Dispensacionalismo e Historia Real

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    A GRANDE TRIBULAO DE JERUSALM

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    ELIEZER LUCENA DE CASTRO

    TEOLOGIA DA

    DISPENSAO

    E A REAL

    HISTRIA

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    Dispensacionalismo I

    O dispensacionalismo uma doutrinateolgica eescatolgicacrist que afirma quea segunda vinda de Jesus Cristo ser um acontecimento no mundo fsico,envolvendo o arrebatamento e um perodo de sete anos de tribulao, aps o qualocorrer a batalha do Armagedon e o estabelecimento do reino deDeus na Terra.

    A palavra "dispensao" deriva-se de um termo latino que significa "administrao"ou "gerncia", e se refere ao mtodo divino de lidar com a humanidade e deadministrar a verdade em diferentes perodos de tempo.

    ndice

    1 Doutrina

    2 Dispensaes 3 Dispensacionalismo na Fico 4 Ligaes externas

    Doutrina

    Inicialmente elaborada por John Nelson Darby a partir das vises da adolescenteMargaret McDonald, o dispensacionalismo um sistema teolgico que apresentaduas distines bsicas: (1) Uma interpretao consistentemente literal dasEscrituras, em particular da profecia bblica, vista em vrias sries de "dispensaes"de Deus na histria ea (2) A distino entre Israel e a Igreja no programa de Deus.

    A teologia dispensacionalista acredita que h dois povos distintos de Deus: Israel e aIgreja. Os dispensacionalistas acreditam que a salvao foi sempre pela f (Em Deusno Velho Testamento; especificamente em Deus o Filho no Novo Testamento). Osdispensacionalistas afirmam que a Igreja no substituiu Israel no programa de Deuse que as promessas do Velho Testamento a Israel no foram transferidas para aIgreja. Eles crem que as promessas que Deus fez a Israel no Velho Testamentosero cumpridas no perodo de 1000 anos de que fala Apocalipse 20. Eles crem queda mesma forma que Deus concentra sua ateno na igreja nesta era, Ele novamente,

    no futuro, concentrar Sua ateno em Israel (Romanos 9-11).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escatologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Segunda_vinda&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_Cristohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arrebatamentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Deushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Doutrinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Dispensa.C3.A7.C3.B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Dispensacionalismo_na_Fic.C3.A7.C3.A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Liga.C3.A7.C3.B5es_externashttp://pt.wikipedia.org/wiki/John_Nelson_Darbyhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Margaret_McDonald&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Margaret_McDonald&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Nelson_Darbyhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Liga.C3.A7.C3.B5es_externashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Dispensacionalismo_na_Fic.C3.A7.C3.A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Dispensa.C3.A7.C3.B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo#Doutrinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Deushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arrebatamentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_Cristohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Segunda_vinda&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escatologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia
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    Usando como base este sistema, os dispensacionalistas entendem que a Bblia sejaorganizada em sete dispensaes: Inocncia (Gnesis 1:1- 3-7), Conscincia (Gnesis3:8- 8:22), Governo Humano (Gnesis 9:1 11:32), Promessa (Gnesis 12:1 xodo19:25), Lei (xodo 20:1 Atos 2:4), Graa (Atos 2:4 Apocalipse 20:3) e o ReinoMilenar (Apocalipse 20:4 20:6). Mais uma vez, estas dispensaes no socaminhos para a salvao, mas maneiras pelas quais Deus interage com o homem. ODispensacionalismo, como um sistema, resulta em uma interpretao pr-milenarda Segunda Vinda de Cristo, e geralmente uma interpretao pr-tribulacional doArrebatamento

    Dispensaes

    Os dispensacionalistas acreditam que h uma srie de dispensaes

    cronolgicamente sucessivas, mas variam nas ordens desses eventos.

    Ordem dos captulos

    EsquemasGnesis

    1-3Gnesis

    3-8Gnesis 9-

    11

    Gnesis12

    a xodo19

    xodo20 a

    Atos 1

    Atos 2 aApocalipse

    20

    Apocalipse20:4-6

    Apocalipse20-22

    7 ou 8esquema dedispensao

    Inocnciaou

    Ednico

    Conscinciaou

    Antediluviano

    GovernoHumanoou Civil

    Patriarcalou

    Promessa

    Mosaicoou Lei

    Graaou Igreja

    ReinoMilenar

    EstadoEterno

    ou Final

    4 esquema dedispensao

    Patriarcal Mosaico Eclesistico Sionista

    3 esquema dedispensao

    (minimalista)Lei Graa Reino

    Das sete dispensaes, cinco j foram concludas: inocncia conscincia, governohumano, patriarcal e lei, e estamos vivendo a dispensao da graa que dar lugar amilenial. O que necessrio percebermos que Deus tendo dividido a histria da

    humanidade em dispensaes deu para cada uma delas um propsito ou misso etodas elas deveriam ter um inicio e um fim, portanto esta era atual, ou este perodode tempo chamado graa em que vivemos ter um fim, o que marcar este fim? Doisgrandes eventos marcaro o fim, o arrebatamento da igreja e a volta visvel de Jesuspara inaugurar o milnio.

    A teologia do concerto (ou teologia pactual) uma alternativa calvinsta sinterpretaes dispensacinalistas.

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    O Mormonismo cr em um modelo diferente de Dispensaes. Dispensao,segundo o Mormonismo o espao de tempo no qual h pelo menos um servo deDeus autorizado, que possui o Santo Sacerdcio e a misso de levar o evangelho aohabitantes da Terra. Existiram 8 dispensaes ao longo da histria, cada umaencabeada por um profeta - Ado, o primeiro homem; Enoque, que liderou acidade de Sio; No, que preservou a humanidade no Dilvio; Abrao, quepreservou o Monotesmo na Antiguidade; Moiss, que instituiu a Lei (lei Mosaica);

    Jesus Cristo (Dispensao do Meridiano dos Tempos); e mais duas dispensaes nasAmricas, uma entre o povoNefita e outra entre os Jareditas. Depois de Cristo veioa Grande Apostasia (ou Apostasia Universal), encerrada no Sculo XIX, comJosephSmith, inicando a Dispensao da Plenitude dos Tempos, ou os ltimos Dias, queprecedem a Segunda Vinda e o Milnio.

    Dispensacionalismo na Fico

    O dispensacionalismo o fundamento teolgico da srie de fico Deixados ParaTrs,que vendeu mais de cinquenta milhes de exemplares de livros e foi transpostapara vrias lnguas e outras mdias, inclusive trs filmes.

    Das sete dispensaes, cinco j foram concludas: inocncia conscincia, governohumano, patriarcal e lei, e estamos vivendo a dispensao da graa que dar lugar a

    milenial. O que necessrio percebermos que Deus tendo dividido a histria dahumanidade em dispensaes deu para cada uma delas um propsito ou misso etodas elas deveriam ter um inicio e um fim, portanto esta era atual, ou este perodode tempo chamado graa em que vivemos ter um fim, o que marcar este fim? Doisgrandes eventos marcaro o fim, o arrebatamento da igreja e a volta visvel de Jesuspara inaugurar o milnio.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Mormonismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monote%C3%ADsmohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nefitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Smithhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Smithhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Left_Behindhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Left_Behindhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Left_Behindhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Left_Behindhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Left_Behindhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Smithhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Smithhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nefitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monote%C3%ADsmohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mormonismo
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    Dispensacionalismo II

    A Origem do Ensino de um Arrebatamento Pr-Tribulacional

    Brian SchwertleyTraduo: Felipe Sabino de Arajo Neto1

    Sempre que o cristo encontra uma doutrina que no foi ensinada por algum de qualquer ramoda igreja de Cristo durante os dezoito sculos passados, ele deveria ter muita suspeita de talensino. Esse fato em e por si mesmo no prova que o novo ensino falso. Mas, deveriadefinitivamente levantar suspeitas, pois se algo ensinado na Escritura, no absurdo esperarque ao menos uns poucos telogos e exegetas tenham descoberto isso antes. O ensino de umarrebatamento secreto pr-tribulacional uma doutrina que nunca existiu antes de 1830. O

    arrebatamento pr-tribulacional veio existncia mediante uma exegese cuidadosa da Escritura?No! A primeira pessoa a ensinar a doutrina foi uma jovem chamada Margaret Macdonald.Margaret no era teloga nem expositora bblica, mas uma profetiza da seita Irvingita2 (a IgrejaCatlica Apostlica).

    O jornalista cristo Dave MacPherson escreveu um livro sobre o assunto da origem doarrebatamento secreto. Ele escreve: Temos visto que uma jovem escocesa chamada MargaretMacdonald teve uma revelao particular em Port Glasgow, Esccia, no comeo de 1830, deque um grupo seleto de cristos seria capturado para encontrar Cristo nos ares, antes dos dias do

    Anticristo. Uma testemunha ocular, Robert Norton M.D., preservou o relato escrito a mo por

    ela da sua revelao de um arrebatamento pr-tribulacional em dois de seus livros, e disse quefoi aprimeiravez que algum dividiu a segunda vinda em duas partes ou estgios distintos. Seusescritos, juntamente com muitas outras literaturas da Igreja Catlica Apostlica, ficaramescondidos por muitas dcadas do pensamento evanglico dominante, e apenas recentementereapareceram. As vises de Margaret eram bem conhecidas por aqueles que visitavam sua casa,entre eles John Darby dos Irmos. Dentro de poucos meses sua concepo proftica distintivafoi refletida na edio de setembro de 1830 do The Morning Watche na primeira assemblia dosIrmos em Plymouth, Inglaterra. Os primeiros discpulos da interpretao pr-tribulacionistafreqentemente a chamavam de uma nova doutrina.

    Irvingitas so os seguidores do famoso pregador de Londres, Edward Irving. A nova denominao Igreja Catlica Apostlica no foi fundada por Edward Irving(1792-1834), mas certamente recebeu sua influncia. Ver artigo Edward Irving: Precursor do Movimento Carismtico na Igreja Reformada, Alderi Souza de

    Matos, Fides Reformata. (N. do T.)

    Jornal trimestral pouco conhecido publicado pelos Irvingitas de 1829 a 1832. (N. do T.)

    John Nelson Darby (1800-1882), que foi o lder do movimento Irmos e pai doDispensacionalismo moderno, tomou o novo ensino de Margaret Macdonald sobre oarrebatamento, fez algumas mudanas (ela ensinava um arrebatamento parcial de crentes,enquanto ele ensinava que todos os crentes seriam arrebatados) e incorporou-o em seuentendimento dispensacionalista da Escritura e profecia. Darby gastaria o resto de sua vida

    falando, escrevendo e viajando para espalhar a nova teoria do arrebatamento. Os Irmos dePlymouth admitiam abertamente e at mesmo se orgulhavam do fato que entre os seus ensinos

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    estavam alguns totalmente novos, que nunca tinham sido ensinados pelos pais da igreja,escolsticos medievais, reformadores protestantes e muitos outros comentaristas.

    O maior responsvel pela ampla aceitao do pr-tribulacionismo e dispensacionalismo entre osevanglicos foi Cyrus Ingerson Scofield (1843- 1921). C. I. Scofield publicou sua Bblia deReferncia Scofield em 1909. Essa Bblia, que expunha as doutrinas de Darby em suas notas, setornou muito popular em crculos fundamentalistas. Na mente de muitos professores daBblia, pastores fundamentalistas e multides de cristos professos as notas de Scofield erampraticamente igualadas prpria palavra de Deus. Se uma pessoa no aderia ao esquemadispensacionalista e pr-tribulacional, ele ou elaseria quase que automaticamente rotulado de modernista.

    Hoje existe uma abundncia de livros advogando a teoria do arrebatamento pr-tribulacional e oentendimento dispensacionalista dos fins dos tempos. Dado o fato que entre os cristosprofessos o arrebatamento prtribulacional ainda freneticamente popular, uma comparao

    dessa teoria com o ensino bblico est justificado. Veremos que os argumentos tpicosoferecidos em favor dessa teoria esto em conflito com a Bblia.

    Fonte: Extrado e traduzido do livreto Is the Pretribulation Rapture Biblical?, de BrianSchwertley.

    Dave MacPherson, The Incredible Cover-Up: The True Story of the Pre-Trib Rapture (Plainfield, NJ: Logos International, 1975), p. 93. Os seguintes estudiososso citados por MacPherson como concordando com a afirmao dele que o pr-tribulacionismo uma doutrina totalmente moderna, que se originou em ou por

    volta de 1830: Samuel P. Tregelles, Alexander Reese, Floyd E. Hamilton, Oswald T. Allis, D. H. Kromminga, George E. Ladd and J. Barton Payne. MacPhersontambm cita vrios estudiosos dispensacionalistas e pr-tribulacionistas que admitem que a teoria pr-tribulacionista de fato uma nova doutrina: W. E.

    Blackstone, H. A. Ironside, Charles C. Ryrie, Gerald B. Stanton and John F. Walvoord.

    ORIGEM E DIVULGAO

    O movimento chamado de dispensacionalismo surgiu em meados do sculopassado na Inglaterra, atravs do grupo que levou o nome de Irmosou Irmos dePlymouth, por ter nesta cidade seu quartel general. Seu principal expoente foi JohnNelson Darby (1800-1882), um irlands que, insatisfeito com a Igreja Anglicana, daqual era ministro (cura), juntou-se ao grupo dos Irmos em 1827. Por volta de 1830Darby j era o principal lder dos Irmos, dada a sua capacidade de organizao e asua proficincia em escrever.

    I. Caractersticas Principais Desse Grupo:

    a) nfase dada s reunies semanais de estudo bblicos e celebrao da Ceia doSenhor, associada a um desprezo por qualquer tipo de organizao denominacionalou forma de culto. Os Irmos rejeitavam qualquer sistema clerical ou de classe

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    ministerial, insistindo que estavam regressando forma simples de culto e governoeclesistico dos apstolos.

    b) Embora no fosse o tema principal no comeo, no tardou para que a doutrina davolta de Cristo ocupasse o centro dos estudos e, com ela, surgisse com grandempeto o desenvolvimento de um novo modelo de interpretao bblica. Darby eseus seguidores passaram a alardear que haviam redescoberto verdades queforam desconhecidas ao longo de toda a histria, desde os dias apostlicos, as quaisteriam ficado margem do ensino tradicional do Cristianismo histrico. Fazia partedesse novo modelo quilo que passou a ser chamado at hoje, nos crculosdispensacionalistas, de interpretao literal das profecias e de que devemostambm nos ocupar neste trabalho.

    II. A Propagao em Relao ao Dispensacionalismo:

    Esse novo modo de interpretao bblica, especialmente de profecias, ganhoupopularidade rapidamente nos crculos evanglicos, graas ao grande trabalho dedivulgao que dele foi feito pelo prprio Darby e por seus seguidores, e graas,principalmente, ao grande volume de livros, panfletos e artigos sobre o assunto queforam, desde ento, escritos e ainda continuam sendo. Grandes movimentos, como o

    das Conferncias Evangelsticas de Dwight L. Moody, eram virtualmentecontrolados por dispensacionalistas. A escola fundada por Moody, que passou achamar-se Instituto Bblico Moody, assim como diversas outras escolas teolgicas,como o atual Seminrio Teolgico de Dallas, passaram a ser verdadeiros centros dedoutrinao dispensacionalistas, nos Estados Unidos.

    O mesmo se d hoje no Brasil, especialmente com os institutos bblicos chamados deinterdenominacionais, de modo geral. Outro fator que muito contribuiu para a

    difuso do pensamento dispensacionalistas foi publicao da chamada Bblia deReferncia de Scofield, em 1909, a qual j vendeu mais de dois milhes de cpias desdeento. A Bblia de Scofield ou, mais corretamente, a Bblia de Referncia de Scofield,na verdade, uma edio da VersoKing James, com anotaes feitas por Scofield, nalinha de interpretao dispensacionalistas.

    William E. Cox afirma que o pai do dispensacionalismo, Darby, assim como seus ensinos,provavelmente no seriam conhecidos hoje, no fosse por seu devoto seguidor, Scofield.

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    Cyrus Ingerson Scofield (1843 - 1921) nasceu nos Estados Unidos (morreu aos 78anos) e foi, at sua converso em 1879 (36 anos), advogado e poltico. Trs anos apssua converso foi ordenado ministro congregacional, sem qualquer formaoteolgica, e foi assim, sem formao teolgica, que escreveu sua Bblia de Referncia.

    Os estudiosos e historiadores do Cristianismo so unnimes em afirmar que a Bbliade Scofield trouxe benefcios de uma certa ordem, pois estimulou o interesse peloestudo bblico e o respeito pela autoridade da Palavra de Deus, numa poca em quea Alta Crtica e a teologia liberal atacavam o Livro Sagrado. Scofield era, dequalquer forma, um conservador, no sentido em que acreditava na inspirao e nainerrncia da Bblia. Mas no resta dvidas de que trouxe tambm serssimosprejuzos Igreja de Cristo, na medida em que, desviando-se da linha histrica de

    interpretao bblica, popularizou e erigiu posio de quase dogma, em muitoscrculos cristos, uma hermenutica falha e um conceito falso a respeito do modo deDeus tratar com os homens, a respeito da salvao e, especialmente, a respeito daIgreja de Cristo.

    III. O Dispensacionalismo No Est Ligado a UM Grupo em Particular:

    O Dispensacionalismo no se constitui propriamente numa denominao e, embora

    tenha surgido com os Irmos, que so hoje um pequeno grupo, no se restringe aeles nem a qualquer denominao, em particular. H dispensacionalistas hoje em,praticamente, todos os ramos do Protestantismo e at naqueles onde a sua presenarepresenta uma negao de certos princpios doutrinrios distintivos, como no casodo Presbiterianismo, por contraditrio que possa parecer.

    Acreditamos que no h presbiterianos dispensacionalistas, mas certamente hdispensacionalistas presbiterianos. No primeiro caso estamos usando a palavra

    presbiteriano com conotao teolgica e, no segundo, com conotaodenominacional.

    IMPORTANTE: O Dispensacionalismo tem sido geralmente, confundido com o Pr-milenismo, mas no so a mesma coisa. Todo dispensacionalista , necessariamente,pr-milenista, mas nem todo pr-milenista necessariamente dispensacionalista. preciso dizer, tambm, que h pelo menos Trs Tipos de Dispensacionalismo, commarcantes diferenas entre si:

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    1. Ultra-Dispensacionalismo, desenvolvido por E. W. Bullinger (1837-1913), que fazdistino entre a Igreja Apostlica Pentecostal do livro de Atos e a Igreja-Mistrio Paulina, das Epstolas da Priso, que ele chama de igreja corpo e igrejanoiva, respectivamente. Bullinger ainda faz distino entre essas duas igrejas e a deMateus 16, que Jesus chamou de minha igreja e que, segundo ele, ser uma igreja

    judaica remanescente no futuro. O ultra-dispensacionalismo , segundo Allis, omtodo levado ao extremo ou s suas ltimas conseqncias. OBS: Para Bullinger htrs tipos de igrejas.

    2. Dispensacionalismo Clssico: representado por C. I. Scofield e por Lewis S.Chafer, fundador do Seminrio de Dallas, e segundo o qual o plano de Deus paracom Israel puramente terreno e para com a Igreja, celestial; h dois modos de

    salvao (obras no VT e f no NT) e, segundo Chafer, dois Novos Pactos. Este foi otipo de dispensacionalismo que prevaleceu desde o sculo passado at meadosdeste (1800 a 1950).

    3. Neo-Dispensacionalismo: agora defendido por homens como Charles C. Ryrie,John F. Walvoord e J. Dwight Pentecost, segundo o qual Israel e a Igreja se ajuntaroaps o milnio; h um s modo de salvao em ambos os Testamentos (f) e um sPacto. a linha atual do Seminrio de Dallas.

    IV. As Sete (oito) Dispensaes:

    Alis, vem da, desse ensino, o termo dispensacionalismo pelo qual o sistema conhecido. Embora a palavra dispensao signifique literalmente administraoou mordomia derivada de oikonomia Ef. 3:2), ela empregada pelosdispensacionalistas para designar:

    Um perodo de tempo durante o qual o homem testado quanto sua obedincia aalguma revelao especfica da vontade de Deus, segundo a prpria definio deScofield (que a mesma do Dicionrio Aurlio). dito que cada uma dessasdispensaes termina com o fracasso humano e o inevitvel juzo de Deus. DizScofield:

    Esses perodos se distinguem nas Escrituras por uma mudana no mtodo divino detratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a estas duas grandes verdades:

    pecado e responsabilidade humana. Cada Dispensao pode ser considerada comouma prova para o homem natural e termina sempre em juzo, demonstrando assim

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    o seu completo fracasso. Cinco dessas dispensaes, ou perodos de tempo, j seconsumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo trmino, segundo tudo faz crer, estpara breve. A stima, ou a ltima, ficar para o futuro - o Milnio.

    V. As Chamadas Dispensaes So as Seguintes:

    1) Da Inocncia, que comeou com a criao de Ado, e terminou com a suaexpulso do den;

    2) Da Conscincia, que comeou com a expulso do Jardim (conscincia do bem edo mal) e terminou com o dilvio;

    3) Do Governo Humano, que comeou com o dilvio e terminou com a confusodas lnguas;

    4) Da Promessa, que comeou com Abrao e terminou com a escravido no Egito;

    5) Da Lei, que comeou no Sinai e terminou com a expulso de Israel e Jud daterra de Cana;

    6) Da Graa, a atual, que comeou com a morte de Cristo e terminar com oarrebatamento da Igreja;

    7) Do Reino, que comear com a Segunda Vinda de Cristo e terminar com o juzodo Grande Trono Branco - tambm chamada de Dispensao do Milnio.

    VI. A Hermenutica Dispensacionalista:

    a) Em Relao Salvao Durante os Perodos: Vetero e Neo-Testamentrio:

    Este um dos pontos mais delicados do sistema dispensacionalista e aquele em quetem havido mais hesitao e duplicidade. Embora neguem que o sistema ensine asalvao parte da f, no se pode deixar de entender isso nas declaraes de seusexpositores, pelo menos os do dispensacionalismo clssico. H at quem alegue queas sete dispensaes acabam criando sete diferentes planos de salvao. A rgidadistino entre Israel e Igreja e lei e graa leva o dispensacionalista a concluses

    indesejveis, mas inevitveis, no que diz respeito ao modo de salvao.

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    Embora dispensacionalistas atuais reclamem que os crticos desse sistema soinjustos ao atribuir-lhe dois diferentes modos de salvao, como na seguinte citaode Ryrie feita por Gunn, segundo a qual nem os mais antigos nem os mais novosdispensacionalistas ensinam dois modos de salvao, e no justo tentar faz-losensinar assim repetimos:- no se pode entender de outra forma as palavras de L. S.Chafer, (Ryrie foi aluno de Chafer no Seminrio de Dallas) que passamos a citar:

    Deve-se observar aqui uma distino entre os homens justos do Velho Testamento eos justificados de acordo com o Novo Testamento. De acordo com o VelhoTestamento, os homens eram justos porque eram verdadeiros e fiis na guarda daLei Mosaica. Os homens eram, portanto, justos por causa de suas prprias obraspara com Deus, ao passo que a justificao do Novo Testamento a obra de Deus

    para com o homem, em resposta f (Rom. 5: 1).

    Os ensinos do reino, como a Lei de Moiss, so baseados em um pacto de obras. Osensinos da graa, por outro lado, so baseados num pacto de f. Em um dos casos, a

    justia requerida; no outro, ela provida, quer imputada e comunicada ou, ento,operada interiormente (infundida). Uma uma bno a ser conferida por causa deuma vida perfeita, a outra uma vida a ser vivida por causa de uma bno perfeita

    j recebida.

    Bem antes de Chafer, Scofieldj havia escrito em sua Bblia Anotada as seguintespalavras: Como uma dispensao, a graa comea com a morte e ressurreio deCristo. O ponto de teste no mais a obedincia legal como condio de salvao,mas a aceitao ou rejeio de Cristo, com as boas obras como fruto da salvao.

    A deduo lgica extrada desta afirmao de que, antes da Graa as pessoaseram salvas pela obedincia lei, mas agora, pela aceitao de Cristo. A expressono mais indica que antes o era, no entender de Scofield.

    Perguntas Para os Dispensacionalistas:

    1. Se a salvao era alcanada atravs da obedincia a Lei, e muitos foram salvos porobedecer a Lei, qual a necessidade de haver uma nova dispensao? E outra, qual anecessidade da vinda de Cristo?2. Se o homem no seu estado original, ou seja, no seu estado perfeito pecou, qualsentido faz esse homem cado continuar a ser testado? (Pois no este o propsito

    das dispensaes?)

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    3. certo que alguns dispensacionalistas j admitem que os crentes do V.T., foramsalvos pela Graa. Mas, isto no seria contraditrio, j que a Graa segundo elesmesmos s aparecem a partir do N.T.?4. Na concepo Reformada todos os salvos, em todas as pocas, quer passada,presente ou futura, so somente em Cristo (Lc.24: 13-35). No V.T., os sacrifcios jrepresentavam Cristo. Em nenhum lugar das Escrituras fala de algum que foi salvoporque cumpriu com a Lei. Isto significa que a para algum ser salvo,necessariamente houve a Graa por parte de Deus, assim tambm, hoje ainda h aLei de Deus.

    b) O Conceito de Israel e Igreja:

    1. O texto de I Cor. 10: 32 diz: No vos torneis causa de tropeo nem para judeu,nem para gentios, nem to pouco para a igreja de Deus.

    A simples meno de trs grupos a suficiente para um dispensacionalista concluirque a prpria Bblia divide a humanidade em trs partes distintas e se dirige a essaspartes (grupos) separadamente, de maneira sistemtica, e que esse texto fornece achave para todo estudo e interpretao da Bblia.

    Manejar bem a palavra da verdade (II Tim. 2:5), conforme a interpretaodispensacionalista, estudar a Bblia desta maneira, dispensacionalmente. M. R.DeHaan, um pregador de rdio que muito contribuiu para a divulgao dessesistema nos Estados Unidos, relacionou MANEJAR com Cortar de Maneira Correta,e relacionou o termo aos sacrifcios do Antigo Testamento.:Quando o ofertante trazia um cordeiro ou outro sacrifcio qualquer, o mesmo eradividido em trs partes (exceto no caso da oferta queimada, que era posta inteira

    sobre o altar). Uma parte era oferecida a Deus, outra parte era oferecida quele quetrouxera a oferta, enquanto que a terceira partilha cabia ao sacerdote. dessa prticaque foi emprestada a expresso que maneja bem. Significa simplesmente, dar acada qual o que lhe pertence de direito. Ora, no estudo da Bblia voc deve sermuito cauteloso em dar Igreja aquilo que pertence ao Corpo de Cristo, a Israelaquilo que pertence a Israel, e aos gentios aquilo que pertence aos gentios. Assimcomo o sacrifcio era dividido ou cortado em trs partes, tambm a Bblia informa-nos que existem trs espcies de povos neste mundo na presente dispensao.

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    Analisando esse sistema de interpretao, William E. Cox diz que algum quetomasse cada versculo da Bblia e o atribusse a uma dessas trs categorias - judeugentio e cristo, e publicasse a Bblia em trs sees separadas, estaria prestando umservio valioso, se esse fosse o mtodo correto de se manejar (dividir) bem a Palavrade Deus.

    INFELIZMENTE, noto que todos os livros de Historia da Igreja, relatam o inicio daIgreja a partir do livro de Atos, ou seja, aps o Pentecostes. Todavia, na concepoReformada a Igreja fruto desde a criao. Isso no significa que todos os autoresso dispensacionalistas, mas, penso que os mesmos deveriam trazer pelo menosuma nota de roda p, mostrando a concepo reformada em relao concepoque a mesma tem do inicio da Igreja.

    __________________________Rev. Jos Roberto de Souza Pastor da Igreja Presbiteriana do Ibura, Recife/PE; Professor e Coord. do Departamentode Histria da Igreja no Seminrio Presbiteriano do Norte (SPN); Especialista em Histria da Religio e da Arte(UFRPE); Mestrando em Teologia e Histria.

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    ARREBATAMENTO PRE-TRIBULACIONISTA:

    UMA PERIGOSA HERESIA PARTE 1Por Dr. James S. TrimmTraduzido e Adaptado por Sha ul Bentsion

    1 - INTRODUO

    A doutrina do arrebatamento pr-tribulacionista uma doutrina crist tardia que tem ameaado o

    Judasmo Messinico. Esta doutrina crist s teve incio no sculo dezenove. Tal teologia tem

    agora ameaado encontrar eco no movimento messinico. Este artigo provar que a doutrina do

    arrebatamento pr-tribulacionista :

    1 Uma inveno moderna do Cristianismo que NO TEM NENHUMA raiz judaica de qualquertipo

    2 Uma doutrina que vai totalmente contra as Escrituras

    3 Uma doutrina de paz e segurana que pode futuramente vir a destruir a f de muitos

    2 - Glossrio dos Termos deste Artigo

    Antes de comearmos, vamos definir alguns termos bsicos que usaremos:

    ARREBATAMENTO Este termo se tornou bastante polmico. No ocultismo, este termo foi

    usado durante muitos sculos para se referir a levitao. Na Bblia, a origem do termo est em 1

    Tess. 4:17 onde lemos a palavra arrebatados .

    NATZAL Palavra no hebraico que significa livramento . Esta palavra tem sido usada nos

    meios messinicos numa tentativa de convenc-los sobre a teoria do arrebatamento pr-

    tribulacionista.

    KH TAFPalavra aramaica para arrebatados no texto aramaico de 1 Tess. 4:17.

    PS-TRIBULACIONISMO a viso de que o KH TAF (arrebatamento) simplesmente parte

    da segunda vinda do Messias e portanto ocorrer no fim da tribulao, isto , no incio do Reino

    do Milnio.

    PR-TRIBULACIONISMO a viso de que o arrebatamento seria um evento separado da

    segunda vinda do Messias e que ocorreria sete anos antes, imediatamente antes da tribulao

    MID-TRIBULACIONISMO a viso de que o arrebatamento um evento separado da

    segunda vinda do Messias e que ocorreria 3 anos e meio antes, no meio da tribulao, durante otempo do sacrilgio terrvel (a revelao do Anti-Messias)

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    ARREBATAMENTO-PREMATURO qualquer viso de que o arrebatamento e a segunda

    vinda do Messias so eventos separados e que o arrebatamento preceder por um perodo de

    tempo a segunda vinda do Messias.

    ARREBATAMENTO PARCIAL a viso de que apenas uma parte do Corpo do Messias ser

    arrebatada.

    PASHAT O sentido simples, literal de um texto segundo a Midrash Judaica (vide artigo sobre

    como interpretar as Escrituras como um judeu)

    3 - ONDE EST O PASHAT?

    Um dos maiores problemas com a doutrina crist do arrebatamento pr-tribulacionista que j de

    cara fere a Midrash. Segundo a Midrash, que o sistema mais antigo de interpretao das

    Escrituras, um texto nunca perde o seu Pashat. Contudo, esta doutrina em particular no tem base

    de Pashat. Apesar dos pr-tribulacionistas frequentemente alegarem que as suas crenas so

    baseadas numa leitura simples e literal das Escrituras, o fato que uma leitura literal das

    Escrituras incapaz de produzir uma crena no arrebatamento pr-tribulacionista.

    3.1 SEM BASE BBLICA

    At mesmo Hal Lindsey, o mais famoso defensor do pr-tribulacionismo, admite que a sua crena

    no se baseia no sentido simples e literal das Escrituras. Lindsey admite que ele no consegue

    mostrar nenhum versculo que diga claramente que o arrebatamento ocorrer antes da

    tribulao. (O Arrebatamento por Hal Lindsey pg. 32). Ao invs disto, Lindsey alega que o

    pr-tribulacionismo amplamente baseado em argumentos de inferncia e silncio. (ibid p. 31) Se

    o pr-tribulacionismo no vem de um entendimento do Pashat das Escrituras, devemos ento nos

    perguntar de onde ele se originou, e porque tanta gente acredita nisto.

    4 - O DISPENSASIONALISMO: UMA HERESIA GERA OUTRA

    Durante as dcadas de 1820 e 1830, um telogo cristo chamado John Darby (fundador da

    Irmandade de Plymoth) desenvolveu uma nova teologia sistemtica chamadaDispensasionalismo. Esta doutrina desde ento tornou-se muito popular no Cristianismo. muito

    curioso que tal doutrina ainda encontre eco entre os crentes que esto retornando s razes

    judaicas dos seguidores originais de Yeshua. fato incontestvel que o Dispensasionalismo no

    existiu at o sculo dezenove. No tem nenhuma raz judaica e nem existia no Cristianismo at o

    sculo em questo.

    5 - A ORIGEM DE UMA GRANDE MENTIRA

    Como a maioria dos telogos do sculo 19, John Darby era anti-nomiano, isto , acreditava que aLei de Moshe (Moiss) tinha desaparecido na cruz. Darby se sentia incomodado com os srios

    problemas trazidos por esta doutrina. Darby percebeu que durante os sete anos da ltima semana

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    proftica de Daniel, os sacrifcios estariam sendo feitos no Templo. Como a Lei de Moshe (Moiss)

    estava CLARAMENTE sendo cumprida durante os sete anos da tribulao, Darby concluiu que a

    Lei voltaria a ter validade no incio da tribulao. Esta linha de raciocnio fez Darby segregar as

    histrias bblicas e profticas em perodos compartimentadas. Darby teorizou que a idade da

    Lei tinha acabado na cruz e que a idade da graa ou idade da igreja tinha comeado na

    cruz. Ento com a tribulao, a idade da Lei volta e a idade da graa termina. Isto criou umproblema grande para a teoria de Darby. Como poderia a idade da Lei retornar se a igreja ainda

    estaria na terra? Darby achava que na idade da Lei D-us lidava com Israel e na tribulao D-us

    voltaria a lidar com Israel. Ento o que aconteceria com a igreja? Certamente que a igreja no sairia

    da idade da graa pra voltar pra Lei de Moshe (Moiss). Como consequncia desta linha de

    racioconio absurda, Darby adotou a idia de um arrebatamento pr-tribulacionista que havia se

    tornado to popular entre os Irvingitas. Esta idia dizia que a Igreja sairia da terra no incio da

    tribulao, deixando Israel pra trs para sofrer na tribulao durante o perodo da volta da Lei .

    Darby agora tinha um outro problema: se a igreja fosse arrebatada deixando Israel pra trs, o quedizer dos judeus crentes? Eles seriam arrebatados juntamente com a Igreja ou ficariam para trs

    com Israel? Darby inventou outra soluo completamente louca: a dicotomia Igreja/Israel. Esta

    teoria ensinava que um judeu que se tornava crente no Messias passava a fazer parte da Igreja e

    no era mais parte de Israel. Como resultado disto, ningum poderia ser parte tanto da Igreja

    quanto de Israel. Segundo esta teoria, judeus crentes deixariam de ser judeus e se tornariam parte

    da Igreja de D-us, que ele ensinava conter pessoas que no eram nem judeus nem gentios.

    Portanto, as trs mentiras que se tornaram pilares do Dispensasionalismo so:

    1 A Lei no seria para hoje

    2 O arrebatamento pr-tribulacionista

    3 A dicotomia Igreja/Israel

    Obviamente, os messinicos no podem aceitar nem a nmero 1 nem a nmero 3. A nmero 2 s

    seria necessria por causa de uma crena na nmero 1. A nmero 2 no funciona sem a nmero 3,

    que foi criada para resolver os problemas da nmero 2. Como resultado, o Judasmo Messinico incompatvel com o Dispensasionalismo. Dois de seus trs pilares fundamentais no so

    compatveis com a teologia bblica original, adotada pelo movimento messinico. Alm disto, o

    nico pilar remanescente no se sustenta sozinho. Quando examinada luz da Bblia, toda a

    estrutura do Dispensasionalismo destruda. uma doutrina do sculo 19 que foi inventada pelo

    Cristianismo e no tem NENHUMA raiz na f do primeiro sculo.

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    O PEQUENO APOCALIPSE DE JESUS

    MATEUS 24:1 Tendo sado Jesus do templo, ia-se retirando, quando se chegaram a ele seusdiscpulos para lhe mostrarem os edifcios do templo. 2 Mas ele lhes disse: Vedes tudo isto?em verdade vos digo que no ficar aqui pedra sobre pedra, que no seja derribada. 3 Estandoele sentado no monte das Oliveiras, chegaram seus discpulos em particular, dizendo-lhe:Declara-nos, quando sucedero estas coisas, e qual o sinal da tua vinda e do fim do mundo? 4Respondeu Jesus: Vede que ningum vos engane. 5 Pois muitos viro em meu nome,dizendo: Eu sou o Cristo, e enganaro a muitos. 6 Haveis de ouvir falar de guerras erumores de guerras: olhai no vos assusteis; porque necessrio que assim acontea, mas no ainda o fim. 7 Pois se levantar nao contra nao, reino contra reino, e haver fomes eterremotos em diversos lugares; 8 porm tudo isto o princpio das dores. 9 Ento sereis

    entregues tribulao, e vos mataro; sereis odiados por todas as naes por causa do meunome. 10 Nesse tempo muitos ho de se escandalizar e trair-se uns aos outros, e uns aosoutros se odiaro; 11 ho de se levantar muitos falsos profetas, e a muitos enganaro; 12 e

    por se multiplicar a iniqidade, resfriar-se- o amor da maior parte dos homens. 13 Todaviaquem persevera at o fim, esse ser salvo. 14 Ser pregado este Evangelho do reino por todo omundo em testemunho a todas as naes, e ento vir o fim. 15 Quando, pois, virdes aabominao de desolao, predita pelo profeta Daniel, estabelecida no lugar santo (quem l,entenda), 16 ento os que estiverem na Judia, fujam para os montes; 17 o que se achar no

    eirado, no desa a tirar as coisas de sua casa, 18 e o que estiver no campo, no volte paratomar a sua capa. 19 Mas ai das que estiverem grvidas e das que amamentarem naquelesdias! 20 Rogai que a vossa fuga no suceda no inverno, nem no sbado; 21 porque haverento grande tribulao, tal como nunca houve desde o princpio do mundo at agora, nemhaver jamais. 22 Se no se abreviassem aqueles dias, ningum seria salvo; mas por amordos escolhidos esses dias sero abreviados. 23 Ento se algum vos disser: Eis aqui o Cristo!ou: Ei-lo ali! no acrediteis; 24 porque se ho de levantar falsos cristos e falsos profetas, emostraro tais sinais e milagres que, se fora possvel, enganariam at os escolhidos. 25 Vede

    que de antemo vo-lo tenho declarado. 26 Se, pois, vos disserem: Ei-lo que est no deserto!no saiais: Ei-lo no interior da casa! no acrediteis;27 porque assim como o relmpago sai do oriente, e se mostra at o ocidente, assim ser avinda do Filho do homem. 28 Onde estiver o cadver, a se juntaro os corvos. 29 Logodepois da tribulao daqueles dias o sol escurecer, a lua no dar a sua claridade, as estrelascairo do cu e as potestades dos cus sero abaladas. 30 Ento aparecer no cu o sinal doFilho do homem, e todas as tribos da terra se ho de lamentar, e vero o Filho do homem virsobre as nuvens do cu com poder e grande glria. 31 Ele enviar os seus anjos com grande

    trombeta, os quais ajuntaro os escolhidos dos quatro ventos, de uma outra extremidade doscus. 32 Aprendei esta parbola tirada da figueira: quando os seus ramos j estiverem tenros

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    e brotarem folhas, sabeis que est prximo o vero; 33 assim tambm vs, quando virdestodas estas coisas, sabei que ele est prximo, s portas.34 Em verdade vos digo que no passar esta gerao, sem que todas estas coisas secumpram. 35 Passar o cu e a terra, mas no passaro as minhas palavras. 36 Mas daqueledia e daquela hora ningum sabe, nem os anjos dos cus, nem o Filho, seno s o Pai. 37 Poisassim como foi nos dias de No, assim ser a vinda do Filho do homem. 38 Pois assim comonaqueles dias antes do dilvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, at odia em que No entrou na arca, 39 e no o perceberam seno quando veio o dilvio, e oslevou a todos; assim ser tambm a vinda do Filho do homem. 40 Naquele dia de doishomens que estiverem no campo, um ser tomado e o outro ser deixado; 41 de duasmulheres que estiverem moendo em um moinho, uma ser tomada e a outra ser deixada. 42Portanto vigiai, porque no sabeis em que dia vem o vosso Senhor;

    43 mas considerai que se o dono da casa tivesse sabido a que hora da noite havia de vir oladro, teria vigiado e no haveria deixado arrombar a sua casa. 44 Por isso estai vstambm apercebidos; porque a hora que no pensais, vir o Filho do homem.45 Quem , pois, o servo fiel e prudente, ao qual o seu senhor confiou a direo da sua casa,

    para que a tempo d a todos o sustento? 46 Feliz aquele servo a quem o seu senhor, quandovier, achar assim fazendo. 47 Em verdade vos digo que lhe confiar todos os seus bens. 48

    Mas se aquele servo, sendo mau, disser no seu corao: Meu senhor demora-se, 49 e comeara espancar os seus companheiros, e a comer e beber com os brios, 50 vir o senhor daquele

    servo no dia em que este o no espera e na hora que no sabe, 51 e cort-lo- pelo meio e p-lo- com os mpios; ali haver o choro e o ranger de dentes.

    MATEUS 25:1 Ento o reino dos cus ser semelhante a dez virgens que, tomando as suaslmpadas, saram ao encontro do noivo. 2 Cinco dentre elas eram nscias, e cinco prudentes.3 As nscias, tomando as suas lmpadas, no levaram azeite consigo; 4 mas as prudenteslevaram azeite em suas vasilhas juntamente com as lmpadas. 5 Tardando o noivo,toscanejaram todas e adormeceram. 6 Mas meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! sa

    ao seu encontro. 7 Ento se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suaslmpadas. 8 Disseram as nscias s prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossaslmpadas esto-se apagando. 9 Porm as prudentes responderam: Talvez no haja bastante

    para ns e para vs; ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vs. 10 Enquanto foramcompr-lo, veio o noivo; as que estavam apercebidas, entraram com ele para as bodas, e

    fechou-se a porta. 11 Depois vieram as outras virgens e disseram: Senhor, Senhor, abre-nosa porta. 12 Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que no vos conheo. 13 Portantovigiai, porque no sabeis nem o dia nem a hora. 14 Pois assim como um homem que,

    partindo para outro pas, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens:15 a um deucinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual segundo a sua capacidade; e seguiu

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    viagem. 16 O que recebera cinco talentos, foi imediatamente negociar com eles e ganhououtros cinco; 17 do mesmo modo o que recebera dois, ganhou outros dois.18 Mas o que tinha recebido um s, foi-se e fez uma cova no cho e escondeu o dinheiro doseu senhor. 19 Depois de muito tempo voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas comeles. 20 Chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco, dizendo:Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui esto outros cinco que ganhei. 21 Disse-lhe o seusenhor: Muito bem, servo bom e fiel, j que foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entra no

    gozo do teu senhor. 22 Chegou tambm o que recebera dois talentos, e disse: Senhor,entregaste-me dois talentos; aqui esto outros dois que ganhei. 23 Disse-lhe o seu senhor:

    Muito bem, servo bom e fiel, j que foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito, entra no gozo doteu senhor. 24 Chegou por fim o que havia recebido um s talento, dizendo: Senhor, eu soubeque s um homem severo, ceifas onde no semeaste, e recolhes onde no joeiraste; 25 e,

    atemorizado, fui esconder o teu talento na terra; aqui tens o que teu. 26 Porm o seusenhor respondeu: Servo mau e preguioso, sabias que ceifo onde no semeei, e que recolhoonde no joeirei? 27 devias, ento, ter entregado o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu,teria recebido o que meu com juros. 28 Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os deztalentos; 29 porque a todo o que tem, dar-se-lhe-, e ter em abundncia; mas ao que notem, at o que tem, ser-lhe- tirado. 30 Ao servo intil, porm, lanai-o nas trevas exteriores;ali haver o choro e o ranger de dentes. 31 Quando vier o Filho do homem na sua glria, etodos os anjos com ele, ento se assentar no trono de sua glria. 32 Todas as naes sero

    reunidas diante dele, e separar uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos;33 por as ovelhas sua direita, mas os cabritos esquerda. 34 Ento dir o Rei aos queestiverem sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possu como herana o reino que vos estdestinado desde a fundao do mundo. 35 Pois tive fome, e destes-me de comer; tive sede, edestes-me de beber; era forasteiro, e recolhestes-me; 36 estava nu, e vestistes-me; enfermo, evisitastes-me; preso, e viestes ver-me. 37 Ento perguntaro os justos: Senhor, quando tevimos faminto, e te demos de comer; ou com sede, e te demos de beber? 38 Quando te vimos

    forasteiro, e te recolhemos; ou nu, e te vestimos? 39 Quando te vimos enfermo, ou preso, e

    fomos visitar-te?40 O Rei responder: Em verdade vos digo que quantas vezes o fizestes a um destes meusirmos mais pequeninos, a mim o fizestes. 41 Dir tambm aos que estiverem suaesquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, destinado ao Diabo e seus anjos.42 Pois tive fome, e no me destes de comer; tive sede e no me destes de beber; 43 era

    forasteiro, e no me recolhestes; estava nu, e no me vestistes; enfermo e preso, e no mevisitastes. 44 Tambm eles perguntaro: Senhor, quando te vimos faminto, com sede,

    forasteiro, nu, enfermo, ou preso, e no te servimos? 45 Ento lhes responder: Em verdade

    vos digo que quantas vezes o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim odeixastes de fazer. 46 Iro estes para o suplcio eterno, porm os justos para a vida eterna.

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    MARCOS 13: 1 Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discpulos: Mestre! Quepedras, que construes! 2 Mas Jesus lhe disse: Vs estas grandes construes? No ficarpedra sobre pedra, que no seja derribada. 3 No monte das Oliveiras, defronte do templo,achava-se Jesus assentado, quando Pedro, Tiago, Joo e Andr lhe perguntaram em

    particular: 4 Dize-nos quando sucedero estas coisas, e que sinal haver quando todas elasestiverem para cumprir-se. 5 Ento, Jesus passou a dizer-lhes: Vede que ningum vosengane. 6 Muitos viro em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganaro a muitos. 7 Quando,

    porm, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, no vos assusteis; necessrio assimacontecer, mas ainda no o fim. 8 Porque se levantar nao contra nao, e reino, contrareino. Haver terremotos em vrios lugares e tambm fomes. Estas coisas so o princpio dasdores. 9 Estai vs de sobreaviso, porque vos entregaro aos tribunais e s sinagogas; sereis

    aoitados, e vos faro comparecer presena de governadores e reis, por minha causa, paralhes servir de testemunho. 10 Mas necessrio que primeiro o evangelho seja pregado atodas as naes. 11 Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, no vos preocupeis com oque haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque no sois vsos que falais, mas o Esprito Santo. 12 Um irmo entregar morte outro irmo, e o pai, ao

    filho; filhos haver que se levantaro contra os progenitores e os mataro. 13 Sereis odiadosde todos por causa do meu nome; aquele, porm, que perseverar at ao fim, esse ser salvo. 14Quando, pois, virdes o abominvel da desolao situado onde no deve estar (quem l

    entenda), ento, os que estiverem na Judia fujam para os montes; 15 quem estiver em cima,no eirado, no desa nem entre para tirar da sua casa alguma coisa; 16 e o que estiver nocampo no volte atrs para buscar a sua capa. 17 Ai das que estiverem grvidas e das queamamentarem naqueles dias! 18 Orai para que isso no suceda no inverno. 19 Porqueaqueles dias sero de tamanha tribulao como nunca houve desde o princpio do mundo, queDeus criou, at agora e nunca jamais haver. 20 No tivesse o Senhor abreviado aquelesdias, e ningum se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias. 21Ento, se algum vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! No acrediteis; 22 pois

    surgiro falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodgios, para enganar, se possvel,os prprios eleitos. 23 Estai vs de sobreaviso; tudo vos tenho predito. 24 Mas, naquelesdias, aps a referida tribulao, o sol escurecer, a lua no dar a sua claridade, 25 as estrelascairo do firmamento, e os poderes dos cus sero abalados. 26 Ento, vero o Filho doHomem vir nas nuvens, com grande poder e glria. 27 E ele enviar os anjos e reunir osseus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra at extremidade do cu. 28

    Aprendei, pois, a parbola da figueira: quando j os seus ramos se renovam, e as folhasbrotam, sabeis que est prximo o vero. 29 Assim, tambm vs: quando virdes acontecer

    estas coisas, sabei que est prximo, s portas. 30 Em verdade vos digo que no passar estagerao sem que tudo isto acontea. 31 Passar o cu e a terra, porm as minhas palavras

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    no passaro. 32 Mas a respeito daquele dia ou da hora ningum sabe; nem os anjos no cu,nem o Filho, seno o Pai. 33 Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque no sabeis quando sero tempo. 34 como um homem que, ausentando-se do pas, deixa a sua casa, d autoridadeaos seus servos, a cada um a sua obrigao, e ao porteiro ordena que vigie. 35 Vigiai, pois,

    porque no sabeis quando vir o dono da casa: se tarde, se meia-noite, se ao cantar dogalo, se pela manh; 36 para que, vindo ele inesperadamente, no vos ache dormindo. 37 Oque, porm, vos digo, digo a todos: vigiai!

    LUCAS 21: 1 Estando Jesus a observar, viu os ricos lanarem suas ofertas no gazofilcio. 2Viu tambm certa viva pobre lanar ali duas pequenas moedas; 3 e disse: Verdadeiramente,vos digo que esta viva pobre deu mais do que todos. 4 Porque todos estes deram como ofertadaquilo que lhes sobrava; esta, porm, da sua pobreza deu tudo o que possua, todo o seu

    sustento. 5 Falavam alguns a respeito do templo, como estava ornado de belas pedras e deddivas; 6 ento, disse Jesus: Vedes estas coisas? Dias viro em que no ficar pedra sobre

    pedra que no seja derribada. 7 Perguntaram-lhe: Mestre, quando suceder isto? E que sinalhaver de quando estas coisas estiverem para se cumprir? 8 Respondeu ele: Vede que nosejais enganados; porque muitos viro em meu nome, dizendo: Sou eu! E tambm: Chegou ahora! No os sigais. 9 Quando ouvirdes falar de guerras e revolues, no vos assusteis; pois necessrio que primeiro aconteam estas coisas, mas o fim no ser logo. 10 Ento, lhesdisse: Levantar-se- nao contra nao, e reino, contra reino; 11 haver grandes terremotos,epidemias e fome em vrios lugares, coisas espantosas e tambm grandes sinais do cu. 12

    Antes, porm, de todas estas coisas, lanaro mo de vs e vos perseguiro, entregando-vos ssinagogas e aos crceres, levando-vos presena de reis e governadores, por causa do meunome; 13 e isto vos acontecer para que deis testemunho. 14 Assentai, pois, em vossocorao de no vos preocupardes com o que haveis de responder; 15 porque eu vos darei bocae sabedoria a que no podero resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem. 16 Esereis entregues at por vossos pais, irmos, parentes e amigos; e mataro alguns dentre vs.

    17 De todos sereis odiados por causa do meu nome. 18 Contudo, no se perder um s fio decabelo da vossa cabea. 19 na vossa perseverana que ganhareis a vossa alma. 20 Quando,porm, virdes Jerusalm sitiada de exrcitos, sabei que est prxima a sua devastao. 21Ento, os que estiverem na Judia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro dacidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, no entrem nela. 22 Porque estes dias sode vingana, para se cumprir tudo o que est escrito. 23 Ai das que estiverem grvidas e dasque amamentarem naqueles dias! Porque haver grande aflio na terra e ira contra este

    povo. 24 Cairo a fio de espada e sero levados cativos para todas as naes; e, at que os

    tempos dos gentios se completem, Jerusalm ser pisada por eles. 25 Haver sinais no sol, nalua e nas estrelas; sobre a terra, angstia entre as naes em perplexidade por causa dobramido do mar e das ondas; 26 haver homens que desmaiaro de terror e pela expectativa

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    das coisas que sobreviro ao mundo; pois os poderes dos cus sero abalados. 27 Ento, sever o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glria. 28 Ora, aocomearem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabea; porque a vossa redeno seaproxima. 29 Ainda lhes props uma parbola, dizendo: Vede a figueira e todas as rvores.30 Quando comeam a brotar, vendo-o, sabeis, por vs mesmos, que o vero est prximo. 31

    Assim tambm, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que est prximo o reino deDeus. 32 Em verdade vos digo que no passar esta gerao, sem que tudo isto acontea. 33Passar o cu e a terra, porm as minhas palavras no passaro. 34 Acautelai-vos por vsmesmos, para que nunca vos suceda que o vosso corao fique sobrecarregado com asconseqncias da orgia, da embriaguez e das preocupaes deste mundo, e para que aquele diano venha sobre vs repentinamente, como um lao. 35 Pois h de sobrevir a todos os quevivem sobre a face de toda a terra. 36 Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais

    escapar de todas estas coisas que tm de suceder e estar em p na presena do Filho doHomem. 37 Jesus ensinava todos os dias no templo, mas noite, saindo, ia pousar no montechamado das Oliveiras. 38 E todo o povo madrugava para ir ter com ele no templo, a fim deouvi-lo.

    Evidncias do apocalipse de Jesus:

    A destruio de JerusalmA cidade de Jerusalm foi destruda pelos romanos em 70 d.C. O cerco e a queda de

    Jerusalm so descritos com pormenores grficos pelo historiador judeu doprimeiro sculo, Flvio Josefo, no livro Guerras dos Judeus, que foi publicado cerca doano 75 d.C. De acordo com os Evangelhos, Jesus profetizou este eventoaproximadamente no ano 30 d.C. Vejamos o relato de Mateus da profecia de Jesus, ecomparemo-lo com a histria de Josefo.

    Jesus: Quando, pois,virdes o abominvel da desolao de que falou o profetaDaniel, no lugar santo (quem l entenda), ento os que estiverem na Judia, fujam

    para os montes; quem estiver sobre o eirado no desa para tirar de casa algumacoisa; e quem estiver no campo no volte atrs para buscar a sua capa (Mateus24:15-18).

    Josefo: ento um caso miservel, uma viso que at poria lgrimas em nossos

    olhos, como os homens agentaram quanto ao seu alimento ... a fome foi demasiadodura para todas as outras paixes... a tal ponto que os filhos arrancavam os prpriosbocados que seus pais estavam comendo de suas prprias bocas, e o que mais dava

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    pena, assim tambm faziam as mes quanto a seus filhinhos... quando viam algumacasa fechada, isto era para eles sinal de que as pessoas que estavam dentro tinhamconseguido alguma comida, e ento eles arrombavam as portas e corriam paradentro... os velhos, que seguravam bem sua comida eram espancados, e se asmulheres escondiam o que tinham dentro de suas mos, seu cabelo era arrancadopor fazerem isso... (Guerras dos Judeus, livro 5, captulo 10, seo 3).

    Jesus: Ai das que estiverem grvidas e das que amamentarem naqueles dias!(Mateus 24:19).

    Josefo: Ela ento tentou a coisa mais natural, e agarrando seu filho, que era umacriana de peito, disse, Oh, pobre criana! Para quem eu te preservarei nesta guerra,nesta fome e nesta rebelio? ... Logo que acabou de dizer isto, ela matou seu filho e,

    ento, assou-o, e comeu metade dele, e guardou a outra metade escondida para si.(Guerras, livro 6, captulo 3, seo 4).

    Jesus:Orai para que a vossa fuga no se d no inverno, nem no sbado, porquenesse tempo haver grande tribulao, como desde o princpio do mundo at agorano tem havido, e nem haver jamais(Mateus 24:20-21).

    Josefo: Eu falarei portanto aberta e francamente aqui deuma vez por todas e

    brevemente: que nenhuma outra cidade sofreu tais misrias nem nenhuma eraproduziu uma gerao mais frutfera em perversidade do que era esta, desde ocomeo do mundo. (Guerras, livro 5, captulo 10, seo 5).

    Jesus: No tivessem aqueles dias sido abreviados, ningum seria salvo; mas porcausa dos escolhidos tais dias sero abreviados (Mateus 24:22).

    Josefo: Ora, o nmero daqueles que foram levados cativos durante toda esta guerrafoi verificado ser noventa e sete mil, como foi o nmero daqueles que pereceram

    durante todo o cerco onze centenas de milhares, a maior parte dos quais era naverdade da mesma nao, porm no pertencentes prpria cidade, pois tinhamvindo de todo o pas para a festa dos pes asmos e foram subitamente fechados porum exrcito... (Guerras, livro 6, captulo 9, seo 3).

    Jesus:Tendo Jesus sado do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram deleos seus discpulos para lhe mostrar as construes do templo. Ele, porm, lhes disse:No vedes tudo isto? Em verdade vos digo que no ficar aqui pedra sobre pedraque no seja derrubada(Mateus 24:1-2).

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    Josefo: Ora, uma vez que Csar no foi de modo algum capaz de conter aentusistica fria dos soldados, e o fogo avanava mais e mais... assim foi a sagradacasa queimada, sem a aprovao de Csar. (Guerras, livro 6, captulo 4, Seo 7).Ora, to logo o exrcito no teve mais pessoas para matar ou saquear ... Csar deuordens para que no demolissem mais a cidade inteira e o templo... (livro 7,captulo 1, seo 1).

    No artigo sobre evidncias do nmero anterior desta revista, examinamos algumasevidncias dos manuscritos do Novo Testamento, e vimos que apontam para aconcluso de que seu contedo fosse escrito quando e por quem ele declara ter sidoescrito. De fato, no caso do Evangelho de Mateus, h um fragmento recentementedescoberto que data de algum tempo antes de 68 d.C. Como foi observado acima,

    Jerusalm foi destruda em 70 d.C.

    Cerco a Jerusalm: judeus e romanos em combate

    Os Judeus foram massacrados por tropas romanas

    Quando os judeus se rebelaram contra a autoridade romana em 70 d.C. por causa,

    entre outras coisas, dos altos impostos cobrados , quatro legies foram levadas por

    Tito Vespasiano para sufocar a revolta.

    Os 70 mil soldados logo viram que a luta no seria fcil. Especialmente quando se

    defrontaram com as muralhas de Jerusalm, atrs das quais milhares de

    combatentes judeus buscaram refgio.A tentativa de invadir a cidade ou o cerco

    durou seis meses ou 180 dias .

    Constantemente ameaados por aes de contra-ataque, os legionrios fizeram um

    dos maiores e mais complexos cercos da Antiguidade. Construram muralhas, torresde assalto, catapultas, escadas e diversos outros equipamentos que faziam das

    http://imperioroma.blogspot.com/2010/05/cerco-jerusalem-judeus-e-romanos-em.htmlhttp://imperioroma.blogspot.com/2010/05/cerco-jerusalem-judeus-e-romanos-em.htmlhttp://1.bp.blogspot.com/_lrnheGDims4/S_HYzD8RSvI/AAAAAAAAE-E/sq_iCOoqZ6Q/s1600/O+cerco+e+destrui%C3%A7%C3%A3o+de+Jerusal%C3%A9m,+por+David+Roberts+(1850)..jpghttp://imperioroma.blogspot.com/2010/05/cerco-jerusalem-judeus-e-romanos-em.html
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    legies romanas tropas nicas no mundo antigo alm de timos guerreiros, eram

    tambm excelentes engenheiros.

    O saque de Jerusalm, partir da parede interior do Arco de Tito, Roma.

    Ao fim do trgico combate, quando finalmente conseguiram vencer as trs muralhas

    consecutivas que protegiam a cidade, os legionrios, irritados com a resistncia dos

    judeus, promoveram um verdadeiro banho de sangue (foram pelo menos 100 mil

    mortos) e terminaram por incendiar o Templo de Jerusalm, escravizando os

    sobreviventes.

    Briga demoradaSetenta mil legionrios participaram do cerco

    Catapulta semelhante a usada na

    Puro terrorismoPara estimular os sitiados rendio, era comum os atacantes promoverem atosde puro terror. Os judeus apanhados pelos romanos fora das muralhas eram

    crucificados na frente de todos. Um mar de cruzes servia como um aviso macabrodo que estava por vir.

    http://1.bp.blogspot.com/_lrnheGDims4/S_HbEP8tCHI/AAAAAAAAE-c/gbHczCK1Mv0/s1600/Catapulta,+por+Eward+Poynter+(1868)..jpghttp://1.bp.blogspot.com/_lrnheGDims4/S_HaIYEofYI/AAAAAAAAE-U/nGg-EkpPuUI/s1600/O+saque+de+Jerusal%C3%A9m,+%C3%A0+partir+da+parede+interior+do+Arco+de+Tito,+Roma.png
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    Regime foradoUma das maneiras de forar a rendio dos judeus era faz-los passar fome. E, coma muralha, no havia como fugir. Em Jerusalm, ela foi construda pelas legies commadeira e terra em tempo recorde: quatro dias.

    Tiro ao alvoA balstica arte de acertar os projteis no local designado era cumprida compreciso pela legio romana. Para medir as distncias dos tiros, os soldados usavamum projtil de chumbo com uma linha amarrada. J os judeus, a cada bala lanada,avisavam seus camaradas para se proteger. A frase-senha era meio bizarra: Bebchegando.

    S na sabotagemOs judeus usaram diversos e engenhosos contra-ataques, como tneis subterrneos,por onde saam noite para realizar ataques-relmpagos contra os romanos.Quando os romanos tomaram a segunda muralha, por exemplo, foram atacados pormilhares de guerrilheiros que haviam se emboscado nas casas e escombros do local.

    Pea de ataque

    A torre de assalto, de madeira e couro, era o alvo predileto dos defensores judeus e uma pea a ser protegida a qualquer custo pelos romanos. O nico jeito de deter omonstro era incendiando-o. E foi o que fez um grupo de judeus liderado por Joo, oIdumeu, numa ousada ao de sabotagem.

    Bate-estacaO exrcito romano usou bate-estacas para tentar abrir vos nas muralhas de

    Jerusalm. Foi assim que a cidade caiu, ao fim do cerco. Vinte homens e um

    corneteiro tomaram o local por uma brecha na fortaleza Antnia. Os judeus seimaginaram vtimas de um ataque em larga escala e fugiram.

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    Cerco de Jerusalm

    Em abril do ano 66 de nossa era, quando o governador romano confiscou dezessetetalentos do tesouro do Templo, os nacionalistas judeus se rebelaram. Eles se apoderaram do

    Templo, interromperam os sacrifcios dirios em honra ao imperador romano e capturaram afortaleza de Massada.

    A Revolta

    A Grande Guerra, ou Primeira Revolta Judaica, foi um evento mpar naquela regio, porqueos judeus foram o nico povo no antigo Oriente Prximo a lanar uma ofensiva em largaescala contra o Imprio Romano. mpar tambm foi o fato de que nenhum outro conflito da

    Antigidade foi relatado com tantos detalhes por uma testemunha ocular. Essa testemunhafoi um historiador judeu do primeiro sculo chamado Yosef ben Mattityahu, mais conhecidocomo Flvio Josefo. Josefo era um ex-fariseu e comandante das foras nacionalistas judaicasna Galilia. O historiador romano Dio Cssio tambm forneceu outro importante relato,baseado em documentos militares oficiais.

    Em resposta insurreio judaica, concentrada principalmente em Jerusalm, Vespasiano,principal comandante romano, foi enviado para sufocar o levante com cerca de cinqenta mil

    soldados. O ataque de Vespasiano comeou no norte de Israel que, ao contrrio de Jerusalm,ofereceu pouca resistncia. Por exemplo, as famlias judias que ocupavam a fortaleza galiliade Jotapata, defendida por Josefo, preferiram cometer suicdio a se renderem ao inimigo.Quanto a Josefo, ele passou para o lado dos romanos.

    Uma exceo foi a cidade de Gamla, nas Colinas de Gol, que, no outono do ano 67 d.C.,tentou conter o avano romano em direo a Jerusalm. Os romanos, porm, dizimaram acidade, massacrando quatro mil judeus. Para que suas famlias no fossem vtimas dabrutalidade de Roma, cerca de cinco mil judeus tiraram a prpria vida, saltando para a mortedo alto dos abismos que cercavam aquela rea. A atitude herica daquela cidade lhe rendeu ottulo de "Massada do Norte".

    O cerco de Jerusalm no ano 70 dC foi um acontecimento decisivo na Primeira revolta

    judaica. Ela foi seguida pela queda de Masada em 73 dC.

    O exrcito romano, liderada pelo futuro imperador Tito, com Tibrio Jlio Alexandre como

    seu segundo em comando, sitiaram e conquistaram a cidade de Jerusalm, que havia sido

    ocupada por seus defensores judeus em 66 dC. A cidade e seu famoso Templo foram

    destrudos em 70 dC.

    http://imperioroma.blogspot.com/2010/03/cerco-de-jerusalem.htmlhttp://imperioroma.blogspot.com/2010/03/cerco-de-jerusalem.html
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    A destruio do Templo ainda anualmente lamentado com o jejum judaico Tish

    Be Av, e o Arco de Tito, que mostra e celebrao do saque de Jerusalm e do

    Templo, ainda est em Roma.

    Apesar dos sucessos iniciais em repelir os cercos Romanos, o Zealotes lutavam entre

    si, pela liderana. Eles no tinham disciplina, treinamento e preparao para as

    batalhas que se seguiriam.

    Tito cercou a cidade, com trs legies (V Macedonica, OmeuNuke XII, XV

    Apolinrio), no lado ocidental, e uma quarta (X Fretensis) sobre o Monte das

    Oliveiras, a leste. Ele colocou presso sobre os alimentos e abastecimento de gua

    dos moradores, permitindo que os peregrinos entrassem na cidade para comemorar

    a Pscoa e, em seguida, recusando-lhes sada. Aps os judeus terem mataram umnmero de soldados romanos, Tito enviou Josefo, o historiador judeu, para negociar

    com os defensores, o que acabou com os judeus ferindo o negociador com uma seta.

    Em uma ocasio Tito quase foi capturado durante um sbito ataque, mas escapou.

    Em meados de maio Tito definiu destruir o Terceiro muro construdo recentemente,

    rompendo-o, bem como a segunda parede, e voltando sua ateno para a Fortaleza

    de Antnia ao norte do Monte do Templo. Os romanos foram atrados paracombates de rua com os zelotes, que foram, ento, condenada a retirar-se para o

    templo para evitar grandes perdas. Josephus no em outra tentativa de negociao,

    e os ataques judeus impediram a construo de torres de cerco na Fortaleza de

    Antonia. Comida, gua e outras disposies foram diminuindo dentro da cidade,

    mas pequenas partes de forragem conseguiu esgueirar-se para o abastecimento da

    cidade. Para colocar um fim s forrageiras, foram emitidas ordens para construir um

    novo muro, e construo da torre de cerco foi reiniciado tambm.

    Depois de vrias tentativas fracassadas de violao ou de escalar os muros da

    Fortaleza Antnia, os romanos finalmente lanou um ataque secreto, aos guardas

    enquanto dormiam e tomara a fortaleza. Com vista para o recinto do Templo, a

    fortaleza desde um ponto perfeito para atacar o prprio Templo. Os Aretes tiveram

    pouco progresso, mas durante a luta em si, eventualmente, as paredes ficaram em

    chamas, quando um soldado romano atirou um tio em uma das paredes do

    Templo. Destruir o Templo no estava entre as metas de Tito. O mais provvel, Tito

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    quis agarr-la e transform-lo em um templo dedicado ao imperador romano e um

    panteo romano. Mas o fogo se espalhou rapidamente e logo estava fora de

    controle. O templo foi destrudo em no final de agosto, e as chamas se espalharam

    nas sees residencial da cidade. As legies romanas esmagaram rapidamente a

    resistncia remanescente dos judeus. Parte dos judeus restantes escaparam atravsde tneis subterrneos ocultos, enquanto outros fizeram uma ltima resistncia na

    Cidade Alta. Esta defesa parou o avano dos romanos como eles tiveram que

    construir torres de assalto para atacar os judeus remanescentes. A cidade foi

    completamente sob controle romano em 7 de setembro e os romanos continuaram a

    perseguir os judeus que haviam fugido da cidade.

    Destruio de Jerusalm

    Sulpcio Severo (363 - 420), referindo-se em sua crnica de uma anterior por escrito,

    Tcito (56 - 117), alegou que Tito favoreceu a destruio do Templo de Jerusalm

    para ajudar a arrancar e destruir o povo judeu. O relato de Flvio Josefo Tito

    descrito como moderado em sua abordagem e, depois de conferenciar com os

    outros, ordenando que os mil anos de idade (na poca) Templo ser poupados.(Templo de Salomo, datado do sculo 10 aC, embora a estrutura fsica foi o Templo

    de Herodes, cerca de 90 anos na poca.) De acordo com Josephus, os soldados

    romanos ficaram furiosos com os ataques e tticas dos judeus e , contra as ordens de

    Tito, incendiaram um apartamento ao lado do Templo, que logo se espalhou por

    todo.

    Josephus agiu como mediador para os romanos e, quando as negociaes

    fracassaram, testemunhou o cerco e rescaldo. Ele escreveu:

    Agora, logo que o Exrcito no tinha mais pessoas para matar ou roubar, porque no ficou

    ningum para ser objeto de sua fria (por que no teria poupado algum, se houvesse

    permanecido qualquer outro trabalho a ser feito), [Tito] Csar deu ordens para que eles agora

    devem destruir toda a cidade eo Templo, mas deve deixar o maior nmero de torres de p

    como eles eram as de maior eminncia, isto , Phasaelus e Hpico e Mariamne; e tanto da

    parede em anexo a cidade no lado oeste. Este muro foi poupado, a fim de permitir umacampamento para os que estavam a residir na guarnio [na Cidade Alta], como eram as

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    torres [os trs fortes] tambm poupados, a fim de demonstrar posteridade que tipo de cidade

    que foi , e como bem fortificada, que o valor romano tinha subjugado, mas para todo o resto

    da parede [em torno de Jerusalm], que era to completamente estabelecido, mesmo com o solo

    por aqueles que cavaram-lo at a base, que havia deixado nada fazer aqueles que vieram de l

    que ela [Jerusalm] jamais foi habitada. Este foi o final que chegou a Jerusalm pela loucurados que foram para as inovaes, uma cidade de outra forma de grande magnificncia e da

    fama de valente entre todos os homens. E realmente, o ponto de vista muito em si foi uma

    coisa triste; pas para aqueles lugares que eram adornadas com rvores e jardins agradveis,

    foram-se agora desolado todos os sentidos, e suas rvores estavam todas cortadas. Nem

    poderia qualquer estrangeiro que anteriormente haviam visto a Judia e os subrbios mais

    bonitas da cidade e, agora, viu-o como um deserto, mas lamento e luto, infelizmente, a to

    grande mudana. Para que a guerra tinha previsto todos os sinais de beleza muitodesperdcio. Tambm no havia ningum que tivesse conhecido o lugar antes, tinha chegado a

    uma repentina para ele agora, ele teria conhecido lo novamente. Mas, embora ele

    [estrangeiro] no eram da prpria cidade, mas teria ele perguntou por ela.

    Josefo afirma que 1.100.000 pessoas morreram durante o cerco, dos quais a maioria

    eram judeus, e que 97.000 foram capturados e escravizados, incluindo Simo BarGiora e Joo de Gischala. Muitos fugiram para reas em torno do Mediterrneo. Tito

    teria se recusado a aceitar a coroa da vitria, pois "no h mrito em vencer povo

    abandonado pelo seu prprio Deus."

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    FLAVIO JOSEFO ANTIGUIDADES JUDAICAS

    ANTIGUIDADES JUDAICAS LIVRO XVIII - CAPTULO 4

    Revolta dos judeus contra Pilatos, governador daJudia,por ter feito entrar emJerusalm as bandeiras, que traziam a imagem do imperador. Ele as retira.Louvores de JESUS CRISTO. Horrvel ofensa feita a uma dama romana pelossacerdotes da deusa sis e castigo que Tibrio lhes inflige.770. Pilatos, governador da Judia, enviou dos quartis de inverno de Cesaria a

    Jerusalm tropas que traziam em seus estandartes a imagem do imperador, o que to contrrio s nossas leis que nenhum outro governador antes dele o fizera. Astropas entraram de noite, e por isso apenas no dia seguinte que se percebeu.

    Imediatamente os judeus foram em grande nmero procurar Pilatos em Cesaria edurante vrios dias rogaram-lhe que removesse aqueles estandartes. Ele negou opedido, dizendo que no o poderia fazer sem ofender o imperador. Mas como elescontinuavam a insistir, ordenou aos seus soldados, no stimo dia, que secretamentese conservassem em armas e subiu em seguida ao tribunal que mandara erguer depropsito no local dos exerccios pblicos, porque era o lugar mais apropriado paraescond-los.Os judeus, porm, insistiam no pedido. Ele ento deu o sinal aos soldados, que os

    envolveram imediatamente por todos os lados, e ameaou mandar mat-los secontinuassem a insistir e no voltassem logo cada qual para a sua casa. A essaspalavras, eles lanaram-se todos por terra e apresentaram-lhe a garganta descoberta,para mostrar que a observncia de suas leis lhes era muito mais cara que a prpriavida. Aquela constncia e zelo to ardentes pela religio causou tanto assombro aPilatos que ele ordenou que se levassem os estandarte de Jerusalm para Cesaria.771. Em seguida, Pilatos tentou retirar dinheiro do tesouro sagrado para fazer vir a

    Jerusalm, pelos aquedutos, a gua cujas nascentes distavam uns duzentos estdios.

    O povo ficou de tal modo revoltado que veio em grupos numerosos queixar-se erogar-lhe que no continuasse aquele projeto. E, como acontece ordinariamente nomeio de uma populao exaltada, alguns chegaram de dizer-lhe palavras injuriosas.Ele ordenou ento aos soldados que escondessem cacetes debaixo da tnica erodeassem a multido. Quando recomearam as injrias, sinalizou aos soldadospara que executassem o que havia determinado. Eles no somente obedeceram,como fizeram mais do que ele desejava, pois espancaram tanto os sediciosos quantoos indiferentes. Os judeus no estavam armados, e por isso muitos morreram e

    vrios foram feridos. E a sedio terminou.

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    ELIEZER LUCENA DE CASTRO

    772. Nesse mesmo tempo, apareceu JESUS, que era um homem sbio, se quepodemos consider-lo simplesmente um homem, to admirveis eram as suas obras.Ele ensinava os que tinham prazer em ser instrudos na verdade e foi seguido nosomente por muito judeus, mas tambm por muitos gentios. Ele era o CRISTO(MESSIAS). Os mais ilustres dentre os de nossa nao acusaram-no perantePilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante a suavida no o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo noterceiro dia, como os santos profetas haviam predito, dizendo tambm que ele fariamuitos outros milagres. dele que os cristos, os quais vemos ainda hoje, tiraram oseu nome.

    ANTIGUIDADES JUDAICAS LIVRO XVIII - CAPTULO 7

    Guerra entre Aretas, rei de Petra, e Herodes, o tetrarca, que, tendo desposado afilha daquele, queria repudi-la para casar-se com Herodias, filha de Aristbulo emulher de Herodes, seu irmo por parte de pai. O exrcito de Herodes totalmente derrotado, e os judeus atribuem ao fato de ele ter colocado Joo Batistana priso. Posteridade de Herodes, o Grande.780. Nesse mesmo tempo, aconteceu, pelo motivo que passo a descrever, umagrande guerra entre Herodes, o tetrarca, e Aretas, rei de Petra. Herodes, que haviadesposado a filha de Aretas e vivera muito tempo com ela, passou, numa viagem a

    Roma, pela casa de Herodes, seu irmo por parte de pai, filho da filha de Simo,sumo sacerdote, e concebeu tal paixo pela mulher dele, Herodias filha deAristbulo, irmo de ambos e irm de Agripa, que depois foi rei , que propsdespos-la logo que estivesse de volta de Roma e repudiasse a filha de Aretas.Ele continuou a sua viagem e voltou aps cumprir as incumbncias de que foraencarregado. A sua mulher veio a saber de tudo o que se havia passado entre ele eHerodias, mas nada demonstrou e rogou-lhe que permitisse ir a Maquera, fortalezasituada na fronteira dos dois territrios, que ento pertencia ao rei seu pai. Como

    Herodes no julgava que ela soubesse de seu projeto, no teve dificuldade ematend-la. O governador da praa recebeu-a muito bem, e um grande nmero desoldados escoltou-a at a corte do rei Aretas.Ela contou-lhe da resoluo tomada por Herodes, e ele sentiu-se muito ofendido.Havendo j surgido algumas divergncias entre os dois prncipes, por causa doslimites do territrio de Gamala, eles entraram em guerra; todavia, nem um nemoutro tomou parte dela em pessoa. A batalha travou-se, e o exrcito de Herodes foicompletamente derrotado, devido traio de alguns refugiados que, expulsos da

    tetrarquia de Filipe, se alistaram nas tropas de Aretas. Herodes escreveu a Tibrio,contando o que havia acontecido, e este ficou to enfurecido contra Aretas que

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    ordenou a Vitlio que lhe declarasse guerra e o trouxesse vivo, se possvel, ou lhemandasse a cabea, caso ele viesse a morrer na luta.781. Vrios judeus julgaram a derrota do exrcito de Herodes um castigo de Deus,

    por causa de Joo, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade queexortava os judeus a abraar a virtude, a praticar a justia e a receber o batismo,

    para se tornarem agradveis a Deus, no se contentando em evitar o pecado, masunindo a pureza do corpo da alma. Como uma grande multido o seguia paraouvir a sua doutrina, Herodes, temendo que ele, pela influncia que exercia sobreeles, viesse a suscitar alguma rebelio, porque o povo estava sempre pronto a fazero que Joo ordenasse, julgou que devia prevenir o mal, para depois no ter motivode se arrepender por haver esperado muito para remedi-lo. Por esse motivo,mandou prend-lo numa fortaleza em Maquera, de que acabamos de falar, e os

    judeus atriburam a derrota de seu exrcito a um castigo de Deus, devido a esse atoto injusto.782. Vitlio, para executar a ordem recebida de Tibrio, tomou duas legies e suascavalarias e outras tropas que os reis sujeitos ao Imprio Romano lhe enviaram. Nasua marcha em direo a Petra, chegou a Ptolemaida. O seu intento era fazer passaro exrcito atravs da Judia, porm os maiorais dessa nao vieram pedir-lhe queno o fizesse, porque as legies romanas traziam em seus estandartes figuras queeram contrrias nossa religio. Ele satisfez-lhes o pedido e mandou que os

    soldados passassem pelo campo. Acompanhado pelo tetrarca e seus amigos, foi aJerusalm oferecer sacrifcios a Deus, pois se aproximava o dia de uma festa. Ele foirecebido com grandes honras e l permaneceu trs dias.783. Nesse tempo, tirou o sumo sacerdcio de jnatas para d-la a TeFlon, seuirmo. E, havendo recebido a notcia da morte de Tibrio, fez o povo prestar

    juramento de fidelidade a Caio Calgula, que lhe sucedera no imprio. Essamudana o fez recolher as tropas, e ele enviou-as aos quartis de inverno e voltou a

    Antioquia.

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    ANTIGUIDADES JUDAICAS LIVRO XVIII - CAPTULO 8Albino sucede a Festo no governo dajudia e o reiAgripa d e tira diversas vezes osumo sacerdcio. Anano, sumo sacerdote, manda matar Tiago. Agripa engrandecee embeleza a cidade de Cesaria de Filipe e a chama Neroniana. Graas que eleconcede aos levitas. Relao de todos os sumos sacerdotes desde Aaro.856. Morrendo Festo, Nero deu o governo da Judia a Albino e o rei Agripa tirou osumo sacerdcio de Jos para d-lo a Anano. Anano, o pai, foi considerado comoum dos homens mais felizes do mundo, pios gozou quanto quis dessa grandedignidade e teve cinco filhos que a possuram tambm depois dele; o que jamaisaconteceu a qualquer outro. Anano, um dos de que ns falamos agora, era homemousado e empreendedor, da seita dos saduceus, que, como dissemos, so os maisseveros de todos judeus e os mais rigorosos nos julgamentos. Ele aproveitou o

    tempo da morte de Festo, e Albino ainda no tinha chegado, para reunir umconselho, diante do qual fez comparecer Tiago, irmo de Jesus, chamado Cristo, ealguns outros; acusou-os de terem desobedecido s leis e os condenou aoapedrejamento.Esse ato desagradou muito a todos os habitantes de Jerusalm, queeram piedosos e tinham verdadeiro amor pela observncia de nossas leis.Mandaram secretamente pedir ao rei Agripa que ordenasse a Anano, nada maisfazer de semelhante, pois o que ele fizera, no se podia desculpar. Alguns delesforam presena de Albino, que ento tinha partido de Alexandria, para inform-lo

    do que se havia passado e dizer-lhe que Anano no podia nem devia ter reunidoaquele conselho sem sua licena. Ele aceitou estas desculpas e escreveu a Anano,encoleriza-do, ameaando mandar castig-lo. Agripa, vendo-o to irritado, tirou-lheo sumo sacerdcio, que exercera somente durante quatro meses, e a deu a Jesus,filho de Daneu.

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    FLVIO JOSEFO GUERRAS DOS JUDEUS

    GUERRAS JUDAICAS LIVRO I - INTRODUOAssim, comearei minha histria por onde seus autores e nossos profetas ter-

    minaram as suas. Referirei particularmente, com toda a exatido que me forpossvel, a guerra que se travou no meu tempo e contentar-me-ei em tocar bre-vemente o que se passou nos sculos precedentes.Direi de que modo o rei Antoco Epifnio, depois de ter tomado Jerusalm e de t-la

    possudo durante trs anos e meio, de l foi expulso pelos filhos de Matatias,hasmoneu.

    Observe Josefo fala dos trs anos e meio das profecias de Daniel, ou seja, um tempo,

    dois tempos e metade de um tempo, que foi o tempo que durou a profanao doTemplo em Jerusalm feita pelos gregos.

    GUERRAS JUDAICAS LIVRO V - CAPTULO 32Espantosa misria em que se achava Jerusalm e invencvel teimosia dos rebeldes.Tito faz erguer quatro novas plataformas.424. Os judeus, vendo-se ento inteiramente cercados na cidade, desesperavam-sede uma vez de sua salvao. A fome que sempre aumentava, devorava famlias

    inteiras.As casas estavam cheias de cadveres de mulheres e de crianas, e as ruas,de corpos de ancios. Os moos, inchados e cambaleando pelas ruas, mais pareciamespectros do que seres vivos e o menor obstculo os fazia cair. Assim, no tinham

    foras para enterrar os mortos e quando mesmo as tivessem, no teriam podidofaz-lo, quer por seu nmero muito elevado, quer porque eles mesmos no sabiamquanto tempo ainda lhes restaria de vida. Se algum se esforava por prestar essedever de piedade, morria tambm quase sempre de faz-lo; outros arrastavam-secomo podiam at o lugar de sua sepultura, para ali esperar o momento da morte,

    que estava prxima.No meio de to espantosa misria no se ouviam choros nemlamentos, no se escutavam gemidos, porque aquela fome horrvel com que a almaestava inteiramente ocupada afogava todos os outros sentimentos. Os que aindaviviam, contemplavam os mortos com olhos enxutos, e seus lbios inchados elvidos lhes faziam ver a morte esculpida no rosto. O silncio era to grande em todaa cidade, como se ela tivesse sido sepultada numa noite profunda ou que l novivesse mais um ser humano. Em tal contingncia aqueles celerados, que de tudoeram a causa principal, mais cruis que a mesma fome e que os animais ferozes,

    entravam naquelas casas que eram mais sepulcros que lares, e despojavam osmortos, tiravam-lhes at as vestes, e acrescentando ainda a zombaria a to espantosa

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    desumanidade feriam com golpes os que ainda respiravam para experimentar sesuas espadas ainda tinham gume. Mas ao mesmo tempo, por uma crueldadecontrria, recusavam-se a matar, com desprezo, queles que lhos pediam, ou aindaemprestar-lhes a espada para que eles mesmos se matassem, a fim de se libertar dosmales que a fome os fazia sofrer. Os moribundos, ao entregar a alma, voltavam osolhos para o Templo, tinham o corao partido de dor por deixar ainda com vidaaqueles celerados, que o profanavam de maneira to horrvel. Aqueles monstros deimpiedade, no comeo, enterravam os mortos custa do poder pblico, para selivrar do mau cheiro. Mas no podendo mais faz-lo, jogavam-nos por cima domuro, ao fundo dos vales. O horror que Tito sentiu por v-los, quando deu a volta atoda a praa e o estranho fedor do apodrecimento dos cadveres, f-lo soltar umprofundo suspiro; ele elevou suas mos para o cu e tomou a Deus por testemunha

    de que no era culpado de tudo aquilo. Este o estado mais que deplorvel de toinfeliz e miservel cidade.Como os romanos no temiam mais os ataques dos judeus, que o desnimo, bemcomo a fome, mantinha dentro de seus muros, viviam tranqilos e nada faltava aoseu exrcito, porque traziam da Sria e das provncias vizinhas trigo e todas asoutras provises de que podiam ter necessidade. Eles os expunham vista dos

    judeus e to grande abundncia de alimentos incitava-lhes ainda mais a fome,aumentando neles o pavor de sua misria. Nada, porm, era capaz de mover os

    rebeldes. Tito para salvar, pelo menos, tomando a cidade o mais depressa possvel,o restante desse pobre povo, de que ele sentia compaixo, mandou erguer novasplataformas, embora tivessem de faz-lo com grandes dificuldades, pela falta demateriais, porque haviam empregado toda a madeira naquelas que haviam sidodestrudas pelo fogo, e os soldados deviam ir buscar novos troncos de rvores anoventa estdios da cidade. Comearam perto da fortaleza Antnia a erguer quatroplataformas, maiores que as precedentes, e Tito estava continuamente a cavalo, paraapressar aquele estafante trabalho, que devia tirar todas as ltimas esperanas dos

    rebeldes; mas eles eram incapazes de se arrepender. Parece que tinham o corpo e aalma completamente isolados sem se comunicarem entre si, to pouco ou nada secomoviam com o que muito os deveria impressionar e seus corpos eram insensveis dor. Eles estraalhavam como ces os cadveres daquele pobre povo, e enchiam asprises com os que ainda respiravam.

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    GUERRAS JUDAICAS LIVRO VI - CAPTULO 1Horrvel misria a que Jerusalm se encontra reduzida e incrvel desolao detodos os pases dos arredores. Os romanos terminam em vinte e um dias suasnovas plataformas.432. Os males que afligiam Jerusalm aumentavam cada vez mais; o furor dosrevoltosos aumentava tambm, pois a fome era tal que os roubos no impediam queeles tambm comeassem a se sentir envolvidos na mesma misria geral, qu