Revista Festas do Barrete Verde e das Salinas 2010

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ALCOCHETE

451965 2010 Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete

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No calor de AgostoAlcochete enfeita-se de flores de salbrilhando ao Sol que nasce sobre a lezíria e sacode a neblina por entre as árvores da charneca. O Toiro desce até à vilae os mais ousados desdobram-se em faenas por entre as ruas do casco histórico. Na ponta do pampilho do campinosoltam-se os toiros, Rato acima,e o frenesim das gentesmistura-se na melodia do Fado do Barrete Verde. À noite,o arraial é um mar de estrelase a procissão de Nossa Senhora da Vidatraz consigo um rasto de luzvindo do mar… E o Forcado, na Praça,abraça o Toiro,nesse abraço estendido a Alcochete. As Festas aí estão!

A Direcção do Aposento do Barrete Verde

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José Piqueira é um pouco da alma alcochetana.

Por detrás de umas lágrimas emotivas ao recordar momentos com signifi-cado na história recente de Alcochete, está um homem que se envaidece por ter nascido neste recanto e, inevitavelmente, se encanta por fazer parte desta cultura própria que se funde tranquilamente na sua maneira de ser.

As tradições alcochetanas mais recentes, sublinhadas nas Festas do Barrete Verde e das Salinas, estão escritas nos sonhos concretizados do Zé Piqueira e dos seus colaboradores.

Presidente, ou não, do Aposento do Barrete Verde, que tanto ama, o Zé deu azo à sua imaginação fértil e adornou sempre Alcochete, com desvelo e dedicação, tornando-a ai-nda mais bela e atraente aos olhos de quem estava e de quem vinha. O anúncio das festas chegava a todo o lado, numa altura em que Alcochete - pela inércia de alguns e a imbecilidade de outros - não chegava a parte nenhuma e só era conhecida das gentes vizinhas; se o fosse por alguém de mais longe, era resultado de uma qualquer migração forçada, da qual o alcochetano nunca se orgulhou.

O Zé era, nessas ocasiões, um embaixador embevecido da sua Alcochete e dos seus conterrâneos. O Zé agia naturalmente; a consciência, neste caso, quase não tinha lugar. A racionalidade perdia-se no desejo enorme de mostrar as coisas bonitas da sua terra, o jeito mais característico das suas gentes. E partia para Lisboa com um jogo de cabrestos mandados por campinos, desfilando pelos Restauradores, chamando toda a gente para Alcochete. O homem singular perdia-se deliberadamente para dar lugar a um colectivo emblemático que o entontecia e o enchia de orgulho. Era como se Alcochete toda ali estivesse.

Mas isso só não bastava! O Zé, como bom alcochetano, quis trazer toda a gente que gostava para Alcochete. Receber bem foi sempre um orgulho que o alcochetano cultivou. E desdobrou-se em convites para que o todo nacional fosse encontrar Alcochete nos olhos de uma certa personalidade pública: os espectáculos de homenagem às figuras típicas alcochetanas eram apresentados por locutores de rádio de popularidade consagrada, levando, nalguns casos, à transmissão em directo das festas, através de uma antena de rádio, e a partir dos becos e ruas da vila; os artistas eram escolhidos para emoldurarem as noites festivas de Alcochete e, de uma panóplia de figuras aprecia-das pelos alcochetanos, os espectáculos musicais embelezavam o Largo do Poço ou a Praça de Toiros de Alcochete - passando primeiro, a maioria destes artistas, por ser recebida em sua casa. Não só ele, mas também a sua família e as suas coisas ficavam disponíveis para tudo o que de bom fosse trazido para Alcochete.

Propositadamente não enumerei nenhuma destas figuras. No entanto, para que se avalie até que ponto subiram alto os sonhos do Zé para a sua terra, ele trouxe-nos, para que se confundissem connosco, a grande diva Amália Rodrigues e o então Presidente da República Portuguesa, General Ramalho Eanes. Se por alguma razão Alcochete era ostracizada, então o Zé achava por bem convidar, para cá virem, os nomes mais sonantes do todo nacional, desde a figura mítica da nossa musicalidade até ao mais alto magistrado da Nação.

O Zé foi um inovador e um empreendedor.

Capaz de interpretar o sentir mais sublime do pensamento colectivo alcochetano, traz o campino para o seio das Festas. Outro homem que, no seu traje, enverga o barrete verde igual ao do forcado. Fá-lo participar, por direito próprio, nas festas que também são suas.

O campino, embora alcochetano arredado da urbe por força do seu labor, homem da lezíria e da charneca, tem lugar junto das figuras homenageadas e torna-se um elemento acarinhado e sobejamente aplaudido na recolha dos toiros, feita nas ruas da vila, durante as Festas do Barrete Verde e das Salinas.

O Zé, na senda de um cunho singular emblemático das nossas festas, vai convidar um artista plástico, José Salomão, seu amigo pessoal, para pintar Alcochete. As cores saídas da paleta do artista, quer fossem guaches ou óleos, traduziam (e traduzem) o fulgor daquelas tardes magníficas de Agosto e viriam a dar lugar ao desdobrável, ao programa, que era distribuído à população. Durante várias edições, cartazes e programas eram reconhecidos em todo lado e identificados como os cartazes e programas das Festas do Barrete Verde e das Salinas.

Muitas direcções seguintes inspiraram-se, e ainda recordam para seu proveito próprio, a verve fervorosa e apaixonante de José Piqueira.

Todos os bons alcochetanos lhe são devedores do que de bonito o Zé fez por Alcochete.

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O prazer de aprenderA excelência de ensinar

Agostinho José LóiaNascido em Alcochete no dia 19 de Abril de 1931

Tem como herança, a sua profissão. Seus pais, tios, irmãos, todos conheceram a luta das salinas.Começou novo na marinha de Vaza Sacos para os lados de Pancas. Percorria os 18 quilómetros com um saco de comida às costas. As pedras do caminho eram a sua companhia. Sopa, bacalhau, pão, toucinho…e, quando o saco vazava, era dia de regressar.Aos 8 anos, passava as férias nas salinas. Era o aguadeiro…mais velho, começou a rapar sal e quando ganhou corpo, aos quinze anos, começou a carregar as canastas. Cada dia tinha que fazer sete moios, e cada moio, eram dezoito canastas…Em Julho de 1957, é preso por ter participado na Revolta do Sal. Num passa a palavra, que ainda hoje não sabe explicar, todos pararam. Este movimento da greve do sal leva-o, assim, ao Aljube, onde ficou na solitária, mas não sem antes passar pela António Maria Cardoso onde foi interrogado pela PIDE, diariamente, durante os meses em que esteve preso. Sorri, com desdém, ao lembrar o que Silva Pais lhe disse, quando foi posto em liberdade…”Nunca mais se metam nisso…” Seria no Sal ou nas Greves?…Para Agostinho José Lóia, o Sal representa escravidão. Da sua vida de Salineiro não tem qualquer saudade. Recorda apenas as sólidas amizades dos companheiros de uma luta diáriaHomem Sólido. Vigoroso nas suas decisões. Amigo do seu amigo…

Agostinho José Lóia é o Salineiro a quem prestamos homenagem.

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FORCADO

Paulo Jorge Madeira Neves GarretNasceu em Alcochete no dia um de Junho de 1966

Desde a mais tenra infância que acompanhava amigos e familiares em treinos de forcados.Por isso, muito cedo ganhou a inquietação de pegar. Em 1978, fala com o Cabo do Grupo António Penetra e pede-lhe para se fardar. Assim, é numa Corrida na praça de toiros do Campo Pequeno que pega o seu primeiro toiro. Lembra-se como se fosse hoje. Depois desse vieram mais de uma centena... Uns bons, outros nem tanto…Sente que são os forcados quem dá o brilho à festa. São os forcados que fazem vibrar o público.A sua melhor recordação é a amizade que une um grupo de forcados.No ano de 1987, enverga uma jaqueta do grupo do Montijo e em 22 corridas pega 21 toiros. Nesse ano é eleito o forcado do ano e ganha alguns prémios para melhor pega, salientando-se o prémio ganho na Praça de Toiros de Cascais na 1ª Corrida do Clube de Jornalistas.Em 1988 volta a trajar pelo Aposento Do Barrete Verde. Dos tempos que passou neste grupo, lembra uma tareia que o grupo levou numa Corrida em Caria em que foi quase tudo parar ao hospital, e uma grande pega em Alcochete.Considera que ainda não tirou a jaqueta e que vai ainda fazer a sua despedida de forcado…Homem Firme. A sua boa disposição não anula a sua postura determinada.

Paulo Jorge é o forcado a quem prestamos homenagem

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Joaquim Barbosa VinagreNasceu a 5 de Março de 1943 na Herdade das Ferrarias em Coruche.

Proveniente de uma família grande, é pelo seu tio materno, Jacinto Amaro, que ganha o gosto pelos cavalos.Começou a montar pelos seus 15 anos através do seu contacto com Mário da Veiga Malta.Já depois de cumprir o serviço militar é na herdade de António José Veiga Teixeira que conhece aquele que considera ter sido o seu primeiro mestre campino - António José Gordo. Apesar de trabalhar com máquinas e alfaias agrícolas esteve sempre ligado aos cavalos e sempre que era necessário lá estava, …pronto e lesto para trabalhar com gado bravo.É a partir de 1974 que fica ligado definitivamente à arte da campinagem.Lembra amigos por onde passou a ajudar ao gado e a sua lista passa por nomes como Adema, Pedroso, Gabriel de Santo Este-vão, Alfredo Abrantes, Norberto Pedrosa, Jorge de Carvalho entre muitos outros… e era ajudando os seus companheiros que conseguia os garraios para o treino da sua prima Sónia Matias com quem trabalhou alguns anos.Trabalha durante cinco anos para a Herdade de Oliveira e Irmãos e nos últimos seis anos tem estado na Casa José Dias.Recorda o seu melhor episódio, quando no dia em que se gabou de nunca ter sido apanhado, ter sido colhido…Gosta do que faz. Prepara jogos de cabrestos bravos e mansos. Orgulha-se de ter na principal Praça do país um jogo de cabres-tos preparado por si.Vive como campino de dia e de noite.Homem Transparente. Orgulhoso da sua família e dos seus amigos. Joaquim Vinagre é o campino a quem prestamos homenagem.

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6 de agosto sexta feira

17h00 – Recepção aos convidados de honra na sede do Aposento do Barrete Verde e atribuição do I GALARDÃO APOSENTO do BARRETE VERDE*

18h00 – Hastear das bandeiras na Av. D. Manuel I 19h00 – 1ª Entrada de Toiros na Vila19h30 – Inauguração da exposição – ALCARTE 201021h30 – Palco FORCADO – Animação Musical – Veríssimo – Palco ROSSIO – Sevilhanas do Clube Taurino

de Alcochete22h00 – Variedades Taurinas (ver programa definitivo)22h30 – Palco FORCADO – Sevilhanas do Clube Taurino de Alcochete – Palco CAMPINO – Animação Musical –

P ão com Manteiga – Palco ROSSIO – Animação Musical – Nélio23h00 – Palco FORCADO – Animação Musical – Veríssimo23h30 – Palco SÃO JOÃO – ADIAFA00h30 – Palco FORCADO – Animação Musical – Veríssimo – Palco TEJO – Animação Musical – Havana Way01h30 – 1ª Largada de Toiros

7 de agosto sábado

08h00 – Alvorada com 21 morteiros11h30 – Manhã Infantil (Jardim do Rossio)18h00 – Demonstração de condução de Jogos cabrestos

pelas ruas da Vila (recinto de largadas)19h00 – 2ª Entrada de Toiros na Vila21h30 – Palco FORCADO – Animação musical – Nélio – Palco ROSSIO – Animação musical – HPP22h00 – 2ª Largada de Toiros22h30 – Palco CAMPINO – Animação Musical –

Veríssimo23h00 – Palco FORCADO – Animação Musical – Nélio23h30 – Palco SÃO JOÃO – Noite Andaluza00h30 – Noite da Sardinha Assada – Palco TEJO – Animação Musical – Objectivo01h30 – Arruada com a Charanga de Alcochete04h00 – 3ª Largada de Toiros

programa oficial

festas do barrete Verde e das saliNas6 a 12 agosto 2010

8 de agosto domiNgo

08h00 – Alvorada com 21 morteiros10h00 – 1ª Espera de toiros10h15 – 4ª Largada de Toiros11h30 – Missa em Honra de Nossa Senhora

da Vida e em memória dos sócios falecidos16h00 – Sessão Solene – Entrega de emblemas aos sócios com

25 e 50 anos 17h00 – Preparação das embarcações para a procissão por mar18h00 – Corrida de Toiros (ver programa definitivo)21h30 – Palco ROSSIO – Animação Musical – HPP22h30 – Palco SALINEIRO – Animação Musica – Veríssimo23h00 – Procissão por terra e por mar em Honra de Nossa

Senhora a Vida00h30 – Palco SÃO JOÃO – Pão com Manteiga – Palco ROSSIO – Animação Musical – HPP – Palco FORCADO – O Fado – Palco TEJO – Animação Musical – Onda 501h30 – 5ª Largada de Toiros

9 de agosto seguNda feira

dia do alcochetano

08h00 – Alvorada com 21 morteiros10h30 – Demonstração da Arte de Pegar Toiros (Grupo de

Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete e Grupo de Forcados Amadores de Alcochete)

13h00 – Alcochete na Rua!!! Almoço convívio no recinto das largadas

18h00 – Surpresa Taurina21h30 – Cortejo a cavalo pelas ruas da Vila – Palco FORCADO – Animação musical – Nélio – Palco ROSSIO – Sevilhanas Rocieras de Alcochete 22h30 – Palco ROSSIO – Animação Musical – Pão com

Manteiga – Palco SALINEIRO – Animação Musical – HPP – Palco FORCADO – Sevilhanas Rocieras de Alcochete23h00 – Homenagem ao Forcado, ao Campino e ao Salineiro (Largo de São João)

Tel.: 210 807 878 ▪ [email protected] da Liberdade, nº. 19 Letra G - C.C. Valbom

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23h30 – Palco SÃO JOÃO – Concerto pela Banda da Socie- dade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete00h30 – Palco SALINEIRO – Fado de Alcochete – Palco TEJO – Animação musical – Insígnia01h30 – 6ª Largada de Toiros

10 de agosto terça feira

08h00 – Alvorada com 21 morteiros10h30 – 7ª Largada de Toiros11h30 – Manhã Infantil (Jardim do Rossio) 17h00 – Palco ROSSIO – Workshop de Danças Sevilhanas

(C.T.A. e R.A.) 19h00 – 2ª Espera de Toiros19h15 – 8ª Largada de Toiros21h30 – Palco FORCADO – Animação musical – HPP – Palco ROSSIO – Animação musical – Veríssimo

22h00 – Corrida de Toiros (ver programa definitivo)22h30 – Palco CAMPINO – Animação musical – Pão com

Manteiga23h30 – Palco SÃO JOÃO – DIANA GIL00h30 – Palco CAMPINO – Animação musical – Pão com

Manteiga – Palco TEJO – Animação musical – Jorge Nice01h30 – 9ª Largada de Toiros

11 de agosto quarta feira

08h00 – Alvorada com 21 morteiros10h30 – 10ª Largada de Toiros17H00 – I FESTIVAL DO ARROZ DOCE – BARRETE VERDE –

Largo Barão de Samora Correia – Rossio (inscrições abertas na sede do Aposento do Barrete Verde)

19h00 – 3ª Espera de Toiros19h15 – 11ª Largada de Toiros

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21h30 – Palco FORCADO – Sevilhanas Rocieras de Alcochete – Palco SALINEIRO – Animação musical – Nélio – Palco ROSSIO – Animação musical – Jorge Nice22h30 – Palco FORCADO – Animação Musical – Pão com

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12 de agosto quiNta feira

08h00 – Alvorada com 21 morteiros10h30 – 13ª Largada de Toiros17h00 Porta Aberta ao Museu do Sal – Visitas Guiadas

(C.M.A.)19h00 – 4ª Espera de Toiros19h15 – 14ª Largada de Toiros

Apenas serão admitidos para as entradas, esperas e reco-lhas de toiros, os campinos e cavaleiros amadores segura-

dos e credenciados pelo Aposento do Barrete Verde.

O Aposento do Barrete verde não se responsabiliza por nenhum acidente ocorrido nos recintos de largadas e passagem de toiros.

21h30 – Palco FORCADO – Fados e Guitarradas – Palco SALINEIRO – Sevilhanas do Clube Taurino

de Alcochete – Palco ROSSIO – Animação Musical – Nélio22h00 – Corrida de Toiros (ver programa definitivo)22h30 – Palco SALINEIRO – Animação Musical – Veríssimo – Palco ROSSIO – Sevilhanas do Clube Taurino

de Alcochete23h30 – Palco de SÃO JOÃO – MAFALDA ARNAUTH00h30 – Palco SALINEIRO – Animação Musical – Veríssimo – Palco TEJO – Animação musical – HPP01h00 – Saída de Toiros da Vila 01h30 – Arrear das Bandeiras 02h00 – Espectáculo Piromusical



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Revista Festas do Barrete Verde e das Salinas 2010

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