Manual do evangelista

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Manual do Evangelista - Pr. Clodoaldo S. Caldas SEMINÁRIO PRESBITERIANO CONSERVADOR CLODOALDO DE SOUZA CALDAS MANUAL DO EVANGELISTA - Resgatando o Fervor Evangelístico num Contexto Urbano SÃO BERNARDO DO CAMPO 2006

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Manual do Evangelista - Pr. Clodoaldo S. Caldas

SEMINÁRIO PRESBITERIANO CONSERVADOR

CLODOALDO DE SOUZA CALDAS

MANUAL DO EVANGELISTA - Resgatando o FervorEvangelístico num Contexto Urbano

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2006

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CLODOALDO DE SOUZA CALDAS

MANUAL DO EVANGELISTA - RESGATANDO O FERVOREVANGELÍSTICO NUM CONTEXTO URBANO

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2006

Apostila preparada pelo professor, paraser usada como parte do curso deEvangelismo no Seminário PresbiterianoConservador

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................04

I - CUIDANDO DE SI MESMO - O Projeto Pessoal..................................................061.1 - O Cuidado de viver o que se prega..........................................................071.2 - O cuidado de não cair em tentação..........................................................08

II - CUIDANDO DA DOUTRINA - O Projeto Intelectual.............................................102.1 - Avaliando caminhos percorridos...............................................................11

2.1.1 - Pietismo - Principais Falhas..........................................................122.2 - E então, o que fazer?...............................................................................12

III - CORRENDO COM META - O Projeto Administrativo..........................................143.1 - Resgatando o fervor evangelístico através do planejamento...................14

3.1.1 - Por que Planejar?..........................................................................143.1.2 - A base do planejamento evangelístico..........................................15

3.2 - Como iniciar uma estratégia adequada....................................................163.2.1 - O Papel do Líder............................................................................173.2.2 - O Público alvo e suas características............................................17

3.2.2.1 - O Público Alvo....................................................................183.2.2.2 - Características...................................................................18

3.2.3 - Os meios de atuação....................................................................20

CONCLUSÃO ............................................................................................................21

APÊNDICE (O Homem e a Missão).........................................................................22

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..............................................................................30

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INTRODUÇÃO

A vida urbana torna-se, a cada dia, mais complexa e desafiadora em seus avanços.

Naturalmente, o cristão também é afetado nas mais diversas áreas de atuação. O desemprego,

bem como o excesso de trabalho, o cuidado da família num mundo de violência sempre

crescente, e tantos outros fatores que poderiam ser apontados, têm se refletido num ponto de

extrema importância na vida da igreja reformada, em que ela recua a cada dia: O FERVOR

EVANGELÍSTICO.

É possível ao homem dos grandes centros urbanos recuperar este fervor? A vida de

Paulo, e de muitos nomes que fizeram história nos grandes centros urbanos, era mais fácil do

que a vida no contexto urbano de hoje? Possíveis mudanças teriam que ocorrer nas cidades,

ou a raiz da questão está no cristão contemporâneo?

A motivação da pesquisa encontra suporte em duas bases. A primeira, é que muitos

tendem a apoiar-se no desânimo, principalmente quando não encontram respostas que venham

atender o anseio cristão no cumprimento de seus compromissos. A segunda, é que muitos

podem construir um sentimento de que, realmente, a cidade não é um lugar para o cristão, ou

que ela definitivamente não oferece condições para um cristianismo eficaz.

Este trabalho tem como proposta apresentar algumas ferramentas que poderão somar,

no intuito de resgatar o fervor evangelístico, àqueles que se encontram “mergulhados” dentro

do contexto muitas vezes opressor da vida urbana. Não intenciona trazer novas medidas;

antes, pretende apoiar-se: a) Na importância da consagração daquele que pretende evangelizar;

b) Na força ensinadora da história, considerando pontos positivos e negativos no contexto do

Pietismo do sec. XVII; c) No princípio da boa administração, considerando a necessidade de

planejamento.

A pesquisa, certamente, não abrangerá outros tópicos que poderiam ser abordados,

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além dos que estão mencionados acima. É fato que os itens trabalhados representam um

ponto de partida, e que por sua vez, não serão colocados em seus mais abrangentes detalhes.

Por outro lado, a idéia consiste em apresentar respostas à questão lançada, através de uma

pesquisa modesta, porém fiel e aplicada.

Sem dúvida, a obra e seus resultados pertencem ao Senhor. Este trabalho não intenciona

propor algo diferente disto. Contudo, dentro do âmbito de trabalho humano, naquilo que compete

ao homem fazer, há determinados caminhos e estratégias, os quais, fundamentados na Palavra,

auxiliarão de forma eficaz o crente, no cumprimento de sua missão.

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres;porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo

como aos teus ouvintes.(1 Tm. 4.16)

Assim corro também eu, não sem meta; assim luto,não como desferindo golpes no ar.

(1 Co. 9.26)

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I – CUIDANDO DE SI MESMO - O Projeto Pessoal

As epístolas de Paulo a Timóteo, e a Tito são denominadas “Pastorais”. Receberam

este título no início do séc. XVIII. Timóteo ficou em Éfeso, a pedido de Paulo, com a difícil

tarefa de combater as heresias (1 Tm. 1.3). Afinal, o crescimento e desenvolvimento da igreja

requer que os falsos ensinos sejam combatidos.

É interessante destacar a preocupação de Paulo com Timóteo; visto que este seria o

instrumento de Deus para o trabalho, ele deveria estar preparado, e deveria esforçar-se a fim

de cumprir os objetivos propostos, como se vê (grifos meus):

1 Tm. 4.12-1612 Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, noprocedimento, no amor, na fé, na pureza.13 Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino.14 Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia,com a imposição das mãos do presbitério.15 Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto.16 Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim,salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes.

1 Tm. 5.2222 A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados deoutrem. Conserva-te a ti mesmo puro.

1 Tm. 6.11-1411 Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, oamor, a constância, a mansidão.12 Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamadoe de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas.13 Exorto-te, perante Deus, que preserva a vida de todas as coisas, e perante Cristo Jesus, que,diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão,14 que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor JesusCristo;

1 Tm. 6.2020 E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e ascontradições do saber, como falsamente lhe chamam,21 pois alguns, professando-o, se desviaram da fé. A graça seja convosco.

2 Tm. 1.66 Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição dasminhas mãos.

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2 Tm. 2.11 Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus.

2 Tm. 3.1010 Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade,amor, perseverança...

2 Tm. 3.1414 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem oaprendeste...

2 Tm. 4.55 Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista,cumpre cabalmente o teu ministério.

Tito 2.11 Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.

Tito 2.77 Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência,8 linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignida-de nenhuma que dizer a nosso respeito.

O preparo para a obra evangelística começa na própria pessoa. O evangelista deverá

considerar a santidade de Deus, do evangelho a ser pregado, e o chamado de Deus para a

santidade.

1.1 - O Cuidado de viver o que se prega

“Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas

da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”.

(Mt. 7.28;29).

As palavras de Jesus no Sermão da Montanha não foram “leves” ou simplesmente

confortadoras. Ele falou sobre a porta larga, que conduz à perdição, onde muitos entram por

ela; falou abertamente que “nem todo o que me diz ‘Senhor’ entrará no reino”. Frases, ainda,

do tipo: “acautelai-vos dos falsos profetas, que surgem disfarçados de ovelhas, mas são lo-

bos...”. Apesar do peso da verdade, as pessoas ficaram maravilhadas, porque ele falava com

autoridade.

Aquele que pretende sair para evangelizar, deve ter como prioridade uma vida devocional

e piedosa inquestionável. Deve estar ciente de que sua vida precisa falar, tanto quanto suas

palavras. J. MacArthur, falando sobre o pecado, diz:

Considere o que os outros podem dizer sobre você. Embora as pessoas estejam cegas quanto àssuas próprias faltas, facilmente descobrem os erros dos outros - e consideram-se aptas o suficientepara falar deles. Algumas vezes, as pessoas vivem de maneiras que absolutamente não são ade-quadas, porém estão cegas para si mesmas. Não vêem seus próprios fracassos, embora os errosdos outros lhes sejam perfeitamente claros e evidentes1.

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1J. F. MACARTHUR JR, Sociedade sem pecado, p. 234

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O Livro “Costumes e Culturas” narra o seguinte ocorrido:

Duas missionárias tiveram certa dificuldade no início do seu trabalho numa tribo do México, porquecostumavam tomar limonada junto com o café da manhã. Ninguém aceitou a mensagem delas atéque elas descobriram que os membros daquela tribo criam que limonada é um anticoncepcional!Eles pensavam que as missionárias eram mulheres de vida irregular por causa da limonada!2

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2Bárbara BURNS et al, Costumes e Culturas, p. 63Wadislau. M. GOMES, Em Terras dos Brasis, p. 74ibid, p. 85Luís PALAU, O Evangelista e o Mundo Atual, p. 13.6Augustus N. LOPES, Batalha Espiritual, p. 22

“Cuidar de si mesmo” implica em viver o evangelho, a fim de que o evangelizador possa

então “cuidar de outros”, através de sua pregação. O Dr. Wadislau fala desta verdade, como

segue: “O indo da Grande Comissão corresponde ao sal da terra e luz do mundo das bem-

aventuranças. Sua associação proclama que o como vamos é tão importante como o como

somos” 3. Diz ainda:É essa diferença que me refiro, isto é, a diferença entre ir e submeter as nações a uma experiênciareligioso-sócio-cultural e a experiência de, indo, testemunhar a verdade de Deus enquanto e poronde for. Num caso fica implícita a desincumbência da tarefa como o propósito maior, enquanto nooutro está inserido o conteúdo da verdade evangélica na voz e na vida oferecidas como libaçãosobre o sacrifício de Cristo - um sacrifício vivo!4

O evangelizador não é aquele que, simplesmente, transmite conceitos,

descompromissados com o seu proceder. Deve ter o cuidado de viver o que prega.

1.2 - O cuidado de não cair em tentação

“E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a

glória para sempre. Amém]” (Mt. 6.13). Com estas palavras, Jesus conclui a oração modelo.

Numa outra oração, diz também: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do

mal” (Jo. 17.15). O evangelizador, no cuidado de si mesmo, deve estar atento a esta interces-

são constante de Cristo, quanto à fraqueza humana, e sua inclinação para a queda. Num

artigo intitulado: “O Evangelista em sua vida pessoal”, encontramos as seguintes orientações:

Tem sido dito muitas vezes que os evangelistas enfrentam três principais tentações que podemlevar as suas vidas a naufragar: orgulho, dinheiro e sexo. Posso dizer que há três mais uma: orgu-lho, dinheiro, sexo e tentação de desistir (...) Quantos pregadores que conhecemos arruinaram assuas vidas em nossa geração! Muitos! Muitos! E, você, está na iminência de fazê-lo? Está vocêdebaixo das pressões inexplicáveis que ameaçam destruir a sua vida, a sua esposa e o seu minis-tério dado pelo Senhor Jesus Cristo? (...) O Dr. Howard Hendricks, que discipulou centenas dejovens ministros disse: “Se você diz que algum pecado jamais poderá atingí-lo... está apenas a umpasso de uma casca de banana espiritual”. Portanto, sondemos seriamente os nossos coraçõesdiante de Deus, agora mesmo5.

Vale registrar, ainda, o comentário de A. Nicodemus acerca do combate cristão:

Em primeiro lugar, existe a tendência perigosa que já tem tomado conta de muitos, hoje, de ver odiabo em todo lugar, de atribuir a ele e aos seus agentes mais do que é devido, de dar crédito a elepor mais do que ele realmente é responsável. Há pessoas que vêm o diabo em tudo e muitaliteratura moderna tem contribuído para formar esse tipo de mentalidade dentro da Igreja. Emsegundo lugar, há o perigo de reagirmos radicalmente a esse primeiro perigo e nos lançarmos noerro oposto, e igualmente perigoso, que é desprezarmos e subestimarmos o mundo espiritualtenebroso6.

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O evangelizador deve fortalecer-se com a armadura de Deus, para poder ficar firme, e

resistir no dia mal. Quando Davi parte para lutar contra o gigante Golias, não se reveste de

uma armadura apropriada, nem das armas compatíveis às usadas pelo adversário, contudo,

reveste-se de armas espirituais: “Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espa-

da, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos,

o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1 Sm. 17.45).

Evangelizar é dar a oportunidade a que muitos sejam libertos do império das trevas, para

o Reino de Deus. Para tanto, importa que aqueles que se enganjarem nesta obra estejam

espiritualmente preparados; e isto exige muita disciplina por parte do evangelizador. Para con-

cluir este tópico, apontamos as palavras de Greenway:

A vida do reino é uma vida de verdade, justiça, misericórdia e amor. Ela é proclamada com palavrase demonstrada pelas atitudes. O evangelho do reino envolve tudo. Convida para a transformaçãodo coração e de toda a vida. Direciona como vivermos individual, familiar e comunitariamente.Ensina-nos a mostrar misericórdia ao pobre, defender o oprimido e buscar a reconciliação entreoposições7.

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7Roger GREENWAY, ide e fazei discípulos, p. 141.

Cuidar de si mesmo, é viver o evangelho a ser anunciado, e fugir do mal. A partir destes

pressupostos, o evangelizador está apto a iniciar sua tarefa.

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Historicamente, a igreja sempre enfrentou momentos de altos e baixos, no que se refere

a seu fervor evangelístico. Em muitos casos, a iniciativa de mudar a situação, trazia tanto

resultados positivos, quanto negativos. Daí a necessidade de precaução ao adentrar este campo.

Já na segunda metade do séc. XVII, em pleno desenvolvimento do Luteranismo, o

protestantismo alemão não era o mesmo. Não manteve a força dos primeiros ideais, e o contexto

urbano conturbado apontava os sinais da crise. D. M. Lloyd Jones, ao comentar o assunto, cita

uma frase da qual não menciona o autor: “Toda instituição tende a produzir o seu oposto”1 . O

sentido da frase é indicar que a posição de grande parte das igrejas protestantes hoje, representa

o oposto de quando as mesmas foram organizadas. Consideremos o relato de Mark A. Noll:

II – CUIDANDO DA DOUTRINA - O Projeto Intelectual

No início daquele século, [XVII] as igrejas luteranas dos territórios alemães enfrentavam muitasdificuldades. O seu trabalho era estritamente controlado pelos príncipes dos muitos estadossoberanos da Alemanha. Os seus ministros freqüentemente pareciam estar mais interessados emquerelas filosóficas e ostentação retórica do que no encorajamento de suas congregações (...)Além disso, a devastadora Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que foi travada em torno de umaconfusa mistura de questões religiosas, políticas e econômicas, havia enfraquecido de modo gerala vida da Europa central, inclusive as igrejas.2

Nota-se que não apenas no mundo atual, e não somente no Brasil, enfrenta-se lutas

religiosas nos grandes centros urbanos, envolvendo tanto questões internas quanto externas.

Em contra partida, despontava um movimento, vindo da Holanda, “um novo surto de vida

piedosa e teologia saudável, que intencionava encorajar os alemães a uma fé e prática cristãs

mais dinâmicas”3 – o Pietismo.

Sem dúvida, muitos escritos atuais têm apresentado claramente as vantagens e

desvantagens do Pietismo. Como movimento, alcançou em parte a finalidade proposta, contudo,

ocasionando também a proliferação de algumas seitas. Neste capítulo, consideraremos os

propósitos iniciais lançados pelos Pietistas, aplicando-os à realidade atual; por outro lado, faz-_____________________________________________________

1 D. M. Lloyd JONES, Discernindo os Tempos, p. 318.2 Mark A. NOLL, Momentos decisivos na história do cristianismo, p 239.3 ibid, p. 240.

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se necessário observar também os erros cometidos, a fim de que, no ímpeto de resgatar o

fervor evangelístico hoje, o cristão não venha a cair nos mesmos equívocos, já ocorridos no

passado.

2.1 Avaliando caminhos percorridos

Em 1675, com a publicação do livro “Pia Desideria” (Desejos Piedosos) do pastor Luterano

Philipp Jakob Spener, despontava o movimento que seria então conhecido como “Pietismo”4 .

O alvo a ser buscado era interessante, como se pode notar nas seguintes palavras:

O pietismo alemão denota um movimento surgido na Igreja Luterana, na 2ª metade do século 17, oqual teve como uma de suas características mais evidentes, a reação contra um cristianismo quesob muitos aspectos se tornara vazio, tendo uma prática dissociada da genuína doutrina bíblica. Oalvo do pietismo é um retorno à teologia viva dos apóstolos e da reforma, com forte ênfase napregação do evangelho, acompanhada de um testemunho cristão condizente5 .

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4 Harvie M. CONN, Teologia Contemporânea em el mundo, p. 110.5 Herminsten M. P. COSTA, Raízes da Teologia Contemporânea, p. 261.6 Mark A. NOLL,, Momentos decisivos na história do cristianismo, p. 241.7 Harvie M. CONN, Op cit, p. 112.8 Mark A. NOLL, Op. Cit, p. 247.

A “Pia Desideria” de Spener, conforme aponta Mark A. Noll, “examinou as fontes do

declínio espiritual da Alemanha protestante e apresentou algumas propostas de reforma”6 .

O Pietismo fôra responsável por um avivamento na Alemanha. A idéia era unir a erudição

bíblica à vida devocional e fervor evangelístico. A conversão deveria mudar, de fato, a vida da

pessoa, ao passo que a santificação deveria, necessariamente, dar continuidade a esta

mudança; a religião deveria apresentar um “calor” espiritual maior.

A história indica que os resultados aconteceram. Seguem dois pareceres:

A contribuição positiva do pietismo é enorme e o bem supera em muito o mal. Avivou uma saudávelpreocupação pela piedade genuína, frente à ausência quase total da mesma. Melhorou a preparaçãopastoral. Injetou vida espiritual no que poderia ser, sem ela, um substituto morto da ortodoxia.Iniciou ainda o maior programa missionário e evangelístico do Cristianismo de todas as épocas7 .

Nessas circunstâncias gerais, os evangélicos e os pietistas ocuparam-se de duas tarefas. Elesresgataram alguns elementos do passado protestante – especialmente a sola Scriptura, a ênfasena graça, e o sacerdócio de todos os crentes. Com esses elementos eles buscavam um cristianismomais genuíno ou o que, naquela época, muitas pessoas em todo o norte da Europa e na América doNorte chamavam de “verdadeira religião”8 .

Tais conclusões mostram que é possível alcançar o objetivo. Contudo, as falhas merecem

também uma atenção especial.

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2.1.1 - Pietismo - Principais Falhas

As pesquisas acerca do Pietismo apontam a sua fragilidade. Primeiramente, um aspecto

de subjetivismo (e até de misticismo), devido à sua ênfase na “experiência”. Harvie apresenta

um paralelo com o liberalismo, lembrando que Schleiermacher teve sua formação em

universidade pietista9 .

Ao que tudo indica, o Pietismo não cuidou em equilibrar os aspectos emocional, intelectual

e espiritual. Ao mesmo tempo em que tinha uma inclinação evangelística, não via necessidade

numa atuação nas áreas política, social, educacional ou econômica.

Quanto às práticas eclesiásticas, de certa forma, foi responsável pela criação de “grupos”

dentro da igreja, e pela formação de agências missionárias interdenominacionais. A visão acerca

da verdadeira espiritualidade foi limitada a algumas regras e abstinências.

Enfim, o Pietismo deu ênfase demasiada à prática, em detrimento da doutrina.

2.2- E então, o que fazer?

Tendo considerado aspectos positivos e negativos do Pietismo, faz-se necessário

responder à questão: Como a igreja contemporânea pode lançar-se à busca de um fervor

evangelístico, sem cair em erros que poderão trazer conseqüências não esperadas?

Fica claro que este resgate precisa apoiar-se na base correta: A teologia bíblica. A

iniciativa de se buscar um fervor evangelístico exige a iniciativa de se buscar nas Escrituras

Sagradas o respaldo correto, a fim de não laborar em erro e confusão, e, até mesmo, de não

produzir resultados negativos, conforme a exposição de Wadislau M. Gomes:

Precisamos acertar as bases da nossa vida e pregação. Precisamos dizer bem e ilustrar o quedizemos com as fotos certas, ou produziremos mais confusão do que luz aos nossos observadores(...) A influência religiosa no Brasil tem sido motivada pelo temor de homens, não pelo temor deDeus. Este temor de homens, que nasce do senso falso da necessidade humana, cria ídolosreligiosos que jamais podem salvar. Tristemente, a igreja é responsável pela idolatria cultural donosso povo, por projetar uma imagem de si mesma diferente da glória de Deus10 .

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9 Harvie M. CONN, Teologia Contemporânea em el mundo, p. 112.10 Wadislau M. GOMES, Em Terras dos Brasis: A evangelização sem evangeliquês, p. 22,23.

Este é exatamente o ponto. O Brasil apresenta uma forte influência religiosa... contudo,

tal influência não produz os frutos que deveria produzir. A Escritura, posta de lado, ou fora de

seu devido lugar, torna o trabalho vão, representa uma distorção da finalidade principal. René

Padilla reforça a idéia, com uma ampla visão, de que o Evangelho é a diretriz da missão da

igreja:

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A falta de valorização das dimensões mais amplas do evangelho inevitavelmente conduz a umadistorção da missão da igreja. O resultado é uma evangelização que concebe o indivíduo comouma unidade autônoma – um Robinson Crusoé a quem o chamado de Deus chega na solidão desua ilha – cuja salvação se realiza exclusivamente em termos de sua relação com Deus. Perde-sede vista que o indivíduo não existe isoladamente e que portanto não se pode falar de salvação semque se faça referência à relação do homem com o mundo do qual ele faz parte11 .

A “experiência”, e o fator “emoção” certamente têm seu lugar dentro da busca de

fervor. Contudo, sem a aplicação da ênfase bíblica, os resultados alcançados certamente não

serão os esperados.

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11 René C. PADILLA, Missão Integral, p. 15.

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III – CORRENDO COM META - O Projeto Administrativo

3.1 – Resgatando o fervor evangelístico através do planejamento

Tendo apresentado o fundamento, a base correta para uma busca de fervor evangelístico,

faz-se necessário considerar a importância do planejamento como fator de motivação.

3.1.1- Por que planejar?

A falta de objetivo naquilo que se faz, certamente traz o desânimo, a perda da vitalidade

em qualquer obra que seja. Por outro lado, onde há planejamentos, estratégias, as pessoas

são motivadas por ter uma noção de onde podem chegar.

O contexto urbano carrega a necessidade de planejamento. O cidadão é envolvido num

mundo complexo, onde é necessário trabalhar bem “com o tempo”. Fatores como o

desemprego, complicações financeiras, falta de oportunidade para uma melhor graduação

escolar, cuidado com a família, e outros mais, ocupam grande parte da “preocupação” do

indivíduo. E, diante de tantos fatores onde se carrega verdadeiros “fardos”, importa cumprir

compromissos eclesiásticos. Planejar, é um princípio para a vida, em todos os seus segmentos,

e certamente trará motivação no trabalho evangelístico.

A prática de traçar planos e estratégias de trabalho acaba levando o planejador à

conclusão de sua própria tarefa. Há certos casos em que a igreja precisa planejar, a fim de

recordar a sua missão, ou, pelo menos, avaliá-la. A nota a seguir fala da igreja que tem como

única finalidade a sobrevivência:

Igrejas focalizadas na sobrevivência estão dominadas pelo alvo de mera auto-preservação. Isso écomum onde as igrejas existiram como simples minoria à sombra de outro grupo religioso oufilosófico dominante. A fé e a perseverança da igreja perseguida devem ser elogiadas, mas amentalidade de sobrevivência que a acompanha freqüentemente perdura mais tempo que aameaça1 .

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1 Linus MORRIS, Uma Igreja de alto impacto, p. 70.

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A igreja não pode existir apenas com um espírito de “sobrevivência”. Foi chamada para

servir, para ser luz, para pregar as boas novas do Reino. Não planejar estratégias de trabalho

evangelístico, poderá levar a igreja ao comodismo, girando em torno de si mesma, como diz

ainda Morris:

A igreja que se preocupa com a sobrevivência se identifica pela sua história e aceita dimensõespequenas como sendo o normal. Mesmo que as condições históricas tenham mudado, é difícil paraa igreja que tem mentalidade de sobrevivência mudar seu foco voltado para si mesma e abraçar asoportunidades missionárias à sua volta. O condicionamento anterior de uma igreja torna a mudançaalgo difícil de acontecer. Tanto as igrejas que estão envelhecendo (presas à tradição) quanto igrejasmissionárias mais novas (sem visão) podem estar orientadas à sobrevivência. A falta de estratégia,ou a incapacidade de contextualizar os programas da igreja para fazer uma ponte entre o evangelhoe as necessidades das pessoas, formam essa situação2 .

Falando acerca do trabalho missionário, E R. Dayton aponta que é preciso “entender os

povos aos quais são enviados, descobrir a estratégia de Deus, sua vontade e seu plano para

alcançar esses povos. Precisam saber que Deus os está separando para tratar dos negócios

do Pai”3 . De fato, o trabalho da igreja local não é diferente; conduzidos pela sua liderança, a

igreja precisa também procurar entender a sociedade, o círculo de pessoas a ser alcançado,

buscar a estratégia apropriada, sob a iluminação do Espírito, e agir.

3.1.2 – A base do planejamento evangelístico

Quando o assunto é planejamento, fala-se de algo que é próprio de Deus. As Escrituras

Sagradas trazem o registro de fatos históricos, poesias, profecias, sendo que todo o seu

conteúdo representa o desenvolvimento de um plano eterno, soberano, que Deus estabeleceu.

Jesus Cristo, falando da renúncia que é própria da vida daqueles que o querem seguir, menciona

a importância do planejamento: “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se

assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” (Lc.

14.28); “ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular

se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?” (Lc. 14.31).

O mundo foi planejado. A vida, num contexto urbano, exige planejamento. É necessário

a uma família planejar suas contas, a fim de não se expor às dificuldades; empresas necessitam

de planejamento, desde o setor mais importante, ao de menos expressão. As pessoas mais

experientes fazem projetos para adquirir bens, propriedades, para se casar, etc. Quando se

quer chegar num determinado lugar, em tempo hábil, planeja-se a hora de sair, o tipo de

condução e de percurso, analisando-se os diversos fatores.

Contudo, é lamentável que a igreja, por vezes, deixe de agir assim. É interessante

observar que, grande parte dos livros que falam de Evangelismo e missões, trabalham uma

_________________________________

2 Linus MORRIS, Uma Igreja de alto impacto, p. 71, grifo meu.3 Edward R. DAYTON, O desafio da evangelização do mundo, p. 53.

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As Igrejas são “forças-tarefas”. Têm um serviço a fazer. Mas com demasiada freqüência a tarefa éempreendida de modo casual, sem raciocínio cuidadoso. Certa vez um missionário (provavelmentede modo irônico) foi contra o planejamento com base no fato de que Abraão “partiu sem saberaonde ia”. Foi indicado ao missionário que a analogia não é boa. Abraão não sabia aonde ia, massabia o que faria ao chegar lá. Se esse missionário levava a sério a sua filosofia, sabia aonde ia,mas não sabia o que faria ao chegar lá!4

E diz ainda:Não é estranho que embora Deus tenha um plano para a história, que os lares bem-ordenadosfazem orçamentos, planejam atividades semanais, e planejam a educação dos filhos; as igrejas eas missões freqüentemente não têm nenhum plano bem feito e submetido à oração, para a tarefamais importante de todas? Não é triste que, visto que Deus não pode contar com a obediência e asábia mordomia desta questão, Ele freqüentemente tem de usar cisões e meios imediatistas paracausar o início de novas congregações de crentes? Como seria melhor se tivéssemos um plano –o plano dele!5

R. D. Reeves, chega a ser categórico, comparando o estudo do crescimento da igreja

com uma ciência exata:Em um sentido bem Real, o estudo do crescimento da igreja é uma ciência tão exata quanto amedicina. Os diagnosticadores do crescimento da igreja, como os médicos, realizam provas, tiramconclusões e logo fazem uma prescrição, ou seja, dão um remédio6 .

Vale ressaltar que, em várias obras pesquisadas, encontra-se a ênfase de que a idéia

de planejamento não pretende “assumir o lugar do Espírito Santo”. O planejamento é uma

forma organizada de trabalho, e que, no âmbito humano, muito pode ajudar a igreja a manter-

se firme quanto à sua responsabilidade evangelística.

3.2- Como iniciar uma estratégia adequada

A partir das considerações já expostas, passamos então a apresentar o ponto de partida

para a elaboração de uma estratégia.

Naturalmente, não esboçaremos aqui, como regra, um tipo definido de projeto,

considerando que cada igreja tem seu contexto geográfico, social, cultural, e tantos outros

fatores, que não permitem apontar algo que seja padrão. E, até mesmo, tendo em vista a

proposta do trabalho: mostrar que o uso de planos organizados e bem elaborados constitui-se

em instrumento eficaz para resgatar o fervor evangelístico.

parte voltada a projetos e estratégias. D. J. Hesselgrave destaca a importância do trabalho

planejado e exemplifica:

_____________________________

4 David J. HESSELGRAVE, Plantar Igrejas: Um guia para missões nacionais e transculturais, p. 29.5 ibid, p. 29,306 R. D. Reeves, et al, Avanzando: estrategias modernas para el crescimento de la iglesia, p. 50.7 Charles Van ENGEN, Povo Missionário, povo de Deus, p 172,175

Quando o povo de Deus estabelece alvos com visão, pela fé, e se põe com afinco a tentar alcançaresses alvos, ele transforma as declarações de fé a respeito da Igreja em declarações de objetivosque apontam para a Igreja no processo de se tornar o que ela declara ser (...) Esse processo detraduzir a natureza da Igreja em alvos, objetivos, planos e tarefas definidos torna a igreja pertinentee poderosa7.

C. Van Engen destaca a importância de trabalhar com alvos:

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Contudo, algumas pesquisas têm levantado informações interessantes, que podem ser úteis

àqueles que pretendem iniciar o seu projeto.

3.2.1 – O Papel do líder

O planejamento deve partir da liderança. Vejamos algumas colocações que poderão

contribuir nesta argumentação:

J. R. Mott:

O segredo para a capacitação da igreja em exercer seu papel no mundo não-cristão está na sualiderança. As pessoas não vão além de seus líderes no conhecimento e no zelo, não lhes ultrapassamna consagração e no sacrifício. O pastor cristão (...) detém a posição divinamente orientada deinspirar e guiar os pensamentos e atitudes da igreja. Devido à sua posição ele pode ser uma forçapoderosa na evangelização do mundo7 .

Allen J. Thompson:O primeiro passo para se desenvolver uma orientação de ministério é começar com o líder chamadopor Deus. O líder, por meio da oração, por meio de reconhecimento do seu chamado específico,deve perceber como Deus quer usá-lo. Isso requer uma auto-avaliação de seus dons, suapersonalidade, sua capacidade para conhecer-se a si mesmo8 .

Roger Greenway:De fato, são raros os casos onde uma congregação evangeliza os perdidos mesmo seu pastorsendo indiferente para com missões. Estas permanecem vivas em tais congregações devido àforte influência de um ou mais líderes leigos comprometidos. Porém, a visão missionária do pastoré que, normalmente, vitaliza as missões na congregação9 .

Como pode ser constatado nas notas acima, o planejamento de trabalho evangelístico

começa com o líder, pelas seguintes razões: a) Porque as pessoas dificilmente “vão além” do

líder; b) Pela posição que ele ocupa; c) Pelo fato de que é chamado e capacitado para a obra;

d) Porque sua influência e fervor é que vitaliza os demais.

A igreja, normalmente, aponta as falhas... ao líder, cabe apontar soluções. Portanto, ele

é o ponto de partida na elaboração do projeto de trabalho que resgatará a vitalidade de sua

congregação.

3.2.2 – O Público alvo e suas características

O próximo passo a ser observado na elaboração de um projeto é definir que grupo

humano Deus quer que trabalhemos para o momento. Um projeto visa um grupo específico.

Estabelecer alvos preenche a lacuna da ociosidade, por falta de conhecimento do que fazer.___________________________

7 John R. MOTT, The pastor and modern missions. Página da Internet.8 Allen J. THOMPSON, Como elaborar uma filosofia de ministério. In: Plantando Igrejas no Brasil:, p. 14.9 Roger GREENWAY, Ide e fazei discípulos, p. 146

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3.2.2.1 - Definindo o público alvo

Como indivíduo, cada cristão tem sua responsabilidade de anunciar o evangelho. Como

igreja, o trabalho deve ser feito coletivamente, e definir um público alvo concentrará a atenção

(e as forças) da igreja, numa direção específica. Isto é exemplificado por Dayton: “Comecemos

com a realidade que Deus tem mensageiros especiais para alcançar um povo específico.

Paulo foi o mensageiro de Deus para os povos gentios. Pedro e outros apóstolos foram enviados

aos grupos judeus”10 .

Alguns autores, além de destacar a importância de projetos com grupos específicos,

preocuparam-se também em exemplificar o “como estabelecer a escolha deste grupo”, conforme

mostra a nota:

Como Deus me tem preparado para alcançar certas pessoas? Nunca esconda nada. Temos igrejasque começaram ao lado de universidades com 30 ou 40 mil estudantes. Ao formar uma Igrejapróxima de uma universidade, quais seriam as pessoas a serem alcançadas? Os estudantes. Ora,não estamos dizendo que as outras pessoas não são importantes, mas este é o grupo de pessoasque ainda não são evangelizadas11 .

E, acrescenta:

Como se sabe a quem alcançar numa cidade grande? Como situar-se em uma ou outra área dacidade? Fazendo estudos demográficos. Esta é outra forma de escolher um setor de todas aspessoas, não importa quem sejam. São pessoas que se quer alcançar, com as quais se temcomunhão, o que é mais fácil12 .

_____________________________

10 Edward R. DAYTON, O desafio da evangelização do mundo, P. 49.

11 Allen J. THOMPSON, Como elaborar uma filosofia de ministério. In: Plantando Igrejas no Brasil, p. 15.12 Ibid, p. 15.

Cada cristão conhece bem a sua responsabilidade de ser um anunciador do Reino.

Contudo, este conhecimento nem sempre é suficiente para movê-lo ao trabalho. Alguns,

certamente, têm um sentimento de culpa por não estar cumprindo com sua missão; outros, até

gostariam de trabalhar, mas não sabem sequer por onde ou como começar. Nestes casos,

definir um público alvo, certamente facilitará o caminho daquele que pretende evangelizar.

3.2.2.2 - Características

Definindo o púbico alvo, deve-se considerar quais são as suas características, a fim de

aplicar os melhores métodos. Afinal, como este grupo pode ser alcançado? A partir daqui,

nasce o desenvolvimento do projeto. Afinal, tão importante quanto definir um público alvo, é o

estudo das características principais deste grupo.

As pessoas são diferentes, e, ao mesmo tempo, são unidas em grupos, através de

pontos em comum. Cada grupo carrega suas características específicas, e conhecer tais

características pode ser um grande passo na tentativa de alcançá-lo com a mensagem de

Cristo.

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Jesus, ao aproximar-se da mulher samaritana, desenvolve um diálogo partindo de um

pedido: “Dá-me de beber”. Ela apresenta as barreiras raciais que os distanciavam, e ele fala

do dom de Deus, que quebra tais barreiras. Ela demonstra sua incredulidade: “Senhor, tu não

tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu, porventura, maior

do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus

filhos, e seu gado?” - e ele demonstra o poder do evangelho. Ela demonstra interesse nos

benefícios apresentados, enquanto que Cristo confronta o seu pecado. Ela fala de lugar de

adoração, e ele explica o sentido real desta prática. Ela fala da expectativa da vinda de um

Messias, e ele se apresenta como tal.

Naturalmente, não era novidade para Jesus o conflito entre judeus e samaritanos, assim

como não era novidade a questão relacionada a lugar de adoração. Conhecer estes elementos,

assim como a maneira como a samaritana conduzia sua vida moral, representaram fatores

determinantes na condução do assunto. Assim, concordamos com o seguinte trecho do livro

“Costumes e Culturas”:

A comunicação do Evangelho é muito difícil se não imitarmos Jesus, o qual, para se fazercompreendido e mostrar amor, identificou-se com os homens, não só encarnando-se em formahumana, mas também encarnando-se culturalmente. “Ele veio para os seus...” Os seus eram opovo judeu. Por isso, ele falou a língua daquele povo, vestiu-se conforme os costumes da época,comeu o que eles comiam, dormiu onde eles dormiam - enfim, Jesus foi um judeu como todos osoutros, humanamente falando. Devemos humildemente procurar compreender um povo com oqual trabalhamos, falando a sua língua e evitando todo escândalo cultural que possa fechar asportas para o Evangelho13.

As características peculiares de cada grupo acentuam-se de forma maior quando se

trata de outros países. O mesmo autor do trecho acima comenta: “Na China, as pessoas

pensavam que os missionários louvavam as cadeiras, porque oravam ajoelhados de frente

para elas”14. Contudo, um país extenso como o Brasil, e que recebera diferentes influências

desde a sua colonização, apresenta também distinções que variam desde o sotaque, práticas

alimentares, etc., até outros pontos que são dignos de estudos.

A questão é abrangente, e mostra que o trabalho da igreja carece, realmente, de um

investimento de tempo, dedicação, e amor. O estudo da vida de missionários do passado

(William Carey, Hudson Taylor, etc) mostra como muitos deles procuraram conhecer a cultura

do grupo a ser alcançado, respeitando-a, identificando-se, e rejeitando práticas não cristãs

(vide apêndice ao final deste trabalho).

Através de orações, comunhão com Deus e estudos práticos, deve-se chegar a um

grupo, que será alvo do projeto de evangelização da igreja. A partir desta escolha, e do_________________________________________________

13Bárbara BURNS et al, Costumes e Culturas, p. 514 ibid, p. 4

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conhecimento de suas características, desenvolve-se a estratégia.

3.2.3 – Os meios de atuação

É importante também definir num projeto, quem são as pessoas que deverão atuar

nesta ou naquela área específica, respeitando os dons e habilidades naturais de cada um.

Cada pessoa deverá ser útil, conforme o seu perfil, e conforme a sua disponibilidade.

Um trabalho evangelístico intenso, promovido pela igreja, carece de vários elementos

que serão de grande valor. Exemplos:

- É necessário que um grupo seja responsável pelas orações, que haverão de “sustentar”

o projeto;

- É necessário que um grupo seja respnsável pela evangelização propriamente dita.

Quem vai falar, em qual circunstância... etc. Algumas pessoas têm habilidade em falar em

público, para grupos maiores; outras, têm mais facilidade de falar do evangelho de forma

pessoal, numa visita ou em outros contextos.

- É necessário que um grupo seja responsável pela boa receptividade. Afinal, como as

pessoas evangelizadas serão recebidas ao chegar no templo?

Enfim, cada igreja, em seu contexto, e conforme o público alvo escolhido, saberá definir

os grupos necessários para o trabalho, podendo envolver ainda: Grupos responsáveis pela

música, beneficência, etc.

No desenrolar do projeto, novos fatores certamente surgirão, e daí a necessidade de

estratégias flexíveis, que possam ser alteradas, conforme a situação o exigir.

O importante é que a igreja deve estar envolvida em torno de uma meta , não como

“desferindo golpes no ar”. Naturalmente, algumas pessoas jamais se envolverão, e outras, só

apresentarão críticas - Ore por elas!

Efésios 4.15-16Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justacooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.

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Conclusão

A complexidade da vida urbana não justifica a perda do entusiasmo evangelístico. Em

cada período da história, as dificuldades sempre existiram, dentro de seu contexto, proporcional

ao progresso da época.

Porém, é fato que, o distanciamento dos padrões estabelecidos pela palavra de Deus, o

pragmatismo, bem como a fraqueza humana e a falta de objetivos bem definidos, e tudo isso,

somado ao contexto das lutas da vida nos grandes centros, têm representado forte instrumento

de desmotivação, o que gera a queda no fervor evangelístico, transportando-o a uma posição

de importância secundária.

Um Movimento de grande vulto, como o Pietismo, mostra que é possível criar estratégias

para reverter o quadro. Além disso, deixa também como lição que, dar ênfase na experiência,

em detrimento do ensino Bíblico, levará os objetivos iniciais a uma outra direção, podendo até

mesmo vir a “produzir o seu oposto”.

Desta forma, a tarefa de resgatar o fervor evangelístico no contexto urbano, deve começar

pela Bíblia, caminhando sempre por ela. Corações emocionados, bem intencionados e cheios

de novas idéias, poderão ser úteis e até mesmo causar algum impacto; contudo, o objetivo só

será alcançado de forma eficaz quando a Bíblia for o referencial constante, que ditará, passo a

passo, o caminho para um genuíno fervor evangelístico. Afinal, a lei do Senhor é perfeita e

restaura a alma (Sl. 19.7), é lâmpada para os pés e luz para o caminho (Sl. 119.105). E, como

dizia ainda o salmista: “A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra”

(Sl. 119.25).

Conclui-se também que, somada à motivação bíblica, uma boa estratégia de trabalho

há de impulsionar a muitos, outrora desmotivados, a cumprir o mandato da evangelização.

Neste caso, a recíproca também é verdadeira; afinal, a falta de um trabalho organizado, que

mostra por onde começar, e aonde se pode chegar, para o cidadão que vive o dia a dia da

cidade, não o motivará a buscar forças e dispensar tempo no cumprimento de seu dever.

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APÊNDICE – O Homem e a missãoUma avaliação objetiva de alguns métodos já utilizados

JOHN ELIOT – “O apóstolo entre os índios”Sua estratégia consistia na COMUNICAÇÃO:

Ø Desenvolveu um interesse na língua e em costumes indígenas, e começou apregar aos índios em 1646, em inglês, mas dentro de um ano já pregava nalíngua local;

Ø Nos estudos bíblicos, respondia a perguntas, mas deixava algumas dúvidas, afim de promover um interesse ao ouvinte de voltar, para ser esclarecido;

Ø Ao final de uma reunião para estudo bem sucedida, ofereceu presentes, maçãs ecomida para as crianças, e fumo para os adultos! (?);

Ø Publicou um catecismo em 1654. Ensinou as crianças a recitarem o catecismo –com isso, os pais aprendiam, ao ouvir as crianças!

Ø Por volta de 1658 traduziu a Bíblia em Algonkian, a primeira bíblia a ser impressana América do Norte. Uma edição revisada foi publicada em 1685;

Ø Eliot escreveu também vários livros;Ø Planejou cidades para os índios convertidos (uma delas, Natik – que ficou

conhecida como a “cidade de Oração”), nas áreas onde poderiam preservar suaprópria língua e a cultivar e viver por suas próprias leis. A idéia era manter osíndios convertidos separados daqueles que não manifestavam interesse peloevangelho;

Ø Preparou índios para ser missionários dentre seus próprios povos. Ø Dava ênfase à maturidade, não se apressando em batizar, nem mesmo a fazer

templos.

Um dos problemas principais no trabalho de Eliot, foi a tentativa de implantar entre osíndios a cultura européia, como registra R. A. Tucker:

A civilização do homem branco tornou-se o padrão e os índios cristãos deveriam enquadrar-senela. Para Eliot, o cristianismo verdadeiro não mudava só o coração e a mente, mas também oestilo de vida e a cultura. Ele não podia antever uma verdadeira comunidade cristã isolada dacultura européia, e este fator pode ser considerado como a única deficiência grave de seu ministério.Lamentavelmente, gerações de missionários que o sucederam, com poucas exceções, perpetuarama mesma ilusão1.

_______________________1Ruth A. TUCKER, Até aos confins da terra. p. 91

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DAVID BRAINERDSeu ponto forte estava na VIDA PESSOAL FERVOROSA:

Ø Sua influência foi maior que o próprio trabalho realizado. Muitosoutros missionários se inspirariam em seu perfil;

Ø Sua missão – pregar às tribos nômades e dispersas;

_______________________2Jonathan EDWARDS, A vida de David Brainerd. p. 49,503http://www.primeiraipjp.com/Biografias/William_Carey.doc, p. 4

7 de abril. Minha impressão é que sou extremamente ignorante, fraco, impotente, indigno, incapazde realizar a minha tarefa. Era como se jamais pudesse prestar qualquer serviço, como se nuncapudesse obter êxito entre os índios (...) Dia do Senhor, 17 de abril. Pela manhã, assim que acordei,senti o coração agoniado, pois ouvia muita coisa acerca do mundo e das coisas dele. Percebi queos homens, de alguma maneira, estavam receosos de mim; falei sobre santificar o domingo, poistalvez aquilo devolvesse alguma sobriedade às suas mentes; mas quando estavam a pequenadistância de mim, tornaram a conversar livremente sobre assuntos mundanos. Oh, pensei, queinferno seria conviver com tais homens por toda a eternidade2!

WILLIAM CAREY – “O Pai das missões modernas”Sua estratégia consistia na ORGANIZAÇÃO E METODOLOGIA:

A nota a seguir apresenta este caráter de Carey:

Ø Carey trabalhou incansavelmente com traduções da Bíblia, algumas das quaisteve que refazer. Dedicou-se à pregação e ao ensino;

Ø Dedicação – quando um incêndio destruiu seu dicionário poliglota, e várias versõesda bíblia, ele começou tudo novamente;

Ø Escreveu a obra: “Uma Inquirição sobre a responsabilidade dos cristãos em usaremmeios para a conversão dos pagãos”;

Ø Vida de muito sofrimento e privações à família;Ø Como missionário na Índia, formou uma igreja Batista, com 4 convertidos (ingleses)

e, em 7 anos, nem um indiano! Em 25 anos, havia cerca de 600 convertidos.Estatísticas indicam que, ainda hoje, menos de 3% da população das Índiasprofessa a fé cristã;

Tudo isto era possível porque sempre economizava o tempo, segundo se deduz do que escreveu seu biógrafo: “Desempenhava estas tarefas hérculas sem pôr em risco a saúde,aplicando-se metódica e rigorasamente ao seu programa de trabalho, ano após ano. Divertia-se, passando de uma tarefa para outra. Dizia que se perde mais tempo,trabalhando inconstante e indolentemente do que nas interrupções de visitas. Observava,portanto, a norma de entrar, sem vacilar, na obra marcada e de não deixar coisa alguma desviar a sua atenção para qualquer outra coisa durante aquele período3”.

Ø Foi homem de grande esforço, e que gastou sua vida na causa missionária.Contudo, seus métodos são ainda questionáveis;

Ø Não aprendeu a língua indígena, e sempre dependia do auxílio de intérpretes;Ø Não se fixou num único ponto, mas mudou-se várias vezes, desmotivado com a

falta de conversões;Ø Ao final, alguns “avivamentos” entre os índios, um grupo de 150 convertidos, e

uma igreja estabelecida.

Alguns trechos do livro: “A vida de David Brainerd” indicam a maneira fervorosa com aqual se entregou ao trabalho, e suas desilusões:

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Ø Carey foi o 1° missionário a batizar um hindu convertido à fé cristã. Foi tambémprofessor de milhares de seminaristas indianos e contribuiu para a fundação deescolas e seminários teológicos. Por dados estatísticos, acredita-se que tenhatraduzido a Bíblia para a terça parte do mundo;

Ø Através de sua pregação, veio a idéia de organizar a primeira sociedademissionária na história do evangelismo cristão a povos não alcançados. Pelaprimeira vez, as igrejas se uniam para sustentar missionários;

Ø Carey não tentou impor sua cultura. Lutou contra práticas hediondas (queima deviúvas e infanticídio) mas sempre respeitando a cultura local.

ALEXANDER DUFF – “Missionário Presbiteriano”Sua estratégia consistia em ALCANÇAR CLASSES MAIS ALTAS

Ø Seu método: Ensinar artes e ciências ocidentais, em inglês, para aelite culta da Índia. Tal método, posteriormente, seria usado em váriaspartes do mundo;

HUDSON TAYLOR – “A China para Cristo”Sua estratégia consistia em: PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO

Ø Seu plano: alcançar a China inteira – 400.000.000 de habitantes!Ø Seu método: Estudou medicina, e sua vida era de abnegação, a

fim de adaptar-se antecipadamente para o trabalho no campo;Ø Foi para a China, quando um cristão professo tornou-se imperador

lá;Ø Ao ajuntar-se com outros missionários ingleses, residentes em Xangai (cidade

budista), Hudson notou a grande deficiência da evangelização no interior do país.Nesta época, a China estava passando por momentos tumultuosos, e Xangaihavia sido tomada por rebeldes. Por isso, todos os missionários estavam nascidades da costa, e envolvidos mais com o comércio e a política externa, do queverdadeiramente com a evangelização da nação.

Ø Hudson decidiu que haveria de trabalhar no interior da China, onde o evangelhonão tinha sido levado. Assim, ele começou o seu trabalho distribuindo literatura eporções bíblicas para as vilas ao redor de Xangai.

Ø Ao estar no meio do povo, ele notou como as pessoas o olhavam diferente porcausa de sua roupa ocidental. Sendo assim, ele decidiu adotar os costumes daterra, vestindo-se como um chinês, deixando seu cabelo crescer e fazendo umatrança, como os outros chineses. Este ato conquistou o respeito de muitoschineses, porém, para os missionários ocidentais, uma falta de senso.

Ø Duff começou uma escola em inglês para todos os hindus e muçulmanos.Entretanto, esta escola não era simplesmente a mesma que a maioria das escolasda India. Conceitos bíblicos adicionados a cada aula representaram o ponto departida para o evangelismo de Alexander Duff aos hindus e aos muçulmanos.

Ø Começou com 5 alunos, e chegou a 300. Em 3 anos, 4 convertidos; o impactodestas conversões levou muitos a deixar a escola!

Ø Ao final, entre milhares de alunos, registra-se 33 conversões. Contudo, por seremde classe alta, pessoas de grande influência, o evangelho se espalhariaposteriormente.

Ø É fato que Deus usou Alexander Duff para transformar muitos povos da India.Com sua escola e vida mostrou a muitos hindus e muçulmanos o caminho deCristo.

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Ø Em sua estratégia, oferecia tratamentos médicos, e por isso foi expulso da cidadepor indignação de outros profissionais da área;

Ø Em 1859, Hudson Taylor assumiu a direção da Missão Hospitalar de Londres emNingpo. Não só Deus o prosperou, como muitos dos doentes aceitaram a Jesuse se recuperaram de suas enfermidades. Ele começou a orar por mais missionáriospara o país.

ASHBEL GREEN SIMONTON – “Fundador da IPB”(para este tópico registramos na íntegra parte da pesquisa do Dr. Alderi S. Matos)

Até certo ponto, a obra de Simonton foi bastante limitada, especialmente emrazão da brevidade da sua estadia no Brasil. Descontados o período inicial emque aprendeu o idioma e a sua longa viagem aos Estados Unidos, seu trabalhoefetivo entre os brasileiros estendeu-se por pouco mais de seis anos. Além disso, a morteprematura da sua esposa foi um duro golpe do qual ele nunca recuperou-se plenamente. Poroutro lado, levando-se em conta essas limitações, foi notável tudo o que ele conseguiu realizar.Vale relembrar as suas principais contribuições no sentido de lançar as bases do presbiterianismono Brasil:

1. A fundação da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro (1862), a primeira comunidadereformada de língua portuguesa a ser estabelecida no Brasil (composta de brasileiros eportugueses).

2. A criação da Imprensa Evangélica (1864), o primeiro periódico evangélico de línguaportuguesa a circular no Brasil.

3. A organização do Presbitério do Rio de Janeiro (1865). O presbitério é a instituição maiscaracterística do sistema presbiteriano de governo, visto ser o órgão que ordena osministros e supervisiona as igrejas locais.

4. O seu interesse pela educação, materializado na criação da escola paroquial anexa àigreja do Rio de Janeiro.

5. A sua preocupação com o treinamento de uma liderança presbiteriana nacional, traduzidana instalação do Seminário do Rio de Janeiro (1867), que formou os primeiros pastoresde língua portuguesa.

6. O seu espírito tolerante e aberto, expresso no relacionamento próximo que teve comcolegas de outras confissões evangélicas, como o congregacional Kalley e o luteranoWagner, e mesmo com sacerdotes da religião majoritária, com os quais dialogoufreqüentemente.

7. Seu interesse pela boa literatura evangélica no idioma pátrio. Além de seus editoriais eartigos na Imprensa Evangélica, escritos num português que faria inveja a muitosbrasileiros, Simonton traduziu o Breve Catecismo de Westminster e outras obras,escreveu um comentário bíblico e deixou muitos sermões, alguns dos quais foramreunidos por seu cunhado Blackford e publicados nos Estados Unidos em 1868.

8. Sua visão de uma igreja que não devia isolar-se, mas inserir-se fortemente na sociedade,contribuindo decisivamente para o aperfeiçoamento ético, intelectual e espiritual dosindivíduos, das famílias e das instituições.

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DONALD MCGAVRAN – Pai do “Movimento de Crescimento de Igrejas”(para este tópico, registramos, na íntegra, parte da pesquisa de Mac

Dominick)

Donald McGavran, formado pela Escola Teológica de Yale, foi ummissionário de terceira geração que tornou-se frustrado com as poucas conversõese a falta de crescimento nas dezessete igrejas sob sua responsabilidade na Índia.

9. O desprendimento que demonstrou, deixando os confortos e a segurança da terra natalpara dedicar a sua vida e esforços em benefício do povo brasileiro, continua a ser umafonte de inspiração e motivação para os herdeiros do seu movimento.

Ele determinou que somente haveria crescimento nessas igrejas se o trabalho da missãofosse conduzido de uma maneira nova e mais esclarecida. Portanto, ele se propôs a continuara construir o ministério e ao mesmo tempo “descartar as teorias do crescimento de igrejas quenão funcionavam, e aprender e praticar padrões produtivos que realmente discipulem as pessoase façam aumentar a casa de Deus.” Ele buscou um processo de pensamento que argumentavaque se existia uma metodologia para missões que produzia poucas ou nenhuma igreja, deveriahaver uma metodologia para produzir muitas igrejas. Ele então passou a pesquisardiligentemente todas as avenidas disponíveis, não apenas na Índia, mas também em outroscampos missionários. O plano funcionou e ele começou a ver muitas conversões e novasigrejas plantadas nas mesmas áreas que produziram resultados limitados por diversos anos.Como resultado desses sucessos, em 1955 ele escreveu o livro monumental, The Bridges ofGod, e posteriormente tornou-se deão emérito e professor de Missões, Crescimento de Igrejas,e Estudos do Sudeste Asiático na Escola de Missões Mundiais do Seminário Teológico Fuller,em Pasadena, na Califórnia. Os princípios de crescimento de igrejas conquistaram-lhe o títulode “Pai do Movimento de Crescimento de Igrejas” por aqueles que estudaram e implementaramseus conceitos. Entretanto, um estudo dos métodos de McGavran deixa um indivíduofundamentado na Bíblia com tantas perguntas quanto respostas. Os conceitos básicos dessesmétodos podem ser sumarizados pelos seguintes pontos:

A base da filosofia de McGavran é o pragmatismo. O pragmatismo cristão é a filosofiaque declara, “Se algo funciona, está funcionando como resultado direto das bênçãos de Deus”.Entretanto, o pragmatismo não tem absolutamente lugar algum na análise do sucesso oufracasso de um ministério. O princípio orientador de qualquer trabalho cristão deve iniciar coma pergunta: Este trabalho se alinha com os ensinos da Palavra de Deus em seus conceitos,métodos, implementação e resultados? O perigo de qualquer abordagem pragmática aoministério é atrair princípios seculares ou até ocultistas que resultem no alcance dos objetivose propósitos pré-determinados. Se a pessoa for totalmente pragmática, os fins sempre justificarãoos meios se eles produzirem os resultados desejados - e esse conceito claramente não tembase bíblica.

Em segundo lugar, uma abordagem pragmática ao ministério implica que se um ministérioestá lutando para crescer, deve haver uma falha em operar de acordo com a vontade de Deus.Essa implicação não considera o fato que Deus somente requer uma coisa de seus ministros:a fidelidade. Deus requer fidelidade absoluta à Sua Palavra e, portanto, qualquer metodologiaque se desvie do plano prescrito de Deus, conforme revelado em Sua Palavra, não é de Suavontade - independente do sucesso que possa aparentar na superfície.

McGavran concluiu que multidões não estavam vindo a Deus por que os missionáriosocidentais estavam pregando um evangelho individualista. Neste ponto, Donald McGavran seaventurou a patinar sobre uma camada muito fina de gelo. O fato da matéria é que toda a

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doutrina do Novo Testamento ensina um evangelho individualista. O evangelho de Jesus Cristosão as boas novas da morte, sepultamento e ressurreição de um homem - o Deus na forma dehomem - que habilitou a extensão do dom gratuito da salvação a todo indivíduo - uma pessoade cada vez. McGavran insistia que esse evangelho era uma afronta às leis sociais que governamtoda a humanidade, e então propôs um “processo de conversão multi-individual e mutualmenteinterdependente por meio do qual famílias... clãs, vilas e tribos se tornariam cristãs ao mesmotempo.”

O conceito de “pensamento de grupo” envolvido por tal filosofia já foi tratado anteriormenteneste manuscrito. Os exemplos citados incluem o “aprendizado cooperativo” como um conceitona Educação Pragmática e a facilitação dos relacionamentos com os sem-igreja. Esses métodosforam discutidos para expor as ameaças dialéticas apresentadas pela infusão das estratégiasde “pensamento de grupo” na igreja. Além disso, os fatos ditam que as filosofias de pensamentode grupo têm sua origem no ocultismo. Se alguém tem qualquer dúvida sobre isso, deve tomarnota da seguinte citação da Boa Vontade Mundial, uma divisão da Lucis Trust (anteriormentechamada de Lucifer Publishing Company):

“O terceiro objetivo é o crescimento da idéia de grupo com uma conseqüente ênfasegeral sobre o bem do grupo, a compreensão do grupo, a inter-relação no grupo, e a boavontade do grupo. O poder que o Novo Grupo dos Servos Mundiais eventualmente terá, seráobtido de duas fontes: primeira, daquele centro ou governo mundial subjetivo.... Essas são aspessoas que estão construindo a nova ordem mundial. Todas estão definitivamente servindo àhumanidade, e estão por meio do poder de suas respostas à maré de oportunidade e note,emergindo de toda classe, grupo, igreja, partido, raça e nação... elas envolvem todas as religiões,todas as ciências e filosofias. Suas características são: síntese, inclusividade, intelectualidadee excelente desenvolvimento mental...

... Por trás dessa divisão em quatro partes da humanidade estão aqueles Iluminados,cujo direito e privilégio é zelar pela evolução humana e guiar os destinos da humanidade. Noocidente chamamos-os de Cristo e Seus discípulos. Nas teologias do oriente eles são chamadospor muitos nomes. Também são conhecidos como os Agentes de Deus, ou a Hierarquia dasalmas liberadas que buscam incessantemente oferecer assistência e ajuda à humanidade.Eles fazem isso por meio da implantação de idéias nas mentes dos pensadores do mundo...”

Essa citação deve fazer gelar o sangue de qualquer filho de Deus. Essa é a própriafilosofia do inferno, e aderir a qualquer parte dessa filosofia deve levantar inúmeras bandeirasvermelhas. Além disso, quando a metodologia de qualquer ministério baseia sua filosofia principalnesses conceitos, o cristão baseado na Bíblia precisa se sentir compelido a levantar questõessobre a origem de tais filosofias. (Para evitar qualquer mal-entendido, esta não é uma acusaçãoque o Dr. McGravan está intencionalmente envolvido ou que adere a quaisquer filosofiasocultistas. Entretanto, à medida que seus métodos são desdobrados, as similaridades são taisque geram perguntas concernentes à fonte das filosofias de todo o Movimento de Crescimentode Igrejas.

McGravan desenvolveu suas filosofias infundindo as ciências do comportamento nametodologia das missões. Esse foi um erro tão grave quanto a infusão da psicologia na igrejano final dos anos 1970. McGravan sumarizou sua defesa desses métodos quando afirmou:

“Os maiores obstáculos à conversão são sociais, não teológicos. Podemos esperar umagrande conversão de muçulmanos e hindus assim que os caminhos forem encontrados paraeles se tornarem cristãos sem renunciarem aos seus amados, o que parece ser uma traição.”

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A afirmação que os obstáculos à conversão são mais sociais do que teológicos é umaantítese direta do poder de convencimento do Espírito Santo, o poder da Palavra de Deus euma subordinação da graça de Deus aos estratagemas do homem Além disso, a infusão dasciências sociais nas missões é similiar à aderência à evolução teísta de modo a acomodar avisão ateísta da criação da intelligentsia moderna. A pesquisa científica e a aderência ao métodosecular no ministério não é nada mais do que se atrelar à “sabedoria deste mundo”, e assimreduzir o evangelho de Jesus Cristo à “mensagem do status quo social”. É exatamente essestatus quo que McGravan insiste que precisa ser mantido de modo a alcançar as multidões demuçulmanos ou hindus. Assumindo que os graduados em missões do Seminário Fuller estãoimplementando essas teorias desde 1957, esses métodos têm falhado miseravelmente - poiso Islã é atualmente a religião de mais rápido crescimento no mundo.

As teorias sócio-missionárias culminaram com o desenvolvimento do Princípio da UnidadeHomogênea. McGravan teorizou que “as pessoas querem se tornar cristãs sem cruzar asbarreiras raciais, lingüísticas, ou de classe... e a conversão deve ocorrer com um mínimo dedeslocamento social” Ele achava que as unidades homogêneas eram relativamente isoladase impermeáveis, e a estratégia missionária deveria ser a conversão de grupo de tribos, vilas,etc. Sua estratégia então era o uso das unidades homogêneas como “mercados-alvo”, demodo a “colocar na igreja” toda a unidade com batismos em massa. Na verdade, a chave parao sucesso era visto como um “movimento popular”, e batismos solitários deveriam ser evitados.Usando-se esse método, levantes sociais e danos à dignidade do grupo seriam minimizados.

Após McGravan ir para o corpo docente do Seminário Fuller, muitos alunos procuravamaplicar sua metodologia nos EUA. À medida que isso foi pesquisado, chegou-se à conclusãoque os EUA são simplesmente uma vasta coleção de unidades homogêneas. Os alunos deFuller já estavam treinados para essa abordagem intelectual ao evangelismo; e um indivíduoem particular, Win Arn, tomou o desafio com vigor suficiente para iniciar o Movimento deCrescimento de Igrejas. Novamente, entretanto, a utilização de métodos mundanos levou àperversão doutrinária. Como evidência desse fato, uma frase em um livro escrito por Arn e porMcGravan diz tudo:

“... A verdade que a Bíblia revela não é totalmente exemplificada em uma igreja empírica.O caminho único nunca é o que qualquer igreja faz. Seus rituais, costumes, hinos e doutrinassão todos criação do homem e imperfeitos.”

A análise final do “Pai do Movimento de Crescimento de Igreja” gera questões quedevem ser muito desconcertantes para qualquer cristão nascido de novo:

a.. A infusão das ciências do comportamento no ministério equipara-se à subjugar oevangelho à “sabedoria do homem”. A Bíblia ensina que a sabedoria humana é loucura diantede Deus, e ... “Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?” [1 Coríntios 3:19,1:20]; Não é, então, essa infusão uma corrupção da verdade?

b.. A infusão das ciências sociais então “abre a porta para a ciência social ter um papelque nunca objetivou ter na igreja”;

c.. A doutrina é reduzida ao “ritual e mero resultado da cultura popular”;

d.. De modo a implementar o Princípio da Unidade Homogênea, a fé é reduzida aomenor denominador comum. (Exatamente como a Educação Orientada Para Resultados produzo “emburrecimento” do sistema público de ensino, esses princípios da Religião Orientada Para

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Resultados não somente enfraquecem ou contemporizam a pureza da Palavra de Deus, mastambém enfraquecem os membros da igreja devido à falta de instrução doutrinária).

e.. O desenvolvimento de dinâmicas de grupo utilizadas no Princípio da UnidadeHomogênea é um bloco de construção no processo dialético que é fatal para o cristianismofundamentalista.

f.. O Princípio da Unidade Homogênea não tem fundamento bíblico.

g.. O evangelho torna-se a mensagem do status quo social, relativizado para poucomais que um símbolo sociológico da aderência do grupo a Cristo, em vez de uma forçatransformadora na cultura.”

Para este Apêndice, foram consultadas as seguintes fontes:(Acesso em 9 a 11 de julho/2006)

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