Lazer e Educacao Ambiental No Parque de Itacolomi
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ISSN: 1808-558X
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LAZER E EDUCAO AMBIENTAL NO PARQUE ESTADUAL DOITACOLOMI: EM BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA
LEISURE AND ENVIRONMENTAL EDUCATION IN THE PARQUEESTADUAL DO ITACOLOMI: LOOKING FOR LIFE QUALITY
JOICE YUKARI NISHIME1
RESUMO
Esta pesquisa estuda a Educao Ambiental(EA) e o lazer no Parque Estadual do Itacolomi(PEIT), MG, bem como a relao da comunidade ouropretana com o mesmo. Tem como
principais objetivos estudar o PEIT como equipamento de lazer, apontando sua importnciapara a comunidade ouropretana e para o turista; ressaltar a importncia do trabalho EA e aspossveis relaes com o lazer. Foram realizadas observaes diretas nas visitas agendadas ouno e, entrevistas semi-estruturadas com funcionrios, visitantes e pessoas da comunidade.Observa-se que o lazer, como prtica educativa, associada a EA, contribui para a formao do
cidado e desenvolvimento pessoal e social e que seu reconhecimento como um equipamentode lazer pblico um caminho para a reaproximao da comunidade com o mesmo,afirmando assim a relevncia que o Itacolomi possui na histria do lugar e o papel importanteda comunidade para a sua preservao.
Palavras-chave: Lazer, ecoturismo, comunidade, Parque Estadual do Itacolomi.
1 BACHAREL EM TURISMO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. [email protected] (AUTORA)
ESTE ARTIGO PARTE DA MONOGRAFIA, ENTITULADA " LAZER E EDUCAO AMBIENTAL NO PARQUE ESTADUAL DO
ITACOLOMI: EM BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA", DEFENDIDA NO CURSO DE TURISMO DA UNIVERSIDADE FEDERALDE OURO PRETO, EM 2007, SOB ORIENTAO DA PROFA. DRA. MARIA CRISTINA ROSA. DRA. EM EDUCAO(UNICAMP), MESTRE EM EDUCAO FSICA (UNICAMP) E GRADUAO EM EDUCAO FSICA. PROFESSORA NAUNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. [email protected]
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ABSTRACT
This research studies the environmental education and the leisure in the Parque Estadual doItacolomi, MG, as well as the ouropretenas community relation with the same. The mains
objectives are: to study the PEIT as a leisure equipment pointing out its importance to thecommunity and the tourist. Direct observations were accomplished in the scheduled andunscheduled visits as well as semi-structured interviews with employees, visitors and peoplefrom the community. It observes that the leisure, as an educative practice, associated to theenvironmental education, contributes to the citizens formation and social and personaldevelopment. It realizes that the recognition of the park as a leisure equipment is a way to there-approach of the community to the park, affirming nevertheless the relevance that theItacolomi has to the places history and the important role of the community for its
preservation.
Keywords: Leisure, ecotourism, community, Parque Estadual do Itacolomi.
INTRODUO
Ouro Preto faz parte de uma regio privilegiada, quando falamos de natureza, com
belas serras, contemplada com cachoeiras, trilhas para caminhadas e belezas cnicas. Um dos
principais representantes de toda a beleza natural do lugar o Parque Estadual do Itacolomi,
importante elemento da paisagem e na histria de Ouro Preto, pois o Pico do Itacolomi,
localizado em sua rea, foi referncia geogrfica para os bandeirantes que chegaram regio
no sculo XVII, em busca do ouro.
Esta pesquisa enfoca o Parque Estadual do Itacolomi (PEIT), unidade de conservao
com vocaes para o ecoturismo, lazer e educao ambiental (EA), destacando a interao da
comunidade da cidade de Ouro Preto com o parque.
O PEIT uma Unidade de Conservao de Proteo Integral, criado em 14 de junho
de 1967. Segundo a lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, a UC um
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Espao territorial e seus recursos ambientais, incluindo as guas jurisdicionais, comcaractersticas naturais relevantes, legalmente institudo pelo Poder Pblico, comobjetivos de conservao e limites definidos, sob regime especial de administrao,ao qual se aplicam garantias adequadas de proteo (SNUC, Cap 1, art 2, 2000, p.7).
gerenciado pelo Instituto Estadual de Floresta (IEF), que preza pela sua conservao
e manuteno, e pela Fundao Educativa de Rdio e TV de Ouro Preto (FEOP), que gerencia
juntamente com o IEF o seu uso pblico. Ocupa um espao de 7.543 hectares, estando situado
em Ouro Preto e Mariana, MG. Sua rea apresenta uma transio entre cerrado e mata
atlntica. Possui vrias cachoeiras, trilhas e infra-estrutura para receber visitantes composta
por portaria, setor de credenciamento, centro do visitante, banheiros e restaurante.
Visado especialmente por seu potencial ecoturstico, contemplado pela Mata Atlntica,
pelo cerrado, campo rupestre, afloramentos rochosos, e nascentes, o PEIT vem recebendo
desde 1991, com a criao da portaria, toda a infra-estrutura para o turismo e para se tornar
um completo equipamento de lazer.
Analisando-o como equipamento de lazer, este trabalho buscou compreender as
formas de uso do parque desde o sculo XVII at os dias de hoje, valorizando os trabalhos de
educao ambiental realizados e as possveis relaes entre o lazer e a educao, alm de
ressaltar a importncia da incluso da comunidade no parque.
Os objetivos da pesquisa foram estudar o Parque Estadual do Itacolomi como
equipamento de lazer, apontando sua importncia para a comunidade ouropretana e para o
turista; ressaltar a importncia do trabalho de educao ambiental e as possveis relaes com
o lazer; relevar o valor do lazer como prtica educativa para ser desenvolvido no parque e, apartir das melhorias no Projeto de Turismo (PROTUR), j implantado no PEIT, contribuir
para que o parque se consolide como atrativo ecoturstico e espao de lazer, propondo uma
maior interao da populao local com o parque.
Para tanto, foi realizada uma pesquisa que pode ser caracterizado como qualitativa. As
amostras no foram escolhidas estatisticamente e, sim, por meio de contatos com alguns
sujeitos considerados essenciais para o estudo da relao do Parque Estadual do Itacolomi
como equipamento de lazer, com os trabalhos de educao ambiental, com seus visitantes e dacomunidade que vive em seu entorno.
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O PEIT foi escolhido como estudo de caso pela relao que a pesquisadora j possua
com o parque e com o trabalho de educao ambiental ali desenvolvido. Dessa afinidade
surgiram indagaes sobre as relaes observadas entre o lazer e a educao desenvolvidos
nas atividades e entre a comunidade autctone e o parque.
Dessa experincia surgiu um afeto, pois o sentimento de pertencimento foi aflorado. A
partir desse sentimento a pesquisa surgiu a fim de questionar o lazer e a educao, o parque e
a comunidade, o ecoturismo e o parque, questes que nos aproximaram dos sujeitos
observados.
Assim, por toda a pesquisa no pudemos nos desvincular, enquanto pesquisadora dos
sujeitos que observamos, tornando a aproximao pesquisador e pesquisados essencial para o
estudo.
Essa relao, por exemplo, foi percebida por ns, quando, durante as observaes
realizadas no PEIT, no nos afastamos do momento pesquisado, e interagimos a todo instante
com os sujeitos e atividades que estvamos estudando. Assim, enquanto pesquisadoras nos
tornamos sujeitos da pesquisa, sem desviar-nos do principal objetivo, estudar as relaes e as
atividades ali exercidas.
Os primeiros passos da pesquisa foram os levantamentos bibliogrficos realizados.
So tantas informaes e autores que, no primeiro momento, houve a impresso de que a
pesquisa seria longa e complexa. A impresso no foi embora, mas com o tempo e com o
estudo dos autores, com os quais dialogamos neste trabalho, a pesquisa tornou-se mais clara,
fazendo com que o interesse pelo estudo ganhasse um flego.
Depois realizamos a pesquisa documental nos arquivos do prprio parque, nos quaisreunimos alguns projetos do PEIT e documentos que relatavam a histria do parque e as
formas de uso, desde o sculo XVII, quando os primeiros bandeirantes chegaram na regio.
Nesse momento percebemos o quanto a histria do parque aproximava-se da histria de
muitas famlias de Ouro Preto, mas que no possuem mais um vnculo forte com parque.
Nessa hora, a pesquisa foi enriquecida com a realizao da entrevista semi-estruturada a ns
concedida pelo senhor Antnio, um morador da cidade, que hoje reside no centro urbano, mas
cresceu dentro das dependncias do parque e possui uma grande relao de afetividade com oPEIT.
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Vale a pena ressaltar que o senhor Antnio surgiu nessa pesquisa por uma
coincidncia da vida. Em uma tarde, estando em uma vidraaria para encomendar um quadro
de fotos, das quais uma delas registrava um cenrio do parque, o senhor Antnio, encantado
com a imagem, perguntou que lugar era aquele. Quando soube que aquela foto havia sido
registrada no PEIT, a emoo veio tona e ele compartilhou a sua histria vivida no parque.
Naquele momento, percebemos que ele era um sujeito que iria compor a alma do trabalho.
Desprovidas de um material que nos ajudasse a colher tantas informaes, voltamos em um
outro dia para realizar a entrevista, que o senhor nos concedeu com muita alegria. Nessas
ocasies, o prazer pela pesquisa crescia ao constatar o sentimento que o parque refletia no
somente na pesquisadora, como nos sujeitos pesquisados.
Procurando fatos que poderiam explicar o porqu do distanciamento que a
comunidade viveu do parque, fomos at a 8 Companhia Independente da Polcia Militar da
cidade de Ouro Preto buscar o levantamento de ndices de ocorrncias registradas com os
freqentadores do parque. Sem sucesso, a pesquisa foi impossibilitada depois de algumas
semanas a procura de algum que pudesse nos autorizar a investigao. Com a ajuda de um
membro da PM, constatamos que a polcia da cidade no arquivava os boletins de ocorrncia
nas suas dependncias, enviando-os para Belo Horizonte. A pesquisa que ainda poderia ser
realizada em Belo Horizonte foi inviabilizada porque, provavelmente, esses documentos j
no existiam mais, pois so incinerados.
Com essa impossibilidade, fomos buscar em outros sujeitos as questes que no
puderam ser respondidas naquele momento, alm de outras indagaes que acrescentariam
valor a pesquisa. E assim elaboramos entrevistas semi-estruturadas para funcionrios quetrabalham no PEIT e para visitantes que encontraramos durante as observaes de campo.
Tnhamos a expectativa da interao desses sujeitos com a pesquisa por estarem uns
trabalhando e convivendo com as questes levantadas e outros por visitar o PEIT.
Com intuito de levantar dados sobre o comprometimento da populao com a natureza
e sua conservao, entrevistamos tambm a comunidade ouropretana diante do parque, do
turismo e de seu interesse em ser agente ativo na busca da defesa do seu patrimnio, no caso,
o Parque Estadual do Itacolomi.
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Como planejado, realizamos as entrevistas. Alguns tiveram muita dificuldade em
estabelecer o dilogo, talvez pela formalidade, pelo uso do gravador ou, at mesmo, pela
timidez. Mas as dificuldades foram ultrapassadas e os bate-papos com os sujeitos
acrescentaram muito valor a pesquisa.
As entrevistas foram transcritas, no de forma literal, pois realizamos algumas
modificaes, sem transgredir as intenes da fala para que auxiliassem a leitura. Deixamos,
em vrias entrevistas, de transcrever mais do que as falas, os gestos e as expresses que
ajudariam o leitor a compreender melhor as situaes ocorridas. Fato que nos alerta, enquanto
pesquisadora, da possibilidade de crescimento nos prximos trabalhos.
Ao mesmo tempo em que as entrevistas foram sendo realizadas, as observaes de
campo foram acontecendo. E mais do que observaes, foram momentos em que as
experincias anteriores foram revividas, porm com outros olhos e com outros propsitos.
Assim, mais do que observao, realizamos a pesquisa, vivenciando-a.
As observaes diretas foram realizadas durante as visitas que o parque recebia no
perodo da pesquisa. Houve contato com os visitantes e com as atividades estudadas por este
trabalho, fato que agrega valor, pois a experincia da vivncia no s assistida, mas tambm
compartilhada entre os sujeitos e a pesquisadora.
Enfim, por esse caminho traado com os sujeitos, destacamos as reflexes que
compem este trabalho, que s um comeo para muitas discusses de temas, como lazer,
educao, ecoturismo, comunidade e outros pertinentes a sobrevivncia e preservao do
parque.
No primeiro momento discutiremos sobre a histria do PEIT e suas formas de usodesde o sculo XVII, quando o Pico do Itacolomi tornou-se referncia para bandeirantes e a
rea do parque passou a ser utilizada. Ainda esclarecemos as formas de uso recentes como
atrativo ecoturstico.
No segundo momento resgatamos alguns eventos que contriburam para o
entendimento da educao ambiental, alm de demonstrar a importncia da EA para o PEIT,
para a comunidade e para os visitantes.
Na terceira e ltima discusso, abordamos a relao entre a educao e o lazer, e aimportncia dessa afinidade. Ainda tratamos da importncia do entendimento do lazer para o
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parque e do seu duplo aspecto educativo, afirmando que to importante quanto a educao
pelo lazer a educao para o lazer.
O PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI: HISTRIAS E FORMAS DE USO
A regio do Parque Estadual do Itacolomi faz parte da histria das Minas Gerais desde
seu descobrimento pelos primeiros bandeirantes que l chegaram e encontraram o preciosometal: o ouro. (RELATRIO TERRA , 2004)
Aos ps do Itacolomi, que viu a cidade crescer e passar por tantas transformaes at
chegar aos dias de hoje, a histria de Ouro Preto comea afirmando o grande valor histrico
que o parque tem para a comunidade no final do sculo XVII, incio do XVIII.
importante destacar que, desde o sculo XVII, a rea do parque j era utilizada pelo
homem e passou a ser mais vigorosamente utilizada a partir de 1693, quando a Bandeira de
Antnio Rodrigues de Arzo encontrou ouro pela primeira vez na regio e, em 1698, aBandeira de Antnio Dias avista o Pico do Itacolomi, que passou a ser um marco referencial
para a regio (RELATRIO TERRA, 2004).Dessa forma, intensificou-se o uso do espao,
que hoje constitui o PEIT, como uma rea de passagem para as bandeiras que chegavam em
busca do ouro.
Entre 1706 e 1708 foi construda, na rea do PEIT, pelo 2 GuardaMor da Capitania
de Minas, Domingos Bueno, a Casa Bandeirista, que servia para o recolhimento do imposto
Quinto sobre o ouro retirado das minas, alm de ser uma rea de descanso para os viajantesque ali passavam e podiam amarrar seus burros para descansar. Acredita-se que essa casa
foi o primeiro prdio pblico de Minas Gerais (RELATRIO TERRA, 2004).
A histria do PEIT deixa vestgios sobre a utilizao de seu espao desde o
descobrimento das Minas e hoje, alm de ser um espao de lazer, um marco para a histria
de famlias que vivem em Ouro Preto e que, muitas vezes, no se apropriam do parque como
patrimnio.
Independente de correntes que defendem ou no a existncia do lazer antes da
Revoluo Industrial , importante destacarmos que desde o sculo XVII a rea do parque era
utilizada tanto para o trabalho, quanto para o descanso, fato que acrescenta conhecimento ao
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trabalho que considera o parque durante toda a sua existncia como espao importante para a
comunidade, seja como espao de trabalho ou como espao de lazer.
Ao final do ciclo do ouro, a fazenda perde sua importncia social, deixando assim um
vazio de relatos histricos sobre essa rea, mas, ao ter sua rea transformada em uma
grande fazenda, denominada Fazenda do Manso, passa a produzir ch preto, que era
exportado para outros pases, dando nova vida ao lugar.
Para este trabalho, mais importante que a atividade do plantio, como as pessoas que
trabalhavam na fazenda faziam uso do espao e do tempo.
Os acontecimentos que ocorriam na fazenda na viso de um dos entrevistados, Sr.
Antnio, so todos interligados e no havia tempos e espaos distintos para as atividades.
Segundo Rosa (2004, p.66), nas sociedades rurais, trabalho, no trabalho, diverso, religio,
etc., esto relacionados, no ocorrendo uma diviso rgida, portanto.
Se considerarmos que a rea do parque foi por muitos anos, principalmente no sculo
XX, com a produo do ch, um espao de trabalho, temos que considerar os momentos do
tempo disponvel que esses trabalhadores tinham e muitos deles passavam esse tempo dentro
da fazenda, no mesmo espao de trabalho, mas utilizando-o de outras formas, como para
festas, leiles, pesca. O espao de trabalho tornava-se por vezes o espao de lazer. As crianas
que residiam com seus pais na fazenda ou que os acompanhavam durante o trabalho
utilizavam o espao para suas brincadeiras, transformando o espao de trabalho de seus pais
em um espao para o ldico.
Considerando o comeo do sculo XX, no era comum as pessoas que trabalhavam
e/ou residiam no parque freqentarem os espaos de lazer da cidade, como relata o Sr.Antnio, assim o parque era o espao de lazer para os trabalhadores da fazenda. E nesse
espao de lazer foram relacionados dois pontos essenciais estudados nesse trabalho: o lazer e
a natureza (meio ambiente do parque).
Com as vrias formas de utilizao do tempo e do espao do parque durante todos
esses anos, inclusive para o lazer, estabeleceu-se uma relao muito forte com a comunidade.
Mas essa relao hoje, tambm modificou-se, pois a comunidade j no freqenta o parque
com a mesma assiduidade. Acreditamos que muitos fatores levaram a relao comunidade- parque a chegar nesse estado de afastamento, mas acreditamos tambm que isso pode ser
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revertido atravs de projetos que visem a aproximao e o despertar do sentimento de
pertencimento da populao.
poca em que nosso entrevistado, Sr. Antnio, residiu na fazenda, o proprietrio
chamava-se Jos Salles de Andrade. E nesse perodo, em 1967, por intermdio de ex-alunos
da Escola de Minas, que mais tarde tornou-se a Universidade Federal de Ouro Preto, foi
criado o parque, denominado depois Parque Estadual do Itacolomi, a fim de conservar a
fauna, a flora e a histria do local (RELATRIO TERRA, 2004), pois o espao era
considerado um laboratrio vivo de aprendizado e essa justificativa fez com que o ento
governador Israel Pinheiro aprovasse a sua criao em 14 de junho de 1967 atravs do decreto
Estadual 4495 (RELATRIO DIPUC,2004).
Com a sua criao as cidades de Ouro Preto, Mariana e regio garantiram que pelo
menos uma parte de seu meio ambiente natural fosse conservado, mesmo depois de toda
explorao que a regio sofreu no apogeu do ouro e ainda vem sofrendo com as mineradoras
que exploram a regio. E as escolas das cidades obtiveram mais um espao para realizao de
estudos, pesquisas e discusses ambientais criando possibilidades de desenvolver a educao
ambiental.
Em 1974, Tarqunio Barbosa de Oliveira compra a Fazenda do Manso, localizada
dentro do parque e tentou retomar a produo do ch, mas no obteve sucesso. Sua poca,
todavia, lembrada por um dos antigos trabalhadores pelos bailes e muitas festas realizadas
na fazenda. Esses trabalhadores gostavam das festas e lembram que dono da fazenda no tinha
preconceitos e chamava todos que trabalhavam na fazenda para as festas (RELATRIO
TERRA, 2004).Interessante ressaltarmos como os momentos de lazer so evidenciados nas
lembranas dos trabalhadores, mesmo ocorrendo no espao de trabalho.
O tempo de trabalho esteve agregado aos tempos e movimentos das pessoas que
conviviam no parque. At os dias de hoje essa relao de espao de trabalho, espao de lazer e
natureza acontece, pois muitos so os trabalhadores do parque, desde os funcionrios que
prezam pela manuteno at os funcionrios do uso pbico, que o utilizam como espao de
lazer em seus tempos disponveis. Esse lazer vivido por essas pessoas que trabalhavam e/ouresidiam no parque e dos que ainda trabalham e vivem em seu entorno um fato interessante
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pois ocorre no mesmo espao de trabalho. Bahia (2006, p. 41), ressalta uma importante
contribuio para esse tempo e esse espao:
[...] aspecto de extrema importncia a compreenso de que o lazer, enquantocultura vivenciada no tempo disponvel, no se encontra em contraposio aotrabalho e s demais esferas da vida humana, e sim, como um instrumento demudana social, que pode ser capaz de superar a viso funcionalista e trazer valoresrevolucionrios capazes de educar as pessoas para vivenciarem de forma crtica ecriativa os seus momentos de tempo de lazer e de tempo de trabalho.
No entanto, o lazer sempre esteve presente nas atividades do parque, mesmo que nofosse o fim principal, j sinalizando que o espao tinha potencialidades para se transformar
em um equipamento de lazer.
Mais tarde, quando o local deixou de ser passagem das minas e fazenda de plantaes
de ch, perdendo assim seu carter de espao de trabalho, o abandono fez com que muito do
patrimnio fosse perdido pela devastao do tempo, da m conservao e de aes do homem.
Mas um importante fenmeno observado foi que a populao estabeleceu uma aproximao
com o parque. Utilizando-o como equipamento de lazer, principalmente os jovens que
realizavam caminhadas at o Pico do Itacolomi, acampavam na rea da fazenda e utilizavam
as guas das represas para banhar-se. Procuravam por l a liberdade no encontrada mais na
cidade, a fuga do urbano, a aventura e os desafios da natureza.
Em 1995 o IEF compra, atravs de recursos da Taxa Florestal, a Fazenda do Manso.
Toda a rea de 7543 hectares do parque passa a pertencer ao Estado, que instala na sede da
fazenda, h pouco comprada, a administrao e funcionrios que deveriam zelar pela
conservao e pelo bom uso do local (RELATRIO DIPUC, 2004), mas percebe-se desde
ento o afastamento da comunidade do parque.
As causas desse afastamento no so ainda pesquisadas a fundo, e acreditamos que
vrios fatores podem ter contribudo, como: a taxa de visitao e o controle da visita, o que
muitas vezes pode ser considerado um ato inibidor para quem procura a natureza e a
liberdade.
Algumas reformas foram realizadas nas dependncias do parque at que, em primeiro
maio de 2004, acontece a sua abertura oficial para a visitao pblica. Neste momento, o
PROTUR, que tem administrao compartilhada entre IEF e FEOP, implanta a monitorao
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de visitas e o trabalho de educao ambiental utilizando o espao e as instalaes que o
parque oferece.
a partir dessa abertura que nossa pesquisa analisa o parque como equipamento de
lazer especfico turstico destacando suas potencialidades para o ecoturismo, sem, todavia,
deixar de considerar as vivncias de lazer, ento associadas ao trabalho, ali experimentado
pela comunidade.
Os equipamentos de lazer so locais onde acontecem os eventos, atividades,
programas e projetos de lazer, vinculados a uma poltica de lazer. Portanto consideramos o
PEIT um equipamento de lazer, especfico de turismo, que segundo Stucchi (1997), deve ser
destinado a programaes tursticas e atividades recreativas e pode ter programaes
diversificadas de lazer e recreao. localizado em uma rea de interesse turstico pelas
caractersticas geogrfico-naturais e histrico-culturais, tendo como pblico alvo
generalizado, que pode incluir a comunidade local, alm de possuir instalaes de apoio,
como restaurante e banheiros, e instalaes para atividades de lazer preferencialmente.
Mas o parque um equipamento de lazer diferenciado por ser uma unidade de
conservao que, alm dos propsitos de lazer, visa tambm a educao e a preservao da
natureza.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) a lei que rege o conjunto
de unidades de conservao federal, estadual e municipal, com intuito de estabelecer critrios
e normas para a criao, implantao e gesto dessas unidades (SNUC, 2000).
O PEIT encontra-se inserido no SNUC por fazer parte do grupo de Unidade de
Conservao de Proteo Integral. regido pelas mesmas disposies que um ParqueNacional, mas recebe o ttulo de Parque Estadual por ter sido criado pelo Estado e no pelo
governo federal. Encontra-se inserido no artigo 11 (SNUC, 2000, p. 14):
O Parque Nacional [e/ou estadual, municipal] tem como objetivo bsico a preservao de ecossistemas naturais de grande relevncia ecolgica e belezacnica, possibilitando a realizao de pesquisas cientficas e o desenvolvimento deatividades de educao e interpretao ambiental, de recreao em contato com anatureza e o turismo ecolgico.
Reforando os objetivos que o SNUC possui para todas as unidades de conservao, o
artigo que rege especificamente o parque estadual, vem reafirmar a necessidade do
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desenvolvimento da educao ambiental e da utilizao do espao pelo lazer, atravs das
atividades recreativas e o fortalecimento da atividade ecoturstica.
Portanto, as potencialidades que o PEIT possui como equipamento de lazer para as
atividades recreacionais, atrativo ecoturstico e para projetos de educao so legalmente
amparadas pelo SNUC e, apesar desses trabalhos j terem sido implantados no parque,
importante ressaltar que a educao ambiental deve ser um processo permanente, o
ecoturismo deve, em primeiro lugar ser compromissado com a natureza e no como mercado,
sendo assim, uma atividade ambientalmente responsvel e o reconhecimento do parque como
um equipamento de lazer deve ser evidenciado.
Quanto as atividades recreativas que o artigo cita, ressaltamos que a interpretao da
lei poderia ir alm da recreao que, segundo Marinho apud Marcassa ( 2004, p.201),
entendida como atividade fsica ou mental a que o indivduo naturalmente impelido para
satisfazer as necessidades fsicas, psquicas ou sociais, de cuja realizao advm o prazer. A
recreao entendida, portanto, como uma atividade em que, necessariamente, no h busca
significados, desenvolvimento, criticidade. Mas o lazer seria uma melhor adequao para a
lei, pois ele pode intervir na transformao de pensamentos, valores, buscando o
desenvolvimento do ser humano. O lazer no elimina a possibilidade da recreao, mas
deixamos claro que lazer e recreao no so sinnimos e o parque pode contribuir para as
pessoas alm do que a lei sugere.
[...] apesar da recreao e do lazer estabelecerem inmeras interlocues, principalmente por terem sido enquadrados no sculo XIX, como fenmenos
autnomos e organizados, cuja matriz se enraza no campo das chamadasmanifestaes ldicas, a construo social, histrica, poltica, cultural e educacionalde ambos foi completamente diferente em nossa sociedade (WERNECK, 2003, p.49).
Werneck (2003) em seu estudo considera que o lazer pode ser identificado pelo tempo
em que as pessoas tm para usufru-lo, aes e atitudes diante desse tempo, pelas
manifestaes culturais que podem ocorrer e pelo espao/lugar em que ele ocorre e a
recreao, como atividades que organizam esse tempo, espao, aes e manifestaes, pode
ser considerada como um meio eficiente de educao. Por isso entendemos que o PEIT, alm
de um espao para recreao em contato com a natureza, um espao de lazer.
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O Parque Estadual do Itacolomi, portanto, uma unidade de conservao, que busca
desenvolver atividades de educao. Indagamos se: o parque cumpre seu papel como espao
pblico de lazer, atravs das atividades do Projeto de Turismo implantado em 2004.
Vale dizer que a atividade turstica uma das potencialidades do parque que pode
favorecer uma aproximao tanto de visitantes quanto da comunidade que vive em seu
entorno. O turismo praticado no parque identificado como ecoturismo e encontra-se hoje,
em fase de reestruturao para melhorias em suas atividades, no atendimento ao pblico, seja
para contemplao, atividades recreativas, esportivas, lazer ou para educao ambiental.
A atividade ecoturstica no PEIT vem sendo desenvolvida h trs anos pelo PROTUR,
implantado pelo IEF e FEOP, que acompanha a visitao pblica do parque e as atividades de
educao ambiental. O ecoturismo faz do parque um diferencial para a regio, pois oferece o
contato com a natureza e possibilidades educacionais. Mas o parque ainda no um atrativo
reconhecido pelos turistas que visitam a regio e pelos moradores de Ouro Preto e Mariana
que vivem ao redor do parque. A baixa visitao pode ser entendida como essa falta de
conhecimento do parque como equipamento de lazer e atrativo turstico.
H muito trabalho a ser desenvolvido para se alcanar a repercusso desejada do
atrativo turstico constitudo pelo PEIT e o ecoturismo, que hoje, uma atividade valorizada
pela sociedade, que busca resgatar o contato com a natureza, pode contribuir para valorizao
da imagem do parque como produto turstico e, consequentemente, aumentar a freqncia do
uso pblico no parque. Pode tambm propiciar um uso consciente do parque que busca a
diminuio de impactos negativos e a valorizao da educao ambiental sendo o lazer um
meio e fim para alcanar tal objetivo.
Vale dizer que o turismo pode trazer benefcios para uma unidade de conservao.
Boo , apud Serrano (2001, p.111), destaca seis pontos relevantes para essa relao:
- a possibilidade de uma maior integrao das Ucs com comunidades locais e com asociedade mais ampla;- a circulao de informao ambiental por meio de programas educativos e daprpria visitao;
- o aumento da oferta regional de espaos de recreao e lazer;- a adeso de visitantes s tarefas de fiscalizao;- a facilidade do controle sobre grupos organizados;
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- a divulgao da prpria unidade e o estabelecimento de redes de interessadosem sua manuteno.
As consideraes da autora so relevantes, j que o desenvolvimento do turismo em
reas de unidades de conservao pode gerar benefcios para a comunidade e para a sociedade
em geral (Serrano 2001). Alm do fato de que a relao benfica do turismo e das ucs
proposta por Boo enquadra-se bem aos objetivos que o SNUC prope para o parque. A autora
contribui mais ainda quando destaca a importncia do envolvimento da comunidade com o
PEIT e resgata a importncia da educao, da recreao e do lazer que podem contribuir para
a valorizao do parque e dos valores e histrias esquecidas.
A ajuda destacada da comunidade na fiscalizao e o sentimento de pertencimento,
podem fortalecer a preservao do parque e fomentar a visitao tanto turisticamente, quanto
o uso da prpria comunidade que possui um equipamento de lazer pblico ainda pouco
freqentado.
Potencializar a atividade ecoturstica no PEIT no uma simples tarefa, pois envolve
muitas aes, como divulgao, estruturao e execuo de projetos, ter recursos humanos,
financeiros e materiais, alm de uma administrao do uso pblico que inove em atrativos e
que tenha conhecimento e coloque em prtica as vantagens do ecoturismo, usando-as em
favor da preservao, da qualidade do atendimento, dos trabalhos educacionais e do estmulo
ao uso do espao como equipamento de lazer, no s dos visitantes oriundos de outras
cidades, mas tambm da comunidade que vive no entorno do parque.
Figueiredo (2000, p. 56) observa que:
[...] apesar das suas potencialidades, a atividade turstica no tem vindoacompanhada de um planejamento adequado, no tem propiciado espao para umaparticipao da populao adequado, no tem propiciado o entrosamento entre osvrios segmentos sociais envolvidos.
Assim, a educao e o lazer aparecem em nosso trabalho como atividades vitais para o
planejamento do ecoturismo no Parque Estadual do Itacolomi. Trabalhados simultaneamente
podem trazer bons resultados para a efetivao do parque como equipamento de lazer para
ecoturistas e para a comunidade.
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Cascino (2001, p. 200) fala sobre as possibilidades do ecoturismo proporcionar no
mesmo tempo e espao, a educao e o lazer, transformando essa relao em busca de
solues de muitos problemas da sociedade. Assim,
Sair da sala de aula, ir natureza, fazer um passeio, descobrir novas trilhas,transportar a sala de aula na mochila, muito mais que propor simplesmentemomentos recreativos, de lazer, ou um espao de descontrao. tudo isso, mas tambm a incrvel possibilidade de que elementos antes desconhecidos possaminteragir, que professores percam suas inibies diante dos alunos, que o inesperado
acontea e provoque dor e risos, derrubando mscaras e fantasmas. Para alm,portanto, da mera atividade recreativa, estamos diante de uma concreta sada parainmeros problemas.
Mais do que a recreao, o lazer pode, juntamente com a educao, possibilitar a
reflexo e transformao da sociedade, fazendo que o tempo de lazer no seja somente usado
para atividades recreativas, mas tambm como tempo e espao para o desenvolvimento do ser
humano.
O ecoturismo proporciona experincias talvez nunca vivenciadas, podendo despertar
nas pessoas o prazer em seus momentos de lazer na natureza. Essas vivncias no deixam de
ser aprendizado para a vida e a educao ambiental intrnseca s atividades na natureza, a
essas vivncias.
A prtica consciente do ecoturismo no parque relaciona-se diretamente com a
educao ambiental. A educao por si s, sempre foi uma tima opo para enfrentarmos
problemas sociais. A EA proporciona a reflexo sobre a qualidade de vida, os problemas
sociais, o consumo, a explorao. Ela integra conhecimentos e pode dar um novo sentido para
a vida, desde que desperte as pessoas para uma nova conscincia da importncia do meio, da
preservao e para a to almejada qualidade de vida.
O Parque Estadual do Itacolomi um espao onde a educao ocorre e possui
potencialidade para que trabalhos educativos ocorram de forma prazerosa atravs da educao
informal ou atravs da relao da educao formal e informal, realizada atravs de trabalhos
que envolvam a comunidade e os turistas nas atividades do parque.
O PEIT realiza o trabalho de educao ambiental no s exclusivamente com os
grupos escolares, mas, com todos os visitantes que passam pelo parque. Mesmo o visitante
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que no vai ao parque com esse intuito, aprende algo, pois o contato do homem com a
natureza, quando de forma positiva, sempre enriquecedor.
Portanto, quando falamos em educao, falamos sobre a educao em tempos e
espaos diferentes, que pode formar indivduos crticos e capazes de transformar a sociedade
em que esto inseridos, proporcionando o desenvolvimento humano.
O espao natural em que o PEIT se constitui e os trabalhos realizados em prol da
educao podem proporcionar atravs das atividades e da vivncia com a natureza um
trabalho educativo promissor.
Aliado educao, o lazer ser considerado como uma prtica educativa que:
[...] s tem sentido se falar em aspectos educativos do lazer, se esse for consideradocomo um dos possveis canais de atuao no plano cultural, tendo em vista contribuirpara uma nova ordem moral e intelectual, favorecedora de mudanas no plano social(MARCELLINO, 1998, p. 63).
Consideramos assim, que a educao uma forma concreta de interveno do homem
no mundo. Como Paulo Freire (2003, p.98) afirma,
Outro saber de que no posso duvidar um momento sequer da minha prticaeducativo-crtica o de que, como experincia especificamente humana, a educao uma forma de interveno no mundo.
A educao mais do que ensinar, a troca de experincias entre as pessoas em busca
do desenvolvimento humano, em busca de aprender o que o outro tem para ensinar e poder
contribuir no ensinamento do que o outro tem para aprender.
[...] ensinar no transferir conhecimentos, contedos nem formar ao pelaqual um sujeito criador d forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. No h docncia sem discncia, as duas se explicam e seus sujeitos apesar dasdiferenas que os conotam, no se reduzem condio de objeto, um do outro.Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE,2003, p.23)
Essa relao do ensinar e do aprender pode ser observada no PEIT. Os conhecimentos
adquiridos nas atividades durante as visitas podem ser levados para os lugares onde osvisitantes convivem, como nas casas e escolas, e na relao com outras pessoas. Assim, eles
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aprendem no parque e podem ensinar fora dele, fazendo com que o conhecimento se
multiplique atravs das amizades, da famlia, da escola.
Essa troca de conhecimento tambm acontece dentro do parque uma vez que os
visitantes trazem consigo seus conhecimentos e contribuem com informaes novas para as
atividades e para o trabalho de monitores que realizam as atividades educacionais durante as
visitas.
Observou-se que os professores que acompanharam os grupos escolares que visitaram
o parque durante o perodo de observao estabelecem uma via de mo dupla com os
conhecimentos e contedos trabalhados no parque pois, atentos s atividades, os professores
afirmaram que pretendiam voltar com os temas trabalhados para dentro da sala de aula a fim
de estimular a reflexo dos alunos sobre o aprendido.
As atividades educacionais so variadas e buscam, alm de ensinar prticas
ecolgicas, repassar conhecimentos sobre a fauna e a flora do parque. Essas atividades
proporcionam momentos em que o grupo de visitantes se relaciona entre si e com a natureza,
momentos em que a atividade exige confiana no outro, silncio, reflexo, agilidade, unio.
Esses vrios momentos possibilitam aos visitantes vivenciarem diferentes momentos na
natureza.
A educao trabalhada no PEIT, especificamente, a educao ambiental. A natureza
encontrada no parque potencializa o espao para que a EA seja trabalhada de forma bem
sucedida, incentivando no s atitudes ecologicamente corretas, mas tambm a valorizao e
a preservao do prprio parque.
Para o PEIT, o meio ambiente focalizado neste estudo, a educao ambiental umadas principais preocupaes. Segundo a lei que rege as Unidades de Conservao, um parque
deve possibilitar atividades de educao e interpretao ambiental, pois seu espao contribui
para a conservao e percepo da natureza pela sociedade.
Vale dizer que o meio ambiente torna-se desde a dcada de 1960 um tema importante
a ser abordado pela sociedade e estudiosos, uma vez que catstrofes naturais, aumento da
poluio e do consumo e grandes problemas gerados pelo modo de produo vigente tornam-
se alvo de preocupao para as geraes atuais e futuras.
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Discusses surgiram a fim de que as naes repensassem suas aes, criando
movimentos a favor da proteo da natureza e melhoria da qualidade de vida (SERRANO,
1997, p. 5).
Uma das principais aes discutidas em todos os eventos foi e continua sendo a
educao ambiental, reconhecida como uma ao essencial, j que pode ser difundida em
massa, sensibilizando crianas e adultos.
A educao ambiental segundo um artigo da Secretaria de Meio Ambiente de So
Paulo (1999, p. 6):
educao ambiental a preparao de pessoas para sua vida enquanto membros dabiosfera; educao ambiental o aprendizado para compreender, apreciar, saber lidar emanter os sistemas ambientais na sua totalidade; educao ambiental significa aprender a ver o quadro global que cerca umproblema especfico sua histria, seus valores, percepes, fatores econmicos etecnolgicos, e os processos naturais ou artificiais que o causam e que sugeremaes para san-lo; educao ambiental a aprendizagem de como gerenciar e melhorar as relaesentre a sociedade humana e o ambiente, de modo integrado e sustentvel; a educao ambiental significa aprender a empregar novas tecnologias, aumentara produtividade, evitar desastres ambientais, minorar os danos existentes, conhecere utilizar novas oportunidades e tomar decises acertadas.
Educao ambiental fundamentalmente uma educao para a resoluo de
problemas, a partir das bases filosficas do holismo, da sustentabilidade e do aprimoramento.
Na compreenso desse trabalho, a educao ambiental vai alm da resoluo de
problemas buscando a coibio de novos problemas. Por isso a educao ambiental, aqui, o
aprendizado do homem para relacionar-se com a natureza de forma equilibrada, no pensandos em produtividade e crescimento econmico, mas sim na qualidade de vida do ser humano,
no desenvolvimento e na preservao da natureza e do bem-estar das geraes futuras que
vivero impactos negativos da destruio da natureza, mas que tambm podem viver
conseqncias boas, fruto de uma educao ambiental comprometida com a natureza e com o
homem.
Alm das discusses sobre a educao, esse trabalho ainda discute sobre a importncia
a relao da educao e do lazer para o PEIT e para a comunidade.
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A relao lazer e educao reconhecida pelos visitantes como fundamental para o
parque, j que ele um equipamento de lazer utilizado para atividades educacionais.
Luis Carlos, professor que acompanhava um grupo de alunos durante uma visita ao
PEIT organizada pela escola Santa Dorotia de Belo Horizonte, ressalta a importncia do
aprendizado aliado ao prazer na busca da construo do conhecimento.
O professor destaca ainda a importncia para o aluno de vivenciar momentos na
natureza que complementam os contedos estudados em sala de aula de forma descontrada,
mas compromissada com o conhecimento, pois as atividades que eles realizam no parque so
discutidas em sala de aula posteriormente, criando assim uma via de mo de dupla da
educao, isto , o aprendizado caminha por entre a escola e o parque. Acreditamos ainda que,
o aprendizado que ocorre no parque pode ir alm da relao com os contedos escolares,
possibilitando o crescimento do conhecimento e o desenvolvimento dos alunos.
Os trabalhos realizados discutem as prticas ecologicamente corretas, a importncia da
natureza e sua preservao, o equilbrio ecolgico e as aes do homem na natureza. Os
alunos, que visitam o parque atravs do trabalho conjunto de escolas e do PEIT, apresentam
comportamentos interessantes como: maior participao nas discusses e envolvimento nas
atividades por espontnea vontade.
Nota-se que maior o envolvimento do grupo de alunos atravs das atividades
recreativas, que utilizam do ldico para ressaltar valores, dilogos e reflexes sobre as
questes ambientais.
Vale dizer que o ldico no entendido como uma evaso da realidade ou estimulador
do conformismo com a sociedade em que se vive, mas sim colaborador da emancipao dossujeitos por meio do dilogo, da reflexo crtica, da construo coletiva e da contestao e
resistncia ordem social e excludente que impera em nossa realidade (GOMES, 2004, p.
146).
Na relao entre educao e lazer, a produo do conhecimento deve permitir aos
sujeitos novos horizontes, possibilitando tanto a melhoria na qualidade de vida, com
condies objetivas e progressivas, medida que se prope forjar sujeitos prticos-reflexivos
(FRANA, 1999, p.35).
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A aproximao da educao e do lazer pode contribuir para a preservao do PEIT e
para a qualidade de vida de quem o freqenta e mora em seu entorno, uma vez que, prope
aos sujeitos, no caso os visitantes do parque, avistar novos horizontes e refletir sobre suas
aes que tm contribudo ou no para o bem-estar prprio e para a preservao da natureza.
Nilva, uma visitante do parque, ao ser questionada sobre a influncia da preservao
do parque na sua qualidade de vida contribui com pensamentos que vo alm de preocupaes
com a sua prpria vida somente. Ela releva a vida de todos que se inserem na sociedade em
que ela vive e a preocupao com o estado em que o mundo se encontra, no qual a qualidade
de vida muitas vezes esquecida e substituda pela correria e stress do trabalho. Ao ser
perguntada se a visita que realizava no PEIT e a preservao do parque influenciam na sua
qualidade de vida, ela diz:
Na minha? Na sua? Ou na nossa?(sorri). Sim, como eu falei no princpio, eu achoque esse contato com o verde, com a natureza, com as plantas, tudo isso nos d umasensao de paz, de relaxamentos, ainda mais agora nesse mundo corrido que a
gente vive, um momento propicio pra isso.
importante ressaltar que a visitante ao considerar a pergunta sobre a influncia do
parque na sua qualidade de vida, uma pergunta pertinente a todos que convivem com ela,
acredita que a comunidade ouropretana se beneficia diretamente com a preservao do
parque.
Na possibilidade de melhoria de vida atravs do lazer e da educao podemos
encontrar a aproximao das pessoas com o parque, reforando o sentimento de
pertencimento e de cuidado com o patrimnio natural. Principalmente a (re)aproximao da
comunidade que vive em seu entorno, nos municpios de Ouro Preto e Mariana, so
fundamentais para a sua preservao. E para os quais o parque fundamental, j que faz parte
da histria do lugar e pode se constituir como um equipamento de lazer pblico e de educao
para toda a populao.
A importncia do lazer como prtica educativa para o parque, para a comunidade e
para os visitantes fundamenta-se na contribuio de Marcassa (2004, p.128) quando a autora
explicita que:
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[...] o lazer um espao de educao constante, uma vez que permite ais indivduoso descanso e a recuperao das suas foras fsicas e mentais para o retorno aotrabalho, alivia as tenses, mantm-nos ocupados em atividades que lhes do prazere, ainda, promove seu desenvolvimento pessoal e social, condio indispensvelpara que o homem se mantenha em equilbrio e, assim, possa dispor de toda suaenergia e inteligncia para a resoluo dos problemas e a criao de respostasajustadas s mudanas rpidas e emergentes da vida moderna, dando suacontribuio para o bem-estar geral da nao.
A busca do equilbrio do homem, citada acima, compreendida tambm como
equilbrio do homem e da natureza. Esse equilbrio pode proporcionar a melhoria da relaodo PEIT com a comunidade e com os visitantes, contribuindo assim para sua preservao. Por
isso, o lazer e a educao possuem papis essenciais para a sobrevivncia do parque j que a
comunidade tem papel fundamental na sua proteo como patrimnio cultural e natural e os
visitantes contribuem para divulgao tanto da imagem do parque refletindo em sua
sustentao financeira, quanto de atitudes ecologicamente corretas dentro de uma UC.
O principal objetivo da interao do lazer com a educao a melhoria da qualidade
de vida das pessoas, tornando-as crticas, criativas e livres para fazer escolhas e contribuir
com a sociedade e preservao da natureza.
Alguns autores como Camargo (2002) e Marcellino (1998) discutem sobre dois
aspectos educativos do lazer: o lazer como veculo de educao e o lazer como objeto de
educao.
Trata-se de um posicionamento baseado em duas constataes: a primeira, que o lazer
um veculo privilegiado de educao; a segunda, que para a prtica positiva das atividades
de lazer necessrio o aprendizado, o estmulo, a iniciao, que possibilitem a passagem de
nveis menos elaborados, simples, para nveis mais elaborados, complexos, com o
enriquecimento do esprito crtico, na prtica ou na observao. Verifica-se, assim, um duplo
processo educativo - o lazer como veculo e como objeto de educao (MARCELLINO,
1998, p.58).
Esses aspectos so relevantes para este trabalho uma vez que a educao para e pelo
lazer so fatores que devem ser considerados nas atividades do PEIT.
Enfim, essas e outras observaes confirmam que a educao para e pelo lazer no
podem ser entendidas separadamente e sim como canais complementares, pois quando
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ocorrem simultaneamente cumprem, duas funes importantes: alertar o homem sobre a
importncia do lazer em sua vida e contribuir para o desenvolvimento pessoal e social.
O duplo aspecto educativo do lazer poder ser observado no PEIT uma vez que os
trabalhos de educao ambiental pelo lazer, j ocorridos, despertem a significncia da
educao para o lazer, incentivando os visitantes a valorizarem o parque como um
equipamento de lazer pblico.
O Programa de Turismo vem tentado desenvolver atividades que aproximem a
comunidade e os turistas ao parque como os projetos de educao ambiental que vm sendo
realizados. A busca pela natureza vem se manifestado na sociedade, que com a vida carregada
de trabalho e de elementos urbanos e cada vez mais distantes de reas naturais como o PEIT,
sente a necessidade da fuga da cidade buscando a paz e a harmonia da natureza. O parque
surge nesse contexto como um lugar onde podem experimentar novas vivncias e sensaes
que no existem nas cidades. (BAHIA, 2005).
Com o reconhecimento da importncia da educao e do papel fundamental que o
lazer pode ter por toda a histria do parque, afirmamos aqui a relao fundamental que e o
lazer e a educao ambiental possuem para o PEIT como instrumento essencial na sua
sobrevivncia e na sua reaproximao com a comunidade e com os visitantes.
Alm das prticas recreativas e das vivncias do ldico, o lazer como educao
permite discusses que promovem saberes e desenvolvimento crtico e criativo do homem,
podendo assim contribuir para a sua qualidade de vida e para a preservao do parque.
CONSIDERAES FINAIS
Essa pesquisa foi elaborada a fim de levantar questes importantes para o Parque
Estadual do Itacolomi, como os trabalhos de educao ambiental, a relao do lazer com o
parque e com a EA e a relao do ecoturismo e da comunidade com o parque.
Essas questes foram analisadas a partir dos sujeitos envolvidos, tanto funcionrios do
parque, quanto moradores da comunidade e visitantes, alm das observaes de campo e do
dilogo com vrios autores que trouxeram conhecimentos pertinentes a pesquisa.
Em momento algum a pesquisadora se distanciou dos sujeitos e do objeto estudado,reafirmando assim, o vnculo j existente entre pesquisadora e pesquisa antes mesmo do
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trabalho se iniciar. Essa relao em muitas ocasies contribui para o entendimento da
pesquisa e para o enriquecimento do trabalho.
Assim, durante a pesquisa constatou-se que a histria do parque, desde o sculo XVII,
quando o ouro foi descoberto nas minas, relaciona-se com o surgimento da cidade de Ouro
Preto e com as origens das famlias que se fixaram na regio, formando a comunidade
ouropretana.
Essa comunidade teve durante muito tempo uma forte relao com o PEIT,
principalmente no incio do sculo XX, quando vrias famlias trabalhavam na colheita de ch
que era cultivado na Fazenda do Manso, rea que pertence ao parque. Mas atualmente,
percebe-se que a comunidade j no tem mais o mesmo envolvimento com o parque, e que
esse fato pode no contribuir para a preservao do parque e para a utilizao de seu espao,
como equipamento de lazer.
A aproximao da comunidade que vive ao entorno do parque vital para sua
preservao, assim como o parque essencial para essa populao como espao de lazer,
patrimnio de suas prprias histrias e contribuinte para suas qualidades de vidas.
A criao da portaria do parque, e o fato dele tornar-se um atrativo turstico o qual em
seu planejamento no houve a total incluso da comunidade, pode ter sido um dos fatores que
distanciou a comunidade do entorno do parque. Aucilino, (1999, p. 34) acrescenta que:
S no se pode esquecer que lutar pela preservao de certos espaos naturais lutar
tambm pela manuteno e pela valorizao da comunidade humana que ali vive. O turismo
deve constituir-se numa atividade centrada no homem, no ser humano, no enriquecimento
cultural do visitante, atravs do fortalecimento cultural de quem o recebe.Portanto, consideramos a comunidade elemento essencial tanto para a atividade
turstica quanto para a prpria preservao do parque. E acreditamos que so essenciais
iniciativas que busquem a reaproximao da populao autctone com o parque, atravs de
trabalhos de educao, de conscientizao do pertencimento do parque s suas histrias e do
incentivo ao uso do espao do parque como espao de lazer pblico para a comunidade.
Alm da falta de aproximao da comunidade, o PEIT sofre com a baixa visitao
turstica (RELATRIO DEMANDA, 2006). Acreditamos que o parque ainda no reconhecido na regio como um atrativo turstico efetivo, afetando assim, sua imagem como
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atrativo ecoturstico da cidade de Ouro Preto, que conhecida somente pelo turismo histrico
cultural. O parque, no entanto, poderia contribuir ao oferecer aos turistas um atrativo
diferenciado, ou mesmo no fortalecimento de um novo perfil de visitantes na cidade,
colaborando para o aumento de demanda turstica.
Assim, o ecoturismo pode transformar o meio ambienta natural do parque em espao
de experincias do lazer, da educao, proporcionando para os ecoturistas mais que uma
experincia na natureza, uma aprendizagem com a natureza.
Um dos elementos essenciais para a preservao do PEIT trabalhados na pesquisa foi a
educao, entendida como um meio de desenvolvimento pessoal e social, na qual o ensinar e
o aprender possuem uma relao prxima, estabelecendo uma via de mo dupla, isto ,
ensinar depende do aprender assim como o aprender depende do ensinar (FREIRE, 2003).
Assim, entendemos que a educao deve ser para o PEIT uma troca de experincias entre os
funcionrios, os visitantes e a natureza, fortalecendo a relao do homem entre a natureza na
busca do equilbrio.
Essa educao no PEIT foi estudada com os princpios da educao ambiental, a qual
consideramos um caminho para o crescimento da conscincia ambiental na sociedade,
formando cidados responsveis e sensibilizados diante as questes ambientais e atentos para
a busca do equilbrio da relao entre o homem e a natureza para sua melhoria da qualidade
de vida.
Por isso, os trabalhos da educao ambiental devem ser continuados no parque, e
incentivados, ampliando seu alcance para todas as escolas que se interessarem pelas
atividades realizadas pelo PROTUR e para todos os cidados que procuram pelo parque naprtica do ecoturismo.
As atividades de ecoturismo e educao ambiental merecem destaque em virtude depossurem papel fundamental no fortalecimento da relao populao local/ equipeda U.C./ usurios, que so os vrtices e principais atores sociais do bomfuncionamento da U.C. (FIGUEIREDO, 2000, p.61).
Assim sendo, acreditamos que para o fortalecimento do PEIT como atrativo turstico e
equipamento de lazer evidente a necessidade do equilbrio entre a comunidade, os
ecoturistas e a equipe que trabalha para o parque em geral, no somente a equipe do
PROTUR, como tambm os funcionrios do IEF, FEOP e quaisquer outros que venham
constituir parcerias com o parque.
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A fim de promover a relao harmoniosa entre o PEIT, a educao, a comunidade e os
visitantes, acreditamos que o fenmeno do lazer venha a contribuir, uma vez que
consideramos o parque um espao onde podem ocorrer manifestaes culturais, atitudes
fundamentadas no ldico, como a recreao e a educao, que auxiliam no desenvolvimento
pessoal e social do homem e contribuem para a preservao do parque e para as atividades do
lazer como prtica educativa na educao ambiental.
Ainda consideramos que, assim como a educao atravs do lazer importante, a
educao para o lazer tambm essencial para o PEIT. Portanto, no consideramos a
educao para e pelo lazer processos separados, e sim simultneos, para o PEIT, pois to
importante quanto o uso do lazer para as prticas educativas o aprendizado do homem para
usufruir o lazer. A administrao do parque, ento, deve repensar formas de propagao e
no limitar-se somente a divulgao do espao de educao ambiental, mas tambm revelar-se
como equipamento de lazer, tanto para a comunidade quanto para os ecoturistas.
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Entrevistas:
[ ], Antnio. Ouro Preto, MG, 01 ago. 2007. (15 min.). Entrevista concedida a Joice YukariNishime.
[ ], Luciana. Ouro Preto, MG, 13 jun 2007. (10 min.). Entrevista concedida a Joice YukariNishime.
[ ], Luis Carlos. Ouro Preto, MG, 13 jun 2007. (10 min.). Entrevista concedida a Joice YukariNishime.
[ ], Nilva. Ouro Preto, MG, 20 jun 2007. (10 min.). Entrevista concedida a Joice YukariNishime.
[ ], Tiago. Ouro Preto, MG, 11 jun 2007. (20 min.). Entrevista concedida a Joice YukariNishime.