AVALIAÇÃO FITOGEOGRÁFICA EM SUB-BACIA HIDROGRAFICA · of value because of the cover that changes...
Transcript of AVALIAÇÃO FITOGEOGRÁFICA EM SUB-BACIA HIDROGRAFICA · of value because of the cover that changes...
AVALIAÇÃO FITOGEOGRÁFICA EM SUB-BACIA HIDROGRAFICA
Aichely Rodrigues da Silva - Acadêmica em Geografia - CESI/UEMA Bolsista: BIC-UEMA
E-mail: [email protected]
Luiz Carlos Araújo dos Santos Prof. Dep. de História e Geografia CESI/UEMA
Doutorando em Geografia - FCT/UNESP E-mail: [email protected]
RESUMO
As bacias hidrográficas estão relacionadas em um amplo sistema envolvendo aspectos hidrológico, ambiental, ecológico, econômico, social e cultural de uma determinada área. A vegetação se reveste de valor, devido à expressão que a cobertura vegetal imprime à paisagem, constituindo componente de fácil observação e compreensão. A área do trabalho está localizada no Estado do Maranhão, na região sudoeste compreendendo os municípios de Senador La Roque, Buritirana, João Lisboa, Divinópolis, Governador Edson Lobão e Imperatriz, apresentando as coordenadas: de 5°20’34”S a 5°40’32’’S e 47°05’34’’W a 47°28’56’’W, com uma área de 938,7 Km2. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas cartas DSG de 1983, e a imagem de satélite CBERS-2. Para a manipulação da imagem utilizou o Software SPRING. Foi aplicada classificação automática, e definidos as amostragens por pixel, utilizando o método de MAXVER. O objetivo do trabalho foi identificar na sub-bacia as principais unidades fitogeográfica, assim como averiguar o estado de conservação. A identificação das unidades de paisagem foi obtida seguindo o sistema fitogeográfico do IBGE (1992). A sub-bacia do rio Cacau é bem complexa, pelo fato de está localizado numa área de transição entre, floresta estacional, com características amazônicas e cerrado. As unidades Fitogeográficas mapeadas são: Vegetação secundária, Vegetação Florestada (Cerradão), Vegetação Arborizada (Campo-Cerrado), Vegetação Ripária e Áreas Antropizadas. Verificou-se também a interferência do crescimento horizontal desordenado das cidades que abrangem a sub-bacia, alcançando os rios e seus afluentes alterando toda a dinâmica na paisagem natural, provocando assim, uma nova paisagem (antropizada) comportando uma população de mais de 250.000 habitantes. Palavras-Chave: Paisagem, fitogeografia, sub-bacia
PHYTOGEOGRAPHIC ASSESMENT ON GEOGRAPHIC SUB-BASIN
ABSTRACT
The hydrogeographic basins are related to a broad system, involving aspects such as: hydrologycal, environmental, ecological, economic, social and cultural develoment in a given area. The vegetation is of value because of the cover that changes the landscape, turning it into parts of easy observation and understanding. The area of this work is located is Sonthern Maranhão, in its Sonthewest region, comprising areas of Senador La Roque, Buritirana, João Lisboa, Davinopolis, Governador Edson Lobão e Imperatriz, at the following coordinates; from 5°20’34”S to 5°40’32’’S and from 47°05’34’’W to 47°28’56’’W with an area of 938,7 Km2. For the reasearch development, DSG cards and the image of satellite CBERS-2 were used. For the manipulation of the image, we used the software SPRING. The automatic classification was applied, and the samples were defined by pixel,
using the MAXVER method. The aim of the work was to identify, in the su-basin, the major phytogeographic units, as well as to investigate their conservation status. The identification of the landscape units was obtained by the phytogeographic systen IBGE(1992).The sub-basin of Cacau River is very complex, because of being located in an area of transition between seasonal florest, with Amazon fraits, and the Savana. The phytogeographic units mapped are: Secondary vegetation, Florest vegetation (Savana), Green vegetation (prairie-savana),ripara vegetation and antropic areas. We alson could see the interference of the horizontal discorderly growth of cities coverring the sub-basin, reaching the rivers and their tributaries, changing the natural landscape into a new one (antropogenic) comprising a population of up 250.000 inhabitants. Key-Words: Landscape, Phytogeography, Sub-basin
1. INTRODUÇÃO
As bacias hidrográficas não estão somente relacionadas ao contexto hidrológico e ambiental,
mas principalmente no ecológico, econômico, social e cultural do espaço onde ela está inserida. Nos
cursos das bacias hidrográficas localizam-se comunidades que utilizam esses recursos naturais para sua
sobrevivência e de suas famílias, através da agricultura de subsistência, da criação de pequenos
animais, mantendo assim a bacia hidrográfica como um sistema aberto, onde há intensas trocas de
energia.
Ao longo da sub-bacia do rio Cacau é possível encontrar diversos tipos de cobertura vegetal e
de uso do solo, como áreas urbanizadas ou antropizadas, agricultura comercial e de subsistência, além
de mosaicos de pastagem, vegetação degradada, cerrados, manchas de vegetação ripária ao longo das
margens do rio.
Para o geógrafo é indispensável o conhecimento e diagnóstico de determinadas áreas com
vistas a um planejamento e uso racional dos ecossistemas. Walter, (1986, p.01) salienta que “[...] a
tarefa do homem não consiste unicamente em servir-se da Natureza; é sua obrigação também manter o
seu equilíbrio ecológico e fazer o possível para conservá-la e cultivá-la”. Nesse contexto, torna-se
evidente a necessidade de considerar as interações entre os setores social, econômico e ambiental, a
fim de conduzir estratégias de sustentabilidade para a área de estudo.
Segundo Santos (2008, p.27) No baixo curso da sub-bacia o processo de expansão urbana
(horizontal) de Imperatriz vem interferindo na planície de inundação, ou seja, no período chuvoso o rio
prejudica a população ribeirinha, por falta de políticas publicas que as orientem. Onde essa mesma
população agride as bacias de varias formas, através do lixo, dos esgotos, da pecuária, das praticas de
agricultura de subsistência e do plantio da monocultura.
2. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
As pesquisas bibliográficas e de campo na bacia do rio Cacau foram realizadas no recorte
espacial de novembro de 2005 a outubro 2008. Onde percorremos todo o curso do rio, para entrarmos
em contato com a realidade da bacia, tivemos a oportunidade de conhecer os principais pontos do rio
como sua nascente, e a sua foz. Além do mapeamento realizado com ajuda do GPS e dos SIGs.
Neste sentido, para que fosse realizado um mapeamento de qualidade da sub-bacia do rio
Cacau devido sua extensão de 938,7 km2 foi utilizada as técnicas de geoprocessamento. O Sistema de
Informação Geográfica desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) o
SPRING, que é utilizado para a aquisição e manipulação das imagens de satélite e outras fontes de
dados espaciais disponíveis.
2.1 Área de Estudo
A área do trabalho corresponde a sub-bacia do rio Cacau – MA, que possui 938,7 km2.
Localizada no Estado do Maranhão, na região sudoeste compreendendo aos municípios de Senador La
Roque, Buritirana, João Lisboa, Divinópolis, Governador Edson Lobão e Imperatriz, geograficamente
entre as coordenadas: de 5°20’34”S a 5°40’32’’S e 47°05’34’’W a 47°28’56’’W (figura 1).
2.2 Materiais, Equipamentos e Softwares
Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas as cartas DSG (Diretoria de Serviços
Geográficos) do Exercito de 1983, utilizando as folhas de Imperatriz e João Lisboa na escala de 1:100
BRASI
MARANHÃ
FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DA SUB-BACIA DO RIO CACAU -
SUB-BACIA DO RIO CACAU-MA
Serra Santa
Serra do Arapari
S e r r a d o C u m a r u
S e r r a d o
G u r u p i
Serra da Figueira
R i o T o c a n t i n s
Serra do Jacuruta
Rch Ja
mbu
Rio Cacau
Rch Ja
mbu
000, além da imagem de satélite CBRS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) órbita/ponto
159-106 de 2008.
2.3 Procedimentos Metodológicos
A pesquisa foi desenvolvida utilizando a metodologia que Passos (2003), propõe o qual
aborda a paisagem como elementos, de domínio natural, humano, social ou econômica sendo a
natureza pura transformada pelo homem e do IBGE (1992). Na plataforma do SPRING, no diretório C
foi criado um banco de dados chamado Bacia, e nele o projeto Fitogeografia, objetivando armazenar as
informações e proceder à manipulação das mesmas.
A partir da criação do banco de dados, iniciou a aplicação das técnicas de processamento das
imagens, objetivando promover a melhor visualização dos dados orbitais. Utilizou-se a técnica de
manipulação de contraste, que consiste em uma transferência radiométrica em cada “pixel”, com o
objetivo de aumentar a discriminação visual entre os objetos presentes na imagem. Esta transferência
radiométrica é realizada com a ajuda de histogramas, que são manipulados para obter o realce
desejado.
Utilizou-se também a Classificação Supervisionada com base no método de Máxima
Verossimilhança (MAXVER), que é feito “pixel a pixel”, é um método estatístico que considera a
ponderação das classes (MATHER, 1999 apud DOMINGOS et all., 2005) distâncias entre médias dos
níveis digitais. Com o total de 231 amostras, segundo a classificação automática.
O realçamento das imagens CBERS tem como objetivo evidenciar as áreas ocupadas com
vegetação de um modo especial a área fitogeográfica da sub-bacia. Para tanto, foi aplicado um
contraste linear, nas imagens das bandas 3, 4 e 5. Visando confirmar as informações extraídas das
imagens e esclarecer algumas dúvidas surgidas no ato da interpretação, tira través do trabalho de
campo.
De posse das informações obtidas, onde foi necessário fazer as correções das interpretações
preliminares, visto que em algumas áreas de estudo houve diferenças entre a interpretação preliminar e
a correção se deu com a observação verificada in loco ao longo de toda bacia. Considerando num
contexto de paisagem natural uma determinada região sendo a vegetação um espelho de fatores
climáticos, pedológicos, bióticos, abióticos e sociais. Como mostra a figura 1.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 A paisagem como categoria de análise
A paisagem é a forma mais simples e ao mesmo tempo bastante complexa de detectar as
relações que estão ocorrendo numa determinada sociedade, seu tipo de economia, cultura e sua forma
de se relacionar com o meio ambiente. A paisagem é uma forma de representação espacial utilizada
pela geografia, pois ela detecta os principais problemas atuais causados pela antropização, assim como
a possibilidade de transtornos para as gerações futuras.
Considerando num contexto de paisagem natural uma determinada região sendo a vegetação o
espelho de fatores climáticos, pedológicos, bióticos, abióticos e sociais, onde a vegetação representa
uma determinada forma de “[...] paisagem é o conjunto de forma que, um determinado momento,
exprime as heranças que representa as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza [...]”.
(Santos, 1996 apud CANALI, 2004, p.178). Ou seja, uma fotografia do espaço geográfico.
Para Bertrand (1972) a paisagem, seguindo a concepção de conjuntos de sistema interligados
(geossistema) encontra-se em estado de clímax quando há um equilíbrio entre o potêncial ecológico
(clima-hidrologia-geomorfologia) e a exploração biológica (vegetação-solo-fauna). Além disso, está
LEVANTAMENTO POR GPS
LEVANTAMENTO
PROCESSAMENTO DE DADOS
DADOS DA SUB-BACIA CARTAS DA DSG IMAGEM CBERS-2 (2006-2008)
CAMPO EDIÇÃO CARTOGRAFICA
SIG – SPRING
METÓDO – MAXVER
GERAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
CARTA DE DRENAGEM
CARTA FITOGEOGRAFICA
CARTA DAS UNIDADES DE PAISAGEM DA SUB-BACIA
Figura 1 – Diagrama dos procedimentos metodológico
relacionado à valorização da evolução no tempo, o sistema de evolução, o estágio atingido em relação
ao clímax e o sentido geral da dinâmica (progressão, regressão ou estabilidade).
Faz-se necessário pensar a paisagem como um patrimônio histórico, cultural, social e natural,
onde ela trás consigo marcas do passado, lições para o presente e os possíveis acontecimentos do que
possam vir a surgir no futuro. A vegetação retrata bem as modificações sofridas na paisagem, pois ela
é a cobertura do espaço geográfico.
3.2 Pressupostos teóricos da fitogeografia
Aristóteles foi o primeiro a se preocupar com a biogeografia, estudando a fauna e a flora aos
arredores do Mar Mediterrâneo, junto com Gaius Plinius Secundus, ou Plínio, que escreveu o livro
“Tratado de História Natural”. Navegantes como Colombo e Marco Pólo trouxeram para a Europa
conhecimento sobre a fauna e a flora por onde andaram. Em seu diário de 19 de outubro de 1492, o
descobridor da América registrava as seguintes observações: “meus olhos não se cansam de
contemplar esta vegetação tão bela e estas folhagens tão diversas das nossas plantas. As flores e as
árvores derramavam tão suave perfume, que respirávamos o ar com delicias” (MARTINS, 1985, p.15 -
16).
Os pesquisadores Humboldt e Bonapland, com Essai sur la Geografhie des Plants (1805), que
estudaram sobre a distribuição das plantas e animais, discutindo principalmente aspectos
fitogeográficos na Terra. Já em 1808 Alexander F. Von Humboldt segue seus estudos lançando outro
livro chamado Ansichten der Natur (Aspectos da Natureza), mais foi com o artigo chamado
Physiognomik der Gewaches (Fisionomia dos Vegetais), publicado em 1806 que ele passou a ser
considerado o pai da Fitogeografia, dando início à história da Geografia Física. Mais a fitogeografia
teve seu auge muito anos depois, no século XIX com as pesquisas e obras de De Candolle (1820),
Engler (1822) e Grisebach (1855).
No Brasil o destaque para os estudos fitogeográficos é para Carl Friedrich Phillip von Martius
(1824), onde o pesquisador percorre o Brasil por aproximadamente três anos, podendo constatar os
diversificados compartimentos florísticos do país, dividindo o Brasil em cinco unidades
fitogeográficas, dando nomes simbólicos de deusas da Mitologia grega.
Além desses pesquisadores, outros também deram sua contribuição à fitogeografia brasileira
através de seus estudos como Caminhoá (1877), Gonzaga de Campos (1826) que faz a divisão
florística do Brasil em três, sendo: Florestas, incluindo a Floresta Equatorial; Floresta Atlântica,
Floresta Pluvial do Interior (Cerradão e Savana), Matas Ciliares, Capoeira e Capoeirão, e Pastos;
Campos, Campinas, Campos do Sul, Campos de Cerrado e Campos Alpinos e Caatingas.
Sampaio (1935), Veloso (1962), Rizzini (1963, 1979, 1997) que escreveu sua belíssima obra
chamada Tratado de Fitogeografia do Brasil, onde caracterizou o Brasil em três grandes unidades
delimitando através da ordem geográfica e ecológica tendo como critérios aspectos fisionômicos em:
Floresta Paludosa; Floresta Pluvial; Floresta Estacional; Thicket (Scrub); Savanas; e Grassland, além
de outros trabalhos como de Andrade Lima (1966,1981) e Fernandes e Bezerra (1990).
Henrique Veloso (1991) faz a divisão florística no Brasil utilizando aspectos fisionômicos e
ecológicos, sendo eles: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Ombrófila
Mista; Floresta Estacional Semidecidual; Campinarana; Savana, Savana Estépica; Estepe e Sistemas
Edáficos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em 1992 propõe um estudo técnico
sobre a vegetação brasileira onde, classifica a formação vegetacional em Sistemas Primário e
Secundário. O sistema primário composto por Florestas Ombrófila; Estacional; Campinarana, Savana;
Estepe, além das formações pioneiras como: vegetação de influências marinha, flúvio-marinhas,
fluvial, vegetação de transição, ecótonos, encraves e refúgios vegetacionais. O sistema secundário
inclui a sucessão natural, de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta fases; agropecuária,
agricultura, pecuária e reflorestamento.
Seguindo esse contexto, Fernandes em (1998) propõe uma classificação não só considerando os
aspectos fisionômico-ecológicos mais também a fitossociológico brasileiro, caracterizando em
Vegetação Arbórea, Climático e Edáfico; Vegetação Arbustiva, Perenifólio, Estacional e Vegetação
Herbácea. Segundo o pesquisador a vegetação arbórea é caracterizada por árvores superiores a 5
metros de altura abrangendo vários nomes populares dependendo da região que ela está localizada,
Cerrados, Caatinga, Agreste, e Manguezal. A vegetação arbustiva é caracterizada por um estrato
arbustivo e outro herbáceo-gramíneo, com árvores não chegando a mais de 5 metros com no caso do
Cerrado, Carrasco, Tabuleiros Caatinga-baixa, Campinarana. Já a vegetação herbácea apresenta pobre
cobertura de elementos lenhosa com os campos de formação herbácea, com subarbustos, arbustivo e
arvoretas muito espaçadas e os Campos-Sujos.
3.3 Composição Fitogeográfica da Bacia do Rio Cacau
A bacia do Rio Cacau é bem complexa, pelo fato de está localizada numa área de transição
entre, floresta estacional, com características amazônicas e de cerrado, apresentando assim,
composições fitogeográficas variadas. Ao longo da bacia é perceptível a formação florestal como
cerrado, floresta estacional praticamente toda essa flora não deva existir mais, devido às árvores terem
um alto valor no mercado comercial, e outras são destinadas para a construção civil, movelaria ou até
mesmo as caieiras, na produção do carvão vegetal. As manchas de vegetação ripária, em locais mais
afastados da malha urbana, e além das áreas antrópicas, mosaicos de pastagens, da agricultura moderna
e de subsistência, carta 1.
Vegetação Florestada (Cerradão)
Conforme, Ab’Sáber (2003, p.119) “[...] o domínio dos cerrados possui drenagens perenes para
os cursos d’água principais e secundários, envolvendo, porém, desaparecimento temporário dos
caminhos d’água de menor ordem de grandeza por ocasião do período seco do meio do ano”.
Na maioria dos casos o cerrado ocupa o topo de chapadas, elevações e declive de encostas
suaves, as depressões e alguns pontos planos. O domínio dos cerrados, segundo Ab’Sáber (2003 p.117)
“[...] ocupa predominantemente maciços planálticos de estrutura complexa, dotados de superfícies
aplainadas de cimeira (...) situados a níveis que varias entre 300 e 1.700m de altitude”. É o que
acontece na sub-bacia onde a vegetação de cerrado se encontra a mais de 300m de altitude.
Os cerrados ocupam uma área de cerca de 1/5 do território brasileiro. (ROMARIZ, p.37 1996).
Para a origem dos cerrados há três teorias: climática, a biótica e a pedológica. A vegetação é composta
por árvores que apresentam folhas grandes e duras, casca bastante espessa, em alguns troncos
retorcidos e um estrato herbáceo, composto por gramíneas. Só que essas características vão
desaparecendo, à medida que a área é atingida pela ocupação antrópica. Segundo SILVA, (2009) faz-
se necessário pensar a bacia como um grande conjunto, onde estão relacionados fatores físicos e
C a rta 1 - Unid a d es fitog eog rá fica d a sub -b a c ia d o rio Ca ca u-MA.5º40’24” S
47º29’29” W
5º21’S
47º05’38” W
47º05’38” W5º40’24” S
5º21’S
47º29’29” W
Serra Santa Rita
Serra do Arapari
Ser ra
do
Cum
aru
Serra
do
Gur
upi
Serra da Figueira
Vegetação Arborizada
Vegetação Sec undária
Pastagem
Área antrop izada
Corpos d´ água
Vegetação Flo restada
LEGENDA
humanos. Preserva o que ainda está intacto, analisar o que está acontecendo e se preocupar com os
danos que poderão surgir no futuro.
A área de cerrado ainda encontrado na bacia é de aproximadamente 224,9 km2, localizada
principalmente nas proximidades da nascente do rio Cacau e seus afluentes. Nas altitudes acima de
300m, em área areníticas lixiviadas de solo profundo, com clima estacional de mais ou menos seis
meses seco, com características variando de vegetação típica de cerradão sendo está a mais encontrada
e a de campo-cerrado encontra em alguns pontos isolados, que segundo o IBGE (1992), apresenta
espécies das famílias como: Caryocaraceae (pequi), Vochysiaceae (pau-de-colher), e várias espécies da
Leguminosae (faveiras e angico-preto) e o grande concentração de jatobá (Hymenaea stigonocarpa
Mart.) da família das Leguminosae nas proximidades da nascente.
Pequena área nas margens da sub-bacia é observável a prática da vazante, que acontece após as
enchentes do rio, tendo a população ribeirinha, retirado a vegetação ripária, para a agricultura familiar
com culturas de feijão (família Fabaceas), arroz (Oryza ssp.), quiabo (familia das Malvaceas), alface
(Lactuca sativa ssp.), mandioca (Manihot esculenta) e outros vegetais importantes para a subsistência
dos ribeirinhos. Com está prática a margem do rio Cacau está cada vez mais perdendo sua cobertura
natural, iniciando o processo erosivo e assoreamento do rio (Cacau) e seus tributários, o que causa
inundações nos períodos chuvosos na região.
Figura 1 – Vegetação de Cerrado na sub-bacia do rio Cacau Fonte: SILVA, A. S. da; CUNHA JUNIOR, B.R e SANTOS, L.C.A. dos,2007
Percebe-se que no Estado do Maranhão o Novo Código Florestal, instituído pela Lei Federal n°
5.405 de 08 de abril de 1992, considerou as florestas ribeirinhas como área de preservação permanente,
desde o nível mais alto do rio, em faixa marginal cuja área de proteção varia em função de sua largura,
abrigando as significativas porções de vegetação ciliar, que não é utilizada em nenhum município e
muito menos na capital do Estado, ou seja, a sociedade e o poder público, só vêem as agressões aos
rios quando estes já não são mais capazes de alto recuperar-se. Não se tem uma preocupação prévia, do
que seria o ideal por ser à longo prazo e mais barata para os cofres do governo.
As espécies vegetais do Cerrado como o pequi, muito utilizado para a construção, como fonte
de carvão para as siderúrgicas, também para a alimentação da população e como produto medicinal. A
faveira outra planta muito comum na bacia apresenta, uso ornamental, lenha e carvão e uso medicinal.
O ingá utilizado como fonte de energia, na alimentação humana e principalmente na alimentação de
peixes e animais de caça, devido a planta está localizada nas margens dos rios.
Vegetação Arbustiva
Este tipo fitogeográfico é qualificado por vegetações que apresentam por dois estratos um
herbáceo e outro graminoso, e em alguns casos há a predominância do estrato arbustivo. Conforme,
Fernandes (2007, p.128), esse aspecto, mostra-se rico em denominações populares, dependendo das
regiões onde está inserido. Esse tipo de vegetação é marcado por um corpo florísticos com a
fisionomia bem característica como: tortuosidade, súber desenvolvido e folhas coriàceas. Denomina-se
cerrado ou campo-cerrado conforme a densidade arborescente.
Vegetação Secundária
Segundo o IBGE, (1992) o sistema de vegetação secundária é aquele no qual houve intervenção
humana para o uso da terra, seja com a finalidade mineradora, agrícola ou pecuária, onde houve uma
total descaracterização da vegetação primaria. Em muitas localidades a vegetação é composta por
gramíneas, e plantas lenhosas de crescimento rápido encontradas principalmente nas margens dos rios.
Já em outras áreas é comum encontrar Palmáceas como o babaçu e o buriti em pastos abandonados.
(Figura 2).
A vegetação secundária também conhecida com capoeira em algumas regiões é um termo tupi-
guarani que dentre tantos significados, quer dizer mato que cresce em cima da vegetação que foi
cortada. São florestas em recuperação, onde restabelecem condições orgânicas para o solo, sendo
reserva de frutos e sementes de espécies nativas, possibilitando a manutenção da diversidade florística
e faunística da região.
A vegetação secundária (capoeira) compõe uma área de 337,7 km2 de capoeira na sub-bacia do
rio Cacau, surge a partir do abandono da área utilizada após o desenvolvimento de atividades como a
agricultura e pecuária. A (figura 3) mostra uma área na cidade de Imperatriz-MA próximo à rodovia
BR 010, onde a vegetação ripária original foi devastada, sendo atualmente área ocupada por várias
gramíneas e algumas árvores arbóreas de rápido crescimento como: o ingá (família Leguminosae),
imbaúba (família Cecropiaceae), a pindaíba (família Annonaceae). Essa vegetação que ressurge é
muito importante para a manutenção de muitas famílias, que se utilizam dessa vegetação, como é o
caso do babaçu, para obter renda através da fabricação e posteriormente a comercialização desses
produtos.
Área Antropizada
As áreas antropizadas determinadas na pesquisa constituem as unidades de solo exposto,
provocado pelo repouso de terras, atividade essa desenvolvida pela agricultura e pecuária, que provoca
a erosão, devido o solo está desprotegido e o pisoteio do gado aumentando a densidade do solo e pelas
áreas urbanizadas caracterizada pelas construções imobiliárias, que cada vez mais invade as margens
do rio provocando assim um crescimento horizontal intenso ao longo da bacia.
Figura 2 – Áreas de pastagem na sub-bacia, que estão sendo invadidas por babaçuais, no município de Senador La Rocque-MA. Fonte: SILVA, A. S. da; CUNHA JUNIOR, B.R e SANTOS, L.C.A. dos, 2008.
Segundo TRINCART, (1977, p.33) “[...] modifica-se a cobertura vegetal de uma bacia com a
finalidade puramente agrícola, e nesse momento modifica-se o regime dos rios e uma cidade carece de
água [...]”. Sartre (2005) cita que a utilização de solo pela pecuária, causa a compactação do solo sob
pastagem se traduz por uma diminuição da velocidade de infiltração da água das precipitações, porém
um atraso no umedecimento não impede a reconstituição das reservas hídricas do solo durante a
estação chuvosa.
Na sub-bacia estas áreas constituem um dos maiores problemas ambientais, principalmente
porque as cidades não apresentam infra-estrutura básica, implicando o lançamento de todos os resíduos
nos corpos d´água in natura, além do seu crescimento horizontal ocupando as zonas ripárias e
interferindo na hidrologia da sub-bacia, essa área comporta uma população de mais de 250.000
habitantes. (figura 3)
Imperatriz é a maior cidade que compõe a sub-bacia, há na cidade um grande predomínio da
pecuária em sistema de criação semi-intensivo, com grandes fazendas destinadas ao criatório de gado
melhorado e a antropização também se mostra com maior destaque em relação ao outros municípios
que estão inseridos na sub-bacia. A pecuária juntamente com as práticas agrícolas atividade, o
reflorestamento, e a monocultura, contribuem para uma nova dinâmica no sistema natural da bacia.
Vale ressalta o problema do lixo e o esgoto in natura que são lançados dentro do rio, tornando-
se um vetor de doenças para toda a população ribeirinha. A figura abaixo mostra o esgoto lançado sem
Figura 3 – Áreas antropizadas na sub-bacia, no município de Imperatriz-MA. Fonte: SILVA, A. R. da; SANTOS, J.P. dos, 2009.
nenhuma preocupação da população, nem prefeitura e muito menos da Companhia de Água e Esgoto
do Maranhão (foto 5). Que cobra tarifas de esgoto mais não oferece nenhum tipo de tratamento, sendo
que todos os dejetos das cidades são lançados nos córregos, rios e tendo destino final o rio Tocantins.
Não devemos “[...] associa-se o ambiente, apenas, ao natural, quando sabemos que ele contempla o
social, pois, sobretudo na cidade, o ambiente não se restringe ao conjunto de dinâmicas e processos
naturais, mas das relações entre estes e a dinâmica e processos sociais”. (SPÓSITO, 2003, p.358).
3.4 Os principais agentes modificadores da paisagem
As cidades brasileiras de uma maneira geral, vêm sofrendo ao longo dos anos um processo de
transformação, alteração e degradação de suas paisagens naturais, isso relacionado principalmente ao
desenvolvimento industrial e comercial, decorrido pós as década de 50 e 60. No Brasil, as discussões e
repercussões na sociedade sobre as alterações ambientais só ocorreram a partir de 1980.
Todos esses processos modificadores se desenvolveram de maneira acelerada, desordenada,
desrespeitando os elementos naturais e a dinâmica do meio ambiente ali existente. Relacionados aos
aspectos fisiograficos e topográficos do lugar, o que vem a influenciar muito na dinâmica de seu
progresso de crescimento urbano. MOREIRA, (2008, p.119), destaca que o papel das plantas na
captação de energia solar e sua capacidade de utilizar a matéria inorgânica do meio físico-geográfico
para o fim de elaborar a matéria orgânica – com isso influindo em todo o conjunto da natureza,
modificando a atmosfera, influindo no ciclo da água e intervindo na geoquímica da superfície que faz
delas o agente gerador por excelência da Terra como um planeta vivo.
Para Gonçalves, (2001, p.22) “[...] a problemática ecológica implica outra questão
extremamente complexa. Implica outros valores, que por si só coloca questões de ordem cultural,
filosófica e política [...]”. As árvores principalmente as nativas são importantes para fazer baixar as
altas temperaturas, diminuir a alta turbulência e velocidade dos ventos, e aumentar a umidade do ar,
além de protege os solos.
O rio Cacau é importante por ser um afluente do rio Tocantins e por abastecer cinco municípios
do Estado do Maranhão, por isso tem que se pensar pela preservação do mesmo, o rio Tocantins é uma
via de transporte fluvial e para a sobrevivência de várias famílias que tem sua renda devido à pesca e
outras atividades que o rio proporciona, principalmente no período de estiagem, quando surgem
diversos bancos de areia nas margens do rio, onde formam as praias temporárias que provocam
aquecimento no turismo e na economia das cidades, além da pesca onde o pescado do rio é
comercializado por toda região tocantina.
Os agentes modificadores e modeladores da paisagem da bacia do rio Cacau, e dos demais rios
que deságuam no rio Tocantins, provoca vários danos a sociedades, poluição do lençol freático,
assoreamento do rio, perda da biodiversidade local principalmente a saúde, onde os rios e córregos
tornam-se ventores de várias doenças. MOREIRA, (2008, p.120), cada paisagem revela um meio
geográfico. Esses agentes modificadores são encontrados em quase toda a totalidade da bacia são:
Esgotos
Na sub-bacia os esgotos constituem um dos maiores problemas ambientais, principalmente
porque as cidades não apresentam infra-estrutura básica, implicando o lançamento de todos os resíduos
nos corpos d´água in natura, além do seu crescimento horizontal ocupando as zonas ripárias e
interferindo na hidrologia da sub-bacia, essa área comporta uma população de mais de 250.000
habitantes. Os esgotos podem ter várias classificações: sanitário, sépticos, pluviais, combinado, cru e
fresco.
Nas cidades com o maior número populacional que faz parte da bacia do rio Cacau como
Imperatriz, segundo a Companhia de Água e Esgotos do Maranhão (2008), há somente 12.413 ponto
de ligações de água e esgoto somando entre: residências, comércio, industrial, órgãos públicos e
entidades filantrópicas. E de água 32.519 pontos e só de esgoto 3.009 pontos.
Segundo dados utilizados pelo Ministério da Saúde do IBGE (2000), o problema é maior nas
demais cidades que compões a bacia, onde não há nenhum tipo de instalação sanitária. Todos os
dejetos produzidos pela população são depositados em rios e córregos, os enterrados no solo, causam a
poluição de lençóis freáticos.
A Constituição Federal de 1988, como relação a o meio ambiente, destaca no Artigo 225 que,
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder publico e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações”.
Lixo
Com o intenso processo de urbanização mundial, as cidades passaram a ser o foco das atenções
do mundo contemporâneo, isso devido aos grandes tormentos da poluição antrópica, da violência e da
pobreza, as cidades cada vez mais deixaram de assegurar uma boa qualidade de vida e tornaram-se
ambientes insalubres e impróprios para a sobrevivência humana e animal. O saneamento constitui um
dos mais sérios problemas ambientais, embora problemas dessa natureza estejam concentrados
principalmente nas áreas urbanas de países mais pobres e subdesenvolvidos.
O lixo provoca diversos malefícios às cidades como: assoreamento de rios, o entupimento de
bueiros com conseqüente aumento de enchentes nas épocas de chuva, deixando ribeirinhos sem
moradia, além da destruição de áreas verdes, mau-cheiro, proliferação de insetos, que trazem graves
conseqüências diretas ou indiretas para a saúde humana. O Código de Proteção do Meio Ambiente do
Estado do Maranhão, Lei Estadual nº 5.405 de 08 de abril de 1992, no Art. 17,
§ 2º Do produto de cobrança pela utilização de recursos hídricos será destinada uma
parte percentualmente definida, na forma da lei, com o objetivo de assegurar a
proteção das águas mediante sua aplicação para defesa e desenvolvimento dos demais
recursos naturais e controle de poluição, observadas as peculiaridades das respectivas
bacias hidrográficas.
Ao longo da bacia principalmente na cidade de Imperatriz por ser a mais urbanizada entre as
que compõem a bacia, ao longo do rio Cacau são perceptíveis todos os tipos de lixo, desde o
doméstico, a resto de construções, animais mortos e embalagens de produtos químicos que são
utilizados nas pequenas práticas agrícolas.
Agricultura comercial de subsistência
A fronteira agrícola no Maranhão começou no século XVIII, onde houve ocupação do sul do
Estado por portugueses e baianos para a pratica na pecuária na região chamada Pastos Bons, mais teve
seu auge nas décadas 50 e 60 com a vinda de nordestinos, que buscava terras férteis para o
desenvolvimento de práticas agrícolas. Já na segunda metade dos anos 70 os gaúchos instalaram uma
agricultura modernizada, implantada no sul do Maranhão a monocultura de soja e expulsando milhares
a agricultores de suas terras para as cidades, causando o êxodo rural.
A agricultura é a principal base econômica do estado, em muitas localidades ainda possui
práticas arcaicas, onde não é utilizada nenhuma técnica agrícola e com dependência total na natureza.
Muitos ribeirinhos devastam as áreas riparias próximas as suas residências para o cultivo de produtos
complementares para a alimentação de sua família, como: feijão, arroz, quiabo, abóbora, macaxeira,
milho, sendo que as colheitas desses produtos são realizadas antes ou depois das enchentes. Essas
práticas de vazante afetam diretamente os sistemas fluviais, pois ocorrem a assoreamento do leito dos
rios devido o movimento e massa e as erosões causadas pela retirada da vegetação.
Na microrregião de Imperatriz, que engloba 16 municípios do estado entre eles: Açailandia,
Amarante do Maranhão, Buritirana, Cidelândia, Davinopólis, Gov. Edson Lobão, Imperatriz, Itinga do
Maranhão, João Lisboa, Lajeado Novo, Montes Altos, Ribamar Fiquene, São Pedro da Água Branca,
Senador La Roque e Vila Nova dos Martírios, onde estão inseridos todos os municípios que fazem
parte da bacia do rio Cacau, a agricultura é voltada para o cultivo de arroz e milho, associados à
pecuária.
A agricultura de subsistência caracteriza-se utilização de recursos técnicos pouco
desenvolvidos, tais como: enxada, foice, facão e arado. Raramente são utilizados tratores ou outro tipo
de máquina moderna. A produção é em pequena escala, destinada na maioria das vezes somente para a
família do pequeno agricultor com o cultivo de hortaliças, arroz, feijão, batata, mandioca e milho.
Quando sobra parte da produção, esta é vendida e feiras livres ou trocada por outros produtos que não
são produzidos na propriedade.
Pecuária
A pecuária corresponde a qualquer atividade ligada a criação de gado. A pecuária desenvolvida
na região é de corte: destinada à criação de rebanhos com objetivo de produção de carne para o
consumo humano e do tipo extensiva quando o gado é criado solto e alimenta-se de capim ou grama,
ocupando grandes faixas de terras da região. E em algumas cidades a pecuária é leiteira: destinada à
produção de leite e seus derivados (queijos, iogurtes, manteigas, etc) para abasteciemnto dos laticinios
da região.
A pecuária quando ocupa grandes áreas causa muitos danos ao meio ambiente como, por
exemplo: o esterco do gado não é aproveitado em forma de adubo, todas as substâncias químicas
absorvidas pelo organismo do gado voltam ao solo e atinge os lençóis freáticos e contaminam a área da
fazenda; o pisoteio do gado provoca a rebaixamento do lençol freático e a compactação do solo; o
desmatamento; a perda de grandes áreas, onde poderia ser prática a pecuária intensiva, com o
confinamento do gado e poderia está produzindo-se alimento no restante da área.
Silvicultura
As espécies do gênero Eucaliptus são originárias de florestas da Austrália. No Brasil, o
eucalipto é uma planta exótica que é plantada em forma de cultivos homogêneos. Pereira (1983, p.92),
cita que a monocultura não é conveniente para os sistemas ecológico devido o excessivo de indivíduos
de mesmas espécies traz infalíveis desequilíbrios, quer pela super alimentação de certas espécies, quer
pela desnutrição de outras.
O desequilíbrio entre consumo de água pelo eucalipto e as chuvas periódicas, causando o
rebaixamento do lençol freático; além do soterramento de veredas e grotas em que havia nascentes; a
variação natural do volume de chuvas devido aos ciclos climáticos de longa duração, coincidindo com
o plantio de eucalipto.
Então o plantio de eucalipto torna-se um grande problema ao longo da bacia, pois está inserido
a poucos metros da nascente do rio Cacau, o que pode acabar com toda a dinâmica natural da serra da
Figueira e da nascente do rio.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se nessa pesquisa o papel do geógrafo, com as alterações da paisagem na localidade
onde ele está inserido. O conhecimento prévio, a analise e a síntese dos resultados para que sejam
elaboradas medidas preventivas dos danos que podem ocorrer ao meio ambiente.
O objetivo específico da pesquisa foi identificar as principais unidades fitogeografias da sub-
bacia do rio Cacau e as alterações que estão ocorrendo na paisagem. Analisando a interferência
antrópica sofrida pela sub-bacia, descobrimos que são varias interferências antrópica como: esgotos in
natura, lixo, agricultura comercial e subsistência, pecuária, e o cultivo de eucalipto nas adjacências das
margens do rio Cacau. Identificamos que a nascente gradativamente está sendo tomada pela
monocultura de eucalipto, sabendo que essas espécies têm uma grande capacidade de absorção de água
do lençol freático, devido à dinâmica do seu crescimento, provavelmente se avançar mais alguns
metros rumo a nascente ela corre o risco de desaparecer.
As principais unidades identificadas foram: Vegetação Florestada (Cerradão), Vegetação
Secundária, Vegetação Arborizada, Área Antropizada e Pastagem.
No curso da sub-bacia é perceptível o descaso da sociedade, pois todos os dejetos produzidos
pelos ribeirinhos são lançados em direção ao rio. A natureza da sua resposta no período chuvoso o rio
invade as residências, deixando centenas de pessoas sem um lar, com doenças que são transmitidas por
falta de saneamento básico. Esse é o retrato lamentável da bacia do rio Cacau.
Referências Bibliográficas
AB´SABER. Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. BERTRAND, Georges. Paisagem e geografia global esboço metodológico. Caderno de Ciências da Terra. São Paulo. n. 3. Instituto de Geografia, 1972.p.1-27. CANALI, Naldy Emerson. Geografia Ambiental: desafios epistemológicos. In: MENDONÇA, Francisco; KOZEL, Salete. Elementos de Epistemologia de geografia Contemporânea. Curitiba: Ed. da UFPR, 2002. Reimpressão 2004. p.165-188. CÓDIGO DE PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DO MA RANHÃO. Lei Estadual nº 5.405 de 08.04.1992. Lei Estadual nº 13.497 de 12.11.1993.
DOMINGOS, Paulina Lopes Hoffmann; FONSECA, Leila Maria Garcia; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira. Extração de vegetação intra-urbana de imagens de alta resolução. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16 - 21 de abril de 2005, INPE, p. 3.739-3.746. Disponível em:<http://marte.dpi.inpe.br>. Acesso: 07/out/2008. FERNANDES, Afrânio. Fitogeografia Brasileira. 3 ed.rev. Fortaleza: Edições UFC, 2007 GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (dez) caminhos do meio ambiente. 80 ed. São Paulo: Contexto, 2001 (Temas Atuais). IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro: IBGE. 1992. (Manual técnico de geociências) MARTINS, Celso. Biogeografia e ecologia. 5 ed. São Paulo: Nobel, 1985. MOREIRA, Ruy. O pensamento geográfico brasileiro. São Paulo: Contexto. (Volume 1: as matrizes clássicas originárias) PASSOS, Messias Modesto dos. Biogeografia e paisagem. 2 ed. Maringá: [s.n.], 2003. PEREIRA, Nilton Salgado; PEREIRA, Julinha Z. Feijó. Terra planeta poluído: engenharia ambiental. 2 ed. Porto Alegre: SAGRA, 1983. SANTOS, Josefa Pereira dos. Identificação das principais feições geomorfológicas da sub-bacia do Rio Cacau-MA. Trabalho apresentado ao XX Seminário de Iniciação Cientifica da UEMA, São Luis, 2008. SARTRE, Xavier Arnauld de, et all. Identificação e Avaliação da Diversidade dos Tipos de Exploração do Ambiente na Amazônia Oriental. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 22, n. 1, jan./abr. 2005. p. 207-220. SILVA, Aichely Rodrigues da. Avaliação dos agentes modificadores da paisagem na sub-bacia hidrográfica do Rio Cacau-MA. Trabalho apresentado no I Colóquio Internacional Sobre Desenvolvimento Local e Sustentabilidade. SSããoo LLuuiiss,, 22000099.. SPÓSITO, Maria Encarnação Beltrão. Sobre o debate em torno das questões ambientais e sociais no urbano. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri; LEMOS, Amália Inês Geraiges. Dilemas urbanos: novas abordagens sobre a cidade. São Paulo: Contexto, 203. p. 358-366. TRINCART, Jean. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE: Diretoria Técnica, SUPREN, 1977. WALTER, Heinrich. Vegetação e zonas climáticas: tratado de ecologia global. (tradutora Anna Terzi Giova, Hildegard T, Buckup); revisão técnica e notas Antonio Lamberti. São Paulo: EPU, 1986.