Ponte APS 1 UNIP

download Ponte APS 1 UNIP

of 26

Transcript of Ponte APS 1 UNIP

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    1/26

    1

    Engenharia Mecânica

    Jefferson Esquizato de SouzaAlbert Aleixo Paulino

    Gabriel Norato dos santos

    Atividade Prática SupervisionadaProjeção e confecção de uma ponte de macarrão tipo espaguete 

    Birigui-SP

    2015

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    2/26

    2

    Resumo

    Trata-se de uma APS (Atividade Prática Supervisionada) aplicada pela instituição deensino Universidade Paulista (UNIP) intitulada como “Projeção e confecção de uma

     ponte de macarrão tipo espaguete”. Neste trabalho será demonstrado os resultados de

    ensaios com o macarrão escolhido e proposto pela UNIP para a realização do mesmo.Também será proposto os cálculos estruturais da ponte que foram necessários paraexecutá-la. O trabalho segue com imagens de CAD elaboradas pelo autor para melhorcompreensão.

    Palavras-chave: Ponte. Macarrão. APS. Treliças. Espaguete.

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    3/26

    3

    SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4

    2. OBJETIVO .............................................................................................................................. 4

    3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 4

    4. TIPOS DE PONTES ............................................................................................................... 5

    4.1 Ponte em Arco ..................................................................................................................... 5

    4.2 Ponte Suspensa .................................................................................................................... 6

    4.3 Ponte em Viga ..................................................................................................................... 7

    4.4 Ponte em Treliça ................................................................................................................. 7

    5. CÁLCULOS ESTRUTURAIS DA PONTE EM TRELIÇA ............................................... 8

    5.1 Nós da treliça ....................................................................................................................... 8

    5.2 Cálculo da estática nos eixos x e y ...................................................................................... 9

    5.3 Cálculos da estática para momentos .................................................................................. 11

    5.4 Cálculos dos nós de uma treliça ........................................................................................ 12

    5.4.1 Cálculo do momento na treliça ................................................................................... 13

    5.4.2 Cálculo das forças em x e y na treliça ........................................................................ 13

    5.4.3 Cálculo das forças nos nós da treliça .......................................................................... 14

    6. PROJETANDO A PONTE DE MACARRÃO ................................................................... 16

    6.1 Regras do projeto .............................................................................................................. 17

    6.2 Vistas da ponte .................................................................................................................. 17

    6.3 Cálculo dos nós ................................................................................................................. 18

    7. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 25

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    4/26

    4

    1. INTRODUÇÃO 

    A necessidade de se criarem pontes está associada ao homem desde muitos anos

    atrás, quando se era necessário ultrapassar obstáculos à procura de alimento e abrigo. Seja

    um lago ou um vale, desde muito antes o homem sempre precisou se locomover de umlugar ao outro superando qualquer obstáculo.

    As primeiras pontes surgiram de forma natural com a queda de troncos de árvores

     próximo a rios, permitindo assim que o homem pudesse ultrapassa-lo chegando a outra

    margem. Desde então, bastou apenas aperfeiçoa-la para que começassem a surgir as

     primeiras pontes feitas por homens.

    Com o passar dos anos, novas necessidades foram surgindo, como a do comércio, do

    transporte, militar, entre outras. Da mesma forma, evolui-se também a engenharia, que 4 possibilitou a construção de novas pontes cada vez mais resistentes e eficientes.

    Foi na Revolução Industrial, no século XIX, que começaram a ser desenvolvidos

    sistemas de ferro-forjado para pontes. Mas este, não possuía resistência a tração para os

    trens à vapor da época, o que os levou a invenção de novos métodos de fabricação do aço,

    que este sim possuí ótima resistência para a construção de pontes pertinentes a nova

    necessidade.

    As pontes fazem parte do nosso dia a dia. Seria impossível o mundo como é hojese não houvessem pontes cada vez mais resistentes e com vãos cada vez maiores para unir

    margens de rios, cidades ou mesmo países, como é o caso da Ponte da Amizade, que une

    o Brasil e o Paraguai. 

    2. OBJETIVO 

    O principal objetivo desde trabalho está relacionado ao estudo de uma das mais

     belas aplicações da engenharia, a construção de pontes, por isso, será feita a ponte demacarrão projetada para vencer um vão de 1 metro, suportando uma carga de 60 [KgF].

    O objetivo também se aplica ao entendimento das estruturas, em específico as estruturas

    treliçadas, que foi o modelo de ponte seguido no trabalho.

    3. JUSTIFICATIVA 

    Um estudante de engenharia, seja civil ou mecânica deve desde cedo, ao entrar na

    universidade, entender como um engenheiro atuará depois de graduado. Pensando nisso,a projeção, mesmo que simples, e execução de uma ponte feita de macarrão tipo

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    5/26

    5

    espaguete, consegue de forma clara demonstrar a atuação do engenheiro quanto a

     projeção e execução de um projeto.

    4. TIPOS DE PONTES 

    Com o passar dos anos, à medida que a engenharia e o estudo dos materiais

    evoluem, a possiblidade de novas pontes serem criadas para vencerem vãos e cargas cada

    vez maiores foram surgindo. E isso acontece por que o homem vai adquirindo

    conhecimento dos pontos onde as forças agem nas estruturas das pontes, possibilitando o

    dimensionamento de barras ou cabos ideais para a sua execução.

    4.1 Ponte em Arco 

    Sendo o modelo de ponte mais antigo feito pelo homem, além de estar entre as

    mais baratas, as pontes em arco conseguem unir margens de rios sem a utilização de

     pilares de sustentação, evitando a obstrução do rio. Também são usadas para vencer vãos

    de vales, por mais profundos que sejam.

    A Figura 1 e Figura 2 representam respectivamente as pontes com a estrutura em

    arco na parte de cima e na parte de baixo da ponte. Para a Figura 1, considere as linhas

    em azuis para representar uma força de compressão e as linhas em vermelho de tração.

    Figura 1 –  Ponte em Arco com estrutura superior 

     Fonte: Haus, Tiago. Pontes: Tipos principais e como funcionam

    Figura 2 - Ponte rodoviária do Rio Zhijinghe

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    6/26

    6

    Fonte: http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/ 

    A Figura 2 representa a ponte em arco mais alta do mundo. A ponte está situada

    na região de Três Gargantas, na China, na rodovia G50 Expressway Xangai, entre as

    cidades de Yesanguan e Dazhiping. Com um vão principal de 430 metros a ponte é

    também uma das 10 pontes em arco, mais longas do mundo. 

    4.2 Ponte Suspensa

    As pontes suspensas surgiram da necessidade de se ultrapassar lagos e vales mais

    extensos, tanto para o vão quanto para a altura da ponte em relação ao rio. Isso permitiu

    que os navios pudessem passar a ponte sem causar o choque entre ambos. As pontes

    suspensas também dispensam pilares de sustentação, pois baseiam-se no princípio de

    “pendurar” a ponte por cabos de tração. 

    A Figura 3 representa o modelo de uma ponte suspensa. Considere as linhas em

    azuis para representar uma força de compressão e as linhas em vermelho de tração.

    Figura 3 - Ponte suspensa

    Fonte: Haus, Tiago. Pontes: Tipos principais e como funcionam

    http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    7/26

    7

    4.3 Ponte em Viga

    O modelo mais simples de ponte é uma estrutura reta apoiada nas extremidades

    do rio que se quer transpõe. É um modelo utilizado há milênios (tábuas sobre pilares de

    madeira). Até hoje este tipo de estrutura é o mais utilizado, pois que a construção de pontes sobre pilares de concreto é mais barata do que os outros tipos de pontes.

    A Figura 4 representa de maneira simples uma ponte em viga.

    Figura 4 –  Ponte em viga

    Fonte: Haus, Tiago. Pontes: Tipos principais e como funcionam

    4.4 Ponte em Treliça

    As pontes em treliças são pontes projetadas baseadas nas estruturas compostas por

    vários triângulos para sua sustentação. São pontes de fácil construção e conseguem vencer

    vãos consideravelmente grandes, como a ponte de Quebec no Canadá, que tem um vão

    central de mais de 500 metros.

    A Figura 5 é um exemplo de ponte treliçada.

    Figura 5 –  Ponte de Quebec, Canadá

    Fonte: miliauskasarquitetura.wordpress.com

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    8/26

    8

    5. CÁLCULOS ESTRUTURAIS DA PONTE EM TRELIÇA

    Cada ponte existente que foi projetada antes de sua construção, por trás de todas

    aquelas barras e cabos presentes em sua estrutura, houve uma série de cálculos efetuados

     por engenheiros para que sua execução fosse possível. Os cálculos são baseados na cargaque a ponte deve suportar e o vão que ela deve vencer.

    Para este projeto, escolhemos a ponte do tipo treliçada. A escolha foi feita com

     base no material determinado pela UNIP para sua construção, no caso, o macarrão do tipo

    espaguete da marca Barilla Nº 7. Também foi escolhido a ponte em treliças por ser de

    fácil construção, além de oferecer ótima resistência a vãos pequenos.

    5.1 Nós da treliça

    Em cada treliça da ponte, existem junções de encontros de barras e forças que

    denominamos Nós. Considere a Figura 6 como um exemplo.

    Figura 6 –  Representação dos Nós na ponte de treliças

    Fonte: Elaborado pelo Autor

    A Figura 6 representa os nós de uma ponte em treliça simples, composta por 3

    triângulos isósceles, sendo eles ABE, BCE e CDE. Os nós podem ser identificados nos

    círculos da figura. Essa treliça possui 5 nós, não eles A, B, C, D e E. Eles são compostos

     por 7 barras, são elas AB, AE, BE, BC, CE, CD e DE.

    As barras que formaram as treliças são determinadas com base na carga que irão

    suportar, o tipo de força que será aplicado sobre ela e a distância que ela terá de uma

    extremidade a outra. As forças podem ser de dois tipos, tração ou compressão. Para saber

    qual será a força plicada e sua intensidade, é necessário que seja efetuado o cálculo dos

    nós.

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    9/26

    9

    5.2 Cálculo da estática nos eixos x e y

    Quando pesamos na farmácia, a balança nos mostra a nossa massa, em Kg, ou

    seja, a quantidade de matéria existente em nosso corpo. Na realidade o nosso peso é o

    resultado da gravidade exercida sobre nós, e como a gravidade é uma aceleração, logo o peso é uma força e, por tanto, não deve ser dito em Kg, mas sim em Newtons [N]. E por

    que isso acontece? Devido a segunda lei de Newton, onde a força resultante é resultado

    do produto entre a massa do corpo e da aceleração sobre ele exercida.

    Considere um objeto deixado em repouso em cima de uma mesa. Por que este

    corpo não se move? Nem nas direções horizontais ou verticais, por que isso acontece?

    Por que ele permanece estático? A resposta está na terceira lei de Newton, também

    conhecida como ação e reação. Essa lei propõe que uma força exercida em um corpo, serádevolvida com intensidade proporcional a exercida, porém com direção e sentido opostos.

     No exemplo do objeto posto sobre a mesa, este corpo possui uma massa M, por

    tanto ele exerce uma força peso sobre a mesa (sempre vertical para baixo) de M*g

    (constante gravitacional da Terra, próximo a 9,8 m/s²), logo a mesa devolve essa força

    com intensidade igual ao seu peso, porém com direção oposta, isto é, vertical para cima.

    Como as forças são opostas e com intensidade exatamente iguais, elas se anulam e a força

    resultante do corpo torna-se zero, ou seja, nenhuma força está sendo exercida sobre ocorpo, por tanto ele encontra-se estático.

    A Figura 7 faz a representação dessa explicação.

    Figura 7 –  Representação da força de reação

    Fonte: Elaborado pelo Autor

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    10/26

    10

    Figura 8 –  Representação de forças atuando em um corpo

    Fonte: Elaborado pelo Autor

    A Figura 8, faz a representação das forças T, R, P e F sobre o bloco de massa M.

     Neste sistema, o bloco está sendo tracionado por dois cabos interligados em duas polias

     presas a mesa, analisando o sistema podemos dizer que o bloco se encontra imóvel. Isso

    acontece por que o somatório das forças no eixo x e o somatório das forças no eixo y, são

    iguais a zero.

    Para o eixo x, temos as forças T e F. Adotando que para cima e para direita a

    força é positiva, para baixo e para esquerda a força é negativa temos que T=-T e P=-P.

    Considerando que o bloco em vermelho tem massa “z”, as forças T e F tem a mesma

    intensidade, e se elas têm a mesma intensidade, porém com sentidos opostos, então a sua

    resultante é igual a 0.

    Para o enxio y, temos as forças R e P. Como visto anteriormente, R é a força

    resultante do peso e tem intensidade igual a P, porém com sentido oposto. Logo a

    resultante no eixo y também é 0. Por tanto, sendo Ry=0 e Rx=0, o bloco encontra-se

    ESTÁTICO, ou seja, a força resultante do corpo é igual a 0.

    Abaixo estão as equações da estática dos eixos x e y, utilizados no exemplo visto

    anteriormente:

    ∑ = 0 

    ∑ = 0 

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    11/26

    11

    5.3 Cálculos da estática para momentos

    Quando abrimos uma porta empurrando-a pela maçaneta, utilizamos menos força

    do que a empurrando com uma distância menor em relação a dobradiça da porta. Isso

    acontece devido a um efeito chamado Momento. O momento é a distância em relação aum eixo quando aplicado uma força. No caso da porta, a força aplicada na maçaneta é

    menor do que a aplicada na extremidade próxima a dobradiça por conta da distância entre

    a maçaneta e a dobradiça ser maior.

    A equação do momento é dada por: M=d*F, onde M é o momento [N.m], d é a

    distância da força em relação a um eixo (metro [m]) e F a força aplicada (Newton [F]).

    A Figura 9 representa o exemplo citado:

    Figura 9 –  Momento em uma porta vista de cima

    Fonte: Elaborado pelo Autor

     No cálculo da estática de um corpo, além de considerar a somatória das forças nos

    eixos x e y sendo iguais a zero, também devemos adotar que a somatória dos momentos

    em relação a um ponto, também seja igual a 0. Deste modo, a equação da estática para

    momento fica:

    ∑ = 0 

     Na Figura 9, a porta não se encontra estática, pois duas forças estão sendo

    aplicadas em relação ao eixo A, no sistema representado pela dobradiça. O momento para

    a força“K” em relação a A, é maior que o momento para a força “F” em relação a A.

     Neste caso, adotaremos que os momentos que estão girando em sentido horário serão

    negativos e em sentido anti-horário positivos. Ou seja, o somatório de momentos neste

    sistema é Mr(Momento resultante)= [-F*d(distância menor) +(-K*D(distância maior)]

    sendo ≠ 0. 

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    12/26

    12

    Em momento, não existe eixo y, pois uma força perpendicular ao eixo é

    completamente nula. Isso acontece por que esta não representa uma torção ao eixo, ou

    seja, o momento é nulo. Por exemplo, se na Figura 9 houvesse uma terceira força entrando

    na lateral da porta perpendicular a K, não consideraríamos essa força quando fossemos

    calcular o momento em relação a “A”, pois ela não realiza torção. 

    5.4 Cálculos dos nós de uma treliça

    Como visto anteriormente, uma treliça é formada por vários nós. Os nós, por sua

    vez, são formados por barras e forças que se encontram em um determinado ponto. Em

    uma ponte, devemos considera-la completamente estática, ou seja, as forças resultantes

    sobre ela devem ser iguais a 0.

    Para dimensionarmos uma barra para formar um nó, devemos saber a carga que

    ela deve suportar, se será uma força de tração ou compressão, a distância que ela terá

    entre suas extremidades (se for o caso de uma força de compressão) e as características

    do material utilizado na barra.

    Os nós devem ser calculados de um em um. Se a ponte deve ser estática, então os

    nós também devem ser, logo o somatório das forças em x, y e dos momentos, devem ser

    iguais a 0.

    Considerando a Figura 10 como uma treliça que está apoiada sobre duas

    superfícies planas e que está sofrendo uma força vertical para baixo.

    Figura 10 –  Treliça sofrendo uma força no centro

    Fonte: Elaborado pelo Autor

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    13/26

    13

    Para a Figura 10, vamos considerar que a distância entre os nós A e D são de 20

    cm. Logo, o vão entre a treliça é de 40 cm. Os ângulos dos nós A e C são de 51º, por

    tanto, o ângulo do nó B é de 78º. Ra e Rc, são as forças da reação de apoio dos nós C e A

    com relação as superfícies.

    5.4.1 Cálculo do momento na treliça

    A treliça apresentada na Figura 10 deve estar estática, por tanto, a somatória dos

    momentos deve ser igual a 0. Nesta figura, será calculado o momento em relação ao nó

    A. Desta forma, temos que 10KgF = 100N (para g=10 m/s²) e 20cm=0,2 m. A equação

    fica:

    ∑ = (−100∗0,2) + (+∗0,4) = 0 −20+0,4=0 

    = 200,4 =50  = 5 0  

    Ao efetuar o cálculo do momento em relação ao nó A, obtemos a intensidade da

    reação de apoio Rc.

    5.4.2 Cálculo das forças em x e y na treliça

    Para que a treliça proposta na Figura 10 esteja completamente estática, o

    somatório das forças em x e y devem ser iguais a 0. Com os dados obtidos até agora,

    temos que as forças em y da treliça são: Rc=50N, P=100N e Ra=x. Desse modo, a equação

    da estática para o eixo y fica:

    ∑ = + 5 0 − 1 0 0 + = 0  = 1 0 0 − 5 0 → = 5 0  

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    14/26

    14

    5.4.3 Cálculo das forças nos nós da treliça

    Obtendo as informações necessárias para começara a calcular os nós, em “A”: 

    Figura 11 –  Forças no nó A

    Fonte: Elaborado pelo Autor

    A força Rba não está nos eixos x e y, impossibilitando o cálculo. Neste caso,

    devemos decompor essa força para chegar em suas componentes horizontais e verticais.

    Essas componentes são respectivamente as forças Rbax e Rbay. Temos que:

    ∑ = +50 − = 0 → = 50 Utilizando a trigonometria, podemos calcular Rba considerando que os nós A, B

    e D formam um triângulo retângulo. Dessa forma, temos que:

    (51°) ∗= 

    = (51º) =50

    0,77 =65 

    =(51°) ∗ 

    = 0, 63∗65→41 

    ∑ = − + = 0 − 4 1 + = 0 → = 4 1  

    Como a força resultante Rba está entrando no nó A, então a barra AB é uma barra

    que sofre uma força de compressão de intensidade igual a 65N. E como a força Rad sai

    do nó, então a barra AD sofre uma força de tração com intensidade de 41N, portanto a

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    15/26

    15

     barra DC é equivalente a barra AD, ou seja, sofre uma força de tração com intensidade

    de 41N.

    A treliça proposta na Figura 10 é formada por um triângulo isósceles, por tanto os

    dois ângulos que formam a base do triângulo são iguais, e se os ângulos são iguais e asreações de apoio também são, então as componentes Rbcx e Rbcy são equivalentes

    respectivamente as componentes Rbax e Rbay, assim como as barras BC e CD são

    respectivamente de compressão e tração.

    Com esses dados, resta calcular os nós B e D. Para o no B temos:

    Figura 12 –  Forças no nó B

    Fonte: Elaborado pelo Autor

    Como demonstrado anteriormente, as forças Rab e Rbc são equivalentes, isso

    significa que |Rbcy|=|Raby| e |Rbcx|=|Rabx|, portanto, Rbcy, Rbcx e Rbc valem

    respectivamente 50N, 41N e 65N. Temos que:

    ∑ = + + − = 0 + 5 0 + 5 0 = → = 1 0 0  

    Com o cálculo do nó B, conseguimos encontrar o valor de Tbd. Ou seja, a barra

    BD possui intensidade de 100N e sofrerá uma força de tração, pois a força Tbd está saindo

    do nó.

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    16/26

    16

     No nó D, encontramos a seguinte situação:

    Figura 13 –  Forças no nó D

    Fonte: Elaborado pelo Autor

    Até aqui todos os cálculos já foram feios. Basta apernas montar uma tabela com

    as informações obtidas nos cálculos para o dimensionamento das barras da treliça.

    Tabela 1 –  Barras da treliça e suas característicasBarra Tipo de força Carga a

    suportar [N]AB Compressão 65

    BC Compressão 65

    BD Tração 100

    AD Tração 41

    CD Tração 41

    6. PROJETANDO A PONTE DE MACARRÃO

    Como dito anteriormente, a ponte escolhida para a execução do trabalho foi do

    tipo treliçada. A Figura 14 representa o modelo da ponte, projetada para suportar uma

    carga de até 500N entrando imediatamente em colapso quando excedido.

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    17/26

    17

    Figura 14 –  Ponte projetada

    Fonte: Elaborada pelo Autor

    6.1 Regras do projeto

    A ponte projetada deverá atender as seguintes regras:

    1.  Deverá vencer um vão de 1 m livre;

    2.   Não poderá exceder 1 Kg;

    3.   Não poderá ter altura superior a 50 cm;

    4.  Deverá ter uma largura de no mínimo 5 cm e no máximo 20 cm;

    5.  Em suas extremidades, deverá estar com um cano de 0,5’ para facilitar o

    apoio bem como uma haste de aço de 1 cm de diâmetro em seu centro por

    onde será presa a carga;

    6.  A ponte deve passar no teste de 2 Kg para prosseguir com os pesos;

    7.  Após passar no teste anterior, será adicionado carga até o colapso;

    8.  Poderão usar colas tipo fria ou quente, a critério do projetista;

    9.  O macarrão a ser utilizado deve ser da marca Barilla Nº7;

    6.2 Vistas da ponte

    A Figura 15 representa as vistas da ponte. As linhas em azul indicam que a barra

    sofrera uma força de tração, em vermelho, indica que a barra sofrera uma força de

    compressão.

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    18/26

    18

    Figura 15 –  Visão técnica da ponte

    Fonte: Elaborado pelo Autor

    Para efeito de cálculo, neste projeto iremos considerar apenas a vista frontal da

     ponte, como na Figura 14. Não será levado em consideração a vista lateral e nem a

     planta.

    6.3 Cálculo dos nós

    A ponte é composta por 5 nós, como demonstra a Figura 14, são eles A, B, C, D,

    e E. A ponte proposta é completamente simétrica e isso facilita muito o cálculo, pois basta

    calcular metade dela que a outra metade será exatamente igual a calculada.

    Fazendo os cálculos referentes aos nós A e B, C e D irão ser iguais

    respectivamente, já o nó E será resolvido de maneira espontânea. Começando pelo cálculo

    do momento em relação ao nó A para saber a intensidade da força de reação Rd. Como

    visto anteriormente, fica fácil de saber qual o módulo dessa força. Ora, se existem duas

    superfícies de apoio para a ponte e uma única força no meio da ponte puxando-a para

     baixo, então as reações de apoio serão exatamente a metade da força que a puxa para

     baixo, dessa forma, as resultantes nos eixos y serão iguais a 0.

    Como a ponte está sendo projetada para aguentar uma carga de 500N, então as

    reações Ra e Rd são iguais e com intensidade de 250N cada uma.

    Dessa forma, o nó “A” irá ficar: 

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    19/26

    19

    Figura 16 –  Nó A da ponte suas forças

    Fonte: Elaborado pelo Autor

    Como visto anteriormente, Ra será igual a Raby e Rabx será igual a Rae, com isso,

    o nó se manterá estático, pois suas forças resultantes serão nulas.

    Para encontrar Rab, basta usar a trigonometria, então:

    = (51º) →250

    0,777 →=322

    = = ∗(51) → 322 ∗ 0,63 → = 203 Para o nó B temos a seguinte situação:

    Figura 17 –  Nó B da ponte e suas forças

    Fonte: Elaborado pelo Autor

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    20/26

    20

     Na Figura 17, podemos destacar que a força Raby será igual a Rbey, para que que

    o nó permaneça estático no eixo y. Por tanto, a equação fica:

    =

    (51°)→ = 250

    0,777→ = 322 

    =∗(51°) →322∗0, 63→ = 203 

    ∑ = + − = 0 

    2 0 3 + 2 0 3 − = 0 → = 2 0 3 + 2 0 3 = 4 0 6  Feitos os cálculos dos nós A e B, basta montar a tabela com os dados calculados

     para poder dimensionar as barras da treliça que formará a ponte.

    Tabela 2 –  Barras da ponte projetadaBarra Tipo de força Carga [N] Comprimento

    [mm]AB Compressão 322 435BC Compressão 406 500CD Compressão 322 435CE Tração 322 433AE Tração 203 250BE Tração 322 433DE Tração 203 250

    6.4 Dimensionamento das barras

    Como dito anteriormente, um dos fatores que influenciam muito no

    dimensionamento das barras que iram compor a treliça, é o material que será utilizado.

     Na ponte projetada, será utilizado o macarrão tipo espaguete da marca Barilla, Nº 7.

    A fim de realizar um dimensionamento mais preciso, a Universidade Federal do

    Rio Grande do Sul (UFRGS) realizou alguns ensaios com os fios do macarrão e chegaram

    a algumas conclusões:

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    21/26

    21

    Figura 18 –  Curva de ruptura para 3 fios

    Fonte: http://www.ppgec.ufrgs.br/ 

    Figura 19 –  Curva de ruptura para 7 fios

    Fonte: http://www.ppgec.ufrgs.br/ 

    http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    22/26

    22

    Após os ensaios realizados, chegaram ao seguinte gráfico:

    Figura 20 –  Curva de Flambagem Elástica

    Fonte: http://www.ppgec.ufrgs.br/ 

    As informações abaixo dentro das caixas foram retiradas do artigo

    produzido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul:

    A equação de Euler é: 

    Onde PCR é o Esforço Normal de compressão que a barradeve suportar, A é a área da seção transversal, é o índicede esbeltez da barra, lfl é o comprimento de flambagem dabarra, é o raio de giração e I é o momento principal

    central de inércia da seção. 

    http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/http://www.ppgec.ufrgs.br/

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    23/26

    23

    Considerando-se que a partir de um certo número de fios deespaguete, a seção transversal tende para uma seçãocircular, pode-se escrever: 

    e que, em barras rotuladas-rotuladas, o comprimento deflambagem é igual ao comprimento real ou distância entrenós, obtém-se: 

    Mesmo que os nós não sejam rotulados, mas rígidos comuniões coladas, a consideração anterior é conservativa poisnão se pode garantir o engasgamento perfeito das barrasnos nós, levando a uma situação intermediária entre aconsiderada e a engastada-engastada. 

    O número de fios pode ser obtido dividindo-se a áreanecessária pela área de cada fio. 

    onde r é o raio de um fio de espaguete. 

    Assim, para os dados do espaguete, a equação acima fica:  

    para N em kgf, l e r em cm 

    para N em N, l e r em mm 

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    24/26

    24

    Com bases nessas informações para o dimensionamento das barras, a Tabela 2

     pode ser reescrita da seguinte maneira:

    Tabela 3 –  Dimensionamento das barrasBarra Tipo de força Carga [N] Comprimento

    [mm]

     Número de

    fiosAB Compressão 322 435 58BC Compressão 406 500 75CD Compressão 322 435 58CE Tração 322 433 8AE Tração 203 250 5BE Tração 322 433 8DE Tração 203 250 5

    Através dos cálculos obtidos e dimensionamento das barras, foi possível a

    execução da ponte. A Figura 21 representa o resultado obtido na construção.

    Figura 21 –  Ponte construída

    Fonte: Elaborado pelo Autor

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    25/26

    25

    7. CONCLUSÃO

    As pontes são uma solução proposta pelos homens para ultrapassar barreiras da

    natureza, seja um rio ou um vale. Surgiram naturalmente com as quedas de árvores

     próximas das margens de rios, permitindo sua ultrapassagem. Os homens apenasrefinaram este princípio.

    Existem muitos tipos de pontes, entre eles pontes do tipo arco, treliçada e

    suspensa, cada uma com suas características, benefícios e malefícios.

    Os cálculos necessários para se dimensionar uma ponte são baseados na estática,

    ou seja, considerando que as forças que atuam sobre a ponte sejam nulas. Também é

    levando em consideração o material utilizado e suas resistências a compressão e tração.

    A execução da ponte é de extrema importância para se alcançar os resultados

    calculados, pois algumas falhas técnicas podem arruinar o projeto

    Enfim, estre trabalho proporcionou uma visão maior do que é a engenharia e nos

    ajudou a atuar, de certa forma, como engenheiros.

  • 8/17/2019 Ponte APS 1 UNIP

    26/26