunos casos

Para el reino de Jaeacuten se conocen dos amplias noacuteminas de pobladores establecidos en Baeza y Arjona La primera comprende unos 300 nom-bres de ldquocaballerosrdquo cifra muy elevada si tenemos en cuenta que en Se-villa soacutelo se instalaron 200 La noacutemina de Arjona registra 273 nombres

113 En enero de 1268 el rey concediacutea a los ldquocaualleros de linagerdquo de Arcos de la Fronte-ra los privilegios de los ldquocaualleros fijosdalgosrdquo de Toledo a ldquolos otros cauallerosrdquo es decir a los caballeros ciudadanos las mismas franquezas que teniacutean los ldquocaualleros ccedilibdadanosrdquo de Sevilla ldquoet a todo el otro pueblordquo o lo que es lo mismo al grupo mayo-ritario de los peones las franquicias ldquoque han el pueblo de la cibdat de Seuillardquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 189

114 LADERO QUESADA Los sentildeores de Andaluciacutea p 17 Angus MacKay en cambio sostie-ne que el teacutermino hidalgo deriva de la voz fijodalgo es decir ldquohijordquo (fijo) de ldquofortunardquo o ldquoriquezardquo (algo) aunque coincide con Ladero Quesada en que era una palabra em-pleada para referirse a los estratos maacutes bajos de la nobleza Veacutease MACKAY La Espantildea de la Edad Media p 59

115 GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 407

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9670

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

y en ella se repiten algunos de los relacionados en la lista de Baeza116 Ambos registros han llegado a nosotros en copias tardiacuteas y es probable que hayan sido objeto de interpolaciones con objeto de vincular intere-sadamente determinados apellidos a los primeros repobladores de la zona Existen en cambio otros documentos mucho maacutes fiables que in-forman sobre caballeros de linaje asentados en villas giennenses Este es el caso de la relacioacuten de los 33 hidalgos heredados en 1263 en el alcaacute-zar de Baeza117 a los que Alfonso X concedioacute la Torre de Gil de Olid en 1269118 y la lista de los 30 hidalgos y adalides que fueron instalados en el alcaacutezar de la villa de Uacutebeda119

Para el reino de Sevilla las fuentes conservadas son algo maacutes gene-rosas En la capital Alfonso X asentoacute en 1253 a 200 caballeros hidalgos Al igual que ocurrioacute con algunos feudos los heredamientos conferidos a estos caballeros respondiacutean a los servicios militares prestados en el pasado

ldquo(hellip) por seruicio que fizieron a mi linage e al rey mio padre en ganar el

Andalazia e sennaladamientre la ccedilibdat de Seuillardquo120

Las casas que los hidalgos recibieron en Sevilla iban acompantildeadas de otros lotes de propiedades en su teacutermino veinte aranzadas de olivar en el Aljarafe seis aranzadas de vintildea en los alrededores de Sevilla dos aranzadas de huerta en el espacio inmediato a las puertas de la ciudad y seis yugadas de heredad121 Llama la atencioacuten el escaso vintildeedo que habiacutea en las proximidades de la metroacutepoli lo cual se debiacutea naturalmen-te a lo excepcional de un cultivo sobre el que habiacutean pesado durante la eacutepoca islaacutemica y especialmente durante el periacuteodo almohade duras

116 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo pp 118-119 117 Ibid p 119118 Conocemos los nombres de esos 33 caballeros de los cuales 30 debiacutean ser hidalgos y

los 3 restantes simples adalides ldquoDon Gil el adalidrdquo ldquoAlvar Yaacutentildeez el adalidrdquo e ldquoIuan Fernaacutendez el adalidrdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 373 (pp 394-396)

119 Seguacuten don Manuel Gonzaacutelez se trata concretamente de 23 hidalgos y 7 adalides Don Julio Gonzaacutelez sin embargo cuenta 32 caballeros en lugar de 30 Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea p 55 y GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 407

120 Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)121 ldquo(hellip) pueblo en la ccedilibdat de Seuilla CC caualleros fijosdalgo e hereacutedolos yacute desta guisa do

al cauallero casas buenas para su morada en Seuilla XX aranccediladas de oliuar e de figue-ral VI aranccediladas de uinnas II aranccediladas de huerta VI judgadas de heredat para pan a anno e uez (hellip)rdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 71

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

restricciones de caraacutecter religioso122 La falta de vintildeedos en la zona para cumplir con la promesa del rey de entregar a cada hidalgo una suerte de seis aranzadas de vintildea explica que ldquolo que mengua de las vinnas en oliuar en el Axaraferdquo es decir se suplieron las aranzadas de vintildea no en-tregadas con aranzadas de olivar aljarafentildeo123

En Eacutecija el nuacutemero de hidalgos asentados fue ndashque sepamosndash de 2 solamente aunque es cierto que su libro del repartimiento ha llegado incompleto a nuestros diacuteas124 Mucho mejor conocido es el caso de Car-mona donde el Rey Sabio asentoacute a 31 caballeros hidalgos125 que fueron recompensados con dos casas en la villa ocho yugadas de labor seis aranzadas de vintildea y tres aranzadas de huerta cada uno La excepcioacuten la presenta don Guilleacuten el ldquoalcalde de Carmonardquo quien recibioacute un here-damiento de mayores proporciones las casas ldquoque fueron de Abdulgelyrdquo ocho yugadas de tierra de labor seis aranzadas de vintildea dos aranzadas de huerta y dos aranzadas para alcacel que era una tierra destinada a ser sembrada de cebada verde para alimento de la caballeriacutea126

Lebrija acogioacute a 17 caballeros hidalgos127 de los que conocemos sus nombres y apellidos pero no las casas y heredades que recibieron128 y en Arcos de la Frontera se asentaron 34 caballeros de linaje aunque ignoramos tambieacuten en este caso la naturaleza de los heredamientos percibidos129

122 La razoacuten de ser del escaso vintildeedo cultivado por los almohades en Sevilla fue la de producir uvas que despueacutes seriacutean convertidas en pasas un tipo de fruta seca impres-cindible en la gastronomiacutea andalusiacute

123 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ BORRERO FERNAacuteNDEZ y MONTES ROMERO-CAMACHO Sevilla en tiempos de Alfonso X el Sabio pp 37-40

124 SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 15 28 y 33-50

125 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 65126 Un documento fechado el 27 de noviembre de 1253 designa a don Guilleacuten ldquoel alcaide de

Carmonardquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72 Diplo-matario doc nuacutem 76 (pp 74-75) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 145-146

127 Para el Prof Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez estos diecisiete caballeros de Lebrija no debiacutean ser hidalgos sino ciudadanos Asiacute aunque en los documentos aparecen como tales el calificativo de caballeros hidalgos les habriacutea sido dado ldquotardiacutea e interesadamenterdquo Veacutease a este respecto GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 213-214

128 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLebrija en el siglo XIIIrdquo129 Don Julio Gonzaacutelez siguiendo a Miguel Manchentildeo ndashquien a su vez toma el dato de

Pedro de Gamaza (historiador del Seiscientos)- cifra en 50 los caballeros hidalgos es-tablecidos en Arcos de la Frontera Para Gamaza los 50 hidalgos que poblaron Arcos forman parte del grupo de los 200 establecidos por Alfonso X en Sevilla Sin embargo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9672

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

En Jerez de la Frontera el monarca emplazoacute a 40 caballeros hidalgos aquiacute llamados caballeros del feudo130 que recibieron ademaacutes de casas en la villa quince aranzadas de olivar doce aranzadas de vintildea131 dos aranzadas de huerta y seis yugadas de tierra de labor praacutecticamente lo mismo que obtuvieron los caballeros de linaje de Sevilla132

No conocemos el nuacutemero exacto de los hidalgos establecidos en Medi-na Sidonia despueacutes de la conquista pero siacute tenemos noticias de su exis-tencia pues por un privilegio rodado fechado en enero de 1268 Alfonso X otorgaba a los caballeros de linaje de la villa ldquoaquellas franquezas que han los caualleros fijosdalgo que moran en la noble ccedilibdat de Toledordquo con la condicioacuten de que fuesen ldquonuestros uassallos quitamientrerdquo133 El documento deja entrever la presencia al menos desde 1268 de las tres claacutesicas categoriacuteas socio-militares en Medina Sidonia (caballeros hidal-gos caballeros ciudadanos y peones) lo que apunta a la existencia de un repartimiento anterior a esa fecha del que no hay noticias que debioacute producirse entre 1264 antildeo de la segunda conquista de la plaza y 1268 fecha del citado documento134

los datos no casan seguacuten el primer historiador de Arcos uno de los caballeros llegados a la villa fue Pedro Fernaacutendez Aznar pero su nombre no figura en la noacutemina de los 200 caballeros hidalgos instalados en la capital hispalense Es probable por tanto que el nuacutemero de hidalgos establecidos en la localidad arcense despueacutes de la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 fuera de 34 de manera que los 16 restantes que faltan para llegar a los 50 que propone Gamaza pudieron ser inventados por los propios genealogistas del Seiscientos al objeto de justificar la antiguumledad en Arcos de los linajes maacutes importantes de la villa a fines de la Edad Media Sobre este asunto veacutease GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 291 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 185-187 y principalmente SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos linajes medievales de Arcos de la Fronterardquo

130 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ y GONZAacuteLEZ GOacuteMEZ El libro del repartimiento de Jerez de la Frontera

131 Realmente el documento de la concesioacuten fechado en Jerez el 9 de octubre de 1268 no dice que las aranzadas de vintildea otorgadas a cada caballero del feudo fueran doce sino que establece formalmente como bienes a entregar ldquosex aranccediladas de uinnasrdquo por un lado y ldquoseys aranccediladas de tierra para majuelosrdquo por otro que en total sumariacutean doce La expresioacuten ldquode tierra para majuelosrdquo hace pensar en una especie de ldquoobligacioacuten agriacutecolardquo impuesta por la Corona a los nuevos propietarios de esas tierras De alguna manera Alfonso X estaba potenciando el cultivo de la vid en Jerez que desde entonces tanta tradicioacuten e importancia ha tenido y sigue teniendo en toda su comarca

132 Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381)133 Diplomatario doc nuacutem 343 (pp 370-372)134 El documento en cuestioacuten datado en Jerez el 27 de enero de 1268 establece efectiva-

mente tres categoriacuteas entre los pobladores de Medina Sidonia la de los ldquocaualleros de linagerdquo que recibieron los privilegios de los hidalgos de Toledo la de ldquolos otros mora-dores de la uilla de Medinardquo a quienes se les concedioacute las mismas franquezas de que disfrutaban los ldquocaualleros cibdadanosrdquo de Sevilla y la de ldquocomunalmientre (hellip) todos

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 73

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Finalmente en Vejer de la Frontera se instalaron un total de 25 gue-rreros entre caballeros hidalgos escuderos y adalides recibiendo cada uno de ellos tres yugadas de pan El repartimiento de la villa se acometioacute en 1288 siendo obra ya por tanto de Sancho IV hijo y sucesor de Alfon-so X135 Sabemos muy poco de la historia de Vejer antes de 1288 Seguacuten la Croacutenica de Alfonso X tras el sometimiento de Jerez en 1264 el rey ldquofue a Vejer e a Medyna Sydonia e a Rota et a Santluacutecal e los moros que las teniacutean entregaacuteronlasrdquo136 Lo maacutes seguro es que fuera entonces cuando se instalara en la fortaleza de la villa una guarnicioacuten que lograriacutea superar andando el tiempo tanto la sublevacioacuten mudeacutejar de los antildeos 1264-1266 como las numerosas razias de los benimerines norteafricanos que pasa-ron una y otra vez por sus alrededores en su camino hacia el valle del Guadalquivir especialmente entre 1275 y 1285137

Del resto de villas fronterizas es muy poco lo que conocemos en re-lacioacuten a este asunto debido a la escasez de fuentes o simplemente a su inconcrecioacuten138

los pobladores de Medinardquo es decir el ampliacutesimo grupo de los peones Por otra parte el libro del repartimiento de Medina Sidonia tal y como nos ha llegado contiene tres repartimientos correspondientes a los antildeos 1346 1379 y 1459 fechas que coinciden con tres momentos en los que Medina fue villa de sentildeoriacuteo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 343 (pp 370-372) y RODRIacuteGUEZ LIAacuteNtildeEZ y ANASAGASTI VALDERRAMA Libro del Repartimiento de Medina Sidonia pp 17-18

135 LADERO QUESADA y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa poblacioacuten en la frontera de Gibraltarrdquo136 Croacutenica p 39137 GARCIacuteA FITZ ldquoLos acontecimientos poliacutetico-militares de la Fronterardquo pp 10-40 y 47-

49138 Pondremos algunos ejemplos al respecto El ilustrado Joseacute Anselmo Ruiz de Cortaacutezar

autor de una Historia de El Puerto escrita hacia 1764 asevera que ldquodespueacutes que este Sabio Rey lo pobloacute con caballeros hidalgos y otros buenos vecinos desde el antildeo de 1264 y siguientes (cuyos nombres de pobladores omitimos referir porque no hay familia alguna existente de las que tuvieron entonces repartimiento)helliprdquo La alusioacuten que hace el historiador local a la existencia de caballeros hidalgos en la villa portuense en torno a 1264 demuestra por un lado que Alfonso X asentoacute tambieacuten alliacute a individuos de esta categoriacutea socio-militar y por otro que todaviacutea a mediados del siglo XVIII se conserva-ban en la localidad algunas listas con los nombres de los primeros repobladores listas que desgraciadamente se han perdido del todo Y lo mismo puede decirse para el resto de villas andaluzas Al referirse a la ciudad de Caacutediz por citar otro caso el Prof Gon-zaacutelez Jimeacutenez afirma ldquoAunque no se exprese [en el libro del repartimiento gaditano] la condicioacuten social de hidalguiacutea de algunos de los repobladores todo hace pensar que en Caacutediz se establecieron tambieacuten hidalgosrdquo Un uacuteltimo dato Cuando en 1253 el monarca concedioacute al concejo de Sevilla las villas de Moroacuten Cote Cazalla Osuna Lebrija y las dos islas del Bajo Guadalquivir lo hizo con el requisito de que la Corona conservariacutea la titularidad de los castillos existentes en la zona y en compensacioacuten se comprometiacutea a nombrar como alcaides para esas fortalezas a algunos de los 200 caballeros hidalgos establecidos en la capital Ello nos conduce a pensar que tambieacuten en nuacutecleos como

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9674

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Los caballeros de linaje asentados en la Frontera tuvieron preferen-temente tres cometidos en las tierras que recibieron habitarlas defen-derlas y gobernarlas Como caballeros del rey que fueron y por lo tanto sus vasallos nos interesa ocuparnos de las responsabilidades militares que asumieron Volviendo de nuevo a la ciudad de Sevilla los hidalgos alliacute asentados debiacutean ldquodestar guisados de cauallos e darmas de fuste e de fierrordquo disponiendo el soberano ldquoque me fagan seruicio (hellip) tres meses cada annordquo139 En alguna ocasioacuten llegaron a recibir encargos muy con-cretos como la guarda del castillo de Triana la Torre del Oro y el puente de barcas en 1253 Esta labor fue encomendada a cien caballeros de li-naje que habriacutean de tener

ldquo(hellip) todos los guisamientos de armas convenibles como lanzas espa-

das e scudos pavese lorigas brafonas perpuntes capacetes bacinetes

vallestas de todas suertes assiacute de estribera como de hombro y almena

e las demaacutes conbeniblesrdquo140

Dichos caballeros recibiriacutean ademaacutes el apoyo de trescientos peones que estariacutean ldquoal su mandadordquo

En Carmona el rey ordenoacute a su alcalde don Guilleacuten que estuviera ldquoguisado de cauallo e de loriga e de brafonera e de perpuntes e de armas de fust e de fierrordquo advirtieacutendole que ldquosi non tovierdes loriga de cavallo que la tengadesrdquo141 Esta obligacioacuten le fue impuesta tambieacuten al hidalgo don Garciacutea Ibaacutentildeez de Cea cuando recibioacute casas y tierras en ese mismo municipio142

Moroacuten Cazalla u Osuna pudo haber ocasionalmente al menos hidalgos pobladores Veacutease RUIZ DE CORTAacuteZAR Puerto de Santa Mariacutea Ilustrado p 183 GONZAacuteLEZ JIMEacute-NEZ (ed) Repartimiento de El Puerto de Santa Mariacutea p lxxxix y Diplomatario doc nuacutem 81 (pp 85-87)

139 Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)140 Diplomatario doc nuacutem 102 (p 104)141 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72 y Diplomatario doc

nuacutem 76 (pp 74-75)142 El documento de la concesioacuten dispone textualmente que don Garciacutea Ibaacutentildeez de Cea te-

niacutea que estar ldquoguisado de cauallo et de armas de loriga et de brafoneras e de perpuntes e de armas de fuste et de fierrordquo instaacutendole a que ldquosi pudieacutesedes tener loriga de cauallo que la tenga e que fagades a miacute aquel seruiciordquo (Diplomatario doc nuacutem 87 (pp 91-92))

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 75

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Finalmente en Jerez de la Frontera Alfonso X dispuso que los 40 caballeros alliacute afincados mantuvieran en todo momento ldquoguisados los cuerpos e los cauallos armadosrdquo143 a fin de guardar convenientemente las puertas de sus murallas144

Estas disposiciones hablan por siacute solas de la voluntad del rey de con-fiar la proteccioacuten de las principales ciudades de realengo al grupo so-cio-militar de los caballeros hidalgos el maacutes preparado sin duda para ese fin de entre todos los pobladores de la Frontera

Los caballeros de linaje asumieron tambieacuten responsabilidades de tipo poliacutetico A ellos y soacutelo a ellos estaban reservados los principales oficios municipales en especial las alcaldiacuteas el alguacilazgo y segura-mente tambieacuten las alcaidiacuteas de las fortalezas145 Pero sus privilegios no se agotan en el control de los cargos municipales de las ciudades y villas realengas Su condicioacuten social les permitioacute disfrutar tambieacuten de otras muchas prerrogativas y exenciones En Sevilla el monarca pagoacute ldquoqui-nientos sueldos de emendardquo146 a cada uno de los 200 caballeros hidalgos establecidos en la ciudad al tiempo que quedaron exentos del pago de la moneda forera147 Y lo mismo sucedioacute en otros municipios de la regioacuten

En Carmona por ejemplo el rey dio a los caballeros hidalgos un pla-zo de siete meses largos para que se convirtieran en vasallos de un noble o del propio monarca de quien en su caso recibiriacutean la correspondien-te soldada vasallaacutetica o beneficio El caraacutecter perentorio de este plazo apremiaba a dichos hidalgos a encontrar sentildeor resultando ser de ese modo una eficaz estrategia para ganar suacutebditos Por si ello fuera poco aqueacutellos que decidieran convertirse en vasallos del rey recibiriacutean de la Corona un heredamiento muy atractivo (240 hectaacutereas de buena tierra de labor casas en la villa y otros bienes agriacutecolas) y posteriormente la consabida soldada anual Asiacute fue coacutemo Alfonso X pudo contar en Carmo-na con un valioso grupo de caballeros hidalgos vasallos directos suyos

En Jerez de la Frontera el monarca dotoacute en 1268 de una soldada vasa-llaacutetica anual de doscientos maravediacutes a cada uno de los 40 caballeros del feudo instalados en la villa148 y ese mismo antildeo concedioacute a los hidalgos de

143 Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381)144 GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 291145 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 190-191146 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzasrdquo p 112147 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlfonso X y las oligarquiacuteas urbanas de caballerosrdquo p 211148 ldquoE por fazerles maacutes de bien e de merccediled e porque todauiacutea puedan estar meior guisados

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9676

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Arcos y de Medina Sidonia los privilegios de que gozaban los caballeros hidalgos de Toledo aunque con una condicioacuten que se convirtieran en vasallos suyos ldquoquitamienterdquo149 Esta exigencia es decir que los hidalgos de esas villas fuesen vasallos del rey ldquoquitamienterdquo o lo que es lo mismo en exclusiva es de una trascendencia enorme porque constituye una prueba incontestable de la poliacutetica reformista de Alfonso X encaminada a reforzar el poder regio en las ciudades y villas de realengo controlan-do asiacute a sus oligarquiacuteas dirigentes y bloqueando de paso la influencia que en ellas pudiera ejercer la alta nobleza del reino150

En definitiva Alfonso X se atrajo a las oligarquiacuteas urbanas de caballe-ros de linaje mediante la concesioacuten de privilegios y exenciones fiscales de todo tipo Y a partir de 1264 coincidiendo con el comienzo de la revuelta mudeacutejar les forzoacute a convertirse en vasallos directos suyos y tambieacuten del infante heredero Se trataba de un vasallaje con todas las consecuencias formalizado en un documento redactado ad hoc que haciacutea de los caballe-ros hidalgos residentes en las principales localidades realengas vasallos ligios del rey y del priacutencipe a cambio naturalmente de un feudo de bolsa y de la reserva de todos los portillos o cargos municipales Como se puede faacutecilmente inferir esta poliacutetica buscaba a traveacutes del reforzamiento del poder monaacuterquico en el seno de los concejos el debilitamiento de las ba-ses sociales de la aristocracia castellano-leonesa151

222 Los caballeros ciudadanos

La segunda categoriacutea socio-militar de los repobladores de Andaluciacutea es la de los caballeros ciudadanos Las fuentes los definen como ldquochris-tianos pobladores que tienen cauallos e armasrdquo152 y como ldquocibdadanos guisados de cauallos e de armasrdquo153 de donde el nombre con el que geneacute-ricamente son conocidos en la Frontera no era maacutes que la adaptacioacuten a un mundo de ciudades de la tradicional caballeriacutea villana de Castilla

La caballeriacutea popular villana o ciudadana como se le quiera llamar llegoacute a Andaluciacutea de la mano de los conquistadores en una fase relati-

para fazernos seruicio tenemos por bien que cada vno dellos tenga de nos (hellip) cada anno dozientos morauediacutesrdquo (Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381))

149 Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370) y doc nuacutem 343 (pp 370-372)150 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 190151 Ibid p 147 (nota 24)152 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72153 Diplomatario doc nuacutem 404 (pp 429-430)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 77

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

vamente madura de su evolucioacuten154 Se trataba loacutegicamente de gentes que ya gozaban de la condicioacuten de caballeros en sus lugares de origen y que en muchos casos como tales participaron en las operaciones de conquista de la regioacuten donde recibieron casas y tierras

Es bien conocido que en Castilla la posesioacuten de bienes por una de-terminada cuantiacutea obligaba al villano a mantener caballo y armas y en consecuencia a pertenecer al grupo de la caballeriacutea villana Pero iquestpo-driacutea decirse lo mismo para el caso andaluz Este asunto no estaacute claro del todo Tradicionalmente la historiografiacutea ha defendido el caraacutecter voluntario de la caballeriacutea popular andaluza en el periodo anterior a las medidas de Alfonso XI por las que se instauroacute la caballeriacutea de cuantiacutea tambieacuten llamada de alarde y de premia Abundan por ende las monogra-fiacuteas que describen la caballeriacutea ciudadana del territorio fronterizo como un grupo abierto al que se accediacutea libremente de manera que cualquier ciudadano cuya posicioacuten econoacutemica le permitiacutea poseer caballo y armas podiacutea acceder si asiacute lo queriacutea al grupo de los caballeros ciudadanos y con ello a la honra y privilegios que tal condicioacuten comportaba155 Hay incluso fueros que expresan esta posibilidad de una manera muy expliacute-cita como el de Carmona que afirma textualmente

154 El origen de la caballeriacutea villana se remonta al siglo X Una breve siacutentesis de sus comien-zos es la que sigue En el siglo X la pequentildea nobleza y los villanos de la sociedad rural de Castilla y Leoacuten permanecieron libres durante mucho tiempo del control sentildeorial Una vez que los cristianos bajaron de las montantildeas para poblar el valle del Duero y surgioacute la necesidad imperativa de disponer de caballeriacutea los nobles concedieron algunos pri-vilegios a aquellos villani u hombres libres que podiacutean servir como caballeros La con-secuencia fue que muchos de estos hombres fronterizos ascendieron socialmente y se convirtieron en caballeros villanos Para conseguir el estatus de caballero esos villanos teniacutean que poseer riqueza suficiente para mantener el caballo y las armas correspon-dientes y disfrutaban de sus privilegios no en virtud del linaje sino por su valor militar Ahora bien la capacidad de una misma familia de prestar el servicio militar como ca-balleros durante dos o tres generaciones aseguraba a los caballeros villanos alcanzar el rango de hidalgos que siacute eran valorados por su sangre o linaje Se trata evidentemente de un fenoacutemeno exclusivo del feudalismo hispano como exclusiva fue tambieacuten de la Espantildea cristiana medieval la forma sentildeorial de las behetriacuteas en la que nuevamente observamos amplias libertades en el seno de familias plebeyas Los sentildeoriacuteos de behetriacuteas aparecieron en la primera mitad del siglo XII y aluden a la tierra en la que su cultivador (un campesino o laborator) gozaba de libertad para elegir a su sentildeor El labriego que se encontraba en esa situacioacuten es denominado ldquohombre de behetriacuteardquo Veacutease MACKAY La Espantildea de la Edad Media p 59 y ESTEPA DIacuteEZ Las Behetriacuteas Castellanas

155 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacutea (siglos XIII al XV)rdquo p 317

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9678

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) si alguno de los peones pudiere et quisiere ser cauallero en algunt

tienpo seacutealo et entre en costunbre de los caualleros ellos et sus fijos et

sus herederosrdquo156

Y en buena loacutegica si la entrada en la caballeriacutea ciudadana era dis-crecional tambieacuten debiacutea serlo la renuncia al estatus de caballero Sin embargo estudios maacutes recientes han venido a demostrar justamente lo contrario La publicacioacuten a finales de los antildeos ochenta y durante la deacute-cada de los noventa de ciertos documentos alfonsiacutees permite concluir sin el menor geacutenero de dudas que al menos para el caso de Sevilla to-dos aquellos repobladores que poseiacutean una determinada cantidad de riquezas estaban obligados a tener y mantener caballo y armas El dato lo conocemos gracias a la disposicioacuten nuacutemero XV de las ldquoOrdenanzas de Alfonso X concedidas a Sevillardquo que estableciacutea lo siguiente

ldquo(hellip) todos aquellos que son ricos e an la quantia puesta e ordenada por

el conccedileio de Seuilla son apremiados de tener cauallos e armas so pena

que les es puesta por conccedileio o por cabillordquo157

Es maacutes dependiendo de la riqueza atesorada por los pobladores el grado de compromiso con la caballeriacutea popular reflejado principalmen-te en las obligaciones militares contraiacutedas era maacutes o menos acusado En este sentido aqueacutellos que disponiacutean de cuatro mil maravediacutes de renta debiacutean tener ldquoel cuerpo e el cauallo armadordquo aqueacutellos otros cuya riqueza rondaba los dos mil maravediacutes estaban obligados a mantener ldquotodo gui-samento de cauallero saluo loriga de cauallordquo finalmente los poblado-res que disfrutaban de mil maravediacutes habiacutean de estar provistos de ldquovn roccedilin e vn prepunt o un camisote e vn capiello de fierro e vna lanccedila o vna azcona monterardquo158 De la terminologiacutea empleada en estas ordenanzas podemos colegir que la consistencia del animal tambieacuten dependiacutea del caudal acumulado por el caballero Asiacute quienes poseiacutean entre dos mil y cuatro mil maravediacutes tendriacutean que contender con un ldquocauallordquo enten-diendo el vocablo como sinoacutenimo de corcel o palafreacuten Sin embargo los villanos cuya renta soacutelo alcanzaba los mil maravediacutes quedaron cons-

156 HERNAacuteNDEZ DIacuteAZ SANCHO CORBACHO y COLLANTES DE TERAacuteN Coleccioacuten Diplomaacute-tica de Carmona p 4 (ley XI)

157 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzasrdquo p 111158 Ibid pp 111-112 y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en la Fronterardquo p 336

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 79

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

trentildeidos a presentar un simple ldquoroccedilinrdquo es decir un penco o jamelgo de menor enjundia y valor En todos los casos la cuantiacutea exigida no incluiacutea el valor de la casa en la que moraba el ciudadano Por tanto a todos aquellos vecinos de la ciudad de Sevilla que amasaron un miacutenimo de mil maravediacutes ndashla menor de las cantidades establecidas por su concejondash se les exigioacute disponer de cabalgadura y armas

Lo ocurrido en Sevilla no fue en modo alguno un caso particular ni extraordinario Todo indica que lo mismo sucedioacute en Coacuterdoba donde la costumbre debioacute ser tambieacuten que aqueacutellos que alcanzasen un deter-minado nivel de riqueza o ldquoualiacuteardquo fueran compelidos a tener caballo y armadura Seguacuten unas costumbres cordobesas recogidas en un docu-mento de Lorca villa que se regiacutea por el fuero de Coacuterdoba

ldquo(hellip) es ordenado assi entre nos todos los que an contia de tres mill

maravediacutes sin su morada mantienen cauallosrdquo159

Con todo y dado que existen pruebas documentales que asiacute lo ava-lan lanzamos desde aquiacute una tercera posibilidad y es que las dos situa-ciones descritas fueran vaacutelidas en la Frontera y se practicasen de facto de manera simultaacutenea De esta forma todos los villanos que superaran la cuantiacutea-base impuesta por el concejo municipal estariacutean obligados por ley a combatir a caballo pero igualmente aquellos otros que no disponiendo de la cantidad miacutenima exigida se encontraban en condi-ciones de adquirir montura y panoplia y era su voluntad ingresar en la caballeriacutea villana podriacutean haberlo hecho sin el menor inconveniente alcanzando ellos tambieacuten la ldquoonrra de cauallerordquo En resumidas cuentas bien por voluntad propia bien obligados por las normativas concejiles la cuestioacuten es que en el siglo XIII encontramos una larga noacutemina de ca-balleros ciudadanos poblando y defendiendo las villas maacutes importantes de Andaluciacutea Otro asunto bien distinto es determinar en queacute porcentaje lo hicieron en relacioacuten a la poblacioacuten total lo que tambieacuten tiene su com-plicacioacuten

Para el caso de Sevilla estamos muy bien informados sobre el grupo de los 200 caballeros hidalgos asentados en la ciudad pero nada sabe-mos del resto de pobladores (los varios miles de caballeros ciudadanos

159 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoOrdenanzas y fuero concedidos a la ciudad de Coacuterdoba por Fernan-do IIIrdquo p 407

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9680

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

y de peones) que a partir de 1253 se desplazaron desde sus lugares de origen para poblar la urbe hispalense

Mejor conocido es el caso de Eacutecija donde sabemos que se asentaron 21 caballeros ciudadanos quienes recibieron entre tres y cuatro yuga-das de tierra160 Por lo que a Carmona respecta 15 fueron los caballe-ros de esta categoriacutea que tomaron parte en el repartimiento de la villa lo que constituye un porcentaje muy bajo de su poblacioacuten inicial Aquiacute cada caballero recibioacute ldquoquatro yugos de bueyes anno e vesrdquo161

A diferencia de las localidades anteriores donde el nuacutemero de caba-lleros ciudadanos fue sorprendentemente bajo en Jerez de la Frontera se llegaron a asentar hasta 212 pobladores de esta condicioacuten162 Desgra-ciadamente el libro del repartimiento ruacutestico ha desparecido asiacute que desconocemos coacutemo fueron distribuidas las tierras del campo jerezano y cuaacutentas yugadas de pan percibioacute cada uno de ellos

Por uacuteltimo en Vejer de la Frontera se identifican un total de 39 ldquociu-dadanos de a caballordquo asentados en 1288 cada cual con un lote de dos yugadas de tierra de labor163 Del resto de villas andaluzas no sabemos praacutecticamente nada

No obstante en opinioacuten de quienes han estudiado el tema en profun-didad los datos que aportan las fuentes acerca de los primeros repobla-dores de los municipios fronterizos son erroacuteneos en muchos contextos Las manipulaciones intencionadas de algunos documentos del siglo XIII realizadas ya a fines de la Edad Media y los comienzos de la Moderni-dad han obrado en detrimento del grupo de los caballeros ciudadanos y en beneficio siempre del de los hidalgos Asiacute por ejemplo no consta que en los lugares dependientes de Sevilla como era el caso de Lebrija se estableciesen caballeros hidalgos Lo habitual fue que los caballeros asentados en las villas del alfoz de la ciudad perteneciesen al grupo de los ciudadanos En esta direccioacuten los diecisiete caballeros de Lebrija ca-lificados en las fuentes como hidalgos debieron ser en realidad simples caballeros ciudadanos ennoblecidos tardiacutea e interesadamente El argu-mento maacutes poderoso para rechazar que se tratara de hidalgos lo consti-tuye la famosa ldquonoacuteminardquo o lista de la Frontera elaborada hacia 1290 en

160 SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo pp 535-551 y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 28

161 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo pp 72-73162 GONZAacuteLEZ y GONZAacuteLEZ El libro del repartimiento de Jerez p LIV163 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 272-273

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 81

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

tiempos de Sancho IV en la que se relacionan todos aquellos caballeros de linaje que percibiacutean del rey soldadas vasallaacuteticas En esta noacutemina no figuran como era de esperar los hidalgos de Lebrija al igual que tam-poco aparecen los de Tejada o Sanluacutecar la Mayor villas pertenecientes tambieacuten a la jurisdiccioacuten sevillana164

Nuacutemeros aparte los caballeros ciudadanos de Andaluciacutea llamados en un documento dado a los pobladores de Arcos en 1268 ldquotodos los otros cauallerosrdquo165 tuvieron esencialmente los mismos deberes que se les exigioacute a los hidalgos de la Frontera es decir habitar las tierras que les fueron confiadas defenderlas con sus propios medios y en algunos casos tambieacuten gobernarlas

Residir en el heredamiento recibido y defenderlo del peligro musul-maacuten eran dos obligaciones iacutentimamente ligadas Hubo incluso una su-peditacioacuten de la primera respecto a la segunda en el sentido de que maacutes se repoblaba el territorio cuanta maacutes necesidad de defenderlo habiacutea Quiere ello decir que la mayor o menor abundancia de pobladores estu-vo en relacioacuten directa con la proximidad o lejaniacutea de la frontera fiacutesica de forma que en las plazas cercanas a la misma el monarca procuroacute instalar siempre el mayor nuacutemero posible de pobladores sobre todo de aquellos pobladores especializados en la defensa del territorio como eran los hidalgos los caballeros ciudadanos y otros grupos de militares profesionales (adalides almocadenes ballesteros y almogaacutevares) Esta circunstancia explicariacutea el asentamiento de los escasos 15 caballeros ciudadanos en Carmona o los 21 de Eacutecija frente a los 212 de Jerez Sien-do todas villas de frontera la defensa de Jerez se antojaba maacutes peligrosa y difiacutecil debido irremediablemente a su mayor proximidad con respec-to a la primera raya limiacutetrofe y debido tambieacuten a su inmediacioacuten al Estrecho de Gibraltar y por tanto al reino de Marruecos

Por otra parte los caballeros ciudadanos tuvieron igualmente opor-tunidades para participar en el gobierno municipal de los enclaves que repoblaron Pero al igual que ocurriacutea con los hidalgos los privilegios de la caballeriacutea ciudadana no se limitaron al acceso a los poderes locales

164 En la Noacutemina de la Frontera aparecen en cambio un total de 242 caballeros distribui-dos entre las ciudades siguientes Sevilla (85) Carmona (7) Jerez (50) Arcos (8) Niebla (13) Eacutecija (5) Coacuterdoba (43) Jaeacuten (16) Uacutebeda (3) Anduacutejar (1) Arjona (3) y Baeza (8) Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos laquohombres del reyraquo en la Andaluciacutea del siglo XIIIrdquo y SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos Caballeros Jerezanos en la laquoNoacutemina de la Fronteraraquo de 1290rdquo

165 Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9682

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Sus miembros disfrutaron asimismo de otras muchas franquezas y mer-cedes de manera que pese a no ser de condicioacuten noble estos caballeros actuaron de hecho como si lo fueran al combatir a caballo y especial-mente al beneficiarse de algunas ventajosas prerrogativas como la de estar exentos del pago de la moneda forera en ciudades como Sevilla166 o Arjona167 lo que a efectos reales significaba la equiparacioacuten fiscal entre caballeros hidalgos y ciudadanos

223 Los peones

A diferencia de los caballeros que fueron vasallos del monarca en un sentido estricto razoacuten por la cual hay que considerarlos como parte integrante del reacutegimen feudal los peones no eran de condicioacuten noble y aunque las fuentes se refieren a ellos como ldquovasallosrdquo del rey hay que interpretar aquiacute el teacutermino como sinoacutenimo de ldquosuacutebditosrdquo de la Corona esto es como un elemento propio del reacutegimen sentildeorial En el momento de la conquista los primeros vasallos del monarca fueron los propios musulmanes ya que Fernando III alcanzoacute con la mayoriacutea de ellos una serie de pactos llamados en los textos ldquoposturasrdquo ldquopleytosrdquo y ldquocapitula-cionesrdquo en virtud de los cuales los mudeacutejares andaluces a cambio de entregar las alcazabas y convertirse en suacutebditos personales suyos pu-dieron seguir habitando sus casas y tierras tras la ocupacioacuten cristiana Refirieacutendose a Andaluciacutea la Primera Croacutenica General relata que

ldquo(hellip) los moros (hellip) dieacuteronse al rey don Fernando por beuir en paz et

seer anparados et fezieron sus posturas con eacutel de los tributos e de los

pechos quel diesen cada anno et recibieacuteronle por rey et por sennor et eacutel

a ellos por uasallosrdquo168

Con el tiempo y a medida que las autoridades castellanas fueron re-poblando el territorio conquistado aumentoacute el nuacutemero de pobladores castellano-leoneses sobre todo a partir de la expulsioacuten forzosa de los

166 En 1273 Alfonso X eximioacute de moneda forera a todos los ldquocibdadanosrdquo de Sevilla ldquoque es-tudieren guisados de cauallos e de armasrdquo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacuteardquo p 318 (nota 9) y Diplomatario doc nuacutem 404 (pp 429-430)

167 En 1288 Sancho IV exoneroacute a todos los caballeros ciudadanos de Arjona que ldquoestuvie-sen aprestados de cavallos e armasrdquo del pago ldquode la moneda forera que nos dan de siet en siet annos ansiacute como lo son los caualleros fijosdalgordquo Veacutease de nuevo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacuteardquo p 318 (nota 9)

168 ALFONSO X Estoria de Espantildea (Primera Croacutenica General) cap 1048 p 736

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 83

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

mudeacutejares andaluces acometida por Alfonso X antes y despueacutes de la re-belioacuten mudeacutejar de 1264169 La presencia del Islam granadino al otro lado de la frontera determinoacute la forma de vida de los repobladores cristianos recieacuten llegados lo que indudablemente constituye otra diferencia maacutes entre los vasallos del feudalismo claacutesico y los del feudalismo hispaacutenico entendidos en este contexto como suacutebditos libres de un reacutegimen sentildeorial muy caracteriacutestico En esta liacutenea todos los repobladores efectivos de las tierras de realengo eran juriacutedicamente libres pues apenas hubo en la Frontera del siglo XIII grupos de esclavos o cautivos y por otra parte los campesinos casi nunca estuvieron sometidos a servidumbres persona-les ni a situaciones de semilibertad o adscripcioacuten a la tierra170

Los peones llegados a Andaluciacutea tambieacuten quedaron obligados a cum-plir una serie de tareas en contraprestacioacuten por las tierras recibidas Sus competencias como repobladores no distaron mucho ndashal contrario de lo que a priori pudiera pensarsendash de las de los grupos anteriores En efecto los compromisos que adquirioacute esta categoriacutea socio-militar fue-ron en esencia los mismos que los de la hidalguiacutea y la caballeriacutea villana es decir habitar las heredades adquiridas y protegerlas de los posibles ataques enemigos Asiacute pues soacutelo un cometido diferencioacute a los caballeros de los peones mientras que los primeros gobernaron las villas y ciuda-des andaluzas los segundos se dedicaron a cultivar sus campos Estas obligaciones a las que quedaron vinculados los peones fueron tambieacuten decretadas por la Corona

De todas ellas la maacutes importante fue siempre la de poblar el territo-rio No cabe discusioacuten al respecto si tenemos en cuenta que se trataba de pobladores per se En este sentido en el fuero de Coacuterdoba se afirma taxativamente que

ldquo(hellip) persona ninguna non aya heredat en Coacuterdoba si non fuere hiacute mo-

rador en la villa con su muger e con sus fijosrdquo

Y es natural que asiacute fuese puesto que la obligatoriedad de residencia pretendiacutea garantizar la adecuada defensa de la tierra La obligacioacuten de ldquopoblarrdquo o lo que es lo mismo morar en las heredades recibidas estaacute presente en todos los documentos de naturaleza repobladora Hemos

169 GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ La campintildea sevillana y la frontera de Granada p 52170 LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteos en Andaluciacuteardquo p 439

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9684

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

traiacutedo a colacioacuten algunos ejemplos referidos a la Banda Morisca171 Cuando en 1253 Alfonso X concedioacute al concejo de Sevilla las villas de Moroacuten Cote Cazalla Osuna y Lebrija lo hizo con la contrapartida ndashy asiacute lo expresa literalmente el documentondash de que

ldquo(hellip) me tengan estos logares sobredichos bien poblados de ommes bo-

nos en lo que ellos ouieren de poblarrdquo172

Otro ejemplo cuando en 1279 la Corona adjudicoacute Moroacuten y Cote a la Orden de Alcaacutentara una claacuteusula del privilegio especificaba que el con-vento conservariacutea ambos enclaves siempre que sus maestres ldquolos touie-ren poblados assiacute como deuenrdquo173

Son tambieacuten muchos los diplomas que justifican la concesioacuten de mer-cedes reales con aducciones de caraacutecter repoblador Al otorgar en 1271 el fuero de Sevilla y un mercado semanal al concejo de Moroacuten ldquoque es en la fronterardquo el rey reconocioacute hacerlo ldquoporque la uilla se pueble meiorrdquo174 y cuando por las mismas fechas repartioacute heredades entre los repoblado-res moronenses alegoacute que la medida perseguiacutea ldquopoblar mejor el logarrdquo175

La segunda tarea de los peones de Andaluciacutea fue la defensa de la tie-rra recibida algo exclusivo del feudalismo hispaacutenico176 Debioacute tratarse con mucho de la carga maacutes odiada por los repobladores de a pie ya que la gran mayoriacutea de ellos no eran profesionales de la guerra Para un

171 No sabemos exactamente cuaacutendo se acuntildeoacute la expresioacuten Banda Morisca con la que durante los siglos XIV y XV se designoacute el sector fronterizo del reino de Sevilla con el emirato de Granada Siacute sabemos en cambio que debioacute ser en Sevilla lo mismo que en ella se creoacute la expresioacuten Banda Gallega para referirse a los territorios sometidos a la jurisdiccioacuten del concejo hispalense que haciacutean frontera con el reino de Portugal Es probable que esta locucioacuten comenzara a emplearse bien entrado el siglo XIV pero se aplicaba a un territorio configurado militar poliacutetica juriacutedica y administrativamente en la centuria anterior Asiacute seguacuten Gonzaacutelez Jimeacutenez la Banda Morisca fue en un sen-tido restringido y exacto ldquoel conjunto de territorios fronterizos que dependieron de la jurisdiccioacuten de Sevilla Moroacuten Osuna y Cote en alguacuten momento del siglo XIII y duran-te buena parte de los siglos XIV y XV Matrera y Arcosrdquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa Banda Morisca en el siglo XIII el nacimiento de una fronterardquo p 13

172 Diplomatario doc nuacutem 81 (pp 85-87)173 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480)174 Diplomatario doc nuacutem 389 (pp 409-410)175 Diplomatario doc nuacutem 388 (pp 408-409)176 Como ya hemos indicado a cambio de recibir en heredamiento vecindades suficientes

para asegurar la vida de sus familias los peones fueron compelidos a prestar deberes militares como infanteriacutea Veacutease LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteosrdquo p 438

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 85

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

simple labriego o para un escribano empuntildear un arma y saberla utili-zar llegado el momento debiacutea ser algo realmente inquietante maacutexime cuando se era plenamente consciente de que la falta de destreza para ello podiacutea costarle la vida

No obstante en una de las primeras localidades repobladas despueacutes de la revuelta mudeacutejar de 1264 Jerez de la Frontera las categoriacuteas so-cio-militares habituales en los libros de repartimiento de caballeros hi-dalgos caballeros ciudadanos y peones se amplioacute para dar entrada a nuevos grupos especiales de repobladores como eran los ballesteros del rey los adalides los almocadenes los almogaacutevares los ballesteros los arqueros los lanceros y los escuderos177 iquestQueacute estaba sucediendo Senci-llamente que con el tiempo el grupo de los peones fue hacieacutendose maacutes diverso y confuso hasta el punto de que en su seno llegariacutea a haber des-de experimentados militares profesionales a simples campesinos Este grupo se acaboacute convirtiendo por lo tanto en una categoriacutea socio-militar heterogeacutenea en la que adalides almocadenes y peones debiacutean unirse y organizarse para defender eficazmente el territorio como ya regularon las Partidas

ldquo(hellip) los adalides e los almocadenes deuen mucho catar que lieuen con-

sigo peones en las caualgadas e en los otros fechos de guerrardquo178

177 Pondremos soacutelo dos ejemplos de los muchos posibles para ilustrar esta realidad lo ocurrido en Alcalaacute de Guadaiacutera y en Coria del Riacuteo Hasta 1253 soacutelo debioacute haber en Al-calaacute un reducido contingente de soldados acantonados en la fortaleza Despueacutes de esa fecha y una vez concluido el repartimiento de Sevilla llegariacutea a la plaza una oleada de repobladores propiamente dicho que recibiriacutean casas en la villa y tierras en la hacien-da de Borgalhamar propiedades todas que el rey habiacutea reservado inicialmente para sus galeras Los beneficiarios de las heredades alcalaiacutenas fueron los integrantes de cinco cuadrillas de almogaacutevares dirigidas por sus respectivos almocadenes o jefes de grupo En total se instalaron en la villa 56 guerreros profesionales (51 almogaacutevares y 5 almocadenes) cuyos nombres conocemos y a los que se les entregoacute tierras de labor vintildeas olivares y huertas ademaacutes de las casas correspondientes (60 en total) Es posible que ya por estas fechas rompiendo de alguna manera lo pactado en 1246 los pobla-dores mudeacutejares de Alcalaacute hubiesen sido desplazados de la villa al arrabal Este reveacutes pudo provocar la emigracioacuten de muchos de ellos a Granada como fue el caso seguacuten consta de su alcalde Abeacuten Paxat Por otro lado Alfonso X adjudicoacute en marzo de 1265 la alqueriacutea de Coria a 150 pobladores catalanes probablemente ballesteros adscritos a las galeras del rey Veacutease sobre este particular GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo II pp 107-109 y 164 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 107-108 y Diplomatario doc nuacutem 303 (pp 326-327)

178 Partida II Tiacutetulo XXII Ley VII p 78v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9686

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

De la diversidad existente dentro del conjunto de los peones tambieacuten se hace eco la gran obra legislativa del Rey Sabio seguacuten la cual dichos peones debiacutean estar por ley

ldquo(hellip) bien guisados de buenas lanccedilas e buenos dardos e cuchillos e pu-

ntildeales e otrosiacute deuen traer consigo omes que sepan tirar de ballesta e

que trayan los guisamientos que pertenescen a fecho de ballesteriacutea ca

estos omes cumplen mucho a fecho de guerrardquo179

Se pretendiacutea con ello asegurar que en todo ejeacutercito y con maacutes motivo en la Frontera hubiera especialistas en toda suerte de armas A pesar de que la mayoriacutea de los peones no eran como hemos comentado soldados profesionales a la hora de luchar se les exigiacutea el mismo valor y decisioacuten que a los militares de oficio Asiacute cuando habiacutea que ldquoentrar en tierra de los enemigosrdquo era preferible hacerlo ldquocon pocos peones e buenos que con muchos e malosrdquo Ademaacutes los componentes de este amplio grupo debiacutean ser en liacuteneas generales ldquoligeros e ardides e bien facionados de sus miembros para bien sofrir el afaacuten de la guerrardquo180

Conocemos casos concretos en los que se encargoacute a grupos de peo-nes el cumplimiento de determinados objetivos militares En 1253 por ejemplo Alfonso X encomendoacute a una tropa de ldquotrecientos peonesrdquo (que quedaron bajo las oacuterdenes de cien caballeros de linaje) la defensa del castillo de Triana la Torre del Oro y ldquola puente quacuteestaacute en medio para que la villa non sea entrada por ninguacuten enemigordquo La carta especifica que se trataba de ldquopeones de menestralesrdquo es decir de simples vecinos per-trechados181 Maacutes tarde en 1264 el monarca expidioacute una carta-puebla para repoblar la villa de Osuna en la que haciacutea mencioacuten expresa a la ldquoobligacioacuten de la castilleriacuteardquo lo que significaba que los nuevos poblado-res quedaban emplazados a defender el castillo las torres y las murallas de la plaza182 En ese documento se instaba tambieacuten a los repobladores a mantener armas en buen estado En el mismo sentido la carta-pue-bla otorgada a Alcalaacute de Guadaiacutera en 1280 estableciacutea obligaciones muy parecidas a los ciento cincuenta pobladores que habriacutean de llegar a la villa En este caso los cometidos militares eran concretamente ldquovelar

179 Ibid180 Ibid181 Diplomatario doc nuacutem 102 (p 104)182 Esta carta-puebla fue editada en GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoOsuna en el siglo XIIIrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 87

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

cada noche el castillordquo ldquovelar el arraual seguacuten entendierenrdquo y sobre todo a fin de guardar convenientemente la fortaleza de la plaza morar en ella ldquocon vuestros cuerposrdquo183

La tercera y uacuteltima gran funcioacuten exigida a los peones que repoblaron las villas andaluzas fue la de cultivar la tierra El deber de sembrar los campos tambieacuten estaacute regulado en las Partidas

ldquoLos peones que andan con los adalides e con los almocadenes en fecho

de guerra ha menester que sean fechos e acostumbrados e guisados al

ayre e a los trabajos de la tierrardquo184

La tierra andaluza era feacutertil y generosa y Alfonso X lo sabiacutea perfec-tamente ldquoLa Frontera de Espantildea es de natura caliente e las cosas que nascen en ella son maacutes gruessas e de maacutes fuerte complisioacuten que las de la tierra viejardquo185 Esta circunstancia explica el intereacutes del rey porque los re-pobladores al tiempo que defendiacutean el territorio labraran sus campos La obligacioacuten de trabajar la tierra se detecta en algunos documentos de caraacutecter repoblador como la ya citada carta-puebla de Osuna que con-cediacutea heredades a los pobladores ldquocon tal que fuesen obligados a plantar de vintildeardquo las propiedades percibidas186 Algo parecido ocurrioacute en Moroacuten villa de la fueron expulsados los mudeacutejares en 1254 quedando toda la tierra calva ldquopara labranza de los del pueblordquo187

3 Conclusiones

Hemos diferenciado en el presente trabajo dos tipos distintos de va-sallos directos del monarca para el siglo XIII andaluz los pertenecientes a la alta nobleza del reino y los hidalgos y caballeros villanos

En relacioacuten a los primeros verificamos coacutemo en las tierras andalu-zas se dieron al menos cuatro episodios en los que el beneficio se basoacute en el feudo otorgado el sentildeoriacuteo de Baeza respetado a Abu Muhammad Abu Abdala al-Bayyasiacute el reino de Granada a Muhammad I el reino de Niebla a Abeacuten Mahfot y el reino de Murcia a Abenhut De las seten-

183 FERNAacuteNDEZ GOacuteMEZ ldquoNuevos datos y documentos sobre la repoblacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacuterardquo p 177

184 Partida II Tiacutetulo XXII Ley VII pp 78r y v185 Ibid p 78r186 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 85187 Diplomatario doc nuacutem 147 (pp 158-160)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9688

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ta concesiones sentildeoriales efectuadas en la frontera de Granada duran-te los reinados de Fernando III y Alfonso X hasta en cinco ocasiones (Benamejiacute Vierbeacuten Bornos Osuna y Estepa) el motivo de la donacioacuten fue el de galardonar los meacuteritos de guerra prestados en el pasado y en otras quince (Carchel Matrera Alcalaacute de Guadaiacutera Cuadros Chincoya y Nebliacuten (por dos veces) Baena Estepa Moroacuten Cote Medina Sidonia Alcalaacute de los Gazules y Cabra) la concesioacuten tuvo como contrapartida el compromiso de ofrecer auxilio militar en el futuro En cuatro casos (An-tequera Archidona Alcalaacute de Abenzaide y Marbella) se autorizoacute la en-trega de sentildeoriacuteos pertenecientes todaviacutea a las autoridades granadinas y en once (Matrera Constantina Alcalaacute de Guadaiacutera Cazalla Brenes Tercia Umbrete Osuna Moroacuten Medina Sidonia y Tintildeosa) el monarca segoacute la inmunidad y la jurisdiccioacuten imponiendo su voluntad en los feu-dos transferidos ldquoque entre hy nuestro Adelantadordquo ldquoque los cristianos que hy poblaren que se iudguen por el Fuero de Seuillardquo o ldquoque alliacute sea su conuento e non en otro lugarrdquo

Siendo precisos es cierto que las concesiones que se realizaron bajo estas premisas no constituyen un porcentaje alto con respecto al total de donaciones fronterizas Ahora bien como ya indicamos cierto es tambieacuten que los textos de dichas concesiones son la mayoriacutea de las ve-ces muy geneacutericos y no detallan las condiciones especiacuteficas de las en-tregas regias En cualquier caso creemos que los contextos analizados demuestran a las claras la existencia de originalidades en el feudalismo practicado en la frontera de Granada derivadas sin lugar a dudas de la proximidad del Islam En definitiva el proceso de sentildeorializacioacuten baacutesi-camente jurisdiccional llegoacute a Andaluciacutea en una fase avanzada y auacuten asiacute se detectan notables particularidades con respecto a otros territo-rios de Castilla debido primordialmente al contexto de guerra vivido en el valle del Guadalquivir durante la segunda mitad del siglo XIII

Con respecto al vasallaje de hidalgos y caballeros villanos tambieacuten aquiacute fue decisiva la cercaniacutea de Al-Aacutendalus en la medida en que la ayuda mili-tar debida al monarca por la concesioacuten de un heredamiento o de un feudo de bolsa consistioacute principalmente en defender el territorio de los posibles ataques musulmanes Este cometido fue impuesto tambieacuten a los peones es decir a los simples repobladores o ldquocampesinos vasallosrdquo cuya actividad militar no es apreciable en ninguacuten otro lugar de la Europa del siglo XIII

Concluimos Los cuatro motivos que explicoacute Garciacutea de Valdeavellano para justificar las concesiones reales de tierras en la Espantildea medieval

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 89

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

(merced que se haciacutea al donatario mecanismo para ganarse partidarios fomento del cultivo de la tierra y distincioacuten por los servicios militares prestados o por prestar) se dieron efectivamente en la frontera de Gra-nada durante el reinado de Alfonso X aunque predominan claramente los dos uacuteltimos el primero de ellos correspondiente en un sentido es-tricto al reacutegimen sentildeorial y el segundo al feudal

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

ALFONSO X EL SABIO Las Siete Partidas (glosadas por el Licenciado Gregorio Loacutepez) tomos I y II Salamanca 1555 (ed facs Boletiacuten Ofi-cial del Estado Madrid 1985)

ALFONSO X EL SABIO Estoria de Espantildea ed Ramoacuten Meneacutendez Pidal (Primera Croacutenica General) Bailly-Baillieacutere e hijos Madrid 1906

Croacutenica de Alfonso X Seguacuten el Ms II2777 de la Biblioteca del Palacio Real (Madrid) ed Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (edicioacuten transcripcioacuten y no-tas) Real Academia Alfonso X el Sabio Murcia 1999

Croacutenicas Anoacutenimas de Sahaguacuten ed Julio Puyol Boletiacuten de la Real Acade-mia de la Historia LXXVI (1920) pp 7-26 111-122 242-257 339-356 395-419 512-519 y LXXVII (1920) pp 51-59 151-192

Croacutenica Latina de los Reyes de Castilla ed Luis Charlo Brea Akal Ma-drid 1999

Mariacutea del Mar GARCIacuteA GUZMAacuteN Coleccioacuten Diplomaacutetica del Adelanta-miento de Cazorla (1231-1495) Universidad de Caacutediz Caacutediz 1991

Julio GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Ayuntamiento de Sevilla Se-villa 1998

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Diplomatario Andaluz de Alfonso X El Monte Sevilla 1991

Joseacute HERNAacuteNDEZ DIacuteAZ Antonio SANCHO CORBACHO y Francisco CO-LLANTES DE TERAacuteN Coleccioacuten Diplomaacutetica de Carmona Imprenta Editorial de la Gavidia Sevilla 1941

IBN IDARI AL-MARRAKUSI Al-Bayan Al-Mugrib ed Ambrosio HUICI MIRANDA (edicioacuten y traduccioacuten) Coleccioacuten de Croacutenicas Aacuterabes de la Reconquista Tetuaacuten Editora Marroquiacute Tetuaacuten 1954 vol III

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9690

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

2 Bibliografiacutea

Joseacute Mariacutea ALCAacuteNTARA VALLE ldquoNobleza y sentildeoriacuteos en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X Aproximacioacuten a su estu-diordquo Viacutenculos de Historia Revista del Departamento de Historia de la Universidad de Castilla-La Mancha 2 2013 pp 207-232

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLas Oacuterdenes Militares en la conquista de Sevillardquo Sevilla 1248 Congreso Internacional Conmemorativo del 750 Aniversario de la Conquista de la Ciudad de Sevilla por Fernando III Rey de Castilla y Leoacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (coord) Centro de Estudios Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 167-189

Emilio CABRERA MUNtildeOZ ldquoOriacutegenes del sentildeoriacuteo de Espejo y formacioacuten de su patrimonio territorial (1297-1319)rdquo En la Espantildea medieval II vol 1 1982 pp 211-232

Antonio COLLANTES DE TERAacuteN SAacuteNCHEZ ldquoLos sentildeoriacuteos andaluces Anaacutelisis de su evolucioacuten territorial en la Edad Mediardquo Historia Insti-tuciones Documentos 6 1979 pp 89-112

Carlos ESTEPA DIacuteEZ Las Behetriacuteas Castellanas vols I y II Junta de Cas-tilla y Leoacuten Valladolid 2003

Marcos FERNAacuteNDEZ GOacuteMEZ ldquoNuevos datos y documentos sobre la re-poblacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacutera (1280-1335)rdquo Historia Instituciones Documentos 31 2004 pp 167-191

Franccedilois-Louis GANSHOF El feudalismo Ariel Barcelona 1978

Manuel GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ Andaluciacutea Guerra y Frontera 1312-1350 Fondo de Cultura Andaluza Sevilla 1990

Manuel GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ La campintildea sevillana y la frontera de Gra-nada (siglos XIII-XV) Estudios sobre poblaciones de la Banda Morisca Universidad de Sevilla y Fundacioacuten Contsa Sevilla 2005

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoLos acontecimientos poliacutetico-militares de la Frontera en el uacuteltimo cuarto del siglo XIIIrdquo Revista de Historia Mili-tar 64 1988 pp 9-71

Mariacutea del Mar GARCIacuteA GUZMAacuteN El Adelantamiento de Cazorla en la Baja Edad Media Un sentildeoriacuteo eclesiaacutestico en la frontera castellana Universidad de Caacutediz Caacutediz 1985

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoConsideraciones sobre el pacto de Jaeacuten de 1246rdquo Sevilla 1248 Congreso Internacional Conmemorativo del 750 Aniversario de la Conquista de la Ciudad de Sevilla por Fernando III

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 91

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Rey de Castilla y Leoacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (coord) Centro de Estudios Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 715-722

Luis GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico y otros estu-dios de historia medieval Ariel Barcelona 1981

Julio GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Coacuterdoba Coacuterdoba 1980

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzas y otros docu-mentos sevillanos del reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos 16 1989 pp 103-132

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoOrdenanzas y fuero concedidos a la ciu-dad de Coacuterdoba por Fernando IIIrdquo Cuadernos de Estudios Medievales y Ciencias y Teacutecnicas Historiograacuteficas 17 1992 pp 399-412

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmona Estudio y edicioacutenrdquo Historia Instituciones Documentos 8 1981 pp 59-84

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacutea (si-glos XIII al XV)rdquo Anuario de Estudios Medievales 15 1985 pp 315-330

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlcalaacute de Guadaiacutera en el siglo XIII Con-quista y repoblacioacutenrdquo Anales de la Universidad de Alicante 6 1987 pp 135-158

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea La repoblacioacuten del siglo XIII Universidad de Sevilla Sevilla 1988

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoRepoblacioacuten y repartimiento de Eacutecijardquo Actas del I Congreso sobre Historia de Eacutecija Genaro Chic Garciacutea (dir) Ayuntamiento de Eacutecija Eacutecija 1988 vol I pp 337-365

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo Historia de Andaluciacutea Antonio Domiacutenguez Ortiz et al (dirs) Planeta Barcelona 1992

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlgunas cuestiones en torno a los sentildeo-riacuteos andaluces del siglo XIIIrdquo Sentildeoriacuteo y feudalismo en la Peniacutensula Ibeacuterica (ss XII-XIX) Eliseo Serrano Martiacuten y Esteban Sarasa Saacutenchez (coords) Institucioacuten ldquoFernando el Catoacutelicordquo Zaragoza 1993 vol 1 pp 535-552

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlfonso X y las oligarquiacuteas urbanas de ca-ballerosrdquo Glossae Revista de Historia del Derecho Europeo 5-6 1993-1994 pp 195-214

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9692

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoOsuna en el siglo XIIIrdquo Osuna entre los tiempos medievales y modernos (siglos XIII-XVIII) Juan Joseacute Iglesias Rodriacuteguez y Manuel Garciacutea Fernaacutendez (coords) Ayuntamiento de Osuna y Universidad de Sevilla Sevilla 1995 pp 39-51

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa Banda Morisca en el siglo XIII el na-cimiento de una fronterardquo La Banda Morisca durante los siglos XIII XIV y XV Actas de las II Jornadas de Temas Moronenses Manuel Gar-ciacutea Fernaacutendez (dir) Fundacioacuten Fernando Villaloacuten Moroacuten de la Fron-tera 1996 pp 13-23

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoEl repartimiento de Carmonardquo Actas del I Congreso de Historia de Carmona La Edad Media Congreso conme-morativo del 750 aniversario de la conquista de Carmona por Fernan-do III 1247-1997 Diputacioacuten de Sevilla Sevilla 1998 pp 199-223

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en la Fronterardquo II Estudios de Frontera Actividad y vida en la frontera Francisco Toro Ceballos y Joseacute Rodriacuteguez Molina (dirs) Diputacioacuten Provincial de Jaeacuten Jaeacuten 1998 pp 333-348

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Andaluciacutea a debate y otros estudios Uni-versidad de Sevilla Sevilla 1998

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoUna noble ccedilibdat e bona fundacioacuten y po-blamiento de El Gran Puerto de Santa Mariacutea por Alfonso X El Sabiordquo Alcanate Revista de Estudios Alfonsiacutees I 1998-1999 pp 20-21

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Repartimiento de El Puerto de Santa Ma-riacutea Universidad de Sevilla Caacutetedra Alfonso X el Sabio y Ayuntamiento de El Puerto de Santa Mariacutea Sevilla-El Puerto de Santa Mariacutea 2002

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de Arcos de la Fronterardquo Actas del I Congreso de Historia de Arcos de la Frontera Congreso conmemorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciu-dad por Alfonso X el Sabio 1253-2003 Ayuntamiento de Arcos de la Frontera Caacutediz 2003 pp 11-29

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos laquohombres del reyraquo en la Andaluciacutea del siglo XIIIrdquo Actas del III Congreso de Historia de Andaluciacutea vol 5 Coacuterdoba 2003 pp 363-396

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio Ariel Barcelona 2004

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLebrija en el siglo XIIIrdquo I Jornadas de His-toria de Lebrija Edad Media Ayuntamiento de Lebrija y Universidad de Sevilla Lebrija 2005 pp 15-30

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 93

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo El rey que marcoacute el destino de Espantildea Fundacioacuten Joseacute Manuel Lara Sevilla 2006

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII Universidad de Granada y Universidad de Sevilla Granada 2008

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Mercedes BORRERO FERNAacuteNDEZ e Isabel MONTES ROMERO-CAMACHO Sevilla en tiempos de Alfonso X el Sa-bio Ayuntamiento de Sevilla Sevilla 2000

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ y Antonio GONZAacuteLEZ GOacuteMEZ El libro del repartimiento de Jerez de la Frontera Estudio y edicioacuten Instituto de Estudios Gaditanos Caacutediz 1980

Ceacutesar GONZAacuteLEZ MIacuteNGUEZ Poder real y poder nobiliar en la Corona de Castilla (1252-1369) Universidad del Paiacutes Vasco Bilbao 2012

Paulino IRADIEL MURUGARREN ldquoEconomiacutea y sociedad feudo-sentildeorial cuestiones de meacutetodo y de historiografiacuteardquo Sentildeoriacuteo y feudalismo en la Peniacutensula Ibeacuterica (ss XII-XIX) Eliseo Serrano Martiacuten y Esteban Sa-rasa Saacutenchez (coords) Institucioacuten ldquoFernando el Catoacutelicordquo Zaragoza 1993 vol 1 pp 17-50

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA Granada Historia de un paiacutes islaacutemico (1232-1571) Gredos Madrid 1989

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteos en Anda-luciacuteardquo En torno al feudalismo hispaacutenico I Congreso de Estudios Medie-vales Fundacioacuten Saacutenchez-Albornoz Madrid 1989 pp 435-474

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA Los sentildeores de Andaluciacutea Investiga-ciones sobre nobles y sentildeoriacuteos en los siglos XIII a XV Universidad de Caacutediz Caacutediz 1998

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA y Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa po-blacioacuten en la frontera de Gibraltar y el repartimiento de Vejer (siglos XIII-XIV)rdquo Historia Instituciones Documentos 4 1977 pp 262-305

Angus MACKAY La Espantildea de la Edad Media desde la frontera hasta el Imperio (1000-1500) Caacutetedra Madrid 1980

Gonzalo MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III 1217-1252 La Olmeda S L Pa-lencia 1993

Jesuacutes MONTOYA MARTIacuteNEZ ldquoTres topoacutenimos en las Cantigas de Santa Mariacuteardquo VERBA Anuario Galego de Filoloxiacutea 6 1979 pp 17-24

Salvador de MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza en la Castilla medieval Real Academia de la Historia Madrid 2000

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9694

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Jesuacutes PADILLA GONZAacuteLEZ ldquoRepoblacioacuten y creacioacuten del sentildeoriacuteo de Es-pejordquo Actas del I Congreso de Historia de Andaluciacutea tomo I Publica-ciones del Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Coacuterdoba Coacuterdoba 1978 pp 309-323

Jesuacutes PADILLA GONZAacuteLEZ El fundador y la fundacioacuten del sentildeoriacuteo de Es-pejo (1260-1330) Pay Arias de Castro biografiacutea y estudio criacutetico Artes Graacuteficas Rodriacuteguez Coacuterdoba 1981

Dolores Mariacutea PEacuteREZ CASTANtildeERA Enemigos seculares guerra y treguas entre Castilla y Granada (1246-1481) Siacutelex Madrid 2013

Laureano RODRIacuteGUEZ LIAacuteNtildeEZ y Ana Mariacutea ANASAGASTI VALDERRA-MA Libro del Repartimiento de Medina Sidonia Estudio y edicioacuten Caja de Ahorros de Caacutediz Caacutediz 1987

Joseacute RODRIacuteGUEZ MOLINA El Reino de Jaeacuten en la Baja Edad Media As-pectos demograacuteficos y econoacutemicos Universidad de Granada Granada 1978

Joseacute Anselmo RUIZ DE CORTAacuteZAR Puerto de Santa Mariacutea Ilustrado y Compendio Historial de sus Antiguumledades (1764) ed Manuel Pache-co Albalate y Enrique Peacuterez Fernaacutendez Excmo Ayuntamiento de El Puerto de Santa Mariacutea El Puerto de Santa Mariacutea 1987

Claudio SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo tomo I Editorial Universitaria de Buenos Aires Buenos Aires 1974

Claudio SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo tomo III Editorial Universitaria de Buenos Aires Buenos Aires 1979

Rafael SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos linajes medievales de Arcos de la Fronterardquo Actas del I Congreso de Historia de Arcos de la Frontera Congreso conmemorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciudad por Alfonso X el Sabio 1253-2003 Ayuntamiento de Arcos de la Frontera Caacutediz 2003 pp 195-220

Rafael SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos Caballeros Jerezanos en la laquoNoacutemina de la Fronteraraquo de 1290rdquo En la Espantildea Medieval 29 2006 pp 31-51

Mariacutea Josefa SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo Historia Instituciones Documentos 3 1976 pp 535-551

Julio VALDEOacuteN BARUQUE ldquoSentildeoriacuteos y nobleza en la Baja Edad Media (el ejemplo de la Corona de Castilla)rdquo Revista dacutehistoria medieval 8 1997 pp 15-24

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 95

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Julio VALDEOacuteN BARUQUE ldquoSobre el feudalismo Treinta antildeos despueacutesrdquo Estudios sobre sentildeoriacuteo y feudalismo Homenaje a Julio Valdeoacuten Este-ban Sarasa Saacutenchez y Eliseo Serrano Martiacuten (eds) Institucioacuten ldquoFer-nando el Catoacutelicordquo Zaragoza 2010 pp 9-25

Braulio VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores de la Frontera o Andaluciacutea (siglos XIII-XIV) Diputacioacuten de Sevilla Servicio de Archivo y Publicaciones Sevilla 2006

Fecha de recepcioacuten 05-08-2019

Fecha de aceptacioacuten 30-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 97

LrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem et la guerre Structures et mutations

(c 1136-1309)

The Hospital of St John of Jerusalem and warfare Structures and changes (c 1136-1309)

Damien Carraz(Universiteacute Clermont-Auvergne)

Reacutesumeacute

Agrave la diffeacuterence des Templiers les Hospitaliers ont susciteacute peu de travaux speacute-cifiques sur la dimension militaire de leur vocation Sans perdre de vue lrsquoap-proche comparative qui est la mieux agrave mecircme de deacutevoiler lrsquooriginaliteacute de lrsquoHocircpi-tal lrsquoarticle revient sur les principaux apports de la recherche reacutecente Mecircme si le contexte de la Reconquista ne fut pas neacutegligeable la deacutefense des Eacutetats latins drsquoOrient puis le combat meneacute en Meacutediterraneacutee agrave partir de Rhodes informent le mieux sur les apports de cet ordre militaire agrave la conduite de la guerre

La chronologie et les modaliteacutes du processus de militarisation sont rappeleacutees dans un premier temps La transformation de la congreacutegation charitable en ordre militaire puissant et structureacute fut certes progressive mais le gouverne-ment du maicirctre Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) fut deacutecisif

Mecircme si lrsquoorganisation militaire fait intervenir de nombreux acteurs (merce-naires pieacutetons fregraveres sergentshellip) les sources valorisent surtout lrsquoeacutelite combat-tante des chevaliers Les meacutemoires du chevalier anglais Roger de Stanegrave veacute-hiculent des repreacutesentations inteacuteressantes sur la conduite de la guerre et lrsquoimage de lrsquoennemi Reacutedigeacute vers 1332 ce teacutemoignage encore peu exploiteacute renvoie agrave une expeacuterience remontant au dernier tiers du XIIIe siegravecle

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico damiencarrazwanadoofr Maicirctre de confeacuterences HDR en histoire meacutedieacutevale Centre drsquoHistoire laquoEspaces et Culturesraquo Universiteacute Clermont-Auvergne

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-12498

Damien Carraz

Cette derniegravere eacutepoque annonccedilait deacutejagrave bien des mutations Agrave titre individuel des fregraveres furent sommeacutes de mettre leur expertise diplomatique et guerriegravere au service des Eacutetats princiers Lrsquointeacuterecirct supeacuterieur des monarchies preacutevalait certes dans les deacutecennies 1270-1330 mais la floraison des traiteacutes de Recuperatio Terrae sanctae montre que la croisade occupait toujours les esprits Dans ce contexte loin drsquoecirctre purement theacuteoriques les propositions reacutedigeacutees par les fregraveres Roger de Stanegrave et Foulques de Villaret teacutemoignent drsquoune excellente connaissance du terrain oriental Degraves les anneacutees 1290 toutefois lrsquoHocircpital orientait ses activi-teacutes vers la surveillance des mers ce qui permit de prendre le controcircle de Rhodes en 1309 De fait le service militaire au couvent central et lrsquoactiviteacute de course devinrent le nouvel horizon des chevaliers de lrsquoHocircpital

Mots-cleacutes

Hocircpital de Saint-Jean ndash guerre ndash repreacutesentations ndash traiteacutes de croisade ndash police des mers

Abstract

Unlike the Templars the military dimension of the Hospitallersrsquo vocation has prompted very few specific studies Keeping a comparative approach in mind the most effective way of showcasing the Hospitalrsquos originality the article re-views the main contributions of recent research Though the context of the Re-conquista should not be underestimated the defence of the Latin East and the struggle in the Mediterranean based in Rhodes provide the best information on the contributions of this Military Order to the conduct of war

The article begins by looking back at the chronology and modalities of the mili-tarization process The evolution of the charitable congregation into a powerful and structured Military Order was gradual of course but the government of Master Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) was the most decisive

Though the military organisation involves many agents (mercenaries foot soldiers sergeant brothers) the sources place a particular emphasis on the knightly fighting elite The memoirs of the English knight Roger of Stanegrave provide interesting images on warfare and the perception of the enemy His rel-atively unexplored account written around 1332 refers to an experience dating back to the last third of the thirteenth century

This last period already announced many changes At an individual level brothers were summoned to offer their diplomatic and warlike expertise to the princely states The superior interest of the monarchies certainly prevailed in the 1270-1330s but the numerous treaties of Recuperatio Terrae sanctae show that the Crusade was still in everyonersquos mind In this context far from being purely theoretical the proposals written by the brothers Roger of Stanegrave and Foulques de Villaret reflect an excellent knowledge of the Eastern field By the 1290s however the Hospitalrsquos activities were gearing towards maritime sur-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 99

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

veillance which made seizing Rhodes in 1309 possible In fact military service at the Central Convent and the lsquocorsorsquo became the new horizon for the Knights Hospitaller

Keywords

Hospital of Saint John ndash warfare ndash images ndash crusade treaties ndash maritime policing

La petite ville de Pernes-les-Fontaines dans le Comtat-Venaissin conserve encore drsquoeacutetonnantes fresques dans une tour du XIIIe siegravecle Au sein drsquoune narration deacutedieacutee agrave la conquecircte du royaume de Sicile par Charles drsquoAnjou et glorifiant la participation du lignage provenccedilal des Baux lrsquoune des images illustre un eacutepisode du cycle de Guillaume drsquoOrange ougrave lrsquoon voit le heacuteros eacutepique vaincre en duel le geacuteant sarrasin Ysoreacute La question du commanditaire de ces peintures bien connues des speacutecialistes a susciteacute de nombreuses hypothegraveses Or si un rapport avec lrsquoordre de lrsquoHocircpital fut tocirct envisageacute Teacuterence Le Deschault a reacutecemment proposeacute drsquoattribuer la commande de ces deacutecors agrave Barral II de Baux cet eacuteminent dignitaire de lrsquoHocircpital actif dans les anneacutees 1310 eacutetait issu drsquoun lignage les Baux drsquoOrange qui preacutetendait justement descendre de Guil-laume drsquoOrange1

Si jrsquoai choisi cette image pour introduire mon propos crsquoest qursquoelle ren-voie agrave la fois agrave une forme de lutte sacraliseacutee contre les infidegraveles et aux prouesses chevaleresques Ces deux dimensions sont ici au moins de fa-ccedilon allusive associeacutees agrave lrsquoHocircpital Pourtant lorsqursquoil srsquoagit drsquoexploits de guerriers chreacutetiens face aux musulmans crsquoest drsquoabord aux templiers que lrsquoon pense De fait le rocircle militaire des templiers a eacuteteacute beaucoup mieux valoriseacute par les historiens2 Premier ordre militaire fondeacute agrave Jeacuterusalem au-tour de 1120 plongeacute dans une fin tragique moins de deux siegravecles plus tard le Temple a toujours fascineacute Les chroniques arabes qui reconnaissaient les exploits des ordres militaires en geacuteneacuteral faisaient deacutejagrave la part belle aux templiers parfois deacutesigneacutes comme les ennemis les plus redoutables de lrsquoIslam3 En Occident la litteacuterature eacutepique et romanesque leur assigna encore le meilleur rocircle comme deacutefenseurs de la Terre sainte gardiens du

1 LE DESCHAULT DE MONREDON ldquoLa tour Ferrande agrave Pernes-les-Fontaines (Vaucluse)rdquo2 Le lecteur trouvera la bibliographie essentielle dans CARRAZ Les Templiers et la

guerre3 CARRAZ ldquoTempliers et hospitaliers de Terre sainte au temps de Saladinrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124100

Damien Carraz

Graal ou modegraveles de chevaliers courtois4 Surtout la dimension guerriegravere des templiers semble mieux documenteacutee par les sources Certes la pro-duction normative de lrsquoordre ndash les retraits en particulier ndash ne forme pas un veacuteritable manuel militaire Mais elle codifie une expeacuterience de la guerre que la chevalerie franccedilaise avait deacutejagrave commenceacute agrave formaliser avant la naissance du Temple5 On y trouve des directives sur lrsquoordre de bataille en eacutechelles la faccedilon de charger de deacuteplacer une armeacutee en campagne de dresser un camphellip tout cela et plus encore est deacutetailleacute6 Agrave contrario le corpus leacutegislatif de lrsquoHocircpital pourtant plus deacuteveloppeacute et reacuteguliegraverement augmenteacute nrsquooffre rien de tregraves concret sur la conduite de la guerre

Crsquoest que contrairement au Temple lrsquoHocircpital ne fut pas conccedilu agrave lrsquoori-gine comme une laquo militia raquo une laquo chevalerie raquo On connaicirct en effet la vocation drsquoassistance de la fraterniteacute eacutetablie agrave Jeacuterusalem par le fregravere Geacuterard dans lrsquoorbite du monastegravere de Sainte-Marie Latine et drsquoun hocircpi-tal des pauvres7 En 1113 la bulle Piae postulatio voluntatis donnait son autonomie agrave lrsquohocircpital de Jeacuterusalem et ouvrait la voie agrave la constitution drsquoune veacuteritable congreacutegation hospitaliegravere lieacutee agrave la Terre sainte et agrave son pegravelerinage8 Par la suite ce sont les origines bibliques de la fondation et lrsquooeuvre bienfaitrice du bienheureux Geacuterard qui formegraverent le socle du leacutegendaire de lrsquoHocircpital9 Certes dans la laquo Chronique des maicirctres deacutefunts raquo associeacutee aux statuts et dont la reacutedaction srsquoest eacutetaleacutee sur le XIVe siegravecle les exploits guerriers des maicirctres du XIIe et du deacutebut du siegravecle suivant sont bien valoriseacutes10 Toutefois la circulation de ce texte nrsquoest probablement pas sortie de lrsquoordre et celui-ci nrsquoa pas susciteacute de chroniques attitreacutees exal-tant les exploits guerriers des fregraveres chevaliers comme ce fut le cas pour les teutoniques11 Ce nrsquoest qursquoassez tard pas avant le XVIe siegravecle sans doute

4 NICHOLSON Love War and the Grail5 Sur la theacuteorie de la guerre dans le contexte qui nous occupe ZOUACHE ldquoTheacuteorie mi-

litaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orient (Ve-VIIeXIe-XIIIe siegravecle) Bilan et perspectivesrdquo

6 DEMURGER ldquoLa mission des templiers la regravegle et le terrainrdquo7 DEMURGER Les Hospitaliers De Jeacuterusalem agrave Rhodes 1050-1317 p 43-728 HIESTAND Papsturkunden fuumlr Templer und Johanniter Neue Folge 110-1159 CALVET Les leacutegendes de lrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem10 Ainsi que lrsquoa releveacute Maria Bonet qui remarque aussi que les allusions aux activiteacutes

militaires se rareacutefient pour les maicirctres de la seconde moitieacute du XIIIe et du XIVe siegravecles (BONET DONATO ldquoLos Hospitalarios hispanosrdquo p 383-384)

11 Notamment avec la Chronique de la terre de Prusse de Pierre de Dusburg (dagger c 1331) cf GOUGUENHEIM ldquoLes guerres des ordres militaires furent-elles des guerres cheva-leresques Lrsquoexemple de la conquecircte de la Prusse (1230-1283)rdquo Chevalerie et christia-nisme aux XIIe et XIIIe siegravecles eacuted M AURELL et C GIRBEA Rennes 2011 p 291-313

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 101

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

que les chevaliers de Malte exaltegraverent la dimension guerriegravere de leur ordre et se preacutesentegraverent comme drsquoauthentiques chevaliers du Christ12

Le sujet pourra donc ecirctre abordeacute par une premiegravere mutation celle qui a transformeacute une congreacutegation hospitaliegravere en institution eacutegalement agrave vo-cation militaire Certes on ne saurait distinguer trop clairement lrsquoactiviteacute charitable de lrsquoengagement armeacute au service du pegravelerinage et de la Terre sainte dans lrsquoesprit de lrsquohomme meacutedieacuteval les deux actions participaient drsquoun mecircme acte de caritas ducirc agrave Dieu et au prochain Il nrsquoempecircche que la transformation de lrsquoHocircpital en institution religieuse militariseacutee eut des conseacutequences sur ses structures elles-mecircmes Ce que les historiens ont appeleacute laquo militarisation raquo de lrsquoHocircpital srsquoest inscrit dans un processus tout au long du XIIe siegravecle13 Mais srsquoil faut donner un repegravere chronologique on peut choisir 1136 agrave cette date la garde de la forteresse de Bethgibelin agrave la frontiegravere meacuteridionale du royaume de Jeacuterusalem symbolise le deacutebut drsquoun veacuteritable engagement militaire En 1309 lrsquoachegravevement de la conquecircte de Rhodes marque un tournant dans lrsquohistoire de lrsquoordre Lrsquoeacuteveacutenement en-teacuterine une autre mutation qui avait commenceacute agrave se dessiner degraves la perte drsquoAcre en 1291 la transformation en force navale de lrsquoHocircpital devenu lrsquounique ordre militaire en Meacutediterraneacutee orientale

Il ne srsquoagit pas ici de faire une chronique de lrsquoengagement de lrsquoHocircpital dans les combats des croisades ou de la Reconquista ni mecircme drsquoeacutevoquer les imposantes forteresses bacircties sur ces frontiegraveres de la chreacutetienteacute ou bien encore la guerre de siegravege Tout cela a eacuteteacute abondamment traiteacute dans drsquoexcellentes synthegraveses14 En outre les aspects particuliers de la partici-pation des hospitaliers aux combats notamment en peacuteninsule Ibeacuterique ont deacutejagrave eacuteteacute abordeacutes par des chercheurs mieux informeacutes que moi15 Plus modestement je mrsquointeacuteresserai plutocirct aux laquo structures raquo agrave la fois insti-tutionnelles et ideacuteologiques qui ont rendu possible la mutation de lrsquoHocirc-pital en ordre militaire

Sur les techniques de combat et la strateacutegie les hospitaliers ne se dis-tinguent guegravere de ce qui a pu ecirctre dit pour les autres combattants de lrsquoeacutepoque

12 BROGINI Une noblesse en Meacutediterraneacutee Le couvent des Hospitaliers dans la premiegravere moderniteacute p 118-124

13 GARCIA-GUIJARRO RAMOS ldquoLa militarizacioacuten de la Orden del Hospitalrdquo14 DEMURGER Les Hospitaliers RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant

BOAS Archaeology of the Military Orders15 BARQUERO GONI ldquoEl caraacutecter militar de la Orden de San Juan en Castilla y Leoacuten (siglos

XII-XIV)rdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124102

Damien Carraz

des croisades et notamment pour les templiers16 En revanche lagrave ougrave la do-cumentation lieacutee agrave lrsquoHocircpital peut apporter un eacuteclairage diffeacuterent crsquoest sur la contribution des fregraveres aux projets de croisade qui fleurirent agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle Lagrave apparaissent une reacuteflexion strateacutegique une connaissance du terrain une image de lrsquoennemi des valeurs lieacutees aux com-battants chreacutetiens en bref crsquoest lagrave que se reacutevegravele une culture de guerre En deacutefinitive crsquoest en tant que pheacutenomegravene culturel que lrsquoon pourra envisager le rapport des hospitaliers agrave la guerre selon lrsquoapproche plus structuraliste du fait guerrier proposeacutee par la laquo Nouvelle histoire-bataille raquo

1 Structures De la confreacuterie charitable agrave lrsquoordre militaire

11 Le processus de militarisation

Beaucoup a eacuteteacute eacutecrit sur le processus dit de laquo militarisation raquo de lrsquoHocircpital17 Pour simplifier les deacutebats il me semble qursquoil faut distinguer drsquoune part la reacutealiteacute des pratiques drsquoautre part lrsquointeacutegration toujours plus lente de ces pratiques par la norme ou par lrsquoideacuteologie

La bulle Quam amabilis Deo octroyeacutee en 1139 par le pape Innocent II offre un point de deacutepart18 Celle-ci livre une premiegravere allusion claire agrave lrsquoem-ploi de laquo sergents raquo (servientes) soldeacutes par lrsquohocircpital de Jeacuterusalem afin de deacutefendre les pegravelerins se rendant aux lieux saints Or laquo servientes raquo deacutesigne ici des combattants non-nobles autrement dit des mercenaires On ignore depuis quand lrsquohocircpital fondeacute par Geacuterard prenait en charge cette mission de protection des pegravelerins en embauchant des mercenaires Nul doute en tout cas que le problegraveme fut crucial puisque crsquoest preacuteciseacutement cette action qui incita agrave la creacuteation drsquoune milice du Temple autour de 112019 Une milice dont rappelons-le les chevaliers eacutetaient heacutebergeacutes agrave lrsquohocircpital Saint-Jean-Baptiste de Jeacuterusalem La tradition historiographique attacheacutee agrave lrsquoHocircpital illustreacutee notamment par la Cronica magistrorum defunctorum ne se prive pas de rappeler que pour venir en aide aux pegravelerins lrsquoordre employait une trentaine de donneacutes drsquoascendance chevaleresque20 Or crsquoest preacuteciseacutement

16 ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie (4911098-5891174) 17 On trouvera la bibliographie essentielle dans FOREY ldquoMilitarisationrdquo18 Cartulaire geacuteneacuteral de lrsquoordre des Hospitaliers de Saint-Jean-de-Jeacuterusalem [deacutesormais

CGH] ndeg 130 (7 mai [1139-1143])19 DEMURGER Les Templiers Une chevalerie chreacutetienne au Moyen Acircge p 22-3120 Je cite drsquoapregraves sa version occitane cette Vie des grands maicirctres qui confond dans cet

eacutepisode les maicirctres Guillaume de Chacircteauneuf et Garin de Montaigu Les statuts de lrsquoordre de Saint-Jean de Jeacuterusalem p 303-304

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 103

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

de cette communauteacute de pieux chevaliers laiumlques que sortiraient ceux que lrsquoon a pris lrsquohabitude drsquoappeler laquo proto-templiers raquo Je ne ferais donc pas re-monter lrsquoemploi de mercenaires par les hospitaliers au deacutebut du XIIe siegravecle contrairement agrave certains auteurs21 Je pense au contraire que crsquoest agrave lrsquoimi-tation de lrsquoexpeacuterience templiegravere et mecircme peut-ecirctre pour appuyer les pre-miers templiers qui peinaient agrave recruter que les hospitaliers assumegraverent aussi la protection des pegravelerins par lrsquointermeacutediaire de mercenaires22 Ceci nrsquoa donc pas pu intervenir avant les anneacutees 1120-1130

La protection des pegravelerins est une chose la deacutefense du territoire face agrave lrsquoennemi musulman en est une autre En 1136 le roi Foulques de Jeacuterusalem ceacutedait aux hospitaliers la forteresse de Bethgibelin Celle-ci commandait une importante seigneurie et se trouvait surtout face agrave Ascalon la place fatimide verrouillant lrsquoentreacutee dans le territoire eacutegyptien Moins drsquoune di-zaine drsquoanneacutees plus tard le comte Raimond II de Tripoli confiait agrave son tour cinq points fortifieacutes dont le Crac octroyeacute avec un vaste territoire Ces sites deacutefensifs se trouvaient agrave la frontiegravere du comteacute de Tripoli au contact de la principauteacute Zankide Lagrave les hospitaliers reccedilurent en garde une veacuteritable marche assortie de droits juridictionnels comprenant notamment une part du butin pris agrave lrsquoennemi et la participation aux deacutecisions relevant de la paix et de la guerre23 Les princes des Eacutetats latins ont donc clairement impliqueacute lrsquoHocircpital dans la deacutefense de leurs territoires Comme tout seigneur lrsquoordre pouvait alors faire garder ces chacircteaux par des vassaux et des mercenaires Mais de telles responsabiliteacutes suggegraverent que des fregraveres devaient bien ecirctre instruits dans lrsquoart de la guerre pour assumer au moins lrsquoencadrement de ces troupes Certes jusqursquoau milieu du XIIe siegravecle tous les teacutemoignages va-lorisent la vocation charitable sans jamais faire allusion agrave une mission ar-meacutee Mais crsquoest sans doute comme on lrsquoa supposeacute plus haut parce que la protection armeacutee des pegravelerins nrsquoeacutetait pas dissocieacutee de lrsquooeuvre drsquoassistance De fait la regravegle reacutedigeacutee par Raymond du Puy avant 1153 ne fait toujours aucune allusion agrave une activiteacute militaire Pourtant des fregraveres avaient peut-ecirctre deacutejagrave participeacute aux combats engageacutes par les croiseacutes comme les siegraveges de Damas (1148) et drsquoAscalon (1153)

21 BELTJENS ldquoLa papauteacute et les querelles reacutecurrentes qui opposaient les hospitaliers aux templiersrdquo Lrsquoauteur fait notamment une mauvaise interpreacutetation drsquoune charte albigeoise de 1108 ougrave les ldquotres militibus et sirventordquo ne se reacutefegraverent pas agrave des fregraveres de lrsquoHocircpital mais agrave un droit drsquoalbergue (p 6)

22 Du reste Jacques de Vitry ne dit pas autre chose (Jacques de Vitry Histoire orientale sect 65 p 189)

23 DEMURGER Les Hospitaliers p 87-92

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124104

Damien Carraz

Crsquoest sous la maicirctrise de Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) que se produisit le basculement deacutecisif de lrsquoinstitution charitable agrave lrsquoordre agrave la fois militaire et hospitalier On sait que ce maicirctre engagea totalement son institution dans la strateacutegie de conquecircte de lrsquoEacutegypte souhaiteacutee par le roi Amaury de Jeacuterusalem En 1168 Gilbert drsquoAssailly promettait notamment de fournir les effectifs significatifs de 500 chevaliers et 500 turcoples Drsquoautre part alors qursquoavant 1160 lrsquoordre deacutetenait moins drsquoune dizaine de points fortifieacutes agrave lrsquoeacutechelle des Eacutetats latins le gouvernement de ce maicirctre vicirct lrsquoacquisition drsquoune douzaine de fortifications suppleacutementaires et de droits seigneuriaux sur une demi-dizaine drsquoautres sites fortifieacutes24 Tous ces investissements en moyens mateacuteriels et humains neacutecessitaient des capaciteacutes financiegraveres qui montrent combien lrsquoHocircpital eacutetait deacutejagrave une institution solide

Quant agrave lrsquoautre frontiegravere majeure en Occident face agrave al-Andalus lrsquoim-plication de lrsquoHocircpital dans la reconquecircte nrsquoest pas agrave remettre en cause Certains auteurs supposent que le processus de militarisation deacutebuta mecircme en peacuteninsule Ibeacuterique plus tocirct qursquoen Terre sainte Mais la partici-pation des hospitaliers aux combats nrsquoest pas clairement documenteacutee et les indices sont plutocirct indirects les nombreux chacircteaux confieacutes agrave leur garde sur la frontiegravere les concessions royales de terres agrave conqueacuterir la colonisation des territoires conquishellip tout cela laisse bien deviner leur action dans la Reconquista25

Il nrsquoest donc guegravere douteux que dans les anneacutees 1160 lrsquoordre dispo-sait dans ses rangs de fregraveres combattants en Terre sainte Comme tou-jours la norme fut lente agrave rendre compte de cette reacutealiteacute Ce nrsquoest qursquoen mai 1179 par une reacuteactualisation de la bulle Quam amabilis Deo que fut clairement mentionneacute lrsquoengagement des fregraveres eux-mecircmes dans la protection des pegravelerins Pourtant lrsquoordre avait deacutejagrave adapteacute son organi-sation agrave ses missions armeacutees comme on le voit en pistant les mentions de fregraveres et de dignitaires destineacutes agrave la fonction militaire

12 Une organisation militaire

On peut srsquoappuyer ici sur les travaux fondamentaux de Jochen Burg-torf sur le couvent central Les premiers officiers apparus eacutetaient logique-ment relieacutes agrave lrsquoadministration ou agrave lrsquoencadrement spirituel et charitable

24 DEMURGER Les Hospitaliers p 369-376 25 BARQUERO GONI ldquoLa Orden Militar de San Juan y la Reconquistardquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 105

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

treacutesorier hospitalier prieur commandeurhellip26 Toutefois la responsabiliteacute de la garde de chacircteaux neacutecessita assez tocirct lrsquoapparition drsquoun officier speacute-cialiseacute Degraves 1155 eacutetait signaleacute un chacirctelain (castellanus) attacheacute agrave Bethgi-belin27 Les apparitions de ces officiers se multipliegraverent par la suite agrave la tecircte des principales places de lrsquoordre Margat le Crac Belvoirhellip Degraves 1169-1170 les chacirctelains de Bethgibelin et de Belmont jouegraverent un rocircle impor-tant dans la crise institutionnelle provoqueacutee par la reacutesignation de Gilbert drsquoAssailly Et les statuts dits de Margat en 1204-1206 confirment deacutejagrave dans la hieacuterarchie du couvent central lrsquoimportance de ces officiers qui disposaient drsquoun veacuteritable commandement reacutegional28 Toutefois lrsquoofficier supeacuterieur chargeacute du commandement militaire eacutetait surtout le mareacutechal Un marescalcus qui eacutetait aussi laquo maicirctre de la maison de Tibeacuteriade raquo ap-paraicirct pour la premiegravere fois en 1165 Cette mention est fournie par une donation de Gautier prince de Galileacutee crsquoest-agrave-dire dans un espace fron-talier ougrave il est peu eacutetonnant de voir apparaicirctre un office militaire29 Le dernier office militaire agrave apparaicirctre est celui de turcoplier Mentionneacute en 1248 celui-ci accegravedera au rang de bailli capitulaire en 1303 tout en res-tant subordonneacute au mareacutechal Il commandait cette cavalerie leacutegegravere drsquoori-gine orientale composeacutee de turcoples qui eacutetaient apparus au service de lrsquoHocircpital agrave partir des anneacutees 116030

Lrsquoexistence de chacirctelains et drsquoun mareacutechal dans les anneacutees 1150-1160 sous-entend que ceux-ci avaient bien des fregraveres agrave commander Il faut pourtant attendre les statuts de Roger des Moulins en 1182 pour voir citer des laquo fregraveres drsquoarmes raquo pour la premiegravere fois31 Une vingtaine drsquoan-neacutees plus tard les statuts de Margat consacrent la premiegravere apparition officielle des deux cateacutegories de fregraveres combattants laquo freres chevaliers et les freres sergens qui servent drsquoarmes raquo soumis au mareacutechal32 Tout indique pourtant que degraves les anneacutees 1160 au plus tard lrsquoordre disposait de chevaliers profegraves33 Agrave ce titre rappelons qursquoil faut bien distinguer les

26 BURGTORF The Central Convent p 39-4327 BURGTORF The Central Convent p 52-5328 PRINGLE ldquoThe role of castellans in the Latin Eastrdquo p 193-194 Sur le contexte du cha-

pitre de Margat ldquoa milestone in the history of the Hospitallersrsquo leadership structuresrdquo BURGTORF The Central Convent p 115-120

29 BURGTORF The Central Convent p 43-44 30 CGH ndeg 402 (11 octobre 1168)31 CGH ndeg 627 sect 10 (14 mars 1182)32 CGH ndeg 1193 sect 11 33 DEMURGER Les Hospitaliers p 102-104

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124106

Damien Carraz

fregraveres chevaliers qui avaient ce statut et cette fonction au sein de lrsquoordre des fregraveres socialement issus de la chevalerie mais qui jusque-lagrave nrsquoassu-maient pas cette fonction au sein de lrsquoordre

Les statuts ulteacuterieurs et les usances preacutecisent notamment le rocircle du mareacutechal En lrsquoabsence du maicirctre ce dignitaire exerccedilait le comman-dement suprecircme en temps de guerre tous les officiers du couvent lui obeacuteissaient donc Le mareacutechal eacutetait responsable de lrsquoarmement de lrsquoeacutequipement et des chevaux qursquoil distribuait aux fregraveres Il conduisait les opeacuterations en campagne comme la marche dans le cadre de la cara-vane34 Le prestige croissant de cet office militaire est illustreacute par le rocircle-cleacute qursquoil joua pendant la cinquiegraveme croisade et par le fait qursquoau cours du XIIIe siegravecle trois anciens mareacutechaux acceacutedegraverent agrave la maicirctrise35 Agrave partir des anneacutees 1270 le mareacutechal se vit encore investi de missions diploma-tiques Aussi la diversiteacute des charges assumeacutees par cet officier rendit neacutecessaire une deacuteleacutegation drsquoautoriteacute agrave la fin du XIIIe siegravecle on vit appa-raicirctre un lieutenant du mareacutechal chargeacute drsquoinventorier de recevoir et de redistribuer armes et eacutequipements

2 Le combat et ses repreacutesentations

21 Les hospitaliers en ordre de bataille

En Terre sainte comme en peacuteninsule Ibeacuterique lrsquoHocircpital participa agrave tous les combats majeurs Comme le note Alain Demurger la preacutesence des hospitaliers dans les armeacutees royales fut constante normale mais au total limiteacutee36 Qursquoil srsquoagisse des croisades drsquoOrient ou de la Reconquista les fregraveres des ordres militaires ne furent jamais tregraves nombreux dans les armeacutees royales37

Lrsquoeacutevaluation des effectifs a beaucoup occupeacute les historiens Je ne fais donc que reprendre quelques estimations pour lesquelles il faut bien distinguer entre les fregraveres eux-mecircmes et les auxiliaires du reste souvent confondus avec les hospitaliers dans les sources38 En croisant sources latines et arabes Abbegraves Zouache propose une disponibiliteacute de 500 che-

34 CGH ndeg 2213 sect 93 (Usances)35 BURGTORF The Central Convent p 102-103 122 et 30836 DEMURGER Les Hospitaliers p 378-37937 Eacutetat de la question pour la peacuteninsule Ibeacuterique JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecia-

liseacute au service de la Reconquecircterdquo pp 194-19838 DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 107

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

valiers pour le seul Hocircpital degraves les anneacutees 116039 En 1168 on lrsquoa vu lrsquoordre se serait preacutepareacute agrave aligner dans lrsquoarmeacutee du roi de Jeacuterusalem 500 chevaliers et autant de turcoples Cette importante capaciteacute de mobi-lisation permet drsquoestimer que lrsquoHocircpital et le Temple confondus repreacute-sentaient agrave eux seuls au moins le tiers des effectifs de chevaliers des Eacutetats latins Le nombre des sergents est encore plus difficile agrave estimer Comme leur entretien eacutetait moins oneacutereux que celui des chevaliers A Zouache suggegravere un ratio de trois sergents pour un chevalier Formu-leacutee pour les templiers cette proposition peut probablement ecirctre eacutelargie aux hospitaliers La deacutefense des grosses forteresses neacutecessitait encore drsquoimportants moyens humains on a avanceacute les chiffres de 2 000 com-battants stationneacutes au Crac et drsquoun millier agrave Margat en 1212 ou encore de 600 chevaliers toujours agrave Margat dans les anneacutees 1280

Il srsquoagit de chiffres globaux qui posent la question de la part des seuls fregraveres profegraves Jonathan Riley-Smith pense qursquoils ne furent jamais plus de 300 dans tout lrsquoOrient latin Mecircme srsquoil srsquoagit peut-ecirctre drsquoune estimation basse il faut bien admettre que lrsquoessentiel du potentiel militaire de lrsquoHocirc-pital reposait sur des forces exteacuterieures vassaux milites ad terminum et surtout mercenaires comprenant les fameux turcopleshellip Les mentions ne manquent pas en effet de lrsquoemploi drsquohommes soldeacutes par les hospi-taliers comme par toutes les armeacutees de la croisade40 Toutefois on es-time difficilement leur part dans les effectifs geacuteneacuteraux tout comme leur speacutecialisation On peut penser que comme en Castille ces mercenaires engageacutes par les ordres militaires eacutetaient essentiellement des arbaleacute-triers et des pieacutetons41 On sait que ces professionnels disposaient de leur propre encadrement le maicirctre des archers et le maicirctre des sergents bien distingueacutes des fregraveres de lrsquoordre42

Le noyau deacutejagrave limiteacute de fregraveres combattants fut voueacute agrave se reacuteduire encore apregraves la perte de la Terre sainte alors que le repli sur Chypre et les soucis financiers engageaient vers drsquoautres strateacutegies de recon-quecircte Ainsi en 1301 le chapitre geacuteneacuteral portait lrsquoeffectif stationnant agrave Chypre agrave 70 chevaliers et 10 sergents43 En 1310 80 fregraveres chevaliers

39 ZOUACHE Armeacutees et combats p 611-61240 FOREY ldquoPaid troops in the service of Military Orders during the twelfth and thirteenth

centuriesrdquo41 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo p 200-20142 CGH ndeg 3317 sect 1 (statuts de 1268) 43 CGH ndeg 4549 sect 5 (22 octobre 1301) RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Le-

vant p 82-83

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124108

Damien Carraz

eacutetaient effectivement en garnison sur cette derniegravere icircle mais lrsquoessentiel de lrsquoarmeacutee hospitaliegravere eacutetait alors passeacutee agrave Rhodes Lrsquoinversion du ra-tio entre chevaliers et sergents du passage de la Terre sainte agrave Chypre peut srsquoexpliquer par une eacutevolution sociale le statut de chevalier avait acquis un tel prestige au sein de lrsquoHocircpital que la carriegravere des armes finit par ecirctre essentiellement reacuteserveacutee aux fregraveres drsquoorigine nobiliaire44 Plus qursquoune mission sacreacutee le service militaire en Orient eacutetait devenu source de prestige et la condition pour lrsquoaccomplissement drsquoune belle carriegravere

Les hospitaliers ont tregraves rarement combattu seuls ce qui explique que la speacutecificiteacute de leur action soit si difficile agrave identifier dans les sources narratives Les chroniqueurs arabes furent les premiers agrave per-cevoir les ordres militaires comme groupes distincts au sein des armeacutees latines Les auteurs chreacutetiens ne les identifiegraverent pas clairement avant la troisiegraveme croisade tandis que leur leadership apparut veacuteritablement agrave partir de la cinquiegraveme croisade45 Les ressorts de lrsquoefficaciteacute des ordres militaires sont bien connus ferme discipline coheacutesion solidariteacute bra-voure autant de qualiteacutes reconnues par les chroniqueurs arabes eux-mecircmes46 Une force confeacutereacutee par le disciplinamento monastique comme lrsquoa releveacute entre autres Jacques de Vitry Lors drsquoun eacutepisode de lrsquoeacuteprou-vant siegravege de Damiette agrave lrsquoeacuteteacute 1219 une partie des croiseacutes se deacutemobilisa laquo agrave lrsquoexception de ceux que leur obeacuteissance gardait dans la discipline militaire raquo et de citer quelques lignes plus loin le bloc constitueacute par les templiers les hospitaliers et les teutoniques autour des barons les plus valeureux47 Le combat chevaleresque notamment la fameuse charge agrave la lance coucheacutee exigeait une discipline et un entraicircnement dont rend bien compte la regravegle du Temple Pour lrsquoHocircpital des statuts tardifs nous apprennent simplement que les fregraveres combattants consacraient trois apregraves-midis par semaine agrave des exercices physiques et agrave lrsquoentrainement aux armes y compris agrave lrsquoarc48 En cela lrsquoordre illustrait bien les observa-tions des experts de la chose militaire du XIIIe siegravecle selon lesquels un

44 Sur lrsquoaristocratisation qui touche lrsquoensemble des ordres militaires agrave partir de la fin du XIIIe siegravecle Carraz ldquoLe monachisme militaire laboratoire de la sociogenegravese des eacutelites laiumlquesrdquo pp 47-48

45 A DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo pp 84-8746 A ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie p 346-34747 JACQUES DE VITRY Histoire orientale livre III sect 29 p 396-397 La force de la disci-

pline est une caracteacuteristique des ordres militaires bien remarqueacutee par les historiens par exemple pour la peacuteninsule Ibeacuterique GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa p 193

48 KING The Rule Statutes and Customs of the Hospitallers pp 145-146

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 109

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

petit groupe de guerriers bien entraineacutes pouvait lrsquoemporter sur un ad-versaire supeacuterieur en nombre49 Comme pour la chevalerie laiumlque une part de lrsquoexpeacuterience srsquoacqueacuterait agrave lrsquooccasion de tournois et autres joutes Mais nous ne savons pas grand-chose lagrave-dessus srsquoagissant des fregraveres des ordres agrave lrsquoexception drsquoun teacutemoignage ceacutelegravebre du pegravelerin Thietmar Ce-lui-ci raconte comment agrave chaque printemps les chevaliers chreacutetiens et notamment ceux des trois grands ordres militaires se reacuteunissaient au pied du Mont Carmel afin de mesurer leurs prouesses En peacuteriode de trecircve les cavaliers laquo sarrasins et beacutedouins raquo participaient volontiers agrave ces jeux preuve drsquoune veacuteritable communauteacute de valeurs entre chevale-ries chreacutetienne et musulmane50

La coheacutesion precircteacutee aux eacutechelles formeacutees par les ordres militaires ex-plique le rocircle qui leur fut assigneacute dans lrsquoencadrement des troupes de chevaliers laiumlques Lrsquohistoriographie a encore bien observeacute la capaciteacute des templiers et des hospitaliers agrave conduire des actions concerteacutees51 En Castille cette habitude a mecircme eacuteteacute formaliseacutee par des hermandades pas-seacutees entre les ordres militaires pour intervenir de concert Par exemple une clause de la constitutio intervenue en septembre 1178 agrave Salamanque stipula que le Temple lrsquoHocircpital et Santiago assumeraient lrsquoavant-garde et lrsquoarriegravere de lrsquoarmeacutee royale52 Classique en Terre sainte cette situation pouvait mettre les fregraveres agrave rude eacutepreuve Lors de la marche qui preacuteceacuteda lrsquoengagement agrave Arsucircr en septembre 1191 lrsquoarriegravere-garde de lrsquoost de Ri-chard Coeur de Lion avait eacuteteacute confieacutee aux hospitaliers Face aux harcegravele-ments des cavaliers leacutegers de Saladin et aux lourdes pertes en hommes et en chevaux le mareacutechal de lrsquoHocircpital Garnier de Naplouse perdit ses nerfs et lanccedila lrsquoassaut malgreacute les ordres du roi Cet engagement im-promptu aurait pu ecirctre catastrophique il se solda finalement par une victoire car lrsquoost royal fut contraint de suivre la charge hospitaliegravere met-tant ainsi les Turcs en fuite53 La position des deux ordres militaires en avant ou arriegravere-garde finit par ecirctre bien identifieacutee par lrsquoennemi Selon

49 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo pp 201-20250 CARRAZ Les Templiers et la guerre pp 18-19 Thietmar preacutecise qursquoagrave cette occasion les

cavaliers ldquobeacutedouinsrdquo (crsquoest-agrave-dire arabes) srsquoadonnaient agrave des exercices qui paraissent tregraves proches de lrsquoesprit de la furucircsiyya On peut imaginer les emprunts reacuteciproques qui intervenaient lors de ces rencontres entre les deux chevaleries Sur cette communion de valeurs on lira les pages suggestives de BARTHELEMY La chevalerie pp 278-287

51 CLAVERIE ldquoLes opeacuterations combineacutees des ordres militaires dans le Levant meacutedieacutevalrdquo52 CONEDERA Ecclesiastical Knights pp 116-117

53 FLORI Richard Coeur de Lion pp 160-162

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124110

Damien Carraz

le Templier de Tyr en 1267 afin de surprendre les deacutefenseurs drsquoAcre le sultan Baybars fit ainsi porter les banniegraveres du Temple et de lrsquoHocircpital par lrsquoavant-garde de son armeacutee54

La capaciteacute drsquoadaptation aux tactiques de lrsquoennemi et mecircme les em-prunts reacuteciproques meacuteriteraient du reste une enquecircte particuliegravere55 Plusieurs reacutecits tant pour lrsquoOrient que pour la peacuteninsule Ibeacuterique at-testent que les fregraveres eacutetaient accoutumeacutes agrave la tactique du al-karr wa-l-farr (ou torna fuye) pratiqueacutee par les cavaliers musulmans56 Dans lrsquoor-donnance des eacutechelles pour une bataille rangeacutee lrsquousage commun eacutetait de disposer une avant-garde un corps central et une arriegravere-garde Or lrsquohospitalier Roger de Stanegrave sur lequel je reviendrai bientocirct suggeacuterait plutocirct de placer lrsquoarmeacutee en largeur avec des ailes gauche et droite qui permettaient drsquoencercler lrsquoarmeacutee ennemie En fait il srsquoagissait lagrave drsquoune tactique deacuteployeacutee par les Mongols et les sarrasins lorsqursquoils srsquoaf-frontaient en plaine et que le fregravere avait pu observer directement Dans le mecircme esprit Roger de Stanegrave conseillait de srsquoadapter toujours agrave lrsquoennemi agrave lrsquoimage des sarrasins qui privileacutegiaient la lance quand ils se battaient contre les Mongols et lrsquoarc contre les chreacutetiens ces derniers devraient utiliser les arbaleacutetriers agrave cheval contre les archers agrave cheval musulmans57 De fait les emprunts agrave lrsquoeacutequipement laquo turc raquo ndash les statuts mentionnent des selles tapis et autres armes ndash et lrsquoadoption de palefrois laquo turqueman raquo eurent probablement des implications sur la maniegravere mecircme de se battre58

Le dernier atout des ordres militaires releveacute notamment par Judith Bronstein eacutetait leur capaciteacute agrave remplacer assez rapidement les effectifs deacutecimeacutes par les batailles ou les guerres de siegravege59 Agrave Hattin en 1187 tom-

54 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 8555 CLAVERIE ldquoLrsquoinfluence des ordres militaires sur les techniques de combat des Fati-

mides et des Mamelouksrdquo Agrave deacutefaut de traiter reacuteellement de lrsquoinfluence eacuteventuelle des ordres militaires sur les techniques de combat des armeacutees islamiques cet article ras-semble un certain nombre de donneacutees tant sur les interactions sociales entre les uns et les autres que sur les repreacutesentations des milices chreacutetiennes dans les sources ara-bes

56 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo p 204-20557 ldquoCar encountre li Tatar qe sont meillour archiers qe li Sarazins lessent les arcz et

prenent les launces en encountre les Cristiens qe sont meilleur launciers qe li Sara-zins lessent les launces et prenent les arczrdquo (ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo Projets de croisade p 364)

58 CGH ndeg 2213 (usances) sect 113 et ndeg 4672 sect 1 (1304) ldquoturquemanrdquo ndeg 1193 sect 10 et ndeg 3317 sect 4

59 BRONSTEIN The Hospitallers and the Holy Land pp 137-139

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 111

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

begraverent peut-ecirctre 500 ou 600 chevaliers pour les deux ordres militaires Agrave La Forbie en 1244 autour de 200 hospitaliers auraient eacuteteacute deacutecimeacutes sur plus de 300 chevaliers et 200 turcoples engageacutes Ces quelques chiffres nous rappellent la hauteur du sacrifice consenti par les ordres militaires pour la deacutefense de la Terre sainte Toutefois agrave la suite des saigneacutees re-preacutesenteacutees par Hattin ou La Forbie lrsquoapparition de nouveaux noms dans les chartes et la promotion de certains fregraveres laissent bien deviner un renouvellement des effectifs

22 Ethos chevaleresque et image de lrsquoennemi

On sait comment les discours qui accompagnegraverent la naissance du Temple visegraverent agrave laquo spiritualiser raquo la militia du siegravecle nous avons tous en tecircte le laquo nouveau genre de chevalerie raquo deacutecrit par Bernard de Clairvaux de mecircme que le caractegravere laquo anti-heacuteroiumlque raquo de la regravegle60 Des modegraveles de guerriers sanctifieacutes pouvaient ecirctre proposeacutes aux fregraveres des ordres militaires En preacuteambule drsquoune bulle de 1259 adresseacutee aux chevaliers de lrsquoHocircpital le pape Alexandre IV exaltait ainsi laquo les athlegravetes illustres et les combattants eacutelus [de la Terre sainte] les soldats du Christ chez qui le Sei-gneur a susciteacute lrsquoesprit puissant des Maccabeacutees raquo61 Mais agrave la diffeacuterence des templiers et des teutoniques ce type de reacutefeacuterence eacutetait plutocirct rare srsquoagissant des hospitaliers62 Crsquoest on lrsquoa rappeleacute la vocation charitable qui fut toujours mise en avant plutocirct que les reacutefeacuterences agrave la conversion de la chevalerie Lrsquoadheacutesion agrave lrsquoHocircpital nrsquoen impliquait pas moins un cer-tain disciplinamento de la chevalerie La discipline reacuteguliegravere reacutefreacutenait le goucirct chevaleresque de lrsquoexploit individuel63 On sait que les chevaliers croiseacutes venus en Terre sainte pour en deacutecoudre supportegraverent mal la prudence des ordres militaires qui les avaient dissuadeacutes en certaines si-tuations drsquoattaquer les sarrasins De mecircme les regraveglements somptuaires reacuteiteacutereacutes tout au long du XIIIe siegravecle srsquoopposegraverent aux goucircts du luxe et de lrsquoostentation des chevaliers qui avaient inteacutegreacute lrsquoHocircpital64

60 CERRINI ldquoI templarirdquo61 CGH ndeg 292862 GOUGUENHEIM ldquoLes Maccabeacutees modegraveles des guerriers chreacutetiens des origines au XIIe

siegraveclerdquo pp 13-1763 DEMURGER ldquoGli ordini religioso-militari e la Guerra tra il XII e il XIII secolordquo pp 66-

6764 CGH ndeg 1193 sect 12 (statuts de 1203-06) ndeg 3180 sect 9 (statuts de 1265) ndeg 3396 sect 23

(statuts de 1270) ndeg 4022 sect 15 (statuts de 1288) ndeg 4194 sect 1 (statuts de 1292) ndeg 4549 sect 32 (statuts de 1301)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124112

Damien Carraz

De fait si lrsquoon considegravere que la mentaliteacute drsquoun fregravere comme Roger de Stanegrave est repreacutesentative des chevaliers entreacutes en religion on mesure la vivaciteacute de la culture chevaleresque au sein de lrsquoHocircpital Cet hospitalier anglais fut fait prisonnier lors drsquoune bataille contre les Ma-melouks probablement agrave Homs en octobre 1281 Retenu en captiviteacute en Eacutegypte il ne fut libeacutereacute qursquoen 1315 ou 131665 Au creacutepuscule de sa vie soit autour de 1332 Roger de Stanegrave reacutedigea LrsquoEscarboucle drsquoarmes de la conquecircte preacutecieuse de la Terre sainte de promission un texte qui tient agrave la fois des meacutemoires de guerre et du projet de croisade Bien que le manuscrit unique soit passablement mutileacute il srsquoagit drsquoun teacutemoi-gnage exceptionnel qui permet drsquoapprocher agrave la fois lrsquoexpeacuterience veacutecue de la guerre et la mentaliteacute du chevalier hospitalier Au cours de 34 ans de captiviteacute ce fregravere a notamment acquis une parfaite connaissance de lrsquoennemi au point de livrer un teacutemoignage rare sur le systegraveme militaire et politique mamelouk66

Ce chevalier de lrsquoHocircpital est empreint drsquoune conception encore feacuteo-dale de la guerre qui valorise lrsquoimportance du commandement pour in-citer les troupes agrave se battre avec prouesse Par exemple si le chef craint des deacutefections au cours drsquoune bataille il doit rassembler sa chevalerie au son de la trompe et lui demander un serment de fideacuteliteacute Celle-ci re-partira alors combattre lrsquoennemi avec courage De fait ces meacutemoires sont eacutemailleacutees de consideacuterations deacutesabuseacutees sur le deacuteclin de la chevale-rie Raison pour laquelle Roger de Stanegrave encourage les chevaliers agrave renouer avec les prouesses de Lancelot et de Tristan67 Noblesse et vail-lance toutefois ne se gagnent que dans la tempeacuterance et la discipline au combat laquo eacutepeacutee contre eacutepeacutee et heaume contre heaume raquo68 Agrave ce titre les hospitaliers constituent bien le parangon de cette prouesse chevale-resque comme lrsquoillustre leur victoire agrave Margat en 1281 ougrave laquo 200 fregraveres avec 100 Turcoples deacuteconfirent 15 000 chevaliers les meilleurs et plus nobles du sultan de Babylone raquo69

Si lrsquoon tire gloire agrave avoir vaincu un ennemi supeacuterieur en nombre et valeureux la disqualification de lrsquoadversaire est en sens inverse un

65 PAVIOT Projets de croisade pp 35-43 66 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo in Projets de croisade p 323-32667 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 373-37768 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 315 69 ldquoque IIc freres ovesques c Turcoples (hellip) discomfirent xv mille chivalers des tourches

de Babiloine les meillours et plus nobles de lrsquohost de soudan de Babiloynerdquo (ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 342)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 113

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

lieu commun tout aussi freacutequent Ainsi Roger de Stanegrave note que lrsquoarmeacutee mamelouke est peu redoutable car beaucoup drsquohommes ne sont pas des combattants mais simplement des porteurs de banniegraveres et de tambours70 Ce manque drsquoappeacutetence des Eacutegyptiens pour la guerre que lrsquoon retrouvait deacutejagrave chez des auteurs arabes sunnites prompts agrave deacutenon-cer les insuffisances de lrsquoarmeacutee fatimide est encore releveacute par le maicirctre de lrsquoHocircpital Foulques de Villaret dans son propre meacutemoire sur la croi-sade71 Roger de Stanegrave lrsquoexplique en recourant agrave la theacuteorie clas-sique selon laquelle le climat deacuteterminerait les qualiteacutes des hommes agrave la ruse et agrave lrsquointelligence des hommes du sud srsquoopposent la vigueur et donc les qualiteacutes martiales des hommes du nord72 Comme lrsquoa rappe-leacute A Zouache la tactique nrsquoest que le reflet de la mentaliteacute guerriegravere Or la deacutevalorisation de lrsquoennemi renvoie sans doute agrave la preacutedominance drsquoune strateacutegie deacutefensive alors que dans lrsquoOrient des croisades srsquoest installeacutee une forme de guerre drsquousure les belligeacuterants multiplient les preacutecautions pour lrsquoemporter en toute seacutecuriteacute73 Cette interpreacutetation ne contredit qursquoen apparence lrsquoexaltation de la prouesse chevaleresque La deacutevalorisation de lrsquoennemi est une faccedilon de jauger les risques ce qui paradoxalement est une condition du courage et donc de la prouesse En effet Georges Duby nrsquoavait-il pas deacutejagrave suggeacutereacute que pour les cheva-liers le courage eacutetait lieacute agrave la certitude que les risques encourus seraient reacuteduits74

Les consideacuterations de Roger de Stanegrave mecirclent donc des obser-vations concregravetes et des conceptions enracineacutees dans un ethos cheva-leresque deacutesormais deacutepasseacute Alors qursquoil eacutetait retenu dans les geocircles mameloukes son ordre lui-mecircme avait connu des mutations deacutecisives sous lrsquoeffet de lrsquoaffermissement des monarchies et de lrsquoeacutevolution de la croisade

70 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 36671 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les cres-

tiensrdquo in Projets de croisade p 230 (ldquoEt les paiumlsans ne valent riens en fais drsquoarmesrdquo) Cf encore ZOUACHE ldquoCroisade meacutemoire guerre perspectives de rechercherdquo pp 534-535

72 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 32173 KEDAR y SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo proposeacute par lrsquoordre de lrsquoHocircpitalrdquo

p 212 ZOUACHE ldquoTheacuteorie militaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orientrdquo p 70

74 DUBY Le Dimanche de Bouvines pp 26-27 cf aussi Philippe CONTAMINE ldquoCouragerdquo Prier et combattre p 264-265

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124114

Damien Carraz

3 Le temps des mutations

31 Au service des Eacutetats princiers

Lrsquoaffermissement des monarchies eut des conseacutequences sur lrsquoadmi-nistration et la logistique des ordres militaires75 Leurs activiteacutes furent en effet soumises agrave un controcircle plus eacutetroit de la part des autoriteacutes prin-ciegraveres hospitaliers comme templiers durent requeacuterir lrsquoautorisation pour exporter vivres et mateacuteriel vers lrsquooutre-mer et lrsquoon imposa aux fregraveres eux-mecircmes de se munir de sauf-conduits dans leurs deacuteplacements En-fin on sait que lrsquointerventionnisme des monarchies alla jusqursquoagrave in-fluencer la nomination des officiers agrave la tecircte des diffeacuterentes provinces des ordres Cette tendance agrave la mise sous tutelle des ordres militaires se traduisit surtout par une exigence de service les Eacutetats sollicitaient les fregraveres en fonction de leurs compeacutetences financiegravere diplomatiques ou encore militaires Agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle plusieurs monarchies srsquoappuyegraverent notamment sur les reacuteseaux logistiques offerts par lrsquoHocircpital Je laisse ici de cocircteacute les principauteacutes ibeacuteriques qui sollici-tegraverent toujours la force militaire permanente constitueacutee par les milices notamment pour la garde des chacircteaux proteacutegeant la frontiegravere76 Jrsquoenvi-sage plutocirct la mobilisation drsquoune institution universelle comme lrsquoHocircpital au service drsquointeacuterecircts plus laquo politiques raquo et heacutegeacutemoniques encore

Ce fut notamment le cas des Angevins dont lrsquoimpeacuterialisme meacutediter-raneacuteen rechercha lrsquoappui des deux ordres militaires dans les derniegraveres anneacutees du royaume de Jeacuterusalem puis en Moreacutee et dans les Balkans dans les anneacutees 1270-132077 En Provence et dans le Regno Charles Ier et Charles II drsquoAnjou confiegraverent souvent agrave des hospitaliers lrsquoarmement de navires destineacutes agrave la Terre sainte Plusieurs fregraveres remplirent encore des offices au sein de lrsquoadministration angevine comme Matteo Rugge-rio de Salerne qui entre autres fonctions fut vice-amiral dans le Regno entre 1277 et 1283 puis en tant que maicirctre rational fut chargeacute de lrsquoar-mement de plusieurs navires autour de 1292 Pour ce qui est des inter-ventions militaires directes les ordres militaires furent plus reacuteticents agrave engager leurs hommes malgreacute les pressions des souverains Crsquoest en-core par le biais de leurs dignitaires deacutetacheacutes pour lrsquooccasion au service

75 Pour aborder cette vaste question TOOMASPOEG ldquoLes ordres militaires au service des pouvoirs monarchiques occidentauxrdquo

76 GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa p 194-197 77 CARRAZ ldquoChristi fideliter militantium in subsidio Terre Sancterdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 115

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

drsquoune cause princiegravere que les hospitaliers participegraverent directement agrave des combats Dans les guerres que les Angevins menegraverent en Sicile Phi-lippe drsquoEgly prieur dans le Regno dirigea un deacutetachement de merce-naires autour de 1268-1271 tandis que Rainaud du Pont srsquoillustra en Ca-labre agrave la tecircte des Almogavares ces mercenaires drsquoorigine musulmane La monarchie anglaise recourut tout autant agrave lrsquoexpertise militaire des hospitaliers Plusieurs commandeurs intervinrent ainsi dans le cadre des guerres conduites contre les Eacutecossais et les Gallois sous Eacutedouard Ier78 Parfois ce service srsquoinscrivait dans une tradition familiale de loyauteacute envers la royauteacute anglaise comme dans le cas de fregravere Edenevet issu drsquoune noble famille galloise ce commandeur dirigea notamment des troupes de pieacutetons au nord du pays de Galles au deacutebut du XIVe siegravecle Il en alla de mecircme en Irlande ougrave les hospitaliers srsquoimpliquegraverent dans la laquo pacification raquo de la contreacutee agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle

La contribution des hospitaliers ou des templiers aux guerres entre princes chreacutetiens nrsquoengagea pas lrsquoensemble des institutions mais cer-tains fregraveres en particulier requis de mettre leurs compeacutetences au ser-vice drsquoune cause devenue nationale Comme le note Helen Nicholson agrave propos de lrsquoengagement des hospitaliers au service de la monarchie anglaise la collaboration militaire srsquoinscrit dans la logique de leur par-ticipation aux affaires de lrsquoEacutetat Tout cela nrsquoen consacre pas moins la tendance des monarchies agrave reacutecupeacuterer agrave leur profit le savoir-faire des ordres militaires signe que la prioriteacute de la croisade drsquoOrient srsquoeffaccedilait devant lrsquointeacuterecirct national

Pourtant ainsi que lrsquoont souligneacute plusieurs auteurs on nrsquoa jamais au-tant parleacute de la croisade que dans les deacutecennies 1270-1330 notamment dans les traiteacutes de laquo reacutecupeacuteration de la Terre sainte raquo qui accordegraverent une place preacuteeacuteminente agrave lrsquoHocircpital79

32 Les projets de croisade

Les hospitaliers furent particuliegraverement impliqueacutes dans les projets de passage outre-mer qui fleurirent agrave la suite de la perte drsquoAcre non seulement parce que la conquecircte de Rhodes releva en partie de la stra-teacutegie alors procircneacutee par ces traiteacutes mais aussi parce qursquoau moins trois

78 NICHOLSON ldquoThe Hospitallersrsquo and TemplarsrsquoInvolvement in Warfare on the Fron-tiers of the British Islesrdquo

79 LEOPOLD How to Recover the Holy Land

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124116

Damien Carraz

de ces textes eacutemanent de lrsquoordre outre Roger de Stanegrave le maicirctre Foulques de Villaret fut lrsquoauteur de deux projets80 Ces textes deacutenotent une bonne connaissance agrave la fois de la geacuteopolitique orientale et de lrsquoad-versaire qui transparaissait deacutejagrave dans les missives envoyeacutees par les responsables hospitaliers pour informer lrsquoOccident de la situation de la Terre sainte au cours du XIIIe siegravecle81

Dans lrsquoesprit des strategraveges de lrsquoHocircpital la reconquecircte de la Terre sainte srsquoinscrivait dans un projet global drsquounion des forces chreacutetiennes neacuteces-sitant un important investissement financier ainsi qursquoune interruption reacuteelle de tout commerce avec lrsquoEacutetat mamelouk Les projets hospitaliers tout comme drsquoautres textes contemporains insistent sur la neacutecessaire maicirctrise de lrsquoespace et du temps Alors que les avis sont unanimes pour viser le coeur de la puissance mamelouke en dirigeant le passage vers lrsquoEacutegypte Roger de Stanegrave invite agrave consideacuterer les particulariteacutes geacuteo-graphiques du terrain il faudra attaquer agrave la saison de la crue du Nil et se preacuteparer aux combats navals sur le fleuve82 Le passage est eacutegalement penseacute dans le temps il pourra ecirctre preacuteceacutedeacute de raids destineacutes agrave semer la terreur sur les cocirctes ennemies pour Villaret sa reacuteussite deacutepend surtout pour tous les auteurs du blocus naval de lrsquoEacutegypte et de la Syrie appuyeacute sur Chypre On pourra mecircme user de ruse en laissant croire agrave un deacutebar-quement en Syrie afin que le sultan y deacuteplace ses troupes laissant ainsi deacutegarnie la deacutefense de lrsquoEacutegypte83

La direction des opeacuterations doit incomber agrave un chef forceacutement ex-peacuterimenteacute en matiegravere de laquo guerre sarrasine raquo qui pour Stanegrave ne peut ecirctre que le laquo mestre de la religion raquo crsquoest-agrave-dire de lrsquoHocircpital devenu de facto le seul ordre militaire qui compte encore en Meacutediterraneacutee84 Pour Villaret il revient agrave ce chef de recruter lui-mecircme les soldats pour le passage et de congeacutedier ceux qui ne se reacuteveacuteleraient pas agrave la hauteur Le maicirctre de lrsquoHocircpital se montre plutocirct reacutealiste en preacuteconisant de sol-

80 Foulques de Villaret preacutesenta un premier projet sur le passage geacuteneacuteral en 1306 agrave la demande de Cleacutement V puis un second meacutemoire apregraves lrsquoarrestation des templiers au-tour de 1307-1308 (PAVIOT Projets de croisade pp 24-28)

81 DEMURGER Les Hospitaliers pp 389-39282 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 31583 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 353-35484 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 346-347 cf encore Foulques de

Villaret ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les crestiensrdquo FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 223 (ldquoet que ceste gent soit au commandement du chevetain qui a useacute le paiumls de la en la maniere de la guerre des Sarrazinsrdquo)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 117

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

der 1 000 cavaliers et 3 000 arbaleacutetriers pendant cinq ans85 Stanegrave conseille quant agrave lui de rassembler 30 000 cavaliers pour moitieacute ar-baleacutetriers et lanciers face agrave une armeacutee sultanienne eacutevalueacutee agrave 150 000 cavaliers ndash un chiffre tregraves exageacutereacute86

Lrsquoimportance de la logistique la professionnalisation du recrute-ment la neacutecessaire maicirctrise du terrain la dimension eacuteconomique du conflit (financement et blocus) jusqursquoagrave la deacutesinformation pour tromper lrsquoennemi tout cela renvoie agrave une conception laquo totale raquo de la guerre par-faitement maicirctriseacutee par les dignitaires de lrsquoHocircpital

On voit en outre que lrsquoordre militaire se borne agrave fournir les cadres de lrsquoexpeacutedition soutien logistique commandement initiative strateacute-gique Mais si les chevaliers de la Religion sont bien lagrave pour proposer un modegravele de prouesse et de discipline le projet repose clairement sur une armeacutee professionnelle Comme on lrsquoa vu sans doute lrsquoinstitution a-t-elle reacuteduit les effectifs des fregraveres combattants reacuteellement mobilisables agrave Chypre ou en Armeacutenie Mais les conditions nouvelles de la lutte contre les infidegraveles ont surtout encourageacute la transformation deacutecisive de lrsquoHocircpi-tal en force navale

33 Vers une police des mers

Au cours du XIIIe siegravecle la marine propre de lrsquoHocircpital eacutetait reacuteduite agrave partir de Marseille par exemple lrsquoordre entretenait peut-ecirctre deux ou trois naves mais lrsquoessentiel des liaisons avec lrsquooutre-mer reposait sur des navires noliseacutes agrave des armateurs87 Or plusieurs indices montrent que le repli sur lrsquoicircle de Chypre agrave la suite de la perte drsquoAcre en mai 1291 srsquoac-compagna de la constitution progressive drsquoune veacuteritable flotte Un statut de 1293 donne ainsi des recommandations sur lrsquolaquo armement de galee ou drsquoautre vassaus raquo88 Dans les anneacutees suivantes apparut la charge drsquoami-ral mentionneacutee pour la premiegravere fois en 1299 aux mains de Foulques de Villaret89 Lrsquoanneacutee drsquoapregraves le chapitre geacuteneacuteral statuait sur les attribu-tions de cet office lrsquoamiral eacutetait responsable de lrsquoarmement de tous les navires comme du paiement des personnels et dans ces affaires il ne

85 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 223-224 et 22886 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 32387 CARRAZ ldquoCausa defendende et extollende christianitatisrdquo pp 32-3488 LUTTRELL ldquoGli Ospitalieri di San Giovanni di Gerusalemme dal continente alle isolerdquo

p 81 (drsquoapregraves Archives deacutepartementales des Bouches-du-Rhocircne 56 H 4055)89 BURGTORF The Central Convent p 144 et 296-297

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124118

Damien Carraz

srsquoeffaccedilait que devant le mareacutechal90 Agrave cette date-lagrave lrsquoordre entretenait deacutejagrave une flottille drsquoune dizaine de galeacutees agrave Chypre91

Ces mutations furent largement encourageacutees par la papauteacute Degraves deacutecembre 1291 Nicolas IV demandait aux hospitaliers de consacrer la moitieacute de leurs revenus agrave la constitution drsquoune flotte92 Dans les mecircmes anneacutees toujours agrave la demande du pape le grand commandeur Bonifa-cio de Calamandrana srsquoactivait agrave partir de Marseille et de Gecircnes pour rassembler des navires affecteacutes agrave lrsquooutre-mer93 Ces activiteacutes entraient alors dans un plan drsquointervention en Armeacutenie qui ne fut pas reacuteellement concreacutetiseacute94 Mais lrsquoenjeu pouvait ecirctre deacutejagrave drsquooccuper lrsquoespace maritime agrave partir de Chypre notamment pour faire respecter lrsquoembargo commer-cial contre les Mamelouks La strateacutegie drsquoeacutetouffement du sultanat eacutegyp-tien en le coupant agrave la fois de ses approvisionnements et de lrsquoimpor-tante fiscaliteacute geacuteneacutereacutee par le commerce devait ecirctre au coeur du second traiteacute de reacutecupeacuteration de la Terre sainte de Foulques de Villaret reacutedigeacute autour de 1307-130895 De fait lrsquoimplication de lrsquoHocircpital dans des opeacutera-tions de garde des mers a bien correspondu agrave une strateacutegie concerteacutee avec la papauteacute96 En 1306 Cleacutement V soutenait reacutesolument la conquecircte de Rhodes en intervenant aupregraves drsquoHenri II de Chypre et de Charles II de Naples pour que ces souverains laissent les hospitaliers armer libre-ment leurs navires

Entameacutee en 1306 la conquecircte de Rhodes reposa sur une monteacutee en puissance de la flotte97 Dans le courant de lrsquoanneacutee 1309 Foulques de Villaret faisait ainsi armer plus drsquoune soixantaine de galeacutees agrave Marseille sans compter les navires noliseacutes par ailleurs agrave divers armateurs Lrsquoexpeacute-dition qui acheva la conquecircte au printemps 1309 ne comprenait pour-tant qursquoune petite trentaine de galegraveres embarquant peut-ecirctre 200 agrave 300

90 CGH ndeg 4515 sect 13 (5 deacutecembre 1300)91 Drsquoapregraves les mandements de Charles II drsquoAnjou agrave ses officiers CGH ndeg 4495 (4 avril

1300) et 4512 (16 aoucirct 1300)92 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 92-9393 CARRAZ ldquoEchoes of the Latin East among the Hospitallers of the Westrdquo agrave paraicirctre94 DEMURGER Jacques de Molay pp 113-117 CHEVALIER Les ordres-religieux militaires

en Armeacutenie cilicienne p 468 et 55895 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 228-23196 CARRAZ ldquoLes Lengres agrave Marseille au XIVe siegravecle rdquo p 764 En juillet 1311 par exemple

les galegraveres de lrsquoHocircpital arrecirctegraverent au nord de Crotone en Calabre un navire geacutenois en route vers lrsquoEacutegypte

97 Sur le deacuteroulement de la conquecircte DELAVILLE LE ROULX Les Hospitaliers en Terre Sainte et agrave Chypre pp 276-281 FAILLER ldquoLrsquooccupation de Rhodes par les Hospitaliersrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 119

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

chevaliers et 3 000 pieacutetons98 La fondation drsquoune principauteacute eccleacutesias-tique agrave Rhodes consacra la constitution drsquoune veacuteritable force navale in-deacutependante Degraves lors pour lrsquoHocircpital la guerre reacutepondit agrave une tout autre logique tandis que la course enrichissait les chevaliers Rhodes pouvait devenir un autre but de pegravelerinage en attendant une hypotheacutetique re-conquecircte de la Terre sainte99

Au terme de ce bref tour drsquohorizon sur la vocation et lrsquoaction mili-taires de lrsquoHocircpital de Saint-Jean on peut renvoyer au glissement seacuteman-tique du mot laquo caravane raquo tel qursquoil fut plus speacutecifiquement utiliseacute par les hospitaliers tout au long de leur histoire100 Les diffeacuterentes accep-tions de ce terme reacutesument en effet parfaitement lrsquoeacutevolution que je me suis efforceacute de retracer Chez les hospitaliers le mot fut associeacute au fonctionnement de lrsquoinfirmerie probablement degraves lrsquoorigine et comme crsquoeacutetait encore le cas dans les statuts drsquoHugues Revel en 1262 Toutefois la caravane deacutesigna bientocirct lrsquoorganisation de lrsquoarmeacutee en campagne Puis agrave partir du transfert en Chypre lrsquoideacutee renvoya de fait agrave une expeacutedition na-vale puisque telle eacutetait la nouvelle forme de guerre deacutesormais essentiel-lement pratiqueacutee par les hospitaliers Enfin dans sa derniegravere acception le sens srsquoeacutetendit au service outre-mer que les fregraveres devaient accomplir pour progresser dans leur carriegravere et notamment pour obtenir une com-manderie en Occident101 Au XIVe siegravecle la guerre restait donc un mode de vie mais de plus en plus reacuteserveacute agrave un groupe de soldats profession-nels Aussi peut-on penser que lrsquoHocircpital contribua en un certain sens agrave la fabrique de lrsquoarmeacutee comme institution lieacutee agrave lrsquoavegravenement de lrsquoEacutetat moderne De la premiegravere croisade agrave la course maltaise la Religion ne fut-elle pas au bout du compte le seul ordre militaire agrave incarner lrsquoexpeacute-rience guerriegravere dans la longue dureacutee

98 KEDAR y SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo p 21999 BROGINI Les Hospitaliers et la mer XIVe-XVIIIe siegravecles100 Sur les diffeacuterentes acceptions recenseacutees par le CRNTL httpmicmaporgdicfro

searchtlficaravane 101 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 81-82 voir les statuts drsquoHugues

Revel en 1262 (CGH ndeg 3075 sect 33) et de Guillaume de Villaret en 1301 (CGH ndeg 4549 sect 8)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124120

Damien Carraz

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Cartulaire geacuteneacuteral de lrsquoordre des Hospitaliers de Saint-Jean-de-Jeacuterusalem (1100-1310) eacuted J Delaville Le Roulx Paris 4 vol1894-1906

FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les crestiensrdquo Projets de croisade v 1290-v 1330 preacutesenteacutes et publieacutes par Jacques Paviot Paris Acadeacutemie des inscriptions et belles-lettres (Do-cuments relatifs agrave lrsquohistoire des croisades 20) 2008 pp 221-233

Rudolf HIESTAND Papsturkunden fuumlr Templer und Johanniter Neue Folge Goumlttingen 1984

Edwin J KING The Rule Statutes and Customs of the Hospitallers 1099-1310 Londres 1934

Jacques PAVIOT Projets de croisade v 1290-v 1330 Paris Acadeacutemie des inscriptions et belles-lettres (Documents relatifs agrave lrsquohistoire des croi-sades 20) 2008

ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi charboclois drsquoarmes du conquest precious de la Terre saint de promissionrdquo Projets de croisade v 1290-v 1330 preacutesenteacutes et publieacutes par Jacques Paviot Paris Acadeacutemie des inscrip-tions et belles-lettres (Documents relatifs agrave lrsquohistoire des croisades 20) 2008 pp 293-387

Les statuts de lrsquoordre de Saint-Jean de Jeacuterusalem Eacutedition critique des manus-crits en occitan (XIVe siegravecle) eacuted M-R Bonnet et R Cierbide Bilbao 2006

JACQUES DE VITRY Histoire orientale trad M-G Grossel Paris 2005

2 Bibliografiacutea

Carlos BARQUERO GONI ldquoEl caraacutecter militar de la Orden de San Juan en Castilla y Leoacuten (siglos XII-XIV)rdquo Revista de Historia Militar 73 1992 p 65-72

Carlos BARQUERO GONI ldquoLa Orden Militar de San Juan y la Reconquista desde el siglo XII hasta el siglo XVrdquo Medievalismo 23 2013 p 43-60

Dominique BARTHELEMY La chevalerie De la Germanie antique agrave la France du XIIe siegravecle Paris 2007

Alain BELTJENS ldquoLa papauteacute et les querelles reacutecurrentes qui opposaient les hospitaliers aux templiersrdquo Bulletin de la Socieacuteteacute de lrsquohistoire et du patrimoine de lrsquoOrdre de Malte 24 2011 p 4-25

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 121

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

Adrian J BOAS Archaeology of the Military Orders A survey of the Urban Centres Rural Settlements and Castles of the Military Orders in the Latin East (c 1120-1291) Londres-New York 2006

Mariacutea BONET DONATO laquo Los Hospitalarios hispanos Entre la identidad transmediterraacutenea y la pertenencia territorial raquo Tra il Tirreno e Gi-bilterra Un Mediterraneo iberico eacuted L GALLINARI et F SABATEacute I CURULL Cagliari-Milan-Rome 2015 p 365-437

Anne BROGINI Les Hospitaliers et la mer XIVe-XVIIIe siegravecles Cler-mont-Ferrand 2015

Anne BROGINI Une noblesse en Meacutediterraneacutee Le couvent des Hospita-liers dans la premiegravere moderniteacute Aix-en-Provence 2017

Judith BRONSTEIN The Hospitallers and the Holy Land Financing the Latin East 1187-1274 Londres 2005

Jochen BURGTORF The Central Convent of Hospitallers and Templars History Organization and Personnel (10991120-1310) Leiden 2008

Antoine CALVET Les leacutegendes de lrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem Pa-ris 2000

Damien CARRAZ ldquoChristi fideliter militantium in subsidio Terre Sancte Les ordres militaires et la premiegravere maison drsquoAnjou (1246-1342)rdquo As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria entre o Ocidente e o Oriente (Actas do V Encontro sobre Ordens Militares Palmela 15 a 18 de feve-reiro de 2006) eacuted I C Ferreira Fernandes Palmela 2009 pp 549-582

Damien CARRAZ ldquoCausa defendende et extollende christianitatis La vo-cation maritime des ordres militaires en Provence (XIIe-XIIIe siegravecle)rdquo Les ordres militaires et la mer 130e Congregraves national des socieacuteteacutes his-toriques et scientifiques (La Rochelle 2005) eacuted M BALARD Paris 2009 pp 21-46

Damien CARRAZ ldquoLes Lengres agrave Marseille au XIVe siegravecle Les activiteacutes militaires drsquoune famille drsquoarmateurs dans un port de croisaderdquo Revue historique t 3094 2009 pp 755-777

Damien CARRAZ ldquoTempliers et hospitaliers de Terre sainte au temps de Saladinrdquo Saladin et son temps eacuted A Zouache Histoire Antique et Meacutedieacutevale HS ndeg 25 deacutecembre 2010 p 68-73

Damien CARRAZ Les Templiers et la guerre Clermont-Ferrand 2012

Damien CARRAZ ldquoLe monachisme militaire laboratoire de la socioge-negravese des eacutelites laiumlques dans lrsquoOccident meacutedieacuteval rdquo Eacutelites et ordres

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124122

Damien Carraz

militaires au Moyen Acircge Rencontre autour drsquoAlain Demurger eacuted Ph Josserand L F Oliveira et D Carraz Madrid 2015 pp 39-64

Damien CARRAZ ldquoEchoes of the Latin East among the Hospitallers of the West The Priory of St Gilles c1260ndashc1300rdquo Settlement and Cru-sade in the 13th Century Multidisciplinary Studies of the Latin East eacuted J Bronstein G Fishhof et V Shotten-Hallel Londres-New York (agrave pa-raicirctre)

Simonetta CERRINI ldquoI templari une vita de fratres ma una regola an-ti-ascetica una vita da cavalieri ma una regola anti-eroicardquo I Tem-plari La Guerra egrave la Santitagrave eacuted S CERRINI Rimini 2000 pp 19-48

Maria-Anna CHEVALIER Les ordres-religieux militaires en Armeacutenie cili-cienne Paris 2009

Pierre-Vincent CLAVERIE ldquoLes opeacuterations combineacutees des ordres mi-litaires dans le Levant meacutedieacuteval (XIIe-XIIIe siegravecles)rdquo Cahiers de Re-cherches meacutedieacutevales 15 2008 p 203-216

Pierre-Vincent CLAVERIE ldquoLrsquoinfluence des ordres militaires sur les tech-niques de combat des Fatimides et des Mamelouksrdquo Entre Deus e o Rei O mundo das Ordens Militares (VII Encontro Internacional sobre Ordens Militares Palmela 14 a 18 outubro de 2015) eacuted I C F Fer-nandes Palmela 2018 vol 1 p 283-295

Sam Zeno CONEDERA Ecclesiastical Knights The Military Orders in Cas-tile 1150-1330 New York 2015

Philippe CONTAMINE ldquoCouragerdquo Prier et combattre Dictionnaire euro-peacuteen des ordres militaires au Moyen Acircge eacuted Ph Josserand et N Be-riou Paris 2009 pp 264-265

Joseph DELAVILLE LE ROULX Les Hospitaliers en Terre Sainte et agrave Chypre (1100-1310) Paris 1904

Alain DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo Le combattant au Moyen Acircge (XVIIIe Congregraves de la SHMESP Montpellier 1987) eacuted M Balard Nantes 1991 p 79-84

Alain DEMURGER ldquoGli ordini religioso-militari e la Guerra tra il XII e il XIII secolordquo I Templari La Guerra egrave la Santitagrave eacuted S Cerrini Rimini 2000 pp 49-68

Alain DEMURGER ldquoLa mission des templiers la regravegle et le terrainrdquo Sa-cra Militia t 3 2002 p 5-19

Alain DEMURGER Jacques de Molay Le creacutepuscule des Templiers Paris 2002

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 123

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

Alain DEMURGER Les Templiers Une chevalerie chreacutetienne au Moyen Acircge Paris 2005

Alain DEMURGER Les Hospitaliers De Jeacuterusalem agrave Rhodes 1050-1317 Pariacutes ed Tallandier 2013

Georges DUBY Le Dimanche de Bouvines Paris 1973

Albert FAILLER ldquoLrsquooccupation de Rhodes par les Hospitaliersrdquo Revue des Eacutetudes byzantines t 50 1992 p 113-135

Jean FLORI Richard Coeur de Lion Le roi-chevalier Paris 1999

Alain FOREY ldquoMilitarisationrdquo Prier et combattre Dictionnaire europeacuteen des ordres militaires au Moyen Acircge eacuted Ph Josserand et N Beriou Paris 2009 p 612-613

Alain FOREY ldquoPaid troops in the service of Military Orders during the twelfth and thirteenth centuriesrdquo The Crusader World eacuted A J Boas Abingdon-New York 2016 p 84-97

Francisco GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa Barcelone 2008

Luis GARCIA-GUIJARRO RAMOS ldquoLa militarizacioacuten de la Orden del Hospital liacuteneas para un debaterdquo Ordens Militares Guerra Religiatildeo Poder e Cultu-ra (actas do III Encontro sobre ordens militares Palmela 22-25 janeiro 1998) eacuted I C Ferreira Fernandes Lisbonne 1999 vol 2 p 293-302

Sylvain GOUGUENHEIM ldquoLes guerres des ordres militaires furent-elles des guerres chevaleresques Lrsquoexemple de la conquecircte de la Prusse (1230-1283)rdquo Chevalerie et christianisme aux XIIe et XIIIe siegravecles eacuted M Aurell et C Girbea Rennes 2011 p 291-313

Sylvain GOUGUENHEIM ldquoLes Maccabeacutees modegraveles des guerriers chreacute-tiens des origines au XIIe siegraveclerdquo Cahiers de Civilisation meacutedieacutevale 54 2011 pp 3-20

Philippe JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacute au service de la Re-conquecircte les ordres militaires dans le royaume de Castille (1252-1369)rdquo Bulletin de la Socieacuteteacute archeacuteologique et historique de Nantes et de Loire-Atlantique 137 2002 pp 193-214

Benjamin KEDAR et Sylvia SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo proposeacute par lrsquoordre de lrsquoHocircpital 1306-1307rdquo Bibliothegraveque de lrsquoEacutecole des chartes 137 1979 pp 211-226

Teacuterence LE DESCHAULT DE MONREDON ldquoLa tour Ferrande agrave Pernes les Fontaines (Vaucluse) nouvelle lecture du programme iconogra-phiquerdquo Bulletin monumental ndeg 1734 2015 p 333-347

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124124

Damien Carraz

Antony LEOPOLD How to Recover the Holy Land Crusade Proposals in the Late Thirteenth and Early Fourteenth Centuries Aldershot 2000

Anthony LUTTRELL ldquoGli Ospitalieri di San Giovanni di Gerusalemme dal continente alle isolerdquo Acri 1291 La fine della presenza degli ordi-ni militari in Terra Santa e i nuovi orientamenti nel XIV secolo eacuted F Tommasi Peacuterouse 1996 pp 75-91

Helen J NICHOLSON Love War and the Grail Templars Hospitallers and Teutonic Knights in Medieval Epic and Romance 1150-1500 Lei-den 2001

Helen J NICHOLSON ldquoThe Hospitallersrsquo and TemplarsrsquoInvolvement in Warfare on the Frontiers of the British Isles in the Late thirteenth and early fourteenth centuriesrdquo Ordines Militares Yearbook for the Study of the Military Orders 17 2012 p 105-119

Denys PRINGLE ldquoThe role of castellans in the Latin Eastrdquo Castelos das Ordens Militares (Encontro internacional Tomar 10-13 Outubro 2012) eacuted I C Ferreira Fernandes Lisbonne 2013 vol 2 p 183-195

Jonathan RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant c1070-1309 Houndmills-New York 2012

Kristjan TOOMASPOEG ldquoLes ordres militaires au service des pouvoirs monarchiques occidentauxrdquo Eacutelites et ordres militaires au Moyen Acircge Rencontre autour drsquoAlain Demurger eacuted Ph Josserand L F Oliveira et D Carraz Madrid 2015 p 321-332

Abbegraves ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie (4911098-5891174) Ana-lyse compareacutee des chroniques meacutedieacutevales latines et arabes Damas 2008

Abbegraves ZOUACHE ldquoCroisade meacutemoire guerre perspectives de re-chercherdquo Bibliothegraveque de lrsquoEacutecole des chartes t 168 2010 pp 517-537

Abbegraves ZOUACHE ldquoTheacuteorie militaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orient (Ve-VIIeXIe-XIIIe siegravecle) Bilan et perspectivesrdquo La guerre dans le Proche-Orient meacutedieacuteval Eacutetat de la question lieux com-muns nouvelles approches eacuted M Eychenne et A Zouache Le Caire 2015 p 59-88

Fecha de recepcioacuten 28-05-2019

Fecha de aceptacioacuten 11-09-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 125

Urban warfare in 15th-century Castile

Guerra urbana en el siglo XV castellano

Ekaitz Etxeberria GallastegiUniversidad del Paiacutes Vasco

Abstract

Urban warfare evokes unequivocally contemporary images However the Mid-dle Ages frequently witnessed combats inside cities These confrontations usu-ally arose in two contexts factional struggles to achieve local power and street fighting derived from an enemy army entering the city after a successful as-sault The aim of this paper is to analyse urban warfare in 15th-century Castile examining its tactics and common characteristics

Keywords

Urban Warfare Castile 15th century Tactics

Resumen

El combate urbano remite a unos referentes inequiacutevocamente contemporaacuteneos Sin embargo la Edad Media tambieacuten fue escenario de frecuentes combates en el interior de las ciudades Estos enfrentamientos soliacutean responder a dos realida-des la lucha entre bandos locales enfrentados por el poder y el combate calle-jero que podiacutea suceder a la expugnacioacuten de la muralla por un ejeacutercito atacante

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico ekaitzetxeberriaehueus Departamento de Historia Medieval Moderna y Ameacuterica Facultad de Letras de la Universidad del Paiacutes Vasco This paper was written within the framework of the Ministry of Science amp Innovation funded Research Project De la Lucha de Bandos a la hidalguiacutea universal transformaciones so-ciales poliacuteticas e ideoloacutegicas en el Paiacutes Vasco (siglos XIV y XV) (HAR2017-83980-P) and of the Basque Governmentrsquos Consolidated Reseach Group Sociedad poder y cultura (siglos XIV-XVIII) (IT-896-16)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143126

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

El presente artiacuteculo pretende definir las formas que adoptoacute el combate urbano en los enfrentamientos que tuvieron este escenario en la Castilla del siglo XV estableciendo sus pautas e intentando discernir las caracteriacutesticas comunes de esta forma de enfrentamiento

Palabras clave

Guerra urbana Castilla siglo XV Taacutectica

The idea of lsquourban warfarersquo evokes the Battle of Stalingrad the Fall of Berlin Huecircacuteor more recent examples such as Fallujah However Medieval war also took place in urban settings This kind of fighting was not very far from the modern definition although it was adapted to the military tactics and weaponry of the time Medievalists have traditionally neglected such engagements maybe due to its patently modern connotations or because they have considered them as a part of siege warfare without discussing their own specificities1 However once the walls had been stormed the fight inside the city had its own patterns and dynamics In that regard it is quite well known how medieval cities were sieged but what happened once the attacking army crossed the walls of the besieged city is usually omitted Frequently chroniclers were merely interested in indicating that a city had been entered disregarding any further street fighting perhaps because the outcome had already been decided Nevertheless Castilian chronicles do make exceptions on occasion providing interesting details on the practice of street fighting and shedding some light on what urban warfare was like Therefore the aim of this paper is to analyse the tactics employed in these particular operations using for that purpose chronicle evidence The study will focus on two distinct conflict scenarios factional struggles and when a city had been entered by an enemy army2

1 This was not the case in the Classical World See LEE ldquoGuerra urbana en el mundo griego claacutesicordquo Only very recently have medievalists started working on this particu-lar issue See RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre pp 171-8 RODRIacuteGUEZ CASI-LLAS ldquoCorrioacute la sangre por las callesrdquo MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Mediardquo ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medieval como campo de batallardquo Additionally some historians had dealt with the practice of violence during factional struggles insi-de Castilian cities although not systematically Nevertheless recent studies published on political violence in Late Medieval Castilian cities have started to include technical practical and tactical aspects among the subjects of analysis See JARA ldquoEl conflicto en la ciudadrdquo particularly pages 97-103

2 A PhD thesis recently presented by Carlos Rodriacuteguez Casillas has proposed a catego-rization for Late Medieval urban warfare in Extremadura when an occupation army

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 127

Urban warfare in 15th-centUry castile

1 Fighting between two local factions

Street fighting was often caused by social disturbance that led to sud-den riots In these cases there was no tactical dimension as fighting was usually disorganised thereby hardly more than a fierce brawl that could barely be called warfare3 However when tumults could not be halted promptly they tended to escalate and developed into a protracted con-flict between local factions4 That was the case of Toledo in 1467 What started as a somehow planned fight between conversos and cristianos viejos ndashnew and old Christiansndash continued into the following day after both factions had made further preparations and planned their tactics5

The affirmations above can be extended to the factional struggles within Castilian cities One of the most significant and well documented examples is to be found in Bilbao In 1446 a fight between two local lineages ndashthe families of Zurbaraacuten and Leguizamoacutenndash in the main square of Bilbao began attracting more and more participants and ended up turning into a full-size skirmish However in Bilbao the tumults never made the qualitative leap to proper urban combat since there was a tac-it agreement between the factions according to which when hostilities escalated each side summoned their allies and met outside the town walls where real pitched engagements took place6 It is evident that this was not the common practice throughout the Crown of Castile In Val-ladolid for example the Croacutenica de Juan II states that in 1426 the local factions constantly fought in the streets being helped by men-at-arms from outside the town The continuous low intensity violence escalated

tries to control the city when two armies seek an armed clash inside the town without necessarily aspiring to control the position when local factions fight each other and popular uprisings RODRIacuteGUEZ CASILLAS La guerra en el marco de la Extremadura del periacuteodo Trastaacutemara (1369-1504) p 335

3 One example slightly outside the chronological limits proposed by this paper occu-rred in 1374 when a brawl began among the troops that Count Sancho was mustering in Burgos The conflict did not spread albeit the count himself was killed when trying to stop the fighting LOacutePEZ DE AYALA Croacutenicas p 475

4 I have eliminated the distinction between orchestrated riots and faction-fighting in the same city because their tactical performance is virtually the same

5 MARTIacuteN Historia de la ciudad de Toledo pp 1040-56 In the private war that confronted the lineages of Zurbaran and Leguizamoacuten between

late 1445 and probably early 1447 there were three intra-urban skirmishes while eight minor pitched engagements took place just outside the city walls ETXEBERRIA ldquoGuerras privadas y linajes urbanosrdquo AGUIRRE Las dos primeras croacutenicas de Vizcaya pp 157-60 164-6 GARCIacuteA DE SALAZAR Libro de las buenas andanccedilas e fortunas pp 209-13

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143128

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

due to the arrival of those external reinforcements which led to the conflict taking a qualitative leap into actual urban warfare7 In the same way in Seville in 1471 a street brawl between the men of the marquis of Caacutediz and the duke of Medina Sidonia escalated into a three-day battle where each side controlled a certain streets and neighbourhoods8 This sort of conflict however was not necessarily triggered by either escalat-ing violence or spontaneous fights In Cuenca in 1447 the combat was clearly premeditated as both sides ndashLope de Barrientos bishop of Cuen-ca and Diego Hurtado de Mendozandash prepared for the fight and adopted well-defined tactics9

Whatever the cause it is possible to appreciate some tactical fore-thought during these clashes for instance with the occupation of the main access points to the city In Toledo as the fight spread the conver-sos took over the gates and bridges leading into the city difficulting the arrival of any enemy reinforcements10 Nevertheless the most common tactic was the occupation of churches which conferred considerable tactical advantages because they were sturdy buildings easily turned into defendable positions Church towers often became points of ob-servation as well as a substantial vantage point for crossbowmen and espingarderos ndashhandgunners- In Seville the men of the marquis were being harassed by the dukersquos men shooting from church of San Marcos Their solution was to set fire to the temple doors causing a conflagra-tion that upset the local population putting them against the marquis who had to leave the city11

Together with the occupation of strongpoints street fighting had a very important role to play Barricades and rooftop shooters were de-ployed across the place which made moving through narrow streets a dangerous business To counter this holes were drilled through house walls in an attempt to advance under cover and flank the enemyrsquos de-

7 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo pp 425-308 VALERA Memorial de Diversas Hazantildeas pp 192-5 Croacutenica Anoacutenima de Enrique IV de

Castilla 1454-1474 pp 347-9 Historia de los hechos del Marqueacutes de Caacutediz pp 175-7 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 36-8 For the urban combat developed in Seville I refer to Manuel Martiacuten Verarsquos work MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Mediardquo pp 53-77

9 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II pp 482-710 Antonio MARTIacuteN Historia de la ciudadhellip pp 1040-511 Historia de los hechos pp 175-7 Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II

p 38 MARTIacuteN ldquoEl combate urbanordquo pp 71-2

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 129

Urban warfare in 15th-centUry castile

fensive positions even attacking them from the rear just like in modern urban engagements12 This happened in Seville where the chronicler Alonso de Palencia points out that lsquobombards espingardas and other war machines shoot their projectiles from above onto the streets while some people drill the walls and suddenly attack from behindrsquo13

On other occasions simpler ndashand often less efficientndash tactics were used In Cuenca in 1447 the followers of the bishop fortified the streets leading up to the castle ndashwhere most of the men of Hurtado de Mendoza were holding up- establishing barricades guarded by ment-at-ams and crossbowmen The bishoprsquos aim was to prevent the enemy deployed both in the castle and some houses of the town square from joining forces14 When the actual fight broke out the men from the castle tried to set fire to two houses where the bishoprsquos street barricades rested This attempt to overcome enemy resistance with fire was unsuccessful as the bishop managed to get there with fresh troops repelling the assault The initial combat was followed by a six-day truce which both sides used to shore up their defences The second attack would expectedly be more intense This time the men at the castle used gunpowder artillery which affected defenses and barricades set up by the bishop as well as hous-es Lope de Barrientos in turn decided to further reinforce the barri-cades presumably re-building them with stone rather than wood so as to make them lsquoas sturdy as the city wallsrsquo Once completed the castle ceased their futile bombardment15

12 In modern military terminology the tactic is called lsquomouse-holingrsquo used for advancing under cover through streets and therefore avoid enemy fire

13 ldquoAbroquelaacutendose en los escudos unos y otros combaten por conservar o por libertar los respectivos barrios bombardas espingardas y otras maacutequinas de guerra lanzan sus proyectiles desde lo alto sobre las bocacalles horadan unos las paredes y se acome-ten repentinamente por la espaldardquo Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 37-8

14 The Croacutenica del Halconero mentions that the castle defenders gathered flammable ma-terials to set fire to the city from the castle In the chroniclerrsquos own words they had lsquocincuenta fachones de teda confacionados con algunas resinas para poner fuego a la ciudad por parte del castillorsquo and lsquoun cesto lleno de gatos para los echar con fuego por la ciudadrsquo CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero p 483

15 During the construction of this fortified barricades Lope de Barrientos protected the workers with stockades which absorbed the impacts delivered by enemy projectiles CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 482-7

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143130

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

2 Fighting following an assault

A second type of urban combat observed in fifteenth-century Castile is the one that follows an assault In those cases it is necessary to distin-guish between surprise assaults and expected assaults When the assault did not come as a surprise the defenders could prepare for this eventual-ity for instance by laying out different defensive lines where they could retreat their forces if the first line was overcome establishing a sort of tactical defence in depth Generally the second line of defence was the cityrsquos castle itself That happened during the Castilian successful assault on the walls of Antequera in 1410 as the Muslim defenders ran to the al-caacutezar as soon as the Christians had overcome the enemy resistance at the walls16 Another example is to be found during the Castilian assault on the Navarrese town of San Vicente de la Sonsierra in 1429 When the walls had been taken and the Castilian forces had entered the town the defend-ers positioned themselves in the castle on a hill overlooking the town17 When the city had two walled areas the inner circuit could work as a sec-ond defensive line That was the case of Atienza in 1446 The royal army led by the king Juan II and his constable Aacutelvaro de Luna laid siege to the town After they had successfully taken the walled arrabal (suburb) the defenders were ready again to defend the inner wall18

In surprise assaults the assailing party usually set up a vanguard that climbed the walls with stealth killing the sentries and opening the gates for the main attacking force The defenders could be therefore disorgan-ised and eventually surrender almost without a fight That was the case in Medina del Campo in 1441 where the king Juan II of Castile and the consta-ble Aacutelvaro de Luna were positioned with their army Whether because of treachery or negligence the defendersrsquo sentries did not see the attack of the troops of Juan II of Navarre that overcame the walls and entered the town Surprised both Juan II of Castile and Aacutelvaro de Luna attempted to organ-ize a last-minute defense For that purpose the Castilian king deployed his troops at the main square of San Antoliacuten with the constable fighting along the streets In the end after being overwhelmed by the Navarrese king the Castilian monarch surrendered and the constable was forced into flight19

16 Croacutenica del rey Juan II de Castilla Minoriacutea y primeros antildeos de reinado p 47217 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo vol C p 165-618 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna p 191-719 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 417-9 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo vol II p

586 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna p 153

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 131

Urban warfare in 15th-centUry castile

Nonetheless on most occasions some degree of organised resistance could be met throughout the stormed townrsquos streets The defenders would try to launch counter-attacks aimed at recovering lost strategic points in order to regain the control of the town while stopping the en-emy from receiving reinforcements These points could be either the city gates or wall towers In 1430 the Castilians entered the Navarrese town of Laguardia by surprise climbing the walls at night opening the gates and taking control of a strongly fortified church close to one of the townrsquos gates When the alarm sounded the defenders tried in vain to take control of the city gate in order to stop more Castilians from entering20 The defenders could also lay out barricades ndashas it also hap-pened during factional struggles between local lineagesndash to use them as tactical strongpoints from where attacks could be launched and street fight could be organised and performed An example of this practice is attested in a letter written by Rodrigo Manrique to Juan II describing the conquest of the Granadan town of Hueacutescar in 1434 The surprised Muslim defenders managed to set up a line of barricades forcing the Christians to house-by-house combat drilling holes through house walls to advance under cover and thereby avoiding the streets In addition the Muslims used the height of the alcaacutezar (castle) and the wall towers to harass the attackers Controlling those towers proved to be vital es-pecially when the Muslim reinforcements coming from Baza appeared As the town gates were under Christian control the newly arrived Mus-lims put ladders to climb the wall sections still under Granadan control and therefore entered the town In the end the position was kept in Christian hands thanks to the various Castilian counterattacks and the eventual arrival of the relief army led by the future count of Alba which came in support of Manrique21

The improvised defence based on the setting up of barricades and street fighting could be very effective at least until the assailants could come up with the right countermeasure In 1482 during the operation that started the War of Granada (1482-1492) the Castilians took the al-caacutezar of the Granadan town of Alhama by night escalade The surprise attack prompted the Muslim defenders to set up barricades defended by crossbowmen and espingarderos in the streets around the castle blocking the manoeuvres of the Christians and cornering them inside

20 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 182-521 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 164-6 Letter 166-74

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143132

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

the fortification The fortress could only be left using the castle gate that led to the streets which were continuously harassed by Muslim shoot-ers deployed both at the barricades and on the rooftops Some Castilian knights and squires tried to overcome this formidable encirclement by launching an assault from the gates of the alcaacutezar but they soon found their death in those narrow streets at the hands of Muslims bolts and bullets In that desperate situation the Castilian tactical choice was to perform simultaneous attacks charging at the same time from the castle gate the rooftops the castle wall which led from the fortress to the city and from a hole that Castilians bored at the fortress wall that led to the streets The Muslims were thus forced into flight seeking refuge in the mosque When the Christians set fire to the doors of the mosque the defenders finally surrendered the town passed to Castilian hands and the War of Granada started22

Occasionally defenders were able to recover the initiative thereby turning from static defenders into attackers This happened at Atienza Aacutelvaro de Lunarsquos troops were repeatedly attacked in order to thwart their attempt to take control of strategic positions of the arrabal which would have enabled an easier assault to the town walls Most of the fighting in fact took place around the church which the constable intended to turn into a strong place with stockades and barricades23 A more innova-tive counterattack took place in Laguardia where the besieged Navar-rese defenders cornered at the townrsquos castle took advantage of a truce to excavate a mine from the fortress itself onto the main square where the Castilian besiegers where deployed The Navarrese established a predetermined time for a simultaneous sally from both the castle and the mine in order to take back the gates and the towers Nevertheless the manoeuvre was a failure as Castilians manage to repel the attacks and even organise a counter-attack In the end the Navarrese had to abandon the position and left the town for the Castilians24 Despite the recent example of Laguardia having the initiative in street fighting had some advantages more so if the defenders had a fortified position that dominated the town This disposition enabled the defenders to control enemy movement and reveal vulnerabilities that could be attacked At San Vicente de la Sonsierra the victorious Castilians once they had tak-

22 PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos pp 5-1323 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna pp 190-724 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 211-3

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 133

Urban warfare in 15th-centUry castile

en the walls focused on the pillaging of the town in complete disorder The Navarrese garrison that was cooped up in the castle saw a window of opportunity and attacked one of the Castilians parties led by Goacutemez Gonzaacutelez de Butroacuten Butroacutenrsquos father Gonzalo Goacutemez de Butroacuten ndasha prom-inent Basque hidalgo- tried to rescue his son but the attempt ended with the father dead and the son being captured by the men from the garrison When additional Castilian reinforcements arrived to the place the Navarrese ran back to the safety of the keep That precise exploit led the Navarrese to victory as the assailant party had to leave the siege25

Whatever the case after the assault and the street fight if the attack-ers emerged victorious they still could be confronted with a final ob-stacle in the cityrsquos castle Laying siege to urban fortifications was the natural evolution of street fights derived from assaults regardless of whether they were by surprise or not For example the urban combats of Antequera in 1410 and Laguardia in 1430 had the siege of their castles as a culmination26 Chronicles unfortunately provide sparse details re-garding how these intra-urban sieges were carried out This prompts me to extrapolate some examples from the War of the Castilian Succession (1475-1479) a civil strife for the throne that confronted the supporters of Isabel the Catholic ndashand his husband Fernandondash and those of Juana ldquola Beltranejardquo the latter receiving Portuguese military support27 This conflict is garnished with far greater detail regarding this issue due to the importance that urban combat in the form of siege of intra-urban fortifications had in the outcome of the conflict28

In this final phase of medieval urban combat fighting was guided by patterns that respond to the dynamics of what we would call position-al warfare Both sides focused on securing key strategic buildings which ensured control of the town These essential constructions were normal-ly easily defendable solid stone structures of which the alcaacutezar was the most important29 The castle was not only the best fortified place within the city walls but also the logical last place of defence the ultimate bas-

25 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 165-626 Croacutenica del rey Juan II p 472 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 211-327 See SUAacuteREZ Los Reyes Catoacutelicos La conquista del Trono28 A more extensive analysis of urban warfare during the War of the Castilian Succession

can be found in ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medievalrdquo pp 277-8829 Rodriacuteguez Casillas has usefully pointed out the importance of these buildings with

abundant examples from wars and violence in which they had become key stron-gholds RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre pp 171-8

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143134

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

tion where the defenders would retire after the rest of the positions had fallen For that reason during the War of the Castilian Succession urban combat at Burgos Zamora Madrid Ucleacutes Toro or Castronuntildeo among many other cities and towns involved the siege of their respective castles

For the defenders relying only on the castlersquos resistance capabili-ties was nothing but a vain hope There was an evident necessity to hold additional positions surrounding the fortress in order to pre-vent the attackers to effectively lay siege to the alcaacutezar For that rea-son once the enemy host had entered the city resistance gravitated around strong points within the walls ndashusually churches or less often housesndash Churches were in fact excellent defensive positions because of their sheer masonry Those that were near the fortresses were pre-ferred options for they could hinder the siege of the castle as both buildings could support each other In 1475 during the Isabellan at-tempt to recover the cityrsquos castle of Burgos from Juanarsquos supporters the chapel of Santa Mariacutea la Blanca proved to be vital to both sides The Croacutenica Incompleta de los Reyes Catoacutelicos describes how the chap-el was very strong and lsquofully supplied had good men and a large moat aroundrsquo and lsquoprevented the siege positions to come closer to the for-tressrsquo In other words the temple and the castle were supporting each other so taking Santa Mariacutea la Blanca was necessary in order to reach the castle as Fernando the Catholic failed attempt to take both posi-tions at the same time proved30

The aforementioned example illustrates the effectiveness of a de-fense based on the combination and mutual support between the main fortress and lesser nearby defendable positions There were occasions however when this support could be a double-edged sword If one of these positions fell it would promptly become a platform from where the assailants would launch new attacks to the main fortress with far greater danger which is what ultimately happened in Burgos Once the supporting chapel had been taken the siege on the fortress became much easier allowing the besiegers to perform mines and bombard the castle walls from closer range which maximized the impact31 A similar situation happened in Zamora also in 1475 where the city was under

30 PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos tomo I pp 150-1 PALENCIA Croacutenica de Enri-que IV tomo II pp 229-30 Croacutenica incompleta de los Reyes Catoacutelicos pp 256-7

31 VALERA Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos p 39 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II p 230

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 135

Urban warfare in 15th-centUry castile

Juanarsquos supporters control and had a Portuguese garrison Fernando the Catholic knew that the keeper of the fortified bridge leading to the main gate of the city would let him in so he hurried to exploit the situation Once the Isabellan assailants took over the gates the defending Portu-guese sought shelter in the fortress the Cathedral and a house nearby It seems that the choice was not arbitrary as the house served to protect the temple which in turn protected the castle The attackers were sys-tematic they went first for the house until it was knocked down which made the attack on the cathedral easier Its last defenders held the tow-er until they fled to the castle ndashthe last surviving Portuguese positionndash through a wicket32 Immediately the temple was used by the Isabellan party to harass the fortress deploying crossbowmen and espingarderos at the cathedralrsquos tower33

Generally defenders tended to systematically retreat to the next defensive position This as Rodriacuteguez Casillas has pointed out was an application of the lsquoobsidional reflexrsquo to urban combat34 However this strategy was far from static Just like when a stronghold was be-ing besieged defending implied carrying out sallies aimed at improving their defensive position and wearing down the morale and resources of the besieger army This is well exemplified at Burgos or at the siege of Laguardiarsquos castle in 1430 mentioned above35

So far I have been focusing on defensive strategies with little at-tention to the offensive ones the tactics used by attackers to offset the lsquoobsidional reflexrsquo of their opponents The truth is that when defenders closed themselves into formidable defensive positions attackers could do little else but to patiently lay them siege using conventional mech-anisms If possible or necessary advanced enemy positions could be assaulted thereby attempting to reduce the strength of the defensive network and facilitate the siege of further positions

32 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 168-9 VALERA Croacutenica de los Reyes pp 49-50 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 248-9 267-8 According to Fernando del Pulgar the defenders sued for mercy giving up the fight PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 169-72

33 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 267-834 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangrerdquo p 4735 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 150-1 165-6

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143136

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

At Burgos as mentioned before there was an initial attempt to lay siege both to the church and the castle at the same time but this proved inefficient Hence all efforts were placed on taking the chapel until it fell In general laying siege to an intra-urban castle could last an inde-terminate amount of time and besiegers often focused on the progres-sive erosion of enemy defences and isolating the defenders from food and water provisions Often this required extra-mural encirclements of fortresses and the establishment of siege positions within the city to ensure that defenders could not communicate with the outside andor receive reinforcements In the Isabellan sieges of Ucleacutes (1476) and Cas-tronuntildeorsquos (1477) city castles ndashheld by Portuguese and Juanarsquos support-ers- barricades were set up between the fortress and the city itself36 Sometimes however more durable constructions were employed as oc-curred at Zamora and at Madrid ndashthe latter was under the control of the Juanist marquis of Villena and in 1476 was attacked by the duke of the Infantado In both occasions actual walls were erected in the streets that led to the castles as a sort of contravallation Regarding the fortification work made in Madrid the chronicler Fernando del Pulgar states that the wall lsquowas so large and wide that the people in the fortress if assisted by outside armies could still not enter the town or vice-versa unless they went through the gates which the duke had garrisonedrsquo37

3 Common characteristics of urban warfare in 15th-cen-tury Castile

The two categories described above contain some common features which help to present a more precise picture of the nature of urban war-fare in 15th century Castile The most evident characteristic is the limita-tions that a built and inhabited environment imposed on tactics For one houses constituted important barriers which often protected the flanks and thus reduced combat space On the other hand unlike pitched en-gagements urban warfare was potentially three-dimensional as dan-gers could come not only from the front but also from above and even from below as the mentioned example of the mine in Laguardia exem-plifies Windows and rooftops provided excellent platforms for shooting and throwing objects to the enemy In 1485 during the War of Granada

36 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 255-6 29837 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 172-3 229

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 137

Urban warfare in 15th-centUry castile

the Castilians performed a failed assault attempt to the town of Coiacuten and the Muslim defenders withdrew until they had reached a square Mean-while the Castilian attackers advanced under a rain of stones and tiles from the windows and rooftops38

These dangers made advancing under cover an indispensable pre-req-uisite for moving through streets something which was illustrated in the combats at Seville and Hueacutescar Commanders had another tactical toolkit at their disposal fire Flames burned everything in their path in cities where most buildings were made of wood They could be used to open routes through the city or to destroy enemy defensive positions as shown by Hurtado de Mendozas mens the failed attemp to burn down the houses in Cuenca located adjacent to Lope de Barrientos barricades Fire was unavoidable when sieging urban fortifications once the de-fenders had retreated to the castle The first tactic used by the defending garrison was the burning of the houses adjacent to the fortress This was done by the local Muslims during their retreat into the alcaacutezar at Antequera in 141039 Another example can be found in Madrid in 1476 The duke of the Infantado after fighting at the gate of Guadalajara and entering the city managed to force the marquis of Villenarsquos men back to the alcaacutezar but lsquothe castellan [alcaide] set fire to all the houses near the fortressrsquo40 In the aforementioned 1475 attack on Burgos a similar action took place The defenders who held the castle made sallies to burn down several houses ndashthe chronicler Fernando del Pulgar counted 300 burned housesndash in the calle de las Armas a street close to the access path of the strategic church of Santa Mariacutea la Blanca41

Indeed burning the houses and buildings located near fortresses was commonplace primarily for three reasons to destroy indefensible po-sitions to deny the assailant the possibility of cover and because of the tactical need to create a clear shooting range for the defenders If this destruction was not fulfilled in advance the enemy could make use of the buildings to facilitate the approach which happened in Atienza in 1446 There the defenders only set fire to houses adjacent to the walls but the rest of the suburb was left standing Nevertheless in this particu-

38 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo II p 15839 Croacutenica del rey Juan II pp 467-7240 VALERA Croacutenica de los Reyes p 8041 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 229-31 PULGAR Croacutenica de los Reyes

tomo I p 150

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143138

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

lar occasion according to the chronicle of Aacutelvaro de Luna the defenders followed a plan When the army of Juan II of Castile and Aacutelvaro de Luna arrived they would comfortably settle in the emptied neighbourhood The defensive plan was then to proceed to bombard the unsuspecting royal army with trebuchets set up at the hilltop the highest part of the town In a flagrant display of optimistic miscalculation the master en-gineer had guaranteed that eight days of bombardment would level the suburb The houses however stubbornly maintained their verticality enabling the forces of Luna to approach the wall using the residences to maintain cover while shooting to the defenders with darts shot from makeshift arrowslits drilled into the housesrsquo walls42

Large-scale combats such as those in the War of the Castilian Suc-cession often led to intra-urban sieges Fighting did not resemble street-combat and mainly revolved around the control of key strong points Yet actual manoeuvres and tactics employed when laying siege to urban fortifications were similar to those employed in almost every other intra-urban assault of the period as the average objective was to control and secure a densely inhabited and constructed area In that regard churches were by definition architectural strongholds Their stout masonry and tall towers provided vertical control and a vantage point over surrounding streets Examples of this were the church of San Marcos in Seville and also the church of San Pedro at Cuenca which Hurtado de Mendozarsquos castle garrison had attempted in vain to take us-ing ladders43 Even when genuine street-fighting happened combat re-volved around barricades which operated as a sort of temporary strong points Therefore it can be said that positional warfare was a common feature of urban combat in both of the categories presented

The outcome of urban warfare was commonly affected by factors such as the size of opposing forces and the arrival of reinforcements This latter factor was closely conditioned by the control of the access to the city Whoever held the gates could effectively prevent the ene-my from receiving reinforcements while facilitating the arrival of allies Such a constrained battlefield the medieval city was that this could be the difference between victory and defeat44

42 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna pp 186-9043 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 513-6 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 662-344 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangrerdquo pp 40-1 ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medie-

valrdquo p 280

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 139

Urban warfare in 15th-centUry castile

Naturally the presence of buildings entailed enormous coordination challenges far beyond what could be found within an open battlefield Narrow and sometimes labyrinthine medieval streets forced the consta-ble Miguel Lucas de Iranzo Iranzo to divide his forces ndashwhich his own chronicle number at 3300 menndash between six streets during an urban combat at Jaeacuten in 146745 The downside is that this partition made it diffi-cult to assist the forces in other streets I have already mentioned that at San Vicente de Sonsierra once the defenders had retreated to the castle they sallied upon one of the groups returning behind the safety of the keep before the attackers could pounce on them in greater numbers46

This made the use of reserve forces vital as the bishop Lope de Barri-entos understood and applied in Cuencarsquos second urban combat in 1449 He located thirty men in the main square for rapid deployment against wherever this was needed47 In addition to reserve units given the pro-pensity of urban warfare to splinter into small fronts it was the subordi-nate command structure which carried most of the tactical brunt Dur-ing the second day of riots at Toledo in 1467 a dyer led a group to drill a hole in a house wall from which a bombard could be fired against the conversos that were attacking the cathedral48 This artisan did not hold a particularly respectable social position but he did have initiative in a situation of chaos and movement His idea was heard and then carried out dispersing the attacking conversos

The characteristics of urban warfare described rendered it extraor-dinarily dangerous According to the chroniclers Alonso de Palencia and Diego de Valera the veteran knight Luis de Perniacutea always tried to avoid fighting inside cities where lsquoeven the most miserable cow-ard could with a crossbow or an espingarda easily slay the greatest warriorrsquo Ironically Perniacutea died during an urban combat at Carmona in 1472 at the hands of a mere barber armed with an espingarda49

45 Hechos del Condestable Don Miguel Lucas de Iranzo pp 330-346 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 165-647 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 513-6 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 662-348 MARTIacuteN Historia de la ciudad pp 1040-549 ldquoE luego Luys de Perniacutea como fuse cavallero muy esforccedilado e quisiese a gran priesa

socorrer a su valiacutea e como eacutel fuese el primero que yba hordenando su gente fue herido de vn espingarda de tal manera que de suacutepito murioacute El qual en muchas ba-tallas contra los moros con poca gente muchas vezes de gran muchedumbre se halloacute venccediledor con cuyo nonbre los enemigos algunas vezes se espantavan El qual sienpre aborresccedilioacute las batallas dentro de lugares e mucho contra su voluntad fue esta venida suya en Carmona Asiacute fueacute muerto este virtuoso y esforccedilado caballero por la mano de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143140

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

Although it is quite probable that the chroniclers endowed the death of the knight with a providentialist dimension the example described proves how in urban combat even the most experienced warrior could die at the hands of a fresh recruit50 In this role shooters were especially empowered as urban morphology favoured greatly projec-tile weapons The espingardas even the artillery saw their general lack of precision greatly compensated in urban warfare where men-at-arms fought packed in a cramped space Perniacutea was not the only vic-tim to their fire during the assault to Santa Mariacutea la Blanca in Burgos in 1475 two of Fernando the Catholicsrsquo most loyal knights were shot down by espingarda bullets which pierced their armour51 The morta-lity of this weapons used in those narrow quarters was also proved in the aforementioned example of Alhama in 1482 where gunfire caused significant casualties among the Castilian ranks It was after all John France who claimed that lsquostreet-fighting was just as costly in the Mid-dle Ages as at Stalingradrsquo52

In conclusion urban warfare was not altogether that different from standard medieval military praxis because the key objective was spa-tial or territorial control In the case of cities this meant holding strong points like gates churches or castles Nonetheless in 15th-century Cas-tile urban warfare did have its own peculiarities as tactics had to adapt to the narrow and deadly battlefields Coordination was difficult and advancing under cover imperative Likewise barricades were laid out in the streets and advanced outposts were established while house-to-house combat was usual These specific features of modern urban war-fare were there already in pre-industrial conflicts As happens in the contemporary world blood also ran through medieval streets turning cities into battlefields

un barbero manccedilebo en el mes de abril del antildeo del nasccedilimiento de Nuestro Redentor de mil e quatroccedilientos e setenta y dos antildeosrdquo PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 57-8 VALERA Memorial p 211

50 Malcolm Vale wrote that in the 15th-century ldquothe risk of death at the hands of a lsquocowardlyrsquo plebeian crossbowman was merely augmented by that of death by gunfi-rerdquo VALE ldquoNew Techniques and Old Ideasrdquo p 64

51 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 229-3052 FRANCE Western warfare in the age of crusaders p 109

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 141

Urban warfare in 15th-centUry castile

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Pedro CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II ed Juan de Mata Carriazo Universidad de Granada Granada 2006

Croacutenica Anoacutenima de Enrique IV de Castilla 1454-1474 ed Mariacutea Pilar Saacutenchez-Parra Ediciones de la Torre Madrid 1991

Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna condestable de Castilla maestre de Santi-ago ed Juan de Mata Espasa-Calpe Madrid 1940

ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo Croacutenicas de los Reyes de Castilla Cayetano Rosell (ed) Atlas Madrid 1953

Croacutenica del rey Juan II de Castilla Minoriacutea y primeros antildeos de reinado (1406-1420) ed Michel Garciacutea Universidad de Salamanca Salamanca 2017

Croacutenica incompleta de los Reyes Catoacutelicos ed Julio Puyol Academia de la Historia Madrid 1934

Lope GARCIacuteA DE SALAZAR Libro de las buenas andanccedilas e fortunas que fizo Lope Garciacutea de Salazar Mariacutea Consuelo Villacorta (ed) UPVEHU Bilbao 2015

Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo Colec-cioacuten de documentos ineacuteditos para la historia de Espantildea vols XICX y C ed Antonio Paz y Meliaacute Madrid 1891

Hechos del Condestable Don Miguel Lucas de Iranzo ed Juan de Mata Universidad de Granada Granada 2009

Historia de los hechos del Marqueacutes de Caacutediz ed Juan Luis Carriazo Uni-versidad de Granada Granada 2003

Pedro LOPEZ DE AYALA Croacutenicas ed Joseacute Luis Martiacuten Planeta Barce-lona 1991

Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV ed Antonio Paz y Meliaacute Atlas Madrid 1973

Fernando del PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos ed Juan de Mata Carriazo Universidad de Granada Granada 2008

Diego de VALERA Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos ed Juan de Mata Carri-azo Revista de Filologiacutea Espantildeola Madrid 1927

Diego de VALERA Memorial de Diversas Hazantildeas ed Juan de Mata Car-riazo Espasa-Calpe Madrid 1941

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143142

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

2 Bibliografiacutea

Sabino AGUIRRE Las dos primeras croacutenicas de Vizcaya Caja de Ahorros de Vizcaya Bilbao 1986

Ekaitz ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medieval como campo de batalla el combate urbano en la guerra de Sucesioacuten Castellana (1475-1479)rdquo Clio amp Crimen Revista del Centro de Historia del Crimen de Durango 12 (2015) pp 277-88

Ekaitz ETXEBERRIA ldquoGuerras privadas y linajes urbanos violencia ban-deriza en el Bilbao bajomedievalrdquo Roda da Fortuna Revista Eletrocircni-ca sobre Antiguidade e Medievo 21-1(2015) pp 78-97

John FRANCE Western warfare in the age of crusaders 1000-1300 Cor-nell University Press New York 1999

Joseacute Antonio JARA ldquoEl conflicto en la ciudad Violencia poliacutetica en la Castilla urbana del siglo XVrdquo La violencia en la sociedad medieval Esther Loacutepez Ojeda (coord) Instituto de Estudios Riojanos Logrontildeo 2019 pp 85-115

John LEE ldquoGuerra urbana en el mundo griego claacutesicordquo El arte de la guer-ra en el mundo antiguo de las guerras persas a la caiacuteda de Roma Vic-tor Davis Hanson (coord) Criacutetica Barcelona 2012 pp 139-63

Antonio MARTIacuteN Historia de la ciudad de Toledo sus claros varones y monumentos Imprenta de Severiano Loacutepez Fando Toledo 1862

Manuel Aacutengel MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Media el duque de Medina Sidonia contra el marqueacutes de Caacutediz por el dominio de Sevillardquo Roda da Fortuna 1 (2015) pp 53-77

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre La Guerra de Sucesioacuten entre Isabel la Catoacutelica y Dontildea Juana en Extremadura (1475-1479) Ed-itora Regional de Extremadura Meacuterida 2013

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangre por las calles Ciudad y guerra urbana a finales del siglo XV el caso de Extremadurardquo Re-vista Roda da Fortuna 1 (2015) pp 33-52

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS La guerra en el marco de la Extremadu-ra del periacuteodo Trastaacutemara (1369-1504) PhD dissertation Universidad de Extremadura 2019

Luis SUAacuteREZ Los Reyes Catoacutelicos La conquista del Trono Rialp Madrid 1989

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 143

Urban warfare in 15th-centUry castile

Malcom VALE ldquoNew Techniques and Old Ideas The Impact of Artillery on War and Chivalry at the End of the Hundred Years Warrdquo War Literature and Politics in the Late Middle Ages Essays in Honor of G W Coopland Liverpool University Press Liverpool 1975 pp 57-72

Fecha de recepcioacuten 11-11-2019

Fecha de aceptacioacuten 13-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 145

La Banda Gallega y el castillo de Las Cumbres Control estrateacutegico del

territorio histoacuterico espacio y frontera en el limes septentrional del alfoz

sevillano en la Baja Edad Media

The Galician Band and the Castle of Las Cumbres Strategic Control of the Historical Territory Space and Frontier in the Northern limes of the Sevillian

alfoz in the Late Middle Ages

Juan Joseacute Fondevilla AparicioConsejeriacutea de Cultura y Patrimonio Histoacuterico Junta de Andaluciacutea

Resumen

El liacutemite noroccidental del alfoz de Sevilla conformaba en la Baja Edad Me-dia un espacio de frontera una encrucijada de demarcaciones que deslindaba aacutembitos exteriores e interiores al reino de Castilla y Leoacuten en cuya conquista y

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico jjfondgmailcom Jefe del Departamento de Conservacioacuten del Pa-trimonio Histoacuterico Delegacioacuten Territorial en Huelva de la Consejeriacutea de Cultura y Pa-trimonio Histoacuterico Avda de Alemania 1 bis 21001ndash Huelva El presente artiacuteculo sus-crito como investigador adscrito al Grupo de Investigacioacuten HUM-799 ldquoEstrategias de Conocimiento Patrimonialrdquo se enmarca dentro del Proyecto I+D+i (HAR2016-78113-R) financiado por el Ministerio de Economiacutea y Competitividad para el periacuteodo 2017-2019 ldquoTutela Sostenible del Patrimonio Cultural a traveacutes de modelos digitales BIM y SIG Contribucioacuten al conocimiento e innovacioacuten socialrdquo cuyo investigador principal es D Francisco Pinto Puerto El trabajo se ha realizado dentro de las investigaciones lleva-das a cabo en el contexto de la Tesis Doctoral dirigida por D Antonio Luis Ampliato Briones Catedraacutetico del Departamento de Expresioacuten Graacutefica Arquitectoacutenica de la Es-cuela Teacutecnica Superior de Arquitectura de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192146

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

repoblacioacuten participaron muy activamente las oacuterdenes militares en su apoyo en lanzas a los reinos cristianos peninsulares La ereccioacuten de la fortaleza de Las Cumbres resultoacute determinante en la estrategia de reforzamiento de la red de defensas pasivas que dispuso el concejo hispalense resultando esencial para la vertebracioacuten territorial de este limes demarcatorio Los estudios de interconec-tividad visual y de transitabilidad del territorio histoacuterico derivados del anaacutelisis geoespacial multivariante implementados a traveacutes de SIG permitieron antildeadir un nuevo enfoque a las teoriacuteas historiograacuteficas que habiacutean abordado la loacutegica de su implantacioacuten territorial en el contexto del resto de fortalezas de la Banda Gallega avalando algunos de sus predicados

Palabras clave

Fortificacioacuten del territorio Alfoz de Sevilla en la Baja Edad Media Anaacutelisis geoespacial Cuenca visual e Interconectividad visual SIG

Abstract

The north-western limit of the kingdom of Seville in the Low Middle Ages con-stituted a frontier space a crossroads of demarcations that delimited external and internal areas of the Kingdom of Castile The military orders actively par-ticipated in the conquest and repopulation of these areas with their support to the peninsular Christian Kingdoms The construction of Las Cumbres castle was crucial in the reinforcement strategy of the network of passive defenses devel-oped by the council of Seville being essential for the territorial vertebration of this demarcatory limit Studies of visual imterconnectivity and trafficability of the historical territory implemented through GIS systems allowed to add a new approach to the historiographical theories that have conducted the foundation of their territorial implantation in the context of de Galician Band fortifications endorsing some of its predicates

Key-words

Fortification of the territory Kingdom of Seville in the Low Middle Age Geospa-tial analysis Viewshed and Intervisivility GIS

1 La conquista del territorio y la definicioacuten de las fron-teras septentrionales del alfoz sevillano

ldquoFerrando de Medina veinte e quatro desta dicha ccedilibdad e alcayde del

castillo e fortaleza desta dicha villa nos dixo que por la dicha ccedilibdad le

fue dado poder y mandado que para la guarda e defensa de la dicha for-

taleza por cabsa de los movimientos e guerra que habiacutea la dicha ccedilibdad

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 147

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

eacutel tomase la gente que entendiese menester de los veccedilinos desa dicha

villahellippues que ellos quedaban al serviccedilio de la dicha ccedilibdad en la dicha

fortalezahellipguardaacutendola e velaacutendola de noche e de diacuteardquo(Archivo Muni-

cipal de Sevilla [AMS] sec 15 Papeles del Mayordomazgo carp58)

El siglo XIII supone la consecucioacuten por los reinos cristianos peninsu-lares de su principal objetivo poliacutetico la expansioacuten territorial frente al islam andalusiacute a traveacutes de la conquista militar de sus dominios1 fijando definitivamente la frontera con el reino nazariacute La guerra sostenida des-de el s XI supuso la superacioacuten de las sucesivas marcas defensivas hasta el definitivo avance sobre al-Andalus que se ultimoacute taacutecitamente con el reinado de Fernando III de Castilla a cuya muerte todo eacutel apareciacutea bajo su dominio directo o vasallaacutetico Surge entonces la necesidad de des-lindar el aacutembito jurisdiccional de las respectivas coronas peninsulares iniciaacutendose la definicioacuten de limes demarcatorios o rayas que persiguen la acotacioacuten del poder regio en su proceso de diferenciacioacuten poliacutetica y administrativa que avanza hacia el asentamiento progresivo de un es-tatus regni frente al poder sentildeorial [Figura 1]2

Figura 1 Mapa descriptivo en el que se grafiacutean las distintas fronteras y aacutembitos

territoriales representando la permeabilidad desde la Raya lusa a traveacutes de los

llanos del Chanza y de la ribera del Muacutertiga con ubicacioacuten de los principales

castillos y fortalezas

1 LADERO ldquoSobre la evolucioacuten de las fronterasrdquo p 52 Todas las fotografiacuteas e ilustraciones corresponden en lo referente a su autoriacutea al in-

vestigador Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192148

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

La demarcacioacuten occidental de Sierra Morena seraacute el aacutembito de con-fluencia de las vanguardias lusas y castellanas3 que contaraacuten con el apoyo en armas de diversas oacuterdenes militares en esta empresa cruzada La unificacioacuten de las coronas castellana y leonesa en 1230 bajo el reina-do de Fernando III detuvo la expansioacuten de Leoacuten hacia el sur a la altura de las demarcaciones de Fregenal Jerez de los Caballeros y Calera de Leoacuten ndash Tentudiacutea4 Esta expansioacuten siguioacute la direccioacuten de avance esbo-zada en el tratado de Sahaguacuten suscrito por Fernando II de Leoacuten y su hermano Sancho III de Castilla en 1158 que asignaba a Leoacuten los territo-rios de conquista ubicados al Oeste del Guadalquivir

La caiacuteda temprana e inesperada de Coacuterdoba en 1236 supone una conmocioacuten en al-Andalus evidenciando la descohesioacuten interna del im-perio almohade que perdiacutea asiacute la antigua capital del califato Omeya Esta caiacuteda abriacutea a Fernando III la senda del Guadalquivir para la con-quista de la capital hispalense y de toda la Andaluciacutea beacutetica Portugal siguiendo esa misma loacutegica geograacutefica pareciacutea llamada a llenar el vaciacuteo entre el Guadiana y el Guadalquivir tras desplazar Castilla sus tropas hacia la cabecera de este uacuteltimo valle5 cediendo a Portugal la iniciativa de conquista de la demarcacioacuten suroccidental del Gharb al-Andalus

11 La penetracioacuten lusa hasta Aracena y Torres

La conquista del Algarve Occidental por el reino de Portugal entre 1240 y 1250 se vio precedida de la toma entre 1238 y 1239 por caballeros de la Orden de Santiago de los relevantes enclaves andalusiacutees de Meacuterto-la Afayar de la Penna (identificada con el enclave del actual santuario de la Virgen de la Pentildea de Puebla de Guzmaacuten) y maacutes al sur de la plaza de Ayamonte estas uacuteltimas ubicadas maacutes allaacute del Guadiana Tales incursio-nes lusas hacia tierras andevalentildeas asiacute como el avance hacia el Odiel en sus demarcaciones meridionales terminoacute por fracturar en dos mitades la integridad territorial del reino musulmaacuten de Niebla6 que de esa manera veiacutea dificultada su defensa frente al ya incontenible impulso expansivo cristiano al que sucumbiriacutea en vasallaje tras la toma de Isbīliya en 12487

3 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 214 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos inicios de la repoblacioacuten de la Sierra de Huelvardquo p 365 5 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 366 CARRIAZO ldquoFronteras y fortificacionesrdquo p 74 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de

Nieblardquo p 1007 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Sevillardquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 149

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

antes de su definitiva conquista por Alfonso X en 1262 Tal vez esa ma-yor progresioacuten del avance portugueacutes en las demarcaciones del Sudoeste peninsular punzonando activamente los liacutemites de Gharb al-Andalus de-cantasen finalmente el posicionamiento de aproximacioacuten de Ibn Mahmiddot fumiddotz hacia la influencia castellana sustanciado en una doble viacutea el vasallaje del reacutegulo iliplense8 y la presunta cesioacuten de derechos referidos a la so-beraniacutea del Algarbe en favor del entonces infante Alfonso de Castilla9 asunto trascendente en el contexto de la ldquoCuestioacuten del Algarberdquo En tal contexto las uacuteltimas investigaciones referentes al anaacutelisis de las fuentes aacuterabes han permitido constatar la conquista de Tejada (Tmiddotalyatmiddot a) de ma-nos de Ibn Kumasa en 124610 seguacuten refiere de forma indirecta Ibn Jaldun tras mencionar la caiacuteda de Coacuterdoba pasando a acrecentar los dominios de Fernando III en esa fecha cierta

Esta operacioacuten de cerco de los territorios andalusiacutees habiacutea de iniciar-se en estas demarcaciones con la toma de Serpa y Moura en 1230-33 a manos de Alfonso Peres Farinha maestre mayor de la Orden del Hospi-tal11 tras la cual los freires surcaron los llanos del Chanza para avanzar hacia Aroche y Aracena enclaves ambos que se suceden en continui-dad a lo largo la antigua calzada romana que uniacutea Beja con Sevilla y su prolongacioacuten islaacutemica hasta Aracena Esta viacutea representaba un acceso franco propiciado por la topografiacutea facilitando la conquista de este te-rritorio histoacuterico y su posterior cesioacuten a la corona de Portugal [Figura 2]

La fecha de 1250-51 para la conquista de Aroche y Aracena fue sos-tenida como cierta por algunos autores12 mientras que otros abogaban por una conquista temprana de Aracena a manos de la orden militar hospitalaria bajo el reinado de Sancho II y su posterior cesioacuten a Alfonso III tras su acceso a la corona lusa en 1248 Javier Peacuterez-Embid Wamba sentildeala como fecha maacutes probable de la toma de esta villa y castra la de 1230-123313 en la misma liacutenea que historiadores como Alexandre Her-culano o el propio Rodrigo Amador de los Riacuteos que ya apuntaban en esa direccioacuten

8 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAndaluciacutea en tiempos de Alfonso Xrdquo pp LVI-LVII9 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 9610 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Sevillardquo p 1911 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 38 AYALA ldquoAlfonso X el Algarve y Andaluciacuteardquo p 29812 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 42 Gonzaacutelez Jimeacutenez ldquoHuelva tierra de fronterardquo pp

22-23 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLas relaciones entre Portugal y Castillardquo p 8 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 96

13 PEacuteREZ-EMBID WAMBA Aracena y su sierra p 23

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192150

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Los uacuteltimos trabajos arqueoloacutegicos llevados a cabo en la villa incas-tillada de Aracena han permitido arrojar luz sobre este debate histo-riograacutefico14 El estudio del registro material y las dataciones radiocar-boacutenicas efectuadas establecen una fecha central en torno a 1240 (1240 plusmn 35 d C) evidenciada en el anaacutelisis de la unidad estratigraacutefica UE 116 compuesta por cenizas con carbones y maderas correspondiente a un estrato de amortizacioacuten de una edificacioacuten residencial andalusiacute asocia-da muy probablemente al arrasamiento del enclave almohade durante la conquista militar cristiana previo a la ereccioacuten de la edificacioacuten cas-tramental que realizariacutea posteriormente la orden hospitalaria15

La hipoacutetesis de una conquista que habriacutea de materializarse antes de 1248 se encuentra igualmente reforzada por la aparicioacuten en esa misma campantildea de excavaciones arqueoloacutegicas de una moneda de ideacutentica da-tacioacuten cronoloacutegica exhumada en el aacutembito de acceso a la fortificacioacuten un dinero de velloacuten de Sancho II de Portugal (1223-1248) acuntildeado en Lisboa A pesar de resultar cierto el hecho de la perduracioacuten de material numismaacutetico la ausencia de monedas del reinado de Alfonso III en el re-gistro arqueoloacutegico mueble16 refuerza su importancia como indicio para esa datacioacuten cronoloacutegica

14 CANTO et al ldquoEl hallazgo numismaacuteticordquo p 16415 ROMERO RIVERA y JIMEacuteNEZ ldquoCastillo de Aracenardquo p 10316 Ibidem

Figura 2 Mapa de avances de conquista de la Orden Militar Hospitalaria en su

apoyo en lanzas a la Corona de Portugal

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 151

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Otro indicio maacutes apunta en la misma direccioacuten que este estudio del registro material De eacutel existiacutean ya referencias bibliograacuteficas anteriores a las excavaciones referidas en el recinto fortificado de Aracena Se tra-ta de una inscripcioacuten existente en el monasterio de Marmelar en Vera Cruz aldea situada a unos diez kiloacutemetros al sureste de Portel conme-morativa de la finalizacioacuten de su construccioacuten en la que se refiere la toma de Aroche y Aracena por Peacuterez Farinha asiacute como su donacioacuten a Alfonso III de Portugal17 Esta informacioacuten refuerza la interpretacioacuten de una conquista anterior a la cesioacuten a Alfonso III y por lo tanto adscribible al reinado de Sancho II Capelo

Lo cierto es que tras la toma de Serpa y Moura villas ubicadas en la margen izquierda del Guadiana ldquolos portugueses no tuvieron obstaacutecu-los topograacuteficos para ocupar los llanos que llegan hasta Aroche puer-ta occidental de la Sierrardquo18 integrada en la antigua kurah de Beja19 y a continuacioacuten avanzar hacia Aracena muy probablemente la Qatmiddotrasana referida como cabecera de Iqlīm de la kurah de Isbīliya20

La conquista de este territorio histoacuterico a mediados del siglo XIII por la orden militar del Hospital de San Juan de Jerusaleacuten en su apoyo en

17 HERCULANO Histoacuteria de Portugal 1849 p 350 y ss FRUCTOS 2010 p 341 18 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 10519 HERNAacuteNDEZ ldquoLa Kura de Meacuterida en el siglo Xrdquo p 37020 PEacuteREZ MACIacuteAS ldquoLos distritos islaacutemicosrdquo p 58-59

Figura 3 Cuencas hidrograacuteficas en el aacutembito geograacutefico de las fortalezas de la

Banda Gallega

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192152

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

lanzas al reino de Portugal se materializoacute avanzando a lo largo de los pasos naturales definidos por el medio fiacutesico en las aacutereas septentrio-nales del liacutemite noroccidental de Sierra Morena Se trata de un aacutembito geograacutefico fuertemente marcado por el caraacutecter abrupto de su orogra-fiacutea con plegamientos de origen herciniano que dibujan una alineacioacuten de cordilleras en direccioacuten NO-SE Este dibujo facilita la accesibilidad territorial desde tierras alentejanas definiendo en esa direccioacuten valles profundos a lo largo de los cuales discurren sendos cauces fluviales tri-butarios del Guadiana hacia el oeste y del Guadalquivir hacia el este de estos dominios Estos mismos plegamientos constituyen una auteacutentica barrera fiacutesica que articula la transicioacuten entre la altiplanicie mesetentildea y el valle del Guadalquivir salvando una relevante diferencia de cota

La penetracioacuten territorial maacutes extrema de la corona lusa al este del Guadiana se encuentra jalonada en los extremos de sus dos frentes de incursioacuten por las fortificaciones fronteras de Aracena y Torres auteacuten-ticas puntas de lanza que evidenciaban la voluntad cierta de avance transversal hacia el interior de los dominios de Dar al-Islam que dibuja-ba una estrategia convergente con los intereses de Castilla y enfrentada a ellos destinada en uacuteltima instancia a la toma de la capital almohade

Las conquistas territoriales a lo largo de los llanos del Chanza y la ri-bera del Muacutertiga comportaron la necesidad de definir un programa cons-tructivo auspiciado por la corona portuguesa y materializado por la Or-den Hospitalaria cuyo destino fue el de afianzar y demarcar las tierras ganadas al islam andalusiacute garantizando la guarda de este territorio En la construccioacuten de sus fortalezas (Torres Aracena y muy probablemente una primera cerca y fortificacioacuten en Cortegana) se aparejan funciones de defensa pasiva de los enclaves y viacuteas de comunicacioacuten asiacute como ofensi-vas referentes a la capacidad de hostigamiento de las demarcaciones que en este encuadre geograacutefico se encontraban en proceso de fragua y conso-lidacioacuten21 estando las rayas y limes exteriores e interiores a los reinos ibeacute-ricos dotadas de amplia indefinicioacuten en este momento histoacuterico en el que primoacute maacutes la expansioacuten territorial que la delimitacioacuten de sus dominios

El caraacutecter de fortificacioacuten frontera de Torres es doble dado que lo fue tambieacuten frente al Gharb al-Andalus para tras la conquista cris-tiana del reino de Niebla pasar a amojonar la Raya lusa asegurando el control de la ribera del Muacutertiga siendo referido significativamente

21 FONDEVILLA ldquoLa villa encastillada de Aracenardquo p 137

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 153

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

en un documento de 1407 como ldquolinde y mojoacuten del teacutermino de Portu-galrdquo22 El de Torres es un recinto fortificado de reducidas dimensiones que debe su relevancia no a la escala de sus faacutebricas edilicias ni a la centralidad del poblamiento que acogiera al abrigo de sus murallas sino a su ubicacioacuten estrateacutegica erigieacutendose sobre una cresta rocosa que se eleva sobre un yermo a 4245 metros de altitud controlando visualmente la referida ribera del Muacutertiga de forma que ldquono se puede pasar ni venir de Portugal en muy gran trecho sin pasar entre dos sie-rras en medio de las quales estaacute este castillo que podraacute faacutecilmente con poca gente defender el pasordquo23

Una referencia indirecta obrante en un documento de 1311 permite situar la tenencia del castillo de Torres a comienzos del s XIV bajo los dominios de la Orden del Hospital de San Juan de Jerusaleacuten al referir coacutemo ldquoSabia Torres por termo de Moura e que sabia hi estar huum freire de Moura po lo Espitalrdquo24 avalando la amenaza cierta que tal posesioacuten suponiacutea sobre un posible avance portugueacutes siguiendo la ribera del Muacuter-tiga desde donde resultaba posible emprender una ruta de conquista hacia el conocido histoacutericamente como camino del arroyo del Finojal que partiacutea del actual municipio de Hinojales La construccioacuten de esta fortificacioacuten en el siglo XIII por caballeros portugueses de la orden mi-litar hospitalaria afianzoacute el territorio conquistado por Portugal en su expansioacuten territorial hacia el Este ldquofrenada en primera instancia por la topografiacutea y la resistencia armada de los musulmanes que habitaban el Norte de la actual provincia de Huelva y posteriormente por la reac-cioacuten diplomaacutetica de Castillardquo25

12 El avance de Castilla y Leoacuten y la definicioacuten de las fronteras

La conquista de este territorio histoacuterico se caracterizoacute por la apropia-cioacuten muacuteltiple del espacio en la que hubieron de participar muy activa-mente las oacuterdenes militares26 circunstancia que estaacute en el origen mismo del conflicto de intereses entre las coronas de Portugal y de Castilla que la historiografiacutea vino a denominar como ldquocuestioacuten del Algarberdquo Ambas

22 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 10023 AMS sec 13 s XVI tomo 10 nordm 22 1579 agosto10 en CASQUETE DE PRADO Los cas-

tillos de la Sierra Norte p 11424 GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionalesrdquo p 4525 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 9726 MACIacuteAS ldquoEl problema historiograacuteficordquo p 989

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192154

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

coronas llegaron a invocar ese territorio de confluencia en virtud de sendos derechos de conquista sobre un espacio difuso falto de deslinde preciso de sus respectivos aacutembitos jurisdiccionales de poder poliacutetico y de administracioacuten efectiva de los mismos

Fernando III primoacute la poliacutetica de expansioacuten territorial de Reconquis-ta centrando los esfuerzos en las estrategias de avance y consolidacioacuten de las conquistas militares frente al infiel impregnando el proceso de una loacutegica cruzada maacutes ligada a la fijacioacuten y combate de la Frontera exterior frente al islam andalusiacute que en la definicioacuten de demarcacio-nes interiores como la raya lusa que constituiacutea una frontera horizontal entre ambos reinos cristianos peninsulares que compartiacutean un mismo acervo cultural y contra el que no protagonizoacute hostilidades Solo tras la toma de la capital hispalense dirigiriacutea Fernando III su mirada hacia es-tas demarcaciones serranas en donde la iniciativa de conquista corrioacute a cargo de las oacuterdenes militares de Santiago y del Temple que contra-poniacutean su poder desde las estribaciones septentrionales al ya materiali-zado punzonamiento de la frontera occidental del Gharb al-Andalus que habiacutea protagonizado antildeos atraacutes la corona lusa de la mano de los freires hospitalarios

Pelay Peacuterez Correa maestre de la orden de Santiago ocupoacute en 1245 los uacuteltimos reductos almohades de Tudiacutea y Calera Montemoliacuten distan-te unos veinte kiloacutemetros de Reina que ya obraba en posesioacuten de la Orden por la donacioacuten de 1246 fue tomado por la fuerza hacia 1247 por los santiaguistas como refiere el propio Pelay Peacuterez Correa en un documento de 127427 plaza que seriacutea donada a la orden por Fernando III ampliando asiacute los dominios santiaguistas hasta la rivera de Buerva

Por su contribucioacuten a las conquistas castellanas en su avance hacia el bastioacuten de Sevilla la orden militar de Santiago obtendriacutea una amplia en-comienda en el liacutemite septentrional de las tierras de realengo integradas en el concejo sevillano conformaacutendose un vasto sentildeoriacuteo jurisdiccional que se extendiacutea a ambos lados de la Viacutea de la Plata hasta las posesiones de la orden de Alcaacutentara limitando a poniente en su extremo opuesto con la encomienda templaria y conformando la conocida como Provin-cia de Leoacuten En 1274 Segura de Leoacuten obtendriacutea el fuero de Sepuacutelveda deslindaacutendose de su cabecera de Montemoliacuten y erigieacutendose a mediados del s XIV en sede de la encomienda de Santiago perteneciendo eclesiaacutes-

27 AHN OOMM Ucleacutes 26311

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 155

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

ticamente estas tierras de la vicariacutea de Tentudiacutea bajo la jurisdiccioacuten del prior del Convento de San Marcos de Leoacuten28

Tras la conquista de Meacuterida y Badajoz el avance de las huestes co-mandadas por Alfonso IX hacia el estrateacutegico curso del Guadiana su-puso la incorporacioacuten de facto al reino de Leoacuten con el apoyo militar de freires templarios de relevantes plazas de la Baja Extremadura expan-dieacutendose a partir del enclave de Alconchel hacia las plazas de Xerez de Badaioz (hoy Jerez de los Caballeros) Frexenal (Fregenal de la Sierra) y Burgos (Burguillos del Cerro) que conformariacutean a la postre la maacutes am-plia encomienda templaria peninsular29

Hasta su extincioacuten por bula papal de Clemente V en 1312 que su-puso de facto la confiscacioacuten de sus bienes (intervenidos por la Corona antildeos antes de su disolucioacuten efectiva) la orden del Temple contribuyoacute de forma determinante a la organizacioacuten de los procesos repobladores y productivos en el aacutembito de su bailiacutea por encomienda de la Corona que les confiaba con ello la guarda y defensa de estas demarcaciones fronterizas [Figura 4]

Figura 4 Contexto jurisdiccional e impedancia a la transitabilidad entre las

fortalezas de la banda Gallega

28 DIacuteAZ ldquoEl legado arquitectoacutenicordquo p 6529 DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Extremadurardquo p 101

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192156

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Esta orden militar internacional surgida en Tierra Santa supo entre-tejer alianzas con las oligarquiacuteas nobiliarias afines a la autoridad regia e influir en la estructuracioacuten poliacutetica de las tierras ganadas al infiel ocu-pando un lugar central en los equilibrios inestables fraguados en el liacutemi-te noroccidental del concejo de Sevilla ejerciendo un continuo hostiga-miento pasivo sobre tal demarcacioacuten territorial traducida maacutes al norte con la incorporacioacuten a sus dominios de tierras de realengo adscritas en origen al concejo de Badajoz Asiacute un documento fechado el 10 de junio de 1284 refiere la contienda entre las oacuterdenes de Santiago y del Temple con el concejo de Badajoz que se saldoacute con la incorporacioacuten a eacutesta de Olivenza Taacutelifa y Villanueva (de Barcarrota)30

El reino de Sevilla en la Baja Edad Media conforma en su liacutemite noroc-cidental una auteacutentica encrucijada de fronteras interiores y exteriores al reino de Castilla resultantes del complejo entramado de conflictos po-liacuteticos y estrateacutegicos de cuyos equilibrios inestables surgiriacutean las trazas de tales demarcaciones de los aacutembitos jurisdiccionales de poder [Figura 4] Una vez estabilizada la Frontera por antonomasia la frontera frente al islam andalusiacute defendida por la Banda Morisca frente al reino nazariacute en el aacutembito noroccidental la Banda Gallega procuroacute la defensa pasiva frente a las incursiones provenientes del vecino reino de Portugal con el que permaneceriacutea latente una rivalidad permanente por el dominio de esos espacios rayanos Pero tambieacuten en el liacutemite septentrional de este alfoz surgiraacute un limes demarcatorio de elevada tensioacuten potencial entre las tierras de realengo afectas al concejo de Sevilla y las encomiendas templaria y santiaguista liacutemite ulterior en el que las pretensiones niacuteti-damente expansionistas de los freires supusieron una amenaza cierta para la integridad territorial del alfoz sevillano

Este escenario fractal que dibujaba varios frentes de conflicto astilla-dos por intereses contrapuestos contribuyoacute a la prevalencia geoestrateacute-gica de estos espacios de frontera sobre los que el concejo de Sevilla teniacutea encomendada por la Corona la defensa de su Tierra contexto en el que la ereccioacuten de sendas fortificaciones vino a apuntalar la estrategia de repo-blacioacuten de estos territorios y a mitigar cierta precariedad predicable en la guarda y control estrateacutegico de su demarcacioacuten septentrional

30 Archivo de la SI Catedral Metropolitana de Badajoz (BAC) secc Pergaminos Carp I nordm 10 en DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Extremadurardquo p 103

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 157

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

La rivalidad por el control de estos espacios de frontera en disputa se traslada a los propios documentos medievales en los que se materiali-zan los repartimientos las concesiones de fueros o las adscripciones de-marcatorias que pretenden establecer un statu quo afiacuten a los intereses de cada Corona formando parte de la propia estrategia litigiosa asen-tada en una poliacutetica de hechos consumados que sirviesen de reivindi-cacioacuten posible de los intereses respectivos en el deslinde de los aacutembitos jurisdiccionales en disputa

Asiacute en el repartimiento de la Tierra de Sevilla abordado en virtud del privilegio suscrito por Alfonso X el 6 de diciembre de 1253 no solo se in-corporaron territorios afectos al reino de Castilla que se encontraban de facto bajo el control jurisdiccional de la Orden del Temple o la de Santiago citaacutendose expresamente Xerez Badaioz31 quedando Frexenal al que no se cita igualmente dentro de la demarcacioacuten territorial de su vasto alfoz sino que se adscribieron tambieacuten enclaves ubicados al Este del Guadiana conquistados por la orden Hospitalaria y por tanto afectos a la corona lusa por derechos de conquista como era el caso de Serpa y Moura Muy probablemente estas plazas fuertes de Serpa y Moura nunca estuviesen de facto bajo la oacuterbita jurisdiccional del concejo de Sevilla y su donacioacuten a la orden materializada en 1259 referida por Ortiz de Zuacutentildeiga no fuese sino el reconocimiento expliacutecito de tal situacioacuten de hecho32

Esta delimitacioacuten jurisdiccional teoacuterica del alfoz o Tierra de Sevilla no se tradujo pues en un control efectivo sobre estas referidas villas castillos y lugares por parte del concejo hispalense no detentando en su totalidad estos enclaves la condicioacuten de tierras de realengo dado que tanto Portugal como la orden del Temple haciendo suyos los derechos de conquista mantuvieron el control jurisdiccional sobre sus plazas fuertes Asiacute Jerez de los Caballeros era un concejo independiente cuan-do fueron establecidos los liacutemites con Hornachos y Montemoliacuten en 1249 mientras que esta uacuteltima y Ayamonte perteneciacutea a la orden de Santiago que tambieacuten mantuvo la misma bajo su jurisdiccioacuten33

Cuando Alfonso X conquista la taifa de Niebla en 1262 que repre-sentaba el uacuteltimo reducto islaacutemico del occidente de al-Andalus signi-ficativamente se proclama rey del Algarbe refirieacutendolo asiacute el capiacutetulo

31 AMS sec 1 carp 1 n 532 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo p 25833 GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionalesrdquo pp 255-256 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repar-

timiento de Sevilla pp 371 y ss

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192158

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

VI de la Croacutenica de Alfonso X Tal proclamado dominio sobre el Algarbe se fundaba en una supuesta cesioacuten de derechos de Ibn Mahmiddot fῡz_ en fecha incierta anterior a 125234 en favor del entonces infante Alfonso de los territorios al Este del Guadiana (referido al hidroacutenomo Wadīh Anah) justificando Gonzaacutelez Jimeacutenez la propia conquista de este reino musul-maacuten vasallo del de Castilla en base a la propia estrategia alfonsiacute no solo referida al control sobre la poblacioacuten mudeacutejar sino vinculadas en mayor medida con la ldquocuestioacuten del Algarberdquo para frenar los intereses portugueses sobre este territorio

Atendiendo a una primera aproximacioacuten a la resolucioacuten de tales ri-validades fronterizas los acuerdos de Badajoz de 1267 adscriben ini-cialmente a la corona de Castilla todas las tierras al Este del Guadiana hasta el extremo oriental definido por el Guadalquivir Sin embargo ello no se tradujo en un cese de la ocupacioacuten hospitalaria de los enclaves adscritos a la orden militar Alfonso X en 1271 permutoacute los castillos de Serpa Moura y Mourao a cambio de una serie de propiedades del reino de Leoacuten que no se materializoacute hasta 10 antildeos despueacutes sin que quede tam-poco contrastada documentalmente la gestioacuten por el concejo de Sevilla de las mismas En 1283 Alfonso X concede a dontildea Beatriz de Portugal madre de don Dioniacutes un sentildeoriacuteo vitalicio sobre las villas de Moura Ser-pa Noudar y Mourao que habriacutea de revertir a Castilla tras su muerte Sancho IV no respetoacute finalmente estos fraacutegiles acuerdos una vez accede al trono en 128435

La minoridad de Fernando IV propicioacute un fortalecimiento de la posi-cioacuten portuguesa traducida en los teacuterminos del tratado de Alcantildeices sus-crito en 1297 en el que don Dioniacutes recupera bajo el dominio de la corona lusa las plazas rayanas de Serpa y Moura que nunca vieron asentado su dominio del lado castellano A ellas se contraponiacutean al otro lado de la frontera Aroche y Fregenal retenidas para siacute por Castilla a las que se sumaban las plazas de Encinasola y Torres asiacute como maacutes al Este las fortalezas de Cumbres de San Bartolomeacute y Cumbres Mayores que jalo-naban las viacuteas de penetracioacuten de este territorio histoacuterico y que nunca estuvieron en discordia por maacutes que apuntalasen las referidas penetra-ciones potenciales desde Portugal

34 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 9735 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo p 259

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 159

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

La referida ldquocuestioacuten del Algarberdquo ilustra la tenacidad de las belige-rancias entre ambos reinos peninsulares hasta el punto de que en aacutereas de la Contienda los litigios por el reparto de aprovechamientos comuna-les de las tierras ubicadas entre las villas de Aroche Encinasola Moura y Noudar ejemplarizados por el conflicto de Barrancos estudiado por Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez se prolongaron hasta bien entrado el s XV36

2 Encastellamiento y repoblacioacuten activa el lugar del castillo de Las Cumbres en la articulacioacuten defensiva del limes demarcatorio

Concomitante al progreso de la conquista se dispuso una repoblacioacuten activa del territorio no falta en su concepcioacuten misma de dimensioacuten mili-tar auspiciada por la Corona tendente a consolidar las conquistas terri-toriales asiacute como a la articulacioacuten de esos espacios fuertemente despo-blados y ruralizados desestructurados poliacutetica y administrativamente que habiacutean de ponerse en explotacioacuten agropecuaria para dar sustento a las huestes de defensa y guarda de las fortalezas y a los colonos repo-bladores tampoco ajenos a la tarea de la defensa activa del territorio

Se asignan a la vezindat de estas villas fronteras obligaciones milita-res relativas a la praacutectica de velas nocturnas atalayas diurnas de vigi-lancia de estas fortalezas y arrabales que aparecen explicitadas en car-tas pueblas como la otorgada por Alfonso X a la estrateacutegica plaza fuerte de Alcalaacute distante solo veinte kiloacutemetros de Sevilla37

En este aacutembito geograacutefico la repoblacioacuten provendraacute de tierras afectas al antiguo reino de Leoacuten38 razoacuten de la pervivencia de multitud de vocablos y referencias toponiacutemicas de origen leoneacutes y gallego39 lengua tambieacuten ha-blada en ciertos dominios de ese reino del que se importaron como poso y huella de su presencia remota circunstancia de la que es posible que deri-ve el propio teacutermino de la Banda Gallega El breve periodo de colonizacioacuten lusa dejoacute tambieacuten huella fosilizada auacuten hoy en la toponimia de este territo-rio debieacutendose a ese origen etimoloacutegico entre otros el topoacutenimo ldquoEl Hos-pitalrdquo asociado a la presencia de esa orden militar en ese aacutembito geograacutefico ubicado en tierras de La Contienda o el teacutermino ldquoMuacutertigardquo que viene a sig-

36 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConflictos fronterizosrdquo passim37 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoPoblamiento y fronterardquo p 21138 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de la Banda Gallegardquo p 6839 RECIO ldquoEl dialecto de la Sierrardquo p 92

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192160

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

nificar en portugueacutes campo de arrayanes o mirtos que da nombre al cauce fluvial y su ribera tan determinante en el entendimiento de la estructura y accesibilidad del medio fiacutesico en ese momento histoacuterico40

La Banda Gallega conforma una realidad material heterogeacutenea re-sultante de un planteamiento por contra coherente y homogeacuteneo de la defensa de la Tierra de Sevilla que supo reutilizar las fortalezas ya erigi-das tanto en eacutepoca andalusiacute como provenientes de la breve dominacioacuten lusa a quien se debe como se indicoacute la conquista de esta demarcacioacuten territorial y alzar ex-novo nuevos castillos posibilitando el control de un territorio dotado de alta preeminencia geoestrateacutegica aun siendo perifeacute-rico respecto de la centralidad que ostentaba la capital hispalense desde donde se ejerciacutea por concesioacuten regia el control de su extenso alfoz

La construccioacuten de la red castramental de la Banda Gallega no res-ponde pues a una concepcioacuten unitaria de las defensas materializada en un mismo momento histoacuterico bajo un mismo patroacuten formal ni tan siquiera por una misma corona peninsular tras la conquista de un te-rritorio homogeacuteneo sino a una loacutegica funcional adaptativa que supo modular la labra y dimensionar las trazas de sus fortalezas de forma condicionada a la escala de sus solicitaciones de guarda y defensa de sus fronteras procurando el resguardo de sus poblaciones a traveacutes de un proceso de encastellamiento41 que permitioacute la articulacioacuten espacial de este espacio geograacutefico en territorios castrales jerarquizados en torno a la magnitud relativa de sus fortificaciones

21 Origen de los principales castillos de la red

Significamos a continuacioacuten algunos hitos de este proceso partiendo de los elementos heredados e identificando la adecuacioacuten estrateacutegica de las nuevas incorporaciones

211 La huella portuguesa Torres Aracena y Cortegana

A la referida conquista lusa inicial del territorio a mediados del s XIII se debe la ereccioacuten como se indicoacute de las fortalezas fronteras de Torres y Aracena con analogiacuteas formales evidentes por parte de esta uacuteltima respecto de otras fortificaciones erigidas por los freires hospitalarios en

40 RECIO Miscelaacutenea histoacuterica p 1041 TOUBERT Castillos sentildeores y campesinos passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 161

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

dominios lusos como el de Moura asiacute como otros castillos portugueses como Serpa o Noudar42 que la alejan de las trazas del conjunto de forti-ficaciones labradas por Sancho IV de Castilla

La conquista portuguesa supuso tambieacuten una primera reutilizacioacuten en el contexto de las nuevas condiciones geopoliacuteticas surgidas de forta-lezas andalusiacutees como la de Aroche (Awrus) arrasaacutendose en el cauce de su conquista la villa musulmana de Aracena (Qatmiddot rasana) de la que las excavaciones arqueoloacutegicas referidas no han evidenciado la existencia de restos materiales correspondientes a las faacutebricas de su cerca defen-siva dado el caraacutecter deleznable del tapial constituyente muy posible-mente de ese hmiddot ismiddot n-complejo documentaacutendose eso siacute estancias domeacutesti-cas islaacutemicas vinculadas a la villa bajo el alcaacutezar cristiano

Otros autores identifican Qatmiddot rasana por contra con Cortegana43 ex-tremo eacuteste no contrastado sin embargo a traveacutes del registro arqueoloacute-gico44 donde tampoco han sido identificadas faacutebricas de tapia o mam-posteriacutea asimilables a periodos almohade o califal Por el contrario la construccioacuten del alcaacutezar corresponde a cronologiacuteas netamente cristianas en las que se encuentran documentadas la construccioacuten de la torre del homenaje datada en el uacuteltimo tercio del s XV asiacute como ciertas reformas operadas por los Reyes Catoacutelicos sobre una fortificacioacuten anterior de difiacutecil datacioacuten Esta primitiva fortificacioacuten representa un unicum en la zona adscribible a principios del s XIV con conexiones con tipologiacuteas lusas en el uso de las torres pentagonales en proa y el borje de flanqueo hacia el camino de acceso introducidas por eacutestos desde la raya hacia mediados del s XIII pudiendo la cerca de la fortaleza haber sido dispuesta en fechas anteriores vinculada a la primera fortificacioacuten corteganesa45

Asiacute la cerca exterior del recinto fortificado de Cortegana presenta paralelos con otras dispuestas en ciertos enclaves lusos en los que pre-viamente se asentoacute una poblacioacuten musulmana respondiendo la cons-truccioacuten de las mismas a una concepcioacuten distinta por parte de la orden hospitalaria en lo referente a la repoblacioacuten de estos territorios a la dispuesta por Sancho IV de Castilla caracterizada por la escasa exten-sioacuten del terreno circunvallado

42 PEacuteREZ CAMPOS y GOacuteMEZ ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracenardquo p 296 ROMERO RIVERA y JIMEacuteNEZ ldquoCastillo de Aracenardquo p 105)

43 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoPoblamiento y organizacioacutenrdquo p 10044 SAacuteNCHEZ y VALOR El castillo de Cortegana p 1945 SAacuteNCHEZ y VALOR El castillo de Cortegana pp 107-110

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192162

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Las estructuras castrales promovidas por Castilla en esta demarcacioacuten territorial se dispusieron para acoger a una limitada guarnicioacuten militar46 a cuyo resguardo encontraban la debida proteccioacuten las poblaciones cam-pesinas aledantildeas respondiendo las cercas urbanas por el contrario a la finalidad de dar cobijo a poblaciones y ganado a modo de albacar Estos paralelos trazados permiten postular la hipoacutetesis de adscripcioacuten de esa primera fase a una posible construccioacuten hospitalaria asociada a una con-quista del territorio comuacuten a los espacios geograacuteficos comprendidos entre las referidas plazas de Aroche y Aracena que dibujariacutea un avance sobre este aacutembito espacial coherente permeable desde la frontera portugue-sa extremo que habriacutea de contrastarse arqueoloacutegicamente dado que las fuentes nada aportan sobre esta cuestioacuten tan sombriacutea

La primera referencia al castillo de Cortegana no se produciraacute hasta 1344 antildeo en el que es citado en el ordenamiento para el buen gobierno otorgado por Alfonso XI al concejo de Sevilla La anterior referencia al topoacutenimo Cortegana obrante en el deslinde del alfoz de Sevilla de 1253 solo permite concluir la existencia de la villa o lugar en eacutepoca islaacutemica pero no la existencia de una fortificacioacuten aunque su cita expresa como elemento demarcador del alfoz viene a asociarse a su condicioacuten de hito territorial significable

212 Las nuevas construcciones en virtud del privilegio de Sancho IV Santaolalla y Las Cumbres

Datacioacuten precisa es la otorgable al inicio de la construccioacuten de las for-talezas de Santa Olalla del Cala y Cumbres Mayores El cuatro de noviem-bre de 1293 la cancilleriacutea real de Sancho IV en virtud del privilegio sus-crito en la villa de Toro autorizaba al concejo de Sevilla a la construccioacuten de dos castillos para la proteccioacuten de sus fronteras ldquouno en las Cumbres e otro en Santaolallardquo47 decretando el cobro durante seis antildeos de quinien-tos maravediacutes de las tercias reales en los lugares de Almadeacuten de la Plata Cala Real de la Jara Santa Olalla del Cala y Cumbres Mayores

La voluntad estructurante del territorio fronterizo en torno a las de-fensas respondiendo a una concepcioacuten unitaria y vertebradora de esta demarcacioacuten septentrional del alfoz va impliacutecita al referido privilegio

46 PEacuteREZ CAMPOS y GOacuteMEZ ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracenardquo pp 288-297)

47 AMS Secc 1ordm cap 4ordm fol 30

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 163

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

de Sancho IV que no solo argumenta la necesidad de refuerzo de las villas castillos y lugares sino que incide activamente en la conforma-cioacuten del entramado defensivo disponiendo la construccioacuten de dos nue-vas fortalezas la de Santaolalla al objeto de reforzar la guarda de esta viacutea de acceso hacia Sevilla en la frontera con las tierras adscritas a la encomienda de las oacuterdenes militares de Santiago y Calatrava asiacute como la de Las Cumbres para asegurar la guarda de la marca templaria y san-tiaguista ademaacutes del refuerzo de la proteccioacuten de las incursiones desde el vecino reino de Portugal48

Esta defensa global de todo el reino queda puesta de manifiesto en la carta de Sancho IV a Sevilla de 1293 en la que aprobaba la peticioacuten de la ciudad de construir los castillos de Santaolalla y Las Cumbres ya que ldquoeran mucho a serviccedilio de Dios e nuestro e a grand pro e guarda de toda essa tierra porque con los otros castiellos e las otras fortalezas que son en esa syerra podriacutea ser guardada toda esa tierra muy bienrdquo49

La empresa constructiva abordada por el concejo de Sevilla de re-fuerzo de su red castramental en el liacutemite noroccidental de su alfoz da buena cuenta de la tensioacuten precursora de la futura conflictividad beacutelica en la raya con el vecino reino de Portugal y en primera instancia del continuo hostigamiento pasivo en los liacutemites de las encomiendas con las oacuterdenes militares templaria y santiaguista La construccioacuten de las fortalezas de Las Cumbres y de Santaolalla responde a la constatacioacuten material de tales tensiones a lo largo de lo que desde la historiografiacutea portuguesa se definioacute como bandas de friccioacuten50 no solo en el liacutemite sep-tentrional a cuya loacutegica responden ambas fortalezas sino tambieacuten en relacioacuten a las aacutereas de penetracioacuten franca del territorio desde el lado portugueacutes a lo largo de los llanos del Chanza protegida en vanguardia por Aroche referida como ldquola llave de dicha sierra e de toda la comarcardquo51 y de valles ubicados maacutes al norte como el conformado en torno a la ribera del Muacutertiga protegido por el referido castillo de Torres en conjun-cioacuten con fortalezas como la de Encinasola ubicada maacutes al Norte a pocas leguas de la frontera con Portugal

48 VALOR ldquoAlgunas reflexionesrdquo p 9049 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte p 13150 GARCIacuteA O espaccedilo medieval p 2651 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte p 129

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192164

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

213 Las defensas perifeacutericas de la Raya Lusa Encinasola y Aroche

Las fortificaciones rayanas de Encinasola y Aroche articulaban la defensa perifeacuterica del alfoz de Sevilla hacia la Raya Lusa La construc-cioacuten del castillo de Encinasola se cifra a finales del s XIII o principios del s XIV con similitudes formales y constructivas con los castillos de Cala y Cumbres de San Bartolomeacute tambieacuten conocido como Cumbres Ba-jas52 Las primeras referencias documentales se encuentran en el Or-denamiento de Alfonso XI de 1344 documentaacutendose diversas obras de consolidacioacuten durante los siglos XIV y XV correspondientes a frecuentes obras de reparacioacuten de los destrozos ocasionados por las sucesivas in-cursiones portuguesas dada su condicioacuten fronteriza limiacutetrofe con tie-rras alentejanas ademaacutes de los dantildeos ocasionados por malhechores a mediados del s XV desde el abandonado castillo de Torres desde el que se pivotaron tales asaltos y pillajes

Aroche (Awrus) poseyoacute relevante centralidad poliacutetica en eacutepoca islaacutemica siendo cabecera de Iqlīm de la kurah de Beja trataacutendose del enclave mejor documentado por las fuentes croniacutesticas aacuterabes en este espacio geograacutefico Su recinto murado se erige sobre un empla-zamiento elevado desde el que es posible un amplio control visual de los llanos del Chanza que se adentraban desde la frontera lusa en tie-rras castellanas apoyaacutendose en la antigua viacutea romana XXI que uniacutea Pax Julia (Beja) en tierras alentejanas con Hispalis (Sevilla) cons-tituyendo uno de los escasos hmiddot ismiddot n andalusiacutees preservados desde su ereccioacuten a mediados del s XII53 en eacutepoca almohade Su significacioacuten geoestrateacutegica dotoacute a esta fortificacioacuten de un papel relevante desde eacutepoca andalusiacute tanto en cronologiacuteas taifa como almohade siendo adaptada a la poliorceacutetica de la Banda Gallega en el contexto de la defensa pasiva de la Raya Lusa Al igual que en el caso de Encinasola se documentan a lo largo del s XIV y XV frecuentes obras de consoli-dacioacuten y reparacioacuten de esta fortaleza frontera integrada en la defensa perifeacuterica del alfoz hispalense

52 LOacutePEZ PEacuteREZ y BENABAT ldquoAlgunas consideraciones sobre el castillo de Encinasolardquo p 440

53 RIVERA y ROMERO ldquoAnaacutelisis arqueoloacutegico del castillo de Arocherdquo p 231

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 165

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

214 Fortificaciones que completan el dibujo defensivo Cumbres de San Bartolomeacute Cala y El Real de la Jara

A fechas inmediatamente posteriores al privilegio de Sancho IV que se adentran en el s XIV corresponden en atencioacuten a los resultados de las investigaciones arqueoloacutegicas acometidas sobre esos castillos la erec-cioacuten de las fortalezas de trazas y faacutebricas netamente cristianas corres-pondientes a Cumbres de San Bartolomeacute54 Cala55 y El Real de la Jara56 que presentan ciertas similitudes formales y constructivas caracteriza-das por el uso de mamposteriacutea sobre las que auacuten subsisten vestigios de su revestimiento original correspondiente a un enfoscado de mortero de cal en ocasiones con esgrafiados que imitan sillares cicloacutepeos En todas ellas se documentan reformas en los siglos XIV y XV derivadas de los nuevos enfrentamientos con Portugal que dan cuenta de cierta pre-valencia de este frente de conflicto hasta 1479 fecha de suscripcioacuten del Tratado de Alcaccedilobas a partir de la cual todos los esfuerzos de la Castilla bajomedieval se dirigiraacuten al frente nazariacute

Figura 5 Imagen aeacuterea del castillo de Cumbres de San Bartolomeacute apostado sobre

la vereda de Portugal

54 RIVERA y ROMERO ldquoEstudios arqueoloacutegicos del castillo de Cumbres de San Bartolo-meacuterdquo passim

55 Ibidem56 VARGAS ldquoIntervencioacuten en el castillo de El Real de la Jarardquo passim TAYLOR Interven-

cioacuten arqueoloacutegicardquo passim AacuteLVAREZ et al Cataacutelogo general pp 66-67

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192166

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

El castillo de Cumbres de San Bartolomeacute reforzariacutea la defensa de la demarcacioacuten septentrional coadyuvando con las fortalezas de Cumbres Mayores y Encinasola en la guarda de ese espacio geograacutefico surgiendo a los pies del camino que vertebra en horizontal esa demarcacioacuten ulte-rior del alfoz uniendo en sus extremos la raya lusa con la fortaleza de Santa Olalla del Cala [Figura 5] El de Cala asiacute como el de El Real de la Jara construidos poco despueacutes de la ereccioacuten del recinto fortificado de Santaolalla habilitariacutean el refuerzo de la guarda de esa viacutea franca de penetracioacuten axial vertical disponiendo sus ubicaciones para la triangu-lacioacuten defensiva de esta demarcacioacuten geograacutefica

Al antildeo 1386 reinando Juan I de Castilla corresponden las primeras referencias documentales a los castillos de Cumbres de San Bartolomeacute Cala y del Real de la Jara provenientes de los Papeles del Mayordomaz-go obrantes en el Archivo Municipal de Sevilla57 Se referencian en ellos mandamientos de pago para la realizacioacuten de obras en estos castillos para su mantenimiento y refuerzo en un contexto de conflictividad beacutelica con el vecino reino de Portugal no aportando detalles sobre las mismas

215 La reutilizacioacuten de dos villas encastilladas andalusiacutees Almonaster y Zufre

Los recintos fortificados andalusiacutees de Almonaster la Real (al-Munas-tyr) y Zufre (Sufre) se incorporaron tras su conquista a la defensa del reino de Sevilla operaacutendose diversos refuerzos en sus cercas urbanas elevando sus torres murallas y adarves respecto de sus anteriores ra-santes Ubicados en emplazamientos de elevada preeminencia hipso-graacutefica se encontraban dotados de amplio control visual del territorio circundante ofreciendo resguardo necesario a las poblaciones musul-manas que acogiacutean en el interior de sus cercas

La villa incastillada de Almonaster la Real se corresponde con una fortificacioacuten islaacutemica de eacutepoca califal (s X-XI) labrada con mamposteriacutea a la que se superponen refuerzos de faacutebrica de tapial (tabiya) corres-pondientes a cronologiacuteas almohades y taifa (s XII y primera mitad del s XIII) Correspondiente a las reformas cristianas son las actuaciones de mamposteriacutea enfoscada a raspaterroacuten adscribibles al s XIII asiacute como los refuerzos posteriores del s XIV igualmente operados en faacutebrica de

57 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte pp 79 221 216 y 225

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 167

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

mamposteriacutea sin enfoscar58 Almonaster y Zalamea se integrariacutean en los dominios del sentildeoriacuteo eclesiaacutestico adscrito al arzobispado de Sevilla por donacioacuten real

Apenas fosilizada en su trama urbana de innegable traza islaacutemica y presente en su toponimia59 la villa fortificada de Zufre conserva la torre de las Harinas posible torre albarrana de la cerca urbana en la que se alojaba el alcaacutezar referido como castillo de la Quebrada en fuentes docu-mentales del s XVI Aun cuando la historiografiacutea ha venido asignando en base a sus faacutebricas de tapial una cronologiacutea almohade a la referida torre de las Harinas los estudios radiocarboacutenicos llevados a cabo sobre ciertas agujas de tapial trasladan su origen entre mediados del s XIII e inicios del s XIV60 pudiendo corresponderse con reformas posteriores de la cerca almohade abordadas por el concejo de Sevilla Se conserva de igual for-ma una torre de mamposteriacutea conocida como torre de la Almena perte-neciente a la traza del recinto murado restaurada en su conformacioacuten

22 La Banda Gallega como red castramental y el castillo de Las Cumbres

Desde que Francisco Collantes de Teraacuten Delorme (1953) publicara el que viene a considerarse el primer estudio de conjunto de estas forta-lezas aportando consideraciones sobre su estructuracioacuten y jerarquiacutea territorial fundado en la concepcioacuten de liacuteneas defensivas conceacutentricas respecto de la ciudad hispalense mucho se ha avanzado en los uacuteltimos antildeos en el conocimiento historiograacutefico y arqueoloacutegico de las fortifica-ciones y su loacutegica territorial Asiacute autores como Joatildeo Carlos Garciacutea61 Nu-ria Casquete de Prado62 Magdalena Valor63 o Francisco Garciacutea Fitz64 han argumentado la estructuracioacuten de estas defensas pasivas jalonando las viacuteas de penetracioacuten territorial y guardando los liacutemites del alfoz tanto interiores como exteriores a Castilla Alfonso Jimeacutenez65 las considera

58 RIVERA y ROMERO ldquoLas faacutebricas del castillo de Almonaster la Realrdquo p 15059 JIMEacuteNEZ ldquoMezquitas castillo e iglesiasrdquo pp 121-20160 ROMERO et al ldquoTorre de las Harinas (Zufre Huelva) estudio arqueoloacutegico de una

fortificacioacuten medievalrdquo pp 1463-1470 ROMERO y RIVERA ldquoLos castillos de la Banda Gallega Aportaciones a su conocimiento desde la Arqueologiacuteardquo 2012 pp 112-113

61 GARCIacuteA O espaccedilo medieval passim62 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte passim63 VALOR ldquoDos castillos de tiempos de Sancho IVrdquo passim64 GARCIacuteA FITZ ldquoEl sistema castral sevillano en la Baja Edad Mediardquo passim65 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 102

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192168

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

puramente ilusorias considerando la topografiacutea de las liacuteneas de pene-tracioacuten y la intervisivilidad entre las mismas No por ello resulta menos relevante su aportacioacuten auteacutentica precursora de los posteriores estu-dios que han realizado nuevas valoraciones histoacutericas referentes a su estrategia de implantacioacuten territorial su caracterizacioacuten arquitectoacutenica estiliacutestica y su edilicia

Estos castillos trascienden la defensa de la villa del territorio histoacute-rico inmediato para entrar a formar parte de entramados defensivos a escala territorial que responden a la defensa ulterior del alfoz de Sevilla en su conjunto a traveacutes de sus caminos y viacuteas de penetracioacuten territorial y en uacuteltima instancia a los intereses de la corona castellana y sus litigios con el vecino reino de Portugal

La dimensioacuten militar de estas arquitecturas defensivas creadas ex-novo en virtud del referido privilegio de Sancho IV de 1293 erigidas en su demarcacioacuten septentrional por el concejo hispalense e integradas en la Banda Gallega responden a realidades geopoliacuteticas y funcionali-dades ofensivo-defensivas que resultan netamente diferenciables en el caso de estas dos fortalezas coetaacuteneas de Santa Olalla del Cala y Cum-bres Mayores adaptando sus geometriacuteas a la especificidad de sus con-textos inmediatos

Figura 6 Cuenca visual acumulada de los castillos de Cala Santa Olalla del Cala

El Real de la Jara y Almadeacuten de la Plata sobre la viacutea de la Plata

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 169

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

En el caso de la fortaleza de Santaolalla su labra responde de forma precisa a la funcionalidad espacial de control estrateacutegico de las penetra-ciones provenientes del Norte a traveacutes de la antigua Viacutea de la Plata66 que uniacutea la Meseta con el Valle del Guadalquivir trazando una ruta de acceso directo a la capital hispalense Se completoacute la triangulacioacuten defensiva con la construccioacuten concatenada en el tiempo a lo largo del s XIV de las for-tificaciones de El Real de la Jara y Cala que ultiman el dibujo defensivo interconectadas visualmente entre siacute67 para la guarda de esta fundamen-tal viacutea de penetracioacuten territorial que suponiacutea una vulnerabilidad cierta para los intereses de Sevilla operando la torre atalaya del Alto del Viso el enlace oacuteptico entre los castillos de Cala y Santa Olalla del Cala para salvar el apantallamiento que suponiacutea la presencia de la prominencia orograacutefi-ca conformada por la cordillera del Viso y del Cerrado68

Los estudios geoespaciales abordados en el contexto de esta inves-tigacioacuten han permitido avalar esta hipoacutetesis reforzando la idea de la existencia de un fuerte control operado por la accioacuten conjunta de esa triacuteada de fortalezas como se deriva del caacutelculo a traveacutes de sistemas de informacioacuten geograacutefica de su cuenca visual acumulada69 La fortaleza de Santa Olalla del Cala se encuentra dotada de una amplia cuenca vi-sual que se extiende hasta las 1920192 hectaacutereas cifra que representa el 6145 del aacuterea de la cuenca visual acumulada dato que ilustra la centralidad de esta fortaleza en el dibujo defensivo trazado y la elevada prevalencia hipsograacutefica y prominencia visual del enclave elegido para la defensa estrateacutegica del reino de Sevilla respecto de la referida vulne-rabilidad que representaba la Viacutea de la Plata70 [Figura 6]

Este castillo de Santaolalla se erigioacute en un nodo espacial en el que confluiacutea la referida Viacutea de la Plata principal eje de articulacioacuten verti-cal de este territorio histoacuterico y el eje horizontal proveniente de la raya lusa desde la Vereda de Portugal hacia el camino de la ribera de Finojal en su avance a lo largo de las cordilleras significativamente acogidas al topoacutenimo de Sierra del Rey hacia la ribera de Montemayor que con-

66 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 47867 ROMERO y RIVERA ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica en el Castillo de Calardquo p 280 FONDE-

VILLA et al Fortificaciones Bajo Medievales de la Banda Gallega p 72 FONDEVILLA ldquoAproximacioacuten al anaacutelisis geoespacial de la fortificacioacuten de un territorio de fronterardquo p 195

68 FONDEVILLA ldquoStrategic control of castramental spacerdquo passim69 WHEATLEY y GILLINGS ldquoVision Perception and GISrdquo passim70 FONDEVILLA ldquoStrategic control of castramental spacerdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192170

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

duciacutea flanqueado por sendas alineaciones montantildeosas en direccioacuten a las minas de Cala El castillo de Cala se aposta sobre ella al Nordeste de esa viacutea transversal que busca desde alliacute la confluencia hacia la Viacutea de la Plata encontrando en la fortaleza de Santaolalla la interseccioacuten entre ambos ejes de articulacioacuten territorial Los estudios de transitabilidad es-pacial abordados por geoprocesamiento del gradiente orograacutefico deno-tan la existencia de pendientes atenuadas en el romboide que conforma la triacuteada de fortalezas junto con el castillo de Almadeacuten que facilitaba la conexioacuten entre las mismas y entre estas y su territorio anexo a tra-veacutes de los distintos caminos histoacutericos que las poniacutean en correlacioacuten espacial entre ellos el camino del Realejo referido en textos medievales sevillanos facilitando su accioacuten conjunta su interaccioacuten espacial que se extendiacutea a ambos lados de la Viacutea de la Plata

Figura 7 Imagen aeacuterea de la fortaleza de Cumbres Mayores con el Castillo de

Segura de Leoacuten en el fondo de perspectiva

Cumbres Mayores por el contrario parece responder como se de-tallaraacute maacutes adelante a una reaccioacuten del concejo de Sevilla a la poliacutetica expansionista de la orden del Temple que junto con la de Santiago ha-biacutea promovido la fundacioacuten de sendas fortalezas en Fregenal y Segura de Leoacuten respectivamente Tales decisiones locacionales respondiacutean a la vulnerabilidad que presentaba el amplio alfoz de Sevilla en su demarca-cioacuten noroccidental tan alejada de la centralidad de la capital concejil y a

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 171

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

la vez tan expuesta a la fragilidad que le conferiacutean las fronteras interio-res y exteriores a Castilla que en ella confluiacutean La labra de esas fortale-zas por el maestre de Santiago y la bailiacutea templaria trasladaba con ni-tidez a Sevilla la voluntad cierta de punzonamiento de su demarcacioacuten septentrional con el aacutenimo de poner en crisis su integridad territorial en favor de los intereses de los freires espatarios dotados de mayor pre-sencia en este territorio en conflicto falto de asiento definitivo de sus demarcaciones jurisdiccionales [Figura 7]

3 Valores estrateacutegicos del castillo de Las Cumbres

31 Territorio y espacio castramental en el contexto geograacutefico de Cum-bres Mayores

En el contexto de la referida red castramental la fortaleza de Las Cumbres se significa por la singularidad de su emplazamiento dotado de alto valor geoestrateacutegico ubicado en un espacio geograacutefico que cons-tituye una auteacutentica encrucijada en la que confluiriacutean hacia finales del s XIII las demarcaciones de la bailiacutea Templaria de Xerez de Badaioz ndash El Ventoso y del maestrazgo santiaguista de San Marcos de Leoacuten con los dominios maacutes septentrionales de las tierras de realengo afectas al con-cejo de Sevilla

Figura 8 Contexto geograacutefico Fortalezas de la Banda Gallega sobre Mapa Digital

de Elevaciones

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192172

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

La integridad territorial de la Tierra de Sevilla se veiacutea amenazada en ese momento histoacuterico por la ereccioacuten de las fortalezas de Fregenal hacia 128371 fecha en la que Alfonso X realiza la concesioacuten de estos do-minios a los freires y en ese mismo marco cronoloacutegico la ereccioacuten del castillo de Segura de Leoacuten que terminariacutea conformando la cabecera de la relevante encomienda Mayor de Santiago en antildeos inmediatamen-te precedentes a la decisioacuten real de autorizar la labra de esta fortaleza de Cumbres Mayores en este especiacutefico lugar a propuesta del concejo de Sevilla

La fortaleza de Cumbres Mayores se encuentra en el centro gravita-cional de un espacio castral coherente que responde a una doble funcio-nalidad La primera de ellas refiere a la guarda del liacutemite noroccidental del alfoz frente a posibles incursiones provenientes de las encomiendas templaria y santiaguista que se encuentra en el origen mismo de la fun-damentacioacuten de su construccioacuten en esa fecha y ese lugar preciso La se-gunda responde a un escenario inmediatamente posterior tras el inicio de una nueva etapa de conflictividad con el vecino reino de Portugal teniendo por objeto el bloqueo uacuteltimo de la Vereda de Portugal camino histoacuterico que proveniente de la raya lusa desde la frontera exterior de Castilla y Leoacuten con Portugal confluiacutea en esta fortaleza discurriendo pa-ralela al limes demarcatorio definido con la bailiacutea templaria y el maes-trazgo de Santiago La relevancia de la guarda de la Vereda de Portugal estriba en que la misma vertebra los traacutensitos horizontales a lo largo de las tierras de realengo que habilitaban la conexioacuten entre poblados y fortalezas del concejo representando a la vez una viacutea franca de penetra-cioacuten territorial desde ese flanco occidental que resultaba por las condi-ciones orograacuteficas maacutes accesible desde las posesiones lusas fortificadas de Noudar y Moura que desde Castilla

En relacioacuten a la Frontera con Portugal el castillo de Cumbres Mayo-res jerarquiza en torno a siacute como retaguardia de los mismos respecto a esa frontera las funcionalidades defensivas de los castillos de Cumbres de San Bartolomeacute (o Cumbres Bajas llamado tambieacuten de San Bartolomeacute por la advocacioacuten de su patrono) y Torres los cuales interaccionan entre siacute para el control desde el concejo de Sevilla de las posibles incursiones provenientes de la raya lusa

71 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 478

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 173

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Figura 9 Vista desde la puerta de acceso al castillo de Torres con el castillo de

Cumbres de San Bartolomeacute al fondo

El primero de ellos apostaacutendose sobre la referida Vereda de Portugal defendida en vanguardia por la fortaleza frontera de Encinasola que dista de eacutel algo maacutes de 13 kiloacutemetros (1305372 m) Torres por su parte garantizaba el control de la Ribera del Muacutertiga poseyendo un enlace oacutep-tico con el castillo de Cumbres de San Bartolomeacute [Figura 5] que permitiacutea su interaccioacuten defensiva en base a esa intervisibilidad manifiesta desde las propias cotas de rasante de las torres que flanqueaban el acceso a la fortaleza de Torres sin necesidad de subir a sus adarves [Figura 9] Esta intervisibilidad deriva de la posicioacuten prominente del emplazamiento en altura del castillo de Torres sobre una colina en torno a la que el Muacuterti-ga describe un pronunciado meandro asiacute como de la cota elevada de la fortaleza de Cumbres de San Bartolomeacute que dispone de una elevacioacuten orograacutefica de 57732 metros lo que representa un diferencial de 15732 metros sobre la cota relativa de Torres Ambas fortalezas distan entre siacute en liacutenea recta algo maacutes de 7 Kiloacutemetros (729318 m)

Pero no fue la guarda de esta frontera con Portugal la primera funcio-nalidad requerida de esta fortaleza por las autoridades concejiles sino su contraposicioacuten como defensa pasiva al riesgo cierto que suponiacutea la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192174

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

labra de las referidas fortalezas de Fregenal y Segura de Leoacuten [Figu-ras 10 y 1] dando resguardo a la poblacioacuten Garciacutea Fitz72 apunta en esa direccioacuten al referir a la informacioacuten obrante en la copia de las actas capitulares del concejo de Sevilla conservadas en el archivo municipal de Murcia en la que se cita coacutemo en octubre de 1273 veinte antildeos antes por tanto de la suscripcioacuten del privilegio de Sancho IV el cabildo y los oficiales de Sevilla ldquomandaron dar carta a Las Cumbres para desafiar a Martiacuten Martiacutenez comendador de Xerez de Badalloz porque en el teacutermino de Sevilla su Freyre e sus omes cortaron a los omnes de Las Cumbres las conjuntas e los arados e les derramaron las simientesrdquo73

Figura 10 Imagen del castillo de Segura de Leoacuten desde los adarves del castillo de

Cumbres Mayores

Su origen fundacional sin embargo siacute refiere a una incursioacuten devas-tadora que arrasa el primitivo poblamiento de origen romano denomi-nado Ausera si atendemos a las fuentes del s XVII citadas por A Do-miacutenguez Ortiz y por Alfonso Jimeacutenez Martiacuten refiriendo a Santans con el siguiente tenor literal

72 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacional conflictos jurisdiccionales y construcciones mili-taresrdquo 1998 p 263

73 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de Ordenanzasrdquo p 121

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 175

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

ldquoDicen que fue lugar en tiempo de Romanos llamado Ausera i que es-

tuvo desviado del lugar que oi tiene distante dos tiros de mosquete ha-

cia poniente Fue mui grande i tuvo cuatro parroquias Quemaacuteronle los

Portugueses en tiempo de las guerras deste reino con Castilla y vieacutendo-

se destituidos de fortaleza se subieron a lo alto de un cerro i hicieron

la fortaleza que es mui hermosa toda de piedra mui espaciosa y bien

tratada con ocho torres donde habitaron por alguacuten espacio de tiempo

i no cabiendo en la fortaleza poblaron hacia la parte de oriente en una

ombriacutea donde no se podiacutean conservar i asi mudaron la poblacioacuten al me-

dio dia donde hoy se conserva y por ser parte alta la llamaron Cumbres

Altas o Cumbres Maioresrdquo74

Figura 11 Imagen aeacuterea de la fortaleza de Segura de Leoacuten con el castillo de

Cumbres Mayores en el fondo de perspectiva

Auacuten hoy en diacutea resulta niacutetidamente perceptible la trama radial de su traza urbaniacutestica que denota coacutemo la fortaleza constituye el origen mismo de este poblamiento [Figura12] La primera referencia a Las Cum-

74 DOMIacuteNGUEZ ORTIZ ldquoLas noticias de algunos lugares de Andaluciacutea de Gabriel Satansrdquo pp 39-40 El texto es tambieacuten citado por JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoMezquitas Castillos e Iglesias Notas sobre la Arquitectura del s XIII en la sierra de Huelvardquo p 142

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192176

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

bres se remonta a 1274 fecha en la que es recogida al definirse los liacutemites geograacuteficos del deslinde a los que se aplica del fuero de Segura de Leoacuten75

Figura 12 Ortofotomapa y cartografiacutea catastral del castillo de Cumbres Mayores

en su contexto urbano actual

32 El control visual del espacio fortificado y la intervisibilidad entre las fortalezas de Cumbres Mayores Fregenal y Segura de Leoacuten

Asentada sobre un altozano a 69945 metros de elevacioacuten la fortaleza de Cumbres Mayores dispone de una amplia cuenca visual que asciende a 2022875 hectaacutereas englobada toda ella dentro de un buffer de distan-cia radial de 25 kiloacutemetros Pero ya a la distancia radial de 15 kiloacutemetros por tanto dentro de un rango de nitidez adecuada resultan perceptibles las fortalezas de Segura de Leoacuten y Fregenal asiacute como la Torre de Higuera de Fregenal como era conocida antantildeo atalaya que protegiacutea el camino de ac-ceso a Fregenal desde tierras de realengo hoy ubicada en Higuera La Real

Este conjunto de castillos dispuestos a pocas leguas cercanos a los liacute-mites de sus demarcaciones conforman una triangulacioacuten defensiva que

75 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 474

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 177

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

define casi con exactitud meridiana un triaacutengulo cuasi equilaacutetero super-puesto a la demarcacioacuten de los liacutemites demaniales de las tierras de rea-lengo y las encomiendas a las referidas oacuterdenes militares Asiacute la fortaleza de Cumbres Mayores dista cerca de 12 Kiloacutemetros (1191097 m) de la de Segura de Leoacuten y una distancia cercana es la que lo separa de la forta-leza templaria de Fregenal (1180319 m) distando a su vez eacutesta de la de Segura ese mismo rango de kiloacutemetros exactamente 1191951 metros en liacutenea recta Simetriacuteas que sugieren que su localizacioacuten espacial lejos de ser azarosa dispone la ubicacioacuten certera de estos castillos separados pocas leguas de los liacutemites jurisdiccionales de sus dominios cuya guarda y defensa procuraban existiendo entre ellos y el territorio al que aporta-ban control estrateacutegico una clara interaccioacuten visual [Figuras 10 y 11]

La elocuencia de los desarrollos graacuteficos abordados referidos a la cuen-ca visual76 asiacute como a la cuenca visual acumulada77 permiten simplificar en estos apartados su dimensioacuten textual remitiendo para su discusioacuten a la interpretacioacuten directa de esas interacciones espaciales que resultan evidenciadas en los anaacutelisis graacuteficos que ilustran la amplia intervisivili-dad existente entre estos castillos erigidos en un mismo momento histoacute-rico para su interaccioacuten ofensivo-defensiva asiacute como el control sobre los caminos que vertebraban su territorio anexo referencial [Figuras 13-17]

Figura 13 Cuenca visual de Cumbres Mayores estratificada en buffers

equidistantes 5 km

76 WHEATLEY y GILLINGS ldquoVision Perception and GISrdquo passim77 WHEATLEY ldquoCumulative viewshed analysisrdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192178

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Sobre las cuencas visuales se grafioacute en las figuras 13 y 14 el triaacutengulo cuasi equilaacutetero que conforman la triacuteada de fortalezas que dibuja un aacuterea matriz de interconexioacuten visual delimitadas por sus transeptas de intervi-sibilidad extendida al aacutembito de sus respectivas cuencas visuales que ha-bilitaban un fuerte control visual de este territorio de frontera aportando el debido resguardo a las poblaciones ganaderas y campesinas

Figura 14 Cuenca visual acumulada de las fortalezas de Cumbres Mayores

Fregenal de la Sierra y Segura de Leoacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 179

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Figuras 15 16 y 17 Cuenca visual de los castillos de Cumbres Mayores Segura de

leoacuten y Fregenal

33 La Transitabilidad del Territorio Histoacuterico afecto al espacio castral de la fortaleza de Las Cumbres

La accesibilidad como paraacutemetro de anaacutelisis territorial deviene de la conjuncioacuten de las dimensiones de espacio y tiempo vinculando relacio-nalmente localizaciones en funcioacuten de sus topologiacuteas espaciales y sus ni-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192180

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

veles de centralidad territorial78 conformando la accesibilidad espacial un indicador vinculado a la propia cohesioacuten interna del territorio for-tificado vectorizado a traveacutes de direcciones de flujo o traacutensito ademaacutes de ser descriptiva de las aacutereas de vulnerabilidad espacial a traveacutes de las viacuteas de penetracioacuten

Para la determinacioacuten de los flujos de transitabilidad de este terri-torio fortificado se calcularon por geoprocesamiento de las variables orograacuteficas derivadas del MDE indicadores sinteacuteticos de friccioacuten asig-nando a cada celda del raacutester resultante una impedancia al desplaza-miento que permitioacute el coacutemputo de costes acumulativos de movimiento en funcioacuten de los paraacutemetros referidos a la pendiente y la curvatura orograacutefica que reclasificadas y combinadas geoestadiacutesticamente defi-niacutean la rugosidad de ese medio fiacutesico La capa de friccioacuten debidamente ponderada expresa operativamente la transitabilidad teoacuterica (trafficabi-lity) de ese aacutembito espacial computando pixel a pixel los rangos de coste o dificultad de desplazamiento sobre un territorio anisoacutetropo grafiado en forma de mapas de distancia-coste (cost weighted distance) A traveacutes del caacutelculo de los viacutenculos de menor coste (cost back link) se definieron flujos de traacutensito sobre un territorio anisoacutetropo [Figura 18]

Figuras 18 Impedancias a la transitabilidad entre fortalezas de la Banda Gallega

en torno al castillo de Cumbres Mayores

78 GUTIEacuteRREZ ldquoRedes espacio y tiempordquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 181

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

El mapa de gradientes de transitabilidad dibuja una clara interco-nexioacuten entre las fortalezas que dispuso el concejo de Sevilla a lo largo del limes demarcatorio con las encomiendas templaria y santiaguista vertebrada en horizontal por la vereda de Portugal y la ribera del Muacuter-tiga en torno a cuyos ejes como se analizoacute en apartados preceden-tes se estructura el sistema defensivo en este espacio geograacutefico es-peciacutefico Resulta evidente la fuerte vinculacioacuten entre las fortalezas de Cumbres Altas (Cumbres Mayores) y Cumbres Bajas (Cumbres de San Bartolomeacute) con el posible castillo de Cumbres de Enmedio gravitando entre ambos en el punto en el que confluye la cantildeada real Soriana con la referida vereda de Portugal Tambieacuten Torres se conecta adecuada-mente hacia el norte con Encinasola y Cumbres de San Bartolomeacute con quien interacciona visualmente en la guarda de la ribera del Muacutertiga

Desde la posible fortaleza de Hinojales cuyos anaacutelisis al igual que en el caso de Cumbres de Enmedio estaacuten siendo objeto de estudios mono-graacuteficos abordados en una publicacioacuten especiacutefica el camino bajaba ha-cia el Sur como se observa en el mapa marcando una direccionalidad que conduce hacia la ribera de Hinojales [Figura 19]

El territorio condicionoacute asiacute la capacidad de conexioacuten espacial a tra-veacutes de la disposicioacuten de caminos o viacuteas de traacutensito asiacute como la propia interconexioacuten visual entre las fortalezas que requeriacutean de atalayas de apoyo para ultimar el control visual del espacio geograacutefico En uacuteltima instancia no fue sino la geomorfologiacutea el origen de tales limitaciones a la interconexioacuten espacial y visual entre los castillos medievales a la cual se debe el caraacutecter abrupto de este medio fiacutesico derivado del referi-do plegamiento herciniano que dibujoacute la orientacioacuten dominante de sus formaciones orograacuteficas siguiendo la direccioacuten (NO-SE)

Asimilado al propio concepto de medida itineraria en la Baja Edad Media la legua el viacutenculo entre la distancia y el tiempo permite una mayor discernibilidad del concepto de friccioacuten espacial asociando tiempos de desplazamientos a esos niveles de impedancia para de-finir isoacutecronas que grafiacutean espacios ubicados a un mismo tiempo de traacutensito La funcioacuten Hinking desarrollada por el geoacutegrafo estadouni-dense Waldo Tobler79 es una funcioacuten exponencial obtenida a partir de datos empiacutericos que permite medir las distancias ponderadas como isoacutecronas a partir de la determinacioacuten de la velocidad pedestre (w)

79 TOBLER ldquoNon-isotropic geographic modelingrdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192182

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

en base a la siguiente formulacioacuten en la que la asimetriacutea de la di-reccioacuten de la pendiente se parametriza con un valor exponencial de correccioacuten de 005

Para el caacutelculo de la velocidad a caballo wh = 125 w

Figuras 19 Isoacutecronas entre fortalezas de la banda Gallega en torno al castillo de

Cumbres Mayores

Del mapa de isoacutecronas es posible inferir conclusiones que ponen en relacioacuten los niveles de interaccioacuten espacial entre las fortalezas Los castillos de Cumbres Mayores Cumbres de Enmedio y Cumbres de San Bartolomeacute distaban entre siacute una legua definida en el aacutembito de esta investigacioacuten como medida de itinerancia que representa el espacio recorrido a caballo en una hora Como se observa no se definen cir-cunferencias conceacutentricas sino poliacutegonos irregulares que ajustan su geometriacutea en funcioacuten de las aacutereas de menor impedancia a la transita-bilidad esto es expandieacutendose su radio hacia las direcciones de flujo de traacutensito preferente Torres y Cumbres de San Bartolomeacute se ubica-ban en un rango de dos leguas ubicaacutendose Encinasola apostada a algo menos de dos leguas de la frontera a una distancia ponderada de dos horas y media a caballo equivalente a dos leguas y media en este estu-dio de Cumbres de San Bartolomeacute

Paacutegina 27 de 34

Resulta evidente la fuerte vinculacioacuten entre las fortalezas de Cumbres Altas (Cumbres Mayores) y Cumbres Bajas (Cumbres de San Bartolomeacute) con el posible castillo de Cumbres de Enmedio gravitando entre ambos en el punto en el que confluye la cantildeada real Soriana con la referida vereda de Portugal Tambieacuten Torres se conecta adecuadamente hacia el norte con Encinasola y Cumbres de San Bartolomeacute con quien interacciona visualmente en la guarda de la ribera del Muacutertiga Desde la posible fortaleza de Hinojales cuyos anaacutelisis al igual que en el caso de Cumbres de Enmedio estaacuten siendo objeto de estudios monograacuteficos abordados en una publicacioacuten especiacutefica el camino bajaba hacia el Sur como se observa en el mapa marcando una direccionalidad que conduce hacia la ribera de Hinojales [Figura 19] El territorio condicionoacute asiacute la capacidad de conexioacuten espacial a traveacutes de la disposicioacuten de caminos o viacuteas de traacutensito asiacute como la propia interconexioacuten visual entre las fortalezas que requeriacutean de atalayas de apoyo para ultimar el control visual del espacio geograacutefico En uacuteltima instancia no fue sino la geomorfologiacutea el origen de tales limitaciones a la interconexioacuten espacial y visual entre los castillos medievales a la cual se debe el caraacutecter abrupto de este medio fiacutesico derivado del referido plegamiento herciano que dibujoacute la orientacioacuten dominante de sus formaciones orograacuteficas siguiendo la direccioacuten (NO-SE) Asimilado al propio concepto de medida itineraria en la Baja Edad Media la legua el viacutenculo entre la distancia y el tiempo permite una mayor discernibilidad del concepto de friccioacuten espacial asociando tiempos de desplazamientos a esos niveles de impedancia para definir isoacutecronas que grafiacutean espacios ubicados a un mismo tiempo de traacutensito La funcioacuten Hinking desarrollada por el geoacutegrafo estadounidense Waldo Tobler (1993) es una funcioacuten exponencial obtenida a partir de datos empiacutericos que permite medir las distancias ponderadas como isoacutecronas a partir de la determinacioacuten de la velocidad pedestre (w) en base a la siguiente formulacioacuten en la que la asimetriacutea de la direccioacuten de la pendiente se parametriza con un valor exponencial de correccioacuten de 005 W= 6119890119890 Para el caacutelculo de la velocidad a caballo wh = 125 w

[Figuras 19 Isoacutecronas entre fortalezas de la banda Gallega en torno al castillo de Cumbres Mayores]

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 183

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

4 Conclusiones analiacuteticas y prospectiva

Los anaacutelisis geoespaciales abordados a traveacutes de Sistemas de Informa-cioacuten Geograacutefica (SIG) han permitido sumar argumentos en la direccioacuten de ciertas teoriacuteas historiograacuteficas que apuntaban hacia el origen uacuteltimo y fundamentacioacuten de la construccioacuten de la fortaleza de Cumbres Mayo-res80 incidiendo en la existencia de una fuerte interaccioacuten visual entre esta fortaleza y la templaria de Fregenal asiacute como con la santiaguista de Segura de Leoacuten ultimando la triangulacioacuten defensiva que operaba sobre la interseccioacuten misma de sus liacutemites dominicales distantes entre siacute 12 kiloacutemetros definiendo asiacute un triaacutengulo equilaacutetero cuasi exacto Cumbres Mayores fosilizariacutea en sus faacutebricas si admitimos esta hipoacutetesis como cierta la reaccioacuten del concejo de Sevilla a los hostigamientos que poniacutean en riesgo su integridad territorial derivados de la previa labra de ambas fortalezas contrapuestas por los freires espatarios que atenta-ban contra los intereses de Sevilla

Esta funcionalidad militar vinculada en origen a la guarda y defensa del limes demarcatorio noroccidental operada por la fortaleza de Las Cumbres se veriacutea complementada con su labor de retaguardia y control uacuteltimo de las penetraciones provenientes de la Vereda de Portugal desde la raya lusa completando el dibujo defensivo operado por la interaccioacuten de las fortalezas de Cumbres de San Bartolomeacute y de Torres asiacute como de la posible fortaleza de Cumbres de Enmedio cuyos estudios se estaacuten abordando en otras publicaciones monograacuteficas igualmente dispuesta sobre la Vereda de Portugal en el punto exacto en la que eacutesta intersecta con la Cantildeada Real Soriana disponieacutendose Encinasola en vanguardia como fortaleza frontera asentada a pocas leguas de la frontera exterior a Castilla y Leoacuten [Figura 20]

Las funcionalidades de la defensa de este territorio histoacuterico se adap-taron a la evolucioacuten de la coyuntura geopoliacutetica respondiendo las geo-metriacuteas y las escalas de estas defensas pasivas a la entidad y naturaleza de los contextos locales desde una loacutegica adaptativa pero insertos en una red castramental ndashla Banda Gallegandash asociada a la definicioacuten de una defensa perifeacuterica coherente del liacutemite noroccidental del alfoz de Sevi-lla en la Baja Edad Media que operaba conformando espacios castrales diferenciados jerarquizados en torno a sus fortalezas nucleares gravi-

80 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 478 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo pp 235 263-264

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192184

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

tando el poblamiento igualmente en torno a ellas en base a una loacutegica de repoblacioacuten activa del espacio conquistado en el que las oacuterdenes mi-litares ejercieron amplia influencia

Los anaacutelisis de transitabilidad del territorio histoacuterico a traveacutes de geo-procesamiento de los niveles de impedancia que ponen en relacioacuten la pendiente y la curvatura orograacutefica permitieron analizar los nexos de unioacuten territorial entre estos castillos y torres atalaya representando isoacute-cronas que los relacionan con la dimensioacuten temporal incidiendo en un concepto al fin y al cabo no alejado de la propia unidad de medida de itinerancia que constituiacutea la legua en estas cronologiacuteas bajomedievales que definiacutea el espacio recorrido en una hora a caballo

Los resultados analiacuteticos obtenidos permiten avalar las funcionali-dades de las metodologiacuteas de anaacutelisis geoespacial de evaluacioacuten multi-criterio implementados a traveacutes de metodologiacuteas SIG para la contrasta-cioacuten o refutacioacuten de determinados aspectos espaciales contenidos en las teoriacuteas historiograacuteficas coadyuvando a su discernimiento y aportando nuevos elementos de anaacutelisis Las mismas permiten tambieacuten abrir nue-vas aacutereas de estudio de la mano de la produccioacuten de cartografiacutea predic-tiva generada por aacutelgebra de mapas en las que se ponen en correlacioacuten espacial determinados factores que inciden en la guarda y defensa del territorio histoacuterico como la elevacioacuten orograacutefica la pendiente curvatura

Figura 20 Cuenca visual del castillo de Cumbres Mayores sobre el territorio

representado con sombreado orograacutefico

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 185

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

y orientacioacuten orograacutefica la proximidad a redes hidrograacuteficas y caminos histoacutericos asiacute como su vinculacioacuten a fronteras o limes demarcatorios aportando asiacute nueva informacioacuten derivada de su anaacutelisis y geoprocesa-miento espacial de la informacioacuten histoacuterica

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

AMS sec1 carp1 n5

AMS Secc 1ordm cap 4ordm fol 30 El documento fue publicado por Tenorio y Cerero Nicolaacutes El concejo de Sevilla Sevilla 1901 pp234-235

AMS Secc 13ordm s XV tomo10 nordm22 1579 agosto10 en Casquete del Pra-do N 1993 Los castillos de la Sierra Norte de Sevilla en la Baja Edad Media Diputacioacuten de Sevilla Seccioacuten Histoacuterica Serie 1ordm nuacutemero 42

AMS sec 15 Papeles del Mayordomazgo carp58 Sevilla 1474 junio 7 Carta a los contadores de Sevilla al concejo de Cumbres Mayores sobre las pagas a ciertos hombres que sirvieron en el castillo

AHNOOMM Ucleacutes 263111

2 Bibliografiacutea

Fernando AacuteLVAREZ BURGOS Vicente RAMOacuteN BENEDITO y Vicente RA-MOacuteN PEacuteREZ Cataacutelogo general de la moneda medieval hispanocristia-na desde el siglo IX al XVI Editorial Jesuacutes Vico Madrid 1980

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoAlfonso X el Algarve y Andaluciacutea el des-tino de Serpa Moura e Mouratildeordquo en Historia Medieval I Actas del II Congreso de Historia de Andaluciacutea Coacuterdoba 1994 pp 289-304

Alberto CANTO GARCIacuteA Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Omar ROMERO DE LA OSA FERNAacuteNDEZ ldquoEl hallazgo nu-mismaacutetico de la taifa de Sevilla en Aracena (Huelva)rdquo Huelva Revista Onoba nordm3 (2015) pp163-170

Juan Luis CARRIAZO RUBIO ldquoFronteras y fortificaciones en Andaluciacutea Occidental durante la Edad Mediardquo El Territorio Medieval Juan Aure-lio Peacuterez Maciacuteas (ed) Universidad de Huelva 2002 pp 57-97

Nuria CASQUETE DEL PRADO Los castillos de la Sierra Norte de Sevilla en la Baja Edad Media Servicio de Publicaciones de la Excma Dipu-tacioacuten de Sevilla Seccioacuten Histoacuterica Serie 1ordm nuacutemero 42 Sevilla 1993

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192186

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Francisco COLLANTES DE TERAacuteN ldquoLos castillos del reino de Sevillardquo Archivo Hispalense 58-59 (1953)

Asuncioacuten DIacuteAZ ZAMORANO ldquoEl legado arquitectoacutenico de las oacuterdenes militares en la provincia de Huelvardquo La arquitectura de las oacuterdenes militares en Andaluciacutea Conservacioacuten y restauracioacuten Mariacutea del Valle Goacutemez de Terreros Guardiola (ed) Universidad de Huelva Huelva 2011 pp61-87

Antonio DOMIacuteNGUEZ ORTIZ ldquoLas noticias de algunos lugares de Anda-luciacutea de Gabriel Satansrdquo Archivo Hispalense II 3 1944 pp 39-40

Francisco Javier DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Ex-tremadurardquo Revista de Estudios Extrementildeos Tomo LVI I Badajoz (2000) pp 99-145

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoLa villa encastillada de Aracena en el contexto de la Banda Gallega Castrum et villam La construccioacuten de la frontera y la articulacioacuten espacial de la red de fortificaciones y del poblamiento en el liacutemite noroccidental del alfoz sevillano en la baja edad mediardquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura Huelva2016 pp 133-154

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoAproximacioacuten al anaacutelisis geoespa-cial de la fortificacioacuten de un territorio de frontera en los confines del reino de Sevillardquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Co-marca de la Sierra Aracena Huelva Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2016 pp 170-184

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoStrategic control of castramental space and geostatical analysis of visual prevalence Implementation of SIG methodologiesrdquo Actas del Congreso Internacional Technoheri-tage Sevilla 2019 (En prensa)

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ Fortificaciones Bajo Medievales de la Banda Galle-ga Caracterizacioacuten del itinerario cultural transfronterizo Consejeriacutea de Cultura Junta de Andaluciacutea Huelva 2012

Manuel FRUCTOS ROMERO ldquoAroche tierra de contienda (s XIII)rdquo Actas de las XXI Jornadas de Patrimonio de la Comarca de la Sierra Higuera de la Sierra (Huelva) 2010 pp 339-368

Joatildeo Carlos GARCIacuteA O espaccedilo medieval da reconquista no sudoeste da Peniacutensula Ibeacuterica Lisboa 1986

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 187

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionales articulacioacuten terri-torial y construcciones militares a finales del siglo XIII en el alfoz de Sevilla la Sierra de Arocherdquo Archivo Hispalense (Sevilla) tomo LXXV nordm 230 (1992) pp 25-51

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacional conflictos jurisdicciona-les y construcciones militares a finales del siglo XIII en la Sierra de Arocherdquo Huelva en la Edad Media Reflexiones aportaciones y nue-vas perspectivas veinte antildeos despueacutes Juan Luis Carriazo y Joseacute Mariacutea Miura Andrades (eds) Universidad de Huelva 1998 pp 229-280

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoEl sistema castral sevillano en la Baja Edad Mediardquo Fortificaccediloes e Territoacuterio na Peniacutensula Ibeacuterica e no Magreb (Seacuteculos VI a XVI) Lisboa Ediccediloes Colibri amp Campo Arqueoloacutegico de Meacutertola 2013 pp 569-588

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoPoblamiento y organizacioacuten del territorio onubense durante el periodo andalusiacute (siglos VIII-XIII)rdquo Actas del III Congreso de Historia de Andaluciacutea Coacuterdoba 2001 pp89-105

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Niebla por Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos 27 2002 pp89-111

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN Evolucioacuten histoacuterica del poblamiento del te-rritorio onubense durante la eacutepoca andalusiacute (Siglos VIII-XIII) Univer-sidad de Huelva 2003

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN La conquista de Sevilla por Fernando III (646 h1248) Nuevas propuestas a traveacutes de la relectura de las fuen-tes aacuterabes Hispania 2017 vol LXXVII 255 pp11-41

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de Ordenanzas y otros docu-mentos sevillanos del reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos nuacutem16 (1989)

Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I CSIC Es-cuela de Estudios Medievales Madrid 1951

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConflictos fronterizos en la Sierra de Aro-che El pleito de Barrancos (1493)rdquo Actas das I Jornadas de Historia Medieval do Algarve e Andaluzia Louleacute 1986 pp 193-200

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoPoblamiento y frontera en Andaluciacutea (SS XIII-XV)rdquo Revista de la Facultad de Geografiacutea e Historia nordm4 Universidad de Sevilla (1989) pp 207-224

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAndaluciacutea en tiempos de Alfonso Xrdquo Di-plomatario andaluz de Alfonso X Sevilla 1991 pp XXIX-CXVIII

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192188

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoHuelva tierra de fronterardquo Huelva en la Edad Media Reflexiones aportaciones y nuevas perspectivas veinte antildeos despueacutes Juan Luis Carriazo y Joseacute Mariacutea Miura Andrades (eds) Universidad de Huelva Huelva 1998 pp 15-35

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLas relaciones entre Portugal y Castilla durante el siglo XIIIrdquo en As relaccedilotildees de frontera no seacuteculo de Alcani-ces Actas IV Jornadas Luso-Espanholas de Histoacuteria Medieval Oporto Universidades do Porto 1998 vol1 pp 1-24 (Separata de la Revista da Facultade de Letras-Historia II vol XV tomo I)

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de la Banda Ga-llegardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII) Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 67-78

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos inicios de la repoblacioacuten de la Sierra de Huelva en el sXIIIrdquo Minervae Baeticae Boletiacuten de la Real Acade-mia Sevillana de Buenas Letras 2ordf Eacutepoca 41 2013 pp 365-374

Javier GUTIEacuteRREZ PUEBLA ldquoRedes espacio y tiempordquo Anales de Geogra-fiacutea de la Universidad Complutense 18 1998 pp65-86

Alexandre HERCULANO Histoacuteria de Portugal desde o comeccedilo da monar-chia ateacute ao fim do reinado de Affonso IIIrdquo Biblioteca Nacional de Por-tugal 1849

Feacutelix HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ ldquoLa Kura de Meacuterida en el siglo Xrdquo Al-Anda-lus XXV 2 1960 pp 313-371

Alfonso JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoTorres un castillo onubenserdquo Huelva en su Historia 2ordf eacutepoca Vol 9 2002 pp 97-118

Alfonso JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoMezquitas castillo e iglesias Notas sobre la arquitectura del sXIII en la Sierra de Huelvardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII) Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 121-202

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA ldquoSobre la evolucioacuten de las fronteras medievales hispaacutenicasrdquo En Identidad y representacioacuten de la frontera en la Espantildea medieval (siglos XI-XIV) Casa de Velaacutezquez y Universi-dad Autoacutenoma de Madrid 2001 pp 5-50

Antonio LOacutePEZ GARCIacuteA Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS y Yolanda BENA-BAT HIERRO ldquoAlgunas consideraciones sobre el castillo de Encina-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 189

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

solardquo Actas de las XIII Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Cortelazor (Huelva) Diputacioacuten Provincial de Huelva 1999 pp 439-459

Pablo MACIacuteAS GONZAacuteLEZ ldquoEl problema historiograacutefico de los Algarves luso-castellanos La organizacioacuten social de un espacio y de una fron-tera 1245-1281rdquo Revista da facultade de letras II Seacuterie Vol VIII Uni-versidade do Porto Porto 1991 pp 987-1016

Florentino PEacuteREZ-EMBID La frontera entre los reinos de Sevilla y Portu-gal Excmo Ayuntamiento de Sevilla Delegacioacuten de Cultura Seccioacuten de Publicaciones 1975

Javier PEacuteREZ-EMBID WAMBA Aracena y su sierra la formacioacuten histoacuterica de una comunidad andaluza (siglos XIII-XVIII) Diputacioacuten de Huelva 1995

Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS ldquoLos distritos islaacutemicos de la Sierra de Huelvardquo I Jornadas de Cultura Islaacutemica Almonaster (2000) Ayunta-miento de Almonaster la Real 2001 pp 49-63

Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS Juan CAMPOS CARRASCO y Francisco GOacute-MEZ TOSCANO ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracena y a las fortificaciones de la Banda Gallegardquo Huelva en la Edad Media 20 antildeos despueacutes Universidad de Huelva 1998 pp 281-303

Rodolfo RECIO MOYA ldquoEl dialecto de la Sierrardquo Actas de las Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra La Nava Diputacioacuten Provin-cial de Huelva 2002 pp 91-150

Rodolfo RECIO MOYA Miscelaacutenea histoacuterica de Fuenteheridos (Estudio histoacuterico antropoloacutegico y linguumliacutestico) Excmo Ayuntamiento de Fuen-teheridos 2016

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoAnaacutelisis ar-queoloacutegico del castillo de Aroche (Huelva)rdquo Anuario arqueoloacutegico de Andaluciacutea 2003 Vol 2 Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2006 pp225-235

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoEstudios ar-queoloacutegicos del castillo de Cumbres de San Bartolomeacute (Huelva)rdquo Vi-pasca Arqueologiacutea e Historia Nordm2 2ordf serie (2007) pp610-619

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoLas faacutebricas del castillo de Almonaster la Realrdquo Revista Onoba Nordm04 (2016) pp135-154

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192190

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoAnaacutelisis ar-queoloacutegico del Castillo de Cala (Huelva)rdquo Anuario arqueoloacutegico de An-daluciacutea 2001 Vol 2 Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2004 pp 1709-1715

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica en el Castillo de Cala (Huelva)rdquo Actas de las XXIV Jorna-das del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Cala Diputacioacuten Pro-vincial de Huelva 2007 pp 279-292

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoSecuencia de poblamiento en el castillo de Santa Olalla del Cala (Huelva)rdquo IV En-cuentro de Arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Recurso Electroacutenico en CD-ROM Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Eduardo Romero Bomba (eds) Universidad de Huelva 2010 pp814-828

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoLos castillos de la Banda Gallega Aportaciones a su conocimiento desde la arqueolo-giacuteardquo Paisajes tiempo y memoria acercamientos a la Historia de Anda-luciacutea Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas Juan Luis Carriazo Rubio y Beatriz Gabilaacuten (eds) 2012 pp 399-128

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ e Inmaculada JI-MEacuteNEZ AGUILAR ldquoAnaacutelisis de una fortificacioacuten de la Banda Gallega El castillo de Santa Olalla del Cala (Huelva)rdquo Actas del V encuentro de arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Almodocircvar (Portugal) 18-20 de noviembre de 2010 2012 pp 465-475

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ e Inmaculada JI-MEacuteNEZ AGUILAR ldquoCastillo de Aracena pasado presente y futurordquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena Huelva Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2016 pp 102-132

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ Antonio M MON-GE SOARES y Paula Fernanda QUEIROZ ldquoTorre de las Harinas (Zufre Huelva) estudio arqueoloacutegico de una fortificacioacuten medievalrdquo IV en-cuentro de Arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Recurso electroacutenico en CD-ROM Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Eduardo Romero Bomba (eds) Universidad de Huelva 2010 pp 1463-1470

Rosa Mariacutea SAacuteNCHEZ GARCIacuteA Luis Alfonso LIMPO PIacuteRIZA El encla-ve de Olivenza y sus murallas (1230-1640) Caacuteceres Universidad de Extremadura-Ayuntamiento de Olivenza 1994

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 191

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Joseacute Mariacutea SAacuteNCHEZ SAacuteNCHEZ y Magdalena VALOR PIECHOTTA El cas-tillo de Cortegana Asociacioacuten de Amigos del Castillo de Cortegana Leader Sierra de Aracena y Picos de Aroche Cortegana 2004

Ruth TAYLOR ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica puntual de apoyo a la restau-racioacuten en el castillo de El Real de la Jara (Sevilla) el sector Oeste del recintordquo Anuario Arqueoloacutegico de Andaluciacutea (2005) Junta de Andalu-ciacutea Consejeriacutea de Cultura 2010 pp 2920-2929

Pierre TOUBERT Castillos sentildeores y campesinos en la Italia medieval Ed Criacutetica Barcelona 1990

Waldo TOBLER ldquoNon-isotropic geographic modelingrdquo Technical Re-port nordm93-1 Santa Baacuterbara CA National Center for Geographic Information and Analysis 1993

Magdalena VALOR PIECHOTTA ldquoDos castillos de tiempos de Sancho IV Cumbres Mayores y Santa Olalla (Huelva)rdquo Notas sobre su origen y funcioacutenrdquo Estudios de Historia y de Arqueologiacutea Medievales X (1994) pp 173-188

Magdalena VALOR PIECHOTTA ldquoAlgunas reflexiones sobre los castillos de la Banda Gallegardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII)rdquo Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 79-92

Magdalena VALOR PIECHOTTA y Nuria CASQUETE DE PRADO SAacuteGRERA ldquoEl castillo de Cumbres Mayores (Huelva) Una aproximacioacuten a la ar-quitectura militar de la segunda mitad del siglo XIIIrdquo Sevilla Historia Instituciones Documentos 21 (1994) pp 473-499

Miguel Aacutengel VARGAS DURAacuteN ldquoIntervencioacuten en el castillo de El Real de la Jara (Sevilla)rdquo Anuario Arqueoloacutegico de Andaluciacutea 1989 III Activi-dades de Urgencia Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 1989 pp 417-424

Miguel Aacutengel VARGAS DURAacuteN ldquoEl castillo de Santa Olalla del Cala Es-tratigrafiacutea de un haacutebitat estrateacutegicordquo Actas de las XII Jornadas de Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena (Huelva) Diputacioacuten Provincial de Huelva 1999 pp111-127

David WHEATLEY ldquoCumulative viewshed analysis a GIS based method for intervisibility and its archaelogical applicationrdquo GIS and Archaeo-logy a European Perspective G Lock y Z Stancic (eds) TaylorampFran-cis Londres 1995 pp170-185

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192192

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

David WHEATLEY y Mark GILLINGS Spatial Tecnology and Archaelogy TaylorampFrancis Viena 2002

David WHEATLEY y Mark GILLINGS ldquoVision Perception and GIS deve-loping enriched approaches to the study of archeological visibilityrdquo Beyond the Map IG Lock (eds) Amsterdam 2000 pp 1-28

Fecha de recepcioacuten 20-05-2019

Fecha de aceptacioacuten 26-12-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 193

La orden de Santiago en la conquista de Sevilla Aproximacioacuten y cerco

(1246-1248)

The Order of Santiago in the Conquest of Sevilla Approach and Siege (1246-1248)

Manuel Loacutepez FernaacutendezUNED Centro Asociado de Algeciras

Resumen

La Orden de Santiago intervino en la conquista de Sevilla con un elevado nuacuteme-ro de efectivos aunque no todos ellos eran miembros de la propia institucioacuten Este numeroso contingente bajo el mando del maestre Pelay Peacuterez Correa ac-tuoacute como unidad independiente en Sierra Morena y maacutes tarde en la margen derecha del Guadalquivir protegiendo el flanco de la flota castellana Ya en el verano de 1248 al maestre se le encomendoacute una nueva misioacuten relacionada con cuestiones logiacutesticas por lo que hubo de intervenir nuevamente en Sierra Mo-rena con la mayor parte de su hueste sin desatender por ello el cerco sevillano

Palabras Clave

Sevilla Orden de Santiago Pelay Peacuterez Correa Sierra Morena

Abstract

The Order of Santiago intervened in the conquest of Seville with a large number of troops although not all of them were members of the institution itself This numerous contingent under the command of Pelay Perez Correa acted as an

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico lopezfernandezm75gmailcom UNED Centro Asociado de Algeciras

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226194

Manuel loacutepez Fernaacutendez

independent unit in Sierra Morena and later on the right bank of the Guadalqui-vir protecting the flank of the Castilian fleet Already in the summer of 1248 the master was entrusted with a new mission related to logistical issues so he had to intervene again to Sierra Morena with most of his host without neglecting the sevillian siege

Keywords

Seville Order of Santiago Pelay Peacuterez Correa Sierra Morena

Introduccioacuten

Cuando se contabilizan y contrastan las donaciones que la Corona de Castilla hizo a las oacuterdenes militares por su participacioacuten en la conquista de Sevilla1 se llega a la raacutepida conclusioacuten de que la Orden de Santiago fue la maacutes favorecida de todas2 Lo anterior se puede sentildealar con rotun-didad incluso sin incluir la donacioacuten hecha en tierras de Mures ndashhoy Villamanrique de la Condesandash en 1253 porque la cesioacuten de estas pro-piedades fue consecuencia de un acuerdo entre Alfonso X y el maestre Pelay Peacuterez Correa para que la Orden pudiera mantener una galera al servicio de la Corona3

Considerando que Fernando III hubo de ser ecuaacutenime en la cues-tioacuten de las donaciones a sus vasallos en correspondencia a los servicios prestados y no entregar territorios de manera graciosa entre los mis-mos ndashpor los muchos problemas que podiacutea acarrearle si no seguiacutea tal directrizndash hemos de suponer que la Orden de Santiago fue la institucioacuten religioso-militar que maacutes medios puso a disposicioacuten del monarca caste-llano-leoneacutes en la empresa de conquistar Sevilla Demostrar hoy que eso fue realmente asiacute resulta imposible pero si tenemos en cuenta los datos

1 Para esta argumentacioacuten nos apoyamos en dos de los trabajos de GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla tomo I y II Tambieacuten en Reinado y diplomas de Fernando III Coacuterdoba 1980 tomo I y III En el primero de los trabajos mencionados se publicaron los repartimientos tipo Espinosa y Palacio en los que se pueden conocer los detalles del repartimiento sevillano En el segundo de estos trabajos especialmente en el tomo III podemos leer los documentos de donacioacuten de Fernando III a todas las oacuterdenes militares Apoyados en esta base documental podemos apreciar que la Orden de Santiago fue la maacutes beneficiada de todas por la conquista de Sevilla

2 AYALA ldquoLas oacuterdenes militares en la conquista de Sevillardquo 3 Sobre este asunto elaboramos un trabajo al que titulamos ldquoLa Orden de Santiago en

los oriacutegenes de la Marina Real castellanardquo En el mismo podemos ver con mucho maacutes detalle que la donacioacuten real de 1253 en Mures teniacutea como finalidad mantener una galera real Esta embarcacioacuten era si nos atenemos al nuacutemero de remeros la mayor de toda la flota

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 195

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

que las fuentes nos proporcionan sobre todo la Primera Croacutenica Gene-ral las dudas seraacuten menores Es cierto que en la expedicioacuten de castigo que se realizoacute en el otontildeo de 1246 los efectivos santiaguistas no debiacutean ser muy elevados debido a la premura con la que se hizo pero en el ve-rano del antildeo siguiente cuando el rey de Castilla quiso proteger el flanco de su flota por el lado del Aljarafe y los santiaguistas se prestaron a ello parece que los efectivos bajo el mando del maestre Pelay Peacuterez Correa4 ndashentre ldquofreyres et seglaresrdquondash alcanzaban un tercio del total de las fuerzas que alliacute teniacutea Fernando III

Este porcentaje resulta llamativo a todas luces pero creemos que puede explicarse desde el fallido compromiso adquirido por la Orden para colaborar con el emperador Balduino II de Constantinopla en agosto de 1246 Porque fue en esa fecha en Valladolid cuando el maes-tre Peacuterez Correa llegoacute a un acuerdo con Balduino II para intervenir con efectivos de la Orden en tierras del Imperio Latino de Oriente con el beneplaacutecito y colaboracioacuten de la Santa Sede5 Se dieron tales circuns-tancias porque en la ejecucioacuten de aquella empresa estaba sumamente interesado el papa Inocencio IV de modo que los primeros pasos para llevarla a buen puerto se dieron en Lyon en la segunda mitad de 1245 aunque no fue hasta el mes de febrero del antildeo siguiente cuando el Papa se dirigioacute al maestre exhortaacutendole para que la llevara a la praacutectica ate-nieacutendose a lo tratado anteriormente entre los representes del maestre y del emperador

La bula papal llegoacute a Jaeacuten cuando la ciudad acababa de caer en ma-nos cristianas contrariando los planes de la Corona por privarle del apoyo del maestre y de sus fuerzas en aquellos momentos El rey de Cas-tilla delegoacute la solucioacuten del problema en el infante don Alfonso de Casti-lla ndashbajo cuya autoridad directa operaban las fuerzas santiaguistas por entoncesndash disponiendo eacuteste que el maestre se limitara a ayudar al em-perador Balduino con 50 freires de la Orden 100 escuderos y 100 caba-llos aunque era libre para llevarse fuera del reino a cuantos caballeros y escuderos se ofrecieran a ayudarle siempre que estos fuesen ajenos

4 Sobre el citado maestre defendimos nuestra tesis doctoral en 2002 siendo publicada en 2007 con el tiacutetulo La Orden de Santiago y el maestre Pelay Peacuterez Correa En 2010 hicimos una reelaboracioacuten de la misma ampliada y actualizada trabajo que titulamos Pelay Peacuterez Correa Historia y leyenda de un maestre santiaguista Diputacioacuten de Badajoz

5 El asunto lo trata BENITO RUANO ldquoBalduino II de Constantinopla y la Orden de Santi-agordquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226196

Manuel loacutepez Fernaacutendez

a la institucioacuten santiaguista6 Con estas limitaciones por parte de la co-rona de Castilla se presentoacute el maestre Pelay Peacuterez Correa en Valladolid a negociar con el emperador Balduino7 ndashen agosto de 1246ndash llegando al compromiso de intervenir en Oriente con 300 caballeros 300 escuderos 200 ballesteros ndash100 a pie y otros 100 a caballondash ademaacutes de 1000 peones y 700 caballos ndashdos por caballero8 maacutes los 100 correspondientes a los ballesteros a caballondash

El citado acuerdo nos resulta muy interesante por dos razones La primera de ellas ndashmuy acorde con lo que luego trataremosndash nos viene a demostrar la capacidad militar de la Orden para captar seglares ajenos a la misma en momentos cruciales la segunda ndashno menos importante y en coherencia con lo que veremos maacutes tardendash nos aproxima a la compo-sicioacuten y estructura interna de los ejeacutercitos de la eacutepoca Si la primera de las razones aludidas nos ayuda a entender mejor la raacutepida numerosa y efectiva disposicioacuten de la Orden de Santiago en el caso de la conquista de Sevilla la segunda de ellas nos permite descifrar con cierta claridad el concepto militar de ldquolanzardquo o caballero ndashmuy utilizado en la eacutepocandash cuando las fuentes escritas tratan de informar sobre la magnitud o enti-dad de un ejeacutercito medieval

Asiacute que atenieacutendonos a las cifras que figuran en el acuerdo del maes-tre Pelay Peacuterez Correa con el emperador Balduino II deducimos que cada hombre a caballo era acompantildeado por un escudero y dos caballos ademaacutes de un promedio de tres hombre a pie lo que viene a decir que cuando se nos da el nuacutemero de caballeros o ldquolanzasrdquo resulta praacutectico en la mayoriacutea de los casos multiplicar este nuacutemero por cinco9 si queremos aproximarnos a la cuantiacutea real de los efectivos humanos que podiacutean componer un ejeacutercito que operara con ciertas garantiacuteas de eacutexito Es cier-to que estas ldquolanzasrdquo podiacutean estar peor o mejor ldquoservidasrdquo o ldquocumpli-dasrdquo como ocurre en el contrato en cuestioacuten ya que en el mismo llegan

6 Este documento esta datado en Jaeacuten el diacutea 11 de marzo Lo publica Eloy Benito Ruano en la paacutegina 30 del trabajo citado en la nota anterior

7 Ibidem pp 30-348 Entendemos que uno para combatir ndashel caballo de guerra o destrerondash y el otro para los

desplazamientos ordinarios conocido con el nombre de palafreacuten Curiosamente no se habla en el documento de aceacutemilas para el transporte del armamento e impedimenta por lo que se pudiera pensarse que el segundo caballo era destinado a esta uacuteltima funcioacuten realizada generalmente por mulas

9 Por generalizar este seraacute el coeficiente que utilicemos en adelante con la intencioacuten de no llevar al liacutemite superior dicho coeficiente Lo anterior no significa que ese factor se redujera a cuatro o a tres en otras ocasiones

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 197

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

a seis los componentes que constituiacutean cada ldquolanzardquo o caballero10 Y si lo anterior se refiere exclusivamente a los seres humanos entendemos tambieacuten que si se quiere conocer el nuacutemero aproximado de caballos que integraban un ejeacutercito seraacute de gran utilidad multiplicar por dos el nuacutemero de caballeros que las fuentes nos proporcionen

De acuerdo con lo anteriormente expuesto en este trabajo nos apo-yaremos en el documento de agosto de 1246 para aproximarnos con maacutes o menos exactitud al nuacutemero de efectivos que pudieron intervenir con la Orden en la conquista de Sevilla

1 Expedicioacuten preparatoria

El maestre Pelay Peacuterez Correa hubo de salir de Valladolid ndashdespueacutes de entrevistarse con Balduino IIndash en los diacuteas finales de agosto para estar en Ocantildea los diacuteas 5 y 6 de septiembre como documentalmente puede demostrarse11 luego se dirigioacute a Jaeacuten para informar al rey de Castilla de su acuerdo con el emperador encontraacutendose con las alar-mantes noticias llegadas de Sevilla respecto al cambio de gobierno habido aquiacute situacioacuten que afectaba directamente a las relaciones de los sevillanos con Castilla al suponer la ruptura de la tregua acordada con el anterior gobierno de la ciudad del Guadalquivir Debido a tales circunstancias el rey don Fernando demandoacute consejo de los ricos hom-bres y de los maestres de las oacuterdenes aconsejaacutendole eacutestos ldquoque fuese ccedilercar Sevillardquo seguacuten dice la Primera Croacutenica General12 Por lo que podemos leer en esta fuente el maestre de la Orden de Santiago era un abierto partidario de tal modo de proceder pero no todos estuvieron de acuerdo al considerar que antes se debiacutea raziar algunas veces la tie-rra con el fin de que la ciudad cayera con menos esfuerzo Finalmente parece que se impuso la opinioacuten de Pelay Peacuterez Correa abierto parti-

10 Al multiplicar 300 caballeros por seis obtenemos el nuacutemero de mil ochocientos hom-bres que componiacutean el contingente militar acordado

11 Archivo Histoacuterico Nacional Oacuterdenes Militares Ucleacutes carpeta 152 documentos 17 y 18 (en adelante AHN OO MM Ucleacutes 15217 y 18) Los documentos estaacuten publicados en los apeacutendice documentales de los trabajos mencionados en la nota 3 En el documento del diacutea 5 de septiembre el maestre recibe el castillo de Albarraciacuten de Aacutelvaro Pedro Fernaacutendez de Azagra y en el documento del diacutea 6 se lo entrega Andreacutes Lintildeaacuten hasta que la Orden pueda recuperar los maravediacutees que le habiacutea adelantado a Pedro Fernaacutendez de Azagra

12 Primera Croacutenica General de Espantildea Editada por Ramoacuten Meneacutendez Pidal con estudio actualizador de Diego Catalaacuten Editorial Gredos Madrid 1977 capiacutetulo 1071

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226198

Manuel loacutepez Fernaacutendez

dario de realizar el esfuerzo directo sobre Sevilla antes que emplear el tiempo en cercos de menor importancia13

No obstante lo anterior al tener en cuenta la eacutepoca del antildeo en la que se encontraban y la necesidad de utilizar una flota que operara por el Guadalquivir el rey decidioacute organizar alliacute mismo una expedicioacuten de cas-tigo para sorprender a los sevillanos con las fuerzas que pudiera reunir pues la organizacioacuten de la armada era un tema que requeriacutea maacutes tiem-po Asiacute que sin demora alguna Fernando III emprendioacute el camino de Coacuterdoba llevando consigo no maacutes de trescientos caballeros entre los que la fuente que seguimos cita al hermano del rey don Alfonso al infante don Enrique y a ldquolos maestres dichos de Vcles et de Calatrava et Diego Sanchez et don Gutier Suarezrdquo14

A finales ya del mes de septiembre y desde Coacuterdoba ndashel contingente se habiacutea incrementado al unirse las fuerzas del concejo cordobeacutes a las que salieron de Jaeacutenndash se desplazaron las huestes castellanas siguiendo la calzada de Eacutecija hasta llegar a Carmona momento en el que se unieron a los cristianos quinientos caballeros granadinos con su rey al frente como vasallo que era del rey de Castilla15 Este uacuteltimo dato no suficiente-mente resaltado hasta ahora pone de manifiesto que si a los granadinos les dio tiempo a concentrarse y llegar a Carmona desde su reino otro tanto pasariacutea con buena parte de los vasallos castellano-leoneses que acudieron a la llamada de su rey hecha desde Jaeacuten cuando se decidioacute abiertamente operar sobre Sevilla

A pesar del incremento del contingente no eran aquellas fuerzas suficientes para iniciar el cerco a Carmona pero siacute bastantes para talar y estragar todo lo posible de murallas afuera Hecho lo anterior se dirigieron hacia Alcalaacute de Guadaira con la misma intencioacuten pero visto por los gobernantes de esta plaza lo ocurrido en Carmona se entregaron sin resistencia al rey de Granada quien a continuacioacuten puso Alcalaacute a disposicioacuten del rey de Castilla16 Don Fernando quedoacute aquiacute reparando sus defensas y mientras tanto organizoacute dos incursio-nes por territorio sevillano La que aquiacute nos interesa se encaminoacute a

13 Ibidem Este capiacutetulo finaliza diciendo ldquoEt a este conseio se acordo el rey don Fernan-do et todos los otros que con el eran en aquel conseiordquo

14 Ibidem capiacutetulo 107215 Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento vol I p 18216 Ibidem Indica Julio Gonzaacutelez en nota a pie de paacutegina que el rey de Granada Alhamar

soacutelo colaboroacute con don Fernando en esta ocasioacuten y no en el posterior cerco a Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 199

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

correr el Aljarafe correspondiendo su direccioacuten a ldquodon Alfonso su hermano et al maestre don Pelay Correardquo 17

Para llevarla a cabo los expedicionarios debieron cruzar el Gua-dalquivir situarse en su orilla derecha y penetrar luego en el Aljarafe sevillano el riacuteo Guadalquivir no es vadeable a la altura de Alcalaacute de Guadaira por lo que los expedicionarios tuvieron que llegar hasta las proximidades de Alcalaacute del Riacuteo y cruzar el Guadalquivir por el Vado de las Estacas18 aunque tambieacuten pudieron hacerlo por otros vados situa-dos aguas arriba considerando que en septiembre el riacuteo no debiacutea bajar con mucho caudal Una vez en la margen derecha del rio se encontra-ron con una zona bien fortificada pero la expedicioacuten no encontroacute mu-chas dificultades y los cristianos llegaron a asentar su campamento en un cabezo alto donde hoy se encuentra enclavada Albaida del Aljarafe Aquiacute se hicieron fuertes los expedicionarios en el interior de una tierra rodeada de fortalezas musulmanas19 perjudicando con sus incursiones los recursos que podiacutean llegar a Sevilla procedentes del propio Aljarafe y del reino de Niebla20

Desconocemos cuaacutendo regresaron el infante don Alfonso y el maes-tre Pelay Peacuterez Correa al lado del rey de Castilla pero seguacuten una croacutenica tardiacutea21 los santiaguistas se mantuvieron en aquella ldquocabeccedila muy alta que es entre Sevilla y Tejadardquo ndashse refiere a donde se ubica hoy Albaida del

17 Primera Croacutenica General capiacutetulo 107218 Veacutease BLAacuteQUEZ y BLAacuteZQUEZ ldquoViacuteas romanas de Albacete a Zorejas de Queros a Aran-

juez de Meaques a Titulcia de Aranjuez a Toledo y de Ayamonte a Meacuteridardquo pp 18-19 Estos autores sentildealan que ldquoLa navegacioacuten del Betis se haciacutea por barcos de gran calado hasta Ilipa (Alcalaacute del Riacuteo)hellip Las mareas llegan hasta Alcalaacute o mejor auacuten hasta la denominada Tabla de las Playasrdquo Tambieacuten se nos dice lo mismo en HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ ldquoRagwal y el itinerario de Musa de Algeciras a Meacuteridardquo p 150 Seguacuten este autor ldquoQalacuteat Ragwal (Alcalaacute del Riacuteo) plaza fuerte situada en el primer tramo en que el Guadalquivir es vadeable a contar desde su desembocadurardquo En la actualidad tal vado no es perceptible a causa de una represa pero a unos cuatro kiloacutemetros al norte de Alcalaacute existe un cortijo llamado todaviacutea ldquodel Vadordquo Veacutease en Cartografiacutea Militar de Espantildea Escala 1100000 Hoja 6-20

19 Asiacute podemos verlo en ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Anales eclesiaacutesticos y seculares de la muy noble y muy leal ciudad de Sevilla vol I p 23

20 Veacuteanse maacutes reflexiones sobre el asunto en GARCIacuteA FITZ ldquoEl cerco de Sevilla Reflex-iones sobre la guerra de asedio en la Edad Mediardquo El autor se apoya para sus reflex-iones en la Continuacioacuten de la Croacutenica de Espantildea de don Rodrigo Jimeacutenez de Rada capiacutetulo CCXXXV pp 3-4

21 Nos referimos a la croacutenica citada en la nota anterior En nuestro caso la hemos consul-tado en el ejemplar que se guarda en la Biblioteca de la Universidad de Sevilla capiacutetulo CCXXXVII folio 172v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226200

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Aljarafe22ndash corriendo las tierras sevillanas a su alcance De todas formas el rey Fernando III enterado de la muerte de su madre ndashocurrida el 8 de noviembre23ndash dio por terminada la campantildea poco maacutes tarde y se retiroacute a Coacuterdoba Estando alliacute concedioacute al maestre santiaguista ndashel 24 de diciem-brendash una renta anual de 2000 maravediacutees para el convento de Segura de la Sierra24 Por ahora es este documento el primero que conocemos entre los que pudo dar Fernando III en Coacuterdoba despueacutes de finalizada la campantildea de 1246 por territorios sevillanos

2 Aproximacioacuten a Sevilla

La campantildea de 1247 contra Sevilla se fue planeando a lo largo del in-vierno mientras don Fernando permanecioacute en Jaeacuten Estando aquiacute con-cedioacute a la Orden de Santiago ndashel diacutea 20 de febrerondash unas propiedades en Alcalaacute de Guadaira y en Corral de Alviros25 Todaviacutea a mediados del mes de marzo estaba la cancilleriacutea real en Jaeacuten26 mientras en Coacuterdoba se reu-nieron los ricos-hombres y los maestres de las oacuterdenes militares con sus respectivas mesnadas por entonces emprendieron el camino de Carmo-na junto a las fuerzas del concejo de Coacuterdoba para raziar y estragar los campos carmonenses Llevaban alliacute cinco diacuteas cuando se presentoacute el rey y tan dura fue la demostracioacuten de fuerza que los de Carmona propusie-ron una tregua que aceptoacute don Fernando27 Por lo que se infiere de la lectura de las fuentes el acuerdo se firmoacute el diacutea 21 de marzo de 124728

En Carmona se sumaron a las fuerzas cristianas ya existentes otras llegadas de los concejos del reino de Leoacuten Resulta llamativo que entre los cinco que aquiacute cita la Primera Croacutenica dos de ellos sean precisamen-

22 Efectivamente Albaida de Aljarafe se asienta sobre una elevacioacuten desde la que se tiene un amplio dominio visual sobre el valle del riacuteo Guadiamar y sobre las llanuras de Gerena En su espoloacuten maacutes occidental se asienta hoy la base de una torre que levantoacute alliacute el infante don Fadrique el segundo hijo varoacuten del rey don Fernando a quieacuten cor-respondioacute esta poblacioacuten en el repartimiento de Sevilla

23 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinadohellip volumen I p 369 24 AHN OO MM Ucleacutes 703 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen

III documento nordm 74525 AHN OO MM Ucleacutes 2I10 En el documento fechado en Toledo el 7 de abril de 1254

Alfonso X confirma a la Orden una serie de donaciones de monarcas anteriores26 Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen I p 37027 Ibidem 28 Por lo que sabemos se acordoacute una tregua de seis meses Pasado este tiempo Carmona

se entregariacutea Asiacute en Primera Croacutenica General capiacutetulo 1075 El rey al dar fuero a Carmona dice que la ciudad se le entregoacute el 21 de septiembre de 1247 Veacutease GONZAacute-LEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III documento nordm 847

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 201

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

te santiaguistas la actual Granadilla y Montaacutenchez29 Esta circunstancia nos da pie para preguntarnos por las obligaciones que teniacutean los vasa-llos de la Orden de Santiago cuando acudiacutean a la llamada de su rey en un caso concreto como era el cerco a Sevilla iquestA queacute fuerzas se sumaban las de los concejos cuando acudiacutean al fonsado o a un cerco atendiendo la llamada del monarca Queda suficientemente claro que los concejos de realengo se quedan con el rey o ayudan a quien eacuteste determine30 pero los concejos pertenecientes a las oacuterdenes militares se uniacutean a las fuerzas de sus respectivos comendadores tal y como apuntan algunos autores apoyaacutendose en que era costumbre general en Castilla31 Esta circuns-tancia ndashla presencia en Sevilla de caballeriacutea villana junto a los freires santiaguistasndash ademaacutes de otros caballeros vinculados a la Orden por ra-zones de familiaridad o acuerdo32 pero no propiamente miembros de la institucioacuten es la que justifica algunas expresiones de la Primera Croacutenica General cuando se refiere ndashcomo luego veremosndash a ldquofreyres y seglaresrdquo

29 Granadilla es citada como Granada Esta villa fue donada a la Orden de Santiago en 1191 por el rey Alfonso IX de Leoacuten quien le cedioacute alliacute todo lo que perteneciacutea a la Co-rona Por su parte Montaacutenchez pertenecioacute a la Orden desde 1230 Asiacute en GUTIEacuteRREZ DEL ARROYO Privilegios reales de la Orden de Santiago en la Edad Media documento nuacutemero 146 Tambieacuten en Bernabeacute de CHAVES Apuntamiento legal sobre el dominio solar de la Orden de Santiago La donacioacuten de Granadilla se recoge en folio 3v la de Montaacutenchez en folio 6v Granada pasoacute a depender despueacutes de 1259 del Monasterio de Sancti Spiacuteritu de Salamanca

30 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinadohellip volumen I p 228 Seguacuten se dice aquiacute el tiempo de servicio de los caballeros villanos era de tres meses al antildeo Este tiempo de servicio suponiacutea que la llegada de los concejos se hiciera escalonada como se hizo en Sevilla tambieacuten que algunos concejos como el de Coacuterdoba interviniera en otontildeo de 1247 y luego dejara el cerco para reincorporarse a finales de la primavera de 1248

31 En este sentido nos dice GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO Curso de Historia de las Insti-tuciones espantildeolas p 614 que las tropas movilizadas estaban compuestas por ldquolos caballeros nobles y por los peones de los territorios y poblaciones del Reino por los caballeros villanos o ciudadanos y por las tropas de a pie que desde el siglo XII consti-tuiacutean las milicias de los Concejos y por las huestes de los sentildeoriacuteos que se incorporan al ejeacutercito real al mando de sus sentildeoreshelliprdquo En tal sentido apostillaba LOMAX La Orden de Santiago (1170-1275) p 181 ldquoCuando los vecinos de las villas santiaguistas iban a la guerra es probable que los acaudillaran sus comendadores porque no soacutelo era costumbre general en las villas castellanas que el gobernador acaudillase el concejo en la guerra sino que tambieacuten el fuero de Ucleacutes declara que cuando el concejo va con su sentildeor al fonsado se repartiraacute el botiacuten en campordquo Finalmente AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media p 544 tambieacuten nos dice que ldquoun sector de las tropas movilizadas por las oacuterdenes militares estaba integrado por vasallos de su jurisdiccioacutenrdquo

32 Los casos de caballeros seglares que colaboraron con la Orden de Santiago a lo largo de su existencia son muy numerosos En lo relativo a los tiempos del maestre Pelay Peacuterez Correa pueden verse algunos nombres de estas personas en el apartado 52 de los trabajos citados en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226202

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Expuesto lo anterior diremos que los santiaguistas habiacutean alcanzado la villa de Guadalcanal con sus conquistas en el antildeo 124133 pero no ha-biacutean podido hacerse con la fortaleza de Reina34 plaza cuya donacioacuten les fue prometida en 1246 por Fernando III35 A la altura de la primavera de 1247 los musulmanes de la sierra norte de Sevilla estaban praacutecticamente aislados asiacute que al temer los alcaides moros de Reina y Constantina lo que habiacutea ocurrido con Carmona vinieron a negociar aquiacute con don Fernando

ldquoet los alcalles venieron al rey et entregaronle los alcaccedilares Et el rey

dio luego Costantina a Cordova y Reyna a la orden dUcles et que se fin-

casen los moros y segunt fue el pleteamientordquo36

Por los datos que manejamos consideramos que esta avenencia pudo producirse en los uacuteltimos diacuteas de marzo o primeros de abril fechas en las que ejeacutercito castellano cruzoacute el Guadalquivir y se dirigioacute contra Can-tillana a pesar de la resistencia de sus habitantes para dificultar el paso de las fuerzas de Fernando III por los vados del riacuteo37 Superada la difi-cultad los castellanos pusieron cerco a Cantillana38 y ante la resistencia de sus defensores fue tomada a la fuerza por lo que los atacantes ldquoma-taron et prendieron quantos fallaron dentrordquo39 Despueacutes le tocoacute el turno a Guillena poblacioacuten que entregoacute su alcaacutezar temiendo lo acontecido en Cantillana sin embargo los de Gerena ndashque fue la siguiente villa en ser atacadandash resistieron el asalto inicial aunque no tardaron en acordar

33 RADES Y ANDRADA Croacutenica de las tres oacuterdenes de Santiago Calatrava y Alcaacutentara Santiago fol 31v

34 El sultaacuten Abu Yusuf al-Mansur reforzoacute las fronteras con los cristianos en el Garb de al-Andalus Ademaacutes de Caacuteceres y Badajoz se potenciaron los castillos de Montemoliacuten y Reina Maacutes datos en AZUAR y FERREIRA ldquoLa fortificacioacuten del califato almohaderdquo Las Navas de Tolosa En esta ocasioacuten la fortaleza de Reina fue ampliada y reforzada con lo que se convirtioacute en un bastioacuten difiacutecil de conquistar al contrario de lo que habiacutea ocur-rido en 1189 en tiempos de Alfonso VIII cuando el rey pudo hacerse con la fortaleza

35 El asunto lo tratamos con maacutes amplitud en ldquoLas tierras de Reina entre el islam y la cristiandadrdquo

36 Primera Croacutenica General capiacutetulo 107537 FERNAacuteNDEZ Y LOacutePEZ Historia de la ciudad de Carmona p 12938 La poblacioacuten medieval de Cantillana estaba situada en la misma confluencia de los

riacuteos Viar y Guadalquivir Hasta comienzos del siglo XX este uacuteltimo riacuteo fluiacutea a los pies de Cantillana En la eacutepoca aacuterabe el ldquohisnrdquo de Cantillana controlaba uno de los vados del riacuteo Asiacute en ORDOacuteNtildeEZ AGULLA ldquoCantillana antigua Navae Aproximacioacuten a su historia en la Antiguumledad romanardquo p 46

39 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1076

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 203

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

una rendicioacuten y desalojar la plaza40 Por lo que se refiere a Alcalaacute del Riacuteo plaza que contaba con buena fortificacioacuten y abundante guarnicioacuten diremos que prefirioacute resistir y don Fernando se vio obligado a enviar contra ella a toda la hueste para desalojar al caid de Sevilla Axacaf que la defendiacutea con trescientos caballeros cuando Axacaf y los suyos aban-donaron la plaza eacutesta no tardoacute en entregarse41

Pero antes de continuar con los acontecimientos que se vivieron en el cerco a Sevilla debemos dedicar unas liacuteneas a un hecho concreto que se produjo antes de que el maestre de Santiago se incorporara a dicho cerco Se trata de la conquista de la hoy villa extrementildea de Montemoliacuten situada en el extremo norte del curso del riacuteo Viar riacuteo eacuteste que se une al Guadalqui-vir en Cantillana villa que fue sitiada por los cristianos en el mes de abril de 1247 Ya sabemos que estando don Fernando en Carmona llegaron los alcaides moros de las fortalezas de Reina y Constantina para negociar la en-trega de sus fortalezas al rey de Castilla y que eacuteste habiacutea donado la primera de ellas a la Orden de Santiago seguacuten se habiacutea acordado un antildeo antes al conquistarse Jaeacuten En el momento que se hizo el acuerdo entre el alcaide de Reina y don Fernando podiacutean transcurrir los uacuteltimos diacuteas de marzo o los primeros de abril pero la entrega de una fortaleza cuando eacutesta se pro-duciacutea por capitulacioacuten no se haciacutea de un diacutea para otro42 Era costumbre antigua dar un tiempo al que entregaba la fortaleza para que eacuteste comuni-cara las condiciones del acuerdo a sus vasallos y que eacutestos decidieran irse o quedarse por otro lado tambieacuten necesitaba un tiempo el que habiacutea de hacerse cargo de la fortaleza para preparar los efectivos y pertrechos que pudiera necesitar en su posterior defensa43 El plazo de tiempo para ejecu-tar ese cambio de manos variaba dependiendo de las circunstancias del momento pero en teacuterminos generales se aproximaba a un mes

Asiacute pues la Orden bien pudo hacerse cargo de la fortaleza de Reina a finales de abril o tal vez en mayo por lo que deducimos que ldquolos de Uclesrdquo se vieron involucrados directamente en el sitio de Cantillana44

40 Ibidem41 Ibidem capiacutetulo 107742 Por esta eacutepoca podemos citar los casos de Murcia Jaeacuten Carmona y luego se repetiraacute

en Sevilla43 Alfonso X Siete Partidas Para tales disposiciones el Rey se apoya en ldquofuero antiguo de

Espantildeardquo Veacutease asiacute en el tiacutetulo XVIII de la Segunda Partida donde se trata ampliamente el tema especialmente en las leyes II y IV

44 El sitio de Cantillana no debioacute resolverse raacutepidamente Al parecer durante el cerco el campamento real se asentoacute junto al arroyo Garci-Peacuterez Esto uacuteltimo en ARIAS SOLIacuteS

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226204

Manuel loacutepez Fernaacutendez

aunque una vez tomada la plaza las fuerzas de la Orden se desplaza-ron hasta Reina para hacerse cargo de su nueva fortaleza No obstante consideramos que la expedicioacuten dirigida hacia Sierra Morena no teniacutea como uacutenico objetivo hacerse con uacuteltima plaza citada sino que su misioacuten principal consistiacutea en despejar el traacutensito de las huestes cristianas a lo largo del llamado Camino de la Plata ndashentre Sevilla y Meacuteridandash al tiem-po de impedir cualquier penetracioacuten musulmana a traveacutes del valle del Viar riacuteo que maacutes cerca de su nacimiento discurriacutea entre los teacuterminos de Reina y Montemoliacuten45

Por tanto creemos firmemente que una vez asegurada la posesioacuten de la alcazaba de Reina con la consiguiente guarnicioacuten el maestre Pelay Peacuterez Correa decidioacute hacerse con el castillo de Montemoliacuten46 Sabemos que lo hizo ndashy tambieacuten que los moros de Montemoliacuten ofrecieron una dura resistencia a las huestes de la Orden47ndash por las palabras del propio maestre cuando en 1269 concedioacute unos heredamientos a Martiacuten Anes do Vinhal48 Se deduce por lo que dice el maestre en el documento que los santiaguistas tuvieron que recurrir a la ayuda del citado caballero portugueacutes para tomar Montemoliacuten pues de lo contrario ldquonos non as poderamos fillar sen uossa aiudardquo49

Cantillana p 16 Si tenemos en cuenta que dicho arroyo es afluente por la izquier-da del Guadalquivir y desemboca en eacuteste a la altura de Cantillana resulta que don Fernando pudo tener a la vista el sitio a Cantillana sin necesidad de asentar su cam-pamento en la margen derecha del Gualdalquivir lugar maacutes peligroso a todas luces

45 Cuando don Fernando donoacute a la Orden el castillo y villa de Reina lo hizo ldquosegunt los ouo en tiempos de morosrdquo Lo mismo hariacutea con Montemoliacuten y al delimitar esta uacuteltima se dice que el riacuteo Viar haciacutea las veces de lindero entre ambos teacuterminos

46 Hay que subir al castillo de Reina para imaginar la sensacioacuten que pudieron sentir los santiaguistas al verse duentildeos del mismo El valle del Viar se extiende a los pies de la co-lina donde se asienta lo que fue la fortaleza de Reina Este castillo estaacute unos 200 metros maacutes alto que el de Montemoliacuten y dista de eacutel unos 20 kiloacutemetros Sobre estos castillos puede verse el estudio de GARRIDO SANTIAGO Arquitectura militar de la Orden de Santiago en Extremadura

47 No debe sorprender tal situacioacuten si tenemos en cuenta que la fortaleza de Montemoliacuten fue ampliada y reforzada por los almohades Veacutease asiacute en GIBELLO El poblamiento islaacutemico en Extremadura p 289

48 Este hombre era primo hermano del maestre Pelay Peacuterez Correa Por su colaboracioacuten con la Orden en varias ocasiones recibioacute donaciones en los reinos de Portugal y Leoacuten La recibida en este uacuteltimo corresponde a la actual poblacioacuten de Medina de las Torres Maacutes datos en nuestro trabajo ldquoMartiacuten Anes do Vinhal Un repoblador portugueacutes en tierras de Extremadurardquo

49 AHN OO MM Ucleacutes 26311 Este documento tambieacuten se incluye en los apeacutendices do-cumentales de las obras citadas en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 205

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

La taacutectica empleada para la toma de Montemoliacuten debioacute ser la que venimos viendo incursiones de castigo para evaluar las fuerzas con-trarias previas al posterior cerco de la fortaleza en cuestioacuten Asiacute que Montemoliacuten bien pudo resistir a los santiaguistas hasta los prime-ros diacuteas del mes de agosto de 1247 No existiendo un documento que haga mencioacuten a la fecha concreta en que se tomoacute Montemoliacuten nos inclinamos a creer que la entrega del castillo se produjo el diacutea ocho de agosto de 1247 Lo entendemos asiacute por dos razones que pasamos a desarrollar La primera de ellas es que en el interior del castillo de Montemoliacuten existiacutea una capilla cuyo altar mayor estaba bajo la advo-cacioacuten de Santo Domingo en tanto que el apoacutestol Santiago ndashpatroacuten de la Ordenndash ocupaba otro altar secundario50 Siendo eacutesta una refe-rencia de 1495 cabe preguntarse iquestdesde cuaacutendo arrancaba esta pre-eminencia por Santo Domingo en el interior de la capilla del castillo de Montemoliacuten y no asiacute en la misma villa51 iquestQueacute razones hubo para que esta capilla de la fortaleza estuviese bajo la advocacioacuten del santo de Caleruega Como respuesta a las dos cuestiones anteriores nues-tra hipoacutetesis apunta a que el castillo de Montemoliacuten cayoacute en manos de los cristianos el diacutea que la Iglesia celebraba la festividad de Santo Domingo de Guzmaacuten canonizado en 1234 por el papa Gregorio IX52 Dada las costumbres y mentalidad de la eacutepoca53 nada de extrantildeo ten-driacutea el hecho de colocar bajo su advocacioacuten como accioacuten de gracias la iglesia del castillo que ahora nos incumbe54

50 RUIZ MATEOS Arquitectura civil de la Orden de Santiago en Extremadura p 7851 Santo Domingo fue poco venerado en la Extremadura santiaguista donde soacutelo teniacutea

dos capillas a eacutel dedicadas Para maacutes detalles veacutease RUIZ MATEOS y otros Arte y religi-osidad popular pp 227-233

52 Enzo LODI Los santos del calendario romano Ediciones Paulinas Madrid 1992 pp 280-281

53 Un buen nuacutemero de villas y lugares se colocaron por aquellos antildeos y a lo largo de la Edad Media bajo el patronazgo del santo cuya festividad celebraba la Iglesia el diacutea de su conquista a los musulmanes Por no hacer la lista maacutes extensa sirvan como muestra los casos de Anduacutejar y Santa Justa y Rufina Martos y Santa Marta Caacuteceres y San Jorge Sevilla y San Clemente Caacutediz y la Santa Cruz Tarifa y San Mateo Jerez y San Dionisio Algeciras y Nuestra Sentildeora de la Palma Gibraltar y San Bernardo

54 La infrecuente tipologiacutea de la planta de esta capilla ndashrectangular con dos naves sepa-radas por una danza de arcosndash representada por Aurora Ruiz Mateos en Arquitectura civil nos hace preguntarnos si no estaremos ante la reutilizacioacuten de una antigua mezquita almohade en el interior del castillo de Montemoliacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226206

Manuel loacutepez Fernaacutendez

La segunda razoacuten en la que nos apoyamos para datar la caiacuteda de Montemoliacuten el diacutea ocho de agosto de 1247 es que a mediados de di-cho mes y seguacuten la Primera Croacutenica Pelay Peacuterez Correa se situaba en la margen derecha del Guadalquivir aguas abajo de Sevilla para proteger la flota por aquel flanco con casi trescientos caballeros ldquoen-tre freyres et seglaresrdquo 55 Esta referencia croniacutestica nos resulta muy interesante desde varios punto de vista pues si por un lado nos habla de que habiacutea seglares en las filas de la Orden ndashen sintoniacutea con lo que ya vimos respecto al tratado de 1246 con el emperador Balduinondash por otro lado entendemos tambieacuten que los santiaguistas habiacutean conse-guido reunir muchos efectivos para conquistar Montemoliacuten y ya con este castillo en su poder pero sin tiempo a maacutes se presentaron en Sevilla lo maacutes raacutepido que pudieron despueacutes de realizar el camino de vuelta a lo largo del llamado Camino de la Plata56 dejando expedita de este modo la conexioacuten entre las tierras surentildeas del reino de Leoacuten y la ciudad del Guadalquivir57 Aparte de esta apresurada vuelta si algo maacutes cabe destacar en el contingente santiaguista que se puso a disposicioacuten de Fernando III a mediados del mes de agosto era su ele-vado nuacutemero con respecto a otros participantes en la aproximacioacuten a Sevilla Tan elevado era que seguacuten la fuente croniacutestica antes citada las huestes de la Orden superaban el 20 del total de fuerzas que en aquello momentos disponiacutea el rey de Castilla58

55 Primera Croacutenica General capiacutetulos 1080 y 108156 Suponemos que en el camino de vuelta a Sevilla los santiaguistas se hicieron con las

alcarias musulmanas situadas a lo largo del mismo es decir con las actuales pobla-ciones de El Real de la Jara Almadeacuten de la Plata y Castilblanco de los Arroyos

57 No olvidemos que Guillena por donde pasaba el camino habiacutea sido conquistada en la primavera de aquel mismo antildeo Veacutease en Primera Croacutenica General capiacutetulo 1076

58 Ibidem capiacutetulo 1082 Se dice aquiacute por boca del rey al evaluar la situacioacuten a un lado y otro del riacuteo ldquoca ellos eran mil caualleros [en la margen donde estaba don Fernando] et de la otra parte no eran trecientosrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 207

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

3 Preparacioacuten y cerco a Sevilla

A mediados de agosto ya se habiacutea recuperado don Fernando de una

enfermedad mientras sus hombres se haciacutean con el control de los cas-

tillos que rodeaban Sevilla en las proximidades de la calzada que con-

duciacutea a Meacuterida Por aquellos diacuteas trajeron noticias al rey que la flota al

mando de Ramoacuten Bonifaz estaba bastante cerca de Sevilla y por ello cru-

zoacute el Guadalquivir por el Vado de las Estacas el diacutea de ldquoSancta Maria de

agostordquo59 decidido a contactar con las naves de la armada que estaban

siendo atacadas por los moros seguacuten le habiacutean informado El contacto

59 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1080 Por otro lado el profesor Gonzaacutelez considera que el cerco pudo empezar un mes antes Se apoya este autor en fuentes musulmanas y en un documento otorgado a la Orden de Santiago datado el 27 de julio de 1247 ldquoin exercitu prope Sibilliamrdquo forma que repiten los documentos despachados durante el cerco Asiacute en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento vol I pp 190-191 El documen-to en cuestioacuten AHN OO MM Ucleacutes 8825

Itinerario probable de las fuerzas de la Orden de Santiago en la primavera-

verano de 1247 Primero toman posesioacuten del castillo de Reina despueacutes ganan

el de Montemoliacuten y finalmente llegan a Sevilla a mediados del mes de agosto

haciendo el camino de regreso a lo largo del Camino de la Plata

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226208

Manuel loacutepez Fernaacutendez

de las fuerzas de apoyo enviadas por el monarca con antelacioacuten evitoacute que la flota fuese agredida desde la margen izquierda del riacuteo asiacute que al llegar don Fernando ordenoacute una aproximacioacuten conjunta hacia Sevilla dejando Alcalaacute de Guadaira en la retaguardia60 Pero como a pesar de lo anterior se sucedieron los ataques a las embarcaciones desde la margen derecha del Guadalquivir se creyoacute necesario cubrir aquel flanco con una fuerza que frenara a los musulmanes en sus ataques a naves y ga-leras misioacuten de la que se hizo cargo el maestre Pelay Peacuterez Correa La Primera Croacutenica lo describe asiacute

ldquoDon Pelay Correa maestre de la orden Ucles con su cavalleria que

eran entre freyres et seglares dozientos et ochenta cavalleros fue pasar

el rio et paso allende de la otra parte so Eznalfarax a gran peligro de

si e de los que con el eran ca mayor era el peligro desa parte que de la

otrardquo61

La cita anterior resulta tan interesante que su anaacutelisis bien mere-ce unas liacuteneas En primer lugar nos aproxima a los efectivos con los que contaba entonces la Orden pues si habla de 280 caballeros entre freires y seglares ndashatendiendo las cifras dadas cuando tratamos de la composicioacuten de los ejeacutercitos medievalesndash entendemos que el maestre podiacutea disponer por entonces de maacutes de un millar hombres A pesar de este elevado contingente tal cuantiacutea fue insuficiente para asegurar con garantiacuteas la margen derecha del Guadalquivir como luego vere-mos con maacutes detalles debido al empuje de las fuerzas musulmanas provenientes del Aljarafe de Triana y del reino de Niebla Y con res-pecto a la misioacuten encomendada a los santiaguistas en aquella ocasioacuten como ya apuntara Francisco Garciacutea Fitz62 no soacutelo teniacutea como objetivo proteger los ataques a la flota sino cortar las viacuteas de comunicacioacuten con el Aljarafe y Niebla para conseguir el bloqueo de la ciudad todo ello

60 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento tomo I pp 190-191 El autor que seguimos se apoya en las palabras del Rey cuando en 1250 donoacute unos molinos a la Orden de Al-caacutentara ldquoson en Guadayra en la madre del rio los que son mas cerca de la puente por o passe yo con mi hueste quando vine de Alcala sobre Sevilla de parte de yusordquo Publicado por el mismo autor en Reinado volumen III doc nordm 807

61 Primera Croacutenica General capiacutetulo 108162 GARCIacuteA FITZ ldquoLas huestes de Fernando IIIrdquo Hasta entonces Sevilla recibiacutea aprovi-

sionamientos a traveacutes del puente de barcas de Triana procedente del Aljarafe y del reino de Niebla pues los cristianos habiacutean bloqueado el riacuteo y la acosaban por todos los costados excepto por el oeste

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 209

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

contando con la colaboracioacuten de los que estaban asentados en las al-turas de Albaida quienes ya podiacutean haber enlazado con los cristianos que habiacutean quedado en Gerena

Teniendo en cuenta lo anterior no debe sorprendernos que los musul-manes estuviesen dispuestos a eliminar a toda costa el incordio que para ellos significaba las huestes santiaguistas situadas en las cercaniacuteas del Gua-dalquivir El peligro de situarse en territorio hostil para ejecutar esta doble misioacuten ya nos lo adelanta la Primera Croacutenica que en esta ocasioacuten reza asiacute

ldquohellipca Abenmafot que a esa ssazon era rey de Niebla les estaua desa

parte que punaua de los embargar cuanto mas podia et toda la otra

tierra desa parte era entonccediles de morosrdquo63

Con puntos negros y numerados sentildealamos los distintos campamentos de la

Orden de Santiago a lo largo del cerco a Sevilla Para la ubicacioacuten de los mismos

nos apoyamos en el dibujo de Julio Gonzaacutelez Repartimiento de Sevilla I

Dada la peligrosidad de pasar al otro lado del Guadalquivir por las circunstancias que se daban creemos que las fuerzas de la Orden se asentaron alliacute en dos fases la primera estableciendo una cabeza de

63 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1081

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226210

Manuel loacutepez Fernaacutendez

puente en la otra orilla la segunda consolidando y fortificando una po-sicioacuten en la que debiacutean aposentarse un millar largo de hombres y cerca de seiscientos caballos La primera fase no creemos que se hiciera va-deando el Guadalquivir por las proximidades de Alcalaacute del Riacuteo ndashcomo en el otontildeo anteriorndash sino cruzando el Guadalquivir con el apoyo de la flota En esta situacioacuten un cruce en fuerza ndashteniendo las naves pro-tegiendo los flancos de la penetracioacuten al tiempo que galeras y bateles procediacutean a efectuar el transporte de los efectivos que pusiera el rey de Castilla en apoyo al crucendash lo encontramos factible a pesar de la inicial oposicioacuten musulmana

La segunda fase de la operacioacuten esto es la consolidacioacuten y fortifi-cacioacuten de lugar elegido para acampar no debioacute ser menos arriesgada porque los musulmanes debieron intensificar sus ataques para recha-zar aquellas fuerzas que pretendiacutean abrir un nuevo frente por aquella zona bajo su dominio y posesioacuten Si en un principio la situacioacuten para los santiaguistas pudo resultar maacutes o menos incoacutemoda pronto se volvioacute in-sostenible al ser hostigados por fuerzas provenientes de los castillos de Aznalfarache y Triana asiacute como por otras procedentes del mismo reino de Niebla La comprometida situacioacuten debioacute ser conocida por el mismo rey quien al sopesar que contaba en su lado con ldquomill caualleros et de la otra parte non eran trezientosrdquo64 decidioacute enviar algunos a la otra orilla del riacuteo Por todo ello don Fernando

ldquomando a Rodrigo Florez et Alfonso Tellez et Fernant Yvanes que pasa-

ran alla Estos tres pasaron con ccedilien cavalleros et fueron buenos ayuda-

dores a estos freyres asi commo adelante contara la estoriardquo65

El refuerzo consistente en unos 500 hombres y en unos 200 caballos maacutes resultoacute efectivo porque no soacutelo se consolidoacute la disputada posicioacuten sino que se pasoacute a la ofensiva La poblacioacuten de Gelves fue la primera viacutectima de las cabalgadas cristianas en la margen derecha del Guadal-quivir

64 Esta cita donde se comparan los efectivos del monarca y los de la Orden de Santiago nos da pie para referirnos una vez maacutes a la capacidad de convocatoria de los santiagu-istas por aquellas fechas A nosotros nos parece que sin ese poder de convocatoria el maestre santiaguista no hubiera reunido tantos efectivos en los primeros compases de la campantildea

65 Ibidem capiacutetulo 1082

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 211

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

ldquocavalgaron contra Gelves et conbatieronla con fuerccedila e entraronla et

mataron quantos moros fallaron dentro et prendieron muchos dellos

que levaron cativos e levaron ende muy gran algo que y fallaron66

Esta operacioacuten parece que levantoacute el aacutenimo de los cristianos y se-guidamente se plantaron delante de las puertas del mismo castillo de Triana De la fortaleza salieron suficientes efectivos con el fin de casti-gar la osadiacutea de los castellanos situacioacuten que terminoacute en una refriega en la que estos uacuteltimos obtuvieron la mejor parte67 Con el paso de los diacuteas los combatientes parecen alcanzar un plano de igualdad en el que los enfrentamientos y celadas se prodigan por parte de ambos bandos con suerte diversa Asiacute en la celada que preparoacute el maestre santiaguista contra un arraacuteez sevillano la operacioacuten termina con la agoacutenica retirada de este uacuteltimo al castillo de Triana pero no siempre terminaron las co-sas con ventaja para los cristianos pues en una ocasioacuten hubo de pasar a la otra orilla hasta el mismo rey con parte de su mesnada dada la comprometida situacioacuten que atravesaban los santiaguistas y sus colabo-radores A juzgar por el relato de la Primera Croacutenica esto uacuteltimo ocurrioacute despueacutes de entregada Carmona por lo que creemos que pudo suceder a finales de septiembre o primeros de octubre de 124768

Por entonces los cristianos se adjudicaban victorias parciales en to-dos los terrenos y lo que ocurriacutea en el riacuteo no era una excepcioacuten de modo que a finales del antildeo la armada de los sevillanos estaba casi anulada Se produce entonces un receso en las actividades beacutelicas cuando se podiacutea decir que los castellanos estaban alcanzando los objetivos fijados en el invierno anterior En tal situacioacuten comenzaron a planearse las operacio-nes para el siguiente antildeo momentos en los que el maestre Pelay Peacuterez Correa debioacute visitar varias veces a Fernando III lo anterior lo inferimos de las concesiones y donaciones que el monarca le hizo a primeros de diciembre de 1247 y a lo largo del mes de enero 1248 Si las fechadas en 1247 no resultan muy interesantes para lo que tratamos ndashpor estar relacionadas con otras tierrasndash las del antildeo 1248 merecen todas ellas un comentario al estar vinculadas directamente con la conquista de Sevilla Asiacute el diacutea 11 de enero el rey don Fernando promete al maestre una renta de seis mil maravediacutees ldquosennaladamente por el seruicio que me fizies-

66 Ibidem capiacutetulo 108667 Ibidem 68 Ibidem capiacutetulos 1090 y 1092

tes en la hueste de Seuillardquo 69 Esta renta podiacutea ser permutada por here-dades y podriacutea significar una cuantiacutea de bienes raiacuteces de hasta 200000 maravediacutees70 Con ello quedaba compensado soacutelo en parte el esfuerzo que la Orden haciacutea en el cerco sevillano en beneficio de la Corona71 En las donaciones de los diacuteas 20 y 27 de enero don Fernando concede a la Orden propiedades en Carmona y confirma unos privilegios que los santiaguistas teniacutean del rey Sancho II de Portugal documento eacuteste en el que Fernando III incrementaraacute las rentas de la Orden en Sevilla en otros 2300 maravediacutees72 cuando la ciudad sea tomada

Aquel invierno se movilizoacute a los ricos-hombres y concejos73 del reino que hasta entonces no habiacutea participado en la empresa sevillana la lle-gada de unos y otros comenzoacute a principios del mes de marzo de 1248 fecha en la que tambieacuten lo hizo el infante heredero don Alfonso con sus mesnadas propias junto a la que llevaban otros caballeros catalanes y aragoneses Con todas estas fuerzas el rey inicioacute el cerco propiamente di-cho74 y maacutes tarde aprovechando la llegada de maacutes refuerzos cristianos a Sevilla Fernando III decidioacute que su hijo Alfonso cruzara el riacuteo y pasara al sector de Triana para presionar su castillo desde el flanco norte Asiacute debioacute hacerlo cuando ndashya a finales de abrilndash el Infante cruzoacute de nuevo el riacuteo para frenar una salida musulmana sobre el sector Macarena75

A todo esto parece que los santiaguistas y sus aliados se habiacutean des-plazado ya de su asentamiento inicial hasta situarse en las proximida-des del castillo de Triana fortaleza a la que atacaron desde su flanco sur Esto debioacute ocurrir a comienzos de mayo si hemos de creer el relato

69 AHN Sellos 93 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 753

70 HERRERA GARCIacuteA ldquoUn sentildeoriacuteo santiaguista en la Edad Media Villanueva del Ariscalrdquo p 96

71 Por estas fechas el maestre Correa no podiacutea atender al pago de las deudas contraiacutedas en antildeos anteriores con los Bonsignori banqueros del papa Inocencio IV Entendemos que don Pelay prefirioacute involucrar a la Orden en todos los sentidos en la conquista de Sevilla antes de atender a otros compromisos econoacutemicos Situacioacuten por la que habiacutea de exhortarle y reprenderle el mismo pontiacutefice en febrero de 1248

72 AHN OO MM Ucleacutes 2637 Publicado al completo en MADRID Y MEDINA ldquoLa enco-mienda de Portugal en tiempos de Pay Perez Correardquo documento nordm I En lo referente a Castilla en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 756

73 La Primera Croacutenica menciona que los concejos estaban obligados a permanecer tres meses junto al rey la llegada de los mismos habiacutea que hacerla escalonada y una vez maacutes se comienza por los del Norte

74 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento tomo I p 201 75 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1104

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 213

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

de la Primera Croacutenica eacutesta nos dice que despueacutes de roto el puente de barcas de Triana ndashel hecho ocurrioacute el diacutea 3 de mayondash don Fernando de-cidioacute combatir el castillo de Triana por el Norte y el Sur ldquoet so Triana poso el maestre drsquoUcles et don Rodrigo Gomez e don Rodrigo Florez et Alfonso Tellez et Pero Poncerdquo 76

Ya dentro del mes de mayo y antes de continuar con el desarrollo de la actuacioacuten santiaguista en el cerco de Sevilla se hace necesario comen-tar otro aspecto maacutes vinculado a cuestiones econoacutemicas que a las pro-piamente beacutelicas Se trata de una permuta de posesiones que realizaron el rey de Castilla y la Orden de Santiago el diacutea 20 de mayo de 1248 fecha en la que oficialmente se produjo el cambio de la villa de Cantillana por la de Montemoliacuten Por el documento de permuta nos enteramos que Fernando III habiacutea concedido Cantillana a la Orden con anterioridad aunque no sabemos cuaacutendo Lo anterior nos hace suponer que esta do-nacioacuten debioacute ser consecuencia directa de la conquista de Montemoliacuten por los santiaguistas ndashen agosto del antildeo anterior como ya vimosndash pero que la Corona no le cedioacute en un primer momento tal vez por pensar que la Orden estaba reuniendo un extenso sentildeoriacuteo al norte de Sierra More-na en las actuales tierras extrementildeas En correspondencia al esfuerzo realizado sobre Montemoliacuten don Fernando hubo de prometerles Can-tillana poco despueacutes aunque sinceramente creemos que tal donacioacuten no se hizo hasta finales de 1247 o a principios de 1248 en esa horquilla cronoloacutegica en la que tantas veces visitoacute el maestre santiaguista al rey de Castilla Pero a la altura del mes de mayo de este uacuteltimo antildeo cuando don Fernando vio que la ciudad de Sevilla podiacutea caer en sus manos re-currioacute a su poliacutetica de alejar las oacuterdenes militares de las ciudades y se la canjeoacute por Montemoliacuten Dice el documento de canje con respecto a Montemoliacuten77

76 Ibidem capiacutetulo 1110 Esta cita resulta aclaratoria para entender que los santiaguistas habiacutean adelantado posiciones con respecto al primer campamento Queremos preci-sar al respecto que en la cita se intuye el establecimiento de otro asentamiento situado maacutes cerca de Sevilla pero cercano al riacuteo para apoyarse en los de la otra orilla si fuese necesario Por lo anterior nos inclinamos a pensar que los de la Orden pudieron asen-tar en las llanuras opuestas a Tablada

77 AHN OO MM Ucleacutes 2131 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 763 En este documento se delimita perfectamente las tierras de Monte-moliacuten y se dice que ademaacutes de estas tierras le daba la alcaria de Besnagueht Por tal razoacuten rechazamos una corriente historicista bastante actual empentildeada en defender que esta uacuteltima alcaria se corresponde con la actual Fuentes de Leoacuten Si se sigue de cer-ca la delimitacioacuten de Montemoliacuten indicada en el documento sentildealado se observa que los liacutemites meridionales de esta encomienda englobaban completamente las tierras de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226214

Manuel loacutepez Fernaacutendez

ldquoEsto uos do por cambio de Cantinana de que teniedes carta et recabdo

et diestemes las cartas e quitasteuos de todos los derechos que auiedes

en Cantinanardquo

4 La nueva intervencioacuten en Sierra Morena

Volviendo ya a las actuaciones concretas de los santiaguistas en el cer-co sevillano cabe destacar que hicieron otro cambio de posicioacuten a prin-cipios del mes de agosto una vez que cesoacute la presioacuten sobre el castillo de Triana al fracasar la ldquocauardquo que contra esta fortaleza se realizaba78 La argumentacioacuten anterior viene apoyada por una donacioacuten que el infan-te don Alfonso desde Sevilla hizo a la Orden de Santiago el diacutea tres de agosto de 124879 este hecho viene a significar que el maestre Pelay Peacute-rez Correa habiacutea estado cerca del Infante por aquellas fechas y por otro lado sabemos que el verano debiacutea estar avanzado cuando se ejecutoacute este uacuteltimo traslado porque la Primera Croacutenica nos dice que el arzobispo de Santiago don Juan Arias habiacutea llegado a la ciudad del Guadalquivir cuan-do se asediaba el castillo de Triana ordenaacutendole el rey que asentara cerca del arroyo Tagarete Como el arzobispo y gran parte de su hueste cayeron enfermos dispuso el rey que abandonaran el cerco80 y

ldquo desque el arccedilobispo fue ydo de la hueste vino el maestre don Pelay

Correa a posar a aquel logar do el posaba et estido y con veynte et ccedilinco

freyres solos que y entonccediles consigo tenie et no mas et de otra cava-

lleria poca 81

La cita anterior viene a confirmar ese tercer traslado de asentamien-to de las huestes santiaguistas pero maacutes llamativo que el traslado en siacute mismo resulta la exigua cuantiacutea de efectivos que en aquellos momentos teniacutea la Orden frente a Sevilla iquestQueacute ha ocurrido iquestCoacutemo es posible que a principios del mes de agosto en plena efervescencia del cerco soacutelo quedaran alliacute 25 miembros de la Orden y poca caballeriacutea seglar

la actual Fuentes de Leoacuten Por lo que carece de sentido donar una alcaria ndashBesnague-htndash situada dentro de la donacioacuten mayor ndashMontemoliacutenndash

78 Primera Croacutenica General capiacutetulo 111079 AHN OO MM Ucleacutes 3655 Don Alfonso donoacute Villanueva de la Fuente a la Orden de

Santiago en esta ocasioacuten 80 Primera Croacutenica General capiacutetulo 111381 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1117

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 215

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Dado que la cita precedente es la uacuteltima donde en la Primera Croacute-nica se habla de la actuacioacuten del maestre santiaguista en el cerco se-villano podiacutea pensarse que la Orden habiacutea sufrido muchas bajas o que sus efectivos estaban realizando otro tipo de funciones lejos de los muros sevillanos De las anteriores opciones parece maacutes razonable la segunda porque de haberse dado la primera algo respecto a tal asunto se diriacutea en los textos82 pero como no ocurre asiacute debemos inclinarnos por la segunda y entender que a la Orden se le habiacutea encomendado otras funciones razoacuten maacutes que suficiente para preguntarnos cuaacuteles y doacutende Nada se menciona al respecto en la Primera Croacutenica pero he aquiacute que la maacutes antigua historia que hoy tenemos sobre la Orden de Santiago83 viene en nuestra ayuda para clarificar el asunto Seguacuten se dice en esta fuente santiaguista el maestre Pelay Peacuterez Correa tuvo un encuentro armado con los moros en la Sierra de Tudiacutea ndashen Sierra Morena al sur de la hoy provincia de Badajozndash del que salioacute triunfante gracias al auxilio de la Virgen

Pero maacutes allaacute del milagroso hecho lo que aquiacute nos interesa es saber en queacute fecha concreta se produjo ese enfrentamiento habido en la Sierra de Tudiacutea para ponerlo en relacioacuten con cuanto conocemos a traveacutes de la Primera Croacutenica siempre respecto al cerco de Sevilla Pues bien seguacuten la documentacioacuten santiaguista y la tradicioacuten mantenida en el santuario mariano ndashque se levantoacute en lo alto de la citada sierra con ocasioacuten de la victoria cristianandash el combate en cuestioacuten se dio el diacutea de la natividad de Mariacutea o sea el ocho de septiembre Siendo en este mes no pudo ser en el antildeo 1247 porque en septiembre el maestre ya estaba sobre Sevilla como hemos visto maacutes arriba Por tanto nos inclinamos a creer que el encuentro armado que buscamos hubo de tener lugar en septiembre de 1248 y no antes ni despueacutes tal y como demostramos maacutes ampliamente en nuestra tesis doctoral84

82 En las Kalendas del convento de Ucleacutes soacutelo hemos encontrado 5 bajas de freires mien-tras la Orden estaba sobre Sevilla AHN Coacutedice 236 folio 127v

83 OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Orden de la caualleriacutea del sentildeor Santiago del Espadardquo p 368 Seguacuten el marqueacutes de Siete Iglesias la obra fue escrita en 1488

84 Para aquello lectores que no tengan ocasioacuten de ver el trabajo referido diremos que el maestre fue elegido para el cargo en noviembre de 1242 En septiembre de 1243 estaba en Burgos en septiembre de 1244 en Murcia en septiembre 1245 en Lyon en septiembre de 1246 camino de Jaeacuten en septiembre de 1247 sobre Sevilla en septiem-bre de 1249 y 1250 en Portugal Expuesto lo anterior carece de sentido continuar la localizacioacuten del maestre en antildeos posteriores al uacuteltimo citado

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226216

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Si todos los indicios apuntan a que a principios de septiembre de 1248 el grueso de los efectivos los santiaguistas operaban en Sierra Morena debemos preguntarnos queacute haciacutean tan lejos de Sevilla Pues bien en este sentido cabe responder que las fuerzas situadas en el cerco sevilla-no necesitaban aprovisionamientos de cara al otontildeo y que estos debiacutean ser transportados desde otros lugares ya fuese por mar o por tierra des-de la retaguardia Cabe suponer tambieacuten que si algunos de estos apro-visionamientos fueron transportados por mar desde Galicia y Vizcaya85 muchos maacutes debieron llegar a Sevilla desde Coacuterdoba86 durante la prime-ra fase del cerco Ahora bien una vez que el control de los caminos que conduciacutean a tierras del reino de Leoacuten quedaron en poder de los cristia-nos parece razonable pensar que eacutestos debieron utilizarlos para traer provisiones desde tierras nortentildeas a traveacutes de Badajoz y Meacuterida Ya en el verano de 1248 hubo de acentuarse la hipoacutetesis que defendemos mu-cho maacutes cuando sabemos que Fernando III habiacutea solicitado un preacutestamo dinerario a los concejos de Galicia el diacutea 28 de junio87

Considerando lo anterior nada tiene de extrantildeo que desde el prin-cipio del verano comenzara a llegar a Sevilla grano fresco procedente de las tierras del reino leoneacutes a traveacutes de lo que hoy conocemos como Viacutea de la Plata o Camino de la Plata Este camino teniacutea un doble enlace con el que veniacutea de Badajoz asiacute el maacutes nortentildeo enlazaba a la altura de Zafra y el maacutes meridional lo haciacutea en las proximidades de Almadeacuten de la Plata todaviacutea en Sierra Morena Lo curioso del caso es que am-bos caminos cruzaban por tierras de los santiaguistas concretamente por terrenos de la encomienda de Montemoliacuten Como la zona surentildea de esta encomienda estaba todaviacutea en manos de musulmanes ndashdebido a la premura existente en el verano de 1247 para acudir a Sevilla como ya vimos paacuteginas atraacutesndash aquellos caminos estaban amenazados por la pre-sencia de musulmanes procedentes de los reinos de Sevilla Niebla y del Algarve portugueacutes por lo que era arriesgado el traacutensito de las recuas por los mismos Esta especial circunstancia que se acentuaba precisamente al cruzar tierras santiaguistas fue la que impuso el desplazamiento del grueso de las fuerzas de la Orden ndashy quizaacute el de otros muchos seglares

85 Cuando Alfonso XI sitioacute Algeciras entre 1342 y 1344 los puertos gallegos y vascos se utilizaron para llevar provisiones al ejeacutercito sitiador de la plaza del Estrecho

86 Para nosotros no hay dudas de que en este caso fue Coacuterdoba la principal base de apro-visionamiento del ejeacutercito castellano sobre todo en la primera fase del sitio

87 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 765 Este preacutestamo podiacutea utili-zarse para pagar sueldos pero tambieacuten para comprar armamento y vituallas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 217

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

que la acompantildeabanndash de Sevilla a Montemoliacuten en agosto de 1248 aun-que algunas pudieron hacerlo en el mes anterior

Como antes dijimos en agosto de 1247 en el viaje de ida de la hueste santiaguista de Montemoliacuten a Sevilla pudieron hacerse eacutestas con el con-trol de las actuales poblaciones de Almadeacuten de la Plata88 y Castilblanco de los Arroyos para enlazar con Guillena conquistada en la primavera del mismo antildeo como ya vimos Ahora ndashen el verano de 1248 en su viaje de Sevilla a Montemoliacutenndash las fuerzas de la Orden debieron hacerse con las poblaciones que se encontraban maacutes o menos proacuteximos a la margen occidental del camino con el fin de proporcionar mayor tranquilidad a las recuas que en lo sucesivo circularan por el Camino de la Plata Por lo anterior creemos que las alcarias musulmanas que luego se transfor-maron en Zufre Santa Olalla y Cala ndashhoy en la provincia de Huelvandash ca-yeran en manos cristianas por entonces89

Pero volviendo a las tierras pertenecientes a la encomienda santia-guista de Montemoliacuten ndashdelimitadas en un documento de Fernando III en mayo de 124890ndash precisaremos que habiacutea entonces cuatro castillos Del mayor de ellos el inmediato a la villa cabecera de la citada encomienda hemos dicho que fue ganado por la Orden en agosto de 1247 unos pocos antildeos antes ndashcreemos que en 124191ndash ya podiacutean haberse hecho los santia-guistas con el maacutes nortentildeo de los cuatro el de Largia92 hoy en teacuterminos

88 A lo largo de los tiempos en que los musulmanes dominaban estas tierras el luego lla-mado ldquoCamino de la Platardquo saliacutea de Sevilla y se dirigiacutea al Norte pasando por las actuales poblaciones de Guillena y Castilblanco de los Arroyos cruzando Sierra Morena por Almadeacuten de la Plata y Montemoliacuten para llegar a la penillanura extrementildea por Fuente Cantos Despueacutes de la reconquista castellana tomoacute fuerza otra variante del camino que desde esta uacuteltima poblacioacuten ndashahora lo hacemos en direccioacuten contrariandash se dirigiacutea a Monesterio y continuaba por El Real de la Jara hasta alcanzar Almadeacuten de la Plata Castilblanco Guillena y Sevilla El motivo de que esto ocurriera asiacute fue que en el siglo IV se derruyoacute el puente que en tiempos romanos cruzaba la Rivera de Huelva en las proximidades de El Roquillo (Sevilla) Veacutease esto uacuteltimo en CORZO y TOSCANO Las viacuteas romanas de Andaluciacutea p 54 Conviene precisar que todaviacutea en 1729 el rey Felipe V llegoacute a Sevilla pasando antes por Monesterio Santa Olalla y Castilblanco

89 Parece que estos lugares fueron repoblados por leoneses si nos atenemos a la to-ponimia propia y del entorno Desde luego esta es la postura que defiende RECIO MOYA ldquoToponimia gallega y leonesa de la Sierrardquo

90 Creemos conveniente reiterar que el documento en cuestioacuten es AHN OO MM Ucleacutes 2131 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado vol III doc nordm 763

91 Seguacuten Francisco de Rades la incursioacuten santiaguista en la que eacutestos ganaron Guadal-canal partioacute de Meacuterida y pasoacute por el actual Almendralejo Fuente del Maestre Llerena y Usagre asiacute como otros muchos castillos y aldeas ldquoavn que la mayor parte de ellas no tienen el antiguo nombrerdquo Veacutease esto en RADES Croacutenicahellip Santiago folio 30 r

92 A este castillo se le denomina asiacute en un documento santiaguista extendido en Meacuterida

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226218

Manuel loacutepez Fernaacutendez

de Calzadilla de los Barros93 Por el contrario creemos que el castillo situado en la Sierra de Gigonza94 ndashactualmente en teacuterminos de Segura de Leoacutenndash y tambieacuten el de El Cuerno95 ndashen los de Fuentes de Leoacutenndash estaban en manos de musulmanes debido a la premura que hubieron de darse las huestes santiaguistas para desplazarse a Sevilla despueacutes de conquis-tar el castillo de Montemoliacuten Asiacute que en el verano de 1248 quedaban por conquistar todaviacutea los castillos de Gigonza ndashrelativamente cercano al camino que uniacutea Meacuterida con Sevillandash y castillo de El Cuerno ndashmuy proacuteximo al camino que uniacutea Sevilla con Badajoz pasando por el actual Jerez de los Caballerosndash

De estos dos uacuteltimos castillos el de Gigonza distaba unos doce kiloacute-metros del Camino de la Plata por su proximidad a la viacutea que tratamos resultaba extremadamente peligroso Por esto creemos que fue el pri-mero en ser tomado por la fuerza de las armas96 y tambieacuten que en sus proximidades se dio un enfrentamiento armado si hemos de atenernos a cuanto nos dice la toponimia97 Aparte de esto uacuteltimo en orden al efi-caz control de estas viacuteas de comunicacioacuten entendemos que el castillo de

el diacutea 15 de marzo de 1274 Puede verse en toda su amplitud en el apeacutendice documen-tal de las obras citadas en la nota 4 La fortaleza actualmente en ruinas estaba en lo alto de una cota de 635 metros de altura a cuyos pies discurre la Rivera de Atarja Des-de la misma se divisa un amplio panorama hacia el Sur el Oeste y el Norte dominando especialmente el Camino de la Plata en su cruce con la rivera antes citada

93 En el documento de la nota anterior se hacen pasar los teacuterminos de Medina muy cer-ca del castillo que tratamos quedando eacuteste dentro de los concedidos a la citada po-blacioacuten No obstante hoy diacutea se incluye dentro de los que pertenecen a Calzadilla de los Barros

94 Este castillo es mencionado como Sigunsa por el geoacutegrafo al-Idrisi en uno de los itine-rarios entre Sevilla y Badajoz Veacutease al respecto ABIZ MIZAL Los caminos de al-Anda-lus en el siglo XII p 83 Conviene precisar que el cronista oficial de Segura de Leoacuten Andreacutes Oyola Fabiaacuten ndashconociendo de primera mano la existencia de las ruinas de este castillondash informoacute a Manuel Terroacuten Albarraacuten quien encontroacute aceptable el paso foneacuteti-co de Sigunsa a Gigonza ademaacutes de reconocer que la distancia de este castillo a Jerez coincidiacutea con la aportada por al-Idrisi Asiacute lo explica TERROacuteN ALBARRAacuteN en Extrema-dura musulmana pp 337-338 El castillo en cuestioacuten estaba situado en la actual Sierra de Gigonza a una cota de 715 metros dominando el valle del riacuteo Ardila Curiosamente entre sus ruinas podemos encontrar todaviacutea la presencia de un aljibe aeacutereo al que le falta la boacuteveda

95 Creemos que este castillo es el citado por al-Idrisi en el itinerario que une Sevilla con Badajoz Veacutease asiacute en ABIZ MIZAL Los caminoshellip Aquiacute se le da el nombre Q R I H y es el que precede al de Sigunsa caminando de Sevilla hacia el actual Jerez de los Caballeros

96 El castillo de Gigonza pasoacute a manos de la Orden de Santiago en 1248 y se cita como Segonccedila en un documento expedido en diciembre de 1253 en el que Alfonso X concede teacuterminos a Sevilla Veacutease Diplomatario andaluz de Alfonso X documento nordm 80

97 En las proximidades de las ruinas del castillo de Gigonza existe actualmente una dehe-sa que se denomina Matamoros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 219

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

El Cuerno debioacute ser el proacuteximo punto fuerte en caer en esta operacioacuten de limpieza efectuada en las tierras de Montemoliacuten Y finalmente hubo de darse la batalla que tuvo el maestre Pelay Peacuterez Correa con los mu-sulmanes aquella a la que se refiere la historia maacutes antigua que hoy te-nemos de la Orden de Santiago como la habida ldquoen la Sierra de Tudiacuteardquo98

A todas luces resulta esta montantildea un observatorio privilegiado so-bre la comarca circundante por donde discurriacutean los caminos de los que venimos hablando en este apartado Desde lo alto de la Sierra de Tudiacutea se visualiza el Camino de la Plata en el tramo que discurre entre las proximidades de Zafra y Almadeacuten de la Plata en liacutenea recta unos 40 kiloacutemetros hacia el Norte y 30 hacia el Sur Al mismo tiempo tambieacuten estaacute enlazado visualmente con el castillo de El Cuerno99 y con el de Ara-cena La importancia estrateacutegica de la Sierra de Tudiacutea debemos cerrarla aquiacute con su vinculacioacuten militar a la fortaleza de Montemoliacuten en tiempos musulmanes y cristianos100 debido a la proximidad de ambos elementos y a la situacioacuten topograacutefica relativa de este castillo respecto a las tierras situadas al mediodiacutea de la encomienda101 Por esto uacuteltimo pensamos que en tiempos musulmanes en lo alto de la sierra que tratamos habiacutea al-guacuten tipo de fortificacioacuten ndashtal vez una gran torrendash y que en torno a la conquista de la misma se diera una cruenta batalla cuando los santia-guistas se vieron sorprendidos por la llegada de fuerzas musulmanas provenientes del castillo de Aracena102

98 De entre todos los enfrentamientos que el maestre tuvo con los moros se viene a resal-tar precisamente el habido en la Sierra de Tudiacutea tal vez por su trascendencia histoacuteri-co-religiosa Asiacute en OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

99 El castillo del que se ha recuperado parcialmente la torre del homenaje estaacute sobre una elevacioacuten de 730 metros de altitud desde la que se domina el valle de la Rivera de Montemayor afluente de la Rivera de Huelva En una reciente visita hemos podido comprobar que estaacute comunicado visualmente con los castillos de Aracena ligeramen-te maacutes alto a una cota de 749 mts

100 Respecto a la funcioacuten militar que se ejerciacutea desde la iglesia de Tudiacutea como observato-rio queda perfectamente definida por la existencia de una torre situada en lo alto de la cabecera de la iglesia cuando el campanario estaba a los pies de la misma De esa torre quedaba constancia todaviacutea en 1604 seguacuten podemos ver en el Libro de visitas de dicho antildeo cuando se dice que por entonces necesitaba reparacioacuten Asiacute en AHN Libro 1014-C folio 467v

101 Desde el castillo de Montemoliacuten se tiene visioacuten directa con la cima de Tudiacutea y vice-versa La dependencia militar del observatorio de Tudiacutea con respecto al castillo citado podemos verla en la nota anterior

102 El puerto de los Ciegos se situacutea a una altitud de 952 mts y forma parte de la divisoria de aguas entre el Guadiana y el Guadalquivir Por este puerto pasaba ndashy pasa todaviacutea aunque poco frecuentadondash el camino de herradura que uniacutea a los pueblos de la ver-tiente meridional de la sierra con los ubicados en la cara septentrional de la misma

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226220

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Lo anterior no deja de ser una hipoacutetesis pues la realidad es que no existen noticias documentadas sobre los detalles del enfrentamiento ha-bido en la cumbre de la sierra103 pero quedan reminiscencias tradicio-nales y toponiacutemicas Comenzando por estas uacuteltimas debemos citar aquiacute al Puerto de los Ciegos curiosamente este significativo topoacutenimo situa-do al suroeste de la cima que tratamos es el lugar por donde accediacutean a dicha cumbre el camino que veniacutea de las tierras situadas en la vertiente del mediodiacutea de la sierra Su nombre ldquode los Ciegosrdquo parece estar rela-cionado directamente con el descuido en vigilar y taponar la llegada de refuerzos musulmanes por ese camino Y en este orden de cosas aporta-remos otro curioso dato dicho puerto estaacute en la misma direccioacuten que la ermita Humilladero de Tudiacutea lugar donde recuerda la tradicioacuten local104 que el maestre imploroacute la ayuda de la Virgen en aquella situacioacuten com-prometida que al final terminoacute en victoria

La ubicacioacuten de la Sierra de Tudiacutea queda sentildealada con un punto azul y en torno a ella

trazamos los caminos e indicamos los castillos de los que venimos hablando en este apartado

103 No pensemos que la sierra estaba cubierta de arbolado y vegetacioacuten como lo estaacute hoy La reforestacioacuten de la misma se hizo a finales del siglo XIX creemos que la vegetacioacuten de la misma sirvioacute para alimentar las chimeneas de las instalaciones situadas en lo alto de la sierra a lo largo de los siglos

104 Los visitadores de 1574 hablan largamente de la piedra que se guardaba en el Hu-milladero de Tudiacutea De la misma dicen entre otras cosas que se le atribuiacutean poderes curativos y la gente de los alrededores la partiacutean en trozos para llevaacutersela a su casa Asiacute en AHN Libro 1012-C tomo IV folio 1307v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 221

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Con respecto a las tradicionales cabe decir que en agradecimiento a la ayuda recibida y a mayor gloria de Santa Mariacutea el maestre santiaguis-ta puso aquella montantildea bajo la advocacioacuten de la Virgen y en lo alto de su cima edificoacute una iglesia en la que se veneroacute la imagen de Santa Mariacutea de Tudiacutea cuya devocioacuten se propagoacute por la comarca tal y como recogioacute unos antildeos maacutes tarde el rey Alfonso el Sabio105 al igual que lo hacen las fuentes narrativas santiaguistas maacutes tempranas106 Pero volviendo a la documentacioacuten conviene sentildealar que el maestre Peacuterez Correa estaba el diacutea 19 de septiembre de 1248 en Sevilla aquiacute ndashacompantildeado de otros miembros de la Ordenndash concediacutea Cabezoacuten Cubierta a don Fernaacuten Yaacute-ntildeez107 Unos meses maacutes tarde despueacutes de interceptar la escuadra cristia-na el paso entre Sevilla y Triana comenzaron las capitulaciones para la entrega de la ciudad por parte de los sevillanos aunque no seriacutea hasta la festividad de San Clemente108 23 de noviembre de 1248 cuando los moros entregaron el alcaacutezar en las negociaciones demandaron un mes de plazo para vender sus cosas y como el rey de Castilla accedioacute a ello109 la entrada oficial de los cristianos en la ciudad fue pospuesta hasta el 22 de diciembre El acontecimiento dio ocasioacuten a una solemne y devota procesioacuten precedida del ejeacutercito en orden militar y encabezado por sus principales caudillos entre los que destaca Ortiz de Zuacutentildeiga110 a los maes-tres de las oacuterdenes militares Seguacuten los comendadores que escribieron la historia de la Orden que aquiacute seguimos111 en aquel magno aconteci-miento el pendoacuten de la Orden de Santiago fue de los primeros

105 Las cantigas que Alfonso X el Sabio dedicoacute a la Virgen de Tudiacutea podemos encontrarlas entre sus Cantigas de Santa Mariacutea Nos referimos concretamente a la 325 326 329 344 y 347 de la Edicioacuten de Walter Mettmann Claacutesicos Castalia Madrid 1986 tomo III Un reciente estudio sobre las mismas en LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ ldquoSanta Mariacutea de Tudiacutea en las Cantigas de Alfonso X el Sabiordquo

106 Nos referimos concretamente a OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

107 SALAZAR DE CASTRO Libro de pruebas de la Casa de Lara p 679 108 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1123109 Ibidem capiacutetulo 1124 110 ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Anales eclesiaacutesticos vol I p 48111 Asiacute podemos encontrarlo en OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

Aquiacute podemos leer cuando se habla de la entrada en la ciudad de Sevilla ldquohellipen la entrada de la qual [Sevilla] se falla que el dicho maestres y sus cavalleros con el pendon del Santo Apostol fueron de los primeroshelliprdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226222

Manuel loacutepez Fernaacutendez

5 Conclusiones

Como ya apreciara Julio Gonzaacutelez ldquolos santiaguistas por aquella eacutepo-ca no sabiacutean estar quietosrdquo112 lo que veniacutea a ser una consecuencia direc-ta del temperamento inquieto de Pelay Peacuterez Correa113 y de la confianza que depositaban en la Orden de Ucleacutes el rey Fernando III y el papa Ino-cencio IV Tanto era asiacute que eacuteste uacuteltimo le propone intervenir en Cons-tantinopla con un numeroso contingente pero la operacioacuten no se llevoacute a efecto por falta de medios econoacutemicos del emperador Balduino II y porque el rey castellano inicioacute por entonces la conquista de Sevilla

Considerando las circunstancias anteriores resulta loacutegico que la Or-den de Santiago participara en la conquista de Sevilla con unos efecti-vos superiores en nuacutemeros a las de las otras instituciones religioso-mi-litares Gracias a esta capacidad operativa conquista Montemoliacuten en el verano de 1247 y se le asigna la proteccioacuten de la flota castellana por la margen derecha del Guadalquivir A finales del antildeo antes citado el rey de Castilla le recompensa con la donacioacuten de Cantillana villa que fue canjeada finalmente por la de Montemoliacuten en la primavera de 1248

Ya en el verano de este antildeo y para garantizar la llegada de provisio-nes a Sevilla a traveacutes del Camino de la Plata el rey de Castilla ordena al maestre santiaguista que se desplace a su encomienda de Montemoliacuten con el fin de eliminar el peligro que para las recuas cargadas de grano suponiacutea la presencia de musulmanes en determinados castillos situados dentro de la citada encomienda todaviacutea sin conquistar completamente

En este contexto la Primera Croacutenica General se hace eco de las po-cas fuerzas santiaguista que sobre Sevilla quedan mientras la [Primera] Historia de la Orden de Santiago recoge en sus paacuteginas un choque arma-do que el maestre Peacuterez Correa tuvo con los musulmanes en la Sierra de Tudiacutea a primeros de septiembre enfrentamiento que dio origen al santuario mariano que se levantoacute en lo alto de la mencionada sierra y que maacutes tarde fue cabecera de la Vicariacutea de Tudiacutea

Acabada la misioacuten encomendada en Sierra Morena el maestre retor-noacute a Sevilla y participoacute en el cerco hasta que la ciudad se entregoacute en el mes de noviembre de 1248

112 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimientohellip tomo I p 178 en nota a pie113 Respecto a la personalidad del maestre veacutease el apartado que dedicamos en las obras

citadas en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 223

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Fuentes y bibliografiacutea

1 Fuentes

AHN Coacutedice 236-B

AHN Libro 1012-C tomo IV

AHN Libro 1014-C

AHN OO MM Ucleacutes 2I10

AHN OO MM Ucleacutes 703

AHN OO MM Ucleacutes 8825

AHN OO MM Ucleacutes 15217 y 18

AHN OO MM Ucleacutes 2131

AHN OO MM Ucleacutes 26311

AHN OO MM Ucleacutes 3655

ALFONSO X EL SABIO Siete Partidas Glosadas por el licenciado Grego-rio Loacutepez Madrid 1560 Facsiacutemil de la Editorial BOE Madrid 1974

ALFONSO X EL SABIO Cantigas de Santa Mariacutea Edicioacuten de Walter Mett-mann Claacutesicos Castalia Madrid 1986 tomo III

Diplomatario andaluz de Alfonso X Edicioacuten de Manuel Gonzaacutelez Jimeacute-nez El Monte Caja de Huelva y Sevilla Sevilla 1991

Continuacioacuten de la Croacutenica de Espantildea de don Rodrigo Jimeacutenez de Rada Biblioteca de la Universidad de Sevilla

Primera Croacutenica General de Espantildea Editada por Ramoacuten Meneacutendez Pi-dal con estudio actualizador de Diego Catalaacuten Editorial Gredos Ma-drid 1977

Luis SALAZAR DE CASTRO Libro de pruebas de la Casa de Lara Madrid 1694-1699

2 Bibliografiacutea

ABIZ MIZAL Jassim Los caminos de al-Andalus en el siglo XII CSIC Ma-drid 1989

ARIAS SOLIacuteS Florencio Cantillana Edita Ayuntamiento de Cantillana Cantillana (Sevilla) 1999

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de ldquoLas oacuterdenes militares en la conquista de Sevillardquo En Sevilla 1248 Congreso internacional conmemorativo del

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226224

Manuel loacutepez Fernaacutendez

750 aniversario de la conquista de la ciudad de Sevilla por Fernando III rey de Castilla y Leoacuten Editorial Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 167-190

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Marcial Pons y Latorre Literaria Madrid 2003

AZUAR Rafael e Isabel Cristina FERREIRA FERNAacuteNDEZ ldquoLa fortificacioacuten del califato almohaderdquo Las Navas de Tolosa (1212-2012) Miradas cru-zadas ed Patrice Cressier y Vicente Salvatierra Universidad de Jaeacuten Jaeacuten 2014 pp 395-420

BLAacuteQUEZ Y DELGADO A y A BLAacuteZQUEZ Y JIMEacuteNEZ ldquoViacuteas romanas de Albacete a Zorejas de Queros a Aranjuez de Meaques a Titulcia de Aranjuez a Toledo y de Ayamonte a Meacuteridardquo Memorias de la Junta Superior de Excavaciones y Antiguumledades 40 Madrid 1921

BENITO RUANO Eloy ldquoBalduino II de Constantinopla y la Orden de San-tiagordquo Hispania XII 46 1952 pp 3-36

CHAVES Bernabeacute de Apuntamiento legal sobre el dominio solar de la Orden de Santiago en todos sus pueblos Ediciones El Albir Barcelona 1975

CORZO SAacuteNCHEZ Ramoacuten y TOSCANO SAN GIL Margarita Las viacuteas ro-manas de Andaluciacutea Sevilla 1992

FERNAacuteNDEZ Y LOacutePEZ Manuel Historia de la ciudad de Carmona Sevi-lla 1886

GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO Luis Curso de Historia de las Institucio-nes espantildeolas Alianza Universidad Madrid 1992

GARCIacuteA FITZ Francisco ldquoEl cerco de Sevilla Reflexiones sobre la guerra de asedio en la Edad Mediardquo Sevilla 1248 Congreso internacional con-memorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciudad de Sevilla por Fernando III rey de Castilla y Leoacutenrdquo Editorial Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 115-154

GARCIacuteA FITZ Francisco ldquoLas huestes de Fernando IIIrdquo Actas de las IV Jornadas Nacionales de Historia Militar Fernando III y su eacutepoca Sevi-lla 1995 pp 157-190

GARRIDO SANTIAGO Manuel Arquitectura militar de la Orden de San-tiago en Extremadura Meacuterida 1989

GIBELLO BRAVO Viacutector El poblamiento islaacutemico en Extremadura Terri-torio asentamientos e itinerarios Meacuterida 2006

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 225

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Julio Repartimiento de Sevilla tomos I y II CSIC Madrid 1953

GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Julio Reinado y diplomas de Fernando III tomo I y III Coacuterdoba 1980

GUTIEacuteRREZ DEL ARROYO Consuelo Privilegios reales de la Orden de Santiago en la Edad Media Junta Teacutecnica de Archivos Bibliotecas y Museos Madrid 1946

HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ Feacutelix ldquoRagwal y el itinerario de Musa de Alge-ciras a Meacuteridardquo Al-Andalus XXVI 1 1961 pp 43-154

HERRERA GARCIacuteA Antonio ldquoUn sentildeoriacuteo santiaguista en la Edad Media Villanueva del Ariscalrdquo Estudio de Historia y de Arqueologiacutea Medieva-les 5-6 1985-1986 pp 95-126

LODI Enzo Los santos del calendario romano Ediciones Paulinas Ma-drid 1992

LOMAX W Derek La Orden de Santiago (1170-1275) CSIC Madrid 1965

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoMartiacuten Anes do Vinhal Un repoblador portugueacutes en tierras de Extremadurardquo Revista de Estudios Extreme-ntildeos 58 2 2002 pp 517-538

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoLas tierras de Reina entre el islam y la cris-tiandadrdquo Revista de Estudios Extrementildeos Vol 63 1 2007 pp 187-211

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel La Orden de Santiago y el maestre Pelay Peacuterez Correa Instituto de Estudios Manchegos Ciudad Real 2007

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel Pelay Peacuterez Correa Historia y leyenda de un maestre santiaguista Diputacioacuten de Badajoz Badajoz 2010

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoLa Orden de Santiago en los oriacutegenes de la Marina Real castellanardquo Revista de las Oacuterdenes Militares 8 2015 pp 43-78

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoSanta Mariacutea de Tudiacutea en las Cantigas de Alfonso X el Sabiordquo Revista de Estudios Extrementildeos Vol 74 1 2018 pp 105-136

MADRID Y MEDINA Aacutengela ldquoLa encomienda de Portugal en tiempos de Pay Perez Correardquo Actas das II Jornadas Luso-Espanholas de His-toria Medieval Universidad de Oporto Oporto 1989 pp 1179-1195

ORDOacuteNtildeEZ AGULLA Salvador ldquoCantillana antigua Navae Aproximacioacuten a su historia en la Antiguumledad romanardquo Cantillana Cuadernos de His-toria Local 1 1993 pp 44-61

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226226

Manuel loacutepez Fernaacutendez

OROZCO Pedro y Juan DE LA PARRA ldquoEstoria de la Orden de la caualle-riacutea del sentildeor Santiago del Espadardquo En [Primera] Historia de la Orden de Santiago Manuscrito del siglo XV de la Real Academia de la Histo-ria Introduccioacuten transcripcioacuten y notas del marqueacutes de Siete Iglesias Diputacioacuten Provincial de Badajoz Badajoz 1978

ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Diego Anales eclesiaacutesticos y seculares de la muy noble y muy leal ciudad de Sevilla Madrid 1677 Facsiacutemil publicado por la Caja de Ahorros Provincial de San Fernando de Sevilla Sevilla 1985

RADES Y ANDRADA Francisco Croacutenica de las tres oacuterdenes de Santiago Calatrava y Alcaacutentara Ediciones El Albir Barcelona 1980

RECIO MOYA Rodolfo ldquoToponimia gallega y leonesa de la Sierrardquo Actas de las IX Jornadas del Patrimonio de la Sierra de Huelva Diputacioacuten de Huelva Huelva 1994 pp 117-144

RUIZ MATEOS Aurora Arquitectura civil de la Orden de Santiago en Ex-tremadura La casa de la encomienda Madrid 1985

RUIZ MATEOS Aurora y otros Arte y religiosidad popular Las ermitas en la Baja Extremadura (siglos XV-XVI) Diputacioacuten de Badajoz Badajoz 1995

TERROacuteN ALBARRAacuteN Manuel Extremadura musulmana Badajoz 1991

Fecha de recepcioacuten 10-01-2019

Fecha de aceptacioacuten 17-03-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 227

El papel de las oacuterdenes militares en la Batalla de Guadix (Granada) de 1362

The Role of the Military Orders in the Battle of Guadix (Granada) 1362

Antonio Reyes MartiacutenezLaboratorio de arqueologiacutea y arquitectura de Granada (LAAC)

Resumen

El 15 de enero de 1362 tuvo lugar la Batalla de Guadix en la que salieron de-rrotadas las tropas del reino castellano leoneacutes enfrentadas al ejeacutercito del reino nazariacute de Granada Las tropas castellanas iban comandadas por Diego Garciacutea de Padilla Maestre de la Orden de Calatrava Enrique Enriacutequez ldquoel Mozordquo Adelan-tado mayor de la frontera de Andaluciacutea y Men Rodriacuteguez de Biedma Caudillo mayor del obispado de Jaeacuten

Palabras Clave

Guadix Granada Pedro I Muhammad V Muhammad VI oacuterdenes militares Ba-talla de Guadix reino castellano leoneacutes Diego Garciacutea de Padilla Enrique Enriacute-quez el mozo Men Rodriacuteguez de Biedma 1362

Abstract

The Battle of Guadix was on 15 of January of 1362 In that confrontation the troops of the kingdom of Castile were defeated faced with the army of the Nas-rid kingdom of Granada The Castilian troops were commanded by Diego Garciacutea

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico antoniodelosreyeshotmailcom Laboratorio de arqueologiacutea y ar-quitectura de la ciudad Granada (LAAC)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246228

Antonio Reyes MARtiacutenez

de Padilla Master of the Order of Calatrava Enrique Enriacutequez ldquoel Mozordquo Ad-elantado Mayor of the Andalusian frontier and Men Rodriacuteguez de Biedma Cau-dillo Mayor of the bishopric of Jaeacuten

Keywords

Guadix Granada Pedro I Muhammad V Muhammad VI military orders Bat-tle of Guadix Spanish Castilian Kingdom Diego Garciacutea de Padilla Enrique En-riacutequez el mozo Men Rodriacuteguez de Biedma 1362

1 Fuentes para el estudio de la Batalla de Guadix

La principal fuente documental para el estudio de la batalla de Guadix es la llamada ldquoCroacutenica del Rey don Pedrordquo obra de Pedro Loacutepez de Ayala Este cronista nacioacute en Quejana (Aacutelava) en 1332 Su infancia y adolescencia transcurrieron en Toledo donde su tiacuteo fue arzobispo Aunque consiguioacute una canonjiacutea abandonoacute la carrera ecle-siaacutestica quizaacutes porque era el primogeacutenito de la casa de Ayala1 Por el antildeo 1353 sirvioacute como paje en la corte del rey Pedro I Luchoacute en el bando rebelde de los Trastaacutemaras En la batalla de Naacutejera fue hecho prisionero por los ingleses y posteriormente liberado a cambio de un rescate2 Durante el reinado de Enrique II fue alcalde mayor de Toledo miembro del Consejo de Juan I y de la regencia durante la mi-noriacutea de Enrique III Fue Canciller Mayor de Castilla en 1399 Murioacute en Calahorra el antildeo 14073

Fue autor de cuatro croacutenicas imprescindibles para el estudio de la historia de Espantildea en la Edad Media En ellas recogioacute los episodios maacutes notables de cada uno de los cuatro reyes a los que sirvioacute Pedro I Enri-que II Juan I y Enrique III Al parecer escribioacute estas historias al final de su vida e hizo dos versiones de cada una de ellas4

La informacioacuten recogida por Loacutepez de Ayala fue reproducida en pu-blicaciones posteriores con mayor o menor extensioacuten especialmente en la obra de Gonzalo Argote de Molina titulada ldquoNobleza de Andalu-ciacuteardquo (1588)5 en la ldquoHistoria General de Espantildeardquo de Juan de Mariana de

1 DEVIA ldquoPedro I y Enrique II de Castillardquo p 642 TOVAR JUacuteLVEZ ldquoAspectos caballerescos de las Croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo3 GIMENO CASALDUERO ldquoLa personalidad del canciller Pero Loacutepez de Ayalardquo p 44 VALDALISO CASANOVA ldquoLa obra croniacutestica de Pedro Loacutepez de Ayalardquo5 ARGOTE DE MOLINA Nobleza de Andaluciacutea pp 232-233

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 229

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

1601 en la ldquoHistoria del Obispado de Guadixrdquo de Pedro Suarez (1696)6 o la ldquoHistoria de Granadardquo de Miguel Lafuente Alcaacutentara7

Las fuentes musulmanas sobre este pasaje beacutelico son escasas y se li-mitan a la referencia que sobre ella hace Ibn Jaldun8 y la que realiza Ibn As-Sabbah

ldquoEl paiacutes de los Banuuml l-Ahmar tiene ciudades en nuacutemero comparable con

Siria como Maacutelaga Guadix Baza [hellip] iexclPor Dios su heredad es bendita

es el resto de la bendicioacuten que existioacute en la peniacutensula de Espantildea la prueba

de esta bendicioacuten se encuentra en el texto coraacutenico y en la victoria sobre

el enemigo en todos los antildeos pasados y venideros Observa si no las

numerosas batallas de nuestra eacutepoca y de eacutepoca de nuestros abuelos

iexclen cuaacutentas batallas vencimos a los enemigos Basta con mencionar la

batalla del desfiladero lo mejor de este tiempo nuestro Esta es la mejor

prueba y el meacuterito que la destaca sobre los demaacutes paiacuteses Asiacute ocurrioacute

en ella con una numerosa partida de cristianos y un pequentildeo grupo de

musulmanes como en la batalla de Guadix ndashque es una capital del reino

con fertilidad prosperidad y riquezas en su tierra cuenta con abundan-

cia de aguas huertas y jardinesrdquo9

Ambos autores tan solo se limitan a destacar la victoria de las tropas musulmanas sin ofrecer mayores datos Llama poderosamente la aten-cioacuten el caso de Ibn Jalduacuten (1332ndash 1406) que a pesar de ser contemporaacute-neo del momento de la batalla se muestra bastante parco a la hora de relatar este acontecimiento beacutelico

2 Contexto histoacuterico peninsular

La batalla de Guadix (1362) se encuadra dentro de una etapa marca-da por una profunda crisis econoacutemica y demograacutefica provocada por una sucesioacuten de malas cosechas que generaron fuertes hambrunas y por la peste negra o peste buboacutenica que diezmoacute la poblacioacuten de toda Europa10

6 SUAREZ Historia del obispado de Guadix y Baza pp 141-1427 LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada Tomo I pp 401-4068 ARIEacute LacuteEspagne musulmane au temps des nasrides p1119 FRANCO SANCHEZ ldquoEl reino nazariacute de Granada seguacuten un viajero mudeacutejar almerien-

serdquo p 20810 BOIS La gran depresioacuten medieval siglos XIVndash XV pp 90-96

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246230

Antonio Reyes MARtiacutenez

Desde el punto de vista poliacutetico fue un periodo conflictivo de baja intensidad en lo que a la ldquotarea reconquistadorardquo se refiere de hecho la segunda mitad del siglo XIV se caracterizoacute por ser un ciclo de paz ratificado por sucesivas treguas11 forzadas por las especiales circunstan-cias poliacuteticas acaecidas en territorio cristiano Por un lado los enfrenta-mientos entre castellanos y aragoneses en la llamada ldquoGuerra de los dos Pedrosrdquo en la que Pedro I de Castilla se disputa con Pedro IV de Aragoacuten el dominio del Mediterraacuteneo asiacute como diferentes territorios conquista-dos a los musulmanes especialmente en Alicante y Murcia Unos en-frentamientos que hay que entenderlos en un contexto maacutes amplio en el de la Guerra de los Cien antildeos donde ambos tomaron partido por los dos reinos europeos en liza Inglaterra y Francia12 Por otro la situacioacuten interna por la que atraviesa Castilla enfrascada en una cruenta guerra civil en la que su rey Pedro I apoyado por el pueblo llano se enfrenta con su hermanastro Enrique I de Trastaacutemara hijo bastardo de Alfonso IX que apoyado por la nobleza y por Pedro IV de Aragoacuten le disputa el poder dinaacutestico13

En el reino de Granada Muhammad V desarrolloacute una poliacutetica de equi-librio intentando mantener la paz tanto con Castilla como con Aragoacuten Cuando se inicioacute la guerra entre los dos reinos cristianos Muhammad V apoyoacute sin reservas a Pedro I de Castilla En 1359 el rey nazariacute fue derro-cado por Ismail II (1359-1360) en un complot orquestado por una de las esposas de Yusuf I Muhammad V huyoacute acompantildeado de los miembros de su corte que pudieron escapar refugiaacutendose en Guadix

ldquoCuando le llegoacute la grave noticia de la sublevacioacuten en contra suya el

levantamiento contra su autoridad el aislamiento durante la noche de

su casa y la irrupcioacuten en sus residencias [Muhammad V] escapoacute del

enorme peligro con corazoacuten sereno y marchoacute bajo la negrura de la no-

che con la sola compantildeiacutea de unos joacutevenes esclavos de su servicio y llegoacute

a Guadixrdquo14

11 TORRES FONTES ldquoDualidad fronteriza guerra y pazrdquo p 6712 Sobre esta guerra leacutease LAFUENTE GOacuteMEZ La Guerra de los Dos Pedros en Aragoacuten

(1356-1366)13 Sobre esta cuestioacuten leacutease VALDEON BARUQUE Pedro I el Cruel y Enrique de Trastaacutemara 14 SARR MARROCO ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemicordquo

pp 45-46

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 231

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

Su aliado el rey Pedro I inmerso en la guerra con Aragoacuten no pudo prestarle la ayuda necesaria y finalmente tuvo que reconocer a Ismail II como rey de Granada El reinado de Ismail II duroacute poco pues fue asesi-nado por Abu Said personaje que verdaderamente llevaba las riendas del poder en la corte Said se proclamoacute rey con el nombre de Muham-mad VI (1360-1362) Muhammad V permanecioacute en Guadix unos meses hasta que pudo partir hacia Fez capital del imperio de los Benimerines siendo acogido por el emir Abu Salim Ibrahim15

3 Guadix frontera oriental del reino nazariacute de Granada

La ciudad de Guadix histoacutericamente ha jugado un importante papel dentro del sureste peninsular por su privilegiada posicioacuten geograacutefica al ser paso obligado entre el Levante y el valle del Guadalquivir16

Durante la eacutepoca medieval se configuroacute tempranamente como una importante medina rodeada de fuertes murallas y coronada por una al-cazaba localizada en la parte maacutes alta y entre cuyos muros se refugia-ron algunos de los reyes destronados de Granada17

Fue una plaza codiciada durante toda la Edad Media tanto por los re-yes como por las oacuterdenes militares siendo constantes sus ataques para hacerse con un territorio estrateacutegicamente situado y con abundantes riquezas mineras ganaderas y agriacutecolas

El primer intento de conquista del que se tiene noticia es el que per-petroacute el rey Alfonso VI de castilla en el antildeo 109418 En el siglo XII sufrioacute ataques tanto por parte de aragoneses como de castellanos En 1125 se-riacutea el rey Alfonso el Batallador el que cercariacutea la ciudad por espacio de un mes sin conseguir su rendicioacuten19 Unos cincuenta antildeos despueacutes en 1152 la ciudad sufrioacute otro intento de conquista por parte de Alfonso VII de Castilla20

La fundacioacuten del reino de Granada supuso para Guadix un periodo de esplendor especialmente durante el siglo XIII periodo en el que la

15 MANZANO RODRIacuteGUEZ La intervencioacuten de los Benimerines en la Peniacutensula Ibeacuterica p 362

16 REYES MARTIacuteNEZ ldquoEstructuras econoacutemicas y actividad comercial en Guadixrdquo p 25517 SARR MARROCO ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemicordquo18 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Alfonso VI Sentildeor del Cid conquistador de Toledo p 8719 LACARRA Alfonso El Batallador pp 89-9120 MONSALVO ANTOacuteN (Coord) Historia de la Espantildea Medieval p157

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246232

Antonio Reyes MARtiacutenez

ldquoreconquistardquo estuvo centrada en el Valle del Guadalquivir y la provin-cia de Caacutediz y frenada en parte por la intervencioacuten en suelo peninsular de los Benimerines e igualmente gracias a las alianzas del rey Alfonso X con el arraacuteez de Guadix del clan de los ashquilulas21 consiguiendo gobernar la ciudad de manera casi autoacutenoma

A principios del siglo XIV accedioacute al trono Ismail I (1314 ndash 1325) tras haberse enfrentado con el anterior sultaacuten su tiacuteo Nasr derrocaacutendolo y enviaacutendolo como gobernador a Guadix Tan solo dos antildeos despueacutes de que Ismail llegara al trono se produjo la Batalla de Guadahortuna proacutexi-ma a Guadix en la que Nasr con la ayuda de los castellanos derrotara a los granadinos Tras la muerte de Nars acaecida en 1322 el rey de Granada pudo recuperar Guadix Baza y Hueacutescar22

La paulatina peacuterdida de territorios en la zona oriental del reino con-virtioacute al altiplano granadino en una diana contra la que lanzar ataques e incursiones con las que debilitar la integridad del reino nazariacute

4 Antecedentes

En agosto del antildeo 1361 unos meses antes de que se produjese la bata-lla de Guadix el rey Muhammad V habiacutea decidioacute regresar a la Peniacutensula con objeto de recuperar su trono instalaacutendose en Ronda ciudad que eligioacute como centro de operaciones a la espera de que Pedro I solucionara sus problemas con el monarca aragoneacutes al que previamente habiacutea de-rrotado en la primera batalla de Naacutejera de 1360 La ocasioacuten no tardoacute en llegar y asiacute ese mismo antildeo ambos monarcas emprendieron una campa-ntildea conjunta contra Muhammad VI donde consiguieron hacerse algunas plazas e intentaacutendolo con Antequera23

El 21 de diciembre de 1361 Diego Garciacutea de Padilla maestre de la Orden de Calatrava Enrique Enriacutequez el Mozo adelantado mayor de la frontera de Andaluciacutea y Men Rodriacuteguez de Biedma caudillo mayor del obispado de Jaeacuten se enfrentaron al ejeacutercito nazariacute en la batalla de Linue-sa (Huesa Jaeacuten) cuando estos uacuteltimos regresaban a Granada tras reali-zar una incursioacuten al Adelantamiento de Cazorla incendiando el pueblo de Peal de Becerro Los cristianos contraatacaron apoderaacutendose de un

21 ALCAacuteNTARA VALLE ldquoLa guerra y la paz en la frontera de Granadardquo p 2222 Sobre esta cuestioacuten veacutease VIGUERA MOLINS El reino nazariacute de Granada (1232-1492) 23 AHMAD MUKHTAR ʻAL-ABBADI El Reino de Granada en la eacutepoca de Muhmiddot ammad V p 50

y ss

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 233

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

paso del rio Guadiana Menor lugar por donde forzosamente debiacutean re-tornar los nazariacutees que llegados a este punto fueron derrotados por las tropas castellanas24

Tras la batalla el rey Pedro I se habiacutea apoderado de los musulmanes que ellos habiacutean capturado en esta contienda y a pesar de que les habiacutea prometido entregarles por cada uno de los cautivos la suma de trescien-tos maravediacutes el rey no cumplioacute su promesa Esta cuestioacuten provocoacute bas-tante enfado y recelo entre los comandantes aun asiacute alentados por esta victoria decidieron programar una incursioacuten a las tierras de Guadix

5 Las huestes castellanas

Las tropas castellanas iban al mando de tres nobles con una larga trayectoria en el campo militar y una brillante hoja de servicios en el campo de batalla y cuyos apellidos aluden a prestigiosos linajes castella-nos ldquoLos Padillasrdquo ldquoLos Enriacutequezrdquo y ldquolos Biedmasrdquo Acompantildeando a es-tos iban numerosos caballeros cuya participacioacuten conocemos por haber sido hechos prisioneros o muertos en batalla

Diego Garciacutea de Padilla hijo de Juan Garciacutea de Padilla sentildeor de Vi-llagera y Mariacutea Goacutemez de Finestrosa Caballero calatravo cuyo ascen-so vino dado gracias a su hermana Mariacutea de Padilla favorita del rey don Pedro25 convirtieacutendose a partir de 1353 en un estrecho colaborador real el mismo rey lo nombrariacutea dos antildeos maacutes tarde maestre de la orden de Calatrava (1355ndash1365) Esta designacioacuten que generalmente se haciacutea mediante eleccioacuten provocoacute un cisma dentro de la orden rebelaacutendose una parte de los freires aunque el mismo rey dio solucioacuten al problema asesinando a los rebeldes26 Se mantuvo fiel al rey durante la rebelioacuten de la nobleza Fue mayordomo mayor entre 1357 y 1360 Estuvo presente en las vistas de Tejadillo en el enfrentamiento de Toledo en el cerco de Tarazona y en la muerte de don Fadrique

En 1358 algunos caballeros aprovecharon la ausencia de don Pe-dro para arrestar a Juan Fernaacutendez de Henestrosa ante lo que Diego de Padilla huyoacute siendo apresado y retenido en Utrera Meses maacutes tarde fue enviado como frontero a Seroacuten (Almeriacutea) y luego se puso al frente de una de las galeras de la armada contra el Reino de Aragoacuten

24 DIacuteAZ MARTIacuteN Pedro I 1350ndash 1369 p 24125 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoCaballeriacutea y nobleza en la orden de Calatravardquo p 71626 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoLos cismas en las oacuterdenes militares ibeacutericasrdquo pp 290-291

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246234

Antonio Reyes MARtiacutenez

quedando delegado tambieacuten de regresar con las tropas a Sevilla En 1360 se encontraba en Almazaacuten como frontero y fue llamado por el rey y en su presencia en Villanubla don Pedro hizo ejecutar a Pedro Aacutelvarez Osorio lo que indica que por entonces ya no gozaba de la confianza del Rey Al antildeo siguiente muere su hermana Mariacutea de Pa-dilla y ello le aleja auacuten maacutes de la privanza En 1366 se pasoacute al bando Trastaacutemara y tras ser detenido en la batalla de Naacutejera fue hecho pre-so en el aljibe de la fortaleza de Alcalaacute de Guadaiacutera (Sevilla) donde murioacute en 136927

Enrique Enriacutequez apodado ldquoEl Mozordquo nacioacute en fecha desconocida del matrimonio entre Enrique Enriacutequez ldquoEl Viejordquo Sentildeor de la Puebla de los Infantes y Estefaniacutea Rodriacuteguez de Ceballos Sentildeora de Villalba de los Barros Contrajo matrimonio en tres ocasiones con su primera esposa Juana de Guzmaacuten tuvo tres hijos De su segundo matrimonio con Urraca Peacuterez Ponce tuvo una hija y del tercer enlace con Teresa de Haro tuvo otra nintildea Tambieacuten tuvo otros dos vaacutestagos fuera del matrimonio

Ostentoacute los tiacutetulos de Sentildeor de Villalba de los Barros Nogales Almendral La Parra y Begiacutejar y Caballero de la Orden de la Banda (1331)28 Desempentildeoacute los cargos de Alguacil Mayor de Sevilla Justicia Mayor de la casa del rey (1345-1348) Adelantado mayor de la fron-tera de Andaluciacutea (1358-1366)29 y Caudillo Mayor del Obispado del reino de Jaeacuten Su hoja militar es muy extensa en 1326 participoacute en la batalla de Guadalhorce junto al escritor Don Juan Manuel contien-da en la que fueron derrotados los musulmanes30 En 1336 comandoacute junto a otros nobles las tropas castellanas en la batalla de Barcarro-ta en la que salioacute derrotado el rey de Alfonso IV Portugal obligaacutendole a levantar el sitio de Badajoz31 Luchoacute en la batalla del Salado (1340) contienda en la que fueron derrotadas las tropas musulmanas y en la batalla de Linuesa librada en 1361 y en la que tambieacuten fueron de-

27 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoNobleza y sociedad en la castilla bajomedievalrdquo p 14328 Orden de Caballeriacutea fundada en 1332 por el rey Alfonso XI GARCIacuteA DIacuteAZ ldquoLa orden de

la Bandardquo29 El adelantado mayor de Andaluciacutea o adelantado mayor de la frontera de Andaluciacutea era

un oficial al servicio de la Corona castellana que teniacutea encomendadas diversas compe-tencias judiciales y militares en dicho territorio El cargo fue creado en 1253 por el rey Alfonso X bajo el nombre de adelantado de la Frontera

30 VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores de la frontera o Andaluciacutea pp 358-35931 RODRIacuteGUEZ HERMOSELL ldquoNoticias bajomedievales de Villanueva de Barcarrotardquo p

1502

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 235

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

rrotados los nazariacutees En sus uacuteltimos antildeos de vida comandoacute distintas acciones contra el reino de Aragoacuten en el marco de la Guerra de los dos Pedros falleciendo entre los antildeos 1365-1366

Men Rodriacuteguez de Biedma-Benavides hijo de Men Rodriacuteguez de Bied-ma y Mariacutea Alfonso de Benavides32 Durante el reinado del Alfonso IX participoacute en la batalla del Salado y con su sucesor Pedro I participoacute en el sitio de Aguilar (1352) En 1361 intervino como negociador por parte de Castilla en la Paz de Terrer Durante la Primera Guerra Civil Caste-llana se pasoacute al bando del usurpador Enrique de Trastaacutemara Fue apre-sado por las tropas del don Pedro en la batalla de Naacutejera (1367) aunque consigue escapar de la prisioacuten Con el futuro rey Enrique II participoacute en la defensa de los alcaacutezares de Jaeacuten y Coacuterdoba y en la batalla de Montiel En pago a sus servicios se le concedioacute el Sentildeoriacuteo de Santisteban del Puer-to En 1376 fue investido Caudillo mayor del obispado de Jaeacuten Se casoacute cuatro veces primero con Mariacutea Alfoacuten de Toledo con la que tuvo varias hijas Su segundo matrimonio fue con Constanza Martiacutenez y el tercero con una tal Teresa probablemente la viuda del Comendador Mayor de Santiago y finalmente con Teresa Manrique hija de Goacutemez Manrique arzobispo de Toledo Fallecioacute en Linares (Jaeacuten) en 138133

Tambieacuten participoacute Garciacute Alvaacuterez de Toledo que fue maestre de la Or-den de Santiago en 1359 aunque solo fue reconocido por los partidarios del rey Pedro I Participoacute en la mayoriacutea de los acontecimientos beacutelicos del momento en el enfrentamiento con el rey de Aragoacuten en el ataque a Venecia en la defensa de las ciudades de Tarazona y Calatayud conquis-tadas al rey aragoneacutes Contra los musulmanes participoacute en las campantildeas contra Antequera o en Linuesa34

32 QUINTANILLA RASO ldquoAportacioacuten al estudio de la nobleza en la Edad Mediardquo pp175-176

33 El caudillo mayor de los concejos y pendones del obispado de Jaeacuten ldquofue un oficio de mucha honra y autoridad pues bajo su orden se habiacutean de juntar las ciudades de la Dioacutecesis en tiempo de guerras o rebatos de moros A eacutel le encomendaban las huestes y habiacutea de acaudillar las gentes de guerra debiendo entender en alardes y hacer ca-balleros nuevos de premia asiacute como sacar por ancianiacutea algunos caballeros de premia y conceder otras prerrogativas Por estas razones fueron siempre Caudillos de este Obispado los caballeros maacutes preclaros de Castillardquo MERCADO EGEA La muy ilustre villa de Santisteban del Puerto p 131

34 MOROLLOacuteN HERNAacuteNDEZ ldquoCaballeros toledanos al servicio de los reyesrdquo pp 40-41

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246236

Antonio Reyes MARtiacutenez

6 Desarrollo de la batalla

Transcurrida la Batalla de Linuesa las tropas castellanas tuvieron poco menos de un mes para rearmarse y desplazase hasta las proximi-dades de Guadix que aunque puede parecer demasiado tiempo pues ambas poblaciones las separan menos de cien kiloacutemetros hay que tener en cuenta dos posibles factores que pudieron retrasar o ralentizar el viaje en primer lugar el factor meteoroloacutegico dado que ambos enfren-tamientos se produjeron en plena estacioacuten invernal y en segundo lugar la celebracioacuten de la Navidad periodo de tiempo incluido en la llamada Tregua de Dios que prohibiacutea el combate35

La croacutenica omite los datos de esta travesiacutea que suponemos debioacute rea-lizarse siguiendo la antigua viacutea romana que conectaba Caacutestulo (Linares) con Acci (Guadix) entrando en el Reino de Granada por las poblaciones de Acatucci (Alicuacuten de Ortega) Fonelas Luchena hasta llegar a la altura del rio Fardes36

La defensa de Guadix ante la sospecha de una potencial ofensiva cristiana habiacutea sido reforzada con cuatro mil peones y seiscientos caba-lleros para evitar por todos los medios la toma de una ciudad tan impor-tante dentro del reino nazariacute que desencadenara a su vez la conquista de Granada objetivo que ambicionaba el rey Pedro con la idea de de-volver el reino a Muhammad V destronado de manera ilegiacutetima

En la mantildeana del 15 de enero de 1362 las tropas cristianas compues-tas por unos dos mil peones y mil caballeros37 llegaron hasta las inme-diaciones de la ciudad de Guadix y dividieron sus tropas en dos grandes grupos uno de ellos se dirigioacute a atacar las tierras de Valle de Alhama38 y el otro permanecioacute detenido ante Guadix Pero cuando los musulmanes se percataron de que el ejeacutercito cristiano se habiacutea dividido en dos salieron de Guadix y los atacaron La red de atalayas o torres vigiacutea que jalonan todo el territorio especialmente las de Almagruz Paulenca y la llamada Torrecilla de Baza debieron jugar un papel fundamental a la hora de ad-vertir la presencia castellana en las proximidades de Guadix incluso es posible que las tropas nazariacutees saliesen al encuentro de los castellanos

35 CRISTINA FLOacuteREZ ldquoDerechos humanos y Medioevordquo pp 80-8136 FORNELL MUNtildeOZ ldquoViacuteas romanas entre Caacutestulo y Accirdquo37 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla Croacutenica del rey Don Pedro pp 336-

33938 La croacutenica silencia el destino de este destacamento es de suponer que pudieron regre-

sar sin mayores problemas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 237

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

para evitar un enfrentamiento a las puertas de la ciudad accitana para evitar la toma de esta o su saqueo en caso de sufrir una posible derrota

El ejeacutercito musulmaacuten cruzoacute un pequentildeo rio a traveacutes de un puente y atacoacute a los cristianos los cuales enviaron a doscientos de sus caballe-ros para repeler el ataque39 Los doscientos jinetes cristianos vencie-ron a los musulmanes les obligaron a retroceder y cruzar nuevamente el puente causaacutendoles unas cincuenta bajas40 Este retroceso sobre el puente hace pensar que aunque fuese un riacuteo de pequentildeas dimensiones su caudal en invierno debiacutea ser lo suficientemente grande para ser atravesado con dificultad

Entre tanto las huestes de Garciacutea de Padilla las de Enrique Enriacutequez el Mozo y las de Rodriacuteguez de Biedma eludieron el auxilio de los caballeros cristianos que habiacutean cruzado el puente y que estaban atacando a los mu-sulmanes Y cuando estos uacuteltimos observaron que los comandantes cristia-nos no saliacutean a ayudar a sus hombres atacaron de nuevo a los cristianos A estas alturas del combate habiacutean perdido la vida Simoacuten Gonzaacutelez de Olite Juan de Mendoza Diacutea Saacutenchez de Rojas y Juan Saacutenchez de Sandoval41

Los caballeros cristianos que continuaban peleando junto al puente y que ya empezaban a entrar en serios apuros reclamaron la llegada de refuerzos a Diego Garciacutea de Padilla y a Enrique Enriacutequez el Mozo aunque estos uacuteltimos les ordenaron su retirada para que de ese modo todo el ejeacuter-cito castellano unido atacase al ejeacutercito granadino Los caballeros cristia-nos obedecieron las oacuterdenes y abandonaron el puente aunque el ejeacutercito musulmaacuten corrioacute tras ellos para atacarles iniciaacutendose una batalla que se prolongoacute hasta el mediodiacutea Las tropas cristianas intentaron aguantar la ofensiva algunos de sus hombres empezaron a desertar y las tropas de

39 Seguacuten Lafuente Alcaacutentara se trata del riacuteo Fardes LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada tomo I p 402 Asenjo Sedano sentildeala que el puente sobre el rio Fardes del que hablan las croacutenicas del siglo XV se situaba a la altura del cortijo de Luchena ASENJO SEDANO De Acci a Guadix pp113-114 La historiografiacutea erudita de los siglos XVIII-XIX en su afaacuten de situar espacialmente el milagro que narra la muerte de nume-rosos romanos paganos que perecen ahogados al derrumbase un puente una vez que es cruzado por San Torcuato y sus compantildeeros en su huida de Guadix perseguidos por predicar el cristianismo identificaron las ruinas de un antiguo puente a la altura del rio Fardes que puede corresponder con el de esta batalla LOacutePEZ y REYES ldquoApuntes para una historiografiacutea de la Arqueologiacutea en la ciudad de Guadix (Granada) Entre los mitos y la realidadrdquo p 62

40 El agua y los puentes estaacuten muy presentes en las croacutenicas de Loacutepez de Ayala como ele-mento obstaculizador adquiriendo un gran valor militar en momentos de conflicto VALDALISO ldquoAgua y espacio en el discurso historiograacutefico medieval castellanordquo p 47

41 HIGUERAS MALDONADO ldquoLa dioacutecesis de Jaeacuten a finales del siglo XIVrdquo p 12

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246238

Antonio Reyes MARtiacutenez

Diego Garciacutea de Padilla y las de Enrique Enriacutequez el Mozo a pesar de que lucharon con valentiacutea fueron derrotadas por los musulmanes

La mayoriacutea de los cristianos fueron capturados o asesinados a ex-cepcioacuten de unos pocos que consiguieron escapar entre ellos Enrique Enriacutequez Diego Garciacutea de Padilla fue uno de los muchos que fueron capturados y junto con otros prisioneros fue llevado hasta Granada42 Pedro Goacutemez de Porres ldquoEl Viejordquo Rui Gonzaacutelez de Torquemada Lope Fernaacutendez de Valbuena y Sancho Peacuterez de Ayala conformaban la noacutemi-na de los numerosos caballeros cristianos hechos prisioneros43

En esta batalla murieron entre otros los caballeros Juan Fernaacutendez Cabeza de Vaca Juan Rodriacuteguez de Villegas el Calvo Diego Loacutepez de Po-rres Juan Fernaacutendez de Herrera y Diego Fernaacutendez de Jaeacuten comenda-dor de Biedma en la Orden de Santiago44 No sabemos el nuacutemero exacto de prisioneros y fallecidos en el campo de batalla pues las croacutenicas de la eacutepoca solo haciacutean recuento de los caballeros45

7 Causas de la derrota

Una de las principales causas que se achacan en esta derrota es el descontento de los comandantes por lo sucedido en la batalla de Linuesa donde se capturoacute un gran nuacutemero de soldados musulmanes y el rey se apropioacute de ellos prometiendo a las oacuterdenes militares una suma de dine-ro a cambio aunque no cumplioacute su promesa46

Tambieacuten pueden achacarse errores de taacutectica como la decisioacuten de dividir las tropas osadiacutea que motivoacute que el ejeacutercito enemigo decidiera iniciar el ataque con el agravante que podiacutea suponer el desconocimiento del territorio por parte del ejeacutercito castellano Las zonas angostas de los valles de los riacuteos Alhama ndash Fardes situados entre montantildeas con abun-dante vegetacioacuten pudieron facilitar posibles emboscadas al ejeacutercito enemigo ademaacutes los nazariacutees debieron disfrutar de un raacutepido apoyo militar y logiacutestico procedente de otras fortalezas cercanas como la de La Peza Alicuacuten o Baacutecor

42 AYALA MARTIacuteNEZ ldquoOacuterdenes militares y frontera en la Castilla del siglo XIVrdquo 43 Sancho Peacuterez de Ayala era tiacuteo del cronista Pedro Loacutepez de Ayala hermano de su padre

Fernaacuten Peacuterez de Ayala44 TORAL ldquoEl alcaide Diego de Biedma y los Biedmas del siglo XV en Baeza Uacutebeda y

Jaeacutenrdquo p 6445 DEVIA ldquoLa guerra en la Croacutenica del rey don Pedro del canciller Loacutepez de Ayalardquo p 32946 LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada tomo I p 402

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 239

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

La negativa de las tropas castellanas a entrar en batalla temerosas a causa de los presagios funestos que los adalides47 habiacutean tenido sobre la inminente batalla que se librariacutea con los musulmanes seguacuten cita en su croacutenica Pedro Loacutepez de Ayala

ldquoOtrosi por quanto algunos adalides les dixeron un diacutea antes que non

aviacutean buenas sentildeales para entrar en aquella cavalgada do iban ca en

aquella tierra las gentes de guerra guianse mucho por tales sentildeales ma-

guer es grand pecado pero asi lo han siempre acostumbrado e tienen

que si van contra aquello que les viene desmano e han lo puesto asiacute en

su voluntad que si les facen partir destas sentildeales non lieban el corazoacuten

seguro lo qual dantildea mucho en tales fechos desque los omes toman res-

celo e miedo en las voluntadesrdquo48

8 Consecuencias de la batalla

Pocos diacuteas despueacutes de haber sido capturados el maestre de la Orden de Calatrava y sus compantildeeros de cautiverio fueron puestos en liber-tad por el rey de Granada y cargados de presentes fueron devueltos al reino de Castilla ya que el monarca granadino deseaba granjearse la amistad del monarca castellano49

ldquoEl Rey Bermejo que entonces regnaba en Granada temiendo que el

Maestre de Calatrava fuera hermano de Dontildea Mariacutea de Padilla eacute era tiacuteo

de los fijos del Rey Don Pedro eacute cuidando que faciendole grandes honras

que le aprovechariacutean para amansar el corazoacuten eacute la voluntad del Rey que

le quisiese aacute eacutel antes ayudar que non al Rey Mahomad acordoacute de soltar

al Maestre eacute aacute algunos de los Caballeros que con eacutel estaban captivos eacute

fizolo asiacute eacute envioacute al Maestre eacute aacute algunos Caballeros al Rey en presente

eacute dioacuteles de sus joyasrdquo50

47 La palabra adalid deriva de la aacuterabe delid que significa guiacutea conductor porque con-duciacutea las huestes por tierras del enemigo Es un teacutermino que se empieza a utilizar por parte de los cristianos con ideacutentica funcioacuten aunque en ocasiones podiacutean desempentildear tareas insoacutelitas como la de presagiar o pronosticar sucesos favorables o adversos me-diante la interpretacioacuten de sentildeales MAILLO SALGADO ldquoFuncioacuten y cometido de los adalides a la luz de textos aacuterabes y romancesrdquo

48 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 33749 DIacuteAZ MARTIacuteN Pedro I el Cruel (1350-1369) p 19350 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 339

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246240

Antonio Reyes MARtiacutenez

Tras el fracaso de las oacuterdenes militares en la batalla de Guadix el rey prescindioacute de ellas en los siguientes ataques a Granada apoyaacutendose in-cluso en vasallos extranjeros51

En febrero de ese mismo antildeo el rey Pedro se reunioacute con Muhammad V en Casares para atacar Iznaacutejar aunque la codicia del monarca caste-llano de quedarse con todas las plazas conquistadas provocoacute el enfado de Muhammad V continuando su lucha en solitario para recuperar el trono nazariacute Mientras tanto el rey castellano consiguioacute un gran nuacutemero de ciudades alqueriacuteas y fortalezas entre ellas Cesna Sagra Benamejiacute El Burgo Ardales Cantildeete Turoacuten e Iznaacutejar52

Aunque Muhammad VI obtuvo algunas victorias insignificantes su despoacutetico gobierno provocoacute la sublevacioacuten de numerosas entre ellas Maacutelaga la maacutes importante del reino despueacutes de Granada y reconocien-do como sultaacuten legiacutetimo a Muhammad V Muhammad VI huyoacute con in-tencioacuten de salvar su vida acogieacutendose a la proteccioacuten del rey don Pedro pero el monarca castellano manteniendo su alianza con Muhammad V lo ejecutoacute y envioacute su cabeza a su aliado en sentildeal de paz y amistad entre ambos reinos53

9 Conclusiones

Desde el punto de vista estrictamente castrense las oacuterdenes militares a pesar de su reconocida preparacioacuten y tener la consideracioacuten de instru-mento eficaz en el campo de batalla cometiacutean errores como cualquier contingente beacutelico de la eacutepoca

Es evidente la conveniencia de los reyes en apoyarse en las oacuterdenes militares para acometer nuevas conquistas teniendo en cuenta que el ejeacutercito real estaba enfrascado en otros frentes (Guerra civil castellana guerra de los dos Pedros etc) A pesar de que las oacuterdenes viviacutean bajo la proteccioacuten real en algunos casos se sucediacutean enfrentamientos entre el monarca y estas por el reparto del botiacuten reparto de cautivos o mercedes prometidas que luego no se cumpliacutean Dichos enfrentamientos podiacutean influir y de hecho influiacutean en el aacutenimo de los comandantes de las hues-tes a pesar de sus firmes convicciones en la lucha contra el infiel

51 AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) p 463

52 IRADIEL y LADERO QUESADA Historia de Espantildea (siglos XIV-XV) p 30853 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 347

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 241

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

La contienda de Guadix hay que entenderla ademaacutes en el contexto de una guerra civil en la que los miembros de las oacuterdenes militares especialmente los maestres no quedaran al margen sino que tomaran posiciones junto a Pedro I o Enrique de Trastaacutemara en funcioacuten de los intereses personales de cada uno

El peso de las creencias medievales podiacutea determinar el resultado de una batalla como asiacute lo fue en esta a pesar de que los comportamientos supersticiosos eran impropios de caballeros54 cuya obligacioacuten era luchar y morir por la fe tal y como recoge el ldquoMemorial de Caballerosrdquo de Alon-so de Cartagena55

La imagen de fragilidad que exportaba al exterior el Reino de Gra-nada debido a sus incesantes luchas internas estimulaba estas cabal-gadas en la frontera aunque el enfrentamiento de Guadix supuso un serio reveacutes a los castellanos Con posterioridad y aun saltaacutendose las treguas establecidas se sucedieron diferentes actos de asedio razias y cabalgadas acciones que realmente son las que causan un verdadero desgaste produciendo un fuerte impacto en las estructuras econoacutemi-cas y productivas56

Llama la atencioacuten el hecho de que Pedro Loacutepez de Ayala no utilice el teacutermino ldquobatallardquo al relatar este suceso pese a las consecuencias que tuvo este enfrentamiento militar sino que utiliza el teacutermino ldquopeleardquo y que entrariacutea seguacuten las croacutenicas de la eacutepoca dentro de la categoriacutea de algarada correduriacutea celada o cabalgada57 por tanto fue percibida en su momento como una batalla de entidad menor quizaacutes para minimizar la perdida sufrida por parte de los castellanos

Entre los antildeos 1433 y 1435 durante el reinado de Juan II se produciacutea la toma por parte de los castellanos de la fortaleza de Alicuacuten58 asiacute como la tala sistemaacutetica de la vega accitana llevada a cabo por el Comenda-dor Mayor de Calatrava junto con otros nobles59 En 1458 Enrique IV de Castilla con las tropas de Lucas de Iranzo consiguioacute gran cantidad de

54 TOVAR JUacuteLVEZ ldquoAspectos caballerescos de las croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo55 MARTIacuteN y SERRANO ldquoTratados de Caballeriacutea desafiacuteos justas y torneosrdquo56 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLa guerra medieval en su contexto entre el mito y la reali-

dadrdquo p 16657 NOVOA PORTELA ldquoOacuterdenes militares y batallas perdidasrdquo pp 131-13258 VIGUERA MOLINS ldquoGuerra y paz en la frontera nazariacute desde las fuentes aacuterabesrdquo p 89 59 AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) p

477

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246242

Antonio Reyes MARtiacutenez

cabezas de ganado60 Aunque la ciudad resistioacute casi el mismo tiempo que la capital del reino su destino estaba escrito capitulando ante los Reyes Catoacutelicos el 29 de diciembre de 1489 130 antildeos despueacutes

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

ARGOTE DE MOLINA Gonzalo Nobleza de Andaluciacutea Sevilla 1588

LOacutePEZ DE AYALA Pedro Croacutenica de los reyes de Castilla Croacutenica del rey Don Pedro Madrid 1779

SUAREZ Pedro Historia del obispado de Guadix y Baza Madrid 1696

2 Bibliografiacutea

AHMAD MUKHTAR ʻAL-ABBADI El Reino de Granada en la eacutepoca de Muhmiddot ammad V Instituto de Estudios Islaacutemicos Madrid 1973

ALCAacuteNTARA VALLE Joseacute Mariacutea ldquoLa guerra y la paz en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Do-cumentos 42 2015 pp 11-58

ARIEacute Rachel LacuteEspagne musulmane au temps des nasrides (1232-1492) eacuteditions E de Boccard Paris 1973

ASENJO SEDANO Carlos De Acci a Guadix Granada 2002

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de ldquoOacuterdenes militares y frontera en la Castilla del siglo XIVrdquo En la Espantildea Medieval 23 2000 pp 265-291

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Marcial Pons ediciones de historia Madrid 2003

BOIS Guy La gran depresioacuten medieval siglos XIVndash XV el precedente de una crisis sisteacutemica Biblioteca Nueva Universidad de Valencia Va-lencia 2001

CRISTINA FLOacuteREZ Gloria ldquoDerechos humanos y Medioevordquo Anuario Ju-riacutedico y Econoacutemico Escurialense XLIV 2011 pp 73-94

DEVIA Celia ldquoLa guerra en la Croacutenica del rey don Pedro del canciller Loacutepez de Ayalardquo Mirabilia revista electroacutenica de Histoacuteria antiga e me-dieval 8 2008 pp 321-331

60 LOPEZ DAPENA ldquoCautiverio y rescate de don Juan Manriquerdquo p 246

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 243

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

DEVIA Cecilia ldquoPedro I y Enrique II de Castilla la construccioacuten de un rey monstruoso y la legitimacioacuten de un usurpador en la Croacutenica del canciller Ayalardquo Mirabilia revista electroacutenica de Histoacuteria antiga e me-dieval 13 2011 pp 58-78

DIacuteAZ MARTIacuteN Luis Vicente Pedro I 1350ndash 1369 Diputacioacuten Provincial de Palencia Palencia 1995

DIacuteAZ MARTIacuteN Luis Vicente Pedro I el Cruel (1350-1369) Ediciones Trea Gijoacuten 2007

FORNELL MUNtildeOZ Alejandro ldquoViacuteas romanas entre Caacutestulo y Accirdquo Flo-rentia Iliberritana 7 1996 pp 125-140

FRANCO SAacuteNCHEZ Francisco ldquoEl reino nazariacute de Granada seguacuten un viajero mudeacutejar almeriense Ibn As Sabbah (m despueacutes 8951490)rdquo Sharq al-Andalus 13 1996 pp 203-224

GARCIacuteA DIacuteAZ Isabel ldquoLa orden de la Bandardquo Archivum Historicum So-cietatis Iesu 60 1991 pp 29-89

GIMENO CASALDUERO Joaquiacuten ldquoLa personalidad del canciller Pero Loacutepez de Ayalardquo Monteagudo Revista de literatura espantildeola hispa-noamericana y teoriacutea de la literatura 36 1961 pp 4-10

GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Manuel ldquoRelaciones de las ordenes militares cas-tellanas con la coronardquo Historia Instituciones Documentos 18 1991 pp 209-222

HIGUERAS MALDONADO Juan ldquoLa dioacutecesis de Jaeacuten a finales del siglo XIV (notas y documentos latinos)rdquo Boletiacuten del Instituto de Estudios Giennenses 103 1980 pp 9-80

IRADIEL Paulino y LADERO QUESADA Miguel Aacutengel Historia de Espa-ntildea (siglos XIV-XV) De la crisis medieval al Renacimiento GeoPlaneta Editorial 1989

LACARRA Joseacute Mariacutea Alfonso El Batallador Guara editorial Zaragoza 1978

LAFUENTE ALCAacuteNTARA Miguel Historia de Granada Tomo I Granada 1843

LAFUENTE GOacuteMEZ Mario La Guerra de los Dos Pedros en Aragoacuten (1356-1366) Impacto y trascendencia de un conflicto bajomedieval Universi-dad de Zaragoza Zaragoza 2009

LOacutePEZ DAPENA Asuncioacuten ldquoCautiverio y rescate de don Juan Man-rique capitaacuten de la frontera castellanaraquo (1456-1457)rdquo Cuadernos

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246244

Antonio Reyes MARtiacutenez

de estudios medievales y ciencias y teacutecnicas historiograacuteficas 12-13 1984 pp 243-253

LOacutePEZ GARCIacuteA Antonio y REYES MARTINEZ Antonio ldquoApuntes para una historiografiacutea de la Arqueologiacutea en la ciudad de Guadix (Grana-da) Entre los mitos y la realidadrdquo en Colecciones arqueoacutelogos ins-tituciones y yacimientos en la Espantildea de los siglos XVIII al XX Sergio Espantildea Rebeca Arranz y Alberto Romero (Eds) Archaeopress 2018 p 61-74

MAILLO SALGADO Felipe ldquoFuncioacuten y cometido de los adalides a la luz de textos aacuterabes y romances Contribucioacuten al estudio del Medievo espantildeol y al de su leacutexicordquo Congreso internacional Encuentro tres Cul-turas III Toledo 1988 pp 109-130

MANZANO RODRIacuteGUEZ Miguel Aacutengel La intervencioacuten de los Benimeri-nes en la Peniacutensula Ibeacuterica CSIC Madrid 1992

MARTIacuteN RODRIGUEZ Joseacute Luis y SERRANO PIEDECASAS Luis ldquoTrata-dos de Caballeriacutea desafiacuteos justas y torneosrdquo Espacio Tiempo y For-ma Serie Historia Medieval 4 1991 pp 161-242

MARTIacuteN RODRIGUEZ Joseacute Luis ldquoReconquista y cruzadardquo Studia Zamo-rensia 3 1996 pp 2165-241

MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Gonzalo Alfonso VI Sentildeor del Cid conquistador de To-ledo Temas de hoy coleccioacuten historia Madrid 2003

MERCADO EGEA Joaquiacuten La muy ilustre villa de Santisteban del Puerto Madrid 1973

MONSALVO ANTOacuteN Joseacute Mariacutea (Coord) Historia de la Espantildea Medieval Ediciones Universidad de Salamanca Salamanca 2018

MOROLLOacuteN HERNAacuteNDEZ Pilar ldquoCaballeros toledanos al servicio de los reyes en el siglo XIVrdquo Anales toledanos 42 2006 pp 7-43

NOVOA PORTELA Feliciano ldquoOacuterdenes militares y batallas perdidasrdquo Norba Revista de Historia 20 2007 pp 129-141

QUINTANILLA RASO Mariacutea Concepcioacuten ldquoAportacioacuten al estudio de la no-bleza en la Edad Media La casa sentildeorial de los Benavidesrdquo Historia Instituciones y Documentos 1 1974 pp 165-222

REYES MARTIacuteNEZ Antonio ldquoEstructuras econoacutemicas y actividad comer-cial en Guadix en eacutepoca nazariacuterdquo Alndash Andalus y el mundo cristiano Ho-menaje a Francisco Javier Aguirre Saacutedaba Francisco TORO CEBALLOS y Francisco VIDAL CASTRO (Coord) Alcalaacute la Real 2018 pp 255-268

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 245

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

RODRIacuteGUEZ CASILLAS Carlos J ldquoLa guerra medieval en su contexto en-tre el mito y la realidadrdquo Roda da fortuna Revista Electroacutenica sobre Antiguidade e Medievo Volume 1 Nuacutemero 2 pp 158-169

RODRIacuteGUEZ HERMOSELL Joseacute Ignacio ldquoNoticias bajomedievales de Vi-llanueva de Barcarrotardquo Revista de Estudios Extrementildeos Tomo LXX Nuacutemero III 2014 pp 1497-1524

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoCaballeriacutea y nobleza en la or-den de Calatrava Castilla 1350-1450rdquo Anuario de Estudios Medieva-les 372 2007 pp 711-739

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoLos cismas en las oacuterdenes militares ibeacutericas durante la Edad Mediardquo En la Espantildea Medieval 34 2011 pp 277-306

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoNobleza y sociedad en la Cas-tilla bajomedieval El linaje Padilla en los siglos XIV-XVrdquo Studia His-toacuterica Historia Medieval 33 2015 pp 121-153

SARR MARROCO Bilal ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemico a la luz de las fuentes aacuterabes y del registro ar-queoloacutegicordquo Boletiacuten del Centro de Estudios Pedro Suaacuterez 24 2011 pp 39-54

TORAL Y FERNAacuteNDEZ DE PENtildeARANDA Enrique ldquoEl alcaide Diego de Biedma y los Biedmas del siglo XV en Baeza Uacutebeda y Jaeacutenrdquo Boletiacuten del Instituto de Estudios Jienenses 99 1979 pp 55-80

TORRES FONTES Juan ldquoDualidad fronteriza guerra y pazrdquo Actas del congreso La frontera oriental nazariacute como sujeto histoacuterico (siglos XI-II-XVI) Pedro SEGURA ARTERO (Coord) Instituto de Estudios Alme-rienses Almeriacutea 1997 pp 63-78

TOVAR JUacuteLVEZ Tomaacutes Rafael ldquoAspectos caballerescos de las croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo Clio History and History teaching 32 2016

VALDALISO CASANOVA Covadonga ldquoAgua y espacio en el discurso his-toriograacutefico medieval castellano las croacutenicas de Pedro Loacutepez de Aya-lardquo La percepcioacuten del agua en la Edad Media Mariacutea Isabel DEL VAL VALDIVIESO (ed) Alicante 2005 pp131-145

VALDALISO CASANOVA Covadonga ldquoLa obra croniacutestica de Pedro Loacutepez de Ayalardquo Edad Media Revista Historia 12 2011 pp 193-211

VALDEOacuteN BARUQUE Julio Pedro I el Cruel y Enrique de Trastaacutemara iquestLa primera guerra civil espantildeola Ediciones Santillana Madrid 2002

VAacuteZQUEZ CAMPOS Braulio ldquoSobre los oriacutegenes del Adelantamiento de Andaluciacuteardquo Historia Instituciones Documentos 27 2000 pp 333-373

VAacuteZQUEZ CAMPOS Braulio Los adelantados mayores de la frontera o Andaluciacutea (Siglos XIII-XIV) (1ordf edicioacuten) Camas Diputacioacuten de Sevilla 2006

VIGUERA MOLINS Mariacutea Jesuacutes ldquoGuerra y paz en la frontera nazariacute des-de las fuentes aacuterabesrdquo Actas del congreso La frontera oriental na-zariacute como sujeto histoacuterico (siglos XIII-XVI) Pedro SEGURA ARTERO (Coord) Instituto de Estudios Almerienses Almeriacutea 1997 pp 79-90

Fecha de recepcioacuten 30-06-2019

Fecha de aceptacioacuten 13-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 247

Nuevas aportaciones sobre la campantildea de Juan II contra los Infantes de Aragoacuten

en Alburquerque (1429-32)

New contributions on the campaign of Juan II against the Infantes de Aragoacuten in Alburquerque

(1429-32)

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez CasillasUniversidad de Extremadura

Resumen

A pesar de que se ha estudiado ampliamente la campantildea que Juan II desplegoacute en Alburquerque contra los Infantes de Aragoacuten todaviacutea se desconocen numerosos aspectos vinculados con la organizacioacuten de los recursos el despliegue de tropas o su propio comportamiento operativo Toda una serie de lagunas que tratare-mos de subsanar con esta investigacioacuten

Palabras clave

Juan II de Castilla Infantes de Aragoacuten Alburquerque guerra Edad Media

Abstract

Although the campaign that Juan II led in Albuquerque against the Infantes of Aragon has been extensively studied various aspects related to the organisation of resources the deployment of troops or their own operational behaviour are still unknown There is a whole series of gaps that we will set out to bridge with this research project

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico crguezcasillasgmailcom Doctor en Historia por la Universidad de Extremadura

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267248

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Keywords

Juan II of Castile Infantes of Aragoacuten Alburquerque warfare Middle Ages

Introduccioacuten

Es mucho lo que se ha escrito sobre los Infantes de Aragoacuten No en vano nos situamos ante una serie de personajes poliacuteticos que gozaron de un gran poder de actuacioacuten en el conjunto de los reinos hispaacutenicos del siglo XV1 Para el caso concreto que nos ocupa la campantildea de Juan II en la comarca de Alburquerque durante la rebeldiacutea de Pedro y En-rique de Aragoacuten (1429-32) hemos de decir que su estudio cuenta con una larga tradicioacuten2 No obstante a pesar de la produccioacuten acadeacutemica generada en las uacuteltimas deacutecadas todaviacutea existen serias lagunas sobre la organizacioacuten de los recursos el desarrollo de las operaciones militares y los ejeacutercitos que las llevaron a cabo Razoacuten por la cual el objetivo de este trabajo es analizar la praacutectica beacutelica y la intrahistoria de este con-flicto sobre todo los antildeos que van de 1430 a 1431 a la postre los maacutes desconocidos

Para ello tomaremos como referente una fuente tan privilegia-da como ineacutedita la correspondencia personal que mantuvo Lorenzo Suaacuterez de Figueroa con los distintos capitanes y gentes de guerra que estuvieron al servicio de sus altezas en Extremadura durante esta con-frontacioacuten Este fondo compuesto por unas 115 unidades documentales

1 De entre los hijos de Fernando de Antequera y Leonor de Alburquerque Alfonso el primogeacutenito fue rey de Aragoacuten entre 1416 y 1458 Mariacutea fue reina consorte de Castilla hasta su muerte en 1445 Juan fue rey consorte de Navarra desde 1425 y posteriormen-te ocupoacute el trono de Aragoacuten tras el fallecimiento de su hermano en 1458 Enrique fue conde de Alburquerque duque de Villena y maestre de Santiago Sancho fue designa-do maestre de Alcaacutentara en 1408 pero murioacute de forma prematura a los quince antildeos de edad Leonor fue reina consorte de Portugal y finalmente Pedro el menor de todos poseyoacute importantes enclaves como el castillo de Alba de Liste BENITO RUANO Los Infantes de Aragoacuten pp 9-13

2 A finales de 1930 Duarte Insuacutea publicoacute una serie de monografiacuteas sobre los Infantes de Aragoacuten en Extremadura que tuvieron un gran eco en la historiografiacutea regional (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura dinastiacutea Trastaacutemarardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el secuestro de Tordesillasrdquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura la Corte del rey poetardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura guerra de familiardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerque por d Aacutelvaro de Lunardquo y ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el repartordquo) A estos trabajos le seguiriacutean en el tiempo las investigaciones de Pino Garciacutea (Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 169-185) y maacutes recientemente las de Maciacuteas Martiacuten (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadurardquo pp 178-199)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 249

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

estaacute custodiado en el Archivo Ducal de Medinaceli en su sede de Toledo3 En su favor hemos de decir que la documentacioacuten alude a aspectos tan significativos como desconocidos por la historiografiacutea tradicional tales como el nuacutemero de efectivos y la ubicacioacuten de las fuerzas realistas o el diacutea a diacutea que se vivioacute en el interior de Alburquerque mientras duroacute la rebeldiacutea de los Infantes Por contra cuenta con la desventaja de que mu-chas de las misivas estaacuten sin fechar lo que dificulta la reconstruccioacuten cronoloacutegica de los acontecimientos

Conviene aclarar que aunque Mazo Romero ya consultoacute este fondo en su conjunto para su ceacutelebre investigacioacuten sobre el condado de Feria4 parte de la documentacioacuten todaviacutea estaacute ineacutedita o no ha sido estudiada en profundidad

Finalmente quisiera sentildealar que seriacutea un error entender esta inves-tigacioacuten como un trabajo en clave regional limitado geograacuteficamente por cuanto su intencioacuten es tambieacuten poner de relieve diversas realidades vinculadas con el estudio de la guerra medieval a nivel general como la importancia que tuvieron las redes de espionaje y los sistemas de comu-nicacioacuten a la hora de encarar un conflicto

1 Anaacutelisis de la campantildea

11 Precedentes

Los Infantes de Aragoacuten intervinieron muy activamente en la gestioacuten del poder Esto hizo que Juan II junto a algunos de sus maacutes firmes par-tidarios caso de don Aacutelvaro de Luna intentasen acotar el intrusismo de los vaacutestagos de Fernando de Antequera dentro de la esfera poliacutetica del reino Como resultado de este choque de intereses ambas facciones recurrieron en muacuteltiples ocasiones al uso de la fuerza para alcanzar sus propios horizontes poliacuteticos Precisamente en esta violenta dicotomiacutea por ejercicio del poder o mejor dicho por el disfrute de la influencia sobre el soberano se encuentra el origen del enfrentamiento que aquiacute se va analizar

3 Archivo Ducal de Medinaceli sede Toledo (en adelante ADM) Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 En nuestro caso hemos utilizado las cartas que Figueroa recibioacute del maes-tre Sotomayor (exp 4 docs 38-49) del Comendador Mayor de Leoacuten de la orden de Santiago (exp 8 docs 118-119) del Almirante de Castilla y el Adelantado Mayor de Leoacuten (exp 5 docs 55-57) y de los alcaides de Barcarrota (exp 5 doc 89) y Jerez de los Caballeros (exp 5 doc 85)

4 MAZO ROMERO El condado de Feria ndash1394-1505-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267250

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

A mediados de 1428 tras reintegrar en la Corte a don Aacutelvaro de Luna Juan II expulsoacute de la misma al Infante don Enrique maestre de Santiago y a su hermano don Juan rey consorte de Navarra Temiendo que sus inte-reses pudiesen verse afectados por la accioacuten represiva del soberano los In-fantes anteriormente divididos hicieron ahora causa comuacuten y recurrieron al uso de la fuerza para alcanzar sus objetivos y defender su patrimonio5

En junio de 1429 los Infantes Alfonso y Juan reyes de Aragoacuten y Navarra respectivamente invadieron Castilla por la zona de Ariza Al poco tiempo se les uniriacutea su hermano Enrique con un escaso contingente Don Aacutelvaro de Luna al frente de los ejeacutercitos castellanos persiguioacute a los aragoneses hasta darles alcance6 Cuando todo haciacutea presagiar el enfrentamiento Ma-riacutea reina de Aragoacuten y hermana de Juan II aparecioacute en escena de manera inesperada y evitoacute el derramamiento de sangre7 Tras la intermediacioacuten de la reina los Infantes levantaron su campamento y se retiraron del lugar Alfonso y Juan cruzaron de nuevo la frontera mientras que Enrique enca-minoacute sus pasos hacia sus dominios en el interior de Castilla8

Se habiacutea evitado la batalla pero esto no significaba que se hubie-sen suspendido las hostilidades Al contrario el monarca castellano al conocer la retirada de los Infantes aumentoacute la presioacuten militar en las fronteras de Aragoacuten y Navarra y ordenoacute confiscar todos los bienes de Enrique (tanto patrimoniales como maestrales)9 El encargado de llevar a cabo este cometido seriacutea el conde de Benavente Rodrigo Alonso Pi-mentel cuya presioacuten militar obligoacute a Enrique a refugiarse en sus pose-siones de Extremadura10

5 AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLa Castilla de Juan II y de Enrique IVrdquo pp 155-156 AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEl precio de la guerrardquo pp 63-64

6 SUAacuteREZ FERNAacuteNDEZ Nobleza y Monarquiacutea p 2077 Seguacuten las fuentes la reina situoacute su tienda entre ambos ejeacutercitos obligaacutendoles a negociar

BAZAacuteN DIacuteAZ ldquoLas mujeres medievales como agentes de paz y reconciliacioacutenrdquo p 48 PORRAS ARBOLEDAS Juan II rey de Castilla y Leoacuten p 1369 Seguacuten la croacutenica de Juan II de Galiacutendez de Carvajal ldquoEl Rey iba continuando su camino

por dar la batalla a los Reyes de Aragoacuten e Navarra e fue certificado que eran vueltos en Aragoacuten de lo qual hubo enojo y embioacute luego sus cartas por todas las cibdades e villas de sus Reynos hacieacutendoles saber todo lo pasado e mandaacutendoles que hiciesen guerra cruel a los Reyes de Aragoacuten y de Navarra e a sus Reynos Y embioacute secrestar todas las villas e lugares del Infante Don Enrique asiacute del Maestrazgo de Santiago como de su patrimonio porque se habiacutea juntado con los Reyes sus hermanos despueacutes de tantos ofrescimientos quantos al Rey habiacutea hechordquo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II antildeo 1429 cap XV Un claro ejemplo de esta actividad militar fueron las incursiones de devasta-cioacuten realizadas entonces por el Condestable castellano en tierra de Aragoacuten Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna tiacutets XXIII-XIV

10 AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEnrique Infante de Aragoacutenrdquo pp 67-68

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 251

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

En un primer momento Enrique se hizo fuerte en Trujillo donde se le unioacute su hermano el Infante don Pedro Cuando ambos tuvieron noticia de que don Aacutelvaro de Luna marchaba en su contra al frente de un des-tacado ejeacutercito arrasaron el arrabal de la villa dejaron a un hombre de confianza al frente del castillo y se dirigieron a Alburquerque poderoso enclave fortificado en la frontera con Portugal11

Tras someter Trujillo e intentar vanamente conquistar Montaacuten-chez don Aacutelvaro de Luna se dirigioacute a Meacuterida donde junto al conde de Benavente y los adelantados Diego Ribera y Alonso Tenorio convinie-ron que lo maacutes importante era reducir a Enrique y que para ello de-biacutean marchar sobre Alburquerque12 Comenzaba asiacute una campantildea que aunque principio pareciacutea breve terminoacute dilataacutendose en el tiempo de manera excesiva hasta 1432

12 La campantildea de Alburquerque 1429-32

La rebeldiacutea de los Infantes en Alburquerque llevaba impliacutecito a nues-tro juicio un gran riesgo para los intereses de Juan II inmerso como es-taba en plena campantildea con Aragoacuten Por un lado este nuevo frente podiacutea afectar al desarrollo de las operaciones militares en la frontera arago-nesa al tener que dividir tanto esfuerzos como recursos Ademaacutes se corriacutea el riesgo de que el heredero de la corona portuguesa don Duarte pudiese brindar cierta cobertura militar a Pedro y Enrique al estar ca-sado con una de sus hermanas Leonor lo que terminariacutea involucrando a Portugal en la contienda aunque fuese indirectamente13

Quizaacute fue por este conjunto de razones por el que Luna tratoacute de erradicar el conflicto de forma inmediata primero desafiando a los In-fantes a un combate y posteriormente requiriendo al rey su venida para negociar con ellos una posible rendicioacuten14 La primera viacutea resultoacute un fracaso y en lo que atantildee a la segunda si bien es verdad que Mon-taacutenchez claudicoacute ante la mera presencia del monarca en Alburquerque la guarnicioacuten arremetioacute contra el pendoacuten real y los delegados regios15

11 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1429 cap XLII 12 DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerquerdquo p

18613 PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 174-17714 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna tiacutet XXXIII15 En funcioacuten de la carta que el monarca castellano envioacute a los grandes del reino hacieacuten-

doles saber los hechos ocurridos en Alburquerque ldquomandeacute a ellos y a todos los otros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267252

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Ante dicha tesitura Alburquerque fue combatido durante varios diacuteas No obstante la prolongacioacuten del asedio obligoacute a Juan II y al Condestable a regresar al corazoacuten de Castilla dejando al cargo de las operaciones militares a Juan de Sotomayor maestre de Alcaacutentara16

121 La actividad militar durante la capitaniacutea general de Sotomayor

Desde el momento en el que Juan II y el Condestable abandonaron el teatro de operaciones y dejaron al frente del asedio al maestre Soto-mayor las referencias croniacutesticas sobre la actividad militar en Albur-querque son muy escasas casi inexistentes lo que ha impedido hasta ahora conocer los entresijos de la campantildea De ahiacute la importancia de la documentacioacuten del Archivo de Medinaceli

A este respecto seguacuten los fondos consultados el monarca castellano ordenoacute que en el frente de Alburquerque debiacutea estar operativo un ejeacuter-cito de 300 hombres de armas 90 jinetes y 200 peones En palabras de Sotomayor este contingente quedoacute distribuido de la siguiente manera

El comendador mayor de la tierra de Leoacuten de la orden de Santiago estaacute

en Meacuterida con veynte roccedilines el comendador mayor de Alcaacutentara con

veynte roccedilines e en Piedrabuena estaacuten quarenta roccedilines e en Mayorga

veynte roccedilines e los peones estaacuten repartidos eso mesmo por los casti-

llos e puertos e la otra gente de armas que sobra estaacute en Valenccedilia [de

Alcaacutentara]17

que con ellos estaban que llanamente recibiesen en la dicha villa y en el castillo y for-taleza della a miacute e a los que comigo iban e que me acogiesen en lo alto e baxo como a su Rey e Sentildeor (hellip) E los dichos Infantes por sus propias personas lanzaron contra miacute e contra el miacute verdadero pendoacuten e contra el dicho don Aacutelvaro de Luna miacute Condestable e los otros que comigo veniacutean (hellip) muchas saetas Y eso mesmo hicieron lanzar e lan-zaron diez o doce truenos a do yo estabardquo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II antildeo XXX cap II Este texto ya fue citado con anterioridad por DUARTE INSUacuteA (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerquerdquo p 176) y posteriormen-te por PINO GARCIacuteA (Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 196-198)

16 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos infantes de Aragoacutenrdquo pp 179-18017 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 La Croacutenica del Halconero reco-

ge a este respecto una cifra de hombres similar (400 hombres de armas y jinetes maacutes 200 ballesteros) y alude tambieacuten al reparto de las fuerzas reales CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II antildeo 1429 cap XXIX No obstante la informacioacuten que aporta el documento que presentamos es mucho maacutes rica y valiosa por cuanto especi-fica por ejemplo el nuacutemero concreto de tropas su distribucioacuten exacta sobre el terreno o algunos de los mandos que estuvieron al frente de ellas Ademaacutes maacutes adelante el documento de Sotomayor alude a que estos efectivos podiacutean servirse del auxilio mi-litar de las poblaciones de Trujillo Caacuteceres y Arroyo del Puerco dejando entrever la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 253

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Seguacuten lo expuesto se advierte la existencia de una estructura de mando articulada de la siguiente manera Sotomayor como liacuteder de los ejeacutercitos y en un escaloacuten inferior el Comendador Mayor de Alcaacutentara el Comendador Mayor de la provincia de la Leoacuten de Santiago y final-mente don Lorenzo Suaacuterez de Figueroa Eacuteste uacuteltimo aunque no aparece citado en la anterior relacioacuten de tropas hemos de situarlo en la ciudad de Badajoz con una hueste de 70 lanzas18

Ademaacutes de esta fuerza se hizo un llamamiento para que todas las poblaciones de la comarca velasen por la defensa del territorio Un as-pecto a tener en consideracioacuten es que estos efectivos no debiacutean percibir salario alguno por cuanto en realidad lo que estaban haciendo era pro-teger sus propios hogares Seguacuten las instrucciones de Sotomayor

El Rey nuestro sentildeor nos escrivioacute por quanto en esta tierra es necesario

de aver buena quadrilla de gente que los cavalleros e escuderos desta

comarca que estoviesen en sus casas en los lugares desta frontera que

non oviesen sueldo por quanto sy sueldo oviesen non avriacutean tanta gen-

te que maacutes servicio suyo es [que] el sueldo que a los tales se oviese a dar

que se pagase a otros estrangeros ca de los veccedilinos ccedilierto seriacuteamos que

estaacuten en defensioacuten de sus fasiendas e casas (hellip) a ningund vuestro vesi-

no non curedes de mandar pagar sueldo aunque sean vasallos del Rey

que los constringades e apremiedes que esteacuten en sus casas para cada e

quando cumpliere19

Por otra parte en lo que atantildee al plan de operaciones el hecho de que las tropas estuviesen dispersas en diferentes puntos estrateacutegicos nos hace pensar que el cerco disentildeado por Sotomayor no consistioacute en un bloqueo inmediato sobre Alburquerque sino en un cierre del espacio a media y larga distancia20 De tal manera las fuerzas realistas ocuparon tanto los castillos de Piedrabuena y Mayorga (situados a 15 kiloacutemetros de Alburquerque) como los de Valencia de Alcaacutentara y Badajoz (a 35

implicacioacuten de sus milicias en el desarrollo de este conflicto ldquolos de Trujillo e Caacuteccedileres e los del Arroyo del Puerco se yuntaraacuten con nosrdquo

18 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 La orden de Juan II fue emitida el 28 de abril de 1430 PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval dehellip Alcaacutentara vol II doc 859

19 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4320 Esta modalidad de asedio en la distancia ha sido estudiada por Palacios Ontalva en

su artiacuteculo ldquoCastillos contra castillos Padrastros y fortalezas de asedio en la Espantildea Medievalrdquo p 35

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267254

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

kiloacutemetros de distancia) e incluso los santiaguistas de Meacuterida y Mon-taacutenchez (a unos 80 kiloacutemetros) Ademaacutes hemos de recordar que para completar este dispositivo se diseminaron numerosos peones por los puertos cercanos y se enviaron tambieacuten diversos destacamentos a otros castillos menores cuyos nombres son omitidos21

Reparto de las tropas sobre el territorio

Al estar separados entre siacute por grandes distancias los capitanes al frente de cada una de estas posiciones se vieron obligados a establecer y consolidar diversos sistemas de comunicacioacuten si lo que queriacutean era actuar de manera coordinada El mecanismo maacutes usual a la vez que tradicional fue el enviacuteo de mensajeros y el intercambio de notas No obstante en ocasiones debido a la urgencia por hacer llegar una deter-minada indicacioacuten Sotomayor especificoacute que las noticias especialmen-te los llamamientos de socorro debiacutean realizarse mediante sentildeales de humo si era de diacutea y con fuego por la noche

E por cada [vez] que necesario fuere vos podedes concertar con el Co-

mendador Mayor de Leoacuten que estaacute en Meacuterida Que vos entendades por

sentildeales de almenaras22 de noche e afumadas de diacutea E por estas mismas

21 ADM Archivo Histoacuterico ramo 3 leg 52 doc 42 22 Seguacuten el diccionario de la RAE por almenara se entiende todo aquel fuego que se haciacutea

en atalayas y torres para dar aviso de algo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 255

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

sentildeales que se conccedilierte el Comendador Mayor con los de Montaacutenchez e

por esta viacutea podedes prestamente ser dellos socorrido e vosotros soco-

rrer a ellos E por las sentildeales de almenaras e afumadas que se fisieren

en Meacuterida e Montaacutenchez los de Trujillo e Caacuteccedileres e los del Arroyo del

Puerco se yuntaraacuten con nos en guisa que los unos e los otros nos poda-

mos bien socorrer23

Otro aspecto fundamental para los capitanes que actuaron al servi-cio de sus altezas en Extremadura fue conocer los planes de operaciones de los Infantes para asiacute poder anticiparse a sus movimientos y actuar en consecuencia Con este objetivo en mente se desplegoacute entonces una intrincada red de espionaje cuyos tentaacuteculos se extendieron incluso por Portugal Para ello se repartieron numerosos efectivos por los montes situados en las cercaniacuteas de Alburquerque con el fin de recabar toda la informacioacuten posible sobre la actividad militar de Pedro y Enrique Las instrucciones de Sotomayor asiacute lo ponen de manifiesto

Segund ya vos escrivimos que esta mesma regla tenemos nos acaacute en esta

tierra de tener las guardas e escuchas en los puertos e pasos e enviar

por toda la gente de la comarca con ombres de cavallo e sy para acaacute

salieren a maacutes andar vos lo escreviremos24

Ademaacutes tambieacuten dispusieron de personas infiltradas en el campa-mento rival verdaderos espiacuteas como reconociese el Comendador Ma-yor de Santiago desde el lunes tenemos un ome en Alburquerque por es-piacutea e de cada un diacutea lo atendemos25

Asiacute pues gracias a la implantacioacuten de este sistema se obtuvieron in-formes privilegiados sobre la actividad de los Infantes en Alburquer-que Por ejemplo tenemos constancia de que Pedro y Enrique teniacutean instalado un tablado en la plaza de la villa para realizar reclutamientos y efectuar el pago de las soldadas Tambieacuten sabemos que los Infantes teniacutean alzado un pendoacuten del rey entre sus escudos de armas y que in-cluso haciacutean pregonar diversas proclamas como la siguiente ldquobiva el

23 ADM Archivo Histoacuterico ramo 3 leg 52 doc 42 En palabras de Joatildeo Gouveia Montei-ro esta forma de comunicacioacuten en la distancia constituiacutea una verdadera ldquotelegrafiacutea oacutepticardquo con raiacuteces ancestrales MONTEIRO A guerra em Portugal nos finaacuteis da Idade Meacutedia p 244

24 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4325 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 119

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267256

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Rey e mueran los traidores malos consejerosrdquo26 Finalmente no parece que contaran con demasiados apoyos entre la poblacioacuten aunque siacute que esperaban la ayuda de Portugal27

Ademaacutes en un intento por paliar los dantildeos que pudieran ocasionar los Infantes Sotomayor ordenoacute que se segaran los campos y que el gana-do se guardase en un lugar seguro

E por quanto en toda esta vera de Portugal alccedilan los ganados e dan

prisa por segar los panes faredes esto mesmo arredrar los ganados e

[que] sieguen los panes e los pongan en lugares ccedilercados pues por esta

viacutea ellos lo fasen28

No obstante a pesar de estos esfuerzos las evidencias demuestran que los Infantes terminaron ocasionando numerosos robos A este res-pecto lo habitual la forma maacutes comuacuten de llevar a cabo este tipo de correriacuteas fueron las cabalgadas protagonizadas por pequentildeos destaca-mentos de 20 o 30 lanzas Su modo de actuacioacuten era tan raacutepido como expeditivo Para ello para poder actuar de forma rauda y evitar el en-frentamiento con los distintos escuadrones que defendiacutean el territorio los Infantes soliacutean desplegar una curiosa estratagema En un primer momento un numeroso destacamento abandonaba Alburquerque y arrastraba tras de siacute a los retenes castellanos Acto seguido con el cam-po ya despejado de enemigos un reducido nuacutemero de jinetes dejaba Alburquerque y se adentraba en Portugal ya que una vez alliacute podiacutean actuar con total libertad

Los Ynfantes fueron Asagala con toda la maacutes de su gente (hellip) e por otra

parte salioacute de Alburquerque don Fernando fijo del Ynfante don Juan

con treinta rocines e entroacute por Campo Mayor lugar de Portugal e ende

ovo otros veynte e ccedilinco o treinta roccedilines e fue alliacute a tierra de Meacuterida e

trajo el dicho ganado E por eacutel yr asy encubierto por Portugal nunca de

ello fuimos sabidores29

26 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 119 27 Ibid28 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4429 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 Casi coincidente en el tiempo

el Infante don Pedro tomaba el castillo de Alba de Liste Resulta curioso que el modus operandi del Infante es muy similar a la accioacuten descrita De tal manera la Croacutenica del Halconero narraba a este respecto que ldquoel ynfante don Pedro era partido de Alburquer-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 257

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

No hemos de identificar la actividad militar de los Infantes solamen-te con el robo y la destruccioacuten del territorio ya que eacutestos intentaron po-ner en marcha una interesante poliacutetica de conquista de no muy buenos resultados basada en el ldquofurtordquo de fortalezas y el asalto por sorpresa30 Nuestra hipoacutetesis no es infundada al contrario se basa en los sucesos ocurridos y en la propia documentacioacuten consultada Asiacute ademaacutes del in-tento de asalto que padecioacute el castillo de Alconchel en torno 1430 en fecha imprecisa el alcaide de Barcarrota alertaba de que Figueroa debiacutea reforzar las defensas de algunas de sus posesiones por cuanto eacutestas es-taban en el punto de mira de los Infantes como era el caso del castillo de Feria ldquo[preguntando] quienes eran aquellos que aviacutean de furtar el cas-tillo de Feria diacutexome que eran de los del Ynfante (hellip) e que aviacutean de venir ccedilinquenta ombres para lo furtarrdquo31

Una forma de actuar que no nos debe resultar extrantildea por cuanto investigaciones recientes han puesto de manifiesto que el asalto por sor-presa fue la maniobra de conquista que mejor se adecuaba a todos aque-llos conflictos protagonizados por ejeacutercitos reducidos o carentes de los medios necesarios para llevar a cabo un prolongado y costoso asedio32

En funcioacuten de la evolucioacuten de los acontecimientos todo parece indi-car que durante la segunda mitad de 1430 el clima de beligerancia des-cendioacute Este hecho se debioacute en gran parte a la firma de las Treguas de Majano ya que ademaacutes de caer el frente aragoneacutes Alfonso V y el Infante don Juan se comprometieron a no auxiliar a los rebeldes extrementildeos33 Incluso pareciacutea que Pedro y Enrique abandonariacutean Alburquerque en

que e se yva para Alba de Liste por Portugal (hellip) e tornoacutese por Portugal para Alburquer-que por donde aviacutea venidordquo CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1430 cap XXXI

30 Generalmente estas acciones estuvieron protagonizadas por pequentildeos grupos de ex-pertos escaladores que soliacutean portar un material tan econoacutemico como rudimentario sogas y escalas de madera Normalmente estas partidas se aproximaban a la fortaleza de manera sigilosa y asaltaban la posicioacuten por su zona maacutes vulnerable Las primeras unidades en ascender neutralizaban a los centinelas y acto seguido subiacutea el grueso de la tropa MARTINS A arte da guerra em Portugal p 399 GARCIacuteA FITZ Castilla y Leoacuten frente al Islam p 217 Un aspecto fundamental en el desarrollo de estas acciones era el factor sorpresa como estipulasen Las Siete Partidas ldquoesto no se puede hacer sino de noche o mucho encubiertamente E las maacutes vegadas con muy fuertes tiempos e peligro-sos lugares (hellip) tal fecho como este se debe fazer muy encubiertamente e syn ruydo yendo los que alla fueren muy passo que los non oiganrdquo Partida II tiacutet XXVII ley 8

31 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 8932 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLegacy and change medieval warfare in Castile through the

chronicle of Grand Master Alonso de Monroy (fifteenth century)rdquo33 MAZO ROMERO El condado de Feria p 168

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267258

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

cualquier momento A este respecto el Comendador Mayor de Leoacuten le comunicaba a Figueroa que los Infantes pretendiacutean abandonar Albur-querque en direccioacuten a la encomienda santiaguista de Segura de Leoacuten y de alliacute finalmente a Aragoacuten

Disese entrellos que esperan gente non tan solamente de Portogal e que

su partida seraacute en breve El camino que maacutes se determina es a Segura

et dende a Aragoacuten Non vos ccedilertificamos cosa pero de aquiacute al viernes

en la noche o el saacutebado por la mantildeana esperamos nuevas (hellip) de aquiacute

podredes ser bien avisados como vengan los mensajeros34

Seguacuten los informes de Sotomayor los Infantes disponiacutean en esos mo-mentos de una poderosa fuerza militar de unos 1500 rocines y 2000 peones La noticia de semejante movimiento de tropas hizo que el maes-tre de Alcaacutentara movilizase de inmediato toda la comarca y ordenase que los efectivos se juntasen ldquoen unordquo Para Sotomayor el principal ob-jetivo era detener la expedicioacuten mediante el uso de la fuerza buscando el enfrentamiento directo o al menos procurar que no se robase el terri-torio en el supuesto de que los ejeacutercitos pro-aragoneses fuesen superio-res35 No obstante Juan II le ordenoacute a Sotomayor que permitiese el paso de este contingente y que no opusiese resistencia

Fagovos saber que a miacute es dicho que los Infantes don Enrique e don Pedro

quieren salir de Alburquerque con gente de armas e llevar la viacutea de Se-

gura por lo qual yo escrivo al maestre de Alcaacutentara la manera que debe

tener por razoacuten de ccedilierto salvoconducto que yo diacute a los dichos infantes

para que seguramente pudiesen salir de mis regnos por ccedilierto tiempo36

Finalmente a pesar de todas estas disposiciones los Infantes no abandonaron el lugar Como sostiene Mazo Romero los Infantes pare-ciacutean aguardar en Alburquerque el resultado de alguna negociacioacuten que tuviese lugar tras las treguas de Majano con el objeto de actuar en con-secuencia cuando se conociese el destino final de todas aquellas propie-dades y cargos poliacutetico-institucionales que les fueron arrebatados du-

34 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 11935 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 49 36 Bonifacio PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval dehellipAlcaacutentara

doc 864

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 259

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

rante la contienda De hecho tras tener noticia de que habiacutean fracasado las negociaciones que a este respecto se estaban celebrando en Aacutegreda y Tarazona los Infantes intensificaron de nuevo su actividad militar37

122 La caiacuteda en desgracia de Sotomayor y el precipitado final de la campantildea

Esta nueva actividad ofensiva de los Infantes se vio favorecida por una creciente permisividad de Juan de Sotomayor quien habiendo ya mostra-do evidentes signos de malestar con Juan II disminuyoacute la presioacuten militar sobre Alburquerque y comenzoacute a avenirse al partido de Enrique38 Cons-ciente el monarca castellano del riesgo que este hecho entrantildeaba envioacute numerosas delegaciones al maestre de Alcaacutentara para que eacuteste ratificase su lealtad No obstante a pesar de sus buenas palabras Sotomayor conti-nuoacute favoreciendo los intereses de Pedro y Enrique en Extremadura39

Cansando del comportamiento ambiguo de Sotomayor el rey optoacute por castigarle y apartarle del teatro de operaciones por lo que en 1432 envioacute a Juan Carrillo abad mayor de Toledo para que secuestrase las ren-tas de la orden y todas aquellas fortalezas que estuviesen en poder del maestre40 Gracias a las cartas conservadas tenemos conocimiento de que el contexto era mucho maacutes delicado de lo que se presuponiacutea A este respecto Carrillo no fue bien recibido por los miembros de la orden quienes reunidos en torno al Clavero Gutierre de Sotomayor se dedicaron a entorpecer su actividad A decir verdad la guerra se habiacutea extendido por gran parte de Extremadura

Sabed que Juan Carrillo de Toledo estaacute en la Puebla de Alcoccediler con alguna

poca gente pero de la tierra tiene pieccedila della e dis que tiene cartas del Rey

en que mandan que recudan con las rentas del maestradgo de Alcaacutentara

(hellip) el comendador mayor de Alcaacutentara [don Gutierre] que era clavero

37 MAZO ROMERO El condado de Feria pp 169-170 Dentro de las medidas represivas adoptadas contra los Infantes Enrique fue privado del maestrazgo de Santiago en ene-ro de 1431 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1431 cap LXX

38 De forma tradicional este desafecto se ha achacado al enfado que tuvo Sotomayor por no recibir ninguacuten bien patrimonial de los Infantes cuando Juan II se los expropioacute PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 180-181 El reparto del patrimonio de los Infantes estaacute recogido en GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1430 cap III

39 PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 18140 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos Infantes de Aragoacutenrdquo p 192

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267260

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

estaacute en Magaccedilela con pieccedila de gente e desde que supo que era venido Juan

Carrillo a la Puebla e se le llegava gente mandoacute quebrar las barcas del

riacuteo de Ccedilujar que estaacute entre la Puebla y la Serena E disen que el dicho Juan

Carillo ha escrito al Rey no sabemos que provisioacuten mandaraacute enviar41

Lo sucedido posteriormente es de sobra conocido Juan II envioacute a Extremadura un nutrido ejeacutercito de 1200 hombres que actuoacute bajo las oacuterdenes del Adelantado Pedro Manrique y del Almirante don Fradri-que42 De forma paralela Suaacuterez de Figueroa se acantonoacute en Jerez de los Caballeros43 desde donde realizoacute una defensa ejemplar del sur de la regioacuten actuoacute contra los rebeldes combatioacute las fortalezas de Alconchel y Barcarrota (en poder del maestre) y ademaacutes evitoacute que la ciudad de Badajoz cayese en manos de los Saacutenchez de Badajoz deudos y familia-res de la familia Sotomayor44 En todo caso la actuacioacuten de los ejeacutercitos reales contra las posiciones rebeldes tuvo que ser tan constante como destructiva como lo pone de manifiesto la correspondencia que mantu-vo entonces Figueroa con el Almirante y el Adelantado

el adelantado y yo reccedilebimos vuestra carta asy entendida en quanto

tantildee a la tala quema e dantildeo que vosotros e don Aacutelvaro Peacuteres mi pri-

mo en Alconchel fisistes (hellip) Et de lo que nosotros por acaacute fesimos en

Alburquerque non vos lo escrivo largamente porque creo que lo sabeys

ya dello salvo que ovimos una buena escarmuccedila e fueron muertos al-

gunos de allaacute e presos Gomes de Guiar e Gomes Mexia e otros muchos

que se fueron por no ser conosccedilidos entre los nuestros et graccedilias a Dios

ninguno de los nuestros no finoacute ni peligroacute salvo que algunos omes e ca-

valleros fueron feridos pero no peligrosamente Et despueacutes de taladas

las vintildeas vinimos aquiacute a Valenccedilia este viernes que pasoacute45

41 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 7 doc 11242 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1432 cap CXXV Seguacuten las croacutenicas

este contingente fue enviado para evitar los desmanes que se cometiacutean desde las po-siciones rebeldes de Alburquerque y Azagala (situada a 10 km de la anterior) La do-cumentacioacuten consultada alude que desde Azagala se cometiacutean diversas acciones que entorpeciacutean la actuacioacuten de los ejeacutercitos como por ejemplo el robo de la correspon-dencia que manteniacutean entre siacute los capitanes favorables a Juan II cuando no las propias instrucciones del monarca ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 87

43 Seguacuten la correspondencia de Figueroa Jerez de los Caballeros estaba en la oacuterbita de los Infantes que teniacutean tratos con algunos vecinos de esta poblacioacuten ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 85

44 MAZO ROMERO El condado de Feria p 17145 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 56

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 261

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Es entonces cuando los acontecimientos se precipitan Gutierre de Sotomayor Clavero de la orden y sobrino del maestre pensoacute que su tiacuteo habiacutea sido apresado por Enrique46 En consecuencia arrestoacute al Infante don Pedro que a la sazoacuten se encontraba en Alcaacutentara Tanto la faccioacuten de Enrique como las tropas reales del Adelantado reclamaron para siacute la entrega y la custodia de don Pedro Finalmente obrando de manera interesada (tras recibir del monarca la promesa de ser designado nuevo maestre de la orden) Gutierre de Sotomayor favorecioacute la causa real47 En noviembre de 1432 el Condestable pactoacute con Enrique la libertad de su hermano aunque como contrapartida perdioacute los estados que teniacutea en Extremadura48

Con este acto se puso fin a la rebeldiacutea de los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque el punto y final a una larga y dilatada campantildea militar

2 Conclusioacuten

La documentacioacuten conservada en el Archivo Ducal de Medinaceli pone de manifiesto la intrahistoria y algunos rasgos todaviacutea descono-cidos de la campantildea contra los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque Por otra parte al margen de este enfrentamiento tambieacuten permite co-nocer diversos aspectos generales vinculados con la guerra medieval tales como la importancia de las redes de espionaje los sistemas de co-

46 La croacutenica de Santa Mariacutea describe el suceso al detalle El Maestre partioacute so intencioacuten de ir aacute la fortaleza de Valencia de Alcaacutentara levaba su tesoro de arrancada de todo punto de Alcaacutentara eacute el Infante don Enrique tornaacutebase aacute Alburquerque (hellip) El camino que va aacute Valencia es todo uno cuanto dos oacute tres leguas eacute por ende como quier que el camino del Infante era para Alburquerque y el del Maestre para Valencia por ser amos un camino hobieron de salir de la villa eacute andar en uno aquellas tres leguas en las cuales el Maestre usoacute de lo que soliacutea usar es a saber mudarse de lijero de un consejo aacute otro eacute con gran temor que teniacutea del atrevimiento que faciacutean non se hobo por seguro de ir aacute Valencia soacutelo con los suyos eacute hoacutebose por maacutes seguro de ir con el Infante aacute Alburquerque eacute levar consigo allaacute toda su hacienda eacute dejoacute el camino de Valencia eacute fuese con el Infante con todo lo que levaba eacute aacute la gente de caballo que iba con eacutel mandoacute que fuesen con el Infante con todo lo que levaba (hellip) eacute como fray Gutierre de Sotomayor Comendador mayor de Alcaacutentara su sobrino del Maestre que estaba en Alcaacutentara habiacutea seido en el consejo que el Maestre su tiacuteo fuese aacute Valencia eacute con esa intencioacuten partiera de Alcaacutentara cuando sopo que el Maestre fuera aacute Alburquerque con el Infante don Enrique eacute fuera allaacute su recuaje con su tesoro bien pensoacute que lo levara el Infante contra su voluntad eacute asiacute lo pensaron otros muchos de los del Maestre que con el Comendador mayor quedaran Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1432 cap XI

47 ORTEGA AacuteLVAREZ ldquoEl acceso de D Gutierre de Sotomayor al Maestrazgo de la Orden de Alcaacutentarardquo

48 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos infantes de Aragoacutenrdquo p 194

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267262

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

municacioacuten o el despliegue de poliacuteticas defensivas destinadas a prote-ger el territorio En definitiva un fondo de obligada consulta para todos aquellos investigadores interesados en el conocimiento de la poliacutetica y la conduccioacuten de la guerra en el marco de la Castilla del siglo XV

Apeacutendice documental

Doc 1 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Figueroa notificaacutendole el estado de la campantildea y el reparto de las fuerzas reales

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42

Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel sentildeores e amigos Nos el Maestre de Alcaacutentara nos vos encomendamos como aquellos por quien avemos de fa-ser todas las cosas que vos plugieren Vimos vuestra carta por la qual nos escrivisteis en como vinieacuterades a esa ccedilibdad de Badajoz por Mandado de Nuestro sentildeor el Rey con setenta lanccedilas e por ende que en todas las cosas que entendieacuteremos que cumplen a su serviccedilio vos lo fagamos saber e avi-semos dello Sentildeores e amigos a nos plogoacute mucho en sabiendo de vuestra venida para esa ccedilibdad ca bien necesario e complidero es al serviccedilio del dicho sentildeor Rey vuestra estada ende e de aquiacute adelante continuamente vos entendemos escrevir e faser saber todas las cosas que supieacutesemos

A lo que nos escrivistes que vos enviemos cincuenta roccedilines e cin-cuenta peones sabed que los tresientos ombres de armas e noventa gi-netes e dosientos peones quel dicho sentildeor Rey mandoacute estar en esta fron-tera que estaacuten repartidos por muchos lugares e puertos en esta guisa el comendador mayor de la tierra de Leoacuten de la orden de Santiago estaacute en Meacuterida con veynte roccedilines el comendador mayor de Alcaacutentara con veynte roccedilines e en Piedrabuena estaacuten quarenta roccedilines e en Mayorga veynte roccedilines e los peones estaacuten repartidos eso mesmo por los castillos e puertos e la otra gente de armas que sobra estaacute en Valenccedilia [de Alcaacuten-tara] e della aquiacute con nos para quando cumple que sallymos sin dubdar que es bien menester e auacuten sy maacutes fuese

E por cada [vez] que necesario fuere vos podedes conccedilertar con el co-mendador mayor de Leoacuten que estaacute en Meacuterida que vos entendades por sentildeales de almenaras de noche e afumadas de diacutea E por estas mismas sentildeales que se conccedilierte el comendador mayor con los de Montaacutenchez e por esta viacutea podedes prestamente ser de ellos socorrido e vosotros so-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 263

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

correr a ellos E por las sentildeales de almenaras e afumadas que se fisieren en Meacuterida e Montaacutenchez los de Trugillo e Caacuteccedileres e el Arroyo del Puerco se yuntaraacuten con nos en guisa que los unos a los otros nos podamos bien socorrer Como quier que las atalayas e espiacuteas que en Valenccedilia e Piedra-buena estaacuten puestas en saliendo gente de Alburquerque son sabidores e luego van en pos dellos quier contra allaacute o a qualquier parte que van

Otrosy creemos que sabredes que las vacas que agora traxieron a Alburquerque de Aljuceacuten e Carrascalejo a dos leguas de Meacuterida lo qual fue desta guisa que los Ynfantes fueron Asagala con toda la maacutes de su gente e como lo sopimos luego partimos e yuntamos la gente de esta tierra E con ellos teniacuteamos espiacuteas pensando que querriacutean entrar E por otra parte salioacute de Alburquerque don Fernando fijo del Ynfante don Juan con treinta roccedilines e entroacute por Campo Mayor lugar de Portugal e ende ovo otros veynte e ccedilinco o treinta roccedilines e fue alliacute a tierra de Meacuteri-da e trajo el dicho ganado E por eacutel yr asy encubierto por Portugal nunca de ello fuimos sabidores e creemos que araacute poco vosotros lo sopisteis E ciertamente estas vacas cada diacutea salen una legua de Alburquerque a bever agua E por quanto desde Piedrabuena e Mayorga fasen cuanto posible fuere por se aver las vacas rogamos vos que por esa parte de Badajoz eso mismo vos trabajedes por ello enviando cada diacutea vuestros corredores en lo qual vos plega de poner diligenccedilia porque de allaacute e por acaacute se fisiese algund serviccedilio al dicho sentildeor Rey

Nuestro sentildeor Dios vos aya en su guarda A X de junio Nos el Maestre

Doc 2 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Figueroa daacutendole instrucciones sobre la manera de operar contra los Infantes y la defensa del territorio

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 44

Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel [de Lando] sentildeores e amigos Nos el Maestre nos vos enviamos encomendar como aquellos por quien ave-mos de faser todas las cosas que vos plugieren

Vymos vuestra carta por la qual nos escrivistes que vos es dicho por un ombre que salioacute de Alburquerque en como los Ynfantes teniacutean ordenado de venir a esa ccedilibdad en esta semana pasada o al maacutes tardar en esta otra que agora entrara et por ende que vos enviemos los ccedilinquenta ombres de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267264

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

armas e ccedilinquenta ombres de pie Sentildeores e amigos ya vos escrevimos que la gente de armas e de pie que acaacute tenemos de como es bien necesa-ria e auacuten si maacutes fuese segund los lugares e puertos por donde estaacute derra-mada e repartida e que en cada uno de los dichos lugares es complidero que esteacute Pero ccediliertos podedes ser que sy cosa fuere que los Ynfantes sa-lieren que luego en punto toda la dicha gente de Valenccedilia e Piedrabuena e de los otros lugares son en pos de ellos e nos eso mesmo a maacutes andar con toda la gente de esta comarca e tierra les tomaremos las espaldas E por tanto en guisa del mundo no reccedileledes de los seguir ca creo que nos te-nemos tal recabdo de atalayas e espiacuteas que sy salieren luego lo sabremos e los seguiremos a maacutes andar Por ende como dicho es non aredes ende al salvo de los seguir Et en saliendo luego vos enviaremos ombres de cavallo a vos desir el lugar onde nos conccedilentraremos lo qual eso mesmo fased e nos enviar alguno de cavallo por maacutes ccedilertidumbre

Otrosy en de la fecha de esta carta ovimos nuevas en como men Ro-driacutegues de Castilblanco partioacute con sesenta roccedilines de alliacute de Castilblan-co Otrosy que el alcayde de Sabugal aviacutea de partir con veinte roccedilines Ccediliertamente non avemos sabido por donde es esta partida e coacutemo lo supieacuteremos luego vos lo escribiremos

E por quanto en toda esta vera de Portogal alccedilan los ganados e dan prisa por segar los panes faredes eso mesmo arredrar los ganados e [que] sieguen los panes e los pongan en lugares ccedilercados pues por esta viacutea ellos lo fasen

Et de todas las cosas de allaacute nos avisad que asy mesmo vos faremos nos a vos de acaacute

Nuestro sentildeor vos aya en su guarda Escrita XI de junio Nos el Maestre

Doc 3 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Fi-gueroa notificaacutendole la intencioacuten de los Infantes de marchar hacia Segura

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 49

Sentildeores obispo [Juan Morales] e Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel de Lando Nos el Maestre de Alcaacutentara nos vos enviamos encomendar como aquellos por quien con presta e buena voluntad avemos de faser todas las cosas que a onrra e estado de vosotros cumplan

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 265

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Reccedilibimos una carta que nos escrevistes por la qual nos enbiastes desir que aviades sabido que el saacutebado que agora pasoacute que aviacutea puesto un pendoacuten en Alburquerque de nuestro sentildeor el Rey e otros de los Ynfan-tes e que aviacutea una tabla puesta para dar sueldo de dos meses e que se desiacutea que el Rey de Portogal que los aviacutea de ayudar en breve Sabed que el martes primero diacutea de este mes agosto en como ellos pusieron tabla para pagar sueldo e como se desiacutea que aviacutea algund favor de Portogal E luego escrevimos a nuestro sentildeor el Rey e eso mesmo escrevimos a vosotros las quales cartas creemos que vos seraacuten ya dadas E que como se diccedile que su entinccedilioacuten de estos ombres es de tirar camino de Segura e que entiende llevar mill e quinientos roccedilines e dos mill peones Ya vos escrevimos la entinccedilioacuten e manera que nos pareccedile que se deve tener que nos juntemos todos en uno e que seamos en pos de ellos en tal manera que si pudieacutere-mos pelear con ellos e tovieacuteremos gente para ello sy non que a lo menos que los resistamos que non se aparten a robar las tierras Ca sabed que te-nemos puestas escuchas e atalayas en Mayorga e Piedrabuena porque en saliendo luego lo sopieacuteremos lo faremos saber a vosotros Otrosy ya te-nemos aperccedilebida toda esta comarca Ansi aperccedilibiredes vos eso mesmo a esos de esa ccedilibdad e de esas comarcas porque esteacuten prestos para que se ayunten con vos para que nos ayuntemos e sirvamos a nuestro sentildeor el Rey Sentildeores las cosas que en plaser vos vengan que nos faser podamos escrevidenoslas que con buena voluntad las compliremos

Escrita a ccedilinco de agosto Nos el maestre

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Archivo Ducal de Medinaceli (Sede Toledo) Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3

Pedro CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II Edicioacuten de Mata Carriazo Universidad de Granda Granada 2006

Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna Condestable de los reinos de Castilla y de Leoacuten Maestre y administrador de la orden de caballeriacutea de Santiago edicioacuten a cargo de Miguel de Flores Madrid 1784

Lorenzo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II Valencia 1779

Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II de Castilla (1420-1434) Madrid 1821

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267266

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Bonifacio PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval de la Orden de Alcaacutentara vol II Editorial Complutense Madrid 2000

Las Siete Partidas Edicioacuten de Reguera Valdelomar Barcelona 1847

2 Bibliografiacutea

Vicente Aacute AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEnrique Infante de Aragoacuten Maes-tre de Santiagordquo Medievalismo 12 (2002) pp 37-89

Vicente Aacute AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEl precio de la guerra algunos da-tos sobre el enfrentamiento entre Castilla y Aragoacuten y Navarra 1429-1430rdquo Estudios sobre patrimonio cultura y ciencias medievales 19-1 2017 pp 61-92

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLa Castilla de Juan II y de Enrique IVrdquo en Los Reinos Hispaacutenicos ante la Edad Moderna vol I Servicio de pu-blicaciones del Estado Mayor del Ejeacutercito Madrid 1992 pp 105-246

Intildeaki BAZAacuteN DIacuteAZ ldquoLas mujeres medievales como agentes de paz y re-conciliacioacuten Elementos de anaacutelisis y discusioacutenrdquo e-Spania Revue in-terdisciplinaire drsquoeacutetudes hispaniquesmeacutedieacutevales et modernes 33 2019

Eloy BENITO RUANO Los Infantes de Aragoacuten 34 CSIC Pamplona 1952

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura dinastiacutea Trastaacutemarardquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-1 1937 pp 49-74

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el se-cuestro de Tordesillasrdquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-2 1937 pp 145-166

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura la Corte del rey poetardquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-3 1937 pp 273-314

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura guerra de familiardquo Revista de Estudios Extrementildeos XII-1 1938 pp 91-104

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerque por d Aacutelvaro de Lunardquo Revista de Estudios Extreme-ntildeos XII-2 1938 pp 163-186

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el repar-tordquo Revista de Estudios Extrementildeos XII-3 1938 pp 325-343

Francisco GARCIacuteA FITZ Castilla y Leoacuten frente al Islam Estrategias de ex-pansioacuten y taacutecticas militares (siglos XI-XIII) ed Universidad de Sevilla Sevilla 2005

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 267

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Joatildeo Gouveia MONTEIRO A guerra em Portugal nos finaacuteis da Idade Meacute-dia Noticias Lisboa 1998

Joseacute Mariacutea MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadurardquo Extremadura Revista de historia 1 2014 pp 178-199

Fernando MAZO ROMERO El condado de Feria ndash1394-1505- contribucioacuten al estudio del proceso sentildeorializador en Extremadura Institucioacuten cul-tural Pedro de Valencia Badajoz 1980

Miguel MARTINS A arte da guerra em Portugal 1245 a 1367 ed Univer-sidade de Coimbra Coimbra 2014

Javier ORTEGA AacuteLVAREZ ldquoEl acceso de D Gutierre de Sotomayor al Maestrazgo de la Orden de Alcaacutentara oriacutegenes y consecuenciasrdquo Es-pacio Tiempo y Forma Serie III Historia Medieval 24 (2011) pp 237-278

Santiago PALACIOS ONTALVA ldquoCastillos contra castillos Padrastros y fortalezas de asedio en la Espantildea Medievalrdquo Arqueologiacutea y territorio medieval 13-2 (2006) pp 33-55

Joseacute Luis DEL PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV Diputacioacuten Provincial de Badajoz Badajoz 1991

Pedro A PORRAS ARBOLEDAS Juan II rey de Castilla y Leoacuten (1406-1454) Ediciones Trea Gijoacuten 2009

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLegacy and change medieval warfare in Castile through the chronicle of Grand Master Alonso de Monroy (fifteenth century)rdquo Journal of Medieval Iberian Studies 11-1 (2019) pp 98-113

Luis SUAacuteREZ FERNAacuteNDEZ Nobleza y Monarquiacutea Entendimiento y rivali-dad El proceso de la construccioacuten de la Corona espantildeola La Esfera de los libros Madrid 2005

Fecha de recepcioacuten 21-08-2019Fecha de aceptacioacuten 26-11-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 269

Los caballeros de cuantiacutea en la Orden de Santiago a finales de la Edad Media

(1494-1498)

Knights of ldquocuantiacuteardquo in the Order of Santiago in the late Middle Ages (1494-1498)

Casto Manuel Solera CamposUniversidad de Sevilla

Resumen

En este trabajo vamos a estudiar la evolucioacuten que se produce a finales de la Edad Media entre los caballeros de cuantiacutea de la Orden de Santiago y su correspondiente cuota asiacute como la relacioacuten de los mismos con el gobierno de los pueblos Nos apoyare-mos en datos extraiacutedos de los libros de visitas de las Provincias de Castilla y de Leoacuten que contienen informacioacuten sobre las visitas correspondientes a los antildeos 1494 y 1498

Palabras clave

Orden de Santiago caballeriacutea caballero cuantiacutea visita

Abstract

In this article we are going to study the evolution that takes place at the end of the Middle Ages between the knights of the Order of Santiago and its correspond-ing quota as well as the relationship between the knights and the government of the towns We will rely on data extracted from the visit books of the Provinces of Castilla and Leoacuten which contain information on the visits corresponding to the years 1494 and 1498

Keywords

Order of Santiago Chivalry Knight Quantity Visit

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico csolerauses Universidad de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309270

Casto Manuel solera CaMpos

Los caballeros de cuantiacutea cuyo germen en Castilla y Leoacuten se re-monta a mediados del siglo XIII bajo el reinado de Alfonso X1 no eran sino un grupo de pecheros obligados a mantener caballo y armas ademaacutes de a participar en los alardes que anualmente se celebraban para la supervisioacuten de sus equipos de guerra exhibiciones supervi-sadas por los alcaldes mayores2 La caballeriacutea de cuantiacutea fue esta-blecida en 1348 en las Cortes de Alcalaacute de Henares Aunque existen discrepancias entre los autores sobre la relacioacuten del nacimiento de la caballeriacutea de cuantiacutea y la creacioacuten de los regimientos establecida en estas mismas cortes por el rey Alfonso XI siacute parece oportuno sentildealar una posible correlacioacuten entre ambos hechos3 Este grupo se situoacute en la cuacutespide de la sociedad y en muchas ocasiones llegoacute a controlar los concejos de las villas Sin embargo aquella situacioacuten de preponde-rancia social comuacutenmente aceptada por la sociedad que en cierto modo igualaba la posicioacuten de los caballeros de cuantiacutea a la situacioacuten de hidalgos se fue erosionando con el tiempo En su desaparicioacuten pudieron influir varios factores como los cambios militares el fin de la frontera con el reino de Granada y la extensioacuten de las liacuteneas de piqueros como foacutermula de defensa que con la aparicioacuten de las armas de fuego dejaron atraacutes a la caballeriacutea como arma ofensiva lo que

1 LADERO QUESADA ldquoLa organizacioacuten de la Corona de Castilla durante los siglos XIV y XVrdquo p 213

2 PALACIOS ONTALVA ldquoUna aproximacioacuten al concepto de ldquolanzardquo en relacioacuten a las Oacuter-denes Militaresrdquo Expone claramente la composicioacuten de las huestes en las Oacuterdenes Militares En el caso de la Orden de Santiago los alcaldes mayores eran nombrados por el Capiacutetulo General en principio maacutes tarde lo seraacuten por el gobernador cuando este cargo fue introducido los alcaldes ordinarios por su parte tienen caraacutecter itinerante conocen de los pleitos en primera instancia cf RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de San-tiago en Extremadura p 142

3 COLMEIRO Cortes de los antiguos reinos de Leoacuten y Castilla tomo II pp 548-552 ldquoCapiacutetulo LXXII Del ordenamiento que el Rey fizo commo le an a seruir los sus uasallos por las sol-dadas queles mandare librarrdquo En nota a pie de paacutegina nota 3 cita ldquoEsta ley estaacute tomada del cuaderno de las Coacutertes de Buacutergos de 1338 nuacutemeros 14 al 32 inclusiverdquo en ibid pp 450-453 DIAGO HERNANDO ldquoCaballeros e hidalgos en la Extremadura castellana medieval (siglos XII-XV)rdquo en concreto p 50 nota 53 ldquoRelacionar todas estas obras que han dado cuenta de las reformas introducidas por Alfonso XI con la creacioacuten de los regimientos es tarea que requeririacutea interminable espacio La mayor parte de los estudios monograacuteficos sobre concejos castellanos han revelado que en la praacutectica totalidad de ellos se crearon regimientos durante su reinado aunque en muchos casos no ha resultado posible fechar el momento de su creacioacuten Por lo demaacutes estos mismos estudios monograacuteficos han demos-trado que los regimientos difirieron bastante de unos concejos a otros en funcioacuten tanto de su composicioacuten como del reacutegimen de designacioacuten de sus miembrosrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 271

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

contribuyoacute a su desaparicioacuten Y por el otro a cambios sociales la liberalidad que desde las leyes de Toro (1505) se concedioacute a las fun-daciones de mayorazgos4

En este trabajo vamos a estudiar la evolucioacuten que se produce a fi-nales de la Edad Media entre los caballeros de cuantiacutea de la Orden de Santiago y su correspondiente cuota asiacute como la relacioacuten de los mismos con el gobierno de los pueblos es decir las cuestiones en las que los as-pectos militares estaacuten presentes en la organizacioacuten concejil con vistas a una posible necesidad de defensa del territorio5 aun terminada ya la guerra de Granada cuyo fantasma no obstante y por razones obvias seguiacutea presente Para ello nos apoyaremos en datos extraiacutedos de los li-bros de visitas (documentos imprescindibles para conocer de primera mano la vida de una orden militar y religiosa como esta) concretamente estudiamos los manuscritos 1066 1067 1068 y 1069 para la Provincia de Castilla y 1101-C 1102-C y 1103-C para la de Leoacuten que contienen infor-macioacuten sobre las visitas correspondientes a los antildeos 1494 y 1498 Para la primera de ellas se han analizado un total de 82 pueblos6 mientras que para la Provincia de Leoacuten el nuacutemero de pueblos estudiados es de 857

4 CENTENERO y DIacuteAZ ldquoLa reconstruccioacuten de una identidad hidalgardquo 5 RUIZ DE LA VEGA Andreacutes Regla y establecimientos de la orden de la caualleriacutea del

sentildeor Sanctiago del Espada ldquoCapitulo decimo Del amonestamiento para animar a los freyles para pelear contra los infielesrdquo fol 6r

6 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 303-307 ofrece una detalla-da relacioacuten entre otras de los pueblos de la Orden desde el antildeo 1468 al 1525 si bien no recoge la encomienda de Montealegre (AHN OOMM 1067 fol 169r-170v pp 337-340) Debemos aclarar que no se han contabilizado aquellos pueblos que ademaacutes de no citar caballeros de cuantiacutea no recogen el nuacutemero de vecinos en ninguna de las dos visitas por no presentar intereacutes a efectos de estudio poblacional ni por lo tanto en lo referente al aporte que pudieran hacer de cuantiosos caso de Alamesoacuten (AHN OOMM 1067 fol 141r p 281 AHN OOMM 1068 fol 15v p 30) La Presa (AHN OOMM 1067 fol 142v p 284 AHN OOMM 1068 fol 14v p 27) Pozo de los Freires (AHN OOMM 1068 fol 11r p 21) Pliego (AHN OOMM 1066 fol 145r p 288 AHN OOMM 1069 fol 211r p 423) Ricote (AHN OOMM 1066 fol 149r p 296 AHN OOMM 1069 fol 201v p 404) Yeacutechar (AHN OOMM 1066 fol 148v p 294 AHN OOMM 1069 fol 203v p 408) Lorca (AHN OOMM 1066 fol 133 p 264) Murcia (AHN OOMM 1066 fol 171v p 341) Ocantildea (AHN OOMM 1067 fol 46v p 92) Santa Cruz de la Zarza (AHN OOMM 1067 fol 102r p 203) Mon-tealegre (cf supra) Ruidera (AHN OOMM 1067 fol 199r p 397 AHN OOMM 1068 fol 79r p 167) Montizo (AHN OOMM 1067 fol 285r-288r pp 569-575 AHN OOMM 1068 fol 157v-160v pp 324-330) Venta de Cezilla (AHN OOMM 1067 fol 288r p 575) Dehesa de Zahora (AHN OOMM 1067 fol 292v p 584) Yeacutechar (AHN OOMM 1069 fol 203v p 408) Talavera (AHN OOMM 1067 fol 5r-12r pp 9-23) Toledo (AHN OOMM 1067 fol 12v-23v pp 24-46) ameacuten de los despoblados de Yegros (AHN OOMM 1067 fol 32r p 63) Biedma (AHN OOMM 1067 fol 45r p 89) y Villoria (AHN OOMM 1067 fol45v p 90)

7 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 aporta una re-lacioacuten de los pueblos de la Orden si bien debemos matizar que falta alguno de ellos a

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309272

Casto Manuel solera CaMpos

1 Los datos

11 Provincia de Castilla

Tomando los citados manuscritos 1066 1067 1068 y 1069 correspon-dientes a los libros de visitas de los antildeos 1494 (1066 y 1067) en el que se visitan la totalidad de los pueblos analizados y 1498 (1068 y 1069) 668 nos encontramos que para el primer antildeo en 73 ocasiones se cita a los caballeros de cuantiacutea (89) contando con esta fuerza militar popular 59 de ellas (80) para el segundo de los antildeos analizados se cita a eacutestos en 59 de los pueblos vistos (72) reducieacutendose el nuacutemero de lugares que cuentan con este tipo de pecheros a 44 (745)

En cuanto a las villas exentas libres de pecho para ambos antildeos seraacute de 5 (6 para 1494 7 para 1498) por privilegio dado por el Infante don Enrique9

12 Provincia de Leoacuten

Por su parte en la Provincia de Leoacuten el total de los pueblos registra-dos como vimos maacutes arriba es de 85 apoyaacutendonos para su anaacutelisis en

saber Castilleja de la Cuesta (AHN OOMM 1102-C fol 139r p 285) Villanueva del Aris-cal (AHN OOMM 1102-C fol 139r-141r pp 285-289) Benazusa y Mures (AHN OOMM 1102-C fol 142v p 292 estos dos uacuteltimos se visitan de manera conjunta) Al igual que para las tierras castellanas de la Orden aquellos lugares que no interesan desde el punto de vista del aporte de caballeros de cuantiacutea y de los que tampoco conocemos su pobla-cioacuten no se incluyen en este trabajo El Alameda (pertenecioacute al Hospital de Toledo Alonso de Caacuterdenas lo fizo encomienda de nuevo es vna dehesa por lo que no recoge datos por-que no hay pueblo maacutes que los referentes a la renta que se apuntan en el apartado de los Comendadores AHN OOMM 1101-C fol 125v p 271 AHN OOMM 1103-C fol 34r p 61) y Aguilarejo (despoblado AHN OOMM 1101-C fol 305r p 609) tampoco incluimos Cordobilla la cual no se pudo visitar en ninguno de los dos antildeos por la crecida del riacuteo Guadiana (No se visitoacute por el impedimento del Guadiana que creccedilioacute tanto que los visita-dores no pudieron pasar de Loboacuten allaacute AHN OOMM 1101-C fol 112v p 244) situacioacuten que tambieacuten afectoacute a La Puebla de la Calzada (AHN OOMM fol 112r p 243) si bien eacuteste siacute lo hemos tenido en cuenta por ofrecer aunque de manera muy escueta informa-cioacuten tanto de vecinos como de cuantiosos (soliacutea haber hasta ocho pero no se pudo haber otra informacioacuten AHN OOMM 1101-C fol 299r p 597)

8 No se visitan en este segundo antildeo Yegros Dosbarrios Villatobas Villarrubia Taran-coacuten Ucleacutes Villarrubio Sahelices Tribaldos Fuente de Pero Naharro Almendros El Acebroacuten Torrubia Moraleja Rozaleacuten y Hueacutelamo

9 La Ossa de Montiel (1067 fol 197r p 393 1068 fol 77r p 163) Montiel (1067 fol 213v p 426 1068 fol 105r p 219) Hornos (1067 fol 260v p 520 1069 fol 46r p 93) Segura de la Sierra (1067 fol 256r p 511 1069 fol 54r p 109) y Orcera (1067 fol 253v p 506 1069 fol 72r p 145) Para la primera leemos a modo de ejemplo no son obligados a seruir con caualleros de quantiacutea por virtud de vn preuillegio que mostraron del sentildeor Yn-fante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la Orden

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 273

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

los libros de visitas de esos mismos antildeos 1494 (1101-C) con un total de 84 pueblos (98) y 1498 (1102-C y 1103-C) con 77 (90) De las 73 villas en las que se cita a los caballeros de cuantiacutea en 1494 (85) cuentan con ellos praacutecticamente la mitad 36 (49) para el segundo de los antildeos ana-lizados se cita a los cuantiosos en 46 de los pueblos vistos (59) siendo el nuacutemero de lugares que cuentan con este tipo de pecheros de 45 (97)

Las villas exentas en 1494 seraacuten 2 (19) a saber Reina y Montaacuten-chez En cuanto a la primera en 1494 leemos

Caualleros de premia no los ay en Reyna porque el maestre don Alonso

de Caacuterdenas les dio preuillejo que no fuesen obligados a tener los tales

caualleros el cual preuillegio dis que les dio cuando tomoacute la dicha villa

al comendador Juan Fernaacutendez Galindo porque a su costa fizieron el

reparo que agora estaacute fecho de fortaleza junto con la entrada de la dicha

villa [hellip] El dicho preuillegio estaacute confirmado por sus altezas10

En el segundo de los antildeos ni siquiera cita cuantiosos Por su parte el caso de Montaacutenchez es llamativo ya que si en 1494 dice ser exenta (no hay ende caualleros de quantiacutea porque en los tiempos pasados nunca fue-ron apremiados por los maestres pasados a quantiar a los dichos vecinos de Montaacutenchez para tener armas y cauallos por premia Maacutes antes dis que sienpre fueron esentos e libres de pagar nin contribuyr salvo en aque-llas cosas que los fijosdalgo pagan e contribuyen)11 en 1498 recoge hasta 4312 siendo el segundo que maacutes caballeros de cuantiacutea presenta en este antildeo tras Ribera que aporta 6513 y uno de los que maacutes cuantiosos ofrece en la Provincia de Leoacuten en ambos antildeos precedido en el global de las visi-tas de Guadalcanal con 46 en 149414 por contra en 1498 no encontramos villa alguna que goce de esta condicioacuten15

10 AHN OOMM 1101-C fol 284v p 56811 AHN OOMM 1101-C fol 292v p 584 disposicioacuten dada por el Infante don Enrique cf

FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 89v ldquoTiacutetulo LI De los hidalgos e esentos Ley I En queacute cosas han de contribuyr los hidalgos e cleacuterigos e esentosrdquo

12 Aunque soacutelo se presentan catorce de ellos AHN OOMM 1103-C fol 100v p 185 13 AHN OOMM 1103-C fol 18v p 3314 AHN OOMM 1101-C fol 282r p 56315 Sobre el estudio de las actuales provincias de Cuenca y Toledo cf JIMEacuteNEZ RAYADO et

alii Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Cuenca Ibid Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Toledo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309274

Casto Manuel solera CaMpos

Debemos sentildealar que en la mayor parte de las villas con caballeriacutea concejil los visitadores deben ordenar a los alcaldes que requieran a los cuantiosos para que se aperciban de los pertrechos pertinentes de ma-nera que a pesar del elevado nuacutemero de pueblos que cuentan con este grupo privilegiado ante el impuesto especialmente en la Provincia de Castilla donde supone un porcentaje aproximadamente del 80 en maacutes de la mitad de ellos 39 (66) para 1494 y 39 (88) para 1498 los vecinos cuantiosos no poseen caballo ni armas como corresponde debiendo dar los visitadores mandamiento general para que se aperciban de los per-tinentes pertrechos16 A pesar del silencio de las fuentes resulta extrantildeo pensar que en todos y cada uno de los pueblos con caballeros de cuantiacutea ninguno de ellos contara con el obligado equipo militar si no todo al menos en parte Este mismo comportamiento lo vemos en las tierras leo-nesas de la Orden en las que para la primera de las visitas estudiadas en 3 pueblos (83) los vecinos cuantiosos son amonestados para que se aperciban de caballo y armas17 mientras que en 6 de ellas (166) los visitadores deben reclamar que se aporte la lista con los caballeros de cuantiacutea ya que en esos momentos no se hace relacioacuten por los motivos que exponemos maacutes abajo y en otros 3 encontramos situaciones dispa-res18 En la visita de 1498 en cambio las villas en las que se produce esta

16 Anexo En el caso de Socueacutellamos algunos cuantiosos siacute contaban con caballo AHN OOMM 1068 fol 76v p 162 hellipe algunos dellos teniacutean cauallos

17 La Granja de Azuaga (1101-C fol 284r p 567) Usagre (1101-C fol 289v p 578) Fuente del Maestre (1101-C fol 302r p 603)

18 Villanueva de Ariscal cita dos cuantiosos aunque muy mayores En este dicho lugar no ay caualleros de quantiacutea salvo dos los quales son Juan Goacutemez Tenorio de hedad de sesenta antildeos y Diego Martiacutenez de Cabrera de hedad de setenta antildeos (1101-C fol 309v p 618) en La Puebla de la Calzada no pudieron entrar los visitadores a causa de la cre-cida del riacuteo Guadiana por lo que es el cura del lugar quien les da por escrito la infor-macioacuten hellipel cura dende escriuioacute que aviacutea en el dicho lugar treynta e siete vecinos e que soliacutea aver caualleros quantiosos hasta ocho no se pudo aver otra informaccedilioacuten (1101-C fol 299r p 597) el caso de Estepa es llamativo ya que a la habitual praacutectica de esta-blecer cuantiacuteas se opone el hecho de que es el maestre quien cuando lo cree necesario solicita ayuda a los vecinos maacutes preparados del pueblo para asistirle praacutectica que al parecer veniacutea de antiguo Yten dixeron que de caualleros de quantiacutea no ay memoria que los oviese en la dicha villa porque dizen que en las guerras pasadas non se curaua sino cumplir la gente que el maestre demandaua de la maacutes atauiada e que lo que montaba su servicio se echaua por derrama en la villa e se pagaua entre los vecinos por sus quantiacuteas (1101-C fol 310r-310v pp 619-620) Cabriacutea citar tambieacuten el caso de La Puebla del Prior donde no habiacutea uso e costumbre de hacer repartimiento de rentas por lo que no aporta cuantiosos (1103-C fol 178v p 340)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 275

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

situacioacuten aunque no de forma generalizada19 se eleva a 31 (688) en-tre todas las cuales aportan un total de 562 caballeros de cuantiacutea de los que 240 (427 sin contar los casos de Ribera El Aceuchal Villafranca Fuente del Maestre y Meacuterida en los que uacutenicamente se indica que algu-nos no teniacutean caballo) no poseen el equipo necesario En lo que se refie-re a esta uacuteltima provincia los datos recogidos por la documentacioacuten son innegables pero iquestcoacutemo se explica este maacutes que notable aumento de los vecinos que no cuentan con los pertrechos necesarios en cuatro antildeos Acudimos al ya citado trabajo de Rodriacuteguez Blanco quien nos da pista cierta sobre las causas que pueden explicar esta situacioacuten El motivo lo hallamos en el aumento tanto de la poblacioacuten especialmente en el Partido de Meacuterida entre los antildeos 1498 y 150020 asiacute como de los caballe-

19 En la mayor parte de los pueblos no son todos los vecinos los requeridos para reparar esta falta Requerimientos 1102-C Guadalcanal (fol 18r-20r pp 37-39) de los 33 caba-lleros de cuantiacutea son 10 los amonestados para reponer alguna falta en el armamento Azuaga (fol 28r-29v pp 55-58) 18 de 25 La Granja de Azuaga (fol 32r-32v pp 63-64) 5 de 6 Berlanga (fol 35v-36v pp 70-76) 9 de 17 Valverde de Reina (fol 38v-39r pp 80-81) 10 de 10 Fuente del Arco (fol 42v-43v pp 88-90) 10 de 10 Trasierra de Reina (fol 52r-52v pp 107-108) 3 de 4 Los Ahillones de Reina (fol 54r-54v pp 111-112) 6 de 6 Valencia de la Torre (fol 65v-66r pp 134-135) 5 de 13 El Era de Hornachos (fol 69v-70r pp 142-143) 2 de 4 Hornachos (fol 74r p 151) 1 de 5 Usagre (fol 79r-80v pp 161-164) 22 de 27 Bienvenida (fol 84r-84v pp 171-172) 9 de 10 Calzadilla (fol 87v-88v pp 178-180) 17 de 23 Fuente de Cantos (fol 92r-93v pp 187-190) 18 de 37 Segura (fol 99v-100r pp 206-207) 8 de 14 Fuentes de la Encomienda Mayor (fol 102v-103r pp 212-213) 6 de 8 Cabeza la Vaca (fol 106r-106v pp 219-220) 3 de 4 Monesterio (fol 113r-113v pp 233-234) 4 de 11 Montemoliacuten (fol 116v-117r pp 240-241) 1 de 12 Llerena (fol 124r-126r pp 255-259) 19 de 39 Villanueva del Ariscal (fol 140r-140v pp 287-288) 1 de 3 Estepa (fol 149v-151r pp 304-307) 32 de 37 1103-C La Hinojosa (fol 11v-12r 19-20) 2 de 5 Ribera (fol 18v p 33) no cita los nombres de los caballeros pero indica que de 65 que se hallaron algunos no teniacutean cauallos asy por los aver vendido como de otra ocasyoacuten El Aceuchal (fol 21v p 39) 9 algunos no teniacutean caballo Villafranca (fol 26r p 47) 33 algunos no teniacutean caballo Fuente del Maestre (fol 32v p 59) 24 algunos no teniacutean caballo Los Santos de Maimona (fol 39r-39v pp 71-72) 3 de 6 Almendralejo (fol 77r p 140) 16 de 26 Meacuterida (fol 138r p 259) 36 algunos no teniacutean caballo El hecho de no disponer del animal podiacutea deberse bien a la muerte de este en cuyo caso se le daban al caballero cuatro meses para reponerlo o bien por venta de la cabalgadura otorgaacutendose en este caso un plazo de dos meses para disponer de otro lo que se penaba con 200 maravediacutees si no se reponiacutea en el plazo fijado cf RODRIGUEZ BLANCO Daniel La Orden de Santiago en Extremadura p 360

20 RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 p 362 Quere-mos matizar algunos errores de cuantificacioacuten del autor caso de las villas de Guadal-canal op cit p 99 1370 vecinos 1101-C fol 27r p 73 320 vecinos (Ytem dixo el dicho cura que en su perrochia puede aver trezientos e veynte perrochianos poco maacutes o me-nos) La Higuera op cit p 99 30 vecinos (no interpolado) 1101-C fol 59v p 135 y fol 288v p 576 no recoge el nuacutemero de vecinos para esta villa Hornachos op cit p 99 600 vecinos (la cifra estaacute interpolada por el autor) 1101-C fol 291v p 582 458 (Dieron por copia los alcaldes e oficcediliales moros de Hornachos que biuen en ella quatroccedilientos e ccedilinquenta e ocho moros pecheros e que de pobres e biudas e venedizos ay otros ccedilient

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309276

Casto Manuel solera CaMpos

ros laquoencontradosraquo es decir que no se presentaron en visitas anteriores en ocasiones con la complicidad de los alcaldes situacioacuten ante la cual los visitadores se ven obligados a sancionar con multas laquoa los vecinos y alcaldes para que no escondan ni amantildeen los padronesraquo con la idea de servir de coartada a los vecinos cuantiosos21 Este comportamiento

veccedilinos) Puebla de la Calzada op cit p 98 36 vecinos a la vista de la documentacioacuten el dato es claramente erroacuteneo 1101-C fol 9v p 34 Actos Primeros fol 112r-112v pp 244-245 Iglesias e hermitas fol 187v p 366 Mesa Maestral fol 299r p 597 Pueblos en cada uno de los cuales se cita expliacutecitamente que este pueblo junto con Cordobilla no se pudieron visitar por la crecida del riacuteo Guadiana (cf nota 7) Arroyomolinos de Leoacuten (Caacuteceres) op cit p 99 1101-C fol 140v p 301 150 oacute 160 vecinos Considerando lo que recoge el literal del documento la cifra total de vecinos seriacutea de entre 160 y 170 vecinos si tenemos en cuenta que el nuacutemero de hombres casados puede oscilar entre los 120 y los 130 como indica el propio texto (Dixeron que de honbres casados puede aver fasta ccediliento veynte veccedilinos e otros treynta e quarenta de biudas e hueacuterfanos e pobres) Cabeza la Vaca op cit p 99 200 vecinos 1102-C fol 106v p 220 300 vecinos Cantalgallo op cit p 99 600 vecinos 1102-C fol 129v-130r pp 265-266 no recoge el nuacutemero de vecinos de esta villa la aportada por el autor no corresponde por tanto con el literal del manuscrito pensamos ha interpretado que al no citar vecinos el nuacutemero de eacutestos se mantuvo igual que en 1494 por lo que la cifra no es del todo fiable si bien se puede aproximar bastante por la escasa importancia del lugar a efectos de renta etc Castilleja de la Cuesta este pueblo no lo recoge (cf nota 7) RODRIacuteGUEZ BLANCO en su relacioacuten La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 lo que se entiende para el antildeo 1494 ya que esta villa junto con Montemoliacuten Villanueva del Ariscal Benazusa Mures (el texto cita Veccedilinos que dixeron que aviacutea en el dicho lugar porque dizen que se despuebla Fasta noventa veccedilinos con bivdas e viejos 1101-C fol 142v p 292) Bena-mejiacute Palma y Carmona no disponemos del apartado referido a iglesias y ermitas por peacuterdida de los folios en los que eacutestos se contienen a saber 142v al 162v pp 306-336 donde en bastantes de los casos estudiados se detalla el nuacutemero de vecinos del lugar pero no para la visita de 1498 donde se citan eacutestos expliacutecitamente 1102-C fol 139r p 285 120 vecinos Los Santos de Maimona op cit p 98 600 vecinos 1103-C fol 39r p 71 650 vecinos Montaacutenchez op cit p 98 165 vecinos 1103-C fol 100r p 184 1650 vecinos Meacuterida op cit p 98 882 vecinos 1103-C fol 137v p 258 2200 vecinos

21 Azuaga Fue demandado al dicho concejo de Azuaga que es en relaccedilioacuten de los que tie-nen quantiacutea para tener armas y cavallos seguacuten la ley capitular E por quanto los del dicho conccedilejo non teniacutean hechos sus abonos ciertos los dichos visitadores les dieron teacutermino de diez diacuteas para que fisiesen los dichos abonos e los enbiasen a poder de los dichos visitadores dentro de los dichos diez diacuteas jurados en forma adonde estuuieren a la sazoacuten en esta prouinccedilia so pena de ccedilinquenta mill maravediacutees para la caacutemara de sus altezas (1101-C fol 284r p 567) Trasierra de Reina los dichos visitadores mandaron al conccedilejo so pena de veynte mill maravediacutees para la caacutemara de sus altezas que fasta seys diacuteas fagan los abonos de las personas del dicho lugar que seguacuten la ley capitular son obligados a tener armas y cauallos e les enbiacuteen la copia dellos dentro del dicho teacutermino a do quier que estuuieren en esta prouinccedilia (1101-C fol 285r p 569) Berlanga Dixeron los del conccedilejo que hasta aquiacute soliacutean tener cinco o seys contiosos que deuiacutean mantener cauallos e armas seguacuten la ley capitular Los dichos visitadores les mandaron que dentro de ccedilinco diacuteas abonen los del pueblo e los que fallaren quantiosos ge los enbiacuteen por es-cripto nombrados para los asentar en el libro de la visitaccedilioacuten (1101-C fol 285v p 570) El Oliva Mandose al conccedilejo de la dicha villa dell Oliua que declarase quaacutentos vecinos ay en la dicha villa quantiosos para que deuan mantener armas e cauallos segund la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 277

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

iliacutecito se entiende si tenemos en cuenta que una vez terminada la con-quista de Granada los vecinos obligados a mantener caballo y armas lo que era bastante caro22 debiacutean hacerlo con la uacutenica finalidad de hacer alarde dos veces al antildeo lo que provocoacute que muchos de ellos prefirieran participar de los repartimientos del concejo que mantener un equipo militar para nada lo primero era maacutes barato simplemente el prestigio social por pertenecer a la caballeriacutea concejil iraacute pasando a un segundo plano si bien encontramos alguacuten caso contradictorio aunque para nada significativo por lo reducido del nuacutemero como el de Hernaacuten Gonzaacutelez en Montemoliacuten el cual muestra su malestar ante el concejo por el hecho de no poder optar a formar parte del grupo de los cuantiosos por falta de renta para ello23 Estaacute claro que el objetivo era mantener un cuerpo militar a toda costa24 movido por el laquocelo conservadorraquo de los Reyes Ca-toacutelicos empentildeados en mantener las laquoesencias de la Ordenraquo25 Un ejemplo

ley capitular pidieron teacutermino para hacer la dicha declaraccedilioacuten y los dichos visitadores les asignaron teacutermino de diez diacuteas e sobrello les posieron pena de diez mill marave-diacutees para la caacutemara de sus altezas (1101-C fol 292v p 584) Arroyomolinos (Caacuteceres) En este dicho lugar mandaron a los regidores so pena de veynte mil maravediacutees para la caacutemara de sus altezas que dentro de seys diacuteas primeros siguientes saquen todos los quantiosos del dicho lugar segund lo dispone la ley capitular para que ayan de mantener armas e cauallos e que dentro de los dichos seys diacuteas los enviacutee escriptos e jurados por los dichos regidores a los dichos visitadores para que los asienten en este libro de visitaccedilioacuten (1101-C fol 294r-294v pp 587-588) Meacuterida Fueacuteles demandado que fisiesen abonos de los vesinos de la dicha ccedilibdad que podiacutean e deuiacutean mantener armas e cauallos segund la disposiccedilioacuten de la ley capitular E respondieron que en el tiempo de la guerra del Reyno de granada seruiacutean al maestre don Alonso de Caacuterdenas quarenta e ccedilinco caualleros de quantiacutea de la dicha ciudad de los quales disen que estaban en noacutemina asentada en sus libros en que despueacutes acaacute son falleccedilidos algunos de aquellos E que el dotor Martiacuten de Aacuteuila leuoacute memorial e copia de hidalgos e cavalleros de quantiacutea e escuderos e de toda la gente que podriacutea mantener armas e cavallos en Meacuterida e en su tierra para lo presentar a sus altezas Los dichos visitadores les mandaron de parte de sus altezas que sin em-bargo de aquello les diesen noacutemina de los dichos caualleros de quantiacutea para lo qual les dieron teacutermino de treynta diacuteas en que les diesen la dicha noacutemina (1101-C fol 295v-296r pp 590-591) En el siglo XIV encontramos comportamientos anaacutelogos en territorios de la Orden en la Corona de Aragoacuten donde se llegoacute incluso a la desercioacuten de los contin-gentes concejiles cf LAFUENTE y MARTIacuteNEZ ldquoEjeacutercito y fiscalidad en la encomienda santiaguista de Montalbaacutenrdquo p 120

22 Soacutelo el caballo debiacutea ser de contiacutea de tres mill maravediacutes cf FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 6v

23 AHN OOMM 1102-C fol 117r p 241 Pareccedilioacute Hernaacuten Gonzaacutelez mostroacute una comisyoacuten de Puertocarrero en que pidioacute estar agrauiado por no tener la contiacutea por lo qual manda-ba a los alcaldes de la Villa que acontiasen su hazienda quando sea en el estado en que estaban

24 RODRIGUEZ BLANCO ldquoSantiago y Calatrava en transicioacuten (inicios del s XVI) Renta y miliciardquo concretamente p 527

25 RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 364

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309278

Casto Manuel solera CaMpos

de caballeros laquoencontradosraquo son los ya vistos anteriormente casos de Montaacutenchez y Ribera donde el incremento de caballeros de cuantiacutea en soacutelo los cuatro antildeos que van de 1494 a 1498 es realmente espectacular26

Hemos de sentildealar que hasta finales del siglo XV la caballeriacutea de cuantiacutea concluida ya la guerra de Granada manteniacutea auacuten su caraacutecter militar ndashel fantasma de la guerra estaba latente27ndash si bien al poco se con-figuraraacute como un cuerpo de caraacutecter maacutes bien administrativo sirven para articular las relaciones socio-econoacutemicas en los territorios de la Orden la pregunta seriacutea iquestpara queacute sirve este cuerpo tras el fin de la Re-conquista sino para un mantenimiento conservadurista de unas estruc-turas ya obsoletas que auacuten pueden ser consideradas por el poco tiempo

26 En el caso del primero habriacutea que matizar que en 1494 donde aparece como exento el nuacutemero de vecinos es de 120 mientras que en 1498 aumenta hasta los 1650 ya que como indica RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 362-363 los pueblos que raramente escapan al aporte de cuantiosos suelen ser los de poblacioacuten entre 150 y 300 vecinos en adelante con las loacutegicas excepciones de aquellos con cifras de vecinos muy por debajo de eacutestas que tambieacuten aportan cuantiosos caso de La Tra-sierra de Reina (1494 60 vecinos 1101-C fol 40r p 99 1498 80 vecinos 1102-C fol 52v p 108) Los Ahillones de Reina (1494 101 vecinos 1101-C fol 44v p 105 1498 100 vecinos 1102-C fol 56v p 116) Disantos (1494 6 vecinos 1101-C fol 44v p 108) El Era de Hornachos (1498 100 vecinos 1102-C fol 70r p 143) Alange (1498 75 veci-nos 1103-C fol 163r p 309) La Zarza de Alange (1494 90 vecinos 1101-C fol 74v p 168) Villagonzalo de Alange (1494 70 vecinos 1101-C fol 75v p 170 1498 70 vecinos 1103-C fol 165v p 314) El Iglejuela (1494 8652 vecinos [interpolado por RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 98] el documento no ofrece datos de vecinos 1101-C fol 297v p 594) No obstante en esta villa soacutelo dos antildeos maacutes tarde en 1500 la mayor parte de los caballeros aparecen citados como de ldquoasuetordquo situacioacuten que se equipara totalmente a la de los hidalgos como ya sucediacutea en 1494 (cf supra) siendo eacutestos 21 de los 35 caballeros de cuantiacutea recogidos en este antildeo en Reina para ese mismo antildeo se da una situacioacuten llamativa ya que los caballeros de cuantiacutea que ha-bitaban intramuros de la encomienda no estaacuten obligados a mantener caballo aunque siacute armas (cf supra) mientras que los miembros de este grupo que viviacutean en el arrabal deben antildeadir el caballo ya que a ellos no les alcanza el privilegio dado por Alonso de Caacuterdenas y confirmado por los Reyes Catoacutelicos cf RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 364

27 En la visita de 1494 de Meacuterida leemos Fueacuteles demandado que fisiesen abonos de los vesinos de la dicha ccedilibdad que podiacutean e deuiacutean mantener armas e cauallos segund la disposicioacuten de la ley capitular Y respondieron que en el tiempo de la guerra del Reyno de Granada seruiacutean al maestre don Alonso de Caacuterdenas quarenta e cinco caualleros de cuantiacutea de la dicha ciudad de los quales disen que estaban en noacutemina asentada en sus libros en que despueacutes acaacute son falleccedilidos algunos de aqueacutellos E que el dotor Martiacuten de Aacuteuila leuoacute memoria y copia de hidalgos e caualleros de cuantiacutea y escuderos y de toda la gente que podriacutea mantener armas y caballos en Meacuterida y en su tierra para lo presentar a sus altezas Los dichos visitadores les mandaron de parte de sus altezas que sin embargo de aquello les diesen noacutemina de los dichos caualleros de quantiacutea para lo qual les dieron teacutermino de treynta diacuteas en que deccedilidiesen la dicha noacutemina AHN OOMM 1101-C fol 295v-296r pp 500-501

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 279

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

transcurrido A principios del siglo XVI en 1502 en diecinueve de las plazas donde se realiza el preceptivo alarde que los cuantiosos debiacutean realizar dos veces al antildeo en Navidad y en San Juan de junio28 son laquola-bradores a caballoraquo que iraacuten de los 10 de localidades como Segura El Oliva y Jerez (a la postre bien llamada laquode los Caballerosraquo) a los 61 de Llerena labradores que integraraacuten asimismo la mayor parte del grupo de los escuderos29

2 Los cuantiosos y sus cuotas

21 Provincia de Castilla

De los 103 pueblos en los que encontramos caballeros cuantiosos soacutelo en 7 se menciona la cuantiacutea a partir de la cual todo vecino del mismo debe formar parte de esta fuerza militar concejil de los que 6 de ellos se citan en el primer antildeo estudiado y 1 en el segundo a saber Caravaca30 (30000 mrs) Aledo31 Mora32 Dosbarrios33 Villatobas34 y Villarrubia35 (50000 mrs) en 1494 Villaescusa de Haro (35000 mrs) en 149836 Ob-servamos una rebaja significativa de la renta miacutenima para formar parte de la milicia popular de los 50000 maravediacutees de 1494 a los 35000 de 1498 exceptuando del patrimonio disponible los recursos baacutesicos para la subsistencia fijados por Alonso de Caacuterdenas en el capiacutetulo general de

28 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf parte fol 75v

29 Las cifras de manera maacutes precisa nos las aporta LADERO QUESADA ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extremadura seguacuten los alardes de 1502rdquo en concreto cf pp 173-176 Cita el autor ldquohellipel acceso a la caballeriacutea de cuantiacutea estaba limitado a muy poca gente 61 oficios puacuteblicos hacendiacutesticos o domeacutesticos 24 relativos a la sanidad o a la praacutectica letrada 44 de diversas especialidades artesanas y 18 relacionados con el comerciordquo p 175 Es llamativo el caso de Hornachos en la que los cuantiosos son caballeros ldquomorosrdquo (auacuten no se ha producido la conversioacuten obligada) con el objetivo de luchar contra los moros algo ciertamente paradoacutejico que soacutelo se explica por el hecho ya visto del escaso caraacutecter militar que en estas fechas teniacutea ya la caballeriacutea popular y que vuelven a aparecer en el alarde de 1502 ya como ldquocristianos nuevosrdquo AHN OOMM 1102-C fol 74r p 151 Cita a los caballeros ldquoAbrahen Morinordquo ldquoAvdalla Durrahaminrdquo ldquoHamete Hacherdquo ldquoHayque morordquo y ldquoMongi Ruy Diacuteazrdquo LADERO QUESADA ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extremadura seguacuten los alardes de 1502rdquo p 173

30 AHN OOMM 1066 fol 102r p 20231 AHN OOMM 1066 fol 128v-129r pp 255-25632 AHN OOMM 1067 fol 23v p 4633 AHN OOMM 1067 fol 33r p 6534 AHN OOMM 1067 fol 41r p 8135 AHN OOMM 1067 fol 41v p 8236 AHN OOMM 1068 fol 19r p 37

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309280

Casto Manuel solera CaMpos

Ucleacutes Ocantildea y el Corral de Almaguer de 1477 a 148137 cantidades que salvo el caso de Caravaca donde la cuota miacutenima es de 30000 mara-vediacutees lo que se ajusta a lo recogido en la normativa capitular como a continuacioacuten veremos no corresponden con las establecidas en las leyes capitulares del Infante don Enrique de 1440 en Ucleacutes donde se fija en 20000 maravediacutees la renta a partir de la cual cualquier vecino en los pueblos de la Orden debe inscribirse como caballero cuantioso ofre-ciendo una descripcioacuten del armamento con que debe contar cauallo de valor de mil e quinientos maravediacutees e armas de la gineta hojas e adaraga e barreta lanccedila e espada los de cuantiacutea de 10000 maravediacutees en adelan-te tengan ballestas de polea razonables e cintos o una ballesta de pie de 5000 maravediacutees en adelante los que no pudiesen tenerla de polea de esta cantidad abajo se manda tener escudo por valor miacutenimo de 3000 maravediacutees por uacuteltimo recoge la obligacioacuten de tener lanzas y dardos para los ombres menccedilebos que no han otra contiacutea38 El patrimonio miacuteni-mo para formar parte de este grupo de pecheros seraacute modificado por don Juan Pacheco en el capiacutetulo general de los Santos de Maimona de 1469 por las diferencias de la moneda de entonces a la de agora donde se establece eacuteste en 30000 maravediacutees debiendo ser los caballos de valor de 3000 maravediacutees disposicioacuten que seraacute confirmada por don Alonso de Caacuterdenas en el capiacutetulo general ya citado39 Como vemos en ninguno que los capiacutetulos celebrados desde 1440 se habla de una cuantiacutea como

37 Lo que se sentildeala con la sentencia sacadas las casas en que moraren e las ropas de se vestir e la cama en que duermen e vn par de azeacutemilas o bueyes con que labrare cf AHN OOMM 1068 fol 19r p 37 entre otros ejemplos AHN COacuteDICES L 900 fol 353r-353v ldquoTiacutetulo XLVIII Que fabla sobre los caualleros de quantiacuteardquo

38 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 75v-76v OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 330-331 Sentildeala que cada grupo de caballeros tenga un cuadrillero que los dirija al cual se le otorga la potestad de sancionar a quienes no respondan a los ensayos que debiacutean realizar para su entrenamiento con 6 maravediacutees 200 para la caacutemara del rey y 50 para el cuadri-llero a quien no repusiere su caballo por venta o muerte 20 a quien ldquose le quebrare la ballestardquo y no informe de ello al cuadrillero La pena general por no contar con los pertrechos necesarios para la guerra (el control sobre este punto se realiza bien el diacutea de San Juan el de San Miguel o en Navidad) es de 2000 maravediacutees si bien son varios y llamativos los casos en los que esta pena es mayor o menor asiacute en Beas de Segura 1498 la pena asciende a 5000 maravediacutees (1068 fol 142v p 294) mientras que en Torrenueva y Alcubillas en 1494 (1067 fol 320r p 639 y 1067 fol 322r p 643 respectivamente) y Canena en 1498 (1068 152v p 314) la pena se duplicaraacute a 10000 maravediacutees En Torres de Albanchez por su lado en 1498 la pena se reduce a 1000 maravediacutees (1069 fol 89r p 179)

39 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf parte fol 76v el segundo de ellos en AHN COacuteDICES L 900 fol 353r-353v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 281

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

la recogida en los libros de visitas lo que resulta bastante contradicto-rio maacutexime teniendo en cuenta que eacutestos sentildealan literalmente que la cuantiacutea se establece segund la ley capitular lo dispone ninguno non tiene la contiacutea que la ley capitular manda40 Se refiere al capiacutetulo general de Tordesillas de 1494 celebrado por los Reyes Catoacutelicos ya como adminis-tradores perpetuos de la Orden que se mantendraacute en el de Alcalaacute de Henares de 1497 como recoge la propia documentacioacuten41 Problema no disponemos de los establecimientos de los mismos la uacutenica referencia nos la aporta Fernaacutendez de la Gama en el proacutelogo de su obra donde se citan los cuatro capiacutetulos generales celebrados antes de la muerte de dontildea Isabel en 150442 En el transcurso de su compilacioacuten Fernaacutendez de la Gama no recoge disposicioacuten alguna sobre la cuantiacutea que deben tener los vecinos de los pueblos de la Orden para ser inscritos como miembros de este grupo desde la muerte de Alonso de Caacuterdenas en 1493 lo que nos lleva a pensar que don Fernando y dontildea Isabel no dieron ninguna norma que modificara este punto antes de 1503 antildeo en que se produce un aumento en la cuantiacutea de 50000 a 80000 maravediacutees si bien este cambio no saldraacute de capiacutetulo alguno sino de una carta otorgada por los monarcas a peticioacuten de la ciudad de Meacuterida43 no obstante en base a los datos expuestos parece obvio que debieron dar alguna disposicioacuten al respecto44 En cuanto a la diferencia de cuota entre unos pueblos y

40 AHN OOMM 1068 fol 19r p 37 Ibid fol 130v p 27041 AHN OOMM 1067 fol 4r hellipdada en el capiacutetulo general que se ccedilelebra en esta villa de

Tordesillas a nueue diacuteas del mes de junio antildeo del nasccedilimiento de nuestro Saluador Ihesu Christo de mil e quatroccedilientos e noventa e quatro antildeos 1068 fol 1r p 1 1069 fol 1v p 2 cf PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 22

42 Tordesillas 1494 Alcalaacute de Henares 1497 Granada 1499 Eacutecija-Sevilla 1501-1502 cf FER-NAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 1ordf Parte fol 3v

43 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 361 ldquoEl cambio pos-terior viene dado por los Reyes Catoacute1icos en carta dada a peticioacuten de la ciudad de Meacuterida ldquobien sabedes que nos ovimos mandado dar una nuestra provisioacuten para apreccediliasedes e hiccediliesedes caualleros de contia en toda la dicha Prouinccedilia a los que ovieren ccedilinquenta mill maravedies arriba de fazienda con ciertas limitaciones (sic) Despueacutes acordamos que fueran de ochenta mill maravedies arribardquo

44 En el caso de La Ossa de Montiel exenta de pecho ya en 1494 leemos en este antildeo hellipnon son obligados a seruir con caualleros de quantiacutea por virtud de vn preuillegio que mostraron del sentildeor Ynfante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la Orden 1067 fol 297r p 593 hecho que se repetiraacute en la posterior visita de 1498 Luego los dichos alcaldes e regidores dixeron que en la dicha villa ay nouenta vecinos pero que non son obligados a seruir como caualleros de contiacutea por virtud de vn priuillejo que mostraron del sentildeor Infante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la horden 1068 fol 77r p 163

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309282

Casto Manuel solera CaMpos

otros maacutes allaacute de lo dispuesto en los capiacutetulos que de la misma manera no se refieren a ello iquesttendriacutea relacioacuten con el nuacutemero de habitantes La respuesta es no A simple vista se observa coacutemo en contra de lo que resultariacutea loacutegico pensar de los escasiacutesimos ejemplos con los que conta-mos son los pueblos con menor poblacioacuten en los que la cuota es mayor de manera que esta hipoacutetesis resulta del todo inviable Vemos como en Mora Dosbarrios y Villarrubia con 373 190 y 141 vecinos respectiva-mente la cuota miacutenima es de 50000 maravediacutees en 149445 (de Caravaca Aledo y Villatobas para el mismo antildeo no conocemos el nuacutemero de veci-nos si bien para las dos primeras el nuacutemero de eacutestos en 1498 era de 400 y 80 respectivamente46 lo que sigue contradiciendo la posible hipoacutetesis expuesta especialmente claro estaacute en la primera de ellas) mientras que Villaescusa de Haro en 1498 cuenta con 420 vecinos47 estando entre las maacutes populosas de la provincia junto a Beas de Segura (1494 586 ve-cinos 1498 629)48 Villanueva de los Infantes (1498 500 vecinos)49 y La Membrilla del Tocoacuten (1494 620 vecinos 1498 591)50 y su cuota miacutenima es de 35000 maravediacutees

22 Provincia de Leoacuten

Por su parte en la Provincia de Leoacuten el uacutenico caso que encontramos en los que se cita la cuantiacutea miacutenima para ser inscrito como cuantioso la vemos en la visitacioacuten de El Aceuchal anexo a Ribera51 donde sentildealan los visitadores No les dieron en este lugar copia de caualleros de quantiacutea como quiera que les fue demandada por rasoacuten que la quantiacutea de los 30000 maravediacutees de la ley capitular se les hace pequentildea52 lo que nos traslada

45 AHN OOMM 1067 fol 32r p 63 1067 fol 37v p 74 1067 fol 44r p 8746 AHN OOMM 1069 fol 164v p 330 1069 fol 193r p 38747 AHN OOMM 1068 fol 24v p 4848 AHN OOMM 1067 fol 271r p 541 1068 fol 142r p 29349 AHN OOMM 1068 fol 181r p 37150 AHN OOMM 1067 fol 30v p 660 1068 fol 202v p 41451 AHN OOMM 1101-C fol 10v p 36 Hay que apuntar casos como los pueblos de la tie-

rra de Hornachos a saber el propio Hornachos El Campillo de Hornachos El Retamal de Hornachos y El Era de Hornachos la cual preguntados por los cuantiosos cita que nunca los ovo en el dicho lugar nin al presente ay en eacutel personas de quantiacutea para ello AHN OOMM 1101-C fol 291r p 581 situacioacuten aplicable a toda esta tierra que sin embargo no se corresponde con la visita de 1498 en la que Hornachos aporta cinco cuantiosos y El Era de Hornachos cuatro AHN OOMM 1102-C fol 74v p 151 AHN OOMM 1102-C fol 69v p 142

52 AHN OOMM 1101-C fol 301r p 601

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 283

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

en un primer momento de manera directa e inmediata al capiacutetulo ge-neral de don Alonso de Caacuterdenas aunque parece obvio que los hechos debieron ser los mismos que para la Provincia de Castilla vistos maacutes arriba en referencia al capiacutetulo general de Tordesillas celebrado por los Reyes Catoacutelicos En los 84 pueblos restantes la documentacioacuten guarda silencio al respecto por lo que no podemos saber la renta a partir de la cual los vecinos de este territorio debiacutean considerarse como cuan-tiosos Por extensioacuten iquestseriacutean los mismos 50000 maravediacutees de 1494 y los 35000 de 1498 vistos para la Provincia de Castilla Lo reducido del nuacutemero de casos en los que los libros exponen tal extremo (soacutelo 7 pue-blos como ya vimos) sumado a la falta de acuerdo con el uacutenico expuesto para la Provincia de Leoacuten ameacuten de la notable diferencia de cuantiacutea que se observa en un mismo antildeo en territorios distintos y la contradiccioacuten expuesta entre cuota y vecinos estando en todos los casos sujetos a la misma ley capitular hace difiacutecil aproximarse a cuaacutel seriacutea el motivo de esta realidad podriacuteamos pensar que el comportamiento debioacute ser el mismo pero iquesten base a queacute sostendriacuteamos esta hipoacutetesis La respuesta nos la dan un par de documentos conservados en el Archivo General de Simancas y en el Archivo Histoacuterico Nacional El primero contiene la queja de los vecinos de la villa de Letur dependiente de la encomienda de Socobos en la Provincia de Castilla por los agravios sufridos por par-te del comendador53 referidos a la administracioacuten de justicia los por-tazgos y los caballeros de cuantiacutea No es sino un mandato del maestre don Alonso de Caacuterdenas dado en Llerena el 11 de julio de 1481 en el que establece lo que cuatro diacuteas despueacutes el 15 de ese mismo mes y antildeo saldraacute del capiacutetulo general celebrado en esta misma villa que la renta miacutenima para ser cuantioso sea de 30000 maravediacutees si bien en la citada reunioacuten capitular esta medida se da para las tierras de la Provincia de Leoacuten no para las de Castilla La villa de Letur era de poca extensioacuten lo que provocaba que a los vecinos les resultase praacutecticamente imposible mantener caballo y armas salvo que se redujera la cuantiacutea establecida para ello de la que desconocemos la cifra pero claro estaacute debiacutea ser

53 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 341 cita como comen-dador de Socobos entre los antildeos 1468-1480 a Alonso de Lisoacuten el siguiente que recoge es Enrique Enriacutequez pero ya a partir de 1498 entre esas dos fechas no da nombre de comendador alguno por lo que no podemos asegurar que fuera aqueacutel igualmente sucede con Segura de la Sierra op cit p 339

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309284

Casto Manuel solera CaMpos

mayor54 En el segundo de los documentos citados se recoge una dispo-sicioacuten del capiacutetulo general de Eacutecija de 1485 en el que don Pedro Puerto-carrero trece propone que se menguumle la cuantiacutea para tener caballo y armas a los vecinos de Segura de la Sierra tambieacuten en la Provincia de Castilla la cual se habiacutea aumentado a causa de lo cual los cuantiosos estaban desencaualgados e desechos situacioacuten ante la cual se dispone igualmente que eacutesta seraacute de 30000 maravediacutees A la vista de los datos todo parece indicar que eran los propios comendadores los que dispo-niacutean las cantidades para ser vecino cuantioso pasando por alto las le-yes capitulares de los maestres lo que no resulta extrantildeo si tenemos en cuenta que en contra de lo establecido en el propio seno de la orden las visitas no se haciacutean de forma anual55 sino que entre unas y otras podiacutean pasar varios antildeos lo que era campo abonado para que se cometieran desobediencias y abusos por parte de los comendadores que gozaban de una mayor autonomiacutea para sin buscarlo ejercer prerrogativas que no les competiacutean Segura de la Sierra pasaraacute tiempo despueacutes a una situa-cioacuten totalmente distinta apareciendo en 1494 como exenta56 De lo que no cabe duda es que la ley capitular a la que se refiere no es otra que la salida del citado capiacutetulo general de Tordesillas de 1494 del que por desgracia a diacutea de hoy no se conocen los establecimientos

3 Caballeros de cuantiacutea y gobierno local

Como indicaacutebamos al inicio queremos aproximarnos en este trabajo a la realidad socio-econoacutemica de la caballeriacutea de cuantiacutea en los territorios de la Orden de Santiago a finales de la Edad Media por lo que hemos

54 El capiacutetulo general celebrado en Llerena el 15 de julio de 1481 cita fol 276vndash 278v (hellipnuestro capiacutetulo general que al presente celebramos en esta nuestra villa de Llerena [hellip] domingo quinze diacuteas del mes de jullio anno del nasccedilimiento del nuestro Saluador Ihesu Christo de mill e quatroccedilientos e ochenta e vn annoshellip) y fol 353r-353v (hellipla qual dicha quantiacutea nos alargamos en la nuestra prouinccedilia de Leoacuten fasta en treynta mil marave-diacuteeshellip) cf AHN COacuteDICES L 900 el mandamiento del maestre don Alonso de Caacuterdenas en RODRIacuteGUEZ LLOPIS Coleccioacuten de documentos para la historia del Reino de Murcia Documentos de los siglos XIV y XV Sentildeoriacuteos de la Orden de Santiago doc nordm 112 pp 174-175 y doc nordm 229 p 190 el acuerdo de Eacutecija es de 21 de marzo de 1485

55 OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 286-287 ldquoLXIX Coacutemmo se deuen elegir visitadores e quaacuteles deuen serrdquo

56 En 1485 era de loacutegica que contara con caballeriacutea popular pues se estaba en plena cam-pantildea granadina Coleccioacuten de documentoshellip doc nordm 229 p 190 claro estaacute que esa preheminenccedilia e vso e costumbre de non se echar en ella caualleros de quantiacutea (AHN OOMM 1067 fol 266v p 512) debioacute concedeacutersele una vez terminada la guerra con lo que no hariacutea maacutes de dos antildeos que gozaba de la condicioacuten de exenta

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 285

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

considerado la presencia de los vecinos cuantiosos de cada uno de los pueblos de la Orden que forman parte a su vez del gobierno local que desempentildeaban alguacuten cargo dentro del mismo como alcalde regidor al-guacil escribano etc Para ello debemos necesariamente aproximarnos a los iacutendices de poblacioacuten de los distintos territorios analizados lo que nos enfrenta de entrada y de lleno al problema de la cuantificacioacuten ya que a la falta de datos demograacuteficos se une la lejaniacutea en el tratamiento que se da a los mismos con respecto a lo que hoy entendemos por estudio poblacional por el simple hecho de que los fines que se perseguiacutean en-tonces distan mucho de lo que nosotros buscamos como son las bulas de indulgencias los padrones de confesados y los libros de visitas los cuales tampoco nos aportan una informacioacuten totalmente fiable desde el punto de vista del nuacutemero de vecinos que por lo general no recogen los exentos esto es los hidalgos beatas cleacuterigos viudas y menores laquoy cuando lo ha-cen se les cita expresamenteraquo57 El mayor problema radica por una parte en que en esta eacutepoca no existen padrones de vecinos en los territorios de la Orden lo cual nos hace perder laquola historia del 95 por 100 de la po-blacioacuten del Sentildeoriacuteoraquo58 hecho que tampoco suplen los libros de bautismo que si en muchos lugares existiacutean desde 1511 para los territorios que nos ocupan soacutelo se conoce el de Alcueacutescar de 149959 y por otro el hecho de que la poblacioacuten se cuenta por vecinos y no por habitantes de manera que cuando hablamos de laquovecinoraquo no debemos entenderlo como expresioacuten individual sino como unidad familiar compuesta por varias personas de la que tambieacuten formariacutean parte los padres suegros cuntildeados hermanos sobrinos yernos o nietos asiacute como los llamados mozos de crianza por lo que tampoco podemos asimilar el concepto de familia en la Baja Edad Media al nuestro actual lo que dificulta auacuten maacutes esta labor60 Esta bre-ve exposicioacuten sobre el problema de la cuantificacioacuten la hacemos con la idea de enmarcar la proporcioacuten de caballeros de cuantiacutea con respecto al grueso de la poblacioacuten de cada villa es de suponer que si por un lado lo expuesto debe hacernos tomar con precaucioacuten las cifras de vecinos que a continuacioacuten citamos por otro aquello no va a afectar de ninguna mane-ra al estudio del nuacutemero de caballeros de cuantiacutea de cada pueblo ni a la relacioacuten de eacutestos con el gobierno de los municipios

57 Lo expone de manera detallada y brillante PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 41-42

58 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 36559 Ibid p 7560 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 42

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309286

Casto Manuel solera CaMpos

Hay que destacar el hecho de que en el intervalo de tiempo que va

justamente de 1494 a 1498 las tierras castellanas de la Orden viven un

periacuteodo de malas cosechas que daraacute como resultado un balance demo-

graacutefico negativo se dieron casos como el de Santa Mariacutea de los Llanos o

Villaescusa de Haro donde los vecinos cuantiosos no pudieron reponer

las armas y caballo a causa de la carestiacutea de esos antildeos61 Justo lo contra-

rio sucederaacute en las tierras leonesas donde desde mediados del siglo XV

se experimenta un progresivo aumento de poblacioacuten debido en gran

medida a los movimientos migratorios que se producen hasta comien-

zos del siglo XVI (1508) cuando tendraacute lugar la famosa crisis de estas

tierras a causa de la peste62 Seguacuten los datos demograacuteficos extraiacutedos de

los libros de visita el nuacutemero de vecinos en los territorios de ambas pro-

vincias tanto en aquellos territorios en los que hallamos milicia popular

como en los que no teniendo en cuenta que aquiacute los que nos interesan

son los primeros se mantiene praacutecticamente inalterable con algunos

ejemplos en los que el alza de la poblacioacuten es llamativo aun en la Pro-

vincia de Castilla a pesar de las circunstancias expuestas lo que va de la

mano en lo que toca al aporte de cuantiosos que de la misma manera se

mantiene observaacutendose casos muy pocos en los que el evidente incre-

mento de caballeros de cuantiacutea es correlativo al aumento de vecinos del

lugar hecho que maacutes que responder a cuestiones de tipo cuantitativo ndasha

maacutes vecinos maacutes cuantiososndash nos inclinamos a pensar que se debe a un

hecho de caraacutecter cualitativo esto es a la aparicioacuten de esos caballeros

laquoencontradosraquo que ya vimos en liacuteneas anteriores63 Como ejemplos sig-

nificativos citamos a Beas de Segura que vive un incremento de vecinos

de 586 a 629 aunque esta uacuteltima cifra incluye a viudas y hueacuterfanos que

pasa de 16 a 24 cuantiosos64 o Villanueva de los Infantes65 No obstan-

61 AHN OOMM 1068 fol 71v p 152 E al presente no se les hallaron las armas porque dixeron que a cabsa de ccediliertos antildeos esteacuteriles que les han venido que no han cogido pan no las han podido comprar

62 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 76-84 Ya en 1420 el Infante Don Enrique adoptoacute medidas para paliar el problema del despoblamiento de la zona con la concesioacuten de solares ejidos y molinos cf Ibid p 80

63 En Villaescusa de Haro hallamos 7 vecinos que disponen de renta para ser caballeros de cuantiacutea E los vecinos que nuevamente se sentildealaron que teniacutean contiacutea para ser caua-lleros fueron estos Antonio de Alarcoacuten e Diego Loacutepez del Corral e Alfonso del Ccedilerezo e Alonso del Robredillo e Esteuan Loacutepez de Ivaacuten Ximeacutenez e Bartolomeacute de Santa Cruz e Juan de Alcaraz AHN OOMM 1068 fol 24v p 48

64 AHN OOMM 1067 fol 271r p 541 1068 fol 142r p 29365 AHN OOMM 1067 fol 313v p 625 1068 fol 181r p 371

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 287

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

te hemos de indicar que en algunos pueblos castellanos como Yeste66 Lieacutetor67 Letur68 Moratalla69 Caravaca70 Cehegiacuten71 y Aledo72 se observa un claro descenso de cuantiosos de 1494 a 1498 lo que no podemos con-trastar con el comportamiento de estos lugares a nivel demograacutefico ya que no conocemos las cifras de poblacioacuten para el primero de los antildeos aunque en base al descenso del nuacutemero de vecinos de cuantiacutea cuando lo normal en lo que se refiere al ocultamiento de eacutestos era que en poste-riores visitas aparecieran podemos aventurarnos a pensar que cierta-mente en estos lugares se produjera un descenso poblacional que afectoacute de lleno al grupo de las milicias concejiles En la Provincia de Leoacuten la evolucioacuten en este sentido es muy distinta ajustaacutendose a ese aumento de poblacioacuten que va de mediados del siglo XV a principios del XVI lo que se conoce por datos indirectos referidos a la presioacuten de los campe-sinos para que se aumentasen las dehesas boyales al tiempo que para impedir que los vecinos de los municipios ocuparan las mismas73 En el Partido de Meacuterida en particular los visitadores Gonzalo de la Puente y Gonzalo de Alcaraz parece ser que redactaron un memorial de caballe-ros que se aprovecha en las visitas siguientes donde citan las variantes74

66 AHN OOMM 1066 fol 17r-18r pp 32-34 1069 fol 110r-111r pp 221-223 67 AHN OOMM 1066 sin cifras de vecinos ni de cuantiosos 1069 fol 235r-235v pp 471-

47268 AHN OOMM 1066 fol 41r p 80 1069 fol 120v-121r pp 242-24369 AHN OOMM 1066 fol 81v-82v pp 161-163 1069 fol 131r-131v pp 263-26470 AHN OOMM 1066 fol 100v-102r pp 199-202 1069 fol 164v-165v pp 330-33271 AHN OOMM 1066 fol 114r-115r pp 226-228 1069 fol 166v-167r pp 334-33572 AHN OOMM 1066 fol 128v-129r pp 254-256 1069 fol 193r-193v pp 387-388 73 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 80-81 Esos datos son

extraiacutedos por el autor ibid nota 7 (p 103) de las cartas y pleitos del Archivo Municipal de Montemoliacuten

74 Almendralejo Reccedilebiose alarde de los caualleros de contiacutea y hallose en el libro de visi-taccedilioacuten pasada aver veynte e seys caualleros de contiacutea en la dicha villa Y fueron informa-dos que quando Gonzalo de la Puente y Gonzalo de Alcaraz vinieron a facer las contiacuteas no hallaron tantos a cabsa de casamientos que aviacutean partido con sus fijos y de otras neccedilesidades (1103-C fol 77r p 140) Montaacutenchez Hallose en Montaacutenchez y su tierra aver quarenta e tres caualleros de contiacutea por relaccedilioacuten que los alcaldes de la dicha villa dieronhellip y agora no se hallaron maacutes de los siguientes y los que faltan para el dicho nuacute-mero dixeron que no teniacutean la contiacutea (Ibid fol 100v p 185) El Oliva Ya se ha dicho en este libro que estos dos acontiadores Gonzalo de Alcaraz y Gonzalo de la Puente lleuaron por manera de cohecho en toda esta provincia gran contiacutea de maravediacutees de los caua-lleros que acontiaron Sus Altezas deuen proueer en ello porque los pueblos se quexan Algund descargo dio el dicho Gonzalo de la Puente a los dichos visitadores que dijo que eacutel non hera en ello ni ningund dinero ovo (Ibid fol 169v p 322) Llama la atencioacuten y es claramente indicativo de los fenoacutemenos de la ocultacioacuten que se haciacutea de vecinos cuantiosos y de la inmigracioacuten a tierras leonesas aunque insistimos en este segundo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309288

Casto Manuel solera CaMpos

Los datos aportados por los visitadores de la Provincia de Leoacuten son a todas luces maacutes detallados que para la de Castilla de la que podemos ex-ceptuar el libro 1069 segundo correspondiente a 1498 que da algo maacutes de informacioacuten y de una forma maacutes clara La diferencia de cifras tanto de vecinos como de cuantiosos entre las dos provincias es manifiesta como veremos maacutes adelante

Por asimilacioacuten con periacuteodos histoacutericos maacutes recientes podemos pensar que el ejercicio de los cargos puacuteblicos en la Baja Edad Media fuera exclusiva de personas con mayor poder adquisitivo o social hecho que no responde a la realidad de esta eacutepoca al menos en lo que a cargos concejiles se refiere Si bien se dio una reserva de eacutestos para ciertas personas como los caballeros de fuero aquellos que manteniacutean caba-llo y armas por propia voluntad auacuten sin alcanzar la cuantiacutea miacutenima exigida para ello (no se deben confundir con los de gracia los cuales manteniacutean caballo y armas por servicios prestados al Rey quien en re-compensa los armaba caballeros) que disfrutaban de ciertas ventajas entre las que destacan ademaacutes de la exencioacuten de impuestos la reserva de los oficios de alcaldes y alguaciles entre otros75 claro estaacute que no se encontraban entre las personas maacutes ricas del lugar Como expondremos al final de este trabajo en ambas provincias el nuacutemero de los miembros del concejo que forman parte de la caballeriacutea de cuantiacutea es muy escaso Las disposiciones salidas de los capiacutetulos generales no dejan lugar a du-das sobre este aspecto del que o bien se guarda silencio o se manifiesta expresamente en favor de que los cargos concejiles al menos parte de ellos los maacutes sean ejercidos por vecinos del pueblo en detrimento del grupo privilegiado de los caballeros e hidalgos Don Alonso de Caacuterdenas dispone para la villa de Montaacutenchez que de los alcaldes ordinarios uno sea nombrado por el concejo entre los hidalgos y el otro entre los peche-ros laquosegund la dicha su costumbreraquo El mismo introduce una novedad que los caballeros e hidalgos puedan ser regidores Como recogen los textos de la eacutepoca los miembros de los grupos privilegiados se quejan ante el maestre por la poca o nula presencia que tienen en el gobierno de los lugares de la Orden debiendo disponer que de los cargos muni-cipales una parte se les reserve no obstante lo cual poco despueacutes seraacute modificado por los Reyes Catoacutelicos quienes en un ejercicio de valora-

aspecto como secundario que el nuacutemero de caballeros de cuantiacutea en 1498 duplica al de 1494 pasando de 353 en el primer antildeo a 704 en el segundo

75 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 66

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 289

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

cioacuten de la igualdad el meacuterito y la capacidad que hoy pensamos original del pensamiento poliacutetico salido de las Revoluciones Liberales disponen que sean elegidos para ejercer tales cargos laquolos maacutes aacutebiles del pueblo sin fazer diferencia del estado de los hidalgos o esentos a los otrosraquo76 Es evidente que en lo que a gobierno municipal se refiere los pecheros se imponen a los exentos al tiempo que fortuna y estatus social no estaacuten ligados al ejercicio de cargos puacuteblicos Hablando en teacuterminos globales para ambos antildeos en la Provincia de Castilla se reduce a 5077 de un total de 1177 cuantiosos un 42 y 43 de un total de 1045 para la de Leoacuten 41 lo que nos lleva a afirmar que en la Orden de Santiago el poten-cial econoacutemico de una persona no estaba ni mucho menos relacionado con el hecho de ostentar puestos en el gobierno local ya que seguacuten se desprende del anaacutelisis anterior la inmensa mayoriacutea de los vecinos que formaban parte de la caballeriacutea concejil es decir de los maacutes ricos del pueblo no desempentildeaban cargo alguno en sus respectivos municipios mientras que la praacutectica totalidad de los que siacute lo haciacutean ndash93 94 en Castilla y 97 en Leoacutenndash eran personas maacutes humildes78

76 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientoshellip de Santiago 2ordf Parte fol 32v-33r ldquohellipnombraraacuten e elegiraacuten las personas maacutes aacutebiles ydoacuteneas e pertenecien-tes que ouiere en la tal cibdad villa o lugar y que tenga maacutes suficiencia para exercer e vsar los dichos oficios segund conuiene al seruicio de Dios e nuestro e al bien de nuestra justicia e al pro e buen regimiento del pueblo de todos los estados de personas que ouiere en la tal cibdad villa o lugar sin auer apartamiento de vnos a otros en la tal elecioacutenrdquo Ibid fol 40v-43r

77 Hay que sentildealar el caso de Villaverde que para el antildeo 1498 cita textualmente el do-cumento que no ay otro que sea cauallero de contiacutea ni tenga la cantidad saluo Diego Rodriacuteguez alcalde que era a la sazoacuten el qual teniacute (sic) sus armas e cauallo AHN OOMM 1068 fol 27v p 54

78 Un claro ejemplo de ello lo tenemos en la villa de Hornachos habitada y regida por mudeacutejares que como bien es sabido ejerciacutean oficios muy humildes como zapatero herrero y sastre lo que no era oacutebice para su desempentildeo en puestos de gobierno local cf AHN OOMM 1101-C fol 6v p 28 cita la aljama de Hornachos en 1102-C fol 70r p 143 leemos hellipparesccedilieron ante ellos Mahomad Corredor e Hamete Chanchan alcal-des e Hamete Algaz e Mahomad Chicato regidores e otros muchos moros que presentes estavan RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 372-373 PO-RRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 72-74 los moros gozaron de cierta proteccioacuten por parte de los maestres desde la conquista cristiana de Badajoz hecho que se mantendraacute hasta el edicto de conversioacuten de 1502 cf REBOLLO BOTE Juan ldquoDe andalusiacutees a mudeacutejares la continuidad musulmana en la Extremadura de las Oacuterdenes Militaresrdquo Las Oacuterdenes Militares en Extremadura I Congreso de la Federa-cioacuten Extremadura Histoacuterica Garrovillas de Alconeacutetar 13 y 14 de marzo de 2015 pp 153-175 OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 271-272 ldquoXLVII Commo los freyres non puedan vender nin afforar los moros e moras que tienen por yntituyr de las encomiendas e casas que tienen de la Ordenrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309290

Casto Manuel solera CaMpos

ANEXO

Pueblos visitados en 1494 y 1498

Provincia de Castilla Provincia de LeoacutenVillaescusa de Haro GuadalcanalHinojoso AzuagaVillaverde La Granja de AzuagaVillamayor ReinaHorcajo Casas de ReinaCabeza Mesada Trasierra de ReinaCorral de Almaguer Fuente del ArcoPuebla de Don Fadrique BerlangaPuebla de Almuradiel Los Ahillones de ReinaVillanueva del Alcardete DisantosQuintanar de la Orden Valverde de ReinaMiguel Esteban LlerenaCampo de Criptana La HigueraEl Toboso UsagreLa Mota BienvenidaSanta Mariacutea de los Llanos Valencia de la TorreManjavacas El Era de HornachosSocueacutellamos El Campillo de HornachosLa Ossa de Montiel El Retamal de HornachosAlhambra HornachosCarrizosa La HinojosaVillahermosa La Puebla de la ReinaMontiel PalomasCantildeamares AlangeVillanueva de la Fuente La Zarza de AlangeBeas de Segura Villagonzalo de AlangeBedmar El OlivaAlbanchez MontaacutenchezCanena La Torre de Santa MariacuteaChiclana de Segura AlcueacutescarTorre de Juan Abad AlbalaacuteVillamanrique ArroyomolinosLa Puebla de Montiel BienquerenciaTerrinches TorremochaSanta Cruz BotijaAlmedina Valdefuentes

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 291

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Torres de Montiel MeacuteridaFuenllana AljuceacutenVillanueva de los Infantes CarrascalejoCoacutezar Don AacutelvaroTorrenueva EsparragalejoAlcubillas CalamonteLa Solana ValverdeLa Membrilla del Tocoacuten San PedroAlbadalejo de los Freires TrujillanosVillarrodrigo MirandillaLas Vayonas El ArroyoGeacutenave LoboacutenHornos MontijoSegura de la Sierra AlmendralejoOrcera RiberaTorres de Albanchez El AceuchalSiles VillafrancaBenatae La Puebla del PriorYeste Los Santos de MaimonaLieacutetor Fuente del MaestreLetur La Puebla de Sancho PeacuterezSocobos Medina de las TorresFeacuterez CalzadillaMoratalla Fuente de CantosCaravaca Valencia del VentosoCehegiacuten Jerez de los CaballerosAledo SeguraCanara FuentesCieza El CantildeaveralLa Puerta de Segura Arroyomolinos de LeoacutenMora Cabeza la VacaDosbarrios La Calera y su vicariacuteaVillatobas MonesterioVillarrubia MontemoliacutenTarancoacuten Castilleja de la CuestaUcleacutes Villanueva del AriscalVillarrubio BenazusaSahelices MuresTribaldos EstepaFuente de Pero Naharro CantalgalloAlmendros Casas de Don AntoacutenEl Acebroacuten Almohariacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309292

Casto Manuel solera CaMpos

Torrubia ValdemoralesMoraleja La Zarza de MontaacutenchezRozaleacuten SalvatierraHueacutelamo La Garrovilla El Iglejuela La Puebla de la Calzada Carmonita

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Villaescusa de Haro 411 23 559

Hinojoso 66 0 0

Villaverde 9 1 11

Villamayor 175 9 514

Horcajo 17 0 0

Cabeza Mesada 43 1 232

Corral de Almaguer 339 14 412

Puebla de Don Fadrique 97 1 103

Puebla de Almuradiel 61 2 327

Villanueva del Alcardete 178 9 505

Quintanar de la Orden 115 1 086

Miguel Esteban 28 Oslash -

Campo de Criptana 230 7 304

El Toboso 160 9 560

La Mota 190 5 260

Santa Mariacutea de los Llanos 40 4 10

Manjavacas 5 oacute 6 Oslash -

Socueacutellamos 146 6 410

La Ossa de Montiel 80 ex -

Alhambra 53 Oslash -

Carrizosa 35 0 0

Villahermosa 267 18 670

Montiel Oslash ex -

Cantildeamares 10 Oslash -

Villanueva de la Fuente 300 Oslash -

Beas de Segura 586 16 270

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 293

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Bedmar 190 4 210

Albanchez 85 3 350

Canena 47 0 0

Chiclana de Segura 243 18 740

Torre de Juan Abad 52 4 760

Villamanrique 135 4 290

La Puebla de Montiel 85 1 117

Terrinches 96 3 312

Santa Cruz 40 1 250

Almedina 273 8 290

Torres de Montiel 25 0 0

Fuenllana 150 8 530

Villanueva de los Infantes 383 39 10

Coacutezar 46 3 652

Torrenueva 220 11 5

Alcubillas 101 3 290

La Solana 338 16 470

La Membrilla del Tocoacuten 620 27 435

Albadalejo de los Freires 75 Oslash -

Villarrodrigo 310 14 450

Las Vayonas 25 0 0

Geacutenave 95 7 730

Hornos 60 ex -

Segura de la Sierra 150 ex -

Orcera Oslash ex -

Torres de Albanchez 84 3 350

Siles 262 14 534

Benatae 92 2 217

Yeste Oslash 56 -

Lieacutetor Oslash Oslash -

Letur Oslash 15 -

Socobos Oslash 0 -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309294

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Feacuterez Oslash Oslash -

Moratalla Oslash 40 -

Caravaca Oslash 62 -

Cehegiacuten Oslash 33 -

Aledo Oslash 8 -

Canara Oslash Oslash -

Cieza Oslash 23 -

La Puerta de Segura 25 1 4

Mora 373 17 450

Dosbarrios 190 8 420

Villatobas Oslash 1 -

Villarrubia 141 4 280

Tarancoacuten 226 10 440

Ucleacutes 107 2 180

Villarrubio 32 1 312

Sahelices 59 1 160

Tribaldos 40 4 10

Fuente de Pero Naharro 63 6 950

Almendros 44 4 909

El Acebroacuten 42 2 470

Torrubia 56 4 714

Moraleja 9 0 0

Rozaleacuten 38 0 0

Hueacutelamo 115 13 1130

Total 9484 634 668

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Villaescusa de Haro 420 21 5

Hinojoso 80 0 0

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 295

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Villaverde 10 0 0

Villamayor 196 11 56

Horcajo 20 0 0

Cabeza Mesada 43 1 23

Corral de Almaguer 384 18 46

Puebla de Don Fadrique 96 2 2

Puebla de Almuradiel 61 6 98

Villanueva del Alcardete 238 6 25

Quintanar de la Orden 157 3 19

Miguel Esteban 35 0 0

Campo de Criptana 267 5 25

El Toboso 210 11 52

La Mota 196 5 25

Santa Mariacutea de los Llanos 39 4 10

Manjavacas Oslash Oslash -

Socueacutellamos 131 4 305

La Ossa de Montiel 90 ex -

Alhambra 45 0 0

Carrizosa 31 0 0

Villahermosa 281 18 82

Montiel 150 ex -

Cantildeamares 3 Oslash -

Villanueva de la Fuente Oslash Oslash -

Beas de Segura 629 24 38

Bedmar 200 6 3

Albanchez 80 2 25

Canena 48 1 208

Chiclana de Segura 190 15 78

Torre de Juan Abad 68 6 88

Villamanrique 120 3 25

La Puebla de Montiel 60 0 0

Terrinches 102 5 49

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309296

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Santa Cruz 12 0 0

Almedina 260 17 65

Torres de Montiel 20 0 0

Fuenllana 154 14 9

Villanueva de los Infantes 500 61 122

Coacutezar 30 1 33

Torrenueva 200 9 45

Alcubillas 90 3 33

La Solana 340 20 58

La Membrilla del Tocoacuten 591 15 25

Albadalejo de los Freires Oslash Oslash -

Villarrodrigo 172 14 8

Las Vayonas Oslash 0 -

Geacutenave 95 7 73

Hornos 72 ex -

Segura de la Sierra 140 ex -

Orcera 114 ex -

Torres de Albanchez 110 1 09

Siles 195 19 97

Benatae 100 1 1

Yeste 363 44 12

Lieacutetor 160 11 68

Letur 72 7 97

Socobos 27 Oslash -

Feacuterez 23 Oslash -

Moratalla 250 20 8

Caravaca 400 48 12

Cehegiacuten 370 17 45

Aledo 80 11 137

Canara 4 Oslash -

Cieza 142 25 176

La Puerta de Segura 30 1 33

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 297

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Mora79

Dosbarrios

Villatobas

Villarrubia

Tarancoacuten

Ucleacutes

Villarrubio

Sahelices

Tribaldos

Fuente de Pero Naharro

Almendros

El Acebroacuten

Torrubia

Moraleja

Rozaleacuten

Hueacutelamo

Total 9796 543 554

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Guadalcanal 320 47 14

Azuaga 620 Oslash -

La Granja de Azuaga 200 5 25

Reina 240 ex -

Casas de Reina 120 0 0

Trasierra de Reina 60 Oslash -

Fuente del Arco 210 8 38

Berlanga 200 5 25

Los Ahillones de Reina 101 5 49

Disantos 6 2 33

79 De aquiacute al final no se visitan en este antildeo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309298

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Valverde de Reina 120 4 33

Llerena 101080 32 31

La Higuera 30 Oslash -

Usagre 600 31 51

Bienvenida 170 7 41

Valencia de la Torre 400 8 2

El Era de Hornachos 100 Oslash -

El Campillo de Hornachos 100 Oslash -

El Retamal de Hornachos 100 Oslash -

Hornachos 60081 Oslash -

La Hinojosa 110 8 72

La Puebla de la Reina 85 0 0

Palomas 140 0 0

Alange 70 0 0

La Zarza de Alange 90 3 33

Villagonzalo de Alange 70 2 28

El Oliva 225 Oslash -

Montaacutenchez 120 ex 0

La Torre de Santa Mariacutea 60 0 0

Alcueacutescar 270 0 0

Albalaacute 85 0 0

Arroyomolinos 170 Oslash -

Bienquerencia 23 0 0

Torremocha 170 0 0

Botija 3782 0 0

Valdefuentes 70 0 0

Meacuterida 76383 Oslash -

80 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 99 da esa cifra inter-polada nosotros la ofrecemos en nuacutemeros redondos para cuadrar los porcentajes de manera maacutes real

81 Idem 82 Idem 83 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 299

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Aljuceacuten Oslash 0 0

Carrascalejo 50 0 0

Don Aacutelvaro 56 0 0

Esparragalejo 3484 0 0

Calamonte 4385 0 0

Valverde 230 0 0

San Pedro 100 0 0

Trujillanos 50 0 0

Mirandilla 150 0 0

El Arroyo 200 0 0

Loboacuten 251 0 0

Montijo 254 0 0

Almendralejo 420 29 69

Ribera 533 33 61

El Aceuchal 190 0 0

Villafranca 400 23 57

La Puebla del Prior 7686 0 0

Los Santos de Maimona 600 4 06

Fuente del Maestre 730 21 28

La Puebla de Sancho Peacuterez 450 3 06

Medina de las Torres 43387 4 09

Calzadilla 366 30 81

Fuente de Cantos 842 28 33

Valencia del Ventoso 275 3 109

Jerez de los Caballeros 215088 0 0

Segura 400 0 0

Fuentes 300 0 0

El Cantildeaveral 45 0 0

84 Idem 85 Idem 86 Idem 87 Idem 88 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309300

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Arroyomolinos de Leoacuten 160 0 0

Cabeza la Vaca 170 0 0

La Calera y su vicariacutea 12389 0 0

Monesterio 24190 4 165

Montemoliacuten 36491 9 247

Castilleja de la Cuesta Oslash Oslash -

Villanueva del Ariscal Oslash 2 -

Benazusa Oslash Oslash -

Mures Oslash Oslash -

Estepa 420 0 0

Cantalgallo 20 0 0

Casas de Don Antoacuten 76 0 0

Almohariacuten 140 0 0

Valdemorales 25 0 0

La Zarza de Montaacutenchez 118 3 25

Salvatierra 140 0 0

La Garrovilla 88 0 0

El Iglejuela 8692 2 23

La Puebla de la Calzada 37 8 21

Carmonita 8 Oslash -

Total 19709 344 174

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Guadalcanal 1000 33 33

Azuaga 800 25 31

La Granja de Azuaga 270 6 22

89 Idem 90 Idem 91 Idem 92 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 301

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Reina 200 Oslash -

Casas de Reina 150 4 26

Trasierra de Reina 80 4 5

Fuente del Arco 250 10 4

Berlanga 250 17 68

Los Ahillones de Reina 100 6 6

Disantos Oslash Oslash -

Valverde de Reina 150 10 66

Llerena 1100 39 35

La Higuera 30 Oslash -

Usagre 600 27 45

Bienvenida 150 9 6

Valencia de la Torre 550 13 23

El Era de Hornachos 100 4 4

El Campillo de Hornachos 100 Oslash -

El Retamal de Hornachos 100 Oslash -

Hornachos 600 5 08

La Hinojosa 120 5 41

La Puebla de la Reina 100 5 5

Palomas 150 6 4

Alange 75 13 17

La Zarza de Alange 180 Oslash -

Villagonzalo de Alange 70 Oslash -

El Oliva 290 15 51

Montaacutenchez 1650 43 26

La Torre de Santa Mariacutea 60 Oslash -

Alcueacutescar 280 Oslash -

Albalaacute 80 Oslash -

Arroyomolinos 230 Oslash -

Bienquerencia 25 Oslash -

Torremocha 180 Oslash -

Botija 40 Oslash -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309302

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Valdefuentes 70 Oslash -

Meacuterida 2200 36 16

Aljuceacuten 60 Oslash -

Carrascalejo 20 Oslash -

Don Aacutelvaro 60 Oslash -

Esparragalejo 40 Oslash -

Calamonte 50 Oslash -

Valverde 250 Oslash -

San Pedro 130 Oslash -

Trujillanos 50 Oslash -

Mirandilla 150 Oslash -

El Arroyo 230 Oslash -

Loboacuten 280 4 142

Montijo 270 4 148

Almendralejo 450 24 53

Ribera 600 65 108

El Aceuchal 190 9 47

Villafranca 400 33 825

La Puebla del Prior 80 0 0

Los Santos de Maimona 650 6 09

Fuente del Maestre 800 24 3

La Puebla de Sancho Peacuterez 450 13 28

Medina de las Torres 450 7 15

Calzadilla 400 23 575

Fuente de Cantos 1000 37 37

Valencia del Ventoso 300 17 56

Jerez de los Caballeros 2150 14 065

Segura 700 14 2

Fuentes 400 8 2

El Cantildeaveral 60 Oslash -

Arroyomolinos de Leoacuten 170 Oslash -

Cabeza la Vaca 300 4 13

La Calera y su vicariacutea 150 Oslash -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 303

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Monesterio 280 10 35

Montemoliacuten 400 13 325

Castilleja de la Cuesta 120 Oslash -

Villanueva del Ariscal Oslash 3 -

Benazusa Oslash Oslash -

Mures Oslash Oslash -

Estepa Oslash 37 -

La Garrovilla 100 Oslash -

Cantalgallo93

Casas de Don Antoacuten

Almohariacuten

Valdemorales

La Zarza de Montaacutenchez

Salvatierra

El Iglejuela

La Puebla de la Calzada

Carmonita

Total 24570 701 285

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Villaescusa de Haro Pero de Valladolid94 Francisco de Villaescusa alcalde

Pedro Martiacuten de Valladolid alcalde95 Francisco de Villaescusa alcalde

Villaverde Diego Rodriacuteguez alcalde Diego Rodriacuteguez alcalde

Villamayor Gabriel Zamorano mayordomo de la iglesia

-

93 De aquiacute al final no se visitan en este antildeo 94 Aparece como alcalde en 1498 como Pedro Martiacuten de Valladolid AHN OOMM 1067

fol 150v p 300 ibid 1068 fol 24v p 4895 Lo vemos como Pedro de Valladolid entre los caballeros de cuantiacutea AHN OOMM

1068 fol 19v p 38 y fol 24v p 48

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309304

Casto Manuel solera CaMpos

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Corral de Almaguer Antoacuten de Aylloacuten96 -

Torre de Juan Abad Juan Loacutepez del Comendador97

Juan Comendador alcalde

Villarrodrigo Gonzalo de Avileacutes98 Gonzalo Martiacutenez de los Aacutelvarez99

Gonzalo Martiacutenez de los Aacutelvarez alcalde Alonso Loacutepez regidor

Siles Pero Vaacutezquez el mozo100 Diego Fernaacutendez alguacil Pero Vaacutezquez el mozo101

Benatae Juan Alonso102 Juan Alonso alcalde

Dosbarrios Juan Carrero alcalde -

Villarrubia Fernaacuten Peacuterez alcalde -

Fuente de Pero Naharro

Pero Perdido regidor -

Yeste - Martiacuten Garciacutea Nieto alcalde

Letur - Pero Valero el Viejo alcalde

Moratalla - Diego de Goacutengora alcalde Pero Garciacutea de la Fuenllana103

Caravaca

-

Juan Galindo regidor Alonso Torrecilla alcalde Alonso Corbalaacuten regidor Juan de Robles alguacil Juan Calvete regidor Fernando de Jerez alcalde Diego de Robles merino

96 Antoacuten Garciacutea de Aylloacuten mayordomo y procurador del comendador Iacutentildeigo Manrique quien se encontraba ausente de la villa en 1498 AHN OOMM 1068 fol 40r p 79 ibid fol 169r p 337

97 Juan Comendador alcalde en 149898 Regidor en 1498 AHN OOMM 1068 fol 22v p 4499 Alcalde en 1498 AHN OOMM 1068 fol 22v p 44100 Puede ser Pero Vaacutezquez de Pardinas alcaide de la fortaleza AHN OOMM 1069 fol

89v p 180101 Iacutedem 102 Alcalde en 1498 AHN OOMM 1069 fol 79v p 160 ibid fol 80r p 161103 Puede ser Pero Garciacutea alcalde AHN OOMM 1069 fol 131r p 263

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 305

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Aledo - Andreacutes de Mora alcalde Alonso de Caacutenovas regidor

Cieza - Antoacuten Mariacuten regidor Gonzalo de Aroca regidor

Lieacutetor - Gonzalo Saacutenchez alcalde

TOTAL 13 25

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

Guadalcanal Juan Martiacuten Peccedilero regidor -

La Granja de Azuaga Pero Miguel alcalde -

Casas de Reina - Juan Gonccedilales de Ccedilerro104

Fuente del Arco Garccediliacute Martiacuten Pablos alcalde -

Ahillones de Reina - Juan Saacutenchez alcalde

Disantos Diego Alonso mayordomo de la Iglesia

-

Valverde de Reina Alonso Martiacuten alcalde Gonzalo Saacutenchez el viejo alcalde

-

Llerena - Pero Martiacuten Angostilla alcalde

Usagre Garccedili Saacutenchez alcalde Juan Rodriacuteguez alcalde Pedro Martiacuten Garrido mayordomo del concejo

-

Valencia de la Torre - Pero Rodriacuteguez alcalde

104 Habla de los alcaldes Juan Gonccedilales e Pero Mateos y en ibid fol 52v p 108 al hacer la relacioacuten de caballeros se habla de laquoJuan Gonccedilales de Ccedilerroraquo que puede ser el citado alcalde AHN OOMM 1102-C fol 48v p 100

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309306

Casto Manuel solera CaMpos

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

La Hinojosa - Alonso de Toro Gonzalo Saacutenchez alcalde Juan Martiacuten Luengo mayordomo de la Iglesia105

La Puebla de Reina - Pero Benito106

Palomas - Pascual Saacutenchez107

El Oliva - Fernando Lorenzo108

Montaacutenchez - Gonzalo Ferrandes el mozo alcalde

Meacuterida - Lorenzo Saacutenchez109

Almendralejo Fernando Garciacutea alcalde Alonso Fernaacutendez Alonso Fernaacutendez de la Fuente alcalde Diego Fernaacutendez Gonzalo Fernaacutendez Juan Franco Pero Saacutenchez de Alvar Garciacutea110

Ribera Pero Serrano alcalde -

Fuente del Maestre Cristoacutebal Fernaacutendez alcalde -

105 Alonso de Toro es una de las personas anccedilianas e de buena fama proporcionadas por el concejo AHN OOMM 1103-C fol 9r y 11v pp 14 y 19 en 1494 ya aparecen sin cargo alguno en el concejo AHN OOMM 1101-C fol 301v p 602

106 Estaacute entre las personas de buena fama e conccediliencia AHN OOMM 1103-C fol 174r y 176v pp 331 y 336

107 buena fama e conciencia AHN OOMM 1103-C fol 170v y 173v pp 324 y 330108 hombres bueno AHN OOMM 1103-C pp 315 y 322109 buena fama AHN OOMM 1103-C fol 116r p 216110 Salvo Alonso Fernaacutendez de la Fuente alcalde todos de buena vida AHN OOMM 1103-

C fol 72r y 77r pp 130 y 140

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 307

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

La Puebla de Sancho Peacuterez

- Alonso Saacutenchez Cordero111

Medina de las Torres - Diego Saacutenchez Portero112

Calzadilla Cristoacutebal Martiacuten alcalde Pero Saacutenchez alcalde

-

Fuente de Cantos Martiacuten el viejo regidor -

Valencia del Ventoso - Fernaacuten Gonzaacutelez Gonzalo Alonso113

Segura - Juan Peacuterez Bejarano alcalde

Fuentes - Martiacuten Caacuterdeno Alonso Martiacuten Brioso114

Cabeza la Vaca - Diego Real alcalde

Villanueva del Ariscal - Ferrand Goacutemez alcalde

TOTAL 15 28

111 hombre bueno AHN OOMM 1103-C fol 45r y 49v pp 81 y 90112 hombre bueno AHN OOMM 1103-C fol 50v y 54v pp 91 y 99 Aparece en la visita

anterior sin cargo AHN OOMM 1101-C fol 302v p 604113 hombres buenos AHN OOMM 1103-C fol 55v y 57v pp101 y 104114 Aparece Diego Martiacuten Brioso alcalde y Alonso Martiacuten Caacuterdeno regidor AHN OOMM

1102-C fol 100v p 208 que pueden corresponder con los caballeros cuantiosos Mar-tiacuten Caacuterdeno y Alonso Martiacuten Brioso ibid fol 102v-103r pp 212-213 eacuteste uacuteltimo puede ser confusioacuten en el nombre algo que sucede bastantes veces o que sea un pariente del regidor

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309308

Casto Manuel solera CaMpos

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

AHN OOMM Mss 1066 1067 1068 1069 1101-C 1102-C y 1103-C

AHN COacuteDICES L 900

Manuel COLMEIRO Cortes de los antiguos reinos de Leoacuten y Castilla Tomo II Madrid 1883-1884

FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Juan Compilacion de los establecimientos de la orden de la caualleria de Santiago del espada Sevilla 1503

JIMEacuteNEZ RAYADO E et alii (2010) Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Cuenca Siglos XV-XVI (Coleccioacuten varia 1 y 2) Madrid Al-Mudayna 2010

JIMEacuteNEZ RAYADO E et alii Libros de visita de la Orden Militar de San-tiago Provincia de Toledo siglos XV-XVI Madrid Almudayna 2011

RODRIacuteGUEZ LLOPIS Miguel (ed) Coleccioacuten de documentos para la histo-ria del Reino de Murcia Documentos de los siglos XIV y XV Sentildeoriacuteos de la Orden de Santiago XVII Murcia Real Academia Alfonso X El Sabio y CSIC 1991

RUIZ DE LA VEGA Andreacutes Regla y establecimientos de la orden de la caualleriacutea del sentildeor Sanctiago del Espada Edicioacuten facsiacutemil de Jesuacutes Paniagua Peacuterez Leoacuten Universidad de Leoacuten 2004

2 Bibliografiacutea

CENTENERO DE ARCE Domingo y DIacuteAZ SERRANO Ana ldquoLa reconstruc-cioacuten de una identidad hidalga los caballeros de cuantiacutea de la ciu-dad de Murcia durante los siglos XVI-XVIIrdquo en Soria Mesa Enrique y Bravo Caro Juan Jesuacutes Congreso Internacional Las eacutelites en la eacutepoca moderna la monarquiacutea espantildeola Coacuterdoba 2009 pp 95-107

DIAGO HERNANDO Maacuteximo ldquoCaballeros e hidalgos en la Extremadura castellana medieval (siglos XII-XV)rdquo En la Espantildea Medieval 15 1992 pp 31-62

LADERO QUESADA Miguel Aacutengel ldquoLa organizacioacuten de la Corona de Cas-tilla durante los siglos XIV y XVrdquo en Ladero Quesada Miguel Aacutengel (ed) La Incorporacioacuten de Granada a la Corona de Castilla Actas del symposium conmemorativo del quinto centenario (Granada 2 al 5 de diciembre de 1991) Diputacioacuten de Granada 1993 pp 195-227

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 309

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

LADERO QUESADA Miguel Aacutengel ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extre-madura seguacuten los alardes de 1502rdquo Norba Revista de Historia vol 17 2004 pp 157-186

LAFUENTE GOacuteMEZ Mario y MARTIacuteNEZ GARCIacuteA Sergio ldquoEjeacutercito y fis-calidad en la encomienda santiaguista de Montalbaacuten (Aragoacuten) duran-te la guerra de los Dos Pedros (1356-1366)rdquo Espacio Tiempo y Forma Serie III Ha Medieval t 24 2011 paacutegs 109-142

OSTOS SALCEDO Pilar La Orden de Santiago y la escritura el valor de la comunicacioacuten escrita en una orden militar los establecimientos de 1440 Universidad de Leoacuten 2008

PALACIOS ONTALVA Joseacute Santiago ldquoUna aproximacioacuten al concepto de ldquolanzardquo en relacioacuten a las Oacuterdenes Militaresrdquo Entre Deus e o Rei o mundo das Ordens Militares Coordenaccedilao Isabel Cristina Ferreira Fernandes vol I Coleccedilao Ordens Militares 8 municipio de Palme-la-GEsOS Palmela 2018 pp 297-320

PORRAS ARBOLEDAS Pedro Andreacutes La Orden de Santiago en el siglo XV La provincia de Castilla Dykinson Madrid 1997

REBOLLO BOTE Juan ldquoDe andalusiacutees a mudeacutejares la continuidad mu-sulmana en la Extremadura de las Oacuterdenes Militaresrdquo Las Oacuterdenes Militares en Extremadura I Congreso de la Federacioacuten Extremadura Histoacuterica Garrovillas de Alconeacutetar 2015 pp 153-175

RODRIacuteGUEZ BLANCO Daniel La Orden de Santiago en Extremadura en la Baja Edad Media (siglos XIV y XV) Excma Diputacioacuten Provincial de Badajoz 1985

RODRIGUEZ BLANCO Daniel ldquoSantiago y Calatrava en transicioacuten (ini-cios del s XVI) Renta y miliciardquo Historia Instituciones Documentos 31 (2004) pp 511-542

Fecha de recepcioacuten 01-06-2019

Fecha de aceptacioacuten 30-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 311

Ekaitz Etxeberria GallastegilaquoEstrategia y Taacutectica militar en la Castilla del siglo XV (1407-1492)raquo

(2019)

Ekaitz Etxeberria GallastegildquoStrategy and Military Tactic in Castile of the

XV century (1407-1492)rdquo (2019)

Joatildeo Gouveia MonteiroUniversidade de Coimbra

Tese de doutoramento dirigida pelos Professores Joseacute Ramoacuten Diacuteaz de Durana Ortiz de Urbina e Jon Andoni Fernaacutendez de Larrea Rojas (Uni-versidad del Paiacutes Vasco) e aprovada em provas puacuteblicas realizadas em Vitoria no dia 18 de outubro de 2019

Esta investigaccedilatildeo aborda um tema muito interessante mas exigen-te tendo em conta um certo lsquovaziorsquo historiograacutefico acerca da praacutetica da guerra em Castela ao longo da centuacuteria de Quatrocentos mau grado a amplitude de ocorrecircncias militares relevantes Por outro lado a escas-sez de documentaccedilatildeo de natureza administrativa obrigou o autor a tra-balhar com um significativo e variado nuacutemero de fontes narrativas o que exigiu cautelas especiais do ponto de vista hermenecircutico agravadas pelo grande sortido de cenaacuterios beacutelicos considerados e pela diversidade das putativas influecircncias militares recebidas quer internas quer exter-nas (do Norte da Europa ao mundo muccedilulmano)

httpwwwjournal-estrategicacom

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315312

Resentildea

Trata-se de um trabalho que compreende cerca de 300 paacuteginas de texto (incluindo vaacuterias centenas de notas de peacute de paacutegina) a que acresce uma extensa Bibliografia (com cerca de 45 paacuteginas de Fontes e Estudos) e numerosos Anexos Tabelas e Mapas Do ponto de vista formal a dis-sertaccedilatildeo elaborada no quadro do Programa de Doutoramento laquoEuro-pa y el Mundo Atlacircntico Poder Cultura y Sociedadraquo estaacute bem escrita (usando a liacutengua castelhana e tambeacutem um resumo em liacutengua inglesa) e organizada de forma coerente com uma distribuiccedilatildeo harmoniosa por capiacutetulos e uma sequecircncia loacutegica e de faacutecil apreensatildeo As ideias satildeo cla-ras e pude constatar um excelente equiliacutebrio entre a anaacutelise teoacuterica e a ilustraccedilatildeo praacutetica graccedilas ao recurso a um grande nuacutemero de exemplos concretos o que faz com que este trabalho esteja muito documentado e abonado sem prejuiacutezo do seu estilo didaacutetico

Assim no capiacutetulo inicial (cerca de 45 paacuteginas) o autor depois de justificar de forma pertinente a cronologia utilizada (desde o iniacutecio do reinado de Juan II ateacute ao termo da conquista de Granada 1407-1492) analisa o laquoestado da questatildeoraquo a niacutevel europeu revelando grande eru-diccedilatildeo e conhecimento de causa em mateacuteria da evoluccedilatildeo dos estudos de histoacuteria militar medieval ao longo dos seacuteculos XIX XX e iniacutecios de XXI Fica tambeacutem muito claro o enfoque prioritaacuterio desta tese (laquoWar and So-cietyraquo ou seja a guerra vista na sua relaccedilatildeo profunda com a mateacuteria so-cial circundante) assim como o objetivo principal (o estudo das formas de fazer a guerra em especial a cavalo na Castela de Quatrocentos) e o acervo documental de base Realccedilo neste particular a boa identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo tipoloacutegica das fontes utilizadas

No segundo capiacutetulo (cerca de 30 paacuteginas) o autor estuda a organiza-ccedilatildeo das hostes medievais (sobretudo do ponto de vista da realeza embo-ra natildeo soacute) incluindo os meacutetodos de recrutamento a estrutura interna e a lideranccedila Este uacuteltimo aspeto merece um destaque especial sendo dis-cutida de forma muito pertinente a relaccedilatildeo da nobreza com o comando dos exeacutercitos nos seus aspetos positivos e negativos

O terceiro capiacutetulo (cerca de 50 paacuteginas) dedica-se ao estudo da es-trateacutegia militar utilizada e foi construiacutedo um pouco agrave luz do debate teoacute-rico desenvolvido no seio da comunidade cientiacutefica internacional (em especial a de liacutengua inglesa castelhana ou portuguesa) ao longo dos uacuteltimos vinte anos em torno do chamado laquoparadigma Gillingham (ou Smail-Gillingham) modificadoraquo guerra de desgaste ou batalha campal Proacutes e contras Exemplos e resultados concretos Conclusotildees a retirar

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 313

Resentildea

Especificidades castelhanas face ao contexto europeu e agraves aspiraccedilotildeesnecessidades expansionistas do reino de Castela na centuacuteria de Quatro-centos O autor natildeo se furta ao debate e fundamenta com solidez as suas ideias em relaccedilatildeo a todos estes temas

No seu quarto capiacutetulo (cerca de 45 paacuteginas) esta dissertaccedilatildeo aplica um laquozoomraquo sobre a chamada laquoguerra de usuraraquo sendo consideradas as vaacuterias faces deste poliedro colunas de marcha acampamento abasteci-mento efetivos modelos taacuteticos entre outros aspetos relevantes

O capiacutetulo cinco (com perto de 50 paacuteginas) prolonga o anterior mas neste caso o laquozoomraquo eacute aplicado agrave guerra de cerco sendo estudados os diversos tipos de assalto ou bloqueio os recursos e meios envolvidos as mutaccedilotildees registadas apoacutes a generalizaccedilatildeo das armas de fogo entre outros Neste ponto destaco tambeacutem a relevacircncia concedida ao estudo da guerrilha urbana o que pela sua originalidade e pertinecircncia cons-titui um trunfo significativo deste trabalho bem ancorado na excelente tradiccedilatildeo da escola da Universidad del Paiacutes Vasco (refiro-me em especial aos trabalhos pioneiros do Professor Jon Andoni Fernaacutendez de Larrea)

Ainda assim neste quinto capiacutetulo tatildeo orientado para a poliorceacuteti-ca julgo que teria sido interessante explicar um pouco melhor o papel dos lsquoexeacutercitos de guarniccedilatildeorsquo nomeadamente a forma como estes eram constituiacutedos comandados e organizados em tempo de guerra e tambeacutem em tempo de paz (escolha dos alcaides vigilacircncia das muralhas rondas noturnas sistemas de comunicaccedilatildeo e de alarme etc)

Por fim o capiacutetulo sexto (com quase 40 paacuteginas) completa o laquozoomraquo do autor sobre as diversas formas de guerra analisando as batalhas campais o conceito as nuances as tipologias os efetivos os modelos taacute-ticos as lsquoarmasrsquo ao dispor dos comandantes (cavalaria pesada cavalaria ligeira infantaria) com as respetivas articulaccedilotildees e especialidades

A conclusatildeo (perto de uma duacutezia de paacuteginas) eacute um dos pontos fortes desta dissertaccedilatildeo Destaco dez dos aspetos mais relevantes e que deve-ratildeo merecer a especial atenccedilatildeo do leitor

i) a inexistecircncia de um exeacutercito profissional e permanente em Cas-tela ateacute ao termo da guerra de conquista de Granada (1492) e agraves cam-panhas itaacutelicas do Gran Capitaacuten (1494-1504) Trata-se de um toacutepico im-portante pois eacute muito vulgar confundir-se um corpo armado pago com um verdadeiro exeacutercito profissional Ora todo o soldado inscrito num exeacutercito profissional eacute remunerado mas nem todo o soldado que eacute re-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315314

Resentildea

munerado (ainda que permanentemente por exemplo nos cenaacuterios de guerra africanos indianos ou latino-americanos) faz parte de um exeacuter-cito profissional que eacute uma realidade muito mais exigente e multiface-tada (aquartelamentos uniformes treino regular etc)

ii) a ausecircncia de escolas de formaccedilatildeo de comandantes militares e respetivos reflexos em termos de eficiecircncia dos exeacutercitos castelhanos do seacuteculo XV (com especial atenccedilatildeo ao caso dos capitatildees de fronteira) Aqui como exerciacutecio comparativo teria sido interessante evocar o momento fundacional das academias militares em Espanha algo que creio natildeo ter surgido antes de bem consolidada a Eacutepoca Moderna

iii) a combinatoacuteria entre vaacuterias estrateacutegias e modelos taacuteticos na hora de planificar as accedilotildees beacutelicas as guerras de desgaste por aproxi-maccedilatildeo indireta e as accedilotildees de ataque direcionado e fulminante natildeo satildeo necessariamente exclusivas no quadro de uma mesma campanha

iv) a importacircncia da lsquopropaganda de guerrarsquo como fator de elevaccedilatildeo dos niacuteveis aniacutemicos e de construccedilatildeo de uma lsquocultura de vitoacuteriarsquo (poliacutetica e militar) Neste toacutepico crucial talvez houvesse ainda um pouco mais a dizer explicitando os meios utilizados para essa lsquopropagandarsquo no sen-tido de clarificar ateacute que ponto poderemos admitir a existecircncia de uma lsquoopiniatildeo puacuteblicarsquo na Castela da segunda metade de Quatrocentos pelo menos ao niacutevel dos ciacuterculos letrados eou mais proacuteximos da corte reacutegia ou das grandes casas senhoriais

v) case sudies com destaque para o condestaacutevel D Aacutelvaro de Luna (meados de Quatrocentos) e tambeacutem para a Guerra de Sucessatildeo Caste-lhana (Toro 1476) curiosamente dois casos com uma relaccedilatildeo tatildeo estrei-ta com Portugal

vi) a diversidade de objetivos das operaccedilotildees de razia (incursotildees ca-valgadas) incluindo a destruiccedilatildeo da base agriacutecola (e fiscal acrescento eu) das povoaccedilotildees e dos territoacuterios abrangidos

vii) o predomiacutenio em Castela ateacute 1492 da cavalaria (montada e des-montada) ainda que apoiada por uma infantaria que com raras exceccedilotildees (vide Mungia 1471) natildeo era soacute por si decisiva para conseguir a vitoacuteria

viii) a inexistecircncia de uma laquomudanccedila revolucionaacuteriaraquo na arte militar castelhana de Quatrocentos mas antes de uma acumulaccedilatildeo de cacircmbios pontuais capazes de gerar novos equiliacutebrios sem pocircr verdadeiramente em causa a base militar herdada do passado (com uma matriz ainda claramente feudal)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 315

Resentildea

ix) a relaccedilatildeo entre as guerras privadas a conflitualidade urbana e o crescimento da importacircncia de miliacutecias da infantaria nortenha no uacutel-timo quartel de Quatrocentos Aqui o futuro permitiraacute decerto ao autor aprofundar o seu estudo sobre as formas concretas de organizaccedilatildeo das miliacutecias de infantaria tando numa escala local (ou seja ao niacutevel das principais cidades) como numa escala mais ampla com dimensatildeo re-gional (Galiza Astuacuterias Paiacutes Bascohellip)

x) a diferenciaccedilatildeo do exeacutercito castelhano relativamente ao modelo taacutetico inglecircs (infantaria defensiva arco-longo) o que torna o caso caste-lhano mais proacuteximo do francecircs ou do italiano na mesma eacutepoca

Em geral e ressalvando as observaccedilotildees que fui fazendo estes dez aspetos satildeo argumentados de forma convincente e revelam bem que Ekaitz Etxeberriacutea Gallestegiacute natildeo se limitou a acumular informaccedilatildeo das fontes e a distribuiacute-la pelos vaacuterios capiacutetulos da tese deixando ao leitor a obrigaccedilatildeo de a interpretar Pelo contraacuterio o autor tem pensamento proacuteprio e original e percebeu que eacute preciso que exista lsquouma tese dentro da tesersquo para que o seu trabalho tenha realmente niacutevel universitaacuterio e possa constituir um contributo decisivo para o futuro da investigaccedilatildeo nesta aacuterea especiacutefica hoje em dia com um iacutendice de crescimento tatildeo visiacutevel na Europa e na Ameacuteria do Norte

Para concluir os resultados obtidos pelo jovem doutorando (tem ape-nas 29 anos) e a maneira clara e madura como satildeo apresentados fazem desta tese um significativo contributo para o preenchimento de uma la-cuna evidente da historiografia medieval natildeo apenas no contexto ibeacuteri-co mas tambeacutem europeu

Espero que a vida proporcione a este jovem (como a outros que per-correm caminhos semelhantes) as oportunidades profissionais que ele indiscutivelmente merece E que daiacute resulte o aprofundamento deste es-tudo natildeo apenas nos sentidos que atraacutes fui indicando mas tambeacutem e a tiacutetulo de exemplo no de uma maior explicitaccedilatildeo da forma como evoluiu a relaccedilatildeo de forccedilas entre por um lado os exeacutercito reais castelhanos e por outro as hostes aristocraacuteticas e senhoriais que em Castela ndash contra-riamente ao que sucedeu e Portugal ndash tatildeo poderosas eram e tatildeo influen-tes foram na histoacuteria poliacutetica do nosso reino vizinho

Fica tambeacutem o desejo de que o magniacutefico estudo que aqui comen-tamos possa inspirar este (ou outro) autor para uma tarefa inadiaacutevel uma pesquisa e reinterpretaccedilatildeo de fundo acerca da atividade militar na Castela do seacuteculo XIV

Page 3: e-Strategica ISSN 2530-9951

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 3-4 3

IacuteNDICE

A hoste de D Afonso Henriques 7-28

Carlos Filipe Afonso

El reacutegimen feudal en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X 29-96

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara Valle

LrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem et la guerre Structures et mutations (c 1136-1309) 97-124

Damien Carraz

Guerra urbana en el siglo XV castellano 125-143

Ekaitz Etxeberria Gallastegi

La Banda Gallega y el castillo de Las Cumbres Control estrateacutegico del territorio histoacuterico espacio y frontera en el limes septentrional del alfoz sevillano en la Baja Edad Media 145-192

Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

La orden de Santiago en la conquista de Sevilla Aproximacioacuten y cerco (1246-1248) 193-226

Manuel Loacutepez Fernaacutendez

El papel de las oacuterdenes militares en la Batalla de Guadix (Granada) de 1362 227-246

Antonio Reyes Martiacutenez

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 3-44

Nuevas aportaciones sobre la campantildea de Juan II contra los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque (1429-32) 247-267

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez Casillas

Los caballeros de cuantiacutea en la Orden de Santiago a finales de la Edad Media (1494-1498) 269-309

Casto Manuel Solera Campos

Resentildea

Tesis Doctoral de Ekaitz Etxeberria Gallastegi ldquoEstrategia y Taacutectica militar en la Castilla del siglo XV (1407-1492)rdquo Universidad del Paiacutes Vasco 2019 311-315

Joatildeo Gouveia Monteiro

5e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 5-6

INDEX

King Afonso Henriquesrsquo Host 7-28

Carlos Filipe Afonso

The feudal regime on the border of Granada during the reign of Alfonso X 29-96

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara Valle

The Hospital of St John of Jerusalem and Warfare Structures and Changes (c 1136-1309) 97-124

Damien Carraz

Urban warfare in 15th-century Castile 125-143

Ekaitz Etxeberria Gallastegi

The Galician Band and the Castle of Las Cumbres Strategic Control of the Historical Territory Space and Frontier in the Northern limes of the Sevillian alfoz in the Late Middle Ages 145-192

Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

The Order of Santiago in the Conquest of Sevilla Approach and Siege (1246-1248) 193-226

Manuel Loacutepez Fernaacutendez

The Role of the Military Orders in the Battle of Guadix (Granada) 1362 227-246

Antonio Reyes Martiacutenez

New contributions on the campaign of Juan II against the Infantes de Aragoacuten in Alburquerque (1429-32) 247-267

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez Casillas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 5-66

Knights of ldquocuantiacuteardquo in the Order of Santiago in the late Middle Ages (1494-1498) 269-309

Casto Manuel Solera Campos

Review

Ekaitz Etxeberria Gallastegirsquos Doctoral Thesis ldquoStrategy and Military Tactic in Castile of the XV century (1407-1492)rdquo University of the Basque Country 2019 311-315

Joatildeo Gouveia Monteiro

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 7

A hoste de D Afonso Henriques

King Afonso Henriquesrsquo Host

Carlos Filipe AfonsoUniversidade Nova de Lisboa (IEMFCSH UNL) - Exeacutercito Portuguecircs

Resumo

Considerando a longevidade do reinado do primeiro rei de Portugal e as dinacirc-micas de alargamento e consolidaccedilatildeo territorial do jovem reino a ldquohoste de D Afonso Henriquesrdquo natildeo eacute uma estrutura estaacutevel e bem estabelecida Parece-nos pelo contraacuterio que apesar de haver processos consolidados de mobilizaccedilatildeo de contingentes estes dependiam de fatores como as dinacircmicas conjunturais de relacionamento das elites guerreiras a regiatildeo de mobilizaccedilatildeo e as formas locais de organizaccedilatildeo social o maior ou menor grau de controlo reacutegio sobre o espaccedilo em causa ou a eacutepoca do ano O presente artigo analisa a hoste de D Afonso Hen-riques entre 1128 e 1185 tendo em consideraccedilatildeo os principais fatores que mais influenciaram a sua composiccedilatildeo

Palavras-Chave

Afonso Henriques Hoste estrutura do exeacutercito mobilizaccedilatildeo de contingentes elites guerreiras miliacutecias concelhias

Abstract

Taking into consideration the Portuguese first reign longevity and the rising kingdom dynamics of territorial enlargement and consolidation the host of the king Afonso Henriques was barely instituted and consolidated It seems that despite the existence of a well-established process for troop mobilization the

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico cfafonso75gmailcom Instituto de Estudos Medievais Faculdade de Ciecircncias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IEMFCSH UNL) e Exeacutercito Portuguecircs

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-288

Carlos Filipe aFonso

armyrsquos structure was highly dependable of various factors among whose we can identify the variable relationships between the warriorrsquos elites the regional forms of social organization the degree of royal control of each specific region and the time of the year This article analyses the kingrsquos host between 1128 and 1185 considering the main influencing factors on its composition

Keywords

King Afonso Henriques Host armyrsquos structure troop mobilization warrior elites urban militias

Ao longo das quase seis deacutecadas do reinado de D Afonso Henriques os limites e extensatildeo do reino alargaram Do Condado Portucalense da deacutecada de 1120 com centro de gravidade no Entre-Douro-e-Minho a accedilatildeo do poder reacutegio desenvolveu uma relaccedilatildeo estaacutevel entre a aristo-cracia senhorial e os municiacutepios promoveu a colonizaccedilatildeo de novos es-paccedilos utilizou a ascensatildeo social dos cavaleiros-vilatildeos reclamou direitos e implementou defesas contra o vizinho reino de Leatildeo ampliou os seus domiacutenios agrave custa dos poderes muccedilulmanos em torno do Tejo favoreceu a implantaccedilatildeo de ordens militares e criou condiccedilotildees para uma defesa eficaz contra o avanccedilo almoacuteada das deacutecadas de 1180 e 1190 Em grande medida estas concretizaccedilotildees foram possiacuteveis pela via militar onde a hoste reacutegia desempenhou um papel preponderante

Iniciamos esta viagem diacroacutenica por uma parte da hoste que foi mais ou menos permanente Sabemos que D Afonso Henriques mesmo antes de Satildeo Mamede jaacute possuiacutea uma guarda pessoal Na qualidade de infante com a dignidade de rex (afinal era filho de uma regina e neto de um imperador) era acompanhado assim como o seu pai o tinha sido por uma ldquoscola comitisrdquo1

1 A Scola eacute explicitamente identificada no foral de Coimbra de 1111 distinguindo-se das forccedilas do concelho ldquoqui presentes fuerunt omnem scolam comitis et omenm concilium Colimbrierdquo (LP 17 pp 32-33 de 1111 maio 26) Eacute-o tambeacutem no foral de Soure do mes-mo ano (Leges p357) De um modo direto ou indireto encontramos sempre ecos desta mesnada reacutegia ao longo de todos os reinados da Primeira Dinastia nos confirmantes e testemunhas de documentos da chancelaria ou nos privileacutegios atribuiacutedos a certas personalidades pelos serviccedilos prestados No reinado de D Afonso III o Regimento da Casa Real de 1258 faz menccedilatildeo expressa aos ldquomoradores drsquoEl Reyrdquo ou ldquoaquelles que ou-verem raccedilom delReyrdquo (Leges p 198) Mais tarde temos tambeacutem notiacutecia dos moradores da casa do Infante D Dinis em 1278 (ML 5ordf Parte fl 304 v) Nesta altura mencionam-se 16 cavaleiros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 9

A hoste de d Afonso henriques

Esta instituiccedilatildeo era composta fundamentalmente por nobres e respe-tivas mesnadas Incluiacutea ricos-homens (o estrato mais elevado da nobre-za) e infanccedilotildees Um dos companheiros iniciais de D Afonso Henriques ainda enquanto infante foi Paio Pais da Silva O Caminhatildeo nos livros de linhagens2 Sabemo-lo porque em junho de 1129 pouco mais de um ano depois de Satildeo Mamede foi compensado por ter servido com a sua mes-nada durante trecircs anos3 A estes acrescentar-se-iam alguns especialistas de apoio como besteiros que deviam deslocar-se igualmente a cavalo para manterem a mesma mobilidade dos restantes combatentes

Em princiacutepio o rei deslocava-se para o ponto de junccedilatildeo de uma ope-raccedilatildeo acompanhado apenas pela sua scola Este grupo natildeo devia exce-der duas a trecircs dezenas de cavaleiros e auxiliares Natildeo temos dados para o reinado de D Afonso Henriques mas sabemos que em 1199 em des-locamento raacutepido para o ponto de junccedilatildeo da hoste de Pinhel a paroacutequia de Satildeo Salvador (Santa Cruz de Sousa) forneceu uma vaca o suficiente para alimentar a guarda do rei Sancho I4

Natildeo eacute faacutecil fazer uma distinccedilatildeo clara entre esta guarda do rei e os nobres que fora dela o serviam com as suas mesnadas No entanto a questatildeo da soldada abre caminho para percebermos como funcionava este tipo de serviccedilo Estes ldquocompanheirosrdquo do rei intercalavam o tempo de presenccedila junto do soberano com estacircncias mais ou menos prolonga-das nos seus senhorios O modelo contribuiacutea para aliviar a despesa do monarca porque quando presentes era o rei que tinha de garantir o seu sustento e o das mesnadas com que se faziam apresentar5 Aleacutem de mesa o serviccedilo era tambeacutem pago sob a forma de soldada6

2 MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes vol I p 1163 DR 99 de 1129 junho 254 Inq p599b5 Pelo menos no que expressa o Regimento da Casa Real de 1258 que estamos em crer

veio regulamentar algumas praacuteticas anteriores (Leges pp 198-200) Estes degredos e constituiccedilotildeens promulgados pelo Bolonhecircs podem muito bem incluir elementos ldquoim-portadosrdquo do espaccedilo francecircs mas conceitos como o de ldquoraccedilatildeo dElReyrdquo e de ldquosoldadardquo parecem jaacute vigorar do reinado antecedente

6 Desde o seacuteculo IX que o serviccedilo militar da cavalaria nobre dependia de soldadas pagas pelo monarca VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa pp VIII-IX Na carta de couto em favor do mosteiro de S Salvador da Torre em 1129 refere-se explicitamente a situaccedilatildeo excecional de Paio Pais ter servido o rei com os seus cavaleiros sem ter recebido soldada (DR 99 de 1129 junho 25) Este pagamento era igualmente a nor-ma nas relaccedilotildees entre senhores nobres e cavaleiros seus dependentes Em 1109 por ocasiatildeo da morte do imperador Afonso VI a Historia Compostelana refere as soldadas pagas pelo bispo Diego Gelmirez a um conjunto de cavaleiros a ele unidos pelo viacutenculo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2810

Carlos Filipe aFonso

Estes cavaleiros nobres distinguiam-se natildeo soacute pela linhagem mas

no que nos interessa para a guerra pelo seu grau de treino7 e pelas suas

montadas excecionais Eacute que os cavalos de elevado valor juntamente

com armamento e equipamento militar satildeo elemento de transaccedilatildeo co-

mum entre a fidalguia os cenoacutebios mais abastados e o proacuteprio rei8 Um

observador atento deveria conseguir distinguir o estatuto de um cava-

leiro com base na sua montada e equipamento e devia ser enorme o

contraste entre estes homens e quaisquer outros cavaleiros (como os

seus vassalos e dependentes e tambeacutem os cavaleiros-vilatildeos)

Mas natildeo eram soacute os nobres que podiam mobilizar tropas Haacute que

considerar igualmente os eclesiaacutesticos Os bispos de Braga ou do Porto

senhores daquelas cidades podiam fazer apresentar na hoste as mes-

nadas respetivas recrutadas nos seus coutos9 Muitos cenoacutebios tambeacutem

mobilizavam as suas gentes para ir combater como era o caso do Mos-

teiro de S Fins de Friestas cujo abade tinha de ir com os seus homens

da homenagem (HC pp 154-155) Diogo Aires foi um cavaleiro que serviu D Teresa em troco de soldada (DR 61 de 1122 marccedilo 8)

7 TORRES Las Batallas Legendarias pp 198-199 Gente que desde a sua juventude pro-cedia agrave aprendizagem e treino nas armas salientando-se todo o tipo de exerciacutecio a cavalo destacando-se a caccedila CONTAMINE La Guerre au Moyen Age pp 199 e 361 A montaria associada agrave nobreza de que as Inquiriccedilotildees daratildeo inuacutemeros testemunhos era um dos principais meacutetodos de preparaccedilatildeo para a guerra VEIGA Estudos de Histoacute-ria Militar Portuguesa p XV GONCcedilALVES 1998 p 75

8 O preccedilo normal dos cavalos nos seacuteculos XI e XII era da ordem dos 75 moios para um ca-valo vulgar e 207 moios para um cavalo ldquomelhorrdquo O moio parece ter sido equivalente ao soldo em toda a cronologia estudada Como termo de comparaccedilatildeo uma vaca com a sua cria valia em 1044 20 moios LOPES ldquoO moio-medidardquo pp 34-41 Em 1129 D Afonso Henriques recebeu dois cavalos avaliados juntos em 580 moios (DR 99 de 1129 junho 25) Um cavalo preto de 800 moios deveria ser extraordinaacuterio porque foi o que Paio Soares recebeu como paga de vaacuterias propriedades em 1117 (DP doc 46 p 42)

9 Temos vaacuterios ecos da mobilizaccedilatildeo nos domiacutenios dos prelados O foral de Centocelas outorgado pelo bispo de Coimbra em 1194 refere a quinta parte de despojos de guerra devida ao bispo na qualidade de senhor (Leges p 487) O aforamento de Teixeiras e Souto-Rorigo de 1206 eacute ainda mais expliacutecito ao estipular o efetivo de cavaleiros que autorizado a ir anualmente no ldquofossado do Senhor Bispordquo (de Coimbra) (Leges p 533) Mas natildeo eram soacute os bispos os poderes eclesiaacutesticos que mobilizavam tropas Por princiacutepio um couto era terra imune mas esta imunidade referia-se ao senhor do couto em relaccedilatildeo ao rei Quem tivesse terras dentro do couto estava isento de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao monarca mas natildeo em relaccedilatildeo ao senhor HESPANHA Histoacuteria das Institui-ccedilotildees pp 157-158 Haacute terra coutada que manteacutem obrigaccedilotildees militares para com o rei como no caso do Couto de Coja (c Arganil) que recebeu carta de couto de D Afonso Henriques em 1128 mas soacute foi isentado de ir em hoste e anuacuteduva por D Afonso III antes de 1258 (Inq p 782a e b) Temos ainda notiacutecia de combatentes mobilizados para a hoste pelos coutos como no caso dos moradores do Couto de Satildeo Joatildeo de Pendorada que em 1199 acompanharam o rei D Sancho I na hoste de Pinhel (Inq p 1381a)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 11

A hoste de d Afonso henriques

guardar o vau de Carexe no rio Minho10 Aliaacutes para a defesa do En-tre-Douro-e-Minho D Afonso Henriques completou o enquadramento administrativo e militar iniciado pelos seus pais o que incluiu uma so-luccedilatildeo importada do espaccedilo francecircs de conceder cartas de couto a insti-tuiccedilotildees monaacutesticas

Ateacute agrave conquista de Lisboa o rei passou 65 das cartas de couto de todo o seu reinado e dessas quase metade foram a norte do Douro11 Concedia-as a mosteiros ligados a famiacutelias nobres e recebia em troca efetivos e fidelidades por parte da nobreza Por vezes era apoiado com recursos pelos proacuteprios mosteiros como quando a abadessa de Paderne em 1141 doou 10 eacuteguas e os seus potros mais um cavalo de 500 soldos ao rei para o apoiar na reconquista do castelo de Castro Laboreiro que tinha sido ocupado por Afonso VII de Leatildeo12

Mas a mobilizaccedilatildeo da nobreza e do clero natildeo se esgotava nas mesna-das que recrutavam nas suas honras e nos seus coutos respetivamente No caso da nobreza no iniacutecio do seacuteculo XII quando D Afonso Henriques comeccedilou a governar o espaccedilo portucalense estava jaacute em processo final de consolidaccedilatildeo o modelo de administraccedilatildeo territorial das terras Era o modelo senhorial em oposiccedilatildeo ao modelo condal anterior em que cada circunscriccedilatildeo administrativa e militar possuiacutea um soacute castelo cabeccedila-de--terra13 Normalmente o castelo tinha o seu alcaide mas o governador (o tenente) da circunscriccedilatildeo era um rico-homem que respondia direta-mente ao rei14 Em caso de convocaccedilatildeo do apelido ndash uma accedilatildeo armada de natureza defensiva ndash o tenente mobilizava os combatentes da sua terra e apresentava-se junto do rei com essas forccedilas que assim engrossavam a sua mesnada

Os efetivos que as terras conseguiam mobilizar eram muito variaacuteveis e dependiam da sua dimensatildeo e densidade populacional Temos muitos

10 Inq p 36811 ANDRADE A Construccedilatildeo Medieval do Territoacuterio p 151 n4912 DR186 1141 abril13 Para uma siacutentese do regime administrativo das terras ver BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo

Territorial e Recrutamento Militarrdquo pp 74-77 Ver tambeacutem TORRES ldquoTenecircnciardquo pp 146-147 e BARROS Histoacuteria da Administraccedilatildeo pp 120-121

14 Nas zonas mais estabilizadas a norte as terras tinham limites geograacuteficos bem defi-nidos o povoamento estava consolidado e o tenente tinha rendimentos bem circuns-critos Nas zonas de fronteira com o Islatildeo os castelos tendiam a ser administrados somente pelo alcaide Eram zonas escassamente povoadas de fraco rendimento em que os limites geograacuteficos natildeo estavam bem estabelecidos TORRES ldquoTenecircnciardquo pp 146-147

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2812

Carlos Filipe aFonso

dados sobre os efetivos possiacuteveis no Entre-Douro-e-Minho mas a maioria deles reflete a realidade dos reinados de D Afonso II a D Afonso III Fe-lizmente temos uma inquiriccedilatildeo agrave Terra de Viseu ordenada por D Teresa e Fernatildeo Peres de Trava de 1127 que nos mostra numa estimativa gros-seira mas ainda assim expressiva que o tenente de Viseu se quisesse eou conseguisse mobilizar todos os moradores com obrigaccedilotildees militares far-se-ia acompanhar por cerca de 30 cavaleiros e de mais de 200 peotildees15

Para o Entre-Douro-e-Minho mas como jaacute dissemos com dados poste-riores a D Afonso Henriques temos por exemplo o caso de Aguiar da Pena (c Vila Pouca de Aguiar) que em 1220 podia mobilizar 120 a 150 peotildees e algumas dezenas de cavaleiros16 Terras mais populosas como Panoacuteias (c Vila Real) e Celorico de Basto deviam permitir ainda mais efetivos

O que haacute a reter quer na mobilizaccedilatildeo dos senhorios (honras e coutos) quer na das terras (pelos tenentes) eacute que estamos a falar de modelos teoacutericos de mobilizaccedilatildeo ou seja falamos de efetivos mobilizaacuteveis e natildeo mobilizados Havia sempre quem natildeo estivesse em casa quem preferis-se remir a falta ao serviccedilo com o pagamento de um imposto ou simples-mente quem natildeo estivesse obrigado a ir na hoste

A mudanccedila em 1131-1132 de Afonso Henriques de Guimaratildees para Coimbra proporcionou-lhe o contacto com outro grupo que ti-nha adquirido riquezas consideraacuteveis atraveacutes da guerra de fronteira os cavaleiros de Coimbra17 Eram guerreiros que no tempo do Conde

15 DR74 p 95 Considerando o coeficiente consagrado de cinco habitantes por casal es-tabelecido por Avelino Jesus da COSTA (O Bispo D Pedro e a Organizaccedilatildeo da Dioce-se de Braga p231) e seguido por Joseacute MATTOSO (Identificaccedilatildeo de um paiacutes vol II p 15) e Maria Helena da Cruz COELHO (ldquoA Estruturaccedilatildeo Socialrdquo p 170) entre outros eacute adequado aceitar somente um elemento disponiacutevel para a guerra provavelmente o chefe de famiacutelia

16 Botelho da Costa Veiga calculou para Aguiar da Pena a existecircncia de 126 casais reguen-gos e 85 de herdadores aos quais se podiam adicionar 142 pertencentes a cenoacutebios vaacuterios VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa p 191 Mesmo considerando isentos de serviccedilo militar os moradores de casais dependentes de poderes eclesiaacutesti-cos podemos com base numa estimativa que considere que cada casal fornece um guerreiro e que a maioria dos herdadores tem posses que os obriguem a apresentar-se com cavalo considerar entre 120 e 150 peotildees e 50 a 80 cavaleiros

17 A hoste continuou a contar com a participaccedilatildeo de infanccedilotildees e ricos-homens depois desta transferecircncia como satildeo os casos de Aacutelvaro Peres ateacute 1145 (DR 211 de outubro 01) Egas Moniz ateacute 1146 (DR213 de fevereiro) Fernatildeo Peres ldquoCativordquo ateacute 1155 (DR 254 de junho) No final do seu reinado detetamos em vaacuteria documentaccedilatildeo nomes como Mendo Gonccedilalves de Sousa entre 1156-57 e marccedilo de 1185 (DR 257 e DR 357) Vasco Fernandes de Soverosa entre fevereiro de 1159 e marccedilo de 1185 (DR 271 e DR 357) ou Pedro Fernandes de Braganccedila entre novembro de 1147 e marccedilo de 1185 (DR 224 e DR 357) que representam uma segunda ou mesmo terceira geraccedilatildeo da nobreza nortenha

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 13

A hoste de d Afonso henriques

D Henrique se comeccedilaram a fixar na zona da Lousatilde e nas encostas ocidentais da Estrela na maioria de origem estrangeira ou moccedilaacuterabe e que asseguravam o controlo militar de uma regiatildeo que nessa altura ainda era fronteira Entre esses cavaleiros tanto encontramos nomes francos como Uzberto quanto asturianos como Anaia Vestrariz ou moccedilaacuterabes como Randulfo Soleimaacutes18

Eram um grupo bem diferenciado com uma grande simpatia pelos moccedilaacuterabes e que natildeo tinha no seu esquema mental a ideia de cruzada (que entrou tarde no espaccedilo portuguecircs) nem a de guerra santa Para eles a guerra era uma forma de vida de divisatildeo de saque alternada com periacuteodos de convivecircncia com o Islatildeo Sabiam distinguir muito bem os ismaelitas (ou andaluzes) dos moabitas (ou aacuterabes) e se foi relativa-mente faacutecil galvanizaacute-los para o avanccedilo para sul nisso estiveram ingre-dientes como a agressividade e irredutibilidade dos almoraacutevidas e as possibilidades de acumulaccedilatildeo de terra e riquezas que um programa de conquista podia trazer

O Mosteiro de Santa Cruz uma casa protegida pelo rei era o centro da vida espiritual destes cavaleiros tal como os mosteiros de usos clu-niacenses tinham sido para os infanccedilotildees do Entre-Douro-e-Minho qua-renta anos antes Os cavaleiros frequentavam os ofiacutecios de Santa Cruz seguiam as suas instruccedilotildees e faziam-se enterrar nos seus claustros Ti-nham prosperidade e apesar da sua ascendecircncia raramente ligada agrave nobreza de linhagem do Norte natildeo se sentiam nem eram considerados como inferiores Eram um grupo social com identidade proacutepria19

Foram os cavaleiros de Coimbra os protagonistas da tomada de Santa-reacutem um assalto de surpresa noturno levado a cabo em marccedilo de 1147 O coacutenego de Santa Cruz que escreveu o texto conhecido como De Expugna-tione Scallabis ndash A conquista de Santareacutem ndash fez eco de uma memoacuteria que referia a relaccedilatildeo estreita entre o rei e os seus companheiros de armas Eacute ela que inspira o discurso atribuiacutedo ao rei na veacutespera do assalto Cha-ma-lhes ldquocomilitones meirdquo ndash camaradas ou cavaleiros comigo ou meus companheiros soldados e tambeacutem ldquomilites meirdquo meus cavaleiros20 De-pois da conquista de Lisboa em outubro de 1147 o grupo foi perdendo a funccedilatildeo militar e assumindo a representaccedilatildeo reacutegia na administraccedilatildeo local

18 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 18319 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 201 20 Scriptores p94b NASCIMENTO ldquoO Juacuteblio da Vitoacuteriardquo p 1226

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2814

Carlos Filipe aFonso

coimbratilde No entanto tambeacutem deu lugar agrave formaccedilatildeo de confrarias de ca-valeiros que participavam em expediccedilotildees para sul do Tejo21

A mudanccedila do rei para Coimbra tambeacutem reforccedilou em muito outra fonte de mobilizaccedilatildeo as miliacutecias concelhias O foral de Numatildeo de 1130 eacute o primeiro de D Afonso Henriques que natildeo eacute uma confirmaccedilatildeo dos forais do tempo dos condes e insere-se na estrateacutegia de reforccedilo militar daquela regiatildeo22 Mas mais evidentes neste sentido e ainda antes da conquista de Lisboa satildeo os forais do anel defensivo a sul de Coimbra Miranda do Corvo (1136)23 Penela (1137)24 Germanelo (1142)25 e Leiria (1142)26 Ateacute agrave morte do rei em 1185 seratildeo mais de trecircs dezenas os forais atribuiacutedos um pouco por todo o territoacuterio

Por princiacutepio um cavaleiro-vilatildeo tinha riqueza suficiente para se apresentar na hoste com cavalo e armas proacuteprios sendo mesmo obri-gatoacuterio ascender agrave categoria em face da riqueza possuiacuteda em boa parte dos municiacutepios Como afirma Maacuterio Barroca numa primeira fase ser-se cavaleiro-vilatildeo constituiacutea um privileacutegio tendo passado mais tarde a um dever por via das posses27 tendo esta transiccedilatildeo ocorrido no reinado de D Afonso Henriques

21 A forccedila comandada por Fernatildeo Gonccedilalves que em 1162 assaltou e ocupou Beja era composta por miliacutecias de Coimbra Beiras e Santareacutem (ADA p158 Scriptores-I p 14 e seguintes) Eacute possiacutevel que os Militibus Sancti Lazari beneficiaacuterios no testamento de Domingos Lourenccedilo de 1180 (LP 10) sejam uma confraria militar local coimbratilde (MAT-TOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes Vol I p 115) Mas tambeacutem natildeo eacute despicienda a hipoacutetese de se tratar de uma referecircncia agrave ordem militar do mesmo nome surgida na Terra Santa em finais do seacuteculo XI Pelo nuacutemero de habitantes que certamente seria bastante supe-rior a qualquer municiacutepio da regiatildeo a miliacutecia de Coimbra era tambeacutem a que conseguia mobilizar contingentes mais volumosos Um indiacutecio deste efetivo eacute-nos dado pelos forais do grupo de Santareacutem-Lisboa-Coimbra de 1179 que utilizam o nuacutemero de 60 cavaleiros como referecircncia para as regras de divisatildeo do espoacutelio obtido em campanha sendo dife-rentes nos casos das expediccedilotildees aqueacutem e aleacutem desse nuacutemero de guerreiros (Leges p 417) A questatildeo dos efetivos mobilizaacuteveis foi estudada para o iniacutecio do seacuteculo XIII por Botelho da Costa Veiga (Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa p 147) Infelizmente natildeo dispomos de estudos de pormenor para o reinado de D Afonso Henriques

22 Leges p 368 de 1130 junho 2523 Leges p 373 de 1136 novembro 624 Leges p 375 de 1137 julho25 Leges p 433 de 1142-4426 Leges p 376 de 114227 BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Militarrdquo p 91 A ascensatildeo obri-

gatoacuteria passou a ser o caso mais frequente a partir do foral de Penela 1137 (Leges p 375) seguindo-se Sintra 1154 (Leges p 384) e Eacutevora 1166 (Leges p 393) A partir desta data parece constituir a regra em quase todos os forais da Beira Interior a sul da Serra da Estrela e a sul do Tejo especialmente os do Grupo de Eacutevora como foi o caso de Coruche 1182 jaacute perto do final do primeiro reinado (Leges p 426)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 15

A hoste de d Afonso henriques

Mas em locais onde a fixaccedilatildeo de cavaleiros era escassa ou mais di-fiacutecil o monarca concedia preacutestamos em troca de serviccedilo militar pes-soal28 Eram herdades que tomavam a designaccedilatildeo de ldquocavalariasrdquo e que frequentemente continuavam a ser designadas pelos nomes dos seus primeiros proprietaacuterios duas ou trecircs geraccedilotildees apoacutes a sua mor-te29 O rei podia tambeacutem podia recorrer ao fornecimento de armas e outro equipamento militar como se depreende do foral de Santareacutem de 1095 outorgado por Afonso VI de Leatildeo Ali depois da morte de um cavaleiro nestas condiccedilotildees o monarca recuperava o cavalo e loriga cedidos (certamente por intermeacutedio do alcaide)30 Estes deveriam ser reatribuiacutedos a outro homem que pudesse desempenhar o serviccedilo O mesmo se passava em Numatildeo cujas armas de alguns moradores eram atribuiacutedas pelo senhor Fernatildeo Mendes de Braganccedila o outorgante do foral de 113031 Em Moacutes (c Freixo de Espada-agrave-Cinta) em 1162 D Afon-so Henriques mandou dar armas a todos ndash cavaleiros e peotildees ndash para que defendessem o castelo32

Na generalidade dos concelhos uma boa parte dos vizinhos era cons-tituiacuteda pelos pedites pequenos proprietaacuterios alodiais (herdadores) al-guns comerciantes homens de mesteres normalmente com obrigaccedilotildees militares defensivas mas mais frequentemente dispensados das caval-gadas empreendidas por iniciativa local33 No entanto o chamamento

28 MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros p 178 A regiatildeo de Penalva do Castelo na encosta Norte da Serra da Estrela eacute um exemplo de concentraccedilatildeo de cavalarias O lugar de Carroga em Sezures (c Penalva do Castelo) constituiacutea uma cavalaria reacutegia cujos moradores deviam ir em hoste e prestar anuacuteduva aleacutem de pagarem os seus im-postos ao mordomo de Penalva (Inq p 802b de 1252) O mesmo se passava com a paroacutequia de Pepim (atual Moinhos de Pepim) trecircs cavalarias em Pindo e Ulvaria (Oli-veira) todos os trecircs fogos de Lamosa e todo o lugar de Moita (c Penalva do Castelo Inq p 803a de 1252)

29 VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa pp 158-159 BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Militarrdquo p 92 MARTINS Para Bellum p 135 n 581

30 Leges p 349 de 1095 Trata-se da lutuosa um imposto que perduraraacute no caso dos vassalos reacutegios ateacute bastante tarde As armas dos vassalos ficavam como lutuosa para o rei que delas fazia mercecirc ao que substituiacutesse o defunto (COSTA ldquoLutuosardquo p 86)

31 Leges p 370 de 113032 Leges p 391 de 116233 Das cerca de duas dezenas de cartas de foral ou aforamentos do periacuteodo condal e do

iniacutecio do reinado de D Afonso Henriques anteriores a 1147 natildeo haacute referecircncias ex-pliacutecitas agrave obrigaccedilatildeo de ir em fossado por parte dos peotildees Aliaacutes o foral de Numatildeo de 1130 isenta explicitamente os peotildees desse tipo de operaccedilatildeo ldquoEt pedones non faciant fossatum nec clericirdquo (Leges p 368) Jaacute a carta de Penela de 1137 que menciona es-pecificamente o ldquofossado Regisrdquo natildeo especifica quem o deve cumprir (Leges p 375a) Verificam-se com mais frequecircncia limitaccedilotildees temporais agrave ida ao apelido que natildeo satildeo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2816

Carlos Filipe aFonso

para a hoste reacutegia mudaria o panorama Quer a leitura dos forais quer as Inquiriccedilotildees de 1220 mostram que a norma era o serviccedilo ao rei ser extensivo a todos os moradores34

No caso da integraccedilatildeo na hoste reacutegia durante o reinado de D Afon-so Henriques natildeo parece ter havido disposiccedilotildees limitassem isentas-sem ou beneficiassem de alguma forma os vizinhos dos concelhos35 Mas se os peotildees podiam ser levados a tomar parte nas campanhas sem daiacute advir grande resistecircncia jaacute no caso dos cavaleiros satildeo evidentes nalguns casos medidas adicionais de motivaccedilatildeo como ocorria em re-

dirigidas especificamente aos ldquomilitesrdquo preferindo-se o termo ldquohominesrdquo em Guima-ratildees 1095-96 (Leges p350-351) Constantim 1096 (Leges p 352-353) e Arganil 1114 (DP p 419-420) Nestes concelhos os moradores soacute serviam por um dia Satildeo trecircs cartas do periacuteodo condal a uacuteltima outorgada pelo bispo de Coimbra

34 O primeiro foral que refere o serviccedilo no ldquoexeacutercitordquo como obrigatoacuterio com essa designaccedilatildeo eacute o de Sintra de 1254 (Leges p 384) Mas no reinado de D Afonso Hen-riques continuou a prevalecer o termo ldquofossadordquo O foral de Moacutes de 1162 utiliza-o ldquoEt non faciatis fossado nisi cum uestro seniore una uice in annordquo (Leges p 390) O mesmo se passa com o de Eacutevora de 1166 Leges p 392) que tem a particularidade de inaugurar as cartas carateriacutesticas de uma segunda geraccedilatildeo de guerra de frontei-ra agora na vasta faixa que compreendia o atual Alentejo e Beira Baixa POWERS A Society Organized for War p 43 Nos reinados seguintes a expressatildeo ldquoir em hosterdquo surge ocasionalmente nos mesmos locais das foacutermulas em que antes se utilizava ldquofossadordquo como nos casos do aforamento de Roalde (c Sabrosa) de 1208 (Leges p 537) ou da carta de Cidadelhe (c Mesatildeo Frio) de 1224 (Leges p 600) De qualquer modo o texto dos forais remete para se tratar de uma obrigaccedilatildeo dos cavaleiros e temos de recorrer agraves Inquiriccedilotildees e agraves Posturas Municipais conhecidas para a regiatildeo do Ribacoa que embora posteriores ao reinado de D Afonso Henriques deixam entrever que os peotildees tambeacutem participavam nas expediccedilotildees No caso das Inquiri-ccedilotildees as testemunhas referem-se frequentemente a foros e costumes vigentes ou seja que se praticavam havia anos ou deacutecadas Nas atas dos inqueacuteritos a ida em hoste natildeo diz respeito aos milites mas sim aos homines o que sugere uma obrigaccedilatildeo extensiva aos peotildees Esta ideia subjaz por exemplo na paroacutequia de Santa Eulaacutelia de Pensalvos (c Vila Pouca de Aguiar) em 1220 As populaccedilotildees estatildeo isentas de apelido e fossado porque tecircm obrigaccedilatildeo de estabelecer atalaias e de garantir infor-maccedilatildeo ao castelo de Aguiar da Pena em caso de guerra (Inq p 126b) Eacute tambeacutem frequente todos pagarem fossadeira como se observa por exemplo em Satildeo Silves-tre de Freitas (c Terras de Bouro) onde se especifica que competia aos herdadores o pagamento desse imposto que permitia remir a ida em fossado (Inq p 98b) Jaacute os foros e costumes de Castelo Bom especificam que um cavaleiro que se apresentasse na cavalgada com uma tenda redonda de 20 cordas ou mais poderia dispensar da operaccedilatildeo dois cavaleiros ou quatro peotildees (Leges p759) Estes foros tecircm a dataccedilatildeo criacutetica de 1188-1230 SANTOS Costumes e Foros p 13

35 Soacute a partir do seacuteculo XIII comeccedilam a surgir nos forais a norte do Douro algumas determinaccedilotildees mais expliacutecitas como por exemplo que a ida em hoste soacute era obriga-toacuteria quando a acompanhar o rei em pessoa como no aforamento reacutegio aos 30 mora-dores de Rualde em 1208 (Leges p537) ou como a que estipulava que para aleacutem de acompanhar o rei a obrigaccedilatildeo soacute se mantinha a norte do Douro e apenas uma vez por ano como no caso de Cidadelhe em 1224 (Leges p 600)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 17

A hoste de d Afonso henriques

laccedilatildeo aos de Sintra Uma vez por ano podiam tomar parte na hoste conservando todo o espoacutelio obtido na guerra para si sem ter de dar a habitual quinta parte ao rei36

A convocaccedilatildeo dos combatentes nos municiacutepios devia no tempo de D Afonso Henriques seguir as linhas gerais do que conhecemos para o fi-nal do seacuteculo XII Depois de decidida a mobilizaccedilatildeo e estabelecido o local e altura de reuniatildeo da hoste os municiacutepios a convocar eram percorridos pelos porteiros37 Estes em conjunto com os alcaides (mais tarde seratildeo os juiacutezes nos concelhos maiores) e os adaiacutes reuniam os combatentes num local especiacutefico da vila38 No caso da hoste reacutegia que exigia um tem-po de serviccedilo mais prolongado do que os fossados concelhios tambeacutem deviam ser incluiacutedos besteiros peotildees artesatildeos cleacuterigos e condutores de bestas de carga O adail (ou adaiacutes nos concelhos que tinham mais que um destes oficiais) tinha a responsabilidade de conduzir a miliacutecia ateacute ao ponto de encontro com a hoste39

36 ldquoMilites semel in anno in regio exercitu militent pro sua ganancia et non accipiat Rege de illos nichilrdquo (Legesp 384)

37 As funccedilotildees de convocaccedilatildeo direta para a hoste parecem ter cabido aos porteiros (porta-rios) Conf BLUTEAU Vocabulario Portuguez amp Latino p 633b No seacuteculo XIII estaratildeo jaacute consolidados como ldquosacadores dos direitos e vendas da Coroardquo (VITERBO Elucidaacuterio p 164b) sendo o porteiro-mor o superintendente da cobranccedila dos direitos fiscais (R d Torres Porteiro-mor 123) Mas nas Inquiriccedilotildees de 1220 ainda nos surgem com eviden-tes funccedilotildees militares como vemos na paroacutequia de Satildeo Paio de Midotildees Terra de Faria (c Barcelos) a cujo porteiro cabia fazer-se acompanhar dos herdadores para ldquoexpelle-re homines de domibus suis ut eant in fossado per totum terminum de ipso castellordquo ou seja conduzir homens de suas casas para irem em fossado dentro do termo do castelo o que pressupotildee uma accedilatildeo defensiva mais compatiacutevel com o apelido (Inq I p 111b) Tambeacutem o aforamento aos moradores de Rualde em 1208 determina que a ida em hoste ou apelido soacute era devida mediante a apresentaccedilatildeo do selo reacutegio ou por ordem do porteiro (Leges p 537)

38 As terras e mesmo honras e coutos deveriam ter um local habitual de reuniatildeo dos que iam para a guerra Seria um lugar com centralidade geograacutefica mas fora da vila ou castelo como nos mostram os costumes e foros de Castelo Bom (Leges p 782) Nas Terras e Julgados deviam ser nas imediaccedilotildees de locais previstos para a pousada do rico-homem ou do juiacutez Assim parece ocorrer com o lugar de Capeludos na paroacutequia de Santa Eulaacutelia de Pensalvos (c Vila Pouca de Aguiar) em relaccedilatildeo agrave Terra de Aguiar em 1220 (Inq p 126b) deduzindo-se pela centralidade geograacutefica pela pousada do ri-co-homem e pelo facto dos seus moradores para aleacutem de pousada terem de guarnecer as atalaias natildeo acompanhando a mesnada mobilizada (Inq pp 44-45 e 126-128)

39 Nas Siete Partidas os legisladores de Afonso X resumem as obrigaccedilotildees dos adaiacutes (Parti-das XXII Lei 1) Por serem condutores de guerreiros estavam pelo menos a partir dos forais de 1179 de Santareacutem Lisboa e Coimbra isentos de dar a quinta parte do saque ao rei (Leges pp 408-409 414 e 417)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2818

Carlos Filipe aFonso

Depois da junccedilatildeo com as restantes forccedilas os contingentes concelhios mais numerosos deveriam manter a sua integridade e combater sob o mesmo estandarte ao passo que os de menor dimensatildeo deveriam agru-par-se entre si para formar subunidades consistentes de combatentes da mesma tipologia (cavaleiros com cavaleiros e peotildees com peotildees por exemplo)40

A hoste reacutegia tambeacutem era complementada por outras instituiccedilotildees de verdadeiros especialistas na guerra as ordens militares41 A primeira com expressatildeo militar definida a entrar em Portugal foi a Ordem do Tem-plo ainda pela matildeo de D Teresa em 1128 que lhes doou Fonte Arcada e o castelo de Soure Esta doaccedilatildeo foi confirmada pouco menos de um ano depois por D Afonso Henriques ao assumir o governo do condado42 Por esses anos o castelo de Soure natildeo eacute um castelo qualquer eacute o mais exposto e vulneraacutevel a sul do Mondego porque estaacute numa regiatildeo mais plana que pode ser atacada por todas as direccedilotildees inclusive pelo mar subindo a foz do Mondego e depois o Arunca Talvez por isso os templaacuterios natildeo tenham conseguido repelir o ataque que sofreram em 1144 que deixou a fortale-za parcialmente destruiacuteda e rendeu aos muccedilulmanos um bom saque com refeacutens e gado que levaram para Santareacutem43

Apesar de se tratar de uma Ordem transnacional a esmagadora maioria dos freires templaacuterios em Portugal era a partir de meados do seacuteculo XII de origem portuguesa e em 1169 D Afonso Henriques convalescente em Lafotildees depois do desastre de Badajoz concedia-lhes

40 Os forais do grupo de Santareacutem Lisboa e Coimbra de 1179 explicitam que as respe-tivas miliacutecias concelhias natildeo ocupam a retaguarda da hoste reacutegia (Leges pp 408-409 414 e 417) A determinaccedilatildeo repete-se depois com o foral de Povos de 1195 (Leges p 492) e de Leiria no mesmo ano (Leges p 496) Tornar-se-aacute mais frequente no seacuteculo XIII No plano oposto algumas comunidades com poucos moradores como era o caso de Ermelo e Bilhoacute (c Vila Real) soacute iam no fossado reacutegio se os moradores dos coutos vizinhos tambeacutem fossem (DS 90 de 1196 abril) Mais tarde temos mesmo referecircncia aos concelhos de Proenccedila-a-Velha e de Egitacircnia que tinham como condiccedilatildeo para a ida em fossado apelido ou hoste fazerem-no em conjunto (Leges p616)

41 Sobre a presenccedila e atuaccedilatildeo das ordens militares na guerra no contexto da Reconquis-ta Peninsular em geral vejam-se AYALA Las oacuterdenes militares hispaacutenicas pp 405-441 e RODRIacuteGUEZ-PICAVEA Los Monges Guerreros pp 167-192 Para uma siacutentese do per-curso das ordens em Portugal consulte-se FERNANDES e OLIVEIRA ldquoAs Ordens Mili-tares no Reino de Portugalrdquo pp 137-165 Especificamente para o reinado de D Afonso Henriques vejam-se os capiacutetulos dedicados aos Templaacuterios Santiago e Ordem de Eacutevora em MATTOSO D Afonso Henriques pp 260-264 341-344 e 344-346 respetivamente

42 DR 77 de 1128 e DR 96 de 1129 marccedilo 19 43 Scriptores-I p 62

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 19

A hoste de d Afonso henriques

um terccedilo de tudo o que conquistasse a sul do Tejo44 procurando talvez compensar a sua incapacidade para continuar a conduzir pessoalmente a guerra ou preparar-se para fazer face agrave crescente ameaccedila almoacuteada Ou ambas

Em boa verdade os registos que temos da participaccedilatildeo de templaacuterios em combate ao lado de D Afonso Henriques satildeo todos de fontes bem tardias jaacute do seacuteculo XIV e posteriores A ldquoCroacutenica de Portugal de 1419rdquo coloca D Gualdim Pais ao lado de D Afonso Henriques na conquista de Santareacutem45 Pode tratar-se natildeo de uma realidade mas de uma redaccedilatildeo apologeacutetica em relaccedilatildeo a uma das mais emblemaacuteticas figuras do reinado do primeiro rei numa altura em que a Ordem tinha jaacute sido extinta havia mais de um seacuteculo e Portugal avanccedilava para a expansatildeo mariacutetima pela matildeo da Ordem de Cristo sua sucessora

Em todo o caso se poucas ou nenhumas vezes temos registo da inte-graccedilatildeo de templaacuterios na hoste reacutegia temos pelo menos a certeza de que desempenharam um papel fundamental na consolidaccedilatildeo e defesa dos locais estrategicamente mais sensiacuteveis e na organizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos receacutem-conquistados Esse papel eacute evidente aquando da doaccedilatildeo do eclesiaacutestico de Santareacutem agrave Ordem na sequecircncia da conquista da ci-dade46 ou na doaccedilatildeo do castelo de Ceras e territoacuterio de Tomar em 1159 materializando a defesa da linha do Tejo47

Mais tarde jaacute no final da deacutecada de 1150 desenvolvem-se as ordens militares ibeacutericas Calatrava surge em 115848 seguida pela Ordem de Santiago fundada em Caacuteceres 117049 Neste mesmo ano detetamos em Eacutevora uma outra confraria da qual resultaraacute a Ordem de Avis50 Em se-tembro de 1172 o rei doa o castelo de Monsanto (c Idanha-a-Nova) agrave Ordem de Santiago51 Um ano depois seraacute a vez do castelo de Abrantes com o seu termo agrave mesma Ordem52

44 DR 295 de 1169 setembro 45 CP 1419 p 4446 DR 221 de 1147 abril47 DR 271 de 1159 fevereiro48 BC Scriptura I de 1158 A primeira regra da Ordem foi promulgada em 1164 (BC Scrip-

tura IV de 1164 setembro 14)49 AYALA 2007 p 12050 A miliacutecia de Eacutevora era jaacute uma realidade consolidada em 1176 data em que D Afonso

Henriques lhes faz a doaccedilatildeo do castelo de Coruche (DR 327 de 1176 abril) 51 DR 315 de 1172 setembro52 DR 317 de 1173 setembro

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2820

Carlos Filipe aFonso

Temos de admitir a presenccedila de elementos das ordens militares pelo menos de forma pontual na hoste reacutegia como alguns autores apontam para o caso da conquista de Lisboa e com maior probabilidade em ope-raccedilotildees mais tardias a sul do Tejo Mas no tempo de D Afonso Henri-ques natildeo eram certamente presenccedila frequente apesar de a sua atuaccedilatildeo se encontrar sempre em sintonia e complementaridade com a Coroa

Finalmente a hoste de D Afonso Henriques foi em algumas ocasiotildees complementada por outros grupos de combatentes Eacute o caso do bando de Geraldo Geraldes o ldquoSem Pavorrdquo de quem comeccedilamos a ter notiacutecia a partir de 1165 quando conquistou Trujillo Eacutevora e Caacuteceres53 Caudilho de fronteira de origem incerta eacute possiacutevel que tenha sido ele proacuteprio um escravo cristatildeo nas matildeos de muccedilulmanos ateacute porque as fontes aacuterabes o chamam de galego54 embora talvez o faccedilam porque no imaginaacuterio muccedilulmano os guerreiros cristatildeos mais ferozes provinham dessa re-giatildeo remota da Peniacutensula ou simplesmente porque designavam por ldquogalegosrdquo todos os homens do Norte cristatildeo

Atuava normalmente em autonomia e tinha por costume efetuar ataques de surpresa durante a noite e com condiccedilotildees atmosfeacutericas ad-versas quando as guarniccedilotildees dos castelos estavam mais abrigadas e menos atentas Em 1166 apoderou-se de Caacuteceres Montaacutenchez e Serpa seguindo-se Juromenha que se converteu em base de ataque sobre Ba-dajoz55 Em maio de 1169 efetuou uma incursatildeo sobre esta cidade ten-do-se apoderado da sua muralha exterior Esta accedilatildeo militar concertada previamente ou natildeo com D Afonso Henriques deu oportunidade ao rei portuguecircs para se aproximar da praccedila-forte e exigir a rendiccedilatildeo da guarniccedilatildeo almoacuteada concedendo-lhe um prazo No entanto eacute conhecida a intervenccedilatildeo do rei de Leatildeo Fernando II honrando o pacto celebra-do com os muccedilulmanos que aprisionou D Afonso Henriques durante vaacuterios meses56

53 IBN lsquoIDARI Al-Bayan Al-Mugrib Nuevos fragmentos p 402 Sobre este caudilho cen-tral na atuaccedilatildeo militar do final da deacutecada de 1160 e iniacutecio da de 1170 veja-se PEREIRA Geraldo Sem Pavor passim

54 Idem Ver tambeacutem IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 13755 IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 13856 Apesar de algumas fontes cristatildes situarem o episoacutedio em 1168 (ADA p 158 Scriptores

I p15) as fontes muccedilulmanas fornecem-nos um encaixe cronoloacutegico mais ajustado (IBN lsquoIDARI 1963 pp 405-406 IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama p 144) Ver toda a sequecircncia cronoloacutegica organizada em MATTOSO D Afonso Henriques pp 303-304

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 21

A hoste de d Afonso henriques

Depois do infortuacutenio de Badajoz onde partiu uma perna o rei natildeo voltaria mais a montar a cavalo nem a combater Mas em 1169 tinha jaacute 41 anos de governo de Portugal Quatro deacutecadas em que soube capita-lizar os recursos materiais e humanos do territoacuterio que lhe coube para gerar e reinventar uma estrutura militar que contribuiu sobremaneira para garantir a viabilidade de Portugal enquanto reino independente57

Ateacute aqui abordaacutemos os contingentes de combatentes Mas as hostes eram tambeacutem compostas por um trem de apoio de natildeo combatentes Nos deslocamentos do monarca com a sua scola bem como nos dos nobres com as suas mesnadas em campanha o trem natildeo deveria ser muito ro-busto especialmente se a aacuterea de operaccedilotildees fosse em territoacuterio cristatildeo Todos estes dignitaacuterios gozavam de direito de aposentadoria que era ex-tensivo agraves tropas que os acompanhavam durante as campanhas Os ha-bitantes de um local por onde passassem estas mesnadas viam-se na obri-gaccedilatildeo de alojar e alimentar os combatentes por norma por um periacuteodo curto de tempo que natildeo deveria ultrapassar os trecircs dias jaacute que de outro modo uma hoste esgotaria rapidamente os recursos da regiatildeo58

Quando a hoste estava constituiacuteda e se esperava que passasse algum tempo em operaccedilotildees era necessaacuterio transportar viacuteveres forragem para os cavalos (dependendo da altura do ano) vitualhas armamento de re-serva ou mesmo montadas suplementares Natildeo temos registo de serem utilizados carros para esse efeito no tempo de D Afonso Henriques mas sim transporte efetuado no dorso de equiacutedeos (cavalos mulas zebros) Nos forais dos francos e gaacutelicos de Atouguia posteriores a 1186 a uacutenica obrigaccedilatildeo militar a que estes estrangeiros se mantecircm vinculados eacute o for-necimento de bestas de carga para transportar as vitualhas do exeacutercito reacutegio na guerra contra os pagatildeos59

Em operaccedilotildees mais prolongadas como as de cerco (o caso de Lisboa em 1147 ou de Alcaacutecer em 1158) a hoste reacutegia natildeo teraacute deixado de in-

57 A viabilidade do reino de Portugal esteve natildeo raras vezes em causa durante o reinado de D Afonso Henriques tornando-se mais soacutelida depois da conquista da linha do Tejo Apesar de vaacuterios fatores concorrerem para a manutenccedilatildeo de um estado independente a accedilatildeo militar do primeiro monarca desempenhou um papel central (MATTOSO D Afonso Henriques p 251)

58 O direito de aposentadoria de tropas em campanha deveria ser anaacutelogo ao direito que a nobreza detinha As Partidas mencionam a existecircncia de siacutembolos designados por ldquopendotildees pousadeirosrdquo que as hostes transportavam e com as quais marcavam os lugares de pousada (Partidas XXII Lei 14) Mesmo a peonagem quando enquadrada por um almocadeacutem gozava de direito de aposentadoria (Partidas XXII Lei 5)

59 Leges p 451 de 1186 ()

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2822

Carlos Filipe aFonso

corporar artesatildeos como ferreiros e carpinteiros e ateacute de se fazer acom-

panhar por mulheres Os cleacuterigos como capelatildees eram tambeacutem uma

presenccedila habitual na hoste Natildeo soacute curavam as feridas da alma dos com-

batentes como seriam os mais qualificados para tratar os ferimentos do

corpo proceder aos ofiacutecios diaacuterios ouvir em confissatildeo e frequentemen-

te enterrar os mortos60

Havia uma preocupaccedilatildeo com a manutenccedilatildeo do efetivo e da sua

prontidatildeo para a guerra No caso dos cavaleiros-vilatildeos uma praacutetica

que percebemos regular no reinado de D Afonso Henriques foi a en-

trega a tiacutetulo de compensaccedilatildeo de cavalos a quem os tivesse perdido

em combate utilizando para o efeito montadas capturadas ao inimi-

go Soacute depois de consolidada esta distribuiccedilatildeo se procedia agrave contabi-

lizaccedilatildeo do remanescente do saque entregando-se por norma uma

quinta parte ao rei e distribuindo-se as restantes quatro partes entre o

alcaide e os cavaleiros do concelho61

Uma hoste com as carateriacutesticas e componentes que descrevemos ateacute

aqui tinha as suas possibilidades e limitaccedilotildees Antes de mais o efetivo

total possiacutevel de mobilizar para uma campanha Ao que tudo indica o

maacuteximo efetivo que D Afonso Henriques reuniu em operaccedilotildees foi no

cerco de Lisboa em 1147 estimando-se a presenccedila de 3000 portugue-

60 Logo em 1130 no iniacutecio do governo de D Afonso Henriques o foral de Numatildeo explicita que os cleacuterigos tal como os peotildees estatildeo isentos de fossado o que nos revela que natildeo estatildeo libertos de participar em accedilotildees defensivas como o apelido (Leges p 368) Esta eacute a norma que encontramos noutros forais do reinado de D Afonso Henriques como o de Trancoso 1157-69 (Leges p 434) e o de Moreira 1157-59 (Leges p 437) No outro extremo da cronologia que analisamos pouco tempo depois da morte do rei o filho D Sancho concedeu vaacuterios privileacutegios ao clero de todo o reino entre eles a isenccedilatildeo de ida na hoste a natildeo ser que houvesse necessidade de combater muccedilulmanos que en-trassem em ldquoterram mostramrdquo o que pressupotildee que em tempo anterior a presenccedila de cleacuterigos era habitual (DS 39 de 1186-89) D Sancho I repete disposiccedilotildees semelhantes em documentos posteriores como no caso de uma carta-patente ao bispo de Coimbra (DS 202 de 1210 dezembro 28)

61 Nos forais de Leiria 1142 (Leges p 376) e Germanelo 1142-44 (Leges p 433) determi-na-se que todos os cavalos obtidos em fossado devem ser distribuiacutedos aos combatentes pelo alcaide natildeo se devendo nenhum ao rei A disposiccedilatildeo para a restituiccedilatildeo dos cava-los perdidos antes da reparticcedilatildeo do saque comeccedila a encontrar-se a partir do foral de Eacutevora de 1166 (Leges p 343) A foacutermula expressa ldquo(hellip) primis erectis eos sine quinta et postea detis nobis quintam directamrdquo) surge no reinado de D Afonso Henriques igualmente nos forais de Abrantes 1179 (Leges p 419) Coruche 1182 (Leges p 427) e Palmela 1185 (Leges p 430) Posteriormente parece ter passado a ser a norma se natildeo em todos pelo menos na maioria dos concelhos como o atestam 34 outras cartas de foral e aforamentos outorgados entre 1186 e 1271

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 23

A hoste de d Afonso henriques

ses62 Entre eles as mesnadas senhoriais e miliacutecias concelhias Mas este

nuacutemero deve ser visto como uma exceccedilatildeo de tal modo que durante o

cerco o rei teve de dispensar parte dos efetivos63

Outra limitaccedilatildeo residia na incapacidade de assediar grandes fortale-

zas Durante o reinado de D Afonso Henriques os castelos conquistados

pela hoste reacutegia em autonomia e atraveacutes de uma operaccedilatildeo de cerco con-

vencional ou eram fortalezas de reduzida dimensatildeo ou foram cercados

com o auxiacutelio de cruzados como em Lisboa em 1142 e depois em 1147

em Alcaacutecer em 1159-60

Uma das potencialidades que o modelo de exeacutercito de D Afonso Hen-

riques detinha era a de realizar incursotildees raacutepidas na profundidade do

territoacuterio muccedilulmano O fossado de Ourique de 113964 ou o fossado de

Triana de 117865 satildeo demonstrativos da rapidez de mobilizaccedilatildeo e de

deslocamento

A hoste de D Afonso Henriques natildeo foi sempre a mesma por vaacuterias

razotildees Em primeiro lugar porque uma hoste na Idade Meacutedia eacute sempre

uma organizaccedilatildeo temporaacuteria e conjuntural eacute levantada para uma fina-

lidade ou campanha especiacutefica e depois desmobilizada As primeiras

referecircncias claras a um prazo de serviccedilo na hoste reacutegia satildeo do seacuteculo

XIII (Inquiriccedilotildees de 1258 e de 1284) mas eacute bem provaacutevel que o tempo de

serviccedilo fosse igualmente limitado no reinado do primeiro monarca jaacute

que estava relacionado com a disponibilidade de homens face aos tra-

balhos agriacutecolas Os peotildees dos municiacutepios serviam por um maacuteximo de

seis semanas o que deveria implicar grandes desafios de planeamento

quando se pretendiam campanhas mais prolongadas66

62 PHILLIPS The Second Crusade p 143 MARTINS De Ourique a Aljubarrota p 83 e 2017 p 179

63 NASCIMENTO A Conquista de Lisboa p 11164 Sobre o fossado de Ourique vejam-se VELHO Estudos criacuteticos sobre a Batalha de Ouri-

que MATTOSO D Afonso Henriques pp 157-166 e ALARCAtildeO Ourique65 Sobre o fossado de Triana veja-se MARTINS De Ourique a Aljubarrota pp 104-12466 O prazo eacute registado para a regiatildeo de Lamego onde um morador de Fafel tinha obriga-

ccedilatildeo de velar os muros do castelo durante a noite juntamente com todos os moradores sujeitos ao mesmo foro caso os habitantes do castelo fossem em hoste com o rei esten-dendo-se a obrigaccedilatildeo por seis semanas (Inq p 1035) A dez quiloacutemetros de distacircncia os moradores das cavalarias reacutegias de Tarouca tinham de acompanhar o rei com cava-lo e armas e permanecer em hoste ou anuacuteduva igualmente por seis semanas (Inq p 1071a) O mesmo se passava com uma cavalaria de Vouzela (Inq p 907a) E em 1284 quando das Inquiriccedilotildees de D Dinis agrave regiatildeo do Vouga na aldeia de Nogueira julgado de Sever ainda vigorava este prazo (Inq p 59)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2824

Carlos Filipe aFonso

Em segundo lugar embora natildeo conheccedilamos para o reinado do primei-ro rei nem a obrigatoriedade de soacute ir para a guerra com o rei em pessoa67 nem nenhuma restriccedilatildeo geograacutefica ao serviccedilo na hoste68 a mobilizaccedilatildeo deveria depender em boa medida da localizaccedilatildeo do monarca aquando da convocaccedilatildeo e do local do objetivo da campanha devendo procurar-se mobilizar combatentes das proximidades destas aacutereas Esta eacute tambeacutem uma das explicaccedilotildees para o recurso a combatentes conjunturais especia-listas na guerra de fronteira como Geraldo era gente que vivia no amplo e difuso territoacuterio que em cada momento constituiu a fronteira

Por uacuteltimo a proacutepria evoluccedilatildeo de Portugal de condado a reino o alargamento do seu territoacuterio e os recorrentes movimentos de coloni-zaccedilatildeo fizeram surgir especificidades sociais locais enquanto outras co-nheceram o seu ocaso Foi desta forma que ateacute ao iniacutecio da deacutecada de 1130 o grupo dominante na hoste reacutegia foram os infanccedilotildees Seguiram-se os cavaleiros de Coimbra que tiveram a sua deacutecada de ouro ateacute atingida a linha do Tejo em 1147 Nas deacutecadas seguintes assistimos agrave crescente presenccedila das ordens militares E eacute tambeacutem nesta linha que verificamos durante o reinado de D Afonso Henriques a um constante aumento de importacircncia da cavalaria-vilatilde e das miliacutecias concelhias

Siglas e abreviaturas

ADA Annales Domni Alfonsi

BC Bullarium Ordinis Militiae de Calatrava

CP 1419 Croacutenica de Portugal de 1419

DA Coleccioacuten Diplomaacutetica Medieval de la Oacuterden de Alcaacutentarahellip

DP Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Particulares

DR Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Reacutegios

DS Documentos de D Sancho I

HC Historia Compostelana

Inq Portugaliae Monumenta Historica Inquisitiones

Leges Portugaliae Monumenta Historica Leges et Consuetudines

67 A partir do aforamento de Rualde outorgado por D Sancho I a 30 povoadores (Leges p 537)

68 Soacute a partir do foral de Cidadelhe de 1224 outorgado por D Sancho II alguns concelhos a norte do Douro estatildeo isentos de acompanhar o monarca em operaccedilotildees a sul daquele rio (Leges p 600)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 25

A hoste de d Afonso henriques

LP Livro Preto da Seacute de Coimbra

ML Monarquia Lusitana Parte Quintahellip

Partidas Las Siete Partidas

Scriptores Portugaliae Monumenta Historica Scriptores

Fontes e Bibliografia

1 Fontes

Annales Domni Alfonsi Portugallensium Regis ed Monika Bloumlcker-Wal-ter Zurique 1966 pp 151-161

Bullarium Ordinis Militiae de Calatrava per annorum seriem nonnullis org Inacio Jose de Ortega y Cotes Juan Francisco Alvarez de Baque-dano y Pedro de Ortega Zuntildeiga y Aranda Madrid 1761

Croacutenica de Portugal de 1419 ed criacutetica introd e notas de Adelino de Almeida Calado Aveiro Universidade de Aveiro 1998

Coleccioacuten Diplomaacutetica Medieval de la Oacuterden de Alcaacutentara ed Bonifaacutecio Palacios Martiacuten Fundacioacuten San Benito de Alcaacutentara Madrid Edito-rial Complutense 2003

Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Particulares vol IV Tomo I AD 1116-1123 org Rui de Azevedo e Avelino Jesus da Costa Academia Portuguesa da Histoacuteria Lisboa 1980

Documentos Medievais Portugueses ndash Documentos Reacutegios Vol I Tomos 1 e 2 AD 1095-1185 org Rui de Azevedo e Luiacutes Ferrand de Almeida Academia Portuguesa da Histoacuteria Lisboa 1941

Documentos de D Sancho I ed Rui de Azevedo Avelino Jesus da Costa e Marcelino Pereira Centro de Histoacuteria da Universidade de Coimbra Coimbra 1979

Historia Compostelana introd trad notas e iacutendices Emma Falque Akal Madrid 1994

IBN lsquoIDARI Al-Bayan al-Mugrib fi Ijitisar Ajbar Muluk al-Andalus Wa al-Magrib - Los Almohades Tomo I Ambrosio Huici Miranda (ed) Tetuan Editora Marroqui 1955

IBN lsquoIDARI Al-Bayan Al-Mugrib Nuevos fragmentos almoraacutevides y almo-hades traducidos y anotados por Ambrosio Huici Miranda Valencia Anubar 1963

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2826

Carlos Filipe aFonso

IBN SAHIB AL-SALA Al-Mann Bil-Imama Ambrosio Huici Miranda (estu-do preliminar traduccedilatildeo e iacutendices) Valencia 1969

Livro Preto da Seacute de Coimbra Cartulaacuterio da Seacute de Coimbra dir e coord Manuel Augusto Rodrigues Coimbra Arquivo da Universidade de Coimbra 1999

Monarquia Lusitana Parte Quinta org Francisco Brandatildeo Paulo Craes-beeck Lisboa 1650

Portugaliae Monumenta Historica Scriptores vol I Fasc I a III Acade-mia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1856-1861

Portugaliae Monumenta Historica Inquisitiones vol I Fasc I a IX Aca-demia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1888-1977

Portugaliae Monumenta Historica Leges et Consuetudines vol I Fasc I a VI Academia das Ciecircncias de Lisboa Lisboa 1856-1868

Las Siete Partidas Alfonso X el Sabio Barcelona Linkgua 2010

2 Bibliografia

Jorge de ALARCAtildeO Ourique o lugar controverso Porto Figueirinhas 2015

Ameacutelia Aguiar ANDRADE A Construccedilatildeo Medieval do Territoacuterio Lisboa Livros Horizonte 2001

Carlos de AYALA Martiacutenez Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Madrid Marcial Pons 2007

Maacuterio Jorge BARROCA ldquoOrganizaccedilatildeo Territorial e Recrutamento Mili-tarrdquo Nova Histoacuteria Militar de Portugal Vol 1 69-94 Lisboa Ciacuterculo de Leitores 2003

Henrique da Gama BARROS Histoacuteria da Administraccedilatildeo Puacuteblica em Por-tugal nos seacuteculos XII a XV Tomo I Lisboa Imprensa Nacional 1885

Raphael BLUTEAU Vocabulario Portuguez amp Latino (O-PUR) Lisboa Officina de Pascoal da Sylva 1720

Maria Joatildeo Violante BRANCO ldquoIntroduccedilatildeordquo A conquista de Lisboa aos Mouros relato de um cruzado Aires A Nascimento (ed trad e no-tas) pp 9-53 Lisboa Vega 2007

Maria Helena da Cruz COELHO ldquoA Estruturaccedilatildeo Socialrdquo Nova Histoacuteria de Portugal Joel Serratildeo e AH de Oliveira Marques (dirs) 165-383 Lisboa Editorial Presenccedila 1996

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-28 27

A hoste de d Afonso henriques

Philippe CONTAMINE La Guerre au Moyen Age Paris Nouvelle Clio 1980

Avelino Jesus da COSTA O Bispo D Pedro e a Organizaccedilatildeo da Diocese de Braga vol I Coimbra Universidade de Coimbra 1959

Avelino Jesus da COSTA ldquoLutuosardquo Dicionaacuterio da Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol IV 86 Porto Livraria Figueirinhas 1984

Isabel Cristina Ferreira FERNANDES e Luiacutes Filipe OLIVEIRA ldquoAs Ordens Militares no Reino de Portugalrdquo As Ordens Militares na Europa Me-dieval Feliciano Novoa Portela e Carlos de Ayala Martiacutenez (coords) 137-165 Lisboa Chaves Ferreira 2005

Iria GONCcedilALVES ldquoEntre a Peneda e o Barroso uma fronteira galaico-mi-nhota em meados de Duzentosrdquo Revista da Faculdade de Letras ndash Histoacute-ria 2ordf seacuterie Tomo XV ndash IV Jornadas Luso-espanholas de Histoacuteria Medie-val As relaccedilotildees de fronteira no seacuteculo de Alcantildeices ndash Comunicaccedilotildees vol I 63-76 Porto Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1998

Antoacutenio Manuel HESPANHA Histoacuteria das Instituiccedilotildees Eacutepocas medieval e moderna Coimbra Livraria Almedina 1982

Luiacutes Seabra LOPES ldquoO moio-medida e o moio dos preccedilos em Portugal nos seacuteculos XI a XIIIrdquo Anuario de Estudios Medievales 351 25-46 Barcelona Consejo Superior de Investigaciones Cientiacuteficas 2005

Miguel Gomes MARTINS Para Bellum ndash Organizaccedilatildeo e Praacutetica da Guerra em Portugal durante a Idade Meacutedia (1245-1367) Dissertaccedilatildeo de Dou-toramento Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra 2007

Miguel Gomes MARTINS De Ourique a Aljubarrota A Guerra na Idade Meacutedia Lisboa Esfera dos Livros 2011

Miguel Gomes MARTINS 1147 A Conquista de Lisboa na rota da Segunda Cruzada Lisboa Esfera dos Livros 2017

Joseacute MATTOSO Ricos-homens Infanccedilotildees e Cavaleiros A nobreza medie-val portuguesa nos seacuteculos XI e XII Lisboa Guimaratildees Editores 1985

Joseacute MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes ensaio sobre as origens de Por-tugal 1096-1325 vol I Oposiccedilatildeo Lisboa Estampa 1995a

Joseacute MATTOSO Identificaccedilatildeo de um paiacutes ensaio sobre as origens de Por-tugal 1096-1325 vol II Composiccedilatildeo Lisboa Estampa 1995b

Joseacute MATTOSO D Afonso Henriques Lisboa Temas e Debates 2007

Aires A do NASCIMENTO A Conquista de Lisboa aos Mouros Relato de um Cruzado ed de Aires Augusto do Nascimento Lisboa Vega 2001

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 7-2828

Carlos Filipe aFonso

Aires A do NASCIMENTO ldquoO Juacuteblio da Vitoacuteria celebraccedilatildeo da tomada de Santareacutem aos mouros (AD 1147)rdquo Actes del X Congreacutes Internacional de lrsquoAssociacioacute Hispagravenica de Literatura Medieval Vol III 1217-1232 Alicante Institut Interuniversitari de Filologia Valenciana 2005

Armando de Sousa PEREIRA Geraldo Sem Pavor Porto Fronteira do Caos 2008

Jonathan PHILLIPS The Second Crusade Extending the Frontiers of Christendom New Haven London Yale University Press 2010

James F POWERS A Society Organized for War The Iberian Municipal Militiasin the Central Middle Ages 1000-1284 Berkeley and Los Ange-les University of California Press 1988

Enrique RODRIacuteGUEZ-PICAVEA Los Monges Guerreros en los reinos his-paacutenicos - las oacuterdenes militares en la Peniacutensula Ibeacuterica durante la Edad Media Madrid La Esfera de los Libros 2008

Joatildeo Marinho dos SANTOS Costumes e Foros de Castelo Bom Lisboa Co-libri 2018

Margarita TORRES Las Batallas Legendarias y el Oficio de la Guerra Bar-celona Areteacute 2002

Rui de Abreu TORRES ldquoPorteiro-morrdquo Dicionaacuterio de Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol V Porto Livraria Figueirinhas 1984a p 123

Rui de Abreu TORRES ldquoTenecircnciardquo Dicionaacuterio de Histoacuteria de Portugal Coord Joel Serratildeo vol VI Porto Livraria Figueirinhas 1984b pp 146-147

Augusto Botelho da Costa VEIGA Estudos de Histoacuteria Militar Portuguesa Volume 1 Parte Primeira Corografia Militar do Noroeste de Portugal em 1220-1258 anaacutelise da tradiccedilatildeo e da poleacutemica de Ourique Lisboa 1936

Martim VELHO Estudos criacuteticos sobre a Batalha de Ourique Lisboa So-ciedade Histoacuterica da Independecircncia de Portugal 1989

Frei Joaquim de Santa Rosa VITERBO Elucidaacuterio das palavras termos e frases que em Portugal antigamente se usaram e que hoje regularmen-te se ignoram obra indispensaacutevel para entender sem erro os documen-tos mais raros e preciosos que entre noacutes se conservam Tomo Segundo Segunda Ediccedilatildeo Lisboa AJ Fernandes Lopes 1865

Fecha de recepcioacuten 5-12-2019

Fecha de aceptacioacuten 08-03-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 29

El reacutegimen feudal en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X

The feudal regime on the border of Granada during the reign of Alfonso X

Joseacute Mariacutea Alcaacutentara ValleIES Martiacutenez Montantildeeacutes

Resumen

La invasioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica cortoacute de raiacutez el pleno desarrollo de las praacutecticas pre-feudales que se estaban dando en la Hispania visigoda Se-guidamente el proceso de Reconquista y la aparicioacuten de una banda fronteriza con el Islam andalusiacute dieron lugar al nacimiento y evolucioacuten de un feudalismo hispaacutenico muy peculiar Algunas de sus singularidades se observan muy bien en el valle del Guadalquivir durante el siglo XIII debido naturalmente a la cercaniacutea del reino nazariacute de Granada y en consecuencia a la existencia de un ampliacutesimo espacio bifronte cristiano-musulmaacuten El anaacutelisis de las particularidades de lo que hemos denominado ldquofeudalismo fronterizordquo constituye el eje vertebrador del trabajo que el lector tiene en sus manos

Palabras clave

Reconquista Alfonso X el Sabio siglo XIII reacutegimen feudal reacutegimen sentildeorial frontera de Granada

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico jalcantara7uses Profesor de Historia en el IES Martiacutenez Monta-ntildeeacutes (Sevilla) y Doctorando en Historia Medieval de la Universidad de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9630

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Abstract

The full development of the pre-feudal practices that were taking place in Visi-goth Hispania was cut off by the Islamic invasion of the Iberian Peninsula Next the Reconquest process and the appearance of a border zone with Islam in Al-An-dalus resulted in the start and evolution of a very peculiar Hispanic feudalism Its uniqueness which is obviously due to the proximity of the Nasrid kingdom of Granada can be clearly seen in the Guadalquivir valley during the 13th century This unavoidably created a vast Christian-Muslim two-faced space The analysis of the particularities of what we have called ldquoborder feudalismrdquo constitutes the backbone of this work

Keywords

Reconquest Alfonso X ldquothe Wiserdquo 13th century feudal regime noble system border of Granada

1 Introduccioacuten

El objetivo de la presente introduccioacuten no es otro que el de recordar sucintamente viejos conceptos del feudalismo europeo y del feudalismo hispaacutenico ndashde todos conocidosndash partiendo de las grandes obras claacutesi-cas ya todas de los maacutes ceacutelebres medievalistas que se han ocupado del tema1 Comenzaremos definiendo reacutegimen feudal para abordar despueacutes de manera muy concisa el origen remoto del feudalismo ibeacuterico su in-terrupcioacuten a partir de la conquista musulmana de la Espantildea visigoda y la consecuente aparicioacuten de unas estructuras feudales realmente singu-lares en los reinos y condados peninsulares prestando especial atencioacuten al caso castellano-leoneacutes

1 No es nuestra intencioacuten en modo alguno reabrir el debate historiograacutefico sobre el prolijo concepto de feudalismo Se trata como es bien sabido de un tema extraordi-nariamente complejo del que existe una abundantiacutesima produccioacuten bibliograacutefica Se-riacutea impropio de un trabajo de esta naturaleza abordar la problemaacutetica que el estudio del reacutegimen feudal ha generado desde perspectivas tan dispares como la metodologiacutea empleada el enfoque de partida o la propia naturaleza del sistema Tampoco preten-demos relacionar aquiacute todas las obras que sobre el feudalismo europeo e hispaacutenico se han editado cuyo nuacutemero ndashcontando monografiacuteas capiacutetulos de libros y artiacuteculos de revistandash rebasa sobradamente el millar Una magniacutefica visioacuten de conjunto sobre las distintas tendencias historiograacuteficas desde las que se ha planteado el estudio del feudalismo y particularmente del feudalismo hispaacutenico puede encontrarse en VAL-DEOacuteN ldquoSobre el feudalismordquo Asiacute pues sirvan soacutelo como referencia general para esta introduccioacuten los siguientes trabajos GANSHOF El feudalismo SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo Tomo I y del mismo autor En torno a los oriacute-genes del feudalismo Tomo III GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 31

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

En 1944 hace ya tres cuartos de siglo el Prof Franccedilois-Louis Gan-shof explicoacute los mecanismos del sistema feudal desde el punto de vista institucional y definioacute feudalismo como ldquoun conjunto de instituciones que crean y rigen obligaciones de obediencia y servicio (principalmente militar) por parte de un hombre libre llamado vasallo hacia un hombre libre llamado sentildeor y obligaciones de proteccioacuten y sostenimiento por parte del sentildeor respecto del vasallo daacutendose el caso de que la obligacioacuten de sostenimiento tuviera la mayoriacutea de las veces como efecto la conce-sioacuten por parte del sentildeor al vasallo de un bien llamado feudordquo2

Asiacute pues y simplificaacutendolo mucho el feudalismo claacutesico3 consistioacute en la entrega por parte del sentildeor de tierras con sus correspondientes rentas y jurisdicciones (ldquofeudumrdquo) a sus nobles vasallos a cambio de que eacutestos le ofrecieran ayuda militar (ldquoauxiliumrdquo) y consejo (ldquoconsiliumrdquo) lle-gado el momento En la Espantildea medieval en cambio las circunstancias poliacuteticas impusieron la inversioacuten del orden de actuacioacuten primero se participaba en la guerra de conquista4 y se asesoraba al monarca5 y des-pueacutes en contraprestacioacuten por los servicios ya prestados se recibiacutean los sentildeoriacuteos Pero no fue eacutesta la uacutenica peculiaridad del feudalismo hispaacute-nico Como adelantamos en el resumen la presencia desde el siglo VIII de una delicada frontera separadora de dos grandes tipos de Estados unos cristianos y otros islaacutemicos completamente distintos y enfrenta-dos entre siacute explica el origen y desarrollo de unas praacutecticas feudales ciertamente originales

Seguacuten Saacutenchez-Albornoz el pre-feudalismo visigodo y el franco de eacutepoca merovingia presentan grandes analogiacuteas pese a no haber existi-do contacto alguno entre ellos Sin embargo se detectan importantes di-

2 Franccedilois-Louis GANSHOF El feudalismo pp 13 y 173 El historiador belga Franccedilois-Louis Ganshof establecioacute para el feudalismo ndashentendido

como un sistema de instituciones feudovasallaacuteticasndash tres etapas bien diferenciadas la de sus oriacutegenes (siglos VI-VII) la del feudalismo carolingio (siglos VIII-IX) y la del feuda-lismo claacutesico (siglos X-XIII)

4 La nobleza laica y eclesiaacutestica participoacute en las grandes empresas militares de la Recon-quista Para el siglo XIII podemos destacar su actuacioacuten en las tomas de las ciudades maacutes importantes de Andaluciacutea (Coacuterdoba y Sevilla)

5 En la corte y en las cortes los nobles maacutes allegados al monarca le asesoraban en mate-rias de naturaleza muy variada Algunos de estos consejeros eran expertos en taacutecticas militares como aquellos ldquocaualleros buenos que auie con el rey sabidores de gerrardquo (entre los que se encontraba el maestre santiaguista don Pelay Peacuterez Correa) que acu-dieron a la curia regia convocada por Fernando III en Jaeacuten en el verano de 1246 con el fin de trazar un plan para conquistar la ciudad de Sevilla por citar soacutelo un ejemplo Veacutease AYALA ldquoLas Oacuterdenes Militares en la conquista de Sevillardquo p 168

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9632

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ferencias entre la posterior evolucioacuten del feudalismo franceacutes (carolingio y claacutesico) y la del feudalismo hispaacutenico consecuencia loacutegica de la inva-sioacuten musulmana de la peniacutensula y del inmediato proceso reconquista-dor En palabras del medievalista ldquola diversificacioacuten de las dos ramas hispano-visigoda y galo-franca del mismo tronco romano-germano fue pues fruto del clima peculiar que la Reconquista y la Repoblacioacuten brindaron a las instituciones hispanasrdquo6 Y no le faltaba razoacuten Las par-ticularidades del Medievo hispaacutenico desde el punto de vista poliacutetico y territorial marcado desde su comienzo hasta el final por la conquista islaacutemica y la Reconquista cristiana constituyen la causa principal de que el pre-feudalismo hispanogodo viese truncada su evolucioacuten que de haberse producido habriacutea acabado dando lugar al nacimiento de un feudalismo claacutesico en toda regla No fue asiacute Ambos procesos ocasiona-ron el surgimiento de unas praacutecticas feudales verdaderamente sui gene-ris excepto en Cataluntildea territorio que dependiente en sus oriacutegenes del reino de los francos se constituyoacute plenamente como un Estado feudal7

A tenor de lo expuesto iquestcuaacutendo y en queacute grado el reacutegimen feudal lle-goacute o no a desarrollarse en la Peniacutensula Ibeacuterica durante la Edad Media Luis Garciacutea de Valdeavellano sostiene que con la excepcioacuten en efecto de los condados catalanes Espantildea no se feudalizoacute plenamente La lle-gada del Islam a Iberia provocoacute la destruccioacuten de los grandes dominios territoriales hispanogodos en la praacutectica totalidad del Estado asiacute como la ruina de la nobleza visigoda originando en los reinos Astur y Astur-leoneacutes unas circunstancias poliacuteticas econoacutemicas y sociales muy espe-ciales En la Espantildea cristiana medieval hubo siacute elementos aislados de feudalismo europeo como el vasallaje el beneficio e incluso las inmuni-dades y se desarrolloacute por supuesto el reacutegimen sentildeorial pero nunca se constituyoacute un modelo acabado de sociedad feudal8

Para empezar no se dio en el reino castellano-leoneacutes una fragmen-tacioacuten y debilitacioacuten del Estado tan acusada como en el caso franceacutes ni siquiera en las eacutepocas de mayor ldquofeudalizacioacutenrdquo De igual forma los reyes de Leoacuten y Castilla tuvieron siempre entre otros derechos el de

6 SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo Tomo III p 2487 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 78 Ibid p 31 Analizaremos en este artiacuteculo el feudalismo hispano desde las perspectivas

poliacutetica institucional y juriacutedica es decir atendiendo preferentemente a las relaciones entre sentildeor y vasallos o reacutegimen feudal dejando asiacute a un lado su estudio desde los puntos de vista econoacutemico y social que implicariacutea abordar las relaciones entre sentildeor y campesinos o reacutegimen sentildeorial ampliamente tratado por la historiografiacutea marxista

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 33

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

convocar a las armas y percibir la fonsadera o redencioacuten en metaacutelico del servicio militar y soacutelo en rariacutesimas ocasiones concedieron a los sentildeores el derecho de acuntildear moneda propia en sus dominios Incluso ni siquie-ra cuando las inmunidades concedidas a los sentildeoriacuteos por los monarcas otorgaban a los sentildeores la jurisdiccioacuten en los mismos tal otorgamien-to significoacute una cesioacuten completa de las facultades jurisdiccionales del poder regio Y es que los sentildeores aunque cada vez maacutes poderosos en la Castilla de la Baja Edad Media permanecieron siempre sometidos al monarca por viacutenculos muy soacutelidos y esto lo mismo en Castilla que en Aragoacuten y Navarra No en vano en estos tres reinos los monarcas tuvie-ron la posibilidad de desterrar a los sentildeores que habiacutean incurrido en la ira regis o enojo real Es lo que Saacutenchez-Albornoz ha denominado la ldquoinmadurez del feudalismo espantildeolrdquo

En la misma liacutenea Garciacutea de Valdeavellano sentildeala que no se puede hablar realmente de una ldquosociedad feudalrdquo aplicada a la sociedad hispaacute-nica de la Edad Media Para eacutel la expresioacuten ldquosociedad feudalrdquo es vale-dera para Francia y otros paiacuteses europeos pero no para el caso ibeacuterico debido principalmente a tres factores a cual maacutes importante

1) La formacioacuten en Castilla y Leoacuten de una caballeriacutea no noble o caba-lleriacutea villana que desempentildeoacute un importante papel militar durante toda la Edad Media (reacutegimen feudal muy singular)

2) La frecuencia con la que los fueros o estatutos locales de las pobla-ciones no soacutelo de realengo sino tambieacuten de sentildeoriacuteo eximieron a sus campesinos de algunas cargas y servicios sentildeoriales (reacutegimen sentildeorial muy peculiar tambieacuten)

3) La proliferacioacuten de concejos o municipios a partir del Renacimien-to Urbano iniciado en el siglo XI en los que la burguesiacutea se opuso frontalmente al poder de los sentildeores era la ldquoCastilla concejilrdquo9

Por tanto si por feudalismo entendemos un sistema poliacutetico-institu-cional parece claro que en la mayor parte de la Espantildea medieval no se produjo la instauracioacuten de un verdadero reacutegimen feudal Otra cosa es considerar al feudalismo como un tipo concreto de sociedad derivado de la supremaciacutea social de unos grupos privilegiados (nobleza y clero)

9 Ibid pp 56-57 y 70

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9634

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

dedicados preferentemente a las armas y vinculados entre siacute y con el rey por relaciones especiales de fidelidad y servicios y detentores de territorios o sentildeoriacuteos sobre cuyos campesinos sometidos al titular del dominio por viacutenculos de dependencia ejerciacutean los sentildeores potestades diversas Atendiendo a este segundo aspecto siacute podemos admitir con algunas reservas que existioacute en los reinos y condados hispanocristia-nos una verdadera ldquosociedad feudalrdquo Pero entonces no estariacuteamos hablando de reacutegimen feudal sino de reacutegimen sentildeorial y en todo caso de modo de produccioacuten feudal expresioacuten acuntildeada por la historiografiacutea marxista y referida a un sistema econoacutemico y social de base agraria caracterizado por la sumisioacuten de los campesinos (siervos) de un gran dominio territorial al sentildeor del mismo a quien debiacutean prestaciones y servicios de variada iacutendole10 Asiacute entendido siacute hubo claramente en la Espantildea medieval un reacutegimen sentildeorial de corte feudal ndashcon distincio-nes propias desde luegondash que se mantendriacutea hasta las Cortes de Caacutediz a principios ya del siglo XIX

Aquel reacutegimen pre-feudal de la Espantildea cristiana alterado sustancial-mente en el siglo VIII y con una evolucioacuten propia experimentada a lo largo del resto la Alta Edad Media especialmente en el reino Asturleo-neacutes mostraraacute hacia finales del siglo XI y en el transcurso de los siglos XII y XIII unos rasgos mucho maacutes acentuados esto es una tendencia maacutes acusada hacia el feudalismo claacutesico que si no pudo hacer de Espantildea un paiacutes de constitucioacuten poliacutetico-feudal se manifestoacute durante la Plena Edad Media en la vigencia de algunas costumbres e instituciones propiamen-te feudales Esta acentuacioacuten de las manifestaciones del feudalismo eu-ropeo fue probablemente el resultado de los contactos maacutes estrechos y frecuentes de los Estados peninsulares con Francia los cuales se inicia-ron a raiacutez de las peregrinaciones de francos a Santiago de Compostela de los matrimonios de las hijas de Alfonso VI con priacutencipes borgontildeones y sobre todo de la penetracioacuten en Espantildea de los monjes de Cluny Seraacute ahora por tanto cuando se empiecen a emplear en la peniacutensula voca-blos como vasallo homenaje e incluso feudo Asimismo se advierte la praacutectica ocasional de costumbres feudales francesas como la ldquoimmixtio manuumrdquo y la generalizacioacuten de las inmunidades que desde las postri-meriacuteas del siglo XI se hicieron mucho maacutes habituales debilitando asiacute los viacutenculos que subordinaban los sentildeoriacuteos al poder real11

10 Ibid pp 59-6011 Ibid pp 85-87

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 35

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Ahora bien no debemos perder de vista que pese a estas incuestio-nables aproximaciones el feudalismo hispaacutenico plenomedieval estuvo impregnado de unos rasgos verdaderamente singulares En relacioacuten a las caracteriacutesticas propias de nuestro reacutegimen feudal el Prof Garciacutea de Valdeavellano analizoacute cuatro aspectos de especial intereacutes el vasallaje el feudo la inmunidad y la terminologiacutea empleada en la eacutepoca para refe-rirse a los distintos elementos de dicho reacutegimen

Con respecto a los tipos de vasallos que hubo en Castilla y Leoacuten du-rante la Plena Edad Media el historiador diferencia entre los vasallos de criazoacuten (caballeros que habiacutean sido criados y educados por el sentildeor) los vasallos de soldata (que percibiacutean una soldada pero que no estaban vin-culados a su sentildeor por relaciones estrechas) los vasallos caballeros de la alta nobleza (ricos hombres) los vasallos caballeros de la baja nobleza (infanzones y fijosdalgos) y los vasallos caballeros villanos que no eran nobles (algo inexistente en el resto de Europa) pero recibiacutean privilegios por el hecho de poseer un caballo adquirido y mantenido a sus expen-sas y armas con lo cual quedaban en ciertos aspectos asimilados a los nobles El viacutenculo del vasallaje podiacutea ser roto en la Espantildea medieval a voluntad del vasallo incluso de los vasallos del rey El monarca por su parte tambieacuten podiacutea romper la relacioacuten de vasallaje cuando sus vasa-llos caiacutean en su desagrado e incurriacutean en su enojo (mi yra) normalmen-te por cometer delitos en perjuicio del paiacutes (malfetriacuteas) o por traicionar-le deliberadamente (feloniacutea) En estos casos el vasallo estaba obligado a expatriarse (desnaturarse)12

Otra particularidad del feudalismo hispaacutenico radica en el feudo o be-neficio Alfonso X definioacute feudo en las Partidas como ldquovna manera de bien fecho que dan los Sentildeores a los vassallos por razoacuten de vassallajerdquo y como ldquobien fecho que da el Sentildeor a algund ome porque se torne su vassallo e eacutel faze omenaje de le ser lealrdquo13

Se trata de una definicioacuten muy claacutesica pero hay que considerar que la regulacioacuten de los feudos en las Partidas no refleja la realidad juriacutedica castellana pues como es sabido la obra del Rey Sabio no se inspiroacute en el derecho tradicional de Castilla sino en las reglas feudales de los Libri Feudorum lombardos14

12 Ibid pp 89-90 y 94-9613 ALFONSO X Las Siete Partidas Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley I p 65r14 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 128

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9636

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Seguacuten el propio monarca existiacutean dos tipos de feudo

ldquoSon dos maneras de feudo La vna es quando es otorgado sobre villa o

castillo o otra cosa que sea rayz E este feudo atal non puede ser toma-

do al vassallo fueras ende si fallesciere al Sentildeor las posturas que con

eacutel puso o sil fiziesse algund yerro tal porque lo deuiesse perder (hellip) La

otra manera es a que dizen feudo de caacutemara E este se faze quando el

Rey pone marauedis a algund su vassallo cada antildeo en su camara E este

feudo atal puede el Rey tollerle cada [vez] que quesiererdquo15

En los reinos de Castilla y Leoacuten Aragoacuten y Navarra como antes en el reino Asturleoneacutes fueron frecuentes las concesiones de tierras que otor-gaban al concesionario la tenencia o disfrute de forma temporal o vita-licia del dominio cedido Las concesiones fueron efectuadas por reyes magnates infanzones iglesias y monasterios y podiacutean deberse a cuatro motivos fundamentalmente como una merced que se haciacutea al donatario para quien suponiacutea un favor o ldquobeneficiumrdquo como un mecanismo para ganarse amigos o partidarios como una forma de mejorar y fomentar el cultivo de la tierra y obtener asiacute un mayor rendimiento econoacutemico y como instrumento para recompensar determinados servicios o a cambio de prestaciones de caraacutecter militar en el futuro es decir lo que habiacutea sido el beneficio pre-feudal16 Siguiendo de nuevo a Garciacutea de Valdeavellano cinco fueron las clases de sentildeoriacuteos que hubo en la Espantildea cristiana me-dieval realengos (del rey) abadengos (de abadiacuteas monasterios y sedes episcopales) solariegos (de la nobleza seglar) maestrazgos (de las oacuterde-nes militares) e infantazgos (de un infante o hijo del monarca)17

En Leoacuten y Castilla las voces prestimonio y tierra fueron las que desde el siglo XII designaron a las concesiones beneficiarias hechas a los vasa-llos (beneficio) En Aragoacuten y Navarra en cambio se empleoacute el teacutermino honor que en el siglo XII fue introducido tambieacuten en Castilla El rico-hombre a quien el rey atribuiacutea el gobierno de un territorio poblacioacuten o plaza fuerte del reino que dependiacutea directamente de la autoridad o sentildeoriacuteo real (realengo) recibiacutea la administracioacuten del mismo en honor o tenencia o sea como beneficio que le otorgaba el monarca y de ahiacute que en el siglo XII se diesen los nombres de honor y tenencia a las propias

15 Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley I p 65r16 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 10617 Ibid p 137

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 37

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

concesiones beneficiarias El nombre de tenencia se aplicoacute sobre todo a los castillos que el rey entregaba en prestimonio a un magnate o caba-llero para que los tuviese abastecidos de hombres y armas cuidase del buen estado de sus defensas y percibiese una parte de sus rentas A la muerte del soberano los concesionarios debiacutean devolver los honores y tenencias percibidos al nuevo monarca

Por otro lado desde el siglo XII los beneficios (prestimonios tierras honores o tenencias) conferidos en los reinos hispanocristianos fueron a veces llamados feudos por influencia de la terminologiacutea francesa pero en ninguacuten caso existioacute aquiacute ndashy esto es lo verdaderamente importantendash el feudo en su ldquoriguroso sentido teacutecnicordquo salvo en una eacutepoca muy tardiacutea y como algo excepcional18

Mencioacuten aparte merece la soldada Aunque el reacutegimen de la cesioacuten de tierras en beneficio o prestimonio alcanzoacute sin duda en Leoacuten y Castilla un desarrollo considerable tales concesiones no fueron sin embargo los uacutenicos medios empleados por los reyes y magnates para remunerar servicios o retribuir a sus vasallos Desde el siglo XIII la retribucioacuten a los vasallos reales por sus servicios militares fue sobre todo la soldada que aqueacutellos percibiacutean de los ingresos del fisco regio en determinada tierra De hecho las Partidas afirman que

ldquoTierra llaman en Espantildea a los marauedis que el Rey pone a los ricos

omes e a los caualleros en logares ciertos E honor dizen aquellos ma-

rauedis que les pone en cosas sentildealadas que pertenescen tan solamente

al Sentildeoriacuteo del Rey e dagelos eacutel por les fazer honrra asiacute como todas las

rentas de alguna villa o castillordquo19

Asiacute pues las soldadas correspondiacutean a los llamados feudos de bolsa que las Partidas denominan feudo de caacutemara y cuya concesioacuten era en Castilla revocable a voluntad del monarca Por tanto las concesiones de tierras en prestimonio honor o tenencia fueron siendo poco a poco desplazadas a partir del siglo XIII por otras formas de retribucioacuten a los servicios de los vasallos como las ya mencionadas soldadas y tambieacuten las donaciones territoriales que los monarcas hicieron en plena propie-dad (ldquopor juro de heredad para sienpre jamaacutesrdquo o heredamientos)20

18 Ibid pp 122 y 7119 Partida IV Tiacutetulo XXVI Ley II p 65v20 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico p 126

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9638

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Efectivamente despueacutes de las grandes conquistas de Fernando III los reyes de Castilla y Leoacuten dispusieron de extensos dominios que en muchos casos cedieron en plena propiedad Estas donaciones se efec-tuaban para recompensar los servicios (militares o no) prestados por los donatarios los cuales eran muchas veces vasallos del monarca En algunas ocasiones como maacutes adelante veremos la concesioacuten implicaba deberes militares para el agraciado como la obligacioacuten de mantener un cierto nuacutemero de hombres de armas en el dominio transferido e hiciese ldquoguerra y pazrdquo por mandato del rey foacutermula eacutesta que se aplicoacute tambieacuten a las cesiones vitalicias Por otra parte las donaciones por juro de here-dad restringiacutean a veces la libertad de disposicioacuten del beneficiario sobre los bienes recibidos en tanto que le prohibiacutean su enajenacioacuten sin con-sentimiento del soberano a la vez que eacuteste se reservaba un derecho de retracto sobre las fortalezas que habiacutea cedido en heredamiento

En lo que a la inmunidad respecta los reyes astur-leoneses asignaron a algunos dominios territoriales inmunidades o exenciones que inves-tiacutean a sus duentildeos con determinadas facultades y derechos de la potestad regia Tales concesiones implicaban en Castilla y Leoacuten la prohibicioacuten de que los oficiales y agentes del rey entrasen en el dominio al que se otorgaba la inmunidad La concesioacuten de eacutesta por la Corona haciacutea del pro-pietario del dominio un sentildeor y de sus tierras un sentildeoriacuteo que en Leoacuten y Castilla fue llamado coto21 Desde el siglo XII la cesioacuten por parte del rey de la jurisdiccioacuten y de otros derechos a los titulares de los grandes dominios dio lugar a que eacutestos se convirtieran en auteacutenticos sentildeoriacuteos jurisdiccionales y la amplitud de las inmunidades otorgadas permitioacute a los sentildeores detentar los poderes que hasta entonces habiacutean sido por lo general prerrogativas exclusivas del monarca con lo cual dichos sentildeo-res quedaron investidos con algunas funciones puacuteblicas De este modo aunque los sentildeores inmunes estaban vinculados al rey por el vasallaje el sentildeoriacuteo llegoacute a ser un territorio maacutes o menos autoacutenomo seguacuten la am-plitud de las inmunidades de que gozaba

Ahora bien en Castilla y Leoacuten cuando el sentildeor no cuidaba de la admi-nistracioacuten de la justicia como era su deber el rey se reservaba el derecho de administrarla por medio de los oficiales de la justicia real Es maacutes en la mayor parte de los sentildeoriacuteos el monarca retuvo el derecho de juzgar en apelacioacuten los casos fallados por el sentildeor Los reyes mantuvieron asimis-

21 Ibid p 131

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 39

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

mo su derecho a fundar mercados y ferias en los dominios sentildeoriales y soacutelo en contados contextos cedieron esta prerrogativa a los titulares de los mismos Igualmente los sentildeores no adquirieron en Leoacuten y Castilla salvo en rariacutesimos casos el derecho a acuntildear moneda propia estando obliga-dos a dar libre curso a la moneda real en sus respectivas demarcaciones

Por uacuteltimo los monarcas castellano-leoneses tuvieron siempre el pri-vilegio de convocar a las armas y por consiguiente de percibir la fon-sadera o tributo que se pagaba para atender a los gastos de la guerra De la misma manera en Castilla y Leoacuten los soberanos nunca cedieron a los sentildeores la contribucioacuten del yantar o redencioacuten en dinero del deber de los suacutebditos de albergar y sustentar en sus casas al rey y su seacutequito cuando la corte pasaba por la ciudad o villa donde moraban

En definitiva en los reinos hispanocristianos las inmunidades no lle-garon a ser tan amplias como lo fueron en Francia y las prerrogativas de la Corona soacutelo en muy extrantildeas ocasiones fueron cedidas por los reyes a los sentildeores22 He aquiacute otra singularidad del feudalismo hispaacutenico

Por uacuteltimo nos referiremos muy brevemente a la terminologiacutea feu-dal que tambieacuten presenta particularidades propias en la Espantildea medie-val Ademaacutes de algunos casos ya vistos como el empleo de ldquoprestimo-niordquo ldquotierrardquo y ldquohonorrdquo para designar al feudo el homenaje y juramento de fidelidad se llamoacute en la Castilla de la Plena Edad Media ldquopleyto e ho-menajerdquo y la ldquoimmixtio manuumrdquo de tipo franco importada sin duda del mundo carolingio fue aquiacute el ldquobesamanosrdquo

A diferencia de lo que opinan Saacutenchez-Albornoz y Garciacutea de Valdea-vellano defensores de que la invasioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica y los ulteriores procesos de Reconquista y repoblacioacuten cristianas interrum-pieron las praacutecticas pre-feudales que se estaban desarrollando en la His-pania visigoda dando asiacute lugar a la aparicioacuten en los reinos y condados cristianos de un feudalismo muy original salvo en Cataluntildea existen otros consagrados medievalistas que abogan por la plena feudalizacioacuten de Es-pantildea Es el caso del Prof Salvador de Moxoacute para quien ldquoresulta excesivo sostener como principio baacutesico la no feudalizacioacuten de Espantildea por el he-cho de no coincidir siempre en ella los beneficios o prestimonios con los viacutenculos vasallaacuteticos o por no existir el feudo en su riguroso sentido teacutec-nico sino en eacutepoca tardiacuteardquo23 El historiador aduce que en lo poliacutetico hubo

22 Ibid p 7123 MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza p 65

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9640

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

en Espantildea como en el resto de Europa un debilitamiento del poder regio una atomizacioacuten de poderes a nivel local y una riacutegida jerarquiacutea feudal y en lo econoacutemico la expansioacuten de una sociedad eminentemente agraria representada por el reacutegimen sentildeorial24 Se trata de unas caracteriacutesticas muy generales y baacutesicas las liacuteneas maestras del sistema feudal podriacutea-mos decir y todas ellas se dieron tanto en el feudalismo franceacutes como en el hispano Estas analogiacuteas son las que llevaron a Moxoacute a defender la existencia en la peniacutensula de un feudalismo claacutesico en toda regla

Particularmente creemos que siacute existioacute en la Espantildea cristiana medie-val un sistema feudal diferenciado propio personal y ello se observa perfectamente entre otros muchos contextos ndashcomo ampliamente ha demostrado Garciacutea de Valdeavellano- en la frontera de Granada duran-te el reinado de Alfonso X Con todo son asombrosamente escasos los estudios que hasta la fecha se han realizado sobre el tema

A diacutea de hoy nadie cuestiona que en las contraprestaciones que asu-miacutean los vasallos por el disfrute de los feudos recibidos (ayuda militar y consejo) en la jurisdiccioacuten e inmunidades de que gozaron los sentildeores en sus respectivos sentildeoriacuteos e incluso en las formas protocolarias en que se materializaba el vasallaje (homenaje fidelidad e investidura) existen no pocas semejanzas entre las praacutecticas feudales experimentadas en la frontera de Granada durante el siglo XIII y el feudalismo claacutesico franceacutes Sin embargo son tambieacuten notables y variadas las diferencias tanto en las formas como en el fondo y derivado de ello las originalidades de lo que hemos llamado el ldquofeudalismo fronterizordquo

Nos centraremos de aquiacute en adelante en describir las peculiarida-des del reacutegimen feudal implantado en aquella larga y compleja franja fronteriza que como se deciacutea en los tratados de treguas con Granada iba ldquodesde Lorca a Tarifardquo Y lo haremos en la medida de lo posible atendiendo al vasallaje tanto de la alta nobleza como de la baja nobleza la caballeriacutea villana y los simples peones Para ello nos hemos basado preferentemente en fuentes directas es decir croacutenicas libros de repar-timiento y colecciones documentales empezando como es natural por el imprescindible Diplomatario Andaluz de Alfonso X25 obra editada por el Prof Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez y piedra angular del presente estudio como el lector advertiraacute enseguida

24 Ibid pp 31-32 y 34-3525 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Diplomatario Andaluz de Alfonso X En adelante Diplomatario

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 41

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

2 El reacutegimen feudal en la frontera de Granada el ldquofeu-dalismo fronterizordquo

El siglo XIII fue como es bien sabido el siglo de la conquista de An-daluciacutea o para ser maacutes precisos del territorio que hasta el siglo XIX se conocioacute como Andaluciacutea y que comprendiacutea los reinos de Jaeacuten Coacuterdoba y Sevilla Iniciada por Fernando III continuada por Alfonso X y concluida por Sancho IV la conquista de la Andaluciacutea beacutetica significoacute la incorpo-racioacuten con todas las consecuencias y de forma definitiva de las tierras del valle del Guadalquivir y de la Baja Andaluciacutea a la Corona de Castilla Asiacute pues durante el reinado del Rey Sabio (1252-1284) Andaluciacutea fue simultaacuteneamente tierra de conquista tierra de repoblacioacuten y tierra de frontera Y como tierra de conquista y de frontera su repoblacioacuten es-tuvo marcada por un acusado caraacutecter militar que hizo de la sociedad andaluza del siglo XIII una sociedad organizada para la guerra En este contexto la necesidad de saldar las campantildeas militares y recompensar a los caballeros por los servicios prestados a la Corona el intereacutes del monarca por repoblar de manera raacutepida y eficaz un ampliacutesimo espacio recieacuten anexionado al reino y sobre todo el peligro que entrantildeaba la proximidad de los nazariacutees condujeron a Alfonso X a conceder a la no-bleza seglar y eclesiaacutestica feudos o sentildeoriacuteos26 en la misma raya limiacutetrofe

21 Las praacutecticas feudales en la frontera de Granada en tiempos del Rey Sabio los sentildeoriacuteos de la alta nobleza

iquestPor queacute las praacutecticas feudales desarrolladas en la frontera granadina fueron tan singulares De entrada y en relacioacuten a la alta nobleza po-driacuteamos sentildealar cuatro distintivos propios a cual maacutes significativo el respeto a la posesioacuten de un sentildeoriacuteo en lugar de la concesioacuten de un nue-

26 Feudo y sentildeoriacuteo son dos teacuterminos que aluden a una misma realidad el dominio terri-torial que pertenece a un sentildeor No obstante en un sentido estricto solemos hablar de ldquofeudordquo para referimos a la tierra que el sentildeor da al vasallo a cambio de lealtad y servicios militares y consultivos (reacutegimen feudal) y de ldquosentildeoriacuteordquo cuando lo que se ana-liza son las relaciones (sobre todo jurisdiccionales) del sentildeor del mismo con respecto a los siervos o campesinos que viven y trabajan en eacutel (reacutegimen sentildeorial) Asiacute entendido hubo en la Espantildea medieval ldquofeudosrdquo hasta la Baja Edad Media y ldquosentildeoriacuteosrdquo hasta co-mienzos del siglo XIX En cualquier caso y puesto que a fin de cuentas ambas palabras comparten la acepcioacuten ldquodominio territorial correspondiente a un sentildeorrdquo empleare-mos indistintamente estos vocablos como sinoacutenimos de ldquobeneficiordquo Veacutease en todo caso COLLANTES DE TERAacuteN ldquoLos sentildeoriacuteos andalucesrdquo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlgunas cuestiones en torno a los sentildeoriacuteos andaluces del siglo XIIIrdquo IRADIEL ldquoEconomiacutea y so-ciedad feudo-sentildeorialrdquo VALDEOacuteN ldquoSentildeoriacuteos y nobleza en la Baja Edad Mediardquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9642

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

vo feudo como beneficio la prestacioacuten de la ayuda militar en primer teacutermino y la concesioacuten del feudo en segundo alterando asiacute el orden natural del feudalismo claacutesico la donacioacuten por parte del rey de sentildeoriacuteos que en el momento de la concesioacuten no estaban en manos de la Corona y la violacioacuten sistemaacutetica por parte del monarca de la inmunidad y del derecho jurisdiccional de los sentildeores en sus respectivos feudos Analice-mos cada uno de estos casos

211 El respeto a la posesioacuten de un sentildeoriacuteo como ldquobeneficiordquo

En algunas ocasiones los monarcas cristianos se convirtieron en se-ntildeores de reyes musulmanes daacutendose la circunstancia de que a cambio del auxilio militar y del consejo debido por el vasallo a su sentildeor eacuteste no otorgoacute un feudo de su reino al vasallo sino que el beneficio consistioacute sim-plemente en el respeto a su tierra es decir en no ocuparla por la fuerza de las armas Esta praacutectica se dio en tiempos de Fernando III y Alfonso X

En efecto despueacutes de que en Al-Aacutendalus el emir almohade Al-Adil relegara del poder a Abu Muhammad Abu Abdala al-Bayyasiacute (ldquoEl Bae-zanordquo) el sentildeor de Baeza se retiroacute a su sentildeoriacuteo donde se proclamoacute ca-lifa con el tiacutetulo de al-Afir (ldquoEl Triunfadorrdquo) y desde donde preparoacute la sublevacioacuten contra el emir andalusiacute Dispuesto a cualquier cosa con tal de derrotar a su enemigo el reyezuelo baezano solicitoacute ayuda militar a Fernando III quien no dudoacute en ofreceacutersela a cambio de su apoyo para conquistar las tierras del Alto Guadalquivir Fue asiacute coacutemo en octubre de 1224 las fuerzas coaligadas del monarca castellano y del sentildeor de Baeza invadieron Quesada e hicieron cautivos a todos sus pobladores Era la primera conquista de Fernando III en Andaluciacutea

El eacutexito de esta expedicioacuten conjunta debioacute estrechar auacuten maacutes los la-zos de unioacuten entre el rey de Castilla y el sultaacuten baezano lo que explica que este uacuteltimo en prueba de su fidelidad y buena fe entregara a su hijo menor a don Fernando para que se formase con eacutel en la corte aceptaacuten-dolo el monarca cristiano como hijo adoptivo Asiacute al menos lo refiere la Croacutenica Latina

ldquoEl citado rey de Baeza hizo un pacto con nuestro rey Fernando y le

entregoacute a su hijo menor para que viniera con eacutel al reino de Castilla y

confiara maacutes plenamente en el rey de Baezardquo27

27 Croacutenica Latina de los Reyes de Castilla p 77

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 43

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

El joven se quedoacute definitivamente en el reino castellano donde fue bautizado con el nombre de Fernando en honor de su protector Fer-nando Abdelmoacuten o de Baeza formariacutea parte desde ese momento de la mesnada real castellana Al antildeo siguiente Fernando III volvioacute a entre-vistarse con el baezano en Las Navas de Tolosa y de resultas de las con-versaciones el propio al-Bayyasiacute prestoacute vasallaje al rey de Castilla en el Puerto del Muradal

ldquo(hellip) le salioacute alliacute al encuentro el rey de Baeza y se hizo vasallo suyo

eacutel en persona y sus hijos y se le unioacute de forma inseparable y hasta la

muerterdquo28

La entrada en el vasallaje cristiano permitiriacutea al baezano conservar su sentildeoriacuteo hasta la fecha de su muerte ya que Fernando III su sentildeor natural no le concedioacute feudo alguno en la ceremonia celebrada despueacutes del encuentro que ambos mandatarios mantuvieron en Despentildeaperros pero siacute se comprometioacute a respetar la tierra de su fiel vasallo almohade La Croacutenica Latina tan bien informada siempre deja entrever este com-promiso contraiacutedo por el rey de Castilla despueacutes de que al-Bayyasiacute se convirtiera en vasallo suyo

ldquo(hellip) levantan los campamentos y avanzan raacutepidamente dirigiendo sus

ejeacutercitos hacia Jaeacuten y devastan el territorio circundante excepto el que

estaba bajo el dominio del rey de Baezardquo29

En virtud del pacto acordado en Las Navas en 1225 el baezano se aveniacutea a entregar a Fernando III una serie de plazas que reconociacutean su autoridad (Martos Anduacutejar y Jaeacuten30) a cambio de la ayuda militar caste-llana Con el decisivo auxilium cristiano al-Bayyasiacute pudo conquistar Al-caudete Priego y Loja y saquear la villa de Alhama Concluida la campa-ntildea Fernando III recibioacute los castillos de Martos y Anduacutejar cuya defensa encomendoacute al noble castellano Alvar Peacuterez de Castro31 Tras la muerte del sultaacuten baezano asesinado en Almodoacutevar por sus propios suacutebditos

28 Ibid29 Ibid30 Como ya advirtiera don Julio Gonzaacutelez la inclusioacuten de Jaeacuten por el autor de la Croacutenica

Latina es un error o bien se refiere a un castillo no identificado Veacutease GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 229

31 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea p 18

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9644

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Fernando III quedoacute libre de compromisos y a finales de 1226 procedioacute a ocupar Capilla y la propia Baeza32

Casi veinte antildeos maacutes tarde en 1243 el priacutencipe don Alfonso y Abeacuten Hudiel el rey moro de Murcia firmaron el Pacto de Alcaraz Por este acuerdo Muhammad Ibn Yusuf Ibn Hud se convertiacutea en vasallo de la Corona y como tal confirmoacute los privilegios rodados de la cancilleriacutea cas-tellana ldquoDon Mahomat Abeacuten Mahomat Abenhut rey de Murccedilia vasallo del rey la confrdquo33

Poco despueacutes en 1246 Fernando III e Ibn al-Ahmar primer emir de Granada suscribieron el llamado Pacto de Jaeacuten En virtud de este tratado el sultaacuten nazariacute se declaraba vasallo del rey de Castilla cum-pliendo formalmente con todos los protocolos de la ceremonia del ho-menaje Ibn al-Ahmar besoacute la mano de don Fernando hizo en puacuteblico un juramento de fidelidad a su nuevo sentildeor y le entregoacute simboacutelicamente toda su tierra (el reino de Granada) que acto seguido le fue devuelta en concepto de feudo otorgado34 Este pacto de vasallaje aseguraba a Muhammad I la posesioacuten de sus dominios A cambio debiacutea entregar al monarca cristiano la ciudad de Jaeacuten prestarle ayuda militar y conse-jo cuando le fuesen requeridos y comprometerse al pago de parias por valor de 150000 maravediacutes anuales Se trataba de un contrato feudal en toda regla por el que tras los correspondientes gestos de sumisioacuten (homenaje fidelidad e investidura) Ibn al-Ahmar quedaba sometido a las consabidas prestaciones de auxilium que le llevariacutea a conquistar la plaza de Alcalaacute de Guadaiacutera en 1246 para el rey cristiano35 y consilium disposicioacuten que le obligoacute a asistir a las cortes castellanas cada vez que fueron convocadas36 El Pacto de Jaeacuten de 1246 se prolongariacutea hasta 1264 periodo maacutes que suficiente para que Muhammad I sentara las bases po-

32 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III pp 73-8833 La primera vez que Abenhut aparece confirmando diplomas de Alfonso X como vasallo

del rey es en un documento fechado el 28 de febrero de 1253 (Diplomatario doc nuacutem 12 (pp 11-12)) El Rey Sabio ejercioacute como sentildeor del rey de Murcia hasta la primavera de 1264 cuando comenzoacute la sublevacioacuten de los mudeacutejares andaluces y murcianos

34 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo p 19735 ldquoEt estando alli el rey don Fernando en Carmona veno yacute a eacutel el rey de Granada su va-

sallo con quinientos caualleros quel venia a seruir Et desque el rey don Fernando ouo talado et astragado a Carmona mouio ende con su hueste et fuese para Alcala de Gua-dera et los moros de Alcala quando lo sopieron que el rey de Granada yua yacute salieron et dieronse a eacutel et eacutel dio luego el castiello a su sennor el rey don Fernando Et el rey don Fernando finco en Alcalardquo Veacutease ALFONSO X Estoria de Espantildea cap 1072 p 748 Veacutea-se tambieacuten GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlcalaacute de Guadaiacutera en el siglo XIIIrdquo p 136

36 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoConsideraciones sobre el pacto de Jaeacuten de 1246rdquo p 716

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 45

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

liacuteticas y administrativas del nuevo reino Durante esos antildeos el vasallaje del emir granadino hacia su sentildeor don Fernando y despueacutes hacia su hijo y sucesor Alfonso X no ofrece dudas Es por esta razoacuten que muchos especialistas fechan en 1246 en lugar de 1237 el ldquoacta de nacimientordquo del sultanato nazariacute37 Y es loacutegico asiacute pensarlo pues seraacute ahora en 1246 cuando Fernando III reconozca el reino de Granada como tal y cuando queden perfiladas definitivamente todas sus fronteras las que duran-te doscientos cincuenta antildeos seraacuten designadas en la Corona de Castilla como la Frontera por antonomasia38

Alfonso X ratificoacute en dos ocasiones el Pacto de Jaeacuten que rubricaran su padre y el primer emir independiente de Granada una nada maacutes subir al trono a mediados de 1252 y la otra en 125439 La Croacutenica del Rey Sa-bio recoge tales ratificaciones en los siguientes teacuterminos

ldquoEt este rey don Alonso en el comienccedilo de su reynado firmoacute por tienpo

ccedilierto las posturas e avenenccedilias que el rey don Fernando su padre aviacutea

puesto con el rey de Granada e que le diesen las pariasrdquo40

Desde entonces Muhammad I figuroacute como vasallo de Alfonso X en los diplomas maacutes solemnes de Corona castellana ldquoDon Aboabdille Abeacuten Na-zar rey de Granada vassallo del rey confrdquo41 La uacuteltima vez que el emir granadino aparece entre la larga lista de confirmantes en un privilegio alfonsiacute sentildeal de haber acudido a la corte en calidad de vasallo del rey es en un diploma expedido en Sevilla el 28 de junio de 126142

Ya en el lejano antildeo de 1235 Fernando III auxilioacute a Ibn Mahfuz rey moro de Niebla ante la amenaza que para su reino constituiacutea Ibn Hud No sabemos con seguridad si el sultaacuten iliplense llegoacute a convertirse en alguacuten momento en vasallo del Rey Santo pero de lo que no cabe duda alguna es que al menos desde febrero de 1253 actuoacute como vasallo de

37 LADERO QUESADA Granada Historia de un paiacutes islaacutemico38 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III p 19739 PEacuteREZ CASTANtildeERA Enemigos seculares p 14140 Croacutenica de Alfonso X p 5 En adelante Croacutenica41 La primera vez que Muhammad I figura confirmando privilegios rodados de Alfonso X

como vasallo del rey es en un documento fechado el 5 de agosto de 1252 (Diplomatario doc nuacutem 4 (pp 6-8))

42 Este privilegio seriacutea tambieacuten el uacuteltimo que confirmaran como vasallos del monarca castellano tanto el rey de Murcia don Abinassar como el rey de Niebla don Abeacuten Mafoth (Diplomatario doc nuacutem 246 (pp 273-275))

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9646

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Alfonso X seguacuten reza la documentacioacutenldquoDon Abeacuten Mahfot rey de Nie-bla vasallo del rey la confrdquo43

Por tanto el Rey Sabio actuoacute como sentildeor de Muhammad I rey de Granada entre 1252 y 1264 y al menos desde 1253 y hasta 1261 lo fue de Abeacuten Mahfot rey de Niebla Tambieacuten ejercioacute como sentildeor del rey de Murcia desde 1253 hasta el fatiacutedico antildeo de 1264 cuando estalloacute la re-vuelta mudeacutejar en tierras andaluzas y murcianas

Como vasallos suyos estos mandatarios andalusiacutees conservaron to-dos sus dominios (los reinos de Granada Niebla y Murcia respectiva-mente) confirmaron los privilegios rodados de la cancilleriacutea alfonsiacute y acudieron perioacutedicamente a la corte y a las cortes castellanas Asiacute cuan-do en 1254 fueron convocadas Cortes en Toledo por citar soacutelo uno de los muchos ejemplos posibles

ldquo(hellip) el rey de Granada por aver la voluntad e amistat del rey don Al-

fonso maacutes de quanto la auiacutea veno a eacutel a Toledo et al rey ploacutegole mucho

con su venida e fiacutezol mucha onrardquo44

En todos estos casos los priacutencipes y reyes musulmanes que en alguacuten momento se convirtieron en vasallos del rey de Castilla no recibieron por parte de eacuteste ninguacuten tipo de feudo ni dominio que se le pareciese Aquiacute el beneficio consistioacute sencillamente en la conservacioacuten de su se-ntildeoriacuteo es decir en lo que Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez ha denominado el feudo otorgado45 Por otra parte a situaciones como las anteriores se re-fiere Claudio Saacutenchez-Albornoz cuando afirma que la figura juriacutedica del feudo soacutelo se aplicoacute en Leoacuten y Castilla ndashentre algunos otros contextosndash ldquopara anudar viacutenculos entre la cadena vasallaacutetica castellana y algunos sentildeoriacuteos situados maacutes allaacute de las fronteras del reinordquo46

43 La primera vez que aparece Ibn Mahfuz confirmando un privilegio rodado de Alfonso X en calidad de vasallo suyo es en un documento fechado el 28 de febrero de 1253 (Di-plomatario doc nuacutem 12 (pp 11-12))

44 Croacutenica p 1045 El Prof Gonzaacutelez Jimeacutenez toma esta expresioacuten de feudo otorgado de Ganshof para

quien un feudum oblatum era aquel en virtud del cual ldquoel propietario de un alodio lo abandonaba por donacioacuten es decir seguacuten las formas solemnes de abandono de un derecho a un segundo despueacutes una vez hecho vasallo de eacuteste por la fe y el homenajerdquo si no lo era ya anteriormente ldquorecibiacutea la concesioacuten de dicho bien en feudordquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo p 337 (nota 71)

46 GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico pp 128-129

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 47

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Por uacuteltimo ademaacutes del vasallaje propiamente dicho sabemos que Alfonso X ejercioacute hasta la deacutecada de 1260 alguacuten tipo de control sobre los arraacuteeces de algunas villas murcianas y andaluzas como la propia Murcia Lorca o Jerez de la Frontera Se trataba de un sistema de protec-torado mediante el cual el rey de Castilla mantuvo a los caudillos anda-lusiacutees en sus respectivas fortalezas a cambio de sumisioacuten respeto y una cuantiacutea dineraria de la que apenas tenemos informacioacuten47

212 Relacioacuten entre la concesioacuten de sentildeoriacuteos y los servicios militares ofrecidos a la Corona

Las primeras concesiones reales de dominios fronterizos a miembros de la nobleza datan de comienzos de la deacutecada de los antildeos treinta cuando se estaba iniciando la conquista de la depresioacuten beacutetica48 Entre los miembros de la nobleza que recibieron sentildeoriacuteos en la Frontera se pueden establecer claramente cuatro categoriacuteas familiares del monarca ricoshombres cas-tellanos leoneses y aragoneses sedes episcopales y oacuterdenes militares Fer-nando III dispuso que las donaciones de villas castillos y tierras a los no-bles tuvieran la condicioacuten de feudos lo que llevaba impliacutecito la obligacioacuten por parte de sus beneficiarios de prestar vasallaje al monarca y en este sentido como dejoacute escrito en 1249 su primogeacutenito el infante don Alfonso

47 Para el caso de la Cuenca del Guadalete y de la Bahiacutea de Caacutediz por ejemplo dispone-mos de un testimonio croniacutestico contemporaacuteneo la Croacutenica Anoacutenima de Sahaguacuten que se refiere en un capiacutetulo a ciertos embajadores de Jerez que acudiacutean a Sevilla para pagar al rey don Fernando el ldquotributo acostumbradordquo El texto completo de este pasaje dice asiacute ldquolos moros que estauan alliacute de Xerez e de los otros castillos que auiacutean traiacutedo al rey muchos dones por el tributo acostumbrado como le biesen ansi llebar en las andas mucho se a el condoliendo alccedilauan las manos al ccedilielordquo Cuando el cronista hace alusioacuten a los moros ldquode los otros castillosrdquo se estaacute refiriendo seguramente a los de aquellos en-claves que por esa fecha (1248-1253) pagaban el mismo tributo al rey de Castilla es de-cir Lebrija Arcos Caacutediz Medina Sidonia Alcalaacute de los Gazules y Vejer de la Frontera y por extensioacuten a los de todas las alqueriacuteas pertenecientes a estos municipios como Alcanate Sanluacutecar de Barrameda Trebujena o Rota Veacutease ldquoCroacutenicas Anoacutenimas de Sahaguacutenrdquo Boletiacuten de la Real Academia de la Historia LXXVII (1920) p 174 La misma noticia aparece en IBN IDARI AL-MARRAKUSI Al-Bayan Al-Mugrib pp 29-30 Veacutease tambieacuten GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoUna noble ccedilibdat e bonardquo pp 20-21

48 En 1231 tuvo lugar la campantildea dirigida por el arzobispo de Toledo don Rodrigo Jimeacutenez de Rada en el Alto Guadalquivir que se saldoacute con la ocupacioacuten de Cazorla y Quesada villa conquistada como vimos en 1224 pero abandonada poco despueacutes debido a que su cas-tillo ldquoera derribado por las muchas conbateduras que los cristianos fezieranrdquo Eacutestas y otras fortalezas de los alrededores fueron donadas por Fernando III a la sede toledana y todas juntas acabariacutean constituyendo la base del llamado Adelantamiento de Cazorla Sobre el Adelantamiento de Cazorla veacutease GARCIacuteA GUZMAacuteN El Adelantamiento de Cazorla y de la misma autora Coleccioacuten Diplomaacutetica del Adelantamiento de Cazorla (1231-1495)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9648

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) eacutel acordoacute con todos los ricos omnes et con los omnes de las Orde-

nes que hyacute eran que fiziessen guerra et paz daquellos heredamientos por

miacute o por aqueacutel que fuesse rey de Castella et de Leoacuten despueacutes de diacuteas del

rey miacuteo padrerdquo49

Se trataba a las claras del auxilium milites del viejo derecho feudal Sin embargo esta pretensioacuten chocaba frontalmente con los intereses de algunos magnates que consideraban la recepcioacuten de sentildeoriacuteos como una forma de remunerar los servicios de armas ofrecidos en la ocupacioacuten de Andaluciacutea y por lo tanto no debiacutea implicar ninguacuten tipo de obligacioacuten Uno de los nobles que se opuso a la concepcioacuten del sentildeoriacuteo como feudo fue el propio infante don Enrique seguacuten dejoacute escrito tambieacuten el priacutenci-pe don Alfonso su hermano

Cuando el rey ldquo(hellip) mandoacute a don Enrique que fizies omenaje pora com-

plir estordquo el infante ldquonon quiso fazer nada de quanto el rey mandoacute et

besoacutel la mano et espidioacutesse deacutelrdquo50

Fernando III confirioacute algunos sentildeoriacuteos fronterizos a miembros de la familia real a la nobleza seglar castellano-leonesa a obispos y arzobis-pos del reino y por supuesto a las oacuterdenes militares No obstante el gran artiacutefice de la donacioacuten de dominios a la nobleza en la banda fron-teriza fue su hijo y sucesor Alfonso X

Efectivamente don Alfonso confirmoacute muchas de las donaciones se-ntildeoriales que habiacutea hecho su padre en la Frontera antildeos atraacutes como la comarca de Segura a la Orden de Santiago (1243) siendo todaviacutea priacutenci-pe51 los castillos de Alcaudete Martos Porcuna Viacuteboras Priego Zambra y Locubiacuten a la Orden de Calatrava (1254)52 o las fortalezas de Chinco-ya y Ablir al magnate castellano don Sancho Martiacutenez de Joacutedar (1254 y 1260)53 Sin embargo no respetoacute la voluntad de su progenitor en otros

49 Diplomatario doc nuacutem 3 (pp 5-6)50 Ibid No obstante como veremos maacutes adelante Alfonso X una vez hubo accedido al

trono lograriacutea imponer la voluntad de su padre al exigir a los beneficiarios de los sentildeoriacuteos dispensados por la Corona ldquoque fiziessen guerra et paz daquellos heredamien-tosrdquo

51 Diplomatario doc nuacutem 1 (pp 3-4)52 Diplomatario doc nuacutem 128 (pp 129-131) doc nuacutem 130 (pp 133-135) doc nuacutem 132

(pp 136-139) doc nuacutem 133 (pp 139-142) y doc nuacutem 136 (pp 145-148)53 Ambas plazas pasariacutean a depender del concejo de Baeza una vez muerto don Sancho

Martiacutenez seguacuten recoge un privilegio de Fernando III confirmado por Alfonso X en

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 49

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

casos muy significativos a comienzos de 1253 cuando todaviacutea no habiacutea

transcurrido un antildeo desde la muerte de don Fernando el nuevo rey de

Castilla desposeyoacute a su hermano el infante don Enrique del sentildeoriacuteo de

Moroacuten y Cote54 y permutoacute con su madrastra la reina dontildea Juana de

Ponthieu su sentildeoriacuteo de Carmona por un donadiacuteo en Alcaudete55 Pero

Alfonso X no se limitoacute a mantener y transformar las concesiones terri-

toriales que Fernando III habiacutea efectuado en la Frontera La situacioacuten

poliacutetica exigiacutea la entrega de nuevos sentildeoriacuteos a la nobleza laica y ecle-

siaacutestica para que fuera eacutesta la que con sus propias milicias y a su costa

poblase y defendiese un territorio permanentemente amenazado sobre

todo desde la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 y maacutes auacuten desde la invasioacuten

benimeriacuten de 1275

Es de suponer que toda concesioacuten sentildeorial en la Andaluciacutea beacutetica

perseguiacutea tres objetivos fundamentales distribuir entre los vencedores

las recompensas de que se habiacutean hecho acreedores por su esfuerzo y

tenacidad en la conquista del valle del Guadalquivir repoblar y explotar

un vastiacutesimo espacio recieacuten invadido y sobre todo defender eficazmen-

te el nuevo territorio muy proacuteximo al enemigo musulmaacuten y por ello al-

tamente susceptible de ser atacado e incluso perdido La documentacioacuten

de la eacutepoca especifica a veces el motivo uacuteltimo de la donacioacuten lo que de

alguna manera enfatiza la razoacuten principal por la cual se efectuaba la

concesioacuten del feudo Asiacute pues hemos de establecer dos modalidades dis-

tintas de donaciones en virtud del momento en que se produjo la ayuda

militar que habiacutean de prestar los concesionarios

1254 ldquoDono etiam uobis [concilio de Baetia] castellum de Chincoya et castellum de Ablir cum omnibus terminis suis et pertinentiis suis que castella tenet Sancius Martini et debet tenere diebus omnibus uite suerdquo No obstante en 1260 el rey optoacute por conceder estos castillos a la catedral de Jaeacuten que los tendriacutea ldquodespueacutes de diacuteas de Sancho Martiacutenezrdquo La donacioacuten a la Iglesia giennense se haciacutea con la condicioacuten de que sus titulares (presen-tes y futuros) ldquofagan destos castiellos sobredichos guerra e paz a nos e a nuestros succe-ssores de nos en Castiella e en Leoacuten pora siemprerdquo asiacute como ldquoque non ande yacute otra mone-da si non la nuestrardquo Ademaacutes de controlar los castillos de Chincoya y Ablir don Sancho Martiacutenez llegoacute a poseer tambieacuten las villas fronterizas de Joacutedar Bedmar y El Carpio asiacute como la fortaleza de Garciacuteez Veacutease Diplomatario doc nuacutem 113 (pp 111-113) y doc nuacutem 229 (pp 251-252) y VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores pp 88-89

54 Diplomatario doc nuacutem 15 (p 14)55 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 70

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9650

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

2121 La concesioacuten de sentildeoriacuteos por el ldquoauxiliumrdquo ya prestado

Seguacuten vimos al comienzo el feudalismo claacutesico consistioacute en la trans-ferencia por parte de un sentildeor de tierras con sus correspondientes rentas jurisdicciones e inmunidades (ldquofeudordquo) a los vasallos Como con-traprestacioacuten de ese traspaso dichos vasallos quedaban emplazados a proporcionar ayuda militar (ldquoauxiliumrdquo) y consejo (ldquoconsiliumrdquo) a su se-ntildeor cuando eacuteste lo demandase En la ocupacioacuten del valle del Guadalqui-vir sin embargo las circunstancias poliacuteticas y militares invirtieron en algunas ocasiones los tradicionales pasos a seguir Aquiacute primeramente la nobleza intervino en la guerra de conquista y asesoroacute al monarca sobre todo en lo que a aspectos beacutelicos y estrateacutegicos se refiere y en un segundo momento y en pago por las prestaciones militares aportadas percibioacute los sentildeoriacuteos Se trata como hemos indicado de una peculiari-dad del feudalismo hispaacutenico motivada en uacuteltima instancia por la inva-sioacuten islaacutemica de la Peniacutensula Ibeacuterica y la posterior Reconquista cristia-na Examinemos algunos casos

El motivo que adujo Alfonso X para justificar la entrega de los castillos de Benamejiacute y Vierbeacuten a la Orden de Santiago en 1254 fue el siguiente

ldquo(hellip) por muchos seruicios que me fizo don Pelay Peacuterez maestre de la

Caualleriacutea de Santiago e su Orden e sennalamientre por el seruiccedilio que

me fizieron en la conquista del regno de Murccediliardquo56

En 1258 el monarca conferiacutea la aldea fronteriza de Bornos al caballe-ro don Per del Castel alegando el ldquoseruiccedilio que nos fiziestesrdquo El diploma alude a un servicio especial realizado haciacutea poco tiempo Gonzaacutelez Jimeacute-nez sospecha que probablemente tal servicio tuviera algo que ver con alguna accioacuten militar relacionada con la cruzada ad partes Africanas de las varias que el rey estaba llevando a cabo desde 125557

Finalmente Alfonso X recurrioacute a ese mismo motivo para razonar las concesiones tanto de la villa y castillo de Osuna a la Orden de Calatrava en 1264

56 Diplomatario doc nuacutem 122 (pp 121-123)57 Seguacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez Per del Castel fue probablemente un guerrero profesio-

nal de origen catalaacuten o franceacutes que pudo haber servido a Alfonso X en la cruzada ad partes Africanas o fecho de allende como eacutel mismo soliacutea llamarla Veacutease Diplomatario doc nuacutem 207 (pp 228-230) GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de Arcos de la Fronterardquo y del mismo autor La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 179-180

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 51

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

ldquo(hellip) por muchos servicios que hizieron a nuestro linaje e maacutes sennala-

damente por el seruicio que nos fizieron en la guerra quando el rey de

Granada se nos alzoacute en la tierrardquo58

como del castillo fronterizo de Estepa a la Orden de Santiago en 1267 Esta uacuteltima donacioacuten no soacutelo se haciacutea para recompensar a la institucioacuten por los servicios militares prestados en el pasado como en el caso an-terior sino tambieacuten para asegurar la defensa de la plaza en el futuro tal y como recoge el documento de la concesioacuten ldquopor seruicios que nos ficieron e faraacutenrdquo59

2122 La concesioacuten de sentildeoriacuteos por el ldquoauxiliumrdquo que se habriacutea de pres-tar en el futuro

No son pocos los documentos de transmisioacuten de sentildeoriacuteos en los que existe una claacuteusula que obligaba a los donatarios a prestar asistencia militar a la Corona despueacutes de su entrega En estos casos siacute podemos hablar realmente de mecanismos puramente feudales

La primera concesioacuten de estas caracteriacutesticas realizada en la frontera corresponde a una fecha muy temprana del reinado de don Alfonso En 1253 el monarca conferiacutea el castillo de Carchel a don Pascual obispo de Jaeacuten con la condicioacuten de que

ldquo(hellip) fagades deste castiello a miacute e a los que regnaren despueacutes de miacute en

Castiella e en Leoacuten guerra e paz e uassallage commo a rey e a sennor

por razoacuten deste castiellordquo60

En 1256 Alfonso X otorgaba la villa y castillo de Matrera a la Orden de Calatrava61 y en 1258 haciacutea lo propio con la villa y castillo de Alcalaacute de Guadaiacutera a la Iglesia de Sevilla disponiendo en ambos casos ldquoque fagan por nos guerra y pazrdquo62

58 Diplomatario doc nuacutem 297 (pp 323-324)59 Diplomatario doc nuacutem 332 (p 362)60 Diplomatario doc nuacutem 45 (pp 43-44)61 Diplomatario doc nuacutem 179 (pp 198-200)62 Diplomatario doc nuacutem 212 (pp 234-237)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9652

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Exactamente igual ocurre con la donacioacuten de los castillos de Chinco-ya Cuadros y Nebliacuten63 al obispo y cabildo de la catedral de Jaeacuten en 1260 puesto que la dispensa se hizo bajo la condicioacuten de que los titulares del sentildeoriacuteo (presentes y futuros)

ldquo(hellip) fagan destos castiellos sobredichos guerra e paz a nos e a nuestros

successores de nos en Castiella e en Leoacuten pora siemprerdquo64

En 1266 el Rey Sabio agracioacute al caballero don Gonzalo Ibaacutentildeez65 con un donadiacuteo situado en el teacutermino de la villa fronteriza de Baena A cambio el magnate tendriacutea que mantener en dicho donadiacuteo ldquocauallo e armas de fust e de fierrordquo En caso de que eacutel en persona no pudiera defender la plaza quedaba obligado a emplazar alliacute a un ldquoescudero fidalgo por eacutel que ponga en su logar mientre durare esta guerra que auemos con los morosrdquo iquestA queacute guerra se referiacutea el monarca Naturalmente a la que estalloacute a raiacutez de la revuelta mudeacutejar de 1264 De la misma manera en el documento de la concesioacuten Alfonso X instaba a don Gonzalo a repoblar y labrar el donadiacuteo concedido66

Al antildeo siguiente en 1267 el monarca entregaba el castillo de Estepa a la Orden de Santiago aduciendo como motivo de la cesioacuten seguacuten ya vi-mos los ldquoseruicios que nos ficieron e faraacutenrdquo y ordenando asimismo ldquoque fagan dello guerra e paz en todo tiempo por nuestro mandadordquo67

63 Nebliacuten Ablir y Neblir son tres topoacutenimos que designan la misma fortaleza Veacutease MONTOYA ldquoTres topoacutenimos en las Cantigas de Santa Mariacuteardquo pp 20-22

64 Diplomatario doc nuacutem 229 (pp 251-252)65 Gonzalo Ibaacutentildeez era hijo de don Gonzalo Yaacutentildeez Dovinal ndasho do Vinhal- sentildeor de la villa

de Aguilar desde 1257 y sobrino de don Alfonso Yaacutentildeez Dovinal uno de los 200 caballe-ros hidalgos asentados por el rey en Sevilla en 1253 Su padre fue un noble portugueacutes que emigroacute a Castilla con Sancho II Capelo Aficionado a la poesiacutea y amigo personal de Alfonso X en 1257 recibioacute del rey la villa y el castillo de Poley ldquoa quien su magestad po-niacutea nombre de Aguilarrdquo en recuerdo de su pertenencia al linaje de los Aguiar oriundo de la zona de Riba Cocirca (Diplomatario doc nuacutem 191 (p 212))

66 ldquoQue lo tenga poblado e labrado e mantenga yacute uezindatrdquo Este donadiacuteo que don Gonzalo Ibaacutentildeez obtuvo del monarca en 1266 en el teacutermino de Baena estaba compuesto por unas casas en la villa en la collacioacuten de San Salvador otras casas para establo seis aranzadas de vintildea y sesenta pies de olivar en Villanueva seis yugadas de tierra de labor entre Cabra y Zuheros y una aranzada y media de huerta Veacutease Diplomatario doc nuacutem 309 (pp 331-332) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio p 193 (nota 9)

67 Diplomatario doc nuacutem 332 (p 362)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 53

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Casi una deacutecada despueacutes en 1276 se beneficiaba al caballero don Bretoacuten con la entrega de los castillos de Chincoya y Nebliacuten que habiacutean sido de don Sancho Martiacutenez de Joacutedar bajo el requerimiento indis-pensable nuevamente de que ldquofagan dellos guerra e paz por nuestro mandadordquo68

Por uacuteltimo en 1279 fueron conferidos los castillos y villas de Moroacuten y Cote a la Orden de Alcaacutentara y las villas y castillos de Medina Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a la Orden de Santa Mariacutea de Espantildea introducieacuten-dose en ambas donaciones la claacuteusula de que sus respectivos maestres comendadores y freires

ldquo(hellip) fagan dellos pora siempre guerra e paz por nuestro mandado e de

los otros reyes que regnaren despueacutes de nos en Castiella e en Leoacutenrdquo69

Ese mismo antildeo Alfonso X concediacutea el castillo de Cabra a su hijo el infante don Pedro con la consabida condicioacuten de que

ldquo(hellip) fagan eacutel e sus herederos deste castiello sobredicho guerra e paz por

nuestro mandado e de los que Castiella e Leoacuten heredaren despueacutes de nosrdquo70

Relacionadas con el auxilio beacutelico que debiacutean prestar los nobles como contraprestacioacuten por la recepcioacuten de sentildeoriacuteos en la Frontera estaacuten algunas disposiciones implementadas en ciertas donaciones efectuadas durante el repartimiento de Sevilla Asiacute por ejemplo en junio de 1253 el monarca asignoacute a don Remondo obispo de Segovia la Torre de Borga-benzoar prescribiendo en el privilegio de la donacioacuten que

ldquo(hellip) por este heredamiento que uos yo do que me tengades un omne

guisado de cauallo e de armas de fust e de fierro mientra fuere uestrordquo71

Con ideacutenticas condiciones fue concedida a la Orden de Alcaacutentara en agosto de ese mismo antildeo la aljarafentildea aldea de Dunchuelas Raxit

68 Diplomatario doc nuacutem 429 (pp 452-453)69 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480) y doc nuacutem 451 (pp 475-476)70 Diplomatario doc nuacutem 452 (pp 477-478)71 Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9654

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) mando que por este heredamiento que vos yo do que me tengades

iacute un hombre guisado de cavallo e de armas de fust e de fierro mientras

fuere vuestrordquo72

Estas claacuteusulas juriacutedicas resultan muy parecidas a las contempladas en el feudalismo claacutesico es decir la obligacioacuten de prestar auxilium tras la percepcioacuten de un dominio El propio rey don Alfonso asiacute lo reguloacute en las Partidas

ldquoVassallos son aquellos que reciben honrra o bien fecho de los sentildeores

assi como caualleria o tierra o dineros por seruicio sentildealado que les

ayan de fazerrdquo73

213 Concesioacuten de sentildeoriacuteos que no se encontraban en posesioacuten de la Corona en el momento de la donacioacuten

Estas concesiones son muy singulares toda vez que la entrega y dis-frute de los sentildeoriacuteos estaban supeditados a su propia conquista al encon-trarse en el momento de la donacioacuten en manos musulmanas Fueron los casos de las villas de Antequera y Archidona conferidas a la Orden de Santiago en 1266 cuando ldquonos ganemos por guerra o por pazrdquo El mo-narca prometioacute la futura transmisioacuten de las plazas como recompensa

ldquo(hellip) por muchos seruicios que la Orden de la Caualleriacutea de Santiago

fizieron a nuestro linage e sannaladamientre al muy noble rey don Fe-

rrando nuestro padre e a nos e por sabor que auemos de fazer bien

e merccedilet a don Pelay Peacuterez maestre dessa misma Orden e a todos los

freyres que agora yacute son e seraacuten daquiacute adelante pora siempre iamaacutesrdquo 74

72 Diplomatario doc nuacutem 50 (pp 47-48) Se trataba de un donadiacuteo mayor Los donadiacuteos mayores eran como maacutes tarde veremos grandes extensiones de tierra (la alqueriacutea (alcaria) o cortijo (machar) con sus vastas propiedades) concedidas por el monarca a miembros de la alta nobleza Sus beneficiarios no estaban obligados a residir en ellos y soacutelo en contadas ocasiones se vieron compelidos por mandato expreso del rey a defenderlos con sus propios medios como es el caso que nos ocupa

73 Partida IV Tiacutetulo XXV Ley I p 61v74 Diplomatario doc nuacutem 314 (pp 341-343)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 55

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

La concesioacuten se efectuaba no obstante con la condicioacuten de que una vez ambas plazas estuvieran en posesioacuten del convento sus freires ldquo(hellip) nos fagan guerra e paz estos castiellos sobredichos para siempre iamaacutesrdquo75

Otro caso muy similar es el de la villa de Alcalaacute de Abenzaide (hoy Alcalaacute la Real) prometida a la Orden de Calatrava en 1272 cuando fue-se conquistada La donacioacuten se debe a los ldquo(hellip) muchos seruicios que la Orden de la Caualleriacutea de Calatraua fizo a nuestro linage e a nos bien e lealmenterdquo aunque tambieacuten estableciacutea el compromiso de que sus titu-lares llegado el momento de la entrega efectiva ldquofagan en este logar sobredicho en todo tiempo guerra e paz por nuestro mandadordquo76

El hecho de que el traspaso de esos enclaves estuviera condicionado a su conquista resulta verdaderamente revelador Existiacutea desde luego un precedente pues ya en los antildeos finales de su reinado Fernando III pro-metioacute donar a su hijo el infante don Enrique las villas de Jerez Lebrija Arcos y Medina Sidonia cuando fuesen ganadas a los almohades otor-gaacutendole mientras tanto como garantiacutea los castillos de Moroacuten y Cote77

Dadas estas circunstancias los caballeros santiaguistas y calatravos soacutelo podriacutean disfrutar de las citadas tenencias una vez fueran arrebata-das a las autoridades nazariacutees Asiacute la promesa de la donacioacuten debioacute mo-tivar a los freires para emprender con firmeza su conquista Pensamos por ello que con esta medida lo que realmente pretendiacutea el monarca era apresurar la toma de las tres plazas llaves del sector central de la frontera con Granada

Un uacuteltimo ejemplo de estas extrantildeiacutesimas concesiones sentildeoriales es el del castillo y villa de Marbella ldquola que es teacutermino de Maacutelagardquo conferida a la Iglesia de Caacutediz en mayo de 1266 A cambio de Marbella el donante exigioacute a su beneficiario ldquoque nos fagan ende guerra e paz para syenpre ja-maacutesrdquo78 Como en los casos anteriores sorprende que en el documento de la concesioacuten no se diga nada acerca de la condicioacuten de villa musulmana que en ese momento teniacutea la plaza aunque pudiera ser como sugiere Gonzaacutelez Jimeacutenez que la fortaleza de Marbella hubiera sido conquis-tada con la ayuda de los Ashqilula de Comares y de Maacutelaga aliados de Alfonso X79

75 Ibid76 Diplomatario doc nuacutem 391 (pp 411-412)77 Diplomatario doc nuacutem 15 (p 14)78 Diplomatario doc nuacutem 315 (pp 343-344)79 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio p 186

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9656

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

214 La violacioacuten de la inmunidad y del derecho jurisdiccional en los sentildeoriacuteos conferidos

Es cierto que Alfonso X concedioacute feudos en la Frontera con todas las garantiacuteas jurisdicciones e inmunidades Esta realidad se observa en do-naciones como las de los enclaves de Chist (1253) Silibar (1255) o Sa-biote (1257) a la Orden de Calatrava En estos casos los diplomas reales estableciacutean que

ldquo(hellip) todo este heredamiento uos do e uos otorgo que lo ayades libre e

quito por juro de heredat pora siempre iamaacutes pora dar pora uender

pora empennar pora camiar e pora enagenar e pora fazer dello todo

lo que uos quisieacuteredes cuemo de lo uestro mesmo uos e todos uestros

successoresrdquo80

Ahora bien hubo en Andaluciacutea muchas donaciones en las que el mo-narca se reservoacute para siacute ciertos derechos en los sentildeoriacuteos conferidos Asiacute cuando en 1256 transfirioacute a la Orden de Calatrava la villa de Matrera dispuso

ldquo(hellip) que entre hi el mio Adelantado asy cuemo entra en todas sus villas

que ha en la Frontera pora faser justiccediliardquo81

La misma disposicioacuten recoge el diploma de la concesioacuten de la villa y castillo de Constantina al arzobispo de Sevilla en 1258

ldquo(hellip) que entre hy nuestro Adelantado asiacute como entra en todas las otras

uillas de la Frontera que son de las Oacuterdenes e de las eglesias cathedra-

lesrdquo82

Ese mismo antildeo el monarca donoacute la villa y el castillo de Alcalaacute de Gua-daiacutera a la Iglesia de Sevilla En esta ocasioacuten el privilegio introduciacutea un nuevo precepto legal Ademaacutes de permitir la libre entrada del adelanta-do mayor de la Frontera en el sentildeoriacuteo alcalarentildeo el rey ordenaba que fuera el concejo hispalense el organismo que nombrara a los alcaldes y

80 Diplomatario doc nuacutem 25 (pp 21-23) doc nuacutem 150 (pp 161-162) y doc nuacutem 193 (pp 214-216)

81 Diplomatario doc nuacutem 179 (pp 198-200)82 Diplomatario doc nuacutem 214 (pp 239-241)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 57

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

alguaciles de la villa asiacute como que en Alcalaacute la justicia se administrara seguacuten el fuero de Sevilla83

En 1260 Alfonso X entregaba tambieacuten al arzobispado sevillano la villa de Cazalla de la Frontera (hoy La Puebla de Cazalla) con la ya cono-cida condicioacuten de ldquo(hellip) que entre hy nuestro Adelantado assiacute como entra en las otras uillas del Andaluziacuteardquo Y de nuevo el privilegio de la concesioacuten recoge la disposicioacuten anterior

ldquoQueremos que los cristianos que hy poblaren que se iudguen por el Fue-

ro de Seuilla e quando se agrauiaren del juyzio que les dieren los alcal-

des que yacute pusieren el arccedilobispo que se alccedilen a los alcaldes de Seuilla e

dend a nosrdquo84

Es decir como ya sucediera en la donacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacutera el monarca volviacutea a inmiscuirse en la jurisdiccioacuten de un sentildeoriacuteo de aba-dengo al mantener en Cazalla la vigencia del fuero hispalense y conse-cuentemente al garantizar a sus pobladores el derecho de alzada ante la administracioacuten de la justicia real Esta concesioacuten incluiacutea ademaacutes de la villa de Cazalla la villa de Brenes la aldea de Tercia y la alqueriacutea de Umbrete Se trataba de un vastiacutesimo sentildeoriacuteo del que la Iglesia de Sevilla podriacutea sacar buen provecho

ldquoEstos logares sobredichos uos damos e uos otorgamos que los ayades

libres e quitos por juro de heredat pora siempre iamaacutes pora fazer de-

llos e en ellos todo lo que uos quisieacuteredes como de lo uestro mismo et

damos uos los con los uassallos e con todos sus teacuterminos poblados e

por poblar assiacute como los an e los deuen auer e como nunqua meior

los ouierom en tiempo de moros con montes e con fuentes con riacuteos

con accediludas con molinos con pesqueras con cannales con sotos con

defesas con pastos con prados con casas con uinnas con huertas con

oliuares con figuerales con todos los otros aacuterboles que yacute son e con

heredat de pan e con entradas e con salidas e con todas las rentas e

con todas las pertenencias e con todos los derechos que nos yacute auemos

e deuemos auerrdquo85

83 Diplomatario doc nuacutem 212 (pp 234-237)84 Diplomatario doc nuacutem 233 (pp 255-257)85 Ibid

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9658

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

No obstante como soliacutea ocurrir en este tipo de concesiones la Corona retuvo ciertos derechos considerados fundamentales

ldquo(hellip) sacado ende lo que tenemos pora nos e pora los que regnaren des-

pueacutes de nos guerra e paz e moneda e iusticia en estos logares sobre-

dichosrdquo86

El castillo de Cazalla pasoacute a manos de la Orden de Calatrava en di-ciembre de 1279 aunque la catedral hispalense seguiriacutea conservando sus derechos sobre las iglesias de la villa por voluntad del rey

ldquoOtorgaacutemosles que los ayan todo libre e quito por juro de heredad para

siempre para fazer dello e en ello assiacute como maestre e convento deuen

fazer de las cosas de su Orden saluo ende los derechos que la eglesia de

la noble ccedilibdad de Seuilla ha en las eglesias deste logar sobredichordquo87

En 1264 Alfonso X donoacute la villa de Osuna a la Orden de Calatrava Sin embargo nuevamente asistimos a una intromisioacuten del poder regio en el sentildeoriacuteo conferido dado que la donacioacuten se realizaba con la condicioacuten de que se estableciera alliacute el convento mayor de la Orden

ldquoPor esta merced que les fazemos el maestre e todos los freyles de la

Orden sobredicha an de mudar e de tener su conuento en Osuna de aquiacute

adelante para siempre jamaacutes asiacute como lo tuuieron fasta aqui en Ca-

latraua la Nueua e que alliacute sea su conuento e non en otro lugar e el

comendador mayor de toda la Orden que se llame de aquiacute adelante co-

mendador de Osunardquo88

En similar situacioacuten quedoacute la Orden de Alcaacutentara cuando recibioacute de la Corona la villa de Moroacuten en 127989

86 Ibid87 Diplomatario doc nuacutem 454 (pp 480-482)88 Diplomatario doc nuacutem 297 (pp 323-324)89 Hay quien ha querido ver en esta medida de trasladar los conventos mayores a la

Frontera un recelo de la Corona hacia las amplias plataformas de dominio jurisdiccio-nal de que disfrutaba la Orden de Calatrava en tierras manchegas y la de Alcaacutentara en Extremadura De todas maneras lo cierto es que en ninguno de los dos casos la voluntad regia fue respetada

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 59

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

ldquoPor grant sabor que auemos de fazer bien e merccedilet a la Orden de Alcaacuten-

tara damos e otorgamos por nos e por nuestros herederos pora siempre

a don Garccediliacute Ferraacutendez maestre della e a los otros maestres que seraacuten

despueacutes deacutel e al conuento dessa misma Orden la uilla e el castiello de

Moroacuten a que ponemos nombre Buenauentura en que tengan el conuen-

to mayorrdquo90

De la misma manera el rey obligoacute a los freires alcantarinos de Moroacuten y Cote

ldquo(hellip) que estos dichos castiellos sobredichos que los non puedan uen-

der ni dar ni enagenar a otra Orden ni a eglesia ni a omne de fuera de

nuestro sennoriacuteo ni que contra nos sea sin nuestro plazer e de nuestros

herederosrdquo91

Finalmente en 1279 el monarca asignoacute las villas y castillos de Medi-na Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a la Orden de Santa Mariacutea de Espantildea con el ya sabido requisito de que la institucioacuten estableciera en Medina Sidonia su convento mayor

ldquoPor grand sabor que auemos de fazer bien e merccediled a la Orden de Sanc-

ta Mariacutea dacuteEspanna (hellip) damos e otorgamos por nos e por nuestros

herederos pora siempre a don Pedro Nuacutennez maestre della e a los

otros maestres que seraacuten despueacutes deacutel e al conuento dessa misma Or-

den la villa e el castiello de Medina Sidonia a que nos ponemos nombre

Estrella en que tengan el conuento mayor que esta Orden ha de tener en

esta frontera del regno de Seuillardquo92

El uacuteltimo caso de intrusioacuten regia en la inmunidad de un sentildeoriacuteo no-biliario es el del castillo de Tintildeosa ldquoque es entre Priego e Rutrdquo otorgado a la Orden de Calatrava en 1281 bajo la condicioacuten imprescindible de que el maestre y su convento

ldquo(hellip) lo non puedan enajenar a eglesia ni a Orden ni a otro home de reli-

gioacuten ni de fuera de nuestros sennoriacuteos ni que contra nos sea sin nuestro

90 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480)91 Ibid92 Diplomatario doc nuacutem 451 (pp 475-476)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9660

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

mandadordquo Asimismo ldquo(hellip) retenemos para nos e para nuestros here-

deros los que regnaren despueacutes de nos en Castiella e en Leoacuten moneda

e yantar e justicia quando el maestre o la Orden non la hyacute ficiessen e

mineras si las hyacute ha o las obiere de aquiacute adelanterdquo93

Son todos ellos ejemplos de la debilidad del poder sentildeorial en los feu-dos de frontera durante el reinado de don Alfonso el Sabio

Por la temaacutetica de nuestro estudio nos hemos referido soacutelo a aque-llas concesiones territoriales cuyos textos hablan expresamente del au-xilium o asistencia militar (ldquoque fagan por nos guerra e pazrdquo)94 aprueban la donacioacuten de ciertos sentildeoriacuteos una vez fueran conquistados a los musul-manes o aluden a los derechos que se reservaba el monarca en algunos de los feudos conferidos Pero hubo muchos maacutes dominios transferidos a la nobleza en la frontera granadina durante el reinado de Alfonso X concesiones en las que la documentacioacuten es mucho menos precisa

En teacuterminos generales entre los familiares del rey que recibieron tenencias fronterizas (la reina dontildea Juana de Ponthieu95 la reina dontildea

93 Diplomatario doc nuacutem 481 (pp 509-511)94 En el feudalismo claacutesico el auxilium feudovasallaacutetico comportaba ademaacutes de obliga-

ciones estrictamente militares otras de iacutendole econoacutemica como por ejemplo ayudar a rescatar al sentildeor del cautiverio o financiar la entrada en la caballeriacutea del hijo del sentildeor Es maacutes hasta las propias obligaciones militares eran variadas auxiliar al sentildeor en la guerra (este servicio estaba limitado en el tiempo pues el vasallo debiacutea asistir a su sentildeor un determinado nuacutemero de diacuteas al antildeo) actuar de escolta del sentildeor o servir de correo militar por sentildealar soacutelo algunos tipos de compromisos En la frontera de Granada en cambio los deberes militares del vasallo con respecto al sentildeor (el rey en todos los casos que hemos visto) son muy especiacuteficos seguacuten manifiestan las fuentes luchar en la guerra y defender el territorio en tiempos de paz

95 La reina dontildea Juana de Ponthieu o de Pontis segunda esposa de Fernando III recibioacute de su marido las villas y rentas de Marchena y Carmona en el reino de Sevilla las villas mudeacutejares cordobesas de Luque Zuheros y Zuherete las villas murcianas de Helliacuten y Medinatea y muacuteltiples propiedades en Jaeacuten Arjona y Coacuterdoba La entrega de sentildeoriacuteos a miembros de la familia real era una praacutectica habitual en la eacutepoca que permitiacutea al beneficiario ndashnormalmente la reina y los infantesndash disponer de rentas y recursos suficientes para mantener de forma autoacutenoma su propia casa y servidumbre Pero se trataba tambieacuten de una medida poliacutetica ya que asiacute se impediacutea que estos se-ntildeoriacuteos cayesen en manos de la nobleza toda vez que el monarca seguiacutea manteniendo el control sobre el territorio cedido aunque fuese de manera indirecta Ademaacutes los sentildeoriacuteos de los miembros de la realeza eran por lo general de caraacutecter vitalicio y estaban llamados a integrarse tras la muerte de su tenente en el patrimonio de la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 61

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Violante de Aragoacuten96 y el infante don Pedro tercer hijo de Alfonso X) se registran un total de ocho sentildeoriacuteos Los ricoshombres castellanos leone-ses y aragoneses (don Sancho Martiacutenez de Joacutedar don Diego Saacutenchez de Funes97 don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara98 don Alonso Peacuterez de Guzmaacuten99 don Gonzalo Yaacutentildeez Dovinal don Gonzalo Ibaacutentildeez don Per del Castel don Bretoacuten y don Pay Arias de Castro100) recibieron en conjunto diecisie-

Corona del que habiacutean sido temporalmente segregados La tenencia de este tipo de sentildeoriacuteos suponiacutea naturalmente el control y disfrute de las propiedades y rentas de las villas que los integraban asiacute como de la jurisdiccioacuten sobre toda su poblacioacuten Veacutease sobre ello GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoEl repartimiento de Carmonardquo Veacutease igualmente del mismo autor Alfonso X el Sabio pp 58-59 y La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 134

96 En alguacuten momento de la segunda mitad del siglo XIII la villa de Eacutecija la primera po-sesioacuten que tuvo don Alfonso en Andaluciacutea siendo auacuten infante (1240) pertenecioacute a la reina dontildea Violante de Aragoacuten Tenemos conocimiento de esta posesioacuten por un docu-mento de 1271 en el que Alfonso X confirma la donacioacuten que en 1268 habiacutea hecho la reina a la Orden de Calatrava en Eacutecija Se trataba concretamente de una azuda ldquode las dos que yacute aacuterdquo El Prof Gonzaacutelez Jimeacutenez cree que don Alfonso pudo haber concedido la villa astigitana como sentildeoriacuteo personal a su esposa dontildea Violante ldquoposiblemente hacia 1262 si no antesrdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 386 (pp 406-407) y GONZAacuteLEZ JIMEacute-NEZ ldquoRepoblacioacuten y repartimiento de Eacutecijardquo

97 Don Diego Saacutenchez de Funes poseyoacute un sentildeoriacuteo en el giennense valle del Guadalbulloacuten Alliacute el magnate controloacute las fortalezas fronterizas de Carchel y Cazalla Carchel habiacutea sido donada por el rey a don Pascual obispo de Jaeacuten en julio de 1253 pero en abril de 1271 Diego Saacutenchez y la Iglesia de Jaeacuten llegaban a un acuerdo sobre el reparto de los diezmos de Carchel y Cazalla indicio incuestionable de la tenencia de estas fortalezas por el noble cas-tellano Ignoramos desde cuaacutendo se veniacutea produciendo esta situacioacuten aunque siacute sabemos que en mayo de 1271 ya habriacutea acabado porque a mediados de ese mes el rey concediacutea a la catedral giennense 50 maravediacutes alfonsiacutees sobre las rentas del almojarifazgo de la ciudad a cambio del recinto de Carchel Sobre la evolucioacuten posterior de Cazalla no existen noticias Veacutease Diplomatario doc nuacutem 45 (pp 43-44) y doc nuacutem 380 (p 401) Veacutease asimismo RODRIacuteGUEZ MOLINA El Reino de Jaeacuten en la Baja Edad Media p 72

98 Alfonso X confioacute a don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara adelantado mayor de la Frontera y principal ricohombre del reino la tenencia del alcaacutezar de Eacutecija y del alcaacutezar de Jerez que don Nuntildeo delegoacute (como era usual en la eacutepoca) en un vasallo suyo llamado Garci Goacutemez Carrillo El poderoso sentildeor de Lara mantuvo la tenencia de la fortaleza astigi-tana desde la deacutecada de 1240 hasta su muerte ante las murallas de la propia Eacutecija en 1275 y la del alcaacutezar jerezano desde 1261 hasta la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 Veacutease Croacutenica pp 99 y 179

99 En julio de 1282 el rey confirioacute a don Alonso Peacuterez de Guzmaacuten mediador en los tratos amistosos de Alfonso X con el emir benimeriacuten Abu Yusuf Yacub la villa fronteriza de Alcalaacute Sidonia o de los Gazules que desde 1279 habiacutea pertenecido a la Orden marinera de Santa Mariacutea de Espantildea No obstante en octubre de 1283 antes de haberse cumplido un antildeo y medio desde que le fuera concedida el monarca la recuperoacute para el realengo compensando a don Alonso Peacuterez con la entrega del lugar de Monteagudo ldquoserca de Xerez de Sidoniardquo Veacutease GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 79 y Diploma-tario doc nuacutem 517 (pp 547-548)

100 Sabemos que al menos desde 1260 la familia Arias poseyoacute una enorme hacienda en la villa de Espejo sobre la que el caballero frontero don Pay Arias de Castro cuyo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9662

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

te tenencias Las sedes episcopales (Iglesia de Toledo101 Iglesia de Jaeacuten Iglesia de Sevilla Iglesia de Caacutediz e Iglesia de Coacuterdoba102) se beneficia-ron tambieacuten en su conjunto de una decena de sentildeoriacuteos Finalmente a las oacuterdenes militares (Santiago Calatrava Alcaacutentara y Santa Mariacutea de Espantildea) se les otorgoacute maacutes de treinta encomiendas en la frontera de Gra-nada103 Salta a la vista que el brazo nobiliario que salioacute mejor parado de la entrega de sentildeoriacuteos fronteros fue el de las oacuterdenes militares No es de extrantildear por otro lado si tenemos en cuenta que estas instituciones nacieron para combatir al Islam y que la finalidad uacuteltima de dichas con-cesiones era precisamente la defensa del territorio Exacto Con estas donaciones territoriales Alfonso X persiguioacute satisfacer tres necesidades urgentes a cual maacutes importante liquidar las campantildeas de conquista y premiar a los caballeros por la ayuda militar proporcionada a la Corona repoblar y explotar un espacio amplio y peligroso carente a todas luces de efectivos humanos y por uacuteltimo y preferentemente garantizar la defensa de una marca expuesta a sufrir a diario los efectos de las algara-das granadinas y norteafricanas como de hecho ocurrioacute En este senti-do la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264-1266 la invasioacuten benimeriacuten de 1275 y el fracaso castellano en el cerco de Algeciras durante el verano de 1279

nombre aparece por primera vez en un documento fechado el 16 de abril de ese antildeo fundariacutea su propio sentildeoriacuteo algunos antildeos maacutes tarde Veacutease sobre este asunto PADILLA ldquoRepoblacioacuten y creacioacuten del sentildeoriacuteo de Espejordquo pp 310-311 Veacutease tambieacuten del mismo autor El fundador y la fundacioacuten del sentildeoriacuteo de Espejo pp 42-43 Y veacutease por uacuteltimo CABRERA MUNtildeOZ ldquoOriacutegenes del sentildeoriacuteo de Espejordquo pp 211-232

101 En 1231 Fernando III otorgoacute a don Rodrigo Jimeacutenez de Rada arzobispo primado de Toledo un extenso sentildeoriacuteo en la cabecera del Guadalquivir articulado en torno a las villas fronterizas de Cazorla y Quesada Esta posesioacuten fue conocida durante toda la Edad Media como Adelantamiento de Cazorla Vid supra nota 48

102 Junto a las de Jaeacuten y Sevilla la Iglesia de Coacuterdoba era la tercera gran sede episcopal de Andaluciacutea ademaacutes de la maacutes antigua (habiacutea sido restaurada por Fernando III en mayo de 1237) y sin embargo no existe constancia documental de que la Corona cediese sentildeoriacuteo fronterizo alguno al obispado cordobeacutes que en cambio siacute recibioacute donadiacuteos mayores y menores en el repartimiento sevillano No obstante en alguacuten momento el monarca debioacute conceder a su catedral el castillo de Tintildeosa porque en marzo de 1278 Alfonso X aceptoacute de los canoacutenigos la devolucioacuten de la fortaleza a la que habiacutean re-nunciado defender porque ldquocostaua cada anno quatro mill marauediacutes la tenenciardquo Fue entonces cuando el rey ideoacute confiar su defensa a la Orden de Calatrava Asiacute en junio de 1280 la Corona autorizaba a la catedral cordobesa para abandonar la defensa de Tintildeosa debieacutendola desmantelar previamente y en noviembre de ese antildeo ordenoacute a su deaacuten la entrega de la plaza al maestre calatravo Finalmente la concesioacuten formal del castillo de Tintildeosa a la Orden se produjo en mayo de 1281 Veacutease Diplomatario doc nuacutem 437 (pp 459-460) doc nuacutem 466 (pp 493-494) doc nuacutem 475 (p 500) y doc nuacutem 481 (pp 509-511)

103 ALCAacuteNTARA ldquoNobleza y sentildeoriacuteos en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso Xrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 63

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

otorgaron a las oacuterdenes militares un nuevo protagonismo en la defen-sa de la frontera tanto en Murcia como en Andaluciacutea Resulta asiacute pues indicativo que algunas de las plazas maacutes importantes y a la vez vulne-rables de la primera y segunda liacuteneas de frontera104 fueran conferidas a

104 A nivel general desde la conquista de Sevilla se detecta en Andaluciacutea una compleja articulacioacuten de dos liacuteneas de construcciones fortificadas y otra tercera de ciudades y grandes villas que actuaron como bases de aprovisionamiento a las anteriores Esta tercera y uacuteltima liacutenea defensiva de la frontera corriacutea paralela al Guadalquivir y estaba jalonada por las tres grandes ciudades del valle Sevilla Coacuterdoba y Jaeacuten Nuacutecleos me-nores de la misma franja eran enclaves importantes como Jerez Carmona Eacutecija Ar-jona Anduacutejar Baeza o Uacutebeda que como sus capitales sirvieron de base a los castillos de la segunda liacutenea fronteriza Se trataba en todos los casos de ciudades y villas de retaguardia perfectamente amuralladas y dotadas de potentiacutesimas guarniciones cas-trenses Coacuterdoba Jaeacuten y Sevilla constituyeron auteacutenticos centros logiacutesticos de apoyo taacutectico-militar en la defensa de sus respectivos reinos mientras que sus villas sateacutelites actuaron de intermediarias entre las grandes urbes y las fortificaciones de la segunda raya sobre todo en el Bajo Guadalquivir donde la extensa campintildea exigiacutea la existencia de nuacutecleos menores de poblamiento De este modo durante la segunda mitad del siglo XIII el nuacutecleo urbanizado de Jerez se consolidoacute en el Guadalete y el Estrecho como la cabeza operativa y defensiva maacutes importante de estas tierras Maacutes al norte en la cam-pintildea sevillana destacaron por los mismos antildeos las villas-bases de Carmona y sobre todo Eacutecija bien comunicada con Sevilla y Coacuterdoba en un aacuterea de especial dificultad La segunda liacutenea de frontera estaba constituida por un complejo entramado de edi-ficios castrales que seguacuten los especialistas se pueden clasificar en dos modalidades castillos urbanizados o asociados a un haacutebitat rural permanente es decir fortalezas considerables con fuerte amurallamiento foso portillos aljibes patio de armas y torre del homenaje y castillos cotas o ciudadelas consistentes en pequentildeos fortines urbanos (alcazabas) ubicados en sitios altos y preferentes de la villa para facilitar su aislamien-to en caso de peligro Estas plazas fuertes teniacutean autonomiacutea suficiente para resistir durante alguacuten tiempo en caso de ataque y auacuten asiacute se hallaban rodeadas de baluartes defensivos auxiliares como atalayas y castillos aislados proacuteximos Ubicadas general-mente en las inmediaciones de los antiguos pasos y caminos dominando y controlan-do las muacuteltiples viacuteas de acceso y penetracioacuten de Granada a Castilla su importancia fue considerable no soacutelo porque protegiacutean dichos pasos sino porque aseguraban el pleno desarrollo de las actividades agriacutecolas y ganaderas en sus respectivas comarcas y so-bre todo porque constituiacutean la primera resistencia seria en caso de agresioacuten Desde la Bahiacutea de Caacutediz hasta la Sierra de Segura la segunda liacutenea de defensa fronteriza pasaba por Medina Sidonia Arcos Lebrija Alcalaacute de Guadaiacutera Moroacuten Cazalla Osuna Estepa Aguilar (antigua Poley) Espejo Lucena Cabra Baena Priego Martos Torredonjime-no Bedmar Joacutedar Quesada y Cazorla En el reino de Murcia las principales fortalezas de esta segunda raya eran las de Segura Yeste Socovos Moratalla Calasparra Cieza y Lorca Finalmente la primera liacutenea de fortificaciones defensivas estaba compuesta por un sinfiacuten de pequentildeas construcciones fortificadas distribuidas por toda la frontera de Granada Para el siglo XIII los anaacutelisis tipoloacutegicos permiten diferenciar entre cas-tillos refugios ubicados en zonas rurales de itinerario y torres defensivas Los llamados castillos refugios eran edificaciones fortificadas aisladas es decir completamente di-sociadas de los sectores habitados maacutes proacuteximos en las que la existencia de un aljibe o cisterna haciacutea posible la autodefensa de una guarnicioacuten militar permanente de sol-dados fronteros que alternaban las funciones estrictamente militares con otras activi-dades de supervivencia Las torres defensivas por su parte constituyen los baluartes maacutes significativos de la primera liacutenea de frontera Se trataba de construcciones muy

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9664

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

las oacuterdenes militares justo despueacutes de esas fechas Osuna a Calatrava en diciembre de 1264 Estepa a Santiago en septiembre de 1267 y Cazalla a Calatrava Moroacuten y Cote a Alcaacutentara y Medina Sidonia y Alcalaacute de los Gazules a Santa Mariacutea de Espantildea todas ellas en diciembre de 1279

Seguacuten venimos defendiendo las praacutecticas feudales desarrolladas en la frontera de Granada durante el siglo XIII fueron realmente especia-les En algunas transmisiones de feudos observamos unas situaciones muy parecidas a las que se dieron en la Europa del feudalismo claacutesico En otras en cambio quizaacutes la mayoriacutea detectamos unos comportamien-tos feudales verdaderamente singulares algo que por otra parte veniacutea sucediendo en el reino castellano-leoneacutes y en otros reinos cristianos peninsulares desde fines de la Alta Edad Media La razoacuten de estas parti-cularidades hay que buscarlas como ya se ha apuntado en maacutes de una ocasioacuten en la invasioacuten musulmana de la Hispania visigoda la existencia de un paiacutes islaacutemico al otro lado de una frontera fraacutegil y permeable impu-so en buena medida el desarrollo de dichos comportamientos

Por un lado todos los sentildeoriacuteos que fueron respetados por los reyes cristianos (como beneficio del sentildeor a su vasallo) tuvieron titulares mu-sulmanes bien almohades bien nazariacutees Por otro se concedieron feu-dos como recompensa a un auxilium milites ya ofrecido en el pasado auxilium proporcionado ciertamente en la gran mayoriacutea de los casos durante las conquistas de Murcia y del valle del Guadalquivir Muchos sentildeoriacuteos fueron conferidos por la ayuda militar que se habriacutea de prestar en el futuro ndashcomo asiacute era en el feudalismo franco- pero se dio la cir-cunstancia de que dicha ayuda acabariacutea materializaacutendose preferente-mente en la lucha contra el Islam tanto granadino como benimeriacuten De esta forma el pretexto que alegoacute Alfonso X para argumentar la entrega del castillo de Estepa a los caballeros de Ucleacutes en 1267 (ldquopor seruicios que

sencillas simples torreones de superficie circular o rectangular de dos o tres plantas abovedadas y con una terraza almenada Dentro de este tipo de arquitectura militar cabe resaltar las atalayas almenaras esto es torres oacutepticas distribuidas estrateacutegica-mente en el espacio desde las cuales la guarnicioacuten destacada alertaba a las poblaciones del interior de la presencia de ejeacutercitos enemigos por medio de ahumadas durante el diacutea y fuego por la noche La avanzada posicioacuten de estos baluartes defensivos haciacutea de los mismos auteacutenticos presidios militares Desde el Estrecho de Gibraltar hasta la Sierra de La Sagra las fortificaciones que maacutes descollaron en esta liacutenea adelantada de la frontera del siglo XIII fueron las de Santa Mariacutea del Puerto (hoy El Puerto de Santa Mariacutea) Alcalaacute de los Gazules Bornos Chist Matrera Cote Benamejiacute Rute Zambra Tintildeosa Zuheros Alcaudete Viacuteboras Locubiacuten Carchel Ablir Chincoya Tiacutescar Castril y Hueacutescar Sobre sistemas de fortificaciones fronterizas y su organizacioacuten veacutease GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ Andaluciacutea Guerra y Frontera pp 96-103

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 65

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

nos ficieron e faraacutenrdquo) simplifica y auacutena de alguna manera los dos contex-tos anteriores que constituyen al mismo tiempo dos de las tres razones que dimos para explicar las causas de las concesiones sentildeoriales en la frontera de Granada la recompensa a los que participaron en la ocupa-cioacuten de la Andaluciacutea beacutetica y la garantiacutea de contar con fuerzas para la defensa del espacio fronterizo Queda una tercera razoacuten la necesidad de repoblar el territorio A este fin responden principalmente las donacio-nes efectuadas sobre la base de casas urbanas (repartimiento urbano) alqueriacuteas y tierras de cultivo (repartimiento rural) y recogidas en los llamados libros de repartimiento105 y otros diplomas reales Por medio de estos textos la Corona otorgoacute donadiacuteos mayores donadiacuteos menores y heredamientos siendo su fin uacuteltimo el de fomentar la repoblacioacuten Pero incluso cuando el objeto de la donacioacuten territorial fue la repoblacioacuten y explotacioacuten de una demarcacioacuten se dieron algunos episodios de impo-sicioacuten de servicios militares vinculados a su defensa

ldquo(hellip) mando que por este heredamiento que uos yo do que me tengades

hyacute un omne guisado de cauallo e de armas de fust e de fierro mientra

fuere uestro e que me faga seruiciordquo106

105 De los libros de repartimiento redactados en el siglo XIII soacutelo seis han llegado a nues-tros diacuteas todos ellos editados y todos correspondientes al reino de Sevilla Se trata por estricto orden de antiguumledad de los de Sevilla Carmona Eacutecija Jerez Caacutediz-El Puerto de Santa Mariacutea y Vejer de la Frontera Sabemos que existieron otros como el de Nie-bla realizado entre 1262 y 1264 pero que debioacute desaparecer de la villa en los difiacuteciles antildeos de la minoriacutea de Alfonso XI Tambieacuten se ha conservado el texto del repartimiento de Medina Sidonia aunque corresponde ya al siglo XIV Veacutease sobre ello GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 262-263

106 Con esta condicioacuten concedioacute Alfonso X como ya hemos visto la Torre de Borgabenzoar con sus veinte yugadas de heredad al obispo segoviano don Remondo en 1253 la aldea de Dunchuelas Raxit a la Orden de Alcaacutentara tambieacuten en 1253 y un donadiacuteo situado en el teacutermino de Baena a don Gonzalo Ibaacutentildeez en 1266 Pero no fueron eacutestos los uacutenicos casos en los que el monarca obligoacute a los donatarios defender con sus propios medios las heredades agriacutecolas recibidas En abril de 1253 Alfonso X confirioacute a don Ramil Rodriacuteguez cien aranzadas de olivar e higueral en la aldea de Bicena y diez yugadas de bueyes en Coraniacuten con el requisito de que el agraciado mantuviera en la aldea a un hombre equipado de caballo y armas Y en mayo de ese mismo antildeo mientras el monarca se hallaba en Sevilla junto a sus partidores ultimando el reparto y repobla-cioacuten de la ciudad y sus teacuterminos otorgoacute a Martiacuten Meleacutendez de Fornillo bajo la misma disposicioacuten casas en Sevilla en la collacioacuten de Santiago veinte aranzadas de olivar en Bormujos seis aranzadas de vintildea en La Rinconada seis aranzadas de huerta en la Puerta del Sol y seis yugadas de heredad en Alcalaacute de Guadaiacutera Veacutease Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42) doc nuacutem 50 (pp 47-48) doc nuacutem 309 (pp 331-332) doc nuacutem 18 (p 17) y doc nuacutem 21 (pp 18-20)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9666

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Por uacuteltimo la promesa de entregar sentildeoriacuteos que estaban auacuten en po-sesioacuten de los musulmanes cuando se produjo la donacioacuten habriacutea que relacionarla con el deseo de incentivar su conquista por lo que tambieacuten aquiacute la cercaniacutea del Islam fue decisiva

En cuanto al quebrantamiento de la inmunidad y del derecho juris-diccional pleno en los feudos transferidos siacute pueden existir diferencias con respecto a los escenarios anteriores en la medida en que no necesa-riamente la existencia de Al-Aacutendalus pudiera haber tenido algo que ver en esta peculiaridad del feudalismo hispano Es posible que el rey qui-siera controlar la justicia en muchos de los distritos fronterizos que ad-judicoacute precisamente para ejercer su autoridad de forma directa en un espacio muy sensible dada su contiguumlidad a un Estado sarraceno Sin embargo todo apunta a que aquellas injerencias regias se debieron maacutes bien al proyecto poliacutetico alfonsiacute de fortalecer la Corona lo que le costoacute al monarca maacutes de un enfrentamiento con la alta nobleza del reino107

22 Las praacutecticas feudales en la frontera de Granada en tiempos del Rey Sabio la baja nobleza la caballeriacutea villana y los peones

De los cinco tipos de vasallos que distinguioacute Garciacutea de Valdeavellano en la Espantildea medieval comprobamos que en la frontera de Granada quienes tuvieron un mayor protagonismo fueron los ricoshombres es decir los caballeros de la alta nobleza incluyendo en esta tipologiacutea a los magnates procedentes del mundo eclesiaacutestico obispos de las catedrales

107 La concepcioacuten de una monarquiacutea soacutelida por parte del Rey Sabio chocaba frontalmente con la idea de ver al monarca como un primus inter pares a lo que estaban acostum-brados los nobles castellanos Para ellos el rey era el caudillo en la guerra y el admi-nistrador del reino en tiempos de paz y sobre todo el gran dispensador de rentas y beneficios Esta confrontacioacuten provocoacute dos graves conflictos entre el rey defensor del paulatino fortalecimiento del poder regio y los ricoshombres del reino El primero tuvo lugar en 1255 cuando don Diego Loacutepez de Haro sentildeor de Vizcaya y el infante don Enrique hermano del monarca se sublevaron contra la Corona en los territorios extremos del reino es decir Vizcaya y Andaluciacutea El segundo transcurrioacute entre 1272 y 1273 cuando Alfonso X tuvo que enfrentarse a don Nuntildeo Gonzaacutelez de Lara primer magnate del reino y al infante don Felipe hermano tambieacuten del rey Tanto don Nuntildeo como Don Felipe se desnaturaron de don Alfonso y se convirtieron en vasallos de los emires granadinos Muhammad I y Muhammad II a quienes rindieron ldquopleito e omena-jerdquo Con estas dos sonadas insurrecciones los magnates pretendieron defender a toda costa ldquosus fueros usos y costumbresrdquo antiguos gravemente perjudicados por las re-formas administrativas legislativas y fiscales introducidas por el Rey Sabio reformas en las que por otra parte se encuentran las bases de lo que algunos siglos despueacutes seraacute el Estado Moderno Veacutease sobre este asunto GONZAacuteLEZ MIacuteNGUEZ Poder real y poder nobiliar en la Corona de Castilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 67

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

y maestres de las oacuterdenes militares Sin embargo es conveniente sentildea-lar que hubo tambieacuten en la Frontera vasallos del rey pertenecientes a la baja nobleza (hidalgos) y a la caballeriacutea villana

Seguacuten la extensioacuten de las tierras entregadas por la Corona en An-daluciacutea y las condiciones de asentamiento para sus pobladores se di-ferencian generalmente hasta tres tipos de lotes en los repartimientos del siglo XIII donadiacuteos mayores donadiacuteos menores y heredamientos108 Los donadiacuteos mayores eran extensas propiedades (la alqueriacutea o corti-jo con sus vastas tierras) concedidas por el monarca a infantes y otros miembros de la familia real priacutencipes y nobles extranjeros oacuterdenes militares arzobispados y obispados ricoshombres castellanos y altos funcionarios de la corte como el notario del rey el escribano del rey o el almojarife real Sus beneficiarios no estaban obligados a residir en ellos y soacutelo excepcionalmente asumieron por orden expresa del monar-ca alguacuten tipo de responsabilidad militar109 Los donadiacuteos menores eran alqueriacuteas y aldeas maacutes modestas repartidas entre iglesias monasterios mediana nobleza y personas de menor rango muchos de ellos simples servidores y mesnaderos del monarca110 e incluso soldados profesiona-

108 Empleamos los teacuterminos donadiacuteo y heredamiento en el sentido que le otorgan actual-mente los historiadores donaciones territoriales a personajes o instituciones sin la obligacioacuten de poblar (donadiacuteo) y lote de bienes inmuebles correspondiente a un repo-blador propiamente dicho (heredamiento)

109 En todas las donaciones sentildeoriales hay que entrever el sentido del premio por la ayu-da previamente recibida en la conquista del territorio Pero maacutes allaacute de este gesto de gratitud y generosidad que muestra el monarca con la entrega de propiedades existe otra razoacuten de fondo que justificariacutea dichas donaciones Nos referimos al intereacutes de la Corona por repoblar y explotar cuanto antes un territorio yermo La dificultad de encontrar colonos para ello condujo al rey a conceder donadiacuteos mayores a la nobleza para que fuera eacutesta la que con sus medios y a su costa poblase la tierra y aprovechara sus ricos recursos Parece claro pues que con esta maniobra basada en la asignacioacuten de extensiacutesimos latifundios a la aristocracia del reino Alfonso X buscaba ayuda ajena a fin de agilizar la ocupacioacuten del espacio y su explotacioacuten econoacutemica Ahora bien en algunos casos y a pesar de que los donadiacuteos conferidos no se encontraran en la prime-ra liacutenea de frontera el monarca exigioacute a sus beneficiarios defenderlos con sus propias fuerzas Como ya fue tratado en la concesioacuten hecha al arzobispo don Remondo de la Torre de Borgabenzoar se le obligoacute a mantener ldquoun omne guisado de cauallo e de armas de fust e de fierrordquo Igualmente la entrega de la aldea de Dunchuelas Raxit a la Orden de Alcaacutentara se efectuoacute con la condicioacuten de que ldquotengades iacute un hombre guisado de ca-vallo e de armas de fust e de fierro mientras fuere vuestrordquo Un uacuteltimo ejemplo tambieacuten visto cuando el rey concedioacute a don Gonzalo Ibaacutentildeez hijo de don Gonzalo Yaacutentildeez Do-vinal un donadiacuteo en Baena dispuso que el magnate estuviera provisto de ldquocauallo e armas de fust e de fierrordquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 43 (pp 40-42) doc nuacutem 50 (pp 47-48) y doc nuacutem 309 (pp 331-332)

110 Entre la larga lista de sirvientes del monarca y de la familia real en general se encuen-tran los siguientes escuderos del seacutequito regio fiacutesicos o meacutedicos alfayates o sastres

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9668

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

les que habiacutean participado en las campantildeas de conquista como ada-lides almocadenes y almogaacutevares y con la condicioacuten soacutelo en algunos casos de que sus receptores se estableciesen como pobladores en esos lugares Por fin los heredamientos eran parcelas de tierra reservadas a los pobladores propiamente dicho lo que significa que los bienes re-cibidos (se trataba de bloques cerrados de propiedades integrados por casas o solares tierras de pan olivares vintildeedos y huertas) lo fueron por su condicioacuten de repobladores Por esa misma razoacuten el disfrute de los heredamientos llevaba impliacutecito una serie de compromisos entre los que destacaba la obligatoriedad de residir en la heredad recibida a fin de asegurar la adecuada defensa del territorio cada uno seguacuten su con-dicioacuten socio-militar111

Ahora bien iquestcuaacutentas categoriacuteas socio-militares se diferencian entre esos pobladores y cuaacuteles eran exactamente En una sociedad de frontera como la andaluza la obligacioacuten de defender la tierra fue maacutes real que en ninguna otra parte del reino de ahiacute que la gran mayoriacutea de los primeros repobladores de las campintildeas beacuteticas se caracterizaran principalmente por mostrar buenas dotes para la guerra De un modo general los gru-pos sociales que registran las fuentes del siglo XIII son los de caballeros de linaje ndashtambieacuten llamados caballeros del feudo e hidalgos- caballeros ciudadanos y peones

Los hidalgos perteneciacutean a linajes de la pequentildea nobleza castella-no-leonesa y eran como los define un texto portugueacutes del siglo XII mi-lites per naturam112 Recibieron propiedades que oscilaban entre seis y ocho yugadas de pan ademaacutes de casas y algunas aranzadas de olivar vintildeedo si lo habiacutea y huerta

Los caballeros ciudadanos eran personas que sin formar parte de la nobleza combatiacutean a caballo dado que poseiacutean medios de fortuna sufi-cientes para disponer de corcel propio y del equipo militar necesario Se trataba de un grupo de larga tradicioacuten en Castilla donde eran conocidos con el nombre de caballeros villanos En los repartimientos andaluces recibieron heredamientos de menor entidad que los anteriores cuatro o seis yugadas de pan y algunas aranzadas de olivar

alfagemes o barberos sangradores palafreneros alfaqueques escribanos notarios ju-rados pregoneros medidores testigos de la particioacuten porteros amas y ayas

111 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo pp 114-118112 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Andaluciacutea a debate p 183

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 69

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Por uacuteltimo los peones a quienes Alfonso X llama ldquotodo el otro pue-blordquo113 eran simples pobladores es decir soldados de a pie labradores en su mayoriacutea aunque tambieacuten pastores artesanos comerciantes y cleacute-rigos que acudiacutean atraiacutedos por el reparto de bienes Los miembros de este grupo soacutelo recibieron casas y tierra de labor (entre una y dos yu-gadas) y excepcionalmente algunas aranzadas de olivar vintildea y huerta

221 Los caballeros hidalgos

De las tres categoriacuteas de pobladores que acabamos de relacionar soacutelo la primera es decir la de los caballeros hidalgos perteneciacutea a la escala menor del estado nobiliario La propia palabra asiacute lo indica hidalgo ndashexpresioacuten que a lo largo del siglo XIII fue sustituyendo en los reinos de Leoacuten Castilla y Portugal a la antigua denominacioacuten de infanzoacutenndash deriva de la voz latina filius de aliquodacute es decir ldquohombre de sangre noblerdquo114 Los hidalgos estaban adscritos a las ciudades y villas de realengo de ahiacute que posteriormente fueran conocidos como caballeros del rey115 Fueron ellos realmente los grandes protagonistas en la repoblacioacuten de muchas villas de frontera y por consiguiente quienes se encargaron de dirigir sus respectivos concejos Lamentablemente no estamos en condiciones dadas las deficiencias documentales de ofrecer una visioacuten general del fenoacutemeno a nivel regional Pero siacute podemos aportar datos concretos y esclarecedores Veamos algunos casos

Para el reino de Jaeacuten se conocen dos amplias noacuteminas de pobladores establecidos en Baeza y Arjona La primera comprende unos 300 nom-bres de ldquocaballerosrdquo cifra muy elevada si tenemos en cuenta que en Se-villa soacutelo se instalaron 200 La noacutemina de Arjona registra 273 nombres

113 En enero de 1268 el rey concediacutea a los ldquocaualleros de linagerdquo de Arcos de la Fronte-ra los privilegios de los ldquocaualleros fijosdalgosrdquo de Toledo a ldquolos otros cauallerosrdquo es decir a los caballeros ciudadanos las mismas franquezas que teniacutean los ldquocaualleros ccedilibdadanosrdquo de Sevilla ldquoet a todo el otro pueblordquo o lo que es lo mismo al grupo mayo-ritario de los peones las franquicias ldquoque han el pueblo de la cibdat de Seuillardquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 189

114 LADERO QUESADA Los sentildeores de Andaluciacutea p 17 Angus MacKay en cambio sostie-ne que el teacutermino hidalgo deriva de la voz fijodalgo es decir ldquohijordquo (fijo) de ldquofortunardquo o ldquoriquezardquo (algo) aunque coincide con Ladero Quesada en que era una palabra em-pleada para referirse a los estratos maacutes bajos de la nobleza Veacutease MACKAY La Espantildea de la Edad Media p 59

115 GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 407

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9670

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

y en ella se repiten algunos de los relacionados en la lista de Baeza116 Ambos registros han llegado a nosotros en copias tardiacuteas y es probable que hayan sido objeto de interpolaciones con objeto de vincular intere-sadamente determinados apellidos a los primeros repobladores de la zona Existen en cambio otros documentos mucho maacutes fiables que in-forman sobre caballeros de linaje asentados en villas giennenses Este es el caso de la relacioacuten de los 33 hidalgos heredados en 1263 en el alcaacute-zar de Baeza117 a los que Alfonso X concedioacute la Torre de Gil de Olid en 1269118 y la lista de los 30 hidalgos y adalides que fueron instalados en el alcaacutezar de la villa de Uacutebeda119

Para el reino de Sevilla las fuentes conservadas son algo maacutes gene-rosas En la capital Alfonso X asentoacute en 1253 a 200 caballeros hidalgos Al igual que ocurrioacute con algunos feudos los heredamientos conferidos a estos caballeros respondiacutean a los servicios militares prestados en el pasado

ldquo(hellip) por seruicio que fizieron a mi linage e al rey mio padre en ganar el

Andalazia e sennaladamientre la ccedilibdat de Seuillardquo120

Las casas que los hidalgos recibieron en Sevilla iban acompantildeadas de otros lotes de propiedades en su teacutermino veinte aranzadas de olivar en el Aljarafe seis aranzadas de vintildea en los alrededores de Sevilla dos aranzadas de huerta en el espacio inmediato a las puertas de la ciudad y seis yugadas de heredad121 Llama la atencioacuten el escaso vintildeedo que habiacutea en las proximidades de la metroacutepoli lo cual se debiacutea naturalmen-te a lo excepcional de un cultivo sobre el que habiacutean pesado durante la eacutepoca islaacutemica y especialmente durante el periacuteodo almohade duras

116 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo pp 118-119 117 Ibid p 119118 Conocemos los nombres de esos 33 caballeros de los cuales 30 debiacutean ser hidalgos y

los 3 restantes simples adalides ldquoDon Gil el adalidrdquo ldquoAlvar Yaacutentildeez el adalidrdquo e ldquoIuan Fernaacutendez el adalidrdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 373 (pp 394-396)

119 Seguacuten don Manuel Gonzaacutelez se trata concretamente de 23 hidalgos y 7 adalides Don Julio Gonzaacutelez sin embargo cuenta 32 caballeros en lugar de 30 Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea p 55 y GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I p 407

120 Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)121 ldquo(hellip) pueblo en la ccedilibdat de Seuilla CC caualleros fijosdalgo e hereacutedolos yacute desta guisa do

al cauallero casas buenas para su morada en Seuilla XX aranccediladas de oliuar e de figue-ral VI aranccediladas de uinnas II aranccediladas de huerta VI judgadas de heredat para pan a anno e uez (hellip)rdquo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 71

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

restricciones de caraacutecter religioso122 La falta de vintildeedos en la zona para cumplir con la promesa del rey de entregar a cada hidalgo una suerte de seis aranzadas de vintildea explica que ldquolo que mengua de las vinnas en oliuar en el Axaraferdquo es decir se suplieron las aranzadas de vintildea no en-tregadas con aranzadas de olivar aljarafentildeo123

En Eacutecija el nuacutemero de hidalgos asentados fue ndashque sepamosndash de 2 solamente aunque es cierto que su libro del repartimiento ha llegado incompleto a nuestros diacuteas124 Mucho mejor conocido es el caso de Car-mona donde el Rey Sabio asentoacute a 31 caballeros hidalgos125 que fueron recompensados con dos casas en la villa ocho yugadas de labor seis aranzadas de vintildea y tres aranzadas de huerta cada uno La excepcioacuten la presenta don Guilleacuten el ldquoalcalde de Carmonardquo quien recibioacute un here-damiento de mayores proporciones las casas ldquoque fueron de Abdulgelyrdquo ocho yugadas de tierra de labor seis aranzadas de vintildea dos aranzadas de huerta y dos aranzadas para alcacel que era una tierra destinada a ser sembrada de cebada verde para alimento de la caballeriacutea126

Lebrija acogioacute a 17 caballeros hidalgos127 de los que conocemos sus nombres y apellidos pero no las casas y heredades que recibieron128 y en Arcos de la Frontera se asentaron 34 caballeros de linaje aunque ignoramos tambieacuten en este caso la naturaleza de los heredamientos percibidos129

122 La razoacuten de ser del escaso vintildeedo cultivado por los almohades en Sevilla fue la de producir uvas que despueacutes seriacutean convertidas en pasas un tipo de fruta seca impres-cindible en la gastronomiacutea andalusiacute

123 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ BORRERO FERNAacuteNDEZ y MONTES ROMERO-CAMACHO Sevilla en tiempos de Alfonso X el Sabio pp 37-40

124 SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 15 28 y 33-50

125 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 65126 Un documento fechado el 27 de noviembre de 1253 designa a don Guilleacuten ldquoel alcaide de

Carmonardquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72 Diplo-matario doc nuacutem 76 (pp 74-75) y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 145-146

127 Para el Prof Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez estos diecisiete caballeros de Lebrija no debiacutean ser hidalgos sino ciudadanos Asiacute aunque en los documentos aparecen como tales el calificativo de caballeros hidalgos les habriacutea sido dado ldquotardiacutea e interesadamenterdquo Veacutease a este respecto GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 213-214

128 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLebrija en el siglo XIIIrdquo129 Don Julio Gonzaacutelez siguiendo a Miguel Manchentildeo ndashquien a su vez toma el dato de

Pedro de Gamaza (historiador del Seiscientos)- cifra en 50 los caballeros hidalgos es-tablecidos en Arcos de la Frontera Para Gamaza los 50 hidalgos que poblaron Arcos forman parte del grupo de los 200 establecidos por Alfonso X en Sevilla Sin embargo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9672

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

En Jerez de la Frontera el monarca emplazoacute a 40 caballeros hidalgos aquiacute llamados caballeros del feudo130 que recibieron ademaacutes de casas en la villa quince aranzadas de olivar doce aranzadas de vintildea131 dos aranzadas de huerta y seis yugadas de tierra de labor praacutecticamente lo mismo que obtuvieron los caballeros de linaje de Sevilla132

No conocemos el nuacutemero exacto de los hidalgos establecidos en Medi-na Sidonia despueacutes de la conquista pero siacute tenemos noticias de su exis-tencia pues por un privilegio rodado fechado en enero de 1268 Alfonso X otorgaba a los caballeros de linaje de la villa ldquoaquellas franquezas que han los caualleros fijosdalgo que moran en la noble ccedilibdat de Toledordquo con la condicioacuten de que fuesen ldquonuestros uassallos quitamientrerdquo133 El documento deja entrever la presencia al menos desde 1268 de las tres claacutesicas categoriacuteas socio-militares en Medina Sidonia (caballeros hidal-gos caballeros ciudadanos y peones) lo que apunta a la existencia de un repartimiento anterior a esa fecha del que no hay noticias que debioacute producirse entre 1264 antildeo de la segunda conquista de la plaza y 1268 fecha del citado documento134

los datos no casan seguacuten el primer historiador de Arcos uno de los caballeros llegados a la villa fue Pedro Fernaacutendez Aznar pero su nombre no figura en la noacutemina de los 200 caballeros hidalgos instalados en la capital hispalense Es probable por tanto que el nuacutemero de hidalgos establecidos en la localidad arcense despueacutes de la sublevacioacuten mudeacutejar de 1264 fuera de 34 de manera que los 16 restantes que faltan para llegar a los 50 que propone Gamaza pudieron ser inventados por los propios genealogistas del Seiscientos al objeto de justificar la antiguumledad en Arcos de los linajes maacutes importantes de la villa a fines de la Edad Media Sobre este asunto veacutease GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 291 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 185-187 y principalmente SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos linajes medievales de Arcos de la Fronterardquo

130 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ y GONZAacuteLEZ GOacuteMEZ El libro del repartimiento de Jerez de la Frontera

131 Realmente el documento de la concesioacuten fechado en Jerez el 9 de octubre de 1268 no dice que las aranzadas de vintildea otorgadas a cada caballero del feudo fueran doce sino que establece formalmente como bienes a entregar ldquosex aranccediladas de uinnasrdquo por un lado y ldquoseys aranccediladas de tierra para majuelosrdquo por otro que en total sumariacutean doce La expresioacuten ldquode tierra para majuelosrdquo hace pensar en una especie de ldquoobligacioacuten agriacutecolardquo impuesta por la Corona a los nuevos propietarios de esas tierras De alguna manera Alfonso X estaba potenciando el cultivo de la vid en Jerez que desde entonces tanta tradicioacuten e importancia ha tenido y sigue teniendo en toda su comarca

132 Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381)133 Diplomatario doc nuacutem 343 (pp 370-372)134 El documento en cuestioacuten datado en Jerez el 27 de enero de 1268 establece efectiva-

mente tres categoriacuteas entre los pobladores de Medina Sidonia la de los ldquocaualleros de linagerdquo que recibieron los privilegios de los hidalgos de Toledo la de ldquolos otros mora-dores de la uilla de Medinardquo a quienes se les concedioacute las mismas franquezas de que disfrutaban los ldquocaualleros cibdadanosrdquo de Sevilla y la de ldquocomunalmientre (hellip) todos

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 73

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Finalmente en Vejer de la Frontera se instalaron un total de 25 gue-rreros entre caballeros hidalgos escuderos y adalides recibiendo cada uno de ellos tres yugadas de pan El repartimiento de la villa se acometioacute en 1288 siendo obra ya por tanto de Sancho IV hijo y sucesor de Alfon-so X135 Sabemos muy poco de la historia de Vejer antes de 1288 Seguacuten la Croacutenica de Alfonso X tras el sometimiento de Jerez en 1264 el rey ldquofue a Vejer e a Medyna Sydonia e a Rota et a Santluacutecal e los moros que las teniacutean entregaacuteronlasrdquo136 Lo maacutes seguro es que fuera entonces cuando se instalara en la fortaleza de la villa una guarnicioacuten que lograriacutea superar andando el tiempo tanto la sublevacioacuten mudeacutejar de los antildeos 1264-1266 como las numerosas razias de los benimerines norteafricanos que pasa-ron una y otra vez por sus alrededores en su camino hacia el valle del Guadalquivir especialmente entre 1275 y 1285137

Del resto de villas fronterizas es muy poco lo que conocemos en re-lacioacuten a este asunto debido a la escasez de fuentes o simplemente a su inconcrecioacuten138

los pobladores de Medinardquo es decir el ampliacutesimo grupo de los peones Por otra parte el libro del repartimiento de Medina Sidonia tal y como nos ha llegado contiene tres repartimientos correspondientes a los antildeos 1346 1379 y 1459 fechas que coinciden con tres momentos en los que Medina fue villa de sentildeoriacuteo Veacutease Diplomatario doc nuacutem 343 (pp 370-372) y RODRIacuteGUEZ LIAacuteNtildeEZ y ANASAGASTI VALDERRAMA Libro del Repartimiento de Medina Sidonia pp 17-18

135 LADERO QUESADA y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa poblacioacuten en la frontera de Gibraltarrdquo136 Croacutenica p 39137 GARCIacuteA FITZ ldquoLos acontecimientos poliacutetico-militares de la Fronterardquo pp 10-40 y 47-

49138 Pondremos algunos ejemplos al respecto El ilustrado Joseacute Anselmo Ruiz de Cortaacutezar

autor de una Historia de El Puerto escrita hacia 1764 asevera que ldquodespueacutes que este Sabio Rey lo pobloacute con caballeros hidalgos y otros buenos vecinos desde el antildeo de 1264 y siguientes (cuyos nombres de pobladores omitimos referir porque no hay familia alguna existente de las que tuvieron entonces repartimiento)helliprdquo La alusioacuten que hace el historiador local a la existencia de caballeros hidalgos en la villa portuense en torno a 1264 demuestra por un lado que Alfonso X asentoacute tambieacuten alliacute a individuos de esta categoriacutea socio-militar y por otro que todaviacutea a mediados del siglo XVIII se conserva-ban en la localidad algunas listas con los nombres de los primeros repobladores listas que desgraciadamente se han perdido del todo Y lo mismo puede decirse para el resto de villas andaluzas Al referirse a la ciudad de Caacutediz por citar otro caso el Prof Gon-zaacutelez Jimeacutenez afirma ldquoAunque no se exprese [en el libro del repartimiento gaditano] la condicioacuten social de hidalguiacutea de algunos de los repobladores todo hace pensar que en Caacutediz se establecieron tambieacuten hidalgosrdquo Un uacuteltimo dato Cuando en 1253 el monarca concedioacute al concejo de Sevilla las villas de Moroacuten Cote Cazalla Osuna Lebrija y las dos islas del Bajo Guadalquivir lo hizo con el requisito de que la Corona conservariacutea la titularidad de los castillos existentes en la zona y en compensacioacuten se comprometiacutea a nombrar como alcaides para esas fortalezas a algunos de los 200 caballeros hidalgos establecidos en la capital Ello nos conduce a pensar que tambieacuten en nuacutecleos como

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9674

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Los caballeros de linaje asentados en la Frontera tuvieron preferen-temente tres cometidos en las tierras que recibieron habitarlas defen-derlas y gobernarlas Como caballeros del rey que fueron y por lo tanto sus vasallos nos interesa ocuparnos de las responsabilidades militares que asumieron Volviendo de nuevo a la ciudad de Sevilla los hidalgos alliacute asentados debiacutean ldquodestar guisados de cauallos e darmas de fuste e de fierrordquo disponiendo el soberano ldquoque me fagan seruicio (hellip) tres meses cada annordquo139 En alguna ocasioacuten llegaron a recibir encargos muy con-cretos como la guarda del castillo de Triana la Torre del Oro y el puente de barcas en 1253 Esta labor fue encomendada a cien caballeros de li-naje que habriacutean de tener

ldquo(hellip) todos los guisamientos de armas convenibles como lanzas espa-

das e scudos pavese lorigas brafonas perpuntes capacetes bacinetes

vallestas de todas suertes assiacute de estribera como de hombro y almena

e las demaacutes conbeniblesrdquo140

Dichos caballeros recibiriacutean ademaacutes el apoyo de trescientos peones que estariacutean ldquoal su mandadordquo

En Carmona el rey ordenoacute a su alcalde don Guilleacuten que estuviera ldquoguisado de cauallo e de loriga e de brafonera e de perpuntes e de armas de fust e de fierrordquo advirtieacutendole que ldquosi non tovierdes loriga de cavallo que la tengadesrdquo141 Esta obligacioacuten le fue impuesta tambieacuten al hidalgo don Garciacutea Ibaacutentildeez de Cea cuando recibioacute casas y tierras en ese mismo municipio142

Moroacuten Cazalla u Osuna pudo haber ocasionalmente al menos hidalgos pobladores Veacutease RUIZ DE CORTAacuteZAR Puerto de Santa Mariacutea Ilustrado p 183 GONZAacuteLEZ JIMEacute-NEZ (ed) Repartimiento de El Puerto de Santa Mariacutea p lxxxix y Diplomatario doc nuacutem 81 (pp 85-87)

139 Diplomatario doc nuacutem 65 (pp 61-62)140 Diplomatario doc nuacutem 102 (p 104)141 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72 y Diplomatario doc

nuacutem 76 (pp 74-75)142 El documento de la concesioacuten dispone textualmente que don Garciacutea Ibaacutentildeez de Cea te-

niacutea que estar ldquoguisado de cauallo et de armas de loriga et de brafoneras e de perpuntes e de armas de fuste et de fierrordquo instaacutendole a que ldquosi pudieacutesedes tener loriga de cauallo que la tenga e que fagades a miacute aquel seruiciordquo (Diplomatario doc nuacutem 87 (pp 91-92))

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 75

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Finalmente en Jerez de la Frontera Alfonso X dispuso que los 40 caballeros alliacute afincados mantuvieran en todo momento ldquoguisados los cuerpos e los cauallos armadosrdquo143 a fin de guardar convenientemente las puertas de sus murallas144

Estas disposiciones hablan por siacute solas de la voluntad del rey de con-fiar la proteccioacuten de las principales ciudades de realengo al grupo so-cio-militar de los caballeros hidalgos el maacutes preparado sin duda para ese fin de entre todos los pobladores de la Frontera

Los caballeros de linaje asumieron tambieacuten responsabilidades de tipo poliacutetico A ellos y soacutelo a ellos estaban reservados los principales oficios municipales en especial las alcaldiacuteas el alguacilazgo y segura-mente tambieacuten las alcaidiacuteas de las fortalezas145 Pero sus privilegios no se agotan en el control de los cargos municipales de las ciudades y villas realengas Su condicioacuten social les permitioacute disfrutar tambieacuten de otras muchas prerrogativas y exenciones En Sevilla el monarca pagoacute ldquoqui-nientos sueldos de emendardquo146 a cada uno de los 200 caballeros hidalgos establecidos en la ciudad al tiempo que quedaron exentos del pago de la moneda forera147 Y lo mismo sucedioacute en otros municipios de la regioacuten

En Carmona por ejemplo el rey dio a los caballeros hidalgos un pla-zo de siete meses largos para que se convirtieran en vasallos de un noble o del propio monarca de quien en su caso recibiriacutean la correspondien-te soldada vasallaacutetica o beneficio El caraacutecter perentorio de este plazo apremiaba a dichos hidalgos a encontrar sentildeor resultando ser de ese modo una eficaz estrategia para ganar suacutebditos Por si ello fuera poco aqueacutellos que decidieran convertirse en vasallos del rey recibiriacutean de la Corona un heredamiento muy atractivo (240 hectaacutereas de buena tierra de labor casas en la villa y otros bienes agriacutecolas) y posteriormente la consabida soldada anual Asiacute fue coacutemo Alfonso X pudo contar en Carmo-na con un valioso grupo de caballeros hidalgos vasallos directos suyos

En Jerez de la Frontera el monarca dotoacute en 1268 de una soldada vasa-llaacutetica anual de doscientos maravediacutes a cada uno de los 40 caballeros del feudo instalados en la villa148 y ese mismo antildeo concedioacute a los hidalgos de

143 Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381)144 GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I p 291145 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 190-191146 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzasrdquo p 112147 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlfonso X y las oligarquiacuteas urbanas de caballerosrdquo p 211148 ldquoE por fazerles maacutes de bien e de merccediled e porque todauiacutea puedan estar meior guisados

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9676

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Arcos y de Medina Sidonia los privilegios de que gozaban los caballeros hidalgos de Toledo aunque con una condicioacuten que se convirtieran en vasallos suyos ldquoquitamienterdquo149 Esta exigencia es decir que los hidalgos de esas villas fuesen vasallos del rey ldquoquitamienterdquo o lo que es lo mismo en exclusiva es de una trascendencia enorme porque constituye una prueba incontestable de la poliacutetica reformista de Alfonso X encaminada a reforzar el poder regio en las ciudades y villas de realengo controlan-do asiacute a sus oligarquiacuteas dirigentes y bloqueando de paso la influencia que en ellas pudiera ejercer la alta nobleza del reino150

En definitiva Alfonso X se atrajo a las oligarquiacuteas urbanas de caballe-ros de linaje mediante la concesioacuten de privilegios y exenciones fiscales de todo tipo Y a partir de 1264 coincidiendo con el comienzo de la revuelta mudeacutejar les forzoacute a convertirse en vasallos directos suyos y tambieacuten del infante heredero Se trataba de un vasallaje con todas las consecuencias formalizado en un documento redactado ad hoc que haciacutea de los caballe-ros hidalgos residentes en las principales localidades realengas vasallos ligios del rey y del priacutencipe a cambio naturalmente de un feudo de bolsa y de la reserva de todos los portillos o cargos municipales Como se puede faacutecilmente inferir esta poliacutetica buscaba a traveacutes del reforzamiento del poder monaacuterquico en el seno de los concejos el debilitamiento de las ba-ses sociales de la aristocracia castellano-leonesa151

222 Los caballeros ciudadanos

La segunda categoriacutea socio-militar de los repobladores de Andaluciacutea es la de los caballeros ciudadanos Las fuentes los definen como ldquochris-tianos pobladores que tienen cauallos e armasrdquo152 y como ldquocibdadanos guisados de cauallos e de armasrdquo153 de donde el nombre con el que geneacute-ricamente son conocidos en la Frontera no era maacutes que la adaptacioacuten a un mundo de ciudades de la tradicional caballeriacutea villana de Castilla

La caballeriacutea popular villana o ciudadana como se le quiera llamar llegoacute a Andaluciacutea de la mano de los conquistadores en una fase relati-

para fazernos seruicio tenemos por bien que cada vno dellos tenga de nos (hellip) cada anno dozientos morauediacutesrdquo (Diplomatario doc nuacutem 352 (pp 379-381))

149 Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370) y doc nuacutem 343 (pp 370-372)150 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 190151 Ibid p 147 (nota 24)152 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo p 72153 Diplomatario doc nuacutem 404 (pp 429-430)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 77

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

vamente madura de su evolucioacuten154 Se trataba loacutegicamente de gentes que ya gozaban de la condicioacuten de caballeros en sus lugares de origen y que en muchos casos como tales participaron en las operaciones de conquista de la regioacuten donde recibieron casas y tierras

Es bien conocido que en Castilla la posesioacuten de bienes por una de-terminada cuantiacutea obligaba al villano a mantener caballo y armas y en consecuencia a pertenecer al grupo de la caballeriacutea villana Pero iquestpo-driacutea decirse lo mismo para el caso andaluz Este asunto no estaacute claro del todo Tradicionalmente la historiografiacutea ha defendido el caraacutecter voluntario de la caballeriacutea popular andaluza en el periodo anterior a las medidas de Alfonso XI por las que se instauroacute la caballeriacutea de cuantiacutea tambieacuten llamada de alarde y de premia Abundan por ende las monogra-fiacuteas que describen la caballeriacutea ciudadana del territorio fronterizo como un grupo abierto al que se accediacutea libremente de manera que cualquier ciudadano cuya posicioacuten econoacutemica le permitiacutea poseer caballo y armas podiacutea acceder si asiacute lo queriacutea al grupo de los caballeros ciudadanos y con ello a la honra y privilegios que tal condicioacuten comportaba155 Hay incluso fueros que expresan esta posibilidad de una manera muy expliacute-cita como el de Carmona que afirma textualmente

154 El origen de la caballeriacutea villana se remonta al siglo X Una breve siacutentesis de sus comien-zos es la que sigue En el siglo X la pequentildea nobleza y los villanos de la sociedad rural de Castilla y Leoacuten permanecieron libres durante mucho tiempo del control sentildeorial Una vez que los cristianos bajaron de las montantildeas para poblar el valle del Duero y surgioacute la necesidad imperativa de disponer de caballeriacutea los nobles concedieron algunos pri-vilegios a aquellos villani u hombres libres que podiacutean servir como caballeros La con-secuencia fue que muchos de estos hombres fronterizos ascendieron socialmente y se convirtieron en caballeros villanos Para conseguir el estatus de caballero esos villanos teniacutean que poseer riqueza suficiente para mantener el caballo y las armas correspon-dientes y disfrutaban de sus privilegios no en virtud del linaje sino por su valor militar Ahora bien la capacidad de una misma familia de prestar el servicio militar como ca-balleros durante dos o tres generaciones aseguraba a los caballeros villanos alcanzar el rango de hidalgos que siacute eran valorados por su sangre o linaje Se trata evidentemente de un fenoacutemeno exclusivo del feudalismo hispano como exclusiva fue tambieacuten de la Espantildea cristiana medieval la forma sentildeorial de las behetriacuteas en la que nuevamente observamos amplias libertades en el seno de familias plebeyas Los sentildeoriacuteos de behetriacuteas aparecieron en la primera mitad del siglo XII y aluden a la tierra en la que su cultivador (un campesino o laborator) gozaba de libertad para elegir a su sentildeor El labriego que se encontraba en esa situacioacuten es denominado ldquohombre de behetriacuteardquo Veacutease MACKAY La Espantildea de la Edad Media p 59 y ESTEPA DIacuteEZ Las Behetriacuteas Castellanas

155 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacutea (siglos XIII al XV)rdquo p 317

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9678

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ldquo(hellip) si alguno de los peones pudiere et quisiere ser cauallero en algunt

tienpo seacutealo et entre en costunbre de los caualleros ellos et sus fijos et

sus herederosrdquo156

Y en buena loacutegica si la entrada en la caballeriacutea ciudadana era dis-crecional tambieacuten debiacutea serlo la renuncia al estatus de caballero Sin embargo estudios maacutes recientes han venido a demostrar justamente lo contrario La publicacioacuten a finales de los antildeos ochenta y durante la deacute-cada de los noventa de ciertos documentos alfonsiacutees permite concluir sin el menor geacutenero de dudas que al menos para el caso de Sevilla to-dos aquellos repobladores que poseiacutean una determinada cantidad de riquezas estaban obligados a tener y mantener caballo y armas El dato lo conocemos gracias a la disposicioacuten nuacutemero XV de las ldquoOrdenanzas de Alfonso X concedidas a Sevillardquo que estableciacutea lo siguiente

ldquo(hellip) todos aquellos que son ricos e an la quantia puesta e ordenada por

el conccedileio de Seuilla son apremiados de tener cauallos e armas so pena

que les es puesta por conccedileio o por cabillordquo157

Es maacutes dependiendo de la riqueza atesorada por los pobladores el grado de compromiso con la caballeriacutea popular reflejado principalmen-te en las obligaciones militares contraiacutedas era maacutes o menos acusado En este sentido aqueacutellos que disponiacutean de cuatro mil maravediacutes de renta debiacutean tener ldquoel cuerpo e el cauallo armadordquo aqueacutellos otros cuya riqueza rondaba los dos mil maravediacutes estaban obligados a mantener ldquotodo gui-samento de cauallero saluo loriga de cauallordquo finalmente los poblado-res que disfrutaban de mil maravediacutes habiacutean de estar provistos de ldquovn roccedilin e vn prepunt o un camisote e vn capiello de fierro e vna lanccedila o vna azcona monterardquo158 De la terminologiacutea empleada en estas ordenanzas podemos colegir que la consistencia del animal tambieacuten dependiacutea del caudal acumulado por el caballero Asiacute quienes poseiacutean entre dos mil y cuatro mil maravediacutes tendriacutean que contender con un ldquocauallordquo enten-diendo el vocablo como sinoacutenimo de corcel o palafreacuten Sin embargo los villanos cuya renta soacutelo alcanzaba los mil maravediacutes quedaron cons-

156 HERNAacuteNDEZ DIacuteAZ SANCHO CORBACHO y COLLANTES DE TERAacuteN Coleccioacuten Diplomaacute-tica de Carmona p 4 (ley XI)

157 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzasrdquo p 111158 Ibid pp 111-112 y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en la Fronterardquo p 336

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 79

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

trentildeidos a presentar un simple ldquoroccedilinrdquo es decir un penco o jamelgo de menor enjundia y valor En todos los casos la cuantiacutea exigida no incluiacutea el valor de la casa en la que moraba el ciudadano Por tanto a todos aquellos vecinos de la ciudad de Sevilla que amasaron un miacutenimo de mil maravediacutes ndashla menor de las cantidades establecidas por su concejondash se les exigioacute disponer de cabalgadura y armas

Lo ocurrido en Sevilla no fue en modo alguno un caso particular ni extraordinario Todo indica que lo mismo sucedioacute en Coacuterdoba donde la costumbre debioacute ser tambieacuten que aqueacutellos que alcanzasen un deter-minado nivel de riqueza o ldquoualiacuteardquo fueran compelidos a tener caballo y armadura Seguacuten unas costumbres cordobesas recogidas en un docu-mento de Lorca villa que se regiacutea por el fuero de Coacuterdoba

ldquo(hellip) es ordenado assi entre nos todos los que an contia de tres mill

maravediacutes sin su morada mantienen cauallosrdquo159

Con todo y dado que existen pruebas documentales que asiacute lo ava-lan lanzamos desde aquiacute una tercera posibilidad y es que las dos situa-ciones descritas fueran vaacutelidas en la Frontera y se practicasen de facto de manera simultaacutenea De esta forma todos los villanos que superaran la cuantiacutea-base impuesta por el concejo municipal estariacutean obligados por ley a combatir a caballo pero igualmente aquellos otros que no disponiendo de la cantidad miacutenima exigida se encontraban en condi-ciones de adquirir montura y panoplia y era su voluntad ingresar en la caballeriacutea villana podriacutean haberlo hecho sin el menor inconveniente alcanzando ellos tambieacuten la ldquoonrra de cauallerordquo En resumidas cuentas bien por voluntad propia bien obligados por las normativas concejiles la cuestioacuten es que en el siglo XIII encontramos una larga noacutemina de ca-balleros ciudadanos poblando y defendiendo las villas maacutes importantes de Andaluciacutea Otro asunto bien distinto es determinar en queacute porcentaje lo hicieron en relacioacuten a la poblacioacuten total lo que tambieacuten tiene su com-plicacioacuten

Para el caso de Sevilla estamos muy bien informados sobre el grupo de los 200 caballeros hidalgos asentados en la ciudad pero nada sabe-mos del resto de pobladores (los varios miles de caballeros ciudadanos

159 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoOrdenanzas y fuero concedidos a la ciudad de Coacuterdoba por Fernan-do IIIrdquo p 407

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9680

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

y de peones) que a partir de 1253 se desplazaron desde sus lugares de origen para poblar la urbe hispalense

Mejor conocido es el caso de Eacutecija donde sabemos que se asentaron 21 caballeros ciudadanos quienes recibieron entre tres y cuatro yuga-das de tierra160 Por lo que a Carmona respecta 15 fueron los caballe-ros de esta categoriacutea que tomaron parte en el repartimiento de la villa lo que constituye un porcentaje muy bajo de su poblacioacuten inicial Aquiacute cada caballero recibioacute ldquoquatro yugos de bueyes anno e vesrdquo161

A diferencia de las localidades anteriores donde el nuacutemero de caba-lleros ciudadanos fue sorprendentemente bajo en Jerez de la Frontera se llegaron a asentar hasta 212 pobladores de esta condicioacuten162 Desgra-ciadamente el libro del repartimiento ruacutestico ha desparecido asiacute que desconocemos coacutemo fueron distribuidas las tierras del campo jerezano y cuaacutentas yugadas de pan percibioacute cada uno de ellos

Por uacuteltimo en Vejer de la Frontera se identifican un total de 39 ldquociu-dadanos de a caballordquo asentados en 1288 cada cual con un lote de dos yugadas de tierra de labor163 Del resto de villas andaluzas no sabemos praacutecticamente nada

No obstante en opinioacuten de quienes han estudiado el tema en profun-didad los datos que aportan las fuentes acerca de los primeros repobla-dores de los municipios fronterizos son erroacuteneos en muchos contextos Las manipulaciones intencionadas de algunos documentos del siglo XIII realizadas ya a fines de la Edad Media y los comienzos de la Moderni-dad han obrado en detrimento del grupo de los caballeros ciudadanos y en beneficio siempre del de los hidalgos Asiacute por ejemplo no consta que en los lugares dependientes de Sevilla como era el caso de Lebrija se estableciesen caballeros hidalgos Lo habitual fue que los caballeros asentados en las villas del alfoz de la ciudad perteneciesen al grupo de los ciudadanos En esta direccioacuten los diecisiete caballeros de Lebrija ca-lificados en las fuentes como hidalgos debieron ser en realidad simples caballeros ciudadanos ennoblecidos tardiacutea e interesadamente El argu-mento maacutes poderoso para rechazar que se tratara de hidalgos lo consti-tuye la famosa ldquonoacuteminardquo o lista de la Frontera elaborada hacia 1290 en

160 SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo pp 535-551 y GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 28

161 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmonardquo pp 72-73162 GONZAacuteLEZ y GONZAacuteLEZ El libro del repartimiento de Jerez p LIV163 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 272-273

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 81

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

tiempos de Sancho IV en la que se relacionan todos aquellos caballeros de linaje que percibiacutean del rey soldadas vasallaacuteticas En esta noacutemina no figuran como era de esperar los hidalgos de Lebrija al igual que tam-poco aparecen los de Tejada o Sanluacutecar la Mayor villas pertenecientes tambieacuten a la jurisdiccioacuten sevillana164

Nuacutemeros aparte los caballeros ciudadanos de Andaluciacutea llamados en un documento dado a los pobladores de Arcos en 1268 ldquotodos los otros cauallerosrdquo165 tuvieron esencialmente los mismos deberes que se les exigioacute a los hidalgos de la Frontera es decir habitar las tierras que les fueron confiadas defenderlas con sus propios medios y en algunos casos tambieacuten gobernarlas

Residir en el heredamiento recibido y defenderlo del peligro musul-maacuten eran dos obligaciones iacutentimamente ligadas Hubo incluso una su-peditacioacuten de la primera respecto a la segunda en el sentido de que maacutes se repoblaba el territorio cuanta maacutes necesidad de defenderlo habiacutea Quiere ello decir que la mayor o menor abundancia de pobladores estu-vo en relacioacuten directa con la proximidad o lejaniacutea de la frontera fiacutesica de forma que en las plazas cercanas a la misma el monarca procuroacute instalar siempre el mayor nuacutemero posible de pobladores sobre todo de aquellos pobladores especializados en la defensa del territorio como eran los hidalgos los caballeros ciudadanos y otros grupos de militares profesionales (adalides almocadenes ballesteros y almogaacutevares) Esta circunstancia explicariacutea el asentamiento de los escasos 15 caballeros ciudadanos en Carmona o los 21 de Eacutecija frente a los 212 de Jerez Sien-do todas villas de frontera la defensa de Jerez se antojaba maacutes peligrosa y difiacutecil debido irremediablemente a su mayor proximidad con respec-to a la primera raya limiacutetrofe y debido tambieacuten a su inmediacioacuten al Estrecho de Gibraltar y por tanto al reino de Marruecos

Por otra parte los caballeros ciudadanos tuvieron igualmente opor-tunidades para participar en el gobierno municipal de los enclaves que repoblaron Pero al igual que ocurriacutea con los hidalgos los privilegios de la caballeriacutea ciudadana no se limitaron al acceso a los poderes locales

164 En la Noacutemina de la Frontera aparecen en cambio un total de 242 caballeros distribui-dos entre las ciudades siguientes Sevilla (85) Carmona (7) Jerez (50) Arcos (8) Niebla (13) Eacutecija (5) Coacuterdoba (43) Jaeacuten (16) Uacutebeda (3) Anduacutejar (1) Arjona (3) y Baeza (8) Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos laquohombres del reyraquo en la Andaluciacutea del siglo XIIIrdquo y SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos Caballeros Jerezanos en la laquoNoacutemina de la Fronteraraquo de 1290rdquo

165 Diplomatario doc nuacutem 342 (pp 369-370)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9682

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Sus miembros disfrutaron asimismo de otras muchas franquezas y mer-cedes de manera que pese a no ser de condicioacuten noble estos caballeros actuaron de hecho como si lo fueran al combatir a caballo y especial-mente al beneficiarse de algunas ventajosas prerrogativas como la de estar exentos del pago de la moneda forera en ciudades como Sevilla166 o Arjona167 lo que a efectos reales significaba la equiparacioacuten fiscal entre caballeros hidalgos y ciudadanos

223 Los peones

A diferencia de los caballeros que fueron vasallos del monarca en un sentido estricto razoacuten por la cual hay que considerarlos como parte integrante del reacutegimen feudal los peones no eran de condicioacuten noble y aunque las fuentes se refieren a ellos como ldquovasallosrdquo del rey hay que interpretar aquiacute el teacutermino como sinoacutenimo de ldquosuacutebditosrdquo de la Corona esto es como un elemento propio del reacutegimen sentildeorial En el momento de la conquista los primeros vasallos del monarca fueron los propios musulmanes ya que Fernando III alcanzoacute con la mayoriacutea de ellos una serie de pactos llamados en los textos ldquoposturasrdquo ldquopleytosrdquo y ldquocapitula-cionesrdquo en virtud de los cuales los mudeacutejares andaluces a cambio de entregar las alcazabas y convertirse en suacutebditos personales suyos pu-dieron seguir habitando sus casas y tierras tras la ocupacioacuten cristiana Refirieacutendose a Andaluciacutea la Primera Croacutenica General relata que

ldquo(hellip) los moros (hellip) dieacuteronse al rey don Fernando por beuir en paz et

seer anparados et fezieron sus posturas con eacutel de los tributos e de los

pechos quel diesen cada anno et recibieacuteronle por rey et por sennor et eacutel

a ellos por uasallosrdquo168

Con el tiempo y a medida que las autoridades castellanas fueron re-poblando el territorio conquistado aumentoacute el nuacutemero de pobladores castellano-leoneses sobre todo a partir de la expulsioacuten forzosa de los

166 En 1273 Alfonso X eximioacute de moneda forera a todos los ldquocibdadanosrdquo de Sevilla ldquoque es-tudieren guisados de cauallos e de armasrdquo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacuteardquo p 318 (nota 9) y Diplomatario doc nuacutem 404 (pp 429-430)

167 En 1288 Sancho IV exoneroacute a todos los caballeros ciudadanos de Arjona que ldquoestuvie-sen aprestados de cavallos e armasrdquo del pago ldquode la moneda forera que nos dan de siet en siet annos ansiacute como lo son los caualleros fijosdalgordquo Veacutease de nuevo GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacuteardquo p 318 (nota 9)

168 ALFONSO X Estoria de Espantildea (Primera Croacutenica General) cap 1048 p 736

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 83

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

mudeacutejares andaluces acometida por Alfonso X antes y despueacutes de la re-belioacuten mudeacutejar de 1264169 La presencia del Islam granadino al otro lado de la frontera determinoacute la forma de vida de los repobladores cristianos recieacuten llegados lo que indudablemente constituye otra diferencia maacutes entre los vasallos del feudalismo claacutesico y los del feudalismo hispaacutenico entendidos en este contexto como suacutebditos libres de un reacutegimen sentildeorial muy caracteriacutestico En esta liacutenea todos los repobladores efectivos de las tierras de realengo eran juriacutedicamente libres pues apenas hubo en la Frontera del siglo XIII grupos de esclavos o cautivos y por otra parte los campesinos casi nunca estuvieron sometidos a servidumbres persona-les ni a situaciones de semilibertad o adscripcioacuten a la tierra170

Los peones llegados a Andaluciacutea tambieacuten quedaron obligados a cum-plir una serie de tareas en contraprestacioacuten por las tierras recibidas Sus competencias como repobladores no distaron mucho ndashal contrario de lo que a priori pudiera pensarsendash de las de los grupos anteriores En efecto los compromisos que adquirioacute esta categoriacutea socio-militar fue-ron en esencia los mismos que los de la hidalguiacutea y la caballeriacutea villana es decir habitar las heredades adquiridas y protegerlas de los posibles ataques enemigos Asiacute pues soacutelo un cometido diferencioacute a los caballeros de los peones mientras que los primeros gobernaron las villas y ciuda-des andaluzas los segundos se dedicaron a cultivar sus campos Estas obligaciones a las que quedaron vinculados los peones fueron tambieacuten decretadas por la Corona

De todas ellas la maacutes importante fue siempre la de poblar el territo-rio No cabe discusioacuten al respecto si tenemos en cuenta que se trataba de pobladores per se En este sentido en el fuero de Coacuterdoba se afirma taxativamente que

ldquo(hellip) persona ninguna non aya heredat en Coacuterdoba si non fuere hiacute mo-

rador en la villa con su muger e con sus fijosrdquo

Y es natural que asiacute fuese puesto que la obligatoriedad de residencia pretendiacutea garantizar la adecuada defensa de la tierra La obligacioacuten de ldquopoblarrdquo o lo que es lo mismo morar en las heredades recibidas estaacute presente en todos los documentos de naturaleza repobladora Hemos

169 GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ La campintildea sevillana y la frontera de Granada p 52170 LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteos en Andaluciacuteardquo p 439

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9684

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

traiacutedo a colacioacuten algunos ejemplos referidos a la Banda Morisca171 Cuando en 1253 Alfonso X concedioacute al concejo de Sevilla las villas de Moroacuten Cote Cazalla Osuna y Lebrija lo hizo con la contrapartida ndashy asiacute lo expresa literalmente el documentondash de que

ldquo(hellip) me tengan estos logares sobredichos bien poblados de ommes bo-

nos en lo que ellos ouieren de poblarrdquo172

Otro ejemplo cuando en 1279 la Corona adjudicoacute Moroacuten y Cote a la Orden de Alcaacutentara una claacuteusula del privilegio especificaba que el con-vento conservariacutea ambos enclaves siempre que sus maestres ldquolos touie-ren poblados assiacute como deuenrdquo173

Son tambieacuten muchos los diplomas que justifican la concesioacuten de mer-cedes reales con aducciones de caraacutecter repoblador Al otorgar en 1271 el fuero de Sevilla y un mercado semanal al concejo de Moroacuten ldquoque es en la fronterardquo el rey reconocioacute hacerlo ldquoporque la uilla se pueble meiorrdquo174 y cuando por las mismas fechas repartioacute heredades entre los repoblado-res moronenses alegoacute que la medida perseguiacutea ldquopoblar mejor el logarrdquo175

La segunda tarea de los peones de Andaluciacutea fue la defensa de la tie-rra recibida algo exclusivo del feudalismo hispaacutenico176 Debioacute tratarse con mucho de la carga maacutes odiada por los repobladores de a pie ya que la gran mayoriacutea de ellos no eran profesionales de la guerra Para un

171 No sabemos exactamente cuaacutendo se acuntildeoacute la expresioacuten Banda Morisca con la que durante los siglos XIV y XV se designoacute el sector fronterizo del reino de Sevilla con el emirato de Granada Siacute sabemos en cambio que debioacute ser en Sevilla lo mismo que en ella se creoacute la expresioacuten Banda Gallega para referirse a los territorios sometidos a la jurisdiccioacuten del concejo hispalense que haciacutean frontera con el reino de Portugal Es probable que esta locucioacuten comenzara a emplearse bien entrado el siglo XIV pero se aplicaba a un territorio configurado militar poliacutetica juriacutedica y administrativamente en la centuria anterior Asiacute seguacuten Gonzaacutelez Jimeacutenez la Banda Morisca fue en un sen-tido restringido y exacto ldquoel conjunto de territorios fronterizos que dependieron de la jurisdiccioacuten de Sevilla Moroacuten Osuna y Cote en alguacuten momento del siglo XIII y duran-te buena parte de los siglos XIV y XV Matrera y Arcosrdquo Veacutease GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa Banda Morisca en el siglo XIII el nacimiento de una fronterardquo p 13

172 Diplomatario doc nuacutem 81 (pp 85-87)173 Diplomatario doc nuacutem 453 (pp 478-480)174 Diplomatario doc nuacutem 389 (pp 409-410)175 Diplomatario doc nuacutem 388 (pp 408-409)176 Como ya hemos indicado a cambio de recibir en heredamiento vecindades suficientes

para asegurar la vida de sus familias los peones fueron compelidos a prestar deberes militares como infanteriacutea Veacutease LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteosrdquo p 438

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 85

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

simple labriego o para un escribano empuntildear un arma y saberla utili-zar llegado el momento debiacutea ser algo realmente inquietante maacutexime cuando se era plenamente consciente de que la falta de destreza para ello podiacutea costarle la vida

No obstante en una de las primeras localidades repobladas despueacutes de la revuelta mudeacutejar de 1264 Jerez de la Frontera las categoriacuteas so-cio-militares habituales en los libros de repartimiento de caballeros hi-dalgos caballeros ciudadanos y peones se amplioacute para dar entrada a nuevos grupos especiales de repobladores como eran los ballesteros del rey los adalides los almocadenes los almogaacutevares los ballesteros los arqueros los lanceros y los escuderos177 iquestQueacute estaba sucediendo Senci-llamente que con el tiempo el grupo de los peones fue hacieacutendose maacutes diverso y confuso hasta el punto de que en su seno llegariacutea a haber des-de experimentados militares profesionales a simples campesinos Este grupo se acaboacute convirtiendo por lo tanto en una categoriacutea socio-militar heterogeacutenea en la que adalides almocadenes y peones debiacutean unirse y organizarse para defender eficazmente el territorio como ya regularon las Partidas

ldquo(hellip) los adalides e los almocadenes deuen mucho catar que lieuen con-

sigo peones en las caualgadas e en los otros fechos de guerrardquo178

177 Pondremos soacutelo dos ejemplos de los muchos posibles para ilustrar esta realidad lo ocurrido en Alcalaacute de Guadaiacutera y en Coria del Riacuteo Hasta 1253 soacutelo debioacute haber en Al-calaacute un reducido contingente de soldados acantonados en la fortaleza Despueacutes de esa fecha y una vez concluido el repartimiento de Sevilla llegariacutea a la plaza una oleada de repobladores propiamente dicho que recibiriacutean casas en la villa y tierras en la hacien-da de Borgalhamar propiedades todas que el rey habiacutea reservado inicialmente para sus galeras Los beneficiarios de las heredades alcalaiacutenas fueron los integrantes de cinco cuadrillas de almogaacutevares dirigidas por sus respectivos almocadenes o jefes de grupo En total se instalaron en la villa 56 guerreros profesionales (51 almogaacutevares y 5 almocadenes) cuyos nombres conocemos y a los que se les entregoacute tierras de labor vintildeas olivares y huertas ademaacutes de las casas correspondientes (60 en total) Es posible que ya por estas fechas rompiendo de alguna manera lo pactado en 1246 los pobla-dores mudeacutejares de Alcalaacute hubiesen sido desplazados de la villa al arrabal Este reveacutes pudo provocar la emigracioacuten de muchos de ellos a Granada como fue el caso seguacuten consta de su alcalde Abeacuten Paxat Por otro lado Alfonso X adjudicoacute en marzo de 1265 la alqueriacutea de Coria a 150 pobladores catalanes probablemente ballesteros adscritos a las galeras del rey Veacutease sobre este particular GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo II pp 107-109 y 164 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII pp 107-108 y Diplomatario doc nuacutem 303 (pp 326-327)

178 Partida II Tiacutetulo XXII Ley VII p 78v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9686

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

De la diversidad existente dentro del conjunto de los peones tambieacuten se hace eco la gran obra legislativa del Rey Sabio seguacuten la cual dichos peones debiacutean estar por ley

ldquo(hellip) bien guisados de buenas lanccedilas e buenos dardos e cuchillos e pu-

ntildeales e otrosiacute deuen traer consigo omes que sepan tirar de ballesta e

que trayan los guisamientos que pertenescen a fecho de ballesteriacutea ca

estos omes cumplen mucho a fecho de guerrardquo179

Se pretendiacutea con ello asegurar que en todo ejeacutercito y con maacutes motivo en la Frontera hubiera especialistas en toda suerte de armas A pesar de que la mayoriacutea de los peones no eran como hemos comentado soldados profesionales a la hora de luchar se les exigiacutea el mismo valor y decisioacuten que a los militares de oficio Asiacute cuando habiacutea que ldquoentrar en tierra de los enemigosrdquo era preferible hacerlo ldquocon pocos peones e buenos que con muchos e malosrdquo Ademaacutes los componentes de este amplio grupo debiacutean ser en liacuteneas generales ldquoligeros e ardides e bien facionados de sus miembros para bien sofrir el afaacuten de la guerrardquo180

Conocemos casos concretos en los que se encargoacute a grupos de peo-nes el cumplimiento de determinados objetivos militares En 1253 por ejemplo Alfonso X encomendoacute a una tropa de ldquotrecientos peonesrdquo (que quedaron bajo las oacuterdenes de cien caballeros de linaje) la defensa del castillo de Triana la Torre del Oro y ldquola puente quacuteestaacute en medio para que la villa non sea entrada por ninguacuten enemigordquo La carta especifica que se trataba de ldquopeones de menestralesrdquo es decir de simples vecinos per-trechados181 Maacutes tarde en 1264 el monarca expidioacute una carta-puebla para repoblar la villa de Osuna en la que haciacutea mencioacuten expresa a la ldquoobligacioacuten de la castilleriacuteardquo lo que significaba que los nuevos poblado-res quedaban emplazados a defender el castillo las torres y las murallas de la plaza182 En ese documento se instaba tambieacuten a los repobladores a mantener armas en buen estado En el mismo sentido la carta-pue-bla otorgada a Alcalaacute de Guadaiacutera en 1280 estableciacutea obligaciones muy parecidas a los ciento cincuenta pobladores que habriacutean de llegar a la villa En este caso los cometidos militares eran concretamente ldquovelar

179 Ibid180 Ibid181 Diplomatario doc nuacutem 102 (p 104)182 Esta carta-puebla fue editada en GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoOsuna en el siglo XIIIrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 87

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

cada noche el castillordquo ldquovelar el arraual seguacuten entendierenrdquo y sobre todo a fin de guardar convenientemente la fortaleza de la plaza morar en ella ldquocon vuestros cuerposrdquo183

La tercera y uacuteltima gran funcioacuten exigida a los peones que repoblaron las villas andaluzas fue la de cultivar la tierra El deber de sembrar los campos tambieacuten estaacute regulado en las Partidas

ldquoLos peones que andan con los adalides e con los almocadenes en fecho

de guerra ha menester que sean fechos e acostumbrados e guisados al

ayre e a los trabajos de la tierrardquo184

La tierra andaluza era feacutertil y generosa y Alfonso X lo sabiacutea perfec-tamente ldquoLa Frontera de Espantildea es de natura caliente e las cosas que nascen en ella son maacutes gruessas e de maacutes fuerte complisioacuten que las de la tierra viejardquo185 Esta circunstancia explica el intereacutes del rey porque los re-pobladores al tiempo que defendiacutean el territorio labraran sus campos La obligacioacuten de trabajar la tierra se detecta en algunos documentos de caraacutecter repoblador como la ya citada carta-puebla de Osuna que con-cediacutea heredades a los pobladores ldquocon tal que fuesen obligados a plantar de vintildeardquo las propiedades percibidas186 Algo parecido ocurrioacute en Moroacuten villa de la fueron expulsados los mudeacutejares en 1254 quedando toda la tierra calva ldquopara labranza de los del pueblordquo187

3 Conclusiones

Hemos diferenciado en el presente trabajo dos tipos distintos de va-sallos directos del monarca para el siglo XIII andaluz los pertenecientes a la alta nobleza del reino y los hidalgos y caballeros villanos

En relacioacuten a los primeros verificamos coacutemo en las tierras andalu-zas se dieron al menos cuatro episodios en los que el beneficio se basoacute en el feudo otorgado el sentildeoriacuteo de Baeza respetado a Abu Muhammad Abu Abdala al-Bayyasiacute el reino de Granada a Muhammad I el reino de Niebla a Abeacuten Mahfot y el reino de Murcia a Abenhut De las seten-

183 FERNAacuteNDEZ GOacuteMEZ ldquoNuevos datos y documentos sobre la repoblacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacuterardquo p 177

184 Partida II Tiacutetulo XXII Ley VII pp 78r y v185 Ibid p 78r186 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII p 85187 Diplomatario doc nuacutem 147 (pp 158-160)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9688

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

ta concesiones sentildeoriales efectuadas en la frontera de Granada duran-te los reinados de Fernando III y Alfonso X hasta en cinco ocasiones (Benamejiacute Vierbeacuten Bornos Osuna y Estepa) el motivo de la donacioacuten fue el de galardonar los meacuteritos de guerra prestados en el pasado y en otras quince (Carchel Matrera Alcalaacute de Guadaiacutera Cuadros Chincoya y Nebliacuten (por dos veces) Baena Estepa Moroacuten Cote Medina Sidonia Alcalaacute de los Gazules y Cabra) la concesioacuten tuvo como contrapartida el compromiso de ofrecer auxilio militar en el futuro En cuatro casos (An-tequera Archidona Alcalaacute de Abenzaide y Marbella) se autorizoacute la en-trega de sentildeoriacuteos pertenecientes todaviacutea a las autoridades granadinas y en once (Matrera Constantina Alcalaacute de Guadaiacutera Cazalla Brenes Tercia Umbrete Osuna Moroacuten Medina Sidonia y Tintildeosa) el monarca segoacute la inmunidad y la jurisdiccioacuten imponiendo su voluntad en los feu-dos transferidos ldquoque entre hy nuestro Adelantadordquo ldquoque los cristianos que hy poblaren que se iudguen por el Fuero de Seuillardquo o ldquoque alliacute sea su conuento e non en otro lugarrdquo

Siendo precisos es cierto que las concesiones que se realizaron bajo estas premisas no constituyen un porcentaje alto con respecto al total de donaciones fronterizas Ahora bien como ya indicamos cierto es tambieacuten que los textos de dichas concesiones son la mayoriacutea de las ve-ces muy geneacutericos y no detallan las condiciones especiacuteficas de las en-tregas regias En cualquier caso creemos que los contextos analizados demuestran a las claras la existencia de originalidades en el feudalismo practicado en la frontera de Granada derivadas sin lugar a dudas de la proximidad del Islam En definitiva el proceso de sentildeorializacioacuten baacutesi-camente jurisdiccional llegoacute a Andaluciacutea en una fase avanzada y auacuten asiacute se detectan notables particularidades con respecto a otros territo-rios de Castilla debido primordialmente al contexto de guerra vivido en el valle del Guadalquivir durante la segunda mitad del siglo XIII

Con respecto al vasallaje de hidalgos y caballeros villanos tambieacuten aquiacute fue decisiva la cercaniacutea de Al-Aacutendalus en la medida en que la ayuda mili-tar debida al monarca por la concesioacuten de un heredamiento o de un feudo de bolsa consistioacute principalmente en defender el territorio de los posibles ataques musulmanes Este cometido fue impuesto tambieacuten a los peones es decir a los simples repobladores o ldquocampesinos vasallosrdquo cuya actividad militar no es apreciable en ninguacuten otro lugar de la Europa del siglo XIII

Concluimos Los cuatro motivos que explicoacute Garciacutea de Valdeavellano para justificar las concesiones reales de tierras en la Espantildea medieval

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 89

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

(merced que se haciacutea al donatario mecanismo para ganarse partidarios fomento del cultivo de la tierra y distincioacuten por los servicios militares prestados o por prestar) se dieron efectivamente en la frontera de Gra-nada durante el reinado de Alfonso X aunque predominan claramente los dos uacuteltimos el primero de ellos correspondiente en un sentido es-tricto al reacutegimen sentildeorial y el segundo al feudal

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

ALFONSO X EL SABIO Las Siete Partidas (glosadas por el Licenciado Gregorio Loacutepez) tomos I y II Salamanca 1555 (ed facs Boletiacuten Ofi-cial del Estado Madrid 1985)

ALFONSO X EL SABIO Estoria de Espantildea ed Ramoacuten Meneacutendez Pidal (Primera Croacutenica General) Bailly-Baillieacutere e hijos Madrid 1906

Croacutenica de Alfonso X Seguacuten el Ms II2777 de la Biblioteca del Palacio Real (Madrid) ed Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (edicioacuten transcripcioacuten y no-tas) Real Academia Alfonso X el Sabio Murcia 1999

Croacutenicas Anoacutenimas de Sahaguacuten ed Julio Puyol Boletiacuten de la Real Acade-mia de la Historia LXXVI (1920) pp 7-26 111-122 242-257 339-356 395-419 512-519 y LXXVII (1920) pp 51-59 151-192

Croacutenica Latina de los Reyes de Castilla ed Luis Charlo Brea Akal Ma-drid 1999

Mariacutea del Mar GARCIacuteA GUZMAacuteN Coleccioacuten Diplomaacutetica del Adelanta-miento de Cazorla (1231-1495) Universidad de Caacutediz Caacutediz 1991

Julio GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Ayuntamiento de Sevilla Se-villa 1998

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Diplomatario Andaluz de Alfonso X El Monte Sevilla 1991

Joseacute HERNAacuteNDEZ DIacuteAZ Antonio SANCHO CORBACHO y Francisco CO-LLANTES DE TERAacuteN Coleccioacuten Diplomaacutetica de Carmona Imprenta Editorial de la Gavidia Sevilla 1941

IBN IDARI AL-MARRAKUSI Al-Bayan Al-Mugrib ed Ambrosio HUICI MIRANDA (edicioacuten y traduccioacuten) Coleccioacuten de Croacutenicas Aacuterabes de la Reconquista Tetuaacuten Editora Marroquiacute Tetuaacuten 1954 vol III

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9690

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

2 Bibliografiacutea

Joseacute Mariacutea ALCAacuteNTARA VALLE ldquoNobleza y sentildeoriacuteos en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso X Aproximacioacuten a su estu-diordquo Viacutenculos de Historia Revista del Departamento de Historia de la Universidad de Castilla-La Mancha 2 2013 pp 207-232

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLas Oacuterdenes Militares en la conquista de Sevillardquo Sevilla 1248 Congreso Internacional Conmemorativo del 750 Aniversario de la Conquista de la Ciudad de Sevilla por Fernando III Rey de Castilla y Leoacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (coord) Centro de Estudios Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 167-189

Emilio CABRERA MUNtildeOZ ldquoOriacutegenes del sentildeoriacuteo de Espejo y formacioacuten de su patrimonio territorial (1297-1319)rdquo En la Espantildea medieval II vol 1 1982 pp 211-232

Antonio COLLANTES DE TERAacuteN SAacuteNCHEZ ldquoLos sentildeoriacuteos andaluces Anaacutelisis de su evolucioacuten territorial en la Edad Mediardquo Historia Insti-tuciones Documentos 6 1979 pp 89-112

Carlos ESTEPA DIacuteEZ Las Behetriacuteas Castellanas vols I y II Junta de Cas-tilla y Leoacuten Valladolid 2003

Marcos FERNAacuteNDEZ GOacuteMEZ ldquoNuevos datos y documentos sobre la re-poblacioacuten de Alcalaacute de Guadaiacutera (1280-1335)rdquo Historia Instituciones Documentos 31 2004 pp 167-191

Franccedilois-Louis GANSHOF El feudalismo Ariel Barcelona 1978

Manuel GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ Andaluciacutea Guerra y Frontera 1312-1350 Fondo de Cultura Andaluza Sevilla 1990

Manuel GARCIacuteA FERNAacuteNDEZ La campintildea sevillana y la frontera de Gra-nada (siglos XIII-XV) Estudios sobre poblaciones de la Banda Morisca Universidad de Sevilla y Fundacioacuten Contsa Sevilla 2005

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoLos acontecimientos poliacutetico-militares de la Frontera en el uacuteltimo cuarto del siglo XIIIrdquo Revista de Historia Mili-tar 64 1988 pp 9-71

Mariacutea del Mar GARCIacuteA GUZMAacuteN El Adelantamiento de Cazorla en la Baja Edad Media Un sentildeoriacuteo eclesiaacutestico en la frontera castellana Universidad de Caacutediz Caacutediz 1985

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoConsideraciones sobre el pacto de Jaeacuten de 1246rdquo Sevilla 1248 Congreso Internacional Conmemorativo del 750 Aniversario de la Conquista de la Ciudad de Sevilla por Fernando III

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 91

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Rey de Castilla y Leoacuten Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez (coord) Centro de Estudios Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 715-722

Luis GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO El feudalismo hispaacutenico y otros estu-dios de historia medieval Ariel Barcelona 1981

Julio GONZAacuteLEZ Reinado y diplomas de Fernando III vol I Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Coacuterdoba Coacuterdoba 1980

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de ordenanzas y otros docu-mentos sevillanos del reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos 16 1989 pp 103-132

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoOrdenanzas y fuero concedidos a la ciu-dad de Coacuterdoba por Fernando IIIrdquo Cuadernos de Estudios Medievales y Ciencias y Teacutecnicas Historiograacuteficas 17 1992 pp 399-412

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) ldquoRepartimiento de Carmona Estudio y edicioacutenrdquo Historia Instituciones Documentos 8 1981 pp 59-84

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en Andaluciacutea (si-glos XIII al XV)rdquo Anuario de Estudios Medievales 15 1985 pp 315-330

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlcalaacute de Guadaiacutera en el siglo XIII Con-quista y repoblacioacutenrdquo Anales de la Universidad de Alicante 6 1987 pp 135-158

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ En torno a los oriacutegenes de Andaluciacutea La repoblacioacuten del siglo XIII Universidad de Sevilla Sevilla 1988

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoRepoblacioacuten y repartimiento de Eacutecijardquo Actas del I Congreso sobre Historia de Eacutecija Genaro Chic Garciacutea (dir) Ayuntamiento de Eacutecija Eacutecija 1988 vol I pp 337-365

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa repoblacioacuten de Andaluciacutea en el siglo XIIIrdquo Historia de Andaluciacutea Antonio Domiacutenguez Ortiz et al (dirs) Planeta Barcelona 1992

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlgunas cuestiones en torno a los sentildeo-riacuteos andaluces del siglo XIIIrdquo Sentildeoriacuteo y feudalismo en la Peniacutensula Ibeacuterica (ss XII-XIX) Eliseo Serrano Martiacuten y Esteban Sarasa Saacutenchez (coords) Institucioacuten ldquoFernando el Catoacutelicordquo Zaragoza 1993 vol 1 pp 535-552

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAlfonso X y las oligarquiacuteas urbanas de ca-ballerosrdquo Glossae Revista de Historia del Derecho Europeo 5-6 1993-1994 pp 195-214

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9692

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoOsuna en el siglo XIIIrdquo Osuna entre los tiempos medievales y modernos (siglos XIII-XVIII) Juan Joseacute Iglesias Rodriacuteguez y Manuel Garciacutea Fernaacutendez (coords) Ayuntamiento de Osuna y Universidad de Sevilla Sevilla 1995 pp 39-51

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa Banda Morisca en el siglo XIII el na-cimiento de una fronterardquo La Banda Morisca durante los siglos XIII XIV y XV Actas de las II Jornadas de Temas Moronenses Manuel Gar-ciacutea Fernaacutendez (dir) Fundacioacuten Fernando Villaloacuten Moroacuten de la Fron-tera 1996 pp 13-23

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoEl repartimiento de Carmonardquo Actas del I Congreso de Historia de Carmona La Edad Media Congreso conme-morativo del 750 aniversario de la conquista de Carmona por Fernan-do III 1247-1997 Diputacioacuten de Sevilla Sevilla 1998 pp 199-223

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa caballeriacutea popular en la Fronterardquo II Estudios de Frontera Actividad y vida en la frontera Francisco Toro Ceballos y Joseacute Rodriacuteguez Molina (dirs) Diputacioacuten Provincial de Jaeacuten Jaeacuten 1998 pp 333-348

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Andaluciacutea a debate y otros estudios Uni-versidad de Sevilla Sevilla 1998

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoUna noble ccedilibdat e bona fundacioacuten y po-blamiento de El Gran Puerto de Santa Mariacutea por Alfonso X El Sabiordquo Alcanate Revista de Estudios Alfonsiacutees I 1998-1999 pp 20-21

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ (ed) Repartimiento de El Puerto de Santa Ma-riacutea Universidad de Sevilla Caacutetedra Alfonso X el Sabio y Ayuntamiento de El Puerto de Santa Mariacutea Sevilla-El Puerto de Santa Mariacutea 2002

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de Arcos de la Fronterardquo Actas del I Congreso de Historia de Arcos de la Frontera Congreso conmemorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciu-dad por Alfonso X el Sabio 1253-2003 Ayuntamiento de Arcos de la Frontera Caacutediz 2003 pp 11-29

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos laquohombres del reyraquo en la Andaluciacutea del siglo XIIIrdquo Actas del III Congreso de Historia de Andaluciacutea vol 5 Coacuterdoba 2003 pp 363-396

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Alfonso X el Sabio Ariel Barcelona 2004

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLebrija en el siglo XIIIrdquo I Jornadas de His-toria de Lebrija Edad Media Ayuntamiento de Lebrija y Universidad de Sevilla Lebrija 2005 pp 15-30

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 93

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Fernando III el Santo El rey que marcoacute el destino de Espantildea Fundacioacuten Joseacute Manuel Lara Sevilla 2006

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ La repoblacioacuten del Reino de Sevilla en el siglo XIII Universidad de Granada y Universidad de Sevilla Granada 2008

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Mercedes BORRERO FERNAacuteNDEZ e Isabel MONTES ROMERO-CAMACHO Sevilla en tiempos de Alfonso X el Sa-bio Ayuntamiento de Sevilla Sevilla 2000

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ y Antonio GONZAacuteLEZ GOacuteMEZ El libro del repartimiento de Jerez de la Frontera Estudio y edicioacuten Instituto de Estudios Gaditanos Caacutediz 1980

Ceacutesar GONZAacuteLEZ MIacuteNGUEZ Poder real y poder nobiliar en la Corona de Castilla (1252-1369) Universidad del Paiacutes Vasco Bilbao 2012

Paulino IRADIEL MURUGARREN ldquoEconomiacutea y sociedad feudo-sentildeorial cuestiones de meacutetodo y de historiografiacuteardquo Sentildeoriacuteo y feudalismo en la Peniacutensula Ibeacuterica (ss XII-XIX) Eliseo Serrano Martiacuten y Esteban Sa-rasa Saacutenchez (coords) Institucioacuten ldquoFernando el Catoacutelicordquo Zaragoza 1993 vol 1 pp 17-50

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA Granada Historia de un paiacutes islaacutemico (1232-1571) Gredos Madrid 1989

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA ldquoSociedad feudal y sentildeoriacuteos en Anda-luciacuteardquo En torno al feudalismo hispaacutenico I Congreso de Estudios Medie-vales Fundacioacuten Saacutenchez-Albornoz Madrid 1989 pp 435-474

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA Los sentildeores de Andaluciacutea Investiga-ciones sobre nobles y sentildeoriacuteos en los siglos XIII a XV Universidad de Caacutediz Caacutediz 1998

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA y Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLa po-blacioacuten en la frontera de Gibraltar y el repartimiento de Vejer (siglos XIII-XIV)rdquo Historia Instituciones Documentos 4 1977 pp 262-305

Angus MACKAY La Espantildea de la Edad Media desde la frontera hasta el Imperio (1000-1500) Caacutetedra Madrid 1980

Gonzalo MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Fernando III 1217-1252 La Olmeda S L Pa-lencia 1993

Jesuacutes MONTOYA MARTIacuteNEZ ldquoTres topoacutenimos en las Cantigas de Santa Mariacuteardquo VERBA Anuario Galego de Filoloxiacutea 6 1979 pp 17-24

Salvador de MOXOacute Feudalismo sentildeoriacuteo y nobleza en la Castilla medieval Real Academia de la Historia Madrid 2000

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-9694

Joseacute Mariacutea alcaacutentara Valle

Jesuacutes PADILLA GONZAacuteLEZ ldquoRepoblacioacuten y creacioacuten del sentildeoriacuteo de Es-pejordquo Actas del I Congreso de Historia de Andaluciacutea tomo I Publica-ciones del Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Coacuterdoba Coacuterdoba 1978 pp 309-323

Jesuacutes PADILLA GONZAacuteLEZ El fundador y la fundacioacuten del sentildeoriacuteo de Es-pejo (1260-1330) Pay Arias de Castro biografiacutea y estudio criacutetico Artes Graacuteficas Rodriacuteguez Coacuterdoba 1981

Dolores Mariacutea PEacuteREZ CASTANtildeERA Enemigos seculares guerra y treguas entre Castilla y Granada (1246-1481) Siacutelex Madrid 2013

Laureano RODRIacuteGUEZ LIAacuteNtildeEZ y Ana Mariacutea ANASAGASTI VALDERRA-MA Libro del Repartimiento de Medina Sidonia Estudio y edicioacuten Caja de Ahorros de Caacutediz Caacutediz 1987

Joseacute RODRIacuteGUEZ MOLINA El Reino de Jaeacuten en la Baja Edad Media As-pectos demograacuteficos y econoacutemicos Universidad de Granada Granada 1978

Joseacute Anselmo RUIZ DE CORTAacuteZAR Puerto de Santa Mariacutea Ilustrado y Compendio Historial de sus Antiguumledades (1764) ed Manuel Pache-co Albalate y Enrique Peacuterez Fernaacutendez Excmo Ayuntamiento de El Puerto de Santa Mariacutea El Puerto de Santa Mariacutea 1987

Claudio SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo tomo I Editorial Universitaria de Buenos Aires Buenos Aires 1974

Claudio SAacuteNCHEZ-ALBORNOZ En torno a los oriacutegenes del feudalismo tomo III Editorial Universitaria de Buenos Aires Buenos Aires 1979

Rafael SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos linajes medievales de Arcos de la Fronterardquo Actas del I Congreso de Historia de Arcos de la Frontera Congreso conmemorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciudad por Alfonso X el Sabio 1253-2003 Ayuntamiento de Arcos de la Frontera Caacutediz 2003 pp 195-220

Rafael SAacuteNCHEZ SAUS ldquoLos Caballeros Jerezanos en la laquoNoacutemina de la Fronteraraquo de 1290rdquo En la Espantildea Medieval 29 2006 pp 31-51

Mariacutea Josefa SANZ FUENTES (ed) ldquoRepartimiento de Eacutecijardquo Historia Instituciones Documentos 3 1976 pp 535-551

Julio VALDEOacuteN BARUQUE ldquoSentildeoriacuteos y nobleza en la Baja Edad Media (el ejemplo de la Corona de Castilla)rdquo Revista dacutehistoria medieval 8 1997 pp 15-24

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 29-96 95

El reacutegimEn fEudal En la frontEra dE granada durantE El rEinado dE alfonso X

Julio VALDEOacuteN BARUQUE ldquoSobre el feudalismo Treinta antildeos despueacutesrdquo Estudios sobre sentildeoriacuteo y feudalismo Homenaje a Julio Valdeoacuten Este-ban Sarasa Saacutenchez y Eliseo Serrano Martiacuten (eds) Institucioacuten ldquoFer-nando el Catoacutelicordquo Zaragoza 2010 pp 9-25

Braulio VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores de la Frontera o Andaluciacutea (siglos XIII-XIV) Diputacioacuten de Sevilla Servicio de Archivo y Publicaciones Sevilla 2006

Fecha de recepcioacuten 05-08-2019

Fecha de aceptacioacuten 30-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 97

LrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem et la guerre Structures et mutations

(c 1136-1309)

The Hospital of St John of Jerusalem and warfare Structures and changes (c 1136-1309)

Damien Carraz(Universiteacute Clermont-Auvergne)

Reacutesumeacute

Agrave la diffeacuterence des Templiers les Hospitaliers ont susciteacute peu de travaux speacute-cifiques sur la dimension militaire de leur vocation Sans perdre de vue lrsquoap-proche comparative qui est la mieux agrave mecircme de deacutevoiler lrsquooriginaliteacute de lrsquoHocircpi-tal lrsquoarticle revient sur les principaux apports de la recherche reacutecente Mecircme si le contexte de la Reconquista ne fut pas neacutegligeable la deacutefense des Eacutetats latins drsquoOrient puis le combat meneacute en Meacutediterraneacutee agrave partir de Rhodes informent le mieux sur les apports de cet ordre militaire agrave la conduite de la guerre

La chronologie et les modaliteacutes du processus de militarisation sont rappeleacutees dans un premier temps La transformation de la congreacutegation charitable en ordre militaire puissant et structureacute fut certes progressive mais le gouverne-ment du maicirctre Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) fut deacutecisif

Mecircme si lrsquoorganisation militaire fait intervenir de nombreux acteurs (merce-naires pieacutetons fregraveres sergentshellip) les sources valorisent surtout lrsquoeacutelite combat-tante des chevaliers Les meacutemoires du chevalier anglais Roger de Stanegrave veacute-hiculent des repreacutesentations inteacuteressantes sur la conduite de la guerre et lrsquoimage de lrsquoennemi Reacutedigeacute vers 1332 ce teacutemoignage encore peu exploiteacute renvoie agrave une expeacuterience remontant au dernier tiers du XIIIe siegravecle

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico damiencarrazwanadoofr Maicirctre de confeacuterences HDR en histoire meacutedieacutevale Centre drsquoHistoire laquoEspaces et Culturesraquo Universiteacute Clermont-Auvergne

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-12498

Damien Carraz

Cette derniegravere eacutepoque annonccedilait deacutejagrave bien des mutations Agrave titre individuel des fregraveres furent sommeacutes de mettre leur expertise diplomatique et guerriegravere au service des Eacutetats princiers Lrsquointeacuterecirct supeacuterieur des monarchies preacutevalait certes dans les deacutecennies 1270-1330 mais la floraison des traiteacutes de Recuperatio Terrae sanctae montre que la croisade occupait toujours les esprits Dans ce contexte loin drsquoecirctre purement theacuteoriques les propositions reacutedigeacutees par les fregraveres Roger de Stanegrave et Foulques de Villaret teacutemoignent drsquoune excellente connaissance du terrain oriental Degraves les anneacutees 1290 toutefois lrsquoHocircpital orientait ses activi-teacutes vers la surveillance des mers ce qui permit de prendre le controcircle de Rhodes en 1309 De fait le service militaire au couvent central et lrsquoactiviteacute de course devinrent le nouvel horizon des chevaliers de lrsquoHocircpital

Mots-cleacutes

Hocircpital de Saint-Jean ndash guerre ndash repreacutesentations ndash traiteacutes de croisade ndash police des mers

Abstract

Unlike the Templars the military dimension of the Hospitallersrsquo vocation has prompted very few specific studies Keeping a comparative approach in mind the most effective way of showcasing the Hospitalrsquos originality the article re-views the main contributions of recent research Though the context of the Re-conquista should not be underestimated the defence of the Latin East and the struggle in the Mediterranean based in Rhodes provide the best information on the contributions of this Military Order to the conduct of war

The article begins by looking back at the chronology and modalities of the mili-tarization process The evolution of the charitable congregation into a powerful and structured Military Order was gradual of course but the government of Master Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) was the most decisive

Though the military organisation involves many agents (mercenaries foot soldiers sergeant brothers) the sources place a particular emphasis on the knightly fighting elite The memoirs of the English knight Roger of Stanegrave provide interesting images on warfare and the perception of the enemy His rel-atively unexplored account written around 1332 refers to an experience dating back to the last third of the thirteenth century

This last period already announced many changes At an individual level brothers were summoned to offer their diplomatic and warlike expertise to the princely states The superior interest of the monarchies certainly prevailed in the 1270-1330s but the numerous treaties of Recuperatio Terrae sanctae show that the Crusade was still in everyonersquos mind In this context far from being purely theoretical the proposals written by the brothers Roger of Stanegrave and Foulques de Villaret reflect an excellent knowledge of the Eastern field By the 1290s however the Hospitalrsquos activities were gearing towards maritime sur-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 99

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

veillance which made seizing Rhodes in 1309 possible In fact military service at the Central Convent and the lsquocorsorsquo became the new horizon for the Knights Hospitaller

Keywords

Hospital of Saint John ndash warfare ndash images ndash crusade treaties ndash maritime policing

La petite ville de Pernes-les-Fontaines dans le Comtat-Venaissin conserve encore drsquoeacutetonnantes fresques dans une tour du XIIIe siegravecle Au sein drsquoune narration deacutedieacutee agrave la conquecircte du royaume de Sicile par Charles drsquoAnjou et glorifiant la participation du lignage provenccedilal des Baux lrsquoune des images illustre un eacutepisode du cycle de Guillaume drsquoOrange ougrave lrsquoon voit le heacuteros eacutepique vaincre en duel le geacuteant sarrasin Ysoreacute La question du commanditaire de ces peintures bien connues des speacutecialistes a susciteacute de nombreuses hypothegraveses Or si un rapport avec lrsquoordre de lrsquoHocircpital fut tocirct envisageacute Teacuterence Le Deschault a reacutecemment proposeacute drsquoattribuer la commande de ces deacutecors agrave Barral II de Baux cet eacuteminent dignitaire de lrsquoHocircpital actif dans les anneacutees 1310 eacutetait issu drsquoun lignage les Baux drsquoOrange qui preacutetendait justement descendre de Guil-laume drsquoOrange1

Si jrsquoai choisi cette image pour introduire mon propos crsquoest qursquoelle ren-voie agrave la fois agrave une forme de lutte sacraliseacutee contre les infidegraveles et aux prouesses chevaleresques Ces deux dimensions sont ici au moins de fa-ccedilon allusive associeacutees agrave lrsquoHocircpital Pourtant lorsqursquoil srsquoagit drsquoexploits de guerriers chreacutetiens face aux musulmans crsquoest drsquoabord aux templiers que lrsquoon pense De fait le rocircle militaire des templiers a eacuteteacute beaucoup mieux valoriseacute par les historiens2 Premier ordre militaire fondeacute agrave Jeacuterusalem au-tour de 1120 plongeacute dans une fin tragique moins de deux siegravecles plus tard le Temple a toujours fascineacute Les chroniques arabes qui reconnaissaient les exploits des ordres militaires en geacuteneacuteral faisaient deacutejagrave la part belle aux templiers parfois deacutesigneacutes comme les ennemis les plus redoutables de lrsquoIslam3 En Occident la litteacuterature eacutepique et romanesque leur assigna encore le meilleur rocircle comme deacutefenseurs de la Terre sainte gardiens du

1 LE DESCHAULT DE MONREDON ldquoLa tour Ferrande agrave Pernes-les-Fontaines (Vaucluse)rdquo2 Le lecteur trouvera la bibliographie essentielle dans CARRAZ Les Templiers et la

guerre3 CARRAZ ldquoTempliers et hospitaliers de Terre sainte au temps de Saladinrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124100

Damien Carraz

Graal ou modegraveles de chevaliers courtois4 Surtout la dimension guerriegravere des templiers semble mieux documenteacutee par les sources Certes la pro-duction normative de lrsquoordre ndash les retraits en particulier ndash ne forme pas un veacuteritable manuel militaire Mais elle codifie une expeacuterience de la guerre que la chevalerie franccedilaise avait deacutejagrave commenceacute agrave formaliser avant la naissance du Temple5 On y trouve des directives sur lrsquoordre de bataille en eacutechelles la faccedilon de charger de deacuteplacer une armeacutee en campagne de dresser un camphellip tout cela et plus encore est deacutetailleacute6 Agrave contrario le corpus leacutegislatif de lrsquoHocircpital pourtant plus deacuteveloppeacute et reacuteguliegraverement augmenteacute nrsquooffre rien de tregraves concret sur la conduite de la guerre

Crsquoest que contrairement au Temple lrsquoHocircpital ne fut pas conccedilu agrave lrsquoori-gine comme une laquo militia raquo une laquo chevalerie raquo On connaicirct en effet la vocation drsquoassistance de la fraterniteacute eacutetablie agrave Jeacuterusalem par le fregravere Geacuterard dans lrsquoorbite du monastegravere de Sainte-Marie Latine et drsquoun hocircpi-tal des pauvres7 En 1113 la bulle Piae postulatio voluntatis donnait son autonomie agrave lrsquohocircpital de Jeacuterusalem et ouvrait la voie agrave la constitution drsquoune veacuteritable congreacutegation hospitaliegravere lieacutee agrave la Terre sainte et agrave son pegravelerinage8 Par la suite ce sont les origines bibliques de la fondation et lrsquooeuvre bienfaitrice du bienheureux Geacuterard qui formegraverent le socle du leacutegendaire de lrsquoHocircpital9 Certes dans la laquo Chronique des maicirctres deacutefunts raquo associeacutee aux statuts et dont la reacutedaction srsquoest eacutetaleacutee sur le XIVe siegravecle les exploits guerriers des maicirctres du XIIe et du deacutebut du siegravecle suivant sont bien valoriseacutes10 Toutefois la circulation de ce texte nrsquoest probablement pas sortie de lrsquoordre et celui-ci nrsquoa pas susciteacute de chroniques attitreacutees exal-tant les exploits guerriers des fregraveres chevaliers comme ce fut le cas pour les teutoniques11 Ce nrsquoest qursquoassez tard pas avant le XVIe siegravecle sans doute

4 NICHOLSON Love War and the Grail5 Sur la theacuteorie de la guerre dans le contexte qui nous occupe ZOUACHE ldquoTheacuteorie mi-

litaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orient (Ve-VIIeXIe-XIIIe siegravecle) Bilan et perspectivesrdquo

6 DEMURGER ldquoLa mission des templiers la regravegle et le terrainrdquo7 DEMURGER Les Hospitaliers De Jeacuterusalem agrave Rhodes 1050-1317 p 43-728 HIESTAND Papsturkunden fuumlr Templer und Johanniter Neue Folge 110-1159 CALVET Les leacutegendes de lrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem10 Ainsi que lrsquoa releveacute Maria Bonet qui remarque aussi que les allusions aux activiteacutes

militaires se rareacutefient pour les maicirctres de la seconde moitieacute du XIIIe et du XIVe siegravecles (BONET DONATO ldquoLos Hospitalarios hispanosrdquo p 383-384)

11 Notamment avec la Chronique de la terre de Prusse de Pierre de Dusburg (dagger c 1331) cf GOUGUENHEIM ldquoLes guerres des ordres militaires furent-elles des guerres cheva-leresques Lrsquoexemple de la conquecircte de la Prusse (1230-1283)rdquo Chevalerie et christia-nisme aux XIIe et XIIIe siegravecles eacuted M AURELL et C GIRBEA Rennes 2011 p 291-313

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 101

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

que les chevaliers de Malte exaltegraverent la dimension guerriegravere de leur ordre et se preacutesentegraverent comme drsquoauthentiques chevaliers du Christ12

Le sujet pourra donc ecirctre abordeacute par une premiegravere mutation celle qui a transformeacute une congreacutegation hospitaliegravere en institution eacutegalement agrave vo-cation militaire Certes on ne saurait distinguer trop clairement lrsquoactiviteacute charitable de lrsquoengagement armeacute au service du pegravelerinage et de la Terre sainte dans lrsquoesprit de lrsquohomme meacutedieacuteval les deux actions participaient drsquoun mecircme acte de caritas ducirc agrave Dieu et au prochain Il nrsquoempecircche que la transformation de lrsquoHocircpital en institution religieuse militariseacutee eut des conseacutequences sur ses structures elles-mecircmes Ce que les historiens ont appeleacute laquo militarisation raquo de lrsquoHocircpital srsquoest inscrit dans un processus tout au long du XIIe siegravecle13 Mais srsquoil faut donner un repegravere chronologique on peut choisir 1136 agrave cette date la garde de la forteresse de Bethgibelin agrave la frontiegravere meacuteridionale du royaume de Jeacuterusalem symbolise le deacutebut drsquoun veacuteritable engagement militaire En 1309 lrsquoachegravevement de la conquecircte de Rhodes marque un tournant dans lrsquohistoire de lrsquoordre Lrsquoeacuteveacutenement en-teacuterine une autre mutation qui avait commenceacute agrave se dessiner degraves la perte drsquoAcre en 1291 la transformation en force navale de lrsquoHocircpital devenu lrsquounique ordre militaire en Meacutediterraneacutee orientale

Il ne srsquoagit pas ici de faire une chronique de lrsquoengagement de lrsquoHocircpital dans les combats des croisades ou de la Reconquista ni mecircme drsquoeacutevoquer les imposantes forteresses bacircties sur ces frontiegraveres de la chreacutetienteacute ou bien encore la guerre de siegravege Tout cela a eacuteteacute abondamment traiteacute dans drsquoexcellentes synthegraveses14 En outre les aspects particuliers de la partici-pation des hospitaliers aux combats notamment en peacuteninsule Ibeacuterique ont deacutejagrave eacuteteacute abordeacutes par des chercheurs mieux informeacutes que moi15 Plus modestement je mrsquointeacuteresserai plutocirct aux laquo structures raquo agrave la fois insti-tutionnelles et ideacuteologiques qui ont rendu possible la mutation de lrsquoHocirc-pital en ordre militaire

Sur les techniques de combat et la strateacutegie les hospitaliers ne se dis-tinguent guegravere de ce qui a pu ecirctre dit pour les autres combattants de lrsquoeacutepoque

12 BROGINI Une noblesse en Meacutediterraneacutee Le couvent des Hospitaliers dans la premiegravere moderniteacute p 118-124

13 GARCIA-GUIJARRO RAMOS ldquoLa militarizacioacuten de la Orden del Hospitalrdquo14 DEMURGER Les Hospitaliers RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant

BOAS Archaeology of the Military Orders15 BARQUERO GONI ldquoEl caraacutecter militar de la Orden de San Juan en Castilla y Leoacuten (siglos

XII-XIV)rdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124102

Damien Carraz

des croisades et notamment pour les templiers16 En revanche lagrave ougrave la do-cumentation lieacutee agrave lrsquoHocircpital peut apporter un eacuteclairage diffeacuterent crsquoest sur la contribution des fregraveres aux projets de croisade qui fleurirent agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle Lagrave apparaissent une reacuteflexion strateacutegique une connaissance du terrain une image de lrsquoennemi des valeurs lieacutees aux com-battants chreacutetiens en bref crsquoest lagrave que se reacutevegravele une culture de guerre En deacutefinitive crsquoest en tant que pheacutenomegravene culturel que lrsquoon pourra envisager le rapport des hospitaliers agrave la guerre selon lrsquoapproche plus structuraliste du fait guerrier proposeacutee par la laquo Nouvelle histoire-bataille raquo

1 Structures De la confreacuterie charitable agrave lrsquoordre militaire

11 Le processus de militarisation

Beaucoup a eacuteteacute eacutecrit sur le processus dit de laquo militarisation raquo de lrsquoHocircpital17 Pour simplifier les deacutebats il me semble qursquoil faut distinguer drsquoune part la reacutealiteacute des pratiques drsquoautre part lrsquointeacutegration toujours plus lente de ces pratiques par la norme ou par lrsquoideacuteologie

La bulle Quam amabilis Deo octroyeacutee en 1139 par le pape Innocent II offre un point de deacutepart18 Celle-ci livre une premiegravere allusion claire agrave lrsquoem-ploi de laquo sergents raquo (servientes) soldeacutes par lrsquohocircpital de Jeacuterusalem afin de deacutefendre les pegravelerins se rendant aux lieux saints Or laquo servientes raquo deacutesigne ici des combattants non-nobles autrement dit des mercenaires On ignore depuis quand lrsquohocircpital fondeacute par Geacuterard prenait en charge cette mission de protection des pegravelerins en embauchant des mercenaires Nul doute en tout cas que le problegraveme fut crucial puisque crsquoest preacuteciseacutement cette action qui incita agrave la creacuteation drsquoune milice du Temple autour de 112019 Une milice dont rappelons-le les chevaliers eacutetaient heacutebergeacutes agrave lrsquohocircpital Saint-Jean-Baptiste de Jeacuterusalem La tradition historiographique attacheacutee agrave lrsquoHocircpital illustreacutee notamment par la Cronica magistrorum defunctorum ne se prive pas de rappeler que pour venir en aide aux pegravelerins lrsquoordre employait une trentaine de donneacutes drsquoascendance chevaleresque20 Or crsquoest preacuteciseacutement

16 ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie (4911098-5891174) 17 On trouvera la bibliographie essentielle dans FOREY ldquoMilitarisationrdquo18 Cartulaire geacuteneacuteral de lrsquoordre des Hospitaliers de Saint-Jean-de-Jeacuterusalem [deacutesormais

CGH] ndeg 130 (7 mai [1139-1143])19 DEMURGER Les Templiers Une chevalerie chreacutetienne au Moyen Acircge p 22-3120 Je cite drsquoapregraves sa version occitane cette Vie des grands maicirctres qui confond dans cet

eacutepisode les maicirctres Guillaume de Chacircteauneuf et Garin de Montaigu Les statuts de lrsquoordre de Saint-Jean de Jeacuterusalem p 303-304

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 103

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

de cette communauteacute de pieux chevaliers laiumlques que sortiraient ceux que lrsquoon a pris lrsquohabitude drsquoappeler laquo proto-templiers raquo Je ne ferais donc pas re-monter lrsquoemploi de mercenaires par les hospitaliers au deacutebut du XIIe siegravecle contrairement agrave certains auteurs21 Je pense au contraire que crsquoest agrave lrsquoimi-tation de lrsquoexpeacuterience templiegravere et mecircme peut-ecirctre pour appuyer les pre-miers templiers qui peinaient agrave recruter que les hospitaliers assumegraverent aussi la protection des pegravelerins par lrsquointermeacutediaire de mercenaires22 Ceci nrsquoa donc pas pu intervenir avant les anneacutees 1120-1130

La protection des pegravelerins est une chose la deacutefense du territoire face agrave lrsquoennemi musulman en est une autre En 1136 le roi Foulques de Jeacuterusalem ceacutedait aux hospitaliers la forteresse de Bethgibelin Celle-ci commandait une importante seigneurie et se trouvait surtout face agrave Ascalon la place fatimide verrouillant lrsquoentreacutee dans le territoire eacutegyptien Moins drsquoune di-zaine drsquoanneacutees plus tard le comte Raimond II de Tripoli confiait agrave son tour cinq points fortifieacutes dont le Crac octroyeacute avec un vaste territoire Ces sites deacutefensifs se trouvaient agrave la frontiegravere du comteacute de Tripoli au contact de la principauteacute Zankide Lagrave les hospitaliers reccedilurent en garde une veacuteritable marche assortie de droits juridictionnels comprenant notamment une part du butin pris agrave lrsquoennemi et la participation aux deacutecisions relevant de la paix et de la guerre23 Les princes des Eacutetats latins ont donc clairement impliqueacute lrsquoHocircpital dans la deacutefense de leurs territoires Comme tout seigneur lrsquoordre pouvait alors faire garder ces chacircteaux par des vassaux et des mercenaires Mais de telles responsabiliteacutes suggegraverent que des fregraveres devaient bien ecirctre instruits dans lrsquoart de la guerre pour assumer au moins lrsquoencadrement de ces troupes Certes jusqursquoau milieu du XIIe siegravecle tous les teacutemoignages va-lorisent la vocation charitable sans jamais faire allusion agrave une mission ar-meacutee Mais crsquoest sans doute comme on lrsquoa supposeacute plus haut parce que la protection armeacutee des pegravelerins nrsquoeacutetait pas dissocieacutee de lrsquooeuvre drsquoassistance De fait la regravegle reacutedigeacutee par Raymond du Puy avant 1153 ne fait toujours aucune allusion agrave une activiteacute militaire Pourtant des fregraveres avaient peut-ecirctre deacutejagrave participeacute aux combats engageacutes par les croiseacutes comme les siegraveges de Damas (1148) et drsquoAscalon (1153)

21 BELTJENS ldquoLa papauteacute et les querelles reacutecurrentes qui opposaient les hospitaliers aux templiersrdquo Lrsquoauteur fait notamment une mauvaise interpreacutetation drsquoune charte albigeoise de 1108 ougrave les ldquotres militibus et sirventordquo ne se reacutefegraverent pas agrave des fregraveres de lrsquoHocircpital mais agrave un droit drsquoalbergue (p 6)

22 Du reste Jacques de Vitry ne dit pas autre chose (Jacques de Vitry Histoire orientale sect 65 p 189)

23 DEMURGER Les Hospitaliers p 87-92

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124104

Damien Carraz

Crsquoest sous la maicirctrise de Gilbert drsquoAssailly (1162-1170) que se produisit le basculement deacutecisif de lrsquoinstitution charitable agrave lrsquoordre agrave la fois militaire et hospitalier On sait que ce maicirctre engagea totalement son institution dans la strateacutegie de conquecircte de lrsquoEacutegypte souhaiteacutee par le roi Amaury de Jeacuterusalem En 1168 Gilbert drsquoAssailly promettait notamment de fournir les effectifs significatifs de 500 chevaliers et 500 turcoples Drsquoautre part alors qursquoavant 1160 lrsquoordre deacutetenait moins drsquoune dizaine de points fortifieacutes agrave lrsquoeacutechelle des Eacutetats latins le gouvernement de ce maicirctre vicirct lrsquoacquisition drsquoune douzaine de fortifications suppleacutementaires et de droits seigneuriaux sur une demi-dizaine drsquoautres sites fortifieacutes24 Tous ces investissements en moyens mateacuteriels et humains neacutecessitaient des capaciteacutes financiegraveres qui montrent combien lrsquoHocircpital eacutetait deacutejagrave une institution solide

Quant agrave lrsquoautre frontiegravere majeure en Occident face agrave al-Andalus lrsquoim-plication de lrsquoHocircpital dans la reconquecircte nrsquoest pas agrave remettre en cause Certains auteurs supposent que le processus de militarisation deacutebuta mecircme en peacuteninsule Ibeacuterique plus tocirct qursquoen Terre sainte Mais la partici-pation des hospitaliers aux combats nrsquoest pas clairement documenteacutee et les indices sont plutocirct indirects les nombreux chacircteaux confieacutes agrave leur garde sur la frontiegravere les concessions royales de terres agrave conqueacuterir la colonisation des territoires conquishellip tout cela laisse bien deviner leur action dans la Reconquista25

Il nrsquoest donc guegravere douteux que dans les anneacutees 1160 lrsquoordre dispo-sait dans ses rangs de fregraveres combattants en Terre sainte Comme tou-jours la norme fut lente agrave rendre compte de cette reacutealiteacute Ce nrsquoest qursquoen mai 1179 par une reacuteactualisation de la bulle Quam amabilis Deo que fut clairement mentionneacute lrsquoengagement des fregraveres eux-mecircmes dans la protection des pegravelerins Pourtant lrsquoordre avait deacutejagrave adapteacute son organi-sation agrave ses missions armeacutees comme on le voit en pistant les mentions de fregraveres et de dignitaires destineacutes agrave la fonction militaire

12 Une organisation militaire

On peut srsquoappuyer ici sur les travaux fondamentaux de Jochen Burg-torf sur le couvent central Les premiers officiers apparus eacutetaient logique-ment relieacutes agrave lrsquoadministration ou agrave lrsquoencadrement spirituel et charitable

24 DEMURGER Les Hospitaliers p 369-376 25 BARQUERO GONI ldquoLa Orden Militar de San Juan y la Reconquistardquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 105

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

treacutesorier hospitalier prieur commandeurhellip26 Toutefois la responsabiliteacute de la garde de chacircteaux neacutecessita assez tocirct lrsquoapparition drsquoun officier speacute-cialiseacute Degraves 1155 eacutetait signaleacute un chacirctelain (castellanus) attacheacute agrave Bethgi-belin27 Les apparitions de ces officiers se multipliegraverent par la suite agrave la tecircte des principales places de lrsquoordre Margat le Crac Belvoirhellip Degraves 1169-1170 les chacirctelains de Bethgibelin et de Belmont jouegraverent un rocircle impor-tant dans la crise institutionnelle provoqueacutee par la reacutesignation de Gilbert drsquoAssailly Et les statuts dits de Margat en 1204-1206 confirment deacutejagrave dans la hieacuterarchie du couvent central lrsquoimportance de ces officiers qui disposaient drsquoun veacuteritable commandement reacutegional28 Toutefois lrsquoofficier supeacuterieur chargeacute du commandement militaire eacutetait surtout le mareacutechal Un marescalcus qui eacutetait aussi laquo maicirctre de la maison de Tibeacuteriade raquo ap-paraicirct pour la premiegravere fois en 1165 Cette mention est fournie par une donation de Gautier prince de Galileacutee crsquoest-agrave-dire dans un espace fron-talier ougrave il est peu eacutetonnant de voir apparaicirctre un office militaire29 Le dernier office militaire agrave apparaicirctre est celui de turcoplier Mentionneacute en 1248 celui-ci accegravedera au rang de bailli capitulaire en 1303 tout en res-tant subordonneacute au mareacutechal Il commandait cette cavalerie leacutegegravere drsquoori-gine orientale composeacutee de turcoples qui eacutetaient apparus au service de lrsquoHocircpital agrave partir des anneacutees 116030

Lrsquoexistence de chacirctelains et drsquoun mareacutechal dans les anneacutees 1150-1160 sous-entend que ceux-ci avaient bien des fregraveres agrave commander Il faut pourtant attendre les statuts de Roger des Moulins en 1182 pour voir citer des laquo fregraveres drsquoarmes raquo pour la premiegravere fois31 Une vingtaine drsquoan-neacutees plus tard les statuts de Margat consacrent la premiegravere apparition officielle des deux cateacutegories de fregraveres combattants laquo freres chevaliers et les freres sergens qui servent drsquoarmes raquo soumis au mareacutechal32 Tout indique pourtant que degraves les anneacutees 1160 au plus tard lrsquoordre disposait de chevaliers profegraves33 Agrave ce titre rappelons qursquoil faut bien distinguer les

26 BURGTORF The Central Convent p 39-4327 BURGTORF The Central Convent p 52-5328 PRINGLE ldquoThe role of castellans in the Latin Eastrdquo p 193-194 Sur le contexte du cha-

pitre de Margat ldquoa milestone in the history of the Hospitallersrsquo leadership structuresrdquo BURGTORF The Central Convent p 115-120

29 BURGTORF The Central Convent p 43-44 30 CGH ndeg 402 (11 octobre 1168)31 CGH ndeg 627 sect 10 (14 mars 1182)32 CGH ndeg 1193 sect 11 33 DEMURGER Les Hospitaliers p 102-104

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124106

Damien Carraz

fregraveres chevaliers qui avaient ce statut et cette fonction au sein de lrsquoordre des fregraveres socialement issus de la chevalerie mais qui jusque-lagrave nrsquoassu-maient pas cette fonction au sein de lrsquoordre

Les statuts ulteacuterieurs et les usances preacutecisent notamment le rocircle du mareacutechal En lrsquoabsence du maicirctre ce dignitaire exerccedilait le comman-dement suprecircme en temps de guerre tous les officiers du couvent lui obeacuteissaient donc Le mareacutechal eacutetait responsable de lrsquoarmement de lrsquoeacutequipement et des chevaux qursquoil distribuait aux fregraveres Il conduisait les opeacuterations en campagne comme la marche dans le cadre de la cara-vane34 Le prestige croissant de cet office militaire est illustreacute par le rocircle-cleacute qursquoil joua pendant la cinquiegraveme croisade et par le fait qursquoau cours du XIIIe siegravecle trois anciens mareacutechaux acceacutedegraverent agrave la maicirctrise35 Agrave partir des anneacutees 1270 le mareacutechal se vit encore investi de missions diploma-tiques Aussi la diversiteacute des charges assumeacutees par cet officier rendit neacutecessaire une deacuteleacutegation drsquoautoriteacute agrave la fin du XIIIe siegravecle on vit appa-raicirctre un lieutenant du mareacutechal chargeacute drsquoinventorier de recevoir et de redistribuer armes et eacutequipements

2 Le combat et ses repreacutesentations

21 Les hospitaliers en ordre de bataille

En Terre sainte comme en peacuteninsule Ibeacuterique lrsquoHocircpital participa agrave tous les combats majeurs Comme le note Alain Demurger la preacutesence des hospitaliers dans les armeacutees royales fut constante normale mais au total limiteacutee36 Qursquoil srsquoagisse des croisades drsquoOrient ou de la Reconquista les fregraveres des ordres militaires ne furent jamais tregraves nombreux dans les armeacutees royales37

Lrsquoeacutevaluation des effectifs a beaucoup occupeacute les historiens Je ne fais donc que reprendre quelques estimations pour lesquelles il faut bien distinguer entre les fregraveres eux-mecircmes et les auxiliaires du reste souvent confondus avec les hospitaliers dans les sources38 En croisant sources latines et arabes Abbegraves Zouache propose une disponibiliteacute de 500 che-

34 CGH ndeg 2213 sect 93 (Usances)35 BURGTORF The Central Convent p 102-103 122 et 30836 DEMURGER Les Hospitaliers p 378-37937 Eacutetat de la question pour la peacuteninsule Ibeacuterique JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecia-

liseacute au service de la Reconquecircterdquo pp 194-19838 DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 107

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

valiers pour le seul Hocircpital degraves les anneacutees 116039 En 1168 on lrsquoa vu lrsquoordre se serait preacutepareacute agrave aligner dans lrsquoarmeacutee du roi de Jeacuterusalem 500 chevaliers et autant de turcoples Cette importante capaciteacute de mobi-lisation permet drsquoestimer que lrsquoHocircpital et le Temple confondus repreacute-sentaient agrave eux seuls au moins le tiers des effectifs de chevaliers des Eacutetats latins Le nombre des sergents est encore plus difficile agrave estimer Comme leur entretien eacutetait moins oneacutereux que celui des chevaliers A Zouache suggegravere un ratio de trois sergents pour un chevalier Formu-leacutee pour les templiers cette proposition peut probablement ecirctre eacutelargie aux hospitaliers La deacutefense des grosses forteresses neacutecessitait encore drsquoimportants moyens humains on a avanceacute les chiffres de 2 000 com-battants stationneacutes au Crac et drsquoun millier agrave Margat en 1212 ou encore de 600 chevaliers toujours agrave Margat dans les anneacutees 1280

Il srsquoagit de chiffres globaux qui posent la question de la part des seuls fregraveres profegraves Jonathan Riley-Smith pense qursquoils ne furent jamais plus de 300 dans tout lrsquoOrient latin Mecircme srsquoil srsquoagit peut-ecirctre drsquoune estimation basse il faut bien admettre que lrsquoessentiel du potentiel militaire de lrsquoHocirc-pital reposait sur des forces exteacuterieures vassaux milites ad terminum et surtout mercenaires comprenant les fameux turcopleshellip Les mentions ne manquent pas en effet de lrsquoemploi drsquohommes soldeacutes par les hospi-taliers comme par toutes les armeacutees de la croisade40 Toutefois on es-time difficilement leur part dans les effectifs geacuteneacuteraux tout comme leur speacutecialisation On peut penser que comme en Castille ces mercenaires engageacutes par les ordres militaires eacutetaient essentiellement des arbaleacute-triers et des pieacutetons41 On sait que ces professionnels disposaient de leur propre encadrement le maicirctre des archers et le maicirctre des sergents bien distingueacutes des fregraveres de lrsquoordre42

Le noyau deacutejagrave limiteacute de fregraveres combattants fut voueacute agrave se reacuteduire encore apregraves la perte de la Terre sainte alors que le repli sur Chypre et les soucis financiers engageaient vers drsquoautres strateacutegies de recon-quecircte Ainsi en 1301 le chapitre geacuteneacuteral portait lrsquoeffectif stationnant agrave Chypre agrave 70 chevaliers et 10 sergents43 En 1310 80 fregraveres chevaliers

39 ZOUACHE Armeacutees et combats p 611-61240 FOREY ldquoPaid troops in the service of Military Orders during the twelfth and thirteenth

centuriesrdquo41 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo p 200-20142 CGH ndeg 3317 sect 1 (statuts de 1268) 43 CGH ndeg 4549 sect 5 (22 octobre 1301) RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Le-

vant p 82-83

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124108

Damien Carraz

eacutetaient effectivement en garnison sur cette derniegravere icircle mais lrsquoessentiel de lrsquoarmeacutee hospitaliegravere eacutetait alors passeacutee agrave Rhodes Lrsquoinversion du ra-tio entre chevaliers et sergents du passage de la Terre sainte agrave Chypre peut srsquoexpliquer par une eacutevolution sociale le statut de chevalier avait acquis un tel prestige au sein de lrsquoHocircpital que la carriegravere des armes finit par ecirctre essentiellement reacuteserveacutee aux fregraveres drsquoorigine nobiliaire44 Plus qursquoune mission sacreacutee le service militaire en Orient eacutetait devenu source de prestige et la condition pour lrsquoaccomplissement drsquoune belle carriegravere

Les hospitaliers ont tregraves rarement combattu seuls ce qui explique que la speacutecificiteacute de leur action soit si difficile agrave identifier dans les sources narratives Les chroniqueurs arabes furent les premiers agrave per-cevoir les ordres militaires comme groupes distincts au sein des armeacutees latines Les auteurs chreacutetiens ne les identifiegraverent pas clairement avant la troisiegraveme croisade tandis que leur leadership apparut veacuteritablement agrave partir de la cinquiegraveme croisade45 Les ressorts de lrsquoefficaciteacute des ordres militaires sont bien connus ferme discipline coheacutesion solidariteacute bra-voure autant de qualiteacutes reconnues par les chroniqueurs arabes eux-mecircmes46 Une force confeacutereacutee par le disciplinamento monastique comme lrsquoa releveacute entre autres Jacques de Vitry Lors drsquoun eacutepisode de lrsquoeacuteprou-vant siegravege de Damiette agrave lrsquoeacuteteacute 1219 une partie des croiseacutes se deacutemobilisa laquo agrave lrsquoexception de ceux que leur obeacuteissance gardait dans la discipline militaire raquo et de citer quelques lignes plus loin le bloc constitueacute par les templiers les hospitaliers et les teutoniques autour des barons les plus valeureux47 Le combat chevaleresque notamment la fameuse charge agrave la lance coucheacutee exigeait une discipline et un entraicircnement dont rend bien compte la regravegle du Temple Pour lrsquoHocircpital des statuts tardifs nous apprennent simplement que les fregraveres combattants consacraient trois apregraves-midis par semaine agrave des exercices physiques et agrave lrsquoentrainement aux armes y compris agrave lrsquoarc48 En cela lrsquoordre illustrait bien les observa-tions des experts de la chose militaire du XIIIe siegravecle selon lesquels un

44 Sur lrsquoaristocratisation qui touche lrsquoensemble des ordres militaires agrave partir de la fin du XIIIe siegravecle Carraz ldquoLe monachisme militaire laboratoire de la sociogenegravese des eacutelites laiumlquesrdquo pp 47-48

45 A DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo pp 84-8746 A ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie p 346-34747 JACQUES DE VITRY Histoire orientale livre III sect 29 p 396-397 La force de la disci-

pline est une caracteacuteristique des ordres militaires bien remarqueacutee par les historiens par exemple pour la peacuteninsule Ibeacuterique GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa p 193

48 KING The Rule Statutes and Customs of the Hospitallers pp 145-146

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 109

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

petit groupe de guerriers bien entraineacutes pouvait lrsquoemporter sur un ad-versaire supeacuterieur en nombre49 Comme pour la chevalerie laiumlque une part de lrsquoexpeacuterience srsquoacqueacuterait agrave lrsquooccasion de tournois et autres joutes Mais nous ne savons pas grand-chose lagrave-dessus srsquoagissant des fregraveres des ordres agrave lrsquoexception drsquoun teacutemoignage ceacutelegravebre du pegravelerin Thietmar Ce-lui-ci raconte comment agrave chaque printemps les chevaliers chreacutetiens et notamment ceux des trois grands ordres militaires se reacuteunissaient au pied du Mont Carmel afin de mesurer leurs prouesses En peacuteriode de trecircve les cavaliers laquo sarrasins et beacutedouins raquo participaient volontiers agrave ces jeux preuve drsquoune veacuteritable communauteacute de valeurs entre chevale-ries chreacutetienne et musulmane50

La coheacutesion precircteacutee aux eacutechelles formeacutees par les ordres militaires ex-plique le rocircle qui leur fut assigneacute dans lrsquoencadrement des troupes de chevaliers laiumlques Lrsquohistoriographie a encore bien observeacute la capaciteacute des templiers et des hospitaliers agrave conduire des actions concerteacutees51 En Castille cette habitude a mecircme eacuteteacute formaliseacutee par des hermandades pas-seacutees entre les ordres militaires pour intervenir de concert Par exemple une clause de la constitutio intervenue en septembre 1178 agrave Salamanque stipula que le Temple lrsquoHocircpital et Santiago assumeraient lrsquoavant-garde et lrsquoarriegravere de lrsquoarmeacutee royale52 Classique en Terre sainte cette situation pouvait mettre les fregraveres agrave rude eacutepreuve Lors de la marche qui preacuteceacuteda lrsquoengagement agrave Arsucircr en septembre 1191 lrsquoarriegravere-garde de lrsquoost de Ri-chard Coeur de Lion avait eacuteteacute confieacutee aux hospitaliers Face aux harcegravele-ments des cavaliers leacutegers de Saladin et aux lourdes pertes en hommes et en chevaux le mareacutechal de lrsquoHocircpital Garnier de Naplouse perdit ses nerfs et lanccedila lrsquoassaut malgreacute les ordres du roi Cet engagement im-promptu aurait pu ecirctre catastrophique il se solda finalement par une victoire car lrsquoost royal fut contraint de suivre la charge hospitaliegravere met-tant ainsi les Turcs en fuite53 La position des deux ordres militaires en avant ou arriegravere-garde finit par ecirctre bien identifieacutee par lrsquoennemi Selon

49 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo pp 201-20250 CARRAZ Les Templiers et la guerre pp 18-19 Thietmar preacutecise qursquoagrave cette occasion les

cavaliers ldquobeacutedouinsrdquo (crsquoest-agrave-dire arabes) srsquoadonnaient agrave des exercices qui paraissent tregraves proches de lrsquoesprit de la furucircsiyya On peut imaginer les emprunts reacuteciproques qui intervenaient lors de ces rencontres entre les deux chevaleries Sur cette communion de valeurs on lira les pages suggestives de BARTHELEMY La chevalerie pp 278-287

51 CLAVERIE ldquoLes opeacuterations combineacutees des ordres militaires dans le Levant meacutedieacutevalrdquo52 CONEDERA Ecclesiastical Knights pp 116-117

53 FLORI Richard Coeur de Lion pp 160-162

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124110

Damien Carraz

le Templier de Tyr en 1267 afin de surprendre les deacutefenseurs drsquoAcre le sultan Baybars fit ainsi porter les banniegraveres du Temple et de lrsquoHocircpital par lrsquoavant-garde de son armeacutee54

La capaciteacute drsquoadaptation aux tactiques de lrsquoennemi et mecircme les em-prunts reacuteciproques meacuteriteraient du reste une enquecircte particuliegravere55 Plusieurs reacutecits tant pour lrsquoOrient que pour la peacuteninsule Ibeacuterique at-testent que les fregraveres eacutetaient accoutumeacutes agrave la tactique du al-karr wa-l-farr (ou torna fuye) pratiqueacutee par les cavaliers musulmans56 Dans lrsquoor-donnance des eacutechelles pour une bataille rangeacutee lrsquousage commun eacutetait de disposer une avant-garde un corps central et une arriegravere-garde Or lrsquohospitalier Roger de Stanegrave sur lequel je reviendrai bientocirct suggeacuterait plutocirct de placer lrsquoarmeacutee en largeur avec des ailes gauche et droite qui permettaient drsquoencercler lrsquoarmeacutee ennemie En fait il srsquoagissait lagrave drsquoune tactique deacuteployeacutee par les Mongols et les sarrasins lorsqursquoils srsquoaf-frontaient en plaine et que le fregravere avait pu observer directement Dans le mecircme esprit Roger de Stanegrave conseillait de srsquoadapter toujours agrave lrsquoennemi agrave lrsquoimage des sarrasins qui privileacutegiaient la lance quand ils se battaient contre les Mongols et lrsquoarc contre les chreacutetiens ces derniers devraient utiliser les arbaleacutetriers agrave cheval contre les archers agrave cheval musulmans57 De fait les emprunts agrave lrsquoeacutequipement laquo turc raquo ndash les statuts mentionnent des selles tapis et autres armes ndash et lrsquoadoption de palefrois laquo turqueman raquo eurent probablement des implications sur la maniegravere mecircme de se battre58

Le dernier atout des ordres militaires releveacute notamment par Judith Bronstein eacutetait leur capaciteacute agrave remplacer assez rapidement les effectifs deacutecimeacutes par les batailles ou les guerres de siegravege59 Agrave Hattin en 1187 tom-

54 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 8555 CLAVERIE ldquoLrsquoinfluence des ordres militaires sur les techniques de combat des Fati-

mides et des Mamelouksrdquo Agrave deacutefaut de traiter reacuteellement de lrsquoinfluence eacuteventuelle des ordres militaires sur les techniques de combat des armeacutees islamiques cet article ras-semble un certain nombre de donneacutees tant sur les interactions sociales entre les uns et les autres que sur les repreacutesentations des milices chreacutetiennes dans les sources ara-bes

56 JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacuterdquo p 204-20557 ldquoCar encountre li Tatar qe sont meillour archiers qe li Sarazins lessent les arcz et

prenent les launces en encountre les Cristiens qe sont meilleur launciers qe li Sara-zins lessent les launces et prenent les arczrdquo (ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo Projets de croisade p 364)

58 CGH ndeg 2213 (usances) sect 113 et ndeg 4672 sect 1 (1304) ldquoturquemanrdquo ndeg 1193 sect 10 et ndeg 3317 sect 4

59 BRONSTEIN The Hospitallers and the Holy Land pp 137-139

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 111

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

begraverent peut-ecirctre 500 ou 600 chevaliers pour les deux ordres militaires Agrave La Forbie en 1244 autour de 200 hospitaliers auraient eacuteteacute deacutecimeacutes sur plus de 300 chevaliers et 200 turcoples engageacutes Ces quelques chiffres nous rappellent la hauteur du sacrifice consenti par les ordres militaires pour la deacutefense de la Terre sainte Toutefois agrave la suite des saigneacutees re-preacutesenteacutees par Hattin ou La Forbie lrsquoapparition de nouveaux noms dans les chartes et la promotion de certains fregraveres laissent bien deviner un renouvellement des effectifs

22 Ethos chevaleresque et image de lrsquoennemi

On sait comment les discours qui accompagnegraverent la naissance du Temple visegraverent agrave laquo spiritualiser raquo la militia du siegravecle nous avons tous en tecircte le laquo nouveau genre de chevalerie raquo deacutecrit par Bernard de Clairvaux de mecircme que le caractegravere laquo anti-heacuteroiumlque raquo de la regravegle60 Des modegraveles de guerriers sanctifieacutes pouvaient ecirctre proposeacutes aux fregraveres des ordres militaires En preacuteambule drsquoune bulle de 1259 adresseacutee aux chevaliers de lrsquoHocircpital le pape Alexandre IV exaltait ainsi laquo les athlegravetes illustres et les combattants eacutelus [de la Terre sainte] les soldats du Christ chez qui le Sei-gneur a susciteacute lrsquoesprit puissant des Maccabeacutees raquo61 Mais agrave la diffeacuterence des templiers et des teutoniques ce type de reacutefeacuterence eacutetait plutocirct rare srsquoagissant des hospitaliers62 Crsquoest on lrsquoa rappeleacute la vocation charitable qui fut toujours mise en avant plutocirct que les reacutefeacuterences agrave la conversion de la chevalerie Lrsquoadheacutesion agrave lrsquoHocircpital nrsquoen impliquait pas moins un cer-tain disciplinamento de la chevalerie La discipline reacuteguliegravere reacutefreacutenait le goucirct chevaleresque de lrsquoexploit individuel63 On sait que les chevaliers croiseacutes venus en Terre sainte pour en deacutecoudre supportegraverent mal la prudence des ordres militaires qui les avaient dissuadeacutes en certaines si-tuations drsquoattaquer les sarrasins De mecircme les regraveglements somptuaires reacuteiteacutereacutes tout au long du XIIIe siegravecle srsquoopposegraverent aux goucircts du luxe et de lrsquoostentation des chevaliers qui avaient inteacutegreacute lrsquoHocircpital64

60 CERRINI ldquoI templarirdquo61 CGH ndeg 292862 GOUGUENHEIM ldquoLes Maccabeacutees modegraveles des guerriers chreacutetiens des origines au XIIe

siegraveclerdquo pp 13-1763 DEMURGER ldquoGli ordini religioso-militari e la Guerra tra il XII e il XIII secolordquo pp 66-

6764 CGH ndeg 1193 sect 12 (statuts de 1203-06) ndeg 3180 sect 9 (statuts de 1265) ndeg 3396 sect 23

(statuts de 1270) ndeg 4022 sect 15 (statuts de 1288) ndeg 4194 sect 1 (statuts de 1292) ndeg 4549 sect 32 (statuts de 1301)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124112

Damien Carraz

De fait si lrsquoon considegravere que la mentaliteacute drsquoun fregravere comme Roger de Stanegrave est repreacutesentative des chevaliers entreacutes en religion on mesure la vivaciteacute de la culture chevaleresque au sein de lrsquoHocircpital Cet hospitalier anglais fut fait prisonnier lors drsquoune bataille contre les Ma-melouks probablement agrave Homs en octobre 1281 Retenu en captiviteacute en Eacutegypte il ne fut libeacutereacute qursquoen 1315 ou 131665 Au creacutepuscule de sa vie soit autour de 1332 Roger de Stanegrave reacutedigea LrsquoEscarboucle drsquoarmes de la conquecircte preacutecieuse de la Terre sainte de promission un texte qui tient agrave la fois des meacutemoires de guerre et du projet de croisade Bien que le manuscrit unique soit passablement mutileacute il srsquoagit drsquoun teacutemoi-gnage exceptionnel qui permet drsquoapprocher agrave la fois lrsquoexpeacuterience veacutecue de la guerre et la mentaliteacute du chevalier hospitalier Au cours de 34 ans de captiviteacute ce fregravere a notamment acquis une parfaite connaissance de lrsquoennemi au point de livrer un teacutemoignage rare sur le systegraveme militaire et politique mamelouk66

Ce chevalier de lrsquoHocircpital est empreint drsquoune conception encore feacuteo-dale de la guerre qui valorise lrsquoimportance du commandement pour in-citer les troupes agrave se battre avec prouesse Par exemple si le chef craint des deacutefections au cours drsquoune bataille il doit rassembler sa chevalerie au son de la trompe et lui demander un serment de fideacuteliteacute Celle-ci re-partira alors combattre lrsquoennemi avec courage De fait ces meacutemoires sont eacutemailleacutees de consideacuterations deacutesabuseacutees sur le deacuteclin de la chevale-rie Raison pour laquelle Roger de Stanegrave encourage les chevaliers agrave renouer avec les prouesses de Lancelot et de Tristan67 Noblesse et vail-lance toutefois ne se gagnent que dans la tempeacuterance et la discipline au combat laquo eacutepeacutee contre eacutepeacutee et heaume contre heaume raquo68 Agrave ce titre les hospitaliers constituent bien le parangon de cette prouesse chevale-resque comme lrsquoillustre leur victoire agrave Margat en 1281 ougrave laquo 200 fregraveres avec 100 Turcoples deacuteconfirent 15 000 chevaliers les meilleurs et plus nobles du sultan de Babylone raquo69

Si lrsquoon tire gloire agrave avoir vaincu un ennemi supeacuterieur en nombre et valeureux la disqualification de lrsquoadversaire est en sens inverse un

65 PAVIOT Projets de croisade pp 35-43 66 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo in Projets de croisade p 323-32667 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 373-37768 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 315 69 ldquoque IIc freres ovesques c Turcoples (hellip) discomfirent xv mille chivalers des tourches

de Babiloine les meillours et plus nobles de lrsquohost de soudan de Babiloynerdquo (ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 342)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 113

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

lieu commun tout aussi freacutequent Ainsi Roger de Stanegrave note que lrsquoarmeacutee mamelouke est peu redoutable car beaucoup drsquohommes ne sont pas des combattants mais simplement des porteurs de banniegraveres et de tambours70 Ce manque drsquoappeacutetence des Eacutegyptiens pour la guerre que lrsquoon retrouvait deacutejagrave chez des auteurs arabes sunnites prompts agrave deacutenon-cer les insuffisances de lrsquoarmeacutee fatimide est encore releveacute par le maicirctre de lrsquoHocircpital Foulques de Villaret dans son propre meacutemoire sur la croi-sade71 Roger de Stanegrave lrsquoexplique en recourant agrave la theacuteorie clas-sique selon laquelle le climat deacuteterminerait les qualiteacutes des hommes agrave la ruse et agrave lrsquointelligence des hommes du sud srsquoopposent la vigueur et donc les qualiteacutes martiales des hommes du nord72 Comme lrsquoa rappe-leacute A Zouache la tactique nrsquoest que le reflet de la mentaliteacute guerriegravere Or la deacutevalorisation de lrsquoennemi renvoie sans doute agrave la preacutedominance drsquoune strateacutegie deacutefensive alors que dans lrsquoOrient des croisades srsquoest installeacutee une forme de guerre drsquousure les belligeacuterants multiplient les preacutecautions pour lrsquoemporter en toute seacutecuriteacute73 Cette interpreacutetation ne contredit qursquoen apparence lrsquoexaltation de la prouesse chevaleresque La deacutevalorisation de lrsquoennemi est une faccedilon de jauger les risques ce qui paradoxalement est une condition du courage et donc de la prouesse En effet Georges Duby nrsquoavait-il pas deacutejagrave suggeacutereacute que pour les cheva-liers le courage eacutetait lieacute agrave la certitude que les risques encourus seraient reacuteduits74

Les consideacuterations de Roger de Stanegrave mecirclent donc des obser-vations concregravetes et des conceptions enracineacutees dans un ethos cheva-leresque deacutesormais deacutepasseacute Alors qursquoil eacutetait retenu dans les geocircles mameloukes son ordre lui-mecircme avait connu des mutations deacutecisives sous lrsquoeffet de lrsquoaffermissement des monarchies et de lrsquoeacutevolution de la croisade

70 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 36671 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les cres-

tiensrdquo in Projets de croisade p 230 (ldquoEt les paiumlsans ne valent riens en fais drsquoarmesrdquo) Cf encore ZOUACHE ldquoCroisade meacutemoire guerre perspectives de rechercherdquo pp 534-535

72 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 32173 KEDAR y SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo proposeacute par lrsquoordre de lrsquoHocircpitalrdquo

p 212 ZOUACHE ldquoTheacuteorie militaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orientrdquo p 70

74 DUBY Le Dimanche de Bouvines pp 26-27 cf aussi Philippe CONTAMINE ldquoCouragerdquo Prier et combattre p 264-265

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124114

Damien Carraz

3 Le temps des mutations

31 Au service des Eacutetats princiers

Lrsquoaffermissement des monarchies eut des conseacutequences sur lrsquoadmi-nistration et la logistique des ordres militaires75 Leurs activiteacutes furent en effet soumises agrave un controcircle plus eacutetroit de la part des autoriteacutes prin-ciegraveres hospitaliers comme templiers durent requeacuterir lrsquoautorisation pour exporter vivres et mateacuteriel vers lrsquooutre-mer et lrsquoon imposa aux fregraveres eux-mecircmes de se munir de sauf-conduits dans leurs deacuteplacements En-fin on sait que lrsquointerventionnisme des monarchies alla jusqursquoagrave in-fluencer la nomination des officiers agrave la tecircte des diffeacuterentes provinces des ordres Cette tendance agrave la mise sous tutelle des ordres militaires se traduisit surtout par une exigence de service les Eacutetats sollicitaient les fregraveres en fonction de leurs compeacutetences financiegravere diplomatiques ou encore militaires Agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle plusieurs monarchies srsquoappuyegraverent notamment sur les reacuteseaux logistiques offerts par lrsquoHocircpital Je laisse ici de cocircteacute les principauteacutes ibeacuteriques qui sollici-tegraverent toujours la force militaire permanente constitueacutee par les milices notamment pour la garde des chacircteaux proteacutegeant la frontiegravere76 Jrsquoenvi-sage plutocirct la mobilisation drsquoune institution universelle comme lrsquoHocircpital au service drsquointeacuterecircts plus laquo politiques raquo et heacutegeacutemoniques encore

Ce fut notamment le cas des Angevins dont lrsquoimpeacuterialisme meacutediter-raneacuteen rechercha lrsquoappui des deux ordres militaires dans les derniegraveres anneacutees du royaume de Jeacuterusalem puis en Moreacutee et dans les Balkans dans les anneacutees 1270-132077 En Provence et dans le Regno Charles Ier et Charles II drsquoAnjou confiegraverent souvent agrave des hospitaliers lrsquoarmement de navires destineacutes agrave la Terre sainte Plusieurs fregraveres remplirent encore des offices au sein de lrsquoadministration angevine comme Matteo Rugge-rio de Salerne qui entre autres fonctions fut vice-amiral dans le Regno entre 1277 et 1283 puis en tant que maicirctre rational fut chargeacute de lrsquoar-mement de plusieurs navires autour de 1292 Pour ce qui est des inter-ventions militaires directes les ordres militaires furent plus reacuteticents agrave engager leurs hommes malgreacute les pressions des souverains Crsquoest en-core par le biais de leurs dignitaires deacutetacheacutes pour lrsquooccasion au service

75 Pour aborder cette vaste question TOOMASPOEG ldquoLes ordres militaires au service des pouvoirs monarchiques occidentauxrdquo

76 GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa p 194-197 77 CARRAZ ldquoChristi fideliter militantium in subsidio Terre Sancterdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 115

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

drsquoune cause princiegravere que les hospitaliers participegraverent directement agrave des combats Dans les guerres que les Angevins menegraverent en Sicile Phi-lippe drsquoEgly prieur dans le Regno dirigea un deacutetachement de merce-naires autour de 1268-1271 tandis que Rainaud du Pont srsquoillustra en Ca-labre agrave la tecircte des Almogavares ces mercenaires drsquoorigine musulmane La monarchie anglaise recourut tout autant agrave lrsquoexpertise militaire des hospitaliers Plusieurs commandeurs intervinrent ainsi dans le cadre des guerres conduites contre les Eacutecossais et les Gallois sous Eacutedouard Ier78 Parfois ce service srsquoinscrivait dans une tradition familiale de loyauteacute envers la royauteacute anglaise comme dans le cas de fregravere Edenevet issu drsquoune noble famille galloise ce commandeur dirigea notamment des troupes de pieacutetons au nord du pays de Galles au deacutebut du XIVe siegravecle Il en alla de mecircme en Irlande ougrave les hospitaliers srsquoimpliquegraverent dans la laquo pacification raquo de la contreacutee agrave partir du dernier tiers du XIIIe siegravecle

La contribution des hospitaliers ou des templiers aux guerres entre princes chreacutetiens nrsquoengagea pas lrsquoensemble des institutions mais cer-tains fregraveres en particulier requis de mettre leurs compeacutetences au ser-vice drsquoune cause devenue nationale Comme le note Helen Nicholson agrave propos de lrsquoengagement des hospitaliers au service de la monarchie anglaise la collaboration militaire srsquoinscrit dans la logique de leur par-ticipation aux affaires de lrsquoEacutetat Tout cela nrsquoen consacre pas moins la tendance des monarchies agrave reacutecupeacuterer agrave leur profit le savoir-faire des ordres militaires signe que la prioriteacute de la croisade drsquoOrient srsquoeffaccedilait devant lrsquointeacuterecirct national

Pourtant ainsi que lrsquoont souligneacute plusieurs auteurs on nrsquoa jamais au-tant parleacute de la croisade que dans les deacutecennies 1270-1330 notamment dans les traiteacutes de laquo reacutecupeacuteration de la Terre sainte raquo qui accordegraverent une place preacuteeacuteminente agrave lrsquoHocircpital79

32 Les projets de croisade

Les hospitaliers furent particuliegraverement impliqueacutes dans les projets de passage outre-mer qui fleurirent agrave la suite de la perte drsquoAcre non seulement parce que la conquecircte de Rhodes releva en partie de la stra-teacutegie alors procircneacutee par ces traiteacutes mais aussi parce qursquoau moins trois

78 NICHOLSON ldquoThe Hospitallersrsquo and TemplarsrsquoInvolvement in Warfare on the Fron-tiers of the British Islesrdquo

79 LEOPOLD How to Recover the Holy Land

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124116

Damien Carraz

de ces textes eacutemanent de lrsquoordre outre Roger de Stanegrave le maicirctre Foulques de Villaret fut lrsquoauteur de deux projets80 Ces textes deacutenotent une bonne connaissance agrave la fois de la geacuteopolitique orientale et de lrsquoad-versaire qui transparaissait deacutejagrave dans les missives envoyeacutees par les responsables hospitaliers pour informer lrsquoOccident de la situation de la Terre sainte au cours du XIIIe siegravecle81

Dans lrsquoesprit des strategraveges de lrsquoHocircpital la reconquecircte de la Terre sainte srsquoinscrivait dans un projet global drsquounion des forces chreacutetiennes neacuteces-sitant un important investissement financier ainsi qursquoune interruption reacuteelle de tout commerce avec lrsquoEacutetat mamelouk Les projets hospitaliers tout comme drsquoautres textes contemporains insistent sur la neacutecessaire maicirctrise de lrsquoespace et du temps Alors que les avis sont unanimes pour viser le coeur de la puissance mamelouke en dirigeant le passage vers lrsquoEacutegypte Roger de Stanegrave invite agrave consideacuterer les particulariteacutes geacuteo-graphiques du terrain il faudra attaquer agrave la saison de la crue du Nil et se preacuteparer aux combats navals sur le fleuve82 Le passage est eacutegalement penseacute dans le temps il pourra ecirctre preacuteceacutedeacute de raids destineacutes agrave semer la terreur sur les cocirctes ennemies pour Villaret sa reacuteussite deacutepend surtout pour tous les auteurs du blocus naval de lrsquoEacutegypte et de la Syrie appuyeacute sur Chypre On pourra mecircme user de ruse en laissant croire agrave un deacutebar-quement en Syrie afin que le sultan y deacuteplace ses troupes laissant ainsi deacutegarnie la deacutefense de lrsquoEacutegypte83

La direction des opeacuterations doit incomber agrave un chef forceacutement ex-peacuterimenteacute en matiegravere de laquo guerre sarrasine raquo qui pour Stanegrave ne peut ecirctre que le laquo mestre de la religion raquo crsquoest-agrave-dire de lrsquoHocircpital devenu de facto le seul ordre militaire qui compte encore en Meacutediterraneacutee84 Pour Villaret il revient agrave ce chef de recruter lui-mecircme les soldats pour le passage et de congeacutedier ceux qui ne se reacuteveacuteleraient pas agrave la hauteur Le maicirctre de lrsquoHocircpital se montre plutocirct reacutealiste en preacuteconisant de sol-

80 Foulques de Villaret preacutesenta un premier projet sur le passage geacuteneacuteral en 1306 agrave la demande de Cleacutement V puis un second meacutemoire apregraves lrsquoarrestation des templiers au-tour de 1307-1308 (PAVIOT Projets de croisade pp 24-28)

81 DEMURGER Les Hospitaliers pp 389-39282 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 31583 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 353-35484 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 346-347 cf encore Foulques de

Villaret ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les crestiensrdquo FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 223 (ldquoet que ceste gent soit au commandement du chevetain qui a useacute le paiumls de la en la maniere de la guerre des Sarrazinsrdquo)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 117

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

der 1 000 cavaliers et 3 000 arbaleacutetriers pendant cinq ans85 Stanegrave conseille quant agrave lui de rassembler 30 000 cavaliers pour moitieacute ar-baleacutetriers et lanciers face agrave une armeacutee sultanienne eacutevalueacutee agrave 150 000 cavaliers ndash un chiffre tregraves exageacutereacute86

Lrsquoimportance de la logistique la professionnalisation du recrute-ment la neacutecessaire maicirctrise du terrain la dimension eacuteconomique du conflit (financement et blocus) jusqursquoagrave la deacutesinformation pour tromper lrsquoennemi tout cela renvoie agrave une conception laquo totale raquo de la guerre par-faitement maicirctriseacutee par les dignitaires de lrsquoHocircpital

On voit en outre que lrsquoordre militaire se borne agrave fournir les cadres de lrsquoexpeacutedition soutien logistique commandement initiative strateacute-gique Mais si les chevaliers de la Religion sont bien lagrave pour proposer un modegravele de prouesse et de discipline le projet repose clairement sur une armeacutee professionnelle Comme on lrsquoa vu sans doute lrsquoinstitution a-t-elle reacuteduit les effectifs des fregraveres combattants reacuteellement mobilisables agrave Chypre ou en Armeacutenie Mais les conditions nouvelles de la lutte contre les infidegraveles ont surtout encourageacute la transformation deacutecisive de lrsquoHocircpi-tal en force navale

33 Vers une police des mers

Au cours du XIIIe siegravecle la marine propre de lrsquoHocircpital eacutetait reacuteduite agrave partir de Marseille par exemple lrsquoordre entretenait peut-ecirctre deux ou trois naves mais lrsquoessentiel des liaisons avec lrsquooutre-mer reposait sur des navires noliseacutes agrave des armateurs87 Or plusieurs indices montrent que le repli sur lrsquoicircle de Chypre agrave la suite de la perte drsquoAcre en mai 1291 srsquoac-compagna de la constitution progressive drsquoune veacuteritable flotte Un statut de 1293 donne ainsi des recommandations sur lrsquolaquo armement de galee ou drsquoautre vassaus raquo88 Dans les anneacutees suivantes apparut la charge drsquoami-ral mentionneacutee pour la premiegravere fois en 1299 aux mains de Foulques de Villaret89 Lrsquoanneacutee drsquoapregraves le chapitre geacuteneacuteral statuait sur les attribu-tions de cet office lrsquoamiral eacutetait responsable de lrsquoarmement de tous les navires comme du paiement des personnels et dans ces affaires il ne

85 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 223-224 et 22886 ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi Charboclois drsquoarmesrdquo p 32387 CARRAZ ldquoCausa defendende et extollende christianitatisrdquo pp 32-3488 LUTTRELL ldquoGli Ospitalieri di San Giovanni di Gerusalemme dal continente alle isolerdquo

p 81 (drsquoapregraves Archives deacutepartementales des Bouches-du-Rhocircne 56 H 4055)89 BURGTORF The Central Convent p 144 et 296-297

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124118

Damien Carraz

srsquoeffaccedilait que devant le mareacutechal90 Agrave cette date-lagrave lrsquoordre entretenait deacutejagrave une flottille drsquoune dizaine de galeacutees agrave Chypre91

Ces mutations furent largement encourageacutees par la papauteacute Degraves deacutecembre 1291 Nicolas IV demandait aux hospitaliers de consacrer la moitieacute de leurs revenus agrave la constitution drsquoune flotte92 Dans les mecircmes anneacutees toujours agrave la demande du pape le grand commandeur Bonifa-cio de Calamandrana srsquoactivait agrave partir de Marseille et de Gecircnes pour rassembler des navires affecteacutes agrave lrsquooutre-mer93 Ces activiteacutes entraient alors dans un plan drsquointervention en Armeacutenie qui ne fut pas reacuteellement concreacutetiseacute94 Mais lrsquoenjeu pouvait ecirctre deacutejagrave drsquooccuper lrsquoespace maritime agrave partir de Chypre notamment pour faire respecter lrsquoembargo commer-cial contre les Mamelouks La strateacutegie drsquoeacutetouffement du sultanat eacutegyp-tien en le coupant agrave la fois de ses approvisionnements et de lrsquoimpor-tante fiscaliteacute geacuteneacutereacutee par le commerce devait ecirctre au coeur du second traiteacute de reacutecupeacuteration de la Terre sainte de Foulques de Villaret reacutedigeacute autour de 1307-130895 De fait lrsquoimplication de lrsquoHocircpital dans des opeacutera-tions de garde des mers a bien correspondu agrave une strateacutegie concerteacutee avec la papauteacute96 En 1306 Cleacutement V soutenait reacutesolument la conquecircte de Rhodes en intervenant aupregraves drsquoHenri II de Chypre et de Charles II de Naples pour que ces souverains laissent les hospitaliers armer libre-ment leurs navires

Entameacutee en 1306 la conquecircte de Rhodes reposa sur une monteacutee en puissance de la flotte97 Dans le courant de lrsquoanneacutee 1309 Foulques de Villaret faisait ainsi armer plus drsquoune soixantaine de galeacutees agrave Marseille sans compter les navires noliseacutes par ailleurs agrave divers armateurs Lrsquoexpeacute-dition qui acheva la conquecircte au printemps 1309 ne comprenait pour-tant qursquoune petite trentaine de galegraveres embarquant peut-ecirctre 200 agrave 300

90 CGH ndeg 4515 sect 13 (5 deacutecembre 1300)91 Drsquoapregraves les mandements de Charles II drsquoAnjou agrave ses officiers CGH ndeg 4495 (4 avril

1300) et 4512 (16 aoucirct 1300)92 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 92-9393 CARRAZ ldquoEchoes of the Latin East among the Hospitallers of the Westrdquo agrave paraicirctre94 DEMURGER Jacques de Molay pp 113-117 CHEVALIER Les ordres-religieux militaires

en Armeacutenie cilicienne p 468 et 55895 FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainterdquo p 228-23196 CARRAZ ldquoLes Lengres agrave Marseille au XIVe siegravecle rdquo p 764 En juillet 1311 par exemple

les galegraveres de lrsquoHocircpital arrecirctegraverent au nord de Crotone en Calabre un navire geacutenois en route vers lrsquoEacutegypte

97 Sur le deacuteroulement de la conquecircte DELAVILLE LE ROULX Les Hospitaliers en Terre Sainte et agrave Chypre pp 276-281 FAILLER ldquoLrsquooccupation de Rhodes par les Hospitaliersrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 119

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

chevaliers et 3 000 pieacutetons98 La fondation drsquoune principauteacute eccleacutesias-tique agrave Rhodes consacra la constitution drsquoune veacuteritable force navale in-deacutependante Degraves lors pour lrsquoHocircpital la guerre reacutepondit agrave une tout autre logique tandis que la course enrichissait les chevaliers Rhodes pouvait devenir un autre but de pegravelerinage en attendant une hypotheacutetique re-conquecircte de la Terre sainte99

Au terme de ce bref tour drsquohorizon sur la vocation et lrsquoaction mili-taires de lrsquoHocircpital de Saint-Jean on peut renvoyer au glissement seacuteman-tique du mot laquo caravane raquo tel qursquoil fut plus speacutecifiquement utiliseacute par les hospitaliers tout au long de leur histoire100 Les diffeacuterentes accep-tions de ce terme reacutesument en effet parfaitement lrsquoeacutevolution que je me suis efforceacute de retracer Chez les hospitaliers le mot fut associeacute au fonctionnement de lrsquoinfirmerie probablement degraves lrsquoorigine et comme crsquoeacutetait encore le cas dans les statuts drsquoHugues Revel en 1262 Toutefois la caravane deacutesigna bientocirct lrsquoorganisation de lrsquoarmeacutee en campagne Puis agrave partir du transfert en Chypre lrsquoideacutee renvoya de fait agrave une expeacutedition na-vale puisque telle eacutetait la nouvelle forme de guerre deacutesormais essentiel-lement pratiqueacutee par les hospitaliers Enfin dans sa derniegravere acception le sens srsquoeacutetendit au service outre-mer que les fregraveres devaient accomplir pour progresser dans leur carriegravere et notamment pour obtenir une com-manderie en Occident101 Au XIVe siegravecle la guerre restait donc un mode de vie mais de plus en plus reacuteserveacute agrave un groupe de soldats profession-nels Aussi peut-on penser que lrsquoHocircpital contribua en un certain sens agrave la fabrique de lrsquoarmeacutee comme institution lieacutee agrave lrsquoavegravenement de lrsquoEacutetat moderne De la premiegravere croisade agrave la course maltaise la Religion ne fut-elle pas au bout du compte le seul ordre militaire agrave incarner lrsquoexpeacute-rience guerriegravere dans la longue dureacutee

98 KEDAR y SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo p 21999 BROGINI Les Hospitaliers et la mer XIVe-XVIIIe siegravecles100 Sur les diffeacuterentes acceptions recenseacutees par le CRNTL httpmicmaporgdicfro

searchtlficaravane 101 RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant p 81-82 voir les statuts drsquoHugues

Revel en 1262 (CGH ndeg 3075 sect 33) et de Guillaume de Villaret en 1301 (CGH ndeg 4549 sect 8)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124120

Damien Carraz

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Cartulaire geacuteneacuteral de lrsquoordre des Hospitaliers de Saint-Jean-de-Jeacuterusalem (1100-1310) eacuted J Delaville Le Roulx Paris 4 vol1894-1906

FOULQUES DE VILLARET ldquoComent la Terre sainte puet estre recouvree par les crestiensrdquo Projets de croisade v 1290-v 1330 preacutesenteacutes et publieacutes par Jacques Paviot Paris Acadeacutemie des inscriptions et belles-lettres (Do-cuments relatifs agrave lrsquohistoire des croisades 20) 2008 pp 221-233

Rudolf HIESTAND Papsturkunden fuumlr Templer und Johanniter Neue Folge Goumlttingen 1984

Edwin J KING The Rule Statutes and Customs of the Hospitallers 1099-1310 Londres 1934

Jacques PAVIOT Projets de croisade v 1290-v 1330 Paris Acadeacutemie des inscriptions et belles-lettres (Documents relatifs agrave lrsquohistoire des croi-sades 20) 2008

ROGER DE STANEGRAVE ldquoLi charboclois drsquoarmes du conquest precious de la Terre saint de promissionrdquo Projets de croisade v 1290-v 1330 preacutesenteacutes et publieacutes par Jacques Paviot Paris Acadeacutemie des inscrip-tions et belles-lettres (Documents relatifs agrave lrsquohistoire des croisades 20) 2008 pp 293-387

Les statuts de lrsquoordre de Saint-Jean de Jeacuterusalem Eacutedition critique des manus-crits en occitan (XIVe siegravecle) eacuted M-R Bonnet et R Cierbide Bilbao 2006

JACQUES DE VITRY Histoire orientale trad M-G Grossel Paris 2005

2 Bibliografiacutea

Carlos BARQUERO GONI ldquoEl caraacutecter militar de la Orden de San Juan en Castilla y Leoacuten (siglos XII-XIV)rdquo Revista de Historia Militar 73 1992 p 65-72

Carlos BARQUERO GONI ldquoLa Orden Militar de San Juan y la Reconquista desde el siglo XII hasta el siglo XVrdquo Medievalismo 23 2013 p 43-60

Dominique BARTHELEMY La chevalerie De la Germanie antique agrave la France du XIIe siegravecle Paris 2007

Alain BELTJENS ldquoLa papauteacute et les querelles reacutecurrentes qui opposaient les hospitaliers aux templiersrdquo Bulletin de la Socieacuteteacute de lrsquohistoire et du patrimoine de lrsquoOrdre de Malte 24 2011 p 4-25

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 121

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

Adrian J BOAS Archaeology of the Military Orders A survey of the Urban Centres Rural Settlements and Castles of the Military Orders in the Latin East (c 1120-1291) Londres-New York 2006

Mariacutea BONET DONATO laquo Los Hospitalarios hispanos Entre la identidad transmediterraacutenea y la pertenencia territorial raquo Tra il Tirreno e Gi-bilterra Un Mediterraneo iberico eacuted L GALLINARI et F SABATEacute I CURULL Cagliari-Milan-Rome 2015 p 365-437

Anne BROGINI Les Hospitaliers et la mer XIVe-XVIIIe siegravecles Cler-mont-Ferrand 2015

Anne BROGINI Une noblesse en Meacutediterraneacutee Le couvent des Hospita-liers dans la premiegravere moderniteacute Aix-en-Provence 2017

Judith BRONSTEIN The Hospitallers and the Holy Land Financing the Latin East 1187-1274 Londres 2005

Jochen BURGTORF The Central Convent of Hospitallers and Templars History Organization and Personnel (10991120-1310) Leiden 2008

Antoine CALVET Les leacutegendes de lrsquoHocircpital de Saint-Jean de Jeacuterusalem Pa-ris 2000

Damien CARRAZ ldquoChristi fideliter militantium in subsidio Terre Sancte Les ordres militaires et la premiegravere maison drsquoAnjou (1246-1342)rdquo As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria entre o Ocidente e o Oriente (Actas do V Encontro sobre Ordens Militares Palmela 15 a 18 de feve-reiro de 2006) eacuted I C Ferreira Fernandes Palmela 2009 pp 549-582

Damien CARRAZ ldquoCausa defendende et extollende christianitatis La vo-cation maritime des ordres militaires en Provence (XIIe-XIIIe siegravecle)rdquo Les ordres militaires et la mer 130e Congregraves national des socieacuteteacutes his-toriques et scientifiques (La Rochelle 2005) eacuted M BALARD Paris 2009 pp 21-46

Damien CARRAZ ldquoLes Lengres agrave Marseille au XIVe siegravecle Les activiteacutes militaires drsquoune famille drsquoarmateurs dans un port de croisaderdquo Revue historique t 3094 2009 pp 755-777

Damien CARRAZ ldquoTempliers et hospitaliers de Terre sainte au temps de Saladinrdquo Saladin et son temps eacuted A Zouache Histoire Antique et Meacutedieacutevale HS ndeg 25 deacutecembre 2010 p 68-73

Damien CARRAZ Les Templiers et la guerre Clermont-Ferrand 2012

Damien CARRAZ ldquoLe monachisme militaire laboratoire de la socioge-negravese des eacutelites laiumlques dans lrsquoOccident meacutedieacuteval rdquo Eacutelites et ordres

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124122

Damien Carraz

militaires au Moyen Acircge Rencontre autour drsquoAlain Demurger eacuted Ph Josserand L F Oliveira et D Carraz Madrid 2015 pp 39-64

Damien CARRAZ ldquoEchoes of the Latin East among the Hospitallers of the West The Priory of St Gilles c1260ndashc1300rdquo Settlement and Cru-sade in the 13th Century Multidisciplinary Studies of the Latin East eacuted J Bronstein G Fishhof et V Shotten-Hallel Londres-New York (agrave pa-raicirctre)

Simonetta CERRINI ldquoI templari une vita de fratres ma una regola an-ti-ascetica una vita da cavalieri ma una regola anti-eroicardquo I Tem-plari La Guerra egrave la Santitagrave eacuted S CERRINI Rimini 2000 pp 19-48

Maria-Anna CHEVALIER Les ordres-religieux militaires en Armeacutenie cili-cienne Paris 2009

Pierre-Vincent CLAVERIE ldquoLes opeacuterations combineacutees des ordres mi-litaires dans le Levant meacutedieacuteval (XIIe-XIIIe siegravecles)rdquo Cahiers de Re-cherches meacutedieacutevales 15 2008 p 203-216

Pierre-Vincent CLAVERIE ldquoLrsquoinfluence des ordres militaires sur les tech-niques de combat des Fatimides et des Mamelouksrdquo Entre Deus e o Rei O mundo das Ordens Militares (VII Encontro Internacional sobre Ordens Militares Palmela 14 a 18 outubro de 2015) eacuted I C F Fer-nandes Palmela 2018 vol 1 p 283-295

Sam Zeno CONEDERA Ecclesiastical Knights The Military Orders in Cas-tile 1150-1330 New York 2015

Philippe CONTAMINE ldquoCouragerdquo Prier et combattre Dictionnaire euro-peacuteen des ordres militaires au Moyen Acircge eacuted Ph Josserand et N Be-riou Paris 2009 pp 264-265

Joseph DELAVILLE LE ROULX Les Hospitaliers en Terre Sainte et agrave Chypre (1100-1310) Paris 1904

Alain DEMURGER ldquoTempliers et hospitaliers dans les combats de Terre Sainterdquo Le combattant au Moyen Acircge (XVIIIe Congregraves de la SHMESP Montpellier 1987) eacuted M Balard Nantes 1991 p 79-84

Alain DEMURGER ldquoGli ordini religioso-militari e la Guerra tra il XII e il XIII secolordquo I Templari La Guerra egrave la Santitagrave eacuted S Cerrini Rimini 2000 pp 49-68

Alain DEMURGER ldquoLa mission des templiers la regravegle et le terrainrdquo Sa-cra Militia t 3 2002 p 5-19

Alain DEMURGER Jacques de Molay Le creacutepuscule des Templiers Paris 2002

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124 123

LrsquoHocircpitaL de Saint-Jean de JeacuteruSaLem et La guerre StructureS et mutationS (c 1136-1309)

Alain DEMURGER Les Templiers Une chevalerie chreacutetienne au Moyen Acircge Paris 2005

Alain DEMURGER Les Hospitaliers De Jeacuterusalem agrave Rhodes 1050-1317 Pariacutes ed Tallandier 2013

Georges DUBY Le Dimanche de Bouvines Paris 1973

Albert FAILLER ldquoLrsquooccupation de Rhodes par les Hospitaliersrdquo Revue des Eacutetudes byzantines t 50 1992 p 113-135

Jean FLORI Richard Coeur de Lion Le roi-chevalier Paris 1999

Alain FOREY ldquoMilitarisationrdquo Prier et combattre Dictionnaire europeacuteen des ordres militaires au Moyen Acircge eacuted Ph Josserand et N Beriou Paris 2009 p 612-613

Alain FOREY ldquoPaid troops in the service of Military Orders during the twelfth and thirteenth centuriesrdquo The Crusader World eacuted A J Boas Abingdon-New York 2016 p 84-97

Francisco GARCIA FITZ Las Navas de Tolosa Barcelone 2008

Luis GARCIA-GUIJARRO RAMOS ldquoLa militarizacioacuten de la Orden del Hospital liacuteneas para un debaterdquo Ordens Militares Guerra Religiatildeo Poder e Cultu-ra (actas do III Encontro sobre ordens militares Palmela 22-25 janeiro 1998) eacuted I C Ferreira Fernandes Lisbonne 1999 vol 2 p 293-302

Sylvain GOUGUENHEIM ldquoLes guerres des ordres militaires furent-elles des guerres chevaleresques Lrsquoexemple de la conquecircte de la Prusse (1230-1283)rdquo Chevalerie et christianisme aux XIIe et XIIIe siegravecles eacuted M Aurell et C Girbea Rennes 2011 p 291-313

Sylvain GOUGUENHEIM ldquoLes Maccabeacutees modegraveles des guerriers chreacute-tiens des origines au XIIe siegraveclerdquo Cahiers de Civilisation meacutedieacutevale 54 2011 pp 3-20

Philippe JOSSERAND ldquoUn corps drsquoarmeacutee speacutecialiseacute au service de la Re-conquecircte les ordres militaires dans le royaume de Castille (1252-1369)rdquo Bulletin de la Socieacuteteacute archeacuteologique et historique de Nantes et de Loire-Atlantique 137 2002 pp 193-214

Benjamin KEDAR et Sylvia SCHEIN ldquoUn projet de ldquopassage particulierrdquo proposeacute par lrsquoordre de lrsquoHocircpital 1306-1307rdquo Bibliothegraveque de lrsquoEacutecole des chartes 137 1979 pp 211-226

Teacuterence LE DESCHAULT DE MONREDON ldquoLa tour Ferrande agrave Pernes les Fontaines (Vaucluse) nouvelle lecture du programme iconogra-phiquerdquo Bulletin monumental ndeg 1734 2015 p 333-347

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 97-124124

Damien Carraz

Antony LEOPOLD How to Recover the Holy Land Crusade Proposals in the Late Thirteenth and Early Fourteenth Centuries Aldershot 2000

Anthony LUTTRELL ldquoGli Ospitalieri di San Giovanni di Gerusalemme dal continente alle isolerdquo Acri 1291 La fine della presenza degli ordi-ni militari in Terra Santa e i nuovi orientamenti nel XIV secolo eacuted F Tommasi Peacuterouse 1996 pp 75-91

Helen J NICHOLSON Love War and the Grail Templars Hospitallers and Teutonic Knights in Medieval Epic and Romance 1150-1500 Lei-den 2001

Helen J NICHOLSON ldquoThe Hospitallersrsquo and TemplarsrsquoInvolvement in Warfare on the Frontiers of the British Isles in the Late thirteenth and early fourteenth centuriesrdquo Ordines Militares Yearbook for the Study of the Military Orders 17 2012 p 105-119

Denys PRINGLE ldquoThe role of castellans in the Latin Eastrdquo Castelos das Ordens Militares (Encontro internacional Tomar 10-13 Outubro 2012) eacuted I C Ferreira Fernandes Lisbonne 2013 vol 2 p 183-195

Jonathan RILEY-SMITH The Knights Hospitaller in the Levant c1070-1309 Houndmills-New York 2012

Kristjan TOOMASPOEG ldquoLes ordres militaires au service des pouvoirs monarchiques occidentauxrdquo Eacutelites et ordres militaires au Moyen Acircge Rencontre autour drsquoAlain Demurger eacuted Ph Josserand L F Oliveira et D Carraz Madrid 2015 p 321-332

Abbegraves ZOUACHE Armeacutees et combats en Syrie (4911098-5891174) Ana-lyse compareacutee des chroniques meacutedieacutevales latines et arabes Damas 2008

Abbegraves ZOUACHE ldquoCroisade meacutemoire guerre perspectives de re-chercherdquo Bibliothegraveque de lrsquoEacutecole des chartes t 168 2010 pp 517-537

Abbegraves ZOUACHE ldquoTheacuteorie militaire strateacutegie tactique et combat au Proche-Orient (Ve-VIIeXIe-XIIIe siegravecle) Bilan et perspectivesrdquo La guerre dans le Proche-Orient meacutedieacuteval Eacutetat de la question lieux com-muns nouvelles approches eacuted M Eychenne et A Zouache Le Caire 2015 p 59-88

Fecha de recepcioacuten 28-05-2019

Fecha de aceptacioacuten 11-09-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 125

Urban warfare in 15th-century Castile

Guerra urbana en el siglo XV castellano

Ekaitz Etxeberria GallastegiUniversidad del Paiacutes Vasco

Abstract

Urban warfare evokes unequivocally contemporary images However the Mid-dle Ages frequently witnessed combats inside cities These confrontations usu-ally arose in two contexts factional struggles to achieve local power and street fighting derived from an enemy army entering the city after a successful as-sault The aim of this paper is to analyse urban warfare in 15th-century Castile examining its tactics and common characteristics

Keywords

Urban Warfare Castile 15th century Tactics

Resumen

El combate urbano remite a unos referentes inequiacutevocamente contemporaacuteneos Sin embargo la Edad Media tambieacuten fue escenario de frecuentes combates en el interior de las ciudades Estos enfrentamientos soliacutean responder a dos realida-des la lucha entre bandos locales enfrentados por el poder y el combate calle-jero que podiacutea suceder a la expugnacioacuten de la muralla por un ejeacutercito atacante

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico ekaitzetxeberriaehueus Departamento de Historia Medieval Moderna y Ameacuterica Facultad de Letras de la Universidad del Paiacutes Vasco This paper was written within the framework of the Ministry of Science amp Innovation funded Research Project De la Lucha de Bandos a la hidalguiacutea universal transformaciones so-ciales poliacuteticas e ideoloacutegicas en el Paiacutes Vasco (siglos XIV y XV) (HAR2017-83980-P) and of the Basque Governmentrsquos Consolidated Reseach Group Sociedad poder y cultura (siglos XIV-XVIII) (IT-896-16)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143126

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

El presente artiacuteculo pretende definir las formas que adoptoacute el combate urbano en los enfrentamientos que tuvieron este escenario en la Castilla del siglo XV estableciendo sus pautas e intentando discernir las caracteriacutesticas comunes de esta forma de enfrentamiento

Palabras clave

Guerra urbana Castilla siglo XV Taacutectica

The idea of lsquourban warfarersquo evokes the Battle of Stalingrad the Fall of Berlin Huecircacuteor more recent examples such as Fallujah However Medieval war also took place in urban settings This kind of fighting was not very far from the modern definition although it was adapted to the military tactics and weaponry of the time Medievalists have traditionally neglected such engagements maybe due to its patently modern connotations or because they have considered them as a part of siege warfare without discussing their own specificities1 However once the walls had been stormed the fight inside the city had its own patterns and dynamics In that regard it is quite well known how medieval cities were sieged but what happened once the attacking army crossed the walls of the besieged city is usually omitted Frequently chroniclers were merely interested in indicating that a city had been entered disregarding any further street fighting perhaps because the outcome had already been decided Nevertheless Castilian chronicles do make exceptions on occasion providing interesting details on the practice of street fighting and shedding some light on what urban warfare was like Therefore the aim of this paper is to analyse the tactics employed in these particular operations using for that purpose chronicle evidence The study will focus on two distinct conflict scenarios factional struggles and when a city had been entered by an enemy army2

1 This was not the case in the Classical World See LEE ldquoGuerra urbana en el mundo griego claacutesicordquo Only very recently have medievalists started working on this particu-lar issue See RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre pp 171-8 RODRIacuteGUEZ CASI-LLAS ldquoCorrioacute la sangre por las callesrdquo MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Mediardquo ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medieval como campo de batallardquo Additionally some historians had dealt with the practice of violence during factional struggles insi-de Castilian cities although not systematically Nevertheless recent studies published on political violence in Late Medieval Castilian cities have started to include technical practical and tactical aspects among the subjects of analysis See JARA ldquoEl conflicto en la ciudadrdquo particularly pages 97-103

2 A PhD thesis recently presented by Carlos Rodriacuteguez Casillas has proposed a catego-rization for Late Medieval urban warfare in Extremadura when an occupation army

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 127

Urban warfare in 15th-centUry castile

1 Fighting between two local factions

Street fighting was often caused by social disturbance that led to sud-den riots In these cases there was no tactical dimension as fighting was usually disorganised thereby hardly more than a fierce brawl that could barely be called warfare3 However when tumults could not be halted promptly they tended to escalate and developed into a protracted con-flict between local factions4 That was the case of Toledo in 1467 What started as a somehow planned fight between conversos and cristianos viejos ndashnew and old Christiansndash continued into the following day after both factions had made further preparations and planned their tactics5

The affirmations above can be extended to the factional struggles within Castilian cities One of the most significant and well documented examples is to be found in Bilbao In 1446 a fight between two local lineages ndashthe families of Zurbaraacuten and Leguizamoacutenndash in the main square of Bilbao began attracting more and more participants and ended up turning into a full-size skirmish However in Bilbao the tumults never made the qualitative leap to proper urban combat since there was a tac-it agreement between the factions according to which when hostilities escalated each side summoned their allies and met outside the town walls where real pitched engagements took place6 It is evident that this was not the common practice throughout the Crown of Castile In Val-ladolid for example the Croacutenica de Juan II states that in 1426 the local factions constantly fought in the streets being helped by men-at-arms from outside the town The continuous low intensity violence escalated

tries to control the city when two armies seek an armed clash inside the town without necessarily aspiring to control the position when local factions fight each other and popular uprisings RODRIacuteGUEZ CASILLAS La guerra en el marco de la Extremadura del periacuteodo Trastaacutemara (1369-1504) p 335

3 One example slightly outside the chronological limits proposed by this paper occu-rred in 1374 when a brawl began among the troops that Count Sancho was mustering in Burgos The conflict did not spread albeit the count himself was killed when trying to stop the fighting LOacutePEZ DE AYALA Croacutenicas p 475

4 I have eliminated the distinction between orchestrated riots and faction-fighting in the same city because their tactical performance is virtually the same

5 MARTIacuteN Historia de la ciudad de Toledo pp 1040-56 In the private war that confronted the lineages of Zurbaran and Leguizamoacuten between

late 1445 and probably early 1447 there were three intra-urban skirmishes while eight minor pitched engagements took place just outside the city walls ETXEBERRIA ldquoGuerras privadas y linajes urbanosrdquo AGUIRRE Las dos primeras croacutenicas de Vizcaya pp 157-60 164-6 GARCIacuteA DE SALAZAR Libro de las buenas andanccedilas e fortunas pp 209-13

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143128

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

due to the arrival of those external reinforcements which led to the conflict taking a qualitative leap into actual urban warfare7 In the same way in Seville in 1471 a street brawl between the men of the marquis of Caacutediz and the duke of Medina Sidonia escalated into a three-day battle where each side controlled a certain streets and neighbourhoods8 This sort of conflict however was not necessarily triggered by either escalat-ing violence or spontaneous fights In Cuenca in 1447 the combat was clearly premeditated as both sides ndashLope de Barrientos bishop of Cuen-ca and Diego Hurtado de Mendozandash prepared for the fight and adopted well-defined tactics9

Whatever the cause it is possible to appreciate some tactical fore-thought during these clashes for instance with the occupation of the main access points to the city In Toledo as the fight spread the conver-sos took over the gates and bridges leading into the city difficulting the arrival of any enemy reinforcements10 Nevertheless the most common tactic was the occupation of churches which conferred considerable tactical advantages because they were sturdy buildings easily turned into defendable positions Church towers often became points of ob-servation as well as a substantial vantage point for crossbowmen and espingarderos ndashhandgunners- In Seville the men of the marquis were being harassed by the dukersquos men shooting from church of San Marcos Their solution was to set fire to the temple doors causing a conflagra-tion that upset the local population putting them against the marquis who had to leave the city11

Together with the occupation of strongpoints street fighting had a very important role to play Barricades and rooftop shooters were de-ployed across the place which made moving through narrow streets a dangerous business To counter this holes were drilled through house walls in an attempt to advance under cover and flank the enemyrsquos de-

7 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo pp 425-308 VALERA Memorial de Diversas Hazantildeas pp 192-5 Croacutenica Anoacutenima de Enrique IV de

Castilla 1454-1474 pp 347-9 Historia de los hechos del Marqueacutes de Caacutediz pp 175-7 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 36-8 For the urban combat developed in Seville I refer to Manuel Martiacuten Verarsquos work MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Mediardquo pp 53-77

9 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II pp 482-710 Antonio MARTIacuteN Historia de la ciudadhellip pp 1040-511 Historia de los hechos pp 175-7 Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II

p 38 MARTIacuteN ldquoEl combate urbanordquo pp 71-2

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 129

Urban warfare in 15th-centUry castile

fensive positions even attacking them from the rear just like in modern urban engagements12 This happened in Seville where the chronicler Alonso de Palencia points out that lsquobombards espingardas and other war machines shoot their projectiles from above onto the streets while some people drill the walls and suddenly attack from behindrsquo13

On other occasions simpler ndashand often less efficientndash tactics were used In Cuenca in 1447 the followers of the bishop fortified the streets leading up to the castle ndashwhere most of the men of Hurtado de Mendoza were holding up- establishing barricades guarded by ment-at-ams and crossbowmen The bishoprsquos aim was to prevent the enemy deployed both in the castle and some houses of the town square from joining forces14 When the actual fight broke out the men from the castle tried to set fire to two houses where the bishoprsquos street barricades rested This attempt to overcome enemy resistance with fire was unsuccessful as the bishop managed to get there with fresh troops repelling the assault The initial combat was followed by a six-day truce which both sides used to shore up their defences The second attack would expectedly be more intense This time the men at the castle used gunpowder artillery which affected defenses and barricades set up by the bishop as well as hous-es Lope de Barrientos in turn decided to further reinforce the barri-cades presumably re-building them with stone rather than wood so as to make them lsquoas sturdy as the city wallsrsquo Once completed the castle ceased their futile bombardment15

12 In modern military terminology the tactic is called lsquomouse-holingrsquo used for advancing under cover through streets and therefore avoid enemy fire

13 ldquoAbroquelaacutendose en los escudos unos y otros combaten por conservar o por libertar los respectivos barrios bombardas espingardas y otras maacutequinas de guerra lanzan sus proyectiles desde lo alto sobre las bocacalles horadan unos las paredes y se acome-ten repentinamente por la espaldardquo Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 37-8

14 The Croacutenica del Halconero mentions that the castle defenders gathered flammable ma-terials to set fire to the city from the castle In the chroniclerrsquos own words they had lsquocincuenta fachones de teda confacionados con algunas resinas para poner fuego a la ciudad por parte del castillorsquo and lsquoun cesto lleno de gatos para los echar con fuego por la ciudadrsquo CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero p 483

15 During the construction of this fortified barricades Lope de Barrientos protected the workers with stockades which absorbed the impacts delivered by enemy projectiles CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 482-7

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143130

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

2 Fighting following an assault

A second type of urban combat observed in fifteenth-century Castile is the one that follows an assault In those cases it is necessary to distin-guish between surprise assaults and expected assaults When the assault did not come as a surprise the defenders could prepare for this eventual-ity for instance by laying out different defensive lines where they could retreat their forces if the first line was overcome establishing a sort of tactical defence in depth Generally the second line of defence was the cityrsquos castle itself That happened during the Castilian successful assault on the walls of Antequera in 1410 as the Muslim defenders ran to the al-caacutezar as soon as the Christians had overcome the enemy resistance at the walls16 Another example is to be found during the Castilian assault on the Navarrese town of San Vicente de la Sonsierra in 1429 When the walls had been taken and the Castilian forces had entered the town the defend-ers positioned themselves in the castle on a hill overlooking the town17 When the city had two walled areas the inner circuit could work as a sec-ond defensive line That was the case of Atienza in 1446 The royal army led by the king Juan II and his constable Aacutelvaro de Luna laid siege to the town After they had successfully taken the walled arrabal (suburb) the defenders were ready again to defend the inner wall18

In surprise assaults the assailing party usually set up a vanguard that climbed the walls with stealth killing the sentries and opening the gates for the main attacking force The defenders could be therefore disorgan-ised and eventually surrender almost without a fight That was the case in Medina del Campo in 1441 where the king Juan II of Castile and the consta-ble Aacutelvaro de Luna were positioned with their army Whether because of treachery or negligence the defendersrsquo sentries did not see the attack of the troops of Juan II of Navarre that overcame the walls and entered the town Surprised both Juan II of Castile and Aacutelvaro de Luna attempted to organ-ize a last-minute defense For that purpose the Castilian king deployed his troops at the main square of San Antoliacuten with the constable fighting along the streets In the end after being overwhelmed by the Navarrese king the Castilian monarch surrendered and the constable was forced into flight19

16 Croacutenica del rey Juan II de Castilla Minoriacutea y primeros antildeos de reinado p 47217 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo vol C p 165-618 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna p 191-719 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 417-9 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo vol II p

586 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna p 153

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 131

Urban warfare in 15th-centUry castile

Nonetheless on most occasions some degree of organised resistance could be met throughout the stormed townrsquos streets The defenders would try to launch counter-attacks aimed at recovering lost strategic points in order to regain the control of the town while stopping the en-emy from receiving reinforcements These points could be either the city gates or wall towers In 1430 the Castilians entered the Navarrese town of Laguardia by surprise climbing the walls at night opening the gates and taking control of a strongly fortified church close to one of the townrsquos gates When the alarm sounded the defenders tried in vain to take control of the city gate in order to stop more Castilians from entering20 The defenders could also lay out barricades ndashas it also hap-pened during factional struggles between local lineagesndash to use them as tactical strongpoints from where attacks could be launched and street fight could be organised and performed An example of this practice is attested in a letter written by Rodrigo Manrique to Juan II describing the conquest of the Granadan town of Hueacutescar in 1434 The surprised Muslim defenders managed to set up a line of barricades forcing the Christians to house-by-house combat drilling holes through house walls to advance under cover and thereby avoiding the streets In addition the Muslims used the height of the alcaacutezar (castle) and the wall towers to harass the attackers Controlling those towers proved to be vital es-pecially when the Muslim reinforcements coming from Baza appeared As the town gates were under Christian control the newly arrived Mus-lims put ladders to climb the wall sections still under Granadan control and therefore entered the town In the end the position was kept in Christian hands thanks to the various Castilian counterattacks and the eventual arrival of the relief army led by the future count of Alba which came in support of Manrique21

The improvised defence based on the setting up of barricades and street fighting could be very effective at least until the assailants could come up with the right countermeasure In 1482 during the operation that started the War of Granada (1482-1492) the Castilians took the al-caacutezar of the Granadan town of Alhama by night escalade The surprise attack prompted the Muslim defenders to set up barricades defended by crossbowmen and espingarderos in the streets around the castle blocking the manoeuvres of the Christians and cornering them inside

20 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 182-521 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 164-6 Letter 166-74

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143132

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

the fortification The fortress could only be left using the castle gate that led to the streets which were continuously harassed by Muslim shoot-ers deployed both at the barricades and on the rooftops Some Castilian knights and squires tried to overcome this formidable encirclement by launching an assault from the gates of the alcaacutezar but they soon found their death in those narrow streets at the hands of Muslims bolts and bullets In that desperate situation the Castilian tactical choice was to perform simultaneous attacks charging at the same time from the castle gate the rooftops the castle wall which led from the fortress to the city and from a hole that Castilians bored at the fortress wall that led to the streets The Muslims were thus forced into flight seeking refuge in the mosque When the Christians set fire to the doors of the mosque the defenders finally surrendered the town passed to Castilian hands and the War of Granada started22

Occasionally defenders were able to recover the initiative thereby turning from static defenders into attackers This happened at Atienza Aacutelvaro de Lunarsquos troops were repeatedly attacked in order to thwart their attempt to take control of strategic positions of the arrabal which would have enabled an easier assault to the town walls Most of the fighting in fact took place around the church which the constable intended to turn into a strong place with stockades and barricades23 A more innova-tive counterattack took place in Laguardia where the besieged Navar-rese defenders cornered at the townrsquos castle took advantage of a truce to excavate a mine from the fortress itself onto the main square where the Castilian besiegers where deployed The Navarrese established a predetermined time for a simultaneous sally from both the castle and the mine in order to take back the gates and the towers Nevertheless the manoeuvre was a failure as Castilians manage to repel the attacks and even organise a counter-attack In the end the Navarrese had to abandon the position and left the town for the Castilians24 Despite the recent example of Laguardia having the initiative in street fighting had some advantages more so if the defenders had a fortified position that dominated the town This disposition enabled the defenders to control enemy movement and reveal vulnerabilities that could be attacked At San Vicente de la Sonsierra the victorious Castilians once they had tak-

22 PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos pp 5-1323 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna pp 190-724 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 211-3

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 133

Urban warfare in 15th-centUry castile

en the walls focused on the pillaging of the town in complete disorder The Navarrese garrison that was cooped up in the castle saw a window of opportunity and attacked one of the Castilians parties led by Goacutemez Gonzaacutelez de Butroacuten Butroacutenrsquos father Gonzalo Goacutemez de Butroacuten ndasha prom-inent Basque hidalgo- tried to rescue his son but the attempt ended with the father dead and the son being captured by the men from the garrison When additional Castilian reinforcements arrived to the place the Navarrese ran back to the safety of the keep That precise exploit led the Navarrese to victory as the assailant party had to leave the siege25

Whatever the case after the assault and the street fight if the attack-ers emerged victorious they still could be confronted with a final ob-stacle in the cityrsquos castle Laying siege to urban fortifications was the natural evolution of street fights derived from assaults regardless of whether they were by surprise or not For example the urban combats of Antequera in 1410 and Laguardia in 1430 had the siege of their castles as a culmination26 Chronicles unfortunately provide sparse details re-garding how these intra-urban sieges were carried out This prompts me to extrapolate some examples from the War of the Castilian Succession (1475-1479) a civil strife for the throne that confronted the supporters of Isabel the Catholic ndashand his husband Fernandondash and those of Juana ldquola Beltranejardquo the latter receiving Portuguese military support27 This conflict is garnished with far greater detail regarding this issue due to the importance that urban combat in the form of siege of intra-urban fortifications had in the outcome of the conflict28

In this final phase of medieval urban combat fighting was guided by patterns that respond to the dynamics of what we would call position-al warfare Both sides focused on securing key strategic buildings which ensured control of the town These essential constructions were normal-ly easily defendable solid stone structures of which the alcaacutezar was the most important29 The castle was not only the best fortified place within the city walls but also the logical last place of defence the ultimate bas-

25 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 165-626 Croacutenica del rey Juan II p 472 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 211-327 See SUAacuteREZ Los Reyes Catoacutelicos La conquista del Trono28 A more extensive analysis of urban warfare during the War of the Castilian Succession

can be found in ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medievalrdquo pp 277-8829 Rodriacuteguez Casillas has usefully pointed out the importance of these buildings with

abundant examples from wars and violence in which they had become key stron-gholds RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre pp 171-8

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143134

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

tion where the defenders would retire after the rest of the positions had fallen For that reason during the War of the Castilian Succession urban combat at Burgos Zamora Madrid Ucleacutes Toro or Castronuntildeo among many other cities and towns involved the siege of their respective castles

For the defenders relying only on the castlersquos resistance capabili-ties was nothing but a vain hope There was an evident necessity to hold additional positions surrounding the fortress in order to pre-vent the attackers to effectively lay siege to the alcaacutezar For that rea-son once the enemy host had entered the city resistance gravitated around strong points within the walls ndashusually churches or less often housesndash Churches were in fact excellent defensive positions because of their sheer masonry Those that were near the fortresses were pre-ferred options for they could hinder the siege of the castle as both buildings could support each other In 1475 during the Isabellan at-tempt to recover the cityrsquos castle of Burgos from Juanarsquos supporters the chapel of Santa Mariacutea la Blanca proved to be vital to both sides The Croacutenica Incompleta de los Reyes Catoacutelicos describes how the chap-el was very strong and lsquofully supplied had good men and a large moat aroundrsquo and lsquoprevented the siege positions to come closer to the for-tressrsquo In other words the temple and the castle were supporting each other so taking Santa Mariacutea la Blanca was necessary in order to reach the castle as Fernando the Catholic failed attempt to take both posi-tions at the same time proved30

The aforementioned example illustrates the effectiveness of a de-fense based on the combination and mutual support between the main fortress and lesser nearby defendable positions There were occasions however when this support could be a double-edged sword If one of these positions fell it would promptly become a platform from where the assailants would launch new attacks to the main fortress with far greater danger which is what ultimately happened in Burgos Once the supporting chapel had been taken the siege on the fortress became much easier allowing the besiegers to perform mines and bombard the castle walls from closer range which maximized the impact31 A similar situation happened in Zamora also in 1475 where the city was under

30 PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos tomo I pp 150-1 PALENCIA Croacutenica de Enri-que IV tomo II pp 229-30 Croacutenica incompleta de los Reyes Catoacutelicos pp 256-7

31 VALERA Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos p 39 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II p 230

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 135

Urban warfare in 15th-centUry castile

Juanarsquos supporters control and had a Portuguese garrison Fernando the Catholic knew that the keeper of the fortified bridge leading to the main gate of the city would let him in so he hurried to exploit the situation Once the Isabellan assailants took over the gates the defending Portu-guese sought shelter in the fortress the Cathedral and a house nearby It seems that the choice was not arbitrary as the house served to protect the temple which in turn protected the castle The attackers were sys-tematic they went first for the house until it was knocked down which made the attack on the cathedral easier Its last defenders held the tow-er until they fled to the castle ndashthe last surviving Portuguese positionndash through a wicket32 Immediately the temple was used by the Isabellan party to harass the fortress deploying crossbowmen and espingarderos at the cathedralrsquos tower33

Generally defenders tended to systematically retreat to the next defensive position This as Rodriacuteguez Casillas has pointed out was an application of the lsquoobsidional reflexrsquo to urban combat34 However this strategy was far from static Just like when a stronghold was be-ing besieged defending implied carrying out sallies aimed at improving their defensive position and wearing down the morale and resources of the besieger army This is well exemplified at Burgos or at the siege of Laguardiarsquos castle in 1430 mentioned above35

So far I have been focusing on defensive strategies with little at-tention to the offensive ones the tactics used by attackers to offset the lsquoobsidional reflexrsquo of their opponents The truth is that when defenders closed themselves into formidable defensive positions attackers could do little else but to patiently lay them siege using conventional mech-anisms If possible or necessary advanced enemy positions could be assaulted thereby attempting to reduce the strength of the defensive network and facilitate the siege of further positions

32 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 168-9 VALERA Croacutenica de los Reyes pp 49-50 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 248-9 267-8 According to Fernando del Pulgar the defenders sued for mercy giving up the fight PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 169-72

33 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 267-834 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangrerdquo p 4735 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 150-1 165-6

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143136

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

At Burgos as mentioned before there was an initial attempt to lay siege both to the church and the castle at the same time but this proved inefficient Hence all efforts were placed on taking the chapel until it fell In general laying siege to an intra-urban castle could last an inde-terminate amount of time and besiegers often focused on the progres-sive erosion of enemy defences and isolating the defenders from food and water provisions Often this required extra-mural encirclements of fortresses and the establishment of siege positions within the city to ensure that defenders could not communicate with the outside andor receive reinforcements In the Isabellan sieges of Ucleacutes (1476) and Cas-tronuntildeorsquos (1477) city castles ndashheld by Portuguese and Juanarsquos support-ers- barricades were set up between the fortress and the city itself36 Sometimes however more durable constructions were employed as oc-curred at Zamora and at Madrid ndashthe latter was under the control of the Juanist marquis of Villena and in 1476 was attacked by the duke of the Infantado In both occasions actual walls were erected in the streets that led to the castles as a sort of contravallation Regarding the fortification work made in Madrid the chronicler Fernando del Pulgar states that the wall lsquowas so large and wide that the people in the fortress if assisted by outside armies could still not enter the town or vice-versa unless they went through the gates which the duke had garrisonedrsquo37

3 Common characteristics of urban warfare in 15th-cen-tury Castile

The two categories described above contain some common features which help to present a more precise picture of the nature of urban war-fare in 15th century Castile The most evident characteristic is the limita-tions that a built and inhabited environment imposed on tactics For one houses constituted important barriers which often protected the flanks and thus reduced combat space On the other hand unlike pitched en-gagements urban warfare was potentially three-dimensional as dan-gers could come not only from the front but also from above and even from below as the mentioned example of the mine in Laguardia exem-plifies Windows and rooftops provided excellent platforms for shooting and throwing objects to the enemy In 1485 during the War of Granada

36 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 255-6 29837 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo I pp 172-3 229

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 137

Urban warfare in 15th-centUry castile

the Castilians performed a failed assault attempt to the town of Coiacuten and the Muslim defenders withdrew until they had reached a square Mean-while the Castilian attackers advanced under a rain of stones and tiles from the windows and rooftops38

These dangers made advancing under cover an indispensable pre-req-uisite for moving through streets something which was illustrated in the combats at Seville and Hueacutescar Commanders had another tactical toolkit at their disposal fire Flames burned everything in their path in cities where most buildings were made of wood They could be used to open routes through the city or to destroy enemy defensive positions as shown by Hurtado de Mendozas mens the failed attemp to burn down the houses in Cuenca located adjacent to Lope de Barrientos barricades Fire was unavoidable when sieging urban fortifications once the de-fenders had retreated to the castle The first tactic used by the defending garrison was the burning of the houses adjacent to the fortress This was done by the local Muslims during their retreat into the alcaacutezar at Antequera in 141039 Another example can be found in Madrid in 1476 The duke of the Infantado after fighting at the gate of Guadalajara and entering the city managed to force the marquis of Villenarsquos men back to the alcaacutezar but lsquothe castellan [alcaide] set fire to all the houses near the fortressrsquo40 In the aforementioned 1475 attack on Burgos a similar action took place The defenders who held the castle made sallies to burn down several houses ndashthe chronicler Fernando del Pulgar counted 300 burned housesndash in the calle de las Armas a street close to the access path of the strategic church of Santa Mariacutea la Blanca41

Indeed burning the houses and buildings located near fortresses was commonplace primarily for three reasons to destroy indefensible po-sitions to deny the assailant the possibility of cover and because of the tactical need to create a clear shooting range for the defenders If this destruction was not fulfilled in advance the enemy could make use of the buildings to facilitate the approach which happened in Atienza in 1446 There the defenders only set fire to houses adjacent to the walls but the rest of the suburb was left standing Nevertheless in this particu-

38 PULGAR Croacutenica de los Reyes tomo II p 15839 Croacutenica del rey Juan II pp 467-7240 VALERA Croacutenica de los Reyes p 8041 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 229-31 PULGAR Croacutenica de los Reyes

tomo I p 150

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143138

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

lar occasion according to the chronicle of Aacutelvaro de Luna the defenders followed a plan When the army of Juan II of Castile and Aacutelvaro de Luna arrived they would comfortably settle in the emptied neighbourhood The defensive plan was then to proceed to bombard the unsuspecting royal army with trebuchets set up at the hilltop the highest part of the town In a flagrant display of optimistic miscalculation the master en-gineer had guaranteed that eight days of bombardment would level the suburb The houses however stubbornly maintained their verticality enabling the forces of Luna to approach the wall using the residences to maintain cover while shooting to the defenders with darts shot from makeshift arrowslits drilled into the housesrsquo walls42

Large-scale combats such as those in the War of the Castilian Suc-cession often led to intra-urban sieges Fighting did not resemble street-combat and mainly revolved around the control of key strong points Yet actual manoeuvres and tactics employed when laying siege to urban fortifications were similar to those employed in almost every other intra-urban assault of the period as the average objective was to control and secure a densely inhabited and constructed area In that regard churches were by definition architectural strongholds Their stout masonry and tall towers provided vertical control and a vantage point over surrounding streets Examples of this were the church of San Marcos in Seville and also the church of San Pedro at Cuenca which Hurtado de Mendozarsquos castle garrison had attempted in vain to take us-ing ladders43 Even when genuine street-fighting happened combat re-volved around barricades which operated as a sort of temporary strong points Therefore it can be said that positional warfare was a common feature of urban combat in both of the categories presented

The outcome of urban warfare was commonly affected by factors such as the size of opposing forces and the arrival of reinforcements This latter factor was closely conditioned by the control of the access to the city Whoever held the gates could effectively prevent the ene-my from receiving reinforcements while facilitating the arrival of allies Such a constrained battlefield the medieval city was that this could be the difference between victory and defeat44

42 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna pp 186-9043 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 513-6 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 662-344 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangrerdquo pp 40-1 ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medie-

valrdquo p 280

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 139

Urban warfare in 15th-centUry castile

Naturally the presence of buildings entailed enormous coordination challenges far beyond what could be found within an open battlefield Narrow and sometimes labyrinthine medieval streets forced the consta-ble Miguel Lucas de Iranzo Iranzo to divide his forces ndashwhich his own chronicle number at 3300 menndash between six streets during an urban combat at Jaeacuten in 146745 The downside is that this partition made it diffi-cult to assist the forces in other streets I have already mentioned that at San Vicente de Sonsierra once the defenders had retreated to the castle they sallied upon one of the groups returning behind the safety of the keep before the attackers could pounce on them in greater numbers46

This made the use of reserve forces vital as the bishop Lope de Barri-entos understood and applied in Cuencarsquos second urban combat in 1449 He located thirty men in the main square for rapid deployment against wherever this was needed47 In addition to reserve units given the pro-pensity of urban warfare to splinter into small fronts it was the subordi-nate command structure which carried most of the tactical brunt Dur-ing the second day of riots at Toledo in 1467 a dyer led a group to drill a hole in a house wall from which a bombard could be fired against the conversos that were attacking the cathedral48 This artisan did not hold a particularly respectable social position but he did have initiative in a situation of chaos and movement His idea was heard and then carried out dispersing the attacking conversos

The characteristics of urban warfare described rendered it extraor-dinarily dangerous According to the chroniclers Alonso de Palencia and Diego de Valera the veteran knight Luis de Perniacutea always tried to avoid fighting inside cities where lsquoeven the most miserable cow-ard could with a crossbow or an espingarda easily slay the greatest warriorrsquo Ironically Perniacutea died during an urban combat at Carmona in 1472 at the hands of a mere barber armed with an espingarda49

45 Hechos del Condestable Don Miguel Lucas de Iranzo pp 330-346 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 165-647 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero pp 513-6 ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo pp 662-348 MARTIacuteN Historia de la ciudad pp 1040-549 ldquoE luego Luys de Perniacutea como fuse cavallero muy esforccedilado e quisiese a gran priesa

socorrer a su valiacutea e como eacutel fuese el primero que yba hordenando su gente fue herido de vn espingarda de tal manera que de suacutepito murioacute El qual en muchas ba-tallas contra los moros con poca gente muchas vezes de gran muchedumbre se halloacute venccediledor con cuyo nonbre los enemigos algunas vezes se espantavan El qual sienpre aborresccedilioacute las batallas dentro de lugares e mucho contra su voluntad fue esta venida suya en Carmona Asiacute fueacute muerto este virtuoso y esforccedilado caballero por la mano de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143140

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

Although it is quite probable that the chroniclers endowed the death of the knight with a providentialist dimension the example described proves how in urban combat even the most experienced warrior could die at the hands of a fresh recruit50 In this role shooters were especially empowered as urban morphology favoured greatly projec-tile weapons The espingardas even the artillery saw their general lack of precision greatly compensated in urban warfare where men-at-arms fought packed in a cramped space Perniacutea was not the only vic-tim to their fire during the assault to Santa Mariacutea la Blanca in Burgos in 1475 two of Fernando the Catholicsrsquo most loyal knights were shot down by espingarda bullets which pierced their armour51 The morta-lity of this weapons used in those narrow quarters was also proved in the aforementioned example of Alhama in 1482 where gunfire caused significant casualties among the Castilian ranks It was after all John France who claimed that lsquostreet-fighting was just as costly in the Mid-dle Ages as at Stalingradrsquo52

In conclusion urban warfare was not altogether that different from standard medieval military praxis because the key objective was spa-tial or territorial control In the case of cities this meant holding strong points like gates churches or castles Nonetheless in 15th-century Cas-tile urban warfare did have its own peculiarities as tactics had to adapt to the narrow and deadly battlefields Coordination was difficult and advancing under cover imperative Likewise barricades were laid out in the streets and advanced outposts were established while house-to-house combat was usual These specific features of modern urban war-fare were there already in pre-industrial conflicts As happens in the contemporary world blood also ran through medieval streets turning cities into battlefields

un barbero manccedilebo en el mes de abril del antildeo del nasccedilimiento de Nuestro Redentor de mil e quatroccedilientos e setenta y dos antildeosrdquo PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 57-8 VALERA Memorial p 211

50 Malcolm Vale wrote that in the 15th-century ldquothe risk of death at the hands of a lsquocowardlyrsquo plebeian crossbowman was merely augmented by that of death by gunfi-rerdquo VALE ldquoNew Techniques and Old Ideasrdquo p 64

51 PALENCIA Croacutenica de Enrique IV tomo II pp 229-3052 FRANCE Western warfare in the age of crusaders p 109

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 141

Urban warfare in 15th-centUry castile

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Pedro CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II ed Juan de Mata Carriazo Universidad de Granada Granada 2006

Croacutenica Anoacutenima de Enrique IV de Castilla 1454-1474 ed Mariacutea Pilar Saacutenchez-Parra Ediciones de la Torre Madrid 1991

Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna condestable de Castilla maestre de Santi-ago ed Juan de Mata Espasa-Calpe Madrid 1940

ldquoCroacutenica de Juan IIrdquo Croacutenicas de los Reyes de Castilla Cayetano Rosell (ed) Atlas Madrid 1953

Croacutenica del rey Juan II de Castilla Minoriacutea y primeros antildeos de reinado (1406-1420) ed Michel Garciacutea Universidad de Salamanca Salamanca 2017

Croacutenica incompleta de los Reyes Catoacutelicos ed Julio Puyol Academia de la Historia Madrid 1934

Lope GARCIacuteA DE SALAZAR Libro de las buenas andanccedilas e fortunas que fizo Lope Garciacutea de Salazar Mariacutea Consuelo Villacorta (ed) UPVEHU Bilbao 2015

Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA ldquoCroacutenica de Juan II de Castillardquo Colec-cioacuten de documentos ineacuteditos para la historia de Espantildea vols XICX y C ed Antonio Paz y Meliaacute Madrid 1891

Hechos del Condestable Don Miguel Lucas de Iranzo ed Juan de Mata Universidad de Granada Granada 2009

Historia de los hechos del Marqueacutes de Caacutediz ed Juan Luis Carriazo Uni-versidad de Granada Granada 2003

Pedro LOPEZ DE AYALA Croacutenicas ed Joseacute Luis Martiacuten Planeta Barce-lona 1991

Alonso de PALENCIA Croacutenica de Enrique IV ed Antonio Paz y Meliaacute Atlas Madrid 1973

Fernando del PULGAR Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos ed Juan de Mata Carriazo Universidad de Granada Granada 2008

Diego de VALERA Croacutenica de los Reyes Catoacutelicos ed Juan de Mata Carri-azo Revista de Filologiacutea Espantildeola Madrid 1927

Diego de VALERA Memorial de Diversas Hazantildeas ed Juan de Mata Car-riazo Espasa-Calpe Madrid 1941

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143142

Ekaitz EtxEbErria GallastEGi

2 Bibliografiacutea

Sabino AGUIRRE Las dos primeras croacutenicas de Vizcaya Caja de Ahorros de Vizcaya Bilbao 1986

Ekaitz ETXEBERRIA ldquoLa ciudad medieval como campo de batalla el combate urbano en la guerra de Sucesioacuten Castellana (1475-1479)rdquo Clio amp Crimen Revista del Centro de Historia del Crimen de Durango 12 (2015) pp 277-88

Ekaitz ETXEBERRIA ldquoGuerras privadas y linajes urbanos violencia ban-deriza en el Bilbao bajomedievalrdquo Roda da Fortuna Revista Eletrocircni-ca sobre Antiguidade e Medievo 21-1(2015) pp 78-97

John FRANCE Western warfare in the age of crusaders 1000-1300 Cor-nell University Press New York 1999

Joseacute Antonio JARA ldquoEl conflicto en la ciudad Violencia poliacutetica en la Castilla urbana del siglo XVrdquo La violencia en la sociedad medieval Esther Loacutepez Ojeda (coord) Instituto de Estudios Riojanos Logrontildeo 2019 pp 85-115

John LEE ldquoGuerra urbana en el mundo griego claacutesicordquo El arte de la guer-ra en el mundo antiguo de las guerras persas a la caiacuteda de Roma Vic-tor Davis Hanson (coord) Criacutetica Barcelona 2012 pp 139-63

Antonio MARTIacuteN Historia de la ciudad de Toledo sus claros varones y monumentos Imprenta de Severiano Loacutepez Fando Toledo 1862

Manuel Aacutengel MARTIacuteN ldquoEl combate urbano en la Baja Edad Media el duque de Medina Sidonia contra el marqueacutes de Caacutediz por el dominio de Sevillardquo Roda da Fortuna 1 (2015) pp 53-77

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS A fuego e sangre La Guerra de Sucesioacuten entre Isabel la Catoacutelica y Dontildea Juana en Extremadura (1475-1479) Ed-itora Regional de Extremadura Meacuterida 2013

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoCorrioacute la sangre por las calles Ciudad y guerra urbana a finales del siglo XV el caso de Extremadurardquo Re-vista Roda da Fortuna 1 (2015) pp 33-52

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS La guerra en el marco de la Extremadu-ra del periacuteodo Trastaacutemara (1369-1504) PhD dissertation Universidad de Extremadura 2019

Luis SUAacuteREZ Los Reyes Catoacutelicos La conquista del Trono Rialp Madrid 1989

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 125-143 143

Urban warfare in 15th-centUry castile

Malcom VALE ldquoNew Techniques and Old Ideas The Impact of Artillery on War and Chivalry at the End of the Hundred Years Warrdquo War Literature and Politics in the Late Middle Ages Essays in Honor of G W Coopland Liverpool University Press Liverpool 1975 pp 57-72

Fecha de recepcioacuten 11-11-2019

Fecha de aceptacioacuten 13-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 145

La Banda Gallega y el castillo de Las Cumbres Control estrateacutegico del

territorio histoacuterico espacio y frontera en el limes septentrional del alfoz

sevillano en la Baja Edad Media

The Galician Band and the Castle of Las Cumbres Strategic Control of the Historical Territory Space and Frontier in the Northern limes of the Sevillian

alfoz in the Late Middle Ages

Juan Joseacute Fondevilla AparicioConsejeriacutea de Cultura y Patrimonio Histoacuterico Junta de Andaluciacutea

Resumen

El liacutemite noroccidental del alfoz de Sevilla conformaba en la Baja Edad Me-dia un espacio de frontera una encrucijada de demarcaciones que deslindaba aacutembitos exteriores e interiores al reino de Castilla y Leoacuten en cuya conquista y

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico jjfondgmailcom Jefe del Departamento de Conservacioacuten del Pa-trimonio Histoacuterico Delegacioacuten Territorial en Huelva de la Consejeriacutea de Cultura y Pa-trimonio Histoacuterico Avda de Alemania 1 bis 21001ndash Huelva El presente artiacuteculo sus-crito como investigador adscrito al Grupo de Investigacioacuten HUM-799 ldquoEstrategias de Conocimiento Patrimonialrdquo se enmarca dentro del Proyecto I+D+i (HAR2016-78113-R) financiado por el Ministerio de Economiacutea y Competitividad para el periacuteodo 2017-2019 ldquoTutela Sostenible del Patrimonio Cultural a traveacutes de modelos digitales BIM y SIG Contribucioacuten al conocimiento e innovacioacuten socialrdquo cuyo investigador principal es D Francisco Pinto Puerto El trabajo se ha realizado dentro de las investigaciones lleva-das a cabo en el contexto de la Tesis Doctoral dirigida por D Antonio Luis Ampliato Briones Catedraacutetico del Departamento de Expresioacuten Graacutefica Arquitectoacutenica de la Es-cuela Teacutecnica Superior de Arquitectura de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192146

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

repoblacioacuten participaron muy activamente las oacuterdenes militares en su apoyo en lanzas a los reinos cristianos peninsulares La ereccioacuten de la fortaleza de Las Cumbres resultoacute determinante en la estrategia de reforzamiento de la red de defensas pasivas que dispuso el concejo hispalense resultando esencial para la vertebracioacuten territorial de este limes demarcatorio Los estudios de interconec-tividad visual y de transitabilidad del territorio histoacuterico derivados del anaacutelisis geoespacial multivariante implementados a traveacutes de SIG permitieron antildeadir un nuevo enfoque a las teoriacuteas historiograacuteficas que habiacutean abordado la loacutegica de su implantacioacuten territorial en el contexto del resto de fortalezas de la Banda Gallega avalando algunos de sus predicados

Palabras clave

Fortificacioacuten del territorio Alfoz de Sevilla en la Baja Edad Media Anaacutelisis geoespacial Cuenca visual e Interconectividad visual SIG

Abstract

The north-western limit of the kingdom of Seville in the Low Middle Ages con-stituted a frontier space a crossroads of demarcations that delimited external and internal areas of the Kingdom of Castile The military orders actively par-ticipated in the conquest and repopulation of these areas with their support to the peninsular Christian Kingdoms The construction of Las Cumbres castle was crucial in the reinforcement strategy of the network of passive defenses devel-oped by the council of Seville being essential for the territorial vertebration of this demarcatory limit Studies of visual imterconnectivity and trafficability of the historical territory implemented through GIS systems allowed to add a new approach to the historiographical theories that have conducted the foundation of their territorial implantation in the context of de Galician Band fortifications endorsing some of its predicates

Key-words

Fortification of the territory Kingdom of Seville in the Low Middle Age Geospa-tial analysis Viewshed and Intervisivility GIS

1 La conquista del territorio y la definicioacuten de las fron-teras septentrionales del alfoz sevillano

ldquoFerrando de Medina veinte e quatro desta dicha ccedilibdad e alcayde del

castillo e fortaleza desta dicha villa nos dixo que por la dicha ccedilibdad le

fue dado poder y mandado que para la guarda e defensa de la dicha for-

taleza por cabsa de los movimientos e guerra que habiacutea la dicha ccedilibdad

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 147

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

eacutel tomase la gente que entendiese menester de los veccedilinos desa dicha

villahellippues que ellos quedaban al serviccedilio de la dicha ccedilibdad en la dicha

fortalezahellipguardaacutendola e velaacutendola de noche e de diacuteardquo(Archivo Muni-

cipal de Sevilla [AMS] sec 15 Papeles del Mayordomazgo carp58)

El siglo XIII supone la consecucioacuten por los reinos cristianos peninsu-lares de su principal objetivo poliacutetico la expansioacuten territorial frente al islam andalusiacute a traveacutes de la conquista militar de sus dominios1 fijando definitivamente la frontera con el reino nazariacute La guerra sostenida des-de el s XI supuso la superacioacuten de las sucesivas marcas defensivas hasta el definitivo avance sobre al-Andalus que se ultimoacute taacutecitamente con el reinado de Fernando III de Castilla a cuya muerte todo eacutel apareciacutea bajo su dominio directo o vasallaacutetico Surge entonces la necesidad de des-lindar el aacutembito jurisdiccional de las respectivas coronas peninsulares iniciaacutendose la definicioacuten de limes demarcatorios o rayas que persiguen la acotacioacuten del poder regio en su proceso de diferenciacioacuten poliacutetica y administrativa que avanza hacia el asentamiento progresivo de un es-tatus regni frente al poder sentildeorial [Figura 1]2

Figura 1 Mapa descriptivo en el que se grafiacutean las distintas fronteras y aacutembitos

territoriales representando la permeabilidad desde la Raya lusa a traveacutes de los

llanos del Chanza y de la ribera del Muacutertiga con ubicacioacuten de los principales

castillos y fortalezas

1 LADERO ldquoSobre la evolucioacuten de las fronterasrdquo p 52 Todas las fotografiacuteas e ilustraciones corresponden en lo referente a su autoriacutea al in-

vestigador Juan Joseacute Fondevilla Aparicio

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192148

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

La demarcacioacuten occidental de Sierra Morena seraacute el aacutembito de con-fluencia de las vanguardias lusas y castellanas3 que contaraacuten con el apoyo en armas de diversas oacuterdenes militares en esta empresa cruzada La unificacioacuten de las coronas castellana y leonesa en 1230 bajo el reina-do de Fernando III detuvo la expansioacuten de Leoacuten hacia el sur a la altura de las demarcaciones de Fregenal Jerez de los Caballeros y Calera de Leoacuten ndash Tentudiacutea4 Esta expansioacuten siguioacute la direccioacuten de avance esbo-zada en el tratado de Sahaguacuten suscrito por Fernando II de Leoacuten y su hermano Sancho III de Castilla en 1158 que asignaba a Leoacuten los territo-rios de conquista ubicados al Oeste del Guadalquivir

La caiacuteda temprana e inesperada de Coacuterdoba en 1236 supone una conmocioacuten en al-Andalus evidenciando la descohesioacuten interna del im-perio almohade que perdiacutea asiacute la antigua capital del califato Omeya Esta caiacuteda abriacutea a Fernando III la senda del Guadalquivir para la con-quista de la capital hispalense y de toda la Andaluciacutea beacutetica Portugal siguiendo esa misma loacutegica geograacutefica pareciacutea llamada a llenar el vaciacuteo entre el Guadiana y el Guadalquivir tras desplazar Castilla sus tropas hacia la cabecera de este uacuteltimo valle5 cediendo a Portugal la iniciativa de conquista de la demarcacioacuten suroccidental del Gharb al-Andalus

11 La penetracioacuten lusa hasta Aracena y Torres

La conquista del Algarve Occidental por el reino de Portugal entre 1240 y 1250 se vio precedida de la toma entre 1238 y 1239 por caballeros de la Orden de Santiago de los relevantes enclaves andalusiacutees de Meacuterto-la Afayar de la Penna (identificada con el enclave del actual santuario de la Virgen de la Pentildea de Puebla de Guzmaacuten) y maacutes al sur de la plaza de Ayamonte estas uacuteltimas ubicadas maacutes allaacute del Guadiana Tales incursio-nes lusas hacia tierras andevalentildeas asiacute como el avance hacia el Odiel en sus demarcaciones meridionales terminoacute por fracturar en dos mitades la integridad territorial del reino musulmaacuten de Niebla6 que de esa manera veiacutea dificultada su defensa frente al ya incontenible impulso expansivo cristiano al que sucumbiriacutea en vasallaje tras la toma de Isbīliya en 12487

3 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 214 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos inicios de la repoblacioacuten de la Sierra de Huelvardquo p 365 5 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 366 CARRIAZO ldquoFronteras y fortificacionesrdquo p 74 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de

Nieblardquo p 1007 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Sevillardquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 149

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

antes de su definitiva conquista por Alfonso X en 1262 Tal vez esa ma-yor progresioacuten del avance portugueacutes en las demarcaciones del Sudoeste peninsular punzonando activamente los liacutemites de Gharb al-Andalus de-cantasen finalmente el posicionamiento de aproximacioacuten de Ibn Mahmiddot fumiddotz hacia la influencia castellana sustanciado en una doble viacutea el vasallaje del reacutegulo iliplense8 y la presunta cesioacuten de derechos referidos a la so-beraniacutea del Algarbe en favor del entonces infante Alfonso de Castilla9 asunto trascendente en el contexto de la ldquoCuestioacuten del Algarberdquo En tal contexto las uacuteltimas investigaciones referentes al anaacutelisis de las fuentes aacuterabes han permitido constatar la conquista de Tejada (Tmiddotalyatmiddot a) de ma-nos de Ibn Kumasa en 124610 seguacuten refiere de forma indirecta Ibn Jaldun tras mencionar la caiacuteda de Coacuterdoba pasando a acrecentar los dominios de Fernando III en esa fecha cierta

Esta operacioacuten de cerco de los territorios andalusiacutees habiacutea de iniciar-se en estas demarcaciones con la toma de Serpa y Moura en 1230-33 a manos de Alfonso Peres Farinha maestre mayor de la Orden del Hospi-tal11 tras la cual los freires surcaron los llanos del Chanza para avanzar hacia Aroche y Aracena enclaves ambos que se suceden en continui-dad a lo largo la antigua calzada romana que uniacutea Beja con Sevilla y su prolongacioacuten islaacutemica hasta Aracena Esta viacutea representaba un acceso franco propiciado por la topografiacutea facilitando la conquista de este te-rritorio histoacuterico y su posterior cesioacuten a la corona de Portugal [Figura 2]

La fecha de 1250-51 para la conquista de Aroche y Aracena fue sos-tenida como cierta por algunos autores12 mientras que otros abogaban por una conquista temprana de Aracena a manos de la orden militar hospitalaria bajo el reinado de Sancho II y su posterior cesioacuten a Alfonso III tras su acceso a la corona lusa en 1248 Javier Peacuterez-Embid Wamba sentildeala como fecha maacutes probable de la toma de esta villa y castra la de 1230-123313 en la misma liacutenea que historiadores como Alexandre Her-culano o el propio Rodrigo Amador de los Riacuteos que ya apuntaban en esa direccioacuten

8 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAndaluciacutea en tiempos de Alfonso Xrdquo pp LVI-LVII9 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 9610 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Sevillardquo p 1911 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 38 AYALA ldquoAlfonso X el Algarve y Andaluciacuteardquo p 29812 PEacuteREZ-EMBID La frontera p 42 Gonzaacutelez Jimeacutenez ldquoHuelva tierra de fronterardquo pp

22-23 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLas relaciones entre Portugal y Castillardquo p 8 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 96

13 PEacuteREZ-EMBID WAMBA Aracena y su sierra p 23

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192150

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Los uacuteltimos trabajos arqueoloacutegicos llevados a cabo en la villa incas-tillada de Aracena han permitido arrojar luz sobre este debate histo-riograacutefico14 El estudio del registro material y las dataciones radiocar-boacutenicas efectuadas establecen una fecha central en torno a 1240 (1240 plusmn 35 d C) evidenciada en el anaacutelisis de la unidad estratigraacutefica UE 116 compuesta por cenizas con carbones y maderas correspondiente a un estrato de amortizacioacuten de una edificacioacuten residencial andalusiacute asocia-da muy probablemente al arrasamiento del enclave almohade durante la conquista militar cristiana previo a la ereccioacuten de la edificacioacuten cas-tramental que realizariacutea posteriormente la orden hospitalaria15

La hipoacutetesis de una conquista que habriacutea de materializarse antes de 1248 se encuentra igualmente reforzada por la aparicioacuten en esa misma campantildea de excavaciones arqueoloacutegicas de una moneda de ideacutentica da-tacioacuten cronoloacutegica exhumada en el aacutembito de acceso a la fortificacioacuten un dinero de velloacuten de Sancho II de Portugal (1223-1248) acuntildeado en Lisboa A pesar de resultar cierto el hecho de la perduracioacuten de material numismaacutetico la ausencia de monedas del reinado de Alfonso III en el re-gistro arqueoloacutegico mueble16 refuerza su importancia como indicio para esa datacioacuten cronoloacutegica

14 CANTO et al ldquoEl hallazgo numismaacuteticordquo p 16415 ROMERO RIVERA y JIMEacuteNEZ ldquoCastillo de Aracenardquo p 10316 Ibidem

Figura 2 Mapa de avances de conquista de la Orden Militar Hospitalaria en su

apoyo en lanzas a la Corona de Portugal

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 151

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Otro indicio maacutes apunta en la misma direccioacuten que este estudio del registro material De eacutel existiacutean ya referencias bibliograacuteficas anteriores a las excavaciones referidas en el recinto fortificado de Aracena Se tra-ta de una inscripcioacuten existente en el monasterio de Marmelar en Vera Cruz aldea situada a unos diez kiloacutemetros al sureste de Portel conme-morativa de la finalizacioacuten de su construccioacuten en la que se refiere la toma de Aroche y Aracena por Peacuterez Farinha asiacute como su donacioacuten a Alfonso III de Portugal17 Esta informacioacuten refuerza la interpretacioacuten de una conquista anterior a la cesioacuten a Alfonso III y por lo tanto adscribible al reinado de Sancho II Capelo

Lo cierto es que tras la toma de Serpa y Moura villas ubicadas en la margen izquierda del Guadiana ldquolos portugueses no tuvieron obstaacutecu-los topograacuteficos para ocupar los llanos que llegan hasta Aroche puer-ta occidental de la Sierrardquo18 integrada en la antigua kurah de Beja19 y a continuacioacuten avanzar hacia Aracena muy probablemente la Qatmiddotrasana referida como cabecera de Iqlīm de la kurah de Isbīliya20

La conquista de este territorio histoacuterico a mediados del siglo XIII por la orden militar del Hospital de San Juan de Jerusaleacuten en su apoyo en

17 HERCULANO Histoacuteria de Portugal 1849 p 350 y ss FRUCTOS 2010 p 341 18 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 10519 HERNAacuteNDEZ ldquoLa Kura de Meacuterida en el siglo Xrdquo p 37020 PEacuteREZ MACIacuteAS ldquoLos distritos islaacutemicosrdquo p 58-59

Figura 3 Cuencas hidrograacuteficas en el aacutembito geograacutefico de las fortalezas de la

Banda Gallega

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192152

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

lanzas al reino de Portugal se materializoacute avanzando a lo largo de los pasos naturales definidos por el medio fiacutesico en las aacutereas septentrio-nales del liacutemite noroccidental de Sierra Morena Se trata de un aacutembito geograacutefico fuertemente marcado por el caraacutecter abrupto de su orogra-fiacutea con plegamientos de origen herciniano que dibujan una alineacioacuten de cordilleras en direccioacuten NO-SE Este dibujo facilita la accesibilidad territorial desde tierras alentejanas definiendo en esa direccioacuten valles profundos a lo largo de los cuales discurren sendos cauces fluviales tri-butarios del Guadiana hacia el oeste y del Guadalquivir hacia el este de estos dominios Estos mismos plegamientos constituyen una auteacutentica barrera fiacutesica que articula la transicioacuten entre la altiplanicie mesetentildea y el valle del Guadalquivir salvando una relevante diferencia de cota

La penetracioacuten territorial maacutes extrema de la corona lusa al este del Guadiana se encuentra jalonada en los extremos de sus dos frentes de incursioacuten por las fortificaciones fronteras de Aracena y Torres auteacuten-ticas puntas de lanza que evidenciaban la voluntad cierta de avance transversal hacia el interior de los dominios de Dar al-Islam que dibuja-ba una estrategia convergente con los intereses de Castilla y enfrentada a ellos destinada en uacuteltima instancia a la toma de la capital almohade

Las conquistas territoriales a lo largo de los llanos del Chanza y la ri-bera del Muacutertiga comportaron la necesidad de definir un programa cons-tructivo auspiciado por la corona portuguesa y materializado por la Or-den Hospitalaria cuyo destino fue el de afianzar y demarcar las tierras ganadas al islam andalusiacute garantizando la guarda de este territorio En la construccioacuten de sus fortalezas (Torres Aracena y muy probablemente una primera cerca y fortificacioacuten en Cortegana) se aparejan funciones de defensa pasiva de los enclaves y viacuteas de comunicacioacuten asiacute como ofensi-vas referentes a la capacidad de hostigamiento de las demarcaciones que en este encuadre geograacutefico se encontraban en proceso de fragua y conso-lidacioacuten21 estando las rayas y limes exteriores e interiores a los reinos ibeacute-ricos dotadas de amplia indefinicioacuten en este momento histoacuterico en el que primoacute maacutes la expansioacuten territorial que la delimitacioacuten de sus dominios

El caraacutecter de fortificacioacuten frontera de Torres es doble dado que lo fue tambieacuten frente al Gharb al-Andalus para tras la conquista cris-tiana del reino de Niebla pasar a amojonar la Raya lusa asegurando el control de la ribera del Muacutertiga siendo referido significativamente

21 FONDEVILLA ldquoLa villa encastillada de Aracenardquo p 137

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 153

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

en un documento de 1407 como ldquolinde y mojoacuten del teacutermino de Portu-galrdquo22 El de Torres es un recinto fortificado de reducidas dimensiones que debe su relevancia no a la escala de sus faacutebricas edilicias ni a la centralidad del poblamiento que acogiera al abrigo de sus murallas sino a su ubicacioacuten estrateacutegica erigieacutendose sobre una cresta rocosa que se eleva sobre un yermo a 4245 metros de altitud controlando visualmente la referida ribera del Muacutertiga de forma que ldquono se puede pasar ni venir de Portugal en muy gran trecho sin pasar entre dos sie-rras en medio de las quales estaacute este castillo que podraacute faacutecilmente con poca gente defender el pasordquo23

Una referencia indirecta obrante en un documento de 1311 permite situar la tenencia del castillo de Torres a comienzos del s XIV bajo los dominios de la Orden del Hospital de San Juan de Jerusaleacuten al referir coacutemo ldquoSabia Torres por termo de Moura e que sabia hi estar huum freire de Moura po lo Espitalrdquo24 avalando la amenaza cierta que tal posesioacuten suponiacutea sobre un posible avance portugueacutes siguiendo la ribera del Muacuter-tiga desde donde resultaba posible emprender una ruta de conquista hacia el conocido histoacutericamente como camino del arroyo del Finojal que partiacutea del actual municipio de Hinojales La construccioacuten de esta fortificacioacuten en el siglo XIII por caballeros portugueses de la orden mi-litar hospitalaria afianzoacute el territorio conquistado por Portugal en su expansioacuten territorial hacia el Este ldquofrenada en primera instancia por la topografiacutea y la resistencia armada de los musulmanes que habitaban el Norte de la actual provincia de Huelva y posteriormente por la reac-cioacuten diplomaacutetica de Castillardquo25

12 El avance de Castilla y Leoacuten y la definicioacuten de las fronteras

La conquista de este territorio histoacuterico se caracterizoacute por la apropia-cioacuten muacuteltiple del espacio en la que hubieron de participar muy activa-mente las oacuterdenes militares26 circunstancia que estaacute en el origen mismo del conflicto de intereses entre las coronas de Portugal y de Castilla que la historiografiacutea vino a denominar como ldquocuestioacuten del Algarberdquo Ambas

22 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 10023 AMS sec 13 s XVI tomo 10 nordm 22 1579 agosto10 en CASQUETE DE PRADO Los cas-

tillos de la Sierra Norte p 11424 GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionalesrdquo p 4525 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 9726 MACIacuteAS ldquoEl problema historiograacuteficordquo p 989

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192154

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

coronas llegaron a invocar ese territorio de confluencia en virtud de sendos derechos de conquista sobre un espacio difuso falto de deslinde preciso de sus respectivos aacutembitos jurisdiccionales de poder poliacutetico y de administracioacuten efectiva de los mismos

Fernando III primoacute la poliacutetica de expansioacuten territorial de Reconquis-ta centrando los esfuerzos en las estrategias de avance y consolidacioacuten de las conquistas militares frente al infiel impregnando el proceso de una loacutegica cruzada maacutes ligada a la fijacioacuten y combate de la Frontera exterior frente al islam andalusiacute que en la definicioacuten de demarcacio-nes interiores como la raya lusa que constituiacutea una frontera horizontal entre ambos reinos cristianos peninsulares que compartiacutean un mismo acervo cultural y contra el que no protagonizoacute hostilidades Solo tras la toma de la capital hispalense dirigiriacutea Fernando III su mirada hacia es-tas demarcaciones serranas en donde la iniciativa de conquista corrioacute a cargo de las oacuterdenes militares de Santiago y del Temple que contra-poniacutean su poder desde las estribaciones septentrionales al ya materiali-zado punzonamiento de la frontera occidental del Gharb al-Andalus que habiacutea protagonizado antildeos atraacutes la corona lusa de la mano de los freires hospitalarios

Pelay Peacuterez Correa maestre de la orden de Santiago ocupoacute en 1245 los uacuteltimos reductos almohades de Tudiacutea y Calera Montemoliacuten distan-te unos veinte kiloacutemetros de Reina que ya obraba en posesioacuten de la Orden por la donacioacuten de 1246 fue tomado por la fuerza hacia 1247 por los santiaguistas como refiere el propio Pelay Peacuterez Correa en un documento de 127427 plaza que seriacutea donada a la orden por Fernando III ampliando asiacute los dominios santiaguistas hasta la rivera de Buerva

Por su contribucioacuten a las conquistas castellanas en su avance hacia el bastioacuten de Sevilla la orden militar de Santiago obtendriacutea una amplia en-comienda en el liacutemite septentrional de las tierras de realengo integradas en el concejo sevillano conformaacutendose un vasto sentildeoriacuteo jurisdiccional que se extendiacutea a ambos lados de la Viacutea de la Plata hasta las posesiones de la orden de Alcaacutentara limitando a poniente en su extremo opuesto con la encomienda templaria y conformando la conocida como Provin-cia de Leoacuten En 1274 Segura de Leoacuten obtendriacutea el fuero de Sepuacutelveda deslindaacutendose de su cabecera de Montemoliacuten y erigieacutendose a mediados del s XIV en sede de la encomienda de Santiago perteneciendo eclesiaacutes-

27 AHN OOMM Ucleacutes 26311

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 155

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

ticamente estas tierras de la vicariacutea de Tentudiacutea bajo la jurisdiccioacuten del prior del Convento de San Marcos de Leoacuten28

Tras la conquista de Meacuterida y Badajoz el avance de las huestes co-mandadas por Alfonso IX hacia el estrateacutegico curso del Guadiana su-puso la incorporacioacuten de facto al reino de Leoacuten con el apoyo militar de freires templarios de relevantes plazas de la Baja Extremadura expan-dieacutendose a partir del enclave de Alconchel hacia las plazas de Xerez de Badaioz (hoy Jerez de los Caballeros) Frexenal (Fregenal de la Sierra) y Burgos (Burguillos del Cerro) que conformariacutean a la postre la maacutes am-plia encomienda templaria peninsular29

Hasta su extincioacuten por bula papal de Clemente V en 1312 que su-puso de facto la confiscacioacuten de sus bienes (intervenidos por la Corona antildeos antes de su disolucioacuten efectiva) la orden del Temple contribuyoacute de forma determinante a la organizacioacuten de los procesos repobladores y productivos en el aacutembito de su bailiacutea por encomienda de la Corona que les confiaba con ello la guarda y defensa de estas demarcaciones fronterizas [Figura 4]

Figura 4 Contexto jurisdiccional e impedancia a la transitabilidad entre las

fortalezas de la banda Gallega

28 DIacuteAZ ldquoEl legado arquitectoacutenicordquo p 6529 DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Extremadurardquo p 101

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192156

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Esta orden militar internacional surgida en Tierra Santa supo entre-tejer alianzas con las oligarquiacuteas nobiliarias afines a la autoridad regia e influir en la estructuracioacuten poliacutetica de las tierras ganadas al infiel ocu-pando un lugar central en los equilibrios inestables fraguados en el liacutemi-te noroccidental del concejo de Sevilla ejerciendo un continuo hostiga-miento pasivo sobre tal demarcacioacuten territorial traducida maacutes al norte con la incorporacioacuten a sus dominios de tierras de realengo adscritas en origen al concejo de Badajoz Asiacute un documento fechado el 10 de junio de 1284 refiere la contienda entre las oacuterdenes de Santiago y del Temple con el concejo de Badajoz que se saldoacute con la incorporacioacuten a eacutesta de Olivenza Taacutelifa y Villanueva (de Barcarrota)30

El reino de Sevilla en la Baja Edad Media conforma en su liacutemite noroc-cidental una auteacutentica encrucijada de fronteras interiores y exteriores al reino de Castilla resultantes del complejo entramado de conflictos po-liacuteticos y estrateacutegicos de cuyos equilibrios inestables surgiriacutean las trazas de tales demarcaciones de los aacutembitos jurisdiccionales de poder [Figura 4] Una vez estabilizada la Frontera por antonomasia la frontera frente al islam andalusiacute defendida por la Banda Morisca frente al reino nazariacute en el aacutembito noroccidental la Banda Gallega procuroacute la defensa pasiva frente a las incursiones provenientes del vecino reino de Portugal con el que permaneceriacutea latente una rivalidad permanente por el dominio de esos espacios rayanos Pero tambieacuten en el liacutemite septentrional de este alfoz surgiraacute un limes demarcatorio de elevada tensioacuten potencial entre las tierras de realengo afectas al concejo de Sevilla y las encomiendas templaria y santiaguista liacutemite ulterior en el que las pretensiones niacuteti-damente expansionistas de los freires supusieron una amenaza cierta para la integridad territorial del alfoz sevillano

Este escenario fractal que dibujaba varios frentes de conflicto astilla-dos por intereses contrapuestos contribuyoacute a la prevalencia geoestrateacute-gica de estos espacios de frontera sobre los que el concejo de Sevilla teniacutea encomendada por la Corona la defensa de su Tierra contexto en el que la ereccioacuten de sendas fortificaciones vino a apuntalar la estrategia de repo-blacioacuten de estos territorios y a mitigar cierta precariedad predicable en la guarda y control estrateacutegico de su demarcacioacuten septentrional

30 Archivo de la SI Catedral Metropolitana de Badajoz (BAC) secc Pergaminos Carp I nordm 10 en DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Extremadurardquo p 103

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 157

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

La rivalidad por el control de estos espacios de frontera en disputa se traslada a los propios documentos medievales en los que se materiali-zan los repartimientos las concesiones de fueros o las adscripciones de-marcatorias que pretenden establecer un statu quo afiacuten a los intereses de cada Corona formando parte de la propia estrategia litigiosa asen-tada en una poliacutetica de hechos consumados que sirviesen de reivindi-cacioacuten posible de los intereses respectivos en el deslinde de los aacutembitos jurisdiccionales en disputa

Asiacute en el repartimiento de la Tierra de Sevilla abordado en virtud del privilegio suscrito por Alfonso X el 6 de diciembre de 1253 no solo se in-corporaron territorios afectos al reino de Castilla que se encontraban de facto bajo el control jurisdiccional de la Orden del Temple o la de Santiago citaacutendose expresamente Xerez Badaioz31 quedando Frexenal al que no se cita igualmente dentro de la demarcacioacuten territorial de su vasto alfoz sino que se adscribieron tambieacuten enclaves ubicados al Este del Guadiana conquistados por la orden Hospitalaria y por tanto afectos a la corona lusa por derechos de conquista como era el caso de Serpa y Moura Muy probablemente estas plazas fuertes de Serpa y Moura nunca estuviesen de facto bajo la oacuterbita jurisdiccional del concejo de Sevilla y su donacioacuten a la orden materializada en 1259 referida por Ortiz de Zuacutentildeiga no fuese sino el reconocimiento expliacutecito de tal situacioacuten de hecho32

Esta delimitacioacuten jurisdiccional teoacuterica del alfoz o Tierra de Sevilla no se tradujo pues en un control efectivo sobre estas referidas villas castillos y lugares por parte del concejo hispalense no detentando en su totalidad estos enclaves la condicioacuten de tierras de realengo dado que tanto Portugal como la orden del Temple haciendo suyos los derechos de conquista mantuvieron el control jurisdiccional sobre sus plazas fuertes Asiacute Jerez de los Caballeros era un concejo independiente cuan-do fueron establecidos los liacutemites con Hornachos y Montemoliacuten en 1249 mientras que esta uacuteltima y Ayamonte perteneciacutea a la orden de Santiago que tambieacuten mantuvo la misma bajo su jurisdiccioacuten33

Cuando Alfonso X conquista la taifa de Niebla en 1262 que repre-sentaba el uacuteltimo reducto islaacutemico del occidente de al-Andalus signi-ficativamente se proclama rey del Algarbe refirieacutendolo asiacute el capiacutetulo

31 AMS sec 1 carp 1 n 532 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo p 25833 GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionalesrdquo pp 255-256 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repar-

timiento de Sevilla pp 371 y ss

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192158

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

VI de la Croacutenica de Alfonso X Tal proclamado dominio sobre el Algarbe se fundaba en una supuesta cesioacuten de derechos de Ibn Mahmiddot fῡz_ en fecha incierta anterior a 125234 en favor del entonces infante Alfonso de los territorios al Este del Guadiana (referido al hidroacutenomo Wadīh Anah) justificando Gonzaacutelez Jimeacutenez la propia conquista de este reino musul-maacuten vasallo del de Castilla en base a la propia estrategia alfonsiacute no solo referida al control sobre la poblacioacuten mudeacutejar sino vinculadas en mayor medida con la ldquocuestioacuten del Algarberdquo para frenar los intereses portugueses sobre este territorio

Atendiendo a una primera aproximacioacuten a la resolucioacuten de tales ri-validades fronterizas los acuerdos de Badajoz de 1267 adscriben ini-cialmente a la corona de Castilla todas las tierras al Este del Guadiana hasta el extremo oriental definido por el Guadalquivir Sin embargo ello no se tradujo en un cese de la ocupacioacuten hospitalaria de los enclaves adscritos a la orden militar Alfonso X en 1271 permutoacute los castillos de Serpa Moura y Mourao a cambio de una serie de propiedades del reino de Leoacuten que no se materializoacute hasta 10 antildeos despueacutes sin que quede tam-poco contrastada documentalmente la gestioacuten por el concejo de Sevilla de las mismas En 1283 Alfonso X concede a dontildea Beatriz de Portugal madre de don Dioniacutes un sentildeoriacuteo vitalicio sobre las villas de Moura Ser-pa Noudar y Mourao que habriacutea de revertir a Castilla tras su muerte Sancho IV no respetoacute finalmente estos fraacutegiles acuerdos una vez accede al trono en 128435

La minoridad de Fernando IV propicioacute un fortalecimiento de la posi-cioacuten portuguesa traducida en los teacuterminos del tratado de Alcantildeices sus-crito en 1297 en el que don Dioniacutes recupera bajo el dominio de la corona lusa las plazas rayanas de Serpa y Moura que nunca vieron asentado su dominio del lado castellano A ellas se contraponiacutean al otro lado de la frontera Aroche y Fregenal retenidas para siacute por Castilla a las que se sumaban las plazas de Encinasola y Torres asiacute como maacutes al Este las fortalezas de Cumbres de San Bartolomeacute y Cumbres Mayores que jalo-naban las viacuteas de penetracioacuten de este territorio histoacuterico y que nunca estuvieron en discordia por maacutes que apuntalasen las referidas penetra-ciones potenciales desde Portugal

34 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Nieblardquo p 9735 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo p 259

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 159

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

La referida ldquocuestioacuten del Algarberdquo ilustra la tenacidad de las belige-rancias entre ambos reinos peninsulares hasta el punto de que en aacutereas de la Contienda los litigios por el reparto de aprovechamientos comuna-les de las tierras ubicadas entre las villas de Aroche Encinasola Moura y Noudar ejemplarizados por el conflicto de Barrancos estudiado por Manuel Gonzaacutelez Jimeacutenez se prolongaron hasta bien entrado el s XV36

2 Encastellamiento y repoblacioacuten activa el lugar del castillo de Las Cumbres en la articulacioacuten defensiva del limes demarcatorio

Concomitante al progreso de la conquista se dispuso una repoblacioacuten activa del territorio no falta en su concepcioacuten misma de dimensioacuten mili-tar auspiciada por la Corona tendente a consolidar las conquistas terri-toriales asiacute como a la articulacioacuten de esos espacios fuertemente despo-blados y ruralizados desestructurados poliacutetica y administrativamente que habiacutean de ponerse en explotacioacuten agropecuaria para dar sustento a las huestes de defensa y guarda de las fortalezas y a los colonos repo-bladores tampoco ajenos a la tarea de la defensa activa del territorio

Se asignan a la vezindat de estas villas fronteras obligaciones milita-res relativas a la praacutectica de velas nocturnas atalayas diurnas de vigi-lancia de estas fortalezas y arrabales que aparecen explicitadas en car-tas pueblas como la otorgada por Alfonso X a la estrateacutegica plaza fuerte de Alcalaacute distante solo veinte kiloacutemetros de Sevilla37

En este aacutembito geograacutefico la repoblacioacuten provendraacute de tierras afectas al antiguo reino de Leoacuten38 razoacuten de la pervivencia de multitud de vocablos y referencias toponiacutemicas de origen leoneacutes y gallego39 lengua tambieacuten ha-blada en ciertos dominios de ese reino del que se importaron como poso y huella de su presencia remota circunstancia de la que es posible que deri-ve el propio teacutermino de la Banda Gallega El breve periodo de colonizacioacuten lusa dejoacute tambieacuten huella fosilizada auacuten hoy en la toponimia de este territo-rio debieacutendose a ese origen etimoloacutegico entre otros el topoacutenimo ldquoEl Hos-pitalrdquo asociado a la presencia de esa orden militar en ese aacutembito geograacutefico ubicado en tierras de La Contienda o el teacutermino ldquoMuacutertigardquo que viene a sig-

36 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConflictos fronterizosrdquo passim37 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoPoblamiento y fronterardquo p 21138 GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de la Banda Gallegardquo p 6839 RECIO ldquoEl dialecto de la Sierrardquo p 92

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192160

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

nificar en portugueacutes campo de arrayanes o mirtos que da nombre al cauce fluvial y su ribera tan determinante en el entendimiento de la estructura y accesibilidad del medio fiacutesico en ese momento histoacuterico40

La Banda Gallega conforma una realidad material heterogeacutenea re-sultante de un planteamiento por contra coherente y homogeacuteneo de la defensa de la Tierra de Sevilla que supo reutilizar las fortalezas ya erigi-das tanto en eacutepoca andalusiacute como provenientes de la breve dominacioacuten lusa a quien se debe como se indicoacute la conquista de esta demarcacioacuten territorial y alzar ex-novo nuevos castillos posibilitando el control de un territorio dotado de alta preeminencia geoestrateacutegica aun siendo perifeacute-rico respecto de la centralidad que ostentaba la capital hispalense desde donde se ejerciacutea por concesioacuten regia el control de su extenso alfoz

La construccioacuten de la red castramental de la Banda Gallega no res-ponde pues a una concepcioacuten unitaria de las defensas materializada en un mismo momento histoacuterico bajo un mismo patroacuten formal ni tan siquiera por una misma corona peninsular tras la conquista de un te-rritorio homogeacuteneo sino a una loacutegica funcional adaptativa que supo modular la labra y dimensionar las trazas de sus fortalezas de forma condicionada a la escala de sus solicitaciones de guarda y defensa de sus fronteras procurando el resguardo de sus poblaciones a traveacutes de un proceso de encastellamiento41 que permitioacute la articulacioacuten espacial de este espacio geograacutefico en territorios castrales jerarquizados en torno a la magnitud relativa de sus fortificaciones

21 Origen de los principales castillos de la red

Significamos a continuacioacuten algunos hitos de este proceso partiendo de los elementos heredados e identificando la adecuacioacuten estrateacutegica de las nuevas incorporaciones

211 La huella portuguesa Torres Aracena y Cortegana

A la referida conquista lusa inicial del territorio a mediados del s XIII se debe la ereccioacuten como se indicoacute de las fortalezas fronteras de Torres y Aracena con analogiacuteas formales evidentes por parte de esta uacuteltima respecto de otras fortificaciones erigidas por los freires hospitalarios en

40 RECIO Miscelaacutenea histoacuterica p 1041 TOUBERT Castillos sentildeores y campesinos passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 161

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

dominios lusos como el de Moura asiacute como otros castillos portugueses como Serpa o Noudar42 que la alejan de las trazas del conjunto de forti-ficaciones labradas por Sancho IV de Castilla

La conquista portuguesa supuso tambieacuten una primera reutilizacioacuten en el contexto de las nuevas condiciones geopoliacuteticas surgidas de forta-lezas andalusiacutees como la de Aroche (Awrus) arrasaacutendose en el cauce de su conquista la villa musulmana de Aracena (Qatmiddot rasana) de la que las excavaciones arqueoloacutegicas referidas no han evidenciado la existencia de restos materiales correspondientes a las faacutebricas de su cerca defen-siva dado el caraacutecter deleznable del tapial constituyente muy posible-mente de ese hmiddot ismiddot n-complejo documentaacutendose eso siacute estancias domeacutesti-cas islaacutemicas vinculadas a la villa bajo el alcaacutezar cristiano

Otros autores identifican Qatmiddot rasana por contra con Cortegana43 ex-tremo eacuteste no contrastado sin embargo a traveacutes del registro arqueoloacute-gico44 donde tampoco han sido identificadas faacutebricas de tapia o mam-posteriacutea asimilables a periodos almohade o califal Por el contrario la construccioacuten del alcaacutezar corresponde a cronologiacuteas netamente cristianas en las que se encuentran documentadas la construccioacuten de la torre del homenaje datada en el uacuteltimo tercio del s XV asiacute como ciertas reformas operadas por los Reyes Catoacutelicos sobre una fortificacioacuten anterior de difiacutecil datacioacuten Esta primitiva fortificacioacuten representa un unicum en la zona adscribible a principios del s XIV con conexiones con tipologiacuteas lusas en el uso de las torres pentagonales en proa y el borje de flanqueo hacia el camino de acceso introducidas por eacutestos desde la raya hacia mediados del s XIII pudiendo la cerca de la fortaleza haber sido dispuesta en fechas anteriores vinculada a la primera fortificacioacuten corteganesa45

Asiacute la cerca exterior del recinto fortificado de Cortegana presenta paralelos con otras dispuestas en ciertos enclaves lusos en los que pre-viamente se asentoacute una poblacioacuten musulmana respondiendo la cons-truccioacuten de las mismas a una concepcioacuten distinta por parte de la orden hospitalaria en lo referente a la repoblacioacuten de estos territorios a la dispuesta por Sancho IV de Castilla caracterizada por la escasa exten-sioacuten del terreno circunvallado

42 PEacuteREZ CAMPOS y GOacuteMEZ ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracenardquo p 296 ROMERO RIVERA y JIMEacuteNEZ ldquoCastillo de Aracenardquo p 105)

43 GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoPoblamiento y organizacioacutenrdquo p 10044 SAacuteNCHEZ y VALOR El castillo de Cortegana p 1945 SAacuteNCHEZ y VALOR El castillo de Cortegana pp 107-110

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192162

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Las estructuras castrales promovidas por Castilla en esta demarcacioacuten territorial se dispusieron para acoger a una limitada guarnicioacuten militar46 a cuyo resguardo encontraban la debida proteccioacuten las poblaciones cam-pesinas aledantildeas respondiendo las cercas urbanas por el contrario a la finalidad de dar cobijo a poblaciones y ganado a modo de albacar Estos paralelos trazados permiten postular la hipoacutetesis de adscripcioacuten de esa primera fase a una posible construccioacuten hospitalaria asociada a una con-quista del territorio comuacuten a los espacios geograacuteficos comprendidos entre las referidas plazas de Aroche y Aracena que dibujariacutea un avance sobre este aacutembito espacial coherente permeable desde la frontera portugue-sa extremo que habriacutea de contrastarse arqueoloacutegicamente dado que las fuentes nada aportan sobre esta cuestioacuten tan sombriacutea

La primera referencia al castillo de Cortegana no se produciraacute hasta 1344 antildeo en el que es citado en el ordenamiento para el buen gobierno otorgado por Alfonso XI al concejo de Sevilla La anterior referencia al topoacutenimo Cortegana obrante en el deslinde del alfoz de Sevilla de 1253 solo permite concluir la existencia de la villa o lugar en eacutepoca islaacutemica pero no la existencia de una fortificacioacuten aunque su cita expresa como elemento demarcador del alfoz viene a asociarse a su condicioacuten de hito territorial significable

212 Las nuevas construcciones en virtud del privilegio de Sancho IV Santaolalla y Las Cumbres

Datacioacuten precisa es la otorgable al inicio de la construccioacuten de las for-talezas de Santa Olalla del Cala y Cumbres Mayores El cuatro de noviem-bre de 1293 la cancilleriacutea real de Sancho IV en virtud del privilegio sus-crito en la villa de Toro autorizaba al concejo de Sevilla a la construccioacuten de dos castillos para la proteccioacuten de sus fronteras ldquouno en las Cumbres e otro en Santaolallardquo47 decretando el cobro durante seis antildeos de quinien-tos maravediacutes de las tercias reales en los lugares de Almadeacuten de la Plata Cala Real de la Jara Santa Olalla del Cala y Cumbres Mayores

La voluntad estructurante del territorio fronterizo en torno a las de-fensas respondiendo a una concepcioacuten unitaria y vertebradora de esta demarcacioacuten septentrional del alfoz va impliacutecita al referido privilegio

46 PEacuteREZ CAMPOS y GOacuteMEZ ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracenardquo pp 288-297)

47 AMS Secc 1ordm cap 4ordm fol 30

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 163

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

de Sancho IV que no solo argumenta la necesidad de refuerzo de las villas castillos y lugares sino que incide activamente en la conforma-cioacuten del entramado defensivo disponiendo la construccioacuten de dos nue-vas fortalezas la de Santaolalla al objeto de reforzar la guarda de esta viacutea de acceso hacia Sevilla en la frontera con las tierras adscritas a la encomienda de las oacuterdenes militares de Santiago y Calatrava asiacute como la de Las Cumbres para asegurar la guarda de la marca templaria y san-tiaguista ademaacutes del refuerzo de la proteccioacuten de las incursiones desde el vecino reino de Portugal48

Esta defensa global de todo el reino queda puesta de manifiesto en la carta de Sancho IV a Sevilla de 1293 en la que aprobaba la peticioacuten de la ciudad de construir los castillos de Santaolalla y Las Cumbres ya que ldquoeran mucho a serviccedilio de Dios e nuestro e a grand pro e guarda de toda essa tierra porque con los otros castiellos e las otras fortalezas que son en esa syerra podriacutea ser guardada toda esa tierra muy bienrdquo49

La empresa constructiva abordada por el concejo de Sevilla de re-fuerzo de su red castramental en el liacutemite noroccidental de su alfoz da buena cuenta de la tensioacuten precursora de la futura conflictividad beacutelica en la raya con el vecino reino de Portugal y en primera instancia del continuo hostigamiento pasivo en los liacutemites de las encomiendas con las oacuterdenes militares templaria y santiaguista La construccioacuten de las fortalezas de Las Cumbres y de Santaolalla responde a la constatacioacuten material de tales tensiones a lo largo de lo que desde la historiografiacutea portuguesa se definioacute como bandas de friccioacuten50 no solo en el liacutemite sep-tentrional a cuya loacutegica responden ambas fortalezas sino tambieacuten en relacioacuten a las aacutereas de penetracioacuten franca del territorio desde el lado portugueacutes a lo largo de los llanos del Chanza protegida en vanguardia por Aroche referida como ldquola llave de dicha sierra e de toda la comarcardquo51 y de valles ubicados maacutes al norte como el conformado en torno a la ribera del Muacutertiga protegido por el referido castillo de Torres en conjun-cioacuten con fortalezas como la de Encinasola ubicada maacutes al Norte a pocas leguas de la frontera con Portugal

48 VALOR ldquoAlgunas reflexionesrdquo p 9049 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte p 13150 GARCIacuteA O espaccedilo medieval p 2651 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte p 129

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192164

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

213 Las defensas perifeacutericas de la Raya Lusa Encinasola y Aroche

Las fortificaciones rayanas de Encinasola y Aroche articulaban la defensa perifeacuterica del alfoz de Sevilla hacia la Raya Lusa La construc-cioacuten del castillo de Encinasola se cifra a finales del s XIII o principios del s XIV con similitudes formales y constructivas con los castillos de Cala y Cumbres de San Bartolomeacute tambieacuten conocido como Cumbres Ba-jas52 Las primeras referencias documentales se encuentran en el Or-denamiento de Alfonso XI de 1344 documentaacutendose diversas obras de consolidacioacuten durante los siglos XIV y XV correspondientes a frecuentes obras de reparacioacuten de los destrozos ocasionados por las sucesivas in-cursiones portuguesas dada su condicioacuten fronteriza limiacutetrofe con tie-rras alentejanas ademaacutes de los dantildeos ocasionados por malhechores a mediados del s XV desde el abandonado castillo de Torres desde el que se pivotaron tales asaltos y pillajes

Aroche (Awrus) poseyoacute relevante centralidad poliacutetica en eacutepoca islaacutemica siendo cabecera de Iqlīm de la kurah de Beja trataacutendose del enclave mejor documentado por las fuentes croniacutesticas aacuterabes en este espacio geograacutefico Su recinto murado se erige sobre un empla-zamiento elevado desde el que es posible un amplio control visual de los llanos del Chanza que se adentraban desde la frontera lusa en tie-rras castellanas apoyaacutendose en la antigua viacutea romana XXI que uniacutea Pax Julia (Beja) en tierras alentejanas con Hispalis (Sevilla) cons-tituyendo uno de los escasos hmiddot ismiddot n andalusiacutees preservados desde su ereccioacuten a mediados del s XII53 en eacutepoca almohade Su significacioacuten geoestrateacutegica dotoacute a esta fortificacioacuten de un papel relevante desde eacutepoca andalusiacute tanto en cronologiacuteas taifa como almohade siendo adaptada a la poliorceacutetica de la Banda Gallega en el contexto de la defensa pasiva de la Raya Lusa Al igual que en el caso de Encinasola se documentan a lo largo del s XIV y XV frecuentes obras de consoli-dacioacuten y reparacioacuten de esta fortaleza frontera integrada en la defensa perifeacuterica del alfoz hispalense

52 LOacutePEZ PEacuteREZ y BENABAT ldquoAlgunas consideraciones sobre el castillo de Encinasolardquo p 440

53 RIVERA y ROMERO ldquoAnaacutelisis arqueoloacutegico del castillo de Arocherdquo p 231

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 165

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

214 Fortificaciones que completan el dibujo defensivo Cumbres de San Bartolomeacute Cala y El Real de la Jara

A fechas inmediatamente posteriores al privilegio de Sancho IV que se adentran en el s XIV corresponden en atencioacuten a los resultados de las investigaciones arqueoloacutegicas acometidas sobre esos castillos la erec-cioacuten de las fortalezas de trazas y faacutebricas netamente cristianas corres-pondientes a Cumbres de San Bartolomeacute54 Cala55 y El Real de la Jara56 que presentan ciertas similitudes formales y constructivas caracteriza-das por el uso de mamposteriacutea sobre las que auacuten subsisten vestigios de su revestimiento original correspondiente a un enfoscado de mortero de cal en ocasiones con esgrafiados que imitan sillares cicloacutepeos En todas ellas se documentan reformas en los siglos XIV y XV derivadas de los nuevos enfrentamientos con Portugal que dan cuenta de cierta pre-valencia de este frente de conflicto hasta 1479 fecha de suscripcioacuten del Tratado de Alcaccedilobas a partir de la cual todos los esfuerzos de la Castilla bajomedieval se dirigiraacuten al frente nazariacute

Figura 5 Imagen aeacuterea del castillo de Cumbres de San Bartolomeacute apostado sobre

la vereda de Portugal

54 RIVERA y ROMERO ldquoEstudios arqueoloacutegicos del castillo de Cumbres de San Bartolo-meacuterdquo passim

55 Ibidem56 VARGAS ldquoIntervencioacuten en el castillo de El Real de la Jarardquo passim TAYLOR Interven-

cioacuten arqueoloacutegicardquo passim AacuteLVAREZ et al Cataacutelogo general pp 66-67

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192166

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

El castillo de Cumbres de San Bartolomeacute reforzariacutea la defensa de la demarcacioacuten septentrional coadyuvando con las fortalezas de Cumbres Mayores y Encinasola en la guarda de ese espacio geograacutefico surgiendo a los pies del camino que vertebra en horizontal esa demarcacioacuten ulte-rior del alfoz uniendo en sus extremos la raya lusa con la fortaleza de Santa Olalla del Cala [Figura 5] El de Cala asiacute como el de El Real de la Jara construidos poco despueacutes de la ereccioacuten del recinto fortificado de Santaolalla habilitariacutean el refuerzo de la guarda de esa viacutea franca de penetracioacuten axial vertical disponiendo sus ubicaciones para la triangu-lacioacuten defensiva de esta demarcacioacuten geograacutefica

Al antildeo 1386 reinando Juan I de Castilla corresponden las primeras referencias documentales a los castillos de Cumbres de San Bartolomeacute Cala y del Real de la Jara provenientes de los Papeles del Mayordomaz-go obrantes en el Archivo Municipal de Sevilla57 Se referencian en ellos mandamientos de pago para la realizacioacuten de obras en estos castillos para su mantenimiento y refuerzo en un contexto de conflictividad beacutelica con el vecino reino de Portugal no aportando detalles sobre las mismas

215 La reutilizacioacuten de dos villas encastilladas andalusiacutees Almonaster y Zufre

Los recintos fortificados andalusiacutees de Almonaster la Real (al-Munas-tyr) y Zufre (Sufre) se incorporaron tras su conquista a la defensa del reino de Sevilla operaacutendose diversos refuerzos en sus cercas urbanas elevando sus torres murallas y adarves respecto de sus anteriores ra-santes Ubicados en emplazamientos de elevada preeminencia hipso-graacutefica se encontraban dotados de amplio control visual del territorio circundante ofreciendo resguardo necesario a las poblaciones musul-manas que acogiacutean en el interior de sus cercas

La villa incastillada de Almonaster la Real se corresponde con una fortificacioacuten islaacutemica de eacutepoca califal (s X-XI) labrada con mamposteriacutea a la que se superponen refuerzos de faacutebrica de tapial (tabiya) corres-pondientes a cronologiacuteas almohades y taifa (s XII y primera mitad del s XIII) Correspondiente a las reformas cristianas son las actuaciones de mamposteriacutea enfoscada a raspaterroacuten adscribibles al s XIII asiacute como los refuerzos posteriores del s XIV igualmente operados en faacutebrica de

57 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte pp 79 221 216 y 225

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 167

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

mamposteriacutea sin enfoscar58 Almonaster y Zalamea se integrariacutean en los dominios del sentildeoriacuteo eclesiaacutestico adscrito al arzobispado de Sevilla por donacioacuten real

Apenas fosilizada en su trama urbana de innegable traza islaacutemica y presente en su toponimia59 la villa fortificada de Zufre conserva la torre de las Harinas posible torre albarrana de la cerca urbana en la que se alojaba el alcaacutezar referido como castillo de la Quebrada en fuentes docu-mentales del s XVI Aun cuando la historiografiacutea ha venido asignando en base a sus faacutebricas de tapial una cronologiacutea almohade a la referida torre de las Harinas los estudios radiocarboacutenicos llevados a cabo sobre ciertas agujas de tapial trasladan su origen entre mediados del s XIII e inicios del s XIV60 pudiendo corresponderse con reformas posteriores de la cerca almohade abordadas por el concejo de Sevilla Se conserva de igual for-ma una torre de mamposteriacutea conocida como torre de la Almena perte-neciente a la traza del recinto murado restaurada en su conformacioacuten

22 La Banda Gallega como red castramental y el castillo de Las Cumbres

Desde que Francisco Collantes de Teraacuten Delorme (1953) publicara el que viene a considerarse el primer estudio de conjunto de estas forta-lezas aportando consideraciones sobre su estructuracioacuten y jerarquiacutea territorial fundado en la concepcioacuten de liacuteneas defensivas conceacutentricas respecto de la ciudad hispalense mucho se ha avanzado en los uacuteltimos antildeos en el conocimiento historiograacutefico y arqueoloacutegico de las fortifica-ciones y su loacutegica territorial Asiacute autores como Joatildeo Carlos Garciacutea61 Nu-ria Casquete de Prado62 Magdalena Valor63 o Francisco Garciacutea Fitz64 han argumentado la estructuracioacuten de estas defensas pasivas jalonando las viacuteas de penetracioacuten territorial y guardando los liacutemites del alfoz tanto interiores como exteriores a Castilla Alfonso Jimeacutenez65 las considera

58 RIVERA y ROMERO ldquoLas faacutebricas del castillo de Almonaster la Realrdquo p 15059 JIMEacuteNEZ ldquoMezquitas castillo e iglesiasrdquo pp 121-20160 ROMERO et al ldquoTorre de las Harinas (Zufre Huelva) estudio arqueoloacutegico de una

fortificacioacuten medievalrdquo pp 1463-1470 ROMERO y RIVERA ldquoLos castillos de la Banda Gallega Aportaciones a su conocimiento desde la Arqueologiacuteardquo 2012 pp 112-113

61 GARCIacuteA O espaccedilo medieval passim62 CASQUETE DE PRADO Los castillos de la Sierra Norte passim63 VALOR ldquoDos castillos de tiempos de Sancho IVrdquo passim64 GARCIacuteA FITZ ldquoEl sistema castral sevillano en la Baja Edad Mediardquo passim65 JIMEacuteNEZ ldquoTorres un castillo onubenserdquo p 102

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192168

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

puramente ilusorias considerando la topografiacutea de las liacuteneas de pene-tracioacuten y la intervisivilidad entre las mismas No por ello resulta menos relevante su aportacioacuten auteacutentica precursora de los posteriores estu-dios que han realizado nuevas valoraciones histoacutericas referentes a su estrategia de implantacioacuten territorial su caracterizacioacuten arquitectoacutenica estiliacutestica y su edilicia

Estos castillos trascienden la defensa de la villa del territorio histoacute-rico inmediato para entrar a formar parte de entramados defensivos a escala territorial que responden a la defensa ulterior del alfoz de Sevilla en su conjunto a traveacutes de sus caminos y viacuteas de penetracioacuten territorial y en uacuteltima instancia a los intereses de la corona castellana y sus litigios con el vecino reino de Portugal

La dimensioacuten militar de estas arquitecturas defensivas creadas ex-novo en virtud del referido privilegio de Sancho IV de 1293 erigidas en su demarcacioacuten septentrional por el concejo hispalense e integradas en la Banda Gallega responden a realidades geopoliacuteticas y funcionali-dades ofensivo-defensivas que resultan netamente diferenciables en el caso de estas dos fortalezas coetaacuteneas de Santa Olalla del Cala y Cum-bres Mayores adaptando sus geometriacuteas a la especificidad de sus con-textos inmediatos

Figura 6 Cuenca visual acumulada de los castillos de Cala Santa Olalla del Cala

El Real de la Jara y Almadeacuten de la Plata sobre la viacutea de la Plata

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 169

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

En el caso de la fortaleza de Santaolalla su labra responde de forma precisa a la funcionalidad espacial de control estrateacutegico de las penetra-ciones provenientes del Norte a traveacutes de la antigua Viacutea de la Plata66 que uniacutea la Meseta con el Valle del Guadalquivir trazando una ruta de acceso directo a la capital hispalense Se completoacute la triangulacioacuten defensiva con la construccioacuten concatenada en el tiempo a lo largo del s XIV de las for-tificaciones de El Real de la Jara y Cala que ultiman el dibujo defensivo interconectadas visualmente entre siacute67 para la guarda de esta fundamen-tal viacutea de penetracioacuten territorial que suponiacutea una vulnerabilidad cierta para los intereses de Sevilla operando la torre atalaya del Alto del Viso el enlace oacuteptico entre los castillos de Cala y Santa Olalla del Cala para salvar el apantallamiento que suponiacutea la presencia de la prominencia orograacutefi-ca conformada por la cordillera del Viso y del Cerrado68

Los estudios geoespaciales abordados en el contexto de esta inves-tigacioacuten han permitido avalar esta hipoacutetesis reforzando la idea de la existencia de un fuerte control operado por la accioacuten conjunta de esa triacuteada de fortalezas como se deriva del caacutelculo a traveacutes de sistemas de informacioacuten geograacutefica de su cuenca visual acumulada69 La fortaleza de Santa Olalla del Cala se encuentra dotada de una amplia cuenca vi-sual que se extiende hasta las 1920192 hectaacutereas cifra que representa el 6145 del aacuterea de la cuenca visual acumulada dato que ilustra la centralidad de esta fortaleza en el dibujo defensivo trazado y la elevada prevalencia hipsograacutefica y prominencia visual del enclave elegido para la defensa estrateacutegica del reino de Sevilla respecto de la referida vulne-rabilidad que representaba la Viacutea de la Plata70 [Figura 6]

Este castillo de Santaolalla se erigioacute en un nodo espacial en el que confluiacutea la referida Viacutea de la Plata principal eje de articulacioacuten verti-cal de este territorio histoacuterico y el eje horizontal proveniente de la raya lusa desde la Vereda de Portugal hacia el camino de la ribera de Finojal en su avance a lo largo de las cordilleras significativamente acogidas al topoacutenimo de Sierra del Rey hacia la ribera de Montemayor que con-

66 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 47867 ROMERO y RIVERA ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica en el Castillo de Calardquo p 280 FONDE-

VILLA et al Fortificaciones Bajo Medievales de la Banda Gallega p 72 FONDEVILLA ldquoAproximacioacuten al anaacutelisis geoespacial de la fortificacioacuten de un territorio de fronterardquo p 195

68 FONDEVILLA ldquoStrategic control of castramental spacerdquo passim69 WHEATLEY y GILLINGS ldquoVision Perception and GISrdquo passim70 FONDEVILLA ldquoStrategic control of castramental spacerdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192170

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

duciacutea flanqueado por sendas alineaciones montantildeosas en direccioacuten a las minas de Cala El castillo de Cala se aposta sobre ella al Nordeste de esa viacutea transversal que busca desde alliacute la confluencia hacia la Viacutea de la Plata encontrando en la fortaleza de Santaolalla la interseccioacuten entre ambos ejes de articulacioacuten territorial Los estudios de transitabilidad es-pacial abordados por geoprocesamiento del gradiente orograacutefico deno-tan la existencia de pendientes atenuadas en el romboide que conforma la triacuteada de fortalezas junto con el castillo de Almadeacuten que facilitaba la conexioacuten entre las mismas y entre estas y su territorio anexo a tra-veacutes de los distintos caminos histoacutericos que las poniacutean en correlacioacuten espacial entre ellos el camino del Realejo referido en textos medievales sevillanos facilitando su accioacuten conjunta su interaccioacuten espacial que se extendiacutea a ambos lados de la Viacutea de la Plata

Figura 7 Imagen aeacuterea de la fortaleza de Cumbres Mayores con el Castillo de

Segura de Leoacuten en el fondo de perspectiva

Cumbres Mayores por el contrario parece responder como se de-tallaraacute maacutes adelante a una reaccioacuten del concejo de Sevilla a la poliacutetica expansionista de la orden del Temple que junto con la de Santiago ha-biacutea promovido la fundacioacuten de sendas fortalezas en Fregenal y Segura de Leoacuten respectivamente Tales decisiones locacionales respondiacutean a la vulnerabilidad que presentaba el amplio alfoz de Sevilla en su demarca-cioacuten noroccidental tan alejada de la centralidad de la capital concejil y a

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 171

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

la vez tan expuesta a la fragilidad que le conferiacutean las fronteras interio-res y exteriores a Castilla que en ella confluiacutean La labra de esas fortale-zas por el maestre de Santiago y la bailiacutea templaria trasladaba con ni-tidez a Sevilla la voluntad cierta de punzonamiento de su demarcacioacuten septentrional con el aacutenimo de poner en crisis su integridad territorial en favor de los intereses de los freires espatarios dotados de mayor pre-sencia en este territorio en conflicto falto de asiento definitivo de sus demarcaciones jurisdiccionales [Figura 7]

3 Valores estrateacutegicos del castillo de Las Cumbres

31 Territorio y espacio castramental en el contexto geograacutefico de Cum-bres Mayores

En el contexto de la referida red castramental la fortaleza de Las Cumbres se significa por la singularidad de su emplazamiento dotado de alto valor geoestrateacutegico ubicado en un espacio geograacutefico que cons-tituye una auteacutentica encrucijada en la que confluiriacutean hacia finales del s XIII las demarcaciones de la bailiacutea Templaria de Xerez de Badaioz ndash El Ventoso y del maestrazgo santiaguista de San Marcos de Leoacuten con los dominios maacutes septentrionales de las tierras de realengo afectas al con-cejo de Sevilla

Figura 8 Contexto geograacutefico Fortalezas de la Banda Gallega sobre Mapa Digital

de Elevaciones

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192172

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

La integridad territorial de la Tierra de Sevilla se veiacutea amenazada en ese momento histoacuterico por la ereccioacuten de las fortalezas de Fregenal hacia 128371 fecha en la que Alfonso X realiza la concesioacuten de estos do-minios a los freires y en ese mismo marco cronoloacutegico la ereccioacuten del castillo de Segura de Leoacuten que terminariacutea conformando la cabecera de la relevante encomienda Mayor de Santiago en antildeos inmediatamen-te precedentes a la decisioacuten real de autorizar la labra de esta fortaleza de Cumbres Mayores en este especiacutefico lugar a propuesta del concejo de Sevilla

La fortaleza de Cumbres Mayores se encuentra en el centro gravita-cional de un espacio castral coherente que responde a una doble funcio-nalidad La primera de ellas refiere a la guarda del liacutemite noroccidental del alfoz frente a posibles incursiones provenientes de las encomiendas templaria y santiaguista que se encuentra en el origen mismo de la fun-damentacioacuten de su construccioacuten en esa fecha y ese lugar preciso La se-gunda responde a un escenario inmediatamente posterior tras el inicio de una nueva etapa de conflictividad con el vecino reino de Portugal teniendo por objeto el bloqueo uacuteltimo de la Vereda de Portugal camino histoacuterico que proveniente de la raya lusa desde la frontera exterior de Castilla y Leoacuten con Portugal confluiacutea en esta fortaleza discurriendo pa-ralela al limes demarcatorio definido con la bailiacutea templaria y el maes-trazgo de Santiago La relevancia de la guarda de la Vereda de Portugal estriba en que la misma vertebra los traacutensitos horizontales a lo largo de las tierras de realengo que habilitaban la conexioacuten entre poblados y fortalezas del concejo representando a la vez una viacutea franca de penetra-cioacuten territorial desde ese flanco occidental que resultaba por las condi-ciones orograacuteficas maacutes accesible desde las posesiones lusas fortificadas de Noudar y Moura que desde Castilla

En relacioacuten a la Frontera con Portugal el castillo de Cumbres Mayo-res jerarquiza en torno a siacute como retaguardia de los mismos respecto a esa frontera las funcionalidades defensivas de los castillos de Cumbres de San Bartolomeacute (o Cumbres Bajas llamado tambieacuten de San Bartolomeacute por la advocacioacuten de su patrono) y Torres los cuales interaccionan entre siacute para el control desde el concejo de Sevilla de las posibles incursiones provenientes de la raya lusa

71 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 478

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 173

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Figura 9 Vista desde la puerta de acceso al castillo de Torres con el castillo de

Cumbres de San Bartolomeacute al fondo

El primero de ellos apostaacutendose sobre la referida Vereda de Portugal defendida en vanguardia por la fortaleza frontera de Encinasola que dista de eacutel algo maacutes de 13 kiloacutemetros (1305372 m) Torres por su parte garantizaba el control de la Ribera del Muacutertiga poseyendo un enlace oacutep-tico con el castillo de Cumbres de San Bartolomeacute [Figura 5] que permitiacutea su interaccioacuten defensiva en base a esa intervisibilidad manifiesta desde las propias cotas de rasante de las torres que flanqueaban el acceso a la fortaleza de Torres sin necesidad de subir a sus adarves [Figura 9] Esta intervisibilidad deriva de la posicioacuten prominente del emplazamiento en altura del castillo de Torres sobre una colina en torno a la que el Muacuterti-ga describe un pronunciado meandro asiacute como de la cota elevada de la fortaleza de Cumbres de San Bartolomeacute que dispone de una elevacioacuten orograacutefica de 57732 metros lo que representa un diferencial de 15732 metros sobre la cota relativa de Torres Ambas fortalezas distan entre siacute en liacutenea recta algo maacutes de 7 Kiloacutemetros (729318 m)

Pero no fue la guarda de esta frontera con Portugal la primera funcio-nalidad requerida de esta fortaleza por las autoridades concejiles sino su contraposicioacuten como defensa pasiva al riesgo cierto que suponiacutea la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192174

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

labra de las referidas fortalezas de Fregenal y Segura de Leoacuten [Figu-ras 10 y 1] dando resguardo a la poblacioacuten Garciacutea Fitz72 apunta en esa direccioacuten al referir a la informacioacuten obrante en la copia de las actas capitulares del concejo de Sevilla conservadas en el archivo municipal de Murcia en la que se cita coacutemo en octubre de 1273 veinte antildeos antes por tanto de la suscripcioacuten del privilegio de Sancho IV el cabildo y los oficiales de Sevilla ldquomandaron dar carta a Las Cumbres para desafiar a Martiacuten Martiacutenez comendador de Xerez de Badalloz porque en el teacutermino de Sevilla su Freyre e sus omes cortaron a los omnes de Las Cumbres las conjuntas e los arados e les derramaron las simientesrdquo73

Figura 10 Imagen del castillo de Segura de Leoacuten desde los adarves del castillo de

Cumbres Mayores

Su origen fundacional sin embargo siacute refiere a una incursioacuten devas-tadora que arrasa el primitivo poblamiento de origen romano denomi-nado Ausera si atendemos a las fuentes del s XVII citadas por A Do-miacutenguez Ortiz y por Alfonso Jimeacutenez Martiacuten refiriendo a Santans con el siguiente tenor literal

72 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacional conflictos jurisdiccionales y construcciones mili-taresrdquo 1998 p 263

73 GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de Ordenanzasrdquo p 121

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 175

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

ldquoDicen que fue lugar en tiempo de Romanos llamado Ausera i que es-

tuvo desviado del lugar que oi tiene distante dos tiros de mosquete ha-

cia poniente Fue mui grande i tuvo cuatro parroquias Quemaacuteronle los

Portugueses en tiempo de las guerras deste reino con Castilla y vieacutendo-

se destituidos de fortaleza se subieron a lo alto de un cerro i hicieron

la fortaleza que es mui hermosa toda de piedra mui espaciosa y bien

tratada con ocho torres donde habitaron por alguacuten espacio de tiempo

i no cabiendo en la fortaleza poblaron hacia la parte de oriente en una

ombriacutea donde no se podiacutean conservar i asi mudaron la poblacioacuten al me-

dio dia donde hoy se conserva y por ser parte alta la llamaron Cumbres

Altas o Cumbres Maioresrdquo74

Figura 11 Imagen aeacuterea de la fortaleza de Segura de Leoacuten con el castillo de

Cumbres Mayores en el fondo de perspectiva

Auacuten hoy en diacutea resulta niacutetidamente perceptible la trama radial de su traza urbaniacutestica que denota coacutemo la fortaleza constituye el origen mismo de este poblamiento [Figura12] La primera referencia a Las Cum-

74 DOMIacuteNGUEZ ORTIZ ldquoLas noticias de algunos lugares de Andaluciacutea de Gabriel Satansrdquo pp 39-40 El texto es tambieacuten citado por JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoMezquitas Castillos e Iglesias Notas sobre la Arquitectura del s XIII en la sierra de Huelvardquo p 142

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192176

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

bres se remonta a 1274 fecha en la que es recogida al definirse los liacutemites geograacuteficos del deslinde a los que se aplica del fuero de Segura de Leoacuten75

Figura 12 Ortofotomapa y cartografiacutea catastral del castillo de Cumbres Mayores

en su contexto urbano actual

32 El control visual del espacio fortificado y la intervisibilidad entre las fortalezas de Cumbres Mayores Fregenal y Segura de Leoacuten

Asentada sobre un altozano a 69945 metros de elevacioacuten la fortaleza de Cumbres Mayores dispone de una amplia cuenca visual que asciende a 2022875 hectaacutereas englobada toda ella dentro de un buffer de distan-cia radial de 25 kiloacutemetros Pero ya a la distancia radial de 15 kiloacutemetros por tanto dentro de un rango de nitidez adecuada resultan perceptibles las fortalezas de Segura de Leoacuten y Fregenal asiacute como la Torre de Higuera de Fregenal como era conocida antantildeo atalaya que protegiacutea el camino de ac-ceso a Fregenal desde tierras de realengo hoy ubicada en Higuera La Real

Este conjunto de castillos dispuestos a pocas leguas cercanos a los liacute-mites de sus demarcaciones conforman una triangulacioacuten defensiva que

75 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 474

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 177

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

define casi con exactitud meridiana un triaacutengulo cuasi equilaacutetero super-puesto a la demarcacioacuten de los liacutemites demaniales de las tierras de rea-lengo y las encomiendas a las referidas oacuterdenes militares Asiacute la fortaleza de Cumbres Mayores dista cerca de 12 Kiloacutemetros (1191097 m) de la de Segura de Leoacuten y una distancia cercana es la que lo separa de la forta-leza templaria de Fregenal (1180319 m) distando a su vez eacutesta de la de Segura ese mismo rango de kiloacutemetros exactamente 1191951 metros en liacutenea recta Simetriacuteas que sugieren que su localizacioacuten espacial lejos de ser azarosa dispone la ubicacioacuten certera de estos castillos separados pocas leguas de los liacutemites jurisdiccionales de sus dominios cuya guarda y defensa procuraban existiendo entre ellos y el territorio al que aporta-ban control estrateacutegico una clara interaccioacuten visual [Figuras 10 y 11]

La elocuencia de los desarrollos graacuteficos abordados referidos a la cuen-ca visual76 asiacute como a la cuenca visual acumulada77 permiten simplificar en estos apartados su dimensioacuten textual remitiendo para su discusioacuten a la interpretacioacuten directa de esas interacciones espaciales que resultan evidenciadas en los anaacutelisis graacuteficos que ilustran la amplia intervisivili-dad existente entre estos castillos erigidos en un mismo momento histoacute-rico para su interaccioacuten ofensivo-defensiva asiacute como el control sobre los caminos que vertebraban su territorio anexo referencial [Figuras 13-17]

Figura 13 Cuenca visual de Cumbres Mayores estratificada en buffers

equidistantes 5 km

76 WHEATLEY y GILLINGS ldquoVision Perception and GISrdquo passim77 WHEATLEY ldquoCumulative viewshed analysisrdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192178

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Sobre las cuencas visuales se grafioacute en las figuras 13 y 14 el triaacutengulo cuasi equilaacutetero que conforman la triacuteada de fortalezas que dibuja un aacuterea matriz de interconexioacuten visual delimitadas por sus transeptas de intervi-sibilidad extendida al aacutembito de sus respectivas cuencas visuales que ha-bilitaban un fuerte control visual de este territorio de frontera aportando el debido resguardo a las poblaciones ganaderas y campesinas

Figura 14 Cuenca visual acumulada de las fortalezas de Cumbres Mayores

Fregenal de la Sierra y Segura de Leoacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 179

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Figuras 15 16 y 17 Cuenca visual de los castillos de Cumbres Mayores Segura de

leoacuten y Fregenal

33 La Transitabilidad del Territorio Histoacuterico afecto al espacio castral de la fortaleza de Las Cumbres

La accesibilidad como paraacutemetro de anaacutelisis territorial deviene de la conjuncioacuten de las dimensiones de espacio y tiempo vinculando relacio-nalmente localizaciones en funcioacuten de sus topologiacuteas espaciales y sus ni-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192180

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

veles de centralidad territorial78 conformando la accesibilidad espacial un indicador vinculado a la propia cohesioacuten interna del territorio for-tificado vectorizado a traveacutes de direcciones de flujo o traacutensito ademaacutes de ser descriptiva de las aacutereas de vulnerabilidad espacial a traveacutes de las viacuteas de penetracioacuten

Para la determinacioacuten de los flujos de transitabilidad de este terri-torio fortificado se calcularon por geoprocesamiento de las variables orograacuteficas derivadas del MDE indicadores sinteacuteticos de friccioacuten asig-nando a cada celda del raacutester resultante una impedancia al desplaza-miento que permitioacute el coacutemputo de costes acumulativos de movimiento en funcioacuten de los paraacutemetros referidos a la pendiente y la curvatura orograacutefica que reclasificadas y combinadas geoestadiacutesticamente defi-niacutean la rugosidad de ese medio fiacutesico La capa de friccioacuten debidamente ponderada expresa operativamente la transitabilidad teoacuterica (trafficabi-lity) de ese aacutembito espacial computando pixel a pixel los rangos de coste o dificultad de desplazamiento sobre un territorio anisoacutetropo grafiado en forma de mapas de distancia-coste (cost weighted distance) A traveacutes del caacutelculo de los viacutenculos de menor coste (cost back link) se definieron flujos de traacutensito sobre un territorio anisoacutetropo [Figura 18]

Figuras 18 Impedancias a la transitabilidad entre fortalezas de la Banda Gallega

en torno al castillo de Cumbres Mayores

78 GUTIEacuteRREZ ldquoRedes espacio y tiempordquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 181

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

El mapa de gradientes de transitabilidad dibuja una clara interco-nexioacuten entre las fortalezas que dispuso el concejo de Sevilla a lo largo del limes demarcatorio con las encomiendas templaria y santiaguista vertebrada en horizontal por la vereda de Portugal y la ribera del Muacuter-tiga en torno a cuyos ejes como se analizoacute en apartados preceden-tes se estructura el sistema defensivo en este espacio geograacutefico es-peciacutefico Resulta evidente la fuerte vinculacioacuten entre las fortalezas de Cumbres Altas (Cumbres Mayores) y Cumbres Bajas (Cumbres de San Bartolomeacute) con el posible castillo de Cumbres de Enmedio gravitando entre ambos en el punto en el que confluye la cantildeada real Soriana con la referida vereda de Portugal Tambieacuten Torres se conecta adecuada-mente hacia el norte con Encinasola y Cumbres de San Bartolomeacute con quien interacciona visualmente en la guarda de la ribera del Muacutertiga

Desde la posible fortaleza de Hinojales cuyos anaacutelisis al igual que en el caso de Cumbres de Enmedio estaacuten siendo objeto de estudios mono-graacuteficos abordados en una publicacioacuten especiacutefica el camino bajaba ha-cia el Sur como se observa en el mapa marcando una direccionalidad que conduce hacia la ribera de Hinojales [Figura 19]

El territorio condicionoacute asiacute la capacidad de conexioacuten espacial a tra-veacutes de la disposicioacuten de caminos o viacuteas de traacutensito asiacute como la propia interconexioacuten visual entre las fortalezas que requeriacutean de atalayas de apoyo para ultimar el control visual del espacio geograacutefico En uacuteltima instancia no fue sino la geomorfologiacutea el origen de tales limitaciones a la interconexioacuten espacial y visual entre los castillos medievales a la cual se debe el caraacutecter abrupto de este medio fiacutesico derivado del referi-do plegamiento herciniano que dibujoacute la orientacioacuten dominante de sus formaciones orograacuteficas siguiendo la direccioacuten (NO-SE)

Asimilado al propio concepto de medida itineraria en la Baja Edad Media la legua el viacutenculo entre la distancia y el tiempo permite una mayor discernibilidad del concepto de friccioacuten espacial asociando tiempos de desplazamientos a esos niveles de impedancia para de-finir isoacutecronas que grafiacutean espacios ubicados a un mismo tiempo de traacutensito La funcioacuten Hinking desarrollada por el geoacutegrafo estadouni-dense Waldo Tobler79 es una funcioacuten exponencial obtenida a partir de datos empiacutericos que permite medir las distancias ponderadas como isoacutecronas a partir de la determinacioacuten de la velocidad pedestre (w)

79 TOBLER ldquoNon-isotropic geographic modelingrdquo passim

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192182

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

en base a la siguiente formulacioacuten en la que la asimetriacutea de la di-reccioacuten de la pendiente se parametriza con un valor exponencial de correccioacuten de 005

Para el caacutelculo de la velocidad a caballo wh = 125 w

Figuras 19 Isoacutecronas entre fortalezas de la banda Gallega en torno al castillo de

Cumbres Mayores

Del mapa de isoacutecronas es posible inferir conclusiones que ponen en relacioacuten los niveles de interaccioacuten espacial entre las fortalezas Los castillos de Cumbres Mayores Cumbres de Enmedio y Cumbres de San Bartolomeacute distaban entre siacute una legua definida en el aacutembito de esta investigacioacuten como medida de itinerancia que representa el espacio recorrido a caballo en una hora Como se observa no se definen cir-cunferencias conceacutentricas sino poliacutegonos irregulares que ajustan su geometriacutea en funcioacuten de las aacutereas de menor impedancia a la transita-bilidad esto es expandieacutendose su radio hacia las direcciones de flujo de traacutensito preferente Torres y Cumbres de San Bartolomeacute se ubica-ban en un rango de dos leguas ubicaacutendose Encinasola apostada a algo menos de dos leguas de la frontera a una distancia ponderada de dos horas y media a caballo equivalente a dos leguas y media en este estu-dio de Cumbres de San Bartolomeacute

Paacutegina 27 de 34

Resulta evidente la fuerte vinculacioacuten entre las fortalezas de Cumbres Altas (Cumbres Mayores) y Cumbres Bajas (Cumbres de San Bartolomeacute) con el posible castillo de Cumbres de Enmedio gravitando entre ambos en el punto en el que confluye la cantildeada real Soriana con la referida vereda de Portugal Tambieacuten Torres se conecta adecuadamente hacia el norte con Encinasola y Cumbres de San Bartolomeacute con quien interacciona visualmente en la guarda de la ribera del Muacutertiga Desde la posible fortaleza de Hinojales cuyos anaacutelisis al igual que en el caso de Cumbres de Enmedio estaacuten siendo objeto de estudios monograacuteficos abordados en una publicacioacuten especiacutefica el camino bajaba hacia el Sur como se observa en el mapa marcando una direccionalidad que conduce hacia la ribera de Hinojales [Figura 19] El territorio condicionoacute asiacute la capacidad de conexioacuten espacial a traveacutes de la disposicioacuten de caminos o viacuteas de traacutensito asiacute como la propia interconexioacuten visual entre las fortalezas que requeriacutean de atalayas de apoyo para ultimar el control visual del espacio geograacutefico En uacuteltima instancia no fue sino la geomorfologiacutea el origen de tales limitaciones a la interconexioacuten espacial y visual entre los castillos medievales a la cual se debe el caraacutecter abrupto de este medio fiacutesico derivado del referido plegamiento herciano que dibujoacute la orientacioacuten dominante de sus formaciones orograacuteficas siguiendo la direccioacuten (NO-SE) Asimilado al propio concepto de medida itineraria en la Baja Edad Media la legua el viacutenculo entre la distancia y el tiempo permite una mayor discernibilidad del concepto de friccioacuten espacial asociando tiempos de desplazamientos a esos niveles de impedancia para definir isoacutecronas que grafiacutean espacios ubicados a un mismo tiempo de traacutensito La funcioacuten Hinking desarrollada por el geoacutegrafo estadounidense Waldo Tobler (1993) es una funcioacuten exponencial obtenida a partir de datos empiacutericos que permite medir las distancias ponderadas como isoacutecronas a partir de la determinacioacuten de la velocidad pedestre (w) en base a la siguiente formulacioacuten en la que la asimetriacutea de la direccioacuten de la pendiente se parametriza con un valor exponencial de correccioacuten de 005 W= 6119890119890 Para el caacutelculo de la velocidad a caballo wh = 125 w

[Figuras 19 Isoacutecronas entre fortalezas de la banda Gallega en torno al castillo de Cumbres Mayores]

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 183

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

4 Conclusiones analiacuteticas y prospectiva

Los anaacutelisis geoespaciales abordados a traveacutes de Sistemas de Informa-cioacuten Geograacutefica (SIG) han permitido sumar argumentos en la direccioacuten de ciertas teoriacuteas historiograacuteficas que apuntaban hacia el origen uacuteltimo y fundamentacioacuten de la construccioacuten de la fortaleza de Cumbres Mayo-res80 incidiendo en la existencia de una fuerte interaccioacuten visual entre esta fortaleza y la templaria de Fregenal asiacute como con la santiaguista de Segura de Leoacuten ultimando la triangulacioacuten defensiva que operaba sobre la interseccioacuten misma de sus liacutemites dominicales distantes entre siacute 12 kiloacutemetros definiendo asiacute un triaacutengulo equilaacutetero cuasi exacto Cumbres Mayores fosilizariacutea en sus faacutebricas si admitimos esta hipoacutetesis como cierta la reaccioacuten del concejo de Sevilla a los hostigamientos que poniacutean en riesgo su integridad territorial derivados de la previa labra de ambas fortalezas contrapuestas por los freires espatarios que atenta-ban contra los intereses de Sevilla

Esta funcionalidad militar vinculada en origen a la guarda y defensa del limes demarcatorio noroccidental operada por la fortaleza de Las Cumbres se veriacutea complementada con su labor de retaguardia y control uacuteltimo de las penetraciones provenientes de la Vereda de Portugal desde la raya lusa completando el dibujo defensivo operado por la interaccioacuten de las fortalezas de Cumbres de San Bartolomeacute y de Torres asiacute como de la posible fortaleza de Cumbres de Enmedio cuyos estudios se estaacuten abordando en otras publicaciones monograacuteficas igualmente dispuesta sobre la Vereda de Portugal en el punto exacto en la que eacutesta intersecta con la Cantildeada Real Soriana disponieacutendose Encinasola en vanguardia como fortaleza frontera asentada a pocas leguas de la frontera exterior a Castilla y Leoacuten [Figura 20]

Las funcionalidades de la defensa de este territorio histoacuterico se adap-taron a la evolucioacuten de la coyuntura geopoliacutetica respondiendo las geo-metriacuteas y las escalas de estas defensas pasivas a la entidad y naturaleza de los contextos locales desde una loacutegica adaptativa pero insertos en una red castramental ndashla Banda Gallegandash asociada a la definicioacuten de una defensa perifeacuterica coherente del liacutemite noroccidental del alfoz de Sevi-lla en la Baja Edad Media que operaba conformando espacios castrales diferenciados jerarquizados en torno a sus fortalezas nucleares gravi-

80 VALOR y CASQUETE ldquoEl castillo de Cumbres Mayoresrdquo p 478 GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacionalrdquo pp 235 263-264

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192184

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

tando el poblamiento igualmente en torno a ellas en base a una loacutegica de repoblacioacuten activa del espacio conquistado en el que las oacuterdenes mi-litares ejercieron amplia influencia

Los anaacutelisis de transitabilidad del territorio histoacuterico a traveacutes de geo-procesamiento de los niveles de impedancia que ponen en relacioacuten la pendiente y la curvatura orograacutefica permitieron analizar los nexos de unioacuten territorial entre estos castillos y torres atalaya representando isoacute-cronas que los relacionan con la dimensioacuten temporal incidiendo en un concepto al fin y al cabo no alejado de la propia unidad de medida de itinerancia que constituiacutea la legua en estas cronologiacuteas bajomedievales que definiacutea el espacio recorrido en una hora a caballo

Los resultados analiacuteticos obtenidos permiten avalar las funcionali-dades de las metodologiacuteas de anaacutelisis geoespacial de evaluacioacuten multi-criterio implementados a traveacutes de metodologiacuteas SIG para la contrasta-cioacuten o refutacioacuten de determinados aspectos espaciales contenidos en las teoriacuteas historiograacuteficas coadyuvando a su discernimiento y aportando nuevos elementos de anaacutelisis Las mismas permiten tambieacuten abrir nue-vas aacutereas de estudio de la mano de la produccioacuten de cartografiacutea predic-tiva generada por aacutelgebra de mapas en las que se ponen en correlacioacuten espacial determinados factores que inciden en la guarda y defensa del territorio histoacuterico como la elevacioacuten orograacutefica la pendiente curvatura

Figura 20 Cuenca visual del castillo de Cumbres Mayores sobre el territorio

representado con sombreado orograacutefico

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 185

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

y orientacioacuten orograacutefica la proximidad a redes hidrograacuteficas y caminos histoacutericos asiacute como su vinculacioacuten a fronteras o limes demarcatorios aportando asiacute nueva informacioacuten derivada de su anaacutelisis y geoprocesa-miento espacial de la informacioacuten histoacuterica

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

AMS sec1 carp1 n5

AMS Secc 1ordm cap 4ordm fol 30 El documento fue publicado por Tenorio y Cerero Nicolaacutes El concejo de Sevilla Sevilla 1901 pp234-235

AMS Secc 13ordm s XV tomo10 nordm22 1579 agosto10 en Casquete del Pra-do N 1993 Los castillos de la Sierra Norte de Sevilla en la Baja Edad Media Diputacioacuten de Sevilla Seccioacuten Histoacuterica Serie 1ordm nuacutemero 42

AMS sec 15 Papeles del Mayordomazgo carp58 Sevilla 1474 junio 7 Carta a los contadores de Sevilla al concejo de Cumbres Mayores sobre las pagas a ciertos hombres que sirvieron en el castillo

AHNOOMM Ucleacutes 263111

2 Bibliografiacutea

Fernando AacuteLVAREZ BURGOS Vicente RAMOacuteN BENEDITO y Vicente RA-MOacuteN PEacuteREZ Cataacutelogo general de la moneda medieval hispanocristia-na desde el siglo IX al XVI Editorial Jesuacutes Vico Madrid 1980

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoAlfonso X el Algarve y Andaluciacutea el des-tino de Serpa Moura e Mouratildeordquo en Historia Medieval I Actas del II Congreso de Historia de Andaluciacutea Coacuterdoba 1994 pp 289-304

Alberto CANTO GARCIacuteA Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Omar ROMERO DE LA OSA FERNAacuteNDEZ ldquoEl hallazgo nu-mismaacutetico de la taifa de Sevilla en Aracena (Huelva)rdquo Huelva Revista Onoba nordm3 (2015) pp163-170

Juan Luis CARRIAZO RUBIO ldquoFronteras y fortificaciones en Andaluciacutea Occidental durante la Edad Mediardquo El Territorio Medieval Juan Aure-lio Peacuterez Maciacuteas (ed) Universidad de Huelva 2002 pp 57-97

Nuria CASQUETE DEL PRADO Los castillos de la Sierra Norte de Sevilla en la Baja Edad Media Servicio de Publicaciones de la Excma Dipu-tacioacuten de Sevilla Seccioacuten Histoacuterica Serie 1ordm nuacutemero 42 Sevilla 1993

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192186

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Francisco COLLANTES DE TERAacuteN ldquoLos castillos del reino de Sevillardquo Archivo Hispalense 58-59 (1953)

Asuncioacuten DIacuteAZ ZAMORANO ldquoEl legado arquitectoacutenico de las oacuterdenes militares en la provincia de Huelvardquo La arquitectura de las oacuterdenes militares en Andaluciacutea Conservacioacuten y restauracioacuten Mariacutea del Valle Goacutemez de Terreros Guardiola (ed) Universidad de Huelva Huelva 2011 pp61-87

Antonio DOMIacuteNGUEZ ORTIZ ldquoLas noticias de algunos lugares de Anda-luciacutea de Gabriel Satansrdquo Archivo Hispalense II 3 1944 pp 39-40

Francisco Javier DURAacuteN CASTELLANO ldquoLos Templarios en la Baja Ex-tremadurardquo Revista de Estudios Extrementildeos Tomo LVI I Badajoz (2000) pp 99-145

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoLa villa encastillada de Aracena en el contexto de la Banda Gallega Castrum et villam La construccioacuten de la frontera y la articulacioacuten espacial de la red de fortificaciones y del poblamiento en el liacutemite noroccidental del alfoz sevillano en la baja edad mediardquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura Huelva2016 pp 133-154

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoAproximacioacuten al anaacutelisis geoespa-cial de la fortificacioacuten de un territorio de frontera en los confines del reino de Sevillardquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Co-marca de la Sierra Aracena Huelva Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2016 pp 170-184

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO ldquoStrategic control of castramental space and geostatical analysis of visual prevalence Implementation of SIG methodologiesrdquo Actas del Congreso Internacional Technoheri-tage Sevilla 2019 (En prensa)

Juan Joseacute FONDEVILLA APARICIO Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ Fortificaciones Bajo Medievales de la Banda Galle-ga Caracterizacioacuten del itinerario cultural transfronterizo Consejeriacutea de Cultura Junta de Andaluciacutea Huelva 2012

Manuel FRUCTOS ROMERO ldquoAroche tierra de contienda (s XIII)rdquo Actas de las XXI Jornadas de Patrimonio de la Comarca de la Sierra Higuera de la Sierra (Huelva) 2010 pp 339-368

Joatildeo Carlos GARCIacuteA O espaccedilo medieval da reconquista no sudoeste da Peniacutensula Ibeacuterica Lisboa 1986

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 187

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoConflictos jurisdiccionales articulacioacuten terri-torial y construcciones militares a finales del siglo XIII en el alfoz de Sevilla la Sierra de Arocherdquo Archivo Hispalense (Sevilla) tomo LXXV nordm 230 (1992) pp 25-51

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoPoliacutetica internacional conflictos jurisdicciona-les y construcciones militares a finales del siglo XIII en la Sierra de Arocherdquo Huelva en la Edad Media Reflexiones aportaciones y nue-vas perspectivas veinte antildeos despueacutes Juan Luis Carriazo y Joseacute Mariacutea Miura Andrades (eds) Universidad de Huelva 1998 pp 229-280

Francisco GARCIacuteA FITZ ldquoEl sistema castral sevillano en la Baja Edad Mediardquo Fortificaccediloes e Territoacuterio na Peniacutensula Ibeacuterica e no Magreb (Seacuteculos VI a XVI) Lisboa Ediccediloes Colibri amp Campo Arqueoloacutegico de Meacutertola 2013 pp 569-588

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoPoblamiento y organizacioacuten del territorio onubense durante el periodo andalusiacute (siglos VIII-XIII)rdquo Actas del III Congreso de Historia de Andaluciacutea Coacuterdoba 2001 pp89-105

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN ldquoLa conquista de Niebla por Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos 27 2002 pp89-111

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN Evolucioacuten histoacuterica del poblamiento del te-rritorio onubense durante la eacutepoca andalusiacute (Siglos VIII-XIII) Univer-sidad de Huelva 2003

Alejandro GARCIacuteA SANJUAacuteN La conquista de Sevilla por Fernando III (646 h1248) Nuevas propuestas a traveacutes de la relectura de las fuen-tes aacuterabes Hispania 2017 vol LXXVII 255 pp11-41

Joseacute Damiaacuten GONZAacuteLEZ ARCE ldquoCuadernos de Ordenanzas y otros docu-mentos sevillanos del reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Documentos nuacutem16 (1989)

Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla Tomo I CSIC Es-cuela de Estudios Medievales Madrid 1951

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConflictos fronterizos en la Sierra de Aro-che El pleito de Barrancos (1493)rdquo Actas das I Jornadas de Historia Medieval do Algarve e Andaluzia Louleacute 1986 pp 193-200

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoPoblamiento y frontera en Andaluciacutea (SS XIII-XV)rdquo Revista de la Facultad de Geografiacutea e Historia nordm4 Universidad de Sevilla (1989) pp 207-224

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoAndaluciacutea en tiempos de Alfonso Xrdquo Di-plomatario andaluz de Alfonso X Sevilla 1991 pp XXIX-CXVIII

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192188

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoHuelva tierra de fronterardquo Huelva en la Edad Media Reflexiones aportaciones y nuevas perspectivas veinte antildeos despueacutes Juan Luis Carriazo y Joseacute Mariacutea Miura Andrades (eds) Universidad de Huelva Huelva 1998 pp 15-35

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLas relaciones entre Portugal y Castilla durante el siglo XIIIrdquo en As relaccedilotildees de frontera no seacuteculo de Alcani-ces Actas IV Jornadas Luso-Espanholas de Histoacuteria Medieval Oporto Universidades do Porto 1998 vol1 pp 1-24 (Separata de la Revista da Facultade de Letras-Historia II vol XV tomo I)

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoConquista y repoblacioacuten de la Banda Ga-llegardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII) Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 67-78

Manuel GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ ldquoLos inicios de la repoblacioacuten de la Sierra de Huelva en el sXIIIrdquo Minervae Baeticae Boletiacuten de la Real Acade-mia Sevillana de Buenas Letras 2ordf Eacutepoca 41 2013 pp 365-374

Javier GUTIEacuteRREZ PUEBLA ldquoRedes espacio y tiempordquo Anales de Geogra-fiacutea de la Universidad Complutense 18 1998 pp65-86

Alexandre HERCULANO Histoacuteria de Portugal desde o comeccedilo da monar-chia ateacute ao fim do reinado de Affonso IIIrdquo Biblioteca Nacional de Por-tugal 1849

Feacutelix HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ ldquoLa Kura de Meacuterida en el siglo Xrdquo Al-Anda-lus XXV 2 1960 pp 313-371

Alfonso JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoTorres un castillo onubenserdquo Huelva en su Historia 2ordf eacutepoca Vol 9 2002 pp 97-118

Alfonso JIMEacuteNEZ MARTIacuteN ldquoMezquitas castillo e iglesias Notas sobre la arquitectura del sXIII en la Sierra de Huelvardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII) Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 121-202

Miguel Aacutengel LADERO QUESADA ldquoSobre la evolucioacuten de las fronteras medievales hispaacutenicasrdquo En Identidad y representacioacuten de la frontera en la Espantildea medieval (siglos XI-XIV) Casa de Velaacutezquez y Universi-dad Autoacutenoma de Madrid 2001 pp 5-50

Antonio LOacutePEZ GARCIacuteA Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS y Yolanda BENA-BAT HIERRO ldquoAlgunas consideraciones sobre el castillo de Encina-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 189

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

solardquo Actas de las XIII Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Cortelazor (Huelva) Diputacioacuten Provincial de Huelva 1999 pp 439-459

Pablo MACIacuteAS GONZAacuteLEZ ldquoEl problema historiograacutefico de los Algarves luso-castellanos La organizacioacuten social de un espacio y de una fron-tera 1245-1281rdquo Revista da facultade de letras II Seacuterie Vol VIII Uni-versidade do Porto Porto 1991 pp 987-1016

Florentino PEacuteREZ-EMBID La frontera entre los reinos de Sevilla y Portu-gal Excmo Ayuntamiento de Sevilla Delegacioacuten de Cultura Seccioacuten de Publicaciones 1975

Javier PEacuteREZ-EMBID WAMBA Aracena y su sierra la formacioacuten histoacuterica de una comunidad andaluza (siglos XIII-XVIII) Diputacioacuten de Huelva 1995

Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS ldquoLos distritos islaacutemicos de la Sierra de Huelvardquo I Jornadas de Cultura Islaacutemica Almonaster (2000) Ayunta-miento de Almonaster la Real 2001 pp 49-63

Juan Aurelio PEacuteREZ MACIacuteAS Juan CAMPOS CARRASCO y Francisco GOacute-MEZ TOSCANO ldquoAproximacioacuten arqueoloacutegica al castillo de Aracena y a las fortificaciones de la Banda Gallegardquo Huelva en la Edad Media 20 antildeos despueacutes Universidad de Huelva 1998 pp 281-303

Rodolfo RECIO MOYA ldquoEl dialecto de la Sierrardquo Actas de las Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra La Nava Diputacioacuten Provin-cial de Huelva 2002 pp 91-150

Rodolfo RECIO MOYA Miscelaacutenea histoacuterica de Fuenteheridos (Estudio histoacuterico antropoloacutegico y linguumliacutestico) Excmo Ayuntamiento de Fuen-teheridos 2016

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoAnaacutelisis ar-queoloacutegico del castillo de Aroche (Huelva)rdquo Anuario arqueoloacutegico de Andaluciacutea 2003 Vol 2 Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2006 pp225-235

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoEstudios ar-queoloacutegicos del castillo de Cumbres de San Bartolomeacute (Huelva)rdquo Vi-pasca Arqueologiacutea e Historia Nordm2 2ordf serie (2007) pp610-619

Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ y Eduardo ROMERO BOMBA ldquoLas faacutebricas del castillo de Almonaster la Realrdquo Revista Onoba Nordm04 (2016) pp135-154

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192190

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoAnaacutelisis ar-queoloacutegico del Castillo de Cala (Huelva)rdquo Anuario arqueoloacutegico de An-daluciacutea 2001 Vol 2 Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2004 pp 1709-1715

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica en el Castillo de Cala (Huelva)rdquo Actas de las XXIV Jorna-das del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Cala Diputacioacuten Pro-vincial de Huelva 2007 pp 279-292

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoSecuencia de poblamiento en el castillo de Santa Olalla del Cala (Huelva)rdquo IV En-cuentro de Arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Recurso Electroacutenico en CD-ROM Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Eduardo Romero Bomba (eds) Universidad de Huelva 2010 pp814-828

Eduardo ROMERO BOMBA y Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ ldquoLos castillos de la Banda Gallega Aportaciones a su conocimiento desde la arqueolo-giacuteardquo Paisajes tiempo y memoria acercamientos a la Historia de Anda-luciacutea Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas Juan Luis Carriazo Rubio y Beatriz Gabilaacuten (eds) 2012 pp 399-128

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ e Inmaculada JI-MEacuteNEZ AGUILAR ldquoAnaacutelisis de una fortificacioacuten de la Banda Gallega El castillo de Santa Olalla del Cala (Huelva)rdquo Actas del V encuentro de arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Almodocircvar (Portugal) 18-20 de noviembre de 2010 2012 pp 465-475

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ e Inmaculada JI-MEacuteNEZ AGUILAR ldquoCastillo de Aracena pasado presente y futurordquo Actas de las XXXI Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena Huelva Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 2016 pp 102-132

Eduardo ROMERO BOMBA Timoteo RIVERA JIMEacuteNEZ Antonio M MON-GE SOARES y Paula Fernanda QUEIROZ ldquoTorre de las Harinas (Zufre Huelva) estudio arqueoloacutegico de una fortificacioacuten medievalrdquo IV en-cuentro de Arqueologiacutea del Suroeste Peninsular Recurso electroacutenico en CD-ROM Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Eduardo Romero Bomba (eds) Universidad de Huelva 2010 pp 1463-1470

Rosa Mariacutea SAacuteNCHEZ GARCIacuteA Luis Alfonso LIMPO PIacuteRIZA El encla-ve de Olivenza y sus murallas (1230-1640) Caacuteceres Universidad de Extremadura-Ayuntamiento de Olivenza 1994

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192 191

La Banda GaLLeGa y eL castiLLo de Las Cumbres controL estrateacuteGico deL territorio

Joseacute Mariacutea SAacuteNCHEZ SAacuteNCHEZ y Magdalena VALOR PIECHOTTA El cas-tillo de Cortegana Asociacioacuten de Amigos del Castillo de Cortegana Leader Sierra de Aracena y Picos de Aroche Cortegana 2004

Ruth TAYLOR ldquoIntervencioacuten arqueoloacutegica puntual de apoyo a la restau-racioacuten en el castillo de El Real de la Jara (Sevilla) el sector Oeste del recintordquo Anuario Arqueoloacutegico de Andaluciacutea (2005) Junta de Andalu-ciacutea Consejeriacutea de Cultura 2010 pp 2920-2929

Pierre TOUBERT Castillos sentildeores y campesinos en la Italia medieval Ed Criacutetica Barcelona 1990

Waldo TOBLER ldquoNon-isotropic geographic modelingrdquo Technical Re-port nordm93-1 Santa Baacuterbara CA National Center for Geographic Information and Analysis 1993

Magdalena VALOR PIECHOTTA ldquoDos castillos de tiempos de Sancho IV Cumbres Mayores y Santa Olalla (Huelva)rdquo Notas sobre su origen y funcioacutenrdquo Estudios de Historia y de Arqueologiacutea Medievales X (1994) pp 173-188

Magdalena VALOR PIECHOTTA ldquoAlgunas reflexiones sobre los castillos de la Banda Gallegardquo La Banda Gallega Conquista y repoblacioacuten de un espacio de frontera (siglos XIII-XVIII)rdquo Juan Aurelio Peacuterez Maciacuteas y Juan Luis Carriazo (eds) Universidad de Huelva 2005 pp 79-92

Magdalena VALOR PIECHOTTA y Nuria CASQUETE DE PRADO SAacuteGRERA ldquoEl castillo de Cumbres Mayores (Huelva) Una aproximacioacuten a la ar-quitectura militar de la segunda mitad del siglo XIIIrdquo Sevilla Historia Instituciones Documentos 21 (1994) pp 473-499

Miguel Aacutengel VARGAS DURAacuteN ldquoIntervencioacuten en el castillo de El Real de la Jara (Sevilla)rdquo Anuario Arqueoloacutegico de Andaluciacutea 1989 III Activi-dades de Urgencia Junta de Andaluciacutea Consejeriacutea de Cultura 1989 pp 417-424

Miguel Aacutengel VARGAS DURAacuteN ldquoEl castillo de Santa Olalla del Cala Es-tratigrafiacutea de un haacutebitat estrateacutegicordquo Actas de las XII Jornadas de Patrimonio de la Comarca de la Sierra Aracena (Huelva) Diputacioacuten Provincial de Huelva 1999 pp111-127

David WHEATLEY ldquoCumulative viewshed analysis a GIS based method for intervisibility and its archaelogical applicationrdquo GIS and Archaeo-logy a European Perspective G Lock y Z Stancic (eds) TaylorampFran-cis Londres 1995 pp170-185

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 145-192192

Juan Joseacute Fondevilla aparicio

David WHEATLEY y Mark GILLINGS Spatial Tecnology and Archaelogy TaylorampFrancis Viena 2002

David WHEATLEY y Mark GILLINGS ldquoVision Perception and GIS deve-loping enriched approaches to the study of archeological visibilityrdquo Beyond the Map IG Lock (eds) Amsterdam 2000 pp 1-28

Fecha de recepcioacuten 20-05-2019

Fecha de aceptacioacuten 26-12-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 193

La orden de Santiago en la conquista de Sevilla Aproximacioacuten y cerco

(1246-1248)

The Order of Santiago in the Conquest of Sevilla Approach and Siege (1246-1248)

Manuel Loacutepez FernaacutendezUNED Centro Asociado de Algeciras

Resumen

La Orden de Santiago intervino en la conquista de Sevilla con un elevado nuacuteme-ro de efectivos aunque no todos ellos eran miembros de la propia institucioacuten Este numeroso contingente bajo el mando del maestre Pelay Peacuterez Correa ac-tuoacute como unidad independiente en Sierra Morena y maacutes tarde en la margen derecha del Guadalquivir protegiendo el flanco de la flota castellana Ya en el verano de 1248 al maestre se le encomendoacute una nueva misioacuten relacionada con cuestiones logiacutesticas por lo que hubo de intervenir nuevamente en Sierra Mo-rena con la mayor parte de su hueste sin desatender por ello el cerco sevillano

Palabras Clave

Sevilla Orden de Santiago Pelay Peacuterez Correa Sierra Morena

Abstract

The Order of Santiago intervened in the conquest of Seville with a large number of troops although not all of them were members of the institution itself This numerous contingent under the command of Pelay Perez Correa acted as an

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico lopezfernandezm75gmailcom UNED Centro Asociado de Algeciras

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226194

Manuel loacutepez Fernaacutendez

independent unit in Sierra Morena and later on the right bank of the Guadalqui-vir protecting the flank of the Castilian fleet Already in the summer of 1248 the master was entrusted with a new mission related to logistical issues so he had to intervene again to Sierra Morena with most of his host without neglecting the sevillian siege

Keywords

Seville Order of Santiago Pelay Peacuterez Correa Sierra Morena

Introduccioacuten

Cuando se contabilizan y contrastan las donaciones que la Corona de Castilla hizo a las oacuterdenes militares por su participacioacuten en la conquista de Sevilla1 se llega a la raacutepida conclusioacuten de que la Orden de Santiago fue la maacutes favorecida de todas2 Lo anterior se puede sentildealar con rotun-didad incluso sin incluir la donacioacuten hecha en tierras de Mures ndashhoy Villamanrique de la Condesandash en 1253 porque la cesioacuten de estas pro-piedades fue consecuencia de un acuerdo entre Alfonso X y el maestre Pelay Peacuterez Correa para que la Orden pudiera mantener una galera al servicio de la Corona3

Considerando que Fernando III hubo de ser ecuaacutenime en la cues-tioacuten de las donaciones a sus vasallos en correspondencia a los servicios prestados y no entregar territorios de manera graciosa entre los mis-mos ndashpor los muchos problemas que podiacutea acarrearle si no seguiacutea tal directrizndash hemos de suponer que la Orden de Santiago fue la institucioacuten religioso-militar que maacutes medios puso a disposicioacuten del monarca caste-llano-leoneacutes en la empresa de conquistar Sevilla Demostrar hoy que eso fue realmente asiacute resulta imposible pero si tenemos en cuenta los datos

1 Para esta argumentacioacuten nos apoyamos en dos de los trabajos de GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento de Sevilla tomo I y II Tambieacuten en Reinado y diplomas de Fernando III Coacuterdoba 1980 tomo I y III En el primero de los trabajos mencionados se publicaron los repartimientos tipo Espinosa y Palacio en los que se pueden conocer los detalles del repartimiento sevillano En el segundo de estos trabajos especialmente en el tomo III podemos leer los documentos de donacioacuten de Fernando III a todas las oacuterdenes militares Apoyados en esta base documental podemos apreciar que la Orden de Santiago fue la maacutes beneficiada de todas por la conquista de Sevilla

2 AYALA ldquoLas oacuterdenes militares en la conquista de Sevillardquo 3 Sobre este asunto elaboramos un trabajo al que titulamos ldquoLa Orden de Santiago en

los oriacutegenes de la Marina Real castellanardquo En el mismo podemos ver con mucho maacutes detalle que la donacioacuten real de 1253 en Mures teniacutea como finalidad mantener una galera real Esta embarcacioacuten era si nos atenemos al nuacutemero de remeros la mayor de toda la flota

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 195

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

que las fuentes nos proporcionan sobre todo la Primera Croacutenica Gene-ral las dudas seraacuten menores Es cierto que en la expedicioacuten de castigo que se realizoacute en el otontildeo de 1246 los efectivos santiaguistas no debiacutean ser muy elevados debido a la premura con la que se hizo pero en el ve-rano del antildeo siguiente cuando el rey de Castilla quiso proteger el flanco de su flota por el lado del Aljarafe y los santiaguistas se prestaron a ello parece que los efectivos bajo el mando del maestre Pelay Peacuterez Correa4 ndashentre ldquofreyres et seglaresrdquondash alcanzaban un tercio del total de las fuerzas que alliacute teniacutea Fernando III

Este porcentaje resulta llamativo a todas luces pero creemos que puede explicarse desde el fallido compromiso adquirido por la Orden para colaborar con el emperador Balduino II de Constantinopla en agosto de 1246 Porque fue en esa fecha en Valladolid cuando el maes-tre Peacuterez Correa llegoacute a un acuerdo con Balduino II para intervenir con efectivos de la Orden en tierras del Imperio Latino de Oriente con el beneplaacutecito y colaboracioacuten de la Santa Sede5 Se dieron tales circuns-tancias porque en la ejecucioacuten de aquella empresa estaba sumamente interesado el papa Inocencio IV de modo que los primeros pasos para llevarla a buen puerto se dieron en Lyon en la segunda mitad de 1245 aunque no fue hasta el mes de febrero del antildeo siguiente cuando el Papa se dirigioacute al maestre exhortaacutendole para que la llevara a la praacutectica ate-nieacutendose a lo tratado anteriormente entre los representes del maestre y del emperador

La bula papal llegoacute a Jaeacuten cuando la ciudad acababa de caer en ma-nos cristianas contrariando los planes de la Corona por privarle del apoyo del maestre y de sus fuerzas en aquellos momentos El rey de Cas-tilla delegoacute la solucioacuten del problema en el infante don Alfonso de Casti-lla ndashbajo cuya autoridad directa operaban las fuerzas santiaguistas por entoncesndash disponiendo eacuteste que el maestre se limitara a ayudar al em-perador Balduino con 50 freires de la Orden 100 escuderos y 100 caba-llos aunque era libre para llevarse fuera del reino a cuantos caballeros y escuderos se ofrecieran a ayudarle siempre que estos fuesen ajenos

4 Sobre el citado maestre defendimos nuestra tesis doctoral en 2002 siendo publicada en 2007 con el tiacutetulo La Orden de Santiago y el maestre Pelay Peacuterez Correa En 2010 hicimos una reelaboracioacuten de la misma ampliada y actualizada trabajo que titulamos Pelay Peacuterez Correa Historia y leyenda de un maestre santiaguista Diputacioacuten de Badajoz

5 El asunto lo trata BENITO RUANO ldquoBalduino II de Constantinopla y la Orden de Santi-agordquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226196

Manuel loacutepez Fernaacutendez

a la institucioacuten santiaguista6 Con estas limitaciones por parte de la co-rona de Castilla se presentoacute el maestre Pelay Peacuterez Correa en Valladolid a negociar con el emperador Balduino7 ndashen agosto de 1246ndash llegando al compromiso de intervenir en Oriente con 300 caballeros 300 escuderos 200 ballesteros ndash100 a pie y otros 100 a caballondash ademaacutes de 1000 peones y 700 caballos ndashdos por caballero8 maacutes los 100 correspondientes a los ballesteros a caballondash

El citado acuerdo nos resulta muy interesante por dos razones La primera de ellas ndashmuy acorde con lo que luego trataremosndash nos viene a demostrar la capacidad militar de la Orden para captar seglares ajenos a la misma en momentos cruciales la segunda ndashno menos importante y en coherencia con lo que veremos maacutes tardendash nos aproxima a la compo-sicioacuten y estructura interna de los ejeacutercitos de la eacutepoca Si la primera de las razones aludidas nos ayuda a entender mejor la raacutepida numerosa y efectiva disposicioacuten de la Orden de Santiago en el caso de la conquista de Sevilla la segunda de ellas nos permite descifrar con cierta claridad el concepto militar de ldquolanzardquo o caballero ndashmuy utilizado en la eacutepocandash cuando las fuentes escritas tratan de informar sobre la magnitud o enti-dad de un ejeacutercito medieval

Asiacute que atenieacutendonos a las cifras que figuran en el acuerdo del maes-tre Pelay Peacuterez Correa con el emperador Balduino II deducimos que cada hombre a caballo era acompantildeado por un escudero y dos caballos ademaacutes de un promedio de tres hombre a pie lo que viene a decir que cuando se nos da el nuacutemero de caballeros o ldquolanzasrdquo resulta praacutectico en la mayoriacutea de los casos multiplicar este nuacutemero por cinco9 si queremos aproximarnos a la cuantiacutea real de los efectivos humanos que podiacutean componer un ejeacutercito que operara con ciertas garantiacuteas de eacutexito Es cier-to que estas ldquolanzasrdquo podiacutean estar peor o mejor ldquoservidasrdquo o ldquocumpli-dasrdquo como ocurre en el contrato en cuestioacuten ya que en el mismo llegan

6 Este documento esta datado en Jaeacuten el diacutea 11 de marzo Lo publica Eloy Benito Ruano en la paacutegina 30 del trabajo citado en la nota anterior

7 Ibidem pp 30-348 Entendemos que uno para combatir ndashel caballo de guerra o destrerondash y el otro para los

desplazamientos ordinarios conocido con el nombre de palafreacuten Curiosamente no se habla en el documento de aceacutemilas para el transporte del armamento e impedimenta por lo que se pudiera pensarse que el segundo caballo era destinado a esta uacuteltima funcioacuten realizada generalmente por mulas

9 Por generalizar este seraacute el coeficiente que utilicemos en adelante con la intencioacuten de no llevar al liacutemite superior dicho coeficiente Lo anterior no significa que ese factor se redujera a cuatro o a tres en otras ocasiones

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 197

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

a seis los componentes que constituiacutean cada ldquolanzardquo o caballero10 Y si lo anterior se refiere exclusivamente a los seres humanos entendemos tambieacuten que si se quiere conocer el nuacutemero aproximado de caballos que integraban un ejeacutercito seraacute de gran utilidad multiplicar por dos el nuacutemero de caballeros que las fuentes nos proporcionen

De acuerdo con lo anteriormente expuesto en este trabajo nos apo-yaremos en el documento de agosto de 1246 para aproximarnos con maacutes o menos exactitud al nuacutemero de efectivos que pudieron intervenir con la Orden en la conquista de Sevilla

1 Expedicioacuten preparatoria

El maestre Pelay Peacuterez Correa hubo de salir de Valladolid ndashdespueacutes de entrevistarse con Balduino IIndash en los diacuteas finales de agosto para estar en Ocantildea los diacuteas 5 y 6 de septiembre como documentalmente puede demostrarse11 luego se dirigioacute a Jaeacuten para informar al rey de Castilla de su acuerdo con el emperador encontraacutendose con las alar-mantes noticias llegadas de Sevilla respecto al cambio de gobierno habido aquiacute situacioacuten que afectaba directamente a las relaciones de los sevillanos con Castilla al suponer la ruptura de la tregua acordada con el anterior gobierno de la ciudad del Guadalquivir Debido a tales circunstancias el rey don Fernando demandoacute consejo de los ricos hom-bres y de los maestres de las oacuterdenes aconsejaacutendole eacutestos ldquoque fuese ccedilercar Sevillardquo seguacuten dice la Primera Croacutenica General12 Por lo que podemos leer en esta fuente el maestre de la Orden de Santiago era un abierto partidario de tal modo de proceder pero no todos estuvieron de acuerdo al considerar que antes se debiacutea raziar algunas veces la tie-rra con el fin de que la ciudad cayera con menos esfuerzo Finalmente parece que se impuso la opinioacuten de Pelay Peacuterez Correa abierto parti-

10 Al multiplicar 300 caballeros por seis obtenemos el nuacutemero de mil ochocientos hom-bres que componiacutean el contingente militar acordado

11 Archivo Histoacuterico Nacional Oacuterdenes Militares Ucleacutes carpeta 152 documentos 17 y 18 (en adelante AHN OO MM Ucleacutes 15217 y 18) Los documentos estaacuten publicados en los apeacutendice documentales de los trabajos mencionados en la nota 3 En el documento del diacutea 5 de septiembre el maestre recibe el castillo de Albarraciacuten de Aacutelvaro Pedro Fernaacutendez de Azagra y en el documento del diacutea 6 se lo entrega Andreacutes Lintildeaacuten hasta que la Orden pueda recuperar los maravediacutees que le habiacutea adelantado a Pedro Fernaacutendez de Azagra

12 Primera Croacutenica General de Espantildea Editada por Ramoacuten Meneacutendez Pidal con estudio actualizador de Diego Catalaacuten Editorial Gredos Madrid 1977 capiacutetulo 1071

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226198

Manuel loacutepez Fernaacutendez

dario de realizar el esfuerzo directo sobre Sevilla antes que emplear el tiempo en cercos de menor importancia13

No obstante lo anterior al tener en cuenta la eacutepoca del antildeo en la que se encontraban y la necesidad de utilizar una flota que operara por el Guadalquivir el rey decidioacute organizar alliacute mismo una expedicioacuten de cas-tigo para sorprender a los sevillanos con las fuerzas que pudiera reunir pues la organizacioacuten de la armada era un tema que requeriacutea maacutes tiem-po Asiacute que sin demora alguna Fernando III emprendioacute el camino de Coacuterdoba llevando consigo no maacutes de trescientos caballeros entre los que la fuente que seguimos cita al hermano del rey don Alfonso al infante don Enrique y a ldquolos maestres dichos de Vcles et de Calatrava et Diego Sanchez et don Gutier Suarezrdquo14

A finales ya del mes de septiembre y desde Coacuterdoba ndashel contingente se habiacutea incrementado al unirse las fuerzas del concejo cordobeacutes a las que salieron de Jaeacutenndash se desplazaron las huestes castellanas siguiendo la calzada de Eacutecija hasta llegar a Carmona momento en el que se unieron a los cristianos quinientos caballeros granadinos con su rey al frente como vasallo que era del rey de Castilla15 Este uacuteltimo dato no suficiente-mente resaltado hasta ahora pone de manifiesto que si a los granadinos les dio tiempo a concentrarse y llegar a Carmona desde su reino otro tanto pasariacutea con buena parte de los vasallos castellano-leoneses que acudieron a la llamada de su rey hecha desde Jaeacuten cuando se decidioacute abiertamente operar sobre Sevilla

A pesar del incremento del contingente no eran aquellas fuerzas suficientes para iniciar el cerco a Carmona pero siacute bastantes para talar y estragar todo lo posible de murallas afuera Hecho lo anterior se dirigieron hacia Alcalaacute de Guadaira con la misma intencioacuten pero visto por los gobernantes de esta plaza lo ocurrido en Carmona se entregaron sin resistencia al rey de Granada quien a continuacioacuten puso Alcalaacute a disposicioacuten del rey de Castilla16 Don Fernando quedoacute aquiacute reparando sus defensas y mientras tanto organizoacute dos incursio-nes por territorio sevillano La que aquiacute nos interesa se encaminoacute a

13 Ibidem Este capiacutetulo finaliza diciendo ldquoEt a este conseio se acordo el rey don Fernan-do et todos los otros que con el eran en aquel conseiordquo

14 Ibidem capiacutetulo 107215 Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento vol I p 18216 Ibidem Indica Julio Gonzaacutelez en nota a pie de paacutegina que el rey de Granada Alhamar

soacutelo colaboroacute con don Fernando en esta ocasioacuten y no en el posterior cerco a Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 199

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

correr el Aljarafe correspondiendo su direccioacuten a ldquodon Alfonso su hermano et al maestre don Pelay Correardquo 17

Para llevarla a cabo los expedicionarios debieron cruzar el Gua-dalquivir situarse en su orilla derecha y penetrar luego en el Aljarafe sevillano el riacuteo Guadalquivir no es vadeable a la altura de Alcalaacute de Guadaira por lo que los expedicionarios tuvieron que llegar hasta las proximidades de Alcalaacute del Riacuteo y cruzar el Guadalquivir por el Vado de las Estacas18 aunque tambieacuten pudieron hacerlo por otros vados situa-dos aguas arriba considerando que en septiembre el riacuteo no debiacutea bajar con mucho caudal Una vez en la margen derecha del rio se encontra-ron con una zona bien fortificada pero la expedicioacuten no encontroacute mu-chas dificultades y los cristianos llegaron a asentar su campamento en un cabezo alto donde hoy se encuentra enclavada Albaida del Aljarafe Aquiacute se hicieron fuertes los expedicionarios en el interior de una tierra rodeada de fortalezas musulmanas19 perjudicando con sus incursiones los recursos que podiacutean llegar a Sevilla procedentes del propio Aljarafe y del reino de Niebla20

Desconocemos cuaacutendo regresaron el infante don Alfonso y el maes-tre Pelay Peacuterez Correa al lado del rey de Castilla pero seguacuten una croacutenica tardiacutea21 los santiaguistas se mantuvieron en aquella ldquocabeccedila muy alta que es entre Sevilla y Tejadardquo ndashse refiere a donde se ubica hoy Albaida del

17 Primera Croacutenica General capiacutetulo 107218 Veacutease BLAacuteQUEZ y BLAacuteZQUEZ ldquoViacuteas romanas de Albacete a Zorejas de Queros a Aran-

juez de Meaques a Titulcia de Aranjuez a Toledo y de Ayamonte a Meacuteridardquo pp 18-19 Estos autores sentildealan que ldquoLa navegacioacuten del Betis se haciacutea por barcos de gran calado hasta Ilipa (Alcalaacute del Riacuteo)hellip Las mareas llegan hasta Alcalaacute o mejor auacuten hasta la denominada Tabla de las Playasrdquo Tambieacuten se nos dice lo mismo en HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ ldquoRagwal y el itinerario de Musa de Algeciras a Meacuteridardquo p 150 Seguacuten este autor ldquoQalacuteat Ragwal (Alcalaacute del Riacuteo) plaza fuerte situada en el primer tramo en que el Guadalquivir es vadeable a contar desde su desembocadurardquo En la actualidad tal vado no es perceptible a causa de una represa pero a unos cuatro kiloacutemetros al norte de Alcalaacute existe un cortijo llamado todaviacutea ldquodel Vadordquo Veacutease en Cartografiacutea Militar de Espantildea Escala 1100000 Hoja 6-20

19 Asiacute podemos verlo en ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Anales eclesiaacutesticos y seculares de la muy noble y muy leal ciudad de Sevilla vol I p 23

20 Veacuteanse maacutes reflexiones sobre el asunto en GARCIacuteA FITZ ldquoEl cerco de Sevilla Reflex-iones sobre la guerra de asedio en la Edad Mediardquo El autor se apoya para sus reflex-iones en la Continuacioacuten de la Croacutenica de Espantildea de don Rodrigo Jimeacutenez de Rada capiacutetulo CCXXXV pp 3-4

21 Nos referimos a la croacutenica citada en la nota anterior En nuestro caso la hemos consul-tado en el ejemplar que se guarda en la Biblioteca de la Universidad de Sevilla capiacutetulo CCXXXVII folio 172v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226200

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Aljarafe22ndash corriendo las tierras sevillanas a su alcance De todas formas el rey Fernando III enterado de la muerte de su madre ndashocurrida el 8 de noviembre23ndash dio por terminada la campantildea poco maacutes tarde y se retiroacute a Coacuterdoba Estando alliacute concedioacute al maestre santiaguista ndashel 24 de diciem-brendash una renta anual de 2000 maravediacutees para el convento de Segura de la Sierra24 Por ahora es este documento el primero que conocemos entre los que pudo dar Fernando III en Coacuterdoba despueacutes de finalizada la campantildea de 1246 por territorios sevillanos

2 Aproximacioacuten a Sevilla

La campantildea de 1247 contra Sevilla se fue planeando a lo largo del in-vierno mientras don Fernando permanecioacute en Jaeacuten Estando aquiacute con-cedioacute a la Orden de Santiago ndashel diacutea 20 de febrerondash unas propiedades en Alcalaacute de Guadaira y en Corral de Alviros25 Todaviacutea a mediados del mes de marzo estaba la cancilleriacutea real en Jaeacuten26 mientras en Coacuterdoba se reu-nieron los ricos-hombres y los maestres de las oacuterdenes militares con sus respectivas mesnadas por entonces emprendieron el camino de Carmo-na junto a las fuerzas del concejo de Coacuterdoba para raziar y estragar los campos carmonenses Llevaban alliacute cinco diacuteas cuando se presentoacute el rey y tan dura fue la demostracioacuten de fuerza que los de Carmona propusie-ron una tregua que aceptoacute don Fernando27 Por lo que se infiere de la lectura de las fuentes el acuerdo se firmoacute el diacutea 21 de marzo de 124728

En Carmona se sumaron a las fuerzas cristianas ya existentes otras llegadas de los concejos del reino de Leoacuten Resulta llamativo que entre los cinco que aquiacute cita la Primera Croacutenica dos de ellos sean precisamen-

22 Efectivamente Albaida de Aljarafe se asienta sobre una elevacioacuten desde la que se tiene un amplio dominio visual sobre el valle del riacuteo Guadiamar y sobre las llanuras de Gerena En su espoloacuten maacutes occidental se asienta hoy la base de una torre que levantoacute alliacute el infante don Fadrique el segundo hijo varoacuten del rey don Fernando a quieacuten cor-respondioacute esta poblacioacuten en el repartimiento de Sevilla

23 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinadohellip volumen I p 369 24 AHN OO MM Ucleacutes 703 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen

III documento nordm 74525 AHN OO MM Ucleacutes 2I10 En el documento fechado en Toledo el 7 de abril de 1254

Alfonso X confirma a la Orden una serie de donaciones de monarcas anteriores26 Julio GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen I p 37027 Ibidem 28 Por lo que sabemos se acordoacute una tregua de seis meses Pasado este tiempo Carmona

se entregariacutea Asiacute en Primera Croacutenica General capiacutetulo 1075 El rey al dar fuero a Carmona dice que la ciudad se le entregoacute el 21 de septiembre de 1247 Veacutease GONZAacute-LEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III documento nordm 847

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 201

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

te santiaguistas la actual Granadilla y Montaacutenchez29 Esta circunstancia nos da pie para preguntarnos por las obligaciones que teniacutean los vasa-llos de la Orden de Santiago cuando acudiacutean a la llamada de su rey en un caso concreto como era el cerco a Sevilla iquestA queacute fuerzas se sumaban las de los concejos cuando acudiacutean al fonsado o a un cerco atendiendo la llamada del monarca Queda suficientemente claro que los concejos de realengo se quedan con el rey o ayudan a quien eacuteste determine30 pero los concejos pertenecientes a las oacuterdenes militares se uniacutean a las fuerzas de sus respectivos comendadores tal y como apuntan algunos autores apoyaacutendose en que era costumbre general en Castilla31 Esta circuns-tancia ndashla presencia en Sevilla de caballeriacutea villana junto a los freires santiaguistasndash ademaacutes de otros caballeros vinculados a la Orden por ra-zones de familiaridad o acuerdo32 pero no propiamente miembros de la institucioacuten es la que justifica algunas expresiones de la Primera Croacutenica General cuando se refiere ndashcomo luego veremosndash a ldquofreyres y seglaresrdquo

29 Granadilla es citada como Granada Esta villa fue donada a la Orden de Santiago en 1191 por el rey Alfonso IX de Leoacuten quien le cedioacute alliacute todo lo que perteneciacutea a la Co-rona Por su parte Montaacutenchez pertenecioacute a la Orden desde 1230 Asiacute en GUTIEacuteRREZ DEL ARROYO Privilegios reales de la Orden de Santiago en la Edad Media documento nuacutemero 146 Tambieacuten en Bernabeacute de CHAVES Apuntamiento legal sobre el dominio solar de la Orden de Santiago La donacioacuten de Granadilla se recoge en folio 3v la de Montaacutenchez en folio 6v Granada pasoacute a depender despueacutes de 1259 del Monasterio de Sancti Spiacuteritu de Salamanca

30 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinadohellip volumen I p 228 Seguacuten se dice aquiacute el tiempo de servicio de los caballeros villanos era de tres meses al antildeo Este tiempo de servicio suponiacutea que la llegada de los concejos se hiciera escalonada como se hizo en Sevilla tambieacuten que algunos concejos como el de Coacuterdoba interviniera en otontildeo de 1247 y luego dejara el cerco para reincorporarse a finales de la primavera de 1248

31 En este sentido nos dice GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO Curso de Historia de las Insti-tuciones espantildeolas p 614 que las tropas movilizadas estaban compuestas por ldquolos caballeros nobles y por los peones de los territorios y poblaciones del Reino por los caballeros villanos o ciudadanos y por las tropas de a pie que desde el siglo XII consti-tuiacutean las milicias de los Concejos y por las huestes de los sentildeoriacuteos que se incorporan al ejeacutercito real al mando de sus sentildeoreshelliprdquo En tal sentido apostillaba LOMAX La Orden de Santiago (1170-1275) p 181 ldquoCuando los vecinos de las villas santiaguistas iban a la guerra es probable que los acaudillaran sus comendadores porque no soacutelo era costumbre general en las villas castellanas que el gobernador acaudillase el concejo en la guerra sino que tambieacuten el fuero de Ucleacutes declara que cuando el concejo va con su sentildeor al fonsado se repartiraacute el botiacuten en campordquo Finalmente AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media p 544 tambieacuten nos dice que ldquoun sector de las tropas movilizadas por las oacuterdenes militares estaba integrado por vasallos de su jurisdiccioacutenrdquo

32 Los casos de caballeros seglares que colaboraron con la Orden de Santiago a lo largo de su existencia son muy numerosos En lo relativo a los tiempos del maestre Pelay Peacuterez Correa pueden verse algunos nombres de estas personas en el apartado 52 de los trabajos citados en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226202

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Expuesto lo anterior diremos que los santiaguistas habiacutean alcanzado la villa de Guadalcanal con sus conquistas en el antildeo 124133 pero no ha-biacutean podido hacerse con la fortaleza de Reina34 plaza cuya donacioacuten les fue prometida en 1246 por Fernando III35 A la altura de la primavera de 1247 los musulmanes de la sierra norte de Sevilla estaban praacutecticamente aislados asiacute que al temer los alcaides moros de Reina y Constantina lo que habiacutea ocurrido con Carmona vinieron a negociar aquiacute con don Fernando

ldquoet los alcalles venieron al rey et entregaronle los alcaccedilares Et el rey

dio luego Costantina a Cordova y Reyna a la orden dUcles et que se fin-

casen los moros y segunt fue el pleteamientordquo36

Por los datos que manejamos consideramos que esta avenencia pudo producirse en los uacuteltimos diacuteas de marzo o primeros de abril fechas en las que ejeacutercito castellano cruzoacute el Guadalquivir y se dirigioacute contra Can-tillana a pesar de la resistencia de sus habitantes para dificultar el paso de las fuerzas de Fernando III por los vados del riacuteo37 Superada la difi-cultad los castellanos pusieron cerco a Cantillana38 y ante la resistencia de sus defensores fue tomada a la fuerza por lo que los atacantes ldquoma-taron et prendieron quantos fallaron dentrordquo39 Despueacutes le tocoacute el turno a Guillena poblacioacuten que entregoacute su alcaacutezar temiendo lo acontecido en Cantillana sin embargo los de Gerena ndashque fue la siguiente villa en ser atacadandash resistieron el asalto inicial aunque no tardaron en acordar

33 RADES Y ANDRADA Croacutenica de las tres oacuterdenes de Santiago Calatrava y Alcaacutentara Santiago fol 31v

34 El sultaacuten Abu Yusuf al-Mansur reforzoacute las fronteras con los cristianos en el Garb de al-Andalus Ademaacutes de Caacuteceres y Badajoz se potenciaron los castillos de Montemoliacuten y Reina Maacutes datos en AZUAR y FERREIRA ldquoLa fortificacioacuten del califato almohaderdquo Las Navas de Tolosa En esta ocasioacuten la fortaleza de Reina fue ampliada y reforzada con lo que se convirtioacute en un bastioacuten difiacutecil de conquistar al contrario de lo que habiacutea ocur-rido en 1189 en tiempos de Alfonso VIII cuando el rey pudo hacerse con la fortaleza

35 El asunto lo tratamos con maacutes amplitud en ldquoLas tierras de Reina entre el islam y la cristiandadrdquo

36 Primera Croacutenica General capiacutetulo 107537 FERNAacuteNDEZ Y LOacutePEZ Historia de la ciudad de Carmona p 12938 La poblacioacuten medieval de Cantillana estaba situada en la misma confluencia de los

riacuteos Viar y Guadalquivir Hasta comienzos del siglo XX este uacuteltimo riacuteo fluiacutea a los pies de Cantillana En la eacutepoca aacuterabe el ldquohisnrdquo de Cantillana controlaba uno de los vados del riacuteo Asiacute en ORDOacuteNtildeEZ AGULLA ldquoCantillana antigua Navae Aproximacioacuten a su historia en la Antiguumledad romanardquo p 46

39 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1076

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 203

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

una rendicioacuten y desalojar la plaza40 Por lo que se refiere a Alcalaacute del Riacuteo plaza que contaba con buena fortificacioacuten y abundante guarnicioacuten diremos que prefirioacute resistir y don Fernando se vio obligado a enviar contra ella a toda la hueste para desalojar al caid de Sevilla Axacaf que la defendiacutea con trescientos caballeros cuando Axacaf y los suyos aban-donaron la plaza eacutesta no tardoacute en entregarse41

Pero antes de continuar con los acontecimientos que se vivieron en el cerco a Sevilla debemos dedicar unas liacuteneas a un hecho concreto que se produjo antes de que el maestre de Santiago se incorporara a dicho cerco Se trata de la conquista de la hoy villa extrementildea de Montemoliacuten situada en el extremo norte del curso del riacuteo Viar riacuteo eacuteste que se une al Guadalqui-vir en Cantillana villa que fue sitiada por los cristianos en el mes de abril de 1247 Ya sabemos que estando don Fernando en Carmona llegaron los alcaides moros de las fortalezas de Reina y Constantina para negociar la en-trega de sus fortalezas al rey de Castilla y que eacuteste habiacutea donado la primera de ellas a la Orden de Santiago seguacuten se habiacutea acordado un antildeo antes al conquistarse Jaeacuten En el momento que se hizo el acuerdo entre el alcaide de Reina y don Fernando podiacutean transcurrir los uacuteltimos diacuteas de marzo o los primeros de abril pero la entrega de una fortaleza cuando eacutesta se pro-duciacutea por capitulacioacuten no se haciacutea de un diacutea para otro42 Era costumbre antigua dar un tiempo al que entregaba la fortaleza para que eacuteste comuni-cara las condiciones del acuerdo a sus vasallos y que eacutestos decidieran irse o quedarse por otro lado tambieacuten necesitaba un tiempo el que habiacutea de hacerse cargo de la fortaleza para preparar los efectivos y pertrechos que pudiera necesitar en su posterior defensa43 El plazo de tiempo para ejecu-tar ese cambio de manos variaba dependiendo de las circunstancias del momento pero en teacuterminos generales se aproximaba a un mes

Asiacute pues la Orden bien pudo hacerse cargo de la fortaleza de Reina a finales de abril o tal vez en mayo por lo que deducimos que ldquolos de Uclesrdquo se vieron involucrados directamente en el sitio de Cantillana44

40 Ibidem41 Ibidem capiacutetulo 107742 Por esta eacutepoca podemos citar los casos de Murcia Jaeacuten Carmona y luego se repetiraacute

en Sevilla43 Alfonso X Siete Partidas Para tales disposiciones el Rey se apoya en ldquofuero antiguo de

Espantildeardquo Veacutease asiacute en el tiacutetulo XVIII de la Segunda Partida donde se trata ampliamente el tema especialmente en las leyes II y IV

44 El sitio de Cantillana no debioacute resolverse raacutepidamente Al parecer durante el cerco el campamento real se asentoacute junto al arroyo Garci-Peacuterez Esto uacuteltimo en ARIAS SOLIacuteS

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226204

Manuel loacutepez Fernaacutendez

aunque una vez tomada la plaza las fuerzas de la Orden se desplaza-ron hasta Reina para hacerse cargo de su nueva fortaleza No obstante consideramos que la expedicioacuten dirigida hacia Sierra Morena no teniacutea como uacutenico objetivo hacerse con uacuteltima plaza citada sino que su misioacuten principal consistiacutea en despejar el traacutensito de las huestes cristianas a lo largo del llamado Camino de la Plata ndashentre Sevilla y Meacuteridandash al tiem-po de impedir cualquier penetracioacuten musulmana a traveacutes del valle del Viar riacuteo que maacutes cerca de su nacimiento discurriacutea entre los teacuterminos de Reina y Montemoliacuten45

Por tanto creemos firmemente que una vez asegurada la posesioacuten de la alcazaba de Reina con la consiguiente guarnicioacuten el maestre Pelay Peacuterez Correa decidioacute hacerse con el castillo de Montemoliacuten46 Sabemos que lo hizo ndashy tambieacuten que los moros de Montemoliacuten ofrecieron una dura resistencia a las huestes de la Orden47ndash por las palabras del propio maestre cuando en 1269 concedioacute unos heredamientos a Martiacuten Anes do Vinhal48 Se deduce por lo que dice el maestre en el documento que los santiaguistas tuvieron que recurrir a la ayuda del citado caballero portugueacutes para tomar Montemoliacuten pues de lo contrario ldquonos non as poderamos fillar sen uossa aiudardquo49

Cantillana p 16 Si tenemos en cuenta que dicho arroyo es afluente por la izquier-da del Guadalquivir y desemboca en eacuteste a la altura de Cantillana resulta que don Fernando pudo tener a la vista el sitio a Cantillana sin necesidad de asentar su cam-pamento en la margen derecha del Gualdalquivir lugar maacutes peligroso a todas luces

45 Cuando don Fernando donoacute a la Orden el castillo y villa de Reina lo hizo ldquosegunt los ouo en tiempos de morosrdquo Lo mismo hariacutea con Montemoliacuten y al delimitar esta uacuteltima se dice que el riacuteo Viar haciacutea las veces de lindero entre ambos teacuterminos

46 Hay que subir al castillo de Reina para imaginar la sensacioacuten que pudieron sentir los santiaguistas al verse duentildeos del mismo El valle del Viar se extiende a los pies de la co-lina donde se asienta lo que fue la fortaleza de Reina Este castillo estaacute unos 200 metros maacutes alto que el de Montemoliacuten y dista de eacutel unos 20 kiloacutemetros Sobre estos castillos puede verse el estudio de GARRIDO SANTIAGO Arquitectura militar de la Orden de Santiago en Extremadura

47 No debe sorprender tal situacioacuten si tenemos en cuenta que la fortaleza de Montemoliacuten fue ampliada y reforzada por los almohades Veacutease asiacute en GIBELLO El poblamiento islaacutemico en Extremadura p 289

48 Este hombre era primo hermano del maestre Pelay Peacuterez Correa Por su colaboracioacuten con la Orden en varias ocasiones recibioacute donaciones en los reinos de Portugal y Leoacuten La recibida en este uacuteltimo corresponde a la actual poblacioacuten de Medina de las Torres Maacutes datos en nuestro trabajo ldquoMartiacuten Anes do Vinhal Un repoblador portugueacutes en tierras de Extremadurardquo

49 AHN OO MM Ucleacutes 26311 Este documento tambieacuten se incluye en los apeacutendices do-cumentales de las obras citadas en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 205

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

La taacutectica empleada para la toma de Montemoliacuten debioacute ser la que venimos viendo incursiones de castigo para evaluar las fuerzas con-trarias previas al posterior cerco de la fortaleza en cuestioacuten Asiacute que Montemoliacuten bien pudo resistir a los santiaguistas hasta los prime-ros diacuteas del mes de agosto de 1247 No existiendo un documento que haga mencioacuten a la fecha concreta en que se tomoacute Montemoliacuten nos inclinamos a creer que la entrega del castillo se produjo el diacutea ocho de agosto de 1247 Lo entendemos asiacute por dos razones que pasamos a desarrollar La primera de ellas es que en el interior del castillo de Montemoliacuten existiacutea una capilla cuyo altar mayor estaba bajo la advo-cacioacuten de Santo Domingo en tanto que el apoacutestol Santiago ndashpatroacuten de la Ordenndash ocupaba otro altar secundario50 Siendo eacutesta una refe-rencia de 1495 cabe preguntarse iquestdesde cuaacutendo arrancaba esta pre-eminencia por Santo Domingo en el interior de la capilla del castillo de Montemoliacuten y no asiacute en la misma villa51 iquestQueacute razones hubo para que esta capilla de la fortaleza estuviese bajo la advocacioacuten del santo de Caleruega Como respuesta a las dos cuestiones anteriores nues-tra hipoacutetesis apunta a que el castillo de Montemoliacuten cayoacute en manos de los cristianos el diacutea que la Iglesia celebraba la festividad de Santo Domingo de Guzmaacuten canonizado en 1234 por el papa Gregorio IX52 Dada las costumbres y mentalidad de la eacutepoca53 nada de extrantildeo ten-driacutea el hecho de colocar bajo su advocacioacuten como accioacuten de gracias la iglesia del castillo que ahora nos incumbe54

50 RUIZ MATEOS Arquitectura civil de la Orden de Santiago en Extremadura p 7851 Santo Domingo fue poco venerado en la Extremadura santiaguista donde soacutelo teniacutea

dos capillas a eacutel dedicadas Para maacutes detalles veacutease RUIZ MATEOS y otros Arte y religi-osidad popular pp 227-233

52 Enzo LODI Los santos del calendario romano Ediciones Paulinas Madrid 1992 pp 280-281

53 Un buen nuacutemero de villas y lugares se colocaron por aquellos antildeos y a lo largo de la Edad Media bajo el patronazgo del santo cuya festividad celebraba la Iglesia el diacutea de su conquista a los musulmanes Por no hacer la lista maacutes extensa sirvan como muestra los casos de Anduacutejar y Santa Justa y Rufina Martos y Santa Marta Caacuteceres y San Jorge Sevilla y San Clemente Caacutediz y la Santa Cruz Tarifa y San Mateo Jerez y San Dionisio Algeciras y Nuestra Sentildeora de la Palma Gibraltar y San Bernardo

54 La infrecuente tipologiacutea de la planta de esta capilla ndashrectangular con dos naves sepa-radas por una danza de arcosndash representada por Aurora Ruiz Mateos en Arquitectura civil nos hace preguntarnos si no estaremos ante la reutilizacioacuten de una antigua mezquita almohade en el interior del castillo de Montemoliacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226206

Manuel loacutepez Fernaacutendez

La segunda razoacuten en la que nos apoyamos para datar la caiacuteda de Montemoliacuten el diacutea ocho de agosto de 1247 es que a mediados de di-cho mes y seguacuten la Primera Croacutenica Pelay Peacuterez Correa se situaba en la margen derecha del Guadalquivir aguas abajo de Sevilla para proteger la flota por aquel flanco con casi trescientos caballeros ldquoen-tre freyres et seglaresrdquo 55 Esta referencia croniacutestica nos resulta muy interesante desde varios punto de vista pues si por un lado nos habla de que habiacutea seglares en las filas de la Orden ndashen sintoniacutea con lo que ya vimos respecto al tratado de 1246 con el emperador Balduinondash por otro lado entendemos tambieacuten que los santiaguistas habiacutean conse-guido reunir muchos efectivos para conquistar Montemoliacuten y ya con este castillo en su poder pero sin tiempo a maacutes se presentaron en Sevilla lo maacutes raacutepido que pudieron despueacutes de realizar el camino de vuelta a lo largo del llamado Camino de la Plata56 dejando expedita de este modo la conexioacuten entre las tierras surentildeas del reino de Leoacuten y la ciudad del Guadalquivir57 Aparte de esta apresurada vuelta si algo maacutes cabe destacar en el contingente santiaguista que se puso a disposicioacuten de Fernando III a mediados del mes de agosto era su ele-vado nuacutemero con respecto a otros participantes en la aproximacioacuten a Sevilla Tan elevado era que seguacuten la fuente croniacutestica antes citada las huestes de la Orden superaban el 20 del total de fuerzas que en aquello momentos disponiacutea el rey de Castilla58

55 Primera Croacutenica General capiacutetulos 1080 y 108156 Suponemos que en el camino de vuelta a Sevilla los santiaguistas se hicieron con las

alcarias musulmanas situadas a lo largo del mismo es decir con las actuales pobla-ciones de El Real de la Jara Almadeacuten de la Plata y Castilblanco de los Arroyos

57 No olvidemos que Guillena por donde pasaba el camino habiacutea sido conquistada en la primavera de aquel mismo antildeo Veacutease en Primera Croacutenica General capiacutetulo 1076

58 Ibidem capiacutetulo 1082 Se dice aquiacute por boca del rey al evaluar la situacioacuten a un lado y otro del riacuteo ldquoca ellos eran mil caualleros [en la margen donde estaba don Fernando] et de la otra parte no eran trecientosrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 207

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

3 Preparacioacuten y cerco a Sevilla

A mediados de agosto ya se habiacutea recuperado don Fernando de una

enfermedad mientras sus hombres se haciacutean con el control de los cas-

tillos que rodeaban Sevilla en las proximidades de la calzada que con-

duciacutea a Meacuterida Por aquellos diacuteas trajeron noticias al rey que la flota al

mando de Ramoacuten Bonifaz estaba bastante cerca de Sevilla y por ello cru-

zoacute el Guadalquivir por el Vado de las Estacas el diacutea de ldquoSancta Maria de

agostordquo59 decidido a contactar con las naves de la armada que estaban

siendo atacadas por los moros seguacuten le habiacutean informado El contacto

59 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1080 Por otro lado el profesor Gonzaacutelez considera que el cerco pudo empezar un mes antes Se apoya este autor en fuentes musulmanas y en un documento otorgado a la Orden de Santiago datado el 27 de julio de 1247 ldquoin exercitu prope Sibilliamrdquo forma que repiten los documentos despachados durante el cerco Asiacute en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento vol I pp 190-191 El documen-to en cuestioacuten AHN OO MM Ucleacutes 8825

Itinerario probable de las fuerzas de la Orden de Santiago en la primavera-

verano de 1247 Primero toman posesioacuten del castillo de Reina despueacutes ganan

el de Montemoliacuten y finalmente llegan a Sevilla a mediados del mes de agosto

haciendo el camino de regreso a lo largo del Camino de la Plata

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226208

Manuel loacutepez Fernaacutendez

de las fuerzas de apoyo enviadas por el monarca con antelacioacuten evitoacute que la flota fuese agredida desde la margen izquierda del riacuteo asiacute que al llegar don Fernando ordenoacute una aproximacioacuten conjunta hacia Sevilla dejando Alcalaacute de Guadaira en la retaguardia60 Pero como a pesar de lo anterior se sucedieron los ataques a las embarcaciones desde la margen derecha del Guadalquivir se creyoacute necesario cubrir aquel flanco con una fuerza que frenara a los musulmanes en sus ataques a naves y ga-leras misioacuten de la que se hizo cargo el maestre Pelay Peacuterez Correa La Primera Croacutenica lo describe asiacute

ldquoDon Pelay Correa maestre de la orden Ucles con su cavalleria que

eran entre freyres et seglares dozientos et ochenta cavalleros fue pasar

el rio et paso allende de la otra parte so Eznalfarax a gran peligro de

si e de los que con el eran ca mayor era el peligro desa parte que de la

otrardquo61

La cita anterior resulta tan interesante que su anaacutelisis bien mere-ce unas liacuteneas En primer lugar nos aproxima a los efectivos con los que contaba entonces la Orden pues si habla de 280 caballeros entre freires y seglares ndashatendiendo las cifras dadas cuando tratamos de la composicioacuten de los ejeacutercitos medievalesndash entendemos que el maestre podiacutea disponer por entonces de maacutes de un millar hombres A pesar de este elevado contingente tal cuantiacutea fue insuficiente para asegurar con garantiacuteas la margen derecha del Guadalquivir como luego vere-mos con maacutes detalles debido al empuje de las fuerzas musulmanas provenientes del Aljarafe de Triana y del reino de Niebla Y con res-pecto a la misioacuten encomendada a los santiaguistas en aquella ocasioacuten como ya apuntara Francisco Garciacutea Fitz62 no soacutelo teniacutea como objetivo proteger los ataques a la flota sino cortar las viacuteas de comunicacioacuten con el Aljarafe y Niebla para conseguir el bloqueo de la ciudad todo ello

60 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento tomo I pp 190-191 El autor que seguimos se apoya en las palabras del Rey cuando en 1250 donoacute unos molinos a la Orden de Al-caacutentara ldquoson en Guadayra en la madre del rio los que son mas cerca de la puente por o passe yo con mi hueste quando vine de Alcala sobre Sevilla de parte de yusordquo Publicado por el mismo autor en Reinado volumen III doc nordm 807

61 Primera Croacutenica General capiacutetulo 108162 GARCIacuteA FITZ ldquoLas huestes de Fernando IIIrdquo Hasta entonces Sevilla recibiacutea aprovi-

sionamientos a traveacutes del puente de barcas de Triana procedente del Aljarafe y del reino de Niebla pues los cristianos habiacutean bloqueado el riacuteo y la acosaban por todos los costados excepto por el oeste

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 209

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

contando con la colaboracioacuten de los que estaban asentados en las al-turas de Albaida quienes ya podiacutean haber enlazado con los cristianos que habiacutean quedado en Gerena

Teniendo en cuenta lo anterior no debe sorprendernos que los musul-manes estuviesen dispuestos a eliminar a toda costa el incordio que para ellos significaba las huestes santiaguistas situadas en las cercaniacuteas del Gua-dalquivir El peligro de situarse en territorio hostil para ejecutar esta doble misioacuten ya nos lo adelanta la Primera Croacutenica que en esta ocasioacuten reza asiacute

ldquohellipca Abenmafot que a esa ssazon era rey de Niebla les estaua desa

parte que punaua de los embargar cuanto mas podia et toda la otra

tierra desa parte era entonccediles de morosrdquo63

Con puntos negros y numerados sentildealamos los distintos campamentos de la

Orden de Santiago a lo largo del cerco a Sevilla Para la ubicacioacuten de los mismos

nos apoyamos en el dibujo de Julio Gonzaacutelez Repartimiento de Sevilla I

Dada la peligrosidad de pasar al otro lado del Guadalquivir por las circunstancias que se daban creemos que las fuerzas de la Orden se asentaron alliacute en dos fases la primera estableciendo una cabeza de

63 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1081

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226210

Manuel loacutepez Fernaacutendez

puente en la otra orilla la segunda consolidando y fortificando una po-sicioacuten en la que debiacutean aposentarse un millar largo de hombres y cerca de seiscientos caballos La primera fase no creemos que se hiciera va-deando el Guadalquivir por las proximidades de Alcalaacute del Riacuteo ndashcomo en el otontildeo anteriorndash sino cruzando el Guadalquivir con el apoyo de la flota En esta situacioacuten un cruce en fuerza ndashteniendo las naves pro-tegiendo los flancos de la penetracioacuten al tiempo que galeras y bateles procediacutean a efectuar el transporte de los efectivos que pusiera el rey de Castilla en apoyo al crucendash lo encontramos factible a pesar de la inicial oposicioacuten musulmana

La segunda fase de la operacioacuten esto es la consolidacioacuten y fortifi-cacioacuten de lugar elegido para acampar no debioacute ser menos arriesgada porque los musulmanes debieron intensificar sus ataques para recha-zar aquellas fuerzas que pretendiacutean abrir un nuevo frente por aquella zona bajo su dominio y posesioacuten Si en un principio la situacioacuten para los santiaguistas pudo resultar maacutes o menos incoacutemoda pronto se volvioacute in-sostenible al ser hostigados por fuerzas provenientes de los castillos de Aznalfarache y Triana asiacute como por otras procedentes del mismo reino de Niebla La comprometida situacioacuten debioacute ser conocida por el mismo rey quien al sopesar que contaba en su lado con ldquomill caualleros et de la otra parte non eran trezientosrdquo64 decidioacute enviar algunos a la otra orilla del riacuteo Por todo ello don Fernando

ldquomando a Rodrigo Florez et Alfonso Tellez et Fernant Yvanes que pasa-

ran alla Estos tres pasaron con ccedilien cavalleros et fueron buenos ayuda-

dores a estos freyres asi commo adelante contara la estoriardquo65

El refuerzo consistente en unos 500 hombres y en unos 200 caballos maacutes resultoacute efectivo porque no soacutelo se consolidoacute la disputada posicioacuten sino que se pasoacute a la ofensiva La poblacioacuten de Gelves fue la primera viacutectima de las cabalgadas cristianas en la margen derecha del Guadal-quivir

64 Esta cita donde se comparan los efectivos del monarca y los de la Orden de Santiago nos da pie para referirnos una vez maacutes a la capacidad de convocatoria de los santiagu-istas por aquellas fechas A nosotros nos parece que sin ese poder de convocatoria el maestre santiaguista no hubiera reunido tantos efectivos en los primeros compases de la campantildea

65 Ibidem capiacutetulo 1082

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 211

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

ldquocavalgaron contra Gelves et conbatieronla con fuerccedila e entraronla et

mataron quantos moros fallaron dentro et prendieron muchos dellos

que levaron cativos e levaron ende muy gran algo que y fallaron66

Esta operacioacuten parece que levantoacute el aacutenimo de los cristianos y se-guidamente se plantaron delante de las puertas del mismo castillo de Triana De la fortaleza salieron suficientes efectivos con el fin de casti-gar la osadiacutea de los castellanos situacioacuten que terminoacute en una refriega en la que estos uacuteltimos obtuvieron la mejor parte67 Con el paso de los diacuteas los combatientes parecen alcanzar un plano de igualdad en el que los enfrentamientos y celadas se prodigan por parte de ambos bandos con suerte diversa Asiacute en la celada que preparoacute el maestre santiaguista contra un arraacuteez sevillano la operacioacuten termina con la agoacutenica retirada de este uacuteltimo al castillo de Triana pero no siempre terminaron las co-sas con ventaja para los cristianos pues en una ocasioacuten hubo de pasar a la otra orilla hasta el mismo rey con parte de su mesnada dada la comprometida situacioacuten que atravesaban los santiaguistas y sus colabo-radores A juzgar por el relato de la Primera Croacutenica esto uacuteltimo ocurrioacute despueacutes de entregada Carmona por lo que creemos que pudo suceder a finales de septiembre o primeros de octubre de 124768

Por entonces los cristianos se adjudicaban victorias parciales en to-dos los terrenos y lo que ocurriacutea en el riacuteo no era una excepcioacuten de modo que a finales del antildeo la armada de los sevillanos estaba casi anulada Se produce entonces un receso en las actividades beacutelicas cuando se podiacutea decir que los castellanos estaban alcanzando los objetivos fijados en el invierno anterior En tal situacioacuten comenzaron a planearse las operacio-nes para el siguiente antildeo momentos en los que el maestre Pelay Peacuterez Correa debioacute visitar varias veces a Fernando III lo anterior lo inferimos de las concesiones y donaciones que el monarca le hizo a primeros de diciembre de 1247 y a lo largo del mes de enero 1248 Si las fechadas en 1247 no resultan muy interesantes para lo que tratamos ndashpor estar relacionadas con otras tierrasndash las del antildeo 1248 merecen todas ellas un comentario al estar vinculadas directamente con la conquista de Sevilla Asiacute el diacutea 11 de enero el rey don Fernando promete al maestre una renta de seis mil maravediacutees ldquosennaladamente por el seruicio que me fizies-

66 Ibidem capiacutetulo 108667 Ibidem 68 Ibidem capiacutetulos 1090 y 1092

tes en la hueste de Seuillardquo 69 Esta renta podiacutea ser permutada por here-dades y podriacutea significar una cuantiacutea de bienes raiacuteces de hasta 200000 maravediacutees70 Con ello quedaba compensado soacutelo en parte el esfuerzo que la Orden haciacutea en el cerco sevillano en beneficio de la Corona71 En las donaciones de los diacuteas 20 y 27 de enero don Fernando concede a la Orden propiedades en Carmona y confirma unos privilegios que los santiaguistas teniacutean del rey Sancho II de Portugal documento eacuteste en el que Fernando III incrementaraacute las rentas de la Orden en Sevilla en otros 2300 maravediacutees72 cuando la ciudad sea tomada

Aquel invierno se movilizoacute a los ricos-hombres y concejos73 del reino que hasta entonces no habiacutea participado en la empresa sevillana la lle-gada de unos y otros comenzoacute a principios del mes de marzo de 1248 fecha en la que tambieacuten lo hizo el infante heredero don Alfonso con sus mesnadas propias junto a la que llevaban otros caballeros catalanes y aragoneses Con todas estas fuerzas el rey inicioacute el cerco propiamente di-cho74 y maacutes tarde aprovechando la llegada de maacutes refuerzos cristianos a Sevilla Fernando III decidioacute que su hijo Alfonso cruzara el riacuteo y pasara al sector de Triana para presionar su castillo desde el flanco norte Asiacute debioacute hacerlo cuando ndashya a finales de abrilndash el Infante cruzoacute de nuevo el riacuteo para frenar una salida musulmana sobre el sector Macarena75

A todo esto parece que los santiaguistas y sus aliados se habiacutean des-plazado ya de su asentamiento inicial hasta situarse en las proximida-des del castillo de Triana fortaleza a la que atacaron desde su flanco sur Esto debioacute ocurrir a comienzos de mayo si hemos de creer el relato

69 AHN Sellos 93 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 753

70 HERRERA GARCIacuteA ldquoUn sentildeoriacuteo santiaguista en la Edad Media Villanueva del Ariscalrdquo p 96

71 Por estas fechas el maestre Correa no podiacutea atender al pago de las deudas contraiacutedas en antildeos anteriores con los Bonsignori banqueros del papa Inocencio IV Entendemos que don Pelay prefirioacute involucrar a la Orden en todos los sentidos en la conquista de Sevilla antes de atender a otros compromisos econoacutemicos Situacioacuten por la que habiacutea de exhortarle y reprenderle el mismo pontiacutefice en febrero de 1248

72 AHN OO MM Ucleacutes 2637 Publicado al completo en MADRID Y MEDINA ldquoLa enco-mienda de Portugal en tiempos de Pay Perez Correardquo documento nordm I En lo referente a Castilla en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 756

73 La Primera Croacutenica menciona que los concejos estaban obligados a permanecer tres meses junto al rey la llegada de los mismos habiacutea que hacerla escalonada y una vez maacutes se comienza por los del Norte

74 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimiento tomo I p 201 75 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1104

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 213

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

de la Primera Croacutenica eacutesta nos dice que despueacutes de roto el puente de barcas de Triana ndashel hecho ocurrioacute el diacutea 3 de mayondash don Fernando de-cidioacute combatir el castillo de Triana por el Norte y el Sur ldquoet so Triana poso el maestre drsquoUcles et don Rodrigo Gomez e don Rodrigo Florez et Alfonso Tellez et Pero Poncerdquo 76

Ya dentro del mes de mayo y antes de continuar con el desarrollo de la actuacioacuten santiaguista en el cerco de Sevilla se hace necesario comen-tar otro aspecto maacutes vinculado a cuestiones econoacutemicas que a las pro-piamente beacutelicas Se trata de una permuta de posesiones que realizaron el rey de Castilla y la Orden de Santiago el diacutea 20 de mayo de 1248 fecha en la que oficialmente se produjo el cambio de la villa de Cantillana por la de Montemoliacuten Por el documento de permuta nos enteramos que Fernando III habiacutea concedido Cantillana a la Orden con anterioridad aunque no sabemos cuaacutendo Lo anterior nos hace suponer que esta do-nacioacuten debioacute ser consecuencia directa de la conquista de Montemoliacuten por los santiaguistas ndashen agosto del antildeo anterior como ya vimosndash pero que la Corona no le cedioacute en un primer momento tal vez por pensar que la Orden estaba reuniendo un extenso sentildeoriacuteo al norte de Sierra More-na en las actuales tierras extrementildeas En correspondencia al esfuerzo realizado sobre Montemoliacuten don Fernando hubo de prometerles Can-tillana poco despueacutes aunque sinceramente creemos que tal donacioacuten no se hizo hasta finales de 1247 o a principios de 1248 en esa horquilla cronoloacutegica en la que tantas veces visitoacute el maestre santiaguista al rey de Castilla Pero a la altura del mes de mayo de este uacuteltimo antildeo cuando don Fernando vio que la ciudad de Sevilla podiacutea caer en sus manos re-currioacute a su poliacutetica de alejar las oacuterdenes militares de las ciudades y se la canjeoacute por Montemoliacuten Dice el documento de canje con respecto a Montemoliacuten77

76 Ibidem capiacutetulo 1110 Esta cita resulta aclaratoria para entender que los santiaguistas habiacutean adelantado posiciones con respecto al primer campamento Queremos preci-sar al respecto que en la cita se intuye el establecimiento de otro asentamiento situado maacutes cerca de Sevilla pero cercano al riacuteo para apoyarse en los de la otra orilla si fuese necesario Por lo anterior nos inclinamos a pensar que los de la Orden pudieron asen-tar en las llanuras opuestas a Tablada

77 AHN OO MM Ucleacutes 2131 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 763 En este documento se delimita perfectamente las tierras de Monte-moliacuten y se dice que ademaacutes de estas tierras le daba la alcaria de Besnagueht Por tal razoacuten rechazamos una corriente historicista bastante actual empentildeada en defender que esta uacuteltima alcaria se corresponde con la actual Fuentes de Leoacuten Si se sigue de cer-ca la delimitacioacuten de Montemoliacuten indicada en el documento sentildealado se observa que los liacutemites meridionales de esta encomienda englobaban completamente las tierras de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226214

Manuel loacutepez Fernaacutendez

ldquoEsto uos do por cambio de Cantinana de que teniedes carta et recabdo

et diestemes las cartas e quitasteuos de todos los derechos que auiedes

en Cantinanardquo

4 La nueva intervencioacuten en Sierra Morena

Volviendo ya a las actuaciones concretas de los santiaguistas en el cer-co sevillano cabe destacar que hicieron otro cambio de posicioacuten a prin-cipios del mes de agosto una vez que cesoacute la presioacuten sobre el castillo de Triana al fracasar la ldquocauardquo que contra esta fortaleza se realizaba78 La argumentacioacuten anterior viene apoyada por una donacioacuten que el infan-te don Alfonso desde Sevilla hizo a la Orden de Santiago el diacutea tres de agosto de 124879 este hecho viene a significar que el maestre Pelay Peacute-rez Correa habiacutea estado cerca del Infante por aquellas fechas y por otro lado sabemos que el verano debiacutea estar avanzado cuando se ejecutoacute este uacuteltimo traslado porque la Primera Croacutenica nos dice que el arzobispo de Santiago don Juan Arias habiacutea llegado a la ciudad del Guadalquivir cuan-do se asediaba el castillo de Triana ordenaacutendole el rey que asentara cerca del arroyo Tagarete Como el arzobispo y gran parte de su hueste cayeron enfermos dispuso el rey que abandonaran el cerco80 y

ldquo desque el arccedilobispo fue ydo de la hueste vino el maestre don Pelay

Correa a posar a aquel logar do el posaba et estido y con veynte et ccedilinco

freyres solos que y entonccediles consigo tenie et no mas et de otra cava-

lleria poca 81

La cita anterior viene a confirmar ese tercer traslado de asentamien-to de las huestes santiaguistas pero maacutes llamativo que el traslado en siacute mismo resulta la exigua cuantiacutea de efectivos que en aquellos momentos teniacutea la Orden frente a Sevilla iquestQueacute ha ocurrido iquestCoacutemo es posible que a principios del mes de agosto en plena efervescencia del cerco soacutelo quedaran alliacute 25 miembros de la Orden y poca caballeriacutea seglar

la actual Fuentes de Leoacuten Por lo que carece de sentido donar una alcaria ndashBesnague-htndash situada dentro de la donacioacuten mayor ndashMontemoliacutenndash

78 Primera Croacutenica General capiacutetulo 111079 AHN OO MM Ucleacutes 3655 Don Alfonso donoacute Villanueva de la Fuente a la Orden de

Santiago en esta ocasioacuten 80 Primera Croacutenica General capiacutetulo 111381 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1117

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 215

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Dado que la cita precedente es la uacuteltima donde en la Primera Croacute-nica se habla de la actuacioacuten del maestre santiaguista en el cerco se-villano podiacutea pensarse que la Orden habiacutea sufrido muchas bajas o que sus efectivos estaban realizando otro tipo de funciones lejos de los muros sevillanos De las anteriores opciones parece maacutes razonable la segunda porque de haberse dado la primera algo respecto a tal asunto se diriacutea en los textos82 pero como no ocurre asiacute debemos inclinarnos por la segunda y entender que a la Orden se le habiacutea encomendado otras funciones razoacuten maacutes que suficiente para preguntarnos cuaacuteles y doacutende Nada se menciona al respecto en la Primera Croacutenica pero he aquiacute que la maacutes antigua historia que hoy tenemos sobre la Orden de Santiago83 viene en nuestra ayuda para clarificar el asunto Seguacuten se dice en esta fuente santiaguista el maestre Pelay Peacuterez Correa tuvo un encuentro armado con los moros en la Sierra de Tudiacutea ndashen Sierra Morena al sur de la hoy provincia de Badajozndash del que salioacute triunfante gracias al auxilio de la Virgen

Pero maacutes allaacute del milagroso hecho lo que aquiacute nos interesa es saber en queacute fecha concreta se produjo ese enfrentamiento habido en la Sierra de Tudiacutea para ponerlo en relacioacuten con cuanto conocemos a traveacutes de la Primera Croacutenica siempre respecto al cerco de Sevilla Pues bien seguacuten la documentacioacuten santiaguista y la tradicioacuten mantenida en el santuario mariano ndashque se levantoacute en lo alto de la citada sierra con ocasioacuten de la victoria cristianandash el combate en cuestioacuten se dio el diacutea de la natividad de Mariacutea o sea el ocho de septiembre Siendo en este mes no pudo ser en el antildeo 1247 porque en septiembre el maestre ya estaba sobre Sevilla como hemos visto maacutes arriba Por tanto nos inclinamos a creer que el encuentro armado que buscamos hubo de tener lugar en septiembre de 1248 y no antes ni despueacutes tal y como demostramos maacutes ampliamente en nuestra tesis doctoral84

82 En las Kalendas del convento de Ucleacutes soacutelo hemos encontrado 5 bajas de freires mien-tras la Orden estaba sobre Sevilla AHN Coacutedice 236 folio 127v

83 OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Orden de la caualleriacutea del sentildeor Santiago del Espadardquo p 368 Seguacuten el marqueacutes de Siete Iglesias la obra fue escrita en 1488

84 Para aquello lectores que no tengan ocasioacuten de ver el trabajo referido diremos que el maestre fue elegido para el cargo en noviembre de 1242 En septiembre de 1243 estaba en Burgos en septiembre de 1244 en Murcia en septiembre 1245 en Lyon en septiembre de 1246 camino de Jaeacuten en septiembre de 1247 sobre Sevilla en septiem-bre de 1249 y 1250 en Portugal Expuesto lo anterior carece de sentido continuar la localizacioacuten del maestre en antildeos posteriores al uacuteltimo citado

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226216

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Si todos los indicios apuntan a que a principios de septiembre de 1248 el grueso de los efectivos los santiaguistas operaban en Sierra Morena debemos preguntarnos queacute haciacutean tan lejos de Sevilla Pues bien en este sentido cabe responder que las fuerzas situadas en el cerco sevilla-no necesitaban aprovisionamientos de cara al otontildeo y que estos debiacutean ser transportados desde otros lugares ya fuese por mar o por tierra des-de la retaguardia Cabe suponer tambieacuten que si algunos de estos apro-visionamientos fueron transportados por mar desde Galicia y Vizcaya85 muchos maacutes debieron llegar a Sevilla desde Coacuterdoba86 durante la prime-ra fase del cerco Ahora bien una vez que el control de los caminos que conduciacutean a tierras del reino de Leoacuten quedaron en poder de los cristia-nos parece razonable pensar que eacutestos debieron utilizarlos para traer provisiones desde tierras nortentildeas a traveacutes de Badajoz y Meacuterida Ya en el verano de 1248 hubo de acentuarse la hipoacutetesis que defendemos mu-cho maacutes cuando sabemos que Fernando III habiacutea solicitado un preacutestamo dinerario a los concejos de Galicia el diacutea 28 de junio87

Considerando lo anterior nada tiene de extrantildeo que desde el prin-cipio del verano comenzara a llegar a Sevilla grano fresco procedente de las tierras del reino leoneacutes a traveacutes de lo que hoy conocemos como Viacutea de la Plata o Camino de la Plata Este camino teniacutea un doble enlace con el que veniacutea de Badajoz asiacute el maacutes nortentildeo enlazaba a la altura de Zafra y el maacutes meridional lo haciacutea en las proximidades de Almadeacuten de la Plata todaviacutea en Sierra Morena Lo curioso del caso es que am-bos caminos cruzaban por tierras de los santiaguistas concretamente por terrenos de la encomienda de Montemoliacuten Como la zona surentildea de esta encomienda estaba todaviacutea en manos de musulmanes ndashdebido a la premura existente en el verano de 1247 para acudir a Sevilla como ya vimos paacuteginas atraacutesndash aquellos caminos estaban amenazados por la pre-sencia de musulmanes procedentes de los reinos de Sevilla Niebla y del Algarve portugueacutes por lo que era arriesgado el traacutensito de las recuas por los mismos Esta especial circunstancia que se acentuaba precisamente al cruzar tierras santiaguistas fue la que impuso el desplazamiento del grueso de las fuerzas de la Orden ndashy quizaacute el de otros muchos seglares

85 Cuando Alfonso XI sitioacute Algeciras entre 1342 y 1344 los puertos gallegos y vascos se utilizaron para llevar provisiones al ejeacutercito sitiador de la plaza del Estrecho

86 Para nosotros no hay dudas de que en este caso fue Coacuterdoba la principal base de apro-visionamiento del ejeacutercito castellano sobre todo en la primera fase del sitio

87 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado volumen III doc nordm 765 Este preacutestamo podiacutea utili-zarse para pagar sueldos pero tambieacuten para comprar armamento y vituallas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 217

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

que la acompantildeabanndash de Sevilla a Montemoliacuten en agosto de 1248 aun-que algunas pudieron hacerlo en el mes anterior

Como antes dijimos en agosto de 1247 en el viaje de ida de la hueste santiaguista de Montemoliacuten a Sevilla pudieron hacerse eacutestas con el con-trol de las actuales poblaciones de Almadeacuten de la Plata88 y Castilblanco de los Arroyos para enlazar con Guillena conquistada en la primavera del mismo antildeo como ya vimos Ahora ndashen el verano de 1248 en su viaje de Sevilla a Montemoliacutenndash las fuerzas de la Orden debieron hacerse con las poblaciones que se encontraban maacutes o menos proacuteximos a la margen occidental del camino con el fin de proporcionar mayor tranquilidad a las recuas que en lo sucesivo circularan por el Camino de la Plata Por lo anterior creemos que las alcarias musulmanas que luego se transfor-maron en Zufre Santa Olalla y Cala ndashhoy en la provincia de Huelvandash ca-yeran en manos cristianas por entonces89

Pero volviendo a las tierras pertenecientes a la encomienda santia-guista de Montemoliacuten ndashdelimitadas en un documento de Fernando III en mayo de 124890ndash precisaremos que habiacutea entonces cuatro castillos Del mayor de ellos el inmediato a la villa cabecera de la citada encomienda hemos dicho que fue ganado por la Orden en agosto de 1247 unos pocos antildeos antes ndashcreemos que en 124191ndash ya podiacutean haberse hecho los santia-guistas con el maacutes nortentildeo de los cuatro el de Largia92 hoy en teacuterminos

88 A lo largo de los tiempos en que los musulmanes dominaban estas tierras el luego lla-mado ldquoCamino de la Platardquo saliacutea de Sevilla y se dirigiacutea al Norte pasando por las actuales poblaciones de Guillena y Castilblanco de los Arroyos cruzando Sierra Morena por Almadeacuten de la Plata y Montemoliacuten para llegar a la penillanura extrementildea por Fuente Cantos Despueacutes de la reconquista castellana tomoacute fuerza otra variante del camino que desde esta uacuteltima poblacioacuten ndashahora lo hacemos en direccioacuten contrariandash se dirigiacutea a Monesterio y continuaba por El Real de la Jara hasta alcanzar Almadeacuten de la Plata Castilblanco Guillena y Sevilla El motivo de que esto ocurriera asiacute fue que en el siglo IV se derruyoacute el puente que en tiempos romanos cruzaba la Rivera de Huelva en las proximidades de El Roquillo (Sevilla) Veacutease esto uacuteltimo en CORZO y TOSCANO Las viacuteas romanas de Andaluciacutea p 54 Conviene precisar que todaviacutea en 1729 el rey Felipe V llegoacute a Sevilla pasando antes por Monesterio Santa Olalla y Castilblanco

89 Parece que estos lugares fueron repoblados por leoneses si nos atenemos a la to-ponimia propia y del entorno Desde luego esta es la postura que defiende RECIO MOYA ldquoToponimia gallega y leonesa de la Sierrardquo

90 Creemos conveniente reiterar que el documento en cuestioacuten es AHN OO MM Ucleacutes 2131 Publicado en GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Reinado vol III doc nordm 763

91 Seguacuten Francisco de Rades la incursioacuten santiaguista en la que eacutestos ganaron Guadal-canal partioacute de Meacuterida y pasoacute por el actual Almendralejo Fuente del Maestre Llerena y Usagre asiacute como otros muchos castillos y aldeas ldquoavn que la mayor parte de ellas no tienen el antiguo nombrerdquo Veacutease esto en RADES Croacutenicahellip Santiago folio 30 r

92 A este castillo se le denomina asiacute en un documento santiaguista extendido en Meacuterida

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226218

Manuel loacutepez Fernaacutendez

de Calzadilla de los Barros93 Por el contrario creemos que el castillo situado en la Sierra de Gigonza94 ndashactualmente en teacuterminos de Segura de Leoacutenndash y tambieacuten el de El Cuerno95 ndashen los de Fuentes de Leoacutenndash estaban en manos de musulmanes debido a la premura que hubieron de darse las huestes santiaguistas para desplazarse a Sevilla despueacutes de conquis-tar el castillo de Montemoliacuten Asiacute que en el verano de 1248 quedaban por conquistar todaviacutea los castillos de Gigonza ndashrelativamente cercano al camino que uniacutea Meacuterida con Sevillandash y castillo de El Cuerno ndashmuy proacuteximo al camino que uniacutea Sevilla con Badajoz pasando por el actual Jerez de los Caballerosndash

De estos dos uacuteltimos castillos el de Gigonza distaba unos doce kiloacute-metros del Camino de la Plata por su proximidad a la viacutea que tratamos resultaba extremadamente peligroso Por esto creemos que fue el pri-mero en ser tomado por la fuerza de las armas96 y tambieacuten que en sus proximidades se dio un enfrentamiento armado si hemos de atenernos a cuanto nos dice la toponimia97 Aparte de esto uacuteltimo en orden al efi-caz control de estas viacuteas de comunicacioacuten entendemos que el castillo de

el diacutea 15 de marzo de 1274 Puede verse en toda su amplitud en el apeacutendice documen-tal de las obras citadas en la nota 4 La fortaleza actualmente en ruinas estaba en lo alto de una cota de 635 metros de altura a cuyos pies discurre la Rivera de Atarja Des-de la misma se divisa un amplio panorama hacia el Sur el Oeste y el Norte dominando especialmente el Camino de la Plata en su cruce con la rivera antes citada

93 En el documento de la nota anterior se hacen pasar los teacuterminos de Medina muy cer-ca del castillo que tratamos quedando eacuteste dentro de los concedidos a la citada po-blacioacuten No obstante hoy diacutea se incluye dentro de los que pertenecen a Calzadilla de los Barros

94 Este castillo es mencionado como Sigunsa por el geoacutegrafo al-Idrisi en uno de los itine-rarios entre Sevilla y Badajoz Veacutease al respecto ABIZ MIZAL Los caminos de al-Anda-lus en el siglo XII p 83 Conviene precisar que el cronista oficial de Segura de Leoacuten Andreacutes Oyola Fabiaacuten ndashconociendo de primera mano la existencia de las ruinas de este castillondash informoacute a Manuel Terroacuten Albarraacuten quien encontroacute aceptable el paso foneacuteti-co de Sigunsa a Gigonza ademaacutes de reconocer que la distancia de este castillo a Jerez coincidiacutea con la aportada por al-Idrisi Asiacute lo explica TERROacuteN ALBARRAacuteN en Extrema-dura musulmana pp 337-338 El castillo en cuestioacuten estaba situado en la actual Sierra de Gigonza a una cota de 715 metros dominando el valle del riacuteo Ardila Curiosamente entre sus ruinas podemos encontrar todaviacutea la presencia de un aljibe aeacutereo al que le falta la boacuteveda

95 Creemos que este castillo es el citado por al-Idrisi en el itinerario que une Sevilla con Badajoz Veacutease asiacute en ABIZ MIZAL Los caminoshellip Aquiacute se le da el nombre Q R I H y es el que precede al de Sigunsa caminando de Sevilla hacia el actual Jerez de los Caballeros

96 El castillo de Gigonza pasoacute a manos de la Orden de Santiago en 1248 y se cita como Segonccedila en un documento expedido en diciembre de 1253 en el que Alfonso X concede teacuterminos a Sevilla Veacutease Diplomatario andaluz de Alfonso X documento nordm 80

97 En las proximidades de las ruinas del castillo de Gigonza existe actualmente una dehe-sa que se denomina Matamoros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 219

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

El Cuerno debioacute ser el proacuteximo punto fuerte en caer en esta operacioacuten de limpieza efectuada en las tierras de Montemoliacuten Y finalmente hubo de darse la batalla que tuvo el maestre Pelay Peacuterez Correa con los mu-sulmanes aquella a la que se refiere la historia maacutes antigua que hoy te-nemos de la Orden de Santiago como la habida ldquoen la Sierra de Tudiacuteardquo98

A todas luces resulta esta montantildea un observatorio privilegiado so-bre la comarca circundante por donde discurriacutean los caminos de los que venimos hablando en este apartado Desde lo alto de la Sierra de Tudiacutea se visualiza el Camino de la Plata en el tramo que discurre entre las proximidades de Zafra y Almadeacuten de la Plata en liacutenea recta unos 40 kiloacutemetros hacia el Norte y 30 hacia el Sur Al mismo tiempo tambieacuten estaacute enlazado visualmente con el castillo de El Cuerno99 y con el de Ara-cena La importancia estrateacutegica de la Sierra de Tudiacutea debemos cerrarla aquiacute con su vinculacioacuten militar a la fortaleza de Montemoliacuten en tiempos musulmanes y cristianos100 debido a la proximidad de ambos elementos y a la situacioacuten topograacutefica relativa de este castillo respecto a las tierras situadas al mediodiacutea de la encomienda101 Por esto uacuteltimo pensamos que en tiempos musulmanes en lo alto de la sierra que tratamos habiacutea al-guacuten tipo de fortificacioacuten ndashtal vez una gran torrendash y que en torno a la conquista de la misma se diera una cruenta batalla cuando los santia-guistas se vieron sorprendidos por la llegada de fuerzas musulmanas provenientes del castillo de Aracena102

98 De entre todos los enfrentamientos que el maestre tuvo con los moros se viene a resal-tar precisamente el habido en la Sierra de Tudiacutea tal vez por su trascendencia histoacuteri-co-religiosa Asiacute en OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

99 El castillo del que se ha recuperado parcialmente la torre del homenaje estaacute sobre una elevacioacuten de 730 metros de altitud desde la que se domina el valle de la Rivera de Montemayor afluente de la Rivera de Huelva En una reciente visita hemos podido comprobar que estaacute comunicado visualmente con los castillos de Aracena ligeramen-te maacutes alto a una cota de 749 mts

100 Respecto a la funcioacuten militar que se ejerciacutea desde la iglesia de Tudiacutea como observato-rio queda perfectamente definida por la existencia de una torre situada en lo alto de la cabecera de la iglesia cuando el campanario estaba a los pies de la misma De esa torre quedaba constancia todaviacutea en 1604 seguacuten podemos ver en el Libro de visitas de dicho antildeo cuando se dice que por entonces necesitaba reparacioacuten Asiacute en AHN Libro 1014-C folio 467v

101 Desde el castillo de Montemoliacuten se tiene visioacuten directa con la cima de Tudiacutea y vice-versa La dependencia militar del observatorio de Tudiacutea con respecto al castillo citado podemos verla en la nota anterior

102 El puerto de los Ciegos se situacutea a una altitud de 952 mts y forma parte de la divisoria de aguas entre el Guadiana y el Guadalquivir Por este puerto pasaba ndashy pasa todaviacutea aunque poco frecuentadondash el camino de herradura que uniacutea a los pueblos de la ver-tiente meridional de la sierra con los ubicados en la cara septentrional de la misma

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226220

Manuel loacutepez Fernaacutendez

Lo anterior no deja de ser una hipoacutetesis pues la realidad es que no existen noticias documentadas sobre los detalles del enfrentamiento ha-bido en la cumbre de la sierra103 pero quedan reminiscencias tradicio-nales y toponiacutemicas Comenzando por estas uacuteltimas debemos citar aquiacute al Puerto de los Ciegos curiosamente este significativo topoacutenimo situa-do al suroeste de la cima que tratamos es el lugar por donde accediacutean a dicha cumbre el camino que veniacutea de las tierras situadas en la vertiente del mediodiacutea de la sierra Su nombre ldquode los Ciegosrdquo parece estar rela-cionado directamente con el descuido en vigilar y taponar la llegada de refuerzos musulmanes por ese camino Y en este orden de cosas aporta-remos otro curioso dato dicho puerto estaacute en la misma direccioacuten que la ermita Humilladero de Tudiacutea lugar donde recuerda la tradicioacuten local104 que el maestre imploroacute la ayuda de la Virgen en aquella situacioacuten com-prometida que al final terminoacute en victoria

La ubicacioacuten de la Sierra de Tudiacutea queda sentildealada con un punto azul y en torno a ella

trazamos los caminos e indicamos los castillos de los que venimos hablando en este apartado

103 No pensemos que la sierra estaba cubierta de arbolado y vegetacioacuten como lo estaacute hoy La reforestacioacuten de la misma se hizo a finales del siglo XIX creemos que la vegetacioacuten de la misma sirvioacute para alimentar las chimeneas de las instalaciones situadas en lo alto de la sierra a lo largo de los siglos

104 Los visitadores de 1574 hablan largamente de la piedra que se guardaba en el Hu-milladero de Tudiacutea De la misma dicen entre otras cosas que se le atribuiacutean poderes curativos y la gente de los alrededores la partiacutean en trozos para llevaacutersela a su casa Asiacute en AHN Libro 1012-C tomo IV folio 1307v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 221

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Con respecto a las tradicionales cabe decir que en agradecimiento a la ayuda recibida y a mayor gloria de Santa Mariacutea el maestre santiaguis-ta puso aquella montantildea bajo la advocacioacuten de la Virgen y en lo alto de su cima edificoacute una iglesia en la que se veneroacute la imagen de Santa Mariacutea de Tudiacutea cuya devocioacuten se propagoacute por la comarca tal y como recogioacute unos antildeos maacutes tarde el rey Alfonso el Sabio105 al igual que lo hacen las fuentes narrativas santiaguistas maacutes tempranas106 Pero volviendo a la documentacioacuten conviene sentildealar que el maestre Peacuterez Correa estaba el diacutea 19 de septiembre de 1248 en Sevilla aquiacute ndashacompantildeado de otros miembros de la Ordenndash concediacutea Cabezoacuten Cubierta a don Fernaacuten Yaacute-ntildeez107 Unos meses maacutes tarde despueacutes de interceptar la escuadra cristia-na el paso entre Sevilla y Triana comenzaron las capitulaciones para la entrega de la ciudad por parte de los sevillanos aunque no seriacutea hasta la festividad de San Clemente108 23 de noviembre de 1248 cuando los moros entregaron el alcaacutezar en las negociaciones demandaron un mes de plazo para vender sus cosas y como el rey de Castilla accedioacute a ello109 la entrada oficial de los cristianos en la ciudad fue pospuesta hasta el 22 de diciembre El acontecimiento dio ocasioacuten a una solemne y devota procesioacuten precedida del ejeacutercito en orden militar y encabezado por sus principales caudillos entre los que destaca Ortiz de Zuacutentildeiga110 a los maes-tres de las oacuterdenes militares Seguacuten los comendadores que escribieron la historia de la Orden que aquiacute seguimos111 en aquel magno aconteci-miento el pendoacuten de la Orden de Santiago fue de los primeros

105 Las cantigas que Alfonso X el Sabio dedicoacute a la Virgen de Tudiacutea podemos encontrarlas entre sus Cantigas de Santa Mariacutea Nos referimos concretamente a la 325 326 329 344 y 347 de la Edicioacuten de Walter Mettmann Claacutesicos Castalia Madrid 1986 tomo III Un reciente estudio sobre las mismas en LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ ldquoSanta Mariacutea de Tudiacutea en las Cantigas de Alfonso X el Sabiordquo

106 Nos referimos concretamente a OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

107 SALAZAR DE CASTRO Libro de pruebas de la Casa de Lara p 679 108 Primera Croacutenica General capiacutetulo 1123109 Ibidem capiacutetulo 1124 110 ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Anales eclesiaacutesticos vol I p 48111 Asiacute podemos encontrarlo en OROZCO y DE LA PARRA ldquoEstoria de la Ordenhelliprdquo p 368

Aquiacute podemos leer cuando se habla de la entrada en la ciudad de Sevilla ldquohellipen la entrada de la qual [Sevilla] se falla que el dicho maestres y sus cavalleros con el pendon del Santo Apostol fueron de los primeroshelliprdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226222

Manuel loacutepez Fernaacutendez

5 Conclusiones

Como ya apreciara Julio Gonzaacutelez ldquolos santiaguistas por aquella eacutepo-ca no sabiacutean estar quietosrdquo112 lo que veniacutea a ser una consecuencia direc-ta del temperamento inquieto de Pelay Peacuterez Correa113 y de la confianza que depositaban en la Orden de Ucleacutes el rey Fernando III y el papa Ino-cencio IV Tanto era asiacute que eacuteste uacuteltimo le propone intervenir en Cons-tantinopla con un numeroso contingente pero la operacioacuten no se llevoacute a efecto por falta de medios econoacutemicos del emperador Balduino II y porque el rey castellano inicioacute por entonces la conquista de Sevilla

Considerando las circunstancias anteriores resulta loacutegico que la Or-den de Santiago participara en la conquista de Sevilla con unos efecti-vos superiores en nuacutemeros a las de las otras instituciones religioso-mi-litares Gracias a esta capacidad operativa conquista Montemoliacuten en el verano de 1247 y se le asigna la proteccioacuten de la flota castellana por la margen derecha del Guadalquivir A finales del antildeo antes citado el rey de Castilla le recompensa con la donacioacuten de Cantillana villa que fue canjeada finalmente por la de Montemoliacuten en la primavera de 1248

Ya en el verano de este antildeo y para garantizar la llegada de provisio-nes a Sevilla a traveacutes del Camino de la Plata el rey de Castilla ordena al maestre santiaguista que se desplace a su encomienda de Montemoliacuten con el fin de eliminar el peligro que para las recuas cargadas de grano suponiacutea la presencia de musulmanes en determinados castillos situados dentro de la citada encomienda todaviacutea sin conquistar completamente

En este contexto la Primera Croacutenica General se hace eco de las po-cas fuerzas santiaguista que sobre Sevilla quedan mientras la [Primera] Historia de la Orden de Santiago recoge en sus paacuteginas un choque arma-do que el maestre Peacuterez Correa tuvo con los musulmanes en la Sierra de Tudiacutea a primeros de septiembre enfrentamiento que dio origen al santuario mariano que se levantoacute en lo alto de la mencionada sierra y que maacutes tarde fue cabecera de la Vicariacutea de Tudiacutea

Acabada la misioacuten encomendada en Sierra Morena el maestre retor-noacute a Sevilla y participoacute en el cerco hasta que la ciudad se entregoacute en el mes de noviembre de 1248

112 GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Repartimientohellip tomo I p 178 en nota a pie113 Respecto a la personalidad del maestre veacutease el apartado que dedicamos en las obras

citadas en la nota 4

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 223

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

Fuentes y bibliografiacutea

1 Fuentes

AHN Coacutedice 236-B

AHN Libro 1012-C tomo IV

AHN Libro 1014-C

AHN OO MM Ucleacutes 2I10

AHN OO MM Ucleacutes 703

AHN OO MM Ucleacutes 8825

AHN OO MM Ucleacutes 15217 y 18

AHN OO MM Ucleacutes 2131

AHN OO MM Ucleacutes 26311

AHN OO MM Ucleacutes 3655

ALFONSO X EL SABIO Siete Partidas Glosadas por el licenciado Grego-rio Loacutepez Madrid 1560 Facsiacutemil de la Editorial BOE Madrid 1974

ALFONSO X EL SABIO Cantigas de Santa Mariacutea Edicioacuten de Walter Mett-mann Claacutesicos Castalia Madrid 1986 tomo III

Diplomatario andaluz de Alfonso X Edicioacuten de Manuel Gonzaacutelez Jimeacute-nez El Monte Caja de Huelva y Sevilla Sevilla 1991

Continuacioacuten de la Croacutenica de Espantildea de don Rodrigo Jimeacutenez de Rada Biblioteca de la Universidad de Sevilla

Primera Croacutenica General de Espantildea Editada por Ramoacuten Meneacutendez Pi-dal con estudio actualizador de Diego Catalaacuten Editorial Gredos Ma-drid 1977

Luis SALAZAR DE CASTRO Libro de pruebas de la Casa de Lara Madrid 1694-1699

2 Bibliografiacutea

ABIZ MIZAL Jassim Los caminos de al-Andalus en el siglo XII CSIC Ma-drid 1989

ARIAS SOLIacuteS Florencio Cantillana Edita Ayuntamiento de Cantillana Cantillana (Sevilla) 1999

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de ldquoLas oacuterdenes militares en la conquista de Sevillardquo En Sevilla 1248 Congreso internacional conmemorativo del

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226224

Manuel loacutepez Fernaacutendez

750 aniversario de la conquista de la ciudad de Sevilla por Fernando III rey de Castilla y Leoacuten Editorial Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 167-190

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Marcial Pons y Latorre Literaria Madrid 2003

AZUAR Rafael e Isabel Cristina FERREIRA FERNAacuteNDEZ ldquoLa fortificacioacuten del califato almohaderdquo Las Navas de Tolosa (1212-2012) Miradas cru-zadas ed Patrice Cressier y Vicente Salvatierra Universidad de Jaeacuten Jaeacuten 2014 pp 395-420

BLAacuteQUEZ Y DELGADO A y A BLAacuteZQUEZ Y JIMEacuteNEZ ldquoViacuteas romanas de Albacete a Zorejas de Queros a Aranjuez de Meaques a Titulcia de Aranjuez a Toledo y de Ayamonte a Meacuteridardquo Memorias de la Junta Superior de Excavaciones y Antiguumledades 40 Madrid 1921

BENITO RUANO Eloy ldquoBalduino II de Constantinopla y la Orden de San-tiagordquo Hispania XII 46 1952 pp 3-36

CHAVES Bernabeacute de Apuntamiento legal sobre el dominio solar de la Orden de Santiago en todos sus pueblos Ediciones El Albir Barcelona 1975

CORZO SAacuteNCHEZ Ramoacuten y TOSCANO SAN GIL Margarita Las viacuteas ro-manas de Andaluciacutea Sevilla 1992

FERNAacuteNDEZ Y LOacutePEZ Manuel Historia de la ciudad de Carmona Sevi-lla 1886

GARCIacuteA DE VALDEAVELLANO Luis Curso de Historia de las Institucio-nes espantildeolas Alianza Universidad Madrid 1992

GARCIacuteA FITZ Francisco ldquoEl cerco de Sevilla Reflexiones sobre la guerra de asedio en la Edad Mediardquo Sevilla 1248 Congreso internacional con-memorativo del 750 aniversario de la conquista de la ciudad de Sevilla por Fernando III rey de Castilla y Leoacutenrdquo Editorial Ramoacuten Areces S A Madrid 2000 pp 115-154

GARCIacuteA FITZ Francisco ldquoLas huestes de Fernando IIIrdquo Actas de las IV Jornadas Nacionales de Historia Militar Fernando III y su eacutepoca Sevi-lla 1995 pp 157-190

GARRIDO SANTIAGO Manuel Arquitectura militar de la Orden de San-tiago en Extremadura Meacuterida 1989

GIBELLO BRAVO Viacutector El poblamiento islaacutemico en Extremadura Terri-torio asentamientos e itinerarios Meacuterida 2006

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226 225

La orden de Santiago en La conquiSta de SeviLLa aproximacioacuten y cerco (1246-1248)

GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Julio Repartimiento de Sevilla tomos I y II CSIC Madrid 1953

GONZAacuteLEZ GONZAacuteLEZ Julio Reinado y diplomas de Fernando III tomo I y III Coacuterdoba 1980

GUTIEacuteRREZ DEL ARROYO Consuelo Privilegios reales de la Orden de Santiago en la Edad Media Junta Teacutecnica de Archivos Bibliotecas y Museos Madrid 1946

HERNAacuteNDEZ GIMEacuteNEZ Feacutelix ldquoRagwal y el itinerario de Musa de Alge-ciras a Meacuteridardquo Al-Andalus XXVI 1 1961 pp 43-154

HERRERA GARCIacuteA Antonio ldquoUn sentildeoriacuteo santiaguista en la Edad Media Villanueva del Ariscalrdquo Estudio de Historia y de Arqueologiacutea Medieva-les 5-6 1985-1986 pp 95-126

LODI Enzo Los santos del calendario romano Ediciones Paulinas Ma-drid 1992

LOMAX W Derek La Orden de Santiago (1170-1275) CSIC Madrid 1965

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoMartiacuten Anes do Vinhal Un repoblador portugueacutes en tierras de Extremadurardquo Revista de Estudios Extreme-ntildeos 58 2 2002 pp 517-538

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoLas tierras de Reina entre el islam y la cris-tiandadrdquo Revista de Estudios Extrementildeos Vol 63 1 2007 pp 187-211

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel La Orden de Santiago y el maestre Pelay Peacuterez Correa Instituto de Estudios Manchegos Ciudad Real 2007

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel Pelay Peacuterez Correa Historia y leyenda de un maestre santiaguista Diputacioacuten de Badajoz Badajoz 2010

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoLa Orden de Santiago en los oriacutegenes de la Marina Real castellanardquo Revista de las Oacuterdenes Militares 8 2015 pp 43-78

LOacutePEZ FERNAacuteNDEZ Manuel ldquoSanta Mariacutea de Tudiacutea en las Cantigas de Alfonso X el Sabiordquo Revista de Estudios Extrementildeos Vol 74 1 2018 pp 105-136

MADRID Y MEDINA Aacutengela ldquoLa encomienda de Portugal en tiempos de Pay Perez Correardquo Actas das II Jornadas Luso-Espanholas de His-toria Medieval Universidad de Oporto Oporto 1989 pp 1179-1195

ORDOacuteNtildeEZ AGULLA Salvador ldquoCantillana antigua Navae Aproximacioacuten a su historia en la Antiguumledad romanardquo Cantillana Cuadernos de His-toria Local 1 1993 pp 44-61

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 193-226226

Manuel loacutepez Fernaacutendez

OROZCO Pedro y Juan DE LA PARRA ldquoEstoria de la Orden de la caualle-riacutea del sentildeor Santiago del Espadardquo En [Primera] Historia de la Orden de Santiago Manuscrito del siglo XV de la Real Academia de la Histo-ria Introduccioacuten transcripcioacuten y notas del marqueacutes de Siete Iglesias Diputacioacuten Provincial de Badajoz Badajoz 1978

ORTIZ DE ZUacuteNtildeIGA Diego Anales eclesiaacutesticos y seculares de la muy noble y muy leal ciudad de Sevilla Madrid 1677 Facsiacutemil publicado por la Caja de Ahorros Provincial de San Fernando de Sevilla Sevilla 1985

RADES Y ANDRADA Francisco Croacutenica de las tres oacuterdenes de Santiago Calatrava y Alcaacutentara Ediciones El Albir Barcelona 1980

RECIO MOYA Rodolfo ldquoToponimia gallega y leonesa de la Sierrardquo Actas de las IX Jornadas del Patrimonio de la Sierra de Huelva Diputacioacuten de Huelva Huelva 1994 pp 117-144

RUIZ MATEOS Aurora Arquitectura civil de la Orden de Santiago en Ex-tremadura La casa de la encomienda Madrid 1985

RUIZ MATEOS Aurora y otros Arte y religiosidad popular Las ermitas en la Baja Extremadura (siglos XV-XVI) Diputacioacuten de Badajoz Badajoz 1995

TERROacuteN ALBARRAacuteN Manuel Extremadura musulmana Badajoz 1991

Fecha de recepcioacuten 10-01-2019

Fecha de aceptacioacuten 17-03-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 227

El papel de las oacuterdenes militares en la Batalla de Guadix (Granada) de 1362

The Role of the Military Orders in the Battle of Guadix (Granada) 1362

Antonio Reyes MartiacutenezLaboratorio de arqueologiacutea y arquitectura de Granada (LAAC)

Resumen

El 15 de enero de 1362 tuvo lugar la Batalla de Guadix en la que salieron de-rrotadas las tropas del reino castellano leoneacutes enfrentadas al ejeacutercito del reino nazariacute de Granada Las tropas castellanas iban comandadas por Diego Garciacutea de Padilla Maestre de la Orden de Calatrava Enrique Enriacutequez ldquoel Mozordquo Adelan-tado mayor de la frontera de Andaluciacutea y Men Rodriacuteguez de Biedma Caudillo mayor del obispado de Jaeacuten

Palabras Clave

Guadix Granada Pedro I Muhammad V Muhammad VI oacuterdenes militares Ba-talla de Guadix reino castellano leoneacutes Diego Garciacutea de Padilla Enrique Enriacute-quez el mozo Men Rodriacuteguez de Biedma 1362

Abstract

The Battle of Guadix was on 15 of January of 1362 In that confrontation the troops of the kingdom of Castile were defeated faced with the army of the Nas-rid kingdom of Granada The Castilian troops were commanded by Diego Garciacutea

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico antoniodelosreyeshotmailcom Laboratorio de arqueologiacutea y ar-quitectura de la ciudad Granada (LAAC)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246228

Antonio Reyes MARtiacutenez

de Padilla Master of the Order of Calatrava Enrique Enriacutequez ldquoel Mozordquo Ad-elantado Mayor of the Andalusian frontier and Men Rodriacuteguez de Biedma Cau-dillo Mayor of the bishopric of Jaeacuten

Keywords

Guadix Granada Pedro I Muhammad V Muhammad VI military orders Bat-tle of Guadix Spanish Castilian Kingdom Diego Garciacutea de Padilla Enrique En-riacutequez el mozo Men Rodriacuteguez de Biedma 1362

1 Fuentes para el estudio de la Batalla de Guadix

La principal fuente documental para el estudio de la batalla de Guadix es la llamada ldquoCroacutenica del Rey don Pedrordquo obra de Pedro Loacutepez de Ayala Este cronista nacioacute en Quejana (Aacutelava) en 1332 Su infancia y adolescencia transcurrieron en Toledo donde su tiacuteo fue arzobispo Aunque consiguioacute una canonjiacutea abandonoacute la carrera ecle-siaacutestica quizaacutes porque era el primogeacutenito de la casa de Ayala1 Por el antildeo 1353 sirvioacute como paje en la corte del rey Pedro I Luchoacute en el bando rebelde de los Trastaacutemaras En la batalla de Naacutejera fue hecho prisionero por los ingleses y posteriormente liberado a cambio de un rescate2 Durante el reinado de Enrique II fue alcalde mayor de Toledo miembro del Consejo de Juan I y de la regencia durante la mi-noriacutea de Enrique III Fue Canciller Mayor de Castilla en 1399 Murioacute en Calahorra el antildeo 14073

Fue autor de cuatro croacutenicas imprescindibles para el estudio de la historia de Espantildea en la Edad Media En ellas recogioacute los episodios maacutes notables de cada uno de los cuatro reyes a los que sirvioacute Pedro I Enri-que II Juan I y Enrique III Al parecer escribioacute estas historias al final de su vida e hizo dos versiones de cada una de ellas4

La informacioacuten recogida por Loacutepez de Ayala fue reproducida en pu-blicaciones posteriores con mayor o menor extensioacuten especialmente en la obra de Gonzalo Argote de Molina titulada ldquoNobleza de Andalu-ciacuteardquo (1588)5 en la ldquoHistoria General de Espantildeardquo de Juan de Mariana de

1 DEVIA ldquoPedro I y Enrique II de Castillardquo p 642 TOVAR JUacuteLVEZ ldquoAspectos caballerescos de las Croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo3 GIMENO CASALDUERO ldquoLa personalidad del canciller Pero Loacutepez de Ayalardquo p 44 VALDALISO CASANOVA ldquoLa obra croniacutestica de Pedro Loacutepez de Ayalardquo5 ARGOTE DE MOLINA Nobleza de Andaluciacutea pp 232-233

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 229

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

1601 en la ldquoHistoria del Obispado de Guadixrdquo de Pedro Suarez (1696)6 o la ldquoHistoria de Granadardquo de Miguel Lafuente Alcaacutentara7

Las fuentes musulmanas sobre este pasaje beacutelico son escasas y se li-mitan a la referencia que sobre ella hace Ibn Jaldun8 y la que realiza Ibn As-Sabbah

ldquoEl paiacutes de los Banuuml l-Ahmar tiene ciudades en nuacutemero comparable con

Siria como Maacutelaga Guadix Baza [hellip] iexclPor Dios su heredad es bendita

es el resto de la bendicioacuten que existioacute en la peniacutensula de Espantildea la prueba

de esta bendicioacuten se encuentra en el texto coraacutenico y en la victoria sobre

el enemigo en todos los antildeos pasados y venideros Observa si no las

numerosas batallas de nuestra eacutepoca y de eacutepoca de nuestros abuelos

iexclen cuaacutentas batallas vencimos a los enemigos Basta con mencionar la

batalla del desfiladero lo mejor de este tiempo nuestro Esta es la mejor

prueba y el meacuterito que la destaca sobre los demaacutes paiacuteses Asiacute ocurrioacute

en ella con una numerosa partida de cristianos y un pequentildeo grupo de

musulmanes como en la batalla de Guadix ndashque es una capital del reino

con fertilidad prosperidad y riquezas en su tierra cuenta con abundan-

cia de aguas huertas y jardinesrdquo9

Ambos autores tan solo se limitan a destacar la victoria de las tropas musulmanas sin ofrecer mayores datos Llama poderosamente la aten-cioacuten el caso de Ibn Jalduacuten (1332ndash 1406) que a pesar de ser contemporaacute-neo del momento de la batalla se muestra bastante parco a la hora de relatar este acontecimiento beacutelico

2 Contexto histoacuterico peninsular

La batalla de Guadix (1362) se encuadra dentro de una etapa marca-da por una profunda crisis econoacutemica y demograacutefica provocada por una sucesioacuten de malas cosechas que generaron fuertes hambrunas y por la peste negra o peste buboacutenica que diezmoacute la poblacioacuten de toda Europa10

6 SUAREZ Historia del obispado de Guadix y Baza pp 141-1427 LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada Tomo I pp 401-4068 ARIEacute LacuteEspagne musulmane au temps des nasrides p1119 FRANCO SANCHEZ ldquoEl reino nazariacute de Granada seguacuten un viajero mudeacutejar almerien-

serdquo p 20810 BOIS La gran depresioacuten medieval siglos XIVndash XV pp 90-96

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246230

Antonio Reyes MARtiacutenez

Desde el punto de vista poliacutetico fue un periodo conflictivo de baja intensidad en lo que a la ldquotarea reconquistadorardquo se refiere de hecho la segunda mitad del siglo XIV se caracterizoacute por ser un ciclo de paz ratificado por sucesivas treguas11 forzadas por las especiales circunstan-cias poliacuteticas acaecidas en territorio cristiano Por un lado los enfrenta-mientos entre castellanos y aragoneses en la llamada ldquoGuerra de los dos Pedrosrdquo en la que Pedro I de Castilla se disputa con Pedro IV de Aragoacuten el dominio del Mediterraacuteneo asiacute como diferentes territorios conquista-dos a los musulmanes especialmente en Alicante y Murcia Unos en-frentamientos que hay que entenderlos en un contexto maacutes amplio en el de la Guerra de los Cien antildeos donde ambos tomaron partido por los dos reinos europeos en liza Inglaterra y Francia12 Por otro la situacioacuten interna por la que atraviesa Castilla enfrascada en una cruenta guerra civil en la que su rey Pedro I apoyado por el pueblo llano se enfrenta con su hermanastro Enrique I de Trastaacutemara hijo bastardo de Alfonso IX que apoyado por la nobleza y por Pedro IV de Aragoacuten le disputa el poder dinaacutestico13

En el reino de Granada Muhammad V desarrolloacute una poliacutetica de equi-librio intentando mantener la paz tanto con Castilla como con Aragoacuten Cuando se inicioacute la guerra entre los dos reinos cristianos Muhammad V apoyoacute sin reservas a Pedro I de Castilla En 1359 el rey nazariacute fue derro-cado por Ismail II (1359-1360) en un complot orquestado por una de las esposas de Yusuf I Muhammad V huyoacute acompantildeado de los miembros de su corte que pudieron escapar refugiaacutendose en Guadix

ldquoCuando le llegoacute la grave noticia de la sublevacioacuten en contra suya el

levantamiento contra su autoridad el aislamiento durante la noche de

su casa y la irrupcioacuten en sus residencias [Muhammad V] escapoacute del

enorme peligro con corazoacuten sereno y marchoacute bajo la negrura de la no-

che con la sola compantildeiacutea de unos joacutevenes esclavos de su servicio y llegoacute

a Guadixrdquo14

11 TORRES FONTES ldquoDualidad fronteriza guerra y pazrdquo p 6712 Sobre esta guerra leacutease LAFUENTE GOacuteMEZ La Guerra de los Dos Pedros en Aragoacuten

(1356-1366)13 Sobre esta cuestioacuten leacutease VALDEON BARUQUE Pedro I el Cruel y Enrique de Trastaacutemara 14 SARR MARROCO ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemicordquo

pp 45-46

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 231

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

Su aliado el rey Pedro I inmerso en la guerra con Aragoacuten no pudo prestarle la ayuda necesaria y finalmente tuvo que reconocer a Ismail II como rey de Granada El reinado de Ismail II duroacute poco pues fue asesi-nado por Abu Said personaje que verdaderamente llevaba las riendas del poder en la corte Said se proclamoacute rey con el nombre de Muham-mad VI (1360-1362) Muhammad V permanecioacute en Guadix unos meses hasta que pudo partir hacia Fez capital del imperio de los Benimerines siendo acogido por el emir Abu Salim Ibrahim15

3 Guadix frontera oriental del reino nazariacute de Granada

La ciudad de Guadix histoacutericamente ha jugado un importante papel dentro del sureste peninsular por su privilegiada posicioacuten geograacutefica al ser paso obligado entre el Levante y el valle del Guadalquivir16

Durante la eacutepoca medieval se configuroacute tempranamente como una importante medina rodeada de fuertes murallas y coronada por una al-cazaba localizada en la parte maacutes alta y entre cuyos muros se refugia-ron algunos de los reyes destronados de Granada17

Fue una plaza codiciada durante toda la Edad Media tanto por los re-yes como por las oacuterdenes militares siendo constantes sus ataques para hacerse con un territorio estrateacutegicamente situado y con abundantes riquezas mineras ganaderas y agriacutecolas

El primer intento de conquista del que se tiene noticia es el que per-petroacute el rey Alfonso VI de castilla en el antildeo 109418 En el siglo XII sufrioacute ataques tanto por parte de aragoneses como de castellanos En 1125 se-riacutea el rey Alfonso el Batallador el que cercariacutea la ciudad por espacio de un mes sin conseguir su rendicioacuten19 Unos cincuenta antildeos despueacutes en 1152 la ciudad sufrioacute otro intento de conquista por parte de Alfonso VII de Castilla20

La fundacioacuten del reino de Granada supuso para Guadix un periodo de esplendor especialmente durante el siglo XIII periodo en el que la

15 MANZANO RODRIacuteGUEZ La intervencioacuten de los Benimerines en la Peniacutensula Ibeacuterica p 362

16 REYES MARTIacuteNEZ ldquoEstructuras econoacutemicas y actividad comercial en Guadixrdquo p 25517 SARR MARROCO ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemicordquo18 MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Alfonso VI Sentildeor del Cid conquistador de Toledo p 8719 LACARRA Alfonso El Batallador pp 89-9120 MONSALVO ANTOacuteN (Coord) Historia de la Espantildea Medieval p157

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246232

Antonio Reyes MARtiacutenez

ldquoreconquistardquo estuvo centrada en el Valle del Guadalquivir y la provin-cia de Caacutediz y frenada en parte por la intervencioacuten en suelo peninsular de los Benimerines e igualmente gracias a las alianzas del rey Alfonso X con el arraacuteez de Guadix del clan de los ashquilulas21 consiguiendo gobernar la ciudad de manera casi autoacutenoma

A principios del siglo XIV accedioacute al trono Ismail I (1314 ndash 1325) tras haberse enfrentado con el anterior sultaacuten su tiacuteo Nasr derrocaacutendolo y enviaacutendolo como gobernador a Guadix Tan solo dos antildeos despueacutes de que Ismail llegara al trono se produjo la Batalla de Guadahortuna proacutexi-ma a Guadix en la que Nasr con la ayuda de los castellanos derrotara a los granadinos Tras la muerte de Nars acaecida en 1322 el rey de Granada pudo recuperar Guadix Baza y Hueacutescar22

La paulatina peacuterdida de territorios en la zona oriental del reino con-virtioacute al altiplano granadino en una diana contra la que lanzar ataques e incursiones con las que debilitar la integridad del reino nazariacute

4 Antecedentes

En agosto del antildeo 1361 unos meses antes de que se produjese la bata-lla de Guadix el rey Muhammad V habiacutea decidioacute regresar a la Peniacutensula con objeto de recuperar su trono instalaacutendose en Ronda ciudad que eligioacute como centro de operaciones a la espera de que Pedro I solucionara sus problemas con el monarca aragoneacutes al que previamente habiacutea de-rrotado en la primera batalla de Naacutejera de 1360 La ocasioacuten no tardoacute en llegar y asiacute ese mismo antildeo ambos monarcas emprendieron una campa-ntildea conjunta contra Muhammad VI donde consiguieron hacerse algunas plazas e intentaacutendolo con Antequera23

El 21 de diciembre de 1361 Diego Garciacutea de Padilla maestre de la Orden de Calatrava Enrique Enriacutequez el Mozo adelantado mayor de la frontera de Andaluciacutea y Men Rodriacuteguez de Biedma caudillo mayor del obispado de Jaeacuten se enfrentaron al ejeacutercito nazariacute en la batalla de Linue-sa (Huesa Jaeacuten) cuando estos uacuteltimos regresaban a Granada tras reali-zar una incursioacuten al Adelantamiento de Cazorla incendiando el pueblo de Peal de Becerro Los cristianos contraatacaron apoderaacutendose de un

21 ALCAacuteNTARA VALLE ldquoLa guerra y la paz en la frontera de Granadardquo p 2222 Sobre esta cuestioacuten veacutease VIGUERA MOLINS El reino nazariacute de Granada (1232-1492) 23 AHMAD MUKHTAR ʻAL-ABBADI El Reino de Granada en la eacutepoca de Muhmiddot ammad V p 50

y ss

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 233

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

paso del rio Guadiana Menor lugar por donde forzosamente debiacutean re-tornar los nazariacutees que llegados a este punto fueron derrotados por las tropas castellanas24

Tras la batalla el rey Pedro I se habiacutea apoderado de los musulmanes que ellos habiacutean capturado en esta contienda y a pesar de que les habiacutea prometido entregarles por cada uno de los cautivos la suma de trescien-tos maravediacutes el rey no cumplioacute su promesa Esta cuestioacuten provocoacute bas-tante enfado y recelo entre los comandantes aun asiacute alentados por esta victoria decidieron programar una incursioacuten a las tierras de Guadix

5 Las huestes castellanas

Las tropas castellanas iban al mando de tres nobles con una larga trayectoria en el campo militar y una brillante hoja de servicios en el campo de batalla y cuyos apellidos aluden a prestigiosos linajes castella-nos ldquoLos Padillasrdquo ldquoLos Enriacutequezrdquo y ldquolos Biedmasrdquo Acompantildeando a es-tos iban numerosos caballeros cuya participacioacuten conocemos por haber sido hechos prisioneros o muertos en batalla

Diego Garciacutea de Padilla hijo de Juan Garciacutea de Padilla sentildeor de Vi-llagera y Mariacutea Goacutemez de Finestrosa Caballero calatravo cuyo ascen-so vino dado gracias a su hermana Mariacutea de Padilla favorita del rey don Pedro25 convirtieacutendose a partir de 1353 en un estrecho colaborador real el mismo rey lo nombrariacutea dos antildeos maacutes tarde maestre de la orden de Calatrava (1355ndash1365) Esta designacioacuten que generalmente se haciacutea mediante eleccioacuten provocoacute un cisma dentro de la orden rebelaacutendose una parte de los freires aunque el mismo rey dio solucioacuten al problema asesinando a los rebeldes26 Se mantuvo fiel al rey durante la rebelioacuten de la nobleza Fue mayordomo mayor entre 1357 y 1360 Estuvo presente en las vistas de Tejadillo en el enfrentamiento de Toledo en el cerco de Tarazona y en la muerte de don Fadrique

En 1358 algunos caballeros aprovecharon la ausencia de don Pe-dro para arrestar a Juan Fernaacutendez de Henestrosa ante lo que Diego de Padilla huyoacute siendo apresado y retenido en Utrera Meses maacutes tarde fue enviado como frontero a Seroacuten (Almeriacutea) y luego se puso al frente de una de las galeras de la armada contra el Reino de Aragoacuten

24 DIacuteAZ MARTIacuteN Pedro I 1350ndash 1369 p 24125 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoCaballeriacutea y nobleza en la orden de Calatravardquo p 71626 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoLos cismas en las oacuterdenes militares ibeacutericasrdquo pp 290-291

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246234

Antonio Reyes MARtiacutenez

quedando delegado tambieacuten de regresar con las tropas a Sevilla En 1360 se encontraba en Almazaacuten como frontero y fue llamado por el rey y en su presencia en Villanubla don Pedro hizo ejecutar a Pedro Aacutelvarez Osorio lo que indica que por entonces ya no gozaba de la confianza del Rey Al antildeo siguiente muere su hermana Mariacutea de Pa-dilla y ello le aleja auacuten maacutes de la privanza En 1366 se pasoacute al bando Trastaacutemara y tras ser detenido en la batalla de Naacutejera fue hecho pre-so en el aljibe de la fortaleza de Alcalaacute de Guadaiacutera (Sevilla) donde murioacute en 136927

Enrique Enriacutequez apodado ldquoEl Mozordquo nacioacute en fecha desconocida del matrimonio entre Enrique Enriacutequez ldquoEl Viejordquo Sentildeor de la Puebla de los Infantes y Estefaniacutea Rodriacuteguez de Ceballos Sentildeora de Villalba de los Barros Contrajo matrimonio en tres ocasiones con su primera esposa Juana de Guzmaacuten tuvo tres hijos De su segundo matrimonio con Urraca Peacuterez Ponce tuvo una hija y del tercer enlace con Teresa de Haro tuvo otra nintildea Tambieacuten tuvo otros dos vaacutestagos fuera del matrimonio

Ostentoacute los tiacutetulos de Sentildeor de Villalba de los Barros Nogales Almendral La Parra y Begiacutejar y Caballero de la Orden de la Banda (1331)28 Desempentildeoacute los cargos de Alguacil Mayor de Sevilla Justicia Mayor de la casa del rey (1345-1348) Adelantado mayor de la fron-tera de Andaluciacutea (1358-1366)29 y Caudillo Mayor del Obispado del reino de Jaeacuten Su hoja militar es muy extensa en 1326 participoacute en la batalla de Guadalhorce junto al escritor Don Juan Manuel contien-da en la que fueron derrotados los musulmanes30 En 1336 comandoacute junto a otros nobles las tropas castellanas en la batalla de Barcarro-ta en la que salioacute derrotado el rey de Alfonso IV Portugal obligaacutendole a levantar el sitio de Badajoz31 Luchoacute en la batalla del Salado (1340) contienda en la que fueron derrotadas las tropas musulmanas y en la batalla de Linuesa librada en 1361 y en la que tambieacuten fueron de-

27 RODRIacuteGUEZ-PICAVEA ldquoNobleza y sociedad en la castilla bajomedievalrdquo p 14328 Orden de Caballeriacutea fundada en 1332 por el rey Alfonso XI GARCIacuteA DIacuteAZ ldquoLa orden de

la Bandardquo29 El adelantado mayor de Andaluciacutea o adelantado mayor de la frontera de Andaluciacutea era

un oficial al servicio de la Corona castellana que teniacutea encomendadas diversas compe-tencias judiciales y militares en dicho territorio El cargo fue creado en 1253 por el rey Alfonso X bajo el nombre de adelantado de la Frontera

30 VAacuteZQUEZ CAMPOS Los adelantados mayores de la frontera o Andaluciacutea pp 358-35931 RODRIacuteGUEZ HERMOSELL ldquoNoticias bajomedievales de Villanueva de Barcarrotardquo p

1502

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 235

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

rrotados los nazariacutees En sus uacuteltimos antildeos de vida comandoacute distintas acciones contra el reino de Aragoacuten en el marco de la Guerra de los dos Pedros falleciendo entre los antildeos 1365-1366

Men Rodriacuteguez de Biedma-Benavides hijo de Men Rodriacuteguez de Bied-ma y Mariacutea Alfonso de Benavides32 Durante el reinado del Alfonso IX participoacute en la batalla del Salado y con su sucesor Pedro I participoacute en el sitio de Aguilar (1352) En 1361 intervino como negociador por parte de Castilla en la Paz de Terrer Durante la Primera Guerra Civil Caste-llana se pasoacute al bando del usurpador Enrique de Trastaacutemara Fue apre-sado por las tropas del don Pedro en la batalla de Naacutejera (1367) aunque consigue escapar de la prisioacuten Con el futuro rey Enrique II participoacute en la defensa de los alcaacutezares de Jaeacuten y Coacuterdoba y en la batalla de Montiel En pago a sus servicios se le concedioacute el Sentildeoriacuteo de Santisteban del Puer-to En 1376 fue investido Caudillo mayor del obispado de Jaeacuten Se casoacute cuatro veces primero con Mariacutea Alfoacuten de Toledo con la que tuvo varias hijas Su segundo matrimonio fue con Constanza Martiacutenez y el tercero con una tal Teresa probablemente la viuda del Comendador Mayor de Santiago y finalmente con Teresa Manrique hija de Goacutemez Manrique arzobispo de Toledo Fallecioacute en Linares (Jaeacuten) en 138133

Tambieacuten participoacute Garciacute Alvaacuterez de Toledo que fue maestre de la Or-den de Santiago en 1359 aunque solo fue reconocido por los partidarios del rey Pedro I Participoacute en la mayoriacutea de los acontecimientos beacutelicos del momento en el enfrentamiento con el rey de Aragoacuten en el ataque a Venecia en la defensa de las ciudades de Tarazona y Calatayud conquis-tadas al rey aragoneacutes Contra los musulmanes participoacute en las campantildeas contra Antequera o en Linuesa34

32 QUINTANILLA RASO ldquoAportacioacuten al estudio de la nobleza en la Edad Mediardquo pp175-176

33 El caudillo mayor de los concejos y pendones del obispado de Jaeacuten ldquofue un oficio de mucha honra y autoridad pues bajo su orden se habiacutean de juntar las ciudades de la Dioacutecesis en tiempo de guerras o rebatos de moros A eacutel le encomendaban las huestes y habiacutea de acaudillar las gentes de guerra debiendo entender en alardes y hacer ca-balleros nuevos de premia asiacute como sacar por ancianiacutea algunos caballeros de premia y conceder otras prerrogativas Por estas razones fueron siempre Caudillos de este Obispado los caballeros maacutes preclaros de Castillardquo MERCADO EGEA La muy ilustre villa de Santisteban del Puerto p 131

34 MOROLLOacuteN HERNAacuteNDEZ ldquoCaballeros toledanos al servicio de los reyesrdquo pp 40-41

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246236

Antonio Reyes MARtiacutenez

6 Desarrollo de la batalla

Transcurrida la Batalla de Linuesa las tropas castellanas tuvieron poco menos de un mes para rearmarse y desplazase hasta las proximi-dades de Guadix que aunque puede parecer demasiado tiempo pues ambas poblaciones las separan menos de cien kiloacutemetros hay que tener en cuenta dos posibles factores que pudieron retrasar o ralentizar el viaje en primer lugar el factor meteoroloacutegico dado que ambos enfren-tamientos se produjeron en plena estacioacuten invernal y en segundo lugar la celebracioacuten de la Navidad periodo de tiempo incluido en la llamada Tregua de Dios que prohibiacutea el combate35

La croacutenica omite los datos de esta travesiacutea que suponemos debioacute rea-lizarse siguiendo la antigua viacutea romana que conectaba Caacutestulo (Linares) con Acci (Guadix) entrando en el Reino de Granada por las poblaciones de Acatucci (Alicuacuten de Ortega) Fonelas Luchena hasta llegar a la altura del rio Fardes36

La defensa de Guadix ante la sospecha de una potencial ofensiva cristiana habiacutea sido reforzada con cuatro mil peones y seiscientos caba-lleros para evitar por todos los medios la toma de una ciudad tan impor-tante dentro del reino nazariacute que desencadenara a su vez la conquista de Granada objetivo que ambicionaba el rey Pedro con la idea de de-volver el reino a Muhammad V destronado de manera ilegiacutetima

En la mantildeana del 15 de enero de 1362 las tropas cristianas compues-tas por unos dos mil peones y mil caballeros37 llegaron hasta las inme-diaciones de la ciudad de Guadix y dividieron sus tropas en dos grandes grupos uno de ellos se dirigioacute a atacar las tierras de Valle de Alhama38 y el otro permanecioacute detenido ante Guadix Pero cuando los musulmanes se percataron de que el ejeacutercito cristiano se habiacutea dividido en dos salieron de Guadix y los atacaron La red de atalayas o torres vigiacutea que jalonan todo el territorio especialmente las de Almagruz Paulenca y la llamada Torrecilla de Baza debieron jugar un papel fundamental a la hora de ad-vertir la presencia castellana en las proximidades de Guadix incluso es posible que las tropas nazariacutees saliesen al encuentro de los castellanos

35 CRISTINA FLOacuteREZ ldquoDerechos humanos y Medioevordquo pp 80-8136 FORNELL MUNtildeOZ ldquoViacuteas romanas entre Caacutestulo y Accirdquo37 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla Croacutenica del rey Don Pedro pp 336-

33938 La croacutenica silencia el destino de este destacamento es de suponer que pudieron regre-

sar sin mayores problemas

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 237

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

para evitar un enfrentamiento a las puertas de la ciudad accitana para evitar la toma de esta o su saqueo en caso de sufrir una posible derrota

El ejeacutercito musulmaacuten cruzoacute un pequentildeo rio a traveacutes de un puente y atacoacute a los cristianos los cuales enviaron a doscientos de sus caballe-ros para repeler el ataque39 Los doscientos jinetes cristianos vencie-ron a los musulmanes les obligaron a retroceder y cruzar nuevamente el puente causaacutendoles unas cincuenta bajas40 Este retroceso sobre el puente hace pensar que aunque fuese un riacuteo de pequentildeas dimensiones su caudal en invierno debiacutea ser lo suficientemente grande para ser atravesado con dificultad

Entre tanto las huestes de Garciacutea de Padilla las de Enrique Enriacutequez el Mozo y las de Rodriacuteguez de Biedma eludieron el auxilio de los caballeros cristianos que habiacutean cruzado el puente y que estaban atacando a los mu-sulmanes Y cuando estos uacuteltimos observaron que los comandantes cristia-nos no saliacutean a ayudar a sus hombres atacaron de nuevo a los cristianos A estas alturas del combate habiacutean perdido la vida Simoacuten Gonzaacutelez de Olite Juan de Mendoza Diacutea Saacutenchez de Rojas y Juan Saacutenchez de Sandoval41

Los caballeros cristianos que continuaban peleando junto al puente y que ya empezaban a entrar en serios apuros reclamaron la llegada de refuerzos a Diego Garciacutea de Padilla y a Enrique Enriacutequez el Mozo aunque estos uacuteltimos les ordenaron su retirada para que de ese modo todo el ejeacuter-cito castellano unido atacase al ejeacutercito granadino Los caballeros cristia-nos obedecieron las oacuterdenes y abandonaron el puente aunque el ejeacutercito musulmaacuten corrioacute tras ellos para atacarles iniciaacutendose una batalla que se prolongoacute hasta el mediodiacutea Las tropas cristianas intentaron aguantar la ofensiva algunos de sus hombres empezaron a desertar y las tropas de

39 Seguacuten Lafuente Alcaacutentara se trata del riacuteo Fardes LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada tomo I p 402 Asenjo Sedano sentildeala que el puente sobre el rio Fardes del que hablan las croacutenicas del siglo XV se situaba a la altura del cortijo de Luchena ASENJO SEDANO De Acci a Guadix pp113-114 La historiografiacutea erudita de los siglos XVIII-XIX en su afaacuten de situar espacialmente el milagro que narra la muerte de nume-rosos romanos paganos que perecen ahogados al derrumbase un puente una vez que es cruzado por San Torcuato y sus compantildeeros en su huida de Guadix perseguidos por predicar el cristianismo identificaron las ruinas de un antiguo puente a la altura del rio Fardes que puede corresponder con el de esta batalla LOacutePEZ y REYES ldquoApuntes para una historiografiacutea de la Arqueologiacutea en la ciudad de Guadix (Granada) Entre los mitos y la realidadrdquo p 62

40 El agua y los puentes estaacuten muy presentes en las croacutenicas de Loacutepez de Ayala como ele-mento obstaculizador adquiriendo un gran valor militar en momentos de conflicto VALDALISO ldquoAgua y espacio en el discurso historiograacutefico medieval castellanordquo p 47

41 HIGUERAS MALDONADO ldquoLa dioacutecesis de Jaeacuten a finales del siglo XIVrdquo p 12

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246238

Antonio Reyes MARtiacutenez

Diego Garciacutea de Padilla y las de Enrique Enriacutequez el Mozo a pesar de que lucharon con valentiacutea fueron derrotadas por los musulmanes

La mayoriacutea de los cristianos fueron capturados o asesinados a ex-cepcioacuten de unos pocos que consiguieron escapar entre ellos Enrique Enriacutequez Diego Garciacutea de Padilla fue uno de los muchos que fueron capturados y junto con otros prisioneros fue llevado hasta Granada42 Pedro Goacutemez de Porres ldquoEl Viejordquo Rui Gonzaacutelez de Torquemada Lope Fernaacutendez de Valbuena y Sancho Peacuterez de Ayala conformaban la noacutemi-na de los numerosos caballeros cristianos hechos prisioneros43

En esta batalla murieron entre otros los caballeros Juan Fernaacutendez Cabeza de Vaca Juan Rodriacuteguez de Villegas el Calvo Diego Loacutepez de Po-rres Juan Fernaacutendez de Herrera y Diego Fernaacutendez de Jaeacuten comenda-dor de Biedma en la Orden de Santiago44 No sabemos el nuacutemero exacto de prisioneros y fallecidos en el campo de batalla pues las croacutenicas de la eacutepoca solo haciacutean recuento de los caballeros45

7 Causas de la derrota

Una de las principales causas que se achacan en esta derrota es el descontento de los comandantes por lo sucedido en la batalla de Linuesa donde se capturoacute un gran nuacutemero de soldados musulmanes y el rey se apropioacute de ellos prometiendo a las oacuterdenes militares una suma de dine-ro a cambio aunque no cumplioacute su promesa46

Tambieacuten pueden achacarse errores de taacutectica como la decisioacuten de dividir las tropas osadiacutea que motivoacute que el ejeacutercito enemigo decidiera iniciar el ataque con el agravante que podiacutea suponer el desconocimiento del territorio por parte del ejeacutercito castellano Las zonas angostas de los valles de los riacuteos Alhama ndash Fardes situados entre montantildeas con abun-dante vegetacioacuten pudieron facilitar posibles emboscadas al ejeacutercito enemigo ademaacutes los nazariacutees debieron disfrutar de un raacutepido apoyo militar y logiacutestico procedente de otras fortalezas cercanas como la de La Peza Alicuacuten o Baacutecor

42 AYALA MARTIacuteNEZ ldquoOacuterdenes militares y frontera en la Castilla del siglo XIVrdquo 43 Sancho Peacuterez de Ayala era tiacuteo del cronista Pedro Loacutepez de Ayala hermano de su padre

Fernaacuten Peacuterez de Ayala44 TORAL ldquoEl alcaide Diego de Biedma y los Biedmas del siglo XV en Baeza Uacutebeda y

Jaeacutenrdquo p 6445 DEVIA ldquoLa guerra en la Croacutenica del rey don Pedro del canciller Loacutepez de Ayalardquo p 32946 LAFUENTE ALCAacuteNTARA Historia de Granada tomo I p 402

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 239

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

La negativa de las tropas castellanas a entrar en batalla temerosas a causa de los presagios funestos que los adalides47 habiacutean tenido sobre la inminente batalla que se librariacutea con los musulmanes seguacuten cita en su croacutenica Pedro Loacutepez de Ayala

ldquoOtrosi por quanto algunos adalides les dixeron un diacutea antes que non

aviacutean buenas sentildeales para entrar en aquella cavalgada do iban ca en

aquella tierra las gentes de guerra guianse mucho por tales sentildeales ma-

guer es grand pecado pero asi lo han siempre acostumbrado e tienen

que si van contra aquello que les viene desmano e han lo puesto asiacute en

su voluntad que si les facen partir destas sentildeales non lieban el corazoacuten

seguro lo qual dantildea mucho en tales fechos desque los omes toman res-

celo e miedo en las voluntadesrdquo48

8 Consecuencias de la batalla

Pocos diacuteas despueacutes de haber sido capturados el maestre de la Orden de Calatrava y sus compantildeeros de cautiverio fueron puestos en liber-tad por el rey de Granada y cargados de presentes fueron devueltos al reino de Castilla ya que el monarca granadino deseaba granjearse la amistad del monarca castellano49

ldquoEl Rey Bermejo que entonces regnaba en Granada temiendo que el

Maestre de Calatrava fuera hermano de Dontildea Mariacutea de Padilla eacute era tiacuteo

de los fijos del Rey Don Pedro eacute cuidando que faciendole grandes honras

que le aprovechariacutean para amansar el corazoacuten eacute la voluntad del Rey que

le quisiese aacute eacutel antes ayudar que non al Rey Mahomad acordoacute de soltar

al Maestre eacute aacute algunos de los Caballeros que con eacutel estaban captivos eacute

fizolo asiacute eacute envioacute al Maestre eacute aacute algunos Caballeros al Rey en presente

eacute dioacuteles de sus joyasrdquo50

47 La palabra adalid deriva de la aacuterabe delid que significa guiacutea conductor porque con-duciacutea las huestes por tierras del enemigo Es un teacutermino que se empieza a utilizar por parte de los cristianos con ideacutentica funcioacuten aunque en ocasiones podiacutean desempentildear tareas insoacutelitas como la de presagiar o pronosticar sucesos favorables o adversos me-diante la interpretacioacuten de sentildeales MAILLO SALGADO ldquoFuncioacuten y cometido de los adalides a la luz de textos aacuterabes y romancesrdquo

48 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 33749 DIacuteAZ MARTIacuteN Pedro I el Cruel (1350-1369) p 19350 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 339

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246240

Antonio Reyes MARtiacutenez

Tras el fracaso de las oacuterdenes militares en la batalla de Guadix el rey prescindioacute de ellas en los siguientes ataques a Granada apoyaacutendose in-cluso en vasallos extranjeros51

En febrero de ese mismo antildeo el rey Pedro se reunioacute con Muhammad V en Casares para atacar Iznaacutejar aunque la codicia del monarca caste-llano de quedarse con todas las plazas conquistadas provocoacute el enfado de Muhammad V continuando su lucha en solitario para recuperar el trono nazariacute Mientras tanto el rey castellano consiguioacute un gran nuacutemero de ciudades alqueriacuteas y fortalezas entre ellas Cesna Sagra Benamejiacute El Burgo Ardales Cantildeete Turoacuten e Iznaacutejar52

Aunque Muhammad VI obtuvo algunas victorias insignificantes su despoacutetico gobierno provocoacute la sublevacioacuten de numerosas entre ellas Maacutelaga la maacutes importante del reino despueacutes de Granada y reconocien-do como sultaacuten legiacutetimo a Muhammad V Muhammad VI huyoacute con in-tencioacuten de salvar su vida acogieacutendose a la proteccioacuten del rey don Pedro pero el monarca castellano manteniendo su alianza con Muhammad V lo ejecutoacute y envioacute su cabeza a su aliado en sentildeal de paz y amistad entre ambos reinos53

9 Conclusiones

Desde el punto de vista estrictamente castrense las oacuterdenes militares a pesar de su reconocida preparacioacuten y tener la consideracioacuten de instru-mento eficaz en el campo de batalla cometiacutean errores como cualquier contingente beacutelico de la eacutepoca

Es evidente la conveniencia de los reyes en apoyarse en las oacuterdenes militares para acometer nuevas conquistas teniendo en cuenta que el ejeacutercito real estaba enfrascado en otros frentes (Guerra civil castellana guerra de los dos Pedros etc) A pesar de que las oacuterdenes viviacutean bajo la proteccioacuten real en algunos casos se sucediacutean enfrentamientos entre el monarca y estas por el reparto del botiacuten reparto de cautivos o mercedes prometidas que luego no se cumpliacutean Dichos enfrentamientos podiacutean influir y de hecho influiacutean en el aacutenimo de los comandantes de las hues-tes a pesar de sus firmes convicciones en la lucha contra el infiel

51 AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) p 463

52 IRADIEL y LADERO QUESADA Historia de Espantildea (siglos XIV-XV) p 30853 LOacutePEZ DE AYALA Croacutenica de los reyes de Castilla p 347

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 241

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

La contienda de Guadix hay que entenderla ademaacutes en el contexto de una guerra civil en la que los miembros de las oacuterdenes militares especialmente los maestres no quedaran al margen sino que tomaran posiciones junto a Pedro I o Enrique de Trastaacutemara en funcioacuten de los intereses personales de cada uno

El peso de las creencias medievales podiacutea determinar el resultado de una batalla como asiacute lo fue en esta a pesar de que los comportamientos supersticiosos eran impropios de caballeros54 cuya obligacioacuten era luchar y morir por la fe tal y como recoge el ldquoMemorial de Caballerosrdquo de Alon-so de Cartagena55

La imagen de fragilidad que exportaba al exterior el Reino de Gra-nada debido a sus incesantes luchas internas estimulaba estas cabal-gadas en la frontera aunque el enfrentamiento de Guadix supuso un serio reveacutes a los castellanos Con posterioridad y aun saltaacutendose las treguas establecidas se sucedieron diferentes actos de asedio razias y cabalgadas acciones que realmente son las que causan un verdadero desgaste produciendo un fuerte impacto en las estructuras econoacutemi-cas y productivas56

Llama la atencioacuten el hecho de que Pedro Loacutepez de Ayala no utilice el teacutermino ldquobatallardquo al relatar este suceso pese a las consecuencias que tuvo este enfrentamiento militar sino que utiliza el teacutermino ldquopeleardquo y que entrariacutea seguacuten las croacutenicas de la eacutepoca dentro de la categoriacutea de algarada correduriacutea celada o cabalgada57 por tanto fue percibida en su momento como una batalla de entidad menor quizaacutes para minimizar la perdida sufrida por parte de los castellanos

Entre los antildeos 1433 y 1435 durante el reinado de Juan II se produciacutea la toma por parte de los castellanos de la fortaleza de Alicuacuten58 asiacute como la tala sistemaacutetica de la vega accitana llevada a cabo por el Comenda-dor Mayor de Calatrava junto con otros nobles59 En 1458 Enrique IV de Castilla con las tropas de Lucas de Iranzo consiguioacute gran cantidad de

54 TOVAR JUacuteLVEZ ldquoAspectos caballerescos de las croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo55 MARTIacuteN y SERRANO ldquoTratados de Caballeriacutea desafiacuteos justas y torneosrdquo56 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLa guerra medieval en su contexto entre el mito y la reali-

dadrdquo p 16657 NOVOA PORTELA ldquoOacuterdenes militares y batallas perdidasrdquo pp 131-13258 VIGUERA MOLINS ldquoGuerra y paz en la frontera nazariacute desde las fuentes aacuterabesrdquo p 89 59 AYALA MARTIacuteNEZ Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) p

477

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246242

Antonio Reyes MARtiacutenez

cabezas de ganado60 Aunque la ciudad resistioacute casi el mismo tiempo que la capital del reino su destino estaba escrito capitulando ante los Reyes Catoacutelicos el 29 de diciembre de 1489 130 antildeos despueacutes

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

ARGOTE DE MOLINA Gonzalo Nobleza de Andaluciacutea Sevilla 1588

LOacutePEZ DE AYALA Pedro Croacutenica de los reyes de Castilla Croacutenica del rey Don Pedro Madrid 1779

SUAREZ Pedro Historia del obispado de Guadix y Baza Madrid 1696

2 Bibliografiacutea

AHMAD MUKHTAR ʻAL-ABBADI El Reino de Granada en la eacutepoca de Muhmiddot ammad V Instituto de Estudios Islaacutemicos Madrid 1973

ALCAacuteNTARA VALLE Joseacute Mariacutea ldquoLa guerra y la paz en la frontera de Granada durante el reinado de Alfonso Xrdquo Historia Instituciones Do-cumentos 42 2015 pp 11-58

ARIEacute Rachel LacuteEspagne musulmane au temps des nasrides (1232-1492) eacuteditions E de Boccard Paris 1973

ASENJO SEDANO Carlos De Acci a Guadix Granada 2002

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de ldquoOacuterdenes militares y frontera en la Castilla del siglo XIVrdquo En la Espantildea Medieval 23 2000 pp 265-291

AYALA MARTIacuteNEZ Carlos de Las oacuterdenes militares hispaacutenicas en la Edad Media (siglos XII-XV) Marcial Pons ediciones de historia Madrid 2003

BOIS Guy La gran depresioacuten medieval siglos XIVndash XV el precedente de una crisis sisteacutemica Biblioteca Nueva Universidad de Valencia Va-lencia 2001

CRISTINA FLOacuteREZ Gloria ldquoDerechos humanos y Medioevordquo Anuario Ju-riacutedico y Econoacutemico Escurialense XLIV 2011 pp 73-94

DEVIA Celia ldquoLa guerra en la Croacutenica del rey don Pedro del canciller Loacutepez de Ayalardquo Mirabilia revista electroacutenica de Histoacuteria antiga e me-dieval 8 2008 pp 321-331

60 LOPEZ DAPENA ldquoCautiverio y rescate de don Juan Manriquerdquo p 246

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 243

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

DEVIA Cecilia ldquoPedro I y Enrique II de Castilla la construccioacuten de un rey monstruoso y la legitimacioacuten de un usurpador en la Croacutenica del canciller Ayalardquo Mirabilia revista electroacutenica de Histoacuteria antiga e me-dieval 13 2011 pp 58-78

DIacuteAZ MARTIacuteN Luis Vicente Pedro I 1350ndash 1369 Diputacioacuten Provincial de Palencia Palencia 1995

DIacuteAZ MARTIacuteN Luis Vicente Pedro I el Cruel (1350-1369) Ediciones Trea Gijoacuten 2007

FORNELL MUNtildeOZ Alejandro ldquoViacuteas romanas entre Caacutestulo y Accirdquo Flo-rentia Iliberritana 7 1996 pp 125-140

FRANCO SAacuteNCHEZ Francisco ldquoEl reino nazariacute de Granada seguacuten un viajero mudeacutejar almeriense Ibn As Sabbah (m despueacutes 8951490)rdquo Sharq al-Andalus 13 1996 pp 203-224

GARCIacuteA DIacuteAZ Isabel ldquoLa orden de la Bandardquo Archivum Historicum So-cietatis Iesu 60 1991 pp 29-89

GIMENO CASALDUERO Joaquiacuten ldquoLa personalidad del canciller Pero Loacutepez de Ayalardquo Monteagudo Revista de literatura espantildeola hispa-noamericana y teoriacutea de la literatura 36 1961 pp 4-10

GONZAacuteLEZ JIMEacuteNEZ Manuel ldquoRelaciones de las ordenes militares cas-tellanas con la coronardquo Historia Instituciones Documentos 18 1991 pp 209-222

HIGUERAS MALDONADO Juan ldquoLa dioacutecesis de Jaeacuten a finales del siglo XIV (notas y documentos latinos)rdquo Boletiacuten del Instituto de Estudios Giennenses 103 1980 pp 9-80

IRADIEL Paulino y LADERO QUESADA Miguel Aacutengel Historia de Espa-ntildea (siglos XIV-XV) De la crisis medieval al Renacimiento GeoPlaneta Editorial 1989

LACARRA Joseacute Mariacutea Alfonso El Batallador Guara editorial Zaragoza 1978

LAFUENTE ALCAacuteNTARA Miguel Historia de Granada Tomo I Granada 1843

LAFUENTE GOacuteMEZ Mario La Guerra de los Dos Pedros en Aragoacuten (1356-1366) Impacto y trascendencia de un conflicto bajomedieval Universi-dad de Zaragoza Zaragoza 2009

LOacutePEZ DAPENA Asuncioacuten ldquoCautiverio y rescate de don Juan Man-rique capitaacuten de la frontera castellanaraquo (1456-1457)rdquo Cuadernos

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246244

Antonio Reyes MARtiacutenez

de estudios medievales y ciencias y teacutecnicas historiograacuteficas 12-13 1984 pp 243-253

LOacutePEZ GARCIacuteA Antonio y REYES MARTINEZ Antonio ldquoApuntes para una historiografiacutea de la Arqueologiacutea en la ciudad de Guadix (Grana-da) Entre los mitos y la realidadrdquo en Colecciones arqueoacutelogos ins-tituciones y yacimientos en la Espantildea de los siglos XVIII al XX Sergio Espantildea Rebeca Arranz y Alberto Romero (Eds) Archaeopress 2018 p 61-74

MAILLO SALGADO Felipe ldquoFuncioacuten y cometido de los adalides a la luz de textos aacuterabes y romances Contribucioacuten al estudio del Medievo espantildeol y al de su leacutexicordquo Congreso internacional Encuentro tres Cul-turas III Toledo 1988 pp 109-130

MANZANO RODRIacuteGUEZ Miguel Aacutengel La intervencioacuten de los Benimeri-nes en la Peniacutensula Ibeacuterica CSIC Madrid 1992

MARTIacuteN RODRIGUEZ Joseacute Luis y SERRANO PIEDECASAS Luis ldquoTrata-dos de Caballeriacutea desafiacuteos justas y torneosrdquo Espacio Tiempo y For-ma Serie Historia Medieval 4 1991 pp 161-242

MARTIacuteN RODRIGUEZ Joseacute Luis ldquoReconquista y cruzadardquo Studia Zamo-rensia 3 1996 pp 2165-241

MARTIacuteNEZ DIacuteEZ Gonzalo Alfonso VI Sentildeor del Cid conquistador de To-ledo Temas de hoy coleccioacuten historia Madrid 2003

MERCADO EGEA Joaquiacuten La muy ilustre villa de Santisteban del Puerto Madrid 1973

MONSALVO ANTOacuteN Joseacute Mariacutea (Coord) Historia de la Espantildea Medieval Ediciones Universidad de Salamanca Salamanca 2018

MOROLLOacuteN HERNAacuteNDEZ Pilar ldquoCaballeros toledanos al servicio de los reyes en el siglo XIVrdquo Anales toledanos 42 2006 pp 7-43

NOVOA PORTELA Feliciano ldquoOacuterdenes militares y batallas perdidasrdquo Norba Revista de Historia 20 2007 pp 129-141

QUINTANILLA RASO Mariacutea Concepcioacuten ldquoAportacioacuten al estudio de la no-bleza en la Edad Media La casa sentildeorial de los Benavidesrdquo Historia Instituciones y Documentos 1 1974 pp 165-222

REYES MARTIacuteNEZ Antonio ldquoEstructuras econoacutemicas y actividad comer-cial en Guadix en eacutepoca nazariacuterdquo Alndash Andalus y el mundo cristiano Ho-menaje a Francisco Javier Aguirre Saacutedaba Francisco TORO CEBALLOS y Francisco VIDAL CASTRO (Coord) Alcalaacute la Real 2018 pp 255-268

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 227-246 245

El papEl dE las oacuterdEnEs militarEs En la Batalla dE Guadix (Granada) dE 1362

RODRIacuteGUEZ CASILLAS Carlos J ldquoLa guerra medieval en su contexto en-tre el mito y la realidadrdquo Roda da fortuna Revista Electroacutenica sobre Antiguidade e Medievo Volume 1 Nuacutemero 2 pp 158-169

RODRIacuteGUEZ HERMOSELL Joseacute Ignacio ldquoNoticias bajomedievales de Vi-llanueva de Barcarrotardquo Revista de Estudios Extrementildeos Tomo LXX Nuacutemero III 2014 pp 1497-1524

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoCaballeriacutea y nobleza en la or-den de Calatrava Castilla 1350-1450rdquo Anuario de Estudios Medieva-les 372 2007 pp 711-739

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoLos cismas en las oacuterdenes militares ibeacutericas durante la Edad Mediardquo En la Espantildea Medieval 34 2011 pp 277-306

RODRIacuteGUEZ-PICAVEA MATILLA Enrique ldquoNobleza y sociedad en la Cas-tilla bajomedieval El linaje Padilla en los siglos XIV-XVrdquo Studia His-toacuterica Historia Medieval 33 2015 pp 121-153

SARR MARROCO Bilal ldquoAlgunas consideraciones sobre la evolucioacuten del Guadix islaacutemico a la luz de las fuentes aacuterabes y del registro ar-queoloacutegicordquo Boletiacuten del Centro de Estudios Pedro Suaacuterez 24 2011 pp 39-54

TORAL Y FERNAacuteNDEZ DE PENtildeARANDA Enrique ldquoEl alcaide Diego de Biedma y los Biedmas del siglo XV en Baeza Uacutebeda y Jaeacutenrdquo Boletiacuten del Instituto de Estudios Jienenses 99 1979 pp 55-80

TORRES FONTES Juan ldquoDualidad fronteriza guerra y pazrdquo Actas del congreso La frontera oriental nazariacute como sujeto histoacuterico (siglos XI-II-XVI) Pedro SEGURA ARTERO (Coord) Instituto de Estudios Alme-rienses Almeriacutea 1997 pp 63-78

TOVAR JUacuteLVEZ Tomaacutes Rafael ldquoAspectos caballerescos de las croacutenicas de Pero Loacutepez de Ayalardquo Clio History and History teaching 32 2016

VALDALISO CASANOVA Covadonga ldquoAgua y espacio en el discurso his-toriograacutefico medieval castellano las croacutenicas de Pedro Loacutepez de Aya-lardquo La percepcioacuten del agua en la Edad Media Mariacutea Isabel DEL VAL VALDIVIESO (ed) Alicante 2005 pp131-145

VALDALISO CASANOVA Covadonga ldquoLa obra croniacutestica de Pedro Loacutepez de Ayalardquo Edad Media Revista Historia 12 2011 pp 193-211

VALDEOacuteN BARUQUE Julio Pedro I el Cruel y Enrique de Trastaacutemara iquestLa primera guerra civil espantildeola Ediciones Santillana Madrid 2002

VAacuteZQUEZ CAMPOS Braulio ldquoSobre los oriacutegenes del Adelantamiento de Andaluciacuteardquo Historia Instituciones Documentos 27 2000 pp 333-373

VAacuteZQUEZ CAMPOS Braulio Los adelantados mayores de la frontera o Andaluciacutea (Siglos XIII-XIV) (1ordf edicioacuten) Camas Diputacioacuten de Sevilla 2006

VIGUERA MOLINS Mariacutea Jesuacutes ldquoGuerra y paz en la frontera nazariacute des-de las fuentes aacuterabesrdquo Actas del congreso La frontera oriental na-zariacute como sujeto histoacuterico (siglos XIII-XVI) Pedro SEGURA ARTERO (Coord) Instituto de Estudios Almerienses Almeriacutea 1997 pp 79-90

Fecha de recepcioacuten 30-06-2019

Fecha de aceptacioacuten 13-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 247

Nuevas aportaciones sobre la campantildea de Juan II contra los Infantes de Aragoacuten

en Alburquerque (1429-32)

New contributions on the campaign of Juan II against the Infantes de Aragoacuten in Alburquerque

(1429-32)

Carlos Jesuacutes Rodriacuteguez CasillasUniversidad de Extremadura

Resumen

A pesar de que se ha estudiado ampliamente la campantildea que Juan II desplegoacute en Alburquerque contra los Infantes de Aragoacuten todaviacutea se desconocen numerosos aspectos vinculados con la organizacioacuten de los recursos el despliegue de tropas o su propio comportamiento operativo Toda una serie de lagunas que tratare-mos de subsanar con esta investigacioacuten

Palabras clave

Juan II de Castilla Infantes de Aragoacuten Alburquerque guerra Edad Media

Abstract

Although the campaign that Juan II led in Albuquerque against the Infantes of Aragon has been extensively studied various aspects related to the organisation of resources the deployment of troops or their own operational behaviour are still unknown There is a whole series of gaps that we will set out to bridge with this research project

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico crguezcasillasgmailcom Doctor en Historia por la Universidad de Extremadura

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267248

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Keywords

Juan II of Castile Infantes of Aragoacuten Alburquerque warfare Middle Ages

Introduccioacuten

Es mucho lo que se ha escrito sobre los Infantes de Aragoacuten No en vano nos situamos ante una serie de personajes poliacuteticos que gozaron de un gran poder de actuacioacuten en el conjunto de los reinos hispaacutenicos del siglo XV1 Para el caso concreto que nos ocupa la campantildea de Juan II en la comarca de Alburquerque durante la rebeldiacutea de Pedro y En-rique de Aragoacuten (1429-32) hemos de decir que su estudio cuenta con una larga tradicioacuten2 No obstante a pesar de la produccioacuten acadeacutemica generada en las uacuteltimas deacutecadas todaviacutea existen serias lagunas sobre la organizacioacuten de los recursos el desarrollo de las operaciones militares y los ejeacutercitos que las llevaron a cabo Razoacuten por la cual el objetivo de este trabajo es analizar la praacutectica beacutelica y la intrahistoria de este con-flicto sobre todo los antildeos que van de 1430 a 1431 a la postre los maacutes desconocidos

Para ello tomaremos como referente una fuente tan privilegia-da como ineacutedita la correspondencia personal que mantuvo Lorenzo Suaacuterez de Figueroa con los distintos capitanes y gentes de guerra que estuvieron al servicio de sus altezas en Extremadura durante esta con-frontacioacuten Este fondo compuesto por unas 115 unidades documentales

1 De entre los hijos de Fernando de Antequera y Leonor de Alburquerque Alfonso el primogeacutenito fue rey de Aragoacuten entre 1416 y 1458 Mariacutea fue reina consorte de Castilla hasta su muerte en 1445 Juan fue rey consorte de Navarra desde 1425 y posteriormen-te ocupoacute el trono de Aragoacuten tras el fallecimiento de su hermano en 1458 Enrique fue conde de Alburquerque duque de Villena y maestre de Santiago Sancho fue designa-do maestre de Alcaacutentara en 1408 pero murioacute de forma prematura a los quince antildeos de edad Leonor fue reina consorte de Portugal y finalmente Pedro el menor de todos poseyoacute importantes enclaves como el castillo de Alba de Liste BENITO RUANO Los Infantes de Aragoacuten pp 9-13

2 A finales de 1930 Duarte Insuacutea publicoacute una serie de monografiacuteas sobre los Infantes de Aragoacuten en Extremadura que tuvieron un gran eco en la historiografiacutea regional (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura dinastiacutea Trastaacutemarardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el secuestro de Tordesillasrdquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura la Corte del rey poetardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura guerra de familiardquo ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerque por d Aacutelvaro de Lunardquo y ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el repartordquo) A estos trabajos le seguiriacutean en el tiempo las investigaciones de Pino Garciacutea (Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 169-185) y maacutes recientemente las de Maciacuteas Martiacuten (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadurardquo pp 178-199)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 249

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

estaacute custodiado en el Archivo Ducal de Medinaceli en su sede de Toledo3 En su favor hemos de decir que la documentacioacuten alude a aspectos tan significativos como desconocidos por la historiografiacutea tradicional tales como el nuacutemero de efectivos y la ubicacioacuten de las fuerzas realistas o el diacutea a diacutea que se vivioacute en el interior de Alburquerque mientras duroacute la rebeldiacutea de los Infantes Por contra cuenta con la desventaja de que mu-chas de las misivas estaacuten sin fechar lo que dificulta la reconstruccioacuten cronoloacutegica de los acontecimientos

Conviene aclarar que aunque Mazo Romero ya consultoacute este fondo en su conjunto para su ceacutelebre investigacioacuten sobre el condado de Feria4 parte de la documentacioacuten todaviacutea estaacute ineacutedita o no ha sido estudiada en profundidad

Finalmente quisiera sentildealar que seriacutea un error entender esta inves-tigacioacuten como un trabajo en clave regional limitado geograacuteficamente por cuanto su intencioacuten es tambieacuten poner de relieve diversas realidades vinculadas con el estudio de la guerra medieval a nivel general como la importancia que tuvieron las redes de espionaje y los sistemas de comu-nicacioacuten a la hora de encarar un conflicto

1 Anaacutelisis de la campantildea

11 Precedentes

Los Infantes de Aragoacuten intervinieron muy activamente en la gestioacuten del poder Esto hizo que Juan II junto a algunos de sus maacutes firmes par-tidarios caso de don Aacutelvaro de Luna intentasen acotar el intrusismo de los vaacutestagos de Fernando de Antequera dentro de la esfera poliacutetica del reino Como resultado de este choque de intereses ambas facciones recurrieron en muacuteltiples ocasiones al uso de la fuerza para alcanzar sus propios horizontes poliacuteticos Precisamente en esta violenta dicotomiacutea por ejercicio del poder o mejor dicho por el disfrute de la influencia sobre el soberano se encuentra el origen del enfrentamiento que aquiacute se va analizar

3 Archivo Ducal de Medinaceli sede Toledo (en adelante ADM) Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 En nuestro caso hemos utilizado las cartas que Figueroa recibioacute del maes-tre Sotomayor (exp 4 docs 38-49) del Comendador Mayor de Leoacuten de la orden de Santiago (exp 8 docs 118-119) del Almirante de Castilla y el Adelantado Mayor de Leoacuten (exp 5 docs 55-57) y de los alcaides de Barcarrota (exp 5 doc 89) y Jerez de los Caballeros (exp 5 doc 85)

4 MAZO ROMERO El condado de Feria ndash1394-1505-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267250

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

A mediados de 1428 tras reintegrar en la Corte a don Aacutelvaro de Luna Juan II expulsoacute de la misma al Infante don Enrique maestre de Santiago y a su hermano don Juan rey consorte de Navarra Temiendo que sus inte-reses pudiesen verse afectados por la accioacuten represiva del soberano los In-fantes anteriormente divididos hicieron ahora causa comuacuten y recurrieron al uso de la fuerza para alcanzar sus objetivos y defender su patrimonio5

En junio de 1429 los Infantes Alfonso y Juan reyes de Aragoacuten y Navarra respectivamente invadieron Castilla por la zona de Ariza Al poco tiempo se les uniriacutea su hermano Enrique con un escaso contingente Don Aacutelvaro de Luna al frente de los ejeacutercitos castellanos persiguioacute a los aragoneses hasta darles alcance6 Cuando todo haciacutea presagiar el enfrentamiento Ma-riacutea reina de Aragoacuten y hermana de Juan II aparecioacute en escena de manera inesperada y evitoacute el derramamiento de sangre7 Tras la intermediacioacuten de la reina los Infantes levantaron su campamento y se retiraron del lugar Alfonso y Juan cruzaron de nuevo la frontera mientras que Enrique enca-minoacute sus pasos hacia sus dominios en el interior de Castilla8

Se habiacutea evitado la batalla pero esto no significaba que se hubie-sen suspendido las hostilidades Al contrario el monarca castellano al conocer la retirada de los Infantes aumentoacute la presioacuten militar en las fronteras de Aragoacuten y Navarra y ordenoacute confiscar todos los bienes de Enrique (tanto patrimoniales como maestrales)9 El encargado de llevar a cabo este cometido seriacutea el conde de Benavente Rodrigo Alonso Pi-mentel cuya presioacuten militar obligoacute a Enrique a refugiarse en sus pose-siones de Extremadura10

5 AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLa Castilla de Juan II y de Enrique IVrdquo pp 155-156 AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEl precio de la guerrardquo pp 63-64

6 SUAacuteREZ FERNAacuteNDEZ Nobleza y Monarquiacutea p 2077 Seguacuten las fuentes la reina situoacute su tienda entre ambos ejeacutercitos obligaacutendoles a negociar

BAZAacuteN DIacuteAZ ldquoLas mujeres medievales como agentes de paz y reconciliacioacutenrdquo p 48 PORRAS ARBOLEDAS Juan II rey de Castilla y Leoacuten p 1369 Seguacuten la croacutenica de Juan II de Galiacutendez de Carvajal ldquoEl Rey iba continuando su camino

por dar la batalla a los Reyes de Aragoacuten e Navarra e fue certificado que eran vueltos en Aragoacuten de lo qual hubo enojo y embioacute luego sus cartas por todas las cibdades e villas de sus Reynos hacieacutendoles saber todo lo pasado e mandaacutendoles que hiciesen guerra cruel a los Reyes de Aragoacuten y de Navarra e a sus Reynos Y embioacute secrestar todas las villas e lugares del Infante Don Enrique asiacute del Maestrazgo de Santiago como de su patrimonio porque se habiacutea juntado con los Reyes sus hermanos despueacutes de tantos ofrescimientos quantos al Rey habiacutea hechordquo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II antildeo 1429 cap XV Un claro ejemplo de esta actividad militar fueron las incursiones de devasta-cioacuten realizadas entonces por el Condestable castellano en tierra de Aragoacuten Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna tiacutets XXIII-XIV

10 AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEnrique Infante de Aragoacutenrdquo pp 67-68

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 251

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

En un primer momento Enrique se hizo fuerte en Trujillo donde se le unioacute su hermano el Infante don Pedro Cuando ambos tuvieron noticia de que don Aacutelvaro de Luna marchaba en su contra al frente de un des-tacado ejeacutercito arrasaron el arrabal de la villa dejaron a un hombre de confianza al frente del castillo y se dirigieron a Alburquerque poderoso enclave fortificado en la frontera con Portugal11

Tras someter Trujillo e intentar vanamente conquistar Montaacuten-chez don Aacutelvaro de Luna se dirigioacute a Meacuterida donde junto al conde de Benavente y los adelantados Diego Ribera y Alonso Tenorio convinie-ron que lo maacutes importante era reducir a Enrique y que para ello de-biacutean marchar sobre Alburquerque12 Comenzaba asiacute una campantildea que aunque principio pareciacutea breve terminoacute dilataacutendose en el tiempo de manera excesiva hasta 1432

12 La campantildea de Alburquerque 1429-32

La rebeldiacutea de los Infantes en Alburquerque llevaba impliacutecito a nues-tro juicio un gran riesgo para los intereses de Juan II inmerso como es-taba en plena campantildea con Aragoacuten Por un lado este nuevo frente podiacutea afectar al desarrollo de las operaciones militares en la frontera arago-nesa al tener que dividir tanto esfuerzos como recursos Ademaacutes se corriacutea el riesgo de que el heredero de la corona portuguesa don Duarte pudiese brindar cierta cobertura militar a Pedro y Enrique al estar ca-sado con una de sus hermanas Leonor lo que terminariacutea involucrando a Portugal en la contienda aunque fuese indirectamente13

Quizaacute fue por este conjunto de razones por el que Luna tratoacute de erradicar el conflicto de forma inmediata primero desafiando a los In-fantes a un combate y posteriormente requiriendo al rey su venida para negociar con ellos una posible rendicioacuten14 La primera viacutea resultoacute un fracaso y en lo que atantildee a la segunda si bien es verdad que Mon-taacutenchez claudicoacute ante la mera presencia del monarca en Alburquerque la guarnicioacuten arremetioacute contra el pendoacuten real y los delegados regios15

11 GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1429 cap XLII 12 DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerquerdquo p

18613 PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 174-17714 Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna tiacutet XXXIII15 En funcioacuten de la carta que el monarca castellano envioacute a los grandes del reino hacieacuten-

doles saber los hechos ocurridos en Alburquerque ldquomandeacute a ellos y a todos los otros

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267252

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Ante dicha tesitura Alburquerque fue combatido durante varios diacuteas No obstante la prolongacioacuten del asedio obligoacute a Juan II y al Condestable a regresar al corazoacuten de Castilla dejando al cargo de las operaciones militares a Juan de Sotomayor maestre de Alcaacutentara16

121 La actividad militar durante la capitaniacutea general de Sotomayor

Desde el momento en el que Juan II y el Condestable abandonaron el teatro de operaciones y dejaron al frente del asedio al maestre Soto-mayor las referencias croniacutesticas sobre la actividad militar en Albur-querque son muy escasas casi inexistentes lo que ha impedido hasta ahora conocer los entresijos de la campantildea De ahiacute la importancia de la documentacioacuten del Archivo de Medinaceli

A este respecto seguacuten los fondos consultados el monarca castellano ordenoacute que en el frente de Alburquerque debiacutea estar operativo un ejeacuter-cito de 300 hombres de armas 90 jinetes y 200 peones En palabras de Sotomayor este contingente quedoacute distribuido de la siguiente manera

El comendador mayor de la tierra de Leoacuten de la orden de Santiago estaacute

en Meacuterida con veynte roccedilines el comendador mayor de Alcaacutentara con

veynte roccedilines e en Piedrabuena estaacuten quarenta roccedilines e en Mayorga

veynte roccedilines e los peones estaacuten repartidos eso mesmo por los casti-

llos e puertos e la otra gente de armas que sobra estaacute en Valenccedilia [de

Alcaacutentara]17

que con ellos estaban que llanamente recibiesen en la dicha villa y en el castillo y for-taleza della a miacute e a los que comigo iban e que me acogiesen en lo alto e baxo como a su Rey e Sentildeor (hellip) E los dichos Infantes por sus propias personas lanzaron contra miacute e contra el miacute verdadero pendoacuten e contra el dicho don Aacutelvaro de Luna miacute Condestable e los otros que comigo veniacutean (hellip) muchas saetas Y eso mesmo hicieron lanzar e lan-zaron diez o doce truenos a do yo estabardquo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II antildeo XXX cap II Este texto ya fue citado con anterioridad por DUARTE INSUacuteA (ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerquerdquo p 176) y posteriormen-te por PINO GARCIacuteA (Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 196-198)

16 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos infantes de Aragoacutenrdquo pp 179-18017 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 La Croacutenica del Halconero reco-

ge a este respecto una cifra de hombres similar (400 hombres de armas y jinetes maacutes 200 ballesteros) y alude tambieacuten al reparto de las fuerzas reales CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II antildeo 1429 cap XXIX No obstante la informacioacuten que aporta el documento que presentamos es mucho maacutes rica y valiosa por cuanto especi-fica por ejemplo el nuacutemero concreto de tropas su distribucioacuten exacta sobre el terreno o algunos de los mandos que estuvieron al frente de ellas Ademaacutes maacutes adelante el documento de Sotomayor alude a que estos efectivos podiacutean servirse del auxilio mi-litar de las poblaciones de Trujillo Caacuteceres y Arroyo del Puerco dejando entrever la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 253

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Seguacuten lo expuesto se advierte la existencia de una estructura de mando articulada de la siguiente manera Sotomayor como liacuteder de los ejeacutercitos y en un escaloacuten inferior el Comendador Mayor de Alcaacutentara el Comendador Mayor de la provincia de la Leoacuten de Santiago y final-mente don Lorenzo Suaacuterez de Figueroa Eacuteste uacuteltimo aunque no aparece citado en la anterior relacioacuten de tropas hemos de situarlo en la ciudad de Badajoz con una hueste de 70 lanzas18

Ademaacutes de esta fuerza se hizo un llamamiento para que todas las poblaciones de la comarca velasen por la defensa del territorio Un as-pecto a tener en consideracioacuten es que estos efectivos no debiacutean percibir salario alguno por cuanto en realidad lo que estaban haciendo era pro-teger sus propios hogares Seguacuten las instrucciones de Sotomayor

El Rey nuestro sentildeor nos escrivioacute por quanto en esta tierra es necesario

de aver buena quadrilla de gente que los cavalleros e escuderos desta

comarca que estoviesen en sus casas en los lugares desta frontera que

non oviesen sueldo por quanto sy sueldo oviesen non avriacutean tanta gen-

te que maacutes servicio suyo es [que] el sueldo que a los tales se oviese a dar

que se pagase a otros estrangeros ca de los veccedilinos ccedilierto seriacuteamos que

estaacuten en defensioacuten de sus fasiendas e casas (hellip) a ningund vuestro vesi-

no non curedes de mandar pagar sueldo aunque sean vasallos del Rey

que los constringades e apremiedes que esteacuten en sus casas para cada e

quando cumpliere19

Por otra parte en lo que atantildee al plan de operaciones el hecho de que las tropas estuviesen dispersas en diferentes puntos estrateacutegicos nos hace pensar que el cerco disentildeado por Sotomayor no consistioacute en un bloqueo inmediato sobre Alburquerque sino en un cierre del espacio a media y larga distancia20 De tal manera las fuerzas realistas ocuparon tanto los castillos de Piedrabuena y Mayorga (situados a 15 kiloacutemetros de Alburquerque) como los de Valencia de Alcaacutentara y Badajoz (a 35

implicacioacuten de sus milicias en el desarrollo de este conflicto ldquolos de Trujillo e Caacuteccedileres e los del Arroyo del Puerco se yuntaraacuten con nosrdquo

18 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 La orden de Juan II fue emitida el 28 de abril de 1430 PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval dehellip Alcaacutentara vol II doc 859

19 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4320 Esta modalidad de asedio en la distancia ha sido estudiada por Palacios Ontalva en

su artiacuteculo ldquoCastillos contra castillos Padrastros y fortalezas de asedio en la Espantildea Medievalrdquo p 35

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267254

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

kiloacutemetros de distancia) e incluso los santiaguistas de Meacuterida y Mon-taacutenchez (a unos 80 kiloacutemetros) Ademaacutes hemos de recordar que para completar este dispositivo se diseminaron numerosos peones por los puertos cercanos y se enviaron tambieacuten diversos destacamentos a otros castillos menores cuyos nombres son omitidos21

Reparto de las tropas sobre el territorio

Al estar separados entre siacute por grandes distancias los capitanes al frente de cada una de estas posiciones se vieron obligados a establecer y consolidar diversos sistemas de comunicacioacuten si lo que queriacutean era actuar de manera coordinada El mecanismo maacutes usual a la vez que tradicional fue el enviacuteo de mensajeros y el intercambio de notas No obstante en ocasiones debido a la urgencia por hacer llegar una deter-minada indicacioacuten Sotomayor especificoacute que las noticias especialmen-te los llamamientos de socorro debiacutean realizarse mediante sentildeales de humo si era de diacutea y con fuego por la noche

E por cada [vez] que necesario fuere vos podedes concertar con el Co-

mendador Mayor de Leoacuten que estaacute en Meacuterida Que vos entendades por

sentildeales de almenaras22 de noche e afumadas de diacutea E por estas mismas

21 ADM Archivo Histoacuterico ramo 3 leg 52 doc 42 22 Seguacuten el diccionario de la RAE por almenara se entiende todo aquel fuego que se haciacutea

en atalayas y torres para dar aviso de algo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 255

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

sentildeales que se conccedilierte el Comendador Mayor con los de Montaacutenchez e

por esta viacutea podedes prestamente ser dellos socorrido e vosotros soco-

rrer a ellos E por las sentildeales de almenaras e afumadas que se fisieren

en Meacuterida e Montaacutenchez los de Trujillo e Caacuteccedileres e los del Arroyo del

Puerco se yuntaraacuten con nos en guisa que los unos e los otros nos poda-

mos bien socorrer23

Otro aspecto fundamental para los capitanes que actuaron al servi-cio de sus altezas en Extremadura fue conocer los planes de operaciones de los Infantes para asiacute poder anticiparse a sus movimientos y actuar en consecuencia Con este objetivo en mente se desplegoacute entonces una intrincada red de espionaje cuyos tentaacuteculos se extendieron incluso por Portugal Para ello se repartieron numerosos efectivos por los montes situados en las cercaniacuteas de Alburquerque con el fin de recabar toda la informacioacuten posible sobre la actividad militar de Pedro y Enrique Las instrucciones de Sotomayor asiacute lo ponen de manifiesto

Segund ya vos escrivimos que esta mesma regla tenemos nos acaacute en esta

tierra de tener las guardas e escuchas en los puertos e pasos e enviar

por toda la gente de la comarca con ombres de cavallo e sy para acaacute

salieren a maacutes andar vos lo escreviremos24

Ademaacutes tambieacuten dispusieron de personas infiltradas en el campa-mento rival verdaderos espiacuteas como reconociese el Comendador Ma-yor de Santiago desde el lunes tenemos un ome en Alburquerque por es-piacutea e de cada un diacutea lo atendemos25

Asiacute pues gracias a la implantacioacuten de este sistema se obtuvieron in-formes privilegiados sobre la actividad de los Infantes en Alburquer-que Por ejemplo tenemos constancia de que Pedro y Enrique teniacutean instalado un tablado en la plaza de la villa para realizar reclutamientos y efectuar el pago de las soldadas Tambieacuten sabemos que los Infantes teniacutean alzado un pendoacuten del rey entre sus escudos de armas y que in-cluso haciacutean pregonar diversas proclamas como la siguiente ldquobiva el

23 ADM Archivo Histoacuterico ramo 3 leg 52 doc 42 En palabras de Joatildeo Gouveia Montei-ro esta forma de comunicacioacuten en la distancia constituiacutea una verdadera ldquotelegrafiacutea oacutepticardquo con raiacuteces ancestrales MONTEIRO A guerra em Portugal nos finaacuteis da Idade Meacutedia p 244

24 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4325 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 119

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267256

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Rey e mueran los traidores malos consejerosrdquo26 Finalmente no parece que contaran con demasiados apoyos entre la poblacioacuten aunque siacute que esperaban la ayuda de Portugal27

Ademaacutes en un intento por paliar los dantildeos que pudieran ocasionar los Infantes Sotomayor ordenoacute que se segaran los campos y que el gana-do se guardase en un lugar seguro

E por quanto en toda esta vera de Portugal alccedilan los ganados e dan

prisa por segar los panes faredes esto mesmo arredrar los ganados e

[que] sieguen los panes e los pongan en lugares ccedilercados pues por esta

viacutea ellos lo fasen28

No obstante a pesar de estos esfuerzos las evidencias demuestran que los Infantes terminaron ocasionando numerosos robos A este res-pecto lo habitual la forma maacutes comuacuten de llevar a cabo este tipo de correriacuteas fueron las cabalgadas protagonizadas por pequentildeos destaca-mentos de 20 o 30 lanzas Su modo de actuacioacuten era tan raacutepido como expeditivo Para ello para poder actuar de forma rauda y evitar el en-frentamiento con los distintos escuadrones que defendiacutean el territorio los Infantes soliacutean desplegar una curiosa estratagema En un primer momento un numeroso destacamento abandonaba Alburquerque y arrastraba tras de siacute a los retenes castellanos Acto seguido con el cam-po ya despejado de enemigos un reducido nuacutemero de jinetes dejaba Alburquerque y se adentraba en Portugal ya que una vez alliacute podiacutean actuar con total libertad

Los Ynfantes fueron Asagala con toda la maacutes de su gente (hellip) e por otra

parte salioacute de Alburquerque don Fernando fijo del Ynfante don Juan

con treinta rocines e entroacute por Campo Mayor lugar de Portugal e ende

ovo otros veynte e ccedilinco o treinta roccedilines e fue alliacute a tierra de Meacuterida e

trajo el dicho ganado E por eacutel yr asy encubierto por Portugal nunca de

ello fuimos sabidores29

26 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 119 27 Ibid28 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 4429 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42 Casi coincidente en el tiempo

el Infante don Pedro tomaba el castillo de Alba de Liste Resulta curioso que el modus operandi del Infante es muy similar a la accioacuten descrita De tal manera la Croacutenica del Halconero narraba a este respecto que ldquoel ynfante don Pedro era partido de Alburquer-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 257

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

No hemos de identificar la actividad militar de los Infantes solamen-te con el robo y la destruccioacuten del territorio ya que eacutestos intentaron po-ner en marcha una interesante poliacutetica de conquista de no muy buenos resultados basada en el ldquofurtordquo de fortalezas y el asalto por sorpresa30 Nuestra hipoacutetesis no es infundada al contrario se basa en los sucesos ocurridos y en la propia documentacioacuten consultada Asiacute ademaacutes del in-tento de asalto que padecioacute el castillo de Alconchel en torno 1430 en fecha imprecisa el alcaide de Barcarrota alertaba de que Figueroa debiacutea reforzar las defensas de algunas de sus posesiones por cuanto eacutestas es-taban en el punto de mira de los Infantes como era el caso del castillo de Feria ldquo[preguntando] quienes eran aquellos que aviacutean de furtar el cas-tillo de Feria diacutexome que eran de los del Ynfante (hellip) e que aviacutean de venir ccedilinquenta ombres para lo furtarrdquo31

Una forma de actuar que no nos debe resultar extrantildea por cuanto investigaciones recientes han puesto de manifiesto que el asalto por sor-presa fue la maniobra de conquista que mejor se adecuaba a todos aque-llos conflictos protagonizados por ejeacutercitos reducidos o carentes de los medios necesarios para llevar a cabo un prolongado y costoso asedio32

En funcioacuten de la evolucioacuten de los acontecimientos todo parece indi-car que durante la segunda mitad de 1430 el clima de beligerancia des-cendioacute Este hecho se debioacute en gran parte a la firma de las Treguas de Majano ya que ademaacutes de caer el frente aragoneacutes Alfonso V y el Infante don Juan se comprometieron a no auxiliar a los rebeldes extrementildeos33 Incluso pareciacutea que Pedro y Enrique abandonariacutean Alburquerque en

que e se yva para Alba de Liste por Portugal (hellip) e tornoacutese por Portugal para Alburquer-que por donde aviacutea venidordquo CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1430 cap XXXI

30 Generalmente estas acciones estuvieron protagonizadas por pequentildeos grupos de ex-pertos escaladores que soliacutean portar un material tan econoacutemico como rudimentario sogas y escalas de madera Normalmente estas partidas se aproximaban a la fortaleza de manera sigilosa y asaltaban la posicioacuten por su zona maacutes vulnerable Las primeras unidades en ascender neutralizaban a los centinelas y acto seguido subiacutea el grueso de la tropa MARTINS A arte da guerra em Portugal p 399 GARCIacuteA FITZ Castilla y Leoacuten frente al Islam p 217 Un aspecto fundamental en el desarrollo de estas acciones era el factor sorpresa como estipulasen Las Siete Partidas ldquoesto no se puede hacer sino de noche o mucho encubiertamente E las maacutes vegadas con muy fuertes tiempos e peligro-sos lugares (hellip) tal fecho como este se debe fazer muy encubiertamente e syn ruydo yendo los que alla fueren muy passo que los non oiganrdquo Partida II tiacutet XXVII ley 8

31 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 8932 RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLegacy and change medieval warfare in Castile through the

chronicle of Grand Master Alonso de Monroy (fifteenth century)rdquo33 MAZO ROMERO El condado de Feria p 168

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267258

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

cualquier momento A este respecto el Comendador Mayor de Leoacuten le comunicaba a Figueroa que los Infantes pretendiacutean abandonar Albur-querque en direccioacuten a la encomienda santiaguista de Segura de Leoacuten y de alliacute finalmente a Aragoacuten

Disese entrellos que esperan gente non tan solamente de Portogal e que

su partida seraacute en breve El camino que maacutes se determina es a Segura

et dende a Aragoacuten Non vos ccedilertificamos cosa pero de aquiacute al viernes

en la noche o el saacutebado por la mantildeana esperamos nuevas (hellip) de aquiacute

podredes ser bien avisados como vengan los mensajeros34

Seguacuten los informes de Sotomayor los Infantes disponiacutean en esos mo-mentos de una poderosa fuerza militar de unos 1500 rocines y 2000 peones La noticia de semejante movimiento de tropas hizo que el maes-tre de Alcaacutentara movilizase de inmediato toda la comarca y ordenase que los efectivos se juntasen ldquoen unordquo Para Sotomayor el principal ob-jetivo era detener la expedicioacuten mediante el uso de la fuerza buscando el enfrentamiento directo o al menos procurar que no se robase el terri-torio en el supuesto de que los ejeacutercitos pro-aragoneses fuesen superio-res35 No obstante Juan II le ordenoacute a Sotomayor que permitiese el paso de este contingente y que no opusiese resistencia

Fagovos saber que a miacute es dicho que los Infantes don Enrique e don Pedro

quieren salir de Alburquerque con gente de armas e llevar la viacutea de Se-

gura por lo qual yo escrivo al maestre de Alcaacutentara la manera que debe

tener por razoacuten de ccedilierto salvoconducto que yo diacute a los dichos infantes

para que seguramente pudiesen salir de mis regnos por ccedilierto tiempo36

Finalmente a pesar de todas estas disposiciones los Infantes no abandonaron el lugar Como sostiene Mazo Romero los Infantes pare-ciacutean aguardar en Alburquerque el resultado de alguna negociacioacuten que tuviese lugar tras las treguas de Majano con el objeto de actuar en con-secuencia cuando se conociese el destino final de todas aquellas propie-dades y cargos poliacutetico-institucionales que les fueron arrebatados du-

34 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 8 doc 11935 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 49 36 Bonifacio PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval dehellipAlcaacutentara

doc 864

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 259

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

rante la contienda De hecho tras tener noticia de que habiacutean fracasado las negociaciones que a este respecto se estaban celebrando en Aacutegreda y Tarazona los Infantes intensificaron de nuevo su actividad militar37

122 La caiacuteda en desgracia de Sotomayor y el precipitado final de la campantildea

Esta nueva actividad ofensiva de los Infantes se vio favorecida por una creciente permisividad de Juan de Sotomayor quien habiendo ya mostra-do evidentes signos de malestar con Juan II disminuyoacute la presioacuten militar sobre Alburquerque y comenzoacute a avenirse al partido de Enrique38 Cons-ciente el monarca castellano del riesgo que este hecho entrantildeaba envioacute numerosas delegaciones al maestre de Alcaacutentara para que eacuteste ratificase su lealtad No obstante a pesar de sus buenas palabras Sotomayor conti-nuoacute favoreciendo los intereses de Pedro y Enrique en Extremadura39

Cansando del comportamiento ambiguo de Sotomayor el rey optoacute por castigarle y apartarle del teatro de operaciones por lo que en 1432 envioacute a Juan Carrillo abad mayor de Toledo para que secuestrase las ren-tas de la orden y todas aquellas fortalezas que estuviesen en poder del maestre40 Gracias a las cartas conservadas tenemos conocimiento de que el contexto era mucho maacutes delicado de lo que se presuponiacutea A este respecto Carrillo no fue bien recibido por los miembros de la orden quienes reunidos en torno al Clavero Gutierre de Sotomayor se dedicaron a entorpecer su actividad A decir verdad la guerra se habiacutea extendido por gran parte de Extremadura

Sabed que Juan Carrillo de Toledo estaacute en la Puebla de Alcoccediler con alguna

poca gente pero de la tierra tiene pieccedila della e dis que tiene cartas del Rey

en que mandan que recudan con las rentas del maestradgo de Alcaacutentara

(hellip) el comendador mayor de Alcaacutentara [don Gutierre] que era clavero

37 MAZO ROMERO El condado de Feria pp 169-170 Dentro de las medidas represivas adoptadas contra los Infantes Enrique fue privado del maestrazgo de Santiago en ene-ro de 1431 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1431 cap LXX

38 De forma tradicional este desafecto se ha achacado al enfado que tuvo Sotomayor por no recibir ninguacuten bien patrimonial de los Infantes cuando Juan II se los expropioacute PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 180-181 El reparto del patrimonio de los Infantes estaacute recogido en GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1430 cap III

39 PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV pp 18140 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos Infantes de Aragoacutenrdquo p 192

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267260

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

estaacute en Magaccedilela con pieccedila de gente e desde que supo que era venido Juan

Carrillo a la Puebla e se le llegava gente mandoacute quebrar las barcas del

riacuteo de Ccedilujar que estaacute entre la Puebla y la Serena E disen que el dicho Juan

Carillo ha escrito al Rey no sabemos que provisioacuten mandaraacute enviar41

Lo sucedido posteriormente es de sobra conocido Juan II envioacute a Extremadura un nutrido ejeacutercito de 1200 hombres que actuoacute bajo las oacuterdenes del Adelantado Pedro Manrique y del Almirante don Fradri-que42 De forma paralela Suaacuterez de Figueroa se acantonoacute en Jerez de los Caballeros43 desde donde realizoacute una defensa ejemplar del sur de la regioacuten actuoacute contra los rebeldes combatioacute las fortalezas de Alconchel y Barcarrota (en poder del maestre) y ademaacutes evitoacute que la ciudad de Badajoz cayese en manos de los Saacutenchez de Badajoz deudos y familia-res de la familia Sotomayor44 En todo caso la actuacioacuten de los ejeacutercitos reales contra las posiciones rebeldes tuvo que ser tan constante como destructiva como lo pone de manifiesto la correspondencia que mantu-vo entonces Figueroa con el Almirante y el Adelantado

el adelantado y yo reccedilebimos vuestra carta asy entendida en quanto

tantildee a la tala quema e dantildeo que vosotros e don Aacutelvaro Peacuteres mi pri-

mo en Alconchel fisistes (hellip) Et de lo que nosotros por acaacute fesimos en

Alburquerque non vos lo escrivo largamente porque creo que lo sabeys

ya dello salvo que ovimos una buena escarmuccedila e fueron muertos al-

gunos de allaacute e presos Gomes de Guiar e Gomes Mexia e otros muchos

que se fueron por no ser conosccedilidos entre los nuestros et graccedilias a Dios

ninguno de los nuestros no finoacute ni peligroacute salvo que algunos omes e ca-

valleros fueron feridos pero no peligrosamente Et despueacutes de taladas

las vintildeas vinimos aquiacute a Valenccedilia este viernes que pasoacute45

41 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 7 doc 11242 CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero antildeo 1432 cap CXXV Seguacuten las croacutenicas

este contingente fue enviado para evitar los desmanes que se cometiacutean desde las po-siciones rebeldes de Alburquerque y Azagala (situada a 10 km de la anterior) La do-cumentacioacuten consultada alude que desde Azagala se cometiacutean diversas acciones que entorpeciacutean la actuacioacuten de los ejeacutercitos como por ejemplo el robo de la correspon-dencia que manteniacutean entre siacute los capitanes favorables a Juan II cuando no las propias instrucciones del monarca ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 87

43 Seguacuten la correspondencia de Figueroa Jerez de los Caballeros estaba en la oacuterbita de los Infantes que teniacutean tratos con algunos vecinos de esta poblacioacuten ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 85

44 MAZO ROMERO El condado de Feria p 17145 ADM Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 5 doc 56

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 261

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Es entonces cuando los acontecimientos se precipitan Gutierre de Sotomayor Clavero de la orden y sobrino del maestre pensoacute que su tiacuteo habiacutea sido apresado por Enrique46 En consecuencia arrestoacute al Infante don Pedro que a la sazoacuten se encontraba en Alcaacutentara Tanto la faccioacuten de Enrique como las tropas reales del Adelantado reclamaron para siacute la entrega y la custodia de don Pedro Finalmente obrando de manera interesada (tras recibir del monarca la promesa de ser designado nuevo maestre de la orden) Gutierre de Sotomayor favorecioacute la causa real47 En noviembre de 1432 el Condestable pactoacute con Enrique la libertad de su hermano aunque como contrapartida perdioacute los estados que teniacutea en Extremadura48

Con este acto se puso fin a la rebeldiacutea de los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque el punto y final a una larga y dilatada campantildea militar

2 Conclusioacuten

La documentacioacuten conservada en el Archivo Ducal de Medinaceli pone de manifiesto la intrahistoria y algunos rasgos todaviacutea descono-cidos de la campantildea contra los Infantes de Aragoacuten en Alburquerque Por otra parte al margen de este enfrentamiento tambieacuten permite co-nocer diversos aspectos generales vinculados con la guerra medieval tales como la importancia de las redes de espionaje los sistemas de co-

46 La croacutenica de Santa Mariacutea describe el suceso al detalle El Maestre partioacute so intencioacuten de ir aacute la fortaleza de Valencia de Alcaacutentara levaba su tesoro de arrancada de todo punto de Alcaacutentara eacute el Infante don Enrique tornaacutebase aacute Alburquerque (hellip) El camino que va aacute Valencia es todo uno cuanto dos oacute tres leguas eacute por ende como quier que el camino del Infante era para Alburquerque y el del Maestre para Valencia por ser amos un camino hobieron de salir de la villa eacute andar en uno aquellas tres leguas en las cuales el Maestre usoacute de lo que soliacutea usar es a saber mudarse de lijero de un consejo aacute otro eacute con gran temor que teniacutea del atrevimiento que faciacutean non se hobo por seguro de ir aacute Valencia soacutelo con los suyos eacute hoacutebose por maacutes seguro de ir con el Infante aacute Alburquerque eacute levar consigo allaacute toda su hacienda eacute dejoacute el camino de Valencia eacute fuese con el Infante con todo lo que levaba eacute aacute la gente de caballo que iba con eacutel mandoacute que fuesen con el Infante con todo lo que levaba (hellip) eacute como fray Gutierre de Sotomayor Comendador mayor de Alcaacutentara su sobrino del Maestre que estaba en Alcaacutentara habiacutea seido en el consejo que el Maestre su tiacuteo fuese aacute Valencia eacute con esa intencioacuten partiera de Alcaacutentara cuando sopo que el Maestre fuera aacute Alburquerque con el Infante don Enrique eacute fuera allaacute su recuaje con su tesoro bien pensoacute que lo levara el Infante contra su voluntad eacute asiacute lo pensaron otros muchos de los del Maestre que con el Comendador mayor quedaran Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II antildeo 1432 cap XI

47 ORTEGA AacuteLVAREZ ldquoEl acceso de D Gutierre de Sotomayor al Maestrazgo de la Orden de Alcaacutentarardquo

48 MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos infantes de Aragoacutenrdquo p 194

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267262

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

municacioacuten o el despliegue de poliacuteticas defensivas destinadas a prote-ger el territorio En definitiva un fondo de obligada consulta para todos aquellos investigadores interesados en el conocimiento de la poliacutetica y la conduccioacuten de la guerra en el marco de la Castilla del siglo XV

Apeacutendice documental

Doc 1 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Figueroa notificaacutendole el estado de la campantildea y el reparto de las fuerzas reales

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 42

Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel sentildeores e amigos Nos el Maestre de Alcaacutentara nos vos encomendamos como aquellos por quien avemos de fa-ser todas las cosas que vos plugieren Vimos vuestra carta por la qual nos escrivisteis en como vinieacuterades a esa ccedilibdad de Badajoz por Mandado de Nuestro sentildeor el Rey con setenta lanccedilas e por ende que en todas las cosas que entendieacuteremos que cumplen a su serviccedilio vos lo fagamos saber e avi-semos dello Sentildeores e amigos a nos plogoacute mucho en sabiendo de vuestra venida para esa ccedilibdad ca bien necesario e complidero es al serviccedilio del dicho sentildeor Rey vuestra estada ende e de aquiacute adelante continuamente vos entendemos escrevir e faser saber todas las cosas que supieacutesemos

A lo que nos escrivistes que vos enviemos cincuenta roccedilines e cin-cuenta peones sabed que los tresientos ombres de armas e noventa gi-netes e dosientos peones quel dicho sentildeor Rey mandoacute estar en esta fron-tera que estaacuten repartidos por muchos lugares e puertos en esta guisa el comendador mayor de la tierra de Leoacuten de la orden de Santiago estaacute en Meacuterida con veynte roccedilines el comendador mayor de Alcaacutentara con veynte roccedilines e en Piedrabuena estaacuten quarenta roccedilines e en Mayorga veynte roccedilines e los peones estaacuten repartidos eso mesmo por los castillos e puertos e la otra gente de armas que sobra estaacute en Valenccedilia [de Alcaacuten-tara] e della aquiacute con nos para quando cumple que sallymos sin dubdar que es bien menester e auacuten sy maacutes fuese

E por cada [vez] que necesario fuere vos podedes conccedilertar con el co-mendador mayor de Leoacuten que estaacute en Meacuterida que vos entendades por sentildeales de almenaras de noche e afumadas de diacutea E por estas mismas sentildeales que se conccedilierte el comendador mayor con los de Montaacutenchez e por esta viacutea podedes prestamente ser de ellos socorrido e vosotros so-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 263

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

correr a ellos E por las sentildeales de almenaras e afumadas que se fisieren en Meacuterida e Montaacutenchez los de Trugillo e Caacuteccedileres e el Arroyo del Puerco se yuntaraacuten con nos en guisa que los unos a los otros nos podamos bien socorrer Como quier que las atalayas e espiacuteas que en Valenccedilia e Piedra-buena estaacuten puestas en saliendo gente de Alburquerque son sabidores e luego van en pos dellos quier contra allaacute o a qualquier parte que van

Otrosy creemos que sabredes que las vacas que agora traxieron a Alburquerque de Aljuceacuten e Carrascalejo a dos leguas de Meacuterida lo qual fue desta guisa que los Ynfantes fueron Asagala con toda la maacutes de su gente e como lo sopimos luego partimos e yuntamos la gente de esta tierra E con ellos teniacuteamos espiacuteas pensando que querriacutean entrar E por otra parte salioacute de Alburquerque don Fernando fijo del Ynfante don Juan con treinta roccedilines e entroacute por Campo Mayor lugar de Portugal e ende ovo otros veynte e ccedilinco o treinta roccedilines e fue alliacute a tierra de Meacuteri-da e trajo el dicho ganado E por eacutel yr asy encubierto por Portugal nunca de ello fuimos sabidores e creemos que araacute poco vosotros lo sopisteis E ciertamente estas vacas cada diacutea salen una legua de Alburquerque a bever agua E por quanto desde Piedrabuena e Mayorga fasen cuanto posible fuere por se aver las vacas rogamos vos que por esa parte de Badajoz eso mismo vos trabajedes por ello enviando cada diacutea vuestros corredores en lo qual vos plega de poner diligenccedilia porque de allaacute e por acaacute se fisiese algund serviccedilio al dicho sentildeor Rey

Nuestro sentildeor Dios vos aya en su guarda A X de junio Nos el Maestre

Doc 2 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Figueroa daacutendole instrucciones sobre la manera de operar contra los Infantes y la defensa del territorio

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 44

Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel [de Lando] sentildeores e amigos Nos el Maestre nos vos enviamos encomendar como aquellos por quien ave-mos de faser todas las cosas que vos plugieren

Vymos vuestra carta por la qual nos escrivistes que vos es dicho por un ombre que salioacute de Alburquerque en como los Ynfantes teniacutean ordenado de venir a esa ccedilibdad en esta semana pasada o al maacutes tardar en esta otra que agora entrara et por ende que vos enviemos los ccedilinquenta ombres de

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267264

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

armas e ccedilinquenta ombres de pie Sentildeores e amigos ya vos escrevimos que la gente de armas e de pie que acaacute tenemos de como es bien necesa-ria e auacuten si maacutes fuese segund los lugares e puertos por donde estaacute derra-mada e repartida e que en cada uno de los dichos lugares es complidero que esteacute Pero ccediliertos podedes ser que sy cosa fuere que los Ynfantes sa-lieren que luego en punto toda la dicha gente de Valenccedilia e Piedrabuena e de los otros lugares son en pos de ellos e nos eso mesmo a maacutes andar con toda la gente de esta comarca e tierra les tomaremos las espaldas E por tanto en guisa del mundo no reccedileledes de los seguir ca creo que nos te-nemos tal recabdo de atalayas e espiacuteas que sy salieren luego lo sabremos e los seguiremos a maacutes andar Por ende como dicho es non aredes ende al salvo de los seguir Et en saliendo luego vos enviaremos ombres de cavallo a vos desir el lugar onde nos conccedilentraremos lo qual eso mesmo fased e nos enviar alguno de cavallo por maacutes ccedilertidumbre

Otrosy en de la fecha de esta carta ovimos nuevas en como men Ro-driacutegues de Castilblanco partioacute con sesenta roccedilines de alliacute de Castilblan-co Otrosy que el alcayde de Sabugal aviacutea de partir con veinte roccedilines Ccediliertamente non avemos sabido por donde es esta partida e coacutemo lo supieacuteremos luego vos lo escribiremos

E por quanto en toda esta vera de Portogal alccedilan los ganados e dan prisa por segar los panes faredes eso mesmo arredrar los ganados e [que] sieguen los panes e los pongan en lugares ccedilercados pues por esta viacutea ellos lo fasen

Et de todas las cosas de allaacute nos avisad que asy mesmo vos faremos nos a vos de acaacute

Nuestro sentildeor vos aya en su guarda Escrita XI de junio Nos el Maestre

Doc 3 Carta del maestre Juan de Sotomayor a Lorenzo Suaacuterez de Fi-gueroa notificaacutendole la intencioacuten de los Infantes de marchar hacia Segura

Archivo Ducal de Medinaceli Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3 exp 4 doc 49

Sentildeores obispo [Juan Morales] e Lorenccedilo Suares e Pedro Manuel de Lando Nos el Maestre de Alcaacutentara nos vos enviamos encomendar como aquellos por quien con presta e buena voluntad avemos de faser todas las cosas que a onrra e estado de vosotros cumplan

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 265

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Reccedilibimos una carta que nos escrevistes por la qual nos enbiastes desir que aviades sabido que el saacutebado que agora pasoacute que aviacutea puesto un pendoacuten en Alburquerque de nuestro sentildeor el Rey e otros de los Ynfan-tes e que aviacutea una tabla puesta para dar sueldo de dos meses e que se desiacutea que el Rey de Portogal que los aviacutea de ayudar en breve Sabed que el martes primero diacutea de este mes agosto en como ellos pusieron tabla para pagar sueldo e como se desiacutea que aviacutea algund favor de Portogal E luego escrevimos a nuestro sentildeor el Rey e eso mesmo escrevimos a vosotros las quales cartas creemos que vos seraacuten ya dadas E que como se diccedile que su entinccedilioacuten de estos ombres es de tirar camino de Segura e que entiende llevar mill e quinientos roccedilines e dos mill peones Ya vos escrevimos la entinccedilioacuten e manera que nos pareccedile que se deve tener que nos juntemos todos en uno e que seamos en pos de ellos en tal manera que si pudieacutere-mos pelear con ellos e tovieacuteremos gente para ello sy non que a lo menos que los resistamos que non se aparten a robar las tierras Ca sabed que te-nemos puestas escuchas e atalayas en Mayorga e Piedrabuena porque en saliendo luego lo sopieacuteremos lo faremos saber a vosotros Otrosy ya te-nemos aperccedilebida toda esta comarca Ansi aperccedilibiredes vos eso mesmo a esos de esa ccedilibdad e de esas comarcas porque esteacuten prestos para que se ayunten con vos para que nos ayuntemos e sirvamos a nuestro sentildeor el Rey Sentildeores las cosas que en plaser vos vengan que nos faser podamos escrevidenoslas que con buena voluntad las compliremos

Escrita a ccedilinco de agosto Nos el maestre

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

Archivo Ducal de Medinaceli (Sede Toledo) Archivo Histoacuterico leg 52 ramo 3

Pedro CARRILLO DE HUETE Croacutenica del Halconero de Juan II Edicioacuten de Mata Carriazo Universidad de Granda Granada 2006

Croacutenica de don Aacutelvaro de Luna Condestable de los reinos de Castilla y de Leoacuten Maestre y administrador de la orden de caballeriacutea de Santiago edicioacuten a cargo de Miguel de Flores Madrid 1784

Lorenzo GALIacuteNDEZ DE CARVAJAL Croacutenica de Juan II Valencia 1779

Aacutelvar GARCIacuteA DE SANTA MARIacuteA Croacutenica de don Juan II de Castilla (1420-1434) Madrid 1821

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267266

Carlos Jesuacutes rodriacuteguez Casillas

Bonifacio PALACIOS MARTIacuteN (dir) Coleccioacuten diplomaacutetica medieval de la Orden de Alcaacutentara vol II Editorial Complutense Madrid 2000

Las Siete Partidas Edicioacuten de Reguera Valdelomar Barcelona 1847

2 Bibliografiacutea

Vicente Aacute AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEnrique Infante de Aragoacuten Maes-tre de Santiagordquo Medievalismo 12 (2002) pp 37-89

Vicente Aacute AacuteLVAREZ PALENZUELA ldquoEl precio de la guerra algunos da-tos sobre el enfrentamiento entre Castilla y Aragoacuten y Navarra 1429-1430rdquo Estudios sobre patrimonio cultura y ciencias medievales 19-1 2017 pp 61-92

Carlos de AYALA MARTIacuteNEZ ldquoLa Castilla de Juan II y de Enrique IVrdquo en Los Reinos Hispaacutenicos ante la Edad Moderna vol I Servicio de pu-blicaciones del Estado Mayor del Ejeacutercito Madrid 1992 pp 105-246

Intildeaki BAZAacuteN DIacuteAZ ldquoLas mujeres medievales como agentes de paz y re-conciliacioacuten Elementos de anaacutelisis y discusioacutenrdquo e-Spania Revue in-terdisciplinaire drsquoeacutetudes hispaniquesmeacutedieacutevales et modernes 33 2019

Eloy BENITO RUANO Los Infantes de Aragoacuten 34 CSIC Pamplona 1952

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura dinastiacutea Trastaacutemarardquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-1 1937 pp 49-74

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el se-cuestro de Tordesillasrdquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-2 1937 pp 145-166

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura la Corte del rey poetardquo Revista de Estudios Extrementildeos XI-3 1937 pp 273-314

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura guerra de familiardquo Revista de Estudios Extrementildeos XII-1 1938 pp 91-104

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura sitio de Alburquerque por d Aacutelvaro de Lunardquo Revista de Estudios Extreme-ntildeos XII-2 1938 pp 163-186

Lino DUARTE INSUacuteA ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadura el repar-tordquo Revista de Estudios Extrementildeos XII-3 1938 pp 325-343

Francisco GARCIacuteA FITZ Castilla y Leoacuten frente al Islam Estrategias de ex-pansioacuten y taacutecticas militares (siglos XI-XIII) ed Universidad de Sevilla Sevilla 2005

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 247-267 267

Nuevas aportacioNes sobre la campantildea de JuaN ii coNtra los iNfaNtes de aragoacuteN eN alburquerque

Joatildeo Gouveia MONTEIRO A guerra em Portugal nos finaacuteis da Idade Meacute-dia Noticias Lisboa 1998

Joseacute Mariacutea MACIacuteAS MARTIacuteN ldquoLos Infantes de Aragoacuten en Extremadurardquo Extremadura Revista de historia 1 2014 pp 178-199

Fernando MAZO ROMERO El condado de Feria ndash1394-1505- contribucioacuten al estudio del proceso sentildeorializador en Extremadura Institucioacuten cul-tural Pedro de Valencia Badajoz 1980

Miguel MARTINS A arte da guerra em Portugal 1245 a 1367 ed Univer-sidade de Coimbra Coimbra 2014

Javier ORTEGA AacuteLVAREZ ldquoEl acceso de D Gutierre de Sotomayor al Maestrazgo de la Orden de Alcaacutentara oriacutegenes y consecuenciasrdquo Es-pacio Tiempo y Forma Serie III Historia Medieval 24 (2011) pp 237-278

Santiago PALACIOS ONTALVA ldquoCastillos contra castillos Padrastros y fortalezas de asedio en la Espantildea Medievalrdquo Arqueologiacutea y territorio medieval 13-2 (2006) pp 33-55

Joseacute Luis DEL PINO GARCIacuteA Extremadura en las luchas poliacuteticas del siglo XV Diputacioacuten Provincial de Badajoz Badajoz 1991

Pedro A PORRAS ARBOLEDAS Juan II rey de Castilla y Leoacuten (1406-1454) Ediciones Trea Gijoacuten 2009

Carlos J RODRIacuteGUEZ CASILLAS ldquoLegacy and change medieval warfare in Castile through the chronicle of Grand Master Alonso de Monroy (fifteenth century)rdquo Journal of Medieval Iberian Studies 11-1 (2019) pp 98-113

Luis SUAacuteREZ FERNAacuteNDEZ Nobleza y Monarquiacutea Entendimiento y rivali-dad El proceso de la construccioacuten de la Corona espantildeola La Esfera de los libros Madrid 2005

Fecha de recepcioacuten 21-08-2019Fecha de aceptacioacuten 26-11-2019

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 269

Los caballeros de cuantiacutea en la Orden de Santiago a finales de la Edad Media

(1494-1498)

Knights of ldquocuantiacuteardquo in the Order of Santiago in the late Middle Ages (1494-1498)

Casto Manuel Solera CamposUniversidad de Sevilla

Resumen

En este trabajo vamos a estudiar la evolucioacuten que se produce a finales de la Edad Media entre los caballeros de cuantiacutea de la Orden de Santiago y su correspondiente cuota asiacute como la relacioacuten de los mismos con el gobierno de los pueblos Nos apoyare-mos en datos extraiacutedos de los libros de visitas de las Provincias de Castilla y de Leoacuten que contienen informacioacuten sobre las visitas correspondientes a los antildeos 1494 y 1498

Palabras clave

Orden de Santiago caballeriacutea caballero cuantiacutea visita

Abstract

In this article we are going to study the evolution that takes place at the end of the Middle Ages between the knights of the Order of Santiago and its correspond-ing quota as well as the relationship between the knights and the government of the towns We will rely on data extracted from the visit books of the Provinces of Castilla and Leoacuten which contain information on the visits corresponding to the years 1494 and 1498

Keywords

Order of Santiago Chivalry Knight Quantity Visit

httpwwwjournal-estrategicacom

Correo electroacutenico csolerauses Universidad de Sevilla

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309270

Casto Manuel solera CaMpos

Los caballeros de cuantiacutea cuyo germen en Castilla y Leoacuten se re-monta a mediados del siglo XIII bajo el reinado de Alfonso X1 no eran sino un grupo de pecheros obligados a mantener caballo y armas ademaacutes de a participar en los alardes que anualmente se celebraban para la supervisioacuten de sus equipos de guerra exhibiciones supervi-sadas por los alcaldes mayores2 La caballeriacutea de cuantiacutea fue esta-blecida en 1348 en las Cortes de Alcalaacute de Henares Aunque existen discrepancias entre los autores sobre la relacioacuten del nacimiento de la caballeriacutea de cuantiacutea y la creacioacuten de los regimientos establecida en estas mismas cortes por el rey Alfonso XI siacute parece oportuno sentildealar una posible correlacioacuten entre ambos hechos3 Este grupo se situoacute en la cuacutespide de la sociedad y en muchas ocasiones llegoacute a controlar los concejos de las villas Sin embargo aquella situacioacuten de preponde-rancia social comuacutenmente aceptada por la sociedad que en cierto modo igualaba la posicioacuten de los caballeros de cuantiacutea a la situacioacuten de hidalgos se fue erosionando con el tiempo En su desaparicioacuten pudieron influir varios factores como los cambios militares el fin de la frontera con el reino de Granada y la extensioacuten de las liacuteneas de piqueros como foacutermula de defensa que con la aparicioacuten de las armas de fuego dejaron atraacutes a la caballeriacutea como arma ofensiva lo que

1 LADERO QUESADA ldquoLa organizacioacuten de la Corona de Castilla durante los siglos XIV y XVrdquo p 213

2 PALACIOS ONTALVA ldquoUna aproximacioacuten al concepto de ldquolanzardquo en relacioacuten a las Oacuter-denes Militaresrdquo Expone claramente la composicioacuten de las huestes en las Oacuterdenes Militares En el caso de la Orden de Santiago los alcaldes mayores eran nombrados por el Capiacutetulo General en principio maacutes tarde lo seraacuten por el gobernador cuando este cargo fue introducido los alcaldes ordinarios por su parte tienen caraacutecter itinerante conocen de los pleitos en primera instancia cf RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de San-tiago en Extremadura p 142

3 COLMEIRO Cortes de los antiguos reinos de Leoacuten y Castilla tomo II pp 548-552 ldquoCapiacutetulo LXXII Del ordenamiento que el Rey fizo commo le an a seruir los sus uasallos por las sol-dadas queles mandare librarrdquo En nota a pie de paacutegina nota 3 cita ldquoEsta ley estaacute tomada del cuaderno de las Coacutertes de Buacutergos de 1338 nuacutemeros 14 al 32 inclusiverdquo en ibid pp 450-453 DIAGO HERNANDO ldquoCaballeros e hidalgos en la Extremadura castellana medieval (siglos XII-XV)rdquo en concreto p 50 nota 53 ldquoRelacionar todas estas obras que han dado cuenta de las reformas introducidas por Alfonso XI con la creacioacuten de los regimientos es tarea que requeririacutea interminable espacio La mayor parte de los estudios monograacuteficos sobre concejos castellanos han revelado que en la praacutectica totalidad de ellos se crearon regimientos durante su reinado aunque en muchos casos no ha resultado posible fechar el momento de su creacioacuten Por lo demaacutes estos mismos estudios monograacuteficos han demos-trado que los regimientos difirieron bastante de unos concejos a otros en funcioacuten tanto de su composicioacuten como del reacutegimen de designacioacuten de sus miembrosrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 271

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

contribuyoacute a su desaparicioacuten Y por el otro a cambios sociales la liberalidad que desde las leyes de Toro (1505) se concedioacute a las fun-daciones de mayorazgos4

En este trabajo vamos a estudiar la evolucioacuten que se produce a fi-nales de la Edad Media entre los caballeros de cuantiacutea de la Orden de Santiago y su correspondiente cuota asiacute como la relacioacuten de los mismos con el gobierno de los pueblos es decir las cuestiones en las que los as-pectos militares estaacuten presentes en la organizacioacuten concejil con vistas a una posible necesidad de defensa del territorio5 aun terminada ya la guerra de Granada cuyo fantasma no obstante y por razones obvias seguiacutea presente Para ello nos apoyaremos en datos extraiacutedos de los li-bros de visitas (documentos imprescindibles para conocer de primera mano la vida de una orden militar y religiosa como esta) concretamente estudiamos los manuscritos 1066 1067 1068 y 1069 para la Provincia de Castilla y 1101-C 1102-C y 1103-C para la de Leoacuten que contienen infor-macioacuten sobre las visitas correspondientes a los antildeos 1494 y 1498 Para la primera de ellas se han analizado un total de 82 pueblos6 mientras que para la Provincia de Leoacuten el nuacutemero de pueblos estudiados es de 857

4 CENTENERO y DIacuteAZ ldquoLa reconstruccioacuten de una identidad hidalgardquo 5 RUIZ DE LA VEGA Andreacutes Regla y establecimientos de la orden de la caualleriacutea del

sentildeor Sanctiago del Espada ldquoCapitulo decimo Del amonestamiento para animar a los freyles para pelear contra los infielesrdquo fol 6r

6 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 303-307 ofrece una detalla-da relacioacuten entre otras de los pueblos de la Orden desde el antildeo 1468 al 1525 si bien no recoge la encomienda de Montealegre (AHN OOMM 1067 fol 169r-170v pp 337-340) Debemos aclarar que no se han contabilizado aquellos pueblos que ademaacutes de no citar caballeros de cuantiacutea no recogen el nuacutemero de vecinos en ninguna de las dos visitas por no presentar intereacutes a efectos de estudio poblacional ni por lo tanto en lo referente al aporte que pudieran hacer de cuantiosos caso de Alamesoacuten (AHN OOMM 1067 fol 141r p 281 AHN OOMM 1068 fol 15v p 30) La Presa (AHN OOMM 1067 fol 142v p 284 AHN OOMM 1068 fol 14v p 27) Pozo de los Freires (AHN OOMM 1068 fol 11r p 21) Pliego (AHN OOMM 1066 fol 145r p 288 AHN OOMM 1069 fol 211r p 423) Ricote (AHN OOMM 1066 fol 149r p 296 AHN OOMM 1069 fol 201v p 404) Yeacutechar (AHN OOMM 1066 fol 148v p 294 AHN OOMM 1069 fol 203v p 408) Lorca (AHN OOMM 1066 fol 133 p 264) Murcia (AHN OOMM 1066 fol 171v p 341) Ocantildea (AHN OOMM 1067 fol 46v p 92) Santa Cruz de la Zarza (AHN OOMM 1067 fol 102r p 203) Mon-tealegre (cf supra) Ruidera (AHN OOMM 1067 fol 199r p 397 AHN OOMM 1068 fol 79r p 167) Montizo (AHN OOMM 1067 fol 285r-288r pp 569-575 AHN OOMM 1068 fol 157v-160v pp 324-330) Venta de Cezilla (AHN OOMM 1067 fol 288r p 575) Dehesa de Zahora (AHN OOMM 1067 fol 292v p 584) Yeacutechar (AHN OOMM 1069 fol 203v p 408) Talavera (AHN OOMM 1067 fol 5r-12r pp 9-23) Toledo (AHN OOMM 1067 fol 12v-23v pp 24-46) ameacuten de los despoblados de Yegros (AHN OOMM 1067 fol 32r p 63) Biedma (AHN OOMM 1067 fol 45r p 89) y Villoria (AHN OOMM 1067 fol45v p 90)

7 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 aporta una re-lacioacuten de los pueblos de la Orden si bien debemos matizar que falta alguno de ellos a

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309272

Casto Manuel solera CaMpos

1 Los datos

11 Provincia de Castilla

Tomando los citados manuscritos 1066 1067 1068 y 1069 correspon-dientes a los libros de visitas de los antildeos 1494 (1066 y 1067) en el que se visitan la totalidad de los pueblos analizados y 1498 (1068 y 1069) 668 nos encontramos que para el primer antildeo en 73 ocasiones se cita a los caballeros de cuantiacutea (89) contando con esta fuerza militar popular 59 de ellas (80) para el segundo de los antildeos analizados se cita a eacutestos en 59 de los pueblos vistos (72) reducieacutendose el nuacutemero de lugares que cuentan con este tipo de pecheros a 44 (745)

En cuanto a las villas exentas libres de pecho para ambos antildeos seraacute de 5 (6 para 1494 7 para 1498) por privilegio dado por el Infante don Enrique9

12 Provincia de Leoacuten

Por su parte en la Provincia de Leoacuten el total de los pueblos registra-dos como vimos maacutes arriba es de 85 apoyaacutendonos para su anaacutelisis en

saber Castilleja de la Cuesta (AHN OOMM 1102-C fol 139r p 285) Villanueva del Aris-cal (AHN OOMM 1102-C fol 139r-141r pp 285-289) Benazusa y Mures (AHN OOMM 1102-C fol 142v p 292 estos dos uacuteltimos se visitan de manera conjunta) Al igual que para las tierras castellanas de la Orden aquellos lugares que no interesan desde el punto de vista del aporte de caballeros de cuantiacutea y de los que tampoco conocemos su pobla-cioacuten no se incluyen en este trabajo El Alameda (pertenecioacute al Hospital de Toledo Alonso de Caacuterdenas lo fizo encomienda de nuevo es vna dehesa por lo que no recoge datos por-que no hay pueblo maacutes que los referentes a la renta que se apuntan en el apartado de los Comendadores AHN OOMM 1101-C fol 125v p 271 AHN OOMM 1103-C fol 34r p 61) y Aguilarejo (despoblado AHN OOMM 1101-C fol 305r p 609) tampoco incluimos Cordobilla la cual no se pudo visitar en ninguno de los dos antildeos por la crecida del riacuteo Guadiana (No se visitoacute por el impedimento del Guadiana que creccedilioacute tanto que los visita-dores no pudieron pasar de Loboacuten allaacute AHN OOMM 1101-C fol 112v p 244) situacioacuten que tambieacuten afectoacute a La Puebla de la Calzada (AHN OOMM fol 112r p 243) si bien eacuteste siacute lo hemos tenido en cuenta por ofrecer aunque de manera muy escueta informa-cioacuten tanto de vecinos como de cuantiosos (soliacutea haber hasta ocho pero no se pudo haber otra informacioacuten AHN OOMM 1101-C fol 299r p 597)

8 No se visitan en este segundo antildeo Yegros Dosbarrios Villatobas Villarrubia Taran-coacuten Ucleacutes Villarrubio Sahelices Tribaldos Fuente de Pero Naharro Almendros El Acebroacuten Torrubia Moraleja Rozaleacuten y Hueacutelamo

9 La Ossa de Montiel (1067 fol 197r p 393 1068 fol 77r p 163) Montiel (1067 fol 213v p 426 1068 fol 105r p 219) Hornos (1067 fol 260v p 520 1069 fol 46r p 93) Segura de la Sierra (1067 fol 256r p 511 1069 fol 54r p 109) y Orcera (1067 fol 253v p 506 1069 fol 72r p 145) Para la primera leemos a modo de ejemplo no son obligados a seruir con caualleros de quantiacutea por virtud de vn preuillegio que mostraron del sentildeor Yn-fante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la Orden

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 273

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

los libros de visitas de esos mismos antildeos 1494 (1101-C) con un total de 84 pueblos (98) y 1498 (1102-C y 1103-C) con 77 (90) De las 73 villas en las que se cita a los caballeros de cuantiacutea en 1494 (85) cuentan con ellos praacutecticamente la mitad 36 (49) para el segundo de los antildeos ana-lizados se cita a los cuantiosos en 46 de los pueblos vistos (59) siendo el nuacutemero de lugares que cuentan con este tipo de pecheros de 45 (97)

Las villas exentas en 1494 seraacuten 2 (19) a saber Reina y Montaacuten-chez En cuanto a la primera en 1494 leemos

Caualleros de premia no los ay en Reyna porque el maestre don Alonso

de Caacuterdenas les dio preuillejo que no fuesen obligados a tener los tales

caualleros el cual preuillegio dis que les dio cuando tomoacute la dicha villa

al comendador Juan Fernaacutendez Galindo porque a su costa fizieron el

reparo que agora estaacute fecho de fortaleza junto con la entrada de la dicha

villa [hellip] El dicho preuillegio estaacute confirmado por sus altezas10

En el segundo de los antildeos ni siquiera cita cuantiosos Por su parte el caso de Montaacutenchez es llamativo ya que si en 1494 dice ser exenta (no hay ende caualleros de quantiacutea porque en los tiempos pasados nunca fue-ron apremiados por los maestres pasados a quantiar a los dichos vecinos de Montaacutenchez para tener armas y cauallos por premia Maacutes antes dis que sienpre fueron esentos e libres de pagar nin contribuyr salvo en aque-llas cosas que los fijosdalgo pagan e contribuyen)11 en 1498 recoge hasta 4312 siendo el segundo que maacutes caballeros de cuantiacutea presenta en este antildeo tras Ribera que aporta 6513 y uno de los que maacutes cuantiosos ofrece en la Provincia de Leoacuten en ambos antildeos precedido en el global de las visi-tas de Guadalcanal con 46 en 149414 por contra en 1498 no encontramos villa alguna que goce de esta condicioacuten15

10 AHN OOMM 1101-C fol 284v p 56811 AHN OOMM 1101-C fol 292v p 584 disposicioacuten dada por el Infante don Enrique cf

FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 89v ldquoTiacutetulo LI De los hidalgos e esentos Ley I En queacute cosas han de contribuyr los hidalgos e cleacuterigos e esentosrdquo

12 Aunque soacutelo se presentan catorce de ellos AHN OOMM 1103-C fol 100v p 185 13 AHN OOMM 1103-C fol 18v p 3314 AHN OOMM 1101-C fol 282r p 56315 Sobre el estudio de las actuales provincias de Cuenca y Toledo cf JIMEacuteNEZ RAYADO et

alii Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Cuenca Ibid Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Toledo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309274

Casto Manuel solera CaMpos

Debemos sentildealar que en la mayor parte de las villas con caballeriacutea concejil los visitadores deben ordenar a los alcaldes que requieran a los cuantiosos para que se aperciban de los pertrechos pertinentes de ma-nera que a pesar del elevado nuacutemero de pueblos que cuentan con este grupo privilegiado ante el impuesto especialmente en la Provincia de Castilla donde supone un porcentaje aproximadamente del 80 en maacutes de la mitad de ellos 39 (66) para 1494 y 39 (88) para 1498 los vecinos cuantiosos no poseen caballo ni armas como corresponde debiendo dar los visitadores mandamiento general para que se aperciban de los per-tinentes pertrechos16 A pesar del silencio de las fuentes resulta extrantildeo pensar que en todos y cada uno de los pueblos con caballeros de cuantiacutea ninguno de ellos contara con el obligado equipo militar si no todo al menos en parte Este mismo comportamiento lo vemos en las tierras leo-nesas de la Orden en las que para la primera de las visitas estudiadas en 3 pueblos (83) los vecinos cuantiosos son amonestados para que se aperciban de caballo y armas17 mientras que en 6 de ellas (166) los visitadores deben reclamar que se aporte la lista con los caballeros de cuantiacutea ya que en esos momentos no se hace relacioacuten por los motivos que exponemos maacutes abajo y en otros 3 encontramos situaciones dispa-res18 En la visita de 1498 en cambio las villas en las que se produce esta

16 Anexo En el caso de Socueacutellamos algunos cuantiosos siacute contaban con caballo AHN OOMM 1068 fol 76v p 162 hellipe algunos dellos teniacutean cauallos

17 La Granja de Azuaga (1101-C fol 284r p 567) Usagre (1101-C fol 289v p 578) Fuente del Maestre (1101-C fol 302r p 603)

18 Villanueva de Ariscal cita dos cuantiosos aunque muy mayores En este dicho lugar no ay caualleros de quantiacutea salvo dos los quales son Juan Goacutemez Tenorio de hedad de sesenta antildeos y Diego Martiacutenez de Cabrera de hedad de setenta antildeos (1101-C fol 309v p 618) en La Puebla de la Calzada no pudieron entrar los visitadores a causa de la cre-cida del riacuteo Guadiana por lo que es el cura del lugar quien les da por escrito la infor-macioacuten hellipel cura dende escriuioacute que aviacutea en el dicho lugar treynta e siete vecinos e que soliacutea aver caualleros quantiosos hasta ocho no se pudo aver otra informaccedilioacuten (1101-C fol 299r p 597) el caso de Estepa es llamativo ya que a la habitual praacutectica de esta-blecer cuantiacuteas se opone el hecho de que es el maestre quien cuando lo cree necesario solicita ayuda a los vecinos maacutes preparados del pueblo para asistirle praacutectica que al parecer veniacutea de antiguo Yten dixeron que de caualleros de quantiacutea no ay memoria que los oviese en la dicha villa porque dizen que en las guerras pasadas non se curaua sino cumplir la gente que el maestre demandaua de la maacutes atauiada e que lo que montaba su servicio se echaua por derrama en la villa e se pagaua entre los vecinos por sus quantiacuteas (1101-C fol 310r-310v pp 619-620) Cabriacutea citar tambieacuten el caso de La Puebla del Prior donde no habiacutea uso e costumbre de hacer repartimiento de rentas por lo que no aporta cuantiosos (1103-C fol 178v p 340)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 275

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

situacioacuten aunque no de forma generalizada19 se eleva a 31 (688) en-tre todas las cuales aportan un total de 562 caballeros de cuantiacutea de los que 240 (427 sin contar los casos de Ribera El Aceuchal Villafranca Fuente del Maestre y Meacuterida en los que uacutenicamente se indica que algu-nos no teniacutean caballo) no poseen el equipo necesario En lo que se refie-re a esta uacuteltima provincia los datos recogidos por la documentacioacuten son innegables pero iquestcoacutemo se explica este maacutes que notable aumento de los vecinos que no cuentan con los pertrechos necesarios en cuatro antildeos Acudimos al ya citado trabajo de Rodriacuteguez Blanco quien nos da pista cierta sobre las causas que pueden explicar esta situacioacuten El motivo lo hallamos en el aumento tanto de la poblacioacuten especialmente en el Partido de Meacuterida entre los antildeos 1498 y 150020 asiacute como de los caballe-

19 En la mayor parte de los pueblos no son todos los vecinos los requeridos para reparar esta falta Requerimientos 1102-C Guadalcanal (fol 18r-20r pp 37-39) de los 33 caba-lleros de cuantiacutea son 10 los amonestados para reponer alguna falta en el armamento Azuaga (fol 28r-29v pp 55-58) 18 de 25 La Granja de Azuaga (fol 32r-32v pp 63-64) 5 de 6 Berlanga (fol 35v-36v pp 70-76) 9 de 17 Valverde de Reina (fol 38v-39r pp 80-81) 10 de 10 Fuente del Arco (fol 42v-43v pp 88-90) 10 de 10 Trasierra de Reina (fol 52r-52v pp 107-108) 3 de 4 Los Ahillones de Reina (fol 54r-54v pp 111-112) 6 de 6 Valencia de la Torre (fol 65v-66r pp 134-135) 5 de 13 El Era de Hornachos (fol 69v-70r pp 142-143) 2 de 4 Hornachos (fol 74r p 151) 1 de 5 Usagre (fol 79r-80v pp 161-164) 22 de 27 Bienvenida (fol 84r-84v pp 171-172) 9 de 10 Calzadilla (fol 87v-88v pp 178-180) 17 de 23 Fuente de Cantos (fol 92r-93v pp 187-190) 18 de 37 Segura (fol 99v-100r pp 206-207) 8 de 14 Fuentes de la Encomienda Mayor (fol 102v-103r pp 212-213) 6 de 8 Cabeza la Vaca (fol 106r-106v pp 219-220) 3 de 4 Monesterio (fol 113r-113v pp 233-234) 4 de 11 Montemoliacuten (fol 116v-117r pp 240-241) 1 de 12 Llerena (fol 124r-126r pp 255-259) 19 de 39 Villanueva del Ariscal (fol 140r-140v pp 287-288) 1 de 3 Estepa (fol 149v-151r pp 304-307) 32 de 37 1103-C La Hinojosa (fol 11v-12r 19-20) 2 de 5 Ribera (fol 18v p 33) no cita los nombres de los caballeros pero indica que de 65 que se hallaron algunos no teniacutean cauallos asy por los aver vendido como de otra ocasyoacuten El Aceuchal (fol 21v p 39) 9 algunos no teniacutean caballo Villafranca (fol 26r p 47) 33 algunos no teniacutean caballo Fuente del Maestre (fol 32v p 59) 24 algunos no teniacutean caballo Los Santos de Maimona (fol 39r-39v pp 71-72) 3 de 6 Almendralejo (fol 77r p 140) 16 de 26 Meacuterida (fol 138r p 259) 36 algunos no teniacutean caballo El hecho de no disponer del animal podiacutea deberse bien a la muerte de este en cuyo caso se le daban al caballero cuatro meses para reponerlo o bien por venta de la cabalgadura otorgaacutendose en este caso un plazo de dos meses para disponer de otro lo que se penaba con 200 maravediacutees si no se reponiacutea en el plazo fijado cf RODRIGUEZ BLANCO Daniel La Orden de Santiago en Extremadura p 360

20 RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 p 362 Quere-mos matizar algunos errores de cuantificacioacuten del autor caso de las villas de Guadal-canal op cit p 99 1370 vecinos 1101-C fol 27r p 73 320 vecinos (Ytem dixo el dicho cura que en su perrochia puede aver trezientos e veynte perrochianos poco maacutes o me-nos) La Higuera op cit p 99 30 vecinos (no interpolado) 1101-C fol 59v p 135 y fol 288v p 576 no recoge el nuacutemero de vecinos para esta villa Hornachos op cit p 99 600 vecinos (la cifra estaacute interpolada por el autor) 1101-C fol 291v p 582 458 (Dieron por copia los alcaldes e oficcediliales moros de Hornachos que biuen en ella quatroccedilientos e ccedilinquenta e ocho moros pecheros e que de pobres e biudas e venedizos ay otros ccedilient

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309276

Casto Manuel solera CaMpos

ros laquoencontradosraquo es decir que no se presentaron en visitas anteriores en ocasiones con la complicidad de los alcaldes situacioacuten ante la cual los visitadores se ven obligados a sancionar con multas laquoa los vecinos y alcaldes para que no escondan ni amantildeen los padronesraquo con la idea de servir de coartada a los vecinos cuantiosos21 Este comportamiento

veccedilinos) Puebla de la Calzada op cit p 98 36 vecinos a la vista de la documentacioacuten el dato es claramente erroacuteneo 1101-C fol 9v p 34 Actos Primeros fol 112r-112v pp 244-245 Iglesias e hermitas fol 187v p 366 Mesa Maestral fol 299r p 597 Pueblos en cada uno de los cuales se cita expliacutecitamente que este pueblo junto con Cordobilla no se pudieron visitar por la crecida del riacuteo Guadiana (cf nota 7) Arroyomolinos de Leoacuten (Caacuteceres) op cit p 99 1101-C fol 140v p 301 150 oacute 160 vecinos Considerando lo que recoge el literal del documento la cifra total de vecinos seriacutea de entre 160 y 170 vecinos si tenemos en cuenta que el nuacutemero de hombres casados puede oscilar entre los 120 y los 130 como indica el propio texto (Dixeron que de honbres casados puede aver fasta ccediliento veynte veccedilinos e otros treynta e quarenta de biudas e hueacuterfanos e pobres) Cabeza la Vaca op cit p 99 200 vecinos 1102-C fol 106v p 220 300 vecinos Cantalgallo op cit p 99 600 vecinos 1102-C fol 129v-130r pp 265-266 no recoge el nuacutemero de vecinos de esta villa la aportada por el autor no corresponde por tanto con el literal del manuscrito pensamos ha interpretado que al no citar vecinos el nuacutemero de eacutestos se mantuvo igual que en 1494 por lo que la cifra no es del todo fiable si bien se puede aproximar bastante por la escasa importancia del lugar a efectos de renta etc Castilleja de la Cuesta este pueblo no lo recoge (cf nota 7) RODRIacuteGUEZ BLANCO en su relacioacuten La Orden de Santiago en Extremadura pp 97-99 lo que se entiende para el antildeo 1494 ya que esta villa junto con Montemoliacuten Villanueva del Ariscal Benazusa Mures (el texto cita Veccedilinos que dixeron que aviacutea en el dicho lugar porque dizen que se despuebla Fasta noventa veccedilinos con bivdas e viejos 1101-C fol 142v p 292) Bena-mejiacute Palma y Carmona no disponemos del apartado referido a iglesias y ermitas por peacuterdida de los folios en los que eacutestos se contienen a saber 142v al 162v pp 306-336 donde en bastantes de los casos estudiados se detalla el nuacutemero de vecinos del lugar pero no para la visita de 1498 donde se citan eacutestos expliacutecitamente 1102-C fol 139r p 285 120 vecinos Los Santos de Maimona op cit p 98 600 vecinos 1103-C fol 39r p 71 650 vecinos Montaacutenchez op cit p 98 165 vecinos 1103-C fol 100r p 184 1650 vecinos Meacuterida op cit p 98 882 vecinos 1103-C fol 137v p 258 2200 vecinos

21 Azuaga Fue demandado al dicho concejo de Azuaga que es en relaccedilioacuten de los que tie-nen quantiacutea para tener armas y cavallos seguacuten la ley capitular E por quanto los del dicho conccedilejo non teniacutean hechos sus abonos ciertos los dichos visitadores les dieron teacutermino de diez diacuteas para que fisiesen los dichos abonos e los enbiasen a poder de los dichos visitadores dentro de los dichos diez diacuteas jurados en forma adonde estuuieren a la sazoacuten en esta prouinccedilia so pena de ccedilinquenta mill maravediacutees para la caacutemara de sus altezas (1101-C fol 284r p 567) Trasierra de Reina los dichos visitadores mandaron al conccedilejo so pena de veynte mill maravediacutees para la caacutemara de sus altezas que fasta seys diacuteas fagan los abonos de las personas del dicho lugar que seguacuten la ley capitular son obligados a tener armas y cauallos e les enbiacuteen la copia dellos dentro del dicho teacutermino a do quier que estuuieren en esta prouinccedilia (1101-C fol 285r p 569) Berlanga Dixeron los del conccedilejo que hasta aquiacute soliacutean tener cinco o seys contiosos que deuiacutean mantener cauallos e armas seguacuten la ley capitular Los dichos visitadores les mandaron que dentro de ccedilinco diacuteas abonen los del pueblo e los que fallaren quantiosos ge los enbiacuteen por es-cripto nombrados para los asentar en el libro de la visitaccedilioacuten (1101-C fol 285v p 570) El Oliva Mandose al conccedilejo de la dicha villa dell Oliua que declarase quaacutentos vecinos ay en la dicha villa quantiosos para que deuan mantener armas e cauallos segund la

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 277

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

iliacutecito se entiende si tenemos en cuenta que una vez terminada la con-quista de Granada los vecinos obligados a mantener caballo y armas lo que era bastante caro22 debiacutean hacerlo con la uacutenica finalidad de hacer alarde dos veces al antildeo lo que provocoacute que muchos de ellos prefirieran participar de los repartimientos del concejo que mantener un equipo militar para nada lo primero era maacutes barato simplemente el prestigio social por pertenecer a la caballeriacutea concejil iraacute pasando a un segundo plano si bien encontramos alguacuten caso contradictorio aunque para nada significativo por lo reducido del nuacutemero como el de Hernaacuten Gonzaacutelez en Montemoliacuten el cual muestra su malestar ante el concejo por el hecho de no poder optar a formar parte del grupo de los cuantiosos por falta de renta para ello23 Estaacute claro que el objetivo era mantener un cuerpo militar a toda costa24 movido por el laquocelo conservadorraquo de los Reyes Ca-toacutelicos empentildeados en mantener las laquoesencias de la Ordenraquo25 Un ejemplo

ley capitular pidieron teacutermino para hacer la dicha declaraccedilioacuten y los dichos visitadores les asignaron teacutermino de diez diacuteas e sobrello les posieron pena de diez mill marave-diacutees para la caacutemara de sus altezas (1101-C fol 292v p 584) Arroyomolinos (Caacuteceres) En este dicho lugar mandaron a los regidores so pena de veynte mil maravediacutees para la caacutemara de sus altezas que dentro de seys diacuteas primeros siguientes saquen todos los quantiosos del dicho lugar segund lo dispone la ley capitular para que ayan de mantener armas e cauallos e que dentro de los dichos seys diacuteas los enviacutee escriptos e jurados por los dichos regidores a los dichos visitadores para que los asienten en este libro de visitaccedilioacuten (1101-C fol 294r-294v pp 587-588) Meacuterida Fueacuteles demandado que fisiesen abonos de los vesinos de la dicha ccedilibdad que podiacutean e deuiacutean mantener armas e cauallos segund la disposiccedilioacuten de la ley capitular E respondieron que en el tiempo de la guerra del Reyno de granada seruiacutean al maestre don Alonso de Caacuterdenas quarenta e ccedilinco caualleros de quantiacutea de la dicha ciudad de los quales disen que estaban en noacutemina asentada en sus libros en que despueacutes acaacute son falleccedilidos algunos de aquellos E que el dotor Martiacuten de Aacuteuila leuoacute memorial e copia de hidalgos e cavalleros de quantiacutea e escuderos e de toda la gente que podriacutea mantener armas e cavallos en Meacuterida e en su tierra para lo presentar a sus altezas Los dichos visitadores les mandaron de parte de sus altezas que sin em-bargo de aquello les diesen noacutemina de los dichos caualleros de quantiacutea para lo qual les dieron teacutermino de treynta diacuteas en que les diesen la dicha noacutemina (1101-C fol 295v-296r pp 590-591) En el siglo XIV encontramos comportamientos anaacutelogos en territorios de la Orden en la Corona de Aragoacuten donde se llegoacute incluso a la desercioacuten de los contin-gentes concejiles cf LAFUENTE y MARTIacuteNEZ ldquoEjeacutercito y fiscalidad en la encomienda santiaguista de Montalbaacutenrdquo p 120

22 Soacutelo el caballo debiacutea ser de contiacutea de tres mill maravediacutes cf FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 6v

23 AHN OOMM 1102-C fol 117r p 241 Pareccedilioacute Hernaacuten Gonzaacutelez mostroacute una comisyoacuten de Puertocarrero en que pidioacute estar agrauiado por no tener la contiacutea por lo qual manda-ba a los alcaldes de la Villa que acontiasen su hazienda quando sea en el estado en que estaban

24 RODRIGUEZ BLANCO ldquoSantiago y Calatrava en transicioacuten (inicios del s XVI) Renta y miliciardquo concretamente p 527

25 RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 364

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309278

Casto Manuel solera CaMpos

de caballeros laquoencontradosraquo son los ya vistos anteriormente casos de Montaacutenchez y Ribera donde el incremento de caballeros de cuantiacutea en soacutelo los cuatro antildeos que van de 1494 a 1498 es realmente espectacular26

Hemos de sentildealar que hasta finales del siglo XV la caballeriacutea de cuantiacutea concluida ya la guerra de Granada manteniacutea auacuten su caraacutecter militar ndashel fantasma de la guerra estaba latente27ndash si bien al poco se con-figuraraacute como un cuerpo de caraacutecter maacutes bien administrativo sirven para articular las relaciones socio-econoacutemicas en los territorios de la Orden la pregunta seriacutea iquestpara queacute sirve este cuerpo tras el fin de la Re-conquista sino para un mantenimiento conservadurista de unas estruc-turas ya obsoletas que auacuten pueden ser consideradas por el poco tiempo

26 En el caso del primero habriacutea que matizar que en 1494 donde aparece como exento el nuacutemero de vecinos es de 120 mientras que en 1498 aumenta hasta los 1650 ya que como indica RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 362-363 los pueblos que raramente escapan al aporte de cuantiosos suelen ser los de poblacioacuten entre 150 y 300 vecinos en adelante con las loacutegicas excepciones de aquellos con cifras de vecinos muy por debajo de eacutestas que tambieacuten aportan cuantiosos caso de La Tra-sierra de Reina (1494 60 vecinos 1101-C fol 40r p 99 1498 80 vecinos 1102-C fol 52v p 108) Los Ahillones de Reina (1494 101 vecinos 1101-C fol 44v p 105 1498 100 vecinos 1102-C fol 56v p 116) Disantos (1494 6 vecinos 1101-C fol 44v p 108) El Era de Hornachos (1498 100 vecinos 1102-C fol 70r p 143) Alange (1498 75 veci-nos 1103-C fol 163r p 309) La Zarza de Alange (1494 90 vecinos 1101-C fol 74v p 168) Villagonzalo de Alange (1494 70 vecinos 1101-C fol 75v p 170 1498 70 vecinos 1103-C fol 165v p 314) El Iglejuela (1494 8652 vecinos [interpolado por RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 98] el documento no ofrece datos de vecinos 1101-C fol 297v p 594) No obstante en esta villa soacutelo dos antildeos maacutes tarde en 1500 la mayor parte de los caballeros aparecen citados como de ldquoasuetordquo situacioacuten que se equipara totalmente a la de los hidalgos como ya sucediacutea en 1494 (cf supra) siendo eacutestos 21 de los 35 caballeros de cuantiacutea recogidos en este antildeo en Reina para ese mismo antildeo se da una situacioacuten llamativa ya que los caballeros de cuantiacutea que ha-bitaban intramuros de la encomienda no estaacuten obligados a mantener caballo aunque siacute armas (cf supra) mientras que los miembros de este grupo que viviacutean en el arrabal deben antildeadir el caballo ya que a ellos no les alcanza el privilegio dado por Alonso de Caacuterdenas y confirmado por los Reyes Catoacutelicos cf RODRIGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 364

27 En la visita de 1494 de Meacuterida leemos Fueacuteles demandado que fisiesen abonos de los vesinos de la dicha ccedilibdad que podiacutean e deuiacutean mantener armas e cauallos segund la disposicioacuten de la ley capitular Y respondieron que en el tiempo de la guerra del Reyno de Granada seruiacutean al maestre don Alonso de Caacuterdenas quarenta e cinco caualleros de cuantiacutea de la dicha ciudad de los quales disen que estaban en noacutemina asentada en sus libros en que despueacutes acaacute son falleccedilidos algunos de aqueacutellos E que el dotor Martiacuten de Aacuteuila leuoacute memoria y copia de hidalgos e caualleros de cuantiacutea y escuderos y de toda la gente que podriacutea mantener armas y caballos en Meacuterida y en su tierra para lo presentar a sus altezas Los dichos visitadores les mandaron de parte de sus altezas que sin embargo de aquello les diesen noacutemina de los dichos caualleros de quantiacutea para lo qual les dieron teacutermino de treynta diacuteas en que deccedilidiesen la dicha noacutemina AHN OOMM 1101-C fol 295v-296r pp 500-501

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 279

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

transcurrido A principios del siglo XVI en 1502 en diecinueve de las plazas donde se realiza el preceptivo alarde que los cuantiosos debiacutean realizar dos veces al antildeo en Navidad y en San Juan de junio28 son laquola-bradores a caballoraquo que iraacuten de los 10 de localidades como Segura El Oliva y Jerez (a la postre bien llamada laquode los Caballerosraquo) a los 61 de Llerena labradores que integraraacuten asimismo la mayor parte del grupo de los escuderos29

2 Los cuantiosos y sus cuotas

21 Provincia de Castilla

De los 103 pueblos en los que encontramos caballeros cuantiosos soacutelo en 7 se menciona la cuantiacutea a partir de la cual todo vecino del mismo debe formar parte de esta fuerza militar concejil de los que 6 de ellos se citan en el primer antildeo estudiado y 1 en el segundo a saber Caravaca30 (30000 mrs) Aledo31 Mora32 Dosbarrios33 Villatobas34 y Villarrubia35 (50000 mrs) en 1494 Villaescusa de Haro (35000 mrs) en 149836 Ob-servamos una rebaja significativa de la renta miacutenima para formar parte de la milicia popular de los 50000 maravediacutees de 1494 a los 35000 de 1498 exceptuando del patrimonio disponible los recursos baacutesicos para la subsistencia fijados por Alonso de Caacuterdenas en el capiacutetulo general de

28 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf parte fol 75v

29 Las cifras de manera maacutes precisa nos las aporta LADERO QUESADA ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extremadura seguacuten los alardes de 1502rdquo en concreto cf pp 173-176 Cita el autor ldquohellipel acceso a la caballeriacutea de cuantiacutea estaba limitado a muy poca gente 61 oficios puacuteblicos hacendiacutesticos o domeacutesticos 24 relativos a la sanidad o a la praacutectica letrada 44 de diversas especialidades artesanas y 18 relacionados con el comerciordquo p 175 Es llamativo el caso de Hornachos en la que los cuantiosos son caballeros ldquomorosrdquo (auacuten no se ha producido la conversioacuten obligada) con el objetivo de luchar contra los moros algo ciertamente paradoacutejico que soacutelo se explica por el hecho ya visto del escaso caraacutecter militar que en estas fechas teniacutea ya la caballeriacutea popular y que vuelven a aparecer en el alarde de 1502 ya como ldquocristianos nuevosrdquo AHN OOMM 1102-C fol 74r p 151 Cita a los caballeros ldquoAbrahen Morinordquo ldquoAvdalla Durrahaminrdquo ldquoHamete Hacherdquo ldquoHayque morordquo y ldquoMongi Ruy Diacuteazrdquo LADERO QUESADA ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extremadura seguacuten los alardes de 1502rdquo p 173

30 AHN OOMM 1066 fol 102r p 20231 AHN OOMM 1066 fol 128v-129r pp 255-25632 AHN OOMM 1067 fol 23v p 4633 AHN OOMM 1067 fol 33r p 6534 AHN OOMM 1067 fol 41r p 8135 AHN OOMM 1067 fol 41v p 8236 AHN OOMM 1068 fol 19r p 37

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309280

Casto Manuel solera CaMpos

Ucleacutes Ocantildea y el Corral de Almaguer de 1477 a 148137 cantidades que salvo el caso de Caravaca donde la cuota miacutenima es de 30000 mara-vediacutees lo que se ajusta a lo recogido en la normativa capitular como a continuacioacuten veremos no corresponden con las establecidas en las leyes capitulares del Infante don Enrique de 1440 en Ucleacutes donde se fija en 20000 maravediacutees la renta a partir de la cual cualquier vecino en los pueblos de la Orden debe inscribirse como caballero cuantioso ofre-ciendo una descripcioacuten del armamento con que debe contar cauallo de valor de mil e quinientos maravediacutees e armas de la gineta hojas e adaraga e barreta lanccedila e espada los de cuantiacutea de 10000 maravediacutees en adelan-te tengan ballestas de polea razonables e cintos o una ballesta de pie de 5000 maravediacutees en adelante los que no pudiesen tenerla de polea de esta cantidad abajo se manda tener escudo por valor miacutenimo de 3000 maravediacutees por uacuteltimo recoge la obligacioacuten de tener lanzas y dardos para los ombres menccedilebos que no han otra contiacutea38 El patrimonio miacuteni-mo para formar parte de este grupo de pecheros seraacute modificado por don Juan Pacheco en el capiacutetulo general de los Santos de Maimona de 1469 por las diferencias de la moneda de entonces a la de agora donde se establece eacuteste en 30000 maravediacutees debiendo ser los caballos de valor de 3000 maravediacutees disposicioacuten que seraacute confirmada por don Alonso de Caacuterdenas en el capiacutetulo general ya citado39 Como vemos en ninguno que los capiacutetulos celebrados desde 1440 se habla de una cuantiacutea como

37 Lo que se sentildeala con la sentencia sacadas las casas en que moraren e las ropas de se vestir e la cama en que duermen e vn par de azeacutemilas o bueyes con que labrare cf AHN OOMM 1068 fol 19r p 37 entre otros ejemplos AHN COacuteDICES L 900 fol 353r-353v ldquoTiacutetulo XLVIII Que fabla sobre los caualleros de quantiacuteardquo

38 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf Parte fol 75v-76v OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 330-331 Sentildeala que cada grupo de caballeros tenga un cuadrillero que los dirija al cual se le otorga la potestad de sancionar a quienes no respondan a los ensayos que debiacutean realizar para su entrenamiento con 6 maravediacutees 200 para la caacutemara del rey y 50 para el cuadri-llero a quien no repusiere su caballo por venta o muerte 20 a quien ldquose le quebrare la ballestardquo y no informe de ello al cuadrillero La pena general por no contar con los pertrechos necesarios para la guerra (el control sobre este punto se realiza bien el diacutea de San Juan el de San Miguel o en Navidad) es de 2000 maravediacutees si bien son varios y llamativos los casos en los que esta pena es mayor o menor asiacute en Beas de Segura 1498 la pena asciende a 5000 maravediacutees (1068 fol 142v p 294) mientras que en Torrenueva y Alcubillas en 1494 (1067 fol 320r p 639 y 1067 fol 322r p 643 respectivamente) y Canena en 1498 (1068 152v p 314) la pena se duplicaraacute a 10000 maravediacutees En Torres de Albanchez por su lado en 1498 la pena se reduce a 1000 maravediacutees (1069 fol 89r p 179)

39 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 2ordf parte fol 76v el segundo de ellos en AHN COacuteDICES L 900 fol 353r-353v

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 281

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

la recogida en los libros de visitas lo que resulta bastante contradicto-rio maacutexime teniendo en cuenta que eacutestos sentildealan literalmente que la cuantiacutea se establece segund la ley capitular lo dispone ninguno non tiene la contiacutea que la ley capitular manda40 Se refiere al capiacutetulo general de Tordesillas de 1494 celebrado por los Reyes Catoacutelicos ya como adminis-tradores perpetuos de la Orden que se mantendraacute en el de Alcalaacute de Henares de 1497 como recoge la propia documentacioacuten41 Problema no disponemos de los establecimientos de los mismos la uacutenica referencia nos la aporta Fernaacutendez de la Gama en el proacutelogo de su obra donde se citan los cuatro capiacutetulos generales celebrados antes de la muerte de dontildea Isabel en 150442 En el transcurso de su compilacioacuten Fernaacutendez de la Gama no recoge disposicioacuten alguna sobre la cuantiacutea que deben tener los vecinos de los pueblos de la Orden para ser inscritos como miembros de este grupo desde la muerte de Alonso de Caacuterdenas en 1493 lo que nos lleva a pensar que don Fernando y dontildea Isabel no dieron ninguna norma que modificara este punto antes de 1503 antildeo en que se produce un aumento en la cuantiacutea de 50000 a 80000 maravediacutees si bien este cambio no saldraacute de capiacutetulo alguno sino de una carta otorgada por los monarcas a peticioacuten de la ciudad de Meacuterida43 no obstante en base a los datos expuestos parece obvio que debieron dar alguna disposicioacuten al respecto44 En cuanto a la diferencia de cuota entre unos pueblos y

40 AHN OOMM 1068 fol 19r p 37 Ibid fol 130v p 27041 AHN OOMM 1067 fol 4r hellipdada en el capiacutetulo general que se ccedilelebra en esta villa de

Tordesillas a nueue diacuteas del mes de junio antildeo del nasccedilimiento de nuestro Saluador Ihesu Christo de mil e quatroccedilientos e noventa e quatro antildeos 1068 fol 1r p 1 1069 fol 1v p 2 cf PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 22

42 Tordesillas 1494 Alcalaacute de Henares 1497 Granada 1499 Eacutecija-Sevilla 1501-1502 cf FER-NAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientos dehellip Santiago 1ordf Parte fol 3v

43 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 361 ldquoEl cambio pos-terior viene dado por los Reyes Catoacute1icos en carta dada a peticioacuten de la ciudad de Meacuterida ldquobien sabedes que nos ovimos mandado dar una nuestra provisioacuten para apreccediliasedes e hiccediliesedes caualleros de contia en toda la dicha Prouinccedilia a los que ovieren ccedilinquenta mill maravedies arriba de fazienda con ciertas limitaciones (sic) Despueacutes acordamos que fueran de ochenta mill maravedies arribardquo

44 En el caso de La Ossa de Montiel exenta de pecho ya en 1494 leemos en este antildeo hellipnon son obligados a seruir con caualleros de quantiacutea por virtud de vn preuillegio que mostraron del sentildeor Ynfante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la Orden 1067 fol 297r p 593 hecho que se repetiraacute en la posterior visita de 1498 Luego los dichos alcaldes e regidores dixeron que en la dicha villa ay nouenta vecinos pero que non son obligados a seruir como caualleros de contiacutea por virtud de vn priuillejo que mostraron del sentildeor Infante don Enrique maestre de Santiago que santa gloria aya confirmado por sus altezas en capiacutetulo general que los hace esentos de todos pechos e tributos de la horden 1068 fol 77r p 163

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309282

Casto Manuel solera CaMpos

otros maacutes allaacute de lo dispuesto en los capiacutetulos que de la misma manera no se refieren a ello iquesttendriacutea relacioacuten con el nuacutemero de habitantes La respuesta es no A simple vista se observa coacutemo en contra de lo que resultariacutea loacutegico pensar de los escasiacutesimos ejemplos con los que conta-mos son los pueblos con menor poblacioacuten en los que la cuota es mayor de manera que esta hipoacutetesis resulta del todo inviable Vemos como en Mora Dosbarrios y Villarrubia con 373 190 y 141 vecinos respectiva-mente la cuota miacutenima es de 50000 maravediacutees en 149445 (de Caravaca Aledo y Villatobas para el mismo antildeo no conocemos el nuacutemero de veci-nos si bien para las dos primeras el nuacutemero de eacutestos en 1498 era de 400 y 80 respectivamente46 lo que sigue contradiciendo la posible hipoacutetesis expuesta especialmente claro estaacute en la primera de ellas) mientras que Villaescusa de Haro en 1498 cuenta con 420 vecinos47 estando entre las maacutes populosas de la provincia junto a Beas de Segura (1494 586 ve-cinos 1498 629)48 Villanueva de los Infantes (1498 500 vecinos)49 y La Membrilla del Tocoacuten (1494 620 vecinos 1498 591)50 y su cuota miacutenima es de 35000 maravediacutees

22 Provincia de Leoacuten

Por su parte en la Provincia de Leoacuten el uacutenico caso que encontramos en los que se cita la cuantiacutea miacutenima para ser inscrito como cuantioso la vemos en la visitacioacuten de El Aceuchal anexo a Ribera51 donde sentildealan los visitadores No les dieron en este lugar copia de caualleros de quantiacutea como quiera que les fue demandada por rasoacuten que la quantiacutea de los 30000 maravediacutees de la ley capitular se les hace pequentildea52 lo que nos traslada

45 AHN OOMM 1067 fol 32r p 63 1067 fol 37v p 74 1067 fol 44r p 8746 AHN OOMM 1069 fol 164v p 330 1069 fol 193r p 38747 AHN OOMM 1068 fol 24v p 4848 AHN OOMM 1067 fol 271r p 541 1068 fol 142r p 29349 AHN OOMM 1068 fol 181r p 37150 AHN OOMM 1067 fol 30v p 660 1068 fol 202v p 41451 AHN OOMM 1101-C fol 10v p 36 Hay que apuntar casos como los pueblos de la tie-

rra de Hornachos a saber el propio Hornachos El Campillo de Hornachos El Retamal de Hornachos y El Era de Hornachos la cual preguntados por los cuantiosos cita que nunca los ovo en el dicho lugar nin al presente ay en eacutel personas de quantiacutea para ello AHN OOMM 1101-C fol 291r p 581 situacioacuten aplicable a toda esta tierra que sin embargo no se corresponde con la visita de 1498 en la que Hornachos aporta cinco cuantiosos y El Era de Hornachos cuatro AHN OOMM 1102-C fol 74v p 151 AHN OOMM 1102-C fol 69v p 142

52 AHN OOMM 1101-C fol 301r p 601

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 283

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

en un primer momento de manera directa e inmediata al capiacutetulo ge-neral de don Alonso de Caacuterdenas aunque parece obvio que los hechos debieron ser los mismos que para la Provincia de Castilla vistos maacutes arriba en referencia al capiacutetulo general de Tordesillas celebrado por los Reyes Catoacutelicos En los 84 pueblos restantes la documentacioacuten guarda silencio al respecto por lo que no podemos saber la renta a partir de la cual los vecinos de este territorio debiacutean considerarse como cuan-tiosos Por extensioacuten iquestseriacutean los mismos 50000 maravediacutees de 1494 y los 35000 de 1498 vistos para la Provincia de Castilla Lo reducido del nuacutemero de casos en los que los libros exponen tal extremo (soacutelo 7 pue-blos como ya vimos) sumado a la falta de acuerdo con el uacutenico expuesto para la Provincia de Leoacuten ameacuten de la notable diferencia de cuantiacutea que se observa en un mismo antildeo en territorios distintos y la contradiccioacuten expuesta entre cuota y vecinos estando en todos los casos sujetos a la misma ley capitular hace difiacutecil aproximarse a cuaacutel seriacutea el motivo de esta realidad podriacuteamos pensar que el comportamiento debioacute ser el mismo pero iquesten base a queacute sostendriacuteamos esta hipoacutetesis La respuesta nos la dan un par de documentos conservados en el Archivo General de Simancas y en el Archivo Histoacuterico Nacional El primero contiene la queja de los vecinos de la villa de Letur dependiente de la encomienda de Socobos en la Provincia de Castilla por los agravios sufridos por par-te del comendador53 referidos a la administracioacuten de justicia los por-tazgos y los caballeros de cuantiacutea No es sino un mandato del maestre don Alonso de Caacuterdenas dado en Llerena el 11 de julio de 1481 en el que establece lo que cuatro diacuteas despueacutes el 15 de ese mismo mes y antildeo saldraacute del capiacutetulo general celebrado en esta misma villa que la renta miacutenima para ser cuantioso sea de 30000 maravediacutees si bien en la citada reunioacuten capitular esta medida se da para las tierras de la Provincia de Leoacuten no para las de Castilla La villa de Letur era de poca extensioacuten lo que provocaba que a los vecinos les resultase praacutecticamente imposible mantener caballo y armas salvo que se redujera la cuantiacutea establecida para ello de la que desconocemos la cifra pero claro estaacute debiacutea ser

53 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 341 cita como comen-dador de Socobos entre los antildeos 1468-1480 a Alonso de Lisoacuten el siguiente que recoge es Enrique Enriacutequez pero ya a partir de 1498 entre esas dos fechas no da nombre de comendador alguno por lo que no podemos asegurar que fuera aqueacutel igualmente sucede con Segura de la Sierra op cit p 339

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309284

Casto Manuel solera CaMpos

mayor54 En el segundo de los documentos citados se recoge una dispo-sicioacuten del capiacutetulo general de Eacutecija de 1485 en el que don Pedro Puerto-carrero trece propone que se menguumle la cuantiacutea para tener caballo y armas a los vecinos de Segura de la Sierra tambieacuten en la Provincia de Castilla la cual se habiacutea aumentado a causa de lo cual los cuantiosos estaban desencaualgados e desechos situacioacuten ante la cual se dispone igualmente que eacutesta seraacute de 30000 maravediacutees A la vista de los datos todo parece indicar que eran los propios comendadores los que dispo-niacutean las cantidades para ser vecino cuantioso pasando por alto las le-yes capitulares de los maestres lo que no resulta extrantildeo si tenemos en cuenta que en contra de lo establecido en el propio seno de la orden las visitas no se haciacutean de forma anual55 sino que entre unas y otras podiacutean pasar varios antildeos lo que era campo abonado para que se cometieran desobediencias y abusos por parte de los comendadores que gozaban de una mayor autonomiacutea para sin buscarlo ejercer prerrogativas que no les competiacutean Segura de la Sierra pasaraacute tiempo despueacutes a una situa-cioacuten totalmente distinta apareciendo en 1494 como exenta56 De lo que no cabe duda es que la ley capitular a la que se refiere no es otra que la salida del citado capiacutetulo general de Tordesillas de 1494 del que por desgracia a diacutea de hoy no se conocen los establecimientos

3 Caballeros de cuantiacutea y gobierno local

Como indicaacutebamos al inicio queremos aproximarnos en este trabajo a la realidad socio-econoacutemica de la caballeriacutea de cuantiacutea en los territorios de la Orden de Santiago a finales de la Edad Media por lo que hemos

54 El capiacutetulo general celebrado en Llerena el 15 de julio de 1481 cita fol 276vndash 278v (hellipnuestro capiacutetulo general que al presente celebramos en esta nuestra villa de Llerena [hellip] domingo quinze diacuteas del mes de jullio anno del nasccedilimiento del nuestro Saluador Ihesu Christo de mill e quatroccedilientos e ochenta e vn annoshellip) y fol 353r-353v (hellipla qual dicha quantiacutea nos alargamos en la nuestra prouinccedilia de Leoacuten fasta en treynta mil marave-diacuteeshellip) cf AHN COacuteDICES L 900 el mandamiento del maestre don Alonso de Caacuterdenas en RODRIacuteGUEZ LLOPIS Coleccioacuten de documentos para la historia del Reino de Murcia Documentos de los siglos XIV y XV Sentildeoriacuteos de la Orden de Santiago doc nordm 112 pp 174-175 y doc nordm 229 p 190 el acuerdo de Eacutecija es de 21 de marzo de 1485

55 OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 286-287 ldquoLXIX Coacutemmo se deuen elegir visitadores e quaacuteles deuen serrdquo

56 En 1485 era de loacutegica que contara con caballeriacutea popular pues se estaba en plena cam-pantildea granadina Coleccioacuten de documentoshellip doc nordm 229 p 190 claro estaacute que esa preheminenccedilia e vso e costumbre de non se echar en ella caualleros de quantiacutea (AHN OOMM 1067 fol 266v p 512) debioacute concedeacutersele una vez terminada la guerra con lo que no hariacutea maacutes de dos antildeos que gozaba de la condicioacuten de exenta

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 285

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

considerado la presencia de los vecinos cuantiosos de cada uno de los pueblos de la Orden que forman parte a su vez del gobierno local que desempentildeaban alguacuten cargo dentro del mismo como alcalde regidor al-guacil escribano etc Para ello debemos necesariamente aproximarnos a los iacutendices de poblacioacuten de los distintos territorios analizados lo que nos enfrenta de entrada y de lleno al problema de la cuantificacioacuten ya que a la falta de datos demograacuteficos se une la lejaniacutea en el tratamiento que se da a los mismos con respecto a lo que hoy entendemos por estudio poblacional por el simple hecho de que los fines que se perseguiacutean en-tonces distan mucho de lo que nosotros buscamos como son las bulas de indulgencias los padrones de confesados y los libros de visitas los cuales tampoco nos aportan una informacioacuten totalmente fiable desde el punto de vista del nuacutemero de vecinos que por lo general no recogen los exentos esto es los hidalgos beatas cleacuterigos viudas y menores laquoy cuando lo ha-cen se les cita expresamenteraquo57 El mayor problema radica por una parte en que en esta eacutepoca no existen padrones de vecinos en los territorios de la Orden lo cual nos hace perder laquola historia del 95 por 100 de la po-blacioacuten del Sentildeoriacuteoraquo58 hecho que tampoco suplen los libros de bautismo que si en muchos lugares existiacutean desde 1511 para los territorios que nos ocupan soacutelo se conoce el de Alcueacutescar de 149959 y por otro el hecho de que la poblacioacuten se cuenta por vecinos y no por habitantes de manera que cuando hablamos de laquovecinoraquo no debemos entenderlo como expresioacuten individual sino como unidad familiar compuesta por varias personas de la que tambieacuten formariacutean parte los padres suegros cuntildeados hermanos sobrinos yernos o nietos asiacute como los llamados mozos de crianza por lo que tampoco podemos asimilar el concepto de familia en la Baja Edad Media al nuestro actual lo que dificulta auacuten maacutes esta labor60 Esta bre-ve exposicioacuten sobre el problema de la cuantificacioacuten la hacemos con la idea de enmarcar la proporcioacuten de caballeros de cuantiacutea con respecto al grueso de la poblacioacuten de cada villa es de suponer que si por un lado lo expuesto debe hacernos tomar con precaucioacuten las cifras de vecinos que a continuacioacuten citamos por otro aquello no va a afectar de ninguna mane-ra al estudio del nuacutemero de caballeros de cuantiacutea de cada pueblo ni a la relacioacuten de eacutestos con el gobierno de los municipios

57 Lo expone de manera detallada y brillante PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 41-42

58 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 36559 Ibid p 7560 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 42

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309286

Casto Manuel solera CaMpos

Hay que destacar el hecho de que en el intervalo de tiempo que va

justamente de 1494 a 1498 las tierras castellanas de la Orden viven un

periacuteodo de malas cosechas que daraacute como resultado un balance demo-

graacutefico negativo se dieron casos como el de Santa Mariacutea de los Llanos o

Villaescusa de Haro donde los vecinos cuantiosos no pudieron reponer

las armas y caballo a causa de la carestiacutea de esos antildeos61 Justo lo contra-

rio sucederaacute en las tierras leonesas donde desde mediados del siglo XV

se experimenta un progresivo aumento de poblacioacuten debido en gran

medida a los movimientos migratorios que se producen hasta comien-

zos del siglo XVI (1508) cuando tendraacute lugar la famosa crisis de estas

tierras a causa de la peste62 Seguacuten los datos demograacuteficos extraiacutedos de

los libros de visita el nuacutemero de vecinos en los territorios de ambas pro-

vincias tanto en aquellos territorios en los que hallamos milicia popular

como en los que no teniendo en cuenta que aquiacute los que nos interesan

son los primeros se mantiene praacutecticamente inalterable con algunos

ejemplos en los que el alza de la poblacioacuten es llamativo aun en la Pro-

vincia de Castilla a pesar de las circunstancias expuestas lo que va de la

mano en lo que toca al aporte de cuantiosos que de la misma manera se

mantiene observaacutendose casos muy pocos en los que el evidente incre-

mento de caballeros de cuantiacutea es correlativo al aumento de vecinos del

lugar hecho que maacutes que responder a cuestiones de tipo cuantitativo ndasha

maacutes vecinos maacutes cuantiososndash nos inclinamos a pensar que se debe a un

hecho de caraacutecter cualitativo esto es a la aparicioacuten de esos caballeros

laquoencontradosraquo que ya vimos en liacuteneas anteriores63 Como ejemplos sig-

nificativos citamos a Beas de Segura que vive un incremento de vecinos

de 586 a 629 aunque esta uacuteltima cifra incluye a viudas y hueacuterfanos que

pasa de 16 a 24 cuantiosos64 o Villanueva de los Infantes65 No obstan-

61 AHN OOMM 1068 fol 71v p 152 E al presente no se les hallaron las armas porque dixeron que a cabsa de ccediliertos antildeos esteacuteriles que les han venido que no han cogido pan no las han podido comprar

62 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 76-84 Ya en 1420 el Infante Don Enrique adoptoacute medidas para paliar el problema del despoblamiento de la zona con la concesioacuten de solares ejidos y molinos cf Ibid p 80

63 En Villaescusa de Haro hallamos 7 vecinos que disponen de renta para ser caballeros de cuantiacutea E los vecinos que nuevamente se sentildealaron que teniacutean contiacutea para ser caua-lleros fueron estos Antonio de Alarcoacuten e Diego Loacutepez del Corral e Alfonso del Ccedilerezo e Alonso del Robredillo e Esteuan Loacutepez de Ivaacuten Ximeacutenez e Bartolomeacute de Santa Cruz e Juan de Alcaraz AHN OOMM 1068 fol 24v p 48

64 AHN OOMM 1067 fol 271r p 541 1068 fol 142r p 29365 AHN OOMM 1067 fol 313v p 625 1068 fol 181r p 371

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 287

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

te hemos de indicar que en algunos pueblos castellanos como Yeste66 Lieacutetor67 Letur68 Moratalla69 Caravaca70 Cehegiacuten71 y Aledo72 se observa un claro descenso de cuantiosos de 1494 a 1498 lo que no podemos con-trastar con el comportamiento de estos lugares a nivel demograacutefico ya que no conocemos las cifras de poblacioacuten para el primero de los antildeos aunque en base al descenso del nuacutemero de vecinos de cuantiacutea cuando lo normal en lo que se refiere al ocultamiento de eacutestos era que en poste-riores visitas aparecieran podemos aventurarnos a pensar que cierta-mente en estos lugares se produjera un descenso poblacional que afectoacute de lleno al grupo de las milicias concejiles En la Provincia de Leoacuten la evolucioacuten en este sentido es muy distinta ajustaacutendose a ese aumento de poblacioacuten que va de mediados del siglo XV a principios del XVI lo que se conoce por datos indirectos referidos a la presioacuten de los campe-sinos para que se aumentasen las dehesas boyales al tiempo que para impedir que los vecinos de los municipios ocuparan las mismas73 En el Partido de Meacuterida en particular los visitadores Gonzalo de la Puente y Gonzalo de Alcaraz parece ser que redactaron un memorial de caballe-ros que se aprovecha en las visitas siguientes donde citan las variantes74

66 AHN OOMM 1066 fol 17r-18r pp 32-34 1069 fol 110r-111r pp 221-223 67 AHN OOMM 1066 sin cifras de vecinos ni de cuantiosos 1069 fol 235r-235v pp 471-

47268 AHN OOMM 1066 fol 41r p 80 1069 fol 120v-121r pp 242-24369 AHN OOMM 1066 fol 81v-82v pp 161-163 1069 fol 131r-131v pp 263-26470 AHN OOMM 1066 fol 100v-102r pp 199-202 1069 fol 164v-165v pp 330-33271 AHN OOMM 1066 fol 114r-115r pp 226-228 1069 fol 166v-167r pp 334-33572 AHN OOMM 1066 fol 128v-129r pp 254-256 1069 fol 193r-193v pp 387-388 73 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 80-81 Esos datos son

extraiacutedos por el autor ibid nota 7 (p 103) de las cartas y pleitos del Archivo Municipal de Montemoliacuten

74 Almendralejo Reccedilebiose alarde de los caualleros de contiacutea y hallose en el libro de visi-taccedilioacuten pasada aver veynte e seys caualleros de contiacutea en la dicha villa Y fueron informa-dos que quando Gonzalo de la Puente y Gonzalo de Alcaraz vinieron a facer las contiacuteas no hallaron tantos a cabsa de casamientos que aviacutean partido con sus fijos y de otras neccedilesidades (1103-C fol 77r p 140) Montaacutenchez Hallose en Montaacutenchez y su tierra aver quarenta e tres caualleros de contiacutea por relaccedilioacuten que los alcaldes de la dicha villa dieronhellip y agora no se hallaron maacutes de los siguientes y los que faltan para el dicho nuacute-mero dixeron que no teniacutean la contiacutea (Ibid fol 100v p 185) El Oliva Ya se ha dicho en este libro que estos dos acontiadores Gonzalo de Alcaraz y Gonzalo de la Puente lleuaron por manera de cohecho en toda esta provincia gran contiacutea de maravediacutees de los caua-lleros que acontiaron Sus Altezas deuen proueer en ello porque los pueblos se quexan Algund descargo dio el dicho Gonzalo de la Puente a los dichos visitadores que dijo que eacutel non hera en ello ni ningund dinero ovo (Ibid fol 169v p 322) Llama la atencioacuten y es claramente indicativo de los fenoacutemenos de la ocultacioacuten que se haciacutea de vecinos cuantiosos y de la inmigracioacuten a tierras leonesas aunque insistimos en este segundo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309288

Casto Manuel solera CaMpos

Los datos aportados por los visitadores de la Provincia de Leoacuten son a todas luces maacutes detallados que para la de Castilla de la que podemos ex-ceptuar el libro 1069 segundo correspondiente a 1498 que da algo maacutes de informacioacuten y de una forma maacutes clara La diferencia de cifras tanto de vecinos como de cuantiosos entre las dos provincias es manifiesta como veremos maacutes adelante

Por asimilacioacuten con periacuteodos histoacutericos maacutes recientes podemos pensar que el ejercicio de los cargos puacuteblicos en la Baja Edad Media fuera exclusiva de personas con mayor poder adquisitivo o social hecho que no responde a la realidad de esta eacutepoca al menos en lo que a cargos concejiles se refiere Si bien se dio una reserva de eacutestos para ciertas personas como los caballeros de fuero aquellos que manteniacutean caba-llo y armas por propia voluntad auacuten sin alcanzar la cuantiacutea miacutenima exigida para ello (no se deben confundir con los de gracia los cuales manteniacutean caballo y armas por servicios prestados al Rey quien en re-compensa los armaba caballeros) que disfrutaban de ciertas ventajas entre las que destacan ademaacutes de la exencioacuten de impuestos la reserva de los oficios de alcaldes y alguaciles entre otros75 claro estaacute que no se encontraban entre las personas maacutes ricas del lugar Como expondremos al final de este trabajo en ambas provincias el nuacutemero de los miembros del concejo que forman parte de la caballeriacutea de cuantiacutea es muy escaso Las disposiciones salidas de los capiacutetulos generales no dejan lugar a du-das sobre este aspecto del que o bien se guarda silencio o se manifiesta expresamente en favor de que los cargos concejiles al menos parte de ellos los maacutes sean ejercidos por vecinos del pueblo en detrimento del grupo privilegiado de los caballeros e hidalgos Don Alonso de Caacuterdenas dispone para la villa de Montaacutenchez que de los alcaldes ordinarios uno sea nombrado por el concejo entre los hidalgos y el otro entre los peche-ros laquosegund la dicha su costumbreraquo El mismo introduce una novedad que los caballeros e hidalgos puedan ser regidores Como recogen los textos de la eacutepoca los miembros de los grupos privilegiados se quejan ante el maestre por la poca o nula presencia que tienen en el gobierno de los lugares de la Orden debiendo disponer que de los cargos muni-cipales una parte se les reserve no obstante lo cual poco despueacutes seraacute modificado por los Reyes Catoacutelicos quienes en un ejercicio de valora-

aspecto como secundario que el nuacutemero de caballeros de cuantiacutea en 1498 duplica al de 1494 pasando de 353 en el primer antildeo a 704 en el segundo

75 PORRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV p 66

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 289

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

cioacuten de la igualdad el meacuterito y la capacidad que hoy pensamos original del pensamiento poliacutetico salido de las Revoluciones Liberales disponen que sean elegidos para ejercer tales cargos laquolos maacutes aacutebiles del pueblo sin fazer diferencia del estado de los hidalgos o esentos a los otrosraquo76 Es evidente que en lo que a gobierno municipal se refiere los pecheros se imponen a los exentos al tiempo que fortuna y estatus social no estaacuten ligados al ejercicio de cargos puacuteblicos Hablando en teacuterminos globales para ambos antildeos en la Provincia de Castilla se reduce a 5077 de un total de 1177 cuantiosos un 42 y 43 de un total de 1045 para la de Leoacuten 41 lo que nos lleva a afirmar que en la Orden de Santiago el poten-cial econoacutemico de una persona no estaba ni mucho menos relacionado con el hecho de ostentar puestos en el gobierno local ya que seguacuten se desprende del anaacutelisis anterior la inmensa mayoriacutea de los vecinos que formaban parte de la caballeriacutea concejil es decir de los maacutes ricos del pueblo no desempentildeaban cargo alguno en sus respectivos municipios mientras que la praacutectica totalidad de los que siacute lo haciacutean ndash93 94 en Castilla y 97 en Leoacutenndash eran personas maacutes humildes78

76 FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Compilacion de los establecimientoshellip de Santiago 2ordf Parte fol 32v-33r ldquohellipnombraraacuten e elegiraacuten las personas maacutes aacutebiles ydoacuteneas e pertenecien-tes que ouiere en la tal cibdad villa o lugar y que tenga maacutes suficiencia para exercer e vsar los dichos oficios segund conuiene al seruicio de Dios e nuestro e al bien de nuestra justicia e al pro e buen regimiento del pueblo de todos los estados de personas que ouiere en la tal cibdad villa o lugar sin auer apartamiento de vnos a otros en la tal elecioacutenrdquo Ibid fol 40v-43r

77 Hay que sentildealar el caso de Villaverde que para el antildeo 1498 cita textualmente el do-cumento que no ay otro que sea cauallero de contiacutea ni tenga la cantidad saluo Diego Rodriacuteguez alcalde que era a la sazoacuten el qual teniacute (sic) sus armas e cauallo AHN OOMM 1068 fol 27v p 54

78 Un claro ejemplo de ello lo tenemos en la villa de Hornachos habitada y regida por mudeacutejares que como bien es sabido ejerciacutean oficios muy humildes como zapatero herrero y sastre lo que no era oacutebice para su desempentildeo en puestos de gobierno local cf AHN OOMM 1101-C fol 6v p 28 cita la aljama de Hornachos en 1102-C fol 70r p 143 leemos hellipparesccedilieron ante ellos Mahomad Corredor e Hamete Chanchan alcal-des e Hamete Algaz e Mahomad Chicato regidores e otros muchos moros que presentes estavan RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura pp 372-373 PO-RRAS ARBOLEDAS La Orden de Santiago en el siglo XV pp 72-74 los moros gozaron de cierta proteccioacuten por parte de los maestres desde la conquista cristiana de Badajoz hecho que se mantendraacute hasta el edicto de conversioacuten de 1502 cf REBOLLO BOTE Juan ldquoDe andalusiacutees a mudeacutejares la continuidad musulmana en la Extremadura de las Oacuterdenes Militaresrdquo Las Oacuterdenes Militares en Extremadura I Congreso de la Federa-cioacuten Extremadura Histoacuterica Garrovillas de Alconeacutetar 13 y 14 de marzo de 2015 pp 153-175 OSTOS SALCEDO La Orden de Santiago y la escritura pp 271-272 ldquoXLVII Commo los freyres non puedan vender nin afforar los moros e moras que tienen por yntituyr de las encomiendas e casas que tienen de la Ordenrdquo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309290

Casto Manuel solera CaMpos

ANEXO

Pueblos visitados en 1494 y 1498

Provincia de Castilla Provincia de LeoacutenVillaescusa de Haro GuadalcanalHinojoso AzuagaVillaverde La Granja de AzuagaVillamayor ReinaHorcajo Casas de ReinaCabeza Mesada Trasierra de ReinaCorral de Almaguer Fuente del ArcoPuebla de Don Fadrique BerlangaPuebla de Almuradiel Los Ahillones de ReinaVillanueva del Alcardete DisantosQuintanar de la Orden Valverde de ReinaMiguel Esteban LlerenaCampo de Criptana La HigueraEl Toboso UsagreLa Mota BienvenidaSanta Mariacutea de los Llanos Valencia de la TorreManjavacas El Era de HornachosSocueacutellamos El Campillo de HornachosLa Ossa de Montiel El Retamal de HornachosAlhambra HornachosCarrizosa La HinojosaVillahermosa La Puebla de la ReinaMontiel PalomasCantildeamares AlangeVillanueva de la Fuente La Zarza de AlangeBeas de Segura Villagonzalo de AlangeBedmar El OlivaAlbanchez MontaacutenchezCanena La Torre de Santa MariacuteaChiclana de Segura AlcueacutescarTorre de Juan Abad AlbalaacuteVillamanrique ArroyomolinosLa Puebla de Montiel BienquerenciaTerrinches TorremochaSanta Cruz BotijaAlmedina Valdefuentes

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 291

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Torres de Montiel MeacuteridaFuenllana AljuceacutenVillanueva de los Infantes CarrascalejoCoacutezar Don AacutelvaroTorrenueva EsparragalejoAlcubillas CalamonteLa Solana ValverdeLa Membrilla del Tocoacuten San PedroAlbadalejo de los Freires TrujillanosVillarrodrigo MirandillaLas Vayonas El ArroyoGeacutenave LoboacutenHornos MontijoSegura de la Sierra AlmendralejoOrcera RiberaTorres de Albanchez El AceuchalSiles VillafrancaBenatae La Puebla del PriorYeste Los Santos de MaimonaLieacutetor Fuente del MaestreLetur La Puebla de Sancho PeacuterezSocobos Medina de las TorresFeacuterez CalzadillaMoratalla Fuente de CantosCaravaca Valencia del VentosoCehegiacuten Jerez de los CaballerosAledo SeguraCanara FuentesCieza El CantildeaveralLa Puerta de Segura Arroyomolinos de LeoacutenMora Cabeza la VacaDosbarrios La Calera y su vicariacuteaVillatobas MonesterioVillarrubia MontemoliacutenTarancoacuten Castilleja de la CuestaUcleacutes Villanueva del AriscalVillarrubio BenazusaSahelices MuresTribaldos EstepaFuente de Pero Naharro CantalgalloAlmendros Casas de Don AntoacutenEl Acebroacuten Almohariacuten

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309292

Casto Manuel solera CaMpos

Torrubia ValdemoralesMoraleja La Zarza de MontaacutenchezRozaleacuten SalvatierraHueacutelamo La Garrovilla El Iglejuela La Puebla de la Calzada Carmonita

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Villaescusa de Haro 411 23 559

Hinojoso 66 0 0

Villaverde 9 1 11

Villamayor 175 9 514

Horcajo 17 0 0

Cabeza Mesada 43 1 232

Corral de Almaguer 339 14 412

Puebla de Don Fadrique 97 1 103

Puebla de Almuradiel 61 2 327

Villanueva del Alcardete 178 9 505

Quintanar de la Orden 115 1 086

Miguel Esteban 28 Oslash -

Campo de Criptana 230 7 304

El Toboso 160 9 560

La Mota 190 5 260

Santa Mariacutea de los Llanos 40 4 10

Manjavacas 5 oacute 6 Oslash -

Socueacutellamos 146 6 410

La Ossa de Montiel 80 ex -

Alhambra 53 Oslash -

Carrizosa 35 0 0

Villahermosa 267 18 670

Montiel Oslash ex -

Cantildeamares 10 Oslash -

Villanueva de la Fuente 300 Oslash -

Beas de Segura 586 16 270

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 293

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Bedmar 190 4 210

Albanchez 85 3 350

Canena 47 0 0

Chiclana de Segura 243 18 740

Torre de Juan Abad 52 4 760

Villamanrique 135 4 290

La Puebla de Montiel 85 1 117

Terrinches 96 3 312

Santa Cruz 40 1 250

Almedina 273 8 290

Torres de Montiel 25 0 0

Fuenllana 150 8 530

Villanueva de los Infantes 383 39 10

Coacutezar 46 3 652

Torrenueva 220 11 5

Alcubillas 101 3 290

La Solana 338 16 470

La Membrilla del Tocoacuten 620 27 435

Albadalejo de los Freires 75 Oslash -

Villarrodrigo 310 14 450

Las Vayonas 25 0 0

Geacutenave 95 7 730

Hornos 60 ex -

Segura de la Sierra 150 ex -

Orcera Oslash ex -

Torres de Albanchez 84 3 350

Siles 262 14 534

Benatae 92 2 217

Yeste Oslash 56 -

Lieacutetor Oslash Oslash -

Letur Oslash 15 -

Socobos Oslash 0 -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309294

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Feacuterez Oslash Oslash -

Moratalla Oslash 40 -

Caravaca Oslash 62 -

Cehegiacuten Oslash 33 -

Aledo Oslash 8 -

Canara Oslash Oslash -

Cieza Oslash 23 -

La Puerta de Segura 25 1 4

Mora 373 17 450

Dosbarrios 190 8 420

Villatobas Oslash 1 -

Villarrubia 141 4 280

Tarancoacuten 226 10 440

Ucleacutes 107 2 180

Villarrubio 32 1 312

Sahelices 59 1 160

Tribaldos 40 4 10

Fuente de Pero Naharro 63 6 950

Almendros 44 4 909

El Acebroacuten 42 2 470

Torrubia 56 4 714

Moraleja 9 0 0

Rozaleacuten 38 0 0

Hueacutelamo 115 13 1130

Total 9484 634 668

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Villaescusa de Haro 420 21 5

Hinojoso 80 0 0

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 295

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Villaverde 10 0 0

Villamayor 196 11 56

Horcajo 20 0 0

Cabeza Mesada 43 1 23

Corral de Almaguer 384 18 46

Puebla de Don Fadrique 96 2 2

Puebla de Almuradiel 61 6 98

Villanueva del Alcardete 238 6 25

Quintanar de la Orden 157 3 19

Miguel Esteban 35 0 0

Campo de Criptana 267 5 25

El Toboso 210 11 52

La Mota 196 5 25

Santa Mariacutea de los Llanos 39 4 10

Manjavacas Oslash Oslash -

Socueacutellamos 131 4 305

La Ossa de Montiel 90 ex -

Alhambra 45 0 0

Carrizosa 31 0 0

Villahermosa 281 18 82

Montiel 150 ex -

Cantildeamares 3 Oslash -

Villanueva de la Fuente Oslash Oslash -

Beas de Segura 629 24 38

Bedmar 200 6 3

Albanchez 80 2 25

Canena 48 1 208

Chiclana de Segura 190 15 78

Torre de Juan Abad 68 6 88

Villamanrique 120 3 25

La Puebla de Montiel 60 0 0

Terrinches 102 5 49

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309296

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Santa Cruz 12 0 0

Almedina 260 17 65

Torres de Montiel 20 0 0

Fuenllana 154 14 9

Villanueva de los Infantes 500 61 122

Coacutezar 30 1 33

Torrenueva 200 9 45

Alcubillas 90 3 33

La Solana 340 20 58

La Membrilla del Tocoacuten 591 15 25

Albadalejo de los Freires Oslash Oslash -

Villarrodrigo 172 14 8

Las Vayonas Oslash 0 -

Geacutenave 95 7 73

Hornos 72 ex -

Segura de la Sierra 140 ex -

Orcera 114 ex -

Torres de Albanchez 110 1 09

Siles 195 19 97

Benatae 100 1 1

Yeste 363 44 12

Lieacutetor 160 11 68

Letur 72 7 97

Socobos 27 Oslash -

Feacuterez 23 Oslash -

Moratalla 250 20 8

Caravaca 400 48 12

Cehegiacuten 370 17 45

Aledo 80 11 137

Canara 4 Oslash -

Cieza 142 25 176

La Puerta de Segura 30 1 33

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 297

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE CASTILLA

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Mora79

Dosbarrios

Villatobas

Villarrubia

Tarancoacuten

Ucleacutes

Villarrubio

Sahelices

Tribaldos

Fuente de Pero Naharro

Almendros

El Acebroacuten

Torrubia

Moraleja

Rozaleacuten

Hueacutelamo

Total 9796 543 554

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Guadalcanal 320 47 14

Azuaga 620 Oslash -

La Granja de Azuaga 200 5 25

Reina 240 ex -

Casas de Reina 120 0 0

Trasierra de Reina 60 Oslash -

Fuente del Arco 210 8 38

Berlanga 200 5 25

Los Ahillones de Reina 101 5 49

Disantos 6 2 33

79 De aquiacute al final no se visitan en este antildeo

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309298

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Valverde de Reina 120 4 33

Llerena 101080 32 31

La Higuera 30 Oslash -

Usagre 600 31 51

Bienvenida 170 7 41

Valencia de la Torre 400 8 2

El Era de Hornachos 100 Oslash -

El Campillo de Hornachos 100 Oslash -

El Retamal de Hornachos 100 Oslash -

Hornachos 60081 Oslash -

La Hinojosa 110 8 72

La Puebla de la Reina 85 0 0

Palomas 140 0 0

Alange 70 0 0

La Zarza de Alange 90 3 33

Villagonzalo de Alange 70 2 28

El Oliva 225 Oslash -

Montaacutenchez 120 ex 0

La Torre de Santa Mariacutea 60 0 0

Alcueacutescar 270 0 0

Albalaacute 85 0 0

Arroyomolinos 170 Oslash -

Bienquerencia 23 0 0

Torremocha 170 0 0

Botija 3782 0 0

Valdefuentes 70 0 0

Meacuterida 76383 Oslash -

80 RODRIacuteGUEZ BLANCO La Orden de Santiago en Extremadura p 99 da esa cifra inter-polada nosotros la ofrecemos en nuacutemeros redondos para cuadrar los porcentajes de manera maacutes real

81 Idem 82 Idem 83 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 299

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Aljuceacuten Oslash 0 0

Carrascalejo 50 0 0

Don Aacutelvaro 56 0 0

Esparragalejo 3484 0 0

Calamonte 4385 0 0

Valverde 230 0 0

San Pedro 100 0 0

Trujillanos 50 0 0

Mirandilla 150 0 0

El Arroyo 200 0 0

Loboacuten 251 0 0

Montijo 254 0 0

Almendralejo 420 29 69

Ribera 533 33 61

El Aceuchal 190 0 0

Villafranca 400 23 57

La Puebla del Prior 7686 0 0

Los Santos de Maimona 600 4 06

Fuente del Maestre 730 21 28

La Puebla de Sancho Peacuterez 450 3 06

Medina de las Torres 43387 4 09

Calzadilla 366 30 81

Fuente de Cantos 842 28 33

Valencia del Ventoso 275 3 109

Jerez de los Caballeros 215088 0 0

Segura 400 0 0

Fuentes 300 0 0

El Cantildeaveral 45 0 0

84 Idem 85 Idem 86 Idem 87 Idem 88 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309300

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1494

Pueblo Vecinos CC

Arroyomolinos de Leoacuten 160 0 0

Cabeza la Vaca 170 0 0

La Calera y su vicariacutea 12389 0 0

Monesterio 24190 4 165

Montemoliacuten 36491 9 247

Castilleja de la Cuesta Oslash Oslash -

Villanueva del Ariscal Oslash 2 -

Benazusa Oslash Oslash -

Mures Oslash Oslash -

Estepa 420 0 0

Cantalgallo 20 0 0

Casas de Don Antoacuten 76 0 0

Almohariacuten 140 0 0

Valdemorales 25 0 0

La Zarza de Montaacutenchez 118 3 25

Salvatierra 140 0 0

La Garrovilla 88 0 0

El Iglejuela 8692 2 23

La Puebla de la Calzada 37 8 21

Carmonita 8 Oslash -

Total 19709 344 174

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Guadalcanal 1000 33 33

Azuaga 800 25 31

La Granja de Azuaga 270 6 22

89 Idem 90 Idem 91 Idem 92 Idem

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 301

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Reina 200 Oslash -

Casas de Reina 150 4 26

Trasierra de Reina 80 4 5

Fuente del Arco 250 10 4

Berlanga 250 17 68

Los Ahillones de Reina 100 6 6

Disantos Oslash Oslash -

Valverde de Reina 150 10 66

Llerena 1100 39 35

La Higuera 30 Oslash -

Usagre 600 27 45

Bienvenida 150 9 6

Valencia de la Torre 550 13 23

El Era de Hornachos 100 4 4

El Campillo de Hornachos 100 Oslash -

El Retamal de Hornachos 100 Oslash -

Hornachos 600 5 08

La Hinojosa 120 5 41

La Puebla de la Reina 100 5 5

Palomas 150 6 4

Alange 75 13 17

La Zarza de Alange 180 Oslash -

Villagonzalo de Alange 70 Oslash -

El Oliva 290 15 51

Montaacutenchez 1650 43 26

La Torre de Santa Mariacutea 60 Oslash -

Alcueacutescar 280 Oslash -

Albalaacute 80 Oslash -

Arroyomolinos 230 Oslash -

Bienquerencia 25 Oslash -

Torremocha 180 Oslash -

Botija 40 Oslash -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309302

Casto Manuel solera CaMpos

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Valdefuentes 70 Oslash -

Meacuterida 2200 36 16

Aljuceacuten 60 Oslash -

Carrascalejo 20 Oslash -

Don Aacutelvaro 60 Oslash -

Esparragalejo 40 Oslash -

Calamonte 50 Oslash -

Valverde 250 Oslash -

San Pedro 130 Oslash -

Trujillanos 50 Oslash -

Mirandilla 150 Oslash -

El Arroyo 230 Oslash -

Loboacuten 280 4 142

Montijo 270 4 148

Almendralejo 450 24 53

Ribera 600 65 108

El Aceuchal 190 9 47

Villafranca 400 33 825

La Puebla del Prior 80 0 0

Los Santos de Maimona 650 6 09

Fuente del Maestre 800 24 3

La Puebla de Sancho Peacuterez 450 13 28

Medina de las Torres 450 7 15

Calzadilla 400 23 575

Fuente de Cantos 1000 37 37

Valencia del Ventoso 300 17 56

Jerez de los Caballeros 2150 14 065

Segura 700 14 2

Fuentes 400 8 2

El Cantildeaveral 60 Oslash -

Arroyomolinos de Leoacuten 170 Oslash -

Cabeza la Vaca 300 4 13

La Calera y su vicariacutea 150 Oslash -

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 303

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

PROVINCIA DE LEOacuteN

Antildeo 1498

Pueblo Vecinos CC

Monesterio 280 10 35

Montemoliacuten 400 13 325

Castilleja de la Cuesta 120 Oslash -

Villanueva del Ariscal Oslash 3 -

Benazusa Oslash Oslash -

Mures Oslash Oslash -

Estepa Oslash 37 -

La Garrovilla 100 Oslash -

Cantalgallo93

Casas de Don Antoacuten

Almohariacuten

Valdemorales

La Zarza de Montaacutenchez

Salvatierra

El Iglejuela

La Puebla de la Calzada

Carmonita

Total 24570 701 285

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Villaescusa de Haro Pero de Valladolid94 Francisco de Villaescusa alcalde

Pedro Martiacuten de Valladolid alcalde95 Francisco de Villaescusa alcalde

Villaverde Diego Rodriacuteguez alcalde Diego Rodriacuteguez alcalde

Villamayor Gabriel Zamorano mayordomo de la iglesia

-

93 De aquiacute al final no se visitan en este antildeo 94 Aparece como alcalde en 1498 como Pedro Martiacuten de Valladolid AHN OOMM 1067

fol 150v p 300 ibid 1068 fol 24v p 4895 Lo vemos como Pedro de Valladolid entre los caballeros de cuantiacutea AHN OOMM

1068 fol 19v p 38 y fol 24v p 48

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309304

Casto Manuel solera CaMpos

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Corral de Almaguer Antoacuten de Aylloacuten96 -

Torre de Juan Abad Juan Loacutepez del Comendador97

Juan Comendador alcalde

Villarrodrigo Gonzalo de Avileacutes98 Gonzalo Martiacutenez de los Aacutelvarez99

Gonzalo Martiacutenez de los Aacutelvarez alcalde Alonso Loacutepez regidor

Siles Pero Vaacutezquez el mozo100 Diego Fernaacutendez alguacil Pero Vaacutezquez el mozo101

Benatae Juan Alonso102 Juan Alonso alcalde

Dosbarrios Juan Carrero alcalde -

Villarrubia Fernaacuten Peacuterez alcalde -

Fuente de Pero Naharro

Pero Perdido regidor -

Yeste - Martiacuten Garciacutea Nieto alcalde

Letur - Pero Valero el Viejo alcalde

Moratalla - Diego de Goacutengora alcalde Pero Garciacutea de la Fuenllana103

Caravaca

-

Juan Galindo regidor Alonso Torrecilla alcalde Alonso Corbalaacuten regidor Juan de Robles alguacil Juan Calvete regidor Fernando de Jerez alcalde Diego de Robles merino

96 Antoacuten Garciacutea de Aylloacuten mayordomo y procurador del comendador Iacutentildeigo Manrique quien se encontraba ausente de la villa en 1498 AHN OOMM 1068 fol 40r p 79 ibid fol 169r p 337

97 Juan Comendador alcalde en 149898 Regidor en 1498 AHN OOMM 1068 fol 22v p 4499 Alcalde en 1498 AHN OOMM 1068 fol 22v p 44100 Puede ser Pero Vaacutezquez de Pardinas alcaide de la fortaleza AHN OOMM 1069 fol

89v p 180101 Iacutedem 102 Alcalde en 1498 AHN OOMM 1069 fol 79v p 160 ibid fol 80r p 161103 Puede ser Pero Garciacutea alcalde AHN OOMM 1069 fol 131r p 263

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 305

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Castilla

Pueblos 1494 1498

Aledo - Andreacutes de Mora alcalde Alonso de Caacutenovas regidor

Cieza - Antoacuten Mariacuten regidor Gonzalo de Aroca regidor

Lieacutetor - Gonzalo Saacutenchez alcalde

TOTAL 13 25

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

Guadalcanal Juan Martiacuten Peccedilero regidor -

La Granja de Azuaga Pero Miguel alcalde -

Casas de Reina - Juan Gonccedilales de Ccedilerro104

Fuente del Arco Garccediliacute Martiacuten Pablos alcalde -

Ahillones de Reina - Juan Saacutenchez alcalde

Disantos Diego Alonso mayordomo de la Iglesia

-

Valverde de Reina Alonso Martiacuten alcalde Gonzalo Saacutenchez el viejo alcalde

-

Llerena - Pero Martiacuten Angostilla alcalde

Usagre Garccedili Saacutenchez alcalde Juan Rodriacuteguez alcalde Pedro Martiacuten Garrido mayordomo del concejo

-

Valencia de la Torre - Pero Rodriacuteguez alcalde

104 Habla de los alcaldes Juan Gonccedilales e Pero Mateos y en ibid fol 52v p 108 al hacer la relacioacuten de caballeros se habla de laquoJuan Gonccedilales de Ccedilerroraquo que puede ser el citado alcalde AHN OOMM 1102-C fol 48v p 100

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309306

Casto Manuel solera CaMpos

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

La Hinojosa - Alonso de Toro Gonzalo Saacutenchez alcalde Juan Martiacuten Luengo mayordomo de la Iglesia105

La Puebla de Reina - Pero Benito106

Palomas - Pascual Saacutenchez107

El Oliva - Fernando Lorenzo108

Montaacutenchez - Gonzalo Ferrandes el mozo alcalde

Meacuterida - Lorenzo Saacutenchez109

Almendralejo Fernando Garciacutea alcalde Alonso Fernaacutendez Alonso Fernaacutendez de la Fuente alcalde Diego Fernaacutendez Gonzalo Fernaacutendez Juan Franco Pero Saacutenchez de Alvar Garciacutea110

Ribera Pero Serrano alcalde -

Fuente del Maestre Cristoacutebal Fernaacutendez alcalde -

105 Alonso de Toro es una de las personas anccedilianas e de buena fama proporcionadas por el concejo AHN OOMM 1103-C fol 9r y 11v pp 14 y 19 en 1494 ya aparecen sin cargo alguno en el concejo AHN OOMM 1101-C fol 301v p 602

106 Estaacute entre las personas de buena fama e conccediliencia AHN OOMM 1103-C fol 174r y 176v pp 331 y 336

107 buena fama e conciencia AHN OOMM 1103-C fol 170v y 173v pp 324 y 330108 hombres bueno AHN OOMM 1103-C pp 315 y 322109 buena fama AHN OOMM 1103-C fol 116r p 216110 Salvo Alonso Fernaacutendez de la Fuente alcalde todos de buena vida AHN OOMM 1103-

C fol 72r y 77r pp 130 y 140

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 307

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

Caballeros de cuantiacutea y gobierno local Provincia de Leoacuten

Pueblos 1494 1498

La Puebla de Sancho Peacuterez

- Alonso Saacutenchez Cordero111

Medina de las Torres - Diego Saacutenchez Portero112

Calzadilla Cristoacutebal Martiacuten alcalde Pero Saacutenchez alcalde

-

Fuente de Cantos Martiacuten el viejo regidor -

Valencia del Ventoso - Fernaacuten Gonzaacutelez Gonzalo Alonso113

Segura - Juan Peacuterez Bejarano alcalde

Fuentes - Martiacuten Caacuterdeno Alonso Martiacuten Brioso114

Cabeza la Vaca - Diego Real alcalde

Villanueva del Ariscal - Ferrand Goacutemez alcalde

TOTAL 15 28

111 hombre bueno AHN OOMM 1103-C fol 45r y 49v pp 81 y 90112 hombre bueno AHN OOMM 1103-C fol 50v y 54v pp 91 y 99 Aparece en la visita

anterior sin cargo AHN OOMM 1101-C fol 302v p 604113 hombres buenos AHN OOMM 1103-C fol 55v y 57v pp101 y 104114 Aparece Diego Martiacuten Brioso alcalde y Alonso Martiacuten Caacuterdeno regidor AHN OOMM

1102-C fol 100v p 208 que pueden corresponder con los caballeros cuantiosos Mar-tiacuten Caacuterdeno y Alonso Martiacuten Brioso ibid fol 102v-103r pp 212-213 eacuteste uacuteltimo puede ser confusioacuten en el nombre algo que sucede bastantes veces o que sea un pariente del regidor

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309308

Casto Manuel solera CaMpos

Fuentes y Bibliografiacutea

1 Fuentes

AHN OOMM Mss 1066 1067 1068 1069 1101-C 1102-C y 1103-C

AHN COacuteDICES L 900

Manuel COLMEIRO Cortes de los antiguos reinos de Leoacuten y Castilla Tomo II Madrid 1883-1884

FERNAacuteNDEZ DE LA GAMA Juan Compilacion de los establecimientos de la orden de la caualleria de Santiago del espada Sevilla 1503

JIMEacuteNEZ RAYADO E et alii (2010) Libros de visita de la Orden Militar de Santiago Provincia de Cuenca Siglos XV-XVI (Coleccioacuten varia 1 y 2) Madrid Al-Mudayna 2010

JIMEacuteNEZ RAYADO E et alii Libros de visita de la Orden Militar de San-tiago Provincia de Toledo siglos XV-XVI Madrid Almudayna 2011

RODRIacuteGUEZ LLOPIS Miguel (ed) Coleccioacuten de documentos para la histo-ria del Reino de Murcia Documentos de los siglos XIV y XV Sentildeoriacuteos de la Orden de Santiago XVII Murcia Real Academia Alfonso X El Sabio y CSIC 1991

RUIZ DE LA VEGA Andreacutes Regla y establecimientos de la orden de la caualleriacutea del sentildeor Sanctiago del Espada Edicioacuten facsiacutemil de Jesuacutes Paniagua Peacuterez Leoacuten Universidad de Leoacuten 2004

2 Bibliografiacutea

CENTENERO DE ARCE Domingo y DIacuteAZ SERRANO Ana ldquoLa reconstruc-cioacuten de una identidad hidalga los caballeros de cuantiacutea de la ciu-dad de Murcia durante los siglos XVI-XVIIrdquo en Soria Mesa Enrique y Bravo Caro Juan Jesuacutes Congreso Internacional Las eacutelites en la eacutepoca moderna la monarquiacutea espantildeola Coacuterdoba 2009 pp 95-107

DIAGO HERNANDO Maacuteximo ldquoCaballeros e hidalgos en la Extremadura castellana medieval (siglos XII-XV)rdquo En la Espantildea Medieval 15 1992 pp 31-62

LADERO QUESADA Miguel Aacutengel ldquoLa organizacioacuten de la Corona de Cas-tilla durante los siglos XIV y XVrdquo en Ladero Quesada Miguel Aacutengel (ed) La Incorporacioacuten de Granada a la Corona de Castilla Actas del symposium conmemorativo del quinto centenario (Granada 2 al 5 de diciembre de 1991) Diputacioacuten de Granada 1993 pp 195-227

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 269-309 309

Los cabaLLeros de cuantiacutea en La orden de santiago a finaLes de La edad Media (1494-1498)

LADERO QUESADA Miguel Aacutengel ldquoLa caballeriacutea y la poblacioacuten de Extre-madura seguacuten los alardes de 1502rdquo Norba Revista de Historia vol 17 2004 pp 157-186

LAFUENTE GOacuteMEZ Mario y MARTIacuteNEZ GARCIacuteA Sergio ldquoEjeacutercito y fis-calidad en la encomienda santiaguista de Montalbaacuten (Aragoacuten) duran-te la guerra de los Dos Pedros (1356-1366)rdquo Espacio Tiempo y Forma Serie III Ha Medieval t 24 2011 paacutegs 109-142

OSTOS SALCEDO Pilar La Orden de Santiago y la escritura el valor de la comunicacioacuten escrita en una orden militar los establecimientos de 1440 Universidad de Leoacuten 2008

PALACIOS ONTALVA Joseacute Santiago ldquoUna aproximacioacuten al concepto de ldquolanzardquo en relacioacuten a las Oacuterdenes Militaresrdquo Entre Deus e o Rei o mundo das Ordens Militares Coordenaccedilao Isabel Cristina Ferreira Fernandes vol I Coleccedilao Ordens Militares 8 municipio de Palme-la-GEsOS Palmela 2018 pp 297-320

PORRAS ARBOLEDAS Pedro Andreacutes La Orden de Santiago en el siglo XV La provincia de Castilla Dykinson Madrid 1997

REBOLLO BOTE Juan ldquoDe andalusiacutees a mudeacutejares la continuidad mu-sulmana en la Extremadura de las Oacuterdenes Militaresrdquo Las Oacuterdenes Militares en Extremadura I Congreso de la Federacioacuten Extremadura Histoacuterica Garrovillas de Alconeacutetar 2015 pp 153-175

RODRIacuteGUEZ BLANCO Daniel La Orden de Santiago en Extremadura en la Baja Edad Media (siglos XIV y XV) Excma Diputacioacuten Provincial de Badajoz 1985

RODRIGUEZ BLANCO Daniel ldquoSantiago y Calatrava en transicioacuten (ini-cios del s XVI) Renta y miliciardquo Historia Instituciones Documentos 31 (2004) pp 511-542

Fecha de recepcioacuten 01-06-2019

Fecha de aceptacioacuten 30-01-2020

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 311

Ekaitz Etxeberria GallastegilaquoEstrategia y Taacutectica militar en la Castilla del siglo XV (1407-1492)raquo

(2019)

Ekaitz Etxeberria GallastegildquoStrategy and Military Tactic in Castile of the

XV century (1407-1492)rdquo (2019)

Joatildeo Gouveia MonteiroUniversidade de Coimbra

Tese de doutoramento dirigida pelos Professores Joseacute Ramoacuten Diacuteaz de Durana Ortiz de Urbina e Jon Andoni Fernaacutendez de Larrea Rojas (Uni-versidad del Paiacutes Vasco) e aprovada em provas puacuteblicas realizadas em Vitoria no dia 18 de outubro de 2019

Esta investigaccedilatildeo aborda um tema muito interessante mas exigen-te tendo em conta um certo lsquovaziorsquo historiograacutefico acerca da praacutetica da guerra em Castela ao longo da centuacuteria de Quatrocentos mau grado a amplitude de ocorrecircncias militares relevantes Por outro lado a escas-sez de documentaccedilatildeo de natureza administrativa obrigou o autor a tra-balhar com um significativo e variado nuacutemero de fontes narrativas o que exigiu cautelas especiais do ponto de vista hermenecircutico agravadas pelo grande sortido de cenaacuterios beacutelicos considerados e pela diversidade das putativas influecircncias militares recebidas quer internas quer exter-nas (do Norte da Europa ao mundo muccedilulmano)

httpwwwjournal-estrategicacom

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315312

Resentildea

Trata-se de um trabalho que compreende cerca de 300 paacuteginas de texto (incluindo vaacuterias centenas de notas de peacute de paacutegina) a que acresce uma extensa Bibliografia (com cerca de 45 paacuteginas de Fontes e Estudos) e numerosos Anexos Tabelas e Mapas Do ponto de vista formal a dis-sertaccedilatildeo elaborada no quadro do Programa de Doutoramento laquoEuro-pa y el Mundo Atlacircntico Poder Cultura y Sociedadraquo estaacute bem escrita (usando a liacutengua castelhana e tambeacutem um resumo em liacutengua inglesa) e organizada de forma coerente com uma distribuiccedilatildeo harmoniosa por capiacutetulos e uma sequecircncia loacutegica e de faacutecil apreensatildeo As ideias satildeo cla-ras e pude constatar um excelente equiliacutebrio entre a anaacutelise teoacuterica e a ilustraccedilatildeo praacutetica graccedilas ao recurso a um grande nuacutemero de exemplos concretos o que faz com que este trabalho esteja muito documentado e abonado sem prejuiacutezo do seu estilo didaacutetico

Assim no capiacutetulo inicial (cerca de 45 paacuteginas) o autor depois de justificar de forma pertinente a cronologia utilizada (desde o iniacutecio do reinado de Juan II ateacute ao termo da conquista de Granada 1407-1492) analisa o laquoestado da questatildeoraquo a niacutevel europeu revelando grande eru-diccedilatildeo e conhecimento de causa em mateacuteria da evoluccedilatildeo dos estudos de histoacuteria militar medieval ao longo dos seacuteculos XIX XX e iniacutecios de XXI Fica tambeacutem muito claro o enfoque prioritaacuterio desta tese (laquoWar and So-cietyraquo ou seja a guerra vista na sua relaccedilatildeo profunda com a mateacuteria so-cial circundante) assim como o objetivo principal (o estudo das formas de fazer a guerra em especial a cavalo na Castela de Quatrocentos) e o acervo documental de base Realccedilo neste particular a boa identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo tipoloacutegica das fontes utilizadas

No segundo capiacutetulo (cerca de 30 paacuteginas) o autor estuda a organiza-ccedilatildeo das hostes medievais (sobretudo do ponto de vista da realeza embo-ra natildeo soacute) incluindo os meacutetodos de recrutamento a estrutura interna e a lideranccedila Este uacuteltimo aspeto merece um destaque especial sendo dis-cutida de forma muito pertinente a relaccedilatildeo da nobreza com o comando dos exeacutercitos nos seus aspetos positivos e negativos

O terceiro capiacutetulo (cerca de 50 paacuteginas) dedica-se ao estudo da es-trateacutegia militar utilizada e foi construiacutedo um pouco agrave luz do debate teoacute-rico desenvolvido no seio da comunidade cientiacutefica internacional (em especial a de liacutengua inglesa castelhana ou portuguesa) ao longo dos uacuteltimos vinte anos em torno do chamado laquoparadigma Gillingham (ou Smail-Gillingham) modificadoraquo guerra de desgaste ou batalha campal Proacutes e contras Exemplos e resultados concretos Conclusotildees a retirar

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 313

Resentildea

Especificidades castelhanas face ao contexto europeu e agraves aspiraccedilotildeesnecessidades expansionistas do reino de Castela na centuacuteria de Quatro-centos O autor natildeo se furta ao debate e fundamenta com solidez as suas ideias em relaccedilatildeo a todos estes temas

No seu quarto capiacutetulo (cerca de 45 paacuteginas) esta dissertaccedilatildeo aplica um laquozoomraquo sobre a chamada laquoguerra de usuraraquo sendo consideradas as vaacuterias faces deste poliedro colunas de marcha acampamento abasteci-mento efetivos modelos taacuteticos entre outros aspetos relevantes

O capiacutetulo cinco (com perto de 50 paacuteginas) prolonga o anterior mas neste caso o laquozoomraquo eacute aplicado agrave guerra de cerco sendo estudados os diversos tipos de assalto ou bloqueio os recursos e meios envolvidos as mutaccedilotildees registadas apoacutes a generalizaccedilatildeo das armas de fogo entre outros Neste ponto destaco tambeacutem a relevacircncia concedida ao estudo da guerrilha urbana o que pela sua originalidade e pertinecircncia cons-titui um trunfo significativo deste trabalho bem ancorado na excelente tradiccedilatildeo da escola da Universidad del Paiacutes Vasco (refiro-me em especial aos trabalhos pioneiros do Professor Jon Andoni Fernaacutendez de Larrea)

Ainda assim neste quinto capiacutetulo tatildeo orientado para a poliorceacuteti-ca julgo que teria sido interessante explicar um pouco melhor o papel dos lsquoexeacutercitos de guarniccedilatildeorsquo nomeadamente a forma como estes eram constituiacutedos comandados e organizados em tempo de guerra e tambeacutem em tempo de paz (escolha dos alcaides vigilacircncia das muralhas rondas noturnas sistemas de comunicaccedilatildeo e de alarme etc)

Por fim o capiacutetulo sexto (com quase 40 paacuteginas) completa o laquozoomraquo do autor sobre as diversas formas de guerra analisando as batalhas campais o conceito as nuances as tipologias os efetivos os modelos taacute-ticos as lsquoarmasrsquo ao dispor dos comandantes (cavalaria pesada cavalaria ligeira infantaria) com as respetivas articulaccedilotildees e especialidades

A conclusatildeo (perto de uma duacutezia de paacuteginas) eacute um dos pontos fortes desta dissertaccedilatildeo Destaco dez dos aspetos mais relevantes e que deve-ratildeo merecer a especial atenccedilatildeo do leitor

i) a inexistecircncia de um exeacutercito profissional e permanente em Cas-tela ateacute ao termo da guerra de conquista de Granada (1492) e agraves cam-panhas itaacutelicas do Gran Capitaacuten (1494-1504) Trata-se de um toacutepico im-portante pois eacute muito vulgar confundir-se um corpo armado pago com um verdadeiro exeacutercito profissional Ora todo o soldado inscrito num exeacutercito profissional eacute remunerado mas nem todo o soldado que eacute re-

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315314

Resentildea

munerado (ainda que permanentemente por exemplo nos cenaacuterios de guerra africanos indianos ou latino-americanos) faz parte de um exeacuter-cito profissional que eacute uma realidade muito mais exigente e multiface-tada (aquartelamentos uniformes treino regular etc)

ii) a ausecircncia de escolas de formaccedilatildeo de comandantes militares e respetivos reflexos em termos de eficiecircncia dos exeacutercitos castelhanos do seacuteculo XV (com especial atenccedilatildeo ao caso dos capitatildees de fronteira) Aqui como exerciacutecio comparativo teria sido interessante evocar o momento fundacional das academias militares em Espanha algo que creio natildeo ter surgido antes de bem consolidada a Eacutepoca Moderna

iii) a combinatoacuteria entre vaacuterias estrateacutegias e modelos taacuteticos na hora de planificar as accedilotildees beacutelicas as guerras de desgaste por aproxi-maccedilatildeo indireta e as accedilotildees de ataque direcionado e fulminante natildeo satildeo necessariamente exclusivas no quadro de uma mesma campanha

iv) a importacircncia da lsquopropaganda de guerrarsquo como fator de elevaccedilatildeo dos niacuteveis aniacutemicos e de construccedilatildeo de uma lsquocultura de vitoacuteriarsquo (poliacutetica e militar) Neste toacutepico crucial talvez houvesse ainda um pouco mais a dizer explicitando os meios utilizados para essa lsquopropagandarsquo no sen-tido de clarificar ateacute que ponto poderemos admitir a existecircncia de uma lsquoopiniatildeo puacuteblicarsquo na Castela da segunda metade de Quatrocentos pelo menos ao niacutevel dos ciacuterculos letrados eou mais proacuteximos da corte reacutegia ou das grandes casas senhoriais

v) case sudies com destaque para o condestaacutevel D Aacutelvaro de Luna (meados de Quatrocentos) e tambeacutem para a Guerra de Sucessatildeo Caste-lhana (Toro 1476) curiosamente dois casos com uma relaccedilatildeo tatildeo estrei-ta com Portugal

vi) a diversidade de objetivos das operaccedilotildees de razia (incursotildees ca-valgadas) incluindo a destruiccedilatildeo da base agriacutecola (e fiscal acrescento eu) das povoaccedilotildees e dos territoacuterios abrangidos

vii) o predomiacutenio em Castela ateacute 1492 da cavalaria (montada e des-montada) ainda que apoiada por uma infantaria que com raras exceccedilotildees (vide Mungia 1471) natildeo era soacute por si decisiva para conseguir a vitoacuteria

viii) a inexistecircncia de uma laquomudanccedila revolucionaacuteriaraquo na arte militar castelhana de Quatrocentos mas antes de uma acumulaccedilatildeo de cacircmbios pontuais capazes de gerar novos equiliacutebrios sem pocircr verdadeiramente em causa a base militar herdada do passado (com uma matriz ainda claramente feudal)

e-Strateacutegica 3 2019 bull ISSN 2530-9951 pp 311-315 315

Resentildea

ix) a relaccedilatildeo entre as guerras privadas a conflitualidade urbana e o crescimento da importacircncia de miliacutecias da infantaria nortenha no uacutel-timo quartel de Quatrocentos Aqui o futuro permitiraacute decerto ao autor aprofundar o seu estudo sobre as formas concretas de organizaccedilatildeo das miliacutecias de infantaria tando numa escala local (ou seja ao niacutevel das principais cidades) como numa escala mais ampla com dimensatildeo re-gional (Galiza Astuacuterias Paiacutes Bascohellip)

x) a diferenciaccedilatildeo do exeacutercito castelhano relativamente ao modelo taacutetico inglecircs (infantaria defensiva arco-longo) o que torna o caso caste-lhano mais proacuteximo do francecircs ou do italiano na mesma eacutepoca

Em geral e ressalvando as observaccedilotildees que fui fazendo estes dez aspetos satildeo argumentados de forma convincente e revelam bem que Ekaitz Etxeberriacutea Gallestegiacute natildeo se limitou a acumular informaccedilatildeo das fontes e a distribuiacute-la pelos vaacuterios capiacutetulos da tese deixando ao leitor a obrigaccedilatildeo de a interpretar Pelo contraacuterio o autor tem pensamento proacuteprio e original e percebeu que eacute preciso que exista lsquouma tese dentro da tesersquo para que o seu trabalho tenha realmente niacutevel universitaacuterio e possa constituir um contributo decisivo para o futuro da investigaccedilatildeo nesta aacuterea especiacutefica hoje em dia com um iacutendice de crescimento tatildeo visiacutevel na Europa e na Ameacuteria do Norte

Para concluir os resultados obtidos pelo jovem doutorando (tem ape-nas 29 anos) e a maneira clara e madura como satildeo apresentados fazem desta tese um significativo contributo para o preenchimento de uma la-cuna evidente da historiografia medieval natildeo apenas no contexto ibeacuteri-co mas tambeacutem europeu

Espero que a vida proporcione a este jovem (como a outros que per-correm caminhos semelhantes) as oportunidades profissionais que ele indiscutivelmente merece E que daiacute resulte o aprofundamento deste es-tudo natildeo apenas nos sentidos que atraacutes fui indicando mas tambeacutem e a tiacutetulo de exemplo no de uma maior explicitaccedilatildeo da forma como evoluiu a relaccedilatildeo de forccedilas entre por um lado os exeacutercito reais castelhanos e por outro as hostes aristocraacuteticas e senhoriais que em Castela ndash contra-riamente ao que sucedeu e Portugal ndash tatildeo poderosas eram e tatildeo influen-tes foram na histoacuteria poliacutetica do nosso reino vizinho

Fica tambeacutem o desejo de que o magniacutefico estudo que aqui comen-tamos possa inspirar este (ou outro) autor para uma tarefa inadiaacutevel uma pesquisa e reinterpretaccedilatildeo de fundo acerca da atividade militar na Castela do seacuteculo XIV

Page 4: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 5: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 6: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 7: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 8: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 9: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 10: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 11: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 12: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 13: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 14: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 15: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 16: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 17: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 18: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 19: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 20: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 21: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 22: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 23: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 24: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 25: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 26: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 27: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 28: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 29: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 30: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 31: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 32: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 33: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 34: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 35: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 36: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 37: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 38: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 39: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 40: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 41: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 42: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 43: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 44: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 45: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 46: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 47: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 48: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 49: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 50: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 51: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 52: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 53: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 54: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 55: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 56: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 57: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 58: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 59: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 60: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 61: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 62: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 63: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 64: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 65: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 66: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 67: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 68: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 69: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 70: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 71: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 72: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 73: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 74: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 75: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 76: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 77: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 78: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 79: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 80: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 81: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 82: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 83: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 84: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 85: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 86: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 87: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 88: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 89: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 90: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 91: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 92: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 93: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 94: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 95: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 96: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 97: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 98: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 99: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 100: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 101: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 102: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 103: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 104: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 105: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 106: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 107: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 108: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 109: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 110: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 111: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 112: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 113: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 114: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 115: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 116: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 117: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 118: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 119: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 120: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 121: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 122: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 123: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 124: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 125: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 126: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 127: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 128: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 129: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 130: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 131: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 132: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 133: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 134: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 135: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 136: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 137: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 138: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 139: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 140: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 141: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 142: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 143: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 144: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 145: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 146: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 147: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 148: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 149: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 150: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 151: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 152: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 153: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 154: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 155: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 156: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 157: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 158: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 159: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 160: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 161: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 162: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 163: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 164: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 165: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 166: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 167: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 168: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 169: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 170: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 171: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 172: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 173: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 174: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 175: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 176: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 177: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 178: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 179: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 180: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 181: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 182: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 183: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 184: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 185: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 186: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 187: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 188: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 189: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 190: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 191: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 192: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 193: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 194: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 195: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 196: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 197: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 198: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 199: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 200: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 201: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 202: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 203: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 204: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 205: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 206: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 207: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 208: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 209: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 210: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 211: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 212: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 213: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 214: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 215: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 216: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 217: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 218: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 219: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 220: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 221: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 222: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 223: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 224: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 225: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 226: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 227: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 228: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 229: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 230: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 231: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 232: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 233: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 234: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 235: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 236: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 237: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 238: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 239: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 240: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 241: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 242: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 243: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 244: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 245: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 246: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 247: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 248: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 249: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 250: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 251: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 252: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 253: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 254: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 255: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 256: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 257: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 258: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 259: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 260: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 261: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 262: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 263: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 264: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 265: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 266: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 267: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 268: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 269: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 270: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 271: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 272: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 273: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 274: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 275: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 276: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 277: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 278: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 279: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 280: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 281: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 282: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 283: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 284: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 285: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 286: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 287: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 288: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 289: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 290: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 291: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 292: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 293: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 294: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 295: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 296: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 297: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 298: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 299: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 300: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 301: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 302: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 303: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 304: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 305: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 306: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 307: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 308: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 309: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 310: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 311: e-Strategica ISSN 2530-9951
Page 312: e-Strategica ISSN 2530-9951