Mann Peter Levantamento Com Entrevistas Formais in Mc3a9todos de Investigac3a7c3a3o Sociolc3b3gica

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Algumas Ideias Erradas sobre 0 Conceito de Teoria, 40. Empirismoe Sociologia, 42. HipOteses, 45. Normas para Pesquisa,50. Primeira Etapa: A Ideia Inicial, 50. Segundll Etapa:Relacionar a Ideia Inicial com a Teoria, 52. Terceira Etapa:Liruitur a Hip6tesc, 54. Quarta Etapa: Coleta de Dados, 157.Quinta Etapa: Analise dos Dados, 58. Sexta Etapa: Apresentar;li.o dos Resultados, 59. Setima Etapa: Realimenta.,:ao da Teoria,60. Fontes dos Dados, 61

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    BIBLIOTECA DE CffiNCIAS SOCIAlS PETER H. MANNcia Universidade de Sheffield

    /Z7Uu{/5~(/A L-I7J;7/YO~'7 METODOS

    DE INVESTIGACAOSOCIOLOGICA

    Tradu~ao deOctAVIO ALVES VELRO

    Terceira ed;~ao

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    ZAHAR EDITORESRIO DE JAlaLRO

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    'l'raduzido da primeira edir;ao, publicada em 1968 porBASIL BLACKWELL, de Oxford, Inglatcrra. .

    Basil Blackwell, 1968

    capo detRleo

    1975 ---_.Dircitos para a lingua portuguese adquiridos por

    lAHAR EDITORESCaixa Postal 207, 2C-00, Rio

    qUl! se reservarn a propriedade dcsta versao

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    !Impressa no Brasil

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    1. SOCI0LOGIA E cffiNCIA9............. 0 ..... 00_ ..

    2. Mll:TODO CIENTIF'ICO EM SOCIOLOClA21

    Observacao, 23. Classificaciio, 26. Gencrali7.a

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    118 MtrODOS DE INVSTlGAC;:AO SOCIOWcICA

    mesrno e 3R, Urn problema a mais do sistema de quotas derua C que as pessoas nas ruas mais movimentadas nem sempresao uma boa arnostra da populacao em geral. Motoristas e tro-cadores de unibus descansando entre viagem suo urn alvo 6bviopara amostras par quotas e sao comurnente excessivamente re-presentados como ocupacao em tais arnostras.

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    Em vez de ter de sair a procura de pessoas e pedir-lhespara serem entrevistadas au responder em a questionarios com-pletos, talvez parec;a rnuito sedutor te-las seguramente vineu-ladas em urn "juri" onde possam ser utilizadas quando neces-sario. Quando se trata de obter informacdes, especialmcntcde certa minucia, num determinado perlodo de tempo, estesistema apresenta vanta gens nitidas, Tanto as pesquisas demercado quando os estudos socials do Govemo usam juris deconsumidores compostos de donas-de-casa para investigac;oessobre orcamento domestico, descobrindo 0 que a dona-de-oasagasta ern que durante determinado periodo de tempo por meiode urn diario de despcsas, Cornumente os membros desses jurisreccbem uma certa soma de dinheiro por sua trabalheira, masnao 0 suficiente para afetar seu padrao de vida e aquisicoesrelevantes. 0 sistema de jurados c tambern usado em pesquisasde audiencia para apurar suas reacoes aos programas. 0 de-partamento de pesquisas de audiencia da B. B. C. avalia osIUlmeros de pcssoas que ouviram ou viram programlls cada diapor meio de Ievantamentos diarios levados a cabo na rua, maspara opinioes reais sobre programas ele reeruta pessoas para,oomo jura dos, vercm e ouvirem programas nas varias regiOes.Os candidates a jurados sac selecionados ou rejcitados segundoa necessidade de representacao par idade, sexo e classe socialde acordo com proporeoes conhecidas das populacoes adequa-das e em seguida as jurados recebem questionarios sobre oertosprogram as e preenchem as papcletas apropriadas para os pro-gramas que venham aver ou ouvir, 0 que e chamado "escutaobrigat6ria" (ou assisteneia) e desaeonselhado porque as pes-soas nao devem par hlp6tese ver au ouvtr 56 porque um pro-grama aparectl na rela~iio da sernana. Aqui uma das desvan-tagcns dos juris se esclarecc. Apesar de todas as suas melhoresintencoes, os membros podem ser considerados especialmenteinteressados em apresentar-se como voluntaries (ou aceitar urnconvite) para psrttetparem de urn eerto juri, e ap69 certo tempo

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    LEVANTAMENTO COM ENTIlEVISTAS FORMAlS 119

    o membro desse juri pode tornar-se bastante constrangido e reoquintado. Por isso, e mister modiflcar a composicao dos jurispara evltar que 0 condicionamento se tome muito forte, e Issointerfere com a continuidadc. Nao obstante, com todas as in.conveniencias, os juris sao interessantes rnaneiras de coligir in-formar;:aes e e assaz surpreendente que nao tenham sido rowsusados em pesquisas unlversitarias onde ideias, mals do queprecisiio de mcdida absoluta, podem ser 0 objetivo desejado,

    Generalidadea sobre Amostragem

    o que fol dito nestas poucas linhas a respelto de amos-tragem s6 pode ter a espcranc;a de ser a rnais superficial arra-nhadela na superficie do que urn assunto vasto em si mesomo. Tudo que se pretende aqui C 0 candidato a pesqutsadorter certa indica~ao das possibilidades abertas aos metodos deamostragem e tambem urn alerta quanto aos problemas susei-tados par esta, Ha muitos bons livros sobre amostragcm, al-guns deles visando partlcularmente as Ci~ncias Sociais, masmesmo 0 melhor dos livros nao pede tratar os problemas senaoem terrnos bem gerais_ Cad a estudo que implique arnos-tragem possui seus problemas proprlos e 0 soci6logo que possaconsultar urn estatistico nunca devers deixar de faze-lo, Nadab9. que possa garantir alienar a afeic;ao de urn estatlstlco maisdo que 0 soci6Iogo que vai pedir conselho depois de ter feitouma embrulhada com a amostragern por conta pr6pria e pre-clsa de alguern para tira-lo da enrascada.

    o Boteiro de Entreoistas

    Se 0 procedimento da amostmgem estiver certo, as pessoasrepresentativas da amostra receberiio estimulos (pcrguntas)padronizados e suas reaeoes (respostas) serao registradas demaneira previamente combmada, Isto quer dizer que 0 pro-prioroteiro tern a funrriio de agfr como instrumento de padre-niza~lio. Se as rear;:6es forem anallsadas sem muito tra-balho e provavel que as respostas provavei!l foram1imagmadasde antemiio e que eertas provaveis categorias de reaeees Iii seacharn incorporadas ao proprio roteiro. Como as Imimeras rea-er5es serao apresentadas de forma estatistica (isto e, tabuladas),o roteiro concebido sera esboeado com vistas Q apresenta~iiodos resultados de manefra clara e Simples. Muito comumente

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  • 120 Mtrooos DE: INVBSTIGAQAoSOCIOLOGICA

    veem-se roteiros que nunea foram Ievados adiante da faso doformulacao de perguntas e fica-se em duvida sobre quao ter-rlveis serao os esforeos e 0 tempo gastos para forcar todas asespeeies de respostas a caber posterionncnte dentro rle eate-gorias, especialmente quando vao ser usados rneios mecanicosde apuraeao, como eart5es perfurados.

    o roteiro, por conscguinte, c esscncialrnentc uma ctapa in-termediaria da pesquisa, e preenche diversas funcoes, Ele ha-bilita uma equipe de entrevistadorcs a dar as mesmos estlmu-los aos informantes na mesma ordem predeterrninada, e a re-gistrar suas rcacdes de forma padronlzada. Isso tambern sig-nifica que os entrevistadores se veem libertados do problema deterem de lembrar que perguntas fazer, e, mais ainda, dispen-sados da tarefa de terem de anotar as reacdes ap6s 0 terminoda entrevista, como no caso quando nfio sao feitas anotacces,ou apenas abreviaeoes esquematicas de respostas sac anotadaspoi ocasifio da entrevista, 0 roteiro bem tracado 56 exige ve-rifieaC;ao posterior, e nao mais umas duas horas de trabalhotentando recordar-se do que as pessoas disseram ou do que osesquisitos hier6glifos do pr6prio entrevistador fcitos durante aentrevista pretendiam significar. Em muitos casos, as maisprovaveis respostas podem ser estabelecidas previamente e issoauxilia enormemente a futura analise. Uma boa maneira dejulgar-se se esta bem planejado 11m roteiro do tipo formal efazer a pergunta: "Poderia este roteiro ser cntrcgue a outrapessoa para analise sem que esta tivesse de apelar de novo parao entrevistador a fim de expliear 0 que certas respostas que-rem dizer?" Se a resposta for "nao", entao deve haver ambi-giiidades ou Imprecisoes no registro das reacoes, Nos levan-tamentos nacionais em grande escala, como os efetuados rc-gularmente por firmas de pesquisas de mercado e peIa Divisaode Levantamento Social da Bepartieao Oflcial de Informaeoesdo pr6prio Coverno, podem ser realizadas entrevistas no paisinteiro desde John o'Oroats ate Lands End e as pessoas (pro-vavelmente em Londres) que tiverem a incumbencia de ana-lise de diversas centenas au milhares de roteiros simplesmentenao podem fiear telefonando pennanentemente para os entre-vistadores a fim desaber 0 que significarao certos rabiscos crlp-ticos 80 lado da pergunta 15.

    Naturalmente, nem todas as informacties relacionadas emroteiros serao completamente categorias de respostas predeter-minadas. Em alguns casos serao feitas 0 que se chama pergun-tas de resposta livre e, quando possivel, se gravara au anotaratextualmente a resposta. Em muitos casos, todavia, de registro

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    LEVANTAMENTO COM ENTREVISTAS FORMAlS 121

    de inforrnacfies objetivas, opinioes, atitudes e ate caracteristi-cas Fisicas, eomo rccursos dornestlcos no interior de uma casa,o trabalho feito antes de se formula rem as perguntas, ou de sefazerem as observacoes, pode ser pago dez vezes ou mais parafaeilidadc com qlle sc efetua a ulterior analise.

    : 6hvio que bons roteiros sao instrumeutos importantespara 0 pesquisador de campo sociolOgico. Muitos cientistaspassam scmanas, ou ate meses, construindo sell proprio aparc-lbamcnto particular de pcsqllisa. Se 0 sociologo considera 0roteiro (e, como examinarernos adiante, 0 questionario ) destamaneira, entao ele nilo se arrerncssara juhilosarnente para 0campo com um roteiro que seja 0 produto de umas pouens horasde anotaeoes casuais num papel de rascunho.

    A Formuiadio do Roteiro

    Em um livro que trata devcras de Estatistica, A. L. Bowley!certa vez enunciou quatro regras para orientar os formu-lad ores de roteiros. Sao dadas abaixo como ponto de partidapara nossa discussao. Bowley alvitra que a gente deve:

    a) Pedir 0 minimo de informacoes ncccssario,h) Assegurar-se de que as perguntas podem ser respon-

    didas.c) Assegurar-se de que as porguntas setiio respondidas

    honestamente.d) Assegurar-se de que as perguntas seriio respondidas

    e nao reeusadas.

    o t6pico a) levantado por Bowley e mais geral e funda-mental do que os outros tres e rnerece urn oomentario espe-cial; ele poderia ser denominado principio da pareimenia. Emmuitos casas, as informacoes podem ser obtidas de outras fontesque nao as entrevistas. Por exemplo, em uma institui\iio fe-chada, como uma fibrica, uma escola ou uma prisao, os arqui-vas fomeceriio urn boeado de informacoes a respeito das pes-soas que podem ser incluidas em urn estudo. Por que desperdi-"ar 0 tempo de todos perguntando aquilo sabre 0 que ja exis-tern infonna~oes~ Mas, tarnbem 0 principio de parcrmenia deveser empregado para restringir a pesquisa aos fatos essenciais.Hi sempre divcrsas perguntas qUI) poderiam ser formuladasem urn estudo por parecercm "interessantes"; mas 0 interesse

    1 A. L. Bowley: Elements of Statistic (6.' ed.}, Londres, 1946.

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    122 MtrODOS DE !l."VESTIGA~AO SOCIOIi>GICA

    nao basta. Uma pergunta, para ser incluida, deve ser re1cvantepara 0 problema que esta sendo estudado, Se nao for rele-vante, entao nao importa 0 qulio "interessante" possa ser, Issoqucr dizer que 0 formulador doroteiro devc estar sempre in-dagando de si mesmo por que as perguntas estiio sendo inclui-das em seu roteiro. Se de so puder argumentar para si mesmoque elas parecem "interessantes", 6 muito provavel que real-mente nao saiba por que as esta introduzindo, ou 0 que Iaracom as respostas quando as eonseguir. Como 0 Sr. Micawber,"ele esta na esperanca de que "alguma coisa surgiri" e estanao e a melhor maneira de conduzir estudos sociais,

    as outros tr~s pontos levantados par Bowley podem sertomados em conjunto visto cobrirem varias facetas do mesmot6pico principal - as pr6prias perguntas. Fazer perguntascujas respostas nlio possam ser dadas pelas pessaas c um es-banjamento do tempo de todos - mas de vcz em quando agente encontra roteiros contendo perguntas que cxigem taisproezas de memoria ou calculos tfin diffceis que nenhuma pes-soa razoavel deve estar em condicoes de responder. Pcrguntara urna pessoa comum quantas vczes foi ao cinema no ano pas-sado e provavelmente pedir uma resposta irnpossivel, exceto aurn pequeno numero que podera rapidamentc dizer "nenhuma",011 entao "regularmente urna vez por semana sem falhar", Paraas demais, isso e provavelmente impossivel, Rcceber respostashonestas dos entrevistados e uma expcctativa na qual se baseiamtodas as entrevistas. A sinccridade, porem, nao pode ser ado-tada sem receio em todos os eusos. Muitos aspectos de nossasvidas estao prcsos por tahus c por scntimcntos intensos. Aspcssoa3 que bebem, muito provavclmente tendcrao a moderar-se nas respostas quando indagadas sobre quanta bcbem, e fu-mantes inveterados talvez faearn 0 rnesrno. Contudo, se per-guntados quantos livros compramos em certo periodo de tempo,provavelmente tenderemos a supercstimar. 0 pr6pria fato desugerir coisas as pessoas tende a ocasionar irnprecisoes. Vmestudo de rnercado a respeito da compra de determinada mareade pudim pre-preparadn citou 0 nome do artigo e perguntouas donas-de-casa com que frequencia 0 compravam. Os resul-tados soma ram nu verdadc quatro vczes as vendas daquele pe-riodo. Em outros casos, devemas ter euidado das perguntasnao resultarem em uma recusa a responder. Se isso acontecer,o entrevistador se vera diante de uma situacao assaz constran-

    o No romance David C()pperfield, de Charles Dickeos, 11m parla-paUo e visionario. (N. do T.)

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    LEVANTAME~TO cosc ENTREVlSTA8 FORMAlS 123

    gcdora que devers superar para poder prosscguir. Recusasdefinitivas a responder, na pratica sao scmpre bem menos doque Se poderia esperar. Tern sido levados a cabo estudos acer-ca de assuntos altamonte pcssoais como comportamento sexuale doencas vencrcas com bastante sucesso. Esta claro, algumaspessoas se rccusarao ahsolutamente a cooperar, mas depois quea entrevista se inicie a maioria estara disposta a responder asperguntas desdc que se afignrcm genuinas e relcvantes. Porexemplo, todavia, urn esturlo sobre, digamos, questfies politicas,que subitamente apareC;a com perguntas a respeito de relaeoesentre conjl1gcs, quas~ ccrtamcnte fara que essas pergun-tas sejam pelo rnenos questionadas, Poderia ser que 0 estudovise comprovar urna hipotese de que casais felizes tendem avotar mais conscrvadoramente cnquanto os infelizes votam maisradicalmente, mas se isso niio cstiver clare para 0 inforrnante,as perguntas sohrc relacoes conjugais provavelmcnte parece-riam irrelevantes e impertincntcs.Em suma, entao, 0 roteirodeve visar Iazer urn minimo de pcrguntas que possam e devamser respondidas. Para fazer isto e provavelmente melhor tra-balhar de forma sistematica para se chegar ao programa defi-nitivo.

    Primeiro, as hipoteses hasicas a serem verificadas devemser bem claras e estas imediatamente sugerirao os topicos aserem tralados. Estes nao precisarao scr mais do que os ti-tulos aproximados nos quais se onquadrarao as pcrguntas derninucia. Urna vez que se concorde a rcspeito dos t6picos,serao feitas perguntas que precncham os pormenores das hi-poteses, E fllIase certo que dndos c1assificat6rios sobre infor-mantes (p. ex., sexo, idade, estado civil, classe social) seraorelevantcs para subscqiicntcs analises, As p~rguntas podemser relacionadas grosso modo sob os titulos (algumas pessoascomecarn pondo cada pergunta em urn cartao ) e em seguidaelas podem ser deslocadas dum lado para outro ate praduziro (lue se afigure ser urn born "seguimento" para a entrevista,

    Uma vez concluido este primeiro esboco, 0 pesquisadordispoe de algo a ser trabalhudo para resultados potenciais. Sede sabe 110T que esta fazendo perguntas sera capaz de ver comoproduziria as respostas as perguntas partindo das respostasdadas no levantamento. Podem ser entao tracadas tabulaeeessirnuladas antes mesmo de scr efetuada uma unica entrevista.o .eriteria de rclevancia aqui e assaz crucial. Uma vez prontoeste trahalho, 0 esboco do roteiro pode ser entao examinado emmaior minucia e provavclmentc rasgado em pedacinhos.

  • ~:~J~124 Mhooos DE INVESTICA(}AO SOCIOLOCICA

    Pormenores do Roteiro

    As pergllntas sur gem do objeto da pcsquisa, de sorte quenao ha realmente razao para organizar perguntas antes dasareas de indaga

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    126 Mlhooos DE INVESTIGA!;:AO SOCIOli>GICA

    ou seus eonhecimentos do assunto. Por motivos como este, eimportante certificar-se de que a "edicao final" do roteiro tenhasido adequadamentc cxarninada e ensaiada antes de ser empre-gada no estudo de campo definitivo. Alvitro haver divers asetapas a serem vencidas nesse sentido.

    Verificafiio elm Roteiros de Entl'evistas

    o fato importantc acerca dum levantamento de campo eque se trata de urna situacfio social que ocorre de uma vezpor todas, nao podendo ser recriadu. Niio adianta perceber,ja na fase de analise, que a Pergunta 3 e de fato ambigua eque todos os entrcvistados deveriarn ser nova mente indagadosa seu respeito de forma difercnte. Duvido que algum levan-tamento de campo jamais tenha sido feito sern que 0 pesqui-sador tivesse algum arrependimento na fase de analise quantaa algumas perguntas (Iue poderiam ter sido tratadas mclhor,mas 0 born pcsquisador asscgura-se antecipadamentc dessesremorsos serem no menor mimero possivel. Sugiro que os re-morsas podem ser reduzidos adotando-se as seguintes etapas:

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    1) Entrevistas de rcsposta livre pre-piloto2) Ilascunho das perguntas e do questionirio3) Verificacao interna4) Estudo-piloto5) Estudo propriamente dito

    Essas cinco etapas sfio evidentcmente uma busca de per-fei~ao, porem a maioria dos estudos pode comporta-las dealgum modo. As entrevistas de resposta livre pre-piloto seraorealizadas com urna pequena subamostra da populacao inte-ressada e, nas fases iniciais, serao sobretudo destinadas it pro-cum de hip6teses. Mas csta ctapa c vitalmente irnportantepara 0 pesqufsador adquirir urn sentimento da situacao. Emmuitos casus de pesquisa sociologica, 0 pesquisador tern defazer 0 lcvantamento de urn gmpo de pessoas hem diferentesdele proprio. Pode ser que este]a trabalhando entre pcssousidosas, criancas ou mesrnos presos correcionais. Comecar aestruturar perguntas sem primeiro ter conversado com algumaspessoas visadas a respeito das ideias dele scria ridicule.

    Tendo leva do a cabo essas entrevistas (c nao se pode es-tabelecer urn limite fixo para elas ), 0 pesquisador pede em

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    LEV.A.N'rAMENTQ COM ENTIIEVlSTAS FORMAlS 12.7

    seguida p6r-se a trabalhar nos tltulos de seus t6picos e nasperguntas pormenorizadas. 11: pratieamcnte eerto que ele ne-cessitara de mimieias das caracteristicas pessoais de seus Infor-mantes, em rnuitos easos fatos como sexo, idade, estado conju-gal, nivel de educacao e assim por diante. Esses pormenoressac freqiientemente charnados "dados classificat6rios" visto in-tegrarem grande parte da c1assifica~ao de outras perguntas.Por exemplo, amiude e mister distinguir entre as opmloes dehomens e mulheres, mulheres solteiras e casadas, pessoas jo-yens e pessoas idosas. 05 dados classificatorios fornecem urnlado da ulterior tabela para fim de analise. Mesmo na etapainicial da investiga

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    ~r : 128 Msroeos DE INVESTI(:ACAO SOCIOL6GICA

    idade SaD arbitrarios, 0 que estamos salientando aqui 6 que asdivisoes na pnitica dcvem ser escolhidas por sua utilidade parac1assificar as pessoas para os fins da pesquisa ernpreendida, eessa decisao deve ser exarninada logo no eomeeo.

    Os proprios topicos prova velmente surgirao com razoavelclareza ap6s a ctapa das entrevistas pre-plloto e duas dccisoesdevern ser tomadas na etapa do estudo de sua disposicao. Pri-rneiro, em que ordern devem Hear os t6pioos, e segundo, queperguutas devem ser feitas em cad a titulo de topicos? Supo-nhamos pDr urn memento que 0 estudo diga respeito a ativida-des das horas de Inzer e seja uma cornparacilo entre classes so-ciais. Obviamentc, os dados c1assificat6rios prestarao atenciioespecial ao fator de classe social e tambern a variaveis tao im-portantes quanto sexo, idade, estado conjugal e assim sucessi-vamente. Os titulos dos t6picos pod em entao discriminar entreatividadcs no Inzer em casa, Individuals e coletivas; atividadesno lazer fora de casa, organizadas e nao-organizadas, e uso dosrecursos comereiais para 0 lazer. Estas cinco possiveis areasde atividades de Iazer suo apenas esclarecedoras do problemamelodoll>gico particular que estamos discutindo aqui, elas naose originam dcveras de (]lIulquer pesquisa, mas bastarao paramostrar que 0 pesquisador agora sera eapaz de pensar em queordem devem ser colocadas, de maneira a assegurar uma pro-grcssao sensata nurna situacao de entrevista. A seguir, elepode sair de casa estudando as nao-organizadas antes das or-ganizadas, e depois concluir com as comercializadas. 0 queimporta aqut e que a ordem dos topicos se afiguraria, cntao,sensata ao injortnqnte. Jl: COlli cfcito muito importante que ainfonnante soja levado em conta 0 mais cedo possivel, pois eleou ela tera 0 trabalho de fomecer respostas as perguntas e urnborn "seguimento" cia entrevista ajudara enormemente a esta-belecer e manter 0 interesse e a rapport.

    Sob cada titulo de topico serao dispostas as pr6prias per-guntas. Algumas pcssoas gostam de usar um cartilo para cadapcrgunta ncsta fase, de sorte que fique facil mover as pergun-tas dum lado para 0 outro conforme se julgue melhor ordena-Ias e reordena-las para obter a meIhor sequencia possivel.Nesta fase, as categorias c:oncrctas das reaeoes talvez nao te-nham sido examinadas em rninucia, mas se as pr6prias pergun-tas justificarcm inclusao deve-se dedicar certa reflexao as ca-tCgOrillSde rea~iies visadas para analise, ja que as respostas eque serlio analisadas. Nao obstante, as proprius perguntas,nesta etapa, seriio 0 centro principal, e tambem nesta etapa po_

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    LEVAN'UMEloo'TO COM ENTl\EVISTAS FORMAlS 129

    demos permitir que sejam incluidas mais perguntas do que asque provavelmcnte virao a ser utilizadas na ctapa final. Quandofoeem reunidas todas sob os titulos dos t6picos, 0 roteiro com-pleto da enteevista nos dira entao quanto tempo a entrevistadevera durar e se for longo demais pode-se imcdiatamenteprincipiar a podar. A fase de redaeao, quando os t6pioos eperguntas sao realmente postos preto no branco, pode ser urnaexperiencia salutar. 0 que parecia ser urna questao simplesenquanto apenas no plano mental, nao estruturada verbalmentee sem se ter pensado em nenhuma resposta, apareee como umproblema simplesmente impossivel quando tern de ser de fatoescrita no papel. Podemos, por exemplo, pensar conoseo queseria muito util perguntar a uma dona-de-casa se ela trabalhafora do lar, e isso parece-nos bastante faro dentro de nossascabecas, Mas assim que tenhamos de coloear esta perguntano papel, constatamos (ou certamente deoetiamos constatar)que essa e uma pergunta diHcil de formulae claramente, e tantoquanto no que toea as possiveis respostas parece nao haverfim para estas e ten tar enquadra-las em categorias pode tor-nar-se urn pesadelo.

    Nesta etapa, podemos entao estar apenas rascunhando nossoroteiro de entrevista, mas quant6 rnais aten~ao pudemosdevotar a pormenores agora; tanto mais atrapalhacoes nos se-rao poupadas posteriormente. As decisdes para adiar parauma etapa ulterior 0 fraseado real ou as categorias de analisepodem ser comumente racionalizadas como defesas contra umaperspectiva mental demasiadamente rfgida face ao que podeser urn campo ainda muito exploratorio da pesquisa. Mas haimimeros casos de pesquisas que me aoodem a mente em quetodos os problemas de analise foram deixados ate ser oonclufdoo levantamento, e al mais de wn ano fot necessario para des-trincar a maearoca de respostas e perguntas vagas. Isso talveztcnha certo atrativo para pessoas que gostem de resolver en-crencas asslm e que dispoem de tempo para tanto, mas grandeparte desse trabalho nao sera necessaria se na fase de planeja-mento houver certa previsao,

    Quando urn rascunho de roteiro tiver sido concluido, aetapa seguinte sera 0 que foi citado anterionnente como "veri-fica9ao intema". Isso significa experimentar 0 programa, niiocom uma amostra das pessoas a quem ele S6 destina em suaversao final, porem com pessoas que sejam provaveImente nossoscolegas de trabalho, isto e, pessoas que plausivelmente conhe-~am alguma coisa do proprio trabalho de Ievantamento e for-

  • 130 MEt-ODDS DE INVESTIGA9AO SOCIOLOGICA LEVANTAMENTO COM ENTREVISTAS FORMAlS 131

    mulacao de rotciro. 0 importante desta fase e ela ser baratac faeil, c nao se precisar sequer sair do predio,

    Os resultados, porern, podem ser absolutamente inestima-veis se os colegas exarninarern 0 rascunho e, sern quaisquerrestrieoes, detectarem qualquer ponto duvidoso. Hecordo-mede alguns anos atras, nesta fasc, quando urn jovem aluno decurso de pos-graduacao estava fonnulando urn roteiro contendouma poreao de perguntas sohre atitudes, fez esse programaser testado internamente par diversas pessoas e praticamentetodas as perguntas que ele forrnulara eram duplas, Se eletivessc saldo em campo com aquele programa, os resultadosteriam sido caoticos, e no en tanto de pr6prio nao vira aqueleaspecto de duplicacao ate Ihe sor assinalado na etapa de veri-fica~ao interna. Provavelmente 0 que ha de mais valioso nestafase c que 0 compilador do roteiro obtem uma especie de "pontode vista do consurnidor" pela primeira vez. Urn defeito muitocomum entre formuladores de roteiro e DaO pensar suficiente-mente no que sera estar na outra ponta da linha, na recepcaodas perguntas_ Se ele for suficientemente valente para expe-rimentar seu rascunho com colegas cspccializados e de cspiritocritico, podera ficar razoavelmente seguro de qne 0 que cmer-gir no fim estara isento de perguntas duplas, ambiguas, capcio-sas e assim por diante, e seus prestativos colegas, ao hancaremos inforrnantes, tambem provavclmente terao pensado em certasrospostas dificeis para ele classificar. Em conjunto, esta e urnactapa valiosa

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    132MhoD08 DE INVESTtGACAO SOC[OL6ctCA

    clufda utilmente a fim de poupar-nos 0 trabalho de anotarrespostas em muitos casos como "outros especificam ... "

    Quando as li~oes do estudo-piloto tiverern sido plenamenteaprendidas, far-se-ao altera~5es onde necessario, mas se 0 tra-balho realizado antes do estudo-piloto tiver sido adequado,tais altera~es nao deverao ser glandes. Com efelto, poderiaser considerado como uma medida de trabalho preliminar aspoueas coisas a fazer apos 0 piloto. Mas quando tudo foi apre-ciado, a etapa seguintc e final e 0 pr6prio levantamento. Esteenvolve uma porltao de considera~6es e elas serfio tratadas sobtitulos diferentes. Quir;a, a observar;iio mais geraI a ser feitaaceroa do estudo propriamente dito e que ele deve ser olhadocomo urn ponto final a ser atingido ap6s cuidadosa preparaeao.Quaisquer que sejam as cnganos cometidos no estudo, eles se-rao irrevogaveis. Um baixo Indioe de resposta nao pode serrcmendado. Uma pcrgunta mal enunciada nao pode ser alte-rada depots de encerrado 0 levantamento. Tudo que pade serfeito na preparaC;iio deve, portanto, ser feito; pougufssima coisase podera fazer a posteriori sem deturpar a realidade do estudo.Altcra~oes feitas posteriormente tend em a sobressair; as quenao 0 Iazem, talvez sejam cxemplos de desonestidade por partedo cncarregado do estudo.

    as levantamentos variarn imcnsamente em sua naturezade aeordo com a finalidade da indagas:ao e a amostra de in-formantes ahordada. as problemas cncontrados em urn estudode pessoas idosas vivendo em lares para velhos serao evidente-mente diferentes dos encontrados ao tentar entrevistar umaamostra representativa de adolescentes comuns. Nao estamosinteressados aqui nos problemas ligados a obtencao de arnos-tras," pois nos facalizamos no estudo ap6s ter sido resolvidao delineada a amostra. Para maior comodidade ao discutirproblemas de Icvantamento usarernos a sondagem cornurn decas a em casa como a caso geral para exame,

    Contato com os ltdormantes

    Urn dos problemas fundamentais em Jevantamentos 6 obterurna boa reac;ao dos nossos informantes. Quando exarninar-rnos 0 usa de questiowirios fechados, esto sera urn porrnenorespecial, mas tarnbem pode constituir problema importante nos

    2 Ver M. Schofield: The Sexual Behaoiour of Young People, Lon-dres, 1965, para uma descri

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    lidade nacional e, quando 0 fazem, as explicac;:5es variam entre doispolos: do opio i:t democrada do povo. A abordagem que podemoscharnar de "democratica" e "esscncialista" e se funda na miscigena-t;:ao racial e na riqueza do jeiLo "mula to" de ser do brasileiro. Influen-cia da, entre outros, por Gilberta Freyre (1964), explica 0 sucesso dotuu-hol no Brasil em fyn

  • cado pela oposicao entre "futeboI-for~a" e "futebol-arte" termina porconciliar 0 contraste por meio de urn turneriano "mecanismn de repa-racao" que reintroduz terna do futebol-arte no seio do futebol mo-demo.

    Mesmo a Sl,ie

  • cifico. No rasa em pauta, lima cidadania regida pelas estrelas do Cru-zr-iro.

    A ceria igu almente reve la como a fu tebol e uma dirnensao importantedas prMicas socials brasileiras. Mediante a filiat;ao a certos clubos, elereordcna as classifica

  • No campeonaro brasileiro de 199,,),por exemplo, 0 Flamengo (talvez 0nosso maior cia, ao lado do Corinthians) realizou muitos de seus jo-gos em out ros estados, a fim de arrccadar mais dinheiro -, a lota~aodos estadios fora do Rio de Janeiro era garantida por sua enorme lor-cida. Assirn, mesmo que a disputa entre clubes sirva como metatorapara o embate entre cidades, regioes, estados e ate rnesmo classes so-ciais e grupos etrucos (como parece ter sido a cas'onos prim6rdios don0550 futebol), mesmo que sobrevivam rivalidades hist6ricas como ade Siio Paulo versus Rio de Janeiro, como centres urbanos representa-tivQSde cstilos de vida, os grandes elas superam essas identifica~5esessencia[mente locals, operando uma mudanca de dimensao, E claroqUI! em momentos especfficos, como finais de campeonato, asequipes promovem 0 colapso de identidades locais, como na final doCarnpeonato Brasileiro entre Santos e Botafogo, reacendendo antigasoposicoes, Mas aqui, 0 colapso das identidades [utebolisticas revela aexcecao que confirms a regra, 0 que problematiza a liberdade de esco-Iha e a lealdade, componentes importantes na definic;ao dos campeo-natos, bem como a constituic;ao das "personas" individuais, Iocais, re-gionais, nacionais e ate rnesrno mundiais no universosocial brasileiro.

    Uma situac;iio sllficientemente exprcssiva disto e a Cella 4, na qua] re-rnernoro urn dialogo que mantive com urn amigo, torcedor do Santos,quando assistlamos a final da Copa Brasil de 1995 entre Corinthians eGremio. "Mas voce nao vai tercer para 0 Corinthians?", perguntei."Nern morrendo! Para 0 Corinthians eu nao torco nem que ele joguecontra times argentinos!" Meu amigo e paullsta, e uma visao mecani-ca do jogo das identidades, fundada na.importancia ideol6gica doEstado nacional e nos planos dvico e polftico, poderia supor umaidenl ificil~aOgrad ual e linear em termos de importancia e exclusivi-dado, do time murucipal ao nacional, com 0 nacional engIobando su-cessivamente 0 estaduaI e 0 municipal. 0 jogo das identidades futc-bohsticas, individualisticamente construidas, porern, transcendc to-dos os criterios e c1assifica~6es rotineiros como sexo, idade, etnia,classe social, cor, cd ucacao, residenCia etc., de modo que 0 local podeenglobar 0 estadual e 0 nacional. A rivalidade entre times-etas sub-verts a regionalidade e ate mesmo 0 nacionali.smo, Meu amigo sendosantista doents, odiava 0 Corinthians, torcendocontra ele ern todas ascireunstanciils, -- mesmo quando ele jogava contra urn time "estran-geiro" -,0 que nos leva a pensarque os "times clarucos" sao capazesde desperrar identifica~5es mais fechadas. Em Sao Paulo, por exem-

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