ISSN 1982-7644 SPAECE Alfa · 2º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa SPAECE Alfa 2012....

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ISSN 1982-7644 Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará SEÇÃO 1 Avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio SEÇÃO 2 Interpretação de resultados e análises pedagógicas SEÇÃO 3 Os resultados desta escola SEÇÃO 4 Desenvolvimento de habilidades EXPERIÊNCIA EM FOCO Boletim Pedagógico 2º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa SPAECE Alfa 2012

Transcript of ISSN 1982-7644 SPAECE Alfa · 2º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa SPAECE Alfa 2012....

ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará

SEÇÃO 1

Avaliação:o ensino-aprendizagem como desafio

SEÇÃO 2

Interpretação de resultados e análisespedagógicas

SEÇÃO 3

Os resultados desta escola

SEÇÃO 4

Desenvolvimento de habilidades

EXPERIÊNCIA EM FOCO

Boletim Pedagógico

2º ano do Ensino FundamentalLíngua Portuguesa

SPAECE Alfa2012

SPAECE Alfa

Língua Portuguesa2º Ano do Ensino Fundamental

Boletim Pedagógico

Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará

ISSN 1982-7644

SPAECE Alfa

PS CE E

GOVERNADORCID FERREIRA GOMES

VICE-GOVERNADOR DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃOMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

SECRETÁRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃOMAURÍCIO HOLANDA MAIA

SECRETÁRIO EXECUTIVOANTÔNIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR

COORDENADORA DO GABINETECRISTIANE CARVALHO HOLANDA

COORDENADORA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃOBETÂNIA MARIA GOMES RAQUEL

CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

ORIENTADORA CARMILVA SOUZA FLÔRES

ASSESSORA TÉCNICAMARIA IACI CAVALCANTE PEQUENO

ASSISTENTES TÉCNICASFRANCISCA ELIANE DIAS DE CARVALHOROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA

EQUIPE TÉCNICAELIZABETH DOS SANTOS CARNEIROESTEFÂNIA MARIA ALMEIDA MARTINSGEANNY DE HOLANDA OLIVEIRALUZIA DE QUEIROZ HIPPOLYTOMARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIROMIRNA GURGEL CARLOS DA SILVATERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA

REVISORES DO BOLETIM DE LÍNGUA PORTUGUESA - SPAECE ALFACÉSAR NILTON MAIA CHAVESRAQUEL ALMEIDA DE CARVALHO

AOS EDUCADORES CEARENSES

A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do

SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:

a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para

defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,

em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as

áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,

Filosofi a e Sociologia).

A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os

resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e

fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.

Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e

Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins

do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.

No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de

auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa

e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em

especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.

Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,

elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas

cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de

pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver

ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.

Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,

requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam

no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse

processo de contínua melhoria.

Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir

efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações

mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação

AOS EDUCADORES CEARENSES

A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do

SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:

a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para

defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,

em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as

áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,

Filosofi a e Sociologia).

A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os

resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e

fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.

Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e

Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins

do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.

No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de

auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa

e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em

especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.

Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,

elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas

cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de

pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver

ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.

Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,

requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam

no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse

processo de contínua melhoria.

Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir

efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações

mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação

1. AVALIAÇÃO: O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO DESAFIO PÁGINA 08

2. INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E

ANÁLISES PEDAGÓGICAS PÁGINA 14

SUMÁRIO

3. OS RESULTADOS DESTA ESCOLA PÁGINA 51

4. DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES PÁGINA 53

EXPERIÊNCIA EM FOCO

PÁGINA 62

AVALIAÇÃO: O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO DESAFIO

Caro(a) Educador(a), o Boletim Pedagógico apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação,

com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas

no trabalho pedagógico.

1

Um importante movimento em busca da qualidade da educação vem ganhando

sustentação em paralelo às avaliações tradicionais: as avaliações externas, que são

geralmente em larga escala e possuem objetivos e procedimentos diferenciados

daquelas realizadas pelos professores nas salas de aula. Essas avaliações são, em

geral, organizadas a partir de um sistema de avaliação cognitiva dos alunos e aplicadas,

de forma padronizada, a um grande número de pessoas. Os resultados aferidos pela

aplicação de testes padronizados têm como objetivo subsidiar medidas que visem

ao progresso do sistema de ensino e atendam a dois propósitos principais: prestar

contas à sociedade sobre a eficácia dos serviços educacionais oferecidos à população

e implementar ações que promovam a equidade e a qualidade da educação.

A avaliação em larga escala deve ser concebida como instrumento capaz de oferecer

condições para o desenvolvimento dos alunos e só tem sentido quando é utilizada, na

sala de aula, como uma ferramenta do professor para fazer com que os alunos avancem.

O uso dessa avaliação de acordo com esse princípio demanda o seguinte raciocínio:

por meio dos dados levantados neste tipo de avaliação, é possível que o professor

obtenha uma medida da aprendizagem dos seus alunos, contrapondo tais resultados

àqueles alcançados no estado e até mesmo à sua própria avaliação em sala de aula.

Verificar essas informações e compará-las amplia a visão do professor quanto ao seu

08 SPAECE Alfa 2012

aluno, identificando aspectos que, no dia a dia, possam ter passado despercebidos.

Desta forma, os resultados da avaliação devem ser interpretados em um contexto

específico, servindo para a reorientação do processo de ensino, confirmando quais

as práticas bem-sucedidas em sala de aula e fazendo com que os docentes repensem

suas ações e estratégias para enfrentar as dificuldades de aprendizagem detectadas.

A articulação dessas informações possibilita consolidar a ideia de que os resultados

de desempenho dos alunos, mesmo quando abaixo do esperado, sempre constituem

uma oportunidade para o aprimoramento do trabalho docente, representando um

desafio a ser superado em prol da qualidade e equidade na educação.

Boletim Pedagógico 09

s

TRAJETÓRIA

O SISTEMA DE AVALIAÇÃODO CEARÁ

O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará - SPAECE - foi

criado em 1992 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma

educação de qualidade. Em 2012, os alunos das escolas municipais e estaduais do

Ceará foram avaliados no 2º ano do Ensino Fundamental em Leitura, no 5º e 9º anos

e 2º segmento da EJA Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª series e 1º e 2º períodos da

EJA Ensino Médio, cujos alunos foram avaliados nas disciplinas de Língua Portuguesa

e Matemática. O SPAECE avaliou, também, na 3ª série do Ensino Médio, as áreas do

conhecimento de Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Na linha do tempo

a seguir, pode-se verifi car a trajetória do SPAECE e, ainda, perceber como tem se

consolidado diante das informações que apresenta sobre o desempenho dos alunos.

2008

614.566

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2009

546.951

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

s

2010

667.196

SÉries AVALiADAs:2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2012

647.693

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs/ÁreAs eNVoLViDAs:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias.

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2011

658.654

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

N° De ALUNos pArticipANtes

10 SPAECE Alfa 2012

s

2010

667.196

SÉries AVALiADAs:2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2012

647.693

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs/ÁreAs eNVoLViDAs:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias.

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2011

658.654

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

N° De ALUNos pArticipANtes

Boletim Pedagógico 11

A AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM LARGA ESCALA

A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade.

A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino.

Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais.

Esse recorte se traduz em habilidades consideradas essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação.

(Matriz de Referência) Página 16

Para ter acesso a toda a coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site www.spaece.caedufjf.net.

Esta seção apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética, indicando as

páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados.

(Composição dos cadernos) Página 19

12 SPAECE Alfa 2012

(Experiência em foco) Página 62

(Padrões de Desempenho) Página 29

(Itens) Página 31

(Resultados da Escola) Página 51

Através de uma metodologia especializada, é possível obter resultados precisos, não sendo necessário que os alunos realizem testes extensos.

(Composição dos cadernos) Página 19

(Escala de Proficiência) Página 20

As habilidades avaliadas são ordenadas de acordo com a complexidade em uma escala nacional (SAEB), a qual permite verificar o desenvolvimento dos alunos.

Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho.

A análise dos itens que compõem os testes elucida as habilidades desenvolvidas pelos alunos que estão em determinado Padrão de Desempenho.

As informações disponíveis neste Boletim devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico.

Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação.

Boletim Pedagógico 13

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS

Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do SPAECE Alfa 2012, a Matriz de Referência, a

Teoria de Resposta ao Item (TRI) e a Escala de Proficiência.

Para realizar uma avaliação, é necessário definir o

conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação

em larga escala, essa definição é dada pela

construção de uma MATRIZ DE REFERÊNCIA,

que é um recorte do currículo e apresenta as

habilidades definidas para serem avaliadas. No

Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN) para o Ensino Fundamental e para o Ensino

Médio, publicados, respectivamente, em 1997 e

em 2000, visam à garantia de que todos tenham,

mesmo em lugares e condições diferentes, acesso

a conhecimentos considerados essenciais para o

exercício da cidadania. Cada estado, município e

escola têm autonomia para elaborar seu próprio

currículo, desde que atenda a essa premissa.

Diante da autonomia garantida legalmente em

nosso país, as orientações curriculares do Ceará

apresentam conteúdos com características próprias,

como concepções e objetivos educacionais

compartilhados. Desta forma, o estado visa

desenvolver o processo de ensino-aprendizagem em

seu sistema educacional com qualidade, atendendo

às particularidades de seus alunos. Pensando nisso,

foi criada uma Matriz de Referência específica para a

realização da avaliação em larga escala do SPAECE.

A Matriz de Referência tem, entre seus

fundamentos, os conceitos de competência e

habilidade. A COMPETÊNCIA corresponde a um

conjunto de habilidades que operam em conjunto

para a obtenção de um resultado, sendo cada

HABILIDADE entendida como um “saber fazer”.

Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista

que habilita o condutor a dirigir automóveis é

2

14 SPAECE Alfa 2012

preciso demonstrar competência na prova escrita

e competência na prova prática específica,

sendo que cada uma delas requer uma série

de habilidades.

A competência na prova escrita demanda

algumas habilidades, como: interpretação de

texto, reconhecimento de sinais de trânsito,

memorização, raciocínio lógico para perceber

quais regras de trânsito se aplicam a uma

determinada situação etc.

A competência na prova prática específica, por

sua vez, requer outras habilidades: visão espacial,

leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão

do funcionamento de comandos de interação

com o veículo, tais como os pedais de freio e de

acelerador etc.

É importante ressaltar que a Matriz de Referência

não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser

confundida com ele nem utilizada como ferramenta

para a definição do conteúdo a ser ensinado em

sala de aula. As habilidades selecionadas para

a composição dos testes são escolhidas por

serem consideradas essenciais para o período

de escolaridade avaliado e por serem passíveis

de medição por meio de testes padronizados

de desempenho, compostos, na maioria das

vezes, apenas por itens de múltipla escolha.

Há, também, outras habilidades necessárias ao

pleno desenvolvimento do aluno que não se

encontram na Matriz de Referência por não serem

compatíveis com o modelo de teste adotado.

No exemplo acima, pode-se perceber que a

competência na prova escrita para habilitação de

motorista inclui mais habilidades que podem ser

medidas em testes padronizados do que aquelas

da prova prática.

A avaliação em larga escala pretende obter

informações gerais, importantes para se pensar a

qualidade da educação, porém, ela só será uma

ferramenta para esse fim se utilizada de maneira

coerente, agregando novas informações às já

obtidas por professores e gestores nas devidas

instâncias educacionais, em consonância com a

realidade local.

AUTO ESCOLA

CARTEIRA DE HABILITAÇÃO

Boletim Pedagógico 15

MATRIZ DE REFERÊNCIA – LÍNGUA PORTUGUESA – ALFABETIZAÇÃOSPAECE ALFA

EIXO 1: APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA - HABILIDADES RELACIONADAS À IDENTIFICAÇÃO, AO RECONHECIMENTO DE ASPECTOS RELACIONADOS À TECNOLOGIA DA ESCRITA.

Tópico Descritor

1.1 - Quanto ao reconhecimento de letras.

D01 - Identificar letras entre desenhos, números e outros símbolos gráficos.

D02 - Reconhecer as letras do alfabeto.

1.2 - Quanto ao domínio das convenções gráficas.

D03 - Identificar as direções da escrita.

D04 - Identificar o espaçamento entre palavras na segmentação da escrita.

D05 - Reconhecer as diferentes formas de grafar uma mesma letra ou palavra.

1.3 - Quanto ao desenvolvimento da consciência fonológica.

D06 - Identificar rimas.

D07 - Identificar o número de sílabas de uma palavra.

D08 - Identificar sílabas canônicas (consoante / vogal) em uma palavra.

D09 - Identificar sílabas não canônicas (vogal, consoante / vogal / consoante, consoante / consoante / vogal etc.) em uma palavra.

Elementos que compõem a Matriz

MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA2º Ano do Ensino Fundamental

Descritores

Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas,

indicando as habilidades que serão avaliadas por

meio de um item.

tópico

O tópico agrupa por afinidade um conjunto

de habilidades indicadas pelos

descritores.

Questão P020021A9

Faça um X no quadradinho da palavra que tem três sílabas (pedaços).

JANELA

BELA

ARABELA

AMARELA

item

O item é uma questão utilizada nos testes de uma

avaliação em larga escala, e se caracteriza por avaliar uma

única habilidade indicada por um descritor da Matriz

de Referência.

16 SPAECE Alfa 2012

MATRIZ DE REFERÊNCIA – LÍNGUA PORTUGUESA – ALFABETIZAÇÃOSPAECE ALFA

EIXO 1: APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA - HABILIDADES RELACIONADAS À IDENTIFICAÇÃO, AO RECONHECIMENTO DE ASPECTOS RELACIONADOS À TECNOLOGIA DA ESCRITA.

Tópico Descritor

1.1 - Quanto ao reconhecimento de letras.

D01 - Identificar letras entre desenhos, números e outros símbolos gráficos.

D02 - Reconhecer as letras do alfabeto.

1.2 - Quanto ao domínio das convenções gráficas.

D03 - Identificar as direções da escrita.

D04 - Identificar o espaçamento entre palavras na segmentação da escrita.

D05 - Reconhecer as diferentes formas de grafar uma mesma letra ou palavra.

1.3 - Quanto ao desenvolvimento da consciência fonológica.

D06 - Identificar rimas.

D07 - Identificar o número de sílabas de uma palavra.

D08 - Identificar sílabas canônicas (consoante/vogal) em uma palavra.

D09 - Identificar sílabas não canônicas (vogal, consoante/vogal/consoante, consoante/consoante/vogal etc.) em uma palavra.

EIXO 2: LEITURA - HABILIDADES RELACIONADAS À LEITURA DE PALAVRAS, DE FRASES E DE TEXTOS.

Tópico Descritor

2.1 - Quanto à leitura de palavras.

D10 - Ler palavras no padrão canônico (consoante/vogal).

D11 - Ler palavras nos padrões não canônicos (vogal, consoante/vogal /consoante, consoante/consoante/vogal etc.).

2.2 - Quanto à leitura de frases. D12 - Ler frases.

2.3 - Quanto à leitura de textos.

2.3.1 - Quanto à informação do texto verbal e / ou não verbal.

D13 - Localizar informação explícita em textos.

D14 - Inferir informação em texto verbal.

D16 - Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.

D17 - Reconhecer o tema ou assunto de um texto ouvido.

D18 - Reconhecer o tema ou assunto de um texto lido.

2.3.2 - Quanto aos gêneros associados às sequências discursivas básicas.

D22 - Identificar o propósito comunicativo em diferentes gêneros.

Boletim Pedagógico 17

TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI)

A Teoria de Resposta ao Item (TRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e avaliar

os resultados obtidos pelos alunos nos testes, levando em consideração as habilidades

demonstradas e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a comparação entre testes

realizados em diferentes anos.

Ao realizarem os testes, os alunos obtêm um determinado nível de desempenho nas

habilidades testadas. Este nível de desempenho denomina-se PROFICIÊNCIA.

A TRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo estatístico

capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o aluno respondeu em um

teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta três parâmetros:

• Parâmetro "A"

A capacidade de um item de discriminar, entre os alunos avaliados, aqueles que

desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram.

• Parâmetro "B"

O grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. Os itens estão distribuídos

de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de

diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade.

• Parâmetro "C"

A análise das respostas do aluno para verificar aleatoriedade nas respostas: se for

constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de

grau elevado – o que é estatisticamente improvável – o modelo deduz que ele respondeu

aleatoriamente às questões.

O SPAECE Alfa utiliza a TRI para o cálculo de acerto do aluno. No final, a proficiência não

depende apenas do valor absoluto de acertos, depende também da dificuldade e da

capacidade de discriminação das questões que o aluno acertou e/ou errou. O valor absoluto

de acertos permitiria, em tese, a atribuição do mesmo resultado de desempenho de um

aluno, cujas respostas foram baseadas em suas próprias habilidades, a outro aluno, que

tenha respondido aleatoriamente aos itens do teste.. O modelo da TRI evita essa situação

e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que compõem os

diferentes cadernos e as habilidades avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse

balanceamento permite a comparação dos resultados dos alunos ao longo do tempo e

entre diferentes escolas.

18 SPAECE Alfa 2012

COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS PARA A AVALIAÇÃO

CADERNO

No 2º Ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa, foram 56 itens, divididos em 7 blocos, com 8 itens cada

3 blocos formaram um modelo de caderno totalizando 24 itens

Ao todo, foram 12 modelos diferentes de cadernos.

= 1 item i i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i iiiii

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Boletim Pedagógico 19

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20 SPAECE Alfa 2012

A ESCALA DE PROFICIÊNCIA foi desenvolvida com

o objetivo de traduzir medidas em diagnósticos

qualitativos do desempenho escolar. Ela orienta,

por exemplo, o trabalho do professor com relação

às competências que seus alunos desenvolveram,

apresentando os resultados em uma espécie de

régua na qual os valores obtidos são ordenados e

categorizados em intervalos ou faixas que indicam

o grau de desenvolvimento das habilidades para

os alunos que alcançaram determinado nível

de desempenho.

Na etapa de Alfabetização, essas informações

são especialmente importantes, pois permitem

compreender como os alunos estão se apropriando

da língua escrita e, consequentemente, intervir

precocemente para que obtenham êxito nesse

processo. Além disso, através da escala é possível

conhecer a proficiência média da escola, que indica

quais habilidades o conjunto de alunos demonstra

ter desenvolvido e, portanto, se a escola, como um

todo, vem obtendo resultados satisfatórios no que

concerne à Alfabetização.

A partir da interpretação dos intervalos da

escala, os professores, em parceria com a equipe

pedagógica, podem diagnosticar as habilidades já

desenvolvidas pelos alunos, bem como aquelas

que ainda precisam ser trabalhadas em sala de

aula, na etapa de escolaridade avaliada. Com

isso, os educadores podem atuar com maior

precisão na detecção das dificuldades dos alunos,

possibilitando o planejamento e a execução

de novas ações para o processo de ensino-

aprendizagem.

A seguir é apresentada a estrutura da Escala

de Proficiência.

QUADRO ESCALA-MATRIZ

DOMÍNIO COMPETÊNCIAS DESCRITORES

APROPRIAÇÃO DO CÓDIGO ALFABÉTICO

Reconhece letras diferenciando-as de outros sinais gráficos.

D1 e D2

Reconhece convenções gráficas. D3, D4 e D5

Decodifica palavras. D6, D7, D8, D9, D10 e D11

PROCEDIMENTOS DE LEITURALocaliza informação. D12 e D13

Infere informação e/ou sentido. D14, D16, D17 e D18

IMPLICAÇÕES DO SUPORTEIdentifica o gênero, a função e o destinatário de textos variados.

D21 e D22

Boletim Pedagógico 21

A ESTRUTURA DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA

Na primeira coluna da escala, são apresentados

os grandes domínios do conhecimento para a

Alfabetização . Esses domínios são agrupamentos

de competências que, por sua vez, agregam as

habilidades presentes na Matriz de Referência.

Nas colunas seguintes são apresentadas,

respectivamente, as competências presentes na

Escala de Proficiência e os descritores da Matriz

de Referência a elas relacionados.

As competências estão dispostas nas várias linhas

da escala. Para cada competência, há diferentes

graus de complexidade representados por uma

gradação de cores, que vai do azul-claro ao azul-

escuro. Assim, o azul-claro indica o primeiro nível

de complexidade da competência, passando

pelos tons médios e chegando ao nível mais

complexo, representado pelo azul-escuro.

Na primeira linha da Escala de Proficiência,

podem ser observados, numa escala numérica,

intervalos divididos em faixas de 25 pontos. Cada

intervalo corresponde a um nível e um conjunto

de níveis forma um PADRÃO DE DESEMPENHO.

Esses padrões são definidos pela Secretaria da

Educação (SEDUC) do Ceará e representados em

diferentes cores. Eles trazem, de forma sucinta,

um quadro geral das tarefas que os alunos

são capazes de fazer, a partir do conjunto de

habilidades que desenvolveram.

Para compreender as informações presentes na

Escala de Proficiência, pode-se interpretá-la de

três maneiras:

• Primeira

Perceber, a partir de um determinado Domínio,

o grau de complexidade das competências a ele

associadas, através da gradação de cores ao

longo da escala. Desse modo, é possível analisar

como os alunos desenvolvem as habilidades

relacionadas a cada competência e realizar uma

interpretação que contribua para o planejamento

do professor, bem como para as intervenções

pedagógicas em sala de aula.

• Segunda

Ler a escala por meio dos Padrões de

Desempenho, que apresentam um panorama do

desenvolvimento dos alunos em um determinado

intervalo. Dessa forma, é possível relacionar as

habilidades desenvolvidas com o percentual de

alunos situado em cada Padrão.

• Terceira

Interpretar a Escala de Proficiência a partir da

abrangência da proficiência de cada instância

avaliada: estado, CREDE/município e escola.

Dessa forma, é possível verificar o intervalo

em que a escola se encontra em relação às

demais instâncias.

22 SPAECE Alfa 2012

DOMÍNIOS E COMPETÊNCIAS

Ao relacionar os resultados a cada um dos Domínios

da Escala de Proficiência e aos respectivos

intervalos de gradação de complexidade de

cada competência, é possível observar o nível

de desenvolvimento das habilidades aferido pelo

teste e o desempenho esperado dos alunos nas

etapas de escolaridade em que se encontram.

Esta seção apresenta o detalhamento dos níveis

de complexidade das competências (com suas

respectivas habilidades), nos diferentes intervalos

da Escala de Proficiência. Essa descrição focaliza

o desenvolvimento cognitivo do aluno ao longo do

processo de escolarização e o agrupamento das

competências básicas ao aprendizado de Língua

Portuguesa para o 2º ano do Ensino Fundamental.

Apresentamos, a seguir, os domínios da Escala de Proficiência e cada uma das competências a eles

relacionadas. A gradação de cores das réguas representa os diferentes níveis de complexidade de uma

mesma competência.

DOMÍNIO: APROPRIAÇÃO DO CÓDIGO ALFABÉTICO

Esse primeiro domínio se refere àquelas competências a serem desenvolvidas no período de alfabetização

dos estudantes. Dizem respeito às habilidades necessárias à decodificação do texto escrito.

RECONHECER LETRAS DIFERENCIANDO-AS DE OUTROS SINAIS GRÁFICOS

NÃO ALFABETIZADO ALFABETIZAÇÃO INCOMPLETA

INTERMEDIÁRIO SUFICIENTE DESEJÁVEL

Essa competência reúne as habilidades que permitem ao aluno ser capaz de compreender que as

letras são os sinais utilizados na representação da linguagem escrita, além de identificar as letras

do alfabeto, nomeando-as corretamente. Na Matriz de Referência do Spaece-Alfa, essas habilidades

estão descritas em D1 e D2.

Boletim Pedagógico 23

até 75 pontos

Alunos com proficiência até 75 pontos, em função de não terem desenvolvido as competências relativas

ao domínio “apropriação do código alfabético”, ainda não começaram a desenvolver as habilidades

envolvidas nesta competência.

entre 75 e 100 pontos

Estudantes com proficiência entre 75 e 100 pontos já diferenciam letras de outros sinais gráficos, mas

podem encontrar dificuldades na identificação de letras do alfabeto, quando solicitados a reconhecê-las

pelo nome.

entre 100 e 125 pontos

Alunos com proficiência entre 100 e 125 pontos, além de diferenciarem letras de outros sinais gráficos,

começam a desenvolver a habilidade de reconhecer letras do alfabeto.

acima de 125 pontos

Estudantes com proficiência acima de 125 pontos já desenvolveram as habilidades de diferenciar letras de

outros sinais e, ainda, são capazes de reconhecer qualquer letra do alfabeto, nomeando-as corretamente.

RECONHECE CONVENÇÕES GRÁFICAS

NÃO ALFABETIZADO ALFABETIZAÇÃO INCOMPLETA

INTERMEDIÁRIO SUFICIENTE DESEJÁVEL

Essa competência refere-se à capacidade do aluno em identificar as direções da escrita, o espaçamento

entre as palavras e a escrita de uma mesma letra (ou palavra) em diferentes padrões (maiúscula,

minúscula, cursiva, de imprensa, dentre outros aspectos). Na Matriz de Referência do Spaece-Alfa, as

habilidades ligadas a nessa competência estão descritas em D3, D4 e D5.

até 75 pontos

Estudantes com proficiência abaixo de 75 pontos, em função de não terem consolidado as competências

relativas ao domínio “apropriação do código alfabético”, ainda não começaram a desenvolver as

habilidades envolvidas nesta competência.

entre 75 e 100 pontos

Alunos com proficiência entre 75 e 100 pontos começam a desenvolver as habilidades ligadas à

competência de reconhecer convenções gráficas. A habilidade de reconhecer as direções da escrita

(de cima para baixo e da esquerda para a direita), a mais elementar entre aquelas relacionadas a essa

competência, provavelmente, já foi desenvolvida por esses alunos. Entretanto, eles podem encontrar,

ainda, dificuldades em reconhecer uma mesma letra (ou palavra) grafada em diferentes padrões gráficos

e na percepção dos espaços entre palavras que se fazem necessários na língua escrita.

24 SPAECE Alfa 2012

entre 100 e 125 pontos

Estudantes com proficiência entre 100 e 125 pontos começam a desenvolver a habilidade de identificar

letras ou palavras em diferentes padrões gráficos. Esses alunos podem encontrar maior facilidade em

fazer tal identificação se a palavra for familiar ou composta por letras cujo formato distingue-se claramente

do de outras. Letras minúsculas e/ou de imprensa, por exemplo, podem apresentar, ainda, algum nível

de dificuldade a esses alunos, especialmente no caso de palavras mais extensas ou pouco conhecidas,

quando é difícil deduzir o sentido da palavra pela decifração de, pelo menos, parte dela. Esses alunos

também já começam a perceber que, na escrita, são necessários espaços entre as palavras que não são

perceptíveis no fluxo contínuo da fala.

acima de 125 pontos

Alunos com proficiência acima de 125 pontos já desenvolveram as habilidades de reconhecer as

convenções gráficas, portanto, os aspectos gráficos da escrita não se constituem, para eles, em

dificuldade no processo de leitura.

DECODIFICA PALAVRAS

NÃO ALFABETIZADO ALFABETIZAÇÃO INCOMPLETA

INTERMEDIÁRIO SUFICIENTE DESEJÁVEL

Diz respeito às habilidades necessárias à decifração de palavras formadas por diferentes padrões silábicos

da Língua Portuguesa – padrão consoante/vogal, o mais familiar e outros padrões diferentes desse.

Em geral, quando está em processo de alfabetização, a criança encontra maior facilidade na decifração

de palavras compostas pelo padrão consoante/vogal, por serem mais exploradas nas atividades de

alfabetização e, também, porque apresentam uma forma de organização lógica facilmente compreensível

por ela. Progressivamente, vão apropriando-se de palavras grafadas em outros padrões silábicos.

As habilidades envolvidas na competência de decodificar palavras vão desde a percepção de que a palavra

é composta por segmentos menores que ela própria – as sílabas e os fonemas –, até a compreensão

das relações existentes entre o modo como se fala e o modo como se escreve convencionalmente. Na

Matriz de Referência do Spaece-Alfa, as habilidades envolvidas nessa competência estão descritas em

D6, D7, D8, D9, D10 e D11.

até 75 pontos

Alunos com proficiência até 75 pontos, em função de não terem desenvolvido as competências relativas

ao domínio “apropriação do código alfabético”, ainda não começaram a desenvolver as habilidades

envolvidas na competência de decodificar palavras.

entre 75 e 100 pontos

Estudantes com proficiência entre 75 e 100 pontos começam a desenvolver as habilidades ligadas à

competência de decodificar palavras. Esses alunos começam a ser capazes de contar sílabas de uma

Boletim Pedagógico 25

palavra ouvida, perceber semelhanças entre sílabas e reconhecer a escrita convencional de sílabas de

uma palavra, especialmente, se essas sílabas se apresentarem no padrão consoante/vogal.

entre 100 e 125 pontos

Alunos com proficiência entre 100 e 125 pontos começam a desenvolver a habilidade de decodificar

palavras de diferentes padrões silábicos. Esses alunos podem encontrar maior facilidade em fazer

tal decodificação se a palavra for escrita no padrão consoante/vogal, mas já começam a se mostrar

competentes, também, na decodificação de palavras em outros padrões silábicos.

acima de 125 pontos

Estudantes com proficiência acima de 125 pontos já desenvolveram a habilidade de decodificar palavras

em quaisquer padrões silábicos, fazendo, adequadamente, a relação entre significado e significante

(relacionando palavra e imagem). Para esses alunos, o processo de leitura não apresenta dificuldades

relativas à dimensão da decifração do escrito.

PROCEDIMENTOS DE LEITURA

Englobam aqueles descritores que se referem a diferentes habilidades, necessárias aos alunos na leitura

de um texto, desde aquelas mais elementares, como ler, com compreensão, uma frase, até aquelas mais

complexas, como realizar inferências.

LOCALIZA INFORMAÇÃO

NÃO ALFABETIZADO ALFABETIZAÇÃO INCOMPLETA

INTERMEDIÁRIO SUFICIENTE DESEJÁVEL

Engloba as habilidades de localizar informações explícitas numa frase e em textos de pequena extensão,

com vocabulário simples e gênero familiar aos alunos da faixa de etária avaliada. Os descritores D12 e

D13 da Matriz de Referência para a Avaliação do SPAECE ALFA descrevem as habilidades relacionadas

a essa competência.

até 100 pontos

Alunos com proficiência até 100 pontos, em função de não terem desenvolvido as competências relativas

ao domínio “apropriação do código alfabético”, ainda não começaram a desenvolver as habilidades

envolvidas na competência de localizar informações.

entre 100 e 125 pontos

Estudantes com proficiência entre 100 e 125 pontos começam a desenvolver a habilidade de localizar

informações. Esses alunos começam a compreender frases no padrão sujeito/verbo/objeto.

26 SPAECE Alfa 2012

entre 125 e 150 pontos

Alunos com proficiência entre 125 e 150 pontos já desenvolveram a habilidade de compreender frases e

são capazes de localizar informações em textos curtos, com vocabulário simples e de gênero familiar, desde

que o texto contenha poucas informações e que a informação solicitada se encontre no início do texto.

acima de 150 pontos

Estudantes com proficiência acima de 150 pontos já desenvolveram a habilidade de localizar informações

em textos curtos, de vocabulário simples, gênero familiar, seja qual for a posição da informação solicitada

no texto.

INFERE INFORMAÇÃO E/OU SENTIDO

NÃO ALFABETIZADO ALFABETIZAÇÃO INCOMPLETA

INTERMEDIÁRIO SUFICIENTE DESEJÁVEL

A inferência de informações envolve uma gama extensa de habilidades, como: inferir informações em

textos não verbais; em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal; inferir o sentido de uma

palavra ou expressão; e inferir informações em textos exclusivamente verbais. No 2º ano, é avaliada,

exclusivamente, a habilidade de inferir o assunto de um texto, descrita na Matriz de Referência para

avaliação do Spaece Alfa em D14, D16, D17 e D18.

até 125 pontos

Alunos com proficiência até 125 pontos, em função de ainda apresentarem dificuldades na localização

de informações no texto, não desenvolveram a habilidade de realizar inferências.

entre 125 e 150 pontos

Alunos com proficiência entre 125 e 150 pontos começam a desenvolver a habilidade de reconhecer o

assunto de que trata um texto curto, de gênero familiar e vocabulário simples. Esses alunos são capazes

de fazer esse reconhecimento quando o assunto está indicado no título do texto.

entre 175 e 200 pontos

Entre 175 e 200 pontos na Escala, há um segundo nível de complexidade, marcado pelo amarelo-escuro.

Nesse nível, os estudantes reconhecem, por exemplo, a ordem em que os fatos são narrados.

Boletim Pedagógico 27

IMPLICAÇÕES DO SUPORTE

Neste domínio, estão relacionadas competências que dizem respeito, mais diretamente, à dimensão do

letramento. Essas habilidades se desenvolvem em função da exposição do leitor a diferentes gêneros

textuais, em situações sociais nas quais esses textos são utilizados com funções comunicativas concretas.

IDENTIFICA O GÊNERO, A FUNÇÃO E O DESTINATÁRIO DE TEXTOS VARIADOS

NÃO ALFABETIZADO ALFABETIZAÇÃO INCOMPLETA

INTERMEDIÁRIO SUFICIENTE DESEJÁVEL

No 2º ano do Ensino Fundamental, apenas uma habilidade referente a esse domínio é avaliada: Identificar

a finalidade de textos de diferentes gêneros. Essa habilidade está descrita em D21 e D22.

até 75 pontos

Estudantes com proficiência até 75 pontos, em função de, ainda, não terem desenvolvido as competências

relativas ao domínio “apropriação do código alfabético”, não são capazes de identificar a finalidade de

textos de gêneros variados, quando necessitam realizar a leitura desses textos de forma autônoma.

entre 75 e 100 pontos

Alunos com proficiência entre 75 e 100 pontos começam a desenvolver a habilidade de identificar a

finalidade de textos curtos, com vocabulário simples e gênero familiar, quando há apoio da apresentação

gráfica do texto para a identificação de sua finalidade (por exemplo, quando uma receita culinária

apresenta “Ingredientes” e “Modo de preparo” claramente discriminados na apresentação do texto).

entre 125 e 150 pontos

Alunos com proficiência entre 125 e 150 pontos começam a desenvolver a habilidade de identificar a

finalidade de textos curtos, de gênero familiar, baseados em seu conteúdo, ou seja, mesmo quando a

apresentação gráfica do texto não oferece elementos, para que se possa deduzir a finalidade do texto.

acima de 150 pontos

Estudantes com proficiência acima de 150 pontos já são capazes de identificar a finalidade de textos de

gêneros menos familiares, baseados em seu conteúdo, ou seja, mesmo quando a apresentação gráfica

do texto não oferece elementos, para que se possa deduzir a finalidade do texto.

28 SPAECE Alfa 2012

PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL

Os Padrões de Desempenho são categorias

definidas a partir de cortes numéricos que

agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com

base nas metas educacionais estabelecidas pelo

SPAECE ALFA. Esses cortes dão origem a cinco

Padrões de Desempenho – Não Alfabetizado,

Alfabetização Incompleta, Intermediário,

Suficiente e Desejável –, os quais apresentam o

perfil de desempenho dos alunos.

Desta forma, alunos que se encontram em um

Padrão de Desempenho abaixo do esperado para

sua etapa de escolaridade precisam ser foco de

ações pedagógicas mais especializadas, de modo

a garantir o desenvolvimento das habilidades

necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a

repetência e a evasão.

Por outro lado, estar no padrão mais elevado indica o

caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem

dos alunos. Contudo, é preciso salientar que mesmo

os alunos posicionados no padrão mais elevado

precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los

para que progridam cada vez mais.

Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos padrões não esgotam tudo aquilo que os alunos

desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais

em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas em um teste de múltipla escolha. Cabe aos

docentes, através de instrumentos de observação e registros utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras

características apresentadas por seus alunos e que não são contempladas nos padrões. Isso porque, a despeito dos

traços comuns a alunos que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que

precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica.

Não Alfabetizado Alfabetização Incompleta Intermediário Suficiente Desejável

*O percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise.

Boletim Pedagógico 29

NÃO ALFABETIZADOaté 75 pontos

0 25 50 75 100 125 150

Os alunos que se encontram nesse Padrão de Desempenho apresentam dificuldades

em realizar as tarefas propostas no teste, o que indica que seus conhecimentos

sobre a escrita são mínimos. Esses alunos ainda não reconhecem, por exemplo,

como as letras podem ser utilizadas na escrita. Esse grupo necessita de intervenções

pedagógicas que favoreçam sua familiaridade com situações nas quais a escrita seja

utilizada com funções comunicativas reais para que possam se familiarizar com essa

forma de representação.

30 SPAECE Alfa 2012

AL0477MG

Veja as letras da ficha.

M P T

Faça um X no quadradinho onde estão escritas as letras que aparecem na ficha.

m d t

m p t

N P F

N P T

O item avalia a habilidade de reconhecer letras

escritas em diferentes padrões. Os alunos devem

identificar uma sequência de três letras, escritas

em maiúsculas, entre outras sequências de letras

nas quais se misturam diferentes padrões gráficos

de letras maiúsculas ou minúsculas. As diferenças

entre as letras apresentadas como suporte ao

item e aquelas apresentadas nas alternativas de

resposta são sutis e se referem à posição ou à

quantidade das hastes dessas letras.

Os alunos que optaram pela segunda alternativa,

95,5% dos que realizaram o teste, acertaram o

item. Aqueles que marcaram as demais alternativas

provavelmente erraram o item devido às

semelhanças gráficas entre as letras apresentadas

como suporte ao item e aquelas apresentadas nas

alternativas de resposta. Esses alunos parecem

apresentar dificuldades na discriminação visual no

formato das letras.

95+5percentual de acerto

95,5%

A B C D

1,5% 95,5% 0,7% 1,7%

Boletim Pedagógico 31

AL0484MG

Veja o texto abaixo.

A primeira palavra desse texto é

APROVEITE.

COMEMORE.

DESCONTOS.

IMPERDÍVEIS.

O item avalia a habilidade de reconhecer que a

escrita se organiza da esquerda para a direita e

de cima para baixo. Neste caso, a habilidade é

avaliada solicitando-se que o aluno identifique

qual é a primeira palavra do texto. É um texto curto,

de apenas 3 linhas, e as opções de resposta são

palavras que ocupam diferentes posições no texto.

Os alunos que marcaram a alternativa B, 92%

daqueles que realizaram o teste, demonstraram

ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item,

pois identificaram corretamente a primeira palavra

do texto.

Alunos que marcaram a alternativa A, 4,7%,

provavelmente não observaram a direção de cima

para baixo, começando a ler o texto pelo meio

do mesmo.

Aqueles que marcaram a alternativa C, 1,7%,

observaram a direção da esquerda para direita,

mas olharam o texto de baixo para cima.

Os que marcaram a opção D, 1,2%, não observaram

nenhuma das direções da escrita, pois olharam o

texto de baixo para cima e da direita para a esquerda.

92+8percentual de acerto

92%

A B C D

4,7% 92% 1,7% 1,2%

32 SPAECE Alfa 2012

AFABETIZAÇÃO INCOMPLETA

0 25 50 75 100 125 150

de 75 a 100 pontos

Os alunos que apresentam este Padrão de Desempenho demonstram ter iniciado

um processo de domínio e sistematização de habilidades consideradas básicas e

essenciais à alfabetização. Já sabem que as letras são utilizadas para escrever e sabem

como a escrita se organiza na página. Além disso, leem, com compreensão, palavras

formadas por sílabas no padrão consoante/vogal. As intervenções pedagógicas para

esse grupo de alunos devem favorecer a ampliação de suas capacidades leitoras,

especialmente a capacidade de ler, com compreensão, palavras formadas por padrões

silábicos diversos.

Boletim Pedagógico 33

Este item avalia a habilidade de contar as sílabas de

uma palavra, ou seja, de segmentar a palavra em

unidades menores que ela própria. Essas unidades

podem ser o fonema – consciência fonêmica, ou a

sílaba – consciência silábica, como no caso deste

item. O gabarito do item é uma palavra trissílaba,

formada exclusivamente por sílabas no padrão

consoante/vogal, o que contribui para que o item

possa ser considerado de fácil resolução.

Os alunos que marcaram a alternativa A, 91,3%

daqueles que realizaram o teste, demonstram

ter desenvolvido a habilidade avaliada, pois

identificaram, entre as opções, a palavra formada

por três sílabas.

Alunos que marcaram a alternativa B, 5,9%, não

segmentaram corretamente as sílabas da palavra.

Aqueles que marcaram as alternativas C 1,4% ou

D, 0,8%, também não segmentaram corretamente

as sílabas da palavra. Nesses casos, a dificuldade

em proceder à segmentação correta das palavras

pode estar associada ao fato de essas alternativas

apresentarem palavras, cuja primeira sílaba é

formada por apenas uma letra, o que foge ao

padrão consoante/vogal, mais usual na língua

portuguesa. Alunos que escolheram uma dessas

opções podem ter percebido as duas primeiras

sílabas das palavras como uma única sílaba.

91+9percentual de acerto

91,3%

A B C D

91,3% 5,9% 1,4% 0,8%

P020021A9

Faça um X no quadradinho da palavra que tem três sílabas (pedaços).

JANELA

BELA

ARABELA

AMARELA

34 SPAECE Alfa 2012

P020044C2

Leia o texto abaixo.

Dedo mindinhoSeu vizinhoPai de todosFura-boloCata-piolho

Domínio público. (P020044C2_SUP)

Nesse texto, a palavra que rima com mindinho é

dedo.

vizinho.

todos.

bolo.

O item avalia a habilidade de identificar sons

semelhantes em palavras. Neste caso, a

habilidade é avaliada solicitando-se aos alunos

que identifiquem as palavras que rimam. O texto

que dá suporte ao item é uma quadrinha popular

composta por 5 versos. As palavras que rimam

estão emparelhadas ao término do primeiro e

segundo versos, razão pela qual é mais fácil

identificar essa rima.

Alunos que marcaram a alternativa A, 6,2% dos

que realizaram o teste, podem ter considerado

apenas a proximidade entre as palavras "dedo" e

"mindinho" ao fazerem sua escolha. Esses alunos

não consideraram, portanto, o som das palavras,

mas apenas a sua proximidade no texto.

Os alunos que escolheram a alternativa B, 88%

daqueles que realizaram o teste, demonstraram ter

desenvolvido a habilidade avaliada, pois escolheram

corretamente a palavra que rima com “mindinho”.

Alunos que marcaram as alternativas C, 2,8%, ou D,

2,5%, podem ter considerado que as palavras que

rimam são aquelas que estão no final de versos

intercalados na poesia. Nesse caso, também não

consideraram a sonoridade das palavras, mas

apenas sua posição no texto.

83+17percentual de acerto

88%

A B C D

6,2% 88% 2,8% 2,5%

Boletim Pedagógico 35

INTERMEDIÁRIO

0 25 50 75 100 125 150

de 100 a 125 pontos

Os alunos que apresentam este Padrão de Desempenho demonstram um salto

qualitativo em sua formação como leitores, pois conseguem ler com autonomia

palavras que apresentam padrões silábicos mais complexos e, também, localizar

informações em textos curtos, de vocabulário simples. Além disso, demonstram uma

maior familiaridade com textos escritos, pois conseguem reconhecer a finalidade

de alguns gêneros textuais de maior circulação. Para esses alunos, são necessárias

atividades que favoreçam sua percepção do texto como um todo, ou seja, de como as

partes de um texto se relacionam na construção do todo.

36 SPAECE Alfa 2012

P020042C2

Veja a figura abaixo.

Faça um X no quadradinho em que o nome da figura começa com a mesma sílaba (pedaço) da figura que você viu.

Boletim Pedagógico 37

Este item avalia a habilidade de identificar a sílaba

inicial de uma palavra, apresentada por meio de

imagens. Esta é uma habilidade relacionada à

consciência fonológica, ou seja, à percepção

de que uma palavra é formada por segmentos

menores que ela própria, neste caso, a sílaba. O

item solicita que o aluno identifique a sílaba inicial

da palavra, o que contribui para que o mesmo

possa ser considerado de fácil resolução, uma

vez que a sílaba inicial é aquela mais facilmente

perceptível na palavra.

Os alunos que marcaram a alternativa A, 80,4%

daqueles que realizaram o teste, demonstram

ter desenvolvido a habilidade avaliada, pois

identificaram, entre as opções, a palavra “folha”

como sendo aquela que começa com a mesma

sílaba da palavra “fogão”.

Aqueles alunos que optaram pela alternativa B,

11,3%, provavelmente fizeram essa escolha pelo

fato de a palavra “panela” pertencer ao mesmo

campo semântico da palavra fogão. Esses alunos,

portanto, não fizeram uma escolha baseada no

som da sílaba inicial, demonstrando que não

desenvolveram a habilidade de reconhecer sílabas

iguais na comparação entre palavras.

Os que assinalaram a alternativa C como resposta,

6,1%, podem ter desconsiderado a orientação dada

pelo aplicador de que era para marcar a palavra

que tivesse a sílaba inicial igual, optando pela

figura cujo nome apresenta a mesma sílaba final da

palavra que dá suporte ao item: fogão/avião.

Os alunos que escolheram a alternativa D, 1,6%,

podem ter observado a semelhança entre os sons

da consoante fricativa surda/f/, que aparece na

palavra fogão, e da fricativa sonora /v/, presente

na palavra ovo, por apresentarem uma diferença

sutil. Esses alunos desconsideraram, ainda, que a

letra “o” é a primeira sílaba da palavra ovo.

80+20percentual de acerto

80,4%

A B C D

80,4% 11,3% 6,1% 1,6%

38 SPAECE Alfa 2012

P020141A9

Leia o texto abaixo.

Cartilha A caminho da escola, CNT, MEC, p. 5.

Esse texto foi escrito para

CONVIDAR PARA UM PASSEIO DE CARRO.

DAR A NOTÍCIA DE UM ACIDENTE DE TRÂNSITO.

ENSINAR COMO ATRAVESSAR A RUA.

ENSINAR A FAZER PLACAS DE TRÂNSITO.

Boletim Pedagógico 39

O item avalia a habilidade de identificar a finalidade

de um texto, ou seja, sua função comunicativa. O

texto que dá suporte ao item tem a finalidade de

orientar os pedestres sobre como atravessar a rua.

Para oferecer essas orientações, utiliza recursos

verbais e não verbais, sendo que a articulação

desses recursos contribui para que o texto cumpra

a sua função comunicativa e oferece pistas para

que o leitor reconheça essa função.

Os alunos que escolheram a alternativa A, 6,5%

dos que realizaram o teste, provavelmente

observaram apenas elementos não verbais do

segundo quadro do texto e, por essa razão, não

conseguiram identificar a função social do mesmo.

Os alunos que escolheram a alternativa B, 10,1%,

podem ter observado tanto elementos verbais

quanto não verbais do texto sem, contudo,

compreender o sentido produzido pela articulação

desses elementos.

Alunos que escolheram a alternativa C, 79,1%

daqueles que realizaram o teste, demonstraram

ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item,

pois identificaram corretamente sua finalidade.

Alunos que escolheram a alternativa D, 6,5%,

provavelmente observaram apenas os elementos

não verbais do texto, especialmente a seta que

aponta para o semáforo no alto do segundo

quadro, para concluir sobre a finalidade do

mesmo. Por não articularem elementos verbais e

não verbais, não conseguiram identificar a função

comunicativa do texto.

79+21A B C D E

6,5% 10,1% 79,1% 3,7% 6,5%

percentual de acerto

79,1%

40 SPAECE Alfa 2012

SUFICIENTE

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 125 a 150 pontos

Os alunos que apresentam este Padrão de Desempenho conseguem realizar tarefas

que exigem habilidades de leitura mais sofisticadas, pois começam a desenvolver

habilidades de compreensão global do texto. Esses alunos podem ser considerados

alfabetizados, embora, ainda apresentem dificuldades para fazer leituras mais

extensas. As intervenções pedagógicas para esse grupo de alunos devem favorecer a

familiaridade com textos de gêneros variados e com situações sociais nas quais esses

textos são utilizados.

Boletim Pedagógico 41

P030197B1

Leia o texto abaixo.

Diário do Nordeste. 2 set. 2009. (P030197B1_SUP)

Nesse texto, a menina

amarrou o tênis do menino.

comeu o lanche do menino.

saiu sem entender o menino.

segurou a bandeja do menino.

42 SPAECE Alfa 2012

A habilidade avaliada pelo item é a de interpretar um texto que

conjuga linguagem verbal e não verbal. Neste caso, o texto é uma

história em quadrinhos e, para compreender o sentido da mesma,

é fundamental que o leitor observe tanto o conteúdo verbal quanto

o conteúdo não verbal do texto, além da sequência dos quadros,

especialmente a terceira linha da história. Isso porque o diálogo dos

personagens – texto verbal - sugere possibilidades de interpretação

que são negadas pelas imagens, e vice-versa.

Os alunos que marcaram a alternativa A, 13,3%, provavelmente

observaram apenas o texto verbal do último quadro, no qual o

menino pede que a menina amarre seu tênis. Esses alunos não

consideraram outros elementos verbais e o texto não verbal dos

quadros, assim como a sequência dos mesmos.

Os alunos que marcaram a alternativa B, 72,2% daqueles que

realizaram o teste, observaram o conteúdo verbal e o conteúdo

não verbal da tirinha, assim como a sequência de quadros para

concluir que a menina comeu o lanche do menino. Esses alunos

demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item.

Alunos que marcaram a alternativa C, 8,7%, provavelmente

interpretaram o texto considerando especialmente os dois últimos

quadros da tirinha, que mostram a menina se afastando e o menino

falando sozinho.

Aqueles alunos que marcaram a alternativa D, 4,8%, provavelmente

interpretaram o texto, considerando prioritariamente a imagem do

terceiro quadrinho, sem observar os quadros seguintes.

72+28percentual de acerto

72,2%

A B C D

13,3% 72,2% 8,7% 4,8%

Boletim Pedagógico 43

Questão P020155C2

Leia o texto abaixo.

Disponível em: <http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira90.htm>. Acesso em: 6 nov. 2011. (P020155C2_SUP)

Nesse texto, qual foi a intenção da menina?

Comer as maçãs.

Salvar o gatinho.

Brincar na árvore.

Ver as maçãs.

44 SPAECE Alfa 2012

A habilidade avaliada pelo item é a de interpretar um texto não verbal.

O texto que dá suporte ao item é uma tirinha que apresenta uma

sequência de quadros. A resolução da tarefa requer a observação

das imagens, considerando a sequência na qual elas aparecem.

Os alunos que marcaram a alternativa A, 68,2% dos que realizaram

o teste, demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo

item, pois interpretaram a tirinha a partir da articulação entre os

quadros que a compõem.

Os alunos que marcaram a alternativa B, 19,8%, deram à cena uma

interpretação que não considera a imagem do terceiro quadro, na

qual aparece a menina indo embora e o gato permanecendo no

galho da árvore.

Aqueles alunos que marcaram a alternativa C, 7,4%, realizaram

sua interpretação baseados apenas no segundo quadro, no qual

a menina está subindo na árvore. Esses alunos provavelmente

entenderam essa ação da personagem como uma brincadeira, sem

articular o segundo quadro da tirinha aos demais.

Os que optaram pela alternativa D como reposta, 3,8%, provavelmente

observaram apenas a cena do primeiro quadro, em que a personagem

olha na direção da macieira, ou a do segundo, em que ela sobe na

árvore, entendendo que a menina queria ver as maçãs. Esses alunos

não consideraram o último quadro, que evidencia as reais intenções

da menina.

68+32percentual de acerto

68,2%

A B C D

68,2% 19,8% 7,4% 3,8%

Boletim Pedagógico 45

DESEJÁVEL

0 25 50 75 100 125 150

Acima de 150 pontos

Alunos com este Padrão de Desempenho conseguem identificar o assunto de um

texto, o que indica que já estabelecem ligações entre as suas partes para chegar ao

sentido global. Esses alunos, provavelmente, apresentam uma leitura mais autônoma,

o que é importante para o prosseguimento de sua trajetória escolar.

46 SPAECE Alfa 2012

Questão P030184BH

Leia o texto abaixo.

Plantas Carnívoras

As plantas carnívoras têm este nome porque capturam e digerem seres vivos. Mas elas são tão pequenas e delicadas que não oferecem perigo para nós.

Elas atraem bichinhos com suas cores e perfumes, mas cada espécie tem um jeito de prendê-los. Umas se fecham, outras têm pelos pegajosos ou folhas colantes. É só um bicho pousar nelas e não consegue mais sair!

Recreio, ano 1, n. 2, São Paulo: Abril, 2000. (P030184BH_SUP)

Qual é o assunto desse texto?

As características das plantas carnívoras.

As plantas que oferecem perigos.

Os bichinhos que pousam nas plantas.

Os perfumes das plantas carnívoras.

Boletim Pedagógico 47

A habilidade avaliada pelo item é a de identificar o

assunto de que trata um texto. Neste caso, o texto

que dá suporte ao item é informativo e o assunto

de que ele trata é anunciado em seu título, que

faz alusão às plantas carnívoras. Para identificar

o assunto do texto, é necessário que os alunos

estejam atentos às informações apresentadas

para apreender a ideia central em torno da qual

elas se articulam.

Os alunos que escolheram a alternativa A, 55,6%

dos que realizaram o teste, demonstraram ter

desenvolvido a habilidade avaliada pelo item,

pois escolheram, dentre as opções, aquela

que apresenta o assunto de que trata o texto.

Esses alunos provavelmente leram todo o texto,

produzindo um sentido global para o que leram.

Os alunos que escolheram a alternativa B, 21,9%,

observaram uma informação que aparece na

segunda linha do primeiro parágrafo, mas que não

expressa o assunto tratado no texto.

Aqueles alunos que escolheram a alternativa

C, 12,2%, observaram uma informação pontual

oferecida no segundo parágrafo, que afirma que

as plantas carnívoras se alimentam de bichinhos.

Essa informação não expressa, entretanto, o

assunto do texto.

Os alunos que marcaram a alternativa D, 9,3%,

podem ter escolhido essa alternativa porque o texto

faz referência, no início do segundo parágrafo, ao

fato das plantas carnívoras liberarem perfume como

estratégia para atrair suas presas. A exemplo do

que ocorreu com os que optaram pelas alternativas

B e C, essa escolha demonstra que esses alunos

não identificaram o assunto do texto.

56+44percentual de acerto

55,6%

A B C D

55,6% 21,9% 12,2% 9,3%

48 SPAECE Alfa 2012

Questão P030074BH

Leia o texto abaixo.

Disponível em: <www.metáforas.com.br.>. Adaptado. Acesso em: 20 jan. 2010. (P030032B1_SUP)

Esse texto serve para

alertar as pessoas.

dar um recado.

fazer um convite.

vender produtos.

Boletim Pedagógico 49

O item avalia a habilidade de identificar a finalidade

de um texto, ou seja, sua função comunicativa.

O texto que dá suporte ao item tem a finalidade

de alertar as pessoas sobre o fato de que água

parada é um local privilegiado para a reprodução

do mosquito transmissor da dengue. Para oferecer

esse alerta, utiliza recursos verbais e não verbais,

sendo que a articulação desses recursos contribui

para que o texto cumpra a sua função comunicativa

e forneça pistas para que o leitor reconheça

essa função.

Alunos que escolheram a alternativa A, 55%,

demonstraram ter desenvolvido a habilidade

avaliada pelo item, pois identificaram corretamente

a finalidade do texto.

Os alunos que escolheram a alternativa B, 26,4%,

provavelmente observaram apenas o tamanho do

texto verbal, entendendo que o objetivo seria o

de dar um recado. Essa escolha representa uma

finalidade comum aos bilhetes e não aos cartazes,

o que demonstra pouca familiaridade dos alunos

com a finalidade do gênero apresentado na tarefa.

Aqueles alunos que assinalaram a alternativa C

como resposta, 7,5%, semelhante ao que ocorreu

com os que optaram pela letra B, podem ter

observado aspectos estruturais do texto como

a extensão curta, a presença de uma colocação

em destaque no início do suporte e de uma

imagem para sustentar essa escolha. Nesse

caso, mesmo observando elementos verbais

e não verbais do texto, demonstraram que

não compreenderam o sentido produzido pela

articulação desses elementos.

Alunos que escolheram a alternativa D, 10%,

provavelmente observaram apenas os elementos

não verbais do texto, especialmente a presença de

um pneu, concluindo que o objetivo desse cartaz

seria o de vender um produto. Por não articularem

texto verbal e não verbal, não conseguiram

identificar a função comunicativa do texto.

55+45percentual de acerto

55%

A B C D

55% 26,4% 7,5% 10%

50 SPAECE Alfa 2012

OS RESULTADOS DESTA ESCOLA

Os resultados desta escola no SPAECE ALFA 2012 são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles

estão impressos neste boletim. Os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão

disponíveis no Portal da Avaliação, pelo endereço eletrônico www.spaece.caedufjf.net. O acesso aos resultados no

Portal da Avaliação é realizado mediante senha enviada ao gestor da escola.

3

Boletim Pedagógico 51

RESULTADOS IMPRESSOS NESTE BOLETIM

• Proficiência média

Apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com

as médias das redes avaliadas e CREDE/município. O objetivo é proporcionar uma

visão das proficiências médias e posicionar sua escola em relação a essas médias.

• Participação

Informa o número estimado de alunos para a realização do teste e quantos, efetivamente,

participaram da avaliação por estado, CREDE/município e escola.

• Percentual de alunos por Padrão de Desempenho

Permite acompanhar o percentual de alunos distribuídos por Padrões de Desempenho

na avaliação realizada pelas redes.

• Percentual de alunos por nível de proficiência e Padrão de Desempenho

Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos intervalos de proficiência das redes

avaliadas, CREDE/município e escola. Os gráficos permitem identificar o percentual

de alunos para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de Desempenho.

Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do

processo de ensino e à promoção da equidade escolar.

RESULTADOS DISPONÍVEIS NO PORTAL DA AVALIAÇÃO

• Percentual de acerto por descritor:

Apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas.

Esses resultados são apresentados por CREDE/município, escola, turma e aluno.

• Resultados por aluno:

É possível ter acesso ao resultado de cada aluno na avaliação, sendo informado o

Padrão de Desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas em

Língua Portuguesa para o 2º ano do Ensino Fundamental. Essas são informações

importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar.

52 SPAECE Alfa 2012

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES

O artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho de uma habilidade em sala de aula. A proposta é que o

caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outras habilidades. Com isso, é possível adaptar as estratégias

de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação focada nas necessidades

dos alunos.

4

Boletim Pedagógico 53

O PROCESSO DE LOCALIZAR E DE INFERIR INFORMAÇÕES NA ALFABETIZAÇÃO

O processo de alfabetização nos três primeiros anos do Ensino

Fundamental compreende um conjunto de competências a serem

construídas pelos alunos dessa etapa de escolarização. Dentre

elas, a Matriz de Referência de Língua Portuguesa para o 2º ano do

Ensino Fundamental sinaliza dois procedimentos básicos a serem

incorporados nas práticas de leitura pelos alunos: Localizar e inferir

informações e Mobilizar procedimentos de leitura demandados por

diferentes suportes e gêneros textuais. Neste texto, o foco incidirá

sobre o primeiro desses procedimentos.

Na atividade de Localizar e inferir informações, espera-se que,

progressivamente, o alfabetizando seja capaz de:

• localizar informações explícitas em textos que lê;

• inferir informações que estão implícitas no texto que leu;

• identificar o tema ou o assunto global de um texto lido.

Essas habilidades são essenciais ao leitor, pois contribuem para

que ele:

• recupere facilmente, após a leitura, uma informação presente

no texto, permitindo-lhe, entre outras ações, anotar um

dado importante ali apresentado e/ou verificar se o que foi

compreendido é exatamente o que consta no material lido;

• articule as informações que estão impressas na superfície do

texto com aquelas que não estão ali colocadas, com base nas

pistas e marcas disponíveis, mas que precisam ser consideradas

para que haja a compreensão do conteúdo do texto e das

intenções de seu autor;

• coordene e hierarquize as informações explícitas e implícitas no

texto, a fim de depreender qual é o tópico principal ali tratado.

"A habilidade de

Localizar informações

explícitas em um

texto é a que vem

se revelando mais

simples para os

alunos, enquanto as

demais habilidades

são mais lentamente

desenvolvidas. "

54 SPAECE Alfa 2012

Deve-se ressaltar que essas habilidades não estarão plenamente

desenvolvidas ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, pois

muitos aspectos precisam ser considerados nesse processo – por

exemplo: acesso a múltiplos materiais de leitura; sistematicidade

de experiências de leitura; participação em situações de leitura

de gêneros textuais diversificados; conhecimentos sociais,

culturais e científicos, entre outros – e envolvem a vivência do

aluno no contato, no uso e na análise linguística de diferentes

suportes (livros, revistas, jornais etc.) e gêneros textuais (carta,

notícia, poema, conto, receita culinária, entre outros).

Além disso, estudos recentes mostram que o desenvolvimento

dessas habilidades não acontece da mesma forma e na

mesma velocidade. A habilidade de Localizar informações

explícitas em um texto é a que vem se revelando mais simples

para os alunos, enquanto as demais habilidades são mais

lentamente desenvolvidas.

Essa constatação implica no maior investimento do professor em

propostas de leitura, contemplando textos diversos, que, além de

solicitar a localização de informações explícitas no texto, desafiem os

alunos em duas direções: a) à inferência de informações implícitas,

com base em pistas textuais, ou seja, nas informações explícitas

no texto; b) à articulação entre essas informações e os objetivos

comunicativos do autor: a quem o autor pretende atingir? Qual é o

seu foco no texto? O que diz a esse respeito?

Ao fazê-lo, o professor estará contribuindo para a formação do leitor

em fase inicial de Alfabetização, pela promoção do desenvolvimento

de procedimentos básicos de leitura.

Boletim Pedagógico 55

Desenvolvimento de habilidades na sala de aula

A habilidade de Localizar informação explícita em textos consiste

na capacidade de o leitor, a partir das marcas/pistas dispostas na

superfície textual, ou seja, de dados explícitos, encontrar informações

de que necessita, a fim de atender a diferentes propósitos

comunicativos: responder a questões formuladas pelo professor;

validar suas respostas, apontando a localização da informação no

texto; conferir se o que entendeu é o que realmente consta no texto,

entre outros.

Essas ações envolvem o manuseio das informações que estão

objetivamente presentes no texto, em quantidade (extensão do

texto) e transparência (apresentadas tal qual solicitado ou por meio

de paráfrase), bem como o conhecimento que o aluno apresenta

em relação ao tema e ao gênero textual. Com isto, verifica-se que

o desenvolvimento da habilidade Localizar informação explícita em

textos ocorre de modo progressivo, com o refinamento, pelo aluno,

de estratégias de recuperação da informação.

Nesse processo, parece notável que o aluno seja capaz de,

gradativamente, localizar informações adequadas,

a. atendendo à elaboração de respostas que sejam encontradas

tal qual solicitadas nos enunciados;

b. atendendo à solicitação de respostas que sejam encontradas

por meio de paráfrase do que foi solicitado nos enunciados;

c. articulando dados selecionados de diferentes partes do texto,

para elaborar uma resposta ao enunciado proposto;

d. considerando as particularidades de um determinado

gênero textual;

e. associando diferentes formas de linguagem (matemática,

cartográfica, imagética etc.).

Para tornar mais claro o que se demanda do aluno em cada uma

das cinco situações acima, apresenta-se um exemplo de proposta

de atividade de leitura que pode se desenvolvida em turmas de

"Ao saber localizar

e inferir informações,

de forma cada vez

mais autônoma,

essas crianças podem

também se beneficiar

das informações

que leem em

diferentes suportes e

gêneros textuais"

56 SPAECE Alfa 2012

Alfabetização, explorando os gêneros textuais “Receita culinária” e

“Lista de compras”, com foco na habilidade de Localizar informações

explícitas em textos.

• Atividade 1

Uma certa cozinheira decidiu preparar o seguinte alimento:

TORTA DE LIQUIDIFICADORIngredientes: • 1 ovo • 6 colheres (sopa) bem cheias de farinha de trigo • 5 colheres (sopa) de queijo ralado • 1 pitada de orégano • 1 colher (sobremesa) de fermento em pó. • 1/2 cebola • 1 xícara de chá de leite • 1/2 xícara de chá de óleo • 1 pitada de sal

Recheio: • Pode ser carne picadinha, frango desfiado, sardinha

refogada, linguiça acebolada ou queijo e presunto.

Modo de preparo: 1. Coloque todos os ingredientes no liquidificador e

bata bem. Se ficar muito mole, acrescente mais farinha de trigo, para adquirir consistência.

2. Acenda o forno para pré-aquecer em temperatura média.

3. Unte um pirex com óleo, derrame um pouco da massa para cobrir o fundo, depois acrescente todo recheio e cubra com o restante da massa.

4. Leve ao forno para assar por 30 minutos.

Tempo de Preparo: 35 minutos.Rendimento: 6 porções. Receita enviada por: Ana Paula de S. Oliveira.

TUDO GOSTOSO. Torta de liquidificador. Disponível em: <http://www.tudogostoso.com.

br/receita/1362-torta-de-liquidificador.html>. Acesso em: 10 dez. 2012.

Depois de ler o texto, de forma silenciosa, e acompanhar a leitura de

seu professor, responda:

Boletim Pedagógico 57

Qual o nome do alimento que a cozinheira quer preparar?

Foco na letra “a”: resposta encontrada tal qual solicitada no enunciado.

Esse alimento, depois de pronto, serve quantas pessoas?

Foco na letra “b”: resposta encontrada por meio de paráfrase do que

foi solicitado no enunciado: serve pessoas = rende porções.

Para preparar esse alimento, do que a cozinheira precisará?

Foco na letra “a”: resposta encontrada tal qual solicitada no enunciado.

É um alimento doce ou salgado? Que pistas lhe ajudaram a

descobrir isso?

Foco na letra “c”: resposta que depende da articulação de dados

selecionados de diferentes partes do texto.

Que parte do texto ajudará a cozinheira a saber como fazer

esse alimento?

Foco na letra “d”: reposta que envolve as particularidades de um

gênero textual, a “Receita Culinária”.

O que demora mais: o tempo de preparar o alimento ou de assá-lo?

Focos na letra “c”: resposta que depende da articulação de dados

selecionados de diferentes partes do texto: 35 minutos para o preparo

final e 30 minutos para assar.

• Atividade 2

Observe, agora, a lista de compras dessa cozinheira:

1 sabonete

1 dúzia de ovos

1 pacote de macarrão

1 kg de farinha de trigo

1 garrafa de suco de uva

1 pacote de queijo ralado

6 pães

1 esponja

1 kg de arroz

1 pacote de orégano

1 litro de leite

1 lata de óleo

1 cebola

1 lata de fermento em pó

58 SPAECE Alfa 2012

Responda:

Ela está comprando tudo de que precisa para preparar o alimento?

Por quê?

Foco na letra “c”, com maior nível de complexidade: resposta que

depende da articulação de dados selecionados de uma das partes

da receita com o conteúdo explícito de outro gênero textual, a “Lista

de Compras”.

Depois de preparar o prato, o que vai sobrar mais: ovo ou cebola?

Foco na letra “e”, com maior nível de complexidade: resposta depende

da associação de diferentes formas de linguagem (matemática: 1 ovo/1

dúzia de ovos; 1 cebola/ ½ cebola), considerando dados de uma das

partes da receita com os da “Lista de Compras”.

Além das questões propostas, outras tantas poderiam ser elaboradas,

explorando o funcionamento discursivo dos dois gêneros envolvidos

(Quem escreve? Para quem escreve? Para que escreve? Onde circulam?

Como se organizam? etc.), o que pode favorecer o desenvolvimento

de outras competências destacadas na Matriz de Referência de

Língua Portuguesa para o 2º ano do Ensino Fundamental.

Para finalizar, é importante ressaltar que, nesse processo de

aprendizagem, além do que já foi mencionado anteriormente,

as conquistas dos alunos se mostram dependentes da extensão

do texto (do menor para o maior) e da complexidade textual (de

gêneros textuais mais simples para os mais complexos, como é o

caso daqueles que se estruturam pela exposição e argumentação,

tais como os verbetes de dicionários e enciclopédias e os artigos

científicos e de opinião). Por isso, é essencial que diferentes suportes

e gêneros textuais sejam explorados em sala de aula, a exemplo do

que aqui se apresentou.

Boletim Pedagógico 59

A importância da prática de leitura no início da vida escolar

No dia a dia do leitor, ser competente para Localizar e inferir informações

é essencial, pois, em diferentes situações de leitura, demanda-se dele

a recuperação de informações de textos já lidos, para responder a

questões que lhe são formuladas, para comprová-las, para repeti-las

a outra pessoa, entre outros usos, além da inferência de informações

que não estão explícitas no texto e da identificação do tema ou do

assunto global de um texto lido.

Essas ações também são constantemente solicitadas aos alunos dos

primeiros anos do Ensino Fundamental, na escola e fora dela, o que

reforça sua importância como objeto de ensino, pelo professor, e de

desenvolvimento, pelos alunos em fase de Alfabetização. Ao saber localizar

e inferir informações, de forma cada vez mais autônoma, essas crianças

podem também se beneficiar das informações que leem em diferentes

suportes e gêneros textuais, tanto para aprender os conteúdos escolares,

quanto para satisfazer sua curiosidade, fora da escola, sobre qualquer tema,

e ainda discernir entre o que é um fato apontado pelo autor, no texto, e o

posicionamento que o autor assume diante desse fato, o que envolve uma

ação de interpretação e de avaliação crítica, ainda que de forma inicial. Por

tudo isso, ser competente nessas ações deve ocupar um lugar de destaque

na etapa inicial de aprendizado da leitura, sem desmerecer as demais,

servindo inclusive de suporte para o desenvolvimento de outras habilidades.

A despeito dessa importância, de modo geral, ao planejar atividades que

buscam desenvolver a competência de Localizar e inferir informações, os

professores priorizam a localização de informações explícitas em textos

que o aluno lê. Sem dúvida, essa atividade é essencial, mas é preciso

que o aluno saiba também articular as informações que estão impressas

na superfície do texto com aquelas que não estão ali colocadas, com

base nas pistas e marcas disponíveis, com vistas à produção de sentido.

Somado a isso, aprender a coordenar e a hierarquizar as informações

explícitas e implícitas no texto, a fim de depreender qual é o tópico

principal ali tratado, revela-se igualmente produtivo.

60 SPAECE Alfa 2012

Nesse sentido, as aulas de leitura precisam contemplar, de

forma equilibrada e progressiva, as habilidades envolvidas na

localização e inferência de informações, assim como a graduação

da extensão dos textos explorados e da complexidade dos temas

abordados e suportes e gêneros escolhidos. É na conjunção

desses aspectos que o planejamento do ensino de Língua

Portuguesa, com foco nas competências e habilidades previstas

para os anos iniciais do Ensino Fundamental, deve ocorrer.

De modo esquemático, o professor pode considerar a seguinte

sequência básica no estudo de diferentes suportes e gêneros textuais:

- exploração das condições de produção do material em questão

(Quem escreveu? Para quem escreveu? Por que escreveu? Para que

escreveu? Onde circula? Como se organiza, de modo geral? etc.);

- estabelecimento de objetivos de leitura do material (Ler para

descobrir, comparar, concordar, discordar etc.) e levantamento de

hipóteses sobre o que pode ser o tema/assunto do texto e o que o

aluno sabe a esse respeito;

- leitura do suporte ou gênero, atentando para a possibilidade de

variação nessa prática (individual, em dupla, coletiva, pelo professor,

de forma silenciosa, em voz alta etc.);

- comprovação (ou não) das hipóteses levantadas, novidades

encontradas no texto e satisfação (ou não) dos objetivos de leitura

da turma;

- exploração de informações explícitas do texto;

- exploração de informações implícitas, que as marcas do texto

permitem levantar, e de outros materiais de leitura, que podem servir

para esclarecer o que não foi compreendido;

- recuperação do esquema percorrido pelo autor em seu texto, ou

seja, qual o seu objetivo e como ele organizou as informações para

alcançá-lo (O texto trata do quê? O que se diz sobre isso?).

"as aulas de leitura

precisam contemplar,

de forma equilibrada

e progressiva, as

habilidades envolvidas

na localização

e inferência de

informações, assim

como a graduação

da extensão dos

textos explorados

e da complexidade

dos temas abordados

e suportes e

gêneros escolhidos"

Boletim Pedagógico 61

EXPERIÊNCIA EM FOCO

PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA

Apresentação de resultados da avaliação para pais pode aumentar interesse pela vida escolar dos filhos

A professora de Alfabetização, Damiana Martins

Alves da Silva, leciona há mais de 12 anos. Com

licenciatura em Ciências da Natureza e Matemática

e cursando especialização em Educação de Jovens

e Adultos, atua na Rede Municipal de Ensino da

cidade de Horizonte, Ceará.

Para Damiana, a avaliação externa veio beneficiar

os alunos elevando o desempenho dos mesmos,

valorizando também a dedicação e esforço dos

professores. A prática contribui ainda para amenizar

a falta de apoio e acompanhamento dos pais com

relação à vida escolar dos filhos, um dos principais

desafios educacionais citados pela profissional.

A apresentação dos resultados para a família do

educando e para toda a comunidade escolar pode

incentivar à participação nos projetos da escola.

A escola em que atua possui 612 alunos e 22

professores. Damiana conta que alguns projetos

são realizados na instituição, a partir dos

resultados da avaliação, tais como mutirão de

leitura, contação de histórias, empréstimo de livros

paradidáticos, atividades de compreensão textual

coletiva e individual, premiação com medalhas para

aqueles que obtiverem o melhor desempenho em

leitura e escrita, concursos de redação e leitura.

Ela também menciona a utilização dos gráficos

da Escala de Proficiência nas reuniões de pais e

mestres e também em sala de aula.

A professora relata que trabalha a atenção dos

alunos, em sala de aula, com exemplos de itens

citados nos boletins pedagógicos, “fazendo a análise

da porcentagem dos resultados dos descritores não

atingidos e procurando trabalhá-los com alunos

para que percebam a falta de atenção na resolução

de atividades cotidianas”, declara. Ela desenvolve

essa atividade por acreditar que a escola pode

desenvolver ações pedagógicas para melhorar a

aprendizagem e a conscientização dos alunos.

62 SPAECE Alfa 2012

REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

CEARÁ. Secretaria da Educação.

SPAECE Alfa – 2012/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 1 ( jan./dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – Anual.

ARAÚJO, Carolina Pires; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira.

Conteúdo: Boletim Pedagógico. 2º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa

ISSN 1982-7644

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará

SEÇÃO 1

Avaliação:o ensino-aprendizagem como desafio

SEÇÃO 2

Interpretação de resultados e análisespedagógicas

SEÇÃO 3

Os resultados desta escola

SEÇÃO 4

Desenvolvimento de habilidades

EXPERIÊNCIA EM FOCO

Boletim Pedagógico

2º ano do Ensino FundamentalLíngua Portuguesa

SPAECE Alfa2012