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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP ALEX ANDRADE PIO DA COSTA AS CONTRIBUIÇÕES DAS OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA DA UNEMAT/SINOP SEGUNDO ALUNOS MEDALHISTAS SINOP 2013

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

ALEX ANDRADE PIO DA COSTA

AS CONTRIBUIÇÕES DAS OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA DA

UNEMAT/SINOP SEGUNDO ALUNOS MEDALHISTAS

SINOP

2013

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ALEX ANDRADE PIO DA COSTA

AS CONTRIBUIÇÕES DAS OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA DA

UNEMAT/SINOP SEGUNDO ALUNOS MEDALHISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Banca Examinadora da Faculdade de Ciências

Exatas e Tecnológicas da Universidade do Estado

de Mato Grosso – UNEMAT, Campus

Universitário de Sinop, como requisito parcial para

a obtenção do título de Licenciado em Matemática.

Orientador: Profª. Ma. Chiara Maria Seidel

Luciano Dias

SINOP

2013

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ALEX ANDRADE PIO DA COSTA

AS CONTRIBUIÇÕES DAS OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA DA

UNEMAT/SINOP SEGUNDO ALUNOS MEDALHISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Matemática,

Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas, da

Universidade do Estado de Mato Grosso – a

UNEMAT, Campus Universitário de Sinop, como

requisito parcial para a obtenção do grau de

licenciado em Matemática.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________________

Ma. Chiara Maria Seidel Luciano Dias Professora Orientadora

UNEMAT- Campus Universitário de Sinop

__________________________________________________________

Me. Miguel Tadayuki Koga Professor Avaliador

UNEMAT – campus Universitário de Sinop

_________________________________________________________

Dr. Rogério dos Reis Gonçalves Professor Avaliador

UNEMAT - Campus Universitário de Sinop

_________________________________________________________

Ma. Thiélide Verônica da Silva Pavanelli Troian Presidente da banca

UNEMAT - Campus Universitário de Sinop

SINOP

Novembro de 2013

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Dedico este presente estudo à minha esposa Joseane Santos da Silva Costa por ter me apoiado

nos momentos que mais precisei, incentivando a cada dia que passava para conclusão deste

trabalho com seus auxílios nas dúvidas que apareceram.

Dedico também ao meu pai Adevanir Pio da Costa e a minha mãe Aparecida Luzinete de

Andrade Costa por terem incentivado quanto ao inicio, durante o trajeto e no final desta

graduação.

Ao meu irmão Adevanir P. da Costa Filho por seu apoio em acreditar que fosse possível

realizar este sonho.

Alex

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me presenteado com o dom da vida, e por estar

sempre ao meu lado nos momentos difíceis durante esta graduação.

Agradeço a Nossa Senhora Aparecida por suas intercessões durante a trajetória desta

faculdade e na realização deste estudo.

Agradeço a minha Orientadora Chiara Maria Seidel Luciano Dias por seu apoio na elaboração

desta pesquisa, tirando todas as dúvidas que foram surgindo e com seus pensamentos

enriquecendo este trabalho.

Agradeço aos meus colegas Jocenir e Carlos por suas contribuições durante a realização desta

etapa acadêmica.

Agradeço a equipe do Projeto Extensão das Olimpíadas de Matemática da Unemat – Campus

de Sinop por suas informações prestadas a este trabalho, e por aceitarem minha participação

como colaborador deste projeto tão magnífico.

Agradeço a Professora Ma. Maria Angélica Dornelles Dias pelas bibliografias repassadas, as

quais serviram de grande auxílio durante a construção deste projeto.

Agradeço ao Professor Doutorando Miguel Tadayuki Koga por suas contribuições em sanar

as dúvidas para com o capítulo de Procedimentos Metodológicos.

Agradeço ao Professor Dr. Raul Abreu de Assis por seus ensinamentos para com a construção

de gráficos.

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“O mais importante nos Jogos Olímpicos não é vencer, mas participar; como a coisa mais

importante na vida não é triunfar, mas lutar. O essencial não é conquistar, mas ter lutado

bem”.

(Eduardo Colli)

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RESUMO

COSTA, Alex Andrade Pio da. As Contribuições das Olimpíadas de Matemática da

Unemat/Sinop Segundo Alunos Medalhistas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação

em Matemática) – Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas. Universidade do Estado de

Mato Grosso/Campus Universitário de Sinop. Sinop, 2013.

A questão central desta pesquisa é investigar se as Olimpíadas de Matemática da Unemat –

Campus de Sinop proporcionou mudanças significativas na vida dos medalhistas,

influenciando em suas escolhas profissionais, bem como, traçar um perfil em relação a estes

alunos. Com base no banco de dados deste projeto extensionista, conseguimos informações

muito importantes, as quais serviram para esta pesquisa. Para exploração dos dados

elaboramos um questionário para aplicarmos aos medalhistas do período compreendido entre

os anos de 2005 e 2012. Contudo, esta pesquisa baseou-se na forma qualitativa e visando

proporcionar uma maior exatidão para com os resultados obtidos, submetemos os dados a

representações gráficas, resultando em uma análise detalhada e precisa. Neste contexto,

compreendemos que o desempenho dos alunos é resultado de um conjunto de vários fatores, e

neste trabalho pudemos observar algumas concepções dos medalhistas, bem como,

indicadores de desempenho entre escolas públicas e particulares, questões de premiação e

gênero. Além disso, concluímos que a participação no concurso reforçou suas escolhas

profissionais e contribuiu para sua valorização pessoal e ampliação da autoestima.

Palavras-chave: Olimpíadas de Matemática, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino de

Matemática, Tratamento Estatístico.

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ABSTRACT

COSTA, Alex Andrade Pio da. The Contributions of the Math Olympics Unemat / Sinop

According Students Medalists. Working End of Course ( Mathematics Undergraduate ) -

Faculty of Sciences and Technology. University of the State of Mato Grosso / Campus Sinop.

Sinop, 2013.

The central question of this research is to investigate whether the Olympics of Mathematics

Unemat - Campus Sinop provided significant changes in the lives of medalists in influencing

their career choices as well, establishing a profile for these students . Based on the extension

of this database project, we got very important information which served for this search. To

exploit the data we developed a questionnaire to apply to the medalists of the period between

the years 2005 and 2012. However, this research was based on qualitative and aiming to

provide greater accuracy to the results, we submitted the data to graphical representations,

resulting in a detailed and accurate analysis. In this context, we understand that student

achievement is the result of a combination of several factors, and in this study we observed

some conceptions of medalists, as well as performance indicators between public and private

schools, awards and gender issues. Furthermore, we conclude that participation in the

competition strengthened their professional choices and contributed to their personal

development and enhancement of self-esteem.

Keywords: Mathematics Olympics, Elementary Education, Secondary Education, Teaching

of Mathematics, Statistical Treatment.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Participantes das Olimpíadas .................................................................................. 19

Gráfico 2 - Premiação entre as Escolas Públicas e Particulares. .............................................. 20

Gráfico 3 - Premiação e Gênero ............................................................................................... 21

Gráfico 4 - Resposta da Questão 1 ........................................................................................... 32

Gráfico 5 - Resposta da Questão 2 ........................................................................................... 33

Gráfico 6 - Resposta da Questão 3 ........................................................................................... 34

Gráfico 7 - Resposta da Questão 4 ........................................................................................... 35

Gráfico 8 - Resposta da Questão 6 ........................................................................................... 38

Gráfico 9 - Resposta da Questão 7 ........................................................................................... 40

Gráfico 10 - Resposta da Questão 8 ......................................................................................... 41

Gráfico 11 - Resposta da Questão 9 ......................................................................................... 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resposta da Questão 1 ............................................................................................. 31

Tabela 2 - Resposta da Questão 2 ............................................................................................. 32

Tabela 3 - Resposta da Questão 3 ............................................................................................. 34

Tabela 4 - Resposta da Questão 4 ............................................................................................. 35

Tabela 5 - Resposta da Questão 5 ............................................................................................. 36

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11

1. OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA: CARACTERÍSTICAS, OBJETIVOS E

ABRANGÊNCIA .................................................................................................................... 12

1.1 OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA .............................................. 14

1.2 OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA PACÍFICO-ÁSIA .................................................. 15

1.3 OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL .................................................... 15

1.4 OLIMPÍADA IBERO-AMERICANA DE MATEMÁTICA ......................................... 16

1.5 OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA (OBM) .......................................... 16

1.6 OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA PARA AS ESCOLAS PÚBLICAS

(OBMEP) .............................................................................................................................. 17

2. OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA DA UNEMAT, CAMPUS DE SINOP E SEUS

FATORES MOTIVACIONAIS ............................................................................................ 19

2.1 A MOTIVAÇÃO COMO CARACTERÍSTICA PRESENTE NAS OLIMPÍADAS .... 22

2.2 A CRIATIVIDADE COMO HABILIDADE PRESENTE NO ENSINO DE

MATEMÁTICA ................................................................................................................... 24

2.3 O PESQUISADOR E A EXPERIÊNCIA VIVENCIADA ............................................ 26

3 –PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE DOS DADOS ..................... 28

3. 1 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ...................................................................... 31

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 47

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ................................................................................... 48

APÊNDICES ........................................................................................................................... 50

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MEDALHISTAS .......................... 50

APÊNDICE B – ALFABETO GREGO ............................................................................... 52

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INTRODUÇÃO

A Olimpíada de Matemática da Unemat – Campus de Sinop é um projeto de extensão

universitária que promove anualmente um concurso com o mesmo nome, dividido em três

fases direcionado aos estudantes das escolas públicas e particulares do munícipio de Sinop-

MT.

Este evento tem como objetivos motivar os estudantes ao estudo da matemática, a

integração entre universidade e escola, bem como, proporcionar a valorização dos estudantes

que se destacam na disciplina de matemática.

Sua primeira edição ocorreu no ano de 2005 contando com a participação de 5.127

estudantes, porém com o passar dos anos tivemos um aumento significativo, chegando ao ano

de 2012 com um total de 17.551 estudantes inscritos, almejando conquistar uma medalha, mas

além deste prêmio as Olimpíadas visam desenvolver o raciocínio lógico, a criatividade, o

gosto pela matemática, a superação de desafios, motivando os mesmos para que sigam cursos

nas áreas das exatas.

Apresentaremos no capítulo inicial um resgate histórico de como iniciou as

Olimpíadas, com a finalidade de extrairmos sua essência, ou seja, o que impulsionava cada

competidor a participar daquele evento; seguindo este espírito de disputa entre indivíduos

surgiram eventos que valorizam estudantes que se sobressaem na área da matemática e dentre

os eventos existentes nesta área temos as Olimpíadas Internacionais e as Nacionais, as quais

estudantes brasileiros se destacam entre os demais competidores.

No segundo capítulo, proporcionamos uma visão mais ampla e detalhada do Projeto

Olimpíadas de Matemática da Unemat – Campus de Sinop, apresentando características

únicas presentes neste evento, além de expressar a experiência vivenciada durante um ano de

participação, desde a elaboração das provas até o encerramento com a entrega das medalhas.

Em seguida abordaremos no terceiro capítulo os pensamentos e opiniões dos autores

que nortearam este trabalho.

Ao final apresentamos nossas considerações, as quais expressaram os resultados

alcançados desta pesquisa e a contribuição que proporcionará para a sociedade.

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1. OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA: CARACTERÍSTICAS, OBJETIVOS E

ABRANGÊNCIA

As Olimpíadas de Matemática são eventos que se fazem presentes no mundo todo

desde o século XVI. Mesmo que em formatos diferentes dos atuais, as culturas mais

desenvolvidas premiavam o conhecimento em suas diversas áreas, inclusive o conhecimento

matemático.

Todavia, ao realizamos um resgate histórico dos Jogos Olímpicos descobrimos que há

várias versões que almejam explicar o surgimento destas competições e, dentre estas versões,

Colli (2004) descreve que:

A primeira delas conta entre 2500 e 2300 a. C., após Cronos destronar Urano, ele e

seus quatro irmãos que habitavam o Monte Ida, se estabeleceram em Olímpia.

Héracles, o mais velho deles, para homenagear Zeus, propôs uma corrida, - o

vencedor recebeu uma coroa de ramos de oliveira -, origem dos Jogos, que passaram

a ser disputados de quatro em quatro anos. (COLLI, 2004, p. 6).

Ao nos depararmos com este pensamento percebermos que o espírito de competição

esteve presente na criação das Olimpíadas, contudo naquela época os competidores que se

destacavam entre os demais, eram condecorados com uma coroa de ramos de oliveira,

despertando em cada competidor o desejo em querer ser o melhor. Na busca em obter a coroa

de ramos de oliveira, muitos eram os interessados, e com o passar dos anos os organizadores

das Olimpíadas decidiram aumentar o número de competidores, então criaram as medalhas,

que seguem a seguinte ordem; ouro para o primeiro lugar, prata para o segundo lugar e bronze

para o terceiro lugar. Desta maneira aumentaram as chances de cada participante conquistar

um lugar no pódio, com o intuito de reconhecer o esforço, a dedicação, o empenho e a

determinação de cada indivíduo que participa deste evento.

Nesta perspectiva, Colli (2004) ainda nos contribui com a seguinte versão:

Na última versão, Hércules recebeu como sexto trabalho, limpar os estábulos dos

animais de Áugias, rei de Elis, que sujos há trinta anos, exalavam mau cheiro. Ele

removeu as fezes para o campo e desviou o curso do Rio Alfeu, fazendo com que

suas águas lavassem as estrebarias. Como o rei não cumpriu o acordo de lhe dar a

décima parte do gado, Hércules matou Áugias, seguiu para Olímpia e criou os Jogos

em homenagem a Zeus e a si próprio. (Colli, 2004, p.7).

Entretanto, nesta contribuição percebemos que os Jogos Olímpicos foram criados em

consideração a Hércules e a Zeus, ou seja, em benefício próprio, como uma forma de

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expressar seu descontentamento com Áugias, o qual não havia cumprido com acordo

estabelecido entre eles, porém se este conflito não tivesse acontecido, Hércules não teria

promovido a existência deste torneio, o qual passou a ser prestigiado mundialmente.

Seguindo este pensamento de competição, foram criadas as Olimpíadas de

Matemática, as quais além de estimular a competição dos alunos, visam também incitar o

raciocínio lógico, a criatividade de cada estudante. Atualmente, no Brasil, existem várias

Olimpíadas de Matemática e dentre algumas podemos citar, a Olimpíada Brasileira de

Matemática (OBM) e a Olimpíada Brasileira de Matemática para as Escolas Públicas

(OBMEP). Ambas possuem destaque entre os concursos de Matemática mais abrangentes

para a identificação e estímulo de novos talentos.

Neste capítulo, abordaremos o aspecto histórico destas competições para tratarmos

finalmente das Olimpíadas de Matemática da UNEMAT, Campus de Sinop, no sentido de

apresentar suas contribuições e a importância deste projeto extensionista para o ensino de

matemática no município de Sinop.

Tradicionalmente, as Olimpíadas de Matemática enfocam a identificação de jovens

talentos na área de Ciências Exatas. De modo geral, têm o intuito de valorizar os estudantes

que apresentam potencialidades nesta área do conhecimento, além de estimular os alunos ao

estudo da matemática.

Neste contexto Berlingoff e Gouvêa (2008) salientam que:

A matemática hoje, vista “de dentro”, é ao mesmo tempo diversa e mais unificada

do que jamais foi. É mais abstrata, no entanto tem mais ampla aplicabilidade a áreas

da vida moderna do que em qualquer tempo anterior. Por causa disso, a “vista de

fora” é compreensivelmente confusa. De um lado, a matemática é vista como muito

esotérica, amedrontadora, um assunto sobre o qual até mesmo pessoas bastante

instruídas confessam ignorância sem se envergonhar. De outro, é tida como parte

essencial da prosperidade, segurança e conforto modernos, de modo que os hábeis

em matemática são tomados como recursos humanos valiosos. (BERLINGOFF;

GOUVÊA, 2008, p.60).

Diante deste pensamento compreendemos o porquê de vários estudantes julgarem a

matemática como algo amedrontador, pois a mesma através de seus números, de suas

fórmulas acaba por aterrorizar, assustar, afinal se o aluno não aprende, sua mente desenvolve

mecanismos de defesa perante esta disciplina a qual ele está vivenciando. Contudo temos

estudantes que vêem esta matéria como parte fundamental do conhecimento, acreditam que o

mundo, o qual gira em sua volta tem presente uma parte da matemática e para estes a

matemática revela enigmas, que apenas suas mentes são capazes de oferecer a solução e

quando encontram respostas para estes mistérios, os mesmos são vistos perante a sociedade

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como indivíduos únicos, os quais devem ser muito valorizados, pois se destacaram diante de

uma agremiação de pessoas.

Além disso, tais concursos valorizam a participação de professores, que são

mediadores neste processo, além de ser uma oportunidade para a avaliação do ensino em

matemática.

Segundo Mariuzzo (2010):

As olimpíadas são uma oportunidade de mapear o ensino das disciplinas no país,

podendo inclusive, gerar material que pode ser utilizado em pesquisas acadêmicas,

tanto nas áreas específicas, em educação ou mesmo por entidades governamentais.

(MARIUZZO, 2010, p. 12).

Com a finalidade de citar alguns destes concursos científicos, elencamos a seguir as

Olimpíadas de Matemática que possuem mais destaque no âmbito nacional e internacional,

bem como, a pontuação brasileira nos eventos internacionais.

1.1 OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA

A Olimpíada Internacional de Matemática teve início em 1959, sendo a Romênia o

país escolhido na ocasião para sediar o evento. Esta Olimpíada conta com a participação de

cem países, e cada um deles inscrevem seis estudantes que se destacaram em seus respectivos

eventos nacionais. Ressalta-se que esta Olimpíada estabelece alguns critérios a serem

seguidos pelos países participantes antes do envio de seus competidores como: não ultrapassar

a idade de vinte anos e não estar freqüentando nenhuma instituição de nível superior.

Este conceituado evento é divido em dois dias, com duração de quatro horas cada dia

por apresentar diversificadas áreas do conhecimento matemático, entre elas, Análise

Combinatória, Geometria, Álgebra e Teoria dos Números. A prova é composta de seis

questões e cada uma delas equivale a sete pontos. Os alunos que obtém as maiores

pontuações, ou seja, primeiro, segundo e terceiro colocados são premiados com medalhas.

Em 2012, a cidade de Mar Del Prata na Argentina, realizou o evento entre os dias 4 e

16 de julho, contando com a participação de 548 competidores, sendo 496 do sexo masculino

e 52 do sexo feminino. Nesta edição, o Brasil conquistou a posição de décimo nono lugar e

dentre seus estudantes brasileiros participantes podemos citar o nome de Rodrigo Sanches

Ângelo, de 16 anos, morador de São Paulo, que ganhou a medalha de ouro. Além do ouro,

tivemos ainda uma medalha de prata, obtida por João Lucas Camelo Sá, morador de Fortaleza

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(CE). Devemos ressaltar também que o medalhista de prata foi aceito pelo Instituto de

Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.

1.2 OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA PACÍFICO-ÁSIA

A Olimpíada de Matemática Pacífico-Ásia [Asian Pacific Mathematical Olympiad

(OPMO)], foi inicialmente realizada no ano de 1989 e embora sua organização aconteça no

continente asiático, vários países da América do Sul e do Norte participam do concurso. Tal

competição é direcionada para os estudantes do Ensino Médio e os participantes brasileiros da

OPMO são aqueles que conquistaram medalhas ou menções honrosas na Olimpíada Brasileira

de Matemática e as provas destes alunos são encaminhadas para a comissão organizadora

sediada no Japão, onde é realizada a classificação.

Em geral, o exame ocorre no período vespertino, na segunda semana de março, mais

precisamente na segunda-feira, para os países americanos. Já para os países da Ásia e do

Pacífico Ocidental, ele é realizado na segunda semana de março, na terça-feira.

Esta Olimpíada tem o objetivo de promover a cooperação e a interação de estudantes

em vários países. O exame é composto de cinco problemas com diferentes níveis de

dificuldade, com o valor de sete pontos para cada problema. Entre os requisitos dos quais os

estudantes devem seguir para participar da competição, está à exigência de que o mesmo não

pode ter idade igual ou superior a vinte anos, ou que não tenha completado até o dia primeiro

de junho do ano em que estiver ocorrendo o evento.

Em relação a participantes brasileiros, destacamos Rodrigo Sanches Ângelo (São

Paulo-SP), que conquistou medalha de ouro, João Lucas Camelo Sá (Fortaleza-CE) e Maria

Clara Mendes Silva (Pirajuba-MG) obtiveram medalha de prata, todos no ano de 2012. Entre

os selecionados para a Olimpíada do ano de 2013, está o estudante Rodrigo Sanches Ângelo

de São Paulo, com 35 pontos.

1.3 OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL

A Olimpíada de Matemática do Cone Sul1 teve sua primeira edição no ano de 1988,

com o intuito de promover o intercâmbio entre os estudantes de várias nacionalidades,

despertando neles um interesse maior pela matemática, além de proporcionar aos mesmos

1 É uma competição da qual participam os países da porção meridional da América do Sul.

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uma troca de experiências. Este evento valoriza o empenho do aluno na busca de soluções dos

problemas propostos e em forma de reconhecimento homenageia com medalhas os que

conseguiram maiores pontuações. Basicamente, estudantes do Chile, Equador, Uruguai,

Brasil, Argentina, Peru, Bolívia e Paraguai participam deste evento.

Em 2012, a cidade de Quito no Peru prestigiou a vigésima terceira Olimpíada de

Matemática do Cone Sul. O Brasil, por sua vez, obteve medalha de ouro por mérito do

estudante Rodrigo Sanches Ângelo (São Paulo-SP) e medalha de prata pelo estudante

Henrique Gasparini Fiuza do Nascimento (Brasília-DF), além de outras premiações.

1.4 OLIMPÍADA IBERO-AMERICANA DE MATEMÁTICA

A Olimpíada Ibero-americana de Matemática (OIM)2 iniciou-se no ano de 1985, sendo

oportunizada pela Sociedade Portuguesa de Matemática e do Departamento de Matemática da

Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, visando despertar no

estudante suas habilidades para o desenvolvimento da matemática, proporcionando uma troca

de conhecimento entre docentes e discentes. Neste evento cada país é representado por um

grupo constituído por quatro estudantes.

A Olimpíada Ibero-americana de Matemática no ano de 2012 aconteceu na cidade de

Cochabamba (Bolívia). Neste evento os estudantes brasileiros se destacaram ainda mais,

ocupando no ranking a posição de primeiro lugar, totalizando uma somatória de 150 pontos.

Entre os estudantes que nos ajudaram com este reconhecimento internacional podemos citar o

nome de Rafael Kazuhiro Miyazaki que conquistou a medalha de ouro.

Desde o seu início até o ano de 2012 o Brasil obteve cinqüenta medalhas de ouro,

trinta e seis medalhas de prata e onze medalhas de bronze, totalizando noventa e sete

medalhas.

1.5 OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA (OBM)

As Olimpíadas Brasileiras de Matemática tiveram início no ano de 1979, com a

intenção de despertar no estudante brasileiro, o espírito de competição, além de proporcionar

a este público uma motivação na busca de conquistar os primeiros lugares; onde recebem

2 Competição entre os países da América Latina, Portugal e Espanha.

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como prêmio uma medalha, a qual destaca o mérito daqueles alunos que conseguiram as

melhores notas.

Esta competição é dividida em quatro níveis:

O primeiro nível é direcionado aos alunos de sexto e sétimo ano do Ensino

Fundamental, o segundo nível é direcionado aos alunos que estão cursando o oitavo ou o nono

ano do Ensino Fundamental, o terceiro nível é focada aos alunos do Ensino Médio ou para

aqueles estudantes que terminaram o Ensino Médio e não estão cursando o nível superior e o

nível universitário para acadêmicos que estejam cursando qualquer curso superior.

1.6 OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA PARA AS ESCOLAS PÚBLICAS

(OBMEP)

A OBMEP teve início em 2005 e seu público alvo são estudantes do Ensino

Fundamental e Médio das escolas públicas brasileiras. Este projeto tem um importante

incentivo por parte do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência e Tecnologia,

todavia devemos ressaltar que a OBMEP vem sofrendo algumas alterações executadas pelo

Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, visando promover a inclusão social por

meio da difusão do conhecimento.

A intenção da OBMEP é despertar no aluno o prazer pela matemática, que o mesmo

sinta estimulado a desenvolver seu raciocínio lógico, além de aprimorar seus conhecimentos e

auxiliar o estudante a sanar suas dúvidas diante do conteúdo que esteja aprendendo em sua

série. No entanto devemos salientar a preocupação que a OBMEP tem em aprimorar a cada

ano suas edições, procurando mostrar aos participantes as potencialidades e curiosidades da

matemática, apresentando outros caminhos como nas áreas tecnológicas ou científicas; seja

qual for sua escolha sempre a matemática vai estar presente e podendo propiciar ao

acadêmico o gosto pelos números ou pelos teoremas que os pensadores matemáticos

desenvolveram há séculos; de acordo com Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - CGEE

(2011):

A presente avaliação é uma oportunidade para os interessados no ensino público de

refletir sobre a importância das Olimpíadas como projeto nacional, e os meios de

aprimorá-la como instrumento de avanço da educação escolar que conduza à

abertura de oportunidade de ingresso nas carreiras científicas e tecnológicas dos

alunos da rede pública. (CGEE, 2011, p.12)

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A valorização dos estudantes é um dos objetivos que norteia a OBMEP, através de

bolsas de iniciação científica, viagens e das medalhas e menções honrosas, todavia este

evento reconhece que o papel do professor é de extrema importância, pois através de suas

ações perante os alunos, conseguem influenciar positivamente para que o aluno se dedique

cada vez mais na busca de ocupar o topo do pódio, todavia devemos destacar que este evento

não valoriza somente os alunos, mas também os docentes que ajudaram o participante a

conquistar a tão sonhada medalha, eles são prestigiados com formação continuada

reconhecendo sua co-participação nos resultados. Afinal, se o estudante conquistou o prêmio,

por trás dele estava um educador mobilizado em ajudar na construção de seu aprendizado.

Entre os aspectos positivos da OBMEP, temos a formação de grupos de estudos, a

interação entre discentes e docentes, o reconhecimento para com a formação dos educadores,

mudança no senso crítico do aluno, promovendo ao mesmo imaginar o seu futuro em sua vida

profissional ou acadêmica; além de propiciar uma aproximação de professores, pais e alunos.

Porém alguns aspectos negativos podem ser encontrados nas edições da OBMEP, e dentre

eles temos o elevado grau de dificuldade do exame, pois é incompatível com o ensino dos

alunos da rede pública, dificuldades nas interpretações das questões, aplicação do exame nos

finais de semana, premiação insuficiente; proporcionando um dano emocional, pois afinal se o

aluno conquistou uma medalha o mesmo tem receber, pois é seu direito. Outro aspecto

negativo são as questões formuladas de acordo com o conteúdo trabalhado pelos estudantes

das regiões do sudeste brasileiro, sem levar em conta a participação de estudantes do país

inteiro, pois cada região trabalha o aprendizado do aluno de uma forma, voltada para

diferentes áreas.

Os estudantes que se destacam entre os demais recebem como incentivo de motivar,

apoiar o interesse para com a matemática, medalhas para cada colocação, ou seja, ouro para o

primeiro lugar, prata para o segundo e bronze para o terceiro, lembrando que há estudantes

que recebem homenagens por terem se destacado, além de receberem bolsas de iniciação

científica.

Este evento através de pesquisas como a que o Centro de Gestão e Estudos

Estratégicos desenvolveu, vem descobrindo que os alunos participantes melhoram suas

habilidades de aprendizado das outras disciplinas elencadas em sua respectiva série e para os

alunos concluintes do ensino médio proporciona uma ajuda a mais com o vestibular. Além de

estimular ao estudante a querer cada vez mais ser o melhor, assim aumentando sua

determinação, garra, força de vontade, criatividade e a sua interação com os colegas.

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2. OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA DA UNEMAT, CAMPUS DE SINOP E SEUS

FATORES MOTIVACIONAIS

O Projeto de Extensão Olimpíada de Matemática da UNEMAT, Campus de Sinop,

teve início em 2005, coordenado pelo Prof. Márcio Fonseca. No ano seguinte, passou a ser

coordenado pelo Prof. Rogério dos Reis Gonçalves até o ano de 2010. Então no ano de 2011 a

Profª. Chiara Maria Seidel Luciano Dias assumiu a coordenação juntamente com uma equipe

executora composta pelos professores Miguel Tadayuki Koga, Rogério dos Reis Gonçalves e

Polyanna Possani da Costa, bem como, pelos acadêmicos Alex Andrade Pio da Costa, Paulo

Victor Campagnoli França e Rosângela dos Santos Oliveira. Este evento tem como público

alvo professores e alunos das escolas públicas e privadas do município de Sinop.

De acordo com o banco de dados do projeto, houve um aumento no número de alunos,

participantes desde a sua primeira edição, como nos mostra o gráfico 1.

Gráfico 1- Participantes das Olimpíadas

Fonte: Banco de dados do Projeto de Extensão.

O objetivo do projeto é de despertar no aluno a motivação pela matemática, descobrir

novos talentos, que futuramente apresentem possibilidades de avançar na área das ciências

exatas, além de contribuir com o relacionamento entre universidade e escolas, com o

envolvimento de professores e alunos.

Julgamos que um dos aspectos positivos que devemos destacar é que por meio da

difusão do conhecimento matemático promove-se a inclusão social, isto é, o concurso faz com

que o aluno possa analisar quais os caminhos que o mesmo irá seguir no futuro em sua vida

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profissional e acadêmica. As Olimpíadas de Matemática proporcionam ao estudante um

mecanismo que ajude a visualizar suas dificuldades em seu aprendizado.

Por se tratar de um exame com um grau elevado de dificuldade e por haver entre os

participantes alunos de escolas municipais, estaduais e particulares, é possível verificar a

diferença entre a importância que é creditada para com o processo de ensino e aprendizagem,

os quais são oferecidos nas escolas públicas ou privadas; refletindo assim no aprendizado do

aluno, mostrando aos pesquisadores uma desigualdade entre ensino público e o privado. Esta

discrepância que existe entre ambos os ensinos pode ser visualizada através do gráfico abaixo

que trás os medalhistas das escolas públicas e particulares.

Gráfico 2 - Premiação entre as Escolas Públicas e Particulares.

Fonte: Banco de dados o Projeto de Extenção.

Ao analisarmos este gráfico constatamos que ocorreram 92 premiações durante 8 anos

das edições deste evento, porém entre estas premiações tivemos participantes que

conquistaram mais de uma medalha durante este período, resultando 66 medalhistas a serem

entrevistados.

Esta pesquisa também nos proporcionou averiguar e constatar as diversidades

existentes entre os medalhistas do sexo masculino e do sexo feminino, deste modo, dos 66

premiados obtivemos 16 medalhistas do sexo feminino e 50 do sexo masculino. Diante desta

informação Schiebinger (2001) contribui:

O maior êxito masculino em matemática tem a ver com graus de lateralização

cerebral. Estudos de lateralização do cérebro sugerem que as mulheres são fracas em

matemática porque seus cérebros não são tão altamente especializados como os dos

homens. A lateralização - a crescente especialização dos dois hemisférios do cérebro

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- continua até a criança atingir a puberdade. Os meninos amadurecem

aproximadamente dois anos mais tarde que as meninas, e assim tendem a ter

cérebros mais altamente lateralizados com funções espaciais e verbais, localizadas

em hemisférios separados. A bilateralização ou menor divisão entre o cérebro

esquerdo e direito, nas meninas e mulheres, cria competição no interior dos

hemisférios, reduzindo assim a capacidade espacial e matemática. (

SCHIEBINGER, 2001, p. 317).

Portanto, entendemos que a diferença entre a quantidade dos meninos premiados para

com as meninas, está condicionada ao cérebro, pois o cérebro feminino possui um nível baixo

de lateralização; influenciando na capacidade espacial e matemática, fazendo com que

apresente poucas colocações nas competições existentes, por outro lado à mente masculina

continua desenvolvendo sua lateralidade durante adolescência, fortalecendo suas habilidades

para com a disciplina matemática, resultando em um maior número de conquistas nos eventos

participados, este destaque do público masculino perante o público feminino pode ser

constatado no gráfico abaixo.

Gráfico 3 - Premiação e Gênero

Fonte: Banco de dados o Projeto de Extenção.

A partir dos números apontados até aqui, buscamos realizar uma investigação que

descrevesse os aspectos motivacionais e as habilidades apresentadas pelos medalhistas. Deste

modo, trataremos da motivação enquanto fator presente nas Olimpíadas, bem como, da

criatividade enquanto habilidade desenvolvida no ensino de matemática.

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2.1 A MOTIVAÇÃO COMO CARACTERÍSTICA PRESENTE NAS OLIMPÍADAS

As olimpíadas de matemática, através de seus participantes, desperta de modo

espontâneo o interesse de ser o melhor entre todos os competidores e esta motivação é

causada pelo desejo da conquista de medalhas, que reflete seu mérito.

Fita (1999) afirma que:

A motivação é um conjunto de variáveis que ativam a conduta e a orientam em

determinado sentido para poder alcançar um objetivo. Estudar a motivação consiste

em analisar os fatores que fazem as pessoas empreender determinadas ações

dirigidas a alcançar objetivos. (FITA, 1999, p.77):

Percebemos que a motivação neste contexto vai além de ser apenas uma característica

do participante e passa a ser uma importante ferramenta na criação de estratégias visando

atingir sua meta; neste caso a medalha, mas se neste sentido a motivação está servindo como

uma alavanca que impulsiona o competidor a se sobressair entre seus concorrentes, podemos

ainda ressaltar a existência de outros fatores preponderantes para seu sucesso no evento;

dentre os quais está o interesse para com a área das exatas, o incentivo de seus familiares na

sua participação entre outros.

Um dos aspectos da motivação está relacionado com a autoestima e neste contexto

Fita (1999) argumenta que:

Os processos de aprendizagem incluem muitos aspectos afetivos e relacionais. Os

êxitos e fracassos que obtemos vão definindo o conceito que temos de nós mesmos

(autoconceito). Quando se tenta aprender e se aprende, vamos formando uma

imagem positiva de nós mesmos que sem dúvida nos ajudará a realizar novas

aprendizagens, já que gerará em nós uma confiança e uma autoestima positiva que

nos impulsionarão a seguir adiante. (FITA, 1999, p. 78).

Isso nos inspira a compreender que a motivação em conexão com a autoestima exerce

influência nos participantes das olimpíadas; pois se o aluno aprende e recebe seu devido

reconhecimento perante a família, colegas de classe e professores, sua autoestima se eleva, em

sua visão ele está se destacando entre os demais alunos.

Fita (1999) considera “Motivação que aponta para a conquista de recompensas

externas. Prêmios, dinheiro, presentes que serão recebidos ao se conquistar objetivos de

aprendizagem”.

Com base neste pensamento concluímos que as olimpíadas através da premiação em

forma de medalhas exerce uma influência no aprendizado do aluno; pois, para os que almejam

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a conquista desta tão esperada recompensa por sua dedicação na busca deste ideal, não se dão

conta que todo o processo pelo qual estão sendo submetido através da resolução de exercícios

presentes no exame, faz com que auxilie na construção do conhecimento; sobretudo com

relação à interpretação de textos, pois, não basta saber solucionar questões apenas baseado

nos números; é importante que se faça uso de todos os artifícios possíveis, sejam eles aliados

a leitura, ao raciocínio lógico e ao conhecimento absorvido através da explicação do corpo

docente da sua instituição de ensino a qual você esteja representando no evento.

Miras (2004) propõe que:

A autoestima refere-se à avaliação afetiva que fazemos de nosso autoconceito em

seus diferentes componentes, ou seja, como a pessoa se valoriza e se sente em

relação às características que se auto-atribui. Diferentemente do caráter analítico e

multidimensional do autoconceito, a autoestima tende a caracterizar-se em termos

globais e unidimensionais. (MIRAS, 2004, p. 211).

A partir deste enfoque aceitamos que a autoestima faz-se presente em cada

participante das olimpíadas; mas esta característica tem seu ponto inicial na sala de aula, pois,

o educador é responsável por despertar em cada aluno o interesse pelo aprendizado de

diversas áreas do conhecimento, proporcionando mecanismos que favoreça ao estudante na

construção do saber; além de valorizar a cada etapa atingida, elevando deste modo a

autoestima, despertando assim o interesse em cada vez mais, querer aprender novos

conhecimentos, os quais serviram para se destacar entre os demais concorrentes.

Salientamos que não só o educador é responsável pela autoestima do aluno, mas a

família exerce também uma parcela significativa; tendo em vista que se o mesmo recebe uma

valorização de seus familiares por ter se destacado entre seus colegas, esta atitude reflete em

sua autoestima, remetendo a querer cada vez mais ser o melhor, ser aquele aluno titulado

como o esforçado de sua sala.

Miras (2004) aponta que:

O conceito de representação destaca a idéia de que os afetos e as emoções que se

atualizam nos processos educacionais escolares não surgem como resposta direta aos

estímulos presentes, mas são claramente mediados pelas representações que

professores e alunos elaboraram deles. Entre essas representações, destaca-se, sem

dúvida, a representação que a pessoa tem si mesma, sua auto-imagem ou seu

autoconceito. (MIRAS, 2004, p. 210).

Entendemos que cada aluno ao se deparar com os conteúdos que o professor o

transmite no seu cotidiano na sala de aula, absorve de maneira diferente, pois cada indivíduo

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por ser único, tem reações distintas entre seus colegas, as disciplinas que para alguns são

fáceis e para outros são mais difíceis, mas neste contexto que destaca o papel do docente que

tem a função de auxiliar no processo educativo, despertando o interesse do aluno, fazendo

com que o mesmo sinta emoção em aprender e o estudo não se torne apenas uma obrigação

imposta pela sociedade e pelos próprios pais. Nesta linha de pensamento que busca

proporcionar emoções para o aluno, apresentamos as olimpíadas com uma opção de

motivação ao aprendizado. Desta forma não passa apenas de um evento da matemática e sim

um concurso que visa valorizar as qualidades de cada aluno ao encontrar soluções para

determinados problemas propostos no exame; problemas estes que são considerados todo o

desenvolvimento da conta, como também a elaboração das respostas, resultando na descoberta

de talentos presentes nas escolas, que muitas vezes eram passados despercebidos perante o

olhar do professor.

Entretanto Bzuneck (2001) corrobora com as seguintes palavras:

Toda pessoa dispõe de certos recursos pessoais, que são tempo, energia, talentos,

conhecimento e habilidades, que poderão ser investidos numa certa atividade. Esse

investimento pessoal recairá sobre uma atividade escolhida e será mantido enquanto

fatores motivacionais estiverem atuando. (BZUNECK, 2001, p. 10).

Tais pensamentos nos remetem a perceber que qualquer estudante trás consigo

características únicas das quais poderão ser direcionadas para ações das quais resultarão no

sucesso de metas; as quais foram traçadas com a finalidade de servirem como fonte de

incentivo na busca para com sua carreira profissional, porém estas características só estarão

presentes na vida do participante, enquanto existir o interesse de conquistar uma medalha; ou

seja, de querer superar seus limites, se sobressair entre seus concorrentes, mas acima de tudo

ter em sua mente, que o mesmo é capaz de superar suas metas, basta apenas fazer uso destas

características presentes em si mesmo.

2.2 A CRIATIVIDADE COMO HABILIDADE PRESENTE NO ENSINO DE

MATEMÁTICA

A criatividade está presente no processo de ensino e de aprendizagem da matemática

em vários aspectos. Dentre eles podemos ressaltar os apresentados nos Parâmetros

Curriculares Nacionais do Ensino Médio (2002):

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Em seu papel formativo, a Matemática contribui para o desenvolvimento de

processos de pensamento e a aquisição de atitudes, cuja utilidade e alcance

transcendem o âmbito da própria Matemática, podendo formar no aluno a

capacidade de resolver problemas genuínos, gerando hábitos de investigação,

proporcionando confiança e desprendimento para analisar e enfrentar situações

novas, propiciando a formação de uma visão ampla e científica da realidade, a

percepção da beleza e da harmonia, o desenvolvimento da criatividade e de outras

capacidades pessoais. (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, 2002,

p.251).

Neste sentido, notamos que o ensino de matemática tem o papel fundamental de

proporcionar habilidades necessárias para a solução de problemas. De modo significativo, a

matemática deve desenvolver competências para o pensamento quantitativo e também

abstrato. A partir disso, acreditamos que pelo estímulo e motivação na busca por soluções de

situações-problema em geral, o ensino de matemática também auxilia no desenvolvimento da

criatividade.

Conforme Torrance (1965) apud Santos (1988, p. 72):

Criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no

conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando

hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente,

comunicar os resultados. (Torrance, 1965).

Deste modo, depreendemos que a criatividade seria o modo do indivíduo buscar

respostas para determinados problemas. Neste sentido, a matemática, por meio de seus

problemas estimula o indivíduo a encontrar soluções, com auxílio do professor, que tem a

missão de transmitir o conhecimento de modo claro, objetivo.

Compreendemos que entre os objetivos dos quais as Olimpíadas de Matemática da

UNEMAT pretende desenvolver está o desenvolvimento da criatividade, pois em suas provas

através dos problemas; pretendem proporcionar ao aluno seu raciocínio lógico, sua

interpretação de textos, além de ajudar com as dificuldades que aparecem no decorrer dos

conteúdos em que a matemática oferece para os alunos do ensino fundamental.

A criatividade auxilia o aluno a desenvolver soluções para os problemas propostos

pelo evento, e para os desafios que aparecem no decorrer das séries escolares; ou seja, as

Olimpíadas em conjunto com as escolas buscam identificar as principais deficiências que os

estudantes encontram, no entanto devemos ressaltar que a fim de valorizar e incentivar os

alunos para se dedicarem aos estudos, presenteia os melhores com medalhas em forma de

reconhecimento pelo seu desempenho.

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2.3 O PESQUISADOR E A EXPERIÊNCIA VIVENCIADA

Quando o pesquisador escolhe um tema com o qual se identifica, o mesmo sente a

vontade de querer vivenciar a realidade de como é estar inserido no projeto o qual é sua fonte

de pesquisa. Esta determinação moveu o pesquisador deste trabalho a se tornar um

colaborador na construção de uma das edições das OMUCS3, mais precisamente a edição de

2012.

Tomamos conhecimento que cada questão é elaborada seguindo os conteúdos

descritos nos livros didáticos destinados a cada respectiva série. No entanto, tínhamos que

estar atento de que as questões elaboradas teriam que ter um grau de dificuldade, o qual fosse

possível ser superado tanto para os alunos da rede pública quanto para os alunos da rede

particular. No ano de 2012 ainda tivemos a criação de mais um nível a ser trabalhado

destinado aos alunos do 5º ano da Rede Municipal, fazendo com que alterasse a distribuição

dos níveis, ficando da seguinte maneira: Nível I (alunos do 5º Ano da Rede Municipal de

Ensino), Nível II (alunos dos 6º e 7º anos), Nível III (alunos dos 8º e 9º Anos) e Nível IV

(alunos do Ensino Médio).

Outra característica evidenciada no evento é sua divisão, que por sua vez é dividido

em três etapas. Em cada etapa o competidor tem a oportunidade de mostrar seus

conhecimentos através de resolução de provas, porém, as fases tem caráter eliminatório, ou

seja, somente os alunos com melhor desempenho nas provas seguem tendo a chance de

granjear uma medalha. Com relação às provas deste evento, na primeira fase as correções são

de responsabilidade das escolas participantes. Ao realizarem as correções, as respectivas

instituições enviam um relatório contendo o nome dos alunos classificados para a fase

seguinte, para termos deste modo um controle de quantas provas deverão ser preparadas, mas

na terceira e última fase as provas são aplicadas no auditório da Unemat, no período

vespertino, os alunos tem duas horas para realizar o exame.

Então é divulgada a data para da Cerimônia de Encerramento, a qual todos os alunos

que participaram da terceira fase são convidados para se fazerem presente na Unemat, onde

será divulgado o resultado final e realizada a premiação dos que se destacaram entre os

demais.

Neste dia o qual se findava mais uma trajetória de sucesso das edições da Olimpíada

de Matemática da Unemat do campus de Sinop, vivenciamos algumas experiências únicas das

3 Olimpíadas de Matemática da Unemat campus de Sinop

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quais ficaram para sempre em nossas mentes, e dentre várias podemos citar que quando o

coordenador do projeto pronunciava o nome do ganhador da medalha tiveram participantes

que pularam de alegria, pais que estavam ao lado de seus filhos para prestigiarem aquela

importante conquista, mesmo que o aluno tivesse ganhado uma medalha de bronze para a

euforia era tanta que parecia que havia ganhado uma medalha de ouro, mas tivemos também

alunos que obtiveram medalhas que foram receber a medalha parecendo que estivesse

recebendo um objeto que não tinha valor algum, o que nos remete a analisar que na verdade o

importante não é a colocação ou a medalha que se ganha e sim o devido reconhecimento que

o medalhista dá para aquele prêmio obtido, pois afinal concorrer com mais de 17.000 alunos e

conseguir conquistar uma colocação entre os três primeiros lugares não é nada fácil.

Ao terminar a premiação tivemos a convicção de que a escolha deste tema não foi por

acaso e sim porque este projeto está ligado com as emoções, as conquistas, os caminhos que

serão escolhidos para sua vida profissional. Ressaltamos ainda que para nós pesquisadores

este evento proporcionou uma experiência única a qual faltam palavras para expressar

tamanha satisfação obtida.

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3 –PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE DOS DADOS

Ao apresentarmos os procedimentos metodológicos desta pesquisa nos apoiamos nos

pressupostos de Pádua (1997):

[...] pesquisa é toda atividade voltada para a solução de problemas; como atividade

de busca, indagação, investigação, inquirição da realidade, é a atividade que nos

permite, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento, ou um conjunto de

conhecimentos, que nos auxilie na compreensão desta realidade e nos oriente em

nossas ações. (PÁDUA, 1997, p.29).

Desta maneira, essa pesquisa busca verificar quais as principais contribuições do

Projeto de Extensão Olimpíadas de Matemática da UNEMAT, Campus de Sinop, na

perspectiva dos alunos participantes medalhistas durante o período de 2005 a 2012. Sendo

assim, naturalmente sujeitos da pesquisa.

Para a realização deste trabalho optamos pela abordagem da pesquisa qualitativa, a

qual Triviños (1987) descreve nas seguintes palavras:

Na pesquisa qualitativa, de forma muito geral, segue-se a mesma rota ao realizar

uma investigação. Isto é, existe uma escolha de um assunto ou problema, uma coleta

e análise das informações [...] o planejamento da coleta dos dados (para o qual se

prestava cuidadosa atenção aos instrumentos: questionários, escala, entrevista, ficha,

formulário etc.), que podiam ser elaborados pelo pesquisador. (TRIVIÑOS, 1987,

p.131).

Com base neste autor, buscamos nortear esta pesquisa na elaboração de um

questionário estruturado para aplicarmos aos medalhistas das Olimpíadas de Matemática da

Unemat; porém para localizar estes estudantes utilizamos as redes sociais como ferramenta de

auxílio na coleta dos dados, os quais serviram para serem submetidos em análises, com a

intenção de proporcionar um resultado preciso para esta pesquisa.

Prosseguindo com a pesquisa, definimos como instrumento de coleta de dados às

entrevistas, que tem sua validade enquanto instrumento de investigação enfatizada por Lüdke

(1986):

A chamada entrevista padronizada ou estruturada, que é usada quando se visa à

obtenção de resultados uniformes entre os entrevistados, permitindo assim uma

comparação imediata, em geral mediante tratamentos estatísticos. (LÜDKE, 1986,

p.34).

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Tais palavras contribuem no sentido de definir os rumos que seguimos, ou seja, esta

pesquisa transcorreu realizando entrevistas com os medalhistas; fazendo uso de um

questionário, o qual permitirá verificar cada pergunta fazendo uso da estatística que nos

proporciona através de seus gráficos uma visualização mais precisa do impacto que as

Olimpíadas exerceram na vida dos medalhistas.

Neste contexto Lakatos (1999) ainda salienta que:

A entrevista padronizada ou estruturada. É aquela em que o entrevistador segue um

roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são

predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um formulário elaborado e é efetuada

de preferência com pessoas selecionadas de acordo com um plano. O motivo da

padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo

que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas. (LAKATOS,

1999, p.95-96).

Criamos um questionário, que foi enviado para cada medalhista, com o objetivo de

encontrar respostas para nossas inquietações, já, para melhor analisar e compreender os

resultados do mesmo, com os resultados elaboramos gráficos, utilizando o tratamento

estatístico numa perspectiva de análise qualitativa.

Seguindo este pensamento temos Lakatos (1999):

Questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série

ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do

entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo

correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisado devolve-o do

mesmo modo. (LAKATOS, 1999, p. 100).

De acordo com esta concepção, elaboramos questionário composto por dez questões, o

qual enviamos para cada medalhista, utilizando as redes sociais, pois como tínhamos em mãos

os nomes completos dos medalhistas durante o período de 2005 a 2012, apenas bastou-se

dispormos de um tempo para pesquisarmos um a um e quando encontrávamos o estudante,

escrevíamos uma nota contendo um breve relato de quais eram os objetivos desta pesquisa e o

porquê de sua importância em relação ao seu preenchimento, enviado em anexo. Para nossa

surpresa, muitos responderam o questionário rapidamente, entretanto, outros demoraram

semanas, porém mesmo com esta diferença de tempo das devolutivas, consideramos que

todos foram de extrema importância para realização desta pesquisa.

Todavia Lüdke (1986) afirma que:

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A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o

pesquisador como seu principal instrumento. A pesquisa qualitativa supõe o contato

direto e prolongado com o pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo

investigada. (LÜDKE, 1986, p. 11).

Diante desta fala percebemos que não bastava apenas encontrar respostas para nossa

inquietação, mas tínhamos também que vivenciar pelo menos um evento, da maneira que o

mesmo era construído; ou seja, como as escolas procediam para a inscrição de seus

estudantes, como eram elaboradas as provas, de que forma eram aplicadas, quais pessoas

corrigiam as respectivas e como se chegava a concluir que aquele aluno seria o medalhista do

respectivo nível; para propiciar ao pesquisador conhecimentos mais amplos acerca do que são

as Olimpíadas e o que ela pode proporcionar a seus participantes.

Sendo assim, a identificação dos entrevistados foi amparada na pesquisa documental.

Conforme Lakatos (1999):

“A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está

restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes

primárias.” (LAKATOS,1999, p.64).

Neste cenário, os documentos analisados foram os resultados do projeto ao longo de

sete edições da competição. Por meio do banco de dados será possível localizar estes alunos

para a realização da coleta de dados.

Ressaltamos que os gráficos que utilizamos nesta pesquisa para com a análise dos

dados obtidos através das entrevistas foram os gráficos de barra, tanto na horizontal quanto na

vertical (colunas) e o gráfico setorial (conhecido como de pizza), os quais Vieira (2011)

apresenta as seguintes definições:

Se os dados estão em uma tabela de distribuição de freqüência, você pode desenhar

um gráfico de barras. Cada freqüência apresentada na tabela será representada na

forma de uma barra. [...] O gráfico de setores – mais conhecido como gráfico de

pizza – é usado para apresentar as freqüências, ou freqüências relativas, de

categorias que constituem as partes de um todo (nesses casos, o total das freqüências

relativas é 100%). (VIEIRA, 2011, 56-61).

Ao final, interpretaremos os dados coletados, inseridos nos gráficos, com a intenção

de relacioná-los para enfim, compreendermos a dimensão deste projeto no âmbito social de

nosso município. Com isso, estabelecemos uma ligação efetiva com as teorias que defendem e

apóiam a realização destes eventos nos processos educativos de maneira geral.

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3. 1 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Nesta seção apresentamos as análises dos dados obtidos tendo como fonte o

questionário avaliativo aplicado aos medalhistas. Tal questionário constituiu-se de 10

questões, cujas respostas serviram para criarmos gráficos de setores, de colunas e de barras,

com a finalidade, como já enfatizamos anteriormente, de nos auxiliar na compreensão das

respostas obtidas, resultando na resposta de nossa inquietação.

Todavia ressaltamos que de um total de 66 participantes premiados conseguimos

entrevistar 41, ou seja, 62,12% do nosso público alvo, atendendo as nossas expectativas as

quais proporcionaram a nós pesquisadores uma visão abrangente sobre as Olimpíadas de

Matemática da Unemat, Campus de Sinop perante aos alunos premiados.

Apresentaremos as análises na mesma sequência de perguntas constantes no

questionário avaliativo.

1- Em quantas edições das Olimpíadas de Matemática da Unemat – Campus de Sinop você

participou?

Esta questão inicial tem como objetivo desvendar qual a quantidade vezes os

medalhistas participaram do evento das Olimpíadas de Matemática da Unemat – Campus de

Sinop e após obtermos as respostas, elaboramos uma tabela e com base na respectiva, criamos

um gráfico para nos auxiliar na compreensão da questão.

Tabela 1 - Resposta da Questão 1

PARTICIPAÇÕES NÚMERO DE MEDALHISTAS

Uma 7

Duas 12

Três 5

Quatro 7

Cinco 6

Sete

Oito

3

1

TOTAL 41

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os dados apresentados na Tabela 1 podem ser visualizados pelo Gráfico 4.

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Gráfico 4 - Resposta da Questão 1

Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir daí, prosseguimos com a investigação do perfil do entrevistado. Sendo assim,

buscamos identificar informações pertinentes a sua instituição de ensino.

Nossa indagação referia-se, a saber, se o entrevistado era aluno de escola pública ou

particular nos anos em que participou da olimpíada, ou ainda, se houve transferência, como

segue na próxima questão.

2- No ano (s) em que foi premiado estudava em escola:

(A) Pública

(B) Particular

(C) Particular e pública (se houve transferência de escola)

Nesta questão temos a inquietação em descobrir em qual instituição de ensino o aluno

freqüentava quando foi premiado, ou seja, era escola pública ou particular.

Tabela 2 - Resposta da Questão 2

QUESTÃO 2 MEDALHISTAS

A 5

B 36

C 0

TOTAL 41

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Os dados obtidos na Tabela 2 podem ser visualizados no Gráfico 5 em forma de

porcentagem.

Gráfico 5 - Resposta da Questão 2

Fonte: Elaborado pelo autor.

Estudando este gráfico, podemos perceber que a maioria dos medalhistas freqüentava

as instituições de ensino privada, enquanto apenas uma pequena parcela pertencia às escolas

públicas. Diante desta informação podemos constatar as desigualdades existentes entre o

ensino das escolas públicas e privadas, o qual reflete no nível de desempenho de cada

medalhista.

3- No momento você:

(A) ainda não concluiu o Ensino Fundamental ou Médio

(B) concluiu o Ensino Médio e atualmente é aluno de graduação

(C) concluiu o Ensino Médio, mas não é aluno de graduação.

(D) já conclui a graduação

Nesta pergunta buscamos descobrir que caminhos os medalhistas havia seguido,

depois da obtenção do prêmio, se o mesmo já concluiu sua graduação, se ele é aluno do

ensino médio ou se esta cursando o nível superior.

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Tabela 3 - Resposta da Questão 3

QUESTÃO 3 MEDALHISTA

A 12

B 23

C 3

D 3

TOTAL 41

Fonte: Elaborado pelo autor.

Aplicamos os dados obtidos na Tabela 3 no gráfico de barras em forma de

porcentagem.

Gráfico 6 - Resposta da Questão 3

Ff

Fonte: Elaborado pelo autor.

A maioria dos estudantes premiados continuam seus estudos no nível superior, porém

esta informação nos deixa inquietos em querer verificar se as Olimpíadas de Matemática da

Unemat exerceram influências aos estudantes que foram premiados na escolha de seu curso de

graduação. Todavia esta inquetação será sanada na questão 10 e também tivemos alunos que

no momento estão cursando o ensino médio.

4 – Se é aluno de graduação ou já concluiu, mencione o curso e a instituição de ensino nos

quais é ou foi aluno.

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Nesta questão procuramos encontrar quais os cursos que os medalhistas escolheram

para seguir em sua vida profissional, se os cursos eram direcionados na área das exatas, ou em

outras áreas.

A Tabela 4 nos apresenta um total de 26 respostas, porém devo ressaltar as outras 15

respostas não seguem na tabela porque corresponde aos estudantes que ainda não terminaram

o ensino médio, e medalhistas que terminaram esta fase dos estudos, mas ainda não decidiram

qual curso pretende escolher para seu futuro profissional.

Tabela 4 - Resposta da Questão 4

Questão 4 Medalhistas

Ciências Agrárias 1

Ciências Exatas 2

Ciências da Saúde 6

Ciências Sociais 2

Engenharias 12

Ciências Aeronáuticas 1

Ciências Militares 2

Total 26

Fonte: Elaborado pelo autor.

Empregamos os dados obtidos na Tabela 3 no gráfico de colunas em forma de

porcentagem.

Gráfico 7 - Resposta da Questão 4

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Ponderando este gráfico de colunas examinamos que os cursos que mais absorveram

medalhistas foi na área das Engenharias, em seguida tivemos participantes que escolheram as

Ciências da Saúde para trilharem sua carreira profissional; também obtivemos repostas

empatadas nas escolhas tanto para as Ciências Exatas quanto para as Ciências Sociais e em

últimas escolhas tivemos empate entre as Ciências Agrárias; Ciências Aeronáuticas e Ciências

Militares.

5- Durante o período do Ensino Fundamental e/ou Médio participou de outras Olimpíadas

cientifícas? Se sim, mencione quais foram.

Procuramos descobrir, quais outras Olimpíadas foram prestigiadas pela participação

destes medalhistas.

A Tabela 5 nos apresenta um total de 47 respostas, pois alguns dos nossos

entrevistados nos responderam terem participado de mais de uma competição, ou seja, alguns

responderam terem participado da (O.B.F.) e da (O.B.M.) entre outras, resultando a nós um

total maior do que a quantidade de entrevistados.

Esta tabela também serve como um auxílio na compreensão das siglas expostas no

gráfico abaixo da tabela.

Tabela 5 - Resposta da Questão 5

Questão 5 Respostas

Olimpíada Brasileira de Física (O.B.F.) 12

Olimpíada Brasileira de Biologia (O.B.B.) 1

Olimpíada Brasileira de Matemática (O.B.M.) 6

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) 3

Olimpíadas de Conhecimentos Específicos (O.C.E.) 2

Olimpíada Brasileira de Astronomia (O.B.A) 5

Olimpíada do Portal do Positivo (O.P.P.) 1

Não participaram de nenhuma outra (N.P.N.O.) 17

Total 47

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Considerando a Tabela 5 apuramos que a grande maioria dos medalhistas não

participaram de outras Olimpíadas, todavia ressaltamos que a Olimpíadas Brasileira de Física

apresentam uma parcela significativa de participantes, seguida pela participação na Olimpíada

Brasileira de Matemática, na quarta posição tivemos medalhistas que informaram terem

participado da Olimpíada Brasileira de Astronomia. Já na quinta posição tiveram estudantes

que relataram terem prestigiado a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas,

na sexta posição estão os medalhista que informaram terem participado da Olimpíada de

Conhecimento Específico e na sétima e última colocação; tivemos medalhista que informaram

terem participado da Olimpíada do Portal do Positivo e da Olimpíada Brasileira de Biologia.

6- Sobre a contribuição da participação nas Olimpíadas de Matemática da Unemat em relação

ao estudo de matemática, você pode mencionar que:

(A) a partir da participação nesta competição senti-me motivado a estudar Matemática.

(B) antes de participar desta competição já despertava interesse pela Matemática, mas a

participação reforçou minha vontade em estudá-la.

(C) participar desta competição ajudou-me a desenvolver melhor o raciocíneo lógico.

(D) não notei contribuição neste sentido.

(E) outra observação que queira fazer:

Nesta questão buscamos descobrir qual a contribuição que as Olimpíadas de

Matemática da Unemat, Campus de Sinop proporcionou na vida destes medalhistas.

Esta questão ainda proporcionava ao entrevistado escolher mais de uma alternativa, ou

seja, se dentre as respostas apresentadas o mesmo concluísse que duas estavam de acordo com

suas opiniões, então o entrevistado poderia assinalar as respectivas, pois elas seriam

consideradas.

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Gráfico 8 - Resposta da Questão 6

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base nestas informações, podemos concluir que a participação nas Olimpíadas de

Matemática da Unemat despertou o interesse dos estudantes em querer aprender mais sobre

esta disciplina, levando em consideração de que para alguns medalhistas tinham apreço por

esta disciplina a qual acabou se destacando, todavia devemos ressaltar que para alguns

estudantes premiados o evento contríbuiu para melhorar seu raciocínio lógico.

Nesta questão trouxemos uma parcela de medalhistas que deixaram sua contribuição

em forma de observação as quais elencamos abaixo:

A Olimpíada desperta uma vontade de competição, fazendo com que busquemos ser

melhores. Assim querendo obter um sucesso maior, nós acabamos melhorando

nosso grau de atenção ( para não cometer erros), questão do capricho (para facilitar a

correção) e desenvolvendo nosso raciocíneo lógico. (Medalhista ).

Estimulam o estudo através de uma competição saudável e prazerosa, em que

buscamos superar não os outros, mas a nós mesmos. Cada questão respondida

aumenta nosso fascíneo pela Matemática, principalmente as mais difíceis, em que

temos que dedicar mente e alma para poder resolvê-las! (Medalhista ).

“A Olimpíada me trouxe muita confiança para o estudo das exatas”. Medalhista .

“A competição motiva o estudo”. Medalhista .

“Sempre tive muito interesse e gosto pela matemática”. Medalhista .

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“Sempre me senti interessado no estudo da Matemática, e a participação nas Olimpíadas de

Matemática da Unemat era considerada como desafio e confirmação desse interesse para

mim”. Medalhista .

Analisando estas respostas verificamos que para alguns medalhistas os objetivos dos

quais as Olimpíadas de Matemática da Unemat, campus de Sinop foram alcançados, afinal

este evento traz em sua metas despertar o espírito de competição, etimular a confiança para o

estudo nas áreas das exatas, motivando o estudante a se dedicar na disciplina de matemática,

tornando-o cada vez mais valorizado.

Na sequência buscamos identificar as iniciativas propostas pelas escolas para

motivação e preparação de seus alunos.

7- Assinale alguma(s) estrátégia(s) elaborada(s) pela escola para motivar e preparar os alunos

para as Olimpíadas de Matemática.

(A) resolução de problemas em sala de aula.

(B) a escola incentivava mas não tinha nenhuma estratégia específica para participação dos

alunos.

(C) os professores ministravam aulas em horários alternativos para a preparação dos alunos.

(D) havia premiação interna para os melhores colocados.

(E) a escola divulgava as monitorias realizadas na UNEMAT.

(F) a escola não icentivava a participação dos alunos.

Buscamos nesta indagação saber quais estratégias eram adotadas pelas instituições de

ensino que os medalhistas frequentavam com o intuito de motivar e preparar os respectivos

alunos.

Nesta questão oferecemos ao entrevistado a opção de escolher mais de uma

alternativa, pois em se tratando de estratégias, acreditamos que poderiam ser elencadas várias

ferramentas como fonte de motivação.

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Gráfico 9 - Resposta da Questão 7

Fonte: Elaborado pelo autor.

Através desta resposta compreendemos que as escolas incentivavam a participação dos

alunos no evento, porém não elaborava nenhuma estratégia específica para preparar os

estudantes, mas alguns medalhistas nos responderam que na instituição de ensino a qual o

mesmo estudava eram resolvidos problemas em sala de aula com a finalidade de ajudá-los na

preparação para o evento. Todavia, dentre as respostas apresentadas neste gráfico

descobrimos que em algumas escolas, como forma de motivar os alunos a participar do

evento, as respectivas instituições premiavam os estudantes que obtivessem medalha nas

Olimpíadas de Matemática da Unemat, campus de Sinop, ou seja, além do aluno receber uma

premiação neste evento, o mesmo era também premiado em sua intuituição como forma de

valorizar seu esforço, dedicação, pois afinal ele foi capaz de sobressair entre os demais

participantes.

8- Sobre a sua premiação para participar desta competição você destaca:

(A) contei com o apoio e o incentivo de professores para estudar diversos problemas

matemáticos.

(B) participava das atividades desenvolvidas pela escola destacadas na questão anterior.

(C) não me preparava especificamente para a Olimpíada

(D) outra observação que queira fazer:

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Tal questionamento destinava-se a descobrir qual foi o apoio e icentivos que o mesmo

recebeu, o que resultou na premiação a qual foi comtemplado, também deixamos livre a

opção do entrevistado escolher mais de uma alternativa, ou até se quizesse fazer uma

observação quanto sua participação nesta competição, resultando a nós pesquisadores uma

visão mais ampla perante a competição e seus prêmios.

Gráfico 10 - Resposta da Questão 8

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os dados deste gráfico nos indica que a grande maioria dos medalhistas não se

preparava especificamente para as Olimpíadas de Matemática da Unemat, campus de Sinop,

porém tivemos uma parcela de medalhistas que ressaltaram contar com o apoio e incentivo

dos professores em estudar diversos problemas matemáticos. Também encontramos

medalhistas que nos responderam participar das atividades desenvolvidas em suas instituições

de ensino a qual frequentavam. Nesta resposta tivemos o medalhista nos deixou a seguinte

observação: “Me preparava sem apoio da escola, nada além do que eles passavam para todos

os alunos”.

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9- Sentiu-se valorizado pela participação na competição? Caso sim, destaque algum(s)

ponto(s) no(s) qual(s) pôde sentir essa valorização.

(A) o reconhecimento da família.

(B) a partir do resultado recebi bolsa de estudo.

(C) a divulgação realizada pela escola foi importante para incentivar meus estudos.

(D) o reconhecimento dos professores.

(E) a ampliação da auto-estima e reconhecimento pessoal.

(F) não.

Esta questão busca averiguar se os medalhistas sentiram-se valorizados em participar

do evento e, em caso afirmativo, que o mesmo destaque dentre as opções apresentadas, as que

melhores enquadrarem em seu perfil, podendo escolher quantas alternativas acreditasse ser

oportunas para a concretização de seu pensamento.

Gráfico 11 - Resposta da Questão 9

Fonte: Elaborado pelo autor.

Neste gráfico de barras comprovamos que os respectivos medalhistas detacaram em

primeiro lugar ter a ampliação da autoestima e o reconhecimento pessoal valorizado, em

seguida tivemos empate entre o reconhecimento da família e o reconhecimento dos

professores, todavia ainda tivemos estudantes que sentiram-se valorizados quando a escola

divulgou os resultados incentivando os respectivos a estudar cada vez mais. Apenas dois

medalhistas responderam não sentir-se valorizado pela participação na competição.

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Esta análise nos resulta em acreditar que as Olimpíadas exerce uma grande influência

para com a ampliação da autoestima de seus medalhistas, sentindo-se valorizados ao

receberem o prêmio, pois afinal entre tantos competidores, os mesmos foram premiados.

10- Sua participação nas Olimpíadas de Matemática da Unemat influênciou sua escolha

profissional? Comente sobre.

O objetivo desta questão dissertativa é analisar se as Olimpíadas de Matemática da

Unemat influenciou ao medalhista quanto a sua escolha profissional.

Nesta questão obtivemos uma gama de respostas, das quais influenciaram

significamente em nossa conclusão e dentre as respostas elencamos as que mais nos

chamaram atenção:

Eu já tinha uma escolha profissional em mente um bom tempo antes da premiação,

desde a época das primeiras participações, e o bom desempenho no evento fez com

que eu afirmasse a ideia que tinha e prosseguisse no caminho que havia escolhido

eliminando qualquer dúvida sobre essa escolha. (Medalhista ).

Para este participante as Olimpíadas serviu como um fator preponderante de incentivo

na escolha de sua carreira profissional, mesmo deixando claro que tinha escolhido seu futuro

profissional antes da obtenção da medalha.

Apreciamos também a subsequente contribuição do Medalhista : “Talvez, porque ao

saber que a matemática é uma das minhas matérias preferidas, comecei a pensar no curso de

engenharia química. Mas como não concluí o Ensino Médio e tenho mais um ano para

decidir, não possuo uma opinião fixa”.

Nesta fala o entrevistado deixa nos claro que seu bom desempenho no evento foi

consequência de suas preferências para com a disciplina de matemática, porém ainda não

tomou a decisão de qual carreira profissional irá seguir, mas nos incinua que provalvelmente

seguirá os caminhos direcionados para a área das engenharias.

Outra resposta relevante seria:

A participação nas Olimpíadas de Matemática nortearam-me ainda mais para a área

de exatas, porém soube da colocação apenas quando já estava cursando a graduação.

Houve falha na comunicação e talvez isso (conhecer o meu potencial) poderia ter me

aberto outros horizontes. E outra, eu não recebi nenhuma premiação, fiquei sabendo

apenas depois. (Medalhista ).

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Intuímos que para este medalhista as Olimpíadas reforçou suas metas para com a

escolha de seu curso de graduação, o qual se enquadra na área das exatas, e o mesmo ainda

ressalta que ocorreram falhas na divulgação dos resultados o que ocasionou lacunas das quais

ficaram presentes em sua resposta acima, criando um sentimento de frustação na mente deste

medalhista, pois afinal o mesmo só tomou ciência de que havia conquistado um lugar no

podio após ter acontecido as premiações.

O medalhista forneceu o imediato juízo: “Nunca tive certeza de qual carreira seguiria

mas, sempre gostei da área de exatas. Depois que fui medalhista percebi que era realmente

boa na área e acabei optando pelo curso de engenharia civil”.

Nesta fala entendemos que as Olimpíadas teve um importante incentivo para com a

escolha de seu curso na área das engenharias, afinal em torno de seus caminhos a serem

traçados para com sua trajetória profissional, restava ainda dúvidas, das quais este evento

auxilíou em suas decisões para com sua escolha do curso superior a ser seguido.

A seguir expomos também opinião: “ Não. A matemática sempre foi uma área do meu

interesse e que eu sempre tive facilidade, por isso decidi participar das Olimpíadas. No

entanto, sempre quis fazer medicina, mesmo tendo cogitado partir para um curso de exatas”.

Medalhista .

Percebemos que para este medalhista as Olimpíadas não exerceram influência na sua

escolha em seu curso de graduação, mas seu bom desempenho no evento foi consequência de

seus interesses para com a disciplina de matemática e suas facilides em desenvolver

mecanismos que servissem como ferramentas de auxilío na busca de soluções dos problemas

apresentados neste evento.

Outro conceito que apresentamos é:

Na verdade não, pois já tinha em mente o que desejava fazer antes mesmo de

participar das Olimpídas de Matemática. Apesar de, num primeiro momento, por

não ter sido aprovado na primeira vez que prestei o concurso pra instituição em que

me encontro estudando, interessei-me pela área de exatas, e cursei os dois primeiros

semestres do curso de bacharelado em engenharia civil na Unemat, campus Sinop.

(Medalhista ).

Este conceito nos remete a acreditar que as Olimpíadas não foi um fator preponderante

para com sua escolha profissional, mesmo que ele tenha cursado durante um ano o curso das

áreas das engenharias, seus objetivos falaram mais alto, impulsionando a se dedicar cada vez

mais em suas metas para com sua profissão, resultando na consolidação de seu sonho através

se seu ingresso na Academia Militar das Agulhas Negras, a qual era sua fonte de inspiração.

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O Medalhista descreve sua opinião com as seguinte palavras:

A Olimpíada de Matemática não me influenciou na escolha profissional, pois desde

muito pequeno eu tenho por paixão a área da saúde, mais especificamente a

medicina, tanto que continuo estudando para os vestibulares com o objetivo de

adentrar em medicina e ressalva deve ser feita à matemática nesse sentido já que

meu melhor desempenho tanto no ENEM quanto nos demais vestibulares é na área

de ciências exatas. (Medalhista ).

Nesta contribuição apreendemos que as Olimpíadas não modificaram seu foco da área

da saúde, pois suas metas falaram mais alto, mesmo ainda não ter conseguido ingressar em

um curso de graduação, ele não muda de opinião, o que nos deixa contente no sentido de que

um curso de graduação deve ser realizado, não apenas como uma formação a qual o mercado

de trabalho está exigindo e sim uma realização para com seu futuro profissional.

Na sequência tivemos este pensamento:

Sim, participar desta Olimpíada me fez perceber que meu raciocínio e minha

capacidade matemática me permitiram fazer um curso que exigisse essas

habilidades. Após pensar muito decidi fazer Engenharia Mecânica, o que com

certeza foi uma das melhores escolhas em minha vida. (Medalhista ).

Neste pensamento pressupomos que a Olimpíada é capaz de exercer influência na

escolha do curso superior a ser seguido, pois faz com que o participante seja capaz de

visualizar suas características, as quais estavam presentes em si próprio, mas não eram

exercitadas, ou seja não estavam recebendo seu devido reconhecimento. Contudo, a obtenção

da medalha pode proporcionar o sucesso em sua escolha profissional.

Nesta fala o medalhista descreve que:

Não. Sempre gostei de matemática, mas na escolha de um curso superior, a física e a

geometria vêm atreladas, e são duas matérias que fujo ao máximo, devido à

dificuldade que tenho. Como gosto da área de linguagens e das humanas, escolhi

Direito, mas estou feliz por ter a opção de seguir no Direito tributário, e tenho a

intenção de talvez trabalhar no Tribunal de Contas, onde a matemática estará

presente.(Medalhista ).

Notamos que este medalhista sempre teve um apreço para com a disciplina de

matemática, porém, durante sua vida escolar tanto no ensino fundamental quanto no médio,

apareceram algumas dificuldades, das quais não foram sanadas, o que resultaram em lacunas,

proporcionado um sentimento de repulso para com a escolha de sua carreira profissional,

forçando deste modo a despertar outros rumos diante das outras áreas de conhecimento,

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todavia devemos ressaltar que a mesma tem um sonho de trabalhar no Tribunal de Contas, o

qual tem a matemática para nortear suas estratégias.

Nesta penúltima resposta o medalhista proporcionou o seguinte pensamento:

Acho que não, quando tinha 11 anos me interessei por informática mais

especificamente a parte de Hardware, fiz cursos na área e adquiri o conhecimento

que eu desejei ter, mas dois anos depois conheci a programação web voltada para

web sites e sistemas online e este ano me formei como técnico de informática para

internet. Atualmente trabalho como programador e me sinto realizado na profissão

que estou mas é claro que pretendo me graduar futuramente. (Medalhista ).

Neste pensamento podemos considerar que as Olimpíadas não agiram como fator

preponderante para sua escolha profissional, pois seu desejo pela informática o impulcionou

a realizar suas metas profissionais, mas devemos ressaltar que nestas linhas o mesmo deixa

presente que ainda pretende cursar uma graduação.

Finalisando nossa análise tivemos último pensamento do medalhista , que relata:

Eu sempre gostei muito de Exatas, e sempre me dei muito bem com a matemática.

Entretanto acabei optando pela área de Biológicas, sendo assim as olimpíadas não

influenciaram nesse ponto. Por outro lado, apesar de não me ajudar na escolha da

futura carreira, as Olimpíadas de Matemática me ajudaram na preparação para

alcaçar a vaga no curso superior, sendo portanto de grande valor para minha

formação. (Medalhista ).

Estas palavras contribuiram para detectarmos que para este medalhista as Olimpíadas

de Matemática não teve ascendência sobre sua escolha profissional, mas ele tem grande

apreço por ter participado na competição, pois sua participação no evento auxiliou no

processo de preparação para o vestibular de medicina, o que resultou em sua aprovação para o

curso que tanto almejava para seu futuro profissional .

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa foi elaborada com o enfoque em averiguar se as Olimpíadas de

Matemática da Unemat – Campus de Sinop, contribuiu para valorização dos estudos na vida

dos medalhistas, se este evento promoveu incentivo na tomada de decisão com seu curso

superior na área das exatas.

Constatamos que a grande maioria dos medalhistas seguiram na área das engenharias,

as quais seguem próximo das áreas das exatas. Contudo, ainda encontramos vários fatores

positivos como a vontade de querer estudar matemática, seu desenvolvimento perante seu

raciocínio lógico, a valorização de seus familiares e de seus professores e ampliação de sua

autoestima e todos estes fatores nos ajudaram a compreender que este evento não norteia

apenas na obtenção de uma medalha, mas que seu foco é propiciar alterações significativas na

vida do estudante que o vivencia.

Conseguimos também detectar que dentre os medalhistas, alguns obtiveram medalhas

em vários anos consecutivos. Outro fator relevante que encontramos foi que a grande maioria

dos entrevistados não se preparava especificamente para o evento, mas que eles já

despertavam um certo interesse para com a disciplina de matemática.

Outro ponto importante e que nos serve de reflexão foi a análise das premiações no

que se refere às questões de gênero, além das desigualdades apresentadas em relação às

escolas públicas e particulares.

Destacamos que a realização desta pesquisa foi muito significativa, pois a cada nova

descoberta éramos contemplados por situações únicas, as quais ficarão marcadas para sempre,

mas ressaltamos que desejamos que esta pesquisa estimule novos pesquisadores a criarem

novas discussões, pois almejamos que sejam elaborados novos trabalhos com este tema, afinal

as Olimpíadas de Matemática da Unemat – Campus de Sinop é um evento que incentiva a

aprendizagem da matemática nas escolas municipais, estaduais e particulares de nosso

município.

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SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação/Edna Lúcia

da Silva, Estela Muszkat Menezes. – 3. Ed. rev. atual. – Florianópolis: Laboratório de Ensino

a Distância da UFSC, 2001.

TAPIA, J. A. e FITA, E. C. A motivação em sala de aula: o que é, como se faz. 2. ed. – São

Paulo: Loyola, 1999. p. 77-78-79.

TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em

educação: O Positivismo, A fenomenologia, O marxismo. São Paulo: Atlas, 1987. p. 131.

VIEIRA, S. Elementos de Estatística. 4. ed. – São Paulo: Editora Atlas, 2011. p. 56-61.

Material da Internet

RIO DE JANEIRO. PROCESSO DE SELEÇÃO PARA FORMAÇÃO DAS EQUIPES

INTERNACIONAIS. Disponível em:

http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/selecao_internacional.html.

Acesso em 23 de agosto de 2013.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MEDALHISTAS

“AS CONTRIBUIÇÕES DAS OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA DA UNEMAT,

CAMPUS DE SINOP SEGUNDO ALUNOS PARTICIPANTES MEDALHISTAS”

QUESTIONÁRIO AVALIATIVO

Nome: _______________________________________________________________________

Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )

1 – Em quantas edições das Olimpíadas de Matemática da Unemat - Campus de Sinop você

participou?

2- No ano (s) em que foi premiado estudava em escola:

( ) pública ( ) particular ( ) particular e pública (se houve transferência de escola)

3 – No momento você:

( ) ainda não concluiu o Ensino Fundamental ou Médio

( ) concluiu o Ensino Médio e atualmente é aluno de graduação

( ) concluiu o Ensino Médio, mas não é aluno de graduação.

( ) já concluiu a graduação

4 – Se é aluno de graduação ou já concluiu, mencione o curso e a instituição de ensino nos quais é ou

foi aluno.

5 – Durante o período do Ensino Fundamental e/ou Médio participou de outras olimpíadas científicas?

Se sim, mencione quais foram.

6 - Sobre a contribuição da participação nas Olimpíadas de Matemática da Unemat em relação ao

estudo de matemática, você pode mencionar que:

( ) a partir da participação nesta competição senti-me motivado a estudar Matemática

( ) antes de participar desta competição já despertava interesse pela matemática, mas a participação

reforçou minha vontade em estudá-la.

( ) participar desta competição ajudou-me a desenvolver melhor o raciocínio lógico

( ) não notei contribuição neste sentido

( ) outra observação que queira fazer:_____________________________

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7 – Assinale alguma(s) estratégia(s) elaborada(s) pela escola para motivar e preparar os alunos para as

Olimpíadas de matemática.

( ) resolução de problemas em sala de aula

( ) a escola incentivava, mas não tinha nenhuma estratégia específica para participação dos alunos.

( ) os professores ministravam aulas em horários alternativos para a preparação dos alunos

( ) havia premiação interna para os melhores colocados

( ) a escola divulgava as monitorias realizadas na Unemat

( ) a escola não incentivava a participação dos alunos

8 – Sobre a sua preparação para participar desta competição você destaca:

( ) contei com o apoio e o incentivo de professores para estudar diversos problemas matemáticos

( ) participava das atividades desenvolvidas pela escola destacadas na questão anterior

( ) não me preparava especificamente para a Olimpíada

( ) outra observação que queira fazer:_________________________________________

9 – Sentiu-se valorizado pela participação na competição? Caso sim, destaque algum(s) ponto(s) no(s)

qual(s) pôde sentir essa valorização.

( ) o reconhecimento da família

( ) a partir do resultado recebi bolsa de estudo

( ) a divulgação realizada pela escola foi importante para incentivar meus estudos

( ) o reconhecimento dos professores

( ) ampliação da autoestima e reconhecimento pessoal

10 – Sua participação nas Olimpíadas de matemática da Unemat influenciou sua escolha profissional?

Comente sobre.

Pesquisador: Alex Andrade Pio da Costa

Orientadora: Prof.ª Ma. Chiara Maria S. L. Dias

Objetivo: Avaliar as repercussões pessoais e profissionais de alunos medalhistas decorrentes da

participação e da premiação no concurso.

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APÊNDICE B – ALFABETO GREGO

- Alpha (alfa) - Nu

- Beta - Xi

- Gamma (gama) - Omicrom

- Delta - Pi

- Épsilon - Rho

- Zeta - Sigma

- Eta - Tau

- Theta (teta) - Upsilon

- Iota - Phi

- Kappa - Chi

- Lambda - Psi

- Mu - Omega