MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf ·...

22
MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES DE SAO PAULO POR RUI RIBEIRO FRANCO Departamento de Mineralogia e Petrografia . Faculdade de Filosofia, O'iencias e Letras, Universidade de S50 Paulo. ABSTRACT It is the pu rp ose of this pap er 10 present the result s of a study of the genetic relations of the migmatite structures which occur in the area of the city of Sao Paulo, Sao Paulo State, Brazil, The migmatites in the area ill question present the following petro- g rap hi c feat ur es: the paleosornc, a hornblemle-feldspar-rock was intruded by granitic mate- rial (m et a tect ic mate rial) whose main constituent is microcline. These mixed rocks form a "gneissose granite" rich in veins of pegmatites which show strong ptygmatic folding. Porphyroblastic structures are common. The porphyroblasts of microcline measure about 1·5 centimeters in lenght, Cataclastic processes produced, in some areas, characteristic "eyed" structure (Augenstruktur}. The mechanical effects, combined with chemical reaction, produced recrystallization and the formation of new minerals. Bands of ultramylonitized rocks are not unusual. RESUMO Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade de Sao Paulo, Estado de Sao Paulo, Brasil. As rochas em questjio apresentam os seguintes caracteristicos: 0 paleossoma (rocha escura constituida predominanternente de hornblenda verde e plagioclasio, "oligoclasio ", foi penetrado por material granitico (fase metatetica) tendo como constituinte principal 0 ortoclasio-microclinio. Em certas areas as rochas exibem estruturas gnaissicas e sao ricas de veias pegmatiticas. Dobras ptigrnaticas sao abundantes, Porfiroblastos de microclinio roseo medindo de 1 a 5 ern de comprimento sao comuns em alguns dos afloramentos. Processos cataclasticos sao responsaveis pelo aparecimento de estruturas facoidais e ocelares (Augenstruktur} , Os efeitos mccanicos combinados com reacfics quimicas produziram recristalizacfio e formacfio de novos minerais. Faixas ultramilonitizadas sao de cerIa forma comuns. I- INTRODU<;:AO A £inalidade deste trabalho e a discussfio mineralogico-petrografica de urn migmatito de textura gnaissica, milonitizado, que ocorre na regiao a oeste da cidade de S. Paulo, abrangendo a area onde se ergue a Cidade Univer- sitaria da Universidade de S. Paulo. Alias, as primeiras amostras colhidas para estudo foram retiradas de excavacfies £eitas na area da Cidade Universitaria por ocasiao dos trabalhos de terraplenagem. Posteriormente £oram coletadas

Transcript of MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf ·...

Page 1: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORESDE SAO PAULO

POR

RUI RIBEIRO FRANCODepartamento de Mineralogia e Petrografia . Faculdade de Filosofia, O'iencias e Letras, Universidade

de S50 Paulo.

ABSTRACT

It is the pu rp ose of this pap er 10 present the result s of a study of the geneticrela tions of the migma tite structures which occ ur in the area of the city of Sao Paulo,Sa o Paulo Sta te, Brazil, T he migmati tes in the area ill quest ion present the following petro­grap hic feat ur es: the paleosornc, a hornblemle-feldspar-rock was intruded by granitic mate­ri al (m et a tect ic material) whose main const itu en t is microcline. These mixed rocks form a"gneissose granite" rich in veins of pegmatites which show strong ptygmatic folding.

Porphyroblastic structures are common. The porphyroblasts of microcline measureabout 1·5 centimeters in lenght,

Cataclastic processes produced, in some areas, characteristic "eyed" structure(Augenstruktur}. The mechanical effects, combined with chemical reaction, produced

recrystallization and the formation of new minerals .Bands of ultramylonitized rocks are not unusual.

RESUMO

Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidadede Sao Paulo, Estado de Sao Paulo, Brasil. As rochas em questjio apresentam osseguintes caracteristicos: 0 paleossoma (rocha escura constituida predominanternente dehornblenda verde e plagioclasio, "oligoclasio", foi penetrado por material granitico (fasemetatetica) tendo como constituinte principal 0 ortoclasio-microclinio. Em certas areasas rochas exibem estruturas gnaissicas e sao ricas de veias pegmatiticas. Dobras ptigrnaticassao abundantes,

Porfiroblastos de microclinio roseo medindo de 1 a 5 ern de comprimento saocomuns em alguns dos afloramentos.

Processos cataclasticos sao responsaveis pelo aparecimento de estruturas facoidaise ocelares (Augenstruktur} , Os efeitos mccanicos combinados com reacfics quimicasproduziram recristalizacfio e formacfio de novos minerais.

Faixas ultramilonitizadas sao de cerIa forma comuns.

I - INTRODU<;:AO

A £inalidade deste trabalho e a discussfio mineralogico-petrografica deurn migmatito de textura gnaissica, milonitizado, que ocorre na regiao aoeste da cidade de S. Paulo, abrangendo a area onde se ergue a Cidade Univer­sitaria da Universidade de S. Paulo. Alias, as primeiras amostras colhidas paraestudo foram retiradas de excavacfies £eitas na area da Cidade Universitaria porocasiao dos trabalhos de terraplenagem. Posteriormente £oram coletadas

Page 2: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

40 BOL. SOO. BRAS. GEOL. VOL. 5, N.o 1, 1956

amostras de outras areas, principalmente das pedreirns .Iaguure e Coteca,Fig. L

i ...-' .'~

,1 5Qnl D Ama r D

I!'ig. 1 - Mapa esquematico da cid ade de Sao Paulo mostr ando os cinco afloramentos de ondeforum reth-ada s amostias para estudo,Map showing the city of Sao Paulo, SP, Brasil, and the location of the outcrops.

Na opiniao do autor as oontribuicoes versando 0 estudo de rochasmetamorficas e ultrametamorficas do complexo cristalino brasileiro muitoservirfio para 0 esclarecimento da constituiciio e evolucfio de suas rochas.Reconhece, entretanto, que muitas sao as dificuldades que se deparamnestes estudos pOI' que processos polimetamorficos, notadamente cataclasticos,obliteraram muitos dos caracteristicos iniciais das primitivas rochas. 0mascaramento produzido pela sucessfio dos fenomenos metamorficos conduz­nos, algumas vezes, a fa Isas interpretacfies (8). No presente estudo tivemosque proceder com cautela porque logo de inicio surgiu 0 problema de sesaber se as partes maf'icas eram restos de uma rocha regional invadida pOI'magma sialico ou se elas representavam antigos diques e veias de rochalamprofirica no granito. Acresce, ainda, para tornar 0 problema maisdificil, que segregacfies de materiais escuros de um magma que se consolidapodem tarnbem apresentar aspectos semelhantes. Mesmo assim julgamos queas conclusoes a que chegamos sao de molde a constituir mais um subsidiopara a solucfio do problema magno da petro-geologia metamorfica do Brasil,que e 0 da evolucfio do complexo arqueano.

o autor julga oportuno adiantar que ha identidade estrutural e decomposicao mineralogica entre os migmatitos agora estudados e outros queocorrem no litoral do Estado de Sao Paulo, notadamente na parte baixada via Anchieta e na ilha de Santo Amaro, sul da cidade de Cuaruja, (9) enas proximidades da ilha das Palmas.

Nao sao feitas comparacces entre as rochas estudadas e os granitos daserra da Cantareira, material estudado pOI' Moraes Rego e Souza Santos (21)

Page 3: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

FRANCO - MIGMATITOS DE TEXTURA GNAiSSICA 41

e situ ado ao norte da eidade de ao Paulo. J ulgamos, contudo, qu e osgranitos estudados pOl' C tes Autores, que formam no seu conjunto grandemassa continua que se diferen .iou durante 0 pro cesso de oonsolidacao, estaoligados ao magma ou fluxos granitizantes qu e possibilitaram os fenomenos demigrnatizacfio.

II - AGRADECIMENTOS

Ao prof. dr. Reynaldo Saldanha a participacao no planejamento dotrabalho.

Ao sr. Eduardo M. Silva Ayrosa as fotografias, ao sr. Oscar G.Campiglia as fotomierografias, aos srs . Deocleciano Soares de Araujo e ItaloBello a colecao de laminas delgadas e polidas que permitiram 0 estudo delaboratorio.

III - SIGNIFICADO DE MIGMATITO GNAiSSICO E AGMATITO

o autor emprega, aqui, a expressao migmatito para significar roehasoriginadas pela penetracao de material granitieo em roehas preexistentes econsequente formacao de brechas eruptivas (agmatito) ou rochas de estruturaarteritica (3). A penetracfio do magma granitieo provoea, nao raro, estru­turas intrineadas, sendo relativamente comuns regioes onde predominamdobras ptigrnaticas. 0 granito responsavel pelo fenomeno de migmatizacaoapresenta-se, as vezes, de textura porfiritiea. Aplitos e pegmatitos sao asso­ciados do gran ito. E de eerta forma frequente a passagem do granito agranodiorito pela influencia de eontato com os blocos da roeha penetrada.E comum, ineluem-s aqui os migmatites dos arredores de Sao Paulo, 0

aparecim enlo de estruturas gnaissicns, provocadas pela infiltracao do materialgranitico ao longo dos planes de III enor resistencia da roeha mais antiga(2 16, 20) . Exemp)os comparaveis a estes sao eneontrados no DistritoFederal, nos loeais denominado Hetiro dos Bandeirantes e Morro doBonsueesso. Nestas loealidades oeorrem migm atitos originados pela infiltracaode mieroclinio granito em roeha de textura nematobliistiea em earaeteristieofenomeno de injeciio "{it-par-lit". Pormenores sobre 0 proeesso migmatizanteque deu origem as roehas re£eridas, alem de outros migmatitos qu e oeorrem nacidade do Rio de Janeiro (Morro da Viuva, Lagoa Rodrigo de Freitas)eneontram-se em Guimaraes (12, 14, 15) e Curvello (4 ) .

Hii migmatitos em que a roeha mais recente, 0 metassoma ou neossoma,predomina sobre a mais antiga, 0 paleossoma. Este e 0 easo agora estudado,

Nem sempre e Iacil reeonheeer a natureza da roeha migmatitizada porqueo material infiltrante pode penetrar de tal forma 0 hospedeiro a ponto de °mas carar quase eompletamente. Tal e ° easo das rochas de estrutura etextura nebuliticas. Pareee njio haver duvida, no material objeto deste estudo,que a ro eha antiga teria sido um feldspato anfibolito de textura nematobliistiea.Se ° paleossoma tivesse sido ro eha magmiitica, sem orientacao pre£ereneialde seus minerais, teriam se originado, certamente, estruturas agmatiticas. Tal,entretanto, njio acontece,

Page 4: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

42 BOL. SOC. BRAS. GEOL . VOL. 5, N.o 1, 1956

Estru turns desta natur eza ocorrem no Estado de Sao Paulo em cer tostr cclios da estrada de rodagcm que liga as cidades de Jundiai e Itu, Ai, eevidente a penetraciio de gra nite em granito e consequentemente produ caode brecha er uptivas. Os blocos do zranito primitive, apresentando Iormase dim cnsdes vari aveis, estiio di ferent ement assimilados , e alguns delesainda exibem Iorrnas ansrulares outros jli se cncontra m em Iase de arrcdon­dament o por efeito de reabsorcao . Em muito ponto ; flleil perceber quetim Lloeo unico de granito Ioi separado ern nu mero os fragmentos m morespor influencia do gra nito mais recent e, (neossoma ) , responsdvel pela migma­Lizae< iio.

Com referencia ainda il nomencla tura das roehas migmatiticas 0 autordeseja Inzer, neste trabalho, a lgumas co nside rac fies qu e vi am ra pido con­Iront o entre rochas de mesma genese de pr ocerlencias difer ent es, Lernhraque ern trubalh o anteri or Ru i Ribeiro Franco 1955, jii inicia ra 0 cmpregode dcterm inad os termos que estiio sendo a .olhidos e usados pela qu asc Iota­lidade das esco las petrogr af icns. Assirn c que no rcfcr ido trabalh o Francodisoute os sign ificndos de uenitos arteritos, Jlebilos; paleossoma e metassoma ,empregando-os em rochas migmatiticas do E tado de Sa o Paulo.

No presente trabalh o serjio ap resentados novos term os algun s dos quaispropostos pelos petrogrufos da E uro pa Centra l (Sc heumann 1936, iggli 194.9,Hu ber 194-3, Barth 1952, Vaasjoki 1953 ).

CllOrism ilo : Este termo engloba os di versos tip os de rochas migmatiticas,As r ochas cho r i mitieas, consequenternc nte, ao con tituidas de materia lpaleossomico e material metatetico, eslc ultimo podendo ser de or igem etetica[sec recfio da propria rocha ) ou entetica (i njegao de alguma fonte externa },

Merismito : BIocos de pa leossoma no material metateti co,

Estronuuito : Migmatit o de estru tura fitada ou em cama das no qualas relacoes entre pal eossoma e material metatetico sao ind eterminadas.

Ne bulito : Migmatito no qual os re manescentes do paleossoma se difun­dem amplamente no metassoma ori ginando, pela intermistura, rocha detextu ra gra ni tica , homogenea,

JV - CARACTERES MACROSC6PICOS

o estudo macroscopico das rocha s estudadas, quer 110S locais de ocor­rencia, quer em nnw tras manuals, revelou qu e ela se aprescntam divers amentepenetradas pelo granite . EIII linhas gerais 0 migmaLito apresent a estr uturagnais sica , os cr istais de micr oclinio semp re mui to desen 01vid08. Estrutu rasIi rada aD caracterizadas por fa ixas de litologia diferentes que, de cer tomodo, .'Ie sucedem altern adamcnt e. Toda as areas estudadas constituem-sede rochas migmatiticas s ndo 0 granito 0 elemento predomin ant e. A f aixasclara e escuras sao conseqiiencia da alter nan cia de leit os mais cla ros, rieosde feldspa to potas ieo, oligoclasio e quartzo e leitos mais escuros constituidospor roc ha eseur a, esverdeada, na qual, rncsmo a olho nu , e possivel ver ifica rpredominfincia de anfibo lio verde escuro. 1\1el11 das Iaixas descritas, geral-

Page 5: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

FRANCO - MIGM ATITOS DE TEXTURA GNAtSSICA

mente de 4,00 para mais centimetres de largura, ocorrem no interior daro cha escura finas camadas de 0,1 a 1,0 em constituidas de quartzo e feldspatopotassico (rnicroclinio}.

Estas Iinas camadas de material leueocra tico, que acompanham as direcoesde menor resistencia das partes escuras do migmatito, sao ora continuas, orainterrompidas. Em muitas regifies elas sao numerosas e proximas, em outrassao espacadas i oladas. Fragment os do paleossoma sao, as vezes , taointimamente penetrados pelo granito a ponto de produzir porcoes de texturagnaissica nebulitica (27).

Na s regi fies ond e ha predominancia do material granitico este e apresentaorientado c dcntro delc ori entada estfio tambem pequenas laminas tabularesde mica hornblenda. A penetracfio do material microclinico granitico aolongo das linhas de menor resistencia da rocha prirnitiva separouoa em faixasde espessuras div ersas. Os eristai de microcIinio ros eo que crescera m entreelas , atingindo alguns centime tres de comprimen to e la rgura , empur raram parasua up erficie 0 minerai da roeha primitiva (ho rn blenda, hiotita, oligoc his io,titanita, epidoto, apatita), fieando cercados pOI' eles. 0 crescimento doscristais de microclinio e quartzo do fluxo migmatizante njio perturbando aorientacao primitiva do paleossoma, adquiriu ainda textura semelhante a daroeha migmatizada. A forma faeoidal e ocelar dos eristais de microcliniorodeados pelos minerais da roeha primit iva fornece-nos elementos seguros parapodermos adiantar que 0 processo de migmatizacfio ocorreu em profundidadeestando 0 paleossoma plastico,

Outro caracteristico apresentado pelo migmatito estudado e a preseneade dobras ptigmaticas, Estas sao leucocraticas, de texturas e estruturas apliticae pegmatitica e mostrarn-se, nao raramente, intensamente dobradas. Estasdobras muitas vezes soldam-se umas as outras produzindo entrelacamentos.

o que desperta atencao, ao longo de quase todos os afloramentos dasrochas migmatiticas, e a presence eonstante de regifies e faixas milonitizadas.Estas correspondem, indistintamente, as zonas claras e zonas eseuras domigmatito. Na s faixas ultramilonitizadas e, pOI' vezes, impossivel qualqueridentificacao de rninerais.

Em todos os afloramentos estudados, Hipodromo, Cidade Universitaria,Cia. City, Coteea e Jaguare, a direciio da roeha e praticamente a mesma,N 75-80 E. 0 mergulho das camadas e praticamente vertical (85 5, 85 N).A diaclase e normal a direcao, isto e, N 10-15 W.

v - ORIGEM DA ESTRUTURA GNAfSSICA

A obser vacao atenta dos migmatites estudados permite concluir que aestru tur a e textura gnaissiea exibida foram provocadas pela invasao e assimi­la<;; ao do pal eossorna (rocha an fibolio-biotitica xistosa ) pelo granito. Asinj ecoes lit-par-l it , produzindo alternancia de paleossorna e metassoma, sao aprova do qu e se afirmou. As passagens gradua is da s porcoes gna issicas paraos migmat ites de estrutura arter it ica con stituent outra prova.

Page 6: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

44 BOL. SOC. BRAS. GEOL. VOL. 5, :N.D 1, 1956

VI - CARACTERES MICROSC6PICOS

Dividiremos 0 esludo microscopico das rochas em questao em trespartes. Estudo da rocha escura (feldspato anfibolito), estudo da rocha sialica(microclinio granito) e estudo das faixas que mais pronunciadamcnte sofreramos efeitos cataclasticos,

Rocha escura (paleossoma ]

Prcdominam nesta rocha de textura nematoblastica, quer se apresenteela em blocos de dimensoes apreciaveis ou faixas mais estreitas, hornblendaverde, biotita e oligoclasio, Titanita, rutilo, apatita, cpidoto, allanita e zircaosao acessorios,

Hornbletula - E 0 mineral predominante da rocha. Exibe coloracaoverde eseuro, mesmo em secedes delgadas. Apresenta-se muitas vezes sob aforma de geminados e e hipidiomorfa. 0 tamanho medio dos cristais e de2 mm, raros sendo os cristais que atingem a dimensao maxima de 3 mm.Inelui cristais de zircfio, titanita, apatita, quartzo e feldspato. Nas Iaixason de os efeitos cataclasticos se fizeram sentir mais intensamente os cristaisde hornblenda encontram-se deformados e fragmentados mergulhados emmassa de material mierocristalino. Esta e, em parte, constituida de materialhornblendico proveniente da trituracao dos cristais uns contra os outros.

Biotita - Este mineral ocorre, de prefereneia, nas zonas cataclasticas,Provern, com toda certeza, do desdobramento de hornblenda. A passagemdeste mineral para biotita e facilmente verificavel em secgocs delgadas.Laminas de biotita originad as da hornblenda conservam ainda a mesmaorientaciio deste ultimo. A biotita encontra-se, quase sempre, associada aepidote. Inelui, alern dcste mineral, cristais de zircjio e epidoto. E' xenomorfa

!!'ig. 2 -- Cri stal de microclinio englobnndo hiotita( B L). quartzo e griinulo rnirmequ iti co(01 ) .Phenocr-y st of anhedr-al rnicrocline enclo­sing biotite, qun rtz, and pl agioclase invermicular forms.

Page 7: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

FRANCO - MIGMAT ITOS DE TEXTURA GNAi SSICA 45

20 mm.Fig. 3 - Cristai s de ortoclas io ( Or . ) e mieroclinio (Mi ) englobn nd o oligoclus io (0 1.) com

a u re ola d e albi tn (A L ) , binti ta ( B L ), quurt zo ( Q.) e grii nnlos m irmequ iticos (Mir.) ,P heno crvs ts of anhedral orthocla se and mi crocl tn e e ndosing ofiaoclase su rrou ndedby a rim of albite ; biot ite ; quar tz ; and plagiocla se in vermicular forms .

1rnm:Fig. 4 - Rocha esc ura (p nleos soma ) em parte ca ta clnsud n. Notnr es mng ame ntos, apa recimento:

de textura em m nld u r-a, penetraefio de pi rita (cp ac o ) . Podem se r vist as aindn os.segu intes mi nerai s : titanita, hornblenda , biotita , epidoto (Ep) , clin ozois ita (O li) ,quartzo (Q7.) e fe ldspato (Fe ld ) .Hornble nde-F elspar -rock (paleosomc) pa rtly cru shed, with mortar-st ru cture .

Page 8: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

46 not, SOC. BRAS. GEOL. VOL. 5, N .o I , 1956

Fig. 5 - Roch a escura (paleossoma ) ca taclas adn . No tar 0 aumento do mi mero dos cr istuisde biotita. A esquerda urn cristal de oligo claaio saussuritirado. 0 miner al opaco e

p iri t a . Sao vistas os seguintes m in er ai s: h omblen da (ho rnhl.) , feldspa to (Feld . ) ,biotita ( B lot . ) e qu artzo (Qz) . Os pequen os pr ism as d issem ina dos como in clusdes n a

h o r n b l e n d a e p lagioclasio sao a pat i t a , Podem s er vistas, a in d a, nove cr i s t a i s deti tanit a.H or nblen de·F elsp Rr·B!otite·r ock (pa leosome) showing R more advanced stage of

cr u sh in g. It seems to be no doubt that biotite has b een larg ely derived fr om thedestru ct ion of hor nblende.

e exib e halos pleoero icos no contacto com os cristais de zircao e titanita nelaincluidos. Apresenta-se sob forma laminar, normalmente orientada no sentidoda gnaissificacao. Algumas vezes mostra-se deformada e entrecruzada.

Feilspato - 0 feldspato da rocha escura e representado pela variedadeoligoclasio (no = 1,540, nf3 = 1,543, ny = 1,549). Depois da hornblenda e 0

mineral mais abundante. Apresenta-se praticamente inalterado e exibe extincaoondulada pronunciada. Os cristais de oligoclasio, desprovidos de forma,acham-se comumente fraturados e circundados por granulos menores, emtipica textura " mortar " (moldura). Inclui restos arredondados de hornblcnda,apatita, qu artz o, epidoto e apatita.

Fato para qual desejamos chamar a atencao dos leitores e a alteracaoalternada aprescntada pelas laminas de geminacao polissintetica do oligoclasio.A alteracao consiste na transf'ormacfio da lamina em agregado micro granularde mat erial nfio identificavel ao microscopic. A cor de interferencia e indicesde refracfi o ap resentados por este mat erial micr ogranular permite adiantarque a alter acfio cor responde a urn processo de seri citizaciio seletiva .

Page 9: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

FRANOO - :MIGMATITOS DE TEXTURA GNAiSSICA

Qz..Calc.

Dig.

DI g.

Mi.

1mm

4.7

Fig. 6 - Rocha milonitizadn. Na massa afauitica (a) podcm ser vistas crista is nrrcdondndosde plagioclasio (PIg), microclmio (.:\1i) (' pi r i tu (01'11('0) . Alternando com estns f'a ixa socm-i-cm outrn« de ean-u turn fluidn! e const i tutdu s de scricitn, cloritn e qu.a r'tzo degi-nuulacrio fi n a., No int-rior des tn s ocoi-rom qu artzo grnnoblastico (Qz), calcopirit.a(Calc.), plagioclasio (PIg) c microcl iuio (Mi },Mvlon He showing lenticula r r-elics wh ich survive the cntn clastic processes, Quartzroi ming granohlastic aggregates is set in a schistose 111;1 n-ix.

A rocha clara, sialica, que penetra mais ou menos intensamente 0

paleossoma seguindo normalmente os planes de menor resistencia, apresenta­se sob as formas de aplitos, pegmatitos e lentes paralelos ou anastomozadose de espessuras as mais variadas. Nas regifies de contato com a rocha escuraenriquece-se de cristais de biotita, hornblenda, titanita e apatita. Em regioesafastadas dela nfio possui estes minerais e constitui-se, predominantemente, demicroclinio, oligoclasio e quartzo. Nas veias apliticas ocorre alguma calcita,possivelmente de origem secundiiria.

Individualmente os cristais do microclinio no granito podem atingirdimensfies de ate 5 em de comprimento. Em muitas regifies do granito epossivel e ate mesmo Iacil verificar que a penetracfio lit-par-lit do metassomaatraves do paleossoma tornou possivel 0 aparecimento de um titanita-biotita­hornblenda granito, praticamente hornogeneo.

o microclinio - Apresenta-se cor de carne, idiomorfo muitas vezes ecom dimensfies avantajadas em relacao ao restante dos minerais. Exibe,invariavelmente, geminacao reticulada caracteristica. Engloba cristais deoligoclasio, quartzo, biotita, apatita e hornblenda. Em numerosos cristais asinclusfies de oligoclasio acham-se rodeadas de um manto de albita inalterada

Page 10: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

48 BOL. SOC. BRAS. GEOL. VOL. 5, N.o 1, 1956

(26). As direcfies opticas deste manto de alb ita podem ou nfio ser amesma das apresentadas pelo oligoclasio. No interior do microclinio aparecemainda inclusoes de textura mirmequitica.

Em numerosos -pontos das laminas estudadas parece evidente que 0 micro­clinio cresceu as expensas da biotita e do quartzo original. Plagioclasio totale parcialmente substituido por microclinio e Ienomeno comum.

Os grandes cristais de microclinio, que se projetam sobre os demais,estao comumente envolvidos por urn manto mais claro constituido de granulosde quartzo e granulos de textura mirmequititica.

Rochas milonitizadas - 0 conjunto migmatitico, isto e, a rocha escurae 0 microclinio granito sofreram esforcos mecanicos e influencia de solucfiesresponsaveis por varies efeitos de milonitizacfio e metassomatose. A miloni­tizat,;ao, contudo, niio se fez sentir em toda a extensao do migmatito. Ocorremno seu interior faixas que nao demonstram, praticamente, terem sido sujeitasaos esforcos mecanicos e solucdes referidos. Sao rochas normais, seusminerais estando inteiros e nao deformados, textura normal e sem qualquermineral proveniente do desdobramento de outros pre-forrnados.

As areas deformadas, por seu lado, exibem os efeitos provocados peloprocesso de esmagamento e pelas solucoes metassomatizantes introduzidasdurante e apes a principal fase da milonitizacao. Assim, ocorrem texturassuturadas; extincao ondulante pronunciada; curvaturas das laminas degeminaciio do oligoclasio e das palhetas de biotita; interpenetracao dehornblenda, biotita, plagioclasio e titanita ; formacao de matriz constituidade quartzo, feldspato, sericita, biotita e hornblenda, aparecimento de porfiro­blastos idiomorfos mergulhados na matriz; fenomenos de reacao de bordoentre 0 microclinio injetado e 0 plagioclasio ; fitas de quartzo granoblasticomergulhadas na matriz cataclasada; rotacao de cristais de plagioclasio dentroda matriz; dobras ptigmaticas interceptadas; aparecimento de grande quanti­dade de epidoto e clinozoisita entre a hornblenda, a biotita e 0 feldspato;alinhamento dos minerais; aparecimento de texturas em moldura; enrique­cimento da rocha em pirita por influencia das solucoes ; microdobras, etc.

Todos os fenomenos descritos acima indicam que a deformacao domigmatito nao se processou par simples movimento de deslizamento de blocosmas tambem por movimentos de flexao. Falam em favor de terem ocorridomovimentos desta ultima categoria as microdobras.

Bern desenvolviclos cristais idiomorfos de oligoclasio e microclinio,inalterados e limpidos, com as laminas de geminacao e traces de clivagemnao deformados, mergulhados na matriz fina, permitem concluir que taiscristais sao provavelmente porfiroblastos. Seria dificil e mesmo impossivelacreditar que estes idioblastos mergulhados em matriz originada por cataclasetivessem po dido sob reviver aos esforcos mecanicos.

Abundancia de quartzo bern cristalizado e nfio deformado, formandoverdadeiras texturas em mosaico no interior da matriz, sugere terem sidoeles formados por recristalizacao apos os esforcos diferenciais.

Desmembramento da hornblenda em biotita e epidoto nas areas catacla­sadas e Ienomeno com urn.

Page 11: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

F RANCO - MIGMATITOS DE 'l' E XTU RA GN AiSSIC A 49

Observam-se ainda nas areas milonitizadas e ultramilonitizadas os seguin­tes processes: os cristais de allanita englobam-se em granulos e bastonetes deepidoto, os cristais de apatita fraturam-se e muitas vezes transformam-se empoeira finissima; er istais de titan ita fragmentam-se totalmente dando origema numerosos individuos qu e exibem orientacoes 6pticas diversas, alem de searredondarem; saussiritizac jio pronunciada nos bordos dos feldspatos; apare­cim ento de cordfies de quartzo no interior dos er istais de hornblenda, feldspatoe bi otita.

Fcnomenos de interereseimento entre mieroclinio e quartzo, microelinioe oligoclasio (pertita ) e oligoclasio e quartzo (rnirmequita ) sao comuns portoda rocha.

VII - CONCLUSOES

1 - 0 mieroclinio granito responsavel pela migmatizaciio nao intro­duziu qualquer dep osiqao de minerio nas rochas a ele ligadas.

2 - 0 paleossoma constitui-se de rocha gnaissica , textura nernatoblas­tiea , na qual predominam hornblenda verde, biotita prirnaria e secundaria,plagioclasio (oligoolasio) , titanita e apatita.

3 - 0 metassoma esta representado pOl' um microlinio granito.

4 - Processos cataclasticos acompanhados de infiltracfio de solucfiesaquosas dilu idas modificaram amplamente a ro cha migmatitica form ada ante­rionnente.

5 - 0 granito potassico na area estudada exibe estruturas laminadas,porfiroidais, as vezes, orientadas.

6 - Veios apliticos e pegmatiticos de tipo simples (composicfio mine­ral6gica: feldspato potassico e quartzo ) atravessam 0 migmatito e 0 granitoformando neles dobras ptigrnaticas.

7 - As rochas migmatiticas sao representadas, principalmente, porflebitos e nehulitos.

8 - A reabsorciio e difusiio do material do paleossoma pelo metassomaprovoeou modificacdes na natureza primaria do magma.

9 - A presence de flebitos (gnaisses venulados e arteriticos) decorreessen cialmente da estrutura nematoblastica do paleossoma. Os seus pIanosde menor resistencia e mesmo de xistosidade devem tel', ao mesmo tempo,favorecido a penetracao do material entetico e a formacao de material eteticodurante os processos de migrnatizacao e a fase de milonitizaciio.

BIBLIOGRAFIA

1. ALMEIDA, F . F . M. de (1955) - As canuulas de Sao Paulo e a tecuinica da serrada Cantareira: Bol. Soc. Bras. GeoI. v, 4. n. 2, pp. 23-40.

2. ANDREATTA, C. (1954) - La Val di Peio e la Catena Vioz-Ceuedale: "ActaGeolog ica Alpin a " , Ist. Min . Petrog. Univ. Bologna, n. 5, pp. 1·336.

3. BARTH, T. F.;V1. (1947 ) - Th e Birk eland granite , a case of petroblastesis: Bull.Comm. GeoI. de Finlunde 140 (Volume dedicado a P . Eskola}, pp. 173-182.

Page 12: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

50 BOL. SOC. BRAS. GEOr,. YOLo 5, N .D r, 1956

4. CURVELLO, W. S. (1945) - Xe nolit os no Morro de Bonsucesso, Distri to Federal:BoI. 5, Geologia, Museu Naeional, R. de Jan eiro, pp. 1-31.

5. ESKOLA, P . ( 932) -- On the origin of granitic magmas : Min. pet. Mitt . 42.6. ESKOLA, P . (1939) - Die metamorph en Gesteine . Em Barth-Correns-Eskola : Die

Ent stehun g der Gesteine. Bedim.7 . ESKOLA, P . (1955) - A bout the granite problem and some masters of the study

of granite: Bull. Comm. geol. de Finlande 168, pp. 117-130.8. FRANCO, R. R. (1955) - Sa bre um ultrami lonito de textur a fluidal : Bol. Soc.

Bras. Geol. v . 4, n. 1, pp. 43-48.9. FR ANCO, R. R. (1955) - Contr ibuiciio 00 conhecimento de estruturas migmat iti­

cas no eomp lexo brasileiro: Bol. Fae. Fil. Ci. Let. 186, Mineralogia 13, pp.81-96.

10. GUIMARAES, D. (1930) - A provin cia magmtitica do Ror oimii , Brasil Septentrio­nal : Bo!' Servo Geol. Min. Brasil.

11. GUIMARAES, D. (1933) - A provin cia magnui tica do Brasil meridional : Monog.1, Servo Geo!' Minas Gerai s, Brasil.

12. GUIMARAES, D. (1936) - 0 ph enomena de microclinizaciio : Ans. Acad. Bras.Ci. t.8, n.3, p. 208.

13. GUIMARAES, D. (937) -- Contribuiciio a metallogenese do Massiqo Brasile iro:Servo Fom. Prod . Min. 16.

14. GUIMARA ES, D. 09.38a} - Metallogenese e theoria migratoria dos elementos :Bo1. Servo Fom, Prod. Min. 24.

15. GUIMARAES, D. (]938b) - Das Probl em der Granitbildung: Chemie der Erde ,Zwolfter Band, pp. 82-94.

16. HARKER, A. (] 939) - Metam orph ism , a study o] the trans format ions of rock.mass es : Methu en e Co. Ltd., London, pp. 165·176.

17. HARM£, M. e LAITALA. M. (1955) - An exam ple of granit ization : Bull.Comm. geol. de Finlande -168, pp. 95-100.

18. HOLMES, A. e REYNOLDS,' D. L. (1947) - A front of meta somatic metam or­phism in the Dalradian of Co. Donegal : Bull. Cornm. geol. de Finlande 140(Volume dedicado a P . Eskola ) , pp . 25·66.

19. KAIT ARO, S. (1953) - Geologic structure of the late pre-Cambr ian intrusives inth e Ava area, Aland Island s : Bull. Comm. ge6l. de Finlande 162,pp.1·71.

20. KEMP, J . F. (1940) - A handbook of rocks, for use without th e petr ograph icmicroscope: D. van Nostrand Company, lnc., New York, pp. 228-237.

21. MORAES REGO, L. F . e SOUZA SANTOS, T. D. (1938) - Contribuiciio para 0

estudo dos granites da serra da Cansareira : Bol. Inst. Pesquisas Teenol. 18, pp .1-162.

22. NIGGLI, P . (1947) - Die S ystematik der Gesteine und Minerallagerstiitten : Bull.Comm. geol. de Fin lande 140 (Volume dedicado a P. Eskola}, pp.141·157.

23. READ, H. H. (1948) - Granit es and granites: Geo!' Soc. America Mem. 28.24. SCHE UMANN, K. H. (1936) - Zur Nomenklatur migmatischer und ueruiatulter

Gest eine: Min. pet. Mitt. 48.25. TURNER, F . J . (1948) -- Evolution of the metamorphic rocks: Geol. Soc. America

Memoir 30.26. TUTTLE, O. F. (1952) - Origin of the contrasting mineralogy of extrusive and

plutonic salic rocks: Jour. Geol., v.60,n.2,pp.l07-124.27. VAASJOKI, O. (1953) - On migmatites and ore mineralizations in th e Pernaia

district, south ern Finland: Bull. Comm. geol. Finlande 163, pp. 1-61.

Sao Paulo, Janeiro de 1956

Page 13: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

::l>::z8

t'j

;!j..~

~...

Fotografia 1 - Milonito porfirobHistico. Afloramento da Cia. City,proximidades da entrada da Cidade Universitar-ia.Porphyroblastic mylonite. University of Sao Paulocampus.

Fotografia 2 - Milonito porfiroblastieo. Mesmo local da fotografiaanterior. Notal' xen6lito da rocha feldspato anfiboliticae as porfiroblastos de microcl1nio.Porphyroblastic mylonite. The figure shows also axenolith of horblende-feldspar-rock. University of SaoPaulo campus.

Page 14: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

..,i:ll:.-

8

to!en~a::~toO

F otogr afi n 3 - R oeh u f. !dsp ato a nflbolitica n a qual se desenvolvcr ampo rfiroblastos de m icrocl i n io. Notar a es trutura g nn isai canemnto bl astlca ria roch u, Afloram ento em terreno s d aCitlade U niverst tar!a .Hornblende-Felspar-roek showing n pro no unce d g n -dssosestr uc t ure. Porphyroblast s or microcline. University ofSilo Paulo campus .

Fotografia 4 - Migmatito porf ir-obldstlco mil onitizad o. Notal' os gr and esporfiroblastos de microcln io in cl uindo lfnninas de biotita .Na met ad e inferi or da fotogr afi a pr edom innm rCl:ioesintensamente mil on it izadas. Aflornmcnto em terrenos daCidade Uu iverai ni r ia .Porphyroblast s of micro clin e sca t tered through th e ' rushedmatrix. U n iversi ty of Sao P aul o cam pus .

Page 15: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

~

~

t"1

;!J..::~

'"Fotografia 5 - Migmatito porfiroblastico milonitizado, Notar que hli certa

di stribuicao marginal da biotita nos porfiroblastos dernicroclfnio. Afloramento em terr enos da Cidade Univer­sitaria.Porphvroblasts of microcline sca tter ed through the crushedmatrix. Universitv of Suo Paulo campus.

Fotogrnfia 6 - Migmatito porfiroblastieo milonitizado. Notar que osgrandes cristals de microcltnio crescem no meio dnrnatriz empurrando-n para suas margens, Afloramentoem terrenos da Cidade Univer sit ar -i a .P or phyroblnsts of mi crocline scattered through the crushedmnt r lx, which wa s squee zed among them. Univers,ity ofSuo P a ulo campus.

• r;~...

g,..'

Page 16: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

I':j:=>z8

t"l

~::;:..

Fotcg r afia 7 - Mi gmatito por'fir oblast ico rnilonitizodo. No p arte in feriord a fotografia v c -se Hill cris to) d e mi croclini o on ca ixa doem um a faixa de gra nula t;iio mu ito fin a . Aflor.amento emterrenos d a Cida de Un ive rsi tar!n .Porphyrobla st s of microclin e and r esid u al Ien t.ieles scat­

t ered through th e myl ont te . U n ive r sity of Slio P a u locam p u s.

F ot ograf ia 8 - Gn niss e a r te r iti co or igin ado pe la illj eciio de or toclasio,oligocta si o e qu artzo en tre as ca mad ns do m etussomn. Nomei o do ma teri al gra n itico pod em ser vista" f inns cu mar la s

dc hornblende e biotit.a. P edreira Jaguar~.V eins of pot ash grll n i ~e in jectin g th e chorismit ic host .Jagu are Qu arl'r . Suo P aul o.

Page 17: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

Fotografia 9 - Rocha escura (hornblenda-biotita-feldspato) em contactocom 0 microcHnio granito de estrutura laminar. E bernprovavel que esta estrutura tenha se origi n ado da infil­tra<;a,Q do magma em roche ja or-ientada . Afloramento emterrenos da Cidade Un.iveraitarta .Contact between the hornblende-Ielspar-rock and the potashgranite. University of Sao Paulo campus.

Fotografia

12.cm10 - Metassoma escuro em contacto com 0 granito metatetieo,

Pedreira Jaguare.Conta ct hetw een the hornblende-felspar-rock (palcosome )and th e mtcrc cl ln e granite metateet. J uguare QuarrySao P aul o, S P,

..,">z8

t'l

~a::~OIl

Page 18: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

JOcm

Fotografia 11 - Pegmatito alcalino injetado 11a roch a pt-imif.ivu . Notal'no meio do pegmatito pequenns porcdes da r ccha escuru ,Pedreira J agua.re.Contact between the hornhlende-felspar-rock (paleosome)and potash pegmatites. The pegmatite veins are stronglyfolded and in part welded together. J'aguar e Quarry,Sao Paulo.

Fotografia 12 - Pequena mn ssn pegmat.itica e quartzo invad indo 0 me­tnssom n , Ped r~irl1 J ag uare.P ornah p{" ~:nnn tit t' !o" rind masses of rnt ar'tz injecting thepalec som e, J J1J; l HtTe Ouru-rv, Siio Paulo.

"l:::I

~8

l"l

~:::"C;..-~

Page 19: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

I I

10cm

Fotografia I V - R och a de n ntu r ozn gr nn iti en ori ginad n n eln i n t erm istm-ade p aleossoma e material met a tetico . Ped re h -a Jug uu re .P nleos ome and metnsome ( ne osorne ) confusedly mi xed.J'ag u a r e Ou nrry, Suo P a ul o.

F otogr nfin 14 - Contacto enf.re 0 microc li n io ,!:!; r anito c a roeh n m-irnit iva .Pedreiru J nlrUfll' c.Contact betwee n na leosom o find mi crn cli ne-olizoclasegranite. J ug-uarc Quarry . Sao P a ulo.

"l

~

8

r-'l

~::;;..,

Page 20: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

FRANCO ES'I'AMpA 8

Futomicrografiu Rocha Ieldspato anfiboliticn oricn tada . Notar cristais de hornblenda(escuro ) e oligoclasio (brnnco ) , Efeitos de ea taclase podem ser vistasnos bordos dOR cristnis. Nas fn ixn s ca ta cla sadas ocorrem biotita, epidotoe clinozotsitu em cr istn ie g erulmeu te alongados. Aumento - 80 x.Horblende-Eelspar-rock (paleosome}, crushed, with mortar-structure.The figure shows cry~tn]s of hornblende and plagioclase whi.ch weresurrounded by abundant hiotite, epidote, and clinozoisite. X 80.

Potomicrcgrnfia 2 - Rocha 'feldspato anfibolttica or-ien tuda. Notal' as inclus5es de apatitae as fnixas const.ituidas de epidote, clinozoisita e biotita entre os cristaismajores. Aumento 80 x ,Hornblende-F'elspur-rock (paleosome) showing an incipient schistosity,X 80.

Page 21: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

FllANCO ESTAMPA 9

B'otomi cr ografl a 3 - Microcl inio gru nit o cutac1nsa do. Notal' cristais de oligo clds io com exti n ­~ao ond.ulunte e for mu<;.uo de matriz fina. Aumen t o - 80 x.Micrnclin e-Ofigoela sa granite partly crushed. X 80 .

F otomicro gr afi a 4 -- Qu nr t zQ g ra noblas t dco n a matriz rniloni ttc a, constttu lda d e hi oti ta ,horn blen d a , qua rtzo, pla g iocla sio c serict ta . Em cima, u. esquerda, cris talde microcl tnio. Aumen to - 90 x.Gr anoblas ti c quartz embedded in a schistose matrix . On top an d leftsid e a crystal of microcline. X 90.

Page 22: MIGMATITOS DE TEXTURA GNAfSSICA DOS ARREDORES …boletim.siteoficial.ws/pdf/1956/5_1-39-60.pdf · Discute 0 presente trabalho estruturas migmatiticas que ocorrem na area da cidade

F ltA NCO ESTAJ\( I'A. 10;

Fotomlcrogrntla 5 - Matriz milon lt ica , ondulad n, en ri quec ida de cord ties de quartzo grano­bla stico . Nu ce nt ro 11 m cri sta l de oligocla s io em po sicao de extin<;aorod eado por fin o manto de cristai s de quartzo, Aum ento - 70 x,(jr:l1l oblas tic quurt z, lind felspnr set in a grou ndma ss of biotit e, sericite .hornblend e, and qua rt z, X 70 .