Marx, marxismo e o racismo dentro do movimento
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8/18/2019 Marx, marxismo e o racismo dentro do movimento
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Este ensaío agora é visto por muitos como fundamental para acompreensão das relações entre o movimento negro mundial e aesquerda, embora ele fora avaliado - por muitos militantes negros deesquerda, dentro e fora do Brasil - como sendo uma “cõnfabulação”de origem imperialista !orém, o te"to precisa #ser analisado sem ocalor das pai"ões que provocou na época$ sobretudo, porque averdadeira “diaboli%açao” do intelectual cubano, que se seguiu a essa publicação, teve relação direta comra fal de v te'$ (utor ser umopositor ferren)o do regime castrista no que di% respeito ( questãoracial#
Ricardo Matheus Benedlcto
M reside a grande contribuição da presente*obra de +arlos oore provocar a refle"ão para a superação de crenças te&rico-ideol&gicasremanescentes em estrutqras intelectuais de setores da esquerda e dos progressistas, ainda que muitas delas reneguem o mar"ismo-leninismo e os mar"ismos dogm.ticos#
Gliberto Neves
Em suma, a obra de +arlos oore alarga e enriquece o debate sobre
o antirracismo entre n&s# /o mesmo modo, au"ilia-nos na construçãode uma epist0mologia que aponte para além do racismo e doeurocentrismo presentes em muitas refle"ões ditas de esquerda e progressistas#
Mareio André de O. dos Santos
Coleção REPENSANDO ÁFRICA - 5
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arlos oore5 é# +ubano#Et- n&logp e cientista político, graduou-se, #na
6niversidade de !aris-7, na8ra(ça, conte /outor em+i9ncias5 :umanas e /outor
em Etnologia# /espe ;
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(f
O Marxismo c aquestão
racial
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Carlos Moore
O Marxismo e a questãoracial
Garl ar" e 8riedric) Engelsfrente ao racismo e (
escravidão
*E+&F,-B
PfrtcQEiidadeg R Edueas.õlaeiCsfeã
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2010
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*op.right(/0 1 2. *arlos Moore 3odos os direitos reservados
*oordena4ão Editorial e ,evisão ris &m5ncio
3rad$4ão 6r$no 7ini Madeira
#ro%eto 7r89co e Editora4ão :$rie; Mo$la< e &lexandre =asdelli
#e4a artesanal africana &cervo partic$lar de ris &m5ncio
>ados de *ataloga4ão na #$2lica4ão ? *#
Moore *arlos
M@1 m - Marxismo e a A$estão racialB Karl Marx e Friedrich Engelsfrente ao racismo e à escravidãoC *arlos Moore ? 6eloDori 1*>> 1NG
#roi2ida a reprod$4ão total o$ parcial desta o2ra sem a expressa a$tori& &vG do*ontorno L ? R%s e ? =a.assi?L ? 6elo Dori
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#ref8cioGGGGGGUGGGGGG GG GGGGGGGGGGGGGG GG GGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
=o2re o pensamento crPtico como s$premo dever do
Vntelect$al -rg5nicoV
G contexto histrico m$ndialGGGGGGGGGGGGGGGGGGO
1G &s origens de $m de2ate f$ndamentalGGGG
GGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGL
G Estr$t$ra e conteXdo da o2raGGGGUGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
OG & relev5ncia do de2ate para o 6rasilGGGGGGG
GGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGOO
- Marxismo e a A$estão racial Karl Marx e
Friedrich Engels frente ao racismo e à escravidãoG GN
G ma visão e$roc!ntrica GGGGG GG GGGGGGGGGGGGGGGGG
GGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
G #r?colonialistas e pr?imperialistas
perante o 3erceiro M$ndoYGGGGGGGGGGGG GGGGGGGGGGGGGN
G =o2re a escravidão africana nas &mZricas
GGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG@1
IG - =ocialismo como pro%eto de
'civili
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>i8logo #ossPvel e +ecess8rioGGGGGGGGG GGG GGGGGGGGGGGGGGGGGG
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APRESENTAÇÃO
&presentar esta o2ra ? - Marxismo e a [$estão
,acialB Karl Marx e Friedrich Engels frente ao racismo e àescravidão ? do etnlogo e pesA$isador c$2ano *arlosMoore Z ao mesmo tempo $ma honra e $m desa9oG mahonra porA$e os escritos de Moore tem servido como fontede inspira4ão terica e polPtica para toda $ma gera4ão de %ovens intelect$ais negros à A$al me 9lioG 7ra4as aosesfor4os da editora +and.ala e do *entro +acional deEst$dos e de #olPticas da g$aldade na Ed$ca4ão (*E+&F,-)o leitor(a) tem em mãos $m texto inA$ietante no campo doantirracismo contempor5neo para di
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$ma frente de l$ta contra o racismo ? a dissol$4ão do Vmitoda democracia racialV e a ins$rg!ncia de $ma revol$4ãonegra estavam em2rionariamente associados ao socialismo
marxista de entãoGntelect$ais e ativistas do m$ndo inteiro folhearam as
p8ginas de' *apital d' & deologia &lemã do Manifesto do#artido *om$nista e de tantos o$tros escritos seminais dad$pla Marx e EngelsG 3ais o2ras foram in^$entes nãosomente pelo tipo de (meta)narrati? va constr$Pda do m$ndocapitalista 2em como do conteXdo desta narrativa l$gar emA$e as representa4Qes de m$ndo valores e ideologias sãodif$ndidos como verdadesG &ntes de Marx e Engels o$trosa$tores %8 haviam descrito e analisado a sociedade
capitalista po
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rZm po$cos foram capapolPticas do capitalismo Marx e Engels analisaram os modosde prod$4ão anteriores a este Xltimo 2em como s$asconseA`!ncias e limita4QesG & ascensão da 2$rg$esia antesclasse explorada e agora detentora do poder polPtico eecon]mico sinali
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=ocialismoG Moore s$2linha A$e tais perspectivas estãoancoradas em pares de oposi4ão amplamente disseminadosno 9nal do sZc$lo \\ e A$e serviram como %$sti9cativa para
s$2%$gar povos e na4Qes tais como Vra4as civiliiderot >escartes Ioltaire eil$ministas como Kant e DegelG Mesmo A$e tenhamina$g$rado $ma tradi4ão crPtica em rela4ão às correntes9los9cas e polPticas de se$ tempo partilhavam doimagin8rio de A$e os e$rope$s eram de fato o Xnico
povoCra4a capa< de fa
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às polPticas de ig$aldade racial no 6rasilG &9nal asdesig$aldades existentes no 6rasil de ho%e seriamprovocadas pelo racismo o$ pelas assimetrias de classeY Em
o$tros termos o pro2lema Z de classe o$ ra4aYnterpreta4Qes sociolgicas mais recentes t!m mostrado A$etais dimensQes não podem ser red$
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demandas de reconhecimento c$lt$ral A$anto deredis? tri2$i4ão socioecon]micaG - pro2lema Z A$e no 6rasilo de2ate so2re a red$4ão da po2reo mesmo modoa$xilia?nos na constr$4ão de $ma epis? temologia A$eaponte para alZm do racismo e do e$? rocentrismo presentes
em m$itas re^exQes ditas de esA$erda e progressistasG
Mareio &ndrZ de -G dos =antos *i!ncia
#olPtica #E,JPREFÁCIO
Ricardo Matheus Benedicto.
Sore o !e"same"to #r$ti#o #omosu!remo %e&er %o 'I"tele#tualOr()"i#o'
*arlos Moore Z $ma refer!ncia internacional na l$tacontra a opressão racial 3er a possi2ilidade de prefaciar otexto de $m intelect$al e militante polPtico de tamanhaenvergad$ra alZm de me encher de org$lho a$mento$ aresponsa2ilidade da tarefaG
& converg!ncia entre a necessidade de $ma editora ea minha prpria predisposi4ão em aceitar esse desa9o ?tanto como 9lsofo A$anto como militante do movimentosocial negro 2rasileiro ? come4o$ em 1 A$ando mesmosem conhec!?lo tinha enviado a Moore $ma
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correspond!ncia eletr]nica solicitando $ma cpia do se$texto Were Marx Engels WhPte ,acistsYB 3he #rolet?&r.an-$tloo_ of Marx and Engels (Marx e Engels eram 2rancos
racistasYB & visão
Mestre em Filoso9a pela #ontifPcia niversidade *atlica de =ão#a$lo professor do c$rso de Filoso9a do *entro niversit8rio*laretiano e do Ensino MZdio da rede pX2lica estad$alG
Vprolet?arianaVde Marx e Engels)G+a verdade essa o2ra era parte de $m pro%eto maior
A$e seria intit$lado - Marxismo e a [$estão ,acialG & versão9nal de Marx e Engels eram 2rancos racistasY foi compostapela %$n4ão de partes de A$atro capPt$los diferentes
Foi o tPt$lo provocador dessa o2ra A$e me intrigo$n$m primeiro momentoG &ps a leit$ra não tive dXvida danecessidade imediata de s$a trad$4ão para o port$g$!s demodo a disponi2ili
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precisamente na dZcada de N A$e se prod$
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f$t$ro planet8rioG =er progressista naA$ele perPodosigni9cava ser marxistaG -s crPticos do Marxismoa$tomaticamente passaram a ser vistos como
conservadores reacion8rios inimigos da revol$4ão e doprogresso da h$manidadeG
*om efeito foi nesse contexto geral A$e Marx e Engelseram 2rancos racistasY foi composto no 9nal da dZcada deL e p$2licado no inPcio da dZcada de N $m dosperPodos considerado por m$itos analistas como de maiorpromessa de transforma4Qes sociais radicais na histria dosZc$lo \\G
1G &s origens de $m de2ate f$ndamental
& sensi2ilidade do Marxismo para as A$estQes sociaislevo$ à ass$n4ão de A$e essa ideologia a2ra4aria demaneira emp8tica as reivindica4Qes dos povos negrosvitimados pelo ^agelo da escravidão racial e do racismoGMas apesar do se$ imenso s$cesso entre as elitesprogressistas da Hfrica e da di8spora africana a post$ratradicional e $niversalista do Marxismo não
admitia a interpreta4ão A$e considerava a ra4a comodeterminante principal da explora4ão do negroG
#ara os marxistasVdasseVZa principal contradi4ão nahistria das sociedades sendo a ra4a $ma Vdistra4ãoVideolgica perigosa para a $nidade dos tra2alhadoresG&ssim o racismo seria não mais do A$e $ma estratZgia$tili
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& +egrit$de movimento artPstico e polPtico s$rgidoinicialmente entre os africanos e cari2enhos de lPng$afrancesa prop$gnava o 9m do colonialismo e o com2ate
frontal contra o racismo atravZs da positivi
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N
controle ideolgico das organiesse modo o choA$e e a divisão eraman$nciados
+o 6rasil &2dias do +ascimento ? grande militantehistrico do Movimento +egro ? den$nciava %8 na dZcada deO as pr8ticas racistas do #artido *om$nista A$e pretendiainstr$mentaliemocr8tico &fro?6rasileiroB V&esA$erda em s$ma aceito$ ent$siasticamente $m *omit!&fro?6rasileiro A$e p$desse ser $sado para se$s 9ns
polPticos mas o re%eito$ como racista A$ando tento$ lograras 9nalidades para as A$ais havia sido criadoG +ão podiaadmitir A$e os negros tivessem se$s pro2lemas especP9coss$as re^exQes a$t]nomas e s$as l$tas prprias dentro dasociedade 2rasileiraG 3erPamos de nos c$rvar à orienta4ão edire4ão de pessoas alheias à nossa sit$a4ão às nossasnecessidadesVG1
2Moore aceitou publicar o ensaio
antecipadamente - em 1972 - porqueStokely Carmichael percebeu aimportância de o texto serpublicado e o convenceu a a!"-lo#$emos aqui mais uma daquelassitua%&es na qual uma decis'oindividual pode intererirdecisivamente no curso dos
acontecimentos hist(ricos# pois#em 19)9# todo o trabalho epesquisa reali!ada por Moore sobreeste assunto *quando este estavaexilado na ilha de +uadalupe,# oidestruda na passa.em do urac'o
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+os Estados nidos o con îto entre o pan?afri?canPsmoC+egrit$de e a esA$erda se manifesto$ na dZcadade N no em2ate entre a lideran4a nacionalista de =to_el.
*armichael e o integracionismo esA$erdista de orienta4ãomarxista de Eldrige *leaver A$ando este ass$mi$ ocomando dos #anteras +egras e opero$ $ma m$dan4a de@ gra$s na orienta4ão atZ então antiassi? milacionista daorgani
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Esse longo ensaio crPtico da ,evol$4ão castrista irrito$os dirigentes da ,evol$4ão e a esA$erda em geralG Eventodivisor de 8g$as no m$ndo inteiro a ,evol$4ão *$2ana
tinha cativado os cora4Qes no 3erceiro M$ndo dos negrosem partic$lar e Fidel *astro como promotor dessaextraordin8ria saga estava no a$ge do se$ poder de fascPniono imagin8rio m$ndial c$lt$ado à maneira de $m verdadeirode$s grecorromanoG
[$al o l$gar do +egro na ,evol$4ão *$2anaY dividi$ imediatamente os f$ndadores da +egrit$de
an$nciando o A$e viria a acontecer com as organiamas grande intelect$al g$ian!s de forma4ãomarxista poeta e polPtico ? e tam2Zm $m dos tr!sf$ndadores do Movimento da +egrit$de ? foi contr8rio à s$ap$2lica4ãoG >amas via na o2ra $ma tentativa dedesmoraliepes? tre principal artic$lador da vertentemarxista do movimento da +egrit$deG
- o$tro f$ndador o poeta martinicano &imZ *Zsairefalecido recentemente (1@) tomo$ a defesa da p$2lica4ãodo ensaio de Moore e para garantir a p$2lica4ão conto$com o decidido apoio do grande pensador senegal!s *hei_h
&nta >iopO
de JacA$es
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,a2emanan%ara do lPder negro americano Malcolm \ edo prprio &lio$ne >iop diretor de #rZsence &fricai? neGL
& participa4ão de *Zsaire foi decisiva para o textode Moore ser p$2licadoG >escontente com os r$mos dopartido com$nista franc!s *Zsaire havia se des9? liadodo partido (L) com $ma d$ra carta A$e se torno$ $mdoc$mento histricoG >esse modo o poeta estavapreparado para aceitar as implica4Qes do texto de
@Aer: Be ?euple 6oir a-t-il sa?lace dans a 8=volution CubaineB*Dual o u.ar do 6e.ro na8evolu%'o Cubana,0 ?r=sence5ricaine# volume 2@ nE F2# 19G@05 vers'o em in.l"s desse lon.o epol"mico ensaio# portava otituloBCuba:$he Hntold StoryB0F+rande intelectual do mundo
aricano0 6ascido no Sene.al# em1924 e alecido em 19)G# Iiop eraqumico# arque(lo.o e historiador0Joi diretor do Knstituto de8adiocarbono na Hniversidade deIakar# Sene.al0G>acques 8abemananara *1914-233F,nasceu em Mada.ascar0 Joi pol-
tico# poeta e um dos .randesexpoentes do Movimento da6e.ritude0 Joi tamb=m um dosdiri.entes da insurrei%'o abortadaem Mada.ascar# em 19@7# contra ocolonialismo ranc"s0
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acreditaram na denXncia de MooreG #ara estas lideran?4as o =ocialismo tendia a aca2ar com a sociedade declasses e dessa forma a eliminar o racismoG *omo ga?rantir A$e este %ovem intelect$al c$2ano não era $magente do imperialismoY
- pref8cio do poeta martinicano Z el$cidativo datensão A$e o ensaio ca$so$B
+s temos $ma simpatia prof$nda pela ,evol$4ão*$2ana a A$al consideramos $m evento
exemplar não somente para a &mZrica do =$l
mas para todo o terceiro m$ndoG +s gostarPamosde deixar nossa posi4ão so2re este ass$nto m$itoclaraG #orZm Z polPtica daV#resence &fricaineVnão
se negar a o$vir $ma
vo< negra se%a o A$e o for A$e esta vo< tenha a
diames = o or.ani!ador doquinto con.resso ?an 5ricano em19@F# e membro atiyo e te(rico dai.a 8evolucion;ria Socialista0 6oseio da Duarta internacionalComunista# undada pelo diri.entesovi=tico =on $rostsky para se
opor ao re.ime imposto pelo >osephStalin# >ames oi um s(lido aliadode $rotsky e se converteu nom;ximo te(rico para essemovimento# sobre quest&es ne.ras earicanas0
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podemos ser ing!n$os mas temos de entender a
impaci!ncia daA$eles A$e não podem esperarG +oA$e nos di< respeito não somos da opinião A$e o
pro2lema negro se%a $m caso partic$lar darevol$4ão social e A$e somente se%a necess8rioacontecer esta Xltima para A$e o pro2lema do
negro se%a resolvidoG Em todo caso ns pensamosA$e seria $m desservi4o silenciar so2re os
pro2lemas da ,evol$4ão na medida em A$etemos con9an4a nela devemos prestar aten4ão a
estes pro2lemas com a certe
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dos marxistas A$e de $m modo geral taxavam Moorede agente do imperialismoG #artic$larmente es?candalosa para >epestre foi a alega4ão de Moore de
A$e a não resol$4ão da A$estão racial aps $ma revo?l$4ão radical e a s$a Vperman!ncia na s$per?estr$t$rada sociedadeV apontava para $ma grave car!ncia doprprio Marxismo e A$e cedo o$ tarde essa car!ncialevaria o regime socialista 9nalmente a pact$ar comse$s inimigos da direita contra?revol$cionaria e com oprprio imperialismo americanoG
>epestre nego$ A$e o racismo contin$ara a ser$m fator dominante da vida social ps?revol$cionarlacomo o a9rmara Moore Vna s$a lament8vel 9lPpicaV eVdiatri2eV1B
>esde a linha divisria (do racismo) s$mi$da vida c$2ana so2revivendo s na mentalidadede alg$ns milhares de pessoas (GGG) mas ela nãoexiste no cora4ão de $ma ,evol$4ão A$e palpita nonomeda glria do DomemGGGEla não existe nos centros
de tra2alho onde todas as ra4as ganham se$ s$s?tento di8rio ao mesmo tempo A$e fa
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>e acordo com o poeta Moore tinha mentidodescaradamente com o propsito de manip$lar a opinião e difamara ,evol$4ãoB
&o longo das p8ginas do se$ vir$lento pan^etoo senhor Moore não fe< mais do A$e expressar aimpaci!ncia de $m &froc$2ano $sando arg$mentostericos movidos por $ma displic!ncia difamatriaGEle mo2iliepestre sentenciaB
*om efeito raras vee modo A$e e$ não posso
partilhar de nenh$ma maneira o e$femismosing$lar A$e levo$ #rZsence &fricaine a escrever noprefacio desse artigo A$e VGGG ns não sentimos A$eo a$tor Z $m inimigo da ,evol$4ão c$2ana na A$alele deposita todas as s$as esperan4asVG
+essa frase Z mais do A$e evidente $m ataA$eindireto do regime c$2ano contra &imZ *Zsaire pois fora oprprio dirigente martinicano A$e comp]s a introd$4ão aoensaio de MooreG (E para colmo em @ o intelect$alhaitiano ,enZ >epestre f$giria de *$2a para 2$scar refXgio
na Fran4a)GEsta tensão toda tinha ra
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a$toridades revol$cion8rias a proi2i4ão e perseg$i4ão docandom2lZ c$2ano ? =anteria ? o 2animento da mXsicanegra pop$lar (desdenhada pelas a$toridades como mXsica
VlascivaV A$e estim$la a Vpromisc$idadeV e VociosidadeV) ofechamento dos cl$2es negros (como o famoso 6$ena Iista=ocial *l$2) onde mXsica afroc$2ana era tocada edesfr$tada o 2animento da mXsica negra norteamericana(JarG *astroGVN
Moore arg$menta A$e a atit$de de capitalistas esocialistas so2re o pro2lema racial era rigorosamente amesmaG >essa forma ele s poderia ser considerado $magente do imperialismo norteamericano $m contra?revol$cion8rio =enão como entender a exig!ncia dosafroc$2anos em participar do poderY
-s revol$cion8rios marxistas ? 2rancos e negros ? sedesesperaram ao ler no texto de Moore passagens comoB
1GKbid0 ?;.0 1240172P BCuba: $he Hntold StoryB#pa.0 233-2310
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-nde est8 o proletariado no Vgoverno do proletariadoYV -nde estãoos negros compartilhando o poder n$ma na4ão em A$e a maioriadas pessoas Z de origem africanaY +s estamos diante de $m go?
verno Vprolet8rioV A$e não tem $m Xnico prolet8rio nele e simGosmem2ros A$e pertencem à velha e tradicional 2$rg$esia c$2anaB$m governo do povo no A$al nenh$m afro?c$2ano Z ministro e todoo ga2inete ministerial Z 2rancoGV@
- escritor 2rasileiro +ei Ropes ainda se lem2ra dascondi4Qes nas A$ais aA$ela inslita pol!mica protagoni
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opositor ferrenho do regime castrista no A$e di< respeito àA$estão racialG
G Estr$t$ra e conteXdo da o2ra
Marx e Engels eram 2rancos racistasY foi p$2licado nosEstados nidos em N1 momento em A$e no 6rasil reinavao terror imposto por $ma fero< ditad$ra militar de direitatalve
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invariavelmente levo$ à concl$são de A$e a crPtica
apresentada pelo Marxismo ao sistema capitalista não
incorpora as necessidades dos povos africanosG Moore
atingi$ o cora4ão do Marxismo como 9loso9a e mostro$ A$ea visão limitada da esA$erda so2re o pro2lema racial não Z
acidental mas $ma conseA`!ncia lgica da concep4ão racial
de se$s f$ndadores e do meio c$lt$ral no A$al os marxistas
são formadosG#ara responder à A$estão o a$tor 2$sco$ ? como
dissemos ? o A$e os f$ndadores do Marxismo tinham a di
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res$ltado de milhares de anos de desenvolvimentoextremamente conf$soG Estes povos decadentes A$e sãoextremamente conf$sos v!em s$a salva4ão somente na
reversão de todo movimento e$rope$ A$e na s$a visão nãodeve vir do ocidente para o oriente e sim do oriente para oocidente e para isso o instr$mento de li2erta4ão e $nidadeZ o *hicote ,$sso ? o A$e Z a coisa mais nat$ral do m$ndoG(GGG) & prxima 7$erra M$ndial res$ltar8 no desaparecimentoda face da terra não somente das classes e dinastiasreacion8rias mas tam2Zm do con%$nto
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Est8 explPcito na passagem acima A$e Engels e Marxcompartilham o ide8rio extremamente forte no sZc$lo \\A$e dividi$ a h$manidade em povos Vs$perioresV A$edevem comandar e VinferioresV A$e devem servir o$ serexterminadosG Engels conclama A$e os Vpovos agoni
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dos povos reacion8riosG E isto tam2Zm ZprogressoG1O
e$rope$sG E o A$e foi A$e Karl Marx disse so2re a s$postas$perioridade germ5nica em rela4ão aos demais e$rope$sY
-s franceses precisam de $ma s$rraG =e os pr$ssia?nos vencerem a centrali
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região +ordeste ? pertence ao m$ndo asi8tico ee$rope$G *artago apresento$ $ma transitria eimportante fase de civiliesenvolvido EspPrito aindaenvolvido na condi4ão de mera nat$re
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dos povos reacion8riosG E isto tam2Zm ZprogressoG1O
A$e destri toda a velha form$la4ão e limita4ão dametafPsicaG ,econhecendo a heran4a de caracteresadA$iridos estende o s$%eito da experi!ncia doindivPd$o para o gr$po o indivPd$o sing$lar A$edeve ter !xperimentado A$e não necessariamentes$a experi!ncia individ$al pode ser s$2stit$Pda emcerta medida por res$ltados de experi!ncias de $mnXmero de se$s ancestraisG =e por exemplo entrens os axiomas da matem8tica parecem a$to?evi?dentes para $ma crian4a de oito anos e não
precisade nenh$ma prova da experi!ncia isto Z somente ores$ltado da Vheran4a ac$m$ladaVG =eria difPcilensinar?lhes a demonstrar isso a $m 2osA$Pmanoo$ a $m negro a$stralianoG1
Esta passagem não deve nada aos escritos de7o2inea$ a$tor do Ensaio so2re as >esig$aldades das,a4as D$manas A$e prop$nha organi
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teorias Vevol$cionistasV de #ierre 3rema$x etnlogo franc!sA$e s$stentara A$e as espZcies h$manas se adaptam aolocal em A$e vivemB
#ode?se rir so2re s$as histrias em rela4ão aoscrio$los (niggers) de =anta Maria e datransm$ta4ão dos 2rancos para os negrosG=o2ret$do considerando A$e as tradi4Qes doscrio$los (niggers) do =enegal merecem cred$lidade
a2sol$ta apenas porA$e esses malandros nempodem escreverGGG 3alve< este homem (3rema$x)provar8 no seg$ndo vol$me como se explica ofato de A$e ns ha2itantes do ,hin não tenhamosnos tornado h8 m$ito tempo idiotas e crio$los(niggers) assim como a transi4ão das rochasocorrida no perPodo >evonianoGGG -$ talve
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plena consci!ncia pois em o$tro momento da s$a carta $sao termo ne$tro +egrQesG Esta distin4ão entre +igger e+egrQes tam2Zm foi feita por MarxG +$ma carta escrita aEngels em %$lho de @L1 em refer!ncia a se$ advers8riopolPtico o terico socialista Ferdi? nand de Rassalle MarxescreveB
V&gora Z perfeitamente claro para mim A$e a formade s$a ca2e4a (Rassalle) e a text$ra de se$ ca2eloindicam A$e ele Z descendente de negros A$e se
%$ntararrf na f$ga de MoisZs do Egito (a menos A$es$a mãe o$ av por parte de pai tivesse semist$rado com alg$m crio$lo (nigger)G +esse casoa $nião entre %$de$s e germ5nicos com $ms$2strato negro teria prod$
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comportava $m
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& li2erdade e a escravidão constit$em $m antago?nismoG +ão h8 nenh$ma necessidade para e$ falardos aspectos 2ons o$ ma$s da li2erdadeG [$anto àescravidão não h8 nenh$ma necessidade para e$falar de se$s aspectos ma$sG & Xnica coisa A$ereA$er explana4ão Z o lado 2om da escravidãoG E$não me re9ro à escravidão indireta a escravidão doproletariado e$ re9ro?me à escravidão direta àescravidão dos pretos (2lac_s) no =$riname no6rãsPl nas regiQes do s$l da &mZrica do +orteG1L
- contexto desta cita4ão Z importanteG Marx pre?tende mostrar A$e s$a an8lise dialZtica Z s$perior à de#ro$dhon por isso a oposi4ão entre li2erdade e escravidãoG+ote?se entretanto A$e nesta disp$ta Vintelect$alV po$coimporta a realidade d$ra da escravidão africanaG #ara Marxos escravos estão no mesmo patamar dos 2ois e dos arados? não são h$manos ? são maA$inarias sem a A$al odesenvolvimento econ]mico não seria possPvelG Em s$aspalavrasB V& escravidão Z conseA$entemente $ma categoriaecon]mica de s$prema import5nciaG =em escravidão a
&mZrica do +orte a na4ão mais progressista ter?se?iatransformado em $m paPs patriarcalG &penas apag$e a&mZrica do +orte do mapa e voc! conseg$ir8 anarA$ia adeteriora4ão completa do comZrcio e da civili
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>iante das evid!ncias constatadas a partir de sZriaan8lise da o2ra de Marx e Engels Moore ressalta A$e emnenh$m dos escritos dos f$ndadores do Marxismo vamosencontrar crPticas à ideologia racistaG sto lhe permiti$ inferirA$e esta visão ideolgica em rela4ão aos negros determino$A$e a revol$4ão central ocorrida no sZc$lo \\ a ,evol$4ãodo Daiti ? Xnico levante de escravos 2em s$cedido A$ecoloco$ termo ao colonialismo franc!s e f$ndo$ $m novoestado ? fosse completamente ignorada pelos f$ndadores do
MarxismoGMoore corretamente descarta a explica4ão de A$e esta
post$ra se %$sti9A$e pela falta de conhecimento do A$eocorria fora da E$ropaG Marx e Engels escreviam para %ornaise desse modo poss$Pam acesso a informa4ão do A$eocorria fora da E$ropaG &demais como VcampeQesV daemancipa4ão dos povos não poderiam ignorar tamanhofeitoG =implesmente explico$ Moore tratava?se de escravosnegros derrotando senhores 2rancos evento A$e destr$Pa o
campo conceit$ai e$roc!ntrico dos f$ndadoresG Moore teriara
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+$ma recente an8lise da oposi4ão A$e o 9lsofo 7eorgDegel 9
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#ara isso acontecer seria necess8rio A$e a esA$erdaa2andonasse s$a o2sessão tot!mica v8rias ve
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leis e mecanismos A$e garantam o exercPcio efetivo daig$aldade racialG Esses arg$mentos são repetidos àexa$stão seg$indo o principio goe22elsia? no1 de A$e $mamentira repetida m$itas ve
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tese o sistema de cotas raciais est8 destinado aesses dois gr$posG Então por A$e os tri2$naisraciais instalados nas $niversidades imp$gnammesti4os como 3atiana J$an e tantos o$trosY(GGG) o horror ? cientP9co acad!mico e moralG Masdesgra4adamente nessas frases a2omin8veis A$erepresentam $m cancelamento do conceito decidadania est8 delineada $ma visão de m$ndo eexposto $m plano de a4ãoG >e acordo com elas amola prop$lsora da histria Z o con^ito racial e no
6rasil para A$e a histria avance Z precisos$primir 8 mesti4agem propiciando $m em2atedireto entre as d$as ra4as polares em con^itoG -imperativo da s$pressão da mesti4agem exige A$eos mesti4os ? esses monstros tristonhos conde?nados pela s$a nat$re
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afro2rasileiros nas $niversidades ? para $m VmedoVimagin8rio de con^itos raciaisG
*omo %8 dissemos tanto a direita A$anto a esA$erda
com$ngam os mesmos arg$mentos contra as tPmidas
reformas propostas por $m segmento da esA$erda
Vl$listaVno poder para aten$ar as desig$aldades socior?
raciaisG s$rpreendente como a arg$menta4ão de $m
conservador como Magnoli pode ser tão prxima daA$ela
$tiliividir o 6rasil em 2rancos e negros Z $m
delPrio pois a grande maioria de nossa pop$la4ãonão Z $ma coisa nem o$traG 3ratar 2rancos comoprivilegiados e opressores Z $m desrespeito amilhQes de pessoas po2res e tra2alhadorasG +egar ocar8ter essencialmente mesti4o do nosso povo e danossa c$lt$ra Z $ma ceg$eiraG - povo 2rasileiro Z omais mesti4o do m$ndo constit$Pdo por $main9nita grada4ão sendo $ma gera4ão maismist$rada A$e a anteriorG
>e acordo com esses a$tores o racismo no 6rasil nãoexiste visto A$e somos mesti4osG =eriam os proponentes dasmedidas de incl$são sociorracial A$e criam o racismo no#aPsG [$alA$er semelhan4a com os arg$mentos dos
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dirigentes da ,evol$4ão *$2ana ? A$e alegavam não precisarcom2ater o racismo porA$e no paPs existia apenas a V*or*$2anaV ? Z mera coincid!nciaG
+esta mesma dire4ão caminham os antroplogos #eterFr. e :vonne MaggieG &m2os são professores de antropologiada F,J e t!m dedicado m$ito tempo ao A$e eles chamamde VdivisQes perigosasVB
- A$e signi9ca instit$ir o negro como entidade %$rPdicaY =igni9ca $ma m$dan4a radical no nosso
estat$to %$rPdico rep$2licano A$e atZ agora ignoraVra4a''e p$ne o racismo como crime ina9an48vel eimprescritPvel como os demais crimes hediondosG =epassar essa lei os cidadãos serão divididos emd$as Vra4asV com direitos distintos de acordo com as$a perten4a a $ma o$ o$tra dessas d$ascategoriasG & polPtica de cotas raciais como vemsendo denominada instit$i portanto $masociedade dividida entre V2rancosV e VnegrosVG Emo$tros l$gares do m$ndo esse tipo de engenharia
social tro$xe mais dor do A$e alPvio para+ossos rep$2licanos ? assim como os lPderes da ,e?vol$4ão *$2ana ? em nenh$m momento demonstrarampreoc$pa4ão com o racismo e a discrimina4ão existentes nasociedadeG 3am2Zm parecem não se preoc$par com adivisão doc$mentada ? em termos de renda ed$ca4ãoemprego moradia espa4os de poder ? entre negros e2rancosG *onscientes desta o2%e4ão os antroplogos re?correm a $ma das t8ticas prediletas das elites A$e consisteem ac$sar os negros de Vracismo às avessasVG =omente $malgica tort$osa pode A$erer comparar o esfor4o em favor daaplica4ão de polPticas A$e aten$em as desig$aldades raciaiscom medidas A$e visam à excl$são de determinados gr$pos
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raciaisG Esta lgica tort$osa f$nciona entretanto porA$eapela para oVperigoVde dividira sociedadeemV2rancosVeVnegrosV categorias A$e não existem seg$ndoesses a$toresG
- rep$2licanismo dos a$tores a^ora com toda for4aA$ando diante de polPticas de a4ão a9rmativaG +estesmomentos lem2ra?se A$e o acesso à $niversidade deve sedar por VmZritoV e não por Vra4aV e A$e Z mais importanteter $ma ed$ca4ão $niversal de A$alidade do A$e distri2$ir
VprivilZgiosV a determinados gr$pos VraciaisVG En9m aspolPticas pX2licas de a4ão a9rmativa contrariam o credonacionalB
&tZ a *onstit$i4ão de @@ não se colocava a ideiade ra4a e não se distri2$Pam direitos de acordo comissoGEra proi2ido por leiG Mas as coisas foram m$dandoGEm 1 h8 $m marco importanteB a *onfer!nciaM$ndial contra o ,acismo em >$r2an na Hfrica do=$l promovida pela -+G &li o 6rasil modi9co$radicalmente s$a post$ra frente ao ordenamento %$rPdico do #aPsG E come4o$ a implementar a4Qesa9rmativasGj
#ara a professora Maggie não Z estarrecedor nem
perigoso para a na4ão a gritante desig$aldade racial A$e
assola o paPsG >o mesmo modo A$e a elite 2rasileira dosZc$lo \\ A$e temia perder se$s privilZgios com a a2oli4ão
da escravidão estes intelect$ais foram ao *ongresso+acional em 1L acompanhados de artistas militantes
sociais e o$tras personalidades acad!micas ? alg$mas das
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A$ais 9emZtrioMagnoli por se opor às medidas A$e poderiam contri2$ir
para red$
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& an8lise desenvolvida neste pref8cio mostra A$e aarg$menta4ão de Miranda não se s$stentaG +o entanto Z
importante o2servar a coer!ncia deste militante de
esA$erda pois $m dos corol8rios do Marxismo Z a nega4ão
de A$e racismo e =ocialismo possam conviverG +ovamente Z
possPvel notara coincid!ncia de arg$mentos entre a
esA$erda e a direitaG +a entrevista citada :vonne Maggie
a9rmaB
o ponto c$lminante das polPticas racialiemZtrio MagnoliG ma 7ota de =arvg$e ? Distria do
#ensamento ,acialG EdG *ontexto 1 pG Gra4aG Então ve%amosB A$anto ganha $m proc$radorda ,epX2lica e A$anto ganha $m f$ncion8rio rasoda J$sti4aY [$anto ganha a s$a empregada e
A$anto voc! ganhaY +ossa heran4a escravocratatem m$ito mais a ver com $m sistema econ]micoA$e prod$< desig$aldades o tempo todoG1
- interessante destas arg$menta4Qes da tropa dechoA$e contra as polPticas A$e visam red$
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inPcio da ,evol$4ão para %$sti9car a destr$i4ão doMovimento +egro c$2ano e alavancar o princPpio de $mademocracia ps?racialG E foi por este motivo A$e temosa9rmado A$e a experi!ncia c$2ana seria importante paraavaliarmos as implica4Qes do texto de Moore para asociedade 2rasileiraG
- dogma A$e os 2rasileiros de esA$erda e de direitat!m s$stentado atZ ho%e apontando a revol$4ão c$2anacomo modelo a ser seg$ido no A$e di< respeito à elimina4ãodo racismo e das desig$aldades raciais aca2a de rece2er$m golpe mortal na p$2lica4ão em *$2a em 1N de $ms$rpreendente relatrio a$toriesa9os de a pro2lem8tica racial en*$2aG Este doc$mento revela pela primeira ve< ao pX2licoo res$ltado das pesA$isas feitas pelo regime e pelas$niversidades ao longo dos Xltimos 1 anos mas mantidosem sigilo atZagoraG - A$e Z A$e revelam estas estatPsticasY
- relatrio nos di< A$eB
L@ dos 2rancos c$2anos re%eitamcategoricamente o casamento inter?racial@ dos 2rancos em consideravam A$e osnegros Veram menos inteligentesVA$e os 2rancosL dos 2rancos em acreditavam A$e osnegros Vnão t!m os mesmos valores edec!nciaVA$e os 2rancosG Em LL dapop$la4ão negra ativa se encontravadesempregada (e se estima A$e em 1 a cifra
atingi$ N) comparativamente à pop$la4ão2ranca A$e $s$fr$Pa de pleno emprego (LG@)
442idG -s it8licos são nossosG
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-s negros constit$em $ma exPg$a minoria do setoragrPcola privado (1) comparativamente aos2rancos (@)nas cooperativas de estado os negros representamsomente enA$anto os 2rancos somam Em todos os nPveis e inst5ncias de poder desde ache9a das empresas atZ a dire4ão do Estado do7overno #arlamento e #artido *om$nista osdirigentes c$2anos são ma%oritariamente 2rancos
c$2anos (N) assim como os A$adros tZcnicos ecientistas (N1GN)GO
&penas dos o9ciais de alta patente das For4as &rmadas
,evol$cionarias (F&,) são negrosG E em 1no *omando *entral das F&, somente $m dentre os de<7enerais de >ivisão Z negro (7enG ,aXl ,odrig$e< Ro?2aina)G sso apesar das massivas interven4Qes militaresc$2anas na Hfrica nas dZcadas dos anos N e @ e oenvio de pelo menos treoming$eesa9os de Ra pro2lem8tica racial en *$2aGRa Da2anaB F$ndacin Fernando -rtirG Morales Z economista epolitlogo mem2ro da &cademia de *i!ncia de *$2a ex?>ecano da Fac$ldadede D$manidades e diretor por d$as dZcadas do importante *entro de Est$dos
so2re os Estados nidos (*=E)G4F2idGpG G4GDans de =alas dei IalleG *6& F&*3=G IolG O de
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*$2a se v! imerso nos mesmos pro2lemas raciais A$e o6rasil e apresenta nPveis compar8veis de s$2representa4ãonegra nas inst5ncias de poder e de comando da sociedade
*omo explicar essa enorme contradi4ão do modeloc$2anoY
&ssim para encerrarmos este pref8cio de maneiracirc$lar nos voltamos para a o2ra citada ao longo destasp8ginasG E a tenta4ão seria de catalog8?la como o2raVprofZticaVG sto porZm seria ignorar se$ signi9cado maisprof$ndo a sa2er A$e antes de Moore e ao mesmo tempo
A$e ele o$tros pensadores crPticos tam2Zm desataram asamarras da ideologia marxista para com2ater o desenhohegem]nico de esA$erdaG
&imZ *Zsaire *hei_h &nta >iop Frant< Fanon 7e? orge#admore &2dias do +ascimento e RZlia 7on
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O Marxismo e a questãora#ial
Karl Marx e Friedrich Engelsfrente ao racismo e à escravidão
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Uma &isão euro#*"tri#a
3oda 9loso9a V$niversalistaV ela2orada no-cidente tem como 2ase a histria da E$ropa aevol$4ão so? cioecon]mica de se$s povos e asinstit$i4Qes c$lt$rais e polPticas A$e eles criaramG -Marxismo?leninismo não Z exce4ão $sando o-cidente como se$ Xnico par5metro mede o resto
do m$ndo e o desco2re de9cienteG =ociedades nãoocidentais em geral (e sociedades negras empartic$lar) estão dispensadas das an8lises de KarlMarx e Friedrich Engels e o A$e antes eraestritamente e$rope$ e temporal torna?se agoraV$niversalVeVde9nitivoVG >esse modo devemoslevantar sZrias A$estQes A$anto à gen$PnaV$niversalidadeVde s$as concl$sQes $ma ve< A$etr!s A$artos da h$manidade evol$Pram sedesenvolveram e vivem at$almente fora do
-cidenteG- terico marxista 2rit5nico Eric Do2s2a;m
concorda A$e em2ora o ponto forte de Marx eEngels fosse s$a an8lise do perPodo do *apitalismose$ conhecimento so2re Zpocas anteriores erapo2reG V*oncorda?se de $m modo geralV ele a9rmaVA$e as o2serva4Qes de Marx e Engels so2re ZpocasprZ?capitalistas 2aseiam?se em est$dos 2em menosprof$ndos do A$e a descri4ão e an8lise do*apitalismo feitas por MarxVG Do2s2a;m esclarece$$m ponto A$e n$nca foi s$9cientemente enfati
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A$ase tão 2em eA$ipados A$anto oest$dioso moderno A$e con9a
em fontes p$ramente liter8riasU #or o$tro ladonem s$a forma4ão cl8ssica nem o material entãodisponPvel tornavam possPvel $m conhecimentoprof$ndo do Egito e do antigo -riente MZdioG Marx eEngels de fato não se reportaram a estas regiQesem se$s est$dos deste perPodoG Mesmo refer!ncias
ocasionais a elas são relativamente rarasjGGV+o terreno da histria oriental s$a sit$a4ão era2em diversaG +ão h8 evid!ncia de A$e antes de@O@ tivessem tratado de forma sistem8tica doass$ntoG prov8vel A$e não conhecessem maisso2re histria oriental do A$e h8 nas Ri4Qes so2re a9loso9a da histria de DegelGGG e o$tras informa4QesA$e p$dessem ser familiares aos alemães ed$cadosdeste perPodoGGG#or s$a ve
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primitiva eram apenas esA$em8ticosG +ão se 2a?seavam em A$alA$er investiga4ão prof$nda so2reas sociedades tri2ais pois a moderna antropologia
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estava em s$a inf5ncia eGGG no mesmo nPvelestavam os conhecimentos so2re ascivili
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\\G - comZrcio de homens e m$lheres de pele negradi
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homens tão diferente da nossa como a ra4a dos cãesspaniels Z dos galgosGGG =e s$a compreensão não Z de$ma nat$re
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$ma 'fertilidade nat$ral da mente' A$e seencontra ociosa e Z atro9ada o$ estim$ladapara o desenvolvimento conforme o am2ientese%a favor8vel o$ nãoVGvl
VMarx parece acreditar em diferen4as raciais enão est8 isento de preconceito racialG Elediscorre so2re'pec$liaridadesraciais'e'caracterPsticas raciais inatas'G Em se$ensaio so2re a [$estão J$daica h8 mais doA$e simples insin$a4Qes de preconceitoG Ems$a primeira tese so2re Fe$er2ach ele nãopo$pa esfor4os para $tili
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em s$a alimenta4ãoGGGVOL
Marx e Engels nitidamente acreditavam A$e a ra4a era $m dos
fatores A$e in^$enciava a evol$4ão social das sociedades h$manasG
Engels a9rmo$B VIemos nas condi4Qes econ]micas o A$e em Xltimainst5ncia condiciona o desenvolvimento histricoG #or si mesma no
entanto a ra4a Z $m fator econ]micoVC +a o2ra - *apital Marx refere?se a VcaracterPsticas raciais inatasV e Vpec$liaridades raciaisV como
agentes de desenvolvimento social A$e podem ser veri9cados por meiode Van8lise c$idadosaVGxl 3ais declara4Qes nos dias de ho%e
provocariam alaridos de VFascismoV da parte de militantes marxistas
& orienta4ão e$ropeia genZrica do Vinternacio? nalismoVde Marx e
Engels revela $m car8ter especi9camente germ5nico aps $m exame
mais min$ciosoG & post$ra de am2os em rela4ão a determinadas enti?
dades nacionais e$ropeias comprova essa tend!nciaG *omo dois
renomados est$diosos salientaramB
V Zpoca da revol$4ão de @O@ e se$s desdo2ramentos naE$ropa -riental s$a atit$de limitava?se essencialmente a $m
dio fero< pela ,Xssia c
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decadentesV era s$2meter?se à assimila4ão em ve< de se opor
àVtend!ncia histricaVe snharVA$e a histria retrocederia mil anos para
agradar alg$ns po$?
cos corpos h$manos tPsicosVGUN
& tend!ncia nitidamente pr?alemã de Marx e Engels foiressaltada por $m simpatiemetrio 6oersner A$e dedico$ $m longo emin$cioso est$do so2re a post$ra do movimento marxista a
respeito da A$estão colonial e nacionalG 6oersner fa< os seg$intescoment8riosB
V&pesar de Marx e Engels apoiarem totalmente osmovimentos de li2erta4ão dirigidos contra o c
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assimila4ão seria reacion8ria em A$alA$er Zpoca e nãoapenas em @O@VGxvl
>essa maneira o tradicional despre
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L
Pr+,#olo"ialistas e !r+,im!erialistas!era"te o Ter#eiro Mu"%o-
- VinternacionalismoV de Marx e Engels não eraamplo o 2astante para a2ranger todas as entidades na?cionais e$ropeiasG Então ca2e perg$ntar comoconsideravam os povos e sociedades do m$ndo nãoocidentalG -s prprios escritos de am2os fornecemmais $ma ve
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no entanto cr$el e vingativa sendo o se$car8ter moral 2astante 2aixoVG\\O
Em @ a Fran4a invadi$ a &rgZlia
transformando aA$ele paPs em mais $ma col]niaG>$rante de
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dos estados 28r2aros A$e n$nca enfrento$interfer!ncia do governo ingl!s enA$anto estanão incomodasse se$s navios não poderiaser de2elada senão pela conA$ista de $mdesses estadosG E a conA$ista da &rgZlia %8for4o$ os 2eis de3Xnis e3rPpoli e atZ mesmo oimperador do Marrocos a em2arcar naestrada da civili
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a oferecer aos eslavos 2rancos A$e se op$nham aoimperialismo alemãoG - VanticolonialismoV e oVinternacionalismoV de Marx e Engels eram de fato2astante seletivosO
& g$erra Mexicano?&mericana de @OL?O@ foi aprimeira grande avent$ra imperialista e
expansionista americanaG 3ermino$ em fevereiro de@O@ com o h$milhante VtratadoV de 7$adal$pe?
Didalgo pelo A$al os arr$inados e derrotadosmexicanos foram for4ados a aceitar a anexa4ãoamericana do &ri
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N
tante e a$spicioso para o progresso da civilie$tsche?6r$sselerqeit$ng (1de %aneiro de @O@) Engels ex$ltaB
VGGG Fomos espectadores da conA$ista doMZxico e nos rego
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Xltima an8lise ser gratas àA$eles A$ec$mprindo necessidades histricas asanexam a $m grande impZrio permitindoassim s$a participa4ão em $mdesenvolvimento histrico A$e de o$tramaneira seria ignorado a elesG evidenteA$e tal res$ltado não poderia ser o2tido semesmagar alg$mas 2elas ^or
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N
de reconhecer a exist!ncia de histria como tal nom$ndo não arianoB
V>e A$e modo a s$premacia inglesaconseg$i$ esta2elecer?se na PndiaYGGG 3al paPse tal sociedade não eram a presapredestinada para a conA$istaYGGG & Pndia nãopodia escapar ao destino de ser conA$istada
e toda a s$a histria passada se existehistria Z a histria das s$cessivasconA$istas A$e sofre$G & sociedade indiananão tem A$alA$er histria pelo menos $mahistria A$e se conhe4aG &A$ilo a A$echamamos a s$a histria Z apenas a histriados invasores s$cessivos A$e f$ndaram osse$s impZrios so2re a 2ase passiva destasociedade im$t8vel e sem resist!nciaG &A$estão não Z portanto sa2er se os ingleses
tinham o direito de conA$istar a Pndia mas sedevemos preferira Pndia conA$istada pelost$rcos pelos persas pelos r$ssos à PndiaconA$istada pelos 2rit5nicosGV& nglaterra tem A$e c$mprir $ma d$plamissão na PndiaB $ma destr$idora o$trareg$ladora ? a ani? A$ila4ão da velhasociedade asi8tica e o lan4amento das 2asesmateriais da sociedade ocidental na HsiaGVHra2es t8rtaros t$rcos mongis A$e
invadiram s$cessivamente a Pndia depressa9caram 'hind$i?
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os primeiros conA$istadores s$periores eportanto inacessPveis para a civili
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NN
aldeia por inofensivas A$e possam parecer sempre
constit$Pram a slida 2ase do despotismo oriental de
A$e elas restringiam o espPrito h$mano dentro do
menor cPrc$lo possPvel transformando?o no
instr$mento sem resist!ncia da s$persti4ão escravi?
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nglaterra ela foi o instr$mento inconscienteda histria para originar essa revol$4ãoGVEntão por mais amarg$ra A$e o espet8c$loda A$eda de $m m$ndo antigo possa provocarnos nossos sentimentos pessoais temos odireito do ponto de vista da histria deexclamar com 7oetheB
'>eve esta tort$ra atormentar?
nos J8 A$e nos tra< maiorespra
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N
operandi A$e se modi9caG >eixe o destino se reali
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Em $ma carta a Engels datada de N de mar4o de
@L a respeito de Rassalle Marx fe< A$estão de
salientar A$e V a2sol$tamente 2vio pelo formato des$a ca2e4a e pelo modo como se$ ca2elo cresce A$e
ele descende de negrosGGGVxxxlV - prprio fato de A$eMarx e Engels p$dessem ver $m motivo de esc8rnio
nos tra4os VnegridesV de Rassalle denota o tipo de
estigma A$e eles atri2$Pam à ra4a negraGO1 &ssim as
atit$des raciais de Marx e Engels não eram diferentes
da maioria dos 2rancos ho%e em diaG sso se corro2ora
aps $m exame de s$a correspond!ncia pessoalGO
- pensamento de Marx e Engels so2re a Hfrica
não deveria nos s$rpreender considerando o A$e foiexposto anteriormenteG & destr$i4ão violenta A$e ocor?
ria na Hfrica e descrita por Marx peremptoriamentecomo Va transforma4ão da Hfrica n$m vasto campo de
ca4ada l$crativaVpoderia apenas ter signi9cado
VprogressoV visto A$e ele prprio manifestara A$e
esse tr89co Vmarcava os al2ores da era da prod$4ão
@2o termo nigger c$nhado nos Estados nidos pelos segregacionistasdo s$l Zo mais ofensivo do voca2$l8rio racista não tendo trad$4ão literal(+&)G
@4Em s ̀&nti?>$hring Engels re%eita s$mariamente a ideia de A$e osnegros da Hfrica e da &$str8lia por exemplo p$dessem poss$ir a Vferti?lidade nat$ral da menteV A$e os capacitaria a dominar a matem8ticaG Em
$m 2reve coment8rio ele fa< $ma reivindica4ão vigorosa da intelig!nciacomo sendo $m monoplio arianoG Ele o2servaBVFormas de pensamento(são) tam2Zm parcialmente herdadas pelo desenvolvimento (evid!nciapor exemplo dos axiomas matem8ticos para os e$rope$s certamentenão para os 2oxPmanes e negros a$stralianos)VG (Frederic_ Engels Hnti?>$hring Ra;rence Wishart Rondres L a impressão pG nossoit8licoG)
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II
@
capi? talistaVGxxxv & escravidão era portanto $m
fen]meno Vrevol$cion8rioVG +esse sentido Marx
saliento$ A$e
V>e fato a escravidão dissim$lada dos
assalariados na E$ropa precisava f$ndamentar?se na
escravat$ra sem re2$4os no +ovo M$ndoVGxxxvl -pre4o pago pelo homem negro n$nca foi calc$lado
apenas $ma eA$a4ão importavaB escravidão Z ig$al aprogresso econ]mico ig$al a classe de tra2alhadores
assalariados ig$al a revol$4ão ig$al a =ocialismoG &
partir de tais Vnecessidades histricasV Marx e Engels
constr$Pram s$a teoria a respeito da nat$re
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s$a post$ra diante desses con^itos de a$todefesa eli2erta4ão nacional foi marcada pela indiferen4aG EstesVgrandes internacionalistas revol$cion8riosV nãoexpressaram seA$er $ma ve< nem mesmo s$aVsolidariedade moralV A$ando confrontados com asin$mer8veis ins$rrei4Qes negras nas &mZricasG >e fatocalaram?se completamente diante da ,evol$4ãoDaitiana de @O o maior evento revol$cion8rio do
sZc$lo \\GDaitiB onde pela primeira ve< na histria $ma
revol$4ão composta e cond$
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II
@
apenas de eventos de VniggersVG sso se revela na2reve refer!ncia de Engels à ins$rrei4ão %amaicana de@L liderada por #a$l 6ogleG Em $ma carta a Marxdatada de primeiro de dee fato ho$ve apenas $ma ocasião histrica A$e
provoco$ a oposi4ão vigorosa de Marx e Engels àescravidão negraB a 7$erra *ivil norteamericana(@L?L)G Entretanto $ma an8lise c$idadosa de se$sescritos revela A$e s$a oposi4ão 2aseava?seexcl$sivamente em $ma preoc$pa4ão pelas vantagensA$e a classe tra2alhadora ariana p$desse retirar de $mcon^ito A$e op$nha massas negras e opressores2rancosG
-s f$ndadores do Marxismo perce2eram rapida?mente A$e $ma nPtida distin4ão deveria ser feita entre
a escravidão nos Estados nidos paPs capitalista com$ma imensa classe tra2alhadora 2ranca no +orte emcontraste com o sistema escravagista prZ?capitalista
@F+este contexto $ma passagem aparentemente crPptica encontradaem - *apital torna?se mais claraB Vm negro Z $m negroG Em certassit$a4Qes Z transformado em $m escravoG m tear Z $ma m8A$ina para9ar algodãoG &penas so2 certas circ$nst5ncias torna?se capitalVG (*itadode - *apital trad$
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predominante no restante das &mZricasG +o Xltimocaso a escravidão ainda tinha $m papel VpositivoV adesempenhar nos Estados nidos por o$tro lado osistema escravagista %8 não poss$Pa mais $tilidade eera $ma amea4a tanto para a classe tra2alhadoraariana A$anto para o desenvolvimento daA$ele*apitalismo ind$strial A$e Marx e Engels enxergavamcomo o prec$rsor necess8rio do =ocialismoG
Foi esse o contexto A$e levara Marx a proclamarV- tra2alho com $ma pele 2ranca não pode se eman?cipar onde o tra2alho com $ma pele negra Z marcado aferroVGxxxvlV 7eralmente os marxistas ho%e em dia citamessa declara4ão fora de contexto A$erendo de?monstrar A$e Marx e Engels eram verdadeiros Vamigosdos negrosVG -ra na verdade esse coment8rio estavaem perfeita conson5ncia com $ma avalia4ão m$itoha2ilidosa das implica4Qes da 7$erra *ivilnorteamericana a sa2er o perigo A$e $ma vitria
s$lista representaria para a classe tra2alhadora 2rancanorteamericana (em A$em Marx e Engels depositavamgrande esperan4a) e para a classe oper8ria arianainternacionalG Marx e Engels f$n
damentariam essa interpreta4ão nos n$merososartigos A$e dedicaram à 7$erra *ivil norteamericanaG
- apoio de Marx e Engels ao +orte ind$strial ecapitalista em s$a l$ta contra o =$l escravagista eagr8rio foi determinado por considera4Qes A$e nadatinham a ver com o destino de milhQes de homens e
m$lheres negras por A$em a g$erra s$postamenteestava sendo travadaG V+os estados do +orte onde aescravidão negra Z na pr8tica invi8velV o2servo$Marx Va classe tra2alhadora 2ranca seriagrad$almente re2aixada ao nPvel da escravidãoV na
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@
ocasião de $ma vitria s$listaGxxxlx ma ve< A$e Vtra2a?lho de verdade Z a sina do negro no =$lV sendo no+orte Va sina do alemão e do irland!s o$ de se$sdescendentes diretosV\R logo $ma vitria s$listadestr$iria completamente o car8ter prolet8rio dotra2alho 2ranco no +orte e o colocaria no mesmo nPveldo A$e o dos VnegrosV nas planta4Qes do =$lG Essa era$ma possi2ilidade ass$stadora A$e Marx e Engels
receavam tanto A$anto temeriam $mresta2elecimento do fe$dalismo nas na4Qes e$ropeiasA$e %8 haviam amad$recido s$as estr$t$rascapitalistasG #ortanto se$ apoio ao +orte ? %$ntamentecom s$a emocionante homenagem a Rincoln como Vo9lho determinado da classe tra2alhadoraV e VcampeãoVdos direitos do proletariado americano 2ranco?foimotivado pelo m8ximo 2om senso polPtico e pelapreoc$pa4ão extrema com o f$t$ro da classe oper8riaariana internacionalG Marx atZ mesmo descreve$ os
Estados nidos como Vo paPs mais progressista dom$ndoGVMarx e Engels tinham ainda o$tros motivos para
instigar os tra2alhadores e$rope$s a compreender A$eVa 2andeira norteamericana carregava o destino des$a classeVGx$ *aso o +orte fosse derrotadoo2servaram eles V sistema escravagista infectariatoda a niãoV\R com efeitos desastrosos so2re a classetra2alhadora 2rancaG &lZm disso viam $ma vitria do+orte como a pedra f$ndamental para $ma revol$4ão
prolet8ria e$ropeiaB o *apitalismo e$rope$amplamente dependente do algodão prod$
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V&gora de repente a 7$erra *ivilnorteamericana amea4a este grande pilar daindXstria inglesaGGG >esde o inPcio da 7$erra*ivil norteamericana o pre4o do algodãoa$mento$ ininterr$ptamente na nglaterraGGG&s $sinas de 9a4ão e tecelagem emRancashire e em o$tros centros da indXstriaalgodoeira 2rit5nica limitaram s$a %ornada de
tra2alho a tr!s dias por semana $ma partedas $sinas paro$ s$as m8A$inascompletamente a rea4ão irremedi8vel emo$tros ramos da indXstria não foi menor eneste momento toda a nglaterra estremececom a proximidade da maior cat8strofeecon]mica A$e %amais a amea4o$VG\
>e A$alA$er 5ng$lo A$e analisassem a 7$erra *i?vil norteamericana Marx e Engels viam apenas timas
perspectivas para a classe oper8ria 2rancainternacional contanto A$e o +orte saPsse vitoriosoG #oro$tro lado $ma vitria do =$l poderia signi9car apenas$m sZrio revZs para a classe tra2alhadora e$ropeia e anegroidi
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@N
apresentava a amea4a de negros derrotarem se$sopressores 2rancos
? como no Daiti ? e tomarem o controle dosEstados nidosG Marx e Engels estavam 2emcientes dissoG
3odo negro A$e engoli$ a 9loso9a marxista comse$s pretextos VinternacionalistasVdeveria reavaliar asposi4Qes oport$nistas de Marx e Engels so2re a 7$erra
*ivil norteamericana se$ sil!ncio a respeito das l$tasde li2erta4ão negras de s$a Zpoca s$a indiferen4a ao$so da Hfrica como $m matado$ro e a red$4ão demilhQes de africanos a 2$rros de cargaG -s negrosdeveriam reavaliar o comportamento dos f$ndadoresdo Marxismo por ca$sa do sil!ncio de am2os diante doA$e o homem 2ranco estava fa
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I0O So#ialismo #omo !ro1eto %e 2#i&ili3a4ão2 .a#e5 2ar6rie2-
- apoio de Marx e Engels à coloni
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1
&mZricasG *om o aval de Engels Marx vai adiante para detalhar o
seg$inteB
V& escravidão Z $ma categoria econ]mica comoA$alA$er o$traG #ortanto poss$i tam2Zm se$s doisladosG >eixemos o lado ma$ e falemos do lado 2om daescravidão esclarecendo A$e se trata da escravidãodireta a dos negros no =$riname no 6rasil nas regiQesmeridionais da &mZrica do +orteGV& escravidão direta Z o eixo da indXstria 2$rg$esaassim como as m8A$inas o crZdito etcG =em escra?vidão não terPamos o algodão sem o algodão não
terPamos a indXstria modernaG & escravidão valori
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s$stentar a ideia de A$e a escravi
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O
Mas isso não nos di< $ma s palavra so2re como essas
instit$i4Qes s$rgiram por A$e existiram e A$e papel de?sempenharam na histriaG [$ando examinamos essasA$estQes somos o2rigados a di
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[$ando confrontados com tais declara4Qes grosseiras e
a2ertamente pr?escravidão dos f$ndadores do Marxismo se$sadeptos de ho%e não hesitam em ressaltar A$e Engels e Marxestavam apenas se referindo à escravidão VantigaV (greco?romana)G *ont$do como ignorar A$e essas opiniQes A$elegitimavam o sistema es? cravagista ? e mais do A$e isso oconsagravam como o prZ?reA$isito para $ma E$ropa ind$strial epara o =ocialismo moderno ? eram proclamadas n$m sZc$lorepleto de relatos min$ciosos so2re a ca4ada e capt$ra de Ves?cravosV na Hfrica o comZrcio transatl5ntico de escravos e aescravi
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L
EngelsG #ara eles o m$ndo não ariano pendera s$spenso em $m
vaessa maneira aconA$ista ariana não poderia de modo alg$m acarretarVretrocessoV em sociedades A$e n$nca conheceram VprogressoVG
- intelect$al e$rope$ a A$em Marx e Engels mais deviam7eorg Wilhelm Friedrich Degel en$ncio$ de maneira peremptriaA$e a histria como tal se restringia somente ao m$ndo arianoGEm & 9loso9a da histria Degel declaro$ A$e o m$ndo -rientalera $m m$ndo inerentemente Vnão histricoV e A$econseA$entemente não se podia falar de histria ao se referir àssociedades asi8ticasG\RIV Degel aplico$ o termo Vnão histricoV a
2er4os da civili
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N
-$tro exemplo do raciocPnio anticientP9co dos f$ndadores
do Marxismo ao lidarem com sociedades não arianas aparece naeA$a4ão linear A$e esta2eleceram entremoderni
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@
2rancos ? intit$lada mperialismo e colonialismo p$2licada em
LO Z 2astante reveladora a esse respeitoG R!?seBV#or mais tra$m8tica a experi!ncia tenha sido
para aA$eles em posi4ão desfavor8vel a expansão daE$ropa alZm?mar foi $m agente poderoso deGGG moder?ni
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histricoG - fato de essas ideias terem sido organie fato Marx e Engels vinc$laram a perspectivade $m f$t$ro socialista no -cidente à escravi
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Os limites %a soli%arie%a%e'!roletARIANA'
&tZ aA$i temos discorrido so2re a posi4ão dosf$ndadores do Marxismo face à coloni
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0Vcivili
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Engels evoca sinistramente a possi2ilidade deVg$erras defensivas de v8rios tiposV empreendidaspor esses povos prolet?arianos`
Estas ideias foram res$midas por Engels em $macarta a Karl Ka$ts_. datada de 1 de setem2ro de
@@1B
VEm minha opinião as col]nias propriamen?te ditas isto Z os paPses oc$pados por $mapop$la4ão e$ropeia ? o *anad8 o *a2o (Hfrica do
=$l) a &$strZlia ? tornar?se?ão independentes poro$tro lado os paPses
ha2itados por $ma pop$la4ão nativa A$eestão simplesmente s$2%$gados ? a Pndia a &rgZliaas possessQes holandesas espanholas eport$g$esas tomarão a iniciativa e o proletariadoA$ando chegara alt$ra cond$
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0-s a$tores DZlne *arrre c3Enca$ssse e =t$art
=chram analisaram a posi4ão de Marx e Engels so2reessa A$estão ressaltando s$a Vatit$de desdenhosaem rela4ão aos 'nativos' da Hsia e da Hfrica A$eesconde atZ mesmo $m em2rião de %$sti9ca4ão pelapolPtica de't$tela'das na4Qes civiliavid 6ernstein eo$tros prop$seram $ma VpolPtica colonial socialistaVpara ser exercida pelo proletariado ocidental so2re aspartes VselvagensV e Vnão civili
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deparado com opiniQes radicalmente diferentes dass$asG #o$cas teriam exaltado asvantagensVregeneradorasVde $ma %ornada de de
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os empilho$ no porão s$focante do navionegreiro para resistirem à longa viagem para asplanta4Qes das &mZricasG +enh$ma teria concordadocom o sacrifPcio de incont8veis milhQes detra2alhadores de pele negra a 9m de permitir A$etanto a h$manidade 2$rg$esa A$anto a prolet?&,&+& dessem $m salto para $ma era de incom?par8vel a2$nd5ncia material e incontest8vels$premacia ind$strial e tecnolgicaG
Do%e em dia tenta?se salvar a pele dosf$ndadores do MarxismoG -s adeptos VarianosV deMarx e Engels recorrem a todo o tipo de desc$lpaspst$mas e se empenham em mXltiplas eengenhosas acro2acias intelect$aisG 3entam nos fa
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O
disseram o$ 9e fato nos di
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compreensão da din5mica A$e imp$lsiona a evol$4ãosocioecon]mica dascom$nidades h$manasG
&lZm dessas verdades 2vias h8 a constata4ãoig$almente 2via de A$e as concl$sQes de Marx e En?gels foram o prod$to de pesA$isa cond$
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pode $ma ideologia conce2ida excl$sivamenteseg$ndo $m modelo ocidental ideali
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Re.er*"#ias e NotasEsse foi o arg$mento apresentado a este a$tor em L@ por$m marxista franc!s em $ma conversa relacionada àsA$estQes disc$tidas ao longo destas p8ginasG evidente A$eo constrangimento dos marxistas 2rancos contempor5neosA$ando confrontados com a 2via defesa da s$premacia2ranca dos f$ndadores do Marxismo se deve mais aconsidera4Qes t8ticas do A$e a A$alA$er discord5nciaf$ndamental em rela4ão às ideiasfascistas n$tridas por Marx
e EngelsGD-6=6&WM EG JG ntrod$4ãoG nB M&,\ KG Forma4Qes eco?n]micas prZ?capitalistasG ,io de JaneiroB #a< e3erra NG LpGdem ppG 1?1G (+osso it8licoG)7->ERE, MG Ra notion de'mode de prod$ction &siatiA$e' etles schZmas marxistes d'Zvol$tion des sociZtZsG nB *entred'Et$des et de ,echerches Marxistes =$r le'mode deprod$ction asiatiA$e'G #arisB ditions sociales LG pG @G(+ossa trad$4ão e it8licoG)
M-+3E=[E *G =G >e 'esprit de loisG Rivro \I *apG G#arisB 7arnier NG \\\ pGI-R3&,EG 3he ;or_s of IoltaireB a contemporar. version ;ithnotes 2.3o2ias =mollettG +ova orA$eB EG ,G >$montG pG7-6+E& &G JG3he ineA$alit. of h$man racesG +ova orA$eBDo;ard Fertig G11 pG6-6E, MG MG Karl Marx's interpretation of histor.G 1a edi4ãoG*am2ridgeB Darvard niversit. #ress O@GOL pG (+ossopar!ntese e it8licoG)
dem pG LG (+osso it8licoG)M&,\ KG & contri2$tion to the critiA$e of political econom.G*hicagoB *harles DG Kerr #$2lishing OGO pGE+7ER= FG & origem da famPlia da propriedade privada e doEstadoG a edi4ãoG ,io de JaneiroB *ivili
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dem pG 1L (+osso it8licoG)GE+7ER= FG *arta a &G DG =tar_en2$rgG nB M&,\ K E+7ER= FG-2ras escolhidasG a edi4ãoG =ão #a$loB&lfa?-mega1@G1 pG (+osso it8licoG)M&,\ KG *apital ppG ?1 pG L1G (+osso it8licoG)
d'E+*&==E DG *G =*D,&M =G Re marxisme et l'&sieG#arisB &rmand *olinVV LGO pG (+ossa !nfaseadicionadaG) #ara a fonte original das o2serva4Qes deEngels vide se$ artigo intit$lado VD$ngriaV%aneiro de@O em +achlass IolG pG 1LG
E+7ER= FG ,evol$tion and co$nter?revol$tion or 7erman.in @O@ (N)G White9shB Kessinger #$2lishing 1@G1pG 6-E,=+E, >G3he 2olshevi_s and the national andcolonial A$estion (N?1@)G 7ene2raB Ri2rairie EG >roG ,%a
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d'E+*&==E DG *G =*D,&M =G Re marxisme et'&sie opG citG pG GM&,\ KG -s res$ltados prov8veis do domPnio 2ri?t5nico na PndiaG nB M&,\ KG E+7ER= FG =o2re ocolonialismoG IolG opG cit ppG N?G (+osso it8licoG)dem pG GM&,\ KG - domPnio 2rit5nico na PndiaG dem pG O1?OG M&,\ KG ,evol$4ão na *hina e na E$ropaG
dem pG 11G dem pG 1G
M&,\ KG - domPnio 2rit5nico na Pndia opG cit ppG OL?O@G (+osso it8licoG) #ara $ma declara4ão adicionalso2re o papel Vrevol$cion8rioV da destr$i4ão colonialna Pndia como Va condi4ão sine A$a non para a s$ae$ropeianielsonG nB M&,\ K E+7ER=FG -e$vres choisiesG IolG -pG citG pG G (+ossatrad$4ãoG)E+7ER= FG Engels a FG &G =orgeG nB M&,\ KG E+7ER=
FG =o2re o colonialismoG IolG opG citG pG 11OGnB ,-7E,= JG &G +at$re _no;s no color lineG a
edi4ãoG +ova orA$eB Delga MG ,ogers @G1O1 pGnB =*DW&,3q*DR> RG 3he red pr$ssianG +ovaorA$eB *harles =cri2ner's =ons ONGO11 pGM&,\ KG - *apitalG IolG #arte =Ztima *apPt$lo\\IG ,io de JaneiroB *ivili
-
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dem (+osso it8licoG)GE+7ER= FG Engels a MarxG nB M&,\ KG E+7ER= FG=o2re o colonialismoG IolG opG citG pG OGnB 6R--M =G FG 3he ;orld of nationsB a st$d. of the nationa implications in the ;orld of Karl MarxG+ova orA$eB &M= #ress LNG11 pGM&,\ KG E+7ER= FG 3he civil ;ar in the nited=tatesG +ova orA$eB nternational #$2lishers NGO pG (+osso it8licoG)demG
dem pG 1NGdem pG @G
dem pG @@L?@NGM&,\ KG & misZria da 9loso9aG =ão #a$loB 7lo2alEditora @G11 pG (+osso par!ntese adicionadoG)E+7ER= FG &nti?>$hringG +ova orA$eB nternational#$2lishers LLGL pG (+osso it8licoG)dem ppG 1L?1NGM&,\ KG E+7ER= FG Flistorisch?_ritische 7esta?
mta$sga2e opG citG IolG #arte ppG 1@G(EmB 6-6E, MG MG Karl Marx's interpretation of histor. opG citG pG G)DE7ER 7G WG FG 3he philosoph. of histor.G thaca*ornell niversit. #ress NOGL pGE+7ER= FG & #Zrsia e a *hinaG nB M&,\ KGE+7ER= FG =o2re o colonialismoG IolG opG cit ppGOLG+&>ER 7G DG *,3= #G mperialism andcolonialismG +ova orA$eB MacMillan *oG LOGO
pG (+osso it8licoG)E+7ER= FG Engels a KG Ka$ts_.G nB M&,\ KGE+7ER= FG =o2re o colonialismoG IolG opG cit pG1L?1NG (+osso it8lico e par!nteseG)d'E+*&==E DG *G =*D,&M sl Re marxisme et
l&sie opG citG pG 1LG
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POSFÁCIO
Gilberto Neves
7i6lo(o Poss$&el e Ne#ess6rio
& A$estão racial entro$ de9nitivamente na agenda polPtica2rasileiraG - tema do racismo oc$pa as a4Qes dos #oderes Exec$tivoRegislativo e J$dici8rio mas so2ret$do e mais importante adentro$os diferentes poros sociaisG #ara alZm dos movimentos negros as$niversidades os partidos polPticos e o movimento sindical a mPdiaas escolas e as empresas foram movidas a se posicionarem frente às
reivindica4Qes de promo4ão da ig$aldade racialG ,egistrar este fatoA$e demarca $ma conA$ista de posi4ão estratZgica na l$ta pelahegemonia de valores contra o racismo não signi9ca ded$
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com o 9m da explora4ão de classes no interior de $m pro%etosocialista $niversalistaG
& proemin!ncia at$al da A$estão racial nas polPticas degoverno por for4a da l$ta dos movimentos negros tem comonovidade centralmente a compreensão de A$e o racismo Z $mfen]meno especP9co A$e prod$< $ma desig$aldade estr$t$ral dosnegros em rela4ão aos 2rancos e de A$e a s$pera4ão dessadesig$aldade deve ser feita por meio de medidas estataisig$almente especP9cas de promo4ão dos negrosG Mostraram?se im?potentes para a altera4ão da desig$aldade racial as polPticas$niversalistas se%am de viZs li2eral o$ socialistaG &testam este fatodois exemplos de paPses latinoameri? canosB o 6rasil $ma das de<
maiores pot!ncias capitalistas m$ndiais e a *$2a socialistaG *ensosdemogr89cos 2rasileiros desenvolvidos com o A$esito VcorV tornarampatente o enorme fosso existente entre negros e 2rancos nos maisdiversos indicadores econ]micos sociais e polPticosG ,ecentementedados o9ciais p$2licados pelo governo de ,a$l *astro apontaram$ma inacredit8vel desig$aldade racial em *$2a (1N) no relatriointit$lado V>esa9os de a pro2lem8tica racial en *$2aVG
- de2ate da A$estão racial na perspectiva de o2rigar materiale %$ridicamente o Estado a desenvolver medidas especP9cas (a4Qesa9rmativas eCo$ repara4Qes raciais) de com2ate ao racismo coincidecom a chegada da esA$erda ao poder no 6rasilG 3amanha for4adespertada pelo novo olhar do antirracismo levo$ o governo do #re?sidente R$la a criar a =ecretaria Especial de #olPticas de #romo4ão dag$aldade ,acial (=E##,) e a desenvolver a4Qes de governodirecionadas à promo4ão da ig$aldade racialG >iversos governosestad$ais e m$nicipais desenvolvem medidas semelhantesGDistoricamente o governo R$la demarca $m diferencialB o decomprometer o Estado com polPticas efetivas de antirracismo e depromo4ão da ig$aldade racial (alg$mas delas timidamente iniciadas
pelo governo Fernando DenriA$e *ardoso)G *omparativamente o6rasil do governo R$la a9rma?se perante a maioria dos paPses depop$la4ão negra o$ A$e promoveram a escravidão no passado como$m referencial de a4Qes a9rmativas de governo mais avan4adasG
&pesar de reconhecer este diferencial a esA$erda mostralimita4Qes em face da necessidade de reali
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sem notar a resist!ncia oposta por setores retrgrados e daacademia e por toda a mPdiaG Mas o2servamos tam2Zm certas
contradi4Qes no interior da esA$erda governista o$ não A$anto aoalcance prof$ndidade e extensão das medidas antirracistasG - temaconceit$ai ra4aCclasse as cotas raciais o Estat$to da g$aldade ,a?cial o f$ndo 9nanceiro para o 9nanciamento das medidas estatais depromo4ão da ig$aldade entre o$tros encontram 2loA$eios naesA$erda A$e oc$pa posi4Qes estratZgicas nos Exec$tivos eRegislativos e na oposi4ãoG +as hostes centrais de poder a A$estãoracial não poss$i centralidade decisivaG &o contr8rio promovem? serec$os e protela4Qes so2re pontos f$ndamentais aos o2%etivos dealtera4ão de realidades estr$t$rais da desig$aldade racial enA$antoos censos demogr89cos indicam a amplia4ão da c$rva dasdesig$aldades dos negros face aos 2rancos em A$e pesem certasmedidas estatais de promo4ão dos negros (parciais descontPn$as enão a2rangentes)G
& p$2lica4ão da presente o2ra do escritor c$2ano *arlosMooreV[Marxismo e a [$estão ,acial ? Karl Marx e Friedrich e EngelsFrente ao ,acismo e à EscravidãoV fr$to da parceria entre o *entro+acional de Est$dos e de #olPticas de g$aldade na Ed$ca4ão(*E+&F,-) e a +an? d.ala Editora acontece neste contexto histrico
A$alitativamente distinto da l$ta antirracista e da presen4a daesA$erda nos governos federal estad$ais e m$nicipaisG #$2licada nosE& em N1 somente agora a pol!mica o2ra desteinternacionalmente conhecido intelect$al Z div$lgada no 6rasilG
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*arlos Moore tomo$ como ponto de partida aexperi!ncia socialista c$2ana na s$a rela4ão com opro2lema do racismo marcada pela tensão entre oregime e o Movimento +egroG Moore den$ncio$ asperseg$i4Qes aos movimentos negros o racismoimplPcito da ideologia da Vcor c$2anaV (declaradao9cialmente) e a incapacidade da revol$4ão empromover a ig$aldade racial so2 a lgica de governop$ramente classistaG =$a post$ra c$sto$?lhe $mexPlio A$e perd$ra atZ ho%eG & recente revela4ão dasdesig$aldades raciais nos indicadores estatPsticoso9ciais e nas inst5ncias de poder da lha con9rma oA$e h8 m$ito esse cora%oso militante negro %8apontavaG - modo como o regime polPtico c$2anoconce2e a A$estão racial levo$ o a$tor a indagarso2re A$estQes mais prof$ndasB compreender o ra?cismo do regime para alZm de $m s$posto desvio daspr8ticas dos revol$cion8rios c$2anos no poderG - des?pre
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acesso a esse de2ateG +ão por mera cas$alidadediga?seG
& A$eda do Vm$ro de 6erlimV (@) ina$g$ro$$ma prof$nda crise da esA$erda da topia =ocialistae do MarxismoG +a esteira dessa crise fortalece$?se odisc$rso de novos atores sociais para alZm dosatores do m$ndo do tra2alhoB antirracismoecologismo feminismo e indigenismoG +este novocen8rio espera?se o$tra recep4ão à o2ra de *arlosMooreG m am2iente de maior a2ert$ra intelect$alpara a leit$ra de s$a an8lise revela? dora deconcep4Qes VracistasV presentes no MarxismoG J8 seforam os tempos maniA$ePstas no 6rasil A$e atri?2$Pam toda crPtica ao Marxismo (Vdissid!nciaVVtrai4ãoV) a $ma mano2ra do mperialismoG &contri2$i4ão deste pesA$isador e militanteantirracista introd$< $m inovador olhar so2re asca$sas da opressão racialG m olhar A$e nos a%$da acompreender as ra
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generali
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contra os coloni
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Em conseA`!ncia dessas revela4Qes *arlosMo? ore concl$i pela impossi2ilidade de o Marxismoservir de instr$mental terico à l$ta antirracismo e dareali
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chamam a aten4ão para o de2ate da crise doMarxismoB
possPvel a9rmar A$e foi a tradi4ão do Marxismor$sso a A$e exerce$ $ma condi4ão A$ase estr$t$?
rante do Marxismo na maior parte do sZc$lo \\não apenas em rela4ão a se$ corpo dogm8tico (ochamado Marxismo?leninismo) mas tam2Zm emrela4ão à s$a crise (as v8rias vertentes do
trots_ismo o e$ro?com$nismo oalth$sserianismo o maoPsmo foram tam2Zmcon9g$rados em rela4ão a s$as pro2lem8ticas eimpasses)G (GGG) - Marxismo passa ho%e por $mprocesso de renova4ão e classici
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e$rocentrismo do cienti9cismo e do racismopresentes nas ideia s marxistasG Frente a elas nãoca2em pretextos o$ explica4Qes defensivas pois taispost$ras não resolvem o pro2lemaG >entro da s$acoer!ncia crPtica J$are< 7$imarães apresenta $menfoA$e em (r$pt$ra com certos dogmasB
Marx deve em grande medida a pereni
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cond$
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deterministas (na visão histrica de Marx) se%aatravZs de $ma 9loso9a da histria de $ma teoria dahistria o$ de $ma ci!ncia da histriaV (dem 2idemppG )G E para pensarmos as rela4Qes h$manassim$ltaneamente à compreensão dodesenvolvimento material do *apitalismo e s$aestr$t$ra de classes a ser ela2orada conformepropQe J$are
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A$e %$sti9ca os meios em nome dos 9ns a atingirdesvalori
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an8lise histrica incapa< de compreender o fen]menodo racismo como $ma A$estão especP9ca comdin5micas e estr$t$ras não explic8veis so2 a lgicado con îto de classesG =e Moore foi capa< deperscr$tar com detalhes e rigor desconfort8veispegadas reveladoras do VracismoVem form$la4Qesmarxistas e no Marxismo?leni? nismo ele o fe< apartir de $ma crPtica ao determinismo aocienti9cismo ao e$rocentrismo e ao $niversalismoA$e prod$
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Epistemolgicas para Entender o ,acismoV recente eoriginalmente p$2licado no 6rasilG
&inda desconhecida da intelect$alidade da es?A$erda e atZ dos movimentos negros esta o2ra deMoore tra< $ma magistral contri2$i4ão àcompreensão desse fen]meno A$e escapa à prpriaD$manidadeG #ara os militantes do antirracismo e ossocialistas A$e pretendem compreender radicalmenteimportantes pistas para a s$pera4ão dascontradi4Qes limites e vacila4Qes dos governos eregimes de esA$erda no enfrentamento da A$estãoracial a leit$ra de V,acismo e =ociedadeV ser8reveladoraG Moore rompe com as an8lisesexplicativas tradicionais do racismo e apresenta $manova a2ordagem so2re a s$a g!neseG Ele critica atentativa de esta2elecer a rela4ão entre o racismo eo conceito 2iolgico de ra4a como tam2Zm nega os$rgimento desse fen]meno a partir da escravi
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anglossax]nico A$e prod$
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sPm2olos mitolgicos e signos fantasm8ticosG(M--,E 1N)
&ssim a inteligi2ilidade do racismo enA$antoforma de consci!ncia depende de captarmos s$as di?n5micas adaptativas e m$tantes mas ele seestr$t$ra na converg!ncia de tr!s nPveis ao mesmotempo a$t]nomos e interconexosB a) fenotipi
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polPtico planet8rioB o s$rgimento e o desenvolvimento do*apitalismo m$ndialG#or essas ra
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consci!ncia histrica raciolgicaG -$ se%a os %$lgamentos polPticos concl$sQes tericas e an8lises9los9cas so2re a A$estão racial apontados aA$i por*arlos Moore 9
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racismo enA$anto $m fen]meno mais complexo ed$rado$ro impossPvel de ser compreendido evencido nos limites da promessa de s$a s$pera4ãon$ma ordem V$niversalVa2strata o$ por meros apelosmoraisG - racismo enA$anto $m fen]meno histrico(não terico o$ ideolgico) A$e antecede aModernidade se ressigni9ca so2 o *apitalismo eperd$ra nos =ocialismos existentesG >aP s$aresili!ncia histrica como se perce2e pelo modocomo se distri2$em desig$almente os parcosrec$rsos econ]micos e o poder polPtico na *$2aat$alG
- racismo Z $m sistema em siG Em todos os casosele consiste na o$torga de vantagens a$tom8ticase sistem8ticas a $m segmento pop$lacionalespecP9co em f$n4ão de s$as caracterPsticasfenotPpicas no A$e di< respeito ao controle emonoplio dos rec$rsosG *omo corol8rio trata?se
de $m arran%o sist!mico A$e vedaa$tomaticamente o acesso a esses rec$rsos dosegmento s$2alterni
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&tento a essa ins$9ci!ncia histrica do $niversalclassista J$are< aponta f$ndamentos de $ma novaform$la4ão propondo $m V$niversalismoV pensado noplano VZtico?polPticoV pro%ect$al e program8tico nosentido amplo do termo alicer4ado na so2eraniapop$lar nas maiorias ativamente polPticas no seio de$m pl$ralismo irrestrito (rep$2licanismo) e nosdiversos =ocialismos existentes (7M&,wE= 1)G- $niversalismo compreendido como crPtica aopartic$larismo do capital porZm não mais comoperspectiva apenas econ]mica nem imanente aoproletariadoG +essa tica $ma rec$sa à ditad$ra doproletariado o$ de partido XnicoG & $niversalidadedesse pro%eto reali
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ecologia à lgica do m$ndo do tra2alho) o$seg$iremos racistas so2 a c]moda atit$de de cren4aem $m $niversalismo proclamatrioG &dmitir oantirracismo de modo 3otal signi9ca a nãoconforma4ão diante da aceita4ão perifZrica dealg$mas a4Qes a9rmativas nos governos de esA$erdaso2 o risco de virem a ser descartadas ante a %$sti9cativa da a$s!ncia de res$ltados o$ deintrod$esse modo Moore chamaos militantes negros e socialistas a $ma re^exãoantirracista destemida e de olhar a2erto para as novasperspectivas na l$ta por $ma sociedade verdadei?ramente %$sta democr8tica ig$alit8ria e pl$ralG
#essoalmente externo minha admira4ão poreste valoroso militante antirracista criteriosointelect$al e in%$sti4ado exilado c$2ano em l$tapara A$e na lha os movimentos negros possamexpressar livremente s$as ideia s de ig$aldaderacialG &poiar o com2ate ao racismo do regime departido Xnico não signi9ca deixar de estar com *$2ae se$ povo (contra o mperialismo) a favor da
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O
,evol$4ão e das conA$istas sociaisG *arlos Moore fa<este com2ate de modo coerente n$ma perspectivah$manista de esA$erda sem compact$ar com osdissidentes da direita c$2ana ig$almente racistasGm homem de integridade moral contagianteG
&grade4o *arlos Moore por se$ convite paraA$e e$ 9
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Nctrídycdcu&fricanidades Ed$ca4ão nd$siva
? ,*onhe4a as p$2lica4Qes +&+>:&R&
( *-REw- #&,& RE, HF,*& )+o f$ndo do canto (-dete *osta =emedo poesia 7$inZ?
6issa$ 1N) *hipenda (Kand%ila romance &ngola 1)Kimpa Iita e o$tras cenas (JosZ Mena &2rantes teatro
&ngola 1)
( *-REw- ,E#E+=&+>- HF,*& ? & Hfrica A$eincomoda ? so2re a pro2lemati
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Ncmdycday^^Mfricanidades R Educação 2nclusiv
&vG do *ontorno LG ? Ro%as e ? =avassiG?L ? 6elo Dori
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BT HIJ; a HIJU, foi con> sultor pessoal para
assuntos latinoamericanos do >ecret.-2
I , i MM11
rio Aeral da Vrgani%ação dal 6nidade Mfricana
?atualmen-l te 6nião MfricanaF, /r# Edeml
GodLo, e desempen)ou a mes-l ma função, de
HIKK a ;
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senegal9s, +)ei1)l Mnta /iop, em /acar,
>enegal# 2
/e HI7< a HIJX, desem- pen)ou carreira em
Lomalis-l mo como analista político, na 2 Mgence8rance-!resse e no se-lY man.rio internacional
eune@ Mfrique, e como colaborador nas revistas
Mfris+ope ?ZigériaF e Zad)atu 2friqiCa ?EgitoF#
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@ *itado em =teve 6i_oG Escrevo [$e E$ [$eroG =ão #a$lo EdGHtica G pG @G -s it8licossão nossosG
John Denri_ *lar_e nasce$ no&la2ama em e falece$ em@G #rofessor de histriaafricana na *it. niversit. of +e; :or_ *lar_e foi $ma das
9g$ras do VDarlem,enaissanceV e $m dospioneiros na introd$4ão dosest$dos africanos na academianorteamericana na dZcada desessentaG
& sit$a4ão descrita por Moore Zid!ntica àA$ela A$e osintelect$ais afro? 2ràsileirosdescrevem ao retratar ao 6rasilG& ideologia da V*or *$2anaVf$nciona da mesma maneira A$ea ideologia da VdemocraciaracialG
1 *itado em >iane #a$l 'Vn thenterests of *ivili