Manual Edificio Tradicional Portugues

download Manual Edificio Tradicional Portugues

of 78

Transcript of Manual Edificio Tradicional Portugues

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    1/78

    Q-2 w 6 ( N I t V _ . . J . r

    ~

    V~~ ~- M v ~

    MANUAL DE APO IO AO PROJECTO DE RBCUPERACAO DE ED IF fclOS ANTIGOSCARACTER IZACAO DA CO NSTRUCAO TRAD IC IO NAL EM PO RTUG AL

    o EX EM PLO DA CASA BURGUESA 00 PORTO

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    2/78

    fNOICE1. lntroduccc2. Mat(_.~rioisutillzcdos

    2.1 Pedro2.2 Madeiro2.3 Gesso2.4 Cal2.5 Arelo2.6 Argamassas2.7 Metais2.7.1 Ferro e ceo2.7.2 Cobre2.7.3 Zinco

    2.7.4 Chumbo2. 8 Elementos cerornicos2 .8 .1 T elh os2.8.2 Azulejos2.8.3 Manilhas de barre vidrcdo au gr652.9 Vklro2.l0 Iintos

    2.10.1 Tinto de C(ll2.10.2 linlade cola2.10.3 Tinta de leite2.11 Asfalto2.12 Betumes2.11.1 Massa de vidracoiro2.11.2 Betumc de conteiro2.1 1.3Beh)m0 do rnorceneiro

    3. Descrlcoo3.1 Esquema da descrlcco3.2 Fundocoes3.3 Pcredes exterioros3.3.1 Paredes cos tochcdcs do rua e de tardoz ern olvencrio3.3.2 Paredes des fachadas do rua e de tordoz em toblque3.3.3 Elementos slnqulcres3.3.4 Paredes de rneccco em clvenorlo

    3.3.5 Poredes de meocoo em tobique3.4 Sobrcdos3.5 Coberturos3.5.1 Telhados de 4 aguas3.5.2 Ielhodos de 2 (l9~Jas3.5.3 Iropeiros 0 rnirontes

    3.5.4 Clarab6ios3.5.5 Chamin6s3.5.6 Elementos slnqulores3.6 Paredos lnterlores3.6.1 Paredes lnteriores de compcrtimentocoo3.6.2 Pared os do coixo do escodos

    3.1 Esccdos interiores3.8 Povimentos3.9 Teotos3.10 Coixilhos oxteriores3.10.1 Portos3.10.2 Jonetos de pelto e de secede de baten I E - ~3.10.3 Jcnelos de pelto de g~Jilhotina3.11 Calxilhos lntertoros3.11.1 Partas3.11.2 Portad as

    3.11.3 Jonetos de brrlente e de g\!IIhotlna

    344681011121618191920212)2)22232323232 4242424

    25272828313539404043464748525356596062626465687172737677

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    3/78

    1 . IN TRODUC ;: :AOA construcco do orquitecturo do posscoo revelo-nos urn Saber decorrente de urn opurornenio de formesde construn qU(7 perdurororn duronte v6rios seculos. recorrendo 0 urn loque rostrlto de rnotericls. dencturezc telurlco. de entre as quols sa destocorn 0pedro e a madeira.Atroves deste Sober, podemos encontrar a essencio, os principios e a universclldode de UITIO protlco.concretlzcdos nos dlversos form as de resolver os v6rios desofios que 50 lhe lmpusercrn. t [ustcmente nesteconhecimento que reside a lnternporolldode 00octuolldode do construcco trodiclonct.Deslgnamos construcco trodiclonol ao conjunto de procedimentos relccionodos com determincdcsformas de mcnuseomento de certos moteriols. resultonres ern tecnicos e sisternos de construcco decdltlclos aM tincls do seculo XIX,perlodo a partir do qual se d6 inicio a urno lento lnoorporocdo de novosmateriels e conhecimentos clentificos.A construcco trodiclonol e pais 0 resultodo de urn saber emplrlco, trcduzldo numo relocco fntima dohornem corn os rnoteriois. revolcdo na ccpocldode invenfivo e pericia de meshes construlores.Nos diversos exomplos que oindo perslstern, podemos observer, nos sues formes rudimentores. os rnotodosde resolver a cons11lJ900 des vorlcs cornponentes que const ltuern um edlficlo e as dist intcs problom6Hcasque envolvem a S~Ja eXeCUYC lo . no que dlz respelio a s estruturos. cos revestimentos. lsolornentos.Imperrneobllizoooes. caixilharias, etc.Nurna cbordcqem rncls especffico. a consfrucoo trodiclonol rnoterlotizo-se em tcntos torrnos quontcs asepocQ5, os estllos, OS contextos g(~ogr6ficos e socio culturols.A ccroctertzocdc q~!e opresontomos nao pretence abranger todo 0 lerrit6ria de Portuqol. pais esso serioumo toreto demcsiodo morose e extenso para o 6mbil0 desre guia.Apresen+omos umo descrlcoo do sistema construtivo do crqultecturo trcdlcionol do Porto, concretomenteda sua coso urbcno. tcmbern desioncdo. devldo a sua genese, de coso buroueso,o nosso objeoto de esfudo retere-se portonto a edlficlos nao monumentois e de consfrucoo corrente.Iroto-se de um tlpo de editica.:,:Do inserida num contexte orbono, nao rurol - pertencente a umo cldodeoortuorlo. cujo desenvolvimonto esteve sornpre ligndo 6 activk:iado corneroiol - sujeito. por lsso. ainfh)~ncias multo portlculores,Emboro reportondo-ncs a um contexte multo especfflco. 6 possivel. observondo os princlpios deuniversclldcde (~perrncnenclo que corocterizom a construcoo trodicioncl. esiobelecer as cnoloqlos queso conslderern n(~cess6rios com diterentes formes de edlflcor de outros (e-gioes do pais.Os dodos que estco na bose desto sisternctlzocco resultorn da consulto de fontcs blblioqrotlccsespeclf icos (gui()S e mcnuols ont igos de COns1TUyClC)e ostudos rooentes Sabre construcoo trcdicioncl) e daan61ise e levcntomento de Hdiflcios, etectuodos pelos clunos do Curse de Arqui1ectura da t'AUP, noambito de urn exerdcio proticc da codeirc de lntroducco cos Sistemas Construtivos.o estudo des divorsos Iontes pormltlu-nos concluir que, para olern des permonencics enccntrocos noslsterno construtivo. 6 posslvet observer urna lnflnldode de voriocoes. resulicntes do morco dos rnestresconstrutores. de teste umo corccterlsticc lntrfnscco a construcco trodicioncl. [sta ovcllocoo possibil itou (ldefinic;:Do de pcdroes. que geraran'l um modele, cujos corocterlsticcs S0 aplicam a todos us casas.Deste modo, a ccrcctertzocoo que opresentomos Tcmo 0 forme da descrlcoo de um modele delipologia construt lvo, posslvel de opliccr 0um deterrninodo tlpo de edlftcios - a coso burquoso do Por10-mas igualm(mte susceptive: de ser extrapolado para outros ~>diticac;::CJ.es,nseridos noutros contextos.

    3

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    4/78

    2. MATERIAlS UTllllADOSOs rnateriais utlllzodos na construcdo des edificlos ontigos do cldode do Porto pertcncem 00 grupo dosrnoterlcls ernpreques na construcco do Arquitectura em todcs as spoeas oo hist6ria do nossa dvilizac;bo,destoccndo-se. como rnoteriois base, Q pedro 0a mocelro.As grondes mudoncos, ocorreram essenciolmente no desenvolvimentc de metodos rneconlcos demonutocturccoo e na forma de os comercializar, tocllitondo o ccesso tonto aos moterlols em brulo.como aos materiels transformados. Os prirnelros cvcncos tecnoloplcos cpertelcocrom e rnelhororcm asIerrornentos e os motodos usodos no preporocco dos materials de construcoo, rnos as oltorocoes dardecorrentes resultororn no maior porte dos ccsos do tronsferencic de processes monuois para operocoesteltos par rncqutnos. A lndustrlollzccco poueo olterou a natureza e cs quolldodes de muitos motericls,como a pedro, a rnodeirc ou0vidro. mas aumentou a sua oisponlbllldcde.'A cidadc nunco foi auto suficlenle em materiais necessortos a suo construcoo. esto "(... ) dependotcrnbom dos campos para os sousmoterlols (...)"2: a pedro. a rnodelro. asmetals, as rnoterlcs-prlmos paraexecucco cos argomossas e tlntos ou pore 0 fcbrlco de elementos ceromlcos. 560 geralmonteprovonlentes da sua periferia.A uniformldode de moteriois I 0 repotlcco de solucoes construtivos que corocterlzorn a orqultecturo dopassado, "(u.) 6 tanto mais noturo] quonto as materials de construcco voriorn poueo, quanta impoern emcada re-glaocertos restrlcoes.">Alguns seculos antes do pertodo que estornos 0 trotor. os materials emproques no constrvcoo dahobltocco no Porto" (...) vorlcvcrn entre dols tipos fundomentols: a mcdeiro I os seus derivodos, ern queso lnclul a tolpo. e a pedro, sendo provovel. embora nao de forma excluslvo, que esto tosse sobretudoutilizado nos diversos tipos de habitas:(:Io quolltlccdc. A mesrno cssercoo e , no sentido inverse. verdodeiro.pais o madeira noo sorloopenos ernprepue nos residencios dos monos obostodos."!Nesta descrlcoo dos rnclenols utlllzodos na consfrucoo des cosos trcdicioncis do Porto, procurornos.sernpre que os dodos recolhidos a pormltircrn. dirigir a nossa obordoqern para a seg~Jinte linho deexposlcoo: 0 ) enquadramento hlsrorlco, (ii) opontarnentos do corccter geral, ( i i i ) cpresentccco desprincipais propriedcdes, corocterfsticos tecnlcos 0de execucco, (Iv) contextuouzccco com 0exernplo dePortugal e do construcoo na cidode do Porto em porliculor,

    2. 1 PEDRA"No Ocidenle e no Meditorr6n~)o, uma ctvilizocoo do pedra levou s6cI11osa lnstclor-se. ['01 preciseexplorer as pedroiros. escolher as pedras f6ceis de trabalhar e que dcpols endurecern ao or. rGi preciseInvestir ao longo de s6culos."5A pedro. osslm como a madeira, sao os materials mots utlllzodos na consnucco trodlclonol e os unicoscom capacidade para serern opllcodos em brute. aposar do modeiro necossltcr de molores culdcdospara 0sua conservocoo.Podernos conslderor a pedrc como fragmonl()$ de roche. de dlmensoos vorkrveis e de forma mois ()Umemosregular. utilizados no construcoo opos uma provlo preporoooo superficial, como 0corte ou 0 tolhoe que, dopois de COIOCCldos om obro, e possfvel reconhecer a sua provenlenclo noturol.

    1 ELliOTT,Cecil D.,Technios and archilc.cfvre; the dcVdopmen/ 01moferiol,~ and s~fems for buildings. Cembridoe Mms, 1992,2 ROCHE, D(miel His/orla dw coisos banais - Nascimenfo do consumo n(J.~sociedades tradiciorwi${s.;!culas XVI I XVIIf), Editorial Teorema,3 BRAUO[L Fernend, CivIJiwr.t'.iomo/~)ria" f.conomio ~~Capitolismo. $(.o';;lII05 X V" X VIII. vol, I, 12dlloriol Ioorcrno, Ihboa 1991.~ AFONSO,Jose Forrao. A R\)(Jdes Ilares no Seculo XVI.EJl;!menlospow 0His/6lia Urbano do I'orlo Quinhl!Jnfisfo. Pllblicm;O~ do FAUP, Porto.2000.~ ?>RAUDGL Ft)rnonct obro j6 citodc.

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    5/78

    No posscdo. a determlnocoo cos propriedodes dos pedros era etectucdc par simples observccoo.dependendo 0 resulicdo em grande parte do ccpocidcde e experiencio de quem portlclpovo nestctorefo.Sobre esto bose ernpfrico generalizorarn-se algumas regras: umo indicova 0vorco como 0 rnelhorolturopara a extroccoo des pedros, do forma a estes poderern expelir ropidornente todo a 6gua que linhamobsorvldo noturclmente. outre oconselhovo a nunca ernpreqor a pedro lrnedlctornente. rncntendo-oexposto a acc,~tJodos agentes otrnosterlcos durante alguns meses, ate CO limite de dois enos, Esternetodopermltlo determiner a resistencic de pedro ern condlcces de temperatura e humidode extremes.garontindo urno escolhc rnols odequcdc a sua uliliza.:;ao no construcdc.sVitr()Vio, a proposl+o des pedras que ~e extrclcm des pedrelrcs proximo de Roma retere: "[ ... tome-soimperative ldiliz6-las empregando no entanto alg~Jmas precauyoes o tim de que elas estelorn menos5ujeilas a detertoror-se, ES$C)s precoucoes sao de 0$ tirar des Pedreiros no Verao e nco no lnverno. e de asexpcr 00 ar num locol descoborto dots enos antes de as colocor no obro. de forma que oquelos que 0mov tempe tenho donlfloodo solorn colocodcs nos tundornentos. e que as outrcs que cpos Ierern sldotestodos polo pr6pria noturezo. S0 Iorern boas. entao sertlo utilizadas na Alvenorio reolizcoc fara deterrc.:"o Guia do operorlo de 1867,a proposito das pedros a utilizer na construcco de editicios. retere: "I...) sereconveniente que antes de se empregarem se exponham a cccco do or.da agua do g610e do fogo."~o contronto entre diversos quolldodes de pedro boseodo no sou peso, cor, grtw, qucntldoce de velos ~~presence de ()rgila eu cere era suficlente para estcbetecer 0 gWLJ de trcbclhobilidode do material.fornecendo (linda lndlcocoes preciscs sobre a sua coesoo. estado de olterocoo, hurnldode contido naroche e sabre todos as condlcoes que tendem 0contrlbulr para a sun robustez."A esle rospelto. contlnuomos a encontrcr referencios no rnesrno guia, troduzidos nos duos posscpenssequintes:"Quondo umo pedro se torna pulverulonto e toz loscos. e sinal que observe a humidode. e deve-sorojeitor.""Nos pedrcs do mesmc especie as sues resistenclos estao no rela.:;:bo dos cubes dos S0lJS pesosespeciflcos. 1s10 0, que as mais pescdos corn 0mesmo volume Sao as que H~emrnoior resistoncia"l0Os construtores do possodo conheciom e punhom em pr6tica o prlnclpio segundo o qual a resistenclc deorne pedro varia consccnte a dlreccoo em que :;e the oplico urn estorco: por isso as pedros queconstltuiom elementos estruturcis. eram coloccdos de forme a que 0paso do estrutura octuosse nodireccco perpendicular 00 seu lelto de origem, [ow cos pianos de mclor dlvlslbllldodo). reconstltulndoosssn na obro a posicoo original dos oedrcs.!'Aindo do mesmo guia, sobre esto porficulorldode. 0autar oconselhc: "As pedros devern-se assentor cornos seus verdcdelros leitos, isto 6, com os que tinhom no pedrelro d'onde 50 extrchlrorn. (~esto mesrnopreceito se deve s(~gLJiros obobodcs.v'"Os granitos portencern co grupo des roches igneas profundos ()LJ podros slllclosos. Iormodcs pela(lglamera~ao de 1r&sminerois: 0 quortzo au slllco. 0 teldespoto e a mica. Apresentarn densidades que

    e eRAUOI :L Fernand, obro jo cltcdo,'/ VIT~OVIO,o~Dez L / v r O , 1 de Arquitect(Jra. trad. Moria Heleno R\W,Departomento do Eng('tnharit~ Civil do hitti tuto Svperior To cnico. I.isboQ,1998,

    fi GUERRA , MonLJsl J os 6 J () li o, GUitT d o o p er ar io no s t ro b a/ ho s p ub /k ;o s QU r o so /v .; :e Jo d c , d iv ef So s p ro b lemas simplices t~pmprios do : mesmosfraba/hos e dos d{~owimansura com uma Sfjli

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    6/78

    vorlorn entre 2,5 o 3,0; resistenclo que vorlo entre as 1500e os 2700 kg/cm2 a compressoo: muito boaoderencio a s argamossas e umotrcbolhobllldode vorlovel. agravando-se corn 0 tempo.PNo Porto. a pedro 6 bcslcornente constituldo palos granitos. "(...) de ewe abundarn os orroboldes esuburbios desto cidnde (...) , , 1 4 .A testernunhor a obunddnclo do granito no cldode 0 a suo explorocoo. ]6 urn documento datado de1308 retere a oxlstenclo do urna pedreiro no Olival.18o granito azul, mols duro, era preferido pore a olvonorlo ordinaria (perpianho au trovadouros), a serrevestldo par reboco: a granilo crnorelo. rna Is f6cil do trobolhor, era ulilil.Odo nos trobolhos de cantario:lcncls de portas e janelas, nOS secedes. pllostros, frisos, clmoihos e outros elementos decorativos.

    2.2 MADEIRAA rnodelro e 0 moteriol mais utllizcdo na consfrucco de edlffclos onllgos, mesmo descontando csestruturos do estclelro e grande porte das ferromentos que. na sua rnoiorlo. erorn tornbern oonstruldos emmadeira. Isto porque. entre outros quoridudes. a madeira era 0 unico matorial (ahm do ferro) comcapocidado poro funcionar () noccco. ere f6cil de lronsportor e de trabalhar, existindo corn olgumaabundOncio par todo pais.N, construcoes de madeira, relotlvomente 05 de olvenorio do pedro. cpresentom a vantagern de seremmols detorrncvels. ligeiras e econornicos.No entanto, os seus inconvenientes sao tornbem conhocldos: a f6cil cornbustco e a curobilldcde.influenciada pelo sua exposlcoo as agressividade$ do clime ou pelo aCyCIO noclvo de oertos insoctos.moluscos e vegetais.16Depots do cbotido a crvore ". 00 secor, a sua modelro porde parte conslderovel do peso, ocontecendoas vozes rocher, Este Ienomeno encontro-se directornente relacionado corn a ropidez do suadessecocoo. Seismoses depois de cortcdo, a orvcre 56 P(~5090%do seu peso prlmittvo: no fim de urn cnodesce pore 80%0 no rim de dais enos 56 peso 75%;cornpletomente seea soposoro 70%.

    o ar seoo exorce sobre a rnodeirc 0 eteito de dessecocoo. As fibres lenhosas conservorn-seindeflnldornente ern contacto com 0 ar seco: polo controrio, 0 or hurnido e confinadotransforma aI:) BRANCO. J. Paz.MmlUOi d() Pedr0iro, LNEC.Lisboa, 19!11.l~ COSTA. Agoslinho Rabelo do. Descfi-;;/';'Jo Topogrof i t : ; :a e Hisf6rlca do Cidado do Porto, 2" ed . . l nclui corte de Tomas do Modo$san ealgumas pOIOVfOSprevios .JEt Adur de Magalh(Jes IlCisto,tivraria Progredior. Porto, 1945.1:' AFONSO.Jos6 rerrt lo. obro ]6 citcdo.16 SEGURADO.Jobo E des Sontos, Malerials de CQnstru>;;i.'Io. 6" adi~JIJ~He0 sy!k'rna d'

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    7/78

    madeira numa especle de humus ern consequencto da sua lento decomposlccc. Estaacyoo destruidorae cuxillodo pole luz solar. A conservocco da madeira imerso completomente ern (1gua Ii: prctlcomenteilimitada, mos. corn a otternoncic del secure e hurnidcde. 0 modeiro decompoe-se muilo depresso.perdendo em pouco tempo a suo reslstencio.Em regra gero!, a madeira empregue no construccc devore ester bem seco e isento de seiva, pois. cosocontrorlo. lsso vai resultor no ernpeno das pecos 0 no seu opodrecimcnto. que mcls nbo e do que a sualenta cornbustco, resultonte da Iermentocoo do seivo, pela ac

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    8/78

    o Carvalho I f : : a mots dura de trobolhar, mas. por outre lcdo. a mais durocolro 0 resistente. Todovlo. 0seupeso elevodo pode tornor-se urn inconveniente em determincdos sltuocoos, onde 50 protende aeX0cu~:OOde uma estruturo love.Os pinheiros 500 as 6rvores roslnosos mais abundontes por todo pars, sendo a sua rncdetro a rnols ulilizodona construcoo dos ediffcios trcdlcioncis.o Pinheiro Bravo, Pinus Pinaster. tornece urno madeira de reslnoso. de cor polldo ou costonhoovermelhodo, texture grosseir(l, moderadarnente dura e pesada, facl! de trobolhor, pouco durovel 0rnoderodcrnente retrcotlt. Icmbem conhecido par Pinho do terra e umc madeira bostonte reslstente acccco da agua. 0 que a tornovo multo procurodo pore emprogo em estocorios. Sendo orne madeiramulto obundcnie no nosso pars. prlnclpolmente no dlstrlto de Leiria, e relativamente borate. 0que a tornamulto utilizada no consfrucco. Tern a detelto de opresentor multos nos. fonder corn tocllldode e ser multovulnerovel ao alaque de pcrcsltcs.o Pinheiro Manso, Pinus Pineo, torneoe uma madeira om tudo sornelhcnre (] do Pinheiro breve.opresentcndo (1 particularidade de ser mots nodose.o Pinheiro Silvestre, Pinus SlIv0stris, conhecido entre nos como Pinho do F/(1ndres 0 Pinho de Riga, Iorneceumo madeira de resinoso. de cor palida, de texture branda, leve, rnuito k'lcll de trabalhor e durovel,o Pinho do Norte 00Pinho da America, conhecidos entre no s polos nomes de Cosql. ) inha e Pitch Pinerespectivarnente, sao rnadeiras leves, el6sticas e multo durovels,A cor cverrnelhodo que rnultos modeiros de pinho opresentorn, deve-se a resina quo estes madeirasconservorn do tronco depois de cortcdo. a cue lhos confere maior durezo e umo reslstenclo natural aoataque de porosltos. No entente. esta coroclerlstico torno-os mais combustiveis 00fogo.o principcl elornen to consrrutlvo des esiruturos de madeira des casas de construcco trodiclonolcpresento-se sob o forma de urn simples tronco ou toro do madeira, de Carvalho, d~) Castanho OU,nolquns cosos, de Riga, que possorernos a designar por pau toioao. Este tronco de madeira, de voriosdlrnensoes (18,0 (1 25,0 em de dicmetro, par 7,0 m de cornprirnento maximo) slrnplesrnente doscoscodo. 0o prlncipnl elemento da estruturo dos sobrodos, da estrutura dos oscodos intorlores e do estrutorc dostolhodos,Quando utilizados nos sobrodos, os paus [a/odos, cpresentcrn-se totaueaaos em duos tcces, parapoderem reoeber os revestlmontos do soolho e do tecto. ou em totca de meio q(Jadfa, om qucno faces,[unlo as poredes das tcchcdos enos cadeias.Na exeCUC;~(;l()as coberturos. os rous ra/ados constlluern os prlnctpois elementos des SUesestrururos.

    \,.. . , "",."" .opresentondo-se sob (l forma de tesoutas, f i ie~iras, tncates. frechais ~ ;contra-fr(~chois.2,3 GESSO

    o gesso foi 0 material quo se monteve sempre presente. em rnoior au menor grelU, no base docornposlcco dos orgamassas dos trobolhos ern estuque. cornum a todos os civilizocoes que deixorcmmarcos no historic, desde 0antigo Egipto (119 a cctuolldode,05 vesHgios mols remotes de ufillzoccc de gesso. associado c) construcoo de hobltccoes, rernontorn aEynon e Jerico (8000-7000 o.Cv]. onde os construcoes sao kilos com barro eo gess() ~)utilizado no fabrieodo p~>c.~asscultoricos,Est6 provada 0 presence de gesso utilizado como roboco do poredes construldos em borro. em CatalHOyOena Anotollo (7500..6500 c.C},Em Jeric6 (7000-6000 (l.C.) 0 ge5~~)e utilizado em rebocos, no Iose corrospondente ao Neolftico A (6800o.C.) 0 no construcco do povlmentos, no toss correspondonte 00 Neolitico It Par volta de 5000 C).C., j6

    5

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    9/78

    em plene perlodo cercmlco, e confhmodo a presence de gesso ern rebocos e cccbornentos ernHossurnc. Matarroh, Baghuz, Iridu e Soyclk (Mesopotamia e lroo).23OlJOSe todcs as plrcrnldes do Egfpto contern trcbolhos de estuque. cxecutcdos he, pelo monos, 4.000enos. De tecto. 05 cntlqos egfpcio5, nos SelJS trobolhos de maior requinte. uscvom urno calda de gessoscmi-hidrctcdo. de Wo perfelro ccmposlcoo. que alguns dos revestimentos mols remotes otndo 5econservcm em born estodo e continuam a descflor os socutos . A fnvenc;;:aorecnloo tornbem noo deixo deser surpreencente. como ocontece com os trabalhos que nocessltovcm de ser tortolecidos, onde erautllizodo cobelo au tecido de llnho como crmcdurc. revestido a g(mo.EmTebos Iorcrn encontrodos an1igas pinturos sobre gOS50,que datam do Novo Imperio (1555 (l 1090 o.c.j.No Grecio ostuque a bose de 90SSQ, de grande quolldcde de cccbornento. era utlllzcdo comfrequenclo no realiw900 de plnturc decorotivo. executcdo a seco O~Ja fresco, de que e exemplo 0temple de Apolo em Bassos, cercc de 470 o.C, t cindc trequenre encontrar em muitos tempi os,povlmentos em g0$$O,duro e espesso.decorcdo com pigmentos decorctlvos,Osmagnificos povlmentos de mosclco. vc~sHgiosdo ocupocco romano da nosso Peninsula, erorn ossentescom um ligonte que tinha por base 0g05$0.Toduvlc, a mais conhecldo utilizoe,':tiodo gesso, comurn o todas as cultures. monltestou-se sobre a formade todo 0 tipo de ornamentos decorotivos arquitect6nicos, utilizcdos rnoioritoricmente em interiores,desde 0antigo Egipl0 ate b ocluotidode.>o estuque e. indiscutivelrnente. urn dos rnais anHgos trobclhos monuois reolizodos pelo hornern, nao s6pole sua uliliza9ao na construcco. sob a forma de todo 0 tipo de orncmentos decorctivos. mas rcmbernenquonto cssocicdo a urno intenc;:t1oostetico.o gesso encontro-se no noturezo no esrodo de sulfato de ootclo hidrotcdo. Para poder ser utllizodc noconstrucco. e necesscrlo retlror..he porte da sua 6gua de hidrotocco. ctroves da oolclnocoo. queccontece entre os 130" 1700C. tornondo-o cnldro e constltuindo 0 chomcdo gO$$O de presa. Este gess().qucndo e de bon quclidode. devo ser doce 00 tecto. oderlr 00$ dedos. conserver a forma destes Sf")oomprimldo e. quando mlsturndo com 6gua, ournentor de volume (~tozer preso quase lnstontoneomonte.cdqulrlndo durezc 0 bostcnte resistencic, b1a recccco t" ) ccompcnhcco per uma eleva9ao da SUCltempercturo.Adere mol a pedro. pior a madeira e ctcco 0 ferro, provoocndo o sua oxidac;;:ao.polo que S0 ernpreqommottos v(~zeserrcmentos de cobro ou de madeira no sua rnonlpulccoo.A adiyQO ao gesso de uma cola forte ou gelatfno garonto lima rncsso de grande durezo 13 corncopocldode para serpolldo. podendo ser usodo como ccobcmento simples au em motives decorotlvos.S6 dove ser utillzado em lugares secos, pais olterc-se com a humidode. devldo a sua soiubllldcdo, (lindaque pequeno. na agl)a. Por esto motlvo. 0 gossC),ao controrlo do argamm3(l ordin6ria, perdo com 0tempo porte do sua durezo. De igual modo, tcmbern nootolero temperoturos (~levados.2&A copocldode de dllata

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    10/78

    Apesar de exlstlrern dodos que confirrnom a utllizccco do ge:;so oplicodo sobrc voriodos formas nosconstrucoes de civilizav~)es remotes, nos edificios mrtigos e cctuclmonte. a sua aplic(j~;(~O llrnlto-sepraticamonte () execucoc de estuques e () composlcco de determlncdos tlpos de beturnes e tintos.Efectivam0nt~~, 0 gesso preceoeu a cal no reollzocco de revestlmentos. porern, 0 sua rnenor resistonclo edurobllldode. ossocicdos 6 limita

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    11/78

    Os v6rios tlpos de cal existentes podern ser divldidos em tres grupos disilntos: cal gorda. cal mogra e calhidr6ulica. Aos dois primeiros grupos perrencem aseois oeteo: OU comuns. porque endureoern 00 or livree nco podem ser utillzcdos ern obras hldroulicos: co tercclro grupo pertencem as eels hidraulicos. queendurecem debclxo de 6guo. sendo clossiticcdcs em diterentes tlpos. contorrne a origem da suaproverilencio.wA cal hidr6ulica noturol comeco a ser produzido depots dos esludos do vleet, a partir do colclnccco. atemperoturos cdequcdcs. de certos tlpos de roches que contem na sun cornposlcoo percentcoenssignificaHvas de argilo.A cal hidr6ul1ca artificial resullo do ocrescento de deiermincdo tlpo de agregados. como a pozolano aua p6 de lIjolo fincmente moido. 6 cal cerec. Actuclmente utlllzc-se outre tlpo de agregados pozokinlcos,como. por exernplo. as clnzos de altos..ornos. nomeodornente doqueles onde se queima C(lrVClOpulverizodo.34Exlstomreterencios qtJe rernontcrn ao seculo xv . "(... ) a polo menos dols Iornos de cal no Porto. urn noSouto. (.. outre [unio a torre do Loron]o. na octuol zona dos Guindais (... )"35Nas construcoes trcdlcionols. a cal constitui 0prlncipol ligante des orqcmossos. servindo ainda como umdos prlnclpois colorontes aos diversostipos de tlntcs.

    2 .5 A R E IASobre a quolidode da oreio, Vitruvlo refere: "(...) A melhor Arelo 6 - ern geral oquelo que sendo tricclonodocom as rntlos faz bcrulho. mas nao G o bam qtJe ccnrenhc terra. que new tenhc quolquer csperezo. e se forcolocada sobre urn pone bronco. noo pode deixor quotquer marco depols de sacudido." 36Por outro lodo, sobre os rnelhores locois de provenlencio des oreios. Vllr(JV10retere: "E S0 noo houvernenhum local donde se posse obter boo Areia de esccvccco. G o preolso entco recorrer a utillza

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    12/78

    o Guia do operorlo. a este proposito, indico quo: "0 solbro, ou crete de mine. produz multo melhororqornosso que a oreio do rl0."39Oo-se0nome de oreia aos ffClgmentos de roches de dimensoes multo reduzidos (graos). desagrf~gadosem consequencic do cccco des agenh% otrnosferlcos. de grande variedade de forma, dlrnensoes ecomposlcoo: sil lclosos. colcorlcs ou argiiosClS.A cor dos orelos, bostanto vorlcvel - vulgarrnente bronco. porda, ornorelo ou vermelho - dopende do cordos roches donde provern.Alern do orelo fornecida pelos praias do mar, pelcs dunes (ornbos designadas oreias de mor) e pelosleltos dos rios (oretos de rio O lJ ribelro). h o olnda a considerar as orelcs tossels (oreios do mlno). exlstentesem vcstos depositos subterruneos.Vulgarmente clossiticcrn-se as orolos em; grossas, medias, tines e multo firms, segundo as dlrnensoos dosseusgraos (determinadas pelo possooern par crlvos de molhas voricdos).Considoro-se 0 areia de boa qualidade quando: for pura, lsto e slllcioso: lsento do terre ou substonclosInorganicos: duro: csperc: ranger quando apertada no mao, nao conservondo as lmpressoes dos dodos enco turvor a 6gua.Para exeoucoo de argamassas de boa qualidade, recornendo-se a lovcqem da orelo que, no entente.noo deverc ser utlllzodo antes de ester devldcrnente secc. 40A crelo constituiu. no consfrucoo tradicional e olndo ho]e, urn dos prineipais, senoo mosmo 0principal,agregado para a confeccoo de orqornosscs. A sua qualidade e tao importonte para 0 comporlomentodos orpcmossos. como a quolldode do Gal empregue. Outre tipo de ogregados, como a pedro moloo eo po de pedro, erorn j6 utllizcdos no ontiguidade grega, associados a execuceo de rebocos deocobomento. lmllondo assupertlcles rovestidos com pedros ornornentots. -I IA cccco do oreic nos orqcmossos 6 mols ffsica do que qulmicc. ou se]o. OS graos de oreio, pole suaoc~;tio meccnlco. opoern-se a controccoo inevltovel des argarnassas duronte a prose. Sern a prosoncnde oreia 0 col nunca torto presa, cssir como Q coesoo des orqorncssos serio nulo. 42Actuolmente. pretorern-se agregados cujas portlculos opresenrem angulos vivos, pols esto morfologiatovorece nbo so a corbonctocuo do cal. como tornece umo maior reslstencio flsica e uma cdequcdocoesoo des revostlrnentos. As orelos do mine e as orelos rnodercdomente mgllosas possuem estacomctenstlco, mas as grondos quontidcdes de argilo que algumas destos orelos contem condicloncm 0seu ernpreqo. pols 0excesso de argila pode provocar lmportontes retrcccoes no processo de seccqemdas orgomassas.Dosta forma, a cornbinocco ccertcdo do granulomelria e morfologia de dllerentes tlpos de oreio.constltui 0 factor determlnonte para 0 definlcoo das caracterfsticas de plasticidade. reslstenclo.durobllldode e oderencio des orgamassm,

    2.6 A R G A M A S S A S"(...) foram as romonos, PO\!(:o antes do era crista, que viriam a desenvolver a orfo das (lrg~JrYlassasHaU~um ponto que S0 rnonteve durante 19 seculos."-13Porern, a utilizat;:oo de orqorncsscs a base de cal e gosso, pore a construcoo do ediffcios, romonta oepocos multo onterlores.

    ~Q GUERRA.Manuol Jo!e Julio. obra i~ilodo.-0 SGGlJRAOO. Joou E.dO.1Scmtol. Meller/ai. j (jeConslru(.:uo, obro ja cl todc.41 AGUIAR. Jose, obro J 6 citodo . 2 S(GURADO. Juut> . (los Santos, MClleriCli ,~ de Comlru,:ClO. obro ja cikrdo.~ l;RANCO. J. I'ai..Monvol do Ped rc :r m, O P fC J j a cllodo.

    17 .

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    13/78

    E corn a culture Crete-rise (3000-1000 a.C.) quo se comeco 0utllizor cbundonternente a cal (- > 0gesso nosorucmcssos: as conshucoes saO reolizados com orgamas.sos de COle a pinturo 0 teollzcdo sobre cal ougesso lndlstintomento.Na Grecio (2500 a.C. a 200 d.Ci] uti llzou-se mais o cal que 0gosso. Na epocc an1iga, 0gesso ainda 6Irequontemerrte utilizodo no composlcoo das argomass(ls, onqucnto que no epoco moderno, asorqorncsscs sao excluslvornente cornoostos par cal e so rcros vezes par gO$$

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    14/78

    ponteiros ou buns. surgindo csslm a tecnlcc dos grofitos, quo vern a conhecer grando divulgo

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    15/78

    DesignanN;(~ de argarnmsas todos os rnlsturcs plcsticos resultcntos do juncco de 1r8$componenies: uminerte, que rode sor crelo ou po de pedra; urn ligonte, como a cal. 0 ge550, a argila ou 0 clmerno: eclgua, para 0 tormccoo do pasta.Asorgamassas sbo portlculormente utllizcdos no cssentornento e revestlmento de clvencrios. tuncloncndocomo proteccco necessaria des sues supertlcies e contribuindo. pela sua ptcsticidode. pora a expressocesletlco dos edlllcios.Exislern boslccrnente quotro tipos de orqomosscs utlllzcdcs no construcoo: a orqcmcsso ordinaria [decal): a argamasso bosrordo (mista); a orqornossc hldr6ulica e o argamosso refrcctcrio. A mgamassoordinoric tom por ligante o cal; a arg()massa bostcrdc torn per composlcoo sernpre dais ligantes quepcdern ser cal e clmonro, bcrro 0 cal, gesso 0 cal. etc.: a crqcmosso hidr6ulica 6 cornposto por urnIlgonle hidroullco. que pode ser a cal hldroulico. 0clmento hidr(lUlico, ou urnc rnisturo de cal e pozolonc:a argomassa refrocf6ria 6 constitufda unicomente per umo misturo de bcrro retroctcrio e agua}lA escolho oos ogregados desempenho urn popel multo importcnte no comportornentc das crporncssos,sendo a sua quolldcde tao deterrnlncnte como ados IIgantos.O~ ogl"egados podem ser clossltlccdos em funyoo do mineral dominante: orelcs slllclosos, colcorios ouorgilosas e em fun

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    16/78

    au prlnciplo do seculo XIX,que corneco 0: veriflccr-se urn aumento conslderovel des trobolhos em estuquee a sua utlllzccoo nas hobltocoes correntes.A expllcocoo para 0 facto do sua utilizoc;;Ootao tardia no norte do pols. onde persistiu umo forto tradic;;bode tectos de madeira, deve-se provavelrnente a cbundonclo de boas rncdeiros 0 de bons ortffices, berncomo a inexlstenclc de pedreiros do colccrlo.Ter6 slda 0 convite que 0Marquls do Pornbol endorecou a alguns estucodores ltcllcnos. pouco antes de1755,para trcbolhororn ern Portugal, que lnlciou a divulgoC;bo das "aries do 0StUqLJ~~"o nosso pafs.~5Nos casas trodicionais do Porto, as argarnossas ernpreques pora trobothos do ossenlornento. enchimentoe regularfzac;bo, cram fobricodos a base de soibro au de outros tip os de oreio. utlllzcndo a cal hldroulicce a cal cereo como ligantes.As argamassas pcro trobolhos do ccobomento erom a base de peste de col, podendo ser odltlvodoscom substonclos organlcos, to is come gorduras cnlmcls ou veoetais, para Ihes conforir propriedodoshidr6fugos, ocolercr 0: preso, rnelhoror a odesoo e consolldccoo, ournentor 0 resist&ncfa meconico etrobclhnbllldodc, etc.Ernboro 0 lntorrnccoo sabra as orgamassas pore trabalhos de vorlodos tipos de fingimenlos stucco-tostto,stucco-mormo e scagliola - s~~ja escassa e multos vezes controdltorlo, e possfvel oflrmor qua estesoroomossos utlllzovorn tornbem no sua base 0 pasta de cal. podondo ser pintadas a fresco, adiclonadosde p6 de pedro Ot) vorios tlpos de pigmenlos. cdltlvodos com, clara de ova, cola de peixe au scbco e,por Qltlmo, brunidos a ferro quanta ou polidos.Por fim, os trabalhos docorotlvos em estuque erorn reollzooos com umc misturo de pasta de cal e gesso,ow sornente com pasta de gesso, podendo ainda ser cdltlvcdos. de forma 0melhorar determlnodocoracterlstico.!!l

    2.7 M ET AlS

    2.7.1 ferro l: I 0

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    17/78

    Entre 05seculos XVII e XVIii, 0 introducco de corvoo de coke metolurqlco nos oltos-tornos. tornou possivela fusao complete. 6Do ferro encontro-se na noturezo no estcdo de comolnccco. extroindo-se prtnclpclmente des hernctltes(oxides de ferro de teor vari6vel), des llmonites (6xidos de terre hidrotodosl. do oxide magn6tico de terra,do siderite ou terra ccrbonotcdo. etc. As minas mois rlccs destes mlnerios situcrn-se no Sueclc. Nmuega,R(Jssia,BrosiL Inglaterro e Escoclo.o ferro, empreqo-se em tres cstodos diversos. eonforrne 0trobolho a que foi submelldo: ferro Iorjodo autcmmcdo: ferro coodo ou fundido e a1,;0.61As sum proprledcdes gerais soo: tenccidode, O lJ resistcnclo extreme a rupture: ductilidode ernaleabilidode, om vlriude das quais pede ser batido e estendido a frio ern diversos senfldos, reduzindo-sec fios ou chopcs delqodos: comportomento viscose quando sujeito a elevodos temperoturcs, podendoem tal estodo tamar todcs as formes qU0 se Ihe pretender imprimlr com a rnortelo. e solder-so a $ i mesmo,sam interrnedio de outre motel: possibilldude de clterocco do suo texture. que de granulosa pode passer(1 fibrosa, pelo occoo do mortelo ou pal a posscqem no lominodor: condutibllidode electrica.42o terro, conservc-se nos clvonorios de cal. mos. oxide tocilmente par exposicoo as condicoes cltmotorlccse deterloro-se com ig~)al tocllidcde em contocto corn 0gesso.Pm ISSO, este mota I era reveslido par pinturo a oleo e zorcco. OU por comodos espessos de olcotroo. pez,cere au vernlz,Os v0stiglos do utHil

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    18/78

    No Porto, no Idade Media, coda aficio tinho a sua rua proprio 0 excluslvo. No s6C~)IOXV os ferrelros ncoocupovorn uma, mcs duos rues: a Ferrario de Baixo, actual do Cornerclo do Porto e a I;erraria de elmo,hole dos Coldoirelros. A actual Rua do Parabo toi durante ~)Igum tempo chorncdo de Rua dos Ferreiros.61Isto rnostro a importcnclo qUE" } este mestere teve para a cidode.No entente. a exlstenclo deste offcio na oidode remonta oos prim6rdlos da nacionalidade: "(",) ]6 emdocurnentos da prlmeira rnetcde do sec. XII I olndo escrlios em latim, e em docurnentos em portuques dasegundo rnetode desso seculo. Sa encontro frequentes vezes rnoncco de uma rua no Porto, vorlcvelrnentechcrncdo Rua de Ferrarrijs, Rlio de Fferrays. e Rua de Fabrl$ (ferreira em latim dizlo-se ferrarium faber) - ruaesse que poreoe ser a que hoje tern 0 nome de Bainhorio . "68"0 Ierreiro medlevo tinha de preparar, com 0 seu engenho e ark. cs barras de que sos0fvia,"69 Para i5S0utllizovo lnstrurnentos multo rudimentores. para olem da tor]o: covolete, bigorna, rnortelo. talhadoira.clnzels e lima teste so a pmtir do seculo XVI) lOo ferro 6 - 0metal mols utilizodo no construcco des casas burguesas do Porto durante o perfodo queestamos a trotor. Este metal. forjado O~) fundido, era principalmente oplkxrdo no execucoo de: grades,guarda-corpos do vorcncos. todo 0 tipo do ferrogens, conolizccoes. colxllhos dos kmternins e elementosdecorotlvos. Sob a forma de chopo zlncodo. em oplieado em coleiros. algerolBs, rutos e no revostlrnenrode ernpenos, do tccnodos de plsos reeuados. aguos furtodos e clorobolos.2.7.2 Cobreo cobre e conhecido cesde 0tim co pre-histone ,-os prlrnelros artofados em cobre encontrodos no Asiae no Egipto datam de entre a V e IV mllenlos o.C. - sonde [untomente com 0Duro 0primeiro rnetol a sartrobalhado pelo hornern."Este metol tem pouco opllcccoo na construcoo do edlllclos devido co seu elevodo custo, podendo.todovic. ser utillzcdo como rovesfirnento de coberturos. em colclrcs. rubes de quedo do aguas pluviols,ccessorlos para conolizocces ou em elementos docorctlvos.o cobra encontro-se na natureza em estcdo nativo ou combinodo com ourros elementos formandosulturetos mob ou monos complexes e outros cornpostos tais como: a colcoslte (sultureto de cobra), ()colcoplrite (sulfureto de cobra e do ferro), 0cuprite (6xido do cobre). etc.Tern eor vermelho OSGlIro. e muito rnoleovel 0 ductll. podendo ser polido.A camada de oxide de corbonoto que 50 forma 0 sua sopertlcle limita Q S~Ja opllcocoo. mas ostc potinode cor verde clara protege 0metal, montendo-o lnolterodo durante rnullcs anos,72Em Portugal sao eSC(1ssa5as reserves do oobre, tendo stoo oxplorodos de forma rnois ou rnenosdescontlnuc, conforrne as rudlmentores processes t6cnicos de que dlspunhom os nossos onteposscdos,nunca chegondo a (ltlngir uma lntensidcde suflciente para responde!' o s necossidcdes do nosso pols.Os vesH9ios rnols remotes do explorocco de minerios contendo cobre em portugal remontam o ldodo doBronze.As principols lczldos oncontrom-se om AljustreL Lousal e S.Dorningos/3Nos casas trodiclonols do Porto a sua opticucoo 6 proticornente lnexistente. devido GO SE-)U elevado Gusto.

    n7 BASTO.Adur de M(:Igolhoo:, Notas pora 0 his/vrio (10 oitclo de te trel ros, f ib Porto in FERROS FOR./ADOS DO PORTO. DOCUmO(l/OS eMem6tiCls paw Hist6rio do Porto, vel, XXVI, l'ubliG09QGS do C,M. cJoPorto, G(lbinete do Hi:t6rio do Cidodll . 1955.

    66 Idem.n~CR()l" Anl6nio, Lirlho gl;!raJ do t !JVO/Vl; i . " IO do ari do ferro no Porto in Ff. I?ROS FOIUADO$ DO PO/dO, DOl;:vmenJoIi e Memo r ic Js p ar a J.!id6rla'ro (Jo Porto, vol, XXVI. obra 1 6 citodo,ldorn,

    71 [email protected])mbedo, obro itl citcdc,n SfGURADO . Jcoo ~,d01 Santos. Mof,;,riClis (Ie Consltu

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    19/78

    2.7.3 Zincoo zlnco encontro-se no natureza princlpolmente noseslcoos de sulfureto ou bkmdo e no de corbonoto ouca/omina.Misturado corn 0 cobre. 0 zinco forma urno liga multo lmportcnte - 0 latc~o_.uscdo em todos os industriese no consirucoo. sob as form OS mais vcricdcs: ccessorlos das conaliza(.~6es, torneircs, vclvolos, torrcqensde cortes e [cnelos. etc/')o zinco tern sabre 0 chumbo (que cmiude substltui) a vantagem de ser uma vez 0 meio mais leve equatro vezes mois tcncz,A seguir ao ferro, 0 zinco e 0 metol rnols utllizcdo nos construcoes, 0 5(~Uemprego atinge uma gmndevorledode de sltuocoes: chap as de rules. cclelros. tubes de quedo de clguas pluvicls. revestimenlos deccberturos. rnonsordcs. ernpencs. elementos decorctlvos. coto-ventos, etc. t olndo utilizodo para revestiro ferro. preservondo-o do oxldocoo, otroves da zlnccqern de chopcs, perfis. preqos. porolusos. etc.tste metal nelO tem neoessldqde de ser preservodo da cccoo des agonies otmcsterlcos pelo plnturo. poisa ligelra comedo do oxide forrnodo a sua superlicie. oo lim de alguns dim de exposlcco 00 or. torno-olnoltercvel durante rnuitos enos.Nos casas trcoicioncis do Porto. 0 zineo teve meier cpllcocco no zincagem de elementos em ferro au noconstltulcco do liga de elementos em latao, do que no sua uHliza90:Gdirecta sob a forma de elementosmetolicos. devido essenciolmente ao se~Jelevodo custo.Emboro rorc. a utiliw900 de 16minas ou chcpos de zinco ocorre porflculcrrnente no revestlmento dealgerozes, tropelros, clorobolos (~em diversos formes de rutos.

    2.7.4 Chumboo chumbo < 3 urn d05 prlmeiros rnetols doscobortos e utlllzcdos pelo hornern.Cre-se que a lmpermeobllizoooo das coberturos dos jardins suspensos do Babll6nia era Ieito com choposde chumbo, Estemetal. de grande mcleobilidcde. era tombern utillzodo pelos rorncnos no construcoo decondutos de agua polavel/5o chumbo 6 urn meto: multo obundonte na noturozc. sendo a galenile ou sultureto de churnbo 0 seuprincipal rninerio: 6 um melol multo ductll e moleovel, mas multo pO~JCO tencz: tunde a boixctemperatura. 3500 C, comeccndo a cmolecer pouco cclmo dos 100QC.A sun grande rncleobilldode tornou-o urn metol de elelcco para certos trobolhos. substitulndo em algunscosos 0zlnco. Por6rn.0seu oreco foi, e continua a ser.sernpre mais elevodo,Os composios doste metal mols oplicodos no pinrurc sao: 0 zorcco. utilizado especiolmente Como tintodo cporolho nos terros pare os preserver do corrosoo: 0 Iltmgirio, usodo como seconto: e o olvolodebronco. que tendo hoje a s(~rsubstltufdo polo de zlnco que nao < 3 t6x.ico/6As reserves de mine-rio contendo churnbo noo S0 encontrcm com obundcncio em Portuqol. rozco petequol a sua explcrccoo nunco atinglu uma rY)ngnitude osslnclcvel.Actuotmente as molores reservO$ situorn-se nos minas de Brovol-Malhoda e vorzec de Trovoes. Asrestontes minas oonhooldos situcm-se em Vila M(~t:1,Pcrodinho do Outeiro. Chooirn, Adorlqc, Canoceira,Cotao de Vinha. Ribeiro do ~stivo(ja, Vale Grand(7 e Ierromonre.Finda (1 guerro civil ern 1836, 0 concessoo do mina de !3rac,:al-Malhodo, dentro do 16(~icado sistemacopltolistc polltlcornente trluntonte. lnlolo 0aurnento do explorocco des re50r1/0$de golena 0blonde donosso pels."

    74 SfGURADO. Jooo ~,OO S Sonlos. Matc~riais d,~Coneuucno, obro j6 citodc.7G MF-NICALI, Urnborlc . obro jo dtodo.7G SFGURADO, .!ooo (. O~ S Scmtos . Mat~'riai~ d{,~Comfru(;(m. obro j(i citcdo77 CHUMllO. in Dicioll6,-iQ de Hisl6rja de !'orlvgaJ. obro j6 c ite do,

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    20/78

    Na construcco des casas do Porto, e utilizado PWQ fixor (chumbar) pE-}C;:(l$e ferro a pecos de cantaria au,sob a tormo de laminas, ern diversos tipos de rules E -) revestimentos. E clndo utilizado ern conollzocoospara aguas correntes. gas ou esqotcs.

    2.8 E LE M EN T OS C ER A M IC O S

    2.8.1 TelhasA materia prime uscdo no fabrico do telha 0 a arglk). que dove ser cuidodosomen!e escolhido eexpurgada de lodos as corpos ou mcrerlos estronhos. tols como pedros. rolzes e outros substcncios quepossam clteror-lhes a hornoqeneldode. dando origem a produtos quebrcdlcos. poroses e paueoresistontes.Tadas as argllos sOomais au menos plostlcos, isla 6. possuern em melior ou menor grau 0propriedade detamar e conserver, quando ornossodos com 6guo, as formas que Ihesdesejornos frnprimir.Asargflos demasiado pl6sticas sofrem uma contrcccoo excessive quando submetidos 0 occoo do fogo,devendo por i5S0sermisturooos com areia flnu, em proporcoo vortovel com a seu grau do plcstlcldcde.Par outre lcdo, as orqllos pouco pl6sticas h6 necessidode de se Ihes odicionor orgilos mais puros. sendomultos vezes destos mlsturos.que se obtern cs argilos rnolsodequodos a urn deterrnincdo tipo de tobricoesoeclot que S0 pretende efectuarJflNo segundo rnetode do seculo XV, e no sequencia de alguns inc&ndios como 0que ocorreu no R\JO Cha,e comurn, a menybo nos prozos a urn outro material, 0 telha - ernpreque. ou polo rnenos pretendidopara 0 revestlrnen to des coberturcs."o revestimonto de lelha rcrnonto ~':locupccco romonc. dado que os construtores rornonos recorriam amateriais cerornlcos. como as fegulae e as imbrice. para rovestlrnento des coberturos, [sta t6cnica deconstrucco tol preservada, cdoptooo e melhorodo durante as seculos de ocupocoo 6rabe.80 Ainda holese faz rcferenclo a tolho rornono au a tclha mourlsco.Estestelhos. que durante seculos constituirom 0 revestimento cos coberturas ern Portugal, corneccrorn 0ser substlh)rdasduronle o secufo XIXpolo telho Marselha, de forma plana 0com enccixes, que dispensovoa utlllzoooo de argamossa de ossentomento, pormitio motores pendenles nos coberturos e 0 motoraproveltomento do seu vco,

    2.8.2 AlolejosOs czulelos. consistern em plocos de barro ou touco. geralrnente de forma cucdrooo ou rectcnuutor. comvorlos dlmensoos e pouco espessurc. Sbo apenas vldrodos numa des fClees, que pode opresentor coruniforme au desonhos variados. 0 torooz e, geralmente, os juntas nao soo vldrcdos, para osslrn permitirUfYlO boa oderenclo des orqorncssos.A pasta para 0 tobrico dos ozuleios. pode ser de argit(l rnols ou monos calcaria, argila bronco (coullno) oup6 de pedro [resultanto do mlsturo de vcrlos

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    21/78

    A f6brica do Corvolhldo. tero side a primeiro. do centro oeromico porluense, a tobricor ozulejos parareveslimento de fachodas62Os ozulelos. que Iorom sernpre uscdos no interior dm hobitccoes em slluocoes ponluois, a porfir demecdos do seculo XIX cornecorn a seruscdos como revestlrncnto de Iochcdos.Esta prctlcc. tero sldo lniclodo nos habitac;;l)es dos emlqrontes reiornodcs do Brasil.onde 0revostlmentodas tccnodos com czuleio. lrnporlodo do PorhJgal. S0 tlnho tornado de usa corrento,"0 czule]o hobltucdo 0 definir ornblentes. com ccrcctorfsticos de gos10 profundornente orlqinols.tornbem portlu com a familia Real 0 a corte dimenslonodo em revestimento interior de fldolooexpressoo erudita e soberbo etelto cecorctlvo. No Brasil cdoptou-se a inesperodos reohdodes de clime eenvolvimento vindo a descobrir uma nova VOCOC;ao, de escala e intencoes completornente diferentes.Poude entoo evidencior nao so as sues potenciclldodes como elernento cnlmodor des superficies mastcrnbem como reflector da luz e do calor. A cintllcnclc do vidrodo. a focllidode de lntegro90o crornolicona paisagem tropicol e a excelente proteocoo que vela 0 proporcloncr as poredes revestidoscontribufrom detlnltlvcmente pore acredltarern 0 seunovo USa)), agora como revestlmento exterior."83

    2.8.3 Manilhos de barro vidrado ou de gresOgres ceromico 0 orne espccie (% porcelcnc. quo resullo da cozeduro. a umo tcmperoturo entre 051250C e OS 1300~C.de uma pasta que 50 cornpoe do orgila plcslicc nco lovcdo. isento dos fragmen1

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    22/78

    Nco 6 possfvel precisar a dote do lnicio da producco de vtdro no Penlnsulo Iberica, rnos sobe-se qU0noseculo XII, quondo S0 forma 0 Nocionalidade, se conheciarn tecniccs para a SUa producoo.A falta de lntorrnccoo sabre 0 perfcdo correspondento oos 350 enos de ldode Media portugueso lovantaa hipotose do pouca lmportcnclo que a lndustrlo vidroira leve neste periodo, Porern, a partir do primoirameta de do seoulo XV, comecom a rnultlplicor-se as notlclos hlstoricos ccerco desto sector do ortesonotoe, no segundo quortol deste seculo, surgem os primeiros registos de produtores de vidro. Nesta epoco, 0vidro ere fabricado a portlr da incinerocoo de produtos ncturcls contendo corbonoto de sodlo (ervo "mayoroca e erva - selvouern). a~Nas cosos do Porto, a portir do seculo XVIII, 0 vidro vai lentornente substituindo as portos olrnotododcs eas r6tulas, com que os hobitontes garantiam 0sua prlvociocde.

    2 . 10T INTASDo acordo com Jose Aguior, as principais tecnicos hlstorlcos de pintura de paredos soo: a cciocoo. queconsistia numo pintura Ieltc com urn simples leite de cell, par vezes corregada com plgmentos 0 dlversostipos de cdltlvos: a plnturo (1 fresco, otroves do opllcocoo. sobre rcbocos au guarnecirnentos de cal oindofrescos, de deterrnlnodos pigmentos dispersos em CJguo(au ern 6gua do cal), que S0 fixavam pelacorbonctccco superflciol da cal; a encoustico. com a utillzay(lo de pigmenk)s aglutinados ern ceraderretido. a olnturo 0 tempore ou c cola (tecnica multo vulgar ern alguns poises do sui da Europa) e, parultimo, 0 pintura a oleo. feita om geral com oleo de lin hccc , s eccntes e uma dispersco do pigmento$,t{lo tratamento com pintura das suoerflcles oxterlores de roboco ou estuque tem duas funooes principais:crtor uma borretro de proteccoo contra as lnternperles, rncls dense e unitorrne que a de reboco e criarurno suporficie esteticcmente oceltovol no senlldo de volorlzcr 0 construido, Paroutro lodo. 0usa da calno pintura represento um dos sistemas molorttorkimonte usodos no possodo, para resolver dlversosproblemas de higieno em regiCSesde cllmo quento, devido as propriedodes caustic os. anti mofa e antiboctorlcnos. deste materlaL!I~As tintas sao oinda utlllzcdos como rnelo de conservoooo de alguns rncterlcls. tols como a madeira e 0ferro.Uma tlnto cornpoe-se sempro de duos partes: urnc solido. om po. constituindo propriamonto a tinto ou acor e 0 outro llquldo. servindo de solvents. como 0 6gua, a colo, os oleos, as vernlzes, etc. Os secontes,como 0 Iltargirfo, (l aguarr6s, etc" sao substoncios que So' cdlclonom cos oleos para as torn or maissica tivos,Urno tinta deve satisfazor as sequintes oondlcoes: ter lntensldcde lumlnosc, ser fixa, cobrlr bem asmoterlols sobre os quais sooplico. dlluir-so bern nos Ifquidos, sermsoluvel no 6g\Ja e nco se deoompor empresence de outros tintas au dos Ifquidos corn que so rnlsturc.wEmbara nflo nos tenha sldo possfvel determiner com rigol quais as tipos de pintura mois utilizados nointerior e no exterior des cosos do Porto, deixamos cqul 0 descrlcoo sumorio da compostcco de qunlrotipos de tlntas, boseodo numo recolha [ella os tradi

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    23/78

    2.10.1 Tlnta de calA tinta de cal era cpficodo no pintura de pcredes de pedro ou rebocos. interiores e oxterlores.No sua composicco utilizcvc-se a cal em pedro, aQua, lima veto de sebo e piqrnento, quando 5epretendia obter outra cor que neo tosse Q bronco,2.10.2 T in to de colaA tinta d(~ cola era opllcodc ern rebocos interlores e preferenciclrnenle nasmcdeiros de interior,Na sua composiccc utlllzcvo-se agua, cola [cola de iuveiro. cola de rospo. cola de pergaminho. colaforte ou de Hondres ou colo inglesa), gesso etc e pigmonl0.

    2.1 0.3 T ln ta d e lalteA tinto de leite (~raopliccoo em rebocos interiores.No SlJO cornposicoo utilizovo-sc leite. gesso ere e pigrnento.2 .1 0.4 T ln ta d e 61eoA linta de oleo ora aplicada nos poredes exterlores e lnterlores. no modeirc e nos metals, geralmenle 0ferro.No sua composlcco. utlllzovo-se 610'0 de llnhcco. scccnle (aguorras, lelmgfrio, seconte de Barruel,zurnctlcue. etc.), pigmento, olvoicde puro, talco e aguarros para temperer.Sobro as plnturcs a oleo podlcrn ser cpllcodos vemizes [de oleo. de olcool e de essonclc). com 0 flm deaumentar 0sua preservccco e brilho.

    2.1 1 A S FA LT Oo exernplo rnols anti90 da opucoccc de osfolto na construcco de hobitocoos. encontrcdo ernescovocoes pedo de AI'Ubaid, remontc o 3.500o.C, Aspcredes das cosos encontrodos. eram construldcscom toixes de canas, dispostos em forma de csteiro. cobertos coni ostclto e unidos entre sl. fsccvoccesreclizodcs em 1931 ern Tell Asmor, 0 norte de Baghdad, revelororn 0 uso mcls tardio de ostclto. empovimentos. para cssentornento de tliolos de cal ern poreoes. para proteccoo exterior de superficies deolvencrio e para a lrnperrneoblllzocoo de tonques e ccnois do drenoqom. 0 temple) de Ur-Nino. Rei deLngash [2.800o.C}, no cldode de Klsh,tem fundocoes reotizodos com tijolos ossentes em orqorncsso decsfclto. Do mesmo perlodo, encontrcmos edificios em Nippur, a sul de Baghdod, corn pared os de blocosde pedro. unidos corn ostolto. (~algerol.es construldos corn tijolos ossentes numc argarnossa do O5foll0.92o csfolto e um corbonoto cclcorio pure, natural e intimornente irnpregnado de urno substcnclo viscosedenorninada betume, que 5e denunclo por um chelro especlol, desenvolvldo pelo fric~~aoau combustco.e par urno cor escurc,o ostclto aplicado no consfrucco de hcbltccoes e obtldo de umo mlsturo deste beturne corn colcorlobetuminoso rcduzldo a po,[mboro nco conesponcc 00 perfodo que estornos a trotor, 0 ostclto tambem pode ser obtido a partir doevcporucoo pcrclcl do dHstiloyuO de determincdos petroleos (alcalrao do hlJlha, olcotrco de llnhito.etc.j.93Apesor da ontiqulsslrno protlco de opllcocoo do ostctto nos construcoes de habitay:(~e$, 9StO56 ler6cornecodo Q ser utilizado nas casas do Porto. na lmpermccblhzocco des poredes exterlores. no lnloio doseoulo XIX. Antos, es!e motertol era utilizodo noutros tipos de opllcccces: "Urn (los motes rnois

    n DAVI:Y. Normbr). o b r < " J ja clicdo.~~L~rrAo. l .uiz Augl)s10. obrc ja ci1ado.

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    24/78

    vulqcrrnonte conhecidos para tozer preserver Cl~ rnodolros do podrldoo era untorern-ncs corn oleo ouctcofroo. qunndo pcrccio convenlenre o ernprcqo d'este melo."?

    2 .1 2 B ET U M E SOs botumes mais ullllzcdos no construcoo des casas trodlcionols do Porto saO: a massa de vidraceiro. oberume de contolro e 0betume de rncrconelro.

    2.12 .1 Massa de vldracelroA mcsso do vldrcceiro 6 utmzoda na colococoo dos vidros ern coixilhos de madeira ou de ferro (lcnterninsdos clarab6iasj. sendo tornbern uscdo pelo plntor para beturnor as superficies des mcdeiros. topor fendase ourros irreguloridades. a tim de as preporcr para receberern pintura de cccbornento.Esto massa oblem-se mlsturondo ere OU bronco de Nespanha com 61eo de linhQ(;;o.95

    2.12 .2 Setume de cuntelroo betume de ccntetro e uflllzodo pard encner as tolhos das pedros de contorlo e pore unir losccs dernolores dlmensoes.Este betume 6 Ielto derretendo e mlsturondo cera Com pez e p o de pedro. at a atinglr a conslstencic dernossc para reboco, Para Sa obtor umo massa rnols rica. [unto-se a anterior mistura saba 0 iezes de otJro.962 .1 2.3 B etu rn e d e morcenelreo botume de rncrceneiro. tornbem usodo pelos pintores antes de opllcor a plnturo, & destincdo a cobnras fenders do modelro. depols de trabalhado.Este berume 0 felto com olvolode au ere. cere e cleo de llnhoco. Muikls vezos junto ..se um pouco decrete fina ou f[olo maida.Quando a pinturo e a cola. uso-se. com 0 rnesmo fim. lima rnlsturo de cola com g0550 de pintoromosscdo.r"

    ~4 OUfRRA. MGnuol Jo~e Julio, obro jo ci!ado.n~SEGURADO.JoOo f,. o m Sonlos, Moteriai5 d(!.Cot).lfrvc;bo. obro i(~itodo.oa ldem.97 lbidam,

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    25/78

    3. DESCRIt;AO DO SISTEMA CONSTRUTIVO DAS CASAS TRADICIONAIS DO PORTO

    3.1 ESQUEMA DA DESCRI9AOo esquerno da desorlcoo que cprcsentcrnos procura seguir a ordom do que supornos tor side asequenclo da 0XOCUC; : t lo dos trabalhos para 0 construcoo cos ccsos,F U N O A < ; O E S

    I f STRUTURAA l V l~ NA R IA R EV ES 1lM EN ro s IE >:T ER IO R ~S ~ IN 1'E R IO RE S)A C AB AMEN "fO $ (l: XT E RIO RES E IN "E R IO R ~S IP A R E D E S E X T ER IO R E S

    FACHADAS DA RLJAE

    f 'ACI - lADAS DE T ARDOZ I r - :STRUTURAT AB IQ U~ R E VE ST IM [N TO S \fX TE RIO RE S ~ IN rG RIO (~ ES )A C A8 AM I~ NTO S IE X T~ RIO R ($ I: INT(~RIORES)O CU LO S FRES T ASE PO ST IG O SC AC HO I~IW S O U M lsU LA S

    ELEMEN TOS S INGU lAR E$ C ORNIJASVA RA NO AS au S AC AD ASP \ .AT I BAN DAS

    IESTRUTURA

    A I.V t: NA R IA R E Vl !S flM EN TO S (E X TE I~ lo r~ ES E IN T F.: RIO R ES )ACABAMEN ' fO S ( f.X T ~R IORES E I Nl ~I ~I O( ~ES IMcACAO I ESTRUTURAT Al3 IQ UE R EV~S llM EN TO S (E XT ER IO RL5 E : INTI :RIORF, .sJA C AB AM E Nro s (~ xrE R IO R ES E IN r~ Rlo r~ ~S I

    S O B R A O O S I E ST RU TU RA I)A S C AS AS C OM D UA S F r~E Nn ;sE ST Rl!T UR A D AS C AS AS C O M T R~ S F RE Nl~ S

    I FSTRL lTURA4 A GU AS R E:VE SlIM EN TO SREMATES

    C O B E R T U R A

    IESlIwru(~A

    2 AGUAS R !:V fS lIM EN TOSR~MAI~S

    T RA PE IR AS ] E SrR U TlJ RA .E REVE51IM[N'fOSM IRANTES R~MAT [S

    CLARAB() IAS

    ESTRUTl !RARGV~S lI M I: NTOS ( EXTER IOR tS I: INT~RIORESI

    P LA NA S AC ASA ME NTO S (IN iG RIO RE S)REMMe ;LANTERNINS

    ESTRViUI~AREVEST IMEN lO S { [X n ~R IORES E I N1m I OI~ [S IC IL IN DR IC AS A CA BA ME NT QS (IN TE RIO R~S I

    RfMATESLANTF.RNINS

    CHAMINrSAl .GEROZ8!

    E LE ME N1 0S S II'-IG UI.A RE S ~~IR AD OSCALEIRASG/ lRGLJl.AS

    P A R E D E S IN T E R IO R E S

    ESl lWWRAC AlX A DE ESCAD AS R I~vr;ST IMENTOS

    ACAI lAMENTOSRODAP t $ESTRUTURA

    COMPART IMENTACAo REv~snM I:NTOSACABAMI :N lOSROOAPES E l .AM Il RI NS

    ?5

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    26/78

    ESTRUTURAE SC A DA S IN T ER IO R ES REVF.STIMENTOSGl iAfWA.CORPOS E CORRIMAOSACABAMENlOS

    PAV IMENTOS I REVESYIMENTOSACABAMENfOS

    I ESTRUTURATECTOS REVESTlMI!NrOSACA8AMENTOS~SlRUTURA E FUNC IONAMENTQ

    PORrAS ACABAMENlOv lDROFERRAGf:NS

    [ ,S TR U TlJ R A E FUNCIONAMF,NTOC A IX IL HO S E XT ER IO R ES J A N E L A S D E P E l T O E D E S A C A D A D E B A rE N TE ACABAMtNfOVIDROf: [RRAGENS

    ESTRUWRA!;; FUNCIONAMENTOJA NE I,A S D E P Ell'O D E G UllH OT IN A ACABAMENTOVIDRO

    FERRAGf~NS

    C A IX IL HO S IN TE R IO R ES

    ESTRUTURA [fUNCIONAMENTOP O R T A S ACABAM~NTQVIDROF!;;RRAGENS

    I EsTRUlURA F . FUNCIONAMENTOPORTADAS ACMAMENTOI ;ERRAOENS[;$TR lH UR A E FuNCIONAMENTO

    . I A N f : l A S D c B A rE N T E ACABAMf: !NTOVIDRQI\[[~RAGF.NS

    ESTRUWIM E FUNCIONAMENTOJ AN E LA S D E G LJ IL l- IO T IN A ACABAMENTO

    vIDf~OFERRAGt:NS

    26

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    27/78

    3 .2 F U ND A C ;O ESAs tundocces des casas trodiclonols ercm executodos em clvencrio do pedro, preterenciotmentoconstltutco par ttovoaouto: ov perpionho. disposta do forma a constituir 0clorcomentc nooesscrio a ssapatas, que olconcovom as prolundldodes necessorlcs 016 encontrorem terreno Iume.Desto mcdo. podemos conslderor que, a largura e profundidode determincdo para as funcocoes.embara de forma empfrlco. estcvo diroctcmente dopendente des quolidodes do terrene once seirnplontcvo a obra.Em multos zonas do cidcde do Porto as tondocoes clconccm geralmente protundldodes muito reduzidos,par so encontrorem locollzodos sabre oflorcrnentos rochosos, Conlvdo, quando 0 terrono (; de rnoqualidade (como ocontecs nos proximidodes dos rlos). 0$ tundccoes cssentom sobro estccorrc porintermedlc de prancMes.t sobre 0 nivelcmento deterrninodo para os tundccces - ensoieitamenio geml ou e/egimenl"o -determinado pelo pendente do terrene. que vco cssentor cs paredes exteriores (fig. 1e 2).

    . . ~~.1'

    . ~.' ','

    ll .

    \ . , ,'~ .. . . '/.._, . d_" . i.,,~

    Fig, r " Corte !ongitudir\al por uma caw com dcls pisosocrescen+cdos. IOQolizoda na R~Jo do Or. Barbosa doCasiro. N(,!l te exomplo, os tundCl((00s correspcndentes asparedos dos tochcdos do rue 0 de torcioz Weassimefricas. 0 pcvimonlo rlo plso do res-do-chco i ' : Jk>lalmente rcvoslido por um lcjcodo de gronil0.

    I:ig. 2 - Corto Iramversol per dum cosos localiwdas no Rua de.Sousa Viterbo. ondo e posslvel cbservor os tundm;:Ot'ts tocollzcdoso diterer llos cotes. dovido 0 pendento do terreno,

    ' / .7

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    28/78

    3.3 P AR ED ES E XT ER IO RE S

    3.3.1 PAREDES CAS FACHADAS DA RUA E DE TARDO I EM ALVENAR IA"As fochcdos. mais sobrlcs e severos no secuio XVII, mols graciosos e movlmentcdos no secuto XViii, eculcs linhas se slmpllflccrn considorovelmente no s6culo X I X , perdendo praticomente os motivesomcrnentois e torncndo-se pobres 0 monotones. cornpoern-se tundcmenknrnente de cornblnocoesvorlodos e horrnonlosos de janelas, oculos e varandas, sendo estes. urnos vezes. indlvlduols 0, outroscorridos a toda a largulo do predio. dispostos de modo diverse nos seusdiforentes pisos,"'I~

    a ) E s tr ut ur aConsidoromos que as pcrodes des fochadas da rue e des fachadas de tordoz das casas trodlcloncis doPorto, a eXCE:}P9C10 des edlficlos de gaveto, noo servlom de suporte 00 vlgomento dos sobmdos, Emborasuportern urno parte do estruturo da cobortura (correspondents cs ~lguos das tacanic;;as), conmbuindoainda core 0 travomento dos poredes de meocco e correspondents consolldocco do conjunto desporodes extertores. closslflcorno-los no grupo des estruturas secundorlos.Estesp(lredes, oxecutcdos em alvonaria de pedra de granito, sao predomlnonternente constituidas perpecos oporelhcdos em contaria, contormondo os vcos de portos e [cnclcs, sob 0 formo de lands desO/(j)j()$, de oaraoei to, de ombreiras e de linteis ou vergas e cindo sob a forme de diversos elementosdecornttvos. tais como pilastras, ttieos. elmolhos e socos (fig, 3, 4, 5, 6, 7,8,9 e 10).

    Fig,3 - Corio tipo por uma fachoda principol.

    noV~IGA de O\.lVF,IRA,Em0slo, GAI..HANO,Fernando, Arqullect~lra Tradiciorwll'ort(Jg~Jesa, Public(J.yuos D,Quixote, tisboo, 19

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    29/78

    Pig, 5 - D~~~nho dos oI9ado.\ de duos cases tccollzcdcs noRUCl do SousaYiterbo.

    . : . 5 1 . "I: ~.i~)

    . . . , r I;i.: [': : I~ : : " 1

    : ~.. i"

    (,. i I. : " I " "r... ':,., . :' ;. '" J ~I \

    Fig, '! '. Corl"" tipo do umo Iochodo de iordcz cornvorcndos fochado~ por rnorquisos, No:ta exernplo ooceobso[val"-se os cochcr-os que servern de apoio as lojesdo vmanda. 01 de+olhcs construtlvos do paroda dealvenor"io (j da porade de lobioue !"evellidC! CI chClpoondulodc.

    Fig, 6 - Corte fronsverscl PO( umo fachacio.ol)rangendo piso corn [onolc de peito e piso comjoneto de secede .

    Fig. 8 - At(,:oeio de iordcz do IJmO casa loccliwda noRua do Dr. Alves do Yeigd, em recupero9GO, Eskexomplo cprcsonto openas unna des verandasencerloda com poredo dO' tabique, revostida a rebocopigmentado,

    t lmportcnte destoccr, a grmJ de estcndordlzccoo e sistematl7.,(lC;;bo olccncodo na producoo desteselementos e () sua imenso voriedcde de comblnccoes. decorrenles de tcctores de ordern economlco,Iuncioncl, construtiva e esteticc, roloclonoccs com 0desenho dos olcodos,Asporedes de pedra des Icchcdos opresentororn sernpre espessurosconsldercveis. polo fClC'IO de seremoutoportontes e do grand(~ parte do suo superflcle center oberturos. Deoonente da ovolucco do desenho

    29

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    30/78

    des Icchcdos e des tecnicas construtivcs. estes espessuros possorcm o integrar-se numa 16gled construtlvoadaptada () certos elementos orquitoctonicos des cosos" (fig. 9).

    ",L~', ~t .I II . . 1 ~ . .I~"~""\...,~

    .~ . \~

    (;~ 'I,,,",

    11 ; , : \ : : : :; : : : > .I.

    .~.~.,

    . ~ . . . . .. . .. , , - - c ,6 : ~ : .q. \'." ',

    riO . 9 . Oiversos tipos de loncls do lochodcs dorue OU de tordoz em Gontaria de granito. Fig. 10- Porrnenor de parade do fachado do ruo oude tordoz com vao de [onelo oe paito.A sernelhonco des poredes de meocoo. as poredes dos fachadas portern do ensoleirornento geraldeterminado cclmo do nfvel das tundocoes. constttuindo desto modo umo estruturo continua (fig. 'Ie 2).No inido do seculo XX, nos ccsos ondo oindo persiste 0 sistema const rut tvc tradicional. as poredes dosfachadas tendern a diminuir do espessurc. dentro de uma 16gl

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    31/78

    A lntroducoo do "moda" do azulejo como elemonto de revestlrnentc de fochodos, ossociodo a molhoriodes condicoes oe mcnutccturo e mais lorde de fcbrlco industrial. 00 proporolonorern rnelhor ccesso aesle material. tornororn-no 0 revestimento Hpico des tcchodos des casas do Porto, a partir de meados doseculo XIX.a sucesso obtido no utilizccoo desto rnoteriol at6 00$ nossos dies. como principal revesiimento dotcchcdos. dove-se 00 facto nao exigir rncnutencoo e poder funcionar como prirnelro cornodolrnpermecbilizonre. para al6m do seu valor estetlco,o ernprego de urn pro-revestlmento lmpermecblllzcnte a base de astalto, lniciodo provcvelrnentedurcnte a segundo metade do seculo XIX, veio melhoror as condicoes de lmpermeoblllzcooo destosporedes. osslmcomo das pare ces de mear;ao.

    3.3.2 PAREDESDAS fACHADAS DA RUA E DE TARDOZ EM TABIQUEo tabique constitui entre nos, "[, ..J urno lecnica de construcco anterior oo seculo XVII. com largas rolzesou rncnltestccoes provlnciois, mas que, certornente par constltuir urn prooesso borate e f6cil, confinuou ourlllzor-se revesfido de telnes. louses ou chapa, pam ocresclmos. tropelros e outros Iorrnos de cndcressuplemontores, (... J " I ( l ~Conslderomos neste ponte as poredes exteriores de toblque no contlnuldode des poredes das tochcdosde clvcncrio de pedra e ()S poredes des fachadas dos plsos recucdos au ccrescentcdos,To] como Q$ poredos des fachadas de clvenorio de pedra, conslderornos que as poredes des tochcdosde tcblque nco constituern a estruturo prlmorlc dos hcbttccoes. servindo cpenos de opolo as toconlcos,As poredes exlerlores de toblque. erom mais fr6geis, degradondo-s0 corn fadlidade. devldo a mcderoconstltuir 0 principal rnoteriol do suo construcoo, que todcvio as torn a mois econornicos. pais a modelroera um motenol que obundovo no nosso pars, sendo tacil de troboihor e de tronsportor. 0 facto de seremde construcoo love, opresentava olndo a vontccem do paderem ser urllizodos om dlversos situocoes.Na cldcde do Porto. encontromos prlnclpclrnente dols flpos de poredes de fochodc em tcbiqve: asporcdes de tabique simples (fig. 11 e 12) e as pcredos de tobkuse simples toiotooao (fig. 13). b1es daistipos de pared os soo muito sernelhontes construtlvornonte. dlf'erindo cpenos no forma e no nurnerc doselementos estrvturois.

    Fig, 1 1 - f'(]chodo exleriol de lobiqueslmples refcrcodo. per lencent0 a umacoso locolizado flO RtJO desMercodoros. cO!1l titulda por prumos,tr(lva~~Onhbs 0 dupto lobuccocolocooo no vedical 0 no diogorlol.re-vedido~ por tosquios (3 roboco,

    lO~ OLIVEIRA. Eme!lo Vt~i(j() de. GAl l iANO. F(-,r!1ondo,Cd~a vr(xma in Arquileclvro Itodicicrva; Porfugua~CI.obro ja clicdc,31

    r-ig. 12 - Fachodo exterior de iobiquestrnples 10[0[1,000. porlencente a umacoso locollzcdc no R~Jodo! MorcoOores.

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    32/78

    Emboro persistarn poucos exemplos. 6 cinco possivel enconfror poredes de fachadas do rua ou de tordozern tabique misto [sistema fochwerk) 103, [fig. 14) que conslderamos serern de construcco mols antiga.

    rig, 13 - Conjunto do coscs comtochcdos 1mtoblqus. loccllzodos noRu() do Com6rdo do Porto, cornpisos bolonccrdos o vorondos desocodo em madeira,

    Fig, 1 I I " r:achada exterior om labique misto,pertencer+e a umo coso locoltzodc no Rua ccsCaldolrolro~, eomtitulda oor umo estrut lJ la. doprumcs (afa!lados cerco de O,5m) e escoros,preenchida com tijolo$ mcclcos oproprlodos(com lima forma partiCIJlor que permttioencolxororn-se entra sl, garantindo a suae~toi;)ilidade),

    0 ) E s tr ut ur a do; paredes de toblque mlstoAs poredes de tcblque misro eram constitufdas par um esqueleto ou ostrutura em gaiola, formodo parborrotes quodrangulares com seccoes entre os 7,00 os 10.0em de lode, dlspostos om ptvmo, frechais,rrovessonhos e escoros. preenchido com pedro rniudo au l!jolos cproprkidos. taman do-as ossim paredesresistentes e de construcco mais expedite e econ6mica (fig. 14).Davido co seu peso conslderovel, mom sempre cpolodos nos paredes de olvenorio des foe had as,

    @Na r~O!$Ode1crit;:bo pcssorcmos o designar el l , ) purode de tnblque misto todos as porodes q~Je erom conslruldos em estruturo dornodeira, conlcrrnodo em prvmos, f rovG'ssanho$ , f recho is !)esco(as {om forma de cruz de Santo Andrei , {) preenchidos com podro '1'11( 'doou com tijolos rnoclcos (com umo forma espociol que permi1ia encoixorem entre ~i),Par0des que trodicionalm

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    33/78

    b) Estrotura das paredes de tabiqufit simplesAs ooreces de tabique simples. que Segurado de-nomina de irontal touaao. eram executoclos por meio deuma estruturo de banotes de seccco quadrangular, com 7,0 em de lorgura, constitufda par elementosverticais ..prumos - espocodos entre si cerca de 1.0m e opoludos directomente sobro 0vigarnenl0 dosobrado ou sabre um frechcl, quando estoo na contlnuldnde de uma porede de pedro. A ostrutoro oestosparedos cornpletovo-se com a itecnc; superior 0 por trovessonnos 0 verqoe, quando e nocessorlo delinlrVClOS. As unioes entre os pecos cram recllzcdos normolmente par samblogens a m(~jamadeira, rnolhetesem forma de cauda de cmdorinha OL), multo rorcrnente. por respiga e mecha (fig. 15). Esta estrutoro deborrotes ere preonchido par urn duple tabuado, tormcdo por t6buas com cerco de 2,Ocm de espessurc,colocodos no vertical e na diagonal, sabre 0qual e pregado urn tosqulcdo pelo interior, para ancorogemdo reboco. e um rlpodo pelo exterior, para opoio do revestlmontos ern so1610$de crdosio ou chapaondulodc. Todovlo, 0 revestimento exterior pode ser igualmente de reboco (fig. l l. 12e l3).

    I:ig. 15 - Tipos do unico 0rliro prurnos, frechai$.trovossonhos e veIga! do 61iruiufOs de madeira deparedes do iobique sirllpl(;! OU de tobiquo $imple~retorcode.

    Fig. 16 - Estrutulo de porede em iobiqu1OJslrnoies retorcodo.pertencente 0 tochodo cia um piso reouodo, A ostruturc econstltoldo per pH)mOS, frochais. trcvessonhos, vergas e cscoros.rovostido em ornbos 0$ faces per urn +obucdo. protegido paloexterior com soletos do oroosto.

    c) Estrutura das paredes de tabique simples reforc;:adoAs porodes de toblque simples retorcodo erom constltuldos par urn esqueleto ou estrutura ern forma degaiola, em tudo semelhcnte 6s porcdes de tcbique rnlsto. constituidc por borrotes de secccoquadrangular, com 7,0 em de lodo, disposlos em forma de prurnos, itecriois, traves50nhos, vergas eescoros, Eslaestruturo. executodo pelo rnesmo processo da anterior. era revostido em ornbos as faces pOIum tabuado com cerco do 2,0 em de espessuro, podendo 0 seu interior ser preonchido com restosderncdeiro. cortlcc OU ate tolhos de [ornol. permltlndo deste modo crier algulTl isolomonto Mrmico.

    33

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    34/78

    o tobuodo era revestido polo interior e pelo exterior do mesmo forma que as poredes de toblquo simples(fig. 16, 17 e 18).Quando se trata de pisos recucdos, acrescentados posterlormente. era frequente todos as sues paradesserern executudos em tabique simples retorccdo. incluindo as paredes de rneccco. que, neste coso.constltulcm a estrutura prim6ria de opoio do cobertura.

    d) Revestimento e aCdb(2mento InteriorPelo interior, as ooredes de tobique misto, tabiq(Je simples e tabiqlle simples retotcatio cram rebocodos eacabadas corn o mesmo tipo de argamassm e processes de execucco utilizados nas poreces dealvenaria, garantindo destc forma a sua continuidode,De notar openos que, nos porodes de toblql)e misto, 0 reboco ere aplicada dlrectomente sobre 0 seupreenchlmento de pedro au tijolo, presclndindo-se. nesto coso. do revestimento de fcsqulcdo.

    e) Revestimento $ (2(:ubamento exteriorTendo em conslderocco que as poredes de lobique misto sao de construcoo mais antigo, e provovel queo sou revesfirnento mais froquente rosse 0 reboco, corn acabamenta oreodc ou estuccdo.postorlorrnente coiodo au plntcdo. Com 0objectlvo de conferir a este revestlmento urn car6cterlrnpermorrbltlzonte. era adlcianado sebo no conteccco cos argamassas utmz.adm no enchirnento.rcgularLz.oQboe acabamento.As poredes de tabique simples e t()blque simples refor(;odo, de consirucoo mols tardio, continuam autlHzm 0 mesmo revostimento no infcio. Contuda, a medldo que VaG surqindo novos materiais quapermitcm molhorar a lmpermeoblnzocco 0 isolornento destas poredes. estes voo sendo lontomentelncorporodos no seu rovesfimento, como & 0coso do czule]o. dos soletos de ordoslo. au do chapa deterro ondulada.A divulgaqoo do ozule]o, assodado ao revestlmento de poredes exteriores. e a crescenta disponlbllldodecornerclol deste material, a partir de meodos do seculo XIX,voi oermttn a sua utlllzccco no revesllrnentodestas pcredes de tabique, pcrtlcutormente quando S0 protendlo garantir continuidade com os poredesdo olvenorlo. A SUa opllcocco lmpllccvo a eX0CUc;:aO previa de urn roboco de rE-)guloriZQ(;:bo,omargamasso de cal e saibro, sabre 0quol ero colada a ozule]o, com pasta do cal.o oporeclmento dos soletos de ordoslo e, mais tarde, do chopc de ferro zincada, de perfil ondulada, velsubstituindo progressivamente os onterlores revestlmentos. devido a sua oxecucoo mots expedlto e melhorcopocldcde de 0 isolomento e tmpermeobltlzocuo.

    34

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    35/78

    .....,i.,.:

    '.1'

    I,I, .~",~

    :,,'.;"

    . .."ir.'1

    I', 1"

    . )'ig. 16 - Planta lipo do piso recuado, N(')slrior de toblquo simples. apcrado exletior de iobique simples rolcrcoco r~vt!tida a chapaondulcdo, a trarlsi

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    36/78

    b) Cochorros ou mfsulasOs cochorros oU mlsulcs sao urn dos elementos corocteristicos das tochcdos des casas do Porto, ndocpenos polo set) ccrcctor decorctlvo. mas par desempenhorern a tuncco de suportc dos belrois e, emportlculor, das tojes des vorondos e socodos.:Estes elementos cpresen+cm Villa grande vorledude do tormos. trcbolhodos em granito cu. nalgunsexernplos raros. em rnodolro. reproduzindo flelmente as torrnos dos exocutados em pedro. Formolmente.podemos dividi ..os em dais grupos: os bolxos e largos, multos vezes com formes rudos e tor tes. terrninandoem esplrol vlrodc para baixo e voltada para foro - qua, segundo Ernesto Veiga do Olivelrc. constituem 0tipo mais generalizado e mots antigo, remontcndo 00 seculo XVII - e ern forma de cunho. de superflclesirnplesmenle encurvada, gerolmento debruodo com uma estrelto moldura.Ate flnols do seculo XVIII os cachorros au rnisulos surgern como elementos pontuols. com a funyoo desuporte dos lojes dos beirois e dos vcrcndos. As lojos des vorondcs, opoiodos em cerco de um terco doespessuro do parade enos cochorros, apresentam bcloncos que nonce excodern mcls de rnolo metro(fig. 19).Durante esto 0pOCO e Oinda possfvel encontror, ern substltulcco dos cachorros. umo esp6cio de socomoclco de pedro, otcdo a largura do beiral ou do varanda, como uma cornijo possonte e pesodo. degrossos e boloodcs molduras.105A partir do seculo XIX os cochorros deixam de servir de opoio as sacadas dos Iochodos prlnclpols. pols alecnolooio de extrcccoo e corte do podra posse a produzir lajes de soccdo de rnoiores dirnensoes,posslbtlitondo 0 set! cpoio ern toec a espessuro des parades (fig. 20). Apenos nos fachadas de tordozsuroern ccchorros de moiores dlmensoes, sern motivos decorotlvos. no opolo cos lajes dos vcrondos, quoservern de ocesso as instolocces sanit6rias recenternontc lntroduzidos (fig. 7 e 8).

    c) Cornljas"Nestes telhados aporecem, como elemento fundornentol, que d a urno fislonomlo muito peculiar ~)velhocoso do Porto, lorgos beirais solienres e ocolhedores. que prolongam a ague frontal. Nas casas, ontlpos oumodestos, de tocbodo do tab1que, esse beirol. como as vorondos, osserrto num entablarnento domadeira, com os coibros a vista, geralmonte com os topes orredondodos. No seculo XVIII, (~medida quecs casas de pedro 0 cal S0vao tornando mols frequontes e culdodos. com molduras e emotes de granito,vernos subslltufrern-se os velhos boirais de madeira par belos entoblcmentos de pedro, opolnelodos eenrlquecldos com ccchorros. no mesmo eslllo dos domais contarias do C()$a."IQ~As cornllcs au cimalho$, para olern de constltuirem urn elernenlo decorativo, t&m igualmontc limcorocler tuncionol. ao prolongarom () beirado de telhoes e telhas de canal, do forma a protegorern cstochodos a a conduzhem as aguas des chuvos 0mols posslvel para 0meio das rUGS.Nos cosos em que Iol construido urn piso ocrescentcdo. opolcdo no parede do Iochodo, as cornuospcssororn a ser uscrdos como socooos,Ql!ando a tochodo doste plso 6 construida ern tobique, 0 que ocontece no maiaria dos C(lSOS, a souentcblornento e cornija imltom no perfeiyClG em madoira 05 mesrnos elementos do pedro.

    10

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    37/78

    d) Varandos au secedesAs casas do Porto "(. .. ) tfm) largos bclcoes ou secedes corn poropeltos de terro lovrodo (~m grades, quo serematam ern pirornldes douradas, ficando deste modo llvresdo roncoso e meloncolico uso das rotulos depau com que os antigos portuqueses sofiguravam recotor 0hcnestldode des sues families; (...) " \ ( ) 7As verandas ou socodos sao urn dos princlpois elementos que contribuem para lntroduzir ritmo, vcriedodee diversidade nos tachadas, observcndo-se no S~Jaconstrucoo. durante 0seculo XIX.0recurso a principlesde unltormlzocoo e a elementos cada vez mcis estondordlzodos.No principle do seculo XVII (linda persistem rnultos vorondos de madeira. ossocicdos 6 pr6tica correnteda consfrucoo de pcrodes de tabique. Com a gradual substitulcoo do madeira pelo pedra, que irqocorrer ao longo deste seculo. ()S novas hobttccces pcssorn a utilizer tenets de granil0 no oonstrucdo dessues varon dos. em substillJk"bo das ontigas estruturos do madeira.As sacadas des tochodos do rue. iniclolrnente em madeira e postcrlorrnente em loncis de pedro. ncochegavam a olingir grandes boloncos. nunco ultropossondo 0maio metro, com cspessuros que vcrlovornentre os 15,0 e os 20,0 ern,Assccodos de madeira erom normolmenie apoiadas ern cochorros no mesmo mcteriol. que reproduziomos motives decorctivos dos elementos do coso em pedro, au am simples escoros de ferro. As prlrnelrcssecedes de pedra cram suportodos par cochorros ou por uma ospecle de cimalha corrido a toda o sualargura. A evolucoo dos hknicos de corte e trabalho do pedro vel permttir que, a portlr do soculo XIX, assecedes prescindom des cochcrros. posson do a scr constituidos par umc unlco lcle de pedro. com cercode 15,0 ern de oltura, cpoiodo unlcornente no porode do fachoda (fig. 19e 20).Asguardas des secedes de madeira erom ncturclrnente executcdcs no mesmo material, prctico que vaimonter-se nos prlmeiros secedes de pedro, pela menos nos mcls comuns, Estes elementos eromconstituldos por prurnos e corrlrncos sen! qualquar ttpo de pormonor decorativo e de execucco simples. Amedida que as guardos de madeira Yao sendo substlttndos por ferro, estas vee perdendo custerlcode eganhando graciosidade em variados pcdroes de ferro forjodo ou. mols tarde, de terre tundldo.nA partir do seculo XIX comecorn 0ser construidos arnptas vcrondos nos fachados de tordoz. de modo apormltlr o ccesso a s instolocoes sani16rias locolizcdos no exterior dos hobltocoes. Estas vorondos. dograndes dimensces. opresentando boloncos, b volin de 1,20rn. eram constituldos par vcnos lojes depedro, opolodos ern enorrnos ccchorros (fig. 7 e 8),

    I '

    ,\ '

    "~0~~{~f'~I ~ i

    Fig , 19 - Pormonor lipo descccdo. opolodo noIcchcdo (1 om cochorros,cOfremondente ClD~socu los XVII 13 XYIII,

    fig, 20 " I'ormenor lipo desocodo. constituldc por umcpcco unico cpoiodc nofachada. corresponoenteoo seculo XiX,

    \01REllElO do COSTA Agodir)l"\o. Oe50i.;t.Jo Topo(J(Cltica" Hist6ricci do Cidade do Porto, obro ja citade,1MSobro oslo ossunto V0r C curto, mos inlerrmar)k desoriyl'lo do: CONDE P'AVROIM, Varolldos. jondas. postigos I? ouJrN t6f(O~ do cidad~,

    do Porto. in Docurmmlo$ e Mem6rios poro Hist6ria do I'odo. vo], XXX, Publi(;a~~ljes do C,M, do Porlo. GabiMi

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    38/78

    e) PlatlbandasAs plotibondcster-se-oo vulqorlzodo nos f inols do seculo XVIII, prlncipio do XIX, sob a influendo do estiloNeopaliadiano, Introduzida pelo moo do comunidode inglosa resldente na cldcde do Porto.Estos plctibondos podern ser de desenho s6brio ou ote center boloustres e noluuns exemplos est6tuas ououtros motives decorativos como VOSQS, urncs. rnonogramas, etc. (fig. 21 e 22). Noutros exemplos notovels.a "(...j plctibondc mostra mesmo. a rneio. urn pequeno fronklo em tfmpano ou em orco, ostentcndoqualquer medolhoo. 6culo O() monograma monumental au ole pedros do armos.I09(fig. 23j.A utilizac;;aooeste elernento levonta novas problemas tecnlcos relcclonodos com a necessidade de urnalgeroz que permita a recolho das aguas do tacani(:o, e a irnpormeobuizocoo da junta onde aplatibanda se opoia sabre a cornija. 0 oiaero: podia ser executado em chopo de zlnco au churnbo.sendo vedodo junto do plotibanda par beturne au piche. A junta entre 0 cornija 0 a olctlbcnco eraigualmen'te vedada com piche, protcgido por uma fiada de telha Marselh(l, ossente em argarnossa desolbro au, em oxernplos mots roros, par urn ruto em chopo de ztnco au de churnbo (fig. 24).

    Fi!;j. 21 - Plotibondos corn bQla\J~tres. em granite e emceroroicc. de duos COIO$ tocolizodos no l'r090 de CorlosAlboflo.fig. 2Z - Platibondo com ftstatue, porotncente umo coso no RuaArrrlunia

    ~:l~L:~;'I

    ,'I:~;

    Pig. 23 - Plotibanda om forma de trentflo, com oculo. pertonconlo a umccoso tocolizcdc no Rva dos 'faipas,Fig. 24 "' D(J$

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    39/78

    3.3.4 P AR ED ES D E M EA CA O E M A lVE NA RIAAs pcredes de rneocoo das casas de hobltocoo corrente do cidcde do Porto podem ser em pedro ou emtabiqve misto (sistema faehwerk), individuois ou comuns a duos casas.Antes do seculo XVII, e (linda durante 0 5eU decorrer, tudo indica que os poredes de meocco des coscscom mols de um plso, sa o de pedra no res..do-chao, mas em tabique mis/a nos rostontes pisos.a) EstruturaA medida qUH a pedro vel substltulndo as estruturos de tobique [motlvodo pela sua obundcnclc nasredondezcs do cldcde do Porto e polo receto de cotostrotes sernelhcntes cos grandes Inoendios quecausaram enormes danos ern algumas cidodes europeios). as poredes de meccco possorn a sorintegralmente construidos ern alvenaria de granito, com perpianho ou trovociooto. ossentes emargamassa de cal, areia C soibro. ctconccndo espessurosque variam entre os 30,0em (ccrcc de palmo emoio) e os 60.0 em (tros pclmos oproxtmodomente) (fig.]. 2, 10, 18 e 25).Estas poredes em olvencrio de pedro pari ern do ensoloircmento. que oorresponde ao nlvelcmentc geraldado co respoldo des fundocoes. onde estoc ossentes, aM () coberturo,

    b) Revestlmento e aCQbamento InteriorF'elo interior, os pcredes de meccoo erorn revostldcs e acabadm pelo mesrno processo que as poredesdes tcchooos, garaniindo desta forma a unidade dos espocos interlores.

    b) Revestlmento D acabamento exteriorPelo exterior, as 6reas expostos des ernpenos podicrn ser revestidos a reboco, com soietos de ard6sia,fixos ctrovos de prepos a urn ripodo, au POI telho coleiro. fiw pelo mesmo processo e consolidodo parorgamassa de cal. oreia 13 sclbro (fig. 25, 26 e 27).No infcio do seculo XIX. comeco 0 utllizor ..se um bcrromento de ostolto. para Impermeobflzccoo.protegido ocr chcpo zinccdo ondulada flX(l a um ripodo (fig. 25). A vulgariza900 desto pr6tica foisubstituindo cos poucos os on1igos revestirnentos de reboco. so/etos de ordoslc e tolho cclefrc.

    ~ig. 25 - Parede do mecceo deuma Casu no Rua d& rornczGonWl'a. ondo so pode observer CIdimembo des trovcdooros. Deno+or oindo que a porede dalochada, botcnccco. 6 de< . )om t rL J90 o e r n t o bi q uo.

    Fi(;J.26 - PorlJ'de de r ' r ' IeCl(, :Cio de urnocoso localiwda no Rua de S. vrtor.imperrneobilizodo com ostolto 0rcvcstido com reboco.

    Fig. 27 - Porades de mOCl",~O de duos casaslocolizodos rla Rue cJeMiragaia, revestidos comlelho coleiro e com chopo mejolica ondul(Jdao pintado.

    39

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    40/78

    3.3.5 P AR ED ES D E M E A C A O EM T ABIQ U E

    a) EstruturaAs porodes de rneocoo em tobique. por tozerern parte dos elementos da estnrtur~) prim6ria daconstrucoo. ercm geralmente dos tipos tob/que misto ou de tob/que simples teiotcocio.A sua esfruturo e processo de execucco erom em tudo semelhontes as poredes cos fachadasonterlormente descritos (fig. 32).

    b) Revastlmento e acabam.nto Interiorp(-~k)nterior estes pcredes erorn revestidas do rnesrno forma que as pcredes de alvenaria e restontesparedes de toblque. com reboco de saibro e eel. com acabarnento estucodo. garantindo osslrn aconttnuidode dos revesttmentos,

    c) Revestlmento e acabamento ext$rlorAspcredes de empena om tQbiql)e-~ m/sto ou om tabjqul!"~ simples teiotcodo. nossuessuperficies expostos,seriom inlckrlmente revestldos pela exterior a reboco com occbcrnento areada ou ostucodo. ~lsernelhonco das poredes dos Iochcdos em tobique. Contudo, 00avaliar os exernplos quo nos chepornate hoje, constatamos que este revestimento terc sldo substltuido par soletos de ard6sia ou chcpo deferrozlncodc. dovldo a estesmateria isgarantirem umo melhor lrnpermerrbilizocoo.

    Fit ;J.111Parodo de empana de recuodo om tablque. reves!ida asoletos de ord6!ia, de urno coso loc(Jl izodo no RUado rranciscode Rocha Soares.

    3.4 S O BR A DO S

    Fig. 29 I'arede de meot;:ao com tlboduras, revestido awlelos de crdoslc, pertencente 0urno coso locollzcdo no~ua do R",o(Jleiro.

    a) Estrotura das casas com dOQ$ frentesA estruturo dos plsos ou sobtaao era constituido por um vlqomento de troncos de rncdelrc. quepossoremos a doslqnor por paus toioaos, corn didmetras que vorlcvcm entre as 20,0 e os 30,0 em ecomprimontos que dependlom da largura dos casas, nunca ultropossondo os7,0m.Os paus rolados erom aparados ou fo/ql1eados em duos faces, para receberern ~)S revestimentos dopavimento e do tecto, podcndo ser utlhzodos nalguns GO:>()S, junto as pcredes des tochodos, vigasfalquoadas ern quctro tacos.

    4 0

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    41/78

    Antes da suo colocccco. os topes des vigas cram pintados com tinlo de 610o,zcrcoo ou clootrco. para osua protecyQo.\\Oo vigamento era opoicdo nos pcredes de rneocoo. com uma en/rega de cerco de dols tercos doospessuro destos poredes. chegando, nolquns exemplos. 0 opoior-se ern todo a sua espessurc. Ospaustoioaoe eram dlspostos pnrolelcmente entre si, corn ctostornentos que vorlovom entre os 50,0 e os 70.0cm. Estc "rnodulocoo" corneco e torrnino com umo vigo encostcdo o s poredes des tcchodos, Todo 0vigarnento era trovcdo par 10(vg05 esooccdos em medic cerco de 1.5 rl (fig. 1.2. 30. 31, 32 e 33J.Nalguns exernplos. embora roros, tivernos oportunldode de observer que 0vigamento nao ossontodirectornente nos poredes de meocco. rncs sobre urn iteciia! corrido. embutido no olvencrlo. permitlndodesto forma umo melhor distribui

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    42/78

    r-ig, 32 - f.ltruluro des sobrcdos d~ uma coso loca l i7 .

  • 5/14/2018 Manual Edificio Tradicional Portugues

    43/78

    3 .5 COBERTURAS

    3.5.1 T ELH AD OS D E Q UA TR O AGU A~"Pode-se dizer que, selves rorfssirnos excepcoes. ate rneodos do seculo XIX, os casas do Porto (rnesmo j6as volhcs casas esfreitos e altos de tochcdo de toblque. dos bolrros da 56 e de vitorlc) lhm telhcdos dequatro aguas, de telha caleira portuguoso -,0 que signlfica que os oltcos terminorn horlzontolrnente. nornesmc linhc do belrol frontal.Nos cosos mais estreitos. esse telhcdo 6 ta o baixo que nt'lo permite 0 cproveltcmcnto do seu vco porequalquer s6toO."11?

    a) EstruturaA estruturo destes telhodos ; do origem ancestral. tendo 0sua forma rudirnentar pordurodo e at6coexistldo com a intrcducoo da osno mais cornplexc, devido a stmpllcldcde da sua construcco 0 cofacto do oermttlr 0oproveitornonto do vao da coberturo liberto de elementos esnuturols,Esta estruturc era constitufdo par umo ormccco simples de duos vigos ou oetnos, dispostos em torma deiesouto, unldos superlormente a meio madeiw, apoiadas numo vigo transversal ou linha, que par sua velse opolovo nos poredes de meoooo. hoqlJen1emonte, esto ormccoo era travada trcnsversclmente poroutre viga, de manor dimensco - nNei - a cerea de dols tercos do olturo, cpoiodo nos p(' tmos ou resooro.por enccixe a mOia madeira. Pore travomento longiludinal, locouzorn-se superlormente. 00 nivel documeolrc e a maio do vco das duos pernos. o pau do fileiro 0 as mocke respectlvcrnenie. N(1 transk;aodes vertentes principots com a lacani~o, temos uma viga - rineoo - que $9 cpolo no file Ira e noconttoitecna; entre as paredes de meocco (~as poredes das fachadas. Iodos as vigas que compoernesta orrnccoo sa o ero tudo semelhcntes os vigos dos sobrcdos - paus tokxio: - ernboro algurYwsoprosentem dicmeiros interlores, Sobre esl0 crmocoo era pregado 0 voreao ou cauno, tornbemconstltuido por troncos do modeiro de rnenor dtmensco, oporodos em duos toces, sabre os quais erapregodo trcnsversclmente urn tcbucdo de guarda-p6. 00 qual ero tinolmente pregado urn ripado, para 0cpolo des tel has (fig. 35, 36, 37 (~38).roi esle fipo de eslruturo de telhodo que deu origem (lOS tectos de mosselro (fig. 39),

    :'I'~fI. : : . -: ; . . " .~...~;,.'.

    ";",,,, 'j"'~ ':' {~.~.~;, ~'..~{.:'

    I.I \ \ I,"! II I 1 " ., " . ' \ . , . .. , ' 'II :. '" ~~ ,,\," :: I'I I.I': I \ ,. ,,. ."

    . I ' '. :~:"\\~"i': ',I.I.~~,.. 1:::.:,.': , :.\ I:~1 I. .. .... . ,. . . I . . . . '.,_~I~"~......__~

    Fig,35" Corie par tJrrlO osno simples wm n!veL Fig. 36 - Corio por urno osrto simples com nlvel,

    jj~ OLIVEIRA,ErnGslo V~'igo de, GALIIANO, Fernarldo, 7efhodo5 do POlio, in Arquilc~cl(Jro Trodicionol Port(Jguos{),obro jo citoda,4 3

  • 5/14/2018