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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO DOS ALIMENTOS LIGHT E SEUS ANÁLOGOS CONVENCIONAIS ASSOCIADOS AOS FATORES DE RISCO NO DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL Amanda Teodoro Moura Gisele Magalhães Freitas Monique Souto de Souza Thamarys Valverde de Andrade GOVERNADOR VALADARES 2008

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO DOS ALIMENTOS LIGHT E

SEUS ANÁLOGOS CONVENCIONAIS ASSOCIADOS AOS FATORES DE RISCO

NO DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Amanda Teodoro Moura

Gisele Magalhães Freitas

Monique Souto de Souza

Thamarys Valverde de Andrade

GOVERNADOR VALADARES

2008

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AMANDA TEODORO MOURA

GISELE MAGALHÃES FREITAS

MONIQUE SOUTO DE SOUZA

THAMARYS VALVERDE DE ANDRADE

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO DOS ALIMENTOS LIGHT E

SEUS ANÁLOGOS CONVENCIONAIS ASSOCIADA A FATORES DE RISCO NO

DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Monografia para obtenção do grau de bacharel em Nutrição, apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce.

Orientador: Prof. M. Sc. Anderson

Ferreira Vilela

GOVERNADOR VALADARES

2008

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AMANDA TEODORO MOURA

GISELE MAGALHÃES FREITAS

MONIQUE SOUTO DE SOUZA

THAMARYS VALVERDE DE ANDRADE

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO DOS ALIMENTOS LIGHT E

SEUS ANÁLOGOS CONVENCIONAIS ASSOCIADA A FATORES DE RISCO NO

DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________ Profª. M. Sc. Anderson Ferreira Vilela

(Orientador)

_________________________________ Doracy Silva Diniz

_________________________________ Regina Célia Silveira Sírio

Gov. Valadares, 24 de Novembro de 2007.

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Dedicamos a Deus pela força nessa

longa caminhada e aos nossos pais pelo

incentivo e apoio na realização desse

trabalho.

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar a concentração de sódio dos alimentos light e seus análogos convencionais e associá-la aos fatores de risco que influenciam no desenvolvimento da hipertensão. Realizou-se a coleta de dados em alguns supermercados de grande porte da cidade de Governador Valadares a fim de corroborar a ocorrência de sódio em elevada concentração em alimentos industrializados light através de informações contidas nos rótulos. Foram analisados 50 rótulos de alimentos light de diferentes marcas e sabores e comparados aos seus respectivos análogos convencionais. Houve diferença marcante entre o aumento do teor de sódio dos alimentos light para os convencionais. A variação do teor de sódio dos alimentos em sua composição foi de 2 a 311% entre os 50 produtos avaliados, e estes representaram 44%. Outros alimentos tiveram uma redução de 6 a 100% do teor de sódio quando comparados aos produtos convencionais. Os produtos que apresentaram redução do teor de sódio representaram 26% do total avaliado. Os fatores de risco como sexo, idade, consumo alimentar, associados à alta ingestão de produtos com elevada concentração de sódio podem levar ao desenvolvimento ou aumento da pressão arterial.

Palavras-chave: Hipertensão - Sódio - Produtos Light - Rótulos

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ABSTRACT

This work has objective to evaluate the sodium concentration of foods light and its analogous conventionals and to associate it the risk factors that influence in the development of the artery hipertension. The informations was collected of the labels of products in some great supermarkets of the city of Governador Valadares in order to corroborate the sodium occurrence in raised concentration in industrialized foods. Had been analyzed 50 food labels different marks and flavors and compared with its respective conventionals analogous. The were significative difference enters the increase of the content sodium of foods conventionals and light products. The variation of the concentration sodium of foods in its composition was of 2 - 311% between the 50 evaluated products, and these had represented 44%. Other foods had a reduction of 6 - 100% of the content sodium when compared with the conventional products. The products that had presented reduction of the sodium content had represented 26% of the evaluated total. The risk factors as sex, age, alimentary consumption, associates of the high ingestion of products with raised sodium concentration can take to the development artery hypertension or increase of the arterial pressure. Word-key: Artery hipertension - Sodium - Light Products - Labels

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LISTA DE TABELA E FIGURAS

Tabela 1 - Classificação da Pressão Arterial (>18 anos)...................................... 14

Tabela 2 - Alimentos inspecionados e suas classes de acordo com a redução

do nutriente para a determinação de termo light.................................

34

Tabela 3 - O Teor e percentual de redução ou aumento nas concentrações de

sódio dos alimentos light e seus respectivos análogos

“convencionais” informados pela rotulagem nutricional......................

36

Tabela 4 -

Figura 1 -

Figura 2 -

Figura 3 -

Produtos que tiveram aumento nos níveis de sódio divididos em

classes e o percentual deste aumento...............................................

Porcentagem de produtos Light que tiveram aumento ou redução do

teor de sódio se comparado a seus análogos convencionais............

Porcentagem de produtos Light, com redução de Açúcar, que

tiveram aumento ou redução do teor de sódio se comparado a seus

análogos convencionais.......................................................................

Porcentagem de produtos Light, com redução de Gordura, que

tiveram aumento ou redução do teor de sódio se comparado a seus

análogos convencionais.......................................................................

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LISTA DE ABREVEATURAS

ABIAD – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins

Especiais

DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica

PAS – Pressão Arterial Sistólica

PAD – Pressão Arterial Diastólica

ON – Óxido Nítrico

HDL – Lipoproteína de Baixa Densidade

IMC – Índice de Massa Corporal

Kg/m² - Quilos por metro quadrado

OMS – Organização Mundial da Saúde

FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação

WHO – Diet, Nutrition and Prevention of Chronic Diseases

IDR – Ingestão Diária Recomendada

VDR – Valores Diários de Referência

QFA – Questionário de Freqüência Alimentar

SVS – Serviço de Vigilância Sanitária

MS – Ministério da Saúde

ECA - Enzima Conversora de Angiotensina

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................ 4

ABASTRACT ......................................................................................................... 5

LISTA DE TABELAS E FIGURAS. ....................................................................... 6

LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................. 7

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 10

2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 12

3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13

3.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................... 13

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................ 13

4 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 14

4.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL............................................................................. 14

4.1.2 Fatores de risco para hipertensão arterial ............................................... 15

4.1.2.1 Idade .......................................................................................................... 15

4.1.2.2 Sexo ........................................................................................................... 16

4.1.2.3 Raça........................................................................................................... 16

4.1.2.4 Obesidade ................................................................................................ 16

4.1.2.5 Sódio ......................................................................................................... 17

4.1.2.6 Potássio .................................................................................................... 19

4.1.2.7 Tabaco ...................................................................................................... 19

4.1.2.8 Estresse .................................................................................................... 20

4.1.2.9 Sedentarismo ........................................................................................... 21

4.1.2.10 Etilismo ................................................................................................... 21

4.1.2.11 Dislipidemias .......................................................................................... 22

4.1.2.12 Diabetes Mellitus .................................................................................... 22

4.2 FISIOPATOGÊNICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA................ 22

4.3 TRATAMENTO................................................................................................. 24

4.3.1 Tratamento não medicamentoso ............................................................... 24

4.3.2 Tratamento Medicamentoso ...................................................................... 25

4.4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL............................................................................ 26

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4.5 CONSUMO ALIMENTAR............................................................................. 27

4.6 ALIMENTOS LIGHT.................................................................................... 29

4.7 ROTULAGEM DE ALIMENTOS................................................................... 31

5 METODOLOGIA ............................................................................................. 33

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 34

7 CONCLUSÃO .................................................................................................. 41

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 42

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1 INTRODUÇÃO

Desde o início da década de 1980, a conscientização do público a

respeito da relação entre dieta e saúde tem aumentado marcadamente. Atualmente,

a maioria das pessoas já considera que dieta é um importante determinante da

saúde. A hipertensão arterial é um dos maiores problemas de saúde no Brasil,

estando associada a sérios riscos de morbimortalidade cardiovascular, contribuindo

diretamente para a ocorrência de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular

cerebral, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência arterial periférica e morte

prematura (CELESTE, 2001; SILVEIRA et al., 2001 apud CABRAL et al., 2003). A hipertensão arterial está associada à presença de diversos fatores de

risco como sedentarismo, tabagismo, etilismo, ingestão elevada de sódio, idade,

história familiar, obesidade e os fatores dietéticos (CHAVES et al., 2006).

Apesar da consolidada a relação entre a hipertensão arterial e os fatores

nutricionais, ainda são pouco esclarecidos os mecanismos de atuação destes sobre

a elevação da pressão arterial. São conhecidos, no entanto, os efeitos de uma dieta

saudável (ricas em frutas e vegetais e consumo moderado de lipídios) sobre o

controle dos níveis pressóricos. Dentre os fatores nutricionais estudados e que se

associam à alta prevalência de hipertensão arterial estão o elevado consumo de

álcool e sódio e excesso de peso (MOLINA, 2003).

A avaliação dietética de sódio é extremamente complexa, já que sua

ingestão diária varia substancialmente e pode subestimar a quantidade de sódio

ingerida, pois não levam em consideração as diferenças interpessoais na adição de

sal (MOLINA, 2003).

Embora haja consenso, desde a década de 80, em relação às

recomendações nutricionais para grande parcela das populações do Brasil, o

padrão dietético ainda não está nos níveis ideais (CELESTE 2001).

As pessoas passaram a valorizar o culto ao corpo perfeito e saudável,

passando a utilizar produtos light como dietas hipocalóricas, paralelamente a este

“novo” modelo de vida, houve um crescimento do nível de preocupação da

sociedade com a saúde, prova disto são os estudos realizados a partir da segunda

metade da década de 90, que revelam que o consumidor brasileiro repensou o seu

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modo de consumir, havendo evidências de que, apesar da grande maioria ter como

critério básico de comprar o menor preço, os mesmos já se preocupam mais com a

qualidade dos alimentos que compram (FAZIO et al., 1997).

Como um dos fatores que podem influenciar nas escolhas alimentares

das pessoas, os rótulos alimentícios vêm sendo estudados principalmente como

fonte de informação nutricional para os consumidores. Segundo Reid e Hendricks

(1994 apud CELESTE, 2001), até 52% das pessoas consultam as informações dos

rótulos.

Entretanto, há muitas informações em rótulos alimentícios que podem ser

enganosas, considerando-se o freqüente uso de palavras ambíguas, confusas e

termos vagos, uma vez que uma mesma palavra pode expressar significados

completamente diferentes de acordo com o fabricante. Além disso, propagandas

enganosas em rótulos alimentícios prejudicam campanhas de educação alimentar,

podendo levar à crença de que certos produtos possuam propriedades medicinais,

atrasando a procura por cuidado terapêutico adequado (CELESTE, 2001).

Os alimentos diet e light, muito antes de serem considerados alimentos

para doentes, são alimentos para saúde e se posicionam como uma possível

solução para muitas necessidades dos consumidores. Dessa forma, a demanda por

esses produtos têm crescido muito e tende a crescer ainda mais. Nos últimos dez

anos, o mercado de produtos diet e light subiu 870%, segundo a Associação

Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (ABIAD). Em

2004, o crescimento foi de cerca de 25%. Para 2005, a ABIAD citou um incremento

ainda maior, próximo de 30% (HALL e FILHO, 2006).

O termo light é utilizado para alimentos produzidos de forma que sua

composição seja reduza em, no mínimo, 25% do valor calórico e/ou de algum

nutriente como: açúcares, gorduras saturadas, gorduras totais, colesterol e sódio,

quando comparado ao valor do produto normal (INMETRO, 2004).

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2 JUSTIFICATIVA

O perfil do consumo de alimentos vem sofrendo mudanças significativas

nos últimos anos motivados por um maior nível de consciência dos consumidores

para a saúde via maior escolarização e maior acesso as informações.

Nos países em desenvolvimento há uma redução das mortes por doenças

infecciosas e o aumento das mortes devido as Doenças Crônicas Não

Transmissíveis – DCNT. Entre as DCNT pode-se citar a hipertensão arterial ou

“pressão alta”, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, entre outras doenças

associadas à obesidade.

A busca por uma alimentação saudável é, sem dúvida, uma realidade nos

dias de hoje. Consumidores que buscam novos e alternativos hábitos alimentares

têm nos produtos light grandes aliados. Os mais jovens procuram os produtos

geralmente com preocupações ligada à estética corporal e, entre os mais velhos, a

procura prende-se à preservação ou manutenção da boa saúde.

Cada vez mais, encontramos produtos com características diversas, nas

prateleiras do supermercado: "Isento de açúcar"; "Sem sódio"; "Teor reduzido de

gorduras", dentre outros. Essas informações precisam estar dispostas de forma

clara e legível para os consumidores, pois na redução de caloria de alguns produtos

acaba-se aumentando o teor de sódio, em alguns casos para manter propriedades

reológicas (sabor, aroma, textura etc.), como em alguns queijos e requeijões light e

em outros para melhorar o sabor (mascarando o sabor amargo). Este aumento do

teor de sódio dos alimentos light, associado ao consumo excessivo dos mesmos,

aliados a outros fatores de risco, como, obesidade, sexo, idade, raça, sedentarismo

e outros, podem levar ao desenvolvimento da hipertensão.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a concentração de sódio dos alimentos light e seus análogos

convencionais e associá-la aos fatores de risco que influenciam no desenvolvimento

da hipertensão.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

� Identificar os principais alimentos light industrializados e seus

análogos convencionais disponíveis no mercado;

� Verificar a exibição do teor de sódio nos rótulos dos alimentos light e

seus análogos;

� Associar a concentração de sódio destes alimentos a fatores de risco

para a hipertensão.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada um problema de

saúde pública por sua magnitude, risco e dificuldades no seu controle. É também

conhecida como um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento

do acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio (MOLINA et al., 2003).

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é hoje definida como uma pressão

arterial sistólica (PAS) igual ou superior a 140 mmHg, e/ou uma pressão arterial

diastólica (PAD) igual ou superior a 90 mmHg em adultos a partir de 18 anos

(STAMM et al., 2007)

A hipertensão é uma doença de alta prevalência no Brasil, atingindo os

adultos jovens e os idosos em aproximadamente 20% e 50%, respectivamente. Em

torno de 85% das pessoas que foram acometidas por acidente vascular encefálico e

40% das vítimas de infarto do miocárdio apresentam, como doença associada, a

HAS (CASTRO et al., 2005).

De acordo com IV Diretrizes de Hipertensão Arterial (2004) a classificação

da hipertensão arterial sistêmica é entendida da forma descrita na tabela 1.

Fonte: IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial, 2004.

Tabela 1 – Classificação da Pressão Arterial (>18 anos) Pressão Sistólica (mmHg) Diastólica (mmHg)

Ótima <120 < 80

Normal <130 < 85

Limítrofe 130 – 139 85 – 89

Hipertensão

Estágio 1 (leve) 140 – 159 90 – 109

Estágio 2 (moderado) 160 – 179 100 – 109

Estágio 3 (grave) ≥ 180 ≥ 110

Sistólica isolada ≥ 140 < 90

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4.1.2 Fatores de risco para hipertensão arterial

São atribuídos como riscos ou causas para elevação da pressão arterial

fatores constitucionais (idade, sexo, raça, obesidade); fatores ambientais (ingestão

de sódio, cálcio e potássio, álcool, lipídio e tabagismo); fatores ambientais ligados

ao trabalho (estresse, agentes físicos e químicos) e fatores ligados à classe social a

qual o indivíduo pertence. Dessa forma, para o seu tratamento, além da medicação

prescrita, os profissionais de saúde recomendam a adoção de práticas que possam

minimizar os fatores de risco acima citados. Assim sendo, o indivíduo hipertenso,

para tratar ou prevenir-se das complicações da hipertensão arterial, deve, além de

medicar-se, ter atitudes para mudar antigos comportamentos e adotar novos hábitos

(LIMA et al., 2004).

4.1.2.1 Idade

A pressão arterial aumenta linearmente com a idade. Em indivíduos

jovens, a hipertensão decorre mais freqüentemente apenas da elevação na pressão

diastólica, enquanto a partir da sexta década o principal componente é a elevação

da pressão sistólica. O risco relativo de desenvolver doença cardiovascular

associado ao aumento da pressão arterial não diminui com o avanço da idade e o

risco absoluto aumenta marcadamente (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE

HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).

Atualmente, a ocorrência de hipertensão arterial em idosos brasileiros

alcança o percentual de 65%, com a maioria apresentando elevação isolada ou

predominante da pressão sistólica, que mostra forte relação com eventos

cardiovasculares (BRITO 2008).

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4.1.2.2 Sexo

A hipertensão arterial ocorre com maior freqüência no sexo masculino,

porém devido às mudanças de hábitos das mulheres, essa freqüência tem

diminuído. As mulheres que fumam e fazem uso de anticoncepcional, com mais de

30 anos, são as mais atingidas. No homem ela normalmente aparece depois dos 30

anos e na mulher, após a menopausa (PESSUTO, 1998).

Irigoyen et al., (2003) demonstraram em seus estudos que a pressão

arterial é mais elevada em homens que em mulheres até a faixa etária de 60 anos.

Sugere-se que os hormônios ovarianos são responsáveis pela pressão mais baixa

nas mulheres (durante o climatério) e com a chegada da menopausa a prevalência

da pressão alta entre homens e mulheres tende a se aproximar.

Em ambos os sexos, a freqüência da hipertensão cresce com o aumento

da idade, sendo que os homens jovens têm pressão arterial mais elevada que as

mulheres, porém após a meia idade este quadro se reverte (PESSUTO, 1998).

4.1.2.3 Raça

Em relação à raça, a negra é mais atingida, sendo que a maior incidência

de hipertensão arterial na raça negra ocorre na faixa etária entre 35 a 44 anos, a

hipertensão é mais prevalente em mulheres afrodescendentes com aumento de

risco de hipertensão de até 130% em relação às mulheres brancas (V DIRETRIZES

BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).

4.1.2.4 Obesidade

A associação entre hipertensão arterial e obesidade é reconhecida a

muitos anos e esta bem documentada. Resultados de inúmeros estudos

epidemiológicos indicam que a obesidade é um importante e independente fator de

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risco para hipertensão arterial. Estudos populacionais mostram que a prevalência

da hipertensão arterial dobra em adultos jovens e é pelo menos 50% maior nos

adultos mais velhos (40 a 64 anos) com excesso de peso quando comparados com

indivíduos eutróficos. Calcula-se que para cada kg ganho de peso a pressão arterial

sistólica se eleva em 1mmHg. O número de pacientes obesos está aumentando em

proporções epidêmicas e a uma velocidade alarmante no mundo todo (MANO

2007).

O mecanismo possivelmente envolvido tem sido atribuído, em parte, à

resistência à insulina e conseqüente hiperinsulinemia compensatória, mais

freqüentemente presente em indivíduos com obesidade abdominal ou visceral. A

perda de peso por meio de uma dieta hipocalórica diminui a resistência à insulina, e

a pressão arterial, reduzindo o risco cardiovascular (PEREIRA, 2005).

Indivíduos com sobrepeso e pressão arterial elevada, perda de peso e

redução da ingestão de sódio, isolados ou combinados, foram efetivos para a

diminuição da pressão arterial de forma efetiva. Mesmo quando a perda de peso é

modesta, ocorre uma redução clinicamente significativa na pressão arterial e

diminui, portanto, o risco de hipertensão. He et al. (2000), demonstraram que,

depois de sete anos, o efeito benéfico da perda de peso corporal no risco de

desenvolvimento da hipertensão, ainda permanece (PEREIRA, 2005).

4.1.2.5 Sódio

O sódio é um íon de carga positiva, em maior teor nos líquidos

extracelulares do organismo humano. Está em equilíbrio com íon negativo cloro ou

agindo com outros eletrólitos, especialmente o potássio no líquido extracelular, e

atua com um dos principais fatores de regulação osmótica do sangue, plasma e

fluidos intercelulares e do equilíbrio ácido-básico. É essencial para a manutenção

do equilíbrio hídrico no interior do organismo, na transmissão dos impulsos

nervosos e relaxamento muscular (FRANCO, 1992).

O sódio é um elemento muito difundido na natureza e o seu teor no corpo

humano gira em torno de 1% do peso do individuo. Ingressa no organismo através

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dos alimentos e é deliberadamente acrescentado a dieta com o sal de cozinha

(FRANCO, 1992).

O sal tem sido considerado, há muito tempo, um importante fator no

desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial, estando também

relacionado ao aumento do risco para o desenvolvimento da hipertrofia ventricular

esquerda, proteinúria e direta queda noturna da pressão. A sensibilidade ao sal está

associada à mortalidade tanto em normotensos quanto em pessoas com

hipertensão que possuem idade superior a 25 anos (CASTRO et al., 2005).

Os povos que consomem dieta com reduzido conteúdo de sódio têm

menor prevalência de hipertensão e a pressão arterial não se eleva com a idade (V

DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).

Populações ocidentais caracterizados pelo alto consumo de sal

apresentam os maiores percentuais de hipertensão, enquanto as populações rurais

ou primitivas que não faziam uso de sal de adição apresentam menor prevalência

ou nenhum caso de hipertensão arterial (MOLINA et al., 2003).

Quanto à ingestão de sal, considera-se que abolir diariamente da dieta 10

a 5 g desse mineral reduz a pressão arterial em 5/3 mmHg, sendo esse efeito maior

em pessoas idosas e em indivíduos em estágio inicial de elevação dos níveis

tensionais. Quanto a isso, os indivíduos podem ser divididos em sensíveis e não

sensíveis ao sal, sendo recomendado, apesar da resposta heterogênea a restrição

de sódio, uma ingestão de sal menor que 6 g/dia ou cerca de 2,3g de sódio.

Estando a sensibilidade ao sal associada a um posterior desenvolvimento de

hipertensão, é possível que a intervenção em indivíduos susceptíveis, através da

redução da ingestão de sal, possa prevenir ou retardar conseqüentes aumentos da

pressão devido à idade, ao desenvolvimento da hipertensão e ao aumento do risco

para doenças cardiovasculares (CASTRO et al., 2005).

A quantidade de cloreto de sódio ingerida por populações aculturadas é

amplamente superior às necessidades de reposição. Tendo o rim normal a

habilidade de excretar catabólitos orgânicos sem excretar cloreto de sódio, as

perdas diárias corresponderiam somente às insensíveis, por suor, descamação de

mucosas e outras, em um total que só excepcionalmente excede 2 g diários

(FUCHS, 2005).

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4.1.2.6 Potássio

A resistência à insulina em pacientes hipertensos pode ser induzida pela

hipocalemia que ocorre nos pacientes tratados com diuréticos tiazídicos,

observando-se aumento nos níveis de insulina plasmática e intolerância à glicose

associados. O aumento nos níveis de insulina leva à maior absorção tubular de

sódio. Este efeito tem sido implicado na fisiopatologia do estado hipertensivo em

população de obesos (PEREIRA, 2005)

4.1.2.7 Tabaco

Sabe-se que o consumo de um cigarro causa um aumento efetivo de 14%

na freqüência cardíaca e de 6% na pressão arterial. Essa reação se deve,

provavelmente, ao aumento das concentrações de adrenalina e noradrenalina

plasmáticas durante o período em que se fuma. Os níveis de norepinefrina

aumentam em 12,5 minutos, com um pico em 15 minutos, retornando aos níveis

iniciais após 30 minutos. Essa alteração ocasiona o aumento máximo da pressão

arterial e, passados 30 minutos, ocorre queda desses valores, permanecendo, no

entanto, mais elevados que os valores registrados antes do ato de fumar (MORILLO

et al., 2006).

Cronicamente, a nicotina diminui a sensibilidade dos barorreceptores e

aumenta a produção de tromboxano A2, que é um potente vasoconstritor. Nos

hipertensos fumantes, demonstram-se níveis elevados de tromboxano B. Nos

tabagistas ocorre uma redução na síntese de óxido nítrico e endotelina–1, que

independe da quantidade de cigarros fumados diariamente (MORILLO et al., 2006).

O óxido nítrico, além de sua potente ação vasodilatadora, promove outros

importantes efeitos vasculares, renais e cardíacos, incluindo a ação antiagregante

plaquetária, a modulação do ritmo de filtração glomerular e o efeito sobre os

remodelamentos vascular e cardíaco. Por sua vez, a diminuição endógena da

produção do óxido nítrico está relacionada à redução da vasodilatação endotélio-

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dependente em pacientes com hipertensão, hipercolesterolemia, diabete mellitus e

arteriosclerose (SOUZA et al., 2007).

O abandono do tabagismo é recomendado para os pacientes hipertensos

como uma medida para controle de fatores de risco das doenças cardiovasculares.

No entanto, essa orientação como parte do tratamento não-medicamentoso da

hipertensão arterial, no qual se incluem a diminuição do sódio na dieta, a diminuição

no consumo de álcool, a redução de peso e a realização de atividade física

periódica (MORILLO et al., 2006).

4.1.2.8 Estresse

O estresse mental é outro fator de risco adicional para a doença

hipertensiva, visto que uma exagerada resposta cardiovascular às situações

estressantes tem mostrado estar associado à isquemia do miocárdio, e é um

prognóstico para um futuro desenvolvimento da hipertensão e doenças coronárias

(CASTRO et al., 2005).

Há evidências de uma relação positiva entre estresse emocional e

aumento da pressão arterial e da reatividade cardiovascular, sendo a reatividade

aumentada ao estresse um fator prognóstico do desenvolvimento da hipertensão

arterial. O estresse crônico também pode contribuir para o desenvolvimento de

hipertensão arterial, embora os mecanismos envolvidos não estejam claros. Assim,

o controle do estresse emocional é necessário na prevenção primária da

hipertensão arterial. O alcance desse controle resulta em redução da reatividade

cardiovascular, redução da pressão arterial e redução de variabilidade da pressão

arterial, sendo recomendado não só para hipertensos, mas também para aqueles

com fatores de risco para hipertensão arterial (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE

HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).

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21

4.1.2.9 Sedentarismo

O sedentarismo também constitui importante fator de risco, já estando

bem estabelecida a ocorrência de maior taxa de eventos cardiovasculares e maior

taxa de mortalidade em indivíduos com baixo nível de condicionamento físico.

Estima-se que a prevalência do sedentarismo seja de até 56% nas mulheres e 37%

nos homens, na população urbana brasileira. Modificações no estilo de vida,

incluindo exercício físico, são recomendadas no tratamento da hipertensão arterial

(MONTEIRO et al., 2004).

Indivíduos sedentários apresentam risco aproximado de 30% de

desenvolver hipertensão arterial quando comparados a indivíduos ativos. O

exercício aeróbico apresenta efeito hipotensor maior em indivíduos hipertensos que

normotensos. O exercício resistido possui efeito hipotensor semelhante, mas menos

consistente (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).

4.1.2.10 Etilismo

O consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerveja, vinho e

destilados aumenta a pressão arterial. O efeito varia com o gênero da bebida, e a

magnitude está associada à quantidade de etanol e à freqüência de ingestão. O

efeito do consumo leve a moderado de etanol não está definitivamente

estabelecido. Verifica-se redução média de 3,3 mmHg (2,5 a 4,1 mmHg) na pressão

sistólica e 2,0 mmHg (1,5 a 2,6 mmHg) na pressão diastólica com a redução no

consumo de etanol (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL,

2006).

O álcool tem também seu efeito sobre a pressão arterial, sendo mais

intenso em indivíduos da raça branca e em idosos do que em indivíduos da raça

negra e jovens, causando redução na resistência vascular periférica e aumentando

o débito cardíaco. Por isso, recomenda-se como limites de consumo aceitáveis,

para os homens, aproximadamente 720 mL de cerveja, 60 mL de bebida destilada e

240 mL de vinho diárias. Porém, aqueles indivíduos que não conseguem se

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enquadrar nesse limiar, se sugere o abandono do consumo de bebidas alcoólicas

(CASTRO et al., 2005).

4.1.2.11 Dislipidemias

Dislipidemias são modificações no metabolismo dos lipídios que

desencadeiam alterações nas concentrações das lipoproteínas plasmáticas,

favorecendo o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e doenças

cardiovasculares (CAMBRI, et al. 2006).

Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia com HDL-colesterol baixo (< 45

mg/dL) são importantes fatores de risco cardiovascular. As metas atuais do controle

do perfil lipídico são classificadas de acordo com o risco de um evento coronário

agudo em dez anos (IV DIRETRIZES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2004).

4.1.2.12 Diabetes Mellitus

O Diabetes mellitus freqüentemente está associado à hipertensão arterial,

favorecendo a ocorrência de doenças cardiovasculares e complicações decorrentes

dessa patologia. Sua redução tem como base a dieta hipocalórica, a prática regular

de atividades físicas aeróbias e a redução de ingestão de açúcar simples (IV

DIRETRIZES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2004).

4.2 FISIOPATOGENIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

O sistema nervoso autônomo é um dos principais mecanismos que

controlam a pressão arterial, tanto quanto a manutenção dos níveis basais

(componente tônico) como quanto as variações momento-a-momento (componente

fásico). O sistema nervoso simpático regula o calibre e a reatividade vascular, o

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débito cardíaco e modula a regulação de volume pelos rins (CONSOLIN e

KRIEGER, 2004).

Várias evidências se somam e fortalecem a importância do aumento da

atividade simpática na patogênese da hipertensão arterial. Além disso, o aumento

da atividade simpática tem associação com outros sistemas de controle

cardiovascular, como o sistema renina-angiotensina-aldosterona, e com outros

fatores de risco cardiovascular (COLOMBO E KRIEGER, 2004).

Muitos sistemas mantêm o controle homeostático da pressão sanguínea.

Os reguladores maiores são o sistema nervoso parassimpático (para controle a

curto prazo) e o rim (para controle a longo prazo). Em resposta a uma queda na

pressão sanguínea, o sistema nervoso simpático secreta norepinefrina, um

vasoconstritor, que atua nas artérias de menor calibre e arteríolas para aumentar a

resistência periférica e elevar a pressão sanguínea. O rim regula a pressão

sanguínea por controlar o volume de fluido extracelular e secretar renina, que ativa

o sistema renina-angiotensina-aldosterona (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005).

O sistema renina-angiotensina-aldosterona é um sistema complexo de

regulação da pressão arterial e do balanço de sódio, potássio e fluidos corporais.

Como mecanismo regulador, este sistema responde a modificações de qualquer

destas variáveis. Quando a pressão arterial cai, há ocorrência de reações

intrínsecas nos rins que faz com que muitas moléculas de pro-renina nas células

justaglomerulares sejam clivadas, liberando renina (MICHELINE e FRANCHINI,

1999).

A própria renina é uma enzima, e não uma substância vasoativa. Com

efeito, ela atua enzimaticamente sobre outra proteína plasmática a globulina,

liberando um peptídeo de 10 aminoácidos, a angiotensina I que tem propriedades

vasoconstritoras leves, mas não o suficiente para produzir alterações funcionais

significativas da função circulatória (MICHELINE e FRANCHINI, 1999).

Durante sua persistência no sangue a angiotensina II tem dois efeitos

principais que podem elevar a pressão arterial. O primeiro deste, a vasoconstrição,

ocorre muito rapidamente, dentro de segundos. A vasoconstrição ocorre com

bastante intensidade nas arteríolas e em extensão consideravelmente menor nas

veias. A constrição das arteríolas aumenta a resistência periférica, deste modo

elevando a pressão arterial. A constrição moderada das veias promove o retorno

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venoso aumentando o fluxo de sangue para o coração, ajudando assim o coração a

bobear contra a pressão aumentada (GUYTON, 1998).

O segundo efeito principal pelo qual a angiotensina aumenta a pressão

arterial é atuando sobre os rins para diminuir a excreção de sódio e de água. Isso

aumenta lentamente o volume do líquido extracelular, o que então aumenta a

pressão arterial a longo de período de horas e dias. Este efeito a longo prazo,

atuando através do mecanismo do volume do líquido extracelular, é ainda mais

potente que o mecanismo vasoconstritor agudo fazendo finalmente a pressão

arterial atingir cifras pressóricas normais (GUYTON, 1998).

4.3 TRATAMENTO

O objetivo final da terapia anti-hipertensiva é reduzir a morbimortalidade

de pacientes que apresentam elevado risco cardiovascular, como pacientes

diabéticos em especial com microalbuminúria, com insuficiência cardíaca, com

nefropatia e com vasculopatias periféricas secundárias a hipertensão arterial

crônica, além da prevenção primária e secundária de acidente vascular cerebral. A

manutenção dos níveis pressóricos inferiores a 140x90 mmHg está associada à

diminuição das complicações cardiovasculares. Reduções para níveis iguais ou

menores que 130x80 mmHg são indicadas para pacientes diabéticos,

normoalbuminúricos ou não e portadores de nefropatia crônica (CORRÊIA et al.,

2006).

4.3.1 Tratamento não medicamentoso

A adoção de um estilo de vida saudável é fundamental para o tratamento

da hipertensão particularmente quando há síndrome metabólica. Os principais

fatores ambientais modificáveis da hipertensão arterial são os hábitos alimentares

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inadequados, principalmente ingestão excessiva de sódio e baixo consumo de

vegetais, sedentarismo, obesidade e consumo elevado de álcool, podendo-se obter

redução da pressão arterial e diminuição do risco cardiovascular pelo controle

desses fatores (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL,

2006).

Essas medidas reduzem a pressão arterial, aumentam a eficácia da

terapia medicamentosa além de diminuir o risco cardiovascular. A combinação de

dois ou mais itens no estilo de vida estão associados a melhores resultados,

redução do peso corporal e a manutenção do peso ideal, mantendo-se o índice de

massa corporal (IMC) entre 20 e 25 kg/m², que indica classificação nutricional como

eutrófico, reduz significativamente a pressão arterial e previne o desenvolvimento

da hipertensão arterial a uma grande porcentagem de indivíduos com sobrepeso. A

adoção de hábitos alimentares saudáveis, com uma dieta rica em vegetais, frutas e

também com ingestão moderada de colesterol e gorduras saturadas também é

benéfica para esses pacientes (CORRÊIA et al., 2006).

4.3.2 Tratamento medicamentoso

Objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da

morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem

não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos cardiovasculares fatais e

não-fatais (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).

Se a pressão sanguínea permanecer elevada após 6 a 12 meses de alterações de

estilo de vida, as medicações hipertensivas são iniciadas. A maioria dos pacientes

com hipertensão mais grave requer o tratamento com drogas; contudo, as

modificações de estilo de vida são primordiais na terapia mesmo quando as drogas

são usadas. O tratamento padrão para hipertensão engloba diuréticos e β-

bloqueadores, apesar de outras drogas serem igualmente eficazes (MAHAN E

ESCOTT-STUMP, 2005).

Os diuréticos diminuem a pressão em alguns pacientes pela promoção da

depleção do volume e perda de sangue. Entretanto, os diuréticos tiazídicos

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aumentam a excreção urinária de potássio, especialmente na presença de alta

ingestão de sal levando, desta forma, a perda de potássio e, possivelmente,

hipocalemia. Exceto no caso de um diurético poupador de potássio, como

espironolactona ou trianterono, o aumento da ingestão de potássio normalmente é

necessária (MAHAN E ESCOTT-STUMP, 2005).

Os inibidores da ECA constituem o grupo de fármacos de maior

importância comprovada em favorecer a evolução de pacientes com IC, tanto em

relação à morbidade, como à mortalidade. Os mecanismos de ação dos inibidores

da ECA são complexos e fundamentam-se na inibição da enzima conversora da

angiotensina, que é uma carboxipeptidase capaz de fragmentar várias cadeias

peptídicas, como a da angiotensina, das cininas e do neuropeptídeo Y. Os

inibidores da ECA exercem: a) ação hemodinâmica, reduzindo a pré-carga e a pós-

carga. Por inibirem a ação exagerada da angiotensina II na arteríola eferente

glomerular renal, preservando a pressão intraglomerular, podem, na fase inicial de

tratamento de IC congestiva grave, reduzir temporariamente a função renal

(BARRETO et al. 2002).

4.4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

Embora a educação nutricional seja vista como um esforço destinado a

mudar “hábitos alimentares”, padrões alimentares são determinados por fatores que

incluem, além de educação orientada para uma nutrição adequada, fatores

socioeconômicos, ecológicos, culturais e antropológicos. Alguns destes fatores

induzem à geração e manutenção de “tabus alimentares” que impedem,

principalmente nas camadas mais carentes da população, a escolha adequada de

alimentos para uma dieta balanceada (RAMALHO, 2000)

O contexto desafiador da educação nutricional exige o desenvolvimento

de abordagens educativas que permitam abraçar os problemas alimentares em sua

complexidade (BOOG et al., 2003)

Cervato, et al. (2005) cita Aranceta-Bartrina (1995) que conceitua

educação nutricional como "parte da Nutrição aplicada que orienta seus recursos

em direção à aprendizagem, adequação e aceitação de hábitos alimentares

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saudáveis". Tal conceito, segundo a autora, está em consonância com os

conhecimentos científicos em Nutrição e busca o objetivo último de promoção de

saúde do indivíduo e da comunidade.

Desenvolvida desde uma perspectiva problematizadora ou participativa, a

educação nutricional é um estímulo à transformação do educando. Ele passa de

uma situação na qual sua conduta alimentar é determinada pelo condicionamento e

pelo hábito repetido mecanicamente, para outra, na qual ele, compreendendo seu

próprio corpo e aprendendo a ouvi-lo e observá-lo, passa a se tornar sujeito de sua

conduta alimentar (CERVATO et al., 2005).

4.5 CONSUMO ALIMENTAR

Os problemas decorrentes do consumo inadequado de alimentos já são

conhecidos há muito tempo, expondo a população a graves e flagrantes danos à

saúde, principalmente se considerarmos os diferenciais regionais existentes dentro

e entre países (PRYER et al., 2001 apud BONOMO et al.,2003).

A evolução dos padrões de consumo alimentar nas últimas três décadas,

passível de estudo apenas nas áreas metropolitanas do Brasil, evidenciou declínio

no consumo de alimentos básicos e tradicionais da dieta do brasileiro, como o arroz

e o feijão. Houve aumento de até 400% no consumo de produtos industrializados,

como biscoitos e refrigerantes, persistência do consumo excessivo de açúcar e

insuficiente de frutas e hortaliças e aumento sistemático no consumo de lipídios,

inclusive aumento de ácidos graxos saturados (LEVY-COSTA et al., 2005).

Uma alimentação caracterizada pelo baixo consumo de frutas e hortaliças

e baseada em alimentos industrializados, mais rica em lipídios e sódio, parece ser

preditora de agravos à saúde, particularmente se associada à elevação dos níveis

pressóricos. É neste contexto que a relação sódio/potássio vem sendo utilizada

como marcador da qualidade da alimentação, visto que uma dieta mais adequada

com relação ao sódio e ao potássio pode estar relacionada ao maior consumo de

frutas e hortaliças e menor consumo de alimentos industrializados, como os

embutidos e enlatados (MOLINA et al., 2003).

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A dieta inadequada e a inatividade física compõem um complexo de

causas de grande importância para a saúde da população. Esses fatores se

associam fortemente a muitas doenças crônicas não transmissíveis e altamente

prevalentes como a hipertensão, as doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes

mellitus (LEVY-COSTA et al., 2005).

A busca por uma alimentação alternativa é, sem dúvida, uma realidade

nos dias de hoje. Consumidores que buscam novos e saudáveis hábitos

alimentares têm nos produtos diet e light grandes aliados. Os mais jovens procuram

os produtos geralmente com preocupações ligada à estética corporal e, entre os

mais velhos, a procura prende-se à preservação ou manutenção da boa saúde

(LERAYER et al, 1998).

A dieta habitual do brasileiro contém 10 a 12 g de sal/dia. É saudável

ingerir até 6 g/dia de sal (4 colheres de café rasas de sal (4 g) e 2 g de sal

presentes naturalmente nos alimentos), reduzindo o sal adicionado aos alimentos,

evitando o saleiro à mesa e alimentos industrializados (SACKS, 2001 apud

MARCONDELLI et al., 2004).

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação

(FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), em seu relatório “Diet, Nutrition

and Prevention of Chronic Diseases” (WHO, 2003) apontam o sal e o consumo de

sódio como fatores diretamente relacionados com os níveis de pressão sangüínea e

a prevalência de hipertensão em muitas populações. Além do excesso do sódio, a

carência de minerais como o potássio, o cálcio e, possivelmente, o magnésio, vem

sendo associada a níveis mais altos de pressão arterial, o que reforça a

necessidade de dietas que contenham quantidades adequadas de frutas, vegetais e

laticínios com baixo teor de lipídios saturados e colesterol (MARCONDELLI et al.,

2004).

Além do uso de medicamentos, a hipertensão arterial pode ser controlada

por meio do aumento da atividade física, redução do peso corporal, consumo de

dieta saudável, redução do consumo excessivo de álcool e de sódio (VOLLMER et

al., 2001 apud MARCONDELLI et al., 2004).

Para reduzir o risco e controlar as doenças crônicas não transmissíveis,

deve-se diminuir o consumo de gorduras saturadas, colesterol, ácidos graxos trans

e carboidratos simples e aumentar o consumo de fibras e vitaminas com função

anti-oxidante (MARCONDELLI et al., 2004).

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Assim, uma proposta de alimentação saudável, para redução do risco das

doenças crônicas não transmissíveis, há de propor dietas que estejam ao alcance

da sociedade como um todo, e que tenham um impacto sobre os mais importantes

fatores relacionados às várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras e

estimular o consumo de arroz e feijão são exemplos de proposições que preenchem

estes requisitos (SICHIERI et al., 2000).

4.6 ALIMENTOS LIGHT

O consumo dos alimentos light vem se popularizando junto a

consumidores que necessitam de produtos sem determinados ingredientes ou que

buscam manter a forma física, independente, inclusive, de possuírem preços mais

altos quando comparados a seus similares tradicionais. Esse crescimento teve

início particularmente a partir de 1988, quando os dietéticos, que eram classificados

como “medicamentos” passaram a ser denominados “alimentos”, tendo seu

consumo liberado sem exigência de receituário específico (OLIVEIRA e

ASSUNÇÃO, 2000).

Apesar do crescimento no consumo de alimentos light, o consumidor não

está suficientemente esclarecido quanto ao significado deste termo, acarretando a

utilização incorreta deste produto (YOSHIZAWA, et al., 2003).

O artigo 6º da lei nº 8.078 de 1990 do Código de Defesa do Consumidor,

determina que é direito básico do consumidor ter acesso à “... informação adequada

e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de

quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os

riscos que apresentem” (CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, 1990).

O termo light indica um alimento que apresenta uma redução mínima de

25% do valor calórico ou do conteúdo de algum nutriente quando comparado a um

similar tradicional. Tal exigência é classificada como uma Informação Nutricional

Complementar, caracterizando os denominados “produtos light”. Segundo a Portaria

nº 27, de 13 de janeiro de 1998, do Ministério da Saúde, este termo pode ainda ser

utilizado em alimentos que cumpram os atributos “reduzido” e/ou “baixo” em algum

de seus constituintes, definindo quantidades específicas para cada um desses

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atributos. Ressalte-se, no entanto, que é provável que o consumidor, que

desconhece o conteúdo da legislação, não consiga identificar a diferença e/ou a

possível vantagem entre tais atributos (CAMARA, 2007).

Na prática, a energia que os alimentos fornecem (valor energético total) é

estimada pelo teor de proteínas, lipídios e carboidratos, utilizando-se para os

cálculos os valores de 4 kcal/g para proteínas e carboidratos, e 9 kcal/g para

gorduras. A soma dos valores individuais dos três macronutrientes fornece o valor

calórico aproximado do alimento. Assim, a redução ou substituição de um desses

nutrientes permite diminuir o valor energético total nos alimentos (CÂNDIDO e

CAMPOS, 1996). Os produtos light normalmente são elaborados substituindo-se o

açúcar por edulcorantes, havendo ainda grande demanda por alimentos com

substituição parcial ou total da gordura por substâncias que conferem consistência

como carboximetilcelulose, pectinas, polidextrinas e outros (VARNAM e

SUTHERLAND, 1995).

Apesar das definições, encontram-se no mercado muitos alimentos

intitulados light, porém, com isenção de açúcar. Isto ocorre, pois considera-se que o

alimento recebeu redução muito além de 25%, na verdade, totalizando 100% de

redução de um componente. É claro que, alternativamente, este alimento poderá

ser chamado de diet. Quando ocorre esta possibilidade de utilização de ambas

nomenclaturas, as indústrias optam por aquela que considerem mais viável

comercialmente, dependendo do posicionamento que se quer dar a este produto no

mercado (CÂNDIDO e CAMPOS, 1996).

Contudo, deve-se reparar nessa redução. Os ingredientes têm alguma

função no produto. Para continuar igual, pode ser incorporado outro ingrediente. Por

exemplo, alguns queijos e requeijões light têm menos calorias por reduzir gorduras,

entretanto, para manter a consistência aumenta-se o sal; portanto, o produto não é

indicado para hipertensos (VIEIRA e CORNÉLIO, 2004).

Os consumidores vão às compras buscando qualidade, preço,

comodidade, segurança, conforto, praticidade e saúde. Cerca de 20% das donas de

casa brasileiras estão preocupadas com a saúde da família e aproximadamente

35% dos domicílios consomem algum tipo de produto light e/ou diet (ABIAD, 2005).

Com o aumento de doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e

outras DCNT, as pessoas estão cada vez mais buscando alimentos voltados para a

saúde. Os alimentos diet e light são considerados alimentos para prevenção das

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doenças, posicionando-se como possível solução para muitas necessidades dos

consumidores (HALL, 2006).

4.7 ROTULAGENS DE ALIMENTOS

A rotulagem nutricional de alimentos é um apoio valioso para os

consumidores, dando-lhes a oportunidade de conhecer a composição do alimento, a

segurança quanto à ingestão de nutrientes e energia, bem como informações

importantes para a manutenção de sua saúde. A legislação na área de alimentos

deve ser vista como estratégia para auxiliar na redução dos índices de obesidade,

das deficiências nutricionais e das doenças crônicas não-transmissíveis associadas

ao padrão de consumo (FERREIRA, 2007).

A Portaria nº 41de 14 de janeiro SVS/MS tornou a rotulagem nutricional

complemetar obrigatória apenas para aqueles alimentos nos quais se quisesse

ressaltar alguma propriedade nutricional (FERREIRA, 2007).

As informações sobre os nutrientes devem ser apresentadas na forma de

tabela, em lugar visível, com letras legíveis, e os componente devem ser listados na

mesma ordem em todos os alimentos, conforme modelo estabelecido pelo

Ministério da Saúde. A tabela deve ter formato vertical ou horizontal, conforme o

tamanho do rótulo. Esse padrão é utilizado em países como EUA, Espanha, Reino

Unido, Portugal (MINISTERIO DA SAÚDE, 2002).

O valor desses nutrientes devem ser apresentados não só para a

quantidade de 100 gramas, como era exigido até então, como também para

porções de referência de consumo, uma vez que ninguém consome exatamente

100 gramas de um mesmo alimento. As porções são estabelecidas de acordo com

a ingestão usual de pessoas maiores de cinco anos em cada ocasião de consumo

dentro de uma dieta saudável (MINISTERIO DA SAÚDE, 2002).

A declaração no rótulo do valor calórico, do conteúdo de nutrientes e

componentes deve ser feita em forma numérica. Esta informação nutricional deve

ser declarada também em % dos valores diários. Para estabelecimento dos valores

diários são utilizados os valores diários de referência (VDRs) com base na ingestão

diária recomendada (IDR), os valores diários de referência são estabelecidos, com

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base numa dieta de 2.000 calorias, onde a recomendação de sódio deve ser de

2.400 miligramas/dia (ANVISA, 2003).

A expressão "Sódio" deve estar escrita no mesmo tamanho de fonte das

demais informações contidas na tabela de rotulagem nutricional. A quantidade de

sódio, expressa em miligramas (mg), deve ser informada ao lado. Os percentuais

dos valores diários devem estar dispostos ao lado direito das quantidades indicadas

para valor calórico, nutrientes e componentes. Os alimentos que contém sódio em

sua composição menor que 25 mg deve-se expressar como zero, 25 a 140 mg

arredondar para o mais próximo múltiplo de 5 mg, maior que 140 mg arredondar

para o mais próximo múltiplo de 10 mg. A declaração de valor calórico,

carboidratos, proteínas, gorduras totais e sódio é obrigatória independente da

quantidade destes nutrientes ser insignificante (ANVISA, 2003).

Quando a propaganda citar genericamente açúcares ou gorduras, são

requeridas listas detalhadas desses nutrientes. No Brasil e no Mercosul,

propaganda referente a açúcares deve discriminar os açúcares "totais", "mono" e

"dissacarídeos" sob o tópico "glicídios" e, quando referente a gorduras, discriminar

"saturados", "monoinsaturados" e "polinsaturados" em "lipídios". No Reino Unido e

na União Européia, para propagandas sobre açúcares e gorduras, a descrição deve

discriminar os "açúcares" em carboidratos, "saturados" em gorduras e "sódio" ao

final da lista (CELESTE 2001).

Existem dois principais modos de transmissão de informação nutricional

em rótulos, um é a propaganda nutricional, como o "rico em fibras", que aparece

geralmente na parte dianteira da embalagem. O outro modo é a descrição

nutricional, que usualmente está na parte de trás da embalagem e apresenta as

quantidades de calorias, gorduras, carboidratos e alguns outros nutrientes

(CELESTE 2001).

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33

5 MÉTODOS

A pesquisa foi dividida em duas etapas. Inicialmente, foi feito um estudo

bibliográfico em livros, revistas e artigos científicos no intuito de identificar estudos

teóricos e empíricos que discutissem a questão.

No segundo momento realizou-se a coleta de dados em alguns

supermercados de grande porte da cidade de Governador Valadares. Foram

escolhidos estabelecimentos que possuíssem uma grande variedade de produtos

light afim de corroborar a ocorrência de sódio em elevada concentração em

alimentos industrializados light através de informações contidas nos rótulos. Através

da inspeção visual dos rótulos de alimentos light e seus análogos tradicionais, foram

coletados dados como a quantidade de sódio presente e o nutriente que foi

reduzido no alimento com a finalidade de redução de calorias.

Foram analisados 50 rótulos de alimentos light de diferentes marcas e

sabores e comparados aos seus respectivos análogos convencionais. Depois de

colhidas as informações contidas nos rótulos, os produtos foram classificados de

acordo com a redução do nutriente especifico para denominação de produto light.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos da avaliação dos rótulos dos alimentos estão

expressos nas tabelas 2, 3 e 4.e na figuras 1, 2 e 3 São mostradas através da

tabela 2 as classes e a quantidade dos alimentos inspecionados.

Tabela 2 - Alimentos inspecionados e suas classes de acordo com a redução do nutriente para a determinação de termo light.

Alimentos Classe I (Redução de Açúcar) Classe II (Redução de Gordura)

Pão de Forma Marca I Pão de sanduíche Marca I

Pão de Forma Marca II Wafer Sabor Chocolate

Torrada Marca I Queijo Prato

Torrada Marca II Queijo processado UHT

Torrada Marca III Queijo Chedder

Biscoito Salgado Cracker Requeijão cremoso Marca I

Refrigerante Sabor laranja Marca I Requeijão Cremoso Marca II

Refrigerante Sabor Cola Limão Requeijão Cremoso Marca III

Refrigerante sabor Cola Marca II Requeijão Cremoso Marca IV

Refrigerante Sabor laranja Marca II Iogurte Marca I sabor pêssego

Suco Marca I Sabor Maça Iogurte Marca II

Suco Marca II Sabor Pêssego Creme de leite

Suco Marca III Sabor Manga Atum Marca I

Suco Marca IV Sabor Caju Atum Marca II

Suco Marca V Sabor Manga Milho de Pipoca Sabor Manteiga

Suco Marca VI Soja Margarina Marca I

Achocolatado Marca I Margarina Marca II

Achocolatado Marca II Margarina Marca III

Achocolatado Marca III Manteiga

Açúcar União refinado Maionese Marca II

Pudim Marca I Sabor Chocolate Maionese marca I

Pudim Marca II Sabor Chocolate Macarrão Instantâneo Sabor Galinha

Gelatina Sabor morango Molho para salada Sabor parmesão

Chá gelado sabor limão Sorvete de Creme

Goiabada

Cappuccino

Total 26 Total 24

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A classificação dos produtos listados na tabela 2 foi feita a partir da do

nutriente que define o termo light, onde o produto sofre uma redução de no mínimo

25% de qualquer um de seus nutrientes seja ele açúcar, gordura, sal, entre outros

(VIEIRA e CORNELIO, 2004; INMETRO, 2004).

Os alimentos analisados sofreram a redução do açúcar e gordura tendo

como referência o produto do mesmo tipo e marca, ou seja, o convencional, e não

tem fim especifico como os produtos diet. Exemplos: Iogurte light - geralmente é

elaborado com leite desnatado e sem açúcar, mas pode ser acrescido de mel ou

adoçante artificial; Pão de forma light - geralmente é elaborado sem adição de

açúcar e sem adição de gordura (ou com redução dessa); Achocolatado light - pode

ser elaborado com leite desnatado e sem açúcar, ou com leite desnatado, cacau

desnatado e menor teor de açúcar (VIEIRA e CORNÉLIO, 2004).

É demonstrado na tabela 3 o teor de sódio dos alimentos light informados

pela rotulagem nutricional e seus respectivos análogos “convencionais”. Nesta

tabela também é mostrado o percentual de redução ou aumento nas concentrações

de sódio do produto light em relação ao produto convencional.

A partir da tabela 3 podemos observar que, houve diferença marcante

entre o aumento do teor de sódio dos alimentos light para os convencionais. A

variação do teor de sódio dos alimentos em sua composição foi de 2 a 311% dos 50

avaliados 44% apresentaram aumento do sódio dos produtos.

Outros alimentos tiveram uma redução de 6 a 100% do teor de sódio

quando comparados aos produtos convencionais. Os produtos que apresentaram

redução do teor de sódio representaram 26% do total avaliado.

Observou-se também que em alguns alimentos (18%) não houve

alteração alguma quanto à concentração de sódio.

Dos 50 produtos 8 % não apresentaram teor de sódio tanto nos light

quanto nos convencionais, e 4% dos produtos light possuíam o teor de sódio em

sua rotulagem, porém seus análogos convencionais não possuíam.

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Tabela 3 – O Teor e percentual de redução ou aumento nas concentrações de sódio dos alimentos light e seus respectivos análogos “convencionais” informados pela rotulagem nutricional

Alimentos Teor de Sódio Percentual de Aum ento e

Redução de sódio Convencional Ligth Pão de sanduíche Marca I 253 185 26,9 Pão de Forma Marca I 154 231 50,0 Pão de Forma Marca II 91 201 120,9 Torrada Marca I 126 129 2,4 Torrada Marca II 126 126 0 Torrada Marca III 215 248 15,3 Biscoito Salgado Cracker 90 90 0 Wafer Sabor Chocolate 0 50 0 Refrigerante Sabor laranja Marca I 0 0 0 Refrigerante Sabor Cola Limão 17 18 5,9 Refrigerante sabor Cola Marca II 0 7,4 0 Refrigerante Sabor laranja Marca II 14 14 0 Suco Marca I Sabor Maça 50 45 10,0 Suco Marca II Sabor Pêssego 32 45 40,6 Suco Marca III Sabor Manga 2 2 0 Suco Marca IV Sabor Caju 0 0 0 Suco Marca V Sabor Manga 4 4 0 Suco Marca VI Soja 17 70 311,8 Queijo Prato 437 575 31,6 Queijo processado UHT 480 240 50,0 Queijo Chedder 572 473 17,3 Requeijão Cremoso Marca I 276 144 47,8 Requeijão Cremoso Marca II 227 296 30,4 Requeijão Cremoso Marca III 135 278 105,9 Requeijão Cremoso Marca IV 194 194 0 Iogurte Marca I sabor pêssego 86 120 39,5 Creme de leite 7,8 9 15,4 Atum Marca I 130 290 123,1 Atum Marca II 324 378 16,7 Milho de Pipoca Sabor Manteiga 223 116 48,0 Achocolatado Marca I 16 0 100,0 Achocolatado Marca II 28 25 10,7 Achocolatado Marca III 0 0 0 Açúcar União refinado 0 0 0 Pudim Marca I Sabor Chocolate 59 25 57,6 Pudim Marca II Sabor Chocolate 38 36 5,3 Gelatina Sabor morango 97 91 6,2 Margarina Marca I 100 100 0 Margarina Marca II 60 60 0 Margarina Marca III 118 100 15,2 Manteiga 78 85 9,0 Chá gelado sabor limão 97 99 2,1 Goiabada 10 19 90,0 Maionese Marca II 125 130 4,0 Maionese marca I 120 120 0 Macarrão Instantâneo Sabor Galinha 1960 1203 38,6 Molho para salada Sabor parmesão 134 214 59,7 Sorvete Sabor creme 26 34 30,8 Cappuccino 93 148 59,1 Iogurte Marca II 76 90 18,4

Porcentagem de Aumento do teor de sódio Porcentagem de Redução do teor de sódio Produtos que não tiveram alteração no teor de sódio Produtos que não tinham teor de sódio em seus análogos convencionais

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Figura I - Porcentagem de produtos Light que tiveram aumento ou redução do teor de sódio se comparado a seus análogos convencionais.

Já na tabela 4 são demonstrados os valores de sódio dos produtos

agrupados em classe e o percentual de aumento de sódio.

Tabela 4 – Produtos que tiveram aumento nos níveis de sódio divididos em classes e o percentual deste aumento.

Alimentos Teor de Sódio Percentual de

aumento de sódio Convencional Ligth Classe I (Redução de Açúcar) Refrigerante Sabor Cola Limão 17 18 5,9 Suco Marca II Sabor Pêssego 32 45 40,6 Suco Marca VI Soja 17 70 311,8 Cappuccino 93 148 59,1 Chá gelado sabor limão 97 99 2,1 Goiabada 10 19 90,0

Total de Alimentos na classe 6

Média 84,9%

Classe II (Redução de Gordura) Pão de Forma Marca I 154 231 50,0 Pão de Forma Marca II 91 201 120,9 Torrada Marca I 126 129 2,4 Sorvete Sabor creme 26 34 30,8 Queijo Prato 437 575 31,6 Requeijão Cremoso Marca II 227 296 30,4 Requeijão Cremoso Marca III 135 278 105,9 Iogurte Marca I sabor pêssego 86 120 39,5 Iogurte Marca II 76 90 18,4 Creme de leite 7,8 9 15,4 Atum Marca I 130 290 123,1 Atum Marca II 324 378 16,7 Manteiga 78 85 9,0 Maionese Marca II 125 130 4,0 Molho para salada Sabor parmesão 134 214 59,7

Total de Alimentos 16

Média 43,9%

Pode-se observar na tabela 4 que os alimentos que reduziram a

concentração de açúcar tiveram um maior acréscimo de sódio, uma média de

44

26

18

8

4

.

Aumento de Sódio

Redução do Teor de Sódio

Sem alteração no teor de Sódio

Não apresentavam teor de sódio em nenhumdos produtos

Possuiam teor de sódio só nos produtos light

%

%

%

%

%

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84,9% de aumento dos níveis, isso se deve principalmente à introdução do

ciclamato de sódio à bebidas dietéticas em combinação com a sacarina, geralmente

na proporção de dez partes de ciclamato para uma de sacarina, que resulta em

potencialização do sabor doce e, ao mesmo tempo, mascara o sabor amargo

residual da sacarina. As bebidas denominadas Light, por conterem adoçantes

artificiais, apresentam cerca de duas vezes a média de sódio encontrada em

bebidas adoçadas com açúcar (BOPP e PRINCE, 2001 apud CAMARGO e

TOLEDO, 2006; FERRARI e SOARES, 2003).

A figura 2 demonstra a porcentagem de aumento e redução do teor de

sódio dos produtos analisados e classificados em Redução do Teor de Açúcar.

Figura II - Porcentagem de produtos Light, com redução de Açúcar, que tiveram aumento ou

redução do teor de sódio se comparado a seus análogos convencionais.

Ferrari e Soares (2003) analisaram 14 marcas de refrigerantes light e

seus análogos convencionais, onde observaram que as concentrações de sódio

encontradas variaram de 19 a 202 mg Na/L, assim as bebidas denominadas light

apresentaram cerca de duas vezes a média de sódio encontrada em bebidas

comuns. Como conseqüência, um consumidor médio de refrigerante tradicional (259

mL/dia) estaria ingerindo por dia cerca de 19mg de sódio, por outro lado, o

consumidor médio que preferir bebidas do tipo light estará ingerindo

aproximadamente 39mg de sódio dia. Já o grande consumidor (2L/dia) estará

ingerindo cerca de 300 mg Na/dia, quando considerado o refrigerante como fonte

unicamente do nutriente.

40

22

18

14

3

,

Aumento de Sódio

Redução do Teor de Sódio

Sem alteração no teor de Sódio

Não apresentavam teor de sódio emnenhum dos produtos

Possuiam teor de sódio só nosprodutos light

%

%

%

%

%

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Já os alimentos com redução no teor de gordura tiveram um aumento em

média de 43,9% do teor de sódio, o sal (cloreto de sódio) é recomendado,

principalmente em produtos com baixo teor de gordura, pois o sal inibe o poder de

retenção de umidade, além de diminuir a extração das proteínas, eliminando

características sensoriais indesejáveis como textura muito firme. Já alguns queijos e

requeijões light têm menos calorias por reduzir gorduras, entretanto, para manter a

consistência aumenta-se o sal (GIESE, 1992 apud FERREIRA, 2006; VIEIRA e

CORNÉLIO, 2004).

A figura 3 demonstra a porcentagem de aumento e redução do teor de

sódio dos produtos analisados e classificados em Redução do Teor de Gordura.

Figura III - Porcentagem de produtos Light, com redução de Gordura, que tiveram aumento ou redução do teor de sódio se comparado a seus análogos convencionais.

Os alimentos que tiveram maior aumento do teor de sódio foram os

sucos, pão de forma, requeijão cremoso, iogurte, atum e molho para salada.

Segundo pesquisa realizada por Souza (2005) os produtos light mais consumidos

são refrigerantes, leite e seus derivados, molho de salada e maionese.

Segundo Hara (2003) apesar de existirem consumidores de todas as

idades a maior parte destes pertencem a faixa etária de 26 a 50 anos. Quanto ao

sexo a maioria são mulheres, casadas, preocupadas com a saúde e a boa forma

física que buscam produtos de qualidade que atendam às suas exigências de custo-

benefício. Apesar de não saberem muito bem as diferenças entre os produtos, na

hora da escolha, ficou comprovado que o maior consumo é de produtos light com

63% da preferência contra 37% de produtos diet. Quanto à freqüência de consumo

77% consomem os produtos light todos os dias e 57% são consumidores desses

1

47

30

17

4

.

Aumento de Sódio

Redução do Teor de Sódio

Sem alteração no teor de Sódio

Não apresentavam teor de sódioem nenhum dos produtos

Possuiam teor de sódio só nosprodutos light

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alimentos há mais de 4 anos. O perfil deste consumidor se manteve em uma

pesquisa semelhante feita por Rorato et al (2006).

A hipertensão arterial ocorre com maior freqüência no sexo masculino,

porém, devido às mudanças de hábitos alimentares das mulheres essa freqüência

tem diminuído, as mulheres começaram a ser mais predisposta a hipertensão,

principalmente mulheres com idade acima de 30 anos, onde ocorre redução do

metabolismo e se inicia um processo de ganho de peso, mulheres com vida sexual

ativa e com o uso contínuo de anticoncepcionais que ajudam na retenção de sódio.

Esses fatores aliados a um consumo exagerado e continuo de produtos light com

alto teor de sódio, como mostra a pesquisa onde produtos chegam a ter um

aumento de até 311%, podem levar ao desenvolvimento da hipertensão ou

elevação da pressão arterial.

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8 CONCLUSÃO

O presente trabalho permite concluir que a hipertensão arterial é um

problema de saúde pública que está principalmente ligado a hábitos alimentares

inadequados e até mesmo a falta de informação.

A partir dos dados analisados pôde-se perceber que há uma grande

alteração na concentração teor de sódio de alimentos light em relação a seus

análogos convencional. Assim o aumento do consumo destes alimentos light aliado

a outros fatores de risco podem levar ao desenvolvimento da hipertensão arterial

ou elevação dos níveis pressóricos.

As pessoas devem ser informadas da presença e teores de sódio nos

alimentos, que são informados nos rótulos, de maneira a possibilitar um melhor

controle das fontes do mineral na sua dieta pois um mesmo produto pode, ao

mesmo tempo, ser considerado essencial ao consumo, bom para a saúde e

prejudicial à mesma.

A mudança no modo de vida, para uma vida mais saudável favorece uma

certa instabilidade nos níveis pressóricos, em alguns casos diminui a utilização da

terapia farmacológica e seus efeitos adversos, de modo geral aumenta a estimativa

de vida com uma melhor qualidade.

Deste modo torna-se importante a orientação nutricional, quanto ao

consumo de alimentos light, pois existem ainda consumidores destes produtos que

nem sabem a real finalidade dos mesmos.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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