O Corcunda No Parque

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O Corcunda no Parque (The Hunchback in the Park poema de Dylan Thomas) tradução Tania Amares O corcunda no parque Solitário destino Traçado entre árvore e água Abrindo as trancas do portão Entre árvores e água seguido Até soar o sino de Domingo na escuridão Comendo pão de um jornal Bebendo água em caneca suja Cheia de cascalhos (crianças!) Da fonte onde um dia navegaram Meus próprios barcos de papel Adormece com os cães em seus abrigos Não participa da Feira "Adote um Animal”

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Poema de Dylan Thomastradução de Tânia Amares

Transcript of O Corcunda No Parque

O Corcunda no Parque

(The Hunchback in the Park poema de Dylan Thomas)

tradução Tania Amares

O corcunda no parque

Solitário destino

Traçado entre árvore e água

Abrindo as trancas do portão

Entre árvores e água seguido

Até soar o sino de Domingo na escuridão

Comendo pão de um jornal

Bebendo água em caneca suja

Cheia de cascalhos (crianças!)

Da fonte onde um dia navegaram

Meus próprios barcos de papel

Adormece com os cães em seus abrigos

Não participa da Feira "Adote um Animal”

Como os pássaros, acorda cedo

Escorre assim como água dos bancos

Ouve o chamado dos meninos:

-Ei Velho! Velho!

Meninos vindos do centro

Espalhando entre o arvoredo

Seus gritos e solavancos

Passam por lagos e pedras

Rindo do pobre corcunda

Quando este sacode o jornal

Entre bichos e árvores na praça

Lançam ao varredor um sinal

Para retirar com as folhas

O estranho homem-animal

E assim prossegue o cão humano

Entre esmolas e cisnes

Enquanto os garotos brincando

Vivem tigres em ataques

Rugem nas pedras, caçando

Enfrentam ondas no Iago

Findo o dia, hora do sono

Surge a mulher vestida de noite

Veste-o com sua coragem

Aninha-se, protege seus ossos

Tranca os portões contra os assaltos

Pousa a senhora sobre o parque

Cobrindo grades, bosques,

Sossegando pássaros no lago

Colhendo meninos tenros,

Vermelho horror aos bagaços,

Salva o corcunda, agora quieto

Que dorme encolhido em seu canto.

Tradução: Tania Amares