Lucas e as orações de jesus

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Lucas e as orações de Jesus Por Vilemar Magalhães

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orações de jesus, o livro sobre oração, análise médica da crucificação

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Lucas e as orações de Jesus

Por Vilemar Magalhães

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Sem dúvidas o livro de Lucas é o evangelho dedicado à oração por começar e terminar

o seu relato conversando com Deus. Em Lucas 1:10 o povo de Deus ora fora do Templo antes

que o anjo anuncie o nascimento de João a Zacarias. E o último versículo de seu evangelho,

Lucas 24:53 retrata o momento em que os seguidores de Jesus fazem suas oferendas a Deus.

Este livro apresenta um Cristo que orava. Cristo é mostrado orando 10 vezes. É claro

que Ele orou mais outras vezes, mas nenhum outro evangelho mostrou tanto as orações feitas

por Cristo ou os ensinamentos que podem ser abstraídos das orações de Cristo como Lucas. De

fato, nenhum outro evangelho menciona que Cristo estivesse orando.

Cristo não somente orou, mas ensinou sobre a oração e como orar. K. S. Han afirma que

Lucas usa duas palavras gregas traduzidas como oração 41 vezes em seu evangelho. O verbo

‘proseukomai’ é usado 22 vezes, enquanto que o verbo deesis é usado apenas 19 vezes.

Segundo Lindell Harris deesis é mais ligada a necessidade de expressão pessoal para Deus ou

até mesmo para outro homem, enquanto porseukomai é uma questão de devoção, a expressão

das necessidades do homem a Deus.

1. A primeira oração – O batismo de Jesus Cristo

E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus,

orando ele, o céu se abriu;

E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba; e ouviu-

se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.

Lucas 3:21-22

A primeira oração de Jesus mostrada por Lucas aconteceu quando Jesus estava sendo

batizado nas águas e iniciando o seu ministério como um filho obediente. A primeira atitude de

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Jesus foi proferir uma oração. Sua oração foi ouvida e respondida com a aparição do Espírito

Santo materializado em forma de uma pomba. Neste instante há a presença de Jesus sendo

batizado, o Consolador, o Espírito Santo, descendo em forma de pomba e voz de Deus ecoa nos

céus declarando o seu amor por Jesus, o seu filho amado no qual Ele se compraz.

2. A segunda oração – Jesus se retira para os desertos

E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de

lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se

quiseres, bem podes limpar-me.

E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra

desapareceu dele.

E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e

oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de

testemunho.

A sua fama, porém, se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e

para ser por ele curada das suas enfermidades.

Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava.

Lucas 5:12-16

Após a cura do leproso e estar envolvido em muitos serviços à população, Jesus ainda

se retira para orar no deserto. Segundo Tassos Kioulachoglou, em seu site ‘Verdades Bíblicas’,

o tempo verbal do verbo orar em grego em Lucas 5:16, indica que é uma ação feita repetidas

vezes e de forma consistente no passado. Tasso propõe que a tradução ideal para este versículo

seja:

“A sua fama, porém, se divulgava cada vez mais, e grandes multidões se

ajuntavam para ouvi-lo e serem curadas das suas enfermidades. Mas ele se

retirava para os desertos, e ali orava.”

Qual o comportamento de uma pessoa comum? Uma pessoa ocupada com

questões seculares? Ou uma pessoa que passe o dia fazendo o bem? Ele ainda acharia

que precisa orar insistentemente? Mesmo quando ele acredite que a pratica da caridade o

faz diferente das outras pessoas? A pessoa que mostra constantemente dons espirituais

de cura, de profecia precisa orar a Deus? Os pensamentos dela já não são como um

diálogo com Deus e ele não responde os seus pedidos? Cristo mostrou que sim e ensinou

desta forma também. Ele não estava somente intimamente ligado a Deus, ele era Deus.

3. A Terceira Oração e a escolha dos 12 apóstolos

Então Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados

fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar?

E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele

assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.

E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que

fariam a Jesus.

E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em

oração a Deus.

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E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a

quem também deu o nome de apóstolos:

Lucas 6:9-13

Jesus antes de escolher os seus apóstolos passou a noite orando. Esta era uma ação

muito importante. Segundo Han, a escolha de discípulos significava com a continuação da obra

de Jesus após a sua morte.

4. A Quarta Oração antes de perguntar a Pedro quem ele era.

E aconteceu que, estando ele só, orando, estavam com ele os discípulos; e

perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou?

E, respondendo eles, disseram: João o Batista; outros, Elias, e outros que um

dos antigos profetas ressuscitou.

E disse-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, disse: O

Cristo de Deus.

Lucas 9:18-20

Esta pergunta de quem era Jesus não era fácil de ser respondida. Ao perguntar aos seus

discípulos o que estes achavam dele as repostas foram idênticas as dadas pela população: João

o Batista, Elias ou um antigo profeta ressuscitado. Pedro declarou que Cristo era o Cristo de

Deus. Segundo Jailson Pereira, a palavra “Cristo” vem do grego e significa o “Messias”, o

“ungido”, o “Salvador”. A vinda de do Messias já era profetizada nos livros proféticos do Antigo

Testamento.

Jesus perguntou quem Ele era, mas não disse ele mesmo porque esta informação não

poderia ser divulgada naquele momento. Ele não poderia ser apresentado neste instante como

a Promessa de Deus.

5. A Quinta Oração da transfiguração

E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras, tomou consigo a

Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar.

E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa

ficou branca e mui resplandecente.

Lucas 9:28-29

Este momento é o único onde há um relato de Cristo orando na presença de outras

pessoas. Jesus estava com 3 de seus discípulos e sua aparência mudou. Neste instante ele foi

visitado por Moisés e Elias.

6. A Sexta Oração – Jesus ensina o Pai Nosso

E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse

um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou

aos seus discípulos.

E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus,

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santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na

terra, como no céu.

Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano;

E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que

nos deve, e não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal.

Lucas 11:1-4

Os discípulos oravam com muita frequência e mesmo assim pediram a Jesus, logo após

que Cristo tinha terminado uma oração, para ensiná-los a orar. Na época de Jesus os gentios

oravam preces repetitivas devido a influência dos gregos que havia influenciado a oração dos

judeus.

Jesus os atendeu ensinando a oração conhecida hoje como o Pai Nosso, que deve ser

entendida como um esboço de uma oração. Um roteiro para o homem se dirigir a Deus. Assim,

o homem pode reconhecê-lo como pai, cujo nome é santo e ele como um ser dependente de

Deus.

Aspectos importantes sobre a oração

Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-

noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,

Pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho

que apresentar-lhe;

Se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta

fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para

tos dar;

Digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-

se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver

mister.

E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-

vos-á;

Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-

lhe-á.

E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou,

também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente?

Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?

Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto

mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lucas

11:5.13)

Cristo encoraja os seus discípulos a fazerem orações com fé e que orem

constantemente. Em suas orações, os discípulos devem levar as suas necessidades a Deus. A

resposta de Deus, imediata ou não, chegará a quem solicitar.

A parábola do Juiz injusto – Jesus ensina orar persistentemente

E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca

desfalecer,

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Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem

respeitava o homem.

Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele,

dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.

E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não

temo a Deus, nem respeito os homens,

Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim

não volte, e me importune muito.

E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.

E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,

ainda que tardio para com eles?

Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem,

porv entura achará fé na terra?

Lucas 18:1-8

Esta parábola tem como objetivo principal exortar o crente a se dedicar a oração com

insistência e perseverança. O juiz retratado na parábola vai de encontro às recomendações

dadas no Velho Testamento a fim de que as viúvas, órfãos e estrangeiros tivessem um

tratamento com bondade e respeito. O evangelho de Cristo tem uma mensagem que entroniza

o oprimido. Aos que se encontrarem com a sua liberdade limitada ou subtraída, oprimido,

vitimado pela discriminação social ou religiosa, ore, ore e ore pela justiça de Deus no reino.

7. A Sétima Oração – intercessão por Pedro

Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos

cirandar como trigo;

Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te

converteres, confirma teus irmãos.

Lucas 22:31-32

Jesus orou para que Pedro mantivesse a sua fé. O’Brien chama atenção que Cristo

estava se referindo a Pedro como um representante dos doze apóstolos, já que o pronome

usado foi ‘vós’

Jesus ensina ao povo orar e vigiar persistentemente

Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de

evitar todas estas coisas que há de acontecer, e de estar em pé diante do Filho

do homem.

Lucas 21:36

Jesus não somente ensinou sobre a necessidade da oração na vida do homem, mas

praticou este ensinamento como relata Lucas.

8. Oitava Oração – Monte das Oliveiras

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E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e

também os seus discípulos o seguiram.

E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não

entreis em tentação.

E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de

joelhos, orava,

Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se

faça a minha vontade, mas a tua.

E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia.

E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em

grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.

E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo

de tristeza.

E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não

entreis em tentação.

Lucas 22:39-46

No Monte das Oliveiras Jesus faz uma oração de súplica para que Ele mesmo ficasse preparado

para o que haveria de vir. Cristo não tendo dormido a noite inteira devido o grau de angustia que

se encontrava, suava muito e os vasos sanguíneos e os capilares em torno das glândulas

sudoríparas podem ter se rompido. Isto pode explicar como Cristo suava e sangue caia ao solo.

A medicina chama este estado extremo de estresse de hematidrose (Frederick Zuguibe). Esta

condição por si só já poderia provocar um grande estado de fraqueza, depressão e possíveis

choques.

9. Nona Oração – Jesus pede perdão para os seus executores

E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as

suas vestes, lançaram sortes (Lucas 23:34).

Cristo estava agindo de forma totalmente diferente da forma esperada pelos Judeus.

Mostrar um Deus misericordioso era uma grande surpresa para todos. Cristo mostrou esta

característica de seu Pai da melhor forma oferecendo perdão e misericórdia para aqueles que

deram e estavam para dar a Ele tantos sofrimentos.

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Em seguida, Cristo foi preso e levado ao Alto Sacerdote Caifás, onde eram também

encontrados escritas e os anciões reunidos. Alguns decidiram cuspir em nele, seus olhos foram

vendados e ele foi espancado. Como ele estava com seus olhos vendados, Cristo não poderia

se afastar para evitar ou diminuir o impacto das investidas físicas que sofria. Os soldados

romanos foram brutais. É provável que o rosto de Cristo estivesse já desfigurado e ele nem

pudesse mais levantar as suas pálpebras pelos inchaços provocados com as agressões no rosto.

A Ele não foi dada água até o dia seguinte e além disto sangrava copiosamente pelos

ferimentos profundos após ser surrado pelos Judeus e pelos romanos, isto fez com que água

ficasse retida ao redor de seus pulmões.

O açoitamento era aplicado antes das execuções romanas, exceto em mulheres,

senadores romanos e soldados. Somente os soldados que eram desertores poderiam ser

açoitados antes de uma execução. O chicote era o “flagrum” ou “flagellum”, constituído por várias

tiras de couro, simples ou entrançadas e de comprimentos variáveis, às quais eram atadas

esferas de ferro, ou fragmentos muito aguçados de ossos de carneiro, devidamente espaçados

entre si. A lei judaica da época determinava que fossem aplicadas somente 39 chicotadas, mas

não há registros se na execução de Cristo foram ministradas mais ou menos chicotadas do que

era determinado por lei.

Cristo já poderia ter morrido antes mesmo da crucificação por estar completamente

exausto, sem alimentos, desidratado pela hemorragia e falta de água, tendo câimbras nas juntas,

tonturas, ciclo de contorções, asfixia intermitentes e parciais.

10. Décima Oração – Oração da Confiança

E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu

espírito. E, havendo dito isto, expirou (Lucas 23.46).

Lucas diz como nenhum outro evangelista que Jesus “expirou”. Quem não treme

somente em pensar em um enforcamento, em uma câmera de gás ou uma eletrocussão?

Imagine o que não seria uma crucificação. A crucificação é um método de execução introduzido

pelo povo persa por volta de 300 a 400 a.C. e aprimorado pelos Romanos para que produzisse

uma morte lenta e com o máximo de dor possível. Um show cruel que tinha o objetivo de

aterrorizar a sua platéia e assim evitar a ocorrência de outros crimes.

Cristo foi condenado a cruz. Fixaram as suas mãos em um madeiro com cravos

quadrados entre os pequenos ossos dos pulsos, o radial e a ulna. Entre estes dois ossos

encontra-se o grande nervo sensório-motor mediano. O cravo fatalmente cortava e pressionava

este nervo, o que alguns anatomistas chamam de catástrofe médica. Uma pessoa que tem o

nervo sensório-motor mediano cortado reporta sentir uma sensação de queima, dor intensa que

irradia dos dedos para os braços até que uma pressão muito grande fosse sentida no cérebro.

Cada tentativa de subir o seu corpo, Cristo precisa fazer pressão em seus pés que estavam fixos

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por cravos de ferro no primeiro ou segundo espaço intermetatársico e voltava a sentir uma grande

agonia. A dor e o cansaço em uma execução com estas características eram tão intensos que

ondas de câimbras percorriam seus músculos. As câimbras somente diminuíam quando o dióxido

de carbono se acumulava nos pulmões e no sangue devido à dificuldade que Ele tinha para

respirar.

Casos os cravos tivessem sido colocados nas palmas das mãos, com acreditam muitos,

os cravos sairiam por entre os dedos devido o peso do corpo da pessoa crucificada. Cristo teria

sangrado muito e ossos teriam sido quebrados. Segundo as profecias no Velho Testamento,

nenhum osso dele seria quebrado. Cristo pede a Tomé para verificar suas mãos como prova que

Ele tenha ressuscitado. Os anatomistas, como Cristo, entendem que os pulsos ainda fazem parte

das mãos.

Na sua cabeça foi colocada uma coroa de espinhos agudos, longos e curvos, posta em

seu crânio que é uma das áreas mais vascularizadas do corpo humano e com inúmeras

ramificações nervosas como o nervo trigêmeo, na parte frontal do crânio e do grande ramo

occipital na parte traseira da cabeça, causando dores intensas e que se intensificavam com o

passar do tempo.

Como era de costume, as mulheres em Jerusalém ofereciam um preparo para aliviar a

dor durante uma crucificação. Embora, seja chamado de vinagre (fel) e vinho de fato se tratava

de ópio, preparo alucinógeno extraído da papoula. Em Provébios 31:6 diz: “Dai bebida forte ao

que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito”. Cristo recusou a oferta por

não querer deixar de sentir a dor que estava profetizada para Ele desde o início (Mateus 27:34).

Os ombros e os joelhos durante uma crucificação não ficavam retesados, a fim de que

uma pessoa condenada pudesse fazer alguns movimentos ou ainda respirar. Cristo conseguia

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com grandes esforços movimentar os seus músculos peitorais e os intercostais. A intenção era

dar condições para que o sofrimento do crucificado pudesse demorar até dias. Caso o contrário

a crueldade de uma execução na cruz seria muito maior e o crucificado teria morte imediata.

Os joelhos ficavam flexionados a mais ou menos 45 graus e as vítimas deveriam apoiar

o seu peso com os músculos das cochas. Mas esta posição é insuportável. É estimado que um

corpo consiga ficar nesta posição por no máximo 5 minutos. Logo a pessoa perde a força das

pernas e o peso do corpo vai ficar apoiado pelos braços e ombros.

Poucos minutos depois o ombro não suporta o peso e é deslocado do corpo. Em seguida

os cotovelos e os pulsos são deslocados também. O peso do corpo é transferido, então, para o

tórax, elevando as costelas como se ele estivesse inalando ar constantemente. A vítima precisa

fazer força nos pés para relaxar os músculos intercostais, mas as pernas não aguentam mais

pressão. A cada momento o ato de respirar fica mais difícil. Por este motivo o oxigênio no sangue

começa a diminuir e o dióxido de carbono (CO2) no sangue fica elevado. O dióxido de carbono

em excesso faz com que o coração bata mais rápido a fim de suprir o oxigênio para o corpo e

retirar o dióxido de carbono circulante. Expelir ar, quando possível era por expiração

diafragmática, que era fraca e superficial. O que faz surgir uma hipercardia. Nestes casos o

pericárdio, um saco que envolve o coração, enche-se gradualmente de um líquido e começa a comprimir

o coração, o que causa uma imensa dor e desconforto. Cada tentativa de respiração era significava uma

nova tortura. O coração começa a dar sinais de falha.

Segundo Ernest Renan, quando Cristo foi dado

como morto, já era 3 horas da tarde. A Lei judaica proibia

que o corpo ficasse no madeiro depois do anoitecer e

especialmente se o evento antecedesse o Sábado.

Deuteronômio 21:23 “O seu cadáver não permanecerá no

madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia;

porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não

contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em

herança”.

Os judeus pediram aos líderes romanos para não profanarem o Sábado continuando

com aquela execução. Para os judeus todas as execuções não deveriam passar das 18 horas.

Mas os romanos não tinham este hábito, conclui Renan. Os romanos concederam o pedido dos

Judeus e para abreviar a morte dos crucificados mandaram quebrar os ossos abaixo dos joelhos

dos dois homens ao lado de Jesus na cruz. Esta prática era chamada de crurifragium.

Jesus não teve as suas pernas quebradas, pois um dos soldados romanos constataram

a sua morte ainda na cruz. Estava cumprida a profecia de Salmos 34:20 “Ele lhe guarda todos os

seus ossos; nem sequer um deles se quebra”.

Segundo João 19:34, um soldado traspassou sua lança entre o quinto espaço das

costelas, enfiado para cima em direção ao pericárdio, até o coração. “E imediatamente verteu

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sangue e água.” Provavelmente o sangue seja devido à perfuração da aurícula ou do ventrículo

direitos, distendidos e de paredes mais finas do que é encontrado no ventrículo esquerdo. Saiu

do corpo de Jesus o fluido do pericárdio com sangue do interior do coração. Pode-se então inferir

que Cristo tenha morrido por um choque e constrição do coração por fluidos no pericárdio. Estava

realizada a profecia em Salmos 22:14 “Como água me derramei, e todos os meus ossos se

desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.”

Os músculos peitorais maior elevam as costelas e ampliam a caixa torácica. Os músculos do

peitoral menor auxiliam na inspiração

Os músculos intercostais são encontrados entre as costelas, a origem fica em uma costela e a

inserção na costela subjacente. Fazem parte da mecânica respiratória se contraindo durante a

inspiração e expiração. Os intercostais externos elevam as costas durante a respiração e os

intercostais internos abaixam as costelas.

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