Contribuições Para a Lexicografia Pedagógica a Partir de Dados Extraídos de Livros Didáticos

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Estudos da Língua(gem) Vitória da Conquista v. 11, n. 2 p. 43-61 dezembro de 2013 *Sobre a autora ver página 61. Estudos da Língua(gem) Contribuições para a lexicografia pedagógica a partir de dados extraídos de livros didáticos Contributions to pedagogical lexicography through data collected from didactic books Larissa Moreira BRANGEL* UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS/BRASIL RESUMO O presente artigo contrasta dados linguísticos extraídos de cinco livros didáticos para trazer contribuições à Lexicografia Pedagógica. Tendo em vista que o PNLD orienta que o dicionário Tipo 2 deve cobrir o 2º, 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental, procuramos mostrar que essa homogeneidade linguística não é verificada nos livros didáticos. De acordo com os dados, o ideal é que o dicionário Tipo 2 seja voltado para o 4º e 5º ano. Além disso, os resultados indicaram que paráfrases explanatórias de dicionários Tipo 2 não deveriam ultrapassar 14 palavras. Os dados foram obtidos através da ferramenta computacional Coh- Metrix-Port. PALAVRAS-CHAVE: Lexicografia Pedagógica. Paráfrase Explanatória. Livros Didáticos.

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  • Estudos da Lngua(gem) Vitria da Conquista v. 11, n. 2 p. 43-61 dezembro de 2013

    *Sobre a autora ver pgina 61.

    Estudos da Lngua(gem)

    Contribuies para a lexicografia pedaggica a partir de dados extrados de livros didticos

    Contributions to pedagogical lexicography through data collected from didactic books

    Larissa Moreira Brangel*Universidade Federal do rio Grande do sUl UFrGs/Brasil

    RESUMOO presente artigo contrasta dados lingusticos extrados de cinco livros didticos para trazer contribuies Lexicografia Pedaggica. Tendo em vista que o PNLD orienta que o dicionrio Tipo 2 deve cobrir o 2, 3, 4 e 5 ano do ensino fundamental, procuramos mostrar que essa homogeneidade lingustica no verificada nos livros didticos. De acordo com os dados, o ideal que o dicionrio Tipo 2 seja voltado para o 4 e 5 ano. Alm disso, os resultados indicaram que parfrases explanatrias de dicionrios Tipo 2 no deveriam ultrapassar 14 palavras. Os dados foram obtidos atravs da ferramenta computacional Coh-Metrix-Port.

    PALAVRAS-CHAVE: Lexicografia Pedaggica. Parfrase Explanatria. Livros Didticos.

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    ABSTRACTThis paper contrasts linguistic data obtained from five didactic books on Portuguese language in order to contribute to Pedagogical Lexicography. Bearing in mind that the most recent version of PNLD suggests that Type-2 dictionary should be used during the 2nd, 3rd, 4th and 5th years of elementary education, we point out that this linguistic homogeneity is not verified in didactic books. According to data, Type-2 dictionaries should be adopted during the 4th and 5th years of school life. Moreover, data also showed that an explanatory paraphrase of a Type-2 dictionary should not have more than 14 words. Data were obtained through the Coh-Metrix-Port computational tool.

    KEYWORDS: Pedagogical Lexicography. Explanatory Paraphrase. Didactic Books.

    1 Introduo

    Dentre os estudos em Lexicografia, existe uma rea preocupada

    em elaborar obras lexicogrficas especficas para o processo de ensino-

    aprendizagem, satisfazendo, assim, os anseios dos estudantes e aprendizes de uma lngua (cf. LANDAU, 2001; WELKER, 2004; ATKINS; RUNDELL, 2008). A rea de estudos em questo recebe o nome de Lexicografia Pedaggica e definida por Hartmann e James (2001, s.v.

    pedagogical lexicography) como um conjunto de atividades voltado para o desenho, compilao, uso e avaliao dos dicionrios pedaggicos1. Os dicionrios pedaggicos so os produtos finais da Lexicografia

    Pedaggica e podem ser divididos em dois grandes grupos de acordo com o tipo de consulente ao qual se destinam, a saber, dicionrios voltados para aprendizes de uma lngua estrangeira e dicionrios voltados para falantes em processo de aprendizagem formal de sua lngua materna (FARIAS 2009, p. 17-18). Restringindo a discusso ao mbito dos dicionrios pedaggicos voltados para falantes nativos em solo brasileiro, nos encontramos diante dos dicionrios escolares e sua importante funo de auxiliar o ensino e a aprendizagem formal da lngua portuguesa ao longo da educao escolar. 1 A complex of activities concerned with the design, compilation, use and evaluation of pedagogical dictionaries traduo nossa.

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    O ensino escolar da lngua materna constitui uma tarefa de grande relevncia aos indivduos de uma sociedade. neste perodo que os falantes aprendem a lidar com as estruturas formais da sua lngua que, diferentemente de outras habilidades lingusticas, no so automaticamente desenvolvidas no processo de aquisio da linguagem. Por essa razo, os instrumentos utilizados em sala de aula devem desempenhar uma funo essencialmente pedaggica, de modo a conduzirem o aluno em fase escolar ao conhecimento lingustico proposto (cf. PCN, 1997)2. Da mesma forma, acreditamos que os instrumentos utilizados em diferentes etapas de ensino (livros didticos e dicionrios escolares, por exemplo) devem apresentar correspondncias no que diz respeito sua constituio lingustica, tais como densidade vocabular, extenso dos enunciados, complexidade sinttica das sentenas etc.; uma vez que essas obras devem respeitar os limites de cada etapa de escolarizao dos seus usurios.

    Levando em conta tais consideraes, objetivo geral do presente trabalho traar uma relao entre livros didticos de lngua portuguesa utilizados no 1 e 2 ciclo do ensino fundamental (1 ao 5 ano)3 e os dicionrios de lngua portuguesa adotados no mesmo perodo. Essa relao ser traada a partir de dados lingusticos coletados de cinco livros didticos de lngua portuguesa, voltados para o 1, 2, 3, 4 e 5 ano do ensino fundamental. Conforme ser debatido a partir de agora, estudos recentes na rea da Lexicografia Pedaggica nos levam a crer

    que os atuais materiais lexicogrficos utilizados no 1 e 2 ciclo do ensino

    fundamental no parecem ser colocados em sincronia com a proposta pedaggica apresentada pelo MEC e com outros materiais didticos utilizados em sala de aula nesse mesmo perodo, devendo, portanto, ser repensados. O objetivo mais especfico do trabalho constitui em fixar

    padres lingusticos a partir da extrao de dados de livros didticos, de modo a utilizar esses dados na elaborao de parmetros que, ao nosso,

    2 Para maiores informaes a respeito dos contedos programticos desenvolvidos em sala de aula em cada etapa da idade escolar, consultar os Parmetros Curriculares Nacionais (1997).3 Atualmente, a proposta do MEC para a educao bsica a de um ensino fundamental de nove anos, dividido em quatro ciclos: o 1 ciclo referente ao 1, 2 e 3 ano do ensino fundamental, o 2 ciclo referente ao 4 e 5 ano, o 3 ciclo referente ao 6 e 7 ano, e o 4 ciclo referente ao 8 e 9 ano. Ser sobre essa proposta curricular que teceremos nossas consideraes.

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    ver, contribuiro para o aprimoramento dos dicionrios escolares de lngua portuguesa, voltados para o 1 e 2 ciclo do ensino fundamental.

    1.1 A Lexicografia Pedaggica e os dicionrios voltados para o 1 e 2 ciclo do ensino fundamental

    Os debates em torno da Lexicografia Pedaggica, com especial

    ateno aos dicionrios escolares, vm ganhando cada vez mais espao no cenrio brasileiro (cf. DAMIN, 2005; DURO, 2011; KRIEGER, 2006; BUGUEO MIRANDA; FARIAS, 2009; FARIAS, 2009 e CARVALHO;

    BAGNO, 2011). Essa ateno se deve, em grande parte, incluso dos dicionrios escolares ao Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD4), um programa do governo brasileiro que, desde 1996, avalia instrumentos que servem de apoio ao processo de ensino-aprendizagem e, desde 2002, avalia, tambm, dicionrios escolares de lngua portuguesa.

    Em pocas anteriores ao PNLD Dicionrios, as obras lexicogrficas

    adotadas em sala de aula eram dicionrios do tipo mini, geralmente inseridos nos programas pedaggicos por volta da 3 srie do ensino fundamental e utilizados at o final da vida escolar do aluno. Conforme

    aponta Rangel (2011, p. 45), o PNLD de 2006 constatou que a utilizao desse tipo de obra lexicogrfica resultava em um desuso generalizado

    por parte dos estudantes, principalmente dos estudantes dos primeiros anos do ensino fundamental, em razo da inadequao pedaggica dos minidicionrios frente a consulentes em idade escolar. Diante dessas constataes, fez-se iminente a necessidade de se estabelecer novos parmetros para a elaborao de dicionrios escolares, culminando, assim, nas mudanas introduzidas pelo PNLD 2006.

    A primeira concluso advinda dos fatos acima que os dicionrios escolares, ao cumprirem funes especficas junto a um pblico especfico, ou seja, auxiliar o ensino da lngua materna a alunos do ensino

    fundamental e ensino mdio, devem apresentar caractersticas diferentes dos dicionrios do tipo mini ou do tipo geral, por exemplo. Essas ltimas obras, por serem pensadas para um pblico adulto e j escolarizado,

    4 http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=668id=12391option=com_contentview=article

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    apresentam caractersticas que no vo ao encontro das necessidades de um pblico ainda em fase escolar5. Com o intuito de garantir a funcionalidade dos dicionrios escolares frente ao seu pblico alvo, o MEC vem aprimorando a sua proposta para a concepo dessas obras lexicogrficas nos sucessivos editais lanados pelo PNLD Dicionrios.

    No edital mais recente, lanado em 2012, encontra-se a seguinte proposta lexicogrfica para o ensino fundamental:

    A proposta acima, apesar de representar um avano nas polticas pblicas de educao em relao ao uso de dicionrios em sala de aula, ainda alvo de crticas por alguns educadores com formao em Lexicografia. O trabalho de Farias (2009), por exemplo, j preconizava a

    necessidade de um dicionrio do tipo intermedirio que se colocasse entre a fase inicial de escolarizao dos alunos (1 ciclo), perodo em que ocorre o processo de alfabetizao, e a fase em que esses alunos j se encontram com o domnio da escrita e da leitura consolidado (2 ciclo em diante). Em um estudo posterior, Pires (2012) comprova que os dicionrios de Tipo 1 deveriam restringir suas informaes a dois segmentos informativos, a saber, a forma ortogrfica da palavra e a sua

    separao silbica, uma vez que os anseios de alunos em sries iniciais correspondem, basicamente, confirmao das hipteses ortogrficas

    dessas crianas. Alm disso, levando em conta que a fase de alfabetizao dos alunos no se restringe ao 1 ano do ensino fundamental, Pires (2012) tambm prope que os dicionrios de Tipo 1 no sejam restritos apenas a esse ano, mas a todo o 1 ciclo do ensino fundamental. Com base nos argumentos apresentados pelos dois trabalhos supracitados, possvel pensar em uma outra proposta lexicogrfica para o ensino fundamental:

    5 Farias (2009, p. 41), por exemplo, define o dicionrio escolar como uma obra seletiva e sinsitmica em relao s suas caractersticas lingusticas. Segundo a autora, o dicionrio escolar seletivo porque no contempla o vocabulrio desusado ou de baixa frequncia e sinsitmico porque representa uma norma ideal da lngua.

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    Nessa nova proposta, o dicionrio de Tipo 2 assumiria o papel de dicionrio intermedirio sugerido por Farias (2009, p. 47). No presente trabalho, procuraremos, atravs da extrao de dados lingusticos de cinco livros didticos voltados para o 1 e 2 ciclo do ensino fundamental, comprovar que existem dois momentos demarcados nos cinco primeiros anos da educao bsica. Ao primeiro momento, corresponde uma fase de alfabetizao, voltada para o ensino e fixao do portugus escrito. Ao

    segundo momento, corresponde a fase na qual a linguagem escrita j est fixada, sendo possvel ao aluno ler e interpretar textos mais complexos

    que os oferecidos nos trs primeiros anos.Tendo em vista que os dicionrios pedaggicos devem ser

    colocados como instrumentos de apoio aos livros didticos, respeitando, assim, as diferentes fases do ensino da lngua portuguesa, procuraremos, atravs de uma anlise emprica, fundamentar a proposta lexicogrfica

    apresentada no quadro 2. Esse movimento corresponde primeira contribuio que pretendemos fornecer Lexicografia Pedaggica

    brasileira a partir dos resultados coletados. A segunda contribuio, de outra natureza, est relacionada com parfrases explanatrias oferecidas pelos dicionrios de tipo 2, que discutiremos a partir de agora.

    1.2 As parfrases explanatrias e os dicionrios pedaggicos

    De acordo com Jackson (2002, p.86), toda a obra lexicogrfica

    cumpre, essencialmente, dois propsitos: o de fornecer ao consulente a ortografia correta das palavras e o de inform-lo o significado das mesmas.

    Se, por um lado, o conhecimento da ortografia das palavras ocorre atravs

    da leitura do comentrio de forma dos vocbulos lematizados, por outro, o conhecimento do significado dessas palavras ocorre, fundamentalmente,

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    atravs da leitura do comentrio semntico6, cujo elemento principal , indubitavelmente, a parfrase explanatria (FARIAS, 2012).

    Conforme exposto por Brangel e Bugueo Miranda (2012), a gerao de parfrases explanatrias em dicionrios voltados para fases iniciais de alfabetizao (dicionrios de Tipo 1 e dicionrios de Tipo 2, segundo a proposta lexicogrfica oferecida pelo MEC) representa um

    verdadeiro desafio ao lexicgrafo, uma vez que este lexicgrafo, alm de

    enfrentar os problemas usuais intrnsecos ao ato definir, deve, tambm,

    faz-lo com vista a um pblico em estgios bastante iniciais do domnio do portugus escrito. Dessa maneira, falar sobre uma proposta terica para a gerao de parfrases explanatrias para dicionrios voltados para os primeiros anos do ensino fundamental requer algumas consideraes especficas.

    De acordo com Bugueo Miranda (2009), uma teoria da definio

    lexicogrfica deve contar com o cruzamento de trs variveis: uma

    taxonomia de parfrases explanatrias, uma teoria semntica e um pattern sinttico. Segundo o autor, a escolha por uma taxonomia de parfrases explanatrias permite que se estabelea uma correlao entre os modelos parafrsticos e as particularidades da entidade a ser definida; a adoo

    de uma teoria semntica permite calcular a quantidade e o tipo de informao oferecido na parfrase; e o estabelecimento de um pattern sinttico permite propor uma formulao sintagmtica para a parfrase, ou seja, uma sintaxe da definio. Ainda que esse modelo apresente

    grandes possibilidades de gerar bons resultados, uma vez que aborda o fenmeno da definio lexicogrfica sob diversos vieses, e no de maneira

    parcial, como o prprio autor enfatiza, acreditamos que a sua aplicao voltada para a gerao de parfrases em um dicionrio de Tipo 2 requer, ainda, a insero de uma subvarivel relativa extenso das parfrases. 6 Utilizando-se da terminologia proposta por Seco (2003), Bugueo Miranda (2009) divide as informaes microestruturais como informaes de primeiro enunciado, que correspondem ao signo lingustico como significante, e as informaes de segundo enunciado, que correspondem ao signo lingustico como significado. Essas reflexes servem para ilustrar a proposta apresentada por Wiegand (1989 apud BUGUEO MIRANDA, 2009) sobre dois conjuntos de informaes encontrados dentro dos verbetes, que recebem o nome de comentrio de forma e comentrio semntico. Hartmann e James (2001, s.v. comment) apontam informaes referentes ortografia, gramtica e pronncia como pertencentes ao comentrio de forma, enquanto a definio, a etimologia e as marcas de uso fariam parte do comentrio semntico.

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    Tendo em vista o estgio inicial de aprendizagem que os consulentes dos dicionrios de Tipo 2 se encontram (4 e 5 ano, de acordo com nossa proposta), essencial que pensemos em parfrases explanatrias que, alm de apresentarem uma sintaxe mais simplificada,

    que um aspecto referente ao pattern sinttico no modelo de Bugueo Miranda (2009), apresentem, tambm, um nmero controlado de palavras. Acreditamos que essa particularidade corresponda a uma caracterstica complementar, porm subalterna, ao pattern sinttico, por isso optamos por cham-la de subvarivel.

    Dessa forma, o segundo objetivo especfico da pesquisa, aps

    fundamentar empiricamente uma proposta lexicogrfica que coloca o

    dicionrio de Tipo 2 como um instrumento voltado para o 4 e 5 ano do ensino fundamental, consolidar, atravs de uma anlise quantitativa, a extenso do enunciado de uma parfrase explanatria em um dicionrio de Tipo 2.

    A metodologia empregada constitui-se na anlise computacional de textos extrados de livros didticos voltados para o 4 e 5 ano do ensino fundamental. A partir da compilao de um corpus alimentado com esses textos, procurou-se chegar a um nmero mdio de palavras por sentenas. Assim, com base na mdia geral de palavras por sentena, extradas de textos de livros didticos voltados para o 4 e 5 ano do ensino fundamental, pretende-se chegar ao nmero mdio de palavras por sentena que uma parfrase explanatria voltada para alunos desse mesmo perodo escolar deveria apresentar.

    2 Mtodo

    Para a realizao da pesquisa, foram digitalizadas as cinquenta primeiras pginas de cinco livros didticos de lngua portuguesa (CARPANEDA; BRAGANA, 2007a, 2007b, 2008; 2011a, 2011b). As cinco obras selecionadas correspondem coleo Porta Aberta, voltada para o 1, 2, 3, 4 e 5 ano do ensino fundamental, utilizada em aulas de lngua portuguesa de escolas de Porto Alegre.

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    Aps a digitalizao dos cinco corpora em arquivos separados, conduziu-se a anlise de cada um deles atravs da ferramenta computacional para anlise lingustica Coh-Metrix-Port7. Segundo os criadores do Coh-Metrix-Port, que uma adaptao para o portugus da ferramenta Coh-Metrix, desenvolvida na Universidade de Memphis, o propsito da ferramenta calcular ndices que avaliam a coeso, a coerncia e a dificuldade de compreenso de um texto, sendo esses

    ndices expressos em mtricas. Dentre as 34 mtricas oferecidas pelo Coh-Metrix-Port, selecionamos as mtricas correspondentes ao nmero total de palavras, nmero de sentenas e quantidade de palavras por sentena para o desenvolvimento da presente pesquisa.

    3 Resultados A tabela abaixo sumariza os dados coletados pela ferramenta

    Coh-Metrix-Port.

    Conforme presumamos, as mtricas referentes ao nmero de palavras e ao nmero de sentenas dos corpora analisados apontam para diferenas significativas no que diz respeito ao aumento da quantidade

    de palavras e de sentenas dos livros no avanar das etapas de ensino dos cinco primeiros anos do ensino fundamental. A tabela acima permite inferir que tanto o nmero de palavras como o nmero de sentenas ascende de maneira gradual nos materiais didticos analisados.

    Em relao ao nmero de palavras, interessante observar que as mtricas referentes ao 1 e ao 2 ano do ensino fundamental so bastante

    7 Disponvel em http://www.nilc.icmc.usp.br:3000/

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    prximas, sendo que no 3 ano existe uma pequena variao. A variao mais significativa, no entanto, ocorre no 4 e 5 ano, perodo no qual o

    aluno exposto a uma quantidade bem maior de linguagem escrita. Essa diferena, representada quantitativamente, pode ser verificada, tambm, em

    uma anlise qualitativa dos materiais didticos selecionados. Ao se consultar os materiais, possvel verificar que os trs primeiros livros didticos da

    coleo Porta Aberta, voltados para o 1, 2 e 3 ano do ensino fundamental, oferecem aos alunos textos bastante simplificados (geralmente canes

    de ninar, cantigas de roda e versos, por exemplo), alm de enfatizarem o aprendizado do alfabeto e o treino da caligrafia. Ao que tudo indica, trata-

    se de um perodo dedicado alfabetizao dos alunos, sendo a fixao

    das regras mais bsicas da linguagem escrita (tais como a ortografia das

    palavras, o uso de maisculas e minsculas e a diferena entre letra cursiva e letra de forma) o principal enfoque destes livros.

    Em contrapartida, os livros voltados para o 4 e 5 ano do ensino fundamental apresentam caractersticas bem divergentes de seus antecessores. Conforme pode ser inferido na tabela 1, os materiais didticos utilizados no 2 ciclo do ensino fundamental se diferenciam dos demais materiais analisados por apresentarem uma quantidade maior tanto de palavras como de sentenas.

    Assim como ocorreu com os livros voltados para o 1, 2 e 3 ano, a avaliao quantitativa dos livros para o 4 e 5 ano fornecida pela ferramenta Coh-Metrix-Port vai ao encontro de nossa avaliao qualitativa. Ao se analisar esses dois materiais didticos e compar-los aos trs materiais que os antecedem, possvel identificar o que poderamos

    chamar de uma nova fase do estudo da lngua materna. Essa nova etapa se diferencia, principalmente, pela iniciao do estudante leitura de textos mais complexos do que os oferecidos anteriormente e pelo abandono de atividades relacionadas ao perodo de alfabetizao, tais como a nfase no ensino do alfabeto. Os textos apresentados por esses dois materiais didticos no constituem mais cantigas e parlendas, como em outro momento, e do espao para textos de outra natureza, tais como crnicas e artigos jornalsticos, o que acarreta em uma estrutura textual mais complexa e um aumento no nmero de palavra, sentenas e extenso das sentenas. O grfico abaixo ilustra a progresso por ora descrita:

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    GRfICO 1: diferena na quantidade de palavras e sentenas em livros didticos de lngua portuguesa voltados para o 1, 2, 3, 4 e 5 ano do ensino fundamental.

    Os resultados da anlise conduzida pela ferramenta Coh-Metrix-Port deixam transparecer que o perodo referente aos cinco primeiros anos do ensino fundamental se encontra demarcado por dois momentos distintos: o primeiro relacionado ao que poderamos chamar de perodo de alfabetizao, que compreende o 1, o 2 e o 3 ano do ensino fundamental, e o segundo relacionado a um momento em que o aluno j possui o domnio da lngua escrita, compreendido entre o 4 e 5 ano.

    Partindo do fato de que as obras lexicogrficas escolares de lngua

    portuguesa se colocam como materiais auxiliares ao ensino da lngua materna e que devem acompanhar a progresso escolar dos alunos, da mesma forma que os outros materiais didticos utilizados em sala de aula, possvel inferir, pelos resultados do grfico 1, a necessidade de

    elaborao de obras lexicogrficas especficas para os dois momentos que

    marcam os cinco primeiros anos do ensino fundamental. Os resultados, portanto, se colocam em consonncia com a proposta lexicogrfica

    apresentada pelo quadro 2, que encontra suas bases em trabalhos como o de Farias (2009) e Pires (2012), nos quais se sugere que um dicionrio de Tipo 2 deve ser voltado para o 2 ciclo do ensino fundamental, caracterizando-se como um dicionrio do tipo intermedirio.

    Restringindo a discusso s parfrases explanatrias do dicionrio de Tipo 2, buscamos encontrar na mtrica palavras por sentena um

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    parmetro para a consolidao da extenso do enunciado de parfrases explanatrias desse tipo de dicionrio. Levando em conta que os dicionrios utilizados em sala de aula servem como instrumentos de apoio ao processo de ensino e de aprendizagem, e que devem estar em consonncia com os outros materiais didticos utilizados (tais como livros didticos), buscamos, nos textos dos livros Porta Aberta voltados para o 4 e 5 ano, estabelecer o nmero de palavras por sentena em uma frase voltada para os alunos que cursam o 2 ciclo do ensino fundamental. Nossa principal meta transpor esse padro para o plano das parfrases explanatrias de dicionrios de Tipo 2, instaurando, assim, uma relao no nvel da extenso do enunciado entre os materiais escritos utilizados no perodo escolar em questo.

    Nesse sentido, procuramos, atravs da ferramenta Coh-Metrix-Port, estabelecer o nmero mdio de palavras por sentena em livros didticos voltados para o 4 e 5 ano do ensino fundamental e, assim, chegarmos ao que seria extenso ideal de um enunciado voltado para o pblico que se encontra nessa etapa de ensino. O primeiro resultado obtido (apresentado na tabela 1), no entanto, se mostrou pouco satisfatrio, uma vez que indicou um nmero muito baixo de palavras por sentena, alm de no apresentar variao numrica significativa entre os cinco

    primeiros anos do ensino fundamental: 1 ano - 6,011 / 2 ano - 5,761 / 3 ano - 5,748 / 4 ano - 7,573 / 5 ano - 6,705.

    A anlise dos corpora utilizados nos levou a constatar que os mesmos no estavam compilados de maneira adequada para esse segundo propsito. Ao digitalizar as cinquenta primeiras pginas dos livros didticos, incorporamos aos corpora toda e qualquer informao escrita oferecida por esses livros, que vo desde textos integrais (tais como letras de msica, crnicas e entrevistas) at sentenas isoladas, como ttulos de sees e exerccios para fixao dos contedos. Essas sentenas isoladas

    causaram alteraes na mtrica palavra por sentenas, uma vez que, por serem muito numerosas e, muitas vezes, apresentarem-se sob a forma de enunciados de poucas palavras (tais como leia, responda,

    estudo do texto, s para lembrar etc.), impossibilitaram um clculo

  • 55Contribuies para a lexicografia pedaggica a partir de dados extrados de livros didticos

    que distinga a extenso dos enunciados dos textos sob anlise.Para contornar esse impasse optamos pela compilao de novos

    corpora, dos quais extramos as sentenas isoladas e deixamos apenas os textos integrais, ou seja, textos fornecidos para as atividades de leitura e interpretao (poemas, letras de msica, entrevistas etc.). A compilao desses novos corpora permitiu: 1) observar que existe um variao significativa referente ao nmero de palavras por sentena entre os cinco

    materiais didticos sob anlise e 2) estipular um padro para a extenso de um enunciado voltado para alunos do 2 ciclo do ensino fundamental. A tabela abaixo apresenta os resultados obtidos:

    Conforme pode ser inferido, a anlise da segunda amostragem de corpora evidencia uma diferena na extenso das sentenas no avanar das etapas de ensino do 1 e 2 ciclo do ensino fundamental. Assim como foi possvel observar em relao ao nmero de palavras e ao nmero de sentenas, a quantidade de palavras por sentena tambm apresenta uma ascenso gradual em funo da progresso curricular do aluno, demonstrando que o aluno, alm de estar submetido a uma quantidade maior de palavras e de sentenas a cada novo material didtico, tambm se depara com enunciados que aumentam gradativamente a cada novo ano.

    Se compararmos as mtricas palavras por sentena referentes aos materiais didticos voltados para o 2 e 5 ano, possvel perceber uma notvel diferena de valores. Conforme a ferramenta Coh-Metrix-Port indicou, o tamanho mdio de uma sentena em um livro voltado para o 2 ano do ensino fundamental de 6 a 7 palavras (6,769), ao passo que uma sentena voltada para o 5 ano apresenta uma extenso mdia de 14 palavras (14,298). No perodo compreendido entre essas duas etapas, a sentena praticamente dobra de tamanho. Essa informao

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    permite-nos questionar a eficcia de uma obra lexicogrfica voltada

    para esses quatro anos de ensino, conforme recomenda a atual proposta lexicogrfica apresentada pelo MEC. Alm disso, possvel observar

    que as mtricas referentes ao 1, 2 e 3 anos so muito prximas (7,859, 6,769 e 8,685), o que aponta, mais uma vez, para a necessidade de criao de obras lexicogrficas especficas para os trs primeiros anos do ensino

    fundamental, e no apenas para o 1 ano. A variao no nmero de palavras por sentena nos livros didticos analisados ilustrada pelo grfico abaixo:

    GRfICO 2: Diferena no nmero de palavras por sentena entre livros de lngua portuguesa voltados para o 1, 2, 3, 4 e 5 ano do ensino fundamental.

    O grfico 2 evidencia dois momentos diferentes nos cinco primeiros anos do ensino fundamental no que diz respeito extenso das frases contidas nos livros didticos. Conforme fica explcito nos

    grficos apresentados, existe um aumento na quantidade de palavras e

    de sentenas oferecidas pelos materiais didticos (grfico 1), alm de um

    aumento na extenso das sentenas (grfico 2). Nesse perodo, de acordo

    com os resultados por ora obtidos, os alunos se encontram expostos a sentenas que apresentam uma mdia de 13 a 14 palavras (13,658 no 4 ano e 14, 298 no 5 ano). Assim, atravs das mtricas oferecidas pela ferramenta Coh-Metrix-Port, foi possvel estipular que a extenso de uma parfrase explanatria de um dicionrio Tipo 2 deveria corresponder a uma mdia de 14 palavras.

  • 57Contribuies para a lexicografia pedaggica a partir de dados extrados de livros didticos

    4 Concluses O presente estudo possibilitou o levantamento de dados relativos

    quantidade de palavras e de sentenas oferecidas por livros didticos de portugus ao longo dos cinco primeiros anos do ensino fundamental. Tendo em vista que as obras lexicogrficas escolares devem se posicionar

    como instrumentos pedaggicos auxiliares ao ensino da lngua materna, constituindo objetos de apoio aos livros didticos, foi pressuposto, no incio do trabalho, que essas obras devem, ento, apresentar caractersticas lingusticas semelhantes aos livros didticos aos quais correspondem. Neste trabalho, procuramos enfocar aspectos referentes extenso dos enunciados e quantidade de palavras e sentenas oferecidas pelos livros didticos no transcorrer dos cinco primeiros anos da educao bsica. A partir desses dados, procuramos 1) confirmar a ideia de que o

    dicionrio de Tipo 2 deveria ser um instrumento voltado para o 4 e 5 ano do ensino fundamental e 2) propor um padro lexicomtrico relativo extenso das parfrases explanatrias desses dicionrios de Tipo 2.

    Em relao ao lugar do dicionrio de Tipo 2 dentro de uma classificao de dicionrios, os dados coletados nos levaram a crer que os

    cinco primeiros anos do ensino fundamental se encontram demarcados por dois momentos distintos: um primeiro momento, que pode ser visto como uma fase de alfabetizao (1 ao 3 ano, correspondente ao 1 ciclo), e um segundo momento, marcado pela consolidao do domnio da lngua escrita (4 e 5 ano, correspondente ao 2 ciclo). Essa concluso pde ser inferida a partir da anlise quantitativa dos materiais didticos, que demonstrou um acrscimo significativo na quantidade de palavras

    por frase nos textos extrados dos livros voltados para o 4 e 5 ano, alm de um aumento na quantidade total de palavras e de sentenas. A concluso pde ser inferida, tambm, na anlise qualitativa dos livros, na qual observamos a diferena do tipo de texto oferecido (crnicas, artigos jornalsticos, entrevistas etc.) na etapa escolar correspondente ao 4 e 5 ano (em detrimento de parlendas e cantigas de roda, por exemplo, nos livros referentes aos 1, 2 e 3 anos). Diante desses resultados, fomos

  • Larissa Moreira Brangel58

    levados a confirmar a hiptese preconizada por Farias (2009) e Pires

    (2012) de que uma proposta lexicogrfica mais adequada ao programa

    atualmente desenvolvido no ensino fundamental deveria contar com um dicionrio de Tipo 1, voltado para o 1 ciclo do ensino fundamental, e um dicionrio de Tipo 2, voltado para o 2 ciclo do ensino fundamental.

    Tendo fixado essa proposta lexicogrfica, procurou-se, ento,

    estabelecer um parmetro relativo extenso das parfrases explanatrias constantes nos dicionrios de Tipo 2. Apesar de partimos da proposta de Bugueo Miranda (2009), que diz que uma teoria da definio

    lexicogrfica deve estar alicerada em trs variveis (uma taxonomia de

    parfrases explanatrias, um pattern sinttico e um modelo semntico), acreditamos que, quando o objeto de estudo corresponde a dicionrios voltados para sries iniciais do ensino bsico (caso no qual o dicionrio de Tipo 2 se insere), um axioma extra deve ser levado em conta. Esse axioma est relacionado ao tamanho da parfrase. Tendo em vista que consulentes de dicionrios de Tipo 2 se encontram em estgios bastante iniciais do domnio da lngua escrita, uma vez que acabaram de sair da fase de alfabetizao, o nmero de palavras contidas em uma parfrase explanatria voltada para esse pblico deve ser controlado. Assim, tomando como medida a extenso dos enunciados retirados dos materiais didticos voltados para o 4 e 5 ano, chegamos a uma extenso de 14 palavras por sentena. Os resultados nos levam a concluir, portanto, que as parfrases explanatrias de um dicionrio de Tipo 2 no deveriam ultrapassar a mdia de 14 palavras por sentena.

    O presente trabalho representa um esforo em contribuir para o avano dos estudos lexicogrficos em territrio brasileiro (em especial,

    da Lexicografia Pedaggica). Por se inserir em um estudo de natureza

    maior, que tem por objetivo propor um modelo terico para a gerao de parfrases explanatrias para dicionrios de Tipo 2, a discusso por ora apresentada confere ao trabalho uma caracterstica prospectiva, uma vez que fornece elementos essenciais para que um objetivo maior seja alcanado. Acreditamos que somente assim, atravs da gerao de modelos tericos fundamentados em discusses do mbito da

  • 59Contribuies para a lexicografia pedaggica a partir de dados extrados de livros didticos

    Lexicografia e do ensino e aprendizagem da lngua materna, que ser

    possvel a compilao de obras lexicogrficas de excelncia para uso

    em sala de aula.

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  • Larissa Moreira Brangel60

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  • 61Contribuies para a lexicografia pedaggica a partir de dados extrados de livros didticos

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    Recebido em maro de 2013.Aprovado em outubro de 2013.

    SOBRE A AUTORA

    Larissa Moreira Brangel mestre em Teorias Lingusticas do Lxico pelo Programa de Ps-Graduao em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, atualmente, doutoranda pela mesma linha de pesquisa e mesmo programa de ps-graduao. Possui experincia na rea de Lingustica, com nfase em Estudos do Lxico, atuando principalmente nos seguintes temas: Lexicografia e Terminologia e suas possveis interfaces com a Semntica Cognitiva. E-mail: [email protected]