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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPRSETOR DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVILCURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LABORATÓRIO de MECÂNICA dos SOLOS- Noções de Resistência ao Cisalhamento- Ensaio de Cisalhamento Direto e Triaxial
Christiane Wagner Mainardes Krainer
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Tensões no solo
3. Círculo de Mohr
4. Teoria do POLO
5. Diagrama p x q – Trajetória de Tensões
6. Resistência ao Cisalhamento do Solo
7. Atrito
8. Coesão
SUMÁRIO
9. Equação de Coulomb
10. Critérios de Ruptura
11. Tipos de Ensaios de Cisalhamento
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
13. Ensaios de Compressão Triaxial
Solos como outros materiais possuem boa capacidade de resistirem a
esforços de compressão, mas tem limitada resistência a tração e ao
cisalhamento.
Geralmente são considerados apenas os casos de solicitação por
cisalhamento, pois as deformações em um maciço de terra são devidas a
deslocamentos relativos entre as partículas constituintes do maciço.
Para análise e solução dos problemas mais importantes de engenharia de
solos é necessário o conhecimento das características de resistência ao
cisalhamento dos solos. Exemplos típicos são os problemas de estabilidade de
aterros e de cortes, empuxos sobre muros de arrimo, capacidade de carga de
sapatas e de estacas.
1. Introdução
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Nos solos a ruptura é caracterizada por deslocamentos relativos
entre partículas (cisalhamento – corte) – desprezadas as
deformações referentes aos grãos e aos fluidos nos vazios.
A ruptura dos solos é quase sempre um fenômeno de cisalhamento,
quando uma sapata de fundação é carregada até a ruptura ou
quando ocorre o escorregamento de um talude. Apenas em casos
muito especiais é que ocorre ruptura por tensões de tração.
Resistência dossolos
Resistência ao cisalhamentodos solos
1. Introdução
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Uma das propriedades fundamentais de comportamento dos solos, relacionada
com o suporte de soluções de problemas de Engenharia geotécnica:
Estabilidade de taludes (naturais, cortes e aterros) Estabilidade de aterros sobre solos moles
Estabilidade de barragens Capacidade de carga dos solos sob fundações
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
1. Introdução
Solos como vários outros materiais em engenharia resistem bem às tensões
de compressão, mas tem resistência limitada a tração e ao cisalhamento.
Nos solos -> ruptura caracterizada por deslocamentos relativos entre partículas
(cisalhamento) -> desprezadas as deformações das partículas e dos fluídos dos
vazios => resistência dos solos => resistência ao cisalhamento dos solos.
Planos onde as tensões cisalhantes superam a resistência ao cisalhamento =>
planos de ruptura.
Resistência ao cisalhamento -> uma das propriedades fundamentais de
comportamento dos solos -> suporte para solução de problemas práticos em
Engenharia Geotécnica:
Prof. Cezar Bastos
1. Introdução
Solos material trifásico meio descontínuo
Para a mecânica dos solos, por simplificação, os solos são consideradosmateriais contínuos deformáveis, na maioria das vezes homogêneos eisotrópicos.
Esforços devido ao peso próprio + sobrecargas
geram tensões em pontos no interior do maciço
de solo
Tensões normais () – perpendicular ao plano;
Tensões cisalhantes () – paralela ao plano
2. Tensões no solo
Aplicação da teoria da elasticidade e plasticidade.
Estudo das tensões e deformações dos materiais estruturais em engenharia:
Resistência dos Materiais (materiais sólidos) + Mecânica dos Fluídos (fluídos)
= Mecânica do meio contínuo.
Solos -> material trifásico (sólida + líquida + gasosa) => meio descontínuo.
Entretanto, em Mecânica dos Solos, por simplificação, os solos são
considerados materiais contínuos deformáveis, na maioria dos casos
homogêneos e isotrópicos -> são aplicadas as teorias da Elasticidade e da
Plasticidade.
Esforços devido ao peso próprio + forças externas aplicadas geram
tensões em pontos no interior do maciço de solo.
Prof. Cezar Bastos
2. Tensões no solo
Componentes de tensões:
• Tensões normais () -> tensões na direção perpendicular ao plano
• Tensões cisalhantes () -> tensões nas direções paralelas ao plano
Prof. Cezar Bastos
2. Tensões no solo
Prof. Cezar
Para perfis de solos com superfície horizontal o plano principalmaior é a horizontal.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
2. Tensões no solo
1 tensão principal maior;
2 tensão principal intermediária;
3 tensão principal menor.
Tensões Principais
Estado Plano de Tensões
Hipótese simplificadora -> a tensão e as deformações ortogonais ao planoconsiderado é considerada nula.
Hipótese bastante comum em Resistência dos Materiais, em particular, naMecânica dos Solos.
A maioria dos problemas em Engenharia Geotécnica permitem soluções a partirdo estado plano de tensões. Problemas cuja configuração geométrica apresentauma dimensão bem maior em relação às demais.
2. Tensões no solo
Prof. Cezar Bastos
Estado Plano de Tensões
Convenção:
- inclinação que o plano faz com o plano principal maior.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Reporta o estado de tensões para um plano. Atensão principal intermediária pode ser descon-siderada, pois pouco influi nos resultados.
No estado plano de tensões -> conhecidos os planos eas tensões principais ( 1 e 3) num ponto pode-sedeterminar as tensões normais e de cisalhamento emqualquer plano passando por este ponto ( e ).
2. Tensões no solo
Estado Plano de Tensões
Equilíbrio das forças:
Conhecidas as tensões em dois planos ortogonais quaisquer, pode-se
calcular as tensões em qualquer outro plano
As tensões cisalhantes em dois planos
ortogonais são iguais em módulo mas com
sinais trocados.Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
2. Tensões no solo
O estado de tensões atuantes em todos os planos passando por um ponto pode
ser representado graficamente num sistema de coordenadas em que as
abscissas são as tensões normais e as ordenadas as tensões cisalhantes.
As equações que representam o estado de tensões em todos os planospassando por um ponto em um sistema de coordenadas x , constituem umaequação para métrica de um círculo círculo ou diagrama de Mohr.
O circulo de Mohr é facilmente
construído quando se conhece as tensões
principais maior e menor, assim como, as
tensões normal e de cisalhamento em
dois planos quaisquer.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Círculo de Mohr x ,
Marca-se os valores das tensões principal maior e menor, ou as coordenadas de
dois planos ortogonais quaisquer conhecidos;
Traça-se o círculo, que possui
raio R=
As coordenadas do centro do
círculo são:
Se o plano onde atuam e forma um ângulo com o plano principal maior,
este ponto (,) determina a interseção da reta que passa pelo centro e forma
um ângulo de 2 com o eixo das abscissas.
3. Círculo de Mohr
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Ex: Planos ortogonais onde em um plano atuam um tensão normal de 400 kPa
e cisalhante de 80 kPa e no outro uma tensão normal de 200 kPa.
(400;80)
Tensões principais a partir das tensões em dois planos ortogonais:
(200;80)
Com os valores das tensões destes planos ortogonais pode-se traças
facilmente o círculo de determinar as tensões principais no próprio círculo.
(428;0)
1
(172;0)3
3. Círculo de Mohr
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
(400;80)
Observações
•A máxima tensão de cisalhamento ocorre em planos ortogonais entre si,formando ângulos de 45 com os planos principais:
•As tensões de cisalhamento em planos perpendiculares são iguais em módulo,mas apresentam sinal contrário;
•Em dois planos formando o mesmo ângulo com o plano principal maior, mas comsentido contrário, tem-se que as tensões normais são iguais e as tensõescisalhantes são iguais em módulo, mas com sinais opostos;
•O círculo de Mohr é válido para representar tanto tensões totais como efetivas;
•As tensões de cisalhamento independem da pressão neutra, ou seja, o fluidointersticial não transmite tensões tangenciais;
•Para que haja tensões cisalhantes deve haver diferença entre as tensõesprincipais;
•Existe um ponto pelo qual passando uma paralela ao plano, a reta corta o círculonas coordenadas (,) do referido plano. Este ponto é chamado de POLO.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Círculo de Mohr
O polo é o ponto de interseção ao círculo de uma reta paralela a um
determinado plano passando pelas referidas coordenadas (,). É o encontro no
círculo entre as retas paralelas aos planos principais maior e menor, partindo
respectivamente de cada tensão maior e menor).
Ao traçar pelo polo (P)uma reta paralela ao plano onde se deseja saber as tensões
atuantes, tal reta intercepta o círculo de Mohr no ponto cujas coordenadas
correspondem as tensões normais e de cisalhamento desejadas.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
4. Teoria do POLO
O diagrama representa-se cada círculo de Mohr por apenas um ponto de
coordenadas (p, q), permitindo representar mais claramente diferentes estados de
tensões do solo durante um carregamento.
Traça-se uma reta unindo os pontos de tensões cisalhantes máximas (q) e suas
tensões normais correspondentes (p). No eixo das abscissas tem-se “p” e nas
ordenadas “q”. A curva que une os pontos é denominada de trajetória de tensões.
Ex:3 constante e1 crescente
5. Diagrama p x q – Trajetória de Tensões
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
I.-3 constante e 1 crescente;
II.-3 crescente e 1 constante;
III.-3 e 1 crescente de valores iguais;
IV.- 3 e 1 crescente em uma razão constante.
5. Diagrama p x q – Trajetória de Tensões
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Resistência ao cisalhamento dossolos
Os parâmetros do solo relacionados com a resistência ao cisalhamento do solo são:• Atrito;• Coesão.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Desenvolve-se forças devido ao contato (ângulo de atrito+peso ---
Tmax). Tem-se movimento quando T ultrapassa esta força (Tmax).
Para os solos, com o aumento no esforço ou tensão normal, existe
um aumento na área de contato entre partículas
7. Atrito
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Pela teoria do atrito adesivo de Terzaghi na realidade, osesforços resistentes entre os corpos não se distribuem uniformemente em toda a
seção, quando é analisada ao microscópico. Como as superfícies são rugosas, os
corpos tocam-se em pontos isolados de contato cuja área (ac) é uma função do
esforço normal (N) e da tensão necessária para provocar escoamento plástico do
material (qu)
Com o esforço normal atuando em áreas reduzidas, são
necessárias elevadas tensões para que cause escoamento do material,
com isto, leva a formação de ligações entre partículas.
A resistência ao cisalhamento por atrito = tensão necessária para
romper estas ligações. Sendo o atrito entre os grãos um problema
complexo de deslizamento envolvendo o encaixe (acomodação entre
partículas) e o rolamento entre estas.
7. Atrito
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
A resistência ao cisalhamento dos solos é sensivelmente devido aoatrito entre as partículas, que está relacionado a tensão normal aplicada. Odeslocamento nos solos se faz envolvendo um grande número de grãos,podendo eles deslizarem entre si ou rolarem uns sobre os outros,acomodando- se em vazios.
Existe uma diferença entre as forças transmitidas nos contatos entregrãos de areia e entre grãos de argila.
Nas areias, geralmente as forças transmitidas são suficientementegrandes para expulsar a água da superfície, de tal forma que os contatosocorrem realmente entre os grãos.
Para as argilas, o número de partículas é muitíssimo maior, sendo aforça transmitida em um único contato, extremamente reduzida. Somado aisto, as argilas possuem uma camada dupla (água adsorvida). As forças decontato não são suficientes para remover esta camada, e é esta aresponsável pela transmissão das forças, pelo adensamento secundário dasargilas e causa a dependência da resistência das argilas à velocidade decarregamento.
Logo, o atrito é mais pronunciado nas areias do que nas argilas.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
7. Atrito
É a atração química entre as partículas. Esta atração pode provocarum acréscimo de resistência independente da tensão normal atuante noplano.
A parcela de coesão para solos sedimentares, em geral, é muitoreduzida, perante a parcela de resistência devido ao atrito entre os grãos.Entretanto, existem solos cimentados naturalmente por agentes diversos emque a coesão real possui valor significativo.
A coesão real deve ser diferenciada da coesão aparente. Esta éuma parcela da resistência ao cisalhamento de solos úmidos, não saturados,devida à uma parcela de tensão resultante do efeito capilar. O nomeaparente se dá devido ao fato de não existir quando o solo se encontra noestado saturado ou seco. Embora mais visível nas areias, onde se podemoldar objetos com areias úmidas de praias, que se desmancham ao secaro ao ser saturadas, é nos solos argilosos que a coesão aparente adquiremaiores valores.
O fenômeno físico da coesão também não pode ser confundido coma coesão correspondente a uma equação de resistência ao cisalhamento,que indica o coeficiente linear de uma equação válida para uma faixa detensões mais elevada e não para tensão normal nula ou próxima de zero.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
8. Coesão
Origem:
• Atração química entre as partículas argilosas (atração iônica- pelas cargas presentes na superfície dos argilominerais);
•Cimentação entre partículas;
•Tensões superficiais geradas pelos meniscos capilares
(coesão aparente);
• Tensões residuais da rocha mãe;
8. Coesão
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Cimentação entre partículas – proporcionada por carbonatos, sílica e
óxidos presentes no contato entre as partículas, gerando um adicional
resistência ao cisalhamento dos solos cimentados.
Origem: - Processos pedogenéticos (p ex. formação e acumulação de óxidos
de Fe e Al – solos lateríticos;
-Depósitos de elementos cimentantes (como acumulação
de carbonatos);
-cimentação herdada da rocha mãe (ex: solos saprolíticos oriundos
de rochas sedimentares cimentadas - arenitos);
8. Coesão
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Tensões superficiais (coesão aparente) – ação dos meniscos capilares no
contato entre partículas de solos úmidos não saturados.
Tensões residual da rocha – tensões internas das rochas que ainda se
apresentam parcialmente nos materiais de alteração (saprolíticos). Decresce
com o avanço da intemperização do solo.
8. Coesão
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Coesão rela – atração iônica + cimentação + tensões residuais.
Classificação dos solos segundo a coesão real:
•Solos coesivos – solos com c 0 (solos argilosos, solos cimentados e
solos saprolíticos pouco intemperizados);
•Solos não coesivos – solos com c = 0 (solos arenosos não cimentados).
8. Coesão
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Os critérios de ruptura são formulações que procuram refletir as condições em
que ocorre a ruptura dos materiais. Existem critérios que estabelecem a máxima
tensão de compressão, tração, cisalhamento ou as deformações máximas. Para
os solos, a análise do estado de tensões que provoca ruptura é o estado da
resistência ao cisalhamento dos solos.
Os critérios que melhor representam o comportamento dos solos são:
Critério de Coulomb;
Critério de Mohr;
Critério de Mohr-Coulomb.
10. Critérios de Ruptura
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Cisalhamento Direto
Compressão Triaxial
Compressão Simples
Dr. Celso Augusto Guimarães Santos
11. Tipos de Ensaios de Cisalhamento
Os principais ensaios empregados para este fim são:
• O ensaio de cisalhamento direto;
• O ensaio de compressão triaxial.
Ensaios de cisalhamento diretoConsiste em determinar, sob uma força normal (N), o esforço tangencial
(T) capaz de provocar a ruptura sob um plano horizontal.
1- amostra;2 – pedras porosas;
3 - caixa metálica;
4 e 5 – deflectômetros.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
11. Tipos de Ensaios de Cisalhamento
Baseado no critério de Coulomb. Este é conseguido por meio de uma caixa
de cisalhamento, onde metade do corpo de prova fica em uma parte fixa e a
superior em uma parte móvel da caixa. As tensões são calculadas pela relação
entre as forças aplicadas (P e T) e a área da seção transversal da amostra de
solo (A).
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Em geral, o ensaio é realizado sob deformação horizontal controlada (velocidade
constante).
Como não há controle ou medidas de poropressão, o ensaio é realizado sob
condições drenadas velocidade de cisalhamento tal que não sejam
geradas pressões neutras (f(Cv) + pequena relação altura/diâmetro).
Realizando-se ensaios para diversas tensões normais, obtém-se a envoltória de
resistência, conforme figura.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
O ensaio é muito prático. A análise do estado de tensões durante o carregamento,
entretanto, á bastante complexa. O plano horizontal, antes da aplicação da força de
cisalhamento, é o plano principal maior. Com a aplicação das forças de cisalhamento,
ocorre rotação dos planos principais.
As tensões só são conhecidas num plano. Por outro lado, ainda que se
imponha que a ruptura ocorra no plano horizontal, este cisalhamento pode ser
precedido de rupturas internas em outras direções.
Este ensaio não permite a determinação de deformabilidade do solo,nem do módulo de cisalhamento, pois não se sabe a distorção. O controle dascondições de drenagem é difícil. Nas areias são feitos de forma a possibilitar adissipação das pressões neutras, sendo os resultados em termos de tensõesefetivas. Nas argilas, pode-se realizar ensaios drenados (lentos) e não drenados(rápidos para impossibilitar a saida da água dos vazios).
É um ensaio menos interessante, comparado ao triaxial. Entretanto,pela sua simplicidade, é muito útil quando se deseja medir simplesmente aresistência do solo, obtendo-se também sua resistência residual.,
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Vantagens:1 – O ensaio não é caro e simples, especialmente para solos
granulares; 2 – Facilidade na moldagem de amostras de areia;
3 – Rapidez em solos permeáveis;
4 – Possibilidade de condição inundada;
5 – Mede-se a resistência residual e planos preferenciais de ruptura.
Desvantagens:
1- Problemas com o controle da drenagem, especialmente para solos finos(lento);
2- O ensaio força que o plano de ruptura aconteça em uma direção que nãosabemos se esta é a direção crítica que ocorre no campo;
3- Existem forças nas vizinhanças da amostra que levam a condições de nãouniformidade da aplicação das tensões na amostra;
4- A rotação dos planos principais, entre o início de aplicação das tensões e aruptura, não é controlada.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
O ensaio de cisalhamento direto relaciona diretamente tensões normal e
cisalhante, que são aplicadas a um corpo de prova confinado em uma
caixa bipartida. Quando este corpo de prova é levado à ruptura o par de
valores tensão de cisalhamento - tensão normal (no plano de ruptura)
define um ponto sobre a envoltória de tensões do solo.
Este ensaio é geralmente drenado e é mais aplicado ao estudo da
resistência ao cisalhamento de solos com estratificações ou xistosidades
definidas, ou quando se quer avaliar a resistência entre contactos de
diferentes materiais.
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Objetivos
Determinar os valores de ângulo de atrito interno do solo e do intercepto
coesivo.
Traçar a curva de desenvolvimento do ensaio com os valores de τi e εi de
onde normalmente é tirado o valor máximo da tensão cisalhante. Efetuar
o gráfico de variação de volume ∆vi em função da deformação específica
εi. Repetir o ensaio pelo menos em mais dois novos corpos de prova com
tensões normais diferentes; ajustar uma reta pelos pontos τi x σ
interpretando assim a envoltória de resistência dos ensaios executados, a
partir da qual são determinados os valores do ângulo de atrito interno e o
intercepto coesivo.
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Equipamentos• Máquina de cisalhamento direto.• Caixa de cisalhamento.• Balança.• Talhador.• Estufa.• Cápsulas.
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Preparação do corpo de prova
• O corpo de prova a ser ensaiado pode ser de solo compactado ou talhado
de uma amostra não deformada. Compactar o corpo de prova (c.p.) nas
mesmas condições de densidade e umidade especificados, nas mesmas
dimensões do molde, ou no próprio molde (c.p. compactado); Recolher o
material não utilizado ou sobrado da talhagem para a determinação da
umidade;
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Preparação do corpo de prova
• Talhar o corpo de prova do “bloco indeformado” empurrando aos poucos
o molde metálico para baixo até que a seção quadrada (ou circular) seja
obtida. O corpo de prova deve preencher o volume do molde; Pesar o
corpo de prova juntamente com o molde metálico; Transferir o corpo de
prova do molde para a caixa de cisalhamento;
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Procedimento do ensaio
• Instalar na prensa a caixa de cisalhamento contendo o corpo de prova
entre as pedras porosas e placas dentadas, de tal maneira que o c.p. fique
no meio, entre as partes inferior e superior da caixa;
• Colocar o pendural para aplicação da tensão vertical e ajustar o
extensômetro vertical para dar início a fase de adensamento do ensaio
lento (drenado), por exemplo;
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Procedimento do ensaio
• Aplicar o carregamento (através de pesos) previamente definido e iniciar
as leituras de deformação do c.p.. Quando as deformações se
estabilizarem é dado por concluído esta fase;
• O início do cisalhamento se dará após os ajustes do extensômetro
horizontal e do sensor (anel ou célula de carga) que irá medir a força
cisalhante desenvolvida durante o ensaio
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Cálculos do ensaio
• Deformação cisalhante específica: εhi = lhi/L ; lhi - leitura horizontal; L -
lado do c.p.
• Variação de volume do c.p.: ∆vi = lvi.A - Força
• cisalhante: Ti= K.lmi ; lmi - leitura do anel ; K constante do anel
• Tensão cisalhante: τi = Ti/A ; A - área do c.p.
• Tensão normal aplicada: σ = N/A ; N - Carga normal
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
• Pode-se perceber que tal ensaio analisado com os devidos equipamentos
é relativamente simples.
• A principal função desse ensaio, é descobrir a variação que o solo vai
sofrer sob ação de uma força cisalhante qualquer e determinar a máxima
força cortante admissível.
12. Ensaios de Cisalhamento Direto
Aplicação da tensão confinante (3) - O corpo de prova é colocado em uma
câmara envolto por uma membrana impermeável. A câmara é cheia de água, a
qual se aplica uma tenssão, que é chamada de tensão confinante (c =3).
Esta atua em todas as direções, inclusive na vertical, gerando um estado
hidrostático de tensões.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
13. Ensaios de Compressão Triaxial
Durante o carregamento, mede-se, a diversos intervalos de tempo, o
acréscimo de tensão axial e a deformação vertical do corpo de prova. Esta
deformação vertical é dividida pela altura inicial do corpo de prova, dando origem
a deformação vertical específica, em função da qual se expressam as tensões
desviadoras, bem como as variações de volume ou de pressão neutra.
O valor das tensões
desviadores máximas (dmax) para
cada valor de tensão confinante são
obtidos dos valores de ruptura
observados em curvas tensão
desviadora x deformação específica.
13. Ensaios de Compressão Triaxial
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Fazendo-se ensaios com outros corpos de prova, com o mesmo solo,
variando o estado de carregamento, pode-se traçar a envoltória de resistência
segundo o critério de Mohr.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
13. Ensaios de Compressão Triaxial
Na base e no topo do corpo de prova são colocadas pedras porosas a fim de
permitir a drenagem no ensaio, que pode ser controlada por meio de
registros apropriados. Se a drenagem for permitida e o corpo de prova
estiver saturado, a variação de volume do corpo de prova pode ser medida
pela quantidade de água que sai ou entra, por meio de buretas graduadas
nas saídas da câmara. Para solos secos, a variação de volumes é conseguida
com a colocação de sensores acoplados ao corpo de prova, sendo mais
precisos. Todavia, o seu emprego não é muito comum.
13. Ensaios de Compressão Triaxial
Vantagens:
-É possível controlar a drenagem da amostra e não existe rotação de σ1 e σ3;
-A concentração de tensão ainda existe, mas bem menor do que no ensaio
direto;
- O plano de ruptura pode ocorrer em qualquer lugar.
O ensaio de compressão simples é uma particularidade de compressão
onde a tensão de confinamento é nula.
13. Ensaios de Compressão Triaxial