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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE MULHER NO CICLO GRÁVIDO PUERPERAL INFECTADAS PELO HIV-1 EM BELÉM-PARÁ MARIA LUCIA COSTA Belém-Pará 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE MULHER NO CICLO GRÁVIDO PUERPERAL

INFECTADAS PELO HIV-1 EM BELÉM-PARÁ

MARIA LUCIA COSTA

Belém-Pará

2013

MARIA LUCIA COSTA

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE MULHER NO CICLO GRÁVIDO PUERPERAL

INFECTADAS PELO HIV-1 EM BELÉM-PARÁ

Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação

em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários

do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade

Federal do Pará, como requisito para obtenção do

grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos

e Parasitários.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Ishak.

Belém-Pará

2013

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)-

____________________________________________________________

Costa, Maria Lucia, 1952-

Perfil epidemiológico de mulher no ciclo grávido puerperal

infectadas pelo HIV-1 em Belém-Pará / Maria Lucia Costa. - 2013.

Orientador: Ricardo Ishak.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de

Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia de

Agentes Infecciosos e Parasitários, Belém, 2013.

1. Doenças transmissíveis na gravidez. 2. HIV (Vírus)

Epidemiologia. 3. Grávidas Belém (PA). 4. Gravidez

Complicações e sequelas. 5. Mulheres HIV-Positivo Belém (PA). I.

Título.

CDD 22. ed. 618.3

__________________________________________________________

1

MARIA LUCIA COSTA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHER NO CICLO GRÁVIDO PUERPERAL

INFECTADO PELO HIV-1 EM BELÉM- PARÁ

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes

Infecciosos e Parasitários, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade

Federal do Pará - UFPA como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor

em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Ishak

Laboratório de Virologia, ICB – UFPA

Banca Examinadora: Prof. Dr. Antônio Carlos Rosário Vallinoto

Laboratório de Virologia, ICB- UFPA

Prof. Dra. Rosimar Neris Martins Feitosa

Laboratório de Virologia, ICB- UFPA

Prof. Dr. Felipe Bonfim Freitas

Laboratório de Virologia, ICB- UFPA

Prof.Dr. Luiz Fernando Almeida Machado

Laboratório de Virologia, ICB- UFPA

Belém, 04 de outubro de 2013

2

Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,

para redarguir, para corrigir, para instruir, em justiça. 2 Timóteo 3.16.

3

DEDICATORIA

A Deus pela minha vida, salvação e ensinamentos continuo;

Aos meus pais (in memórian) pela minha vida e formação;

As minhas filhas, Maria José, Maria Odineia, Maria Darcília, Maria Lucília e meu filho

Luandro Amós, minhas heranças que o Senhor me deu, pelo carinho, apoio contínuo

e por tanto tempo de renúncia;

A minha irmã Maria Eliane Costa e família pelo apoio e interseção constante;

A Enfermeira Sandra Maria Pimenta Quinderé e Germano Neto, pelo valioso apoio;

A minha cunhada Francinea Machado Costa e família pelo apoio e interseção

constante;

Ao meu sobrinho Omar Martins e família pela interseção constante.

4

AGRADECIMENTOS

Ao meu Orientador Professor Doutor Ricardo Ishak, uma luz enviada por

Jesus nos momentos de escuridão, pelos ensinos científicos e paciência. Meu

respeito e agradecimento;

À Universidade do Estado do Pará (UEPA), pelo objetivo de avançar na

pesquisa interagindo com outra Universidade;

À Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade

do Estado do Pará;

À Chefe do Departamento de Enfermagem Hospitalar do Curso de Graduação

em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará;

A Universidade Federal do Pará cumprindo sua missão de formar pessoal

especializado para o Estado do Para/Belém e Região Norte;

Aos Professores das Disciplinas do programa de pós-graduação em Biologia

de Agentes Infecciosos e Parasitários pelos ensinamentos continuo;

Ao Coordenador do programa em Biologia de Agentes Infecciosos e

Parasitários, pelo apoio constante;

As mulheres puérperas atendidas no Sistema Alojamento Conjunto da

Fundação da Santa Casa de Misericórdia do Pará e da Unidade de Referencia

Materno Infantil e do Adolescente (UREMIA) que responderam os instrumentos da

pesquisa e permitiram o acesso à carteira perinatal e prontuários;

À Fundação da Santa Casa de Misericórdia do Pará pela permissão de

realizar a coleta de dados, no Sistema Alojamento Conjunto e a Unidade de

Referencia Materno Infantil e do Adolescente (UREMIA).

5

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS..................................................................................................7

RESUMO...................................................................................................................10

ABSTRACT...............................................................................................................11

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12

1.1Vírus da imunodeficiência humana 1................................................................13

1.1.1 BIOLOGIA DO HIV-1........................................................................................13

1.1.1.1 Taxonomia do HIV-1.....................................................................................13

1.1.2 Estrutura morfológica.....................................................................................13

1.1.3 Organização do genoma.................................................................................14

1.1.4 Replicação do HIV-1........................................................................................15

1.2 MANIFESTACÕES CLÍNICAS.............................................................................16

1.3 EPIDEMIOLOGIA DO HIV-1................................................................................18

1.3.1 O HIV-1 no mundo...........................................................................................18

1.3.2 O HIV-1 no Brasil.............................................................................................20

1.3.3 Transmissão do HIV-1.....................................................................................22

1.4 MULHER NO CICLO GRÁVIDO PUERPERAL ...................................................23

1.4.1 Pré-natal...........................................................................................................23

1.4.2 Parto.................................................................................................................24

1.4.3 Puerpério..........................................................................................................25

1.5 IMPACTO DO HIV-1 NA GRAVIDEZ...................................................................25

1.6 EDUCAÇÃO A SAÚDE DO HIV -1 E A TEORIA DO AUTOCUIDADO................26

1.7 OBJETIVOS.........................................................................................................28

1.7.1 Geral.................................................................................................................28

1.7.2 Específicos.......................................................................................................28

2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................29

2.1 Grupo da População Estudada ........................................................................29

2.2 Local do estudo..................................................................................................29

2.3 Colheitas de informações..................................................................................30

2.4 Análise Estatística..............................................................................................31

2.5 Aspectos éticos..................................................................................................31

3 RESULTADOS........................................................................................................32

4.DISCUSSÃO...........................................................................................................50

6

5 CONCLUSÕES.......................................................................................................57

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................60

APENDICE 1- INSTRUMENTO DE PESQUISA........................................................70

APENDICE 2- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.............72

ANEXO 1 TERMO DE APROVAÇÃO...................................................................... 73

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a faixa etária,

município de origem e religião....................................................................................32

Tabela 2- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o início do Pré-

natal e a Procedência.................................................................................................33

Tabela 3 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a escolaridade,

situação formal de trabalho, vínculo de trabalho e renda familiar..............................34

Tabela 4- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a escolaridade das

puérperas e a procedência das mesmas (fora da RMB ou dentro da RMB).............35

Tabela 5- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a escolaridade das

puérperas e o inicio do pré-natal................................................................................35

Tabela 6- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o estado civil e

situação conjugal........................................................................................................36

Tabela 7 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a realização do

pré-natal, início do pré-natal, e local onde fez pré-

natal............................................................................................................................37

Tabela 8- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o início do pré-

natal e o peso dos bebês ao nascerem......................................................................37

Tabela 9 – Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o peso inicial e

final da gestação no pré-natal....................................................................................38

Tabela 10- Distribuição do resumo do box-plot das medidas estatísticas dos pesos

(em Kg) das mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no SAC/FSCMP e

UREMIA, Belém-PA, de acordo com o peso inicial e final.........................................39

Tabela 11- Distribuição das medidas estatísticas dos pesos (em Kg) das mulheres

8

puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA,

de acordo com o peso no início da gestação e no final da gestação.........................40

Tabela 12– Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com hábito do fumo,

álcool e drogas no pré-natal.......................................................................................40

Tabela 13 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com alguns de seus

hábitos: fumo, álcool, uso de drogas e o peso (em gramas) dos bebês delas ao

nascerem....................................................................................................................41

Tabela 14- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o tempo de

conhecimento do HIV-1 e tratamento.........................................................................42

Tabela 15- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com nº de consulta de

enfermagem, nº de consulta médica, vacina, palestra de educação à saúde no pré-

natal, idade gestacional na hora do parto..................................................................43

Tabela 16- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a altura uterina,

apresentação do feto, apresentaram dilatação, dilatação do colo uterino.................44

Tabela 17- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o tipo de bolsa

amniótica, tipo de liquido amniótico e evolução do parto...........................................45

Tabela 18- Distribuição da frequência dos recém-nascidos (RNs) de mulheres

puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA,

de acordo com sexo, peso, perímetro cefálico, perímetro torácico, APGAR no 1º e 5º

minuto.........................................................................................................................46

Tabela 19- Distribuição do resumo do box-plot das medidas estatísticas dos pesos

(em Kg) dos recém-nascidos das mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o

sexo............................................................................................................................47

Tabela 20- Distribuição das medidas estatísticas do box-plot dos pesos (em Kg) dos

recém-nascidos (RNs) das mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no

SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, por sexo do bebê.............................................48

9

Tabela 21- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com as condições de

nascimento dos recém-nascidos................................................................................48

Tabela 22- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a transmissão

vertical (TV) nos recém-nascidos...............................................................................49

10

RESUMO

Está pesquisa tem como objetivo descrever as características epidemiológicas das mulheres infectadas pelo HIV-1 no período grávido puerperal, atendidas no Sistema alojamento da Fundação da Santa Casa de Misericórdia do Pará e Unidade de Referência Materno Infantil e do Adolescente em Belém do Pará. O estudo foi do tipo epidemiológico descritivo, transversal. Foram selecionadas 64 puérperas, destas 07 não preencheram os critérios de inclusão e foi excluída da análise, na amostra ficaram 57 puérperas. As informações foram obtidas por meio do questionário, ficha perinatal, prontuário hospitalar e no prontuário da criança da Unidade de Referência Materno Infantil e do Adolescente. As informações foram armazenadas em um banco de dados no programa Acess, usou-se o programa Microsoft Office Excel 2010 para formulação das tabelas com porcentagens e por meio do programa SPSS 17.0 que juntamente com o programa BioEstat 5.0, foram utilizados para a aplicação dos testes estatísticos. Nos resultados obtivemos faixa etária entre 18 a 39 anos, sendo que a maior frequência ocorreu no grupo de 22 a 25 anos (28,1%). Houve predominância de mulheres com residência em Belém (71,9%), o grupo foi constituído em sua maioria (61,4%) de pessoas com até oito anos de estudo, a maioria 84,2%, relatou renda familiar com menos de um salário mínimo, maioria das puérperas era solteira (89,5%), situação conjugal 73,7% referiram ter companheiro, das puérperas 93,0% realizaram o pré-natal, quanto ao tratamento 19,3% não realizaram tratamento e 80,7% realizaram tratamento, nas palestras de educação a saúde 56,1% não foram as palestras, dos recém-nascidos 64,3% do sexo masculino, dentre os recém-nascidos 1 (1,7%) confirmado à transmissão vertical do HIV-1.

Com base nos dados obtidos e na discussão foi possível concluir que: A maioria das mulheres com HIV-1 examinadas neste estudo foi de 18 a 39 anos, onde o maior percentual foi entre 18 a 29 anos; as puérperas, em sua maioria, procederam do município de Belém; a religião católica foi o maior percentual encontrado nas puérperas soropositivas; a escolaridade correspondeu a 8 anos de estudo, a maioria das puérperas apresentou-se como tendo uma atividade profissional do lar, mas sem vínculo empregatício, com remuneração familiar mensal inferior a um salário mínimo; no estado civil a maioria das entrevistadas foi solteira e vive com companheiro; a maioria das mulheres portadoras do HIV-1 realizou o pré-natal, iniciado até o quarto mês de gestação, no peso inicial das puérperas a maioria foi entre 45 a 50 quilos e no peso final entre 55 e 60 quilos. Na correlação das médias do peso inicial e final mostrou diferença significante, realizado no Teste t; a consulta de enfermagem e médica foi em número de 2 a 4 consultas; na educação à saúde a maioria das puérperas não participou das palestras; as variáveis dos recém-nascidos, a maioria das mulheres pariram fetos saudáveis do sexo masculino, o Apgar no 1º e 5º minuto de vida com 8 batimentos por minuto (bpm); 13 recém-nascidos foram de baixo peso (BP), um óbito fetal, 42 em bom estado geral; na transmissão vertical um dos recém-nascidos foi infectado pelo HIV-1, acredita-se que devido a mãe não aderir ao uso da terapia antirretroviral.

PALAVRAS CHAVES - Perfil epidemiológico, mulher, ciclo grávido puerperal,

Infecção, HIV-1.

11

ABSTRACT

This Research aims to describe the epidemiological characteristics of women infected with HIV-1 in the pregnant puerperal met in accommodation System Foundation of Santa Casa Para and Reference Unit Maternal Child and Adolescent in Belém do Pará study was an epidemiological descriptive cross . 64 postpartum women were selected , 07 of these did not meet the inclusion criteria and were excluded from the analysis , the sample were 57 postpartum . The information was obtained through the questionnaire , record perinatal medical records and medical records of the child 's Reference Unit Maternal Child and Adolescent Health . The information was stored in a database in Access program , used to program Microsoft Office Excel 2010 for formulation of tables with percentages and by using SPSS 17.0 which together with the BioEstat 5.0 , were used for the test application statistics. Results obtained in the age group between 18-39 years, with the highest frequency occurred in the group 22-25 years ( 28.1 % ) . There was a predominance of women residing in Bethlehem ( 71.9 % ) , the group was comprised mostly ( 61.4 % ) people with up to eight years of study, the majority 84.2 % reported family income of less than minimum wage , most of the mothers were single ( 89.5 % ) , marital status, 73.7 % had a partner , 93.0 % of postpartum women underwent prenatal treatment as 19.3 % underwent no treatment and 80 7% received treatment in health education lectures 56.1 % were not lectures , newborn 64.3 % males among newborns 1 ( 1.7 % ) confirmed the transmission of HIV-1. Based on the data obtained and the discussion it was concluded that : Most women with HIV - 1 examined in this study was 18 to 39 years , where the highest percentage was between 18 to 29 years ; postpartum women , mostly conducted the city of Bethlehem, the Catholic religion was the highest percentage found in postpartum women with HIV ; education corresponded to eight years of study , the majority of women presented themselves as having an occupation of home but without employment , with pay monthly family less than a living wage ; marital status most interviewees was unmarried and living with partner ; most women with HIV - 1 performed the prenatal initiated by the fourth month of gestation , the initial weight of the mothers most was between 45-50 pounds and the final weight between 55 and 60 pounds . Correlation of the mean initial and final weight showed significant difference held in the t ; nursing consultation and medical was in number 2-4 queries ; health education in most of the mothers did not attend the lectures , the variables of the newly babies , most women gave birth fetuses healthy male , Apgar at 1 and 5 minutes of life with 8 beats per minute ( bpm ), 13 newborns were underweight ( BP ) , one fetal death , 42 in good general condition , the transmission of the newborn was infected with HIV - 1 , it is believed that because the mother did not adhere to the use of antiretroviral therapy . KEYWORDS - Epidemiological profile woman the pregnancy puerperal infection, HIV-1.

12

1. INTRODUÇÃO

1.1.O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA -1

O Virus da imunodeficiência humano (HIV-1) foi identificado como o agente a

causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS) pela primeira vez

em 1983 (Barré-Sinoussi et a., 1983; Gallo et al., 1984; Levy et al., 1984), e nos

EUA, Luc Montagnier, na França sendo que, em 1986, o Comité Internacional de

Taxonomia Viral recomendou o termo Vírus da imunodeficiência humana-1 (HIV-1)

para denominá-lo, reconhecendo-o como capaz de infectar seres humanos (Kuby,

2003). O vírus infecta os linfócitos T CD4+ e causa a destruição destes linfócitos,

reduzindo sua meia vida para menos de dois dias (Ho et al.,1995; Perelson et al.,

1996).

A epidemia do HIV-1 teve seu começo na decada de 1980 se caracterizando

pela infecção por Pneumocystis jiroveci (na época P. carinii) em homossexuais

masculinos em São Francisco, Estados Unidos (EUA), e o diagnóstico de Sarcoma

de Kaposi em homossexuais masculinos jovens em Nova York (EUA), o que sugeriu

uma relação com atividades sexuais específicas (CDC, 1981).

A AIDS é um problema de Saúde Pública que alcançou proporções

pandêmicas. Nos últimos tempos, poucos agravos à saúde geraram tamanho grau

de interesse dos profissionais de saúde, de atividade científica, de enigma e de

preconceito como a AIDS. O número de pessoas infectadas pelo HIV-1, seu modo

de transmissão e seu impacto na sociedade levou a AIDS a ser uma doença que

tem uma grande dimensão social (Bennett,1987; Velimrovic, 1987).

E assim justificando a pesquisa é necessário entender o meio sociocultural no

qual o indivíduo vive com seus padrões de interpretação da realidade, seus

costumes locais e práticas-fatores culturais e religiosos (Janzen, 1987).

Com isto a pesquisa é importante e relevante para saúde da mulher e da

criança, pois conhecemos seu contexto social, que vai contribuir no executar do

cuidar na educação a saúde deste binômio. A educação a saúde é uma ação básica

importante quando direcionada pela reflexão critica das causas, dos problemas e

das ações necessárias para a melhoria da qualidade de vida e saúde desta

população, contribuirá com o ensino, assistência, pesquisa e extensão na área

preventiva e curativa.

13

1.1.1. BIOLOGIA DO HIV-1

O Virus da imunodeficiência humana 1 (HIV-1) pertence a familia Retroviridae,

do gênero Lentivirus (ICTV, 2007).

A família Retroviridae é caractericada pela capacidade dos seus membros

treanscreverem o seu genoma de RNA para DNA antes de se integrarem ao

cromossomo da célula hospedeira (Lewis & Emerman, 1994; Coffin et al., 1986; Liu,

1996, Kuiken et al., 2001).

O HIV-1 é um virus esférico com simetria icosaédrica e possui um envelope

onde estão inseridas espículas que consistem de duas glicoproteínas, a gp120

(superficie) e a gp41 (transmembrana), as mesmas estão ligadas de maneira não

covalente. Abaixo do envelope lipídico está uma estrutura composta de 2.000 cópias

da proteína p17 que também é conhecida como proteína da matriz, e essa proteína

é que forra a superfície interna do envelope viral (Turner & Summers, 1999).

O capsídeo viral, que apresenta simetria cônica, é formado pela proteína

p24 e inclui duas cópias lineares de RNA genômico de fita simples, de polaridade

positiva e, ainda, a enzima transcriptase reversa (TR) a qual funciona também como

RNAse e integrase (Vaishnav & Wong-Staal, 1991). No interior do capsídeo

encontram-se, ainda, as proteinas funcionais necessárias à replicação viral: p6, Vif,

Vpr, e Nef (Frankel & Young, 1998).

O genoma do HIV-1 é formado por duas cópias de uma molécula de RNA de

fita simples (ssRNA) e de polaridade positiva medindo, aproximadamente, 9,8kb de

comprimento. Composto de nove genes: três são estruturais: gag, pol e env,

característicos dos retrovírus e seis são regulatórios: tat (transativador); rev

(regulador de expressão), vif (fator de infectividade viral); vpr, vpu e nef (proteínas

virais R e U); nef (fator negativo) (Llewelyn, 1994; Haseltine & Wong-Staal, 1988;

Greene, 1991; Wills & Craven, 1991; Pettit et al., 1994; Freed, 1998; Kuiken et al.,

2001; Vogt, 1997; Frankel & Young, 1998; Cullen, 1992; Willey et al., 1992;

Subbramanian & Cohen, 1994; Frankel & Young, 1998; Turner & Summers, 1999;

Wang et al., 2000).

O HIV-1 penetra na célula hospedeira possui tropismo por células que

possuem receptores CD4+ como linfócito T auxiliares, monócitos, macrófagos e

células do sistema nervoso, sendo o linfócito T CD4+ seu principal alvo durante a

14

infecção (Chan & Kim, 1998; Pierson et al., 2003; Klatzmann et al., 1984; Kowalski et

al., 1987).

O processo da replicação começa na ligação da partícula viral na superfície

da célula alvo. A interação ocorre entre o receptor da célula alvo com a glicoproteína

gp120 que se liga ao receptor CD4+ (Lasky et al.,1987; Dragic et al., 1996, Freed,

1998; Clapham, 1997; Berger, 1997; Lifson et al.,1986; Lu & Kim,1997; Jiang et al.,

1999; Bauer et al., 1987).

Após a penetração do vírus na célula hospedeira, por fusão o desnudamento

e a liberação do conteúdo do núcleo capsídeo no citoplasma da célula hospedeira, o

que se faz necessário para a etapa seguinte, a transcrição reversa, a qual é

mediada pela enzima transcriptase reversa (Frankel & Young, 1998). Esta enzima

viral promove a síntese de uma cópia de DNA de fita simples, de DNA dependente

de RNA e dependente de DNA, e a partir do RNA genômico; por meio da função de

RNAse a fita de RNA é degradada e a de DNA é duplicada por meio de polimerase

celular (Vaishnav & Wong-Staal, 1991).

Na reação mediada pela integrase, às extremidades do DNA dupla fita são

integradas ao DNA da célula hospedeira formando o que se denomina de próvirus

(Cohen et al., 1996; Miller et al.,1997; Katz & Skalka, 1994; Panganiban &

Fiore,1988).

A fase tardia de replicação inicia-se com transcrição e o processamento do

RNA viral a partir do genoma proviral integrado. Os transcritos irão dar origem ao

RNA genômico (Greene,1991).

A infecção pelo HIV-1 pode ser dividida em quatro fases clínicas: infecção

aguda, fase assintomática, também conhecida como latência clínica, fase

sintomática inicial ou precoce e AIDS (Scott, 2006; BRASIL, 2006). Na infecção

aguda o tempo entre a exposição e a manifestação dos sintomas varia de 2 a 8

semanas, com extremos de 2 dias a 10 meses, e duram em media, 14 dias. Ocorre o

pico da viremia e da atividade imunológico e os sintomas assemelham-se aos de

outras infecções virais (Sprinz & Finkelszejn, 1999; BRASIL, 2006).

Após a fase aguda, a viremia se estabiliza definindo a velocidade da

replicação, e a queda da contagem do número de linfócitos TCD4+, de 30 a 90

células por ano e a multiplicação viral está diretamente relacionada com a

velocidade da replicação e progressão para AIDS (Rosemberg et al., 1997; BRASIL,

2006).

15

Na fase assintomática, no estado clinico básico é mínimo ou inexistente. É o

período mais longo, tendo uma duração media de 10 anos e começa por volta do

sexto mês após a infecção primária e estende-se até a pessoa ficar novamente

sintomática. Inicia-se com a soroconversão, pelo que os anticorpos passam a poder

ser detectados no sangue mediante testes adequados. Todavia, o indivíduo

infectado continua a não registrar nenhum sintoma característico (Pantaleo et al.,

1993).

Alguns indivíduos podem apresentar uma linfadenopatia generalizada

persistente, "flutuante" e indolor. Portanto, a abordagem clínica nestes indivíduos no

início de seu seguimento prende-se a uma história clínica prévia, investigando

condições de base como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doença pulmonar

obstrutiva crônica (DPOC), doenças hepáticas, renais, pulmonares, intestinais,

doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose e outras doenças endêmicas,

doenças psiquiátricas, uso prévio ou atual de medicamentos, enfim, situações que

podem complicar ou serem agravantes em alguma fase de desenvolvimento da

doença pelo HIV-1 (Scott, 2006; BRASIL, 2006).

A infecção sintomática precoce, em cerca de 50% dos soropositivos é em

média 30 meses depois da soropositividade que se inicia o terceiro estágio (BRASIL,

2006).

O individuo apresenta nesta fase uma permanente inflamação nos gânglios, é

a fase das adenopatias persistentes, durante a qual podem igualmente observar-se

outros sintomas. É o estágio que se tenta evitar, em termos de progressão clínica,

pois está associado a imunodeficiência grave, de difícil recuperação mesmo com

tratamento antirretroviral potente e aparecimento de complicações clínicas gerais

e/ou doenças oportunistas como exemplo a candidíase oral, febre, emagrecimento,

astenia, diarréia, episódios ou não de herpes zoster, aparecimento ou exacerbação

de dermatose (psoríase, tíneas extensas, dermatite seborreica) (Sprinz &

Finkelsztejn, 1999).

1.2. EPIDEMIOLOGIA DO HIV-1

1.2.1. O HIV-1 no mundo

O número de pessoas vivendo com HIV-1 mundialmente continua a crescer em

2008, chegando aproximadamente 33,4 milhões o número total de pessoas vivendo

16

com o vírus em 2008, foi mais de 20% maior que no ano 2000, e a prevalência foi

aproximadamente três vezes maior que em 1990. Em dezembro de 2008,

aproximadamente 4 milhões de pessoas em países de renda baixa e média

recebiam terapia antirretroviral, um aumento de dez vezes em cinco anos

Organização Mundial da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância

(UNAIDS, 2009).

Em 2008, houve aproximadamente 2,7 milhões de novas infecções por HIV-1.

Estima-se que tenha havido 2 milhões de óbitos devido a doenças relacionadas à

AIDS em todo o mundo em 2008 (UNAIDS, 2009).

Os últimos dados epidemiológicos indicam que globalmente a disseminação

do HIV-1 parece ter chego ao máximo em 1996, quando houve 3,5 milhões de novas

infecções por HIV-1. Em 2008, o número estimado de novas infecções por HIV-1 foi

30% menor que em 1996 (UNAIDS, 2009).

A epidemia parece ter se estabilizado na maioria das regiões, embora a

prevalência continue a crescer na Europa Oriental e na Ásia Central e em outras

partes da Ásia devido à alta taxa de novas infecções por HIV-1 (UNAIDS, 2009).

Mundialmente, a cobertura de serviços de prevenção da transmissão vertical

do HIV-1 da mãe para o filho aumentou de 10% em 2004 para 45% em 2008 a

Organização Mundial da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância,

UNAIDS, 2009), e a redução de novas infecções por HIV-1 entre crianças em 2008

sugere que estes esforços estejam salvando vidas (UNAIDS, 2009).

Globalmente, a África subsaarina continua a ser a região mais atingida pelo

HIV-1, já que concentra mais de dois terços (67%) de todas as pessoas vivendo com

HIV-1 e quase três quartos (72% das mortes relacionadas à AIDS em 2008

(UNAIDS, 2009).

Na Ásia, cerca de 4,7 milhões vivem com o HIV-1 em 2008. O número de

novas infecções pelo HIV-1 diminuiu de 400 000 em 2001. Em 2008, cerca de

330.000 pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS (UNAIDS, 2009).

América do Norte e Europa Ocidental e Central. Em 2008, havia 55.000 novas

infecções por HIV-1; América do Norte e 30 000 novas infecções por HIV-1 na

Europa; Ocidental e Central (UNAIDS, 2009).

Nos Estados Unidos da América, o número anual de novas infecções HIV-1

manteve-se relativamente estável desde o início dos anos noventa embora o número

17

anual de novas infecções pelo HIV-1 em 2006 (56 300) foi um 40% superior ao

estimado anteriormente (UNAIDS, 2009).

Na América Latina, o total estimado de novas infecções pelo HIV1 em 2008

foi de 170.000 e, consequentemente, o número de pessoas vivendo com HIV-1

montantes de 2 milhões (UNAIDS, 2009).

No final de 2011, 34 milhões (31,4 milhões-35, 9 milhões) vivendo com HIV

em todo o mundo. Estima-se que 0,8% dos adultos entre 15 e 49 são HIV positivos,

mas a morbidade da epidemia continua a variar consideravelmente entre países e

regiões.

Na África Subsaariana continua sendo a região mais afetada: quase 1 em

cada 20 adultos (4,9%) vivem com o HIV, sendo responsável por 69% das pessoas

HIV-positivas em todo o mundo. Embora a prevalência regional da infecção é quase

25 vezes maior na África Subsaariana do que na Ásia, quase 5 milhões de pessoas

que vivem com HIV no Sul da Ásia, Sudeste e Leste.

Depois da África sub-saariana, as regiões mais afetadas são a Ásia Central,

Europa de Leste e do Caribe e, quando em 2011 a 1% dos adultos vivendo com HIV.

Em todo o mundo, o número de novas infecções continua a cair: o número de

pessoas (adultos e crianças) que foram infectados com o HIV em 2011 (2,5 milhões

(2,2 milhões-2,8 milhões) foi 20% menor do que em 2001. Aqui, as diferenças

também são aparentes. As maiores reduções de novas infecções desde 2001

ocorreram no Caribe (42%) e África Subsaariana (25%) (ONUSIDA, 2012).

1.2.2. O HIV-1 no Brasil

Segundo os últimos estudos realizados no Brasil, a taxa de prevalência da

infecção pelo HIV, na população de 15 a 49 anos, mantém-se estável em 0,6%

desde 2004, sendo 0,4% entre mulheres e 0,8% entre homens. Na população jovem,

a taxa de prevalência da infecção pelo HIV apresenta tendência de aumento.

Considerando as pesquisas realizadas em Conscritos do Exército Brasileiro, de 17 a

21 anos de idade, a prevalência de infecção pelo HIV passou de 0,09% em 2002

para 0,12% em 2007, sendo que o aumento mais significativo ocorreu na população

de HSH jovens, cuja prevalência subiu de 0,56% em 2002 para 1,2% em 20073.

Segundo os últimos estudos sentinela em parturientes, a prevalência de infecção

pelo HIV em parturientes com menos de 24 anos apresentou aumento de 0,26% em

2006 para 0,31% em 2010.

18

Com relação aos grupos populacionais com mais de 18 anos em situação de

maior vulnerabilidade, estudos realizados em 10 municípios brasileiros entre 2008 e

2009 estimaram taxas de prevalência de HIV de 5,9% entre UD4, de 10,5% entre

HSH5 e de 4,9% entre PS6. Com base nesses resultados, verifica-se que a

epidemia do HIV no Brasil está concentrada em populações em situação de maior

risco e vulnerabilidade, pois estas apresentam maiores prevalências de infecção

pelo HIV quando comparadas com a população geral. Apresenta uma síntese dos

indicadores epidemiológicos de HIV e AIDS no Brasil, segundo UF e região de

residência para o período de 1980 a 2012.

No período de 2000 a 2012, 71,1% dos casos de aids no Brasil foram

notificados no Sinan, sendo 22,1% deles registrados no Siscel (dados validados pelo

Siclom) e 6,8% declarados no SIM. Em 2011, apenas 61,5% dos casos de aids

correspondentes a esse ano foram notificados no Sinan, apresentando importantes

diferenças entre as regiões brasileiras (48% no Norte, 62,9% no Nordeste, 57,7% no

Sudeste, 72,2% no Sul e 65% no Centro-Oeste). Esses dados evidenciam um sub-

registro de casos no Sinan e a necessidade de aprimorar a capacidade da vigilância

para a notificação oportuna dos casos de aids no sistema de informação preposto.

Considerando os dados acumulados de 1980 a junho de 2012 no Brasil,

foram notificados no Sinan, declarados no SIM e registrados no Siscel/Siclom um

total de 656.701 casos de aids, dos quais 426.459 (64,9%) eram do sexo masculino

e 230.161 (35,1%) do sexo feminino. Do total de casos registrados entre 1980 e

junho de 2012, 367.540 (56%) são da Região Sudeste; 130.942 (19,9%) da Região

Sul; 88.830 (13,5%) da Região Nordeste; 37.244 (5,7%) da Região Centro-Oeste; e

32.140 (4,9%) da Região Norte.

Nos últimos 10 anos, de 2002 a 2011, foram notificados no Sinan, declarados

no SIM e registrados no Siscel/Siclom, em média, 36.903 casos de aids por ano,

com tendência de aumento no Brasil como um todo. Contudo, no mesmo período, o

número absoluto de casos de aids por ano de diagnóstico diminuiu na Região

Sudeste, manteve-se estabilizado no Sul e Centro-Oeste e aumentou no Norte e

Nordeste. Com relação à distribuição percentual de casos de aids, nos últimos 10

anos, observa-se uma diminuição de cerca de 20% na proporção de casos na

Região Sudeste e de 5% no Sul, com aumento no Norte, Nordeste e Centro-Oeste,

respectivamente, de 119%, 58% e 7%.

19

Em 2011, foram notificados no Sinan, declarados no SIM e registrados no

Siscel/Siclom 38.776 casos de aids, dos quais 16.990 (43,8%) na Região Sudeste,

8.508 (21,9%) na Região Sul, 7.430 (19,2%) na Região Nordeste, 3.355 (8,7%) na

Região Norte e 2.493 (6,4%) na Região Centro-Oeste.

Quanto à incidência de casos de aids notificados no Sinan, declarados no SIM

e registrados no Siscel/Siclom, observa-se no Brasil, em 2011, uma taxa de

20,2/100.000 habitantes. A maior taxa de incidência foi observada na Região Sul,

30,9/100.000 habitantes, seguida pela Região Sudeste (21,0), Região Norte (20,8),

Região Centro-Oeste (17,5), e Região Nordeste (13,9).

Embora o dado nacional indique uma diminuição de cerca de 6% na taxa de

incidência de casos de aids nos últimos 10 anos no Brasil como um todo, observam-

se diferenças significativas nas tendências das taxas de incidência de aids nas

macrorregiões do país. No período de 2002 a 2011, dentre as cinco regiões do país,

observa-se uma diminuição de 23,7% na taxa de incidência na Região Sudeste, de

8,3% na Região Sul e de 5,4% na Região Centro-Oeste. No mesmo período, a taxa

de incidência de casos de aids apresenta um incremento de 90,8% na Região Norte

e de 49,7% na Região Nordeste.

Das 27 Unidades Federadas (UF), 10 delas têm taxas de incidência para o

ano de 2011 maiores que a média nacional (20,2/100.000 hab.): Amazonas (29,4),

Roraima (27,6), Rondônia (21,4) e Amapá (20,3) na Região Norte; Rio de Janeiro

(31,5), São Paulo (20,6) e Espírito Santo (20,3) na Região Sudeste; Rio Grande do

Sul (40,2) e Santa Catarina (36,4) na Região Sul; e Mato Grosso (21,5) na Região

Centro-Oeste.

No período de 2002 a 2011, dentre as 27 UF, observa-se a maior diminuição

na taxa de incidência (-30,1%) no estado de São Paulo, seguido pelo estado de

Minas Gerais (-20,3%), Distrito Federal (-17,0%), Paraná (-16,0%) e Rio de Janeiro

(-15,0%). No mesmo período, as UF com o maior incremento na taxa de incidência

de casos de AIDS são Roraima (+173,5%), Maranhão (+154,6%), Rio Grande do

Norte (+118,4%) e Pará (+103,3% Em 2011, a taxa de incidência de casos de aids

em homens foi de 25,9/100.000 habitantes e de 14,7 em mulheres, com uma razão

de sexos de 1,7 casos em homens para cada caso em mulheres. Desde o início da

epidemia, a razão de sexos apresentou gradual redução ao longo do tempo, com

pequenas oscilações entre 1,4 e 1,7 a partir do ano 2000.

20

Com relação às faixas etárias, em 2011 as maiores taxas de incidência

observam-se entre os 30 e os 44 anos de idade, tanto no sexo masculino quanto no

feminino. Ainda com relação às faixas etárias de 2002 a 2011, observou-se um

aumento da taxa de incidência de casos de AIDS nas faixas etárias de 15 a 24 anos,

de 50 a 59 anos, e de 60 anos e mais.

Em 2011, foram notificados no Sinan, declarados no SIM e registrados no

Siscel/Siclom 745 casos de aids em menores de 5 anos, a maioria dos quais na

Região Sudeste (36,8%), seguida pelo Sul (23,4%), Nordeste (21,6%), Norte

(13,4%) e Centro- Oeste (4,8%). A taxa de incidência de casos de aids em menores

de cinco anos, indicador utilizado no Brasil para monitorar a redução da transmissão

vertical do HIV7, foi de 5,4/100.000 habitantes em 2011, com importantes diferenças

entre as macrorregiões: 9,8 no Sul; 6,3 no Norte; 5,2 no Sudeste; 3,8 no Nordeste; e

3,3 no Centro- Oeste (BRASIL, 2012).

1.2.3. Transmissão do HIV-1

A transmissão do HIV-1 ocorre pelo contato com fluidos corpóreos infectados,

como sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, os quais são mais eficientes

transmitindo o vírus do que fluídos deficientes em células tais como saliva, urina e

lágrima (Schwartz & Nair, 1999).

A transmissão vertical, decorrente da exposição da criança durante a

gestação, parto ou aleitamento materno vem aumentando devido à maior

transmissão heterossexual, a transmissão intra-uterina é possível em qualquer fase

da gravidez, porém é menos frequente no primeiro trimestre. As infecções ocorridas

neste período não têm sido associadas a malformações fetais. Alguns estudos

demonstraram que uma proporção substancial dos casos de transmissão do HIV-1

da mãe para o filho ocorre durante o período intraparto, e seria causado por

transfusão do sangue materno para o feto durante as contrações uterinas, infecção

após a rotura das membranas e contato do feto com as secreções ou sangue

infectados do trato genital materno (Bianco, 2005; Khare, 2005). Esta transmissão

tem sido a principal causa de infecção pelo HIV-1 em crianças (Newell, 1998). O

tratamento da mãe e do filho tem reduzido a transmissão vertical do HIV-1 (Connor

et al., 1994).

21

1.2.4. HIV EM GESTANTES

A redução da transmissão vertical de HIV e sífilis é um componente

importante da política de prevenção da mortalidade materno-infantil do Pacto pela

Saúde do Ministério da Saúde (2006). O acesso à assistência pré-natal, ao

diagnóstico precoce de HIV e sífilis em gestantes, e ao tratamento adequado das

duas doenças são momentos fundamentais para o controle da transmissão vertical

do HIV e da sífilis.

Com relação à infecção pelo HIV em gestantes, no último estudo sentinela em

parturientes de 2010, observou-se uma prevalência de HIV de 0,38%, que

corresponde a um total estimado de 10.303 gestantes HIV positivas para esse ano.

Comparando o dado estimado de 2010 com o número de casos de gestantes com

HIV notificados em 2011 (6.540 gestantes HIV+), estima-se que a vigilância de HIV

em gestantes alcançou 63,5% dos casos esperados.

De 2000 a junho de 2012, foi notificado no Sinan um total de 69.500 casos de

infecção pelo HIV em gestantes, a maioria dos quais na Região Sudeste (42,4%),

seguida pelas regiões Sul (31,4%), Nordeste (14,6%), Norte (5,9%) e Centro-Oeste

(5,7%). Em 2011, o número de casos no Brasil foi de 6.540, dos quais 2.355 (36,0%)

na Região Sudeste, 1.994 (30,9%) na Região Sul, 1.235 (18,9%) na Região

Nordeste, 550 (8,4%) na Região Norte e 406 (6,2%) na Região Centro-Oeste.

A taxa de detecção de casos de HIV em gestantes no Brasil em 2011

correspondeu a 2,3 casos por 1.000 nascidos vivos. A única região com uma taxa de

detecção superior à média nacional foi a Região Sul, com 5,4 casos por 1.000

nascidos vivos.

No período de 2002 a 2011, observa-se no Brasil aumento de 43,8% na taxa

de detecção de HIV em gestantes; a tendência de aumento é também observada em

todas as regiões do país.

Em 2011, os estados que apresentaram taxas de detecção de HIV em

gestantes superiores à taxa nacional (2,3/1.000 nascidos vivos) foram: Amazonas

(2,4), na Região Norte; Rio de Janeiro (2,8) e Espírito Santo (2,4), na Região

Sudeste; Rio Grande do Sul (8,4), Santa Catarina (6,0) e Paraná (2,4), na Região

Sul; e Mato Grosso do Sul (2,4), na Região Centro-Oeste.

No período de 2002 a 2011, dentre as 27 UF, observa-se uma tendência de

aumento na maioria dos estados. Só o estado de São Paulo e o Distrito Federal

22

apresentam redução na taxa de detecção de HIV em gestantes, de -20% e -16%,

respectivamente De modo geral, em 2011, a maior proporção de gestantes

infectadas pelo HIV está concentrada na faixa etária de 20 a 29 anos (50,5%), em

duas faixas de escolaridade distintas da 5ª à 8ª série incompleta (26,9%) e do ensino

médio completo (14,7%) e na raça/cor branca (41,2%) e parda (37,5%) (BRASIL,

2012)

1.2.5. MULHERES NO CICLO GRÁVIDO PUERPERAL

O ciclo grávido puerperal envolve a gravidez o parto e o puerpério, no período

de 40 semanas ou 280 dias, a gestação, parto e puerpério são processos

fisiológicos, sendo o parto o ponto culminante deste processo (Rezende, 2006).

A gestação, como processo global, causa grande transformação física,

emocional, social tanto no âmbito pessoal como familiar, em curto espaço de tempo.

Este é o momento principal de atuação do profissional de saúde, onde a arte de

cuidar, examinar, programar e ensinar pode ser favorecida para o ciclo grávido

puerperal e ao recém-nascido (Gualda,1994).

No pré-natal é de suma importância para saúde da mulher grávida, desde que

inicie esta assistência no primeiro trimestre de gestação, com os objetivos de

diagnosticar enfermidades maternas preexistentes, tratando-as de modo a reduzir

seu impacto na evolução e nos resultado, acompanhar a evolução da gravidez,

observando as condições da gestante, o desenvolvimento e as condições do feto;

diagnosticar e tratar as intercorrências gestacionais adotando as medidas

preventivas recomendadas para a proteção da gestante e do feto preparando a

gestante para o parto e o aleitamento (França, 2001; Costa, 2012).

Com isto o profissional de saúde deve executar o cuidar da mulher visando à

qualidade que é o ponto determinante de sua eficiência na prevenção de patologias

e complicações obstétricas (Tanaka et al., 1989; Chamberlain, 1993; Neme, 2006).

Durante o pré-natal, a primeira consulta, sem dúvida, é a mais importante

para o decorrer da gestação. Há o levantamento das doenças pregressas da

gestante, antecedentes familiares e história obstétrica anterior possibilitando com

isso, diminuir os fatores de risco que envolve a gestação (Tanaka et al., 1989;

Laurenti, 1986; BRASIL, 2006).

23

Ainda no pré-natal oferecer a realização de todos os exames laboratoriais e o

teste anti-HIV com aconselhamento e com consentimento para todas as gestantes

na primeira consulta pré-natal, enfatiza a necessidade de realizar pelo menos uma

sorologia durante o período gestacional. A repetição da sorologia para HIV, ao longo

da gestação ou na admissão para parto (BRASIL, 2006).

Em caso de teste negativo, deve-se orientar para os cuidados preventivos e,

em casos positivos, prestar esclarecimentos sobre os tratamentos disponíveis e

outras orientações para o controle da infecção materna e para redução da

transmissão vertical do HIV-1 (BRASIL, 2006).

No parto normal ou espontâneo é aquele que prescinde manobras

obstétricas, e resulta do perfeito equilíbrio entre os fatores que nele intervêm: canal

do parto (bacia óssea e partes moles), concepto e forças (contração uterina, prensa

abdominal e diafragma). O diagnóstico do trabalho de parto é dado pela presença de

contrações uterinas dolorosas e rítmicas, no mínimo duas em 10 minutos, com

duração de pelo menos 30 segundos, associadas a modificações cervicais (dilatação

e/ou apagamento) reforçam o diagnóstico: a formação da bolsa das águas e a perda

do tampão mucoso (Rezende, 2006; Kitzinger,1978).

O momento do parto é significativo para a parturiente, o recém-nascido e a

família, pois é o culminar de um processo de longa duração que provoca profundas

mudanças sociais, físicas, psicológicas e finalizando uma parceria entre mãe-bebê e

família (Goldman, 2002; Goldman & Barros, 1998).

Durante o trabalho de parto, deve ser permitida a presença do seu

companheiro ou alguém de sua escolha ao seu lado e a liberdade da posição em

para o nascimento de seu filho (Gualda, 1994).

O puerpério é o período que se inicia logo após o parto, depois da

dequitação da placenta, com duração variável, que finaliza quando as alterações

provocadas pela gravidez no organismo materno involui para seu estado normal

anterior (Rezende, 2006).

Sendo assim, o período pós-parto abrange desde o nascimento da criança até

que todas as funções fisiológicas da mulher voltem ao seu estado pré-concepcional

(Branden, 2000).

24

1.2.6. IMPACTO DO HIV-1 NA GRAVIDEZ

Um dos problemas enfrentados pela mulher na gestação é a possibilidade da

transmissão materno-infantil do vírus do HIV, que consiste na transmissão do HIV-1

da mãe portadora para o bebê pela exposição ao vírus durante gestação, trabalho

de parto, parto ou aleitamento (Souza Jr, Szwarcwald, Barbosa Jr, Carvalho &

Castilho, 2004). A transmissão materno-infantil é a principal via de infecção pelo

HIV-1 na população infantil (Santos, Cabral & Batista, 2005).

As crianças e adolescentes com menos de 15 anos somam 2,1 milhões de

infectados. Em 2008, 430 mil pessoas nessa faixa etária foram contaminadas e o

número de mortes de crianças e adolescentes em consequência da doença chegou

a 280 mil. A maioria dos casos de infecção nesse grupo ocorre ainda no útero da

mãe, no momento do parto ou logo após o nascimento, por meio da amamentação

(UNAIDS, 2009)

A adoção das medidas preventivas diminui o risco de infecção do bebê, e,

quando nenhuma dessas recomendações é implementada, a probabilidade da

transmissão materno-infantil do HIV-1 pode ser elevada (Santos, 2005).

No campo da prevenção, o Ministério da Saúde registrou um dos maiores

avanços com adoção do AZT na gestação e parto e, o esclarecimento a gestante

quanto ao impedimento do aleitamento materno para se evitar a transmissão do HIV-

1 pelo leite materno, como medida de controle e propagação. Assim, na assistência

à saúde da mulher é relevante o entendimento de que as ações de atenção à

prevenção ao HIV-1 no pré-natal devem ser implementada, visando o

aconselhamento das mulheres infectadas sobre o risco de transmissão vertical

levando a proibição da lactação, da amamentação cruzada (Carrascoza, Costa Jr,

Ambrosano & Moraes, 2005; BRASIL, 2006).

Além disso, realiza-se cesariana eletiva quando a carga viral do HIV-1materna

for considerada alta ou desconhecida, a cesariana é a retirada do recém-nascido

através da parede abdominal de sua mãe. Quando a mãe é soropositiva uma

cesariana pode ser feito para proteger o bebê do contato direto com o sangue e

outros fluidos corporais (Pluciennik, 2003).

1.2.7. EDUCAÇÃO A SAÚDE E O HIV-1 NA TEORIA DO AUTOCUIDADO

Em 1985, a Divisão Nacional de Controle das DST e SIDA/AIDS, atualmente

Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde, estabeleceu as primeiras

25

diretrizes para o programa de controle da AIDS, dando início à política nacional de

DST/AIDS. A vigilância epidemiológica e a prevenção compunham o eixo central

deste programa, onde a educação em saúde era parte integrante das medidas

preventivas, sendo dirigida, especialmente, para os ditos grupos de risco. É nesse

momento, também, que é desencadeada a difusão de informações através de

campanhas pelos meios de comunicação de massa, com uso de cartazes, panfletos,

entre outros recursos como a implementação das normas nas Unidades Básicas de

Saúde e Hospitalar (BRASIL, 2006)

A educação a saúde para o autocuidado é importante para que a mulher

obtenha conhecimento da prevenção do HIV-1 no ciclo grávido puerperal, pois é

durante a realização do pré-natal que se executa os ensinamentos sobre higiene

corporal, educação sexual, importância do pré-natal, frequência nas consultas de

enfermagem e médica, orientação para o parto, puerpério e amamentação. Enfocar

as questões relacionadas ao HIV-1 ensinando a prevenção e tratamento

contribuindo na redução desta patologia e transmissão perinatal (Parker, 1994;

Ferreira, 1996).

O autocuidado deve constituir um dos objetivos da assistência de

enfermagem e demais membros da equipe multiprofissional, pois possibilita o

estímulo à participação ativa da mulher no seu tratamento, ao dividir com a

enfermeira e demais profissionais de saúde a responsabilidade na implementação

da assistência e nos resultados (Orem, 1995).

Existem três sistemas de enfermagem baseados nas necessidades de

autocuidado e na capacidade do indivíduo para autocuidar-se: o totalmente

compensatório, quando o indivíduo é incapaz de empenhar-se nas ações de

autocuidado; o parcialmente compensatório, representado em situação em que o

indivíduo tem ação limitada e, em consequência disso, o enfermeiro e a mulher

exercem o papel principal na execução de cuidados; e o sistema de apoio a

educação, no qual o indivíduo tem potencial para executar e deve aprender a

executar ações de autocuidado (Orem, 1995).

Autocuidado é a pratica de atividades que os indivíduos iniciam e

desempenham pessoalmente em favor de si mesmo, na manutenção da vida, saúde

e bem-estar, que está diretamente relacionada com habilidades, limitações, valores

e regras culturais e científicas do próprio individuo ou de seus agentes (George,

2000; Orem, 1995).

26

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Geral

Descrever as características epidemiológicas da populacional de mulheres

infectadas pelo HIV-1 no período grávido puerperal atendidas na Fundação da Santa

Casa de Misericórdia do Pará e Unidade de Referência Materno Infantil e do

Adolescente.

1.3.2. Específicos

Descrever as variáveis demográficas, sociais e culturais da população

examinada;

Descrever a história pré, peri e pós- natal do grupo populacional examinado;

Descrever a aderência às recomendações da educação à saúde no

autocuidado do pré-natal no grupo estudado;

Descrever as condições de nascimento das crianças oriundas de mães

portadoras do HIV-1;

Comparar as informações epidemiológicas da mãe com a situação de

transmissão vertical do HIV-1.

27

2.0. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. TIPO DE ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

O presente trabalho trata-se de um estudo epidemiológico descritivo,

transversal que incluiu mulheres puérperas atendidas no Sistema Alojamento

Conjunto (SAC) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA) e na

Unidade de Referência Materna Infantil e do Adolescente (UREMIA).

População estudada foi selecionada 64 puérperas com HIV-1 destas 07 não

preencheram os critérios de inclusão e foram excluídas da análise.

Critérios de inclusão: mulheres maiores de 18 anos e até 40 anos e

infectadas pelo HIV-1.

Critérios de exclusão: mulheres menores de 18 anos, maiores de 40 anos e

que não infectadas pelo HIV-1.

2.2. Local do estudo

A pesquisa foi desenvolvida no sistema alojamento da Fundação da Santa

Casa de Misericórdia do Pará que é um órgão de administração indireta, vinculado a

Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA). Foi certificada como Hospital de

Ensino, conforme Portaria Interministerial MS/MEC n° 2378 de 26 de Outubro de

2004 e efetivado seu processo de contratualização junto ao Sistema Único de Saúde

(SUS) por meio da Portaria 2.859/MS, de 10 de novembro de 2006.

Este Hospital tem como finalidades essenciais: a Assistência, o Ensino e a

Pesquisa, em consonância com o Perfil Assistencial na Atenção a Saúde da

Criança, Atenção a Saúde da Mulher, e Atenção a Saúde do Adulto, prestando

serviços ambulatoriais e de internação. É um hospital que atende 100% do Sistema

Único de Saúde, está cadastrado como referência na atenção à gestante de alto

risco e ao recém- nascido. Na área do Ensino e Pesquisa desenvolve os programas

de Residência Médica em Pediatria, Neonatologia, Nefrologia Pediátrica,

Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Dermatologia, Cirurgia Geral, Cirurgia

Pediátrica e Radiologia.

A Unidade de Referência Materno Infantil e do Adolescente é subordinada à

Secretaria Executiva de Saúde Pública do Estado do Pará, localiza na Avenida

Alcindo Cacela, nº 1988, bairro de Nazaré, da capital Belém, no estado do Pará. A

28

UREMIA atende um público diversificado como recém-nascidos, crianças, grávidas

de alto risco e mulheres adultas e idosas, que encontram-se inserida nos programas:

orientação, apoio e incentivo ao Aleitamento Materno Exclusivo (PROAME), recém-

nascidos de risco, Pólo de Odontologia Materno-Infantil (POMI), Atendimento

Integral à Criança Desnutrida, Programa Nacional de Triagem Neonatal, Estimulação

Precoce, Atendimento Integral às Crianças Portadoras de HIV/AIDS, Programa do

Adolescente, Gravidez de Risco, Planejamento Familiar, Programa de Mastologia,

Assistência ao Climatério e Serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e

Colposcopia.

2.3. Colheitas de Informações

As informações foram obtidas por meio de um questionário (Apêndice 1) que

incluiu as informações epidemiológicas, demográficas, sociais e culturais. As

informações perinatais foram colhidas da ficha perinatal, as do pós-natal do

prontuário hospitalar e da TV no prontuário da criança na UREMIA. No período de

cinco meses que foram selecionadas as mulheres que tinham o diagnostico de

soropositivas no período de novembro de 2010 a abril de 2011.

Da ficha perinatal oriunda do local onde realizaram o atendimento pré-natal

foram obtidas as informações a seguir: história pré, peri natal, assim como aderência

às recomendações da educação a saúde no autocuidado do pré-natal nesta

população, higiene corporal, presença nas consultas de enfermagem e médica, e o

uso adequado das medicações prescritas.

O prontuário hospitalar das mulheres puérperas no Sistema Alojamento

Conjunto da Fundação da Santa Casa de Misericórdia do Pará serviu para gerar as

informações referentes à admissão, gestação atual, evolução do trabalho de parto,

exames realizados e condições do nascimento. Entretanto algumas informações não

atingiram o valor da amostra por falha nas anotações nos prontuários.

As informações da transmissão vertical do HIV-1 foram obtidas na Unidade de

Referência Materno Infantil e Adolescente, de acordo com os seguintes passos:

verificou-se o nome das mães no livro de matrícula do Programa de Atendimento

Integral às Crianças Portadoras de HIV/AIDS; nome das crianças; número dos

29

prontuários das crianças; solicitação dos prontuários das crianças, e verificação dos

exames laboratoriais da carga viral se positivo ou negativo para HIV-1.

2.4. Análise Estatística

As informações foram armazenadas em um banco de dados no programa

Acess, usando as variáveis que compõem o questionário, a ficha perinatal, o

prontuário e os resultados dos exames de laboratório das crianças.

Os cálculos de frequência de variáveis foram efetuados usando o conceito

clássico da razão dos números de pessoas que possuam a característica

pesquisada. Usou-se o programa Microsoft Office Excel 2010 para formulação das

tabelas com porcentagens e por meio do programa SPSS 17.0 (Statistical Package

for the Social Sciences, version 17.0; Chicago 2008), que juntamente com o

programa BioEstat 5.0 (Ayres et al., 2008), foram utilizados para a aplicação dos

testes estatísticos ―t‖, e ―G‖, para estimativa das correlações entre os diversos

resultados obtidos. O nível de significância aceito foi de 5%.

2.5. Aspectos Éticos

A pesquisa obedeceu as Resoluções 196/1996 e 347/2005, ambas do

Conselho Nacional de Saúde e foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará sob o protocolo de nº

102/10-CEP (Anexo 1).

30

3. RESULTADOS

As Tabelas de 1 a 6 descrevem as variáveis sócio demográficas das mulheres

puérperas infectadas pelo HIV-1 no pré-natal, incluindo-se a faixa etária, município de

origem, religião, escolaridade, trabalho, vínculo empregatício, estado civil e a situação

conjugal.

Verificou-se que a maioria das mulheres atendidas (77,2%) encontrava-se na

faixa etária entre 18 a 29 anos, sendo que a maior frequência ocorreu no grupo de 22

a 25 anos (28,1%). Houve predominância de mulheres com residência em Belém

(71,9%), seguido do município de Ananindeua (5,3%) e Abaetetuba (3,5%). As

demais foram originárias de dez municípios do Estado do Pará (Alenquer, Augusto

Correa, Castanhal, Marituba, Quatipuru, Santarém Novo, Soure, Tailândia,

Ulianópolis, Vigia) e (um em outro Estado). 70,1% das puérperas professaram à

religião católica e 29,9% a religião evangélica (Tabela 1).

Tabela 1- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a faixa etária

(anos), município de origem e religião.

Varáveis n %

Faixa Etária

18 — 21

15

26,3

22 — 25 16 28,1

26 — 29 13 22,8

30 — 33 7 12,2

34 — 39

Município

Belém

6

41

10,6

71,9

Outros 11 19,3 Ananindeua 3 5,3

Abaetetuba Religião Católica

2 40

3,5 70,1

Evangélica 17 29,9

31

Não foi observada associação significante entre o início do pré-natal e a

procedência das puérperas (fora da RMB ou dentro da RMB) p= 0,4537. (Tabela 2).

Teste ―G‖, *Informações não coletadas de todas as puérperas.

FRMB= Fora da Região Metropolitana de Belém

DRMB= Dentro da Região Metropolitana de Belém

Verificou-se que o grupo foi constituído em sua maioria (61,4%), de pessoas

com até oito anos de estudo que corresponde ao ensino fundamental completo,

incompleto e três mulheres referiram ter alcançado o ensino superior. A situação de

trabalho foi referida por 68,4% com ausência do vínculo formal de trabalho com

registro na carteira de trabalho profissional, foi mencionado por (88,9%) das

mulheres entrevistadas como não ter vínculo de trabalho e (11,1%) tem vínculo.

Observou-se que (84,2%) relatou renda familiar com menos de um salário mínimo e

(15,8%) com renda de um a dois salários mínimos. (Tabela 3).

Tabela 2- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o início do Pré-

natal e a Procedência.

Variáveis

Procedência

P Fora

RMB*

Dentro

RMB

Início do pré-natal*

1 a 2 meses 5 25

0,4537¹ 3 a 4 meses

+ de 4 meses

6

1

12

4

Total 12 41

32

Tabela 3 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a escolaridade,

situação formal de trabalho, vínculo de trabalho e renda familiar.

Variáveis n %

Escolaridade

Ens. Fund. Incompleto 23 40,4

Ens. Fund. Completo 12 21

Ens. Méd. Incompleto 9 15,8

Ens. Méd. completo 10 17,5

Ens. Sup. Incompleto 2 3,6

Ens. Sup. Completo 1 1,7

Situação formal de trabalho

Não 39 68,4

Sim 18 31,6

Vinculo de trabalho*

Não 16 88,9

Sim 2 11,1

Renda familiar

Menos que 1 SM 48 84,2

De 1 SM a 2SM 9 15,8

*Informações sim da situação formal de trabalho.

Verificou-se que 26 puérperas residem dentro da região metropolitana de

Belém, com escolaridade do ensino fundamental e 16 puérperas com ensino médio

dentro do município. Não foi observada associação significante entre o nível de

escolaridade das puérperas e a procedência das mesmas. (Tabela 4).

33

Ao comparar escolaridade e tempo de início do pré-natal observou-se que a

maioria que iniciou o pré-natal com 1 a 2 meses de gestação possuía ensino

fundamental, porém, não houve associação significante entre escolaridade das

puérperas e o início do pré-natal, com p= 0,9511 (Tabela 5).

Tabela 5- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a escolaridade das

puérperas e o inicio do pré-natal.

Variáveis Início do Pré-natal*

P 1 a 2 meses 3 a 4 meses Mais de 4 meses

Escolaridade

Ensino Fundamental 18 12 3

0,9511¹ Ensino Médio 11 5 2

Ensino Superior 1 1 0

Total 30 18 5

Teste G¹, *Informações não coletadas de todas as puérperas.

Tabela 4- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a escolaridade

das puérperas e a procedência.

Variáveis Procedência

P FRMB DRMB

Escolaridade

Ensino Fundamental 9 26

0,3905¹ Ensino Médio 3 16

Ensino Superior 0 3

Total 12 45

Teste G¹

34

A maioria das puérperas era solteira 89,5% e 10,5% casadas. Quanto à

situação conjugal 73,7% referiram ter companheiro e 26,3% não tinham

companheiro (Tabela 6).

Tabela 6 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o estado civil e

situação conjugal.

Variáveis n %

Estado Civil

Casada 6 10,5

Solteira 51 89,5

Situação conjugal

Com companheiro

42

73,7

Sem companheiro 15 26,3

Nas Tabelas de 7 a 15 são descritas as variáveis retiradas da ficha perinatal

como realizações do pré-natal, início do pré-natal, local do pré-natal, peso inicial e

final da mãe, hábitos do fumo, droga, álcool, tempo de conhecimento da infecção

pelo HIV-1, tratamento, número de consultas de enfermagem e médica, vacina,

palestra, idade gestacional.

Das puérperas, 93% realizaram o pré-natal e 7% não realizaram; 56,6%

iniciaram o pré-natal de 1 a 2 meses; 33,9% iniciaram de 3 a 4 meses e 9,5% com

mais de 4 meses e quanto ao local de realização do pré-natal 66% realizaram na

UREMIA, 5,6% na casa da mulher e 28,3% não informaram (Tabela 7).

35

Tabela 7 - Distribuição das frequências de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a realização do

pré-natal, início do pré-natal, e local onde fez pré-natal.

Dados do pré-natal n %

Realizou Pré-Natal

Não

4

7

Sim 53 93

Início do Pré-Natal*

1 a 2 30 56,6

3 a 4 18 33,9

Mais de 4

Local onde fez Pré-Natal*

Uremia

5

9,5

35 66

Casa da Mulher 3 5,6

Outros 15 28,3

*Informações não coletadas de todas as puérperas.

Quando comparados o tempo de início do pré-natal e o peso do bebê ao

nascimento verificou-se que não houve associação estatisticamente significante

entre essas variáveis. (Tabela 8).

Tabela 8 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o início do pré-

natal e o peso dos bebês ao nascerem.

Variáveis

Peso dos bebês ao nascerem (em gramas)

1000 |—

2500

2500 |—

3000

3000 |—

3500

3500 |—

4000 P

Início do Pré-natal*

0,3464

1 a 2 meses 10 13 6 1

3 a 4 meses 2 8 6 2

Mais de 4 meses 0 2 2 1

Total 12 23 14 4

Teste G¹, *Informações não coletadas de todas as puérperas.

36

Verificou-se que (33,4%) das puérperas tinham peso inicial entre 45 a 50

quilos, 19,3% com peso inicial de 55 a 60 quilos e 22,7% peso final com 52 a 57

quilos (Tabela 9).

Tabela 9 – Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o peso inicial e

final da mulher no período da gestação.

Peso inicial Peso final*

Peso n (%) Peso n (%)

41 |— 45

45 |— 50

50 |— 55

55 |— 60

60 |— 65

65 |— 70

70 |— 76

6 10,5

19 33,4

5 8,8

11 19,3

8 14

4 7

4 7

43 |— 48

48 |— 52

52 |— 57

57 |— 62

62 |— 67

67 |— 72

72 |— 77

3 6,9

2 4,5

10 22,7

7 15,9

8 18,2

9 20,5

5 11,3

*Informações não coletadas de todas as puérperas.

A distribuição dos pesos inicial e final das mulheres puérperas infectadas pelo

HIV-1 atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, por meio de um box-plot

(mediana e quartis).

Da

do

s

Peso_Final_GestaçãoPeso_Inicial

80

70

60

50

40

Box-Plot do peso das pacientes

37

Figura 7- Distribuição do box-plot das medianas estatísticas dos pesos (em Kg) das

mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA,

Belém-PA, de acordo com o peso inicial e final.

A correlação das médias dos pesos iniciais (55,42 kg) e finais (63,44kg) das

puérpera durante a gestação mostrou uma diferença estatística altamente

significativa (Tabela 11).

Tabela 11 – Distribuição das medidas estatísticas dos pesos (em Kg) das mulheres

puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA,

de acordo com o peso no início da gestação e no final da gestação.

Pesos Medidas Estatísticas dos Pesos (em Kg) das puérperas

Média n Desvio-padrão P

Inicial 55,42 49 9,213 0,0000¹

Final 63,44 49 9,989

Teste t pareado¹

Pelos quartis, notou-se que no peso inicial das puérperas 25% tinham até 48,0

Kg, 50% até 56 Kg e 75% até 61,25 Kg. Já no peso final delas, 25% tinham até

55,0Kg, 50% até 63,75 Kg e 75% até 71,27 Kg (Tabela 10).

Tabela 10 - Distribuição do resumo do box-plot das medidas estatísticas dos pesos

(em Kg) das mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no SAC/FSCMPA

e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o peso inicial e final.

Quartil 1 Quartil 2 (Mediana) Quartil 3

Peso Inicial (em Kg)

48,0 56,0 61,25

Peso Final (em Kg)

55,0 63,75 71,27

38

Com relação ao uso de drogas licitas e/ou ilícitos 75,4% das mulheres

puérperas declararam não fumaram, 76,3% não faziam uso de bebida alcoólica e

82,5% disseram não usar drogas ilícitas (Tabela 12).

Tabela 12– Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com hábito do fumo,

álcool e drogas no pré-natal.

Hábitos n %

Fumar

Não

43

75,4

Sim 14 24,6

Álcool*

Não

42

76,3

Sim 13 23,7

Drogas ilícitas

Não

47

82,5

Sim 10 17,5

*Informações não coletadas de todas as puérperas.

Ao analisar os hábitos das mães em comparação ao peso dos recém-nascidos

não verificou-se associação significativa entre os hábitos lícitos e ilícitos da mãe

(fumo, consumo de álcool e uso de drogas) com o peso de seus bebês ao

nascerem. Verificou-se que p-valor do hábito de fumar houve uma proximidade da

relação com o peso do recém-nascido com o p-valor de 0,0649 (Tabela 13).

39

Observou-se que a maior parte das mulheres (66,7%) relatou ter

conhecimento da soropositividade para o HIV-1 no período de 0 a 1 ano, 7%

conhecem de 1 a 2 anos. Quanto ao tratamento 19,3% não realizaram tratamento e

80,7% realizaram tratamento (Tabela 14).

Tabela 13 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com seus hábitos:

fumos, álcool, drogas e o peso dos bebês delas ao nascerem.

Hábitos da mãe

Peso dos bebês ao nascerem (em gramas)

1000 |— 2500

2500 |— 3000

3000 |— 3500

3500 |— 4000 P

Fuma

0,0649¹ Não 7 21 13 2

Sim 6 4 1 2

Total 13 25 14 4

Consumo de álcool*

0,1543¹

Não 7 22 11 2

Sim 5 3 3 2

Total 13 25 14 4

Uso de Drogas

0,1543¹ Não 8 24 11 3

Sim 5 1 3 1

Total 13 25 14 4

Teste G¹, *Informações não coletadas de todas as puérperas.

40

Detectou-se que nas mulheres puérperas, quanto ao número de consultas de

enfermagem, que 40,3% foram entre 0 a 2 consultas e 40,3% de 2 a 4 consultas.

Nas consultas médicas 7,1% compareceram de 0 a 2 consultas, 43,8%

compareceram de 2 a 4 consultas e 33,3% foram de 4 a 6 consultas.

Nas palestras de educação a saúde 56,1% não foi às palestras e 43,9% foram

às palestras. Na idade gestacional das mulheres puérperas na admissão no hospital

31,6% tinham de 33 a 38 semanas de gestação e 63,1% entre 38 a 43 semanas

gestacionais (Tabela 15).

Tabela 14- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o tempo de

conhecimento do HIV-1 e tratamento.

Variáveis n %

Tempo de conhecimento

0 |— 1 38 66,7

1 |— 2 4 7

2 |— 3 2 3,5

3 |— 4 3 5,3

4 |— 5 4 7

5 |— 6 2 3,5

Mais de 6 4 7

Tratamento

Não 11 19,3

Sim 46 80,7

41

Tabela 15 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com nº de consulta de

enfermagem, nº de consulta médica, palestra de educação à saúde no pré-natal,

idade gestacional em semanas na hora do parto.

Variáveis n %

Nº Consulta de enfermagem

0 |— 2 23 40,3

2 |— 4 23 40,3

4 |— 6 7 12,3

6 |— 8 3 5,3

8 |—10 1 1,7

Consulta de Enfermagem* Não 3 5,5 Sim 52 94,5

Nº de consulta médica 0 |— 2 4 7,1 2 |— 4 25 43,9 4 |— 6 19 33,3 6 |— 8 9 15,7 Palestra de educação à saúde

Não 32 56,1 Sim 25 43,9

Idade gestacional 13.0 |— 18.0 1 1,7 18.0 |— 23.0 0 0,0 23.0 |— 28.0 1 1,7 28.0 |— 33.0 1 1,7 3.00 |— 38.0 18 31,6 38.0 |— 43.0 36 63,3

*Informações não coletadas de todas as puérperas.

Nas Tabelas de 16 e 17 são descritas as variáveis obstétricas referentes ao

parto, altura uterina (AU), apresentação do feto, se havia dilatação, tamanho da

dilatação do colo uterino; tipo de bolsa amniótica, tipo de liquido amniótico e

evolução do parto; medicação prescrita e consulta de enfermagem e médica.

A altura uterina das puérperas mostrou que 58,1% foram de 30 a 35

centímetros (cm) e 27,4% com 35 a 40 (cm). De acordo com apresentação do feto,

98,3% foi cefálica. Houve dilatação em 89,7% das mulheres envolvidas. Em 57,7

com dilatação de 1 centímetro (Tabela 16).

42

* Informações não coletadas de todas as puérperas.

Quanto à bolsa amniótica, 83,7% foram íntegras e 16,3% rôta. À

característica do líquido amniótico, 72,3% apresentaram cor clara e 27,7% líquidos

com grumos. Na evolução do parto, 96,5% foi cesárea e 3,5% normal (Tabela 17).

Tabela 16 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a altura uterina,

apresentação do feto, apresentaram dilatação, dilatação do colo uterino.

Variáveis n %

Altura Uterina*

15 |― 20 2 3,6

20 |― 25 1 1,8

25 |― 30 3 5,5

30|― 35 32 58,1

35 |― 40 15 27,4

40 |― 45 1 1,8

45 |― 50 1 1,8

Apresentação Feto

Cefálico 56 98,3

Pélvico 1 1,7

Dilatação do colo (cm)*

Não 3 10,3

Sim 26 89,7

Dilatação do colo uterino*

Um 15 57,7

Dois 3 11,5

Três 3 11,5

Quatro 2 7,7

Cinco 2 7,7

Dez 1 3,9

43

Tabela 17 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o tipo de bolsa

amniótica, tipo de liquido amniótico e evolução do parto.

Variável n %

Tipo de Bolsa Amniótica*

Íntegra 46 83,7

Rôta 9 16,3

Tipo de Líquido amniótico*

Claro 13 72,3

Grumos 5 27,7

Evolução do parto

Cesárea 55 96,5

Normal 2 3,5

*Informações não coletadas de todas as puérperas.

Nas Tabelas 18 a 22 descreveram-se as variáveis referentes aos recém-

nascidos, gênero, peso, perímetro cefálico (PC), perímetro torácico (PT), altura,

(APGAR) no 1º e 5º minuto e condições de nascimento e transmissão vertical (TV).

O gênero dos recém-nascidos 35,7% foi feminino e 64,3% masculino. Quanto

ao peso 23,3% pesaram entre 1000 a 2500 gramas (gr), 44,7% pesaram de 2500 a

3000 gr, 25% de 3000 a 3500 gr. Quanto ao perímetro cefálico 20% medindo de 30

a 32 cm, 49,1% de 32 a 34 cm, 29,1% de 34 a 36 centímetros. O perímetro torácico

em 24.5% mediu de 26 a 30 cm, 67,3% de 30 a 34 cm. Na altura 59,3% mediram de

45 a 49 centímetros, 29,6% 49 a 53 centímetros. O aspecto (coloração), pulso

(frequência cardíaca), contração do rosto (resposta reflexa à estimulação da planta

do pé), atividade (mobilidade), respiração (APGAR) no 1º minuto 25,5%

apresentaram de 5 a 8 batimentos por minutos (bpm), 72,7 % mais 8 (bpm). APGAR

no 5º minuto 3,7% de 5 a 8 (bpm) e 96,3% mais de 8 (bpm) (Tabela 18).

44

*Gênero

Feminino 20 35,7

Masculino 36 64,3

Peso*

1000 |― 2500 13 23,3

2500 |― 3000 25 44,7

3000 |― 3500 14 25

3500 |― 4000 4 7

Perímetro cefálico*

30 |― 32 11 20

32 |― 34 27 49,1

34 |― 36 16 29,1

+ 36 1 1,8

Perímetro torácico*

23 |― 26 1 2,1

26 |― 30 12 24,5

30 |― 34 33 67,3

+ 34 3 6,1

Altura do recém-nascido*

42 |― 45 5 9,3

45 |― 49 32 59,3

49 |― 53 16 29,6

+ 53 1 1,8

Apgar no 1º minuto*

0 |― 2 0 0,0

2 |― 5 1 1,8

5 |― 8 14 25,5

+ 8 40 72,7

Apgar no 5º minuto*

0 |― 2 0 0,0

2 |― 5 0 0,0

5 |― 8 2 3,7

+ 8 53 96,3

*Informações não coletadas de todas as puérperas.

Tabela 18 - Distribuição da frequência dos recém-nascidos de mulheres puérperas

infectadas pelo HIV-1 atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo

com gênero, peso, perímetro cefálico, perímetro torácico, altura do recém-nascido,

APGAR no 1º e 5º minuto.

Variáveis dos RN n %

45

Gênero

Pe

so

ao

na

sce

r

10

4.0

3.5

3.0

2.5

2.0

Box-Plot do peso dos bebês ao nascerem

Feminino Masculino

Figura 8- Distribuição do resumo do box-plot das medidas estatísticas dos pesos (em

Kg) dos recém-nascidos das mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no

SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o gênero.

Ao acompanhar peso inicial e final dos bebês ao nascer, demonstrou-se por

meio de um box-plot (mediana e quartis), e que notou-se nos bebês do gênero

feminino 25% tinham até 2,67 Kg, 50% até 2,81 Kg e 75% até 2,99 Kg. Já entre os

bebês do gênero masculino, 25% tinham até 2,47 Kg, 50% até 2,86 Kg e 75% até

3,27 Kg (Tabela 19).

46

Conclui-se a partir do p-valor encontrado igual a 0,566 que não há diferença

significante entre os pesos dos bebês das puérperas, com relação ao sexo dos

mesmos (Tabela 20).

Tabela 20 – Distribuição das medidas estatísticas do box-plot dos pesos (em Kg) dos

recém-nascidos (RN) das mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1 atendidas no

SAC/FSCMP e UREMIA, Belém-PA, por sexo do bebê.

Sexo dos RN Medidas Estatísticas dos pesos dos recém-nascidos

n Média Desvio-padrão P

Masculino 35 2,8649 0,49131 0,566¹

Feminino 20 2,7925 0,35337

Teste ―t‖ para duas amostras independentes¹

Em relação à condição de nascimento, 23,3% pariram recém-nascidos de

baixo peso, 1,7% óbito fetal, 75% nasceu em bom estado geral (Tabela 21).

Tabela 19- Distribuição do resumo do box-plot das medidas estatísticas dos pesos

(em Kg) dos recém-nascidos das mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com o sexo.

Quartil 1 Quartil 2 (Mediana) Quartil 3

Feminino (em Kg)

2,67 2,81 2,99

Masculino (em Kg)

2,47 2,86 3,27

47

Tabela 21- Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com as condições de

nascimento dos recém-nascidos.

Condições de nascimento* n %

Baixo peso 13 23, 3

Óbito fetal 1 1,7

Bom estado geral 42 75

Total 56 100,0

*Informações não coletadas de todas as puérperas.

Dentre os recém-nascidos, em 1 (1,7%) foi confirmado à transmissão vertical

do HIV-1. A mãe da criança só fez tratamento durante quatro meses de outubro de

2010 até fevereiro de 2011. (Tabela 22).

Tabela 22 - Distribuição da frequência de mulheres puérperas infectadas pelo HIV-1

atendidas no SAC/FSCMPA e UREMIA, Belém-PA, de acordo com a transmissão

vertical (TV) nos recém-nascidos.

Transmissão vertical n %

Sim 1 1,7

Não 56 98,3

Total 57 100,00

48

4. DISCUSSÃO

De acordo com os dados, faixa etária das mulheres portadoras de HIV-1

examinadas no presente estudo foi de 18 a 39 anos, onde o maior percentual está

entre a faixa etária de 18 a 29 anos, com média de 25,8 anos de idade. Em relação

à idade, o resultado encontrado é semelhante aos dados constantes no boletim

epidemiológico em 2011, onde no Brasil a faixa etária de maior incidência refere-se

a idade de 20 a 29 anos.

A faixa etária do presente estudo é semelhante ao estudo realizado no

município de Serra/ES no qual foi verificado que na faixa etária das participantes

houve variação de idade entre 18 e 33 anos. Dessas, 13 participantes (39,4%)

encontravam-se na faixa etária entre 18 e 23 anos; e 11 (33,3%) entre 24 e 28 anos

(Meira, 2007).

Esses dados demonstram o mesmo perfil epidemiológico nacional, ou seja,

está ocorrendo uma juvenilização da epidemia. Isto nos leva a refletir sobre a

importância do diagnóstico precoce de mulheres em idade fértil, pois alguns estudos

e em nossa experiência revelam que muitas mulheres só conhecem o seu

diagnóstico durante o pré-natal.

Ao analisar os dados relacionados ao município de residência, percebe-se

que a grande maioria das gestantes vivendo com HIV-1 do nosso estudo, reside em

Belém/PA. Semelhante ao estudo, ―Caracterização das gestantes vivendo com o

HIV/AIDS no estado de Alagoas‖, que encontrou o maior percentual das gestantes

oriundas de Maceió, dado esse que pode indicar falha na notificação dessas

gestantes em outro município (Costa, 2009).

Acredita-se que por residirem em zona urbana, as gestantes tiveram

oportunidade de realizar seu diagnóstico e início do tratamento com mais facilidade

de acesso ao serviço de saúde.

No que diz respeito à religião, a religião católica apresentou o maior

percentual encontrado nas puérperas soropositivas, semelhante ao estudo realizado

na cidade de Fortaleza/CE, que contava com o maior número de adeptas desta

religião (59,8%) entre as mulheres que integraram o estudo (Lopez, 2008).

Com relação à fé, a religiosidade tem sido considerada como fonte potencial

de significado pessoal, e de bem estar espiritual, do encontro de um sentido para a

vida e de satisfação com a mesma. A religiosidade age positivamente sobre a saúde

49

mental, sendo que a disponibilidade de um sistema de crenças propicia sentido à

vida e ao sofrimento, incentivando comportamentos saudáveis, esses sentimentos

fortalecem o enfrentamento de sua realidade (Dalgalarrondo, 2006).

Concordamos com o autor, pois o enfrentamento da doença baseada em

princípios religioso dá uma maior força que a fé cura, oferecendo uma maior

serenidade e momentos de maior tranquilidade frente à doença.

A escolaridade correspondente a oito anos de estudo, se mostrou

predominante na maioria das puérperas. O resultado é semelhante à pesquisa

realizada no estado do Paraná em que se detectou 33% das entrevistadas possuíam

ensino fundamental incompleto. A carência de escolaridade pode interferir na

compreensão da prevenção do risco da transmissão materno-infantil. Esse dado

pode estar relacionado a maior chance de contaminação do público jovem, o que

pode contribuir para a disseminação da AIDS (Wieger, 2011).

Em relação à situação formal de trabalho, a maioria das puérperas declarou

atividade de profissional do lar, mas sem vínculo empregatício, com remuneração

familiar mensal inferior a um (1) salário mínimo. Diferente do estudo realizado em

Fortaleza/CE, em que quase todas as mulheres (91,8%) pertenciam a famílias com

renda de até dois (2) salários mínimos (Lopez, 2008).

A ocupação é considerada um dos indicadores indiretos do nível

socioeconômico, sabendo-se que o trabalho é um dos elementos importantes para a

saúde das pessoas, contribuindo para o equilíbrio físico, mental, social, permitindo o

acesso ao tratamento e a satisfação no seu cotidiano, desse modo, por meio das

atividades laborais, o ser humano pode se desenvolver (Martins, 2008; Reis, 2007).

No que diz respeito ao estado civil a maioria das entrevistadas é solteira e

vive com companheiro. O resultado da pesquisa se mostrou semelhante ao estudo

realizado no município de Curitiba/PR que apresentou 42% (160) das entrevistadas

solteiras (Rodrigues, 2008). A família de pai e mãe solteiros tende a ser mais

vulnerável econômica e socialmente. Muitos lares de mães solteiras são pobres,

sendo que a maior desvantagem fica com as crianças que vivem com mães que

nunca foram casadas. Sem a proteção de uma sociedade preocupada, podendo

criar um ambiente instável e com privações para o crescimento dos filhos

(Lowdermilk, 2002).

A maioria das mulheres portadoras do HIV-1 realizou o pré-natal, iniciado até

o segundo mês de gestação, na Unidade de Referencia Materno Infantil e

50

Adolescente. O resultado encontrado é igual ao estudo realizado em Serra no

Espirito Santo com 33 mulheres gestantes, em que 24-72,7% das entrevistadas

iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre gestacional (Meira, 2008).

Segundo o Programa de Humanização da Assistência pré-natal e Nascimento

é recomendado que a primeira consulta seja realizada no máximo até o 4º mês de

gestação. O início precoce do pré-natal possibilita a gestante o rastreamento de

problemas que possam interferir na sua saúde e na saúde do filho e dessa forma

possibilitar a intervenção precoce. No que diz respeito à detecção precoce de uma

mãe soropositiva, é possível juntamente com outros cuidados, a redução da

transmissão materno-infantil. Dentre outros critérios preconizados, destaca-se que

as gestantes devem realizar pelo menos seis consultas. Neste contexto, a gravidez

de alto risco e dependendo de como a gravidez evolui, talvez haja necessidade da

gestante ter um número maior de consultas.

No peso inicial das puérperas a maioria apresentou pesagem entre 45 a 50 kg

e peso final entre 55 e 60 kg. A correlação das médias do peso inicial e final,

mostrou diferença significante, realizado no Teste t pareado p menor que 0,05.

A maioria das mulheres portadoras do HIV-1 nega envolvimento com qualquer

tipo de droga, seja lícita ou ilícita, o que reduz a possibilidade da transmissão do

HIV-1, apesar do presente estudo não ter investigado essa possível forma de

transmissão.

A média de tempo de conhecimento sorológico das mulheres é de 1 ano, pois

a maioria das mulheres entrevistadas sabia que estava doente há um ano e estavam

em tratamento com antirretrovirais, no entanto, a minoria não aderiu ao tratamento, o

que constitui fonte de preocupação pela possibilidade de disseminação da doença,

aumentando dessa forma o risco de transmissão perinatal.

Diferente do tempo de conhecimento do diagnóstico do HIV-1 na pesquisa no

Espirito Santo/ES, em que seis entrevistadas ficaram sabendo entre 4 e 6 anos

atrás, cinco entre 7 e 9 anos e uma conhecia seu diagnóstico apenas há um ano

(Martins, 2008).

O conhecimento do status sorológico antes da gravidez ou em seu início

permite que a mulher tenha maior oportunidade de receber os devidos cuidados em

todas as etapas de prevenção da transmissão vertical. Algumas gestantes têm

conhecimento da soropositividade pelo HIV-1 no momento de início do pré-natal,

dando início em seguida ao aconselhamento e profilaxia da transmissão vertical.

51

A consulta de enfermagem e médica durante o período gestacional foi em

média em número de 2 a 4 consultas. Semelhante ao estudo realizado em quatro

capitais sobre ―Assistência prestada a gestantes/parturientes infectadas pelo HIV‖,

apenas 125 (8%) das entrevistadas completaram quatro consultas (Vasconcelos,

2005). Observamos que o número reduzido de consultas pré-natais constitui uma

barreira para a prevenção da transmissão vertical.

Para haver o adequado acompanhamento pré-natal e assistência à gestante e

à puérpera, a mulher deve participar de, no mínimo, seis consultas de pré-natal, com

início até o 4º mês de gravidez (Brasil, 2012)

Em relação à educação, a saúde, a maioria das puérperas não participou das

palestras, e um percentual menor, mas significativo de gestantes compareceu às

ações educativas durante a assistência pré-natal, o que também constitui fonte de

preocupação, sendo estas atividades um momento oportuno para a obtenção de

orientações sobre o pré-natal, bem como o fortalecimento para o autocuidado.

O aconselhamento com palestras surgiu como estratégia teórica e

metodológica para auxiliar os profissionais de saúde a trabalhar com as questões

mais complexas que possam ser suscitadas e dar apoio emocional, educativo e

orientação em relação à prevenção da infecção pelo HIV-1 à clientela assistida

(Meira, 2007).

Acredita-se que a educação em saúde seja o melhor meio para estabelecer

uma relação de confiança entre os profissionais de saúde e a gestante, permitindo o

desenvolvimento de atividades voltadas à saúde da mulher, dando maior ênfase à

vulnerabilidade dela e de sua família ao HIV-1, além de discutir temas relacionados

à sexualidade, procurando envolver os parceiros nessas atividades.

A idade gestacional (IG), definida pela semana gestacional na hora do parto

se encontrou entre 38 e 43 semanas, compatível com gestação a termo. Semelhante

à idade gestacional definida segundo o método de CAPURRO, evidenciou que 96

crianças (84,2%) nasceram a termo (IG entre 37 a 41 semanas de gestação).

E também igual ao estudo ―Evolução laboratorial de recém-nascido e mães

com HIV positivo‖ com 64 recém-nascidos, (58-90,6%) a maioria nasceu com idade

gestacional a termo (Yoshimoto, 2005).

A importância do acompanhamento da idade gestacional, para iniciar a

profilaxia do HIV-1 tem como objetivo a prevenção da transmissão vertical e é

recomendada para gestantes com início do esquema precoce, entre a 14ª e a 28ª

52

semana de gravidez. Quando o diagnóstico é estabelecido tardiamente, no 3º

trimestre (mais especificamente a partir da 28ª semana), é recomendado o início da

TARV logo após a coleta dos exames, mesmo antes da obtenção de seus resultados

(Brasil, 2012).

Considerando as variáveis obstétricas referentes ao parto na altura uterina

(AU), a maior frequência foi de 30 a 35 centímetros; a apresentação do feto

recorrente foi à cefálica, sendo que a maioria apresentou dilatação do colo uterino

de 1 centímetro; tipo de bolsa amniótica íntegra; e líquido amniótico de cor clara.

No presente estudo, a maioria das gestantes foi submetida ao parto cesáreo

com 96,5% de frequência. Igual à pesquisa realizada no Estado de Alagoas com

relação ao tipo de parto, o mais frequente entre estas gestantes foi o parto cesáreo,

que contemplou 233 casos (58,7%) (Costa, 2009).

De acordo com as Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical

do HIV-1 e Terapia Antirretroviral em Gestantes do Ministério da Saúde, a definição

da via de parto deverá ser baseada no resultado da carga viral materna, realizada a

partir da 34ª semana de gestação, em associação com a avaliação obstétrica.

Em mulheres com carga viral menor que 1.000 cópias/ml, o tipo de parto

poderá ser discutido entre a gestante e seu obstetra, pois nessas condições o parto

pode ser via vaginal ou cesáreo, não alterando o risco de transmissão vertical do

HIV-1 (BRASIL, 2010).

Entretanto, está indicado o parto cesáreo para as gestantes soropositivas

para o HIV-1 que, ao final da gestação apresentem carga viral desconhecida ou

superior a 1.000 cópias/ml. Este, quando indicado, deverá ser realizado entre a 38ª e

39ª semana de gestação, evitando, assim, a ruptura das membranas, a dilatação

cervical maior que 3 a 4 cm, o nascimento de recém-nascidos prematuros,

diminuindo a troca sanguínea entre mãe e feto.

Tendo como base estas recomendações, mesmo não dispondo de dados de

carga viral das gestantes em estudo, foi possível identificar que a via de parto

predominante foi o cesáreo, no entanto, não foi possível apontar se a cirurgia

cesariana foi eletiva ou de urgência.

Dentre as variáveis referentes aos recém-nascidos, a maioria das mulheres

pariram fetos saudáveis do sexo masculino, sem intercorrências ao nascimento, com

peso entre 2.500 a 3.000 g. Semelhante à pesquisa ‖Epidemiologia da transmissão

53

vertical do HIV em Fortaleza‖, o peso ao nascer foi maior ou igual a 2500 gramas

ocorreu em 92 dos nascimentos (82%) (Lopez, 2008).

O perímetro cefálico (PC) apresentou medidas entre 32 a 34 cm; perímetro

torácico (PT) entre 30 a 34 cm; altura de 45 a 49 cm. As mensurações resultantes

nesta pesquisa constituem em resultados normais para os recém-nascidos. O

aspecto (coloração), pulso (frequência cardíaca), contração do rosto (resposta

reflexa à estimulação da planta do pé), atividade (mobilidade), respiração (Apgar)

no 1º e 5º minuto de vida apresentou resultado 8. Semelhante a pesquisa

‖Epidemiologia da transmissão vertical do HIV em Fortaleza‖ verificou-se que 100%

das crianças com índice de Apgar conhecido, através do cartão de vacina ou

prontuário, tinham o índice de Apgar no 5º minuto maior que 7 (Lopez, 2008). Sabe-

se que esta avaliação é de grande importância para constatar a vitalidade do feto ao

nascer.

Em relação às condições de nascimento, 13 recém-nascidos apresentaram

baixo peso, 1 óbito fetal, 42 em bom estado geral. É considerado baixo peso ao

nascer (BP), definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quando o peso de

nascimento figura abaixo de 2.500g.

Na transmissão vertical, apenas um dos recém-nascidos foi infectado pelo

HIV-1. Provavelmente devido ao fato da mãe não ter aderido ao uso da terapia

antirretroviral.

Quanto ao número de crianças infectadas por transmissão vertical, foi

verificado um único caso (o que corresponde a 0,7% das crianças acompanhadas

adequadamente no serviço até a definição do status sorológico final), semelhante ao

estudo realizado no ―Setor de Pré-natal de Alto Risco do Serviço de Obstetrícia do

Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM)‖. Neste caso específico, não houve

adesão por parte da mãe ao uso da terapia antirretroviral (Konopka, 2010).

Com a implementação dos programas e das políticas públicas voltadas ao

combate do HIV/AIDS, o Brasil tem conseguido reduzir a transmissão vertical

através de diversas condutas, como: promoção da queda da carga viral materna

para menos que 1.000 cópias/ml ao final da gestação; parto por cirurgia cesariana

eletiva; uso de quimioprofilaxia com o AZT na parturiente e no recém-nascido; e a

não amamentação (BRASIL, 2012),

De acordo com o Ministério da Saúde, caso todas as medidas profiláticas

sejam realizadas adequadamente, a taxa de recém-nascidos infectados situa-se

54

entre 0 e 2%. Esse resultado ressalta que a adesão ao tratamento e ao

acompanhamento em serviço de referência pelas gestantes soropositivas, associado

à capacitação e sensibilização dos profissionais e gestores de saúde envolvidos na

assistência a essas pacientes, possibilita a redução da taxa de transmissão vertical

a valores quase nulos (BRASIL, 2012).

As recomendações foram construídas a partir dos resultados obtidos neste

estudo, e seguindo o já estabelecido pela politica do Ministério da Saúde, que

devem ser executadas com objetivo de reduzir as complicações maternas e a

transmissão vertical (TV).

1- No pré-natal: promover a testagem para o HIV-1 entre o 1º e 3º trimestres de

gestação; estabelecer a referência para o pré-natal de alto risco para seguimento

das gestantes infectadas pelo HIV-1; preencher adequado do cartão das gestantes;

-Notificar todas as gestantes com diagnóstico do HIV-1; realizar ações e educação à

saúde conforme o nível de escolaridade; reforçar ensinamento sobre o tratamento;

orientar quanto à importância do comparecimento as consultas de enfermagem e

médica; orientar quanto aos cuidados com o recém-nascido;

2 – No parto e puerpério na maternidade: orientar sobre a definição de via de parto;

realizar teste rápido para diagnóstico do HIV-1, quando indicado, com entrega do

resultado em até 1 hora após a coleta; utilizar AZT intravenoso no parto para

parturiente infectada pelo HIV-1; realizar manejo obstétrico adequado durante o

trabalho de parto , considerando as especificidades da parturiente infectada pelo

HIV-1; investigar diagnóstica (carga viral); ministrar medicação para inibição de

lactação à parturiente infectada pelo HIV-1; notificar as parturientes com diagnóstico

de HIV-1 no momento do parto; estabelecer sistema de referência ao seguimento da

puérpera e do recém-nascido exposto ao HIV-1; monitorar administração do AZT

xarope; acompanhar a criança infectada pelo HIV-1, incluindo manejo do

antirretroviral (ARV); notificar todas as crianças expostas ao HIV-1; administrar AZT

xarope nas primeiras horas de vida ao recém-nascido exposto ao HIV-1; liberar a

fórmula infantil para o recém-nascido;

3- Acompanhamento pós-parto na área básica de saúde: realizar consulta de

puerpério; realizar seguimento pós-natal, incluindo medidas específicas à atenção a

puérpera infectada pelo HIV-1; acompanhar as crianças expostas ao HIV-1 na

puericultura, acompanhando condutas do serviço de referência e da maternidade;

55

-Manejar antirretroviral para fins de profilaxia da transmissão vertical (TV) ou

tratamento da infecção pelo HIV-1; acompanhar os exames laboratoriais;

acompanhar o esquema vacinal; orientar sobre a não amamentação após o parto,

incluindo orientações sobre inibição da lactação e administração de fórmula infantil à

criança exposta; manejar as co-infecções; estabelecer a referência para Atenção

Básica.

Com isto, os profissionais de saúde devem ser capacitados para assistirem as

necessidades das mulheres no ciclo grávido puerperal, portadoras de HIV-1,

conforme as normas do Ministério da Saúde no manejo da AIDS, capacitando nas

ações de orientações e prevenções que devem ser constante no ciclo gravido

puerperal, na área preventiva e curativa; assim como aprofundamento de pesquisa

desta natureza; continuação da pesquisa no monitoramento dos filhos das mães

soropositivas, para detectar a possível transmissão vertical.

56

5 CONCLUSÕES

Com base nos dados obtidos e na discussão foi possível concluir que:

1- A maioria das mulheres com HIV-1 examinadas neste estudo foi de 18 a 39 anos,

onde o maior percentual foi entre 18 a 29 anos;

2- As puérperas, em sua maioria, procederam do município de Belém;

3- A religião católica foi o maior percentual encontrado nas puérperas soropositivas;

4- A escolaridade correspondeu a 8 anos de estudo, se mostrou predominante, na

maioria das puérperas;

5- Na situação formal de trabalho, a maioria das puérperas apresentou-se como

tendo uma atividade profissional do lar, mas sem vínculo empregatício, com

remuneração familiar mensal inferior a um salário mínimo;

6- No estado civil a maioria das entrevistadas foi solteira e vive com companheiro;

7- A maioria das mulheres portadoras do HIV-1 realizou o pré-natal, iniciado até o

segundo mês de gestação, na Unidade de Referência Materno Infantil e

Adolescente;

8- No peso inicial das puérperas a maioria foi entre 45 a 50 quilos e no peso final

entre 55 e 60 quilos. Na correlação das médias do peso inicial e final mostrou

diferença significante, realizado no Teste t pareado p menor que 0,05;

9- A maioria das mulheres portadoras do HIV-1 nega envolvimento com qualquer

tipo de droga, seja ela lícita ou ilícita ao que reduz a possibilidade da transmissão do

HIV-1;

10- O tempo de conhecimento sorológico das mulheres, em sua maioria, estas já

sabiam há um ano e estavam em tratamento com antirretrovirais, no entanto a

minoria não aderiu ao tratamento;

11- A consulta de enfermagem e médica durante o período gestacional foi em

número de 2 a 4 consultas;

12- Na educação à saúde a maioria das puérperas não participou das palestras e

um percentual menor, mais significativo de gestantes compareceu as ações

educativas durante assistência pré-natal;

13- A idade gestacional (IG), definida pela semana gestacional na hora do parto se

encontrou entre 38 e 43 semanas compatível com gestação a termo;

14- As variáveis obstétricas referentes ao parto na altura uterina (AU) a maior

frequência foi de 30 a 35 centímetros; apresentação do feto a mais presente foi a

57

cefálica, a maioria apresentou dilatação do colo uterino de um centímetro, tipo de

bolsa amniótica íntegra, líquido amniótico de cor clara;

15- As variáveis referentes aos recém-nascidos, a maioria das mulheres pariram

fetos saudáveis do sexo masculino, sem intercorrências ao nascimento, com peso

entre 2.500 a 3.000 gramas. O perímetro cefálico (PC) entre 32 a 34 centímetros;

perímetro torácico (PT) entre 30 a 34 centímetros; altura de 45 a 49 centímetros, as

mensurações resultantes nesta pesquisa constituem em resultados normais para os

recém-nascidos. O Apgar no 1º e 5º minuto de vida com resultado 8 batimentos por

minuto (bpm);

16- Nas condições de nascimento, 13 recém-nascidos foram de baixo peso (BP), um

óbito fetal, 42 em bom estado geral;

17- Na transmissão vertical um dos recém-nascidos foi infectado pelo HIV-1,

acredita-se que devido a mãe não aderir ao uso da terapia antirretroviral;

58

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICES

68

APÊNDICE-1

INSTRUMENTO DE PESQUISA

Perfil Epidemiológico da mulher no ciclo grávido puerperal com infecção pelo HIV-1

na Fundação da Santa Casa de Misericórdia do Pará e Unidade de Referência

Materno Infantil. Nº________

1- IDENTIFICAÇÃO. Prontuário nº______________________

Nome_______Idade_______Municipio ___________Bairro___religião _______

2- INFORMAÇÕES SOCIAIS

1-Grau de Instrução:

Ensino fundamental completo ( ) incompleto ( ) ensino médio completo ( )

incompleto ( ) ensino superior: completo ( ) incompleto ( )

2 – Condições de trabalho:

Trabalha sim ( ) não ( ) tipo de trabalho ________registrado sim ( ) não ( ) renda

familiar 1 salário mínimos ( ) 2 salários mínimos ( ) + de 2 salários mínimos ( )

3- Estado civil: solteira ( ) casada ( ) viúva ( )

4- Situação conjugal: Com companheiro ( )sem companheiro ( ) único parceiro ( )

mais de um parceiro ( )

3- FICHA PERINATAL – história pré-peri e pós-natal.

1- Antecedentes Pessoais: Pré-Natal: Sim ( ) Não ( )

Início do Pré-Natal: 1 a 2 meses ( ) 3 a 4 meses ( ) + de 4 meses ( )

Local onde fez Pré-Natal __________________________Idade da

menarca:______anos, peso inicial_______Peso do final da gestação _________

Idade do início da atividade sexual: _________anos , n° de Gestações: ______

2- Hábitos: Fumo: Sim ( ) Não ( )

Álcool: Sim ( ) Não ( ) Droga: Sim ( ) Não ( )

69

3- Exames de HIV-1:

Data do primeiro exame anti-HIV-1 positivo: mês _______ano _______

Data de início do tratamento anti-retroviral: sim ( ) não ( )

4- Aderência da educação a saúde no autocuidado:

Higiene corporal ( ) N° de Consultas de enfermagem ( ) Nº de consultas médicas ( )

Realização de vacina ( ) Presença nas palestras de educação a saúde ( )

5- Anotações da hospitalização:

Tipo de parto ____________________________________________________

Condições de nascimento __________________________________________

6- Prontuário hospitalar: admissão gestação Atual:

Idade gestacional _________________ semanas

Altura Uterina _________Pressão Arterial ______

Apresentação: cefálico ( ) pélvico ( ) transversa ( ) dilatação __________ cm

Bolsa amniótica: integra ( ) rôta ( ) líquido: claro ( ) grumos ( ) mecônio ( )

7 - Evolução do trabalho de parto:

Parto: normal ( ) cesárea ( )

8 – Recém-nascido:

Sexo: feminino ( ) masculino ( ) peso ao nascer ______altura___________

PC___________ PT____________ chorou ao nascer, Apgar: 1º minuto _______ 5º

minutos _______ Cuidados com RN______________________

9- Condições de nascimento: baixo peso: sim ( ) não ( ) óbito fetal: sim ( ) não ( )

bom estado geral: sim ( ) não ( )

10- Transmissão vertical: sim ( ) não ( )

70

APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

1- Estou participando da pesquisa sobre ―Perfil Epidemiológico da mulher no ciclo grávido puerperal com infecção pelo HIV-1 na Fundação da Santa Casa de Misericórdia do Pará e Unidade de Referência Materno Infantil‖, que está sendo desenvolvida pela Universidade Federal do Pará e pela Universidade do Estado do Pará.

2- Receberei as seguintes informações para poder decidir a minha participação ou não na pesquisa.

3- A pesquisadora responsável é a doutoranda Maria Lucia Costa, residente no Conjunto Residencial Tapajós. Rua Astúrias, 35, Bairro Icoaracy, Fone 3248-69.71 e-mail [email protected]. Orientador Prof. Dr. Ricardo Ishak, Biomédico Professor Titular da Universidade Federal do Pará.

4- O objetivo, em descrever as características epidemiológicas das mulheres infectadas pelo HIV-1 no período gravídico puerperal atendidas na Fundação da Santa Casa de Misericórdia do Pará e Unidade de Referência Materno Infantil; descrever as variáveis demográficas sociais e culturais da população a ser examinada; descrever a historia pré, peri e pós natal do grupo a ser examinado; descrever aderência as recomendações da educação a saúde no autocuidado do pré-natal do grupo estudado; descrever as condições de nascimento das crianças oriundas de mães portadoras de HIV-1; comparar as informações epidemiológicas da mãe com a situação de transmissão do HIV-1 às crianças

5- Durante a pesquisa a puérpera deverá responder a um questionário. 6- Ninguém é obrigada a participar da pesquisa, assim como poderá deixar a pesquisa

no momento que quiser, pois não haverá prejuízo por esta causa. 7- Não haverá nenhum tipo de despesas para todas que participarem da pesquisa,

assim como não haverá nenhuma forma de pagamento pela participação. 8- Sua participação na pesquisa só os pesquisadores ficarão sabendo de sua

contribuição. Os dados utilizados na pesquisa terão uso só neste trabalho, sem sua identificação.

9- Riscos e Benefícios. Esta pesquisa não oferece riscos. E como beneficio temos a troca de conhecimento usando a educação a saúde, conforme as respostas das mulheres. __________________________________ Assinatura do Pesquisador responsável

Declaro que li as informações acima sobre a pesquisa, que me sinto esclarecida a cerca do conteúdo da mesma, assim como seus riscos e benefícios. Declaro ainda que, por minha livre vontade, aceito participar da pesquisa colaborando nas respostas do estudo.

Belém, ____, de ____________________ de 2010.

____________________________________

Assinatura do entrevistado

71

ANEXO 1

TERMO DE APROVAÇÃO

72