ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

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BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 1

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Boletim Científico da ANEM. Nº 2. Dezembro de 2009.

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BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 1

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ÍNDICE3EDITORIAL

4INTERCÂMBIOS?INVESTIGAÇÃO?APRESENTAÇÃO DOS COORDENADORES LOCAIS DO DCI

6RESEARCH EXCHANGEO QUE É?,TESTEMUNHOS

7PRE-EXCHANGE TRAINING

9PROJECTOS INTERNACIONAISSTEP, SUDAN TROPICAL EXCHANGE PROGRAM

10ACTIVIDADES PASSADASTERTÚLIA “SCIENTIFIC INSIGHT @ LISBOA: DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS”, II MINHO MEDICAL MEETING, IV YES MEETING, iMED, MINI-CURSO DE FISIOLOGIA, CONGRESSO SEXO SENTIDO NA DOENÇA

14ISCOMS

15ENTREVISTAS COM MÉDICOS INVESTIGADORESDRA. CRISTINA NOGUEIRA SILVA, DR. EDSON OLIVEIRA

20APRESENTAÇÃO DE UM LABORATÓRIOIBILI, COIMBRA

21PROTOCOLO ANEM/COSMOS

APOIOS

CORPOEDITORIALMariana BrandãoCoordenadora Nacional do DCI

Raquel DiasBruno MacedoNEMUM

Mariana CunhaLuís BrazAEFMUP

Carlos FreitasAEICBAS

Henrique CabralNEM/AAC

Nuno TomásMedUBI

Raquel CorreiaAEFML

Filipa FerroJoana SoaresAEFCML

CONCEPÇÃO:ANEM, DEZEMBRO 2009.

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 2

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Caros colegas,Assim surge a 2ª edição desta revista virada para a Ciência e Investigação: o

boletim científico da ANEM! O objectivo desta revista é dar-te a conhecer

diferentes realidades da investigação biomédica a nível nacional e internacional: o que se passou cá dentro e lá fora, o que vai acontecer e quem

são as pessoas que o fazem acontecer…

Assim, dado que o principal organizador desta revista é o Departamento de

Ciência e Investigação da ANEM (DCI), dar-te-emos a conhecer um dos seus

principais programas: o Research Exchange (ou intercâmbios científicos). Dentro do Research Exchange, falaremos do PET (Pre-Exchange Training),

actividade de formação que se realizou pela primeira vez este ano em Portugal, em Coimbra.

Depois passaremos para as actividades passadas, tanto organizadas pelo DCI

(tertúlia científica no Porto) como por outras entidades (Minho Medical Meeting e YES Meeting).

Mas mais importante será também mostrar-te o que vai acontecer durante este próximo semestre: os congressos em Portugal (iMED…) e no estrangeiro

(CIBEME), as actividades do DCI, entre outras.

Para que conheças melhor a investigação biomédica que por cá se faz, damos-te a perspectiva de dois jovens médicos portugueses, Dr.ª Cristina Nogueira-

Silva e Dr. Edson Oliveira, que, a par da actividade clínica, desenvolvem projectos de investigação e também te apresentamos o IBILI de Coimbra.

No final, damos-te a conhecer a parceria que a ANEM tem com a Agência de

Viagens COSMOS e que te traz inúmeras vantagens no planeamento da tua viagem de intercâmbio, de amigos ou de finalista. Poderás também ver algumas

fotografias das actividades do DCI ao longo deste ano!

Esperamos que este boletim seja do teu agrado e que te possa cativar para

futuras edições do mesmo e para as actividades do DCI e da ANEM!

Com as mais cordiais saudações académicas,

EDITORIALBOLETIMCIENTÍFICOANEM

nº 2

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Inês LaínsPresidente, ANEM

Mariana BrandãoCoordenadora, DCI ANEM

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AEFCML

Olá! A área científica da AEFCML é coordenada por duas pessoas: Filipa Ferro, responsável pelo Research Exchange e Joana Soares, responsável pela divulgação científica e por incentivar o interesse dos alunos pela ciência e investigação.

Queremos permitir aos alunos um acesso mais próximo com o mundo da investigação e da crítica científica oferecendo-lhes a oportunidade  de participarem no Research Exchange, bem como em outras actividades organizadas na FCM-UNL.

AEFML

O Departamento de Relações Internacionais da AEFML promove anualmente oportunidades de intercâmbio pensadas à medida dos seus estudantes do 1º ao 6º ano. O programa de mobilidade internacional SCORE, coordenado localmente por Raquel Correia , tem

em vista aprofundar os conhecimentos dos estudantes numa área médica específica, e facilitar assim o seu acesso ao chamado «mundo científico» num habitat cultural e geográfico diferente do habitual.

AEFMUP

Olá a todos! Nós somos a Mariana e o Braz e somos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Frequentamos, respectivamente o 4º e 3º ano e integramos o Departamento Científico da Associação de Estudantes da nossa faculdade (AEFMUP) este ano pela primeira vez. Entendemos que um dos principais objectivos deste departamento é motivar e estimular os alunos a querer saber mais e aprofundar os seus conhecimentos na área da Investigação Científica, aproveitando as oportunidades que lhes são disponibilizadas pela faculdade durante o seu percurso académico. É exactamente no sentido de fomentar estas oportunidades que o departamento que representamos tem desenvolvido o seu esforço. Muitos alunos que ingressam no curso de medicina têm a ideia de ir mais longe e aventurar-

se na pesquisa científica e idealização de projectos, mas não tomam realmente iniciativa. Actualmente, este objectivo tem sido atingido em grande parte através da cooperação de todas as escolas médicas em diversas actividades (tertúlias, conferências, mini-cursos…), tendo como vector principal a ANEM.

Somos também Coordenadores Locais do “Research Exchange” (programa internacional de intercâmbios científicos da IFMSA) enviando, todos os anos, alunos da FMUP essencialmente nos meses de Julho e Agosto, e recebendo alunos estrangeiros que escolhem o nosso país e mais propriamente a FMUP como centro de investigação de eleição para aprenderem e desenvolverem as suas capacidades durante um mês.

Se necessitares de nos contactar, o nosso email é [email protected]!

Até breve!

AEICBAS

Olá! Chamo-me Carlos e sou o Coordenador Local do DCI na AEICBAS. Por isso, faço também parte do Departamento Científico e

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COORDENADORESLOCAIS.

Intercâmbio?Investigação?

Apresentação dosCoordenadores

Locais do

DCI ANEM

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de Intercâmbios da AEICAS, o qual, além de ajudar os estudantes estrangeiros que vêm fazer um intercâmbio de investigação no ICBAS, na sua estadia e trabalho, também é responsável por organizar e colaborar na organização de conferências e workshops científicos durante o ano.

MedUBI

O Departamento Ciência e Investigação do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI) é coordenado por Nuno Tomás. Tem como objectivos divulgar e fomentar o gosto pela investigação científica entre os estudantes de medicina. Desenvolve o programa Research Exchange, dinamiza actividades formativas e divulga encontros, seminários, cursos a nível local e nacional. Colabora com outros departamentos do MedUBI, em particular com o de Intercâmbios Clínicos com o qual organiza o acolhimento de estudantes estrangeiros dos programas de intercâmbio.

NEM/AAC

O Pelouro Científico do Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação Académica de Coimbra (NEM/AAC), desenvolve diversas actividades a nível local, nacional e internacional, através da sua integração na ANEM (e a partir desta, com a IFMSA) e EMSA. Localmente, o nosso principal objectivo é suplantar algumas

lacunas no plano curricular enquanto estudantes de medicina, pelo que organizamos diversas actividades como o Curso de Suturas, Cursos de Introdução à Clínica (CICs), Congressos que permitam aos nossos colegas acompanhar o ritmo alucinante da evolução científica e tertúlias que nos consintam, em ambiente familiar, discutir assuntos de índole científica. A nível nacional, somos parte integrante do Departamento de Ciência e Investigação da ANEM, colaborando com a IFMSA na realização do Research Exchange, bem como do PET. Igualmente contamos com o apoio da ANEM para a realização dos CEMEFs e dos INEFs. A nível internacional contamos com parceiros como a EMSA, na divulgação do ISCOMS e divulgação da Help! Campaign. Como futuros projectos possuímos a intenção de realizar outro Curso de Suturas, um Curso de Ligaduras, um Congresso que versará sobre “Medicina no Futuro”, divulgação do projecto de Research Exchange e re-estruturação dos projectos inseridos na base de dados da IFMSA. Em suma, o Pelouro Científico do NEM/AAC promove a divulgação do conhecimento científico a nível nacional e internacional, no fundo, como aperitivo à realidade da Investigação e da Ciência que será o nosso quotidiano no futuro.

NEMUM

O Departamento Científico e Investigação (DCI) da ANEM é representado no NEMUM por dois Departamentos: Científico e Intercâmbios.

O Departamento Científico pretende oferecer actividades complementares

relacionadas com o estudo da Medicina e investigação, que vão ao encontro dos interesses da maioria dos alunos e que possuam relevância na sua formação. Pretende também colaborar com outros departamentos do NEMUM, na comemoração de dias temáticos, de modo a dinamizar e contribuir para a criação de diferentes pólos de actividade e interesse. Tem como coordenadora a Raquel Almeida Dias, aluna do 2º ano e como colaboradora Daniela Freitas (1ºano).

O Departamento de Intercâmbios, em associação com a ANEM e com a IFMSA, tem o intuito de proporcionar aos seus alunos Intercâmbios Científicos entre os países pertencentes à IFMSA. Pretende-se que os alunos realizem um estágio científico num laboratório estrangeiro, que lhes permita lidar com métodos de trabalho e sistemas organizacionais diferentes e, ao mesmo tempo, contactem com um povo de língua, cultura e tradições diferentes. Simultaneamente, o Departamento de Intercâmbios recebe e acolhe os alunos de Faculdades de Medicina estrangeiras proporcionando-lhes actividades culturais e encerrando, assim, a magia do ciclo que é os Intercâmbios. Este departamento conta com a coordenação de Bruno Macedo, aluno do 2º ano e 3 colaboradores, Bernardo Pereira (1º ano), Pedro Mota e João Salvador (3º ano).

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O que é?O Research Exchange é um programa de intercâmbios internacionais que permite aos estudantes portugueses terem a oportunidade efectiva de desenvolver trabalho de investigação no estrangeiro por um período de 4  semanas.

Por outro lado, por cada estudante enviado, Portugal também recebe alunos estrangeiros no seio de alguns projectos de investigação desenvolvidos nas Escolas Médicas do país. Os períodos de recepção e envio de estudantes variam muito consoante tanto o período de férias como a data de ocorrência dos projectos de investigação.

A troca de estudantes entre ambos os países é preparada ao longo de todo o ano através de protocolos estabelecidos entre os departamentos nacionais de intercâmbios de investigação de ambos os países que procuram assegurar tanto para Incomings (estudantes recebidos) como Outgoings (estudantes enviados) um local para estadia durante o período de duração dos projectos, como alimentação e programa social para todos os participantes.

As vagas para os estudantes que fazem intercâmbios de forma bilateral (um estudante de uma faculdade vai para fora e outro desse mesmo país vem para Portugal) foram 60 para o ano de 2009, distribuídas pelas várias Faculdades e Escolas Médicas do país, com a possibilidade de se estabelecerem mais parecerias em função da procura por parte dos estudantes e da disponibilidade por parte dos países de recepção. O período de candidaturas iniciou-se no dia 10 de Outubro no site da ANEM (www.anem.pt) e a atribuição final de vagas após seriação dos candidatos aconteceu no dia 9 de Dezembro.

A selecção de candidatos para ocupar as vagas é bastante criteriosa. Não só são consideradas as suas capacidades linguísticas e actividades científicas, como todo um outro conjunto de atributos que se crêem valorizar positivamente uma participação em intercâmbios de investigação. Além disso, depois de seleccionados e aceites para determinado projecto de investigação, estes estudantes são orientados para um estudo nas áreas sobre as quais o projecto de investigação versará, sendo-lhes atribuída uma bibliografia que deverão consultar antes de o intercâmbio ocorrer.

Se não concorreste ao programa ou se, concorrendo, não foste colocado, podes candidatar-te às vagas sobrantes, de 2ª fase. Estas candidaturas abrirão no site da ANEM no início de Janeiro. Além disso, a partir do dia 16 de Dezembro (e até ao dia 1 de Fevereiro), podes concorrer a Vagas Unilaterais, também a partir do site da ANEM.

TestemunhosAqui te deixamos extractos de testemunhos de dois colegas de medicina, estrangeiros, que vieram para Portugal, realizar um intercâmbio científico.

Richard HerteirichAlemanhaMarço 2009, FCM-UNL

There is for foreign students a great

help of the Portuguese Student’s Association, which picked me at the airport up, showed me the University,

introduced me to my laboratory team and organized an apartment.

I enjoyed especially that I had always one person who just worked with me. So I could see or do everything in

detail and ask every bagatelle. Moreover the laboratory team was

always patient with me and I had the impression, they really wanted to teach me something.

I enjoyed my staying here very much as the practicum made a lot of fun,

was interesting, the people were open minded and Lisbon and its region has many things to offer.

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RESEARCHEXCHANGE

FICAATENTO!

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Bogdan NistorRoméniaSetembro 2008, ICBAS-UP

I got to meet the city, the people, the way things go around in Porto.

Everything was really nice, Porto is a wonderful city, I think that it is one of

the most beautiful cities in Europe and I am sure that it is a place that tourists visit all year round.

My work in Porto was in the laboratory with a very nice guy. He

was very smart, and he was very dedicated to his work. He was also very funny and joyful and we had a

great time during our work together. The staff from the laboratory was also

very nice, very warm and eager to help you when you needed.

Being in Portugal was a great

experience, and I can write a book about all the great things in Portugal,

and there will still be good things left to say about this wonderful place near the ocean.

O que é o PET?A ANEM pertence à Federação

Internacional das Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA).

Todos os anos, esta federação organiza Intercâmbios Científicos,

nos quais alunos de medicina vão

para uma escola médica estrangeira realizar um estágio de

4 semanas num laboratório de investigação.

Dentro deste intercâmbio, a

IFMSA começou uma actividade chamada Formação pré-

Intercâmbio (Pre-exchange Training – PET). Esta tem como

objectivo aumentar o

conhecimento científico, as capacidades técnicas e a

motivação geral dos alunos que vão realizar um intercâmbio

científico. O PET teve a sua 1ª

edição o ano passado, na Turquia, e vai este ano realizou-se pela

primeira vez em Portugal.

A quem se destinou? Tinha de se pagar alguma coisa?1ª fase de inscrições: apenas estudantes que estavam inscritos

no programa de Research

Exchange se puderam candidatar. As

vagas eram ilimitadas.

2ª fase: aberta a todos os estudantes

de medicina. As vagas eram

limitadas e os estudantes foram aceites por ordem de inscrição.

Não existiu taxa de inscrição! Além disso o almoço foi oferecido pela

ANEM. Os participantes apenas

tiveram que entregar uma caução de 10€ no seu comité local para se

confirmar a inscrição. Esta caução foi devolvida após o PET, mediante

apresentação do certificado.

Como estava organizado?O PET dividiu-se em programa

científico e programa social.

O programa científico decorreu

das 10h às 18h (com pausas para

café e almoço) e inclui os seguintes workshops (de cerca de 1h30 cada):

• Ética em Investigação - Professor

Joaquim Viana (FCS-UBI)

• Bioestatística Básica - Professor

Pedro Oliveira (ECS-UM)

• Comunicar em Ciência -

Professora Isaura Tavares

(FMUP)

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• Planear uma Investigação -

Professor Paulo Pereira (FMUC)

Todas as sessões (excepto a de

Bioestatística) foram realizadas numa

sala ampla, na qual os participantes se sentaram em semi-circulo à volta

de uma mesa (quase “mesa redonda”) para facilitar a interacção

e o diálogo entre participantes e

orador – pois o objectivo foi ter-se dinâmica e discussão durante as

sessões. Assim, em todas elas, os participantes intervieram, colocando

questões ou tecendo comentários que

achassem oportunos.

Tivemos também uma sessão de

Esclarecimento da Agência Cosmos sobre as vantagens que esta pode

oferecer a quem realiza um

Intercâmbio!

O programa Social era suposto

começar assim que o programa

científico acabasse! Mas, entretanto lembramo-nos que tínhamos

primeiro de arrumar os espaços onde decorreu o PET… e também foi

necessário tempo para se finalmente

conseguir tirar a bela da foto de grupo! Entretanto, com a chuva lá

fora, não foi possível fazer-se a visita guiada por Coimbra, mas, mesmo

assim, muita conversa correu

enquanto se esperava pelo jantar. A maior parte dos participantes teve

que se ir embora, porque a viagem para casa era longa… mas ainda

sobraram alguns resistentes para

irem jantar ao “La Fiesta”, um bonito restaurante de Coimbra, para

continuarem a conversa e trocarem mais algumas experiências.

Assim, o PET foi uma óptima

oportunidade para que estudantes de medicina de todo o país se pudessem

conhecer, ter uma formação mais

prática e concisa em áreas que podem vir a ser úteis para quem

está a realizar um projecto de

investigação ou vai fazer Research Exchange. Além disso, para estes

últimos, esta foi também uma oportunidade de conhecer outras

pessoas que vão fazer um

intercâmbio para o mesmo país/cidade!

ComentáriosAlguns comentários retirados dos inquéritos de avaliação dados aos participantes:

“A zona centro parece-me uma boa localização para a realização do PET, pelo que se deveria manter. Dever-se-ia promover mais o PET de modo a aumentar a audiência e a possibilidade não só de diversificação do programa como também de conivência com colegas de todas as outras faculdades médicas do pais.”

“Acho que este tipo de iniciativas contribui bastante para aumentar o interesse dos alunos na investigação e, acima de tudo, para conhecermos novas pessoas e interagirmos com elas, trocando experiencias pessoais.”

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ProjectoInternacionalO STEP é um intercâmbio sobre doenças tropicais, que se realizou pela primeira vez durante todo o mês de Julho de 2009, no Sudão. É um “global health project” organizado pela MedSIN-Sudan (organização equivalente à ANEM, no Sudão), que tem como objectivos partilhar e expandir o conhecimento acerca de Doenças Tropicais com estudantes estrangeiros, de uma forma profissional.

Em 2009 participaram 17 estudantes, vindos de: Holanda (12), Itália (2), Alemanha (1), Finlândia (1) e Reino Unido (1).

Mais informações:

Coordenadora do Departamento de Ciência e Investigação da ANEM ([email protected]) ou o coordenador do projecto, Abubaker Mergani Ali ([email protected] ou [email protected]).

Este projecto é uma oportunidade única para estudantes de medicina de todo o mundo de participarem num programa de alta qualidade, focado em Doenças Tropicais.

O tema das Doenças Tropicais é algo pouco abordado na generalidade dos currículos médicos em Portugal (e nos restantes países ocidentais), portanto este programa pode ser uma boa forma de aprenderes mais sobre estas doenças, que têm um alto impacto na vida de milhões de pessoas – em termos de qualidade de vida e de mortalidade. Além disso, este programa pretende que os estudantes adquiram a capacidade de prevenir e tratar estas doenças, e que possam despertar a atenção para estes problemas nos seus países de origem.

Programa científicoOs estudantes têm aulas sobre doenças tropicais, participam no trabalho laboratorial na Faculdade de Medicina de Kartum e fazem visitas a Hospitais e a centros de investigação sobre doenças tropicais. Este trabalho é supervisionado por Professores, médicos e tutores especializados nesta área.

Missão médicaOs participantes deslocaram-se a uma localidade rural do Sudão, trabalhando com a população carenciada. Providenciaram, de forma gratuita, diagnósticos, tratamentos e educação para a saúde.

Programa SocialDurante a semana (visitas a locais importantes de Kartum) e ao fim-de-semana: visitas a cidades históricas, a pirâmides, ao Mar Vermelho…

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Tertúlia“Scientific Insight @ Lisboa: Doenças Tropicais Negligenciadas”No passado dia 20 de Novembro de 2009 decorreu em Lisboa mais uma tertúlia “Scientific Insigth@” desta vez com o tema: Doenças Tropicais

Negligenciadas, organizada pela ANEM, AEFCML e AEFML.

A tertúlia começou pelas 21h30 na Fábrica do Braço de Prata e contou com a presença de quatro investigadores, dois da FMUL (Instituto de Medicina Molecular): Prof. Dr, Thomas Hänscheid e Dr. Miguel Prudêncio e dois da FCM-UNL (Instituto de Higiene e Medicina Tropical): Prof. Dr. Jorge Atouguia e Dr. Marcelo Silva. A moderação da mesa esteve a cargo da colega Raquel Rosa, da FMUL.

Durante a primeira parte cada um dos oradores apresentou sucintamente o trabalho que desenvolveu no respectivo grupo de investigação, tendo sido abordados principalmente a malária e a doença do sono.

Na segunda parte foi pedida a intervenção dos estudantes de modo a criar um ambiente de discussão sobre as doenças

tropicais negligenciadas: foram abordados temas como o (des)interesse das farmacêuticas no desenvolvimento de fármacos para este tipo de doença, o número relativamente reduzido de grupos de investigação e as dificuldades que enfrentam para desenvolverem estas pesquisas.

A tertúlia terminou num ambiente de descontracção, em que todos os 50 participantes tiveram oportunidade de aprender, de se informar e de passar uma noite diferente do habitual: ligada à ciência e investigação.

II Minho Medical Meeting, Cirurgia

O Núcleo de Estudantes de Medicina da UMinho (NEMUM) organizou o II Minho Medical

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Meeting, subordinado ao tema "Cirurgia", nos dias 16 e 17 de Outubro na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho (ECS-UM), tendo como público-alvo futuros profissionais de saúde, em particular estudantes de medicina.

A temática cirúrgica suscita na comunidade estudantil uma crescente busca de conhecimento, devido à incessante inovação e investigação das técnicas cirúrgicas, bem como à própria complexidade do tema.

Assim, o Congresso iniciou-se com a avaliação e preparação pré-operatória, técnicas de anestesiologia e exploração das diferentes vias de abordagem cirúrgica, tendo-se prolongado, em seguida, com a exposição das particularidades das principais especialidades cirúrgicas e médico-cirúrgicas e terminando, inevitavelmente, com os cuidados pós-operatórios.

Os estudantes tiveram ainda a oportunidade de pôr mãos à obra e adquirir competências práticas relacionadas com os cuidados cirúrgicos e pré-cirúrgicos em workshops sobre o tema (Endoscopia, de Laparoscopia, Suturas, Nós Cirúrgicos, entre

outros), pois "é fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer" (Aristóteles).

IV YES MeetingA 4ª edição do Young European Scientist Meeting (IV YES Meeting) decorreu nos dias 25 a 27 de Setembro de 2009, no Hotel Tuela Porto. Numa organização conjunta entre a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e a sua Associação de Estudantes (AEFMUP), foi um encontro dirigido a jovens cientistas e futuros médicos, reunindo estudantes e profissionais de todos os cantos do Mundo.

De uma forma geral, o programa científico versou:

. Palestras realizadas por médicos e cientistas convidados nos seguintes temas: Biomateriais,

Tensegridade celular, Obesidade, Medicina Reprodutiva, Cirurgia e Tuberculose. Este ano realça-se a participação do Nobel da Medicina e Fisiologia Rolf Zinkernagel, entre outros especialistas conceituados nacionais e internacionais.

. Comunicações orais e apresentações em formato poster acerca de trabalhos de investigação realizados por jovens cientistas nos domínios da Neurociências, Fisiologia & Medicina e Oncologia & Biologia Molecular, com atribuição de prémios aos melhores trabalhos de cada área.

. Workshops, promovendo a aquisição de experiências diferentes e interactivas, que permitam olhar para a Medicina como uma área multidisciplinar.

Para além disto, o programa social teve em atenção o enquadramento do evento no riquíssimo envolvimento cultural que a cidade do Porto proporciona.

No site www.yesmeeting.org podes encontrar toda a informação relativa ao congresso deste ano. Esta foi, de facto, uma oportunidade única para

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partilhar experiências e assimilar outras perspectivas da Ciência e Medicina!

Consulta também regularmente o site e poderás encontrar, em breve, informação sobre a edição do próximo ano. Mantém-te atento!

iMed

Congresso Inovar a MedicinaRealizou-se nos dias 7, 8 e 9 de Novembro de 2009 na Faculdade de Ciências Médicas em Lisboa. Foi um congresso dirigido a todos os estudantes de saúde onde foram apresentadas inovações científicas de índole médica, proporcionando a todos os estudantes a oportunidade de expandirem as suas perspectivas e conhecimentos num olhar pela inovação na medicina.

Por uma nova visão pela medicina, pela inovação e renovação de conhecimentos e para que num futuro próximo a saúde seja cada vez mais indissociável da actualização de

informação, este foi um congresso imperdível!

Mais informações em imed.fcm.unl

Mini-curso de FisiologiaPrograma DESCOBRIR,Do Laboratório de Fisiologia à prática clínicaNos fins nos fins-de-semana de 16 e 17 de Outubro e 13 e 14 de Novembro de 2009 realizou-se na Faculdade de Medicina do Porto um mini-curso de Fisiologia inserido no programa DESCOBRIR do Departamento de Ciência e Investigação da ANEM.

Esta iniciativa teve como objectivos: estabelecer o contacto entre os estudantes de Medicina e um Laboratório de Investigação científica e demonstrar a translação da Investigação científica em Medicina.

Este evento teve um número máximo de 13 estudantes, repartidos por dois fins-de-semana. Os estudantes tiveram uma componente teórica e prática com passagem pelos

laboratórios de músculo isolado, hemodinâmica e biologia molecular. Além disso, os participantes obtiveram algumas competências na preparação e execução de um protocolo experimental em músculo cardíaco ou liso e num modelo de coração “in situ”, bem como a realização de técnicas de extracção e processamento de RNA.

O corpo docente foi constituído por membros do Laboratório de Fisiologia da FMUP: Professor Doutor Adelino Leite Moreira, Professor Doutor Amândio Rocha Sousa, Professor Doutor Roberto Roncon Albuquerque Jr., Dr. André Lourenço e os colegas Francisco Faria, Mariana Pintalhão, Marta Tavares Silva e Ricardo Ladeiras Lopes.

Congresso Sexo Sentido na DoençaNos dias 2 e 3 de Outubro realizou-se, no Casino da Figueira, o Congresso Sexo Sentido na Doença, organizado pela ANEM em parceria com a

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Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a Sida”.

Na Cerimónia de Abertura, o Administrador do Casino da Figueira, Dr. Domingos Silva, a Presidente do Conselho de Administração da Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a Sida”, Dra. Filomena Frazão de Aguiar, o Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, Dr. João Goulão, o Presidente do Congresso, Prof. Dr. Machado Caetano e a Presidente da ANEM, Inês Laíns, assinalaram oficialmente a abertura dos trabalhos, num Congresso que se pautou por desmistificar a sexualidade num contexto de doença.

Perguntas como “Como será que doentes com neoplasias, particularmente do aparelho genital, HIV, limitações físicas ou dependências vivem a sua sexualidade? Têm limitações? Que soluções têm ao seu dispor?” foram debatidas e respondidas em quatro fóruns conduzidos por peritos nas áreas em questão,

tendo fornecido bases aos estudantes para lidar com estas situações no seu futuro profissional.

Os participantes tiveram também à sua disposição um leque de dez Workshops, com uma componente mais prática que, sob o mesmo tema, incidiram sobre aspectos menos abordados nos fóruns e mais específicos, ajudando a consolidar os conhecimentos.

O Programa incluía também uma componente social, com jantar no Salão Nobre do Casino da Figueira, seguido de espectáculo, o que possibilitou o convívio entre os estudantes de Medicina das várias Escolas Médicas.

A ANEM procurou, assim, ajudar os estudantes de Medicina a complementar a sua formação, oferecendo-lhes as bases que lhes permitam manter-se a par das questões menos abordadas nos currículos académicos, um dos objectivos primários da realização deste evento, que se revelou uma aposta ganha!

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O ISCOMS, é, a nível mundial, um dos maiores congressos dirigidos a estudantes das ciências (bio)médicas.

Além disso, é também uma

organização sem fins lucrativos formada por estudantes que

ambicionam promover a

investigação entre os estudantes e o intercâmbio internacional da

mesma. Ao longo dos três dias do congresso, os estudantes podem

partilhar os seus projectos de

investigação e aumentar a sua rede social científica, uma vez que podem

conhecer colegas, de todo o mundo, que também fazem investigação.

O programa científico inclui

diferentes projectos, de participantes de todo o mundo, que são

apresentados em forma de poster ou apresentação oral, perante uma

audiência internacional e

profissional. Além destas “sessões de estudantes”, também existirão

sessões (keynote lectures) dadas por investigadores reputados a nível

mundial, incluindo pelo menos um

laureado com o prémio Nobel da Medicina. A par disto, também

existem workshops.

Para lá do rico programa científico,

também existe um programa social,

preenchido com jantares e festas, que permitem que todos os participantes

se possam conhecer e divertir ao longo do congresso.

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O “International Student Congress of Medical Sciences” terá lugar de 8 a 11 de Junho de 2010 no University Medical Center de Groningen, na Holanda.

Em 2009 participaram 706 estudantes, de 51 países. Foram recebidos 890 abstracts, de 70 países diferentes, que foram seleccionados, sendo 240 o número final de estudantes que apresentaram um trabalho.

O período de submissão de abstracts já abriu e dura até ao dia 15 de Fevereiro de 2010.

Para mais informações vai a www.iscoms.nl

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Entrevista

A Dra. Cristina Nogueira-Silva desde cedo integrou o mundo da Investigação no Instituto de Investigação de Ciências da Vida e da Saúde, ICVS, no Grupo de Fisiologia Fetal e Neonatal, Domínio de Desenvolvimento e Oncobiologia.

Terminou a Licenciatura em Medicina na Escola Ciências da Saúde da Universidade do Minho (ECS-UM) em 2007, onde é Assistente Convidada da Área Curricular Sistemas Orgânicos e Funcionais, nomeadamente da Fisiologia, desde o seu quinto ano de curso. Actualmente, é interna de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital de S. Marcos em Braga.

Durante o seu percurso académico destacou-se na investigação científica, recebendo vários prémios, nomeadamente nas IX JOCEM (2006) passando pela Bolsa de Investigação em Neonatologia 2006, até ao Prémio Daniel Serrão de 2008.

Desde Setembro de 2007 é aluna de Doutoramento em Ciências da Saúde, Área do Conhecimento de Ciências Biológicas e Biomédicas, da ECS-UM, com o tema de tese “Looking for novel physiological regulators of lung development”.

DRA.CRISTINANOGUEIRASILVA

O que a levou a entrar no mundo da Investigação? E quando?A convicção que as ciências Médicas,

nomeadamente as abordagens terapêuticas só podem evoluir se se

realizar investigação. Nós médicos

lidamos directamente com os doentes, somos agentes que

contribuem para a sua saúde. Por isso temos de contribuir para que

esta seja sempre mais e melhor.

Considera que abdicou de muita coisa para fazer investigação enquanto estudante?Abdicar? Diria mais substituir. De

facto tive de substituir algumas actividades pela investigação que,

contudo, não era apenas um trabalho, mas sim uma actividade

que me dava, e dá, um grande

“gozo” e realização pessoal. Não diria que substitui muitas coisas;

aprendi a gerir melhor o meu tempo. É sempre possível fazermos um

pouco mais do que o que fazemos.

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 15

Page 16: ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

Em que consiste o seu trabalho de investigação? Qual a implicação clínica?As malformações pulmonares e

distúrbios do crescimento/maturação pulmonares constituem

um dos mais importantes problemas clínicos com que obstetras,

neonatologistas, pediatras e

cirurgiões pediátricos se deparam nos dias de hoje. Disto são exemplo a

hérnia diafragmática congénita, a malformação adenomatóide cística,

a agenesia pulmonar e o pulmão de

recém-nascidos (RN) prematuros. A fim de que se desenvolvam novas

estratégias terapêuticas que mimetizem o normal crescimento e

maturação pulmonares, é necessário

um conhecimento pormenorizado dos mecanismos reguladores e dos

efectores do processo de morfogénese pulmonar e foi

precisamente neste contexto que nos

propusemos desenvolver este projecto de doutoramento, cujo

título é: Looking for novel physiological regulators of lung

development.

Porquê fazer doutoramento agora?Acabou por ser uma sequência natural da actividade de investigação

e queria fazê-lo de forma

profissional. Para além disso, achei

que o final do curso e ano comum

seria a altura em que, mais facilmente, conseguiria ter tempo

disponível para conciliar as duas

actividades.

Agora como médica e docente, como consegue conciliar a Investigação com as aulas e o hospital? O que a move?A convicção que o binómio médico-investigador é o melhor segredo para

a minha melhor prestação como

clínica, como agente de saúde, é só por si uma grande motivação. Para

conciliar tudo isto é necessário gerir muito bem o tempo e ter espírito de

sacrifício…não é só querer!

Existe alguma relação entre o seu trabalho e a especialidade que escolheu?Sim. Eu estudo principalmente

desenvolvimento pulmonar fetal,

tendo em vista novas abordagens terapêuticas de patologias que

cursam com hipoplasia pulmonar fetal e sou Interna de Ginecologia e

Obstetrícia. Por isso, as ligações são

óbvias!

Quais as principais dificuldades da Investigação Médica em Portugal?Os velhos do Restelo…ou seja, os

que colocam problemas em tudo, os

que nunca acreditam que seja

possível. Mas felizmente prevejo que uma mudança na mentalidade da

Medicina em Portugal… Começa-se

a sentir nos estabelecimentos de Saúde que de facto a investigação é

necessária. Talvez a Lei dos Internos Doutorados seja já um exemplo dos

novos tempos…

Tem alguma mensagem que queira deixar para os alunos de medicina relativamente à investigação?Primeiro de tudo que experimentem.

E depois que se deixem “levar”, ou seja, não andar preocupado com a

busca imediata de resultados, mas sim que vão aprendendo todas as

técnicas laboratoriais possíveis bem

como exercitando o raciocínio cientifico. Depois os resultados

acabarão por aparecer mais cedo ou mais tarde... e ai começa o ciclo

viciosa…a vontade de mais e mais…

Uma investigação sólida demora o seu tempo…não podemos

desmotivar! Às vezes corre bem à primeira, outras parece impossível

chegar ao fim, conseguir optimizar

uma técnica, etc. Mas como em tudo é preciso não desistir e

principalmente Acreditar!

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 16

Page 17: ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

O que o levou a entrar no mundo da Investigação? E quando?Entrei na investigação no meu 2ª

ano. Inicialmente foi devido a uma oportunidade que surgiu para

participar num Workshop na

Alemanha relativo a uma área que me interessava particularmente.

Desenvolvi um projecto para concorrer e fui seleccionado. A partir

daí outras propostas foram surgindo

e nunca deixei de fazer investigação em paralelo com a actividade

estudantil.

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 17

DR.EDSON

OLIVEIRAEntrevista

Licenciado na Faculdade de Medicina da Universidade de

Lisboa (FML) em 2007, é actualmente interno da

especialidade de Ortopedia no Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC). Foi membro da Comissão de Curso (2001-07), membro do Conselho Pedagógico

da FML, da Assembleia e membro suplente do Senado da UL. Foi Coordenador Local para a Educação Médica na ANEM e membro da

direcção da Associação de Estudantes da FML. Pertenceu a Direcção Nacional da Associação Juvenil de Ciência. Actualmente é assistente da área

disciplinar de Neuroanatomia da FML.17

Page 18: ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

Considera que abdicou de muita coisa para fazer investigação enquanto estudante?Não. Fui sempre um aluno dedicado mas com uma vida social bastante

activa. Fiz parte da Associação de Estudantes e colaborei nas lutas

académicas arduamente. Levei a

vida de qualquer estudante com direito as festas e diversões

nocturnas. Simplesmente implicou um pouco de organização na vida

quotidiana para poder conciliar tudo

isso.

Agora como médico e professor, como consegue conciliar a Investigação com as aulas e o hospital? O que o move?Sou Assistente do Instituto de

Anatomia da FML e interno da especialidade de Ortopedia. A vida

durante o internato é bastante

desgastante e é necessária alguma força de vontade para conseguir

conciliar a clínica com a investigação e as aulas. Para as aulas, cujos

horários não são tão flexíveis, é

necessária uma agenda bem estruturada e alguma colaboração

por parte do Serviço de modo a respeitar esse compromisso. No que

diz respeito a investigação não é tão

complicado pois esta vai-se desenvolvendo nos nossos tempos

livres, e depende sobretudo de

disponibilidade pessoal. Para ser mais estimulante é importante

encontrar uma área de investigação que possamos conciliar com a nossa

especialidade.

Em que consiste o seu trabalho de investigação? Qual a implicação clínica?O projecto que estamos a

desenvolver no Instituto de

Anatomia é referente à caracterização do Núcleo

Accumbens humano. Este núcleo de substância cinzenta central está

situada na região do estriado ventral

e tem importantes funções no que diz respeito aos comportamentos de

adição e em algumas patologias psiquiátricas como a Perturbação

Obsessiva Compulsiva. A melhor

caracterização deste núcleo permitirá o desenvolvimento de

novas armas terapêuticas para a luta contra algumas formas de

Toxicodependência assim como

certas doenças do foro psiquiátrico.

Também tenho desenvolvido alguns

projectos na área da Medicina

Aeroespacial. Esta focaliza-se nas

alterações anátomo-fisiológicas em ambientes de microgravidade e a

forma de os prevenir. Naturalmente

que os sujeitos implicados são os astronautas e compreender as

alterações que sofrem por estarem em órbita permite uma melhor

compreensão da fisiopatologia do

corpo humano em Terra. Tenho-me interessado sobretudo na prevenção

das alterações osteomusculares, como a osteoporose e a atrofia

muscular. Os astronautas estão num

ambiente muito particular e apresentam alterações degenerativas

em poucas semanas, quando em Terra demoram anos. Se

conseguirmos compreender melhor

os mecanismos implicados nesta fisiopatologia, mas sobretudo se

arranjarmos formas de prevenir que estas situações ocorram, a Medicina

"terrestre" tem muito a ganhar. O

Espaço é um laboratório com condições de isolamento únicas

tendo sido bastante aproveitado para o desenvolvimento de muitas áreas

da Ciência.

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 18

Page 19: ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

Alguma relação entre o seu trabalho e a especialidade que escolheu?No que diz respeito a Medicina

Aeroespacial, sem dúvida. Os fenómenos osteomusculares e

biomecânicos passíveis de estudo tem muita relação com a Ortopedia. Mas

naturalmente que surgem sempre

novas ideias conforme nos vamos inteirando da especialidade. Portanto

talvez novos projectos estejam para surgir.

Enquanto estudante realizou algum intercâmbio científico?Realizei um intercâmbio clínico em

Inglaterra mas científico não.

Considera importante que os actuais estudantes de Medicina se dediquem à investigação?Considero que a investigação deveria

estar mais presente nos estudantes de Medicina. Considero mesmo que

deveria ser obrigatório algum

contacto durante o curso pois a aquisição de um espírito científico

crítico, o desenvolvimento de projectos e posterior execução são

importantes para a elaboração de

um raciocínio clínico estruturado.

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 19

Page 20: ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

IBILI

IBILIApresentação

O IBILI, Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra baseia a sua

excelência nas suas óptimas instalações bem como no conjunto de investigadores e alunos extremamente capacitado que constituem uma equipa multidisciplinar que se complementa.

O IBILI é um centro de Investigação reconhecido internacionalmente pela excelência nas Ciências da Saúde, particularmente especializado na descoberta de avanços na área das

Ciências Visuais. O IBILI é regularmente avaliado por um painel independente da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) e foi classificado como “Excelente” em 1999, 2004 e 2008.Esta instituição promove a criação de um ambiente de investigação, educação e treino que culmina numa abordagem inconvencional, ultrapassando as fronteiras entre a Medicina, Biologia e Engenharia. A integração entre a investigação básica e clínica é fundamental para a evolução das Ciências da Saúde e o IBILI revela especial atenção por programas de investigação integrada.

Como um instituto da FMUC, revela-se também igualmente comprometido a promover e fortalecer os standards do ensino pré e pós graduado, através de diversos programas, integrados por diversos alunos. Integra também um importante papel no plano curricular do Mestrado Integrado em Medicina da FMUC ao promover a única Unidade Curricular de Investigação ao longo de todo o curso.

No âmbito científico, o IBILI concentra-se em três programas principais:

• Retino-cortical processing in health and disease

• Phenotypes to genotypes of ageing and degenerative diseases

• Tools for clinical imaging and new methods for drug delivery

Cada um destes programas interdisciplinares envolve um coordenador científico é integrado por várias divisões, centros e grupos de investigação dentro do Instituto, de forma a juntar cientistas com diversos backgrounds e particularmente fomentar sinergias entre investigação básica e clínica.

Mais informações:www.ibili.uc.pt

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 2020

Page 21: ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

O que é a COSMOS?A COSMOS é uma agência de viagens com mais de 20 anos que surgiu na tentativa de preencher um espaço no sector de agências de viagens, especializadas em negócios, profissionais, incentivos e congressos. Nos últimos anos, atendendo às necessidades dos estudantes e à mobilidade que é cada vez mais uma realidade, tem explorado esta vertente essencial.

Em que é que a COSMOS ajudou os estudantes no seu Intercâmbio?A COSMOS pode enviar um orçamento ao estudante para a sua viagem de Intercâmbio. Assim que o estudante recebeu a sua CA (Carta de Aceitação), o Coordenador Nacional de Intercâmbios da ANEM informou a COSMOS, que começou logo a procurar os Orçamentos mais baratos para a viagem. Assim que tinham um Plano de Viagem e Orçamento proposta, enviaram-na

para o Coordenador Nacional, que a reenviou para o estudante por e-mail.Depois, coube ao estudante decidir se queria ou não marcar viagem pela Cosmos, sem compromisso!Se o estudante pretender, a COSMOS marca tudo, e o estudante nem precisa de ir a um balcão da Cosmos! É simples, rápido e cómodo!

Para além do Intercâmbio, o que é

que a COSMOS tem para te oferecer?Com a COSMOS podes marcar vários voos, com condições especiais e preços competitivos, alojamento, visitas guiadas ou usufruir dos pacotes de viagens para todo o tipo de destinos (praia, neve, cidades...) para ti, para os teus amigos ou família e até para a tua viagem de finalistas!

Quais as vantagens de marcar uma viagem pela COSMOS?Esta Agência oferece, além do atendimento personalizado e

acompanhado, através da sua rede de contactos, bons preços na marcação de voos (tarifas especiais), alojamento (as melhores tarifas em hotéis seleccionados), entre outros (aluguer de automóveis, serviço de assessoria e informação respeitantes à obtenção de vistos de entrada em países estrangeiros…).Oferece também um desconto de 7% em todos os pacotes de viagem de operadores nacionais (para as tuas viagens com amigos, família, viagens de finalistas...)

Há algum encargo em pedir um

orçamento?Não há qualquer tipo de encargo ao pedires um orçamento.

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 21

ProtocoloANEM /COSMOSNa sequência da parceria da ANEM com a Agência de Viagens COSMOS

damos-te a conhecer esta Agência e como podes beneficiar das vantagens oferecidas. Além disso,

explicamos como esta Agência colaborou com os estudantes que

realizaram um Intercâmbio (Clínico ou Científico) em 2009.

Contacto COSMOS:

Telefone: 225574911E-Mail: [email protected]

Page 22: ANEM - Boletim Científico nº 2 - Dezembro 2009

Se queres saber mais alguma coisa sobre o Departamento de Ciência e Investigação da ANEM, sobre nossas actividades ou mesmo colaborar connosco na edição deste Boletim Informativo, contacta-nos.

Visita a nossa área em:www.anem.pt

Ou envia um e-mail para:[email protected]

Obrigado.

ANEMPortugal, Dezembro de 2009.

www.anem.pt

BOLETIM CIENTÍFICO ANEM 22