Revista Verde-Oliva Nº 204

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1 ANO XXXVIII – Nº 204 – JAN/F EV/MAR 2010 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO E XÉRCITO BRASÍLIA-DF • ANO XXXVIII • Nº 204 • J AN/FEV/MAR 2010

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1 – ANO XXXVIII – Nº 204 – JAN/FEV/MAR 2010

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITOBRASÍLIA-DF • ANO XXXVIII • Nº 204 • JAN/FEV/MAR 2010

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Editorial

Chefe do CCOMSEx:Gen Bda Carlos Alberto Neiva BarcellosSubchefe do CCOMSEx:Cel QMB QEMA Eduardo Arnaud CyprianoChefe de Produção e Divulgação:Cel Cav QEMA Hertz Pires do Nascimento

CONSELHO EDITORIALCel Cav QEMA Fabiano Souto MartinsCel Cav QEMA Hertz Pires do NascimentoCel R/1 Jefferson dos Santos Motta

SUPERVISÃO TÉCNICACel R/1 Jefferson dos Santos Motta

REDAÇÃOMaj QCO Edson de Campos SouzaCap QCO Ana Claudia Bastos Roen dos Santos

PROJETO GRÁFICO1º Ten QAO Adm G Osmar Leão Rodrigues1º Ten OTT Aline Sanchotene Alves1º Ten QCO Karla Roberta Holanda Gomes MoreiraST Inf Pallemberg Pinto de Aquino

COORDENAÇÃO E DISTRIBUIÇÃOCentro de Comunicação Social do Exército

IMPRESSÃOGRÁFICA BRASILPolo de Desenvolvimento JK – Trecho 01Conj. 09/10/22 – 72549-545 – Santa Maria-DFFone: (61) 3262-1614

TIRAGEM30.000 exemplares – Circulação dirigida(no País e no exterior)

FOTOGRAFIASArquivo CCOMSEx

JORNALISTA RESPONSÁVELMaria José dos Santos Oliveira – RP/DF/MS 3199

PERIODICIDADETrimestral

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAQuartel-General do Exército – Bloco B – Térreo70630-901 – Setor Militar Urbano – Brasília/DFTelefone: (61) 3415-6514 – Fax: (61) 3415- [email protected]ível em PDF na página eletrônica

PUBLICAÇÃO DO CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO (CCOMSE x) NOSSA CAPA

Recorte da logística doExército Brasileiro: instalações

do 11º Depósito de Suprimento(Brasília-DF)

Caro leitorumprindo sua vocação de sempretrazer informações atualizadassobre a Força Terrestre e temas

correlatos com qualidade, esta edição daRevista VRevista VRevista VRevista VRevista Verererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva se inicia com aentrevista do Dr. Flavio Flores daFlavio Flores daFlavio Flores daFlavio Flores daFlavio Flores daCunha BierrenbachCunha BierrenbachCunha BierrenbachCunha BierrenbachCunha Bierrenbach, à época Ministrodo Superior Tribunal Militar. Em seguida,percorreremos os caminhos da logística noExército Brasileiro, foco central destaedição. Vamos acompanhar sua evoluçãohistórica, que culminou com a criação doComando Logístico (COLOG), uma novaestrutura organizacional, com modernaconcepção de emprego e nova postura parasua execução no Exército Brasileiro.

Essa visão sistêmica remete a umprocesso de modernização e de busca denovos conceitos do suporte logístico. Paracompreendermos essa moderna realidadeorganizacional e funcional, há matériasespecíficas sobre os órgãos subordinadosao COLOG, tais como a Diretoria deMaterial (DMat), a Diretoria deFiscalização de Produtos Controlados(DFPC) e a Diretoria de Material deAviação do Exército (DMAvEx).

O artigo sobre o Laboratório deAnálise de Material de Intendência (LAMI)nos apresenta um órgão com instalaçõesúnicas no Exército, para bem cumprirsua missão de aperfeiçoar o controlede qualidade do fardamento e do

equipamento adquiridos pela Força emapoio aos processos de aquisição. No temaseguinte, o Laboratório de Inspeção deAlimentos e Bromatologia (LIAB).

Ainda no campo logístico, podemosconhecer os trabalhos envolvidos naprodução do “cavalo militar” e atividadescorrelatas necessárias, desenvolvidos pelaCoudelaria de Rincão (RS), cuja meta ésuprir todas as necessidades de equinos doExército. Como encerramento do tema,acompanhamos a criação da Base de ApoioLogístico do Exército, dentro desseprocesso de reestruturação da logísticamilitar terrestre.

Boa parte da história militar do Brasil, apartir do início do século XIX, pode seracompanhada na trajetória do 6º Batalhãode Infantaria Leve - Caçapava (SP). O“Regimento Ipiranga” está intimamenteligado a vários acontecimentos quemarcaram nossa história nesse período.Interessante, também, acompanhar otrabalho da Policlínica Militar de Niterói(RJ), prestando assistência no sentido demelhorar a qualidade de vida e a satisfaçãoda família militar da guarnição.

O Brasil, em sua riqueza histórica,pode ser vislumbrado nos textos emhomenagem aos 130 anos de falecimentodo General OsórioOsórioOsórioOsórioOsório; no cruzamento daimigração e colonização alemã no sul doPaís com o relato de criação do 19ºBatalhão de Infantaria Motorizado; os

fortes construídos na Bahia (6ª RegiãoMilitar) confundindo-se com a fundação dacidade de Salvador; os 60 anos da trajetóriada Escola Superior de Guerra e as ilustrespersonalidades do cenário político que porela passaram; e, por fim, a Batalha doJenipapo, decisiva para a Independência doBrasil e a consolidação do territórionacional.

Entre os temas mais recentes, VVVVVerererererde-de-de-de-de------OlivaOlivaOlivaOlivaOliva traz a Operação Laguna, umExercício de Adestramento Combinadorealizado pelas Forças Armadas Brasileirasno estado do Mato Grosso do Sul, umrelato sobre a catástrofe provocada peloterremoto no Haiti, destacando as ações doEB e uma homenagem aos heróis quemorreram no cumprimento dessa missãode paz.

Encerrando nossas matérias, há umtexto alusivo às comemorações docentenário da Diretoria de Controle deEfetivos e Movimentações (DCEM) e,como “personagem de nossa história”,fechamos a VVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva com umapersonalidade intrinsecamente ligada àlogística: o Marechal OlympioOlympioOlympioOlympioOlympioFalconieri da CunhaFalconieri da CunhaFalconieri da CunhaFalconieri da CunhaFalconieri da Cunha.

Tenham todos uma leitura bastanteproveitosa.

C

Gen Bda Carlos Alberto NeivaCarlos Alberto NeivaCarlos Alberto NeivaCarlos Alberto NeivaCarlos Alberto NeivaBarcel losBarcel losBarcel losBarcel losBarcel los

Chefe do CCOMSEx

É permitida a reprodução de artigos, desde que citada a fonte, exceto das matérias que contiverem indicação em contrário.

www.exercito.gov.br

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Sumário

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Entrevista - Dr. Flavio Flores da Cunha Bierrenbach

A criação do Comando LogísticoLogística Operacional - Um objetivo a ser alcançado

Diretoria de Material - Projetos, manutenção, aquisições e modernização

Diretoria de Fiscalização de Produtos ControladosDiretoria de Material de Aviação do Exército - Fazer voar e combater

Laboratório de Análise de Material de Intendência

A inspeção de alimentosCoudelaria de Rincão - Remonta e Veterinária

Base de Apoio Logístico do Exército - Uma realidade

Regimento Ipiranga - 6º Batalhão de Infantaria Leve

Policlínica Militar de Niterói - Assistência à saúde de primeiro mundo

Acompanhe nesta EdiçãoAcompanhe nesta EdiçãoAcompanhe nesta EdiçãoAcompanhe nesta EdiçãoAcompanhe nesta Edição

Coragem! Eu venci o mundo - Homenagem aos 130 anos

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de falecimento do General Osório

A Imigração Alemã no Brasil e o 19º Batalhão de Infantaria Motorizado

Os Fortes da 6ª Região Militar

Escola Superior de Guerra - 60 anos de trajetória

Batalha de JenipapoOperação Laguna - Marinha, Exército e Aeronáutica na Fronteira Oeste

Terremoto no Haiti

100 anos da DCEM*Personagem da Nossa História - Marechal Olympio Falconieri da Cunha

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53 * Diretoria de Controle de Efetivos e Movimentações

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Caro Leitor,Nesta primeira edição de 2010, gostaríamos de lembrar que este espaço é reservado

para você. Envie a sua opinião, que é de extrema importância para nós.Equipe Verde-Oliva

Espaçodo Leitor

redacaoredacaoredacaoredacaoredacao@e@e@e@e@exxxxxererererercito.govcito.govcito.govcito.govcito.gov.br.br.br.br.br

Erramos:Erramos:Erramos:Erramos:Erramos: Edição nº 203, página 50, 1º parágrafo - onde se lê “Panizutti “, leia-se “Panizzutti”; onde se lê “28 de julho de1834”, leia-se “28 de julho de 1934”.

Meus parabéns à Revista VVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva do trimestre passadopela reportagem de capa sobre o nosso Sistema Colégio Militardo Brasil. Pode-se perceber o empenho em buscar informaçõesconcretas e atualizadas, belas fotos e, em minha percepção,emocionantes relatos de conquistas de alunos, proporcionandouma ótima oportunidade de conhecimento do Sistema aosleitores. Como integrante do SCMB, fiquei muito feliz com odestaque que deram a nossos Colégios.

Maj Maria Cristina Santiago da SilveiraMaj Maria Cristina Santiago da SilveiraMaj Maria Cristina Santiago da SilveiraMaj Maria Cristina Santiago da SilveiraMaj Maria Cristina Santiago da SilveiraColégio Militar de Juiz de Fora

Recebemos com muita alegria a VVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva nº 203, quetem como capa nossos alunos vencedores do Sistema ColégioMilitar do Brasil. Pela excelente qualidade da matéria e fotos,com certeza, é uma ferramenta poderosa de divulgaçãoinstitucional do SCMB e do Exército.”

Cap VCap VCap VCap VCap Valéria Soutoaléria Soutoaléria Soutoaléria Soutoaléria SoutoColégio Militar de Juiz de Fora

“Contando com a gentileza do Chefe de Instrução do Tirode Guerra local, tenho recebido periodicamente a RevistaVVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva . Apraz-me estar informado sobre as atualidades ehistória do nosso Querido Exército e, nessa última edição,verificamos a grandeza e importância dos Colégios Militares nodesenvolvimento de seus alunos na esteira de nossa Nação.Parabéns!”

Elcimar Almeida de Paula, TElcimar Almeida de Paula, TElcimar Almeida de Paula, TElcimar Almeida de Paula, TElcimar Almeida de Paula, Ten Cel PMMGen Cel PMMGen Cel PMMGen Cel PMMGen Cel PMMGComandante do 31 BPMConselheiro Lafaiete-MG

A Revista VVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva especial sobre a participação do EBno Haiti, além de mostrar os avanços que a presença brasileiraestá conseguindo naquele sofrido país, através das missõesexecutadas pelos militares brasileiros, ainda traz uma radiografiade como funcionam os departamentos que cuidam das missõesde paz na ONU, assim como a participação brasileira neles.Sem sombra de dúvidas, um material de leitura obrigatória paraaqueles que se dedicam ao estudo das relações internacionais ediplomacia.”

Luiz EduarLuiz EduarLuiz EduarLuiz EduarLuiz Eduardo Silva Pardo Silva Pardo Silva Pardo Silva Pardo Silva Par reirareirareirareirareiraAdvogado e estudioso de Relações Internacionais

e Direito Internacional

“Quero aqui parabenizar a equipe VVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva pela excelenteedição especial de nº 202, que trata da atuação das tropasbrasileiras na missão das Nações Unidas (MINUSTAH). Deixabem claro o trabalho dos brasileiros, desde a preparação até ocumprimento da missão. A tropa brasileira já era uma mão amigae agora, com o terremoto que atingiu o Haiti, é que eles vãoprecisar mais ainda da nossa ajuda. Parabéns!”

Fábio Cesar MattosFábio Cesar MattosFábio Cesar MattosFábio Cesar MattosFábio Cesar MattosEx-integrante da MINUSTAH

Bar ra do Garças-MT

Recebi um exemplar da Revista VVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva pouco tempoapós a solicitação que fiz. Espero continuar recebendoregularmente, já que elas me são muito úteis, pois escrevomensalmente uma publicação no Círculo Militar de Campinasem que coloco artigos de interesse de companheiros edo público em geral. Quero externar meus sincerosagradecimentos. Um abraço amigo aos companheiros.”

Cel Ref Eliz Luiz TCel Ref Eliz Luiz TCel Ref Eliz Luiz TCel Ref Eliz Luiz TCel Ref Eliz Luiz T. Serafim. Serafim. Serafim. Serafim. SerafimCampinas-SP

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E n t r e v i s t a

Dr Flavio Flores da Cunha BierFlavio Flores da Cunha BierFlavio Flores da Cunha BierFlavio Flores da Cunha BierFlavio Flores da Cunha Bier renbachrenbachrenbachrenbachrenbach énatural da cidade de São Paulo-SP e, porocasião da entrevista, era Ministro Togado do

Superior Tribunal Militar.Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito

da Universidade de São Paulo, foi bolsista daInter-American University Foundation da Universidadede Harvard, USA, e fez o curso de pós-graduação emDireito Constitucional na Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo.

Advogado, inscrito na Ordem dos Advogados doBrasil, foi Procurador do Estado de São Paulo, porconcurso público. Participou como membro de inúmerosconselhos, comissões e associações que enobrecem asua carreira de magistrado.

Foi Vereador à Câmara Municipal de São Paulo,Deputado Estadual e Deputado Federal também porSão Paulo, este último no período de 1983 a 1986.

Autor de várias publicações, o Ministro Dr FlavioFlavioFlavioFlavioFlavioBierBierBierBierBierrenbachrenbachrenbachrenbachrenbach possui inúmeros títulos e condecoraçõescivis e militares.

Nomeado Ministro do Superior Tribunal Militar, emdezembro de 1999, foi eleito Vice-Presidente daquelaCorte no biênio 2005/2007.

Convidado pelo CCOMSEx, nas páginas que seguemos ilustres leitores conhecerão a opinião do Ministro,nas perguntas formuladas pela Revista VO.

O

Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO – – – – – Ministro, como o senhor vê a aprovaçãoda Lei da Anistia no ano de 1979?

DrDrDrDrDr. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bierrenbach renbach renbach renbach renbach ––––– No ano de 1979, o ciclo militarimplantado no Brasil, a partir de 1964, completava 15anos e já dava sinais de esgotamento. Nas eleições de 1974e 1978, e na eleição municipal de 1976, a oposição játivera estrondosas vitórias. Então, em 1979, o movimentopela anistia já havia chegado às ruas.

É preciso dizer que esse movimento começou com amulher de um militar, Dona TTTTTerezinha Zerbinierezinha Zerbinierezinha Zerbinierezinha Zerbinierezinha Zerbini, viúva doGeneral Euríades ZerbiniEuríades ZerbiniEuríades ZerbiniEuríades ZerbiniEuríades Zerbini. Tendo à frente a bandeira deluta da anistia, percorreu praticamente todo o País,sensibilizando tanto a sociedade civil como algunsintegrantes das Forças Armadas, e isso ocorreu porque aanistia é uma tradição histórica brasileira.

Na República, a partir de sua proclamação, o Brasilteve nove anistias, vivendo uma democracia intermitente apartir dessa data. Todos os movimentos político-militares,alguns deles com grande derramamento de sangue, sópermitiram o reencontro da sociedade brasileira depois queveio a anistia. Porém a anistia não é uma tradiçãorepublicana, ela é uma tradição que precede a República.

Durante a Regência e durante o Império, o Brasiltambém viveu oito revoltas regionais, algumas delas decaráter separatista. O Brasil poderia ter tido o mesmodestino da América Espanhola, que se fragmentou em umadezena de países.

Hoje, esses nomes são todos pitorescos. Aprende-seno estudo da história do Brasil sobre a Cabanagem, noPará; a Balaiada, no Maranhão; a Insurreição Praieira, emPernambuco; a República Juliana, em Santa Catarina; e aGuerra dos Farrapos, que durou dez anos, no Rio Grandedo Sul, mas a história registrou que esses movimentos foramextraordinariamente sangrentos, deixando marcas profundasna sociedade brasileira.

D. PPPPPedredredredredro IIo IIo IIo IIo II , o Imperador, não custava a anistiar osvencidos. O Duque de Caxias Duque de Caxias Duque de Caxias Duque de Caxias Duque de Caxias passou para a história como codinome de “O Pacificador” porque anistiava, porqueestendia a mão para os vencidos, porque perdoava osexcessos, que, numa época de exceção, são semprecometidos por todos os lados.

Em 1979, o Brasil estava chegando nesse ponto. Maisdo que um território, do que um Estado e mais do queuma etnia, o que caracteriza uma Nação é um projeto deconvivência, um projeto de convivência comum entre aspessoas. Um é militar, outro é civil, moram em lugaresdiferentes. Porém, agora, a Pátria comum impôs um projetode convivência. A anistia é o coroamento do projeto deconvivência no qual se busca, em primeiro lugar, fazer areconciliação entre irmãos que se odiavam, estavam sematando uns aos outros. Em segundo lugar, busca-se averdade, porque o povo tem o direito de saber a verdadesobre a sua história.

Então, a reconciliação implica olhar para a frente; e averdade, olhar para trás. O momento da anistia exige essesdois movimentos: olhar à frente, para estender a mão, eolhar para trás, para saber o que foi feito.

Há um filósofo que diz que a história tem de ser contada,até para que ela não seja repetida. A nossa história, a históriado Brasil, tem momentos de grande altivez, tem momentosde grande generosidade, que nos enchem de orgulho, mastambém tem momentos escabrosos e abjetos, e é precisoque sejam conhecidos, não é possível esquecê-los.

No tempo da anistia, eu era Deputado Estadual emSão Paulo quando foi convocada a Assembléia NacionalConstituinte, nos anos de 1985 e 1986, ocorrendo umgrande processo de negociação, e o tema foi amplamentedebatido.

Portanto, na minha avaliação, eu penso não existir basejurídica ou política para punições. Agora, para a aberturade arquivos, sim, para contar a história tal como elaaconteceu. Essa é a minha opinião.

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Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO ––––– Ministro, o senhor acredita que aLei da Anistia vem cumprindo os seus objetivos?

DrDrDrDrDr. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bierrenbach renbach renbach renbach renbach ––––– A Lei da Anistia vem cumprindoos seus objetivos, porque, naquela época, em 1979,permitiu, como era o seu principal foco, que regressassemgrandes contingentes de brasileiros proscritos do territórionacional, por que faziam parte do polo afastado do poder.

Tivemos Presidente da República, Governadores deEstado que voltaram para o Brasil. O Presidente FFFFFernandoernandoernandoernandoernandoHenrique CarHenrique CarHenrique CarHenrique CarHenrique Cardosodosodosodosodoso foi anistiado; o Governador de SãoPaulo, José SerJosé SerJosé SerJosé SerJosé Serrarararara, está aí participando do processo político;e o Governador José ArJosé ArJosé ArJosé ArJosé Arraes raes raes raes raes voltou depois de muito tempono exílio, por ser uma figura abominada por alguns setoresdo regime da época. Voltaram e a vida prosseguiu comesse projeto de convivência entre contrários.

A história do Brasil mostra que a unidade das soluçõessempre é fruto da pluralidade das ideias.

Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO – – – – – Qual a sua opinião a respeito darevisão da Lei da Anistia?

DrDrDrDrDr. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bierrenbach renbach renbach renbach renbach ––––– Na verdade, como Juiz doSuperior Tribunal Militar, desde que entrei no judiciário,procurei não opinar a respeito de temas que, em primeirolugar, estejam em discussão no Congresso Nacional, que éum outro palco, um outro cenário no qual eu não atuomais, e, em segundo lugar, a própria lei não me permiteopinar a respeito de qualquer processo que amanhã oudepois possa chegar ao meu julgamento.

Então, eu não tenho uma opinião política a respeito darevisão da Lei da Anistia. Acho que essa anistia basicamentecumpriu com os seus objetivos, mas o lapso de tempo quedecorreu de 1979 até hoje, eventualmente, exigirá algunsajustes.

Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO – – – – – O senhor se referiu ao Patrono do Exército,Duque de Caxias, pela alcunha que teve de “O Pacificador”,devido à forma com que tratava os seus oponentes. Qual asua opinião a respeito desse aspecto do Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias?

DrDrDrDrDr. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bierrenbach renbach renbach renbach renbach ––––– Eu acho que são dois assuntosque correm paralelos, como se fossem trilhos de uma

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DrDrDrDrDr. Flavio Flores da Cunha Bier. Flavio Flores da Cunha Bier. Flavio Flores da Cunha Bier. Flavio Flores da Cunha Bier. Flavio Flores da Cunha BierrenbachrenbachrenbachrenbachrenbachMinistrMinistrMinistrMinistrMinistro do Superior To do Superior To do Superior To do Superior To do Superior Tribunal Militarribunal Militarribunal Militarribunal Militarribunal Militar

Então, a reconciliaçãoEntão, a reconciliaçãoEntão, a reconciliaçãoEntão, a reconciliaçãoEntão, a reconciliaçãoimplica olhar para aimplica olhar para aimplica olhar para aimplica olhar para aimplica olhar para a

frente; e a verfrente; e a verfrente; e a verfrente; e a verfrente; e a verdade, olhardade, olhardade, olhardade, olhardade, olharpara trás. O momento dapara trás. O momento dapara trás. O momento dapara trás. O momento dapara trás. O momento daanistia eanistia eanistia eanistia eanistia exige esses doisxige esses doisxige esses doisxige esses doisxige esses dois

movimentos: olhar à frente,movimentos: olhar à frente,movimentos: olhar à frente,movimentos: olhar à frente,movimentos: olhar à frente,para estender a mão, epara estender a mão, epara estender a mão, epara estender a mão, epara estender a mão, e

olhar para trás, para saber oolhar para trás, para saber oolhar para trás, para saber oolhar para trás, para saber oolhar para trás, para saber oque foi feito.que foi feito.que foi feito.que foi feito.que foi feito.

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estrada de ferro. Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias e a Anistia são duas paralelas danossa história.

O historiador contemporâneo Arnold TArnold TArnold TArnold TArnold Toynbeeoynbeeoynbeeoynbeeoynbee, talvezo historiador mais referenciado de todos, diz que, em todasas nacionalidades, em todas as histórias, cada povo tem oseu homem decisivo ou seus homens decisivos. E, nahistória do Brasil, existem dois homens decisivos. Homemdecisivo, no nosso caso, significa aquele que, se não tivesseexistido, o Brasil não seria o que é, seria outra coisa.

Eu digo isso porque o Brasil deve sua feição geográficaatual, o seu tamanho e a sua integridade a um homem e auma circunstância. O homem foiCaxias Caxias Caxias Caxias Caxias e a circunstância foi o Café. OCafé deu ao Império os recursos parater um Exército e Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias deu a esseExército comando e nacionalidade,valores que o Exército não tinhanaquela época.

O Exército Brasileiro eradesarticulado, os oficiais, em suamaioria, eram estrangeiros emercenários. Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias foi quemdeu essa característica que é vitalpara qualquer Exército – a naciona-lidade, e também o comando.

No Império, sem dúvida alguma,Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias foi a figura responsável pelanossa unidade nacional e, naRepública, foi o Barão do Rio BrancoBarão do Rio BrancoBarão do Rio BrancoBarão do Rio BrancoBarão do Rio Branco,com seu patriotismo, sua habilidade e sua extraordináriacapacidade de trabalho. Rio BrancoRio BrancoRio BrancoRio BrancoRio Branco na República e CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxiasno Império foram os homens que forjaram o tipo decivilização que o Brasil veio a ter no Século XIX.

Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO – – – – – Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias foi integrante do Superior TribunalMilitar. Qual a contribuição que ele deixou para a JustiçaMilitar?

DrDrDrDrDr. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier renbach renbach renbach renbach renbach ––––– Curioso que, dos grandes vultosmilitares que o Brasil teve, nos tempos do Império, quasetodos fizeram parte da justiça militar. Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias e TTTTTamandaréamandaréamandaréamandaréamandaréfizeram parte da Corte Militar, que, naquela época, chamava--se Conselho Supremo Militar de Justiça. E, emboraparticipando do Conselho de Ministros e tendo deixado marcasnão apenas no Exército, mas também na própria AdministraçãoPública, mesmo assim o Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias fez com que a suapresença na Corte Militar fosse sentida e, até hoje, quando secuida de determinados assuntos em que a fronteira entre ainfração disciplinar e o crime não se revela bem nítida, nósrecorremos a uma jurisprudência do tempo de CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias.

Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO Revista VO – – – – – Gostaríamos de saber que avaliação osenhor faz do Exército Brasileiro na atualidade?

DrDrDrDrDr. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bier. Flavio Bierrenbach renbach renbach renbach renbach ––––– Eu tenho sido testemunha

presente da atuação do Exército Brasileiro dentro e forade nossas fronteiras.

Eu estive, nesses últimos anos, sete vezes no TimorLeste. Timor Leste é um país pequeno, menor do que oestado de Sergipe, antípoda do Brasil, e não existe lugarmais longe. Eu costumo brincar dizendo que para ir aoTimor Leste, saindo do Brasil, tanto faz ir para qualquerlado. Indo em qualquer direção e fazendo qualquerpercurso, vai se chegar ao Timor Leste, depois de 35 horasde voo e mais tantas horas de espera em aeroportos.

No Timor Leste, encontrei uma tropa brasileirapequena, cerca de 160, 170homens contribuindo para aconsolidação do processo de pazdaquele País, assolado por umaocupação brutal por parte daIndonésia. Uma guerra silenciosa,uma guerra esquecida, que nãoganhou as manchetes dos jornais,mas matou um quarto da po-pulação timorense.

Depois que a paz foiconseguida, formou-se lá umatropa de manutenção de paz, soba égide das Nações Unidas, e oBrasil passou a ter uma presençaimportante.

Eu fui responsável, durantealguns anos, pela coordenação de

um projeto de cooperação na área da justiça, tendo oBrasil enviado para lá vários juízes, promotores, defensorespúblicos e técnicos judiciários.

Nas primeiras vezes em que lá estive, as condiçõeseram precariíssimas e eu ficava nas barracas junto com ossoldados do Exército Brasileiro, muito bem instalado e deacordo com o que tinha de melhor.

Dessa forma, sou testemunha do respeito que osmilitares brasileiros granjearam não só da populaçãotimorense local – povo sofrido e vivendo no limite damiséria –, mas também das outras tropas que lá estavam:australianos, neozelandeses, hindus e outros. Dava paraperceber a integração dos brasileiros com aquela gente.

É pena que esse contingente hoje esteja reduzido aum número tão pequeno de militares e que a presença doBrasil não seja tão marcante como era 7 ou 8 anos atrás.O Timor Leste, embora distante e afastado de tudo, fazparte da comunidade de países de língua portuguesa.

O Brasil mantém uma tropa grande no Haiti, mas, coma dimensão que possui e com a projeção que tem, querter e merece ter, no cenário internacional, as nossasparticipações em operações de paz serão crescentes, cadavez maiores, e para isso é preciso um Exército preparadoe adestrado.(

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...na história do Brasil...na história do Brasil...na história do Brasil...na história do Brasil...na história do Brasileeeeexistem dois homensxistem dois homensxistem dois homensxistem dois homensxistem dois homensdecisivos. (...) Riodecisivos. (...) Riodecisivos. (...) Riodecisivos. (...) Riodecisivos. (...) Rio

Branco na República eBranco na República eBranco na República eBranco na República eBranco na República eCaxias no Império foramCaxias no Império foramCaxias no Império foramCaxias no Império foramCaxias no Império foramos homens que forjaramos homens que forjaramos homens que forjaramos homens que forjaramos homens que forjaramo tipo de civilização queo tipo de civilização queo tipo de civilização queo tipo de civilização queo tipo de civilização que

o Brasil veio a tero Brasil veio a tero Brasil veio a tero Brasil veio a tero Brasil veio a terno Século XIX.no Século XIX.no Século XIX.no Século XIX.no Século XIX.

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história do Órgão de Direção Setorial responsávelpela Logística do Exército Brasileiro tem sua origemna cidade do Rio de Janeiro, ao término da 2ª Guerra

Mundial, em 1946, quando foi criado o DepartamentoGeral da Administração (DGA).

Em meados da década de 50 do século passado, oDGA evoluiu para Departamento de Provisão Geral ( DPG)e, em 1970, foram criados os Departamento Geral deServiços (DGS) e o Departamento de Material Bélico(DMB). Ainda naquela década, esses órgãos foramtransferidos para a Capital Federal.

A

A criação doComando Logístico

O Departamento Logístico (D Log) foi criado em 30de outubro de 2000, por fusão do DGS e do DMB.

Por meio da Portaria nº 247, do Comandante doExército, de 11 de maio de 2007, o D Log foi reconhecidocomo o legatário dos extintos DGS e DMB, garantindo--se, assim, a manutenção das tradições do DGS e do DMBe a preservação de parcela considerável da história dalogística do Exército Brasileiro.

Em 2008, o D Log foi transformado no atualComando Logístico (COLOG). O Exército procura, com isso,uma nova postura na execução de logística da Força Terrestre.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

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10 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Plano de GesPlano de GesPlano de GesPlano de GesPlano de Gestão do Ctão do Ctão do Ctão do Ctão do COLOLOLOLOLOGOGOGOGOGA transformação do Departamento Logístico em

Comando Logístico foi um passo importante para umanova postura na execução da logística no Exército.

A logística operacional passou a ter um tratamentoprioritário, na busca de uma rápida evolução da estruturade paz para uma situação de guerra ou de conflito.

É sempre importante ter em mente que umplanejamento operacional só será viável se acompanhadode um plano de apoio logístico eficiente e eficaz.

Para a melhoria da gestão logística, o ComandoLogístico visualiza, entre outras, as seguintes ações:

– implementar um sistema logístico eficaz, com ênfasena preparação efetiva de todos os seus integrantes(Comando, Diretorias, Regiões Militares, ÓrgãosProvedores, OM de Manutenção e demais OM);

– buscar sempre a descentralização da execução dasatividades logísticas;

– inserir as Regiões Militares no planejamento, naexecução e na fiscalização do processo logístico;

– realizar a aquisição de suprimentos de qualidadepor meio do processo de certificação dos produtosnecessários à cadeia logística;

– desenvolver sistemas automatizados e confiáveis decontrole dos estoques de todas as classes de suprimento;

– tornar a Base de Apoio Logístico do Exército umcomando operacional da execução da logística, necessáriaao emprego da Força Terrestre; e

– tornar o processo de aquisição mais simplificado,objetivando a rapidez na aplicação dos recursos recebidos.

Apesar da rapidez da adoção de muitas medidasnecessárias à transformação do Departamento paraComando, muito há por fazer, o que exigirá detodos os integrantes do Órgão de Direção Setorial (ODS),de suas Diretorias e da Base de Apoio Logístico doExército muita dedicação, soluções originais e criativas,determinação, profissionalismo e espírito de cumprimentoda missão.

Não se pode prever apenas uma mudança de nome,mas uma real transformação na execução da logística noExército Brasileiro. Só assim estaremos inseridos noespírito de grandes Chefes Militares, como, por exemplo,o Gen OOOOOmarmarmarmarmar N N N N Nelsonelsonelsonelsonelson B B B B Bradleyradleyradleyradleyradley, Comandante do Grupo-de--Exército Americano na frente francesa durante a 2ªGuerra Mundial, que dava prioridade absoluta à logística.

10

TTTTTransporte de viatura operacional por meio de aerransporte de viatura operacional por meio de aerransporte de viatura operacional por meio de aerransporte de viatura operacional por meio de aerransporte de viatura operacional por meio de aeronaveonaveonaveonaveonave

Base prBase prBase prBase prBase provisória do BRABAovisória do BRABAovisória do BRABAovisória do BRABAovisória do BRABAT 2 após o terT 2 após o terT 2 após o terT 2 após o terT 2 após o terremoto no Haitiremoto no Haitiremoto no Haitiremoto no Haitiremoto no Haiti

LeoparLeoparLeoparLeoparLeopard 1 A1 em açãod 1 A1 em açãod 1 A1 em açãod 1 A1 em açãod 1 A1 em ação

Manutenção de viaturas Cascavel no Arsenal de GuerManutenção de viaturas Cascavel no Arsenal de GuerManutenção de viaturas Cascavel no Arsenal de GuerManutenção de viaturas Cascavel no Arsenal de GuerManutenção de viaturas Cascavel no Arsenal de Guerra de São Paulora de São Paulora de São Paulora de São Paulora de São Paulo

Gen Omar Nelson BradleyGen Omar Nelson BradleyGen Omar Nelson BradleyGen Omar Nelson BradleyGen Omar Nelson Bradley

TTTTTodo meu empenho dedico àodo meu empenho dedico àodo meu empenho dedico àodo meu empenho dedico àodo meu empenho dedico àatividade logística, pois as decisões deatividade logística, pois as decisões deatividade logística, pois as decisões deatividade logística, pois as decisões deatividade logística, pois as decisões decunho operacional são preocupaçõescunho operacional são preocupaçõescunho operacional são preocupaçõescunho operacional são preocupaçõescunho operacional são preocupaçõesque não há por que eque não há por que eque não há por que eque não há por que eque não há por que exxxxxceder o nívelceder o nívelceder o nívelceder o nívelceder o nível

de Tde Tde Tde Tde Tenente-enente-enente-enente-enente-CorCorCorCorCoronelonelonelonelonel

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11 – ANO XXXVIII – Nº 204 – JAN/FEV/MAR 2010

Consolidação doConsolidação doConsolidação doConsolidação doConsolidação doÓrÓrÓrÓrÓrgão Opergão Opergão Opergão Opergão Operacional do Cacional do Cacional do Cacional do Cacional do COLOLOLOLOLOGOGOGOGOG

Quando da publicação do Decreto para transformaçãodo D Log em COLOG, muito trabalho já havia sido feito.

Reuniões foram se realizando e ideias foram surgindo,num trabalho prolongado e exaustivo, buscandoaperfeiçoar um sistema que se adequasse às necessidadesde uma logística moderna e eficiente.

No campo da logística, alguns conflitos internacionais

recentes trouxeram uma fonte imensamente rica deensinamentos de suma importância e de profundareflexão. A partir de então, a LOGÍSTICA ganhoudestaque nos estudos dos especialistas e pensadoresmilitares.

Pela primeira vez na história, durante a Guerra do Golfo,a “Logística” precedeu a “tática” no campo de batalha.

Outro aspecto essencial levado em conta nos estudosrealizados são os esforços para que os suprimentosestejam sempre disponíveis, em qualidades e quantidadesadequadas, nos locais e oportunidades em que foremnecessários, devido a sua importância para a preservaçãodo potencial humano e a influência que a sua existênciaexerce sobre o moral da tropa. Atento a essa evolução daLogística, o Exército Brasileiro, aproveitando o modelo jáexistente, que serviu como um farol, realizou adaptações,buscando uma logística operacional na dimensão e nagrandeza da Força Terrestre.

Em dezembro de 2008, nascia o COMANDOLOGÍSTICO, que é um amálgama de uma novaestrutura organizacional aliada a uma moderna concepçãode emprego.(

Depósito de Suprimentos Classe I / SECODepósito de Suprimentos Classe I / SECODepósito de Suprimentos Classe I / SECODepósito de Suprimentos Classe I / SECODepósito de Suprimentos Classe I / SECO

BRABABRABABRABABRABABRABATTTTTT 2 recebe viaturas do COLOG, transportadas pelo navioT 2 recebe viaturas do COLOG, transportadas pelo navioT 2 recebe viaturas do COLOG, transportadas pelo navioT 2 recebe viaturas do COLOG, transportadas pelo navioT 2 recebe viaturas do COLOG, transportadas pelo navioDesembarDesembarDesembarDesembarDesembarque de Carque de Carque de Carque de Carque de Carrrrrros de Combate Almirante Sabóia, da Marinha do Brasilos de Combate Almirante Sabóia, da Marinha do Brasilos de Combate Almirante Sabóia, da Marinha do Brasilos de Combate Almirante Sabóia, da Marinha do Brasilos de Combate Almirante Sabóia, da Marinha do Brasil

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12 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

*

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Logística Operacional tem sido vista como um novoconceito ou preceito. Muitos se atrevem a explicá--la, mas não conseguem ou ficam presos a

conceitos tradicionais, fato que torna o tema poucocompreendido em sua profundidade, no exercício real daatividade e dentro dos parâmetros doutrinários. O Exército,em sua contínua evolução, procura se reestruturar e semodernizar. Essa realidade não é diferente em relação àlogística, em especial ao torná-la operacional.

A História Militar brasileira apresenta vários episódiosnos quais o Exército logrou obter a operacionalidade dalogística, como a Campanha da Tríplice Aliança, a Revoltade Canudos e a Campanha do Contestado, entre outros,que se tornaram marcos importantes a servirem dereferência ao perfeito entendimento desse objetivo.

Desde então, busca-se o aperfeiçoamento nessa área,prendendo-se à necessidade de, em curto espaço de tempo,equipar, reequipar, suprir, ressuprir e manutenir osequipamentos das tropas que participam das operações,assim como a estrutura que será mobilizada e utilizada no

A

LogísticaOperacionalUUUUUm objem objem objem objem objetivtivtivtivtivo a ser alcançadoo a ser alcançadoo a ser alcançadoo a ser alcançadoo a ser alcançado

conflito, além de realizar os transportes necessários para azona de ação e, em tempo de paz, tornar aptas a um prontoemprego as mais diversas OM do Exército.

A 2ª Guerra Mundial foi outro marco importante, poisa mobilização, em níveis estratégicos de pessoal e material,foi posta em prática com o intuito de organizar umaForça Expedicionária composta por mais de 25 mil homenspara uma campanha além-mar, mais precisamente,nos campos de batalha no norte do território italiano,em ambiente operacional totalmente diferente doconhecido pelo Exército, confrontando a logística e osdemais meios de combate.

Em 1988, com a adoção da Organização Básica doExército (OBE), foi adotada uma nova definição de Logística,apresentada, então, com novas estruturas, dentro de uminiciar de uma divisão sistêmica, abandonando-se o enfoquede apoio administrativo.

Aquela nova concepção substituiu com vantagens aanterior, pois o apoio deixou de ser o administrativo, voltadoapenas para a paz, e passou a ser o logístico, com enfoque

31º Batalhão de Infantaria em forma (1897)31º Batalhão de Infantaria em forma (1897)31º Batalhão de Infantaria em forma (1897)31º Batalhão de Infantaria em forma (1897)31º Batalhão de Infantaria em forma (1897)Na Campanha de Canudos, o grande problemada força expedicionária era a falta de gêneros, pairandoconstante a ameaça da fome e da sede.

13 – ANO XXXVIII – Nº 204 – JAN/FEV/MAR 2010

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dual, paz e guerra, enfeixando o ciclo de manuais dessasérie e tornando-se um marco no pensamento doutrináriode Logística da Força Terrestre.

Nesse evoluir, em 2000, foi criado o DepartamentoLogístico (D Log), no contexto de um amplo projeto, pelafusão do Departamento de Material Bélico e doDepartamento Geral de Serviços em um único órgão, agoraestruturado por “Funções Logísticas”. Diversas diretoriasforam extintas, assim como parques e depósitos foramreagrupados. A partir de 2006, foi adotado, em caráterexperimental, um novo quadro organizacional para oD Log, que, em sua fase de consolidação e estudos,redundou, de forma lógica e inevitável, na criação doComando Logístico, em 2008, objetivando, decisivamente,aproximar a Estrutura Militar de Paz à Estrutura Militarde Guerra (EMG).

Essas alterações têm justamente o propósito de adaptara estrutura logística à evolução do combate moderno,considerando a atual conjuntura do País e as novascaracterísticas dos conflitos, que tornam obsoleta aconcepção do apoio logístico baseada numa lenta transiçãoda situação de paz para a de guerra.

Hoje, as estruturas devem rapidamente ser modificadase adaptadas para eventos de curta duração e alta intensidadee, posteriormente, para uma fase na qual predomina aincerteza do conflito impondo novas transformações.Nesse contexto, as funções logísticas – Recursos Humanos,Saúde, Manutenção, Transportes, Engenharia, Suprimentoe Salvamento – devem ser capazes, fácil e rapidamente, deadaptar a logística para um eficiente, eficaz e efetivo apoioàs operações, particularmente às conjuntas, nas quais astrês Forças operam dentro de um quadro estratégico emprol da nação brasileira.

A partir de 2008, com o advento da Estratégia Nacionalde Defesa, o planejamento das Operações Combinadasganhou ênfase. O COLOG passou a participar efetivamentedos planejamentos das diversas operações baseadas nasHipóteses de Emprego. Procura-se, assim, permitir que asoperações logísticas e as manobras, em todos os níveis,sejam concebidas e estudadas em conjunto, pois, sepouco atentar-se para as implicações daquelas ações sobreestas e vice-versa, obter-se-á somente um grave equívocono planejamento e na execução da manobra.

A logística, no Exército Brasileiro, é desenvolvida pela

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Desembarque de suprimentos no HaitiDesembarque de suprimentos no HaitiDesembarque de suprimentos no HaitiDesembarque de suprimentos no HaitiDesembarque de suprimentos no Haiti

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estrutura física composta do COLOG e suasDiretorias, pelas Regiões Militares/ Divisõesde Exército e Brigadas, que conseguem,por intermédio das suas OM logísticassubordinadas, operacionalizar as demandasdesde o tempo de paz e intensificando-as nasoperações, principalmente na área desuprimento, manutenção e transporte.

Dentro dessa nova óptica, foi criada a Basede Apoio Logístico, sediada no Rio de Janeiro,objetivando trabalhar em proveito da logísticada Força como um todo e também apoiar asmissões de paz. Participa de aquisições,armazenamento, transporte, manutenção ecoordena o desembaraço alfandegário deimportação e exportação de material.

O planejamento logístico é imprescindívelpara o sucesso do emprego das OM, daí apermitir, por meio da correta e correnteexecução, que o êxito operacional seja alcançado pelastropas empregadas. O êxito da operação dependediretamente do eficiente, eficaz, efetivo e contínuo apoiologístico. Deve-se correlacionar o planejamento da manobracom o logístico que lhe serve de fundamento, atendendotanto às condicionantes de tempo e espaço, quanto às dequantidade e qualidade dos meios. Portanto, requercuidadosa previsão, de modo a garantir sua oportunidadee consequente validade. Exige, ainda, uma antecipação deações, que será tanto maior quanto mais amplos ecomplexos forem os problemas a serem solucionados. Deveser flexível, permitindo a possibilidade de desencadeamentode ações alternativas. Esse entendimento leva a considerar

a ocorrência de uma logística operacional como um objetivoa ser alcançado, pois permite às tropas empregadas possuircapacidade de cumprir a missão que lhes foi atribuída.

Integrar a Logística ao planejamento e à execução dasmanobras nos diversos níveis de comando, desde o tempode paz, é perceber que, sem uma logística operacional,integrada, estruturada e progressiva, coerente com oidealizado, dificilmente se obterá êxito. A meta almejadaé de um apoio eficaz, de modo a permitir que o poder decombate das unidades empregadas em uma situação realseja sempre rapidamente reposto. Isso pode representar adiferença entre a derrota e a vitória, pois Logística eficienteé poder de combate.(

15 – ANO XXXVIII – Nº 204 – JAN/FEV/MAR 2010

Módulo logístico de cozinha em contêinerMódulo logístico de cozinha em contêinerMódulo logístico de cozinha em contêinerMódulo logístico de cozinha em contêinerMódulo logístico de cozinha em contêiner

À esquerda e acima: apoio logístico na Operação de Paz no HaitiÀ esquerda e acima: apoio logístico na Operação de Paz no HaitiÀ esquerda e acima: apoio logístico na Operação de Paz no HaitiÀ esquerda e acima: apoio logístico na Operação de Paz no HaitiÀ esquerda e acima: apoio logístico na Operação de Paz no Haiti

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16 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

11111. Eng. Eng. Eng. Eng. Engenharenharenharenharenharia Ria Ria Ria Ria Reeeeevvvvvererererersasasasasada Pda Pda Pda Pda Pororororortttttada Tática Leada Tática Leada Tática Leada Tática Leada Tática Levvvvveeeee

– Projeto: Engenharia Reversa da Portada Tática Leve.– Gerente do Projeto: Arsenal de Guerra do Rio

de Janeiro.

Diretoria de MaterialPrPrPrPrProjeojeojeojeojetttttos, manutos, manutos, manutos, manutos, manutenção,enção,enção,enção,enção,aqaqaqaqaquisições e moderuisições e moderuisições e moderuisições e moderuisições e modernizaçãonizaçãonizaçãonizaçãonização

PRPRPRPRPROJETOJETOJETOJETOJETOS DE MAOS DE MAOS DE MAOS DE MAOS DE MATERIAL DE ENTERIAL DE ENTERIAL DE ENTERIAL DE ENTERIAL DE ENGENHARIAGENHARIAGENHARIAGENHARIAGENHARIA

Justificativa para o projeto– Em uma transposição de curso de água, as portadas

leves permitem a travessia das viaturas e das armas orgânicasde força de assalto e da artilharia leve;

– As Portadas Táticas Leves do Exército Brasileiro têmmais de vinte anos de uso e estão em estado de avançadodesgaste. Muitas estão indisponíveis por falta dedeterminados componentes (principalmente braçostelescópicos e pinos) que não poderiam ser substituídos,pela ausência de fornecedores;

– Em caso de mobilização, não haveria meios de sefabricar rapidamente tais equipamentos no Brasil.

Metas e situação do projeto– Realizar a engenharia reversa da Portada –

EXECUTADO;- Produzir pacote técnico para fabricação da Portada –

EXECUTADO;- Qualificar fornecedores nacionais de matéria-prima

especializada (perfis de liga de Al) – EXECUTADO;– Qualificar fornecedores nacionais de serviços de

caldeiraria especializada – EXECUTADO;– Fabricar um protótipo utilizável de cada peça da

portada – EXECUTADO (exceto o flutuador);– Fabricar uma equipagem completa de Portada Tática

Leve – EM EXECUÇÃO;

2. Kits de Manut2. Kits de Manut2. Kits de Manut2. Kits de Manut2. Kits de Manutençãoençãoençãoençãoençãode Rde Rde Rde Rde Redes de Camufedes de Camufedes de Camufedes de Camufedes de Camuflaglaglaglaglagememememem

– Projeto: Kits de Manutenção de Redes de Camuflagem.– Gerente do Projeto: Arsenal de Guerra de São Paulo.

Justificativa para o projeto– Grande quantidade de redes de camuflagem

indisponíveis;– Cada Kit de manutenção permite reparar

aproximadamente 100 (cem) redes de camuflagem;– Por ser um projeto simples e que se vale da utilização

de materiais de simples manuseio, a necessidade detreinamento técnico é mínimo.

Metas e situação do projeto– Obter o maior número possível de redes de

camuflagem em condições de uso;– Aumentar a disponibilidade do material atrelada à

otimização dos custos;– Percentual do projeto concluído – 90% (noventa por

cento) concluídos.

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A IMPLA IMPLA IMPLA IMPLA IMPLANTANTANTANTANTAAAAAÇÃÇÃÇÃÇÃÇÃO DO 6º GLMF/CIF E O SUPORO DO 6º GLMF/CIF E O SUPORO DO 6º GLMF/CIF E O SUPORO DO 6º GLMF/CIF E O SUPORO DO 6º GLMF/CIF E O SUPORTE LTE LTE LTE LTE LOGÍSOGÍSOGÍSOGÍSOGÍSTICTICTICTICTICOOOOOINTEGRADO PINTEGRADO PINTEGRADO PINTEGRADO PINTEGRADO PARA SISARA SISARA SISARA SISARA SISTEMAS CTEMAS CTEMAS CTEMAS CTEMAS COMPLEXOMPLEXOMPLEXOMPLEXOMPLEXOSOSOSOSOS

O Sistema ASTROS encontra-se em uso no ExércitoBrasileiro desde a década de 1990. Esse sistema constitui--se em um Material de Emprego Militar (MEM) comcaracterísticas específicas e com alta tecnologia incorporada,necessitando, portanto, de um suporte logístico apropriadoàs suas necessidades.

Durante os períodos iniciais de operação do material,as ações de reposição de peças de suprimento, bem comoa renovação da mão de obra especializada na manutençãoe operação do equipamento, foram sendo reduzidasdrasticamente, o que impactou diretamente na manutençãoe na capacidade operativa dos equipamentos do sistema.Como medida saneadora do problema, a Força Terrestredecidiu reunir, em 2004, todos os materiais do sistemaexistentes no 6º Grupo de Lançadores Múltiplos deFoguetes (6º GLMF/CIF), na localidade de Formosa-GO.

Desde o inicio das ações, a gerência de implantaçãodo 6º GLMF/CIF buscou estruturar a sua logística de modoa permitir a redução dos problemas existentes,particularmente em três campos da logística: o Suprimento,a Manutenção e os Recursos Humanos.

O SuporO SuporO SuporO SuporO Suporttttte Logíse Logíse Logíse Logíse LogísticoticoticoticoticoIntegrado do Sistema AstrosIntegrado do Sistema AstrosIntegrado do Sistema AstrosIntegrado do Sistema AstrosIntegrado do Sistema Astros

Até a reestruturação e a reorganização da Artilhariade Foguetes, em 2004, a manutenção de campanha (2º e3º escalões) do Sistema ASTROS estava a cargo do Arsenalde Guerra do Rio de Janeiro (AGR), enquanto que amanutenção orgânica era encargo das OM detentorasdo material, seguindo os escalões definidos no ManualC100-10 – Logística Militar Terrestre.

Durante os trabalhos de centralização dos meios no 6º

GLMF/CIF, verificou-se que as deficiências relacionadas àLogística do Sistema eram diretamente decorrentes dagrande distância entre o órgão apoiador de manutenção eo detentor do material. Para reduzir o impacto desse fator,foi estruturada uma Seção de Manutenção do MaterialASTROS no 6º GLMF, que atualmente realiza todas asatividades afetas ao 1º, 2º e 3º escalões de manutenção.Para que isso fosse possível, algumas ações foramnecessárias, abrangendo as Funções Logísticas de RecursosHumanos, Suprimento e Manutenção.

FFFFFunção Logísunção Logísunção Logísunção Logísunção Logística Suprtica Suprtica Suprtica Suprtica SuprimentimentimentimentimentoooooOs aspectos principais dessa função residem na rígida

disciplina de suprimento, em um sistema de classificaçãopor catalogação eficaz, em um planejamento e controleeficientes dos níveis de estoque dos itens de suprimentosnecessários, no levantamento correto das necessidades,na obtenção e distribuição oportuna dos itens e noControle/ Gerenciamento.

Para permitir essa atividade, o 6º GLMF mobiliou eopera um depósito de suprimentos dedicado ao SistemaASTROS, onde todos os itens utilizados na manutençãodo Sistema encontram-se catalogados.

FFFFFunção Logísunção Logísunção Logísunção Logísunção LogísticaticaticaticaticaManutManutManutManutManutençãoençãoençãoençãoenção

Dentro do princípio de que amanutenção deve buscar obter omáximo de disponibilidade e deconfiabilidade do MEM, no menorprazo possível e com o melhor custo, aSeç Mnt ASTROS do 6º GLMF foiestruturada e possui equipamentos eferramental necessários para permitir aexecução de todas as atividades demanutenção, do 1º ao 3º escalão, naprópria OM. Complementarmente, foiestabelecida, a partir de 2008, umanova sistemática de manutenção egerenciamento para o Sistema ASTROS,que permite um controle mais efetivodo MEM, exigindo um grau maior de

coordenação entre os diversos escalões e Diretoriasenvolvidos, visando, dentre outros objetivos, a umaadequada previsão orçamentária pelos elementos de apoio,ao incremento das necessárias coordenações entre osdiferentes ODS e Classes da D Mat e à redução dasdificuldades de gerenciamento e controle das atividadesde manutenção e da disponibilidade de todos ossubsistemas do MEM.

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18 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Função LogísticaFunção LogísticaFunção LogísticaFunção LogísticaFunção LogísticaRRRRRecurecurecurecurecursos Humanossos Humanossos Humanossos Humanossos Humanos

A formação e a manutenção dos recursos humanossão fatores preponderantes para a logíst ica doASTROS II. Essa formação é realizada, atualmente, deforma centralizada, pelo Centro de Instrução de Artilhariade Foguetes (CIArt Fgt), localizado no 6º GLMF.

Além da formação proporcionada pelo CIArtFgt, oEB celebrou e mantém em funcionamento, com aAVIBRAS, um contrato de prestação de serviços deAssistência Técnica ao 6º GLMF, pelo qual a empresa

disponibiliza, permanentemente na OM, 02 (dois)técnicos: um na área de Mecânica e outro na áreade Eletrônica.

A implementação das medidas nas áreas da Logísticade Suprimento, Manutenção e Recursos Humanos, alémde outras em implementação pela OM, demonstram quenovas rotinas e processos podem e devem ser buscadosvisando à melhoria contínua dos processos demanutenção de equipamentos com alta tecnologiaincorporada e que necessitam de conhecimentosespecíficos para sua operação e manuseio.

AAAAAQUISIÇÕESQUISIÇÕESQUISIÇÕESQUISIÇÕESQUISIÇÕES

O Exército Brasileiro adquiriu do Exército Alemãoviaturas blindadas destinadas a dotar a 5ª Bda C Bld,6ª Bda Inf Bld e as 1ª, 2ª e 3ª Bda C Mec. Os blindados,que incluem carros de combate Leopard 1 A5, viaturassocorro, viaturas lançadoras de pontes e viaturas deengenharia, foram integralmente manutenidos eaperfeiçoados pela indústria alemã.

A aquisição incluiu, também, ferramental eequipamentos de manutenção, simuladores, capacitaçãode pessoal, dentre outros itens.

O recebimento das primeiras viaturas ocorreu emdezembro de 2009.

A VBC CC Leopard 1 A5 BR é a versão mais modernada série Leopard 1, possuindo todas as característicasdas versões anteriores, agregando aperfeiçoamentosno sistema de tiro, optrônicos e torre, esta última protegidapor uma blindagem suplementar contra efeitos dasgranadas de carga oca.

As fotos a seguir apresentam as novas viaturas blindadase as suas principais características.

CaracterísticasModelo

VBC CC Leopard 1 A5 BR

Guarnição 4

Armamento

Principal Can 105mm L7

Coaxial Mtr 7,62 MG 3 A1

Antiaérea Mtr 7,62 MG 3

Lç Fum 77 mm

Sistema de comunicações Tadiran VRC 120 S

Peso

Vazio 40.200 Kg

Em ordemde marcha

42.200 Kg

CaracterísticasModelo

VBC Engenharia Leopard 1

Guarnição 3

ArmamentoAntiaérea Mtr 7,62 MG 3

Lç Fum 77 mm

Sistema de comunicações Tadiran VRC 120 S

Peso

Vazio 42.500 Kg

Em ordemde marcha

43.000 Kg

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19 – ANO XXXVIII – Nº 204 – JAN/FEV/MAR 2010

MODERNIZAMODERNIZAMODERNIZAMODERNIZAMODERNIZAÇÃÇÃÇÃÇÃÇÃO - RO - RO - RO - RO - Recuperecuperecuperecuperecuperação de viaturação de viaturação de viaturação de viaturação de viaturas sobras sobras sobras sobras sobre re re re re rodasodasodasodasodas

Embora o Exército Brasileiro tenha adquirido novos modelosde viaturas para emprego geral e para transporte de carga, quecomplementam as unidades de Artilharia e de InfantariaMotorizada, parte da frota de UNIMOG U-100L e U-1300L,MBB 1213 6x6, MBB 1819 6x6 e Engesa EE25 do ExércitoBrasileiro recebeu uma “sobrevida” com a modernizaçãoefetuada em 326 unidades, com a seguinte inserção do pacotetecnológico de modernização abaixo: “Upgrade” do motor;utilização de nova transmissão; novo sistema de freios; novossistemas 100% pneumáticos; revitalização completa de chassis,cabines, carrocerias e demais agregados.

A modernização de veículos foi uma opção do Exércitopara aumentar a capacidade de transporte a custos mais baixos.

Dentre os projetos atualmente desenvolvidos nas áreasde manutenção, mecânica e modernização de viaturas, sobgestão da Classe IX da D Mat, destacam-se dois aspectosfundamentais: o primeiro é a preparação do veículo paraas condições de terreno, clima, combustíveis e lubrificantesaos quais será submetido; o segundo é o de preparar ousuário final para garantir operacionalidade e longevidadeao veículo manutenido. O investimento de recursos emprojetos dessa natureza requer estudos de viabilidadetécnico-econômica, avaliação de parâmetros como vida útil,valor de aquisição de uma viatura nova e uma série deoutros quesitos. As fotos a seguir apresentam as viaturas esuas principais características:

CaracterísticasModelo

VBE Socorro Leopard 1

Guarnição 3

ArmamentoAntiaérea Mtr 7,62 MG 3

Lç Fum 77 mm

Sistema de comunicações Tadiran VRC 120 S

Peso

Vazio 39.200 Kg

Em ordemde marcha

39.800 Kg

Características

Modelo

VBE Lançadora-de-PonteLeopard 1

Guarnição 2

Armamento Lç Fum 77 mm

Sistema de comunicações Tadiran VRC 120 S

Peso

Com aponte

45.300 Kg

Sem aponte

35.100 Kg

Modelo EE-25 ENGESA

Motor OM 352

Potência 120 cv

Torque 34 mkgf

Tração 6x6

Comprimento 6,82 m

Largura 2,5 m

Altura 2,9 m

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20 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Modelo MBB 1213

Motor OM 352

Potência 120 cv

Torque 34 Kgm

Tração 6x6

Comprimento 7,2 m

Largura 2,5 m

Altura 2,8 m

Modelo UNIMOG U100L

Motor OM 366 A

Potência 136 cv

Torque 48 mkgf

Tração 4x4

Comprimento 5,5 m

Largura 2,3 m

Altura 3 m

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competência da União para autorizar e fiscalizar aprodução e o comércio de material bélico,prevista no inciso VI do art. 21 da Constituição

Federal, é exercida pelo Exército Brasileiro. Essafiscalização está amparada pelo Decreto nº 24.602, de06 de julho de 1934, recepcionado como Lei pelaConstituição da República Federativa dos EstadosUnidos do Brasil, de 1934.

Antes da expedição desse Decreto, o Exército jáexercia a atividade de fiscalização de Produtos Controladospor intermédio do “Ser viço de Importação e doDespacho de Armas, Munições, Explosivos e etc”, a cargodo então Ministério da Guerra, que, posteriormente,recebeu a denominação de “Serviço de Fiscalização daImportação, Depósito e Transporte de Armas, Munições,Explosivos, Produtos Químicos Agressivos e Matérias--Primas Correlatas (SFIDT)”.

O exercício da fiscalização abrange as mais variadasatividades, tais como: fabricação, importação, exportação,desembaraço alfandegário, comercialização e tráfego, cadauma delas adequadas ao interesse que o produto desperta.

Em virtude da complexidade, diversidade das atividadese responsabilidades decorrentes, foi criada a Diretoria deFiscalização de Produtos Controlados (DFPC), com sedeem Brasília, subordinada ao então Departamento deMaterial Bélico, consoante o disposto no DecretoPresidencial nº 87.738, de 20 de outubro de 1982. EssaDiretoria nasceu da fusão da Assessoria Técnica doDepartamento de Material Bélico (DMB) e da Seção deFiscalização, Importação, Depósito e Tráfego de ProdutosControlados (SFIDT/DMB).

A

Diretoria deFiscalização deProdutos Controlados

Visite o site: wwwVisite o site: wwwVisite o site: wwwVisite o site: wwwVisite o site: www.dfpc.eb.mil.br.dfpc.eb.mil.br.dfpc.eb.mil.br.dfpc.eb.mil.br.dfpc.eb.mil.br

A Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados(DFPC), após sua criação, centralizou as ações do Sistemade Fiscalização, iniciando seu funcionamento comoOrganização Militar independente no primeiro dia do mêsde março do ano de 1983, conforme tornou público o BI/DMB nº 39, daquele ano.

A estrutura da fiscalização veio se aprimorando com opassar dos anos e hoje tem uma estrutura funcionalatualizada e adequada, executando com desenvoltura osencargos de ordem técnica e administrativa, por meio desuas seções internas e do trabalho harmonioso das RegiõesMilitares, executado pelo Serviço de Fiscalização deProdutos Controlados (SFPC/RM), a quem cabe controlartécnica e funcionalmente os trabalhos realizados pela RedeRegional, composta pelos Serviços de Fiscalização deProdutos Controlados de Guarnição (SFPC/Gu), deDelegacias de Serviço Militar (SFPC/Del SM), de Postosde Fiscalização (PFPC) e de Fábricas Civis que possuamfiscais militares (SFPC/FC).

A norma em vigor que estabelece todos osprocedimentos para que sejam exercidas atividades comprodutos controlados é o Decreto nº 3.665, de 20 denovembro de 2000 (Regulamento para a Fiscalização deProdutos Controlados/R-105).(

Fiscalização de pedreiraFiscalização de pedreiraFiscalização de pedreiraFiscalização de pedreiraFiscalização de pedreira

Fiscalização de paiol de muniçãoFiscalização de paiol de muniçãoFiscalização de paiol de muniçãoFiscalização de paiol de muniçãoFiscalização de paiol de munição

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om a adoção de helicópteros pelo ExércitoBrasileiro (EB), a Alta Administração doExército identificou a necessidade da criação, no

âmbito da estrutura organizacional da Aviação doExército (AvEx), de um órgão que pudesse conduzir, comsegurança, a complexa gestão administrativa e logísticado material de aviação.

Em consequência, uma das providências adotadas foi acriação, em 25 de agosto de 1986, da Diretoria de Materialde Aviação do Exército (DMAvEx), que, como atribuiçãoinicial, recebeu a missão de realizar a concorrênciainternacional para a aquisição dos primeiros cinquenta edois helicópteros da Força Terrestre.

Em 24 de novembro de 1989, foi extinta a DMAvEx etodo o seu efetivo militar foi transferido para o Comandoda antiga Brigada de Aviação do Exército, hoje denominadoComando de Aviação do Exército (CAvEx), sediado nacidade de Taubaté-SP. Em 1993, por dificuldades ocorridasna gestão do material aéreo, foi reconhecida a necessidadede se ter um órgão específico para a sensível e especializadaatividade de gerência administrativa e logística do materialde aviação, motivando, então, a reativação da DMAvEx.

A DMAvEx tem sido responsável pela negociação,realização, supervisão e acompanhamento de todos oscontratos de aquisição e de manutenção da frota dehelicópteros da AvEx e tem garantido a sustentabilidadelogística dos meios aéreos da Força Terrestre. Foi, também,pioneira na introdução de contratos de compensação noEB, ação que muito tem contribuído para a transferênciade tecnologia para fabricação e nacionalização damanutenção de meios aeronáuticos.

Sua missão é superintender as funções logísticas desuprimento, manutenção e transporte de material de aviaçãoe de qualquer outro relacionado à AvEx, visando a garantira sua operacionalidade, contribuindo para o aumento dopoder de dissuasão e da capacidade do EB se fazer presenteem todo o território nacional. Para isso:

– proporciona condições de sustentabilidade logísticapara que a AvEx realize um esforço aéreo compatível comas necessidades do preparo e emprego previstas peloComando de Operações Terrestres (COTER) e pelo CAvEx;

– desenvolve a capacidade técnico-científica da AvEx a

C

Diretoriade Material deAviação do Exército

fim de torná-la mais independente e mais capaz de tomardecisões sobre a gestão de seu material;

– colabora para o fortalecimento do poder de dissuasãoda Força Terrestre, particularmente capacitando eexercitando seus meios de reconhecimento e ataque; e

– empenha-se na melhoria contínua dos diversosprocessos desenvolvidos na gestão logística.

A DMAvEx, atualmente, empenha-se na aprovaçãode projetos que garantam a atualização e a evolução dosmeios aéreos para as gerações futuras. Dentre eles, trêsprojetos de modernização se destacam e são prioritários.

ModerModerModerModerModernização dos Meiosnização dos Meiosnização dos Meiosnização dos Meiosnização dos MeiosAérAérAérAérAéreos da Aeos da Aeos da Aeos da Aeos da Aviação do Exviação do Exviação do Exviação do Exviação do Exérérérérércitcitcitcitcitooooo

Com a criação da AvEx, foi assinado, em 1988, oContrato nº DMB 001/88, de aquisição dos helicópterosAS 365 K-Pantera, HB 350 L1-Esquilo e, posteriormente,por meio de termo aditivo ao contrato original, dosAS 550 A2-Fennec.

Ao longo do tempo, com a natural evolução da doutrinade emprego da AvEx, surgiram novas necessidadesoperacionais, ambientais e logísticas, que mostraramoportunidades de melhoria no projeto dos helicópterosoriginalmente adquiridos.

Considerando-se o bom estado da célula doshelicópteros, sua versatilidade e relativo baixo custooperacional, além da possibilidade de emprego pelaAvEx nas próximas décadas, o Comando Logístico (COLOG)levou à apreciação do Comando do Exército projetoselaborados pela DMAvEx para a modernização dessesmateriais de emprego militar.

Os motivos que levaram a elaboração desses projetosforam:

– o envelhecimento das frotas inicialmente adquiridas;– a obsolescência dos diversos sistemas, repercutindo

em crescentes dificuldades para a aquisição de peças, oque tem aumentado o tempo de retorno dos equipamentosenviados para reparo; e

– a necessidade de aumentar o poder de dissuasão ede se fazer presente em todo o território nacional, coerentescom a Estratégia Nacional de Defesa.

Esses projetos têm por objetivo estender a vida útil dos

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FFFFFazer vazer vazer vazer vazer voar e combatoar e combatoar e combatoar e combatoar e combatererererer

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helicópteros, incorporar à AvEx novos sistemas de armas emelhorar o desempenho dos seus meios aéreos.

ModerModerModerModerModernização dos Helicópnização dos Helicópnização dos Helicópnização dos Helicópnização dos Helicópttttterererererosososososde Rde Rde Rde Rde Reconhecimenteconhecimenteconhecimenteconhecimenteconhecimento e Ao e Ao e Ao e Ao e Atttttaqaqaqaqaqueueueueue

O objetivo desse projeto é, em síntese, modernizar ostrinta e cinco helicópteros HB 350 L1-Esquilo e AS 550A2-Fennec da AvEx, que são utilizados para as missões dereconhecimento e ataque, possibilitando o seu empregona Força Terrestre por mais trinta anos.

Com essa modernização, o Exército passará a contarcom helicópteros de reconhecimento e ataque, atualizadostecnologicamente, com novos painéis de instrumentos;sistema de comunicações avançado e seguro; e sistemasde armas integrados com lançadores de mísseis ar-solo,lançadores de foguetes modernos, metralhadoras .50 e

canhões 20mm, elevando, dessa forma, o poder dedissuasão da AvEx.

O apoio das Empresas HELIBRAS e EUROCOPTERnessa empreitada será de fundamental importância para oêxito do projeto de modernização da frota de helicópterosde Reconhecimento e Ataque da AvEx.

As principais mudanças serão as seguintes:– modernização do painel de instrumentos para os

modernos glass cockpit;– modernização dos equipamentos de rádiocomu-

nicação e de rádionavegação;– incorporação de medidas de defesa passiva; e– ampliação da capacidade dos helicópteros de receber

armamento, tais como: o míssil ar-solo; o foguete 70mmSkyfire; o canhão de 20mm; a metralhadora .50; earmamento lateral.

Desenvolvimento de MísseisDesenvolvimento de MísseisDesenvolvimento de MísseisDesenvolvimento de MísseisDesenvolvimento de MísseisAr-solo para os Helicópteros deAr-solo para os Helicópteros deAr-solo para os Helicópteros deAr-solo para os Helicópteros deAr-solo para os Helicópteros deRRRRReconhecimenteconhecimenteconhecimenteconhecimenteconhecimento e Ao e Ao e Ao e Ao e Atttttaqaqaqaqaqueueueueue

O EB está desenvolvendo um projeto para aprimorar osistema de armas dos helicópteros de ataque AS 550A2-Fennec e HB 350 L1-Esquilo, da AvEx. Esse sistemade armas será composto por lançadores de foguetes commaior alcance e maior precisão, pela metralhadora .50 epor mísseis ar-solo de fabricação nacional. Esses mísseis,que serão denominados míssil ar-solo MAS 5.1, poderãoser empregados no ataque a alvos terrestres móveis,blindados ou não, e a instalações.

Esse projeto se beneficiará dos conhecimentostecnológicos e das experiências colhidas nodesenvolvimento do míssil anticarro MSS 1.2, depropriedade intelectual do EB e realizado em parceria coma empresa Mectron.

A relevância do projeto é justificada pelo aumentosignificativo da dissuasão dos meios de reconhecimento eataque da AvEx, pela contribuição na elevação dacapacidade do parque fabril nacional no domínio detecnologias sensíveis de defesa, na redução da dependênciabélica do exterior, na criação de um potencial decomercialização no subcontinente sul-americano e nageração de empregos, todos eles convergentes com osobjetivos traçados na Estratégia Nacional de Defesa e nasdiretrizes do Comandante do Exército.

ModerModerModerModerModernização dos Helicópnização dos Helicópnização dos Helicópnização dos Helicópnização dos Helicópttttterererererosososososde Emde Emde Emde Emde Emprprprprprego Gerego Gerego Gerego Gerego Geral Pal Pal Pal Pal Pantantantantanterererereraaaaa

O helicóptero AS 365 K-Pantera cumpre variada eespecífica gama de missões em proveito da AvEx e seurelativo baixo custo de hora de voo, comparado aos demaishelicópteros bimotores da AvEx, fazem dele importantevetor operacional.

Novo painelNovo painelNovo painelNovo painelNovo painel

LLLLLançador de foguete 70mmançador de foguete 70mmançador de foguete 70mmançador de foguete 70mmançador de foguete 70mm

Metralhadora .50Metralhadora .50Metralhadora .50Metralhadora .50Metralhadora .50

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Entretanto a configuração atual do Pantera começa atornar cara e difícil sua sustentabilidade logística. Além disso,a experiência na Região Amazônica revelou limitações daquelaaeronave, particularmente no tocante à reserva de potênciaquando empregada em áreas operacionais com altastemperaturas e/ou elevadas altitudes, o que a impede decumprir algumas missões dentro do escopo operacionaldefinido originalmente.

O projeto prevê a modernização, a exemplo do ocorridocom o modelo Dauphin, da Guarda Costeira dos EstadosUnidos da América (USCG), de toda a frota Pantera da AvEx,ao longo de, aproximadamente, dez anos.

O empreendimento contempla diversas modificações noatual modelo da AvEx, dentre as quais se destacam:

– remotorização, com a utilização de motores Arriel2C2AvEx, aproveitando-se do sucesso da experiênciaamericana;

– modernização do painel de instrumentos para os

modernos glass cockpit;– modificação do rotor de cauda atual para um moderno

com baixo nível de ruído;– compatibilização do helicóptero para o voo com óculos

de visão noturna; e– modernização dos equipamentos de rádiocomunicação

e de rádionavegação.A modernização de cada aeronave será realizada à medida

que for se esgotando seu potencial para grande inspeção, demaneira a não prejudicar a operacionalidade da AvEx eproporcionar economia de recursos.

Com isso, o projeto possibilitará a melhoria do desempenhooperacional da frota Pantera, notadamente no que tange àsuperação de restrições de desempenho na Região Amazônica;realização do voo com óculos de visão noturna; substituiçãode instrumentos em obsolescência; adoção de rotor de caudacom menor impacto ambiental relativo ao ruído; e início deum novo ciclo de vida para esses helicópteros.(

Míssil soloMíssil soloMíssil soloMíssil soloMíssil solo-solo MSS 1.2-solo MSS 1.2-solo MSS 1.2-solo MSS 1.2-solo MSS 1.2 AS 550 A2 dotado de lançador de míssilAS 550 A2 dotado de lançador de míssilAS 550 A2 dotado de lançador de míssilAS 550 A2 dotado de lançador de míssilAS 550 A2 dotado de lançador de míssil

Novo rotorde cauda com

dez pás

Modificaçõesna Caixa deTransmissão

Principal

Novos motoresArriel 2C2 com

FADEC Novos equipamentosde rádionavegação erádiocomunicação

Painel Glass Cokpitcom: 4 telas MFD;

VMD; tela de missão;e compatível com

NVG

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HelicópterHelicópterHelicópterHelicópterHelicóptero Panterao Panterao Panterao Panterao Pantera

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Laboratório de Análise de Material de Intendência(LAMI) teve suas obras iniciadas em janeiro de1984, sendo inaugurado em abril de 1986, fruto

de uma parceria entre o Ministério do Exército e o Institutode Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão da Universidadede São Paulo (USP), realizador do projeto e responsávelpela sua construção.

O laboratório atua nas especialidades de materiaistêxteis, couros e calçados e foi instituído para apoiar osprocessos de aquisição, bem como aperfeiçoar o controlede qualidade dos artigos de fardamento e equipamentorecebidos pelo Exército, através da verificação doatendimento às normas específicas que descrevem essesdiversos artigos.

Sempre na vanguarda, o LAMI possui instalações únicasno Exército, adequadas ao seu elevado índice de qualidade,constituindo-se de ambientes e equipamentos divididos nasclasses de ensaios físicos e ensaios químicos.

O

Laboratório deAnálise de Materialde Intendência

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Acima, equipamentos de ensaio e, abaixo, medida deAcima, equipamentos de ensaio e, abaixo, medida deAcima, equipamentos de ensaio e, abaixo, medida deAcima, equipamentos de ensaio e, abaixo, medida deAcima, equipamentos de ensaio e, abaixo, medida desegurança no acesso ao cofre de amostrassegurança no acesso ao cofre de amostrassegurança no acesso ao cofre de amostrassegurança no acesso ao cofre de amostrassegurança no acesso ao cofre de amostras

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O 21º D Sup, unidade de logística que enquadra,doutrina e mantém o LAMI, desenvolve ações técnico--administrativas para manter os equipamentos e instalaçõesem constante atualização, assim como gerencia o corpode técnicos para conservar e desenvolver o conhecimentoespecífico dos trabalhos de análise.

O LAMI tem estreita relação com o IPT e com o ServiçoNacional da Indústria (SENAI), órgãos que também atuamno controle de qualidade de materiais têxteis e de couros.

No laboratório, tecnologia e conhecimento científicosão aplicados através de testes específicos para garantir aqualidade e a durabilidade dos materiais e produtos. Oescopo dos testes é especificado pelas Normas do ExércitoBrasileiro e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT). As amostras recebidas são submetidas a ensaiosdestrutivos, em sua grande maioria, permanecendoguardadas no cofre de contra provas, para eventuaisrequerimentos jurídicos posteriores. A segurança dessecofre conta com um moderno sistema de reconhecimentobiométrico para abertura de portas.

Os laudos emitidos pelo LAMI são juridicamenteacreditados, resultado do credenciamento junto ao InstitutoNacional de Metrologia (INMETRO), permitindo fornecer

os meios legais para o Exército aceitar, ou não, os produtoslicitados e adquiridos em função dos resultados encontradosnos diversos testes e ensaios aos quais se submetemesses materiais.

Para ampliar o universo de técnicos, realiza-se o EstágioTécnico de Análise de Material de Intendência (ETAMI),destinado a militares, oficiais e praças do Serviço deIntendência, habilitando-os a desempenhar as funções dolaboratório. Mesmo que não venham a exercer funções noLAMI, esses técnicos formam um grupo crítico dentro doExército, a respeito do material de intendência recebidonas diversas regiões militares, passando a ter um conceitotécnico e objetivo do material recebido.

Periodicamente, o LAMI é submetido à auditoria doINMETRO, para assegurar que o laboratório esteja emconsonância com os preceitos e normas de controle dequalidade difundidas por esse órgão.

O LAMI continuará desenvolvendo sua importantemissão de auxiliar os órgãos de aquisição e provimento doExército Brasileiro. Permanecerá atuante no apoio à tomadade decisões dos escalões superiores, focando seu trabalhona garantia da qualidade do material militar, trabalho quedesenvolve há mais de 20 anos.(

Ensa iosEnsa iosEnsa iosEnsa iosEnsa ios Ca lor imetr iaCa lor imetr iaCa lor imetr iaCa lor imetr iaCa lor imetr ia

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InspeçãoInspeçãoInspeçãoInspeçãoInspeção metrológicametrológicametrológicametrológicametrológica

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Laboratório de Inspeção de Alimentos eBromatologia (LIAB), do 21º Depósito deSuprimento, é o responsável pela execução do

controle de qualidade dos alimentos que suprem asOrganizações Militares pertencentes ao Comando Militardo Sudeste. Faz parte de uma rede de 18 (dezoito)laboratórios de análise de alimentosconvencionais, do tipo bancada,distribuídos por todas as RegiõesMilitares, nas seguintes OrganizaçõesMilitares: Batalhões e Depósitos deSuprimentos; Depósito de Subsistênciade Santo Ângelo e Santa Maria; 1ª, 16ªe 17ª Bases Logísticas; e AcademiaMilitar das Agulhas Negras, todassuper visionados pelo ComandoLogístico por intermédio da Diretoriade Abastecimento.

A experiência desenvolvida pela equipe técnica do LIAB,formada por oficiais graduados em medicina veterinária,demonstrou que a garantia de uma refeição segura não ésinônimo, apenas, do processo de inspeção laboratorial.O monitoramento técnico, nos diversos elos da cadeia de

O

A inspeçãode alimentos

Napoleão BonaparteNapoleão BonaparteNapoleão BonaparteNapoleão BonaparteNapoleão Bonaparte

Um eUm eUm eUm eUm exérxérxérxérxércitocitocitocitocitomarmarmarmarmarcha sobre seucha sobre seucha sobre seucha sobre seucha sobre seu

estômago.estômago.estômago.estômago.estômago.“

suprimento, é essencial para que, na outra ponta da linhade abastecimento, os produtos de origem animal e vegetalsejam oferecidos no mais alto grau de segurança eproporcionem satisfação durante o consumo.

Inicia-se o trabalho na verificação das condições detransporte das cargas, algumas delas com exigência de

monitoramento de temperatura. Emseguida, os lotes recebidos sãoanalisados por meio da retirada deamostras, as quais são submetidas aensaios laboratoriais – sensoriais,físicos, químicos e microbiológicos –que determinam os Padrões deIdentidade e Qualidade (PIQ) econdições higiênico-sanitárias doalimento.

A medicina veterinária militarcapacita a equipe técnica do LIAB a prosseguir na suamissão, orientando a elaboração de ações preventivas ecorretivas de controle de pragas urbanas, aplicadas durantetodo o período de estocagem no 21º D Sup.

Atuando no último estágio do ciclo de vida dossuprimentos de subsistência, no qual esses suprimentos serão

Análise de micrAnálise de micrAnálise de micrAnálise de micrAnálise de microscopia alimentaroscopia alimentaroscopia alimentaroscopia alimentaroscopia alimentar

27

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transformados em refeições, o LIAB cumpre o importantepapel de educar e controlar as atividades dos manipuladoresde suprimento, conduzindo o conhecimento dessas pessoaspara trabalhar no regime mais apropriado às condiçõestécnico-sanitárias, relativas ao material de subsistência. Tal éa importância deste tema que, em junho de 2009, a Chefiado Laboratório conduziu a preparação técnica da equipe demanipuladores do contingente da Missão das Nações Unidaspara Estabilização do HAITI, ministrando o Estágio de BoasPráticas de Fabricação em Segurança Alimentar.

Há 11 anos, certificado pelas Normas ISO 9000, oLIAB do 21º D Sup realiza seu trabalho para manter aconfiabilidade dos resultados analíticos, por intermédioda padronização dos processos e serviços prestados. Nabusca da melhoria contínua, o LIAB procura adquirirequipamentos e desenvolver ensaios que proporcionemresultados mais rápidos e precisos. Paralelamente, o corpotécnico procura manter-se atualizado, por meio daparticipação em cursos de aperfeiçoamento ministrados eminstituições renomadas, como o Instituto de Tecnologia deAlimentos (ITAL/Campinas).

Como um importante setor técnico do 21º D Sup einserido no maior polo industrial, acadêmico e tecnológicodo País, o LIAB contribui no desenvolvimento de projetosda Diretoria de Abastecimento, como a especificaçãotécnica de artigos de subsistência, a proposição de novoscardápios, ajustes técnicos nas rações operacionais, dentremuitos outros trabalhos de relevância para o setor quealimenta a Força Terrestre, com destaque para o projetodo Equipamento Portátil de Inspeção de Alimentos(EQUIPIA), uma ferramenta de trabalho que irá

proporcionar a determinação da qualidade da água e dosalimentos nas Unidades situadas em regiões isoladas.

O EQUIPIA é um laboratório portátil passível de operarem condições não convencionais – fora de sede edesenvolvido para realizar análises físico-químicas emicrobiológicas da água e dos alimentos provisionados emcampanha, ou quando a situação tática não permitir osuprimento regular de víveres e/ou o abastecimentode água tratada, verificando a eficiência dos tratamentosusados para a sua purificação.

O objetivo é determinar, em condições especiais, se oalimento está próprio para o consumo e livre de agentesnocivos à saúde humana ou animal, agregando tecnologiasque permitam a leitura direta e rápida, bem como ainterpretação dos resultados por um analista treinado.

O EQUIPIA é constituído de equipamentos e instru-mentais analíticos de precisão, em sua maioria portátil edigital, e deverá mobiliar as unidades que possuem umlaboratório convencional (LIAB) para fim de manutençãodos equipamentos, reposição de material de consumo(reagentes e meios de cultura) e preparação para o emprego,sendo possível adequar os ensaios às demandas analíticasde cada região, apoiando os destacamentos avançados, asAções Cívico-Sociais (ACISO) e a Defesa Civil nos casosde calamidade pública.

Enfrentar os desafios de uma época marcada pelodinamismo e rapidez nas transformações tecnológicas é otrabalho do LIAB, que faz parte do “21º D SUP do séculoXXI” e que conta com a experiência e motivação de seustécnicos, para desenvolver grandes projetos em prol doExército e do Brasil.(

TTTTTitulação de reagentesitulação de reagentesitulação de reagentesitulação de reagentesitulação de reagentes

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Coudelaria de Rincão está localizada no interiordo município de São Borja (RS) e atende àsnecessidades do Exército Brasileiro no que se refere

aos equinos, desde 1987, quando passou a desempenharas funções da Coudelaria de Campinas (SP), extinta emdezembro do mesmo ano.

Essa Organização Militar tem dupla subordinação: à3ª Região Militar, para fins administrativos, e ao ComandoLogístico, para os assuntos técnicos, normativos e gerenciais.

A Coudelaria de Rincão tem por missão a produçãodo “cavalo militar”, que é o equino com as característicasmorfofisiológicas adequadas ao emprego e cerimonialmilitares, possuidor de condições de saúde, resistência,força e velocidade que o tornem apto a suportartrabalhos contínuos e variados nas três andaduras (passo,trote e galope).

Para cumprir sua missão, a Coudelaria de Rincãodesenvolve as atividades de remonta de equinos do ExércitoBrasileiro, que é a atividade logística que tem por atribuição

A a produção e provimento de efetivos animais de acordocom as necessidades do Exército, observadas as disposiçõesregulamentares do Comando Logístico.

A Organização Militar atualmente desenvolveimportantes projetos, entre os quais podem ser destacadoso da Melhoria Genética e o da Autossuficiência emalimentos para o seu plantel equino.

No que se refere ao Projeto de Melhoramento Genético,desempenha as seguintes atribuições:

– confecciona o Plano de Monta, que é o planejamentopormenorizado dos cruzamentos a serem realizados entregaranhões e matrizes selecionados – a fim de quesejam obtidos equinos de elevado porte, ágeis e deboa e harmônica estrutura óssea – e que busca evitar aconsanguinidade, em conformidade com as diretrizes daDiretoria de Abastecimento;

– realiza as coberturas por meio de Monta DirigidaNatural ou Inseminação Artificial. Para realizar essas tarefas,conta com um corpo de veterinários qualificados e com

Coudelariade RincãoRRRRRemontemontemontemontemonta e Va e Va e Va e Va e Veeeeettttterererererinárinárinárinárináriaiaiaiaia

Coudelariade Rincão

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30 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

semens de garanhões selecionados,pertencentes à carga da Coudelaria ede outros adquiridos do plantelnacional e internacional;

– para que o seu plantel sejarenovado, seleciona os produtos comexcepcionais características zootécnicase filiação que devam permanecerna Coudelaria para servirem dereprodutores ou de matrizes.

No que se refere ao Projeto deAutossuficiência, desempenha asseguintes atribuições:

– cultiva e conserva pastagens quevenham a melhorar as condições e aqualidade dos animais em face dasnecessidades específicas da espécie emanutenção de um excelente estado denutrição e higidez;

– moderniza seu maquinário, adquire implementosagrícolas, silos de armazenagem de grãos, “pivot” parairrigação de áreas plantadas e equipamentos paraprocessamento de grãos, como forma de dar suporte aconsecução dessas autossuficiências;

– produz, aproximadamente, 600 toneladas de grãos,que visam à alimentação do seu plantel equino e resultarána economia dos recursos disponibilizados, assim como amelhoria na qualidade dessa alimentação.

Em 2009, a Coudelaria de Rincão passou a realizar adoma racional dos produtos que são distribuídosanualmente às Unidades do EB, o que é realizado por meiode um efetivo de 15 (quinze) militares, entre os quais estãoum Instrutor e um Monitor oriundos dos Cursos da Escolade Equitação do Exército.

A atividade de reprodução de equídeos no ExércitoBrasileiro é realizada exclusivamente pela Coudelaria deRincão. Essa medida restritiva visa a preservar o patrimôniogenético, bem como o padrão racial dos equídeos por meiode um estrito acompanhamento técnico, por parte daSeção de Gestão Logística de Remonta e Veterinária daDiretoria de Abastecimento e daquela OM.

A meta da Coudelaria de Rincão é atender em 100% àsnecessidades em equinos, de forma sustentável,preservando e melhorando o patrimônio genético existente,estando sempre atualizada com as boas práticas daprodução agropecuária e minimizando, cada vez mais, oscustos com essa atividade para o Exército Brasileiro.(

À esquerda, equipamentos agrícolas e, acima, siloÀ esquerda, equipamentos agrícolas e, acima, siloÀ esquerda, equipamentos agrícolas e, acima, siloÀ esquerda, equipamentos agrícolas e, acima, siloÀ esquerda, equipamentos agrícolas e, acima, silode armazenagem de grãosde armazenagem de grãosde armazenagem de grãosde armazenagem de grãosde armazenagem de grãos

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31 – ANO XXXVIII – Nº 204 – JAN/FEV/MAR 2010

ela definição do Conselho Internacional deOperações de Logística (ICLM), “Logística é a partedo Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que

planeja, implementa e controla o fluxo e o armazenamentoeficiente e econômico de matérias-primas, materiaissemiacabados e produtos acabados, bem como asinformações a eles relativas, desde o ponto de origem atéo ponto de consumo, com o propósito de atender àsexigências dos clientes”.

Atendendo aos ditames da Diretriz Geral do Coman-dante do Exército, o Estado-Maior do Exército, por meioda Portaria nº 020, de 27 de março de 2007, aprovou aDiretriz para a constituição de um Grupo de Trabalhoencarregado de estudar e propor atualizações e melhoriasno Sistema Logístico (SISLOG) do Exército. Um dos frutosdesse Grupo de Trabalho, a recém-criada Base de ApoioLogístico do Exército, será considerada o “BRAÇOOPERACIONAL DO COMANDO LOGÍSTICO DO EXÉRCITO”.

A MissãoA MissãoA MissãoA MissãoA MissãoA criação da Base de Apoio Logístico do Exército

(Ba Ap Log Ex) representou grande avanço na reestru-turação da Força Terrestre (F Ter) ao aproximar a estruturado SISLOG ao previsto na Estrutura Militar de Defesa. ABa Ap Log Ex é referida no manual de campanha de LogísticaMilitar Terrestre (C 100-10) / Ed. 2003 como sendo umaorganização logística a ser ativada ou já existente naestrutura das Forças Singulares, localizada na Zona deInterior (ZI), tendo a atribuição de prover os recursosnecessários às organizações de apoio logístico dos escalõesconsiderados da F Ter. Liga-se aos órgãos de direçãofuncional, na ZI, e às Bases Logísticas (Ba Log) e aos Centros

P

Base de ApoioLogístico do ExércitoUUUUUma rma rma rma rma realidadeealidadeealidadeealidadeealidade

de Recompletamento (C Rcp), no Teatro de OperaçõesTerrestres (TOT). Para fins de coordenação logística, liga-se,ainda, com o Estado-Maior do Teatro de Operações Terrestres(EM/TOT), com o Comando Logístico da Força Terrestre doTeatro de Operações Terrestres (CLFTTOT) e com as RegiõesMilitares do Teatro de Operações Terrestres (RM/TOT).

A missão da Ba Ap Log Ex foi assim definida na Diretrizdo EME para a sua implantação:

“Como braço operacional do COLOG, a Ba Ap Log Exexecutará o apoio ao Exército como um todo, inclusiveàs Missões de Paz, devendo, dentre outras missões, realizaraquisições e contratar serviços, ligar-se à Comissão doExército Brasileiro em Washington (CEBW), coordenar ostrabalhos de desembaraço alfandegário e recebimento dematerial do exterior, e ser Unidade Gestora (UG).”

A mesma Diretriz ainda determina que, quandoinstalada, a Ba Ap Log Ex, sob orientação do EME,conduzirá estudos e experimentações doutrinárias, visandoao apoio logístico ao Exército Brasileiro como um todo.Para esse mister, o Cmdo da Ba Ap Log Ex foi estruturado,além das seções normais de um EMG, com uma Divisãode Estudos Logísticos.(

Vista da Base de Apoio Logístico do ExércitoVista da Base de Apoio Logístico do ExércitoVista da Base de Apoio Logístico do ExércitoVista da Base de Apoio Logístico do ExércitoVista da Base de Apoio Logístico do Exército

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32 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

ESCOLESCOLESCOLESCOLESCOLA PREPA PREPA PREPA PREPA PREPARAARAARAARAARATÓRIA DE CTÓRIA DE CTÓRIA DE CTÓRIA DE CTÓRIA DE CADETES DOADETES DOADETES DOADETES DOADETES DOEXÉRCITO EXÉRCITO EXÉRCITO EXÉRCITO EXÉRCITO EsPCEx - Campinas (SP)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: acesso à Academia Militar dasAgulhas Negras (AMAN)Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso: um ano (3ª série do Ensino Médio)Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: ter concluído a 2ª série do Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculinoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: Conclusão do Ensino Médio,acrescido de formação militarMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.espce.espce.espce.espce.espce x.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.br

ACACACACACADEMIA MILITADEMIA MILITADEMIA MILITADEMIA MILITADEMIA MILITAR DAR DAR DAR DAR DAS AGULHAS NEGRASAS AGULHAS NEGRASAS AGULHAS NEGRASAS AGULHAS NEGRASAS AGULHAS NEGRASAMAN - Resende (RJ)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Oficiais de Carreira das Armas, doServiço de Intendência e do Quadro de Material BélicoDuração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso: quatro anosIngresso:Ingresso:Ingresso:Ingresso:Ingresso: exclusivamente para concludentes da EsPCExSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: Aspirante-a-OficialCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até GeneralMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.aman.ensino.eb.br.aman.ensino.eb.br.aman.ensino.eb.br.aman.ensino.eb.br.aman.ensino.eb.br

INSTITUTO MILITINSTITUTO MILITINSTITUTO MILITINSTITUTO MILITINSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIAAR DE ENGENHARIAAR DE ENGENHARIAAR DE ENGENHARIAAR DE ENGENHARIAIME - Rio de Janeiro (RJ)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Oficiais do Quadro deEngenheiros MilitaresDuração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso: cinco anosEscolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculino e femininoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 1º TenenteCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até GeneralMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.ime.ensino.eb.br.ime.ensino.eb.br.ime.ensino.eb.br.ime.ensino.eb.br.ime.ensino.eb.br

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DO EXÉRCITOESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DO EXÉRCITOESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DO EXÉRCITOESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DO EXÉRCITOESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DO EXÉRCITOEsAEx - Salvador (BA)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Oficiais do Quadro ComplementarDuração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso: nove mesesEscolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Ser diplomado em uma das áreas deinteresse do Exército - Direito, Administração, Informática,Ciências Contábeis, Economia, Estatística, Enfermagem,Comunicação Social, Psicologia, Pedagogia, Magistério/Licenciatura (Português, Inglês, Espanhol, Matemática,Química, Física, Biologia, História e Geografia) ouVeterinária*Sexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculino e femininoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 1º TenenteCarCarCarCarCarreira:reira:reira:reira:reira: até Tenente-CoronelMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.esae.esae.esae.esae.esaex.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.br

ESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOEsSEx - Rio de Janeiro (RJ)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Oficiais do Serviço de SaúdeDuração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso:Duração do curso: nove mesesEscolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: ser diplomado em Medicina,Farmácia ou OdontologiaSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculino e femininoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 1º TenenteCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até Coronel; se Oficial Médico, até GeneralMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.esse.esse.esse.esse.essex.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.br

ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMASESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMASESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMASESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMASESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMASEsSA - Três Corações (MG)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Sargentos de Infantaria,Cavalaria, Artilharia, Engenharia e ComunicaçõesEscolaridade: Escolaridade: Escolaridade: Escolaridade: Escolaridade: Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculinoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 3º SargentoCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até CapitãoMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.essa.ensino.eb.br.essa.ensino.eb.br.essa.ensino.eb.br.essa.ensino.eb.br.essa.ensino.eb.br

ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADAESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADAESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADAESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADAESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADAEsIE - Rio de Janeiro (RJ)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Sargentos de Topografia,Intendência e MúsicaEscolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculinoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 3º SargentoCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até CapitãoMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.esie.ensino.eb.br.esie.ensino.eb.br.esie.ensino.eb.br.esie.ensino.eb.br.esie.ensino.eb.br

ESCOLESCOLESCOLESCOLESCOLA DE MAA DE MAA DE MAA DE MAA DE MATERIAL BÉLICOTERIAL BÉLICOTERIAL BÉLICOTERIAL BÉLICOTERIAL BÉLICOEsMB - Rio de Janeiro (RJ)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Sargentos de Manutenção deArmamento, Manutenção de Viatura Automóvel eMecânico OperadorEscolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculinoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 3º SargentoCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até CapitãoMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.esmb.ensino.eb.br.esmb.ensino.eb.br.esmb.ensino.eb.br.esmb.ensino.eb.br.esmb.ensino.eb.br

CENTRO DE INSTRUÇÃO DE ACENTRO DE INSTRUÇÃO DE ACENTRO DE INSTRUÇÃO DE ACENTRO DE INSTRUÇÃO DE ACENTRO DE INSTRUÇÃO DE AVIAÇÃOVIAÇÃOVIAÇÃOVIAÇÃOVIAÇÃODO EXÉRCITO DO EXÉRCITO DO EXÉRCITO DO EXÉRCITO DO EXÉRCITO CIAvEx - Taubaté (SP)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Sargentos de Aviação nasáreas de Manutenção e de ApoioEscolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculinoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 3º SargentoCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até CapitãoMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.ciave.ciave.ciave.ciave.ciavex.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.br

ESCOLA DE COMUNICAÇÕESESCOLA DE COMUNICAÇÕESESCOLA DE COMUNICAÇÕESESCOLA DE COMUNICAÇÕESESCOLA DE COMUNICAÇÕESEsCom - Rio de Janeiro (RJ)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Sargentos de Manutenção deComunicaçõesEscolaridade: Escolaridade: Escolaridade: Escolaridade: Escolaridade: Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculinoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 3º SargentoCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até CapitãoMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.escom.ensino.eb.br.escom.ensino.eb.br.escom.ensino.eb.br.escom.ensino.eb.br.escom.ensino.eb.br

ESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOEsSEx - Rio de Janeiro (RJ)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: formar Sargentos de Saúde – Técnicoem EnfermagemEscolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Ensino MédioSexo:Sexo:Sexo:Sexo:Sexo: masculino e femininoSituação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso:Situação após o curso: 3º SargentoCarreira:Carreira:Carreira:Carreira:Carreira: até CapitãoMais informações: wwwwwwwwwwwwwww.esse.esse.esse.esse.essex.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.brx.ensino.eb.br

wwwwwwwwwwwwwww.e.e.e.e.exxxxxererererercito.govcito.govcito.govcito.govcito.gov.br.br.br.br.brwwwwwwwwwwwwwww.e.e.e.e.exxxxxererererercito.govcito.govcito.govcito.govcito.gov.br.br.br.br.br

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6º Batalhão de Infantaria Leve – “RegimentoIpiranga” é uma unidade de gloriosas tradiçõesda Infantaria Brasileira. Seu nome está escrito

de maneira indelével na história militar do Brasil.Criado em 1908, foi instalado no Bairro de Soledade,

em Recife (PE), em 22 de março de 1909. Em junho domesmo ano, foi transferido para Curitiba (PR), ondecombateu os rebeldes na Campanha do Contestado, entre1913 e 1915. Na ocasião, vários heróis tombaram nocumprimento do dever.

Em 1918, o Regimento foi reorganizado no Bairrode Campos Elísios, em São Paulo, e, posteriormente,transferido para Caçapava (SP), instalando-se na antigaFábrica de Tecidos da Companhia Industrial Limitada,adquirida pelo Exército. Na oportunidade, tropa epopulação marcharam juntas até o novo quartel do 6ºRegimento de Infantaria. Foi um dia de festa.

O primeiro juramento à Bandeira dos recrutas,realizado em 30 de junho de 1918, na AssociaçãoCaçapavense, teve como paraninfo o poetaOlavo Brás Martins dos Guimarães BilacOlavo Brás Martins dos Guimarães BilacOlavo Brás Martins dos Guimarães BilacOlavo Brás Martins dos Guimarães BilacOlavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, o Patrono doServiço Militar.

O 6º RI participou da Revolução Paulista de 1924,da Revolução Constitucionalista de 1932 e debelou focos

O que ameaçavam a unidade nacional na IntentonaComunista de 1935.

Integrou a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, naItália, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi a primeiratropa brasileira a entrar em ação, em novembro de 1944,e a unidade com maior número de jornadas em combate.

O Cerco a Fornovo Di Taro, em abril de 1945, sob ocomando do Cel Nelson de MelloNelson de MelloNelson de MelloNelson de MelloNelson de Mello, foi a brilhante missãoque consagrou o 6º RI nos Campos de Batalha da Itália.Na ocasião, ocorreu a rendição incondicional da 148ª

RegimentoIpiranga6º Bat6º Bat6º Bat6º Bat6º Batalhãoalhãoalhãoalhãoalhãode Infde Infde Infde Infde Infantantantantantarararararia Leia Leia Leia Leia Levvvvveeeee

RegimentoIpiranga

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Divisão Alemã, dos remanescentes de uma DivisãoItaliana e da 90ª Divisão Panzer Granadier. Foramcapturados cerca de 15.000 prisioneiros, 4.000 canhões,1.500 viaturas e grande quantidade de armamentoe munição.

De volta à Pátria, os nossos pracinhas foram recebidoscom carinho, admiração e civismo. O Monumento aosHeróis da FEB do 6º RI, construído em 1951, é ahomenagem eterna do Regimento aos seus 111 heróistombados nos Campos de Batalha da Itália.

O 6º BI participou ativamente da Revolução de31 de Março de 1964, entrando em posição na regiãode Queluz (SP), em defesa da restauração da autoridadee da democracia, demonstrando solidariedade aopovo brasileiro.

Nossa Senhora de Lourdes, padroeira do Regimento,também tem a sua história. Enquanto aguardava oregresso após guerra, o 6º RI ajudou na reconstruçãoda Igreja de Vada, na Itália, destruída pelos alemães.Durante os trabalhos, foi encontrada a imagem de NossaSenhora de Lourdes, intacta e denegrida pelo fogo nasruínas da Igreja. Posteriormente, uma comitiva de freirasSalete, em novembro de 1945, veio a Caçapava e ofertouao Batalhão a imagem da santa, a mesma encontradanos escombros, em nome da população de Vada, emreconhecimento ao 6º RI pelos trabalhos de reconstruçãode sua Igreja.

O Museu Ipiranga, restauradoem 1975, é o relicário das maisnobres tradições que mantêm

elevados o orgulho e o espírito de corpo dos integrantesdo Batalhão.

Esse é o “Regimento Ipiranga”, destaque das maisgloriosas páginas da nossa história, que tem seu nomehistórico ligado ao mais relevante evento de nossaPátria, “O Grito do Ipiranga”.

Denominações e EsDenominações e EsDenominações e EsDenominações e EsDenominações e EstttttandarandarandarandarandarttttteeeeeA denominação histórica “Regimento Ipiranga” foi

aprovada pela Portaria Ministerial 148, de 10 de fevereirode 1982. De 1964 a 1995, a Unidade recebeu as seguintesmudanças de denominação:

– de 6º RI para 1º/6º R1 – 1º Batalhão do 6º Regimentode Infantaria – Portaria nº107-Res, de 11 de Novembrode 1964;

– de 1º/6º RI para 6º BI – 6º Batalhão de Infantaria –Portaria nº 94-EME Res, de 10 de Outubro de 1973; e

– de 6º BI para 6º BIL – 6º Batalhão de InfantariaLeve – Portaria nº 24-Res, de 19 de Junho de 1995.

O estandarte do “Regimento Ipiranga” sintetiza aUnidade e é constituído por:

– o vermelho representa o sangue de nossos heróis;– a cruz verde simboliza nossa cultura cristã;– as 12 estrelas representam os principais combates

realizados na Itália;– os ramos de café, nossa riqueza; e

34 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

À esquerda e acima: armamentos em exposição no Museu IpirangaÀ esquerda e acima: armamentos em exposição no Museu IpirangaÀ esquerda e acima: armamentos em exposição no Museu IpirangaÀ esquerda e acima: armamentos em exposição no Museu IpirangaÀ esquerda e acima: armamentos em exposição no Museu Ipiranga

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– o escudo azul e o cruzeiro do sul simbolizam nossaforça, unidade e grandeza da pátria.

AAAAAtividades Rtividades Rtividades Rtividades Rtividades Recentecentecentecentecentes e Aes e Aes e Aes e Aes e AtuaistuaistuaistuaistuaisNa atualidade, o Batalhão mantém as tradições de seu

passado glorioso, forjado em honra e sangue daqueles queno passado defenderam a nossa bandeira e os nossosprincípios, com o sacrifício da própria vida.

Em 1995, o Batalhão foi transformado em 6º Batalhãode Infantaria Leve, subordinado à 12ª Brigada de InfantariaLeve Aeromóvel, e passou a integrar a Força de Ação RápidaEstratégica do Exército Brasileiro, apta a operar em qualquerparte do território nacional. Por essa razão e com o objetivode atuar com rapidez nas ações de Defesa Externa e deGarantia da Lei e da Ordem, anualmente, os integrantesdo Batalhão realizam diversos estágios em todos osambientes operacionais brasileiros – selva, caatinga,pantanal e montanha – e participam de exercíciosem todo o território nacional.

Em reconhecimento a sua prontidão e capacidadeoperacional, o 6º BIL foi empregado na Missãode Paz no Haiti, onde consagrou a competência de seushomens, no cenário internacional, representandoo Exército e o Brasil com brilhantismo. Militaresdo Batalhão participaram do 2º Contingente, em2004; do 4º Contingente, em 2005; e do 11ºContingente, em 2009.

Como uma das Unidades da 12ª Brigada de InfantariaLeve (Aeromóvel), é uma tropa de elite e possui aspeculiaridades da Infantaria Leve de estar sempre muitobem adestrada e ser dotada de material e armamento levee compacto, de alta letalidade.

Em 2009, o 6º BIL comemorou o centésimo aniversáriode sua criação, quando foram realizadas diversasatividades que buscaram a integração com a comunidadelocal da cidade que o acolhe, Caçapava(SP), e quecontou com a presença de inúmeras autoridades civise militares, ex-combatentes e familiares.(

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Aspectos da instrução do 6º Batalhão de Infantaria LeveAspectos da instrução do 6º Batalhão de Infantaria LeveAspectos da instrução do 6º Batalhão de Infantaria LeveAspectos da instrução do 6º Batalhão de Infantaria LeveAspectos da instrução do 6º Batalhão de Infantaria Leve

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Policlínica Militar de Niterói (PoMN) foi criadapelo Decreto Lei nº 62.220, de 02 de fevereirode 1968, em Niterói, então capital do Estado do

Rio de Janeiro, antiga província fluminense no Império.Instituída para atender militares da ativa, inativos,

pensionistas e seus dependentes vinculados ao SAMMED/FUSEX residentes na guarnição de Niterói eem áreas do entorno, como Macaé, Campos eVitória, bem como funcionários civis e seusdependentes, desafoga, assim, o grandefluxo de pacientes no Hospital Centraldo Exército (HCE), localizado na cidadedo Rio de Janeiro.

Com a construção e inauguração daPonte Costa e Silva no ano de 1974, encurtou--se a distância entre a PoMN e o HCE,possibilitando, por conseguinte, maior fluidezno que tange à continuidade do apoio médicode urgência/emergência à família militar eao estreitamento dos laços de intercâmbiotécnico-administrativo entre as duasOrganizações Militares de Saúde.

A

PoliclínicaMilitar de Niterói

A unidade prima pelo cumprimento de sua missão,que é a de promover a melhoria da qualidade de vida e asatisfação da comunidade militar, especialmente daguarnição de Niterói, prestando assistência ambulatoriale pronto atendimento nas áreas médica, odontológicae laboratorial.

Assistência de saúde de primeiro mundoAssistência de saúde de primeiro mundoAssistência de saúde de primeiro mundoAssistência de saúde de primeiro mundoAssistência de saúde de primeiro mundo

Recepção aos usuáriosRecepção aos usuáriosRecepção aos usuáriosRecepção aos usuáriosRecepção aos usuários

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Após 40 anos de existência, a PoMN acumulou váriasconquistas importantes que engrandeceram cada vez maisa instituição, principalmente no tratamento da saúde dafamília militar. Destaca-se sua participação no Programa deQualidade Rio (PQRio), programa que visa à indução damelhoria do desempenho organizacional das instituiçõespúblicas e privadas sediadas no Estado do Rio de Janeiro.

Em 2003, ano em que iniciou sua participação no PQRio,foi premiada com o diploma categoria Bronze. Desde então,a PoMN buscou aprimorar suas atividades a fim de continuara crescer e alcançar melhores resultados. Assim, em 2004,a unidade foi agraciada com odiploma categoria Prata. Comoresultado de um trabalho que visavaà melhoria contínua na sua missãode prestar serviço de saúde deexcelência aos seus usuários, teveseu esforço reconhecido aoreceber, nos anos de 2005, 2006e 2008, o diploma categoria Ouro.

Dentre outros prêmios, aPoliclínica, em 2007 e 2008,recebeu o Certificado de Excelênciana Gestão de Recursos paraAssistência à Saúde da FamíliaMilitar, por ter atingido o maiselevado padrão de eficiência naGestão de Recursos destinadospara Assistência à Saúde da Família.

Um dos projetos que mais sedestaca na PQRio é o “Grupo Vivercom Alegria”, iniciativa que trabalha

com o público da Terceira Idade. Em 2003, a Policlínicainstituiu o Grupo que, com reuniões semanais cativantes,incentiva a participação dos seus integrantes em atividadesque visem à promoção da cultura e do lazer, à programaçãode passeios turísticos e à participação em festas folclóricase em apresentações teatrais.

A Policlínica Militar de Niterói situa-se na área doComando Militar do Leste na Guarnição de Niterói/São Gonçalo e está diretamente subordinada à1ª Região Militar (4º Dist Mil/1891) – Região MarechalHermes da Fonseca.(

Grupo Viver com AlegriaGrupo Viver com AlegriaGrupo Viver com AlegriaGrupo Viver com AlegriaGrupo Viver com Alegria Educação continuada para os profissionais de saúdeEducação continuada para os profissionais de saúdeEducação continuada para os profissionais de saúdeEducação continuada para os profissionais de saúdeEducação continuada para os profissionais de saúde Posto de coleta do laboratórioPosto de coleta do laboratórioPosto de coleta do laboratórioPosto de coleta do laboratórioPosto de coleta do laboratório

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38 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

m 4 de outubro de 1879, falecia, para consternaçãogeral da nação brasileira e das nações onde estevepresente, o mais bravo guerreiro que as Américas

jamais viram igual em ação: Manoel Luis OsorioManoel Luis OsorioManoel Luis OsorioManoel Luis OsorioManoel Luis Osorio.Foi considerado a deificação da valentia pelos soldados

dos quatro países – a Tríplice Aliança e o Paraguai – àfrente dos quais resplandeceu o heroísmo épico que olevou, ainda em vida, à glorificação da lenda.

Em que pese todos os títulos nobiliárquicos com osquais foi agraciado pelo Império, passou à históriasimplesmente através do nome pelo qual os seuscomandados o conheciam: “General Osorio!” O grito deguerra que, só de ouvi-lo – “Viva o General Osorio!” – osânimos se elevavam, o moral se restabelecia e o ímpetoguerreiro se tornava de tal forma irresistível que a vitóriaera, sempre, a consequência natural da sua presença.

Eis alguns testemunhos, dentre infinitos outros,daqueles que com ele conviveram nos campos de batalha.

“É então que Osorio Osorio Osorio Osorio Osorio se revela com todas as grandescondições que adornam aquele que comanda, porque umGeneral deve, se possui a bélica inspiração do domíniomilitar, conhecer o coração de seus soldados, pois que édesse consórcio íntimo que nasce a harmonia do conjunto.OsorioOsorioOsorioOsorioOsorio, dizia, tirando proveito tático da formação de suasquatro linhas, restabelece o combate: acode impávido comsuas reservas e entrando a cavalo no centro daqueladesordem homérica, grita a seus brasileiros: Avante! Vivao Brasil! Avante! Avante! A majestosa serenidade de seuespírito em meio aquela mosqueteria infernal está reveladacom sublime estoicismo na patriótica frase. Sua vozestertórica se ouve rodar nesse ambiente de poema, comoa eletricidade da coragem que sacode corações desoldados.” ( I. J. GarmendiaI. J. GarmendiaI. J. GarmendiaI. J. GarmendiaI. J. Garmendia, oficial argentino, emdeclaração sobre a Batalha de Tuiuti)

“... Quando Osorio Osorio Osorio Osorio Osorio se mostrava, nesses momentosdesesperados, de uma solenidade cruel, dizem que osmoribundos ainda se erguiam da terra ensanguentada, ondepouco a pouco se finavam, para vê-lo mais uma vez e

E

Coragem!Eu venci o mundo.HomenagHomenagHomenagHomenagHomenagem aos 1em aos 1em aos 1em aos 1em aos 130 anos30 anos30 anos30 anos30 anosde falecimento do General Osoriode falecimento do General Osoriode falecimento do General Osoriode falecimento do General Osoriode falecimento do General Osorio

morrerem contentes. Isso deve ser exato, porque achando--me sob a pressão de alta e consumidora febre, entrevado,caído para o fundo de uma barraca, estragado peloreumatismo que me abatia as forças e a coragem, só deouvir o sinal do herói, de dia, no meu acampamento,levantei-me como que tangido por uma força estranha,também para vê-lo passar, também para ver nesse homemtodo o heroísmo da minha nacionalidade, todo o orgulhode um grande país, naquele momento histórico. Diversoschefes também se revelaram por atos de bravura nessabatalha que se iniciava com toda a impetuosidade da força,da paixão e do patriotismo. Todos eles, porém, se resumemno vulto épico do General Osorio.” (Discurso do GeneralDantas BarDantas BarDantas BarDantas BarDantas Barretoretoretoretoreto, lido no Instituto Histórico em 24 de Maiode 1909, no aniversário de Tuiuti)

“O Coronel MartinezMartinezMartinezMartinezMartinez, paraguaio, Comandante dosbravos da defesa de Humaitá e cuja rendição fez chorar atéos brasileiros, ao encontrar-se com o General MouraMouraMouraMouraMoura, quefoi o primeiro dos nossos oficiais a quem falou, perguntou,antes de tudo, onde estava OsorioOsorioOsorioOsorioOsorio. ‘Esse homem pareceum ente sobrenatural’ – continuou o oficial paraguaio. ‘Vi--o praticar tanto heroísmo e a sua coragem me assombroutanto, que cheguei a proibir aos soldados de atirarem contraele.’” (TTTTTobias Monteirobias Monteirobias Monteirobias Monteirobias Monteirooooo, sobre o sítio a Humaitá, em“Reminiscências”)

“De repente, destacou-se, na frente de todos, da outrabanda daquela em que eu me achava, um homem, deponche-pala amarelo aos ombros, só, montando num cavalobranco, cujo pelo brilhava à luz do dia, como se fosse umanimal todo de prata. Começou o cavaleiro a descer odeclive, com a maior calma e majestade, embora se tornasselogo alvo exclusivo de imensa fuzilaria e de tiros de peçada praça cercada. Atônito, perguntei a um soldado decavalaria: – Quem é aquele que vai ali? – É o General OsorioOsorioOsorioOsorioOsorio,respondeu-me ele. E de mim se apossou tal frêmito deentusiasmo, que as lágrimas me assomaram aos olhos. Ah!sim, eu bem quisera estar ao seu lado, ante as vistas detodo o Exército Brasileiro! São desses atos e exemplos que

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arrastam o homem mais frio esenhor de si à morte e o levam aafrontar os mais extraordináriosperigos.” (Visconde de TVisconde de TVisconde de TVisconde de TVisconde de Taunayaunayaunayaunayaunay,quando do assalto à praça dePeribebuy)

Se nós, como civis, convidás-semos as dezenas de milhões depessoas que compõem a sociedadecivil brasileira para reverenciarmosos 130 anos de falecimentodo General OsorioOsorioOsorioOsorioOsorio, inclusiveincentivando-os ao estudo de suahistória, talvez nos dissessem: “Oque temos nós a ver – dentistas,médicos, engenheiros, bancários,donas de casa, representantescomerciais etc. etc. – com ummilitar morto há tanto tempo?Ademais, estamos num mundobélico pós bomba atômica, onde ananotecnologia é quem ditaagora as diretrizes das novas eassombrosas possibilidades. Queutilidade nos teria o estudo de umsoldado a cavalo lutando com lançae espada?”

Pedagogicamente, responde-ríamos: “Quem luta não sãoas armas, mas os homens. Atecnologia já nasce velha, ao passoque os valores morais são, desdesempre, eternos. Ser militar é opçãode vida, mas ser soldado combatente perante as infindáveisguerras que o dia a dia da existência inevitavelmente nosapresenta, para essa batalha todos automaticamente sealistam no instante de seu nascimento e só vão de fatopara a reserva após o último alento. O estudo dos grandesmilitares necessariamente melhor organiza o soldado naturalem cada um de nós, não importando qual ofício se exerça.O militar potencializa o soldado, e o torna de fato apto areceber o espírito de resignação, de perseverança e desacrifício, bases inarredáveis da verdadeira vitória eda glória duradoura, das quais o Divino Mestre do Calvárioé o exemplo sublime.”

Muito se sabe desses “rasgos” de OsorioOsorioOsorioOsorioOsorio. Mas poucose sabe que ele sempre realizou tudo isso em meio a gravesdoenças, a dores atrozes, apesar de tudo e de todos e,pior ainda, apesar de si mesmo. Também nós, militares ecivis, na vida profissional e nos momentos particulares, nãovivenciamos difíceis batalhas quando somos, todos os dias

e em cada instante, obrigados a avançar apesar de tudo?Enfim, é em extremo simbólico o fato de OsOsOsOsOsooooorio rio rio rio rio jamais

ter tirado do pescoço o crucifixo que a esposa lhe presenteouquando de seu casamento em 1835. Foi como se ali elefizesse uma opção definitiva pela cruz do sacrifício sem limitesem favor da Pátria, o que o levaria a tornar-se, ao preço detantas façanhas e sofrimentos, o Exemplo Inexcedível doDever, tanto para o mundo militar como para todos osbrasileiros. E a forma de demonstrarmos a nossa justa gratidãoé, mirando-nos nesse exemplo de heroísmo sublime,descobrir então a força e a bravura precisas para lutarmoscom inabalável honradez e perseverança em favor dos nossosmais lídimos e patrióticos ideais.(

MAESTRO MARDEN MALMAESTRO MARDEN MALMAESTRO MARDEN MALMAESTRO MARDEN MALMAESTRO MARDEN MALUFUFUFUFUFCoordenador Artístico das Classes Musicais do BGP

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Luis Osorio - MarLuis Osorio - MarLuis Osorio - MarLuis Osorio - MarLuis Osorio - Mar quês de Herquês de Herquês de Herquês de Herquês de Her valvalvalvalvalÓleo sobre tela de Joaquim Rocha FragosoÓleo sobre tela de Joaquim Rocha FragosoÓleo sobre tela de Joaquim Rocha FragosoÓleo sobre tela de Joaquim Rocha FragosoÓleo sobre tela de Joaquim Rocha Fragoso

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imigração alemã ocorreu dentro dociclo das grandes imigraçõeseuropeias no século XIX, após as

guerras napoleônicas e o início da PrimeiraGuerra Mundial, notadamente no períodocompreendido de 1815 e 1914.

A causa desse processo foi encontrada nosfrequentes problemas sociais que ocorreramna Europa. O reflexo disso é que cerca de 10%dos brasileiros atualmente tem ao menos umantepassado alemão.

Causas da ImigCausas da ImigCausas da ImigCausas da ImigCausas da ImigrrrrraçãoaçãoaçãoaçãoaçãoA Europa, no início do século XIX, passava

por novos desenvolvimentos econômicos e aindustrialização teve um grande impulso,necessitando de mão de obra especializada, o que causoua ruína de muitos artesãos e trabalhadores da indústriadoméstica. Assim, sem poder desenvolver suas atividadesartesanais, esses trabalhadores livres começaram a formarum exército de mão de obra (barata) assalariada para aindústria que estava nascendo.

Com o desenvolvimento de novos maquinários tambémocorreu o acréscimo da produtividade no campo, reduzindoa procura por mão de obra e causando desemprego decamponeses. Além disso, a Alemanha passava por umadesintegração de sua estrutura feudal, quando muitoscamponeses ficaram sem trabalho e sem direito ao uso deterras, ao mesmo tempo em que a população aumentava.Sem terras para viver, camponeses migraram paraas cidades, somando-se ao grande número deproletários já existentes.

Nessas mudanças econômicas que agitavam ocontinente europeu, a indústria desenvolveu as cidadese causou o despovoamento dos campos. À medidaque a riqueza aumentava, a saúde e o acesso a novosgêneros alimentícios melhoravam e a população crescia.Dessa forma, os governos europeus incentivaram eencorajaram a emigração, como válvula de controle doaumento da população.

Com o surgimento da máquina a vapor e inovações

A

A ImigraçãoAlemã no Brasile o 1e o 1e o 1e o 1e o 19º Bat9º Bat9º Bat9º Bat9º Batalhãoalhãoalhãoalhãoalhãode Infde Infde Infde Infde Infantantantantantarararararia Moia Moia Moia Moia Motttttorororororizadoizadoizadoizadoizado

como o transatlântico de propulsão a hélice, muitas pessoasse movimentavam entre os continentes, dependendo apenasde decisões pessoais, visando a uma vida melhor, ou mesmopor insatisfação com a situação vigente ou, ainda, por receiode um futuro incerto.

O governo alemão também encorajava grupos deempreendedores a conhecer novas terras para conseguirmercado para seus produtos. Em acordo com a Monarquiabrasileira, chegou-se a fazer planejamentos e a se contrataradministradores e profissionais liberais para a instalaçãodas colônias. Esses homens vinham para o Brasil, acabavampor desenvolver aqui suas atividades laborais e assimtambém se fixavam à terra.

Entretanto a maioria dos alemães que migraram para oBrasil era normalmente formada de camponeses insatisfeitoscom a perda de suas terras, ex-artesãos, trabalhadores livrese empreendedores desejando exercer livremente suasatividades, perseguidos políticos, famílias que perderamtudo e estavam em dificuldades, pessoas que eramchamadas para administrar as colônias ou ainda pararealizar trabalhos de nível intelectual.

O Início da imigO Início da imigO Início da imigO Início da imigO Início da imigrrrrraçãoaçãoaçãoaçãoaçãoOs primeiros imigrantes alemães foram trazidos ao Brasil

a mando do Rei Dom João VIJoão VIJoão VIJoão VIJoão VI, e começaram a ser instalados

Pintura que retrata a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do SulPintura que retrata a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do SulPintura que retrata a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do SulPintura que retrata a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do SulPintura que retrata a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul

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em várias regiões do País. Em 1818, asprimeiras famílias foram mandadas para a Bahia.Em 1820, chegaram alemães a Nova Friburgo,no Estado do Rio de Janeiro, assim criando oprimeiro município para o qual Dom João VIJoão VIJoão VIJoão VIJoão VItentava atrair mais imigrantes alemães.

Em 1823, após a Independência do Brasil,foram criados os batalhões de estrangeiros, paragarantir a soberania nacional. A busca oficialpor colonos alemães nesta fase passou a seruma política imperial.

No ano de 1824, os alemães chegaram aoSul do Brasil, sendo assentados à margemdo Rio dos Sinos, onde a antiga Real Feitoriado Linho Cânhamo foi adaptada para ser vir comosede temporária dos recém-chegados à atual cidade deSão Leopoldo.

A ColonizaçãoA ColonizaçãoA ColonizaçãoA ColonizaçãoA Colonizaçãono Rio Grno Rio Grno Rio Grno Rio Grno Rio Grande do Sulande do Sulande do Sulande do Sulande do Sul

A colonização alemã no Rio Grande do Sul foi motivadapela necessidade de povoar o sul do Brasil, a fim de garantira posse do território, ameaçada pelos vizinhos castelhanos.Além disso, outro objetivo do interesse nos alemães foirecrutar soldados mercenários para reforçar o Exército doBrasil recém-independente.

Foi assim que, no dia 25 de julho de 1824, chegarama São Leopoldo, inicialmente, 39 imigrantes alemães, masem apenas um ano a colônia já havia acolhido cerca de milpessoas. A previsão era de que estas famílias receberiamlotes de 72 hectares para plantar feijão, arroz, milho,mandioca e batata-doce.

Os primeiros colonos vieram de Holstein, Hamburgo,Mecklemburgo e Hannover. Depois, passaram a predominar

os oriundos de Hunsrück e do Palatinado. Em algumasdécadas após o início da imigração, a região do Valedos Sinos estava quase que completamente ocupadapor imigrantes alemães.

A colonização transbordou da região se expandindopor outras áreas do Rio Grande do Sul. É muito notávelque a colonização alemã tenha sido efetuada em terrasbaixas, seguindo o caminho dos rios.

Nos primeiros cinquenta anos de imigração, foramintroduzidos entre 20 mil e 28 mil alemães no Rio Grandedo Sul. Entre 1824 e 1830 entraram no Rio Grande doSul cerca de 5.350 alemães. Devido a motivos políticos epor causa da Revolução Farroupilha, a imigração ficouinterrompida entre 1830 e 1844, reiniciando-se nos anosde 1844 e 1850, quando chegaram mais 10 mil imigrantese, entre 1860 e 1889, outros 10 mil. De 1890 a 1914,chegaram mais 17 mil alemães.

Com a Proclamação da República no Brasil, as terrasdevolutas passaram para os Estados, assim como aresponsabilidade pela colonização. Nessa ocasião, o

governo positivista do Rio Grande do Suldefendeu a imigração espontânea e acolonização particular.

O qO qO qO qO quaruaruaruaruartttttel do1el do1el do1el do1el do19º Bat9º Bat9º Bat9º Bat9º Batalhãoalhãoalhãoalhãoalhãode Infde Infde Infde Infde Infantantantantantarararararia Moia Moia Moia Moia Motttttorororororizadoizadoizadoizadoizado

Ao final da I Guerra Mundial, interessespolíticos indicavam a conveniência da construçãode um quartel para o 30º Batalhão de Infantaria,atual 19º Batalhão de Infantaria Motorizado, quehavia sido transferido de Porto Alegre para SãoLeopoldo, aquartelando-se em três prédios, naRua Brasil, no centro da cidade, cujo aluguelera pago pela Intendência (Prefeitura) local.

Em 07 de janeiro de 1918, o jornal local “ASemana”, no seu primeiro número, com data de15 de setembro, relata assim a primeiraparticipação do Batalhão:

Atividade agrícola na colôniaAtividade agrícola na colôniaAtividade agrícola na colôniaAtividade agrícola na colôniaAtividade agrícola na colônia

Casa da Feitoria em São Leopoldo (RS)Casa da Feitoria em São Leopoldo (RS)Casa da Feitoria em São Leopoldo (RS)Casa da Feitoria em São Leopoldo (RS)Casa da Feitoria em São Leopoldo (RS)

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“São Leopoldo a passos largos vai tomando o aspectode cidade bonita e moderna. Citaremos, antes de tudo, avinda do 30º Batalhão de Infantaria, o qual, afirmamossem errar, trouxe à nossa cidade mais vida e maiormovimento. Aproveitamos essas linhas para exprimir anossa admiração e os nossos aplausos ao Batalhão pelobrilhante garbo com que tomou parte na parada militarno dia 7 de setembro.”

Na véspera do Natal de 1919, correu o boato de queo Batalhão seria transferido para Rio Pardo. O Intendenteapelou para o Presidente do Estado, Dr BorBorBorBorBorges deges deges deges deges deMedeirMedeirMedeirMedeirMedeirososososos, pedindo a sua intervenção dizendo: “A populaçãointeira quer evitar essa medida, que tanto prejudicariainteresses econômicos e a nacionalização deste município”.

A população leopoldense se mobilizou e angarioufundos para a aquisição de um terreno para a construçãodo quartel. E, assim, em 1922, no ano do Centenário daIndependência do Brasil, foi inaugurado o imponentequartel do, à época, 8º Batalhão de Caçadores.

BrBrBrBrBreeeeevvvvve hise hise hise hise histttttóróróróróricoicoicoicoicoA história da Unidade iniciou-se no século XVIII,

quando, em 1737, foi criado o Batalhão de ArtilheirosFuzileiros, devido às lutas em torno da Colônia deSacramento. Em 1753, com o combate aos espanhóis nosul do País, começou para o Batalhão uma trajetória delutas, que viria, mais tarde, a influir nos rumos dosacontecimentos e no desenrolar da história dos estadossulinos do Brasil. Em 1772, a Unidade recebeu adenominação oficial de Regimento de Infantaria de Linhade Santa Catarina e Maranhão. Iniciou-se, assim, paraos homens do Regimento, uma vida itinerante, difícil,marcada de muitas missões e heroísmo.

Em 1835, eclodiu a Revolução Farroupilha. OPresidente e Comandante das Forças Armadas de SantaCatarina, General Francisco José Soares de Andréa, criouo Batalhão Provisório para combater os rebeldes, formado

com muitos contingentes, incluindo o Regimento deInfantaria de Linha e denominado Batalhão Provisório daSerra, carinhosamente chamado de Batalhão da Serra.

Integrando as forças do Barão de CaxiasBarão de CaxiasBarão de CaxiasBarão de CaxiasBarão de Caxias em 1842,contribui para a pacificação da província de São Paulo. Noano seguinte, já com a denominação de 3° Batalhão deFuzileiros, tomou parte da Batalha de Poncho Verde, emque foi elogiado por Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias pela coragem e por suaprodigiosa atuação nos campos de batalha.

A Unidade participou de inúmeros combates, como:Guerra contra Oribe Oribe Oribe Oribe Oribe e RosasRosasRosasRosasRosas; Guerra contra Artigas; Guerrada Cisplatina; Guerra da Tríplice Aliança; Campanha deCanudos; Campanha do Contestado; Atuação contra aColuna Prestes; Revolução de 1924; Revolução de 1930;Revolução de 1932; e Revolução Democrática de 1964.

Em 1944, foi a Unidade do Rio Grande do Sul quemais contribuiu com efetivos para a Força ExpedicionáriaBrasileira, que foi lutar em terras do continenteeuropeu, assim confirmando suas tradições de valente,intrépida e guerreira.

O final do milênio descortinou novos horizontespara o Batalhão. Em 1993, foi designado Unidade dePronto Emprego pelo Comando de Operações Terrestres(COTER) e, em 1994, começou a preparar seus efetivospara integrar Operações de Paz, a cargo da Organizaçãodas Nações Unidas.

O início das missões internacionais ocorreu em 1996,na Operação Cruzeiro do Sul, realizada na Argentina, e noExercício Forças Unidas, desenvolvido no Paraguai.

O século 21 trouxe nova destinação, quando o COTERdistinguiu a Unidade como Força de Ação Rápida Regionaldo Comando Militar do Sul. Assim, participou do ExercícioForças Unidas, no Equador, em 2001, e na Argentina, em2003. Participou, também, das Operações Cabañas, em2001, na Argentina, e em 2002, no Chile. Participou,ainda, da Missão de Apoio das Nações Unidas no TimorLeste, onde se fez presente em 2000 e 2002.

Em maio de 2004, completando dez anos deadestramento em operações de Força de Paz, a Unidadefoi designada para integrar a Missão das Nações Unidas para

O 19º Batalhão de Infantaria Motorizado no HaitiO 19º Batalhão de Infantaria Motorizado no HaitiO 19º Batalhão de Infantaria Motorizado no HaitiO 19º Batalhão de Infantaria Motorizado no HaitiO 19º Batalhão de Infantaria Motorizado no Haiti

Pavilhão de comando histórico do 19º Batalhão de Infantaria MotorizadoPavilhão de comando histórico do 19º Batalhão de Infantaria MotorizadoPavilhão de comando histórico do 19º Batalhão de Infantaria MotorizadoPavilhão de comando histórico do 19º Batalhão de Infantaria MotorizadoPavilhão de comando histórico do 19º Batalhão de Infantaria Motorizado

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Estabilização do Haiti (MINUSTAH). A Operaçãodesencadeou-se até dezembro, ocasião em que o 19°Batalhão de Infantaria de Força de Paz, como foi designado,cumpriu missões da Brigada Brasileira de Força de Paz noHaiti. Essa experiência vitoriosa enaltece e dignifica a Unidadeneste esforço internacional para preservação da paz.

O seu passado de glórias está marcado na almade cada um de seus integrantes e assim descrito em partesde sua canção:

“Se nas horas amargas da guerraFor mister sacrifício e aventuraComo os leões aguerridos da serraLutaremos com alma e bravura”

HoHoHoHoHomenagmenagmenagmenagmenagem do Batem do Batem do Batem do Batem do Batalhãoalhãoalhãoalhãoalhãoaos 1aos 1aos 1aos 1aos 185 anos da imig85 anos da imig85 anos da imig85 anos da imig85 anos da imigrrrrração alemãação alemãação alemãação alemãação alemãem São Leopoldo/RSem São Leopoldo/RSem São Leopoldo/RSem São Leopoldo/RSem São Leopoldo/RS

No dia 24 de julho de 2009, o 19º Batalhão deInfantaria Motorizado realizou formatura comemorativaaos 185 anos da imigração alemã, numa homenagem àcidade de São Leopoldo. Nesse período, ficou evidenteque a colonização alemã contribuiu sobejamente para oBrasil e para o Exército Brasileiro, pois muitos de seusilustres militares, inclusive generais da ativa e da reserva,destacando-se o Presidente da República Ernesto GeiselErnesto GeiselErnesto GeiselErnesto GeiselErnesto Geisel(74-79), são de origem germânica.

A formatura ocorreu mediante narração em português ecom tradução simultânea em alemão, feita pelo CoronelCapelão R1 DarDarDarDarDarci Dremerci Dremerci Dremerci Dremerci Dremer. A solenidade contou tambémcom a presença de autoridades municipais, representantesda comunidade de origem alemã, rainha e princesas daCorte da São Leopoldo Fest, além de um grupamento,valor subunidade, formado por descendentes de alemãesque servem no “Batalhão da Serra”.

O historiador Germano MoehleckGermano MoehleckGermano MoehleckGermano MoehleckGermano Moehleckeeeee, que muito contribuiucom a preparação do evento, afirmou que “antigamente nãose podia falar alemão no quartel. Muitos jovens que viviamnas colônias somente aprenderam a falar o português quandovieram servir ao Exército nas chamadas Escolas de Formação

Regimentais”. Sobre esse assunto, o General Flávio OscarFlávio OscarFlávio OscarFlávio OscarFlávio OscarMaurerMaurerMaurerMaurerMaurer, oficial também de descendência alemã, quecomandou o 19º BI Mtz em 1990 e 1991, disse que “atébom tempo atrás, a maior parte dos recrutas que servia no19º BI Mtz vinha da colônia, sendo o serviço militar umexcelente instrumento de socialização e de brasilidade”.

O 3º Sargento Israel SteinnetzIsrael SteinnetzIsrael SteinnetzIsrael SteinnetzIsrael Steinnetz acredita que “a atividadedesenvolvida pelo Batalhão foi um resgate histórico para todasas famílias de descendência alemã que, com muito esforço,contribuíram para o desenvolvimento local”.

Após a formatura, o público presente acompanhou umaapresentação do Departamento de Tradições Gaúchas “Leãoda Serra”, que mostrou danças típicas gaúchas e umaencenação da chegada dos imigrantes alemães à cidade.

Coroando a atividade, foi servido um coquetel com orequinte da gastronomia alemã.

Grupamento dos descendentes de alemãesGrupamento dos descendentes de alemãesGrupamento dos descendentes de alemãesGrupamento dos descendentes de alemãesGrupamento dos descendentes de alemães

Hoje, a bem sucedida São Leopoldo é fruto da esperançados imigrantes do passado, que deixaram marcaspermanentes, inclusive no quartel do 19º BI Mtz, pormeio da presença e do trabalho de representantes dasfamílias alemãs WWWWWolfolfolfolfolf, SchmidtSchmidtSchmidtSchmidtSchmidt, SchäferSchäferSchäferSchäferSchäfer, WWWWWeberebereberebereber, LLLLLauermannauermannauermannauermannauermann,KleinKleinKleinKleinKlein, RothRothRothRothRoth, dentre tantas outras.

Segundo o Comandante do Batalhão, o ponto maisalto da solenidade certamente foi o congraçamento dasculturas e a emoção de voltar no tempo e recordar asaga dos imigrantes que desbravaram estas terras com nomede santo. Parabéns, São Leopoldo, berço da imigraçãoalemã no Rio Grande do Sul.(

Coquetel realizado no Galpão Crioulo do BatalhãoCoquetel realizado no Galpão Crioulo do BatalhãoCoquetel realizado no Galpão Crioulo do BatalhãoCoquetel realizado no Galpão Crioulo do BatalhãoCoquetel realizado no Galpão Crioulo do Batalhão

Guarda Bandeira conduzindo as Bandeiras do Brasil e da AlemanhaGuarda Bandeira conduzindo as Bandeiras do Brasil e da AlemanhaGuarda Bandeira conduzindo as Bandeiras do Brasil e da AlemanhaGuarda Bandeira conduzindo as Bandeiras do Brasil e da AlemanhaGuarda Bandeira conduzindo as Bandeiras do Brasil e da Alemanha

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surgimento dos Fortes na Bahiaconfunde-se com a fundação dacidade de Salvador. A necessidade

de proteger a então capital do Brasil eassegurar a soberania sobre o territóriorecém-descoberto fez dos fortes o principalsistema de defesa do Brasil colônia.Atualmente, as fortalezas representam ahistória viva do País, por guardarem, emsuas muralhas, páginas de um passadovitorioso de luta contra os invasores.

O

Os Fortesda 6ª Região Militar

FFFFForororororttttte de Mont Sere de Mont Sere de Mont Sere de Mont Sere de Mont Serrrrrratatatatat

O Forte de Mont Serrat é considerado umadas melhores obras militares do Brasil colônia.Com um desenho “tipo italiano”, possuía,originalmente, ponte levadiça entre a rampa e oterrapleno. Situado na Península de Itapagipe,foi construído por volta de 1583, no governode Manoel TManoel TManoel TManoel TManoel Telles Barelles Barelles Barelles Barelles Bar retoretoretoretoreto. Inicialmente, eraapenas um fortim, porém, entre os anos de 1591e 1602, foi reformado e dotado de maior poderofensivo. Desde então, até início do século XIX,foi conhecido como Forte de São Felipe, sendo,às vezes, também chamado de Fortaleza ouCastelo de Itapagipe. Do Forte é possível avistara Baía de Todos os Santos, a Ilha de Itaparica ea Cidade Baixa. As suas instalações foramutilizadas como Quartel-General, em 1624, peloGeneral VVVVVan Dorthan Dorthan Dorthan Dorthan Dorth, comandante das forçasholandesas que invadiram a Bahia.

FFFFForororororttttte de Sante de Sante de Sante de Sante de Santo Albero Albero Albero Albero Albertttttooooo

O Forte de Santo Alberto, construído entre os anos de1590 e 1610, está situado próximo à praia de Água deMeninos, entre a cidade e a Ponta de Mont Serrat. Devido asua proximidade com o mar, já foi também conhecido como:Forte de Santiago de Água de Meninos, Forte de Água deMeninos, Fortinho dos Franceses e, por último, Forte de SantoAlberto. O Forte não tem sua própria história, não se sabe aocerto quem o construiu, sabe-se apenas que foi bem localizadoe que tinha por finalidade proteger o ancoradouro de Água deMeninos. Inicialmente banhado pelo mar, hoje, encontra-seafastado em virtude de aterro necessário às obras do porto.

FFFFForororororttttte de Sante de Sante de Sante de Sante de SantoooooAntônio Além do CarAntônio Além do CarAntônio Além do CarAntônio Além do CarAntônio Além do Carmomomomomo

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O Forte de São Marcelo, também chamado deForte de Nossa Senhora do Pópulo, está situado emum banco de areia no meio do ancoradouro do Portode Salvador, no local mais antigo da cidade.Possui forma circular e é constituído por um torreãocentral, envolvido por um anel, medindo 15 metros.Além de defender a cidade de Salvador, o Forteser viu de prisão, abrigando o revolucionáriogaúcho Bento GonçalvesBento GonçalvesBento GonçalvesBento GonçalvesBento Gonçalves, chefe da RevoluçãoFarroupilha, e outros presos da Revolução Sabinadae Insurreição dos Malês.

Após ter permanecido mais de 40 anos fechado,o Forte São Marcelo passou por uma reforma emmarço de 2006 e foi reaberto ao público no ano de2008, tornando-se um dos referenciais da cultura deSalvador. Em suas instalações, funciona a sede daAssociação Brasileira dos Amigos das FortificaçõesMilitares e Sítios Históricos (ABRAF), que inaugurou,em 2008, a “Caravela Quinhentista”, denominadahistoricamente como “Príncipe Regente”. Desde suareabertura para visitação, é realizado, diariamente,um passeio náutico, oportunidade em que sãoapresentados aspectos da evolução histórica da cidadede Salvador, com textos sobre os monumentos, ospersonagens de vulto e a evolução física e cultural dacapital soteropolitana. Ao adentrar a caravela, ovisitante depara-se com uma tripulação caracterizadacom uniformes de época e participa de umaencenação, na qual são convidados a proteger o Reinode Portugal, Brasil e Algarves.

O Forte de Santo Antônio Além do Carmo,situado próximo à igreja de Santo AntônioAlém do Carmo, teve sua construção iniciada,como muitos outros baluartes do sistemadefensivo de Salvador, no século XVII, apósa expulsão dos holandeses em 1625.Antecedido por um conjunto de trincheiras,foi uma importante prisão do século passadoe abrigou, por muitos anos, indigentes,funcionando a maior parte de seu tempo comoCasa de Detenção.

Atualmente, está sob a responsabilidadedo Governo do Estado da Bahia, que promoveua restauração da velha fortaleza, possibilitandosua reabertura para visitação pública.

FFFFForororororttttte de São Diogoe de São Diogoe de São Diogoe de São Diogoe de São Diogo

O Forte de São Diogo, localizado no Porto da Barra, foiconstruído no ano de 1629, por ordem de D. Diogo Luiz deDiogo Luiz deDiogo Luiz deDiogo Luiz deDiogo Luiz deOliveiraOliveiraOliveiraOliveiraOliveira, porém só atuou belicamente no ano de 1638, porocasião da invasão holandesa, quando Maurício de Nassauenviou sua tropa contra a cidade. Sua função era de impediro acesso de embarcações inimigas pelas praias da região,realizando um bloqueio marítimo, juntamente com oForte de Santo Antônio da Barra e, principalmente, com oForte de Santa Maria.

O Forte de São Diogo é, atualmente, mantido pelo Comandoda 6ª Região Militar e sedia o projeto “Fortes Históricos” daRegião Marechal Cantuária. O forte é um importante centrocultural, encontra-se aberto ao público, que, ao adentrar afortificação, depara-se com uma bela imagem marinha da Baíade Todos os Santos, com a ilha de Itaparica no horizonte.

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FFFFForororororttttte de Sante de Sante de Sante de Sante de Santa Mara Mara Mara Mara Mariaiaiaiaia

O Forte de Santa Maria está situado na extremidade de umapequena enseada no Porto da Barra, local originalmente conhecidocomo Porto de Vila Velha. Foi construído para, juntamente como Forte de São Diogo e com o Forte de Santo Antônio da Barra,impedir investidas dos invasores contra a cidade.

FFFFForororororttttte de São Pe de São Pe de São Pe de São Pe de São Paulo da Gamboaaulo da Gamboaaulo da Gamboaaulo da Gamboaaulo da Gamboa

O Forte de São Paulo da Gamboa, inauguradono ano 1722, está situado entre o mar e amontanha. Recebeu esse nome por ter sidoconstruído sobre uma vala, ou gamboa, na basede uma montanha, e por integrar o sistemadefensivo do Sul de Salvador junto com o Fortede São Pedro. Oferece uma bela visão da Baía deTodos os Santos e, no seu entorno imediato, estãolocalizados os últimos exemplares do casario dobairro da Gamboa de Baixo.

De propriedade da União, o monumentofoi tombado pelo IPHAN, em 24 de maio de1938, e encontra-se sob a posse da Fazenda efechado à visitação.

A época de sua construção é incerta, sabe-se apenas que,no ano de 1638, ele já existia e que passou por uma reforma nofinal do século XVII, assumindo o aspecto atual. Edificadodiretamente sobre uma rocha, apresenta forma de polígonoirregular e possui uma notável inserção paisagística e grandenotoriedade arquitetônica, de influência Italiana, como outrosfortes construídos no mesmo período.

O monumento foi tombado pelo Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 24 de maio de 1938.Atualmente, encontra-se fechado para visitação pública e sob aresponsabilidade da Prefeitura Municipal de Salvador.

FFFFForororororttttte de Sante de Sante de Sante de Sante de Santo Antônioo Antônioo Antônioo Antônioo Antônioda Barda Barda Barda Barda Barrrrrra (Fa (Fa (Fa (Fa (Farararararol da Barol da Barol da Barol da Barol da Barrrrrra)a)a)a)a)

O Forte Santo Antônio da Barra tem suaconstrução datada do final do século XVII.Considera-se que, nesse local, nasceu a cidadede Salvador, pelo fato de o então Rei dePortugal, D. Miguel Miguel Miguel Miguel Miguel – O Venturoso –, terlançado ali o marco para simbolizar a posseda terra.

Construído com a função de impedir aentrada de invasores pelo porto da entãocapital da colônia, o Forte foi reedificado, apósa ocorrência de um naufrágio em suasproximidades, e recebeu um farol, que, atéhoje, orienta os navegantes.

Consagrado como o “Farol da Barra”, esseimponente Forte é, atualmente, um dos maiscaracterísticos pontos turísticos de Salvador esedia o Museu Náutico da Marinha do Brasil.

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O Forte de São Pedro, localizado ao sul da cidade,situava-se, na época de sua construção, em uma estreita ealta faixa de terra. Anteriormente, circundava-o, ao oriente,um extenso dique e, ao ocidente, as águas da Baía de Todosos Santos. Originou-se das antigas trincheiras, levantadasapós a expulsão dos holandeses, ao lado da Ermida de SãoPedro, nas chamadas Portas de Vila Velha.

Caracteriza-se como mais uma fortificação erguida emdefesa da cidade de Salvador, pois barrava o acesso doinimigo por terra e por mar. Hoje está próximo ao CampoGrande, local por onde passa o circuito carnavalesco dacidade alta, e abriga duas Unidades do Exército Brasileiro,o 6° Depósito de Suprimento e a 17° Circunscriçãodo Serviço Militar.

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O Forte do Barbalho foi construído, no ano de 1638,em um terreno doado pelos frades do Carmo, de ondeveio o seu primeiro nome, Fortaleza de Nossa Senhora doMonte Carmelo (ou do Carmo). Passou a chamar-se Fortedo Barbalho, no ano de 1639, quando o então Governadorda Bahia, PPPPPedredredredredro da Silvao da Silvao da Silvao da Silvao da Silva, decidiu prestar uma homenagemao bravo militar pernambucano Luiz BezerLuiz BezerLuiz BezerLuiz BezerLuiz Bezerra Barbalhora Barbalhora Barbalhora Barbalhora Barbalho, porsua dedicação na reforma do forte.

Posteriormente, o forte foi reconstruído em alvenariade pedra e cal e suas obras foram concluídas no ano de1736. Um plano de fortificação da Cidade de Salvador,elaborado por João Massé anos antes, já indicava a existênciadesse Forte com os contornos que ainda mantém, apesardas inúmeras reformas por que passou.

Na defesa da cidade, o Forte do Barbalho teve um papelimportante, pois a sua posição estratégica impedia porcompleto, pela harmonia dos seus fogos com os do Fortede Santo Antônio Além do Carmo, qualquer investida do

inimigo por terra na direção Nordeste. Na direção do Leste,os seus fogos juntamente com os da trincheira, combinados,ameaçavam qualquer invasor; como também, nadireção Norte, podiam atingir uma grande parte da Baíade Todos os Santos.

Nos dias atuais, está sob a responsabilidade do Governodo Estado da Bahia e, apesar da sua importância histórico--cultural, encontra-se fechado à visitação.

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Escola Superior de Guerra (ESG) foi criada em20 de agosto de 1949, sob a influência dasexperiências obtidas por um grupo de militares,

capitaneados pelo Marechal César ObinoCésar ObinoCésar ObinoCésar ObinoCésar Obino, após osegundo Conflito Mundial e diante dos prenúncios de umanova ordem, apontados pelo início da guerra fria. Essesmilitares acreditavam que o país poderia tornar-se umagrande potência desde que houvesse vontade política e,sobretudo, gerasse um método de planejamento próprio.

Seu primeiro Comandante e Diretor de Estudos foi oentão General CorCorCorCorCordeirdeirdeirdeirdeiro de Fo de Fo de Fo de Fo de Fariasariasariasariasarias, que, em conjunto comoutros oficiais, dentre os quais se destaca o Marechal JuarezJuarezJuarezJuarezJuarezTávoraTávoraTávoraTávoraTávora, dedicou-se a elaborar uma doutrina originalestruturada com base nos campos político, econômico,psicossocial, científico-tecnológico e, também, militar.

A busca pelo estímulo intelectual multidisciplinar fezcom que, em 1951, além de militares dos estamentossuperiores das três Forças, a Escola recebesse, ainda,contribuição de civis do mais alto nível.

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Escola Superiorde Guerra60 anos de tr60 anos de tr60 anos de tr60 anos de tr60 anos de traaaaajejejejejetttttóróróróróriaiaiaiaia

Nestes 60 anos, mais de 8 mil “Esguianos” foramdiplomados. Dentre eles, 4 Presidentes da República; 45Ministros de Estado; 20 Senadores; 31 DeputadosFederais; e grande número de personalidades notáveisdo cenário político brasileiro.

A ESG é um Instituto de Altos Estudos diretamentesubordinado ao Ministro da Defesa. Sua missão édesenvolver e consolidar os conhecimentos necessáriospara o exercício das funções de direção e para oplanejamento da Segurança e Defesa Nacionais, sendoconsiderados, também, aspectos relacionados aoDesenvolvimento Nacional.

As atividades de estudos da Escola Superior de Guerraestimulam a troca de experiências entre profissionaisde diversas formações e origens e incentivam a buscapelas atividades de pesquisa, ampliação da fronteirado conhecimento.

Na ESG, os discentes militares e civis, de todas asregiões do Brasil, são estagiários e exercitam, junto aos

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docentes do Corpo Permanente, métodos de trabalho,individual e em grupo, baseados na colaboração mútua.

Com um Corpo Docente integrado por Mestres eDoutores, a ESG desenvolve os seguintes cursos regulares:

– Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia – 40semanas;

– Curso Superior de Inteligência Estratégica – 21semanas;

– Curso de Estado-Maior Combinado – 13 semanas(exclusivo para oficiais superiores das Forças Armadas);

– Curso de Logística e Mobilização Nacional – 13semanas; e

– Curso de Gestão de Recursos de Defesa – 9 semanas.O sistema de seleção de estagiários para a Escola

Superior de Guerra é rigoroso.Inicialmente, instituições como ministérios, órgãos

federais, estaduais e municipais, associações, entidades declasses, empresas e universidades públicas e privadas,recebem convites da Escola para que enviem suas indicaçõesde candidatos. As Forças Armadas indicam seus militares eservidores civis por critérios próprios.

Por fim, todos os nomes selecionados pela ESG sãoratificados pelo Ministro de Estado da Defesa.

A ESG conta com um eficaz sistema de ensino, que

compreende conferências, palestras, discussões dirigidas,visitas, viagens de estudo e trabalhos em grupo.

No apoio acadêmico, destaca-se a Biblioteca Cordeirode Farias, que possui um acervo de aproximadamente 50mil obras, entre publicações, monografias, livros, CDs eDVDs, além da participação na rede bibliodata.

A estrutura organizacional da ESG engloba, além daDireção da Escola e suas Assessorias, um Departamento deEstudos, um Departamento de Administração, um Centrode Estudos Estratégicos e um Centro de Atividades Externas.O Departamento de Estudos é o setor responsável porconduzir os cinco cursos regulares ministrados pela ESG.

Entre suas atribuições, podemos destacar oaperfeiçoamento sistemático do processo de aprendizagemdo estagiário e o planejamento do futuro da Escola. É oDepartamento de Estudos que realiza os contratos deparceria entre Institutos de Ensino Superior e centros depesquisa para o enriquecimento das atividades curriculares.

Parte do acerParte do acerParte do acerParte do acerParte do acervo da Biblioteca da Escola Superior de Guervo da Biblioteca da Escola Superior de Guervo da Biblioteca da Escola Superior de Guervo da Biblioteca da Escola Superior de Guervo da Biblioteca da Escola Superior de Guerrarararara

O Centro de Estudos Estratégicos é integrado por umaequipe de analistas e pesquisadores seniores, queacompanham os fatos nacionais e internacionais de interesseda conjuntura brasileira, e representa um elo com o meioacadêmico, publicando e divulgando a produção intelectualda Escola e mantendo parcerias com centros de pesquisa,civil e militar, no Brasil e no Exterior.

O Centro de Atividades Externas organiza ciclos deestudos, seminários, simpósios e conferências, coordena aparticipação da Escola em eventos nacionais e internacionaise, ainda, conduz o Curso de Atualização da ESG.

Os conceitos fundamentais e o método de planejamentoestratégico preconizados pela Escola são difundidos peloBrasil por intermédio da Associação dos Diplomados daEscola Superior de Guerra (ADESG).

A ADESG foi criada pela primeira turma de diplomadosda ESG e tem 29 Delegacias, uma em cada capital dosEstados, no Distrito Federal e no Triângulo Mineiro, alémde representações em cidades importantes.(

Apresentação de estagiários em início de cursoApresentação de estagiários em início de cursoApresentação de estagiários em início de cursoApresentação de estagiários em início de cursoApresentação de estagiários em início de curso

Auditório da Escola Superior de GuerraAuditório da Escola Superior de GuerraAuditório da Escola Superior de GuerraAuditório da Escola Superior de GuerraAuditório da Escola Superior de Guerra

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Batalha de Jenipapo aconteceu em 13 de marçode 1823. Ocorreu às margens do riachode mesmo nome e foi uma batalha decisiva

para a Independência do Brasil e a consolidação doterritório nacional.

Confronto dos mais sangrentos, travado entrepiauienses, maranhenses e cearenses contra as tropas doMajor João José da Cunha FidiéJoão José da Cunha FidiéJoão José da Cunha FidiéJoão José da Cunha FidiéJoão José da Cunha Fidié, comandante das tropasportuguesas, encarregadas de manter o norte da ex-colôniafiel à Coroa Portuguesa.

NNNNNorororororttttte e Ne e Ne e Ne e Ne e Nororororordesdesdesdesdesttttteeeeeparparparparpara a cora a cora a cora a cora a coroa lusitoa lusitoa lusitoa lusitoa lusitanaanaanaanaana

Quando D. João VI João VI João VI João VI João VI voltou a Portugal, depois de 13anos vivendo no Brasil, um acordo diplomático dava a quasecerteza de que o nosso País se tornaria independente empouco tempo. A esperança portuguesa era conservar uma

A parte do território para continuar com uma colônia emsolo americano. Uma parcela do Nordeste e o Nortebrasileiro continuariam dando ao espírito colonialistalusitano a proeza da presença nos cinco continentes.

Era fundamental para a manutenção do sonho portuguêso domínio sobre as terras de São José do Piauí. Para tanto,foi enviado a Oeiras, a capital da província, o Major JoãoJoãoJoãoJoãoJoãoJosé da Cunha FidiéJosé da Cunha FidiéJosé da Cunha FidiéJosé da Cunha FidiéJosé da Cunha Fidié, militar de grande experiência, quelutara inclusive contra o exército de Napoleão Bonaparte.

Outro interesse que movia a coroa lusitana era o fatode a economia piauiense, por essa época, ser uma dasmais consolidadas do Brasil. A manufatura da carne decharque, desenvolvida em Parnaíba antes que nos pampase baseada no grande rebanho bovino que se instalara noPiauí, abastecia as províncias vizinhas e era enviada parafora do País. Além disso, a cana-de-açúcar, o fumo e oalgodão eram produzidos em grande escala.

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HerHerHerHerHeróis anônimosóis anônimosóis anônimosóis anônimosóis anônimosfffffazendo a Hisazendo a Hisazendo a Hisazendo a Hisazendo a Histttttóróróróróriaiaiaiaia

Em 19 de outubro de 1822,os parnaibanos aderiram àIndependência proclamada porD. PPPPPedredredredredro Io Io Io Io I. Imediatamente, oMajor Fidié Fidié Fidié Fidié Fidié foi convocado parasufocar a insurreição. Após umaviagem desgastante de 36 dias,enfrentando a mata tropical, asferas e os silvícolas, com asoldadesca tendo que fazer otrajeto a pé, os portuguesesencontraram a vila praticamentevazia. Os revolucionários,sabendo da vinda dosportugueses, refugiaram-seno Ceará.

Depois de 70 dias no litoral, Fidié Fidié Fidié Fidié Fidié foi informado deque o fervor separatista havia chegado a Oeiras, onde aadesão à Independência foi proclamada em 24 de janeirode 1823. Então, só lhe restava fazer o caminho de volta,passando por Campo Maior, onde também havia ummovimento rebelde.

No dia 11 de março, na Lagoa do Jacaré, onde hojesitua-se o município de Piracuruca, houve as primeirasescaramuças entre a tropa de mil e trezentos soldados, commodernos armamentos e mais de uma dezena de canhões,e os insurretos. Em 13 de março de 1823, às margens doriacho Jenipapo, escrevia-se a página mais heróica na históriadas lutas pela independência do Brasil.

Os combatentes piauienses, vaqueiros, homens dalavoura e escravos, a pelejar contra profissionais da guerracom paus, pedras, foices e facões, vencendo o medo, atirania... o atraso... vencendo a morte.

O CamO CamO CamO CamO Campo Maiorpo Maiorpo Maiorpo Maiorpo Maiorda liberda liberda liberda liberda liberdade brdade brdade brdade brdade brasileirasileirasileirasileirasileiraaaaa

O cheiro de pólvora ainda parece estar no ar. Osouvidos, presos ao silêncio dos sonhos imortais, aindapodem captar imprecações, brados de honra e valentia.Mas o que volta daqueles campos do passado, cadadia com maior força, é a vontade que nutriam aqueleshomens de ver realizarem-se as transformações que asociedade necessitava.

Os historiadores contam as perdas entre 200 e 400homens, com pouquíssimas baixas do lado português.Mas a vitória de Fidié Fidié Fidié Fidié Fidié se desfez em fumaça. Usandotáticas de guerrilha, os rebelados subtraíram-lhe a água,os mantimentos, a munição e um pequeno tesouro queele trouxera de Parnaíba. Em 31 de julho, Fidié Fidié Fidié Fidié Fidié foiaprisionado nas imediações de CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, no estado doMaranhão. Posteriormente foi conduzido a Oeiras e

deportado para Portugal.Nos campos maiores do Piauí,

raiou mais liberdade e se fez a uniãodo Brasil. A Batalha do Jenipapoprecipitou a independência de todaa região norte do País.

As armas da Batalha, hoje, sãoapenas traços de lembranças nummonumento em que os heróisdescansam aliviados. E o quesobrevive incólume no peito forte éa vontade de ver a gente piauienseusufruindo de toda a grandeza danossa terra.(

FFFFFonte: Encarte histórico da Batalha do Jenipapo.onte: Encarte histórico da Batalha do Jenipapo.onte: Encarte histórico da Batalha do Jenipapo.onte: Encarte histórico da Batalha do Jenipapo.onte: Encarte histórico da Batalha do Jenipapo.Material fornecido pelo 2º BatalhãoMaterial fornecido pelo 2º BatalhãoMaterial fornecido pelo 2º BatalhãoMaterial fornecido pelo 2º BatalhãoMaterial fornecido pelo 2º Batalhão

de Engenharia de Construção Tde Engenharia de Construção Tde Engenharia de Construção Tde Engenharia de Construção Tde Engenharia de Construção Teresina/PI.eresina/PI.eresina/PI.eresina/PI.eresina/PI.

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PPPPPortal na BRortal na BRortal na BRortal na BRortal na BR-343, pr-343, pr-343, pr-343, pr-343, proooooximidade do Monumento aos Mortosximidade do Monumento aos Mortosximidade do Monumento aos Mortosximidade do Monumento aos Mortosximidade do Monumento aos Mortos

Monumento aos Heróis da Batalha de Jenipapo em Campo Maior (PI)Monumento aos Heróis da Batalha de Jenipapo em Campo Maior (PI)Monumento aos Heróis da Batalha de Jenipapo em Campo Maior (PI)Monumento aos Heróis da Batalha de Jenipapo em Campo Maior (PI)Monumento aos Heróis da Batalha de Jenipapo em Campo Maior (PI)

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estado do Mato Grosso do Sul foi o cenário daOperação Laguna, Exercício de AdestramentoCombinado realizado pelas Forças Armadas Brasileiras,

sob a coordenação do Ministério da Defesa.De 28 de setembro a 9 de outubro de 2009, cerca de 2.800

homens, sendo 910 da Marinha, 1.440 do Exército e 450 daForça Aérea, participaram de missões simuladas e reais, econtaram com toda uma estrutura de apoio, que incluiu atémesmo a participação de empresas civis.

Esse tipo de exercício é desenvolvido anualmente em umsistema de rodízio em regiões do Brasil e tem como foco principalpromover o treinamento das Forças Armadas Brasileiras a partirda simulação de um conflito. Os principais objetivos da OperaçãoLaguna foram:

– aperfeiçoar a Logística conjunta das Forças Armadas;– treinar ações humanitárias e de apoio a evacuados em

uma situação de conflito simulado;– difundir o sentimento de patriotismo junto à população; e– realizar ações de apoio à população das localidades da

área do exercício.

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OperaçãoLagunaOperaçãoLagunaMarMarMarMarMarinha, Exinha, Exinha, Exinha, Exinha, Exérérérérércitcitcitcitcitoooooe Ae Ae Ae Ae Aerererereronáuticaonáuticaonáuticaonáuticaonáuticana Fna Fna Fna Fna Frrrrrontontontontonteireireireireira Oesa Oesa Oesa Oesa Oesttttteeeee

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O cenárO cenárO cenárO cenárO cenário do confio do confio do confio do confio do conflitlitlitlitlitoooooPPPPPaís Vaís Vaís Vaís Vaís Verererererde x Pde x Pde x Pde x Pde x País Amaraís Amaraís Amaraís Amaraís Amareloeloeloeloelo

O estado foi dividido em dois países a fim deproporcionar o Teatro de Operação perfeito para odesenvolvimento das atividades militares. Dentro do cenáriofictício, montado para a Operação Laguna, as ForçasArmadas Verdes foram convocadas para apoiar a retiradados cidadãos verdianos que residiam no país Amarelo eestavam sendo hostilizados pelo governo. Uma grandeoperação militar foi planejada para auxiliar o retorno dosverdianos e protegê-los contra qualquer ameaça por partedas Forças Armadas Amarelas.

As atividades da Operação Laguna tiveram início nodia 28 de setembro, quando os envolvidos participaramde uma reunião de ambientação conduzida peloComandante Militar do Oeste e Comandante do ComandoCombinado da Operação.

Durante a reunião, foram apresentados os principaispontos e a cronologia de toda a Operação Laguna, bemcomo todas as informações necessárias para que cada setordesenvolvesse suas atividades.

As tropas verdes, cujo Comando estava concentradoem Campo Grande, penetrariam no território amarelo;estabeleceriam uma linha de segurança; entrariam emcontato com os cidadãos verdianos; montariam Centrosde Controle de Evacuados (CCE), onde fariam uma triagemdos evacuados e dos refugiados, a fim de identificar possíveisameaças; e só então começariam a retroceder para oterritório verde.

Em 29 de setembro, ocorreram as primeiras atividadesdesse conflito simulado quando um grupo de precursoresda Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército,transportados por uma aeronave C-105 Amazonas,saltou próximo ao município de Jardim em uma missãode infiltração.

A missão dos precursores foi preparar a zona delançamento para um grupo de uma centena deparaquedistas, que, no dia seguinte, dominou a área,

estabeleceu uma posição, realizando o patrulhamento e aproteção do terreno, enquanto aguardava a chegada dastropas da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (4ª Bda CMec), tropa da Força Terrestre Dourados. Essa ligação datropa terrestre com a paraquedista deveria ser rapidamenteefetuada, uma vez que, quando lançada por aeronave, atropa paraquedista possui certas limitações logísticas, comoa reduzida quantidade de munição e de itens de alimentaçãoe, por isso, necessita de ressuprimento em curto espaçode tempo. Até que a junção ocorresse, os paraquedistas

Reunião de ambientação da Operação LReunião de ambientação da Operação LReunião de ambientação da Operação LReunião de ambientação da Operação LReunião de ambientação da Operação Lagunaagunaagunaagunaaguna

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Infiltração da Brigada de Infantaria Paraquedista na região de JarInfiltração da Brigada de Infantaria Paraquedista na região de JarInfiltração da Brigada de Infantaria Paraquedista na região de JarInfiltração da Brigada de Infantaria Paraquedista na região de JarInfiltração da Brigada de Infantaria Paraquedista na região de Jardimdimdimdimdim

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receberiam suprimentos por meio de aeronaves detransporte da Força Aérea, que eram escoltadas por caçase contavam com o apoio de aeronaves de reabastecimentoe de alerta aéreo.

Além da junção com a tropa paraquedista, a 4ª Bda CMec foi responsável pela montagem de um Centro deControle de Evacuados (CCE) na cidade de Bela Vista. EsseCentro, junto com os de Ladário, Forte Coimbra e PontaPorã, tinham por missão o atendimento aos cidadãosevacuados e refugiados. Durante o funcionamento dos CCE,foram realizados treinamentos para atuação em casos decalamidade, que consistiam em triagem de pessoal, açõescívico-sociais e deslocamento dos evacuados e refugiadospara um local seguro.

Apoio FluvialApoio FluvialApoio FluvialApoio FluvialApoio FluvialAo mesmo tempo em que os paraquedistas eram

lançados, começava o movimento de embarcações da ForçaCombinada Ladário, um conjunto de onze embarcaçõespertencentes à flotilha do 6º Distrito Naval, cuja missãoera descer o Rio Paraguai em direção à área de exercícios,localizada em Forte Coimbra, a 194 km de Corumbá.

Ao longo desse trajeto, as tripulações, compostas pormilitares do Comando do 6º Distrito Naval, da Força deFuzileiros da Esquadra e do Comando-em-Chefe daEsquadra realizaram o treinamento de proteção, segurança,

transporte e logística do contingente, visando contribuircom o desembarque ribeirinho e com a retirada dos civisda região do Morro do Azeite, ao sul de Corumbá.

Apoio aérApoio aérApoio aérApoio aérApoio aéreoeoeoeoeoTodo o apoio aéreo da Operação Laguna foi feito pela

Força Aérea Combinada 105 (FAC 105), sediada na BaseAérea de Campo Grande.

Durante todos os dias da Operação, a FAC 105 utilizouaeronaves C-130 Hércules, KC-130, C-105 Amazonas,os caças F-5EM e A-29 Super Tucano e o avião-radarE-99. Essas aeronaves foram empregadas em missões detransporte de tropas e ressuprimento, patrulhamento doespaço aéreo, escolta das aeronaves de transporte ereabastecimento em voo.

A Mão AmigA Mão AmigA Mão AmigA Mão AmigA Mão AmigaaaaaNem todas as missões da Operação Laguna eram de

combate. Os profissionais de Saúde das Forças Armadasforam empregados em missões de auxílio às populações.

Enquanto o Navio de Assistência Hospitalar TenenteMaximiano, da Marinha do Brasil, efetuava o atendimentomédico-odontológico em cinco localidades ribeirinhas, nascidades de Guia Lopes da Laguna, Albuquerque e SantoAntônio do Leverger, militares da 4ª Brigada de Cavalaria

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Deslocamento de trDeslocamento de trDeslocamento de trDeslocamento de trDeslocamento de tropas daopas daopas daopas daopas da4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada

Movimento de embarMovimento de embarMovimento de embarMovimento de embarMovimento de embarcações da Fcações da Fcações da Fcações da Fcações da Força Combinada Lorça Combinada Lorça Combinada Lorça Combinada Lorça Combinada Ladárioadárioadárioadárioadário

AAAAAerererereronave Conave Conave Conave Conave C-130 Hér-130 Hér-130 Hér-130 Hér-130 Hércules em missão de transporte de trcules em missão de transporte de trcules em missão de transporte de trcules em missão de transporte de trcules em missão de transporte de tropaopaopaopaopa

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Mecanizada, da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira edo 44º Batalhão de Infantaria Motorizado organizaramAções Cívico-Sociais (ACISO) e uma série de atendimentosmédico-odontológicos à população local. Além disso, asparcerias com o SENAI, com as prefeituras municipais ecom os órgãos de segurança pública proporcionaram àpopulação local a possibilidade de confeccionardocumentos, usufruir de serviços e participar de atividadesrecreativas e culturais.

Todas essas atividades humanitárias contribuíram paraa aproximação entre as Forças Armadas e a população daárea, ao mesmo tempo em que era realizado o adestramentodo efetivo da área de saúde.

Mobilização dos RMobilização dos RMobilização dos RMobilização dos RMobilização dos ReseresereseresereservisvisvisvisvistttttasasasasasNa hipótese de um conflito real, antes mesmo dos

primeiros combates, as Forças Armadas Brasileiras iniciariama convocação e a preparação de seus reservistas,caracterizando, na Operação Laguna, a mobilização deefetivos da reserva não remunerada.

A eficiência do planejamento e da execução daconvocação de reservistas foi testada na 13ª Brigada deInfantaria Motorizada, por meio do 44º Batalhão de InfantariaMotorizado, sediado em Cuiabá(MT), que convocou militaresda reserva não remunerada do Exército para um exercício

de mobilização. No total, 263 pessoas foram convocadaspara participar da missão, que aconteceu em Santo Antôniodo Leverger(MT). Destes, 146 foram selecionados para amobilização, no período de 25 de setembro a 9 de outubro.Foram selecionados oficiais, sargentos, cabos e soldados,os quais receberam novo treinamento para voltarem a atuarem suas especialidades. O batalhão contou com o apoioda Polícia Militar de Mato Grosso.

Comando LogísComando LogísComando LogísComando LogísComando Logísticoticoticoticoticodo Tdo Tdo Tdo Tdo Teatreatreatreatreatro de Opero de Opero de Opero de Opero de Operaçõesaçõesaçõesaçõesações

Um dos principais desafios dos conflitos modernos émanter as linhas de suprimento para os militares. Por meiodelas, chegam todos os tipos de víveres e equipamentos àstropas que estão envolvidas no combate. Dentro daOperação Laguna, o órgão responsável por essa missão foio Comando Logístico do Teatro de Operações (CLTO).

Instalado no prédio da 9º Região Militar, o CLTO reuniuum grupo de profissionais cuja missão foi planejar e coordenartodo o apoio logístico para as tropas envolvidas. O seuprincipal objetivo era servir como elemento integrador daslogísticas da Marinha, do Exército e da Força Aérea.

A atividade logística é dividida em sete funções: Saúde,Suprimento, Engenharia, Salvamento, Recursos Humanos,Manutenção e Transporte. Cada equipe do CLTO foiresponsável por uma função específica.

Apoio dos UApoio dos UApoio dos UApoio dos UApoio dos UnivnivnivnivnivererererersitsitsitsitsitáráráráráriosiosiosiosiosDurante todo o exercício, um grupo de doze estudantes

de jornalismo da Universidade Federal do Mato Grosso doSul (UFMS) e da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)integrou a Seção de Comunicação Social da Operação.

Os futuros jornalistas auxiliaram na redação e naprodução de reportagens para o site oficial do exercíciomilitar na Internet e colaboraram com os profissionais dasForças Armadas em todas as atividades de Assessoria deImprensa. Esse tipo de experiência foi enriquecedor paraambas as partes, uma vez que possibilitou a aproximação ea troca de experiências entre as Forças Armadas, asInstituições de Ensino Superior e a Mídia.(

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Ação cívicoAção cívicoAção cívicoAção cívicoAção cívico-social durante a Operação L-social durante a Operação L-social durante a Operação L-social durante a Operação L-social durante a Operação L agunaagunaagunaagunaaguna

PPPPPopulação local recebendo atendimento de saúdeopulação local recebendo atendimento de saúdeopulação local recebendo atendimento de saúdeopulação local recebendo atendimento de saúdeopulação local recebendo atendimento de saúde

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o dia 12 de janeiro de 2010, o mundo foitestemunha de um forte terremoto que atingiuo Haiti, provocando sérios danos estruturais

na capital Porto Príncipe e um elevado número de vítimasfatais em todo o país.

Na história recente, talvez nenhuma outra catástrofetenha provocado tanta destruição e horror a um povojá tão sofrido. Das favelas ao Palácio Presidencial do Haiti,a destruição imposta pelos tremores foi enorme, devidoao epicentro do terremoto ter se localizado a poucadistância da capital.

Tudo ocorreu em um momento em que se conquistaraa pacificação política do País e se criavam condiçõespara a sua reconstrução por meio de planejamento,realização de obras de infraestrutura e reorganizaçãode seus serviços essenciais.

AAAAAções Militções Militções Militções Militções MilitarararararesesesesesA destruição, em Porto Príncipe, atingiu algumas bases

do contingente brasileiro da Missão das Nações Unidaspara a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), provocandomortes e ferimentos em vários militares. Os sistemas detelefonia e internet foram seriamente comprometidos, o

N que dificultou o envio de informações exatas e oportunas.Os deslocamentos motorizados, em razão do volume

de escombros lançados nas ruas da capital, tornaram-seimpraticáveis. Tal fato, aliado à escuridão e à falta de energia

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Resgate de vítimas por militares do BRABAResgate de vítimas por militares do BRABAResgate de vítimas por militares do BRABAResgate de vítimas por militares do BRABAResgate de vítimas por militares do BRABATTTTTTTTTT

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elétrica, prejudicou o levantamento pormenorizado,bem como a real avaliação dos danos causados pelosabalos sísmicos.

A tropa do Batalhão de Infantaria Força de Paz/Haiti(BRABATT) de imediato passou a empregar todo o seuefetivo na segurança das instalações, remoção deescombros, resgate de feridos e patrulhamentos no intuitode evitar o aumento dos índices de violência na cidade de

Porto Príncipe, que permanecia estável no que tangeà segurança.

A Companhia de Engenharia de Força de Paz/Haiti(BRAENGCOY) atuou no resgate de feridos e vítimasdos escombros, e, com máquinas e equipamentosde Engenharia, realizou a desobstrução de ruas nacapital haitiana.

Além das perdas materiais, 18 militares brasileirostiveram suas vidas ceifadas. Desde o primeiro momento, oExército Brasileiro procurou prestar todo o apoio possívele necessário às famílias dos militares, particularmenteàs dos vitimados.

Tão rápido quanto possível, 16 militares feridos – comtraumas, fraturas e escoriações – foram evacuados para oBrasil, enquanto outros seis, com ferimentos de menorgravidade, permaneceram no aquartelamento do BRABATT.Ao desembarcarem no aeroporto de Cumbica-SP, foramimediatamente encaminhados para o Hospital Geral de SãoPaulo (HGeSP), onde, após cuidadosa avaliação, constatou-

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AAAAAcima e à direita, Sacré Coeur Tcima e à direita, Sacré Coeur Tcima e à direita, Sacré Coeur Tcima e à direita, Sacré Coeur Tcima e à direita, Sacré Coeur Tugeau (Igreja do Sagrado Coração de Maria)ugeau (Igreja do Sagrado Coração de Maria)ugeau (Igreja do Sagrado Coração de Maria)ugeau (Igreja do Sagrado Coração de Maria)ugeau (Igreja do Sagrado Coração de Maria)

Resgate de ferido no Hotel MontanaResgate de ferido no Hotel MontanaResgate de ferido no Hotel MontanaResgate de ferido no Hotel MontanaResgate de ferido no Hotel Montana

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-se que se encontravam em condiçõesestáveis, sem necessidade de cuidados deUnidade de Terapia Intensiva. Esses militaresforam, então, mantidos em períodode observação clínica e tratamentoindividualizado, assistidos por especialistasmédicos e psicólogos e realizando examescomplementares. Todos demonstravamequilíbrio emocional nas avaliações médico--psicológicas, relatando apenas muita ansiedadepara o reencontro com os seus familiares.

AAAAAtttttendimentendimentendimentendimentendimento à Po à Po à Po à Po à PopulaçãoopulaçãoopulaçãoopulaçãoopulaçãoUsando todos os meios disponíveis, o

Exército Brasileiro no Haiti se empenhou ematender, da melhor forma possível, às vítimasda tragédia. Imediatamente após o terremoto,considerável parcela da população civil, comdificuldade em receber atendimento nos Centros de Saúdede Porto Príncipe, deslocou-se em direção à Base deComando do Batalhão Brasileiro (BRABATT), menosatingida pelos abalos, à procura de socorro e de auxíliono resgate dos feridos.

A despeito da necessidade de atendimento aos militaresatingidos pelo desastre, rapidamente foi aberto um canalde atendimento à população. Devido à demanda, foi criadoum Centro de Triagem, ao ar livre, próximo à entrada da

base. Logo depois, todos os acolhidos foram removidospara uma área de garagem, onde toda a assistência possívelfoi prestada, diuturnamente.

Dentre os diversos resgates realizados pelo BRABATTe pela BRAENGCOY, destacam-se o do Hotel Montana,parcialmente destruído, onde se encontravam hospedadosdiversos funcionários das Nações Unidas, e do HotelChristopher, local onde funcionava o Quartel-Generaldo Comando da MINUSTAH.

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Vista aérea do Hotel Cristopher após o terremotoVista aérea do Hotel Cristopher após o terremotoVista aérea do Hotel Cristopher após o terremotoVista aérea do Hotel Cristopher após o terremotoVista aérea do Hotel Cristopher após o terremoto

PPPPPopulação haitiana acolhida pelo BRABAopulação haitiana acolhida pelo BRABAopulação haitiana acolhida pelo BRABAopulação haitiana acolhida pelo BRABAopulação haitiana acolhida pelo BRABATTTTTTTTTT

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AAAAAções de ações de ações de ações de ações de ajuda humanitjuda humanitjuda humanitjuda humanitjuda humanitáráráráráriaiaiaiaiaEm 17 de janeiro, no contexto dos esforços da

comunidade internacional para suprir as necessidades dopovo haitiano, o Exército Brasileiro realizou a distribuiçãode 29 toneladas de alimentos e 9.000 litros de água noEstádio Sylvio Cator, em Porto Príncipe, para cercade 3.000 famílias. A operação envolveu cerca de 150militares, que realizaram a segurança e a logística dedistribuição de material.

No dia 21 de janeiro, foi realizada uma Ação Cívico--Social (ACISO) com a distribuição de alimentos e água. Aoperação foi realizada na Praça Champs de Mars, em frenteao Palácio Nacional, destruído pelo terremoto. Na ocasião,foram empregados 220 militares e 30 veículos, com oatendimento a cerca de 5.000 mil pessoas.

Em uma ação conjunta, tropas do Brasil e dos EstadosUnidos realizaram, em 24 de janeiro, uma outra grandeoperação de entrega de gêneros na maior favela de PortoPríncipe, Cité Soleil, onde se estima que vivam entre 300a 500 mil pessoas. Dessa vez, foram distribuídas água ecestas básicas contendo arroz, feijão, sardinha e biscoitos.

No dia 28 de janeiro, foram encerrados os trabalhosde perfuração do poço artesiano de número 35 daBRAENGCOY. Com uma profundidade de 68 metros, opoço atingiu uma vazão de 2.000 litros de água por hora.A conclusão dessa missão representou o reinício dasatividades de perfuração de poços após o terremoto.

CerCerCerCerCerimônia Fúnebrimônia Fúnebrimônia Fúnebrimônia Fúnebrimônia Fúnebreeeee No dia 19 de janeiro, no Haiti, foi realizada uma

cerimônia fúnebre em homenagem aos militares brasileirosvítimas da tragédia. Dentre as autoridades presentes,destacaram-se o novo Representante Especial do Secretário--Geral das Nações Unidas, o Embaixador do Brasil no Haiti,

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Distribuição de alimentos para a população haitianaDistribuição de alimentos para a população haitianaDistribuição de alimentos para a população haitianaDistribuição de alimentos para a população haitianaDistribuição de alimentos para a população haitiana

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o Comandante do Componente Militar da MINUSTAH,representantes do corpo diplomático e representações detropas desdobradas em Porto Príncipe.

A cerimônia foi marcada pelas demonstrações deapreço e consideração, tendo sido ressaltadopelo Comandante doBRABATT, em suaspalavras, o profissio-nalismo e a capacidade deservir ao próximo daquelesque deram a vida cum-prindo sua missão. Emseguida, em uma aeronaveC-130 (Hércules), os corposforam transladados dePorto Príncipe para o Brasil.

No Brasil, as home-nagens póstumas foramrealizadas na Base Aéreade Brasília. A cerimôniaocor reu no dia 21 dejaneiro, sendo os corpos velados em câmara ardente, naforma do que está previsto no cerimonial militar, até achegada dos familiares.

O ato solene desenvolveu-se de acordo com a seguintesequência: chegada e recepção da mais alta autoridade;execução do Hino Nacional; imposição da Medalha doPacificador com Palma; Promoção Post Mortem; mensagemdo Comandante do Exército; palavras do Presidente da

República; mensagem do Arcebispo Militar; Toque deSilêncio; cumprimento do Presidente da República àsfamílias; retirada da mais alta autoridade e entrega deMedalhas aos familiares. A Medalha do Pacificador comPalma é concedida aos militares brasileiros que, em tempo

de paz, no exercício desuas funções ou nocumprimento de missõesde caráter militar, tenhamse distinguido por atospessoais de abnegação,coragem e bravura, comrisco de vida.

A promoção postmortem é concedida aomilitar que, em plenoser viço ativo, vier afalecer em consequênciade ferimentos recebidosem campanha ou namanutenção da ordem

pública, ou em virtude de acidente em serviço. O militarserá considerado promovido ao posto ou graduaçãoimediata, na data do falecimento.

Depois da cerimônia de homenagem póstuma,ocorreu o traslado dos corpos dos militares, acompanhadosdas respectivas famílias, em aeronaves da ForçaAérea Brasileira, para serem sepultados em suascidades de origem.(

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Desobstrução de rua pela Engenharia do ExércitoDesobstrução de rua pela Engenharia do ExércitoDesobstrução de rua pela Engenharia do ExércitoDesobstrução de rua pela Engenharia do ExércitoDesobstrução de rua pela Engenharia do Exército

Cerimônia fúnebre realizada no HaitiCerimônia fúnebre realizada no HaitiCerimônia fúnebre realizada no HaitiCerimônia fúnebre realizada no HaitiCerimônia fúnebre realizada no Haiti

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Coronel EMILIO CARLOS TORRES DOS SANTOS

Coronel JOÃO ELISEU SOUZA ZANIN

Tenente-coronel MARCUS VINICIUS MACÊDO CYSNEIROS

Major FRANCISCO ADOLFO VIANNA MARTINS FILHO

Major MÁRCIO GUIMARÃES MARTINS

1º Tenente BRUNO RIBEIRO MÁRIO

Subtenente RANIEL BATISTA DE CAMARGOS

2º Sargento DAVI RAMOS DE LIMA

2º Sargento LEONARDO DE CASTRO CARVALHO

3º Sargento RODRIGO DE SOUZA LIMA

Cabo DOUGLAS PEDROTTI NECKEL

Cabo WASHINGTON LUIS DE SOUZA SERAPHIN

Cabo ARÍ DIRCEU FERNANDES JÚNIOR

Soldado TIAGO ANAYA DETIMERMANI

Soldado ANTONIO JOSÉ ANACLETO

Soldado FELIPE GONÇALVES JULIO

Soldado RODRIGO AUGUSTO DA SILVA

Soldado KLEBER DA SILVA SANTOS

A catástrofe do dia 12 de janeiro, no Haiti,desencadeou uma corrente internacional desolidariedade, poucas vezes vista, que será degrande importância não só para evitar a derrocadadaquele país, mas também para assegurar oinício de sua reconstrução.

Para nós, militares do Exército Brasileiro, queestávamos comemorando os cinco anos de trabalhose de glórias na missão do Haiti, o sentimento é de

“Os exércitos se fortalecem com o sangue de seus heróis”

tristeza e de perda. Porém a missão continua. Osganhos dessa participação, a experiência adquiridaao longo desses anos e a convivência saudável como povo haitiano, tudo isso nos fortalece e nos tornaaptos a recomeçar quantas vezes for necessário.

Com orgulho e saudade, sempre serãolembrados os 18 heróis que, naquele dia,tiveram suas vidas interrompidas no cumprimentoda missão, porque ELES NÃO MORRERAM EM VÃO.

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o dia 24 de agosto de 2009, aDiretoria de Controle de Efetivose Movimentações (DCEM)

completou um século de existência. As suasorigens se confundem com a do atualDepartamento-Geral do Pessoal (DGP),antigo Departamento da Guerra, que foi criadona cidade do Rio de Janeiro em 1909.

No ano de 1916, em face da crescente importânciados assuntos de pessoal, o Departamento da Guerra sofreusua primeira reestruturação, passando a denominar-seDepartamento do Pessoal do Exército. As modificaçõesocorridas em 1934, decorrentes da Lei de OrganizaçãoGeral do Ministério da Guerra, aumentaram as atribuiçõesdo Departamento, que passou a ser responsável pelacoordenação administrativa e fiscalização das questõesrelativas ao pessoal da Força. Com o advento da SegundaGuerra Mundial, o aumento da demanda por pessoal

N

100 anosda DCEM

resultouna modificação da suaestrutura, que, a partir de 1942,passou a denominar-se Diretoria das Armas.

Em meados da década de 1950, a nova OrganizaçãoBásica do Exército alterou sua denominação paraDiretoria do Pessoal da Ativa, responsável pela movimentaçãodo pessoal militar e civil. Em 1971, junto com a transferência

Palácio Duque de Caxias em 1909Palácio Duque de Caxias em 1909Palácio Duque de Caxias em 1909Palácio Duque de Caxias em 1909Palácio Duque de Caxias em 1909

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do Departamento-Geral do Pessoal para Brasília, ocorreu amudança de denominação da Diretoria do Pessoal da Ativapara Diretoria de Movimentação (D Mov), que se instaloudefinitivamente em Brasília em dezembro de 1972.

No início do século XXI, em face da necessidadede adequação dos sistemas de acompanhamento, de

controle do efetivo e da dinâmica que rege as açõesrelativas à movimentação de pessoal da Força, foieditada a Portaria n° 059, de 17 de fevereiro de 2004,que reorganizou o DGP, alterando a denominaçãoda D Mov para Diretoria de Controle de Efetivos eMovimentações (DCEM).

SisSisSisSisSistttttema Úema Úema Úema Úema Úniconiconiconiconicode Contrde Contrde Contrde Contrde Controle de Efole de Efole de Efole de Efole de Efeeeeetivtivtivtivtivososososos

O Sistema Único de Controle de Efetivo e Movimentações(SUCEM) está em processo de desenvolvimento e tem pormeta reunir todos os processos de controle de efetivos emovimentações numa única ferramenta, integrada ao Bancode dados corporativo do DGP.

Buscando proporcionar maior eficácia e transparência,um dos módulos do sistema proporciona um canal decomunicação entre a DCEM, a OM e o militar. Esse sistemafoi implantado em substituição a outros antigos sistemas,como o SICAM (Sistema Integrado de Cadastro deMovimentações) e o REC (Requerimento Eletrônico deCursos), melhorando e inserindo novos recursos, tais como:

1. Inscrições nos diversos Planos de Movimentações,tais como:

– Transferência para Guarnição Especial (ida/saída);– Classificação por promoção;

– Classificação por término de curso;– Nomeação, Recondução e Exoneração de professor

em comissão, instrutor e monitor;– Nivelamento com e sem proposta;

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Acima, formatura com a Diretoria e, à direita, torneio de futebol emAcima, formatura com a Diretoria e, à direita, torneio de futebol emAcima, formatura com a Diretoria e, à direita, torneio de futebol emAcima, formatura com a Diretoria e, à direita, torneio de futebol emAcima, formatura com a Diretoria e, à direita, torneio de futebol emhomenagem aos 100 anos da DCEMhomenagem aos 100 anos da DCEMhomenagem aos 100 anos da DCEMhomenagem aos 100 anos da DCEMhomenagem aos 100 anos da DCEM

2. Acompanhamen-to de processos demovimentação por todosos militares.

3. Geração de Re-latórios.

Para acessar osistema, basta utilizaro mesmo usuário esenha de ACESSOÀS INFORMAÇÕESDO PESSOAL do DGP.

ComemorComemorComemorComemorComemorações do Centações do Centações do Centações do Centações do CentenárenárenárenárenárioioioioioA DCEM realizou diversas atividades comemorativas

na semana que marcou a passagem do seu centenário. Alémde eventos esportivos envolvendo o público interno,ressalta-se a formatura da Diretoria, que contou com apresença de ilustres convidados civis e militares.

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atural de Itajaí (SC), Olympio FOlympio FOlympio FOlympio FOlympio Falconieri da Cunhaalconieri da Cunhaalconieri da Cunhaalconieri da Cunhaalconieri da Cunhanasceu no dia 19 de junho de 1891.

Em 1912, ingressou na Escola Militar doRealengo, no Rio de Janeiro, e, ainda aspirante,participou da repressão à Revolta do Contestado,ocorrida no sul do País.

Como Oficial subalterno e intermediário, teve grandeparticipação nos movimentos tenentistas da décadade 1920, que culminaram com a chegada ao poder deGetulio VGetulio VGetulio VGetulio VGetulio Vararararargasgasgasgasgas, em 1930.

Entre 1931 e 1932, comandou a Força Pública doEstado do Ceará e, em 1933, assumiu a direção da PolíciaMilitar do Estado de São Paulo, permanecendo no cargoaté a chegada do novo interventor.

Realizou o Curso de Comando e Estado-Maior, no Riode Janeiro, em 1934, e foi promovido ao posto de Generalde Brigada em 29 de julho de 1943.

Foi designado para integrar a Força ExpedicionáriaBrasileira (FEB) no dia 17 de julho de 1944, sendoinicialmente nomeado Inspetor Geral das Forças Brasileiras,destacado cargo administrativo. Posteriormente, foi

N

Personagemda nossa história

designado Comandante dos Órgãos Não Divisionários, quetinham a missão de conduzir a logística das tropas brasileirasna Europa. Na oportunidade, suas atribuições foramampliadas, com destaque para as seguintes:

– supervisão do Depósito de Pessoal;– estabelecimento de ligação permanente com o

Exército dos Estados Unidos, no Teatro de Operações doMediterrâneo, com o Quartel-General das Forças Aliadas,com as autoridades portuárias de Nápoles e com os PostosReguladores de Caserna e Livorno;

– recebimento e encaminhamento dos suprimentos econtingentes procedentes do Brasil, requisitando ostransportes necessários;

– fiscalização do embarque dos evacuados para o Brasil;– requisição dos transportes aéreos e marítimos

para o Brasil;– estocagem dos gêneros e do material procedentes do

Brasil, encaminhando-os à frente, segundo as necessidades;– manutenção da normalidade e rapidez do serviço de

correspondências e encomendas postais; e– encaminhamento dos doentes e feridos graves aos

hospitais norte-americanos.Embora estivesse com seus interesses voltados para o

apoio logístico da FEB, o General FGeneral FGeneral FGeneral FGeneral Falconierialconierialconierialconierialconieri foi encarregadoda nobre missão de receber a rendição da 148ªDivisão Alemã, conduzindo, preso, o General alemãoOtto FOtto FOtto FOtto FOtto Fretter Picoretter Picoretter Picoretter Picoretter Pico.

Retornando ao Brasil, teve a oportunidade decomandar dois Grandes Comandos Administrativos, as3ª e 4ª Regiões Militares, e de chefiar o DepartamentoGeral de Administração (DGAdm).

Reformado na patente de Marechal, veio a falecer,no Rio de Janeiro, em 1967.

Em 2007, em reconhecimento aos seus feitos,o Exército Brasileiro, como justa homenagem a essapersonalidade de destaque, que se dedicou à logísticamilitar brasileira, concedeu a denominação históricaao então Departamento Logístico de DepartamentoDepartamentoDepartamentoDepartamentoDepartamentoMarechal FMarechal FMarechal FMarechal FMarechal Falconierialconierialconierialconierialconieri.

MarMarMarMarMarececececechal Olhal Olhal Olhal Olhal OlymymymymympiopiopiopiopioFFFFFALALALALALCCCCCONIERI da CunhaONIERI da CunhaONIERI da CunhaONIERI da CunhaONIERI da Cunha

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