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GUIA PRTICO PARAPROGRAMAS DE
PREVENO DE DROGAS
MARINE MEYER
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GUIA PRTICO PARAPROGRAMAS DEPREVENO DE
DROGAS
MARINE MEYER
PSICLOGA DO PROGRAMA DEPREVENO AO USO INDEVIDO DE
DROGAS DO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
DEPARTAMENTO DE SADE MENTALDO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
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2003. Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein.
permitida a reproduo parcial ou total desde que citada a fonte.
Produo, distribuio e informaes
Site lcool e Drogas sem Distoro
Programa Einstein de Tratamento de Dependentes de lcool e Drogas - PAD
Departamento de Sade Mental do Hospital Albert Einstein
Av. Albert Einstein 627
3 andar, bloco B, sala 387/389
Telefones: (011) 3747 1487 ou 3747- 1486
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O objetivo principal deste guia o de instrumentalizar
escolas a construrem e manterem um programa de
preveno ao uso de drogas inserido no cotidiano
escolar. As informaes contidas neste material so
destinadas preferencialmente aos educadores e mais
particularmente aos professores, pois os
consideramos os agentes preventivos ideais emfuno do vinculo afetivo e educativo com os alunos.
PREFCIO
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SUMRIO
CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1
O QUE PREVENO AO USO DE DROGAS? 2
QUAIS OS NVEIS DE PREVENO AO USO 3DE DROGAS?
PROGRAMA DE PREVENO AO USO 4DE DROGAS
POR QUE FAZER PREVENO AO USO DE 5DROGAS EM ESCOLAS?
COMO AS AES PREVENTIVAS DEVEM SER 6ORGANIZADAS?
QUAIS SO OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DAPREVENO AO USO DE DROGAS EM ESCOLAS 7
QUAIS SO AS ESTRATGIAS? 8
ETAPAS DE UM PROGRAMA DE PREVENO 12
DIAGNSTICO 13
DIFICULDADES INICIAIS 16
CAPACITAO PROFISSIONAL 19
ORGANIZAO DAS AES 22
AVALIAO DO PROGRAMA 26
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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O QUE PREVENO AO USO DE
DROGAS?
Preveno e represso no so a mesma coisa. Elas
supem posturas diferentes porm complementares.
Preveno consiste na reduo da demanda do
consumo de drogas. Neste caso, as aes tm como
objetivo fornecer informaes e educar os jovens a
adotarem hbitos saudveis e protetores em suas vidas.
Espera-se que as pessoas diminuam ou parem de
consumir drogas.
Represso consiste na reduo da ofertade drogas.
As aes repressivas tem como objetivo dificultar o
acesso as drogas como por exemplo: a legislao queprobe o uso de algumas droga, aes policiais para
prender traficantes e restries ao consumo de lcool
e tabaco para menores de 18 anos.
Ambos conceitos encontram-se presentes no cotidiano da
escola: ao mesmo tempo que a escola faz campanhas
educacionais antitabagistas, probe a todos (inclusive
professores e funcionrios) de fumarem na instituio.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
2 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
A comunidade em ao:
PAIS
Podem trabalhar com outras pessoas na
comunidade selecionando programas de
preveno de qualidade.
EDUCADORES
Podem incluir em sua grade curricular
informao sobre drogas baseada em
evidncias cientficas.
LDERES COMUNITRIOS
Auxiliar na escolha, desenvolvimento e
aprimoramento de programas de
preveno para sua comunidade.
National Institute on Drug Abuse
www.nida.nih.gov
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QUAIS OS NVEIS DE PREVENO AO
USO DE DROGAS?
Existem trs nveis de preveno, cada um com os seus
objetivos prprios:
A preveno primria quer evitar ou retardar a
experimentao do uso de drogas. Portanto, refere-se ao
trabalho que feito junto aos alunos que ainda no
experimentaram, ou jovens que esto na idade em que
costumeiramente se inicia o uso.
A preveno secundria tem como objetivo atingir as
pessoas que j experimentaram e que fazem um uso
ocasionalde drogas, com intuito de evitar que o uso se
torne nocivo, com possvel evoluo para dependeria. Napreveno secundriao encaminhamento para especialistas
tambm pode e muitas vezes indicado como uma forma
preventiva de evitar danos maiores a sade.
A preveno terciria corresponde ao tratamento do uso
nocivo ou da dependncia. Portanto este tipo de ateno
deve ser feita por um profissional de sade, cabendo a
escola identificar e encaminhar tais casos.
No possvel saber com antecedncia quem ir ter maiores
problemas com o uso de drogas. Portanto, melhor prevenir
do que remediar!
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
3GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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PROGRAMA DEPREVENO AO USO DE
DROGAS NAS ESCOLAS
4 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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POR QUE FAZER PREVENO AO
USO DE DROGAS EM ESCOLAS?
A escola tem um papel fundamental no
desenvolvimento sadio do adolescente e do adulto,
pois contribui para a formao global do jovem e
da sociedade. Qual a relao entre educao e
preveno? A preveno ao uso de drogas uma
atitude a ser adquirida desde a infncia epromovida durante toda a vida. Assim, o papel da
escola na preveno educar crianas e jovens a
buscarem e desenvolverem sua identidade e
subjetividade, promover e integrar a educao
intelectual e emocional, incentivar a cidadania e a
responsabilidade social, bem como garantir queeles incorporem hbitos saudveis no seu
cotidiano. Trata-se de discutir o projeto de vida dos
alunos e da sociedade, ao invs de dar nfase s
conseqncias como a doena e a drogadio por
exemplo. Neste sentido, a preveno mais
adequada quando discute o uso de drogas dentrode um contexto de sade.
PROGRAMA DE PREVENOAO USO DE DROGAS NAS
ESCOLAS
5GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
60%, 53 % e 40% dos jovens
brasileiros entre 12 - 17 anos
consideram muito fcil conseguir
solventes, maconha e cocana
respectivamente.
www.cebrid.epm.br
O Centro Brasileiro de
Informaes sobre Drogas
Psicotrpicas (CEBRID)realizou
entre 1987 - 1997 quatro
levantamentos sobre o perfil do
consumo de drogas entre estudantes.
Os solventes foram as drogas que
tiveram maior uso na vida, atrs
apenas do tabaco e o lcool. Dentre
as seis drogas mais utilizadas, trs
delas - maconha, anticolinrgicos e
cocana - tiveram um crescimento de
uso na vida.
www.cebrid.epm.br
7/31/2019 Guia Prevencao Albert Einstein
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COMO AS AES PREVENTIVAS
DEVEM SER ORGANIZADAS?
As aes preventivas podem ser inicialmente
pontuais coordenadas por um membro da escola.
Apesar desta no ser a situao ideal estas atitudes
precisam ser incentivadas e valorizadas. Afinal, a
partir do interesse de alguns que programas de
preveno podem ser estruturado a longo prazo.
Esta pessoa pode coordenar e mobil izar a
comunidade escolar para a relevncia do tema.
No entanto, o programa de preveno o modelo
que garante a continuidade das aes preventivas
que so fundamentais para mudar o comportamento
das pessoas sobre os riscos do uso de droga. O
programa de preveno precisa fazer parte do
cotidiano, ser intensivo, precoce e duradouro, com
tendncia para envolver pais e comunidade em suas
atividades. O programa ideal aquele que
desenvolvido durante toda a escolaridade dos
alunos.
PROGRAMA DE PREVENOAO USO DE DROGAS NASESCOLAS
6 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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QUAIS SO OS PRINCIPAIS OBJETIVOS
DA PREVENO AO USO DE
DROGAS EM ESCOLAS?
Um programa de preveno no pode ter como meta
principal por fim a toda e qualquer ocorrncia com drogas
na escola ou propor que os usurios deixem de existir.
preciso tomar cuidado para no cair na armadilha de tentar
banir as drogas da escola e da sociedade. Esta uma
empreitada impossvel!
Portanto, o planejamento das atividades preventivas devem
ter como meta diminuir a probabilidade do jovem envolver-
se de maneira indevida com o uso de drogas. Para isso, os
programas de preveno ao uso de drogas devem enfatizar
a reduo dos fatores de riscoe ampliao dos fatores
de proteo.
Nem toda pessoa que experimenta ou usa uma droga se
tornar um dependente qumico. Por outro lado, todo
dependente um dia experimentou uma droga. O grande
problema que no d para saber com antecedncia, en-
tre as pessoas que comeam a usar drogas, quais serousurias ocasionais e quais se tornaro dependentes. Para
se fazer preveno preciso basear-se nos diversos
padres de uso de drogas. No em vo que a devem
realizar um diagnstico para verificar o tipo de usliteratura
sugere que programas de preveno o e quais as drogas
consumidas por aquela comunidade, para ento adequ-los as necessidades reais da mesma.
PROGRAMA DE PREVENOAO USO DE DROGAS NAS
ESCOLAS
7GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
ALGUNS FATORES DE RISCO
Comportamento agressivo precoce
Falta de apoio familiar
Abuso de lcool, tabaco e outras drogas
Fcil acesso e permissividade
pobreza
National Institute on Drug Abuse
www.nida.nih.gov
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PROGRAMA DE PREVENOAO USO DE DROGAS NASESCOLAS
QUAIS SO AS ESTRATGIAS?
Para fazer preveno em escolas no preciso reinventar
a roda, j existem modelos de preveno pesquisados e
sugeridos para o trabalho. Estes correspondem ao leque
de estratgias que podem ser usadas para planejar e
realizar atividades preventivas. A literatura sugere que os
programas de preveno mesclem as diversas estratgias
para garantir uma diversidade de aes obtendo assim
melhores resultados na preveno ao uso de drogas. A
escolha adequada de um modelo de preveno se dar em
funo de uma srie de critrios, tais como: a filosofia da
instituio, do tipo de atividade, da populao alvo, do local
e de seus recursos e, principalmente, das necessidades
daquela populao.
Vejam a seguir os principais modelos de preveno
sugeridos na literatura para desenvolver programas de
preveno ao uso indevido de drogas:
1. Modelo do amedrontamento
Este modelos baseia-se em fornecer informaes que
enfatizam as conseqncias negativas do uso de drogas de
modo dramtico. A preveno ao uso de drogas nestes
moldes tem pouca eficcia, pois muitas vezes o medo parece
ser um argumento pouco convincente frente ao suposto
prazer que o adolescente atribui s drogas.
8 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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PROGRAMA DE PREVENOAO USO DE DROGAS NAS
ESCOLAS
2. Educao para o conhecimento cientfico
Prope o fornecimento de informaes sobre drogas de
modo imparcial e cientfico. A partir destas informaes os
jovens podem tomar decises racionais e bem
fundamentadas sobre as drogas. Contudo, tambm
precisamos fazer uma ressalva na utilizao deste modelo.
Informao em excesso e detalhista sobre os efeitos das
diferentes drogas, tambm pode ter o efeito contrrio do
almejado: despertar a curiosidade e portanto induzir o uso
de drogas. Lembramos que para prevenir o uso de drogas
preciso informar os jovens, mas tambm abordar e discutir
o prazer que os jovens atribuem a mesma como uma forma
de conscientiz-los e desmistificar algumas crenas e
concepes a cerca dos efeitos do uso de drogas.
3. Treinamento para resistir
Busca desenvolver habilidades para resistir s presses do
grupo e da mdia para experimentao ou uso de drogas.
Para tanto, so desenvolvidos exerccios que treinam os
jovens a recusar a droga oferecida.
4. Treinamento de Habilidades Pessoais e Sociais:
Este modelo entende que o ensino de habilidades e
competncias como um fator de proteo necessrio para
lidar melhor com as dificuldades da vida. Tambm procura
desenvolver competncias mais gerais, tais como lidar com
a timidez ou como desenvolver amizades saudveis.
9GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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PROGRAMA DE PREVENOAO USO DE DROGAS NASESCOLAS
10GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
5. Presso de Grupo Positiva
Acredita que os prprios jovens podem liderar atividades
de preveno. Lideres naturais adolescentes so
identificados e treinados por adultos para desenvolver aes
preventivas.
6. Educao afetiva
Defende que jovens emocionalmente e psicologicamente
saudveis correm menos riscos de ter um uso problemtico
de substncias psicoativas. Este modelo visa o
desenvolvimento interpessoal dos jovens estimulando e
valorizando a auto-estima, a capacidade de lidar com a
ansiedade, a habilidade de decidir e relacionar-se em grupo.
7. Oferecimento de alternativas
Pretende oferecer alternativas interessantes e saudveisao uso de drogas, propiciando aos jovens possibilidades
de lazer, prazer e crescimento pessoal. Exemplos dessas
alternativas podem ser atividades profissionalizantes,
esportivas, artsticas e culturais.
8. Modificao das condies de ensino
Sugere a modificao das prticas educacionais, a melhoria
do ambiente escolar, o incentivo a responsabilidade social,
o comprometimento da escola com a sade dos seus alunos,
o envolvimento dos pais em atividades curriculares, e a
insero do tema no em sala de aula como atitudes
importantes na preveno ao uso de drogas.
A participao autnoma das partes
envolvidas fundamental para a
implantao e desenvolvimento de
estratgias de preveno efetivas.
National Drug Framework of Australia
www.health.gov.au
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PROGRAMA DE PREVENOAO USO DE DROGAS NAS
ESCOLAS
11GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
9. Educao para a sade:
Educar para uma vida saudvel a proposta central deste
modelo. Assim, orientar para uma alimentao adequada,
para atividades no propiciadoras de estresse, para uma
vida sexual segura, para a prtica de exerccios fsicos, uso
adequado de remdios e at para a escolha correta da
pessoa que dirigir o carro num passeio de grupo, compem
um currculo em que a orientao sobre os riscos do uso de
tabaco, lcool e drogas tambm se faz presente. Muitas
vezes so discutidos temas mais gerais, como meio
ambiente, poluio e trnsito visando formar um estudante
com conscincia de algumas caractersticas problemticas
do mundo que o cerca e com capacidade de escolher uma
vida mais saudvel para si e sua comunidade.
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12 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
ETAPAS DE UMPROGRAMA DE PREVENO
I. O DIAGNSTICO
PRINCPIOS DA PREVENO
PRIMEIRO
Os programas de preveno devem
aumentar os fatores de proteo e
reduzir os fatores de risco.
SEGUNDO
Os programas de preveno devem
abordar todos os tipos de droga e
todas as formas de uso, incluindo o
uso de drogas lcitas por menores de
idade, de drogas ilcitas, bem como o
uso inapropriado de substncias
obtidas legalmente, tais como os
solventes e as drogas prescritas.
TERCEIRO
Os programas de preveno devem
estar adaptados as necessidades
especficas de cada comunidade
National Instute on Drug Abuse
www.nida.nih.gov
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O ponto de partida tirar uma fotografia da escola o que
no termo tcnico significa realizar um diagnstico. preciso
saber qual a amplitude do problema na escola para poder
solucion-lo. Se as ocorrncias com uso de drogas tm sidorelacionados ao lcool e a maconha a prioridade no
desenvolver atividades voltadas para o uso de cocana.
Assim o programa deve ser adaptado em funo da
realidade e das necessidades de cada escola.
O diagnstico visa a identificar :- O pblico alvo do programa: incidncia e prevalncia
do uso de drogas, caractersticas scio-econmicas
e demogrficas, identificao dos grupos ou jovens
com comportamento de risco.
- Tipos de drogas consumidas, freqncia e uso.
- Valores, atitudes e crenas a respeito das drogas e
dos usurios.
- Levantamento das condies de ensino e da rotina
escolar.
- Conduo dos casos de alunos usurios oudependentes.
- Informaes sobre o tema da comunidade escolar.
O DIAGNSTICO
13GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
A preveno deve ser considerada
uma atividade de todo o dia. J a
interveno deve ser direcionada a
locais especficos onde as pessoas
vivem , trabalham e passeiam.
Swiss Federal Office of Public Health
www.suchtundaids.bag.admin.ch
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Como fazer o diagnstico:
Sugerimos essencialmente trs etapas:
A. Pesquisa epidemiolgica:
- Questionrios annimos e de auto preenchimento
(padronizado pela Organizao Mundial de Sade). Os
questionrios visam a caracterizar a populao, medir o
uso de drogas desses alunos, seus conhecimentos e
opinies a respeito do tema. Este procedimento apresenta
um grau de dificuldade alto para sua realizao, pois exige
o acompanhamento de tcnicos e custoso. A parceria
com universidades ou instituies especializadas deve
ser estudada e aconselhada. Alm disso, o uso deste
instrumento exige cautela pois comum um sentimento
de perseguio dos alunos que podem no responder o
questionrio adequadamente por medo.
B. Levantamento do conhecimento sobre o tema:
- Elaborao de um roteiro de perguntas baseadas nas
informaes que se deseja obter. O mesmo deve ser
rigorosamente planejado e estruturado para garantir a
confiabilidade dos resultados e sua reaplicao.
- Atividade realizada com um grupo de no mximo 12
participantes. O grupo ter um coordenador e um
observador (anota e grava a discusso). A partir das
questes propostas pelo coordenador do grupo, os
participantes iro expor e debater suas opinies e
conhecimentos sobre o tema.
- Pode ser aplicada em alunos, professores e pais.
O DIAGNSTICO
14 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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C. Mapeamento da Instituio:
- Observao da rotina escolar (alunos e funcionrios) e
da proposta pedaggica da escola, para moldar as etapas
do programa de preveno ao funcionamento da escola.
- Avaliao do ambiente fsico e arredores da escola:
presena de bares e padarias prximos, a freqncia dos
alunos a estes locais, opes de lazer no local.
- Levantamento de como a problemtica das drogas abordada na escola: modo de encaminhamento, tabagismo
entre os professores e os alunos, o que acontece ao aluno
quando pego usando ou portando drogas na escola,
venda de bebida alcolica durante festas da escola.
- Avaliao de como as questes de sade so abordadas
na escola: medicao dos alunos, presena de farmcia
na escola e seu responsvel, se a escola mantm um
registro do nmero de intercorrencias de sade.
- Levantamento do nmero de ocorrncias envolvendo
drogas na escola.
- Levantamento de atividades preventivas que j foram
desenvolvidas na escola para evitar a repetio das
mesmas atividades e temas. Tambm uma forma de
detectar os conhecimentos preexistentes e j trabalhados
pela escola com a comunidade.
- Levantamento dos recursos materiais, humanos e fsicos
disponveis para a realizao do programa.
O DIAGNSTICO
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16 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
ETAPAS DE UMPROGRAMA DE PREVENO
II. DIFICULDADES INICIAIS
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DIFICULDADES INICIAIS
17GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
Algumas das dificuldades iniciais para insero do programa
de preveno na escola podem ser:
A. Trfico de drogas na escola.
Trabalhar o tema indiretamente (no caso de escolas com
trfico intenso). Neste casos, a escola pode trabalhar com
aes que despertem a cidadania e a responsabilidade so-
cial, ajudando os alunos a encontrarem solues para os
problemas de sua comunidade. Utilizar-se do modelo de
educao afetiva desenvolvendo atividades com artes ou
msica que ajudam a melhorar a auto estima destes jovens.
Esta maneira de desenvolver o trabalho de preveno um
excelente recurso para firmar parcerias com todos os setores
da escola. Ele educativo sendo portanto do interesse de
toda a comunidade e do qual todos podem participar.
B. Falta de preparo tcnico com relao ao tema e boicoteao trabalho.
A busca de informaes cientficas e confiveis diminui a
insegurana trazendo tranqilidade e qualidade ao programa
de preveno ao uso de drogas.
C. Sentimento de desconfiana dos alunos com relaoa uma postura repressora e acusatria da escola.
Como vimos na questo dois, a preveno e represso so
muitas vezes confundidas. Portanto, o trabalho a ser realizado
similar ao mencionado no item A desta resposta. preciso
desenvolver atividades que mobilizem e interesse ao jovens.
Alm disso, importante evitar criar um clima de acusao eidentificao.
Comunidades coesas e com
qualidade de vida ficam menos
vulnerveis aos efeitos do uso
indevido de drogas.
Drug Strategy - United Kingdom
www.drugs.gov.uk
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DIFICULDADES INICIAIS
18 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
D. Falta de regras claras sobre o uso de drogas na escola.
Nenhum tipo de consumo de drogas deve ser permitido na
escolas sejam elas lcitas ou ilcitas. Recomenda-se que o
consumo de lcool (at para os adultos) seja evitado nas
festas comemorativas da escola. Este um excelente
momento para se divertir sem se embriagar. Tambm preciso
prever e estabelecer um protocolo de medidas para alunos
que so usurios ou forem pegos usando drogas dentro da
escola.
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ETAPAS DE UMPROGRAMA DE PREVENO
III. A CAPACITAO PROFISSIONAL
19GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
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CAPACITAO PROFISSIONAL
20 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
Todo o corpo educativo precisa ser capacitado para
desenvolver o tema drogas em sala de aula e no cotidiano
escolar. Esta uma tarefa que requer tempo e investimento.
A formao de um grupo representativo para coordenar e
organizar o programa a maneira ideal para iniciar as
atividades preventivas. Esta estrutura agiliza a implementao
do programa na escola. Posteriormente, seus membros
podem transmitir os conhecimentos a todos na escola.
Composio ideal do Grupo de Multiplicadores:
- Ter cinco a seis pessoas para garantir maior comunicao
e possibilidade de deciso. Um dos integrantes pode ser
o coordenador do grupo.
- Participar voluntariamente do grupo e do programa. A
situao ideal que os dirigentes da escola no
determinem quem ir compor o grupo de trabalho.
- Ter educadores da maioria das sries, disciplinas (exatas,
humanas, lnguas, artes e etc...) e reas (direo ou
coordenadores pedaggicos, professores e funcionrios
e etc...) da escola representadas no grupo.
Condies a serem oferecidas pela escola:
- Garantir horrios fixos para reunies de planejamento e
para organizao das atividades preventivas.
- Disponibilizar recursos materiais.
- Valorizar e apoiar o trabalho.
- Incentivar e promover a capacitao tcnica dos
professores sobre o tema.
Segundo o Plan Nacional sobre
Drogas (Espanha), os professores
devem saber abordar o tema drogas
no cotidiano da escola por meio de
atividades curriculares e
extracurriculares. Para isso devem
estar devidamente capacitados,
munidos de material didtico e
repertrio para atividades, bem como
conectados a profissionais
especializados para
encaminhamentos.
www.mir.es/pnd
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21GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
CAPACITAO PROFISSIONAL Formao do Grupo de Multiplicadores:
- Ter acesso a conhecimentos bsicos sobre preveno e
drogas para, posteriormente, transmiti-los aos seus
colegas.
- Contemplar aspectos tericos mas tambm aspectos
prticos envolvidos na preveno ao uso de drogas.
- Promover dinmicas de grupo para que aspectos afetivos
e emocionais dos professores e funcionrios sejam
abordados de modo a prepar-los a trabalhar e
reaplicarem esta dinmica com alunos e pais.
- Participar de cursos e promover grupos de estudos bem
com discusses pertinentes ao tema com a comunidade
escolar.
- Definir as estratgias a serem utilizadas para abordar o
tema na escola e em sala de aula.
- Planejar atividades preventivas para o ano letivo.
- Criar protocolos de avaliao.
- Formar um acervo de aulas, materiais, atividades, textos,
livros, lista de filmes e de sites na Internet.
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22 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
ETAPAS DE UMPROGRAMA DE PREVENO
IV. A ORGANIZAO DAS AES
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23GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
ORGANIZAO DAS AES A partir das informaes obtidas no diagnstico e
considerando os objetivos gerais do projeto preciso
organizar as atividade preventivas para que os problemas
com uso de drogas sejam solucionados e abordados. Paratanto preciso fazer um plano de trabalho. O planejamento
deve contemplar a preparao de atividades preventivas
para toda a comunidade escolar ( corpo educativo, pais e
alunos). Este poder ser anual ou semestral.
A escola deve ter um planejamento consistente para fazer
um trabalho preventivo, mas deve tambm estar preparada
para agir diante de situaes imprevistas, e aproveitar todas
as oportunidades possveis para agir de forma positiva na
formao de seus alunos.
Algumas dicas para a construo de um plano de
trabalho
- Que tipo de atividade deve ser realizada para reduzir ou
evitar o consumo de drogas e favorecer os fatores de
proteo?
- O que precisa ser feito para atender as necessidades
levantadas no diagnstico?
- Que atividades devem ser realizadas para que todos os
setores da escola sejam atingidos pelo programa?
- Quem o pblico alvo desta atividade?
- Qual a melhor estratgia para planejar esta atividade?
Para a preveno eficiente:
IDENTIFIQUE
CONSTRUA
DESENVOLVA
PROJETE
INCLUA
National Institute on Drug Abuse
www.nida.nih.gov
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ORGANIZAO DAS AES
24 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
- Quantas atividades sero necessrias para atingir toda a
populao durante o ano?
- As at ividades desenvolvidas precisam ser
sistematicamente registradas e descritas para a realizao
da avaliao e reutilizao.
- Ao menos uma vez por ano, deve haver uma avaliao
das atividades realizadas e redefinio das metas para o
ano seguinte.
Como trabalhar o tema na escola
As atividades preventivas tm maior impacto quando so
dirigidas aos alunos e aos seus familiares e se toda a
comunidade escolar estiver mobilizada. Elas devem abordar
todas as formas de abuso de drogas, incluindo as legais e asilegais, dando prioridade s mais consumidas naquela
comunidade.
A continuidade das atividades preventivas pode ser garantida
ao serem inseridas no programa pedaggico da escola
atravs dos temas transversais, e nos eventos propostos pelaescola como festas, assemblia ou reunio de pais. Datas
comemorativas tambm podem ser um excelente recurso para
o desenvolvimento de atividades preventivas, como por
exemplo, o dia internacional de combate s drogas. O projeto
tambm pode criar e propor atividades preventivas
extracurriculares como campeonatos esportivos ou palestrasinformativas.
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25GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
ORGANIZAO DAS AES Exemplos de atividades preventivas:
Professores e funcionrios: Criar um banco de aulas,
atividades e dinmicas reaplicveis que abordem todas as
drogas e os diferentes usos. Elaborar material didtico:
cartilhas e folhetos.
Pais: Criar um canal de discusso e de parceria com os
pais atravs de eventos especficos. Promover uma
discusso sobre os fatores de risco e de proteo
Alunos: Planejar projetos pedaggicos e culturais:
exposies de pesquisas e trabalhos realizados. Discusso
de algumas propagandas de lcool e medicamentos, por
exemplo.
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26 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
A AVALIAO DOPROGRAMA
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27GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
AVALIAO DO PROGRAMA A avaliao o processo para verificar se o programa de
preveno desenvolveu-se conforme os objetivos definidos
e problemas levantados no diagnstico inicial. Ela permite
observar as dificuldades e facilidades encontradas durantea realizao do trabalho e ajustar o programa para as
prximas etapas.
Para uma avaliao geral do programa sugerimos que sejam
realizados trs tipos de avaliao: da estrutura, dos processos
e dos resultadosdo programa de preveno.
Seguem algumas dicas para realizar as avaliaes:
A avaliao do estrutura e do processo do projeto so formas
de se verificar o desenvolvimento do programa. Para isso,
fundamental a elaborao de um instrumento de registro e
de avaliao.
- Seguem algumas questes a serem consideradas para
as avaliaes:
1. Desempenho e capacitao do Grupo de Multiplicadores.
2. Insero do programa na escola: pais, alunos e
educadores.
3. Metodologia util izada (divulgao, estratgia de
preveno, comunicao com o pblico alvo...).
4. Qualidade das atividades preventivas.
5. O planejamento foi mantido e atingiu seus objetivos?
6. Os recursos disponveis foram suficientes?
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AVALIAO DO PROGRAMA
28 GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
Seguem algumas estratgias para auxiliar a avaliao dos
resultados:
1. Pr/Ps-testes
Desenvolvimento de questionrios para medir a opinio dos
alunos sobre as drogas e seus conhecimentos sobre o tema.
Aplica-se o teste antes e aps a atividade preventiva. Depois
se compara se houve alguma alterao no comportamento e
no conhecimento dos sujeitos.
2. Nmero de ocorrncias
Levantamento do nmero de ocorrncias com drogas na escola
durante o programa. O fato de elas aumentarem no significa
necessariamente que o programa falhou. Este ndice pode ser
um indicativo de que o tema esta mais presente na escola e,
as pessoas tm procurado maior apoio junto escola. Portanto
pode at ser positivo.
3. Nmero de intercorrencias de sade
Levantamento do nmero de intercorrencias de sade (faltas
por doena, pedido de medicamentos e sua indicao) du-
rante o ano escolar. Este pode ser um indicador de que oprograma tem afetado o comportamento em relao a auto-
medicao e a medicao sem orientao mdica. Uma
reduo deste nmero bem como uma atitude mais consciente
no uso de medicamentos, pode ser um resultado positivo do
trabalho realizado.
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4. Nmero de casos
Levantamento do nmero de alunos encaminhados para
profissionais de sade por terem um comportamento abusivo
ou de dependncia de drogas. Verificao se este nmero
aumentou, diminui ou manteve-se inalterado.
5. Insero do programa na escola
Levantamento do nmero de intervenes realizadas pelo
grupo de multiplicadores em parceria com os outros
professores da escola. Pode se verificar se o grupo de
multiplicadores atingiu seu propsito:
O programa de preveno ao uso de drogas est inserido no
cotidiano e no programa pedaggico da escola?
Os professores da escola tm tido autonomia para abordar o
tema drogas em sala de aula? Quantas atividadedesenvolveram?
Como os casos e os episdios de alunos envolvidos com
drogas foram conduzidos na escola? Nota-se um maior
preparo por parte dos professores e inspetores?
6. A participao
Pretende quantificar o nmero de pessoas que o programa
atingiu e, o nmero de atividades que cada indivduo
participou. A partir destes dados, verifica se o programa est
alcanando toda a populao inicialmente planejada. Para
esta avaliao se faz necessrio elaborao de um
instrumento de registro para que aps cada atividade
realizada durante o programa, estes fatores sejam medidos.29GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
AVALIAO DO PROGRAMA
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7. Pesquisas epidemiolgicas
Consiste na reaplicao de questionrios epidemiolgicos
(conforme explicado no item diagnostico) aps pelo menos
um ano de programa. Tem como objetivo verificar se houve
alterao no conhecimento e no consumo de drogas com
relao aos resultados obtidos na pesquisa durante o
diagnstico. A realizao deste tipo de avaliao implica em
uma parceria com instituies de pesquisas especializadas.
8. Levantamento de opinies e conhecimentos sobre o
tema
Reutilizao dos grupos realizados durante o diagnstico. A
composio do grupo e o roteiro de perguntas devem ser
mantidos para verificar se houve alterao no discurso aps
a realizao de atividades preventivas na escola. Deve ser
feito no mnimo aps um ano de programa.
AVALIAO DO PROGRAMA
30GUIA PRTICO PARA PROGRAMASDE PREVENO DE DROGAS
A preveno primria deve ser
assumida como resposabilidade do
conjunto da sociedade, dos poderes
pblicos, das instituies privadas, da
comunidade escolar, das famlias, das
empresas, dos meios de comunicao,
numa competncia partilhada.
Plano e Aa Nacional de Luta contra
as Drogas - Portugal
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