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 Noções básicas sobre piscicultura e cultivo em tanques-rede no Pantanal

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Noções básicas sobre piscicultura ecultivo em tanques-rede no Pantanal

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Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa PantanalMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento  

Noções básicas sobre piscicultura ecultivo em tanques-rede no Pantanal 

Flávio Lima Nascimento1 Márcia Divina de Oliveira2 

Embrapa PantanalCorumbá, MS2010

1 Dr., Embrapa Pantanal ([email protected])2 Dra., Embrapa Pantanal ([email protected])

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Exemplares desta publicação podem ser solicitados à Embrapa Pantanal

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1ª edição1ª impressão (2010): formato digital

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constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Embrapa Pantanal

Nascimento, Flávio Lima.

Noções básicas sobre piscicultura e cultivo em tanques-rede no Pantanal[recurso eletrônico] / Flávio Lima Nascimento, Márcia Divina de Oliveira. - Dadoseletrônicos. – Corumbá : Embrapa Pantanal, 2010.

28 p.Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader

Modo de acesso: <http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/CAR03.pdf>Título da página da Web (acesso em 31 dez. 2010)

ISBN 978-85-98893-18-1

Disponível também na versão impressa.ISBN 978-85-98893-19-8

1. Peixes. 2. Sistemas de cultivo. 3. Manejo. 4. Qualidade da água. I. Oliveira,Márcia Divina de. II. Título. III. Embrapa Pantanal.

CDD 639.31 (21. ed.) ©Embrapa 2010

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Sumário

Introdução ....................................................................... 5 

1. Sistemas de cultivo em piscicultura ......................... 6 

Sistema extensivo..................................................... 6 

Sistema semi-intensivo ............................................. 8 

Sistema intensivo...................................................... 9 

Sistema superintensivo........................................... 10 

Cultivo em tanques-rede ....................................... 13 

Composição do tanque-rede .................................. 13 

Instalação dos tanques-rede .................................. 16 

2. Manejo em piscicultura - alimentação .................... 19 

Monitoramento da qualidade da água em tanques-

rede ........................................................................ 20 

3. Principais problemas em piscicultura em tanques-

rede ................................................................................ 25 

Principais agentes patógenos (parasitas e doenças) 26 

Bibliografia .................................................................... 28 

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Introdução

A piscicultura trata do cultivo de peixes .O cultivo envolveinstalações naturais ou artificiais, alimentação e manejocom vistas a aumentar a produção de peixes.

As primeiras informações sobre criação de peixesocorreram na China cerca de 2000 aC. No final do séculoXX aumentaram muito as informações sobre a criação depeixes, particularmente no que se refere à reprodução e

alimentação para se obter crescimento eficiente.Nos sistemas de cultivo atuais, em várias partes domundo, tem-se o domínio em nível genético e controletotal do ambiente de confinamento dos peixes.

No Brasil ainda estamos iniciando o processo demelhoramento genético para algumas espécies, mas

ainda vai demorar um pouco para atingirmos o controledesejado.

Para que uma espécie possa ser utilizada em cultivo,deve apresentar algumas características básicas, como:

- Adaptação ao clima dos locais de cultivo;

- Crescimento rápido;

- Hábitos alimentares de preferência onívoros (sealimentam de tudo)

- Resistência a elevadas densidades de cultivo;

- Aceitação pelo mercado consumidor.

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1. Sistemas de cultivo em piscicultura

Existem diferentes sistemas de cultivo de peixes.

Sistema extensivo

É praticada em reservatórios de pequenas ou grandesdimensões, naturais ou artificiais. Neste sistema, onúmero de peixes por unidade de área é baixo, a

alimentação é restrita ao alimento naturalmente existentee não há controle sobre a reprodução. Em outraspalavras, esses reservatórios  foram construídos paraoutra finalidade, por exemplo, para armazenar água parairrigação, para bebedouro de animais, energia elétrica,etc (Figuras 1 e 2). A piscicultura aparece como umaproveitamento a mais desses reservatórios.

Nesta modalidade de piscicultura não se alimentam ospeixes regularmente e não se fertiliza a água comfertilizantes orgânicos ou inorgânicos.Os peixes sealimentam dos organismos presentes no próprioambiente. A produção é baixa e varia de 100 a1000Kg/ha/ano.

A produção de peixes nesta modalidade dependeprincipalmente de dois fatores:

a) capacidade de suporte alimentar do ambiente, ou seja,da produtividade natural da água que depende daquantidade de nutrientes (fosfatos, nitratos e materiaisorgânicos) da água e do solo;b) escolha de espécies adequadas, taxa de povoamento

e sobrevivência do povoamento efetuado.

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Figura 1. Açude em Minas Gerais.

Figura 2. Reservatório de Itaipu, PR.

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   N  a  s  c   i  m  e  n   t  o

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Sistema semi-intensivo

Os viveiros geralmente medem de 1.000 a 60.000 m2 

com troca diária de água de 1% a 10%. Este sistema secaracteriza pela maximização da produção de alimentonatural (fito e zooplâncton, bentos e macrófitas), a partirdo aporte de minerais que pode ser feito com adubosorgânicos (esterco de bovinos, suínos, eqüinos, etc.) ouquímicos (fontes de nitrogênio e fósforo), para servircomo principal fonte de alimento dos peixes.

Para aumentar diretamente a produção ou o crescimentodos peixes usam-se “alimentos artificiais” (alimentosartificiais são todos os alimentos que não são produzidosnos viveiros) que o piscicultor coloca no viveiro.

No sistema semi-intensivo a piscicultura é praticada emviveiros construídos estritamente para se criar peixes

(Figura 3). Estes viveiros são totalmente drenáveis, umaou mais vezes por ano.

Figura 3. Sistema semi-intensivo, construção de tanque em Minas Gerais.

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Os viveiros são povoados somente com peixes decultivo. Todo esforço é feito para impedir a penetraçãode peixes selvagens indesejáveis (esses peixes

selvagens competem com os peixes de cultivo poralimentos naturais e consomem valiosos alimentosartificiais). Os peixes selvagens carnívoros colocam emrisco o povoamento dos peixes de cultivo, nesse tipo desistema.

Sistema intensivo

Tal qual no sistema semi-intensivo os viveiros sãoplanejados, escavados com máquinas e possuemdeclividade para facilitar o escoamento da água edespesca dos animais. A diferença está na renovação daágua, para suportar a biomassa de pescado estocada ecarrear as excretas para fora.

Dependendo da disponibilidade e da qualidade da águapode-se estocar entre 1 a 10 peixes por metro quadrado.O fluxo de água é controlado para manter, no mínimo,um teor de oxigênio dissolvido (OD) de 8 ppm.

Como a densidade de estocagem de peixes é alta, oalimento natural não é capaz de manter sozinho odesenvolvimento completo dos animais. Portanto, se faznecessário o fornecimento de uma ração balanceada.

Com adubação podem-se alcançar produtividades de até3.500 kg/ha/ano. Se for utilizada ração balanceada eaumentada a renovação da água pode-se alcançarprodutividades de até 6.000 kg/ha/ano.

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É realizado em viveiros especialmente construídos paraessa finalidade (Figura 4), geralmente em monocultivo

(somente uma espécie).

Figura 4. Sistema intensivo em Cachoeirão, MS.

Sistema superintensivo

Usam-se tanques de pequeno porte, geralmente dealvenaria, com grande fluxo de água de boa qualidadepara promover a renovação total da água em um curtoperíodo de tempo (Figuras 5 e 6).

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Figura 5. Sistema superintensivo de criação de trutas em Maringá, MG.

Figura 6.  Sistema superintensivo de criação de trutas em Campos do

Jordão, SP.

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Nesse sistema os peixes são estocados em altadensidade em um longo tanque que exige um contínuofluxo de água (Figura 7), que garante para o pescado um

fornecimento de oxigênio dissolvido suficiente, e eliminaos dejetos metabólicos. Aqui a densidade de estocagemnão é considerada por unidade em m2  e sim porbiomassa em m3.

No sistema superintensivos os peixes são alimentadossomente com alimento comprimidos (peletes) ousemelhante, balanceados com tipos e teores deproteínas, minerais, vitaminas e outros ingredientesindispensáveis para o seu crescimento.

Este tipo de alimento é bastante caro, por isso cultivam-se peixes de alto valor de mercado. Nesta modalidade depiscicultura não se pode contar com os alimentosnaturais da água.

Figura 7. Piscicultura de trutas em sistema superintensivo em Campos doJordão, SP.

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São muitas as possibilidades do cultivo superintensivo,que é um novo ramo da piscicultura e que já apresentaum alto grau de desenvolvimento em várias partes do

mundo. É mais uma opção disponível ao piscicultor parao cultivo de espécies brasileiras de alto valor comercial.

Cultivo em tanques-rede

Este sistema de piscicultura foi inicialmente aplicadoquase tão somente para cultivar trutas. Quando ostanques puderam ser fabricados de materiais nãoperecíveis e a fabricação dos alimentos artificiaiscomprimidos tornou-se possível, a pisciculturasuperintensiva foi expandida para cultivos de outrasespécies de peixes mais preciosas, como a enguia,bagre de canal (EUA), bagre da Europa, tilápia nilótica,

salmão do Atlântico, etc.

No caso da piscicultura superintensiva uma únicaespécie de peixe é cultivada em alta densidade depovoação (em cada metro cúbico de gaiola ou tanquespequenos coloca-se de 20 a 200 peixes).Os tanques-rede podem ser encontrados de diferentesmateriais no mercado. O tipo mais indicado possui as

características descritas abaixo:

Composição do tanque-rede

Dimensões: 2,0 m x 2,0 m x 1,7 m, com 4,0 m3  úteis(Figura 8).

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Quadro: tubos redondos de ferro de 1,1/2”, parede 2 mm,galvanizado a fogo.

•  Curvas: em ferro modular para fechamento doquadro tubular, galvanizado a fogo.•  Suporte: em ferro nodular galvanizado a fogo.•  Trava central: bocal nodular e tubo 1,1/2”, paredede 1,2 mm.•  Flutuadores: quatro bóias de 37 litros, empolietileno, na cor amarela, com proteção anti-UV.•  Tampa: basculante em cantoneira de ferro ¾ x1/8, com porcas soldadas (tipo MIG) para fixar a telagalvanizada a fogo e varetas BWG 6 galvanizadas, parafixar, onde se entrelaçam com a tela em malha 19 mm,arame 1,24 mm (18) ou 1,65 mm (16), em PVC de corcinza, compondo duas tampas basculantes, abrindo nasduas metades superiores do tanque.•  Fixadores de telas: varetas galvanizadas BWG 6;•  Parafusos, porcas e arruelas: galvanizados a fogocentrifugado.•  Costura para emenda de telas: arame 1,24 mm(18) ou 1,65 mm (16), em PVC cor cinza.•  Corpo: tela em malha 19 mm no arame de 1,24mm revestido com PVC de alta aderência.•  Tela de nylon (40 cm) cobrindo todo perímetro,como retentor de ração.

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Instalação dos tanques-rede

O local:

O local de instalação dos tanques deve ser previamenteavaliado em relação à profundidade (que deve ser depelo menos uma vez e meia a do tanque); a velocidadedo fluxo e a qualidade da água.

Posicionamento:

O posicionamento dos tanques deve ser perpendicularao fluxo da corrente, um ao lado do outro para evitar que

a mesma água seja utilizada por diferentes tanques.

Fixação dos tanques:

A fixação dos tanques pode variar de acordo com ascaracterísticas de cada local:Em canal estreito, podem ser amarradas em estacasfixas nas margens; ou onde as dimensões são maiores,

ancoradas com poitas posicionadas de maneira a manteros tanques imóveis.

As poitas devem ser construídas como bolsas, com telade arame galvanizado, preenchidas com pedras, a fim demelhor acomodar-se à variada conformação do fundo.Os tanques devem ser posicionados em fileiras, semdeixar uma de frente para o outro, mantendo uma

distância de dois tanques, entre si. Na fileira, os tanquesdevem ser separados por distância de pelo menos umtanque, entre si.

O cultivo de peixes em tanques-rede já bastantedifundido no Brasil e no mundo. Como exemploapresentamos algumas imagens de parques de cultivoem alguns locais no Brasil (Figura 9) e no Pantanal(Figura 10).

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Figura 10. Cultivo em tanques-rede no Pantanal. 

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2. Manejo em piscicultura - alimentação

Os alimentos de baixa qualidade possuem menor

estabilidade na água e consequentemente maior cargapoluente, levando a uma menor produtividade aodissolver na água. Já a ração de alta qualidade possuimaior estabilidade na água, menor carga poluente epromove uma maior produtividade.

Como ponto fundamental a ração deve possuir a

quantidade correta de proteína e energia para cada tipode peixe e de acordo com a fase de crescimento.Também deve possuir componentes de altadigestibilidade, o que vai melhorar o desempenho dopeixe, diminuir a necessidade de ração e o volume defezes excretado por ele, minimizando a eutrofização doambiente. Além disso, a ração deve possuir propriedadesfísicas adequadas (estabilidade na água, granulometria e

tamanho).

Quanto à espécie, há uma diferença básica: peixescarnívoros possuem maiores exigências de proteína eenergia na ração do que peixes onívoros. Por isso, nahora da escolha da ração deve-se levar em conta qual aespécie a ser criada.

Exemplo de alimentação eficiente para surubins, com 01(uma) refeição por dia na Tabela 1.

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Tabela 1. Peso e porcentagens utilizadas para calcular anecessidade diária de ração para uma alimentação eficientede surubins.

Peso do peixe(g) 

Estimativa da necessidadediária de ração

(% peso do peixe/dia) 

15 a 50 5%

50 a 150 3 a 5%

150 a 600 2 a 3%600 a 1.000 1,5 a 2%

1.000 a 2.000 1 a l,5%

2.000 ou mais 0,5%

Monitoramento da qualidade da água em tanques-rede 

Qualquer análise de água para fins de piscicultura emtanques-rede deve ter dois enfoques principais: aqualidade da água para o cultivo e a influência do cultivona qualidade da água.

No caso específico dos rios do Pantanal, deve-seobservar principalmente a ocorrência do fenômeno de“decoada”, o qual pode causar mortalidade maciça nostanques, sendo o principal fator restritivo ao cultivo depeixes em tanques-rede no Pantanal.

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A decoada ocorre durante a inundação, todos os anos,em maior ou menor intensidade. O fenômeno éobservado principalmente na área de influência do rio

Paraguai, através de uma mudança visual nascaracterísticas da água. Caracteriza-se por queda naconcentrarão do oxigênio  dissolvido e o aumento dosníveis de gás carbônico dissolvido ou livre (CO2  L) ediminuição do pH, para valores baixos como 5,0. Alémda alteração da concentração dos gases respiratórios,observa-se mudança na cor, sabor e odor da água.

Outras variáveis como temperatura, condutividadeelétrica (quantidade de sais na água), nutrientes(nitrogênio e fósforo), material em suspensão (orgânicoou inorgânico) também devem ser consideradosdependendo de cada ambiente. Rios como o Taquari,que carregam muito sedimento inorgânico, devem seravaliados quanto à influência desses sedimentos para as

espécies de peixes, pois o confinamento podepotencializar o efeito desse sedimento.

A freqüência das medidas pode ser mensal, semanal, oudiária quando se esta aproximando do período deocorrência da decoada.

Nas águas do Pantanal a temperatura varia entre 17 °C

e 34 °C, permanecendo em torno dos 27°C a maior par tedo ano, portanto, favorável ao cultivo de muitas espéciesde peixes tropicais (Tabela 2).

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Tabela 2. Faixa de temperatura da água (ºC) e desempenhoesperado (alimentação), em regiões tropicais.

Temperatura daá ua ºC  

Desempenho esperado

28 a 30 Consumo ótimo

< 24 Consumo de alimento reduzido

< 18 Consumo de alimento cessa

10 a 14Limitante para a maioria dos peixestropicais

As águas do Pantanal são em geral pobres em saisdissolvidos (baixa condutividade) nutrientes e algas,portanto, a eutrofização (excesso de nutrientes e altaprodução das algas) que é comum nos tanques depiscicultura dificilmente será observada nos rios do

Pantanal. No entanto, algumas baías menores doPantanal podem apresentar floração de algas durante aépoca seca.

Devido às particularidades de cada ambiente, a escolhado ambiente para cultivo em tanques-rede éfundamental. Ambientes rasos ou com variação de nívelmuito grande, que são comuns no Pantanal não são

recomendados. Durante a época seca, a decomposiçãoda matéria orgânica também podem baixar os níveis deoxigênio para valores muito baixos e causar mortalidadede peixes.

A renovação de água no cultivo também é muitoimportante para a manutenção da qualidade da água.

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Locais com fluxo são preferidos em relação a águasparadas. A limpeza dos tanques, que podem ficarfechados por algas ou por moluscos como o mexilhão

dourado, também é fundamental para se obter boaqualidade da água dentro dos tanques.

Para a manutenção da qualidade da água no ambientede cultivo é preciso cuidar para que o próprio cultivo nãodeteriore a qualidade da água. Para isso, monitoraralgumas variáveis dentro e fora dos tanques é importantepara saber a capacidade suporte do ambiente, ou seja, oquanto se pode cultivar em determinado ambiente.

As mesmas variáveis utilizadas para avaliar a qualidadeda água para o cultivo são usadas para avaliar o efeitodo cultivo sobre a qualidade da água (Figura 11). Essemonitoramento normalmente é feito mensalmente, econsta de análise da água e do sedimento.

Avaliar a concentração de nutrientes na água em áreascom e sem influencia do cultivo ajuda a entender quantode nutrientes está sendo adicionado ao ambiente porexcretas dos peixes ou resto de ração. Mas é nosedimento do fundo do rio ou lago que os produtos daexcreção dos peixes e alguma sobra de ração irão seacumular e provocar mudanças no ambiente ao longo do

tempo. Por isso, é preciso monitorar a água e osedimento.

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3. Principais problemas em piscicultura emtanques-rede

Alguns problemas são rotineiros na produção de peixesem tanques-rede, conforme descrevemos a seguir:

Deslocamento de plantas aquáticas (baceiros ecamalotes)Com as alterações do nível da água e/ou a ocorrência deventos, ocorre o desprendimento de plantas aquáticas

das margens, que são carreadas rio abaixo e podem seprender “nas amarrações” dos tanques-rede, deslocandoa estrutura do cerco de segurança e dos própriostanques.

ColmataçãoNaturalmente ocorre a fixação de algas nas telas dotanque, que tem que ser removidas constantemente,

para não comprometer a renovação da água dostanques. 

Peixes invasoresA observação diária deve levar em conta a presença depeixes estranhos nos tanques, os quais devem serretirados.

PredadoresNa fase inicial do cultivo algumas partes do corpo dospeixes podem transpassar a malha no fundo do tanque,atraindo piranhas. Isso pode ser evitado adaptando-seum fundo falso, até que atinjam um tamanho maior.

Roubo

A vigilância deve ser constante. 

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Principais agentes patógenos (parasitas e doenças)

Ictiopitiríase

Esta doença ocorre em função da baixa temperatura daágua. É facilmente diagnosticada, pois o corpo do peixeapresenta-se coberto de pequenos pontos brancos,principalmente o opérculo e as nadadeiras. Os animaisficam inquietos, raspando o corpo nas paredes do viveiropara retirar os parasitas.]

Saprolegniose

Esta doença parasitária é causada pelo fungoSaprolegnia achyla . Os peixes ficam com manchasbrancas ou tufos semelhantes a algodão por todo ocorpo. Este fungo normalmente ataca os animais feridosou debilitados e propaga-se rapidamente quando atemperatura da água fica abaixo de 23º C e existemsobras de alimentos no fundo dos viveiros.

Apodrecimento das nadadeirasAs causas para esta doença podem ser muitas, masgeralmente ocorre por ação de bactérias. As nadadeirasficam esbranquiçadas e logo começam a se desfazer. Atemperatura baixa e o pH ácido também contribuem parao seu aparecimento.

Hidropisia infecciosaO causador desta doença ainda não foi determinado,mas já se conhecem dois tipos de hidropisia commanifestações externas: a intestinal e a ulcerosa. Aprimeira é caracterizada pôr um acúmulo de líquido nacavidade abdominal (ascite), quando o ventre do peixefica abaulado e flácido. A segunda é caracterizada por

formações de manchas sanguinolentas sobre o corpo do

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peixe e as nadadeiras atacadas pela doença ficamparcialmente destruídas.

ArguloseProvocada pelo crustáceo artrópode Argulius folhaceus  esta doença também é conhecida como piolho dascarpas. O peixe apresenta movimentos nervosos nasnadadeiras e pontos avermelhados na pele.

Intoxicação alimentarÉ causada pelo excesso de comida ou por alimentosdeteriorados. O peixe fica próximo à superfície do viveiro,com o ventre estufado e as escamas geralmenteeriçadas.

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Bibliografia

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PAVANELLI, G. C.; EIRAS, J. C.; TAKEMOTO R. M.Doenças de peixes: profilaxia, diagnóstico e tratamento.3. ed. Maringá: EDUEM, 2008. 311 p.

SCHIMITTOU, H. R. Produção de peixes em alta

densidade em tanques de pequeno volume.Campinas: Mogiana Alimentos S.A., 1995. 78 p.Tradução de Eduardo Ono.

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