Empreendedorismo: a importância do plano de negóciosEntrepreneurship: The importance of the business plan
Jessyca Romão Fidelis – [email protected]
MBA em Gerência Contábil Financeira e Auditoria – UNISALESIANO Lins
Prof. Dr. Eduardo Teraoka Tófoli – UNISALESIANO Lins
RESUMOEmpreendedorismo é o processo de iniciativa de implementar novos negócios
ou mudanças em empresas já existentes. No Brasil ele vem crescendo e uma das causas é o aumento da taxa de desemprego, sem alternativas as pessoas começaram a criar novos negócios muitas vezes sem experiência no ramo, sem planejamento, usando o conhecimento adquirido e suas economias guardadas. Para que o empreendimento tenha sucesso, uma das ferramentas utilizadas pelos empreendedores é o plano de negócios. O plano de negócios é um exemplo claro de ferramenta de gestão comprovadamente eficiente em muitos casos. Essa ferramenta de gestão pode e deve ser usada por todo e qualquer empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade, seguindo o caminho lógico e racional que se espera de um bom administrador. Sabendo disso, o presente estudo tem por objetivo verificar a importância do plano de negócio para o sucesso do empreendedor. Para atingir esse objetivo, foi realizado uma pesquisa bibliográfica, através de vários livros e artigos sobre o tema e de vários pesquisadores da área. Com a pesquisa, foi possível ver que o plano de negócio é uma ferramenta importante para um candidato a empreendedor elaborar seu plano de ação de maneira clara e organizada. A importância do plano para obtenção de melhores resultados é essencial ao negócio, através dele também é possível analisar a viabilidade de abertura ou não do empreendimento e como deve-se atuar no mercado competitivo.
Palavras-Chave: Plano de negócio. Empreendedorismo. Planejamento.
ABSTRACTEntrepreneurship is the initiative process of implementing new business or
changes in existing companies. In Brazil it has been growing and one of the causes is the increase in the unemployment rate. Without alternatives people began to create new businesses, often without experience in the field, without planning, using the knowledge acquired and their saved savings. For the enterprise to succeed, one of the tools used by entrepreneurs is the business plan. The business plan is a clear example of a proven business management tool in many cases. This management tool can and should be used by every entrepreneur who wants to turn his dream into reality, following the logical and rational path expected of a good administrator. Knowing this, the present study aims to verify the importance of the business plan for the success of the entrepreneur. To reach this objective, a bibliographical research was carried out, through several books and articles on the subject and several researchers in the area. With the research, it was possible to see that the business
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plan is an important tool for an entrepreneur candidate to elaborate his plan of action in a clear and organized way. The importance of the plan to obtain better results is essential to the business, through it it is also possible to analyze the feasibility of opening or not the enterprise and how it should act in the competitive market.
Key words: Business plan. Entrepreneurship. Planning.
INTRODUÇÃO
A crescente dificuldade para obtenção de um novo emprego, a falta de
perspectiva de uma carreira profissional, a possibilidade de fazer seus próprios
horários, a esperança de um futuro independente financeiro e o desenvolvimento
constante faz com que grande parte da população opte pela abertura do negócio
próprio. Existem muitos trabalhadores que correm riscos saindo de suas empresas
para se aventurar nessa onda do empreendedorismo.
O empreendedor transforma conhecimentos em riquezas, mas é preciso
organizar as ideias e isso é um processo árduo, porém eficaz, é necessário fazer um
planejamento e elencar riscos e oportunidades no mercado em potencial
(DORNELAS, 2008).
Em busca de melhores resultados é importante fazer um estudo para não
começar algo sem orientação, o planejamento é muito importante nessas situações.
É poder orientar os novos empreendedores a abrir o seu próprio negócio,
estabelecer metas e mostrar que com o planejamento fica mais fácil de se obter os
resultados esperados.
Segundo Ackoff (1979), planejamento é a definição para a busca de um futuro
almejado, e dos meios mais eficazes de alcançá-lo. Tal futuro torna-se possível,
probabilisticamente, a partir das decisões tomadas no presente que podem viabilizar
o futuro. Isto vai muito além da mera projeção ou previsão, tornando-se uma filosofia
de trabalho.
Embora não garanta o futuro desejado, o planejamento define os objetivos,
direciona os esforços e recursos e dá um rumo ao empreendimento, o que nada tem
a ver com a previsão ou com futuro garantido, até dinâmica, volatilidade e
complexidade do contexto empresarial. Sabendo disso, o presente estudo tem por
objetivo verificar a importância do plano de negócio para o sucesso do
empreendedor. Para atingir esse objetivo, foi realizado uma pesquisa bibliográfica,
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através de vários livros, artigos, revistas e dissertações sobre o tema e de vários
pesquisadores da área.
Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento: o empreendedor que
elabora e utiliza o plano de negócio, consegue obter sucesso na busca das
oportunidades e viabilidade de seu negócio?
Em sequência a este questionamento, surgiu a seguinte hipótese: o
empreendedor que elabora e implementa o plano de negócios consegue elaborar
seu plano de ação de maneira mais clara, objetiva e organizada.
Bernardi (2008), diz que só pensar sobre o plano de negócios em si não
garante o sucesso da empresa ou sua lucratividade, no entanto, quando
desenvolvido com boa qualidade, aumenta as chances do empreendimento, pois
através da reflexão e da compreensão das necessidades, cria bases sólidas para o
monitoramento do modelo e da estratégia de negócios.
Usado como ferramenta possibilita o planejamento e controle prévio das
ações a serem tomadas pela empresa, ele faz com que o empreendedor se
concentre nos objetivos, analises, estratégias, recursos necessários entre outros
para viabilidade do modelo de negócio do empreendimento.
1 EMPREENDEDORISMO“O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século
XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.” (Jeffry Timmons,
1990 apud DORNELAS, 2012, p. 07)
Dornelas (2008) O mundo vem passando por várias transformações no
decorrer dos anos e uma delas é o empreendedorismo, do século XX para cá,
ocorreram mudanças significativas para a população brasileira, em uma época em
que a atratividade dos empregos oferecidos pelas empresas eram convidativos,
onde poucas pessoas tinham oportunidade de abrir seu próprio negócio.
Dornelas (2008) diz que os jovens eram formados para administrar grandes
empresas e não criar uma. Quando esse cenário mudou, nem os jovens, nem os
profissionais experientes, nem as escolas de ensino de administração estavam
preparados para o novo contexto. E mudar a visão a respeito de determinado
assunto, redirecionar ações e repensar conceitos levam algum tempo até que gerem
resultados.
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Hoje o empreendedorismo é tratado no Brasil com um grau de importância
muito grande. Existem locais que ajudam e incentivam os jovens empreendedores a
começar um novo negócio, a capacitação está disponível em vários programas
disponibilizados pelo governo, mas os interesses dos jovens atualmente se
estendem além dessas ações.
Acredita-se que o futuro econômico do Brasil depende de seus futuros
empresários, são vários os fatores que fazem com que grande parte das pessoas
optem pela abertura do próprio negócio em uma década em que as taxas de
emprego estão assustadoras, salários insuficientes, incompatibilidade das tarefas, e
outros fatores preponderantes o empreendedorismo vem tomando espaço.
Dornelas (2008) diz que o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e
processos que, em conjunto, levam à transformação de ideais em oportunidades. E
a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de
sucesso. Existem várias definições para o empreendedor e o empreendedorismo,
mas uma das mais antigas é a de Joseph Schumpeter: O empreendedor é aquele
que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e
serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos
recursos e materiais. (SCHUMPETER, 1949 apud DORNELAS 2008).
É possível ser empreendedor de ideais já existentes, é preciso inovar, os
empreendedores em si não são apenas pessoas que criam os seus próprios
negócios, vai muito além disso, existem empreendedores natos, os que aprendem,
os que herdam, os corporativos, os por necessidade, os normais planejados, mas
este estudo foca principalmente nos interessados em criar os negócios de sucesso,
visando a diminuição da queda da mortalidade das empresas brasileiras por falta de
planejamento.
1.1O empreendedor
“Os empreendedores eram pessoas que aproveitavam as oportunidades com
a perspectiva de obterem lucros, assumindo os riscos inerentes (...) associou-se
empreendedores à inovação e via-os como agente da mudança”. (FILION, 1999,
p.07).
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Empreendedores são pessoas visionárias, inconformadas com o cenário atual
e que querem realizar algo novo, aquele que sai da área de conforto, o que enxerga
o que ninguém vê, que é diferente, que realiza, que age.
A palavra empreender (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele
que assume riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2008).
No contexto atual em que se passa é cada vez maior o número de pessoas
que se arriscam para empreender, o cenário é propicio para criação do próprio
negócio. Existem programas que dão o suporte necessário para auxiliar no
planejamento, recursos disponibilizados para quem deseja iniciar seus projetos, tirar
do papel e colaborar com o futuro do Brasil. Desenvolver habilidades necessárias na
prática, auxilia individualmente os que querem inovar.O empreendedor é uma pessoa criativa (...) marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos (...) e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios. (...) Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios (...) e a tomar decisões moderadamente arriscadas (...) que objetivaram a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor (...) Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões (FILION, 1999, p.19).
2 O PLANO DE NEGÓCIOS
Quando se fala em empreendedorismo, lembra-se naturalmente do termo
plano de negócios. Plano de negócios é a parte fundamental do processo
empreendedor. É importante os empreendedores planejarem o que pretendem fazer,
suas metas, objetivos, ações, para conseguirem utilizar no planejamento da
empresa e negócios. É um documento utilizado para descrever a situação da
empresa, os objetivos do empreendedorismo e seu modelo de negócios. Uma das
principais utilizações é para a gestão do planejamento, captação de recursos e do
desenvolvimento inicial ou em andamento de uma empresa.
Dornelas (2008) afirma que um bom plano de negócios deve mostrar
claramente a competência da equipe, o potencial do mercado-alvo e uma ideia
realmente inovadora; culminando em um negócio economicamente viável, com
projeções financeiras realistas. Corrobora ainda que um negócio bem planejado terá
mais chances de sucesso do que aquele sem planejamento, na mesma igualdade de
condições.
Quando se faz um plano de negócios é essencial saber se o mercado é
atrativo, se as condições são favoráveis, identificar as oportunidades, ter ideias e
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analisá-las, por isso, a importância dos estudos e levantamentos. Quando planeja,
norteia o caminho, estrutura as ideias para chegar ao objetivo, é uma ferramenta
muito utilizada pelos empreendedores, pois transforma aquelas ideias afuniladas em
oportunidades.
É preciso agregar valor, gerar valor, para conseguir chegar aos objetivos
através dos dados levantados e estudos realizados, é ajudar os empreendedores a
adquirirem profundo entendimento da oportunidade que estão idealizando. O plano
de negócios testa a viabilidade de uma ideia, é um processo dinâmico, comparável a
resolver um quebra-cabeça.
Quando se considera o conceito de planejamento, tem-se pelo menos 03
fatores críticos que podem ser destacados segundo Pinson (1996):
a) toda empresa necessita de um planejamento do negócio para poder gerenciá-
lo e apresentar sua ideia a investidores, bancos, clientes, etc;
b) toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos
financeiros necessita de um plano de negócios da empresa requisitante para
poder avaliar os riscos inerentes ao negócio; e
c) poucos empresários sabem como escrever adequadamente um bom plano de
negócios. A maioria deles é composta por micro e pequenos empresários que
não têm conceitos básicos de planejamento, vendas, marketing, fluxo de
caixa, ponto de equilíbrio, projeções de faturamento, etc. Quando entendem o
conceito, geralmente não conseguem colocá-lo objetivamente em um plano
de negócios.
Ou seja, são poucas as pessoas que realmente investem na criação de um
plano de negócios é preciso trabalhar mais nesta ferramenta que pode ou não
determinar o fracasso ou sucesso de um empreendimento. Com a criação e a
análise crítica do plano é possível enxergar além do que é possível ver no cenário
atual, um plano de negócios eficiente corrobora para uma gestão mais eficiente e faz
com que o planejamento seja mais eficaz.
2.1 A importância do planejamentoPara Chiavenato:
O planejamento consiste na tomada antecipada de decisões sobre o que
fazer, antes de a ação ser necessária sob o aspecto formal, planejar
consiste em simular o futuro desejado e estabelecer previamente os cursos
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de ação necessários e os meios adequados para atingir os objetivos.
(CHIAVENATO 2004, p. 172).
O índice de mortalidade das empresas brasileiras nos primeiros anos de
existência atinge percentuais próximos a 70% ou mais, de acordo com um estudo
realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
esse índice tem sido motivo de análise em vários âmbitos da sociedade.
Dornelas (2008) comenta que uma empresa lucra mais, na média, se dispor
de um planejamento adequado. De fato, uma pesquisa realizada por ex-alunos da
Harvard Bussiness School, nos Estados Unidos, concluiu que o plano de negócios
aumenta em 60% a probabilidade de sucesso dos negócios.
Com o plano a empresa consegue entender e estabelecer diretrizes para o
negócio, conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, identificar
oportunidades, ter visão estratégica, estar atento e monitorando o dia a dia da
empresa, demonstrar a viabilidade do negócio, incluir na capacitação interna e
operacional, ter um diferencial competitivo, conseguir planejamento estratégico,
financeiro e operacional, corrigir erros quando necessário e tomar decisões
acertadas e de grande importância para a organização. O plano de negócios é uma
ferramenta indispensável.
Em levantamento feito pelo SEBRAE(2005) sobre algumas das causas
alegadas de mortalidade nas empresas eles apontam que 15% das empresas
encerradas é por falta de planejamento, é a causa para o insucesso das
organizações, mas como se precaver dessas armadilhas e aumentar a eficiência da
administração nos negócios?
Dornelas (2008) corrobora que não existem fórmulas mágicas para isso, o
que se aconselha aos empreendedores é a capacitação gerencial continua, a
aplicação dos conceitos teóricos e a disciplina no planejamento periódico das ações
que devem ser implementadas na empresa. Resumindo, existe apenas uma
importante ação que somente o próprio empreendedor pode e deve fazer pelo seu
empreendimento: planejar, planejar e planejar.
SEBRAE (2005) Em pesquisa feita com os empreendedores, os entrevistados
foram questionados sobre o que é mais importante para a sobrevivência das
empresas, tanto os que já fecharam quanto os que estão com elas ativas e 32%
opinaram que o mais importante é “um bom planejamento antes da abertura.”
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O SEBRAE disponibiliza estudos e programas de acesso gratuitos para
empreendedores que estão iniciando seus negócios como também aqueles que
querem mudanças em seus empreendimentos.
Dornelas (2008) diz que essa ferramenta de gestão pode e deve ser usada
por todo e qualquer empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade,
seguindo o caminho lógico e racional que se espera de um bom administrador. Ela
deve traduzir os seus passos em um documento que sintetize e explore as
potencialidades de seu negócio, bem como os riscos inerentes a ele. Isso é o que se
espera de um plano de negócios. Que seja uma ferramenta que os empreendedores
exponham suas ideias em uma linguagem que os leitores do plano entendam e
principalmente, mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado.
O plano de negócios é uma ferramenta que se aplica tanto no lançamento de
novos empreendimentos quanto no planejamento de empresas maduras. Em estudo
feito sobre o índice de empresas fechadas pela JUCESP (Junta Comercial do
Estado de São Paulo) e por clientes SEBRAE é possível ver a diferença de
empresas fechadas com o auxílio do programa e empresas que tiveram orientação,
planejamento estratégico e criação do plano de negócios. SEBRAE (2005):
Figura 1: Taxa de Mortalidade das Empresas
Fonte: SEBRAE 2005
Conforme a pesquisa do SEBRAE-SP (2005), os planejamentos
apresentavam deficiências como falta de conhecimento do número de clientes e
seus hábitos, além de detalhes da concorrência e dos fornecedores.
É preciso se preparar, fazer um plano de negócios, fazer estudos antes de
entrar no mercado, estudar os fornecedores, número de clientes, seus gostos e
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hábitos, detalhes da concorrência e correr atrás de conhecimento. Muitos
empresários resolvem se arriscar abrindo o próprio negócio sem um conhecimento
especializado, sem ter um estudo realizado, sem analisar, pesquisar e planejar, sem
entender quais são os seus reais motivos de estar abrindo seu empreendimento,
sem saber quanto investir e sem saber dos custos do negócio o que acabam
descobrindo após a abertura onde muitas vezes é tarde demais.
2.2 A Estruturação de um plano de negócios
Errar no papel é bem melhor que errar no mercado. Preparar um plano de
negócios é escrever os objetivos e descrever os caminhos que deverão ser
percorridos pela empresa. Esse pré-planejamento vai mostrar se sua ideia é viável,
considerando planejamento estratégico ou negócio, operacional, recursos, gestão
financeira e análise de mercado.
De uma forma bem resumida será necessário destacar os principais pontos
de um plano de negócios, cada sessão abordada vai estar visando a objetividade,
não existe uma estrutura rígida e especifica para se escrever um plano de negócios.
Deve conter as seções organizadas e com as informações disponíveis que
proporcionem entendimento completo do negócio de acordo com Dornelas (2008):
2.2.1 CapaA capa é a primeira parte do plano de negócios, é a primeira impressão de
quem lê, deve ter informações claras e objetivas para quem realizará a leitura.
2.2.2 Sumário
O sumario é a parte que organiza o plano, deve ter o título de cada seção, o
número da página onde se encontra e os principais assuntos de cada seção.
2.2.3 Sumário ExecutivoO sumário executivo é a principal seção do plano de negócios, é nele que
deve conter as principais informações que estão no plano. É nele que o leitor
decidirá se continuará lendo ou não. Deve ser direcionado ao público-alvo e detalhar
o objetivo do plano de negócios. É a última seção que deve ser escrita, pois
depende de todas as outras seções para conseguir ser feito.
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2.2.4 Planejamento estratégico Nesta seção é definido o rumo da empresa, deve conter missão, visão e
valores, sua situação atual, forças, fraquezas, ameaças, objetivos e metas. É a
seção base para o desenvolvimento das outras ações.
2.2.5 Descrição da EmpresaNesta seção é importante descrever o caminho quer a empresa vem
percorrendo ou irá percorrer. Seu histórico, razão social, faturamento, impostos,
despesas, custos, funcionários, serviços e tudo que estiver relacionado a parte
organizacional.
2.2.6 Produtos e ServiçosEssa parte é relacionada aos produtos e serviços que serão oferecidos pela
empresa. O custo de vida, como serão produzidos, segmentação de clientes,
pesquisar marcas e patentes, pesquisas de satisfação. É interessante ter um
feedback realizado para colocar nesta seção, assim é possível ver o interesse,
público-alvo e visão do nível de qualidade dos produtos/serviços ofertados.
2.2.7 Plano Operacional e FinanceiroO plano operacional descreve como a empresa está estruturada: localização,
instalações físicas e equipamentos. O empresário também faz estimativas acerca da
capacidade produtiva ou de quantos clientes consegue atender por mês, além de
traçar quantos serão os funcionários e as tarefas de cada um (SEBRAE 2008).
É importante descobrir se o negócio é financeiramente viável. No plano
financeiro, o empreendedor terá noção do quanto deve investir para concretizar a
empresa. O documento deve conter, basicamente, as estimativas de custos iniciais,
de despesas e receitas, capital de giro e fluxo de caixa e de lucros (SEBRAE 2008).
Nos dois planos, é imprescindível apresentar cada item com detalhes, etapa
por etapa, para oferecer um panorama inicial de operacionalização do negócio, a fim
de evitar desperdícios e otimizar as rotinas (SEBRAE 2008).
2.2.8 Plano de marketing e Análise de mercado
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Nessa seção a empresa deve conhecer o seu público-alvo, o mercado
consumidor, seus produtos e serviços, análise da concorrência, preço, localidade,
promoção, riscos e vantagens do negócio. Deve ter também a forma de divulgação,
a publicidade que será utilizada, política de qualidade e vantagens do seu
produto/serviço para o cliente.
2.2.9 AnexosAqui deve conter todas as informações necessárias que são relevantes ao
negócio. O plano não tem um limite de páginas, pode-se adicionar fotos, plantas de
localização, fotos de produtos, foto de lugares, resultado das pesquisas etc.
2.3 Tipos de planos de negóciosNão existe um modelo correto que deve ser seguido, o plano deve conter as
informações de acordo com de negócio. Cada pessoa que faz um plano deve focar
na parte de maior conhecimento. Conforme Jian citado por Dornelas, existem alguns
tipos e tamanhos sugeridos de plano de negócios, como:
Plano de Negócios Completo: é utilizado quando se pleiteia uma grande
quantidade de dinheiro, ou se necessita apresentar uma visão completa do
empreendimento. Pode variar de 15 a 40 páginas mais material anexo.
Plano de Negócios Resumido: é utiliza do quando se necessita apresentar
algumas informações resumidas a um investidor, por exemplo, com o
objetivo de chamar sua atenção para que ele lhe requisite um Plano de
Negócios Completo. Devem mostrar os objetivos macros do
empreendimento, investimentos, mercado e retorno sobre o investimento e
deverá focar as informações específicas requisitadas. Geralmente varia de
10 a 15 páginas. Plano de Negócios Operacional: é muito importante para
ser utilizado internamente na empresa pelos diretores, gerentes e
funcionários. É excelente para alinhar os esforços internos em direção aos
objetivos estratégicos da organização. Seu tamanho pode ser variável e
depende das necessidades especificas de cada empreendimento em termos
de divulgação junto aos associados e colaboradores, (JIAN apud
DORNELAS, 2008, p. 96).
Segundo Dornelas (2008, p. 95) “não existe um tamanho ideal ou quantidade
exata de páginas. O que se recomenda é escrever um plano de negócios de acordo
com as necessidades do público-alvo.”
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3. BENEFíCIOS DO PLANO DE NEGÓCIOSDe acordo com Degen (1989), a elaboração do plano de negócios antes da
inauguração de um empreendimento, traz alguns benefícios, tais como: Reunir todas
as ideias de forma ordenada permitindo uma visão do conjunto de todas as facetas
do negócio, evitando a parcialidade que pode induzir a erros; demonstrar a avaliação
de potencial de lucro e crescimento do negócio; examinar as consequências de
diferentes estratégias competitivas de marketing de vendas, de produção e de
finanças e também de um documento para atrair sócios, investidores, fornecedores
e clientes à empresa. Além de que auxilia na orientação de todos os empregados na
execução de suas tarefas com a estratégia competitiva definida para o negócio. Não
existe um roteiro certo para o plano de negócios, a elaboração do plano de negócios
deverá ser analisada em cada organização, com a adaptação ao ramo de seu
negócio. Como assinala Dornelas (2008), é importante que as informações contidas
no plano de negócio possam ser disseminadas aos membros da empresa de forma
satisfatória, evitando que fiquem escondidas ou de difícil acesso. Devem suas
informações demonstrar que o empreendedor conhece o assunto do plano de
negócios e como tomar as medidas corretas para contornar eventuais situações
difíceis que venham a acontecer. O plano de negócios, de acordo com o SEBRAE
possibilita ao empreendedor aprimorar sua ideia, tornando-a clara, precisa e de fácil
entendimento.
3.1 A importância do plano de negóciosQuanto a sua importância Dornelas (2008) vê o plano de negócio como um
cartão de visitas, pois segundo ele os planos de negócios geralmente são escritos
como parte dos requisitos de aprovação de um empréstimo, ingresso em uma
incubadora de empresas, solicitação de bolsas ou recursos financeiros de órgãos
governamentais. Sendo o principal método utilizado para se viabilizar um empreendimento, o
plano é formalizado de ideias, da oportunidade, do conceito, dos riscos, das
experiências similares, das medidas para minimizá-los, das respostas aos
pré-requisitos, da estratégia competitiva, bem como do plano de marketing,
de vendas, operacional e financeiro para viabilizar o negócio (DEGEN,
1989, p.177).
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Dessa forma o planejamento é uma função estratégica que deve ser
realizado, na maioria das vezes, acaba sendo colocado em segundo plano pelos
empresários. Ter uma noção prévia do que pode acontecer com a sua empresa
através do plano de negócios é um começo viável para conseguir tornar esse
empreendimento em sucesso no futuro próximo.
O Plano de negócios não é um documento que deve ser esquecido, sempre
que possível ou por necessidade deve ser revisado e conferido, é nele que o
empreendedor vai encontrar seus objetivos e poder atualizar suas ações, pois o
mercado muda, a concorrência muda, e as empresas vivem em um mundo que está
em constantes mudanças e o plano de negócios consegue nortear o empreendedor
que terá de buscar informações completas e detalhadas acerca do mercado e o seu
negócio, essa busca é muito importante e para o SEBRAE-SP:
a) permite que o empreendedor conheça todos os pontos fortes e fracos do
futuro negócio. Com isso, possibilita a diminuição dos riscos de fracassar (riscos
calculados);
b) facilita a apresentação do negócio a fornecedores e clientes potenciais,
contribuindo para as eventuais negociações de apoio; - Avalia o volume de recursos
que serão necessários para a implantação (quanto de capital será necessário), a
lucratividade e a rentabilidade do negócio;
c) permite a simulação de situações favoráveis e desfavoráveis;
d) permite que os sócios negociem claramente as funções de cada um;
e) é um documento de suma importância para a apresentação a futuros
sócios, investidores e bancos;
f) ajuda a diminuir a mortalidade das novas empresas e para garantir o
crescimento das empresas já existentes;
g) possibilita a avaliação do novo empreendimento do ponto de vista
mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional. O empreendedor terá
uma noção prévia do funcionamento de seu empreendimento em cada um destes
aspectos;
h) permite avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua
implantação a respeito de cada um dos aspectos definidos no Plano de Negócios,
possibilitando a comparação do previsto com o realizado;
i) facilita ao empreendedor a obtenção de empréstimos, quando o seu capital
não for suficiente para os investimentos iniciais;
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É de grande benefício planejar e criar seu plano de negócios antes da
abertura de um empreendimento para que tenha maior chance de sucesso em todas
as áreas.
CONCLUSÃOO objetivo do artigo foi atingido e consegue-se mostrar através das pesquisas
de opiniões feitas pelo SEBRAE e da pesquisa bibliográfica, que realizar um plano
de negócio antes da abertura de um empreendimento é viável e, pode sim, trazer ou
não sucesso para a organização, ele consegue nortear os caminhos e o
empreendedor não fica perdido estando assim preparado para qualquer problema
que venha surgir no decorrer do empreendimento. Cada vez mais cresce o número
de empreendedores no Brasil e no mundo é importante estarem preparados para as
surpresas do caminho. Além disso é possível através do plano obter melhores
resultados, estar preparado para situações e realizar estudos significativos antes de
tomar qualquer iniciativa.
Diante disso é possível mostrar que realizando um plano de negócios o
empreendedor consegue ter uma leitura do empreendimento e ter a noção se vai ser
viável ou não sua abertura ou inovação.
O plano de negócios é um exemplo claro de ferramenta de gestão
comprovadamente eficiente em muitos casos, mas que, em outros, pelo fato de não
ser adequadamente compreendida, acaba não agregando valor à ação
empreendedora e cai no descrédito. Os fatores principais que levam a esse cenário
são muitos, mas o principal é o fator cultural do brasileiro que não crê no
planejamento e prefere errar e aprender com os erros. Essa experiência de aprender
com os erros seria sempre válida se fosse possível repeti-la mais de uma ou duas
vezes, o que geralmente não ocorre.
Espera-se que as pessoas possam usar mais esta maravilhosa ferramenta
para se obter melhores resultados e que o uso da mesma se torne realidade na
gestão e sucesso dos empreendimentos.
REFERÊNCIAS
ACKOFF, L. R.Planejamento empresarial. Tradução de Marco Túlio de Freitas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.
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BERNARDI, L. A. Manual de plano de negócios: fundamentos, processos e estruturação. São Paulo: Atlas, 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. Elsevier: Rio de Janeiro, 2004, p. 172.
DEGEN, R. J. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1989.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração da Universidade de São Paulo. São Paulo,v.34,n.2,p.05-28,abril/junho,1999.
PINSON, L. Anatomy of a Business Plan. 3. ed. Chicago: Upstart Publishing Company, 1996. 255p.
Relatório da Taxa de Mortalidade das Empresas Paulistas . (SEBRAE) São Paulo, 2005. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Pesquisas/mortalidade_empresas_paulistas_2004_2005.pdf > acesso em: 10/09/2017.
10 Anos de Monitoramento da Sobrevivência e Mortalidade de Empresas . (SEBRAE) São Paulo, 2008. Disponível em: http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/4BB33E51D81E5AE2832574E100742A84/ $File/NT00039182.pdf > acesso em: 20/09/2017.
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