PLANO AQUARELA - Ministério do TurismoEm 2004 foi iniciada a elaboração do Plano Aquarela -...

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PLANO AQUARELA MARKETING TURÍSTICO INTERNACIONAL DO BRASIL 2007-2010

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PLANO AQUARELAMARKETING TURÍSTICO INTERNACIONAL DO BRASIL

2007-2010

Marcella Balsamo
Stamp

ANTECEDENTES

Em 2004 foi iniciada a elaboração do Plano Aquarela - Marketing

Turístico Internacional do Brasil, cujos objetivos foram impulsionar o

turismo internacional no Brasil, incrementando o número de turistas

estrangeiros no país e a conseqüente ampliação da entrada de divisas.

O Plano Aquarela foi elaborado no momento em que o turismo brasileiro

iniciava a implantação de mudanças estratégicas no seu sistema de

gestão. Com a criação do Ministério do Turismo e uma nova estrutura de

gerenciamento, a Embratur passava a dedicar-se exclusivamente a

promoção do turismo no exterior.

Esta mudança de foco requeria da Embratur, uma atuação profissional e

direcionada a atender as necessidades e os desejos do mercado

internacional. Desta forma, o Plano Aquarela enquadrou-se dentro do

Plano Nacional de Turismo 2003-2007, onde o Ministério do Turismo

estabeleceu seus objetivos e metas de trabalho.

A implantação do Plano Aquarela iniciou-se a partir de março de 2005 com

uma nova abordagem direcionada aos mercados prioritários.

A definição das estratégias do Plano Aquarela ganhou forma a partir de

um esquema metodológico, dividido em três fases distintas:

- Diagnóstico: cujo foco foi à sistematização e análise de dados pré-

existentes, e a produção de novos dados, gerando um instrumento com

informações consistentes e sendo base para as fases posteriores;

- Formulação da Estratégia de Marketing: a partir da análise do

diagnóstico foi possível definir a visão de futuro desejada para o turismo

do país e estabelecer os objetivos e as linhas estratégicas para alcançá-la;

1

- Plano Operacional: com linhas orientadoras definidas, esta etapa tratou

de desenhar as atuações necessárias para executar o plano e seguir as

estratégias estabelecidas.

O Plano Operacional no período 2005 – 2006 constituiu-se no elemento

central para a implantação das estratégias formuladas na Fase II do Plano

Aquarela.

Este conjunto de macro-programas foi estruturado a partir de uma

definição inicial dos diferentes tipos de programas, projetos e ações

recomendadas como as mais adequadas ao turismo internacional do Brasil

hoje. Este conjunto de macro-programas e ações foram detalhados em

fichas específicas para sua implantação e controle.

O Macro-programa Geral foi constituído por todas aquelas ações que

foram necessárias para iniciar a atividade promocional e que podem ser

aplicadas a todos os mercados. Por exemplo, o desenho e o manual de

uso da marca turística, o desenho e manutenção do Portal, o desenho dos

diferentes materiais de base, tais como as publicações para o trade e o

consumidor, materiais como cartazes e CD’s de banco de imagens, os

pontos de identidades para feiras, apresentações e os escritórios

brasileiros de turismo no exterior.

Neste Macro-programa, foram estabelecidos 3 programas para atuação da

Embratur no curto prazo:

• O Programa de Identidade;

• O Programa de Tecnologias da Informação; e

• O Programa de Base.

2

Para que o turismo no Brasil adquirisse a importância necessária, foi feita

uma mudança formal importante que deve ser percebida por todos os

públicos. Com esta finalidade o Programa de Identidade Turística incluiu o

desenho da marca, o decálogo, a mensagem permanente e a

normalização dos mesmos, assim como a preparação de um banco de

imagens próprio para a nova imagem que pretende-se implantar.

O Programa de Tecnologias da Informação incluiu os projetos do Portal

Brasileiro do Turismo, com o desenho e a manutenção cotidiana dos novos

conteúdos, o Projeto News e os Cadastros de Imprensa, Trade

Internacional e Trade Brasil.

O Programa de Base reuniu todos os projetos que constituem

precisamente a base desta mudança e que mostrarão diretamente aos

vários Públicos a nova identidade turística do Brasil. Reúne os Projetos de

Publicações para o Trade e para o Consumidor, o Projeto de Materiais e o

Projeto dos Pontos de Identidade.

Durante o primeiro ano de implantação do Plano, o Macro-programa Geral

deveria ter um orçamento superior ao normal, por ser o ponto de partida

do Plano de Marketing, sendo que a cada ano o seu valor poderá ser

gradualmente reduzido.

O Macro-programa Mercado Internacional incluiu todos os programas

que estariam diretamente ligados às ações por público alvo, mercados

prioritários e segmentos.

A escolha de prioridades de mercados considerou os seguintes critérios:

Para a definição dos planos para os países prioritários, foram consideradas

as informações que permitiriam que cada um dos EBT´s – Escritórios

3

Brasileiros de Turismo, pudessem preparar o seu Plano de Trabalho

específico, em sintonia com a estratégia geral do Plano Aquarela e com as

metas e os orçamentos disponíveis.

Naquele momento, pela falta de informações históricas da Embratur

anteriores a 2004, que permitissem avaliação de resultados das ações em

cada mercado, foram considerados os seguintes parâmetros:

ο Máximo histórico: em função das constantes oscilações no câmbio

nos países vizinhos este máximo já havia acontecido em anos

anteriores a 2004.

ο Turistas internacionais: No caso dos países europeus foi colocado

o número de turistas que fazem viagens internacionais fora da União

Européia. Nos outros países estão consideradas todas as viagens

internacionais.

ο Turistas “grande interesse”: Corresponde ao percentual dos

turistas potenciais que, de forma clara manifestaram seu interesse

pelo Brasil. O volume e o resultado de considerar o turismo

internacional, a porcentagem e o peso da América do Sul neste

mercado.

ο Competidores diretos. Aqueles três países que o turista potencial

escolhe junto com o Brasil.

ο Distribuição do orçamento promocional: A distribuição do orça-

mento nas regiões ocorre de acordo com a forma de organização de

cada mercado-alvo (comportamento do consumidor, cadeia de dis-

tribuição de produtos e de informação de cada país-alvo).

ο Conteúdo dos produtos: Porcentagem de importância nas

diferentes ações de promoção baseada no portfólio de produtos e

mercados. A mesma porcentagem foi aplicada para todos os países

de cada região.

4

ο Mensagem. Aspectos positivos para viajar ao Brasil que o turista

destaca, de forma espontânea, na pesquisa.

Nos países em que não foram feitas pesquisas, para os quais as

informações não foram disponibilizadas, as ações promocionais deveriam

ter sido consideradas dentro da lógica do Plano Aquarela, caso a caso e

consideradas no orçamento de reserva conjuntural.

No Macro-programa Mercado Internacional, foram elaborados cinco

programas:

• O Programa Produtos do Brasil;

• O Programa de Atenção;

• O Programa de Imprensa;

• O Programa Trade; e

• O Programa Turistas.

O Programa Produtos do Brasil inclui as Linhas de Produtos e ações para

os segmentos chave. O projeto dos Bureaux de Comercialização visa

incrementar a venda dos produtos “nichos de mercado” e o Programa de

Excelência em Turismo, que visa o estudo de produtos complementares

competitivos.

O Programa de Atenção inclui as instâncias de atendimento direto nos

mercados, tais como os EBT’s – Escritórios Brasileiros de Turismo já

instalados e programados e os Agentes Brasil nos outros mercados

prioritários.

O Programa de Imprensa reúne os projetos do Kit de Imprensa, Boletim,

Press Trips e o Monitor Brasil.

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O Programa Trade inclui os projetos de publicidade em revistas e internet,

o Boletim Informativo, as fam trips, chamadas Caravanas Brasil, as

apresentações em feiras e seminários de vendas e o Treinamento de

agência de viagens e parceria nos workshops dos operadores.

O Programa Turistas inclui os projetos de Publicidade Própria, Publicidade

Cooperada, Bem vindo ao Brasil, Eventos Brasil e o programa de Relações

Públicas.

O Macro-programa Aquarela objetivou manter o Plano como ferramenta

de gestão e controle de programas, ações, metas e orçamentos. Incluiria

os Programas de Informação, de Pesquisas e o Sistema de Controle.

OBJETIVOS ALCANÇADOS

Desta maneira, o Plano Aquarela se concretizou como novo instrumento

orientador das ações promocionais da Embratur.

É possível verificar que a estratégia prevista permitiu a implantação de

um novo modelo de qualidade da promoção internacional, que teve como

principais resultados os seguintes fatos:

• A criação e colocação no mercado turístico mundial da primeira marca

turística do Brasil;

• Estabelecimento de uma imagem global do turismo do Brasil no

mundo;

• Estabelecimento de posicionamento frente aos principais destinos

líderes do turismo mundial;

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• Orientações e diretrizes claras para as ações promocionais do Brasil no

exterior;

• Compartilhamento das estratégias com o setor público dos Estados;

• Informações estratégicas sobre mercados, oferta e demanda;

• Criação e operação profissional dos escritórios brasileiros no exterior.

Um dos primeiros objetivos do Plano Aquarela 2007 – 2010 foi estabelecer

cenários adequados com metas para diferentes realidades orçamentárias.

Após dois anos de sua implantação o plano foi revisado e tem uma nova

versão, o Plano Aquarela 2007-2010, no qual, a partir da monitoria serão

analisadas as ações executadas, os resultados alcançados e o

desempenho da implantação do plano, segundo as metas estabelecidas

em 2005.

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BALANÇO DO PLANO AQUARELA 2005 – 2006

Este documento apresenta uma análise do mercado turístico, seu

desempenho e sua evolução nos últimos dois anos. Além disso, descreve a

situação atual dos produtos turísticos brasileiros, a receptividade destes

produtos nos mercados emissivos e as tendências dos segmentos, nichos

de mercado e grupos de consumo.

1. O MERCADO TURÍSTICO

Neste capítulo é apresentada uma breve análise da evolução do turismo

no mundo, nas Américas e no Brasil, identificando as principais variações

e influências dos acontecimentos no comportamento do mercado turístico,

com o objetivo de identificar as tendências do cenário do turismo global.

O período de apreciação dos dados contemplou, sempre que possível, os

anos 2003 a 2006, com prioridade para a análise comparativa de

desempenho dos mercados na temporada 2005 a 2006, período previsto

para a aplicação de recursos e orientações mercadológicas estabelecidas

no Plano Aquarela.

TABELA 1 TENDÊNCIAS DO TURISMO MUNDIAL - ENTRADA DE TURISTAS (MILHÕES)

2003 2004 2005 2006Previsão 2010

Previsão 2020

MUNDO 694,0 764,0 806,0 842,0 1.006,0 1.561,0

AMÉRICAS 112,4 125,7 133,5 136,2 190,0 282,0AMÉRICA DO SUL 9,3 16,2 18,2 19,5 26,9 42,8

Fonte: Turismo: Panorama 2020. Previsiones mundiales y perfiles de los segmentos de mercado. OMT, 2004. & Barômetro OMT del Turismo Mundial, Vol. 4. Outubro de 2006 & Barômetro OMT del Turismo Mundial. Janeiro de 2007.

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O fluxo turístico internacional em 2006 chegou a mais de 800 milhões de

viajantes, salientando-se que o conceito de turista considerado para

análise desta variação sinaliza que é a pessoa que realiza uma viagem

para além das fronteiras territoriais de seu próprio país.

A variação observada entre os anos 2003 e 2006 indica um aumento de

cerca de 150 milhões de pessoas a mais realizando viagens internacionais.

Este cenário ratifica a tendência de crescimento continuado do turismo no

mundo, cuja previsão estimada pela Organização Mundial do Turismo

(OMT) prevê um fluxo de mais de 1 bilhão de turistas em 2010.

Em relação aos índices de crescimento acumulado para os períodos 2007-

2010 e 2010-2020, os números foram estimados com base no

crescimento anual para o turismo mundial, projetado em 4,1% pela OMT.

A recuperação de crescimento dos fluxos turísticos mundiais, iniciada em

2003 e mantida até o período atual, mostra uma adequação dos mercados

frente às dificuldades do mundo moderno, desencadeadas no ano de 2001

por conta dos acontecimentos do dia “11 de setembro”, para realização de

viagens intercontinentais.

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GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO TURISMO MUNDIAL POR REGIÃO

O cenário turístico em 2003 indicava a Europa como principal mercado

turístico mundial. Esta liderança é confirmada com a manutenção do

continente europeu como maior mercado receptivo, porém verifica-se um

pequeno decréscimo nos seus percentuais, cuja variação foi de - 5% entre

período de 2003 e 2006.

O decréscimo da presença da Europa no mercado turístico mundial

resultou na redistribuição desta variação para os demais continentes, em

que se destaca a Ásia com a maior variação contabilizada: sua presença

no mercado aumentou em mais de 3%, totalizando um domínio de 20%

do mercado turístico mundial.

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TABELA 2 TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DO TURISMO NAS AMÉRICAS

2003 2004

CRESCIMENTO(médias) 2003/2004 2005

CRESCIMENTO(médias) 2004/2005 2006

CRESCIMENTO(médias) 2005/2006

AMÉRICA DO NORTE 76,1 85,7 11,1 89,9 6,2 90,3 0,5

CARIBE 17,3 18,1 10,9 18,9 4,9 19,5 3,2

AMÉRICA CENTRAL 4,9 5,7 5,9 6,5 4,3 6,9 6,1

AMÉRICA DO SUL 14,2 16,2 15,6 18,2 15,7 19,5 7,2

TOTAL 112,4 125,7 17,2 133,5 12,2 136,2 2,1

Fonte: Barômetro OMT del Turismo Mundial. 2006 & Janeiro 2007.

Após a retração dos fluxos turísticos e queda nos índices de crescimento

das Américas, por conta do cenário mundial, e da crise econômica e o “11

de setembro”, que afetou a atividade turística nas Américas já é possível

indicar sua recuperação.

O número de chegadas de turistas para as Américas sinaliza que após os

índices de retração contabilizados até o ano de 2003, pode-se identificar

uma retomada do crescimento, apontando números superiores aos

alcançados no ano de 2001.

Os dados da tabela apontam o crescimento continuado do fluxo turístico

para todo continente, no período 2004 - 2006, porém os números

apresentam a América do Sul e Central com melhor desempenho e

maiores índices de crescimento.

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GRÁFICO 2 O VOLUME TURÍSTICO NAS SUB-REGIÕES DAS AMÉRICAS

O maior volume turístico para as Sub-regiões americanas é para a

América do Norte, porém os números apontam para um decréscimo no

percentual desta região, sendo que a retração iniciada em 2001 e as

medidas preventivas adotadas para ataques terroristas, aumentam as

dificuldades de acesso ao continente e mantém até hoje este em

constante estado de alerta.

No período de 2003 a 2006 os percentuais apontam para um crescimento

na fatia de volume turístico nas regiões da América do Sul e América

Central. Nos anos de 2005 e 2006 a América do Sul apresentou o maior

crescimento para o volume turístico, registrando neste ano o mesmo

número de turistas internacionais que o Caribe.

Pode-se considerar que as sub-regiões da América do Sul e América

Central estariam configurando-se como destinos alternativos nas Américas

para fluxo anteriormente direcionado a América do Norte, que por conta

das dificuldades encontradas nesta sub-região está buscando novos

destinos.

12

O crescimento do turismo nas Américas para o ano de 2006 alcançou um

índice modesto de 2%, e as sub-regiões da América do Sul e América

Central obtiveram os maiores percentuais do total geral das Américas,

configurando-se em 7,2% e 6,1% respectivamente, ratificando assim os

resultados positivos dos últimos anos, ainda que em menor percentual.

GRÁFICO 3 - ENTRADA DE TURISTAS NO BRASIL 2002/2006

3.784.8984.132.847

4.793.7035.358.170

5.018.991

2002 2003 2004 2005 2006

Fonte: DPF/Embratur

A evolução da entrada de turistas no Brasil indica um crescimento

acentuado até o ano de 2005, e uma pequena retração no volume de

turistas para o ano 2006. Este decréscimo pode ser atribuído

principalmente a dois fatores: a crise estrutural na aviação civil brasileira,

por conta da situação econômica e operacional da VARIG e o baixo

crescimento do turismo mundial.

A crise da VARIG obrigou a empresa a reduzir sensivelmente o número de

vôos internacionais operados até 2005, impactando a disponibilidade de

assentos, impedindo que a demanda crescente gerada nos anos anteriores

pudesse ser atendida. É importante lembrar que a companhia aérea era

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líder de mercado nas rotas internacionais para o Brasil e possuía as

melhores e mais rápidas conexões dos principais destinos internacionais e

para os grandes portões de entrada do país.

TABELA 3DISPONIBILIDADE DE VÔOS INTERNACIONAIS

2005 2006

TOTAL DE DESEMBARQUES 6.788.000 6.330.000

TOTAL DE TURISTAS INTERNACIONAIS 3.938.000 3.600.000

TOTAL DE PASSAGEIROS NACIONAIS 2.850.000 2.730.000

OFERTA DE ASSENTOS 7.310.000 7.024.600

TOTAL DE VÔOS POR ANO 36.188 35.123

TOTAL DE VÔOS POR SEMANA 693 675

TOTAL DE VÔOS POR DIA 98 96

Fonte: Embratur.

Em relação ao crescimento das chegadas de turistas nas Américas,

durante o ano de 2006 é possível verificar que o continente atingiu os

menores índices de crescimento identificados nos fluxos mundiais por

continente, ficando em cerca de 2%, enquanto que o total do turismo

mundial foi contabilizado em 4%. Esta redução de volume de fluxo

turístico também impactou significativamente na retração de crescimento

do turismo no Brasil, que até o ano anterior havia apresentado

crescimento sustentado.

O bom desempenho nestes anos pode ser atribuído à mudança no foco de

atuação da Embratur, que passou a dedicar-se exclusivamente à

promoção internacional, com esforços direcionados para os mercados de

interesse, em conjunto com as estratégias de marketing desenhadas no

Plano Aquarela.

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GRÁFICO 4 RECEITA GERADA PELO TURISMO (BILHÕES US$)

3,812

5,3424,687

2004 2005 2006

Fonte: DPF / Embratur 2006: dados preliminares.

O turismo no Brasil gerou uma receita total de US$ 4.6866.733,00 em

2006, conforme estimativa preliminar, baseada nos dados calculados pela

FIPE e fornecidos pela Embratur. A receita aqui foi calculada através do

gasto médio diário, pelo número de dias de permanência, pelo número de

turistas.

Este valor ainda poderá ser reajustado quando da divulgação dos números

finais contabilizados pela Polícia Federal, previsto para junho. Mesmo

preliminares estes números continuam demonstrando o potencial de

contribuição que o setor turístico pode representar no crescimento

econômico global do Brasil.

Além disso, o aumento da permanência média em mais de um (1) dia

reflete o trabalho feito dentro da estratégia de produtos “Descubra o

Brasil” e que tem como meta que o turista conheça mais lugares do país e

a necessidade de permanecer mais tempo.

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De acordo com a Embratur, metodologicamente não é possível estabelecer

uma comparação com os anos 2002 e 2003, pois os parâmetros de análise

dos dados para estes anos diferem na forma de avaliação das

informações.

Outra informação importante sob o ponto de vista da renda que o setor

gera no país vem dos dados contabilizados pelo Banco Central, segundo

os quais as divisas aumentaram em 2006 em relação a 2005.

É importante salientar que os dados apurados pelo Banco Central não

consideram o valor gasto pelo turista em espécie, durante a sua

permanência no Brasil e são, portanto, sempre inferiores à receita

estimada.

GRÁFICO 5 - DIVISAS GERADAS PELO TURISMO (US$BILHÕES)

3,2

3,94,3

2004 2005 2006

Fonte: Banco Central / Embratur.

A motivação da viagem ao Brasil também sofreu variações no período

2004 a 2006, com crescimento da motivação eventos/ congressos/

convenções. Esta variação pode ser atribuída aos esforços de promoção

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internacional, pois boa parte das ações foi direcionada exclusivamente a

este segmento de mercado.

TABELA 4 MOTIVO DA VIAGEM AO BRASIL

MOTIVO 2004 2006

Turismo/Lazer 70% 70%

Eventos/congressos/ convenções 6% 12%

Negócios 16% 9%

Visitar amigos/parentes 5% 5%

Estudo/ensino/pesquisa 2% 3%

Religião 1% 1%

Fonte: Embratur/Vox Populi

Apesar da participação de negócios como uma das motivações do turista

para a viagem ao Brasil ter diminuído em 2006, o número absoluto

aumentou no período 2003 a 2005, com um incremento de 484.687

visitantes para realizar atividades de negócios. Este segmento cresceu

aproximadamente 28% de 2003 para 2004 e 13% de 2004 para 2005,

índices superiores ao crescimento total do turismo no Brasil que foram de

cerca de 16% e 12% para os períodos.

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GRÁFICO 5 - CRESCIMENTO DO TURISMO DE NEGÓCIOS

1.074.540 1.375.793 1.559.227

4.132.8474.793.703

5.358.170

2003 2004 2005

NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES TOTAL TURISTAS INTERNACIONAIS

Fonte: Embratur / FIPE.

Voltando à questão do segmento de Eventos, Congressos e Convenções, o

aumento da sua participação percentual na motivação do turista, já

poderia ser previsto, pois reflete um trabalho intenso do setor que está

registrado no posicionamento atual do Brasil no Ranking da ICCA

-International Congress & Convention Association.

Esta entidade representa toda a indústria de Eventos / Congressos /

Convenções, analisa o desempenho desta indústria no mundo, e apóia o

setor disponibilizando informações estratégicas para atuação de um

destino neste segmento específico.

Fonte: Embratur

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2002 2003 2004 2005 2006

POSIÇÃO 21º 19º 14º 11º 7ºEVENTOS SEDIADOS 59 62 106 145 207

POSIÇÃO 16º 13º 14º 8º -PARTICIPANTES 67.158 84.778 92.526 130.265 -

POR NÚMERO DE EVENTOS SEDIADOS:

POR NÚMERO DE PARTICIPANTES:

TABELA 5 - EVOLUÇÃO DO BRASIL NO RANKING DA ICCA

Em 2005, o Brasil ampliou significativamente seu posicionamento no

ranking da ICCA, passando de 21º colocado para 11º colocado como país

sede de eventos internacionais, atingindo a marca de 145 eventos

sediados em 2005. No ano seguinte, o país apresentou resultados ainda

mais positivos no segmento, registrando 207 eventos internacionais

sediados, número que o coloca em uma posição bastante notável no

ranking.

Ocupando hoje a 7ª posição, o Brasil passa a integrar os TOP 10 de países

que mais sediam eventos internacionais no mundo, ficando com a 2ª

melhor colocação das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, atual 1º

colocado do ranking, com 414 eventos sediados.

TABELA 6 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EVENTOS INTERNACIONAIS SEDIADOS PELO BRASIL

2002 2003 2004 2005 2006

59 62 106 145 207Fonte: Embratur

Com relação ao número de participantes, o Brasil também melhorou seu

posicionamento atingindo, em 2005, a 8º posição no ranking ICCA na

avaliação de desempenho deste item, registrando 130.265 turistas que

vieram exclusivamente participar de eventos internacionais. Os números

oficiais do ranking de 2006 por número de participantes ainda não foram

divulgados, mas a expectativa é de que o Brasil possa ganhar posições

também neste quesito.

Quanto aos dados referentes à origem dos turistas no Brasil a partir das

suas regiões de residência permanente mostram que a tendência de

crescimento da Europa não só amplia sua participação do mercado

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turístico brasileiro como passa a liderar o fluxo de entradas no país,

apresentando incremento da participação no mercado de 14% a mais que

no ano 2000.

Outra evidência de aumento na participação do mercado turístico

brasileiro foi a ampliação do número de turistas norte-americanos que,

embora tenham apresentado uma sensível queda de 2005 para 2006,

obtiveram um crescimento acumulado de 3% em relação a 2000,

correspondendo a 17% de participação atual no mercado.

GRÁFICO 7: TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL CONFORME

REGIÃO

A análise realizada sobre o item entrada de turistas no Brasil, segundo a

região de residência permanente, considera o agrupamento a partir da

divisão dos mercados estabelecida no Plano para o portfólio de produtos

de promoção internacional. De acordo com esta análise, confirmando as

tendências que já vinham se desenhando desde 2000, no último ano os

países vizinhos perderam para a Europa a liderança quanto ao fluxo de

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entrada de turistas no Brasil com um total de 1.803.013 contra 1.968.838

desta região.

Em relação ao redirecionamento dos percentuais de entrada de turistas no

Brasil por mercado, causado pela perda de mercado dos países vizinhos,

observa-se que o maior crescimento ficará por conta do mercado dos

Estados Unidos e Canadá, cujo índice até 2005 soma incremento de 12%,

e do mercado da Europa Norte, com incremento de 16%, onde é possível

perceber um aumento percentual de 6% em cada mercado se comparado

ao crescimento percentual do período anterior a este ano.

As variações quanto à entrada de turistas no Brasil, segundo região de

residência permanente, observadas a partir do volume de turistas

contabilizado a partir do continente de origem, sendo que a análise dos

dados para as Américas está dividida por sub-regiões.

Considerando, porém, que em 2006 o cenário do turismo no Brasil foi

marcado por circunstâncias especiais, já debatidas anteriormente, que

ocasionaram queda no volume turístico internacional do país à medida que

afetaram alguns de seus principais mercados emissores, e que, por

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REGIÕES 2003 2004 2005 2006 2005/2003

EUROPA 1.522.694 1.834.164 2.069.221 1.968.838 36%

AMÉRICA DO SUL 1.579.889 1.829.017 2.016.202 1.803.013 28%

AMÉRICA DO NORTE 787.407 838.595 941.777 855.098 20%

ÁSIA 106.760 132.633 151.358 188.117 42%

ÁFRICA 52.489 64.678 75.676 83.721 44%

AMÉRICA CENTRAL 29.536 35.830 40.081 45.012 36%

ORIENTE MÉDIO 26.460 32.159 35.138 41.461 33%

OCEANIA 21.880 22.972 26.023 31.819 19%

TOTAL 4.132.847 4.793.703 5.358.170 5.018.991 30%

FONTE: DPF / Embratur

TABELA 7 - CRESCIMENTO DA ENTRADA DE TURISTAS, SEGUNDO REGIÃO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE

conseqüência, desaceleraram o crescimento acumulado que foi registrado

nos anos anteriores, a análise elaborada sob este prisma deverá

considerar os índices de crescimento registrados no período de 2003 a

2005.

A partir destes dados observa-se que, dentre as regiões responsáveis

pelos maiores fluxos de turistas, a Europa lidera o crescimento da entrada

de turistas estrangeiros no Brasil, com 36%, seguido da América do Sul

com 28% e América do Norte com 20%.

Comparando as duas formas de análise desta informação pode-se concluir

que as variações de crescimento da entrada de turistas dos mercados

Europa, América do Sul e América do Norte são constantes, mas na

avaliação estratificada por agrupamento de mercados, podemos observar

as variações mais exatas em relação a cada grupo de mercado

estabelecido nesta matriz e verificar os efeitos diretos da promoção

internacional focada nos mesmos a partir das ações promocionais

desenhadas com base no portfólio de produtos.

Assim, considerando também os dados de entrada de turistas no Brasil,

segundo país de residência permanente, observa-se três grupos a partir

das variações de crescimento. Na primeira tabela observamos o grupo de

países com crescimento acumulado acima da média do Brasil, portanto

com índices superiores a 30%, com destaque para Noruega, Suécia e

China com crescimento médio de 70%.

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TABELA 8 MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur.

Na tabela 9, também é possível observar o crescimento no número de

turistas deste grupo de países, porém seus percentuais são inferiores à

primeira planilha e superiores à média do turismo mundial, cujo

crescimento acumulado no período é de 16%. Sua variação média,

portanto será de 30% a 16%.

23

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE 2003 2004 2005 2006 2005/2003

NORUEGA 15.631 23.560 26.812 26.761 72%

SUÉCIA 26.939 37.809 45.764 36.118 70%

CHINA 10.714 16.305 18.017 37.656 68%

PORTUGAL 229.594 336.988 357.640 312.521 56%

PERU 38.948 56.647 60.251 54.002 55%

GUIANA FRANCESA 12.227 14.244 17.372 9.208 42%

ESPANHA 122.641 155.421 172.979 211.741 41%

ITÁLIA 221.190 276.563 303.878 291.898 37%

ÁUSTRIA 16.745 21.034 22.558 17.147 35%

CHILE 126.591 155.026 169.953 148.327 34%

JAPÃO 51.387 60.806 68.066 74.638 32%

MÉXICO 55.556 65.707 73.118 70.862 32%

HOLANDA 83.999 102.480 109.708 86.122 31%

CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA DO BRASIL

TABELA 9

MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE

ORIGEM

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur.

Na terceira planilha (Tabela 10) identifica-se o grupo de países onde o

crescimento sobre o número de entradas de turistas no Brasil situa-se

abaixo da média mundial, com índices mais modestos de até 10%.

24

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE 2003 2004 2005 2006 2005/2003

COLÔMBIA 36.283 42.163 47.230 50.103 30%

SUÍÇA 69.644 83.113 89.789 84.816 29%

URUGUAI 270.251 309.732 341.647 290.240 26%

EQUADOR 11.990 13.343 15.149 19.293 26%

ARGENTINA 786.568 922.484 992.299 921.061 26%

PARAGUAI 198.170 204.762 249.030 198.958 26%

BOLÍVIA 54.865 60.239 68.670 55.169 25%

CORÉIA 19.498 21.353 24.315 23.819 25%

VENEZUELA 39.234 44.257 48.598 50.471 24%

INGLATERRA 138.281 150.336 169.514 169.627 23%

FRANÇA 211.347 224.160 252.099 275.913 19%

CANADÁ 63.183 66.895 75.100 62.603 19%

ESTADOS UNIDOS 668.668 705.993 793.559 721.633 19%

BÉLGICA 28.237 28.549 32.741 30.037 16%

CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA MUNDIAL

TABELA 10

MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE

ORIGEM

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur

Em relação ao comportamento do turista no Brasil, no que tange aos

gastos e permanência, identifica-se uma variação nos segmentos lazer e

negócios. A diferença dos segmentos configura-se principalmente porque

o turista de lazer permanece mais tempo no destino.

A média de permanência deste turista no Brasil para o ano de 2005 foi de

12 dias, porém seu gasto diário é geralmente menor do que o do turista

de negócios. O gasto diário do turista de lazer foi de US$ 80,6

representando um gasto total na viagem de US$ 967,20.

TABELA 11 TURISMO DE NEGÓCIOS X TURISMO DE LAZER

GASTO POR DIA, PERMANÊNCIA MÉDIA E GASTO TOTAL

25

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE 2003 2004 2005 2006 2005/2003

ALEMANHA 283.615 294.989 308.598 277.182 9%

DINAMARCA 19.722 15.555 19.672 23.288 0%

CRESCIMENTO ABAIXO DA MÉDIA MUNDIAL

O turista de negócios, por sua vez, realiza um gasto diário superior ao do

turista de lazer, pois utiliza serviços específicos requeridos por sua

motivação de viagem, bem como, equipamentos turísticos, muitas vezes

de categoria superior pré-acordados com empresas de negócios.

O turista de negócios no Brasil em 2005 teve um gasto diário de US$

112,9, mas o seu gasto total foi de US$ 914,5, em função do tempo de

permanência ser menor, cerca de 8 dias no ano 2005.

TABELA 12

RANKING DE GASTO POR TURISTA SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM

RANKING 2005 GASTO TOTAL POR TURISTA (US$)

ESPANHA 1.343,90

SUIÇA 1319,40

PORTUGAL 1253,90

REINO UNIDO 1245,80

ITÁLIA 1230,20

HOLANDA 1198,20

CANADÁ 1174,30

ESTADOS UNIDOS 1130,20

ALEMANHA 1123,20

MÉXICO 1107,40

FRANÇA 1100,50

CHILE 607,60

ARGENTINA 559,70

PARAGUAI 466,00

URUGUAI 386,30Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados da Embratur.

Quanto aos gastos realizados pelos turistas estrangeiros no Brasil,

segundo sua origem, pode-se verificar que os turistas europeus realizam

os maiores gastos individuais, com destaque para a Espanha, com US$

1.343,90, seguida pela Suíça, com US$ 1.319,40 por turista. Também

Estados Unidos e Canadá, segundo maior mercado de turista em

crescimento para o Brasil, realizam gastos importantes no país, variando

entre US$ 1.170,00 a US$ 1.130,00 por turista.

26

2. A OFERTA TURÍSTICA ATUAL INTERNACIONAL DO BRASIL

O Brasil é considerado um país continente devido à sua extensão,

diversidade ambiental e étnico-cultural. Com clima e paisagens

diferenciadas, o país oferece inúmeras possibilidades para o turismo, já os

viajantes podem combinar interesses e atividades múltiplas, cada oferta

podendo se converter em destino exclusivo.

Poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções

turísticas quanto o Brasil, que conta com uma oferta abrangente,

estruturada para cinco grandes segmentos e diversos nichos de mercado e

produtos focados, de acordo com a Tabela 13.

Com base nos estudos de mercado e nas estimativas dos volumes de

viagens por segmento turístico estabeleceu-se uma caracterização dos

grandes segmentos, onde são considerados os aspectos diferenciais, a

potencialidade geral e dos nichos específicos.

A extensão da oferta de Sol & Praia, Ecoturismo e Cultura possibilitou

caracterizações mais detalhadas, até por que são segmentos que

permitem um posicionamento competitivo imediato e que, pelos fluxos

que geram, podem contribuir decisivamente para inserir o Brasil entre os

principais destinos turísticos internacionais.

Estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para dois

grandes mercados turísticos por volume: o turismo baseado em enclaves

turísticos (áreas costeiras e peninsulares, montanhas e desertos, e pontos

estratégicos para observação da natureza) e o turismo de interesse geral

(circuitos que combinam diferentes segmentos e atrativos).

27

TABELA 13

GRANDES SEGMENTOS E NICHOS DE MERCADO

SOL & PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTE NEGÓCIOS & EVENTOS

CAMINHADAS ARQUEOLOGIA AVENTURA FEIRAS

ESPELEOLOGIA PALEONTOLOGIA TREKKING CONGRESSOS

FLUTUAÇÃO ÉTNICO SURF INCENTIVOS

OBS. DE FAUNA FESTAS POPULARES RAFTING COMPRAS

ORNITOLOGIA CIDADES PATRIMÔNIO VÔO LIVRE MEGA-EVENTOS

INTERCÂMBIO CANYONING E

PRÁTICAS VERTICIAS VISITAS TÉCNICAS

MERGULHO

CAVALGADAS

CONVENCIONAIS

PESCA ESPORTIVA

FUTEBOL

GOLFE

MOTOR

VELA

VÔLEI DE PRAIA

28

A análise do uso do produto pelo turista internacional atual, considerou o

desempenho geral dos fluxos durante os meses do ano, avaliando as

épocas de maior e menor visitação no decorrer dos últimos anos, o que

permite perceber um comportamento padrão.

GRÁFICO 8

ENTRADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS POR MÊS

ENTRADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL POR MÊS / 2003-2005

0100.000200.000300.000400.000500.000600.000700.000800.000900.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 2004 2005

Além disso, considerou-se o ranking dos destinos mais visitados pelos

turistas, de acordo com a motivação de viagem, o que permitirá

estabelecer o comparativo entre o uso atual do produto e a oferta atual

presente no trade internacional.

O fluxo de entrada de turistas estrangeiros, medido mensalmente, revela

os picos de maior volume de turistas, concentrado no período de

Dezembro a Março, temporada que coincide com o verão no hemisfério sul

e férias escolares nos países vizinhos.

Outro aumento importante no número de entrada de turistas refere-se ao

período Julho a Agosto, que também coincide com férias de inverno dos

29

Fonte: Anuário Estatístico 2004, Embratur & Anuário Estatístico 2006, Embratur.

países vizinhos, porém destaca-se o início da temporada de férias no

hemisfério norte. Por outro lado, esta temporada no hemisfério norte pode

ser considerada como uma das razões da manutenção de fluxos de

entrada de turistas para o período de Setembro a Outubro, que

contemplará a temporada período final das férias na América Norte e

Europa.

Em relação aos destinos brasileiros mais visitados pelos estrangeiros, a

partir de novos dados, é possível estabelecer o comparativo entre os

turistas de lazer e de negócios, nos anos de 2004 e 2005.

TABELA 14

DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL DE LAZER

4,0%4,0%MANAUS - AM

5,4%5,8%ARMAÇÃO DE BÚZIOS - RJ

5,8%2,7%NATAL - RN

6,4%6,5%FORTALEZA - CE

6,7%6,1%BALNEÁRIO CAMBURIÚ- SC

11,5%14,2%SALVADOR - BA

12,1%11,9%FLORIANÓPOLIS - SC

13,6%13,6%SÃO PAULO - SP

17,0%21,7%FOZ DO IGUAÇU - PR

31,5%33,9%RIO DE JANEIRO - RJ

20052004DESTINOS VISITADOS

LAZER

4,0%4,0%MANAUS - AM

5,4%5,8%ARMAÇÃO DE BÚZIOS - RJ

5,8%2,7%NATAL - RN

6,4%6,5%FORTALEZA - CE

6,7%6,1%BALNEÁRIO CAMBURIÚ- SC

11,5%14,2%SALVADOR - BA

12,1%11,9%FLORIANÓPOLIS - SC

13,6%13,6%SÃO PAULO - SP

17,0%21,7%FOZ DO IGUAÇU - PR

31,5%33,9%RIO DE JANEIRO - RJ

20052004DESTINOS VISITADOS

LAZER

Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE

Quando o motivo da viagem é o lazer, os destinos preferidos ainda são Rio

de Janeiro e Foz do Iguaçu. Mesmo assim é possível notar quedas nos

percentuais de visitações a estes e outros destinos turísticos mais

consolidados no cenário internacional como Salvador.

30

TABELA 15

DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL DE NEGÓCIOS

1,8%2,5%FLORIANÓPOLIS - SC

2,7%4,4%SALVADOR - BA

3,0%3,7%FOZ DO IGUAÇU - PR

3,4%3,6%BRASÍLIA - DF

4,1%3,7%CAMPINAS - SP

4,1%4,5%BELO HORIZONTE - MG

5,4%5,6%CURITIBA - PR

8,2%7,0%PORTO ALEGRE - RS

22,3%24,6%RIO DE JANEIRO - RJ

49,4%51,4%SÃO PAULO - SP

20052004DESTINOS VISITADOS

NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES

1,8%2,5%FLORIANÓPOLIS - SC

2,7%4,4%SALVADOR - BA

3,0%3,7%FOZ DO IGUAÇU - PR

3,4%3,6%BRASÍLIA - DF

4,1%3,7%CAMPINAS - SP

4,1%4,5%BELO HORIZONTE - MG

5,4%5,6%CURITIBA - PR

8,2%7,0%PORTO ALEGRE - RS

22,3%24,6%RIO DE JANEIRO - RJ

49,4%51,4%SÃO PAULO - SP

20052004DESTINOS VISITADOS

NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES

Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE.

Para negócios, eventos e convenções, a cidade de São Paulo continua

sendo o principal referencial brasileiro no segmento, seguido pelo Rio de

Janeiro. Entretanto, a exemplo do que ocorre quando o motivo é lazer,

exceto pelo tímido crescimento apresentado por Porto Alegre e Campinas,

todos os outros destinos foram citados menos vezes em 2005.

Considerando o crescimento dos fluxos turísticos estrangeiros ao Brasil de

2004 para 2005, as quedas nos percentuais de visitações destes destinos

não sugerem necessariamente números menores de turistas nestas

cidades e sim, uma diversificação maior da oferta turística do país no

mercado internacional em ambos os segmentos ao mesmo tempo em que

reafirma a posição de seus grandes ícones de lazer e de negócios.

31

TABELA 16

COMPARAÇÃO DE DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL

DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL

TURISMO GERAL*2004 2006

Rio de Janeiro (RJ) 52% 60%

São Paulo (SP) 40% 41%

Salvador (BA) 21% 14%

Foz do Iguaçu (PR) 12% 11%

Manaus (AM) 6% 8%

Fortaleza (CE) 7% 8%

Natal (RN) 7% 8%

Recife (PE) 6% 7%

Florianópolis (SC) 4% 7%

Brasília (DF) 3% 6%Fonte: Embratur/Vox Populi.

* Turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer, turismo

e/ou eventos ou que, aliado a outra finalidade, passaram no mínimo três

dias a passeio no Brasil.

MÉDIA DE CIDADES VISITADAS

A média de cidades visitadas pelo turista internacional no Brasil subiu de

2,6 cidades em 2004 para 2,74 em 2006. Apesar de ser um aumento

percentual pequeno, o que se pode notar de interessante é a mudança na

distribuição do turista pelo território nacional.

As manchas azuis no mapa abaixo mostram os municípios que foram

visitados e pode-se ver claramente como o turista afastou-se do litoral e

diversificou a sua visita acrescentando municípios.

32

33

Gráfico 9 MÉDIA DE ESTADOS VISITAD0S

2004: 2,002006: 2,18

0

10

20

30

40

50

60

70

AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE DF GO MS MT ES MG RJ SP PR RS SC

2004

2006

Fonte: Vox Populi/ Embratur

Gráfico 10 MÉDIA DE MACRO-REGIÕES VISITADAS2004: 1,522006: 1,57

8

39

8

76

23

10

32

11

79

24

NORT

E

NORD

ESTE

CENT

RO-

OEST

E

SUDE

STE

SUL

2004

2006

Fonte: Vox Populi/ Embratur.

34

Além de conhecer o uso do produto pelo turista, também é indispensável

verificarmos o comportamento da opinião do turista atual. Para isto foram

utilizadas duas fontes de dados: pesquisa Vox Populi 2006 e o

Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 –

Embratur/FIPE.

A primeira, uma pesquisa realizada em setembro de 2006, seguindo a

mesma metodologia da pesquisa aplicada em 2004 para a elaboração do

Plano Aquarela, porém a partir de uma amostragem maior, de 2.400

turistas estrangeiros que terminavam sua visita ao Brasil.

A outra fonte consiste na pesquisa de Caracterização e Dimensionamento

do Turismo Internacional do Brasil, que envolveu um universo de 93.767

turistas estrangeiros, entrevistados entre os anos de 2004 e 2005, em 22

portões de acesso e saídas de turistas do país (aeroportos e fronteiras

terrestres).

A opção por utilizar duas fontes de dados justifica-se pelo fato de

estabelecermos uma análise da opinião e comportamento dos turistas

para todo período de 2004 a 2006, sem, no entanto, comparar duas

fontes de dados com metodologias que diferem na forma de captação da

informação. Salienta-se que em alguns itens não foi possível retratar todo

o período, uma vez que, uma das pesquisas não apresentou informação

para o tópico em estudo.

Os principais objetivos da análise destas pesquisas foram:

• Verificar as mudanças no perfil dos turistas e na experiência turística

dos mesmos: atividades realizadas, a valoração do produto atual; as

recomendações e conteúdos das mesmas;

• Conferir a imagem atual que tais turistas têm do Brasil depois da visita;

35

• Medir a notoriedade da marca Brasil e das ações de promoção

executadas nos diferentes mercados emissores.

TABELA 17

FREQÜÊNCIA DE VISITA AO BRASIL 2004-2005

2004 2005

PRIMEIRA VEZ 40,6% 40,7%OUTRAS VEZES 59,4% 59,3%

TURISMO DE LAZER

FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL

2004 2005

PRIMEIRA VEZ 26,6% 31,3%OUTRAS VEZES 73,4% 68,7%

TURISMO DE NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES

FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL

Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE.

TABELA18

FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL 2004 – 2006

2004 2006

PRIMEIRA VEZ 53% 53%OUTRAS VEZES 47% 47%

Fonte:Vox Populi* turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer, turismo e/ou eventos ou que, aliado a outra finalidade, passaram no mínimo 3

dias a passeio no Brasil

TURISMO GERAL*

FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL

Quanto à freqüência de visita, na pesquisa referente ao período 2004 e

2005, nota-se que independente do motivo da viagem, a maioria dos

turistas estrangeiros que vieram ao Brasil já visitou o país outras vezes e,

portanto já estão fidelizados ao destino.

Mesmo assim, entre 2004 e 2005, verifica-se um pequeno aumento

percentual de turistas de negócios e eventos que estão visitando o país

pela primeira vez, o que se pode entender como resposta aos esforços de

36

captação de novos eventos internacionais, orientados a partir do Plano

Aquarela.

Em relação à pesquisa Vox Populi, do período 2004 e 2006, nota-se que

índices de turistas que visitam o país pela primeira vez são superiores aos

turistas já fidelizados, sem, no entanto representar uma grande diferença

entre as duas categorias de públicos. Porém é preciso levar em conta que

a coleta de informações utilizadas para análise nesta pesquisa só

abrangeu turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer,

turismo e/ou eventos e, caso tenham vindo a negócio, passaram no

mínimo três dias a passeio no Brasil.

Desta maneira, podemos atribuir a diferença entre os dados e entre as

duas pesquisas a partir de dois fatores principais: primeiro poderia estar

relacionado com os locais de aplicação das pesquisas, e o segundo se

justificaria porque a pesquisa Vox Populi não contabiliza os turistas que

entram no Brasil por motivo de negócios, sendo que este público

apresenta grandes possibilidades de repetição de viagem para um destino

em função de seus compromissos profissionais.

Em relação aos locais de aplicação das pesquisas, a pesquisa Vox Populi

foi aplicada nas salas de embarque dos principais aeroportos do Brasil, no

momento do retorno dos turistas para seus países de origem.

Já a pesquisa dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil

2004/2005 – Embratur/FIPE realizou sua contagem de turistas por meio

de duas formas de acesso, em 12 aeroportos do Brasil, os quais

representam 99% do fluxo aéreo internacional do país e em 10 fronteiras

terrestres, as quais representam 90% do fluxo terrestre internacional do

país.

37

No fluxo terrestre a fidelização pode ser maior, pois o Brasil é considerado

um destino de lazer de proximidade, com alta acessibilidade, favorecendo

o retorno constante. Também as intensas relações comerciais favorecem o

aumento das viagens de negócios.

TABELA 18: FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE OS DESTINOS

A publicidade, como fonte de informação ao turista, caiu de 4% em 2004

para menos de 1% em 2006, o que não significa que sua importância

como elemento motivacional tenha mudado.

Embora ainda pouco citadas, as feiras e eventos passaram a ser

mencionadas em 2006 como fontes de informação para viagem.

38

Ressaltamos que não foi analisado o comparativo 2004 e 2005 do

dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 –

Embratur/FIPE, por esta pesquisa não levantar dados que permitam

analisar a evolução da utilização das fontes de informações pelos turistas.

TABELA 19

FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM 2004 - 2005

TABELA 20

FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM 2004 – 2006

Sobre as formas que o turista utiliza para organizar a sua viagem, em

ambos os estudos as variações são similares, destacando que os maiores

índices ainda ficam por conta da organização da viagem pelo próprio

turista, devido às facilidades crescentes de disponibilidade de informações

e serviços que podem ser adquiridos pelo turista, bem como pela

flexibilidade nas programações e consumo de atividades.

39

Porém houve uma pequena variação de índices entre os dois estudos,

sinalizando um índice mais alto e com crescimento considerável nesta

opção do dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005

– Embratur/FIPE. Este fato pode ser atribuído à facilidade de compra de

bilhete aéreo via internet pelo consumidor final. Além disso, deve-se levar

em consideração os fluxos terrestres dos países vizinhos que são

pesquisados neste estudo, sendo possível presumir que este turista

costuma visitar destinos específicos, onde já possui as fontes de

informações e facilidades para organizar sua viagem de forma

independente.

Em relação à forma de organização da viagem por agência de turismo,

estes prestadores de serviço ainda possuem uma participação importante

no processo, uma vez que organizaram viagens ao Brasil em mais de 40%

dos casos.

TABELA 21

MOTIVO DA ESCOLHA DO BRASIL 2004 - 2005

MOTIVO DA ESCOLHALAZER NEGÓCIOS OUTROS2004 2005 2004 2005 2004 2005

CLIMA TROPICAL 9% 13% 5% 9% 5% 4%

BELEZA NATURAL DO PAÍS 38% 39% 16% 26% 13% 19%

ATRAÇÕES 6% 5% 11% 2% 3% 1%

CURIOSIDADES 4% 3% 4% 8% 3% 2%

PREÇO 14% 5% 11% 4% 8% 3%HOSPITALIDADE GOSTO PELO BRASIL

36% 36% 33% 45% 37% 27%

CULTURA DO PAÍS 4% 5% 4% 4% 4% 3%COMIDA/GASTRONOMIA BRASILEIRA

1% 3% 4% 5% 3% 1%

VISITAR PARENTES QUE MORAM NO BRASIL 3% 6% 11% 8% 35% 48%

Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 Embratur/FIPE.

40

TABELA 22MOTIVO DA ESCOLHA 2004 – 2006

2004 2006

PRAIAS / MAR 31% 37%

CLIMA TROPICAL 20% 18%

BELEZA NATURAL DO PAÍS 16% 17%

CONHECER LUGARES ESPECÍFICOS DO BRASIL 16% 23%

CONHECER/VISITAR O BRASIL 10% 9%

DIVERSIDADE 5% 20%

POVO 12% 19%

CULTURA DO PAÍS 12% 12%

COMIDA/GASTRONOMIA BRASILEIRA 6% 6%

VISITAR PARENTES QUE MORAM NO BRASIL 10%NEGÓCIOS, CONGRESSO, PESQUISA APROVEITOU P/FAZER TURISMO

11% 7%

RECOMENDAÇÃO/INDICAÇÃO DE PESSOAS 7% 5% Fonte: Vox Populi

Dentre as razões da escolha do Brasil, pode-se identificar que em ambos

os estudos realizados ainda se destacam os aspectos naturais do país (as

praias, seguida do clima e da beleza natural brasileira) como os motivos

mais recorrentes para escolha do destino Brasil para viagem.

Conhecer lugares e pontos específicos do país ou mesmo o Brasil como

um todo, bem como sua diversidade, também foram citações recorrentes.

Da mesma forma, os motivos relativos ao Povo Brasileiro e a Cultura Viva

ainda merecem destaque.

É importante salientar que os itens: belezas naturais, a diversidade

brasileira, o povo e a cultura popular foram os principais aspectos

motivadores de visita ao Brasil, identificados no Plano Aquarela, sendo

estes itens constantemente utilizando nas campanhas promocionais para

sensibilizar os turistas para viajar ao Brasil. A monitoria de variação dos

41

percentuais destes fatores motivacionais é essencial para o seguimento

destas campanhas e abordagens adotadas.

Em todos os estudos realizados foi possível identificar percentuais de

crescimento motivacional para alguns pontos específicos, como:

diversidade, conhecer lugares específicos, povo, cultural popular, clima e

beleza.

TABELA 23 - IMAGEM DO TURISTA INTERNACIONAL

Fonte: Vox Populi

Quanto à imagem dos turistas estrangeiros com relação ao Brasil, o que

se pode notar é que a Natureza, combinada ao Povo Brasileiro, se

reafirma como o aspecto determinante da imagem positiva destes turistas

perante o país.

Já no item imagem negativa consolida-se a preocupação do turista em

relação à segurança. A violência ainda é o aspecto mais citado, seguido

agora pela falta de segurança e policiamento.

42

Por outro lado, o percentual de entrevistados que mencionaram a pobreza

como aspecto negativo do país diminuiu de 28% em 2004 para 18% em

2006.

Também neste tópico não foi realizado o comparativo entre 2004 e 2005 e

2004 e 2006, tendo em vista o estudo do Dimensionamento do Turismo

Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE não disponibilizar esta

informação no processo de levantamento de dados.

TABELA 23

GRAU DE SATISFAÇÃO DO TURISTA

Pesquisa Fipe 2004 2005

SUPEROU 26% 29%

ATENDEU PLENAMENTE 59% 57%

ATENDEU EM PARTES 12% 12%

DECEPCIONOU 3% 2%

Pesquisa Vox Populi 2004 2006

SUPEROU N/D 30%

ATENDEU PLENAMENTE 85% 57%

ATENDEU EM PARTES 13% 11%

DECEPCIONOU 2% 1%Fonte: Vox Populi 2004/2006 e Embratur/FIPE Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005

No que diz respeito ao grau de satisfação do turista estrangeiro em

relação à viagem, verifica-se que, no geral, o país atendeu as expectativas

destes turistas em ambos os estudos, com destaque para o crescimento

no percentual de entrevistados que afirmaram ter suas expectativas

superadas ao fim da viagem, chegando a índices superiores a 60%.

43

TABELA 24 - INTENÇÃO DE VOLTAR AO BRASIL 2004 – 2006

Fonte: Vox Populi 2004/2006 e Embratur/FIPE Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil

2004/2005.

Em relação às intenções e motivações para retornar ao Brasil,

identificadas na pesquisa Vox Populi, pode-se afirmar que a grande

maioria dos entrevistados (86%) demonstrou interesse em voltar ao país.

Dentre os principais motivos alegados estão: conhecer novos lugares, com

destaque para o nordeste, citado por 11% dos entrevistados; o povo e os

aspectos da Cultura Viva e a beleza do país.

TABELA 25 - MOTIVO PARA VOLTAR AO BRASIL 2006

CONHECER NOVOS LUGARES 35% 51%Conhecer novos lugares N/D 31%Nordeste N/D 11%Sudeste / Rio de Janeiro N/D 6%Norte / Amazonas N/D 5%Sul / Foz do Iguaçu N/D 4%Centro-Oeste / Pantanal N/D 1%

POVO / CULTURA VIVA 20% 28%BELEZA DO PAÍS 15% 26%SOL/CLIMA 8% 6%ADORA AO BRASIL 11% 6%VOLTAR AO MESMO LUGAR / TRAZER AMIGOS E PARENTES 2% 5%

Fonte: Vox Populi

44

Pesquisa Fipe 2004 2005

SIM 96% 97%

NÃO 4% 3%

Pesquisa Vox Populi 2004 2006

SIM 86% 86%

TALVEZ 12% 9%

NÃO 2% 5%

Para realizar a análise da presença do produto Brasil nos catálogos

do trade internacional foram utilizados como fonte de pesquisa

catálogos impressos publicados por operadores internacionais dos países

priorizados pelo Plano Aquarela para promoção internacional.

A análise incluiu todos os catálogos fornecidos pela Embratur e foi

complementada com levantamento de dados de catálogos pré-analisados

pela Diretoria de Turismo de Lazer e Incentivos. Para os países França e

Reino Unido, estas informações representaram a totalidade dos dados

analisados, pois não estavam disponíveis os catálogos impressos.

É importante destacar que a base para análise da presença do produto

Brasil nos catálogos internacionais consiste na utilização de catálogos

impressos. Este pré-requisito justifica-se pelo fato de que os catálogos

impressos representam um investimento considerável do operador, que o

faz para a comercialização dos produtos mais consolidados e duradouros.

Geralmente estes produtos já foram testados e pesquisados quanto ao

desempenho junto à clientela dos operadores.

GRÁFICO 11 PRESENÇA DO PRODUTO BRASIL NOS CATÁLOGOS DAS

OPERADORAS INTERNACIONAIS – 2004

45

Na análise feita em 2004, quando foi elaborado o Plano Aquarela, foi

possível verificar que a presença da oferta de destinos em folhetos sobre o

Brasil estava muito concentrada nos grandes ícones como o Rio de

Janeiro, a Amazônia, Foz do Iguaçu e a Bahia, notando-se também que

esta presença já após o quinto destino ficava abaixo dos 30%.

GRÁFICO 12

PRESENÇA DO PRODUTO BRASIL NOS CATÁLOGOS DAS OPERADORAS

INTERNACIONAIS – 2006

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos operadores internacionais.

Nesta análise de 2006 - 2007 está presente um crescimento substancial

na presença do Brasil nos catálogos de venda. Embora os grandes ícones

permaneçam ainda com maior presença, temos uma importante elevação

nos outros destinos nacionais, onde podemos observar que dezoito

destinos e regiões estão acima da linha de 30% de presença, o que não

acontecia em 2004.

46

Desta forma podemos notar que os operadores internacionais estão

aumentando a oferta do destino Brasil e também diversificando mais os

destinos incluídos em seus pacotes, pelo menos nos mercados analisados.

TABELA 26

CATÁLOGOS ANALISADOS POR MERCADO PRIORITÁRIO

PAÍS Nº %ESPANHA 43 27%PORTUGAL 27 17%ITÁLIA 22 14%ARGENTINA 20 13%FRANÇA 18 11%ESTADOS UNIDOS 15 9%REINO UNIDO 8 5%CHILE 6 4%ALEMANHA * 0 0%CANADÁ * 0 0%HOLANDA * 0 0%PAISES NÓRDICOS * 0 0%PARAGUAI * 0 0%SUIÇA * 0 0%URUGUAI * 0 0%JAPÃO * 0 0%TOTAL 159 100%*Catálogos não disponíveis

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.

Na análise dos produtos ofertados pelo trade internacional em seus

catálogos impressos é possível identificar a liderança dos produtos do

segmento sol e praia como os mais ofertados na maioria dos países

analisados, sendo as exceções representadas pelos países Reino Unido e

Espanha, que apresentam maior oferta em produtos de ecoturismo.

Como segundo segmento mais ofertado entre os operadores

internacionais dos destinos analisados destaca-se o ecoturismo. Como

47

terceira opção para oferta de produto com foco em segmentos identifica-

se o turismo cultural na quase totalidade dos países.

A variação quanto ao terceiro segmento mais consumido encontra-se na

França, onde esta opção é pelo segmento esportivo, ficando o turismo

cultural em quarto lugar.

GRÁFICO 12 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS

OPERADORES ARGENTINOS

100%

15% 10%0% 0%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

ARGENTINA

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.

48

GRÁFICO 13 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS

OPERADORES CHILENOS

100%

33%

0% 0% 0%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

CHILE

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais

GRÁFICO 14

SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES

ESPANHÓIS

72%79%

30%

19%

0%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

ESPANHA

49

GRÁFICO 15

SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES DOS

ESTADOS UNIDOS

80% 80%

40%

20%13%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

ESTADOS UNIDOS

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais

GRÁFICO 16

SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES

FRANCESES

89%

61%

22%28%

0%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

FRANÇA

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.

50

GRÁFICO 17

SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES

ITALIANOS

91% 91%

73%

18%

0%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

ITÁLIA

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais

GRÁFICO 18 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS

OPERADORES PORTUGUESES

96%

30%19%

7%0%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

PORTUGAL

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais

51

GRÁFICO 19

SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES

BRITÂNICOS

Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.

A Marca Brasil

Desenhada e implantada a partir de 2005, a Marca Brasil hoje encontra-se em processo de solidificação. Ela serve de referência mandatária para todo o material gráfico produzido para as ações promocionais. A marca

52

88%100%

50%

13%0%

SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS

REINO UNIDO

hoje já tem sua presença em toda a promoção para o trade internacional do turismo e também foi adotada pela Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos), e está estampada em milhares de produtos de exportação brasileiros.

Este trabalho de construção e consolidação da marca é trabalho constante

e de longo prazo. Deve continuar e ampliar, sendo prioridade em todas as

ações promocionais.

Para a construção da marca turística do Brasil foi definido um briefing

baseado em quatro idéias:

• A primeira idéia foi a de que para manter a identidade, na mesma linha

em que já trabalham outros países líderes, o nome Brasil, em portu-

guês, deve ser incorporado como elemento de identidade sem tradução

no desenho da marca.

• A segunda refere-se as cores para o desenho. Em cada uma das pes-

quisas de opinião aos turistas atuais, trade e opinião interna foi pedida

a sugestão das três cores que para eles identificam o Brasil. Os resulta-

dos destas pesquisas mostram que a visão é de que o Brasil é um país

colorido:

o Opinião interna:

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Amarelo Verde Azul Branco Vermelho

53

o Turista atual e trade:

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Verde Amarelo Azul Branco Vermelho

o Turista potencial:

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Verde Amarelo Azul Vermelho Branco

O desenho da marca teria que mostrar o Verde das florestas, o Amarelo

do sol, das luz e das praias, o Azul do céu e das águas, o Vermelho das

festas populares e o Branco da vestimenta e da religião popular.

• A terceira se relaciona com o decálogo. A introdução da idéia de mo-

dernidade levou a que fossem selecionados alguns ícones da mesma no

Brasil. Aparece então a arte, a arquitetura e a música como espaços

artísticos mais destacados do Brasil no exterior. A música é difícil de

expressar numa marca gráfica e portanto a pesquisa foi orientada para

54

a arte e a arquitetura. Os trabalhos de profissionais como Oscar Nie-

mayer, Lúcio Costa, Portinari e Burle Marx, conquistam o imaginário

com força. A pesquisa feita resultou na escolha de um desenho que

ilustra a capa de um livro sobre a obra de Burle Marx. Especificamente

um desenho para o projeto do jardim da cobertura do prédio do Minis-

tério de Educação do Rio de Janeiro, que foi apresentado como uma re-

ferência para os designers gráficos selecionados:

O concurso de desenho gráfico foi coordenado pela ADG - Associação de

Design Gráfico do Brasil e por decisão unânime do júri foi selecionada a

proposta de Kiko Farkas que sintetiza a mistura de cores e formas assim

como agrega muita modernidade ao desenho:

55

Como exemplo da sua capacidade de competir no mercado internacional,

podemos observar o destaque da marca turística do Brasil no conjunto de

marcas mais importantes do mundo:

56

A Promoção

Em 2005 foi escolhida e definida a imagem gráfica e o conceito da

promoção do Brasil. Deu início à campanha “Vire Fã” do Brasil.

Estrangeiros com o rosto pintado com forma que remete à Marca Brasil.

Várias ações promocionais foram desenvolvidas a partir desta premissa de

acordo com a disponibilidade de recursos da Embratur. Fato este que

impossibilitou a execução completa das ações promocionais previstas no

Plano Aquarela.

Veja alguns exemplos de peças de campanha, matérias e materiais

desenvolvidos com base nas orientações estabelecidas pelo Plano

Aquarela:

Campanhas

57

58

59

Campanha Temática Copa do Mundo – Alemanha

60

Material Promocional de Comunicação

Envolve uma série de itens como publicações, folhetos, pôsteres, mapas,

brindes, vídeos etc., imprescindíveis para as atividades promocionais da

Embratur. Podem ser específicos ou gerais, dirigidos tanto aos

profissionais de turismo (trade) como para o público consumidor (turistas

e potenciais turistas) no mercado internacional, conforme a ação que irão

compor. São distribuídos por meio de diversos canais como, as feiras da

Agenda de Promoção Comercial do Turismo Brasileiro no Exterior, os

Escritórios Brasileiros de Turismo, as Missões e Representações

Diplomáticas do Brasil no exterior, entre outros.

Como exemplo de materiais promocionais pode-se destacar: Bidding Book

(manual de candidatura para captação de eventos); Cartazes

promocionais “Vire fã!”; Coleção de cartazes “Brazil by Araquém

Alcântara” – Ecoturismo; Revista Segmentos Turísticos (Sol & Praia,

Ecoturismo, Esporte e Cultura); Material promocional para os XV Jogos

Pan-Americanos Rio 2007 (Folhetos, Kit para Imprensa, toalhas de mão,

bonés, canetas, cangas de praia, relógios de pulso, camisetas, entre

outros); Gibis “Sítio do Pica-pau Amarelo”; “Guia Brasil” - Editora Abril;

Brindes da Marca Brasil (camisetas, pins, bolas de futebol, pingentes para

celular, entre outros) etc.

61

62

MATERIAL PROMOCIONAL PARA OS JOGOS PAN-AMERICANOS

63

Projeto Brasil By – Posters de renomados fotógrafo

64

Promoção em Feiras Internacionais

Compreende a presença do Destino Brasil nas feiras de turismo de

relevância para cada mercado e segmento, em que se promove a imagem

do Brasil no exterior e se apóia a comercialização dos destinos e produtos

brasileiros em diversos mercados, à medida que proporciona também a

participação dos representantes da cadeia produtiva do turismo brasileiro.

A realização de ações promocionais com artistas, grupos de dança,

músicos e ícones brasileiros mundialmente conhecidos combinados ao

stand da Embratur, bem como a realização de eventos paralelos como

Workshops, seminários e Noites Brasileiras, contribuem para otimização

desta ferramenta.

65

66

67

68

PORTAL NA INTERNET

Voltado ao turista estrangeiro, este é o site oficial de promoção do turismo

brasileiro e o principal canal de comunicação com o público-final (turistas

reais e potenciais). Construído em oito idiomas (português, português

lusitano, inglês americano e britânico, alemão, francês, italiano e

espanhol), apresenta informações gerais sobre o Brasil e sobre os destinos

turístico do país apontados pelo Plano Aquarela, bem como sobre os

segmentos e nichos de mercado trabalhados; informações úteis ao turista;

galeria multimídia; além de promover ações pontuais como a Campanha

do Cristo Redentor, Rock in Rio Lisboa, etc.

69

É uma ferramenta de relacionamento com o trade específico de um setor

econômico. A rede de relacionamentos em uma Feira é grande e ampla,

facilitando portanto, a cria

ção de um mailing para cada setor. Por meio deste mailing, é disparado

um e-mail marketing contendo informações sobre as Feiras Comerciais

Brasileiras (o mesmo conteúdo das lâminas) e sobre o Brasil como destino

para o lazer.

70

RELAÇÕES PÚBLICAS

MIDIA ESPONTÂNEA

71

72

73

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99

100

101

PUBLIEDITORIAL

102

103

AÇÕES PROMOCIONAIS

CAPTAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS

Com foco no estímulo ao turismo de eventos através do apoio à captação

e à promoção de congressos técnicos ou científicos, eventos esportivos,

dentre outros eventos de público internacional, esta ação constitui-se de

diversos instrumentos de apoio ao trabalho das entidades e associações

de classe e dos Convention & Visitor Bureaux, como o planejamento e

confecção de dossiês de candidatura para o Brasil, apresentações visuais e

participação em visitas de inspeção.

104

PLANO AQUARELA Marketing Turístico Internacional do Brasil

2007-2010

PLANO OPERACIONALCaracterização da Oferta Turística

Internacional do Brasiljulho de 2007

Marcella Balsamo
Stamp

1. DEFINIÇÃO DA GRADE DE PRODUTOS

O Brasil é considerado um país continente devido à sua extensão,

diversidade ambiental e étnico-cultural. Com clima e paisagens

diferenciadas, o país oferece inúmeras possibilidades para o turismo, já os

viajantes podem combinar interesses e atividades múltiplas, cada oferta

podendo se converter em destino exclusivo.

Poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções

turísticas quanto o Brasil, que conta com uma oferta abrangente,

estruturada para 5 grandes segmentos e diversos nichos de mercado e

produtos focados:

S O L & P R A I A E C O T U R I S M O C U L T U R A E S P O R T E N E G Ó C I O S & E V E N T O S C A M I N H A D A S A R Q U E O L O G I A A V E N T U R A F E I R A S

E S P E L E O L O G I A P A L E O N T O L O G I A T R E K K I N G C O N G R E S S O S F L U T U A Ç Ã O É T N I C O S U R F I N C E N T I V O S O B S . D E F A U N A F E S T A S P O P U L A R E S R A F T I N G C O M P R A S O R N I T O L O G I A C I D A D E S

P A T R I M Ô N I O

V Ô O L I V R E M E G A - E V E N T O S

I N T E R C Â M B I O C A N Y O N I N G E P R Á T I C A S V E R T I C I A S V I S I T A S T É C N I C A S

M E R G U L H O C A V A L G A D A S C O N V E N C I O N A I S

P E S C A E S P O R T I V A F U T E B O L

G O L F E M O T O R

V E L A V O L Ê I D E P R A I A

Com base nos estudos de mercado e nas estimativas dos volumes de

viagens por segmento turístico estabeleceu-se uma caracterização dos

grandes segmentos, onde são considerados os aspectos diferenciais, a

potencialidade geral e dos nichos específicos.

A extensão da oferta de Sol & Praia, Ecoturismo e Cultura possibilitou

caracterizações mais detalhadas, até por que são segmentos que

permitem um posicionamento competitivo imediato e que, pelos fluxos

que geram, podem contribuir decisivamente para inserir o Brasil entre os

principais destinos turísticos internacionais.

Estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para dois

grandes mercados turísticos por volume: o turismo baseado em enclaves

turísticos (áreas costeiras e peninsulares, montanhas e desertos, e pontos

estratégicos para observação da natureza) e o turismo de interesse geral

(circuitos que combinam diferentes segmentos e atrativos).

105

2. CARACTERIZAÇÃO DOS SEGMENTOS E NICHOS DE MERCADO

SOL & PRAIA

Turismo de Sol & Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à

recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença

conjunta de água, sol e calor.

Baseado em pontos de atração costeiros e peninsulares pode ser

considerado hoje o mais amplo. A região do Mediterrâneo, por exemplo,

que compreende um grupo de 24 países da Europa, África e Oriente Médio

é, segundo dados da OMT, o principal destino turístico do mundo, tendo

registrado anualmente quase 100 milhões de chegadas de turistas

internacionais de Sol & Praia. A Espanha, em conjunto com a Itália, a

Grécia, a França e a Turquia representam 85% desse volume.

No entanto, esses territórios turísticos costeiros tradicionais de

proximidade como o Caribe (para os americanos), o Havaí (para

americanos e japoneses) e o Mediterrâneo (para os europeus) estão

alcançando uma fase de maturidade ou saturação, em função da rapidez e

facilidades da viagem. É crescente a tendência entre os turistas dos

principais mercados emissores em procurar alternativas para férias em

praias consideradas “exóticas”, distantes de seus roteiros habituais.

• A potencialidade do segmento de Sol & Praia no Brasil

A extensa costa brasileira, em função das diferenças climáticas e

geológicas, abriga um rico mosaico de paisagens e ambientes, são 7.367

quilômetros de costa, recortada por centenas de praias. Praias que se

diferenciam pelo cenário, determinado pela geografia, cor da água,

textura e coloração das areias, marés, estuários, ilhas, manguezais,

restingas, dunas, falésias, costões rochosos e recifes de corais.

106

As praias brasileiras se caracterizam pela existência da faixa de areia, mas

se distinguem uma das outras pelo relevo, pelas ondas que chegam à

costa e nuances de cor da areia. Por suas particularidades podem ser

agrupadas pelo perfil de inclinação – suave, intermediário e inclinado – e

pelo aspecto da areia – grossa, fina, compacta ou fofa –; elementos que,

associados aos ventos e a extensão da plataforma continental,

determinam o ritmo e o movimento de ondulação das águas do mar.

Com predominância de sol durante todo o ano, a costa brasileira é

banhada por águas quentes que ocupam grande parte das bordas

tropicais e subtropicais do Atlântico Sul Ocidental e ventos brandos que

garantem a tranqüilidade de banhistas e adeptos de práticas esportivas

como o mergulho, o surfe e a vela.

A diversidade da fauna e da flora litorânea, a preservação de extensas

faixas da região costeira e a existência de praias isoladas e desertas

permite a combinação do segmento de Sol & Praia com atividades

próprias de Ecoturismo.

o Mangues, marés, estuários e foz de grandes rios

O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba e

apresenta manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de

marés, campos de dunas e rica diversidade em espécies de crustáceos,

peixes e aves. A biodiversidade e a intensa variação de marés, que podem

oscilar em até 20 metros de profundidade, levam a formação de praias de

extensa faixa de areia batida e águas escuras.

o Coqueirais, dunas, recifes de corais e piscinas

naturais

107

O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo

Baiano. É uma região plana, a paisagem com imensos coqueirais, dunas

que mudam ao sabor do vento, praias de areia branca e macia, o mar

transparente com águas que oscilam entre o azul e o verde, abriga recifes

e corais. A geografia dessa área da costa permite a formação de imensas

piscinas naturais, água do mar que se acumula na vazante da maré.

o Mar, montanhas, florestas, riachos e baías.

A partir do Recôncavo Baiano até parte do Estado de Santa Catarina, a

região costeira é dominada por conjuntos de montanhas e grandes

reservas de Mata Atlântica. É uma geografia que favorece a formação

recortada, com muitos riachos, quedas de água, estuários, várias baías e

pequenas enseadas.

o Ilhas

Ao longo da costa brasileira existem centenas de ilhas, a maioria delas

resulta do afogamento da costa, sendo, portanto, prolongamentos dos

tipos de relevos litorâneos, de suas geologias e demais características dos

ecossistemas.

a) Ilhas que se apresentam como cristas emersas das porções afogadas

da serra do mar, os tipos mais comuns no litoral do país e das quais

existem inúmeras;

b) Ilhas sedimentares de baixa altitude;

c) llhas oceânicas, resultantes de fenômenos de vulcanismo que

soergueram do fundo atlântico, como Fernando de Noronha e o Atol das

Rocas, que são completamente desvinculadas do relevo continental

brasileiro.

Em relação ao mercado mundial para o segmento de Sol & Praia a OMT

aponta as seguintes tendências para as primeiras duas décadas do século

XXI:

108

Destinos de Sol & Praia distantes

Estima-se que nos próximos anos a busca por viagens à lugares de Sol &

Praia distantes tenha um crescimento superior à média geral. Tais

destinos estão aos poucos substituindo os destinos turísticos costeiros

considerados tradicionais, estabelecidos há bastante tempo, os quais

estão cada vez mais alcançando uma fase de saturação, adquirindo uma

imagem de antiquados e defasados. Esta imagem motiva a que o turista

busque os destinos mais distantes, considerados “exóticos”. Apenas a

demanda européia pressupõe entre 10 e 12 milhões de turistas por ano e

a OMT calcula que em 2010 representará entre 25 e 30 milhões de

turistas, com uma taxa de crescimento anual entre 6,5 e 7%.

Destino de Sol & Praia de “boutique”

Também se observa uma tendência à procura por atividades mais

específicas que atendam diferentes necessidades e exigências

identificadas no consumidor, em que se destacam segmentos de mercado

especializados como o Sol & Praia de “boutique”.

Tal segmento produz um volume menor de turistas, mas de alto nível

social e econômico. São turistas que buscam destinos com instalações

sofisticadas, mas em lugares mais tranqüilos e menos desenvolvidos, que

preservam mais a sua identidade local. Embora as características e

singularidade do lugar sejam importantes, são os serviços e equipamentos

de qualidade agregados aos atrativos que melhor caracterizam tais

produtos.

O potencial do mercado europeu para este tipo de turismo de Sol & Praia

é considerado hoje em 5 milhões de turistas, ou mais de 50 milhões de

pernoites.

Férias combinadas

109

Trata-se de viagem que devem combinar o componente Sol & Praia, mais

uma visita turística de interesse especial, como cultura ou ecoturismo. A

escolha do destino está condicionada em função da concentração de oferta

(diversidade) e singularidade (atrativos específicos do destino), para

reforçar os conhecimentos sobre o lugar e a possibilidade de experiências

únicas.

Naturismo

A International Naturism Federation (INF) define o naturismo como um

modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do

nudismo coletivo; observando condutas de auto-respeito, respeito pelos

outros e pelo meio ambiente. Segundo a INF existem atualmente cerca de

mil centros e clubes de naturismo em todo o mundo.

O clima tropical, as características geográficas e a extensão da costa

brasileira, fazem do país um destino privilegiado para os praticantes do

naturismo. Segundo a Federação Brasileira de Nudismo existem

atualmente cerca de 250 mil naturistas no país e 10 praias oficiais de

naturismo, com legislação própria e proteção aos usuários e mais de 30

praias em que a prática do naturismo é eventual, nesse caso são praias

desertas que proporcionam privacidade aos banhistas.

ECOTURISMO

O termo Ecoturismo é definido como um segmento da atividade turística

que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural,

incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência

ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem

estar das populações envolvidas. Consiste em viajar para áreas naturais

não degradadas ou não poluídas , com o objetivo específico de estudar e

110

usufruir da paisagem, de sua fauna e flora, quanto das manifestações

culturais (do passado e do presente) encontradas nessas áreas.

É um segmento especializado, no qual o turista tem sempre um interesse

peculiar e está disposto a participar ativamente da sua viagem. O

ecoturista procura atividades em contato com a natureza, a caminha por

trilhas ou a observação da fauna e da flora em seu habitat natural, por

exemplo; porém mais do que admirar passivamente, ele busca um

entendimento do “meio” que visita, quer explorar, descobrir e aprender,

superar os limites aos quais está condicionado e as dificuldades que a

natureza estabelece.

Uma pesquisa realizada em 2006 pelo Departamento de Desenvolvimento

Sustentável do Turismo da OMT junto aos principais mercados emissores

de ecoturismo na América do Norte e Europa revelou que este nicho

responde entre 4% e 5% das viagens organizadas, embora a Sociedade

Internacional de Ecoturismo estime que este número corresponda na

verdade de 7%.

Considerando a média de 5% da OMT, calcula-se que em 2006 cerca de

42 milhões de pessoas se deslocaram de seus países de origem para fazer

viagens internacionais motivadas pelo interesse na natureza.

Em geral os ecoturistas se caracterizam por terem um padrão de vida

elevado e um alto nível cultural, por terem idade superior a 30 anos e um

interesse considerável pelo entorno. Podem ser tanto turistas experientes

em viagens internacionais, que viajam sozinhos com o objetivo de

observar, viver e apreciar o meio ambiente; ou mesmo pessoas

aficionadas por atividades ao ar livre.

111

As viagens ecoturíticas são geralmente mais extensas, e o gasto em

serviços e produtos turísticos neste segmento são aproximadamente 10%

superiores do que os gastos em outro tipo de viagem.

Em 2002 a estimativa da OMT era que a demanda de ecoturismo se

incrementava no mercado internacional em um ritmo bastante acelerado,

com índice de 20%. Daquele ano para cá a atividade sofreu um pouco de

retração, sendo possível calcular que atualmente este índice de

crescimento esteja entorno de 10% a 15%. De qualquer forma as

perspectivas de crescimento do setor ainda são as mais fortes, sobretudo

nos países em desenvolvimento. Pode-se citar como regiões que

experimentam uma rápida expansão, a África do Sul e a América Latina,

por exemplo.

A existência de áreas protegidas é o principal fator que determina a

escolha de um destino ecoturístico. O objetivo dos turistas nestas viagens

não é desfrutar de boa comida e hospedagem. Mesmo que possam pagar

por isso, suas preferências refletem em sua crença no respeito ao lugar

turístico e por seus recursos naturais.

No ecoturismo a caminhada é uma das atividades mais praticadas, por

permitir a acessibilidade aos locais onde a interação com a natureza é

mais adequada. As caminhadas ocorrem em trilhas, caminhos estreitos,

geralmente em terrenos com vegetação de gramíneas ou em matas.

Podemos ir mais longe e dizer que o ato de caminhar também pode

transcender estas questões e ser uma forma de relaxamento, prazer,

convívio com a natureza ou consigo mesmo.

• A potencialidade dos produtos de ecoturismo no Brasil

Incluído dentre os países de mega diversidade, detém um número entre

10% e 20% do total de espécies do planeta. Esta riqueza conhecida

112

corresponde a 22% da flora, 10% do anfíbios e mamíferos e 17% das

aves do mundo.

Ocupando um território de 8,5 milhões de km2 e situado em região

tropical, o Brasil é constituído por diferentes ecossistemas, frutos da

história geológica e da presença humana recente. Com base nesses

elementos começou a se estabelecer uma nova geografia do turismo no

país, em que prevalece a visão ambiental, na qual o Brasil passa a ser

apresentado ao visitante a partir dos diferentes biomas – a Amazônia, o

Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal, etc. - e pontos de

beleza cênica singular, como Foz do Iguaçu e os Lençóis Maranhenses, por

exemplo. No Brasil difundiu-se na década de 80, acompanhando as

preferências de extratos de consumidores-viajantes por acampamento,

turismo selvagem e variantes, além de se adequar à conscientização de

problemas ecológicos e à fuga de situações de estresse. Uma dificuldade

implícita a esse tipo de oferta diz respeito às interferências que a presença

de grandes levas de turistas pode provocar no ecossistema natural,

contribuindo para o desequilíbrio do mesmo.

8. Unidades de Conservação: Superfícies de terra ou mar, com

características peculiares e de importância ambiental e ecológica,

que necessita de normas especiais de proteção, determinadas

por legislação própria.

Até o final de 2006 o Brasil contava com 62 Parques Nacionais e um total

de 727 unidades de conservação, sendo 126 de proteção integral e 601 de

uso sustentável. Atualmente cerca de 7% do território nacional encontra-

se protegido nesta forma. São áreas naturais que, além de ter grande

relevância do ponto de vista ecológico, tem exemplar beleza cênica,

científica, cultural e educativa. Algumas dessas unidades de conservação,

pela importância ambiental que apresentam, foram elevadas à condição

de Reserva da Biosfera, como o Parque Nacional da Floresta da Tijuca no

Rio de Janeiro, considerada a maior floresta urbana do mundo; outros

113

pela especificidade de seus recursos foram inscritos na lista de

Patrimônios Naturais da Humanidade - Cataratas do Iguaçu, Parque

Nacional das Emas, Chapada dos Veadeiros, Reservas de Mata Atlântica

do Sudeste, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Costa do

Descobrimento, Pantanal Mato-grossense e Parque Nacional do Jaú –, o

Parque Nacional da Serra da Capivara pelo seu rico patrimônio

arqueológico consta da lista de Patrimônios Culturais da Humanidade.

Atualmente aproximadamente 25 Parques Nacionais já estão estruturados

para o ecoturismo dentro de suas áreas e/ou entorno, que proporcionam

aos visitantes atividades relacionadas ao meio ambiente e o contato com a

maior biodiversidade do mundo.

o Amazônia

A maior floresta tropical do Planeta, a Amazônia sul-americana

corresponde a 2/5 da América do Sul e a metade da área territorial do

Brasil. A Amazônia possui o equivalente a 1/3 das reservas de florestas

tropicais úmidas e o maior banco genético da Terra. Contém 1/5 da

disponibilidade mundial de água doce e um patrimônio mineral não

mensurado.

A Amazônia não esconde a grande variedade de ecossistemas, com

destaque para matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós,

campos abertos e cerrados. Conseqüentemente, a Floresta abriga uma

infinidade de espécies vegetais e animais: 1,5 milhões de espécies

vegetais catalogadas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros;

e ainda insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.

Até o final de 2006 o Ibama já havia delimitado na Amazônia brasileira

124 unidades de conservação federal, sendo 41 de proteção integral e 83

de uso sustentável, que somam cerca de 10% da área continental do país.

114

Dentre as UCs podemos destacar sendo o Parque Nacional do Jaú

considerado Patrimônio Natural da Humanidade, que atualmente

encontra-se fechado a visitação pública.

o Cerrado

É considerado como um ecossistema tropical de Savana, com similares na

África e na Austrália.

A área de Cerrado se distribui por todo o Planalto Central Brasileiro e

inclui os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,

parte de Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.

O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em

biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora

com mais de 10.000 espécies de plantas, sendo 4.400 endêmicas. A fauna

apresenta 837 espécies de aves; 67 gêneros de mamíferos, abrangendo

161 espécies e 19 endêmicas; 150 espécies de anfíbios, das quais 45

endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no

Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e

500 espécies de abelhas e vespas.

A paisagem do cerrado é caracterizada por extensas formações de

savanas, interceptadas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de

vale. Entretanto, outros tipos de vegetação podem aparecer na região dos

cerrados, tais como os campos úmidos ou as veredas de buritis, onde o

lençol freático é superficial; os campos rupestres podem ocorrer nas

maiores altitudes com terreno pedregoso e os bosques situam-se sobre os

solos mais férteis das encostas e das bases das elevações.

O Cerrado abriga 16 Parques Nacionais, dos quais a Chapada dos

Veadeiros e a Chapada das Emas estão inscritos na lista de Patrimônios

115

Naturais da Humanidade, além de diversos parques estaduais e estações

ecológicas.

o Mata Atlântica

Originalmente a Mata Atlântica se estendia por toda uma faixa,

relativamente, paralela à costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte até

o Rio Grande do Sul. Atualmente a parcela mais representativa do que

restou encontra-se nas regiões Sul e Sudeste, onde o relevo de escarpas

íngremes dificulta o acesso e, portanto, impediu a devastação.

A vegetação da Mata Atlântica é exuberante, as árvores chegam a atingir

40 metros de altura e uma grande variedade de arbustos, com destaque

para as samambaias, orquídeas, bromélias, etc. A fauna é diversificada e

marcada pela presença de muitas espécies endêmicas, no entanto, várias

apresentam baixas densidades populacionais, o que caracteriza alto índice

de espécies em risco de extinção.

As reservas atuais de Mata Atlântica possuem valor cultural e ambiental

extraordinários, por isso mesmo a Costa do Descobrimento e a Reserva do

Sudeste são considerados Patrimônios Naturais da Humanidade, além de

várias Reservas da Biosfera. O Ibama já delimitou 72 unidades de

conservação em áreas da Mata Atlântica, sendo 22 Parques Nacionais.

o Pantanal

Pantanal do Mato Grosso, com uma extensão de 250 mil km2, é a maior

planície de inundação contínua do planeta. O rio Paraguai e os outros rios

pantaneiros apresentam pouca declividade, o que faz com que as águas

que se acumulam nos períodos de chuvas intensas escoem com muita

lentidão. Imensas quantidades de água, provavelmente centenas de

116

quilômetros cúbicos por ano, perdem-se por evaporação direta para a

atmosfera. O Pantanal pode ser, com justiça, considerado a maior "janela"

de evaporação de água doce do mundo. Por tudo isso o Pantanal Mato-

grossense está inscrito na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade.

Toda a vida natural esta ligada a este sistema de inundações, o Pantanal

é habitado por uma rica fauna de aves e mamíferos que dependem, na

sua grande maioria, da alimentação aquática.

As aves do Pantanal são um de seus maiores atrativos. Reunidas em

enormes concentrações, exploram os recursos alimentares aquáticos. O

tuiuiú (Jabiru mycteria), a cabeça-seca (Mycteria americana) e o

colhereiro (Ajaia ajaja), além das garças biguás e patos são os mais

vistosos. Muitas espécies nidificam em áreas comuns, sobre determinadas

árvores, conhecidas como ninhais, que se destacam na paisagem

pantaneira.

o Caatinga

Entre a Amazônia e a Mata Atlântica, na área do clima semi-árido,

encontram-se as caatingas do Nordeste brasileiro, paisagem presente nos

estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba,

Sergipe, Alagoas e parte de Minas Gerais. Elas cobrem cerca de 700 mil

km2, aproximadamente 10% do território nacional. O termo Caatinga é

originário do tupi-guarani e significa mata branca. A ocorrência de secas

estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa

a vegetação sem folhas.

O cenário mais comum da Caatinga é o da seca, quando a terra fica árida

e as plantas têm aparência ressequida, como se estivessem mortas.

Contudo, é após as chuvas que a diversidade animal e vegetal das

caatingas se torna evidente. As plantas florescem e os animais se

117

reproduzem, deixando descendentes que já possuem adaptações para

suportar longos períodos de estiagem.

Até 2006 o Ibama havia definido 30 unidades de conservação em áreas de

caatinga ou de transição, sendo 07 Parques Nacionais, dos quais 03 se

destacam pelo potencial para atividades de ecoturismo. O Parque Nacional

da Serra da Capivara, por seu rico acervo arqueológico é considerado

Patrimônio Cultural da Humanidade, e também uma expressiva reserva do

bioma da Caatinga.

o Costeiros

A extensa costa brasileira abriga um rico mosaico de ecossistemas –

mares, estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, praias, falésias,

costões rochosos, recifes de corais e uma das maiores extensões de

manguezais do mundo. Ao contrário de outras florestas, os manguezais

não são ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância

das populações que neles vivem. Por isso as áreas de mangues podem ser

consideradas um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil. No

Norte do País, as espessas florestas de mangue apresentam árvores que

podem atingir 20 metros de altura. Na região Nordeste há um tipo de

manguezal conhecido como "mangue seco", com árvores de pequeno

porte em um substrato de alta salinidade. Já no Sudoeste brasileiro,

apresenta aspecto de bosque de arbustos.

A faixa litorânea do Brasil possui riquezas significativas de recursos

naturais e ambientais, o Ibama já definiu 39 unidades de conservação,

sendo 13 de proteção integral e 26 de uso sustentável.

Turismo em Cavernas

O turismo em cavernas, ou espeleoturismo vem crescendo nos últimos

anos tendo em vista o aperfeiçoamento das técnicas de manejo

118

desenvolvidas nas Unidades de Conservação no Brasil. As cavernas

fascinam o homem desde sempre. A motivação pode ser o interesse

científico, religioso, a aventura, a curiosidade, o contato intenso com a

natureza, a possibilidade de estar dentro da terra. As cavernas são o

ambiente ideal para a observação da história da própria terra, as

formações geológicas seduzem o olhar pelas formas e pelo tempo que a

natureza investe em suas constituições.

Segundo a União Internacional de Espeleologia (UIS), atualmente existem

no mundo 800 cavernas de uso turístico que são visitadas anualmente por

30 milhões de pessoas.

O Brasil tem 3.974 cavernas catalogadas na sociedade Brasileira de

Espeleologia – SBE, concentradas no Distrito Federal, Goiás, Tocantins,

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e

Paraná; sendo que cerca de 100 são de uso turístico.

Várias cavernas brasileiras destacam-se no cenário internacional por suas

dimensões e por sua raridade. É o caso da Toca da Boa Vista, na Bahia,

que com 65,5 quilômetros de desenvolvimento é a maior gruta da

América do Sul e a 19ª do mundo. A mais alta entrada de cavernas

também está no Brasil, na Gruta Casa de Pedra, em São Paulo, com 215

metros de altura. Em Minas Gerais estão, simultaneamente, a maior gruta

(caverna horizontal) e o segundo mais profundo abismo (caverna vertical)

em quartzito do planeta, respectivamente a Gruta das Bromélias, com

2.560 metros, e a caverna do Centenário, com 360 metros de desnível. O

Brasil possui, ainda, a maior caverna conhecida em micaxisto, a Gruta dos

Ecos, no Distrito Federal, com 1.380 metros de desenvolvimento e um

magnífico lago subterrâneo que chega a atingir 300 metros de

comprimento; bem como enormes espeleotemas, como a estalactite de 28

metros da Gruta de Janelão, em Minas Gerais, considerada a maior do

mundo.

119

Flutuação

Modalidade de mergulho leve, de pequena profundidade, em que o

praticante usa o snorkel (canudo) para garantir uma respiração tranqüila

e a máscara para ter uma boa visibilidade do local visitado. A flutuação

exige apenas um rápido treinamento, que pode ser feito um pouco antes

do início da atividade, e a motivação é a apreciação do ambiente visitado,

transfere-se para a água a vivência ecoturística de terra.

Observação de Fauna

Nos últimos 30 anos processou-se uma grande mudança na relação dos

homens com a vida silvestre, é crescente o interesse de pessoas,

principalmente no hemisfério Norte, na observação de diferentes espécies

de animais. O interesse na observação da vida silvestre parece estar

diretamente associado à tendência crescente de cobertura dos assuntos

ambientais pela mídia, nesse período foram produzidas e veiculadas

inúmeras matérias sobre a perda da biodiversidade global.

As listas das espécies ameaçadas – e o movimento de resgate que

induzem - também geraram um excesso de documentários para televisão

e livros ilustrados alardeando as maravilhas que essas criaturas

representam. Esse movimento contou com a ajuda dos avanços da

tecnologia, que permitiu os fotógrafos e operadores a registrar aspectos

das vidas privadas dos animais que nunca tinham sido vistos antes.

A observação da vida silvestre tornou-se uma das formas de lazer ao ar

livre de maior expansão na América do Norte, existem pessoas (e

organizações) dedicadas a observar borboletas, pingüins, golfinhos,

baleias, etc. O interesse crescente pela vida silvestre não se limita aos

norte-americanos, ela parece ser um fenômeno global, com grandes

implicações econômicas e ecológicas. Dentre os turistas franceses, por

120

exemplo, calcula-se um mercado potencial de 4,9 milhões para praticar o

ecoturismo aliando atividades de observação de fauna.

O crescimento rápido do turismo de observação da vida silvestre

possibilitou, em vários casos, a preservação de espécies, seja através da

redução da caça ou pela ampliação de áreas protegidas. Costa Rica,

Equador, Belize, Quênia, Tanzânia, África do Sul são alguns exemplos em

que o turismo de natureza, centrado na observação da vida silvestre, é

responsável por quase totalidade da receita turística internacional.

A fauna brasileira é rica em espécies, e essa diversidade é própria dos

climas tropicais. Segundo dados disponíveis no Anuário Estatístico do

Brasil, publicado pelo IBGE em 1997, com base em informações da

Sociedade Brasileira de Zoologia a fauna é constituída de 600 espécies de

mamíferos, aproximadamente 1700 aves, 390 de répteis e 331 espécies

de anfíbios e 8.000 espécies de peixes.

Turismo ornitológico ou observação de pássaros

Existem aproximadamente 9.700 espécies de aves no mundo, sendo que

nos países de clima tropical vivem os pássaros de cor brilhante,

considerados mais exóticos e interessantes pelos observadores. No Brasil

vivem 1.677 espécies, quase 18% da diversidade mundial de pássaros,

onde se destacam inúmeras espécies de araras e beija-flores.

Observar as aves é um passatempo praticado por milhões de pessoas em

todo o mundo. Muitas pessoas viajam grandes distâncias apenas para

contemplar pássaros. Atraídas pelo lindo cenário e pelo desafio de avistar

e identificar espécies de pássaros, os observadores formam sua própria

espécie.

121

Os Estados Unidos configuram-se com o maior mercado para esta

atividade, com aproximadamente 27,4 milhões de observadores de aves

dentre especialistas e amadores, que movimentam US$ 83bilhões por

ano, de acordo com o governo norte-americano.

Na Gran Bretanha, outro mercado importante, estima-se um publico

potencial para viagens com este perfil de 7 milhões de ornitólogos

amadores e 2 milhões de especialistas. Segundo a Real Sociedade para a

Proteção das Aves (RSPB), nesta região mais de 1 milhão de pessoas são

observadores de aves regulares; atividade considerada a 3ª opção como

atividade de lazer preferencial dos ingleses, depois da pesca e do golfe.

Além de Estados Unidos e Inglaterra, os países do Benelux, Suíça,

Alemanha, Países Nórdicos e França podem ser considerados mercados

interessantes. Na França, por exemplo, estima-se que haja de 200.000 a

300.000 observadores de aves regulares e cerca de 1,2 milhões de

observadores ocasionais, calculando-se um mercado potencial de 2,3

milhões de pessoas.

TURISMO CULTURAL

O turismo cultural pode ser definido como a viagem a lugares diferentes

da residência habitual de pessoas interessadas em conhecer outras

culturas, costumes e tradições diferentes dos seus e a contemplar bens

materiais e imateriais, principalmente aqueles relacionados com a história

e arte do lugar escolhido.

O turismo cultural engloba atrativos do patrimônio tangível e intangível,

incluindo também atividades e vivências culturais e programas focados

nos costumes de determinado povo ou região. Este segmento proporciona

ao visitante mergulhar e desfrutar do estilo de vida dos habitantes do

122

local, das áreas de entorno e dos aspectos que determinam sua identidade

e caráter.

Nos estudos gerais publicados pela OMT e nas pesquisas específicas

realizadas por alguns países, constata-se a crescente popularidade do

turismo cultural, tanto dos produtos da cultura erudita quanto da cultura

popular. Estima-se que 10% das chegadas turísticas em todo o mundo

têm um propósito turístico cultural, o que equivale atualmente, em termos

quantitativos a cerca de 84 milhões de viagens internacionais por ano.

• A potencialidade dos produtos de turismo cultural no Brasil

Uma das características singulares do Brasil é sua mistura racial e

cultural, uma sociedade constituída por portugueses, índios e africanos,

aos quais foram se juntando imigrantes de dezenas de outras

nacionalidades. Essa miscigenação é o que distingue os traços da

“brasilidade” – a amabilidade, a hospitalidade, a alegria e o jeito de ser do

brasileiro –, e também a diversidade do patrimônio cultural do país em

seus matizes regionais e/ou ambientais: a música, a dança, a arte

popular, a religiosidade, o futebol, a arquitetura, a gastronomia, etc.

O patrimônio cultural brasileiro (tangível e intangível) é inerente a todo o

mercado turístico brasileiro, que combina e complementa outros

segmentos, garantindo identidade e diferenciação a esses produtos. Mas

constitui-se em um segmento diversificado e competitivo, que pode e

deve receber tratamento específico e estruturação de produtos exclusivos

de turismo cultural; sendo ainda complementado por produtos focados

para grupos de público mais restritos e, portanto, considerados como

nichos de mercado.

A música no Brasil desenvolve-se claramente entre a tradição erudita e as

múltiplas formas da música popular, ainda que mantendo trajetórias

123

próprias, elas se cruzam em vários momentos e, são essas “influências” e

encontros, que dão vitalidade à produção musical do país.

É interessante como a criatividade e o talento do artista brasileiro

confirma a nossa formação histórico-cultural, a produção musical do Brasil

é o resultado permanente da miscigenação, da fusão, da assimilação de

novas influências e sonoridades.

A música está presente no cotidiano das cidades brasileiras, nas ruas,

bares e casas de espetáculo, mas pode ser conferida em momentos

específicos de festas e eventos populares como o do carnaval e o do São

João, por exemplo.

O Brasil possui uma rica culinária regionalizada, mas as diferenças locais

são tão marcantes que quase sempre os próprios brasileiros de um lugar

não conhecem o que se come em outra parte do país. As frutas nativas da

Amazônia ou do Cerrado são quase sempre ignoradas pelas populações

litorâneas, por exemplo. O mesmo acontece com os pratos típicos.

“É claro que cada região tem suas características, marcas do passado, da

geografia e do meio ambiente que determinam sua comida típica, as

comidas de dia de festa, como as dos santos na Bahia, das festas juninas,

de Reis, dos jejuns e tudo o mais. É comida a ser encontrada nas festas, é

claro, ou nos restaurantes especializados em comida regional” (Nina

Horta)

Arqueologia

O Brasil possui algumas áreas de excepcional valor o estudo da história da

terra e da evolução da vida no planeta.

A principal referência nesse nicho de mercado é o Parque Nacional da

Serra da Capivara no Piauí, criado para proteger a área na qual se

124

encontra o maior e mais antigo conjunto arqueológico das Américas. Pela

importância de seus sítios arqueológicos, o Parque Nacional da Capivara

foi inscrito na lista do Patrimônio Cultural Mundial em 1991. Suas

formações geológicas são monumentos de rara beleza. A paisagem

acidentada gera uma série diversificada de biótipos, com uma profusão de

ecossistemas que se caracterizam por uma grande diversidade biológica.

As especificidades, beleza natural e patrimônio cultural fazem do Parque

Nacional uma região altamente atrativa para o turismo ecológico e

cultural.

Paleontologia

Paleontologia pode ser definida como a ciência que estuda os fósseis,

restos ou vestígios de animais ou vegetais que viveram em eras passadas

e que por condições ambientais favoráveis, ficaram preservados nas

rochas.

Os primeiros trabalhos significativos sobre os fósseis brasileiros estão

publicados nos diários de viagem dos naturalistas do século XIX. Eles

realizaram longas expedições pelo Brasil, organizando muitas coleções,

posteriormente enviadas aos seus países de origem para serem

estudados. Os trabalhos de Peter Wilhelm Lund, cientista dinamarquês,

foram de grande importância. Ele radicou-se e dedicou a maior parte de

seu trabalho ao estudo de mamíferos pleistocênicos de Minas Gerais.

Descreveu mais de uma centena de espécies novas e publicou dezenas de

trabalhos importantes. Pelo seu pioneirismo e dedicação é considerado o

"Pai da Paleontologia Brasileira".

Atualmente a Paleontologia no Brasil, apesar de ainda não ter atingido o

mesmo nível de pesquisa realizado em outros países, vem apresentando

um desenvolvimento considerável. Destacam-se por estarem em

ambientes naturais peculiares como a Chapada do Araripe (CE) e a Ilha do

125

Cajual (MA). No entanto apenas o Vale dos Dinossauros em Sousa (PE),

conhecido por ser um dos maiores sítios com pegadas fósseis do mundo,

está adequadamente estruturado para o recebimento de turistas.

Turismo Étnico

O contexto do desenvolvimento do turismo nos últimos 50 anos

possibilitou o surgimento de um perfil de turista experiente em termos de

viagens, culto e de alto poder aquisitivo, que constrói o foco da visitação

turística na procura pelo diferente, pelo exótico. Mais especificamente

demonstram interesse por pequenos grupos sociais em ambientes

naturais, com suas particularidades e tradições. Esse fenômeno,

denominado como turismo étnico, tem se configurado como um

importante instrumento de desenvolvimento, na promoção do crescimento

econômico das comunidades visitadas e na revitalização cultural dessas

populações em si.

No Brasil o turismo étnico envolve as comunidades representativas dos

processos imigratórios europeus e asiáticos, as comunidades quilombolas

e principalmente as comunidades indígenas.

No turismo étnico com foco nas comunidades indígenas o visitante

participa da cultura ancestral, combinando elementos tangíveis e

intangíveis da cultura: seu conhecimento acerca da natureza, sua

identidade territorial, seus mitos, o preparo de alimentos e a elaboração

de pratos; o artesanato, etc. Se por um lado essa vivência enriquece a

experiência turística do visitante, por outro permitem o reconhecimento

da tradição cultural indígena.

Existem atualmente no Brasil cerca de 215 comunidades indígenas, que

falam mais de 180 línguas diferentes e totalizam aproximadamente 358

mil indivíduos. A maior parte dessa população distribui-se por milhares de

126

aldeias, situadas no interior de 611 Terras Indígenas, de norte a sul do

território nacional.

Como todo grupo humano, os povos indígenas que vivem no Brasil têm

culturas que resultam da história de relações que se dão entre os próprios

homens e entre estes e o meio ambiente.

Países como México, Peru, Canadá e Austrália estão entre os que mais

promovem o turismo étnico em comunidades indígenas.

Festas populares

As festas populares traduzem a cultura e a linguagem do povo, tudo que

vem dele e de sua alma. São eventos comemorativos e a motivação pode

ser religiosa ou profana. Essas celebrações reafirmam laços sociais, as

raízes que aproximam os homens, movimentam e resgatam lembranças e

emoções. Comumente as festas populares reúnem manifestações musicais

de canto e dança e não raramente configuram-se em momentos de

catarse social.

No Brasil as festas populares são essencialmente musicais e mobilizam

milhares de pessoas, tem em comum a característica de envolver todos no

ato da “celebração”, é quase impossível uma pessoa permanecer na

condição de mero espectador. Nas festas brasileiras como o carnaval, o

reveillon ou as festas juninas todos participam, todos brincam.

Cidades patrimônio: arquitetura, arte e história.

127

Nestas viagens o turista costuma experimentar lugares e atividades que

representam a autenticidade do destino turístico, com sua gente, sua

história, suas lendas, seu patrimônio, etc., incluindo os recursos culturais,

históricos e naturais, cuja importância é geralmente validada através do

processo de tombamento.

Visitar outros povos e monumentos históricos, caminhar pelas ruas para

observar o estilo de vida da comunidade anfitriã são algumas das

atividades realizadas por este tipo de turista que deseja experimentar algo

novo, o estilo de vida e as tradições culturais locais.

A arquitetura é uma manifestação objetiva e duradoura da história de um

povo, as edificações são exemplos da sua forma de viver, expressão da

arte e das técnicas disponíveis. Por constituírem criações mais duráveis do

que as outras manifestações culturais – muitas vezes abrigando ou

incorporando outras artes como a escultura, a pintura, o mobiliário e

manifestações de caráter popular.

No Brasil, as edificações ainda constituem grande maioria dos bens

tombados, dos quais 9 são inscritos na lista de Patrimônios Culturais da

Humanidade da Unesco.

Trajetória diferente tem a cidade de Brasília, construída no coração do

país para ser a nova capital, o plano piloto projetado por Lúcio Costa e

Oscar Niemayer é um exemplo da moderna arquitetura no Brasil.

Intercâmbio

Existe certo consenso entre os educadores que a melhor experiência

pedagógica é a que possibilita a vivência do conhecimento. Viver e sentir

são as chaves que suscitam no “aluno” o desejo de conhecer mais.

Segundo Michel Serres, o ensino é uma viagem, que pode ser imaginária

128

ou intelectual, viajar é a experiência de encontrar o outro e é com ele que

o sujeito aprende.

O intercâmbio cultural ou turismo educativo é o segmento que

proporciona viagens motivadas para a realização de programas e

atividades de troca de experiências, vivências culturais, aprendizado

orientado, treinamento ou ampliação de conhecimentos in situ. O

intercâmbio é valorizado e incentivado em vários países, principalmente

para faixas de público jovem, sobretudo em idade universitária, com o

objetivo do aprimoramento de uma língua estrangeira e/ou em alguma

área científica.

A educação internacional se tornou parte essencial nas balanças

comerciais de países como Estados Unidos da América, Nova Zelândia,

Reino Unido, Austrália e Japão e estatísticas indicam que apenas os

estudantes com ensino médio completo que buscam uma instituição de

ensino no exterior já somem 1,5 milhão de pessoas no mundo e

movimentem US$ 30 bilhões por ano.

Diferentemente de outros países, o potencial do Brasil no mercado de

intercâmbios não é para o ensino da língua, o português é um idioma de

área de abrangência limitada tanto em termos geográficos quanto pelo

número de pessoas que o têm como língua oficial. Ainda que, em algumas

áreas do conhecimento científico o Brasil possua centros de excelência, o

país não é uma referência internacional em termos de qualidade

educacional.

O potencial do Brasil no segmento de intercâmbio e turismo educativo

está exatamente na diversidade cultural e ambiental do país. São os

exemplos da sociedade brasileira de convivência com diferenças étnicas,

do uso sustentável dos recursos naturais (como no Acre, por exemplo)

129

que podem se converter em produtos e ser estruturados em programas de

voluntariado, dentro dos conceitos de responsabilidade social.

Pesquisa realizada para o Brasil, em 2005, pela Language Travel

Magazine, conceituada publicação inglesa sobre viagem de estudo, revelou

que o País recebe cerca de 60 mil estudantes estrangeiros por ano.

Desses, 50 mil vêm para programas de línguas e cursos combinados e

outros 10 mil para ensino médio, universidade e cursos

profissionalizantes. O estudo ainda mostrou que, em cursos de línguas,

com atividades combinadas e uma permanência média de seis semanas,

cada estudante estrangeiro investe cerca de US$ 2,250 mil na economia

brasileira. Em um curso anual, o mesmo estudante deixa cerca de US$

18,250 mil. O turismo de intercâmbio injeta na economia brasileira

anualmente, cerca de R$ 631,300 milhões. Segundo a Belta, entre os

países que mais enviam estudantes para o Brasil estão os Estados Unidos,

Canadá, Alemanha, Reino Unido e Austrália. Os principais motivos

apontados para a escolha do País como destino são: estudar uma língua

que não é usualmente oferecida em cursos de idiomas; fazer novos

amigos; conhecer um País de costume diferente; interesse em programas

que combinam português e futebol; interesse em programas em

universidades devido à qualidade de cursos oferecidos; fazer estágios em

empresas brasileiras.

TURISMO ESPORTIVO

A relação entre turismo e esporte vem adquirindo grande importância

como gerador de fluxos turísticos internacionais. Dois fatores são

determinantes nesse processo: a popularidade crescente dos grandes

eventos esportivos internacionais, como a Fórmula 1, a Copa do Mundo de

Futebol e as Olimpíadas, por exemplo; e a imagem dos benefícios à saúde

propiciados pela pratica esportiva regular.

130

O Turismo Esportivo pode ser definido como aquele praticado por

indivíduos ou grupos de pessoas que participam ativamente em um

esporte competitivo ou recreativo, viajando e residindo temporariamente

em lugares distintos de seu entorno habitual. Pressupõe a existência de

programas específicos para a prática de atividades esportivas, por

amadores ou profissionais.

O mercado esportivo define diferentes categorias de públicos:

1o) O turista esportivo radical, aquele que viaja para um determinado

lugar com o objetivo exclusivo de participar ativamente de eventos

esportivos competitivos, o esporte é objetivo da viagem, o local é uma

questão secundária, isso acontece com os Jogos Olímpicos ou as

competições por modalidade esportiva, seja ela amadora ou profissional;

2o) O turista esportivo convencional não tem exclusivamente a atividade

esportiva como motivação, a atividade esportiva é apenas um

complemento, que agrega valor e, por vezes, por ser um elemento

importante como fator decisório para as viagens, quando outros

segmentos turísticos conseguem agregar produtos esportivos

excepcionais;

3o) Os esportes de grande aventura também mobilizam um grupo

específico de turistas, pessoas que realizam viagens em busca de

atividades orientadas para a prática de esforço físico, geralmente ao ar

livre e em contato direto com a natureza, modalidades que podem

envolver alguns riscos e exigir habilidades específicas dos participantes. O

local onde a atividade esportiva é realizada é determinante na escolha do

destino de uma viagem de esporte de aventura.

131

Cada categoria de turismo esportivo mobiliza fluxos específicos. As

competições esportivas mantêm o controle de seus dados estatísticos

através das federações ou dos comitês internacionais por modalidade

esportiva e a captação envolve um delicado jogo de interesses, a

promoção turística é apenas conseqüência. Estima-se que o turismo dos

esportes de aventura apresenta crescimento entre 15% e 20% ao ano e

que tenha mobilizado aproximadamente 1 milhão de europeus em 2003;

nos Estados Unidos, considerado o principal mercado, estima-se que no

ano de 1998, 85 milhões de pessoas tenham feito viagens envolvendo

esportes de aventura, das quais 80% na própria América do Norte.

O turismo esportivo é diferente do esporte turístico, já que este pressupõe

a existência de um evento capaz de motivar a visita de um grande

número de pessoas como, por exemplo, os Jogos Panamericanos, a Copa

do Mundo, quando os turistas atuam passivamente, apenas na qualidade

de espectadores.

• A Potencialidade do turismo esportivo no Brasil

Nas pesquisas com os turistas atuais e potenciais verificou-se a

importância que algumas modalidades esportivas têm na divulgação

internacional do Brasil, como o futebol e o vôlei, por exemplo. O excelente

desempenho dos atletas brasileiros em competições mundiais é um fator

decisivo na promoção da imagem do país, no entanto, não existem

atualmente produtos esportivos estruturados capazes de motivar viagens

exclusivas.

No entanto, o Brasil é um destino privilegiado quando a atividade

esportiva está integrada à natureza, sobretudo na área da costa brasileira,

com destaque para o potencial para o vôlei de praia, o surfe, o vôo

livre/asa delta, o mergulho e a pesca esportiva, o golfe, entre outros.

Desta forma o turismo esportivo no país assume um papel importante

132

como complemento de outros segmentos, Sol e Praia, Ecoturismo e

Negócios. Mas são produtos que ainda não estão completamente

estruturados, para os quais devem ser criados fóruns especializados,

capazes de estabelecer a gestão adequada a cada modalidade.

Esportes de Aventura

Consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais

recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e

assumidos que podem proporcionar sensações diversas: liberdade;

prazer; superação,e etc., a depender da expectativa e experiências de

cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade.

Para os mais experientes, o turismo de esportes de aventura pressupõe a

existência de programas em que o contato com a natureza requer grandes

esforços e o uso de técnicas e equipamentos específicos, assumindo

conotação de desafio e envolvendo expedições acidentadas, viagens

arrojadas e imprevistos.

Esse tipo de viagem geralmente é programada para um público de jovens

e adultos que gostam de fortes emoções e de correr riscos, mesmo que

controlados.

Embora as atividades de aventura possam ser praticadas em quaisquer

espaços (natural, construído, rural, urbano), as características peculiares

da geografia brasileira – chapadas, rios acidentados, extensa costa

litorânea – oferecem lugares excepcionais para o exercício dos esportes de

aventura junto à natureza como, por exemplo, as práticas verticais, o

canyonning, o rafting, o vôo livre (asa-delta e parapente), e o mergulho.

• Trekking ou Caminhadas

Trekking significa migrar, e é justamente essa idéia de mudança, de ir de

um lugar ao outro que foi incorporada a essa atividade física na natureza.

133

Na adaptação para o português, o trekking é a modalidade esportiva que

pressupõe a realização de caminhada longa, com pernoite, que não exige

equipamentos especiais. Proporciona andar em trilhas, caminhar por

percursos diferenciados e com diferentes graus de dificuldade. A

caminhada em si não faz sentido a não ser que esteja acompanhada de

alguma motivação, seja ela física ou psíquica. O praticante é chamado de

trekker.

ο Surfe

Acredita-se que surfe tenha surgido nas Ilhas Polinésias, há mais ou

menos 1.500 anos atrás. Os habitantes daquelas ilhas tinham o mar

como trabalho e também como diversão e o surfe teria nascido como uma

brincadeira, como um exercício de equilíbrio sobre um tronco. Os

polinésios teriam levado o surfe para o Havaí e daí o esporte ganhou o

mundo através da colonização européia no arquipélago.

O surfe chegou ao Brasil nos anos de 1930, mais especificamente nas

praias de Santos. Mas foi com a Segunda Guerra Mundial que o esporte

ganhou grande número de adeptos, influenciados pela presença dos

americanos nas praias cariocas.

A OMT aponta a popularidade crescente do surfe no mundo e calcula em 5

milhões o número de surfistas, a maioria nos Estados Unidos, Austrália e

Europa. O Brasil – com vários surfistas de projeção internacional – está

inserido nos circuitos mundiais do esporte em diferentes categorias.

• Rafting

O rafting existe desde meados do século XIX descoberto em 1869.

Estudiosos afirmam que a primeira viagem desta modalidade, com

finalidade comercial, data de 1909 nos Estados Unidos. Mas foi a partir da

década de 1980, com o desenvolvimento de novos materiais mais leves e

134

resistentes que permitiram o desenho de novos equipamentos, que o

rafting ganhou impulso. Estima-se que existem atualmente 1000

operadoras da modalidade em todo o mundo, sendo que 50% são

americanas.

Praticado em equipe, o rafting é uma modalidade esportiva que coloca o

atleta, esporádico ou praticante regular, diante do desafio, da superação

dos próprios limites e gera espírito de equipe, organização, cooperação,

comunicação e liderança. Por isso é um esporte que se enquadra ao

treinamento com vivência na natureza.

A hidrografia brasileira oferece rios com níveis diferenciados de

dificuldades para a prática do rafting, desde corredeiras fáceis, com ondas

lisas e estáveis para iniciantes, até águas turbulentas com passagens

estreitas, que exigem manobras precisas e habilidade do atleta.

• Vôo Livre (Asa Delta e Parapente)

O vôo livre começou no Brasil em 1974 no Rio de Janeiro e até hoje a

primeira rampa, a da Pedra Bonita, é uma referência para praticantes de

asa delta e do parapente, as duas categorias do esporte.

O clima tropical e o relevo variado do território brasileiro permitiram a

formação de várias rampas de vôo livre no Brasil. Além das

condicionantes técnicas, como a altitude da rampa e as correntes, a

paisagem é um elemento importante na definição de um local para a

prática do esporte, a sensação que o vôo possibilita ao praticante é uma

experiência considerada fundamental. No Brasil existem mais de 50

rampas oficiais, inseridas em circuitos nacionais e internacionais.

As associações de vôo livre estimam entre 200 e 300 mil o número de

praticantes em todo o mundo, divididos entre as categorias de asa delta e

de parapente.

135

• Canyoning (rapel em cachoeira ou cascading)

O canyoning pode ser definido como uma espécie de alpinismo praticado

em cachoeiras, no ambiente dos cânions e rios em garganta, sendo o

rapel em cachoeira (cascading) a atividade mais conhecida. É uma

modalidade de baixo impacto no meio ambiente.

O canyoning surgiu no final dos anos de 1970 na fronteira da França com

a Espanha, a partir de técnicas de exploração "vertical" e do

desenvolvimento dos esportes de "águas brancas", como rafting e

canoagem. O esporte chegou ao Brasil na década de 1990 com um grupo

de espeleólogos, que mapearam e cadastraram mais de 2 mil cachoeiras

em 12 estados brasileiros.

Em função das condições geográficas e climáticas bastante propícias –

relevo extremamente variado e temperaturas amenas o ano todo - o

Brasil está entre os 10 principais lugares para a prática de canyoning no

mundo.

• Mergulho

O turismo de mergulho se refere às pessoas que viajam com o objetivo

principal de praticar mergulho. O atrativo do destino está quase

exclusivamente relacionado com sua qualidade para a prática deste

esporte e, em menor grau, com a qualidade de alojamento ou das

atrações na terra. O turismo subaquático, o mergulho esportivo e

competitivo, o mergulho de resgate histórico e arqueológico e o mergulho

profissional são algumas das possibilidades deste setor que movimenta 6

milhões de pessoas em todo o mundo e gera entre 4 e 6 bilhões de

dólares por ano. O mercado europeu corresponde a mais de 30% dos

praticantes de mergulho (2,2 milhões aproximadamente). Estados Unidos

e Austrália também são mercados expressivos. Os mercados asiáticos

136

também têm crescido notavelmente, embora o número de praticantes seja

ainda reduzido.

A maioria dos mergulhadores possuem um alto poder aquisitivo,

costumam ser jovens e solteiros, entre 25 e 45 anos, e serem

profissionais autônomos.

Calcula-se que um terço dos mergulhadores fazem viagens internacionais

para praticar o esporte, sendo que os mergulhadores mais aficionados

costumam fazer mais de uma viagem neste período, sendo uma sozinho e

outra com a família.

Em geral, os mergulhadores consideram 5 aspectos na avaliação de um

local para a prática de mergulho: a limpidez da água, a visibilidade, as

atividades e a diversidade da vida subaquática, as instalações específicas

e os equipamentos para a prática do esporte e a facilidade de

comunicação com as pessoas do local escolhido.

No Parque Nacional Marinho de Abrolhos encontra-se a maior quantidade

de corais do Atlântico Sul, as águas de Fernando de Noronha estão entre

as de melhor visibilidade em todo o mundo. Estima-se que existam

provavelmente 11 mil naufrágios na costa brasileira, aproximadamente

1.600 já foram cadastrados pelo Sistema de Informação de Naufrágios e

apenas 600 foram realmente descobertos e explorados.

• Cavalgadas

Modalidade esportiva que, colocada neste contexto específico dos

produtos no Brasil, exige certa prática e também a disposição física,

envolvendo expedições em locais acidentados e viagens arrojadas.

Pressupõe o uso de cavalos para locomoção em ambientes naturais e

rurais.

137

O Brasil possui a terceira maior tropa do mundo, composta por 5,9

milhões de cavalos, e possui animais, como o manga-larga e o campolino,

que são ideais para as cavalgadas recreativas. Entretanto o Brasil ainda é

praticamente desconhecido como destino turístico para cavalgadas e ainda

está se estruturando para receber esta demanda.

Dentre os destinos nacionais o Pantanal é a grande referencia do país para

a cavalgada, seguido pelo Parque de Aparatos da Serra (RS) e Lajes (SC).

Esportes convencionais

O Brasil exerce liderança mundial em algumas modalidades esportivas,

nos quais os atletas brasileiros se destacam, não apenas pela qualidade

técnica, mas principalmente pelo “jeito” como o fazem. Como no futebol,

no futebol de areia, e nos vôleis de quadra e de areia, por exemplo. Existe

um grande interesse dos turistas estrangeiros que visitam o país,

principalmente dos europeus, por visitarem clubes e assistirem partidas.

No entanto, não existem produtos estruturados adequadamente, que

possibilitam um aproveitamento compatível com a expectativa gerada.

Mas o Brasil se destaca também em modalidades esportivas vinculadas

aos atrativos naturais do país, como a pesca esportiva. E em categorias

onde a exigência é a infra-estrutura própria para a prática, como o golfe,

por exemplo.

2. Pesca Esportiva

A pesca esportiva é uma modalidade ecologicamente correta, sendo a que

apresenta maior número de adeptos é a que conhecida como catch &

release, que consiste basicamente em fisgar e soltar o peixe, tendo como

princípio o prazer e a emoção do pescador na “briga” com o peixe.

Vencida a batalha, o peixe é devolvido ao seu habitat para que não se

perturbe o ecossistema do local de pesca.

138

A pesca esportiva pode ser praticada tanto no mar, em áreas oceânicas e

no litoral, assim como em águas doces de rios e lagos. Por isso o Brasil se

destaca como a nova fronteira deste esporte.

O Brasil concentra uma das maiores diversidades de peixes do mundo,

cerca de 10% de toda diversidade aquática do planeta, e em seu território

estão localizados os rios mais piscosos. A Amazônia, o Pantanal, os rios

Araguaia, São Francisco, e Paraná são alguns dos roteiros excepcionais

consolidados para a pesca esportiva em águas doces. A esses roteiros no

interior do país se pode acrescentar a potencialidade dos milhares de

quilômetros de costa litorânea, que oferecem ótimas opções para a pesca

oceânica.

Em 2003 desembarcaram em território brasileiro cerca de 27 mil

estrangeiros prontos para pescar e estima-se que em 2004 esse fluxo

tenha chegado a 100 mil turistas. Segundo o Bureau Brasileiro de Pesca

Esportiva a média de gasto de um visitante estrangeiro é de US$5,5 mil

pela permanência média de uma semana no país.

3. Golfe

O golfe é o esporte que mais cresce no mundo, com taxa média anual de

10%. Estima-se que dos 50 milhões de jogadores de golfe em todo o

mundo, 30% façam viagens internacionais buscando locais agradáveis

para a prática do golfe, correspondendo a aproximadamente 15 milhões

de turistas, que por conseqüência, são responsáveis por uma receita de

12 bilhões de dólares. O maior grupo é de norte-americanos, onde cerca

de 26,4 milhões de pessoas jogam golfe. Os jogadores de golfe querem,

hoje, campos de golfe que atendam às exigências de beleza e dificuldades

naturais, além de um campo com boa qualidade. É nesse aspecto que o

Brasil surge como um importante destino para a prática de golfe e, de

acordo com dados da European Golf Association, o esporte tem crescido

139

no país num ritmo superior ao índice mundial, em 2004, o crescimento

brasileiro foi de 15%.

O Brasil começou a entrar de vez na rota do turismo de golfe com a

inauguração de campos de alto nível na Bahia, que vem se transformando

em um importante pólo de atração de golfistas. Além disso, o país conta

com um clima propício para a prática da atividade durante todo o ano.

O golfe atrai um tipo de turista de alto poder aquisitivo que gasta em

média 4 vezes mais que o turista convencional e que é fiel ao esporte:

geralmente só viaja para lugares onde é possível praticar o esporte e

optam por destinos com diversos campos.

Portugal, Espanha, Caribe, África do Sul e Estados Unidos são os principais

países que vem investindo neste nicho.

4. Motor

Práticas esportivas e/ou viagens e expedições realizadas com a utilização

de meio de locomoção e veículo motor especial, tais como barcos,

lanchas, jet-sky, ultraleve, motor home, veículos off road.

140

EVENTOS & NEGÓCIOS

Existem duas grandes associações que publicam dados e informações

sobre o setor MICE – Meetings, Incentives, Conventions & Exhibitions. A

Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA) publica

informações sobre as reuniões de associações internacionais com mais de

50 participantes, enquanto a União de Associações Internacionais (UIA)

trabalha com critérios mais complexos. A UIA publica dados em eventos

como 300 participantes no mínimo, dos quais pelo menos 40% devem ser

estrangeiros, com representação de no mínimo cinco nacionalidades e

uma duração média mínima de três dias.

Atualmente 5 países concentram 30% do mercado desse segmento:

Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Reino Unido e França. Mas este é um

segmento muito sensível às oscilações provocadas por mudanças na

economia mundial, espera-se que o crescimento econômico dos países

emergentes, sobretudo China, Índia e até mesmo o Brasil possa promover

mudanças significativas neste mercado.

Não é simples estabelecer o volume turístico do segmento de eventos e

negócios, pois cada país trabalha com argumentos distintos na captação,

na tabulação e interpretação dos dados sobre a motivação da viagem do

turista internacional. No entanto, estima-se que o setor mobilize 20% do

total das chegadas turísticas internacionais, o que representou em 2006

mais de 160 milhões de viagens anuais.

O mais importante é que o turismo de eventos e negócios tem excelente

rentabilidade. Avalia-se que os gastos individuais de um turista de

negócios são, em média, o dobro de qualquer outro segmento. Cabe

ressaltar ainda que este setor é complementar ao turismo em geral, na

medida em que facilita a expansão e compartilha a mesma infra-estrutura

141

de serviços, proporcionando benefícios adicionais aos turistas e à

comunidade local. Os estudos demonstram que este segmento fomenta o

prolongamento da atividade turística e que aproximadamente 40% dos

visitantes retornam ao mesmo destino, acompanhado de suas famílias ou

amigos.

• A Potencialidade do turismo de Eventos e Negócios no Brasil

Em 1992, o Brasil foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento - Rio-92, reunião organizada pela ONU, da

qual participaram 122 chefes de Estado na abertura e 170 delegações

oficiais, com mais de 25 mil participantes, durante duas semanas de

trabalho. A partir de 2001, Porto Alegre passou a sediar o Fórum Social

Mundial (FMS), organização que tem como objetivo se contrapor ao Fórum

Econômico Mundial de Davos; o FSM promove o encontro de

representantes de organizações não governamentais de mais de 100

países, reunindo cerca de 50 mil participantes e uma ampla cobertura da

imprensa internacional. A Rio-92 inseriu o Brasil no circuito de grandes

eventos mundiais e o FSM confirmou a capacidade de realização e as

diferentes alternativas que o país oferece a este segmento turístico.

A cidade de São Paulo concentra a maioria dos negócios deste segmento,

cuja liderança no Brasil e na América Latina neste mercado é indiscutível.

Calcula-se que a capital paulista realize 90 mil eventos por ano, em média

um evento a cada 6 minutos. Em 2006 a capital paulista, por exemplo, foi

sede de 26% dos eventos internacionais registrados pela ICCA que

aconteceram no Brasil, apresentando-se como a cidade mais bem

posicionada de todas as Américas.

Entretanto, há feiras e eventos em praticamente todas as grandes e

médias cidades do país. Ainda citando o Ranking ICCA podemos destacar

o Rio de Janeiro com 23% dos eventos registrados no Brasil, e Salvador

142

com 8% deles. Também apareceram no ranking outras cidades como

Fortaleza, Brasília, Florianópolis, Curitiba, Campinas, etc.

CIDADES BRASILEIRAS NO RANKING ICCA

Posição Atual

Cidade EstadoNº de Eventos 2005 2006

1º São Paulo SP 29 542º Rio de Janeiro RJ 39 483º Salvador BA 18 17

4º Fortaleza CE - 11Brasília DF 6 11

6º Florianópolis SC 3 8

7º Curitiba PR 4 6Campinas SP 1 6

9º Foz do Iguaçu PR 8 4Porto Alegre RS 4 4

11ºGramado RS 1 3Santos SP - 3Vitória ES 2 3

14º

Angra dos Reis RJ - 2Belo Horizonte MG 2 2

Goiânia GO - 2Joinville SC 1 2Natal RN - 2

Ouro Preto MG - 2Recife PE 4 2

143

21º

Águas de São Pedro SP - 1Belém PA 1 1Búzios RJ 1 1Ilhéus BA - 1

Manaus AM 1 1Niterói RJ - 1Paraty RJ - 1

Porto Seguro BA - 1Ribeirão Preto SP 1 1

São Carlos SP - 1São José do Rio

Preto SP - 1São José dos

Campos SP 1 1São Leopoldo RS 1 1

Ubatuba SP - 1Uberlândia MG 3 1

Aracaju SE 3 -Guarujá SP 2 -

Águas de Lindóia SP 1 -Bento Gonçalves RS 1 -

Blumenau SC 1 -Campo Grande MS 1 -

Campos do Jordão SP 1 -Guarapari ES 1 -

Maceió AL 1 -Petrópolis RJ 1 -São Luís MA 1 -

Com oferta turística privilegiada e expansão da estrutura hoteleira, o

Brasil desponta cada vez mais como potencial destino para congressos,

convenções, feiras, exposições e todos os tipos de eventos e já vem

entrando no circuito internacional de captação de eventos.

Em 2005 realizou 145 eventos internacionais, ocupando o 11º no ranking

da ICCA. Em 2006 foram 207 eventos deste tipo.

Como suporte fundamental a esse importante setor, o país já dispõe de

infra-estrutura de centros de convenções capazes de abrigar desde

144

encontros setoriais até grandes congressos internacionais, a exemplo do

que já vem ocorrendo.

E o Brasil tem potencialidade para ampliar muito sua participação no

mercado mundial do turismo de eventos e negócios, por que além da

infra-estrutura e serviços específicos para as atividades relacionadas aos

eventos, a atratividade dos produtos turísticos contribui

extraordinariamente nos argumentos de captação dentro do segmento,

como elemento de diferenciação. Durante as reuniões, feiras, congressos

e ou convenções, a maioria dos participantes sonha com a possibilidade

de visitar a cidade e o entorno do local de hospedagem; assim as atrações

novas, espetaculares ou únicas facilitam, e muito, a venda de destinos

para o turismo de eventos e negócios.

Feiras

A Feira é um momento singular de divulgação em que o expositor pode

interferir e investir diretamente em seu público-alvo e é considerada como

uma ferramenta imprescindível no processo de internacionalização de

empresas.

O crescimento econômico do Brasil, proporcionado pela rápida expansão

do setor de exportações e ampliação do mercado interno de consumo,

insere o país em um contexto de internacionalização crescente, que

desperta o interesse dos investidores e empresários de diferentes setores

produtivos.

Segundo a União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE), é

expressivo o crescimento do mercado brasileiro de feiras de negócios no

Brasil, o país passou de uma agenda de 38 feiras anuais em 1992 para

127 esperados para 2007.

145

Em 2006 só as feiras de negócios promovidas pelos associados à UBRAFE

atraíram cerca de 45 mil compradores estrangeiros e movimentaram R$

3,2 bilhões nas diversas atividades de viabilização e operação das feiras

de negócios, considerando desde locação de área para exposição e

montagem dos estandes até o transporte e recepção dos participantes, o

que por sua vez envolve passagem aérea, tranfer, hotéis, etc.

Congressos

A repercussão do desenvolvimento científico, técnico e cultural do mundo

contemporâneo tem gerado um rápido crescimento do número de

congressos, convenções e reuniões internacionais realizados com o

objetivo de ampliar o debate, promover ajustes e celebrar acordos

multilaterais sobre temas de interesse focado ou que mobilizam diferentes

grupos sociais.

O Brasil conquistou experiências importantes no cenário internacional com

a realização da Rio 92 e das diferentes edições do Fórum Social Mundial,

que deram prestígio e contribuíram positivamente na divulgação do país.

Em algumas áreas, como meio ambiente, cultura e temas sociais, por

exemplo, o Brasil pode exercer uma liderança importante, de destaque, o

que contribuiria na captação de encontros internacionais ligados a esses

assuntos.

• Incentivos

As Viagens de Incentivo se transformaram em um importante aliado das

ações de endomarketing das empresas em todo o mundo. São

consideradas como ferramentas motivacionais, focadas na comemoração

de resultados, cujo objetivo é promover a integração e desenvolver

aprendizados que possam induzir a produtividade do grupo.

146

Conhecer lugares com diversidade ambiental e cultural, paisagens

espetaculares, recursos naturais preservados e que permitem vivenciar

inúmeras atividades fora da rotina, são experiências memoráveis, o que

garante o sucesso e excelentes retornos para as empresas que promovem

viagens de incentivo.

O potencial turístico brasileiro transforma o país em um excelente destino

para o turismo de incentivo.

Por apresentarem excelente oferta de meios de hospedagem, de serviços

e atrativos, algumas das cidades brasileiras são consideradas como

destinos-âncora; lugares com acomodação para grandes grupos e com

atividades suficientes para mantê-los ocupados por três a cinco dias; e

também por serem bem servidas por vôos internacionais diretos e

freqüentes, ligando-as às maiores cidades-portões dos grandes mercados

emissores externos.

Compras

O turismo de compras se caracteriza por viagens destinadas a refazer

estoques de comerciantes estabelecidos e/ou a manter um comércio

informal. Também são realizadas viagens para descoberta de novidades e

para aproveitar liquidações no comércio a varejo em centros urbanos com

lojas e centros de abastecimento de qualidade superior.

Mega Eventos

Viagens realizadas para participação ativa ou passiva em eventos de

proporções enormes, realizados em locais de estrutura física e técnica

especiais e que atraem grande quantidade de pessoas dos mais diversos

segmentos de consumidor. Por exemplo: Grande Prêmio de Fórmula 1,

Jogos Olímpicos, Círio de Nazaré. Estão muito associados ao turismo

cultural religioso, ao esporte turístico e à indústria de entretenimento.

147

Visitas técnicas

Viagens realizadas por estudantes, profissionais e empresários com o

objetivo de conhecer novas tecnologias em centros de excelência em suas

respectivas áreas. Também ocorre para a compra de novas tecnologias e

de produtos. Por exemplo: compra de matrizes de gado em fazendas do

Pantanal, visitas técnicas a plantações de frutas em São Paulo.

148

3. FICHAS ESTRATÉGICAS DOS SEGMENTOS, NICHOS DE MERCADO E GRUPOS DE CONSUMO

SOL E PRAIATurismo de Sol & Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à

recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta

de água, sol e calor.GASTO MÉDIO

DIÁRIO (EM

US$)

ESTADIA MÉDIA

(EM DIAS)

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

80,59* 12,03* 100.000.000 (OMT)PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILEstados Unidos, Espanha, França,

Portugal, países vizinhos (Argentina,

Uruguai, Paraguai...).

Rio de Janeiro, Búzios, Salvador, Recife,

Natal, Fortaleza, Florianópolis.

* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.

149

ECOTURISMOConsiste em uma experiência turística de caráter instrutivo e participativo, a lugares

tanto naturais quanto culturais, que garante o uso sustentável e adequado dos

recursos naturais ao mesmo tempo que é economicamente viável para o setor do

turismo e para as comunidades anfitriãs, assegurando benefícios para todos os

envolvidos diretamente no setor turístico.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

80,59* 12,03* 42.000.000PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Estados Unidos, Canadá, Japão,

Alemanha, Inglaterra, Holanda.

Foz do Iguaçu, Bonito, Fernando de

Noronha, Amazônia (Manaus, Reserva de

Mamirauá, Santarém/Alter do Chão, Ilha de

Marajó), Pantanal, Lençóis Maranhenses,

Jalapão, Chapada dos Veadeiros.

* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.

CAMINHADASAtividade em ambientes naturais, com diversos graus de dificuldade, em que se

busca a contemplação das paisagens e superação dos limites pessoais. As

caminhadas ocorrem em trilhas, caminhos estreitos, geralmente em terrenos com

vegetação de gramíneas ou em matas.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILFoz do Iguaçu, Fernando de Noronha,

Reserva de Mamirauá, Pantanal, Lençóis

Maranhenses, Chapada dos Veadeiros.

150

TURISMO EM CAVERNASO Espeleoturismo (ou Turismo em Cavernas) constitui-se na prática esportiva e

recreativa de visitação a cavernas. Explorar enormes salões ricamente

ornamentados, se esgueirar por condutos estreitos, ou ainda, descer centenas de

metros em seqüências de intermináveis abismos, são algumas das facetas desta

atividade.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILChapada Diamantina; Parque Estadual do

Alto do Ribeira; Cordisburo, Sete Lagoas e

Lagoa Santa; Bonito; Parque Estadual da

Terra Ronca

151

FLUTUAÇÃOModalidade de mergulho leve, de pequena profundidade, em que o praticante usa o

snorkel.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILBonito, Fernando de Noronha, Abrolhos

POSICIONAMENTO DO BRASILO grande destaque do país neste nicho é Bonito devido à concentração de oferta; ao

valor único de seus lagos, rios e nascentes de águas cristalinas, dotados de grande

diversidade de espécies de peixes; além da ótima infra-estrutura para esta

atividade encontrada no destino.

Porém é ainda possível praticar a flutuação em diversos trechos do litoral brasileiro,

de onde se sobre-saem: Noronha (o principal e mais belo parque marinho brasileiro,

sendo considerado um dos melhores lugares para a prática de mergulho do mundo)

e Abrolhos (que está entre os 10 melhores locais do mundo para a prática do

mergulho).

152

OBSERVAÇÃO DE FAUNAA observação de fauna, ou observação da vida selvagem, é uma atividade praticada

como uma expedição para estudar ou só observar os animais em seu habitat

natural.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

França: 4,9 milhõesPRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Estados Unidos, Canadá, França,

Parque Nacional das Emas, Abrolhos, Praia

do Forte, Ilha Mexiana, Garopaba, Prado e

Caravelas.

153

OBSERVAÇÃO DE PÁSSAROSPrática originária dos Estados Unidos e Inglaterra, trata-se da observação de

pássaros em geral, em seu habitat natural, ou seja, praças, parques e terrenos são

próprios para o esporte. São necessários conhecimentos sobre ornitologia, do local e

dos ecossistemas.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

EUA: 27,4 milhões

Inglaterra: 9

milhões

França: 2,3 milhõesPRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILEstados Unidos, Inglaterra, França,

Benelux, Suíça, Alemanha, Países

Nórdicos

Alta Floresta, Manaus, Abrolhos, Pantanal,

Parque Estadual Intervales (SP).

154

CULTURAO turismo cultural engloba atrativos do patrimônio tangível e intangível, incluindo

também atividades e vivências culturais e programas focados nos costumes de

determinado povo ou região. Este segmento proporciona ao visitante mergulhar e

desfrutar do estilo de vida dos habitantes do local, das áreas de entorno e dos

aspectos que determinam sua identidade.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

84.000.000 (OMT)PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Europa

Cidades Históricas de Minas Gerais,

Salvador, Recife, Olinda, São Luis do

Maranhão, Rio de Janeiro.

155

ARQUEOLOGIAO turismo arqueológico consiste no processo decorrente do deslocamento e da

permanência de visitantes a locais denominados sítios arqueológicos, onde são

encontrados os vestígios remanescentes de antigas sociedades, sejam elas pré-

históricas e/ou históricas, passíveis de visitação terrestre ou aquática.

Para esta atividade a quantidade de visitantes deve ser limitada, compatíveis com o

espaço interno dos sítios e coerentes com a fragilidade de seus atrativos,

possibilitando uma experiência turística de qualidade.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILSerra da Capivara e São Miguel das Missões

156

PALEONTOLOGIAPaleontologia pode ser definida como a ciência que estuda os fósseis, restos ou

vestígios de animais ou vegetais que viveram em eras passadas e que por condições

ambientais favoráveis, ficaram preservados nas rochas.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILSouza

157

ÉTNICOO Turismo étnico constitui-se das atividades turísticas decorrentes da vivência de

experiências autênticas através do contato direto com os modos de vida e a

identidade de grupos étnicos.

Busca-se estabelecer uma proximidade com a comunidade anfitriã, participar de

suas atividades tradicionais, observar e aprender sobre suas expressões culturais,

estilos de vida e costumes singulares.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILParque Nacional do Xingú, São Miguel da

Cachoeira, Alta Floresta.

158

FESTAS POPULARESUma festa popular pode ser definida como uma manifestação popular, cuja

intensidade ultrapasse os limites de uma atividade festiva individual, abrangendo o

coletivo. Há vários tipos de festas realizadas em diversos países com manifestações

diferentes: festas religiosas (como as festas juninas), festas regionais (como o Boi-

Bumbá) e nacionais (como o carnaval) e festas internacionais (como o dia da

confraternização mundial / reveillon).

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILRio de Janeiro, Salvador, Olinda, Recife,

Paritins, São Luiz do Maranhão, Caruaru,

Campina Grande

159

CIDADES PATRIMÔNIONestas viagens o turista costuma experimentar lugares e atividades que

representam a autenticidade do destino turístico, com sua gente, sua história, suas

lendas, seu patrimônio, etc., incluindo os recursos culturais, históricos e naturais,

cuja importância é geralmente validada através do processo de tombamento.

As cidades e seu conjunto de edificações são a expressão mais clara de um povo em

determinado momento histórico e são exemplos da sua forma de viver. Constituem-

se em criações mais duráveis do que outras manifestações culturais, e resultam da

diversidade de técnicas e agenciamento dos espaços urbanos e edificados, muitas

vezes incorporando outras artes como a escultura, a pintura, o mobiliário e

manifestações de caráter popular.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILBrasília, São Luís do Maranhão, Olinda,

cidades históricas de MG, Salvador, Missões

160

INTERCÂMBIOTurismo de estudos e intercâmbio constitui-se da movimentação turística gerada

por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação,

ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 50,00 / dia 42 dias

1,5 milhões

(demanda atual de

ensino médio)

30 bilhões / ano

(mundo / demanda

atual de ensino

médio)PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILEstados Unidos, Canadá, Alemanha,

Reino Unido

161

ESPORTES DE AVENTURACompreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de

aventura de caráter recreativo ou competitivo. Tais atividades constituem-se em

experiências físicas e sensoriais que envolvem desafio, risco avaliado e controlável,

utilização de procedimentos, técnicas e equipamentos específicos. Devem

contemplar ainda, em sua prática, comportamentos e atitudes que possam evitar e

minimizar possíveis impactos negativos ao ambiente, ressaltando o respeito e a

valorização das comunidades receptoras.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILJalapão, Foz do Iguaçu, Serra do Cipó,

Fernando de Noronha, Brotas

162

TREKKINGSignifica caminhar, trilhar por grandes distâncias com alguma motivação. O atleta

pode seguir sozinho ou em grupos por trilhas, caminhos ou estradas em meio à

natureza. Não existe faixa etária, percurso, ritmo ou duração definida para os

praticantes, como também não há um equipamento especial, somente o essencial

como botas de caminhada, roupas leves ou agasalho para frio, lanterna, pilha,

bússola, barraca, saco de dormir e kit de primeiros socorros.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILFernando de Noronha, Chapada dos

Guiamarães, Chapada dos Veadeiros,

Estrada Real MG, Lençóis Maranhenses,

Serra dos Ógãos, Parque Nacional da Tijuca

163

SURFO Surf é considerado parte do grupo de esportes radicais, dado seu aspecto criativo,

cuja proficiência é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados.

Praticado na superfície da água, a emoção do surfe é deslizar sobre ou dentro de

tubos formados por ondas o maior tempo possível e com ajuda de uma prancha.

Para fazer as manobras, o sufista usa o peso do corpo, a pressão dos pés e, é claro,

muito equilíbrio.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

5.000.000PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Florianópolis, Fernando de Noronha, Trairi,

Jericoacoara.

164

RAFTINGConsiste em descer rios sobre botes infláveis tomando-se o cuidado de desviar de

pedras e outros obstáculos. O grau de dificuldade depende das características do rio

e do regime de chuvas na Região. Praticado em equipe, o rafting é uma modalidade

esportiva que coloca o atleta, esporádico ou praticante regular, diante do desafio,

da superação dos próprios limites e gera espírito de equipe, organização,

cooperação, comunicação e liderança.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILJalapão, Santo Amaro da Imperatriz, Timbó,

Três Rios, Canela, Casimiro de Abreu,

Itacaré, São Luiz do Paraitinga.

165

VÔO LIVREVôo-Livre é um esporte radical, com vôo não motorizado, que utiliza a atividade

térmica e do vento para realizar vôos locais ou distantes, possibilitando alterar tanto

a velocidade quanto a trajetória e, por exemplo, escolher o local de pouso. As duas

principais modalidades são asa-delta e parapente.

Os melhores locais para a prática de vôo livre são as regiões de clima seco, onde o

atleta poderá aproveitar melhor as térmicas (massas de ar). As cidades litorâneas

com montanhas também são boas para a prática.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

200 mil a 300 mil

(praticantes)PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Quixadá, Sobral, Rio de Janeiro, Formosa.

166

CANYONING E PRÁTICAS VERTICAISCanyoning é a descida ou exploração desportiva de cânions, rios em garganta ou

desfiladeiros, aliando-se também técnicas do montanhismo, rafting e espeleologia.

Dentre outras práticas verticais pode-se citar: a escalada (subida de paredões de

montanhas, prédios, cavernas, etc. utilizando-se técnicas de alpinismo), rapel

(técnica usada para efetuar uma descida vertical com o auxílio de uma corda),

montanhismo (prática de subir montanhas através de caminhadas ou escaladas).

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILSão Luiz do Paraitinga, Pirenópolis, Chapada

Diamantina, Serra dos Órgãos.

167

MERGULHOEsporte aquático praticado em rios, mar, lagoas a fim de se observar as belezas

submersas. Pratica-se duas formar de mergulho, o livre, com o uso do snorkel e o

autônomo, utilizando cilindro de ar comprimido. Em geral, os mergulhadores

consideram 5 aspectos na avaliação de um local para a prática de mergulho: a

limpidez da água, a visibilidade, as atividades e a diversidade da vida subaquática,

as instalações específicas e os equipamentos para a prática do esporte e a facilidade

de comunicação com as pessoas do local escolhido.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

6.000.000 (nº

praticantes)PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Alemanha, França, Itália, Reino

Unido, Estados Unidos, Austrália

Fernando de Noronha, Abrolhos, Ilha

Grande, Búzios, Arraial do Cabo, Guarapari,

Búzios, Paraty, Bombinhas, Ilhabela,

Salvador.

168

ESPORTES CONVENCIONAISOs esportes convencionais constituem um fenômeno sócio-cultural, que envolve a

prática voluntária de atividade predominantemente física competitiva com finalidade

recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com

finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou

aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

169

CAVALGADAA cavalgada ou turismo eqüestre propõe passeios organizados e maiores, com

animais de qualidade e guias treinados. Para quem gosta de cavalgar, a

hospedagem não é o item que mais importa, mas sim a segurança e a qualidade da

travessia e a paisagem avistada.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 2.200 (sem

aéreo)7 a 10 dias

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILParque do Pantanal, Parque Aparatos da

Serra, Lages.

170

PESCA ESPORTIVAPratica-se com linha de mão ou aparelho permitido, desde que não seja para fins

comerciais e que se preserve os recursos naturais. Na pesca esportiva o maior

atrativo do turista pescador é o peixe, de preferência em quantidade e de bom

tamanho. Dado ao tempo necessário para que um peixe cresça e atinja tamanho

para atrair o turista, a sua soltura é uma das bases fundamentais para que a pesca

esportiva cresça e se estabeleça de forma sólida e duradoura.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 5.500 –

preço médio dos

pacotes para 1

semanaPRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Vitória, Barcelos, Humaitá, Canavieiras,

Arraial do Cabo, Corumbá, Aquidauna,

Miranda, Cárceres, Formoso do Araguaia,

Santarém, Ilha Mexiana, Angra dos Reis,

Florianópolis

171

FUTEBOLO futebol é o esporte coletivo mais praticado no mundo e cada vez vem ganhando

popularidade em diversos países sem muita tradição neste jogo como Estados

Unidos, Japão,Coréia do Sul, etc. O torneio mais prestigiado do futebol é a Copa do

Mundo Fifa, os maiores vencedores são Brasil (1958, 1962, 1970, 1994, 2002),

Itália (1934, 1938, 1982, 2006) e Alemanha (1954, 1974, 1990).

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

172

GOLFEDe origem escocesa, este esporte consiste em arremessar, com ajuda de um taco,

uma pequena bolinha ao longo de um percurso que termina num buraco - onde a

bolinha deve cair. O golfe é jogado em campos de grama, com um ou mais

percursos delimitados. O objetivo do jogo é colocar a bolinha nesse buraco com o

mínimo de tacadas possível. Para dificultar a tarefa, o trajeto até o buraco pode

incluir pequenos lagos, poços de areia, árvores e locais com grama mais alta.Os

jogadores de golfe querem, hoje, campos de golfe que atendam às exigências de

beleza e dificuldades naturais, além de um campo com boa qualidade

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

16.600.000 (nº. de

praticantes que

fazem viagens

internacionais)PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Estados Unidos

Rio de Janeiro, Trancoso, Búzios, Foz do

Iguaçu, Montanhas Capixabas, Costa do

Sauípe, Itapema, Guarujá, Mogi das Cruzes

173

MOTORPráticas esportivas e/ou viagens e expedições realizadas com a utilização

de meio de locomoção e veículo motor especial, tais como barcos, lanchas,

jet-sky, ultraleve, motor home, 4X4, 4X2, buggies, motocicletas. A principal

modalidade do esporte são as expedições off road ou fora de estrada que

constituem-se em viagens mais ou menos longas, realizadas a bordo de

veículos com tração nas quatro rodas por ambientes naturais como: trilhas,

praias, desertos, dunas, estradas de terra, ou seja, por caminhos

alternativos de acesso muito difícil ou mesmo impossível para o tráfego de

veículos convencionais.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

POSICIONAMENTO DO BRASIL

174

VELAOs principais destinos e produtos do turismo náutico são aqueles que, além de

possuir uma beleza natural que atraia turistas possuam uma infra-estrutura náutica

capaz de recebê-los. Por infra-estrutura náutica entendem-se marinas, iate clubes

ou clubes náuticos que ofereçam vagas aos velejadores, sejam elas vagas secas ou

molhadas (no mar) e serviços que venham a complementar a sua oferta, como

serviços de lavagem dos barcos, manutenção, restaurantes, entre outros.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

114,00 euros/dia 2.000.000PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILEuropa, EUA Florianópolis, Jijoca, Ilha Bela

175

VÔLEI DE PRAIA O vôlei de praia nasceu nas praias de Santa Mônica, Califórnia como forma de lazer

na década de 1920. O primeiro torneio oficial aconteceu em 1947 em State Beach,

também na Califórnia, onde o esporte foi incorporado ao estilo de vida da

população.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

176

NEGÓCIOS E EVENTOSConstitui-se em viagens a congressos de todas as espécies, conferências,

seminários, palestras, feiras, ou qualquer outro tipo de reunião de pessoas, em

torno de um ou vários assuntos.

Avalia-se que os gastos individuais de um turista de negócios são, em média, o

dobro de qualquer outro segmento. Cabe ressaltar ainda que este setor é

complementar ao turismo em geral, na medida em que facilita a expansão e

compartilha a mesma infra-estrutura de serviços, proporcionando benefícios

adicionais aos turistas e à comunidade local. Os estudos demonstram que este

segmento fomenta o prolongamento da atividade turística e que aproximadamente

40% dos visitantes retornam ao mesmo destino, acompanhado de suas famílias ou

amigos.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 112,9* 8 dias* 160 milhõesPRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto

Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Foz do

Iguaçu, Campinas...

* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.

177

FEIRASA Feira é um momento singular de divulgação em que o expositor pode interferir e

investir diretamente em seu público-alvo e é considerada como uma ferramenta

imprescindível no processo de internacionalização de empresas.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 112,9* 8 dias*PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.

178

CONGRESSOSOs congressos, convenções e reuniões internacionais são realizados com o objetivo

de ampliar o debate, promover ajustes e celebrar acordos multilaterais sobre temas

de interesse focado ou que mobilizam diferentes grupos sociais.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 112,9* 8 dias*PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.

179

INCENTIVOSO turismo de incentivo envolve as chamadas viagens-prêmios, concedidas com o

objetivo de incentivar o desempenho profissional e/ou recompensar o cumprimento

de metas como cota de venda para o pessoal de vendas, de compra para

consumidores, melhoria de padrões qualitativos, etc. Possuem um forte apelo

cultural emocional e psicológico que proporcionam aos vencedores o lazer e o

descanso merecidos em meio às atividades grupais prazerosas e altamente

socializadoras.

Assim, tais viagens caracterizam-se, por envolverem geralmente grandes grupos de

pessoas e por incluírem serviços exclusivos em lugares únicos. Portanto é

importante que o destino conte com equipamentos e atrativos diferenciados, com

flexibilidade operacional e de serviços para construir algo diferente, garantindo que

as pessoas jamais tenham outra viagem igual. Neste sentido, os resorts, por

exemplo, por possuírem a facilidade do sistema de all inclusive e cenário próprio

para atender a esta demanda, configuram-se em importantes produtos de incentivo.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

7 dias

5 dias (de 3 a 7)

EUA – 1.200.000

(sem distinção

viagens nacionais e

internacionais)PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Portugal, Itália

Rio de Janeiro, Costa do Sauípe, Salvador,

Foz do Iguaçu, Florianópolis, Ilha de

Comandatuba, Trancoso, Bonito, Angra dos

Reis, Porto de Galinhas, Cabo de Santo

Agsotinho, Amazonas (Hotéis de Selva),

Pantanal, Fortaleza, Porto Seguro. Resorts e

Cruzeiros.

COMPRAS

180

O turismo de compras se caracteriza por viagens destinadas a refazer estoques de

comerciantes estabelecidos e/ou a manter um comércio informal. Também são

realizadas viagens para descoberta de novidades e para aproveitar liquidações no

comércio a varejo em centros urbanos com lojas e centros de abastecimento de

qualidade superior.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

POSICIONAMENTO DO BRASIL

VISITAS TÉCNICASViagens realizadas por estudantes, profissionais e empresários com o objetivo de

conhecer novas tecnologias em centros de excelência em suas respectivas áreas.

Também ocorre para a compra de novas tecnologias e de produtos.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

MEGA EVENTOSViagens realizadas para participação ativa ou passiva em eventos de proporções

enormes, realizados em locais de estrutura física e técnica especiais e que atraem

grande quantidade de pessoas dos mais diversos segmentos de consumidor.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILSão Paulo, Rio de Janeiro

181

GRUPOS DE CONSUMO E NICHOS DE MERCADO PESQUISADOS PELA EMBRATUR

MOCHILEIROSTuristas jovens e econômicos que mostram preferência por acomodações baratas,

enfatizam o encontro com outras pessoas (locais e estrangeiras), organizam o

itinerário da viagem de forma independente e flexível, seus períodos de férias são

longos e buscam atividades recreativas informais e participativas. Geralmente

visitam diversos lugares e priorizam para escolha dos destinos a diversidade

cultural, a presença de atrativos famosos (ícones) e patrimônio reconhecido,

segurança, sistema de transporte eficiente, preço viável,

receptividade/hospitalidade da população local.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 30,00

20 a 30 dias /

mundo

52,7 dias / BrasilPRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILInglaterra, Alemanha, França,

Estados Unidos, ArgentinaRio de Janeiro, Bahia, Foz do Iguaçu

182

LUA DE MELO Turismo de Lua-de-Mel constitui-se em viagens de casais em núpcias, ou que

estão comemorando bodas e/ou o que querem realizar a cerimônia de casamento

como parte da viagem. Tratam-se de viagens organizas por agências especializadas

e, portanto a comercialização se dá geralmente através de pacotes. Os produtos de

lua-de-mel caracterizam-se por serviços de qualidade e personalizados, em lugares

“paradisíacos” com boa infra-estrutura. Possuem ainda uma característica muito

peculiar que é o papel fundamental do imaginário do turista no processo de escolha

do destino. Segundo empresas especializadas, a procura por este tipo de viagens

cresceu cerca de 250% em 2005.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 1.500 a

2.000 (preço do

pacote)

7 a 12 dias

PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL

Estados Unidos, Argentina,

Alemanha, Portugal, Japão.

Fernando de Noronha, Natal, Fortaleza, Rio

de Janeiro, Maceió, Chapada dos Veadeiros,

Serras Gaúchas.

183

GLSO Turismo GLS, embora ainda não possua uma definição aceita nem pela OMT, nem

pelo Ministério do Turismo, é entendido como o turismo voltado a gays, lésbicas,

bissexuais, transgêneros e simpatizantes. Dentro desses “simpatizantes” podemos

incluir familiares, amigos e curiosos do mundo gay que muitas vezes os

acompanham em suas viagens.

No caso do Turismo GLS, a operação dos produtos busca locais com menores

índices de preconceitos e aceitação da sociedade, e oferece guias especializados

sobre lugares direcionados para o grupo. A diferença fundamental do pacote

montado para este mercado dos demais são os serviços oferecidos, como a escolha

do hotel e as saídas noturnas.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 200,00PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILEstados Unidos, Argentina, França,

Itália, Espanha, AlemanhaSão Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis

184

SAÚDE E BEM-ESTARO Turismo de Saúde é motivado por razões relacionadas à saúde, seja ela física ou

mental. Trata-se de um conceito amplo que engloba tanto questões terapêuticas

quanto questões estéticas. Pode ser subdividido em Turismo Médico e Turismo de

Bem-Estar:

O Turismo Médico é motivado tendo em vista a busca por procedimentos médicos,

odontológicos, cirúrgicos e não-cirúrgicos que podem estar relacionados tanto às

questões terapêuticas como às estéticas. Neste caso, o principal fator motivador do

deslocamento a outros países para a realização de tratamentos médicos é o valor

mais baixo dos serviços – o que pode ser encontrado em países do Leste Europeu,

África, Oriente Médio, Ásia e América Latina – e com uma qualidade dos serviços de

excelência equivalente, e em alguns casos superior a dos tratamentos oferecidos

nos Estados Unidos e Europa, mercados referência por serem os principais

emissores.

O Turismo de Bem-Estar é aquele que oferece programas e atividades

desenvolvidos para

aperfeiçoar ou equilibrar as condições físicas ou espirituais de um indivíduo ou

grupo de pessoas. caracterizado por tratamentos estéticos e terapêuticos realizados

em SPAs.

GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA

POTENCIAL NO

MUNDO EM Nº.

DE TURISTAS.

POTENCIAL EM

FATURAMENTO

US$ 120,00 22 diasPRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASILInglaterra, Itália, França, Japão,

Holanda, Alemanha, Estados Unidos,

Portugal, Espanha

São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Bahia

185