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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TUBERCULOSE E RISCOS PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ÁREA URBANA DE PORTO VELHO, RONDÔNIA. MARIA DO SOCORRO BANDEIRA DE JESUS Belém-Pará 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TUBERCULOSE E RISCOS PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ÁREA URBANA DE PORTO VELHO,

RONDÔNIA.

MARIA DO SOCORRO BANDEIRA DE JESUS

Belém-Pará 2013

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MARIA DO SOCORRO BANDEIRA DE JESUS

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TUBERCULOSE E RISCOS PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ÁREA URBANA DE PORTO VELHO,

RONDÔNIA.

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará como requisito para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientador: Prof. Dr. Juarez Antonio Simões Quaresma

Belém-Pará 2013

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MARIA DO SOCORRO BANDEIRA DE JESUS

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TUBERCULOSE E RISCOS PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ÁREA URBANA DE PORTO VELHO, RONDÔNIA

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes

Infecciosos e Parasitários, do Centro de Ciências Biológicas da Universidade

Federal do Pará, como requisito para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de

Agentes Infecciosos e Parasitários.

Orientador: Prof. Dr. Juarez Antônio Simões Quaresma

Departamento de Patologia, UFPA Banca Examinadora: Prof. Dra. Antônia Margareth Moita Sá

CCBS............................................,............,UEPA Profa. Dra. Clea Nazaré Carneiro Bichara CCBS ........................................................,UEPA Prof. Dra. Denise da Silva Pinto NMT...........................................................,UFPA

Prof. Dra. Tinara Leila de Souza Aarão NMT...........................................................,UFPA Profa. Dra. Ana Cecília Ribeiro Cruz (suplente) Seção de Virologia..........................................IEC

Belém, 01 de outubro de 2013.

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(...) Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça

todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha

tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver

amor, nada serei (...).

(Paulo de Tarso)

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Francisco de Souza Bandeira e Eunice Umbelina de Souza - meus

primeiros educadores, e que me conduziram ao caminho da universidade. Eles são

grandes exemplos de estímulo, amor e perseverança, por esta razão, dedico a eles

esta minha conquista;

Ao meu esposo Eronides, aos meus filhos Antônio Veríssimo, Jair Claudio, Sara

Veríssimo, e meus demais familiares, pois tenho certeza que esta minha conquista é

o orgulho de todos.

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AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários

PPG BAIP/UFPA, por ter possibilitado minha qualificação em nível stricto sensu;

Ao professor Doutor Ricardo Ishak, do PPG BAIP/UFPA, por sua luta e compromisso

com a formação de pesquisadores para a região Norte do Brasil. Sem ele não teria

sido possível a realização deste curso em Rondônia. Que Deus o ilumine sempre;

Ao Doutor Flávio Batista Simão professor do Departamento de Matemática da

Universidade Federal de Rondônia pelas suas orientações metodológicas e

disponibilidade sempre que precisei no decorrer do meu estudo;

Ao professor e orientador desta tese Doutor Juarez Antônio Simões Quaresma pela

compreensão e confiança depositada em minha pessoa;

A todos os docentes do Curso de Doutorado pelas contribuições em cada disciplina

ministrada no decorrer do curso;

A professora Doutora Marinete Marins Póvoa, professor Doutor Edvaldo Carlos Brito

Loureiro, professor Doutor Luiz Fernando Almeida Machado, Doutor Antônio Carlos

do Rosário Valinoto, pelas correções e sugestões feitas durante o exame de

qualificação;

Às minhas colegas de trabalho e de curso, Elaine, Jeanne, Lucinda, Soraya, Virgínia

(in memoriam) e Vivian, entre nós dividimos bons momentos e enfrentamos grandes

desafios durante o curso;

A colega professora Doutora Kátia Fernanda Alves Moreira coordenadora do Centro

de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva (CEPESCO), pela sua generosidade e

oportunidade de aprender com as experiências do grupo liderado por ela;

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Aos profissionais de saúde participantes da pesquisa, pela disponibilidade e

interesse em contribuir com a ciência;

A Nilda de Oliveira Barros, Valmira Rocha de Souza e Helena Dias Moraes, colegas

enfermeiras - responsáveis pelos Programas de Controle da Tuberculose em

Rondônia, Porto Velho, e Centro de Medicina Tropical de Rondônia (CEMETRON),

respectivamente, pelo apoio e informações disponibilizadas para o estudo;

A Adinaci, Naíde, Terezinha e Marli, profissionais de enfermagem do CEMETRON

pela amizade, empenho e contribuição com competência na realização dos testes

tuberculínicos;

Ao Geógrafo Fagno Ventura pela revisão final dos mapas, colaboração na

formatação da tese, e amizade;

Enfim, agradeço a todos que de alguma forma, contribuíram para a realização deste

estudo.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RESUMO

ABSTRACT

8

10

13

14

1 INTRODUÇÃO.......................................................................... 15

1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA TUBERCULOSE...................... 15

1.2 PATÓGENO.............................................................................. 18

1.2.1 Transmissão............................................................................. 20

1.3 PATOGÊNESE E IMUNIDADE.................................................. 22

1.4 ASPECTOS CLÍNICOS.............................................................. 25

1.5 DIAGNÓSTICO.......................................................................... 25

1.5.1 Diagnóstico da ILTB................................................................. 25

1.5.2 Diagnóstico de Tuberculose Ativa.......................................... 30

1.6 TRATAMENTO........................................................................... 32

1.7 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS............................................. 36

1.7.1 Prevenção e Controle............................................................... 40

1.7.2 O Risco de Tuberculose e Fatores Envolvidos no

Adoecimento dos Profissionais de Saúde.............................

41

1.7.3 O Controle da Tuberculose nos Serviços de Saúde............. 43

1.7.4 Estudos Realizados no Mundo............................................... 45

1.7.5 Estudos Realizados no Brasil................................................. 49

1.8 OBJETIVOS............................................................................... 54

1.8.1 Geral.......................................................................................... 54

1.8.2 Específicos............................................................................... 54

2 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................... 55

2.1 ÁREA DE ESTUDO................................................................... 55

2.2 MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO E LOCAIS DE ESTUDO............ 58

2.3 POPULAÇÃO, AMOSTRA E SELEÇÃO.................................... 58

2.4 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS.......... 59

2.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS..................................................... 60

2.6 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA APLICAÇÃO DA PT.... 61

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2.7 MÉTODOS ESTATÍSTICOS E ANÁLISE ESPACIAL..................... 61

3 RESULTADOS................................................................................ 63

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À

TUBERCULOSE..............................................................................

63

63

3.1.1 Serviços de Atenção Primária de Saúde..................................... 63

3.1.2 Unidade Terciária.......................................................................... 67

3.1.3 Laboratório Central de Saúde Pública........................................ 69

3.2 TUBERCULOSE NA ÁREA URBANA DE PORTO VELHO EM

2010.................................................................................................

69

3.2.1. Incidência de TB Ativa na População.......................................... 69

3.2.2 Tuberculose nos Profissionais de Saúde................................... 72

3.2.3 Positividade da Prova Tuberculínica nos Profissionais de

Saúde e Potenciais de Vulnerabilidades ao Agravo..................

76

4 DISCUSSÃO................................................................................... 90

5 CONCLUSÕES............................................................................... 102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 103

ANEXOS

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1 – Coeficiente Médio de Incidência de TB por Grupo de 100.000 Habitantes, em Quatro Séries Históricas no Brasil 1992 – 2011........................... 37

Figura 2 – Coeficiente Médio de Incidência de TB por Grupo de 100.000 Habitantes por Regiões do Brasil 1992 – 2011...................................................... 37

Figura 3 – Coeficiente Médio de Incidência de TB por Grupo de 100.000 Habitantes por Municípios de Rondônia 2001 – 2010............................................ 38

Figura 4 – Coeficiente Anual de Incidência de TB por Grupo de 100.000 Habitantes em Porto Velho 2001 – 2010................................................................ 39

Figura 5 – Coinfecção TB/HIV em Porto Velho 2001 – 2010................................. 40

Figura 6 – Mapa do Brasil, em Destaque o Estado de Rondônia e o Município de Porto Velho-RO................................................................................................. 56

Figura 7 – Distribuição dos Bairros de Porto Velho-RO......................................... 57

Figura 8 – Distribuição das Unidades de Saúde com Atendimento em TB, em Porto Velho – RO................................................................................................... 58

Figura 9 – Distribuição dos Bairros de Porto Velho – RO, por Regiões de Acordo com a SEMUSA de Porto Velho–RO, Ano 2010........................................ 64

Figura 10 – Distribuição das Notificações de Tuberculose por Unidades de Saúde da Área Urbana de Porto Velho - RO......................................................... 71

Figura 11 – Distribuição do Risco de Tuberculose na População de Porto Velho – RO....................................................................................................................... 72

Figura 12 – Distribuição do Risco de Tuberculose nos Profissionais de Saúde das Unidades com Atendimento em TB................................................................. 74

Figura 13 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde, por Bairro de Domicílio............................................................................... 78

Figura 14 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde por Unidades com Atendimento em TB...................................................... 79

Figura 15 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde com Maior Tempo de Trabalho no Setor de Saúde.................................... 83

Figura 16 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde, com Histórico de Morbidades..................................................................... 84

Figura 17 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde, de Acordo com o Uso da Máscara N95..................................................... 85

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Figura 18 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde, com Acidentes de Trabalho com Risco de TB........................................... 86

Figura 19 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde, com Acidentes de Trabalho por Contato com Aerossol............................. 87

Figura 20 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde, com Acidentes de Trabalho por Contato com Secreção............................ 88

Figura 21 – Distribuição do Risco de Positividade da PT nos Profissionais de Saúde, com Acidentes por Imunobiológicos.......................................................... 89

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a.C. Antes de Cristo ACS Agente Comunitário de Saúde AIDS Acquired Immunodeficiency Syndrome APS Atenção Primária de Saúde ATA American Thoracic Association BAAR Bacilo Álcool-Ácido Resistente BCG Bacilo de Calmette-Guerin CAT Comunicação de Acidente de Trabalho CAADAB Coordenação de Acompanhamento e Avaliação da Atenção

Básica CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CDC CD

Centers for Disease Control Cluster of Differentiation

CIPA CLR

Comissão Interna de Prevenção de Doenças e Acidentes de Trabalho Receptor de Lecitina de Tipo C

CLT Consolidação das Leis Do Trabalho CTA Comitê Técnico Assessor CTL DATASUS

Linfócito T Citolítico Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

d.C. Depois de Cristo DOTS Directly Observed Treatment Schort Course DRT Delegacia Regional do Trabalho DST Doenças Sexualmente Transmissíveis E Etambutol EOT Etambutol, Ofloxacino, Terizidona EOZT Etambutol, Ofloxacino, Pirazinamida,Terizidona. EPC Equipamento de Proteção Coletiva EPI Equipamento de Proteção Individual ESF Estratégia Saúde da Família Et Etionamida EUA Estados Unidos da America GO Goiás H Isoniazida/Hidrazida HC Hospital das Clínicas HEPA High Eficiency Particulate Air HIV Human Imunodeficiency Virus IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ID Intradérmica IGRA Interferon Gama Release Assay ILTB Infecção Latente pelo Mycobacterium Tuberculosis IFN-γ INH IL

Interferon-Gamma Isoniazida Interleucina

Km Quilômetro Kg Quilograma

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LACEN Laboratório Central de Saúde Pública Mg Miligrama Mm Milímetro Ml Mililitro MS Ministério da Saúde M. tuberculosis Mycobacterium tuberculosis MTE MyD88 NK

Ministério do Trabalho e Emprego Myelóide Differentiation Factor 88 Natual Killer

NR Norma Regulamentadora NR-32 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho

em Serviços de Saúde no Brasil NUSAU Núcleo de Saúde O Ofloxacino OMS Organização Mundial de Saúde PA Pronto Atendimento PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde PAS Ácido P-aminossalicílico PCT Programa de Controle de Tuberculose Ph PMCT

Potencia Hidrogênico Programa Municipal de Controle de Tuberculose

PNCT Programa Nacional de Controle de Tuberculose PPG BAIP Programa de Pós Graduação em Biologia de Agentes

Infecciosos e Parasitários PPD Derivado Proteico Purificado (purified protein derivative) PT Prova Tuberculínica PO2

Pressão de Oxigênio nas Artérias R Rifampicina RH Rifampicina, Isoniazida RHZE Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol RMA Risco Médio Anual RMAc Risco médio Acumulado RNTA Royal Netherlands Tuberculosis Association RT 23 Resent Tuberculin, e 23 significa o número da partida S Estreptomicina SBPT Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia SINAN-NET Sistema de Informação de Agravos de Notificação SIM Sistema de Informação de Mortalidade SSI Statens Serum Institut STOP TB Departamento de Controle da Tuberculose da OMS SUS Sistema Único de Saúde T Terizidona TB Tuberculose TB/HIV Coinfecção por M. Tuberculosis e HIV TBMR Th TLR TNF-β

Tuberculose Multirresistente T Helper Toll-Like Receptors Fator de Necrose Tumoral-Beta

UBS Unidade Básica de Saúde UFF Universidade Fluminense

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UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UICTB International Union Against Tuberculosis And Lung Disease UNIR Universidade Federal de Rondônia UT Unidade de Tuberculina WHO World Health Organization WB World Bank Z Pirazinamida

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RESUMO

A tuberculose (TB) é um problema grave de saúde pública, e ainda impõe grandes desafios de controle. O estudo teve como objetivo descrever a distribuição espacial da tuberculose na área urbana de Porto Velho, Rondônia, Brasil, em 2010, e conhecer os riscos para os profissionais dos serviços de atenção à TB. Utilizaram-se dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN) do ano de 2010, livros de controles de TB, e foi realizado inquérito de prova tuberculínica (PT) em 348 profissionais de saúde. Os dados foram analisados por meio do Programa BIOESTAT versão 5.0. O teste do qui-quadrado, com intervalo de confiança de 95% e nível de significância igual ou menor a 0,05 foi aplicado para comparação entre os grupos. Para elaboração dos mapas foram utilizados os programas Surfer 9 e Software Global Mapper 13. A incidência de TB na população em 2010 foi de 74,47/100.000 habitantes, com 22,0% dos bairros da cidade considerados com alto risco de tuberculose para a população; a proporção de profissionais com TB foi de 2,74%. As maiores frequências de TB foram encontradas no pessoal de enfermagem, com 37,5% e técnicos de laboratórios, 25,0%, os bairros com baixo risco da doença para os profissionais, na maioria, foram considerados de médio e alto risco para a população; a prevalência da prova tuberculínica positiva acima de 10 mm foi de 54,0% e taxa de efeito booster 36,6%. As maiores frequências de PT positivas foram encontradas entre os técnicos e/ou auxiliares de enfermagem com 23,9%, assistentes administrativos, 17,0%, trabalhadores da área de diagnóstico, 15,6%, enfermeiros 14,4% e agente comunitários de saúde 12,8%, Houve ampla distribuição de profissionais com PT positivas nas unidades de saúde, com tendência de alto risco do agravo em 47,6% delas; a vulnerabilidade dos profissionais mostrou-se agravada pelo contexto das condições de trabalho, pelo tempo de trabalho na saúde acima de três anos, pelos acidentes de trabalho com riscos para TB, e falta de uso do equipamento recomendado para proteção respiratória. As unidades terciária e secundária, os serviços de urgência e a região 1 se apresentaram com maiores potenciais de vulnerabilidades. Os resultados sugerem a necessidade de políticas públicas e de saúde capazes de promover mudanças do perfil epidemiológico da população; e reorganização dos processos de trabalho com um programa efetivo de biossegurança nas unidades de saúde para minimizar os riscos potenciais de TB. Torna-se importante a intensificação das ações preventivas na região 1 da cidade, a expansão do tratamento supervisionado em toda a atenção primária de saúde, maior atenção aos contatos, sintomáticos respiratórios e a busca ativa de casos na comunidade.

PALAVRAS-CHAVE: tuberculose Porto Velho (RO), pessoal da área médica, avaliação de riscos de saúde.

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ABSTRACT

Tuberculosis (TB) is a serious public health problem, and still imposes great

challenges for control. The study aimed to describe the spatial distribution of

tuberculosis in the urban area of Porto Velho, Rondônia, Brazil, in 2010, and know

the risks for the professional services of TB care. We used data from the Information

System Diseases Notification (SINAN) of 2010, books of TB controls, survey and was

conducted tuberculin test (TT) in 348 health professionals. Data were analyzed using

the BioStat version 5.0. The chi -square test, with a confidence interval of 95% and a

significance level equal to or less than 0.05 was applied for comparison between

groups. To produce the maps were used programs Surfer 9 and Global Mapper 13

Software. The incidence of TB in the population in 2010 was 74.47/100 000

inhabitants, with 22.0% of the city districts considered at high risk of tuberculosis for

the population, the proportion of professionals with TB was 2.74%. The highest

frequencies were found in TB nursing staff, with 37.5% and laboratory technicians,

25.0%, neighborhoods with low-risk disease for practitioners mostly are medium and

high risk for population, the prevalence of tuberculin skin test positive above 10 mm

was 54.0% with a 36.6 % booster effect. The highest frequency of positive PT were

found between the technical and/or nursing assistants with 23.9 %, administrative

assistants, 17.0%, workers in the field of diagnosis, 15.6%, 14.4% nurses and Agent

Community health 12.8 %, there was a wide distribution of professionals with PT

positive health units, with a tendency for high-risk disease in 47.6% of them, the

vulnerability of professionals showed exacerbated by the context of working

conditions at working time in health over three years, for work accidents with TB

risks, and lack of use of the equipment recommended for respiratory protection. The

secondary and tertiary units, emergency services and the region 1 presented with

greater potential vulnerabilities. The results suggest the need for public policy and

health can promote changes in the epidemiological profile of the population, and the

reorganization of work processes with an effective program of biosecurity in health

facilities to minimize the potential risks of TB. It is important to intensify preventive

actions in one region of the city, the expansion of supervised treatment in all primary

health care, greater attention to contacts of TB, respiratory symptoms and search

active case in the community .

KEYWORDS: tuberculosis Porto Velho (RO), medical personnel, evaluation of health risks.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA TUBERCULOSE

A tuberculose (TB) é uma doença que acompanha a humanidade há milênios.

Existem evidências presuntivas da antiguidade da doença em ossos humanos pré-

históricos, assim como em múmias no antigo Egito (em torno de 5.000 a.C.) (Salo, et

al., 1994). A TB foi encontrada em indígena peruana (1.100 a.C.), por meio de

análise genética, confirmando a doença na América em era pré-colombiana

(Rosemberg, 1999). Três espécies animais perpetuaram a tuberculose através dos

séculos: o homem, o bovino e as aves em geral, contribuindo assim para a sua

manutenção na natureza (Abrahão, 1999).

Aristóteles descreveu o caráter contagioso da TB (350 a.C.). Hipócrates, o pai

da medicina (380 a.C.) descreveu a tuberculose como “tísica”, que significa o

enfraquecimento do corpo. Galeno, médico grego (Século II d.C.) desenvolveu um

esquema terapêutico para fortalecer o organismo e cura espontânea da doença. Tal

paradigma serviu por quase mil anos e era fundamentado na tríade: bom clima, ar

fresco e regime de vida saudável (Rosemberg & Tarantino, 2002).

Os efeitos benéficos do ar puro, higiene, e boa alimentação sobre a evolução

da tuberculose serviram de base para a instituição de dispensários e sanatórios no

mundo por volta de 1854 (Picon et al., 1993; Antunes, 2000). O dispensário se

dedicava à procura dos focos de contágio, à difusão de noções de higiene e à

prestação de assistência médica e social aos doentes inscritos. Ambas as

instituições tinham como finalidade controlar a disseminação da enfermidade por

meio do isolamento nosocomial. Os sanatórios perduraram até os anos 60, quando

começaram a ser superados pelos tratamentos ambulatoriais (Antunes et al., 2000).

No Brasil isso só ocorreu a partir da década de 80 (Oliveira et al., 2009).

O termo tuberculose foi empregado pela primeira vez por Johann Schönlein

em 1839 e deriva do latim tubercula, diminutivo de tuber, que significa pequeno nó

ou excrescência. Em 1865, Jean Villemin demonstrou o aparecimento de nódulos

em animais inoculados com produtos de supurações de cavidades pulmonares de

doentes, ressaltando a contagiosidade da doença. No ano de 1882, o médico

alemão Robert Koch anuncia o isolamento do patógeno causador da doença, o

bacilo de Koch, cientificamente denominado Mycobacterium tuberculosis (M.

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tuberculosis). Todavia, somente na segunda metade do século XX, é que o

diagnóstico pôde ser feito por meio do isolamento deste microorganismo em cultura

(Rosemberg, 1999).

Trata-se de uma doença com características epidemiológicas sujeitas a

condicionantes sociais (Rouquayrol & Almeida Filho, 2003; Vendramini, et al., 2005).

Permaneceu sem importância durante o feudalismo, até sua explosão a partir do

século XIX, motivada pelo desenvolvimento industrial. Daí em diante, torna-se uma

epidemia, em consequência da transformação econômica, que provocou grandes

concentrações urbanas, com degradação das condições habitacionais das

populações, jornadas de trabalho extensas em locais insalubres, e assim a TB

disseminou-se pelo contato inter-humano na Europa e posteriormente nas Américas

e África (Barreira, 1996).

A mesma autora enfatiza que no Brasil a doença surgiu por volta da época do

descobrimento, trazida nos primórdios da colonização pelos portugueses,

especialmente pelos missionários jesuítas. A catequese indígena, nesse período, foi

o instrumento de propagação da doença. Os índios que em tempo algum haviam

entrado em contato com o bacilo e, portanto sem imunidade, contraiam a

tuberculose e assim eram dizimados sob a forma de epidemias. Face ao

crescimento urbano ocorrido posteriormente e a população vivendo em condições

sociais desfavoráveis, a doença foi se tornando cada vez mais difícil de ser

controlada, assumindo proporções endêmicas e firmando-se como doença social

(Barreira, 1996).

Nos países desenvolvidos o investimento na melhoria da qualidade de vida

das populações, permitiu o controle da tuberculose no período pós-guerra (Bagatin

et al., 2006). Entretanto, nos países pobres e/ou em desenvolvimento, a doença

permanece, como um problema relevante de saúde pública até os dias atuais (WHO,

2001; WHO, 2008).

Em que pese à introdução do tratamento quimioterápico a partir de 1940, que

provocou a redução nos coeficientes de mortalidade a partir de 1985, a despeito

deste avanço, observa-se o recrudescimento da TB (Campos, 2007). Alguns fatores

vêm contribuindo para que a TB torne-se uma ameaça significativa à saúde pública,

como a TB multirresistente (TBMR), a não aderência ao tratamento e outros que

prejudicam a defesa do hospedeiro e o torna suscetível à doença, a exemplo da

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infecção pelo HIV, desnutrição, tabagismo, diabetes e abuso do álcool (Lönnroth et

al., 2009).

Acredita-se que o controle global da doença continuará a ser um enorme

desafio para as próximas décadas (Comas & Gagneux, 2009). Sendo que a adoção

de políticas públicas que possam efetivamente melhorar a qualidade de vida da

população terão influências positivas no controle do agravo (WHO, 2011).

A complexa situação epidemiológica de relevância internacional,

principalmente nas regiões mais pobres do mundo, resultou na declaração de

emergência sanitária mundial à situação da TB, pela Organização de Saúde (OMS)

em 1993 (Zellweger, 1996; WHO, 2001). Na ocasião, foi lançado um plano de

controle pautado em medidas políticas, organizacionais e de vigilância para deter o

avanço da doença.

Da mesma forma, em 1996 o Ministério da Saúde do Brasil (MS) por meio do

Programa Nacional de Controle da TB (PNCT), também lançou seu plano

emergencial para o país, recomendando aos 230 municípios com magnitude

epidemiológica, a intensificação das ações de controle por meio da instituição do

Tratamento Diretamente Observado (TDO) ou DOTS (da sigla em inglês Directly

Observed Treatment Short Course), abastecimento regular de medicação,

retaguarda laboratorial e sistema de informação eficiente (Brasil, 1999; Ruffino-

Netto, 2000).

Novos critérios foram estabelecidos pelo PNCT, para priorização de

municípios quanto ao controle da tuberculose. Atualmente são 181 municípios,

sendo priorizadas as capitais, os municípios com população igual ou maior a

100.000 habitantes, locais com incidência superior a 80% da taxa nacional (32 casos

novos por 100.000 habitantes) conforme os dados do Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (Sinan) em 2007, e taxa de mortalidade pela doença superior

à taxa nacional (2,5 óbitos por 100.000 habitantes) segundo dados do Sistema de

Informação sobre Mortalidade (SIM) em 2007 (Brasil, 2011e).

Na perspectiva de reduzir em 50% a prevalência e as mortes decorrentes da

doença até 2015, e eliminá-la como problema de saúde pública até 2050, tendo

como parâmetros os valores de 1990, a OMS em 2006, instituiu um novo plano

mundial denominado Stop TB Portnership (STOP TB). A estratégia tem a frente à

própria OMS e parcerias de organismos como World Bank (WB) e Internacional

Union Against Tuberculosis the Lung Disease (UICTB); Center for Disease Control –

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Atlanta (CDC); Royal Netherlands Tuberculosis Association (RNTA) e a American

Thoracic Association (ATA). Essas organizações formam uma frente de luta contra a

TB e empenham-se em prol de assegurar os meios para que o portador da doença

tenha acesso ao diagnóstico, tratamento e cura, e assim possam ser alcançadas as

metas previstas (WHO, 2008).

Apesar dos esforços institucionais e de profissionais de saúde empenhados

em modificar a evolução da tuberculose, o declínio da incidência da doença ainda é

lento para atingir as metas de impacto epidemiológico definidas pela OMS para

2015. De acordo com Lönnroth & Raviglione (2008), as perspectivas para alcançar a

meta de reduzir a incidência mundial de casos ativos de TB para menos de um caso

por um milhão de habitantes fixados para 2050 são ainda mais difíceis. Considera-se

que um dos principais obstáculos atualmente para o controle da doença, refere-se a

sua interação com o HIV (Onyebujoh et al., 2005), e o desenvolvimento de cepas

resistentes a terapia convencional, comprometendo a cura da doença (WHO, 2011).

1. 2 PATÓGENO

M. tuberculosis é o patógeno responsável pela tuberculose em seres

humanos. Pertence à ordem Actinomycetales, família Mycobacteriaceae e gênero

Mycobacterium. É considerado um parasito intracelular facultativo, devido a sua

capacidade de sobreviver e se multiplicar no interior dos macrófagos (Abbas &

Lichtman, 2012).

Trata-se de uma bactéria móvel, de virulência variável, aeróbia estrita, e

álcool-ácido-resistentes (Jawetz, et al., 2009), pois resiste à descoloração com

álcool etílico a 95% contendo 3% de ácido clorídrico, quando corado a quente com

fucsina fenicada e dessa forma apresenta coloração avermelhada (técnica de Ziehl-

Neelsen), quando observado em esfregaços ao microscópio óptico (Murray et al.,

2009).

Tal propriedade se deve ao alto conteúdo lipídico presente na parede celular

dessa bactéria (Abbas & Lichtman, 2012). E que também torna seu crescimento

lento e resistente a desinfetantes, detergentes e antibióticos antibacterianos comuns

(Murray et al., 2009).

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Considera-se que M. tuberculosis constitui um complexo composto de

Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium bovis, Mycobacterium africanum,

Mycobacterium bovis – BCG (usado na vacinação para a profilaxia da tuberculose) e

Mycobacterium microti. Considera-se M. tuberculosis como principal agente que

infecta seres humanos, responsável por cerca de 98% dos casos de TB no mundo

(Rosemberg & Tarantino, 2002; Melo, 2005).

Mycobacterium bovis já foi causa importante da doença, transmitida pelo leite

não pasteurizado e, atualmente, causa a tuberculose, especialmente a forma

extrapulmonar em uma pequena parcela de pessoas, mas também causa infecções

pulmonares por inalação de gotículas infectadas por meio de contato direto com

animais infectados; Mycobacterium microti é responsável por zoonoses - infecta as

ratazanas, as cobaias, coelhos e às vezes bovinos; Mycobacterium africanum é

responsável por 20 a 80% da tuberculose humana na África Subsaariana, e também

por alguns casos de tuberculose diagnosticados fora deste continente (Grange,

2005).

Outros tipos de micobactérias, a exemplo de Mycobacterium Kansasii,

Mycobacterium intracellulare, Mycobacterium scrofulaceum e Mycobacterium avium

podem causar em humanos imunocomprometidos doença pulmonar semelhante à

causada pelo M. tuberculosis, sendo consideradas infecções micobacterianas

oportunistas não tuberculosas ou atípicas (Brahmer et al., 2004; Santoro & Ribeiro,

2006).

M. tuberculosis é uma bactéria que necessita de oxigênio, hidrogênio,

carbono, nitrogênio, fósforo, magnésio, enxofre e de outras substâncias em

proporções muito menores para seu desenvolvimento, tem forma de bastonete reto

e fino, ligeiramente curvo, de extremidades arredondadas, não forma esporos e

mede entre 1 a 4 por 0,3 a 0,6 μm (micrômetros) de espessura (Jawetz, et al., 2009).

Ao microscópio, após coloração, o bacilo se apresenta isolado ou em pares.

Cresce lentamente e possui uma cápsula que o protege dos agentes químicos, é

facilmente destruído por agentes físicos, como raios ultravioleta da luz solar,

radiações ionizantes e o calor. O tempo de duplicação em temperatura de 22 a 37ºC

em período de aproximadamente 14 a 15 horas, depende da maior ou menor oferta

de oxigênio, do pH do meio e facilidade de nutrientes (Koneman, 2001).

Fora do parasitismo, só consegue se desenvolver em meios de cultura que

reproduzam as condições ambientais do hospedeiro. O meio de cultura mais usado

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é o Loewenstein-Jensen, que utiliza ovo, glicerina e asparagina, ou o meio sólido

Middlebrook (Rosemberg & Tarantino, 2002).

Além das características anteriormente descritas, o agrupamento dos bacilos

formando ramos longos e tortuosos, conhecidos como cordões, é peculiar da

espécie M. tuberculosis e está correlacionado com a virulência da micobactéria

(Jawetz et al., 2009).

O alto conteúdo lipídico presente na sua parede celular, além de outras

propriedades já citadas anteriormente, é capaz de induzir a formação de granulomas

(Kaufmann, 2005), barreira essencial para conter a infecção tuberculosa, no qual o

microrganismo pode persistir em estado latente, contido nos pulmões, por décadas,

sem desencadear a doença (Ahmad, 2010; 2011). Segundo esse mesmo autor, a

infecção latente tem grande importância na clínica médica, já que a TB ativa é

frequentemente desenvolvida por meio da reativação de uma infecção antiga,

subclínica, ocorrida há vários anos antes.

1.2.1 Transmissão

A transmissão do agente infeccioso é multifatorial e depende do tipo de

contato entre o doente e a pessoa exposta, da suscetibilidade da pessoa exposta, e

das atividades de controle da infecção (Pina, 2000).

O agente infeccioso dissemina-se facilmente em ambientes fechados, por

transmissão aérea de partículas de expectoração expelida de um doente com

tuberculose bacilífera pulmonar ou laríngea. Essas formas se revestem de

importância epidemiológica, pois propiciam a transmissão aos contatos e a

manutenção do ciclo de transmissão na comunidade (Silva e Boechat, 2004).

Os meios de disseminação do agente comumente se dão com o contato

íntimo pessoa a pessoa pela inalação de aerossóis infectantes emitidos com a tosse

do doente, espirro, fala, ou durante certos procedimentos profissionais como

aerossolização, aspiração, broncoscopia e preparação dos produtos na bacteriologia

ou na realização de autópsias (Bulhões, 1994; Rouquayrol & Almeida Filho, 2003;

Murray et al., 2009). Os bacilos que se depositam nas roupas, lençóis, copos e

outros objetos não desempenham papel importante na transmissão do agente

infeccioso (Barroso, 2001; Brasil, 2005a).

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O tipo de contato e a forma da doença também têm papel importante na

transmissão. Os principais fatores de risco são o contato íntimo com alguém que tem

tuberculose ativa, estado imunossuprimido, distúrbios clínicos preexistentes como

diabetes e desnutrição ou tratamentos especiais que provoquem supressão

imunológica (Andrade, 2001; Smeltzer & Bare 2005).

Tuberculose extrapulmonar, teoricamente, não representa risco de

transmissão, porque os portadores não eliminam bacilos pela via respiratória

(Rosemberg & Tarantino, 2002).

Alguns animais em contato com as pessoas que sofrem de tuberculose são

capazes de desenvolver a doença e tornar-se uma fonte de infecção. Por isso, nos

casos suspeitos de tuberculose não se deve perder de vista a possibilidade de

infecção por espécies como o gado, bodes, cachorros e primatas. (Andrade et al.,

1991).

A descoberta precoce dos casos bacilíferos, e a introdução de tratamento

eficaz contribuem para a cura do doente, reduzem a capacidade de transmissão e

quebram a cadeia epidemiológica. Com o esquema terapêutico recomendado para

tratar a doença, a transmissão é reduzida pouco a pouco, alcançando níveis

insignificantes ao fim de poucos dias ou semanas (Melo, 2005; Brasil, 2005a).

No entanto, doentes com tuberculose resistentes a múltiplas drogas,

inadequadamente tratados podem permanecer infectantes por longos períodos.

Falhas no reconhecimento, no isolamento e no manejo desses indivíduos são

determinantes importantes de transmissão e surtos nosocomiais (CDC, 1994).

Nos serviços de saúde, a transmissão de M. tuberculosis pode ser minimizada

pelo desenvolvimento e implementação de um programa efetivo de biossegurança

baseado em controles administrativos, controle de engenharia, e proteção

respiratória para os profissionais (CDC, 1994; WHO, 1999; Gonçalves, 2001).

Com esta preocupação, o Brasil, a partir de 1992, determinou a

obrigatoriedade da implantação de comissões de controle de infecção hospitalar

(CCIH), atualmente regida pela portaria do 2616/98, do Ministério da Saúde (Brasil,

1998a). Contudo, apesar de implantadas nos serviços de saúde, muitas CCIH não

desenvolvem medidas efetivas para a prevenção de infecções que, sabidamente, se

transmitem em serviços de saúde.

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1.3 PATOGÊNESE E IMUNIDADE

A TB é uma doença infecciosa que afeta principalmente os pulmões, é

causada pela infecção de várias estirpes de micobactérias (Li et al., 2012).

Clinicamente a TB é considerada sob dois aspectos: o da infecção latente (ILTB)

igualmente denominada de tuberculose latente; e tuberculose ativa, que se

desenvolve em um subgrupo dentre os que estão infectados com o M. tuberculosis

(Daniel, 2001; Brahmer & Sander, 2004).

Na ILTB os indivíduos têm histórico de contato com adulto doente de

tuberculose, a prova tuberculínica é positiva, e é caracterizada por ausência de

sinais clínicos e de sintomas. Já a tuberculose ativa, o portador apresenta sinais

e/ou sintomas clínicos da doença (Davi, 2006).

A imunidade inata desempenha um papel importante na defesa do hospedeiro

contra o M. tuberculosis, sendo que o primeiro passo deste processo é o

reconhecimento do bacilo por células do sistema imune inato (Kleinnijenhuis et al.,

2011). De acordo com esses autores vários receptores estão envolvidos no

reconhecimento de M. tuberculosis, incluindo os receptores do tipo Toll (TLR),

receptores de lectina de tipo C (CLR) e receptores Nod-like (NLR). Entre a família

TLR , TLR2 , TLR4 e TLR9 e sua molécula adaptadora MyD88 desempenham os

papéis mais importantes na iniciação da resposta imune contra a tuberculose.

A resposta imune inata ao M. tuberculosis consiste, mormente em fagócitos e

células NK (Natural Killer). Os fagócitos, inicialmente neutrófilos e mais tarde os

macrófagos, ingerem e tentam destruir esses microorganismos, mas em sendo uma

bactéria intracelular, é resistente à degradação dentro dos fagócitos. O M.

tuberculosis ativa as células NK indiretamente, e pela estimulação dos macrófagos

para a produção de Inteleucina-12 (IL-12). As células NK produzem IFN-γ que ativa

os macrófagos e promove a destruição dos bacilos fagocitados. A imunidade inata

pode limitar o crescimento do bacilo por algum tempo, mas não consegue erradicar

as infecções, pois para isso requer a imunidade adaptativa mediada por células

(Abbas & Lichtman, 2012)

A imunidade adaptativa para M. tuberculosis é principalmente mediada por

células, na qual as células T ativam os fagócitos para eliminarem os bacilos. Este

tipo de imunidade consiste em dois tipos de reações: ativação dos macrófagos pelos

sinais ligantes de CD40 e IFN-γ derivados de células T, que resulta na morte dos

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microorganismos fagocitados e lise de células infectadas por meio de linfócitos T

citolíticos (CTL CD8+) (Abbas & Lichtman, 2012; Jawetz et al., 2009).

Os linfócitos T CD4+ e CD8+ desempenham um papel essencial na

imunidade protetora contra o M. tuberculosis. As células T CD4+ auxiliares secretam

citocinas necessárias para a eliminação do bacilo, enquanto as células T CD8+

citotóxicas têm um efeito citolítico direto contra o M. tuberculosis, por meio de

grânulos citotóxicos contendo perforina que, juntamente com a granzima, produzem

poros na membrana celular, além de também secretarem citocinas. As células T

CD4+ são divididas em vários tipos, de acordo com o padrão de citocinas que

secretam. As células Th1 secretam IL-2, IL-12, IL-18, TNF-α, TNF-β e IFN-γ. As

células Th2 secretam IL-4, IL-5, IL-6, IL-9, IL-10 e IL-13, que induzem a

diferenciação de linfócitos B, responsáveis pela imunidade humoral, além de regular

negativamente a resposta Th1 (Lapa & Silva Junior, 2012).

A pessoa é infectada com M. tuberculosis ao inalar bacilos em núcleos de

perdigotos, cujas partículas infecciosas são retidas no pulmão alcançando o alvéolo

onde irão ativar o sistema imune (Brahmer & Sande, 2004).

Decorrida a infecção, depois de duas a três semanas de crescimento livre dos

bacilos, o organismo começa a reconhecer o agressor, estabelecendo-se a reação

de imunidade celular e hipersensibilidade, mensurável na ocasião da realização da

prova tuberculínica. Então, os linfócitos T reconhecem a proteína do M. tuberculosis

e comandam a ativação dos macrófagos. O aglomerado de linfócitos, macrófagos e

células epitelióides, na tentativa de bloqueio, formam o nódulo granulomatoso,

arredondado, de 1 a 2 mm, constituído, principalmente por material caseoso. Nesta

fase, alguns bacilos atingem os gânglios do mediastino, formando o complexo

primário, e disseminam-se por via linfática ou pelo sangue, atingindo outros órgãos

do indivíduo infectado (Melo & Afiune, 2005; Davi, 2006; Jawetz et al., 2009).

Nos indivíduos com imunidade celular íntegra, as células T ativadas e os

macrófagos formam granulomas que limitam a multiplicação e a disseminação do M.

tuberculosis e, a infecção é contida. Esta resposta à infecção parece prover proteção

parcial contra a reinfecção (Costa, 2005). Já Indivíduos que não mantêm

preservados seus mecanismos de defesa não são capazes de oferecer resposta

imune adequada ao bacilo da tuberculose e a infecção primária pode evoluir para

uma forma clássica contemporânea a primoinfecção (Capone et al., 2006).

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Em uma infecção primária, os bacilos se multiplicam lentamente nos pulmões

e causam infecção moderada. A infecção é contida pelos macrófagos alveolares.

Mais de 90% dos indivíduos infectados permanecem assintomáticos, mas as

bactérias sobrevivem nos pulmões e podem ser reativadas. Aproximadamente de 6

a 8 semanas após a infecção, linfonodos regionais são envolvidos e as células T

CD4+ são ativadas, produzindo interferon gama (IFN-γ), que ativa macrófagos e

acentua sua capacidade de destruir os bacilos fagocitados. O fator de necrose

tumoral (TNF) produzido pelas células T e pelos macrófagos também desempenha

um papel na ativação do macrófago (Abbas & Lichtman, 2012).

Para o mesmo autor, a ativação continuada da célula T leva à formação de

granulomas, com necrose caseosa, fator este que participa na eliminação dos

macrófagos infectados. No entanto, os granulomas caseosos e a fibrose que

acompanha a infecção granulomatosa são as causas principais de lesão tecidual e

de doença clínica na tuberculose.

Na TB ativa há o envolvimento dos tecidos pelo M. tuberculosis, que progride

até produzir síndromes clínicas (Brahmer e Sande, 2004). A probabilidade de uma

pessoa adoecer no primeiro contato com o bacilo, ou seja, em uma primoinfecção,

depende da virulência do bacilo, da fonte infectante e das características genéticas

do indivíduo infectado (Brasil, 1998b; Barreto et., 2008).

Características da resposta imune de cada indivíduo indicarão se, após a

primoinfecção, o indivíduo permanece com a infecção bacteriana no seu estado

latente ou progride para a doença. Aproximadamente 5 a 10% dos indivíduos

infectados progridem para a TB primária entre dois e cinco anos, e 5% daqueles que

inicialmente suprimiram a primoinfecção podem reativá-la durante a vida (Raimundo

& Yang, 2005; Murray et al., 2009; WHO, 2011).

No Brasil, os limites da infecção e da doença têm a seguinte interpretação:

infectado é o indivíduo tuberculino-positivo, com presença ou não de alterações

radiológicas; não infectado é o tuberculino-negativo, sendo que as pessoas

enquadradas neste grupo devem ser cuidadosamente investigadas, considerando a

faixa etária e imunodeficiências, especialmente HIV, pois a anergia em doentes

imunocomprometidos pode resultar em diminuição da sensibilidade do teste; doente

é o sintomático ou até mesmo assintomático, com teste positivo ou não e presença

de lesões pulmonares compatíveis, ou com acometimentos extrapulmonares (Brasil

2004a; Brasil, 2005a).

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1.4 ASPECTOS CLÍNICOS

Tanto na TB pulmonar como extrapulmonar, as manifestações clínicas são

variadas e vão desde as formas assintomáticas, até os quadros mais graves com

evolução para o óbito. Na forma pulmonar as lesões podem atingir uma área

extensa do pulmão, fazendo diminuir a troca de gases na respiração. As

manifestações clínicas geralmente são dor torácica, dispneia, tosse produtiva por

duas semanas ou mais, acompanhadas ou não de escarros hemoptoicos (Brasil,

2002).

Na forma extrapulmonar, a infecção pode se estender e afetar praticamente

todos os órgãos, sendo a tuberculose miliar e meningite tuberculosa as

complicações consideradas mais graves. A TB miliar é o resultado da disseminação

do bacilo pelos vasos linfáticos, pela corrente sanguínea ou por ambos, causando

lesões em múltiplos órgãos, com alta taxa de mortalidade. A meningite tuberculosa

ou meningoencefalite é de evolução rápida, altamente letal, e acarreta alterações do

sistema nervoso central (Rosemberg & Tarantino, 2002; Davi, 2006).

O quadro clínico na forma extrapulmonar é insidioso. Além das manifestações

específicas de acordo com a parte acometida do organismo, o indivíduo também

pode apresentar febre, sudorese noturna, fadiga, perda do apetite, emagrecimento e

astenia. Essa sintomatologia de comprometimento geral é comum na forma

pulmonar e extrapulmonar (Brasil, 2004b).

No Brasil, estudos sobre HIV e TB demonstram expressivo aumento das

formas extrapulmonares, atingindo em torno de 62% dos casos, tanto nas formas

isoladas como nas associadas à forma pulmonar (Capone et al., 2006). Segundo os

mesmos autores, antes da epidemia da aids esse percentual oscilava em torno de

10%.

1.5 DIAGNÓSTICO

1.5.1 Diagnóstico da ILTB

O diagnóstico da ILTB é feito pela positividade da prova tuberculínica (PT)

associado à exclusão de TB ativa (Brasil, 2011a). O diagnóstico acurado da ILTB é

um importante componente para qualquer programa que priorize a prevenção da

tuberculose ativa (Duarte, 2009).

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A prova tuberculínica (PT) é também conhecida como teste tuberculínico,

teste de Mantoux, e PPD (da sigla em inglês Purified Protein Derivative). Este último

é obtido pelo fracionamento químico da tuberculina envelhecida (Jawetz et al.,

2009). A PT foi desenvolvida por Clemens Von Pirquet em 1907, três anos mais

tarde foi usada para demonstrar a infecção tuberculosa latente em crianças

assintomáticas (Sant’Anna, 2001; Daniel, 2006). É utilizada também em adultos para

o diagnóstico de infecção latente pelo M. tuberculosis, além de ser usada como

ferramenta para avaliar o risco ocupacional de ILTB entre profissionais de saúde

(Afiune & Ide Neto, 1993).

A PT torna-se positiva quatro a seis semanas após a infecção. Indivíduos

infectados correm risco de desenvolver TB ativa por reativação da infecção primária,

enquanto que as pessoas com PT negativa que não foram infectadas não estão

sujeitas a esse risco, embora possam ser infectadas a partir de uma fonte externa

(Jawetz et al., 2009).

A tuberculina componente da PT é produzida pelo M. tuberculosis e consiste

de uma mistura de proteínas de baixo peso molecular, responsável pelas reações de

sensibilidade na derme, reações sistêmicas e lesionais; e glicídios cujas reações só

são produzidas in vitro, diante do contato com soro de organismo infectado pelo M.

tuberculosis (Rosemberg & Tarantino, 2002).

A tuberculina aprovada pela OMS é a PPD RT 23 (RT leia-se Resent

Tuberculin, e 23 corresponde ao número da partida) produzida pelo Statens Serum

Institut (SSI) desde 1955 (Duarte, 2009). Quando conservada em temperatura entre

2ºC e 8°C, mantém-se ativa por seis meses. Não deve ser congelada nem exposta à

luz solar direta (Brasil, 2011a).

No Brasil vem sendo empregada desde 1961, sua importância em saúde

pública permite por meio da medida de prevalência da infecção latente, conhecer a

tendência e a magnitude do problema da tuberculose numa população (Dias &

Hayashi, 1978).

Um dos principais instrumentos utilizados na investigação ou avaliação da

transmissão do M. tuberculosis em nível institucional é o acompanhamento da

evolução tuberculínica em indivíduos a partir de sua admissão. Nos profissionais de

saúde a investigação deve ser realizada nos exames admissionais e periódicos,

independente do contato com doentes de tuberculose (Barroso, 2001; Brasil, 2005a).

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A realização da PT deve ser sempre associada ao contexto clínico,

epidemiológico e imunológico do indivíduo. Assim sendo, pode-se inferir o risco de

desenvolvimento de tuberculose ativa. Constitui uma limitação desse exame a

indistinção entre infecção antiga e recente. É importante essa diferenciação, pois a

infecção recente leva a um risco maior de adoecimento (Kritski et al., 2005).

Outra limitação é o fato de produzir reações cruzadas com as micobactérias

não tuberculosas (Andersen et al., 2000). No entanto, essa reação à PPD

apresentada pelos infectados com micobactérias não tuberculosas é de fraca

intensidade (Rosemberg & Tarantino, 2002).

A prevalência da PT positiva esperada para os países da América, exceto

Estados Unidos da América (EUA) e Canadá, é de 25% (Soares et al., 2004). Em

áreas de alta prevalência de infecção latente pelo M. tuberculosis, a taxa de

positividade da PT pode variar entre 25% e 55% na população geral. Porém, nos

locais onde há incidências significativas de HIV aumenta a probabilidade de

resultados falso-negativos (Brasil, 2005a).

Basta & Camacho (2006) fizeram uma revisão da literatura sobre trabalhos

que utilizaram a PT para estimar a prevalência e o risco de infecção pelo M.

tuberculosis entre os povos indígenas do continente americano, para o período de

1974 a 2004. A prevalência oscilou de 0 a 93,4% e o risco de infecção de 0 a 35,4%.

Conforme refere Costa (2005), a PT se apresenta como o melhor método

para o reconhecimento da situação atual da infecção nos profissionais de saúde e

em instituição ou locais de risco onde a tuberculose latente possa ocorrer mais

frequentemente.

Apesar da boa sensibilidade, a especificidade de PPD é baixa, em torno de

7% (Laurens et al., 2000), sobretudo após vacinação recente com BCG (Sant’Anna,

2001), já que o antígeno utilizado neste teste, compartilha vários epítopos

antigênicos com o BCG, Mycobacterium avium e com a maioria das micobactérias

ambientais (Andersen et al., 2000).

Uma alternativa recente para o diagnóstico de ILTB surgiu com o Interferon

Gama Release Assay (IGRA) sob a forma de teste in vitro para dosar citocinas, o

qual pode ter vantagens sobre o teste tuberculínico, em termos de maior

especificidade, melhor correlação com a exposição ao M. tuberculosis e menor

reatividade cruzada devido à vacinação com o BCG e infecção por micobactérias

não tuberculosas (Brasil, 2011a). A determinação do IGRA tem boa evidência em

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termos diagnóstico da infecção tuberculosa latente, mas seu custo é muito alto para

uso rotineiro (Pai et al., 2004; Kunst, 2006). O uso de IGRA não está validado para

uso de rotina no Brasil (SBPT, 2009).

Segundo Duarte (2009) os dois testes - IGRA e PT têm vantagens e

desvantagens. A prova tuberculínica é usada mundialmente há mais de uma

centena de anos e as suas características e limitações são bem conhecidas. Tem a

vantagem de ser fácil de executar, é economicamente viável e não exige qualquer

infraestrutura laboratorial. Já IGRA depende de infraestrutura laboratorial e

transporte rápido das amostras. A maior parte dos autores concorda com a utilização

dos dois testes, utilizando IGRA, sobretudo na confirmação da positividade do teste

tuberculínico, tirando proveito da sua maior especificidade.

O método da PT é baseado na reação celular desenvolvida na pele, 24 a 72

horas depois da inoculação intradérmica (ID) de PPD, na dose de 0,1 ml (American

Thoracic Society, 2001). A técnica de aplicação mais empregada é a de Mantoux, os

materiais utilizados são padronizados pela OMS, têm especificações semelhantes às

usadas para a vacinação BCG e deve ser realizada apenas por aqueles treinados

em sua administração e leitura (Smeltzer & Bare, 2005).

A injeção do líquido é aplicada por via intradérmica, no terço médio da face

anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1 ml, equivalente a 2 UT (unidades de

tuberculina) e faz aparecer uma pequena área de limites precisos, pálida e de

aspecto pontilhado, como casca de laranja. A leitura da prova tuberculínica é

realizada de 72 a 96 horas após a aplicação, medindo- se com régua milimetrada o

maior diâmetro transverso da área de endurecimento palpável (Brasil, 2011a).

O resultado da PT deve ser descrito em milímetros e é considerado como

reator ou positivo, quando a enduração for maior ou igual a cinco milímetros em

contatos recentes de TB vacinados há mais de dois anos com BCG, em infectados

pelo HIV e/ou imunossuprimidos por outras razões (SBPT, 2009). Os infectados com

micobactérias não tuberculosas respondem a PPD sempre como reatores abaixo de

10 mm (Rosemberg & Tarantino, 2002).

A resposta positiva a PT traduzida às 48-72 horas, por uma enduração igual

ou superior a 10 mm, nos adultos imunocompetentes não vacinados com BCG,

significa infecção pelo M. tuberculosis (Pina, 2000; Rosemberg & Tarantino, 2002).

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia ressalta que reações

tuberculínicas superiores a 15 mm em regiões de alta prevalência de TB não são

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decorrentes somente do BCG, mas também da infecção pelo M. tuberculosis,

independente da época da vacinação (SBPT, 2009). Naqueles vacinados há mais de

dois anos, uma reação de 10 mm é considerada forte, e, portanto, indicativa de

infecção prévia pelo M. tuberculosis (Ruffino-Neto, 1979).

Algumas circunstâncias podem interferir no resultado do teste. Podendo ser

negativo na presença de infecção tuberculosa, quando a pessoa desenvolve anergia

em consequência de desnutrição, sarampo, sarcoidose, neoplasias, doenças

linfoproliferativas, tratamentos com drogas imunodepressoras, gestação, vacinação

com vírus vivos, idade acima de 65 anos, AIDS ou imunossupressão (Jawetz et al.,

2009).

Todas as pessoas infectadas pelo HIV devem ser submetidas ao teste

tuberculínico. Para os não reatores e em uso de terapia antirretroviral, o MS

recomenda fazer o teste seis meses após o início da terapia, devido à possibilidade

de restauração da resposta tuberculínica (Brasil, 2011a).

Na triagem tuberculínica, indivíduos negativos a PT, devem repeti-la de uma a

duas semanas, pois um longo período de instalação da infecção em um indivíduo

pode levar a uma diminuição da resposta de hipersensibilidade tardia, traduzindo-se

em um resultado falso negativo. Neste sentido, uma segunda prova pode ser

positiva por fenômeno de reativação da memória, configurando-se, assim, o efeito

booster (Oliveira et al., 2008).

Pela razão exposta, se faz necessário testar o efeito booster e aceitar como

definitivo o resultado da segunda prova, evitando assim a obtenção de taxas

subestimadas de ILTB. Esta conduta é útil também no acompanhamento da infecção

recente e na avaliação segura da viragem tuberculínica, reduzindo a probabilidade

de falsos negativos, que erroneamente seriam interpretados como pessoas recém-

infectadas (Brasil, 2011a).

Um teste subsequente positivo, após duas testagens negativas, avaliado após

12 meses, será considerado viragem tuberculínica e o tratamento da ILTB poderá

ser recomendado (SBPT, 2009).

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1.5.2 Diagnóstico da TB Ativa

O Ministério da Saúde do Brasil fixou como meta diagnosticar no mínimo 70%

dos casos estimados anualmente para TB e curar no mínimo 85% destes. O

diagnóstico deve estar embasado na epidemiologia, na avaliação clínica, nos

métodos bacteriológicos, histopatológicos, imunológicos, nas imagens, e quando

possível, utilizar como apoio, métodos baseados em testes moleculares (Brasil,

2012).

O suporte radiológico é utilizado para detectar imagens lesionais, mas por si

só não esclarece o diagnóstico de TB. Apesar da radiografia de tórax, na avaliação

inicial dos casos sintomáticos respiratórios, ter grande impacto na detecção precoce

da TB pulmonar (American Thoracic Society, 2005), a confirmação da doença pela

bacteriologia é necessária para a vigilância epidemiológica, porque identifica a fonte

que elimina bacilos e, ao mesmo tempo, permite que sejam tomadas medidas para

reduzir a transmissão o mais precocemente possível (Brasil, 2005a). Além de

contribuir também para o monitoramento, evolução do tratamento e a cura do doente

(Brasil, 2011a).

Como abordagem inicial para o diagnóstico de TB pulmonar, a OMS preceitua

o exame de espécimes respiratórios para a detecção de BAAR. A baciloscopia é o

método mais comum no mundo para diagnosticar a tuberculose, desenvolvido há

mais de 100 anos (WHO, 2011). As normas do MS também priorizam no diagnóstico

laboratorial a baciloscopia direta e a cultura para micobactérias. A baciloscopia tem

elevado valor preditivo positivo (superior a 95%), embora tenha baixa sensibilidade

(40-60%) (SBPT, 2009; Brasil, 2011a). Permite detectar de 70% a 80% dos casos de

tuberculose pulmonar em uma comunidade (Capone et al., 2006).

O MS recomenda coletar duas amostras de escarro espontâneo, sendo uma

no momento que o usuário sintomático respiratório comparecer ao serviço de saúde

e outra no dia seguinte pela manhã ao despertar e em jejum (Brasil, 2011a).

Amostras adicionais de baciloscopias devem ser solicitadas quando houver indícios

clínicos, radiológicos e baciloscopias anteriores negativas. Nos doentes sem

expectoração espontânea e radiografia sugestiva de TB, a indução de escarro com

solução salina hipertônica - 5 ml de soro fisiológico a 0,9% associado a 0,5ml de

Cloreto de Sódio a 20% durante quinze minutos, está indicada por ter rendimento

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diagnóstico semelhante ao da broncoscopia com lavado bronco alveolar (Brasil,

2011a).

A cultura permite identificar o M. tuberculosis, além de aumentar o rendimento

diagnóstico em 20-40% (Kritski et al., 2005; Brasil, 2011a). Indica-se para suspeito

de tuberculose pulmonar negativo ao exame direto do escarro, espécimes

paucibacilares, suspeitos de TB extrapulmonares, portadores do HIV e retratamento

de TB (Capone et al., 2006; SBPT, 2009).

O meio de cultura mais utilizado no Brasil e aprovado pela OMS e MS para

diagnóstico de TB é o Löwenstein-Jensen em meio sólido à base de ovo, em que o

crescimento de colônias aparece em 3 a 8 semanas (Santoro & Ribeiro, 2006).

Quando possível, deve ser utilizado também o meio líquido através de sistemas

automatizados não radiométricos, com resultado em 10-40 dias (SBPT, 2009).

Concomitante à cultura, deve ser realizado o teste de sensibilidade aos

quimioterápicos antituberculosos, cujo método empregado é o das proporções em

meio de Löwenstein-Jensen (Santoro & Ribeiro, 2006).

A sorologia tem sido restrita a alguns centros de referência e pesquisa onde

podem ser utilizadas para casos que demandem diagnóstico rápido (Mello, 2001,

Brasil, 2005a). Esses métodos baseiam-se em reações do tipo antígeno-anticorpo,

mas no Brasil não estão padronizados ou validados para o diagnóstico de TB

pulmonar ou extrapulmonar e ainda carecem de sensibilidade e especificidade para

uso na rotina diagnóstica (SBPT, 2009).

A broncoscopia e os procedimentos a ela associados, a exemplo de lavado

brônquico, lavado bronco alveolar, escovado brônquico, biópsia brônquica, biópsia

transbrônquica e punção aspirativa com agulha, podem ser úteis no diagnóstico da

tuberculose nas formas negativas à baciloscopia, presença de doença que acomete

difusamente o parênquima pulmonar ou outra doença pulmonar, suspeita de

tuberculose endobrônquica ou em pacientes imunodeprimidos, particularmente os

infectados pelo HIV (Brasil, 2005a). Contudo, a natureza invasiva do procedimento e

seu maior custo levam os profissionais a avaliar seu rendimento no diagnóstico de

TB pulmonar.

Diante das dificuldades relatadas, métodos diagnósticos alternativos têm sido

intensamente estudados e desenvolvidos na tentativa de um diagnóstico rápido e

seguro. Dentre esses métodos, destacam-se os testes moleculares e os de

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imunodiagnóstico baseados em antígenos recombinantes específicos do complexo

M. tuberculosis (Weldingh et al., 2005, Capone, 2006).

Em 2012 foi implantado pelo MS, o teste rápido recomendado pela OMS, para

diagnóstico de tuberculose e identificação da resistência à rifampicina. De acordo

com o MS, o teste rápido só deve ser utilizado como diagnóstico para casos novos

de TB que ainda não foram tratados, o teste exige um volume mínimo de 1 ml de

amostra para ser processada, se não houver esse volume, deve ser realizada a

baciloscopia. A tecnologia foi desenvolvida para ser utilizada em unidades de saúde,

mas os equipamentos estão sendo instalados apenas em unidades do SUS e que já

tenham laboratório.

1.6 TRATAMENTO

O controle eficiente da TB está centrado na descoberta precoce dos casos e

no tratamento, que promove à cura do doente em 100% dos casos novos,

respeitando a associação dos medicamentos adequados e doses corretas por tempo

suficiente (WHO, 2004; Santoro & Ribeiro, 2006; Brasil, 2011a).

Dentre as estratégias para o controle da doença, destaca-se o tratamento

com dose supervisionada, relatado como tendo maior eficácia, além de estabelecer

vínculos entre profissionais do serviço de saúde, doente e família (Ruffino Neto &

Villa, 2000; Albuquerque, 2001; Maciel et al., 2008a).

O PNCT recomenda que o tratamento seja supervisionado, desta forma, um

profissional preparado observa o doente ingerindo os remédios e o ajuda a

completar o tratamento de forma correta, seja no serviço de saúde, no domicílio, ou

onde mais for possível, assegurando-se que o doente tomou os medicamentos. Os

serviços de saúde devem se estruturar para que essa estratégia seja instituída nas

práticas das equipes de saúde da família (Brasil, 2011b).

A participação dos agentes comunitários de saúde (ACS) no combate a TB é

um reforço importante no controle da doença, mas para que esses profissionais

desempenhem suas atividades com o mínimo de risco para eles, e com êxito para

os programas de TB, tornam-se fundamentais os treinamentos, supervisão, e

medidas de biossegurança, considerando o alto risco de ILTB detectada entre eles,

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como já demonstrou a literatura (Maciel et al., 2008b; Rodrigues, et al., 2009;

Moreira et al., 2010).

Em não sendo possível adotar a estratégia do tratamento supervisionado para

todos os doentes, que seja garantido aos grupos da população com maiores risco de

não aderência ao tratamento, como por exemplo, alcoolistas, usuários de drogas,

moradores de rua, presidiários e doentes institucionalizados (Davi, 2006; Brasil,

2011).

O PNCT padroniza o tratamento quimioterápico da tuberculose e proporciona

a distribuição dos medicamentos na rede de atenção do Sistema Único de Saúde

(SUS). A associação das drogas proporciona atividade bactericida, esterilizante e de

prevenção da resistência. Com o esquema terapêutico recomendado, a transmissão

é reduzida gradativamente ao fim de poucos dias ou semanas (Brasil, 2011a).

O MS preceitua que o tratamento pode ser feito em três níveis de atenção de

acordo com o quadro clínico do usuário. A atenção primária deve ser a porta de

entrada do SUS e neste nível são tratados os usuários com esquema básico e

efeitos adversos menores; na referência secundária devem ser tratados os usuários

com esquemas especiais, efeitos adversos maiores e comorbidades; e a referência

terciária deve atender os usuários com multirresistência aos fármacos, os casos

graves - como meningite tuberculosa, efeitos adversos graves aos medicamentos

utilizados e não controláveis em nível ambulatorial, comorbidades que justifiquem a

internação, hemoptise de repetição, ou para aqueles em que o risco de abandono do

tratamento é alto, devido condições sociais precárias (Brasil, 2005a; 2011a).

Em países desenvolvidos, a principal causa de internação é a falência do

tratamento ou a presença de efeitos adversos aos medicamentos, enquanto, em

países em desenvolvimento, os motivos de hospitalização são o acometimento do

estado geral e a caquexia, sinalizando as falhas no processo de busca do caso não

identificado nas fases iniciais da doença (Melo, et al., 2009; Oliveira et al., 2009).

A descoberta de um tratamento eficiente contra a tuberculose não foi tão

rápida. Somente nos anos 60 é que se desenvolveu um esquema eficaz

denominado esquema tríplice. Esse esquema foi instituído no Brasil pelo professor

Hélio Fraga e utilizava as drogas estreptomicina, isoniazida e ácido p-

aminossalicílico (PAS) com duração de 12 a 24 meses. Em 1979 foi modificado,

quando, então, se passou a utilizar as drogas rifampicina, isoniazida e pirazinamida

e o tempo de tratamento reduzido para seis meses.

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Esse esquema de tratamento de curta duração recentemente passou por

mais uma modificação feita pelo Comitê Técnico Assessor (CTA) do PNCT/MS, com

base nas III Diretrizes para TB da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

(SBPT, 2009), exceto para crianças menores de dez anos de idade.

O novo tratamento instituído no ano de 2010 continua com duração de seis

meses, e utiliza o esquema básico para todos os casos novos de TB com formas

pulmonar e extrapulmonar, inclusive para recidiva e retorno por abandono, exceto

meningoencefalite. Para crianças menores de dez anos de idade, continua o

tratamento com os três medicamentos: rifampicina (R), hidrazida (H) e pirazinamida

(Z) (Brasil, 2011).

O esquema básico na primeira fase com duração de dois meses utiliza

comprimidos com quatro medicamentos combinados de rifampicina (R) 150mg,

isoniazida/hidrazida (H) 75mg, etambutol (E) 275mg, e pirazinamida (Z) 400mg, cuja

dose a ser administrada leva em conta o peso do doente. A segunda fase

correspondendo aos quatro meses restantes, utiliza os medicamentos (R) 150mg e

(H) 75mg, também combinados. No tratamento da meningoencefalite tuberculosa os

medicamentos são os mesmos, porém administrado durante nove meses. Neste

tratamento está indicada a associação de corticosteroides (SBPT, 2009, Brasil,

2011a).

A combinação dos medicamentos com doses fixas no mesmo comprimido tem

sido recomendada pela OMS e pela International Union Against Tuberculosis and

Lung Diseases (IUATLD), como uma medida adicional objetivando aumentar a

adesão dos doentes ao tratamento, pela diminuição do número de comprimidos a

serem ingeridos (WHO, 2003).

Novos esquemas de tratamento para a TBMR estão sendo disponibilizados

pelo MS. A definição internacional para TBMR é dada para casos que apresentem

cepas de M. tuberculosis resistentes a pelo menos rifampicina e isoniazida (Pablos-

Mendez, 1998; Barroso, 2003; Brasil, 2011a; WHO, 2012).

Ressalte-se que a TBMR é um problema grave, de difícil controle e vem

apresentando tendência crescente em todo o mundo em consequência dos

movimentos migratórios (WHO, 2011). Considera-se também como TBMR, a

resistência aos fármacos anteriormente citados e mais um dos medicamentos:

estreptomicina, pirazinamida ou etambutol (Siqueira et al., 2009). Em países

desenvolvidos, o aumento da resistência inicial e adquirida vem trazendo

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preocupações, principalmente em grandes centros urbanos, sendo a maior parte dos

casos de resistência inicial relacionada à contaminação em ambientes fechados

como hospitais, prisões, albergues, e em situações de coinfecção pelo HIV (Brito et

al., 2004).

A OMS recomenda o tratamento da TBMR por 20 meses, com um regime que

inclui drogas de segunda linha (WHO, 2012). O PNCT/MS padroniza para o Brasil

cinco medicamentos: estreptomicina (S), etambutol (E), ofloxacino (O), pirazinamida

(Z), e terizidona (T). Estreptomicina deve ser utilizada cinco dias por semana nos

dois primeiros meses, seguido do uso três vezes por semana nos quatro meses

subsequentes. Essa é a fase intensiva. No restante do tratamento com duração de

doze meses (fase de manutenção) são usados os três medicamentos (EOT). O

regime de tratamento deve ser supervisionado e acompanhado em uma unidade de

referência terciária (SBPT, 2009; Brasil, 2011a).

Nos casos de super-resistência e/ou polirresistência há a necessidade de

esquemas individualizados com fármacos de reserva. São fornecidos pelo PNCT os

medicamentos capreomicina, moxifloxacino, ácido para-aminossalicílico (PAS) e

etionamida.

No que diz respeito a ILTB, o tratamento é uma das medidas terapêuticas

para evitar o desenvolvimento da TB ativa nas pessoas infectadas. O medicamento

de escolha é a isoniazida (H), tendo como única forma de apresentação o

comprimido. A dosagem é de 5-10 mg/kg/dia, com dose máxima de 300 mg/dia por

seis meses. Nas crianças até os quatro anos de idade não vacinadas com BCG, a

isoniazida é administrada durante três meses, após esse período, realiza-se a PT e

quando maior ou igual a 5 mm, mantém-se o tratamento por mais três meses,

conforme normatizado pelo PNCT, ou a critério médico (Maciel et al., 2009b; Brasil,

2011a).

A indicação de tratamento para ILTB requer avaliação criteriosa para exclusão

da tuberculose ativa e leva em conta a história de imunossupressão e contato com

TB, viragem tuberculínica em trabalhadores do sistema prisional, cuidadores de

idosos, profissionais de saúde, especialmente o pessoal de laboratório de

micobactérias, contatos recentes de TB pulmonar de qualquer idade; indivíduos com

teste tuberculínico com enduração maior ou igual a 10 mm; independente do teste

tuberculínico quando se tratar de usuários portadores de HIV com história de contato

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com TB bacilífera há menos de dois anos, ou com imagem radiológica de sequela de

TB pulmonar (SBPT, 2009).

1.7 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

Em muitas regiões do mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento e

naqueles subdesenvolvidos, a TB é um problema crescente, em face de uma

combinação de fatores socioeconômicos, investimentos insuficientes em medidas de

controle, e a epidemia do HIV/AIDS. Mais da metade dos doentes com AIDS na

África, Índia, e na Tailândia estão coinfectados com tuberculose. Na América Latina,

México e Haiti esses números estão entre 23% e 28% (WHO, 2006).

As estimativas para a situação mundial da tuberculose no período entre 2002

e 2020 são da ordem de 150 milhões de doentes e 36 milhões de óbitos, ratificando

a TB como a principal causa de morte por doenças infecciosas em adultos nos

países em desenvolvimento (WHO, 2008).

Em 2010, a OMS contabilizou 8,8 milhões de pessoas acometidas pela

tuberculose no mundo, sendo que 22 países comportam 82% de todos os casos,

particularmente países do continente asiático e africano, como a Índia com um

quarto dos casos, China, África do Sul, Indonésia e Paquistão. O número de mortes

foi equivalente a 1,4 milhão, sendo este o menor valor da década (WHO, 2011).

O Brasil encontra-se em 17ª posição, apesar da incidência elevada, o declínio

vem ocorrendo nos últimos 20 anos. Como observado nas séries históricas abaixo

(Figuras 1) a TB tem evoluído com uma tendência a diminuição no período entre

1992 e 2011.

No entanto, nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste nos mesmos períodos os

coeficientes médios de incidência por grupo de 100.000 habitantes foram superiores

ao do Brasil (Figura 2).

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No período compreendido entre 2001 e 2010, destacou-se o Rio de Janeiro

com a maior incidência da doença por grupo de 100.000 habitantes em todo o país

com 78,6 casos, na sequência, o Amazonas com 68,2 e Pernambuco com 49,2. Os

estados com menores incidências foram o Distrito Federal com 14,5, Goiás com 15,5

e Tocantins com 16,9 (Brasil, 2012). Rondônia ocupou o 5º lugar, com incidência

média anual de 34,4/100.000 habitantes, seguido de Roraima com 33,1 e Tocantins

com 16,9 (Brasil, 2012).

Os municípios de Rondônia com as maiores incidências no período entre

2001 e 2010 foram Urupá com 87,7/100.000 habitantes, seguido de Guajará Mirim

80,6/100.000 e Porto Velho com 64,3/100.000 habitantes (Figura 3).

De acordo com a Figura 4, Porto Velho no mesmo período notificou 2.712

casos novos, com coeficiente anual de incidência por grupo de 100.000 habitantes

de 55,6 (2001), 60,1 (2002), 65,8 (2003), 56,2 (2004), 52,4 (2005), 44,1 (2006), 48,0

(2007), 49,6 (2008), 69,2 (2009), 44,5 (2010) (SEMUSA, 2011).

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No que diz respeito à coinfecção tuberculose/HIV (Figura 5), o município de

Porto Velho registrou no ano de 2001 (186/5 casos) com prevalência de 2,7%; em

2002 (211/11) 5,2%; 2003 (233/7) 3,0%; 2004 (214/7) 3,3%; 2005 (196/11) 5,6%;

2006 (168/7) 4,2%; 2007 (187/17) 10,0%; 2008 (188/7) 3,8%; 2009 (265/13) 5,0%;

2010 (174/12) 6,9% (SEMUSA, 2011).

No Brasil, entre 2001 e 2011 o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)

registrou as maiores taxas de mortalidade por tuberculose por grupo de 100.000

habitantes na região Nordeste com 2,8, Sudeste 2,7, Norte com 2,2, Sul 1,7 e Centro

Oeste com 1,6.

Chamam atenção o Recife e Rio de Janeiro como as capitais com os maiores

coeficientes de mortalidade no período, com 8,1 e 5,2, respectivamente. A região

Norte registrou os maiores coeficientes no Amazonas com 3,0, Acre 2,9, Pará 2,1, e

Rondônia 1,9 (Brasil, 2012).

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1.7.1 Prevenção e Controle

A estratégia de eliminação da tuberculose requer como medida adicional a

redução da prevalência de infecção pelo M. tuberculosis por meio do diagnóstico e

tratamento dos indivíduos com infecção latente, evitando que fiquem doentes no

futuro (Duarte, 2009).

A vacina Bacilo de Calmette Guérin intradérmica (BCG-ID) mantém-se como

importante instrumento no controle dos efeitos danosos da TB, sobretudo em países

com taxas de incidência médias e elevadas (Pereira et al., 2007). É prioritariamente

indicada em crianças de 0 a 4 anos de idade, sendo que no Brasil é obrigatória para

menores de um ano e deve ser aplicada nos primeiros 30 dias de vida, conforme a

portaria 452 de 06 de dezembro de 1976.

Apesar de ser segura e benéfica, mas tratando-se de uma vacina derivada de

um agente vivo - estirpe atenuada de M. tuberculosis variedade bovis - está contra

indicada quando há evidência de imunodeficiência grave, tanto primária como

adquirida, face ao risco de complicações locais e disseminação do Bacilo de

Calmette-Guérin (Brasil, 2005a).

A vacina BCG foi desenvolvida na França entre 1808 e 1921 por Albert

Calmette e Camille Guérin (Vasconcelos-Junior, 2009), é utilizada desde 1927,

então usada por via oral e a partir de 1973, por determinação do MS, passou a ser

administrada por via intradérmica (Brasil, 2005a). Há consenso mundial quanto ao

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seu papel protetor contra as formas mais graves da primoinfecção por M.

tuberculosis, como as disseminações hematogênicas e do sistema nervoso central

(American Thoracic Society, 2005). É efetiva em reduzir a incidência da doença

entre as crianças, mas não previne a ILTB, nem mesmo protege os adultos já

vacinados (Vasconcelos-Junior et al., 2009).

Para o MS (Brasil, 2011a), a investigação dos contatos é uma das estratégias

mais apropriadas de vigilância epidemiológica para prevenir o adoecimento e

diagnosticar precocemente casos de TB ativa nesta população, só perdendo em

efetividade para a busca ativa de sintomáticos respiratórios, cujo processo de busca

deve ser utilizado na demanda dos serviços de saúde, incluindo os de

urgência/emergência, hospitais de longa permanência, instituições fechadas, como

albergues, asilos, prisões, casas de apoio aos portadores do HIV, e na comunidade,

de modo geral.

Outras medidas importantes para a prevenção e o controle dessa doença são

a educação em saúde, saneamento de rebanhos bovinos infectados, ingestão de

leite fervido ou pasteurizado, e eliminação dos animais infectados (Rosemberg et al.,

2002).

1.7.2 O Risco de Tuberculose e Fatores Envolvidos no Adoecimento dos Profissionais de Saúde

O trabalho é uma atividade social que exerce um papel fundamental nas

condições de vida do ser humano. Produz efeito positivo, quando é capaz de

satisfazer as necessidades básicas de subsistência, de criação e de colaboração do

trabalhador. Por outro lado, o trabalhador expõe-se constantemente aos riscos

presentes no ambiente de trabalho, os quais podem interferir diretamente em sua

condição de saúde (Bálsamo & Felli, 2006; Almeida & Pires, 2007).

Com o surgimento da AIDS e a TB multirresistente, as demandas por

assistência, tornaram-se mais frequentes, resultando em um aumento na incidência

de doentes com TB em fase infectante nos serviços de saúde, propiciando o risco de

transmissão institucional, sugerindo, portanto, um maior risco de infecção

ocupacional por TB (Markowitz, 1994; Franco & Zaneta, 2004; Maciel et al., 2009c).

Conforme Franco & Zanetta (2004) e o disposto na Portaria nº 1.339/1999/MS

(Brasil, 2005c), a tuberculose pode ser considerada doença relacionada ao trabalho

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para o segmento de trabalhadores em atividades que propiciam contato direto com

produtos contaminados ou com doentes bacilíferos. O risco de transmissão pode

está aumentado em serviços de saúde localizados em comunidades com altos

índices de HIV, e alta prevalência de infecção latente e TB ativa na população (CDC,

1994).

Já foi demonstrada a elevada taxa de transmissão de TB em ambientes

fechados tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. No

Brasil apesar do perfil da TB ser mais de transmissão comunitária, elevadas taxas de

transmissão foram observadas em escolas de formação médica, hospitais

universitários, serviços de emergência, prisões e casas de saúde psiquiátricas,

embora existam ainda lacunas de conhecimento e de ação prática sobre os

aspectos epidemiológicos do problema (Lorenzi & Oliveira, 2008).

Os fatores envolvidos na ocorrência da transmissão de tuberculose para

profissionais de saúde incluem riscos biológicos (Brasil, 2005b), aspectos das

características ambientais, podendo-se mencionar, principalmente a aeração

prejudicada nos locais de atendimento.

No tocante as atividades e abordagem do doente, destacam-se o

acompanhamento a indivíduos com formas altamente infectantes, a demora na

detecção de multirresistência, e o atraso no diagnóstico de tuberculose. Esses

fatores contribuem para aumentar o tempo de contato dos profissionais com os

doentes (Franco & Zaneta, 2006), configurado situações concretas de risco a saúde

dos profissionais e também dos usuários que buscam assistência nos serviços de

saúde (CDC, 1994; Oliveira et al., 2007).

Outros fatores importantes no aumento da transmissão nosocomial é o

despreparo dos profissionais em detectar sintomáticos respiratórios, a falta de

conhecimento sobre os princípios essenciais de prevenção e controle de infecção, e

não adesão às medidas de biossegurança (Souza, 2009). Além de, em muitas

situações, não haver uma adequada estrutura física para o isolamento respiratório

dos suspeitos de TB pulmonar em boa parte das unidades hospitalares (Miranda et

al., 2009).

Confirmando essas afirmações, estudo no Pronto Atendimento (PA) do

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), no

período de 2002 a 2005 demostrou que a incidência de baciloscopia positiva e de

doentes com TB resistente atendidos naquele serviço foi elevada. O estudo apontou

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43

para a necessidade urgente de implantação de estratégias para evitar a transmissão

da TB nesta modalidade de serviço (Miranda et al., 2009).

Nos países desenvolvidos, a tuberculose é menos generalizada, mas ainda é

considerada como uma fonte potencial de infecção (Zellweger, 1996). Os países que

demonstram o risco de TB entre trabalhadores de saúde ser o mesmo ou menor do

que na população geral, encontram razões em seus níveis elevados de saúde e

assistência.

É o caso da Finlândia, conforme demonstrou o estudo de Ratio & Tala (2000).

Neste país o risco de TB no pessoal de saúde é menor quando comparando o risco

na população geral. Na avaliação dos autores, trata-se de um país tecnicamente

avançado, com baixo número de imigrantes e a maioria deles procedente de países

de baixa incidência da doença, prevalência de HIV baixa, resistência a multidrogas

muito rara, e os fatores de risco praticamente inexistentes.

1.7.3 O Controle da Tuberculose nos Serviços de Saúde

As construções, instalações e organizações de serviços de saúde obedecem

às normas e padrões fixados pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 50 de

2002 (ANVISA, 2002; 2003), para desempenhar as funções que lhes foram

atribuídas com vistas à defesa da saúde e diminuição dos riscos às pessoas.

O aumento das internações de indivíduos com TB com quadro clínico grave

nos hospitais gerais requer uma maior atenção às normas de biossegurança na vida

profissional. Logo, a forma pela qual os profissionais se protegem em relação aos

riscos é de suma importância para a saúde do trabalhador com repercussões na

melhoria da assistência a população.

Como meios de reduzir a transmissão nosocomial da TB, o CDC, a OMS e o

MS recomendam medidas administrativas, ambientais e de proteção respiratória. O

conjunto dessas medidas compõe o plano para controle da tuberculose nas

instituições de saúde e deve considerar todas as atividades realizadas, desde a

entrada do doente até o momento da sua liberação ou alta (CDC, 1994; WHO, 1999;

Brasil, 2011a).

As medidas administrativas baseiam-se na busca e identificação precoce de

casos potencialmente infectantes, na rapidez em iniciar o tratamento efetivo e no

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planejamento do fluxo dos doentes na instituição de saúde. Essas medidas são

extraordinárias no controle da transmissão nosocomial da tuberculose, não só pela

sua eficácia comprovada, mas pela relativa facilidade de implantação e o baixo custo

(WHO, 1999).

Ainda como medidas administrativas de baixo custo e alta efetividade podem-

se mencionar a realização de procedimentos de higienização e desinfecção do am-

biente, dos materiais e dos equipamentos, o treinamento dos funcionários para

detectar sintomáticos respiratórios, realização e entrega de exames de baciloscopia

pulmonar em tempo hábil, dispor de locais e normas de isolamento, organização do

atendimento com marcação de consultas por horários, e o monitoramento do

tratamento para evitar a consequente resistência medicamentosa (Gonçalves, 2001).

Concernente às medidas ambientais, recomendam-se os métodos de

engenharia que tenham por objetivo diluir o agente contaminante, o que é

conseguido por meio de medidas de ventilação geral diluidora, pois envolvem um

menor custo, tanto pelo baixo nível de investimento em equipamentos como na

instalação e manutenção destes (Brito, 2001). As providências incluem a aeração

natural, quando possível, quartos de isolamento para pacientes em fase infectante

com exaustão do ar contaminado, quartos com pressão negativa, usos de filtros

HEPA (high-efficiency particulate air), salas de espera arejadas e recinto arejado

para coleta de escarro.

O uso de proteção respiratória, luvas, protetores oculares, uniformes

especiais, e a adoção de medidas específicas de laboratório como cabines de

segurança biológica para os procedimentos laboratoriais, devem ser rigorosamente

adotados, objetivando minimizar a disseminação de microrganismos nos serviços de

saúde, e a proteção do trabalhador no que diz respeito às áreas do corpo expostas

ao material infectante (Bejgel et al., 2002).

É importante o uso de máscara cirúrgica pelos pacientes com TB

multirresistente, durante a espera pelas ações de saúde, no intuito de diminuir a

dispersão de gotículas infectantes; e de máscaras especiais pela equipe de saúde

(Brasil, 2005a). Os respiradores aprovados pelo CDC para proteção dos

profissionais TB são do tipo N95 (A letra N caracteriza as máscaras projetadas para

uso em ambientes sem partículas de óleo e o numero 95 significa o nível de

eficiência em percentual) (Vilte et al., 2005).

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45

Para o controle da saúde dos profissionais potencialmente expostos, está

previsto na Norma Regulamentadora - NR 32 (Brasil, 2005b) e em Brasil (2001) o

exame periódico de saúde que deve incluir a anamnese clínica e ocupacional,

exame físico, pesquisa de BAAR em escarro e PT. Os profissionais com PT positivas

devem ser acompanhados semestral ou anualmente para controle clínico e

radiológico. Aqueles com PT negativas devem ser avaliados e orientados para a

repetição anual do teste com instituição de tratamento de ILTB para os que

apresentarem viragem tuberculínica (Kritski & Melo, 2004).

De acordo com Brasil (2001), se houver a suspeita ou confirmação da relação

da tuberculose com o trabalho devem-se examinar os expostos, visando à

identificação de outros casos. Notificar o caso ao setor de Segurança e Medicina do

Trabalho da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), ao Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE), ao sindicato da categoria e providenciar a emissão da comunicação

de acidente de trabalho (CAT).

De acordo com Bejjgel & Barroso, (2001), a tuberculose relacionada com

trabalho tem sido frequentemente observada em profissionais que exercem

atividades em laboratórios de bacteriologia, ou que propiciam contato direto com

produtos contaminados ou com doentes com exames bacteriológicos positivos.

Equipara-se ao acidente do trabalho, a doença profissional desencadeada

pelo exercício de trabalho, ou com ele tenha relação; doença proveniente de

contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade e no percurso

de casa para o trabalho e vice-versa.

1.7.4 Estudos Realizados no Mundo

Estudo sobre a prevalência de infecção por ILTB e tuberculose ativa entre

trabalhadores de saúde de países classificados pela renda, demonstrou uma

prevalência média de infecção de ILTB em trabalhadores de saúde de 63% em

países de renda baixa e média, e 24% em países de renda alta (Menzies et al.,

(2007).

De acordo com o mesmo autor, a prevalência média anual de infecção

tuberculosa atribuída ao trabalho em saúde foi de 5,8% em países de renda baixa e

média, e 1,1% em países de renda alta. As taxas de tuberculose ativa em

trabalhadores de saúde foram mais elevadas do que na população geral em todos

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os países. Entre trabalhadores de países de renda baixa e média, a ILTB foi

associada com marcadores de exposição ocupacional, mas em países de renda alta

foi mais frequentemente associada a fatores não ocupacionais.

No Canadá, um estudo efetuado em 17 hospitais, investigou a associação da

viragem tuberculínica em profissional de saúde e a ventilação em ambiente

hospitalar. Os resultados obtidos mostraram: a viragem tuberculínica associada a

áreas com menos de duas trocas por hora; hospitais de risco moderado e alto;

trabalho em berçário e em fisioterapia. Não houve associação da viragem com

quartos de isolamento (Menzies et al., 2000).

Nos EUA, em uma unidade de terapia intensiva do Centro Médico da

Universidade de San Diego, em 1981, um paciente foi submetido à broncoscopia,

intubação e ventilação assistida. Dos 45 profissionais expostos ao paciente, 14

(31%) converteram suas provas tuberculínicas. O risco relativo mostrou uma

incidência de conversão de 6,15 vezes maior naqueles que presenciaram a

broncoscopia (Catanzaro, 1982).

Na Holanda, estudo com 101 trabalhadores de saúde durante cinco anos,

identificou 28 profissionais (42%) com TB contraída no local de trabalho. O

diagnóstico tardio da TB no paciente fonte, especialmente, no idoso foi a principal

causa de transmissão de TB; a demora no diagnóstico foi a principal causa da

transmissão do paciente ao profissional, medidas insuficientes de controle da

infecção também contribuíram para a transmissão. As categorias profissionais

envolvidas foram as de enfermeiras, médicos, auxiliares de enfermagem, assistentes

de broncoscopia e uma assistente de um ambulatório (Vries et al., 2006).

Em Ontário, Canadá, a taxa de TB entre enfermeiras no período de 1966-

1969 (33/100.000) foi ligeiramente superior a taxa geral na província (25/100.000).

Enfermeiras na Columbia Britânica de 1969 a 1979 tinham a mesma taxa

(26/100.000) como as outras mulheres da mesma idade (Thomas, 1997).

Na Sérvia em Belgrado, foi realizado um estudo retrospectivo do risco de

tuberculose nos profissionais de saúde durante 12 anos, no Instituto de Doenças

Pulmonares. No período registrou-se uma incidência acumulada de 3451/100.000

em comparação com 454/100.000 na população geral. O risco foi 7,6 vezes maior

que na população geral, sugerindo TB ocupacional. Os profissionais acometidos

foram enfermeiros e técnicos de laboratórios (Skodric et al., 2000).

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Na Inglaterra e País de Gales, inquérito para determinar o risco de

tuberculose e analisar a frequência de resistência a medicamentos em profissionais

de saúde identificou 119 casos de tuberculose nessa população, incluindo 61

enfermeiros e 42 médicos. A taxa de notificação de TB nos trabalhadores da saúde

foi de 11,8 por 100.000 por ano em comparação com 3,3 por 100.000 por ano em

outros profissionais. O risco relativo ajustado foi ligeiramente superior para

profissionais de saúde. Nenhuma cepa de M. tuberculosis resistentes aos múltiplos

quimioterápicos utilizados no tratamento da tuberculose foi encontrada (Meredith et

al., 1996).

Na cidade de Nova York, em um estudo retrospectivo do período de 1991 a

1994, envolvendo registros de 1.303 trabalhadores de um hospital com alta taxa de

tuberculose foi encontrada significância estatística para a relação ocupação e risco

de conversão tuberculínica. O pessoal do serviço de limpeza, lavanderia, segurança

e enfermeiro tiveram as maiores taxas de conversão tuberculínica. Após a

implementação das diretrizes do CDC, houve uma melhora significativa na taxa de

conversão (Louther et al., 1997).

Outro estudo também na cidade de Nova York, entre 1999 e 2001, encontrou

prevalência da PT positiva de 57% entre 196 profissionais de saúde avaliados. A

incidência de conversão tuberculínica foi de 1% (1/108). Um só profissional de saúde

tinha sido tratado para a tuberculose ativa (Garber et al., 2003).

Na Coréia do Sul, entre 8433 profissionais de saúde de um hospital

universitário privado, foram encontrados 61 casos de TB em um período de seis

anos. A razão de prevalência de tuberculose entre todos os trabalhadores foi de

1,05. O risco relativo de desenvolver tuberculose pelos enfermeiros com trabalho

nos departamentos de TB foi de 3,4 vezes mais do que para os funcionários de

outros departamentos (Jo et al., 2008).

Estudo realizado em um hospital universitário de grande porte no Sudeste da

Turquia encontrou 22 trabalhadores com tuberculose pulmonar no período de 15

anos. A incidência média de TB em trabalhadores de saúde foi de 199,9/100.000

habitantes, enquanto que na população geral foi de 40,8/100.000 habitantes. Foi

elevada a incidência nas enfermeiras com trabalho nos departamentos de alto risco

(Hosoglu et al., 2005).

Estudo em Samara, na Rússia, comparou as taxas de tuberculose em

trabalhadores dos serviços especializados nesta patologia, serviços gerais de saúde

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e a população geral no período 1994 a 2002. A incidência de TB entre pessoas

empregadas nos serviços de TB foi dez vezes maior do que entre a população. Tais

funcionários foram considerados de alto risco, com uma taxa de prevalência de

17,7% comparando com os demais trabalhadores (Dimitrova, et al., 2005).

Corbett et al. (2007) em Zimbábue na África, encontraram taxas elevadas de

conversão tuberculínica entre estudantes de enfermagem (19,3/100 pessoas/ ano).

Intensa exposição aos pacientes internados foi registrada durante os treinamentos

dos estudantes.

Em Marrocos, Laraqui, et al. (2001) demonstraram que houve risco muito

elevado de TB em profissional de saúde entre 1994 e 1997. No período foi detectado

130 novos casos da doença em profissional de saúde, com uma incidência

acumulativa de 85,3/100.000, sendo que em médicos especialistas chegou a

1094,8/100.000.

Em Velore na Índia, 125 profissionais de saúde de um hospital terciário

tiveram diagnóstico de tuberculose no período de janeiro de 1992 a dezembro de

2001. A forma extrapulmonar foi maior quando comparada com a população geral e

os enfermeiros foram os profissionais mais acometidos pela doença (Gopinath et al.,

2004).

Na Tailândia, estudo caso-controle realizado em hospital universitário,

mostrou que alguns locais de trabalho em serviços de saúde daquele país fizeram

aumentar os riscos de TB latente em profissionais de saúde (Sawanyawisuth et al.,

2009).

Estudo em Malawi – África mostrou uma alta taxa de tuberculose em

trabalhadores de saúde. Em 1996, 3042 profissionais de 40 hospitais foram

avaliados quanto à prevalência de tuberculose. Foram encontrados 108 casos da

doença, sendo 22 com baciloscopias pulmonares positivas, 40 com esfregaços

negativos e 46 com tuberculose extrapulmonar. Este estudo enfatiza a necessidade

de controle ambiental (Harries et al., 1999).

Na Bélgica, inquérito realizado em seis hospitais para levantamento de

práticas de prevenção de tuberculose nosocomial, concluiu sobre a existência de

risco de contrair tuberculose em tais hospitais e que as precauções tomadas para

prevenir a transmissão não eram suficientes. O isolamento para pacientes com TB

foi realizado em 96% e para os casos suspeitos correspondeu a 84%. O uso de

máscara ao entrar em quarto de paciente com TB correspondeu a 96%, sendo que

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apenas 24% das máscaras utilizadas eram adequadas para filtrar partículas de 1

μm. As menores taxas de conversão entre os funcionários foram observadas no

hospital com menor número de internações por TB, mas as altas taxas foram

observadas em hospitais com muitas admissões de pacientes (Ronveaux et al.,

1997).

Bonifácio et al. (2002) observaram um risco elevado de conversão

tuberculínica e tuberculose ativa entre estagiários e residentes de medicina, de um

hospital de ensino em Lima no Peru. Os participantes do estudo apresentaram uma

taxa de conversão do teste tuberculínico de 17% (6/36), prevalência de TB de 2%

(2/98), e insuficiência das medidas de controle de infecção hospitalar.

Na Estônia, estudou-se o risco ocupacional em profissional de saúde de um

hospital geral e de um serviço de referência para TB. No hospital geral, a incidência

de casos nos profissionais foi de 1,5 a 3 vezes maior que na população geral. No

hospital de referência, o risco foi de 30 a 90 vezes maior que na população geral

(Kruuner et al., 2001).

Em um hospital de grande porte com atendimento em TB em uma cidade de

Chicago, um estudo retrospectivo analisou testes tuberculínicos dos profissionais do

serviço e as intervenções executadas para evitar infecção ocupacional por

tuberculose durante um período de 10 anos. O estudo concluiu que as conversões

tuberculínicas diminuíram acentuadamente após medidas administrativas e de

engenharia (Welbel et al., 2009).

Em Nova Iorque, no período de 1992 e 1994, 20 culturas de M. tuberculosis

realizadas em profissionais de saúde e 120 culturas em não profissionais,

procedentes de seis hospitais sem surtos de TB foram analisadas pela técnica de

RFLP (análise de polimorfismo de fragmentos de restrição do DNA). A taxa de

infecção recente foi mais alta (89%) em profissionais portadores de HIV (8/9), ao

passo que nos não profissionais soronegativos a taxa foi de 30% (8/27) (Sepkowitz

et al., 1995).

1.7.5 Estudos Realizados no Brasil

Em estudo multicêntrico com profissionais de quatro hospitais, a taxa de PT

positiva foi de 63,1% e a conversão da PT foi de 8,7% (10,7 por 1000 pessoas/mês).

Vacinação recente com BCG (últimos 2 anos), exposição nosocomial a TB e

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trabalho como enfermeira foram fatores de risco associados à conversão do teste

tuberculínico. Os hospitais sem medidas de controle de infecção para TB

apresentaram maiores taxas de conversão do que aqueles com medidas de controle

(Roth et al., 2005).

Brito et al. (2004), estudaram pacientes atendidos em hospital geral de

referência para tratamento de AIDS no Rio de Janeiro e encontraram resistência de

cepas de M. tuberculosis em 18,4% dos pacientes que nunca tinham sido

submetidos ao tratamento de TB (26/141), com associação significativa com ser

profissional de saúde.

Estudo conduzido em seis hospitais do Rio de Janeiro, com diferentes perfis

de assistência entre 2004 e 2006, constatou elevados níveis de resistência aos

fármacos para tratamento de TB, corroborando a necessidade de incorporação de

medidas de controle da TB nestes estabelecimentos de saúde na prática clínica e na

vigilância epidemiológica (Brito, 2007).

Na cidade de São Paulo, Franco & Zanetta (2006), estudaram o risco de

infecção por M. tuberculosis, em um hospital universitário. A prevalência de PT

positiva foi de 59,7% no grupo de enfermeiras expostas e 53,7% no grupo controle.

Os resultados sugeriram que todos os profissionais de saúde fossem avaliados em

um programa institucional de prevenção de TB, porque a exposição da comunidade

a doença e vacinação BCG podem ter influenciado a positividade da PT na

população estudada.

Estudo para evidenciar vulnerabilidade à tuberculose nos profissionais de

enfermagem do hospital da universidade de São Paulo evidenciou auxiliares de

enfermagem com maior número de indicadores de vulnerabilidade, assim como os

trabalhadores do horário noturno em geral. Parcela expressiva dos trabalhadores

apresentou conhecimento equivocado sobre a enfermidade, apesar de prestarem

assistência a pacientes com tuberculose (Souza & Bertolozzi, 2007).

Lorenzi & Oliveira (2008), encontraram um risco maior de TB ativa entre

enfermeiros na faixa de 20 a 29 anos que o da população paulistana no ano de

2004. Entre auxiliares de enfermagem, observou-se risco aumentado na faixa de 15

a 19 anos. O estudo inferiu que o coletivo de enfermagem pode ser tomado como

categoria-índice da tuberculose nosocomial.

Em estudo transversal seguido de outro longitudinal, utilizando inquérito

tuberculínico em profissionais de saúde de um hospital geral, no Rio de Janeiro, foi

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confirmado um elevado risco ocupacional de TB, onde 52% (649/1250) dos

profissionais apresentaram PT positiva e o efeito booster ocorreu em 7,8% (35/449).

No estudo longitudinal o maior risco foi relacionado às categorias de médico e

enfermeiro (Muzzy et al., 2002).

Estudo retrospectivo com funcionários da Universidade Federal Fluminense

(UFF) e do Hospital Universitário Antônio Pedro, entre 1997 e 2003, confirmou um

elevado risco ocupacional por TB, havendo necessidade urgente de implantação de

medidas de biossegurança. Os profissionais de saúde foram os mais atingidos pela

doença, 21 casos; dentre os quais sete médicos. Comorbidades como HIV e/ou

AIDS foram encontradas em dois casos, um deles evolui para óbito (Vilte et al.,

2005).

Soares et al. (2004), realizaram um estudo transversal em 2002 em um

hospital de referência para tratamento de doenças infectocontagiosas no interior do

Estado do Rio de Janeiro. Foi utilizado o teste tuberculínico em dois tempos entre

316 estudantes de medicina, sendo que a prevalência de PT positiva na primeira

testagem foi de 1,4% e após o segundo teste, passou a ser de 7,9%. Foi observada

uma maior taxa de positividade quanto maior o tempo de contato dos estudantes

com pacientes com TB ativa.

Em um hospital universitário do Rio de Janeiro, o número de conversões do

teste tuberculínico por 1000 pessoas-mês, durante e depois da implantação de

medidas de controle de infecção, como isolamento de pacientes suspeitos e/ou

confirmados de TB, exames de escarro e educação dos profissionais quanto ao uso

de máscaras de proteção, foi reduzido de 5,8/1000 para 3,7/1000 pessoas-mês.

Médicos e enfermeiros tiveram as maiores reduções (Costa et al., 2009).

Estudo com acadêmicos de medicina em diferentes níveis de ensino prático

da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, identificou

prevalência crescente de positividade ao teste tuberculínico de acordo com o

progredir das atividades práticas acadêmicas com 4,6%, 7,8%, 16,2% nos níveis

básico, intermediários e internato, respectivamente. Os riscos foram maiores durante

os anos de treinamento clínico, quando os estudantes tiveram contato mais

frequente com pessoas doentes (Silva et al., 2001).

Uma coorte prospectiva com estudantes da Faculdade de Medicina, da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), negativos ao teste tuberculínico

realizado em dois tempos, identificou incidência acumulada de conversão

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tuberculínica de 3,9%. Os alunos dos períodos profissionais apresentaram um risco

quatro vezes maior de infecção pelo M. tuberculosis quando comparados com os

estudantes dos períodos básicos (Silva et al., 2004).

Dois estudos longitudinais com profissionais de saúde do Hospital da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre 1998 e 2003, identificou no primeiro

estudo: risco médio anual (RMA) de infecção por M. tuberculosis nos profissionais,

correspondendo a 8,67%; risco médio anual acumulado (RMAc) de 5,85%. No

segundo estudo, o RMA de infecção por M. tuberculosis foi de 7,14%; o RMAc foi de

4,24. A implantação de medidas administrativas pelo programa de controle de

tuberculose do hospital reduziu o RMAc em diversos setores do hospital,

principalmente no pessoal do centro de terapia intensiva (CTI), onde houve o melhor

cumprimento das normas de controle (Costa, 2005).

Estudo utilizando dados secundários em um hospital universitário em Vitória,

Espírito Santo (ES), encontrou 25 casos de tuberculose em profissionais de saúde

no período de 2002 a 2006 (2,53%). Foram 8 técnicos de enfermagem (32%); 4

médicos (16%); 3 enfermeiros (12%); 2 técnicos em radiologia (8%) e 8 profissionais

pertencentes a outras categorias (32%). Do total, 14 eram do sexo masculino (56%)

e a faixa etária com maior incidência foi a de 35-39 anos. Predominou a forma

clínica extrapulmonar (48%), seguida pela pulmonar com (44%), e 2 casos (8%)

apresentaram ambas as manifestações (Prado et al., 2008).

Em Cachoeiro de Itapemirim - ES, estudo com ACS acompanhando doentes

em tratamento de TB, constatou 26,7% de positividade da PT nos ACS e 3,3% nos

familiares desses profissionais (controles). Do total de ACS, 90% eram do sexo

feminino, e a idade média foi de 36,8 anos. Os ACS tiveram uma chance seis vezes

maior de serem infectados com o M. tuberculosis do que seus familiares (Rodrigues

et al., 2009).

Na cidade de Goiânia – GO, um inquérito tuberculínico utilizando a PT, em

acadêmicos de enfermagem, demonstrou 15,4% dos estudantes com PT positiva

(Moreira et al., 2007).

No interior de Goiás, Costa et al. (2006), encontraram uma taxa de ILTB de

42% (13/31) entre os profissionais de um hospital psiquiátrico, mesmo sem retestá-

los, superior aos pacientes internos. As maiores taxas de positividade foram

observadas entre os profissionais com maior tempo de trabalho. A profissão de

enfermeiro e auxiliar de cozinha apresentaram-se como sendo as variáveis de maior

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risco (55,5% e 46%, respectivamente). Nos médicos e auxiliares administrativos foi

verificada taxa de infecção igual. Os resultados indicaram também uma elevada

ocorrência de tuberculose doença entre os pacientes, sugerindo os riscos

ocupacionais e a necessidade de uma política de biossegurança na instituição.

Em Campo Grande – Mato Grosso do Sul, estudo em um hospital

universitário analisou 194 profissionais de saúde, dos quais 65 (33,5%) tiveram PT

positivas na primeira testagem. Quando os negativos foram retestados observou-se

efeito booster em 10 (7,8%). A prevalência de ILTB nos dois tempos foi de 38,7%

(Oliveira, 2007).

Diante da relevância do assunto e dada à escassez na produção do

conhecimento sobre os riscos do agravo para os profissionais de saúde, o presente

estudo propôs descrever a distribuição espacial da TB na área urbana de Porto

Velho e conhecer o grau de risco para o pessoal de saúde, por meio de uma técnica

espacial de visualização dos riscos.

Estudos que busquem localizar as doenças, bem como entender sua relação

com o ambiente são necessários, pois possibilita detectar áreas vulneráveis, nas

quais os problemas possam ocorrer com maior frequência e gravidade (Chiesa &

Westphal, 2002), ajudando a identificar padrões epidemiológicos que auxiliem os

serviços de vigilância e controle, e possam ser utilizados também para a tomada de

decisões.

Ademais, ao se conhecer a distribuição espacial das doenças, podem-se

estabelecer relações causais com outros fatores, como situações socioeconômicas,

demográficas e ambientais presentes em cada área.

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1.8 OBJETIVOS

1.8.1 Geral

Descrever a distribuição espacial da tuberculose na área urbana de Porto

Velho, Rondônia, e conhecer os níveis de riscos para os profissionais dos

serviços de atendimentos aos doentes de TB.

1.8.2 Específicos

Descrever as características dos serviços com atendimento em TB;

Determinar a incidência de tuberculose ativa na população geral e a

proporção da ocorrência nos profissionais de saúde;

Realizar inquérito tuberculínico entre os profissionais dos serviços com

atendimento em TB, e descrever a taxa de positividade da PT, assim como

identificar os potenciais de vulnerabilidades a saúde dos profissionais face ao

agravo;

Realizar mapeamento das áreas de risco de TB para a população e para os

profissionais de saúde.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO – LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO

A área de estudo é a zona urbana de Porto Velho, capital do estado de

Rondônia (Figura 6), situa-se à margem direita do rio Madeira, abaixo sete

quilômetros da cachoeira de Santo Antônio do Alto Madeira, na altitude 90m, em

relação ao nível do mar na latitude Sul de 8º 45’00 e na longitude de 63º 58’00 a

Oeste do Meridiano de Greenwich. Distante 750 km, em linha reta de Manaus-AM

(IBGE, 2006).

De acordo com a última contagem realizada pela Fundação Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), Porto Velho conta com uma população

urbana de 390.733 habitantes, e rural de 37.794 habitantes, com contingente

populacional feminino maior que o masculino.

O município possui uma área geográfica de 34.068,50 Km², limitada ao Norte,

Noroeste e Nordeste com o estado do Amazonas; Sudeste com os municípios de

Cujubim, Machadinho e Candeias do Jamari; Leste com os municípios de Candeias

do Jamari e Alto Paraíso; Sul com os municípios de Campo Novo, e Buritis; Oeste

pelo município de Nova Mamoré, estado do Acre e República da Bolívia.

O grau de urbanização é 64,1% e a taxa de urbanização é de 81,8%. São 68

bairros distribuídos no perímetro urbano (Figura 7) três reservas indígenas

(Karitiana, Kararaxi e Karipuna), além de 18 distritos na zona rural. O acesso para

três distritos se faz por via fluvial, e terrestre para os demais (SEMUSA, 2006).

O clima da região é o equatorial, e a topografia destaca relevos ondulados a

fortemente ondulados e acidentados. A bacia hidrográfica do Rio Madeira tem como

principais afluentes da sua margem direita os rios Mutum-Paraná, Jacy-Paraná,

Caracol, Jamari e Machado, destacando-se ainda outros importantes rios como

Candeias, Jacundá, Garças, Preto do Jacundá e muitos outros de menor porte. Pela

margem esquerda do rio Madeira afluem os rios: Abunã, Caripunas, Cuniã,

ocorrendo ainda outros importantes rios como o Marmelo e o São Sebastião. Todos

são rios com potencial para pesca, navegação e recreação.

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Figura 6 - Mapa do Brasil, em Destaque o Estado de Rondônia e o Município de Porto Velho - RO. Figura adaptada de SEMUSA de Porto Velho-RO (2008).

A assistência em TB na área urbana de Porto Velho é prestada em 22

unidades de saúde (Figura 8), sendo 20 de atenção primária de saúde (APS), uma

de atenção secundária, pertencentes ao sistema municipal de saúde; e uma de

referência terciária, sob gestão estadual. Na ocasião da pesquisa, duas unidades de

APS estavam desativadas por motivo de reforma na estrutura física.

Existem três centros especializados de odontologia, um serviço de

fisioterapia, um serviço de referência à saúde da mulher, dois centros de

atendimento psicossocial (CAPS), uma maternidade para partos de baixo risco, duas

farmácias básicas e um serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU/192) de

nível pré-hospitalar. Em 2010 era oferecido atendimento de urgência emergência em

quatro unidades de saúde do município (SEMUSA, 2006; Moreira et al., 2008).

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Figura 7 - Distribuição dos Bairros de Porto Velho-RO.

De acordo com a SEMUSA (2013), 17,14% da população no ano de 2002

tinha cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF), a partir de então, ocorreu a

expansão gradativa da ESF, sendo que no ano de 2012 alcançou 61,0% da

população.

Atualmente o município conta com 75 equipes de saúde da família para

assistência na zona urbana e rural. Cada equipe é composta de um médico, uma

enfermeira, um técnico de enfermagem, quatro a seis agentes comunitários de

saúde, um odontólogo e um auxiliar de consultório dentário (ACD) ou técnico de

higiene dental (THD).

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Figura 8 – Distribuição das Unidades de Saúde com Atendimento em TB, Porto Velho-RO.

2.2 MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO E LOCAIS DE ESTUDO

Trata-se de estudo epidemiológico, descritivo, com delineamento transversal.

A pesquisa foi realizada nos serviços públicos de saúde da área urbana de Porto

Velho, RO, com assistência aos doentes de tuberculose, totalizando 19 unidades do

sistema municipal de saúde e 2 (dois) serviços de referências do estado - o Centro

de Medicina Tropical de Rondônia (CEMETRON) e o Laboratório Central de Saúde

Pública (LACEN).

2.3 POPULAÇÃO, AMOSTRA E SELEÇÃO

Para a investigação da tuberculose ativa, a população foi constituída pelos

casos novos de TB residentes na área urbana de Porto Velho, RO, notificados no

ano de 2010 na base de dados do Sistema de Informações de Agravos de

Notificações (SINAN-Net), da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho, RO, de

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ambos os sexos, com qualquer forma clínica de tuberculose, e respectivas fichas de

notificação com registros completos. Foram excluídos os casos com duplo registro.

Quando necessário, para complementação das informações foram consultadas as

fichas de notificações, livros de registros e a coordenação municipal de tuberculose.

Desta forma, a população foi definida com 298 indivíduos, dentre os quais 8 (oito)

eram profissionais de saúde.

Para determinar a prevalência de positividade à PT, a população em estudo

foi formada pelas diferentes categorias profissionais dos serviços da APS da

Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (SEMUSA), do Centro de Medicina

Tropical de Rondônia (CEMETRON), e do Laboratório Central de Saúde Pública

(LACEN), compondo um universo de 1.944 indivíduos.

Sendo assim, foi realizado inquérito de prova tuberculínica em uma amostra

aleatória simples, calculada por meio da fórmula n0 = 1/ E02. Sendo E0 o erro

amostral tolerável (Oliveira & Grácio, 2005). Em que E0 foi igual 0,0489 e n0 igual a

418 (Anexo 1). A amostra compreendeu 348 elementos, foi estratificada

proporcionalmente, correspondendo a 18% dos profissionais.

Para submissão às PT, os profissionais foram selecionados também

aleatoriamente, adotando-se como critérios de inclusão aqueles presentes nas

unidades de saúde nas segundas e terças feiras pela manhã e/ou a tarde, nos

meses de outubro, novembro e dezembro de 2010, sem antecedentes pessoais de

TB ativa. Foram excluídos os trabalhadores com prova tuberculínica positiva

realizada previamente, e os que se submeteram ao inquérito de PT e não se fizeram

presentes na ocasião da leitura do teste com 72 horas após a aplicação. Esta última

situação demandou a substituição por novos sujeitos na pesquisa também seguindo

os mesmos critérios da amostra.

2.4 COLETAS DE DADOS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Para colher informações sobre os casos notificados de TB no SINAN da

SEMUSA de Porto Velho, foi elaborado um formulário (Anexo 2) contendo questões

para nortear a investigação quanto às formas clínicas da tuberculose, resultados de

exames para diagnóstico, idade, sexo, situação de alta, bairro de residência,

unidade de saúde notificante e local de trabalho do notificado. As informações

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60

relacionadas aos aspectos físicos e de organização dos serviços de atendimento de

TB, foram levantadas mediante visitas as unidades de saúde seguindo um roteiro

(Anexo 3) elaborado para observação do ambiente e obtenção de informações junto

aos gerentes e/ou profissionais responsáveis pelo atendimento aos doentes de TB.

Para o inquérito de PT, foi aplicado um questionário (Anexo 4) aos

profissionais para levantar dados sociodemográficos, tempo de trabalho na área de

saúde, setor de trabalho, condição vacinal, contato com tuberculose, antecedentes

pessoais mórbidos, uso de equipamentos de proteção individual (EPI) em serviço e

acidente/contaminação durante o trabalho.

Imediatamente após a aplicação do questionário, os profissionais eram

submetidos à PT nos seus locais de trabalho, no período de outubro a dezembro de

2010, nas segundas e terças feiras pela manhã e tarde, com respectivas leituras nas

quintas e sextas feiras pela manhã e tarde.

Os participantes da pesquisa com PT inferior a 10 mm e que concordaram,

foram submetidos à repetição do teste quatro semanas depois, para avaliar efeito

booster, também na segunda e terça feira e leitura com 72 horas.

2.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

A coleta de dados ocorreu após autorização do gestor da SEMUSA, gestor da

Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia (SESAU) (Anexo 5), e aprovação do

Comitê de Ética em Pesquisa do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de

Rondônia (UNIR), protocolo sob o número 033/2010/CEP/NUSAU (Anexo 7).

Os profissionais foram devidamente informados quanto aos objetivos do

estudo, conforme resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Aqueles

que aceitaram participar assinaram termo de consentimento livre e esclarecido

(Anexo 6). As pessoas com PT positivas foram orientadas sobre o significado da

ILTB e a dirigirem-se ao programa de controle de tuberculose da unidade de

referência terciária, para esclarecimentos, avaliação e/ou conduta. Os demais

participantes foram orientados sobre a importância do exame periódico anual, para

fins de vigilância e controle da tuberculose.

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61

2.6. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA APLICAÇÃO DA PT

A PT foi aplicada, por meio da técnica de Mantoux, com seringa descartável

de 1 ml e agulhas 13x4,5mm. A tuberculina utilizada foi à derivada do PPD-RT23, e

fornecida pela SESAU/Rondônia. Era administrado 0,1 ml de PPD, via intradérmica

na face anterior do antebraço esquerdo do participante. A técnica era considerada

correta mediante a formação de pequena pápula pálida com aproximadamente 10

mm de largura, com aspecto de “casca de laranja”. Com 72 horas era procedida a

leitura e registrada a reação local de enduração – maior diâmetro transverso do

antebraço, com régua milimetrada transparente, conforme orientação do MS.

O material para a realização da PT era conduzido diariamente até a unidade

de saúde em que iria ser realizada a pesquisa, e o imunobiológico conservado em

recipiente hermeticamente fechado, em temperatura de 4ºC e 8ºC controlada por

termômetro de máxima e mínima. A base de estoque do imunobiológico ficava em

refrigerador no serviço terciário de referência para TB, em temperatura de 4ºC e 8ºC,

sob supervisão e controle da equipe de enfermagem do PCT local.

Foi considerada positiva a PT com enduração de 10 mm ou mais, e negativa,

a reação abaixo de 10 mm. Os profissionais com os testes negativos e que

aceitaram participaram da segunda PT tiveram o teste realizado duas semanas

depois, na face anterior do antebraço oposto, com o objetivo de verificar o efeito

booster. Foi considerado efeito booster, o teste com enduração acima de 10 mm

com aumento da enduração maior ou igual a 6 mm em relação ao teste anterior.

As provas tuberculínicas foram realizadas e procedidas à leitura pela

pesquisadora com auxílio de quatro técnicas de enfermagem capacitadas. Não

houve nenhuma intercorrência ou episódio de reação adversa quanto à

administração de PPD.

2.7 MÉTODOS ESTATÍSTICOS E ANÁLISE ESPACIAL

Os resultados obtidos das notificações de TB no SINAN (referentes à

população geral e profissionais de saúde), inquérito de PT e questionários aplicados

aos profissionais formaram o banco de dados organizado em 3 planilhas EXCEL. Os

dados foram analisados estatisticamente por meio do Programa BIOESTAT versão

5.0. O teste do qui-quadrado (2), com intervalo de confiança de 95% e p(valor)

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menor ou igual a 0,05 foi aplicado para comparação entre os grupos (positivos e

negativos à PT).

Para análise do comportamento espacial da tuberculose, os dados das

planilhas EXCEL foram agrupados por unidades de saúde e/ou bairros e calculadas

as medianas. Para a espacialização das PT positivas, consideraram-se as variáveis:

sexo, faixa etária, escolaridade, renda familiar, tempo de trabalho no setor saúde,

morbidades, uso da máscara N95 e acidente de trabalho e foi gerada uma matriz de

informação, na sequência, calculou-se o cruzamento entre as variáveis por meio da

matriz de correlação.

A partir das correlações, retornou-se a matriz de informação e calcularam-se

as medidas de posição, escolhendo como elemento de interesse também a

mediana, pois esta fornece elementos abaixo e acima dela. Assim sendo, atribuiu-se

o valor zero (0) para aqueles acima da mediana e um (1) para valores abaixo da

mediana. Desta forma, considerou-se o nível zero (0) maior probabilidade de

ocorrência da TB ou positividade à PT, e o nível um (1) menor probabilidade para o

corte desejado. Na sequência identificaram-se as coordenadas geográficas de cada

unidade de saúde, atribuindo-se um centroide para cada uma.

No passo seguinte, utilizou-se o Software SULFER 9 importando-se a tabela

de matriz binária 0/1 com as coordenadas geográficas, interpolando-se os dados,

gerando a grade de interpolação. A partir da grade de interpolação atribuíram-se

cromos de amarelo para vermelho, onde o valor um (baixo risco) seria a cor amarela,

e o valor zero (alto risco) seria a cor vermelha.

Desta forma, gerou-se uma imagem georreferenciada que foi exportada para

o Software Global Mapper 13, onde se combinou com o perímetro urbano do

município de Porto Velho, a grade poligonal das unidades de saúde e/ou bairros e a

variável escolhida, gerando-se um produto matricial identificando-se setores com

baixa, média e alta probabilidade de ocorrência de TB e PT positivas.

Por fim, gerou-se o mapa contendo coordenadas geográficas, legendas,

escala geográfica, orientação e fonte dos dados.

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63

3. RESULTADOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À TUBERCULOSE

3.1.1 Serviços de Atenção Primária de Saúde

A atenção primária de saúde (APS) de Porto Velho tem como característica

um modelo assistencial em transição, com quatro unidades funcionando como

centros de saúde tradicionais (CS), e as demais atuam por meio da estratégia saúde

da família (ESF). As unidades José Adelino, Hamilton Gondim, Manoel Amorim de

Matos, e Ana Adelaide atuam também com pronto atendimento (PA). Dentre os PA,

3 (três) funcionam concomitantemente com ESF.

As unidades de saúde e bairros de abrangências estão distribuídas em quatro

regiões geográficas da cidade, a saber: região 1, região 2, região 3 e região 4

(Figura 9 e Quadro 1).

A região 1 está situada na zona Leste da cidade e conta com 8 (oito) USF

para cobertura assistencial à população residente em 29 bairros do entorno. As USF

são: Aponiã, Agenor de Carvalho, Ernandes Índio, Socialista, Mariana, Pedacinho de

Chão, Policlínica Dr. José Adelino da Silva, e Policlínica Hamilton Gondim. Nesta

região também está localizada a referência terciária para TB.

A região 2 situa-se na zona Norte, nela inserem-se as USF Maurício Bustani,

São Sebastião, Ronaldo Aragão (na época do estudo estava desativada para

reforma) e Policlínica Dra. Ana Adelaide. A assistência prestada por tais unidades

abrange a população de 10 bairros circunvizinhos. Nesta região também encontra-se

localizado o LACEN.

A região 3 está situada na zona Oeste, conta com 4 (quatro) unidades de

saúde para assistência a população de 18 bairros adjacentes. As USF são Osvaldo

Piana, Nova Floresta, Santo Antônio e Policlínica Rafael Vaz e Silva (Referência

secundária para TB).

A região 4 situa-se na zona Sul, conta com as USF Renato Medeiros,

Caladinho, Areal da Floresta e Policlínica Manoel Amorim de Matos. A cobertura

assistencial abrange 9 (nove) bairros.

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64

Figura 9 - Distribuição dos Bairros de Porto Velho - RO, por Regiões, de Acordo com a SEMUSA de Porto Velho – RO, Ano 2010.

À exceção de 3 (três) unidades construídas, reformadas e/ou ampliadas

recentemente, todo o restante necessita de readequação na estrutura física para

atender aos requisitos da legislação no que tange as edificações de serviços de

saúde, em particular, as normas de biossegurança de acordo com a Resolução 050

da ANVISA (Brasil, 1983; ANVISA, 2002).

Na arquitetura das unidades em geral predomina o modelo de atenção

ambulatorial com consultórios de atendimentos médicos/enfermagem/odontologia,

serviço de arquivo médico e estatística (SAME), sala administrativa e secretaria,

farmácia, sala de vacinação, sala de medicação compartilhada com curativos/

esterilização/nebulizações, copa, sanitários para funcionários e usuários. Espaços

para ações de prevenção e promoção à saúde foram observados nas unidades

Hamilton Gondim e Aponiã, localizadas na região 1.

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Quadro 1 - Distribuição das Unidades de Saúde e seus Bairros de Abrangências por regiões em Porto Velho em 2010.

Reg

ião

1

UNIDADE DE SAÚDE BAIRROS ABRANGIDOS

Pedacinho de Chão Embratel, Industrial e Flodoaldo Pontes Pinto

Aponiã Rio Guajará, Crato, Ouro Preto e União da Vitória

Agenor de Carvalho Nova Porto Velho, Agenor de Carvalho, Lagoa e Lagoinha

Ernandes Índio Escola de Polícia, Igarapé, Cuniã, Planalto, Teixeirão

Hamilton Gondim Tancredo Neves, J.K, Tiradentes, Três Marias

Socialista Socialista, Jardim Santana

Mariana Ayrton Sena, Mariana, São Francisco, Flamboyant

José Adelino Ulisses Guimarães, Marcos Freire, Ronaldo Aragão

Reg

ião

2

Maurício Bustani Liberdade, São João Bosco, São Cristovão

Ana Adelaide Pedrinhas, Olaria, Panair e Arigolândia

São Sebastião São Sebastião I e II

Ronaldo Aragão Nacional

Reg

ião

3

Rafael Vaz e Silva Km 1, Nossa Sra. das Graças, Mato Grosso, Roque, Santa Bárbara, Mucambo

Oswaldo Piana Areal, Tucumanzal, Tupi, Baixa União, Caiari, Centro

Santo Antônio Triângulo, Candelária, Vila de Santo Antônio

Nova Floresta Areia Branca, Eletronorte, Nova Floresta

Reg

ião

4

Renato Medeiros Cidade do Lobo, Conceição, Cidade Nova e Novo Horizonte

Caladinho Caladinho, Cohab I

Manoel Amorim de Matos Cohab II, Eldorado

Areal da Floresta Floresta

Fonte: SEMUSA/Porto Velho – RO

A espera dos pacientes nas unidades ocorre em corredores pouco ventilados

e com baixa iluminação natural, a exceção da USF Pedacinho de Chão, Osvaldo

Piana, Nova Floresta, Santo Antônio e Aponiã que possuem área de espera ampla e

arejada. Nos consultórios e demais salas de atendimentos da rede, a opção dos

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profissionais é pelo uso de ar refrigerado (aparelhos de janelas) com as salas o

tempo todo fechadas.

A unidade Rafael Vaz e Silva, funciona como referência secundária, possui

uma sala exclusiva para atendimento em TB, com aeração natural. No entanto, a

espera dos usuários ocorre em um corredor estreito com baixa ventilação e sem

iluminação natural, compartilhada por todos os usuários que buscam atendimentos

nas diversas especialidades. Ressalte-se que esta unidade funciona como

referência municipal para o atendimento em DST/HIV/AIDS.

Os serviços não dispõem de normas próprias de biossegurança para

prevenção e controle de TB. É comum a utilização de máscaras cirúrgicas pelos

profissionais, sendo que o uso da máscara N95 foi mencionado por alguns

profissionais das unidades Rafael Vaz e Silva, Cemetron, LACEN e laboratório da

USF Pedacinho de Chão.

O município possui na zona urbana 15 laboratórios para exames de rotina. A

rede laboratorial tem dificuldade operacional, tendo em vista a inexistência de

modernização tecnológica e falta de manutenção dos equipamentos existentes,

aliados a dificuldade de manutenção de insumos necessários.

Pelas razões expostas, à exceção da referência secundária, as baciloscopias

pulmonares são realizadas na USF Pedacinho de Chão (Região I). Os espécimes

são recebidos pela manhã nas unidades, exceto na USF Santo Antônio que

encaminha os usuários para a unidade Rafael Vaz e Silva. Em nenhum serviço há

recinto próprio para coleta de escarro, nem refrigeradores para que as amostras

possam ser conservadas por mais tempo e/ou recebidas em turnos diferentes.

O transporte dos espécimes para o laboratório é feito diariamente por um

profissional designado para esse fim. O prazo para entrega dos resultados das

baciloscopias aos usuários varia de acordo com a unidade de saúde, em geral, ficam

disponíveis em prazos indo de 24 horas até 15 ou 20 dias, segundo as informações

colhidas nos locais.

As unidades em que disseram entregar os resultados das baciloscopias

pulmonares em até 72 horas foram: Aponiã, Socialista, José Adelino, Pedacinho de

Chão, Osvaldo Piana, Rafael Vaz e Silva. As culturas são realizadas no LACEN com

resultados emitidos em torno de 45 dias.

No ano de 2010, a oferta de teste para diagnóstico de HIV aos usuários com

tuberculose, correspondeu a 18,7% e a cultura 22,9%. Nem todos os serviços

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realizaram a baciloscopia em duas amostras para diagnóstico, nem as de controle,

conforme recomenda o PNCT.

As unidades de saúde não desenvolvem estratégias de busca ativa dos

sintomáticos respiratórios, ficando o seu papel restrito ao exame na demanda

espontânea. O percentual de exame dos contatos no período de estudo foi de

35,9%, sendo o recomendado pelo MS, no mínimo, 60%.

Observou-se a falta de uso adequado dos instrumentos padronizados de

registro em todas as unidades com atendimento em TB, como livro de laboratório,

livro de sintomático respiratório, livro de registro de acompanhamento, ficha de

tratamento diretamente observado, registro de contatos e de tratamento da infecção

latente da tuberculose.

O tratamento diretamente observado estava implantado em 30% das

unidades, no entanto, o PNCT/MS recomenda expandi-lo para, pelo menos, 80%

dos usuários de TB com, no mínimo, três supervisões semanais.

As ações educativas em tuberculose dirigidas à comunidade foram

observadas na forma de cartazes afixados as paredes, e estavam presentes em 11

unidades: Aponiã, Ernandes Índio, Hamilton Gondim, Socialista, Mariana, José

Adelino, Nova Floresta, Osvado Piana, Santo Antônio, Rafael Vaz e Silva, Renato

Medeiros. No que diz respeito aos profissionais, estes mencionaram a falta de

capacitação continuada sobre prevenção dos riscos de TB e outras ações

educativas em serviço com ênfase em planejamento, programação e registros como

forma de melhorar os indicadores locais de saúde, bem como o monitoramento e

avaliação do programa.

Na maioria das unidades adotam-se a limpeza básica diária do piso com

retirada do lixo. Observaram-se também falta de sabão líquido e papel toalha, assim

como torneiras inadequadas nos lavatórios para a lavagem correta das mãos.

Embora seja simples este procedimento é de suma importância quando realizado de

forma adequada, o que faz diminuir a quantidade de microorganismos.

3.1.2 Unidade Terciária

A unidade de referência terciária situa-se na região 1 da cidade, a margem da

BR 364, funciona ininterruptamente durante 24 horas, possui 86 leitos para

internação. Presta assistência à população em regime ambulatorial, internação e

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serviços auxiliares de diagnose. No ano de 2010 o ambulatório desta unidade

notificou 103 casos novos de TB (Tabela 1) e no setor de internação foram admitidos

198 usuários com a doença.

O ambulatório presta assistência às pessoas com doenças

infectocontagiosas, conta com um PCT para atender usuários com TB

multirresistente, com intolerância medicamentosa grave e comorbidades como

HIV/AIDS, alcoolismo, diabetes, hepatopatias, entre outras situações graves

encaminhadas pela rede de APS para avaliação e conduta.

Os usuários aguardam o atendimento em um corredor pouco ventilado, com

baixa iluminação natural, ou em sala de observação, medindo 3,35 x 4,00 metros,

com baixa ventilação. Os usuários em fase infectante e/ou multirresistentes durante

o tempo que permanecem na unidade recebem máscaras cirúrgicas e máscaras

N95, respectivamente.

O PCT dispõe de um consultório de 2,25 x 4,00 metros, com janela, tipo

basculante, próxima ao teto, proporcionando baixas condições de ventilação ao

ambiente. Neste local, por não existir o recurso da pressão negativa, os profissionais

improvisam utilizando ventiladores de coluna para direcionar o ar para o meio

externo. O serviço conta com uma sala para as atividades administrativas nas

mesmas condições de aeração e iluminação citadas. O serviço não tem um local

específico para coleta de escarro. O laboratório local, entre outros exames, realiza a

baciloscopia pulmonar e emite resultado entre 12 e 24 horas.

Na parte de internações, o hospital dispõe de uma ala de isolamento com 12

leitos, distribuídos em 12 quartos, com equipamentos para pressão negativa ora

desativados, pois o sistema apresentou defeito logo que foi instalado e por não

haver recebido a manutenção prevista, encontra-se até então, sem funcionamento.

Os ambientes também não possuem exaustores de ar.

O serviço dispõe de máscaras N95, máscaras cirúrgicas, aventais

descartáveis e luvas em quantidades suficientes para utilização na assistência.

Existe rotina de limpeza concorrente e terminal em todos os setores assistenciais,

realizadas por uma empresa terceirizada; não faltam sabão líquido e papel toalha

para higiene das mãos dos profissionais, no entanto, as torneiras das pias não são

apropriadas para efetuar o procedimento corretamente.

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69

3.1.3 Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN)

O LACEN é vinculado a SESAU/RO, foi fundado em 1977 e reestruturado em

suas instalações físicas e equipamentos no ano de 2002. É referência estadual e

responsável pela coordenação da rede de laboratórios públicos, privados e

conveniados. Trabalha em parceria com a vigilância epidemiológica, sanitária e

ambiental, com o objetivo de atender as demandas derivadas de doenças

infectocontagiosas e eventos sentinelas por meio do diagnóstico laboratorial de

média e alta complexidade. Sendo de sua competência o controle externo da

qualidade desses exames.

O laboratório de tuberculose não dispõe de sala de colheita, pois o serviço

recebe os materiais colhidos pelas unidades da rede de APS e demais serviços.

Existe uma sala para recepção dos materiais que tão logo são transportados para a

sala de processamento. Esta sala possui barreira física nível três de biossegurança

e cabine de proteção microbiológica classe II tipo B2.

Quando manipulam e processam as amostras, os profissionais usam aventais

sapatos fechados, gorro, luvas cirúrgicas, máscaras N95 e óculos protetores. Os

materiais de descarte produzidos pela manipulação são autoclavados e embalados

em sacos com sinal de material contaminado.

No ano de 2010 foram realizadas 974 baciloscopias, das quais 119 (12,2%)

tiveram resultados positivos. Foram realizadas 697 culturas, sendo 126 (18,1%)

positivas. Destas, 104 (82,5%) foram positivas para M. tuberculosis e 22 (17,4%)

positivas para micobactérias não tuberculosas (Brasil, 2010).

3.2 TUBERCULOSE NA ÁREA URBANA DE PORTO VELHO EM 2010

3.2.1 Incidência de TB Ativa na População

No SINAN da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho, no ano de 2010,

foram registrados 291 casos novos de TB ativa na população urbana de Porto Velho,

representando um coeficiente de incidência de 74,47/100.000 habitantes. Foram 54

casos na região I, 103 na unidade de referência terciária, 11 na região II, 114 na

região III, e 9 na região IV (Tabela 1 e Figura 10).

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Com TB pulmonar foram encontrados 84,4% e TB extrapulmonar, 15,6%. As

comorbidades informadas foram TB/alcoolismo com 9,3%, TB/HIV 8,9%,

TB/diabetes 5,4%, TB/doença mental 2,9%, TB multirresistente 0,5%.

Tabela 1 - Notificações epidemiológicas de casos novos de TB na população geral, registradas no Sinan, segundo unidades de atenção à tuberculose por regiões de Porto Velho – RO em 2010.

NOTIFICAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS DE TUBERCULOSE/2010

Região/US Número

Região I 157

Aponiã 3

Agenor de carvalho 4

Ernandes Índio 11

Hamilton Gondim 5

Socialista 13

Mariana 6

José Adelino 6

Pedacinho de Chão 6

Cemetron (Referência Terciária) 103

Região II 11

Maurício Bustani 4

Ana Adelaide 2

São Sebastião 5

Região III 114

Rafael Vaz e Silva (Referencia Secundária) 102

Santo Antônio -

Osvaldo Piana 5

Nova Floresta 7

Região IV 9

Renato Medeiros 3

Caladinho 5

Manoel Amorim de Matos 1

Areal da Floresta -

Total 291

Fonte: SINAN/SEMUSA/ Porto Velho - RO.

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71

Figura 10 – Distribuição das Notificações de Tuberculose por Unidades de Saúde com da Área Urbana de Porto Velho – RO.

Dentre os bairros do perímetro urbano de Porto Velho, 15/68 (22,0%) foram

considerados com alta tendência de risco para TB na população, dentre os quais, 6

estão localizados na região I. Os demais estão distribuídos nas demais regiões. Com

média tendência foram identificados 23/68 (34,0%) bairros; Com baixa tendência

30/68 (44,0%) bairros (Figura 11).

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72

Figura 11 – Distribuição do Risco de Tuberculose notificada na População de Porto Velho – RO.

3.2.2 Tuberculose nos Profissionais de Saúde

Dentre as 291 notificações de tuberculose registradas no SINAN no ano de

2010, 8 (oito) eram de profissionais de saúde. Desta forma, a proporção de

profissionais com TB no período foi de 2,7%.

Conforme a Tabela 2, as atividades dos profissionais que adoeceram eram

exercidas pela equipe de enfermagem 3/8 (37,5%), técnico de laboratório 2/8 (25%),

médico 1/8 (12,5%), auxiliar de serviços gerais 1/8 (12,5%), técnico administrativo

1/8 (12,5%).

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73

Tabela 2 - Distribuição segundo as atividades de trabalho dos profissionais de saúde acometidos por TB, na área urbana de Porto Velho – RO em 2010.

Atividade profissional Número Percentual

Profissionais de enfermagem 3 37,5

Técnicos de laboratório 2 25,0

Médico 1 12,5

Auxiliar de serviços gerais 1 12,5

Assistente administrativo 1 12,5

Total 8 100,0

Fonte: SINAN/SEMUSA/Porto Velho - RO, em 2010.

De acordo com o encontrado, 5/8 (62,5%) profissionais tinham vínculo

empregatício com hospital e atenção primária de saúde, 2/8 (25,0%) trabalhavam

somente na atenção primária, e em 1/8 (12,5%) dos casos não foi possível obter

informação sobre seu local de trabalho por falta de anotações (Tabela 3).

Tabela 3 - Distribuição dos locais de trabalho dos profissionais de Saúde acometidos por TB na área urbana de Porto Velho/RO em 2010.

Unidades de Saúde Nº %

Hospital e atenção primária de saúde 5 62,5

Atenção primária de saúde 2 25,0

Sem informações 1 12,5

Total 8 100,0

Fonte: SEMUSA/Porto Velho – RO

A figura 12 mostra a distribuição dos profissionais com tuberculose por bairros

de domicílio. Os bairros com alta tendência de risco da doença foram 2/68 (2,9%):

Tancredo Neves e Três Marias, ambos na região 1.

Com média tendência de risco de TB foram encontrados 6/68 bairros (8,8%),

3 (três) destes bairros estão localizados na região 1, os demais em diferentes

regiões; Com baixa tendência de risco, 60/68 (88,2%) bairros.

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Figura 12 – Distribuição do Risco de Tuberculose Notificada nos Profissionais de Saúde de Porto Velho – RO, Ano 2010.

Conforme a Tabela 4, dentre os profissionais que ficaram doentes 6/8 (75,0%)

eram do sexo feminino e 2/8 (25,0%) do sexo masculino. A distribuição de idades

mostra que os doentes tinham entre 26 e 60 anos. Quanto à escolaridade, 2/8

(25,0%) tinham cursado o ensino fundamental, 4/8 (50,0%) tinham o ensino médio e

2/8 (25,0%) haviam cursado o ensino superior.

TB pulmonar foi a forma clínica prevalente da doença, compreendendo 6/8

(75,0%) casos. Os métodos utilizados para o diagnóstico foram baciloscopia,

solicitada em 7/8 profissionais, radiografia de tórax em 7/8 (87,5%), e cultura em 1/8

(12,5%). A baciloscopia de escarro foi positiva em 1/8 (12,5%), raios X com imagens

sugestivas de TB em 7/8 (87,5%), e a cultura foi negativa para M. tuberculosis. A

prova tuberculínica foi realizada em todos (100,0%), 7/8 (87,5%) com resultado

acima de 10 mm e uma negativa (14,3%).

Quanto ao tratamento, 4/8 (50,0%) receberam esquema I que corresponde

atualmente ao tratamento com esquema padrão, 3/8 (37,5) receberam esquema

reforçado com o medicamento etambutol e 1/8 (12,5%) recebeu esquema reforçado

com etionamida. O desfecho do tratamento foi favorável para todos.

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Tabela 4 – Caracterização dos profissionais de saúde notificados com TB na área urbana de Porto Velho – RO em 2010.

Caracterização Número Percentual

Profissionais com TB 8 100,0

Sexo

Feminino 6 75,0

Masculino 2 25,0

Faixa etária

26 a 33 anos 1 12,5

34 a 41 anos 1 12,5

42 a 49 anos - -

50 a 57 anos 3 37,5

58 a 65 anos 3 37,5

Escolaridade

Ensino fundamental 2 25,0

Ensino médio 4 50,0

Ensino superior 2 25,0

Forma clínica

TB Pulmonar 6 75,0

TB Extrapulmonar 2 25,0

Exames para diagnóstico

Baciloscopia 7 87,5

Positiva 1 12,5

Negativa 6 75,0

Cultura 1 12,5

Rx de tórax 7 87,5

Prova tuberculínica

Positiva 7 87,0

Negativa

Situação de alta

Favorável

1

8

12,5

100,0

Fonte: SINAN/SEMUSA/Porto Velho – RO

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3.2.3 Positividade da Prova Tuberculínica nos Profissionais de Saúde e Potenciais de Vulnerabilidades ao Agravo

O inquérito de PT revelou positividade em 162/348 (46,6%). Dentre 186/348

(53,4%) profissionais com PT negativas, 71/186 (38,2%) repetiram o teste, obtendo-

se taxa de efeito booster, 36,6% (26/71). Em dois tempos a prevalência de

positividade da PT foi de 54,0% (188/348).

Conforme a Tabela 5, as atividades desenvolvidas pelos profissionais eram

de técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, 45/188 (23,9%), assistentes

administrativos 32/188 (17,2%), trabalhadores de laboratório/RX 30/188 (15,4%),

enfermeiros 27/188 (14,4), ACS 24/188 (12,8%), serviço de limpeza e manutenção

10/188 (5,3%), médicos 10/188 (5,3%), odontologia 7/188 (3,7%), outras atividades

3/188 (1,6%). Quando associada à atividade profissional e PT observou-se diferença

estatisticamente significante para os enfermeiros (2 = 4,30 e p(valor) = 0,03) e ACS

(2 = 8,78 e p(valor) = 0,03).

Tabela 5 - Distribuição segundo as atividades dos profissionais de saúde da área urbana de Porto Velho – RO, participantes do inquérito de PT em 2010.

Área de atuação PT positiva PT negativa

Nº % Nº % 2 P(valor)

Participantes 188 100,0 160 100,0

T/A de Enfermagem* 45 23,9 29 18,1 1 -

Administrativos** 32 17,0 20 12,5 0,07 0,93

Diagnóstico*** 30 15,6 24 15,0 0,39 0,53

Enfermeiros 27 14,4 8 5,0 4,30 0,03

ACS 24 12,8 29 18,1 8,78 0,03

Limpeza e manutenção 10 5,3 20 12,5 1,13 0,29

Médicos 10 5,3 20 18,5 0,00 1,00

Odontologia**** 7 3,7 8 5,0 0,76 0,59

Outros 3 1,6 2 1,3 - -

Fonte: Dados retirados do inquérito de PT realizado para esta pesquisa.

*Técnico ou Auxiliar de enfermagem; **Consideram-se neste estudo como Administrativos os assistentes administrativos, auxiliares de serviços de saúde, agentes de portaria, vigilantes e atendentes de farmácia; ***Técnico de laboratório, bioquímico, biomédico, técnico de raios x; ****Odontólogo, auxiliar de consultório de dentista/técnico de higiene dental; *****Assistente social, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista.

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Com relação aos profissionais com PT positivas por unidades de saúde da

Região 1, 64/135 (34,0%) trabalhavam nas unidades: Aponiã, Agenor de Carvalho,

Ernandes Índio, Hamilton Gondim, Socialista, Mariana, José Adelino e Pedacinho de

Chão; Região 2, 20/39 (10,6%) trabalhavam nas unidades: Maurício Bustani, Ana

Adelaide, São Sebastião; Região 3, 18/43 (9,6%) trabalhavam nas unidades: Rafael

Vaz e Silva, Osvaldo Piana, Santo Antônio, Nova Floresta; Região 4, 26/50 (13,8%)

trabalhavam nas unidades: Renato Medeiros, Caladinho, Manoel Amorim de Matos,

Areal da Floresta; 54/70 (28,7%) trabalhavam na unidade terciária, situada na

Região 1 e 6/11 (3,2%) trabalhavam no LACEN que está localizado na Região 2

(Tabela 6).

Tabela 6 - Distribuição do número de profissionais examinados e com PT positivas, segundo unidades de saúde de atenção a TB, por regiões de Porto Velho – RO em 2010.

Unidades de Saúde (US)/Região Examinados PT positiva

Número Número %

US/ Região 1 135 64 47,4

Aponiã 10 4 40,0

Agenor de carvalho 10 4 40,0

Ernandes Índio 14 4 28,6

Hamilton Gondim 47 20 42,6

Socialista 14 5 35,7

Mariana 11 7 63,6

José Adelino 19 15 78,9

Pedacinho de Chão 10 5 50,0

US/Região 2 39 20 51,3

Maurício Bustani 6 3 50,0

Ana Adelaide 22 11 50,0

São Sebastião 11 6 54,6

US/Região 3 43 18 41,9

Rafael Vaz e Silva 19 8 42,1

Osvaldo Piana 12 4 33,3

Santo Antônio 4 2 50,0

Nova Floresta 8 4 50,0

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Tabela 6 - Distribuição do número de profissionais examinados e com PT positivas, segundo unidades de saúde de atenção a TB, por regiões de Porto Velho – RO em 2010.(Continuação)

Unidades de Saúde (US)/Região

Examinados PT positiva

Número Número %

US/Região 4 50 26 52,0

Renato Medeiros 11 5 45,4

Caladinho 11 7 63,6

Manoel Amorim de Matos 26 13 50,0

Areal da Floresta 2 1 50,0

US Estaduais 81 60 74,1

Unidade Terciária 70 54 77,1

LACEN 11 6 54,6

Fonte: Dados retirados do inquérito de PT realizado para esta pesquisa.

Como se observa na Figura 13, de acordo com os locais de residências dos

profissionais com PT positivas, foram identificados 12/68 (17,6%) bairros com alta

tendência de risco de PT positivas; Com média tendência de risco 11/68 (16,2%)

bairros e com baixa tendência de risco 45/68 (66,2%) bairros.

Figura 13 – Distribuição do Risco de PT Positivas para os Profissionais de Saúde, Por Bairro de Domicílio.

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Quando analisada as PT positivas por unidades de saúde, observou-se alta

tendência de risco do agravo em 10/21 (47,6%) unidades: Ana Adelaide, Caladinho,

Cemetron, Hamilton Gondim, José Adelino, Manoel Amorim de Matos, Mariana,

Rafael Vaz e Silva, São Sebastião e Socialista; com média tendência 2/21 (9,5%)

unidades: Pedacinho de Chão e LACEN; com baixa tendência 9/21 (42,9%)

unidades: Agenor de Carvalho, Areal da Floresta, Aponiã, Ernandes Índio, Maurício

Bustani, Nova Floresta, Osvaldo Piana, Renato Medeiros e Santo Antônio (Figura

14).

Figura 14 – Distribuição do Risco de PT Positivas para os Profissionais de Saúde por Unidades de Saúde com Atendimento em TB.

De acordo com a tabela 7, havia 140/188 profissionais (74,5%) do sexo

feminino e 48/188 (25,5%) do sexo masculino, sem variação estatisticamente

significante (2 = 0,17 e p(valor) = 0,68). As maiores frequências foram encontradas

nas faixas etárias de 26 a 33 anos, 48/188 (25,5%), 34 a 41 anos, 46/188 (24,5%),

42 a 49 anos, 49/188 (26,1%), 50 a 57 anos, 30/188 (16,0%). Houve diferença

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estatisticamente significante na faixa etária de 42 a 49 anos (2 = 10,7 e p(valor) =

0,01).

O grau de escolaridade mais frequente entre os profissionais foi o de ensino

médio com 96/188 (51,0%), na sequência o ensino superior, 64/188 (34,0%) e

ensino fundamental, 28/188 (14,9%), sem diferença estatisticamente significante.

O rendimento familiar auferido pelos profissionais de 2 a 4 salários mínimos

(SM) foi o que predominou com 104/188 (55,3%) seguido das faixas de 5 a 9 SM,

32/188 (17,0%), 1 SM, 29/188 (15,4%) e 10 ou mais SM, 23/188 (12,2%). Houve

diferença estatisticamente significante na faixa de renda de 2 a 4 SM (2 = 4,56 e

p(valor) = 0,03), nas demais faixas salariais não houve diferenças estatisticamente

significantes.

Tabela 7 - Distribuição segundo as variáveis sociodemográficas dos profissionais de saúde da área urbana de Porto Velho – RO, participantes do inquérito de PT (2010).

Características

PT positiva

PT negativa

Nº % Nº % 2 P(valor)

Participantes 188 100,0 160 100,0 - -

Sexo

Feminino 140 74,5 116 72,5 1,00 -

Masculino 48 25,5 44 27,5 0,17 0,68

Faixa etária

18 a 25 anos 11 5,9 11 6,9 1,00 -

26 a 33 anos 48 25,5 58 36,2 0,16 0,69

34 a 41 anos 46 24,5 51 31,9 0,09 0,76

42 a 49 anos 49 26,1 18 11,3 10,7 0,01

50 a 57 anos 30 16,0 18 11,3 1,47 0,23

58 a 65 anos 3 1,6 4 2,5 0,99 0,56

66 > 1 0,5 - - - -

Escolaridade

Ensino fundamental 28 14,9 28 17,5 1,00 -

Ensino médio 96 51,1 77 48,1 0,51 0,47

Ensino superior 64 34,0 55 34,4 0,08 0,77

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Tabela 7 - Distribuição segundo as variáveis sociodemográficas dos profissionais de saúde da área urbana de Porto Velho – RO, participantes do inquérito de PT (2010). (Continuação)

Características

PT positiva

PT negativa

Nº % Nº % 2 P(valor)

Renda familiar 1 SM* 29 15,4 35 21,9 1,00 -

2 a 4 SM 104 55,3 67 41,9 4,56 0,03

5 a 9 SM 32 17,0 31 19,4 1,90 0,17

10 SM 23 12,2 27 16,9 0,26 0,61

Fonte: Dados retirados do inquérito de PT realizado para esta pesquisa. *Salário Mínimo

Conforme a tabela 8, na variável tempo de trabalho foram encontrados 35/188

(18,6%) profissionais com PT positivas com até 3 anos de serviço na área de saúde,

e acima de 3 anos, 153/188 (81,4%) com diferença estatisticamente significante (2 =

8,3 e p(valor) = 0,00).

Com relação à vacina BCG, 4/188 (2,1%) profissionais com PT positivas

tinham sido vacinados há menos de 2 anos, 165/188 (87,8%) tinham histórico

vacinal superior a 2 anos e 19/188 (10,1%) não eram vacinados. A cicatriz vacinal

estava presente em 167/188 (88,8%), sem diferenças significativas.

Com relato de morbidades, 35/188 (18,6%) profissionais apresentaram PT

positivas e 25/160, PT negativas (2 = 0,54 e p(valor) = 0,46). Dentre as morbidades

relatadas destacaram-se: hipertensão arterial sistêmica com 14/35 (40,0%)

ocorrências, diabetes mellitus 5/35 (14,3%), alergia e uso de corticoides 4/35

(11,4%), hipotireoidismo 3/35 (8,6%), bronquite 3/35 (8,6%), hepatopatia 2/35

(5,7%), câncer de tireoide 1/35 (2,9%), HIV 1/35 (2,9%), hepatite B 1/35 (2,9%).

Fumantes com PT positivas foram encontrados 7/188 (3,7%).

Quanto à proteção respiratória durante o trabalho, 24/188 (12,8%)

profissionais referiram o uso de máscara N95, 91/188 (48,4%) disseram usar

máscara cirúrgica (2 = 2,56, e p(valor) = 0,11) e 73/188 (38,8%) não usavam

proteção respiratória (2 = 0,31 e p(valor) = 0,58).

Houve 51/188 (27,1%) relatos de acidentes de trabalho pelos profissionais

com PT positivas e 29/160 por aqueles com PT negativas, com diferença

estatisticamente significante (2 = 3,96 e p(valor) = 0,05). Destes, 17/80 (21,3%)

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fizeram a comunicação do acidente de trabalho (CAT) à chefia imediata. As

situações que culminaram com os acidentes foram advindas do contato com

materiais biológicos e fluidos corpóreos de pacientes com TB, 8/51 (15,7%), contato

de pele e mucosas com imunobiológicos quando aplicavam vacina BCG ou PT, 6/51

(11,8%) (2 = 0,16 e p(valor) = 0,93), contato com aerossóis, 37/51 (72,5%) quando

realizavam nebulizações, manejo do coletor de escarro para preparo das lâminas, ou

ainda, aspiração traqueobrônquica de doentes (2 = 0,54 e p(valor) = 0,74).

Tabela 8 - Distribuição das características epidemiológicas dos profissionais de saúde da área urbana de Porto Velho – RO, participantes do inquérito de PT (2010).

Variáveis PT positiva PT negativa

N % N % 2 P(valor)

Participantes 188 100,0 160 100,0 - -

Tempo de trabalho

Até 3 anos 35 18,6 42 26,3 1 -

Acima de 3 anos 153 81,4 118 73,7 38,3 0,00

Vacina BCG

Menos de 2 anos 4 2,1 3 1,9 1 -

Mais de 2 anos 165 87,8 146 91,3 0,05 0,87

Não vacinado 19 10,1 11 6,9 1,16 0,38

Cicatriz vacinal 167 88,8 133 83,1 - -

Morbidades 35 18,6 25 15,6 0,54 0,46

Fumante 7 3,7 11 6,9 1,75 0,28

Proteção respiratória

Máscara N95 24 12,8 11 6,9 1 -

Máscara cirúrgica 91 48,4 78 48,7 2,56 0,11

Nenhuma 73 38,8 71 44,4 0,31 0,58

Acidente de trabalho 51 27,1 29 18,1 3,96 0,05

Situação de risco

Secreção 8 15,7 4 13,8 1 -

Imunobiológicos 6 11,8 2 6,9 0,16 0,92

Aerossóis 37 72,5 23 79,3 0,54 0,74

Comunicação do Acidente 10 19,6 7 24,1 - -

Fonte: Dados utilizados do inquérito de PT realizado para esta pesquisa.

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Como se observa na Figura 15 foi alta a tendência de risco de PT positiva nos

profissionais com maior tempo de trabalho em 4/21 (19,0%) unidades de saúde,

sendo elas: Caladinho, Rafael Vaz e Silva, Lacen e Pedacinho de Chão;

independente do tempo de trabalho foi alta a tendência em 3/21 (14,3%): Referência

Terciária, Hamilton Gondim (Serviço de Urgência) e São Sebastião.

Média tendência de risco de PT positiva foi observada nos profissionais de

4/21 (19,0%) unidades: José Adelino, Agenor de Carvalho, Maurício Bustani e

Mariana; e com baixa tendência de risco em 10/21 (47,6%): Manoel Amorim de

Matos, Areal da Floresta, Renato Medeiros, Ana Adelaide, Osvaldo Piana,

Pedacinho de Chão, Aponiã, Mariana, Socialista e Ernandes Índio.

Figura 15 – Distribuição do Risco de PT Positiva para os Profissionais de Saúde com Maior Tempo de Trabalho no Setor de Saúde.

De acordo com a figura 16, foram encontradas 2/21 (9,5%) unidades de

saúde com alta tendência de positividade à PT nos profissionais com histórico de

morbidades, as unidades foram LACEN e Ana Adelaide, no entanto, independente

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de morbidade foi alta a tendência de risco 5/21 (23,8%) nas unidades: Hamilton

Gondim, Referência Terciária, Manoel Amorim de Matos, Rafael Vaz e Silva e São

Sebastião.

A média tendência de risco foi observada em 5/21 (23,8%) unidades: José

Adelino, Socialista, Agenor de Carvalho, Caladinho e Maurício Bustani; e com baixa

tendência em 9/21 (42,9%) unidades: Mariana, Socialista, Aponiã, Pedacinho de

Chão, Osvaldo Piana, Areal da Floresta, Nova Floresta, Renato Medeiros e Santo

Antônio.

Figura 16 – Distribuição do Risco de PT Positivas para os Profissionais de Saúde, com Histórico de Morbidades.

Ao ser analisada a PT associada ao uso de máscara N95 de acordo com a

unidade de saúde, observou-se alta tendência de risco de PT positivas nos

profissionais de 5/21 (23,8%) unidades: José Adelino, Hamilton Gondim, Referência

Terciária, LACEN e Caladinho.

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Com média tendência de risco em 5/21 (23,8%) unidades: Mariana, Socialista,

São Sebastião, Rafael Vaz e Silva e Santo Antônio; com baixa tendência em 11/21

(52,4%) unidades: Ernandes Índio, Aponiã, Pedacinho de Chão, Maurício Bustani,

Ana Adelaide, Osvaldo Piana, Nova Floresta, Renato Medeiros, Agenor de Carvalho,

Manoel Amorim de Matos e Areal da Floresta (Figura 17).

Figura 17 – Distribuição do Risco de PT Positivas para os profissionais de Saúde, de Acordo com o Uso da Máscara N95.

Quando analisados os profissionais com PT positivas, expostos aos acidentes

de trabalho nas unidades de saúde (Figura 18), observou-se alta tendência de risco

em 5/21 (23,8%) unidades: José Adelino, Ernandes Índio, Referência Terciária,

LACEN e Manoel Amorim de Mato.

Com média tendência 3/21 (14,3%) unidades: Socialista, Hamilton Gondim e

Ana Adelaide; e com baixa tendência, 13/21 (61,9) unidades, sendo: Mariana,

Aponiã, São Sebastião, Maurício Bustani, Pedacinho de Chão, Rafael Vaz e Silva,

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Agenor de Carvalho, Osvaldo Piana, Areal da Floresta, Nova Floresta, Caladinho,

Renato Medeiros e Santo Antônio.

Figura 18 – Distribuição do Risco de PT Positivas para os Profissionais de Saúde, com Acidentes de Trabalho com Risco de TB.

Quando analisado o indicador acidente de trabalho envolvendo aerossóis

(Figura 19), observou-se alta tendência de risco em 4/21 (19,0%) unidades:

Referência Terciária, José Adelino, LACEN e Manoel Amorim de Matos.

Com média tendência de risco, 5/21 (23,8%) unidades: São Sebastião,

Caladinho, Hamilton Gondim, Osvaldo Piana e Rafael Vaz e Silva; com baixa

tendência 12/21 (57,1%) unidades: Agenor de Carvalho, Areal da Floresta, Aponiã,

Ernandes Índio, Mariana, Maurício Bustani, Nova Floresta, Pedacinho de Chão,

Renato Medeiros, Santo Antônio, São Sebastião e Socialista.

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Figura 19 – Distribuição do Risco de TB Positivas para os Profissionais de Saúde, com Acidentes de Trabalho por Contato com Aerossol.

Ao verificar acidentes de trabalho nos profissionais com PT positivas,

envolvendo secreções de usuários com TB (Figura 20), observou-se alta tendência

de risco em 2/21 (9,5%) unidades: Ernandes Índio e LACEN; com média tendência

de risco, 5/21 (23,8%) unidades: Agenor de Carvalho, Cemetron, Hamilton Gondim,

José Adelino e Manoel Amorim de Matos.

Com baixa tendência, 14/21 (66,7%) unidades: Ana Adelaide, Aponiã, Areal

da Floresta, Caladinho, Mariana, Maurício Bustani, Nova Floresta, Osvaldo Piana,

Pedacinho de Chão, Rafael Vaz e Silva, Renato Medeiros, Santo Antônio, São

Sebastião e Socialista.

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Figura 20 – Distribuição do Risco de PT Positivas para os Profissionais de Saúde, com Acidentes de Trabalho por Contato com Secreção.

Para os acidentes de trabalho com imunobiológicos por meio de aplicação de

vacina BCG e/ou PT (Figura 21) ficou demonstrada alta tendência de risco em 3/21

(14,4%) unidades: Areal da Floresta, Referência Terciária e Socialista; não houve

unidades com médio risco.

Com baixa tendência de risco, 18/21 (85,7%) unidades: Agenor de Carvalho,

Ana Adelaide, Aponiã, Caladinho, Ernandes Índio, Hamilton Gondim, José Adelino,

LACEN, Manoel Amorim de Matos, Mariana, Maurício Bustani, Nova Floresta,

Osvaldo Piana, Pedacinho de Chão, Rafael Vaz e Silva, Renato Medeiros, Santo

Antônio e São Sebastião.

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Figura 21 – Distribuição do Risco de PT Positivas para os Profissionais de Saúde, com Acidentes por Imunobiológico.

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4. DISCUSSÃO

Apesar dos avanços até então alcançados com a Estratégia Saúde da Família

(ESF) no município de Porto Velho, sobretudo com a expansão de cobertura de

serviços de atenção primária para a população, o sistema público de saúde ainda

tem muitos desafios, entre eles, o de estender a ESF para o restante das áreas

desassistidas, e ampliar o efetivo de profissionais para dar concretude ao acesso

equânime da população aos serviços básicos, assim como a integralidade da

assistência determinada pela legislação em vigor.

O esforço de reorganização do modelo de atenção à saúde no Brasil

apresentou novas perspectivas desde a proposição da ESF como eixo estruturante

da atenção básica, em substituição ao modelo tradicional de assistência à saúde

(Maciel et al., 2009a).

Da mesma forma, é absolutamente importante que os serviços em questão

promovam uma reorganização dos seus processos de trabalho, com ênfase na

expansão do tratamento supervisionado da tuberculose e maior atenção aos

sintomáticos respiratórios e exames dos contatos dos doentes de TB. Estas

estratégias têm sido recomendadas internacionalmente como medidas fundamentais

para a prevenção e o controle da tuberculose com resultados exitosos (AMERICAN

THORACIC SOCIETY, 2005; WHO, 2009; Moreira, 2010; Brasil, 2011), pois

eliminam as fontes de infecção nas comunidades (Moreira, Zandonade, Lacerda &

Maciel, 2010).

Adicionalmente, se faz necessário que sejam realizadas adequações nas

áreas físicas, na conformidade do que é previsto para as unidades de saúde, pelas

normativas e recomendações do CDC (1994), Brasil (1998a), WHO (1999), ANVISA

(2002), ANVISA (2003), Brasil (2005b), SBPT (2009), Brasil, (2011a), Brasil (2011d),

quais sejam de proporcionar ambientes favoráveis à prevenção da TB e manter a

segurança dos usuários, de suas famílias, e dos profissionais que atuam no setor

saúde.

Estudos epidemiológicos realizados em diversos países identificaram

prevalências consideráveis de TB ativa e ILTB em profissionais do setor saúde. Os

autores enfatizaram que após controle ambiental e implantação de medidas de

biossegurança nos serviços de saúde houve melhora nas taxas de conversão

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tuberculínica (Louther, et al., 1997; Harries et al., 1999; Ronveaux et al., 1997;

Menzies, et al., 2000; Daniel, 2001; Bonifácio et al., 2002; Franco & Zaneta, 2004;

Kritski et al., 2005; Dimitrova, et al., 2005; Hosoglu, et al., 2005; Vilte et al., 2005;

Vries et al., 2006; Brito, 2007; Corbett et al., 2007; Moreira et al., 2007; Jo et al.,

2008; Prado et al., 2008; Maciel, et al., 2009c).

Assim como em outros estudos, também neste, foi observado uma elevada

proporção de notificações epidemiológicas de TB no serviço terciário de referência,

com 35,4% das notificações, e na referência secundária com 35,0%. Sabe-se que o

controle da TB envolve diversos graus de complexidade, no entanto, nos níveis de

atenção com maior poder de resolutividade, a prioridade é para os casos de TB com

quadros clínicos mais graves, como a multirresistência aos antibióticos usados no

tratamento da TB, comorbidades, tratamento com esquemas especiais e efeitos

adversos maiores no tratamento (Brasil, 2011a).

De acordo com as informações obtidas, fica evidente que a porta de entrada

do usuário com TB ainda tem sido pela média e alta complexidade, em

contraposição as recomendações das atuais políticas de saúde que consideram as

ações do programa de controle da tuberculose como competência da atenção

primária de saúde, com fácil acesso aos recursos de maior complexidade (Brasil,

2011c). A Portaria GM nº 2.488 GM/MS de 21 de outubro de 2011 (Brasil, 2011c),

preconiza que a atenção primária seja organizada e estruturada como primeiro ponto

de atenção à saúde, assegurando adequado acolhimento e responsabilização pelos

problemas de saúde das pessoas e das populações.

Porto Velho no ano de 2010 apresentou coeficiente de incidência de TB de

74,47/100.000 habitantes de acordo com os dados do SINAN/SEMUSA de 2010,

sendo desta forma, a nona capital do país em incidência de casos de acordo com os

dados do DATASUS (2011). Dentre as notificações do período, 53,9% foram

provenientes das unidades de saúde localizadas na região 1 da cidade.

A tendência de alto risco de tuberculose observada na população geral de

Porto Velho, no ano de estudo, se concentrou em 22,0% dos bairros da cidade.

Apesar de ter havido casos em áreas com padrão socioeconômico elevado, as

ocorrências nos bairros mais carentes predominaram, reforçando as concepções

sobre a tuberculose com uma doença eminentemente social, e que persiste e se

alastra particularmente entre as populações menos favorecidas (Rouquayrol &

Almeida Filho, 2003; WHO, 2012).

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Um aspecto impeditivo a análise de uma série histórica foi à incompletude das

informações epidemiológicas. Por esta razão, este estudo foi restrito ao ano de

2010. No período, foi possível observar a distribuição da TB concentrada em uma

faixa da cidade, no entorno da BR 364, nos dois sentidos - Cuiabá e Acre, e

estendendo-se pelo trajeto da Avenida Jorge Teixeira, sentido aeroporto. Mesmo

com as dificuldades encontradas, considera-se que localizar o problema foi um

passo importantíssimo para comparações futuras, visto que até então não houve

estudos similares para conhecer o padrão de comportamento da TB no município

estudado.

A área mais afetada pelo agravo foi a região 1 da cidade. Trata-se da maior

região geográfica, com potencial de vulnerabilidade social e carência de políticas

públicas efetivas para atender as necessidades da população. Tal realidade carece

de um olhar atentivo dos gestores e formuladores de políticas, a fim de criar

condições que possam melhorar o perfil epidemiológico local.

Ressalte-se que em diferentes épocas, o município de Porto Velho obteve

incremento populacional, decorrente da estratégia de ocupação da Amazônia nos

anos 70. Foi assim nos vários ciclos econômicos, como o da construção da Estrada

de Ferro Madeira-Mamoré, exploração da borracha, da cassiterita, do ouro,

construção da BR 364, construção da usina hidrelétrica de Samuel, e nos últimos

seis anos, foram iniciadas as obras das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no

Rio Madeira, previstas pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), programa

do governo federal brasileiro, que engloba um conjunto de políticas econômicas.

Todos esses empreendimentos possibilitaram intenso fluxo migratório e

crescimento populacional rápido. De acordo com o IBGE (2010), em 1970, Rondônia

tinha uma população de 111.064 habitantes, enquanto que em 2010 passou para

1.562.409 habitantes. Sabe-se que, processos de ocupação desprovidos de políticas

sociais, para mitigar os impactos causados, podem expressar consequências

desfavoráveis à saúde coletiva, como é o caso da tuberculose, que vem

apresentando coeficientes relevantes de incidência na população de Porto Velho, de

acordo com as estatísticas dos últimos anos.

Estudo de Peiter (2005) revelou um crescimento da incidência de TB em

regiões de fronteiras do extremo sul do Brasil, destacando como fatores: a elevada

mobilidade populacional, as atividades de alto impacto ambiental, a ocupação

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desordenada do espaço, a falta de acesso aos serviços de saúde, as condições de

vida dos grupos populacionais, entre outros.

É importante ressaltar, que praticamente todas as áreas de altas e médias

ocorrências de TB ativa observadas em nosso estudo, mostraram-se juntas e as

áreas de baixas ocorrências sempre mais distanciadas. Este formato remete a

maneira como o M. tuberculosis é transmitido, ou seja, pela proximidade aos

indivíduos bacilíferos.

Quando analisada a tuberculose segundo os locais de residências dos

indivíduos que adoeceram, comparando com as unidades de atenção primárias

notificadoras, observaram-se divergências acentuadas. Isto quer dizer que a unidade

de saúde mais próxima da residência do usuário, não foi a efetivamente procurada

pelo doente para o tratamento dele. Como exemplos, podem-se mencionar as

unidades da região 1 que notificaram 54 casos novos de TB no período, quando na

verdade, nas áreas de abrangência destas unidades, adoeceram 89 pessoas. Na

região 4, a unidade Areal da Floresta não notificou nenhum caso, sendo que no seu

entorno houve 8 casos da doença.

A decisão do usuário pelo tratamento em uma unidade pertencente à outra

área territorial distante de sua residência pode está relacionada com a oferta e

resolutividade de serviços não encontrados em sua unidade, ou mesmo com a forma

humanizada como são acolhidos pelos profissionais, ou ainda, com o estigma que

circunscreve a tuberculose, pois não se pode esquecer que o diagnóstico desta

doença, é permeado de preconceitos e de mitos. Isto muito provavelmente faz com

que pessoas procurem assistência em local onde não sejam reconhecidas, na

tentativa de ocultação do diagnóstico para evitar que se convertam em alvos de

discriminações.

Estudos de Clementino et al., (2011) apontaram barreiras representacionais

envoltas em atitudes e crenças relacionadas ao medo do estigma e de

discriminação referente à doença e ao doente de tuberculose. De acordo com o

estudo, enfrentar a verdade do diagnóstico significa estar diante de manifestações

preconceituosas e dos sentimentos de vergonha, medo e rejeição por parte de

familiares e amigos.

É possível que as implicações psicossociais possam contribuir ainda mais

com a propagação da doença, pois o doente ao invés de ser tratado no âmbito de

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seu território, ele precisa se desdobrar para buscar a cura em outros espaços,

possibilitando desta feita a disseminação do problema para outras comunidades.

A proporção de profissionais de saúde com diagnóstico de tuberculose no ano

de 2010 equivalente a 2,7%, foi um pouco mais elevado ao descrito no estudo

brasileiro de Prado et al. (2008). Os mais afetados pela tuberculose ativa foram os

profissionais de enfermagem (técnicos de enfermagem e enfermeiros) com 37,5%,

resultado semelhante aos estudos de Souza & Bertolozzi, (2007); Prado et al. (2008)

e Lorenzi & Oliveira (2008).

É visível que os trabalhadores de enfermagem, pela essência do trabalho que

desenvolvem, estão sobremaneira expostos aos riscos do trabalho em saúde, como

os considerados na Norma Regulamentadora - NR 32 (Brasil, 2005b).

Ademais, tais profissionais representam um contingente significativo na força

de trabalho em saúde (Machado et al., 2012), permanecem em tempo continuo na

assistência, muitas vezes, em locais com medidas insuficientes de proteção, e com

carência de treinamentos continuados incluindo a biossegurança em TB (Roth et al.,

2005; Moreira et al., 2007; Oliveira et al., 2007, Mussi et al., 2012). Por estas razões,

tornam-se potencialmente vulneráveis ao maior risco de adoecimento, conforme já

foi relatado nos diversos estudos (Louther et al., 1997; Thomas, 1997; Skodric et al.,

2000; Gopinath et al., 2004; Vries et al., 2006; Lorenzi & Oliveira, 2008; Costa et al.,

2009).

Na sequência dos profissionais notificados com TB, foram destacados os

profissionais de laboratório de microbiologia na ordem de 25%, concordando com

estudos de Skodric et al. (2000), Bejgel & Barroso, (2001), Garber et al. (2003),

Costa, (2005) e muito próximo a Prado et al. (2008). Estudo de Joshi et al. (2006)

em Nova York, encontrou associação significativa quando relacionou o trabalho em

laboratório de microbiologia e tuberculose.

Durante a análise documental para o presente estudo, foram observados

registros vagos quanto à variável ocupação profissional. Esta falha dificultou a

percepção sobre a saúde do trabalhador, o que reforça a necessidade de

desagregação desta informação no instrumento de notificação do SINAN. A

produção de dados sobre os ramos de atividade econômica daqueles que adoecem,

pode contribuir de um modo mais preciso, para o aprofundamento na análise da

relação saúde e trabalho. Ter essa compreensão é passo necessário para a

organização dos processos de trabalho e vigilância à saúde do trabalhador. Estudos

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de Vilte et al. (2005) e Lorenzi & Oliveira, (2008) também identificaram falhas desta

natureza.

Analisando a distribuição dos profissionais de saúde que adoeceram por TB,

segundo seus setores de trabalho, verificou-se neste estudo que 62,5% atuavam

concomitantemente na área hospitalar e atenção primária. Estudos desenvolvidos no

Brasil e em outros países demonstraram altos riscos de ILTB e de TB ativa em

trabalhadores de hospitais (Harries et al., 1999; Daniel, 2001; Bonifácio et al., 2002;

Vilte et al., 2005; Kritski et al., 2005; Hosoglu, et al., 2005; Dimitrova, et al., 2005;

Corbett et al., 2007; Jo et al., 2008; Prado et al., 2008).

Com o surgimento do HIV/AIDS e da TBMR, as demandas por internações

tornaram-se mais frequentes, resultando em um aumento na incidência de doentes

em fase infectante nos serviços hospitalares, favorecendo o risco de transmissão

institucional (Markowits, 1994; Skodric, et al., 2000; Kruuner, et al., 2001; Dimitrova,

et al., 2005). Por esta razão, em 2006, no plano STOP TB/OMS (WHO, 2006), foi

recomendada a implantação de ações de controle da TB no nível hospitalar, como

uma das estratégias de elevada prioridade para o controle da doença, sendo de

suma importância que as ações de controle sejam integradas nos níveis primário,

secundário e terciário da assistência.

O espaço onde ocorreu a alta tendência da doença nos profissionais, no caso,

o bairro Tancredo Neves, foi o mesmo para a população geral, sendo que no

restante das áreas onde houve médio risco para os profissionais foi alto risco para a

população.

A tuberculose foi diagnosticada com maior frequência nos profissionais de

saúde do sexo feminino com 75%. Não podendo ser desconsiderado o fato de que a

feminização é uma característica marcante no trabalho em saúde. De acordo com

Machado et al. (2012), o sexo feminino representa atualmente 70% de todo o

contingente de trabalhadores da área de saúde. O resultado do presente estudo foi

semelhante ao encontrado em Portugal por Saleiro et al. (2007) e diferente no Brasil

por Vilte et al. (2005), Prado et al. (2008) e Oliveira et al. (2009) que relataram

adoecimento em profissionais de saúde do sexo masculino em maior proporção que

as mulheres, seguindo a mesma tendência da TB na população geral.

Os indicadores de saúde têm mostrado uma diferença de morbidade e

mortalidade entre homens e mulheres, em que a sobremortalidade masculina

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acontece em praticamente todas as idades e para quase a totalidade das causas

(Laurenti et al., 2005).

Para a OMS, a TB é a principal causa infecciosa de morte em mulheres em

idade reprodutiva no mundo. Todavia, a proporção de casos da doença, mortalidade

e letalidade são maiores nos homens (WHO, 2008). Fatores socioculturais e

econômicos podem determinar diferenças de gênero tanto ao risco de exposição à

infecção e de desenvolvimento da doença, como na busca e adesão ao tratamento

(Hudelson, 1996; Belo et al., 2010).

No tocante à idade, houve concordância com o relatado na literatura em que a

doença ocorre principalmente na idade economicamente produtiva (Prado et al.,

2008; Rodrigues et al., 2009). Segundo a OMS, cerca de dois terços dos casos são

estimados a ocorrer em pessoas entre 15 e 59 anos (WHO, 2003; WHO, 2011).

A tuberculose pulmonar prevaleceu em 75% dos profissionais notificados, não

diferindo de outros estudos (Vilte et al., 2005; Saleiro, 2007). Esta forma clínica

responde por 85-90% dos casos e se reveste de grande importância epidemiológica

e de saúde pública, pois propicia a transmissão aos contatos e a mantém o ciclo de

transmissão da doença (Silva & Boechat, 2004; Hijjar et al., 2008; Capone et al.,

2006; Brasil, 2011).

A forma extrapulmonar correspondeu a 25%, resultado aquém do encontrado

por Prado et al. (2008). Esta forma vem aumentando no Brasil, de acordo com

Capone et al. (2006) antes da epidemia da AIDS o percentual oscilava em torno de

10%. Em 2010 no Brasil esta forma respondeu por 12% Brasil (Brasil, 2012). Em

Porto Velho no mesmo período, esta forma clínica foi diagnosticada em 15,6% na

população geral (SINAN, 2010).

Entre os que tiveram TB pulmonar com baciloscopia realizada, a positividade

ocorreu em 12,5%. O rendimento da baciloscopia de escarro obtido na investigação

foi aquém dos resultados encontrados por Vilte et al. (2005) e Hijjar et al. (2008).

Uma cultura para micobactéria foi solicitada, com resultado negativo. Não

tendo sido possível saber os motivos que levaram a falta de solicitação deste exame

para outros profissionais. Também não havia registros sobre solicitação de sorologia

anti-HIV. Em 2010 a taxa mundial do teste HIV entre pessoas notificadas com TB

atingiu 34% (WHO, 2011) e no Brasil foi de 23%, com cerca de 10% apresentando

coinfecção TB/HIV (Brasil, 2012).

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A associação entre HIV e TB vem ocasionando um impacto significante na

situação epidemiológica da TB no mundo, e tem provocado também uma

desorganização dos programas de controle da doença (WHO, 2011). Por estas

razões, a OMS e o MS recomendam para que seja oferecido o teste para HIV nos

pacientes com TB, pois o diagnóstico precoce do HIV e o devido acompanhamento

aumenta a chance de desfecho exitoso ao tratamento nesses casos.

O diagnóstico exclusivamente por meio da radiografia de tórax foi realizado

em 75%. O exame radiológico é um instrumento importante de triagem utilizado no

diagnóstico da tuberculose, mas tem baixa especificidade para confirmação dos

casos (American Thoracic Society, 2005; Capone et al., 2006).

Ressalte-se que no Brasil, em torno de 26,7% dos adultos são tratados como

casos de TB pulmonar, sem confirmação bacteriológica (Afiune & Ide Neto, 1993;

Mello, 2001). A baciloscopia é método prioritário, pois permite o diagnóstico de

certeza, pelo encontro do bacilo em amostras de tecidos ou nos líquidos biológicos

(Brasil, 2011; WHO, 2011).

A estratégia de eliminação da tuberculose sustenta-se, essencialmente no

tratamento bem sucedido dos doentes (WHO, 2003; SBPT, 2009; Brasil, 2011). O

êxito do tratamento em 100%, como observado neste estudo, superou as metas

estabelecidas pela OMS e pactuadas pelo governo brasileiro, em que se deve

buscar a cura de pelo menos 85% dos casos notificados de tuberculose. O resultado

nesta variável foi também superior ao estudo de Prado et. al (2008) em Hospital

Universitário de Vitória do Espírito Santo e corroborou com o encontrado por Vilte et

al. (2005) no estudo com profissionais de saúde da Universidade Federal

Fluminense. O PCT de Porto Velho no mesmo período alcançou uma taxa de 63,4%

de cura, envolvendo todos os casos novos (SEMUSA, 2010).

A prevalência de PT positivas no grupo estudado foi de 54%, obtendo-se uma

taxa de efeito booster de 36,6%. Vários estudos salientaram a importância de testar

o efeito booster, sob pena de obterem-se taxas subestimadas de infecção latente

pelo M. tuberculosis (Muzzy, et al., 2002; Soares et al., 2004; Costa, 2005; Roth et

al., 2005; Moreira et al., 2007; Oliveira et al., 2008).

Neste estudo a prevalência foi semelhante à encontrada por Muzzy et al.

(2002) em um hospital no Rio de Janeiro com 52%, próxima às encontradas em

outros quatro hospitais brasileiro por Roth et al. (2005) com 63,1%, em São Paulo

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por Franco & Zaneta, (2006) com 59,7%, e em Goiás por Costa et al. (2006) com

42%.

Diversas investigações destacaram os profissionais de enfermagem com

maior risco de infecção latente por M. tuberculosis e TB ativa, comparados a outros

membros da equipe de saúde (Louther et al., 1997; Skodric et al., 2000; Gopinath et

al., 2004; Hosoglu et al., 2005; Roth et al., 2005; Costa et al., 2006; Franco &

Zaneta, 2006; Vries et al., 2006; Jo et al., 2008; Lorenzi & Oliveira, 2008; Prado et

al., 2008).

Assim auxiliares e/ou técnicos de enfermagem neste estudo, apresentaram a

maior proporção de PT positivas, com 23,9%, sem relação estatística. No entanto,

foi observada significância estatística quando relacionados os enfermeiros com os

profissionais da área de diagnóstico (laboratórios de microbiologia e Raios-X) e PT

positiva (2 = 4,30 P(valor) < 0,03). Semelhante aconteceu com os ACS, quando

relacionados com os enfermeiros (2 = 8,78 P(valor) < 0,03).

Estudos de Rodrigues et al. (2009) e Moreira, Zandonade & Maciel (2010)

concluíram que os ACS que acompanharam usuários com tuberculose em suas

rotinas de serviço, tiveram risco significativamente maior de PT positivas do que as

pessoas que não acompanharam doentes com TB. No presente estudo nenhum

ACS mencionou o uso de proteção respiratória quando acompanhava usuário com

TB, mesmo nos casos com TB multirresistente.

De acordo com os locais de trabalho, verificou-se ampla distribuição de PT

positivas nos profissionais das diferentes unidades de saúde, com alta tendência de

risco do agravo em 47,6% delas. As unidades da zona região 1 foram as que mais

concentraram o problema com 50,0%, envolvendo cinco unidades, entre elas a

referência terciária e dois serviços de pronto atendimento. Com baixa tendência

foram detectadas 42,9% e todas eram unidades de atenção primária de saúde.

Quanto aos bairros de residência dos profissionais com PT positivas,

observou-se alto risco em 12 (17,6%), sendo que um destes, o Igarapé, foi

considerado de baixo risco para a TB na população geral, as demais áreas

obtiveram alta e média probabilidade de risco para TB.

Entre as variáveis associadas a PT positiva não se observou associação

estatisticamente significante em relação ao sexo. Contudo, a positividade foi

consideravelmente baixa no sexo masculino, discordando do estudo de Prado et al.

(2008), Holmes et al. (1998), e corroborando com o encontrado por Rodrigues et al.

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2009. Autores como Connolly & Nunn (1996) relataram que o aumento da

população, a pauperização, epidemia do HIV e o aparecimento das formas de TB

multirresistentes, fazem aumentar a carga desta doença na população feminina nos

países em desenvolvimento.

Observou-se associação significativa na faixa etária de 42 a 49 anos (2 =

10,7 e p(valor) = 0,01), resultado próximo ao encontrado por Prado et al. (2008) e

Sawanyawisuth (2009).

Diferença estatisticamente significante foi observada também na proporção

dos profissionais com renda familiar de 2 a 4 salários mínimos (2 = 4,56 e p(valor) =

0,03). Como nos estudos de Enarson et al. (1989) e de Severo et al. (2007) a baixa

renda observada, confirma a tendência da TB nos segmentos da população menos

favorecidos do ponto de vista socioeconômico.

Quanto ao tempo de trabalho, foram constatados 81,4%, de trabalhadores

com tempo de serviço, no setor saúde, acima de três anos, com diferença

estatisticamente significante (2 = 38,3 e p(valor) = 0,00). Costa et al. (2004) em um

hospital psiquiátrico no interior de Goiás, também encontraram as maiores taxas de

PT positivas entre os profissionais com maior tempo de trabalho. Diversos estudos

também observaram maior risco de infecção entre os profissionais e estudantes da

área de saúde com maior tempo de serviço, ou positividade crescente à PT,

conforme a intensidade do contato com TB (Silva et al., 2001; Soares et al., 2004;

Silva et al., 2004, Costa et al., 2006; Oliveira et al., 2007).

Do total de unidades de saúde pesquisadas, 19,0% foram consideradas com

alto potencial de risco para PT positivas nos profissionais com tempo de serviço

acima de três anos de trabalho na saúde. Dentre os serviços estavam à referência

secundária, o laboratório central e uma unidade de atenção primária.

No entanto, independente do tempo de trabalho dos profissionais, também foi

alta a tendência em 14,3% das unidades, envolvendo a referência terciária e uma

unidade de urgência. Outros estudos descreveram a transmissão da tuberculose em

hospitais, em serviços com incidência significativa de HIV, e naqueles com

atendimento de urgência e emergência (CDC, 1994; Brito, 2007; Lorenzi & Oliveira,

2008; Miranda et al., 2009).

Na análise de morbidade e PT positiva, duas (20%) unidades com tendência

de alto risco tinham profissionais com relato de morbidades, sendo um serviço de

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urgência e o laboratório central. No entanto, independente de morbidade, foi alto o

risco de PT positivas em 23,8% das unidades, envolvendo os serviços de urgência,

referência secundária e terciária, localizados em regiões distintas.

As morbidades mais frequentes foram à hipertensão arterial sistêmica,

diabetes, tabagismo, e outras, sem diferenças estatísticas. O uso do tabaco vem

sendo amplamente aceito com um fator de risco para a TB, estando

significativamente associado à ILTB, recidiva de TB e mortalidade pela doença

(WHO, 2007). É o caso também de diabetes que eleva o risco anual de tuberculose

ativa em 2-4 vezes (Brasil, 2011).

Outro dado preocupante observado neste estudo foi o número baixo, 10,1%,

de profissionais que usavam a proteção respiratória recomendada, principalmente

trabalhando em unidades com baixa ventilação devido as estruturas arquitetônicas

desfavoráveis a biossegurança.

A proteção respiratória assim como as medidas administrativas e de controle

ambiental têm sido utilizadas como referências na maior parte dos países

desenvolvidos, cujas taxas de conversão tuberculínica vêm diminuindo com a

adoção destas medidas (Louther et al., 1997; Costa, 2005; Louther et al., 2007;

Welbel et al., 2009).

Dentre os que disseram usar a máscara N95, 12,8% apresentaram PT

positivas, sendo que 14,9% dos serviços foram considerados com médio e alto risco

para o problema. A região 1 contribuiu com 7,5% dessas unidades. Sabe-se que

para este tipo de respirador manter a capacidade de filtrar partículas de cinco

micrômetros de diâmetro, com eficiência de 95%, são necessários cuidados ao

acondicionar, colocar, ajustar e retirá-lo da face (CDC, 1994; Barroso, 2001; Brasil,

2011).

Os acidentes de trabalho representaram intercorrências significativas (2 =

3,96 e P (valor) = 0,05), ocorreram em 23,8% das unidades com alta tendência de

positividade à PT. Quando somadas às unidades com médio risco, esse percentual

sobe para 33,3%, o que faz inferir como um potencial de vulnerabilidade importante.

Vale salientar que os serviços mais afetados foram três de urgências, a referência

terciária, o laboratório central, e as duas unidades de APS com maior volume de

atendimento em TB. A maioria destes serviços estão situados na região 1.

Uma pesquisa realizada por Moreira e Jesus (2008), para o Ministério da

Saúde, sobre os municípios de fronteiras de Rondônia, verificou entre os anos de

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2002 e 2005, um aumento da incidência de acidentes de trabalho em Porto Velho,

sendo que os maiores responsáveis por esse evento foram os acidentes

relacionados ao trajeto até o emprego e as doenças contraídas no trabalho.

O contato com aerossóis foi o mais frequente dentre os acidentes, com

72,5%, sem relação estatística. Todavia, não se pode esquecer que todo ambiente

onde circulem indivíduos que produzam aerossóis contendo M. tuberculosis oferece

algum risco de transmissão do bacilo (Brasil 2011a). As unidades com alto risco de

ocorrência desta modalidade de exposição corresponderam a 19,0%, duas eram de

urgência, a referência terciária e o laboratório central.

No Brasil, o registro de acidentes com fluidos corpóreos é garantido pela lei nº

8.213/1991 (Brasil, 1991) e pela portaria nº 777/2004 (Brasil, 2004a), com a

notificação por meio da comunicação de acidente de trabalho (CAT) para os

trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e por meio do

SINAN para os demais trabalhadores.

Dentre os profissionais com PT positivas que se expuseram aos acidentes de

trabalho, 19,6% fizeram a comunicação do ocorrido no programa de tuberculose, ou

na comissão de controle de infecção de sua unidade, ou à chefia imediata. Este

percentual configura uma subnotificação dos acidentes, semelhante ao relatado nos

estudos de Benatti, (1997); Napoleão et al. (2000), Oliveira & Murofuse (2001) e

Campos et al. (2011). De acordo com os autores, a falta de comunicação dos

acidentes sugere a desinformação em relação aos riscos e aos aspectos jurídicos e

trabalhistas, tornando-se um fator limitante a real situação acidentária do Brasil.

Por derradeiro, a unidade secundária, terciária e os serviços de urgências

foram considerados com potenciais de vulnerabilidades ao agravo, face as suas

demandas de atendimentos a usuários com TB, e prevalências elevadas de

positividade à PT nos profissionais de saúde.

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5. CONCLUSÕES

Foram constatadas necessidades de reorganização nos processos de

trabalho e de adequações nas áreas físicas para garantir aeração satisfatória

nos espaços de espera e de atendimentos das unidades estudadas;

A incidência de tuberculose na população geral de Porto Velho, RO, em 2010

foi de 74,47/100.000 habitantes. TB pulmonar 84,4% e TB extrapulmonar,

15,6%. Comorbidades: TB/alcoolismo com 9,3%, TB/HIV 8,9%, TB/diabetes

5,4%, TB/doença mental 2,9%, e TBMR 0,5%;

A alta tendência de risco de TB na população se concentrou em 22,0% dos

bairros da cidade;

A proporção de profissionais de saúde com tuberculose foi de 2,7%. Com as

maiores frequências nos profissionais da equipe de enfermagem e técnicos

de laboratórios;

A prevalência de PT positiva foi de 54,0% com taxa de efeito booster 36,6%;

Constituíram-se como potenciais de vulnerabilidades dos profissionais frente

a ILTB: as atividades de enfermeiro e ACS, faixa etária de 42 a 49 anos,

renda familiar de 2 a 4 SM, o tempo de trabalho no setor saúde acima de três

anos e acidentes de trabalho com risco de TB;

Houve tendência de alto risco de PT positivas em profissionais de 47,6%

unidades de saúde. A região 1, foi a que mais concentrou o problema,

envolvendo a referência terciária e os serviços de urgência;

As morbidades mais frequentes foram hipertensão arterial sistêmica e

diabetes. O HIV ficou entre as menores frequências;

Foi baixo o percentual de profissionais que usavam a proteção respiratória

recomendada, com 10,1%. Destes, 12,8% apresentaram PT positivas;

23,8% das unidades de saúde apresentaram tendência de alto risco de

acidente de trabalho. Foi baixa a comunicação dos acidentes de trabalho;

As unidades com alto risco de acidente de trabalho foram: duas de pronto

atendimento, a referência terciária, o laboratório central e duas de atenção

primária;

O contato com aerossóis foi a situação de risco mais frequente frente aos

acidentes de trabalho.

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ANEXO 1

AMOSTRA ESTRATIFICADA PROPORCIONAL

SERVIÇO DE

SAÚDE

POPULAÇÃO CÁLCULO

PROPORCIONAL

VALOR AMOSTRA

(18%)

CEMETRON 390 390 x 18% 70,2 70

LACEN 61 61 x 18% 10,98 11

SEMUSA 1486 1486 x 18% 267,48 267

TOTAL 1937 - 348

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ANEXO 2

FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS DAS NOTIFICAÇÕES DE

TUBERCULOSE, NO SINAN

Ano de estudo: 2010

Unidade notificante:

1) Caso notificado de TB

2) Município e bairro de residência

3) Ocupação

4) Idade:

5) Sexo

6) Escolaridade

7) Tipo de entrada

8) Resultado de BK, material

9) Cultura, material

10) Histopatologia

11) Raios X do tórax

12) Teste tuberculínico

13) Forma clínica da doença

14) Agravos associados

15) Data de início e término do tratamento

16) Medicamentos utilizados no tratamento

17) Situação de alta

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ANEXO 3

QUESTÕES PARA VERIFICAÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA E FUNCIONAL DAS UNIDADES DE SAÚDE/PROGRAMA DE TUBERCULOSE

1) Ventilação e circulação de ar nos locais de atendimento.

2) Dimensionamento dos locais de atendimentos a usuários com TB

(consultórios, quartos).

3) Existência de quartos privativos e com pressão negativa/ exaustor.

4) Trânsito/fluxo dos pacientes em tratamento de tuberculose dentro da unidade

de saúde.

5) Proteção individual dos pacientes.

6) Área de espera própria/ventilação.

7) Número de internação por tuberculose anualmente/Motivo da internação.

8) Número de leitos de internação no setor de isolamento.

9) Número de usuários com tuberculose atendidos no programa anualmente.

10) Tempo médio para entrega de baciloscopias.

11) Geração de aerossóis em procedimento realizados pelos profissionais no

serviço.

12) Número de profissionais que tiveram tuberculose ativa em 2010 (categoria

profissional, sexo, idade, escolaridade, exames solicitados, forma clínica,

esquema de tratamento, situação de encerramento do tratamento).

13) Equipamentos de proteção individual que a unidade dispõe para evitar a

tuberculose/treinamento relacionado ao uso de EPI antes do trabalhador assumir

suas atividades profissionais.

14) Equipamentos de proteção coletiva que a unidade dispõe para evitar a

disseminação da tuberculose?

15) Orientações ou treinamentos periódicos sobre a tuberculose?

16) A unidade de saúde solicita exames periódicos de saúde dos profissionais?

Se sim, quais? _________________________________________________

17) A unidade tem programa de controle de saúde

ocupacional/CIPA/CCIH/Ações específica no controle da TB.

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ANEXO 4

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

1) Data do Questionário: ____/_____/______ Nº do Questionário___________

2) Nome:____________________________________________

3) Bairro de residência

4) Sexo ( ) F ( ) M

5) Idade____________________

6) Profissão_______________________Função desempenhada_____________

7) Local de Trabalho_______________________________________________

8) Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 4 SM ( ) 5 a 9 SM ( ) acima de 10 SM

9) Escolaridade ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) Ensino superior

10) Tempo de trabalho na área de saúde (em anos)________________________

11) Setor de trabalho atual___________________________________________

12) Possui mais de um vínculo empregatício na área ( ) Sim ( ) Não

13) Se sim, local e setor de trabalho_________________

14) Vacinação com BCG: Há mais de 2 anos Não vacinado ( )

15) Cicatriz de BCG ( ) Sim ( ) Não

16) Já fez PT ( ) Sim ( ) Não. Se sim, há quanto tempo__________________

17) Se sim, resultado ( ) Positiva ( ) Negativa ( ) ( ) IGN

18) Fez tratamento para ILTB ( ) Sim, quando____________ ( ) Não

19) Das patologias abaixo é portador de alguma?:

a) Diabetes Mellitus ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

b) Neoplasia maligna ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

c) Doença do colágeno ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

d) Hanseníase ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

e) HIV ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

f) Insuficiência renal crônica ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

g) Hepatopatia ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

h) Uso de imunossupressor ( ) Sim ( ) Não ( ) Ignorado

i) Alcoolismo ( ) Sim ( ) Não ( ) Ex- alcoólico

j) Tabagismo ( ) Sim ( ) Não ( ) Ex fumante

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l) Outra_____________________

20) Faz algum tipo de tratamento especial? Se sim, qual?____________________

21) Faz uso de algum medicamento? Se sim, qual:___________________________

22) Dos protetores respiratórios existentes no seu serviço qual o que você usa para

a prevenção da TB? Máscaras N95 ( ) Máscaras Cirúrgica ( ) Nenhum

Outro__________________

23) Participa ou já participou em procedimento envolvendo aerossolização do

bacilo? ( ) Sim ( ) Não

24) Sua unidade de saúde tem Programa de Controle de Saúde

Ocupacional/CIPA/CCIH/Ações específica no controle da TB? ( ) Sim ( ) Não

( ) Não sabe

25) Já se acidentou se contaminou durante o trabalho? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não

lembra

26) O motivo do acidente foi: administrando vacina BCG ( ) administrando PT ( )

aspiração orotraqueal de usuário com TB ( ) realizando nebulização para induzir

escarro em paciente com TB ( ) abrindo recipiente com excretas de usuário com

TB ( ) outro__________________

27) Houve Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT: ( ) Sim ( ) Não

28) A comunicação do acidente foi feita na chefia imediata ( ) na CCIH ( ) no

PCT ( ) Na DRT ( ) Outro local_______________________

29) Houve atendimento ao acidente: ( ) Sim ( ) Não

30) Se sim, qual o tipo de atendimento recebido__________________________

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ANEXO 5

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DO DIRIGENTE DE SAÚDE (SEMUSA E SESAU)

Autorizo o acesso a esta instituição de saúde para realização da pesquisa:

“Distribuição espacial da tuberculose e riscos para os profissionais de saúde da área

urbana de Porto Velho, Rondônia no ano de 2010”. Será desenvolvida pela

professora Mestre Maria do Socorro Bandeira de Jesus da Universidade Federal de

Rondônia. A pesquisa será apresentada como tese de doutorado pelo Programa de

Pós Graduação Stricto Sensu em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários –

PPG BAIP, da Universidade Federal do Pará, sob a orientação do professor médico

doutor Juarez Antônio Simões Quaresma. Tem como objetivo geral descrever a

distribuição espacial da tuberculose e conhecer os riscos para os profissionais de

saúde da área urbana de Porto Velho, Rondônia no ano de 2010. Os objetivos

específicos são: Conhecer as características das unidades de saúde no que diz

respeito às condições de funcionamento dos serviços; Determinar a incidência de

tuberculose ativa na população e a proporção da ocorrência nos profissionais de

saúde; Realizar inquérito tuberculínico entre os profissionais dos serviços de

atendimento a doentes com TB, e descrever a taxa de prevalência da ILTB, bem

como identificar os potenciais de vulnerabilidades a saúde dos profissionais em

relação ao agravo; Realizar mapeamento das áreas de risco de TB para a população

e para os profissionais de saúde.

Os dados serão coletados por meio do SINAN, de questionário aplicado aos

profissionais e prova tuberculínica a ser realizada nos profissionais que aceitarem

participar do estudo. Ficaram claros para mim quais os propósitos da pesquisa, as

garantias de confidencialidade, anonimato dos profissionais e participação isenta de

despesas.

Entre os benefícios deste estudo pode-se destacar a ampliação do

conhecimento em tuberculose, visando à prevenção e o controle efetivo do agravo.

Os dados pessoais somente serão utilizados dentro das finalidades da pesquisa. Os

participantes do estudo possuem, a qualquer momento, liberdade de perguntar e de

questionar a pesquisadora sobre o andamento da pesquisa. Em caso de desistência

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da participação do estudo, não haverá nenhuma penalidade, pois a participação é

totalmente voluntária.

Espera-se que o estudo possa interferir com eficácia na formulação de

programas voltados para prevenção e o controle da tuberculose.

Porto Velho, _____de________de 2010.

______________________________________________________

Secretário de Saúde

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ANEXO 6

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esta pesquisa tem como objetivo descrever a distribuição espacial da

tuberculose e conhecer os riscos para os profissionais de saúde da área urbana de

Porto Velho, Rondônia no ano de 2010. Será desenvolvida pela professora mestre

enfermeira Maria do Socorro Bandeira de Jesus, da Universidade Federal de

Rondônia, doutoranda pelo Programa de Biologia de Agentes Infecciosos e

Parasitários – PPG BAIP, da Universidade Federal do Pará.

Serão colhidos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação

(SINAN) da SEMUSA de Porto Velho, será aplicado um questionário e realizado um

inquérito tuberculínico nos profissionais de saúde que aceitarem participar do

estudo. Ficaram claros quais os propósitos da pesquisa, a garantia de

confidencialidade, anonimato, e que minha participação é isenta de despesas.

Entre os benefícios deste estudo pode-se citar a ampliação do conhecimento

sobre a tuberculose, visando à prevenção e o controle efetivo da enfermidade.

Concordo voluntariamente em participar do estudo e poderei retirar meu

consentimento a qualquer momento, sem penalidades ou prejuízos. Eu não serei

cobrado por qualquer procedimento realizado no estudo como também não serei

reembolsado pela minha participação.

Os dados somente serão utilizados dentro das finalidades da pesquisa. Os

participantes do estudo possuem, a qualquer momento, liberdade de perguntar e de

questionar a pesquisadora sobre o andamento da pesquisa, por meio dos telefones

(69) 2182 2115/2116. Em caso de desistência da participação no estudo, não

haverá nenhuma penalidade, pois é totalmente voluntária.

Assim sendo, eu,________________________________________________,

RG,_________________ após ter lido, recebido todas as explicações e esclarecidas

todas as dúvidas, concordo em participar desta pesquisa.

Porto Velho, _____de_________________de 2010.

__________________________________

Assinatura do participante