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Manual do Paciente TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA OU TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH)

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Manual do Paciente 1

Manual do Paciente

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEAOU TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH)

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ste manual foi elaborado para facilitar o entendimento sobre

o Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Monte Sinai.

Seja você paciente, familiar ou tenha interesse no tema por outro

motivo, tentaremos esclarecer suas dúvidas com o máximo

de transparência e todo cuidado que este tipo de procedimento

requer. O TMO tem um ciclo de cinco fases principais e vamos

destacá-las, considerando informações importantes, reações,

orientações e sintomas típicos do tratamento em cada uma delas.

A equipe de profi ssionais envolvida neste procedimento no Hospital

Monte Sinai é treinada para atendê-lo com qualidade técnica,

humanização e atenção. Está à disposição para consultas também

pelo contato [email protected], pois sua dúvida

poderá ajudar outras pessoas. E, posteriormente poderemos

reportá-la na área que trata do TMO no site do Monte Sinai

(www.hospitalmontesinai.com.br/tmo).

Obrigado!

e

sumário

A fase da MOBILIZAÇÃO

12

A fase da INTERNAÇÃO 16

A fase do TRANSPLANTE

18

20

A fase da MOBILIZAÇÃO

A fase da “PEGA” da medula

30

A fase da COLETA

14

A fase da COLETA

A fase da INTERNAÇÃO

A fase do TRANSPLANTE

A fase da “PEGA” da medula

A fase do PÓS-TRANSPLANTE

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO4

Diretor Superintendente:Dr. José Mariano Soares de Moraes

Diretor Adjunto de Projetos:Dr. Gustavo Ramalho

Equipe TMO - elaboração e revisão: Dr. Angelo AtallaDr. Abraão HallackEnf. Rodrigo Andrade

Produção:Hibisco ComunicaçãoSetor de Comunicação e Maketing do Hospital Monte Sinai

Versão 1 - 2015

expediente

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Introdução

ais conhecido como Transplante de Medula Óssea, o tema deste manual aborda, tecnicamente, o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH). Com o objetivo de ajudar o entendimento sobrea complexa terapêutica que envolve este procedimento vamos abordar o tema por partes.

O TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICASÉ um tipo de procedimento adequado para tratar algumas doenças que afetam as

células do sangue. Ele consiste na infusão de células progenitoras saudáveis, para que a medula óssea se reconstitua e volte a funcionar normalmente.

O transplante pode ser autólogo, quando as células da medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor) ou alogênico quando as células provêm da medula óssea de outro indivíduo (doador). Esse doador pode ser ou não parente.

PORQUE SE FALA EM CÉLULA-TRONCO NESTE TIPO DE PROCEDIMENTOQuando se fala em transplante, pensa-se em um procedimento cirúrgico e na neces-

sidade de dois organismos compatíveis, mas o TMO ou TCTH é uma modalidade tera-pêutica que trata inúmeras doenças do sangue, benignas ou malignas, hereditárias ou adquiridas ao longo da vida, de forma bem específi ca.

Como tanto o sangue quanto a medula óssea são ótimas fontes de células-tronco, a realização do TMO baseia-se no fato de que todas as células maduras que circulam no sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) provêm de uma única célula, denominada célula-tronco ou célula progenitora. O termo mais aceito no meio científi co é “célula progenitora hematopoética” (Hemato ou hemo = sangue, poiesis = fazer).

Estas células progenitoras são produzidas na medula óssea e também são encontra-das, em grande quantidade, no sangue do cordão umbilical.

A MEDULAA medula óssea é o tecido contido na parte “mole” no interior dos ossos, principal-

mente nos da bacia e no tórax (denominado esterno), também conhecido popularmente

M

Introdução

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Por isso, quando o transplante é indicado, é importante a busca de informações cla-ras, que esclareçam todas as dúvidas e derrubem mitos ou crenças descabidas, junto à equipe médica, para que doador e receptor se tranquilizem e sigam os passos que têm pela frente para que o melhor resultado possível seja atingido.

Tipos de Transplante1) Autólogo: as células progenitoras provêm do próprio paciente.2) Alogênico: as células progenitoras provêm de um doador previamente selecio-nado por testes de compatibilidade, principalmente o denominado HLA (Antígeno de Histocompatibilidade Leucocitária), normalmente identifi cado entre os familiares ou em bancos de medula óssea ou bancos de cordão umbilical.3) Singênico: as células progenitoras provêm de um irmão gêmeo idêntico (univitelino).

Indicações para o TMO ou TCTHAs principais indicações do Transplante de Medula Óssea são para doenças on-co-hematológicas, também chamadas cânceres sanguíneos. A indicação para o transplante depende do tipo, estágio da doença e idade do paciente. Nem todos os portadores das doenças citadas têm indicação para o transplante. Os critérios para sua realização estão estabelecidos em protocolos aprovados pelos Comitês de Ética e estabelecidos na literatura médica.

São tratadas pelo TCTH: Linfomas não Hodgkin (de malignidade intermediária ou alta em recaída ou como consolidação para os de alto risco) e doença de Hodgkin (com resistência primária ou em recaída), mieloma múltiplo e mielodisplasia. Outras neoplasias, como linfomas não-Hodgkin indolentes; leucemias agudas; tu-mores de células germinativas; neuroblastoma e, mais recentemente, para cura de diversas doenças auto-imunes, principalmente Mieloma Múltiplo, Lupus, principal-mente a Esclerose Múltipla, dentre outras. As indicações ainda abrangem os portadores de doenças hematológicas não ma-lignas e outras doenças com indicação de transplante e seus familiares. As doenças de defi ciência de imunidade, quando o sistema imunológico é incapaz de produzir os linfócitos - as células que auxiliam o corpo a combater infecções. Aplasia de medula óssea: doença em que a há defi ciência (falência) na produção de sangue. Doenças hereditárias das células sanguíneas: talassemia ou anemia falciforme – trata-se de um gene mutante herdado e que se expressa somente nas células de formação do sangue. O TCTH para estes casos estão em fase avançada de pesqui-sa, mas não há indicação plena.

por “tutano”, que tem a função de produzir as células que circulam em nosso sangue: formado por glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.

O sangue e as células sanguíneasO sangue é formado por uma parte líquida (plasma) e uma parte celular (células san-

guíneas). As células sanguíneas, produzidas na medula óssea, são formadas a partir de células-tronco hematopoéticas, por meio de um processo conhecido como diferenciação, tornando-se células (ou glóbulos) vermelhas, células (ou glóbulos) brancas e plaquetas.

Após a diferenciação, estas células entram no sangue para desempenhar diversas funções, sendo transportadas para todo o corpo pelo plasma, que é formado por água e vários elementos químicos (proteínas, hormônios, minerais, vitaminas e anticorpos).

Os glóbulos vermelhos (ou hemácias ou eritrócitos)Os glóbulos vermelhos são as células que transportam o oxigênio para todas as par-

tes do corpo. Existem milhões delas em cada gota de sangue.

Os glóbulos brancos (ou leucócitos)São as células que combatem as infecções, destruindo diretamente as bactérias e

vírus no sangue, além de produzirem globulinas, que fortalecem o sistema imunológico frente às doenças.

Os linfócitos são um tipo de célula sanguínea branca e podem ser linfócitos B, linfóci-tos T ou células NK6 (“natural killers” - matadoras naturais).

As plaquetasSão fragmentos celulares essenciais para o processo de coagulação, pois se acumu-

lam ao redor de uma lesão (cortes) e formam um “tampão” para interromper a perda de sangue.

Aspectos EmocionaisHá alguma fantasia em torno da palavra transplante, que a relacionam a algo que

não é próprio, uma invasão ao organismo por aquilo que é do outro. Um imaginário de-corrente da falta de informações corretas que suscitam sentimentos de medo e apreen-são aos candidatos ao procedimento. Paralisados os temores infundados, pacientes e familiares fi cam guardando dúvidas ou criando resistência à adesão ao tratamento. A equipe médica responsável por propor o procedimento, estuda caso a caso, com todas as suas variáveis e, ao propor este caminho terapêutico, o Transplante de Medula Óssea, está convicta de que o procedimento signifi ca naquela fase da doença a melhor oportu-nidade para o paciente. Quando há necessidade de um doador compatível (autólogo), cresce o sentimento de angústia e medo, e de fato, este pode ser um processo desgas-tante para o candidato ao transplante.

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transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) ou Transplante de Medula Óssea (TMO) consiste na retira-da de células progenitoras saudáveis do próprio paciente (transplante autólogo) ou de um doador compatível (trans-plante alogênico), que serão inseridas na circulação san-guínea do paciente e se alojarão em sua medula óssea, para que ela volte a produzir células sanguíneas normais.

O processo é clinicamente denominado “quimioterapia em altas doses seguido de resgate hematológico com cé-lulas progenitoras do sangue periférico”. O tratamento é constituído de várias fases.

Para retirar as células que serão infundidas (transplan-tadas), há duas formas de procedimento: da medula óssea - através de aspirações nos ossos com agulhas especiais -, e do sangue periférico, com um equipamento chamado máquina de leucaférese ou aférese.

PARA QUE A PRODUÇÃO DAS CÉLULAS DO SANGUE SEJAM RESTAURADAS E VOLTEM AO NORMAL, A MEDULA ÓSSEA DOENTE

PRECISA SER REDUZIDA AO MÁXIMO. PARA ISSO ACONTECER, ANTES DO TRANSPLANTE, O PACIENTE PRECISA RECEBER ALTAS DOSES

DE QUIMIOTERAPIA, ÀS VEZES ASSOCIADAS À RADIOTERAPIA, O QUE É CONHECIDO COMO CONDICIONAMENTO.

O procedimento, em resumo

ODepois destas etapas, sob condições clínicas adequadas, é que acontece, de fato, o

transplante ou implante das células-tronco tratadas. Entre 14 e 21 dias ocorre o restabelecimento da produção da medula óssea, nor-

malizando completamente a produção das células do sangue. É a fase chamada “pega da medula”. Após este período o paciente recebe alta, não necessitando mais de novos tratamentos quimioterápicos.

Todas estas etapas acontecem no Hospital, algumas em nível ambulatorial, num am-biente especialmente organizado, protegido com fi ltros especiais, e o transplante é con-duzido por profi ssionais especialmente treinados para este tipo de assistência.

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O procedimento no Monte Sinai

A

O tratamento é conduzido por hematologistas, hemoterapeutas, hematopediatras e oncologistas titulados e com formação específi ca em transplante de medula no país e no exterior, com larga experiência e também credenciados pelo Ministério da Saúde. Uma grande equipe multidisciplinar, composta por enfermeiros, fi sioterapeutas, dentre outros profi ssionais, capacitada especifi camente para dar suporte aos processos de diagnóstico e tratamento, completa o Serviço no Monte Sinai. O procedimento já é realizado rotineiramente há mais de 40 anos em todo o mundo. Todas as etapas consomem, em média, 100 dias e o paciente passa a ter apenas o acompanhamento ambulatorial por cerca de um ano.

infraestrutura dedicada ao Transplante no Monte Sinai disponibiliza apartamen-tos equipados com todos os requisitos previstos pelo Ministério da Saúde, em especial, com fi ltro HEPA (sigla em inglês para uma tecnologia empregada em fi ltro de ar com alta efi ciência na separação de partículas). Além de todo o suporte de alta complexidade, como centro cirúrgico e de unidades de terapia intensiva.

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Transplante Autólogo

étodos foram desenvolvidos para mover as células da medula óssea para o san-gue periférico em número sufi ciente para serem colhidas e utilizadas para trans-plantes. Esse procedimento exige que o doador seja tratado com um medicamen-to que mobilize as células-tronco.

O primeiro passo para fazer a mobi-lização das células progenitoras, pode consistir, em alguns casos, na administra-ção de uma dose de quimioterapia, as-sociada a fatores estimuladores da he-matopoiese (hormônios) para a migração destas células para o sangue periférico.

A fase daMOBILIZAÇÃO

M

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Transplante Autólogo

Para fazer a coletaA coleta das células progenitoras do sangue periférico é realizada através de afé-

rese (a máquina separadora de células). O material coletado é congelado progressiva-mente utilizando um refrigerador programável computadorizado. E, fi nalmente, as célu-las progenitoras são criopreservadas em recipiente de nitrogênio líquido, mantendo-se viáveis por um longo período.

NO CASO DO TRANSPLANTES AUTÓLOGO A COLETA É FEITA POR AFÉRESE:

O sangue circula pela máquina que separa exclusivamente as células progenitoras. O transplante de medula não leva o paciente ao centro cirúrgico. As células hema-

topoéticas serão infundidas pelo cateter central no próprio quarto, em setor especial: Unidade de Transplante de Medula Óssea. O tempo de duração dessa infusão varia de acordo com o número de bolsas e o volume de células. . Esse procedimento dura de duas a quatro horas e pode ser necessária mais de uma coleta para a obtenção do número adequado para o transplante.

Todo o procedimento será acompanhado pelo médico e pela equipe de enferma-gem da unidade. Antes da infusão, o paciente receberá medicações antialérgicas, uma vez que as células são congeladas com um conservante (DMSO) que pode provocar reação alérgica. Um odor diferente pode ser exalado pelo paciente nas 48 horas seguintes a infusão. Ele é provocado pelo conservante que protege as células durante o congelamento.

FONTES DE CÉLULAS-TRONCO

angue periférico: sabe-se que as células-tronco deixam a medula óssea, circulam no sangue peri-férico e entram novamente na medula. A raridade dessas células no sangue periférico, entretanto, faz com que esta opção pareça uma improvável fonte de transplante. Então, as células são removidas do doador por um processo chamado aférese. Nesse processo, o doador é ligado a um tipo especial de máquina (leucaférese).

Nesta fase, é necessária a colocação de um ca-teter venoso central de maior calibre, que pode permanecer até a fase de internação ou pode ser removido.

A fase da COLETA

S

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Após a coleta, é decidido o melhor momento para o condicionamento – que é uma quimioterapia e/ou radioterapia – que ajuda a reduzir o funcionamento do sistema imunológico e, ao mesmo tempo, trata intensivamente as células malignas residuais, visando diminuir o risco de reaparecimento do tumor. O condicionamento só acontece após uma avaliação terapêutica ideal do paciente feita pela equipe multidisciplinar. Criteriosamente, avaliados os resultados de exames químico-físicos do paciente é rea-lizada a quimioterapia em altas doses, para a futura reinfusão das células progenito-ras – estas fases vão ser realizadas com o paciente internado.

As doses de quimioterapia - muito maiores do que aquelas empregadas usualmen-te - causam a destruição irreversível da medula óssea. Será uma fase crítica, onde a estrutura física e o suporte do Hospital e sua equipe são fundamentais, mas o intuito é reconstituir a hematopoiese normal (a produção de eritrócitos, leucócitos e plaquetas), etapa em que o paciente recebe as suas células progenitoras do sangue periférico que se encontravam criopreservadas.

CondicionamentoOs pacientes com doença hematológica em fase de se submeter a um transplante

alogênico são inicialmente tratados com o regime de condicionamento (quimioterapia e/ou radioterapia). Esse tratamento tem duas funções: reduzir o funcionamento do sistema imunológico e tratar intensivamente as células malignas residuais a fi m de diminuir o risco de reaparecimento do tumor. Os regimes de condicionamento são modifi cados, depen-dendo da doença que está sendo tratada. As drogas e a radiação são dadas durante a semana que antecede o transplante. A defi nição da duração e da sequência da adminis-tração depende do tipo específi co do regime de condicionamento.

Veja os cuidados necessários com esse cateter para não perdê-lo ou ter uma infecção:

Não tocar na inserção do cateter (local junto à pele);

Não abrir as pinças ou retirar as tampas;

Solicitar que alguém da equipe de enfermagem proteja o curativo do seu cateter e suas tampas com um plástico antes do banho;

Solicitar a troca do curativo assim que terminar o banho. Caso você esteja com um curativo plástico, não será necessária a troca diária;

Não torcer, puxar, dobrar ou perfurar o cateter.

Transplante Autólogo

(OU PRÉ-TRANSPLANTE)

Nesta fase o cateter é essencial:

cateter venoso central facilita o recebimento de todas as medicações, o soro de hidratação, as transfusões de sangue e até mesmo as células progenitoras ou medula óssea. Ele será utilizado também para as coletas de sangue para os exa-mes diários e para os testes necessários, evitando assim as punções em seus braços.

A fase da INTERNAÇÃO

O

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Transplante Autólogo

(INFUSÃO DAS CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS)

suspensão com as células-tronco do doador é coletada em uma bolsa plástica para sangue. Similar a uma transfusão de sangue, a suspensão da célula é infundida na veia do paciente. A infusão das células geralmente dura de uma a três horas. Os pacientes geralmente não experimentam efeitos colaterais devido à infusão. A cada bolsa infundida são colhidas amostras e reservadas para comparações e futuros exames que se façam necessários.

Para a infusão, será necessário instalar um monitor car-díaco que, além de monitorar seus batimentos cardíacos, informa para a equipe os valores de pressão arterial e de saturação de oxigênio no sangue do paciente. Os pa-cientes são monitorados o tempo todo para averiguação de sinais de febre, calafrios, urticária, queda na pressão sanguínea ou alteração respiratória.

A fase do TRANSPLANTE

AApós a infusão, o paciente receberá soro e medicações que estimularão os seus

rins, aumentando o volume da sua urina. O líquido pode apresentar uma coloração avermelhada devido à eliminação de algumas hemácias (células sanguíneas). O dia da infusão é considerado o dia “0” (zero) e, a partir daí, o paciente deve fazer uma contagem positiva, progressiva de seus dias de transplante (+1, +2, +3....+125, etc). É importante o paciente descrever em uma agenda o que acontece em cada dia, para informar ao médico nas consultas subsequentes sabendo identifi car exatamente em que dia pós-transplante ele está.

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Cuidados necessários:

s efeitos do condicionamento começam a aparecer no se-gundo ou terceiro dia do transplante, quando também há uma diminuição na função da medula óssea. Para minimi-zar os riscos de contato com agentes infecciosos, o pacien-te precisa fi car em ambiente protegido. A recuperação dos glóbulos brancos no sangue do paciente demora de duas a cinco semanas após o transplante e até que a medula óssea se restaure, são transfundidos os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Nesse período, o paciente é monitorado cuidadosamente pelo exame físico, análise bioquímica do sangue, estudos de imagem e outros testes que visam garantir o funcionamento normal dos órgãos nobres (coração, rins, pulmões e fígado).

Possíveis complicações do condicionamento

Quais são as principais complicações do transplante?A quimioterapia (condicionamento) que você recebe antes da infusão das células

pode levar a algumas complicações que necessitam de cuidados específi cos para que não sejam agravadas. A seguir, citamos algumas para que, caso ocorram, você já es-teja familiarizado com elas.

Mucosite (infl amação da mucosa)É uma reação infl amatória marcada por sintomas como dor, edema (inchaço) das

mucosas, difi culdade para engolir e falar, aumento da salivação, lesões e sangramen-tos. A reação pode envolver da mucosa da cavidade oral até a região anal.

Higienizar rigorosamente a cavidade oral, sempre após as refeições;

Utilizar escova dental com cerdas macias e realizar movimentos de escovação de forma suave;

Realizar bochechos com água bicarbonatada e um antisséptico bucal (geralmente indicamos o Biotene®, que não possui álcool);

Caso você utilize prótese dentária e apresente desconforto na cavidade oral, guarde-a em um recipiente próprio, a fi m de não machucar a mucosa;

O enfermeiro e o médico vão avaliar sua boca diariamente e sempre que perceber alguma alteração nova você deve comunicar a equipe de enfermagem.

Transplante Autólogo

A fase do PÓS-TRANSPLANTE

OCUIDADOS NO HOSPITAL (AINDA EM REGIME DE INTERNAÇÃO)

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Náuseas e vômitosEstão associados à quimioterapia e ocorrem em intensidade variável. Seu médico

irá prescrever medicações para que esses sintomas sejam evitados. Neste período, é importante o registro rigoroso do balanço hídrico. Se você for vomitar, faça-o dentro de um cálice graduado para que o volume seja anotado.

Tente beber líquidos, mas se não for possível, já estará recebendo hidratação ade-quada (soro) pelo cateter;

Caso sinta enjoo, dê preferência para alimentos em temperatura morna ou fria, coma de forma fracionada (pequenas quantidades, várias vezes ao dia) e evite ali-mentos gordurosos.

Fatores emocionais também podem contribuir para o surgimento destes sintomas.Diarreia

Três ou mais evacuações ao dia com consistência líquida é o que caracteriza uma diarreia. O volume de líquido perdido nas fezes também deve ser anotado; para isso, a equipe de enfermagem vai forrar o vaso sanitário com um saco plástico e, cada vez que você evacuar, acione a campainha para que o volume seja medido e anotado no balanço hídrico.

SangramentosDevido à queda das plaquetas (componente do sangue responsável pela coagula-

ção), podem ocorrer sangramentos. Os mais comuns são:

Sangramento do narizPara evitá-lo, não assoe o nariz com força ou tome banhos muito quentes. Mantenha a mucosa do nariz sempre hidratada. Vômito com sangueObserve se há presença de sangue vermelho vivo ou “borra de café”. Em caso positivo comunique a equipe. Fezes com sangue, escuras ou com cheiro forteCaso apresente um destes sintomas, chame a equipe de enfermagem antes de acio-nar a descarga para que possamos avaliar o aspecto das fezes. Sangue na urinaSe achar que a urina está avermelhada, avise a equipe antes de desprezar a mes-

ma, para que o aspecto possa ser avaliado. Algumas medicações podem alterara coloração e o odor de sua urina. Sangramento nos olhosOcorre devido ao rompimento de pequenos vasos sanguíneos dos olhos. Não coce ou friccione os olhos com força. É aconselhável o uso de um colírio caso fi quem ressecados. Fique atento a qualquer tipo de sangramento e avise a equipe caso ocorra, para que seu médico possa tomar medidas para diminuí-lo e saná-lo prontamente.

PetéquiasSão pequenos pontos avermelhados pelo corpo. Aparecem, geralmente, nas extre-midades das pernas ou dos braços.

HematomasSão manchas arroxeadas na pele. Ao perceber algum hematoma, comunique a

equipe para que possamos solicitar pomadas que acelerarão o processo de absor-ção. Tome cuidado ao se movimentar pelo quarto ou na cama para evitar bater nas superfícies.

Infecções Mesmo com o uso de medicações específi cas, as infecções podem ocorrer, pois estão

diretamente ligadas às alterações de sua defesa imunológica. Os locais mais atingidos são trato gastrointestinal, garganta, pulmões, pele e cateter. Portanto, tome cuidado para reduzir o risco de contrair uma infecção:Higienize suas mãos com água e sabão e use álcool gel; Realize banho corporal diário Faça a higiene oral toda vez que se alimentar; Visitantes com sinais e sintomas de infecções não poderão visitá-lo; É proibido trazer alimentos de fora do hospital. Caso não consiga ingerir a comi-da fornecida, converse com seu médico.

Neste período: evite o uso do papel higiênico

a ducha higiênica ajuda a prevenir lesões ao redor do ânus e no períneo

seque a região com a toalha sem movimentos de fricção.

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Alterações da pele, cabelos e unhas Aumento da sensibilidade da pele, que fi ca sujeita a queimaduras após exposi-ção solar. Por isso, é fundamental o uso do fi ltro solar com fator 30 no mínimo e uso de boné, chapéu ou lenço para a proteção do couro cabeludo. Escurecimento da pele: pode ocorrer algumas semanas após a aplicação da quimioterapia. Deve desaparecer em 3 ou 4 meses após o término do tratamento. Atenção: o escurecimento pode se tornar permanente, caso você não utilize o pro-tetor solar; A quimioterapia provoca o ressecamento da pele sendo importante o uso diário de hidratante, inclusive nos lábios. O banho deve ser morno. Pode ocorrer escurecimento e enfraquecimento das unhas. Queda dos cabelos: é o sintoma mais comum associado à ação da quimioterapia, que afeta o folículo de crescimento do cabelo. A perda de cabelos (ou alopécia) pode ocorrer no corpo inteiro ou fi car restrita a uma área. É um problema estético que não pode ser evitado, porém não deve ser supervalorizado, pois é temporário e não representa risco para o paciente.

Caso seus cabelos estejam longos, você pode cortá-los na altura dos ombros ou bem curtinhos para diminuir o impacto quando eles começarem a cair.O aconselhável é a raspagem da cabeça, o que proporciona mais conforto e higie-ne. Seus cabelos voltarão a crescer alguns meses após o término da quimioterapia.

Importante: Varie o “look” durante esse período e dê seu charme pessoal a turban-tes, lenços, chapéus, bonés e perucas.

VEJA ALGUNS DETALHES DE COMO PODE SER ESTA ROTINA: Exames de laboratório (análise bioquímica do sangue)

A coleta do sangue precisa ser feita por volta das 6 horas da manhã. Será reali-zada pelo enfermeiro e espera-se que os resultados estejam prontos para análise de seu médico durante a visita diária.

O enfermeiro precisará ter acesso ao cateter central de forma adequada para verifi cação ou outras ações em diversos períodos do dia e da noite, mesmo que precise incomodá-lo acendendo a luz ou acordando-o.

Sinais vitaisPelo menos quatro vezes ao dia ou com maior frequência, se necessário, a equipe

de enfermagem vai aferir sua temperatura corporal, pressão arterial, pulso, saturação de oxigênio, respiração e perguntar se você sente dor.

Exame físicoSeu médico e/ou o enfermeiro vão avaliar seus pulmões, coração e abdômen com

o auxílio de um estetoscópio periodicamente. Eles também vão fazer várias perguntas sobre seu estado físico e avaliar sua cavidade oral.

Peso

É importante monitorar a possibilidade de retenção de líquidos, além de verifi car as condi-ções nutricionais evitando a desidratação e des-nutrição do paciente. Por isso seu peso precisará ser avaliado duas vezes, ou mais, ao dia. Em geral, as avaliações acontecem com você ainda em jejum, por volta das 8h da manhã, e às 18h.

Banho corporalPara diminuir a chance de infecções, seu ba-

nho deve ser preferenciamente de manhã e no mínimo uma vez ao dia. Alguns cuidados prévios são importantes: a equipe deve ajudá-lo a co-brir com plástico o curativo e as conexões do seu cateter, para evitar que se molhem. Como a quimioterapia provoca o ressecamento da pele é muito importante que você utilize hidratantes corporais diariamente.

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Curativo do cateter centralÉ importante o cuidado com o cateter para que não haja trações e traumas, que

possam levar a sangramentos ou perdas.Além disso, o curativo será trocado após o banho, ou sempre que necessário. Caso você utilize o curativo plástico (impermeável), o mesmo será trocado a cada

sete dias ou sempre que necessário.

Balanço hídrico e escretasSeu médico avaliará diariamente seu balanço hídrico. Além de você receber uma

quantidade grande de líquidos diariamente, serão mensuradas e anotadas em folha própria todas as suas ingestões e eliminações (vômitos, urina e diarreia). Estas ano-tações permitirão que seu médico avalie a necessidade de ajustes na sua medicação. Importante: por isso é a enfermagem que é responsável por desprezar suas escretas no vaso sanitário e não seu acompanhante. Tudo precisa ser registrado. Este procedi-mento é importante para a equipe médica avaliar a função renal.

Exercício físicoTer uma rotina de exercícios físicos durante a internação é importante. Assim, pelo

menos duas vezes por dia, ou sempre que puder faça pequenas caminhadas pelo corredor/setor. Você também terá sessões frequentes com o Serviço de Fisioterapia do Hospital. Evite fi car deitado por muito tempo, assim estará prevenindo a infecção pulmonar;

TransfusõesÉ comum o transplantado precisar de transfusões de sangue. Isso vai ser determi-

nado pelo médico, de acordo com os resultados dos exames de laboratório. As trans-fusões serão realizadas pela equipe de enfermagem, utilizando o acesso do cateter central. Você e sua família poderão obter informações sobre doações no banco de sangue.

Fisioterapia/PsicologiaO médico poderá achar necessário que você seja atendido por um fi sioterapeuta

e/ou psicólogo, de acordo com seu quadro específi co. O Hospital vai disponibilizar estes profi ssionais para atendê-lo.

Orientações para visitantesPara manter o ambiente hospitalar adequado ao tratamento tão específi co deste

paciente, é preciso que os visitantes sejam orientados e sigam as regras estabelecidas pela equipe.

Horário de visitasVisitas serão avaliadas criteriosamente pela equipe, mas um acompanhantes pode-

rá permanecer com você durante toda a internação.

Crianças (entrada de acordo com autorização do enfermeiro responsável) A visita das crianças pode ser importante para ajudá-lo em sua recuperação, mas devem ser obedecidas regras importantes:

Elas serão instruídas a lavar as mãos como todos os demais visitantes;

Se estiverem com alguma doença ou tenham sido vacinadas recentemente, não poderão entrar no hospital;

Também não devem entrar nos quartos de outros pacientes;

Crianças menores de seis anos devem sempre estar acompanhadas de um adulto;

Não podem brincar sobre a cama hospitalar.

Não podem correr, gritar no corredor, ou brincar com os equipamentos do quarto;Para solicitar ajuda

Você e seu acompanhante podem solicitar a ajuda da enfermagem sempre que necessário, utilizando o interfone próximo à cabeceira. Vocês serão atendidos pes-soalmente ou pelo interfone.

MedicaçõesSomente a equipe de enfermagem está autorizada a lhe fornecer medicações. Seu

acompanhante ou visitante, não. Os profi ssionais são treinados para realizar a prescrição do seu médico. Também é importante que todas as medicações que você utiliza rotineira-mente em casa sejam anotadas durante a entrevista de admissão. Seu médico defi nirá as que devem ser mantidas. E todas serão providenciadas pelo Hospital. Em caso de exceções, o farmacêutico da instituição conversará com seu médico e avaliará o caso.

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NUTRIÇÃO- PODE SER NECESSÁRIO UM PERÍODO DE ALIMENTAÇÃO INTRAVENOSA, CHAMADA ALIMENTAÇÃO PARENTERAL, PARA ASSEGURAR UMA INGESTÃO NUTRICIONAL ADEQUADA.O NUTRICIONISTA DA EQUIPE VAI EXPLICAR SOBRE RESTRIÇÕES, ORIENTANDO SUA FAMÍLIA EM CADA FASE DO TRATAMENTO. ELES VÃO SER INFORMADOS SOBRE OS CUIDADOS NECESSÁRIOS COM OS ALIMENTOS, CASO SEJA NECESSÁRIO TRAZER COMIDA DE FORA DO HOSPITAL. TAMBÉM É IMPORTANTE RELATAR DIFICULDADES DURANTE TODO O PERÍODO DE INTERNAÇÃO E O NUTRICIONISTA DEVE CONHECER SUAS PREFERÊNCIAS PARA AJUDAR A ADEQUAR SUA DIETA.

Prevenindo infecçõesO transplante é feito em ambiente hospitalar porque ele está preparado para

oferecer segurança durante o seu tratamento. Mas, sempre existe o risco de infecções decorrentes do ambiente interno ou externo e visando diminuir o risco dessas infecções, alguns cuidados são fundamentais:

Usar máscara quando for necessário se ausentar da unidade de transplante (TMO); Evitar contato direto com outras pessoas (beijos, abraços, proximidade ao falar, etc); Não se coçar e não espremer espinhas.

O banho do acompanhante pode ser no mesmo quarto do paciente, mas sempre após o seu banho diário. Visitantes e acompanhantes jamais deverão deitar ou sentar na cama. Você e seus acompanhantes/visitantes não poderão entrar em quartos de outros pacientes. O objetivo é evitar/prevenir a disseminação de possíveis infecções. Quanto menos objetos pessoais você tiver no quarto, melhor. Mas não há impe-dimento para que você faça trabalhos manuais ou alguma atividade profi ssional possível neste período, bem como ter seus livros, computadores, telefone etc. É a equipe do Hospital que realizará a limpeza diária do seu quarto. Ela é trei-nada para isso, pois microorganismos podem sobreviver por um longo tempo na superfície de móveis e equipamentos, exigindo manipulação correta de produtos e procedimentos. E é aconselhável que você não permaneça no quarto durante a lim-peza. É um bom momento para a caminhada diária. Mas seu acompanhante pode ajudar na rotina de limpeza, indispensável neste período, fazendo a higienização de seus objetos pessoais utilizando álcool gel ou clorexidina alcoólica, que devem estar sempre disponíveis no quarto. Caso seu acompanhante ou algum visitante apresente sinais e sintomas de gripe ou resfriado, não deverá entrar ou permanecer no quarto, mesmo com o uso de máscaras. É importante que lenços de papel só sejam desprezados dentro do lixo do quarto e nunca mantidos sobre as mesas ou no chão. Se os homens utilizarem periquito para urinar, ele só deve ser mantido no chão e nunca sobre o criado ou a mesa de refeições. A higienização das mãos com sabão ou álcool gel é imprescindível e deve ser frequente, tanto por você quanto por seu acompanhante e visitantes. Há álcool gel sempre à disposição no corredor e na pia do quarto. Cartões e fotos de visitantes e amigos são bem-vindos, mas fl ores e plantas na-turais jamais. Elas carregam uma grande quantidade de organismos que podem favorecer as infecções.

Para evitar sangramentos, é preciso que tome alguns cuidados: Evite movimentos bruscos, para assim evitar a ocorrência de quedas e ferimentos; Não utilize lâminas para se barbear ou depilar; Não retire cutículas e não corte as unhas rentes; Mantenha-se ocupado com atividades seguras (leitura, crochê, jogos); Escove delicadamente os dentes e não utilize fi o dental; Não retire peles soltas ou crostas de feridas; Comunique caso ocorra a menstruação, outros sangramentos ou hematomas; Secreções, dores, feridas, cansaço, tonturas, tremores e calafrios, devem ser co-municados à enfermagem.

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enomina-se “pega medular” o momento em que o exa-me de sangue do paciente mostra que os neutrófi los permanecem acima de 500/mm3 por três dias conse-cutivos. Isso ocorre, em média, no dia + 12.

Transplante Autólogo

A fase da “PEGA” DA MEDULA

D

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A altaA média de tempo para a alta é de cinco a seis semanas após o transplante, que só

acontece com a confi rmação de que a medula óssea está produzindo volume sufi ciente de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas saudáveis. O paciente também deve estar livre das complicações. Para o paciente este momento é quando tem sensação de bem-estar, o apetite melhora, sendo capaz de comer e beber, não tem febre, vômito e diarreia ou necessidades remanescentes que exijam vigilância muito próxima ou recursos baseados no hospital. Para a equipe, os resultados dos exames vão compor estas condições para defi nir o melhor momento para a alta.

Cuidados com a casa: É de extrema importância que a casa esteja limpa antes da chegada do paciente; Nos três primeiros meses, o paciente, de preferência, precisa ter um banheiro individual limpo.

Retorno as atividadesVocê passará por consultas periódicas com seu médico, que avaliará o momento propício

para o retorno às atividades profi ssionais e/ou escolares;Você poderá retornar às atividades sociais e à prática de esportes gradativamente,

respeitando seus limites.

Alguns cuidados para evitar infecções: Evite contato direto com animais, plantas e pessoas com doenças contagiosas; Evite excesso de visitantes; Evite aglomeração de pessoas (shopping centers, centros religiosos, festas ou shows etc). Não frequente praias ou piscinas; Evite contato com crianças que tenham sido vacinadas recentemente (anti-saram-po, rubéola e Sabin), pois estas vacinas utilizam o vírus atenuado, o que poderá provocar doença; Não use absorvente interno.

O paciente e os familiares devem saber reconhecer quando é necessário fazer contato com o médico ou com a equipe do hospital. Cuidados em casa

Mas ao ser liberado para completar sua recuperação em casa, há uma série de cuida-dos a serem seguidos.

Para a recuperação bem próxima dos níveis normais das células do sangue e da função das células imunológicas, é preciso um acompanhamento que dura de 6 a 12 meses (ou mais, se necessário). Na maioria dos casos, as visitas do paciente ao ambulatório permitem um acompanhamento apropriado e ajustado às atividades e aos medicamentos. E no início, essas visitas devem ser frequentes. Com o passar dos meses, e se tudo estiver correndo como o previsto, o cateter venoso pode ser removido, e a frequência de visitas pode ser diminuída.

Enquanto isso é fundamental: Tomar os medicamentos rigorosamente como foram prescritos pelo médico; Quando sair de casa, leve os medicamentos com você para que possa tomá-los nos horários corretos; Se encontrar difi culdades em tomar os medicamentos, não pare de tomar, contate a equipe médica.

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Sinais de alerta: Febre (temperatura maior ou igual a 38°); Tremores e/ou calafrios intensos; Caso precise ir com o cateter para casa, deve ter atenção a problemas como dor, inchaço, vermelhidão, saída de líquidos pelo orifício; Alterações respiratórias, como tosse persistente, falta de ar, secreções nas vias aéreas, gripes e resfriados;Alterações gastrointestinais como mudança no aspecto e odor das fezes, Presença de sangramento (nasal, nas fezes, urina ou boca);enjoo, vômitos, falta de apetite prolongada e perda de peso importante; Presença de sangue na urina ou odor muito forte acompanhado de ardor e aumento da frequência das micções. No caso das mulheres, alterações do fl uxo menstrual, como sangramento excessivo; Ocorrência de acidentes domésticos; Ocorrência de tonturas, fadiga, palpitações, Alterações importantes de pele; Contato acidental com pessoas portadoras de doenças infecciosas, como catapora, herpes, doenças venéreas, sarampo, rubéola etc.

Cuidados com a pele e higienização: Lave suas mãos frequentemente, antes de se alimentar e, principalmente, após utilizar o banheiro para evitar contaminações; Utilize desodorante hipoalergênico ou sabonete antisséptico nas axilas; Utilize sabonete neutro e preferencialmente líquido; Dê preferência para uso de sabonetes específi cos para higiene íntima; Suas unhas devem estar limpas e curtas. Além disso, evite retirar as cutículas; Evite se expor ao sol durante os primeiros 12 meses; Use chapéu ou sombrinha e roupas que o protejam dos raios solares; Utilize fi ltro solar fator 30 (em gel ou livre de óleo); Para hidratar sua pele, prefi ra os cremes sem adição de álcool.

Cuidados com a boca Para evitar sangramentos, utilize escova com cerdas macias; Mantenha o uso da água bicarbonatada e do colutório; Consulte o dentista regularmente após a liberação do seu médico.

Orientações nutricionais: No momento da alta, você receberá orientações do serviço especializado do hospital para a segurança no preparo dos alimentos. Mas, dê preferência para alimentação em casa e com alimentos frescos, conforme a orientação da nutricionista. Você só deverá fazer uso de medicamentos prescritos pelo seu médico. Em caso de dúvidas, entre em contato com ele.

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ATIVIDADE SEXUAL - O CANSAÇO APÓS O TRANSPLANTE É COMUM E PODE PROVOCAR ALGUM IMPACTO NA SEXUALIDADE. PODEM OCORRER DIFICULDADE DE EREÇÃO, ALTERAÇÕES HORMONAIS, DIMINUIÇÃO DA UMIDADE VAGINAL, ETC.). É COMUM A ESTERILIDADE TEMPORÁRIA OU MESMO DEFINITIVA APÓS O TRANSPLANTE. AINDA ASSIM, É ACONSELHÁVEL UTILIZAR ALGUMA FORMA DE CONTRACEPÇÃO. É IMPORTANTE MANTER UM DIÁLOGO ABERTO COM SEU PARCEIRO(A). NÃO OMITA SENTIMENTOS, DESEJOS E DIFICULDADES, POIS ELAS SÃO TRANSITÓRIAS.

O que pode e o que não deve ser feito: Desde que sua contagem de plaquetas esteja igual ou superior a 50.000 e se você tem um parceiro(a) fi xo(a) e confi ável, que não seja portador de alguma infec-ção ou outras doenças que possam ser prejudiciais, vocês poderão manter relações sexuais vaginais E sempre fazendo o uso de preservativo lubrifi cado à base de água;Em caso de ressecamento vaginal é sempre aconselhável a utilização de lubrifi cante à base de água; O beijo é liberado, desde que você ou o seu parceiro(a) não tenham nenhuma infecção, ferida, etc.; Deve-se tomar cuidado com feridas em região oral e genital evitando atividade sexual até a melhora das mesmas. Caso seja solteiro (a), evite parceiros (as) des-conhecidos (as).

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