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Voz da Revolução, No.7

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Voz da Revolução, No.7

Alternative title Voz da RevoluçãoÓrgão oficial da Frente de Libertação deMoçambique (FRELIMO)

Author/Creator Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO)

Publisher FRELIMO. Departamento de Informac#a#o

Date 1967-01

Resource type Magazines (Periodicals)

Language Portuguese

Subject

Coverage (spatial) Mozambique, Viet Nam

Coverage (temporal) 1967

Source University of Southern California, Boeckmann Center forIberian & Latin American Studies

Description Mensagem; Editorial; Filipe Magaia; A luta armada;Declarações de um soldado portugues desertor; Vietnam;Lutemos unidos na FRELIMO; A FRELIMO no exterior;Pátria em Luta (poema).

Format extent(length/size)

22 pages

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§*-- 1 0

FRELIMOFRENTE DE LIBER-rAçÀo DE MOÇAMBIQUE

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'$A VOZ DA REVOLUÇAO"1

No 7 - Janeiro de 1967

]3ept. de Informagão

FMEIMO

suma~rio:

Mensagem . .. . ... .....

Fíi.lpe Magaia ... *** *....4 7

A lu.ta armada *4 4.'... 8

T>eclaraç5es de umi soldado portugiies desertor .. ,..* 1

Vietnam ,. ** *******13

Ljutemos u=idos na FRELIMO *, 16

A PRELIMO no exterior ......... 1 Pátria em.Lu.ta (poema) ..... 19

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MENSÂGM

DO PRESIDENTE DA FRELIMO AO POVO MOÇAMBICANO

MOÇAMBICANAS, MOÇAMBICANOS,

Quando em 25 de Setembro de 1964 a FRELIMO proclamou solenemente o começo da luta armada do povo Moçambicano contra o colonialismo portugues, a PRELIMO estava segura de que o colonialismo seria derrotado e de que o povo Moçambicano se manteria firme, valente, disposto a todos os sacrificios para a vitória da sua luta de libertação.

Assim está a acontecer, de facto. 0 nosso povo está a comportar-se na luta de uma maneira heróica: já vários herdis nascidos do povo regaram com o seu sangue o chão da sua pátria, para que Moçambique amanhã possa ser livre.

A todos aqueles que neste momento combatem para que as jaossas aspirações de Liberdade, de Igualdade e de Progresso possam ser realizadas, a todos eles, eu, Presidente da FRELIMO, em nome do Comite Central, envio saudações revolucionárias e felicitações pelo seu comportamento revolucionário.

Presto homenagem àqueles que cairam no campo da luta.

Desejo muita coragem a todos os militantes da FRELIMO: eles podem estar certos de que a Vitória final será nossa, e de que o dia da Libertação já não está longe.

Nos momentos de fraqueza, de desanimo, de hesitação, nós devemos inspirarmo-nos na nossa Hist6ria. 0 heroismo dos Moçambicanos já vem de longe, e tradicional. Quando os Portugueses invadiram Moçambique para escravizarem o nosso povo e explorarem as riquezas da nossa terra, logo o povo se levantou em resistencia contra o invasor. So custa das suas armas melhores conseguiram os portugueses dominar o nosso povo.

Mas essa dominação é temporária. Ao longo da História de Moçambique são inúmeros os casos de resistencia contra o invasor. Hoje, essa resistencia e mais forte do que nunca, e organizada, tem uma direcção certa, bem estruturada - a FRELIMO. Por outro lado, hoje não estamosó ss, não estamos isolados na luta: há outros povos que nos apoiam. A solidariedade mundial com a nossa luta é sempre crescente. Há paises poderosos e amigos que nos ajudam com armas por vezes melhores do que as que os portugueses tem.

Isto, junto à nossa determinação firme de nos libertarmos, mais a justica da nossa causa e a desmoralizacao do inimigo, e seu isolamento no plano internacional, são garantias da nossa vitoria.

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Os resultados que alcançámos em 1966 são muito importantes:

a) Liquidámos mais de 1.500 soldados portugueses; deitámos abaixo 6 aviões; destruimos mais de 100 carros militares, linhas férreas, pontes e estradas; capturámos e libertámos alguns soldados portugueses. Em resultado, cerca de 1/5 do território nacional foi libertado.

b) Nas áreas libertadas iniciámos os trabalhos de construção nacional, criámos escolas, hospitais e desenvolvemos a produção agricola.

A FRELIM0 (Frente de Libertação de Moçambique), prosseguindo a luta para a realização das aspirações do povo Mocambicano, está a criar, mesmo antes da Independencia, nas áreas libertadas, condições para que o povo, além de ser livre, viva muito melhor do que nas regiões ainda controladas pelos portugueses. As condições ainda são difíceis para o nosso povo porque estamos ainda em guerra, mas a nossa luta cresce. As nossas vitórias sucedem-se.

Em 1966, para ver se conseguiam vencer-nos, os portugueses aumentaram os skeus efectivos, mandaram de Portugal para Moçambique milhares de soldados, aumentaram as despesas com a guerra, pediram auxilio aos outros países imperialistas seus aliados. Apesar disso tudo, as forças portuguesas continuam a sofrer derrotas, e as forças da FREIIM0 continuam a alcançar vitórias cada-xvez maiores.

No plano internacional, Portugal está cada vez mais isolado: no ano de 1966, 78 países, quer dizer mais 10 países que em 1965, votaram contra a política colonialista de Portugal. As Nações Unidas recomendaram a todos os países que cortem relações diplomaticas e todo o auxílio económico e militar ao governo portugues. Todas as forças populares estão ao nosso lado, o apoio dos outros países a nossa luta e cada vez maior.

O ano de 1966 assistiu a morte de alguns combatentes da RELIMO, dois dos quais eram membros do Comite Central: os camaradas JAIME SIGAUKE e FILIPE MAGAIA. «Ambos caíram como heróis, na luta,. na Revolução. Que o seu exemplo seja um estímulo e encorajamento para todos os mbatentes; que o exemplo dos nossos irmãos e camaradas SIGAUKE e MAGAIA sirva aos que são fracos, aos que hesitam em por a sua vida ao serviço do seu povo.

Neste ano de 1967, o programa da FRELIMO e desenvolver a luta, estender a luta armada .s outras provincias e consolidar as regioes ja libertadas.

Para que a luta progrida, é necessário reforçarmos a nossa. uni.dade, consolidarmos a nossa organização, e estarmos sempre presentes em todos os momentos da luta como militantes dedicados, disciplinados, decididos, firmes.

A,,AUNIDADE deve ser a nossa preocupação fundamental. Desde o começo da nossa luta o governo portugues pretendeu sempre~que o povo de Moçambique nunca se uniria, que o povo Moçambicano não existe como

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tal, mas é so um conjunto de tribos que estão sempre a lutar entre

si. Ele declarou também que quando desaparecesse o governo portu

gues, haveria em Moçambique uma confusão de lutas entre tribos. Os

panfletos lançados pelos portugueses tentam incitar umas tribos

contra outras.

O povo Moçambicano, atrav4s da sua acção, desmentiu já esta

propaganda colonialista: milhares e milhares de jovens de todas as

tribos estão unidos em volta da bandeira da FRELIMO, treinam, rece

bem armas e lutam conjuntamente contra o inimigo comum, contra o colonialismo portugues.

MOÇAMBICANAS, MOÇAMBICANOS,

A nossa luta e justa. Ela e parte da luta universal dos povos contra a exploração do homem pelo homem.

A nossa luta e contra o colonialismo, o imperialismo, o racismo e o tribalismo.

No começo deste ano de 1967, nõs devemos reafirmar a nossa vontade de lutar e vencer o colonialismo portugues e o imperialismo, para a nossa libertação total, para a libertação total da frica e de todos os outros povos escravizados.

Devemos continuar a luta armada, unidos, sem distinção tribal, religiosa ou racial, do norte para o sul, do Rovuma ao Maputo, todos contra o inimigo comum - o colonialismo portugues.

Neste Novo Ano, devemos marcar mais um passo na direcção da vitória que é5 nossa. LUTEMOS com a coragem tradicional e histórica que desde sempre caracterizou o nosso povo.

VIVAM OS COMBATENTES DA FRELIMO! ABAIXO O COLONIALISMO PORTUGUES E O IMPERIALISMO!

INDEPENDENCIA OU MORTE- VENCEREMOS.

1 de Janeiro de 1967 Eduardo Mondiane

Presidente da FRELIMO

CAMARADA,,

Escuta o programa para Moçambique da RADIO TANZANIA, Serviço Externo, as 2as, 4as e 6as feiras, as 9:35 h.

Comprimento de onda 19.44 metros , 15.435 kcs - ou 59.4 metros , 5050 kcs

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E1TORIAL

A M0IMO luta para a eliminação do colonialismo portugues, em .. Moçambique, para a libertação da terra e do povo Moçambicanos. O colonialismo portugues significa para nós Moçambicanos roubo de terras, discriminaçao racial, trabalho forçado, ýprisão, torturas e assassinatos - em resumo - terror, opresao, exploração. Foi para acabar com tudo isto, e para permitir ao povo de Moçambique viver livre, na igualdade, na paz, construindo o seu pais, que a FRELIMO proclamou o começo da luta armada de libertação, em 25 de Setembro de 1964.

A luta Já dura portanto hE quase 2 anos e meio. Durante este tempo, os combatentes da FRELIM0 alcançaram importantes vit6rias, não s0 na luta armada, mas tambem no trabalho de reconstrução nacional. No plano da luta armada, a PRELIMO liquidou mais de 3.500 soldados portugueses, deitou abaixo 18 avi6es militares, destruiu pontes (como recentemente a ponte de LUOLESI, na estra-da entre Metangula e Maniamba), destruiu comb6ios, linhas fJrreas, etc. A FRELIMO conseguiu já libertar mais de 1/5 do territorio nacional e libertar uma população de cerca de 800.000 Moçambicanos. A nossa Revolução, portanto, está a crescer.

'A medida que a Revolução cresce, a medida que a luta de libertaçao se alastra e cobre novas regiões, a medida que novos territõrios vão sendo libertados - aparecem tambem novos problemas. Aparecem problemas urgentes e muito importantes, que é preciso resolver com acerto, correctamente e com firmeza. Porque se esses problemas não forem resolvidos como 2evem se-lo, a Revolução sofrerá muito com isso, pode mesmo ser retardada durante muito tempo.

A Organização que tem a responsabilidade de dirigir a Revolução Moçambicana e a FRELIMO. Dentro da FRELIMO, quem estuda, discute e resolve os problemas gerais que cada dia aparecem criados pela lutapolitica, pela luta armada e pela reconstrução nacional, e o COMITE CENTRAL. S O Comite Central da FRELIMO envia instruções para todas as partes de Moçambique, para todo o povo Moçambicano, sobre a maneira de executar os vários e complicados trabalhos da Revolução. Se imaginarmos a PRELIMO como um corpo, então o Comite Central

a Ócabeça desse corpo.

E tubro passado o Comite Central da PRELIMO reuniu-se mais

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.. uma vez para analisar a situação geral em Moçambique, e discutir e resolver certos problemas importantes da Revolução. Além dos membros do Comite Central, assistiram a esta sessão, por convite do Comite, vários chefes provinciais militares e politicos de Cabo Delgado, Niassa, Zambezia e Tete.

No fim da sessão o Comite Central emitiu um comunicado final, em que fez um resumo da situaçao geral do nosso país, fez uma analise critica do seu trabalho e formulou certas directivas gerais.

0 Comite Central constatou que nas Provincias de Cabo Delgado e Niassa a acção armada fez cair quase completamente a administração portuguesa. O governo Portugues já não controla a economianestas regiões, e mantém apenas o seu poder nas cidades e em postos militares. Estas Provincias constituem hoje regiões semi-libertas onde a RELIMO está estabelecendo o poder político e administrativo moçambicanos, e procedendo à reorganizaçao da economia, a criaçao de escolas, de hospitaís,eto Nestas Provincias a PRELIMO esta, em suma, a criar uma vida nova, em que o povo começa a assumir ele próprio as reýsponsabilidades do seu destino. Nas restantes Provincias a acçao de mobilização e organização politica do povo prossegue e consolida-se.

O Comite Central pos em relevo certos pontos fracos da nossa Organização. Notou que certas estruturas politicas e militares são aihda frdgeis, que há deficiencias na coordenação da acção geral, que ha insuficiencias na orientação global. Constatou que estas deficiencias, a não serem corrigidas imediatamente, irão prejudicar o objectivo imediato fundamental, que é a consolidaçao das zonas semi-libertadas e a extensão da luta armada a todas as outras provincias, em particular o recomeço da acçâo armada nas Provincias da Zambésia e Tete. O Comite Central tomou as medidas necessárias para resolver esse problema.

No plano económico,* o Comite Central lançou uma palavra de ordem a todos os militantes da FRELIMO: desenvolver a produção, afim de assegurar a autonomia económica da FRELIMO e permitir a FRELIMO basear-se nas suas próprias forças e recursos - condição básica para o desenvolvimento revolucionãrio da lut'a de libertação nacional.

No plano da Educação, o Comite Central salientou que o objectivo fundamental é o de permitir ao povo Moçambicano realizar as tarefas impostas pela Revolução. Decidiu-se dá criação de uma escola de formação de quadros políticos, promover' uma campanha de alfabetização de adultos, incentivar a criaçao de escolas primárias nas zmonas siibertas, e criar as condições necessarias para que o Instituto Moçambicano seja um centro educa-

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cional capaz de formar"militantes com uma qualificação intelectual.adequada, para que possam ser directamente afectados a realizagçao das tarefas impostas pela Revolução.

O Comite Central preocupou-se com-o problema da-participação da mulher moçambicana na Revoluçäo. O Comite Central condenou a tendencia que existe entre muitos membros masculinos da FRELIMO de excluirem sempre as mulheres da discussão dos problemas que se põem no decurso da luta de libertação nacional, e de limitalas às tarefas de execução. Foram tomadas medidas adequadas para assegurar a participação da mulher tanto na execução como na direcção das tarefas, nos diferentes órgãos em todos os es.. calões da FPRELIMO, desde o Círculo até ao Comite Central e ao Congresso.

O Comite Central debruçou-se com particular atenção sobre o problema do tribalismo.Condenou com veemencia as tendencias tribalistas que certos camaradas manifestam na realização das suas tarefas. O Comite Central reafirmou solenemente que tais comportamentos são contrários aos interesses do povo Moçambicano e impedem o desenvolvimento vitorioso da luta popular de libertação nacional, e sublinhou que o combate contra o tribalismo e o regionalismo é tão importante como o combate contra o próprio colonialismo, e salvaguarda a nossa unidade nacional e a nossa liberdade.

O Comite Central formulou directivas claras e correctas. Todos os militantes da FRELIMO estão prontos para porem essas directivas em execução, porque todos compreendem que elas foram ditadas pelo interesse do nosso povo e correspondam às necessidades da nossa luta de libertação nacional.

Desta maneira, a Revolução Moçambicana cresce e afirma-se.

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FILIPE SAMUEL MAGAIA

DIRIGENTE DA FRELIMO MORTO NO SEU POSTO PARA QUE A REVOLUÇAO VIVA

A FRENTE DE LIBERTAÇAO DE MOÇAMBIQUE (FRELIMO) 'Quflipre ó dever doJ.oroso de participar a morte de :.FILIPE SAMUEL MAGAIA, membro do Comite Central, do

Comite Politico e Militar e Chefe do Departamento de Segurança e Defesa.

A sua morte ocorreu em 11 de Outubro de 1966, em Moçambique, quando chefiava uma unidade de guerrilheiros..

FILIPE MAGAIA nasceu-em 7 de Março de 1937 e foi • um combatente ,nacionalista desde a sua juventude. Dirigente do Nucleo dos Estudantes Secundarios

%Africanos.detMoçambique, ele foi um dos grandes impulsionadores de grupos politicos nacionalistas que opervam clandestinamente.

Preso -varias vezes pela PIDE, a última das quais .. em Abril de 1961, ao sair da prisao, em Fevereiro

de 1962, foi forçado a deixar Moçambique e juntar-se aos. naciýonalistas moçambicanos na Tanzania.

Patriota e combatente revolucionário, FILIPE SAMUEL MAGAIA constituirá para sempre um exmplo da coragem

* heróica e da vontade inquebrantável do povo Moçambicano de, lutar contra o colonialismo portugues e o imperialismo, pela Independencia Nacional e pela vitória da Revoluçâo Moçambicana.

le deu a sua vida para que a sua patria e o seu povo sejam livres. 0 povo não esquece nunca aqueles que morrem por ele. A memoria de FILIPE MAGAIA, nosso irmão e camarada, sera serpre evocada com amor pelo povo de Moçambique.

INDEPENDENCIA OU MORTE,

VENCEREMOS!

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A LUTA ARMADA

A estagao das chuvas está a comegar em Mogambique. Os guerrilheiros da FRELIMO estão a preparar novos planos de ataque. Os Portugueses tentaram tirar vantagem da estação seca: Como já tinham feito em 1964 e 1965, eles queimaram grandes extensões de terreno, procurando assim evitar emboscadas, e privar os guerrilheiros do seu esconderijo natural- a vegetação.

Porém, como tambdm já tinha acontecido em 1964 e 1965, o apoio dado pelo povo aos nossos guerrilhei±os frustou os planos dos Portugueses. O ppvc esconde.-os guerrilheiros, dã-lhes alimentação, fornece-lhes in,!Zrmaçoes sobre os movimentos do inimigo.

Este ano, no 3- de luta armada portanto, os Portugueses tomaram consciencia de que nunca conseguirão vencer-nos enquqnto contarmos com o apoio popular.Consequentemente, a partir de Outubro, eles langaram uma campanha intensa destinada a isolar o povo dos guerrilheiros, quer ameagando as populações com massacres se colaborarem pom a FRELIMO, quer aliciando-as com promessas de "vida melhor" se se entregarem as autoridades Portugueses. Esta preocupação dos Portugueses tornou-se fundamental.: a tal ponto, que hoje eles fogem muitas vezes ao combate preferindo lançar panfletos ao povo: assim aconteceu por exemplo em *MICAPALO, Provincia dó Niassa, dia 11 do mes de Novembro: uma forte patrulha Portuguesa.encontrou-se com as nossas forças, mas recusou-se a lutar, desviou-se e dirigiu-se para uma zona onde o povo costuma passar, largando ai um grande numero de panfletos. Nesses panfletos as autoridades colonialistas dizem que "os brancos e pretos sao amigos mas a FRELIMO quer destruir esta amizade", que "a tribu Maconde é iniaiga da tribu Macua, e que portanto os Macuas devem juntar-se aos Portugueses para lutarem contra os Macondes."

0 nosso povo porém já está habituado 1à propaganda Portuguesa. Ele vem mostrar-nos os-panfletos, denuncia ele pr3prio as manobras de divisão dó inimigo, e reafirma a sua dedícaçgo a luta de libertação Nacional.

Em cada povoação há mães que enviaram os seus filhos para a luta, há mulheres cujos maridos, da frente de combate, lhes enviam mensagens de coragem. Hã crianças que contancom orgulho aos seus companheiros os ataques e emboscadas em que o seu pãi participou, o numero de soldados Portugueses que ele matou.

Os guerrilheiros e o povo formam uma unidade, não podem ser separados. Eles vencerão os colonialistas Portugueses.

PROVINCIA DO NIASSA:

Na Provincia do Niassa, os Portugueses controlam ainda a-zona litoral do Lago Niassa(por.causa da sua força maritima), e conser

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vam guarnições nos postos de CATUR, MACALOGE, NOVA OLIVENÇA, METANGUA, COBUE, VILA CABRAL e NOVA FREIXO. Quase todo o resto da Provincia esta- sob o controle da FRELIMO.

No que respeita aos postos Portugueses, a população que vivia nas imediaç5es mudou-se para o mato, ficando assim os soldados desses postos completamente isolados. Por outro lado, as nossas acções de sabotagem e emboscadas impedem o abastecimento regular das guarniçoes. Isto significa FOM. para os soldados Portuguesesh6 periodos em que os únicos combates que se travam são nas machambas do povo, onde os soldados Portugueses vão roubar comida.

No dia 15 de Dezembro de 1966 as forças armadas Portuguesas emitiram um comunicado em Lourenço Marques . Nesse comunicado o Comandante em Chefe das 'Forças Armadas Portugueses "corrige" o ultimo comunicado da FRELIO sobre as operações militares na Provincia do Niassa, dizendo que o numero de soldados Portugueses que a FRELIMO matou não foi de 100, como foi anunciado, mas só de 16. O número de baixas que os Portugueses são forçados a adiir, portanto, é cada voz maior. Isto revela o desenvolvimento da nossa luta.

As operaçdes militares que referimos traduziram-se em importantes vitórias para os combatentes da FRELIMO. Elas tiveram lugar na. regi.o ocidental da Provincia do Niassa.

1.. No dia 14 de Outubro de 1966, um grupo de guerrilheiros da RELIMO atacou VILA CABRAL. 0 ataque realizou-se ais 9 horas da

noite, e inci diu sobre a zona da cidade chamada SANJALA. Houve tiroteio em toda a cidade, porque os soldados Portugueses que defendiam a zona que foi atacada pelos nossos guerrilheiros não resistiram e foram obrigados a recuar até ao centro da cidade. Informações que recebemos mais tarde revelam que 9 soldados Pprtugueses foram mortos e 4 gravemente feridos. Dois dos feridos morreram no hospital.

2. 0 inimigo localizou uma das nossas bases militares e preparou-se para atacá-la. Saiu de Vila Cabral uma força de cerca de 200 soldados Portugueses. Os grandes preparativos que fizeram, porém, alertaram os nossos combatentes, que se prepararam para os enfrenta A nossa base foi evacuada: quando o inimigo lá chegou, nao encontrou nenhum guerrilheiro. Tendo falhado na sua missao, os soldados Portugueses iniciaram a viagem de regresso a Vila Cabral.Os nossos guerrilheiros, contudo,tinham preparado uma emboscada no caminho, em que participaram todas as forças da FRELIMO em acçgo naquela região. Os Portugueses sofreram uma pesada derrota.Forçados a dispersarem-se em fuga, eles erraram pelo mato de KATINGOLO, perseguidos pelas nossas forças e pelo povo, abandonando no caminho todos os objectos que tinham capturado na base.Alguns chegaram a Vila Cabral, outros foram ter ao posto de LWANGWA, em Meponda. Os nossos, informadores revelam que 58 soldados Portugueses foram mortos e muitos feridos. Capturamos também muitas armas e murniçoes,

3. No dia 2. de Dezembro de 1966, em NACAAPA, houve um combate'.

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entre tropas Portugueses e guerrilheiros da FRELIMO. 0 comandante da unidade Portuguesa foi morto, assim como vários soldados. Um dos nossos camaradas foi morto no combate. 4. Um grupo de sabotagemda PRELIM0 minou a estrada entre METANGULA e MANIAMBA, e destruiu a ponte de LUOLESI, nessa mesma estrada. 3 carros militares Portugueses transportando tropas cairam nas minas, e um foi destruido.

PROVINCIA DE CABO DELGADO:

ý,Nas últimas semanas mais 14 soldados Africanos que tinham sido forçados a entrarem no exército Portugues desertaram e juntaram-se as forças da FRELIMO, na Provincia de CABO DELGADO. Contaram o sofrimento das populações que vivem nas aldeias, sem comida (a c comida é só para os soldados Portugueses- e mesmo para eles não chega), maltratados pelos colonialistas, que consideram todos os Africanos responsáveis pela suas derrotas e sofrimentos.

Revelam que os soldados Africanos no exército Portugues que morrem durante os combates, não são enterradost Os Portugueses limitam-se a tirar-lhes a farda e o armamentç,e abandonam os cadaveres.Os gravemente doentes são também abandonados no local.Além disso, são frequentes os casos de soldados Africanos mortos por soldados Portugueses "por acidente," devido a disparo "casual" de uma arma empunhada por um soldado Portugues. O ódio cego dos Portugueses contra os Africanos, contra todos os Africanos, que estejam do lado deles ou não, explica estes crimes. Porque, na mentalidade dos colonialistas Portugueses, "um preto e menos do que um cão."

A PRELIMO continua a luta de libertação nacional. A palavra de ordem para o ano de 1967 é intensificar a luta, em todos os campos, e criar condições para estender a luta armada a todas as outras provincias de moçambique. 1. Os guerrilheiros da FRELIMO receberam uma queixa do povo, dizendo que a população de LIUNGO estava a ser atacada por soldados

,Portugueses. Os nossos combatentes moveram-se para essa região para defenderem o povo. Organizaram uma emboscada na estrada entre Miteda e Mueda. No dia 30 de Novembro, um combóio de 5 camiões Portugueses vinha de Miteda e ca•u na emboscada. 3 camiões foram destruidos e pelo menos 20 soldadõe inimigos foram postos fora deacção. 2. Um grupo de guerrilheiros da FRELIMO minou a estrada entre Ma

'comia e o postQ de CHAI. No dia 1 de Dezembro, soldados Portugueses cairam nas mina3: 7 foram mortos e 5 foram feridos. 3. Em I de Dezembro, a 20 kilõmetros de Mooimboa de Praia, um grupo de soldados Portugueses foi emboscado por forças da FRELIMO. 0 inimigo regressava de um campo do povo, onde tinha ido roubar mandiooa. Quando os guerrilheiros da FRELIMO fizeram fogo, os soldados Portugueses fugiram em panico, abandonando os sacos

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de mandioca que tinham roubado.

4. Uma companhia de soldados Portugueses partiu do posto militar de Quitarrajo, no ýdia 8 de Dezembro. Eles tentavam descobrir e atacar uma base militar da FRELIMO. Os, nossos guerrilhèiros emboscaram-nos 2 vezes sucessivas, matando e ferindo muitos. Depois dasegunda emboscadar o inimigo foi forçado a disporsar:as nossas forças perseguiram-nos e. forgaram-nos a.bandonr aquela zona.

254 militares portugueses mortos

Nos primeiros .6 meses de 1966, de Janeiro a fins de Junho, os jornais portugueses anunciaram que morreram na guerra, em Moçambique, Angola e Guine', 254 militares portugueses. Os jornais de Salazar confessam 254 mortos - 200 soldados,e. cabos, 38 salegentos, 13 oficiais e -3 marinheiros.

Mas toda a gente sabe que são muitos mais os soldados portugueses que cairam as balas e minas e bazookas dos guerrilheiros.

De qualquer forma, o facto de Portugal. ter sido obrigado a ad:Litir que morreu um tão grande numero de soldados portugueses na guerra das. colõnias, mostra que o movimento de libertação de Moçambique, Angola e Guiné e' cada vez mais forte, e que, inevitvelmen" te, o dia da derrota completa dos colonialistas portugueses estr a aproximar-se.

DECLARAÇOES DE UM SOLDADO PORTUGUES DESERTOR

.4 desmoralização e cada vez maior entre os soldados portugueses. Os.soldados portugueses estão cada vez mais-conscientes da injustiça da guerra, que estão a travar contra o povo Moçambicano. Em Outubro, mais um soldado-Portugues desertou e entregou-se às forças da FRELIMO.A sua deserção foi já anunciada num comunicado emitido pela FRELIMO. Hoje v,mos referir só algumas das declarações dele-,o cabo No.2178/64, JOSE INACIO BISPO CATARINO.

Quando foi interrogado pelos serviços de informaçao da FRELIMO sobre as razoes porque tinha desertado, ele respondeu: " Eu desertei porque nos, Portugueses, tomãmos pela força a terra que pertence aos Africanos. Agora os donos- da terra querem recuperar a terra deles. Porque e que havemos de lutar contra eles, contra os

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verdadeiros donos da terra, contra o povo Moçambicano? Eu não posso lutar ao lado dos Portugueses, porque sei que o que eles estão a fazer e mau, é errado.Eu vi. muitos dos meus companheiros Portugueses serem. mor-os pelos guerrilheiros, vi o sargento chefe da miná. secção cair morto a meu lado, e muitos mais. Todos morrem por uma causa que não é deles.Eu falava muitas vezes aos meus soldados, dizendo-lhes que eles deviam fingir-se doentes para serem evacuados para Nampula.E organizava reuniões com alguns, e explicavalhes que eles estavam a sofrer por uma causa que nao e deles. Dei-lhes o exemplo do nosso sargento, que morreu por nada, e de todos os outros que já morreram."

Falando sobre a situação militar, o soldado Portugues disse: "Eu estive 17 meses em Mueda. Durante esse tempo, sofri 13 emboscadas. A primeira foi na estrada de NANGOLO>O, em 31 de Julho de 1965, poucos dias depois de eu ter chegado a Mueda. Nessa emboscada, foram mortos 2 soldados da minha companhia, e 9 foram feridos. Dois dias antes, em 29 de Julho, houve outra emboscada em que foi morto um capitão."

Sobte a sua deserção José Catarino revelou: "Eu fui muito bem tratado, não s6 pelo povo, mas também pelos guerrilheiros. Nunca me amarraram nem trataram mal. Eu dormia nas mesmas casas em que eles dormiam. Gostei muito." Pelo contrario- disse ele- os -Oficiais Portugueses batem, torturam e matam o povo. Uma vez eu protestei contra eles porque estavam a torturar uma velha Moçambicana. Eles partiram-lhe o braço com palmatoadas."

Ele falou tambe'm sobre a ignibrancia em que sao mantidos os soldados Portugueses. "Os nossos officiais nunca nos dizem nada sobre a guerra. Eu nunca soube da boca deles que estávamos a lutar contra a tropa da FRELIMO. Eu soube o que era a PRELIMO porque costumava ouvir a Radio Moscovo secretamente. Eu ouvia que a PRELIMO tinha morto tantos soldados Portugueses, etc, e sabia que isso era verdadEporque via muitos dos meus colegas a serem mortos. Eu próprio estava uma vez num camião que foi destruido por uma mina. O chauffer morreu na minha presença. Eu, por sorte, escapei. Quando estávamos em marcha, se algum de n6s visse um papel no chão, não podia apanhar e ler esse papel: tinha de comunicar ao official. So' os officiais teem licença para ler esses papeis. Mas eu algumas vezes lia-os: e foi assim que fiquei a saber mais coisas àcerca da FRELIIMO."

Concluindo, .o soldado Portugues desertor disse: " Eu gostaria de poder falar a todos os Portugueses, em especial aos soldados, e dizer-lhes que o que eles estão a fazer e mal feito, que o que os officiais dizem não é verdade, que nós não lutamos para defender Portugal mas sim para roubar a terra que pertence a outros povos. E que aqueles que lutam contra nós são os verdadeiros donos da terra, que reclamam aquilo que lhes pertence. Eu quero dizerlhes que a unica maneira que nõs, soldados Portugueses, temos de

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evitar sermos criminosos, é recusarmo-nos a lutar."

CAMARADAS,

Estas declarações deste soldado Portugues são importantes. Elas mostram que mesmo os soldados Portugueses sabem que a guerra deles é' injusta, e que a nossa luta e justa. Nós sabemos a maior parte dos soldados Portugueses só lutam hoje porque são obrigados pelos seus superiors. MAS ELES CONTINUAM A SER NOSSOS INIMIGOS, porque aceitam defender os interesses do seu governo colonialista fascista. Como declarou este cabo que desertou, o único caminho pýara os soldados Portugueses salvarem a sua honra e a sua vida, e recusarem-se a combater, é desertarem. Porque senão, eles cairão nas nossas emboscadas. Hâo-de morrer por uma causa que não ý sua, Os soldados Portugueses, de facto, não lutam pela "defesa da pãtria como dizem os seus officiais: a patria:.déles e Portugal, não e' Moçambique. Moçambique e pãtria dos Moçambicanos. Eles lutam só para a defesa dos interesses dos capitalistas em Moçambique. Esses capitalistas vivem riquíssimos, em Lisboa ou Lourenço Marqes, e mandam os soldados morrer no mato. Os próprios soldados Portugueses são tambem enganados e explorados pelo seu governo fasoista.

0 povo Moçambicano est: a lutar pela sua libertaã.o, guiado pela FRELIMO. Quando Moçambique e as outras colónias Portuguesas forem livres, o próprio povo Portugues hã-de ganhar com isso: Porque os seus filhos, os jovens Portugueses, j. não hão-de ser mandados para a morte, para o mato, para morrerem às balas e bazookas e minas dos guerrilheiros Moçambicanos, Angolanos, Guineenses.

VIETNAM

A FRELIMO APOIA ABSOLUTAMENTE

A LUTA JUSTA DO POVO DO VIETNAME CONTRA A AGRESSÃO IMPERIALISTA AMERICANA

No mes passado, no dia 20 de Dezembro de 1966, o povo do Vietnam comemorou o 6o (sexto) anivers rio da fundação da FRENTE de LIBERTAÇÃO NACIONAL - FLN. Esta data tem uma importancia histórica muito grande para aquele povo, porque marca o começo de uma nova fase na luta do povo Vietnamês contra a agressão estrangeira. De facto, o povo do Vietnam, que lutou corajosamente e herociamente contra o imperialismo frances, está agora a fazer face a uma nova agressão - a do imperialismo americano.

Depois da derrota do imperialismo frances, enquanto a parte

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Norte do Vietname se tornava realmente independente e se constituía como uma Republica Democrãtica, a parte Sul ficava sob um governo fantoche, controlado pelos Estados Unidos da América. Usando o governo fantoche, os invasores americanos começaram uma infiltração progressiva, destinada a transformar o Vietnam do Sul numa colõnia americana. Para esse fim, além da"ajuda financeira", os E.U. começaram a enviar tropas para o Vietnam, sob o nome de "Conselheiros Militares". Há hoje mais de 340.000 soldados americanos no Vietname de Sul, equipados cora as armas mais modernas. Eles estão a usar produtos químicos e gases venenosos e bombas napalm contra os guerrilheiros e contra as populaçoes.

Para combater esta nova situagão, o povo do Vietname do Sul decidiu criar a FRENTE DE LIBERTAÇAO NACIONAL, para coordenar todas as forças patrióticas. Desde a criação desta Frente, o povo do Vietnam do Sul tem alcançado novas e espectaculares vitórias. Os planos de conquista dos imperialistas americanos foram neutralizados. A técnica americana de "guerra especial" fracassou completamente.*Os governos fantoches tem caldo uns atras dos outros. A situação está a tornar-se cada vez pior para os fantoches de Saigao, para os lagressores americanos e para os seus satélites. Assim, na semana de 7 a 14 de Janeiro de 1967, morreram 1.194 soldados amerLcanos nas emboscadas e ataques dos patriotas vietnameses.

VIOLAÇAO DA REPUBLICA DEMOCRATICA DO VIETNAM

Incapaz de vencer a resístencia heroica do povo do Vietnam do Sul, a administração do Presidente americano Johnson, num novo passo no processo de agressão, começou a bombardear a República Democratica do Vietnam, numa violaçao flagrante de todos os principios de soberania dos Estados.

O povo da Republica Democratica do Vietnam, que estava a progredir pacficamente construindo o seu país, foi forçado a mobilizar-se e a pegar em armas novamente, para defender a sua patria. Os imperialistas americanos tem bombardeado hospitais, escolas, aldeias, pontes, etc. Contudo, estes crimes, longe de intimidarem o povo do Vietnam, reforçaram a sua determinação de lutar at4 ao fim contra os criminosos de guerra americanos e seus satelites, e provocaram uma onda de indignação atravs do mundo. O próprio povo americano condena esta guerra. Ele vê os seus filhos serem mandados para a morte, no Vietnam, para defenderem uma causa injusta e perdida.

A LUTA DO POVO DO VIETNAM INSPIRA A NOSSA PROPRIA LUTA

A .periwi do povo vietuamês mostra-nos que nos tambem podemos vencer os colonialistas portugueses, apesar da sua superioridade material: porque nós tambem temos UNIDADE e DETERMINAçAO para lutar até ao fim, para a libertação do nosso pais.

A luta heroõica do povo do Vietnam mostra-nos que qualquer povo

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pode ser muito forte, quando 'esta decidido a lutar por uma causa justa. No Vietnam, com efeito, as armas mais mortíferas criadas pelos criminosos americanos não são capazes de vencer a resistencia do povo: porque o mais importante elemento em qualquer guerra, o elemento de que a vitória final depende, é a Justiga da causa pela qual se luta. -..J..

SOLIDARIEDADE DE COMBATE

E lutando no nosso país contra o colonialismo português que nos tornamos mais efectiva a nossa solidariedade com o povo do Vietnam.

De facto, em Moçambique nos lutamos contra o colonialismo portugues. No Vietnam, .o povo luta contra o imyerialismo americano. Mas o inimigo é afinal o mesmo: os E.U. da America, atrav's da OTAN enviam bombas e outro material de guerra para Portugal. Portugal envia depois esse material para as colônias, para ser usado contra os nacionalistas.

As bombas que caem hoje sobre o território do Vietnam tem assim a mesma origem das que caem sobre as colónias de Moçabique, Angola e Guiné. Sob a forma de bombas, Portugal lança "1civilizaçao'1 "c.ristianismo" sobre o nosso povo. Sob a forma de bombas os E.U. da América lançam "democracia" sobre o povo do Vietnam. Isto faz com que a solidariedade entre o povo do Vietnam e o povo Moçambicanõ seja forte, por enfrentarmos um mesmo inimigo.

Hoje, quando o imperialismo americano, derrotado pelo povo do Vietnam, multiplica as suas manobras politicas e militares, nós,.militantes da FRELIM0, reafirmamos:

1. A nossa condenaçgo da agressão criminosa do Imperialismo americano contra o Vietnam.

2. 0 nosso apoio total à luta justa e heróica do povo vietnamês contra os agressores americanos.

Os criminosos mais ferozes donosso tempo - os agressores americanos, cujos crimes ltrapassam em muito os crimes dos nazis apesar dos seus 370.000 soldados mercenários, reforçados com 50 mil tropas satelites e meio milhão de soldados fantoches - apesar disto e das suas armas modernas, serão completamente e Linitivamente derrotados no Vietnam..

0 Povo do Vietnam Vencer .

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LUTEMOS UNIDOS NA FRELIMO

Ns estamos a lutar contra o colonialismo portugues, para a libertação da nossa terra, Moçambique. Nós queremos vencer os colonialistas portugueses.

Para vencermos, nós temos de ser fortes. Para sermos fortes, nós temos de estar Unidos.

A UNIDADE é na verdade uma das condições fundamentais da nossa vitõria. Nds podemos dizer que, se não estivermos unidos, nós não conseguiremos libertar a nossa terra, n5s seremos vencidos pelo inimigo. No passado o nosso povo foi dominado precisamente por falta de unidade.

Mas é certo tambem que, se estivermos UNIDOS, nos venceremos rapidamente os colonialistas portugueses e reconquistaremos nossa liberdade e independencia.

A Uitidade no nasce por si. A Unidade precisa de ser realizada. E nos vemos precisamente que existem hoje todas as condições para a realização da Unidade.

E certo que hãý diferenças entre nós Moçambicanos. Alguns de nos somos Macondes, outros Nianjas, outros Macuas, Ajauas, etc. Uns de nós soios das montanhas, outros da planicie. Cada uma das nossa tribos tem uma língua propria, tem usos e costumes específic0s, tem culturas diferentes. Ha( diferenças entre nós. Isto e normal, num povo grande como o nosso, com mais de 7 milhões de Moçambicanos.. Em todos os países grandes há estas diferenças.

Mas estas diferenças, serão capazes de provocar divisao ? Se um Moçambicano fala Nianja,e outro fala Maconde, isto quer

dizer que eles vgo lutar um contra o outro, sd porque a língua deles não e igual? E EVIDENTE QUE NÃO. As diferenças de língua, tradições, etc, não determinam divis-o entre os Moçambicanos. Não há nada portanto que divida ou desuna os Moçambicanos.

Mas haverá al#uma coisa que UNA os Moçambicanos, que faça a UNIDADE de todos os Moçambicanos ?

1d. Essa coisa que une todos os Moçambicanos é o SOFRIMENTO COMUM, o sofrimento de nós todos debaixo das botas dos colonialistas portugueses.

Vamos a ver por exemplo o que é que acontece numa plantação de uma Companhia portuguesa.

Ali trabalham, lado a lado, em regime de trabalho forçado, recrutados e mandados h força para lá, centenas de Moçambicanos vindos das mais diferentes regíes de Moçambique. Uns vieram do Niassa, outros de Cabo Delgado, outros de Lourenço Marques, Zambézia, etc. Eles falam linguas diferýentes, as danças e canções sao diferentes, assim como os costumes e tradiçoes. MAS...

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MAS TODOS ELES ESTAO NA MESMA SITUAÇAO. Todos esses Mo,cambicanos que trabalham na plantação, vindos de diferentes partes de Moçambique, pertencentes a diferentes tribos, sofrem a mesma exploração e opressao.

Todos eles comem a mesma comida miserável, vivem no mesmo barracã, sujo e sem o mínimo de condiçôes, recebem a mesma miséria de salári o.

Todos eles querem libertar-se dos patrões colonialistas donos da companhia, e dos administradores e chefes de posto e cipaios.

Todos querem voltar para junto das suas famílias, de que foram separados a força, e trabalhar em liberdade e -receber um salario justo e ver respeitada a sua dignidade de Homens.

Todos esses Moçambicanos estão portanto UNIDOS pelas suas aspirações comuns - liquidar o colonialismo portugues em Moçambique e reconquistar a sua liberdade.

Eles sofrem juntos: portantoeles também querem e devem lutar juntos para acabarem com o seu sofrimento.

Mas como e que os Moçambicanos dos diferentes pontos de Moçambique podem unir-se? Como e que eles hão-de realizar a unidade de acção? Como é que os Moçambicanos de Gaza, por exemplo, po&em unir- . -se aos Moçambicanos da Zambézia, de Cabo Delgado, do Niassa e das outras ProvLncias de Moçambique, na luta contra o inimigo comum os colonialistas portugueses?

Porque ESSA UNIDADE E NECESSARIA ! Se os Moçambicanos de Gaza, por ýexemplo, pegarem em armas contra os colonialistas, sozinhos, isolados, eles serão derrotados, porque os colonialistas tem mais força.

Mas se os Moçambicanos de Gaza se UNIREM aos Moçambicanos de todas as outras Provincias, se TODOS os Moçambicanos DE TODO O TERRITÓRIO de Moçambique se juntarem para lutar, então os colonialistas serão vencidos, porque a força do povo e maior,

das o que e que e" preciso fazer, para realizar na pratica esta Unidade ?

E PRECISO JUNTARMO-NOS A FRELIMO. A FRELIMO é a expressao da vontade do povo de Moçambique de

ser livre, e ao mesmo tempo a FRELIMO e o instrumento dessa vontade. Estão unidos na FRELIMO Moçambicanos de todas as tribos, de todas as partes de Moçambique.

Todo's Nós ,Moçambicanos - Macuas, Macondes, Nianjas, Changanas, Ajaos, etc. - queremos ser livres. Para sermos livres precisamos de lutar unidos. Para lutarmos unidos precisamos de estar na FRELIMO: Porque a FRELIMO é o Movimento que organiza a luta de todo o .povo Moçambicano contra o colonialismo portugues, para a conquista da Independencia Nacional completa de Moçambique.

TODOS OS MOÇAMBICANOS DE TODAS AS TRIBOS SÃO IRMAOS NA LUTA! TODAS AS TRIBOS DE MOÇAMBIQUE DEVEM UNIR-SE, EM LUTA PARA A

INDEPENDENCIA DE MOÇAMBIQUE!

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A FRELIMO NO EXTERIOR

Durante o ano de 1966 os dirigentes da FRELIMO deslocaram-se em missão a vários países. Deslocaram-se 'à Argelia, à República .Krabe Unida, \a Guind, à Libe1ria, à União Soviética, ao Mali, ao Congo-Brazaville, h índia, ao Japão, ao Cambodja, ao Iraque, à Tchecoslovaquia, 'à Republica Democratica Alemão

Estas missões dos dirigentes da FRELIMO tornam-se cada vez mais necessárias. A nossa Revolução está a crescer, as regiões que a FRELIMO controla são cada vez maiores.

Precisamos assim de Armas, cada vez de mais armas, para desenvolvermos a luta e defendermos as regiões conquistadas. Precisamos de remédios, de comida, de roupa, de instrumentos de produção (enxadas, etc), de material escolar(.livros, cadernos, lãpis,ardõsias), de bolsas de estudo para os nossos estudantes poderem ir continuar os seus estudos, de material para a Informação( papel para os nossos boletins e panfletos, maquinas de escrever, maquinas de imprimir, eto)L- precisamos de fundos para todas as despesas, desde a alimentaçao até ao transporte de material.

Quando um pais está independente, ele normalmente produz tudo isto, e pode usar as suas riquezas para comprar o que ainda n&o produz.

* Mas nõs não estamos ainda independentes. Nde ainda não temos indústrias organizadas nas zonas libertadas de Moçambique. ,, Algumas das coisas de que necessitamos - principalmente armas, nos capturamos ao inimigo. Mas a maior parte das coisas, nos temos de obter dos paises que estao ao nosso lado e estão dispostos a ajudar-nos. Há tambem países cujo governo é nosso inimigo (como por exemplo os E.U. da Amerioa , mas onde hd Organizações progressistas que estão eventualmente dispostas também a ajudar-nos.

Mas esses países e organizações não nos fornecerão o que nos precisamos se nos não formos lâ, falar com os seus dirigentes, explicar as nossas necessidades, fazer-lhes compreender que eles tem o dever moral de ajudar a nossa luta - que é parte da luta geral dos povos oprimidos e explorados de todo o mundo para a conquista da sua liberdade.

Também, a FRELIMO recebe sempre convites das Organizações internacionais para participar em Conferencias, Congressos, etc. A FRIMO tem de aceitar esses convites e mandar representantes porque essa e uma oportunidade boa para utilizarmos esses Congressos ou Conferencias, onde estão reunidos representantes de todo o mundo, para explicarmos aos outros povos o desenvolvimento da nossa luta de libertaçao, as nossas aspirações, as nossas vitorias, as nossas dificuldades.

E para cumprir estas missoes que os dirigentes da PRELIMO são enviados aos pa£seo estrangeiros.

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* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

* PATRIA EM LUTA *

* A vida não tem nenhum sentido *

* Se não se luta pelo que se ama. *

* A vida e si é luta. * * *

E uma vida de luta e, no momento

.~ presente, a mais honrosa.

A situação em, frente. e mais di fcil. Mas combao e continuarei a combater

Até não sé , enontre na terra Mogambicana

um SO fascista.

Tenho 21 anos e anseio viver, divertir-me, passar agradavelmente o tempo.

Mas vale mais morrer hoje na 1,-a * *

Que viver amanhã, debaixo da bota

fascista. * J

* Evaristo J. Massiye *

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