UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ...€¦ · meu projeto e, por me permitir...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA ALINE KELLY DE AQUINO LIMA CIPRIANO A INTERAÇÃO DO CAJUEIRO (Anacardium occidentale L.) COM O FUNGO Lasiodiplodia theobromae REPROGRAMA A EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS NO CAULE, SÍTIO DE INFECÇÃO DO PATÓGENO FORTALEZA - CEARÁ 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA

ALINE KELLY DE AQUINO LIMA CIPRIANO

A INTERAÇÃO DO CAJUEIRO (Anacardium occidentale L.) COM O FUNGO

Lasiodiplodia theobromae REPROGRAMA A EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS

NO CAULE, SÍTIO DE INFECÇÃO DO PATÓGENO

FORTALEZA - CEARÁ

2014

ALINE KELLY DE AQUINO LIMA CIPRIANO

A interação do cajueiro (Anacardium occidentale L.) com o fungo Lasiodiplodia theobromae

reprograma a expressão de proteínas no caule, sítio de infecção do patógeno

Orientador: Prof. Dr. José Tadeu Abreu de Oliveira

Coorientadora: Dra. Darcy Mayra Furtado Gondim

FORTALEZA - CEARÁ

2014

Dissertação submetida à

Coordenação do Programa de Pós-

Graduação em Bioquímica da

Universidade Federal do Ceará,

como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre em

Bioquímica.

Esta dissertação de Mestrado foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Bioquímica da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do grau

de Mestre em Bioquímica, outorgado pela Universidade Federal do Ceará, e encontrar-se-á à

disposição na Biblioteca Central da referida Universidade.

A transcrição ou utilização de qualquer trecho deste trabalho é permitida, desde que

seja feito de acordo com as normas de ética científica.

____________________________________

Aline Kelly de Aquino Lima Cipriano

Dissertação aprovada em: 21 de Março de 2014.

BANCA EXAMINADORA

...................................................

Dr. José Tadeu Abreu de Oliveira

Universidade Federal do Ceará

(Orientador)

.......................................................

Dr. José Emilson Cardoso

Embrapa Agroindústria Tropical

(Examinador)

.......................................................

Frederico Bruno Mendes Batista Moreno

Universidade de Fortaleza

(Examinador)

AGRADECIMENTOS

Ao meu bom Deus pelo zelo com que conduz a minha vida fornecendo os subsídios

que são necessários para alcançar meus propósitos: a força diante das fraquezas, a solução

diante das complicações e a saúde diante da possível fragilidade a que nós humanos somos

sujeitos. Enfim, por me fornecer na medida certa a “essência” que eu preciso para seguir em

frente.

Ao meu orientador, Prof. José Tadeu Abreu de Oliveira, que de forma muito especial

aceitou assumir e conduzir esta orientação. Pela confiança, cuidados e conselhos inerentes ao

meu projeto e, por me permitir compartilhar a certeza de que sua contribuição científica, na

minha formação, também foi graça de Deus na minha vida.

A minha coorientadora, Dra. Darcy Mayra, por todos os conselhos e ensinamentos

científicos. Por ter dividido as alegrias e aflições inerentes a este protejo, pelo incentivo na

condução dessa pesquisa.

Ao Dr. José Emilson pela pronta aceitação em participar da avaliação deste trabalho e

pelo entusiasmo sempre demonstrado nesse projeto, inicialmente conduzido pela Dra. Darcy

Mayra.

Ao Laboratório de Análises Proteômicas, da Universidade de Fortaleza, coordenado

pela professora Dra. Ana Cristina Moreira, pelas análises de espectrometria de massas. Em

especial ao Dr. Frederico Moreno pelo apoio durante os experimentos e pela aceitação em

participar da avaliação desse trabalho.

A todos que compõem o Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Agroindústria

Tropical. Em especial aos estudantes Joilson e Glauber pela ajuda nos experimentos de

inoculação.

Ao Professor Francisco de Assis Paiva Campos e a todos do laboratório de Biologia

Molecular de Plantas, em especial a Manu, Fabiano e Camila.

Ao Laboratório de Fisiologia Animal- UFC, coordenado pelo Prof. Dr. Arlindo Moura

e, de forma muito especial, ao Jorge pelo apoio durante a análise proteômica.

Ao Laboratório de Toxinas Vegetais, coordenado pela Prof. Dra. Ilka Vasconcelos,

pelo apoio prestado e aos estudantes Helen, Paulo, Lucas, e, de forma mais que especial à

amiga Clídia.

À Iara Flávia, minha grande amiga e irmã de coração. Pela generosidade sempre

mostrada na nossa amizade e, por dividir comigo, a sobrecarga e aflições dos últimos seis

anos. Pela palavra amiga, confiança, respeito e, acima de tudo, por me aceitar com minhas

qualidades e limitações.

À Hudson Moura, meu grande parceiro de bancada e amigo. A quem sou

extremamente grata pelo abraço apertado de todos os dias, as discussões e entusiasmo

científico inerente a nossa linha de pesquisa. Por compartilhar comigo a palavra de força nos

momentos de maus resultados.

À grande Ana Luiza, pelo sorriso e energia positiva contagiante. Por ser essa pessoa

maravilhosa, indescritível e psicodélica.

À Anna Lídia, amiga linda. Pelas palavras consoladoras diante das angústias. Por

confiar e aceitar dividir comigo alguns momentos, que acredite, foram muito valiosos para

meu crescimento pessoal.

Ao querido Rodolpho Guedes (Rodolphinho). Pelo carinho e momentos

descontraídos que foram muito importantes para acalantar as preocupações científicas. Pelo

trabalho de designer na elaboração das figuras necessárias no meu artigo e, por ter sido, uma

pessoal muito especial durante esses dois anos.

Ao amigo Handerson (o grande), por ser essa pessoa tão gentil e atenciosa.

Aos queridos e demais colegas do Laboratório de Proteínas Vegetais de Defesa:

Thiago, Pedro, Raissa, Felipe, Emanoel e Larissa. Pelo acolhimento especial, excelente

convivência e carinho sempre demonstrado. Por terem se tornado a minha família de todos os

dias. E em particular, aos amigos Fredy Davi, por estar sempre solícito em compartilhar

opiniões e resultados científicos e, a Juliana Rodrigues (minha IC favorita), por todo o

carinho.

As minhas amigas, Joselena Mendonça e Janaína Daniela, por serem um grande

presente de Deus na minha vida.

Meus mais sinceros agradecimentos, ao meu melhor alicerce: minha família. De

maneira, extremamente especial, aos meus lindos e abençoados pais: Ivo Cipriano e Itacira

Nunes. A vocês eu não consigo expressar em palavras o sentimento de gratidão, por todo o

amor incondicional e dedicação que foram essenciais na minha formação pessoal e

profissional. Por encontrar, no apoio de vocês, a força para renovar minhas fraquezas.

A minha linda irmã Anielly Cristina e ao pequeno Yan Samuel, quem são bênçãos de

Deus na minha vida.

Aos meus tios e tias, que honrosamente são grandes exemplos de esforço e vitória.

A meus queridos avós de sangue e de coração. E, em particular, a minha querida

vozinha Noêmia Nunes.

Por fim, agradeço profundamente ao meu amado Ricardo Gonçalves, pelo exemplo de

dedicação e incentivo na iniciação científica. Por, todos os dias, me fazer experimentar da

alegria da cumplicidade e amor necessário para enfrentarmos as dificuldades.

A todos que direta e indiretamente contribuíram para a execução deste trabalho.

AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS

Este trabalho foi realizado graças ao auxílio das seguintes Instituições:

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Centro de Ciências da Universidade

Federal do Ceará (DBBM-UFC).

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal e de Ensino Superior (CAPES), pela bolsa de

Pós-Graduação concedida ao autor, através de convênio com o Programa de Pós-Graduação

em Bioquímica do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Centro de Ciências

da Universidade Federal do Ceará.

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através de

convênio com o Programa de Pós-Graduação em Bioquímica do Departamento de Bioquímica

e Biologia Molecular do Centro de Ciências da Universidade Federal do Ceará.

Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP),

através de convênio com o programa de Pós-Graduação em Bioquímica do Departamento de

Bioquímica e Biologia Molecular do Centro de Ciências da Universidade Federal do Ceará.

RESUMO

No Brasil, a indústria do caju é uma das principais fontes de renda e trabalho no campo e

representa a maior parcela da economia na região nordeste, que concentra 94% da produção,

destacando-se os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, respectivamente. Neste

contexto, para otimizar o setor produtivo, estratégias de melhoramento genético de cultivares

têm focado na seleção e desenvolvimento de clones anãos. Entretanto, essa prática tem

contribuído para diminuição da variabilidade genética e, consequentemente, para maior

vulnerabilidade ao ataque de patógenos. A resinose, causada pelo fungo Lasiodiplodia

theobromae (Pat.) Griff & Maubl. é considerada a principal doença do cajueiro nas condições

semiáridas. Métodos eficientes de controle da doença ainda não foram estabelecidos. Baseado

na ausência de dados publicados com relação às respostas bioquímicas e fisiológicas do

cajueiro infectado com L. theobromae, associado ao fato de que as plantas, para se

defenderem do ataque de patógenos, acionam/alteram vias metabólicas controladas por

diversas proteínas, o estudo da identidade dessas proteínas fornecem informações sobre os

mecanismos relacionados à interação de compatibilidade/incompatibilidade entre o cajueiro e

L. theobromae. Dessa forma, nesse estudo, foi realizada análise proteômica diferencial de

caules de cajueiro (Anacardium occidentale), clone BRS 226 (resistente), mantido em

condições controladas, em tempos iniciais pós-infecção com o L. theobromae, assim como, de

plantas de cajueiro resultantes da polinização aberta do BRS 226, classificadas como

resistentes e suscetíveis à resinose, em condições de campo, onde há alta pressão do patógeno.

Proteínas diferencialmente expressas foram identificadas por eletroforese bidimensional (2D-

PAGE) combinada com espectrometria de massas ESI-Q-TOF MS/MS. Plantas de cajueiro

infectadas com L. theobromae acionam respostas fisiológicas associadas à reprogramação da

expressão de um total de 73 proteínas, nos cenários investigados. Destas, 36 foram

identificadas no clone BRS 226, artificialmente inoculado, e 37 nas plantas de cajueiro,

cultivadas em condições de campo. Portanto, um número equivalente de proteínas é

responsivo dentro dos cenários analisados e compartilham funções celulares em rotas

metabólicas e de produção de energia, estresse/defesa, sinalização celular e

enovelamento/metabolismo de proteínas. Proteínas responsivas a hormônios e envolvidas com

estrutura celular foram diferencialmente expressas somente em plantas crescidas em condição

de campo, enquanto proteínas de transporte foram reprogramadas no clone BRS 226. Plantas

de cajueiro, cultivadas em campo, e inoculadas do clone BRS 226 compartilharam a

expressão reprogramada de 6 proteínas idênticas, dentre as quais, proteínas 14-3-3 e anexinas,

envolvidas com a sinalização celular, foram influenciadas ao mesmo tempo, aparentemente,

pelos estresses abiótico e biótico. A reprogramação de funções celulares comuns somado a

alteração na expressão de 6 proteínas idênticas, nas condições estudadas, mostrou

sobreposição de respostas, que parece ser indicativo da infecção pelo L. theobromae no tecido

caulinar. Essas observações revelam proteínas que são alvos dos mecanismos celulares

acionados em plantas de cajueiro desafiadas com L. theobromae e constituem uma base inicial

de resultados que podem ser, futuramente, integrados a programas de melhoramento genético

do cajueiro, visando resistência, particularmente, à resinose.

Palavras-chave: Anacardium occidentale, resinose, Lasiodiploidea theobromae, proteômica,

defesa de plantas.

ABSTRACT

The cashew industry in Brazil is one of the main sources of income and labor in the

countryside and contributes largely to Northeastern Brazil's economy. This region

concentrates 94% of cashew production and the biggest producers are the states of Ceará,

Piauí and Rio Grande do Norte. To optimize the productive sector, strategies for genetic

improvement of cashew cultivars have focused on the selection and development of dwarf

clones. However, this practice has contributed to the decrease in genetic variability and,

consequently, to increased vulnerability to pathogen attacks. Gummosis, caused by the fungus

Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griff & Maubl. is considered the major disease of cashew in

semiarid conditions. Efficient methods to control the disease have not yet been established.

Due to lack of published data on the biochemical and physiological responses of cashew

infected with L. theobromae together with the fact that to defend themselves from pathogen

attack plants trigger/alter pathways in decorrence of reprogrammed expression of certain

proteins, studies to identify these proteins can provides information on the mechanisms

related to both cashew compatible and incompatible interactions with L. theobromae. In this

study, the differential proteomic analysis of cashew (Anacardium occidentale) stems, clone

BRS 226 (resistant) cultivated under controlled conditions, was performed at early times

following L. theobromae infection, as well as, of stems from cashew plants, resulting from

open polinization of BRS 226, classified as resistant and susceptible to gummosis, and

planted under field conditions where there is high pressure of the studied pathogen.

Differentially expressed proteins were identified by two-dimensional electrophoresis (2D-

PAGE) combined with mass spectrometry ESI-Q-TOF MS/MS. Cashew plants infected with

L. theobromae trigger physiological responses associated with the reprogrammed expression

of 73 proteins in the investigated scenarios. Of these, 36 were identified in BRS 226

artificially inoculated and 37 in cashew plants grown under field conditions. Therefore, an

equivalent number of proteins is responsive within the analyzed scenarios and showed cellular

functions in pathways of: energy production and metabolism, stress/defense, cell signaling

and protein folding/metabolism. Proteins responsive to hormones and involved in cell

structure were differentially expressed only in plants grown under field conditions, while

transport proteins were reprogrammed in L. theobromae inoculated BRS 226. Cashew plants,

cultivated in the field, and inoculated of the clone BRS 226 have the reprogrammed

expression of 6 identical proteins, including annexins and 14-3-3 proteins, involved in cell

signaling, which appear to be influenced by abiotic/biotic stress, under field conditions. The

common reprogramming of cellular functions plus the change in expression of 6 identical

proteins, under conditions studied, shows an overlap of responses that seem to be indicative

of infection with L. theobromae in stem tissue. These observations reveal proteins that are

targets of the cellular mechanisms triggered in cashew plants challenged with L. theobromae

and constitute a baseline of results that may be, in future, integrated programs of genetic

improvement of cashew, seeking resistance, particularly to gummosis.

Key-words: Anacardium occidentale, gummosis, Lasiodiploidea theobromae, proteomics,

plant defense.

LISTA DE FIGURAS

PÁGINA

Figura 1 Interação planta-patógeno e desenvolvimento da resistência à

doença.

21

Figura 2 Plantas de cajueiro com sintomas típicos de resinose no caule. 30

Figura 3 Inoculação de caules dos clones de cajueiro com o fungo

Lasiodiplodia theobromae.

41

Figura 4 Coleta de caules de cajueiro do clone BRS 226 em diferentes

tempos após inoculação com L. theobromae.

42

Figura 5 Medida do comprimento da lesão interna provocada pelo

patógeno em caules de cajueiro dos clones BRS 226 e CCP

76, resistente e suscetível, respectivamente, à resinose.

44

Figura 6 Plantas de cajueiro, clone BRS 226, infectadas com L.

theobromae. A) Sintoma de exsudação de resina no ponto de

inoculação com o fitopatógeno. B) Caules de plantas

infectadas e controles com 72 horas após inoculação.

54

Figura 7 Sintomas de escurecimento interno nos caules de cajueiro,

clones BRS 226 e CCP 76, nas condições controle e infectado

com L. theobromae.

55

Figura 8 Teor de proteínas solúveis extraídas de caules de cajueiro,

clone BRS 266, controle e inoculado com L. theobromae, em

diferentes tempos de amostragem. Barras indicam a média

aritmética das três amostras experimentais. Os tratamentos

não apresentaram diferenças significativas (p≤0,05) entre as

médias.

56

Figura 9 Perfil bidimensional de proteínas extraídas de caules de

cajueiro, clone BRS 226, nas condições controle e infectado

com L. theobromae. Cada mapa bidimensional foi obtido por

separação de 350 μg de proteínas em strips de 13 cm, pH 3-

10, seguido por SDS-PAGE (13%). Os géis foram corados

com coomassie brilliant blue G-250. Spots diferenciais são

indicados no grupo onde foram superexpressos.

59

Figura 10 Classificação funcional (A) e localização celular (B) das

proteínas diferencialmente expressas de caules de cajueiro,

clone BRS 226, inoculados com L. theobromae. Barras cinza e

branca indicam o número de proteínas superexpressas e

subexpressas, respectivamente, após inoculação com L.

theobromae.

64

Figura 11 Rede de interação proteína-proteína analisada pelo software

STRING. Linhas de diferentes cores representam diferentes

evidências de associação: verde, evidência de vizinhança;

vermelha, evidência de fusão; azul, evidência de coocorrência;

preta, evidência de coexpressão; roxa, evidência experimental;

azul claro, evidência em banco de dados; amarela, evidência

em mineração de texto; roxa clara, evidência de homologia.

67

Figura 12 Teor de proteínas solúveis extraídas de caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à

resinose. As barras indicam desvio padrão. Letras iguais não

diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%.

70

Figura 13 Número total de spots proteicos, visualizados por 2D-PAGE,

de extratos de caules de plantas de cajueiro, crescidas em

campo, resistentes e suscetíveis à resinose. As barras indicam

desvio padrão. Letras iguais não diferem significativamente

pelo teste de Tukey a 5%.

70

Figura 14 Comparação dos mapas bidimensionais de proteínas extraídas

de caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo,

resistentes e suscetíveis à resinose. 350 µg de proteínas foram

separadas em strips IPG, pH 3-10 (13 cm), seguido por SDS-

PAGE (13%). Para spots acompanhados da letra R, a proteína

foi superexpressa no perfil resistente comparado com o

suscetível, enquanto para spots S, o inverso é aplicado. A

identidade das proteínas indicadas nos mapas bidimensionais é

apresentada na tabela 5.

71

Figura 15 Categorias funcionais das proteínas diferencialmente

reprogramadas em caules de plantas de cajueiro, crescidas em

campo, associadas à resistência/suscetibilidade. A) O número

de proteínas identificadas em cada função biológica é

indicado, dando ênfase às proteínas pertencentes a categorias

também identificadas em plantas do clone BRS 226 infectadas

com L. theobromae. B) Proteínas superexpressas/subexpressas

são mostradas comparando mudanças na expressão observada

75

em plantas resistentes com relação às plantas suscetíveis.

Figura 16 Atividade da enzima superóxido dismutase (UA/g-1

MF) de

caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes

e suscetíveis à resinose. Barras indicam desvio padrão. Letras

diferentes indicam diferença estatística entre as médias pelo

teste de Tukey (p≤0,05).

77

Figura 17 Atividade da enzima fenilalanina amônia liase (nmol CA/g-1

MF) de caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo,

resistentes e suscetíveis à resinose. Barras indicam desvio

padrão. Letras diferentes indicam diferença estatística entre as

médias pelo teste de Tukey (p≤0,05).

77

Figura 18 Atividade da enzima β-1,3-glucanase (nkat g-1

MF) de caules

de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e

suscetíveis à resinose. Barras indicam desvio padrão. Letras

diferentes indicam diferença estatística entre as médias pelo

teste de Tukey (p≤0,05).

78

Figura 19 Expressão diferencial da ascorbato peroxidase (APX) em

caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes

e suscetíveis à resinose. (A) As proteínas foram separados por

SDS-PAGE e imonudetectados com anti-corpo anti-APX

citosólica. (B) Abundância relativa calculada a partir da

eletroforese bidimensional.

79

LISTA DE TABELAS

PÁGINA

Tabela 1 Comprimento médio da lesão interna (cm) em caules de cajueiro, clones

BRS 226 e CCP 76, inoculados com L.theobromae, avaliado no período

de 72 e 96 horas após inoculação (HAI).

55

Tabela 2 Número de spots identificados nos mapas proteicos de plantas de cajueiro,

clone BRS 226, em diferentes tempos após inoculação com o fungo L.

theobromae.

57

Tabela 3 Identificação por MS/MS de proteínas diferencialmente expressas em

caules de cajueiro, clone BRS 226, infectado com Lasiodiplodia

theobromae.

61

Tabela 4 Abreviações dos nomes específicos das proteínas da rede funcional de

interação (Fig. 11), proposta pelo programa STRING v. 9.05.

68

Tabela 5 Identidade das proteínas diferencialmente expressas em caules de plantas

de cajueiro, crescidas em campo, classificadas como resistentes e

suscetíveis à resinose.

72

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2D-PAGE Eletroforese bidimensional em gel de poliacrilamida

PEG Polietileno glicol

PVPP Polivinilpolipirrolidona

EDTA Ácido Etileno diaminotetracético

DTT Ditiotreitol

TFA Ácido Trifluoracético

CHAPS 3-[(3-Cholamidopropyl)dimethylammonio]-1-propane sulfonate

IEF Focalização isoelétrica

IPG Gradiente de pH imobilizados em géis de poliacrilamida

PMSF Fluoreto de Fenilmetilsulfonil

SDS Dodecil Sulfato de Sódio

SDS-PAGE Eletroforese em Gel de Poliacrilamida contendo SDS

TCA Ácido tricloroacético

HAI Horas Após a Inoculação

ACN Acetonitrila

MS Espectrometria de Massas

UPLC Sistema de Cromatografia Líquida de Ultraperformance

ESI Ionização por Eletrospray

SUMÁRIO

Página

RESUMO........................................................................................................................

VIII

ABSTRACT....................................................................................................................

IX

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................

X

LISTA DE TABELAS ...................................................................................................

XIII

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................

XIV

INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................

19

1.1 Mecanismos de defesa de plantas .........................................................................

19

1.2 Cajueiro ..................................................................................................................

25

1.3 Lasiodiplodia theobromae e resinose ....................................................................

28

1.4 Proteômica no estudo da interação planta-patógeno .........................................

32

1.5 Justificativa ............................................................................................................

35

HIPÓTESE E OBJETIVOS

2. HIPÓTESE E OBJETIVOS ...................................................................................

38

2.1 HIPÓTESE .............................................................................................................

38

2.2 OBJETIVOS ..........................................................................................................

38

2.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................

38

2.2.2 Objetivos Específicos ...........................................................................................

38

MATERIAIS E MÉTODOS

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................

39

3.1 Reagentes ................................................................................................................

39

3.2 Materiais Biológicos .............................................................................................. 39

3.2.1 Lasiodiplodia theobromae ...................................................................................

39

3.2.2 Clones de cajueiro BRS 226 e CCP 76 ...............................................................

39

3.2.3 Plantas de cajueiro resistentes e suscetíveis, em condições de campo ...............

40

3.3 Metodologia Experimental ....................................................................................

40

3.3.1 Inoculação de caules de cajueiro com L. theobromae .......................................

40

3.3.2 Coleta de caules de cajueiro do clone BRS 226 ..................................................

41

3.3.3 Coleta dos caules de cajueiro resistentes e suscetíveis .......................................

42

3.3.4 Área de lesão interna da doença em clones de cajueiro resistente e

suscetível ........................................................................................................................

43

3.3.5 Extração de proteínas do tecido caulinar para análise proteômica ...................

44

3.3.5.1 Precipitação com solução de acetona, TCA e 2-ME..........................................

44

3.3.5.2 Extração das proteínas totais, lavagem e secagem do precipitado proteico.....

45

3.3.5.3 Ressupensão do precipitado proteico ................................................................

45

3.3.6 Dosagem de Proteínas ..........................................................................................

46

3.3.7 Análise proteômica diferencial de caules de cajueiro infectados com L.

theobromae ....................................................................................................................

46

3.3.8 Análise estatística da expressão diferencial de proteínas ...................................

47

3.3.9 Processamento dos spots, espectrometria de massas e identificação de

proteínas diferencialmente expressas ...........................................................................

48

3.3.10 Rede de interação das proteínas diferencialmente expressas ..........................

49

3.3.11 Preparação dos extratos proteicos de caules de plantas de cajueiro,

crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose .................................

50

3.3.12 Determinação das atividades das enzimas superóxido dismutase, ascobarto

peroxidase, peroxidase do guaiacol, fenilalanina amônia liase e β-1,3-glucanase

de caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à

resinose .....................................................................................................

50

3.3.13 Western blot de expressão da ascobarto peroxidase de caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à

resinose...........................................................................................................................

53

RESULTADOS

4. RESULTADOS ........................................................................................................

54

4.1 Sintomas de lesão interna em caules de clones resistente e suscetível à

resinose ..........................................................................................................................

54

4.2 Proteômica diferencial da interação entre o clone BRS 226 e o fungo L.

theobromae ....................................................................................................................

56

4.2.1 Rede funcional de interação das proteínas diferencialmente expressas ...........

66

4.3 Alteração no proteoma de caules de plantas de cajueiro, crescidas em

campo, resistentes e suscetíveis à resinose .................................................................

69

4.4 Determinação das atividades das enzimas superóxido dismutase, ascobarto

peroxidase, peroxidase do guaiacol, fenilalanina amônia liase e β-1,3-glucanase

de caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à

resinose ............................................................................................................

76

4.5 Western blot de expressão da ascobarto peroxidase em caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose ..........................

78

DISCUSSÃO

5. DISCUSSÃO .............................................................................................................

80

5.1 Interação incompatível entre o clone de cajueiro BRS 226 e o fungo L.

theobromae ....................................................................................................................

80

5.2 Reprogramação da expressão de proteínas em caules de plantas de cajueiro

infectadas com L. theobromae .....................................................................................

82

5.2.1 Mudanças no proteoma caulinar ........................................................................

83

5.2.1.1 Reprogramação da expressão de enzimas envolvidas com o metabolismo e

produção de energia ......................................................................................................

84

5.2.1.2 Proteínas induzidas por estresse e relacionadas à defesa ................................

89

5.2.1.3 Proteínas relacionadas à sinalização celular....................................................

95

5.2.1.4 Metabolismo de proteínas e enovelamento ........................................................

98

5.2.1.5 Proteínas relacionadas ao transporte ...............................................................

101

5.2.1.6 Mudanças na expressão de proteínas associadas a componentes estruturais e

responsivas a hormônios................................................................................................

102

5.3 Sobreposição da resposta proteômica do cajueiro à infecção pelo

Lasiodiplodia theobromae ............................................................................................

105

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 106

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 107

19

1. INTRODUÇÃO

1.1 Mecanismos de defesa de plantas

As plantas representam uma fonte rica de nutrientes para muitos organismos e, por este

motivo, são alvos de ampla gama de potenciais invasores, como vírus, bactérias, fungos,

insetos e nematóides (FREEMAN, 2008; WIRTHMUELLER et al., 2013). Apesar da

ausência de um sistema imunológico semelhante ao dos animais, as plantas desenvolveram

uma impressionante variedade de mecanismos de defesa constitutivos e induzidos para evitar

o acesso de patógenos, tornando a condição de doença uma exceção e não um resultado

comum da interação planta-patógeno (HOK et al., 2010; PALLAS, 2011).

A presença de barreiras físicas, como a cutícula/parede celular, somada a existência de

metabólitos secundários tóxicos, compõe a defesa constitutiva, geralmente, suficiente para

bloquear as tentativas de infecção por um potencial agressor (LAZNIEWSKA, 2012).

Contudo, a ruptura dessas barreiras pré-formadas por determinados fitopatógenos pode iniciar

outro conjunto de respostas de defesa baseadas na percepção, por parte da planta, da tentativa

de ataque. Assim, os patógenos são confrontados com mecanismos de reconhecimento e

consequente sinalização na planta que acionam vias de resposta de defesa induzida (HOK et

al., 2010).

A primeira destas vias, de reconhecimento do iminente ataque do patógeno, baseia-se na

percepção de moléculas características e conservadas entre muitas classes de microrganismos.

Tais elicitores reconhecidos pelas plantas são, em geral, formados por estruturas essenciais

para o ciclo de vida destes microrganismos e que não necessariamente desempenham um

papel na patogenicidade (BITTEL e ROBATZEK, 2007). Estas moléculas são conhecidas

como padrões moleculares associados ao patógeno ou microrganismo (do inglês

Pathogen/Microbe-Associated Molecular Patterns - PAMPs ou MAMPs). Alguns poucos

PAMPs, tais como, flagelina, lipopolissacarídeos (LPS), quitina e ergosterol têm sido

identificados entre várias espécies patogênicas (BOLLER e FELIX, 2009). Distintas famílias

ou espécies de plantas têm desenvolvido sistemas de reconhecimento para moléculas

microbianas adicionais. Exemplos representativos são: o fator de alongamento Tu (EF-Tu) e

proteínas bacterianas induzidas por choque de frio (CSP) (KUNZE et al., 2004; FELIX e

BOLLER, 2003). Muito embora, tanto EF-Tu como CSP sejam abundantes em bactérias, a

percepção de EF-Tu é restrita à família Brassicacae, enquanto que CSP é limitada para

20

membros da família Solanaceae, indicando sistemas de reconhecimento com sensibilidades

diferenciais para determinados padrões moleculares. O reconhecimento, pela planta, desses

padrões conservados dos patógenos (PAMPS/MAMPs) é referido como resistência basal ou

resistência primária, sendo considerada a primeira linha de defesa à infecção que, embora

considerada relativamente fraca, atua impedindo a colonização da planta por parte de larga

gama de patógenos (AHMAD et al., 2010, GURURANI et al., 2012).

Uma vez reconhecidos por receptores de reconhecimento de padrões (PRR), presentes na

membrana celular das plantas, a imunidade acionada por PAMPs, denominada PTI (do inglês,

Pattern Triggered Immunity) é ativada. O estabelecimento da interação PAMP- PRR aciona

eventos de sinalização que estimulam o influxo de cálcio a partir do apoplasto, que por sua

vez, atua como mensageiro secundário no citoplasma para abertura de outros canais de

membrana (BLUME et al., 2000; BRUNNER et al., 2002; RANF et al., 2008) e ativação de

proteínas quinases dependentes de cálcio (LUDWIG et al., 2005). Além disso, eventos como

cascatas de proteínas quinases ativadas por mitógeno (MAPKs), produção de espécies reativas

de oxigênio (ROS) e nitrogênio (NOS), alterações na parede celular, incluindo deposição de

calose e reforço desta, síntese de proteínas relacionadas à patogênese (PR-proteínas) e

indução de compostos antimicrobianos são observados associados à indução da

reprogramação transcricional de genes de defesa (ZIPFEL, 2009; NEWMAN et al., 2013).

Muitos patógenos têm conseguido promover a reprogramação celular do hospedeiro,

superando estas repostas de sinalização. Isto ocorre por meio da produção e liberação em

estágios iniciais de infecção de fatores de virulência ou efetores, codificados por genes

específicos, responsáveis pela supressão da PTI (DEMPSEY e KLESSIG, 2012). Dessa

forma, uma comparativa “corrida armamentista” entre plantas e patógenos tem sido observada

(BENT e MACKEY, 2007), onde o surgimento de novas estratégias de defesa na planta é

acompanhado pela evolução, no patógeno, de novos meios para superar tais estratégias. Tal

coevolução é referida como modelo “zig-zag” (JONES e DANGL, 2006; NISHIMURA e

DANGL, 2010).

Baseado neste modelo, moléculas efetoras alteram o estado fisiológico do hospedeiro a

fim de favorecer a colonização ou interromper as respostas de defesa acionadas pela PTI

(HAMMOND-KOSACK, 2007). Efetores são, portanto, proteínas codificadas pelos genes de

avirulência do patógeno, genes Avr, que podem permanecer no espaço extracelular ou entrar

no citoplasma do hospedeiro, atingindo diferentes compartimentos celulares, tal como o

21

núcleo (KOECK et al., 2011). Entretanto, as plantas desenvolveram uma forma de imunidade

baseada no reconhecimento direto ou indireto dos efetores por meio da interação com

proteínas de resistência, codificadas pelos genes de resistência (genes R) do hospedeiro

(RAFIQI et al., 2009). Este reconhecimento ativa uma segunda via de defesa, a imunidade

acionada pelo efetor, ETI (do inglês, Effector Triggered Immunity), conforme ilustrado na

Figura 1.

Nesse modelo de resistência, proposto inicialmente por Flor (1955) e denominado

resistência gene-a-gene, ocorre interação direta entre os produtos dos genes de resistência

(genes R) dominantes da planta com os produtos dos genes dominantes de avirulência (Avr)

do patógeno. Sabe-se, hoje, que os genes R da planta codificam receptores (proteínas R) que

compõem seu sistema imunológico e o genes Avr do patógeno codificam moléculas efetoras

reconhecidas pelos receptores dos genes R. A existência desse modelo explica a condição de

resistência ou incompatibilidade à doença em determinados patossistemas, de modo que,

plantas que possuem o gene R resistem a determinadas raças de fitopatógenos, que expressam

seus correspondentes efetores (KEEN, 1990; VAN e JONES, 1998).

As principais classes de genes R encontrados em plantas codificam proteínas

citoplasmáticas que apresentam um domínio contendo repetições ricas em leucina (LRR) na

porção C-terminal, um sítio de ligação a nucleotídeos (NBS) e um domínio CC (do inglês

coiled coil) na extremidade N-terminal (GURURANI et al., 2012). A principal função das

proteínas NB-LRRs é o reconhecimento de proteínas efetoras específicas do patógeno,

resultando, daí, a imunidade induzida por efetores (ETI). Nas plantas, NB-LRRs podem

reconhecer moléculas efetoras por interação física direta ou indiretamente via proteína

intermediária.

Figura 1. Interação planta-patógeno e desenvolvimento da resistência à doença.

Fonte: Gururani, et al. (2012).

22

Uma variação da hipótese gene-a-gene, a Hipótese Guarda (equivalente do Inglês, Guard

model), que tem suporte em alguns patossistemas, preconiza a existência de reconhecimento

indireto, que ocorre após interação do efetor do patógeno com determinada proteína alvo do

hospedeiro (proteína guardada, equivalente do Inglês guardee protein). Modificações

bioquímicas, nesta proteína alvo, permitem o reconhecimento delas por uma NB-LRR

(proteína guardiã) particular (DANGL e JONES, 2001; ELLIS et al., 2007). Resumidamente,

as proteínas R (proteínas guardiãs, equivalente do Inglês guard proteins) funcionariam para

guardar o alvo celular vegetal (proteína alvo guardada) da interação com o efetor do patógeno

(proteína Avr). Por sua vez, a proteína R aciona os mecanismos de resistência quando

reconhece modificações desse alvo pelo patógeno, ou seja, após percepção, pela proteína R,

de um ataque à proteína guardada. Portanto, está implícita nesse modelo (Guard model), a

noção de que a proteína alvo guardada é indispensável para a função de virulência da proteína

efetora do patógeno quando na ausência da proteína R cognata (VAN DEER HOORNA et al.,

2008; GURURANI et al., 2012).

Comparado com a PTI, a ETI é tipicamente uma resposta acelerada e amplificada, uma

vez que esta imunidade é específica para efetores que são altamente polimórficos entre as

diferentes linhagens de fitopatógenos e aciona uma forte resistência à doença, que aumenta as

reações de defesas basais (JONES e DANGL, 2006; SPOEL e DONG, 2012). A ETI é

tipicamente associada com a morte celular programada (PCD) das células infectadas e a

produção de moléculas antimicrobianas no tecido circundante, levando à resistência local ao

agente patogênico (SPOEL e DONG, 2012).

A PCD representa uma forma de resposta hipersensitiva (HR) rápida, localizada nos sítios

de infecção do patógeno, presumivelmente destinada a limitar a proliferação e propagação do

invasor durante a ETI. Nas plantas, o aumento da produção de espécies reativas de oxigênio

(ROS) é considerado uma das principais causas de necrose que leva à PCD (ZHANG et al.,

2009). ROS sintetizadas no apoplasto por NADPH oxidases, assim como, por cloroplastos,

mitocôndrias e peroxissomos são importantes para o desenvolvimento da HR. Essa

compartimentalização pode ser essencial para as funções de ROS na sinalização durante a

defesa (TORRES e DANGL, 2005; TORRES, 2010).

Na célula, a HR afeta a homeostase de cálcio (Ca2+

), alterando a permeabilidade e o

potencial de membrana. Além disso, durante a HR, várias proteases tipos caspases, como

enzimas de processamento vacuolar, são ativadas, atuando, principalmente, como efetores da

morte celular ou necrose (MUR et al., 2008). Embora a necrose seja considerada um evento

23

clássico da resistência mediada por HR, em determinados patossistemas sua ocorrência pode

ser desacoplada da condição de resistência (ISHIBASHI et al., 2007, 2009). Baseado nesta

situação, uma possível relação com as diferentes formas de obtenção dos nutrientes por

invasores também deve ser considerada.

Os fitopatógenos são categorizados de acordo com o modo de nutrição. Patógenos

necrotróficos promovem ativamente a morte do tecido hospedeiro, uma vez que prosperam

sobre o conteúdo das células mortas. Esse estilo de vida contrasta com o de agentes

patogênicos biotróficos, que drenam para si nutrientes de células vivas e, portanto, devem

manter a viabilidade do tecido vegetal para o sucesso de seu desenvolvimento. Por sua vez,

um terceiro grupo, os hemibiotróficos, exibem ambas as formas de aquisição de nutrientes

(LALUK e MENGISTE, 2010).

A HR, como estratégia de defesa pode ser observada durante interações com patógenos

biotróficos, hemibiotróficos e necrotróficos. No entanto, está principalmente relacionada com

a imunidade aos biotróficos, hemibiotróficos, uma vez que estes fitopatógenos adquirem

nutrientes do tecido vivo (KUZNIAK et al., 2013).

Além da HR, a ativação das vias de sinalização da ETI resulta na geração de sinais móveis

que são transportados a partir dos locais infectados para tecidos distais, induzindo a

resistência sistêmica adquirida (SAR), uma forma de imunidade de longa duração para uma

ampla variedade de patógenos (AN e MOU, 2011). O início da SAR é marcado pela

acumulação do hormônio ácido salicílico (SA), de modo que a remoção do SA por expressão

constitutiva de uma salicilato hidroxilase anula a SAR (YALPANI et al., 1991; GAFFNEY et

al., 1993). Essas evidências demonstram o mais bem estabelecido papel do SA como

molécula de sinalização na resposta imune da planta (VLOT et al., 2009; TSUDA et al.,

2009).

Alguns dados sugerem que o metilsalicilato (MeSA), forma conjugada do SA, é o sinal

móvel que ativa a SAR nos tecidos não infectados, após sua translocação pelo floema a partir

do local da infecção e síntese (AN e MOU, 2011). O metilsalicilato transportado pode ser

hidrolisado por esterases liberando ácido salicílico, necessário para a percepção do sinal nos

tecidos sistêmicos. O alto nível de SA, produzido em sítios de infecção, inibe a atividade da

MeSA esterase por meio da ligação do hormônio ao sítio ativo da enzima, facilitando assim o

acúmulo de MeSA transportado para tecidos distais (PARK et al., 2007). No entanto, é

24

possível que algumas outras moléculas também possam servir como sinais de longa distância

para a SAR (TRUMAN et al., 2007; JUNG et al. 2009; SHAH e ZEIER, 2013).

O ácido salicílico participa nestas respostas imunes, controlando a circulação de uma

proteína chamada NPR1 (do inglês, Non-expressor of pathogenesis-related genes 1). Na

ausência de SA ou desafio do patógeno, NPR1 permanece retida no citoplasma como um

oligômero, por meio de pontes dissulfeto intermoleculares sensíveis à condição redox celular.

Quando as plantas são desafiadas por determinado invasor, NPR1 é reduzido ao estado

monomérico, forma considerada ativa e translocada para o núcleo (MOU et al., 2003). Uma

vez dentro do núcleo, NPR1 interage fisicamente com fatores de transcrição TGA-bZIP

induzindo a expressão de genes de defesa (MUKHTAR et al., 2009). Portanto, a degradação

de NPR1 é vital para limitar a ativação transcricional da SAR, evitando assim as

consequências associadas a uma resposta de defesa constitutiva na ausência de infecção

(SPOEL et al., 2009).

A SAR oferece resistência de amplo espectro contra fungos patogênicos, oomicetos, vírus

e bactérias. A "memória" imunológica em plantas conferida pela SAR pode durar de semanas

a meses e, possivelmente, até mesmo toda a estação de crescimento (KUC, 1987). Esta

resposta sistêmica é conferida por um conjunto de proteínas relacionadas à patogênese (PR-

proteínas) induzidas coordenadamente, cuja secreção requer aprimoramento significativo da

função do retículo endoplasmático (WANG et al., 2005; WANG e DONG, 2011 ). Baseado

em dados de sequências de aminoácidos e funções bioquímicas, as PR-proteínas foram

classificados em 17 famílias até o presente momento (SELS et al., 2008) e podem apresentar

dois modos básicos de contribuição na defesa vegetal, o primeiro baseado no bloqueio direto

do desenvolvimento do patógeno e o segundo pela liberação de elicitores, ativando

rapidamente a resposta de defesa da planta.

Em Arabidopsis thaliana, a expressão das proteínas PR1 (função desconhecida), PR2 (β-

1,3-glucanase) e PR5 (proteína tipo taumatina) são induzidas por SA e usadas como alvo para

identificação da SAR (UKNES et al., 1992). A contribuição genética das PR-proteínas na

resistência ao patógeno é complexa, e testar a colaboração de cada uma delas é um desafio,

uma vez que essas proteínas trabalham em conjunto nestas vias de sinalização (VAN LOON

et al., 2006).

Além do ácido salicílico, a infecção de plantas com diversos patógenos resulta em

mudanças no nível de vários fitormônios, tais como, ácido jasmônico (AJ), etileno (ET) e

25

ácido abscísico (ABA) (ROBERT-SEILANIANTZ et al., 2007; BARI e JONES, 2009;

PIETERSE et al., 2009). A resistência mediada pelo ácido salicílico é geralmente eficaz

contra patógenos biotróficos, enquanto que as respostas relacionadas à JA/ET são

predominantemente efetivas contra necrotróficos e insetos herbívoros (GLAZEBROOK,

2005). Vários estudos têm indicado interações mutuamente antagônicas entre a sinalização

dependente de SA e JA/ET, bem como, interações sinérgicas têm sido descritas (SCHENK et

al., 2000; KUNKEL e BROOKS 2002; BECKERS e SPOEL 2006; MUR et al., 2006). Isso

sugere, que a rede de sinalização de defesa ativada e utilizada pela planta é dependente da

natureza do patógeno e seu modo de patogenicidade. Além disso, o estilo de vida de

diferentes patógenos muitas vezes não é prontamente classificável como, exclusivamente,

biotrófico ou necrotrófico. Portanto, a interação positiva ou negativa entre vias do SA e

JA/ET, que determina o antagonismo ou sinergismo, pode ser regulada dependendo de

específicos patógenos (ADIE et al., 2007).

Por fim, baseado em todos os eventos citados, cuja interação molecular planta-patógeno

condiciona ou não a susceptibilidade a doença, recentes revisões têm sido propostas

enfatizando os mecanismos acionados para supressão das repostas de defesas de hospedeiros

por fungos, oomicetos e bactérias patogênicas (BIRCH, et al., 2009; ELLIS, 2009; HEIN et

al., 2009; SCHORNACK et al., 2009; MANSFIELD, 2009). A compreensão dos mecanismos

moleculares envolvidos nas vias de sinalização de defesa é um amplo campo de conhecimento

para pesquisas e aplicações, o que tem permitido o uso de abordagens inovadoras para o

desenvolvimento de espécies resistentes, por meio da engenharia genética de culturas (LI et

al., 2013).

1.2 Cajueiro

O cajueiro (Anacardium occidentale L.) pertence à família Anacardiaceae e caracteriza-se

por ser uma planta perene, de ramificação baixa e porte médio, cujo caule é comumente curto,

tortuoso e ramificado; as folhas são simples, inteiras, alternas, de aspecto subcoriáceo. É uma

planta andramonóica, com flores masculinas (estaminadas) e hermafroditas (perfeitas) numa

mesma panícula, e o fruto é um aquênio reniforme que se prende à panícula por um

pedúnculo hipertrofiado (LIMA, 1988; BARROS, 1993).

Segundo estudiosos, a origem brasileira do cajueiro é um fato, fundamentado em provas

circunstanciais, tais como, primeiras referências bibliográficas, distribuição geográfica,

26

comportamento ecológico, padrões de variação da espécie, utilização humana, dentre outros

(BARROS, 1993). Além disso, é provável que a origem do cultivo seja no Nordeste, onde os

primeiros colonizadores portugueses encontraram tradição de exploração da castanha e do

pedúnculo por parte das comunidades indígenas desta localidade (MAZZETTO et al.; 2009).

A região Amazônica é considerada, portanto, o centro da diversidade do gênero Anacardium,

enquanto que a maior diversidade de Anacardium occidentale L. está situada no Nordeste

brasileiro, com um centro secundário de diversidade nos cerrados (CRISÓSTOMO et al.,

2002; SOUSA et al., 2007).

Considerada uma das mais importantes espécies cultivadas das regiões tropicais, o

cajueiro ocupa no mundo, uma área estimada de 3,39 milhões de hectares, com uma produção

mundial de castanhas de aproximadamente 3,1 milhões de toneladas. Os principais produtos

de expressão econômica derivados do cajueiro são a amêndoa comestível e o líquido da

castanha. Além deste aspecto, os produtos derivados do cajueiro apresentam elevada

importância alimentar, observada pelo aumento de vendas e conquista de novos mercados

com a oferta de 30 subprodutos, entre os quais, se destacam o consumo do suco concentrado,

refrigerante gaseificado e cajuína (PAIVA e BARROS, 2004). Dentre os fatores associados a

essa tendência está à importância alimentar do consumo do pedúnculo in natura, que

apresenta por sua vez, elevados teores de vitamina C, fósforo, ferro e cálcio (SANTOS et al.,

2007; OLIVEIRA, 2008).

Os principais países responsáveis pelo suprimento mundial de amêndoas de castanha

do caju são a Índia, Vietnã e o Brasil, respectivamente. No Brasil a produção de castanha se

destina ao mercado externo, tendo como principais consumidores da amêndoa brasileira os

Estados Unidos e Canadá, com um mercado exportador gerando divisas em torno de 150

milhões de dólares anuais (FBB, 2010).

Enquanto espécie nativa do Brasil, 95% da área ocupada por esta cultura está situada

na região Nordeste, onde se destacam os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte como

maiores produtores nacionais de castanha. Para a região semiárida, além de excelente

alternativa econômica, o cultivo do cajueiro apresenta uma significância social em virtude da

geração de empregos no campo, na entressafra de culturas tradicionais como o milho, feijão e

algodão, contribuindo com a redução do êxodo rural (CAVALCANTI et al., 2008;

GUANZIROLI et al., 2009). Diante destas condições, a cajucultura representa uma das

atividades agrícolas com maior potencial de crescimento sustentável (FERNANDES et al.,

27

2009). O desempenho produtivo em condições semiáridas é comprovadamente elevado, tanto

em quantidade como em qualidade do produto, o que permite inferir a ampla adaptabilidade

da espécie a estas condições (SOUZA et al., 2007; CARDOSO et al., 2009a).

Com relação à variabilidade genética existem na natureza dois tipos de cajueiro, o

comum e anão, classificados conforme o porte (CRISÓSTOMO, 2001). O tipo comum, mais

difundido, apresenta uma altura entre 8 e 15 metros com envergadura da copa atingindo 20

metros, caracterizando-se pela capacidade produtiva variável, com massa do pedúnculo entre

20 a 500 g. Por sua vez, o cajueiro anão, também conhecido como cajueiro de 6 meses, têm

porte baixo com altura inferior a 4 m, cuja massa do pedúnculo varia entre 20 a 160 g,

apresentando precocidade etária com início do florescimento entre 6 e 18 meses (BARROS,

2002; PAIVA, 2003; OLIVEIRA, 2008).

A cajucultura brasileira tem procurado alternativas para otimizar a produção e

competir com o mercador produtor de castanhas. Baseado nesta perspectiva, a exploração

inicialmente extrativista observada até a década de 1970, com técnicas rudimentares de

manejo, tem sido substituída nos últimos anos por investimentos em tecnologia agrícola, que

incluem preparo do solo, adubação, manejo de pragas, irrigação, colheita e pós-colheita, além

do desenvolvimento de pesquisas, por meio da criação em 1987 do Centro Nacional de

Pesquisa do Caju-CNPCa, atualmente chamado de Centro Nacional de Pesquisa de

Agroindústria Tropical, CNPAT (FBB, 2010). Uma das contribuições para o aumento na

produtividade da cajucultura está relacionada ao melhoramento genético de pomares. Em

linhas gerais, programas deste tipo têm como objetivo a seleção de cultivares com alto

potencial produtivo, características agronômicas superiores, adaptabilidade a diferentes

ambientes e estabilidade de produção (NETO et al., 2013).

Especial destaque tem sido dado ao melhoramento clonal, onde os clones de cajueiro

anão são importantes resultados desse método. A seleção destes clones se tornou uma

alternativa viável para a exploração econômica na região do semiárido nordestino, permitindo

a escolha de características favoráveis, tais como, uniformidade da castanha, pedúnculo,

produção, precocidade da colheita, facilidade no manuseio e condução dos pomares

(ROSSETTI e AQUINO, 2002; PAIVA et al., 2003).

A seleção dos primeiros clones de cajueiro ocorreu por meio de populações naturais

existentes na região litorânea do Nordeste, que foram introduzidas no Campo Experimental de

Pacajus - CE (OLIVEIRA, 2008; NETO et al., 2013). A seleção fenotípica individual e o

28

controle anual da produção nas plantas selecionadas permitiram a escolha dos clones de

cajueiro a serem difundidos no país (CCP 06, CCP 09, CCP 76 e CCP 1001), posteriormente,

métodos de melhoramento genético como policruzamento, seleção entre e dentro de progênies

e hibridização inter/intraespecífica, acabaram resultando na obtenção de outros clones

EMBRAPA 50, EMBRAPA 51, BRS 226 e BRS 265 (PAIVA et al., 2003; PAIVA e

BARROS, 2004; OLIVEIRA, 2008; FBB, 2010).

O uso de pomares de cajueiro tem gerado níveis produtivos no Brasil, que chegou a

contribuir com até 11% de todo o comércio mundial de castanhas (FAO, 2008). A alta

produção observada é devida, principalmente, ao uso de clones de cajueiro anão, que além de

atenderem aos parâmetros de qualidade comercial, citados anteriormente, ajudam a aumentar

a área de plantio e o tamanho da castanha. Contudo, levando em consideração o potencial

econômico desta cultura, a produtividade ainda permanece a níveis baixos, fato este associado

à deficiente infraestrutura na maior parte das áreas de cultivo e secas cíclicas nas regiões

produtoras (FREIRE e BARGUIL, 2001; MELO, 2002; OLIVEIRA, 2002). Somado a isso, o

uso de clones de cajueiro anão tem contribuído para redução da variabilidade genética e

consequentemente, a maior vulnerabilidade destas plantas ao ataque de patógenos (PAIVA et

al., 2002).

1.3 Lasiodiplodia theobromae e resinose

O fungo Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon & Maubl., pertence a família

Botryosphaeriaceae, que inclui espécies cosmopolitas e que habitam uma variedade de

hospedeiros de plantas (VON ARX, 1987). L. theobromae, formalmente referido como

Botryodiplodia theobromae Pat., é um fungo fitopatogênico de plantas tropicais e subtropicais

(TSUKADA et al., 2010), cuja infecção está frequentemente associada com plantas

submetidas a ferimentos naturais/provocados ou enfraquecidas por estresse (BRITTON e

HENDRIX, 1986; BAIRD e CARLING, 1998; PEREIRA et al., 2006).

Mais de 500 espécies de plantas podem ser infectadas por L. theobromae, entre as

quais se destacam as plantas lenhosas (MOHALI et al., 2005). A ampla variedade de espécies

vegetais que podem ser desafiadas por este fitopatógeno sugere, portanto, reduzida

especialização patogênica e grande variabilidade genética entre isolados (CARDOSO e

WILKINSON, 2008). Associado ao fato deste fungo ter se tornado um potencial invasor de

variadas culturas, uma hipótese tem sido proposta para ampla patogenicidade de L.

29

theobromae, segundo a qual é explicada como consequência da pressão ambiental,

especialmente nas regiões semiáridas, onde as condições climáticas lhes são muito favoráveis

(TAVARES, 2002; PEREIRA et al., 2006).

Em plantas de cajueiro, L. theobromae é responsável pela resinose, doença

relativamente nova, descrita inicialmente no município de Alto Santo - CE (FREIRE, 1991).

A doença foi primeiramente considerada de pouca importância devido a sua prevalência em

plantas de cajueiro comum com elevada idade e sob estresse. Contudo, os níveis epidêmicos

de pomares associados ao caráter destrutivo do patógeno tornam a resinose a principal doença

do cajueiro nas condições semiáridas do Nordeste brasileiro (CARDOSO et al. , 2010),

despertando a atenção de especialistas devido ao seu potencial de impacto adverso no

crescimento da indústria do cajueiro no Brasil (CYSNE et al., 2010).

Os primeiros sintomas de resinose ocorrem após a primeira safra comercial,

aproximadamente 24 a 34 meses após o plantio, com danos mais severos observados

preferencialmente no segundo ano (CARDOSO et al., 2006). Os sintomas caracterizam-se

pelo escurecimento, intumescimento e rachadura da casca, formando cancros pronunciados no

caule e ramos lenhosos, com posterior aparecimento de uma intensa exsudação de goma ou

resina, característica que confere o nome à doença (Figura 2). Sob a casca, observa-se um

escurecimento dos tecidos, o qual se estende, até atingir a região cortical e o câmbio vascular.

Com o progresso da doença, sintomas de deficiências nutricionais, murcha, queda de folhas e

morte dos ramos são observados, até o colapso total da planta (FREIRE et al., 2002;

CARDOSO et al., 2009a).

A importância da resinose para o cajueiro é acentuada devido à ausência de medidas

de controle. Muito embora, tenha sido recomendada a remoção cirúrgica do cancro quando a

infecção é localizada no tronco, seguido da aplicação de uma pasta fungicida a base de cobre

na superfície de corte (FREIRE, 1991), existe a prevalência de ramos infectados e a

observação de uma reinfecção no tronco no intervalo de 2 a 3 meses (CARDOSO et al.,

1995), o que contribui para baixa eficiência desse método. Além disso, o uso predominante do

clone CCP 76, reconhecidamente suscetível à resinose, associado às condições semiáridas,

com a prevalência do estresse hídrico e a ocorrência de coleobrocas do tronco e das raízes,

com as quais o fungo se associa sinergisticamente, tornam as plantas altamente vulneráveis

aos efeitos deletérios da doença (CARDOSO, 2009b).

30

Figura 2. Plantas de cajueiro com sintomas típicos de resinose no caule.

Fonte: Cardoso et al. (2009c) e Melo (2010).

A disseminação de L. theobromae em áreas isoladas tem sugerido o envolvimento do

besouro da raiz, Marshallus bondari, como vetor facilitador do processo de infecção

(FREIRE, 2002). Além disso, o vento, água, sementes, insetos e o homem, por meio de tratos

culturais, também estão associados com a propagação da doença. Fontes primárias do inóculo

têm sido obtidas a partir de sementes e mudas assintomáticas (FREIRE e CARDOSO, 1997;

CARDOSO et al., 2009c). Estudos de aspectos biológicos dos membros da família

Botryosphaeriaceae, baseados na distribuição taxonômica e na alta frequência de

sobrevivência endofítica, têm fornecido ferramentas para caracterizar várias espécies

examinadas, sugerindo que a grande maioria destas, se não todas, apresentam uma fase

endofítica de desenvolvimento (SLIPPERS e WINGFIELD, 2007), como evidenciado pelo

comportamento de L. theobromae.

Os danos causados pela resinose incluem redução no transporte de água e nutrientes,

com consequente destruição dos ramos e diminuição da fotossíntese, ocasionando perda da

produtividade do pomar, e ocorrendo, eventualmente, morte das plantas afetadas, reduzindo,

assim, a área de cultivo (BEZERRA et al., 2003; CARDOSO et al., 2004).

A resistência genética de plantas de cajueiro tem apresentado potencial perspectiva

para a redução epidêmica da resinose em pomares. Esta possibilidade está associada à

observação de que clones de cajueiro-anão se comportam diferentemente em relação à

incidência e à severidade da doença em condições de campo e com alta pressão de inóculo

31

(CARDOSO et al., 2006). Baseado nisto, o clone BRS 226, lançado por meio do programa de

melhoramento genético do cajueiro, mostrou ser resistente à resinose nas condições avaliadas

e com o rendimento da castanha semelhante ao clone comercial suscetível CCP 76 (PAIVA et

al., 2008). Além disso, o clone EMBRAPA 51 também tem se apresentado como uma

alternativa promissora de resistência nas mesmas condições de campo (CARDOSO et al.

2007), muito embora seu desempenho ainda seja considerado inferior ao clone BRS 226,

considerado o padrão comercial de resistência genética do cajueiro anão.

O possível surgimento de novas raças de patógenos associado à existência de um

único clone (BRS 226) de cajueiro com características produtivas e de resistência durável,

incentiva pesquisas para a seleção de novos genótipos que possibilitem aumentar a base

genética de resistência do cajueiro-anão para a região Nordeste do Brasil (MARTINS et al.,

2011; MOREIRA et al., 2013).

Nos últimos anos, pesquisas sobre o efeito de práticas agronômicas e a elucidação de

aspectos epidemiológicos associados ao progresso da resinose têm sido conduzidas pela

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) (CARDOSO et al., 2009b). Além

disso, estudos sobre a especialização patogênica e genética têm revelado mais informações

sobre o fitopatógeno (CARDOSO e WILKINSON, 2008), assim como, a elucidação dos

meios de disseminação da doença foi alcançada por meio de estudos da interação enxerto e

porta-enxerto, bem como de sementes assintomáticas contaminadas pelo patógeno

(CARDOSO et al., 2009a; 2010). Efeitos da resinose na fotossíntese (BEZERRA et al.,

2003), seleção de genótipos resistentes (CARDOSO et al., 2006; 2007) e vias de colonização

do patógeno no tecido caulinar são outros alvos das pesquisas desenvolvidas (MUNIZ et al.,

2011). Contudo, é possível constatar a ausência de estudos publicados sobre os mecanismos

moleculares envolvidos na interação do cajueiro com L. theobromae e, mais especificamente,

sobre características moleculares associadas à incompatibilidade do clone BRS 226 ou de

populações caracterizadas como resistentes em condições de campo, com alta pressão do

inóculo. Essa observação destaca, portanto, a necessidade de estudos destinados à

compreensão das respostas bioquímicas de defesa de plantas de cajueiro desafiadas por L.

theobromae.

32

1.4 Proteômica no estudo da interação planta-patógeno

A interação planta-patógeno tem sido extensivamente estudada ao longo dos últimos anos,

envolvendo tanto o ponto de vista do hospedeiro como do parasita. Com o aumento dos

estudos genômicos e pós-genômicos, uma grande quantidade de informação está disponível

(RENSINK e BUELL, 2005; VARSHNEY et al., 2009; MOCHIDA e SHINOZAKI, 2010) e

avanços foram conseguidos no entendimento dos mecanismos de defesa das plantas, bem

como, nas estratégias de patogenicidade empregadas por microrganismos (MEHTA et al.,

2008).

Contudo, é possível constatar que os dados de expressão genética por si só não revelam a

completa complexidade de respostas moleculares a perturbações, tal como o ataque de

patógenos e, desse modo, o nível da expressão dos transcritos nem sempre é correlacionada

com o padrão celular das proteínas expressas (PIQUES et al., 2009; BAERENFALLER et al.,

2012). Tal perspectiva é justificada pelo fato de que alterações no comportamento celular

podem ser reguladas por proteínas pré-existentes, que são modificadas pós-traducionalmente

ou são degradadas, além disso, a possibilidade de variações no processamento do RNAm, por

splicing alternativo, permite a expressão de proteínas divergentes a partir de uma mesma

sequência gênica (QUIRINO et al., 2010). Levando em consideração que a interação planta-

patógeno envolve mecanismos moleculares associados a eventos de sinalização celular, que

culminam com cascatas de síntese, degradação e fosforilação de proteínas (DÓCZI et al.,

2007; JONES et al., 2006), a identificação de proteínas expressas pela planta após o desafio

de patógenos pode fornecer uma continuidade experimental com a informação contida no

genoma, permitindo a compreensão dos detalhes sobre as cascatas de sinalização envolvidas

na interação entre hospedeiros e fitopatógenos (MEHTA et al., 2008; QUIRINO et al., 2010).

O termo proteoma é definido como o conjunto de protéinas expressas pelo genoma de

uma célula, sob condições específicas. E a proteômica, conjunto de metodologias utilizadas

para caracterizar um proteoma, permite determinações qualitativas ou quantitativas de um

grande número de proteínas envolvidas no metabolismo celular (CAO et al., 2008; ELVIRA

et al., 2008). Nos últimos anos, a proteômica tem desempenhado um papel fundamental na

identificação de alterações nos níveis de proteínas em plantas hospedeiras sob infecção por

organismos patogênicos, e na caracterização de fatores celulares e extracelulares de virulência

produzidos por patógenos (LODHA et al., 2013).

33

Estudos proteômicos são iniciados com a preparação da amostra, por meio da extração de

proteínas do conteúdo celular. Em plantas, este processo é particularmente desafiador, uma

vez que células vegetais são ricas em constituintes, tais como polissacarídeos da parede

celular e polifenóis, além de proteases e enzimas oxidativas, cuja atividade pode interferir na

integridade do extrato protéico (ISAACSON et al., 2006; QUIRINO et al., 2010). A

dominância de certas proteínas, como a rubisco (ribulose-1,5-bifosfato carboxilase-oxigenase)

em folhas ou proteínas de armazenagem em sementes, pode comprometer a resolução de

proteínas de baixa abundância (JONES et al., 2004; CHEN e HARMON, 2006).

O aperfeiçoamento dos métodos de extração de proteínas do tecido vegetal tem sido

baseado no uso de diferentes passos, incluindo inicialmente, a escolha de diferentes tampões

de extração para amostras específicas, seguida de precipitação para concentrar proteínas e

eliminar compostos interferentes e, por fim, uma etapa de solubilização (ROCHA et al., 2005;

PAVOKOVIĆ et al., 2012). Muito dos protocolos, frequentemente empregados com sucesso,

utilizam para este fim a extração com ácido tricloroacético (TCA)/acetona e fenol-Tris,

seguido por precipitação com acetato de amônio/metanol (SARAVANAN e ROSE, 2004;

WANG et al., 2006; FAUROBERT et al, 2007; PAVOKOVIĆ et al., 2012). Como nenhum

único protocolo de extração de proteínas pode capturar o proteoma completo, protocolos têm

sido otimizados para determinados tecidos, e conforme objetivos da pesquisa

(MALDONADO et al., 2008).

A eletroforese bidimensional (2D-PAGE) é atualmente um dos métodos mais comumente

utilizados em estudos proteômicos (QUIRINO et al., 2010; GAUCI et al., 2013). Nesta

técnica, as proteínas da amostra de interesse são inicialmente separadas pelo seu ponto

isoelétrico (pI), na primeira dimensão, por meio da focalização isoelétrica, e posteriormente,

pela sua massa molecular na segunda dimensão (SDS-PAGE). A combinação dessas duas

etapas possibilita a separação de milhares de proteínas, culminando com a construção de ricos

mapas protéicos (ANDRADE, 2006).

Na 2D-PAGE, proteínas podem ser visualizadas em baixas concentrações por spot, e esta

visualização direta permite o controle da qualidade e reprodutibilidade do processo de

preparação da amostra (SMITH, 2009). Contudo, a principal razão da popularidade da

eletroforese bidimensional reside na facilidade da análise quantitativa de proteínas intactas.

Por quantificar a expressão das proteínas na imagem de gel 2D, é possível realizar

experimentos comparativos, por exemplo, detectando diferenças quantitativas e qualitativas

34

entre proteínas expressas em diferentes condições, amostras saudáveis versus doentes

(ROGOWSKA-WRZESINSKA et al., 2013) e, mais especificamente, no contexto da defesa,

plantas infectadas ou não com determinado invasor, a fim de entender a complexidade de

interações planta-patógeno (LODHA et al., 2013).

Para uma maior confiabilidade dos dados gerados em experimentos proteômicos, amostras

biológicas, bem como, repetições técnicas são comparadas usando vários programas

computacionais (por exemplo, PDQuest, BioNumerics, ImageMaster etc). Spots proteicos no

gel, considerados diferencialmente expressos com base na análise estatística dos géis, são

excisadas e processados para identificação por análise de espectrometria de massas

(QUIRINO et al., 2010).

A habilidade de uso de dados de espectrometria de massas (MS), inerentes a peptídeos,

para identificação de proteínas em bancos de dados é considerada uma das forças que

impulsiona a análise de proteomas (CANTÚ et al., 2008a). A MS é uma técnica sensível e

rápida, capaz de determinar a massa de moléculas, a partir da relação entre a massa e a carga

(m/z) de espécies ionizadas em fase gasosa (AEBERSOLD e MANN, 2003; CUNHA et al.,

2006). O espectrômetro de massas é um instrumento formado por uma fonte de íons, um

analisador de massas, um detector e um sistema de aquisição de dados. Atualmente,

analisadores de massas podem ser acoplados entre si, permitindo a ocorrência de

experimentos em sequência (MS/MS), sendo possível detectar determinado peptídeo e, em

seguida, submetê-lo a uma etapa de fragmentação, com consequente determinação da

sequência de aminoácidos (CANTÚ et al., 2008a).

Dados referentes à massa molecular dos peptídeos originados da digestão enzimática

(Peptide Mass Fingerprint - PMF), assim como, a informação referente à sequência de

aminoácidos dos peptídeos fragmentados (MS/MS), são comparados por bioinformática com

um banco de dados contendo sequências de proteínas conhecidas ou o genoma do organismo

(CHAMRAD et al., 2004; ELIAS et al., 2005). Isto é alcançado, por meio de programas, tais

como, MASCOT, Phenyx e OMSSA. Estes programas tem a capacidade de simular as

sequências primárias potenciais das proteínas, baseados na suposta predição da informação

contida em bancos de genes, e posteriormente, clivam teoricamente estas supostas proteínas

em peptídeos, calculando a massa absoluta dos peptídeos a partir de cada proteína. Portanto,

eles comparam massas de peptídeos da proteína alvo de estudo, desconhecida, à massa teórica

35

de peptídeos da proteína depositada em cada base de dados (CANTÚ et al., 2008a; QUIRINO

et al., 2010).

Recentes revisões têm demostrado à contribuição de estudos proteômicos na revelação de

detalhes sobre cascatas de sinalização e mecanismos moleculares envolvidos na interação de

plantas e patógenos (CURTIS, 2007; CHENG et al., 2010; BHADAURIA et al., 2010;

FERNÁNDEZ et al., 2010). Em algumas das pesquisas, a complexidade da amostra proteica

tem sido reduzida pelo uso da proteômica subcelular, baseada em estudos de proteínas

presentes em certos compartimentos celulares, tais como cloroplastos (Arai et al., 2008),

mitocôndrias (BRUGIERE et al., 2004), núcleo (PANDEY et al., 2008), vacúolo

(JAQUINOD et al., 2007) e parede celular (JAMET et al., 2008). A presença de certas

proteínas, como β-glicosidases e mirosinases, cuja localização nos peroxissomos de folhas era

anteriormente desconhecida, permitiu inferir o proposto papel destas organelas na defesa

contra patógenos e herbívoros (REUMANN et al., 2007).

Os dados de estudos proteômicos aliados às análises de validação funcional, podem

fornecer importantes contribuições na compreensão dos mecanismos complexos da interação

planta-patógeno. De acordo com esta perspectiva, o primeiro passo no entendimento da

incompatibilidade à doença está associado com identificação das proteínas expressas, durante

as interações planta-patógeno, seguindo, passos subsequentes de determinação de quais

proteínas conferem suscetibilidade ou resistência à doença, e os mecanismos atrelados a este

condicionamento (MEHTA et al., 2008). Todo este processo é bastante complexo e, em

virtude disto, alguns bons exemplos dessas informações podem ser integrados em estratégias

de melhoramento de culturas (VANDERSCHUREN et al., 2013).

1.5 Justificativa

A indústria do caju é uma das principais fontes de renda e trabalho no meio rural, e

representa a maior parcela da economia do nordeste brasileiro (MOREIRA et al., 2013). No

Brasil, a cajucultura mobiliza cerca de 280 mil pessoas e possui uma área cultivada de

740.000 ha (OLIVEIRA, 2008). Para permanecer no ranking mundial de produtores de

castanha, liderados pela Índia e Vietnã, a cajucultura brasileira tem buscado alternativas para

otimizar sua produção (FBB, 2010). Neste contexto, o uso de clones de cajueiro anão

desempenha interessantes contribuições, conferindo maior quantidade de castanhas por área

36

plantada, além de características nutricionais que favorecem o consumo dos seus pedúnculos

(CAJUNOR, 2013).

Plantas de cajueiro podem ser afetadas por várias doenças, que limitam o sistema de

produção agrícola (FREIRE et al., 2002; ADENIYI et al., 2011). Dentre elas, a resinose

causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon & Maubl. é considerada a

principal doença do cajueiro nas condições semiáridas do nordeste brasileiro. L. theobromae

infecta o caule levando à redução no transporte de água e nutrientes, com consequente

diminuição da fotossíntese e, eventualmente, a morte da planta (MUNIZ et al., 2011).

Nenhuma medida prática de controle da resinose, além da resistência genética, provou ser

eficaz em situações epidêmicas. Além disso, a expansão da área cultivada com o clone

suscetível CCP 76, associado com a descoberta de fontes primárias do inóculo, obtidas a

partir de sementes e mudas assintomáticas, tem contribuído para o surgimento de surtos

graves da doença (CARDOSO et al., 2009a; CARDOSO, 2010).

Estudos foram realizados para avaliar características ultraestruturais de infecção com L.

theobromae (MUNIZ et al., 2011), o efeito de diferentes combinações de enxerto e porta-

enxerto sobre a incidência de resinose (CARDOSO et al., 2010) e seleção de genótipos

resistentes (MOREIRA et al., 2013;. PAIVA et al., 2008). No entanto, não existem dados

publicados sobre as respostas fisiológicas e bioquímicas de plantas de cajueiro infectadas por

L. theobromae.

Nós últimos anos, a análise de proteomas tem sido empregada com sucesso para monitorar

respostas moleculares do hospedeiro ao desafio de patógeno (MANDELC et al., 2013). A

capacidade das plantas de se defenderem contra pragas e doenças está associada a uma série

de proteínas que podem diferencialmente reprogramadas (GERBER et al., 2008; YANG et

al., 2011; AFROZ et al., 2011). Uma vez que o proteoma representa a contribuição efetiva

das proteínas expressas para a função celular (MEHTA et al., 2008), a comparação com base

no perfil de expressão é necessária para obter uma compreensão mais completa dos

mecanismos envolvidos, e quais alterações são mais importantes na defesa das plantas

(ZIMARO et al., 2011).

Em nosso grupo de pesquisa, um estudo comparativo de mapas proteicos dos clones CCP

76 (sadio e doente) e BRS 226 (sadio e doente), coletados em campo, permitiu a identificação

de um conjunto de 80 proteínas que compõem o proteoma do cajueiro, assim como, de

proteínas diferencialmente expressas entre os grupos sadio e doente de cada clone. Em tal

37

estudo, um protocolo eficiente para elaboração de mapas bidimensionais de caules de cajueiro

foi desenvolvido, possibilitando a identificação de uma variedade de proteínas relacionadas à

defesa nos clones doentes (GONDIM, 2010).

Como os eventos moleculares de defesa associados à interação do cajueiro infectado com

L. theobromae permanecem desconhecidos, em especial, no que se refere a marcadores

proteicos de defesa, no presente estudo, a expressão de proteínas que possivelmente

justifiquem a condição de resistência/suscetibilidade foi explorada. Para tal proposito, foi

realizada análise proteômica diferencial de caules do clone BRS 226 (padrão comercial de

resistência), em tempos iniciais após inoculação com o fungo, e de plantas de cajueiro comuns

classificadas como resistentes e suscetíveis à resinose, em condições de campo com alta

pressão do patógeno.

Assim, esse estudo foi conduzido na perspectiva de identificar proteínas do caule de

cajueiro que são reprogramadas em resposta à infecção pelo L. theobromae e associá-las aos

mecanismos biológicos responsivos à presença do patógeno. Embora todo esse processo seja

bastante complexo, é esperado que esse estudo permita construir um conjunto de resultados

que possam ser, futuramente, integrados a programas de melhoramento genético do cajueiro

visando a geração, alicerçada em fundamentos bioquímicos, de novos genótipos resistentes à

resinose.

38

2. HIPÓTESE E OBJETIVOS

2.1 Hipótese

A resistência das plantas de cajueiro à infecção pelo fitopatógeno L. theobromae tem

como base a expressão diferencial de proteínas no caule envolvidas em alterações

bioquímicas e fisiológicas responsáveis pelo estabelecimento dessa relação de

incompatibilidade entre o fungo e a planta.

2.2 Objetivos

2.2.1 Objetivo Geral

Identificar proteínas diferencialmente expressas em caules de cajueiro do clone BRS

226, infectados pelo fungo Lasiodiplodia theobromae, bem como em caules de plantas

suscetíveis e resistentes à resinose, em condições de campo.

2.2.2 Objetivos Específicos

Extrair proteínas do tecido caulinar do clone BRS 226 (resistente), assim como de

caules de plantas resistentes e suscetíveis à resinose, em condições de campo;

Obter mapas bidimensionais com alta qualidade e reprodutibilidade das proteínas

extraídas dos caules de cajueiro;

Analisar os perfis bidimensionais obtidos de caules de cajueiro via programa PDQuest

8.0.1 (Bio-Rad Laboratories);

Identificar, por Espectrometria de Massas, as proteínas diferencialmente expressas nos

caules de cajueiro, após a infecção com L. theobromae;

Analisar a atividade de enzimas envolvidas com estresse oxidativo, metabolismo

secundário e PR-proteínas, em caules de plantas resistentes e suscetíveis à resinose.

39

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Reagentes

Coomassie Brilhante Blue G-250, solução Fenol saturado com Tris, pH 8,0,

polivinilpolipirrolidona (PVPP), β-mercaptoetanol (2-ME), acrilamida e bis-acrilamida foram

obtidos da Sigma-Aldrich, Brasil. 3-[(3-Cholamidopropyl)dimethylammonio]-1-propane

sulfonate (CHAPS), Ditiotreitol (DTT), Fluoreto de Fenilmetil sulfonil (PMSF),

iodoacetamida, óleo mineral, tiouréia, uréia, tiras para focalização isoelétrica pH 3-10, , IPG

buffer 3 -10, dodecil sulfato de sódio (SDS) foram obtidos da GE Healthcare, Brasil. Ácido

Tricloroacético (TCA) e ácido trifluoracético (TFA), ambos possuindo grau analítico, foram

obtidos de diferentes fornecedores. A enzima tripsina foi adquirida da Promega, Madison, WI,

USA.

Os demais reagentes utilizados, de grau analítico, foram obtidos, comercialmente, de

diferentes fornecedores.

3.2 Materiais biológicos

3.2.1 Lasiodiplodia theobromae

O fungo L. theobromae utilizado nos experimentos foi previamente isolado de plantas

de cajueiro infectadas e situadas no município de Palhano-CE. Este fungo corresponde ao

isolado número 103 utilizado em testes de patogenicidade e pertence à Micoteca do

Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza-CE. O fungo foi

mantido em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), que estimula a esporulação, e

incubado por 72 horas a 25 ± 1 ºC, com fotoperíodo de 12 horas claro/escuro.

3.2.2 Clones de cajueiro BRS 226 e CCP 76

Os clones de cajueiro utilizados neste estudo foram preparados sob condições de

viveiro na estação experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, Pacajus-CE. Plantas dos

clones BRS 226 e CCP 76 foram enxertadas sobre o mesmo porta-enxerto, obtido de plântulas

do clone CCP 06 (SOUZA e ARAÚJO, 2001). Noventa dias pós-enxertia, as mudas foram

40

transportadas para a casa de vegetação do Laboratório de Fitopatologia da EMBRAPA

(Fortaleza - CE), onde permaneceram em condições de aclimatação durante 10 dias, com

radiação fotossinteticamente ativa (PAR) de 700 µm m−2

s−1

, temperatura média de 25 ºC

noite/ 35 ºC dia, umidade relativa de 30 - 70% e irrigação via aspersão com 8,60 mm de

água/planta.

3.2.3 Plantas de cajueiro resistentes e suscetíveis à resinose, em condições de campo

Para este estudo, foram utilizadas, também, plantas adultas classificadas como

resistentes e suscetíveis, em condições de campo, com aproximadamente 2 anos de idade.

Estas plantas fazem parte de uma população de cajueiro, estabelecida a partir da polinização

aberta do clone BRS 226, que foram cultivadas na Fazenda Planalto, pertencente à

Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (CIONE), localizada na BR 020, km 4, município

de Pio IX-Piauí. As coordenadas geográficas da Fazenda são: latitude de 6° 34‟ e 24,5” S;

longitude de 40° 50‟ e 39” W; altitude de 730 m; temperatura média de 24 ºC (18 - 36 ºC) e a

pluviosidade média de 609,7 mm.

3.3 Metodologia Experimental

3.3.1 Inoculação de caules de cajueiro com L. theobromae

Caules dos clones de cajueiro, com aproximadamente 100 dias pós-enxertia, foram

inoculados com o micélio do fungo L. theobromae. A inoculação foi realizada perfurando o

caule com auxílio de uma broca de 1,6 mm de diâmetro, atingindo, aproximadamente, 0,5 mm

de profundidade em direção ao cerne da planta. Nesse orifício, um disco de 2 mm de diâmetro

do meio de cultura (BDA) contendo o micélio do fungo foi depositado, permitindo o contato

do fungo com o tecido vascular da planta. A deposição do inóculo no tecido caulinar foi

localizada 10 cm acima do ponto de enxertia. Após deposição, a região de inoculação foi

envolvida com vaselina e parafilm, para evitar a entrada de microrganismos oportunistas

(Figura 3). Plantas controles foram inoculadas apenas com o meio de cultura, sem conter a

estrutura do fungo (MARTINS et al., 2011). Os clones de cajueiro inoculados e controles

foram mantidos em casa de vegetação nas condições citadas acima (item 3.2.2).

41

Figura 3. Inoculação de caules dos clones de cajueiro com o fungo Lasiodiplodia

theobromae.

Legenda: A- Inoculação localizada 10 cm acima do ponto de enxertia; B- Perfuração do caule

com auxílio de uma broca de 1,6 mm de diâmetro, atingindo 0,5 mm de profundidade; C-

Disco de 2 mm de diâmetro contendo o micélio do fungo sendo depositado no ponto de

perfuração; D- A região de inoculação protegida com vaselina e parafilm; E- Lote de plantas

de cajueiro identificadas; F- Manutenção dos clones de cajueiro em casa de vegetação.

3.3.2 Coleta de caules de cajueiro do clone BRS 226

Para análise proteômica foram utilizados caules de cajueiro do clone BRS 226,

empregado comercialmente e resistente à resinose. A coleta dos caules desse clone foi

realizada em 12, 24, 48, 72 e 96 horas após inoculação (HAI), no Laboratório de

Fitopatologia (Embrapa-CE). As plantas controles e inoculadas foram submetidas à assepsia

da região de inoculação com etanol 70% embebido em algodão e, então, segmentos de caules

abrangendo 3 cm acima e abaixo do ponto de inoculação, perfazendo 6 cm de comprimento,

foram obtidos (Figura 4). Após coleta, os caules foram transportados para o Laboratório de

Proteínas Vegetais de Defesa, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular

(DBBM)-UFC, onde foram armazenados a -20 °C para posterior processamento e extração de

proteínas.

O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado (DIC), com 3

repetições, em esquema fatorial (2 x 5), sendo 2 tratamentos (plantas controles e inoculadas) e

42

5 tempos de análise (12, 24, 48, 72 e 96 HAI), com a parcela experimental composta por 4

plantas.

Figura 4. Coleta de caules de cajueiro do clone BRS 226 em diferentes tempos após

inoculação com L. theobromae.

Legenda: A- Remoção da fita de parafilm no ponto de inoculação; B- Assepsia da região de

inoculação com etanol 70%; C- Localização da região de corte 3 cm acima e abaixo do ponto

de inoculação; D- Corte do segmento caulinar com tesoura de poda; E- Segmentos de caules

com aproximadamente de 6 cm de comprimento; F- Amostras de caules identificadas para

posterior extração de proteínas.

3.3.3 Coleta dos caules de cajueiro resistentes e suscetíveis, em condições de campo

Plantas de cajueiro híbridas resultantes da polinização aberta do clone BRS 226

cultivadas de acordo com as condições citadas acima (item 3.2.3), foram mantidas em área

com alta pressão do patógeno (CYSNE et al., 2010). Uma característica da localização do

cultivo é a grande incidência de resinose, permitindo a origem de grupos característicos de

plantas com sintomatologia da doença. Em estudos de melhoramento genético com esta

população de plantas, realizados por pesquisadores da Embrapa (Fortaleza-CE), esta progênie

com 2 anos após semeadura foi avaliada e classificada (dados não publicados) de acordo com

escala numérica arbitrária de sintomas e severidade proposta por Cardoso et al. (2004).

43

Baseado nos resultados desta escala, 7 representantes de plantas classificadas como

resistentes, pertencentes ao grupo 0 ( ausência de sintomas), e 7 representantes de plantas

suscetíveis, avaliadas como grupo 2 (cancro rachados nos troncos e ramos, atingindo até 1/3

do diâmetro, com pouca ou ausência de exsudação de goma), foram escolhidos,

aleatoriamente, para deles serem seccionados segmentos de ramos caulinares medindo 6 cm

de comprimento. Após coleta, esses segmentos foram armazenados a -20 °C e transportados

para o Laboratório de Proteínas Vegetais de Defesa do DBBM-UFC.

3.3.4 Área de lesão interna da doença em clones de cajueiro resistente e suscetível

A análise comparativa da área de lesão interna da doença foi realizada com os clones

BRS 226 (resistente) e CCP 76 (suscetível), em 72 e 96 horas após inoculação com o L.

theobromae, intervalos de tempo quando os sintomas de exsudação de resina e lesão interna

do caule foram observados. Plantas controles e inoculadas desses clones foram obtidas como

citado acima (item 3.3.1).

O comprimento da lesão interna provocada pelo patógeno foi medido usando um

paquímetro, após corte longitudinal dos caules com auxílio de um estilete, na zona de

inoculação do patógeno, para expor a área lesionada (Figura 5).

O experimento foi montado em DIC, com 5 repetições, em esquema fatorial (4 x 2),

sendo 4 tratamentos (plantas controles e inoculadas do clone CCP 76, plantas controles e

inoculadas do clone BRS 226) e 2 tempos de análise (72 e 96 HAI), com cada parcela

experimental composta por 3 plantas.

44

Figura 5. Medida do comprimento da lesão interna provocada pelo patógeno em caules de

cajueiro dos clones BRS 226 e CCP 76, resistente e suscetível, respectivamente, à resinose.

3.3.5 Extração de proteínas do tecido caulinar para análise proteômica

Segmentos de caules de cajueiro foram liofilizados (FreeZone 6 benchtop freeze dry

system, Labconco, Kansas City, USA) durante 5 dias e, em seguida, pulverizados em moinho

até a obtenção de um pó com textura fina. Os extratos proteicos foram produzidos de acordo

com protocolos previamente descritos (WANG et al., 2003; YAO et al., 2006) e adaptados

por Gondim (2010). Na extração, foi utilizado Fenol-Tris, pH 8,0 (Acros Organic), que

permite a formação de uma fase fenólica superior, originada por meio do gradiente de

densidade estabelecido pela sacarose (30%) contida nesse tampão de extração, onde se

encontram as proteínas solubilizadas. Abaixo, estão descritas, resumidamente, as etapas do

protocolo de extração usado:

3.3.5.1 Precipitação com solução de acetona, TCA e 2-ME

Inicialmente, 1,5 g do pó do caule foi homogeneizado em 20 mL de uma solução

gelada de acetona contendo 10% de TCA e 2% de β-Mercaptoetanol (2-ME) durante 1 h a 4

°C. Em seguida, a precipitação foi realizada por meio da armazenagem do homogeneizado a -

80 ºC durante 2 h. Após centrifugação (15,000 x g, 20 min, 4 ºC) o precipitado resultante foi

lavado duas vezes com 15 mL de acetona contendo 2 % de 2-ME, para remoção do TCA, e

45

centrifugado como anteriormente. O precipitado foi, por fim, submetido à secagem em

dessecador na presença de sílica gel, a 4 ºC, durante à noite.

3.3.5.2 Extração das proteínas totais, lavagem e secagem do precipitado proteico

Ao precipitado obtido na etapa anterior, foram adicionados 10 mL do Tampão Tris-

HCl 0,1 M, pH 8,65, contendo 30% de sacarose, 2% de SDS, 0,001 M de PMSF, 2% de 2-ME

e 1% de PVPP. A amostra foi homogeneizada por 1 h e 30 min e, posteriormente,

centrifugada a 10.000 x g, 10 min, 4 ºC. O sobrenadante foi armazenado temporariamente a 4

ºC, e o precipitado submetido à re-extração com 5 mL do tampão de extração sob agitação

durante 30 min. Após centrifugação (10.000 x g, 10 min, 4 ºC), o sobrenadante obtido foi

adicionado ao sobrenadante coletado anteriormente, e o conjunto considerado o Extrato

proteico. Posteriormente, a esse extrato foi adicionado o mesmo volume do reagente Fenol-

Tris, pH 8,0. A mistura obtida foi agitada durante 15 min a 4 ºC. As proteínas presentes na

fase fenólica superior, gerada após centrifugação (10.000 x g, 10 min, 4 ºC), foram

precipitadas pela adição de quatro volumes de 0,1 M de acetato de amônio em metanol, a -80

ºC, durante 2 h. Após centrifugação (15.000 x g por 30 min, 4 ºC), o precipitado foi lavado

com 0,1 M de acetato de amônio em metanol gelado e, em seguida, três vezes com acetona

80% gelada. Entre cada lavagem com acetona, o precipitado foi incubado a 4 °C por 20 min e

a suspensão centrifugada a 10.000 x g, 10 min, 4 ºC. O precipitado proteico resultante foi seco

em dessecador na presença de sílica gel, a 4 ºC, durante à noite.

3.3.5.3 Ressupensão do precipitado proteico

O precipitado foi ressuspendido em 200 µL de Úreia: Tiouréia: Chaps [7 M: 2 M: 2%

(m/v)] por meio de agitação a 120 rpm por 20 min, seguido de sonicação durante 10 min e

repouso à temperatura ambiente, no intervalo de 20 min. Após centrifugação (10.000 x g, 10

min, 4 ºC), o sobrenadante obtido foi armazenado a 4 °C e o precipitado resultante submetido

a uma nova ressuspensão pela adição de 70 µL da mesma solução de Úreia: Tiouréia: Chaps,

citada acima. Ao término da centrifugação (10.000 x g, 10 min, 4 ºC), o sobrenadante foi

adicionado ao obtido na ressuspensão inicial, sendo o teor de proteína do extrato final dosado.

46

3.3.6 Dosagem de Proteínas

O teor de proteínas totais nos extratos obtidos foi determinado conforme metodologia

descrita por Bradford (1976). 2,5 mL do reagente Bradford foram adicionados a alíquotas de

0,1 mL dos extratos totais. Após 10 min de repouso, a absorbância foi determinada a 595 nm

em espectofotômetro (Novaspec III da Pharmacia). Albumina sérica bovina foi utilizada para

obtenção de uma curva padrão e definição do fator de correção, necessário para determinar o

teor de proteínas solúveis nos extratos.

3.3.7 Análise proteômica diferencial de caules de cajueiro infectados com L. theobromae

A análise proteômica da expressão diferencial de proteínas em caules de cajueiro

infectados com L. theobromae foi realizada por meio da eletroforese bidimensional

(O'FARREL; KLOSE, 1975). Para tanto, foram utilizadas plantas do clone BRS 226

(resistente) controles e inoculadas, assim como plantas resistentes e suscetíveis à resinose, em

condições de campo com alta pressão do patógeno. A eletroforese bidimensional consistiu,

inicialmente, da separação das proteínas de acordo com seu ponto isoelétrico (pI), por meio de

focalização isoelétrica. Nesta etapa, foram utilizadas fitas de gradientes de pH imobilizados

em géis de poliacrilamida (IPG) de 13 cm, pH 3-10 (GE Healthcare). As amostras proteicas

foram solubilizadas em solução de rehidratação [uréia 7M, tiouréia 2M, DTT 0,065 M,

CHAPS 2% (m/v), tampão IPG 2% (v/v) e azul de bromofenol 0,02% (m/v)] durante 16 h em

cubas de rehidratação (Reswelling Tray II, Pharmacia Biotech). Em seguida, as fitas

rehidratadas foram submetidas à separação isoelétrica utilizando a seguinte programação: 200

V por 45 min; 500 V por 45 min; 1000 V por 1 h; 5000 V por 1 h; 8000 V até atingir 18000

Volts/hora totais.

Após focalização isoelétrica, as fitas foram equilibradas sob agitação lenta, por 20 min

em solução de equilíbrio e redução [Tris-HCl 50 mM, pH 8.8, contendo glicerol 30% (v/v),

ureia 6 M, SDS 2% (m/v), DTT 2% (m/v) e azul de bromofenol] e, posteriormente, lavadas

com solução de alquilação [Tris-HCl 50 mM pH 8.8, glicerol 30% (v/v), ureia 6 M, SDS 2%

(m/v), iodoacetamida 2,5% (m/v) e azul de bromofenol] por 20 min, sob leve agitação.

A 2º dimensão (SDS-PAGE) foi realizada em gel vertical homogêneo (14 x 14 cm)

por meio da fixação das fitas focalizadas sobre o gel de poliacrilamida, utilizando solução de

agarose 0,5% (m/v). A separação das proteínas, de acordo com suas massas moleculares, foi

47

realizada a 5 °C, usando a fonte Power-Pac 3000 (Bio-Rad). A corrida foi composta de duas

etapas: 15 mA/gel durante 1 h, e 25 mA/gel até que o indicador (azul de bromofenol) saísse

do gel (aproximadamente, 5:30 h). As proteínas foram visualizadas com Comassie Brilliant

Blue (CBB) coloidal (CANDIANO, 2004). As imagens dos géis com proteínas coradas foram

obtidas por meio do ImageScanner (Amersham Biosciences) e analisadas pelo programa

LabScan v. 5.0 (GE Healthcare). As imagens dos géis foram processados e analisados

utilizando o programa PDQuest, versão 7.3.1 (Bio-Rad, EUA). Para tanto, as etapas de

processamento incluíram filtração da imagem, detecção dos spots e quantificação da

intensidade, além da eliminação de back-ground. Os mapas bidimensionais foram avaliados

como um conjunto único, representado por um gel de referência (máster), gerado a partir dos

demais mapas experimentais. Dessa forma, os spots consistentemente presentes nos géis

remanescentes foram adicionados ao máster, de modo que pudessem ser combinados para

todas as amostras. Além disso, a massa molecular (kDa) de cada proteína foi estimada

utilizando um conjunto padrão de marcadores e os pontos isoelétricos foram determinados

pelas posições dos spots ao longo das tiras com gradiente de pH imobilizado. Então, os spots

marcados nos géis, com intensidade registrada pelo PDQuest, foram submetidos à análise

estatística.

3.3.8 Análise estatística da expressão diferencial de proteínas

As intensidades dos spots proteicos (medidas em pixels) registrados nos perfis

bidimensionais foram avaliadas quanto à normalidade da sua distribuição utilizando o teste de

Shapiro-Wilk, enquanto que para avaliação da assimetria e curtose, o procedimento

UNIVARIATE foi empregado com a opção NORMAL do aplicativo estatístico SAS (v 9.0,

2002). Transformações logarítmicas [log (x+1)] foram realizadas quando necessário. As

variáveis que apresentaram distribuição normal e as que foram ajustadas à normalidade, após

transformação, foram consideradas paramétricas, enquanto aquelas que não apresentaram

distribuição normal foram consideradas não paramétricas.

As variáveis paramétricas foram submetidas à análise de variância por meio do

procedimento GLM (do inglês, General Linear Model) do SAS. Médias das intensidades dos

spots dos grupos resistente e suscetível, em condição de campo, foram comparadas usando o

teste t de Student. Para plantas do clone BRS 226, a análise de variância realizada pelo GLM

utilizou como fontes de variação a interação entre o tratamento avaliado (controle e

48

inoculado) e o tempo de análise (12, 24, 48, 72 e 96 HAI), e as médias das intensidades dos

spots foram comparadas por meio do Método dos Quadrados Mínimos, entre os diferentes

tratamentos dentro de cada tempo avaliado.

As variáveis não paramétricas, tanto para perfis bidimensionais da condição de campo

como para perfis do clone BRS 226, foram avaliadas por meio do teste de Mann-Whitney

utilizando o procedimento NPAR1WAY. Os resultados foram apresentados na forma de

médias e desvios padrão. Diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05.

3.3.9 Processamento dos spots, espectrometria de massas e identificação de proteínas

diferencialmente expressas

Os spots correspondentes às proteínas diferencialmente expressas foram excisados do

gel e digeridos com tripsina (Promega, Madison, WI, USA). Para tanto, os spots de interesse

excisados foram descorados com 400 l de 0,025 M de NH4HCO3 (m/v) e acetonitrila (ACN)

50% (v/v) até a remoção completa do corante, CBB coloidal. Posteriormente, as partículas do

gel foram desidratadas com 200 l de ACN 100% (v/v) por 5 min, até tornarem-se opacas e,

então, secas a vácuo em Speed Vac (Savant) por 15 min. Os pedaços de gel secos foram

incubados com tripsina grau sequenciamento (20 ng/μL em NH4HCO3 50 mM) a 37 °C em

banho-maria, por 17 h. Os peptídeos tripsinizados foram extraídos de cada spot-gel com 30 l

da solução de NH4HCO3 0,025 M, ACN 50% (v/v) e ácido trifluoracético 5% (v/v), com

auxílio de vórtex a 90 rpm, por 30 min (2 vezes). O sobrenadante contendo os peptídeos

trípticos extraídos foi, então, concentrado em Speed Vac (Savant).

Os peptídeos secos foram dissolvidos em solução de ácido fórmico 0,1% (v/v) e,

posteriormente, submetidos à análise por espectrometria de massas. Análises de MS/MS

foram realizadas em um espectrômetro de massas caracterizado por uma fonte de ionização

por eletrospray (ESI), dois analisadores de massas - um quadrupolo (Q) associado a um tubo

no qual se mede o tempo de vôo dos íons (TOF) e um detector de íons. Um sistema de

cromatografia líquida de ultra performace - UPLC (Waters, Milford, US) foi acoplado on-line

ao ESI-Q-TOF. Os peptídeos foram separados em uma coluna capilar nano -C18 (75 μm x 10

cm) com uma razão de fluxo de 0.35 µL/min. Os espectros de massa foram adquiridos pelo

instrumento Synapt G1 HDMS Acquity UPLC (Waters Co., Milford, MA, EUA), utilizando

Aquisição de Dados Dependente (DDA), onde os três principais picos foram selecionados e

sujeitos a MS/MS.

49

Os peptídeos foram eluidos por meio de um gradiente de água-ACN, segundo o qual

as fases móveis A e B foram constituídas de 0,1% de ácido fórmico em água e 0,1% de ácido

fórmico em acetonitrila, respectivamente. As condições do gradiente foram: 1 min, com 5%

de B, aumentando linearmente para 40% de B em 30 min, e posteriormente, para 80% de B

em 10 min, onde permaneceu até 35 minutos e nos 5 minutos seguintes houve uma redução

para 3% de B. Os espectros de íons resultantes foram coletadas e processadas utilizando o

programa Protein Lynx Global Server 2, sendo posteriormente convertidos para arquivos de

micromassa (PKL) usados para a pesquisa de sequências contra o banco de dados do NCBI

(National Center for Biotechnology Information) por meio do programa MASCOT v.2.2

(Matrix Science – www.matrixscience.com).

Para a correta indentificação das proteínas, as buscas de similaridade com proteínas

depositadas no NCBI foram realizadas com limitação taxonômica para “Viridiplantae taxa”,

além disso, os peptídeos foram considerados identificados, quando o valor do score excedeu

valor limiar de extensa similaridade ou identidade calculado pelo Mascot (p<0,05). Cada

proteína identificada foi, então, categorizada de acordo com o processo biológico com o qual

está envolvida e compartimentalização celular usando dados do UniProt

(http://www.ebi.uniprot.org). Quando as informações não estavam disponíveis, as proteínas

foram anotadas manualmente com base em pesquisas bibliográficas.

3.3.10 Rede de interação das proteínas diferencialmente expressas

A rede de interação funcional das proteínas identificadas neste estudo foi realizada

usando o programa STRING versão 9.05 (Search Tool for the Retrieval of Interacting

Genes/Proteins), disponível online (http://string-db.org/). A lista de proteínas

diferencialmente expressas foi explorada contra o banco de dados de Arabidopsis thaliana

depositados no STRING. As relações físicas e funcionais das proteínas responsáveis pela rede

de interação proteína-proteína foram estabelecidas com o apoio de associações decorrentes de

quatro fontes possíveis: contexto genômico, dados experimentais/bioquímicos, co-expressão e

informações previamente estabelecidas. Portanto, estes dados de interação são

quantitativamente integrados pelo STRING formando uma rede funcional de proteínas.

50

3.3.11 Preparação dos extratos enzimáticos de caules de plantas de cajueiro, crescidas

em campo, resistentes e suscetíveis à resinose

Os extratos enzimáticos foram obtidos por meio do contato do pó do caule,

previamente liofilizado e pulverizado em moinho, com o tampão de extração [acetato de sódio

0,05 M, pH 5,2, contendo 0,15 M de NaCl e 3% (v/v) de PEG] sob leve agitação a 4 °C, por 1

h. A relação massa (tecido): volume (tampão) utilizada foi 1:15 (m/v). Posteriormente, a

suspensão foi centrifugada (15.000 x g, 4 ºC, 20 min) e o sobrenadante coletado dialisado

contra o tampão de extração sem PEG, em membrana de diálise (Sigma) com poros de

exclusão de 14,3 KDa. Os extratos enzimáticos foram novamente centrifugados (10.000 x g,

4 °C por 20 min) e o sobrenadante usado para determinação das atividades enzimáticas.

3.3.12 Determinação das atividades das enzimas superóxido dismutase, ascobarto

peroxidase, peroxidase do guaiacol, fenilalanina amônia liase e β-1,3-glucanase de caules

de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose

A atividade da superóxido dismutase (SOD, EC 1.15.1.1) foi avaliada segundo

metodologia descrita por Van Rossum et al. (1997). O princípio do ensaio consiste na ação do

radical superóxido (O2•-), formado no meio reacional, em converter o nitro azul de tetrazólio

(NBT) para formazana azul. A presença da SOD na amostra inibe essa reação final, portanto,

a medida de inibição da fotorredução do NBT é usada como parâmetro para determinação da

presença e atividade da enzima. No ensaio, alíquotas de 50 µL de extrato caulinar dialisado

foram adicionadas em uma placa de micropoços contendo uma mistura composta por 0,02 mL

de tampão fosfato de sódio 0,5 M, pH 7,8, 0,01 mL de Triton X-100 0,50% (v/v), 0,02 mL de

L-metionina 0,13 M, 0,01 mL de EDTA 0,002 M, 0,02 mL de NBT 0,001 M, 0,02 mL de

riboflavina 0,00075 M e 300 µL água grau Milli-Q. A adição do NBT e da riboflavina foi

feita na ausência de luz. A mistura reacional foi exposta à luz (lâmpada fluorescente de 32

W), dando início à reação, por 5 min. A produção de formazana azul foi medida pela leitura

de absorbância a 630 nm, em intervalos de 1 min, por uma leitora de ELISA (“Automated

Microplate Reader”, modelo ELX800-Bio-Tek Instruments®, Inc.). No branco da reação,

todos os reagentes, com exceção do extrato caulinar, foram colocados, permitindo redução

máxima do NBT. Uma unidade de atividade (UA) da SOD foi definida como a quantidade da

enzima necessária para inibir 50% da fotorredução do NBT à formazana azul, em relação ao

51

controle positivo, e foi expressa como unidade de atividade por g de massa fresca do caule

(UA/g MF).

A atividade da ascobarto peroxidase (APX, EC. 1.11.1.11) presente no extrato caulinar

foi realizado segundo Koshiba (1993) e Peixoto et al. (1999), com algumas modificações. 0,1

mL do extrato enzimático foi adicionado a 0,8 mL de tampão fosfato de potássio 0,05 M, pH

6,0, contendo 0,0005 M de ácido ascórbico e previamente incubado a 30 °C. A reação foi

iniciada pela adição de 0,1 mL de uma solução de peróxido de hidrogênio 0,002 M. O

decréscimo na leitura de absorbância a 290 nm, no intervalo de 10-120 s, foi medido como

índice de oxidação do ascorbato. A atividade da APX foi determinada utilizando uma curva

padrão construída a partir de concentrações conhecidas de ascorbato (0,1 - 1,0 µmoL

ascorbato/mL) e expressa em ηmol de ascorbate oxidado/min por grama de massa fresca

(ηmol Asc g-1

FW).

Para determinação da atividade da peroxidase do guaiacol (POX, EC 1.11.1.7) foi

utilizada a metodologia escrita por Urbanek et al. (1991). Como substratos para a reação

foram utilizados guaicol como doador de prótons e o peróxido de hidrogênio como receptor.

A mistura reacional consistiu de alíquotas de 0,1 mL do extrato total, 0,9 mL de tampão

acetato de sódio 0,05 M, pH 5,2, 0,5 mL de guaiacol 0,02 M e 0,5 mL de peróxido de

hidrogênio 0,06 M, perfazendo um volume total de 2,0 mL. A mistura foi incubada em banho-

maria a 30 °C e a leitura da absorbância do composto colorido 3,3‟-dimetoxi-4-4‟-

bifenolquinona, formado na reação, foi medida a 480 nm (espectrofotômetro Genesys 10S

UV-VIS; Thermo Scientific), durante 2 min em intervalos de 20 segundos. A variação de 1,0

unidade de absorbância por min foi assumida como sendo 1,0 unidade (UA) de atividade

peroxidásica, sendo expressa em unidades de atividade por g de massa fresca do caule (UA/g

MF).

A atividade da fenilalanina amônia liase (PAL, EC 4.3.1.5) foi determinada de acordo

com a metodologia descrita por El-Shora (2002) e Mori et al. (2001), com algumas

modificações. A atividade foi medida pela quantidade de ácido trans-cinâmico produzido, a

partir da desaminação da L-fenilalanina. A mistura reacional consistiu de 0,1 mL do extrato

enzimático, 0,2 mL de L-fenilalanina 0,04 M, 0,02 mL de β-mercaptoetanol 0,05 M, 0,58 mL

de tampão Tris-HCl 0,1 M, pH 8,8. Essa mistura foi incubada por 1 h, a 30 °C. A reação foi

parada pela adição de 0,1 mL de HCl 6 M e a mistura centrifugada a 10.000 x g por 10 min, a

25 °C. O branco do ensaio consistiu na adição da L-fenilalanina após parada da reação com

52

HCL. Após leituras de absorbância a 290 nm, a atividade da PAL foi determinada utilizando

uma curva padrão construída a partir de concentrações conhecidas de ácido trans-cinâmico

(0,01 – 0,1 µg ácido trâns-cinâmico/mL). A atividade da PAL foi expressa como a quantidade

(pmol) de ácido trans-cinâmico produzido por grama de massa fresca do caule por segundo

(pmol/g MF/s).

A atividade da enzima β-1,3-glucanase (GLU, EC 3.2.1.39) foi determinada segundo o

método descrito por Boller (1992) e medida em função da velocidade de formação de glucose

a partir da degradação da laminarina, polissacarídeo usado como substrato. Uma vez

liberados, os monômeros de glucose reduzem sais de cobre, em solução alcalina, que irão

produzir um composto de coloração azul, passível de ser quantificado por colorimetria. A

solução de laminarina (2,0 mg/L) foi dissolvida em água grau Milli-Q, aquecida a 60 ºC, por

10 minutos e, em seguida, dialisada exaustivamente contra água grau Milli-Q para remoção

da glucose livre. No ensaio, 0,1 mL de extrato enzimático foi incubado com 0,9 mL da

solução de laminarina, a 50 °C por 30 min. A seguir, 1,0 mL da solução “D” [1,0 mL da

solução “B” (15,0 g de sulfato de cobre pentahidratado, 0,02 mL de ácido sulfúrico e água

grau Milli-Q q.s.p. 100 mL) mais 25 mL da solução “A” (25,0 g de carbonato de sódio anidro,

25,0 g de tartarato de sódio e potássio, 20,0 g de bicarbonato de sódio, 200,0 g de sulfato de

sódio anidro e água grau Milli-Q q.s.p. 1000 mL)], preparada no momento do ensaio, foram

adicionadas e a mistura aquecida a 98 °C, em banho-maria, por 20 min. Após resfriamento em

água corrente, por 5 min, 1,0 mL da solução “C” [3,0 g de arseniato de sódio e água grau

Milli-Q, q.s.p. 25,0 mL] foi acrescido e, logo em seguida, os tubos foram agitados

vigorosamente, em vórtex, até a completa remoção dos gases formados na reação. Leituras de

absorbância a 520 nm foram feitas e a quantidade de monômeros de glucose liberados

determinada utilizando uma curva padrão construída a partir de concentrações conhecidas de

glucose, variando de 7,5 a 240 µg/mL, em tampão acetato de sódio 0,05 M, pH 5,2. A

atividade β-1,3-glucanásica foi expressa em nanokatal por grama de massa caulinar (ηkat/g

MF), sendo 1,0 ηKat equivalente a 1,0 nmol de glucose liberado por segundo, nas condições

do ensaio.

53

3.3.13 Western blot de expressão da ascobarto peroxidase de caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose

20 µg do extrato total de proteínas a partir de plantas resistentes e suscetíveis foram

aplicados em gel SDS-PAGE (12,5%) e em seguida transferidos para membrana de

nitrocelulose (GE Healthcare, USA) usando um sistema de transferência (TE 22 tank transfer

unit, GE Healthcare, USA) a 100 V, 200 mA e 40 W, durante 2 horas. Posteriormente, as

membranas foram bloqueadas, durante à noite, com tampão PBS (50 mL de fosfato de sódio

0,1 M, pH 7,4, contendo 0,13 M de NaCl) sob agitação suave, a 4 °C e, então, incubadas por 2

horas com o anticorpo primário produzido em coelhos contra ascorbato peroxidase citosólica

(anti-APX, Agrisera) e utilizado para a imunodetecção na diluição de 1: 10.000.

As membranas foram novamente lavadas três vezes com PBS e incubadas com um

anticorpo secundário específico para imunoglobulinas de coelho (Agrisera), conjugado com

fosfatase alcalina, usado na diluição de 1:2.000 por mais 2 h. Seguindo-se as três lavagens

com PBS, a imunorreação foi visualizada por exposição das membranas ao tampão Tris-HCl

(0,1 M), pH 9,0, contendo BCIP® (fosfato de tetrazólio-5-bromo-4-cloro-3-indolilo, 0,15

mg/mL), NBT (azul de nitro-tetrazólio, 0,30 mg / mL ), NaCl (0,15 M) e MgCl2 (0,001 M). A

reação foi parada por lavagem exaustiva das membranas com água grau Milli-Q.

54

4. RESULTADOS

4.1 Sintomas de lesão interna em caules de clones resistente e suscetível à resinose

Plantas do clone BRS 226, usadas para avaliação da expressão diferencial de proteínas

após infecção com L. theobromae, exibiram sintomas de exsudação de resina e escurecimento

interno do lenho, conforme demonstrado na figura 6. Tais sintomas são característicos da

presença do fitopatógeno e foram observados em 72 e 96 HAI, de modo que plantas controles

não apresentaram qualquer tipo de exsudação de resina, indicando ausência de infecção.

Figura 6. Plantas de cajueiro, clone BRS 226, infectadas com L. theobromae. A) Sintoma de

exsudação de resina no ponto de inoculação com o fitopatógeno. B) Caules de plantas

infectadas e controles com 72 horas após inoculação.

Para avaliar a progressão comparativa destes sintomas entre os clones BRS 226

(resistente) e CCP 76 (suscetível) foi realizada, em 72 e 96 HAI, medida do comprimento da

lesão interna da doença no caule, tomando como critério de medição a região escurecida do

lenho ao redor do ponto de inoculação, uma vez que a presença de cor amarronzada pode ser

observada atingindo o câmbio vascular, quando cortes transversais ou longitudinais são feitos

no tronco e ramos lenhosos (FREIRE et al. 2002, 2004; FREIRE e CARDOSO, 2003).

A análise de variância mostrou que houve interação significativa entre os fatores

tratamento e tempo, como observado na Tabela 1. Baseado nos dados obtidos foi possível

constatar que com 72 HAI, plantas controles e inoculadas dos clones BRS 226 e CCP 76

apresentaram valores médios de lesão interna que não diferem estatisticamente entre si.

55

Contudo, com 96 HAI, a progressão da lesão nas plantas inoculadas do clone CCP 76 mostrou

maior extensão de necrose no caule (Figura 7), o que é compatível com a característica de

suscetibilidade, registrada em outros trabalhos (CARDOSO et al., 2010; MUNIZ et al., 2011).

Tabela 1. Comprimento médio da lesão interna (cm) em caules de cajueiro, clones BRS 226 e

CCP 76, inoculados com L.theobromae, avaliado no período de 72 e 96 horas após inoculação

(HAI).

Clone Tratamento Comprimento da lesão (cm)

72 HAI 96 HAI

CCP 76 (S) Controle 0,50 Aa 0,76 Ba

Inoculado 0,81 Ab 1,47 Aa

BRS 226 (R) Controle 0,43 Aa 0,53 Ba

Inoculado 0,71 Aa 0,72 Ba

Desv. Padrão Geral 0,23

Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si

pelo teste de Tukey (p≤ 0,05). S, suscetível; R, resistente ao L. theobromae.

Figura 7. Sintomas de escurecimento interno nos caules de cajueiro, clones BRS 226 e CCP

76, nas condições controle e infectado com L. theobromae.

56

4.2 Proteômica diferencial da interação entre o clone BRS 226 e o fungo L. theobromae

Amostras de caules do clone BRS 226, na condição controle e inoculado, foram

coletados nos tempos de 12, 24, 48, 72 e 96 HAI, conforme descrito anteriormente e então,

submetidos à extração de proteínas para análise proteômica. Os extratos foram dosados e o

conteúdo médio de proteínas solúveis obtido. Resultados da quantificação de proteínas

extraídas mostraram valores médios uniformes ao longo do experimento, não havendo,

portanto, diferença significativa (p≤0,05) entre os tratamentos (Figura 8).

Para cada amostragem experimental representada pelo grupo, controle e inoculado no

referido tempo, foram obtidos mapas bidimensionais representativos destas condições. No

conjunto do experimento, 6 géis bidimensionais representam cada tempo experimental (12,

24, 48, 72 e 96 horas): 3 géis pertencentes ao grupo controle e 3 géis para o grupo inoculado,

totalizando 30 géis, que foram escaneados e analisados com relação à expressão diferencial de

proteínas em cajueiros inoculados com L. theobromae.

Figura 8. Teor de proteínas solúveis extraídas de caules de cajueiro, clone BRS 266, controle

e inoculado com L. theobromae, em diferentes tempos de amostragem. Barras indicam a

média aritmética das três amostras experimentais. Os tratamentos não apresentaram

diferenças significativas (p≤0,05) entre as médias.

Com relação ao número total de spots, foram encontrados no experimento 729 ± 24 e

721 ± 25 para os tratamentos controle e inoculado, respectivamente. Conforme demonstrado

na tabela 2, não houve diferença significativa (p ≤ 0,01) entre os grupos controle e inoculado

nos respectivos tempos de estudo. Contudo, a análise estatística da interação do número total

57

de spots, ao longo do tempo, demonstrou que a quantidade de spots observada foi maior nos

grupos experimentais com 72 HAI, sendo esse resultado diferente dos demais tempos, mas

semelhante ao observado para 24 HAI. Esses resultados apontam que, nesse intervalo de

tempo após inoculação, uma variedade maior de proteínas está sendo mobilizada pela planta.

Tabela 2. Número de spots identificados nos mapas proteicos de plantas de cajueiro, clone

BRS 226, em diferentes tempos após inoculação com o fungo L. theobromae.

Tratamento

Horas após inoculação (HAI)

MÉDIA 12 HAI 24 HAI 48 HAI 72 HAI 96 HAI

Controle

Inoculado

726,33 A

711,33 A

727,33 A

742,33 A

707,66 A

693,33 A

770,00 A

772,33 A

717,33 A

689,00 A

729,73 A

721,66 A

Média 718,83 b 734,83 ab 700,50 b 771,16 a 703,16 b

C.V. 3,67

Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey (p ≤

0,01).

A abundância relativa dos spots nos respectivos tratamentos, ao longo do tempo, foi

submetida à análise estatística e baseado no uso das fontes de interação tratamento e tempo,

64 spots proteicos apresentaram expressão alterada. Para análise proteômica uma seleção da

condição de alteração foi realizada e de acordo com isso, foram considerados para

excisão/identificação os spots que se enquadravam nos seguintes parâmetros:

1. Alteração da expressão decorrente do fator tratamento (controle e inoculado) dentro do

tempo, sendo desconsiderados spots em que a expressão foi alterada em virtude somente do

tempo.

2. Devida localização de registro no software PDQuest, por meio da conferência dos spots nos

mapas proteicos. Aqueles decorrentes de marcação manual erroneamente registrada não

foram selecionados.

3. Consenso na expressão ao longo dos tempos de estudo, observada por gráficos que

representam a expressão relativa.

Baseado nesta seleção, 24 spots foram eliminados, a maior parte deles por não

atenderem ao parâmetro 1. O grande número de proteínas, com expressão alterada em virtude

do tempo, revela um panorama de alterações decorrentes da condição fisiológica da planta no

ambiente e constituem dados que fogem do escopo inicial da pesquisa, ou seja, a identificação

58

de proteínas cuja expressão é reprogramada devido à infecção pelo fungo. Dessa forma, um

total de 40 spots foram excisados dos géis bidimensionais, digeridos com tripsina e

submetidos à identificação por Espectrometria de Massas (ESI-Q-TOF MS/MS).

A análise por Espectrometria de Massas (MS) permitiu a identificação de 36 proteínas,

perfazendo, aproximadamente, 90% da quantidade de spots diferencialmente expressos

considerados para análise. O estabelecimento da interação do clone BRS 226 com o fungo

levou a um aumento significativo da expressão de 19 proteínas no grupo inoculado. Por outro

lado, 17 proteínas apresentaram expressão diminuída após o contato com o L. theobromae

sendo, portanto, mais expressas nos perfis de plantas controles. No experimento, não foi

possível observar a presença de proteínas que sejam exclusivas de somente um grupo de

estudo. Na figura 9, são representados os mapas proteicos de cada condição (controle e

inoculado) e os spots cuja abundância relativa foi aumentada são indicados nos perfis

bidimensionais em que houve reprogramação da expressão.

59

Figura 9. Perfil bidimensional de proteínas extraídas de caules de cajueiro, clone BRS 226, nas

condições controle e infectado com L. theobromae. Cada mapa bidimensional foi obtido por

separação de 350 μg de proteínas em strips de 13 cm, pH 3-10, seguido por SDS-PAGE (13%).

Os géis foram corados com coomassie brilliant blue G-250. Spots diferenciais são indicados no

grupo onde foram superexpressos.

60

Do total de spots expressos diferencialmente e numerados de 1 a 40 (Fig. 9), somente

4 (spots 1, 2, 4 e 12) não foram identificados por MS. A maior parte das proteínas

identificadas apresentou expressão alterada em 72 e 96 horas após a inoculação do patógeno,

período em que sintomas de exsudação de resina foram observados.

De acordo com a análise dos dados relativos à intensidade dos spots em cada gel,

registrados pelo programa PDQuest, foi calculado o índice de variação de cada proteína, com

expressão diferencial, em comparação aos respectivos valores de intensidade do spot nos géis

referentes ao grupo de plantas controle.

A identidade das proteínas está representada na tabela 3, conforme busca de

similaridade com outras sequencias de proteínas já depositadas no NCBI. Na tabela consta

também, o número do spot, organismo vegetal de referência, número de acesso no banco de

dados, os valores de ponto isoelétrico e massa molecular (teóricos e experimentais), score,

cobertura da sequência e o índice de variação.

As 36 proteínas identificadas na análise diferencial foram agrupadas de acordo com o

processo biológico que desempenham no organismo vegetal. Baseado nesta classificação, a

condição de infecção provoca reprogramação da expressão de proteínas envolvidas em vários

processos celulares e, portanto, categorizadas nas seguintes funções: metabolismo e energia

(13), estresse e defesa (8), sinalização celular (3), metabolismo e enovelamento de proteínas

(5), transporte (2) e proteínas cuja função permanece desconhecida (5). Estes resultados

mostram que um grande número de proteínas envolvidas com o metabolismo e produção de

energia alteram sua expressão em resposta a L. theobromae, seguido por proteínas

relacionadas a estresse e defesa.

61

Tabela 3. Identificação por MS/MS de proteínas diferencialmente expressas em caules de cajueiro, clone BRS 226, infectado com Lasiodiplodia

theobromae.

N° do spot

Proteína

Acesso

(NCBI)

Organismo de

Referência

Mr/pI

Teórico

Mr/pI

Experimental

Cobertura

(%)

Score

(a)

Índice de variação

Infectado vs. Controle (b)

12 hai 24 hai 48 hai 72 hai 96 hai

Energia e metabolism

11 NADH dehydrogenase, putative gi|255545146 Ricinus

communis 18.97/4.76 21.6/4.7 24 107 1.58

15 PREDICTED: 1,2-dihydroxy-3-keto-5-

methylthiopentene dioxygenase 2-like gi|470121006

Fragaria

vesca 23.67/5.14 28.3/4.8 40 435 1.36

16

PREDICTED: 3-isopropylmalate

dehydratase small subunit-like isoform

1

gi|460392785 Solanum

lycopersicum 27.07/6.52 26.2/4.8 16 156 1.55 1.44

17 PREDICTED: chalcone--flavonone

isomerase-like isoform 1 gi|225448675 Vitis vinifera 23.31/4.81 29.0/4.9 19 166 1.56

18 Fructokinase gi|45550051 Citrus unshiu 37.48/5.11 45.6/4.9 14 282 1.54

20 PREDICTED: pyruvate decarboxylase

isozyme 2-like isoform X1 gi|502104230

Cicer

arietinum 65.06/5.62 75.5/6.0 6 196 1.99

23 S-adenosylmethionine synthetase gi|17529621 Oryza sativa 43.19/5.93 54.4/6.0 18 206 0.93

25 Pyruvate decarboxylase, putative gi|255579310 Ricinus

communis 64.71/5.71 76.9/5.9 9 237

0.40

32 Alpha-glucan phosphorylase isozyme

H gi|15232704

Arabidopsis

thaliana 95.10/5.79 97.5/7.1 8 187 0.64

35 Fructose-bisphosphate Aldolase

cytoplasmic isozyme gi|474256276

Triticum

urartu 38.88/6.85 44.3/8.0 21 498 3.86

37 Alcohol dehydrogenase class III gi|400177690 Lactuca sativa 40.43/6.51 53.3/7.6 8 118 0.85

38 Serine hydroxymethyltransferase,

putative gi|255563608

Ricinus

communis 51.84/7.59 65.4/7.5 25 561 0.64

39

Small subunit of ribulose-1,5-

bisphosphate carboxylase

gi|218210

Oryza sativa

Japonica

Group

19.67/9.11 16.4/9.6 9 128 2.66

Estresse e defesa

07 Protein disulfide isomerase gi|171854980 Glycine max 58.55/5.13 70.2/4.5 7 193 1.43 1.83 1.54

09 Heat shock protein 70 gi|1143427 Cucumis

sativus 75.36/5.15 89.4/4.5 16 530 1.33 1.65

10 2-cys peroxiredoxin-like protein gi|9758409 Arabidopsis

thaliana 29.54/5.55 24.5/4.4 26 159 1.29 1.76

21 HSP20-like chaperones superfamily

protein gi|508786804

Theobroma

cacao 17.96/5.57 19.9/5.7 25 161 0.46

27 Glutathione-s-transferase theta, gst,

putative gi|255578691

Ricinus

communis 24.85/6.24 27.0/6.2 15 66 0.56 0.59

28 PREDICTED: CBS domain-containing gi|449444316 Cucumis 22.68/7.03 18.7/6.6 20 240 0.51 0.27

62

protein CBSX3, mitochondrial-like-

isoform 1

sativus

33 Germin-like protein 10 gi|508719904 Theobroma

cacao 22.80/8.54 24.9/7.6 17 158 0.30

36 Formate dehydrogenase gi|38636526 Quercus

robur 40.56/6.54 50.7/7.5 21 338 0.74 0.62

Sinalização cellular

06 14-3-3 family protein gi|55375985 Malus

domestica 29.67/4.75 32.7/4.5 43 696 1.07 1.11

31 Annexin 2 gi|508700230 Theobroma

cacao 35.85/6.22 36.6/6.8 15 318 0.73 0.63

34 Annexin gi|38194890 Gossypium

hirsutum 36.03/6.19 36.0/7.4 9 212 0.48 0.60

Metabolismo e enovelamento de proteínas

08 Rubisco large subunit-binding protein

subunit alpha gi|1351030

Brassica

napus 57.65/4.84 73.5/4.7 20 710 1.45 1.50

19 Chaperonin containing t-complex

protein 1 gi|255539122

Ricinus

communis 55.79/5.54 71.2/5.9 19 480 0.54

22 Proteasome subunit beta type-1-like gi|460373244 Solanum

lycopersicum 24.58/5.93 28.4/5.9 34 229 0.89

26 Proteasome subunit alpha type,

putative gi|255583952

Ricinus

communis 27.33/5.84 28.3/6.5 39 421 1.90

40 Translation elongation factor 1A-7 gi|74486740 Gossypium

hirsutum 49.30/9.15 59.4/9.8 37 609 1.07 1.09

Transporte

29 Lipocalin protein gi|50236424 Capsicum

annuum 21.30/7.66 21.8/7.1 9 74 0.77 0.65

30 Ran-like small GTPase gi|159467397 Chlamydomon

as reinhardtii 25.42/6.24 28.4/7.0 8 89 0.91

Desconhecidas

03 Unknown protein 18 gi|205830697 Pseudotsuga

menziesii 1.3/5.80 17.0/4.4 91 52 1.19 1.24

05 Predicted protein gi|224123396 Populus

trichocarpa 19.54/4.98 21.1/4.5 7 96 2.59

13 PREDICTED: TRM112-like protein

At1g78190 gi|225452543 Vitis vinifera 13.95/5.16 16.6/4.8 27 61 1.30 1.52

14 Predicted protein gi|224123436 Populus

trichocarpa 20.27/5.83 17.4/4.7 6 55 1.36 1.38 1.66

24 Hypothetical protein VITISV_010210 gi|147820236 Vitis vinifera 58.60/5.60 94.2/5.8 4 89 0.48

(a) Todos os valores de escores listados excedem o valor do escore limite, calculado pelo Mascot e, portanto, indicam extensa similaridade com base nas sequencias

consultadas no NCBI.

(b) O índice de variação corresponde ao valor obtido a partir da divisão da média de intensidade de cada spot no gel inoculado pela respectiva intensidade no gel do

grupo controle.

63

Uma vez que a localização celular fornece importantes informações sobre a função

fisiológica das proteínas, a predição desta localização também foi realizada. Muitas das

proteínas identificadas pertencem a diferentes compartimentos celulares, entre os quais,

citoplasma (17), cloroplasto (7), mitocôndria (3), membrana celular (4), retículo

endoplasmático (1) e região extracelular (1). No conjunto de proteínas diferencialmente

expressas, somente 3 delas apresentam localização celular desconhecida.

Na figura 10, a classificação das proteínas identificadas é indicada com relação ao

processo biológico que desempenham, assim como o componente celular a que pertencem.

Nesta figura, é colocado em destaque o número de proteínas cuja alteração está relacionada ao

aumento (“up-regulated”) ou diminuição da expressão (“down-regulated”) em virtude da

condição de infecção com o patógeno.

Nesse estudo, várias classes funcionais de proteínas parecem ser responsivas à

infecção por L. theobromae indicando reprogramação de eventos celulares no clone BRS 226.

A diversidade de proteínas envolvidas com metabolismo e geração de energia, responsivas ao

estresse e associadas à defesa, assim como relacionadas ao enovelamento de proteínas e

sinalização celular sugere certa importância às funções desses processos durante a resposta ao

ataque do patógeno.

64

Figura 10. Classificação funcional (A) e localização celular (B) das proteínas diferencialmente expressas de

caules de cajueiro, clone BRS 226, inoculados com L. theobromae. Barras cinza e branca indicam o número de

proteínas superexpressas e subexpressas, respectivamente, após inoculação com L. theobromae.

B

65

De um modo geral, mudanças na expressão de proteínas metabólicas e relacionadas à

geração de energia correspondem à categoria com maior número de proteínas identificadas

neste estudo. Essa aparente reprogramação parece evidenciar os custos da condição de

infecção, além de mostrar a importância destes processos para o crescimento e

desenvolvimento da planta. Nesses processos biológicos, estão incluídas proteínas do

complexo NADH desidrogenase (spot 11), superexpressas sob condição de infecção, além de

enzimas envolvidas com o metabolismo de carboidratos, como frutoquinase (spot 18), alfa

glucano fosforilase (spot 32), frutose bifosfato aldolase (spot 35), ou com vias fermentativas

representadas pela atuação da piruvato descarbolixase (spots 20, 25) e álcool desidrogenase

(spot 37). Enzimas associadas ao metabolismo de aminioácidos também foram identificadas,

assim como, uma chalcona isomerase (spot 17), responsável pela biossítense de flavonóides.

Um segundo grande grupo de proteínas com expressão alterada é responsivo a

condição de estresse. Nesta categoria, estão 2 proteínas de choque térmico [do Inglês, Heat

shock proteins (HSPs)] com massas moleculares de 70 (spot 9) e 20 kDa (spot 21), além de

proteínas de detoxificação, como a glutationa-s-transferase (spot 27). A ocorrência de

explosão oxidativa como resposta a inoculação do cajueiro com L. theobromae é sugerida

pela observação de que houve superexpresão de enzimas associadas à homeostase redox,

dentre elas, a dissulfeto isomerase (spot 7) e 2-cis peroxirredoxina (spot 10).

Interessantemente, proteínas clássicas de defesa parecem não sofrer reprogramação durante a

infecção. Somente um membro está incluído nesta categoria e foi identificado como uma

proteína tipo germina (spot 33), tendo sua expressão reduzida em virtude da presença de L.

theobromae.

Com relação às vias de sinalização celular, foram encontradas 3 proteínas com

expressão alterada, dentre as quais, uma proteína 14-3-3 (spot 6) superexpressa em 48 e 96

horas após inoculação, e duas anexinas(spots 31 e 34) que são proteínas ligantes a Ca2+

e cuja

expressão foi reduzida sob infecção em diferentes tempos (24, 72 e 96 HAI). O metabolismo

de proteínas foi alterado por componentes de rotas de degradação, identificados pelas

subunidades alfa (spot 26) e beta (spot 22) do proteassoma 26S, além do fator de elongação

da tradução (spot 40). Em contrapartida, a atuação funcional no transporte de componentes no

ambiente celular parece ser reprimida com o desafio do patógeno, observado pela

subexpressão de uma small GTPase tipo Ran (spot 30) e lipocalina (spot 29).

66

4.2.1 Rede funcional de interação das proteínas diferencialmente expressas

As proteínas não atuam nos processos celulares como entidades únicas, mas formando

uma rede funcional baseada na interação proteína-proteína. Para determinar como a infecção

de plantas do clone BRS 226 com L. theobromae afeta a reprogramação de proteínas e,

consequentemente, as funções celulares, as proteínas diferencialmente identificadas nesse

estudo foram analisadas por meio do banco de dados disponível no programa STRING.

Parceiros funcionais destas proteínas foram preditos e, com base nisso, a ligação dos

processos celulares foi evidenciada (Figura 11). As abreviações referentes aos nomes

específicos das proteínas mostradas na rede são indicadas na tabela 4, com destaque para 5

parceiros funcionais propostos com base na informação disponível no programa.

Resumidamente, algumas das interações propostas incluem a relação entre a GTPase

tipo Ran (spot 30, RAN-1) com parceiros representados por subunidades do proteassoma

(PBG1, PAG1, RPT2a, RPN10) incluindo a subunidade beta (spot 22, PBD2) e alfa (spot 26,

At5g35590) identificadas neste trabalho. Uma ligação entre estas proteínas com a chaperona

Hsp70 (spot 9, HSP70) foi proposto, que por sua vez, interage com a dissulfeto isomerase

(spot 7, ATPDIL2-2). Interação entre proteínas envolvidas com o metabolismo fermentativo

foram observadas para as enzimas álcool desidrigenase (spot 37, HOT 5) e piruvato

descarboxilase (spots 20 e 25, PCD1, AT5GO1320). As duas anexinas (spots 31 e 34,

ANNATA1, ANNATA2) diferencialmente expressas apresentaram várias evidências de

interação, decorrentes, por exemplo, de dados experimentais e disponíveis em banco de

dados, vizinhança e co-expressão gênica.

Por fim, um último conjunto de interação foi observado entre a NADH desidrogenase

(spot 11, AT5G11770, TYKY), formato desidrogenase (spot 36, FDH), 1,2-dihidroxi-3-ceto-

5-metiltiopentano dioxigenase 2 (spot 15, ATARD2), serina hidroximetiltransferase (spot 38,

SHM3) e o fator de elongação da tradução (spot 40, AT1G45332).

67

Figura 11. Rede de interação proteína-proteína analisada pelo software STRING. Linhas de diferentes

cores representam diferentes evidências de associação: verde, evidência de vizinhança; vermelha,

evidência de fusão; azul, evidência de coocorrência; preta, evidência de coexpressão; roxa, evidência

experimental; azul claro, evidência em banco de dados; amarela, evidência em mineração de texto;

roxa clara, evidência de homologia.

68

Tabela 4. Abreviações dos nomes específicos das proteínas da rede funcional de interação

(Fig. 11), proposta pelo programa STRING v. 9.05.

Abreviação Proteína

Energia e metabolismo

AT5G11770 NADH dehydrogenase

ATARD2 1,2-dihydroxy-3-keto-5-methylthiopentene dioxygenase 2

IIL1 3-isopropylmalate dehydratase

AT5G05270 Chalcone-flavonone isomerase

AT1G66430 Fructokinase

PDC1 Pyruvate decarboxylase

AT5G01320 Putative pyruvate decarboxylase

AT3G29320 Alpha-glucan phosphorylase

AT4G26530 Fructose-bisphosphate aldolase

HOT5 Alcohol dehydrogenase class-3

SHM3 Serine hydroxymethyltransferase

RBCS1A Ribulose bisphosphate carboxylase small chain

Estresse e defesa

ATPDIL2-2 Protein disulfide isomerase

HSP70 Heat shock protein 70

At5g06290 2-cys peroxiredoxin-like protein

AT1G76780 HSP20 chaperone

ATGSTF6 Glutathione S-transferase

AT5G10860 CBS domain-containing protein

GLP10 Germin-like protein 10

FDH Formate dehydrogenase

Sinalização celular

AT2G10450 14-3-3 family protein

ANNAT2 Annexin 2

ANNAT1 Annexin

Enovelamento e metabolismo de proteínas

PBD2 Proteasome subunit beta type

At5g35590 Proteasome subunit alpha type

AT1G45332 Translation elongation factor

Transporte

AT3G47860 Lipocalin

RAN-1 Ran-like small GTPase

Desconhecidas

AT1G22270 TRM112-like protein

Parceiros funcionais

RPT2a 26S proteasome AAA-ATPase subunit RPT2a

TYKY NADH-ubiquinone oxidoreductase 23 kDa subunit

PBG1 20S proteasome beta subunit PBG1

PAG1 20S proteasome subunit PA

RPN10 Ubiquitin receptor Rpn10 (regulatory particle non-ATPase 10)

69

4.3 Alteração no proteoma de caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo,

resistentes e suscetíveis à resinose

Os mecanismos moleculares responsáveis pela suscetibilidade ou resistência à doença,

também foram examinados estudando plantas de cajueiro cultivadas em um pomar comercial

localizado no município de Pio IX (PI), que tem como característica a alta pressão do

patógeno, L. theobromae, evidenciada pela grande incidência de resinose na região. Plantas de

cajueiro dessa localidade foram avaliadas com relação ao desenvolvimento de sintomas e,

então, classificadas de acordo com uma escala de severidade em resistentes (escala 0) e

suscetíveis (escala 2) à resinose.

Extratos proteicos do tecido caulinar de plantas pertencentes a estes grupos foram

obtidos e usados para gerar os mapas proteicos representativos de cada condição. Na figura 12

o conteúdo de proteínas solúveis extraídas destas amostras é apresentado e, conforme

observado, não foi possível detectar diferença estatística (p ≤ 0,05) na quantidade de proteínas

solúveis entre os respectivos grupos de plantas.

Nesse estudo, para cada condição experimental (resistente e suscetível), foram obtidos

7 mapas bidimensionais, totalizando 14 géis escaneados e analisados quanto à ocorrência de

alteração significativa na intensidade dos spots. A média de spots totais quantificados em cada

condição foi de 522 ± 9 e 516 ± 8 para o proteoma de plantas resistentes e suscetíveis à

resinose, respectivamente. Os perfis bidimensionais destas plantas não apresentaram interação

significativa entre o número total de spots e a condição de resistência ou suscetibilidade à

doença (Figura 13).

A comparação do proteoma do caule destas plantas revelou que 54 proteínas tiveram a

expressão reprogramada associada à condição de resistência ou suscetibilidade. Dos 27 spots

que foram mais abundantes no grupo resistente, 19 foram identificados com sucesso, ao passo

que foram identificados 18 dos 27 spots cuja maior abundância reside em plantas suscetíveis.

Como observado, plantas classificadas como resistentes e suscetíveis exibiram número igual

de proteínas com expressão alterada no extrato caulinar, contudo, um total de 17 proteínas não

foram identificadas por MS/MS, com nível significativo de confiança. Perfis representativos

de cada grupo de estudo são indicados na figura 14, juntamente com os spots cuja abundância

relativa foi aumentada em virtude da condição de resistência ou suscetibilidade à doença.

70

Figura 12. Teor de proteínas solúveis extraídas de caules de plantas de cajueiro, crescidas em

campo, resistentes e suscetíveis à resinose. As barras indicam desvio padrão. Letras iguais não

diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%.

Figura 13. Número total de spots proteicos, visualizados por 2D-PAGE, de extratos de caules

de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose. As barras

indicam desvio padrão. Letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey a

5%.

A tabela 5 lista as proteínas identificadas por MS/MS agrupadas de acordo o processo

biológico que desempenham. Nessa tabela, os spots proteicos cujos números correspondentes

são precedidos da letra “R” representam proteínas mais abundantes no proteoma caulinar da

amostra resistente em comparação com a suscetível. Por sua vez, para os spots precedidos da

letra “S”, o inverso é aplicado, ou seja, eles são mais abundantes no grupo suscetível. Esses

dados podem ser observados pelo índice de variação da expressão relativa da proteína,

também indicado na tabela, e calculado a partir da comparação do valor médio da intensidade

de cada spot na amostra resistente em comparação ao valor obtido na amostra suscetível.

71

Figura 14. Comparação dos mapas bidimensionais de proteínas extraídas de caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à

resinose. 350 µg de proteínas foram separadas em strips IPG, pH 3-10 (13 cm), seguido por SDS-PAGE (13%). Para spots acompanhados da letra R, a

proteína foi superexpressa no perfil resistente comparado com o suscetível, enquanto para spots S, o inverso é aplicado. A identidade das proteínas indicadas

nos mapas bidimensionais é apresentada na tabela 5.

72

Tabela 5. Identidade das proteínas diferencialmente expressas em caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo, classificadas como

resistentes e suscetíveis à resinose.

N° do spot

(a) Proteína

Acesso

(NCBI)

Organismo de

Referência

Mr/pI

Teórico

Mr/pI

Experimental

Cobertura

(%)

Score

Índice de

variação (b)

Energia e metabolism

S6 Transaldolase gi|217795376 Dimocarpus longan 47.88/6.34 53.05/4.29 7 184 0.66

S7 Adenine phosphoribosyl Transferase gi|1402894 Arabidopsis thaliana 21.01/5.69 21.16/4.46 7 58 0.34

S10 Transaldolase gi|217795376 Dimocarpus longan 47.88/6.34 52.94/4.52 7 164 0.47

S11 Asparaginase gi|735918 Arabidopsis thaliana 33.05/5.41 18.24/5.26 5 71 0.48

S17 PREDICTED: 6-Phosphogluconate dehydrogenase,

decarboxylating 3-like gi|502102108 Cicer arietinum 54.27/5.88 58.32/6.22 6 77 0.42

S18 Glyceraldehyde 3-phosphate dehydrogenase gi|357463093 Medicago truncatula 37.03/6.97 44.39/6.73 30 463 0.20

R7 D-3-phosphoglycerate dehydrogenase isoform 1 gi|508706453 Theobroma cacao 63.52/8.12 69.00/5.15 8 223 2.17

R4 Chloroplast photosynthetic water oxidation complex 33kDa

subunit precursor gi|152143640 Morus nigra 28.24/5.48 32.76/4.77 16 154 3.08

R11 PREDICTED: triosephosphate isomerase, chloroplastic-like gi|502111535 Cicer arietinum 33.57/6.36 23.25/5.47 23 284 2.38

R12 Fructose-bisphosphate aldolase 3 gi|15226185 Arabidopsis thaliana 42.30/8.19 38.19/5.89 7 87 1.79

R18 Chloroplast ribulose-1,5-bisphosphate

carboxylase/oxygenase small gi|76574181 Musa balbisiana 13.58/8.36 15.18/9.64 19 78 2.70

Estresse e defesa

S2 PREDICTED: peroxidase 2-like gi|449467745 Cucumis sativus 37.22/5.64 51.93/3.37 6 53 0.22

S4 PREDICTED: thioredoxin-like protein CXXS1 gi|225461146 Vitis vinifera 14.17/5.15 14.78/3.99 7 51 0.34

S13 HSP20-like chaperones superfamily protein gi|508786804 Theobroma cacao 17.96/5.57 16.61/5.69 25 162 0.66

S16 Cytosolic glutathione reductase gi|94494355 Phaseolus vulgaris 54.72/6.32 61.15/6.66 7 144 0.56

R9 Ascorbate peroxidase gi|39939493 Pinus pinaster 27.25/5.40 26.92/5.59 12 149 1.84

R14 PREDICTED: serpin-ZX gi|359492076 Vitis vinifera 48.17/8.67 39.08/6.50 4 87 1.68

R13 PREDICTED: S-formylglutathione hydrolase-like gi|356500537 Glycine max 32.10/6.55 33.68/6.05 8 86 1.55

R15 Class I small heat shock protein 20.1 gi|349591294 Solanum lycopersicum 17.62/5.82 16.25/6.51 14 155 3.60

R19 Heat-shock protein, putative gi|255558876 Ricinus communis 17.50/5.34 16.48/7.22 9 90 2.29

Sinalização cellular

S5 PREDICTED: 14-3-3-like protein D-like gi|449438105 Cucumis sativus 29.37/4.76 34.63/4.07 17 173 0.22

S12 Protein kinase C inhibitor-like protein gi|7594527 Arabidopsis thaliana 14.09/6.18 15.7/5.57 13 148 0.53

R3 PREDICTED: probable calcium-binding protein CML13-

like gi|449460417 Cucumis sativus 16.72/4.82 14.89/4.23 36 243 3.26

R16 Annexin, partial gi|16973318 Gossypium hirsutum 14.33/8.70 35.57/6.84 17 108 1.98

R17 Annexin gi|429326384 Populus tomentosa 36.11/6.18 34.08/7.25 8 177 1.36

Metabolismo de proteínas

S14 PREDICTED: proteasome subunit beta type-1-like gi|460373244 Solanum lycopersicum 24.58/5.93 22.24/5.3 8 113 0.27

R1 60S acidic ribosomal protein P gi|730583 Parthenium argentatum 11.49/4.13 15.44/3.46 10 64 2.28

R8 PREDICTED: proteasome subunit beta type-1 gi|225453909 Vitis vinifera 24.61/6.88 22.08/5.68 17 135 1.31

Estrutura cellular

73

S9 Actin gi|2244734 Gossypium hirsutum 24.64/5.20 55.58/4.77 22 250 0.58

R5 Tubulin alpha-4 chain gi|54036492 Gossypium hirsutum 49.53/4.93 60.51/4.65 34 509 3.80

R6 Beta-tubulin R2242 gi|1076738 Oryza sativa 49.83/4.73 63.69/4.40 38 728 3.19

Resposta a hormônios

S15 Auxin-induced protein PCNT115 gi|728744 Nicotiana tabacum 33.83/7.10 40.41/5.94 8 141 0.25

R10 Abscisic acid response protein gi|16660407 Cucumis melo 12.89/6.22 30.12/5.63 18 80 3.41

Desconhecidas

S1 Hypothetical protein VOLCADRAFT_88544 gi|302833233 Volvox carteri f. nagariensis 51.99/8.66 25.6/ 3.6 2 80 0.49

S3 Unknown gi|217073756 Medicago truncatula 37.20/4.45 46.33/ 3.33 8 211 0.58

S8 Predicted protein gi|224053535 Populus trichocarpa 38.56/5.87 39.44/ 4.78 6 135 0.37

R2 Unknown gi|388514441 Lotus japonicus 12.04/5.11 13.6/4.75 8 46 1.71.

(a) Todos os valores de escores listados excedem o valor do escore limite, calculado pelo Mascot e, portanto, indicam extensa similaridade com base nas sequências

consultadas no NCBI.

(b) O índice de variação corresponde ao valor obtido a partir da divisão da média de intensidade de cada spot no gel do grupo resistente pela respectiva intensidade

no gel do grupo suscetível.

74

No conjunto das 37 proteínas com expressão diferencial em caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis, a maioria delas pertence à categoria

funcional de metabolismo e energia (11), enquanto o restante foi classificado como de

estresse e defesa (9), sinalização celular (5), metabolismo de proteínas (3), estrutura celular

(3) e proteínas responsivas a hormônios (2). Para 4 proteínas, o processo celular que

desempenham não está claro, sendo, portanto, classificadas na categoria de desconhecidas.

Na figura 15A, as proteínas diferencialmente reprogramadas em caules de plantas de cajueiro,

em virtude da condição de resistência/suscetibilidade, foram organizadas colocando em

destaque o número de proteínas categorizadas em processos biológicos que, também, tiveram

suas expressões alteradas em plantas do clone BRS 226. O número de spots

superexpressos/subexpressos é evidenciado comparando plantas resistentes em relação ao

grupo suscetível, em condições de campo (Figura 15B).

As proteínas identificadas neste estudo participam de vários processos metabólicos,

dentre os quais, vias anabólicas de aminoácidos (spots S11 e R7) ou catabolismo de

carboidratos (spots S18, R11, R12), além da geração de poder redutor (spots S6, S10, S17)

para rotas de biossíntese. Uma forte tendência à reprogramação da expressão de proteínas

responsivas ao estresse foi observada entre os grupos de plantas analisados, de modo que,

houve uma considerável expressão de enzimas removedoras de peróxido de hidrogênio ou

associadas à regeneração de substratos usados na explosão oxidativa (spots S2, S4, S16 e R9).

Somente uma proteína relacionada à defesa, a serpina (spot R14), foi superexpressa em

plantas. A atividade no controle da proteólise sugere papel de defesa contra insetos e outros

patógenos para essa proteína identificada.

Proteínas envolvidas com rotas de sinalização celular englobam proteínas ligantes a

Ca2+

(spots R3, R16 e R 17), induzidas no grupo resistente, além de outras duas proteínas que

foram mais expressas nas plantas suscetíveis (spots S5 e S12). Das proteínas associadas com a

manutenção da estrutura celular por envolvimento com componentes do citoesqueleto, 2 das 3

identificadas tiveram expressão aumentada em plantas resistentes (spots R5 e R6). Eventos de

síntese e degradação envolvidos no metabolismo de proteínas também foram influenciados

pela condição de infecção nas plantas de cajueiro. Nessa categoria, proteínas constituintes do

ribossomo (spot R1) e subunidades do proteassoma (spots S14 e R8) parecem ser

diferencialmente reguladas. O envolvimento de hormônios neste contexto é indicado por

mudanças no perfil de proteínas responsivas a auxina (spot S15) e ácido abscísico (spot R10).

75

Figura 15. Categorias funcionais das proteínas diferencialmente reprogramadas em caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, associadas à resistência/suscetibilidade. A) O número de proteínas

identificadas em cada função biológica é indicado, dando ênfase às proteínas pertencentes a categorias

também identificadas em plantas do clone BRS 226 infectadas com L. theobromae. B) Proteínas

superexpressas/subexpressas são mostradas comparando mudanças na expressão observada em plantas

resistentes com relação às plantas suscetíveis.

Proteínas de caules de plantas de cajueiro, crescidas em campo, categorizadas em processos biológicos também identificados no clone BRS 226

4

22

33

28

1111 99

33 55

A

Energia e metabolismo

Estresse e defesa

Sinalização celular

Metabolismo de proteínas

Estrutura celular

Resposta a hormônios

Desconhecidas

B

76

4.4 Determinação das atividades das enzimas superóxido dismutase, ascobarto

peroxidase, peroxidase do guaiacol, fenilalanina amônia liase e β-1,3-glucanase de caules

de plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose

O ensaio da atividade de enzimas envolvidas com a patogênese, associadas ao estresse

oxidativo e metabolismo secundário foi realizado com o objetivo de comparar diferenças nas

respostas bioquímicas entre os grupos de plantas categorizadas como resistentes e suscetíveis,

em condições de campo.

Na categoria de proteínas responsivas ao estresse oxidativo foram avaliadas as

enzimas superóxido dismutase (SOD), peroxidase do guaiacol (POX) e ascobarto peroxidase

(APX), enquanto, que em relação às proteínas relacionadas à patogênese (PR-proteínas)

apenas a atividade da enzima β-1,3-glucanase (PR-2) foi avaliada. A fenilalanina amônia liase

(PAL), enzima chave no metabolismo dos fenilpropanoídes, foi analisada entre os grupos de

estudo como representante de enzimas envolvidas com o metabolismo secundário e cujo

produto da atividade é, em geral, induzido sob infecção por patógenos.

Os dados resultantes do ensaio da atividade das enzimas citadas são mostrados nas

Figuras 16, 17 e 18. A atividade da enzima APX, bem como da POX, não foi detectada sob as

condições empregadas, indicando possível desnaturação. Muito embora as demais proteínas

apresentem papel direto ou indireto na defesa vegetal, não foi possível constatar diferenças

significativas (p≤ 0,05) nas atividades destas enzimas entre plantas resistentes e suscetíveis,

cultivadas em condições de campo. Estes resultados são coerentes com aqueles obtidos a

partir da abordagem proteômica, uma vez que proteínas como SOD, PAL e β-1,3-glucanase

não foram identificadas dentre aquelas diferencialmente expressas em caules de plantas

resistentes e suscetíveis à resinose, confirmando a ausência de reprogramação da expressão,

tendo em vista que todas as proteínas usadas para determinação da atividade enzimática foram

previamente identificadas nos mapas bidimensionais de proteínas extraídas de caules de

cajueiro por análise proteômica descritiva realizada pelo nosso grupo de pesquisa (GONDIM,

2010). A ausência de diferença significativa na atividade dessas proteínas, tanto em plantas

resistentes como suscetíveis, somada a não identificação delas no conjunto de proteínas

analisadas por proteômica diferencial, fornece evidências de que estas enzimas parecem não

participar de respostas moleculares em plantas de cajueiro infectadas com L. theobromae,

uma vez que elas também não fazem parte das proteínas responsivas no clone BRS 226

inoculado com o fitopatógeno.

77

Figura 16. Atividade da enzima superóxido dismutase (UA/g-1

MF) de caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose. Barras indicam desvio

padrão. Letras diferentes indicam diferença estatística entre as médias pelo teste de Tukey

(p≤0,05).

Figura 17. Atividade da enzima fenilalanina amônia liase (nmol CA/g-1

MF) de caules de

plantas de cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose. Barras indicam

desvio padrão. Letras diferentes indicam diferença estatística entre as médias pelo teste de

Tukey (p≤0,05).

a a

a

a

78

Figura 18. Atividade da enzima β-1,3-glucanase (nkat g-1

MF) de caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose. Barras indicam desvio

padrão. Letras diferentes indicam diferença estatística entre as médias pelo teste de Tukey

(p≤0,05).

4.5 Western blot de expressão da ascobarto peroxidase em caules de plantas de cajueiro,

crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose

No conjunto de proteínas diferencialmente expressas, das plantas resistentes e

suscetíveis de cajueiro, a ascobarto peroxidase (APX) citosólica foi identificada como

superexpressa no grupo resistente (spot R9). A tendência à reprogramação da APX não pode

ser validade via ensaio enzimático, como mencionado anteriormente, devido à desnaturação,

mas foi possível por meio de western blot (Figura 19). A expressão da APX foi superior em

plantas classificadas como resistentes, comparada às plantas suscetíveis, o que é consistente

com a superexpressão do spot R9, evidenciada, por análise proteômica diferencial do tecido

caulinar (Figura 19B).

a a

79

Figura 19. Expressão diferencial da ascorbato peroxidase (APX) em caules de plantas de

cajueiro, crescidas em campo, resistentes e suscetíveis à resinose. (A) As proteínas foram

separados por SDS-PAGE e imonudetectados com anti-corpo anti-APX citosólica. (B)

Abundância relativa calculada a partir da eletroforese bidimensional.

80

5. DISCUSSÃO

5.1 Interação incompatível entre o clone de cajueiro BRS 226 e o fungo L. theobromae

A inoculação artificial dos caules de cajueiro anão, clones BRS 226 (resistente) e CCP

76 (suscetível), com L. theobromae, resultou no aparecimento de lesão interna, no lenho, ao

redor do ponto de aplicação do inóculo. A análise comparativa da área de escurecimento

interno entre os clones, realizada em 72 e 96 HAI, mostrou que, embora ambos os clones

tenham desenvolvido os sintomas de lesão necrótica no tecido caulinar, o clone BRS 226,

com 96 HAI, manteve o comprimento da necrose similar aquele quantificado nas plantas

controles com 72 HAI (Figura 7), não tendo, portanto, progredido, como observado para o

clone CCP 76, que com 96 HAI apresentou comprimento significativamente (p ≤ 0,05) maior

em comparação com o clone resistente (Tabela 1).

Uma vez que L. theobromae é um patógeno com hábitos necrotróficos (THAKKAR,

2004), a ausência de expansão da necrose define a interação desse patossistema como

incompatível (MUKHERJEE et al., 2010). Esta característica é coerente com outros estudos

relacionados ao monitoramento da condição de resistência desse clone em pomares

comerciais com alta pressão do patógeno (PAIVA et al., 2008; CYSNE et al., 2010).

Portanto, o clone BRS 226 parece não sofrer alterações fisiológicas drásticas, durante a

infecção, que prejudiquem a produtividade do pomar nas condições avaliadas, apresentando

um modelo de resistência durável no decorrer do tempo, com a manutenção do rendimento da

castanha semelhante ao clone comercial CCP 76, que é considerado suscetível ao

desenvolvimento da doença (CARDOSO et al., 2006).

A manutenção da homeostase vegetal diante da presença do patógeno é uma

característica relevante quando se trata da resinose, uma vez que existe uma aparente

tendência em plantas de cajueiro à ocorrência endofítica de L. theobromae, recentemente

registrada pela presença de hifas em vasos do xilema de plantas sem sintomas aparentes da

doença (MUNIZ et al., 2011), condição biológica que outros membros da família

Botryosphaeriaceae também apresentam (SLIPPERS e WINGFIELD, 2007). Assim, plantas

contendo o patógeno nos tecidos internos desenvolvem sintomas da doença somente após um

sinal externo, caracterizado em geral por estresse biótico ou abiótico.

81

No processo de infecção com L. theobromae, durante o estágio inicial, há assimilação

pelo patógeno de componentes proteicos, pectinas, amido e açúcares livres (ENCINAS e

DANIELL, 1976). Em seguida, subsequente degradação dos raios parenquimáticos e parede

celular são observadas, o que tem sugerido a ação sinérgica de um conjunto de enzimas

hidrolíticas, dentre as quais, glucanases, celobiohidrolases, celulases, xilanases e xilosidases

(MUNIZ et al., 2011). O uso de estratégias baseadas na atuação de enzimas líticas,

combinadas com a produção de altos níveis de espécies reativas de oxigênio, tem sido

relatado em fungos necrótroficos, após a entrada nos tecidos internos da planta, conduzindo a

um estado subsequente de necrose (LALUK e MENGISTE, 2010). No caso de L.

theobromae, a intensidade da capacidade de degradação é diferenciada conforme a

agressividade do isolado (LIMA et al., 2012).

A diversidade de estratégias de virulência empregadas por espécies de patógenos

necrotróficos, como L. theobromae, correspondem por sua vez, a uma variedade de

mecanismos de reposta imune acionados no hospedeiro. Quando eficaz, o sistema

imunológico da planta é capaz de “desarmar” o arsenal patogênico do invasor ou atenuar seus

efeitos, restringindo a entrada e o desenvolvimento de sintomas da doença (MENGISTE et

al., 2012).

Muito embora, outros clones de cajueiro tenham apresentado potencial de resistência à

resinose (CARDOSO et al., 2007), o desempenho produtivo do clone BRS 226 o torna padrão

comercial de resistência, além de importante alternativa de exploração em programas de

melhoramento genético (MARTINS et al., 2011) e para estudos baseados nos mecanismos

moleculares associados a esta condição. Contudo, a existência de apenas um clone (BRS 226)

com características agronômicas e de resistência durável à resinose, mostra a necessidade de

aumento da base genética do cajueiro (MARTINS et al., 2011), uma vez que o surgimento de

novas raças do fitopatógeno representam uma ameaça a resistência adquirida por novas

variedades ou híbridos (ALZATE-MARIN et al., 2005), o que tem contribuído para a seleção

de novos genótipos (MOREIRA et al., 2013; PAIVA et al., 2008).

Baseado na ausência de informações publicadas com relação aos mecanismos

bioquímicos e fisiológicos do cajueiro infectado com L. theobromae, associado ao fato de que

a habilidade das plantas de se defenderem do ataque de patógenos tem como base alterações

em vias metabólicas chaves, em decorrência da reprogramação da expressão de certas

proteínas (AFROZ et al., 2011), o estudo da identidade dessas moléculas, ou seja, do

82

proteoma do caule de cajueiro, sítio de infecção do patógeno, fornece um conjunto de

informações que ajudam a entender como essas proteínas contribuem, efetivamente, com os

mecanismos relacionados à interação cajueiro-L. theobromae.

5.2 Reprogramação da expressão de proteínas em caules de plantas de cajueiro

infectadas com L. theobromae

Os mecanismos moleculares associados à resistência e suscetibilidade foram estudados

por meio da identificação de proteínas cuja expressão foi alterada em caules de cajueiro sob

infecção. A análise da abundância relativa de proteínas presentes no proteoma caulinar foi

realizada utilizando eletroforese bidimensional como abordagem, uma vez que o uso desta

técnica tem sido empregado com sucesso no monitoramento das respostas moleculares do

hospedeiro ao ataque de patógenos (MANDELC et al., 2013). Para alcançar tal propósito, no

presente estudo, dois cenários de investigação foram abordados. No primeiro deles, foram

avaliadas possíveis alterações no proteoma, e suas consequências para a resistência, dos

caules de plantas de cajueiro anão, clone BRS 226, altamente resistente à resinose, em tempos

iniciais após a infecção artificial com L. theobromae (12, 24, 48, 72 e 96 HAI). No segundo

cenário, o proteoma do caule foi estudado em plantas de cajueiro híbridas, crescidas a partir

de sementes resultantes de polinização aberta do BRS 226, com dois anos de idade após

plantio em condições de campo, onde há alta pressão do patógeno, e fazendo parte de grupos

classificados como resistentes e suscetíveis à resinose, com base na observação dos sintomas

característicos da doença.

Para ambos os cenários de estudo, o conteúdo de proteínas solúveis extraídas do tecido

caulinar não apresentou diferenças quantitativamente significantes, entre o grupo controle e

inoculado (Figura 8), no caso do primeiro cenário, e os outros dois grupos comparados entre

si, do segundo cenário, um com sintomas e outro livre da doença, na condição de crescimento

em campo (Figura 12). Além disso, o número de spots proteicos totais visualizados nos mapas

bidimensionais, desses grupos, não mostrou diferenças relacionadas à condição de infecção

com o fungo, no clone BRS 226 (Tabela 2), ou a resistência/suscetibilidade observada no

campo (Figura 13). Este resultado é coerente com a ausência de proteínas exclusivas,

mostrando uma tendência a sútil reprogramação da expressão de proteínas que refletem a

composição do proteoma caulinar compartilhado entre as amostras diferenciais. A eficiência

das repostas de expressão diferencial dessas proteínas parece, portanto, estar relacionada a

83

alterações fisiológicas que condicionam mudanças no conteúdo de proteínas pré-existentes,

que por sua vez, apresentam interações funcionais entre si (Figura 11).

Por outro lado, a limitação dos métodos de extração no que se refere à solubilização de

todas as proteínas presentes nas amostras estudadas (MALDONADO et al., 2008), não

permite descartar a hipótese da existência de proteínas exclusivas de baixa abundância nas

condições estudadas que, no entanto, podem não ser suficientemente extraídas em

quantidades que permitem a sua visualização no mapa bidimensional. Entretanto, vale

salientar que do conjunto de protocolos previamente estudados, em nosso laboratório, para a

obtenção da melhor resolução bidimensional de proteínas do caule de cajueiro, o método

baseado no uso da solução fenol equilibrada com Tris-HCl, pH 8,0, foi o mais eficiente na

obtenção de conteúdo compatíveis de proteínas, assim como na melhor resolução dos perfis

bidimensionais (GONDIM, 2010). De fato, usando essa metodologia de extração, a

visualização direta das proteínas no gel permitiu a constatação de um padrão de mapa

bidimensional, característico de plantas de cajueiro e, portanto, bastante semelhante entre as

condições de campo e do clone BRS 226. A resolução desses géis evidenciou, também, o alto

controle de qualidade obtido na preparação das amostras. A degradação não controlada de

proteínas, modificação química, ou problemas de solubilização podem ser facilmente

detectados por mudanças na distribuição dos spots no perfil bidimensional (ROGOWSKA-

WRZESINSKA et al., 2013), o que não foi observado ao longo dos mapas de proteínas

obtidos nos experimentos (Figuras 9 e 14). Assim, a qualidade dos resultados obtidos permitiu

avaliar alterações quantitativas da expressão relativa das proteínas.

5.2.1 Mudanças no proteoma caulinar

Plantas de cajueiro infectadas com L. theobromae acionam respostas moleculares

associadas à reprogramação da expressão de proteínas no tecido caulinar, sítio de infecção do

patógeno. Isso sugere que a percepção do patógeno pela planta elicita alterações fisiológicas

que induzem a expressão diferencial de proteínas do caule com funções moleculares

relacionadas a variados processos biológicos no organismo vegetal.

Um número praticamente equivalente de spots proteicos se apresentou responsivo para

os dois cenários analisados. Na condição de incompatibilidade com o clone BRS 226, 40

proteínas foram diferencialmente expressas no grupo artificialmente infectado com L.

84

theobromae comparado com plantas controles não inoculadas. Em campo, a condição de

resistência/suscetibilidade induziu alteração no padrão de expressão de 54 proteínas presentes

no proteoma caulinar. Contudo, foram identificadas por MS/MS, 37 proteínas nas plantas com

alta pressão do patógeno, em condições de campo, e 36 proteínas associada à infecção no

clone de cajueiro anão, BRS 226, infectado artificialmente.

As proteínas sub/superexpressas estão indicadas nos mapas bidimensionais

representativos da condição em que houve reprogramação da expressão (Figuras 9 e 14).

Interessantemente, em plantas do clone BRS 226 inoculado artificialmente, o maior número

de proteínas com expressão reprogramada foi verificado nos intervalos de tempo nos quais

sintomas de exsudação de resina e necrose interna do caule foram observados (72 e 96 HAI).

Essa tendência à alteração da expressão foi evidenciada para proteínas que participam em

todos os processos biológicos identificados, com exceção de proteínas relacionadas à

categoria de transporte (Figura 10A). As respostas associadas à alteração da expressão de

proteínas, nesses intervalos de tempo estudados, podem estar relacionadas à tentativa da

planta em restringir o patógeno ao local de inoculação, evitando a progressão dos sintomas da

doença no clone BRS 226 (Figura 7). Assim, a rápida restrição do fungo em torno dos locais

iniciais de infecção pode ser extremamente importante para respostas de resistência

(HASEGAWA et al., 2010).

Para melhor compreensão dos papéis das proteínas com expressão reprogramada nas

condições estudadas, a discussão de suas funções nos processos biológicos do vegetal são, em

seguida, apresentados de acordo com as categorias identificadas neste estudo e indicadas nas

tabelas 3 e 4. Conforme observado, a alteração na expressão de proteínas relacionadas a

diversos processos fisiológicos e bioquímicos é coerente com a complexidade do proteoma

caulinar e revelam possível ativação/supressão das vias biológicos em plantas de cajueiro

infectadas com L. theobromae.

5.2.1.1 Reprogramação da expressão de enzimas envolvidas com o metabolismo e produção

de energia

Neste trabalho, um grande número de proteínas metabólicas e relacionadas à geração

de energia foi reprogramado em plantas de cajueiro nos dois cenários de investigação, o que

sugere a importância desses processos na reposta à infecção. Em geral, a indução das

85

respostas de defesa pela planta tem mostrado custo elevado na mobilização de alterações

metabólicas para superar ou suprimir o ataque de patógenos (SWARBRICK et al., 2006).

A identificação das proteínas que tiveram expressão alterada, por MS/MS, revelou

mudanças na abundância relativa de várias delas envolvidas com o metabolismo de

aminoácidos (spots 15, 16, 23, 38, S11 e R7). Interessantemente, em plantas do clone BRS

226 inoculadas artificialmente, dois desses spots (15 e 16) correspondem a proteínas

envolvidas com processos anabólicos e que são superexpressas em 72 e 96 HAI, período

coincidente com a superexpressão do fator de elongação da tradução (spot 40). Por outro lado,

nos tempos iniciais após a infecção, as enzimas s-adenosilmetionina sintetase (spot 23) e

serina hidrometiltransferase (spot 38), que participam das vias do metabolismo de

aminoácidos foram reprimidas em plantas do clone BRS 226 inoculadas com L. theobromae.

Essas enzimas se mostraram, também, com expressão reprogramada em plantas de grão de

bico após infecção com o nematoíde Meloidogyne artiellia (PALOMARES-RIUS, 2011).

As observações citadas sugerem que plantas do clone BRS 226 infectadas com L.

theobromae, regulam o metabolismo de aminoácidos de forma diferenciada conforme o

intervalo de tempo pós-infecção. Essa dinâmica observada para proteínas envolvidas com o

metabolismo de aminoácidos sugere haver regulação sútil da disponibilidade dos monômeros

de aminoácidos em períodos necessários para reprogramação da expressão de proteínas

associadas à resistência. Esse controle espacial-temporal também foi observado na biossíntese

do aminoácido glutamina em plantas desafiadas com patógenos (Pageau et al., 2006; PEREZ-

GARCIA et al., 1995, 1998). Evidências de que a homeostase nos níveis de aminoácidos

desempenham papel relevante na defesa de plantas foram reveladas em estudos com

aminotransferases e homosserina quinases (SONG et al., 2004; TALER et al., 2004; VAN

DAMME et al., 2009) ou na investigação do metabolismo primário de aminoácidos

específicos (LIU et al., 2010).

Enzimas associadas ao metabolismo de carboidratos foram diferencialmente reguladas

na interação cajueiro-L. theobromae. No clone BRS 226, essa reprogramação foi

significativamente relevante em 72 HAI (spots 18, 32 e 35) e entre estas proteínas somente

uma alfa-glucano fosforilase foi subexpressa (spot 32). Em contrapartida, nas condições de

campo, o estímulo da via glicolítica foi evidenciado pela superexpressão, em plantas

resistentes, de enzimas responsáveis pela catálise de passos sequenciais na oxidação de

carboidratos, como a aldolase (spot R12) e a triose fostato isomerase (spots R11). Das

86

proteínas diferencialmente analisadas por MS/MS e categorizadas como enzimas do

metabolismo de carboidratos, a frutose-bifosfato aldolase foi igualmente superexpressa no

clone BRS 226 (spot 35) e em plantas de cajueiro resistentes a resinose (spot R12), em

condições de campo. A indução do estado de “priming”, em plantas de tomate tratadas com

vários elicitores de defesa, mostrou a superexpressão de várias proteínas do metabolismo

primário, incluindo a frutose-bifosfato aldolase (ARASIMOWICZ-JELONEK et al., 2013).

Curiosamente, a subexpressão desta enzima foi relatada no estudo proteômico de plantas de

ervilha suscetíveis desafiadas com o parasita Orobanche crenata (CASTILLEJO et al., 2004).

As alterações no metabolismo de carboidratos, decorrentes da interação planta-

patógeno, são entendidas como parte do recurso usado na geração de energia pela planta

(LÓPEZ-GRESA et al., 2009). Além disso, o envolvimento de açúcares que são precursores

para a biossíntese de metabólitos secundários tem sido proposta com base, por exemplo, no

acúmulo dos ácidos p- cumárico, cafeico e ferúlico formando ésteres com a glicose nas

plantas de Cucumis sativus e Cucumis melo infectadas com os vírus PNRSV (Prunus necrotic

ringspot vírus) e MNSV (Melon necrotic spot vírus), respectivamente (BELLÉS et al., 2008).

Somado a isso, mudanças nos níveis de açúcares são uma típica indicação de alteração no

metabolismo de carboidratos após a infecção (ABDEL-FARID et al., 2009). Dessa forma, o

conteúdo de carboidratos pode afetar os mecanismos de resistência à doença por meio de

mudanças no metabolismo geral da planta (BERGER et al., 2007).

A atuação funcional de enzimas envolvidas com via glicolítica, mencionadas

anteriormente, representam o primeiro estágio da respiração celular, seguido do ciclo do ácido

tricarboxílico (TCA) e cadeia transportadora de elétrons. Estas vias interligadas funcionam

para gerar equivalentes de energia e esqueletos de carbono que podem ser utilizados na

biossíntese de vários metabólitos (BOLTON, 2009).

A oxidação de piruvato proveniente da glicólise é realizada pelo complexo da piruvato

desidrogenase (PDH), formando o acetil-CoA que entra no ciclo de Krebs. A PDH é o ponto

regulatório chave no fluxo de entrada do piruvato para a completa oxidação (FERNIE et al.,

2004). NADH e FADH2, gerados nesta etapa são oxidados na cadeia transportadora de

elétrons, formada por quatro complexos, entre os quais, o complexo da NADH desidrogenase

(spot 11), referido como complexo I, sendo responsável pela transferência de elétrons do

NADH para coenzima Q. O fluxo concomitante de elétrons pelos demais complexos fornece

um gradiente de pH necessário para a síntese ATP, pela ATPsintase. A mudança na

87

abundância relativa de uma putativa NADH desidrogenase, com 12 HAI, revela uma demanda

energética no metabolismo das plantas de cajueiro infectadas.

O requerimento de poder redutor para vias anabólicas parece ser estimulado pela

superexpressão em plantas de cajueiro suscetíveis, cultivadas em campo, de duas

transaldolases (spots S6 e S10), envolvidas na via das pentoses fosfato, que gera NADPH por

oxidação da glicose-6-fosfato. O estímulo à oxidação de hexoses fosfato, por esta via, é

tipicamente uma fonte de NADPH, que pode ser utilizado pela NADPH oxidase (PUGIN et

al., 1997). Sabendo do papel das NADPH oxidases na produção de espécies reativas de

oxigênio (ROS) (TORRES e DANGL, 2005; SUZUKI et al., 2012), o aumento dos níveis de

ROS pode, potencialmente, favorecer a infecção por L.theobromae, dado o caráter

necrotrófico deste patógeno (THAKKAR et al., 2003). Além da geração de poder redutor na

forma de NADPH, a via das pentoses fosfato pode contribuir com a disponibilidade de ribose

para componentes como ATP, DNA e RNA. Coerente com este papel no metabolismo de

nucleotídeos, em plantas suscetíveis houve superexpressão de uma adenine fosforil

transferase (spot S7), que catálise a incorporação de purinas a nucleotídeos.

Como mencionado acima, o metabolismo oxidativo do piruvato pela PDH forma o

acetil-CoA que ingressa no ciclo de Krebs durante a respiração aeróbica. Em condições de

hipóxia, o piruvato pode ser oxidado pela lactato desidrogenase (LDH) para formar lactato e

NAD+. Contudo, o aumento na concentração de lactato provoca diminuição no pH, levando à

inibição da LDH e ativação da piruvato descarboxilase (PDC) (DAVIES et al., 1974).

A PDC catalisa a conversão irreversível do piruvato a acetaldeído e CO2, enquanto

uma subsequente álcool desidrogenase converte o acetaldeído em etanol e NAD+

durante a

fermentação etanólica, que é essencial na manutenção da glicólise e produção de ATP

(BOLTON, 2009). Na verdade, a fermentação etanólica foi sugerida como uma via de

produção de energia, mesmo na presença de oxigênio sob condições de estresse abiótico ou

no desenvolvimento do pólen (KURSTEINER et al., 2003).

Spots 20 e 25, referentes à PDC, foram diferencialmente expressos em plantas

inoculadas do clone BRS 226, ao mesmo tempo em que uma álcool desidrogenase classe III

foi subexpressa com 96 HAI. Em Arabidopsis thaliana, a glicólise, respiração e fermentação

foram alteradas no sítio de infecção do oídio, sendo especulado que a fermentação é

favorecida sob condições celulares associadas com a aquisição de nutrientes pelo parasita

(CHANDRAN et al., 2010; WILDERMUTH, 2010). Nas plantas de cevada, a superexpressão

88

do gene que codifica uma ADH (HvADH1) modula a suscetibilidade ao fungo Blumeria

graminis f.sp. hordei, enquanto a diminuição da sua expressão mediada por RNAi resulta na

redução do sucesso de penetração pelo patógeno. Baseado nessas observações, a ADH pode

cumprir função na manutenção da via glicolítica/fermentativa em plantas estressadas por

patógenos, o que pode ser crucial para o abastecimento de hexoses necessário para

desenvolvimento do fungo (PATHURI et al., 2011). Neste sentido, a redução da expressão

desta proteína pode ser favorável ao estabelecimento da relação incompatível nas plantas de

cajueiro anão, clone BRS 226, inoculadas com L. theobromae.

Além do metabolismo primário, plantas têm uma grande variedade de metabólitos

secundários, também conhecidos como metabólitos especializados, que facilitam as interações

com o meio biótico e abiótico, incluindo papel essencial na defesa química contra herbívoros

e patógenos (NEILSON et al., 2013). No clone BRS 226, houve superexpressão da enzima

chalcona isomerase (spot 17) envolvida na biossíntese de flavonóides.

Os flavonóides são sintetizados a partir de derivados da fenilalanina gerados,

inicialmente, por meio da rota do ácido chiquímico, com subsequente entrada na via dos

fenilpropanóides (TOHGE et al., 2013). Nas reações iniciais desta via, a chalcona sintase

(CHS) condensa 4-cumaroil-CoA e malonil-CoA formando o flavonóide naringenina

chalcona de cadeia aberta, que é convertido para a naringenina pela chalcone isomerase

(KANG et al., 2014). A identificação de proteínas envolvidas com a biossíntese dos

flavonóides tem sido relatada em análises proteômicas de plantas sob estresse biótico

(PALOMARES-RIUS et al., 2011; MANDELC et al., 2013). Nas plantas, os flavonóides

podem atuar como fitoalexinas, compostos de baixa massa molecular com atividade

antimicrobiana e induzidos em reposta à presença de patógenos (IBRAHEEM et al., 2010;

GROßKINSKY et al., 2012). Além disso, a rota dos fenilpropanóides pode gerar metabólitos

que atuam como componentes estruturais da parede celular, incluindo lignina (LI et al.,

2010). A lignificação torna a parede celular mais resistente à pressão mecânica aplicada por

apressórios fúngicos durante a tentativa de penetração, bem como, mais resistente à água e,

portanto, menos acessível à ação de enzimas degradantes da parede celular (BHUIYAN et al.,

2009).

89

5.2.1.2 Proteínas induzidas por estresse e relacionadas à defesa

Em plantas de cajueiro, proteínas categorizadas como relacionadas ao estresse

correspondem ao segundo maior grupo com expressão alterada para ambos os cenários

investigados. Quando se trata de resinose, a manutenção da homeostase celular é uma

característica potencialmente importante, uma vez que o processo infeccioso iniciado por L.

theobromae é induzido por estresses, principalmente de ordem fisiológica (CARDOSO et al.,

2009a). As pressões ambientais são fatores predisponentes ao desenvolvimento de resinose,

aliado ao caráter oportunista do patógeno (ALVES et al., 2013). Na região semiárida, o

estresse hídrico é um fenômeno recorrente, afetando os processos bioquímicos e fisiológicos

do cajueiro (BEZERRA et al., 2007) e tornando estas plantas mais propensas a infecção.

O estresse térmico, também prevalente em condições semiáridas, tem sido associado a

mudanças no padrão de transcritos que resultam no aumento da síntese de um grupo de

proteínas conhecidas como heat schock (Hsp) (AL-WHAIBI, 2011). O acúmulo destas

proteínas, no ambiente celular, ocorre quando os mecanismos moleculares de termolerância

são acionados para prevenir ou reparar os danos ocasionados em proteínas e membranas,

lábeis ao calor (SCHOFFL et al., 1998; LARKINDALE e VIERLING, 2008). As Hsps, mais

abundantemente expressas, correspondem às famílias altamente conservadas de chaperones

moleculares Hsp100, Hsp90, Hsp70, Hsp60 e as pequenas Hsps, com massa molecular entre

17 e 30 kDa (EFEOGLU, 2009). No presente estudo, 5 Hsps tiveram sua expressão alterada

em cajueiros cultivados em condições de campo (spots R15, R19 e S13) e no clone BRS 226

(spots 9 e 21). Entre elas, uma chaperona Hsp20 foi igualmente subexpressa em plantas

inoculados do clone BRS 226 (spot 21), assim como, no grupo de plantas resistentes (spot

S13), em condições de campo, indicando alteração da expressão associada à infecção com L.

theobromae, uma vez que estas plantas compartilham este estresse biótico comum. Algumas

dessas chaperonas, por sua vez, reconhecem proteínas deformadas atuando no controle da

qualidade e evitando a formação de agregados potencialmente tóxicos durante o estresse

(TIMPERIO et al., 2008; SAIDI et al., 2009). A subexpressão da Hsp20 pode estar

relacionada à tentativa do patógeno em interferir nos mecanismos moleculares associados à

prevenção de danos celulares decorrentes da condição de estresse, tornando as plantas de

cajueiro mais suscetíveis ao desenvolvimento da infecção.

Poucos relatos tem associado o papel das sHsps (do inglês, small Heat Schock

Proteins) na interação planta-patógeno. Maimbo et al. (2007) demonstraram que a expressão

90

de uma sHsp de 17 kDa foi aumentada em folhas de tabaco na interação compatível e

incompatível com Ralstonia solanacearum e Pseudomonas cichorii, respectivamente. O

crescimento da bactéria R. solanacearum foi acelerado nas plantas de Nicotiana benthamiana

com expressão silenciada da sHsp (Nbshsp17), sugerindo importante papel na resistência à

doença. Essa observação foi consistente com a redução na expressão de genes relacionados à

defesa, incluindo PR1 (do Inglês, Pathogenesis-related 1), PR4 (do Inglês, Pathogenesis-

related 4), e EREBP (do Inglês, Et-Responsive element-binding protein) nas plantas

Nbshsp17-silenciadas (MAIMBO et al., 2007).

Garofalo et al. (2009) especularam que sHsps induzidas em plantas de laranja e

pimenta desafiadas, respectivamente, com Xanthomonas axonopodis e Xanthomonas

campestris, podem participar na resposta imune basal, uma vez que são expressas em fases

iniciais da infecção. Plantas expostas a um agente patogênico mostram rápida expressão de

proteínas envolvidas na resposta imune, o que pode sobrecarregar, no ambiente celular, as

chaperonas Hsp70 e Hsp60, também identificadas previamente nos patossistemas

mencionados (GARAVAGLIA et al., 2009). Dessa forma, foi sugerido que sHsps podem

ajudar a planta a se ajustar aos organismos invasores, contribuindo com a manutenção das

proteínas sintetizadas numa conformação aberta, até que elas possam ser corretamente

dobradas pelas chaperonas Hsp70 e Hsp60 (GAROFALO et al., 2009).

Uma Hsp70 foi superexpressa em plantas de cajueiro do clone BRS 226, 48 e 72 HAI.

Moléculas efetoras HopI1 de Pseudomonas syringae apresentam um domínio J que interage

com Hsps 70. Uma possível hipótese para interação específica deste efetor com Hsp70 foi

levantada, segundo a qual, proteínas Hsp70 afetam o enovelamento/montagem de um

complexo de defesa localizado no cloroplasto, possivelmente representado por componentes

da biossíntese do ácido salicílico ou relacionados ao seu transporte. Dessa forma, a estratégia

de P. syringae estaria centrada no fato de que a presença de HopI1 pode interferir com a

defesa porque pode sobrecarregar Hsp70, facilitando a degradação ou desmontagem do

complexo de promoção da defesa (JELENSKA et al., 2007). Contudo, o papel das Hsps70 na

resistência basal foi evidenciado pelo aumento da suscetibilidade a bactéria não patogênica P.

syringae pv. maculicola em plantas mutantes ou down-reguladas para expressão de Hsp70

(JELENSKA et al., 2010).

Em outros modelos, proteínas Hsp70, também, identificadas na interação do clone

BRS 226 com L. theobromae, são, na verdade, alvos comuns visados pelos patógenos de

91

plantas e animais, que suprimem ou exploram sua atividade como estratégias de infecção

(MULTHOFF, 2006; NOËL et al., 2007; CHEN et al., 2008; AXSEN et al., 2009). Os

mecanismos empregados por Hsps70 em resposta à interação de plantas com diferentes

patógenos, incluindo proteínas alvos e os processos celulares envolvidos, ainda não são

compreendidos, porém seus resultados influenciam, fortemente, no sucesso ou não da

infecção (JELENSKA et al., 2010).

Em plantas de tomate, óxido nítrico (NO) e peróxido de hidrogênio (H2O2) participam

na regulação da produção e acúmulo de Hsps70 sob condições de estresses abióticos e

bióticos, mas, o tipo de resposta depende, fortemente, da capacidade da planta em acionar

diferentes mecanismos de defesa (PITERKOVÁ et al., 2013).

Coerente com a contribuição das espécies reativas de oxigênio (ROS) na transdução de

sinal para expressão de Hsps em plantas (VOLKOV et al., 2006; KÖNIGSHOFER et al.,

2008; BANTI et al., 2010), no presente estudo, proteínas diretamente relacionadas ao

estresse oxidativo foram reprogramadas nas condições de campo (spots S2, S4, S16, R9) e no

clone BRS 226 (spots 07, 10, 27 e 28), contudo estas respostas parecem ser diferencialmente

reguladas.

Sabe-se que após o desafio da planta por patógenos, várias enzimas são acionadas

como NADPH oxidase, peroxidases, superóxido dismutase (SOD), oxalato oxidases,

lipoxigenases e amino oxidases, todas envolvidas na geração de ROS (SHETTY et al., 2008).

Eventos precoces de sinalização, incluindo o fluxo de íons através da membrana plasmática,

aumento dos níveis de Ca2 +

no citoplasma, ativação de MAPKs (do Inglês, mitogen-activated

protein kinase) e consequente produção de ROS podem ser ativados dentro de poucos

minutos após a exposição ao estímulo (BENSCHOP et al., 2007; MILLER et al., 2009;

FINKA et al., 2012; BAXTER et al., 2013). Essa sobrecarga de ROS na planta proporciona

uma condição de estresse oxidativo, conhecido como explosão oxidativa, podendo levar a

danos celulares e em componentes como ácidos nucléicos, proteínas e lipídeos (GILL e

TUTEJA, 2010; KOVALCHUK, 2010). Portanto, o acúmulo de ROS deve ser

contrabalanceado por sistemas antioxidantes, dentre os quais, a ação de enzimas como

catalase, ascorbate peroxidase e peroxiredoxinas (NAVROT et al., 2011).

Algumas moléculas geradas durante a explosão oxidativa são consideradas moléculas

de sinalização, sendo percebidas por diferentes receptores, proteínas ou enzimas da planta

(MITTLER et al., 2011). A geração destas espécies tem papel significativo para a resistência

92

a patógenos biotróficos e hemibiotróficos, no entanto, tem sido sugerido que as ROS

funcionam como fator de virulência para fungos necrotróficos (WEN, 2013), uma vez que seu

acúmulo induz à morte celular, favorecendo o crescimento do patógeno e desenvolvimento da

doença (GOVRIN e LEVINE, 2000).

A expressão alterada de enzimas envolvidas no processo de remoção dessas espécies,

observada neste estudo, indica que houve estresse oxidativo em plantas de cajueiro quando

desafiadas com L. theobromae. De fato, no clone BRS 226, uma proteína tipo 2-cys

peroxirredoxina (spot 10) foi superexpressa em 12 e 24 HAI, evidenciando possível explosão

oxidativa em tempos iniciais após infecção com L. theobromae. Proteínas deste tipo

pertencem à família das peroxirredoxinas, que usam o conservado resíduo de cisteína para

reduzir o peróxido de hidrogênio, com consequente formação de pontes de dissulfeto (KIM et

al., 2009). Um novo estado reduzido, destas pontes, garante o mecanismo catalítico das 2-cis

peroxirredoxinas e é alcançado com o auxílio de sistemas de redução baseados na atuação de

tiorredoxinas e glutarredoxinas (ROUHIER et al., 2008; MEYER et al., 2009). Em condições

de campo, proteínas envolvidas com estes sistemas foram mais expressas em plantas

suscetíveis e correspondem aos spots S4 e S16.

Coerente com a expressão da 2-cys peroxirredoxina, outra proteína envolvida com a

homeostase redox foi superexpressa em plantas inoculadas do clone BRS 266,

correspondendo a uma proteína dissulfeto isomerase (spot 07). Esta enzima teve sua

expressão reprogramada no período de 24 HAI, em paralelo com a superexpressão da 2-cys

peroxirredoxina. Contudo, esta alteração na expressão foi também evidenciada no intervalo de

tempo em que sintomas característicos de infecção com L. theobromae foram observados, isto

é, com 72 e 96 HAI. A proteína dissulfeto isomerase (PDI) catalisa a formação, redução e

isomerização de pontes dissulfeto em proteínas secretórias nascentes no lúmem do retículo

endoplasmático, exibindo atividade de chaperona (CHRISTIS et al., 2008; HATAHET e

RUDDOCK, 2009).

A superexpressão da PDI em plantas desafiadas com fitopatógenos tem sido observada

em estudos proteômicos diferenciais (AFROZ et al., 2009; FANG et al., 2012;

PALOMARES-RIUS et al., 2011) e sua participação na interação-planta patógeno pode estar

relacionado ao correto enovelamento de proteínas relacionadas à defesa (GRUBER et al.,

2007). De acordo com esse papel, o significado biológico da expressão das dissulfeto

isomerases (NbERp57 e NbP5) na resitência do tabaco ao TMV (do Inglês, Tobacco mosaic

93

vírus) foi estudado por meio do silenciamento destas proteínas, seguido de infecção, o que

resultou em baixo fenótipo de resistência, indicando a necessidade destas isomerases na

completa ativação da resposta imune (CAPLAN et al., 2009).

Um especial interesse tem sido dado à expressão de tiorredoxinas na resposta de

plantas a fungos necrotróficos. No nosso estudo, em condições de campo, uma proteína tipo

tiorredoxina (spot S4) foi superexpressa no grupo suscetível de cajueiros, em relação ao grupo

resistente. Estas proteínas, juntamente com glutarredoxinas, têm sido sugeridas como alvos

diretos ou indiretos de virulência para patógenos necrotróficos em Arabidopsis thaliana (LAI

e MENGISTE, 2013). De acordo com esta premissa, TRX-h5 e TRX-h3 são requeridas para a

transição do estado oligomérico de NPR1 (do Inglês, Non expressor of pathogenesis-related

genes 1) para o monomérico (TADA et al., 2008), necessário na interação física com os

fatores transcricionais TGA, que induzem a expressão dos genes de defesa (LINDERMAYR

et al., 2010). A ativação de NPR1, por sua vez, aumentou a suscetibilidade de A. thaliana a B.

cinerea (EL OIRDI et al., 2011).

A aparente contradição desse cenário é explicada pela suscetibilidade acionada por

toxina, segunda a qual, muitos patógenos necrotróficos secretam toxinas que servem como

fatores de virulência sensíveis à percepção do hospedeiro e que por sua vez, aumentam a

suscetibilidade (MENGISTE, 2012). De fato, as respostas observadas nesta interação

apresentam um significado inversamente correlacionado a ETI (OLIVER e SOLOMON,

2010). Nesse contexto, a resistência contra patógenos necrotróficos é sugerida pela existência

de genes dominantes que codificam proteínas que desintoxicam toxinas secretadas pelo

invasor, que garantem à insensibilidade a presença delas ou que aumentam a tolerância à

morte celular induzida (LAI e MENGISTE, 2013).

Baseados nesse modelo, a superexpressão de uma proteína tipo tiorredoxina em

plantas de cajueiro suscetíveis à resinose, em condições de campo, pode atuar regulando o

estado redox de proteínas alvos em decorrência da perturbação por fatores de virulência de

L.theobromae, influenciando na suscetibilidade. Uma evidência direta dessa condição de

suscetibilidade para patógenos necrotróficos é exemplificada pela toxina vitorina de

Cochliobolus victoriae que interage com a tiorredoxina TRX-h5 da planta, permitindo o

reconhecimento desta toxina pela proteína R LOV1, o que condiciona à sensibilidade a essa

toxina, com consequente suscetibilidade ao agente patogênico (LORANG et al., 2012).

94

Alteração no estado redox em plantas de cajueiro suscetíveis foi evidenciada pela

observação de que as enzimas peroxidase (spot S2) e glutationa redutase (spot S16) foram

superexpressas. Em contrapartida, nas plantas de cajueiro resistentes somente uma enzima

removedora de peróxido, identificada como uma ascobarto peroxidase citosólica (spot R9),

foi superexpressa em relação ao grupo suscetível. A tendência na superexpressão desta

enzima no grupo de plantas resistentes foi confirmada por análise de western blot (Figura 19).

A ascobarto peroxidase atua com alta afinidade na eliminação de H2O2, usando como

doador de elétrons o ascobarto, que é restaurado ao seu estado reduzido pela MDHAR

(monodeidroascorbato redutase) de forma dependente de NADPH (NAVROT et al., 2011). O

genótipo resistente de Theobroma cacao (TSH1188) mostrou aumento na expressão de genes

que codificam ascobarto peroxidases citosólicas, em comparação com o genótipo suscetível

(Catongo), sugerindo que estas enzimas atuam na defesa dessas plantas quando são infetadas

pelo fungo Moniliophthora perniciosa (CEITA et al., 2007; DIAS et al., 2011).

Curiosamente, somente duas proteínas diretamente relacionadas à defesa vegetal

foram identificadas nas plantas de cajueiro do clone BRS 226 e em plantas de cajueiro

cultivadas em condição de campo. No clone BRS 226, houve subexpressão de uma proteína

tipo germina (spot 33) com 96 HAI. Proteínas desse tipo foram originalmente identificadas

em trigo, como marcadores específicos do estado de germinação (LANE et al., 1993).

Registros do aumento da expressão de genes relacionados a essas proteínas foram mostrados

no ataque de plantas a fungos (MANOSALVA et al., 2008), nematóides (KNECHT et al.,

2010), insetos (RAMPUTH et al., 2002; Lou e Baldwin, 2006), bactérias e vírus (Park et al.,

2003; BARRERA-PACHECO et al., 2008).

O estudo do papel fisiológico das GLPs (do Inglês, Germin-like proteins) na defesa

celular tem focado na expressão e mecanismo de defesa dessas proteínas no apoplasto

(FELLE et al., 2005), onde sua interação com a parede celular é capaz de responder, em

estágios iniciais, ao desafio de patógenos e em regiões próximas ao sítio de infecção

(DAVIDSON et al., 2010). GLPs podem atuar no reforço da parede celular e exibir atividade

única ou combinada das enzimas oxalato oxidase e superóxido dismutase, que resulta na

produção de H2O2 (DUNWELL et al., 2008; BANERJEE e MAITI, 2010). O papel

pressuposto dessas atividades pode explicar a possível subexpressão dessa proteína em

plantas inoculadas do clone BRS 226, uma vez que o H2O2, juntamente com outras ROS, atua

em vias de sinalização para percepção do patógeno acionando, por exemplo, a morte celular

95

favorável para o desenvolvimento de invasores necrotróficos. A manutenção de baixos níveis

de ROS pode ser pensada como um mecanismo importante nas plantas de cajueiro, em

períodos de tempo onde o patógeno parece desenvolver sintomas severos de infecção, como

observado com 96 HAI.

Outra proteína relacionada à resposta basal foi superexpressa em plantas resistentes de

cajueiro, infectadas em condições de campo. As serpinas (spot R14) têm um papel no

controle da proteólise por inibição irreversível de proteínas alvos. Dessa forma, elas são

pensadas como inibidores, elicitados na defesa, contra proteases presentes no intestino de

insetos ou secretadas por microrganismos, o que determina a redução na disponibilidade de

aminoácidos necessários para o crescimento desses organismos (ROBERTS e HEJGAARD,

2008). Na interação planta-patógeno proteínas dessa classe foram identificadas sendo

superexpressas em raízes de Actinidia chinensis durante a infecção sistêmica com

Pseudomonas syringae pv. actinidiae (PETRICCIONE et al., 2013). Outros inibidores de

protease responderam com superexpressão em vários patossistemas (CANTÚ et al., 2008b;

FAN et al., 2011), sugerindo que a intervenção da proteólise faz parte dos mecanismos de

resistência à doença. Por exemplo, nosso grupo de pesquisa observou, recentemente, haver

aumento da expressão de um inibidor de proteinase cisteínica em plantas de feijão-de-corda

resistente, quando desfiado pelo nematóide das galhas, Meloidogyne incognita (OLIVEIRA et

al., 2012).

5.2.1.3 Proteínas relacionadas à sinalização celular

Todos os processos biológicos das plantas são controlados por vias de transdução de

sinal e, em geral, a regulação das rotas metabólicas parece ocorrer através da transição do

estado de proteínas alvos, mediado por fosforilação (CHEN et al., 2006). Em muitos casos,

para completar o mecanismo regulatório, proteínas fosforiladas devem se associar fisicamente

com outras proteínas, conhecidas como 14-3-3 (FULGOSI et al., 2002; SEHNKE et al.,

2002). Nas condições avaliadas neste trabalho, proteínas 14-3-3 foram reprogramadas nas

plantas de cajueiro infectadas, em ambas as condições de estudo, campo e clone BRS 226

inoculado artificialmente.

O mecanismo de ação destas proteínas envolve, inicialmente, um estímulo que aciona

rotas de sinalização celular, com consequente fosforilação de proteínas que são, por sua vez,

96

reconhecidas pelas 14-3-3 (DENISON et al., 2011). O número de proteínas identificadas em

plantas e que são candidatas à regulação mediada por membros desta família é superior a 300

(CHANG et al., 2009; OECKING e JASPERT, 2009; PAUL et al., 2009; SCHOONHEIM et

al., 2009). A crescente expansão de dados relacionados a estas proteínas sugerem seu

envolvimento em vários processos fisiológicos e vias de sinalização nas plantas.

No clone BRS 226, a expressão de uma proteína 14-3-3 foi aumentada em 48 e 72

HAI. A ligação de proteínas 14-3-3 a alvos, de maneira dependente de fosforilação, sugere o

envolvimento nas respostas de defesa do organismo vegetal. Esta hipótese é reforçada, por

exemplo, na importância das proteínas quinases e fosfatases na transdução de sinas para as

respostas de defesa da PTI e ETI em plantas, cujas atividades dessas enzimas fosforiladas

podem ser reguladas por meio da ligação com as 14-3-3 (OH, 2010). Recentemente foram

relatados, em plantas, dois casos em que proteínas 14-3-3 desempenham um papel crucial na

resistência à doença ou imunidade associada à morte celular programada (YANG et al, 2009;

OH et al., 2010).

Nas condições de campo, plantas resistentes de cajueiro apresentaram menor

abundância relativa dessa proteína em relação às plantas suscetíveis. Esta repressão de 14-3-3

foi observada em A. thaliana de maneira dependente da presença de etileno e ácido abscísico

(LANCIEN e ROBERTS, 2006). Coerente com essa observação, uma proteína responsiva ao

ABA também foi superexpressa no grupo resistente de plantas de cajueiro, demonstrando

possível contribuição da sinalização com este fitohormônio à regulação da expressão protéica.

Respostas ao estresse abiótico são em grande parte controlados pelo hormônio ABA,

enquanto que a defesa contra estresse biótico é especificada pelo antagonismo entre as vias do

ácido salicílico (SA) e ácido jasmónico (JA)/etileno. No entanto, descobertas recentes

sugerem que o ABA atua tanto de forma sinérgica como antagônica na sinalização induzida

por estresse biótico, criando uma complexa rede de respostas em diferentes níveis (FUJITA et

al., 2006; ASSELBERGH et al., 2008; YASUDA et al., 2008) o que explica, portanto,

repostas divergentes nas plantas de cajueiro mantidas em condições controladas (clone BRS

226) ou sob campo (plantas resistentes).

Concernente com esta linha de observação, proteínas chamadas de anexinas foram

igualmente responsivas nos cenários analisados, porém, com expressão divergente nos grupos

experimentais, sendo subexpressas em plantas inoculadas do BRS 226 (spots 31 e 32),

enquanto superexpressas em plantas resistentes cultivadas em campo (spots R16 e R17). A

97

expressão controversa das anexinas por estresses bióticos combinados foi registrada pela

redução da expressão dessa proteína em plantas resistentes de Cicer arietinum L. (Grão-de-

bico) infectadas com Fusarium oxysporum f. sp.ciceris. Contudo, a coinfecção dessa planta

com Meloidogyne artiellia resultou na supereexpressão dessa proteína (PALOMARES-RIUS

et al., 2011). Essa observação fornece indícios de que uma suposta combinação do ataque de

patógenos em plantas resistentes, cultivadas em campo, pode alterar o padrão de expressão

observado no clone BRS 226.

A expressão das anexinas também tem sido implicada em condições de estresse salino,

oxidativo ou modulado positivamente por ABA (WATKINSON et al., 2003; HOSHINO et

al., 2004). Uma especial característica dessas proteínas é sua potencial ligação a fosfolipídios

de maneira dependente ou não de cálcio (Ca 2+

) (MADUREIRA e WAISMAN, 2013), o que

as torna potencialmente aptas à atuação em vias de sinalização celular envolvendo cálcio

citosólico livre e espécies reativas de oxigênio (MORTIMER et al., 2008).

Diversas condições de estresse biótico e abiótico resultam em um rápido aumento de

ROS que podem atuar como mensageiros secundários juntamente com Ca 2+

citosólico

(FRAIRE-VELÁZQUEZ et al., 2011). O pressuposto papel das anexinas na resposta ao

estresse oxidativo tem sido investigado em plantas (MADUREIRA e WAISMAN, 2013;

MORTIMER et al., 2008). Em campo, o aumento da expressão desta proteína foi observado

em plantas de cajueiro resistentes, como mencionado acima. Coerente com a resistência desse

grupo, a expressão ectópica de uma anexina de Brassica juncea, em tabaco transgênico,

conferiu tolerância aos estresses abióticos e bióticos (JAMI et al., 2008). Resultados

relacionados à ocorrência de estresse abiótico na indução da translocação de anexinas do

citosol para a membrana, associado ao turnover de expressão desta proteína, foram

relacionados à sinalização por ABA dependente de cálcio (LEE et al., 2004; CLARK et al.,

2010), também pressuposta para plantas resistentes de cajueiro pela superexpressão de uma

proteína ligante a cálcio (spot R3).

Cascatas de sinalização para rotas de defesa vegetal tem envolvido a participação de

proteínas quinases, responsáveis pela percepção direta de elicitores e produtos dos genes Avr,

evento que condiciona a ativação de fatores de transcrição e respostas sistêmicas no vegetal

(ROMEIS, 2001). Participando do conjunto de proteínas quinases que são induzidas por

PAMPs ou efetores derivados de patógenos, as quinases ativadas por mitógeno (MAPKs)

estão potencialmente envolvidas na sinalização para a resistência à doença, tanto na PTI como

98

ETI (RODRIGUEZ et al., 2010; MENG e ZHANG et al., 2013). Dessa forma, a regulação

positiva ou negativa das respostas de defesa tem sido atribuída à expressão dessas proteínas

(NÜRNBERGER e SCHEEL, 2001).

Em plantas de cajueiro suscetíveis, uma proteína inibidora de quinase (spot S12) teve

sua expressão aumentada em relação ao grupo resistente. A superexpressão desta proteína

inibidora pode influenciar nas rotas de sinalização acionadas por proteínas quinases e na

consequente condição de suscetibilidade. Em plantas de tomate a redução da expressão de

uma proteína quinase TPK1b por RNA de interferência resultou no aumento da

suscetibilidade ao fungo necrotrófico B. cinerea e herbivoria por larvas de Manduca sexta

(ABUQAMAR et al., 2008). Curiosamente, em A. thaliana o comprometimento da resistência

a Peronospora parasítica e Pseudomonas syringae, evidenciado por silenciamento da

proteína quinase MPK6, demostrou que a função molecular dessa proteína não pode ser

complementada por outras MAPKs endógenas (MENKE et al., 2004), o que é indicativo de

uma sofisticada regulação da resistência vegetal a patógenos mediada por proteínas quinases

(MELVIN et al., 2014).

5.2.1.4 Metabolismo de proteínas e enovelamento

As plantas constantemente monitoram o desafio de patógenos e utilizam diversificados

mecanismos adaptativos de defesa, incluindo a regulação diferencial de proteínas (GERBER

et al., 2008). Essas alterações podem estar relacionadas ao turnover de proteínas pelos

processos de biossíntese e degradação, bem como, por mudanças pós-traducionais que

influenciam na atividade de proteínas pré-existentes, somado a alterações no enovelamento

que favorecem seus mecanismos funcionais. De acordo com esse potencial evento da

interação planta-patógeno, vários trabalhos têm discutido a regulação de proteínas

categorizadas nesses processos biológicos (VALCU et al., 2009; FANG et al., 2012; ZHAO

et al., 2012).

Proteínas que são componentes do sistema proteolítico foram expressas

diferencialmente tanto nas plantas de cajueiro resistentes e suscetíveis em campo (spots R8 e

S14), como no grupo controle e inoculado do clone BRS 226 (spots 22 e 26). A sobreposição

de respostas nesses grupos, com relação à expressão das subunidades alfa e beta do

99

proteassoma 26S parece ser responsiva à infecção pelo L. theobromae, muito embora não

exista consenso na indução ou repressão da expressão dessas proteínas.

Crescentes evidências indicam que as plantas utilizam a via do sistema de degradação

proteassoma 26S/ubiquitina (USP) na resposta imune à invasão de patógenos, enfatizando a

importância dessa via durante as interações planta-patógeno (DEVOTO et al., 2003;

DELAURÉ et al., 2008; CITOVSKY et al. , 2009; TRUJILLO E SHIRASU, 2010). Contudo,

respostas de degradação proteolítica têm mostrado diferenciadas contribuições conforme o

patossistema estudado. Por exemplo, o efetor AvrPto induz a atividade proteolítica endógena

responsável pela degradação de RIN4, um regulador negativo da resposta de defesa basal, em

Solanum lycopersicum e Nicotiana benthamiana. Essa interação é, por sua vez, dependente de

genes de resistência nestas plantas, sendo induzida por múltiplos efetores bacterianos (LUO et

al., 2009). Na análise proteômica da interação entre Mentha arvensis-Alternaria alternata, a

subexpressão das subunidades do proteassoma 26S sugere possível destruição desse

complexo, associada à infecção, com o colapso das proteínas oxidadas mediado por outros

sistemas proteolíticos (SINHA e CHATTOPADHYAY, 2011).

Em outros casos o USP do hospedeiro é utilizado por patógenos para seu próprio

benefício (ANGOT et al. 2007). O mais bem estudado caso em que efetores do patógeno

usam o proteassoma da planta para degradação de proteínas alvos do hospedeiro é

representado pelo efetor AvrPtoB secretado por P. syringae (ABRAMOVITCH et al., 2006,

TORRES et al., 2006, JANJUSEVIC et al., 2006). O AvrPtoB tem a atividade ligase das

proteínas E3, uma das últimas enzimas envolvidas na cascata de ubiquitinação, fato que

potencialmente favorece supressão da PTI e ETI (DUDLER, 2013). Esse efetor AvrPtoB

ubiquitina também, FLS2 e CERK1, dois receptores tipo PRRs de A. thaliana responsáveis

pelo reconhecimento dos PAMPs flagelina e quitina, respectivamente, orientando-os para

destruição proteossomal (GOHRE et al., 2008; GIMENEZ-IBANEZ et al., 2009). Em tomate,

AvrPtoB também marca a proteína de resistência Fen para proteólise, interferindo, assim com

ETI (ROSEBROCK et al., 2007).

Outras proteínas, envolvidas com a síntese proteica foram superexpressas em plantas

de cajueiro resistentes (spot R1), em campo, assim como no clone de cajueiro anão, BRS 226,

infectado artificialmente (spot 40). No clone BRS 226, a superexpressão do fator de

elongação da tradução 1A no grupo inoculado foi observada em 72 e 96 HAI, período de

100

tempo onde houve maior concentração de proteínas identificadas com expressão

reprogramada associada à infecção.

A família de fatores de elongação dos eucariotos compreendem as proteínas eEF1A e

EF1B em plantas (RODNINA e WINTERMEYER, 2009). O fator de elongação da tradução

eEF1A é uma das mais abundantes proteínas nas células eucarióticas, e tem papel no

transporte do complexo aminoacil- tRNA no sítio ribossômico ao longo da biossíntese de

proteínas (LE SOURD et al., 2006). Além disso, outras funções adicionais têm sido atribuídas

a esse fator, incluindo o controle de qualidade das proteínas recém-produzidas, degradação de

proteínas dependente de ubiquitina, organização do citoesqueleto de actina, elicitação da

imunidade inata e resistência a bactérias patogênicas em plantas (KUNZE et al., 2004,

CHUANG et al., 2005; GROSS e KINZY, 2005; NEWTON et al., 2010; FU et al., 2012). A

subexpressão destes fatores foi observada na interação compatível entre o lúpulo (Humulus

lupulus L.) e o fungo Verticillium albo-atrum (MANDELC et al., 2013).

A proteína ribossomal 60S acídica (spot R1) foi superexpressa no grupo de cajueiro

resistente, cultivado em campo, e tem também função relacionada ao metabolismo proteico.

Essa proteína é constituinte do ribossomo e existe em múltiplas cópias, formando um

complexo hetero-oligomérico (P1/P2)2 reconhecido como uma protuberância lateral sobre a

subunidade ribossomal 60S e que está diretamente envolvida nas interações com fatores de

alongamento durante a biossíntese de proteínas (TCHÓRZEWSKI, 2002). Recentemente, a

atuação funcional como alérgeno foi atribuída a uma proteína ribossomal 60S acídica de

tomate (LÓPEZ-MATAS et al., 2011).

Análise proteômica do genótipo resistente de feijão de corda (genótipo BR-3)

infectado com o fungo hemiotrófico Colletotrichum gloeosporioides evidenciou alterações

associadas à superexpressão de proteínas envolvidas em vias anabólicas de aminoácidos e

proteínas, como observado no presente estudo. A ocorrência desses eventos, em plantas de

feijão-de-corda inoculadas, foi relacionada à disponibilização de aminoácidos para a síntese

de novo de proteínas acionadas nos eventos de resistência à doença (MOURA et al., 2014).

Além dos processos de síntese e degradação de proteínas, mencionados anteriormente,

é fundamental para a viabilidade celular o estabelecimento de um correto equilíbrio entre os

eventos de enovelamento e degradação de proteínas deformadas (MCCLELLAN et al., 2005).

De forma especial, com o desafio de patógenos a garantia da atuação funcional das proteínas

101

mobilizadas decorrentes da interação pode ser alcançada, por exemplo, pela correta

conformação associada à estrutura ativa.

Respostas associadas ao processo de enovelamento proteico incluem a atuação de uma

elaborada maquinaria enzimática baseada no mecanismo de proteínas conhecidas como

chaperonas (FRYDMAN, 2001; HARTL, 2002). As chaperonas moleculares interagem

seletivamente com certas sequências e elementos estruturais, podendo contribuir tanto com a

limitação da conformação espacial das proteínas alvos como com o favorecimento de

determinadas formas de enovelamento (GIDALEVITZ et al., 2013). Alguns fatores são

relacionados ao incorreto dobramento proteico, entre os quais, uma resposta adaptativa celular

acionada por estresse biótico, já relatada em plantas (FANATA et al., 2013). Nesse contexto,

em plantas de cajueiro do clone BRS 226 a infecção com L. theobromae alterou a expressão

de proteínas envolvidas com o enovelamento (spots 08 e 19), sugerindo uma resposta

bioquímica ao sinal da presença do patógeno.

5.2.1.5 Proteínas relacionadas ao transporte

Proteínas envolvidas com esse processo biológico foram diferencialmente responsivas

somente em plantas do clone BRS 226, sendo subexpressas no grupo inoculado com o L.

theobromae. Nesta categoria, foram incluídas uma lipocalina (spot 29) reprogramada 24 HAI

e, posteriormente 96 HAI, além de uma Ran-like small GTPase (spot 30), subexpressa 72

HAI.

Lipocalinas de plantas são classificadas em dois grupos, as lipocalinas induzidas por

temperatura (TILs), localizados na membrana plasmática (CHARRON et al., 2005; GRZYB

et al., 2006) e as cloroplásticas (CHL), encontradas no lúmen dos tilacóides (LEVESQUE-

TREMBLAY et al., 2009). Essas proteínas possuem estrutura terciária simples que lhes

confere a capacidade de se ligar a moléculas pequenas, geralmente hidrofóbicas, auxiliando

no transporte (GANFORNINA et al., 2000; CHARRON et al., 2008). Nas plantas, os alvos

moleculares de lipocalinas são desconhecidos (ABO-OGIALA, 2014). Contudo, esta família

de proteínas está emergindo como um alvo interessante para o melhoramento de plantas, uma

vez que, estão envolvidas na proteção a uma vasta gama de sinais abióticos (CHARRON et

al., 2008; CHI et al., 2009; KJELLSEN et al., 2010). Em plantas de A. thaliana tem sido

sugerido que a TLI1 é capaz de mediar a resistência a estresse, sugerindo sua participação na

102

defesa constitutiva inata ao estresse abiótico (BRINKER et al., 2010), somado a isto, o

nocaute de CHL foi associado a uma forte tendência à peroxidação de lipídeos (LEVESQUE-

TREMBLAY et al., 2009).

Recentemente, foi relatado que o silenciamento de plantas resistentes de tomate no

gene SlVRSLip, que codifica uma proteína tipo lipocalina, levou ao colapso da resistência

após inoculação com o vírus TYLCV (Tomato yellow leaf curl virus), associado à ocorrência

de necrose ao longo das hastes e pecíolos, em pararelo com a geração de ROS (SADE et al.,

2012).

Uma segunda proteína de transporte subexpressa em plantas de cajueiro inoculadas,

clone BRS 226, corresponde ao spot 30. Proteínas tipo Ran são uma das quatro subfamílias

das pequenas GTPases (small GTPases) (VERNOUD et al., 2003). Uma diversidade de

funções foram atribuídas a essas proteínas, dentre as quais, as Ran GTPases estão envolvidos

na mediação do transporte de proteínas e RNA através do envelope nuclear (DASSO, 2002).

Coerente com este papel, essas proteínas são requeridas para importação ou exportação entre

o núcleo e citoplasma de proteínas contendo o sinal de localização nuclear, além disso, a

atividade de hidrólise de GTP no citoplasma é importante para a dissociação de complexos de

exportação (GASIOROSWSKI e DEAN, 2003).

Levando em consideração, que alguns dados sugerem que a dinâmica de importação

de proteínas R para o núcleo é importante para iniciar a resposta de sinalização a doença em

plantas (BURCH-SMITH et al., 2007; SHEN et al., 2007; WIRTHMUELLER et al., 2007),

componentes envolvidos nesse tráfego, como as Ran GTPases, são sugeridos estarem

envolvidos nesse processo (LIU e COAKER, 2008). Baseado nisso, usando abordagem

proteômica, uma proteína R tipo NB-LRR, em batata, foi implicada no tráfico núcleo-

citoplasmático através de sua associação com uma Ran GTPase (SACCO et al., 2007;

TAMELING e BAULCOMBE, 2007).

5.2.1.6 Mudanças na expressão de proteínas associadas a componentes estruturais e

responsivas a hormônios

Os hormônios vegetais têm um papel essencial na integração de estímulos ambientais

e de desenvolvimento em uma rede de sinalização elaborada, que não só molda a arquitetura

da planta, mas, também a prepara para responder, apropriadamente, aos potenciais estresses

103

(BARI e JONES, 2009; KAZAN e MANNERS, 2009). Em plantas de cajueiro, cultivadas em

campo, duas proteínas responsivas a hormônios foram identificadas, demonstrando uma

possível condição de sinalização em reposta à presença de auxina (spot S15) e ácido abscísico

(spot R10).

A proteína responsiva ao ABA (spot R10) foi mais expressa em plantas de cajueiro

classificadas como resistentes. Dessa forma, respostas relacionadas a esse hormônio são

sugeridas neste grupo de plantas. Além de modular a possível divergência na expressão de

proteínas relacionadas à sinalização celular, como proposto anteriormente (spots S5, R16 e

R17), o ABA atua como um mensageiro endógeno comum em vias acionadas por estresse

biótico e abiótico (ADIE et al., 2007; HIRAYAMA e SHINOZAKI, 2007; FUJII e ZHU,

2009), ambos presentes em condição de campo, com alta pressão do patógeno.

Interessantemente, o papel conhecido do ABA no fechamento estomático durante

condições de seca (SCHROEDER et al., 2001; OSAKABE et al., 2013) parece contribuir

com uma espécie de imunidade estomática acionada conjuntamente com a via do ácido

salicílico (CAO et al., 2011), justificada em virtude do fato dos estômatos representarem uma

importante rota de entrada para fitopatógenos (ZENG et al., 2010).

Coerente com essa sobreposição de funções em condições de estresse biótico e

abiótico, os níveis de ABA aumentam rapidamente durante a infecção com B. cinerea (PAN

et al., 2008) e a colonização com P. syringae (TORRES-ZABALA et al., 2007). Plantas

mutantes deficientes na biossíntese de ABA aumentam a resistência aos patógenos biotróficos

Hyaloperonospora parasítica e Blumeria graminis (MOHR e CAHILL, 2003; JENSEN et al.,

2008), enquanto, esse evento é comprometido para os necrotróficos A. brassicicola e Pythium

irregulare (TON e MAUCH-MANI, 2004; ADIE, et al., 2007). Baseado nisso, manifestações

específicas do papel emergente do ABA na modulação da resistência a doença pode depender

não só do estilo de vida do patógeno e biologia geral da infecção, mas, também, dos recursos

especializados de cada interação, indicando complexos mecanismos subjacentes à sinalização

por ABA na resposta das plantas a estresses bióticos (FAN et al., 2009; CAO et al., 2011).

Em contrapartida, uma proteína induzida por auxina (spot 15) foi superexpressa em

plantas suscetíveis de cajueiro, cultivadas em campo. Os efeitos da infecção de patógenos têm

sido mostrados, pelo menos em parte, como mediado por hormônios da planta, ou pela

própria capacidade do patógeno em produzir hormônios vegetais, durante a infecção, que

interferem no desenvolvimento e respostas de defesa (ROBERT-SEILANIANTZ et al., 2007;

104

NAVARRO et al., 2008; TSUKADA et al., 2010), sugerindo interação íntima entre a

regulação do crescimento e desenvolvimento, mediado por hormônios como a auxina, e a

reposta de resistência da planta contra patógenos (AGNEW et al., 2000; KORVES e

BERGELSON, 2003; POTTERS et al., 2007).

O efeito da auxina nas vias de sinalização para resistência à doença pode ser direto ou

indireto. Efeitos diretos podem envolver a interferência com vias de defesa da planta, por

exemplo, na sinalização por ácido salicílico, enquanto efeitos indiretos estão relacionados às

mudanças na progressão da interação hospedeiro-patógeno, causada por interferência da

auxina no desenvolvimento da planta (KAZAN e MANNERS, 2009).

Existem relatos de que a sinalização por auxina afeta, diferencialmente, a resistência

de plantas a grupos separados de patógenos, tornando-as mais resistentes a patógenos

necrotróficos (LLORENTE et al., 2008; MAH et al., 2012) e mais propensas à suscetibilidade

por patógenos biotróficos (NAVARRO et al., 2006; WANG et al., 2007). A superexpressão

de uma proteína induzida por auxina e, portanto, a possível presença de maiores

concentrações deste fitohormônio em plantas de cajueiro suscetível, podem tornar estas

plantas mais propensas ao ataque de patógenos secundários, induzindo condição de estresse

biótico, também favorável ao processo infeccioso iniciado por L. theobromae.

As proteínas responsivas a hormônios, citadas anteriormente, juntamente com

componentes relacionados à estrutura celular (spots S9, R5 e R6) foram diferencialmente

expressas somente em plantas de cajueiro cultivadas em condições de campo. Filamentos de

actina e microtúbulos formam uma estrutura tridimensional complexa e dinâmica nas células

vegetais (SCHMIDT e PANSTRUGA, 2004).

Componentes do citoesqueleto têm sido previamente identificados na análise

proteômica de plantas desafiadas com fitopatógenos (SINHA e CHATTOPADHYAY, 2011;

CASTILLEJO et al., 2012, MANDELC et al., 2013; SUN et al., 2014; PETRICCIONE et al.,

2013). Estímulos mecânicos que mimetizam o ataque de microrganismos são suficientes para

induzir a concentração dos microfilamentos de actina em células da epiderme foliar de A.

thalina, o que sugere a importância de sinais mecânicos de infecção na reorganização desses

filamentos (HARDHAM et al., 2008). Assim, tem sido sugerido que os microfilamentos de

actina se concentram no sítio de infecção e funcionam orientando o transporte polar de

compostos antimicrobianos (HIGAKI et al., 2011).

105

A presença de proteínas relacionadas a componentes estruturais identificadas em

plantas de cajueiro, cultivadas em campo, sugere haver eventos de reestruturação celular que

podem ser reprogramados nestas plantas por interação com o fitopatógeno L. theobromae.

5.3 Sobreposição da resposta proteômica do cajueiro à infecção pelo Lasiodiplodia

theobromae

Nosso estudo mostrou uma aparente sobreposição de respostas em plantas de cajueiro

infectadas com o L. theobromae. Essa observação se apoia no fato de que tanto plantas

inoculadas do clone BRS 226 (resistente), quanto à progênie desse clone, cultivada em

condições de campo, induzem mudanças fisiológicas no perfil de expressão das proteínas

associadas ao metabolismo e produção de energia, estresse e defesa, sinalização celular e

metabolismo/enovelamento de proteínas. Entre as proteínas diferencialmente expressas em

plantas de cajueiro cultivadas em condições de campo, 76% delas pertencem às categorias

citadas e que, por sua vez, foram diferencialmente reprogramadas nas plantas do clone BRS

226 infectadas (Figura 14A).

Interessantemente, além da alteração fisiológica de processos biológicos comuns, a

identidade compartilhada entre 6 proteínas diferencialmente reguladas, reforça essas

observações, sugerindo sobreposição e fornecendo consequente validação da reprogramação

em reposta a presença de L. theobromae, uma vez que, as plantas de cajueiro analisadas

nesses dois cenários compartilham este estresse biótico comum. Curiosamente, como

discutido acima, outros fatores abióticos e bióticos, propensos em condições de campo,

parecem alterar o padrão de expressão evidenciado em plantas classificadas como resistentes,

quando comparado ao clone BRS 226 inoculado.

A sobreposição, por análise proteômica comparativa de ecótipos resistentes e

suscetíveis de trigo, revelou a reprogramação de proteínas envolvidas nas mesmas funções

celulares, quando plantas pertencentes a estes grupos foram infectadas com o vírus SCMV

(Sugarcane mosaic virus). Os dados mostrados discutem uma possível expressão de proteínas

marcadoras de infecção, em plantas de trigo, com o vírus SCMV (WU et al., 2013).

Assim, a identidade comum de 6 proteínas (frutose-bifosfato aldolase, Hsp20-

chaperona, proteínas 14-3-3, subunidade beta do proteassoma e duas anexinas) apresentadas

nessa presente investigação, em especial daquelas envolvidas com sinalização celular

(anexinas e 14-3-3), parecem revelar possíveis alvos das respostas celulares envolvidas na

interação cajueiro-L. theobromae.

106

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mudanças no proteoma caulinar de plantas de cajueiro infectadas com L. theobromae

sugerem possível percepção do patógeno, seguido por alterações fisiológicas que induzem à

expressão diferencial de proteínas envolvidas em diversos processos celulares.

A possível ativação/supressão em componentes de vias biológicos do metabolismo,

produção de energia, sinalização celular ou induzidas sob estresse, em especial o oxidativo,

foram igualmente observadas para plantas de cajueiro cultivadas em campo, com alta pressão

do patógeno, bem como, para plantas inoculadas do clone BRS 226. A sobreposição de

respostas moleculares, em especial no que concerne a proteínas envolvidas com sinalização

celular, fornecem possíveis alvos resultantes da interação cajueiro-L. theobromae e reforçam

os eventos moleculares observados.

Dessa forma, os dados proteômicos apresentados neste trabalho fornecem informações

valiosas sobre os mecanismos biológicos subjacentes à infecção com L. theobromae e se

constituem numa base inicial de resultados que podem ser, futuramente, integrados a

programas de melhoramento genético do cajueiro, visando resistência, particularmente, à

resinose.

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